Zine D #1

16

description

zine art for young students celebrating ten years of their Graphic Design course in their institution.

Transcript of Zine D #1

Page 1: Zine D #1
Page 2: Zine D #1

EDI TORIALNum piscar de olhos 10 aNos se passaram, Num piscar de olhos centenas de grandes designers entraram e saíram dessas salas e num piscar de olhos todos os momentos vividos por eles, lembranças deixadas por eles e trabalhos realizados por eles se acumularam e formaram um rico tesouro. Os que ficaram, claro, os mestres, que mostraram a importância de uma letra, aliás, de um tipo; de uma cor; de um papel... Ou que ensinaram até a fazer desenhos de cabeça para baixo, devem estar tranquilos pelas tantas flechas que lançaram para o alto a cada turma concluída sabendo das distâncias que poderiam alcançar. Algumas foram para longe, outras caíram aqui pertinho mesmo, e outras deram a volta e vieram ajudar a lançar outras mais. Claro, assim como toda obra em construção essa tam-bém teve seus problemas, aqui também faltaram materiais, apoio, consciência dos que governam... Porém, sobrou consciência nos que ensinam, e fosse como fosse, com car-tolinas no lugar de quadros ou no escuro por falta de ener-gia, as noções de Design, de proporções, de legibilidades, de ernogomias... Enfim, nenhuma foi deixada de ser apresenta-da e ensinada. Enquanto se tivesse vontade de ensinar e de

aprender, e teve-se muita, o resto era detalhe. Não é a toa que os que formaram e os que se formaram, aqui ficaram fortes e preparados o suficiente para encantar os olhos de muita gente com os belos trabalhos que foram fazer em revistas, jornais, marcas, jogos, internet ou quaisquer lugares que precisassem, e precisam, da ajuda de um designer. O ciclo continua, mais dez anos do Curso de Design virão, muitos outros chegarão alunos e sairão profissio-nais, isso por causa dos mestres, os quais ficarão com a missão de guardar as boas coisas deixadas, dispensarem as ruins e de continuarem olhando para o horizonte à espera de novos tempos e oportunidades que hão de vir. Nesses dez anos o Design evoluiu a cada instante, conseqüentemente os que estudaram esse tal design e os que o ensinaram também. Os próximos dez anos não serão diferentes. Esta edição especial da Revista D apresenta um pouco da história do Curso de Design do Instituto Federal de Pernambuco, contada em entrevistas, crônicas e matérias especiais. E é dedicada aos que fizeram, estão fazendo e farão parte dela.

Apresentação

p. 01

Cronologia

p. 02

Um pouco da história (por Weydson Ferraz)

p. 04

E os professores?

p. 05

Opinião de um ex-aluno p. 07

Bate-papo com Josinaldo p. 09

Identidade p. 10

Crônica (i)di(o)vertida p. 12

Índice

Eventos p. 11

Page 3: Zine D #1

Você já repetiu taNtas Vezes uma palaVra que teve a sensação de que ela perdeu o sentido? Isso acontece bastante em re-lacionamentos. Quando gostamos muito de alguém, queremos que essa pessoa se sinta segura. Assim, dizemos tantas vezes eu te amo, eu te amo, eu te amo, que num determinado momento, a re-petição acaba gastando o sentimento da expressão. Aí, é hora de parar pra pensar e lembrar o que ela realmente significa. Hoje em dia, temos a impressão de que ninguém mais lembra o significado de design. Uma palavra tão simples, que faz parte do nosso dia-a-dia de tantas formas diferentes. Você assiste a um co-mercial que fala do novo design da es-cova de dentes, lê um anúncio do novo design do carro, vê o rótulo da água mineral fazer alarde do novo design da garrafa. Mas será que design é só isso? Uma roupa nova? Existe uma máxima do design que diz que a forma é a função. Ou seja, o design não é só a roupa nova, mas

apresentação

foto

: Ale

xAndrA

bAg

lio

ni

também a preocupação para que ser-ve essa roupa. Uma preocupação im-portante, não é mesmo? A roupa que se usa para ir a um casamento não é a mesma que se usa para ir à praia. Mas não estamos esquecendo de alguma coisa? Será que não existe um peque-no universo entre o conceito de forma e o conceito de função? E quanto à função do próprio design? Pra que ele serve? Design é uma profis-são? Design é uma atividade econômica? Design é arte? Design é entretenimento? Design pode ter uma função social? De-sign pode não ter uma função? Design pode ser fantasia? Design pode ser oti-mismo, esperança e bom humor?Todas essas perguntas são muito im-portantes, e cada uma delas tem mui-tas respostas. Quem tem interesse em design deve encontrar a sua própria resposta. Mas, se procurarmos todos juntos, tudo pode ficar mais fácil. Um apaixonado nunca pode esquecer o que significa eu te amo.

Page 4: Zine D #1

2000; curso ainda não reconhecido.

Primeiro fluxograma com disciplinas que

foram substituídas ao longo do tempo, como

Língua Estrangeira, Psicologia, Fund. Sócio

Filosóficos.

2000; até dezembro, o coordenador foi o professor Francisco

Weydson Ferraz. Em dezembro, Sérgio de

Oliveira foi seu substituto.

Não houve processo seletivo de alunos para o ano de 2001 (o curso ainda

estava em teste).

Em outubro de 2003, a comissão da coordenação de Design Gráfico teve Professoras Eliana e Elizete (que foi

substituída por Josinaldo em maio de 2004).

2002; houve mudanças na grade curricular;

chega Ergonomia Visual, saem algumas disciplinas citadas no início, outras

mudam o nome.

O nº da portaria de autorização para ingresso dos alunos só foi informada a partir de 2003.

2002; reconhecimento do curso! Mudança na nomenclatura do curso, de Design e Hipermídia

para Design Gráfico.

2002.2; o número de vagas quase dobra.

De 25 para 40!

2000: Nosso curso nasceu!

02

Page 5: Zine D #1

2010: Aniversário da uma década!

2005; a estrutura do curso estava mais parecida com a atual.

Em outubro de 2003, a comissão da coordenação de Design Gráfico teve Professoras Eliana e Elizete (que foi

substituída por Josinaldo em maio de 2004).

Apesar das unidades curriculares estarem

coerentes com o perfil profissional proposto, o

MEC constata que algumas disciplinas apresentam competências muito

abrangentes, que dificulta a compreensão do tema

específico, como em Legibilidade e Cinema e

Vídeo.

Período 2000-2004; os currículos dos

respectivos professores foram verificados.

03

Page 6: Zine D #1

de oNde su

rgiu a ideia

de criação do curso

de desi

gN gráfic

o do ifpe?

W D

a minh

a visão

de ne

cessid

ade m

ercado

lógica. D

a minh

a insat

isfação

com

minha própria

formaçã

o. Havia

, em 19

97, ap

enas u

m curso

de D

esign e

m

Pernam

buco, o da U

FPE, e es

te tinh

a uma c

oncepção

antiga

, enges

sada, v

oltada

quase q

ue exc

lusiva

mente p

ara im

pressos. N

ão havia

uma v

ertent

e tecn

ológica.

Qual foi o

critério pa

ra sele

ção dos professo

res?

W Houve

, basicam

ente, u

m critér

io: os de á

reas a

fins que

quisess

em int

egrar

o

grupo. Assim

, convi

dei: de D

esenho

Indust

rial- A

na Maria

, Silvio

Pena

e Eduar

do;

de Arquite

tura-

Graça C

osta e

Aliomar; de L

icenci

atura

em D

esenho

- Elize

te

e João G

ermano

. Todos j

á eram

profes

sores d

e Dese

nho d

a casa

. Outr

os

professores

de líng

uas ta

mbém se

integ

raram

ao gr

upo, co

mo Florên

cio e

Verônic

a. Ness

e gru

po inicial,

ainda

contamos com T

ânia

Neves,

técnic

a

administra

tiva, e

Rúbia B

arros, p

edagoga.

O fato é q

ue ho

uve um

a procur

a meio

desordena

da pelo

curso

, e por m

otivos q

ue não

estav

am afi

nados c

om os do

grupo ini

cial. A

partir d

e entã

o, passam

os a pedir o

curríc

ulo dos in

teress

ados,

o que não

foi b

em ac

eito por a

lguns,

mas no

s perm

itiu in

sistir n

a vind

a de

professores

como R

ejane

Rego, q

ue ins

eriu o

olhar c

ientífic

o para o cu

rso,

amplian

do os horizo

ntes c

om a pesq

uisa.

Quais a

s priN

cipais d

eficiêNcias e

NcoNtradas No iN

icio do curso

?

W A no

vidade

, que sem

pre ass

usta a

s pess

oas. No ca

so dos profes

sores, fo

i

o risco da m

udanç

a, sair

da zona

de confo

rto de D

esenho

e migra

r para

um

outro es

paço. A

estru

tura f

ísica t

ambém

não aj

udou. A

lém disso

, as re

lações

interpess

oais foram

bem int

ensas

no iní

cio, o que

provocou desg

astes.

Quanto

à Inst

ituição

, a bur

ocracia

do servi

ço público

dificulto

u bast

ante. O

curso

de

Design

foi o primeir

o curso

superi

or do CEFE

T-PE. F

oi, inclu

sive, o que

justific

ou

a mud

ança d

e Esco

la Técn

ica para

Centro Fe

deral. A

qui, apesa

r da n

ecessid

ade

evident

e de fo

mentar o

curso

, muito

s na in

stituiç

ão não co

nsegui

am perc

eber a

situaçã

o. Então

, tínham

os como defic

iência

a falta

de visão

gener

alizada d

o que

estava

aconte

cendo, do pano

rama q

ue se

estabele

cia, da m

udanç

a de p

aradigm

a.

Professores

que eu

julguei

compete

ntes, e

, de fato

, são, le

cionan

do disciplina

s

“novas

” com en

foques “d

iferenc

iados”

em co

ntexto

s pouco

norm

atizados. O

mesmo pode s

er dito

da Instit

uição, que

passou a

lidar c

om um cu

rso “d

iferent

e”

do técni

co e, sem

trocad

ilhos, c

om neces

sidades

especi

ais!

Que expecta

tiVas Você alim

eNtaVa Na iN

auguração do curso? ela

s se

coNcretizaram?

W Es

perava

que o

curso

tivess

e uma b

oa procur

a. Supe

rou a ex

pectat

iva,

chegan

do a

38 can

didato

s por v

aga. Q

ueria

que fo

sse fle

xível.

Está s

empre

mudand

o. E, p

elo que

estou s

abendo, va

i gera

r outr

as linh

as de D

esign.

Fiz

para que

não depend

esse d

e mim. Aí es

tá: eu

já esto

u afas

tado há

mais

de dois

anos e

ele es

tá viv

o. Fiz p

ara que

não depend

a, especi

ficament

e, de A

ou B. Já

entrar

am e s

aíram pess

oas do cu

rso e e

le vai b

em. Q

ueria v

er ex-

aluno

s felize

s.

Os que

encontr

o no dia-a

-dia estã

o empreg

ados na á

rea e

bem fel

izes.

como ocorreu o recoNhecimeNto do curso

por parte d

o mec?

W D

e form

a tum

ultuada e

emocio

nante.

Tive que

anteci

par minh

a defe

sa de

mestrad

o em quat

ro mese

s para

melh

orar a

titulaç

ão e, conse

quentem

ente,

a pontu

ação do cu

rso. A

expect

ativa g

erou m

uita te

nsão, a

espera

foi d

ifícil.

Mas, quan

do a comissã

o chego

u, todo o gr

upo re

uniu e

sforço

s para

conse

guir

cada li

vro, ca

da máquin

a, cada d

ocument

o neces

sário. Fo

ram quat

ro dias em

que eu

e mais

alguns

, prat

icament

e, no

s mud

amos p

ara a

Institu

ição. N

os

primeir

os moment

os, está

vamos a

rmados c

ontra t

udo e

todos. Aos p

oucos,

entend

emos q

ue era

melhor tr

azer as

avalia

doras do MEC

para o no

sso lad

o.

Discutim

os um pouco

, ouvimos m

uito e,

no fim

, pedi que

elas fi

zessem

um re

latório

extre

mament

e exig

ente c

om relaç

ão as pend

ências,

pois

assim te

ríamos c

omo cobrar

da Inst

ituição

. O C

urso fo

i aprovad

o

com uma n

ota consi

stente

, 90 e a

lguma c

oisa... b

em alt

a para

um B,

mas não

sufici

ente p

ara um

A (seriam

neces

sários 9

2 ponto

s), o

que deve

ria ser

vir de m

otivação

para nã

o nos a

comodarmos,

para co

rrer a

trás e

melh

orar, se

mpre. Deta

lhe: o re

sultad

o

saiu às

3 ho

ras da m

anhã, e

estav

as lá p

ara co

memorar

!

por Weydson Ferraz (ex-professor do IFPE)

04

Page 7: Zine D #1

de oNde su

rgiu a ideia

de criação do curso

de desi

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o do ifpe?

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fins que

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Professores

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anos e

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não depend

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Discutim

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uito e,

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um B,

mas não

sufici

ente p

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orar, se

mpre. Deta

lhe: o re

sultad

o

saiu às

3 ho

ras da m

anhã, e

estav

as lá p

ara co

memorar

!

falar dos professores do curso de design do IFPE é fácil e ao mes-mo tempo difícil, são todos tão diferentes entre si, mas ficam tão parecidos quando se trata do co-tidiano criativo naquelas últimas salas do Bloco E. Quem já parti-cipou de alguma aula de Projeto de Composição Gráfica, onde vá-rios deles se reúnem para darem essa aula juntos, sabe bem disso. Então, usando aquela habilidade que eles mesmos nos ensinam a desenvolver : a de buscar inspi-ração em tudo. Percebemos que falar de cada um deles se torna de fato fácil se nos concentrarmos no que eles se destacam ou o as-pecto que cada um tem mais for-te. E que, absorvendo-os um a um, podemos nos formar designers. Professora Rejane nos passa uma organização e exatidão as quais nos são essenciais na reali-zação de um projeto. Se não for suficiente, ainda há a professora Elizete, que nos incita a ter essa exatidão tanto nos desenhos à mão livre quanto em estudos com vetores - rebatimentos po-sitivos/negativos, desenhos inver-tidos. Professora Ana Costa com sua elegância e simpatia ao se apresentar, dois aspectos neces-sários para qualquer profissional na hora de falar com seu cliente. Talvez seja bom aplicar a ergono-mia não só nas ideias que temos, mas também na vida que levamos, assim, teríamos uma presença tão agradável como a da professora Eliana. Professor Silvio com seu jeito brincalhão nos abre espa-ço para relaxar também, pois um clima rígido e tenso não produz. Quem também tem um quê dis-so é nosso professor Josinaldo com seus ares de inovação, po-rém com os pés no chão, claro, dois aspectos importantíssimos nesta profissão que escolhemos, a do designer. E quando nós temos uma ideia foi porque algo nos motivou, e novamente, nossos professores entram em ação perguntando-nos a razão. O “porque sim” está fora de questão, pois como o pró-prio Eduardo disse um dia: “Desig-ner é aquele que tem tesão em

dar tesão aos outros”, ou seja, nossa mensagem precisa estar de alguma forma clara para quem ela se endereça. E daqui nasce a Retórica também. Quando nós fi-nalmente vamos persuadi-los de que nosso produto é, enfim, bom.A mesma forma de libertar-se um pouco com Josinaldo, o faze-mos com as queridas Graça Cos-ta e Patrícia de Arruda. Buscar enxergar à sua volta potenciais materiais para suas criações, se-jam folhas secas, flores... O mundo do design frequen-temente manipula as imagens das peças que utiliza, e quem nos pas-sa uma grande visão nessa área é o professor Cláudio, recém-che-gado, porém já conquistou a ami-zade de nós alunos. E se você não sabe exatamente como projetar sua peça gráfica e outras neces-sidades técnicas do mercado, fale com a professora Ana Verônica, ela te mostra como é fácil. E com um sorriso no rosto.Não podemos esquecer dos que já desempenharam importantíssi-mas funções aqui e são parte da história do nosso curso, como o professor Weydson, que já estava aqui junto com vários daqueles citados anteriormente, tentando atender os requisitos do MEC para aprovar a existência deste curso e que lembra de vários outros nomes que passaram por aqui, como os professores Eliomar, Verônica, João Germano, Gracita... Alguns estão aqui desde o começo do curso, ajudaram a remover as caixas e limpar os de-pósitos que hoje são nossas salas de aula. Enfim, que os alunos lembrem-se disto: quando exigem tanto em seus trabalhos milimetrica ou co-loridamente perfeitos, é porque eles querem ver o nosso melhor para que seus alunos tornem-se profissionais de qualidade. Eles resistiram, ouviram desaforos de quem estava de fora, rumores pessimistas quanto ao curso, mui-tos arriscaram a sua estabilidade por uma coisa que estava apenas começando, sem previsão de dar certo. Agora, querem nos ver tão fortes quanto eles.

Professores,os que foram e os que ficaram

05

Page 8: Zine D #1

foto: e

lton C

ostA06

Page 9: Zine D #1

entrevista

com ex-aluno

Na foto, Guilherme Baglioni. Os bonecos

são parte de sua produção. No topo,

Zombie Alien, e ao lado, Lolita Jackson.

Conheça seu trabalho. plucsin.tumblr.com

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guilherme BaglioNi estudou no IFPE durante os anos de 2006 a 2008. Já atuou no mercado como freelancer, mas atualmente é autônomo e o seu trabalho gira em torno do design e das artes plásticas.explicaNdo o porQuê de escolher o ifpe “Gosto de trabalhar com criação. Sempre gostei. Já cur-sei arquitetura, mas encontrei no design uma maior li-berdade criativa. Isto é imprescindível para mim. Tinha consciência da existência do curso desde seu início, em 2000, mas apenas fiz a tentativa alguns anos depois. Acho difícil falar de expectativas sem falar sobre frustra-ções. De modo geral, penso que o curso do IFPE é bom (principalmente para quem aproveitá-lo).No entanto parece que alguns alunos esperam desco-brir tudo numa graduação. Não buscam o que vai além das salas de aula, o que vai além do academicismo.

Em contrapartida, alguns professores deixam realmente a desejar. Enfim, nada é perfeito. Conhecimento é princi-palmente uma questão de interesse e busca. Se não for assim, nem após a Sorbonne um aluno teria rendimento satisfatório. Sobre desistências eu não pensei em desis-tir do curso, pois via que era aquilo que eu realmente gostava e tinha prazer em fazer. Mesmo nos momentos mais difíceis do curso, quando nós não tínhamos espa-ço para respirar, eu continuei. A meu ver, o design no Brasil está caminhando. Temos bons profissionais, mas acredito que este panorama varia de acordo com cada região. Infelizmente percebo que aqui no Nordeste, es-pecificamente em Recife, não sei se a coisa ainda está engatinhando ou segue de muletas.”seja BoNziNho e dê uNs coNselhos para os atuais alu-Nos do curso...“Estude, pesquise, trabalhe e pense. Preste atenção às boas informações passadas em sala de aula. Esteja sempre por dentro do que acontece na área que escolhestes. Descubra nesta aquilo que, de fato, te apraz. Não pense que para ser designer é imprescin-dível conhecer o abc de todos os softwares como se uma coisa esti-vesse intrinsecamente ligada à outra. Parece-me que as pessoas se confundem bastante. Aliás, evite o uso banal destas ferramentas; menos, neste caso, ainda é mais. Sofra, venda-se, mas man-

tenha dignidade acima de tudo. Valorize seu trabalho não

apenas cobrando mais caro que a média. Seja primoroso. Não espe-re ofertas de empre-go, faça você mesmo aquilo que sabe fazer. O que é bom cedo ou tarde ganhará re-conhecimento. A se-rendipidade é algo a se levar em conside-ração sempre.”

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alunos, mas o lado ruim disso é que nem sempre o aluno quer cursar uma determinada cadeira alegando que não vai ser válida na profissão que ele quiser seguir.

Na UFPE o perigo é o que eu disse, o aluno não estar amadurecido ainda para escolher essas disciplinas. Antes, quando não havia cadeiras obrigatórias no primeiro pe-ríodo no curso de Design do CAC, teve um aluno que fez todo o curso sem cursar uma disciplina de tipografia sequer. É como já dis-se Pierre Lévy, nada é inteiramente bom ou ruim. Depende do uso que você dá.”

josiNaldo BarBosa da silVa é o tipo de pessoa que pode dizer que já fez um pouco de tudo na vida. É formado em Desenho Industrial pela UFPE, e antes de se fixar na tipografia e diagramação, estudou eletrônica e ainda teve tempo para ensinar Matemática. Diz ele que gostava de Física, mas não seguiu essa área pela maior probabilidade de tornar-se professor. Ironia? Porém, antes escolher ser professor de Design já atuava neste campo com design de móveis e freelancer de ilustrações. A relação com o Design já brotara mesmo no colégio, quando ele participava desde a criação de cartazes até a diagramação de jornais subversivos! Foi justamente o gosto por essa área, que tornou mais interessante cogitar ser professor. Ele adimite que às vezes sente saudade de criar uma marca, mas também revela que sua profissão o permite “suprir essa necessidade” através de pesquisas acadêmicas, orientações com alunos interessados, trabalhos experimentais em conjunto. Ele só diz se preocupar em não estar acompanhando os softwares. Não é o que parece quando ele mostra seu conhecimento em InDesign... Voltando-se para o curso de Design do IFPE, ele mostra o cuidado em sempre apresentar novidades aos seus alunos e despertar o interesse a partir de bons materiais de acordo com o trabalho que estejam realizando. Quando perguntado sobre o que acha de estar formando futuros profissio-nais ele diz:

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“Não penso muito nisso; em ser responsável pela futura vida profissional do meu aluno. Se eu pensar muito nisso, talvez desista de en-sinar. (Risos) É que existem os alunos des-leixados também, que não ligam para o que o professor está dizendo. Estarei pronto para ajudar os interessados, mas não posso ficar puxando a orelha de ninguém.” Quanto ao reconhecimento do nosso curso de design do IFPE, Josi, como também é chamado entre professores e alunos, alega que muitas empresas sina-lizam a preferência por estagiários que es-tudem aqui, pela preparação que tem para o mercado.No entanto, uma questão o preocupa, a duração do curso. Para ele, no momento em que os alunos estão obtendo uma ma-turidade no assunto, já está terminando o curso e não há mais tempo para alguns professores “trocarem maiores deias com os alunos.” Em relação à estrutura da grade curricular em outras faculdades, ele afirma gostar do exemplo da UFPE, onde os alunos podem escolher as discplinas que querem cursar. Porém vê um problema nisso: “Gosto de uma estrutura desse tipo, como na UFPE, mas não a partir do segundo período como eles fazem porque o aluno não está amadureci-do ainda na área para escolher disciplinas por conta própria. Isso tem o lado bom e o ruim. A vantagem no IFPE é que nós já ga-rantimos uma base boa para os

À direita, o professor Josinaldo nos

corredores do Instituto.

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criar uma ideNtidade Visual é um processo muito di-fícil, pois, além de criatividade, são necessários con-ceitos e conhecimento, já que cada detalhe, cada nuance, busca imprimir um significado. É necessá-rio comunicar a mensagem visualmente, e isso é feito por meio de pesquisas, conceitos e padrões das cores, tipografias e formas em geral.Há diversos fatores envolvidos nessa criação, como a imagem e a cultura da instituição – no caso do IFPE –, o público alvo, os objetivos... Esse processo criativo é gerado a partir das experiên-cias vividas, conceitos absorvidos e imagens vistas.A nova identidade visual da graduação em de-sign gráfico do IFPE consegue atingir todos esse objetivos, tendo ainda considerado outro fator importante: a saturação informativa – ou seja, a dificuldade na criação original e na diferenciação da identidade em torno de um mercado satura-do –, pois é essencial que a criação se diferencie das já existentes no mercado. A marca consiste em dois símbolos estilizados, que dão ideia de movimento e leveza, mas ao mesmo tempo imprimem uma identidade pró-pria, deixando claro que há uma elaboração vi-sual, fundamental para o curso. A diferenciação entre os símbolos, um liso e um colorido, suge-re um contraste constante na vida de um de-signer, mostrando que é importante saber dosar a quantidade de informações, dependendo do projeto que você tem em mãos. Graficamente falando, a representação das iniciais do curso “D” e “G” em caixa baixa a partir de uma mesma forma, mas disposta de forma di-ferente, dá simplicidade à identidade visual, o que é bom para a fácil memorização da assinatura do curso. O “g” formado de pontos nos faz re-lembrar os pigmentos de impressão (os famosos ciano, magenta e amarelo) e a própria forma de impressão: os pontos.

Identidade

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o curso de Design do IFPE não res-tringiu-se a-penas aos espaços das salas de aula ou do atelier, mas também abriu suas portas para muitos visitantes e simpa-tizantes das Artes Gráficas. De que forma? Nos eventos que já organizou ou que participou a-través de seus representantes. No currículo já são dois Encontros Estaduais de De-sign, conhecidos como ÉDe-sign, que nos anos de 2008 e 2009 ofereceram os mais diversos temas para pales-tras e oficinas, flutuando do design artesanal, com oficinas de encadernação, tipografia e stencil, até o design de jogos e arquitetura da informação. Também fo-ram realizados várias palestras e fóruns aca-dêmicos ministrados por pro-fessores do curso.

E quando não há atividade nesse sentido por aqui, os alunos não ficam parados e marcam presen-ça nos maiores eventos de De-sign do país, como o NDesign, que chega a reunir mais de 3000 estudantes de Design de todo o Brasil, tanto para participar como palestrantes e “consumidores de conhecimento”, quanto como colaboradores, monitores etc. Aconteceu recentemente uma reunião de estudantes de todos os períodos do curso com dire-to-res e coordenadores do IFPE para melhorias na estrutura do curso, grandes passos já foram dados. Até agora, está previsto para esse ano o 20° NDesign e alunos do 1°, 2° e 3° período já se organizam para marcar pre-sença dos designers pernambu-

canos em Curitiba.

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Eventos

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a Vida de um estudaNte de design é uma coisa engraçada. Acredite. Você pode muito bem acor-dar um dia e dizer : “Hey! Quero ser designer”. Sim, por que não? Aí você começa a ver coisas que não via antes. Não, não falo de espíritos. Falo de design. Você começa a reparar em tudo e ver tudo e analisar tudo. Será que isso é possível? Bem, foi assim comigo. E aí?

E aí que agora sou estu-dante de design gráfico do IFPE. Interessante cur-so. Interessantes pessoas. Interessantes salas. “Sa-las?” Sim. Salas. E uma de-las em especial. O atelier. Todo estudante de de-sign gráfico que se preze do IFPE, tem aventuras que rolaram naquele atelier. Momentos de tensão. Momentos de fe-licidade. Momentos que você tinha que montar uma super embalagem de cd e pensou: “Mal-dito seja eu por querer ser designer”. Momen-tos que você se sentia o maior profissional do mundo ao mostrar a sua super embalagem de cd ao professor e ele dis-se: “Maravilhoso, rapaz”. Momentos que você se dá conta que tudo era um sonho e que, na ver-dade, o professor disse a você: “Meio quadradoso demais, não?” Momentos, momentos, momentos...

Por falar em momen-tos, lembro de algumas histórias do atelier. Certa vez, um aluno do curso vai ao IFPE algumas ho-ras depois do término das aulas e não havia nin-guém pelos corredores do bloco E. Ele vai em direção ao atelier. Escu-ta um barulho estranho seguido de risadas frené-ticas. Acha esquisito. Des-ce para comprar uma água e se tranquilizar. Vol-ta então ao bloco E mais uma vez se direciona ao atelier. Quando chega na porta, nota uma mancha vermelha no vidro. “San-gue?!”, ele pensa. Nesse momento, chega um ou-tro aluno, do instituto, e para ao seu lado. - Algum problema aí, cara? – o outro aluno pergunta.- O quê?! Problema? – ele responde como um re-flexo de seu nervosismo.- É, Problema. Você tá aí com uma cara de assus-tado. Tás xeretando o atelier por que? Que é que tu quer?

- Então... vim terminar um trabalho aqui e me deparo com essa mancha no vidro da porta.- Sangue? Tá maluco é, meu irmão? – ele retru-ca passando o dedo na mancha e depois passan-do na língua. – Isso é ket-chup, tabacudo.- Acho que alguém tem sérios problemas em mi-rar o ketchup na coxinha, hein?- Não seja estúpido. Não tá na cara que isso foi feito na gravação de um curta?- Não?!- Escuta, cara. Não se meta a engraçadinho comigo.- Nervosa? Nesse momento uma pe-quena briga se inicia. Troca de socos e chutes e cabeçadas e tapas. Um deles é atingido por um dedo no olho.- Ei! No olho é fuleiragem! O aluno machucado resolve então pegar seu celular e liga para a mãe contando a estória da de-dada. Ao terminar a cha-mada com a mãe, o estu-dante guarda o celular e sorri malignamente olhan-do para o outro rapaz.

A briga recomeça e logo um dos rapazes acer-ta um peteleco no mamilo do adversário.- Ah, vai jogar sujo, hein?- Minha mãe quem man-dou. Novamente a briga re-começa. Uma briga que vai se tornando cada vez mais feia. Socos trocados e sangue voando. Chutes trocados e sangue voan-do. Cada vez mais feia a briga fica. Dentes voan-do, das bocas dos dois alunos, pelo corredor do bloco E. Cada vez mais feia. Cada vez mais feia. Aí, enquanto brigam, eles trocam xingamentos, im-possibilitados de serem transcritos, até que:- Você não sabe nem dançar YMCA.- Melhor que você até.- Quero ver!

A briga é então inter-rompida por uma disputa coreográfica que logo é interrompida pela chega-da do diretor que suspen-de os dois alunos porque prefere “Earth, Wind & Fire” a “Village People”. Não sei até onde essa história é verdade. Até porque, venhamos e con-venhamos, “Earth, Wind & Fire” não chega aos pés do “Village People”. Certo?

Crônica louca de um estudante estupidamente perturbado contando suas histórias inquietantes ocorridas no atelier de design.

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por Raul Souza12

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Aos que desistiram: que bom! Expuseram nossas falhas e fraquezas.

Aos que insistiram: obrigado! Mostraram que pode haver mais de um caminho.

Aos que resistem: acreditem sempre, no curso e, principalmente, em vocês.

E mudem, mudem sempre, afinal, só os lou-cos não mudam: os loucos tem ideia fixa!

Weydson Ferraz, para os alunos.

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