Ze Pedro Oral
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Boa tarde, vou apresentar o poema “Doces lembranças da passada glória”, de
Luís de Camões e a sua respetiva análise.
Este poema insere-se na corrente literária Classicismo e faz parte do género
lírico.
Esta composição poética é um soneto, pois apresenta duas quadras, dois tercetos,
versos decassílabos e o último terceto é a conclusão do soneto.
O poema obedece ao esquema rimático ABBA/ABBA/CDE/CDE, havendo rima
interpolada em A, emparelhada em B e interpolada em C,D, E.
O tema deste soneto é a memória de um passado glorioso e a saudade dos
tempos que não voltam mais, acabando por sofrer com isso.A lembrança surge referida
em apóstrofe: “ Doces lembranças da passada glória”. Visto que as lembranças são de
glória, são “doces”.
Porém, o destino roubou a felicidade ao sujeito poético, ficando apenas as
recordações que não lhe dão descanso e por isso pede para descansar por um momento:
“deixai-me repousar em paz ua hora”.
O eu poético tem gravado na sua alma um passado glorioso, cuja ocorrência
acaba por ser incerta, mas que, tendo ou não ocorrido, representa muito mais do que
uma lembrança: “ Impressa tenho n’alma larga história/ deste passado bem que nunca
fora;/ ou fora, e não passara; mas já agora em mim não pode haver mais que a
memória”.O eu lírico reflete sobre a sua vida presente vivendo-a apenas de lembranças,
pois considera-se morto por ter sido esquecido por aqueles que, na sua opinião, o
deveriam recordar.
Para concluir o soneto, o último terceto mostra-nos que o sujeito poético pede
para voltar a nascer para que possa aproveitar melhor o passado, já que o presente se
revelou muito mau.
Para dar mais ênfase à composição poética, o sujeito lírico utiliza vários recursos
expressivos, como:
Apóstrofe: “Doces lembranças da passada glória”, invocando as
lembranças que o passado lhe traz;
Antítese: Com as palavras “vivo” e “mouro” pois são opostas e
mostra o estado de espírito do sujeito poético; também a última estrofe com as
palavras “passado” e “presente” onde ele diferencia os dois tempos;
Hipérbole: “mouro de esquecido”, pois ninguém morre por não se
lembrarem, consistindo, assim, num exagero da realidade.