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Em 2004: Comissão de Biossegurança do Ministério da Saúde (Portaria nº 343, 19.02.02) Teve como uma de suas atribuições a elaboração e a reformulação de normas brasileiras de Biossegurança procedem a revisão da “classificação de agentes etiológicos humanos e animais com base no risco apresentado”, da CTNBio e a reedita em 2006 (Brasil, 2006) Esta classificação agrupa os microorganismos em classes de 1 a 4 Classe 1 de menor risco Classe 4 de maior risco

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• Em 2004:• Comissão de Biossegurança do Ministério da Saúde (Portaria nº 343,

19.02.02)• Teve como uma de suas atribuições a elaboração e a reformulação de

normas brasileiras de Biossegurança procedem a revisão da “classificação de agentes etiológicos humanos e animais com base no risco apresentado”, da CTNBio e a reedita em 2006 (Brasil, 2006)

• Esta classificação agrupa os microorganismos em classes de 1 a 4• Classe 1 de menor risco• Classe 4 de maior risco

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Brucelose Febre ondulante Febre do Mediterrâneo Febre de Malta

• A brucelose é uma das zoonoses mais importantes do mundo, ao lado da • tuberculose bovina e da raiva (ROTH et al., 2003).

• Ameaça subestimada - Impacto em crianças e idosos• Prevalência real desconhecida • Contexto das doenças transmitidas por alimentos• Doença ocupacional

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Brucelose - histórico• 1830: Febre afetando soldados• 1905: Determinada como Zoonose• Brasil: 1913 (professor Carneiro)

Ingestão de leite em Hotel (RS)

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Brasil

• Incidência subestimada

• Quadro clínico variável

• Não é declarada

• Diagnóstico errado

• 10-20 vezes maior que o real

• Possui ampla distribuição mundial, sendo endêmica no Brasil

• País vulnerável a barreiras sanitárias internacionais

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Etiologia• Intracelular facultativa• Cocobacilos Gram-negativos, sem cápsula, imóveis e não esporulados• Dois grupos antigenicamente distintos:

• Brucelas lisas ou clássicas: B. abortus - bovinos B. suis - suínos B. melitensis - caprinos B. maris - golfinhos e focas

Brucelas rugosas: B. ovis - ovinos B. canis – cães B. neotomae - roedores

IMPORTÂNCIA MÉDICA PARA O HOMEM:

Brucella abortus * mais comum B. Melitensis *mais patogênica B. Suis B. canis

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Virulência

• A suscetibilidade à brucelose em humanos depende de vários fatores Estado imunológico Vias de infecção Quantidade de inócuo Espécies de Brucella

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ETIOLOGIA

4 dias na urina de bovinos

75 dias no feto abortado em período frio

120 dias em locais úmidos, escuros e pH neutro

Sensível a desinfetantes comuns (álcool, produtos clorados, formol e compostos

fenólicos)

Raios solares, fervura e pasteurização

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Epidemiologia

• Incidência humana varia:

Densidade de rebanhos

Grau de endemia animal

Nível socioeconômico

Hábitos alimentares

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Transmissão• Contato direto ou indireto com animais infectados• Ingestão de leite ou queijo não pasteurizados• Manipulação de fetos e recém-nascidos• Contato com secreções e excreções vaginais• Contato com carcaças de animais contaminados

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Transmissão• Grande número no leite, urina e produtos abortivos de animais infectados• Contato direto com animais (60 % dos casos)• Contato com as suas secreções, através de soluções de continuidade cutâneas,

aerossóis contaminados, inoculação no saco conjuntival ou ingestão de produtos não pasteurizados (25% dos casos)

• Consumos de sangue e medula óssea foram também implicados como veículos de transmissão

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Transmissão - Carnes

Pouco habitual Baixo número de bactérias no músculo Consumo menos comum de carne crua Abaixo de 5º C: crescimento e multiplicação

inibidos Persistem mesmo a temperaturas de

congelamento Eliminada em pH inferior a 4 Destruída em 15 segundos à temperatura de 72º C Três minutos a 62-63º C (pasteurização)

Zonas endêmicas: 85º C, para garantir a inocuidade

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Transmissão – Derivados do leite

• Apesar de alguns autores terem identificado bactérias viáveis em queijos até 100 dias, parece ser aceitável considerar 60 dias de cura como tempo suficiente para garantir a inocuidade do produto.

• Outra das formas de apresentação de queijo — o requeijão — parece ser seguro se obtido pela acidificação do leite. No entanto, se obtido do leite coalhado com coalho, as Brucella podem sobreviver até 30 dias.

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Transmissão – Outras fontes

Contaminação dos vegetais por fezes e urina de animais infectados• Muito improvável, mas possível

A transmissão inter-humana é rara• Transmissão sexual, intra-uterina e por aleitamento materno

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• Langoni et al. (2000):

• Estudo para investigar a presença de microrganismos do gênero Brucella no leite de vacas soropositivas para brucelose em São Paulo e Minas Gerais.

• Resultado: isolamento de Brucella spp. em 30,61% das 49 amostras estudadas

• Muitas pessoas no Brasil consomem leite cru• Demonstra a importância potencial do leite como um veículo deste

agente para os homens• Leite pasteurizado inadequadamente pode ser um potencial veículo de

Brucella abortus para o ser humano

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Transmissão Turistas ou viajantes de negócios

• Consumo de leite não pasteurizado ou de outros produtos lácteos

Consumo de produtos contaminados adquiridos por importação, sem fiscalização, também é um meio de infecção• Casos importados representam hoje a maior parte dos casos de

brucelose aguda, atendidos na América do Norte e no norte da Europa (WHO, 2006)

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Zoonose ocupacional

• Profissionais da área de pecuária, que lidam com animais Principalmente de produção leiteira

• Funcionários que participam diretamente do abate de animais e que estão expostos ao sangue, carcaças e vísceras

• Médicos veterinários: assistência às criações ou inspeção sanitária de produtos de origem animal nos abatedouros

• Grupo I do Código Internacional de Doenças - CID 10 (BRASIL, 1999)• Abate clandestino de suínos.

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Sintomas

• Subdiagnosticada

• Isolamento laboratorial não é rotineiramente aplicado

• Confundida com gripe recorrente

Fadiga, cefaléia, dores musculares e sudorese

• Complicações: tromboflebite, espondilite e artrite periférica

• Quadro agudo: toxemia, trombocitopenia, endocardite e outras

complicações, podendo levar à morte

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Sintomas

Pode acometer quase todos os órgãos ou sistemas

Incapacidade temporária para trabalho (15 a 90 dias)

Tratamentos médicos prolongados e onerosos

Recuperação lenta

Sequelas nos sistemas locomotores

Toda sintomatologia febril deve ser pesquisada para descartar a brucelose

• Principalmente se o paciente for proveniente de área rural ou tiver contato

frequente com animais

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Complicações osteoarticulares

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Tratamento

Início da sintomatologia: plausivelmente curável e permite ao paciente uma evolução sem sequelas

Em geral, após o tratamento adequado o paciente se cura da doença

Pode ficar com incapacidade intensa para suas atividades laborais no curso da enfermidade

Até 10% dos casos tratados apresentam recorrência após o tratamento, sendo necessário o acompanhamento pós-tratamento

Doxiciclina + Rifampicina

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Prevenção• Controle da doença nos animais• Vacinas para Brucella abortus e Brucella melitensis, mas não para Brucella

suis ou Brucella canis• Cuidados de higiene, para limitar os riscos de exposição • Pasteurização ou fervura dos produtos lácteos e outros alimentos de risco• Até ao presente sem vacinas para o homem

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• De acordo com a Portaria do Ministério da Saúde nº 104, de 25 de janeiro de 2011

Surtos de brucelose, assim como os surtos de outras doenças de veiculação hídrica e alimentar, são enquadrados como eventos de potencial relevância em saúde pública quando haja alteração no padrão epidemiológico da doença (BRASIL, 2011)

Dessa forma, no Brasil, quanto à notificação, não é obrigatória quando ocorrem casos isolados, mas na vigência de surtos, deve ser notificada, realizada a investigação epidemiológica e adotadas as medidas de controle indicadas (BRASIL, 2010)

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No Brasil, de acordo como Sistema de Informações Hospitalares do SUS - SIH/SUS (BRASIL, 2011a), do Ministério da Saúde

• Janeiro de 2008 a abril 2011: houve 108 internações devido à brucelose, no âmbito do SUS

13 na Região Norte 17 na Região Nordeste 34 na Região Sudeste 38 na Região Sul 6 na Região Centro-Oeste

A média de dias de internação por brucelose no Brasil, naquele período, foi de 9,5 dias

Com relação ao número de óbitos ocorridos, foram 4 durante este mesmo período, sendo 1 óbito na Região Nordeste, 1 na Região Sudeste e 2 na Região Sul do Brasil

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TUBERCULOSE

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TUBERCULOSE• Animais: Tuberculose• Homens: Tuberculose zoonótica

• Sério problema de saúde humana e animal• Países subdesenvolvidos / em desenvolvimento• Caráter crônico

• 100 mil casos/ano no Brasil• 4 mil tuberculose zoonótica

Pulmão e linfonodo bovino com presença de nódulos característicos de tuberculose.

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Histórico 1810 – CARMICHAEL : relação escrófula X e consumo de leite de vaca por crianças

Fatores nutricionais (equivocado) 1846 – KLENCKE: frequência de linfadenite tuberculosa

Crianças alimentadas leite de vaca X leite materno 1865 – VILLEMIN: inoculação em coelhos com material de vacas doentes

Reprodução experimental da doença

1882 – ROBERT KOCH: cultivo do bacilo (bacilo da Tuberculose) 1883 – ZOPF: “Bacterium tuberculosis” 1896 – LEHMANN E NEUMANN: incluíram no gênero Mycobacterium 1901 – 1911: Royal Commission on Tuberculosis três tipos de bacilos e

micobactérias saprófitas 1902 – RAVENAL: intercomunicabilidade entre humana X animal 1911 - Risco para saúde pública 1970 – KARLSON E LESSEL: Mycobacterium bovis

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Etiologia

• Bastonetes Gram-positivos, curtos, imóveis, aeróbicos, álcool-ácido resistentes

• Família Mycobacteriaceae• Gênero Mycobacterium

• Mycobacterium bovis bovinos• M. tuberculosis tuberculose em humanos• Patógenos da classe de risco 3 (risco individual é alto e para a comunidade é

limitado)

• M. bovis, M. tuberculosis, M. bovis BCG, M. africanum, M. caprae, M. canettii e M. microti “Complexo M. tuberculosis” maioria dos casos de tuberculose humana e animal

• Todos os mamíferos são suscetíveis• O bovino, o homem e as aves perpetuação da tuberculose através dos séculos

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Aspecto zoonótico

• Mycobacterium bovis Pode afetar o homem Tuberculose zoonótica Sistema imune comprometido Ar expirado (aerossóis), fezes, urina, leite, fluidos corporais

Antes do aparecimento dos sinais cínicos Sobrevive por vários meses em estábulos (ao abrigo da luz) Fonte de infecção para rebanhos

• Mycobacterium tuberculosis bovinos Não causa doença progressiva Sensibiliza ao teste tuberculínico

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Transmissão

• Seres humanos Contato direto com materiais contaminados

Tratadores de animais Trabalhadores de frigoríficos

Indiretamente por ingestão de alimentos contaminados Leite e derivados lácteos não pasteurizados

• Animais Via respiratória por meio da inalação de aerossóis contaminados com o

microorganismo Água Pastagem Alimentos contaminados

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Sintomas• Tosse• Febre• Escarro (sangue)• Dificuldade respiratória• Emagrecimento progressivo

Mycobacterium bovis lesion on the tongue of patient 2, the Netherlands.

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Tuberculose cutânea

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Sinais clínicos Caquexia progressiva

Tosse seca, curta e repetitiva

Mastite

Infertilidade

Marcha forçada atrás dos demais (cansaço e baixa capacidade respiratória)

Linfadenomegalia localizada ou generalizada

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Diagnóstico

• Seres humanos Direto

Isolamento bacteriano Baciloscopia PCR Imunohistoquímica

• Animais Direto (isolamento bacter iano, PCR, polarização fluorescente) Indireto (teste alérgico = tuberculinização e g interferon)

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Prevenção e controle

• Monitoramento da saúde dos trabalhadores da propriedade• Ações sobre reservatórios• Higienização e desinfetação periódica das instalações

Hipoclorito de sódio 5% Fenol 5% Formol 5%

• Não utilizar leite de vacas reagentes• Inspeção sanitária de produtos• Pasteurização do leite e derivados

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• Outubro/2013 , em Brasília• Observatório Tuberculose Brasil (OTB/ENSP)

• “A invisibilidade da tuberculose como problema de Saúde Pública”

Desinformação da população, profissionais de saúde e gestores públicos em relação à tuberculose

Forte estigma social ainda associado à doença

• Descontinuidade da veiculação das campanhas de tuberculose na grande mídia pelo Ministério da Saúde

“A desinformação da população é o principal obstáculo para o diagnóstico preciso, eficaz e o correto tratamento da doença, que continua fortemente carregada de mitos, estigma e segregação social. Por isso as campanhas de informação sobre a tuberculose são tão importantes.”

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LEPTOSPIROSE

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Etiologia

• Doença de Weil• Icterícia Infecciosa

Bactérias patogênicas do gênero Leptospira

• Roedores sinantrópicos (principal reservatório natural)• Ser humano, animais domésticos (caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos

e caprinos) e silvestres.

• Bactérias espiroquetas, espiraladas,Flexíveis e móveis

Rattus norvegicus: reservatório maisimportante Cão

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Histórico

• 1800 – LARREY: determinada e diferenciada de outras

• 1886 – WEIL: descrição de casos

• Após 1ª Guerra: vários surtos

• 1915 – Agente isolado pela 1ª vez no Japão

• 1917 – Criação do gênero Leptospira

• 1940 – Onze cães no Rio de Janeiro

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Etiologia

• Genótipo: 16 genomoespécies

• Gram – negativas

• Doença infecciosa sistêmica

• Distribuição mundial

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Transmissão

• HUMANOS: Exposição à água contaminada por urina ou tecidos provenientes de animais infectados A Leptospira sp. penetra de forma ativa através de mucosas (ocular,

digestiva, respiratória, genital), pele escarificada e inclusive pele íntegra, em condições que favoreçam a dilatação dos poros.

• ANIMAIS: ingestão de água ou alimentos contaminados por urina de animais doentes ou portadores.

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Transmissão

• CASOS HUMANOS: Sorogrupo icterohaemorrhagiae • Papel do Rattus rattus e Rattus norvegicus • Deficiência de saneamento básico• Grupos socioeconômicos menos privilegiados

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Transmissão

• Agentes de saneamento ambiental Alto risco de infecção Contato direto com urina de roedores e cães domésticos

• Cães importante fonte Estreito contato com o homem Eliminam leptospiras por vários meses

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Transmissão

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Situação no Brasil

• Barcellos et al.(2001): surtos no RJ associados a regiões com enchente e acúmulo de lixo.

• Barcellos et al. (2003): 1.274 casos no RS, predomínio na área da Lagoa Mirim e Vale do Jacuí, associação com lavoura irrigada.

• Almeida et al. (1994): 10,4% dos trabalhadores de limpeza urbana de Pelotas eram soropositivos

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Aspecto zoonótico

• Ocorrência mundial• Problema econômico e de saúde pública• Notificação obrigatória

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Sintomas

• Mal estar• Febre de início súbito• Cefaléia• Dores musculares• Casos graves alterações hepáticas, renais e vasculares

• 1. Anictérica: febre, dor de cabeça, mialgia• 2. Ictérica: sintomas de disfunção renal e hepática, mortalidade de 10%• 3. Pulmonar: hemorrágica

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Diagnóstico

• Sorológico (ELISA ou SAM – Soroaglutinação microscópica)• Molecular (PCR) • Bacteriológico (isolamento) sangue, liquor, urina

Fletcher e EMJH

Teste de triagem e para a confirmação e determinação do sorovar envolvido Recomendações do Ministério da Saúde Prova de eleição para o diagnóstico da leptospirose, classicamente recomendada pelo Ministério da Saúde Mais utilizada na rotina em laboratórios.

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Tratamento

• Antibioticoterapia: penicilina, estreptomicina, tetraciclina

• Suporte

• Animais: risco de permanecer portador renal

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Profilaxia

• Difícil (animais portadores e reservatórios roedores e animais silvestres)

• Não há vacina capaz de induzir imunidade eficaz e duradoura nos animais

• Vacinas existentes no mercado para os animais são espécie-específicas e protegem

apenas para alguns sorovares prevalentes para determinada espécie animal

• Infecção destes animais por outros sorovares que não constam da vacina

• Vacinação: anual, sorovar-específica, proteção contra a doença clínica

• Saneamento

• Controle de roedores

• Antibioticoterapia: pós-exposição

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Profilaxia

1. Controle da população de roedores (anti-ratização e desratização)

2. Redução do risco de exposição de ferimentos às águas / lama de enchentes

3. Uso de proteção individual em trabalhadores ou indivíduos expostos a risco

4. Limpeza e desinfecção com hipoclorito de sódio em áreas físicas domiciliares

ou que não estejam contaminadas

5. Utilização de água filtrada, fervida ou clorada para ingestão

6. Vigilância sanitária dos alimentos

7. Eliminar entulhos, materiais de construção ou objetos em desuso

8. Limpeza e canalização de córregos; construção e manutenção permanente

das galerias de águas pluviais e esgoto em áreas urbanas; drenagem de águas

supostamente contaminadas; ações permanentes de educação em saúde

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FEBRE Q

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Etiologia

Coxiella burnetti

Riquétsia

Resistente longos períodos no ambiente

Caprinos, ovinos, bovinos

Cães e gatos

Intracelular obrigatório

Cultivo difícil

Altamente infecciosa

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Histórico

• EUA, França, Portugal, Holanda: mais de 4 mil casos confirmados

• Brasil – 1953: primeiro caso

2007-2010: Eutanásia de 50.000 caprinos

Junho/2010 – Fevereiro/2013: 81 casos na região metropolitana de

BH

• Exata prevalência desconhecida

MG: 22% entre veterinários

29% trabalhadores de abatedouros

3,9% moradores de uma comunidade rural

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Transmissão• Direta Animais X humanos

Sangue, fezes, leite, membranas fetais (109 bact/g de placenta)• Horizontal• Lã e pêlos• Inalação (ar) – até 2km

Poeira contaminada• Ingestão de leite cru• Carrapatos (rara)• Pessoa-a-pessoa: rara!• Transplantes de medula• DI 25-50: 10 organismos

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Sinais clínicos• Oligossintomática• Síndrome gripal

Dores de cabeça, náusea, vômitos, dor no peito• Pneumonia, hepatite, febre prolongada• Evolução crônica

Endocardites (70% / letalidade), osteomielites, infecções vasculares• Quadro agudo similar à Dengue

• Risco para gestantes Transmissão horizontal Partos prematuros Placentite Maior risco no primeiro trimestre

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Diagnóstico

• Molecular • Microimunofluorescência direta• Imunohistoquìmica• Cultivo celular• Sorologia

• Assintomático na maioria dos casos

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Tratamento

• Pode durar mais de um ano e meio

• Ingestão diária de antibiótico

Tetraciclina / Cloranfenicol

Doxiciclina + hidroxicloroquina (18 meses)

Medicamento contra a malária

• Mortalidade: 1-2%

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Prevenção / Controle

• Não é de notificação obrigatória

• Vacina: existente, mas inviável ($)

• Pasteurização

• Formaldeído 2%

• Água oxigenada 5%

• Equipamentos de proteção invididual

• Potencial agente de bioterrorismo (CDC)

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FEBRE MACULOSA

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Etiologia

• Febre Maculosa Brasileira (FMB)

• Gênero Rickettsia (Rickettsia rickettsii)

• Intracelular obrigatória

• Brasil: registros desde 1929

• MG, SP, RJ, BA, ES

• SC, PR, RS, DF, CE, MS

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Epidemiologia

• Áreas rurais e urbanas

• Regiões Sudeste e Sul maior concentração

• População economicamente ativa (20-40 anos)

• Homens

• Ambiente de matas e cachoeiras

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Transmissão • Carrapatos do gênero Amblyomma

A. cajennense, A. cooperi (dubitatum), A. aureolatum Transmissão transovariana Aderido ao hospedeiro por 4-6 horas Potencialmente qualquer espécie de carrapato Carrapato do cão, Rhipicephalus sanguineus

• Equídeos, capivara, gambá e o cão Importante participação no ciclo de transmissão Sem comprovação de que sejam reservatórios ou amplificadores

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Sintomas

• Início abrupto

• Febre elevada

• Cefaléia

• Mialgia intensa

• Exantema máculo-papular

• Petéquias

• Hemorragias

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Diagnóstico

• RIFI

• Imunohistoquímica

• Biologia molecular

• Hemograma

• Enzimas

Creatinoquinase (CK), desidrogenase lática (LDH),

aminotransferases (ALT/TGP e AST/TGO) e bilirrubinas (BT) estão

geralmente aumentadas.

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Tratamento

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Prevenção • Não há vacina• Evitar contato com carrapatos• Examinar corpo cuidadosamente a cada três horas pelo menos• Uso de roupas claras• Barra das calças dentro das meias e botas de cano mais alto nas áreas que

possam estar infestadas por carrapatos.

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Prevenção • Notificação de casos suspeitos:• Portaria SVS/MS Nº 1.271, de 06 de junho de 2014• Todo caso de febre maculosa brasileira e outras Riquetsioses é de

notificação obrigatória às autoridades locais de saúde• Investigação epidemiológica em até 48 horas após a notificação, avaliando

a necessidade de adoção de medidas de controle pertinentes

• A investigação deverá ser encerrada até 60 dias após a notificação

• A unidade de saúde notificadora deve utilizar a ficha de notificação/investigação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan encaminhando-a para ser processada, conforme o fluxo estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde.

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BARTONELOSE

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Etiologia

• Gênero Bartonella 11 espécies envolvidas em doenças em humanos

Doença da arranhadura do gato (DAG) Endocardite Encefalopatia Meningite asséptica

• Bartonella henselae principal agente causal• Bartonella quintana

• 16 – 46% de felinos soropositivos

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Epidemiologia

• Doença emergente

• Notificação aumento de casos em humanos

• Preocupação pacientes com AIDS

• Faixa etária de 20 anos

• Discreta prevalência maior em homens

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Transmissão

• Felinos domésticos e selvagens reservatório Arranhadura Mordedura Contato com a saliva

• Pulgas Ctenocephalides felis vetores naturais Eliminam bactéria nas fezes Contaminam patas e dentes

• Gatos portadores assintomáticos ou poucos sinais

• Gatos no mesmo recinto/abrigo risco de contágio

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Sintomas

• Adenomegalia 2 semanas após lesão Eritema na pele do gânglio comprometido 15% supuram

• Picos de febre

• Anorexia, náuseas, calafrios

• Infecção sistêmica severa SNC Encefalopatia ou encefalite

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Diagnóstico

• Cultura 1 semana – 56 dias Laborioso

• Microscopia eletrônica

• Sorologia ELISA Não determina a espécie

• Biologia molecular

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Tratamento

• Prognóstico bom

• Recuperação espontânea em 2- 6 meses

• 1 -2 anos para regressão total

Ciprofloxacina ( 14 dias)

Azitromicina

Rifampicina

Doxiciclina

Gentamicina

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Prevenção

• Gatos livres de pulgas

• Evitar mordeduras e arranhões

• Unhas cortadas

• Lavar local da mordida (água e sabão)