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Ribeirão Preto SP Outubro - 2014 Ano 7 - Nº 76 R$ 10,00 EVENTO: Proteção às onças pardas nos canaviais Eleições podem definir o futuro do setor Projeções do agronegócio para a safra 2023/24 Especialistas debatem custos industriais Estimativa Canaplan prevê moagem de 544 milhões de toneladas para o Centro-Sul, principal região produtora do país SAFRA encolhe CADERNO TERRA & CIA: Projeções do agronegócio para a safra 2023/2024 são publicadas

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1REVISTA CANAMIX | OUTUBRO | 2014

Ribeirão Preto SPOutubro - 2014

Ano 7 - Nº 76R$ 10,00

EVENTO: Proteção às onças pardas nos canaviais

Eleições podem defi nir o futuro do setor

Projeções do agronegócio para a safra 2023/24

Especialistas debatem custos industriais

Estimativa Canaplan prevê moagem de 544 milhõesde toneladas para o Centro-Sul, principal região produtora do país

SAFRA SAFRA SAFRA encolhe

CADERNO TERRA & CIA: Projeções do agronegócio para a safra 2023/2024 são publicadas

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Expediente

Diretor: Plínio CésarGerente de Comunicação: Luciana Zunfrilli

RedaçãoEditor Chefe: Doca PascoalReportagem: Marcela ServanoColaboração: Alexandre Andrade Lima, José Osvaldo Bozzo, Lara Moraes, Luiz Albino Barbosa e Ulisses Rocha AntuniassiFoto da capa: Plínio CésarEditor Gráfi co: Jonatas Pereira

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Carta ao leitor

Plinio Cesar, [email protected]

O futuro é agora

Especialistas indicam que a safra 2014/15 será menor que o esperado. Neste mês, a consul-toria Canaplan anunciou que espera uma redução de 8,87% na produção do Centro-Sul, o que resultará no processamento de 544 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

Os números indicam, de fato, que enfrentamos a pior crise já vivida pelo setor sucroener-gético. A extensão do momento está registrado no documento do “Projeto Agora – Agroindústria e Meio Ambiente”. São mais de 60 usinas fechadas, desde 2008, e de 300 mil postos de traba-lho fechados no país, segundo estudo apoiado pela Unica, Orplana e Ceise-BR.

Dentro e fora dos canaviais ajustes são necessários. E o primeiro passo pode ser dado em 26 de outubro. É neste dia que os brasileiros defi nem quem os representará pelo próximos quatro anos como presidente da República.

E no momento não cabem lamentações. É hora de estar atento a cada promessa para que num futuro próximo o candidato seja cobrado. Aécio Neves (PSDB) fala em recuperar o ‘se-tor de etanol’, enquanto Dilma Rousseff (PT) nada sugere quando o assunto é cana-de-açúcar.

O fato é que petistas e tucanos estão cientes do atual cenário econômico. Sabem, tam-bém, o que precisa ser feito. As oportunidades nunca foram tão favoráveis ao segmento. Com potencial para gerar energia limpa, sustentável e aumentar a produ-ção de etanol com a tecnologia 2G, o setor está preparado para acio-nar sua curva ascendente.

Para o eleito é necessário começar com pequenas ações, mas que trarão grandes resultados.

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Setor sucroenergético mantém a esperança por dias melhores

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Guia de Compras SA PG ÁREA ADMINISTRATIVA BANCOS - INSTITUIÇÃO FINANCEIRA .........................16 SICOOB .............................................. (16) 3456 7407 CURSOS E TREINAMENTOS ........................................19 MOURA LACERDA ............................... (16) 21011076 ENTIDADES E ASSOCIAÇÕES ......................................16 SICOOB .............................................. (16) 3456 7407 EVENTOS ....................................................................23 GRUPO IDEA....................................... (16) 3514 0631 FEIRAS, SIMPÓSIOS E EVENTOS ................................23 GRUPO IDEA....................................... (16) 3514 063121 MULTIPLUS ........................................ (16) 2132 8936 SISTEMAS - CONTRA INCÊNDIO .................................9 ARGUS ............................................... (19) 3826 6670 VEÍCULOS E UTILITÁRIOS ...........................................27 ORTOVEL ........................................... (16) 2101 7200

PG ÁREA AGRÍCOLA CAMINHÕES ................................................................27 ORTOVEL ........................................... (16) 2101 7200 COLHEDORAS DE CANA ...................................................24 CIVEMASA ............................................... (16) 3382 8222 DEFENSIVOS AGRÍCOLAS ................................................2 DOW AGROSCIENCES ..............................0800 772 2492

BOMBAS CENTRÍFUGAS .............................................13 EQUIPE ............................................... (19) 3426 4600 BOMBAS ESPECIAIS ...................................................13 EQUIPE ............................................... (19) 3426 4600 CHAPAS - AÇO INOX ...................................................28 JATINOX ............................................. (11) 2172 0405 CLARIFICANTES ..........................................................4 PROSUGAR ........................................ (81) 3267 4759 CONEXÕES ..................................................................28 JATINOX ............................................. (11) 2172 0405 DESCOLORANTES .......................................................4 PROSUGAR ........................................ (81) 3267 4759 EMPILHADEIRAS ........................................................24 EMPIZA EMPILHADEIRAS ................... (19) 3571 3000 MEDIDORES, TRANSMISSORES DE VAZÃO E NÍVEL ...11 DWYLER ............................................. (11) 2682 6633 PERFIS ........................................................................28 JATINOX ............................................. (11) 2172 0405 PRODUTOS E SISTEMAS CONTRA INCÊNCIO ..............9 ARGUS ............................................... (19) 3826 6670 SISTEMAS CONTRA INCÊNDIO ...................................9 ARGUS ............................................... (19) 3826 6670 TUBULAÇÕES ..............................................................28 JATINOX ............................................. (11) 2172 0405 VERGALHÕES .............................................................28 JATINOX ............................................. (11) 2172 0405

FUNGICIDAS .....................................................................7 BASF DO BRASIL ..................................... (11) 3043 22732 DOW AGROSCIENCES ..............................0800 772 249235 DU PONT ................................................. (11) 4166 8041 HERBICIDAS......................................................................36 BASF DO BRASIL ..................................... (11) 3043 22732 DOW AGROSCIENCES ..............................0800 772 249235 DU PONT ................................................. (11) 4166 8041 IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS ............................................24 CIVEMASA ............................................... (16) 3382 8222 IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS - PEÇAS E SERVIÇOS .........24 CIVEMASA ............................................... (16) 3382 8222 INSETICIDAS .....................................................................7 BASF DO BRASIL ..................................... (11) 3043 22732 DOW AGROSCIENCES ..............................0800 772 249235 DU PONT ................................................. (11) 4166 8041 MATURADORES E REGULADORES DE CRESCIMENTO ...36 BASF DO BRASIL ..................................... (11) 3043 227335 DU PONT ................................................. (11) 4166 8041 PLANTADORAS DE CANA .................................................24 CIVEMASA ............................................... (16) 3382 8222 TRANSBORDOS ................................................................24 CIVEMASA ............................................... (16) 3382 8222 TUBULAÇÕES....................................................................28 JATINOX .................................................. (11) 2172 0405

PG ÁREA INDUSTRIAL

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Sumário

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MKT Canavieiro- Dow cria solução para redução de poeira em estradas não pavimentadas- Siemens destaca tecnologias de última geração para usinas brasileiras

Política- Aécio quer recuperar ‘setor de etanol’- Com Dilma Rousseff no poder, crise se agravou no setor

Capa- Centro-Sul deve moer 544 milhões de toneladas, estima Canaplan- Dez usinas já encerraram a safra 2014/15- Período chuvoso faz moagem em MS diminuir- MG segue com safra superior a anterior

Opinião- Fraude em empresas uma atividade sofi sticada

EventosWorkshops sobre proteção às onças pardas nos canaviais acontece em novembro 10

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Gestão Industrial

Custos industriais foi tema

de debate no Gegis

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AgronegócioProjeções para a safra

2023/24 são publicadas

GrãosGoverno mantém apoio

aos produtores

Arqu

ivo

Cana

Mix

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Eventos

Workshops sobre proteção às onças pardas nos canaviais acontece em novembro

Piracicaba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto são as cidades beneficiadas pelo projeto de conscientização

Com informações da assessoria Unica

Melhoras nas práticas agríco-las, como a redução do fogo e a manutenção e recomposição

de matas, estão contribuindo para o apa-recimento de onças nos canaviais, favo-recendo seu deslocamento, reprodução e até mesmo sua alimentação da fauna local. Em continuidade ao projeto Cana Conviver firmado no ano passado entre a União da Indústria de Cana-de-Açú-car (Unica) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-BIO), do Ministério do Meio Ambiente, e patrocinado pela FMC, serão realizados workshops gratuitos aos técnicos e re-presentantes da comunidade rural neste mês de novembro em Piracicaba, Ribei-rão Preto e São José do Rio Preto, cida-des do Estado de São Paulo.

O projeto viabiliza três eixos de atu-ação: a capacitação de técnicos das em-presas associadas à Unica por meio de workshops, programados para aconte-cer em municípios canavieiros estratégi-cos do Estado de São Paulo; a elabora-ção de um manual de procedimentos, já em fase final de produção que será distri-buído nas usinas e o apoio à construção de um centro para reabilitação de ani-mais, que foi inaugurado em junho des-te ano, em Itapira (SP). Os workshops serão ministrados pela analista Ambien-tal do ICMBio, Márcia Rodrigues.

“Esta parceria pioneira reforça o sucessivo envolvimento das empresas

associadas à Unica e do próprio setor sucroenergético com a conservação da biodiversidade que habita os canaviais e seus arredores”, explica a presidente da Unica, Elizabeth Farina.

O diretor de marketing da FMC, Marcio Farah, destaca a importância das ações. “O projeto visa adotar as me-lhores práticas de manejo para a con-servação da biodiversidade dentro dos canaviais, principalmente, cuidar da pre-servação da onça-parda. O retorno da convivência deste animal em regiões pró-ximas aos canaviais comprova o quanto evoluímos quanto a convivência da agri-cultura e a biodiversidade”.

PROGRAMAÇÃO

Piracicaba (SP)07/11 – 13h às 15h30Auditório CANAGRO “José Coral” Coplacana

Ribeirão Preto (SP)11/11 – 8h30 às 12hCentro Cana IAC – Centro de Convenções

São José do Rio Preto (SP)25/11 – 8h30 às 12hHotel Ipê Park

Profissionais serão instruídos a lidar com a onça-parda, que voltou a frequentar regiões próximas aos canaviais

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Gestão Industrial

Custos industriais foi temade debate no Gegis

Profissionais buscam formas de enxugar ao máximo as despesas; safra mais curta prejudica caixa das usinas

Da redação

Como parte da programação da Fe-nasucro 2014, o Gegis - Grupo de Estudos em Gestão Industrial do

Setor Sucroenergético reuniu cerca de 50 profissionais em Sertãozinho (SP). O principal assunto debatido foram os cus-tos agroindustriais.

Para superar a crise vivida pelo seg-mento, os produtores canavieiros bus-cam métodos para aumentar a eficiência, assim como reduzir os custos. A medida, de acordo com as palestras do evento, é fundamental para a manutenção do traba-lho. No início da safra, os gestores tra-

çam uma estimativa de receitas e gastos para o decorrer do ano. Contudo, estão sujeitos também a problemas climáticos, como em 2014. Muitas usinas retardaram o início da moagem e estão antecipando seu final por falta de matéria-prima. Isso prejudica todo o fluxo de caixa. É preciso reduzir ao máximo os gastos.

A Unica - União da Indústria de Ca-na-de-Açúcar confirmou que ao menos dez usinas já encerraram suas ativida-des no Centro-Sul, sendo uma no Espí-rito Santo, duas em Minas Gerais e sete unidades em São Paulo. A entidade prevê que boa parte das unidades restantes en-cerrarão a moagem trinta dias mais cedo.

“Estar antenado aos indicadores e absor-ver a experiência de companheiros de tra-balho são fundamentais para sobreviver

no atual mercado”, argumenta uma fonte.

De acordo com Eliana Aparecida Canevarolo, presidente do Gegis, o nú-mero de participantes mostra a importân-cia das reuniões, que acontecem men-salmente. O objetivo dos encontros é promover a troca de informações entre os profissionais de diversas regiões.

A reunião discutiu ainda os indica-dores industriais das usinas associadas ao Grupo e problemas técnicos do coti-diano das unidades.

Eliana Canevarolo, presidente do Gegis, destaca a importância dos debate durante as reuniões

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Política

Aécio quer recuperar‘setor de etanol’

Tucano tem criticado o atual descaso do governo com o segmento e promete agir diferente

“O setor vive um impasse e precisa de uma resposta”

Da redação

No próximo dia 26 de outubro o Brasil define quem o representa-rá como presidente da República

pelos próximos quatro anos. Na disputa estão os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Em sua maioria, o setor sucroenergético acredita que uma mudança no poder será fundamental para a retomada de crescimento, já que nos últimos quatro anos, a petista pouco fez pelos canavieiros.

Aécio Neves tem repetido em seus discursos a necessidade em se criar medidas que possam recuperar o

‘setor de etanol’. Durante o Prêmio Top Etanol, realizado pela Unica — União da Indústria de Cana-de-Açúcar, em junho, o tucano afirmou. “Este setor, construído ao longo de 40 anos pelo esforço, dedicação e pela pesquisa de inúmeros brasileiros, foi abandona-do pelo atual governo, que optou ir na contramão do mundo, que busca ener-gia alternativas, não poluentes e reno-váveis. O setor vive um impasse e pre-cisa de uma resposta”.

Para ele, é necessário um marco legal estável, com regras de longo pra-zo confiáveis, de uma proposta clara por parte do governo de aumento da parti-

cipação do etanol na matriz energética, além de uma política ousada de comér-cio exterior. “Podemos ser exportadores de etanol. Isso impacta positivamente na balança comercial, além de gerar empre-gos. Temos que discutir a questões de preços. O Brasil é o único país do mundo que vai na contramão da sensatez, por-que subsidiamos combustíveis fósseis, quando temos uma matriz energética ex-traordinária”, afirma.

Em sua campanha, tem defendido o agronegócio amparado pelos números que mostram que hoje é o setor da eco-nomia que mais tem ajudado o Brasil a avançar.

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Com Dilma Rousseff no poder, crise se agravou no setor

Mais de 60 usinas foram fechadas e 300 mil postos de trabalho fechados nos últimos anos

O ponto crítico da crise é o controle virtual da inflação através do preço da gasolina

Ao contrário do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, a petista esta-beleceu políticas públicas que des-

favoreceram os canavieiros. A extensão da crise está registrada em documento do “Projeto Agora – Agroindústria e Meio Am-biente”. São mais de 60 usinas fechadas, desde 2008, e de 300 mil postos de tra-balho fechados no país, segundo estudo apoiado pela Unica, Orplana e Ceise-BR.

O ponto crítico da crise é o contro-le virtual da inflação através do preço da gasolina, defasado em cerca de 20%. Em 2012, o Governo Federal zerou a Cide – Contribuição de Intervenção no Domí-nio Econômico sobre o combustível fós-sil como forma de compensar o reajuste

nos preços, tirando a competitividade do etanol. “Acho que aumentar a Cide para qualquer setor impacta no que se chama arrecadação de tributos. Há que se justi-ficar a Cide para qualquer coisa; acredito que a política em relação ao etanol tem de ser uma política bastante clara”, explicou Dilma, que lidera as pesquisas de inten-ção de voto.

Pressionada pela ascensão de seus desafiantes nas pesquisas, resolveu agir e anunciou que açúcar e etanol passarão a fazer parte do Programa Reintegra, benefí-cio que possibilita que algumas empresas brasileiras exportadoras recuperem até 3% da receita decorrente da exportação.

No mesmo dia, o ministro Guido

Mantega informou a liberação de linhas de financiamento em condições diferen-ciadas para a construção de armazéns de açúcar no país. Por fim, sancionou o aumento da mistura na gasolina de 25% para 27,5%, que depende da conclusão dos testes realizados pelo Cenpes/Petro-bras, cujo prazo é imprevisível.

Apesar de importantes, as medidas ainda são insuficientes para a recuperação do setor, conclui a Unica. “É preciso uma vi-são de longo prazo, principalmente no que se refere ao etanol e à biomassa, com políti-cas públicas claras, estáveis, consistentes e que possibilitem a recuperação da competi-tividade do setor e um ambiente propício a novos investimentos”, diz a entidade.

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Capa

Centro-Sul deve moer 544 milhões de toneladas, estima Canaplan

Consultoria reduz estimativa inicial e aponta quebra de 8,87% na safra 2014/2015

ATR deve ficar entre 73,5 milhões e 74,2 milhões de toneladas, diz Luiz Carlos Corrêa Carvalho

Da redação

É sabido que as condições políticas e mercadológicas não andam boas para o setor sucroenergético. Para

compensar a falta de apoio, os produto-res trabalham para aumentar a produti-vidade nos canaviais. Contudo, o clima também resolveu não contribuir e, se-gundo a nova estimativa da Canaplan, divulgada em 22 de outubro, a safra 2014/2015 deve fechar bem abaixo do esperado.

A consultoria acredita que o pro-cessamento de cana-de-açúcar será de 544 milhões de toneladas no Centro-Sul do país, volume 8,87% menor sobre as 596,94 milhões de toneladas processa-das na safra passada. No início do ano, a Canaplan estimava que a moagem seria de 540 milhões.

De acordo com o sócio-diretor con-sultoria, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o ATR – Açúcar Total Recuperável deve fi-car entre 73,5 milhões e 74,2 milhões de toneladas. Para ele, o mix será diferente

do previsto. “A queda nos preços do açú-car fez com que o etanol fosse prioriza-do”, disse Carvalho.

De fato, a Canaplan estima que a produção de etanol deve variar entre 24,7 bilhões e 25 bilhões de litros, ante uma estimativa anterior de 23,7 bilhões de li-tros, feita em abril. Já a produção de açú-car deve sair de 34,29 milhões para 30,8 milhões de toneladas entre as safras. Na primeira projeção, se esperava uma pro-dução de 31,8 milhões de toneladas de açúcar.

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Capa

Dez usinas já encerraram a safra 2014/2015

Unica confirma que ao menos uma unidade no Espírito Santo, duas em Minas Gerais e sete unidades em São Paulo terminaram o ciclo

A Unica – União da Indústria de Ca-na-de-Açúcar divulgou no início de outubro seu relatório referen-

te à safra 2014/2015. Neste, aponta que volume processado na segunda quinze-na de setembro foi de 28,82 milhões de toneladas, o pior resultado para o perío-do das últimas quatro safras. “Essa re-dução na moagem quinzenal é resulta-do das chuvas que atingiram importantes regiões canavieiras ao final de setembro, prejudicando a operacionalização da co-lheita”, disse Antonio de Padua Rodri-gues, diretor técnico da Unica.

Por consequência da menor ofer-ta de matéria-prima para processamen-to, resultante da intensa seca no início do ano, o término antecipado da safra já é uma realidade. Até o momento, dez usi-nas encerraram a safra 2014/2015 na re-gião Centro-Sul (uma empresa no Espí-rito Santo, duas em Minas Gerais e sete unidades em São Paulo). Em 2013, ape-nas duas haviam finalizado suas opera-ções nesta época.

No acumulado até 1º de outubro, o volume processado de cana-de-açúcar alcançou 441,54 milhões de toneladas, praticamente a mesma quantidade verifi-cada em igual data de 2013 (442,61 mi-lhões de toneladas).

A produção acumulada de açúcar diminuiu 1,05% neste período, somando 25,08 milhões de toneladas. Já o volu-me fabricado de etanol aumentou 4,24%, para 19,68 bilhões de litros (11,29 bi-

lhões de litros de etanol hidratado e 8,39 bilhões de litros de etanol anidro). “Estes valores confirmam a estimativa para a sa-fra 2014/2015 divulgada em agosto pela

Unica e mostram também a perspecti-va de forte redução na produção de açú-car para os próximos meses”, comentou Padua.

Na segunda quinzena de setembro, região Centro-Sul registrou o pior resultado em moagem das últimas quatro safras

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Capa

Período chuvoso faz moagemem MS diminuir

Até agora foram produzidas 877 mil toneladas de açúcar, quantidade 20% menor que a produção registrada anteriormente

Apesar das chuvas, qualidade da matéria-prima é superior ao ciclo passado

Em 9 de outubro, a Biosul — Asso-ciação dos Produtores de Bioener-gia de Mato Grosso do Sul, apre-

sentou os dados da safra 2014/2015 com moagem até 30 de setembro na re-gião. Até o momento, foram processadas 28,75 milhões de toneladas, 8,13% me-nor em relação ao ano passado.

Levando em consideração a segun-da quinzena de setembro, foram proces-sadas 1,94 milhões de toneladas de cana, 19% a menos que na mesma quinzena

da safra passada. “Apesar de ter cho-vido menos que a média, tivemos dias concentrados de precipitações e isso fez com que as usinas parassem de cinco a seis dias, prejudicando a produção. A boa notícia é de que mantivemos a qua-lidade da matéria-prima maior que a sa-fra passada.”

De fato o ATR — Açúcares Totais Recuperáveis atingiu 143,29 kg na quin-zena, volume 5% maior ao da safra pas-sada, no acumulado atingiu 128,36 kg.

Até agora foram produzidas 877 mil toneladas de açúcar, quantidade 20% menor que a produção registrada ante-riormente, que foi de 1,09 milhão de to-neladas. Dados referentes à produção de etanol registram que o acumulado até a primeira quinzena de setembro foi de 385,6 milhões de litros de etanol anidro e 1,25 bilhão de litros de etanol hidratado, resultando 1,63 bilhão de litros de bio-combustível produzido, volume pratica-mente igual a safra 2013/2014.

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Capa

MG segue com safra superiora anterior

Estado chega a 86,6% da moagem com ligeira vantagem sobre o ciclo anterior

A moagem de cana em Minas Ge-rais, até 16 de outubro, alcançou 49,76 milhões de toneladas de

cana, valor 0,6% superior ao mesmo pe-ríodo da safra passada. As informações são da Siamig - Associação das Indús-trias Sucroenergéticas de Minas Gerais.

“Essa moagem representa 83,6% do total de cana estimada para atual sa-fra, de 59,5 milhões. A produção de açú-car totalizou 2,77 milhões de toneladas, uma alta de 0,9% em relação à safra pas-

Até a segunda quinzena de outubro, foram colhidas 49,76 milhões de toneladas de cana

sada (2,75 mi/ton)”, diz o presidente da associação, Mário Campos.

De acordo com ele, o mix para açú-car totaliza 43,22%, valor ainda um pou-co inferior em relação ao registrado no período anterior. Já a produção de eta-nol chegou a 2,24 bilhões de litros, um crescimento de 4,18% em relação à safra 2013/2014, que atingiu 2,15 bi de litros.

Em seu relatório, a entidade traz ainda que a quantidade de hidratado tam-bém foi maior, totalizando 1,26 bilhão de litros, valor 7,8% maior em relação ao ano passado. “Já a fabricação de anidro atingiu, até neste momento, 978 milhões de litros, uma queda de 0,15% em rela-ção à safra passada que alcançou 980 milhões de litros”, afirma Mário Campos.

A Siamig complementa ainda que o ATR/TC acumulado continua crescen-do e já totaliza 135,43 quilos, sendo 2% superior à safra 2013/2014. “Nesta quin-zena o ATR teve uma pequena queda em relação a quinzena passada, chegando a 151,33 kg/tc, 0,4% menor que os 151,89 kg/tc da segunda quinzena de setembro”, informa a entidade.

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Opinião

Fraude em empresas:uma atividade sofisticada

*José Osvaldo Bozzo

A evolução das fraudes ocorrida mundialmente nas empresas pú-blicas e privadas tem ocasionado

perdas substanciais nos seus patrimô-nios, o que me fez, num artigo recente, escrever sobre a verdadeira responsabi-lidade do auditor independente. Dizem as normas brasileiras de contabilidade que “o auditor não é responsável, nem pode ser responsabilizado, pela prevenção de fraudes ou erros. Entretanto, deve pla-

nejar seu trabalho, avaliando o risco de sua ocorrência, de for-ma a ter grande probabilidade de detectar aqueles que tragam efeitos relevantes nas demons-trações contábeis”.

Neste artigo, nossa pre-tensão é a de tentar, de forma mais contundente, investigar e evidenciar o inter-relaciona-mento da auditoria externa e o fenômeno fraude ou corrup-ção, tema tão debatido nos últi-mos tempos. Mais do que isso, tentar programar, para o futuro, uma forma de utilizar o profis-sional auditor como elemento estratégico para minimizar as fraudes nas organizações. Com base em pesquisas na área de auditoria, existe uma pré-dis-posição em nível nacional e in-ternacional em burlar leis, nor-mas, sobretudo no caso aqui debatido, as não conformida-des ocasionadas nos valores considerados nas demonstra-

ções contábeis, por meio de embaraços de alta complexidade, ocasionado frau-des de forma generalizada nas empresas.

ABANDONO DA RESPONSABILI-DADE – E o mais interessante de tudo isso é que, embora a fraude sempre te-nha sido um ato ilícito, claro que em me-nores proporções, nunca foi tão acintosa como nos dias atuais, sendo, portanto, objeto de tanta investigação. Ou ainda ter se tornado comum se deparar com cons-tatações em empresas de grande porte, principalmente, em empresas públicas,

conforme tem sido observado via mídia e na própria conjuntura econômica e po-lítica nacional. Mais notório ainda é que, historicamente, e coincidentemente, o elevado índice de fraudes iniciou-se com o abandono da responsabilidade na sua detecção pelos auditores quando da re-gulamentação da profissão.

Uma pesquisa realizada há algum tempo mostrou que, entre 150 empre-sas com faturamento entre R$ 50 mi-lhões e R$ 5 bilhões, 80% delas reconhe-ceram que sua organização havia sido afetada por fraude, e dessas, dois terços acredita que o nível de fraudes continu-aria aumentando nos próximos anos (o que de fato vem ocorrendo). Isso aponta que muita dessas empresas não mantém controles adequados e eficientes, capa-zes de inibir tal ilicitude.

NOVO PERFIL DAS FRAUDES – Cobertas por elevado número de docu-mentos falsos, as fraudes estão cada vez mais sofisticadas, bem elaboradas e complexas de se descobrir, onde nem mesmo o próprio contador é capaz de se atentar. Somado a isso, o perfil das frau-des, principalmente as ocorridas no Bra-sil, tem sofrido alterações em suas ca-racterísticas. Antes, ela era feita por um único indivíduo. Hoje, passou para uma atuação em grupo com formação de ver-dadeiras quadrilhas. A fraude passa a re-presentar nos dias atuais, principalmen-te em organizações públicas, um elevado obstáculo à sua credibilidade, porque não dizer, de sua sobrevivência, vez que a si-tuação é tão vertiginosa que algumas em-presas sequer têm publicado seus balan-ços no prazo estabelecido pela Comissão

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de Valores Mobiliários (CVM).FRAUDE POR TODO LUGAR – Há

um fenômeno interessante que é a ques-tão dos valores morais. Infelizmente, a fraude passou a ser uma atividade rea-lizada não só nos países subdesenvol-vidos. Vem sendo também aplicada de forma generalizada nos desenvolvidos e também em instituições públicas, exigin-do, portanto, uma nova atuação do au-ditor perante o novo cenário que aponta elevado número de atos ilícitos nas duas últimas décadas. Embora não seja o pa-pel do auditor detectar fraudes, há de se pensar numa forma de desenvolver algu-ma ferramenta que favoreça seus traba-lhos, mitigando sua frequente exposição, fundamentalmente, na realização de tra-balhos em órgãos públicos, em que os riscos são de maior alcance. Em uma análise detalhada dos controles internos

das organizações é possível observar in-dícios de defasagem de conduta. Não há outra possibilidade, segundo especialis-tas da área, senão por meio do auditor externo, com ferramentas de alta tecnolo-gia e precisão para propiciar a descober-ta de ilicitudes dessa natureza.

A VISÃO DO AUDITOR – Sendo uma tarefa de difícil solução, o auditor de-verá ter uma visão mais acentuada para a possível fraude como algo epidêmico nas organizações que refletem diretamente no resultado das demonstrações contábeis, as quais é função do auditor confirmar e atestar a fidedignidade dos seus valo-res. A fraude não ocorre somente em pa-râmetros estatísticos contábeis. Em que pese haver vários procedimentos de au-ditoria, tais como avaliação detalhada de todo ambiente do sistema operacional, bem como a utilização de mecanismos e

recursos tecnológicos bastante avança-dos, outras análises devem ser feitas, de-pendendo do grau de risco, verificado no planejamento dos trabalhos, como sendo uma forma de minimizar consequências relevantes.

CONSCIENTIZAÇÃO E CONSEQUÊN-CIA – O fato é que deve haver uma mu-dança de comportamento ético empresa-rial. Ferramentas, por mais eficientes que elas sejam, são apenas comandos téc-nicos, o que não estabelece uma siner-gia eficaz de todo aparato e/ou aparelha-mento, utilizados numa auditoria, com a consciência de quem pratica a ilicitude. Sem que haja uma conscientização, re-cursos e mais recursos serão investidos, porém sem efeitos práticos. Já as con-sequências? deterioração na organização em todos os sentidos, principalmente na sua imagem e competitividade.

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Marketing Canavieiro

Dow cria solução para redução de poeira em estradas não pavimentadas

A Dow, provedora de soluções que impactam na qualidade de vida das pessoas, com atuação em diversos

segmentos, entre eles, transporte e infra-estrutura, traz para o mercado brasileiro a tecnologia mais sustentável de controle de poeira em estradas de terra, o Engcontrol.

A solução, com tecnologia Dow, foi apresentada durante a 22ª edição da Fe-nasucro, realizada de 26 a 29 de agos-to, em Sertãozinho, região nordeste do

Estado de São Paulo. O produto, quan-do aplicado, permite redução de poeira por horas subsequentes nas estradas não--pavimentadas de alto tráfego, pátios, pi-lhas de estocagem, minas e portos.

Em um comparativo com o trata-mento usual com a aplicação somente de água, as vantagens da tecnologia são a melhoria na performance e durabilidade para supressão de partículas finas, redu-ção de riscos de acidentes devido à bai-xa visibilidade, menor impacto nas comu-nidades vizinhas, proteção da qualidade do ar e a redução do consumo de água, combustível e emissão de CO².

“Com foco somente na economia de água e combustível já teremos um ganho em termos de sustentabilidade. A redução pode chegar a 75% do consu-mo de água, além disso, o produto agre-ga vantagens logísticas, de segurança e saúde devido a melhora na qualidade do ar, através da redução das partículas em suspensão provenientes do movimento dos veículos em estradas não pavimen-tadas, além da diminuição de custos de manutenção de estradas e veículos, au-mentando assim vida útil dos equipamen-tos”, afirma Daisy de Sanctis, líder técni-ca para a Dow América Latina.

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Marketing Canavieiro

Siemens destaca tecnologias de última geração para usinas brasileiras

Durante a Fenasucro 2014, a Sie-mens apresentou soluções com-pletas que garantem maior efi-

ciência energética e redução de custos operacionais para toda a cadeia de pro-dução das usinas. A companhia destacou os diferenciais da turbina a vapor SST — 600, considerada a maior turbina do seg-mento de açúcar e etanol do Brasil.

A empresa comemorou, em ju-nho deste ano, a assinatura do contra-to para fornecimento da primeira turbina com acionamento direto para o gerador de 73,4 MW, que dispensa o uso do re-dutor, para a Usina Delta Sucroenergia.

Fabricada no complexo industrial da Siemens em Jundiaí (SP), a turbina a

vapor reforça o compromisso da empresa em investir na produção local para aten-der os clientes de forma rápida e eficien-te. Tida como uma das principais contri-buições da Siemens para o setor, por sua tecnologia de ponta no ciclo global de ter-modinâmica, a turbina se consagra como importante aliada das usinas na cogera-ção de energia a partir do bagaço da cana.

Essa vantagem permite otimizar o serviço, por meio da implementação do ciclo regenerativo, ao proporcionar maior quantidade de energia gerada com a mes-ma quantidade de combustível e, conse-quentemente, uma receita adicional para o cliente. A tecnologia representa ainda uma inovação na forma de instalação ou-

tdoor (ao tempo), reduzindo significativa-mente os gastos com obras civis.

Ainda na Fenasucro, a companhia também anunciou a expansão de seu complexo industrial voltado a produção de equipamentos para energia e passa a fabricar no Brasil a tecnologia Sinami-cs G150. Localizada em Jundiaí (SP), a unidade fabril é a quarta da Siemens em todo o mundo a produzir o equipa-mento G150, desenvolvido pela compa-nhia apenas na Alemanha, Estados Uni-dos e China. O modelo mais compacto, silencioso e eficiente da solução con-ta com recursos para aumentar a eco-nomia de energia e possibilidades de customização.

Profissionais ajustam turbina SST — 600, fabricada pela Siemens

31REVISTA CANAMIX | OUTUBRO | 2014

Projeções do agronegócio para a safra 2023/2024 são publicadas

Governo mantém apoio aos produtores

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Projeções do agronegócio para a safra 2023/2024 são publicadas

Realizado por especialistas do Mapa e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o relatório contém as projeções de 26 produtos

Com informaçõesda assessoria de imprensa Mapa

O Ministério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento (Mapa), por meio da Assessoria de Gestão Es-

tratégica (AGE), publicou a 5ª edição do periódico “Projeções do Agronegócio – Brasil 2013/2014 a 2023/2024 – Proje-ções de Longo Prazo”.

Realizado por especialistas do Mapa e da Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária (Embrapa), o relató-rio contém as projeções de 26 produtos: milho, soja, trigo, laranja, suco de laran-ja, carne de frango, carne bovina, carne suína, cana-de-açúcar, açúcar, algodão, farelo de soja, óleo de soja, leite in natu-ra, feijão, arroz, batata inglesa, mandio-ca, fumo, café, cacau, uva, maçã, bana-na, papel e celulose.

Destes, os produtos que mais têm potencial de crescimento da produção nos próximos anos são: algodão pluma, carne de frango, celulose, leite, açúcar, soja grão, carne suína e trigo.

Segundo as projeções, a produção de grãos deverá passar de 193,6 milhões de toneladas em 2013/2014 para 252,4 milhões de toneladas em 2024, o que re-presenta um acréscimo de 58,8 milhões de toneladas à produção atual do Brasil. “Isso exigirá um esforço de crescimento que deve consistir em infraestrutura, in-vestimento em pesquisa e fi nanciamen-to”, disse o coordenador de Planejamen-

to Estratégico do Mapa, José Gasques.Para as carnes bovina, suína e de

aves, o estudo estima que a produção deverá aumentar, em 2023/2024, em 7,9 milhões de toneladas, o que signifi ca um aumento de 30,3% em relação à produ-ção de carnes de 2013/2014.

Em segundo lugar estará a carne suína, com um crescimento de 31,7% na produção e, por último a carne bovina, com estimativa de crescimento de 22,8% em 2023/2024.

Com relação à área total plantada com lavouras, a estimativa realizada até

2023/2024 é de que ela passe de 70,2 milhões de hectares em 2014 para 82,0 milhões em 2024, representando um acréscimo de 11,8 milhões de hectares.

Esta expansão está concentrada em soja, mais 10,3 milhões de hectares, e na cana-de-açúcar mais 2,3 milhões. Algumas lavouras devem perder área, mas essa redução deve ser compensada pelos ganhos de produtividade.

O acréscimo da produção agríco-la no Brasil devem continuar acontecen-do com base nos ganhos de produtivida-de das lavouras e da pecuária.

Algodão pluma é um dos produtos que mais tem potencial de crescimento da produção

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Governo mantém apoio aos produtoresSerão benefi ciados agricultores de trigo, algodão, milho, borracha, laranja e arroz

O Ministério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento (Mapa), por intermédio da Secretaria de Políti-

ca Agrícola, programou para este mês de outubro apoio à comercialização de trigo, algodão, milho, borracha, laranja e arroz.

O instrumento que será utilizado é o de leilão de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

No próximo dia 16 serão oferta-das 160 mil toneladas de trigo. Após este pregão, estão previstos mais dois leilões de Pepro, ainda sem datas marcadas. Já no dia 23 estão previstos leilões de Pe-pro de algodão e de milho. E para o dia 30 acontecem os leilões de Pepro de bor-racha e de laranja.

Também será realizada a venda dos estoques públicos de arroz no dia 23, autorizada pelo Conselho Interminis-terial de Estoques Públicos de Alimentos (Ciep).

Os volumes e preços dos grãos se-rão defi nidos e divulgados oportunamen-te em edital da Conab.

Até o presente momento, já foram apoiados pelo Governo Federal, por meio de leilão de Pepro, 498 mil toneladas de algodão, envolvendo recursos de R$ 122,74 milhões; escoados 5,77 milhões de toneladas de milho, com R$ 253,8 mi-lhões; 68 mil toneladas de trigo, com R$ 9,25 milhões; 13,5 milhões de caixas de laranja, com R$ 38,42 milhões. Foram adquiridas por AGF (Aquisição do gover-no federal) 33,15 mil toneladas de feijão, englobando R$ 49,53 milhões. Já as ven-das de arroz foram de 62,6 mil toneladas, que geraram R$ 43,5 milhões de receita.

Serão ofertadas 160 mil toneladas de trigo e, após este pregão, estão previstos mais dois leilões de Pepro

No próximo dia 23, será realizada a venda dos estoques públicos dearroz, autorizada pelo Ciep

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