Zine vinte e poucos anos de sujeira
-
Upload
rodolfo-correa -
Category
Art & Photos
-
view
131 -
download
1
Transcript of Zine vinte e poucos anos de sujeira
12
2
SOBRE O ZINE
O acordar cedo, a fome previsível, a correria logo cedo, o di-
nheiro contado na carteira, o ônibus perdido, o trabalho repetitivo
que nos tira as esperanças, contas e mais contas. Engraçado que ain-
da arranjamos tempo pra pensar no contratinho que não responde
nossas mensagens. São tantas coisas na cabeça que a gente sente que
não somos suficientes.
A gente sente medo do futuro porque duvidamos da nossa ca-
pacidade e assim continuamos andando de mãos dadas com a inse-
gurança que é tão intima pra andar do nosso lado, mas estranha o
suficiente pra gente não saber lidar com suas manias e pirraças.
Vinte e poucos anos de sujeira é uma tentativa de tangenciar a
sensação que sentimos na relação que temos conosco no ambiente
urbano e nos romances que sofremos nessa faixa dos 20 á 30 anos.
Pretendo deixar as ideias da maneira mais caótica que consigo escre-
ver, pois são tantos sentimentos embaralhados e bagunçados que um
explicação linear não seria suficiente pra trazer clareza no entendi-
mento deste trabalho.
Todas as tirinhas e poesias contidas neste trabalho estão posta-
das na pagina “Jaguara” do Facebook. Você pode acessar a pagina e
conferir outros trabalhos de minha autoria. Espero que você aprecie a
leitura e me procure para trocar umas ideias.
Grato pela atenção
Rodolfo Correa.
12 de outubro de 2016
11
TEM MEMÓRIAS
10
PEITO CARNIÇA
3
INDICE
OS DIAS ...................................................................................... 4
CIDADE, LUGAR TERRÍVEL ................................................ 5
ROMANCES JAGUARAS ....................................................... 7
REJEIÇÃO E IDENTIDADE ................................................... 8
PEITO CARNIÇA .................................................................... 10
TEM MEMÓRIAS ................................................................... 11
4
OS DIAS São vinte e poucos anos de sujeiras e sentimentos de vazio,
porque cobram da gente muito, mas a gente percebe que podemos
pagar com pouco e este pouco tende a nada. Tem dias que paga-
mos pra não ver, não ouvir, não sentir e não ser. Dias do cão que
nos deixa com o rosto cheio de marcas.
9
8
REJEIÇÃO E IDENTIDADE
Precisamos viver em conjunto, pois desta maneira consegui-
mos nos ver e nos projetar em outras pessoas, se vivêssemos no
nada, assim nada seriamos. A partir desta relação extra pessoal e
por mecanismos conscientes e inconsciente tracejamos a nossa ima-
gem dentro de nos mesmo. O tracejar na maioria das vezes é rabis-
cado e confuso, sem saber distinguir o que nos desagrada acaba-
mos nos rejeitando por inteiro.
5
CIDADE, LUGAR TERRÍVEL O que você consegue ver da onde você está? A Cidade parece
tão agressiva e veloz quando vista de uma calçada, mas quando
subimos o primeiro prédio que nos dão permissão tudo parece cor-
rer em câmera lenta.
Toda a fúria, cabeças quentes e tempos contados são nada
mais que pontos que transitam lentamente na paisagem de um pré-
dio. As nossas gigantescas preocupações valem de nada no final
das contas, não é mesmo? A cidade é um lugar terrível.
6
CIDADE, LUGAR TERRÍVEL
7
ROMANCES JAGUARAS Não aprendemos a lidar com afeto e com sentimentos de de-
sejo. Apesar de ainda querermos se perder na confusão, já não so-
mos mais adolescentes.
Queremos a pulsação e o suor sobre os nossos rostos da ma-
neira mais crua possível e pra isto fingimos proximidade, fingimos
intimidade e nesta estupidez a gente se machuca.