Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico do Estado de Goiás Região Nordeste

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Zoneamento Geoambientale

Agroecológico do Estado de GoiásRegião Nordeste

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MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTOFUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE

DIRETORIA DE GEOCIÊNCIASDIVISÃO DE GEOCIÊNCIAS DO CENTRO-OESTE

Série Estudos e Pesquisas em Geociências – número 3

Zoneamento Geoambiental

e

Agroecológico do Estado de Goiás

Região nordeste

Hilton Lenzi Moreira(Coordenador)

Rio de Janeiro1995

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FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGEAv. Franklin Roosevelt, 166 – Centro – 20021-120 – Rio de Janeiro ,RJ - Brasil

ISSN 0103-7447 (série)ISBN 85-240-0447-9 n.3

IBGE

EQUIPE EDITORIAL

Editoração Eletrônica:Divisão de Editoração/Departamento deEditoração eGráfica – DEDIT/CDDI.

Estruturação Editorial

Carmen Heloisa Pessôa CostaCeni Maria de Paula de Souza

Equipe de Publicações Tabulares Especiais

Elizabeth Santos da FontouraIracema Moreira da SilvaSônia Gonçalves da Rocha

Copidesque

Wilton de Almeida TavaresOnaldo Pedro Merísio

Revisão

Kátia Domingos VieiraUmberto Patrasso Filho

Edição

Vanda Ribeiro dos Anjos

Diagramação

Paulo Roberto Fiore de Castro

Impressão

Divisão de Gráfica/Departamento deEditoração e GráficaDEDIT/CDDI, em janeiro de 1995, OS03.01.1.0014/94.

Capa

Reginaldo Corrêa Nascimento – Divisão dePromoção/Departamento de Promoção eComercialização – DECOP/CDDI.

Zoneamento geoambiental e agroecológico doEstado de Goiás: região nordeste/ Hilton Lenzi Moreira, coordenador – Rio deJaneiro: IBGE / Divisão de Geociências doCentro-Oeste, 1995.178 p. (Estudos e pesquisas em geociências,ISSN 0103-7447 ; n.3).

Inclui bibliografia.

ISBN 85-240-0447-9

1. Zoneamento econômico – Brasil – Goiás,Nordeste. 2. Política ambiental – Brasil –Goiás, Nordeste. 3. Meio ambiente – Brasil –Goiás, Nordeste. 4. Goiás, Nordeste – Políticaeconômica. 5. Goiás, Nordeste – Geografia, I.Moreira, Hilton Lenzi. II. IBGE. Divisão deGeociências do Centro-Oeste. III. Série.

IBGE, CDDI. Dep. De Documentação eBibliotecaRJ-IBGE/94-16 CDU 911.9:504(817.3) GEO

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

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EQUIPE TÉCNICA

Divisão de Geociências do Centro-Oeste

Bernardo Cristóvão Colombo da CunhaGeólogo

Serviço de Estudos Ambientais

Maria Luiza Osório MoreiraGeóloga

Coordenador

Hilton Lenzi MoreiraGeólogo

Autores

Ademir Benedito de OliveiraEngenheiro Agrônomo

Antônio José Wilman RiosEngenheiro Agrônomo

Edgard da Costa FreireEngenheiro Florestal

Francisco José de AlmeidaGeólogo

Hilton Lenzi MoreiraGeólogo

Levi Makert dos SantosGeógrafo

Luiz Alberto DambrósEngenheiro Florestal

Luiz Aurélio Torres PotiguarGeólogo

Péricles PradoGeólogo

Participação

Antônia Maria M. Ferreira – DERNA/RJGeógrafa

Antônio Gladstone Carvalho FragaEngenheiro Agrônomo

José Alberto Celestino de NovaisEngenheiro Agrônomo

Lindinalva MamedeGeógrafa

Sebastião de Souza SilvaTécnico em Estudos e Pesquisas

Colaboração

Benedito Alísio da S. Pereira – DIESA-DRG/DF

Engenheiro Florestal

Diana Melo Del’ArcoGeógrafa

Igor TarapanoffGeólogo

Jeferson Oliveira Del’ArcoGeólogo

João Carlos de Arruda PintoGeólogo

José Renato Souza CostaEngenheiro Agrônomo

Maria Luiza Osório MoreiraGeóloga

Roberta Cunha de Mendonça – DIESA-DRG/DF

Bióloga

Virlei Álvaro de OliveiraEngenheiro Agrônomo

Colaboração Externa

Antônio Paulo Antunes – SAGRI/GOEngenheiro Agrônomo

José Fernandes de Moraes – SAGRI/GOEngenheiro Agrônomo

Sandro Ênio Junqueira – FEMAGOGeógrafo

Gitair Moreira dos Santos – EMCIDECGeógrafo

Francisco Ganzer Neto –EMGOPA/EMBRAPAEngenheiro Agrônomo

Sérgio Alberto Simões de Lima – SEPLAN/GOGeógrafo

Roberto Malheiros – SEPLAN/GOGeógrafo

Marcelo Moisés de Paula – SDRGeólogo

Maria de Lourdes Gonçalves Ramos – SDRGeógrafa

Luiz Guimarães Azevedo - SAEBiólogo

Cartografia

Sílvio Rogério Potier dos SantosEngenheiro Cartógrafo

Bernardete Maria Braga LobatoGeógrafa

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Bernardete Maria Braga LobatoGeógrafa

Serviço de Documentação e Informação

Heloísa Maria Martins Meira RoessingBibliógrafa

Técnicos em Estudos e Pesquisa

Addemy Alves da SilvaAntônio Carlos Rodrigues da SilvaAparecida da Cruz RibeiroClaudimar Ferreira CastroDioberto Carvalho ArantesEdison Rodrigues PlácidoJoão Martins LemesJosé Maria TobiasNeula Maria MachadoOrisvaldo Gonzaga de RezendeSolange Versiani Novaes Magalhães

EDITORAÇÃO ( NOVEMBRO DE 2001)

AGIM – Diretoria de Mineração e Recursos NaturaisDepartamento de Gestão TerritorialDivisão de Geoprocessamento

Heitor Faria da CostaGeólogo

Javan Carlos Araujo CostaAssistente de Administração

Jeovah Quintino da SilvaTéc. em Mineração

Levindo Cardoso MedeirosTéc. em Mineração

Maria Luiza Osório MoreiraGeóloga

Nilauder Guimarães AlvesTéc. em Mineração

Sérgio Pereira da SilvaTéc. em Mineração

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Agradecimentos

Durante a execução do trabalho muitas foram as colaboraçõesrecebidas, seja a nível de transferência de experiência ou no apoiologístico. Sem citar nomes para não cometer injustiças, externamosnossos agradecimentos ao Centro Nacional de Pesquisa de Arroz eFeijão – CNPAF/EMBRAPA -, Centro de Pesquisa Agropecuária doCerrado – CPAC/EMBRAPA -, Delegacia do Ministério da Agriculturaem Goiás, Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica –DNAEE -, 6º Distrito Regional do Departamento Nacional daProdução Mineral – DNPM -, Empresa de Assistência Técnica eExtensão Rural de Goiás – EMATER/GO -, Empresa Estadual deCiências, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico Social –EMCIDEC -, Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária –EMGOPA -, Fundação Estadual do Meio Ambiente de Goiás –FEMAGO -, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis – IBAMA/GO -, Metais de Goiás S/A –METAGO -, Secretaria da Agricultura do Estado de Goiás –SAGRI/GO -, Secretaria de Desenvolvimento Regional daPresidência da República – SDR -, Universidade Federal de Goiás –UFG -, Delegacia do IBGE de Goiás, Reserva Ecológica do IBGE-DRG/DF, Agência de Coleta do IBGE em Posse e demaisSecretarias do Estado, Prefeituras Municipais, agricultores epecuaristas.

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Apresentação

O Estado de Goiás apresenta contrastes regionais marcantes,notadamente entre o sul e o carente nordeste. Tem por objetivo odesenvolvimento desta última região, através de um conjuntoordenado de ações políticas que harmonizem o ambiente natural àsações antrópicas, foi elaborado o Zoneamento Geoambiental eAgroecológico, por parte da Fundação Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística – IBGE -, em convênio com a Secretaria dePlanejamento e Coordenação, do Governo do Estado de Goiás –SEPLAN/GO.

Conduzido pela Divisão de Geociências em Goiás –DIGEO/GO – da Diretoria de Geociências, no período de fevereiro anovembro de 1990, o Zoneamento teve como finalidade principal olevantamento integrado dos recursos naturais, sendo oaproveitamento racional desses recursos, em um processo deplanejamento que privilegie a proteção da natureza, o indutor paraas ações governamentais diretoras do desenvolvimento regional.

Os resultados alcançados foram sumariados nos mapas doPotencial Geoambiental, do Zoneamento Agroecológico e daAvaliação da Qualidade Ambiental, que representam,respectivamente, o modo como os elementos da natureza ocorremna região, o aproveitamento que deveriam ter em função de suaspotencialidades e do equilíbrio ambiental e, por último, a avaliaçãoda qualidade ambiental em função dos elementos naturais eantrópicos.

Trento Natali FilhoDiretor de Geociências

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste

SUMÁRIO

Introdução ............................................................................................................................. 14

Localização da Área ................................................................................................................. 14Objetivos do Trabalho ............................................................................................................... 14Método do Trabalho................................................................................................................... 18

Caracterização da Área ................................................................................................. 20

Clima ........................................................................................................................................... 20Metodologia ...................................................................................................................... 20Classificação do Clima ................................................................................................... 21Distribuição das Chuvas ................................................................................................. 21Distribuição das Temperaturas ...................................................................................... 37Balanço Hídrico................................................................................................................. 38Evapotranspiração Potencial ......................................................................................... 38Excedente Hídrico ........................................................................................................... 38Deficiência Hídrica ........................................................................................................... 39Informação Suplementar ................................................................................................ 40

Geologia ..................................................................................................................................... 49Mineralizações ................................................................................................................. 51

Geomorfologia ........................................................................................................................... 56Solos ........................................................................................................................................... 58

Critérios e Normas Adotados para a Classificação dos Solos ................................. 58Descrição das Classes de Solos ................................................................................... 62Fertilidade Natural dos Solos ......................................................................................... 68Avaliação da Necessidade de Calagem dos Solos ................................................... 71Terras para Irrigação ....................................................................................................... 75Predisposição à Erosão ................................................................................................. 80Terras para Mecanização ............................................................................................... 87

Vegetação .................................................................................................................................. 89

Formações Vegetais Naturais ....................................................................................... 89

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste

Zoneamento do Potencial Geoambiental ............................................................ 95

Região I – Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros........................................ 98

Geossistema 1 – Veadeiros............................................................................................ 98Geossistema 2 – Araí....................................................................................................... 99Geossistema 3 – Serra da Pedra Branca ..................................................................... 100Geossistema 4 – Serra do Tombador – Serra Branca ............................................... 102Geossistema 5 – Divisor dos Rios Tocantinzinho – Preto ......................................... 103Geossistema 6 – Serra da Aboboreira.......................................................................... 104Geossistema 7 – Serra da Boa Vista ............................................................................ 105Geossistema 8 – Escarpas Estruturais......................................................................... 107Geossistema 9 – Serra da Prata .................................................................................... 107Geossistema 10 – Baixos Rios Preto-Tocantinzinho.................................................. 108

Região II – Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba................................................................ 109

Geossistema 11 – Borda da Serra Geral do Paranã .................................................. 110Geossistema 12 – Chapadas de São João D’Aliança-Alto Paraíso de Goiás ....... 110Geossistema 13 – Vertentes do Rio Tocantinzinho-Ribeirão das Brancas ............ 111

Região III – Chapadas de Paracatu........................................................................................ 112

Geossistema 14 – Borda Norte das Chapadas de Paracatu..................................... 113

Região IV – Chapadão Central................................................................................................ 114

Geossistema 15 – Borda da Serra Geral de Goiás .................................................... 114

Região V – Patamares do Chapadão Central....................................................................... 115

Geossistema 16 – Cárstico-Pelítico Guarani de Goiás-Divinópolis de Goiás ........ 116Geossistema 17 – Pelítico - Cárstico Alvorada do Norte –

Damianópolis - Guarani de Goiás................................................. 118Geossistema 18 – Vertentes da Serra Geral de Goiás.............................................. 119

Região VI – Vão do Paranã ...................................................................................................... 120

Geossistema 19 – Vão do Paranã Norte ...................................................................... 120Geossistema 20 – Vão do Paranã Sul.......................................................................... 122

Região VII – Pediplano do Tocantins...................................................................................... 123

Geossistema 21 – Vales de Cavalcante-Rio Paranã-Aurominas ............................. 124Geossistema 22 – Rio Paranã-Monte Alegre de Goíás-Campos Belos.................. 125Geossistema 23 – Foz do Bezerra – Rio da Prata...................................................... 127Geossistema 24 – Rio Traíras........................................................................................ 127

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste

Região VIII – Depressões Intermontanas .............................................................................. 128

Geossistema 25 – Vão das Almas................................................................................. 128Geossistema 26 – Depressão do Rio Claro ................................................................. 129

Região IX – Faixas Aluviais...................................................................................................... 130

Geossistema 27 – Várzeas e Terraços Aluviais.......................................................... 130

Zoneamento Agroecológico ........................................................................................ 132

Atividades Agrícolas .................................................................................................................. 133

Caracterização das Áreas para Culturas Anuais ........................................................ 133 Indicação de Variedades das Principais Culturas Anuais ..................................... 136Caracterização das Áreas para Culturas Perenes...................................................... 138

Indicação de Variedades para Culturas Perenes ................................................... 140Caracterização das Áreas para Pastagem Plantada.................................................. 141Caracterização das Áreas para Florestamento/Reflorestamento ............................. 142

Indicação de Manejo e Espécies .............................................................................. 142

Áreas e Atividades de Conservação....................................................................................... 149

Caracterização das Áreas para Pastagem Natural..................................................... 150Caracterização das Áreas para Manejo Sustentado de Floresta ............................. 150

Situação Atual (Exploração Madeireira)................................................................... 151Caracterização das Áreas para Extrativismo Vegetal ................................................ 157

Situação Atual............................................................................................................... 166

Preservação................................................................................................................................ 167

Caracterização das Áreas para preservação............................................................... 167

Dados de Produção .......................................................................................................... 190

Agricultura ................................................................................................................................... 190Pecuária (Bovinocultura)........................................................................................................... 194Florestamento/Reflorestamento............................................................................................... 210

Qualidade Ambiental........................................................................................................ 213

Conclusões e Sugestões ............................................................................................... 214

Bibliografia ............................................................................................................................ 226

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Relação de Tabelas

1. Títulos de lavra na Região Nordeste de Goiás ............................................................. 542. Alvarás de pesquisa em vigor na Região Nordeste de Goiás .................................... 553. Áreas de cobertura vegetal natural e antrópica da Região Nordeste

de Goiás – 1988 ................................................................................................................. 934. Comparação entre nove gramíneas forrageiras tropicais, quanto à

tolerância a Al e exigência em P e Ca para a fase de estabelecimento.................... 143

5. Comparação entre treze leguminosas forrageiras tropicais, quanto àtolerância a Al e Mn e exigência em P e Ca para a fase de

estabelecimento .................................................................................................................. 1446. Adaptação climática de algumas gramíneas e leguminosas tropicais....................... 1457. Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras,

seguindo as espécies existentes nas Florestas EstacionalSemidecidual e Estacional Decidual (volume com casca) – 1990............................. 153

8. Número de serrarias da Região com registro no IBAMA ............................................. 1599. Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha,

por amostra, segundo as espécies existentes nas Formações de SavanaArbórea Aberta e Savana Arbórea Densa – 1982/1990............................................... 168

10. Evolução da cultura temporária de algodão, em caroço,segundo/municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989............................... 195

11. Evolução da cultura temporária de amendoim, em casca, segundomunicípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 .............................................. 196

12. Evolução da cultura temporária de arroz de sequeiro, em casca,segundo municípios da Região Nordeste de Goiás – 1970/1989............................... 197

13. Evolução da cultura temporária de cana-de-açúcar, segundo municípiosda Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ................................................................... 198

14. Evolução da cultura temporária de feijão, em grão, segundo municípiosda Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ................................................................... 199

15. Evolução da cultura temporária de mandioca, segundo municípios daRegião Nordeste de Goiás – 1970/1989......................................................................... 200

16. Evolução da cultura temporária de milho, em grão, segundo municípiosda Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ................................................................... 201

17. Evolução da cultura temporária de soja, em grão, segundo municípios daRegião Nordeste de Goiás – 1970/1989......................................................................... 202

18. Produção das culturas temporárias de abacaxi e fumo, em folha, comregistros não contínuos, segundo municípios da Região Nordeste deGoiás – 1970/1989.............................................................................................................. 203

19. Evolução da cultura permanente de abacate, segundo municípios daRegião Nordeste de Goiás – 1970/1989......................................................................... 204

20. Evolução da cultura permanente de banana, segundo municípios daRegião Nordeste de Goiás – 1970/1989......................................................................... 205

21. Evolução da cultura permanente de café, em coco, segundo municípiosda Região Nordeste de Goiás – 1970/1989 ................................................................... 206

22. Evolução da cultura permanente de laranja, segundo municípios daRegião Nordeste de Goiás – 1970/1989......................................................................... 207

23. Evolução da cultura permanente de limão, segundo municípios daRegião Nordeste de Goiás – 1970/1989......................................................................... 208

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste

24. Evolução da cultura permanente de mamão, segundo municípios daRegião Nordeste de Goiás – 1970/1989 ........................................................................ 208

25. Evolução da cultura permanente de manga, segundo municípios daRegião Nordeste de Goiás – 1970/1989 ........................................................................ 209

26. Produção das culturas permanentes de goiaba e tangerina, comregistros não contínuos, segundo municípios da Região Nordeste deGoiás – 1970/1989.............................................................................................................. 209

27. Produção das culturas permanentes de marmelo e coco-da-baía, comregistros não contínuos, segundo municípios da Região Nordeste deGoiás – 1970/1989.............................................................................................................. 210

28. Projetos florestamento/reflorestamento incentivados na Região Nordestede Goiás ............................................................................................................................... 211

29. Evolução dos antropismos na Região Nordeste de Goiás – 1981/1988 ................... 218

Relação de Quadros

1. Distribuição dos Solos quanto à Fertilidade Natural...................................................... 692. Algumas Culturas e suas Variedades Atualmente Consideradas

Importantes para os Solos Ácidos dos Cerrados........................................................... 733. Guia de Avaliação da Necessidade de Calagem dos Solos........................................ 744. Guia de Avaliação das Classes de Solos para Irrigação.............................................. 765. Principais Características dos Solos Utilizados para a Definição das

Classes de Erodibilidade ................................................................................................... 826. Avaliação das Classes de Relevo .................................................................................... 837. Combinação dos Fatores Relevo-Solo ............................................................................ 838. Variedades de Soja Indicadas para a Chapada dos Veadeiros.................................. 1379. Variedades de Soja Indicadas para o Vão do Paranã .................................................. 13710. Variedades de Milho Indicadas......................................................................................... 13711. Variedades de Arroz Indicadas......................................................................................... 13812. Variedades de Feijão Indicadas ....................................................................................... 13813. Lista Preliminar de Espécies Nativas em Uso na Região Geoeconômica

de Brasília............................................................................................................................. 160

Lista de Figuras

1. Localização da Área ........................................................................................................... 152. Rodovias e Drenagem........................................................................................................ 163. Divisão Municipal ................................................................................................................ 174. Pluviometria Média Anual.................................................................................................. 225. Pluviometria Média em Janeiro......................................................................................... 236. Pluviometria Média em Abril.............................................................................................. 247. Pluviometria Média em Julho ............................................................................................ 258. Pluviometria Média em Outubro ....................................................................................... 269. Temperatura Média Anual ................................................................................................. 2710. Temperatura Média em Janeiro........................................................................................ 2811. Temperatura Média em Abril............................................................................................. 2912. Temperatura Média em Julho ........................................................................................... 3013. Temperatura Média em Outubro ...................................................................................... 3114. Evapotranspiração Potencial Anual ................................................................................. 32

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste

15. Excedente Hídrico Anual.................................................................................................... 3316. Número de Meses com Excedente Hídrico .................................................................... 3417. Deficiência Hídrica Anual................................................................................................... 3518. Número de Meses com Deficiência Hídrica.................................................................... 3619. Comportamento Mensal e Anual da Precipitação – Flores de Goiás-São

João D’Aliança..................................................................................................................... 4120. Balanço Hídrico – Flores de Goiás-São João D’Aliança .............................................. 4221. Comportamento Mensal e Anual da Precipitação-Alvorada do Norte-Alto

Paraíso de Goiás................................................................................................................. 4322. Balanço Hídrico – Alvorada do Norte-Alto Paraíso de Goiás ...................................... 4423. Comportamento Mensal e Anual da Precipitação – Colinas do Sul-Monte

Alegre de Goiás................................................................................................................... 4524. Balanço Hídrico – Colinas do Sul-Monte Alegre de Goiás........................................... 4625. Comportamento Mensal e Anual da Precipitação – São Domingos.......................... 4726. Balanço Hídrico – São Domingos..................................................................................... 4827. Ocorrências Minerais – Minas e Garimpos..................................................................... 5228. Possibilidades Metalogenéticas........................................................................................ 5329. Domínios Geomorfológicos ............................................................................................... 5730. Fertilidade Natural dos Solos ............................................................................................ 7031. Avaliação da Necessidade de Calagem dos Solos ....................................................... 7232. Terras para Irrigação .......................................................................................................... 7933. Predisposição à Erosão..................................................................................................... 8434. Terras para Mecanização .................................................................................................. 8835. Vegetação – Regiões Fitoecológicas .............................................................................. 9136. Regiões Geoambientais..................................................................................................... 9637. Áreas Recomendadas para Lavouras ............................................................................. 13438. Manejo Sustentado de Floresta/Exploração Madeireira............................................... 15239. Pontos de Inventário Florestal – Florístico...................................................................... 15940. Principais Culturas em Área Plantada (ha) – Região Nordeste do Estado

de Goiás – 1970 .................................................................................................................. 19141. Principais Culturas em Área Plantada (ha) – Região Nordeste do Estado

de Goiás – 1980 .................................................................................................................. 19242. Principais Culturas em Área Plantada (ha) – Região Nordeste do Estado

de Goiás – 1989 .................................................................................................................. 19343. Teores de Mercúrio em Sedimento de Corrente (ppb) ................................................. 221

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste

Introdução

Localização da Área

A área compreendida pelo presente trabalho situa-se na parte nordeste doEstado de Goiás, abrangendo uma superfície de 38.798,7 km2, limitada pelosEstados do Tocantins e Bahia, a norte e a leste, respectivamente. A sudeste limita-se com o Estado de Minas Gerais, enquanto a oeste e a sul-sudoeste apresentalimites com áreas do próprio Estado de Goiás, constituindo, respectivamente, aregião norte e a área do entorno do Distrito Federal (Figura 1).

A rede de drenagem está representada pelos rios Paranã, Tocantinzinho,Maranhão e afluentes, que fazem parte da bacia hidrográfica do Tocantins.

As principais rodovias que cortam a área são a BR-020, GO-118, GO-112, GO-110 e GO-237, havendo também inúmeras estradas vicinais interligando cidades,lugarejos e fazendas (Figura 2).

A região nordeste do Estado de Goiás abrange os seguintes Municípios: AltoParaíso de Goiás, Alvorada do Norte, Campos Belos, Colinas do Sul, Cavalcante,Damianópolis, Divinópolis de Goiás, Flores de Goiás, Guarani de Goiás, Iaciara,Monte Alegre de Goiás, Mambaí, Nova Roma, Posse, Sítio d’Abadia, São Joãod’Aliança, São Domingos, Simolândia e Teresina de Goiás (Figura 3).

Pela proximidade com o Distrito Federal exibe influências recíprocas,notadamente as de ordem socioeconômicas. A região tem na agropecuária o seuembasamento econômico, muito embora apresente-se também como razoável pólomadeireiro e mais recentemente como pólo minerador que atualmente atravessaperíodo de dificuldades, devido à queda do preço do estanho no mercadointernacional.

Objetivos do Trabalho

O Projeto Zoneamento Geoambiental e Agroecológico do Estado de Goiás –Região Nordeste tem como meta o levantamento integrado e regional dos recursosnaturais dessa porção do Estado de Goiás, objetivando fornecer subsídios aogoverno estadual para a elaboração de uma política de ocupação territorial queaproveite de modo racional seus recursos, dentro dos limites impostos por suaspotencialidades e pelo equilíbrio ambiental.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 18

Com este enfoque, procedeu-se a integração e reavaliação dos dadostemáticos, tendo em vista a elaboração dos Mapas do Potencial Geoambiental,Zoneamento Agroecológico e da Avaliação da Qualidade Ambiental, na escala1:500.000, assim como o texto que acompanha esses mapas. Esses documentosrepresentam, respectivamente, a maneira como os elementos da natureza ocorremna região, a forma como deveriam ser utilizados em função de suas potencialidadese do equilíbrio ambiental e por último uma avaliação da qualidade ambiental emfunção dos elementos naturais e antrópicos.

Método do Trabalho

Os procedimentos adotados para a elaboração do presente trabalho incluemuma série de estágios, iniciando-se pela compilação de dados apoiada em pesquisabibliográfica, complementada por interpretações de imagens de radar e satélite(Landsat 5 TM, 1988) na escala 1:250.000, com a finalidade de atualizar asinformações temáticas oriundas do trabalho desenvolvido pelo ProjetoRADAMBRASIL.

Os mapas temáticos de Geologia, Geomorfologia, Solos e Vegetação queabrangem a área nordeste do Estado de Goiás, inseridos nas Folhas SD.22 Goiás eSD.23 Brasília, recobrem parte das seguintes Folhas do corte cartográfico 1:250.000: SD.22-X-D Porangatu, SD.22.Z-B Uruaçu, SD.23-V-A Arraias, SD.23-V-BTaguatinga, SD.23-V-C Posse e SD.23-Y-C Brasília. Após a etapa inicial, essesdocumentos foram atualizados com informações provenientes de trabalhos decampo realizados no período de março a julho de 1990, análises de laboratório e dareinterpretação das imagens; paralelamente foram elaboradas as basesplanimétricas para a produção dos mapas de serviço (1:250.000) e mapas finais(1:500.000). Ao final desse estágio, têm-se portanto os mapas de serviçoatualizados, que incluem além dos temas mencionados o Mapa de Aptidão Agrícola,elaborado a partir do Mapa de Solos, adotando critérios e normas preconizadas peloSNLCS/EMBRAPA (1983).

A etapa seguinte é caracterizada pela integração dos mapas de serviço, tendoem vista a elaboração do Mapa do Potencial Geoambiental.

A metodologia adotada baseia-se nos trabalhos desenvolvidos por Silva (1987),SEPLAN-MS e IBGE (1989b) e IPEA-SC e IBGE (1990), cujos princípiosfundamentam-se na Teoria dos Sistemas, conduzindo ao estudo das relações deinterdependência existentes entre os componentes do meio natural, para atingir oconhecimento do seu funcionamento.

Através desse enfoque a área em estudo foi dividida em arranjos espaciais,caracterizados pela convergência de semelhança dos seus componentes físicos ebióticos, considerados como geossistemas ou sistemas ambientais, conforme Silva(1987).

A elaboração do Mapa do Potencial Geoambiental iniciou-se com a análise dageologia e do padrão estrutural, relacionando-os à morfologia e à rede de drenagem,proporcionando a identificação das unidades de maior abrangência espacial queconstituem as regiões geoambientais. Essas regiões foram subdivididas em funçãodas combinações dos tipos genéticos de modelados de relevo e solos, originando

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associações morfopedológicas as quais se correlacionam às comunidades vegetais;tal procedimento conduz à identificação dos geossistemas, nos quais se identificamposteriormente as menores unidades de mapeamento que constituem as geofácies.

Através do estudo das potencialidades e limitações inerentes aos diversosgeossistemas, bem como considerando a qualidade ambiental, em função deelementos naturais (predisposição à erosão) e antrópicos, obtiveram-se dadosnecessários à elaboração do Zoneamento Agroecológico e Avaliação da QualidadeAmbiental, constituindo, portanto, o Mapa do Potencial Geoambiental referencialpara a produção desses documentos.

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Caracterização da Área

As informações contidas neste capítulo têm por objetivo proporcionar ao leitoruma visão global da área, sobre os diversos temas utilizados para a elaboração doZoneamento do Potencial Geoambiental e Agroecológico.

Inicialmente, apresenta-se o estudo climático da região, seguindo-se aabordagem temática, com a qual se pretende esclarecer o significado e conteúdodas distintas unidades, além de indicar os critérios e normas adotados para aclassificação dos solos.

Apresenta-se também estudos sobre a fertilidade natural dos solos,necessidade de calagem, terras aptas para irrigação, predisposição à erosão eterras aptas para mecanização.

Dessa forma, o leitor estará familiarizado com o significado das unidadestemáticas, seguidamente referidas na abordagem das unidades geoambientais e noZoneamento Agroecológico, escopo principal do trabalho.

Clima

Metodologia

A classificação climática adotada foi a de Köppen, por ser a mais conhecida eusada, além de permitir correlações com a maioria dos trabalhos realizados para aregião.

O método de trabalho consistiu no exame de cartogramas, curvasombrotérmicas e pluviométricas, publicadas pelo Projeto RADAMBRASIL, volume 29(Folha SD.23 Brasília) e Edmon Nimer (1989), comparados com dados normais deáreas vizinhas e dados isolados coletados na área, que forneceram as condiçõesmédias de confiabilidade, para a utilização como referencial dos traçados.

Os dados de precipitação referentes as 16 localidades foram obtidos através darede de observação do Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica –DNAEE.

As cotas altimétricas das mesmas localidades foram extraídas das cartastopográficas do IBGE-1983.

Os cartogramas apresentados em escala aproximada 1:2.000.000, foramampliados do original publicado na escala 1:4.000.000 e ajustados posteriormente

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de acordo com observações de campo, análise de dados mais recentes e acompartimentação do relevo (Figuras 4 a 18).

Classificação do clima

A área compreendida pela região nordeste do Estado de Goiás encontra-se nocontexto da regionalização do espaço geográfico brasileiro, inserida em uma zonade transição entre os domínios dos climas úmidos da região amazônica (IT) e osdomínios dos climas semi-áridos da região da caatinga do Nordeste brasileiro. Éuma área atingida também pelo sistema de correntes perturbadas do AnticiclonePolar ou da Frente Polar (Fp).

A região está sob o domínio do Clima Tropical com duas estações bemmarcadas (AW), com variações para Clima Tropical de altitude (CWa).

Encontra-se sujeita ao veranico, fenômeno climatológico que ocorre na regiãodo Brasil Central. Na região nordeste de Goiás, esse fenômeno tem registradogrande irregularidade temporal e de freqüência. Resume-se a um período secoembutido dentro da estação chuvosa, podendo perdurar de uma a quatro semanassem chuvas, com dias ensolarados. Costuma ocorrer o veranico no mês de janeiro.Segundo vários pesquisadores, tal fenômeno tem suas origens ligadas às variaçõese expansões da área de Baixa Pressão do Chaco.

Distribuição das chuvas

O nordeste goiano com seu clima tropical encontra-se sob o domínio dasmassas de ar Equatorial Continental (Ec) de novembro a março. Esta épocacaracteriza o verão por ser o período de maior radiação e insolação, provocando ocalor, amenizado pela concentração das chuvas. Nesta época, a área é invadida porlinhas de Instabilidade Tropical (IT), provocadas pela expansão da massa de arquente e úmida, da Equatorial Continental (Ec), proveniente da Região Amazônica.Neste período registram-se na região os maiores índices pluviométricos do ano.

O cartograma da precipitação média anual (Figura 4) mostra que as isoietasisolam dois sistemas de intensidades de precipitações superiores a 1.500 mm. Umposicionado sobre os relevos altos dos planaltos e outro mais a norte sobre osMunicípios de Campos Belos e Monte Alegre de Goiás, também influenciados porrelevos residuais altos.

As áreas baixas, concentradas principalmente na parte leste, no Vão do Paranãe Patamares do Chapadão Central, recebem totais pluviométricos anuais inferiores a1.300 mm.

O inverno seco é resultante da entrada na região dos ventos secos e quentesde nordeste, originários do anticiclone subtropical semifixo do Atlântico Sul,responsável por tempo estável. Durante essa estação a área fica sujeita àsalternâncias dos ventos da Tropical Atlântica (Ta) e às penetrações das MassasPolares (Pa), mais vigorosas nesse período, sujeitando a região a bruscasmudanças que provocam baixas temperaturas e chuvas frontais, insuficientes paraamenizar o período seco.

O outono reflete uma situação de transição entre o verão úmido e o invernoseco.

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A região fica mais exposta aos ventos secos e quentes do Nordeste,provenientes da Alta Tropical (Ta), e passa a ocupar os espaços deixados pelorecuo do fluxo úmido do oeste.

A primavera caracteriza-se na região por marcar o início do período daschuvas, ocasião em que os valores das isoietas ultrapassam a 100 mm, períodoesse em que também se registram os mais altos valores térmicos do ano.

A distribuição das chuvas ao longo do ano caracteriza-se por apresentarconcentração num período de 5 meses, nas estações de primavera e verão (Figuras5 e 8), ficando o restante do ano sob regime de estiagem e na dependência dasoscilações temporais da circulação atmosférica, no outono e inverno (Figuras 6 e 7).

Enquanto a circulação atmosférica assegura uma certa homogeneidadeclimática, o relevo com suas variações de altitudes, entre os planaltos acima de1.200 m e as depressões abaixo de 500 m, levam a uma diversificação térmica daqual resulta uma heterogeneidade climática (microclima). Caracterizada pelo ClimaTropical (AW), com temperatura do mês mais frio superior a 18ºC, nas regiõesbaixas do Vão do Paranã e Clima Tropical de altitude (CWa), com temperatura domês mais frio inferior a 18ºC, nas regiões mais elevadas dos planaltos (Figura 12).

A disparidade térmica está relacionada diretamente aos diferentes níveisaltimétricos, conjugados com as ações dos ventos frios provenientes das MassasPolares, mais atuantes nas áreas posicionadas em maiores altitudes.

Distribuição das temperaturas

Não existindo estações meteorológicas em número suficiente para se obteremdados de temperaturas representativos da região, adotou-se a técnica de estimativasdos valores médios mensais e anuais, através da equação de regressão múltiplaentre os fatores estáticos que exercem influência no comportamento térmico daregião nordeste do Estado de Goiás. assim, utilizou-se a mesma equação usada porAlfonsi, Pinto e Pedro Júnior (1974), que toma por base os fatores estáticos altitudee latitude.

A influência dos sistemas atmosféricos e a posição geográfica da área sãorefletidas nas temperaturas médias mensais e anuais, que produzem valores altos oano todo. A condição do relevo, por sua vez, influi na região, promovendo variaçõestérmicas e de pluviosidade (Figuras 9 e 4). Nos relevos altos do Planalto do AltoTocantins-Paranaíba, e no Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros, astemperaturas chegam a ser em média até 5ºC inferiores às médias, registradas nasregiões deprimidas do Vão do Paranã, Patamares do Chapadão Central e demaisdepressões.

Nos meses de setembro a outubro, época da primavera, registram-se asmáximas térmicas e as temperaturas mantêm-se elevadas. Essas alterações sãoprovocadas pela maior incidência dos raios solares que nessa época do ano passamperpendiculares aos paralelos, pela baixa nebulosidade e pela pequena freqüênciadas chuvas, que resulta um maior aquecimento (Figura 13).

Durante o verão e outono, as continuadas precipitações pluviométricas alterama temperatura regional, provocando uma queda que pode ser verificada nas médiasmensais (Figuras 10 e 11).

No inverno, período no qual ocorrem os menores índices de radiação solar,verifica-se uma sensível redução nas temperaturas médias mensais, sem contudo

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alterar as condições nas áreas baixas como o Vão do Paranã, envoltas por relevoselevados dos planaltos, onde são registradas temperaturas médias superiores a21ºC.

As variações de temperaturas que ocorrem na região estão diretamenterelacionadas aos diferentes níveis altimétricos e a sua maior exposição à ação dosventos frios originários das frentes frias, que no inverno atingem as áreas de planaltocom maior intensidade (Figura 12).

Balanço hídrico

O conhecimento dos totais pluviométricos médios anuais é muito importantepara qualquer política de planejamento regional, por fornecer parâmetrosindispensáveis para a avaliação do potencial hídrico, que é denominado BalançoHídrico. Consiste em uma técnica de contabilização de água no solo, visando a obterconhecimentos sobre a disponibilidade de água para as comunidades vegetais,assim como para programar convenientemente projetos de irrigação dos solos edimensionamento de reservatórios para irrigação. Essa técnica de contabilizaçãoleva em consideração a resultante do confronto entre a precipitação, que é oelemento fornecedor de água, e a evapotranspiração potencial que é o elementoquantificador teórico de água, que é retirada do solo.

Evapotranspiração potencial

Estando a Evapotranspiração Potencial, diretamente relacionada ao balanço deradiação solar, a mesma indica o volume de água que em teoria é necessária paraque a vegetação possa manter a sua força e o verdor durante o ano todo.

O cartograma da distribuição espacial de Evapotranspiração Potencial (Figura14) mostra que a mesma oscila entre 1.200 e 1.500 mm. Observa-se que os valoresmenores formam uma faixa que ocupa a parte leste da região e se estende de nortepara sul, onde é mais larga. Inserem-se, nessa faixa, as regiões do Vão do Paranã edos Patamares do Chapadão Central.

Os altos índices de Evapotranspiração Potencial registrados na RegiãoNordeste, de 1.300 a 1.500 mm (Figura 14), concentram-se de novembro a março.Neste período o maior volume de água disponível favorece a maior intensidade daevapotranspiração, apesar do maior potencial de radiação solar concentrar-se entresetembro e fevereiro.

Os valores crescem à medida que se avança para oeste onde se encontram osrelevos altos do Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba e do Complexo MontanhosoAraí-Nova Roma-Veadeiros.

A concentração dos maiores índices de Evapotranspiração Potencial naextremidade oeste da área, assim como o maior número de meses de deficiênciahídrica (Figura 18), devem estar aliados à grande disponibilidade de energia e àscaracterísticas físicas do relevo, dos solos, em face da sua baixa capacidade dearmazenamento de água.

Excedente hídrico

O excedente hídrico representa a quantidade de água precipitada que, por nãoser absorvida pelo solo, não utilizada pelas plantas e nem evapotranspirada, escoaem superfície e é incorporada à rede de drenagem.

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Todo solo possui um limite específico de estocagem de água, além do qual ficasaturado. Sempre que é atingido esse limite, a quantidade de água fornecida pelaschuvas é superior às necessidades de evapotranspiração. Tem-se nesse momento oexcedente hídrico.

As Figuras 14 e 15 indicam que os menores valores (400 mm) ocorrem nasregiões do vão do Paranã e Patamares do Chapadão Central, a leste, e naextremidade a oeste das regiões dos planaltos; o período de ocorrência dosexcedentes varia entre 4 e 5 meses.

Nas áreas dos Planaltos do Alto Tocantins-Paranaíba, Complexo MontanhosoAraí-Nova Roma-Veadeiros, nas regiões de Monte Alegre de Goiás e Campos Belos,os excedentes hídricos são superiores a 500 mm, com duração de 5 meses.

Exceção se verifica na extremidade sul do Vão do Paranã, onde o excedentehídrico mensal é inferior a 400 mm, porém com duração em torno de 5 meses(Figura 16).

Deficiência hídrica

Deficiência hídrica é a diferença entre a evapotranspiração potencial e a real ereflete a falta de água no solo durante o período seco que interfere no plenodesenvolvimento dos vegetais.

Observando e correlacionando o cartograma (Figura 17) de déficit hídrico anuale o cartograma (Figura 4) da pluviometria média anual, nota-se que, nas áreas doComplexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros, destaca-se área que concentraíndices pluvométricos variáveis entre 1.400 e 1.600 mm anuais. Nas regiõesdeprimidas do Vão do Paranã, os índices pluviométricos são inferiores a 1.300 mmanuais. O cartograma (Figura 17) de deficiência hídrica anual, por sua vez, mostraíndices superiores a 400 mm no Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeirose índices inferiores a 300 mm nas áreas baixas do Vão do Paranã.

O cartograma (Figura 18), que indica o número de meses com deficiênciahídrica, mostra que a região serrana tem de 4 a 5 meses de déficit hídrico, ao passoque as áreas deprimidas têm seu período oscilando entre 4 e 2 meses.

Uma correlação pode ser feita para explicar essa anomalia.

Considerando-se o déficit ou excedente hídrico como um índice exclusivamentehídrico climatológico, esses índices representam apenas a relação entre precipitaçãoe evapotranspiração potencial. O déficit hídrico é apenas um resultado negativonessa relação.

Considerando, porém, uma certa quantidade de água utilizada pelas plantas,depois de armazenada no solo, passamos a ter um índice hidropedológico.

No primeiro caso temos um índice que nos fornece estações climáticas secasou úmidas. No segundo caso temos um índice que caracteriza de forma maisadequada estações ecologicamente secas ou úmidas.

Fazendo uma análise comparativa dos citados cartogramas, pode-se deduzirque, mesmo tendo índices pluviométricos inferiores a 1.300 mm, a deficiência hídricaanual é inferior a 300 mm nas áreas baixas, ocorrendo o inverso nas áreas altas.

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Nestas condições conclui-se que o número de meses com deficiência hídricaanual, indica que as estações ecologicamente secas são um mês mais curtas que asestações climatologicamente secas.

Informação suplementar

Com o objetivo de melhor informar os usuários sobre o regime pluviométrico daregião nordeste de Goiás, são apresentados sete diagramas representativos docomportamento mensal e anual da precipitação e sete gráficos do Balanço Hídrico,relativos aos anos de 1985/86, seguindo o modelo matemático de Thornthwaite, emdiferentes localidades (Figuras 19 a 26).

Optamos por levantar gráficos do Balanço Hídrico de apenas dois anos, pornão dispormos de dados suficientes para realizar a evolução no período de 16 anos.Selecionamos 1985/86 por estarem dentro da variação média e serem considerados,por nós, representativos da dinâmica hídrica. Não utilizamos a média do período,porque a análise climatológica a nosso ver deve optar pela climatologia dinâmica enão pela climatologia tradicional, que repousa suas análises em normais ou valoresmédios de um longo período de observação. O clima é um fenômeno dinâmico e obalanço hídrico, por conseqüência, obedece e fundamenta sua variabilidade emmédias pluvométricas e térmicas, com índices e probabilidade de variações, casadascom a dinâmica do clima.

A região possui regime pluviométrico com características tropicais, commáxima no verão e mínima no inverno. Em quase toda a região, mais de 70% dototal das precipitações ocorrem entre outubro e abril. Verifica-se a maiorconcentração no quadrimestre novembro/fevereiro. Nesse quadrimestre chove emmédia entre 45 e 60% do total anual.

Somente na área central do Vão do Paranã, representada pela localidade deFlores de Goiás, não se constatou essa freqüência e concentração. Trata-se de árealocalizada a leste dos relevos altos do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros e Serra Geral do Paranã, que se interpõe às correntes provenientes de O,representadas pelo deslocamento das linhas de Instabilidade Tropical (IT).

Estes relevos provocam a elevação da inversão térmica, e consequentementea umidade contida em seu núcleo desprende-se sob a forma de chuvas que caemsobre o planalto. O restante é levado para grandes alturas, onde em contato com ossistemas perturbados de sul (Fp) e de leste (WE) dissipa-se e tem seus índicespluviométricos reduzidos, com maiores períodos de estabilidade de tempo.

Pode ser detectado ainda através das figuras que o período seco está bemcaracterizado nos meses de junho, julho e agosto. Porém, observa-se a ocorrênciade anos em que esse período é um pouco maior. Por exemplo, na Figura 19, sãoJoão d’Aliança, nos anos de 1979 e 1982 o período seco iniciou em abril e seestendeu até outubro, com índices pluviométricos inferiores a 60 mm.

Essas considerações reforçam a necessidade de essa região dispor de ummaior adensamento de estações para obtenção de dados climáticos.

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GeologiaA geologia da região nordeste do Estado de Goiás, apresenta terrenos com

registros estratigráficos do Arqueano, Proterozóico, Mesozóico e Cenozóico. OArqueano está representado por rochas de composição granítica a tonalítica doComplexo Goiano.

A maior parte da região é constituída por terrenos do Proterozóico, que incluias seguintes unidades: Formação Ticunzal, Seqüência Vulcanossedimentar dePalmeirópolis e São Domingos, Grupo Araí, Granitos Tipo Serra Branca, TonalitoSão Domingos, Grupo Paranoá e Grupo Bambuí.

A Formação Urucuia representando deposição continental fluvioeólica, restritaà porção oriental da área (Serra Geral de Goiás), atribuída ao Cretáceo, configuraterreno de idade mesozóica.

O Cenozóico está representado pelos depósitos fluviais atuais, depósitoseluvionares e coluvionares arenosos e por coberturas detrítico-lateríticas.

Apresenta-se a seguir uma síntese da estratigrafia da região nordeste doEstado de Goiás:

Cenozóico

- depósitos fluviais atuais – sedimentos arenosos com lente de silte, argila ecascalhos na base; ocorrem nos vales e planícies de inundação dos rios quedrenam a área;

- depósitos eluvionares e secundariamente coluvionares predominantementearenosos; e

- depósitos detrítico-lateríticos.

Mesozóico

- sedimentos continentais fluvioeólicos, compostos por arenitos impuros finos amédios, róseos a brancos, contendo níveis conglomeráticos (Formação Urucuia).

Proterozóico Superior

- seqüência sedimentar de rochas pelítico-areno-carbonáticas, resultantes dedeposição marinha com características epicontinentais, depositada sobre umaplataforma relativamente estável (Grupo Bambuí); sedimentos pelítico-carbonáticos, siltitos arcoseanos e arcóseos de cor cinza-esverdeado,intercalados com lentes de marga e calcário, são típicos de ambientes deltaico(Formação Três Marias); no Subgrupo Paraopebas são mais freqüentes calcáriospretos a cinza, dolomitos e margas com intercalações subordinadas de folhelhose ardóseas; e

- metassedimentos de provável origem deltaica, pertencentes à Faixa deDobramentos Brasília, constituídos por metarenitos, metassiltitos, filitos e ardósiascom lentes de calcários, dolomitos e silexitos (Grupo Paranoá).

Proterozóico Médio

- rochas magmáticas: tonalito hipidiomórfico de granulação média a grossa(Tonalito São Domingos); granitos e álcali-feldspato granitos freqüentementegreisenizados e mineralizados a cassiterita (Granitos Tipo Serra Branca); e

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- rochas sedimentares e metamórficas da Faixa de Dobramentos Uruaçu; xistos efilitos grafitosos (Grupo Araxá); metassiltitos, filitos e quartzitos (Grupo Araí,Formação Traíras); arenitos finos caulínicos, siltitos, argilitos, quartzitos,metarcóseos e conglomerados com metavulcânicas básicas a ácidas associadas(Grupo Araí, Formação Arraias).

Proterozóico Inferior

- seqüências vulcanossedimentares metamorfizadas compostas por micaxistos,anfibólio gnaisses, sericita xistos, anfibolitos, calcossilicatadas, rochascataclásticas, quartzitos, metacherts, metavulcânicas ácidas e básicas,metaultrabásicas (Seqüência Vulcanossedimentar de Palmeirópolis e SãoDomingos); e

- metassedimentos com associações mineralógicas indicativas de metamorfismofácies xisto verde e localmente anfibolito; micaxistos grafitosos, muscovita xistosentre outras (Formação Ticunzal).

Arqueano

- Complexo Cristalino – Maciço Central Goiano; rochas de composição granítica atonalítica, gnaisses (Complexo Goiano);

- rochas de posicionamento duvidoso; e

- rochas ígneas de composição granítica e granodiorítica. (Granodiorito São José egranitos).

A evolução geológica da área, sinteticamente abordada, indica que a região foialvo de processos metamórficos, deformacionáveis e de magmatismo, sendorecoberta por coberturas de plataformas, já em fase estabilizada, e, posteriormente,após longo hiato sem registro (Paleozóico), depositaram-se sedimentos continentaisno final do Mesozóico, aos quais se superpõem depósitos detrítico-lateríticos,colúvios e elúvios predominantemente arenosos e sedimentos aluviais.

De acordo com Fernandes (1982), nas áreas de ocorrência do ComplexoGoiano, no nordeste de Goiás, o desenvolvimento de expressivo processocataclástico teria obliterado os caracteres litoestruturais dessas rochas, nãopermitindo o estabelecimento de um modelo evolutivo para o arqueano dessa área,ou mesmo comparações com modelos estabelecidos nos Continentes Africano eAustraliano.

Segundo o autor, acima referido, durante o Proterozóico Médio a regiãonordeste do Estado de Goiás ainda constituía uma faixa cratônica depressiva,evoluindo para marginal em direção oeste, com deposição dos Grupos Araí e Araxá,considerados como prováveis crono-correlatos. O Grupo Araxá corresponderia àfácies distal da bacia proterozóica.

Ainda no Proterozóico Médio, a ocorrência de magmatismo originou osGranitos Tipo Serra Branca, que na região em estudo abrange os seguintesmaciços: Serra da Pedra Branca, Mocambo, Sucuri, Serra do Mendes, Serra Brancae Soledade; este último, estudos mais recentes indicam pertencer a uma geraçãodistinta de granitos.

Segue-se, no Proterozóico Superior, a deposição dos litótipos do GrupoParanoá e do Grupo Bambuí, constituindo coberturas de plataforma.

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Após a deposição do Proterozóico Superior, segue-se um hiato no Registrogeológico, culminando com depósitos continentais fluvioeólicos da FormaçãoUrucuia já no final do Mesozóico. Posteriormente, ocorreram a deposição decoberturas detrítico-lateríticas e a instalação de um sistema de drenagem comdepósitos aluviais, eluviais e coluviais. A interação de condicionantes tectônicas,fluviais, erosionais e climáticas produz o modelamento atual, esculpido nos diversostipos litológicos que ocorrem na área.

Mineralizações

O potencial mineral da região nordeste do Estado de Goiás está representadopor inúmeras ocorrências minerais, minas e garimpos que podem ser visualizadosna Figura 27.

Nessa região, registra-se expressivo número de ocorrências mineraisprincipalmente nos Municípios de Cavalcante, Monte Alegre de Goiás, Nova Roma,São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás, São Domingos, Campos Belos e Iaciara.

Destacam-se nessa área as reservas de calcário do Grupo Bambuí,notadamente nos Municípios de São Domingos, Divinópolis de Goiás, Iaciara,Mambaí e Campos Belos.

No Município de São João d’Aliança há extração de manganês. Minas de ouroem operação situam-se em Nova Roma (Aurominas) e Cavalcante, havendogarimpos desse elemento em Monte Alegre de Goiás, São Domingos e Cavalcante.

A extração de estanho que já foi intensa na região, devido ao preço nomercado internacional e ao esgotamento de reservas alúvio-eluvionares, atualmenteencontra-se paralisada; entretanto, continuam os trabalhos de pesquisas parareavaliação das jazidas.

As principais possibilidades metalogenéticas da área estão relacionadas naFigura 28, enquanto os títulos de lavra e alvará de pesquisa na região nordeste doEstado de Goiás estão listados nas Tabelas 1 e 2, respectivamente.

A definição da real potencialidade mineral da região somente será possívelcom o desenvolvimento de trabalhos mais detalhados de levantamento geológico, deforma a permitir que grandes unidades como os Grupos Araí e Paranoá sejammelhor conhecidos. O nível de informação geológica da região nordeste éincompatível com o fomento da atividade mineral, uma vez que não se dispõe demapas geológicos em escala adequada para prospecção mineral.

Atualmente a produção mineral está restrita à lavra de calcário para corretivode solos, extração de manganês e ouro e possibilidades da retomada da lavra decassiterita. Com grande potencialidade registra-se mineralizações de fluorita,notadamente no Maciço de Serra da Pedra Branca. Além dos empreendimentosmencionados, ocorrem inúmeros garimpos de ouro no curso dos rios Traíras, SãoFélix e do Carmo nos Municípios de Cavalcante, São Domingos, Monte Alegre deGoiás, nas proximidades da cidade, e na localidade de Riacho dos Cavalos. Deve-secitar, ainda, exploração esporádica de cristal de rocha e ocorrência de diamante nosMunicípios de Colinas do Sul e Posse.

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Tabela 1

Títulos de Lavra na Região Nordeste de Goiás

TITULAR MUNICÍPIO SUBSTÂNCIA RESERVA TEOR

PANABRA – Mineração Agropastoril Ltda Alto Paraíso de Goiás Manganês Medida: 7.208 t 43% Mn

PANABRA – Mineração Agropastoril Ltda Alto Paraíso de Goiás Manganês Medida: 24.518 t 46% Mn

Indicada: 4.136 t

Empresa de Mineração São Lourenço Ltda Alto Paraíso de Goiás Manganês Medida: 104.622 t 42,5%Indicada: 27.164 t ...

Alto Paraíso de Goiás Manganês Medida: 41.913 t ...

DOLOCAL – Dolomítico Calcário Ltda Campos Belos Calcário dolomítico Registro de Licenciamento

Sabará Calcário Agrícola Ltda Campos Belos Calcário Registro de Licenciamento

Sabará Calcário Agrícola Ltda Campos Belos Calcário Registro de Licenciamento

Sabará Calcário Agrícola Ltda Campos Belos Calcário Registro de Licenciamento

Cancelado

Sabará Calcário Agrícola Ltda Campos Belos Calcário Registro de Licenciamento

Cancelado

Sabará Calcário Agrícola Ltda Campos Belos Calcário Registro de Licenciamento

Cancelado

Leão Dourado Ltda Cavalcante Ouro Medida: 18.864 t 2,17 g/t

Cobra Dourada Ltda Cavalcante Ouro Medida: 36.450 t 6,3 g/t

Morro da Bocaina Pesquisa e Lavra Ltda Cavalcante Cassiterita Medida: 11.914.352 m3 1.964,6 g/m 3

Muscovita Medida: 128.864 m3 ...

Berilo Medida: 822 t ...

Mineração Ribeirão Cana Brava Ltda Cavalcante Manganês Medida: 177.635 t 41% Mn

Indicada: 32.904 t 41% Mn

Inferida: 60.000 t 38% Mn

Construtora Oliveira Maciel Ltda Divinópolis de Goiás Calcário Registro de Licenciamento

Cancelado

IACICAL – Calcário Iaciara Ltda Iaciara Calcário dolomítico Registro de Licenciamento

Cancelado

Salomão Mineração Ltda Monte Alegre de Goiás Cassiterita Medida: 1.214.790 m3 1,67 kg/m 3

Indicada: 3.735.012 m3 1,67 kg/m 3

Inferida: 4.436.792 m3 1,67 kg/m 3

Mineração Araguaia Nova Roma Cassiterita Medida: 2.018.339 kg/Sn

Indicada: 5.220.267 kg/Sn

Inferida: 4.124.894 kg/Sn

Aurífera Nova Roma Ltda Nova Roma Ouro Medida: 36.114 t 5,8 g/t

Cláudio Antônio Arioli Posse Calcário Registro de Licenciamento

Cancelado

Mineração Campinas Ltda Posse Calcário dolomítico Registro de Licenciamento

Cancelado

Page 55: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 55

TITULAR MUNICÍPIO SUBSTÂNCIA RESERVA TEOR

Mineração Pedra Preta Ltda São João d’Aliança Manganês Medida: 4.064 t 44% Mn

Indicada: 12.979 t

Inferida: 3.458 t

Mineração Pedra Preta Ltda São João d’Aliança Manganês Medida: 17.655 t 41% Mn

Indicada: 273.887 t

Inferida: 81.600 t

Mineração Pedra Preta Ltda São João d’Aliança Manganês Medida: 1.058 t 43% Mn

Indicada: 812 t

Mineração Pedra Preta Ltda São João d’Aliança Manganês Inferida: 5.299 t 43% Mn

Fatsui do Brasil S/A São João d’Aliança Manganês Inferida: 4.771 t

Fatsui do Brasil S/A São João d’Aliança Manganês Inferida: 69.482 t

Empresa de Mineração São Lourenço São João d’Aliança Manganês Medida: 28.485 t 34% Mn

Indicada: 5.000 t

Mineração São Domingos Ltda São Domingos Calcário dolomítico Registro de Licenciamento

Ind. e Comércio Calcário São Domingos São Domingos Calcário dolomítico Registro de Licenciamento

Cancelado

Ind. e Comércio Calcário São Domingos São Domingos Calcário Registro de Licenciamento

Cancelado

FONTE: 6º Distrito Regional do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPMNOTA: Títulos de lavra ocorridos até 1990.

Tabela 2

Alvarás de Pesquisa em Vigor na Região Nordeste de Goiás

MUNICÍPIOS NÚMERO DE ALVARÁS

Alto Paraíso de Goiás 18Colinas do Sul 1Cavalcante 85Flores de Goiás 1Guarani de Goiás 3Monte Alegre de Goiás 19Nova Roma 3São Domingos 5

FONTE: 6º Distrito Regional do Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPMNOTA – Alvarás existentes até 1990.

Page 56: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 56

Geomorfologia

A região nordeste do Estado de Goiás encontra-se no contato de vários domíniosgeomorfológicos. Suas feições são evidenciadas pela morfoestrutura que o clima retrabalhou,contrastando formas dissecadas e rebaixadas, interpostas a formas conservadas, querepresentam remanescentes da topografia mais antiga. É drenada pelos rios Paranã eMaranhão, formadores do Tocantins.

A análise das formas de relevo, calcada no estudo das similitudes das formas, naaltimetria relativa, além da interação litologia-estrutura, propiciou a confirmação e melhordelimitação de cinco domínios geomorfológicos (Figura 29), anteriormente identificados emmapeamentos do Projeto RADAMBRASIL, que serão descritos a seguir:

- Planalto Central Goiano

É limitado a norte e nordeste pela Depressão do Tocantins, a leste pelo Vão do Paranã ea sul e oeste estende-se além dos limites da área. Seus limites são marcados por diferençaslitológicas, de altitude e de aspectos do relevo.

Possuindo uma grande variedade de aspectos geomorfológicos, o domínio individualiza-se por dispor de uma grande variedade de formas de relevo intimamente relacionados à grandediversidade das rochas, que se encontram metamorfizadas e dobradas. Em face da suacomplexidade, o domínio foi subdividido em duas regiões: Complexo Montanhoso Araí-NovaRoma-Veadeiros e Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba.

- Planalto Goiás-Minas

Na região nordeste de Goiás esse domínio tem apenas sua terminação norte. Seu relevoé constituído de planos elevados, contornados por escarpas que se conectam com os relevosrebaixados posicionados a norte.

Este domínio possui uma única região geomorfológica, que foi identificada e denominadapor Mauro, Dantas e Roso (1982) de Chapadões de Paracatu. É drenada por rios queentalharam vales profundos, adaptados às lineações estruturais, e seus leitos apresentamafloramentos rochosos.

- Planaltos do Divisor São Francisco-Tocantins

Distingue-se por se tratar de um conjunto de relevos altos com escarpas voltadas paraoeste que marcam os limites do Estado de Goiás com o Estado da Bahia.

Esse domínio compreende duas regiões geomorfológicas. O Chapadão Central, quecorresponde aos relevos planos, conservados em litologias do Urucuia, que constituem a partemais elevada. Os Patamares do Chapadão formam por sua vez um nível intermediário, entre oChapadão Central e o nível mais baixo do Vão do Paranã.

Predominam nesta região relevos cársticos, nos quais a rede de drenagem, aproveitandofalhas e fraturas, construiu vales estruturais, grutas e pontes cársticas dentre outras formascomuns a esse tipo de relevo.

- Depressões do Tocantins

Definido em trabalhos anteriores do Projeto RADAMBRASIL, quando do mapeamento dasFolhas SC.22 Tocantins, SD.22 Goiás e SD.23 Brasília, esse domínio está representado poráreas baixas com feições e relevos fracamente dissecados, que lhes conferem aspectoshomogêneo.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 58

Suas altitudes máximas são encontradas nas áreas de contato com os planaltos,enquanto que as cotas mínimas encontram-se posicionadas junto à calha do rio Paranã noslimites com o Estado do Tocantins.

A distribuição espacial, as diferenças litológicas e as características locais permitiramidentificar três regiões geomorfológicas peculiares: Vão do Paranã, Pediplano do Tocantins eDepressões Intermontanas.

- Áreas Aluviais

Foi criado esse Domínio, no presente trabalho, por se tratar de uma área comcaracterísticas e dinâmica próprias. A paisagem põe em evidência, dentro das áreas rebaixadapor dissecação, faixas alongadas que se caracterizam por seguirem os vales com larguravariável, diretamente relacionadas à importância do curso de água.

Essas planícies e terraços margeiam o rio Paranã e seus formadores pela margem direita.

Posicionadas junto aos cursos de água e dispondo de topografia plana, estão sujeitas ainundações, ligadas à época das enchentes, quando ocorrem os excedentes pluviométricos naregião.

Solos

Neste capítulo serão definidas as principais características das classes de solos citadosna Legenda do Potencial Geoambiental e do Zoneamento Agroecológico, constatados emníveis significativos e que constituem as unidades de mapeamento, bem como os critériosusados para sua classificação e separação.

Critérios e normas adotados para classificação dos solos.

Na identificação e classificação de solos são considerados conceitos, critérios eprocedimentos metodológicos extraídos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos – 3ªAproximação (SNLCS, 1988), Manual de Descrição e Coleta de solo no Campo (SBCS/SNLCS,1982), Normas e Critérios para Levantamentos Pedológicos (SNLCS, 1989), Critérios paraDistinção de Classes de Solos e de Fases de Unidades de Mapeamento (SNLCS, 1988) eManual Técnico de Pedologia (IBGE, 1989).

Caracteres Álico, Distrófico e Eutrófico

São identificados no horizonte B, no C quando não existe B, ou então no horizonte A dealguns solos, sobretudo dos solos Litólicos.

Caráter álico – Indicativo de saturação por alumínio igual ou superior a 50%.

Caráter distrófico – Caracteriza solos com saturação por bases e saturação por alumínioinferiores a 50%.

Caráter eutrófico – Utilizado para identificar saturação por bases igual ou superior a 50%.

Epi e endo – Prefixos que indicam a existência de alguma característica nos horizontessuperficiais (p. ex. epiálico e epiconcrecionário) e subsuperficiais (p. ex. endoálico eendoconcrecionário).

Argila de atividade alta (Ta) e de atividade baixa (Tb)

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 59

- Refere-se à capacidade de troca de cátions (valor T) da fração mineral. Atividade alta (Ta)designa valor igual ou superior a 24 meq./100 g de argila e atividade baixa (Tb) refere-se avalor inferior a 24 meq./100 g de argila, após correção referente ao carbono. A correção podeser feita empregando-se o valor médio de 4,5 meq. De CTC por 1% de carbono orgânico, oupelo método gráfico (Bennema, 1966), estabelecido especialmente para solos bemintemperizados.

Para essa distinção é considerada a atividade das argilas no horizonte B, ou no C quandonão existe B, sendo também levado em conta o horizonte A de alguns solos, especialmentepara os solos Litólicos.

Horizonte plíntico

Denominação referente a horizonte caracterizado fundamentalmente pela presença deplintita1 em quantidade igual ou superior a 15% e espessura de pelo menos 15 cm, conformecoloração especificada no Documento SNLCS nº 11 – Critérios para Distinção de Classes deSolos e de Fases de Unidade de Mapeamento.

Latossólico – Utilizado para indicar que o solo apresenta características intermediárias para aclasse Latossolo.

Concrecionário – Caráter utilizado para solos que apresentam petroplintitas ao longo de todo operfil, porém em proporções inferiores a 50% por volume da massa do solo.

Tipos de horizonte A – Levando-se em consideração suas características de cor, textura,estrutura, consistência, espessura, teor de carbono orgânico, teor de p2 05 e saturação debases, foram identificados os seguintes tipos:

- turfoso: horizonte essencialmente orgânico, formado em decorrência de acumulação deresíduos vegetais depositados superficialmente sob condições de excesso de umidade. Possuicoloração escura, constituindo camadas de acumulação relativamente espessa em solosorgânicos ou de espessura mais reduzida sobrejacente a horizontes minerais;

- húmico: horizonte mineral superficial, rico em matéria orgânica, com teor de carbonoorgânico igual ou superior a 1,0%, com espessura superior a 100 cm, admitindo-se, porém,menor espessura quando sobrejacente a um horizonte câmbico, e cores bastante escuras(croma e valor iguais ou inferiores a 3);

- chernozêmico: horizonte mineral superficial, eutrófico, com estrutura suficientementedesenvolvida, de modo que não seja simultaneamente maciço e duro ou muito duro quandoseco. Possui cores escuras, com croma inferior a 3,5 e valores iguais ou mais escuros que 3,5quando úmido, ou 5,5 quando seco. Os teores de carbono são elevados e a espessura tem queser pelo menos 18 cm e maior que 1/3 da espessura do solum, se este tiver menos que 75 cm;ou mais que 25 cm, se o solum tiver mais que 75 cm.

- proeminente: horizonte mineral superficial que apresenta as mesmas propriedades relativasa cor, carbono orgânico, consistência, estrutura e espessura do horizonte A chernozêmico,diferindo deste essencialmente pela saturação de bases baixas, inferior a 50;

- moderado: horizonte mineral superficial, com teores de carbono orgânico variáveis,espessura e cor que não satisfaçam àquelas requeridas para caracterizar um horizonte A

1 Formação constituída de mistura de argila, pobre em húmus e rica em ferro, com quartzo e outros materiais. Écaráter inerente às formações dessa natureza transformarem-se irreversivelmente por consolidação, sob o efeitode ciclos alternados de hidratação e desidratação, resultando na produção de material concrecionário ferruginososemiconsolidado ou consolidado – ironstone, denominado petroplintita.

Page 60: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 60

chernozêmico ou proeminente, além de não satisfazer também os requisitos para caracterizarum A turfoso e fraco; e

- fraco: horizonte superficial com teores de carbono orgânico inferiores a 0,58%, cores claras,com valores superiores a 5 quando úmido e com estrutura fracamente desenvolvida, maciça ouem grãos simples.

Classes texturais – De acordo com a composição granulométrica da fração terra fina seca aoar, com diâmetro inferior a 2 mm, foram consideradas as seguintes classes texturais na região:

- textura arenosa: compreende as classes texturais areia e areia fraca;

- textura média: classes texturais que apresentam menos de 35% de argila e mais de 15% deareia, excluindo as classes texturais areia e areia franca;

- textura argilosa: compreende classes texturais, ou parte delas, tendo na composiçãogranulométrica de 35 a 60% de argila; e

- textura indiscriminada: utilizada quando não foi possível indicar a qual das classes texturaiscitadas anteriormente pertence o solo.

Para subdivisão das classes de solos segundo a textura, considera-se o teor de argila doshorizontes B e/ou C, levando-se em conta também a textura do horizonte A para algumasclasses de solos, sobretudo solos Litólicos.

Para as classes de solos com grande variação textural entre os horizontes foramconsideradas as classes texturais dos horizontes superficiais e subsuperficiais, sendo asdesignações feitas sob a forma de fração: Ex.: argilosa/muito argilosa.

Presença de cascalho – Foram utilizadas as seguintes denominações para indicar a presençade cascalhos (fração grosseira com diâmetro entre 2 e 20 mm) no solo, em função de suaspercentagens:

- muito cascalhento: indica presença de cascalho em percentagem superior a 50% na maioriados horizontes do perfil;

- cascalhento: quando o solo apresenta de 15 a 50% de cascalho na maioria dos horizontesdo perfil; e

- com cascalho: percentagem de cascalho variando entre 8 e 15% na maioria dos horizontesdo perfil.

Profundidade do solo – Termo empregado para designar condições de solo nos quais umcontato lítico ou litóide ou nível de lençol de água permanente ocorre, conforme limitesespecificados a seguir: raso (� 50 cm de profundidade); pouco profundo (>50 cm e � 100 cm deprofundidade); profundo (>100 cm e � 200 cm de profundidade); e muito profundo (>200 cm deprofundidade).

Classes de relevo – Com o objetivo principal de fornecer subsídios ao estabelecimento daslimitações dos solos com relação ao emprego de implementos agrícolas e à suscetibilidade àerosão, foram usadas as seguintes classes:

- plano: desníveis pequenos, com declividades inferiores a 3%;

- suave ondulado: declives suaves entre 3 e 8%;

- ondulado: declives acentuados entre 8 e 20%;

- forte ondulado: declives fortes entre 20 e 45%;

- montanhoso: declives fortes e muito fortes de 45 a 75%; e

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 61

- escarpado: declives maiores que 75%.

Fase pedregosa – Denominação atribuída a determinadas classes de solos que apresentamproporções significativas de calhaus (2-20 cm de diâmetro) e matacões (20-100 cm dediâmetro) na superfície e/ou na massa do solo, funcionando como fator restritivo ao uso deimplementos agrícolas.

Classes de drenagem – Referem-se à quantidade (volume) e rapidez com que a água recebidapelo solo se escoa por infiltração e escoamento superficial. As classes de drenagemdistinguidas são qualificadas conforme especificações a seguir:

- expressivamente drenado: a água é removida do solo muito rapidamente; os solos com estaclasse de drenagem são de textura arenosa;

- fortemente drenado: a água é removida rapidamente do solo; os solos desta classe dedrenagem são muito porosos de textura média a arenosa e bem permeáveis;

- acentuadamente drenado: a água é removida rapidamente do solo; os solos com esta classede drenagem são normalmente de textura argilosa a média, porém sempre muito porosos ebem permeáveis;

- bem drenado: a água é removida do solo com facilidade, porém não rapidamente; os soloscom esta classe de drenagem comumente apresentam textura argilosa ou média, nãoocorrendo normalmente mosqueado de redução, entretanto, quando presente, o mosqueadolocaliza-se a grande profundidade;

- moderadamente drenado: a água é removida do solo um tanto lentamente, de modo que operfil permanece molhado por uma pequena, porém significativa parte do tempo. Os solos comesta classe de drenagem comumente apresentam uma camada de permeabilidade lenta nosolum ou imediatamente abaixo dele. O lençol freático acha-se imediatamente abaixo do solumou afetando a parte inferior do horizonte B, por adição de água através de translocação lateralinterna ou alguma combinação dessas condições. Podem apresentar algum mosqueado deredução na parte inferior do B ou no topo do mesmo, associado à diferença textural acentuadaentre A e B;

- imperfeitamente drenado: a água é removida do solo lentamente, de tal modo quepermanece molhado por período significativo, mas não durante a maior parte do ano. Os soloscom esta classe de drenagem comumente apresentam uma camada de permeabilidade lentano solum, lençol freático alto, adição de água através de translocação lateral interna ou algumacombinação destas condições. Normalmente apresentam algum mosqueado de redução noperfil, notando-se na parte baixa indícios de gleização;

- mal drenado: a água é removida do solo tão lentamente que este permanece molhado poruma grande parte do ano. O lençol freático comumente está à superfície ou próximo deladurante uma considerável parte do ano. As condições de má drenagem são devidas ao lençolfreático elevado, camada lentamente permeável no perfil, adição de água através detranslocação lateral interna ou alguma combinação destas condições. É freqüente a ocorrênciade mosqueado no perfil e características de gleização; e

- muito mal drenado: a água é removida do solo tão lentamente que o lençol freáticopermanece à superfície ou próximo dela durante a maior parte do ano. Solos com drenagemdesta classe usualmente ocupam áreas planas ou depressões, onde há freqüentementeestagnação de água, sendo comuns nos solos desta classe características de gleização e/ouacúmulo, pelo menos superficial, de matéria orgânica.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 62

Descrição das classes de solos

São abordadas as características principais das classes de solos ocorrentes na área emestudo, bem como alguns aspectos considerados relevantes do ponto de vista da utilizaçãoagropastoril.

- Latossolo Vermelho-Escuro álico e distrófico

Esta classe compreende solos minerais, não hidromórficos, muitos profundos, comhorizonte A moderado e horizonte B latossólico.

Apresentam baixo gradiente textural, mostrando a distribuição homogênea da argila aolongo dos perfis, bem como sua pouca mobilidade por eluviação. A seqüência de horizontes éA, B e C com diferenciação pouco nítida devido à pequena variação de suas característicasmorfológicas. São solos porosos, com alto grau de floculação, acentuadamente drenados,textura argilosa e muito argilosa, ocupando relevos com declives que variam de 0 a 8% (planoa suave ondulado). Apresentam estrutura fraca, pequena e muito pequena granular.

Como características químicas, apresentam baixa capacidade de troca de cátions (valor T< 13 meq.) em decorrência da fração coloidal ser constituída, principalmente, de argilo-mineraisdo grupo caulinita, sesquióxidos, quartzo e outros minerais resistentes ao intemperismo. Osteores de silte são baixos, a relação silte/argila é inferior a 0,7 na maioria dos suborizontes doB, em virtude do avançado grau de intemperismo destes solos, originados de coberturasdetrítico-lateríticas.

Os teores de ferro, provenientes do ataque sulfúrico, variam desde 8 a 18%,apresentando cores, quando úmidas, com matriz mais vermelho que 4YR, croma � 4,5 e valor� 6.

Quanto à fertilidade natural, são solos álicos (saturação por alumínio � 50%) e distróficos(saturação por alumínio e bases < 50%).

Possuem forma de relevo e propriedades físicas favoráveis à utilização agrícola,entretanto, por apresentarem problemas críticos quanto à deficiência de elementos nutritivos, opleno uso está condicionado ao emprego de técnicas modernas para a elevação da fertilidadenatural e correção da acidez. Outro fator limitante destes solos é a deficiência de água, pois naregião a duração do período seco oscila entre 5 e 6 meses e possui como agravante o fato deapresentar a interrupção do período de chuvas estivais, conhecida como veranico.

São as áreas mais utilizadas na região, com culturas de soja (principalmente), arroz emilho.

- Latossolo Vermelho-Amarelo álico e distrófico

São solos minerais, não hidromórficos, muito profundos, com B latossólico apresentandoseqüência de horizontes A, B e C e características morfológicas, físicas e químicas muitosemelhantes aos Latossolos Vermelho-Escuros, descrito anteriormente, aos quais ocorrem,geralmente, fisiograficamente associados. Diferem, entretanto, quanto à cor, ondepredominantemente possuem cores mais claras, normalmente com matriz >2,5YR, valor >4,5 ecroma �6, quando úmido, e teores de ferro mais baixo, comumente entre 7 e 11%.

Ocupa áreas aplainadas em praticamente toda a região, apresentando textura argilosa emédia e horizonte A moderado e fraco.

As características demonstram que estes solos são formados segundo um processo queenvolve severo intemperismo do material originário, acentuada drenagem, alta lixiviação debases, pouca eluviação de argila e baixa acumulação de matéria orgânica nos horizontes

Page 63: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 63

superficiais. Possuem viabilidade de uso agropecuário semelhante aos Latossolos Vermelho-Escuros.

- Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico

Compreende solos minerais, profundos, bem drenados, não hidromórficos, com B texturalde coloração predominante vermelho-escura, com matriz 10R e valor e croma variando de 3 a4. Assemelham-se à Terra Roxa Estruturada, diferindo desta apenas quanto ao material deorigem, pois não são derivados de rochas básicas, estando relacionados a litologias calcárias,com possíveis influências de material coluvionar. O horizonte B caracteriza-se pelo acúmulo deargila translocada dos horizontes superficiais, estando geralmente suas unidades estruturaisrevestidas por películas de argila (cerosidade). Apresenta estrutura do tipo moderada a forteem blocos subangulares e cerosidade comum e abundante e moderada a forte. A textura éargilosa e argilosa/muito argilosa. De modo geral apresentam argila de atividade baixa (<24meq./100 g de argila).

O horizonte A, do tipo moderado ou chernozêmico, é freqüentemente subdividido em A eAB e o horizonte Bt, subdividido em Bat, Blt, B2t, B3t e BC.

Para esta classe foram constatados somente solos eutróficos (saturação por bases �50%) devido aos altos teores de cálcio + magnésio, proveniente da decomposição do calcáriodo Grupo Bambuí.

A simples prática de adubação com fins de suprir o solo da carência de N, P e K e algunsmicronutrientes, pode elevar consideravelmente o seu potencial produtivo, tornando-oscapazes de apresentar excelentes resultados com qualquer tipo de agricultura. Representam aárea de maior potencial agrícola dentro da região nordeste. Quando ocorrem em relevoondulado, há alguns problemas no tocante à mecanização, pois para os declives mais fortes autilização de determinados tipos de maquinária ficará restringida, ao mesmo tempo em quedeverão ser executadas práticas conservacionistas para o controle da erosão.

Ocorrem sob relevo que varia de plano a ondulado no Vão do Paranã.

- Podzólico Vermelho-Escuro latossólico eutrófico

São profundos, bem drenados, argilosos e muito argilosos, diferindo do PodzólicoVermelho-Escuro eutrófico, anteriormente descrito, por apresentarem subjacente ao horizonteB textural, um horizonte B latossólico.

A parte superior do horizonte B apresenta-se com consistência firme quando úmido comestrutura em blocos, recobertos por cerosidade variável. De maneira inversa, a parte inferiordeste horizonte apresenta-se muito friável quando úmido e a estrutura é do tipo ultrapequenagranular, sem ocorrer cerosidade.

Quanto às possibilidades de uso agropecuário, são semelhantes às descritas para aclasse Podzólico Vermelho-Escuro.

Ocorrem sob relevo plano e suave ondulado e têm pequena expressão no Vão do Paranã,ocorrendo apenas como componente subdominante.

- Podozólico Vermelho-Amarelo distrófico e eutrófico

Esta classe compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural,apresentando significativas diferenças entre os horizontes A e Bt.

São geralmente profundos, ocorrendo alguns casos pouco profundos, com classe texturalno horizonte superficial média e argilosa sobre argilosa e muito argilosa, podendo apresentarcascalhos no volume da massa do solo.

Page 64: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 64

Possuem seqüência de horizontes A, Bt e C com distinta individualização decorrente dasacentuadas diferenças de textura, cor e estrutura.

O horizonte A é freqüentemente do tipo moderado e a transição é gradual ou clara para ohorizonte Bt.

O Bt é bem estruturado, com cerosidade moderada a forte revestindo os elementosestruturais que são constituídos por blocos subangulares e angulares de desenvolvimentomoderado a forte ocorrendo ocasionalmente estrutura do tipo granular.

Na área em estudo, compreendem solos distróficos (saturação por alumínio e bases<50%) e eutróficos (saturação por bases � 50%).

Os distróficos ocorrem sob relevo suave ondulado e ondulado no extremo oeste da área enorte de Nova Roma, sendo sua utilização agrícola limitada pela fertilidade natural, deficiênciade água e suscetibilidade à erosão. São originados da decomposição de rochas do GrupoBambuí e de coberturas detrítico-lateríticas.

Os eutróficos ocorrem sob relevo que varia de plano a suave ondulado próximo àscidades de Nova Roma, Posse, Mambaí e Damianópolis e são originados de coberturasdetrítico-lateríticas com influência da decomposição do calcário.

Para sua utilização agrícola, apresentam limitações devido à má distribuição dasprecipitações; quando ocorrem em relevo ondulado dificultam a mecanização e tornam-se maissuscetíveis à erosão, necessitando de práticas conservacionistas. As ocorrências em relevoplano e suave ondulado são as mais indicadas para o uso intensivo na agricultura e pecuária e,sendo de fertilidade natural elevada, necessitam de pouca adubação. A calagem é dispensável,em decorrência da baixa acidez e baixa saturação por alumínio trocável.

- Podzólico Vermelho-Amarelo latossólico eutrófico

Diferem dos Podzólicos Vermelho-Amarelos, descritos anteriormente, por apresentaremcaracterísticas intermediárias para Latossolos. Possuem estrutura fraca pequena em blocossubangulares ou fraca pequena granular e textura muito argilosa. Apresentam um horizonte Btextural, porém são mais profundos do que os Podzólicos Vermelho-Amarelos, com menordiferenciação de horizontes e usualmente com menor gradiente textural do que os Podzólicostípicos.

Possuem altos valores de soma e saturação por bases, isto é, são eutróficos. O alumíniotrocável, freqüentemente é igual a zero. São utilizados, predominantemente, com pastagemcultivada, porém, corrigidas as suas limitações quanto a alguns nutrientes (ex. N, P, K), seprestam bem a qualquer cultura climaticamente adaptada, em virtude de suas boas condiçõesfísicas e ocorrem sob relevo favorável à mecanização.

Ocorrem associados, em caráter de subdominância, aos Podzólicos Vermelho-Amareloseutróficos.

- Cambissolo álico, distrófico e eutrófico

São solos minerais não hidromórficos, bem a moderadamente drenados, pouco profundosa profundos, caracterizados por apresentarem um horizonte B incipiente ou câmbico, em quealguns minerais primários facilmente intemperizáveis ainda estão presentes. Não háacumulação de argila em qualquer parte do perfil, e o teor de silte é, em alguns perfis, superiorao teor de argila no horizonte B.

A seqüência de horizontes, com mais freqüência nestes solos é A, (B) e C, comtransições claras e graduais, com o horizonte A do tipo moderado, raras vezes chernozêmico.

Page 65: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 65

São solos de textura argilosa e média, concrecionários e não-concrecionários,cascalhentos e não-cascalhentos, pedregosos e não-pedregosos.

Podem ser álicos, distróficos e eutróficos, isto é, apresentam alta saturação por alumínio(álicos), baixa saturação por bases (distróficos) e alta saturação por bases (eutróficos). Oseutróficos podem apresentar argila de atividade alta, isto é, possuem valor T (capacidade detroca de cátions) > 24 meq./100 g de argila, após correção para carbono. Os álicos e distróficosapresentam argila de atividade baixa (valor T < 24 meq./100 mg de argila).

Ocorrem em áreas de relevo variando de plano a forte ondulado distribuídos por toda aregião, sendo que os eutróficos, ricos em cálcio + magnésio provenientes da decomposição decalcários do Grupo Bambuí, se localizam na porção leste da área, enquanto os álicos edistróficos são originados de rochas pelíticas da mesma unidade geológica.

Possuem como limitações ao uso agrícola a fertilidade natural (caso dos álicos edistróficos), o impedimento ao uso de implementos agrícolas (caso de presença de cascalhos,pedras e/ou concreções), a suscetibilidade à erosão (caso de solos que ocorrem sob relevomovimentado) e o déficit hídrico.

Estão associados geralmente aos solos Litólicos, Podzólicos Vermelho-Amarelos eLatossolos Vermelho-Amarelos.

- Plintossolo álico

Trata-se de uma classe nova de solo, proposta e utilizada inicialmente pelo Serviço Nacionalde Levantamento e Conservação de Solos (EMBRAPA-SNLCS), que visa a incluir os solosanteriormente classificados como Laterita Hidromórfica, parte dos Podzólicos Vermelho-Amarelos plínticos e parte dos Hidromórficos Cinzentos.

São solos hidromórficos minerais, profundos e pouco profundos, imperfeitamentedrenados, de baixa permeabilidade, que se caracterizam principalmente pelas cores deoxidação e redução, devido à oscilação do lençol fréatico, geralmente alto nas áreas deocorrência destes solos e pela presença de plintita, petroplintitas e cascalhos de quartzo comaderência ferruginosa a partir de aproximadamente 40 a 50 cm da superfície dos horizontes Be C.

A plintita apresenta consistência branda quando se encontra o solo constantementesaturado com água, mas que endurece irreversivelmente (petroplintitas) quando em condiçõesespeciais de umedecimento e ressecamento, ocorrendo neste caso os Plintossolosendoconcrecionários.

São típicos de locais aplainados e baixos, próximos à planície de inundação do rio Paranãe se originam de sedimentos quaternários.

Apresentam seqüência de horizontes A, Bpl e C de textura indiscriminada. O horizonte Bé geralmente do tipo textural, onde ocorre aumento relativo de argila, ocorrendo também o tipode horizonte B latossólico.

Possuem baixa fertilidade natural (são álicos) e outras limitações como excesso de água,dificultando a mecanização e consequentemente sua exploração agrícola. Assim, a exploraçãodestes solos dependerá do emprego de técnicas modernas que possibilitem a diminuição oueliminação de suas limitações naturais. Para isso são necessárias a adição de corretivos efertilizantes, e principalmente, a construção de canais de drenagem com o objetivo de controlaro nível do lençol freático e inundações temporárias, possibilitando a utilização de implementose máquinas agrícolas.

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Próximo a Flores de Goiás ocorre a utilização destes solos com o arroz irrigado porinundação.

- Gleissolo álico

compreendem solos hidromórficos, pouco profundos a profundos, pouco desenvolvidos,mal e muito mal drenados e pouco permeáveis. Apresentam seqüência de horizontes A e Cg.O horizonte superficial é proeminente ou moderado, seguido de camadas mineraisestratificadas com alto grau de gleização, de coloração acinzentada ocasionada pela forteredução de ferro, devido à presença do lençol freático próximo ou na superfície, durante algunsmeses do ano.

São álicos (saturação por alumínio � 50%), possuem argila de atividade baixa e texturamédia, ocorrendo em várzeas e veredas, da área, sendo desenvolvidos de sedimentosrecentes de natureza variada referentes ao Holoceno.

Estas áreas não apresentam condições favoráveis ao uso agrícola, por apresentaremcaracterísticas inadequadas e constituírem, nesta região, ambientes recomendáveis àpreservação.

- Areias Quartzosas Hidromórficas álicas

Esta classe compreende solos hidromórficos minerais, areno-quartzosos, poucodesenvolvidos, imperfeitamente ou mal drenados, que possuem na fração areia mais de 95%de quartzo. Apresentam perfis dos tipos A e C e englobam as classes texturais, areia e areiafranca. O horizonte superficial é do tipo moderado, proeminente, turfoso ou húmico e o Cpodendo ser subdividido em vários suborizontes.

Diferem das Areias Quartzosas por apresentarem o lençol freático próximo à superfíciedurante algum período do ano, ou presença de hidromorfismo ao longo do perfil, comomosqueados e indícios de gleização (redução do óxido de ferro).

São originados de depósitos aluvionares holocênicos, ocorrendo associados em caráterde subdominância às Areias Quartzosas e aos Gleissolos. Ocorrem solos de caráter álico, queapresentam alta saturação por alumínio � 50%.

São utilizados com pastagens extensivas usando a própria vegetação natural e algumasculturas de subsistência, aproveitando as maiores concentrações de umidade e matériaorgânica. Por requererem altos investimentos, não são muito utilizados para fins agrícolas.

- Solos Orgânicos álicos

Compreendem solos hidromórficos, essencialmente orgânicos, constituídos por resíduosvegetais fibrosos, apresentando coloração preta a cinza muito escuro, com elevado conteúdode matéria orgânica. São muito mal drenados, fortemente a extremamente ácidos, estando sobcondições permanentes de encharcamento, acarretando uma lenta decomposição da matériaorgânica.

Apresentam um horizonte A do tipo turfoso, seguido de várias camadas constituídas pormaterial orgânico em diversos estágios de decomposição.

São álicos, isto é, apresentam alta saturação por alumínio. Originam-se a partir dedeposições recentes de resíduos provenientes da decomposição de vegetação hidrófila emambiente palustre.

Sua utilização agrícola restringe-se ao aproveitamento da própria vegetação natural comopastagem. Para um melhor aproveitamento seriam necessárias obras de drenagem, maciça

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incorporação de calcário e adubações químicas e, se bem manejados, poderão adaptar-semuito bem à olericultura, principalmente.

Possuem pequena ocorrência na região e estão associados em caráter de subdominânciaaos Gleissolos.

- Areias Quartzosas álicas e distróficas

São solos minerais, não hidromórficos, de textura arenosa, muito profundos,excessivamente drenados, de baixa fertilidade natural com saturação por bases e alumínio <50% (distróficos) e saturação por alumínio � 50% (álicos), formados por material arenosovirtualmente destituído de minerais facilmente imtemperizáveis. Apresentam seqüência dehorizontes A e C, apresentando horizonte superficial do tipo A fraco e moderado.

A pouca diferenciação existente entre os horizontes é devido à pequena variação dassuas características morfológicas, podendo-se salientar alguma diferença de cor, um pequenoaumento do teor de argila com a profundidade e teores mais elevados de matéria orgânica nohorizonte superficial.

Ocorrem a leste da área, entre o Vão do Paranã e a Serra Geral de Goiás, sob relevoplano e suave ondulado e são originados da meteorização do Arenito Urucuia.

Como limitações ao uso agrícola, além da baixa fertilidade natural, possuem baixaretenção de umidade, são excessivamente drenados e apresentam granulometria com altosteores de areia. Sua utilização está restrita à pecuária com aproveitamento das espéciesnativas (pastagem natural) ou plantio de brachiária, bem como extrativismo vegetal ordenado.

Estão associados com maior freqüência aos Latossolos Vermelho-Amarelos texturamédia.

- Solos Aluviais eutróficos

São solos não hidromórficos, pouco desenvolvidos, originados de deposições fluviaisrecentes, constituídos por camadas estratificadas sem nenhuma relação pedogenética entre si.

Suas características morfológicas tais como coloração, estrutura e textura são muitovariáveis, dependendo da natureza dos sedimentos originários.

São profundos a muito profundos, podendo apresentar mosqueado ou horizontesgleizados em profundidade, principalmente se o sedimento for de natureza argilosa. Sãopredominantemente eutróficos (saturação por bases � 50%) e ocorrem nas planícies deinundação do rio Paranã e afluentes, sob relevo plano, ocorrendo associados aos Gleissolos ePlintossolos.

Sob o ponto de vista de utilização agrícola, requerem cuidados especiais, pois estãosujeitos à inundação; são aproveitados principalmente para cultivos de culturas básicas de ciclocurto, bem como pastagens plantadas e pecuária extensiva em meio à vegetação natural. Deacordo com o código florestal, parte destes solos devem ser preservados com sua vegetaçãonatural, por estarem próximo ao leito de rios.

- Solos Litólicos álicos, distróficos e eutróficos

São solos minerais rasos (<50 cm) e muito pouco desenvolvidos, que apresentamseqüência de horizontes A e C ou A sobre a rocha matriz. Em alguns perfis, constatou-se apresença do início de formação de horizonte B incipiente. Apresentam o horizonte A dos tiposfraco, moderado, proeminente e chernozêmico, com textura arenosa, média e argilosa.Normalmente apresentam pedregosidade, cascalhos e concreções relacionados principalmente

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com a natureza do material originário e estão freqüentemente associados a Cambissolos ePodzólicos, quando em relevo montanhoso, e escarpado a afloramentos rochosos.

Na região em estudo, os solos litólicos são álicos, distróficos e eutróficos e ocorrem emrelevo variando de plano a escarpado. Os álicos e distróficos estão relacionados principalmenteaos arenitos, quartzitos, filitos e siltitos das diversas formações geológicas existentes na área.Os eutróficos relacionam-se aos calcários do Grupo Bambuí.

Em virtude do relevo, profundidade efetiva, impedimento físico, suscetibilidade à erosão ebaixa fertilidade natural (álicos e distróficos), torna-se geralmente inviável a sua exploraçãoagrícola. Os eutróficos quando ocorrem em relevo pouco movimentado são utilizados compastagens plantadas e culturas anuais.

As áreas que apresentam as limitações citadas foram indicadas à preservação da flora efauna.

- Petroplínticos álicos e distróficos

Esta classe é caracterizada principalmente por solos que apresentam quantidadesignificativa de materiais grosseiros, de formas e tamanhos variáveis, com predominância depetroplintitas, além de fragmentos quartzosos e material pelítico em diferentes estágios dedecomposição, os quais constituem normalmente mais de 50% da decomposição do solo.

São de texturas variáveis (indiscriminados) apresentando horizonte B textural ou Blatossólico, argila de atividade baixa, provenientes de coberturas detrítico-lateríticas.

São solos com saturação por alumínio � 50% (álicos) e saturação por base e alumínio <50% (distróficos). Apresentam seqüência de horizontes Acn, Bcn e C ou Ccn, com horizonte Ados tipos fraco e moderado.

São mais freqüentes ao sul da unidade mapeada, ocorrendo nas partes ligeiramente maisaltas do que as várzeas, associados aos Plintossolos e Latossolos Vermelho-Amarelos.

O termo indiscriminado foi utilizado em algumas unidades de mapeamento desta classe,em razão da grande variedade de características, tais como: textura, tipo de horizonte B,cascalhos, concreções, etc., encontradas dentro de uma mesma unidade e sua discriminaçãonão compatibiliza com o nível da escala deste trabalho.

A utilização destes solos é bastante limitada, uma vez que a natureza, quantidade etamanho dos materiais grosseiros constituem fator restritivo ao uso de implementos agrícolas,penetração de raízes, retenção de água, e, considerando-se ainda a baixa fertilidade natural,não são indicados para utilização agrícola. Na região, o uso com pastagens foi a forma deaproveitamento constatada.

Fertilidade natural dos solos

Grande parte dos solos da região são ácidos e, como principal conseqüência, podeocorrer a presença de alumínio em quantidades tóxicas para as culturas. No geral, estes solosguardam uma característica comum, ou seja a pobreza em nutrientes disponíveis às plantas,apresentando baixa a muito baixa produtividade para a maioria das culturas, quando cultivadassem as devidas correções e fertilizações. Ao lado dessa deficiência nutricional generalizada,existem solos originados do calcário que possuem altos teores de cálcio + magnésio, que nogeral não apresentam alumínio trocável, havendo ocasionalmente teores inferiores a 0,3meq./100 g de solo.

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A distribuição dos solos da região quanto à fertilidade natural foi elaborada com o uso dosparâmetros saturação por alumínio e saturação por bases, que possibilitaram classificar ossolos em álicos, distróficos ou eutróficos. Um solo é distrófico quando mais da metade de suacapacidade de troca é saturada por alumínio2 e hidrogênio, isto é, as bases3, como cálcio,magnésio, potássio, constituem menos de 50% da soma de cálcio, magnésio, potássio, sódio,alumínio e hidrogênio juntos. O alumínio, por outro lado, ocupa menos de 50% da capacidadede troca. O solo é álico quando mais de 50% da sua capacidade de troca é saturada poralumínio. O solo é eutrófico quando as bases como cálcio + magnésio + potássio + sódioocupam mais de 50% da capacidade de troca.

Quadro 1

DISTRIBUIÇÃO DOS SOLOS QUANTO À FERTILIDADE NATURAL

PARÂMETROS ÁLICOS DISTRÓFICOS EUTRÓFICOS

Saturação por

bases<50% <50% �50%

Saturação

Por alumínio�50% <50% <50%

Os solos da região foram enquadrados em 4 (quatro) classes de fertilidade natural (Figura30):

1 – Média a alta fertilidade natural (solos eutróficos).

Abrange aproximadamente 8.416 km2, correspondendo a 21,7% da área total mapeada.

2 – Baixa fertilidade natural (solos distróficos).

Abrange aproximadamente 4.654 km2, equivalendo a 12,0% da área total mapeada.

3 – Muito baixa a baixa fertilidade natural (solos álicos e distróficos).

Abrange aproximadamente 3.956 km2, equivalendo a 10,2% da área total mapeada.

4 – Muito baixa fertilidade natural (solos álicos).

Abrange aproximadamente 20.518 km2, correspondendo a 52,9% da área total mapeada.

2 Saturação por alumínio = Al x 100/Al + S.3 A soma de bases: cálcio + magnésio + potássio + sódio é chamada de S. A saturação de bases (valor V%) = S x 100/T.

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- Avaliação da necessidade de calagem dos solos

A grande maioria dos solos da região nordeste do Estado de Goiás apresenta acidezelevada, alta saturação por alumínio, baixa disponibilidade de quase todos os nutrientesessenciais, notadamente fósforo, cálcio, magnésio, enxofre, potássio, zinco e boro. O cálcio +magnésio estão presentes com teores altos, em parte dos solos da área (Figura 31).

Dentre as mais diversas práticas agrícolas para colocar estes solos no processoprodutivo, a calagem ocupa lugar de destaque, sendo vários os exemplos de respostaaltamente positivas ao seu emprego nos mais diferentes tipos de solos, com as mais diferentesculturas.

Dentre os corretivos, os calcários são os mais utilizados na prática da calagem, possuindocomo constituintes químicos principais os carbonatos de cálcio e de magnésio. O mais indicadopara a região dos Cerrados, com solos deficientes em Mg, é o dolomítico, por possuir maiorteor desse nutriente. Isso não impede a utilização de calcário calcítico, desde que se adicionemagnésio ao solo, na forma de sulfato de magnésio, termofosfatos magnesianos e outros.

Para determinar a quantidade de calcário a ser adicionada para neutralizar o alumíniotrocável, doses de calcário são incorporadas aos solos com base em equivalentes químicos,como múltiplos da quantidade de alumínio trocável (Quadro 3).

A fórmula usada no Estado de Goiás é: (meq. A�/100 ml x 2) + [2 – meq. (Ca + Mg/100ml)] = Toneladas de calcário/há. Este método é satisfatório, quando o objetivo é neutralizar oalumínio e fornecer cálcio + magnésio para as culturas, pois o alumínio é um dos principaiscomponentes de acidez desses solos. Estudos indicam que, para algumas culturas anecessidade de calcário estimada pelo método SMP, baseado em solução tamponada (em usonos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e que recomenda o dobro da dose dométodo adotado em Goiás), com o objetivo de atingir o pH em água de 5,5 ou 6,0, permiteobter maiores produtividades.

As recomendações de calcário feitas pelos laboratórios são para aqueles com PoderRelativo de Neutralização total – PRNT – de 100%. Portanto, deve-se, calcular a quantidadefinal necessária, em função de seu PRNT.

Os parâmetros que devem ser observados para avaliar a necessidade de reaplicação docalcário são a saturação por alumínio (quando superior a 20%, deve-se proceder novacalagem) e o teor de Ca + Mg (quando inferior a 2 meq./100 g do solo, deve-se proceder novacalagem). A quantidade de calcário necessária, nesses casos, é, em geral, menor do que aquantidade aplicada por ocasião da primeira calagem.

O método utilizado em Goiás é mais adequado ao nível atual de tecnologia aplicado pelamaioria dos agricultores, além de necessitar de menores investimentos a curto prazo epropiciar menores problemas, em termos de possíveis desbalanços de micronutrientes emsolos com baixas reservas destes no material de origem e/ou altamente intemperizados, emface das menores doses recomendadas.

Embora a calagem seja a prática recomendada para o controle da acidez do solo, hásituações em que se recomenda a prática de combinação da calagem com o cultivo de plantastolerantes à acidez (Goedert, EMBRAPA, 1985).

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No Quadro 2 são relacionadas algumas variedades e espécies de culturas e forrageirasconsideradas adaptáveis aos solos ácidos dos Cerrados.

Quadro 2

ALGUMAS CULTURAS E SUAS VARIEDADES ATUALMENTE CONSIDERADASIMPORTANTES PARA OS SOLOS ÁCIDOS DOS CERRADOS

CULTURA VARIEDADE

Forrageiras

Andropogon gayanus

Stylosanthes bracteata

Stylosanthes capitata

Brachiaria decumbens

TrigoBH – 1146

IAC – 5

SojaIAC – 2

V x 5.281-5

Feijão

Rico pardo 896

Rico baio 1014

Carioca 1030

ArrozPratão precoce

IAC – 47

Sorgo Taylor Evans

Milho

CMS 14

CMS 153 (linhagem)

CMS 297 (linhagem) FONTE: GOEDERT, W.J., EMBRAPA, 1986.

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Quadro 3

GUIA DE AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DE CALAGEM DOS SOLOS

GRUPOSDE

SOLOSCARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DOS SOLOS

FERTILIDADE

ÁREAKM2 %

1

Solos sem necessidade de calcário como corretivo, eventualmentenecessitando para suprimento de cálcio + magnésio. Englobamsolos eutróficos (saturação por bases �50%).

Alumínio trocável – normalmente 0 (zero), ocasionalmente até 0,3mE/100 g de solo.Saturação por alumínio – normalmente 0 (zero) %, ocasionalmenteaté 25%.Cálcio + magnésio – valores normalmente superiores a 4,0 mE/100g de solo (ocorrendo valores >20 mE/100 g de solo),ocasionalmente de 0,3 a 4,0 mE/100 g de solo.

Médiaa

Alta8 416 21,7

2

Solos com necessidade de calcário como corretivo e parasuprimento de cálcio + magnésio. Englobam solos distróficos(saturação por bases <50% e saturação por alumínio <50%).

Alumínio trocável – normalmente de 0,3 a 0,7 mE/100 g de solo,com valores extremos até 3,8 mE/100 g de solo, ocasionalmente 0(zero).Saturação por alumínio – abaixo de 50%, normalmente entre 18 e30%, ocasionalmente 0 (zero) %.Cálcio + magnésio – valores normalmente de 0,7 a 1,7 mE/100 gde solo.

Baixa 4 654 12,0

3

Solos com necessidade de calcário como corretivo e parasuprimento de cálcio + magnésio. Englobam solos álicos edistróficos (álicos: saturação por alumínio �50% e distróficos:saturação por alumínio e bases <50%).

Alumínio trocável – normalmente de 0,3 a 2,2 mE/100 g de solo,com valores extremos até 5,0 mE/100 g de solo.Saturação por alumínio – varia de 0% (eventualmente) a >50%,normalmente >18%, nos solos distróficos e superior a 50% nossolos álicos.Cálcio + magnésio – valores normalmente de 0,1 a 1,7 mE/100 g.

MuitoBaixa

aBaixa

3 956 10,2

4

Solos com necessidade de calcário como corretivo e parasuprimento de cálcio + magnésio. Englobam solos álicos(saturação por alumínio �50%).

Alumínio trocável – normalmente de 0,5 a 2,2 mE/100 g de solo,com valores extremos até 6,0 mE/100 g de solo.Saturação por alumínio - �50%.Cálcio + magnésio – valores normalmente de 0,1 a 1,6 mE/100 gde solo.

MuitoBaixa

20 518 52,9

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A aplicação de calcário é benéfica para a maioria das plantas cultivadas por um ou maisdos seguintes fatores:

- redução da toxidez de alumínio e manganês;

- aumento na atividade microbiana;

- eliminação da deficiência de cálcio e magnésio;

- aumento na fixação simbiótica de nitrogênio;

- aumento na disponibilidade de fósforo e molibdênio; e

- auxílio na manutenção das condições físicas ideais.

Para estimativa dos parâmetros, usaram-se nos solos pouco profundos, profundos emuito profundos os valores médios dos resultados analíticos das amostras na profundidadeentre 0-100 cm, e nos solos rasos toda a profundidade do perfil.

Os dados analíticos aqui representados fazem parte dos Levantamentos de Solosrealizados na área, efetuados pelo Projeto RADAMBRASIL, escala 1:1.000.000, Levantamentode Reconhecimento de Média Intensidade dos Solos da Margem Direita do rio Paranã – GO,escala 1:300.000, Convênio EMBRAPA/SNLCS-SUDECO e do Zoneamento Geoambiental eAgroecológico da Região Nordeste do Estado de Goiás, Convênio SEPLAN/IBGE.

- Terras para irrigação

Procurando dar mais subsídios ao uso racional das terras da região nordeste de Goiás, foielaborada uma classificação dos solos para irrigação.

As especificações ou critérios para a classificação foram elaborados a partir dos dados doLevantamento Exploratório de Solos da Região Nordeste do Estado de Goiás, baseando-secomo princípio de julgamento nos critérios restritivos do uso das terras. Assim, procurou-seeliminar as áreas que não apresentem requisitos mínimos para a cultura irrigada, deixando asoutras para serem estudadas posteriormente. As restrições de uso para a agricultura irrigadasão dependentes das deficiências nas características de solos, topografia e drenagem (Quadro04), e suas intercalações irão se refletir na capacidade de produção.

Foram estabelecidas as classes de aptidão dos solos para irrigação com base nosseguintes critérios: declividade, profundidade efetiva, pedregosidade, caracteres cascalhento econcrecionário, drenagem e textura (superficial e subsuperficial).

As características químicas dos solos não foram consideradas para esta classificação. Afertilidade natural dos solos da região faz parte de estudos que se encontram no itemFertilidade natural dos solos.

A disponibilidade de água para irrigação não foi considerada neste trabalho, haja vistaque este assunto carece de estudos específicos.

Os critérios avaliadores possuem os parâmetros definidos pelo Serviço Nacional deLevantamento e Conservação de Solos da EMBRAPA e constam do item Critérios e normasadotados para classificação dos solos, sendo os seguintes:

a) Declividade – foram consideradas as seguintes classes de relevo: plano, suave ondulado,ondulado, forte ondulado, montanhoso e escarpado.

b) Profundidade efetiva – designa profundidade de solo livre de impedimentos à penetração deraízes. Estes impedimentos podem ser de natureza diversa, tais como: presença depetroplintitas, cascalhos, rochas, camada compactada, etc.

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Quadro 4

GUIA DE AVALIAÇÃO DAS CLASSES DE SOLOS PARA IRRIGAÇÃO

CRITÉRIOS

E CLASSES

DECLIVI

DADE(%)

PROFUNDI

DADEEFETIVA

(cm)

PEDREGOSIDADE

PETROPLINTITACASCALHO

DRENAGEMTEXTURA

SUPERFICIAL

TEXTURA

SUBSTANCIAL

1 – BOA 0 - 8 >120 AusenteBem drenado eacentuadamentedrenado

Argilosa eMuitoArgilosa

Argilosa emuitoargilosa

2 – REGULAR

SUBCLASSE 2A Ausente Bem drenadoMédia eargilosa

Argilosaemuitoargilosa

SUBCLASSE 2B

0 - 20 >70Podem apresentar petro-plintita na camada subsu-perficial (caráter concre-cionário)

ImperfeitamenteDrenado

Indiscrimina-da

Indiscrimina-da

3 – RESTRITA

SUBCLASSE 3A 0 - 8 >120 AusenteFortementeDrenado

Média Média

SUBCLASSE 3B 3 - 20 >70

Apresentam cascalhosentre 15 e 50% novolume de massa do solo(cascalhamento)

Bem drenado Argilosa Argilosa

4 – MUITO RESTRITA

SUBCLASSE 4A 0 - 8 >150 AusenteExcessivamenteDrenado Arenosa Arenosa

SUBCLASSE 4B 0 - 8 >100 Ausente Mal drenado Média Média

SUBCLASSE 4C 0 - 45 >20 <100Apresentam fase pedre-gosa, cascalhamento ousão petroplínticos.

Bem drenado emoderadamentedrenado

Médiae argilosa

Média eargilosa

5 – NÃO IRRIGÁVEL >45 <50Podem apresentar casca-lhos entre 15 e 50% novalume da massa do solo

Bem drenado emoderadamentedrenado

Arenosa,médiae argilosa

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No presente trabalho foram usados limites de profundidade correspondentes àscaracterísticas de cada classe de solo mapeada. Os seguintes parâmetros referentes àprofundidade efetiva, combinado com outros fatores (Quadro 4), foram considerados:

1 - >120 cm – Classe Boa para Irrigação – correspondente a solos profundos4 (100-200 cm) emuito profundos4 (>200 cm).

2 - >70 cm – Classe Regular para Irrigação – correspondente a solos pouco profundos4 (50 –100 cm) e profundos4 (100-200 cm).

3 - >120 cm – Classe Restrita para Irrigação – correspondente a solos profundos4 (100 – 200cm) e muito profundos4 (>200 cm).

- >70 cm – Classe Restrita para Irrigação – correspondente a solos pouco profundos4 (50 –100 cm).

4 - > 150 cm – Classe Muito Restrita para Irrigação – correspondente a solos profundos (100 –200 cm) e muito profundos (>200 cm).

- >100 cm – Classe Muito Restrita para Irrigação – correspondente a solos profundos e muitoprofundos.

- >20 e <100 cm – Classe Muito Restrita para Irrigação – correspondente a solos rasos4 (<50cm) e pouco profundos (50 – 100 cm).

5 - <50 cm – Classe Não Irrigável – correspondente a solos rasos (<50 cm).

c) Fase pedregosa concrecionário e cascalhento (definições constantes no item Critérios enormas adotadas para classificação dos solos).

d) Drenagem – refere-se à quantidade de rapidez com que a água recebida pelo solo se escoapor infiltração e escoamento, afetando as condições hídricas do solo, sendo usadas asseguintes classes (definidas no item Critérios e normas adotadas para classificação dos solos):

- Excessivamente drenado – como exemplo típico de solos desta classe que ocorre na área,temos as Areias Quartzosas.

- Fortemente drenado – como exemplo típico da área, podem ser citados os LatossolosVermelho-Amarelos textura média.

- Acentuadamente drenado – como exemplo típico da área, temos os Latossolos Vermelho-Escuros, textura argilosa e muito argilosa, e os Latossolos Vermelho-Amarelos, texturaargilosa.

- Bem drenado – como exemplo típico desses solos na área, podem ser citados os PodzólicosVermelho-Escuros, textura argilosa e argilosa/muito argilosa, Podzólicos Vermelho-Amarelos,textura argilosa e média/argilosa, Cambissolos, textura média, e solos Litólicos, textura média aargilosa.

- Moderadamente drenado – como exemplo de solos desta classe, na área temos algunsCambissolos, textura argilosa.

- Imperfeitamente drenado – como exemplo de solos da área nesta classe, temos osPlintossolos álicos.

- Mal drenado – na área, ocorrem como exemplo desta classe os Gleissolos álicos.

4 Conforme parâmetros definidos pelo Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos –SNLCS/EMBRAPA.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 78

Não ocorre na região, em caráter dominante, a classe de drenagem muito mal drenado.

e) Textura – característica distintiva de unidades de solo, diferenciadas segundo composiçãogranulométrica (fração <2 mm), consideradas as classes primárias de textura em nível maisgeneralizado, compondo as seguintes agregações, definidas no item Critérios e normasadotados para classificação dos solos: Textura arenosa, textura média, textura argilosa, texturamuito argilosa e textura indiscriminada.

- Descrição de Classes para Irrigação

Classe 1 – Boa

Situa-se em relevo plano e/ou suave ondulado, com declividades que variam de 0 a 8%,sendo representada por solos com características consideradas boas para irrigação. Apresentaprofundidade efetiva do solo maior que 120 cm, é livre de pedregosidade, petroplintita e/oucascalho, textura superficial e subsuperficial, argilosa e/ou muito argilosa. Ocorre de formadispersa por toda a área, destacando-se as terras encontradas nas chapadas e parte do Vãodo Paranã (Figura 32).

Ocupa uma área de aproximadamente 5.780 km2, correspondendo a 14,9% da área totalmapeada.

Estão enquadrados nesta classe os solos: Latossolo Vermelho-Escuro, LatossoloVermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Escuro, Podzólico Vermelho-Amarelo e Cambissolo.

Classe 2 – Regular

Esta classe é composta por solos com características regulares para a irrigação. Encontra-seem relevo que varia de plano a ondulado com declividade que varia de 0 a 20%, representadapor solos com profundidade efetiva maior que 70 cm, ausência de pedregosidade, texturasuperficial média e argilosa e textura subsuperficial argilosa, muito argilosa.

Foi subdividida em duas subclasses, com o objetivo de distinguir solos bem drenados,representados, pela subclasse 2A, dos imperfeitamente drenados, simbolizados pela subclasse2B. Os solos subclasse 2B, apresentam textura indiscriminada.

Possui menor capacidade de produção em relação à classe 1; o seu uso com irrigaçãorequer maiores gastos com preparo, tratos culturais, etc. As limitações topográficas incluem asuperfície irregular que requer despesas para nivelamento.

Ocupa aproximadamente 3.413 km2, equivalendo a 8,8% da área total mapeada.

Está representada nesta região pelos solos: Podzólico Vermelho-Escuro, PodzólicoVermelho-Amarelo, Cambissolo, Plintossolo e solos Aluviais.

Classe 3 – Restrita

Representada pelos subclasses 3A e 3B com as seguintes características;

3A - Compreende solos com profundidade efetiva maior que 120 cm, sob relevo plano e suaveondulado com declives de 0 a 8%, fortemente drenados, apresentando textura médiasuperficial e subsuperficial. Desta subclasse, fazem parte os Latossolos Vermelho-Amarelos.

3B - Compreende solos sob relevo suave ondulado e ondulado com declives que variam de 3a 20%, com profundidade efetiva maior que 70 cm, bem drenados, textura superficial esubsuperficial argilosa, apresentando quantidade significativa de cascalho no volume da massado solo (15 a 50%). Faz parte desta subclasse parte dos Cambissolos da área.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 80

Possui restrita adequabilidade ao desenvolvimento da irrigação, devido às deficiênciasapresentadas quanto ao impedimento de uso de máquinas (cascalhos), pouca profundidade(subclasse 3B) e altos teores de areia (subclasse 3A).

Ocupa aproximadamente uma área de 2.133 km2, correspondendo a 5,5% da área totalmapeada.

Classe 4 – Muito Restrita

Representada pelas subclasses 4A, 4B e 4C com as seguintes características:

4A - Compreende solos com profundidade efetiva maior que 150 cm, excessivamentedrenados, textura superficial e subsuperficial arenosa, sob relevo plano e suave ondulado (0 a8% de declive).

4B - Compreende solos sob relevo plano e suave ondulado (declives de 0 a 8%), profundidadeefetiva maior que 100 cm, mal drenados, apresentando textura média tanto superficialmentecomo subsuperficialmente.

4C - Compreende solos sob relevo que varia de plano a forte ondulado, com declives que vãode 0 a 45%, profundidade efetiva superior a 20 cm e inferior a 100 cm, petroplínticos, bem amoderadamente drenados, com textura superficial e subsuperficial média e argilosa.

Apresentam fase pedregosa, são cascalhentos e/ou petroplínticos nas subclasses 4B e4C.

A utilização desses solos com irrigação fica restrita a situações muito especiais,praticamente havendo inviabilização, já que a relação custo/benefício torna-se desfavorável.

Ocupa uma área de aproximadamente 17.685 km2, equivalendo a 45,6% da área totalmapeada.

A subclasse 4A é representada por Areias Quartzosas, a 4B por Gleissolos e a 4C porPetroplínticos, Cambissolos e solos Litólicos.

Classe 5 – Não Irrigável

Representada por solos rasos (< 50 cm), sob relevo forte ondulado, montanhoso e/ouescarpado com declives superiores a 45%, bem e moderadamente drenados, textura arenosa,média e/ou argilosa, podendo apresentar fase pedregosa.

Terras pertencentes a esta classe devem ser preservadas com sua vegetação natural,como forma de melhor conservá-las. Não apresentam os requisitos mínimos exigidos paraserem irrigadas.

Ocupa aproximadamente 8.533 km2., equivalendo a 22% da área total mapeada.

Se enquadram nesta classe os solos Litólicos. Os afloramentos rochosos presentes naárea foram inclusos nesta classe.

Predisposição à erosão

A erosão compreende os processos de desagregação de arrastamento e de deposiçãodas partículas constituintes do solo, produzidas, principalmente, pela ação da água das chuvas,ou pela ação dos ventos. Está condicionada aos fatores climáticos (precipitação, temperatura,etc.) e edáficos (tipo de solo) e à topografia local.

A erosão hídrica se processa em três etapas: a desagregação das partículas, seutransporte e deposição, fatos que podem ocorrer sucessivas ou concomitantemente, e serafetados por diversos fatores (intensidade, quantidade e duração das chuvas, quantidade e

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velocidade do fluxo das águas de superfície, natureza do solo, cobertura vegetal, declividadedo terreno, comprimento dos lançantes e as práticas conservacionistas).

Todos esses fatores devem ser analisados em separados e posteriormente integradospara se ter uma avaliação completa do processo erosivo.

No presente trabalho, a metodologia utilizada baseou-se no trabalho Suscetibilidade àErosão da Macrorregião da Bacia do Paraná (MS/SEPLAN, 1989-a), sendo a integraçãoefetuada somente entre os fatores natureza do solo e declividade do terreno, com o objetivo dedelimitar áreas que possuem uma maior ou menor predisposição natural à erosão. O fatorrelevo possui na área uma grande variedade de declives, sendo efetuada sua avaliaçãoconforme demonstra o Quadro 6 – Avaliação das Classes de Relevo, onde o mesmo seapresenta sintetizado na forma de dígitos sequenciados de 1 a 7.

Igualmente, foi necessário sintetizar as principais características do solo relativas àerosão em um quadro, permitindo assim sua separação em classes de erodibilidade, conformedescritas no Quadro 5 – Principais Características dos Solos Utilizados para Definição dasClasses de Erodibilidade, onde cada classe corresponde a dígitos hierarquizados de 1 a 7,conforme avaliação feita em quadro específico para o fator solo.

De posse desses dados, procedeu-se à integração das informações do relevo e do soloconforme o Quadro 7 – Combinações dos Fatores Relevo-Solo. Com base nessascombinações foram definidas, empiricamente, 8 (oito) classes de predisposição à erosão, quaissejam: Muito Fraca, Fraca, Fraca a Moderada, Moderada a Forte, Forte, Muito Forte e Especial(Figura 33).

Refere-se à erosão em superfície de conceituação dessas classes, abordada a seguir,acompanhada de suas principais características.

Classe 1 – Muito Fraca

São terras que apresentam no seu estado natural muito fraco risco de erosão e que,quando utilizadas, exigem nível baixo de emprego de práticas conservacionistas, com o uso detécnicas simples de controle, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem aáreas que apresentam relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8%, com presençade solos de erodibilidade muito fraca (S1), ou seja, Latossolo Vermelho-Escuro textura muitoargilosa e argilosa e Latossolo Vermelho-Amarelo textura argilosa.

Abrange aproximadamente 2.366 km2 da área, correspondendo a 6,1% da área totalmapeada.

Classe 2 – Fraca

São terras que no seu estado natural possuem fraco risco de erosão e que, quandoutilizadas, exigem nível baixo de emprego de práticas conservacionistas, com o uso detécnicas simples de controle, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem aáreas que apresentam relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8%, com presençade solos de erodibilidade fraca (S2), Latossolo Vermelho-Amarelo textura argilosa e média ePlintossolo textura indiscriminada.

Ocorrem aproximadamente 3.219 km2 da área, equivalendo a 8,3% da área totalmapeada.

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Quadro 5

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS UTILIZADOS PARA A DEFINIÇÃO DASCLASSES DE ERODIBILIDADE

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS SOLOSCLASSESDE

ERODIBILIDADE Horizonte superficialHorizonte

Subsuperficial

EXEMPLOS

MUITO FRACA

(S1)

Textura muito argilosa(>60% de argila)Textura argilosa(35 a 60% de argila)

B latossólicoLatossolo Vermelho-Escuro eLatossolo Vermelho-Amarelotextura muito argilosa e argilosa

FRACA

(S2)

Textura argilosa(35 a 60% de argila) emédia (<35% de argila e>15% de areia)

B latossólicoLatossolo Vermelho-Amarelotextura argilosa e média

FRACA

AMODERADA

(S3)

Textura média B latossólicoLatossolo Vermelho-Amarelotextura média

Textura muito argilosaMODERADA

(S4) Textura argilosa

B textural, B câmbico ouC profundo

Podzólico Vermelho-Escuro ePodzólico Vermelho-Amarelotextura argilosa/muito argilosae Cambissolo textura argilosa

Textura médiaB textural, B câmbico ouC profundo

Podzólico Vermelho-Amarelotextura média/argilosa,Cambissolo textura média eGleissolo textura média

MODERADA

AFORTE(S5) Textura arenosa

(areia e areia fraca)C arenoso Areias Quartzosas

FORTE(S6)

Textura argilosa Solos rasos (< 50 cm) Solos Litólicostextura argilosa

MUITO FORTE

(S7)Textura média e arenosa Solos rasos (< 50 cm)

Solos Litólicostextura arenosa e média

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Quadro 6

AVALIAÇÃO DAS CLASSES DE RELEVO

RELEVODECLIVE DASVERTENTES

CLASSES DE RELEVO

R1 0-8% Plano e suave ondulado

R2 3-20% Suave ondulado e ondulado

R3 8-20% Ondulado

R4 8-45% Ondulado e forte ondulado

R5 20-45% Forte ondulado

R6 20-75% Forte ondulado e montanhoso

R7 >45% Montanhoso e escarpado

Quadro 7

COMBINAÇÃO DOS FATORES RELEVO-SOLO

S O L ORELEVO

S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7

R1 11 12 13 14 15 16 17

R2 21 22 23 24 25 26 27

R3 31 32 33 34 35 36 37

R4 41 42 43 44 45 46 47

R5 51 52 53 54 55 56 57

R6 61 62 63 64 65 66 67

R7 71 72 73 74 75 76 77

Classes existentes na área.

Classes resultantes das diferentes combinações:

Muito Fraca – 11 Moderada a Forte – 16, 25, 34Fraca – 12 Forte – 15, 17, 26, 27, 35, 44, 45Fraca a Moderada – 13 Muito Forte – 46, 47, 54, 56, 57, 66, 67, 77Moderada - 24

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Classe 3 – Fraca a Moderada

São terras que no seu estado natural possuem fraco a moderado risco de erosão e que,quando utilizadas, exigem nível baixo a médio de emprego de práticas conservacionistas, como uso de técnicas simples mas intensivas de controle, como medida preventiva para suaconservação, podendo exigir o uso de algumas práticas de engenharia de solo e água.Correspondem a áreas que apresentam relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8%e solos de erodibilidade fraca a moderada (S3) e moderada (S4), Latossolo Vermelho-Amarelotextura média, Podzólico Vermelho-Escuro textura argilosa/muito argilosa, Podzólico Vermelho-Amarelo textura argilosa/muito argilosa, Cambissolo textura argilosa e Petroplínticos texturaindiscriminada.

Abrange aproximadamente 5.818 km2 da área total, correspondendo a 15,0% da áreatotal mapeada.

Classe 4 – Moderada

São terras que no seu estado natural possuem moderado risco de erosão e que, quandoutilizadas, exigem nível médio de emprego de práticas conservacionistas, com uso intensivo detécnicas de controle, como medida preventiva para sua conservação, podendo exigir o uso dealguma práticas de engenharia de solo e água. Correspondem a áreas que apresentam relevoplano e suave ondulado, com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade moderada (S4),Cambissolo textura argilosa.

Ocorre em aproximadamente 2.482 km2 da área, equivalendo a 6,4% da área totalmapeada.

Classe 5 – Moderada a Forte

São terras que no seu estado natural possuem moderado a forte risco de erosão e que,quando utilizadas, exigem nível médio a alto de emprego de práticas conservacionistas, com ouso intensivo a muito intensivo de técnicas de controle, incluindo a utilização de práticas deengenharia de solo e água, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem aáreas que apresentam:

- relevo plano e suave ondulado, com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade forte (S6),solos Litólicos textura argilosa.

- relevo suave ondulado e ondulado, com declives de 3 a 20% e solos de erodibilidademoderada a forte (S5), Podzólico Vermelho-Amarelo textura média/argilosa e Cambissolotextura argilosa.

- relevo ondulado, com declives que variam de 8 a 20% e solos de erodibilidade moderada(S4), Podzólico Vermelho-Amarelo textura argilosa e muito argilosa.

Esta classe ocorre em aproximadamente 6.128 km2, correspondendo a 15,8% da áreatotal mapeada.

Classe 6 – Forte

São terras que no seu estado natural possuem forte risco de erosão e que, quandoutilizadas, exigem nível alto de emprego de práticas conservacionistas, com o uso muitointenso e complexo de técnicas de controle, inclusive práticas de engenharia de solo e água,como medida preventiva para sua conservação. Correspondem a áreas que apresentam:

- relevo plano e suave ondulado, com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade moderada aforte (S5), Areias Quartzosas.

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- relevo plano e suave ondulado com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade forte (S6),solos Litólicos textura argilosa.

- relevo plano e suave ondulado, com declives de 0 a 8% e solos de erodibilidade muito forte(S7), solos Litólicos textura média.

- relevo suave ondulado e ondulado, com declives de 3 a 20% e solos de erodibilidade forte(S6), solos Litólicos textura argilosa.

- relevo suave ondulado e ondulado, com declives de 3 a 20% e solos de erodibilidade muitoforte (S7), solos Litólicos textura média arenosa.

- relevo ondulado, com declives de 8 a 20% e solos de erodibilidade moderada a forte (S5),Podzólicos Vermelho-Amarelos textura média/argilosa.

- relevo ondulado e forte ondulado com declives de 8 a 45% e solos de erodibilidademoderada (S4), Cambissolos textura argilosa e muito argilosa.

- relevo ondulado e forte ondulado, com declives de 8 a 45% e solos de erodibilidademoderada a forte (S5), Cambissolos textura média.

Esta classe abrange 3.336 km2 da área, correspondendo a 8,6% da área total mapeada.

Classe 7 – Muito Forte

São terras que no seu estado natural possuem muito forte risco de erosão e que, por istomesmo, devem ser deixadas preferencialmente para a preservação da fauna e da flora.Correspondem a áreas que apresentam:

- relevo ondulado e forte ondulado, com declives de 8 a 45% e solos de erodibilidade forte(S6), solos Litólicos textura argilosa.

- relevo ondulado e forte ondulado, com declives de 8 a 45% e solos de erodibilidade muitoforte (S7), solos litólicos textura média e arenosa.

- relevo forte ondulado, com declives de 20 a 45% e solos de erodibilidade moderada a forte(S5), Cambissolos textura argilosa.

- relevo forte ondulado, com declives de 20 a 45% e solos de erodibilidade forte (S6), solosLitólicos textura argilosa.

- relevo forte ondulado, com declives de 20 a 45% e solos de erodibilidade muito forte (S7),solos Litólicos textura média.

- relevo forte ondulado e montanhoso, com declives de 20 a 75% e solos de erodibilidade forte(S6), solos Litólicos textura argilosa.

- relevo forte ondulado e montanhoso, com declives de 20 a 75% e solos de erodibilidademuito forte (S7), solos Litólicos textura média e arenosa.

- relevo montanhoso e escarpado, com declives >45% e solos de erodibilidade muito forte(S7), solos Litólicos textura arenosa e média.

Esta classe ocorre em aproximadamente 12.605 km2 da área, equivalendo a 32,5% daárea total mapeada.

Classe 8 – Especial

São terras que no seu estado natural possuem uma dinâmica geralmente vigorosa,constantemente erodindo, transportando e depositando, fatos que se tornam mais acentuadosnas enchentes periódicas, exigindo emprego de práticas conservacionistas específicas para

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cada caso, como medida preventiva para sua conservação. Correspondem a áreas próximasàs margens dos rios e córregos, com presença de solos Gleissolos textura média e solosAluviais indiscriminados.

Essa classe de predisposição à erosão define o potencial natural de cada unidademapeada, frente aos processos erosivos.

Ocorre em aproximadamente 1.590 km2 da área, correspondendo a 4,1% da área totalmapeada.

Terras para mecanização

A região possui algumas áreas propícias ao uso de máquinas e implementos agrícolas,caracterizadas principalmente pelos solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo e Podzólico Vermelho-Escuro, que se encontram sob relevo que apresentam declivessuaves. Grande parte da área, notadamente na porção noroeste, não permite o emprego demecanização, devido às suas características limitantes.

Baseado nas características dos solos e nas condições de relevo em que se encontram,foram definidas 4 (quatro) classes de terras para mecanização (SUPLAN/EMBRAPA-SNLCS,1983), (Figura 34).

Classe 1 – Boa

Constituída de terras que permitem em qualquer época do ano o emprego de todos ostipos de máquinas e implementos agrícolas, ordinariamente utilizados. É geralmente detopografia plana e suave ondulada, com declives que variam de 0 a 8%, não oferecendoimpedimentos relevantes à mecanização. É livre de cascalho, pedregosidade e petroplintitas.

Ocorre em aproximadamente 6.904 km2 da área, equivalendo a 17,8% da área totalmapeada.

Classe 2 – Regular

Constituída de terras que não permitem o emprego de máquinas ordinariamente utilizadasdurante todo o ano. Estas terras apresentam relevo ondulado, com declives de 8 a 20% outopografia mais suave, no caso de outros impedimentos à mecanização (pedregosidade,profundidade exígua, textura arenosa, drenagem imperfeita, riscos à inundação, etc.).

Ocorre em aproximadamente 4.499 km2 da área, correspondendo a 11,6% da área totalmapeada.

Classe 3 - Restrita

Constituída de terras que permitem apenas, em quase sua totalidade, o uso deimplementos de tração animal ou máquinas especiais. Caracteriza-se pelos declivesacentuados (20 a 45%) em relevo forte ondulado e presença de pedregosidade, carátercascalhento, petroplintitas, profundidade exígua, má drenagem, textura arenosa, etc. podeapresentar topografia mais suave no caso de se identificarem característica(s) adversa(s)citada(s) anteriormente.

Ocorre em aproximadamente 10.006 km2 da área, representando 25,8% da área totalmapeada.

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Classe 4 – Inapta

Constituída de terras que não permitem o uso de maquinaria, sendo difícil até mesmo ouso de implementos de tração animal. Normalmente é de topografia montanhosa, com declivessuperiores a 45%, com impedimentos muito fortes devido à pedregosidade, pequenaprofundidade, presença de cascalhos e/ou petroplintitas no perfil do solo.

Ocorre em aproximadamente 16.135 km2 da área, equivalendo a 41,6% da área totalmapeada.

VegetaçãoA vegetação natural é antrópica (sistema primário e secundário), foi definida de acordo

com a conceituação proposta pelo Projeto RADAMBRASIL em Fitogeografia Brasileira,Classificação Fisionômica Ecológica da Vegetação Neotropical (1982), revisada e atualizadapelo Manual Técnico de Vegetação, boletim interno, IBGE (1989).

O sistema primário destaca a ocorrência de três regiões fitoecológicas, ou seja, Savana,Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual. Cada região ou classe deformação foi subdividida em unidades menores de acordo com a fisionomia e o ambiente,assim a Savana (Cerrado) compõe-se dos subgrupos de formação: Florestada ou ArbóreaDensa (Cerradão), Arborizada ou Arbórea Aberta (Campo Cerrado, Cerrado), Parque (Parque-de-Cerrado, Campo Sujo) e Gramíneo-Lenhosa (Campo Limpo). Regionalmente recebemnomes consagrados como Cerrado, Gerais, Campina, Campo Rupestre, Veredas, CampoInundável, etc.

A Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifólia) é subdividida emFormação Aluvial e Submontana, enquanto que a Floresta Estacional Decidual (FlorestaTropical Caducifólia) em Formação Submontana e Montana.

Pela escala e natureza do trabalho, estas diversas formações, de regiões fitoecológicasdiferentes, podem ocorrer conjuntamente, configurando Áreas de Tensão Ecológica ou Contatona forma de encraves florísticos ou misturas (Figura 35).

Ainda, como natural, foram identificadas tipologias vegetais restritas, não totalmentedelimitadas, constituindo áreas de vegetação rupícola, revestindo os relevos cársticos eRefúgios ecológicos de Savana-Estépica (Caatinga).

A vegetação antrópica existente na área destaca atividades agropecuárias em especialpastagem plantada, seguida de agricultura com culturas cíclicas e permanentes eflorestamento/reflorestamento. Extensas áreas estão hoje em processo de revegetação, sobdiversas fases de sucessão natural, pelo abandono ou mau uso da terra, constituindovegetação secundária ou capoeiras (Tabela 3).

Formações vegetais naturais

- Savana Gramíneo-lenhosa (Campo Limpo, Campina, Campo Inundável)

É uma formação campestre entremeada de plantas lenhosas anãs, mas sem coberturaarbórea a não ser quando presente a faixa de floresta-de-galeria.

Contendo floresta-de-galeria, ocorre em terrenos pré-cambrianos, principalmente naChapada dos Veadeiros, a oeste da cidade de Alto Paraíso de Goiás, acompanha os principaisrios, formando estreitas faixas orientadas no sentido SO-SE. Estão sempre presentes os buritis(Mauritia vinifera) e buritiranas (M. armata); nos baixios deste ambiente, chegam a constituircomunidades homotípicas.

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Longe da floresta-de-galeria, o tapete graminóide hemicriptofítico, constituído por Aristidaspp., Trachypogon spp., Axonopus spp., Andropogon spp., Tristachya spp., entre outros, noperíodo desfavorável praticamente desaparece, deixando à mostra o solo esbranquiçado. Noestrato graminóide desta Savana ocorrem ordinariamente Paepalanthus speciousus e váriasespécies de veloziáceas. Nos afloramentos há cactáceas.

- Savana Parque (Parque-de-Cerrado, Cerradinho, Campo Rupestre, Campo Sujo)

É uma formação essencialmente campestre, natural ou antrópica. Quando natural, temposição geográfica delimitada pelas áreas encharcadas das depressões, onde o tapetegraminóide está sob cobertura arbórea esparsa constituída por uma ou poucas espécies, comonas proximidades da cidade de Flores de Goiás, onde se observa povoamentos homogêneosde Byrsonima sp. (murici) secundadas pela Curatella americana (lixeira) que ocupa as partespouco mais elevadas.

A Savana Parque que ocorre no restante da área é muito pobre em nutrientes e água eapresenta-se com árvores e arbustos distribuídos muito rareadamente, constituindo elementosraquíticos e retorcidos. Merece destaque a parte da Chapada dos Veadeiros revestida porSavana Parque pela sua beleza cênica, apesar de sofrer queimadas anuais. Os componentesmais característicos desta formação são: canela-de-ema (Vellozia ssp.) de grande efeitoornamental, várias Mimosa, gritadeira (Palicourea sp.), lixinha (Davilla sp.) murici-orelha-de-burro (Byrsonima sp.) e, ainda, exemplares de açoita-cavalo (Luehea sp.), paus-terra (Qualeaspp.) e algumas palmeirinhas do gênero Allagoptera sp. e Attalea sp. Nos afloramentos sãocomuns as cactáceas.

Podem ou não apresentar floresta-de-galeria.

- Savana Arbórea Aberta (Campo Cerrado, Cerrado)

É uma formação campestre, entremeada de arvoretas xeromorfas geralmente raquíticascom altura em torno de 5 m, esparsadamente distribuídas. De modo geral, é submetida àsqueimadas anuais. Podem ocorrer as subformações sem floresta-de-galeria e com floresta-de-galeria.

A sua estrutura, apesar das particularidades locais, é em sua maioria composta de espéciescomuns às áreas de Savana. Configura, portanto, uma paisagem repetitiva e que observada norigor da estiagem mostra um aspecto amarelecido, com parte de seus elementos perdendo suafolhagem, o que lhes empresta uma característica de fisionomia estépica.

Os inventários florísticos realizados na região evidenciaram as Qualea spp. (paus-terra-folha-larga e miúda) Kielmeyera spp. (paus-santos), Annona sp. (araticum), Sclerolobiumaureum (carvoeiro) e Eugenia dysenterica (cagaita), além de pau-jacaré (Callisthene sp.),gonçalo-alves (Astromium franxinifolium), tingui (magonia pubescens) e goiabinha-do-campo(Myrcia spp.), entre as espécies mais comuns.

- Savana Arbórea Densa (Cerradão)

É uma formação campestre florestada com árvores baixas e aspectos fisionômico intermediárioentre Savana e Floresta. Sua principal característica estrutural é arbórea (até 10 m), xeromorfa,de esgalhamento profuso, providas de grandes folhas coriáceas e perenes e casca corticosa.Sem estrato arbustivo nítido, apresenta um tapete graminoso hemicriptofítico em tufos,entremeados de plantas lenhosas raquíticas, munidas de xilopódios e palmeiras. Suacomposição florística é heterogênea, contudo se repete numa paisagem caracterizada por

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dominantes arbóreos típicos: Curatella americana (lixeira), Qualea spp. (paus-terra-folha-largae miúda), Kielmeyera sp. (pau.santo), Byrsonima sp. (murici), Vochysia sp. (pau-de-tucano),Sclerolobium aureum (carvoeiro), Caryocar brasiliense (pequi) e Terminalia argentea (capitão-do-campo) entre outros.

Atualmente, entretanto, grande parte desta paisagem vegetal encontra-se alterada oudestruída pela intensa ocupação antrópica, com utilização para a pecuária, através de práticasde raleamento e fogo.

- Floresta Estacional Semidecidual Aluvial

É uma formação arbórea ribeirinha que ocupa as acumulações fluviais quaternárias. Suaestrutura é semelhante à da “floresta ciliar”. Sua florística varia de acordo com a posiçãogeográfica que ocupa a Formação Aluvial. É observada em alguns trechos do alto curso do rioParanã e alguns de seus afluentes, dentre os quais se destacam os rios Corrente, Paraim,Santa Maria e Macacos.

São espécies típicas nesta região: a mirindiba (buchenavia sp), pau-d’arco-amarelo(Tabebuia sp.), pau-d’óleo (Copaifera sp.), jatobá (Hymenaea sp.), aroeira (Astroniumurudeuva), goiabinha (Campomanesia sp.), braúna (Shinopsis sp.), angico (Piptadenia sp.) etarumã (Vitex sp.).

A exploração indiscriminada de suas espécies tem contribuído para que dentro de poucotempo esta fisionomia deixe de existir na área em estudo.

- Floresta Estacional Semidecidual Submontana

É a formação florestal que ocupa as encosta e os planaltos em faixa altimétrica limitada a600 m. nessa formação existe uma submata de arbustos, além de enorme quantidade deplâtulas de reconstituição arbórea. Suas principais características são as espécies arbóreasemergentes caducifólias, que, no auge do período seco, compõem um conjunto fisionômicocom até 50% de decidualidade foliar.

Apesar de alterada pela extração seletiva das espécies, pode-se perceber quãoexuberante foi esta floresta pelo seu porte e diversidade de sua flora. São espécies destafloresta: aroeira, pau-d’arco, cerejeira, cedro, braúna, gonçalo-alves, açoita-cavalo, pau-ferro efreijó, entre outras.

Destacam-se também duas barrigudas, Chorisia sp., que ocorre lado a lado com aCavanillesia sp., esta última bem maior e conhecida como barriguda-lisa.

Estas florestas têm sido sistematicamente substituídas por pastos de colonião e jaraguá.O mau manejo de alguns destes pastos, notadamente a leste da cidade de Alvaroda do Norte(GO), está favorecendo a disseminação de invasoras, principalmente de taboca, que, por seragressiva e dominante, já infesta severamente grandes áreas. Somente as florestas querevestem os relevos dissecados em cristas encontram-se pouco exploradas.

- Floresta Estacional Decidual Submontana

Esta formação florestal tem estacionalidade foliar superior a 50% na época desfavorável.Nesta situação a submata é rala e seca. Os cipós estão sempre presente e por vezes emprofusão, a ocorrência de cactáceas e bromeliáceas é usual.

Figuram entre os seus componentes arbóreos pau-d’arco roxo (Tabebuia ipe), barriguda-lisa (Cavanillesia sp.), umburana-de-cambão (Bursera leptophloeos), pau-ferro (caesalpiniaferrea), pau-d’óleo (Copaifera sp.), angico (Piptadenia sp.), tamboril (enterolobium sp.), pau-

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 93

Tabela 3

Áreas de cobertura vegetal natural e antrópica da Região Nordeste de Goiás

� 1988 �

PERCENTAGEM

COBERTURA VEGETALÁREA(km2) Em relação

ao total

Em relação àregião

fitoecológica

TOTAL 38.785,0 100,0 ---

Região da Savana (cerrado) 24.923,2 64,3 100,0

FormaçõesArbórea aberta 17.426,0 44,9 69,8Parque 5.136,6 13,3 20,7Gramíneo-lenhosa 462,8 1,2 1,9

AntropismoAgricultura 293,3 0,8 1,2Pastagem plantada 1.356,3 3,5 5,5Reflorestamento 85,5 0,2 0,3Vegetação secundária 162,7 0,4 0,6

Região da Floresta Estacional Semidecidual 1.901,5 4,9 100,00

FormaçõesAluvial 339,3 0,9 18,4Submontana 422,3 1,0 20,4

AntropismoPastagem plantada 1.079,8 2,8 57,1Vegetação secundária 60,1 0,2 4,1

Região da Floresta Estacional Decidual 2.539,3 6,5 100,00

Formação Submontana 1.263,9 3,2 49,2

AntropismoPastagem plantada 1.215,8 3,1 47,7Vegetação secundária 59,6 0,2 3,1

Áreas de tensão ecológica (contato) 9.421,0 24,3 100,0

Encraves (Savana/Floresta Estacional) 5.654,4 14,6 60,1

AntropismoPastagem plantada 3.732,2 9,6 39,5Vegetação secundária 34,4 0,1 0,4

FONTE – Imagens LANDSAT 5TM – CANDIS 3 e 4.NOTA – O cálculo das áreas foi efetuado pelo método de pesagem dos ambientes na escala 1:250.000,considerando-se a formação ou ocupação dominante e a situação de setembro de 1988. As formações vegetaisde floresta podem estar destituídas das espécies econômicas pela exploração seletiva.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 94

sangue (Pterocarpus sp.), braúna (Schinopsis brasiliensis), aroeira (Astronium urundeuva) ecedro-verdadeiro (cedrela fissilis).

A devastação das áreas florestadas se processa de forma intensa quer pela totalsubstituição de floresta por patos, quer através de uma exploração seletiva, destituída dequalquer orientação técnica, onde a espécie mais procurada é a aroeira.

- Floresta Estacional Decidual Montana

Constitui formação florestal das áreas situadas em altitudes superiores a 600 m. suaestrutura é composta de um emaranhado de arvoretas e plantas lenhosas, baixas, caducifóliasna época seca. A submata é rala, predominantemente composta de regeneração dosindivíduos arbóreos e cipós.

Esta formação é, vez por outra, interrompida por afloramentos de litótipos, revestidosesparsamente por imbiruçu, angico, pau-d’arco-roxo, barriguda-lisa, imburana-cambão,imbaúba, entre outros.

- Refúgio Ecológico de Savana-Estépica (Caatinga)

Segundo Font Quer (1970), refúgio é o lugar geralmente de reduzida extensão e decondições excepcionalmente favoráveis para determinadas plantas, em meio que lhe é hostil.O conceito também se aplica às comunidades relíquias, constituídas por vegetação florística,fisionômica e ecologicamente diferentes da vegetação regional.

Entre as cidades de Alvorada do Norte, Iaciara, Nova Roma e nas imediações do povoadode Aurominas foram identificadas ocorrências pontuais de fitofisionomias típicas de Caatinga. Écomposta por espécies xerófitas, adaptadas às condições ecológicas do trópico semiárido, queaí vivem, testemunhando que, no passado, esta região apresentava-se com clima mais severo.Estes refúgios de vegetação denunciam ambientes periféricos altamente vulneráveis, qualquerperturbação ambiental pode quebrar o equilíbrio ecológico do sistema.

- Vegetação Rupícola

Tipo especial de vegetação semelhante ao refúgio, e que habita rochas e em especial osrelevos cársticos da área. Neste tipo de vegetação é comum ocorrer Cactáceas Euforbiáceas,Bromeliáceas, Orchidáceas e alguma ou outra árvore especializada como as figueiras.

As rochas são cheias de fendas e interstícios, nos quais aglomeram-se húmus que sendoúmidos e sombrios constituem excelentes lugares para plantas anuais de sombras. Nosparedões mais verticais e expostos ao sol, onde há pouco lugar para a vegetação, pode ocorreruma ou outra xerófita. Finalmente, na parte superior das rochas, onde a camada de húmus éfina, a água desaparece com facilidade devido às fendas expondo as rochas a uma maiorquantidade de raios solares, aumentando a evaporação, tornando-se, assim, lugar propíciopara Cactáceas e Aráceas.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 95

Zoneamento do Potencial Geoambiental

A análise integrada dos elementos temáticos que constituem as cartas de serviço, atravésda correlação dos tipos genéticos de modelados e padrões de drenagem, em função dascondicionantes geológicas, proporciona o estabelecimento do esboço morfoestrutural,conforme preconizado por Silva (1987), contendo dados e informações referentes ao reflexodos condicionamentos geológicos sobre o relevo e os materiais que originam os solos (Figura36).

Após o estabelecimento da compartimentação morfo-estrutural, são identificadas ascombinações dos tipos genéticos de modelados e de solos, originando associaçõesmorfopedológicas, as quais se correlacionam às comunidades vegetais, proporcionando adefinição dos geossistemas. Estabelecidos os sistemas ambientais ou geossistemas,identificam-se as menores unidades dentro desses sistemas que constituem as geofácies.

Na área em estudo foram identificadas 9 (nove) regiões geoambientais, subdivididas em27 (vinte e sete) geossistemas, constituindo áreas cartografáveis e representadas por suaorganização interna, que se reflete na convergência de semelhança dos seus componentesfísicos e bióticos (mapa anexo).

Na delimitação cartográfica das unidades ambientais foram adotados algunsprocedimentos que devem ser assinalados: as regiões geoambientais encontram-se limitadaspor linhas mais espessas, com numerações em algarismos romanos distribuídosaleatoriamente na área de abrangência de cada uma, aparecendo na parte inferior do mapa adistribuição esquemática das mesmas, com a finalidade de auxiliar a identificação dadistribuição espacial.

Os geossistemas apresentam-se delimitados através de linhas espessas e tracejadas,numerados de 1 (um) a 27 (vinte e sete) em algarismos arábicos, de modo que na área dedomínio desses sistemas a numeração é sempre a mesma; as letras maiúsculas identificam ageofácies, constituintes menores do mapeamento, sendo delimitadas por linhas finas econtínuas.

Considerando situações em que os limites das distintas unidades ambientais coincidemcom a rede de drenagem, optou-se por introduzir um artifício cartográfico representado porsetas que identificam a ocorrência de tais situações.

A região nordeste do Estado de Goiás foi, através do presente estudo, subdividida nasseguintes unidades:

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- Região I - Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros:

• Geossistema 1 - Veadeiros

• Geossistema 2 - Araí

• Geossistema 3 - Serra da Pedra Branca

• Geossistema 4 - Serra do Tombador-Serra Branca

• Geossistema 5 - Divisor dos Rios Tocantizinho-Preto

• Geossistema 6 - Serra da Aboboreira

• Geossistema 7 - Serra da Boa Vista

• Geossistema 8 - Escarpas Estruturais

• Geossistema 9 - Serra da Prata

• Geossistema 10 - Baixos Rios Preto-Tocantinzinho

- Região II - Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba:

• Geossistema 11 - Borda da Serra Geral do Paranã

• Geossistema 12 - Chapadas de São João d’Aliança-Alto Paraíso de Goiás

• Geossistema 13 - Vertentes do Rio Tocantinzinho-Ribeirão das Brancas

- Região III - Chapada de Paracatu:

• Geossistema 14 - Borda Norte das Chapadas de Paracatu

- Região IV - Chapadão Central:

• Geossistema 15 - Borda da Serra Geral de Goiás

- Região V - Patamares do Chapadão Central:

• Geossistema 16 - Cárstico-Pelítico Guarani de Goiás-Divinópolis de Goiás

• Geossistema 17 - Pelítico-Cárstico Alvorada do Norte – Damianópolis –Guarani deGoiás

- Região VI - Vão do Paranã:

• Geossistema 19 - Vão do Paranã Norte

• Geossistema 20 - Vão do Paranã Sul

- Região VII -Pediplano do Tocantins:

• Geossistema 21 - Vales de Cavalcante-Rio Paranã-Aurominas

• Geossistema 22 - Rio Paranã-Monte Alegre de Goiás-Campos Belos

• Geossistema 23 - Foz de Bezerra-Rio da Prata

• Geossistema 24 - Rio Traíras

- Região VIII - Depressões Intermontanas:

• Geossistema 25 - Vão das Almas

• Geossistema 26 - Depressão do Rio Claro

- Região IX - Faixas Aluviais:

• Geossistema 27 - Várzea e Terraços Aluviais

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 98

Região I – Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros

Situado nas partes noroeste e oeste da região nordeste, esta unidade apresenta maiorabrangência espacial na área estudada, desenvolvendo-se nos Municípios de Cavalcante,Teresina de Goiás, Monte Alegre de Goiás, Nova Roma, Alto Paraíso de Goiás e Colinas doSul.

Compartimentado em dois grandes blocos, entrecortado por penetrações do Pediplano doTocantins, preserva as maiores altitudes do Estado de Goiás. a geologia da região caracteriza-se pela presença de litologias do Grupo Araí com estruturas falhadas e dobradas, além delitótipos do Grupo Bambuí, Complexo Goiano, Grupo Araxá, Formação Ticunzal e rochasgraníticas.

O relevo reflete a influência da estrutura e da litologia, os processos erosivos atuaram naregião dissecando e evidenciando sinclinais alçadas e esvaziadas, fraturas, dobras e falhas,além de rampas e planos inclinados, cujas bordas em geral constituem escarpas de falha.

Esta região abrange 10 (dez) geossistemas que constituem arranjos espaciaiscaracterizados pela semelhança de seus componentes físicos e bióticos; numerados de 1 (um)a 10 (dez), apresentam a seguinte denominação:

1. Veadeiros2. Araí3. Serra da Pedra Branca4. Serra do Tombador-Serra Branca5. Divisor dos rios Tocantinzinho-Preto6. Serra da Aboboreira7. Serra da Boa Vista8. Escarpas Estruturais9. Serra da Prata10. Baixos Rios Preto-Tocantinzinho

Geossistema 1 – Veadeiros

Possuindo forma alongada de direção geral sudoeste-nordeste, ocupa a extremidademeridional da região do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros e guarda os níveismais altos do estado, 1.000 a 1.600 m.

Destacando-se nos níveis mais altos, onde se localiza o Parque Nacional da Chapada dosVeadeiros, relevos planos e de topos tubulares (geofácies a, b, c, d), com fraca a moderadadensidade de canais de drenagem e declives de encosta de 0 a 3%.

A extremidade nordeste caracteriza-se por encontrar-se intensamente dissecada emformas de topo convexo e aguçado (geofácies e, f, g), com moderada a forte densidade dedrenagem e declives de 20 a 45%.

Ocorrem nesta unidade solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos.

Abrangendo o Município de Alto Paraíso de Goiás os Latossolos Vermelho-Amarelos(geofácies a, b) são álicos (saturação por alumínio � 50%), profundos e muito profundos,textura argilosa e média, ocorrendo sob relevo plano e suave ondulado. Os Cambissolos

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(geofácies c) são álicos, pouco profundos, cascalhentos, de textura argilosa e relevo plano esuave ondulado. Ocupando grande extensão neste geossistema os solos Litólicos álicos(geofácies d, e, f, g) e distróficos (geofácies f) são cascalhentos, textura arenosa, média eargilosa e relevo que varia de plano e suave ondulado a montanhoso e escarpado.

Fisionomias campestres arborizadas tipo Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa,eventualmente com distribuição de árvores pouco mais adensadas constituindo SavanaArbórea Aberta. Nas linhas de drenagem pode ocorrer vegetação mais exuberante como asmatas ciliares, quase sempre ornadas com palmeiras higrófitas onde se destaca o buriti.

A característica predominantemente cascalhenta do substrato associado a condiçõesclimáticas especiais induz a ocorrência de uma flora pouco mais especializada ou diferenciadadas áreas de Cerrado comuns. Dentre suas espécies vegetais características citam-se váriasveloziáceas Vellozia spp., leguminosas como Mimosa cf Clausseni e M. cf. densa além deEriocauláceas, Convovuláceas e outras que contribuem para destacar a região como umconjunto cênico de rara beleza. Parte do geossistema constitui o Parque Nacional da Chapadados Veadeiros. Fora dele, o uso atual prioriza as atividades de pecuária extensiva, praticada nasituação de pastagem natural e com utilização periódica de fogo, prática disseminada como demelhoria e manutenção. Como registro vale ressaltar uma atividade extrativista vegetal, como acoleta de flores silvestres para confecção de arranjos ornamentais, exportados principalmentepara o mercado de Brasília.

A geologia da área é representada por rochas do Grupo Araí, com a presença dasformações Arraias e Traíras.

A Formação Arraias apresenta a seguinte litologia: quartzitos médios a grosseirosfeldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos finos, quartzitos micáceos laminadoscom níveis de conglomerados basais e intraformacionais, metarcóseos e calcoalbititos.

A Formação Traíras mostra uma seqüência metassedimentar pelítica e psamítica, com asseguintes variedades litológicas: metassiltitos micáceos, muscovita quartzitos calcíferos, biotita-clorita-muscovita-quartzo filitos, sericita filitos grafitosos metapelitos às vezes carbonosos,xistos grafitosos e granadíferos (?), às vezes ricos em magnetita, lentes de calcário e marga.

O potencial mineral do Grupo Araí está representado por ocorrências de cristal de rocha emanganês, inclui entretanto possibilidades metalogenéticas de ocorrerem mineralizaçõesauríferas e de rutilo em veios de quartzo, veios de barita e ametista em quartzitos, ferro nosquartzitos e metapelitos e mármore em calcifilitos.

Geossistema 2 – Araí

Situado na parte centro-norte da região nordeste, o geossistema Araí desenvolve-se anoroeste de Cavalcante abrangendo a localidade de Araí, as nascentes dos rios Claro, SãoFélix e do córrego Ouro Fino.

Instalado sobre dobramentos do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros,guarda nas partes mais altas, 1.000 a 1.400 m, denominadas de Chapada da Piteira e serra daForquilha, relevos de topos tabulares e planos (geofácies a, b), com densidade de canais dedrenagem fraca e declives de 0 a 3%. A área restante do sistema encontra-se intensamentedissecada em formas de topos convexos que formam serras com flancos ravinados (geofáciesc, d, e, f) com densidade de drenagem forte, com declives de encostas entre 8 e 45%.

Representado pelos solos Latossolo Vermelho-Amarelo e solos Litólicos.

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Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) são álicos (alta saturação por alumínio),profundos e muito profundos, textura argilosa e média, e ocorrem sob relevo plano e suaveondulado. Os solos Litólicos álicos (geofácies b, c, d) e distróficos (geofácies c, e, f) possuembaixa fertilidade natural, textura arenosa, média e argilosa e se encontram sob relevo que variade plano a montanhoso.

Paisagem bastante similar com a do geossistema Veadeiros, apresenta-se em sua maiorparte constituída por tipologias de Savana Parque, Savana Gramíneo-Lenhosa e SavanaArbórea Aberta, em geral fimbriadas com buritis. Apenas em situações especiais e restritasocorre floresta, como nas baixas e encaixadas vertentes úmidas. O uso regional também ébaseado na exploração de pecuária extensiva em pastagem natural com baixa capacidade desuporte.

As litologias que ocorrem nesta unidade constituem a Formação Araias e FormaçãoTraíras reunidas no Grupo Araí do Proterozóico, estando representadas por arenitos finos,siltitos, argilitos, quartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos laminados com níveis deconglomerados e metavulcânicas, além de metassiltitos de coloração esverdeada com lentesde mármore.

Na parte leste do geossistema ocorre dobramento do tipo sinclinal, orientado segundo N-S, abrangendo a região localmente conhecida como chapada da Piteira; em seu interiorencontram-se expostos metapelitos da Formação Traíras, enquanto nas bordas ocorremquartzitos da Formação Arraias.

O potencial mineral compreende ocorrências de ouro, rutilo e cristal de rochaapresentando possibilidades metalognéticas de mineralizações auríferas, cristal de rocha erutilo em veios de quartzo; ametista relacionada a quartzitos; mármores em calcifilitos e cobreem rochas máficas.

Geossistema 3 – Serra da Pedra Branca

Abriga a cidade de Nova Roma e as nascentes dos córregos Areias, Salobro e Água Fria.

Parte integrante do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros com cotasaltimétricas entre 500 e 1.000 m, abriga em sua maior extensão relevos dissecados eminterflúvios tabulares que envolve pequenas áreas planas (geofácies a, b, c, f), com fracadensidade de canais de drenagem e declives da ordem de 0 a 8%.

Os relevos dissecados de topo convexo (geofácies d, e) e os relevos de topo aguçado(geofácies d, g), com forte densidade de canais de drenagem e declives variáveis entre 20 e75%, fazem o contato deste com o geossistema Veadeiros.

Este geossistema é representado pelos solos Latossolo Vermelho-Amarelo, PodzólicoVermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos. Ocupando pequena porção dentro destaunidade os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos (geofácies a) possuem baixa fertilidadenatural (alta saturação por alumínio), profundos e muito profundos, são de textura argilosa emédia e se encontram sob relevo plano e suave ondulado. Os Podzólicos Vermelho-Amarelos(geofácies b) são eutróficos (alta saturação por bases � 50%), pouco profundos e profundos, detextura média/argilosa e argilosa, ocorrendo nas proximidades de Nova Roma sob relevo suaveondulado e ondulado. Os Cambissolos se situam ao sul de Nova Roma (geofácies c), sãoeutróficos (média e alta fertilidade natural), pouco profundos e profundos, possuem texturaargilosa e estão sob relevo suave ondulado e ondulado. Ocupando maior extensão nestaunidade ocorrem os solos Litólicos álicos (geofácies d) e distróficos (geofácies e, f, g) comsaturação por bases < 50% e saturação por alumínio � 50%, n ão-cascalhentos (maior

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ocorrência) e cascalhentos, de textura arenosa, média e argilosa, sob relevo que varia deondulado a escarpado.

A existência de solos eutróficos, somados a feições geomorfológicas propícias, induz aexistência de um mosaico vegetacional com formações campestres e florestais; as primeirasocupando os solos álicos ou distróficos com uma distribuição bem mais ampla. Entre os tiposcampestre-arborizados destacam-se as fisionomias de Savana (Cerrado) constituídas porSavana Arbórea Aberta e Parque. É interessante constatar a ocorrência neste geossistema, eem situações localizadas, de feições e espécies vegetais típicas da Região Fitoecológica daCaatinga numa condição que poderia ser classificada como de Refúgio Ecológico. Essamesma ocorrência pode ser estendida para geossistemas limítrofes, sem que se possa, dentrodesta escala, promover um delineamento mais preciso.

A ocupação e uso atual da terra destacam neste sistema a utilização primordial comopastagem natural, seguida por pastagem plantada e localizadamente de exploração mineral(cassiterita), muito embora esta última atividade, por questões mercadológicas, se encontresemiparalisada.

O geossistema Serra da Pedra Branca encontra-se litologicamente constituído por rochasdas seguintes unidades: Formação Arraias do Grupo Araí, Formação Sete Lagoas do GrupoBambuí, Complexo Goiano Granito Serra da Pedra Branca e Coberturas Detríticas. Essaslitologias constituem registro estratigráfico do Arqueano, do Proterozóico e do Terciário-Quaternário.

A Formação Arraias configura uma faixa de exposições desenvolvendo-se ao longo dogeossistema no sentido S-N, constituindo em grande parte a borda oeste; na porção norteapresenta a maior área de exposição, sendo representada por quartzitos, metassiltitos, filitos,níveis de conglomerados e, no limite norte, nas proximidades do rio Paranã, ocorrem tambémrochas metavulcânicas.

Constituindo a borda leste do geossistema, desde o limite sul até a área da cidade deNova Roma, a Formação Sete Lagoas abrange uma seqüência de calcários, dolomitos erochas pelíticas.

Na parte noroeste localiza-se o maciço granítico da Serra da Pedra Branca (geofácies f,g) apresentando forma elíptica com 12 km de comprimento por 9 km de largura, exibindocomposição predominante de biotita granito a duas micas e microgranito pórfiro. O corpogranítico é cortado por greisens filoneanos mineralizados em cassiterita.

Rochas do Complexo Goiano ocorrem na porção central da área, encontrando-seexpostas nas proximidades de Nova Roma na estrada para Aurominas (oeste); tais litologiasforam submetidas a fenômenos de metamorfismo regional, dinâmico e retrógrado eapresentam composição que varia de granítica a tonalítica.

As coberturas cenozóicas são constituídas por material proveniente do intemperismo dasrochas subjacentes e não transportado (elúvios) e por material pouco transportado, acumuladonos sopés das encostas dos platôs (colúvios); após a deposição a região foi submetida a umainversão de relevo de modo que restos de coberturas cenozóicas constituem em muitas áreasda região chapadas ou pequenos platôs sobre as quais se desenvolvem Latossolos Vermelho-Amarelos e Latossolos Vermelho-Escuros.

O potencial mineral do geossistema Serra da Pedra Branca abrange ocorrências decalcário, dolomito, cassiterita, fluorita e possibilidades metalogenéticas de ocorreremmineralizações auríferas em veios de quartzo na Formação Arraias e em faixas greisenizadasrelacionadas ao granito da Serra da Pedra Branca.

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A mineralização mais importante contida neste geossistema relaciona-se ao maciçogranítico da Serra da Pedra Branca (geofácies f, g) que já foi alvo de intensa exploração decassiterita. Atualmente tal atividade encontra-se paralisada devido à queda de preço doestanho no mercado internacional, constituindo entretanto uma reserva que poderá apresentareconomicidade em função da recuperação do preço do metal.

Geossistema 4 – Serra do Tombador-Serra Branca

Constitui uma área de transição, rampeada com caimento para oeste em direção ao rioMaranhão. Com níveis altimétricos entre 500 e 1.000 m, interpõe-se aos geossistemas Araí aleste e Baixos Rios Preto-Tocantins a oeste.

Drenado pelas cabeceiras dos rios São Félix, Santo Antônio e do Carmo, possuireduzidas áreas de relevos conservados de topos tabulares (geofácies a, b, c) com densidadede drenagem fraca e declividade de 0 a 3%. Essas áreas conservadas destacam-se no sistemae correspondem aos topos das serras da Larguinha e do Mocambinho. Sendo essas serrasrelevos estruturais resultantes de dobramentos e falhamentos, têm suas encostas dissecadasem formas convexas e aguçadas (geofácies e, f) com muito forte densidade de canais dedrenagens e declives entre 45 e 75%.

Seus limites a sul são bem marcados por escarpas dissecadas de topo convexo eaguçado (geofácies f, g) com densidade de canais de drenagem muito forte e declividade dasvertentes entre 45 e 75%.

O desnível entre o topo das escarpas e o pico de depressão do Rio Claro recebe asdenominações de serras do Tombador e do Ticunzal e chega a atingir 600 m.

É representado pelos solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Amarelo,Cambissolo e solos Litólicos, estes ocupando grande área dentro da unidade.

Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) são álicos (saturação por alumínio �50%), profundos e muito profundos, de textura argilosa e média, ocorrendo sob relevo plano esuave ondulado. Representado por uma pequena mancha na unidade, os PodzólicosVermelho-Amarelos (geofácies b) são distróficos (saturação por bases e por alumínio < 50%),profundos e pouco profundos, de textura média/argilosa, com relevo ondulado. De pequenaocorrência na unidade, ocorrem os Cambissolos (geofácies c) distróficos, pouco profundos, detextura média, sob relevo plano e suave ondulado. Distribuídos em todo o geossistema ossolos Litólicos podem ser álicos (geofácies d, f) ou distróficos (geofácies e), não-cascalhentos ecascalhentos, fase não pedregosa e pedregosa, textura arenosa e média, sob relevo que variade ondulado a escarpado.

Savana Arbórea Aberta e Savana Parque constituem as fitofisionomias predominantesnesse geossistema. Localmente, podem ocorrer áreas de Cerradão ou Savana Arbórea Densae até mesmo pequenos núcleos florestais do tipo Floresta Estacional Decidual, Montana ouSubmontana, dependendo do posicionamento altimétrico. Pela classificação fitogeográfica doProjeto RADAMBRASIL, nestas latitudes, Montanas seriam as florestas posicionadas entre 600e 2.000 m de altitude, enquanto que as Submontanas estariam na faixa de 100 até 600 m.

Regionalmente, o uso e a ocupação são mais disseminados na pecuária extensiva empastos naturais, seguidos de pastagem plantada e exploração mineral através de garimpos.

Nesta unidade de paisagem ocorrem as seguintes unidades geológicas: FormaçãoTicunzal, Grupo Araí (Formação Arraias e Formação Traíras) e Granito Serra Branca.

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A Formação Ticunzal está constituída por grafita xistos, micaxistos grafitosos, sericita-clorita xistos, micaxistos granatíferos, gnaisses grafitosos e tremolita xistos.

O Grupo Araí apresenta uma seqüência de metamorfitos de baixo grau e está dividido emduas formações: Formação Arraias e Formação Traíras.

A Formação Arraias apresenta as seguintes litologias: quartzitos médios e grosseirosfeldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos finos, quartzitos micáceos laminadoscom níveis de conglomerado, metavulcânicas ácidas, metandesitos, metabasaltos emetadiabásios. Ocorrem lentes de conglomerados basais e intraformacionais, metarcóseos ecalcoalbititos.

A Formação Traíras apresenta metassiltitos micáceos, muscovita quartzitos calcíferos,biotita-clorita-muscovita-quartzo filitos, sericita filitos grafitosos, metapelitos às vezescarbonosos, xistos grafitosos e granatíferos, às vezes ricos em magnetita, lentes de calcário emármores.

O Granito Serra Branca, situado na parte oeste da unidade, junto ao rio Maranhão,constitui a geofácies f, apresenta uma variedade de rochas graníticas, destacando-se biotitaálcali-granito e biotita muscovita álcali-feldspato granito. Esse maciço granítico é mineralizado aestanho, tendo sido explorado através de empreendimentos mineiros e por garimpagem;atualmente tais atividades encontram-se paralisadas devido à queda do preço do estanho nomercado internacional, constituindo entretanto uma reserva marginal que poderá ser retomadaem função do mercado.

Do ponto de vista da potencialidade mineral o Grupo Araí apresenta: cobre em rochasmáficas; mineralizações auríferas em veios de quartzo; veios de barita em quartzitos; mármoreem calcifilitos; ametista relacionada a quartzitos; ferro em quartzitos e metapelitos; e rutilo,cristal de rocha e quartzo leitoso em veios de quartzo. A Formação Ticunzal apresenta registrode mineralizações de urânio e tório em suas unidades xistosas. O Granito Serra Brancaencerra mineralizações de estanho, além de possibilidades metalogenéticas indicativas demineralizações de fluorita, wolframita, columbita-tantalita e ouro.

Geossistema 5 – Divisor dos Rios Tocantinzinho-Preto

Posicionado na extremidade sudoeste da região, com altitudes variando entre 500 e 900m, possui forma alongada com orientação geral sudeste-noroeste. É formado por relevosdissecados em formas de topo convexo e aguçados (geofácies d, e, f) com densidade decanais de drenagem moderada e forte e declives entre 20 e 75%.

Na extremidade norte denominada Serra Dourada desenvolvem-se relevos de topotabular em áreas restritas (geofácies a, b) com fraca densidade de drenagem e declives daordem de 0 a 3%. As formas de topo convexo e aguçado que envolvem essas áreas sãomenos dissecadas (geofácies c, d) e têm densidade de drenagem moderada e forte comdeclives de 3 a 45%.

Apresentam solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos.

Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) são álicos consequentemente ácidos ede baixa fertilidade natural, profundos, de textura argilosa e média, ocorrendo sob relevo planoe suave ondulado. Os Cambissolos (geofácies b, c), também álicos, são pouco profundos,cascalhentos e não-cascalhentos, de textura argilosa e estão sob relevo plano e suave

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ondulado. Os solos Litólicos (geofácies d, e, f,) são álicos e distróficos, possuem texturaarenosa, média e argilosa e se encontram sob relevo ondulado, forte ondulado e montanhoso.

Neste geossistema também predominam tipologias vegetais abertas, destacando-se aSavana Arbórea Aberta e Savana Parque. Uma parcela reduzida, coincidente com solos férteise/ou colúvios, é vegetada por Floresta ou uma forma transicional de vegetação arbórea,misturada de Cerradão (Savana Arbórea Densa) com Floresta Estacional. A ocupação e o usosão mais destacados nas pastagens nativas para pecuária extensiva, seguida por pastosplantados e algumas culturas de subsistência praticadas nas áreas mais férteis e úmidas ondeem geral também é encontrada a palmeira babaçu (Orbignya sp).

É constituído geologicamente pelo Grupo Paranoá; Grupo Araí, que está representadopela Formação Arraias; e por dois corpos graníticos intrusivos de posicionamento duvidoso.

O Grupo Paranoá apresenta a seguinte litologia: quartzitos, metarenitos, metassiltitos,argilitos e ritmitos, metapelitos e conglomerado basal.

A litologia da Formação Arraias é a seguinte: quartzitos médios a grosseiros feldspáticos,ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos com níveis de conglomerado,metavulcânicas ácidas e básicas. E, ainda, ocorrem lentes de conglomerados basais eintraformacionais, metarcóseos e calcoalbititos.

Os corpos graníticos intrusivos não têm posicionamento conclusivo. Usou-se o termogranitóide para referência a essas massas mais ou menos homogêneas de composiçãoessencialmente quartzo-feldspática.

O condicionamento litoestratigráfico, junto com controles estruturais, sugere apossibilidade de ocorrerem mineralizados de manganês no Grupo Paranoá; mineralizaçõesauríferas, cristal de rocha e rutilo em veios de quartzo, ametista e veios de barita em quartzitose mármore em calcifilito na Formação Arraias.

Geossistema 6 – Serra da Aboboreira

Abrangendo área de relevo dissecado, com cristas orientadas segundo N-S, ogeossistema Serra da Aboboreira situa-se entre as áreas deprimidas dos Vales de Cavalcante-Teresina-Rio Paranã e Aurominas-Rio Paranã. A sul limita-se com o geossistema Veadeiros ea norte as cristas de quartzitos, que caracterizam essa porção da unidade, terminam nasproximidades do Rio Paranã.

Divisor de água entre os vales do rio das Pedras e o ribeirão dos Bois, constitui relevoresultante de dobramentos e falhamentos, com altitude variável entre 500 e 1.000 m. possuitopo conservado e dissecado em interflúvios tabulares (geofácies a, b, c), com densidade dedrenagem moderada e forte com declives entre 8 e 75%. Suas bordas voltadas para oesteformam escarpa de falha inversa ou de empurrão. As encostas voltadas para leste e oesteencontram-se dissecadas em formas de topo convexo (geofácies d), e os contatos com osníveis mais elevados do geossistema Veadeiros (geofácies e) encontram-se dissecados emformas de topo convexo e aguçados com forte densidade de canais de drenagem e declivesentre 45% e maior de 75%.

Apresentam solos Latossolo Vermelho-Amarelo e solos Litólicos.

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Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) estão presentes nesta unidade commuito baixa ocorrência. São álicos, profundos, de textura argilosa e média, com relevo plano esuave ondulado.

Ocupando praticamente toda a extensão da unidade ocorrem os solos Litólicos álicos(geofácies b, c, d) e distróficos (geofácies e). os distróficos estão presentes próximo a Teresinade Goiás na direção de Alto Paraíso (geofácies e) e estão associados a solos de boa fertilidadenatural que apresentam altos teores de fósforo proveniente da decomposição do materialoriginário.

Constitui-se de fitofisionomias savânicas com destaque para o Campo Cerrado e CampoSujo, ou Savana Arbórea Aberta e Savana Parque, respectivamente. No entalhamento dorelevo pode ocorrer vegetação mais densa tipo Cerradão ou mesmo tipologia florestal detransição. Com ocupação rarefeita, destaca-se o uso de pastagem natural para pecuáriaextensiva.

A maior parte desta unidade de paisagem encontra-se esculpida em litologias daFormação Arraias do Grupo Araí; na porção norte registra-se a presença de litologias doComplexo Goiano em área deprimida entre cristas de quartzitos e na porção sul pequeno restode cobertura cenozóica. As litologias que caracterizam esta unidade estão representadas por:arenitos finos, siltitos, argilitos, quartzitos, metarcóseos, conglomerados lenticulares,metavulcânicas de caráter básico e ácido e rochas do Complexo Goiano com composiçãovariável de granítica a tonalítica e que foram submetidas a fenômenos de metamorfismo. Comrelação à cobertura cenozóica, presente na porção sul, representa restos de antigas superfíciesde aplainamento constituídas por elúvios e colúvios, sobre a qual se desenvolve LatossoloVermelho-Amarelo.

Sobre o aspecto litológico do geossistema Serra da Aboboreira deve ser ressaltada aocorrência de rocha metavulcânicas de caráter básico a ácido como se observa ao longo darodovia GO-118 nas proximidades de Teresina de Goiás.

Considerando que a Formação Arraias constitui a unidade de maior abrangência espacialno geossistema, a potencialidade mineral restringe-se às possibilidades metalogenéticas a elaatribuídas, dentre as quais se ressalta: mineralizações auríferas em veios de quartzo quecortam quartzitos, conglomerados e rochas vulcânicas; cobre em rochas máficas e veios dequartzo com cristal de rocha em quartzito.

Geossistema 7 – Serra da boa Vista

Localizado na parte centro-norte da região nordeste o geossistema Serra da Boa Vistadesenvolve-se a norte de Cavalcante atingindo o rio Bezerra no limite da região, distribui-se aoeste até as nascentes dos rios da Prata e São Félix e a leste abrange a serra dos Mendes nasproximidades da rodovia GO-118.

Englobando relevos resultantes da dissecação de bordas de sinclinal alçada,denominadas de serras da Boa Vista e de Maquiné, com altitudes que variam entre 500 e1.000 m. esse geossistema comporta litologias que foram dissecadas em forma de toposconvexo e aguçado (geofácies c), com densidade de canais de drenagem moderada a forte eforte com declive de 20 a 75%.

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Os processos de pediplanação favorecidos pelos intensos fraturamento e falhamentoabriram em seu interior áreas deprimidas de dissecações variáveis, sendo a mais expressiva ado Vão das Almas.

Na extremidade nordeste os relevos residuais em litologias graníticas e forma dômica(geofácies f, g) encontram-se dissecados em forma de topos tabular e convexo com densidadede drenagem moderada e moderada a forte com declives entre 20 e 75%.

Os relevos de topo tabular (geofácies a, b) se apresentam com fraca a moderadadensidade de drenagem e declive de 0 a 8%, assim como os relevos dissecados em forma detopo convexo (geofácies c, d, h), com densidade de drenagem moderada e moderada a forte edeclives das vertentes entre 8 e 45%.

Ocupando toda a unidade (geofácies a, b, c, d, e, f, g, h) sob relevo que varia de plano esuave ondulado a montanhoso e escarpado, ocorrem solos rasos, pouco desenvolvidos, ondeo horizonte A repousa diretamente sobre a rocha matriz ou sobre um horizonte C de pequenaespessura. Denominados de solos Litólicos, são álicos (geofácies a, b, c, d, e), distróficos(geofácies f, g) e eutróficos (geofácies h). Os álicos (saturação por alumínio � 50%) s ãocascalhentos e não-cascalhentos, concrecionários e não-concrecionários, de textura arenosa,média e argilosa. Os distróficos (saturação por bases e alumínio < 50%) não apresentamcascalhos em quantidade significativa, são de textura média. Os eutróficos (alta saturação porbases) são cascalhentos e de textura argilosa.

Apresentam-se com fisionomias essencialmente campestres com árvores baixasdistribuídas rarefeitamente. Constitui os chamados Campo Sujo e Campo Cerrado cujamonotonia só é interrompida nos encaixamentos do relevo em situações de melhor umidade oude melhor teor nutricional do substrato, onde pode vegetar estreitas faixas de vegetaçãoarbórea tipo Cerradão ou Floresta Estacional. De uso mais ocorrente, têm-se as pastagensnaturais para pecuária extensiva, seguida por pastagens plantadas e incipientes culturas desubsistência. Este geossistema encerra algumas das comunidades negras dos Kalungas, cujasobrevivência encontra-se hoje ameaçada pela especulação das terras e o projeto deconstrução de uma hidrelétrica (Foz do Bezerra).

A geologia desta unidade de paisagem está representada por rochas da FormaçãoArraias, do Complexo goiano e dos maciços graníticos Soledade e Serra do Mendes.Estruturalmente, abrange dobramento do tipo sinclinal com eixo orientado segundo norte-sulcom cerca de 60 km de extensão por 20 km de largura, com exposições de rochas quartzíticasda Formação Arraias, cortadas por rochas vulcânicas. No seu interior contém área deprimidaque constitui o geossistema Vão das Almas. O registro geológico abrange unidades atribuídasao Arqueano e Proterozóico, representados por arenitos, siltitos, argilitos, quartzitos,metarcóseos, conglomerados, metavulcânicas, rochas de composição granítica a tonalíticametamorfizadas e rochas graníticas.

O granito Soledade (geofácies h) localiza-se na parte sudeste do geossistema sendocortado pela rodovia GO-118 a aproximadamente 11 km a norte de Teresina de Goiás,enquanto o Granito Serra do Mendes (geofácies f,g) posiciona-se na porção nordeste.Exposição de rochas do Complexo Goiano ocorre a oeste da rodovia GO-118 estendendo-seaté o sopé das serras de quartzitos que constituem o flanco oriental de uma estrutura sinclinal;também na porção noroeste do geossistema Serra da Boa Vista desenvolvem-se litótipos doComplexo Goiano em área alongada no sentido N-S e deprimida entre exposições do GrupoAraí.

O potencial mineral desta unidade está representado por ocorrências de cristal de rocha emineralizações auríferas em veios de quartzo no domínio da Formação Arraias; cassiterita e

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fluorita relacionadas ao Granito Serra do Mendes e, no Complexo Goiano, estanho, ouro,nióbio e terras-raras em gnaisses xistosos greisenizados e em pegmatitos associados a filitosgrafitosos.

Geossistema 8 – Escarpas Estruturais

Constitui uma área de transição com diferentes níveis altimétricos de 500 a 1.000 m,posicionada na extremidade oeste entre o geossistema Veadeiros e a Depressão do Rio Claro.Localmente, recebe o nome de Serra de Santana.

Resultante de falhamentos e dobramentos, forma uma faixa alongada de sentidosudoeste-nordeste, correspondendo a uma escarpa estrutural com frente voltada paranoroeste, intensamente dissecada em forma de topos aguçado e convexo (geofácies a, b), comforte densidade de canais de drenagem e declividade de 8 a 20% (a) e 45 a 75% (b).

Representada por solos Latólicos álicos (alta saturação por alumínio), cascalhentos(geofácies a) e não-cascalhentos (geofácies b) de textura arenosa e média que se apresentamsob relevo ondulado a montanhoso e escarpado.

Predomínio de vegetação de Savana com fisionomias Arbórea Aberta, Parque eGramíneo-Lenhosa. Nas vertentes úmidas aparecem fímbrias de vegetação florestal emcontato com Cerradão. Apresenta-se com uso e ocupação parcial, basicamente comopastagem natural. A maior parcela desta geossistema constitui área de produção ambientalcomo parte do Parque Nacional das Chapadas dos Veadeiros.

A geologia está representada por litologias da Formação Arraias do Grupo Araí,constituída por quartzitos, arenitos finos, siltitos, argilitos, metarcóseos e conglomeradoslentiformes de posicionamento basal e intraformacional.

Geossistema 9 – Serra da Prata

Constituído por relevos da serra da Prata e da serra do Cubículo, com cotas altimétricasentre 500 e 1.000 m, isola-se na extremidade nordeste da região separada pelo rio Paranã.Estas serras são o divisor de águas das bacias hidrográficas dos rios São Domingos e Manso aleste e do rio Atalaia a oeste.

Os relevos de formas tabulares (geofácies a), posicionados nos topos das serras, temdensidade de drenagem fraca a moderada e declividade de 3 a 8%. As formas aguçadas(geofácies c, e), resultantes da dissecação estrutural em rochas dobradas, posicionam-se nasmédias e altas encostas e têm forte densidade de drenagem e declividade das vertentes entre45 e 75%.

O topo da serra do Cubículo e trechos da baixa encosta da serra da Prata encontram-sedissecados em forma de topo convexo (geofácies b, d), com moderada densidade de canais dedrenagem e declividade das vertentes de 8 a 45%.

Relevos aguçados e ruiniformes bordejam a serra da Prata em sua borda leste (geofáciesr), com moderada a forte e forte densidade de drenagem e declives superiores a 75%.

Apresenta solos Litólicos álicos (geofácies a, b, c) e distróficos (geofácies d, e). sob relevoplano e suave ondulado se encontram solos Litólicos álicos e distróficos, cascalhentos e não-

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cascalhentos, textura argilosa e média (geofácies a). apresentando relevo ondulado emontanhoso e escarpado ocorrem solos Litólicos álicos e distróficos, não-cascalhentos ecascalhentos, fase não-pedregosa e pedregosa, de textura arenosa e média. Estes solos sãorasos e apresentam baixa fertilidade natural. Presença de afloramentos rochosos (geofácies d),com declives > 75%.

Vegetação de contato Savana/Floresta Estacional com predomínio da fisionomia deSavana Arbórea Aberta. A floresta do tipo Estacional Decidual Montana ocupa as vertentes eáreas com solos eutróficos. Nas áreas de afloramentos rochosos ocorre também umavegetação especializada constituída de cactáceas e terófitas anuais denominada de vegetaçãorupícola. Uso limitado, destacando pastagem natural e pastagem plantada.

O geossistema Serra da Prata é constituído por litologias pertencentes à FormaçãoArraias do Grupo Araí, Formação Sete Lagoas do Grupo Bambuí e ao Granito Mocambo,estratigraficamente posicionadas no Proterozóico.

As rochas da Formação Arraias apresentam a maior abrangência espacial, conformandoa porção central do geossistema, estando representadas por quartzitos, metassiltitos, filitos,quartzitos micáceos laminados com níveis de conglomerado, arenitos finos, siltitos e argilitos.

A Formação Sete Lagoas, localizada na porção oriental da área, encontra-se ao longo deuma faixa descontínua com orientação N-S, representa o limite oeste da bacia de deposição doGrupo Bambuí, sendo constituída por uma seqüência de calcários, dolomitos e rochas pelíticas.

Na borda oeste do geossistema ocorre um maciço granítico denominado Mocambo(geofácies d, e), devido à serra homônima, apresenta forma grosseiramente elíptica comdimensões 8 x 6,5 km, com predominância de biotita granito de coloração cinza, granulaçãogrosseira e estrutura isotrópica.

O potencial mineral compreende ocorrências de calcário e dolomitos assim comomineralizações de estanho, fluorita e ouro em zonas greisenizadas relacionadas ao GranitoMocambo. As litologias da Formação Arraias apresentam possibilidades metalogenéticas demineralizações auríferas e cristal de rocha em veios de quartzos, além de veios de barita eametista em quartzitos.

Geossistema 10 – Baixos Rios Preto-Tocantinzinho

Posicionada na extremidade oeste da área, com cotas altimétricas entre 350 e 900 m,possui relevos dissecados em forma de topos aguçados (geofácies d, e), com densidade dedrenagem moderada e forte com declives de 20 a 75%. Na maior parte da área e emproporções menores ocorrem formas de topo aguçado (geofácies a, b), com densidade dedrenagem moderada e declives de 3 a 20%. Apresenta formas planas e de topo tabular(geofácies c), com densidade de drenagem fraca e moderada a forte com declives de 0 a 3%.

Ocorrem nesta unidade os solos Podzólicos Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solosLitólicos. Os Podzólicos Vermelho-Amarelo (geofácies a) são distróficos (saturação por base <50%), cascalhentos, de textura média/argilosa, com relevo ondulado. Sob relevo plano e suaveondulado se encontram os Cambissolos álicos (geofácies b) e distróficos (geofácies c). estessolos podem apresentar grande quantidade de cascalhos e concreções ferruginosas na suamassa, a textura é média e argilosa. Presentes sob relevo mais movimentado que varia deforte ondulado a escarpado os solos Litólicos desta unidade são álicos (geofácies d) edistróficos (geofácies e), de textura arenosa e média.

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Predominam fitofisionomias campestres do tipo Savana Arbórea Aberta e Savana Parque.Restrito aos entalhamentos do relevo aparecem Savana Arbórea Densa e Floresta Estacionalque são os locais que permitem algum tipo de uso e ocupação, ou seja, pastagem plantada ouagricultura de subsistência, além de pastagem natural.

Na área desenvolve-se a construção da Usina Hidrelétrica da Serra da Mesa, que deveráinundar, quando do fechamento da Barragem, previsto para 1992 (?), uma considerável área,sendo que parte deste alagamento atingirá a reserva indígena dos Avá-canoeiros.

A posteriori nova hidrelétrica será construída a jusante, a Usina de Canabrava.

A geologia desta unidade de paisagem é composta pelas seguintes litoestratigráficas:Grupo Araxá, Grupo Paranoá, Grupo Araí, representado pela Formação Traíras, e ainda aborda sul do Granito Serra da Mesa.

O Grupo Araxá de idade pré-cambriana média contribui com a seguinte variedadelitológica: micaxistos, quartzitos, filitos, anfibolitos, anfibólio xistos, mármores, rochascalcossilicatadas, rochas cataclásticas, metacherts, metavulcânicas ácidas e básicas.

O Grupo Paranoá contribui com metarenitos, arenitos e siltitos feldspáticos, argilitos eritmitos; siltitos e argilitos vermelhos com marcas de ondas e níveis silicosos; lentes decalcários, dolomitos e margas; quartzitos, metapelitos filitosos e calcoxistos.

A Formação Traíras apresenta metassiltitos micáceos, quartzitos calcíferos, sericita filitosgrafitosos; metapelitos carbonosos, xistos grafitosos e granatíferos (?), às vezes ricos emmagnetita; lentes de calcário e mármore.

O Granito Serra da Mesa abrange grande variedade de rochas graníticas, apresentandomineralizações de estanho, fluorita e columbita-tantalita. O potencial mineral compreendepossibilidades de ocorrerem mineralizações de manganês relacionada aos Grupos Paranoá,mineralizações de ouro, manganês, grafite e mármores no Grupo Araxá, além de ouro, rutilo ecristal de rocha em veios de quartzo, veios de barita e ametista em quartzitos e mármoresrelacionados à Formação Arraias.

Região II – Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba

Constituindo a parte sul-sudoeste da região, esta unidade apresenta correlação com alitologia, abrangendo a área de exposição do Grupo Paranoá, desenvolvendo-se nosMunicípios de São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás, Colinas do Sul e Nova Roma.

Apresenta relevos planos basculados com inclinação para sul, entrecortados por áreasintensamente dissecadas pelos formadores do rio Tocantinzinho, conformando um conjunto derelevos esculpidos em litologias do Grupo Paranoá com a presença de colúviospedogeneizados nos chapadões.

Esta região abrange três sistemas ambientais, reunindo características comuns, a cadaum, representados pelos números 11, 12 e 13 e que receberam a seguinte denominação:

11 – Borda da Serra Geral do Paranã

12 – Chapadas de São João d’Aliança-Alto Paraíso de Goiás

13 – Vertentes do Rio Tocantinzinho-Ribeirão das Brancas.

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Geossistema 11 – Borda da Serra Geral do Paranã

Posicionado na extremidade oriental da região Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba, comcotas altimétricas de 600 a 1.100 m, constituindo uma faixa de transição, alongada no sentidonorte-sul, entre os relevos altos do Planalto e o Vão do Paranã, recebe o nome de Serra Geraldo Paranã.

Forma uma escarpa de falha com formas dissecadas de topo convexo (geofácies b), commoderada a forte densidade de drenagem e declives de 8 a 20%. Os relevos dissecados emforma de topo aguçado (geofácies a) apresentam densidade de canais de drenagem moderadaa forte e forte com declives de 20 a 75%.

Ocorrem nesta unidade geoambiental solos Cambissolos e solos Litólicos.

Os Cambissolos (geofácies a) são eutróficos (média a alta fertilidade natural), estandoeste caráter diretamente relacionado com rochas calcárias presentes na área, são poucoprofundos, podendo apresentar cascalhos em quantidade significativa na massa do solo, atextura é argilosa e o relevo forte ondulado, estão presentes ao norte dessa unidade.Abrangendo praticamente toda a área, os solos Litólicos são álicos (alta saturação poralumínio), podendo apresentar (geofácies b) e não apresentar (geofácies c) cascalhos econcreções ferruginosas em quantidade significativa. Possuem textura arenosa, média eargilosa e se encontram sob relevo que varia de ondulado a montanhoso e escarpado.

Nos topos colinosos predominam as fisionomias campestres de Savana Parque e SavanaGramíneo-Lenhosa. Nos entalhamentos do relevo e nas áreas de solos eutróficos (geofáciesa), predomina a Floresta. É nesta última situação que ocorre uso mais especializado comopastagem plantada, agricultura de subsistência, vegetação secundária ou capoeira, além deuma incipiente e decadente exploração madeireira.

Na borda oeste desta unidade há uma faixa representada pelo Grupo Paranoá e na parteleste ocorre a Formação Três Marias do Grupo Bambuí.

O Grupo Paranoá é uma seqüência dobrada de rochas metassedimentares variadas compredominância de arenitos brancos finos com intercalações de siltitos, argilitos e ardósias. Abase está representada por um paraconglomerado conhecido como Conglomerado São Miguel.Mineralizações de ferro e manganês são encontradas nas fácies pelíticas do Grupo Paranoá.

A Formação Três Marias, topo do Grupo Bambuí, apresenta siltitos e arcóseos verdes acinza-esverdeados com pequenas lentes de calcário e marga.

Geossistema 12 – Chapadas de São João d’Aliança-Alto Paraíso de Goiás

Caracterizado por extensas áreas com relevos planos ou dissecados em interflúviostabulares, com altitudes oscilando entre 1.000 e 1.300 m, apresenta chapadas levementebasculadas para sul, evidenciando perturbações tectônicas da estrutura.

A dissecação diferencial favoreceu a preservação dos planos inclinados com dissecaçãofraca e moderada a forte (geofácies a, b, c, d, f) e declives de 0 a 3%. Ocorrem relevosdissecados em forma de topo convexo e pequenas áreas de topo tabular (geofácies e, g, h),com cobertura de material detrítico ferruginizado, remanescentes de couraças desmanteladas,com densidade de drenagem moderada a forte e forte, com declives de 8 a 20%.

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As áreas dissecadas em forma de topo aguçado (geofácies i) apresentam densidade dedrenagem moderada a forte e muito forte com declives variáveis entre 45 e 75%.

Ocorrem nesta unidade solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo,Cambissolo, Gleissolos e solos Litólicos.

Os Latossolos Vermelho-Escuros (geofácies a) são álicos (alta saturação por alumínio) edistróficos (média saturação por bases, geralmente entre 20 e 35%), profundos e muitoprofundos, possuem textura muito argilosa, ocorrendo sob relevo plano e suave ondulado emextensão considerável (em torno de 40%) dentro da unidade.

Possuem regular potencial agrícola, a fertilidade natural baixa e a deficiência hídrica sãoos fatores limitantes ao uso. Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies b) apresentam altasaturação por alumínio álicos, textura argilosa e média, encontrando-se nas superfíciesaplainadas com declives que variam de 0 a 8%. Presentes nas geofácies c, d, e, osCambissolos são álicos, cascalhentos e não-cascalhentos, concrecionários e não-concrecionários, pouco profundos, de textura argilosa, com relevo que varia de plano aondulado. Sob relevo plano, ocorre isoladamente na unidade pequena depressão onde estãopresentes Gleissolos álicos (geofácies f), hidromórficos, de textura média. Nas áreas de relevodissecado, com declives > 8%, ocorrem os solos Litólicos (geofácies g, h, i) álicos (saturaçãopor alumínio � 50%), podendo ocorrer presença de cascalhos e concreções ferruginosas(geofácies h), a textura pode ser arenosa, média ou argilosa.

Fisionomias campestres englobam Savana Gramíneo-Lenhosa, Savana Parque e SavanaArbórea Aberta, respectivamente Campo Limpo, Campo Sujo ou Cerradinho e Campo Cerrado.Em sua ocupação e uso atual destacam-se atividades que vão desde pecuária extensiva comutilização de pastagem nativa, passando por pastagens plantadas, agricultura tecnificada,anual e perene, como soja, arroz, milho, café, laranja ou manga, e reflorestamento comEucaliptus, além de exploração mineral (manganês).

Esta unidade de paisagem está sustentada por rochas do Grupo Paranoá e apresentarestos de cobertura detrítico-lateríticas terciário-quaternárias.

O Grupo Paranoá está constituído por uma seqüência metassedimentar continental comcaracterísticas deltaicas, sendo predominantes os metarenitos brancos, finos comintercalações de metassiltitos, siltitos, argilitos e ardósias. Ocorrem ainda ritmitos, além doConglomerado São Miguel na base da seqüência com seixos ritmitos, calcários, argilitos esiltitos. As rochas Pelíticas do Grupo Paranoá podem apresentar mineralizações em ferro emanganês, destacando-se nesta unidade a mina de manganês da Pedra Preta. As coberturasdetríticas são restos das superfícies de aplainamento, sendo constituídas por materiais areno-argilosos e argilo-arenosos inconsolidados com cores vermelho-alaranjadas e róseo-claras.

Geossistema 13 – Vertentes do rio Tocantinzinho-Ribeirão das Brancas

Dissecado pelo rio Tocantinzinho e seus tributários do alto curso, este sistema encontra-se entre 500 e 1.000 m de altitude. Relevos residuais de topo plano e tabular guardamaltimetrias e características dos níveis superiores (geofácies a, b, c), com fraca a moderada emoderada a forte densidade de drenagem com declives de 0 a 3%.

Na parte rebaixada, dominam relevos dissecados em forma de topo convexo (geofácies d,f), com densidade de drenagem moderada e moderada a forte e declives de 3 a 20% em formade rampas pedimentadas, inclinadas em direção ao vale do rio Tocantinzinho.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 112

Apresenta o sistema de planos inclinados e ravinados que fazem contato com os níveissuperiores providos de cobertura coluvial (geofácies e, g, h, i), com formas aguçadas edensidade de drenagem forte e muito forte, com declives de 8 a 75%.

Predominam nesta unidade os solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo e solos Litólicos.

Os Latossolos Vermelho-Escuro (geofácies a) ocorrem em pequenas manchasisoladamente, remanescentes das áreas contínuas de Latossolos da Unidade II.12. São álicose distróficos, profundos e muito profundos, de textura muito argilosa, com relevo plano e suaveondulado. Sob esta mesma fase de relevo se encontram os Latossolos Vermelho-Amarelos(geofácies b) álicos, profundos e muito profundos, de textura argilosa e média, possuindo asmesmas limitações ao uso agrícola que os Latossolos Vermelho-Escuros (deficiência de águae baixa fertilidade natural).

De pequena ocorrência na unidade os Cambissolos álicos (geofácies c, d) podemapresentar os caracteres cascalhentos e concrecionário, são de textura argilosa, poucoprofundos, e se encontram sob relevo plano e suave ondulado. Onde o relevo apresenta fortesdeclives, os processos físicos são mais acentuados que os pedogenéticos, não havendoformação de horizonte B, ocorrendo os solos Litólicos álicos (geofácies e, f, g) e distróficos(geofácies h, i). na geofácies f, estes solos são cascalhentos, podendo apresentar concreçõesferruginosas. Os álicos são de textura arenosa, média e argilosa, os distróficos de texturamédia.

Savana Arbórea Aberta é a fisionomia mais comum neste geossistema, seguido doSavana Parque. Em situações especiais e muito restritas, como nos entalhamentos do relevo,pode vegetar o Cerradão ou fisionomias transicionais de floresta, quase sempre com apresença de babaçu (Orbignya sp.). preponderantemente, desenvolve-se a pecuária extensiva,aproveitando-se as pastagens naturais, seguida de pastagens plantadas e agricultura desubsistência. Em situações de relevo e solos propícios (geofácies a, b) principalmente, tambémocorrem utilização com agricultura tecnificada e reflorestamento com Eucaliptus.

Esta unidade de paisagem está representada pelo Grupo Paranoá, constituído demetassedimentos variados com metarenitos finos, brancos, com intercalações de metassiltitos,argilitos, calcários, dolomitos, ritmitos, metapelitos e calcoxistos. Ocorre um paraconglomeradodenominado Conglomerado São Miguel na base da seqüência. As rochas pelíticas do GrupoParanoá podem apresentar mineralizações de ferro e manganês.

Região III – Chapadas de Paracatu

Restrita à porção sul-sudeste da região nordeste do Estado de Goiás e caracterizada pelamorfologia em forma de chapadas que sobressaem das áreas circundantes, sustentadas porlitologias do Grupo Bambuí, esta unidade ocorre nos Municípios de Sítio d’Abadia, Flores deGoiás e notadamente em Alvorada do Norte, cuja sede municipal localiza-se no sopé dachapada.

Caracteriza-se por apresentar topografia plana e homogênea nos topos e bordascircundantes extremamente dissecadas, esculpidas em sua maior parte em litologias daFormação Três Marias do Grupo Bambuí; apresenta nos chapadões sedimentos queconstituem colúvios pedogeneizados; corresponde a um patamar estrutural.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 113

Esta região abrange somente um sistema ambiental, caracterizado pelo número 14 edenominado Borda Norte das Chapadas de Paracatu.

Geossistema 14 – Borda Norte das Chapadas de Paracatu

As Chapadas de Paracatu constituem uma área restrita no presente mapeamento, comcotas altimétricas de 600 a 1.100 m. caracteriza-se por ser a terminação norte das chapadasesculpidas em litologias da Formação Três Marias do Grupo Bambuí, onde contrasta atopografia plana e homogênea, sustentada por couraça ferruginosa e as escarpas abruptasdissecadas, com incisões de drenagens adaptadas às lineações estruturais, que facilitam odesmantelamento desse relevo estrutural.

Limitado às suas bordas norte, o relevo plano das chapadas tem aí suas terminações(geofácies a, b, e), com densidade de drenagem fraca e moderada e declives de 0 a 3%. Naparte intermediária entre a terminação das chapadas e as escarpas, o relevo encontra-sedissecado em forma de topo convexo (geofácies c, d, f, h), com densidade de drenagemmoderada a forte com declives de 3 a 20%.

As escarpas com desníveis de 200 m encontram-se dissecadas e ravinadas com forma detopos aguçados (geofácies g), com densidade de drenagem forte e declives de 20 a 75%.

Ocorrem nesta unidade solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo,Cambissolo e solos Litólicos.

Nas chapadas, sob relevo plano e suave ondulado se encontram os Latossolos Vermelho-Escuros álicos (geofácies a) e os Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos (geofácies b),estes de maior ocorrência neste geossistema. São solos profundos e muito profundos,possuindo textura argilosa. Ocorrendo sob relevo suave ondulado e ondulado os Cambissolossão álicos (geofácies c, d) e distróficos (geofácies e). Os álicos podem apresentar cascalhos econcreções ferruginosas em sua parte superficial. Os distróficos estão livres de cascalhos econcreções. São solos pouco profundos, de textura argilosa e relevo suave ondulado eondulado. Ocupando maior extensão nesta unidade ocorrem os solos Litólicos álicos (geofáciesf, g) e eutróficos (geofácies h), estes apresentam grande quantidade de cascalhos, são detextura argilosa e relevo ondulado e forte ondulado. Os álicos apresentam textura arenosa emédia e relevo forte ondulado, montanhoso e escarpado.

As áreas planas conservadas apresentam fitofisionomias de Savana Arbórea Aberta(Campo Cerrado), enquanto que as áreas dissecadas em formas convexas e aguçadas exibemcobertura vegetal do tipo Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa, podendo ostentarpequenas florestas-de-galeria (matas ciliares). Na primeira situação predominam hojeatividades agrícolas tecnificadas, principalmente as lavouras de soja. Como uso generalizadodestaca-se ainda a utilização de pastagens naturais e pastagens plantadas para pecuáriaextensiva.

O registro geológico desta unidade abrange em sua maior parte litologias da FormaçãoTrês Marias do Grupo Bambuí, além de sedimentos detrítico-lateríticos e pequena área deexposição do Grupo Paranoá, constituindo a Serra São Domingos.

As litologias mais expressivas estão representadas por uma seqüência de siltitos earcóseos de cores verde a cinza-esverdeado, com lentes de calcário e marga, quartzitos eresto de coberturas detrítico-lateríticas que provavelmente representam remanescentes de

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superfícies de aplainamento. O potencial mineral é inexpressivo, restrito à ocorrência decalcários lenticulares na Formação Três Marias.

Região IV – Chapadão Central

Na área em estudo, esta unidade tem pequena expressão espacial, compreendendo odivisor das bacias hidrográficas do Tocantins e São Francisco.

Representada pela borda ocidental, constitui escarpa monoclinal intensamente dissecadavoltada para oeste. Esculpida em litologias friáveis da Formação Urucuia, caracteriza-se pelaocorrência de movimentos de massa que originam depósitos coluvionares ao longo do nívelinferior da escarpa.

Apresenta-se como um plano regular com caimento suave para leste, registrandoinclinações inferiores a 5º. No sentido norte-sul a superfície apresenta desníveis associados àsbordas assimétricas das veredas.

Localizada na porção oriental da região, desenvolve-se ao longo do limite estadual Goiás-Bahia, abrangendo parte dos Municípios de Sítio d”Abadia, Damianópolis, Mambaí, Posse,Guarani de Goiás, São Domingos e Campos Belos.

Esta unidade compreende o geossistema 15 que constitui a Borda da Serra Geral deGoiás.

Geossistema 15 – Borda da Serra Geral de Goiás

Trata-se de um conjunto de relevos com cotas altimétricas entre 600 e 1.200 m, queconstitui o limite do Estado de Goiás com o Estado da Bahia.

Compreende o divisor de água das bacias hidrográficas dos rios São Francisco eTocantins.

Na parte inferior da escarpa encontram-se relevos de topo tabular e planos (geofácies a),com fraca densidade de drenagem e declives de 0 a 3%.

Na extremidade sul a escarpa se desfaz em uma rampa inclinada para oeste (geofáciesc), com densidade de drenagem fraca e moderada com declives de 0 a 3%. Relevosdissecados em forma de topo convexo (geofácies b), com moderada a forte e muito fortedensidade de drenagem e declives de 8 a 20%. As escarpas e relevos residuais de recuo defrente de cuesta têm suas bordas dissecadas e ravinadas em formas de topo convexo eaguçado (geofácies d, e), com forte e muito forte densidade de drenagem, com declivessuperiores a 45%. Nesta área (geofácies d, e) são comuns os processos de desmoronamentosde blocos e seixos, principalmente na média encosta, onde a litologia é mais friável. Essesdeslizamentos têm características de avalanches, que deslocam o arenito síltico misturado commaterial lamoso, que vai se acumular no sopé em forma de cones torrenciais. É nessa áreadissecada do sopé, na baixa encosta da Serra Geral de Goiás, que os rios perenes afluentesdo rio Paranã têm suas nascentes.

O aumento do antropismo na área irá alterar o tipo de escoamento, concentrando-o, eesta mudança irá acelerar os processos de erosão regressiva das escarpas, intensificando osprocessos de deslizamento de massa.

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Apresenta solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Areias Quartzosas e solosLitólicos.

Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) ocorrem nas áreas aplainadas doChapadão (divisa de Goiás com a Bahia), são álicos (alta saturação por alumínio), profundos emuito profundos, e de textura média. Os Cambissolos (geofácies b), também álicos, são poucoprofundos e apresentam fase pedregosa (presença superficial ou subsuperficial de quantidadesexpressivas de calhaus e matacões interferindo no uso das terras) e não pedregosa,encontrando-se sob relevo ondulado e forte ondulado. Nas partes baixas ocorrem as AreiasQuartzosas (geofácies c), distróficas, muito profundas, sob relevo plano e suave ondulado. Nasbordas da Serra Geral, estão presentes os solos Litólicos álicos (geofácies d, e), de texturaarenosa e média, sob relevo forte ondulado e montanhoso.

Vegetação essencialmente campestre, isto é, com predomínio de formas herbáceas egraminóides sobre as arbóreas, compõe fitofisionomias de Savana Arbórea Aberta, tipo CampoCerrado e Savana Parque (Campo Sujo). Regionalmente, a vegetação das áreas conservadasdo “Chapadão” recebe denominação de “Campina”.

No aspecto de ocupação e uso atual destacam-se as lavouras de soja na geofácies a;pecuária extensiva, com pastos naturais e plantados, mais exploração de lenha paracarvoejamento nas geofácies b, c.

A geologia está representada por rochas sedimentares da Formação Urucuia, unidadeque engloba os sedimentos cretáceos da região. São arenitos finos a médios, róseos, impuros,com alguns níveis conglomeráticos. Esses arenitos têm uma tendência geral de serem maisargilosos na base e o contato inferior com o Grupo Bambuí é marcado por uma camada, àsvezes espessa, de canga laterítica manganesífera. A Formação Urucuia apresenta registros demanganês associado a arenitos, bauxita desenvolvida sob arenitos, diamante no conglomeradobasal e salitre relacionado a arenitos.

Região V – Patamares do Chapadão Central

Esta região situa-se na porção oriental da região nordeste do Estado de Goiás,contornando a borda ocidental do Chapadão Central, estendendo-se longitudinalmente denorte a sul. Basculado com mergulho para leste, resulta do recuo das escarpas do chapadão,recebendo material arenoso coluvionar.

Corresponde a uma faixa de relevos que ocupa posição intermediária em relação ao topodo chapadão. Conecta-se com os níveis superiores através de escarpas e rebordos, denotandoacentuado trabalho da erosão; isto é evidenciado pela presença de residuais, localizados nasfrentes das escarpas.

Entre São Domingos e Guarani de Goiás, os calcários do Grupo Bambuí formam relevosruiniformes, sumidouros e grutas. Entre a última localidade citada e Sítio d’Abadia, mais a sul, adrenagem provocou erosão diferencial, dando origem a canyons, pontes, sumidouros eressurgências cársticas.

A região foi esculpida predominantemente em litologias do Grupo Bambuí que em partese encontram recobertas por Coberturas Arenosas. Abrange localmente rochas das unidadesTonalito São Domingos, Granodiorito São José, Seqüência Vulcanossedimentar de SãoDomingos, Complexo Goiano e residuais da Formação Urucuia.

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No sentido sul-norte desenvolve-se nos Municípios de Sítio d’Abadia, Damianópolis,Alvorada do Norte, Mambaí, Posse, Iaciara, Guarani de Goiás, São Domingos, Divinópolis deGoiás, Monte Alegre de Goiás e Campos Belos.

Em função das características físicas e da vegetação a área abrangida por esta unidadefoi subdividida nos geossistemas 16 – Cárstico-Pelítico Guarani de Goiás-Divinópolis de Goiás,17 – Pelítico-Cárstico Alvorada do Norte-Damianópolis-Guarani de Goiás, 18 – Vertentes daSerra de Goiás.

Geossistema 16 – Cárstico-Pelítico Guarani de Goiás-Divinópolis de Goiás

Posicionado na extremidade norte da região dos Patamares, esse geossistema seestende da cidade de Guarani de Goiás até atingir os limites a norte com o Estado doTocantins, com altitude entre 600 e 800 m.

A característica principal desse geossistema é a predominância de modelados dedissolução, esculpindo relevos ruiniformes em rochas calcárias (geofácies r); esses relevoscársticos em forma de corredores e rampas dissecadas de topos convexos e tabulares(geofácies c, d, e, f, g, h), com densidade de drenagem fraca a moderada, moderada emoderada a forte; e declives de 3 a 8%, desenvolvem-se em rochas do Grupo Bambuí.

Nos limites orientais das formas cársticas, ocorrem sumidouros dos quais se originaramgrutas cársticas como a de Terra Ronca no ribeirão da Lapa e a gruta Angélica no ribeirão domesmo nome. Essas grutas são de grande interesse turístico e arqueológico.

As ressurgências se dão na terminação ocidental dos relevos cársticos. Ocorrem áreascom relevos planos e com fraca densidade de drenagem (geofácies a, b, i), declives de 0 a 3%e relevos de topos tabulares e convexos (geofácies n, r, m), com moderada densidade dedrenagem e declives de 3 a 20%.

Ocorrem neste geossistema os solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Escuro, Cambissolo, Areias Quartzosas e solos Litólicos. Também estão presentesafloramentos rochosos.

Englobando a cidade de Divinópolis de Goiás, restrito a uma única mancha, ocorrem osLatossolos Vemelho-Amarelos álicos e distróficos (geofácies a), de baixa fertilidade natural,profundos a muito profundos, textura média e relevo plano e suave ondulado. Ocupandopequena área ao sul da unidade estão presentes os Podzólicos Vermelho-Escuros (geofáciesb) eutróficos (média a alta fertilidade natural), sob relevo plano e suave ondulado. Podendoapresentar o caráter cascalhento e a fase pedregosa, ocorrem sob relevo que varia de plano aforte ondulado os Cambissolos álicos (geofácies c, d, e, f) e eutróficos (geofácies g, h) poucoprofundos, de textura média, argilosa e muito argilosa. Os eutróficos (alta saturação por bases)apresentam altos teores de cálcio + magnésio provenientes da decomposição de calcário. Aonorte da unidade ocorrem as Areias Quartzosas distróficas (geofácies i), muito profundas, detextura arenosa, com relevo plano e suave ondulado. Pouco desenvolvidos, rasos, sob relevovariando de plano a montanhoso, ocorrem os solos Litólicos álicos e distróficos (geofácies j) eeutróficos (geofácies l, m, n), todos cascalhentos, apresentando textura argilosa.

Os afloramentos rochosos presentes nesta unidade são constituídos de rochas calcárias.

A vegetação predominante é a de Floresta Estacional Decidual Submontana, seguida deSavana Arbórea Aberta. Basicamente a ocorrência florestal guarda uma correspondênciamarcante com litologias calcárias/pelíticas que originam solos de alta eutroficidade. Nos relevos

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cársticos vegeta uma comunidade rupícola com cactáceas e plantas adaptadas. Comocupação considerada média a média alta destacam-se os usos atuais de pastagem plantada,vegetação secundária (capoeira), exploração madeireira (aroeira), além de pastagem natural eagricultura de subsistência. Mencionam-se ainda a exploração mineral (calcário) e garimpagem(ouro) em áreas localizadas. Esse geossistema engloba a unidade de preservação ambientaldo Parque Estadual da Terra Ronca, cujo decreto de criação visa sobretudo à preservação dorico conjunto espeleológico, considerado dos mais importantes da América do Sul.

Este geossistema apresenta como representantes geológicos rochas do Grupo Bambuí,alguns remanescentes de sedimentos da Formação Urucuia e rochas do Complexo Goiano,Seqüência Vulcanossedimentar de São Domingos, Tonalito São Domingos e Granodiorito SãoJosé.

Em toda sua faixa de extensão predominam as rochas sedimentares do Grupo Bambuícom um destaque especial para bancos de calcários pretos a cinza às vezes oolíticos comlentes de folhelhos, siltitos, margas e bancos de calcários dolomíticos, dolomitos e dolomitoscalcíferos.

Rochas pelíticas (siltitos, argilitos, folhelhos) também ocorrem em abundância, mas, nestegeossistema, os bancos de rochas carbonáticas destacam-se nitidamente pela grandeocorrência e pela topografia cárstica característica.

Estas rochas carbonáticas oferecem condições para uso agrícola para calagem e existemalguns moinhos de calcários em funcionamento como em São Domingos e Divinópolis deGoiás.

A Formação Urucuia está representada por alguns testemunhos de erosão constituídosde arenitos róseos, finos a médios, impuros.

O Complexo Goiano apresenta rochas de composição granítica a tonalítica submetidas aintensos processos dinâmicos e metamórficos, enquanto xistos e filitos grafitosos ocorrem naseqüência vulcanossedimentar. O Tonalito São Domingos apresenta veios de quartzo commineralização aurífera. Granodiorito de cor rósea e granulação média a grosseira constitui doiscorpos que fazem parte desta unidade de paisagem, localizados entre São Domingos eDivinópolis de Goiás.

O potencial mineral de geossistema está representado pelas enormes reservas decalcário que aparentemente apresentam potencial inesgotável para exploração, além demineralizações de ouro em veios de quartzo que ocorrem no Tonalito São Domingos e naseqüência vulcanossedimentar.

As especificações dos calcários para corretivos de solos produzidos em Divinópolis deGoiás e São Domingos, conforme dados da Delegacia do Ministério da Agricultura em Goiânia,são as seguintes:

Oliveira Maciel Mineração Ltda.EP. 0831 – Av. Garrastazu s/n – Divinópolis de GoiásReg. De Produto nº 14.484Garantia: Ca0.26/Mg0.16/PN.85/PRnT.61.12/Soma dos óxidos.42Granulometria: Pen.2mm (ABNT.10)-100%.Pen.0,84mm (ABNT.20)-80%.Pen.0,3mm (ABNT.50)-50%Dolomítico “B”

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Mineração São Domingos Ltda.Fazenda Colinas km 15 GO.110-São Domingos.GOEP.1139Reg.de Produto nº 18.140Garantia: Ca0.27/Mg0.15/PN.85.5/PRnT.61.5/Soma dos Óxidos.42Granulometria: Pen. 2mm (ABNT.10)-100%.Pen.0,84 mm (ABNT.20)-80%Pen.0,30 mm (ABNT.50)-50%Dolomítico “B”

Geossistema 17 – Pelítico-Cárstico Alvorada do Norte-Damianópolis-Guarani deGoiás

Ocupando a extremidade sul da região dos Patamares em cotas altimétricas entre 500 e600 m, esse geossistema se estende da cidade de Guarani de Goiás para sul, até encontrar-secom as escarpas da borda norte das Chapadas de Paracatu.

Constituído em litologias do Grupo Bambuí, os processos erosivos esculpiram formastabulares e convexas com trechos planos (geofácies b, c, a, e), com densidade de drenagemfraca e moderada e declives de 0 a 8%.

Afluentes do rio Paranã com nascentes no sopé da escarpa da Serra Geral de Goiásdrenam o geossistema, dissecando e entalhando sedimentos argilo-sílticos do Grupo Bambuí.

Os rios Vermelho, Piracanjuba, dos Buritis e da Prata, entre outros, aproveitaram falhas efraturas subjacentes. Alargaram-se por dissolução, formando canyons, pontes cársticas,sumidouros e ressurgências (geofácies j), ravinadas com formas de topo aguçado, densidadede drenagem forte e declives de 20 a 45%.

Apresenta relevos de topo tabular e convexo (geofácies d, g, h, i, e), com moderada emoderada a forte densidade de drenagem com declives de 8 a 45%.

Estão incluídos neste geossistema os solos Latossolo Vermelho-Amarelo, PodzólicoVermelho-Escuro, Podzólico Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Areias Quartzosas e solosLitólicos.

Próximo à cidade de Alvorada do Norte, representados nesta unidade por pequenamancha, ocorrem, apenas, Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos (geofácies a), profundose muito profundos, de textura argilosa e relevo plano. Possuem baixa fertilidade natural(saturação por bases < 50%). Ocupando área expressiva neste geossistema, situados entreAlvorada do Norte e Mambaí, se encontram os Podzólicos Vermelho-Escuros eutróficos(geofácies b), profundos, média e alta fertilidade natural, de textura argilosa/muito argilosa, comrelevo plano e suave ondulado. Próximo à cidade de Posse ocorrem pequenas áreas esparsasde Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico (geofácies c), saturação por bases � 50%, profundose pouco profundos, de textura média/argilosa, com relevo suave ondulado e ondulado.Presentes ao norte da unidade os Cambissolos são álicos (geofácies d), saturação poralumínio � 50%, e eutróficos (geofácies e, f), de saturação por bases � 50%; são solos poucoprofundos, de textura média, argilosa e muito argilosa, com relevo suave ondulado, ondulado eforte ondulado. Os álicos (geofácies d) podem apresentar fase pedregosa.

Ocupando maior extensão dentro da unidade os solos Litólicos são álicos (geofácies g) eeutróficos (geofácies h, i, j), estes diretamente relacionados com a ocorrência de calcário. Estes

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solos possuem textura média e argilosa e se encontram sob relevo que varia de plano e suaveondulado a forte ondulado e montanhoso.

Floresta Estacional Decidual nas áreas de solos eutróficos e Savana Arbórea Aberta emálicos e distróficos constituem a vegetação dominante. A ocupação da área pode serconsiderada média/alta, ou seja, com mais de 60% de utilização, especialmente com pastagemplantada, seguida de longe por agricultura de subsistência, vegetação secundária (capoeiras) eexploração de madeira e lenha. Destaca-se também a utilização das pastagens naturais dasformações savânicas para pecuária extensiva.

Esta unidade de paisagens apresenta predomínio de rochas do Grupo Bambuí,representadas por siltitos, argilitos, margas, folhelhos, lentes e bancos calcário e calcáriodolomítico, com ampla predominância dos pelitos sobre os sedimentos químicos. Apotencialidade mineral neste sistema está representada pela exploração de calcário, para usoagrícola, como ocorre em Mambaí, e com menor expressão em Posse e Guarani de Goiás.Maiores estudos são necessários para definir o potencial dessas reservas de calcário parafabricação de cimento.

A especificação do calcário para uso agrícola produzido em Mambaí conforme dados daDelegacia do Ministério da Agricultura de Goiânia é a seguinte:

Calmassa, Calcário MambaíSementes, Adubos, Pesquisa, Comércio e Indústria Ltda.Rua Tamarineiro nº 60 – Mambaí – GOReg. De Produto nº 9.582.Ca0.36/Mg0.2/PN.70

Observação: produto irregular não atende à Portaria nº 03186

Geossistema 18 – Vertentes da Serra Geral de Goiás

Esse geossistema com forma alongada no sentido sul-norte interpõe-se às fraldas daSerra Geral de Goiás e os geossistemas Cárstico-Pelítico e Pelítico-Cárstico da Borda dosPatamares do Chapadão, ocupando cotas de 500 a 600 m de altitude.

Sendo os patamares uma região basculada, com mergulho para leste, o geossistema emquestão forma uma área deprimida entre o sopé da escarpa e os relevos cársticos do patamar,no contato estratigráfico entre os sedimentos da Formação Urucuia e os do Grupo Bambuí.

Espraiam-se sobre os sedimentos argilo-sílticos do Grupo Bambuí sedimentos arenososremobilizados das escarpas (geofácies f, a, b), com densidade de drenagem fraca e fraca amoderada, com declives das vertentes entre 0 e 3%. Areias dispostas em faixas alongadasaltamente friáveis constituem depósitos coluviais.

Relevos mais dissecados com forma de topo convexo (geofácies c, d, e), com densidadede drenagem moderada e moderada a forte com declives de 3 a 8%, relevos residuais defrente de cuesta com formas de topo convexo (geofácies g) e densidade de drenagem forte emuito forte com declives de 20 a 45% ocorrem no geossistema.

Ocorrem solos Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Areias Quartzosas e solosLitólicos.

Ao sul da unidade os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos (saturação por alumínio �50%) são profundos e muito profundos e de textura média, podendo ocorrer sob relevo plano

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(geofácies b) e suave ondulado e plano (geofácies a). Os Cambissolos são álicos (geofácies c,d, e), pouco profundos, cascalhentos e não-cascalhentos (geofácies c, d), fase pedregosa enão-pedregosa (geofácies e), apresentando textura argilosa e média e relevo suave ondulado eondulado. De maior extensão dentro desta unidade as Areias Quartzosas (geofácies f) sãodistróficas (saturação por bases de alumínio < 50%), muito profundos, textura arenosa, relevoplano e suave ondulado. Ocorrendo esparsamente em pequenas manchas os solos Litólicossão álicos (geofácies g), apresentam textura média e arenosa e relevo forte ondulado emontanhoso.

A vegetação é constituída basicamente de fitofisionomias de Savana, destacando-se asfeições Arbórea Aberta e Parque. Restritamente ocorrem núcleos de Floresta EstacionalDecidual (geofácies c, d, e) em situações favoráveis de relevo e solo. A ocupação da áreadestaca a utilização das pastagens naturais para pecuária extensiva. Em escala bem inferiorocorrem pastagem plantada, exploração de lenha para carvoejamento e agricultura.

Neste sistema os representantes geológicos predominantes são os grandes depósitos deareias provenientes da erosão das rochas da Formação Urucuia.

Estes sedimentos, depositados no Quaternário, ocorrem preenchendo as calhas dasdrenagens atuais e seus interflúvios, cobrindo unidades geológicas mais antigas, ocorrendo emtoda a extensão desta unidade.

Região VI – Vão do Paranã

Circundado por relevos de planaltos e chapadas, constitui uma região deprimida comaltitudes que oscilam entre 400 m e 600 m, alongada no sentido norte-sul. Apresenta comocaracterística principal a sucessão na morfologia de relevos planos encouraçados.

Constitui uma depressão entre os relevos do Planalto do Divisor São Francisco-Tocantinse o Planalto Central Goiano, desenvolvendo-se da porção centro-sul da região nordeste doEstado de Goiás para a porção nordeste, abrangendo parte dos Municípios de Flores deGoiás, Alvorada do Norte, São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás, Simolândia, Posse,Iaciara, Guarani de Goiás, Nova Roma, São Domingos, Monte Alegre de Goiás, Divinópolis deGoiás e Campos Belos.

O rio Paranã drena a área comandando o nível de base regional. Na parte sulconcentram-se áreas ainda não incorporadas à rede de drenagem atual, com predomínio deescoamento difuso. Abrange litologias do Grupo Bambuí, coberturas detrítico-lateríticas ecoberturas arenosas.

Abrange os geossistemas 19 – Vão do Paranã Norte e 20 – Vão do Paranã Sul.

Geossistema 19 – Vão do Paranã Norte

Posiciona-se na parte norte do Vão do Paranã, drenado pelos baixos cursos dos riosManso, São Domingos e Água Quente, com nascentes nas bordas do Chapadão Central. Oscursos de água com nascentes na área são temporários. Com altitude variável entre 400 e 500m, apresenta um desnível de aproximadamente 20 m no sentido N-S e um pouco maisacentuado no sentido oeste-leste.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 121

A característica dominante neste geossistema é a de um relevo com sucessão geomórficaregular de relevos planos ou de topos com forma tabular, encouraçados nos interflúvios, commaterial areno-argiloso avermelhado recobrindo-os (geofácies a, b, c, d, e, g, j, l, n) comdensidade de canais de drenagem fraca e declives de 0 a 3%.

No contato com os patamares do chapadão ocorrem relevos ruiniformes envoltos poráreas baixas dissecadas em topos convexos (geofácies r, i, m, h), com densidade de drenagemmoderada com declives de 8 a 45%.

Na extremidade norte, ocorrem relevos dissecados em forma de topos convexo e tabular(geofácies f, e), com densidade de drenagem moderada e declives de 0 a 8%.

Presentes neste geossistema os solos Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Escuro, Cambissolo,. Solos Litólicos, Petroplínticos, Plintossolose afloramentos rochosos.

Próximo à cidade de Campos Belos ocorrem os Latossolos Vermelho-Escuros (geofáciesa) álicos (saturação por alumínio � 50%) e distróficos (saturação por base e alumínio < 50%),profundos e muito profundos, textura muito argilosa e relevo plano e suave ondulado. Ao sul deCampos Belos estão presentes os Latossolos Vermelho-Escuros distróficos (geofácies b),profundos e muito profundos, textura argilosa e relevo plano e suave ondulado. Localizadospróximo à Prata e Vazante ocorrem os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos (geofácies c),profundos e muito profundos, textura argilosa e média e relevo plano e suave ondulado. Depequena extensão na unidade, os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies d) são álicos,muito profundos, possuem textura média e relevo plano.

Ocupando grande extensão dentro da unidade ocorrem os Podzólicos Vermelho-Escuroseutróficos (geofácies e), de saturação por bases � 50%, profundos e muito profundos, texturaargilosa/muito argilosa, relevo plano e suave ondulado. Presentes nas geofácies f, g, h, i,ocorrem os Cambissolos álicos (geofácies f) e eutróficos (geofácies g, h, i), pouco profundos eprofundos, textura argilosa e muito argilosa e relevo que varia de plano e suave ondulado aondulado e forte ondulado. Ocupando grande extensão neste geossistema, os solis Litólicoseutróficos ocorrem sob relevo plano e suave ondulado (geofácies j) e forte ondulado emontanhoso (geofácies m), com textura argilosa. Podem apresentar o caráter cascalhento nageofácies m e não-cascalhento na geofácies j. Próximo às margens do rio Paranã ocorrem osPlintossolos álicos (geofácies l) indiscriminados, profundos, sob relevo plano. Entre a cidade deIaciara e o rio Paranã se apresentam os solos Petroplínticos álicos (geofácies n)indiscriminados, pouco profundos, sob relevo plano e suave ondulado. Afloramentos decalcário ocorrem em alguns pontos dentro da unidade.

Ocorre área de vegetação diversificada caracterizada por encraves florestais e savânicosem estreita correlação com solos. A Savana, principalmente a Arbórea Aberta, vegeta solosdistróficos e álicos, a Savana Arbórea Densa (Cerradão), tipo transicional para a floresta,ocupa os solos distróficos ou epieutróficos e endoálicos, enquanto que a Floresta Estacional,Semidecidual ou Decidual, vegeta nas porções com solos eutróficos. Em afloramentosrochosos ocorre também vegetação rupícola associada a Floresta Decidual. A ocupação atualda área é considerada média/alta com destaque para a utilização de pastagem plantada e depastagem natural para pecuária extensiva, ocorrendo ainda muita vegetação secundária tipocapoeira e exploração madeireira, especialmente de aroeira, e agricultura incipiente.

Este geossistema tem a sua geologia representada predominantemente pelo GrupoBambuí, Subgrupo Paraopebas, que apresenta uma seqüência de calcários e dolomitos comlentes de rochas pelíticas.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 122

A litologia é constituída por dolomitos, calcários dolomíticos, margas, calcários argilosos efolhelhos subordinados, argilitos, calcilutitos dolomíticos, calcarenitos, dolarenitos, calcáriosoolíticos e dolomitos brechóides.

Ocorrem ainda coberturas detrítico-lateríticas terciário-quaternárias, de forma isolada, eque estão representadas por desagregados remanescentes de superfícies de aplainamento.Litologicamente, são constituídas por materiais areno-argilosos e argilo-arenososinconsolidados, de coloração vermelho-alaranjada, às vezes róseo-clara. A granulação varia defina a média, sendo os grãos de quartzo, em geral, angulosos a subangulosos. Ocorremtambém, localmente, lentes de conglomerado, com seixos de quartzo e sílex, imersos emmatriz arenosa, provavelmente produtos dos depósitos de antigos canais fluviais. Registra-setambém a presença de níveis concrecionários.

O potencial mineral está representado por calcários dolomíticos, explorados parautilização como corretivos de solos e ocorrências de fluorita em calcários que devem sermelhor estudadas. A exploração de calcário nesta unidade de paisagem concentra-se a nortede Iaciara, na região do rio Água Quente, em condições irregulares.

Geossistema 20 – Vão do Paranã Sul

Ocupando a parte sul do Vão do Paranã, esse geossistema caracteriza-se por apresentaráreas arreicas.

As áreas que se estendem entre o rio Paraim a sudoeste e o rio Corrente a norte sãoáreas de acumulação inundáveis, representadas por pequenas depressões fechadas,abaciadas, com ou sem água e antigos vales preenchidos com material arenoso e argilo-siltoso(geofácies j).

Relevos planos e de topo tabular com fraca densidade de drenagem (geofácies a, b, c, d,e, i), com decliveis de 0 a 3%, ocorrem no geossistema.

Afloramentos rochosos em forma de cristas alongadas (geofácies r) destacam-se norelevo regional.

Nas áreas que se estendem entre o rio Paranã e o sopé da Serra Geral do Paranã,dominam relevos planos, com coberturas areno-argilosas ferruginizadas sobre rochas sílticasdo Grupo Bambuí (geofácies h, e, h), com densidade de drenagem fraca e declives de 0 a 3%.

Junto aos canais de drenagem temporários desenvolvem-se relevos dissecados de toposconvexos e aguçados (geofácies p, n), densidade de drenagem moderada e declives de 20 a45%.

Localizam-se neste geossistema os solos Latossolo Vermelho-Escuro, LatossoloVermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Escuro, Podzólico Vermelho-Amarelo, Cambissolo,Plintossolo, Areias Quartzosas, solos Litólicos, Petroplínticos e afloramentos rochosos.

Situados ao sul da unidade estão presentes os Latossolos Vermelho-Escuros (geofáciesa) álicos (alta saturação por alumínio), muito profundos, de textura argilosa, sob relevo plano esuave ondulado. Os Latossolos Vermelho-Amarelos são distróficos (baixa saturação por bases)na geofácies b e álicos nas geofácies c, d, profundos e muito profundos, de textura argilosa emédia e relevo plano e suave ondulado.

Os Podzólicos Vermelho-Escuros (geofácies e) são eutróficos (alta saturação por bases),profundos de textura argilosa/muito argilosa e relevo plano e suave ondulado. Os Podzólicos

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 123

Vermelho-Amarelos (geofácies e) são eutróficos, profundos de textura argilosa/muito argilosa erelevo plano e suave ondulado. Os Cambissolos são álicos (geofácies f, g, h) e eutróficos(geofácies i). Os álicos podem apresentar os caracteres cascalhento e concrecionário, oseutróficos são endoconcrecionários, isto é, apresentam concreções na sua parte superficial.São de textura argilosa e se encontram sob relevo que varia de plano a ondulado. Nas partesabaciadas e próximo às margens do rio Paranã ocorrem os Plintossolos álicos (geofácies j),pouco profundos, endoconcrecionários e não-concrecionários, de textura indiscriminada, sobrelevo plano e suave ondulado. As Areias Quartzosas são distróficas (geofácies l), muitoprofundas, textura arenosa, ocorrendo sob relevo plano e suave ondulado. Os solos Litólicossão álicos e distróficos (geofácies m, n) e eutróficos (geofácies o, p). Nas geofácies m, o, ppodem apresentar cascalhos em quantidade significativa. Possuem textura argilosa, média earenosa e se encontram sob relevo que varia de plano e suave ondulado a forte ondulado emontanhoso. Os Petroplínticos (geofácies q) são álicos, de textura indiscriminada e relevoplano e suave ondulado. Presentes na unidade pequenas ocorrências de afloramentosrochosos.

A maior parte do geossistema é vegetado por fisionomias diversas de Savana,principalmente Arbórea Aberta (Campo Cerrado). Apresenta ainda ocorrências de FlorestaEstacional Semidecidual Submontana, na contigência de solos eutróficos bem drenados.

Com ocupação crescente a área destaca os usos de pastagens plantadas e pastagensnaturais para pecuária extensiva. Destaque ainda para lavouras de arroz, irrigadas porinundação, especialmente no Município de Flores de Goiás (geofácies j). A extração de aroeiraguarda ainda razoável importância, bem como a extração de lenha para carvoejamento.

Este geossistema tem o seu limite com o Vão do Paranã Norte, traçado por uma linhairregular situada pouco abaixo da cidade de Iaciara, cortando o rio Paranã, aproximadamentena mesma latitude.

Litologicamente é constituído por rochas do Grupo Bambuí, Subgrupo Paraopebas,coberturas detrítico-lateríticas e areias holocênicas.

Diferencia-se do geossistema Vão do Paranã Norte pela maior concentração dascoberturas e pela ocorrência de depósitos de material provavelmente de origem residual,elúvios e colúvios, possivelmente de idade holocênica e compostos principalmente por materialarenoso e síltico-argiloso.

Região VII – Pediplano do Tocantins

No nordeste goiano esta unidade inicia-se a partir da garganta de superimposição do rioParanã (entre as serras da Pedra Branca e da Prata), interpenetrando a Região I – ComplexoMontanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros, onde se encontra embutida.

Abrange relevos pediplanados e drenados pelo baixo curso do rio Paranã. O piso regionalentalha principalmente rochas do Complexo Goiano; encontra-se retrabalhado por uma rede decanais incipientes e sazonais em relevos com fraca dissecação. Relevos residuais esculpidosem rochas do Grupo Araí, Grupo Paranoá, rochas graníticas, e em litologias da SeqüênciaVulcanossedimentar de Palmeirópolis encontram-se distribuídos na região.

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Desenvolve-se nas porções central, centro-norte e noroeste da área de abrangência dopresente trabalho, ocorrendo em parte dos Municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás, NovaRoma, Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, tendo sido subdividida nos seguintesgeossistemas:

21 - Vales de Cavalcante – Rio Paranã-Aurominas

22 - Rio Paranã-Monte Alegre de Goiás-Campos Belos

23 - Foz do Bezerra-Rio da Prata

24 - Rio Traíras

Geossistema 21 – Vales de Cavalcante-Rio Paranã-Aurominas

Constituem penetrações do Pediplano do Tocantins, que formam corredores comsistemas de planos convergentes para a área norte da depressão, tendo o rio Paranã comonível de base regional. Drenado pelo rio dos Bois, suas altitudes variam de 800 m nasnascentes, junto ao sopé das serras, nas proximidades das cidades de Cavalcante e Teresinade Goiás, para 500 m em seu limite norte junto ao rio Paranã.

A cidade de Cavalcante encontra-se numa área deprimida, drenada pelo rio das Almascom relevos dissecados em forma de topos tabular e plano (geofácies a, c), com densidade dedrenagem fraca e moderada a forte, com declives de 0 a 3%.

Entre as cidades de Cavalcante e Teresina de Goiás sobressai na depressão umtruncamento no embasamento, coberto por pavimento detrítico de quartzo e quartzito,provenientes das rochas da Formação Arraias. Relevos de formas dissecadas de topo tabulare áreas planas se estendem para norte (geofácies a, f), com densidade de drenagem fraca emoderada a forte com declives de 0 a 8%. O restante do geossistema, inclusive a área drenadapelo rio das Pedras, possui relevos dissecados com formas tabulares (geofácies b, d, i), commoderada a forte densidade de canais de drenagem, com declives de 3 a 20%. Alguns relevosresiduais isolam-se na área com relevos convexos (geofácies r), afloramento rochoso edeclives de 20 a 45%.

Estão presentes nesta unidade os solos Latossolo Vermelho-Amarelo, PodzólicoVermelho-Amarelo, Cambissolo, Solos Litólicos e afloramentos rochosos. Englobando a cidadede Teresina de Goiás e próximo a Cavalcante, sob relevo plano e suave ondulado, osLatossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) são álicos, profundos e muito profundos, detextura argilosa e média.

Entre Nova Roma e Aurominas ocorre área com presença de Podzólicos Vermelho-Amarelos (geofácies b) distróficos (saturação por bases e alumínio < 50%), profundos, detextura média/argilosa, com relevo suave ondulado e ondulado. Englobando a cidade deCavalcante, ocorrem os Cambissolos álicos (geofácies c), profundos e pouco profundos, não-cascalhentos e cascalhentos, de textura argilosa, com relevo suave ondulado. Ocupandogrande extensão dentro da unidade ocorrem os solos Litólicos álicos (geofácies e) e álicos edistróficos (geofácies d, f), cascalhentos e não-cascalhentos, podendo apresentar fasepedregosa, de textura argilosa e média, sob relevo que varia de plano e suave ondulado aondulado e forte ondulado. Em local isolado ocorrem afloramentos rochosos.

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A vegetação natural é de Savana, destacando os tipos Arbórea Aberta, Parque eexcepcionalmente Arbórea Densa (Cerradão). De uso e ocupação generalizada destacam-seas pastagens naturais para pastoreio extensivo. Mais próximo a Cavalcante ocorrem tambémmuita pastagem plantada e alguma atividade agrícola de subsistência.

Esse geossistema encerra ainda importantes mineralizações de ouro.

Nessa unidade, ocorrem como representantes geológicos o Complexo Goiano, FormaçãoArraias e rochas graníticas intrusivas (granito Sucuri-geofácies r).

O Complexo Goiano, unidade mais antiga de toda a região, apresenta uma variedadeampla de tipos litológicos metamórficos, tais como migmatitos, microgranitos, biotita granitos,granodiorito gnaisses, augen gnaisses, tonalitos, xistos, anfibolitos, charnoquitos, rochascalcossilicatadas, epídopo gnaisses, silimanita-granada gnaisses, protomilonitoprotocataclasitos, quartzo dioritos, anfibilitos e metabasitos. No Complexo Goiano aspossibilidades de mineralizações são as seguintes: estanho, ouro, nóbio e terras-raras emgnaisses xistosos greisenizados; estanho e ouro em gnaisses cataclasados greisenizados;estanho e ouro em pegmatitos associados a filitos grafitosos; e pirofilita.

A Formação Arraias, unidade basal do Grupo Araí, apresenta metamorfitos de baixo graurepresentados principalmente por quartzitos médios a grosseiros feldspáticos predominantes,ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos finos, quartzitos micáceos laminados com níveisde conglomerado. Ocorrem lentes de conglomerados basais e intraformacionais, metarcóseose calcoalbititos. Como indicativos para pesquisa mineral têm-se ouro em veios de quartzo;veios de barita em quartzito; ferro em quartzitos e em metapelitos; rutilo em veios de quartzoleitoso; veios de quartzo com cristal de rocha em quartzito; e ametista relacionada a quartzitos.

Nesta unidade de paisagem ocorre um corpo granítico (Granito Sucuri-geofácies r)situado às margens da rodovia GO-118, entre Teresina de Goiás e o rio Paranã, consideradocomo sendo do tipo Serra Branca, que apresenta importantes registros de mineralização decassiterita, fluorita, columbita-tantalia e ouro.

Geossistema 22 – Rio Paranã-Monte Alegre de Goiás-Campos Belos

Estende-se do rio Paranã para norte, desenvolve-se ao longo da rodovia GO-118 nosMunicípios de Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, adentrando para o Estado doTocantins.

O relevo apresenta-se dissecado em forma de topos tabulares e convexos (geofácies f, g,h), com densidade de drenagem fraca a moderada e moderada a forte, com declives de 3 a20%, e relevos de topos convexos e aguçados (geofácies h, r), com densidade de drenagem,moderada e moderada a forte, com declives de 45 a 75%.

Na parte norte do geossistema entre Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, ocorremáreas de relevos dissecados de topo tabular (geofácies f), com densidade de drenagem fraca edeclividade de 3 a 8%, e relevos de topo convexo (geofácies e, h), com densidade dedrenagem moderada e declives de 3 a 8% e 45 a 75%.

Áreas planas e dissecadas de topo tabular com fraca densidade de drenagem (geofáciesa, b, c) e declives de 0 a 3% estendem-se a noroeste de Monte Alegre de Goiás, ultrapassandoo limite da área. Essas superfícies encontram-se recobertas por material coluvial grosseiro.

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Este geossistema está representado por solos Latossolo Vermelho-Escuro, LatossoloVermelho-Amarelo, Cambissolo, solos Litólicos e por afloramentos rochosos.

Próximo à cidade de Campos Belos estão presentes os Latossolos Vermelho-Escurosálicos e distróficos (geofácies a) e distróficos (geofácies b), de baixa fertilidade natural,profundos e muito profundos, textura muito argilosa e argilosa e relevo plano e suave ondulado.Ao sul de Monte Alegre ocorrem os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos (geofácies c),profundos e muito profundos, possuindo textura argilosa e média e relevo plano e suaveondulado. Ao norte da área estão presentes os Cambissolos álicos (geofácies d, e), poucoprofundos, cascalhentos e não-cascalhentos, não-concrecionários e concrecionários, de texturaargilosa e com relevo suave ondulado e plano. Presentes em grande extensão da unidade ossolos Litólicos são álicos e distróficos (geofácies f, g, h), cascalhentos e não-cascalhentos,concrecionários e não-concrecionários, podendo apresentar fase pedregosa. A textura podeser arenosa, média ou argilosa e o relevo em que se encontra é plano e suave ondulado(geofácies e), ondulado e forte ondulado (geofácies g) e montanhoso e escarpado (geofáciesh). Ocorrem na unidade afloramentos rochosos associados a solos Litólicos.

Ocorre vegetação de Savana Arbórea Aberta, Savana Parque e Savana Arbórea Densa,localizadamente em solos mais férteis ou em encostas úmidas. O uso atual destaca aspastagens naturais, algumas ampliadas, com introdução de gramíneas exóticas para pastoreioextensivo. Presentemente, crescem as atividades pastoris em pastagem plantada ocorrendoainda pequenas lavouras de arroz, milho, feijão, banana, mandioca e cana-de-açúcar, entreoutras.

O geossistema em questão tem sua geologia representada predominantemente porrochas arqueanas do Complexo Goiano, secundariamente pelo Grupo Araí, representado pelaFormação Arraias; ocorrem ainda um corpo intrusivo de rocha granítica e pequena área deexposição de calcários do Grupo Bambuí.

Litologicamente, o Complexo Goiano apresenta migmatitos microgranitos, biotita-granitos,granodiorito-gnaisses, tonalitos, xistos, anfibolitos, charnoquitos, rochas calcossilicatadas,protomilonitos, protocataclasitos, quartzo-dioritos e metabasitos.

A Formação Arraias mostra a seguinte litologia: quartzitos médios a grosseirosfeldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos laminados, metavulcânicasácidas e básicas, e ocorrem ainda lentes de conglomerados basais e intraformacionais.

O corpo intrusivo constitui pequena parte do Granito Serra do Mendes (geofácies r),sendo composto por biotita álcali-granito, muscovita álcali-feldspato granito, microgranitopórfiro, de coloração rósea a cinza, creme e esbranquiçada, e apresenta greisenizados emineralizados em cassiterita.

O potencial mineral abrange ocorrências de estanho, ouro, cristal de rocha, urânio, tório,fosforita e calcário. A região de Monte Alegre de Goiás foi alvo de intensa atividade garimpeiraem função dos depósitos de cassiterita que se encontram paralisados; garimpos de ouro ematividade situam-se nas proximidades da cidade e em Riacho dos Cavalos. As reservas deestanho (cassiterita) estão sendo reavaliadas, uma vez que por condições de mercado asatividades foram suspensas.

Nas proximidades de Campos Belos, pequena área de calcário do Grupo Bambuí éexplorada para uso como corretivo de solo, as especificações desse material, conforme dadosda Delegacia do Ministério da Agricultura em Goiânia, são as seguintes:

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Dolocal Dolomítico Calcário LtdaFazenda Gaspar – Campos Belos-GOEP. 1119Reg. de produto nº 18236Garantia: CaO. 27/MgO. 15/PN. 85/PRNT. 65.5/Soma dos óxidos. 42Granulometria: Pen. 2 mm (ABNT. 10)-100%Pen. 0,84 mm (ABNT. 20)-80%. Pen. 0,30 mm (ABNT. 50)-50%Dolomítico “B”

Geossistema 23 – Foz do Bezerra-Rio da Prata

Localizado na porção norte-noroeste da região nordeste de Goiás, desenvolve-se aolongo da margem esquerda do rio Paranã, desde a Foz do Bezerra até a confluência com o rioda Prata.

Esse geossistema foi desmembrado do anterior por não apresentar continuidade espacial,embora esteja contido na mesma região geoambiental. A geofácies a apresenta relevo de topotabular, densidade de drenagem fraca e declives de 3 a 8%, enquanto a geofácies b possuirelevo residual dissecado em forma de topo convexo, com densidade de canais de drenagemmuito forte e declives de 45 a 75%.

Desenvolve-se neste geossistema Solos Litólicos álicos (geofácies b) e álicos e distróficos(geofácies a), estes podem apresentar o caráter cascalhento. São pouco desenvolvidos, rasos(< 50 cm), de baixa fertilidade natural, apresentando textura arenosa, média ou argilosa erelevo plano e suave ondulado (geofácies a), forte ondulado e montanhoso (geofácies b) emontanhoso e escarpado (geofácies c).

Predomínio da fitofisionomia de Savana Arbórea Aberta com nuanças de Parque. Emencostas úmidas ou “pés de serra” ocorre um savana florestada tipo Cerradão. Uso atual combaixa ocupação, destacando pastagem natural. Nos vãos da serra do Moleque, parte dacomunidade Calunga atua com cultivos de subsistência.

A geologia desta unidade de paisagem está representada por litologias do ComplexoGoiano (geofácies a) e da formação Arraias do Grupo Araí (geofácies b). O Complexo Goianoapresenta rochas de composição granítica a tonalítica, enquanto a Formação Arraias érepresentada principalmente por quartzitos.

As possibilidades metalogenéticas atribuídas a esse geossistema incluem mineralizaçõesprincipalmente de estanho e ouro.

Geossistema 24 – Rio Traíras

Possuindo as características comuns ao Pediplano do Tocantins foi individualizado emface do seu posicionamento geográfico junto ao rio Maranhão, nos limites noroeste da regiãonordeste de Goiás.

Sobressaem do piso regional relevos residuais em forma de cristas resultantes de rochasdobradas do Grupo Paranoá (geofácies b), com densidade de canais de drenagem muito forte(ravinas) e declives de 45 a 75%. Envolvendo esses relevos, a superfície que forma o piso dogeossistema encontra-se dissecada em formas de topos convexos e planos (geofácies a), com

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densidade de drenagem fraca e moderada, com declives de 0 a 3% recobertos por pavimentodetrítico de seixos e material grosseiro.

Esta unidade apresenta solos Litólicos e Cambissolos. Os solos Litólicos (geofácies b)são álicos (saturação por alumínio � 50%), de textura arenosa e média e se encontram sobrelevo montanhoso e escarpado. Os Cambissolos (geofácies a) são distróficos (saturação porbases de alumínio < 50%), concrecionários e não-concrecionários, de textura média e relevoplano e suave ondulado.

A vegetação predominante é a de Savana, destacando as fisionomias Arbórea Aberta eParque. Em locais restritos, na situação de colúvio pode ocorrer Floresta Estacional ouCerradão em fase transicional para floresta. Uso atual com pastagem natural e pastagemplantada para pastoreio extensivo e alguma agricultura de subsistência.

A geologia está representada por rochas do Grupo Paranoá e pela SeqüênciaVulcanossedimentar de Palmeirópolis.

O Grupo Paranoá apresenta uma seqüência litológica constituída por metarenitos,arenitos e siltitos feldspáticos, argilitos e ritmitos, siltitos e argilitos vermelhos, com estruturasde marcas de ondas e níveis silicosos, lentes de calcários, dolomitos e margas, quartzitos,metapelitos filitosos e calcoxistos, e ocorre ainda um conglomerado basal.

A Seqüência Vulcanossedimentar de Palmeirópolis, de idade proterozóico inferior, estáconstituída litologicamente por metavulcânicas ácidas a intermediárias, representadas poranfibólio-xistos feldspáticos e lavas ácidas.

As possibilidades metalogenéticas referidas a este geossistema incluem mineralização demanganês nos metassedimentos do Grupo Paranoá, e de cobre, chumbo, zinco e ouro naseqüência vulcanossedimentar.

Região VIII – Depressões Intermontanas

Esta unidade situa-se nas partes centro-norte e oeste da região nordeste do Estado deGoiás, constituindo duas áreas descontínuas. A primeira, drenada pelo rio das Almas, abrangeparte dos Municípios de Cavalcante e Monte Alegre de Goiás, e a Segunda, pelo rio Claro,abrange parte dos Municípios de Cavalcante e Colinas do Sul.

Compreende áreas entalhadas e rebaixadas, embutidas no Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros. Apresenta descontinuidade espacial, possuindo entretantosemelhanças morfológicas, hidrográficas e altimétricas, tendo sido esculpida em litologias doComplexo Goiano e Grupo Araí.

Abrange os geossistemas 25 – Vão das Almas e 26 – Depressão do Rio Claro.

Geossistema 25 – Vão das Almas

Localizado na parte centro-norte da região abrangida pelo presente trabalho, estárepresentado por uma área rebaixada com altitude em torno de 500 m, embutida no interior desinclinal em rochas do Grupo Araí. Seu piso encontra-se dissecado em forma de topo tabular(geofácies a), com moderada densidade de drenagem e declividade de 0 a 3%. Pequenas

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áreas (geofácies b) apresentam dissecação de topo convexo e densidade de drenagemmoderada a forte e declives de 20 a 45%.

Este geossistema está representado por solos Litólicos e Latossolos Vermelho-Amarelos.

Os Latossolos Vermelho-Amarelos (geofácies a) abrangem praticamente toda a unidade,são álicos (saturação por alumínio � 50%), profundos e muito profundos, de textura argilosa emédia e relevo plano e suave ondulado. Restrito a uma pequena área, os solos Litólicos(geofácies b) são álicos, textura média e arenosa e relevo forte ondulado e montanhoso.

A vegetação é de Savana Parque e reboleiras de Savana Arbórea Aberta. Uso dapastagem natural mais pastagem plantada para pecuária extensiva.

O geossistema Vão das Almas é constituído por rochas do Grupo Araí, Formação Arraias,localizadas em um baixo estrutural, constituído por um dobramento sinclinal.

A litologia é representada predominantemente por quartzitos médios a grosseirosfeldspáticos, ortoquartzitos, metassiltitos, filitos, quartzitos micáceos laminados com níveis deconglomerado. Localmente tem-se a presença de metavulcânica ácidas, metabasaltos emetadiabásios. Ocorrem ainda lentes de conglomerado basal.

Como possibilidades metalogenéticas atribuídas ao geossistema, registra-semineralizações auríferas e rutilo em veios de quartzo, veios de barita e ametista relacionados aquartzitos e cobre em rochas máficas.

Geossistema 26 – Depressão do Rio Claro

Embutido entre os relevos alçados do Complexo Montanhoso Araí-Nova Roma-Veadeiros,situado na parte oeste da região, possui altitude média de 500 m. Forma uma área homogêneade forma ovalada, drenada pelos médio e baixo cursos do rio Claro. Seu piso encontra-se emlitologias do Complexo Goiano, estando dissecado predominantemente em forma de topoconvexo (geofácies b), com moderada densidade de canais de drenagem e declives de 3 a 8%recoberto por material detrítico pedregoso.

Na sua parte central e junto às escarpas da Chapada dos Veadeiros, desenvolve áreas derelevo de topo tabular (geofácies a), com fraca a moderada densidade de drenagem e declivesde 0 a 3%.

Pequenas áreas dissecadas em forma de topo aguçado junto ao rio Claro (geofácies d)apresentam densidade de drenagem forte e declives de 8 a 20%.

Junto ao rio Tocantinzinho, penetrações da depressão apresentam-se em forma de topotabular com moderada densidade de canais de drenagem e declives de 0 a 3%.

Ocorrem solos Latossolo Vermelho-Escuro, Cambissolo e solos Litólicos.

Os Latossolos Vermelho-Escuros (geofácies b) são álicos (geofácies b) e álicos edistróficos (geofácies a), de baixa fertilidade natural, profundos e muito profundos, texturaargilosa e relevo plano e suave ondulado.

Os Cambissolos (geofácies c) ocupam grande extensão na unidade, são álicos (saturaçãopor alumínio � 50%), cascalhentos e não-cascalhentos, concrecionários e não-concrecionários,pouco profundos, textura argilosa e relevo suave ondulado e plano. Os solos Litólicos(geofácies d) são álicos, cascalhentos, podendo apresentar fase pedregosa, textura média erelevo ondulado e forte ondulado.

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Apresenta fisionomias campestres parcialmente arborizadas de Savana Arbórea Aberta eSavana Parque. Uso atual para pecuária extensiva em pastos naturais e plantados.

A geologia do geossistema em questão é representada por rochas de idade arqueana, doComplexo Goiano.

A litologia é bastante variada, apresentando principalmente: migmatitos, microgranitos,biotita granitos, granodiorito-gnaisses, tonalitos, xistos, anfibolitos, rochas calcossilicatadas,milonitos, cataclasitos e metabasitos.

O potencial mineral inclui possibilidades de ocorrerem mineralizações de estanho, ouro,nióbio e terras-raras.

Região IX – Faixas Aluviais

Esta região constitui uma unidade especial, por estar relacionada com a dinâmica fluvial,provocando simultaneamente erosão, transporte e acumulação.

Compreende áreas aluviais distribuídas ao longo das principais drenagens da área.Devido à escala do mapeamento somente foram cartografadas áreas que apresentamdimensões compatíveis, embora essa região ocorra, ao longo da rede de drenagem, embutidaem todas as regiões geoambientais. Sobressaem, portanto, as áreas aluviais relacionadas àbacia do alto curso do rio Paranã, e ao longo desse rio a área entre a foz do rio Bezerra e a fozdo rio da Prata.

Abrange o geossistema 27 – Várzeas e Terraços Aluviais.

Geossistema 27 – Várzeas e Terraços Aluviais

Constituído pelas áreas aluviais mapeáveis nesta escala, ligadas à dinâmica fluvial do rioParanã e seus tributários do alto curso.

Composto por depósitos holocênicos que constituem planícies e terraços fluviais,localizando-se ao longo do leito do rio Paranã, quando seu leito drena áreas da Depressão doVão do Paranã (geofácies c). A geofácies b encontra-se ao longo do baixo curso do rioBezerra. A geofácies a distribui-se ao longo das cabeceiras de drenagem posicionadas nogeossistema Vertentes da Serra Geral de Goiás.

Esses depósitos recentes são compostos em sua quase totalidade por areias finas amédias, que formam áreas planas resultantes de acumulação fluvial. Alguns cursos de águaapresentam leito seco preenchido por material rochoso trabalhado.

Todos os rios da região possuem um alto gradiente de vazão, entre cheia e vazante. Noperíodo das cheias as águas extravasam os limites da calha fluvial e passam a depositarsedimentos e humos nas planícies e terraços, que chegam a ter 750 m de largura.

Desenvolvem-se neste geossistema os solos Gleissolo e os solos Aluviais.

Os Gleissolos (geofácies a) são álicos (alta saturação por alumínio), hidromórficos,profundos, textura média, e se encontram sob relevo plano. Localizam-se a leste da regiãonordeste nas várzeas e terraços aluviais. Os solos Aluviais (geofácies b, c) ocorrem nas

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planícies do rio Paranã e afluentes. São eutróficos (alta saturação por bases), profundos, detextura indiscriminada e relevo plano.

Na geofácies a, a vegetação é de Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa comfloresta-de-galeria, tipo paludosa, onde ocorrem as pindaíbas xilopia sp. e buritis Maurítia spp.,em geral configurando formosas veredas. Nas geofácies b, c, áreas de Floresta EstacionalSemidecidual Aluvial alternam-se com fisionomias de Savana, as primeiras ocupando osterraços mais antigos. O uso atual destaca a utilização das áreas campestres para pastoreioextensivo, pastagem plantada e localizadamente agricultura, a exploração de madeira tambémé usual.

Representado por depósitos quaternários, preenchem as calhas fluviais e se estendempelas planícies de inundação e terraços.

São sedimentos de natureza carbonática e terrígena, compõem-se principalmente deareias, cascalhos, silte e argilas transportadas como carga de fundo ou depósitos nas barrasde meandros, em suspensão ou ainda como depósitos híbridos de deflação nas depressõeslocais. Os depósitos das planícies de inundação, por efeito de transbordamento dos rios nosperíodos de cheia, são, nas raras incidências, de espessura e extensão lateral reduzidas, emrazão da baixa precipitação anual e o conseqüente afastamento dos cursos fluviais de seusperfis de equilíbrio.

Este geossistema ocorre por toda a área, embora nem sempre seja cartografável.Algumas aluviões são fontes de ouro, cassiterita e diamante, nas quais é comum a atividadegarimpeira, como ocorre nos rios Maranhão, São Félix, Traíras e do Carmo no Município deCavalcante, além de outros rios e córregos nos Municípios de Nova Roma, Monte Alegre deGoiás, Teresina de Goiás, Colinas do Sul e Posse.

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Zoneamento Agroecológico

O Zoneamento Agroecológico tem como objetivo fornecer subsídios ao Governo doEstado, com a finalidade de possibilitar o estabelecimento de normas de ação para odesenvolvimento da região nordeste do Estado de Goiás, com base em análise conjunta dosrecursos naturais das diferentes unidades de paisagem, proporcionando a integração dessaregião ao processo produtivo de maneira mais racional, contribuindo para o ordenamento ereordenamento das atividades, sem promover a degradação ambiental.

Este trabalho, resultado do inter-relacionamento de informações dos recursos naturais,considera a potencialidade da terra e os riscos de usos, visando a estabelecer uma hierarquiana utilização destes recursos.

Para a execução do Zoneamento Agroecológico, tomou-se como referencial o PotencialGeoambiental que, correlacionado com informações de Aptidão Agrícola das Terras e dadoscomplementares de clima (Capítulo 2.1) e risco ambiental (de natureza antrópica e/ou natural),objetivou espacializar unidades ambientais para análise, avaliação e recomendação de uso.Com a interação destes fatores foram definidas as recomendações de categorias de uso quemelhor respondem à potencialidade da terra com menor risco ambiental, considerando quesejam adotados os procedimentos técnicos necessários.

Para a região nordeste do Estado de Goiás, o Zoneamento Agroecológico engloba asseguintes categorias de uso: a) Atividades Agrícolas: cultura anual, cultura perene, pastagemplantada e florestamento/reflorestamento; b) Áreas e Atividades de Conservação: pastagemnatural, manejo sustentado de floresta e extrativismo vegetal; e c) Áreas de Preservação.

Para as unidades de mapeamento foram indicadas até 3 (três) recomendações de usos,em virtude das unidades de solos/aptidão agrícola serem constituídas de associações de até 3(três) componentes. A primeira recomendação está sempre relacionada ao solo dominante,que ocupa maior extensão (> 50%) na unidade, sendo as segunda e terceira recomendaçõesrelacionadas aos solos subdominantes que ocupam menores extensões (20 a 30%) daunidade. Resultaram para cultura anual 6 (seis) unidades de mapeamento, CA1 a CA6; paracultura perene, 8 (oito) unidades, CP1 a CP8; para pastagem plantada, 10 (dez) unidades, PP1a PP10; 9 (nove) unidades para pastagem natural, PN1 a PN9; e, para preservação, 9 (nove)unidades de mapeamento, PE1 a PE9.

No julgamento da aptidão agrícola, basicamente, terras aptas para culturas anuais (ciclocurto) o são também para culturas perenes (ciclo longo), consideradas menos exigentes após oprimeiro ano de implantação das lavouras. As terras consideradas aptas para lavouras (anuaise perenes) o são também para o uso agrícola menos intensivo (pastagem plantada,florestamento/reflorestamento) e, eventualmente, para usos conservacionistas e pastagemnatural, manejo sustentado de floresta e extrativismo vegetal.

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As atividades conservacionistas, Manejo Sustentado de Floresta e Extrativismo Vegetal,foram sugeridas para áreas que apresentam vegetação de Floresta e fisionomias de Savana,respectivamente, abrangendo toda a área, não constituindo unidades de mapeamento.

Foram sugeridas 2 (duas) áreas para Proteção (Ecossistema Aroeira e EcossistemaVeredas-Terra Ronca), representada no mapa por ornamentos (mapa anexo).

Atividades Agrícolas

Correspondem a atividades relacionadas ao aproveitamento da terra com fins agrícolascomo: o uso com cultura anual, cultura perene, pastagem plantada eflorestamento/reflorestamento, de maneira racional, capazes de assegurar a manutenção ou oganho de produtividade a nível comercial ou de subsistência quando adequadamentemanejados.

Caracterização das Áreas para Culturas Anuais

Compreendem áreas (Figura 37) constituídas de solos não hidromórficos, eutróficos(saturação por base � 50%, devido aos altos teores de Ca++ + Mg++), distróficos (saturação porbases e alumínio < 50%) e álicos (saturação por alumínio � 50%). Os eutróficos s ãorepresentados, em sua maioria, por solos Podzólico Vermelho-Escuro e Podzólico Vermelho-Amarelo não-latossólico e latossólico, com textura média e argilosa na parte superficial eargilosa a muito argilosa na parte superficial e solos Aluviais textura indiscriminada, osdistróficos e álicos, por Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo e Cambissoloapresentando textura argilosa e muito argilosa.

Estes solos apresentam boas propriedades físicas, ausência de cascalhos,pedregosidade e rochosidade, boa drenagem, são profundos e situados em relevo plano esuave ondulado, que lhes conferem condições favoráveis ao pleno uso agrícola.

Na classificação da aptidão agrícola os Podzólicos eutróficos se enquadram na classe 2abc –Terras que apresentam classe de aptidão Regular para lavouras nos níveis de manejo A, B eC; os Latossolos Vermelho-Escuros distróficos e Latossolos Vermelho-Amarelos distróficosclasse 2(a)bc – Regular para lavouras nos níveis de manejo B e C e restrita no nível A; osLatossolos Vermelho-Escuros e Vermelho-Amarelos álicos na classe 2(ab)c – Regular paralavouras no nível de manejo C e Restrita nos níveis A e B; e parte dos solos Aluviais eutróficose Latossolos Vermelho-Amarelos álicos na classe 3(abc) – Restrita para lavouras nos níveis demanejo A, B e C.

São terras que no seu estado natural possuem muito fraco até fraco a moderado riscos deerosão e quando utilizadas exigem nível baixo a médio de emprego de práticasconservacionistas, com o uso de técnicas simples e intensivas de controle, como medidapreventiva para sua conservação. Dentre as práticas de manejo podemos citar: preparo corretodo solo (mantendo a infiltração natural do solo); cultivo mínimo (evitando a pulverizaçãoexcessiva da camada superficial e compactação com o uso intensivo de máquinas pesadas);não fazer o preparo do solo no sentido do declive (morro abaixo); plantio direto; manejo dosrestos culturais; rotação de culturas; consorciação de culturas; enleiramento em nível;

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descompactação do solo; subsolagem; cultura de cobertura; culturas em faixa; cordões devegetação permanente; alternância de capinas; ceifa do mato; faixa de bordadura; quebra-ventos; distribuição racional dos camoinhos e carreadores; plantio em contorno; terraceamento;adubação verde (as leguminosas mais utilizadas como adubo verde nos cerrados são: amucuna-preta, a crotalária, o feijão-de-porco, o feijão-grande e a mucuna-anã); canaisescoadouros; controle do fogo; adubação orgânica (os principais adubos orgânicos disponíveisna região dos cerrados são: resíduos bovinos, resíduos vegetais, adubos verdes e algunsresíduos industriais e industrializados).

Quanto à mecanização, estas terras foram enquadradas na classe Boa, isto é, permitemem qualquer época do ano o emprego de todos os tipos de máquinas e implementos agrícolas,ordinariamente utilizados.

Os solos eutróficos possuem regular reserva de nutrientes disponíveis às plantas,havendo, entretanto, escassez em outros nutrientes (P, K, N, S, B e Zn), precisando de adiçõescomplementares desses elementos; já os álicos e distróficos possuem muito baixa a baixareserva de nutrientes disponíveis às plantas constituindo um fator limitante ao uso agrícola,necessitando, portanto, de adições de nutrientes em grandes quantidades, além da aplicaçãode corretivo (calcário).

Para a obtenção de maiores produtividades de culturas anuais em solos ácidos, énecessário a correção do pH a valores entre 5,5 e 6,0. A correção desses solos com calcário,além de fornecer cálcio e magnésio, favorece o aproveitamento mais eficiente pelas plantas defertilizantes adicionados ao solo. Deve-se dar preferência à utilização de calcários dolomíticosem solos dessa região. Caso tenham sido utilizados calcários calcíticos, deve-se adicionar aosolo adubos que contenham magnésio. Como práticas de melhoramento da fertilidade devemser usadas adubação verde, adubação orgânica (incorporação de esterco, uso de tortasdiversas, incorporação de restos vegetais), adubação química (NPK + micronutrientes), rotaçãode cultura e cobertura morta. A simples elevação da fertilidade do solo, mediante aplicação decorretivos e fertilizantes, não significa que o solo tem garantido seu potencial produtivo. Ascaracterísticas físicas que impliquem a retenção de água, permeabilidade, aeração eprofundidade, espaço radicular e erodibilidade assumem papel decisivo na capacidadeprodutiva do solo.

A deficiência de água nesta área (5 a 6 meses secos) e a ocorrência de veranico (item –Clima) constituem uma das maiores limitações ao uso agrícola; práticas de irrigaçãosolucionam este problema além do manejo dado ao solo, manejo este que deve ser feito comos seguintes objetivos: 1) eliminar os fatores que inibem o crescimento normal das raízes(baixa fertilidade natural, alta percentagem de saturação por alumínio e baixo teor de cálcio) e,com isso, permitir à cultura explorar um volume maior de solo e, consequentemente, extrairmais água durante os períodos secos; 2) aumentar a quantidade de água disponível no solo; 3)evitar que apareçam restrições físicas ao desenvolvimento das raízes; e 4) melhorar ascondições globais do solo através de um manejo que combine as formas anteriores.

Na classificação de terra para irrigação a grande maioria dos solos se situa na classeBoa. No entanto, são recomendáveis algumas práticas de manejo que favorecem a umidadedisponível nas terras, tais como cobertura morta, plantio em faixas ou construções de cordões,plantio direto, ajustamento dos cultivos à época das chuvas e, principalmente, seleção deculturas adaptadas às condições climáticas locais.

Ocorrem também nesta unidade áreas constituídas de solos hidromórficos, representadaspelos Plintossolos e os Gleissolos, sendo distróficos (baixa saturação por bases de alumínio) eálicos (alta saturação por alumínio). São imperfeitamente drenados a muito mal drenados, emsua grande maioria com textura indiscriminada, relevo plano a suave ondulado, sujeito ao

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regime de inundação periódica de curta duração e excesso de água por oscilação do lençolfreático próximo à superfície no período chuvoso.

Quanto à aptidão agrícola das terras, estes solos se enquadram nas classes 3(abc) –Terras que apresentam classe de aptidão Restrita para lavouras nos níveis de manejo A, B e Ce 3(ab) – Restrita para lavouras nos níveis de manejo A e B. Desaconselháveis no nível C.

Possuem muito baixa a baixa reserva de nutrientes disponíveis às plantas.

Parte destes solos são cascalhentos e apresentam petroplintitas nos horizontessubsuperficiais (endoconcrecionários).

Possuem como fatores limitantes à utilização agrícola os riscos anuais de inundação, aoscilação do lençol freático que está próximo à superfície (caso dos Gleissolos), a baixafertilidade natural e a deficiência hídrica no período seco do ano.

Há inviabilização do uso desta área com culturas perenes, podendo ser usadas comculturas anuais (principalmente arroz) adotando sistema de irrigação por inundação, práticaadotada nas proximidades de Flores de Goiás.

Os riscos de erosão desta área são controláveis com práticas conservacionistas simples.

Vários fatores indicam a viabilidade de atenuar ou não a limitação pelo excesso de água,como drenagem interna do solo, condições climáticas, topografia do terreno e exigências dasculturas. A construção de vales e desobstrução dos drenos naturais são práticas simples e dãobons resultados. Existem áreas em que são necessários estudos mais específicos e exigemtrabalhos intensos de drenagem para remover excesso de água.

Quanto às práticas de melhoramento à fertilidade e controle à erosão, podem serindicadas algumas citadas para as áreas anteriores, dependendo das circunstâncias.

Constituem 6 (seis) unidades de mapeamento, de CA1 a CA6.

Ocupam uma área aproximada de 7.175 km2, correspondendo a 18,5% da área totalmapeada.

Indicação das Variedades das Principais Culturas Anuais

- Variedades mais plantadas: Emgopa 301, Cristalina e Doko.

- Variedades resistentes ao cancro da haste da soja: Emgopa 302, Emgopa 304, FT-Estrela,Emgopa 305 e FT-Seriema.

- As variedades de ciclo precoce favorecem a sucessão com o trigo.

A Chapada dos Veadeiros possui grande potencial para produção de sementes de soja(especialmente), trigo e batata-inglesa, que podem suprir não somente a região nordeste deGoiás, mas também outras partes do estado.

A cultura da soja na Chapada dos Veadeiros apresenta comportamento climáticosemelhantes à soja produzida no sul e sudoeste de Goiás, já a soja do Vão do Paranãapresenta comportamento climático semelhante à produzida no norte de Goiás e sul do Estadodo Tocantins (Projeto Rio Formoso).

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Quadro 8

VARIEDADES DE SOJA INDICADAS PARA A CHAPADA DOS VEADEIROS

CICLO PRECORE

(até 120 dias)

CICLO MÉDIO

(120-135 dias)

CICLO TARDIO

(> 135 dias)

Emgopa 302Emgopa 304Eureka

IAC – 8FT – 11FT - Estrela

Emgopa 301Emgopa 305Emgopa 306Emgopa 307CristalinaCanaranaParanagoianaFT-SeriemaDokoNova IAC – 7UFV – 5

FONTE: EMGOPA (Informação Verbal).

Quadro 9

VARIEDADES DE SOJA INDICADAS PARA O VÃO DO PARANÁ

CICLO MÉDIO

(120-135 dias)

CICLO TARDIO

(> 135 dias)

IAC – 8DokoEmgopa 305AruanãCariri

FONTE: EMGOPA (Informação Verbal).

Para o Vão do Paranã não há adaptação de variedades de ciclo curto.

Quadro 10

VARIEDADES DE MILHO INDICADAS

VARIEDADESHÍBRIDAS

VARIEDADESNÃO-HÍBRIDAS

Emgopa 502BR 201Cargil (várias)Agroceres (várias)Emgopa 501

Emgopa 503 (1)(milho branco)

FONTE: EMGOPA (Informação Verbal). (1) Lançamento previsto para safra 91/92.

As sementes híbridas da Cargil e da Agroceres são as mais indicadas.

- A variedade BR-201 é indicada para uso com aplicação de baixa tecnologia.

- A variedade Emgopa 501 é indicada para silagem.

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Quadro 11

VARIEDADES DE ARROZ INDICADAS

ARROZ DE SEQUEIRO

Ciclo Curto Ciclo MédioARROZ IRRIGADO(por inundação)

IAC – 25IAC – 164IAC – 165Guarani

Rio ParanaíbaAraguaiaIAC – 47Cuiabana

Metica 1AliançaCica 8 (1)

FONTE: EMGOPA (Informação Verbal).(1) Variedade tolerada para várzea úmida, por falta de outra.

- As variedades de ciclo médio são indicadas para os chapadões (Latossolos) de Alto Paraísoe São João d’Aliança.

- A variedade Guarani é a mais plantada de ciclo curto.

- As variedades Rio Paranaíba e Araguaia são as mais plantadas de ciclo médio.

Quadro 12

VARIEDADES DE FEIJÃO INDICADAS

VARIEDADESPREFERENCIAIS

(1ª Opção)

VARIEDADESTOLERANTES(2ª OPÇÃO)

CariocaEmgopa 201 – ouro (cor creme)

Emgopa 202 – Rubi (roxo-claro)

Rico 23 (preto)Jalo EEP-558 (cor creme)

CNF 0010 (roxo)

Carioca 80

FONTE: EMBRAPA/CNPAF (Informação Verbal).

- As variedades Carioca e Emgopa 201 – ouro são as mais plantadas.

Caracterização das áreas para culturas perenes

O alto potencial erosivo dessas áreas conduziu à opção prioritária de uso com culturaspermanentes (Figura 37), visto as mesmas requererem uma menor mobilização do solo e,geralmente, proporcionarem um maior recobrimento da superfície (depois de formada). Mesmosendo usada com culturas perenes, é imprescindível a adoção de práticas conservacionistas apartir do primeiro ano, pois o relevo, a diferença textural acentuada entre os horizontes e/ou apequena profundidade propiciam o processo erosivo.

São constituídas de Podzólicos Vermelho-Escuros e Podzólicos Vermelho-Amareloseutróficos e distróficos, com textura superficial média a argilosa e subsuperficial argilosa amuito argilosa, sob relevo suave ondulado e ondulado, apresentando risco de erosão

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moderado a forte; Cambissolos álicos, distróficos e eutróficos, com textura argilosa sob relevoplano e ondulado, apresentando risco de erosão moderado até moderado a forte; e LatossolosVermelho-Amarelos álicos e distróficos, com textura média em relevo plano e suave ondulado,com risco de erosão fraco a moderado. Nestes solos a presença de B latossólico, maiorprofundidade, ausência de gradiente textural e acentuada drenagem, lhes dão umcomportamento distinto dos outros solos (Podzólicos), fazendo com que possuam uma baixasuscetibilidade à erosão superficial (laminar), devido a suas características de baixo grau dedispersão das partículas e de sua elevada permeabilidade. Porém, uma vez rompida a camadasuperficial, há o desencadeamento do processo erosivo em profundidade (voçoroca). Emcondições naturais, os Latossolos são bem resistentes às chuvas moderadas que nãoprovoquem a concentração de enxurradas, mas, uma vez havendo concentração de água(fortes enxurradas) e se rompendo a camada superficial, esses solos são facilmente erodíveis.

Ocorrem em parte dos Podzólicos e Cambissolos a presença de cascalhos emquantidade significativa (20 a 50% do volume da massa do solo) e/ou petroplintitas, materialproveniente da plintita, que sob efeito de ciclos repetidos de umedecimento e secagem sofreuconsolidação irreversível.

Na classificação da aptidão agrícola das terras os solos destas áreas se enquadram nasclasses 2ab(c), 2a(bc), 2(ab)c, 3(abc) e 3(bc).

2ab(c) – Terras que apresentam classe de aptidão Regular para lavouras nos níveis demanejo A e B e Restrita no nível C (correspondem aos Podzólicos Vermelho-Escuros eutróficose Podzólicos Vermelho-Amarelos eutróficos; 2a(bc) – Regular para lavouras no nível A eRestrita nos níveis B e C (Cambissolos eutróficos); 2(ab)c – Regular para lavouras no nível C eRestrita nos níveis A e B (Cambissolos distróficos e álicos); 3 (abc) – Restrita para lavouras nosníveis de manejo A, B e C (Podzólicos Vermelho-Amarelos distróficos); 3(bc) – Restrita paralavouras nos níveis de manejo B e C, sendo desaconselháveis no nível A (LatossolosVermelho-Amarelos álicos e distróficos).

Os solos eutróficos (saturação por bases � 50%) possuem média a alta reserva denutrientes disponíveis às plantas; os álicos (saturação por alumínio � 50%) e distróficos(saturação por bases e alumínio < 50%) possuem muito baixa a baixa reserva de nutrientesdisponíveis às plantas, sendo a fertilidade para esses solos um dos fatores limitantes ao usoagrícola, havendo necessidade do uso de fertilizantes e corretivos.

O déficit hídrico constitui outro fator limitante ao uso agrícola, sendo mais acentuado nossolos que possuem alta permeabilidade, consequentemente baixa retenção de umidade, comoé o caso do solo Latossolo Vermelho-Amarelo textura média, sendo este fator agravado peloveranico que sempre ocorre nesta região (item – Clima).

Na classificação de terras para irrigação (item – Terras para Irrigação) se situam naclasse Regular (Podzólicos e Cambissolos) e Restrita (latossolos).

Quanto à mecanização (item – Terras para Mecanização), os solos que ocorrem nestasáreas se enquadram nas classes Boa e Regular, sendo que na Regular não permitem oemprego de máquinas ordinariamente utilizadas durante todo o ano, pois ocorrem em relevoondulado (8 a 20% de declive) ou em topografia mais suave, no caso dos solos poucoprofundos, que podem apresentar cascalhos e/ou petroplintitas no volume da massa do soloem quantidades significativas.

As práticas de melhoramento, quanto à fertilidade e déficit hídrico, são as mesmasindicadas para culturas anuais em função da situação que se encontra a área ou do tipo decultura que se pretende instalar.

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Em relação à erosão, cuidados maiores devem ser tomados, visto que essas áreaspossuem relevo mais movimentado em relação às áreas indicadas para culturas anuais. Emvista disso, quando utilizadas, requerem a adoção intensiva de práticas conservacionistas,como a construção de terraços especiais em patamar, banquetas individuais, cordões emcontorno, diques, interceptadores (obstáculos) e controle de voçorocas.

Constituem 8 (oito) unidades de mapeamento, de CP1 a CP8.

Ocupam 2.056 km2 da área, correspondendo a 5,3% do total mapeado.

Indicação de Variedades para Culturas Perenes

De uma maneira geral, climaticamente a área indicada para estes fins apresentacondições favoráveis para o desenvolvimento da fruticultura e da cafeicultura, desde que sejamobservadas as exigências de cada cultura e suas variedades correspondentes, para evitarinsucessos, com implantação de culturas com variedades não adaptadas às condições reais daárea (solo, clima e altitude).

- Para a Chapada dos Veadeiros (EMGOPA, Informação verbal).

Manga: Tommy atkins, Keit e Van dykeFigo: Roxo de ValinhoPêssego: Talismã e Rei da ConservaAbacate: Fortunas, Geada, Turco e PollockLaranja (para fins industriais): Pêra, Valencia, Natal e HamlimLaranja (para consumo natural): Pêra, Westin, Baianinha, Valencia, Natal e PiralimaTangerina: Poncã e CravoLimão: Taiti e Galego

Outros tipos de frutas, como jabuticaba, banana, goiaba, mamão e mesmo algumasdestas acima mencionadas, se prestam para ser utilizadas no restante da área, desde quesejam observadas suas exigências quanto ao clima, solo e altitude.

Quanto ao café é indicada a espécie Coffea arabica, variedades Catuaí e Mundo Novopara a Chapada dos Veadeiros, especialmente nos Municípios do Alto Paraíso de Goiás,Cavalcante, São João d’Aliança e parte do Município de Nova Roma (SAGRIA-GO, informaçãoverbal). A variedade Catuaí apresenta maiores produções nas primeiras safras, possuindo,entretanto, menores exigências nutricionais. A variedade Mundo Novo possui menor produçãonos primeiros anos, no entanto é mais exigente em relação às propriedades do solo. A partirdos 10 anos a produção de ambos se equiparam.

Segundo estudos elaborados pelo extinto IBC, sobre um zoneamento para a cultura docafé (IBC, 1977), a espécie Coffea arabica possui as seguintes exigências:

- altitude: aproximadamente 750 m.- precipitação pluviométrica > 1.200 mm.- temperatura média anual: 18º-23ºC (apta) e entre 19º-22º (ideal)- déficit hídrico: suporta até 150 mm.

De acordo com este estudo, todos os municípios da Microrregião Vão do Paranã seencontram fora da área indicada para a espécie Cofrea arabica.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 141

Conforme este zoneamento, a espécie Coffea canephora, denominada Café robusta,variedade Conilon, é adaptada para temperaturas mais altas e áreas de menores altitudes,possuindo as seguintes exigências:

- temperatura média anual: 22º-26ºC.- déficit hídrico < 200 mm (apto); entre 200-400 mm (marginal) e > 400 mm (inapto).

Para esta espécie são aptas as áreas situadas ao sul do Estado de Goiás.

A região nordeste não possui aptidão para esta espécie, muito provavelmente devido aodéficit hídrico, sendo aconselhável que as empresas de pesquisas realizem estudos naMicrorregião Vão do Paranã, com o objetivo de detectar áreas aptas à implantação do Coffeacanephora.

Como pode ser observado na Tabela 21, o café possui produtividade em torno de umatonelada/ha nos Municípios de Cavalcante, Alto Paraíso de Goiás e São João d’Aliança para oano de 1989, enquanto que nos Municípios de São Domingos e Posse a produtividade é de400 e 500 kg/ha, respectivamente, o que demonstra o acerto deste estudo referente aozoneamento do café, não indicando estas áreas para a cafeicultura.

Caracterização das áreas para pastagem plantada

Compreendem áreas que apresentam características desfavoráveis ao uso agrícola comlavouras, ora pelas características físicas e morfológicas dos solos, ora pela feição do relevo,ou simultaneamente; sendo representadas por solos Litólicos, Cambissolos, PodzólicosVermelho-Escuros, Podzólicos Vermelho-Amarelos e Petroplínticos. São álicos, distróficos eeutróficos, bem e moderadamente drenados, rasos e pouco profundos, textura superficialmédia a argilosa e subsuperficial argilosa, sob relevo que varia de suave ondulado a forteondulado, com grande parte apresentando os caracteres cascalhentos e concrecionários e fasepedregosa. Nos Petroplínticos, devido à alta concentração de concreções, a textura foidenominada indiscriminada. Também fazem parte dessas áreas os Latossolos Vermelho-Amarelos álicos de textura média e Areias Quartzosas álicas e distróficas, acentudamente eexcessivamente drenadas, profundas a muito profundas, sob relevo plano a suave ondulado.

O impedimento de uso à mecanização (pela presença abundante de cascalhos e/oupetroplínticos, profundidade do solo, ou pelo relevo movimentado ou associados), asuscetibilidade à erosão (devido ao relevo movimentado ou pela pequena profundidade dossolos ou ainda pela textura arenosa ou associados) e a baixa fertilidade natural (para os álicose distróficos) constituem os fatores mais limitantes ao uso agrícola, aliados ao déficit hídrico (5a 6 meses secos).

Esta unidade necessita de cuidados especiais de práticas de manejo de solos, em casode serem usadas com lavouras; como atividade agrícola as pastagens são as mais indicadas,pois não necessitam de todas as etapas que são necessárias para condução e manutenção deuma lavoura e também são eficientes no controle da erosão quando bem manejadas,oferecendo uma boa cobertura ao solo.

Quanto à aptidão agrícola das terras esta unidade está enquadrada como 4p e 4(p) –Terras que apresentam classe de aptidão Regular e Restrita, respectivamente, para PastagemPlantada. Desaconselháveis para lavouras nos níveis de manejo A, B e C.

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Os solos eutróficos (saturação por bases � 50%) possuem média a alta fertilidade naturale os álicos e distróficos (saturação com alumínio � 50% e saturação de bases e alumínio <50%) contêm muito baixa a baixa fertilidade natural.

Referente à fertilidade natural e ao déficit hídrico, há que se considerar que existem váriasespécies de forrageiras que são adaptadas aos mais diversos tipos de solos, com as maisdiversas exigências nutricionais e condições climáticas; no entanto, é sabido que o uso defertilizantes e corretivos eleva a produção das pastagens, consequentemente eleva o potencialpara produção animal. As Tabelas 4, 5 e 6 mostram as exigências nutricionais e hídricas dealgumas forrageiras.

Constituem 10 (dez) unidades de mapeamento, de PP1 a PP10.

Abrangem 7.563 km2, correspondentes a 19,5% da área total mapeada.

Caracterização das áreas para florestamento / reflorestamento

Compreendem áreas constituídas de Latossolos Vermelho-Amarelos e Areias Quartzosassob relevo plano e suave ondulado.

Os Latossolos Vermelho-Amarelos são álicos (saturação por alumínio � 50%) e distróficos(saturação por bases e alumínio < 50%), fortemente drenados, muito profundos e de texturamédia, ocorrendo próximo à borda da Serra Geral de Goiás. Possuem muito baixa a baixareserva de nutrientes disponíveis às plantas, alta permeabilidade a consequentemente baixaretenção de umidade. A alta deficiência hídrica é acentuada pela baixa precipitaçãopluviométrica. Essa limitação ocorre de modo mais marcante no ano de implantação da cultura;após o enraizamento das mesmas estas condições são atenuadas. As condições de relevo,profundidade, morfologia, ausência de cascalhos, calhaus e matacões favorecem as práticasagrícolas. O florestamento/reflorestamento, indicados para esta área, objetiva proteger o solocontra os processos erosivos que são acentuados na borda do Chapadão Central. Apresentamclasse de aptidão agrícola 5n – Regular para silvicultura.

As Areias Quartzosas são distróficas, excessivamente drenadas, muito profundas,apresentando textura arenosa (areia e areia franca). Praticamente não possuem capacidade dereter os elementos nutritivos adicionados, quer pela sua baixa capacidade de troca de cátionsou pela sua alta permeabilidade, havendo uma percolação muito rápida da água. Apresentamforte predisposição à erosão; após iniciar o processo erosivo o controle é muito difícil. Asprincipais limitações destas áreas são o déficit hídrico, fertilidade natural baixa e altos teores deareia. Há necessidade de instalação de unidades experimentais com fins de avaliar a realadaptação de espécies vegetais de florestamento. Apresentam classe de aptidão agrícola 5(n)– Restrita para silvicultura.

Ocupam aproximadamente 427 km2, equivalendo a 1,1% da área mapeada.

Indicação de manejo e espécies

Apesar das dificuldades encontradas, a racionalização desta atividade na região nordestedo Estado de Goiás pode contribuir decisivamente para sua pretendida redenção econômica.

A indicação específica de áreas para a execução desta atividade não exclui apossibilidade de sua exiguidade nas áreas recomendadas para usos mais intensivos(Atividades Agrícolas), tornando-se mera decisão econômica.

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Os programas de reflorestamento/florestamento devem visar a diferentes objetivos, comoos de: produzir madeira para serraria, construções rurais, celulose, lenha, carvão, etc.; protegeras bacias hidrográficas regulando regimes de rios, reduzindo e atenuando efeitos deenchentes, erosão e assoreamento; produzir forragem perene para o gado, sob a forma defolhas ou frutos; enriquecer com espécies adequadas as áreas que se prestam paraextrativismo vegetal, além do objetivo paisagístico e de abrigo para a fauna, entre outros.

Por sua vez, os sistemas silviculturais a serem adotados também podem ser variados,ficando na dependência de experimentação e viabilidade econômica, podendo ser:

- plantios puros em talhões homogêneos;- plantios mistos ou em consorciação;- plantios em bosquetes (puros ou mistos); e- plantios de enriquecimento em capoeira ou matas degradadas, etc.

Para um reflorestamento econômico há a necessidade de se escolher o local certo, aespécie mais apropriada, empregando-se sementes ou material propagativo de qualidade epráticas silviculturais racionais. Em geral, deve-se dar preferência a solos profundos, evitando-se terrenos que, à pouca profundidade, se apresentam com horizontes duros ou compactadose que dificultariam o enraizamento. Para plantios com exóticas nas áreas de cerrado em geral,a adubação pelo menos na fase inicial é imprescindível. Fertilização à base de fosfatos, emdosagens adequadas, faz aumentar substancialmente a produção.

Tabela 4

Comparação entre nove gramíneas forrageiras tropicais, quanto à tolerância a A� eexigência em P e Ca para a fase de estabelecimento

EXIGÊNCIA (2)ESPÉCIE

TOLERÂNCIAA A� (1) Em P Em Ca

Brachiaria humidicola 1 1 1

Andropogon gayanus 1 2 2

Melinis minutiflora 1 2 2

Brachiaria decumbens 1 2 2

Brachiaria brizantha ... 2 2

Panicum maximum 1 3 ...

Hyparrhenia rufa 2 3 ...

Pennisetum purpureum 2 3 ...

Cenchrus ciliaris 3 ... ...

FONTE – Spain & Andrew (s.d.) e Salinas & Delgadillo, citados por Sanchez & Salinas (1982), CIAT (1977, 1982);Siqueira et al. (1980) e Salinas & Delgadillo, citados por Sanchez & Salinas (1982), apud Carvalho (1985).

NOTA – Sinal convencional utilizado:

... Dado numérico não disponível.

(1) Tolerância a A�:1 = alta; 2 = média; e 3 = baixa. (2) Exigência em P e Ca:1 = baixa; 2 = média; e 3 = alta.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 144

Tabela 5

Comparação entre treze leguminosas forrageiras tropicais, quanto à tolerância a A� e Mne exigências em P e Ca para a fase de estabelecimento

TOLERÂNCIA EXIGÊNCIA (2)ESPÉCIE A A� (1) A Mn (2) Em P (2) Em Ca (2)

Stylosanthes capitata 1 1 1 1 e 2

Lotononis bainesii 1 1 1 1

Stylosanthes guianensis 1 1 1 1

Centrosema pubescens 1 1 2 2

Galactia striata 1 ... 2 2

Desmodium ovalifolium 1 1 2 2

Calopogonium mucunoides 1 1 2 2

Pueraria phaseoloides 1 1 2 2

Macroptilium atropurpureum 1 3 2 2

Desmodium uncinatum 2 2 2 2

Desmodium intortum 2 2 2 2

Leucaena leucocephala 2 2 2 2

Neonotonia wightii 3 3 2 3

FONTE – CIAT (1977, 1982); EMBRAPA/CPAC (1981); Andrew (1978) e Sanchez & Salinas (1982), apudCarvalho (1985).NOTA – Sinal convencional utilizado:

... Dado numérico não disponível.(1) Tolerância em A� e Mn: 1 = alta; 2 = média; e 3 = baixa. (2) Exigência em P e Ca: 1 = baixa; 2 = média;e 3 = alta.

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Tabela 6

Adaptação climática de algumas gramíneas e leguminosas tropicais

GRAU DE TOLERÂNCIA

ESPÉCIESeca Geada Inundação

Periódica

PRECIPITAÇÃOMÍNIMA

REQUERIDA(mm)

G R A M Í N E A S

Andropogon gayanus B R F 400

Brachiaria decumbens R F R 1.000

Brachiaria humidicola F R R 1.000

Hyparrhenia rufa (Jaraguá) F F R 800

Melinis minutiflora (Gordura) R F F 1.000

Panicum maximum (Colonião) R F F 1.000

Panicum maximum (Makueni) B F F 750

Panicum maximum (Green panic) B B F 600

Pennisetum purpureum (Elefante) F F F 1.000

Setaria sphacelata B B B 750

L E G U M I N O S A S

Calopogonium mucunoides F F R 1.200

Centrosema pubescens R F R 1.200

Desmodium intortum R R B 900

Galactia satriata B B R 800

Macroptilium satropurpureum B F R 600

Neonotonia wightii (Soja perene) R R R 750

Pueraria phaseoloides (Kudzu) R F B 1.250

Stylosanthes guianensis B F R 850FONTE – Mattos & Alcântara (1976); Bogdan (1977) e Whiteman (1980), apud Cruz Filho (1985).NOTA – Grau de tolerância: B = boa; R = razoável; e F = fraca

Entre os ambientalistas, é consenso que os reflorestamentos devam ser conduzidospreferencialmente com espécies nativas. Porém, a introdução de Eucalyptus e outrasessências exóticas, além de qualidades reconhecidas como sua precocidade e diversidade deuso, tem a seu favor o fato de que com a utilização de maciços florestais artificiais diminuisensivelmente a pressão sobre os recursos das áreas nativas remanescentes.

Dentro dessas premissas, procuraremos listar e discorrer sobre algumas espécies,reconhecidamente de valor e já tradicionamente empregadas no Brasil, tanto nativas comoexóticas, e que, teoricamente por analogias ecológicas, seriam indicadas para a região,conforme Golfari (1975), Golfari, Caser (1977), Golfari, Caser e Moura (1978), EMBRAPA-CPAC (1983) e Albino, Tomazello Filho (1985).

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Eucalyptus camaldulensis Dehnh

Espécie de rápido crescimento em solos pobres, tem alta capacidade de rebrota, comtolerância a inundações periódicas e salinidade. Em contrapartida, é intolerante a solosaltamente calcários, de coloração escura e inferior a outras para produção de polpa e papel.

Usos principais:

Carvão, lenha, postes e moirões, polpa, tacos e conglomerados.

Obs.: Pelas suas características, a espécie teria melhores condições de ser introduzida naregião do Vale do Paranã, em solos álicos e distróficos e com problemas de hidromorfismo.

Eucalyptus Citriodora Hook

Espécie tolerante a uma grande variedade de solos, cresce bem em solos pedregososresiduais, lateríticos, preferindo os bem drenados.

No Brasil é indicada para clima subtropical e tropical subúmido, com precipitação acimade 800 mm por ano e estação seca de 4 a 5 meses, em altitudes mais altas.

Usos: espécie consagrada como produtora de óleos essenciais, possui madeira deprimeira classe, admitindo grande variedade de empregos. No norte de São Paulo e noTriângulo Mineiro é muito usada para moirões e postes tratados, móveis, além da extração deóleo.

Obs.: É espécie recomendada para a região, podendo ser plantada em solos Litólicos eCambissolos, que apresentam substratos friáveis (sem contato lítico), que permitam apenetração de raízes.

Eucalyptus cloeziana F. Muell

Com introdução relativamente recente no Brasil, esta espécie se destacou em situaçõesde solos pobres como no Vale do Jequitinhonha (MG) e próximo a Cristalina (GO). Própria paraáreas de precipitação anual entre 1.000 a 1.500 mm, tolera estação seca de 4 a 5 meses.

Usos: É madeira pesada, forte e bastante durável; limitada para uso geral, mas excelentecomo dormente, escoramentos de minas, postes e moirões. Pode ser usada também no fabricode conglomerados.

Eucalyptus grandis Hill ex Maiden

É a espécie mais disseminada no Brasil e também na região, principalmente pela suaplasticidade e rápido crescimento em relação a outras espécies.

Tolerante em situações de precipitação anual na faixa de 1.000 a 1.800 mm,concentradas no verão, mas com pouca seca estacional. Prefere solos profundos e bemdrenados.

Usos: Por ser madeira leve, mais macia e físsil que a maioria das espécies do gênero, émuito usada em construção civil e compensados; quando jovem é excelente para caixotaria,polpa e papel.

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Obs.: É indicada com restrições, visto que não é recomendada para áreas com elevadaseca estacional, onde não apresenta boa rebrota, além do que a espécie nesta situação setorna muito vulnerável ao ataque do fungo Diaporthe cubensis. Esta mesma situação podeocorrer com o Eucalyptus saligna Sm.

Eucalyptus maculata Hook

Cresce melhor em solos úmidos ou bem drenados, de textura argilosa, não tolerandosolos arenosos em seu habitat natural. É portanto mais indicada para regiões de matas.

Tem-se mostrado promissor em algumas parcelas experimentais no Brasil na situação deelevada seca estacional.

Obs.: Considerada como madeira de boa qualidade é muito usada em construção civil,assoalhos e dormentes, constituindo uma das melhores madeiras para postes compreservativos; é ótima para cabo de ferramentas e é também usada para compensados.

Eucalyptus pellita F. Muell

Em seu local de origem, vegeta em situações de precipitações anuais entre 900 a 2.300mm, concentradas no verão, com temperaturas médias de até 21ºC e altitudes máxima de1.000 m. prefere solos arenosos, pobres e bem drenados.

No Brasil, tem-se adaptado bem em algumas áreas de Cerrado e, em Niquelândia (GO),tem-se comportado como uma espécie das mais promissoras.

Usos: Madeira pouco atacada por insetos e fungos; é indicada para diferentes fins,incluindo construção de casas, postes e dormentes.

Eucalyptus pilularis Sm

Espécie tolerante a solos de baixo teor nutricional, não se adapta, porém, a solos maldrenados. No Brasil esta espécie desenvolve-se melhor em altitudes em torno de 1.000 mcomo na região do Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, que se apresenta com algumascaracterísticas similares à da região nordeste de Goiás.

Usos: Considerada uma das mais importantes madeiras na Austrália, é boa paraconstrução em geral, é aceitável como dormente, prestando-se também para papel e polpa.

Eucalyptus tereticornis Sm

No Brasil, os dados das pesquisas existentes indicam esta espécie para regiões deCerrado e Mata em áreas com solos arenosos, quentes e úmidos no verão e com secas de 4-5meses no inverno. No distrito florestal do Mato Grosso do Sul (eixo Campo Grande – TrêsLagoas) é a espécie que tem apresentado os melhores resultados.

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Obs.: A madeira é utilizada como combustível, carvão, papel, postes, moirões, escoras,placas prensadas e conglomerados.

Eucalyptus urophylla S.T. Blacke

O interesse pelo Eucalyptus urophylla surgiu com a sua comprovada resistência aocancro do eucalipto, provocado pelo Diaporthe cubensis que tem atacado principalmente asespécies Eucalyptus Saligna e Eucalyptus grandis nas regiões tropicais. Em experimentosrecentes algumas procedências têm-se destacado pelo elevado incremento e boa forma dofuste.

Usos: Especialmente indicada para serraria, celulose, chapas e aglomerados.

Outras espécies de Eucalyptus que merecem ser testadas na região:

E. acmenioides SchanE. brassiana S.T. BlakeE. drepanophylla F. Muell ex BenthE. exserta F. MuellE. tessellaris F. MuellE. tetrodonta F. Muell

Além dos Eucalyptus, boas perspectivas são esperadas também para as espécies:

Pinus caribaea Mor. Var. caribaeaPinus caribaea var. bahamensis Barr. et Golf.Pinus caribaea var. hondurensis Barr. et Golf.

Estas três variedades de coníferas possuem boas possibilidades na região. Paraprodução de madeira para serraria a variedade caribaea é superior, pois produz fustes maisricos e madeira mais densa. Para celulose a variedade hondurensis é mais indicada, além domais tem incremento maior. A variedade bahamensis tem características intermediárias, comvantagem de tolerar solos de baixadas, mal drenados.

Pinus oocarpa Shiede

Outra espécie considerada promissora para o Cerrado, é indicada especialmente paraáreas com mais de 600 m de altitude. Sua madeira é considerada muito boa tanto paracelulose como para serraria.

Leucena glauca (L) Benth – Leucena

Nativa das Antilhas e México, naturalizada no Brasil, é espécie pioneira, pode ser ótimacoadjuvante em plantios consorciados, pois recupera fertilidade de solos erodidos, podendofornecer sombra e forragem. Em Java é plantada em consorciação com a teca.

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Tectona grandis L. – teca

Espécie também indicada para a região e que produz madeira muito valiosa, utilizadapara construções navais e móveis finos.

Mimosa caesalpiniaefolia Benth – sabiá

De forma arbustiva, fornece madeira para estacas, lenha e carvão, além de forragem.Com incremento rápido é uma espécie excelente para atuar como coadjuvante em plantiosconsorciados, como por exemplo o mogno.

Prosopis juliflora (Sw) DC. – algaroba

Espécie naturalizada no Brasil, é muito difundida no Nordeste brasileiro. Constitui plantamuito resistente à seca, sendo suas vagens excelente alimento para o gado. Sua madeiratambém se presta para construções, móveis, lenha e carvão. É considerada também comoimportante planta melífera.

A seguir são enumeradas algumas espécies nativas brasileiras produtoras de madeira,com crescimento relativamente rápido, experimentadas e aprovadas em locais e situações comalguma similaridade com as da região:

Aspidosperma polyneuron Muell. Arg – (peroba-rosa)Astronium fraxinifolium Scoth – (gonçalo-alves)A. urundeuva (Fr. All) Engl. – (aroeira)Caesalpinia peltophoroides Bent – (sibipiruna)Cariniana legalis (Mart.) O. Ktze – (jequitibá-branco)Cedrela angustifolia S. & Moc – (cedro)C. fissilis Vell – (cedro)Centrolobium robustum (Vell.) Mart. – (araribá)Dalbergra nigra (Vell) Fr. All. – (jacarandá-da-baía)Copaífera langsdorfii Desf. – (copaíba, pau-d’óleo)Hymenaea stibocarpa Hayne – (jabotá)Piptadenia macrocarpa Benth – (angico-vermelho)Plathymenia foliolosa Benth – (vinhático)P. reticulata Benth (vinhático)Schizolobium parahyba (Vell.) Blake – (guapuruvu)Sterculia chicha St. Hil. – (axixá)Swietenia macrophylla Harms – (mogno)

Obs.: Para programas conservacionistas, as listagens de espécies úteis do Cerrado, bemcomo as relacionadas nos inventários efetuados na região, merecem a primazia, pois sãoespécies plenamente adaptadas às condições locais.

Áreas e Atividades de Conservação

Compreendem áreas onde se deve aplicar a utilização racional de um recurso qualquer,de modo a se obter um rendimento considerado bom, garantindo-se, entretanto, sua renovaçãoou auto-sustentação. Este uso deverá estar dentro dos limites capazes de manter sua

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qualidade e seu equilíbrio em níveis aceitáveis, sem alterações significativas no ecossistema(ACIESP, 180 apud. FEEMA, 1990).

Caracterização das áreas para pastagem natural

Compreendem terras com aptidão agrícola para pastagem natural e que apresentamlimitações fortes, para tornar desaconselhável o uso com agricultura e/ou pastagem plantada.São representadas pelos solos Litólicos, Cambissolos, Areias Quartzosas e Plintossolos.

Os Solos Litólicos e Cambissolos são álicos e distróficos, rasos e pouco profundos,textura média e argilosa e em sua grande maioria cascalhamentos e/ou concrecionários,ocorrendo sob relevo que varia de suave ondulado a forte ondulado. Nestas áreas, oimpedimento ao uso de implementos agrícolas, a suscetibilidade à erosão, a fertilidade naturale o déficit hídrico são os fatores limitantes ao uso agrícola.

As Areias Quartzosas são distróficas, profundas e muito profundas, textura arenosa eocorrem sob relevo plano e suave ondulado. Possuem muito baixa reserva de nutrientesdisponíveis às plantas, que associada à deficiência hídrica são as maiores limitações àutilização agrícola. A granulometria com teores de areia superiores a 85% não possuicapacidade para reter os elementos nutritivos adicionados, além de permitir uma percolaçãomuito rápida da água, condicionando um período de deficiência hídrica muito prolongado, comsérios prejuízos no desenvolvimento normal das plantas cultivadas.

Os Plintossolos são álicos, pouco profundos e muito profundos, textura indiscriminada,podendo apresentar o caráter endoconcrecionário (presença de petroplintitas na partesubsuperficial). Apresentam drenagem imperfeita, estando sujeitos ao regime de inundaçãoperiódica ou submetidos ao excesso de água, resultante da elevação do lençol freático, quealiados à baixa fertilidade natural e à deficiência hídrica (no período seco) constituem aslimitações ao uso agrícola.

Estas terras se encontram sob vegetação de Savana e seu aproveitamento maisadequado é com pastagem natural e extrativismo vegetal racional. Possuem classes de aptidãoagrícola 5n (Regular) e 5(n) (Restrita) para pastagem natural, sendo desaconselháveis paralavouras nos níveis de manejo A, B e C.

Constituem 9 (nove) unidades de mapeamento, de PN1 a PN9.

Ocupam 9.075 km2, correspondentes a 23,4% da área total mapeada.

Caracterização das áreas para manejo sustentado de floresta

Compreendem áreas que contêm parte das últimas reservas florestais nativas de Goiás;dentro deste contexto destacam-se algumas ocorrências contínuas de Floresta EstacionalSemidecidual e Floresta Estacional Decidual (Tropical Subcaducifólia e Caducifólia), ondepredomina a aroeira, considerada a espécie madeireira economicamente mais importante doEstado de Goiás. a manutenção e perpetuação dessa e outras espécies devem serpreocupação prioritária para a economia local e regional. Esta categoria de uso, ou seja, omanejo sustentado, preconiza a utilização dos recursos de forma paulatina e ordenada, com a

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retirada de árvores com porte predeterminado, resguardando-se matrizes e as regeneraçõesque, num futuro previsível, estarão fornecendo novas árvores para abate e usufruto.

Iniciado em 1987, os Planos de Manejo Sustentado de Florestas – PMS – já somamdezenas de projetos na região, alguns ainda em fase de análise de viabilidade técnica pelaIBAMA, que é o órgão responsável pela sua aprovação.

Para a prática do manejo sustentado, muitas indagações e problemas precisam serequacionados. Principalmente, para a aroeira, deve-se buscar, no mais breve espaço detempo, respostas positivas visando a sua propagação e perpetuação. Para tanto, é sugeridoneste trabalho que se instituam áreas de preservação e experimentação com esta e outrasespécies, devidamente acompanhadas por instituições de pesquisas.

Conforme já se pode constatar, a aroeira é considerada espécie de crescimento lento, noentanto o valor inquestionável de sua madeira, além do fato de se encontrar em seu “optimumecológico”, justifica todos os esforços visando a torná-la prioritária em programas dereflorestamento na região. É tida como espécie pioneira, extremamente agressiva. Entretanto,o que parece ser uma virtude torna-se um problema, pois, na situação de campo aberto, apleno sol, a aroeira perfila intensamente, vindo a constituir verdadeira praga de pastagens.Nesta situação, raramente consegue formar bons fustes. Segundo a experiência de moradoreslocais, para adquirir uma boa forma, a aroeira precisa ser conduzida na situação de matasombreada até o 6.0 ou 8.0 ano, quando então poderá deixar de ser tutorada. Estima-se que,com cerca de 14-15 anos, já produza bom cerne e que, com 35-40 anos, poderá serconsiderada árvore clímax.

Situação atual (exploração madeireira)

As tipologias florestais ocorrentes destacam fisionomias de Floresta EstacionalSemidecidual e Decidual, localizadas preferencialmente em áreas com solos eutróficos, ou emsituações especiais e restritas propiciadas pelo maior teor de umidade em encaixamentos derelevo ou margens de rios (Figura 38). Com a exploração intensiva, principalmente na últimadécada, seu potencial madeireiro vem sendo paulatinamente depauperado e exaurido de formapredatória, cedendo lugar para pastagens e capoeiras degradadas. Teme-se que em curtoespaço de tempo toda esta riqueza florestal estará comprometida irremediavelmente, se nãofor propagada a utilização racional desses recursos.

Inventários florestais denunciaram uma situação bastante preocupante, haja vista queraríssimas amostragens puderam ocorrer em áreas ainda não submetidas à exploraçãoseletiva. Somente em locais de difícil acesso persistem hoje formações naturais virgens ouintocadas (Tabela 7).

Na região, as atividades do setor madeireiro vêm apresentando sintomas dedesaquecimento gradual, demonstrado pelo número de estabelecimentos como as serrariasque paulatinamente deixam de operar. No ano de 1986, os estabelecimentos do setorapresentavam o seguinte perfil quando comparado com dados de 1990 (Tabela 8).

A maioria dos estabelecimentos industriais constituem unidades com produção limitada esazonal, operando basicamente com a lavra de aroeira, braúna e ipê para confecção depalanques para curral, ou madeiras em geral para construções civis, estas últimas para atenderbasicamente o mercado local e regional.

Page 152: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano
Page 153: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 153

Tabela 7

Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, segundo as espéciesexistentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual

(volume com casca) - 1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME POTENCIAL DE MADEIRA (m 3/ha) (1)

Amostras

Fs (2) Cs (3) Fs (2)

NOME

CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME

VULGARDAS ESPÉCIES Total

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Lunea divaricata Açoita-cavalo 0,73 0,46 0,27

Guettarda sp. Angélica 0,05

Piptadenia sp. Angico-vermelho 9,62 2,01 1,23 0,14 1,80 0,30

Bursera leptopholeos Amburana-de-cambão 5,63 0,09 0,20 1,90

Astronium urundeuva Aroeira 65,89 1,52 2,86 7,41 3,82 2,83 2,90 0,51 1,37 1,84

Stercullia chicha Axixá 13,68 0,64 2,09 2,71 1,57 0,17

Dipteryx alata Baru 0,34 0,34

Chorisia sp. Barriguda 22,13 1,05 2,13 0,90 1,32 6,70 6,70

Cavanillesia sp. Barriguda-lisa 88,17 10,33 7,20 7,08 11,42 7,45 6,96

Schinopsis brasiliensis Brauna 22,06 0,61 1,09 6,20 1,57 1,64

Protium sp. Breu 0,12

Machaerium angustifolium Bico-de-pato 0,64

Rhamnidium elaeocarpum Cabrito 0,13

Eugenia dysenterica Cagaita 0,16 0,08

Terminalia angentea Capitão 2,17 0,07 0,57

Acacia sp. Capa-bode 1,17 0,06 0,08 0,26

Spondias sp. Cajá 16,25 1,59 1,24 1,19 0,52

Jacaranda sp. Carobinha,moela-de-galinha 0,99 0,08 0,78 0,05

Alseis sp. (5) Castelo (5) 1,02

Cedrela fissilis Cedro, cedro-vermelho 9,55 0,85

Amburana cearensis Cerejeira 2,89

Xylopia sp. Envira 0,56 0,11 0,45

Prumus sp. Pêssego-do-mato 0,26

Parapiptadenia sp. Fava-amarela 0,23

Poeppigia sp. Fava-de-espinho 0,44

Lonchocarpus sp. Feijão-cru 13,52 3,28 1,33 0,80 0,43 0,74 0,36 0,80

Cordia sp. Freijó 0,24 0,11

Astronium fraxinifolium Gonçalo-Alves 15,23 1,56 0,67 0,54 0,55 0,74 0,85 1,56 1,21

Myrcia sp. Goiabinha 0,50

Aspidosperma sp. Guatambu 14,24 0,28 1,38 2,51 0,82 0,38 1,55 2,54

Guarea sp. Guarea, marinheiro 0,17

Tabebuia serratifolia Ipê-amarelo 0,33

Tabebuia ochraceae Ipê-cachorro 0,40

Tabebuia caraiba Ipê-caraiba 0,63

Tabebuia ipe Ipê-roxo, pau-d’arco-roxo 47,38 5,33 4,52 3,25 5,70 3,10 0,25 4,93 7,27 0,52

Pseudobombax sp. Imbiruçu 57,09 7,49 1,36 8,90 5,34 3,96 0,08 1,09 5,44

Chlorophora tinctoria Inharé 0,97 0,19

Machaerium sp. Jacarandá 3,35 0,62 0,46 0,47 0,20

Hymenaea stibocarpa Jatobá 4,27

Hymenaea sp. Jatobai 0,06 0,06

Page 154: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 154

Tabela 7

Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, segundo as espéciesexistentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual

(volume com casca) - 1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME POTENCIAL DE MADEIRA (m 3/ha) (1)

Amostras

Fs (2) Cs (3) Fs (2)

NOME

CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME

VULGARDAS ESPÉCIES Total

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Randia armata Limãorana 0,26

Curatella americana Lixeira 0,12 0,08

Dilodendron bipinnatum Maria-pobre, mamonila 19,61 0,40 1,84 4,54 2,12 0,79 0,54 1,23 1,62

Simaruba sp. Marupá 0,38 0,04

Bauhinia sp. Mão-de-vaca 0,04

Buchenavia sp. Mirindiba 3,11

Erythrina sp. Mulungu 1,01 0,42

Guazuma ulmifolia Mutamba 0,30 0,04

Byrsonima sp. Murici 0,08 0,08

Diospyrus sp. Olho-de-boi 0,06 0,06

Lafoensia pacari Pacari 0,77

Caesalpinia ferrea Pau-ferro 7,22 0,72 0,54 0,17 0,61 0,54 2,45 0,44

Callisthene sp. Pau-jacaré 9,04 0,68 0,21 0,79 3,17 0,67

Copaifera sp. Pau-d’óleo 3,46

Pterocarpus sp. Pau-sangue 1,28

Qualea sp. Pau-terra 0,16 0,16

Aspidosperma sp. Peroba-branca 0,11 0,11

Aspidosperma sp. Peroba-rosa 3,66 0,30 0,30 0,15 0,64 0,22 0,58

Caseria sp. Pimenta-de-galinha 0,17 0,08

Cassia sp. Pingo-de-ouro 0,20

Matayba sp. Pitomba 1,49 0,57

Enterolobium sp. Tamboril 13,47 1,35 1,12 0,15 5,96

Fagara sp. Tamanqueira 0,26

Caraiba sp. Tamaquaré 0,09

Vitex sp. Tarumã 0,61

Magonia pubescens Tingui 1,98 0,13 0,12 1,21 0,52

Thiloa sp. Vaqueta 4,89 0,13 0,06 1,34 0,34 0,35

Tocos de aroeira 10 07 10 02 05 01 02

Toco de feijão-cru 01

Toco de ipê-roxo 01

VOLUME COMERCIAL DE MADEIRA COM CAS –CA – 0,5 ha .......................................................................

37,82 29,24 39,39 34,92 26,11 30,02 25,10 24,48 18,44

Page 155: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 155

Tabela 7

Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, segundo as espéciesexistentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual

(volume com casca) - 1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME POTENCIAL DE MADEIRA (m3/ha) (1)

Amostras

Fs(2) Cs (3) Cm (4) Fs (2) Cs (3) Fs (2)

NOMECIENTÍFICO

DAS ESPÉCIES

NOMEVULGAR

DAS ESPÉCIES

10 11 12 13 14 15 16

Númerode

árvorespor

espécie

VolumeMédio

Porindivíduo

Lunea divaricata Açoita-cavalo 09 0,08

Guettarda sp. Angélica 0,05 01 0,05

Piptadenia sp. Angico-vermelho 0,29 0,13 2,03 1,44 0,25 59 0,16

Bursera leptopholeos Amburana-de-cambão 3,44 35 0,16

Astronium urundeuva Aroeira 2,55 4,95 1,94 9,66 9,74 11,99 216 0,30

Stercullia chicha Axixá 0,92 4,59 0,17 0,82 49 0,27

Dipteryx alata Baru 02 0,17

Chorisia sp. Barriguda 0,70 1,70 0,93 13 1,70

Cavanillesia sp. Barriguda-lisa 21,85 11,56 4,32 20 4,40

Schinopsis brasiliensis Brauna 1,96 1,23 0,17 7,59 29 0,76

Protium sp. Breu 0,12 01 0,12

Machaerium angustifolium Bico-de-pato 0,31 0,08 0,25 05 0,12

Rhamnidium elaeocarpum Cabrito 0,13 01 0,13

Eugenia dysenterica Cagaita 0,08 02 0,08

Terminalia angentea Capitão 1,01 0,51 10 0,21

Acacia sp. Capa-bode 0,29 0,26 0,17 0,05 11 0,10

Spondias sp. Cajá 4,01 0,15 0,70 4,73 1,52 0,60 37 0,43

Jacaranda sp. Carobinha,moela-de-galinha 0,08 05 0,19

Alseis sp. (5) Castelo (5) 0,67 0,11 0,24 06 0,17

Cedrela fissilis Cedro, cedro-vermelho 0,75 5,62 2,33 24 0,39

Amburana cearensis Cerejeira 2,89 09 0,32

Xylopia sp. Envira 04 0,14

Prumus sp. Pêssego-do-mato 0,26 01 0,26

Parapiptadenia sp. Fava-amarela 0,23 01 0,23

Poeppigia sp. Fava-de-espinho 0,44 02 0,22

Lonchocarpus sp. Feijão-cru 0,47 1,01 2,39 1,13 0,78 63 0,21

Cordia sp. Freijó 0,13 02 0,12

Astronium fraxinifolium Gonçalo-Alves 1,17 1,07 0,26 4,67 0,38 45 0,33

Myrcia sp. Goiabinha 0,50 05 0,10

Aspidosperma sp. Guatambu 0,68 0,27 0,83 0,51 0,97 1,52 80 0,17

Guarea sp. Guarea, marinheiro 0,17 01 0,17

Tabebuia serratifolia Ipê-amarelo 0,33 03 0,11

Tabebuia ochraceae Ipê-cachorro 0,40 03 0,13

Tabebuia caraiba Ipê-caraiba 0,16 0,23 0,11 0,13 05 0,12

Tabebuia ipe Ipê-roxo, pau-d’arco-roxo 1,51 1,05 2,86 0,39 2,64 0,74 3,32 168 0,28

Pseudobombax sp. Imbiruçu 0,60 6,18 4,78 5,45 3,94 1,87 0,61 143 0,39

Chlorophora tinctoria Inharé 0,09 0,08 0,61 09 0,10

Machaerium sp. Jacarandá 0,33 0,13 1,14 13 0,25

Hymenaea stibocarpa Jatobá 0,55 2,67 1,05 08 0,53

Hymenaea sp. Jatobai 01 0,06

Page 156: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 156

Tabela 7

Distribuição do volume potencial de madeiras, por amostras, segundo as espéciesexistentes nas Florestas Estacional Semidecidual e Estacional Decidual

(volume com casca) - 1990(Conclusão)

DISTRIBUIÇÃO DO VOLUME POTENCIAL DE MADEIRA (m3/ha) (1)

Amostras

Fs(2) Cs (3) Cm (4) Fs (2) Cs (3) Fs (2)

NOMECIENTÍFICO

DAS ESPÉCIES

NOMEVULGAR

DAS ESPÉCIES

10 11 12 13 14 15 16

Númerode

árvorespor

espécie

VolumeMédio

Porindivíduo

Randia armata Limãorana 0,26 01 0,26

Curatella americana Lixeira 0,44 02 0,06

Dilodendron bipinnatum Maria-pobre, mamonila 0,64 1,19 2,48 1,80 0,42 107 0,18

Simaruba sp. Marupá 0,34 02 0,19

Bauhinia sp. Mão-de-vaca 0,04 01 0,04

Buchenavia sp. Mirindiba 1,00 2,11 09 0,34

Erythrina sp. Mulungu 0,59 05 0,20

Guazuma ulmifolia Mutamba 0,10 0,10 0,06 04 0,07

Byrsonima sp. Murici 01 0,08

Diospyrus sp. Olho-de-boi 01 0,06

Lafoensia pacari Pacari 0,77 06 0,12

Caesalpinia ferrea Pau-ferro 0,82 0,67 0,26 26 0,27

Callisthene sp. Pau-jacaré 0,92 1,87 0,73 41 0,22

Copaifera sp. Pau-d’óleo 3,46 12 0,28

Pterocarpus sp. Pau-sangue 0,96 0,32 09 0,14

Qualea sp. Pau-terra 01 0,16

Aspidosperma sp. Peroba-branca 01 0,11

Aspidosperma sp. Peroba-rosa 0,55 0,59 0,33 21 0,17

Caseria sp. Pimenta-de-galinha 0,09 02 0,08

Cassia sp. Pingo-de-ouro 0,20 01 0,20

Matayba sp. Pitomba 0,44 0,26 0,22 08 0,18

Enterolobium sp. Tamboril 0,99 1,79 0,25 1,86 13 1,03

Fagara sp. Tamanqueira 0,26 01 0,26

Caraiba sp. Tamaquaré 0,09 01 0,09

Vitex sp. Tarumã 0,61 01 0,61

Magonia pubescens Tingui 15 0,13

Thiloa sp. Vaqueta 0,04 0,19 0,10 0,52 0,21 1,61 42 0,11

Tocos de aroeira 05 01 01 09

Toco de feijão-cru

Toco de ipê-roxo

VOLUME COMERCIAL DE MADEIRA COM CASCA –05 ha .............................................................................

41,99 35,90 21,79 24,69 43,79 25,80 37,61

FONTE: Projeto RADAMBRASIL, Inventários Florestais de 1990, durante serviço de campo.

NOTA – Volume médio = 62,13 m3/ha e número médio de indivíduos = 179,37 ind./ha.(1) Árvore com circunferência � 50cm a CAP (circunferência a altura do peito = 1,30 cm). (2) Floresta EstacionalSemidecidual Submontana. (3) Floresta Estacional Decidual Submontana. (4) Floresta Estacional DecidualMontana. (5) Determinação duvidosa.

Page 157: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 157

Tabela 8

Número de serrarias da região com registro no IBAMA

NÚMERO DE SERRARIASM U N I C Í P I O S

1986 1990Alto Paraíso de Goiás 2 3Alvorada do Norte 6 4Campos Belos 3 6Cavalcante / Colinas do Sul - 2Damianópolis - 1Divinópolis de Goiás 3 1Flores de Goiás 7 6Guarani de Goiás 3 2Iaciara 10 6Mambaí - 2Monte Alegre de Goiás 3 3Nova Roma 4 3Posse / Simolândia 9 3São Domingos 9 6São João d’Aliança - 2Sítio d’Abadia 1 -

FONTE: IBAMA/GO.NOTA – Sinal convencional utilizado:

- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

A maior parte da madeira explorada não passa por estabelecimentos debeneficiamento, sendo exportada para os mercados de Goiânia, Paraná e São Paulo,principalmente, sob a forma de lascas, moirões, palanques e roliços de aroeira ou, maisraramente, braúna (Schinopsis brasiliensis). Estas atividades concentram-se nosMunicípios de Iaciara, Flores de Goiás, Guarani de Goiás, Nova Roma, São Domingos,Divinópolis de Goiás e Posse.

Ultimamente, o Município de Posse desponta como importante pólo moveleiro,utilizando matéria-prima regional e, já na maior parte, tendo que importar de outrasUnidades da Federação.

Caracterização das áreas para extrativismo vegetal

Compreendem áreas de um modo geral representadas por fisionomias de Savana,comportando nesta categoria de uso as atividades de extração de lenha (carvoejamento),frutos e palmitos comestíveis, plantas e flores ornamentais, plantas medicinais,oleaginosas; madeiras e palhas para construções rurais e afins como moirões, palanques,cabos de ferramentas, utensílios diversos e para cobertura de casas, obras de artesanato,etc.. Em geral, esta atividade se torna rendosa para determinada região, dependendo daconcentração da espécie a ser explorada, contribuindo para aumentar a renda familiar.

Page 158: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 158

Entre as atividades extrativistas destaca-se a exploração madeireira, em especial daaroeira, e a extração de lenha para carvoejamento. Sobre a primeira atividade, optou-se,neste trabalho, por um tratamento diferenciado, comentado no capítulo referente aoManejo Sustentado de Florestas (Figura 39).

A região do Cerrado, tida como uma flora pobre, pelo seu aspecto fisionômicovulgar, é desmistificada por diversos trabalhos, que comprovam uma surpreendenteriqueza de espécies vegetais úteis, mas com somente algumas poucas sendo usadaspresentemente (Quadro 13).

Ainda, como potencialmente úteis, Benedito Alísio de S. Pereira, da ReservaEcológica do IBGE em Brasília, em seu trabalho – Os Cerrados como Fonte de PlantasÚteis ao Homem – complementa a listagem como:

Plantas alimentícias Ocorrências

Orbygnia oleifera – babaçu (frutos) Cdão, MG, MMAcrocomia sclerocarpa – macaúba (frutos) Cdão, MMButia capitata – coco-cabeçudo (frutos) Cdo, CCSyagrus oleracea – guariroba (palmito) MM, CdãoSyagrus comosa – camargo (palmito) Cdo, CC, CSEuterpe sp. – açaí (palmito) MGInga spp. – ingá (frutos) MG, Cdão

Plantas condimentares, aromatizantes e corantes Ocorrências

Xylopia aromatica – primenta-de-macaco, pindaíba Cdo, Cdão, MMX. emarginata – idem MG, VEX. sericea – idem Cdo, Cdão, MMCryptocaria aschersoniana-noz-moscada, canela-batalha MGVanilla sp. – baunilheira MM, MGCroton adenodontus – arcussu Cdo, CCEscobedia grandiflora – açafrão-do-campo Cdo, CCPeriandra mediterranea – alcaçuz-da-terra (adoçante) Cdo, CCStevia spp. – (possivelmente c/propr. Adoçantes) Cdo, CC

Plantas têxtis Ocorrências

Chorisia speciosa – barriguda, paineira (paina) MMPseudobombax spp. – imbiruçu (paina) Cdo, Cdão, MMEriotheca spp. – paineira-do-cerrado (paina) CC, CdoMauritia vinifera – buriti (fibra de folhas) MG, VEAttalea sp. – piaçava (fibra de folhas) CC, CdoTypha dominguensis – taboa (fibra e paina) charcosXylopia spp. Embiras (fibras de entrecasca) Cdo, Cdão, MGGuatteria sellowiana – embira (fibras de entrecasca) Cdão, MGTrema micrantha – candiúba (fibras de entrecasca) ruderalLuetea spp. – açoita-cavalo (fibras de entrecasca) Cdo, Cdão, MMHelicteris brevispira – saca-rolha (fibras de entrecasca) CC, CdoGuazuma ulmifolia – mutamba (fibras de entrecasca) Cdo, Cdão, MMCariniana estrellensis – jequitibá (fibras de entrecasca) MM, MGPseudobombax martianum – embiruçu (fibras de entrecasca) Cdo, Cdão, MM

Page 159: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano
Page 160: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste160

Quadro 13LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA

(Continua)ÉPOCA

NOME CIENTÍFICO NOME POPULARTIPO FISIONÔMICO

DA VEGETAÇÃO Floração Fruti-ficação

USOATUAL

PORTE

Aeschynomene brasiliana - Cdão, Cdo, CC e CL Abr.-Set. Ago.-Set. For Her

Agonandra brasiliensis Cerveja-de-pobre, pau-marfim-tatu MG, MM, Cdão e Cdo Ago.-Out. Out.-Nov. Mad-Ali Arv

Alibertia lanceolata Marmelada-de-cachorro MG, Cdão e Cdo - Abr.-Jun. Ali Arv

Anacardium humile Cajuí, caju-do-cerrado Cdão, Cdo, CC, CS e CL Set.-Out. Out.-Dez. Ali-Med Her

A. othonianum Cajuí, caju-do-cerrado Cdão, Cdo e CC Set.-Out. Out.-Dez. Ali-Med Arv

A. pumilum Cajuí, caju-do-cerrado Cdo, CC, CS e CL Ago.-Set. Set.-Out. Ali-Med Her

Andira humilis Mata-barata, angelim-do-campo, angelim-rasteiro

Cdo e CC Ago.-Set; Jan.-Mar. Med Her

Anemopaegna arvense Catuaba, catuabinha Cdo, CC, CS e CL Jul.-Set. Jan.-Mar. Med Her

Annanas ananassoides Gravatá, abacaxi-do-cerrado Cdão e Cdo Ago.-Out. Nov.-Abr. Ali Her

Annona coriacea Ata-do-cerrado, araticum, bruto Cdão e Cdo Nov.-Jan. Nov.-Jan. Ali Arv

Annona crassiflora Ata-do-cerrado, araticum, marlo, pinha Cdão, Cdo e CC Dez.-Jan. Mar.-Abr. Ali Arv

Apeiba tibourbou Pente-de-macaco, pau-de-jangada MG, MM, Cdão e Cdo Nov.-Mar. Jun.-Jul. Mad Arv

Arachis glabrata Amendoim-bravo CS Out.-Nov. - For Her

Aspidosperma Cilindrocarpon Peroba-do-calcário MG, MM e Cdão Jul.-Ago. Jul.-Ago. Mad Arv

A. dasycarpum Peroba-do-campo Cdão e Cdo Ago.-Set. Set.-Out. Orn Arv

A. macrocarpum Bolsinha Cdão, Cdo e CC Ago.-Out. Out.-Dez. Orn-Med Arv

A. olivaceum Guatambu-branco, pereiro MM Set.-Nov. Dez.-Fev. Mad Arv

A. tomentosum Bolsinha Cdão, Cdo e CC Ago.-Set. Set.-Out. Orn Arv

Astronium fraxinifolium Gonçalo-alves, gonçalo, chibatã, ubatã MG, MM, Cdão e Cdo Jul.-Ago. Set.-Dez. Mad Arv

A. urundeuva Aroeira, aroeira-do-sertão MM, Cdão e Cdo Ago.-Set. Set.-Out. Mad-Med Arv

Belangera blabra Piquirana MG e MM Ago.-Out. Set.-Nov. Mad Arv

B. tomentosa Salgueiro-vermelho, salgueiro-da-mata MG, Cdão e Cdo. Set.-Out. - Mad Arv

Bombax tomentosa Paineira-do-cerrado Cdão e Cdo Jul.-Ago. Set.-Out. Orn Arv

Bowdichia virgiloides Sucupira-preta MG, MM, Cdão e Cdo Jul.-Ago. Set.-Nov. Mad-Med Arv

Page 161: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste161

Quadro 13LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA

(Continua)ÉPOCA

NOME CIENTÍFICO NOME POPULARTIPO FISIONÔMICO

DA VEGETAÇÃO Floração Fruti-ficação

USOATUAL

PORTE

Brosimum gaudichaudii Apê, amoreira, mama-cadela,

Pt Inharé Cdão,Cdo, CC e CS Ago.-Set. Out.-Dez. Ali-Med Arb

Byrsonima basiloba Murici-de-ema Cdo, CC e CS Dez.-Mar. Jan.-Maio Ali-Med arb

B. coccolobifolia Murici Cdão, Cdo e CC Set.-Nov. Jun.-Jul. Ali Arv

B. verbascifolia Murici-de-anta Cdão e Cdo Ago.-Out. Out.-Jan. Ali Arv

Callistene fasciculata Jacaré MG, MM, Cdão e Cdo Set.-Jan. Mar.-Jul. Mad Arv

Callistene major Tapicuru MG, MM, Cdão e Cdo Out. Fev.-Jun. Mad Arv

Callophylum brasiliense Landim, jacareúba MG Ago.-Out. Dez.-Jan. Mad Arv

Campomanesia cambessediana Gabiroba Cdão e Cdo Ago.-Set. Out.-Nov. Ali Her

Cariniana estrellensis Jequitibá, jequitibá-branco MG e MM Out. Maio-Jul. mad Arv

Caryocar brasiliense Pequi, pequi Cdão, Cdo, CC e CS Set.-Jan. Nov.-Jan. Ali-Mad Arv

Cassia ferruginea Canafístula-preta MM, Cdão e Cdo Nov.-Fev. Ago.-Set. Mad Arv

Cedrela odorata Cedro-rosa, acaju MG Out.-Nov. - Mad Arv

Centrolobium tomentosum Araribá MG, MM Jan. Ago.-Set. Mad Arv

Chorisia speciosa Barriguda, paineira MM Abr.-Maio Ago.-Set. Orn Arv

Copaifera langsdorfii Copaíba, pau-d’óleo MG, MM, Cdão e Cdo - Jun.-Ago. Mad-Med Arv

Dalbergia violacea Cabiúna, vinhático, jacarandá-do-cerrado Cdo e CC Jan.-Mar. Mar.-Jul. Mad Arv

Didymopanax macrocarpum Mandiocão-do-cerrado, fruto-de-tucano,tucaneiro

Cdão e Cdo Maio-Jul. Jul.-Out. Mad Arv

Dilodendron bipinnatum Mulher-pobre, mamonila MG, MM e Cdão Jun.-Jul. Ago.-Set. Mad Arv

Page 162: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste162

Quadro 13LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA

(Continua)ÉPOCA

NOME CIENTÍFICO NOME POPULARTIPO FISIONÔMICO

DA VEGETAÇÃO Floração Fruti-ficação

USOATUAL

PORTE

Dimorphandra mollis Canafístula, faveira, barbatimão-de-folha-miúda

Cdão, Cdo e CC Jul.-Ago. Set.-Out. For-Tox-Med Arv

Dipladenia ilustris Jalapa Cdo, CC e CS Set.-Nov. Fev.-Mar. Med Her

Dipterix alata Baru, cumaru e coco-feijão MG, MM e Cdão Set.-Jan. Abr.-Jul. For-Ali-Mad Arv

Echynolaena inflexa Capim-flexinha Cdo, CC, CS e CL Dez.-Jan. Jan.-Mar. For Her

Emmotum nitens Sobre, carvalho MG, MM e Cdão Fev.-Mar. Set.-Nov. Mad Arv

Enterolobium ellipticum Orelha-de-negro Cdão e Cdo Nov.-Dez. - Mad Arv

Erytrina mulumgu Mulumgu MG Jul.-Ago. Set. Orn Arv

Eugenia dysenterica Cagaita MM, Cdão e Cdo Ago.-Set. Out.-Nov. Ali-Med Arv

Eugenia klostzchiana Pêra-do-cerrado Cdão, Cdo e CC Nov.-Jan. Nov.-Dez. Ali Her

Galactia Glaucescens - Cdo e CC Mar.-Abr. Abr.-Jun. For Her

Hancornia speciosa Mangaba Cdão e Cdo Ago.-Set. Out.-Jan. Ali-Med Arv

Hymenaea stigonocarpa Jatobá-do-campo Cdão e Cdo Dez.-Mar. Jul.-Ago. Ali-Mad-Med Arv

Hymenaea stibocarpo Jatobá-da-mata MG e MM Jan.-Fev. Out.-Nov. Ali-Mad-Med Arv

Kielmeyera coriacea Pau-santo Cdão, Cdo e CC Out.-Dez. Ago.-Out. Orn, Cor Arv

Luehea paniculata Açoita-cavalo MM, Cdão e Cdo Ago-Set. Nov.-Dez. Mad Arv

Lychynophora ericoides Arnica CR - - Med Arb

Machaerium acutifolium Jacarandá-muchiba MG, Cdão e Cdo Jan.-Abr. Jun.-Jul. Mad Arv

M. opacum Jacarandá-muchiba MG e Cdo Out.-Nov. Jan.-Jul. Mad Arv

Magonia pubescens Tingui, andiroba MM, Cdão e Cdo Jul.-Set. Jul.-Out. Orn-Tox Arv

Page 163: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste163

Quadro 13LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA

(Continua)ÉPOCA

NOME CIENTÍFICO NOME POPULARTIPO FISIONÔMICO

DA VEGETAÇÃO Floração Fruti-ficação

USOATUAL

PORTE

Mauritia vinifera Buriti MG e VE Nov.-Dez. Nov.-Dez. Ali-Orn-Mad Arv

Paepalanthus spp. Palipalã, sombrero CL e CR - - Orn Her

Physocalymma scaberrina Pau-rosa, grão-de-porco, cega-machado,angelim

MM, Cdão e Cdo Jun.-Ago. Jan.-Fev. Mad-Orn arv

Piptadenia falcata Angico-do-cerrado, angico-preto MG, MM, Cdão e Cdo Nov.-Dez. Set.-Out. Mad Arv

P. macrocarpa Angico, angico-branco, angico-preto MG, MM e Cdo Nov.-Dez. Jul.-Set. Mad Arv

Platycyanus regnelli Folha-de-bolo, boleiro, pau-pereira MG e MM Mar.-Maio Jul.-Ago. Mad Arv

Platymenia foliolosa Vinhático-da-mata MM e Cdo Out.-Dez. Out.-Nov. Mad. Arv

P. reticulata Vinhático Cdão e Cdo Set.-Nov. Mar.-Jul. Mad. Arv

Platypodium elegans Jacarandá-canzil, bico-de-pato MG, MM e Cdão Out.-Fev. Maio-Ago. Mad Arv

Pouteria ramiflora Bacupari, curriola, grão-de-galo Cdão e Cdo Maio-Jul. Nov. Ali Arv

P. torta Bacupari, curriola, grão-de-galo Cdão, Cdo e CS Jun.-Out. - Ali Arv

Psidium firmum Araçá Cdo Ago.-Set. Out.-Nov. Ali Her

Pterodon pubescens Sucupira-branca, faveiro MG, MM, Cdão e Cdo Set.-Nov. Jul.-Set. Mad-Med Arv

P. polygalaeflorus Sucupira-branca MM, Cdão e Cdo Set.-Nov. Jul.-Set. Mad-Med Arv

Qualea dichotoma Pau-terra, jacaré, carvalho-brasileiro MG, MM, Cdão e Cdo Out.-Dez. - Mad-Med Arv

Q. gradiflora Pau-terra-folha-larga MM, Cdão, Cdo e CC Set.-Dez. Jun.-Ago. Mad-Med Arv

Q. multiflora Pau-terra-liso, pau-terra-vermelha Cdão, Cdo e CC Set.-Dez. Jan.-Mar. Mad-Med Arv

Q. parviflora Pau-terra-folha-miúda, pau-terra-roxa Cdo e CC Out.-Mar. Abr.-Jul. Mad-Orn Arv

Roupala montana Fruto-de-morcego, carne-de-vaca Cdão e Cdo Jun.-Jul. Ago.-Set. Orn Arv

Salacia crassifolia Bacupari Cdo Jul.-Ago. - Ali Arv

Sclerolobium aureum Carvoeiro, utim MG, MM, Cdão e Cdo Set.-Fev. Out.Dez. Mad Arv

Page 164: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste164

Quadro 13LISTA PRELIMINAR ESPÉCIES NATIVAS EM USO NA REGIÃO GEOECONÔMICA DE BRASÍLIA

(Conclusão)ÉPOCA

NOME CIENTÍFICO NOME POPULARTIPO FISIONÔMICO

DA VEGETAÇÃO Floração Fruti-ficação

USOATUAL

PORTE

Solanum lycocarpum Lobeira, fruto-de-lobo Cdão e Cdo Mar.-Abr. Set.-Out. Ali-For-Med Arb

Strychnos pseudoquina Quina-do-cerrado MG, MM, Cdão e Cdo Fev.-Mar. Jun.-Ago. Ali-Med Arv

Stryphnodendron adstringens Barbatimão Cdão, Cdo e CC Ago.-Out. Abr.-Jun. Cor-Tan Arb

Stylosanthes bracteata - Cdo Jul.-Out. Dez.-Jan. For Her

Stylosanthes capitada - Cdo, CC e CS Mar.-Maio Jul.-Ago. For Her

Stylosanthes guianensis - Cdão, Cdo, CC e CS Jan.-Jul. Jul.-Set. For Her

Stylosanthes scabra - Cdo, CC e CS Jan.-Maio Maio-Jul. For Her

Stylosanthes viscosa - Cdo, CC e CS Maio-Ago. Ago.-Set. For Her

Tabebuia caraiba Caraíba, paratudo, ipê-cachorro MM, Cdão, Cdo e CC Jun.-Ago. Ago.-Set. Med-Orn Arv

Tabebuia ochracea Ipê MM, Cdão e Cdo Ago.-Out. Set.-Out. Orn Arv

Tabebuia roseo-alba Pau-d’arco-branco, ipê-branco, taiporoca MM, Cdão e Cdo Jul.-Out. - Orn Arv

Talauma ovata Ata-brava, fruta-de-conde MG Set.-Out. Jul.-Ago. Mad-Orn Arv

Tapirira guianensis Pau-pombo, canela, pororoca MG, MM e Cdão Ago.-Out. Dez.-Jan. Mad Arv

Vellozia flavicans Canela-de-ema Cdão, Cdo e CC Mar.-Maio Jun.-Ago. Ali-Med-Orn Arb

Vochysia elliptica Pau-doce Cdão e Cdo Fev.-Set. Set.-Nov. Med-Orn Arb

Vochysia thyrsoidea Gomeira, pau-de-goma, pau-de-tucano Cdão, Cdo e CC Ago.-Set. Out.-Mar. Lac Arb

Xylopia aromatica Pimenta-de-macaco, pindaíba, pimenta-de-negro

MM, Cdão e Cdo Out.-Dez. Maio-Ago. Mad-Med Arb

FONTE – EMBRAPA – CPAC.NOTAS – 1. LEGENDA: VEGETAÇÃO: Cdão-Cerradão, Cdo-Cerrado, CC-Campo Cerrado, CL-Campo Limpo, CR – Campo Rupestre, CS-Campo Sujo,MG-Mata Galeria, MM-Mata Mesofítica e VE-Vereda; USO ATUAL: ALI-Alimentação, COR-Cortiça, FOR-Forrageira, MAD-Madeira, MED-Medicinal,ORN-Ornamental, TAN-Tanif. E TOX-Tóxica; PORTE: ARB-Arbusto, ARV-Árvore, HER-Herva.2 – O dado não existe.

Page 165: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 165

Plantas Corticeiras Ocorrência

Kielmeyera coriacea – pau-santo Cdão, Cdo, CCAgonandra brasiliensis – pau-marfim, cervejinha MG, MM, Cdão, CdoAegiphila lhotskyana – fruta-de-papagaio Cdo, CC, CdãoAspidosperma tomentosum – peroba-do-campo, bolsinha Cdão, Cdo, CCA. macrocorpon – bolsinha, peroba-do-campo Cdão, Cdo, CCErythrina mulungu – mulungu MGE. dominguezii – mulungu MGEnterolobium gummiferum – tamboril-do-cerrado Cdão, CdoPisonia tomentosa – pau-de-lepra Cdo, CC, CdãoFagara cinerea – mama-de-porca Cdo, CCSymplocos lanceolata - CC, Cdo, CdãoTerminalia fagifolia – capitão Cdão, CdoEugemia dysenterica – cagaiteira Cdão, Cd, MM

Plantas taníferas Ocorrências

Anadenanthera spp – angico Cdo, Cdão, MG, MMPiptadenia spp. – angico Cdo, Cdão, MG, MMHymenaea Stigonocarpa – jatobá-do-campo Cdão, CdoSclerolobium paniculatum – carvoeiro Cdo, Cdão, MM, MGDimorphandra mollis – faveira Cdão, Cdo, CCCassia ferruginosa – canafístula-preta MM, Cdão, CdoByrsonima spp. – murici Cdo, Cdão, CCAstronium urundeuva – aroeira MM, Cdão, CdoTapirira guianensis – pau-pombo MG, MM, CdãoDilodendron bibinnatum – maria-pobre, mamonila MG, MM, CdãoLuehea spp. – açoita-cavalo Cdo, Cdão, MMMyrsine spp. – canjiquinha Cdo, CC, CdãoCuratella americana – lixeira Cdo, CC, CdãoTerminalia argentea – capitão-do-campo Cdo, Cdão, CC

Plantas com exudatos no tronco Ocorrências

Hymenaea spp. – jatobá (resina) Cdo, Cdão, CC, MG, MMProtium brasiliensis – breu, almécega (resina) Cdão, MG, MMStyrax ferrugineus – laranjinha-do-campo (resina) Cdo, CC, CdãoVochysia thyrsoidea – gomeira, pau-de-goma (goma) Cdão, Cdo, CCAnadenanthera macrocarpa – angico (goma) Cdão, Cdo, MMAnacardium curatellifolium – cajueiro-do-campo (goma) Cdo, CC, CdãoAstronium urundeuva – aroeira (goma) MM, Cdão, CdoMyroxylon balsamum – cabreúva, bálsamo (bálsamo) MMCopaifera langsdorffii – copaíba, pau-d’óleo (bálsamo) MM, Cdão, CdoHancornia speciosa – mangabeira (látex) Cdo, CC, CdãoHimatanthus obovatus – sucuuba (látex) Cdo, CC, CdãoSapium obovatum – leiteiro (látex) MM, CdãoFicus spp. – figueiras (látex) MM, MG, Cdão

Page 166: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 166

Plantas produtoras de óleos e gorduras Ocorrência

Orbynia oleifera – babaçu (sementes) Cdão, MG, MMAcroconia sclerocarpa – macaúba (sementes) CdãoMauritia vinifera – buriti (sementes e mesocarpo) MG, VECaryocar brasiliense – pequi (sementes e mesocarpo) CC, Cdo, Cdão, CSAegiphila sellowiana – fruta-de-papagaio (sementes) CC, Cdo, CdãoDilodendron bipinnatum – maria-pobre (sementes) MG, MM, CdãoJatropha gossypiifolia – pinhão-de-purga (sementes) -Virola sebifera – bicuíba (sementes) MGTalauma ovata – pinha-do-brejo (sementes) MG

Localmente são usadas como medicamento, mas têm aplicação industrial.

A listagem de Pereira B. A. da S. (no prelo) inclui ainda as Plantas Medicinais,algumas de comprovada ação terapêutica e outras utilizadas popularmente e encontradasregularmente em bancas de feiras, ervários e farmácias; as Plantas Ornamentais onde sedestacam as famílias Leguminosae, Bignomiaceae e Rubiaceae, além daMelastomataceae na qual se incluem as quaresmeiras; as Plantas Empregadas noArtesanato, para fabricação de cestos, redes, esteiras, cordas e vassouras; objetosutilitários em madeira; confecção de arranjos florais, entre outras. Cita ainda numerosasPlantas Apícolas, destacando pela excelência do mel produzido o assa-peixe (Vernoniaspp.), angico (Anadenanthera spp.), freijó (Cordiatrichotoma), vassourinha (Braccharisintermixta) e o carvoeiro (Sclerolobium paniculatum), entre as mais conhecidas.Encerrando a listagem, enumera diversos gêneros botânicos ocorrentes no Cerrado,como Aparentadas com Cultivares Comerciais, às quais sugere estudos de preservação emelhoramento, entre eles inclui caju, mandioca, abacaxi, ata (pinha), cará, caqui, goiaba,maracujá, amendoim e guaraná.

Situação atual

Esta categoria de uso apresenta-se com potencial expressivo, apesar dodeclínio paulatino e redução da área em decorrência da expansão das atividadesagropastoris e do extrativismo aleatório, com a retirada de plantas inteiras e materialreprodutivo, sem nenhum programa de reposição ou de perpetuação dos recursos(Tabela 9).

A produção de carvão vegetal, principalmente nesta categoria, é generalizadacom matéria-prima oriunda dos desmatamentos dos cerrados e restos de exploraçãomadeireira localizada e incipiente em áreas de reflorestamento de Eucalyptus. Odestino do carvão são as indústrias metalúrgicas e cimenteiras, especialmente deMinas Gerais, Goiás e Brasília.

Pelo levantamento de Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura – IBGE(1987), o volume produzido na região neste ano foi de 78.929 t, correspondendo acerca de 20% do total produzido no estado, com lenha proveniente das formaçõesnaturais. Os municípios que mais se destacaram nesta atividade foram: Flores deGoiás, Posse, Sítio d’Abadia, Iaciara e S. João d’Aliança, que responderam commais de 90% da produção regional.

Page 167: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 167

Esta atividade contribui substancialmente para manutenção do nível deemprego na região, bem como na arrecadação de impostos. Apesar disso, comalgumas exceções, é praticada de forma predatória e em áreas não adequadas. Éuma atividade que merece ser incentivada, no entanto, para se evitar o esgotamentodas reservas naturais e consequentemente maiores danos ao ambiente, ocarvoejamento deveria priorizar a utilização dos florestamentos e reflorestamentos,instituídos com esta finalidade. Nesta situação, além da maior produtividade, ocarvão produzido apresenta qualidade muito superior. Em média, o rendimento ou aconversão lenha/carvão com utilização de matéria-prima do Cerrado é de 3/1,melhorando com material proveniente de matas e chegando próximo a 1 com autilização de adequadas espécies de Eucalyptus.

O extrativismo de flores silvestres tem alguma importância na região de AltoParaíso de Goiás, voltado prioritariamente ao mercado de Brasília, para confecçãode suas famosas “flores secas”.

Preservação

É a ação de proteger, contra a destruição e qualquer forma de dano oudegradação, um ecossistema, uma área geográfica definida ou espécies animais evegetais, adotando-se as medidas preventivas legalmente necessárias (FEEMA,1990).

Constituem ambientes ecológicos únicos, onde é recomendável a preservaçãoda flora e da fauna.

Caracterização das áreas para preservação

Compreendem áreas constituídas de solos sem aptidão para uso agrícola,sendo indicadas para preservação da flora e da fauna, para recreação ou algumoutro tipo de uso não agrícola. Fazem parte dessas áreas os solos Litólicos álicos,distróficos e eutróficos, textura arenosa, média e argilosa, e os Cambissolos álicos,distróficos e eutróficos, rasos e pouco profundos, textura média e argilosa. Essessolos ocorrem sob relevo que varia de suave ondulado a escarpado, geralmenteapresentam grande quantidade de cascalho e apresentam fase pedregosa,possuindo forte a muito forte predisposição à erosão que, acompanhada doimpedimento de uso de implementos agrícolas, constitui as principais limitações aouso agrícola.

Também fazem parte dessas áreas os afloramentos rochosos, parte dos solosAluviais eutróficos, textura indiscriminada, relevo plano, os Gleissolos álicos, texturamédia, relevo plano e parte dos Latossolos Vermelho-Amarelos álicos, texturamédia, relevo plano e algumas áreas com presença de Areias Quartzosas, relevoplano e suave ondulado. Os solos aluviais e os Gleissolos ocorrem ao longo dos riose cursos de água e abrangem o ecossistema veredas e as matas ciliares.Compreendem áreas sujeitas ao regime de inundações periódicas de curta duraçãoou submetidas ao excesso de água, resultante da elevação do lençol freático, não

Page 168: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste168

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33Pouteria spp. abio-curriola 04 01 18

Luhea spp. açoita-cavalo 10 01 01 12 07 01

Piptadenia spp. Angico 01 01

Guettarda spruceana angélica

Andira humilis angelim-de-morcego 02 01

Psidium spp. araçá 01

Annona spp. araticum 01 01 02 01

Astronium urundeuva aroeira 01 03 02 06 03

Vernonia sp. assa-peixe

Sterculia chicha axixá 04 02

Salvertia convallariodora bananeira-do-campo 01 01Dipteryx alata baru 01Stryphnodendron adstringens barbatimão 04

Salacia crassifolia bacupari

Não determinado buraim

Connarus sp. brinco-de-princesa 03

Psychotria sp. cafezinho 01

Eugenia dysenterica cagaita 10 02 01 07

Ocotea sp. caneleira

Eugenia sp. cambuí

Cabralea sp. canjerana 01

Terminalia argentea capitão-do-campo 08 04 02 04 01

Spondias sp. cajá 01 02

Anacardium spp. caju 01

Sclerolobium spp. carvoeiro

Jacaranda sp. Caroba 01 01

Page 169: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste169

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33Qualea sp. cascudo 01 06

Agonandra brasiliensis corticeiro, pau-marfim

Cordia sp. claraíba, freijó 01 01

Não determinado croadinho

Xylopia sp. envira-pindaíba

Spondia tuberosa embu

Bursera leptophoeos embu-de-anta 05 04

Roupala sp. faeira, carne-de-vaca

Dimorphandra mollisfaveira, barbatimão-da-folha miúda

Não determinado farinha-seca 02 06

Lonchocarpus sp. feijão-cru 01 01

Solanum lycocarpum fruto-de-lobo 01

Tocoyena formosa jenipapo-de-cavalo 01

Astronium fraxinifolium gonçalo-alves 01 01 03 01 05 02 02 02 01 03 01

Myrcia spp. goiabinha 02 01 01

Palicourea rigida gritadeira

Aspidosperma spp. guatambu, pereiro 01 05 01 06 02 01

Pseudobombax sp. imbiruçu 01 01

Tabebuia spp. ipê, pau-d’arco 08 06 01 03 05

Tabebuia caraiba ipê-caraíba 03 04 05

Zehyera sp. ipê-tabaco

Platypodium elegans jacarandá-canzil

Dalbergia violacea jacarandá-caviúna 01

Machaerium spp. jacarandá 01 03

Hymenaea stigonocarpa jatobá-do-campo 02 01

Page 170: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste170

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostrasNOME CIENTÍFICO

DAS ESPÉCIESNOME VULGARDAS ESPÉCIES

17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33

Mimosa sp. jurema 01

Callophyllum brasiliense landim

Não determinado leite-de-banha

Randia armata limãorana 01

Curatella americana lixeira, sambaíba 05 05 03 01 02 12 01 03 02 03

Brosimum gaudichaudii mamacadela 01

Dilodendron bipinnatum mamoninha, mulher-pobre

04 04 11 02

Fagara sp. mama-de-porca 01

Apeiba tibourbou macaqueira

Terminalia sp. maria-preta

Alibertia sp. marmelada-de-cachorro 02 01

Simaruba versicolor marupá 01

Hancornia speciosa mangaba 01

Erythroxylum sp. mercúrio

Buchenavia sp. mirindiba 01

Didymopanax sp. morototó

Guazuma almifolia mutamba 01 01

Byrsonima spp. murici 06 07 03 01 03

Não determinado mussambé

Physocalymma scaberrimanó-de-porco, quebra-foice

02

Licania humilis oiti 07 10 06 03

Diospyros sp. olho-de-boi 01 02

Kielmeyera spp. pau-santo 01 02 07 02 02

Vochysia rufa pau-doce 16 02 01

Page 171: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste171

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostrasNOME CIENTÍFICO

DAS ESPÉCIESNOME VULGARDAS ESPÉCIES

17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33

Callisthene fasciculata pau-jacaré 02 03 07

Ouratea sp. pau-de-cobra 01

Tapirira guianensis pau-pombo

Vochysia thyrsoidea pau-de-tucano

Qualea sp. pau-terra-folha-fina 01

Qualea parviflora pau-terra-folha-miúda 03 02 15 04 05 06 02

Qualea grandiflora pau-terra-folha-larga 06 03 03 03 02 04

Qualea multiflora pau-terra-vermelho 26 12

Lafoensia pacari pacari 02 01 01 01

Bombax sp. paineira

Aspidosperma spp. peroba-do-campo 03 01

Cochlospermum sp. periquiteira

Não determinado piabinha 01

Cariocar brasiliense pequi 02 04 01 07 02 03 03 02

Matayba sp. pitomba 02

Miconia spp. quaresmeira

Strychnos pseudoquina quina-do-campo

Não determinado remela-de-cachorro

Davilla sp. sambaibinha 02

Não determinado são-joão 02

Emmotum nitens sobre

Vatairea macrocarpa sucupira-amargosa 02

Acosmium dasycarpum sucupira-amarela

Pterodon pubescens sucupira-branca 01

Bowdichia virgiloides sucupira-preta

Page 172: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste172

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostrasNOME CIENTÍFICO

DAS ESPÉCIESNOME VULGARDAS ESPÉCIES

17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33

Enterolobium sp. tamboril

Couratari sp. tatarema 02 02

Ormosia sp. tento

Magonia pubescens tingui 05 06 02 02 01

Bauhinia sp. unha-de-vaca 02 03

Thiloa sp. vaqueta 05 10

Guettarda sp. veludo 02

Plathymenia reticulata vinhático

Não determinado Não determinadas 01 01 01 02 15 02

59 29 37 48 29 43 41 37 23 44 46 36 23 41 43 28 28TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha

TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRASt (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ. � 30 cm, no colo) 8.

97

6.34

6.46

7.53

8.82

10.5

9

5.36

9.14

11.2

4

8.88

7.83

7.32

4.62

9.10

6.18

6.69

7.45

Page 173: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste173

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50Pouteria spp. abio-curriola 09 06 06 09 06 02

Luhea spp. açoita-cavalo 01 18 04 01 01

Piptadenia spp. Angico

Guettarda spruceana angélica 08

Andira humilis angelim-de-morcego

Psidium spp. araçá 01 06 01

Annona spp. araticum 01 02

Astronium urundeuva aroeira 01 01

Vernonia sp. assa-peixe

Sterculia chicha axixá

Salvertia convallariodora bananeira-do-campo

Dipteryx alata baru 03 01

Stryphnodendron adstringens barbatimão 01

Salacia crassifolia bacupari

Não determinado buraim

Connarus sp. brinco-de-princesa 02

Psychotria sp. cafezinho 01

Eugenia dysenterica cagaita 01 01 01 01

Ocotea sp. caneleira 01 01

Eugenia sp. cambuí

Cabralea sp. canjerana

Terminalia argentea capitão-do-campo 02

Spondias sp. cajá

Anacardium spp. caju 01 05

Sclerolobium spp. carvoeiro

Jacaranda sp. Caroba 01 01 01 01 01 03

Page 174: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste174

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50Qualea sp. cascudo 01 01

Agonandra brasiliensis corticeiro, pau-marfim

Cordia sp. claraíba, freijó 01 02 02

Não determinado croadinho 04

Xylopia sp. envira-pindaíba

Spondia tuberosa embu 02

Bursera leptophoeos embu-de-anta 03

Roupala sp. faeira, carne-de-vaca 01

Dimorphandra mollisfaveira, barbatimão-da-folha miúda

04 01

Não determinado farinha-seca

Lonchocarpus sp. feijão-cru

Solanum lycocarpum fruto-de-lobo

Tocoyena formosa jenipapo-de-cavalo 01

Astronium fraxinifolium gonçalo-alves 08 07 01 01 01 01 02 01 06 02 01 01

Myrcia spp. goiabinha 02 02

Palicourea rigida gritadeira

Aspidosperma spp. guatambu, pereiro 02 02 01 01

Pseudobombax sp. imbiruçu 02 01

Tabebuia spp. ipê, pau-d’arco 01 02 01

Tabebuia caraiba ipê-caraíba 01 01 03

Zehyera sp. ipê-tabaco 01

Platypodium elegans jacarandá-canzil 02 01

Dalbergia violacea jacarandá-caviúna

Machaerium spp. jacarandá 01

Hymenaea stigonocarpa jatobá-do-campo 03 01 01 02 01

Page 175: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste175

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50Mimosa sp. jurema

Callophyllum brasiliense landimNão determinado leite-de-banhaRandia armata limãorana 05

Curatella americana lixeira, sambaíba 01 01 01 01 11 02 01 20 01 04Brosimum gaudichaudii mamacadela 01

Dilodendron bipinnatum mamoninha, mulher-pobre 01 06

Fagara sp. mama-de-porca 01 02

Apeiba tibourbou macaqueira

Terminalia sp. maria-preta 01 01 01

Alibertia sp. marmelada-de-cachorro

Simaruba versicolor marupá 01

Hancornia speciosa mangaba

Erythroxylum sp. mercúrio 02

Buchenavia sp. mirindiba

Didymopanax sp. morototó

Guazuma almifolia mutamba

Byrsonima spp. murici 01 01 01 01 03 01

Não determinado mussambé

Physocalymma scaberrimanó-de-porco, quebra-foice

Licania humilis oiti 14 02 03 01 11

Diospyros sp. olho-de-boi 01 01

Kielmeyera spp. pau-santo 03 03 05 02 01 04

Vochysia rufa pau-doce 02 01 01

Page 176: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste176

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostrasNOME CIENTÍFICO

DAS ESPÉCIESNOME VULGARDAS ESPÉCIES

34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50Callisthene fasciculata pau-jacaré 09 02

Ouratea sp. pau-de-cobra 01

Tapirira guianensis pau-pombo

Vochysia thyrsoidea pau-de-tucano

Qualea sp. pau-terra-folha-fina

Qualea parviflora pau-terra-folha-miúda 05 03 14 04 03 04 11 16 24 08

Qualea grandiflora pau-terra-folha-larga 01 01 05 04 04 02 02 12 01 02

Qualea multiflora pau-terra-vermelho 11 05 20

Lafoensia pacari pacari 01 02 01 01 03 04 02

Bombax sp. paineira

Aspidosperma spp. peroba-do-campo

Cochlospermum sp. periquiteira

Não determinado piabinha

Cariocar brasiliense pequi 07 02 04 01 03 03

Matayba sp. pitomba

Miconia spp. quaresmeira

Strychnos pseudoquina quina-do-campo

Não determinado remela-de-cachorro 01

Davilla sp. sambaibinha

Não determinado são-joão

Emmotum nitens sobre

Vatairea macrocarpa sucupira-amargosa 05 02

Acosmium dasycarpum sucupira-amarela 01

Pterodon pubescens sucupira-branca 01 01 01

Bowdichia virgiloides sucupira-preta 02 01 01 01 01

Page 177: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste177

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

Enterolobium sp. tamboril

Couratari sp. tatarema 01 01 03 02 01

Ormosia sp. tento

Magonia pubescens tingui 06 06 02 01 05 05 01 01 03 02 06

Bauhinia sp. unha-de-vaca

Thiloa sp. vaqueta

Guettarda sp. veludo

Plathymenia reticulata vinhático 04 01

Não determinado Não determinadas 01 01 02 08 03 01 05 01 01

19 31 25 53 38 41 44 41 37 27 38 26 54 39 41 43 34TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha

TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRASt (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ. � 30 cm, no colo) 6.

37

4.85

3.46

4.65

9.54

7.12

7.26

8.67

7.50

8.59

8.51

4.88

7.40

8.17

9.07

8.05

5.52

Page 178: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste178

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67Pouteria spp. abio-curriola 02 02 03 01 02

Luhea spp. açoita-cavalo

Piptadenia spp. angico 01

Guettarda spruceana angélica 02

Andira humilis angelim-de-morcego

Psidium spp. araçá 01 02 02 01

Annona spp. araticum 02 01 01

Astronium urundeuva aroeira 01

Vernonia sp. assa-peixe 02

Sterculia chicha axixá

Salvertia convallariodora bananeira-do-campo

Dipteryx alata baru 02

Stryphnodendron adstringens barbatimão

Salacia crassifolia bacupari 01

Não determinado buraim 02

Connarus sp. brinco-de-princesa

Psychotria sp. cafezinho

Eugenia dysenterica cagaita

Ocotea sp. caneleira 01

Eugenia sp. cambuí

Cabralea sp. canjerana

Terminalia argentea capitão-do-campo 02

Spondias sp. cajá

Anacardium spp. caju 06 02

Sclerolobium spp. carvoeiro

Jacaranda sp. Caroba 01 02 02 01

Page 179: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste179

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67Qualea sp. cascudo 02 04 02

Agonandra brasiliensis corticeiro, pau-marfim

Cordia sp. claraíba, freijó 01 01 01 02

Não determinado croadinho 01 05 02

Xylopia sp. envira-pindaíba 01

Spondia tuberosa embu 01

Bursera leptophoeos embu-de-anta

Roupala sp. faeira, carne-de-vaca

Dimorphandra mollisfaveira, barbatimão-da-folha miúda

03 01 01

Não determinado farinha-seca

Lonchocarpus sp. feijão-cru 01

Solanum lycocarpum fruto-de-lobo

Tocoyena formosa jenipapo-de-cavalo

Astronium fraxinifolium gonçalo-alves 04 03 02

Myrcia spp. goiabinha 01

Palicourea rigida gritadeira 02

Aspidosperma spp. guatambu, pereiro 01 03 01 08 01 01

Pseudobombax sp. imbiruçu

Tabebuia spp. ipê, pau-d’arco 01 02

Tabebuia caraiba ipê-caraíba 02

Zehyera sp. ipê-tabaco

Platypodium elegans jacarandá-canzil

Dalbergia violacea jacarandá-caviúna

Machaerium spp. jacarandá

Hymenaea stigonocarpa jatobá-do-campo 01 02 01 01

Page 180: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste180

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67Mimosa sp. jurema

Callophyllum brasiliense landim 01 06 02

Não determinado leite-de-banha 01

Randia armata limãorana 07

Curatella americana lixeira, sambaíba 05 04 03 03 01 01

Brosimum gaudichaudii mamacadela

Dilodendron bipinnatum mamoninha, mulher-pobre

Fagara sp. mama-de-porca

Apeiba tibourbou macaqueira 01 01 01 01 01

Terminalia sp. maria-preta 05 01 02 06

Alibertia sp. marmelada-de-cachorro 02 01 02

Simaruba versicolor marupá

Hancornia speciosa mangaba

Erythroxylum sp. mercúrio

Buchenavia sp. mirindiba

Didymopanax sp. morototó

Guazuma almifolia mutamba 01 01 01

Byrsonima spp. murici 01 03 01 02 01

Não determinado mussambé 01 02

Physocalymma scaberrima nó-de-porco, quebra-foice

Licania humilis oiti 02

Diospyros sp. olho-de-boi

Kielmeyera spp. pau-santo 05 02 03 01 02 09 05 03 02 02

Vochysia rufa pau-doce 01 02 01 04 01

Page 181: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste181

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostrasNOME CIENTÍFICO

DAS ESPÉCIESNOME VULGARDAS ESPÉCIES

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67Callisthene fasciculata pau-jacaré 01 01

Ouratea sp. pau-de-cobra

Tapirira guianensis pau-pombo 02 10 09

Vochysia thyrsoidea pau-de-tucano

Qualea sp. pau-terra-folha-fina

Qualea parviflora pau-terra-folha-miúda 03 13 14 17 03 04 02 13 10 13 08 05 07 12

Qualea grandiflora pau-terra-folha-larga 10 02 05 04 04 04 05 03 02

Qualea multiflora pau-terra-vermelho 01

Lafoensia pacari pacari 01 03 01 02 05

Bombax sp. paineira

Aspidosperma spp. peroba-do-campo

Cochlospermum sp. periquiteira 01 01

Não determinado piabinha

Cariocar brasiliense pequi 01 03 04 01 03 01 05

Matayba sp. pitomba 14

Miconia spp. quaresmeira

Strychnos pseudoquina quina-do-campo 02 01

Não determinado remela-de-cachorro 02

Davilla sp. sambaibinha

Não determinado são-joão

Emmotum nitens sobre

Vatairea macrocarpa sucupira-amargosa

Acosmium dasycarpum sucupira-amarela

Pterodon pubescens sucupira-branca 04 03 02

Bowdichia virgiloides sucupira-preta 01 07 02 19 03 01 03

Page 182: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste182

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67

Enterolobium sp. tamboril

Couratari sp. tatarema 01 03 03 11

Ormosia sp. tento

Magonia pubescens tingui 10 03 01 02

Bauhinia sp. unha-de-vaca 01 04 01

Thiloa sp. vaqueta

Guettarda sp. veludo 01 02

Plathymenia reticulata vinhático

Não determinado Não determinadas 03 04 43 05 01 02 02 09 11 01

33 37 28 39 43 49 53 18 48 38 58 41 48 32 24 26 26TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha

TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRASt (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ. � 30 cm, no colo) 8.

25

8.70

3.58

5.26

5.84

6.60

9.39

3.04

6.40

6.97

9.55

5.34

6.09

7.17

4.53

4.58

6.61

Page 183: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste183

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84Pouteria spp. abio-curriola 01 01

Luhea spp. açoita-cavalo 02

Piptadenia spp. angico

Guettarda spruceana angélica 01

Andira humilis angelim-de-morcego

Psidium spp. araçá 01

Annona spp. araticum

Astronium urundeuva aroeira

Vernonia sp. assa-peixe 01

Sterculia chicha axixá

Salvertia convallariodora bananeira-do-campo

Dipteryx alata baru

Stryphnodendron adstringens barbatimão 03

Salacia crassifolia bacupari

Não determinado buraim

Connarus sp. brinco-de-princesa

Psychotria sp. cafezinho

Eugenia dysenterica cagaita 01 20

Ocotea sp. caneleira

Eugenia sp. cambuí 04

Cabralea sp. canjerana

Terminalia argentea capitão-do-campo

Spondias sp. cajá

Anacardium spp. caju 01

Sclerolobium spp. carvoeiro 03 01 01

Jacaranda sp. Caroba 03 01

Page 184: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste184

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84Qualea sp. cascudo 02

Agonandra brasiliensis corticeiro, pau-marfim 01

Cordia sp. claraíba, freijó 01

Não determinado croadinho 01

Xylopia sp. envira-pindaíba

Spondia tuberosa embu

Bursera leptophoeos embu-de-anta

Roupala sp. faeira, carne-de-vaca 01 01

Dimorphandra mollisfaveira, barbatimão-da-folha miúda

01

Não determinado farinha-seca 01

Lonchocarpus sp. feijão-cru

Solanum lycocarpum fruto-de-lobo 03

Tocoyena formosa jenipapo-de-cavalo

Astronium fraxinifolium gonçalo-alves

Myrcia spp. goiabinha 02

Palicourea rigida gritadeira

Aspidosperma spp. guatambu, pereiro

Pseudobombax sp. imbiruçu

Tabebuia spp. ipê, pau-d’arco

Tabebuia caraiba ipê-caraíba

Zehyera sp. ipê-tabaco 01

Platypodium elegans jacarandá-canzil

Dalbergia violacea jacarandá-caviúna

Machaerium spp. jacarandá 01 02

Hymenaea stigonocarpa jatobá-do-campo

Page 185: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste185

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84Mimosa sp. jurema

Callophyllum brasiliense landim

Não determinado leite-de-banha

Randia armata limãorana

Curatella americana lixeira, sambaíba 01 01

Brosimum gaudichaudii mamacadela

Dilodendron bipinnatum mamoninha, mulher-pobre

Fagara sp. mama-de-porca

Apeiba tibourbou macaqueira

Terminalia sp. maria-preta

Alibertia sp. marmelada-de-cachorro 01 02

Simaruba versicolor marupá

Hancornia speciosa mangaba

Erythroxylum sp. mercúrio

Buchenavia sp. mirindiba

Didymopanax sp. morototó 03 01 01

Guazuma almifolia mutamba

Byrsonima spp. murici 01 02

Não determinado mussambé 01

Physocalymma scaberrima nó-de-porco, quebra-foice

Licania humilis oiti

Diospyros sp. olho-de-boi 01

Kielmeyera spp. pau-santo 01 05

Vochysia rufa pau-doce 04

Page 186: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste186

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84Callisthene fasciculata pau-jacaré 02

Ouratea sp. pau-de-cobra 01

Tapirira guianensis pau-pombo

Vochysia thyrsoidea pau-de-tucano 01

Qualea sp. pau-terra-folha-fina

Qualea parviflora pau-terra-folha-miúda 03 11 01 11 10

Qualea grandiflora pau-terra-folha-larga 03 03 09

Qualea multiflora pau-terra-vermelho

Lafoensia pacari pacari 01 04 01

Bombax sp. paineira 02

Aspidosperma spp. peroba-do-campo 01

Cochlospermum sp. periquiteira

Não determinado piabinha

Cariocar brasiliense pequi 01 01 04

Matayba sp. pitomba

Miconia spp. quaresmeira 07

Strychnos pseudoquina quina-do-campo

Não determinado remela-de-cachorro

Davilla sp. sambaibinha

Não determinado são-joão

Emmotum nitens sobre 03

Vatairea macrocarpa sucupira-amargosa

Acosmium dasycarpum sucupira-amarela

Pterodon pubescens sucupira-branca

Bowdichia virgiloides sucupira-preta 02 13 01

Page 187: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste187

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Continua)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostrasNOME CIENTÍFICO

DAS ESPÉCIESNOME VULGARDAS ESPÉCIES

68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84

Enterolobium sp. tamboril 01

Couratari sp. tatarema 05

Ormosia sp. tento

Magonia pubescens tingui 01 07

Bauhinia sp. unha-de-vaca

Thiloa sp. vaqueta

Guettarda sp. veludo

Plathymenia reticulata vinhático

Não determinado Não determinadas 16 01 02 01 05 22 20 54 25 28 25 39 33 35 33

29 31 36 37 36 23 31 22 20 54 25 28 25 39 33 35 33TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha

TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRASt (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ. � 30 cm, no colo) 4.

62

3.52

6.53

6.97

3.39

3.14

7.37

2.90

3.80

9.36

2.56

2.90

2.50

4.61

3.61

4.80

4.19

Page 188: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste188

Tabela 9

Distribuição do número de árvores e do volume de fitomassa para lenha, por amostra, segundo as espécies existentes nasFormações Savana Arbórea aberta e Savana Arbórea densa – 1982/1990

(Conclusão)

DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE ÁRVORESAmostras

NOME CIENTÍFICODAS ESPÉCIES

NOME VULGARDAS ESPÉCIES

85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99

Guettarda sp. Veludo

Plathymenia reticulata Vinhático

Não determinado Não determinadas 13 20 27 21 19 26 40 12 29 38 52 46 26 31 47

13 20 27 21 19 26 40 12 29 38 52 46 26 31 47TOTAL DE ÁRVORES POR AMOSTRA DE 0,1 ha

TOTAL DE VOLUME DE LENHA POR AMOSTRASt (estéreo)/0,1 ha (árvores com circ. � 30 cm, no colo) 4.

08

2.58

2.84

2.40

1.99

3.19

5.00

2.54

4.45

6.06

8.08

6.06

6.75

3.71

7.53

FONTE – Projeto RADAMBRASIL, Inventários Florestais e de Fitomassa de 1982, 1984 e 1990, durante serviço de campo.NOTA – Volume médio = 60.78 st/ha e número médio de indivíduos = 345/ha.

Page 189: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 189

havendo riscos de erosão, porém grande parte delas estão condicionadas aoprocesso de dinâmica fluvial (retirada e deposição de sedimentos). Os Latossolos selocalizam no chapadão próximo à borda da Serra Geral (área de alta instabilidade).

Muitas dessas áreas são de preservação por imposição legal (Lei nº 4.471/65,do Código Florestal); devido à escala de trabalho foram incluídas algumas áreasinseridas na unidade de mapeamento que possuem características favoráveis aouso agrícola, como certos vales, áreas próximas a cursos de água, que quandoutilizadas racionalmente não oferecem agressão significativa ao meio ambiente,como a agricultura de subsistência, pastagem natural, manejo sustentado de florestae extrativismo vegetal, indicados como 2ª e 3ª recomendações de usos; neste casoa unidade não constitui áreas de preservação plena.

Grande parte destas áreas que não apresentam aptidão para o uso agrícolapodem apresentar um potencial mineral significativo, e sua exploração deve seracompanhada de estudos mais detalhados de viabilidade econômica e depreservação ambiental.

Constituem 9 (nove) unidades de mapeamento, de PE1 a PE9.

Abrangem 9.075 km2, representando 29% da área total mapeada, sendo 18,2%(7.059 km2) correspondentes à preservação plena (sem outras recomendações).

Page 190: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 190

Dados de Produção

Agricultura

As Figuras 40, 41 e 42 apresentam a distribuição espacial das principaisculturas em área plantada da região nordeste de Goiás e sua evolução num períodode 19 anos, de 1970 a 1989.

A área plantada em 1970, que era de 38.895 ha, passou para 91.276 ha em1989, havendo no período uma evolução de 135%, tendo sido incorporados 52.381ha em 19 anos. Este aumento substancial se deve principalmente à soja, que ematé 1980 praticamente inexistia na região. A partir da safra 85/86, a cultura da sojateve início na área, particularmente nos Municípios de Alto Paraíso, Flores de Goiás,Sítio d’Abadia e São João d’Aliança. De 2 ha de área plantada em 1980, passoupara 22.910 ha em 1989, sendo que a tendência é aumentar. A produtividade dessacultura na Chapada dos Veadeiros (2.027 kg/ha) é comparada com a obtida naregião sudoeste do estado, porém, no Vão do Paraná, ela é menor (1.345 kg/ha),registrando para a região nordeste uma produtividade de 1.686 kg/ha (relacionadacom a área colhida).

O arroz e o milho também tiveram suas áreas plantadas aumentadas; o milho,de 12.674 ha em 1980, passou para 22.610 ha em 1989. O arroz de sequeiro tevepequeno incremento em 1989 se comparado a 1980, de 22.950 ha para 24.200 ha,porém, em 1989, registrou-se uma área plantada de 6.740 ha de arroz irrigado, maisnotadamente no Município de Flores de Goiás.

O feijão e a cana-de-açúcar tiveram um relativo aumento na área plantada(Figuras 40, 41 e 42); em 1989 há registro de áreas com feijão irrigado (3ª safra)com substancial aumento de produtividade em comparação ao não irrigado.

Houve também alterações quanto à fruticultura e cafeicultura, com considerávelaumento de área plantada.

Há uma relação direta entre a ocupação de áreas com soja e solos semimpedimento ao uso de implementos agrícolas, isto é, solos profundos e muitoprofundos, livres de cascalhos e pedregosidade e que se encontram sob relevoplano e suave ondulado (Exemplo: Latossolos). Estes solos, entretanto, possuembaixa e muito baixa fertilidade natural (Figura 30), havendo a necessidade deaplicação de fertilizantes e corretivos.

Page 191: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano
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Page 193: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano
Page 194: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 194

Com a cultura da soja, os agricultores da região tiveram um contato maior comnovas tecnologias (uso de sementes melhoradas, melhor manejo dos solos, etc.),daí obtendo uma maior produtividade.

Nas Tabelas 10 a 27 estão relacionados os dados de produção das culturasanuais e perenes, respectivamente, por município, contendo a área plantada, áreacolhida, produção e produtividade de cada cultura no ano de 1989.

Pecuária (Bovinocultura)

A pecuária na região, praticada essencialmente de forma extensiva, é atividadeem franca expansão, com utilização crescente de pastagens plantadas,incorporadas progressivamente de áreas florestais e savânicas bem como de áreasagrícolas, principalmente de lavouras de subsistência.

Apesar disso, a maioria dos criadores ainda se utiliza dos campos naturais paraalimentar o seu rebanho, o que justifica a carência alimentar como um dos principaisproblemas da pecuária regional. A bovinocultura, explorada empiricamente empastagens naturais, atinge índices de produção insatisfatórios, tendo em média umacapacidade de suporte de 0,2 cabeças por hectare por ano (INDUR – P.D.I. ALTOPARAÍSO).

A utilização do fogo, contrariamente à crença generalizada de que se presta àlimpeza e manutenção das pastagens naturais, é prática nociva que deveria serevitada. A rebrotação dos capins forrageiros se dá naturalmente a partir dasprimeiras chuvas, ao fim do período seco. O ideal seria aplicar técnicas de roçadaspermitindo que a matéria seca morta pudesse ser incorporada ao solo, naturalmente,diminuindo deste modo o seu empobrecimento.

Outras técnicas para melhorar a capacidade de suporte das pastagens naturaisseriam a introdução ou plantio de enriquecimento com promissoras forrageirasnativas ou adaptadas, algumas já identificadas e propagadas pelos órgãos depesquisas agrostológicas como a EMBRAPA-CPAC e EMGOPA.

Segundo dados do IBGE, em 1987 o rebanho bovino era cerca de 80% maiorquando comparado com o ano de 1975, isto representando um incremento anual de5%, superior à média estadual do período que se situou na faixa de 3,4%. Nestemesmo ano, os maiores rebanhos se concentraram nos Municípios de Flores deGoiás, Posse, São Domingos, Campos Belos e Monte Alegre de Goiás, com mais de50% do efetivo regional, de aproximadamente 700.000 cabeças.

Presentemente, o panorama geral da pecuária vem se alterando com a difusãode práticas introduzidas por produtores de outras regiões, onde se inclui a formaçãode pastagens com diversificados sistemas e tipos de forrageiras, além da introduçãode novas raças, tanto de linhagem leiteira (Holandesa, Jersey e Girolanda), como decorte (Cimental e Nelore) (SEPLAN – PRONORDESTE).

Outro problema constatado na região refere-se ao praguejamento excessivo eà degradação relativamente rápida das pastagens formadas, em áreas inadequadas,ou com práticas de formação mal conduzidas. É comum verificarem-se na região deIaciara e Alvorada do Norte, principalmente, grandes áreas nesta situação,caracterizando pastagens abandonadas, com agressiva vegetação secundária ou

Page 195: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 195

Tabela 10

Evolução da cultura temporária de algodão, em caroço, segundo municípios daregião nordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989

MUNICÍPIOSÁrea(ha)

Produção(t)

Área(ha)

Produção(t)

Áreacolhida

(ha)

Produção(t)

Produtivi-dademédia(t/ha)

TOTAL 179 52 6 1 17 19 1,118

Alto Paraíso de Goiás 1 0 - - - - -

Alvorada do Norte 40 9 - - - - -

Campos Belos 11 4 - - - - -

Cavalcante 32 13 - - - - -

Damianópolis 5 1 - - - - -

Divinópolis de Goiás 2 1 - - - - -

Guarani de Goiás 1 0 - - - - -

Iaciara 3 2 4 1 17 19 1,118

Mambaí 47 7 1 0 - - -

Nova Roma 6 1 - - - - -

Posse 30 11 - - - - -

São Domingos - - 1 0 - - -

São João d'Aliança 1 3 - - - - -

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTA – Sinais convencionais utilizados:0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico

originalmente positivo.- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

Page 196: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 196

Tabela 11

Evolução da cultura temporária de amendoim, em casca, segundo municípiosda região nordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989

MUNICÍPIOSÁrea(ha)

Produção(t)

Área(ha)

Produção(t)

Áreacolhida

(ha)

Produção(t)

Produtivi-dademédia(t/ha)

TOTAL 49 29 ... 4 - - -

Campos Belos - - ... 0 - - -

Divinópolis de Goiás 8 6 - - - - -Flores de Goiás 10 4 - - - - -

Guarani de Goiás 2 1 - - - - -

Iaciara 10 5 ... 0 - - -Mambaí - - ... 2 - - -

Monte Alegre de Goiás 10 8 ... 1 - - -

Nova Roma 6 4 - - - - -Posse - - ... 1 - - -

São Domingos 2 1 ... 0 - - -

Sítio d’Abadia 1 0 - - - - -

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTA – Sinais convencionais utilizados:0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico

originalmente positivo.- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.... Dado numérico não disponível.

Page 197: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 197

Tabela 12

Evolução da cultura temporária de arroz de sequeiro, em casca, segundomunicípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989(1) (2)

MUNICÍPIOS

Área(ha)

Produção(t)

Área(ha)

Produção(t)

Áreacolhida

(ha)

Produção(t)

Produtivi-dademédia(t/ha)

TOTAL 14.737 9.471 22.950 20.700 19.480 19.480 1,000

Alto Paraíso de Goiás 426 490 373 351 1.000 1.120 1,120

Alvorada do Norte 710 408 610 473 180 110 0,611

Campos Belos 316 280 3.920 4.283 400 400 1,000

Cavalcante 1.217 955 2.832 2.867 2.230 2.680 1,202

Colinas de Sul - - - - 700 840 1,200

Damianópolis 1.622 915 396 234 200 180 0,900

Divinópolis de Goiás 556 510 1.355 1.394 650 500 0,769

Flores de Goiás 1.538 649 758 845 1.800 2.340 1,300

Guarani de Goiás 612 275 820 407 300 250 0,833

Iaciara 630 488 1123 864 500 150 0,300

Mambaí 1.568 948 794 418 1.600 1.440 0,900

Monte Alegre de Goiás 408 426 2.116 1.596 1.100 900 0,818

Nova Roma 271 266 578 527 1.400 1.010 0,721

Posse 2.660 1.454 2.876 1.938 450 340 0,756

São Domingos 1.325 779 2.122 2.345 700 500 0,714

São João d’Aliança 594 491 2.074 1.982 3.200 3.840 1,200

Simolândia - - - - 120 90 0,750

Sítio d”Abadia 284 137 203 176 2.500 2.250 0,900

Teresina de Goiás - - - - 450 540 1,200

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTA – Sinal convencional utilizado:- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

(1) A área perdida (plantada mas não colhida) foi de 4.720 ha. (2) A área de arroz irrigado foi de6.740 ha, com produção de 33.676 t e produtividade média de 4,996 t/ha, em 3 municípios da região.

Page 198: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 198

Tabela 13

Evolução da cultura temporária de cana-de-açúcar, segundo municípios daregião nordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989(1)

MUNICÍPIOS

Área(ha)

Produção(t)

Área(ha)

Produção(t)

Áreacolhida

(ha)

Produção(t)

Produtivi-dademédia(t/ha)

TOTAL 1.699 15.582 611 6.996 1.677 56.110 33,450

Alto Paraíso de Goiás 71 553 8 156 200 8.000 40,000

Alvorada do Norte 21 111 - - 60 1.700 28,333

Campos Belos 8 132 21 563 100 3.800 38,000

Cavalcante 123 1.076 93 929 67 2.010 30,000

Colinas do Sul - - - - 63 1.890 30,000

Damianópolis 195 2.142 42 472 125 3.700 29,600

Divinópolis de Goiás 57 1.101 4 49 40 1.200 30,000

Flores de Goiás 6 48 - - 85 3.400 40,000

Guarani de Goiás 104 504 0 4 40 1.200 30,000

Iaciara 27 371 4 31 80 2.400 30,000

Mambaí 256 2.007 47 447 100 3.100 31,000

Monte Alegre de Goiás 4 152 2 58 70 2,800 40,000

Nova Roma 112 1.244 55 861 150 4.600 30,666

Posse 395 3.463 139 1.517 120 3.800 31,666

São Domingos 178 1.707 47 827 80 2.800 35,000

São João d’Aliança 93 570 140 985 170 5.100 30,000

Simolândia - - - - 10 320 32,000

Sítio d”Abadia 49 401 9 97 97 3.690 38,041

Teresina de Goiás - - - - 20 600 30,000

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTA – Sinais convencionais utilizados:0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico

originalmente positivo.- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

(1) A área plantada foi de 260 ha e, a erradicada, foi de 1.102 ha.

Page 199: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 199

Tabela 14

Evolução da cultura temporária de feijão, em grão, segundo municípios daregião nordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989(1) (2)

MUNICÍPIOS

Área(ha)

Produção(t)

Área(ha)

Produção(t)

Áreacolhida

(ha)

Produção(t)

Produtivi-dademédia(t/ha)

TOTAL 6.747 1.590 5.164 1.995 5.532 1.599 0,289

Alto Paraíso de Goiás 465 114 310 146 900 270 0,300

Alvorada do Norte 215 33 57 10 20 5 0,250

Campos Belos 190 59 288 99 180 52 0,288

Cavalcante 706 195 1.225 709 50 5 0,100

Colinas do Sul - - - - 30 3 0,100

Damianópolis 855 191 130 42 82 20 0,244

Divinópolis de Goiás 196 134 248 93 150 40 0,266

Flores de Goiás 175 37 63 21 700 280 0,400

Guarani de Goiás 260 43 56 21 190 50 0,263

Iaciara 232 40 164 31 130 22 0,169

Mambaí 969 212 305 82 150 41 0,273

Monte Alegre de Goiás 76 63 238 75 200 50 0,250

Nova Roma 163 78 236 74 190 57 0,300

Posse 931 132 639 159 460 172 0,373

São Domingos 464 62 256 118 230 70 0,304

São João d’Aliança 642 125 703 248 900 180 0,200

Simolândia - - - - 50 10 0,200

Sítio d”Abadia 208 72 246 67 900 270 0,300

Teresina de Goiás - - - - 20 2 0,100

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTAS – 1. Dados referentes à cultura sem irrigação (1ª + 2ª safras). 2. Sinal convencional utilizado:

- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.(1) A área perdida (plantada mas não colhida) na 1ª e 2ª safras foi de 2.345 ha. (2) A 3ª safra, comirrigação, produziu 124 t, numa área de 181 ha, com produtividade média de 0,685 t/ha,, em 6municípios da região.

Page 200: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 200

Tabela 15

Evolução da cultura temporária de mandioca, segundo municípios da regiãonordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989(1)

MUNICÍPIOS

Área(ha)

Produção(t)

Área(ha)

Produção(t)

Áreacolhida

(ha)

Produção(t)

Produtivi-dademédia(t/ha)

TOTAL 1.210 4.666 524 3.313 1.354 17.250 12,740

Alto Paraíso de Goiás 32 96 9 68 130 1.300 10,000

Alvorada do Norte 1 9 0 6 30 400 13,333

Campos Belos 42 397 11 70 80 1.000 12,500

Cavalcante 311 1.218 253 1.105 85 850 10,000

Colinas do Sul - - - - 20 200 10,000

Damianópolis 87 280 7 61 100 1.300 13,000

Divinópolis de Goiás 48 352 16 137 30 360 12,000

Flores de Goiás 26 68 2 20 40 600 15,000

Guarani de Goiás 76 186 - - 40 500 12,500

Iaciara 34 338 18 101 150 2.200 14,666

Mambaí 188 446 28 224 120 2.000 16,667

Monte Alegre de Goiás 1 2 4 32 40 480 12,000

Nova Roma 53 141 32 165 150 2.100 14,000

Posse 112 290 50 310 70 900 12,857

São Domingos 91 389 63 854 80 1.000 12,500

São João d’Aliança 55 146 22 105 130 1.300 10,000

Simolândia - - - - 4 50 12,500

Sítio d’Abadia 53 308 9 55 40 560 14,000

Teresina de Goiás - - - - 15 150 10,000

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTA – Sinais convencionais utilizados:0 Dado numérico igual a zero de arredondamento de um dado numérico originalmente

positivo.- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

(1) A área plantada foi de 1.064 ha.

Page 201: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 201

Tabela 16

Evolução da cultura temporária de milho, em grão, segundo municípios daregião nordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989(1)

MUNICÍPIOS

Área(ha)

Produção(t)

Área(ha)

Produção(t)

Áreacolhida

(ha)

Produção(t)

Produtivi-dademédia(t/ha)

TOTAL 13.707 7.809 12.674 11.280 20.730 28.030 1,352

Alto Paraíso de Goiás 612 628 346 355 1.000 1.500 1,500

Alvorada do Norte 612 380 269 128 400 530 1,325

Campos Belos 289 179 906 979 600 660 1,100

Cavalcante 959 761 1.660 1.778 1.640 2.460 1,500

Colinas do Sul - - - - 500 750 1,500

Damianópolis 1.609 845 282 229 350 420 1,200

Divinópolis de Goiás 260 224 695 471 900 900 1,000

Flores de Goiás 1.187 374 415 472 1.000 2.400 2,400

Guarani de Goiás 625 264 395 191 350 350 1,000

Iaciara 599 340 848 1.276 1.700 1.220 0,718

Mambaí 1.603 1.033 887 576 700 840 1,200

Monte Alegre de Goiás 247 222 1.279 619 1.500 1.800 1,200

Nova Roma 338 339 518 529 1.800 2.160 1,200

Posse 2.412 774 1.790 1.182 1.500 1.650 1,100

São Domingos 1.254 377 1.100 1.224 1.200 1.200 1,000

São João d’Aliança 793 872 789 703 3.180 5.720 1,799

Simolândia - - - - 250 230 0,920

Sítio d’Abadia 308 197 495 568 1.800 2.700 1,500

Teresina de Goiás - - - - 360 540 1,500

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTA – Sinal convencional utilizado: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

(1) A área perdida (plantada mas não colhida) foi de 1.900 ha.

Page 202: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 202

Tabela 17

Evolução da cultura temporária de soja, em grão, segundo municípios daregião nordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989(1)

MUNICÍPIOS

Área(ha)

Produção(t)

Área(ha)

Produção(t)

Áreacolhida

(ha)

Produção(t)

Produtivi-dademédia(t/ha)

TOTAL 2 2 2 3 22.810 43.348 1,900

Alto Paraíso de Goiás 2 2 - - 2.000 3.200 1,600

Alvorada do Norte - - - - 530 890 1,679

Campos Belos - - - - 120 130 1,083

Cavalcante - - - - 150 270 1,800

Flores de Goiás - - - - 1.500 3.150 2,100

Mambaí - - 2 3 500 130 0,260

Monte Alegre de Goiás - - - - 290 430 1,483

Posse - - - - 120 108 0,900

São João d’Aliança - - - - 16.000 33.600 2,100

Sítio d’Abadia - - - - 1.600 1.440 0,900

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTA – Sinal convencional utilizado:- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

(1) A área perdida (plantada mas não colhida) foi de 100 ha.

Page 203: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 203

Tabela 18

Evolução da cultura temporária de abacaxi e fumo, em folha, com registros nãocontínuos, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989

P R O D U Ç Ã O

1970 1980 1989MUNICÍPIOS

Abacaxi(fruto)

Fumo(t)

Abacaxi(fruto)

Fumo(t)

Abacaxi(fruto)

Fumo(t)

TOTAL 31.000 17 - - - -

Alto Paraíso de Goiás 6.000 1 - - - -

Campos Belos 0 0 - - - -

Cavalcante 7.000 13 - - - -

Damianópolis 1.000 - - - - -

Divinópolis de Goiás - 0 - - - -

Flores de Goiás 1.000 1 - - - -

Guarani de Goiás 0 - - - - -

Iaciara 0 0 - - - -

Mambaí 0 - - - - -

Nova Roma - 0 - - - -

Posse 1.000 0 - - - -

São Domingos 0 2 - - - -

São João d’Aliança 11.000 0 - - - -

Sítio d’Abadia 4.000 0 - - - -

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTA – Sinais convencionais utilizados:0 Dado número igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico

originalmente positivo.- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

Page 204: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 204

Tabela 19

Evolução da cultura permanente de abacate, segundo municípios da regiãonordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989

MUNICÍPIOS

Área(ha)

Produção(1.000frutos)

Área(ha)

Produção(1.000frutos)

Áreacolhida

(ha)

Produção(1.000frutos)

Produtivi-dademédia

(fruto/ha)

TOTAL ... 115 ... 151 - - -

Alto Paraíso de Goiás ... 22 - - - - -

Alvorada do Norte - - ... 5 - - -

Campos Belos ... 17 ... 4 - - -

Cavalcante ... 36 - - - - -

Divinópolis de Goiás - - ... 2 - - -

Flores de Goiás ... 1 - - - - -

Guarani de Goiás ... 3 ... 7 - - -

Iaciara - - ... 2 - - -

Mambaí ... 1 ... 60 - - -

Monte Alegre de Goiás - - ... 11 - - -

Nova Roma ... 2 ... 19 - - -

Posse ... 2 ... 24 - - -

São Domingos ... 21 ... 16 - - -

São João d’Aliança ... 8 - - - - -

Sítio d’Abadia ... 2 ... 1 - - -

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTA – Sinais convencionais utilizados: - Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.... Dado numérico não disponível.

Page 205: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 205

Tabela 20

Evolução da cultura permanente de banana, segundo municípios da regiãonordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989(1)

MUNICÍPIOS

Área(ha)

Produção(cachos)

Área(ha)

Produção(cachos)

Áreacolhida

(ha)

Produção(cachos)

Produtivi-dademédia

(cachos/ha)

TOTAL 424 177.700 313 203.000 1.035 844.000 815,459

Alto Paraíso de Goiás 17 6.514 3 4.000 90 108.000 1.200,000

Alvorada do Norte 36 14.510 5 2.000 20 10.000 500,000

Campos Belos 4 3.600 34 20.000 100 80.000 800,000

Cavalcante 45 11.484 9 9.000 70 56.000 800,000

Colinas do Sul - - - - 100 106.000 1.060,000

Damianópolis 57 21.868 2 1.000 20 10.000 500,000

Divinópolis de Goiás 9 2.280 - - 20 10.000 500,000

Flores de Goiás 19 6.220 1 0 14 15.000 1.071,429

Guarani de Goiás 26 6.388 8 4.000 30 20.000 666,667

Iaciara 19 9.153 20 10.000 50 40.000 800,000

Mambaí 17 3.348 29 14.000 30 18.000 600,000

Monte Alegre de Goiás 12 16.750 8 2.000 70 50.000 714,286

Nova Roma 7 1.624 29 34.000 130 90.000 692,308

Posse 105 47.971 118 77.000 140 90.000 642,858

São Domingos 39 15.978 42 22.000 15 10.000 666,667

São João d’Aliança 4 3.900 5 4.000 97 97.000 1.000,000

Sítio d’Abadia 8 6.112 - - 14 14.000 1.000,000

Teresina de Goiás - - - - 25 20.000 800,000

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTA – Sinais convencionais utilizados:0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico

originalmente positivo..- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

(1) A área plantada foi de 95 ha e a erradicada foi de 175 ha.

Page 206: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 206

Tabela 21

Evolução da cultura permanente de café, em coco, segundo municípios daregião nordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989(1)

MUNICÍPIOS

Área(ha)

Produção(t)

Área(ha)

Produção(t)

Áreacolhida

(ha)

Produção(t)

Produtivi-dadeMédia(t/ha)

TOTAL 140 78 180 95 386 334 0,860

Alto Paraíso de Goiás 20 24 24 14 45 41 0,911

Cavalcante 4 1 11 6 50 50 1,000

Damianópolis 3 4 - - - - -

Divinópolis de Goiás 1 0 - - - - -

Iaciara - - - - 6 1 0,166

Mambaí 21 6 13 11 - - -

Nova Roma - - 1 0 - - -

Posse 87 41 68 37 40 20 0,500

São Domingos 3 1 2 1 5 2 0,400

São João d’Aliança - - 61 26 240 220 0,917

Sítio d”Abadia 1 1 - - - - -

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTA – Sinais convencionais utilizados:0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico

originalmente positivo..- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

(1) A área plantada foi acrescida de 75 ha.

Page 207: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 207

Tabela 22

Evolução da cultura permanente de laranja, segundo municípios da regiãonordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989(1)

MUNICÍPIOS

Área(ha)

Produção(1.000frutos)

Área(ha)

Produção(1.000frutos)

Áreacolhida

(ha)

Produção(1.000frutos)

Produtivi-dadeMédia

(fruto/ha)

TOTAL 1 465 9 1.476 55 4.000 72,728

Alto Paraíso de Goiás 1 56 - - - -

Alvorada do Norte - - 0 6 - - -

Campos Belos - - 0 26 - - -

Cavalcante 0 131 2 320 - - -

Damianópolis 0 4 - - - - -

Flores de Goiás 0 9 0 4 - - -

Guarani de Goiás - - 0 1 - - -

Iaciara 0 21 1 167 - - -

Mambaí 0 1 0 100 - - -

Nova Roma 0 45 - - - - -

Posse 0 4 4 338 25 2.500 100,000

São Domingos 0 21 2 439 - - -

São João d’Aliança 0 63 0 74 30 1.500 50,000

Sítio d’Abadia 0 110 0 1 - - -

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.

NOTA – Sinais convencionais utilizados:0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico

originalmente positivo..- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

(1) A área plantada foi acrescida de 490 ha e a erradicada foi de 5 ha.

Page 208: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 208

Tabela 23

Evolução da cultura permanente de limão, segundo municípios da regiãonordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989

MUNICÍPIOSÁrea(ha)

Produção(1.000frutos)

Área(ha)

Produção(1.000frutos)

Áreacolhida

(ha)

Produção(1.000frutos)

Produtivi-dadeMédia

(fruto/ha)

TOTAL ... 1 ... 42 - - -

Alvorada do Norte - - - 5 - - -Guarani de Goiás ... - ... 0 - - -Iaciara ... 1 ... 25 - - -Posse - - ... 12 - - -

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.NOTA – Sinais convencionais utilizados:

0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numéricooriginalmente positivo..

- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.... Dado numérico não disponível

Tabela 24

Evolução da cultura permanente de mamão, segundo municípios da regiãonordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989

MUNICÍPIOSÁrea(ha)

Produção(1.000frutos)

Área(há)

Produção(1.000frutos)

ÁreaColhida

(ha)

Produção(1.000frutos)

Produtivi-dadeMédia

(fruto/ha)

TOTAL ... 100 ... 15 - - -

Alto Paraíso de Goiás ... 38 - - - - -Alvorada do Norte - - ... 2 - - -Cavalcante ... 14 - - - - -Flores de Goiás ... 2 - - - - -Iaciara ... 10 ... 3 - - -Posse ... 8 ... 4 - - -São Domingos ... 20 ... 6 - - -Sítio d’Abadia ... 8 - - - - -

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.NOTA – Sinais convencionais utilizados:

- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.... Dado numérico não disponível

Page 209: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 209

Tabela 25

Evolução da cultura permanente de manga, segundo municípios da regiãonordeste de Goiás – 1970/1989

E V O L U Ç Ã O

1970 1980 1989

MUNICÍPIOSÁrea(ha)

Produção(1.000frutos)

Área(ha)

Produção(1.000frutos)

Áreacolhida

(ha)

Produção(1.000frutos)

Produtivi-dadeMédia

(fruto/ha)

TOTAL ... 1 2 401 300 3.000 10.000,000

Alvorada do Norte - - 0 4 - - -

Damianópolis - - 0 2 - - -Guarani de Goiás - - 0 2 - - -

Iaciara ... 1 0 47 - - -

Mambaí - - 0 136 - - -Posse - - 2 160 - - -

São Domingos - - 0 50 - - -

São João d’Aliança - - - - 300 3.000 10.000,000FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.NOTA – Sinais convencionais utilizados:

0 Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numéricooriginalmente positivo..

- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

Tabela 26

Evolução da cultura permanente de goiaba e tangerina, com registros nãocontínuos, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989

P R O D U Ç Ã O(fruto)

1970 1980 1989MUNICÍPIOS

Goiaba Tangerina Goiaba Tangerina Goiaba Tangerina

TOTAL - - 24.000 4.000 - -

Alvorada do Norte - - - 1.000 - -

Iaciara - - 21.000 2.000 - -

Mambaí - - - 1.000 - -

Posse - - 3.000 - - -

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.NOTA – Sinal convencional utilizado:

- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

Page 210: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 210

Tabela 27

Evolução da cultura permanente de marmelo e coco-da-baía, com registrosnão contínuos, segundo municípios da região nordeste de Goiás – 1970/1989

P R O D U Ç Ã O(fruto)

1970 1980 1989MUNICÍPIOS

MarmeloCoco-da-

baía MarmeloCoco-da-

baía MarmeloCoco-da-

baía

TOTAL 47.000 - - 83.000 - -

Alto Paraíso de Goiás 25.000 - - - - -

Mambaí - - - 3.000 - -

São Domingos - - - 80.000 - -

São João d’Aliança 22.000 - - - - -

FONTE – IBGE, Censo Agropecuário de 1970 e de 1980 e Produção Agrícola Municipal de 1989.NOTA – Sinal convencional utilizado:

- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

capoeira. Aparentemente, como conseqüência direta dos desmatamentos erepetidas queimadas, a área vem sofrendo lenta alteração climática, com reflexos noregime de chuvas e aumento do período seco. Deduz-se daí que os capins exóticosintroduzidos perdem a concorrência para as espécies nativas locais ou mesmointroduzidas, mas com muito melhor adaptação à situação atual. Na contingência deplantas agressivas e invasoras, encontram-se o miroró (Bauhinia sp.), a vaqueta(Thiloa sp.) e várias leguminosas como Acácia farnesiana, a conhecida esponjeira evárias espécies de Mimora, tidas como espécies preferenciais da região da Caatingado Nordeste brasileiro ou de áreas similares.

Florestamento/Reflorestamento

A experiência do Setor Florestamento/Reflorestamento na região deu-se quaseexclusivamente sob a ótica dos incentivos fiscais, hoje extintos. A par de projetos etalhões bem conduzidos, observaram-se insucessos que podem ser atribuídos à máescolha do sítio, espécie, semente ou mudas, além da falta de práticas silviculturais.No total, a região foi contemplada com a aprovação de uma área de 12.239,29 haem projetos incentivados, especialmente com as espécies florestais: Eucalyptusgrandis, E. Saligna e E. Citriodora, implantados entre 1974 e 1985, (Tabela 28).

A experiência extra-incentivo fiscal pode ser buscada fora da área, como naregião de Niquelândia (GO), onde as empresas Codemin e Níquel Tocantinsdesenvolvem projetos visando ao auto-abastecimento de suas indústrias, comcarvão vegetal e, também, próximo a Posse, na região do Chapadão Central, onde aFloryl desenvolve grande empreendimento com o objetivo de produzir celulose eaglomerado, ambas utilizando basicamente espécies de Eucalyptus.

Page 211: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 211

Tabela 28

Projetos de florestamento/reflorestamento incentivados, aprovados na regiãonordeste de Goiás

(contínua)

DENOMINAÇÃO PROTOCOLO MUNICÍPIOÁREA(ha)

ESSÊNCIA MUDAS

Sanoli IV 2824/85 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 833.400

Brasenf VIII 3183/84 São João d’Aliança 277,78 Eucalipto 463.059

Brasenf IX 3184/84 São João d’Aliança 222,22 Eucalipto 370.441

Recifra XVII 2621/84 Alto Paraíso 315,79 Eucalipto 526.422

Recifra XVIII 2694/84 Alto Paraíso 210,53 Eucalipto 350.954

Paraíso 3453/84 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 333.400

Santa Maria III 3053/84 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 333.400

Terplan III 2792/84 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 333.400

Sanoli III 2946/84 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 333.400

Santa Mônica II 3034/83 Cavalcante 200,00 Eucalipto 333.400

Santa Mônica II 3035/83 Cavalcante 210,53 Eucalipto 350.954

Terplan II 3036/83 Cavalcante 210,53 Eucalipto 350.954

Brasenf VI 3472/83 São João d’Aliança 210,52 Eucalipto 350.937

Brasenf VII 3471/83 São João d’Aliança 263,15 Eucalipto 438.671

Sanoli II 3658/83 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 333.400

Brasenf V 1933/82 São João d’Aliança 500,00 Eucalipto 833.500

Brasenf IV 1934/82 São João d’Aliança 500,00 Eucalipto 833.500

Recifra XV 1908/82 Alto Paraíso 350,00 Eucalipto 583.450

Recifra XVI 1909/82 Alto Paraíso 350,00 Eucalipto 583.450

Santa Mônica I 2297/82 Cavalcante 300,00 Eucalipto 500.100

Santa Maria I 2295/82 Cavalcante 300,00 Eucalipto 500.100

Terplan I 2296/82 Cavalcante 300,00 Eucalipto 500.100

Page 212: Zoneamento Geoambiental do Nordeste Goiano

Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 212

Tabela 28

Projetos de florestamento/reflorestamento incentivados, aprovados na regiãonordeste de Goiás

(conclusão)

DENOMINAÇÃO PROTOCOLO MUNICÍPIOÁREA(ha)

ESSÊNCIA MUDAS

Sanoli I 2234/82 Alto Paraíso 200,00 Eucalipto 333.400

Brasenf III 1391/81 São João d’Aliança 250,00 Manga 25.000

Araflora III 1725/81 São João d’Aliança 100,00 Eucalipto 166.700

Recifra XIV 1727/81 Alto Paraíso 570,00 Eucalipto 950.150

Recifra XIII 1728/81 Alto Paraíso 180,00 Eucalipto 300.000

Brasenf II 3413/80 São João d’Aliança 250,00 Manga 25.000

Recifra X 3825/80 Alto Paraíso 257,03 Manga 25.703

Recifra IX 3826/80 Alto Paraíso 367,19 Manga 36.719

Recifra XII 3943/80 Alto Paraíso 50,00 Goiaba 5.000

Recifra XIII 2824/79 São João d’Aliança 500,00 Eucalipto 833.500

Brasenf I 2644/79 São João d’Aliança 500,00 Manga 50.000

Nova Veneza I 2690/79 São João d’Aliança 350,00 Manga 35.000

Recifra VII 2823/79 São João d’Aliança 500,00 Eucalipto 833.500

Recifra V 2821/79 Alto Paraíso 50,00 Manga 5.000

Recifra VI 2822/79 Alto Paraíso 94,00 Manga 9.400

Nova Veneza III 0424/78 São João d’Aliança 50,00 Manga 5.000

Nova Veneza II 0425/78 São João d’Aliança 50,00 Manga 5.000

Recifra IV 3095/78 Alto Paraíso 700,00 Eucalipto 1.166.200

Recifra III 3094/78 Alto Paraíso 300,00 Eucalipto 499.800

Recifra II 3047/77 Alto Paraíso 600,00 Eucalipto 999.600

Recifra I 4947/74 Alto Paraíso 400,00 Eucalipto 666.800

FONTE – IBAMA, Goiás, 1990

Com o advento da instituição dos Planos de Manejo Sustentado de Floresta,iniciado por volta de 1987, a região passa a contar com experiências isoladas, masque poderão ser de grande valia no futuro, no que tange ao reflorestamento comnativas.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 213

Qualidade Ambiental

A situação atual da qualidade ambiental da área é retratada,experimentalmente, em mapa anexo na escala de 1:500.000. o cruzamento dosatributos naturais com os usos ocorrentes propiciou um diagnóstico ambiental com aclassificação das áreas em Estável, Alerta e Crítica. A situação cartografada refere-se aos impactos ambientais configurados e observados no decorrer dos trabalhos decampo, podendo ter ocorrido omissões, pela falta de observações mais acuradas oumesmo pela própria escala de mapeamento.

A base do mapeamento foi o zoneamento do Potencial Geoambiental, tambémutilizada para o Zoneamento Agroecológico.

As unidades de mapeamento definem a vegetação natural em seus diversostipos fisionômicos, o índice atual de cobertura em percentagem e as classes naturaisde predisposição à erosão.

Os usos foram cartografados com a utilização de símbolos nas áreasconsideradas de concentração, tendo sido constatado: agricultura, com lavouras desubsistências ou de pequenas parcelas, lavouras irrigadas por inundação, lavourastecnificadas anuais e lavouras perenes; pecuária, em pastagem natural e pastagemplantada; vegetação secundária ou capoeiras; florestamento/reflorestamento comEucalyptus; exploração madeireira em áreas de Floresta Estacional; extração delenha para carvoejamento e atividades de mineração e garimpo. Localizadamente,ainda ocorre extrativismo vegetal (flores silvestres) e utilização de áreas pararecreação, lazer e turismo.

Entre os impactos ambientais configurados destacam-se problemas de erosãosuperficial e em subsuperfície, com voçorocamento e desbarrancamento;comprometimento da qualidade de água pelo uso de mercúrio e agrotóxicos e adescaracterização fitoecológica. Procurou-se, também, listar os fatores e processosenvolvidos e, sempre que possível, relacionando-os como causa ou efeito.

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Conclusões e Sugestões

De acordo com os estudos realizados na região, cabe ressaltar as seguintesconsiderações:

1) Quanto às recomendações de uso:

- 7.175 km2 da área (18,5%) foram recomendados para culturas anuais;

- 2.056 km2 da área (5,3%) foram recomendados para culturas perenes;

- 7.563 km2 da área (19,5%) foram recomendados para pastagem plantada;

- 427 km2 da área (1,1%) foram recomendados para florestamento /reflorestamento;

- 9.075 km2 da área (23,4%) foram recomendados para pastagem natural; e

- 11.248 km2 da área (29,0%) foram recomendados para serem preservados.

2) Quanto à fertilidade natural:

- 8.416 km2 da área, correspondendo a 21,7% da área total mapeada,apresentam solos possuidores de média e alta fertilidade natural (eutróficos), devidoaos altos teores de cálcio + magnésio;

- 4.654 km2 da área, equivalendo a 12,0% da área total mapeada, apresentambaixa fertilidade natural (solos distróficos);

- 3.956 km2 da área, correspondendo a 10,2% da área total mapeada,apresentam muito baixa a baixa fertilidade natural (solos álicos e distróficos); e

- 20.518 km2 da área, equivalendo a 52,9% da área total mapeada, apresentammuito baixa fertilidade natural (solos álicos).

3) Quanto às terras para irrigação:

- 5.780 km2 da área, correspondendo a 14,9% da área total mapeada,apresentam terras consideradas Boas para irrigação;

- 3.413 km2 da área, equivalendo a 8,8% da área total mapeada, apresentamterras consideradas Regulares para irrigação;

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- 2.133 km2 da área, correspondendo a 5,5% da área total mapeada,apresentam terras consideradas Restritas para irrigação;

- 17.685 km2 da área, correspondendo a 45,6% da área total mapeada,apresentam terras consideradas Muito Restritas para irrigação; e

- 8.533 km2 da área, equivalendo a 22% da área total mapeada, apresentamterras consideradas Não Irrigáveis.

4) Quanto à predisposição à erosão:

- 2.366 km2 da área (6,1%) correspondem a terras que apresentam Muito Fracapredisposição à erosão;

- 3.219 km2 da área (8,3%) correspondem a terras que apresentam Fracapredisposição à erosão;

- 5.818 km2 da área (15,0%) correspondem a terras que apresentam Fraca aModerada predisposição à erosão;

- 2.482 km2 da área (6,4%) correspondem a terras que apresentam Moderadapredisposição à erosão;

- 6.128 km2 da área (15,8%) correspondem a terras que apresentam Moderada aForte predisposição à erosão;

- 3.336 km2 da área (8,6%) correspondem a terras que apresentam Fortepredisposição à erosão;

- 12.605 km2 da área (32,5%) correspondem a terras que apresentam MuitoForte predisposição à erosão; e

- 1.590 km2 da área (4,1%) correspondem a terras que apresentam umapredisposição Especial à erosão.

5) Quanto à mecanização:

- 6.904 km2 da área, equivalendo a 17,8% da área total mapeada, apresentamterras consideradas Boas para mecanização;

- 4.499 km2 da área, equivalendo a 11,6% da área total mapeada, apresentamterras consideradas Regulares para mecanização;

- 10.006 km2 da área, equivalendo a 25,8% da área total mapeada, apresentamterras consideradas Restritas para mecanização; e

- 16.135 km2 da área, equivalendo a 41,6% da área total mapeada, apresentamterras consideradas Inaptas para mecanização.

6) De acordo com os dados mencionados nos itens 1 a 5, conclui-se:

- Devido às limitações que apresentam (baixa fertilidade natural, deficiência deágua, predisposição à erosão e/ou impedimento à mecanização), 20.323 km2 daárea, correspondendo a 52,4% da área total, não são recomendados para o usoagrícola (culturas anuais e perenes, pastagem plantada e florestamento /reflorestamento), sendo indicados à manutenção de sua vegetação natural,

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permitindo o seu aproveitamento com pastagem natural, no extrato graminoso earbustivo (9.075 km2/23,4%) e à preservação de sua flora e fauna (11.248km2/29,0%);

- 8.416 km2 da área (21,7%) apresentam solos sem necessidade de calcáriocomo corretivo, eventualmente necessitando para suprimento de cálcio + magnésio(englobam solos eutróficos, possuidores de saturação por bases > 50%);

- 29.128 km2 da área (75,1%) apresentam solos com necessidade de calcáriocomo corretivo e para suprimento de cálcio + magnésio (englobam solos álicos,saturação por alumínio > 50%, e/ou distróficos, saturação por bases de alumínio <50%; e

- 5.780 km2 da área (14,9%) apresentam terras que estão incluídas na classeboa para irrigação. Fazem parte dessa classe, solos profundos e muito profundos,bem a acentuadamente drenados, ocorrendo em relevo plano e suave ondulado,que permite a utilização de máquinas, e não apresentam impedimentos físicos parao desenvolvimento dos vegetais. Ocorrem solos álicos, distróficos e/ou eutróficos.

7) A região nordeste do Estado de Goiás é ocupada por solos que apresentam pelomenos um fator limitante ao uso agrícola. Com o objetivo de aumentar a capacidadeprodutiva dos solos, têm sido enfatizadas excessivamente a elevação dos níveis defertilidade e a correção da acidez. Entretanto, as práticas de manejo que preservamou melhoram as propriedades físicas que implicam a retenção de água,permeabilidade, aeração e profundidade efetiva não são enfocadas com anecessária ênfase.

A expansão da fronteira agrícola fez com que nos últimos 5 anos houvesse umsubstancial aumento da cultura de soja (vide Figuras 40, 41 e 42) na região, e comela o uso excessivo de máquinas agrícolas que podem provocar pulverização,compactação e adensamento e consequentemente a erosão dos solos. Dessamaneira, são recomendáveis para essas áreas práticas que minimizem os efeitosnegativos da mecanização excessiva, além de diminuir o efeito do impacto da chuvasobre o solo e o escoamento superficial da água.

8) A região apresenta um período seco que varia de 5 a 6 meses, sendo estadeficiência de água um fator limitante ao uso agrícola, acentuado pela ocorrência deveranico (período seco que ocorre durante a estação chuvosa) que, em função desua intensidade e duração, provoca maior ou menor redução na produtividade dasculturas, sendo imprevisível o período de ocorrência do fenômeno, tornando, comisso, difícil a tomada de medidas destinadas a minimizar os seus efeitos.Recomenda-se cultivar variedades que tenham comprovada tolerância à deficiênciahídrica e maior eficiência no aproveitamento de água.

9) Na Microrregião Vão do Paranã, unidade de mapeamento CA1, ocorre soloPodzólico Vermelho-Escuro eutrófico, sob relevo plano e suave ondulado,constituindo a área de maior potencial agrícola da região.

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Nessa área, há o crescimento da pecuária com o uso do solo com pastagemplantada, não havendo nesse caso o aproveitamento mais intensivo do potencialagrícola que essas terras oferecem.

Nesta unidade, ocorre parte das últimas reservas florestais nativas de Goiás.objetivando a manutenção de parte dessa reserva, a exploração agrícola deverá seracompanhada com obediência ao Código Florestal, que estabelece normas para apreservação das florestas e demais formas de vegetação, bem como a exploraçãobaseada nas modernas técnicas de manejo sustentado de florestas.

10) Qualquer tipo de exploração do solo deve ser efetuado por meio de critérios quepermitam a continuidade a longo prazo, do processo produtivo, visando ao bemestar das gerações futuras e, principalmente, a curto prazo, do uso racional do solo,em suas atividades agropecuárias. Há necessidade de planejar e implementar ostipos de usos recomendados, tendo como base as bacias hidrográficas, com o fim defacilitar o manejo dos solos.

A Chapada dos Veadeiros, nas áreas indicadas para lavouras, na região deAlto Paraíso de Goiás, apresenta condições favoráveis para implantação de projetoscom culturas temperadas, desde que sejam tomadas todas as providências nosentido de usar variedades climaticamente adaptadas às condições locais.

11) O conhecimento dos recursos naturais da região e os estudos sobre oZoneamento Agroecológico deverão servir de subsídios para a implementação depolíticas de ordenamento territorial com o uso racional do solo.

Para implantação de projetos específicos nos moldes de empresas rurais oumesmo de nicho de colonização, recomendam-se estudos mais detalhados da áreado empreendimento.

12) A situação da cobertura vegetal natural superior a 60% confere à regiãonordeste o maior índice percentual de todo o Estado de Goiás. Esta situação,aparentemente de equilíbrio, é atribuída à existência de extensas áreas nãoagricultáveis devido a fatores impeditivos de solo e relevo (Tabela 29).

13) Visando à preservação e à perpetuação da explotação da aroeira recomenda-se:

- agilizar a fiscalização – permitindo o desmatamento e retirada de madeira,apenas dentro do estritamente autorizado;

- pesquisar seu comportamento, cultivo e exploração; e utilizar manejoexploratório resguardando matrizes (manejo positivo).

14) Criação de Reserva Biológica ou equivalente, para a aroeira.

Ao ritmo desenfreado que se processa a exploração da aroeira, técnicospreocupados com o problema estimam o esgotamento desta atividade em prazoinferior a 10 anos. É consenso entre a comunidade científica a necessidade dapesquisa visando a obter dados, principalmente quanto ao seu comportamento,cultivo e exploração. Neste sentido, a criação de uma Reserva ou Área de Proteção

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Tabela 29

Evolução dos antropismos na região nordeste de Goiás – 1981/1988

S I T U A Ç Ã O

Em 1981 Em 1988MUNICÍPIOS

Área(km2)

Percentagemem Relação ao

total

Área(km2)

Percentagemem Relação ao

total

TOTAL 38.785,0 100,0 38.785,0 100,0

Vegetação natural (formações)

Savana arbórea aberta 17.825,2 46,0 17.426,0 44,9

Savana parque 5.139,1 13,3 5.136,6 13,2

Savana gramíneo-lenhosa 506,9 1,3 462,8 1,2

Floresta estacional semidecidual aluvial 345,2 0,9 339,3 0,9

Floresta estacional decidualsubmontana

1.957,2 5,0 1.263,9 3,3

Áreas de tensão ecológica (contatosavana-floresta) 6.489,0 16,7 5.654,4 14,6

Uso (antropismos)

Agricultura 20,0 0,1 293,3 0,8

Pastagem plantada 3.978,1 10,2 7.384,1 19,0

Reflorestamento 36,1 0,1 85,5 0,2

Vegetação secundária - - 316,8 0,8

FONTE – Projeto RADAMBRASIL, 1981, adaptado e Imagens LANDSAT 5 TM, 1988.

NOTAS – 1. Cálculo das áreas efetuado pelo método de pesagem dos ambientes na escala1:250.000, considerando-se a formação ou ocupação dominante.

2. Sinal convencional utilizado:- Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.

em seu ecossistema mais representativo, dentro do Estado de Goiás e talvez doBrasil, seria altamente positivo e desejável, pois aí estaria sendo perpetuado umbanco de germoplasma para a espécie, bem como o local ideal para se proceder atais pesquisas. A área sugerida está localizada dentro do que se pode chamar decentro de dispersão da espécie ou sua área core, constituindo razoável porção deFloresta Estacional, teoricamente em seu estado natural ou, ainda, muito poucoexplorada.

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15) Ampliação do Parque Estadual da Terra Ronca

A criação do Parque Estadual da Terra Ronca, visando à proteção do mais ricosistema espeleológico da América do Sul, constitui iniciativa altamente elogiável.Entretanto, a plena preservação das cavernas e grutas depende também damanutenção e equilíbrio dos diversos fatores ambientais envolvidos, sejam físicos,bióticos ou químicos. Uma alteração, porventura provocada nas cabeceiras da redehidrográfica que banha o sistema, pode ocasionar aceleração ou retardamento noprocesso de dissolução do calcário, provocando, a longo prazo, danos imprevisíveisao conjunto. A sugestão para ampliar a Área de Proteção Integral se prende tambémà necessidade da preservação do ecossistema das Veredas, constituído por umafauna e flora, rica e bastante singular.

16) Para o fortalecimento da silvicultura regional, seria conveniente instalar-se emcada Região Geoambiental um sistema de experimentação com parcelas decompetição, em princípio, com as diversas espécies indígenas ou exóticasindicadas. A instalação e a coordenação destes experimentos poderão se dar naforma de convênios de cooperação com entidades de pesquisas afins, como aEMBRAPA, através do CPAC; IBAMA com o seu Centro de Pesquisa Florestal daRegião dos Cerrados, ou, ainda, através do órgão estadual, responsável pelaimplementação da Política Florestal, recentemente aprovada. Recomenda-se que,quando possível, sejam aproveitadas áreas e instalações de empresasreflorestadoras locais.

17) Para salvaguardar rico patrimônio cultural da região, a criação e delimitação deuma área destinada à proteção das comunidades negras (kalungas), dos vãos deserras, próximo à foz do rio Bezerra no Paranã, envolvendo parte dos Municípios deMonte Alegre de Goiás, Cavalcante e Teresina de Goiás, é enfatizada como medidaemergencial.

Ressalta-se que estudos neste sentido estão sendo produzidos e promovidospelo Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia – IGPA.

A par das ameaças presentes, de caráter socioeconômico, representadas pelaespeculação de terras e outras formas de pressão, configura-se a possibilidade daconstrução de uma usina hidrelétrica que inundaria parte destas terras. Dadosobtidos com Furnas – Centrais Elétricas S/A – mostram que a construção da Usinade Foz do Bezerra é objeto de estudo de viabilidade em fase de conclusão, eprevista no plano 2010 da ELETROBRÁS e cujo início de geração se daria emmarço de 1999. Esta hidrelétrica, cuja construção prevê a instalação de três (3)unidades geradoras de 100 MW cada, terá o seu reservatório represado na Cota 412e formará um espelho de água com cerca de 651 km2.

18) Com relação ao setor mineral, embora o potencial mineiro necessite de estudosde maior detalhe para definir com segurança as possibilidades metalogenéticas daárea, cabem as seguintes considerações:

- a cassiterita, cuja extração, outrora intensa, está penalizada devido à falta derentabilidade, embora continue sendo objeto de trabalhos de pesquisa para

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dimensionamento de reservas que, em função da recuperação do preço no mercadointernacional, deverão ser lavradas;

- o beneficiamento de calcário para corretivo de solos, de modo geral, apresentacaráter sazonal, atendendo a demanda proporcionada pela agricultura praticada noEstado da Bahia. Nas áreas de mineração observadas na região, verificou-se que,mesmo nos empreendimentos de maior porte, como em São Domingos e CamposBelos, não há recuperação do pó proveniente do beneficiamento, material que, porapresentar granulometria pequena, possui elevado poder de reatividade quandoutilizado para calagem;

- deve-se ressaltar também que algumas dessas áreas de extração nãopossuem registro com a especificação do material, que deve ser feito junto àdelegacia do Ministério da Agricultura, além de adotarem práticas de mineraçãoincompatíveis com a preservação ambiental, contribuindo para o assoreamento decórregos, com lançamento de rejeitos da lavra, como ocorre em Mambaí;

- com relação ao beneficiamento de manganês em jazidas situadas no Municípiode São João d’Aliança (Pedra Preta, Buritizinho), deve-se ressaltar a inexistência debarragens de contenção dos resíduos provenientes da lavagem do minério;

- a extração de ouro na região nordeste do Estado de Goiás é feita através deempresas, como em Cavalcante e Aurominas, e por meio de garimpagem. EmAurominas, a lavra inicialmente foi feita a céu aberto, estando atualmente emprocesso de lavra subterrânea, com vida útil prevista de dois anos no nível dasreservas atuais; em Cavalcante a lavra também é subterrânea. Enquanto na primeiraempresa o processo de recuperação do ouro é feito através de amalgamação, nasegunda é adotado o processo de flotação em coluna;

- a atividade garimpeira desenvolve-se em áreas aluvionares como emCavalcante (rios Traíras, São Félix, do Carmo e Maranhão) e em material primáriocomo filões de quartzo em São Domingos e em veios de quartzo e grafita-xistos emMonte Alegre de Goiás (Morro do Borges e Tucano). Nas áreas em que ocorreatividade garimpeira e que futuramente serão inundadas, devido à construção dasusinas hidrelétricas de Serra da Mesa e Cana-Brava, situadas na parte nordeste daregião, tal atividade poderia ser liberada, condicionada à não-utilização de mercúrio.O desenvolvimento de sistemas de recuperação do ouro sem o uso do mercúrio parautilização em garimpos poderia ser dimensionado através da METAGO.

19) Durante os trabalhos de campo foram coletadas vinte (20) amostras desedimento de corrente para dosagem de mercúrio, tendo em vista a atividade degarimpagem que se desenvolve na área, assim como para obter dados referentes aresíduos de mercúrio provenientes de plantas de beneficiamento de minério de Ouro(Figura 43).

A descrição dos pontos amostrados, situação e localização encontram-selistados a seguir.

A amostragem não foi sistemática, apenas alguns córregos foram alvo dessetrabalho. Observando-se os valores obtidos, verifica-se que, na área de SãoDomingos, a quantidade de mercúrio lançada no lago da represa constitui o maiorvalor encontrado, isto em parte é devido ao fato de ter sido amostrado material dacalha de lavagem de ouro que ali se encontra.

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O levantamento de dados referentes ao teor de mercúrio pretende mostrar asituação que se configura na área, sendo necessários estudos mais detalhados nosentido de delimitar as áreas de dispersão desse elemento, a partir dos locais emque é lançado na rede de drenagem.

A legislação ambiental fixa padrões de qualidade para as distintas classes deágua, assim como define os padrões de emissão de poluentes. O Decreto 1.745, de6 de dezembro de 1979, aprovou o regulamento da Lei nº 8.544, de 17 de outubrode 1978, que dispõe sobre a preservação e o controle da poluição do meioambiente. Com relação ao mercúrio, o padrão de qualidade para água das classes 2e 3 não permite teor de mercúrio superior a 0,002 mg/l (dois milésimos de miligramapor litro), o mesmo se aplica à classe 4, quando utilizada para abastecimentopúblico, enquanto para a água da classe 1 não serão tolerados lançamentos deefluentes mesmo tratados.

Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados narede de drenagem com teor máximo de mercúrio de 0,01 mg/l (um centésimo demiligrama por litro).

Na região nordeste do Estado de Goiás, a Curadoria do Meio Ambientesuspendeu a atividade de garimpagem nos rios Traíras, Maranhão, Carmo e SãoFélix, no Município de Cavalcante, apoiando-se na Lei nº 7.805 que considera aatividade garimpeira não regularizada, como crime ecológico.

Esse procedimento evitará que aumentem os danos ao meio ambiente, como oassoreamento dos córregos e o uso indiscriminado de mercúrio; entretanto, nãosomente as áreas de maior concentração de garimpeiros devem ser alvo dessainiciativa, mas também os focos de garimpagem localizada e a emissão de efluentespor empresas mineradoras devem ser controlados.

Através dos dados apresentados, pretende-se levantar o problema referente aouso indiscriminado do mercúrio em áreas onde a atividade garimpeira é localizada eenvolve número reduzido de pessoas, mas que mesmo nessas condições constituifator de comprometimento da qualidade da água.

Amostragem de sedimento de corrente para análise de Hg-localização (Figura43).

1 - Córrego com nascente no local onde é moído e lavado material para extraçãode ouro. Localizado dentro da cidade de Monte Alegre de Goiás, em uma rua,local em que há vegetação do tipo junco.

2 - Córrego anterior nas proximidades da lavagem do material, onde é colocado omercúrio.

3 - Córrego Sucuri, a 3,6 km de Monte Alegre de Goiás (GO-118). Nesse córrego,é feita a captação da água da cidade de Monte Alegre de Goiás. Há moagem elavagem de material para extração de ouro nas cabeceiras do córrego,segundo informações.

4 - Córrego Riacho dos Cavalos (na saída do povoado em direção oeste). Localem que há extração de ouro com utilização de mercúrio (garimpo mecanizadoTucano).

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5 - Auromas – Córrego Lambedor, na área da Mina de Ouro da Toniolo BusnelloS.A.

6 - Nascente de córrego dentro da Mina da Toniolo no povoado de Aurominas. Oponto de coleta está próximo da planta de tratamento da Mina, onde é usadomercúrio.

7 - Margem esquerda do rio das Pedras, na localidade de Aurominas, junto àponte.

8 - Rio São João, 2,8 km a norte de Teresina de Goiás na GO-118.

9 - Córrego Lava Pés, no limite (chegada) da cidade de Cavalcante, efluentes dobeneficiamento de Au da mina, uso de mercúrio.

10 - Rio das Almas, 5 km de Cavalcante indo para Teresina de Goiás, margemesquerda a montante da ponte.

11 - Córrego Mosquito, divisa de Municípios Cavalcante-Teresina de Goiás, ajusante da ponte, margem direita.

12 - Córrego Ouro Fino, São Domingos, garimpo de ouro. O córrego está seco.

13 - Morro do Capote, São Domingos, nascente do córrego que drena o morro ondehouve extração de ouro. O material continua sendo extraído, mas é lavado emoutro local.

14 - Rio São José, Município de São Domingos, na cabeceira do rio houvegarimpagem de ouro.

15 - Amostra coletada na saída da bica de lavagem de material do Sr. Geraldinho,nas margens do lago de São Domingos. O material (veio de quartzo) é extraídono Ouro Fino e no Morro do Capote, sendo moído e lavado junto ao lago darepresa de São Domingos.

16 - Mesmo local da amostra 15, material mais grosseiro depositado após a calhade lavagem.

17 - Córrego Fundo, afluente da Grota Seca, vicinal secundária saindo da estradaCavalcante-Colinas em direção à Serra do Tombador.

18 - Rio Piau, na estrada de Cavalcante-Colinas, garimpagem na cabeceira.

19 - Rio Montes Claros (São Domingos), estrada Cavalcante-Colinas.

20 - Rio São Bartolomeu, 3 km de Cavalcante na saída para Colinas. Houveatividade de garimpagem na área.

20) O estudo do clima da região nordeste de Goiás é de suma importância parasubsidiar o desenvolvimento socioeconômico regional. A normalidade, freqüência eacúmulo de dados, num espaço considerável de anos, assim como a densidade dasEstações Meteorológicas, se fazem necessários para o conhecimento da dinâmicado clima.

Com base nos dados existentes e canalizados para o presente trabalho, foipossível chegar-se a algumas conclusões diretamente relacionadas aodesenvolvimento socioeconômico.

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Zoneamento Geoambiental e Agroecológico – Goiás/região nordeste 224

Os maiores índices pluviométricos ocorrem nas áreas mais movimentadas ecom maiores cotas altimétricas. O mesmo se verifica com relação ao excedentehídrico, deficiência hídrica e evapotranspiração potencial.

Esta situação é uma das que caracterizam a grande vulnerabilidade doambiente à degradação. Os fatores que contribuem para os extremos estão ligadosàs características físicas da área, geologia, relevo e solo. Essa tríade condiciona abaixa capacidade de armazenamento de água, que junto a um forte e rápidoaquecimento diuturno, devido aos elevados níveis de radiação a que fica sujeita aregião pela sua posição geográfica, provoca um ressecamento acelerado, aliado aum alto índice de evapotranspiração potencial.

A constatação de índices hídricos com baixas médias anuais de pluviosidade,déficit hídrico, entre outros, onde se verificam as maiores médias térmicas, pode serinterpretada como sendo uma situação de dependência dos fatores físicos dos soloscomo textura, estrutura e profundidade dos diferentes tipos de solos que ocorrem naregião. Esse aspecto deve influir na capacidade de campo, que consequentementepode alterar o tempo de duração do período de excedentes hídricos nessas áreas.Considere-se também que as áreas baixas do Vão do Paraná são protegidas dosventos secos e constantes do SE e NE, e que os aquíferos perenes da região têmcomo fonte de abastecimento o lençol freático do Planalto do Divisor São Francisco-Tocantins.

Esse fenômeno pode não ter importância para a identificação de variaçõesclimáticas regionais, mas sem dúvida tem importância na identificação da dinâmicaambiental, através da influência que provoca nos processos morfoclimáticos atuais enos regimes das cheias dos rios. Um cuidadoso estudo desses fenômenos podefornecer importantes informações aos projetos de desenvolvimento e aproveitamentoagrícola da região, principalmente se este desenvolvimento contemplar a utilizaçãodo potencial hídrico para irrigação.

21) Considerações sobre a infra-estrutura da região nordeste devem serassinaladas, uma vez que procedimentos visando ao desenvolvimento dessa áreanecessariamente irão exigir rodovias para o escoamento de safras e disponibilidadede energia elétrica para a implantação de agroindústrias.

A região apresenta dois eixos principais de escoamento da produção,constituídos pela BR-020, na porção sudeste da área, interligando o nordeste goianocom Brasília e com o Estado da Bahia; e na parte central, a GO-118 que liga oDistrito Federal aos Municípios de São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás,Teresina de Goiás, Monte Alegre de Goiás e Campos Belos.

A interligação da BR-020 com a GO-118, cortando transversalmente a área nosentido leste-oeste, é feita através de estradas sem pavimentação que na época dechuvas apresentam condições precárias, como na ligação Posse-Iaciara-NovaRoma-Aurominas-GO-118 ou São Domingos-Divinópolis de Goiás-Vazante-Prata-GO-118 e Alvorada do Norte-Flores de Goiás-Alto Paraíso de Goiás. A melhoria nascondições de tráfego entre a BR-020 e a GO-118 inclui a conclusão da ponte sobreo rio Paranã entre Iaciara e Nova Roma, cujos trabalhos encontram-se paralisados,embora as fundações tenham sido concluídas, além da pavimentação dos trechosmencionados e da ligação Flores de Goiás-BR-020.

A ligação rodoviária da região nordeste com a região norte do Estado deGoiás, através dos municípios de Colinas de Sul e Cavalcante, se reveste de grande

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importância, uma vez que essa conexão dará acesso à futura ferrovia Norte-Sul,prevista como eixo de escoamento da produção do Brasil Central.

Com a entrada em operação da usina hidrelétrica de São Domingos, apopulação da região nordeste viu atendida uma antiga reivindicação, que incluiu amelhoria da rede de transmissão, proporcionando energia sem as constantesoscilações e interrupções que freqüentemente ocorriam. A geração de SãoDomingos (12.000 KVA) não será suficiente para atender o aumento de demandaproveniente do fomento à industrialização, irrigação e empreendimentos mineiros.Entretanto, a construção das hidrelétricas de Serra da Mesa e Cana-Brava(FURNAS) poderá proporcionar à CELG energia suficiente para atender odesenvolvimento do nordeste goiano.

Com o desenvolvimento da agricultura mecanizada em grande escala noEstado da Bahia, ao longo da divisa com Goiás, municípios como Alvorada do Norte,Posse e, em menor escala, São Domingos e Campos Belos, constituíram-se emfornecedores de insumos (calcário, defensivos agrícolas, autopeças, pneus, oficinas,implementos agrícolas) e de mão-de-obra a tal atividade. Cabe ressaltar que,embora a região nordeste não possua áreas aptas à mecanização de lavouras comas dimensões existentes no oeste da Bahia, possui terras mais férteis e comcaracterísticas físicas melhores, situadas na região do Vão do Paranã. Com aadoção de políticas voltadas ao desenvolvimento da região, grande parte do Vão doParanã poderá suportar empreendimentos agrícolas e de reflorestamento, conformecomentário descrito anteriormente no item 9.

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