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MARINHA DO BRASILDIRETORIA DE PORTOS E COSTAS
ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO
MÓDULO DE NAVEGAÇÃO
– NAV –
UNIDADE DE ESTUDO AUTÔNOMO
2a edição
Rio de Janeiro
2010
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© 2007 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas
Autores: Professor Renan dos Santos Silva
Revisão Pedagógica: Pedagoga Maria Elisa Dutra Costa
Revisão Ortográfica: Professor Luiz Fernando da Silva
Diagramação: Maria da Conceição de Sousa Lima Martins
Coordenação Geral: CMG (MSc) Luciano Filgueiras da Silva
______ exemplares
Diretoria de Portos e Costas
Rua Teófilo Otoni, no 4 – Centro
Rio de Janeiro, RJ
20090-070
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IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL
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SSUUMMÁÁRRIIOO
AAPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO ............................................................................................................ 7
MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA – Como usar o módulo ....................................................................... 9
UUNNIIDDAADDEE 11 – – FFuunnddaammeennttooss ddaa NNaavveeggaaççããoo .................................................................................................................................... 1133
1.1 – A Arte de Navegar .............................................................................................. 131.2 – A Terra - seus movimentos e planos...... ............................................................. 15
1.3 – Como se orientar na esfera terrestre....... ........................................................... 181.4 – Operações com ângulos....................... ............................................................... 211.5 – Coordenadas Geográficas: Latitude e Longitude ................................................ 251.6 – Principais unidades de medidas utilizadas na navegação .................................. 27Teste de auto-avaliação da unidade 1 .............................................................................. 29Chave de Respostas das Tarefas e do teste de auto-avaliação da unidade 1 ................. 31
UUNNIIDDAADDEE 22 – – AAgguullhhaass NNááuuttiiccaass .............................................................................................................................................................. 3333
2.1 – Classificação das agulhas náuticas ............ ........................................................ 332.2 – Noções de magnetismo ...................................................................................... 36
2.3 – Agulha magnética .......................... ..................................................................... 382.4 – Agulha Giroscópica ............................................................................................ 542.5 – Agulha Eletrônica (Fluxgate).................... ......................................................... 57Teste de auto-avaliação da unidade 2 .............................................................................. 60Chave de Respostas das Tarefas e do teste de auto-avaliação da unidade 2 ................. 61
UUNNIIDDAADDEE 33 – – CCaar r ttaass NNááuuttiiccaass ...................................................................................................................................................................... 6633
3.1 – Sistemas de projeção ......................................................................... ............... 633.2 – A projeção de Mercator ..................................................................................... 643.3 – Escala e classificação das cartas náuticas ....................................................... 67
3.4 – Informações contidas nas cartas náuticas ......................................................... 703.5 – Como trabalhar nas cartas náuticas ................................................................... 733.6 – Medidas na carta ............................................................................................. 763.7 – Resolução de problemas típicos na carta ........................................................... 793.8 – Cartas eletrônicas digitais ................................................................................... 843.9 – Formas submarinas ............................................................................................ 87Teste de auto-avaliação da unidade 3 ............................................................................. 90Chave de Respostas das Tarefas e do teste de auto-avaliação da unidade 3 ................. 91
UNIDADE 4 – Rumos e Marcações ............................................................................... 95
4.1 – Identificação de rumos ....................................................................................... 954.2 – Identificação de marcações ............................................................................... 98
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4.3 – Conversão de rumos de marcações................................................................. ... 103
Teste de auto-avaliação da unidade 4............................................................................... 114Chave de Respostas das Tarefas e do teste de auto-avaliação da unidade 4.................. 118
UNIDADE 5 – Posição no Mar ......................................................................................... 125
5.1 – Determinação da posição da embarcação ........................................................ 1255.2 – Conceito e tipos de linhas de posição (LDP) ...................................................... 1265.3 – Marcações simultâneas ...................................................................................... 1325.4 – Processos para obtenção da posição na navegação costeira ............................ 1345.5 – Posição por marcações sucessivas .................................................................... 1425.6 – Técnicas da navegação estimada ..................................................................... . 1465.7 – Fatores que influenciam na posição estimada ................................................... 1485.8 – Determinação de distâncias no mar ............................................................ ....... 153Teste de auto-avaliação da unidade 5 ............................................................................. 159Chave de Respostas das Tarefas e do teste de auto-avaliação da unidade 5 ................. 160
UNIDADE 6 – Sinalização Náutica e Balizamento......................................................... 163
6.1 – Tipos de sinalização náutica ............................................................................... 1636.2 – Características físicas e luminosas dos sinais ................................................... 1666.3 – Luzes de auxílio à navegação ............................................................................. 1696.4 – Sistema de balizamento marítimo adotado no Brasil........................................... 1736.5 – Balizamento fluvial e lacustre ............................................................................ 181Teste de auto-avaliação da unidade 6............................................................................... 185Chave de Respostas das Tarefas e do teste de auto-avaliação da unidade 6.................. 187
UNIDADE 7 – Equipamentos e Instrumentos Auxiliares à Navegação ...................... 189
7.1 – Equipamentos indicadores de direções .............................................................. 1897.2 – Equipamentos indicadores de velocidade e distância navegada ........................ 1907.3 – Equipamentos indicadores de profundidade........................................................ 1957.4 – Instrumentos que aumentam o poder da visão.................................................... 2017.5 – Instrumentos meteorológicos .............................................................................. 2027.6 – Equipamentos indicadores de distâncias no mar ................................................ 208Teste de auto-avaliação da unidade 7 .............................................................................. 215Respostas das Tarefas e do teste de auto-avaliação da unidade 7 ................................. 216
UNIDADE 8 – Sistemas Eletrônicos Auxiliares à Navegação ...................................... 219
8.1 – GPS – Sistema de Navegação por Satélite ................................................. 2198.2 – GMDSS – Sistema Marítimo Global de Socorro e Segurança .......................... 2318.3 – AIS – Sistema Automático de Identificação................................................... 2378.4 – VTS – Serviço de Controle de Tráfego de Navios ......................................... 2438.5 – VDR – Registrador de Dados da Viagem .................................................... 2448.6 – GÔNIO – Radiogoniômetro ............................................................................ 245Teste de auto-avaliação da unidade 8............................................................................... 247Chave de Respostas das Tarefas e do teste de auto-avaliação da unidade 8.................. 248
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UNIDADE 9 – Publicações de Auxílio á Navegação .................................................... 251
9.1 – Publicações para consulta ................................................................................... 2519.2 – Publicações de apoio ........................................................................................... 259Teste de auto-avaliação da unidade 9............................................................................... 269
Chave de Respostas das Tarefas e do teste de auto-avaliação da unidade 9.................. 270
UNIDADE 10 – Planejamento e execução de uma derrota .......................................... 271
10.1 – Fases da derrota ................................................................................................. 271
10.2 – Planejamento da derrota ..................................................................................... 273
10.3 – Execução da derrota ........................................................................................... 275
Teste de auto-avaliação da unidade 10............................................................................ 279Chave de Respostas das Tarefas e do teste de auto-avaliação da unidade 10............... 281
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 285
ANEXOS:
Anexo 1 – Curva de desvios da agulha magnética ........................................................... 289
Anexo 2 – Carta náutica de exercícios .............................................................................. 291
Anexo 3 – Tabela de alcance geográfico........................................................................... 293
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AAPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO
Neste módulo, você conhecerá os princípios básicos da navegação.
Lembramos que este trabalho não é um curso completo de navegação. Nele
apresentaremos somente a parte prática da navegação estimada e costeira, as rotinas, o
manuseio das cartas, dos manuais, das tábuas e das tabelas, e a operação dos equipamentos
auxiliares, sem, contudo, entrarmos em detalhes desses assuntos.
Você aprenderá “o que se faz e como se faz”. Mas, mesmo se tratando de uma obra
prática, procuraremos, sempre que possível, explicar os “porquês”; dando-lhe a conhecer a
base teórica que lhe permita, raciocinar e resolver os problemas que serão apresentados,
ampliando assim o seu horizonte de conhecimentos profissionais.
A navegação é uma ciência e uma arte; o seu conhecimento vai possibilitar a escolha
da derrota mais segura, isto é, do caminho a ser navegado durante a travessia entre o ponto de
partida e o ponto de chegada.
Você conhecerá a navegação costeira, que é aquela que se faz com terra à vista, e a
navegação estimada, que se baseia na velocidade, tempo e distância navegada e nos efeitosde ventos e correntes.
Verificará o quanto são simples os processos e os cálculos de navegação para
determinar, periodicamente, a posição da embarcação no mar. O emprego correto de um ou
outro processo exige tão somente muita atenção e cuidado.
Contudo, tenha sempre presente que navegar bem não significa simplesmente navegar
com segurança, tampouco significa seguir pelo caminho mais curto; É o conjunto dessas
condições e a justa avaliação de certos elementos que constituem uma boa navegação.
Esperamos que, ao final do curso, você esteja capacitado a conduzir sua embarcação,
com segurança, ao longo da costa brasileira.
BOA VIAGEM E BOA SORTE.
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MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA
CCOOMMOO UUSSAARR OO MMÓÓDDUULLOO
II – – QQuuaall oo oobb j jeettiivvoo ddeessttee mmóódduulloo??
Proporcionar ao aluno conhecimentos básicos de navegação.
IIII – – CCoommoo eessttáá oor r ggaanniizzaaddoo oo mmóódduulloo??
O módulo de Navegação foi estruturado em dez unidades seqüenciais de estudo. Os
conteúdos obedecem a uma seqüência lógica e, ao término de cada unidade, o aluno fará uma
auto-avaliação.
IIIIII – – CCoommoo vvooccêê ddeevvee eessttuuddaar r ccaaddaa uunniiddaaddee??
Ler a visão geral da unidade.
Estudar os conceitos da unidade.
Responder às questões para reflexão.
Realizar a auto-avaliação.
Realizar as tarefas.
Comparar a chave de respostas do teste de avaliação.
1. Visão geral da unidade
A visão geral do assunto apresenta os objetivos específicos da unidade, mostrando um
panorama do assunto a ser desenvolvido.
2. Conteúdos da unidade
Leia com atenção o conteúdo, procurando entender e fixar os conceitos por meio dos
exercícios propostos. Se você não entender, refaça a leitura e os exercícios. É muito importante
que você entenda e domine os conceitos.
3. Questões para reflexão
São questões que ressaltam a idéia principal do texto, levando-o a refletir sobre os temas
mais importantes deste material.
4. Auto-avaliação
São testes que o ajudarão a se auto-avaliar, evidenciando o seu progresso. Realize-os à
medida que apareçam e, se houver qualquer dúvida, volte ao conteúdo e reestude-o.
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5. Tarefa
Dá a oportunidade para você colocar em prática o que já foi ensinado, testando seu
desempenho de aprendizagem.
6. Respostas dos testes de auto-avaliação
Dá a oportunidade de você verificar o seu desempenho, comparando as respostas com ogabarito que se encontra no fim da apostila.
IIVV – – OObb j jeettiivvooss ddaass uunniiddaaddeess
Unidade 11:Unidade Fundamentos da navegação
Apresentar uma revisão dos princípios básicos da navegação; a Terra e seus planos,
tipos de navegação, como se orientar e trabalhar com ângulos e coordenadas geográficas;
dando ao aluno o embasamento necessário à resolução dos problemas de navegação.
Unidade 2:Unidade 2 : Agulhas náuticas
Apresentar as agulhas náuticas, suas características, vantagens, desvantagens e como
utilizá-las compensando seus desvios e erros.
Unidade 3:Unidade 3: Cartas náuticas
Discorrer sobre os diversos tipos de cartas náuticas; como são projetadas, classificação,
escalas, informações nelas contidas, como trabalhar nesses documentos e mantê-los
atualizados.
Unidade 4:Unidade 4: Rumos e marcações Apresentar e definir os diversos tipos de rumos e marcações e os métodos para efetuar
conversões entre eles e como traçar essas direções nas cartas.
Unidade 5:Unidade 5: Posição no mar
Discorrer sobre o conceito de linhas de posição, os diferentes métodos para determinar
à posição no mar, as técnicas e regras para a navegação costeira e estimada e as influências
das marés, ventos e correntes na navegação.
Unidade 6:Unidade 6: Sinalização náutica e balizamento
Apresentar os tipos de sinalização náutica, os sistemas de balizamento e discorrer como
identificar os sinais pelas suas características físicas e luminosas.
Unidade 7:Unidade 7 : Equipamentos e instrumentos auxil iares à navegação
Apresentar os principais equipamentos, sistemas e instrumentos auxiliares à navegação.
Unidade 8:Unidade 8 : Sistemas eletrônicos auxil iares à navegação
Apresentar e discorrer sobre os principais equipamentos, serviços e sistemas eletrônicos
de auxílio à navegação.
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Unidade 9:Unidade 9: Publicações de auxíl io à navegação.
Apresentar as principais publicações de consulta e apoio à navegação, utilizadas à
bordo e explicar como proceder para sua atualização.
Unidade 10:Unidade 10: Planejamento e execução de uma derrota
Discorrer sobre as fases de uma derrota e efetuar o planejamento e a execução
de uma derrota completa.
VV – – AAvvaalliiaaççããoo ddoo mmóódduulloo
Após estudar todas as Unidades de Estudo Autônomo (UEA) deste módulo, você estará
apto a realizar uma avaliação da aprendizagem.
VVII – – SSíímmbboollooss uuttiilliizzaaddooss
Existem alguns símbolos no manual para guiá-lo em seus estudos. Observe o que cadaum quer dizer ou significa.
EEssttee llhhee ddiizz qquuee hháá uummaa vviissããoo ggeer r aall ddaa uunniiddaaddee ee ddoo qquuee eellaa ttr r aattaa..
EEssttee llhhee ddiizz qquuee hháá,, nnoo tteexxttoo,, uummaa ppeer r gguunnttaa ppaar r aa vvooccêê ppeennssaar r ee r r eessppoonnddeer r aa
r r eessppeeiittoo ddoo aassssuunnttoo..
EEssttee llhhee ddiizz ppaar r aa aannoottaar r oouu lleemmbbr r aar r --ssee ddee uumm ppoonnttoo iimmppoor r ttaannttee..
EEssttee llhhee ddiizz qquuee hháá uummaa ttaar r eef f aa aa sseer r f f eeiittaa ppoor r eessccr r iittoo..
EEssttee llhhee ddiizz qquuee hháá uumm eexxeer r ccíícciioo r r eessoollvviiddoo..
EEssttee llhhee ddiizz qquuee hháá uumm tteessttee ddee aauuttoo--aavvaalliiaaççããoo ppaar r aa vvooccêê f f aazzeer r ..
EEssttee llhhee ddiizz qquuee eessttaa éé aa cchhaavvee ddaass r r eessppoossttaass ppaar r aa ooss tteesstteess ddee aauuttoo--aavvaalliiaaççããoo..
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UUNNIIDDAADDEE 11
FFUUNNDDAAMMEENNTTOOSS DDAA NNAAVVEEGGAAÇÇÃÃOO
NNeessttaa uunniiddaaddee,, vvooccêê vvaaii aappr r eennddeer r ssoobbr r ee::
A arte de navegar;Tipos de navegação;
A terra e seus planos;
Como se orientar na esfera terrestre;
Operações com ângulos;
Coordenadas geográficas; latitude e longitude
Unidades de medida em navegação – a milha e o nó.
“A disciplina militar prestante
Não se aprende, Senhor, na fantasiaSonhando, imaginando ou estudando,
Senão vendo, tratando e pelejando.”
(Luiz de Camões, Os Lusíadas, canto X)
Ao estudar sobre a navegação, você terá a oportunidade de aprender um assunto que
tem fascinado o homem desde os primórdios de sua existência; mas, para ser um bom
navegador, é necessário não só conhecer bem a arte de navegar , como também ter muita
atenção e responsabilidade. Não se aprende a navegar “senão vendo, tratando e pelejando”.
IInniicciiaar r eemmooss oo nnoossssoo eessttuuddoo ccoomm uummaa ppeer r gguunnttaa:: ““OO QQUUEE ÉÉ NNAAVVEEGGAARR”” ??
A resposta é dada a seguir.
11 .. 11 AA AA RR TT EE DD EE NN AA VV EE GG AA RR
“A navegação é a ciência e a arte que ensina a conduzir com segurança a embarcação
de um ponto a outro, sobre a superfície das águas, pelo caminho desejado”.
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Mas, antes de entramos no estudo da navegação, vamos revisar alguns conceitos e
definições para melhor entendimento do assunto a ser tratado.
11 .. 22 AA TT EE RR RR AA – – SS EE UU SS MM OO VV II MM EE NN TT OO SS EE PP LL AA NN OO SS
A Terra tem uma forma própria, conhecida como geóide, sendo achatada no sentido
vertical e, conseqüentemente, dilatada no sentido horizontal. A figura geométrica que mais se
aproxima dessa forma é o elipsóide de revolução. Porém, para fins de navegação, considera-
se a terra perfeitamente esférica – esfera terrestre – sem que com isso sejam introduzidos
erros intoleráveis. (figura 1.1)
Figura 1.1 – Esfera terrestre.
15
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11 .. 22 .. 11 PP r r ii nn cc ii pp aa ii ss mm oo vv ii mm ee nn tt oo ss dd aa TT ee r r r r aa
RR oottaa ççããoo – A Terra gira em torno de si mesma de oeste para leste. Este movimento
que é denominado de rotação é o responsável pela sucessão dos dias e das noites.
Na esfera terrestre é chamado de eixo a linha em torno da qual a terra executa o seu
movimento de rotação; os extremos de eixo aparente de rotação da Terra são os pólos (pólonorte e pólo sul), motivo pelo qual o eixo aparente é também chamado de eixo polar.
TTr r aannssllaaççããoo - A Terra, sendo um planeta, gira também em torno do Sol, como já
sabemos, efetuando uma trajetória elíptica que é completada em 365 dias, 6 horas, 9 minutos e
2 segundos. Esse movimento da Terra é denominado de translação e é responsável pelas
estações do ano (figura 1.2).
QQuu aa ll éé oo mmoovv ii mmeennttoo ddaa TTee r r r r aa r r eessppoonnss áá vv ee ll ppee ll ooss dd ii aass ee ppee llaass
nnoo ii tt ee ss ??
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Figura 1.2 – Os movimentos principais da terra.
16
11 .. 22 .. 22 PP ll aa nn oo ss dd ee r r ee f f ee r r êê nn cc ii aa nn aa ee ss f f ee r r aa tt ee r r r r ee ss tt r r ee
Se cortarmos a esfera terrestre por um plano horizontal que contenha o seu centro, oupor planos verticais que contenham o eixo polar, as linhas resultantes dessas intersecções
serão os chamados círculos máximos: o horizontal é chamado de equador e os verticais
meridianos.
Todo plano que contenha o centro da esfera terrestre determina círculos máximos e
quaisquer outros planos que não contenham o centro da esfera determinam círculos
menores.
LLeemmbbr r ee--ssee::
CCíír r ccuulloo mmááxxiimmoo:: éé aa lliinnhhaa qquuee r r eessuullttaa ddaa iinntteer r sseeççããoo ccoomm aa ssuuppeer r f f íícciiee tteer r r r eessttr r ee ddee uumm ppllaannoo qquuee ccoonntteennhhaa oo CCeennttr r oo ddaa TTeer r r r aa.. ((FFiigguur r aa 11..33))
CCíír r ccuulloo mmeennoor r :: éé aa lliinnhhaa qquuee r r eessuullttaa ddaa iinntteer r sseeççããoo ccoomm aa ssuuppeer r f f íícciiee tteer r r r eessttr r ee ddee uumm ppllaannoo qquuee nnããoo ccoonntteennhhaa oo CCeennttr r oo ddaa TTeer r r r aa.. ((FFiigguur r aa 11..33))
A menor linha que une dois pontos na superfície da esfera terrestre é sempre parte de
um círculo máximo, ou seja, uma curva, e não uma reta, como veremos mais adiante.
Círculos máximos Círculo menor
Figura 1.3 – Círculos na esfera terrestre.
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Meridiano – é o círculo máximo vertical que vai do pólo norte ao pólo sul e é
perpendicular ao equador . Considera-se meridiano a metade de um círculo máximo, sendo a
outra metade que lhe fica oposta o seu antimeridiano. A quantidade de meridianos é infinita e
por cada ponto da terra passa um meridiano. Todos os meridianos convergem para os pólos e
marcam as direções norte (N) e sul (S). (Figura 1.4)
Meridiano de Greenwich (GW) – Os meridianos dividem a Terra em duas partes
iguais, porém, por convenção, escolheu-se o meridiano que passa no Observatório Astronômico
de Greenwich (Inglaterra) como o meridiano principal (000º), também chamado de primeiro
meridiano, o qual divide a terra em Hemisfério Leste (E) e Hemisfério Oeste (W). (Figura 1.5)
O Meridiano de Greenwich é usado como origem da medida das longitudes.
Figura 1.4 – Planos meridianos. Figura 1.5 – Meridiano de Greenwich.
Equador – É o círculo máximo horizontal, perpendicular ao eixo da Terra, portanto
eqüidistante dos pólos e que divide a esfera terrestre em Hemisfério Norte (N) e Hemisfério Sul
(S).
O equador é a origem da medida das latitudes. (Figura1.6)
Figura 1.6 – Equador -Círculo máximo a meio entre os pólos.
Paralelos – Como o próprio nome está dizendo, são círculos menores paralelos ao
plano do equador. Assim como os meridianos, o número de paralelos é infinito, e seu diâmetrovai se reduzindo gradativamente a partir do equador até anular-se, quando chegam ao pólo
norte ou pólo sul. (Figuras 1.7 e 1.8).17
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Figura 1.7 – Paralelo ou paralelo de latitude. Figura 1.8 – Paralelos.
Que tal uma parada? Aproveite e verifique seus conhecimentos, realizando a tarefa
abaixo.
TT aa r r ee f f aa 11 .. 11
18
CCoomm bbaassee nnoo qquuee vvooccêê eessttuuddoouu,, ddeessccr r eevvaa ccoomm ssuuaass ppaallaavvr r aass,, oouu r r eessppoonnddaa aaoo qquuee ssee
ppeeddee::
1.1.1) Defina navegação costeira:
_____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
1.1.2) Defina navegação em águas restritas: ____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
1.1.3) Como são chamados os círculos máximo que passam pelos pólos?
____________________________________________________________________________
11 .. 33 CC OO MM OO SS EE OO RR II EE NN TT AA RR NN AA EE SS FF EE RR AA TT EE RR RR EE SS TT RR EE
Para poder se orientar na navegação, o homem desenvolveu sua capacidade de observação,
e a observação dos astros foi uma das primeiras coisas que o navegante usou para não perder
o seu rumo. É com base nessas observações que surgiram os pontos cardeais.
Preste atenção, porque este assunto é muito importante para todo bom navegante.
11 .. 33 .. 11 PP oo nn tt oo ss CC aa r r dd ee aa ii ss
Observando a natureza, o homem percebeu que o Sol nasce, todas as manhãs,
aproximadamente, no mesmo lado do horizonte e se põe, ao entardecer, no lado oposto. Assim
sendo, tomou este lado, ou seja, o lado no qual o Sol nasce como referência para criar os
pontos cardeais.
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O lado no qual o Sol nasce foi denominado de LESTE, que tem como abreviatura a letra
E; o lado onde o Sol se põe denominou-se de OESTE, cuja abreviatura é a letra W.
Conhecidos esses dois pontos (onde o Sol nasce e onde ele se põe), foram criados mais
dois outros: o NORTE, com abreviatura a N, e o SUL com abreviatura S.
Pois bem, esses quatro pontos são denominados de pontos cardeais. Observe a figura
1.9 e veja como é simples determinar os pontos cardeais.
S
W
E
N
Figura 1.9 – Orientação pelo Sol.
19
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11 .. 33 .. 22 PP oo nn tt oo ss LL aa tt ee r r aa ii ss ee CC oo ll aa tt ee r r aa ii ss
Você deve ter percebido que os pontos cardeais nos dão apenas 4 direções (Norte, Sul,
Leste e Oeste). Entretanto, entre estas, existem outras direções. Em vista disso, foram criadas,
entre os pontos cardeais, direções que foram denominadas de pontos laterais.
Veja quais são os pontos laterais:
Nordeste (NE) – localiza-se entre o norte e o leste;
Sudeste (SE) – localiza-se entre o sul e o leste;
Sudoeste (SW) – localiza-se entre o sul e o oeste; e
Noroeste (NW) – localiza-se entre o norte e o oeste.
E, ainda, entre os pontos laterais foram estabelecidos os pontos colaterais, de modo a
nomear, ainda mais, as direções.
São os seguintes os pontos colaterais:
Nor-nordeste (NNE) – localizado entre o N e o NE;
Es-nordeste (ENE) – localizado entre o E e o NE;
Es-sudeste (ESE) – localizado entre o E e o SE;
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Su-sudeste (SSE) – localizado entre o S e o SE;
Su-sudoeste (SSW) – localizado entre o S e o SW;
Oes-sudoeste (WSW) – localizado entre o W e o SW;
Oes-noroeste (WNW) – localizado entre o W e o NW; e
Nor-noroeste (NNW) – localizado entre o N e o NW.
Note que, na formação dos pontos colaterais, sempre o nome do ponto cardeal vem na
frente do lateral.
Para concluir, podemos dizer que o conjunto formado pelos pontos cardeais, laterais e
colaterais formará a rosa dos ventos, também conhecida como rosa dos rumos, ou ainda
rosa circular .
É a rosa dos ventos que fornece ao navegante as direções de que ele necessita paraexecutar a navegação. (Figura 1.10)
Figura 1.10 – Rosa dos ventos.
Você deve ter percebido que entre os pontos cardeais, laterais e colaterais existemmuitas outras direções intermediárias. Para permitir a navegação em qualquer direção,
inclusive essas intermediárias, é que a rosa dos ventos, utilizada atualmente, apresenta-se
graduada de 0º a 360º graus, ou seja, é dividida em ângulos, de grau em grau, conforme
mostra a figura 1.11.
20
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Figura 1.11 – Graduação da rosa dos ventos.
Pois bem, com essa rosa dos ventos qualquer direção tem sua identificação por meio de
uma medida angular. Por exemplo: leste é 090º, sul é 180º, e assim por diante.
Você agora, certamente, deve estar se perguntando:
OO qq uu ee éé mm ee dd ii dd aa aa nn gg uu ll aa r r ??
Não se preocupe. Se você não sabe o que é ângulo e medida angular, preste atenção às
explicações a seguir porque, certamente, você aprenderá esse importante assunto comfacilidade.
21
NAV 01
11 .. 44 OO PP EE RR AA ÇÇ ÕÕ EE SS CC OO MM ÂÂ NN GG UU LL OO SS
11 .. 44 .. 11 CC oo nn cc ee ii tt oo ee MM ee dd ii dd aa ss dd ee ÂÂ nn gg uu ll oo ss
Ângulo é uma abertura entre dois segmentos de reta. (Figura 1.12)
Figura 1.12 – Ângulo.
X ângulo
AO e OB segmentos de reta
A medida de ângulo é o grau, que tem como abreviatura um pequeno círculo situado
acima e à direita do número.
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Por exemplo: 30º, isto significa trinta graus.
Vamos dar alguns exemplos, para você entender melhor esses conceitos.
E x e rc í c i o r r ee ss oo ll vv ii dd oo 11 .. 1
Se adotarmos como referência os pontos cardeais, qual será a medida do ângulo formado entre
o norte e o leste?
Solução:
Observe a figura 1.13 e verifique que o ângulo formado entre os pontos cardeais norte (N) e
leste (E) é de 90º (ângulo reto).
Figura 1.13 – Ângulo entre N e E.
Muito bem, podemos concluir com o exercício 1.1 que cada quadrante formará um ângulo
de 90º, certo? Raciocinando dessa forma, podemos afirmar que a soma dos ângulos formadospelos quadrantes é 360º. Veja a figura 1.14.
Figura 1.14 – Quadrantes de uma rosa dos ventos.
Mas nós sabemos que a medida angular pode ser fracionada e, portanto, o grau tem
como submedida o minuto, que é abreviado com uma vírgula acima e à direita do número: 30’
= trinta minutos. Um grau corresponde a sessenta minutos.
Por sua vez, o minuto tem como submedida o segundo, que é abreviado com duas
vírgulas acima e a direita do número: 30”= trinta segundos. Um minuto corresponde a
sessenta segundos.
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23
NAV 01
E x e rc í c i o r r ee ss oo ll vv ii dd oo 11 . 2
Como se lê: 10º 23’ 45”?
Resposta: Dez graus, vinte e três minutos e quarenta e cinco segundos.
LLee mm bbr r ee -- ssee ::
ÉÉ ccoommuumm uussaar r --ssee vvaalloor r eess f f r r aacciioonnaaddooss ppaar r aa iinnddiiccaar r ooss ddéécciimmooss ddee ggr r aauuss,, hhoor r aass ee
mmiinnuuttooss.. NNeessttee ccaassoo,, ddeevvee--ssee mmuullttiipplliiccaar r ppoor r 6600 oo ddéécciimmoo ddee ggr r aauuss,, hhoor r aass oouu
mmiinnuuttooss,, ppaar r aa aacchhaar r oo vvaalloor r ddeessee j jaaddoo..
E x e rc í c i o r r ee ss oo ll vv ii dd oo 11 . 3
Converta um grau e meio (10,5)emgraueminutos.
1º, 5 é o mesmo que 1º + 0,5 º = 1º + (0,5º x 60) = 1º 30’. (Um grau e trinta minutos)
E x e rc í c i o r r ee ss oo ll vv ii dd oo 11 . 4
Converta dois minutos e vinte cinco décimos de minuto (2’. 25) em minutos e segundos.
2’. 25 é o mesmo que 2’ + 0,25’ = 2’ + (0,25’ x 60) = 2’ 15’’. (dois minutos e quinze segundos)
1º (um grau) = 60‘ (sessenta minutos)
1’ (um minuto) = 60’’ (sessenta segundos)
UUmmaa mmaanneeiir r aa ppr r ááttiiccaa ddee vvooccêê nnuunnccaa mmaaiiss eessqquueecceer r aass mmeeddiiddaass aanngguullaar r eess éé
aassssoocciiáá--llaass ààss mmeeddiiddaass ddee tteemmppoo,, oouu ssee j jaa,, aassssiimm ccoommoo oo ggr r aauu,, uummaa hhoor r aa
ccoor r r r eessppoonnddee aa sseesssseennttaa mmiinnuuttooss ee uumm mmiinnuuttoo ccoor r r r eessppoonnddee aa sseesssseennttaa sseegguunnddooss..
CCeer r ttoo?? MMaass ccuuiiddaaddoo,, uummaa éé mmeeddiiddaa ddee tteemmppoo,, aa oouuttr r aa éé mmeeddiiddaa aanngguullaar r ee aass aabbr r eevviiaattuur r aass ssããoo ddiif f eer r eenntteess..
CCoommppaar r aaççããoo eenn tt r r ee ggr r aauu ee tteemmppoo
MMEEDDIIDD A A EEMM GGRR A AUUSS MMEEDDIIDD A A DDEE TTEEMMPPOO
11 ggr r aauu ((11ºº )) 11 hhoor r aa (( 11hh ))
11 mmiinnuuttoo ((11´́ )) 11 mmiinnuuttoo (( 11mm ))
11 sseegguunnddoo ((11”” )) 11 sseegguunnddoo ((11 sseegg ))
Acompanhe os exercícios na página a seguir:
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EE xx ee r r cc íí cc ii oo r r ee ss oo ll vv ii dd oo 11 .. 55
Qual é o resultado da soma de dois ângulos que medem 30º 45’ 20” e 45º 14’ 40”?
Solução: É uma simples operação aritmética:
30º 45’ 20”
+ 45º 14’ 40”
75º 59’ 60” -------------------------------------------- como 60” = 1’
_ ___1’__ _
75º 60’ ------------------------------------------------- como 60’ = 1º
___ 1º__ _
76º
E x e rc í c i o r r ee ss oo ll vv ii dd oo 11 . 66
Qual é o resultado da subtração do ângulo de 120º menos o ângulo de 35º 24’ 43”?
Solução:
Para facilitar a operação aritmética, vamos pegar o ângulo de 120º e transformá-lo em graus
minutos e segundos.
120º ------------------------------------- 119º 59’ 60”
- 35º 24’ 43’’
84º 35’ 17”
E x e rc í c i o r r ee ss oo ll vv ii dd oo 11 . 7
Qual é o resultado da soma do ângulo de 320º mais o ângulo de 130º?
Solução:
Somando os dois ângulos, teremos:
320º + 130º = 450º
Não devemos esquecer, porém, que a maior medida angular é de 360º;
portanto, teremos que subtrair 360º do resultado obtido. Certo?
Em navegação, não se trabalha com ângulos maiores do que 360º.
Assim, o resultado da operação é: 450º – 360º = 90º
Isto significa que 450º corresponde a uma volta completa mais 90º. Observe a figura
1.15, na qual usaremos, mais uma vez, a rosa dos ventos para exemplificar.
24
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25
NAV 01
Figura 1.15 – Ângulo de 450º.
11 .. 55 CC OO OO RR DD EE NN AA DD AA SS GG EE OO GG RR ÁÁ FF II CC AA SS :: LL AA TT II TT UU DD EE EE LL OO NN GG II TT UU DD EE
Este é um assunto de fundamental importância para o navegante; portanto,
recomendamos que você o estude com muita atenção.
11 .. 55 .. 11 LL aa tt ii tt uu dd ee ee LL oo nn gg ii tt uu dd ee
Qualquer posição na superfície da Terra é determinada pelas Coordenadas
Geográficas, que utilizam como referência a linha do equador (00º) e o meridiano de
Greenwich – GW , (000º), e são chamadas de latitude e longitude, como veremos a seguir:
LLaattiittuuddee ((ccuu j joo ssíímmbboolloo éé aa lleettr r aa ggr r eeggaa φφ ((FFII)))) éé aa ddiissttâânncciiaa eemm ggr r aauuss ((oouu oo aar r ccoo ddee
mmeer r iiddiiaannoo)) ccoommppr r eeeennddiiddaa eennttr r ee oo eeqquuaaddoor r ee oo ppaar r aalleelloo ddaa ppoossiiççããoo qquuee ssee qquueer r
ddeef f iinniir r .. A A llaattiittuuddee éé ccoonnttaaddaa ddee 0000ºº ((eeqquuaaddoor r )) aattéé 9900ºº ppaar r aa oo nnoor r ttee ((ppóólloo nnoor r ttee)) oouu
ppaar r aa oo ssuull ((ppóólloo ssuull)).. OObbsseer r vvee ccoomm aatteennççããoo aa f f iigguur r aa 11..1166..
Figura 1.16 – Latitude.
LLoonnggiittuuddee ((ccuu j joo ssíímmbboolloo éé aa lleettr r aa ggr r eeggaa λλ ((LLaammbbddaa)) )) éé aa ddiissttâânncciiaa,, eemm ggr r aauuss ((oouu
aar r ccoo ddee eeqquuaaddoor r )),, eennttr r ee oo mmeer r iiddiiaannoo ddee GGr r eeeennwwiicchh – – GGWW ee oo mmeer r iiddiiaannoo ddaa ppoossiiççããoo
qquuee ssee qquueer r ddeef f iinniir r .. A A lloonnggiittuuddee éé ccoonnttaaddaa ddee 000000ºº ((mmeer r iiddiiaannoo ddee GGr r eeeennwwiicchh – –
GGWW)) aattéé 118800ºº ppaar r aa LLeessttee oouu ppaar r aa OOeessttee ((aattéé oo aannttiimmeer r iiddiiaannoo ddee GGr r eeeennwwiicchh)).. VVee j jaa
aa f f iigguur r aa 11..1177..
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Figura 1.17 – Longitude.
Lembre-se:Lembre-se: s
26
see ddeessee j jaammooss iir r àà ccaassaa ddee aallgguuéémm,, éé nneecceessssáár r iioo qquuee ssaaiibbaammooss ssuuaass ““ccoooor r ddeennaaddaass””,, oouu ssee j jaa,, sseeuu eennddeer r eeççoo ccoommppoossttoo ddee uumm nnoommee ddee r r uuaa ee uumm
nnúúmmeer r oo.. A A llaattiittuuddee ee aa lloonnggiittuuddee ccoonnssttiittuueemm oo ““eennddeer r eeççoo”” ddee uumm ppoonnttoo nnaa
ssuuppeer r f f íícciiee tteer r r r eessttr r ee..
Na informação sobre as coordenadas, sempre se indica primeiro a latitude e
depois a longitude.
Muito bem, agora podemos concluir que, com as coordenadas geográficas, isto é, coma latitude e a longitude, conseguiremos determinar a posição de qualquer ponto na superfície
da Terra e, sem dúvida, isto é de fundamental importância para o navegador.
Mas, para você entender melhor esses conceitos, faça a alguns exercícios.
EE xx ee r r cc íí cc ii oo r r ee ss oo ll vv ii dd oo 11 .. 88
Um ponto é localizado na esfera terrestre por
sua φ e por sua λ. Então, na figura 1.18, quais
serão as coordenadas dos pontos A e B?
Resposta:
Observando a figura e aplicando as definições de
latitude e longitude, concluímos que:
Ponto A = Lat: 40º N Long: 20º W
Ponto B = Lat: 25º S Long: 10º E.
Figura 1.18 – Coordenadas dos pontos A e B.
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1 .61 .6 PRINCIPAIS UNIDADES DE MEDIDAS UTILIZADAS NA NAVEGAÇÃO
Em navegação três são as unidades básicas: distância, velocidade e tempo.
Figura 1.19 – Unidades básicas na navegação.
27
NAV 01
11 .. 66 .. 11 UU nn ii dd aa dd ee dd ee DD ii ss tt ââ nn cc ii aa
É a milha náutica. Como é fácil compreender, a menor distância entre dois pontos
quaisquer na superfície terrestre pode ser medida sobre o grande círculo que passa por esses
pontos. É lógico, portanto, que a unidade de arco, o minuto, seja a unidade padrão para amedida de distância. Tal unidade de arco, entretanto, deve ser retificada. Para tanto, sabendo
que a circunferência da Terra vale 40.000 km e que uma circunferência tem 360º, deduzimos
que um grau valerá Km111360
40.000 .
Como um grau tem 60 minutos, um minuto de arco valerá 60
111 1852 metros.
Esse valor foi adotado pelo Bureau Hidrográfico Internacional em 1929 como o valor
padrão para a milha náutica.
Para todos os propósitos práticos, um minuto de arco de meridiano terrestre, ou seja, um
minuto de latitude, é igual a uma milha náutica.
LEMBRE-SE: 1 milha = 1 minuto = 1.852 metros (isto é muito importante).
Outras unidades de distância: Existem outras unidades de distância, derivadas do sistema
inglês de medidas, e, largamente usadas em navegação, sendo as mais comuns:
ppéé ((f f tt)) 00..330055 mm uussaaddoo ccoommoo mmeeddiiddaa ddee ddiissttâânncciiaa vveer r ttiiccaall..
j jaar r ddaa ((yydd)) 00..991155 mm uussaaddaa ccoommoo mmeeddiiddaa ddee ddiissttâânncciiaa hhoor r iizzoonnttaall..
bbr r aaççaa ((f f hhtt)) 11..883300 mm uussaaddaa ccoommoo mmeeddiiddaa ddee ppr r oof f uunnddiiddaaddee eessppeecciif f iiccaammeennttee..
A milha náutica é considerada para inúmeros fins de navegação como tendo 2.000 jardas.
11 .. 66 .. 22 UU nn ii dd aa dd ee dd ee VV ee ll oo cc ii dd aa dd ee
É o Nó, que é a velocidade desenvolvida pela embarcação em milhas por hora. Ouseja, é a distância em milhas percorridas pela embarcação no intervalo de uma hora.
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Nó signif ica: milha por hora
Então, podemos afirmar que:
1 nó = 1 milha por hora ( 1’/h)
15 nós = 15 milhas por horas ( 15’/h )
Antes de passarmos para a unidade de tempo que tal mais uma tarefa?
TT aa r r ee f f aa 11 .. 22
Responda as questões abaixo.
1.2.1) Qual é a importância das coordenadas geográficas para a navegação?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
1.2.2) Quais são as três unidades básicas de medidas na navegação?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
1.2.3) Uma milha náutica corresponde a quantos metros? _____________________________________________________________________________
1.2.4) Qual é o resultado da operação 310º 35’ 50’’ – 160º 50’ 45’’?
_____________________________________________________________________________
28
11 .. 66 .. 33 UU nn ii dd aa dd ee dd ee tt ee mm pp oo
A unidade de tempo é a hora, que, como sabemos, tem 60 minutos, e cada minuto, 60
segundos.
Vejamos o que significa o termo singradura:
Singradura: é o caminho percorrido por uma embarcação, em um determinado tempo.
Assim, se a embarcação percorreu a distância de 300 milhas em 10 horas, sua singradura foi de
300 milhas neste intervalo de tempo.
Para calcularmos o Tempo de Viagem (T) entre dois pontos ( A e B ), usamos a fórmula:
D = Distância
V = Velocidade V
DT
T = Tempo
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EE xx ee r r cc íí cc ii oo r r ee ss oo ll vv ii dd oo 11 .. 11 00
A distância entre o ponto A e o ponto B é de 12,0 milhas. Sendo a velocidade da embarcação
8,0 nós, quando tempo levará a viagem de A para B?
Resposta:
Usando a fórmula acima temos; T h1,58,0
12,0
Mas temos que converter os décimos de hora em minutos, assim 1,5 h = 01 h 30 min.
Logo, o tempo de viagem de A até B = 01h30min.
É comum usar-se a regra do triângulo a seguir para lembrar sempre da operação
aritmética a ser realizada:
Faz-se assim: cobre-se com a mão a unidade que se deseja calcular; com as duas
unidades que restarem efetua-se a operação. Se elas estiverem na mesma linha multiplica-se
uma pela outra. Se estiverem uma em cima e a outra embaixo, divide-se.
Resumindo:
V
DT T.VD
T
DV
29
NAV 01
CCoonn ss iidd ee r r aaççõõee ss FF ii nnaa ii ss
Nesta unidade você teve a oportunidade de conhecer o máximo de informações sobre os
princípios básicos da navegação. É de grande importância que você tenha entendido bem o que
estudou para poder prosseguir no curso sem maiores dificuldades.
Se for necessário, faça uma revisão da unidade.
Verifique seus conhecimentos, realizando o teste a seguir.
TT ee ss tt ee dd ee AA uu tt oo -- AA vv aa ll ii aa çç ãã oo dd aa UU nn ii dd aa dd ee 11
Faça o que se pede nos itens abaixo.
1.1) Qual é a origem da contagem das latitudes e quais são os valores dos seus limites em
graus? ____________________________________________________________________________
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30
1.2) Qual é a latitude do pólo sul?
____________________________________________________________________________
1.3) Qual é a finalidade do meridiano de Greenwich? Qual é o outro nome pelo qual ele é
conhecido?
____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________
1.4) Quais são os dados necessários para se determinar a velocidade de uma embarcação?
____________________________________________________________________________
1.5) Defina o nó.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
1.6) 2º 36’ correspondem a quantas milhas?
____________________________________________________________________________
Assinale a opção correta:
1.7) As direções norte, sul, leste e oeste são conhecidas como.
(a) pontos laterais.
(b) rosa dos ventos.
(c) pontos cardeais.
(d) pontos colaterais.
1.8) A rosa dos ventos é graduada de:
(a) 0º à 360º
(b) 0º à 270º
(c) 0º à 180º
(d) 0º à 90º
1.9) As coordenadas geográficas de um ponto são definidas.
(a) pelo pólo norte e pólo sul.
(b) pela latitude e longitude.(c) pelo meridiano de Greenwich.
(d) pelo equador e paralelos.
Resolva o problema a seguir.
1.10) A embarcação “CIAGA” navegava com a velocidade de 8 nós. Qual foi a distância
percorrida após 5 horas de singradura?
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C
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NAV 01
Parabéns por ter vencido esta primeira etapa da viagem.
Ao concluir a Unidade 1, você já domina os fundamentos básicos da
navegação, portanto continue sua viagem.
Navegue com segurança para a Unidade 2, e estude sobre as
“Agulhas Náuticas”.
Chhaavvee ddee RReessppoossttaass ddaass TTaar r eef f aass ee ddoo TTeessttee ddee AAuuttoo--AAvvaalliiaaççããoo ddaa UUnniiddaaddee 11..
Corrija e veja como foi seu aprendizado nesta unidade;Tarefa 1.1
1.1.1) Navegação costeira é aquela que é realizada com terra à vista, na distância de 3 a 50
milhas da costa, valendo-se a navegante de acidentes naturais ou artificiais, em terra,
para determinar a posição da embarcação.
1.1.2) Navegação em águas restritas é aquela realizada a menos de 3 milhas da costa nas
proximidades de portos, baías, canais, rios e lagos.
1.1.3) Meridianos.
Tarefa 1.21.2.1) A importância das coordenadas geográficas para a navegação é que através delas
pode-se determinar a posição da embarcação.
1.2.2) Distância (milha); velocidade (nó) e tempo (horas, minutos e segundos)
1.2.3) 1852 metros
1.2.4) 149º 45’ 05”
Teste de Auto-Avaliação da Unidade 1
1.1) Equador, de 00º a 90º para o norte ou sul.
1.2) 090º S1.3) Serve como referência para a contagem das longitudes. É conhecido como primeiro
meridiano.
1.4) Distância percorrida e o tempo de viagem entre 2 pontos.
1.5) Nó é a unidade de velocidade e é definido como a distância em milhas, percorrida pela
embarcação no intervalo de 1 hora.
1.6) 156 milhas 1.8) Letra “a” 1.10) 40 milhas
1.7) Letra “c” 1.9) Letra “b”
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NAV 01
UUNNIIDDAADDEE 22
AAGGUULLHHAASS NNÁÁUUTTIICCAASS
NNeessttaa uunniiddaaddee,, vvooccêê iir r áá aappr r eennddeer r ssoobbr r ee::
O magnetismo terrestre;
A agulha magnética;
A declinação magnética e o desvio da agulha;
A compensação da agulha magnética;
A agulha giroscópica;
A agulha fluxgate
“Não existem ventos favoráveis para quem não
sabe o caminho a seguir”(Sêneca)
Para navegar, ventos favoráveis não são suficientes, logo a embarcação para chegar ao
porto de destino, precisa de uma boa condução, rumos bem traçados e todas as máquinas e
equipamentos de bordo em pleno funcionamento. Nessa perspectiva, a agulha náutica é a
bússola que aponta a direção correta do caminho a seguir.
Os dois problemas principais da navegação, para ir de um ponto a outro através de rios e
oceanos, são resolvidos respondendo as perguntas: “onde estou?” e “para onde vou?”. As
respostas para estas perguntas estão na determinação da posição e na determinação da
direção a seguir, através da agulha.
Nesta unidade você aprenderá sobre a importância das agulhas náuticas para o sucesso
da navegação.
2 . 1 C L A S S I F I C A Ç Ã O D A S A G U L H A S N Á U T I C A S
A agulha náutica é o instrumento que fornece a direção da embarcação, aponta o rumo e
soluciona um dos problemas da navegação, respondendo à pergunta “para onde vou”?
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Figura 2.3 – Agulha Magnética Portátil. Figura 2.4 – Agulha Magnética Esférica.
Rumo: é o ângulo formado entre a direção de referência e a direção a ser seguida.
Sendo a direção de referência o norte e a direção a ser seguida a indicada pela proa da
embarcação.
Marcação: é a direção horizontal de um ponto com referência a outro, medida em
relação a uma direção fixa de referência. Essa direção fixa pode ser o norte ou a proa daembarcação.
Os rumos e marcações, conforme o modo de medir podem ser circulares ou
quadrantais. Os rumos e marcações circulares são medidos de 000º a 360º, no sentido
horário, a partir do norte. Os rumos e marcações quadrantais são medidos de 00º à 90º, a
partir do norte ou do sul, para leste e para oeste.
Não mais se usam, hoje em dia, agulhas com graduações quadrantais, mas certas
tábuas de navegação ainda às utilizam. Por isso, torna-se necessário o seu conhecimento.
O
35
NAV 01
O r r uummoo ddeeppeennddee ddaa ddiir r eeççããoo f f iixxaa ddee r r eef f eer r êênncciiaa ddaa aagguullhhaa.. QQuuaannddoo eessssaa ddiir r eeççããoo f f oor r
oo nnoor r ttee vveer r ddaaddeeiir r oo,, tteer r eemmooss oo r r uummoo vveer r ddaaddeeiir r oo.. QQuuaannddoo aa ddiir r eeççããoo ddee r r eef f eer r êênncciiaa f f oor r
oo nnoor r ttee mmaaggnnééttiiccoo,, tteer r eemmooss oo r r uummoo mmaaggnnééttiiccoo.. EE ssee,, ppoor r mmoottiivvoo qquuee vveer r eemmooss aa
sseegguuiir r ,, aa aagguullhhaa aappoonnttaar r ppaar r aa uummaa ddiir r eeççããoo f f iixxaa qquuee llhhee éé ppr r óóppr r iiaa,, tteer r eemmooss oo r r uummoo
ddaa aagguullhhaa..
As agulhas náuticas se classificam de acordo com o modo de obtenção de sua força
diretiva, que é a força que faz com que a agulha aponte para uma direção fixa.
Quando a agulha obtém sua força diretiva do campo magnético terrestre, tem-se a“agulha magnética”. A “agulha giroscópica” obtém sua força diretiva do movimento de
rotação da Terra.
A agulha giroscópica é uma agulha eletrônica moderna, mais precisa e de fácil
utilização.
A agulha magnética é um dos instrumentos mais antigos da navegação, o que viabilizou
as grandes viagens dos descobrimentos. Apesar de ser antiga, é muito eficaz ainda hoje,
principalmente devido à sua simplicidade, reforçado pelo fato de que seu funcionamento
depende única e exclusivamente de um fenômeno natural: o magnetismo.
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Portanto, antes de falarmos sobre agulhas magnéticas, precisamos ter noções do que
vem a ser o magnetismo.
2 . 2 N O Ç Õ E S D E M A G N E T I S M O
Desde a mais remota Antiguidade, observou-se que certos corpos têm a propriedade de
atraírem e serem atraídos ou repelidos por outros corpos que se encontrem nas suas
vizinhanças. Essa propriedade ficou conhecida como magnetismo. Os minerais que possuem
essa propriedade são denominados de ímãs ou magnetos.
Os ímãs podem ser naturais ou artificiais:
Naturais – quando são encontrados na natureza, sem a interferência humana.
Artificiais – quando necessitam de tratamento de imantação para obterempropriedades magnéticas.
36
22 .. 22 .. 11 EE ll ee mm ee nn tt oo ss dd ee uu mm ÍÍ mm ãã
Se tomarmos um imã sintético, em forma de barra, conforme mostra a figura 2.5,
verificaremos o seguinte:
A força máxima do ímã encontra-se próxima de suas extremidades, sendo
denominadas pólo positivo e pólo negativo.
Figura 2.5 – Imã e seu campo magnético regular
Ao aproximar dele um outro ímã, haverá uma atração através dos pólos contrários
(positivo de um e negativo do outro) e vão se repelir através dos pólos iguais (positivo de um epositivo do outro, ou negativo e negativo).
Existe uma área em volta do ímã, onde a ação magnética exerce influência, que é
conhecida como campo magnético.
O campo magnético é formado por inúmeras linhas de força nas quais o magnetismo
atua. As linhas de força vão de um pólo a outro do ímã.
Observado isto, devemos ressaltar que, no caso de ímãs com formas regulares e
simétricos, serão gerados campos magnéticos homogêneos, isto é, formados por linhas de
força magnética regulares (conforme a figura 2.5). Conseqüentemente, ímãs de forma irregularterão campos magnéticos formados por linhas de força também irregulares. Veja a figura 2.6.
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Figura 2.6 – Imã e seu campo magnético irregular
Chama-se região polar norte do ímã àquela que fica voltada para o pólo norte da terra a
região polar sul àquela que fica voltada para o pólo sul.
Convencionou-se pintar a região polar que aponta para o pólo norte magnético, de
vermelho e a região que aponta para o pólo sul de azul.
A principal aplicação dos ímãs na navegação é na agulha magnética.
A agulha magnética é, essencialmente, um ímã artificial especialmente
construído para apontar em uma direção particular, o norte magnético.
C
37
NAV 01
Coo mmoo ssee cc hhaammaa aa áá r r ee aa oonnddee uumm ii mmãã eexx ee r r cc ee ssuuaa aaççãã oo mm aaggnn éé tt ii ccaa??
22 .. 22 .. 22 MM aa gg nn ee tt ii ss mm oo TT ee r r r r ee ss tt r r ee
A Terra, cuja constituição é formada por material magnético aleatoriamente distribuído,
comporta-se como um grande ímã, tendo no hemisfério norte a polaridade negativa (Pólo NorteMagnético) e no hemisfério sul a polaridade positiva (Pólo Sul Magnético). (Veja figura 2.7a)
Figura 2.7a – Campo magnético terrestre
Desta forma, podemos concluir que qualquer barra imantada livremente suspensa se
orientará pelo campo magnético da Terra. Ou seja: o pólo norte magnético (-) atrairá o pólo
positivo da barra, assim como o pólo sul magnético (+) atrairá o pólo negativo da barra. Essa é
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a propriedade em que se baseiam as bússolas ou agulhas magnéticas; voltam uma das
extremidades sempre para a mesma direção, o norte magnético.
Entretanto, devemos saber que os pólos magnéticos da Terra não coincidem com os
pólos geográficos (pólos verdadeiros). (Observe a figura 2.7b).
Figura 2.7b – Pólos geográfico e magnético da Terra.
Lembre-se: o magnetismo terrestre não se prova, constata-se.
Muito bem, agora que você já sabe o que é magnetismo e que o planeta Terra se
comporta como um grande ímã vai ficar mais fácil entender o funcionamento básico de uma
agulha magnética.
38
22 .. 33 AA GG UU LL HH AA MM AA GG NN ÉÉ TT II CC AA
A agulha magnética nada mais é que uma haste, ou várias hastes de ferro imantadas e
dispostas por baixo de um círculo graduado de 0º a 360º, denominado rosa-dos-ventos,
suspensa por um estilete de forma a poder girar livremente e, portanto, dar indicações de
direções em relação a uma referência na superfície da terra, referência essa que como vimos é
o norte magnético.
As agulhas magnéticas podem ser líquidas ou secas, porém o funcionamento básico é
sempre o mesmo.
As agulhas para se considerarem boas devem ter duas características:
sensibi l idade
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estabil idade
Essas duas propriedades são incompatíveis, ou seja, se uma aumenta, a outra diminui.
Pela sensibilidade, a agulha deve indicar as mínimas variações de rumo, essa é acaracterística da agulha seca.
Pela estabilidade o rumo que a agulha indicar deve ser mantido a despeito de outros
movimentos do navio: caturro, arfadas e balanços. A agulha que atende a essa característica é a
agulha líquida.
Não convém que a agulha de bordo seja muito sensível, por isso a agulha magnética
líquida é a mais usada a bordo e será aqui descrita.
39
NAV 01
22 .. 33 .. 11 PP aa r r tt ee ss CC oo mm pp oo nn ee nn tt ee ss dd aa AA gg uu ll hh aa MM aa gg nn éé tt ii cc aa
Observe as figuras; 2.8 e 2.9, que representam os mecanismos interno e externo de uma
agulha magnética líquida de um navio, e acompanhe a descrição a seguir:
Figura 2.8 – Agulha magnética.
Figura 2.9 – Bitácula da agulha.
Cuba – é um recipiente com tampa de vidro, hermeticamente fechado, onde é
colocada a agulha propriamente dita. Ela tem forma de calota esférica (uma espécie de bacia)
e é pintada internamente de branco com uma linha vertical em preto, orientada na direção da
proa do navio. Essa linha em preto é denominada linha de fé.
As cubas são cheias de líquido, geralmente mistura de água destilada (70%) com álcool
(30%), essa mistura permite baixar a temperatura de congelamento do liquido, permitindo seu
uso em regiões muito frias. Algumas têm fundo de vidro para que possa ser feita a iluminação
por baixo e permitir a leitura da rosa de um compartimento inferior (passadiço).
Estilete – pino fixado no fundo e no centro da cuba, verticalmente. É sobre esse
estilete que a agulha propriamente dita se apóia. A ponta do estilete deve ser de um aço bemduro ou de irídio.
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40
Capitel – é uma peça presa no centro da rosa dos ventos e que se apóia no estilete.
Flutuador – é uma câmara de ar, em forma de calota esférica, onde são presas as
barrinhas imantadas (agulhas) e a rosa dos ventos, permitindo a rosa flutuar no líquido, quase
sem atrito com o estilete.
Agulha propriamente dita – as agulhas de hoje não usam apenas uma barra
imantada, usam várias. Essa divisão de uma única barra grande em diversas menores tem
como finalidade aumentar o momento magnético, assim garantindo uma maior força diretriz
para melhor distribuir e diminuir o peso.
Rosa dos ventos – é um disco graduado que indica a direção do plano longitudinal do
navio em relação ao meridiano magnético. A graduação hoje adotada universalmente é a
circular, 0º a 360º no sentido horário. O norte — sul das rosas está alinhado com o norte — sul
dos ímãs artificiais, que são as agulhas. Pólo norte dos ímãs na mesma direção do norte da
rosa.
Suspensão Cardan – é um dispositivo formado por dois anéis circulares concêntricos
que giram entre os eixos perpendiculares entre si, e destina-se a conservar a cuba sempre no
plano horizontal a despeito dos movimentos de balanço e caturro da embarcação.
Bitácula – é a base onde é instalada a agulha e sua suspensão. A bitácula possui
alojamento onde são colocados os ímãs compensadores, as esferas quadrantais (também
denominadas de esferas de Barlow), a barra de Flinders, o dispositivo elétrico para iluminação
da rosa, e um inclinômetro que é destinado a indicar as inclinações transversais do navio
(bandas).
Tampa da bitácula – a bitácula possui uma tampa de metal onde existe um
dispositivo para iluminação de emergência à bateria.
Compensadores – montados na bitácula, quer internamente, quer externamente. São
ímãs permanentes de ferro duro e peças de ferros doces que têm como finalidade diminuir ou
anular os desvios da agulha.
As agulhas líquidas devem ter a cuba sempre bem cheia, sem bolhas.
Para eliminar as bolhas da agulha, retira-se a cuba da suspensão e ela é colocada de
modo que o orifício lateral fique para cima. Retira-se o bujão roscado, reenche-se com águadestilada, usando uma seringa, e recoloca-se o bujão.
Agulha com bolhas dá indicações erradas
Desta forma, com um mecanismo bastante simples, a agulha magnética se orientará
através das linhas de força do campo magnético da Terra, assim como uma barra livremente
suspensa. Certo?
As linhas de força que formam o campo magnético da Terra, em navegação, são
denominadas de meridianos magnéticos, isto porque vão do pólo norte magnético ao pólo sulmagnético, assim como os meridianos verdadeiros (geográficos), que vão de um pólo a outro.
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Entretanto, sabemos que a Terra comporta-se como um grande ímã de forma irregular,
este fato faz com que os meridianos magnéticos se apresentem também irregulares. Veja a
figura 2.10.
Figura 2.10 – Meridianos magnéticos.
Como é necessário ao navegante ter direções referentes ao norte geográfico, também
conhecido por nós como Norte Verdadeiro – Nv, e não em relação ao norte magnético, deve-
se corrigir a direção fornecida pela agulha magnética. Correto? Muito bem, a seguir trataremos
desse assunto.
LLeemmbbr r ee--ssee:: A
41
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Aoo ssee ttr r aabbaallhhaar r nnaa ccaar r ttaa nnááuuttiiccaa,, nneellaa ssóó ssããoo ttr r aaççaaddooss eelleemmeennttooss vveer r ddaaddeeiir r ooss
((r r uummooss ee mmaar r ccaaççõõeess)).. A Assssiimm,, ssee ssuuaa eemmbbaar r ccaaççããoo ssóó ddiissppuusseer r ddee aagguullhhaa
mmaaggnnééttiiccaa,, ooss eelleemmeennttooss mmaaggnnééttiiccooss ttêêmm qquuee ssee ccoonnvveer r ttiiddooss ppaar r aa vveer r ddaaddeeiir r ooss
aanntteess ddee sseer r eemm llaannççaaddooss nnaa ccaar r ttaa..
Aproveite este momento e faça uma parada. A seguir, verifique seus conhecimentos,
realizando a tarefa abaixo:
TT aa r r ee f f aa 22 .. 11
Responda, agora, às seguintes questões:
2.1.1) Quais são os dois tipos básicos de agulhas náuticas?
____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.1.2) Por que a agulha magnética padrão de bordo é localizada no tijupá?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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42
2.1.3) O que indica a linha de fé de uma agulha?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
22 .. 33 .. 22 DD ee cc ll ii nn aa çç ãã oo MM aa gg nn éé tt ii cc aa
Como vimos a direção fornecida pela agulha magnética necessita de algumas correções a
fim de que o navegante obtenha direções verdadeiras, referentes ao norte verdadeiro – Nv,
para que possa realizar uma navegação correta e segura. 1
Portanto, estudaremos como corrigir as direções fornecidas pela agulha magnética e você
verá como são simples tais correções, bastando ter atenção e aprender alguns conceitos.
Em operação, uma agulha magnética tende a orientar-se segundo o meridiano
magnético que passa pelo local.
Chama-se declinação magnética (dm) a diferença, em direção, entre o meridianomagnético e o meridiano verdadeiro (ou geográfico).
CCoommoo aa TTeer r r r aa nnããoo éé hhoommooggeenneeaammeennttee ccoonnssttiittuuííddaa,, éé f f áácciill ccoommppr r eeeennddeer r mmooss qquuee
eemm lluuggaar r eess ddiif f eer r eenntteess oo mmaaggnneettiissmmoo tteer r r r eessttr r ee nnããoo tteer r áá oo mmeessmmoo vvaalloor r ee,, ppoor r ttaannttoo,,
aa ddeecclliinnaaççããoo mmaaggnnééttiiccaa vvaar r iiaar r áá ddee llooccaall ppaar r aa llooccaall ddaa ssuuppeer r f f íícciiee tteer r r r eessttr r ee.. A Alléémm
ddiissssoo,, sseeuu vvaalloor r eemm ccaaddaa llooccaall ttaammbbéémm nnããoo éé ccoonnssttaannttee,, aappr r eesseennttaannddoo vvaar r iiaaççõõeess
aannuuaaiiss..
Observando a figura 2.11, você pode
verificar que se souber a diferença angular entre
o meridiano magnético e o meridiano verdadeiro,
que é a própria declinação magnética, poderá
corrigir a direção fornecida pela agulha
magnética e obter a direção verdadeira, que é o
que interessa ao navegante. Certo?
Figura 2.11 – Declinação magnética.
Veja, também, que a declinação magnética (dm) poderá ser leste (E), ou seja, o
meridiano magnético passará a direita do meridiano verdadeiro. Neste caso, quando somarmos
a declinação magnética à direção fornecida pela agulha, obteremos a direção verdadeira. Veja
a figura 2.12.
1. Todo navio com AB (arqueação bruta) igual ou maior que 150 deve estar equipado com uma agulha magnética padrão euma agulha magnética de governo, a menos que seja claramente legível pelo timoneiro a informação do rumo pela agulhapadrão.
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Figura 2.12 – Declinação magnética para Leste.
Mas a declinação magnética (dm) também poderá ser oeste (W), quando o meridiano
magnético passar à esquerda do meridiano verdadeiro. Neste caso ao subtrairmos a declinação
magnética da direção fornecida pela agulha magnética, obteremos a direção verdadeira. Veja a
figura 2.13.
Figura 2.13 – Declinação magnética para Oeste.
Bem, mas aí você perguntará:
O n d e e n c o n t ra re i a d e c l i n a ç ã o m a g n é t i c a ?
É simples: o valor da declinação magnética de um determinado local é encontrado no
interior das rosas dos ventos nas cartas náuticas e referidas a um determinado ano, assimcomo a sua variação anual.
Importante:
Como a declinação magnética sofre variações anuais, seu valor deve ser
atualizado desde o ano de seu levantamento até o ano vigente.
A declinação magnética é expressa em graus e minutos, seguida pela letra W ou E,
conforme o caso, e seu valor arredondado para o número inteiro mais próximo.
A variação anual é expressa em graus e minutos, entre parênteses, após a declinação,
seguida das letras E ou W indicando sua direção.
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Acompanhe o exercício a seguir e verifique como é simples obter a declinação
magnética (dm) atualizada para o ano em vigor.
EE xx ee r r cc íí cc ii oo r r ee ss oo ll vv ii dd oo 22 .. 11
Estando uma embarcação na área em cuja carta consta a figura 2.14, calcule a
declinação magnética do local para o ano de 2007.
Solução:
A declinação magnética registrada na carta acima é de 4º 15’ W para 1990, com
decréscimo anual de 8’ (E). Logo, como estamos navegando nesta área em 2007, precisamos
atualizar a dm. Para tanto, basta um simples cálculo:
2007 – 1990 = 17 anos
Como, para cada ano que passa diminui, 8’ ; logo 17 x 8’ = 136’, que é o mesmo que 2º e
16’, então:
04º 15’W – 2º 16’ E = 1º 59’ W
Para 2007, o valor da declinação magnética é: dm = 1º 59’ W, ou seja, arredondando = 2º W
Observe que a declinação magnética (dm) para 2007, naquela área, sendo 2º para Oeste
(W), isto significa que o meridiano magnético passa à esquerda do meridiano verdadeiro. Veja
a figura 2.15
Figura 2.15 – Declinação Magnética 2o W.
Você pode verificar também que, para obter direções verdadeiras, bastará subtrair a
declinação magnética atualizada da direção fornecida pela agulha.
Entendeu? Se tiver dúvida não se preocupe, trataremos deste assunto, detalhadamente,
ao longo do módulo.
Logo, fica fácil entender que:
45
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Declinação Magnética (dm) é o ângulo formado entre o norte verdadeiroo norte magnético, contado a partir do norte verdadeiro para leste (E) oupara oeste (W).
46
22 .. 33 .. 33 DD ee ss vv ii oo dd aa AA gg uu ll hh aa
A agulha magnética, como você viu, deve apontar para o norte magnético da Terra.
Entretanto, se a levarmos para bordo ela seguramente não apontará para aquela direção. Por
quê?
Qualquer embarcação possui a bordo (ou para lá levamos) objetos de ferro ou aço. Tais
materiais e os equipamentos elétricos de bordo possuem magnetismo, tendo cada um deles
seu campo magnético próprio.
Esses materiais – chamados em seu conjunto de ferros de bordo – vão proporcionar a
existência de um campo magnético, que, em função da proa da embarcação, estará se
compondo de uma determinada maneira com o campo magnético terrestre do local.
Essa composição do campo magnético terrestre do local com o campo magnético dos
ferros de bordo impedirá que a agulha magnética aponte para o norte magnético, como
vimos anteriormente.
A agulha magnética estará apontando, então, para uma direção que tem como
referência um norte imaginário, que denominamos de norte da agulha (na), e varia de
embarcação para embarcação. Ao ângulo formado entre a direção que a agulha deveria
apontar e aquela que efetivamente aponta denominamos de desvios de agulha. (da) (Figura2.16)
Figura 2.16 – Desvio da agulha (para W).
Assim como a declinação magnética, o desvio da agulha (da), também poderá ser para
ser para leste (E) ou para oeste (W) em relação ao norte magnético – Nmg.
Perceba que, como o desvio da agulha (da) é uma variação que ocorre por influência
dos ferros de bordo, verifica-se que para cada proa (rumo) da embarcação haverá um desvio
correspondente.
Agora você deve estar se perguntando:
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C o m o o b t e r o d e s v i o d a a g u l h a ?
Na verdade, existe um profissional, que denominamos de compensador, que irá a bordo
para minimizar e determinar os desvios da agulha (da) para cada proa (rumo) da embarcação,e que, após a compensação, confeccionará uma tabela ou curva de desvios da agulha.
Essa tabela ou curva de desvios residuais da agulha (desvios que não se consegue
eliminar) possibilitará ao navegante obter, a qualquer momento, o desvio da agulha magnética
em relação à proa (rumo) da embarcação.
O ANEXO 1 deste módulo reproduz a curva de desvios residuais da embarcação
“CIAGA”; acompanhe o próximo exercício utilizando essa curva.
Para usar curva de desvios, entra-se com o rumo magnético na coluna vertical da
esquerda e anda-se na horizontal até encontrar a curva, sobe-se na vertical e acha-se o desvioda agulha, para este rumo.
EE xx ee r r cc íí cc ii oo r r ee ss oo ll vv ii dd oo 22 .. 22
Estando a embarcação “CIAGA” com o rumo na sua agulha magnética de 90º, qual é o
desvio da agulha (da) para esta proa?
Solução:
Consultando curva de desvios do ANEXO 1 (entrando com o rumo magnético) verificamosque, para uma proa de 90º a curva indica um desvio de 3º E, o que significa que para esta proa
os ferros de bordo alteram a direção fornecida pela agulha magnética em 3º para a direita do
norte magnético. Veja a figura 2.17
Figura 2.17 – Desvio da agulha (3º para E).
Neste caso, fica fácil entender que, para corrigirmos o desvio da agulha (da), basta
somarmos 3º ao rumo da agulha para acharmos o rumo magnético. Entendeu?
Podemos, assim, definir:
47
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Desvio da agulha (da): é o ângulo formado entre o norte magnético (Nmg)
e o norte da agulha (Na), contado a partir do norte magnético para leste
(E) ou para oeste (W).
Vamos verificar o que foi estudado? Realize a tarefa a seguir.
TT aa r r ee f f aa 22 .. 22
Responda, agora, às seguintes questões:
2.2.1) Por que a agulha magnética líquida é mais usada a bordo e qual é o tipo de líquido
usado nela?
____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________
2.2.2) Por que o pólo norte magnético não coincide com pólo norte verdadeiro?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2.2.3) Como é conhecido o ângulo formado entre norte magnético e o norte da agulha?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
22 .. 33 .. 44 VV aa r r ii aa çç ãã oo tt oo tt aa ll dd aa aa gg uu ll hh aa (( VV TT ))
A A vvaar r iiaaççããoo ttoottaall ddaa aagguullhhaa ((VVTT)) nnaaddaa mmaaiiss éé ddoo qquuee aa ssoommaa aallggéébbr r iiccaa ddaass dduuaass
ccoor r r r eeççõõeess qquuee ttêêmm qquuee sseer r f f eeiittaass àà ddiir r eeççããoo f f oor r nneecciiddaa ppeellaa aagguullhhaa mmaaggnnééttiiccaa,, oouu
ssee j jaa,, aa ddeecclliinnaaççããoo mmaaggnnééttiiccaa ((ddmm)) ee oo ddeessvviioo ddaa aagguullhhaa ((ddaa)),, aa f f iimm ddee oobbtteer r aa
ddiir r eeççããoo vveer r ddaaddeeiir r aa,, éé oo qquuee iinntteer r eessssaa aaoo nnaavveeggaannttee..
Variação Total (VT)
Obs.: Nomes iguais soma, nomes diferentes subtrai.
Vamos a um exercício para você entender melhor.
E x e rc í c i o r r ee ss oo ll vv ii dd oo 22 .. 3
A embarcação “CIAGA” esta navegando com um rumo fornecido pela sua agulha
magnética de 090º, em uma região onde a declinação magnética é de 12º E. Qual é a variação
total a ser aplicada à direção fornecida pela agulha para termos a direção verdadeira?
VT = dm ± da
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Solução:
Basta somarmos algebricamente os 12º E, referentes à declinação magnética (dm) com
os 3º E, referentes ao desvio da agulha (da) fornecido pelo diagrama para esta proa (90º).
VT = dm ± da
VT = 12ºE + 3ºE
VT = 15º E
Você já tomou conhecimento de que a proa de uma embarcação pode ter três nortes de
referência: norte verdadeiro, norte magnético e o norte da agulha.
Analise a figura 2.18, na qual aparecem três ângulos que são contados de 000º a 360º,
partindo de cada norte, no sentido horário, até a proa e que são chamados de rumos.
Figura 2.18 – Rumos a partir dos nortes de referência.
ATENÇÃO:
Este assunto será abordado com mais detalhes na unidade 4 deste modulo.
Observe a figura 2.19 (solução gráfica do exercício 2.3 acima) e verifique, através do
calunga, que é este desenho do Norte Verdadeiro (Nv), Norte Magnético (Nmg) e do Norte da
Agulha (Na), como fica mais claro entender o que é variação total.
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Figura 2.19 – Calunga com VT e rumos diversos.
Sempre que você fizer um cálculo deste tipo, faça o calunga também, pois facilitará o
entendimento e a compreensão da soma algébrica.
Perceba, também, que a direção verdadeira (rumo verdadeiro) em que está navegando a
embarcação “CIAGA” é de 105º. Correto?
Exercício r r ee ss oo llvv ii ddoo 22 ..4
Considerando que a embarcação “CIAGA” continua navegando no mesmo rumo da
agulha do exercício anterior (090o), encontrando-se agora em uma área onde a declinação
magnética é de 23oW, qual é a variação total a ser aplicada para se obter o rumo verdadeiro?
Solução:
Fazendo a soma algébrica entre a declinação magnética e o desvio da agulha, agora com
sinais diferentes, isto é, uma é leste (E) e a outra é oeste (W). Na verdade, haverá uma
subtração. Observe o calunga da figura 2.20.
VT = dm ± da
VT = 23º W – (3º E)
VT = 20º W
Figura 2.20 – Variação Total.
50
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Concluímos que o rumo verdadeiro é de 70º (90º-20º)e que:
Variação Total (VT) é o ângulo formado entre o norte verdadeiro (Nv)
e o norte da agulha (Na), contada a partir do norte verdadeiro para
leste (E) ou para oeste (W).
51
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22 .. 33 .. 55 FF oo r r çç aa ss qq uu ee aa tt uu aa mm ss oo bb r r ee uu mm aa AA gg uu ll hh aa MM aa gg nn éé tt ii cc aa
Uma agulha magnética instalada a bordo de um navio, sofre a influência das seguintes
forças magnéticas:
Magnetismo terrestre: que atua sobre a agulha, levando-a a orientar-se na
direção do meridiano magnético. É o causador da Declinação Magnética.
Magnetismo causado pelos ferros de bordo: que pode ser classificado em duas
categorias:
Magnetismo permanente: causado pelos ferros duros (com grande quantidade
de carbono). Tudo se passa como se o casco fosse um grande ímã inalterável.
Magnetismo induzido: causado pelos ferros doces (com pequena quantidade de
carbono). Imantam-se e desimantam-se rapidamente, desde que cessem as
causas. É o mais difícil de compensar ou eliminar.
22 .. 33 .. 66 CC oo mm pp ee nn ss aa çç ãã oo dd aa AA gg uu ll hh aa MM aa gg nn éé tt ii cc aa
A compensação é operação que tem por fim anular ou reduzir a valores muito pequenos, osdesvios da agulha causados pelos ferros de bordo. Após a compensação, os desvios não eliminados
passam a ser chamados desvios residuais.2
Por norma, uma agulha magnética deve ser compensada sempre que seus desvios
excederem 3º.
A compensação é levada a efeito por meio de corretores, instalados na agulha e
constituídos por:
a) ímãs permanentes (barras) que se introduzem no interior da bitácula;
b) compensadores externos de ferro doce, constituídos pelas esferas de Barlow e a barra
de Flinders.
22 ..33 .. 77 MMééttoo ddooss UUtt ii ll ii zzaa ddoo ss ppaa r r aa aa DD ee ttee r r mmii nn aaçç ããoo dd ooss DDeessvv ii ooss dd aa AAgguull hh aa
Os métodos mais freqüentemente utilizados para determinação dos desvios e preparo da
tabela e curva de desvios são:
comparação com a agulha giroscópica;
2. Toda agulha magnética deve estar devidamente compensada e sua tabela ou curva de desvios disponível para uso aqualquer tempo.
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alinhamentos; e
azimutes de astros (utilização na navegação astronômica).
Qualquer que seja o método utilizado, ao proceder à determinação dos desvios, o navio
deve estar compassado e nas condições normais de navegação. As observações efetuam-se
em proas eqüidistantes (15º, 30º ou 45º), geralmente no decorrer de giros completos do navio.
1º Método: Determinação dos desvios por comparação com a agulhagiroscópica.
É o procedimento corrente mais utilizado nos navios para determinação dos desvios da
agulha.
Durante a determinação dos desvios, o navio dá um giro completo e, em cada um dos
rumos da giroscópica navegados correspondentes aos rumos magnéticos eqüidistantes
previamente escolhidos, anota-se o rumo da agulha. Sabendo-se a declinação magnética dolocal, compara-se o rumo magnético com o rumo da agulha anotado. Se houver diferença entre,
os 2 rumos, ela será o desvio da
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