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Anatomia e Fisiologia Humana 1 SUMÁRIO 1 - ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA .......................................................................................... 5 1.1 - CONCEITO DE ANATOMIA.................................................................................................................................. 5 1.2 - NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA .................................................................................................................... 5 1.3 - POSIÇÃO ANATÔMICA....................................................................................................................................... 5 1.4 - DIVISÃO DO CORPO HUMANO ........................................................................................................................... 5 1.4.1 - Cabeça................................................................................................................................................... 5 1.4.2 - Tronco .................................................................................................................................................... 6 1.4.3 - Membros ................................................................................................................................................ 6 1.5 - PLANOS ANATÔMICOS...................................................................................................................................... 6 2 - SISTEMAS DE SUSTENTAÇÃO ................................................................................................... 6 2.1 - SISTEMA ESQUELÉTICO.................................................................................................................................... 6 2.2 - ESQUELETO AXIAL ........................................................................................................................................... 7 2.2.1 - Caixa Craniana ...................................................................................................................................... 7 2.2.2 - Coluna vertebral .................................................................................................................................... 7 2.2.3 - Caixa Torácica ....................................................................................................................................... 7 2.3 - ESQUELETO APENDICULAR............................................................................................................................... 8 2.3.1 - Membros e Cinturas Articulares ............................................................................................................ 8 2.3.2 - Juntas e Articulações............................................................................................................................. 8 2.3.3 - Classificação dos Ossos........................................................................................................................ 9 3 - TECIDOS QUE FORMAM O CORPO HUMANO ......................................................................... 10 3.1 - TECIDO ÓSSEO.............................................................................................................................................. 10 3.2 - TECIDO CARTILAGINOSO ................................................................................................................................ 10 3.2.1 - Cartilagem Hialina ............................................................................................................................... 11 4 - SISTEMA ARTICULAR................................................................................................................ 11 5 - SISTEMA MUSCULAR ................................................................................................................ 11 5.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS .................................................................................................................... 12 5.2 - PRINCIPAIS MÚSCULOS ESTRIADOS ................................................................................................................ 13 5.2.1 - Músculo da Cabeça ............................................................................................................................. 13 5.2.2 - Músculos do Tronco ............................................................................................................................ 13 5.2.3 - Músculos dos Membros Superiores .................................................................................................... 13 5.3 - MÚSCULOS LISOS .......................................................................................................................................... 14 5.3.1 - Tipos de Músculos Lisos ..................................................................................................................... 14

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  • Anatomia e Fisiologia Humana

    1

    SUMRIO

    1 - ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA .......................................................................................... 5

    1.1 - CONCEITO DE ANATOMIA .................................................................................................................................. 5

    1.2 - NORMAL E VARIAO ANATMICA .................................................................................................................... 5

    1.3 - POSIO ANATMICA ....................................................................................................................................... 5

    1.4 - DIVISO DO CORPO HUMANO ........................................................................................................................... 5

    1.4.1 - Cabea................................................................................................................................................... 5

    1.4.2 - Tronco .................................................................................................................................................... 6

    1.4.3 - Membros ................................................................................................................................................ 6

    1.5 - PLANOS ANATMICOS ...................................................................................................................................... 6

    2 - SISTEMAS DE SUSTENTAO ................................................................................................... 6

    2.1 - SISTEMA ESQUELTICO .................................................................................................................................... 6

    2.2 - ESQUELETO AXIAL ........................................................................................................................................... 7

    2.2.1 - Caixa Craniana ...................................................................................................................................... 7

    2.2.2 - Coluna vertebral .................................................................................................................................... 7

    2.2.3 - Caixa Torcica ....................................................................................................................................... 7

    2.3 - ESQUELETO APENDICULAR ............................................................................................................................... 8

    2.3.1 - Membros e Cinturas Articulares ............................................................................................................ 8

    2.3.2 - Juntas e Articulaes ............................................................................................................................. 8

    2.3.3 - Classificao dos Ossos ........................................................................................................................ 9

    3 - TECIDOS QUE FORMAM O CORPO HUMANO ......................................................................... 10

    3.1 - TECIDO SSEO .............................................................................................................................................. 10

    3.2 - TECIDO CARTILAGINOSO ................................................................................................................................ 10

    3.2.1 - Cartilagem Hialina ............................................................................................................................... 11

    4 - SISTEMA ARTICULAR................................................................................................................ 11

    5 - SISTEMA MUSCULAR ................................................................................................................ 11

    5.1 - CLASSIFICAO DOS MSCULOS .................................................................................................................... 12

    5.2 - PRINCIPAIS MSCULOS ESTRIADOS ................................................................................................................ 13

    5.2.1 - Msculo da Cabea ............................................................................................................................. 13

    5.2.2 - Msculos do Tronco ............................................................................................................................ 13

    5.2.3 - Msculos dos Membros Superiores .................................................................................................... 13

    5.3 - MSCULOS LISOS .......................................................................................................................................... 14

    5.3.1 - Tipos de Msculos Lisos ..................................................................................................................... 14

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    6 - SISTEMA NERVOSO................................................................................................................... 14

    6.1 - SISTEMA NERVOSO CENTRAL ......................................................................................................................... 14

    6.1.1 - Crebro ................................................................................................................................................ 14

    6.1.2 - Cerebelo ............................................................................................................................................... 15

    6.1.3 - Tronco Cerebral ................................................................................................................................... 15

    6.1.4 - Medula Espinhal .................................................................................................................................. 15

    6.1.5 - As Meninges ........................................................................................................................................ 16

    6.2 - SISTEMA NERVOSO PERIFRICO ..................................................................................................................... 16

    6.2.1 - Nervos Raquidianos ou Espinhais ....................................................................................................... 16

    6.2.2 - Nervos Cranianos ................................................................................................................................ 17

    6.3 - SISTEMA NERVOSO AUTNOMO ...................................................................................................................... 18

    6.3.1 - Partes do Sistema Nervoso Autnomo ................................................................................................ 18

    6.3.2 - Sistema Nervoso Simptico e Parassimptico .................................................................................... 18

    6.3.3 - Sistema Nervoso Somtico ou Visceral ............................................................................................... 19

    6.4 - REFLEXOS MEDULARES .................................................................................................................................. 19

    7 - SISTEMA CIRCULATRIO ......................................................................................................... 19

    7.1 - VASOS SANGUNEOS ...................................................................................................................................... 19

    7.2 - CORAO ...................................................................................................................................................... 20

    7.3 - SISTEMA DE CIRCULAO DO SANGUE ............................................................................................................ 20

    7.4 - AO BOMBEADORA DO CORAO ................................................................................................................. 20

    7.5 - ALGUNS DISTRBIOS CARDACOS ................................................................................................................... 21

    8 - SISTEMA RESPIRATRIO ......................................................................................................... 22

    8.1 - DIVISO DO SISTEMA RESPIRATRIO .............................................................................................................. 22

    8.2 - RGOS DO SISTEMA RESPIRATRIO ............................................................................................................. 22

    8.3 - MECNICA DA RESPIRAO ............................................................................................................................ 23

    8.4 - MSCULOS QUE FAZEM PARTE DO PROCESSO RESPIRATRIO ......................................................................... 23

    8.5 - A CIRCULAO PULMONAR ............................................................................................................................. 24

    9 - SISTEMA DIGESTRIO .............................................................................................................. 25

    9.1 - OS RGOS DO SISTEMA DIGESTIVO .............................................................................................................. 25

    9.2 - PERITNIO ..................................................................................................................................................... 27

    9.3 - MOVIMENTOS GASTRINTESTINAIS ................................................................................................................... 27

    9.3.1 - Peristaltismo ......................................................................................................................................... 27

    9.3.2 - Movimentos de Mistura ........................................................................................................................ 27

    9.4 - PROCESSO DE DEGLUTIO ........................................................................................................................... 28

    9.5 - SECREES .................................................................................................................................................. 28

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    10 - SISTEMA ENDCRINO ............................................................................................................. 28

    10.1 - HIPFISE OU PITUITRIA .............................................................................................................................. 29

    10.2 - GLNDULA TIREOIDE .................................................................................................................................... 29

    10.3 - GLNDULAS PARATIREOIDES ........................................................................................................................ 29

    10.4 - GLNDULA SUPRA-RENAL ............................................................................................................................ 29

    10.5 - CORPO PINEAL, TIMO, GNADAS .................................................................................................................. 30

    11 - SISTEMA URINRIO ................................................................................................................. 30

    11.1 - RGOS DO SISTEMA URINRIO ................................................................................................................... 30

    11.1.1 - Rim ..................................................................................................................................................... 30

    11.1.2 - Bacinetes ........................................................................................................................................... 31

    11.1.3 - Ureteres ............................................................................................................................................. 31

    11.1.4 - Bexiga Urinria .................................................................................................................................. 31

    11.1.5 - Uretra ................................................................................................................................................. 32

    11.2 - FORMAO E EXCREO DA URINA .............................................................................................................. 32

    11.2.1 - O Reflexo da Mico ......................................................................................................................... 32

    12 - SISTEMA GENITAL FEMININO ................................................................................................ 32

    12.1 - RGOS GENITAIS FEMININOS ..................................................................................................................... 32

    12.1.1 - Ovrios............................................................................................................................................... 33

    12.1.2 - Tubas Uterinas .................................................................................................................................. 33

    12.1.3 - tero .................................................................................................................................................. 33

    12.1.4 - Vagina ................................................................................................................................................ 33

    12.1.5 - Clitris e o Bulbo do Vestbulo .......................................................................................................... 33

    12.1.6 - Monte Pbico, Lbios Maiores e Menores ........................................................................................ 33

    13 - SISTEMA GENITAL MASCULINO ............................................................................................ 34

    13.1 - RGOS GENITAIS MASCULINOS .................................................................................................................. 34

    13.1.1 - Testculos .......................................................................................................................................... 34

    13.1.2 Ducto dos Testculos, Epiddimo, Ducto Deferente, Ducto Ejaculatrio e Uretra ............................ 34

    13.1.3 - Pnis .................................................................................................................................................. 34

    13.1.4 - Vesculas Seminais, Prstata e Glndulas Bulbouretrais ................................................................. 35

    13.1.5 - Corpos Cavernosos e Corpo Esponjoso do Pnis ............................................................................ 35

    13.1.6 - Escroto ............................................................................................................................................... 35

    14 - SISTEMA SENSORIAL.............................................................................................................. 35

    14.1 - VISO ......................................................................................................................................................... 36

    14.2 - AUDIO ..................................................................................................................................................... 37

    14.3 - PALADAR ..................................................................................................................................................... 38

    14.4 - OLFATO ....................................................................................................................................................... 38

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    14.5 - TATO ........................................................................................................................................................... 39

    15 - SISTEMA TEGUMENTAR ......................................................................................................... 39

    15.1 - EPIDERME ................................................................................................................................................... 39

    15.2 - DERME ........................................................................................................................................................ 39

    15.3 - HIPODERME ................................................................................................................................................. 40

    15.4 - ANEXOS DA PELE ......................................................................................................................................... 40

    15.4.1 - Pelos .................................................................................................................................................. 40

    15.4.2 - Unhas ................................................................................................................................................. 40

    15.4.3 - Glndulas Sebceas .......................................................................................................................... 40

    15.4.4 - Glndulas Sudorparas ...................................................................................................................... 41

    16 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................................... 41

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    1 - Anatomia e Fisiologia Humana

    1.1 - Conceito de Anatomia

    No seu conceito mais amplo, a Anatomia a cincia que estuda, macro e microscopicamente, a constituio e o desenvolvimento dos seres organizados. A amplitude da anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanas a longo prazo da estrutura, no curso de evoluo, passando pelas das mudanas de durao intermediria em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; at as mudanas de curto prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal.

    Seu estudo tem uma longa e interessante histria, desde os primrdios da civilizao humana. Inicialmente limitada ao observvel a olho nu e pela manipulao dos corpos, expandiu-se, ao longo do tempo, graas a aquisio de tecnologias inovadoras.

    1.2 - Normal e Variao Anatmica

    Normal, para o anatomista, o estatisticamente mais comum, ou seja, o que encontrado na maioria dos casos. Variao anatmica qualquer fuga do padro sem prejuzo da funo.

    Quando ocorre prejuzo funcional trata-se de uma anomalia e no de uma variao. Se a anomalia for to acentuada que deforme profundamente a construo do corpo, sendo, em geral, incompatvel com a vida, uma monstruosidade.

    1.3 - Posio Anatmica

    Para evitar o uso de termos diferentes nas descries anatmicas, considerando-se que a posio pode ser varivel, optou-se por uma posio padro, denominada posio de descrio anatmica (posio anatmica). Nela o indivduo est em posio ereta (em p, posio ortosttica ou bpede), com a face voltada para frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos ps dirigidas para frente.

    1.4 - Diviso do Corpo Humano

    O corpo humano divide-se em cabea, tronco e membros.

    1.4.1 - Cabea

    A cabea dividida em duas partes: crnio e face. O crnio contm o encfalo no seu interior, na chamada cavidade craniana. A face a sede dos rgos dos sentidos da viso, audio, olfato e paladar.

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    1.4.2 - Tronco

    O tronco dividido em pescoo, trax, abdome e pelve.

    1.4.3 - Membros

    Membros superiores e membros inferiores.

    1.5 - Planos Anatmicos

    No momento em que projetamos um eixo sobre outro temos um plano. Existem quatro planos principais:

    1. O Plano Sagital, formado pelo deslocamento do eixo ntero-posterior ao longo do eixo longitudinal;

    2. O Plano Sagital Mediano, formado pelo deslocamento do eixo ntero-posterior ao longo do eixo longitudinal na linha mediana, dividindo o corpo em duas metades aparentemente simtricas, denominadas antmeros;

    3. O Plano Transversal ou Horizontal, formado pelo deslocamento do eixo de largura ao longo do eixo ntero-posterior. Uma srie sucessiva de planos transversais divide o corpo em segmentos denominados metmeros;

    4. O Plano Frontal ou Coronal, formado pelo deslocamento do eixo de largura ao longo do eixo longitudinal, dividindo o corpo em pores chamadas de paqumeros.

    2 - Sistemas de Sustentao

    2.1 - Sistema Esqueltico

    Alm de dar sustentao ao corpo, o esqueleto protege os rgos internos e fornece pontos de apoio para a fixao dos msculos. Ele constitui-se de pecas sseas (ao todo 208 ossos no individuo adulto) e cartilaginosas articuladas, que formam um sistema de alavancas movimentadas pelos msculos.

    O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes:

    1 Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torcica.

    2 Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas escapulas e clavculas; cintura plvica, formada pelos ossos ilacos (da bacia) e o esqueleto dos membros (superiores ou anteriores e inferiores ou posteriores).

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    2.2 - Esqueleto Axial

    2.2.1 - Caixa Craniana

    Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenoide, nasal, lacrimais, malares ("macas do rosto" ou zigomtico), maxilar superior e mandbula (maxilar inferior).

    2.2.2 - Coluna vertebral

    E uma coluna de vrtebras que apresentam cada uma um buraco, que se sobrepem constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; e dividida em regies tpicas que so: coluna cervical (regio do pescoo), coluna torcica, coluna lombar, coluna sacral, coluna cocciciana (cccix).

    2.2.3 - Caixa Torcica

    E formada pela regio torcica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que so em numero de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no esterno), 3 falsas (se renem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores livres, no se fixando ao esterno).

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    2.3 - Esqueleto Apendicular

    2.3.1 - Membros e Cinturas Articulares

    Cada membro superior e composto de brao, antebrao, pulso e mo. O osso do brao - mero - articula-se no cotovelo com os ossos do antebrao: rdio e ulna. O pulso constitui-se de ossos pequenos e macios, os carpos. A palma da Mao e formada pelos metacarpos e os dedos, pelas falanges.

    Cada membro inferior compe-se de coxa, perna, tornozelo e p. O osso da coxa e o fmur, o mais longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois ossos da perna: a tbia e a fbula. A regio frontal do joelho esta protegida por um pequeno osso circular: a rtula. Ossos pequenos e macios, chamados tarsos, formam o tornozelo.

    A planta do p e constituda pelos metatarsos e os dedos dos ps (artelhos), pelas falanges.

    Os membros esto unidos ao corpo mediante um sistema sseo que toma o nome de cintura ou de cinta. A cintura superior se chama cintura torcica ou escapular (formada pela clavcula e pela escpula ou omoplata); a inferior se chama cintura plvica, popularmente conhecida como bacia (constituda pelo sacro - osso volumoso resultante da fuso de cinco vrtebras, por um par de ossos ilacos e pelo cccix, formado por quatro a seis

    vrtebras rudimentares fundidas). A primeira sustenta o mero e com ele todo o brao; a segunda d apoio ao fmur e a toda a perna.

    2.3.2 - Juntas e Articulaes

    Junta e o local de juno entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as do crnio, so fixas; nelas os ossos esto firmemente unidos entre si. Em outras juntas, denominadas articulaes, os ossos so moveis e permitem ao esqueleto realizar movimentos.

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    2.3.3 - Classificao dos Ossos

    Os ossos so classificados de acordo com a sua forma em:

    A - Longos: tem duas extremidades ou epfises; o corpo do osso e a difise; entre a difise e cada epfise fica a metfise. A difise e formada por tecido sseo compacto, enquanto a epfise e a metfise, por tecido sseo esponjoso. Exemplos: fmur, mero.

    B - Curtos: tm as trs extremidades praticamente equivalentes e so encontrados nas mos e nos ps. So constitudos por tecido sseo esponjoso. Exemplos: calcneo, tarsos, carpos.

    C - Planos ou Chatos: so formados por duas camadas de tecido sseo compacto, tendo entre elas uma camada de tecido sseo esponjoso e de medula ssea Exemplos: esterno, ossos do crnio, ossos da bacia, escapula.

    O interior dos ossos e preenchido pela medula ssea, que, em parte e amarela, funcionando como deposito de lipdeos, e, no restante, e vermelha e gelatinosa, constituindo o local de formao das clulas do sangue, ou seja, de hematopoese. O tecido hemopoitico e popularmente conhecido por "tutano". As maiores quantidades de tecido hematopoitico esto nos ossos da bacia e no esterno. Nos ossos longos, a medula ssea vermelha e encontrada principalmente nas epfises.

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    Diferenas entre o esqueleto masculino e feminino:

    3 - Tecidos Que Formam o Corpo Humano

    Um agrupamento de clulas podem formar tecidos diferentes, estes, por sua vez, formam distintos rgos que interagem para desempenhar determinada funo no organismo, resultando ento, em um sistema.

    O corpo humano constitudo por vrios sistemas, cada um deles executando tarefas distintas; que devem estar sintonizados e funcionando de forma integrada e harmnica, para manter a sade do organismo.

    3.1 - Tecido sseo

    O tecido sseo possui um alto grau de rigidez e resistncia a presso. Por isso, suas principais funes esto relacionadas a proteo e a sustentao. Tambm funciona como alavanca e apoio para os msculos, aumentando a coordenao e a forca do movimento proporcionado pela contrao do tecido muscular.

    Os ossos ainda so grandes armazenadores de substancias, sobretudo de ons de clcio e fosfato.

    3.2 - Tecido Cartilaginoso

    O tecido cartilaginoso e uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistncia rgida. Desempenha a funo de suporte de tecidos moles, reveste superfcies articulares onde absorve choques, facilita os deslizamentos e essencial para a formao e crescimento dos ossos longos. A

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    cartilagem e um tipo de tecido conjuntivo composto exclusivamente de clulas chamadas condrcitos e de uma matriz extracelular altamente especializada.

    3.2.1 - Cartilagem Hialina

    Forma o esqueleto inicial do feto; No osso longo do adulto, a cartilagem hialina esta presente somente na superfcie articular. No adulto, tambm esta presente como unidade esqueltica na traqueia, nos brnquios, na laringe, no nariz e nas extremidades das costelas (cartilagens costais).

    4 - Sistema Articular

    Articulao ou juntura e a conexo entre duas ou mais pecas esquelticas (ossos ou cartilagens). Essas unies no s colocam as pecas do esqueleto em contato, como tambm permitem que o crescimento sseo ocorra e que certas partes do esqueleto mudem de forma durante o parto. Alm disto, capacitam que partes do corpo se movimentem em resposta a contrao muscular.

    Embora apresentem considerveis variaes entre elas, as articulaes possuem certos aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem classific-las em trs grandes grupos: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais.

    Fibrosas: unidas por tecido fibroso;

    Cartilaginosas: unidas por cartilagens ou por uma combinao de cartilagem e tecido fibroso;

    Sinoviais: unidas por cartilagem com uma membrana sinovial que circunda a cavidade articular. Para a obteno de um desempenho adequado sem atritos, a maioria dessas articulaes possui um lubrificante denominado liquido sinovial, razo de seu nome.

    A juno com os ossos pode ser do tipo mvel, semimvel ou fixa. A articulao do ombro com o brao permite a realizao de amplos movimentos, como o de girar o brao em vrias direes.

    Os principais movimentos articulares so:

    Flexo: diminui o ngulo entre as partes do corpo;

    Extenso: corrige ou aumenta o ngulo entre as partes do corpo;

    Abduo: afasta parte do corpo do plano sagital mediano no plano coronal;

    Aduo: aproxima parte do corpo do plano sagital mediano no plano coronal - exceo feita aos dedos das mos e ps, nos quais abduo significa separ-los a aduo, junt-los;

    Rotao: mover uma parte do corpo ao redor do seu eixo longitudinal.

    5 - Sistema Muscular

    Nos seres multicelulares, as clulas diferenciam-se para realizar funes especficas. As clulas musculares especializam-se para a contrao e o relaxamento. Elas agrupam-se em feixes para formar as massas denominadas msculos. A musculatura, alm de tornar possvel o movimento, mantm unidas as peas sseas que determinam a posio e a postura do esqueleto.

    Os msculos so fixados por tendes ou aponeuroses (lminas) aos ossos, ao tecido conjuntivo, a outros

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    msculos, aos tecidos mveis ou pele. Variam de tamanho e formato, de acordo com a atividade pela qual so responsveis. O tecido muscular de origem mesodrmica, sendo caracterizado pela propriedade de contrao e distenso de suas clulas, o que determina a movimentao dos membros e das vsceras. Ha basicamente trs tipos de tecido muscular: liso, estriado esqueltico e estriado cardaco.

    Msculo liso: o msculo involuntrio localiza-se na pele, rgos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sanguneos e aparelho excretor. O estimulo para a contrao dos msculos lisos e mediado pelo sistema nervoso vegetativo.

    Msculo estriado esqueltico: e inervado pelo sistema nervoso central e, como este se encontra em parte sob controle consciente, chama-se msculo voluntario. As contraes do msculo esqueltico permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto.

    Msculo cardaco: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do corao dos vertebrados. O msculo cardaco carece de controle voluntario.

    5.1 - Classificao dos Msculos

    Os msculos podem ser classificados quanto (ao):

    Forma: os msculos so longos (ex.: msculo esternocleidomastideo) ou msculos largos (ex: msculo glteo);

    Origem: quando se originam de mais de um tendo, diz-se que apresentam mais de uma

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    cabea de origem. So classificados em msculos bceps (msculo bceps braquial), trceps (msculo trceps da coxa), quadrceps (quadrceps da coxa);

    Ventre muscular: os msculos podem apresentar mais de um ventre. So digstricos os que apresentam dois ventres (ex.: msculo digstrico) e poligstricos, os que apresentam nmero maior (ex.: msculo reto do abdome);

    Insero: podem inserir-se em mais de um tendo. Quando em dois tendes, so os bicaudados; em trs ou mais, so policaudados;

    Ao: em relao contrao muscular, podem ser classificados como flexor (inclinao ao nvel de uma articulao); extensor, adutor (movimento em direo linha mdia do corpo), abdutor (ao de mover-se para longe da linha mdia do corpo); rotador medial, rotador lateral, pronador (vira a palma da mo); supinador (vira a palma da mo para baixo); flexor plantar, flexor dorsal; inverso (vira a sola do p para baixo); everso (vira a sola do p para cima); protao (mandbula projetada para diante); retrao (mandbula fracionada para trs);

    Funo: quando um msculo o agente principal na execuo de um movimento, considerado um agonista. Quando se ope ao trabalho de um agonista, chama-se antagonista. Quando atua no sentido de eliminar algum movimento indesejado que poderia ser produzido pelo agonista, ele sinergista.

    5.2 - Principais Msculos Estriados

    5.2.1 - Msculo da Cabea

    Frontal: situa-se sobre o osso frontal e produz as rugas da testa;

    Orbicular do olho: fecha fortemente o olho;

    Bucinador: forma a bochecha e expele o ar da boca;

    Risrio: prende-se no canto dos lbios e, quando se contrai, provoca o sorriso;

    Orbicular da boca: situa-se em torno da boca e fecha os lbios;

    Masseteres: movimentam o maxilar inferior, especialmente na mastigao.

    5.2.2 - Msculos do Tronco

    Esternocleidomastideo: situa-se no pescoo e responsvel pela rotao da cabea;

    Peitoral maior: leva o brao pra frente;

    Grande dorsal: leva o brao pra trs;

    Intercostais externos: auxiliam a inspirao;

    Reto do abdome: flexiona o trax sobre o abdome;

    Trapzio: situa-se na nuca e nas costas e serve para elevar os ombros;

    Oblquos: flexionam e giram o tronco;

    Diafragma: o principal msculo da respirao. Situa-se entre o trax e o abdome.

    5.2.3 - Msculos dos Membros Superiores

    Deltide: est localizado entre a parte lateral e superior do brao;

    Bceps: situa-se na frente do brao, flexiona o antebrao sobre o brao;

    Trceps: fica atrs do brao, possui funo contrria do bceps, ou seja, estende o antebrao;

    Supinador: localiza-se no antebrao e gira a palma da mo ara cima;

    Pronador: tambm est localizado no antebrao, mas volta a palma da mo para baixo;

    Flexores e extensores dos dedos: situam-se no antebrao e flexionam e estendem os dedos da mo.

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    5.3 - Msculos Lisos

    A estriao no existe nos msculos viscerais, que se chamam, portanto, msculos lisos. Os msculos viscerais so tambm constitudos de fibras fusiformes, mas muito mais curtas do que as fibras musculares esquelticas: tem, na verdade, um tamanho que varia de 30 a 450 mcrons.

    5.3.1 - Tipos de Msculos Lisos

    Msculo liso multiunitrio: formado por fibras musculares lisas distintas.

    Msculo liso visceral: encontrado na maior parte dos rgos do corpo (intestino, vias biliares, ureteres, tero e dos pequenos vasos sanguneos).

    6 - Sistema Nervoso

    O sistema nervoso controla e coordena as funes de todos os sistemas do organismo e ao receber estmulos aplicados superfcie do corpo capaz de interpret-los e desencadear respostas adequadas a eles.

    O sistema nervoso dividido em duas partes principais:

    Sistema nervoso central (SNC);

    Sistema nervoso perifrico (SNP).

    6.1 - Sistema Nervoso Central

    O sistema nervoso central uma poro de recepo de estmulos e de comando desencadeadora de respostas; est dividido em medula espinhal e encfalo. Este localiza-se dentro da caixa craniana e constitudo por trs rgos: crebro, cerebelo e tronco cerebral. A medula espinhal situa-se dentro coluna vertebral.

    6.1.1 - Crebro

    o rgo mais volumoso e fundamental do sistema nervoso, pois controla os movimentos, recebe e interpreta os estmulos sensitivos, coordena os atos da inteligncia, memria, do raciocnio e da imaginao. Divide-se em duas partes denominadas hemisfrios cerebrais, que esto ligados um ao

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    outro pelo corpo caloso. Os hemisfrios cerebrais possuem quatro lobos:

    Lobo frontal: o maior lobo. Essa rea controla o afeto, a personalidade, o raciocnio e as inibies dos impulsos individuais;

    Lobo parietal: um lobo sensitivo. Essa rea permite a interpretao das sensaes;

    Lobo temporal: nele so encontrados os sentidos do paladar, do olfato e da audio;

    Lobo occipital: responsvel pela interpretao das sensaes visuais.

    6.1.2 - Cerebelo

    O cerebelo situa-se embaixo e na parte posterior do crebro. Divide-se em duas massas denominadas lobos cerebelos. Os lobos so ligados, no centro, pelo verme cerebelar. A funo do cerebelo coordenar os movimentos do corpo, manter seu equilbrio e regular o tnus muscular.

    6.1.3 - Tronco Cerebral

    O tronco cerebral localiza-se embaixo do crebro e na frente do cerebelo. Sua funo conduzir os impulsos nervosos do crebro para a medula espinhal e vice-versa e produzir os estmulos nervosos que controlam muitas atividades vitais no nosso organismo. no tronco cerebral que se encontra a regio que controla os movimentos cardacos e respiratrios.

    6.1.4 - Medula Espinhal

    A medula espinhal um tubo nervoso que possui uma substncia branca na parte externa e a cinzenta, na interna. A substncia branca formada por feixes de fibras ascendentes e descendentes que passam de uma a outra regio da medula. Ela conduz os impulsos nervosos do corpo para o crebro e vice-versa. A substncia cinzenta se dispe na forma de um H, cujos ramos do origem s razes nervosas que

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    saem da medula. Essa substncia produz os impulsos relacionados aos movimentos voluntrios, aos atos reflexos (como retirar rapidamente a mo de uma superfcie muito quente) alm de controlar certas funes internas.

    Nessa substncia so encontrados quase todos os tipos de circuitos. Ex: os circuitos reverberativos que determinam a maioria das atividades motoras da medula espinhal.

    6.1.5 - As Meninges

    Os rgos do sistema nervoso central so envolvidos e protegidos por trs membranas denominadas meninges. A membrana externa a mais resistente e chama-se dura-mter. A do meio chama-se aracnide e possui formato de filamentos entrelaados que se parecem com os de uma teia de aranha. A membrana mais interna est unida aos rgos internos e denominada pia-mter.

    Entre a aracnide e a pia-mter circula um lquido chamado liquor ou liquido cefalorraquidiano. A funo do liquor proteger os rgos contra choques e pancadas.

    6.2 - Sistema Nervoso Perifrico

    O sistema nervoso perifrico formado por um conjunto de nervos que podem ser classificados em dois tipos: raquidianos e cranianos.

    6.2.1 - Nervos Raquidianos ou Espinhais

    Os nervos raquidianos so em nmero de 31 pares que se ramificam por todo o corpo. De acordo com a regio da coluna vertebral, os nervos raquidianos distribuem-se da seguinte forma:

    Oito pares de nervos cervicais;

    Doze pares de nervos torcicos;

    Cinco pares de nervos torcicos;

    Seis pares de nervos sacros.

    Esses nervos so formados pelas razes nervosas que se iniciam nos ramos que formam o H da substncia cinzenta da medula espinhal.

    Quanto transmisso dos estmulos nervosos, os nervos raquidianos podem ser de trs tipos:

    Sensitivos: levam os estmulos nervosos do corpo para o crebro;

    Motores: levam os estmulos nervosos do crebro para o corpo;

    Mistos: so sensitivos e motores simultaneamente.

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    O nervo espinhal formado pela fuso de duas razes: uma ventral e outra dorsal. A raiz ventral possui fibras motoras, e a raiz dorsal, fibras sensitivas. Os ramos dorsais inervam a pele e os msculos do dorso; os ventrais so responsveis pela inervao dos membros e da poro ntero-lateral do tronco.

    6.2.2 - Nervos Cranianos

    Os nervos cranianos so constitudos por 12 pares que fazem conexo com o encfalo e se distribuem-se pelo corpo. Podem ser sensitivos, motores e mistos.

    Relao dos doze pares de nervos cranianos e suas respectivas funes:

    ptico (sensitivo): conduz os estmulos de luz do globo ocular para o crebro;

    Oculomotor (motor): estimula a contrao dos msculos que movimentam os olhos para baixo e para cima;

    Abducente (motor): estimula certos msculos dos olhos, movimentando-os lateralmente;

    Vestbulo-coclear (sensitivo): conduz para o crebro os estmulos sonoros e os impulsos responsveis pelo equilbrio;

    Olfativo (sensitivo): conduz os estmulos do olfato para o crebro;

    Trignero (misto): leva o crebro a sensibilidade da parte superior da face e dos dentes. Estimula tambm os msculos que movimentam o maxilar inferior;

    Glossofarngeo (misto): conduz os estmulos do paladar para o crebro e movimenta os msculos da faringe;

    Hipoglosso (motor): estimula os msculos da lngua;

    Troclear (motor): estimular certos msculos dos olhos, movimentando-os para os lados e para baixo;

    Facial (misto): estimula os msculos da face, as glndulas salivares e as lacrimais;

    Pneumogstrico ou vago (misto): estimula o corao, os pulmes, o estmago e o intestino, entre outros rgos, dando movimento e sensibilidade s vsceras;

    Acessrio (motor): estimula os msculos do pescoo, permitindo a fonao e os movimentos da cabea e da faringe.

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    6.3 - Sistema Nervoso Autnomo

    O sistema nervoso autnomo aquele que funciona independentemente da vontade; ele controla as funes da vida vegetativa, como a digesto e a respirao.

    6.3.1 - Partes do Sistema Nervoso Autnomo

    O sistema nervoso autnomo compe-se de trs partes:

    Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Eles so formados por pequenas dilataes denominadas gnglios, num total de 23 pares;

    Um conjunto de nervos que ligam os gnglios nervosos a todos os rgos do corpo;

    Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gnglios aos nervos raquidianos, fazendo com que o sistema autnomo no seja totalmente independente do sistema nervoso cefalorraquidiano.

    6.3.2 - Sistema Nervoso Simptico e Parassimptico

    O sistema nervoso autnomo divide-se em simptico e parassimptico. De modo geral, esse dois sistemas tm funes contrrias.

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    6.3.3 - Sistema Nervoso Somtico ou Visceral

    O sistema nervoso pode ser tambm dividido em somtico e visceral. O somtico denominado de sistema nervoso da vida de relao. Para isso a parte aferente conduz aos centros nervosos impulsos, que informam sobre o meio ambiente. Por outro lado, a parte eferente leva aos msculos esquelticos o comando dos centros nervosos, resultando movimentos que levam a um maior relacionamento com o meio externo.

    O sistema nervoso visceral ou de vida vegetativa, relaciona-se com a inervao das estruturas viscerais. Esse sistema se divide em uma parte aferente e outra eferente. A parte aferente conduz os impulsos nervosos originados das vsceras para a rea especifica no sistema nervoso central. E a eferente traz impulsos de alguns centros nervosos ate as estruturas viscerais, terminando em glndulas, msculo liso ou msculo cardaco.

    6.4 - Reflexos Medulares

    O reflexo nervoso a reao motora produzida por um sinal sensorial. Trs elementos essenciais devem estar presentes para que um reflexo ocorra: um rgo receptor, um sistema neural de transmisso e um rgo efetor. Todos os receptores sensoriais neurais so rgos receptores para reflexos, e todos os msculos do corpo, sejam msculos lisos ou estriados, so efetores. As clulas glandulares que podem ser estimuladas por impulsos nervosos so, tambm, rgos efetores.

    7 - Sistema Circulatrio

    O sistema circulatrio um sistema fechado, constitudo por vasos nos quais circulam o sangue e a linfa. Para que o sangue e a linfa possam circular pelos vasos, existe um rgo chamado corao que funciona como uma bomba contrtil-propulsora. A funo bsica do sistema circulatrio levar material nutritivo e oxignio para as clulas.

    7.1 - Vasos Sanguneos

    Os vasos sanguneos so tubos distribudos por todo o organismo, onde o sangue circula. Existem trs tipos de vasos sanguneos:

    Artrias: vasos amarelados que saem do corao e conduzem o sangue para todas as partes do corpo. So tubos cilindroides e elsticos. Em relao ao calibre podem ser classificadas em grandes, mdias e grossas. E levando em conta a estrutura e a funo, so classificadas em elsticas, distribuidoras e arterolas. Tambm podem ser superficiais (calibre reduzido) e profundas (acompanhadas por uma ou duas veias).

    Veias: so vasos que conduzem o sangue de todas as partes do corpo para o corao. As veias so tubos por onde o sangue circula centripetamente em relao a esse rgo. Elas fazem sequncia aos capilares e transportam o sangue que j sofreu trocas com os tecidos. Podem ser de grande, mdio ou grosso calibre.

    Capilares: ramificaes muito finas das artrias e veias. Podemos classificar os capilares em arteriais (que so ramificaes das artrias) e venosos (que so ramificaes das veias). Os capilares so vasos sanguneos microscpicos, interpostos entre as veias e artrias, onde so processadas as trocas entre o sangue e os tecidos.

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    7.2 - Corao

    O corao e um rgo muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400 gramas.

    O corao humano, como o dos demais mamferos, apresenta quatro cavidades: duas superiores, denominadas trios e duas inferiores, denominadas ventrculos. O trio direito comunica-se com o ventrculo direito atravs da vlvula tricspide. O trio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrculo esquerdo atravs da vlvula bicspide ou mitral. A funo das vlvulas cardacas e garantir que o sangue siga uma nica direo, sempre dos trios para os ventrculos.

    As cmaras cardacas contraem-se e dilatam-se alternadamente 70 vezes por minuto, em media. O processo de contrao de cada cmara do miocrdio (msculo cardaco) denomina-se sstole. O relaxamento, que acontece entre uma sstole e a seguinte, e a distole.

    7.3 - Sistema de Circulao do Sangue

    O sistema de circulao a passagem do sangue atravs dos vasos. Faz-se por meio de duas correntes que partem ao mesmo tempo do corao.

    So elas:

    Pequena circulao (Pulmonar): sai do ventrculo direito atravs tronco pulmonar e se dirige aos capilares pulmonares, onde se processa a troca de CO2 por O2. O sangue oxigenado resultante levado pelas veias pulmonares e lanado no trio esquerdo, de onde passar para o ventrculo esquerdo;

    Grande circulao (Sistmica): sai do ventrculo esquerdo pela artria aorta e chega a todos os tecidos.

    Aps as trocas, o sangue sujo retorna ao corao pelas veias cavas onde desemboca no trio direito e passa para o ventrculo direito.

    7.4 - Ao Bombeadora do Corao

    O corao formado por duas bombas distintas:

    O direito, que bombeia o sangue para os pulmes;

    O esquerdo, que bombeia o sangue para todas as outras partes do corpo.

    Os trios funcionam como bombas que foram a passagem de sangue adicional para os ventrculos, antes que ocorra a contrao ventricular. Esses ventrculos se contraem com grande fora e bombeiam

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    o sangue para os pulmes ou para a circulao sistmica. Portanto, os ventrculos so chamados de bomba de fora (ou de potncia).

    O corao possui quatro valvas distintas que permitem o fluxo do sangue para frente e impede seu refluxo. Duas dessas valvas, as atrioventriculares, funcionam como vlvulas de entrada para os ventrculos respectivos. As outras duas, as semilunares, funcionam como vlvulas de sada para os mesmos ventrculos.

    Quando o ventrculo se contrai, a presso exercida pelo sangue sobre as valvas atrioventriculares, de dentro para fora, fora seu fechamento de modo a impedir o refluxo do sangue ventricular para o trio. Ao mesmo tempo, a compresso do sangue pelas paredes ventriculares fora-o contra as valvas semilunares, fazendo com que se abram e permitindo o fluxo de sangue do ventrculo para a artria pulmonar ou a aorta.

    Em seguida, quando o ventrculo relaxa, a elevada presso do sangue nas paredes ventriculares fora-o contra as valvas semilunares, e as fecha, impossibilitando o retorno do sangue para o ventrculo. Ao mesmo tempo, o sangue que retorna ao corao pelas veias sistmicas abre as valvas atrioventriculares e, novamente, enche os ventrculos, na preparao de um novo ciclo de bombeamento.

    7.5 - Alguns Distrbios Cardacos

    Sopro no corao: E uma alterao no fluxo do sangue dentro do corao, provocada por problemas em uma ou mais vlvulas cardacas ou por leses nas paredes das cmaras. O problema pode ser diagnosticado de maneira mais precisa pelo exame de ecocardiograma, que mostra o fluxo sanguneo dentro do corao.

    Infarto do miocrdio: E a morte de uma rea do msculo cardaco, cujas clulas ficaram sem receber sangue com oxignio e nutrientes.

    Aterosclerose: Doena devida ao aparecimento, nas paredes das artrias, de depsitos contendo principalmente LDL colesterol (mau colesterol), mas tambm pequenas quantidades de fosfolipdios e gorduras neutras (placas de ateroma).

    Arteriosclerose: Processo de espessamento e endurecimento da parede das artrias, tirando-lhes a elasticidade. Decorre de proliferao conjuntiva em substituio as fibras elsticas.

    Hipertenso: O termo hipertenso significa presso arterial alta. Caracteriza-se por uma presso sistlica superior a 14cm de mercrio (14 cmHg = 140 mmHg) e uma presso diastlica superior a 9 cm de mercrio (9 cmHg ou 90 mmHg).

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    8 - Sistema Respiratrio

    A respirao uma das caractersticas bsicas para a sobrevivncia dos seres vivos. O sistema respiratrio formado por um conjunto de rgos responsveis pela:

    Ventilao: entrada e sada do ar dos pulmes;

    Difuso: troca dos gases ao nvel dos alvolos;

    Perfuso: mistura dos gases na circulao sangunea.

    O sistema respiratrio humano e constitudo por um par de pulmes e por vrios rgos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses rgos so as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brnquios, os bronquolos e os alvolos, os trs ltimos localizados nos pulmes.

    8.1 - Diviso do Sistema Respiratrio

    O sistema pode ser dividido em poro de conduo e poro de respirao, que pertencem aos rgos tubulares, cuja funo levar o ar inspirado at a poro respiratria, representada pelos pulmes, e deste conduzir o ar expirado, eliminando o gs carbnico. Assim, Dos pulmes o ar inspirado conduzido atravs dos brnquios e traqueia. O sistema respiratrio tambm pode ser dividido em:

    Parte superior: fossas nasais, nasofaringe, faringe, laringe, traqueia;

    Parte inferior: pulmes, brnquios, bronquolos e alvolos.

    8.2 - rgos do Sistema Respiratrio

    Fossas nasais: desempenham um papel importante na fisiologia respiratria: promovem olfao, filtrao/ purificao, aquecimento/umedecimento, proteo das cavidades e vias areas inferiores.

    Faringe (garganta): uma tubo muscular associado aos sistemas respiratrio e digestivo. Trata-se de um canal que comum para a passagem de alimento ingerido e ar inspirado. Divide-se na traqueia e esfago, onde o alimento separado do ar.

    Laringe: um rgo tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoo que, alm de via aerfera, um rgo de fonao (cordas vocais). Anterior faringe e continuada pela traqueia.

    Traqueia: conjunto de anis cartilaginosos, tubo cilindroide, situada abaixo da laringe. Revestida por membrana mucosa (produtora de muco), alm de aquecer e umidificar o ar, retm impurezas;

    Brnquios: so duas ramificaes da traqueia que penetram nos pulmes. So formadas por anis cartilaginosos semelhantes aos da traqueia.

    Bronquolos: Ramificaes dos brnquios dentro dos pulmes. O conjunto de ramificaes chama-se arvore brnquica;

    Pulmes: esto contidos na cavidade torcica. Envoltos por um saco seroso completamente fechado (pleura); Forma cnica, esponjosos, a base descansa sobre o diafragma; Possuem estruturas pequenas em forma de cacho de uva e cheias de ar: Alvolos pulmonares (troca gasosa). Ramificaes de bronquolos (entrada e sada de ar).

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    8.3 - Mecnica da Respirao

    O principal msculo da respirao o diafragma que ao se contrair, alonga os pulmes (inspirao). A compresso do abdome eleva o diafragma, o que provoca a expirao. A elevao da parede torcica anterior tambm provoca inspirao; isso acontece pela elevao das costelas, desde a posio oblqua, para baixo, at a posio horizontal, o que aumenta o dimetro ntero-posterior do trax. De modo inverso, a depresso da parede anterior torcica produz expirao. A inspirao fora o ar a passar pela traqueia, brnquios, bronquolos, at os alvolos. Extensa rede de capilares pulmonares circula todas as paredes dos alvolos, permitindo a difuso do O2 para o sangue pulmonar e do CO2 do sangue para os alvolos. Quando o sangue arterial sistmico atinge os capilares dos tecidos perifricos, o oxignio difunde-se para as clulas. A cada inspirao, os alvolos so expandidos, enquanto, na expirao, o ar forado para fora dos alvolos at o exterior. Dessa forma, ocorre renovao contnua do ar nos alvolos, processo que chamado de ventilao pulmonar.

    8.4 - Msculos que Fazem Parte do Processo Respiratrio

    Inspiratrios: Os msculos inspiratrios produzem o aumento do volume da caixa torcica por dois meios distintos. Primeiro, a contrao do diafragma promove o descanso da parte inferior

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    da caixa torcica, o que a faz expandir em sentido vertical. Segundo, os intercostais externos e os msculos cervicais elevam a parte anterior da caixa torcica e fazem com que as costelas formem um ngulo menor com a vertical, alongando a espessura ntero-posterior.

    Expiratrios: Os principais msculos da expirao so os abdominais e, em menor grau, os intercostais internos. Os abdominais produzem a expirao por dois modos. Primeiro, puxam a caixa torcica para baixo, reduzindo sua espessura. Segundo, foram o deslocamento para cima do contedo abdominal empurrando tambm para cima o diafragma e diminuindo a dimenso vertical da cavidade pleural. Os intercostais internos tracionam as costelas para baixo, diminuindo a espessura do trax.

    8.5 - A Circulao Pulmonar

    o sistema vascular dos pulmes. Sua funo transportar o sangue pelos capilares pulmonares, onde o O2 absorvido dos alvolos para o sangue, ao mesmo tempo que o CO2 excretado pelo sangue para os alvolos. O ventrculo direito bombeia sangue para artria pulmonar. O sangue flui para os capilares e destes para as veias pulmonares, para atingir o trio esquerdo. Os capilares pulmonares acham-se em contato direto com o revestimento epitelial dos alvolos, e a membrana situada entre o sangue dos capilares e o ar dos alvolos a membrana respiratria. Os poros dessa membrana so suficientemente grandes para permitirem a fcil passagem tanto do oxignio como do gs carbnico.

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    9 - Sistema Digestrio

    O organismo humano precisa de alimentos para poder existir e funcionar. So os nutrientes contidos nesses alimentos que colaboram na formao de cada parte do nosso corpo. Os alimentos precisam sofrer modificaes para que seus nutrientes possam ser absorvidos pelo nosso organismo. pelo processo da digesto que os alimentos so transformados em nutrientes aproveitveis.

    A digesto realizada pelo sistema digestivo. Esse sistema constitudo por vrios rgos que, unidos formam o tubo digestivo (boca, faringe, laringe, esfago, estmago e intestino). Tambm constitudo de outros anexos que auxiliam nesse processo (glndulas salivares, pncreas e fgado).

    O tubo alimentar inicia-se na cavidade bucal, continua na faringe, no esfago, no estmago, e nos intestinos, e termina no reto, que se abre no meio externo atravs do nus.

    O sistema digestivo possui funes de mastigao, deglutio, digesto, absoro e expulso dos resduos eliminados sob forma de fezes.

    9.1 - Os rgos do Sistema Digestivo

    BOCA: o primeiro rgo do tubo alimentar. Comunica-se com o exterior atravs de uma fenda limitada pelos lbios, a rima bucal e com a faringe. A cavidade bucal limitada lateralmente pelas bochechas, superiormente pelo palato e inferiormente por msculos que constituem o assoalho da boca. Nessa cavidade, fazem salincia a lngua, as gengivas e os dentes.

    PALATO: O palato o teto da cavidade bucal (cu da boca). Separa a cavidade nasal da bucal e divide-se em palato duro na poro anterior e palato mole na poro posterior.

    LNGUA: rgo muscular revestido por mucosas e que exerce importantes funes na mastigao, deglutio, como rgo gustativo, e na articulao das palavras. Mistura o alimento atravs da saliva, ajuda na deglutio (empurra o alimento para trs), atravs dela percebe-se o sabor dos alimentos.

    DENTES: So estruturas rijas, esbranquiadas, implantadas em cavidades da maxila e da mandbula, denominadas alvolos dentrios. No ser humano adulto h 32 dentes: 8 incisivos, 4 caninos, 8 pr-molares e 12 molares.

    ESFAGO: um tubo que continua a faringe e continuado pelo estomago. Distingue-se em trs pores: cervical, torcica e abdominal. Atravessa o msculo diafragma. O bolo alimentar impulsionado por contraes da musculatura.

    ESTMAGO: uma dilatao do tubo alimentar em forma de bolsa, situado abaixo do diafragma. Internamente revestido por uma mucosa que o protege da ao do HCl. Possui glndulas que produzem suco gstrico. Funes:

    Armazenamento de grandes quantidades de alimento;

    Mistura do alimento com as secrees gstricas;

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    Encaminhamento desse alimento para o intestino delgado.

    INTESTINO: um tubo com cerca de 9 a 10 metros de comprimento, onde ocorrem as transformaes finais do processo de digesto e a absoro dos alimentos.

    Intestino Delgado: 8 metros de comprimento mede 2 a 3 centmetros de dimetro. Divide-se em trs segmentos: duodeno, jejuno e leo.

    Duodeno: apresenta a forma de um arco em forma de U aberto para a esquerda e cranialmente abraa a cabea do pncreas. Desembocam os ductos coldocos (que traz a bile) e pancretico (que traz a secreo pancretica);

    O jejuno-leo: constitui a poro mvel do intestino delgado e termina no incio do intestino grosso.

    Intestino Grosso: tem cerca de 1,5 metro de comprimento e seu dimetro mede de 5 a 7 centmetros. Constitui a poro terminal do tubo alimentar, mais calibroso e mais curto que o intestino delgado.

    subdividido nos segmentos seguintes:

    Ccum, Clon ascendente, transverso, descendente, sigmoide e reto.

    As funes do clon so: Absoro de gua e de eletrlitos do quimo;

    Armazenamento da matria fecal, at que possa ser excretada.

    A primeira metade do clon relacionada com a funo de absoro, enquanto a metade distal relacionada com a de armazenamento.

    FGADO: o mais volumoso rgo do sistema digestivo. Localiza-se imediatamente abaixo do diafragma e direita, e uma pequena poro ocupa a metade esquerda do abdome.

    uma glndula que desempenha importante papel nas atividades vitais do organismo:

    Metaboliza os CHO, LIP e PTN;

    Produz a bile;

    Participa do mecanismo de defesa;

    Transforma glicose em glicognio;

    Acumula glicognio e vitaminas;

    Destri glbulos vermelhos mortos;

    Desintoxica o organismo.

    PNCREAS: a glndula anexa mais volumosa do sistema digestivo. Possui funo excrina (suco pancretico) e endcrina (insulina). Situa-se posteriormente ao estmago, estando, portanto fixado parede abdominal posterior. Dividido em trs partes:

    Cabea: extremidade direita, dilatada, emoldurada pelo duodeno;

    Corpo: disposto transversalmente;

    Cauda: extremidade esquerda, afilada.

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    9.2 - Peritnio

    uma membrana serosa que reveste os rgos abdominais e apresenta duas lminas:

    Peritnio parietal: reveste as paredes da cavidade abdominal;

    Peritnio visceral: envolve as vsceras.

    9.3 - Movimentos Gastrintestinais

    Possuem dois objetivos:

    Deslocar o alimento ao longo da vscera, com velocidade compatvel com a sua digesto e absoro;

    Manter o alimento continuamente misturado com as secrees gastrintestinais, de modo que todas as partes dos alimentos sejam digeridas.

    9.3.1 - Peristaltismo

    O peristaltismo propele o contedo gastrintestinal ao longo do tubo digestivo. Consiste em constries circulares, em torno da vscera, que se propagam ao longo de sua parede, o que empurra o contedo visceral para diante. controlado, em grande parte, por ao nervosa intrnseca do plexo mioentrico na parede visceral, que representa o sistema nervoso controlador do prprio tubo digestivo.

    9.3.2 - Movimentos de Mistura

    Variam conforme a regio do tubo digestivo. No estmago a maioria de movimentos peristlticos locais mistura com as secrees gstricas. No intestino delgado, a mistura realizada por

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    mltiplos anis de contrao, espaados de 6 a 10 cm ao longo do trajeto do intestino, ocorrendo vrias vezes por minuto dividindo o contedo intestinal, de modo repetitivo, em pequenas fraes.

    9.4 - Processo de Deglutio

    Aps o alimento ter sido mastigado, a primeira etapa da deglutio a extenso da parte interior da lngua para cima, contra o palato duro. Isso comprime o alimento em direo parte posterior da boca, sob a forma do bolo alimentar. O contato desse bolo com as superfcies posteriores da boca e com as superfcies da garganta produz sinais nervosos e provocam uma sequncia de eventos chamados reflexo da deglutio. Esse reflexo isola a nasofaringe da faringe, fecha o orifcio de passagem para a traqueia, puxa a laringe para frente, abre a parte superior do esfago e desencadeia a contrao da faringe, que comea na parte superior do rgo, propagando-se para baixo, o que fora a passagem de seu contedo alimentar para o esfago.

    Uma vez que o alimento tenha atingido o tero mdio do esfago, a distenso dessa regio provoca uma onda peristltica que empurra o alimento ao longo do resto do esfago, para o estmago. As glndulas gstricas, que ocorrem na maior parte da mucosa do corpo, secretam grandes quantidades de sucos digestivos, que entram em contato com o alimento armazenado. medida que o alimento fica completamente misturado com as secrees gstrica, a mistura toma aparncia de massa branca leitosa, chamada de quimo.

    As ondas de mistura so fortes o bastante para empurrar o quimo atravs do piloro para o duodeno. A presena do quimo no intestino delgado provoca o aparecimento de um tipo de contrao (movimentos segmentares). Quando o intestino delgado fica distendido, surgem muitos movimentos a intervalos regulares ou no, ao longo de toda a regio distendida. No clon, o quimo deslocado para o reto, e quando este o distende, ocorre um tipo especial de reflexo, o de defecao. Ele provoca o esvaziamento do reto e das partes mais inferiores do clon.

    9.5 - Secrees

    Secreo salivar: A saliva secretada pelas glndulas partidas, submaxilares e sublinguais e por mirades de pequenas glndulas na boca. formada por metade de muco e metade de soluo de enzimas ptialina. A funo do muco de lubrificao no processo da deglutio.

    Secrees pancreticas: Contm grandes quantidades de amilase para a digesto de carboidratos, de tripsina e de quimotripsina para a digesto das protenas e de lpase pancretica para a digesto das gorduras. Alm das enzimas digestivas, as secrees pancreticas contm ainda grandes quantidades de bicarbonato de sdio, que reage com o cido clordrico, sendo levado para o duodeno, com o quimo que sai do estmago, formando cloreto de sdio e cido carbnico.

    Secreo heptica: O fgado secreta a soluo, a bile, que contm grande quantidade de sais biliares, quantidade moderada de colesterol e pequena quantidade de um pigmento verde, a bilirrubina (que um produto final do metabolismo de destruio dos glbulos vermelhos).

    10 - Sistema Endcrino

    constitudo por um grupo de glndulas que secretam hormnios e auxiliam a coordenao e a regulagem de outros sistemas do corpo.

    As glndulas endcrinas, tambm chamadas de glndulas sem ducto ou glndulas de secreo interna, esto representadas por rgos relativamente pouco volumosos e localizados em diversas regies do corpo. Existem 3 tipos de glndulas:

    Glndulas excrinas ou de secreo externa: que lanam o produto para fora do corpo ou numa

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    cavidade interna do corpo. Ex: as glndulas sudorparas.

    Glndulas endcrinas ou de secreo interna: aquelas que lanam seus produtos (hormnios) direto no sangue. Ex: hipfise, tireoide, supra-renais, timo e gnadas.

    Glndulas mistas: excrinas e endcrinas ao mesmo tempo. Ex: pncreas.

    10.1 - Hipfise ou Pituitria

    Est localizada no centro da cabea e sua principal poro est situada na fossa hipofisria do osso esfenoide. considerada a glndula-mestra do organismo porque, alm de realizar outras funes, responsvel pelo controle de outras glndulas endcrinas.

    No adulto, a hipfise divide-se em duas partes denominadas lbulos. Em cada parte so produzidos diversos hormnios importantes para o organismo, entre eles o do crescimento. Por isso, a hipfise chamada de glndula do crescimento.

    10.2 - Glndula Tireoide

    Situa-se no plano mediano do pescoo e abraa parte da traqueia e da laringe. Possui forma de um H, constitudo por dois lbulos (direito e esquerdo), unidos por uma fita varivel de tecido glandular, o istmo. Mede aproximadamente 3 centmetros e produz um hormnio rico em iodo, a tireoxina. A tireoxina estimula o consumo de oxignio nos tecidos. Controla tambm o crescimento do corpo e regula todas as atividades celulares.

    10.3 - Glndulas Paratireoides

    As glndulas paratireoides so em nmero de quatro, pequenas, do tamanho aproximado de um gro de ervilha, localizadas sobre a tireoide. As paratireoides produzem um hormnio que controla a concentrao de clcio no sangue.

    10.4 - Glndula Supra-renal

    So bilaterais localizam-se sobre o polo superior dos rins onde podem ser facilmente visualizadas. Sua poro central a medula, e a perifrica, o

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    crtex.

    So constitudas por duas camadas:

    Cortical ou crtex (externa): produz diversos hormnios: corticosterona, aldosterona aproveitam gua, sais minerais, acar e protenas; Cortisona tratamento de inflamaes;

    Camada medular (interna): Adrenalina e noradrenalina aumentam fora e ritmo do corao, estreitamento dos vasos sanguneos, aumentam potencial muscular.

    10.5 - Corpo Pineal, Timo, Gnadas

    O corpo pineal (epfise) localiza-se abaixo do corpo caloso e faz parte do diencfalo.

    O timo situa-se sobre a traqueia, entre os pulmes, divide-se em dois lobos. Tem funo de defesa do organismo do recm-nascido contra infeces.

    As gnadas so as glndulas sexuais.

    As glndulas femininas so os ovrios que produzem os hormnios (estradiol: responsvel pelas caractersticas femininas), e (progesterona: prepara o organismo da mulher para a gestao).

    As masculinas so os testculos, responsveis pela produo de diversos hormnios, destacando-se a (testosterona: responsvel pelo aparecimento das caractersticas sexuais masculinas).

    11 - Sistema Urinrio

    O sistema urinrio-excretor e formado por um conjunto de rgos que filtram o sangue, produzem e excretam a urina - o principal liquido de excreo do organismo. E constitudo por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinaria e pela uretra. As atividades do sistema urinrio resultam na composio de protenas, lipdios e carboidratos, acompanhados da liberao de energia e formao de produtos que devem ser eliminados para o meio exterior. A urina um lquido amarelado, constitudo especialmente de gua (95%) e de outros sais, como o cloreto de sdio, e de substncias nocivas (amnia, cido rico e ureia). um dos veculos de excreo usado pelo organismo.

    11.1 - rgos do Sistema Urinrio

    11.1.1 - Rim

    um rgo duplo, de cor escura, com a forma de um gro de feijo. Os rins localizam-se na regio abdominal, direita e esquerda da coluna vertebral, ocupando o direito uma posio inferior em

    relao ao esquerdo, em virtude da presena do fgado direita.

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    Este rgo apresenta:

    Duas faces: anterior e posterior;

    Duas bordas: medial e lateral;

    Duas extremidades: superior e inferior comumente denominadas polos; Trs camadas: cpsula fibrosa (membrana que envolve o rim), cpsula cortical (onde a urina produzida),

    cpsula medular (camada interna formada por tubos finos, sinuosos, ramificados, denominados tbulos renais pirmides de Malpighi).

    Cada rim recebe diversas ramificaes da artria renal. Do rim sai a veia renal que conduz o sangue para o corao. As ramificaes finas da artria renal formam corpsculos constitudos por capilares que recebem o nome de glomrulos. Estes so envolvidos pelas pores inicial e dilatada do tbulo renal, que se chama cpsula de Bowmam. O conjunto formado pelo glomrulo, pela cpsula de Bowmam e pelo tbulo renal chama-se nfron.

    11.1.2 - Bacinetes

    Os bacinetes so dois tubos em forma de funil, que saem dos rins, recolhem a urina dos clices e a conduzem aos ureteres.

    11.1.3 - Ureteres

    Os ureteres so dois tubos musculares com aproximadamente 20 cm de comprimento, os quais unem o rim bexiga. Esses tubos partem da pelve renal, com trajeto descendente, colam-se parede posterior do abdome e penetram na pelve para terminarem na bexiga.

    11.1.4 - Bexiga Urinria

    A bexiga urinria uma bolsa situada posteriormente snfise pbica. Possui grande elasticidade e funciona como reservatrio de urina.

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    11.1.5 - Uretra

    A uretra um tubo mediano que estabelece a comunicao entre a bexiga urinria e o meio exterior. No homem uma via comum para a mico e a ejaculao, enquanto na mulher, serve apenas excreo da urina.

    11.2 - Formao e Excreo da Urina

    O sangue proveniente da artria renal chega aos glomrulos onde vrias substncias passam da corrente sangunea para as cpsulas de Bowmam. Esse lquido resultante, a urina, recolhido pela cpsula e conduzido pelos tbulos renais at as papilas.

    Durante o trajeto nos tbulos renais, parte da gua e certas substncias so reabsorvidas, de forma que, ao chegar s papilas, a urina j tem a composio definitiva e est pronta para ser conduzida.

    O sangue filtrado conduzido atravs dos capilares sanguneos at a veia renal.

    E a urina vinda das papilas segue at os bacinetes atravs dos clices. Dos bacinetes ela segue para os ureteres, que a conduzem at a bexiga, onde ela de acumula. da bexiga que, por meio de contraes musculares, a urina eliminada para o exterior pela uretra.

    11.2.1 - O Reflexo da Mico

    O esvaziamento da bexiga pela uretra constitui a mico. Quando a bexiga fica demasiadamente cheia, receptores neurais de estiramento situados na parede desse rgo so excitados, e sinais neurais so transmitidos para a extremidade caudal da medula espinhal. Desse ponto, sinais reflexos retornam para a parede da bexiga, fazendo com que ela se contraia, o que fora a urina a passar pelo orifcio da uretra. Se isso ocorrer em momento adequado para que a pessoa possa urinar, ela, de modo voluntrio, relaxa seu esfncter uretral externo, o que permite a ejeo da urina.

    12 - Sistema Genital Feminino

    O sistema genital feminino um conjunto de rgos encarregados da reproduo na mulher. formado de rgos gametgenos (produtores de gametas); rgos gametforos (por onde transitam os gametas) e de um rgo que vai abrigar o novo ser vivo em desenvolvimento, o tero.

    12.1 - rgos Genitais Femininos

    Os rgos genitais femininos so:

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    12.1.1 - Ovrios

    Produtores de vulos. So duas glndulas situadas na cavidade plvica, uma de cada lado do tero, cuja forma assemelha-se de uma amndoa, de cor esbranquiada. Produzem os gametas femininos e hormnios. Atuam sobre o tero nos mecanismos de implantao do vulo fecundado e sobre o incio do desenvolvimento do embrio.

    12.1.2 - Tubas Uterinas

    Vias condutoras dos gametas. So dois canais de formao tubular ligados ao corpo do tero e sua poro superior se estende em direo aos ovrios. As tubas transportam os vulos que romperam a superfcie do ovrio para a cavidade do tero.

    12.1.3 - tero

    rgo que abriga o ser humano. um rgo que aloja o embrio durante o processo de desenvolvimento at o nascimento. Em geral, tem a forma de uma pera invertida. Nele se distinguem quatro partes: fundo, corpo, istmo e crvix.

    12.1.4 - Vagina

    rgo de cpula. Possui um canal de 7 a 9 centmetros de comprimentos e de 2 a 4 cm de largura. Comunica-se superiormente com a cavidade uterina, atravs do stio do tero e inferiormente abre-se no vestbulo da vagina atravs do stio da vagina.

    12.1.5 - Clitris e o Bulbo do Vestbulo

    Estruturas erteis. O clitris um rgo ertil feminino, vascularizado e inervado, bastante sensvel.

    12.1.6 - Monte Pbico, Lbios Maiores e Menores

    rgos genitais externos. O monte pbico uma elevao mediana, anterior snfise pbica, e constituda especialmente de tecido adiposo. Apresenta plos espessos aps a puberdade.

    Os lbios maiores so duas pregas cutneas que delimitam entre si uma fenda. Aps a puberdade, apresentam-se hiperpigmentadas e cobertas de plos, embora suas faces internas sejam sempre lisas e sem plos.

    Os lbios menores so duas pequenas pregas cutneas, localizadas medialmente aos lbios maiores. Na pessoa viva, a pele que os recobre lisa, mida e vermelha.

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    13 - Sistema Genital Masculino

    No homem, o sistema genital possui os rgos que atuam tanto no processo urinrio quanto na reproduo.

    13.1 - rgos Genitais Masculinos

    Esquematicamente, os rgos genitais masculinos so:

    13.1.1 - Testculos

    rgos produtores de gametas. Produzem espermatozoides e de hormnios. Em nmero de dois, com formato ovide, so facilmente palpveis dentro da bolsa que os aloja (escroto), onde o esquerdo est em geral em um nvel inferior ao direito.

    13.1.2 - Ducto dos Testculos, Epiddimo, Ducto Deferente, Ducto Ejaculatrio e Uretra

    Vias condutoras dos gametas. O epiddimo a estrutura em forma de C, situada contra a margem posterior do testculo. Possui as seguintes regies: cabea, corpo e cauda.

    O ducto deferente a continuao da cauda do epiddimo e conduz os espermatozoides at o ducto ejaculatrio.

    O ducto ejaculatrio formado pela juno do ducto deferente como ducto da vescula seminal.

    A uretra masculina um canal comum para a mico e para a ejaculao, com cerca de 20 cm de comprimento. composta por trs partes: prosttica (quando atravessa a prstata), membranosa (quando atravessa o assoalho da pelve), esponjosa (localizada no corpo esponjoso do pnis).

    13.1.3 - Pnis

    rgo que vai penetrar nas vias genitais femininas, possibilitando o lanamento nelas de espermatozoides, por meio da cpula. O pnis normalmente flcido, porm quando seus tecidos lacunares se enchem de sangue, apresenta-se trgido, com sensvel aumento de volume, e torna-se rgido, ao que se d a denominao de ereo. formado por trs cilindros de tecido ertil: os corpos cavernosos e corpo esponjoso. Apresenta duas dilataes, uma inferior (glande do pnis) e outra posterior

    (bulbo do pnis), sendo que esta se prende a estruturas do assoalho da pelve. O pnis (corpo cavernoso)

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    apresenta uma raiz e um corpo. A raiz sua poro fixa, compreendendo os ramos e o bulbo do pnis. O corpo do pnis a parte livre, pendente, e recoberta pela pele.

    13.1.4 - Vesculas Seminais, Prstata e Glndulas Bulbouretrais

    Glndulas anexas. As vesculas seminais so bolsas saciformes, situadas na parte pstero-inferior da bexiga. Cada vescula seminal consiste de um tubo enovelado que emite vrios divertculos e termina superiormente em fundo cego.

    A prstata um rgo plvico mpar, situado inferiormente bexiga e atravessado em toda sua extenso pela uretra. Consiste especialmente de musculatura lisa e de tecido fibroso, mas contm tambm glndulas.

    As glndulas bulbouretrais so duas formaes arredondadas, pequenas, situadas nas proximidades da parede membranosa da uretra. Seus ductos desembocam na uretra esponjosa, e sua secreo mucosa.

    13.1.5 - Corpos Cavernosos e Corpo Esponjoso do Pnis

    Estruturas erteis.

    13.1.6 - Escroto

    rgos genitais externos. O escroto uma bolsa situada atrs do pnis e abaixo da snfise pbica. dividido por um septo em dois compartimentos, c