Zoonoses Virais - · PDF fileDefinição Zoonoses são doenças...

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Zoonoses Virais Raiva

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Zoonoses Virais

Raiva

Definição

Zoonoses são doenças transmitidas de animais ao homem, direta ou indiretamente (através de vetores).

Quando um inseto vetor está envolvido, a doença também é conhecida como uma “arbovirose” (de arthorpod borne virus”).

Nem todas as arboviroses são zoonoses. Ex.: quando o ciclo de

transmissão se desenvolve entre o vetor e os humanos. ex: dengue

e febre amarela urbana.

Zoonoses: raiva, hantaviroses, febre de lassa, ebola, febres hemorrágicas argentina e boliviana.

Zoonose;

Todos animais de sangue quente;

Amplamente distribuída;

Geralmente fatal;

Atinge SNC;

Transmissão MORDIDAS

Aérea ? Transplantes !!

Raiva

Gêneros: Lyssavirus: Raiva, Lagos Bat, Mokola,

Obodhiang, Kotonkan

Vesiculovírus: Estomatite Vesicular

Efemerovirus: Febre efêmera bovina

• vírion em forma de bala de revólver

• Simetria helicoidal

• RNA fs negativa

Família Rhabdoviridae

Ciclo urbano;

EPIDEMIOLOGIA

MORCEGOS NÃO

HEMATÓFAGOS

Diversas espécies

Humanos

Raiva - o vírus

Membro do gênero Lyssavirus, família Rhabdoviridae.

RNA fs envelopado; forma de bala de revólver característica

com espículas de 6-7 nm (glicoproteína, ou “G”).

vírion 130-240nm * 80nm

RNA de polaridade neg., codifica 5 proteínas: G, M, N, L, S

Muito ampla gama de hospedeiros .

Outros Lyssavirus : Mokola, Lagos bat, Duvenhage, EBL-1, e

EBL-2.

Duvenhage e EBL-2 já foram associados a encefalites em

humanos.

REPLICAÇÃO VÍRUS RNA FITA SIMPLES (fs), NEGATIVA

Núcleo

Membrana

Receptores

Adsorção

Penetração

RNA (-)

RNA (+)

Replicação

RNA (+)

Brotamento/

envelopamento

Montagem

(inclusão? )

Síntese

Proteínas

Desmontagem

Patogenia

Após inoculação, o vírus se multiplica no músculo

estriado ou tecido conjuntivo no sítio de inoculação e

penetra nos nervos periféricos através da junção

neuro-muscular.

Segue ao CNS via movimento axonal retrógrado.

Terminalmente, o vírus se dissemina de forma

centrífuga para os órgãos do corpo. O vírus causa

pouca destruição neuronal.

Diagnóstico laboratorial de raiva

Imunofluorescência direta IFD ou “direct fluorescent antibody test (DFAT)

Isolamento viral em camundongos

Corpúsculo de Negri em neurônio

(fonte: CDC)

Diagnóstico de Raiva

IFD

Diagnóstico de raiva

Presentemente, para determinação da origem da amostras de vírus isoladas:

Exames complementares: Análises com

anticorpos monoclonais;

Amplificação genômica por RT-PCR: Análise com enzimas de restrição, ou:

Sequenciamento e análise filogenética

Nucleotide Substitutions (x100)

0

14.3

2 4 6 8 10 12 14

AF070450Tb

BRct97.1

BRbt576

AF070449Dr

BRbv189

BRfx2217

BRfx2263

BRdg585

rvu22862dg

U22477

BRbt686

Análise de grau de relacionamento de amostras

do vírus da raiva

Tratamento e prevenção

Profilaxia pré-exposição - vacinas inativadas

Profilaxia pós-exposiçãos - observação de animais suspeitos por 10 dias. Se surgirem sinais, devem ser sacrificados e remetidos ao laboratório para diagnóstico.

Animais selvagens: devem ser sacrificados e examinados.

A profilaxia pós-exposição baseia-se na desinfecção local, na administração de vacina ou, em casos graves, soro + vacina.

Uma vez estabelecida a doença => tratamento de suporte.

Profilaxia pós-exposição Ferida - lavagem intensa com agua e detergente, e debridação

Imunização passiva - imunoglobulina anti-rábica humana, 50% em

torno da área da ferida, 50% IM.

Imunização ativa - Vacina tipo Fuenzalida, preparadas em cérebro de

camundongos lactentes (1-4dias). Hoje disponível: vacinas preparadas

em cultivos celulares de células diplóides humanas ou céulas Vero.

Regime de doses pode atingir até 7 inoculações.

O tratamento combinado de soro com vacina é mais eficaz do que

somente um ou outro. Disponível também imunoglobulina de origem

equina, mais barata do que a de origem humana.

Vacinas contra Raiva

No Brasil , atualmente: Cultivo celular ( células Vero)

Human Diploid Cell Vaccine (HDCV) em células diplódes WI 38

Vacina em células Vero

No passado:

Tecido nervoso ( Fuenzalida)

Embrião de pato

Na Europa:

Vacinas em iscas para animais selvagens

Controle da Raiva Urbana- raiva canina causa a grande maioria dos casos de raiva

humana.

Na região Sul do Brasil: não ocorre raiva canina há mais de 20 anos !!

Para o controle:

Controle de cães vadios.

Vacinação de cães

Quarentena

Animais selvagens - mais difícil.

- morcegos hematófagos, não hematófagos:

em grande centros urbanos, como São Paulo e Porto Alegre.

Os Hantavírus

Formam um gênero distinto dentro

da família Bunyaviridae.

Diferente dos demais bunyavírus,

não é transmitido por artrópodos.

Vírus de fita simples, envelopado,

com três fitas de RNA (L, M, and

S).

Vírions 98 nm em diâmetro.

Hantavirose-

A síndrome pulmonar por Hantavírus

Em SC:

O brotamento da Taquara

No MS:

O plantio de soja

Todos:

O desmatamento

História

Febre Hemorrágica com Sídrome Renal (HFRS: mais tarde

denominada Hantavirose) surgiu inicialmente durante a guerra

da Coréia quando cerca de 3000 soldados da ONU foram

infectados.

A doença, entretanto já havia sido descrita pelos chineses há

1000 anos.

Em 1974, o vírus foi isolado de um camundongo do campo

coreano (striped field mouse) e foi chamado vírus Hantaan.

Em 1995, uma nova doença chamada síndrome pulmonarpor

hantavírus foi descrita na região de “four corners”nos EUA.

Alguns subtipos de hantavírus associados a doenças em humanos

Hantaan, Porogia e vírus relacionados - Causa a forma clássica de HFRS. China, Leste da Rússia,e partes da Europa. Transmissor: Apodemus agrarius

Seul - causam doença moderada. Tansmissor: ratos. Distribuição mundial China, Japão, Rússia, USA e América do Sul.

Puumala - Causa doença leve (nefropatia epidêmica) principalmente em países escandinavos. Transmissor: Clethrionomys glareolus.

Sin Nombre - Causa a síndrome pulmonar, que corresponde aos casos identificados aqui no Brasil. em muitas partes do mundo, USA, México, América do Sul. Transmissor: Peromyscus maniculatus e outros.

Sintomas:

Febre alta

Dores abdominais,

Dor de cabeça,

Dores generalizadas

Tosse

Taquicardia

Dificuldade respiratória.

A síndrome pulmonar por Hantavírus (HPS)

Características clínicas das hantaviroses

Patologia (forma hemorrágica) caracterizada por danos aos capilares e

pequenos vasos, resultando em vasodilatação e consequentes hemorragias.

Classicamente, as hantaviroses apresentam 5 fases. Estas podem passar

desapercebidas em casos mais leves.

Fase Febril - surgimento abrupto de uma doença gripal severa, com um rash

eritematoso após um período de incubação de 2-3 dias.

Fase hipotensiva - começa pelo quinto dia da doença

Fase oligúrica - começa pelo nono dia de doença. O paciente pode desenvolver falha

renal aguda e choque. Hemorragiass são usualmente do tipo petéquias. A maioria das

mortes ocorre durante as fases hipotensiva e oligúrica.

Fase Diurética - ocorre entre os dias 12-14 .

Fase convalescente - pode levar até 4 meses.

Roedores envolvidos na transmissão de hantavírus

striped field mouse (Apodemus agrarius)

Bank vole (Clethrionomys glareolus)

Deer Mouse (Peromyscus maniculatus) Rat (Rattus)

Síndrome Pulmonar por Hantavírus (HPS)

Mais de 250 casos de HPS tem sido reportados nas Américas do Norte e Sul,

com mortalidade de aprox. 50%

Em comum com as hantaviroses da Ásia, a HPS tem uma fase febril similar.

Entretanto, os danos aos capilares ocorrem predominantemente nos pulmões, ao

invés dos rins.

Edema pulmonar, choque e complicações cardíacas podem levar à morte.

A maioria dos casos de HPS são causados por vírus do grupo do vírus Sin

Nombre. Outros são associados a uma variedade de outros hantavírus, como: New

York e Black Creek Canal.

Diagnóstico

Diagnóstico sorológico - uma variedade de testes tais como IF, HAI, SRH, ELISAs tem sido desenvolvidos para o diagnóstico sorológico.

Detecção direta do antígeno- mais sensível do que a sorologia e detectável mais cedo. Antígenos virais podem ser demonstrados no sangue ou urina.

RT-PCR - muito útil no diagnóstico da HPS.

Isolamento viral - da urina, logo ao início da infecção, apresenta grande chance de sucesso. Do sangue é menos consistente. O vírus Sin Nombre nunca foi isoladode pacientes com HPS.

Immunohistoquímica - útil no diagnóstico de HPS.

Tratamento e Prevenção

Depende de terapias de suporte.

Ribavirina - reportes indicam ser útil no tratamento de doença

por hantavírus quando administrada no início. Sua eficácia na

HPS é ainda desconhecida.

Vacinação - uma vacina inativada esta em testes na China.

Outras vacinas candidatas vem sendo preparadas.

Controle de roedores- medidas de controle devem visar

diminuir o contato entre humanos e roedores.

- Eliminar fontes de alimento para roedores

- Evitar contato com roedores silvestres

- Consciência do risco frente a roedores silvestres

- Cuidados com passeios em zonas rurais/florestas

Prevenção

Viroses emergentes

Gênero Henipavirus

- Nipah

- Hendra

Hendra

Nipah

Henipavirus

Measles

rinderpest

phocid distemper

canine distemper

Newcastle

disease mumps

simian

virus-5

human

parainfluenza-2

Sendai

human parainfluenza-3

Rubulavirus

Respirovirus

Morbillivirus

simian

virus-41

Família Paramyxoviridae

(Proposta)

Outros vírus de morcêgos O vírus denominado “Australian bat lyssavirus identificado em 1996. é

um rhabdovírus. Um morcegófilo morreu da infecção em 1996 e outro em 1998.

Outro vírus denominado Menangle foi isolado 1997 de suínos, causando doença e abortos, assim como uma enfermidade respiratória em humanos. O vírus Menangle é também um paramixovírus, da mesma família mas não relacionado ao vírus Hendra. Também é transmitido por morcêgos frugívoros.

Em 1999, surgiu o vírus Nipah, na Malaysia. Hoje classificado juntamente com o vírus Hendra, no gênero Henipavirus da família Paramyxoviridae.

E muitos outros estão por vir!!

Aguarde!!!!