16
1 INTRODUÇÃO
A sala de aula é um ambiente onde o aluno permanece por no mínimo durante
quatro horas do seu dia, portanto além do programa de ensino, não menos importante para a
formação do aluno, a sala de aula tem que ter padrões de qualidade e proporcionar conforto
tanto para o público docente quanto para o público discente.
Cadeiras inadequadas no ambiente escolar induzem a posturas erradas, que podem
desencadear problemas na coluna lombar e cervical, e em membros superiores, além de causar
deficiências circulatórias nos membros inferiores, as cadeiras com melhor qualidade
ergonômica permitem a adaptação da cadeira ao aluno e não o inverso1.
Os mobiliários inadequados levam a posturas inadequadas que quando adotadas
no ambiente escolar provocam alterações no funcionamento articular e orgânico, os sinais e
sintomas mais frequentes apresentados pelos estudantes que adotam a má postura sentada
englobam dores, parestesias, limitações dos movimentos, diminuição da força muscular,
cefaléia, cãibras, tensão muscular, tosse, hipersecreção brônquica e dispnéia, as alterações
posturais, algias vertebrais, bursite no ombro, cervicobraquialgia, lombociatalgia, a presença
de retrações e contraturas musculares, a diminuição da força muscular geral, a diminuição da
resistência à fadiga e a ocorrência de problemas respiratórios2.
Para que os alunos possam realizar suas funções durante o período que estão em
sala de aula, a instituição de ensino a qual estão vinculados precisa estar equipada com
mobiliário “classe”, que é cadeira e mesa escolar, adequados ergonomicamente a cada
estudante3.
Uma das principais dificuldades em projetos de cadeiras é o fato de que o sentar-
se é comumente visto como atividade estática, enquanto, na realidade, ela é dinâmica4.
Desta forma, observando que no ambiente escolar existe uma grande lacuna de
aplicações e adequações ergonômicas, principalmente no mobiliário mais também no
ambiente em geral, pergunta-se: as condições ergonômicas da sala de aula da 803 da Escola
Governador Aderbal Ramos da Silva estão adequadas para que os alunos e professores
tenham um ambiente escolar apropriado?
Levando-se em conta que no contexto escolar nacional, o número de crianças que
freqüentam as escolas é superior ao de adultos envolvidos em atividades ocupacionais,
entretanto pouca ou nenhuma atenção tem sido dispensada as questões ergonômicas que
envolvem o ambiente escolar5.
17
No município de Tubarão - SC, não há achados relevantes de estudos feitos na
área da ergonomia na sala de aula.
Diariamente, as crianças na idade escolar permanecem sentadas por muitas horas,
arqueadas sobre as suas mesas, com posturas extremamente danosas à sua saúde. A pressão
mantida por diversas horas sobre os ossos em formação das crianças ocasionarão
transformações posturais permanentes, que irão lhes incomodar para o resto de suas vidas5.
Além da falta de conhecimento na questão da saúde dos discentes, percebe-se a
necessidade da prevenção das conseqüências que uma má postura pode trazer, e outro aspecto
não menos importante que é de demonstrar para as autoridades governamentais, professores
alunos e gestores de ensino a importância de se ter um estabelecimento de ensino dentro das
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Norma Brasileira (NBR)
14006:1997, visando o crescimento saudável do aluno6.
Levando-se em conta que a postura sentada agindo sobre o organismo humano de
forma repetitiva, leva os escolares a criarem seus mecanismos de defesa, podendo promover
uma irritação ou agonia que muitas vezes aparece em sala de aula por meio de dispersão e
bagunça7.
Além disso, ressalta-se a relevância do estudo no intuito de que se as autoridades
governamentais investirem de forma adequada na saúde dos alunos e dos professores,
proporcionando uma qualidade de vida dentro do ambiente escolar, haverá uma queda
significante nos gastos voltados à doença, tendo em vista que crianças com uma postura
adequada terão menores chances de desenvolverem alterações posturais patológicas
ocasionadas por uma má postura.
A carência de dados antropométricos relativos à população brasileira e a falta de
normas técnicas nacionais relacionadas a cadeiras e mesas escolares reforçam a importância
do desenvolvimento de projetos com a finalidade de propor critérios de avaliação,
contribuindo tanto para a melhoria do mobiliário fabricado, quanto para o conforto dos alunos
durante o período estudantil.
Com isso, agregar-se-ia mais um item de valor ao produto: a "qualidade
ergonômica", que demonstra, dentro dos seus princípios básicos, como a segurança, o bem-
estar e a satisfação do ser humano, soluções práticas para o desenvolvimento de móveis que
sejam ergonomicamente adaptados aos seus usuários e adequados à sua utilização diária.
Por todos esses motivos é imprescindível que existam estudos que analisem o
conforto dos alunos e dos professores dentro da sala de aula durante o ano letivo.
18
Sendo assim o objetivo geral dessa pesquisa foi analisar a adequação ergonômica
das salas de aula e o nível de conforto atribuído pelos discentes ao ambiente escolar numa
escola de ensino regular da cidade de Tubarão SC.
Os objetivos específicos foram os seguintes: verificar e descrever
ergonomicamente o ambiente da sala de aula de uma 8ª série da Escola Governador Aderbal
Ramos da Silva, dentre eles mesas e cadeiras, identificar o nível de desconforto dos discentes
no ambiente da sala de aula, comparar se as dimensões do mobiliário da sala de aula estão de
acordo com as normas técnicas impostas pela ABNT, demonstrar a importância da ergonomia
na sala de aula de uma 8º série da Escola Governador Aderbal Ramos da Silva,
proporcionando conhecimento aos docentes e discentes dos problemas futuros em questão da
saúde e também das normas técnica e agendar uma palestra com os alunos e gestores de
ensino da escola Governador Aderbal Ramos da Silva, para dar um parecer dos resultados
obtidos com a pesquisa.
Trata-se de uma pesquisa classificada quanto: ao nível como sendo descritiva,
quanto ao procedimento de coleta de dados tipo transversal e quanto à abordagem, como
quantitativa.
O primeiro capítulo mostra a introdução, o segundo uma breve revisão da literatura
encontrada sobre o assunto, o terceiro apresenta a metodologia desenvolvida no estudo, o
quarto traz os resultados e discussão dos dados e por ultimo as considerações finais junto a
sugestões para próximos estudos.
19
2 ERGONOMIA
A ergonomia surgiu logo após a II Guerra Mundial e se deu como consequência
do trabalho interdisciplinar realizado por diversos profissionais tais como, engenheiros,
fisiologistas e psicólogos, durante aquela guerra8.
Iida8 ainda define a ergonomia como o estudo da adaptação do trabalho ao
homem, trabalho aqui abrangendo não apenas aqueles executados com máquinas e
equipamentos, utilizados para transformar os materiais, mas também toda a situação em que
ocorre o relacionamento entre o homem e uma atividade produtiva.
E subdivide em: ergonomia física e cognitiva: A primeira ocupa-se das
características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica, relacionados
com a atividade física. A ergonomia cognitiva: ocupa-se dos processos mentais, como a
percepção, memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as interações entre
pessoas e outros elementos de um sistema, já a ergonomia organizacional: ocupa-se da
otimização dos sistemas sócio-técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e
processos8.
Conforme a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO)9 em questão de
objetivo, a ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividade
neles existentes às características, habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu
desempenho eficiente, confortável e seguro.
Lima10
define o objetivo da ergonomia como “melhorar o método de trabalho,
transformar condições primitivas dos postos de trabalho através das devidas adequações para
que o ser humano possa executar suas tarefas com segurança, conforto e eficiência”.
De acordo com Vidal11
, “a ergonomia dá sustentação do ajuste aos requisitos de
usabilidade, conforto e segurança”.
A ergonomia possui caráter interdisciplinar ao se apoiar em outras áreas do
conhecimento humano (antropologia, fisiologia, psicologia e sociologia) e ao mesmo tempo é
de natureza aplicada ao adaptar os postos de trabalho e ambientes as necessidades dos
trabalhadores, este caráter interdisciplinar se estende também para a pedagogia12
.
A ação ergonômica se caracteriza como uma consultoria dinâmica que parte das
definições inicialmente delineadas pela organização e paulatinamente vai construindo um
objeto preciso de intervenção, focos definidos de sua ação e modalidades ajustadas de
atuação11
.
20
2.1 CRITÉRIOS DIMENSIONAIS PARA MESAS E CADEIRAS –NBR14006 ABNT
A ABNT editou em 1997 duas normas referentes ao mobiliário escolar: NBR
14006 - Móveis escolares - Cadeiras e mesas para instituições educacionais - Classes e
dimensões e NBR 14007 - Móveis escolares - Assentos e mesas para instituições educacionais
Requisitos6.
A NBR 14006 trata das questões relativas a recomendações ergonômicas (postura)
e antropométricas (dimensões) desse tipo de mobiliário, prevendo um total de sete padrões ou
classes dimensionais para a mesa e cadeira escolar. A abrangência desses padrões ou classes
inclui faixas de estatura que compreendem desde crianças na idade pré-escolar até indivíduos
adultos. As duas primeiras classes previstas dirigem se às crianças menores, as quatro
seguintes aos alunos do ensino fundamental e a última a indivíduos adultos6.
O crescimento do corpo humano processa-se segundo uma ordem complexa:
cabeça, tronco e membros desenvolvem-se gradualmente, apresentando variações de
proporções em relação à estatura, por isso recomenda-se a adoção de tamanhos diferentes de
cadeiras e mesas, pequeno, médio e grande, a fim de que sejam atendidos os requisitos
básicos de postura para a realização das diversas atividades na sala de aula, por parte de
alunos de diferentes estaturas. Essa recomendação baseia-se em análise desenvolvida sobre
normas internacionais: Din 68970 (Alemanha) e BS 3030 (Inglaterra). Essas normas adotam
de 5 a 7 padrões, referenciados na estatura dos alunos e não nas faixas etárias3. Como
podemos ver na figura abaixo:
Figura -1 Representação esquemática do desenvolvimento das partes do corpo humano em
diferentes faixas etárias.
Fonte: Fundo de Desenvolvimento da Escola (FUNDESCOLA).
21
Abaixo, a figura -2 mostra os três tamanhos diferentes de mesas e cadeiras
(pequeno, médio e grande), que atendem os requisitos básicos de postura de alunos de
diferentes estaturas:
Figura-2 Padrões de mesas e cadeiras utilizados pela Fundação para o Desenvolvimento da
Educação (FDE).
Fonte: FUNDESCOLA.
Verifica-se em sua definição uma correspondência muito próxima entre as quatro
classes previstas para o ensino básico e os três padrões recomendados pelo Centro Brasileiro
de Construções e Equipamentos Escolares (CEBRACE) e adotados pela FDE. A adoção dessa
norma pela ABNT indica claramente que a preocupação com as questões de postura do aluno
nas salas de aula transcende a esfera teórica, constituindo-se em assunto de saúde pública6.
Dentro do critério geral de relacionamento de dimensões entre mesas e cadeiras, a
principal relação a ser observada é entre a altura da superfície da mesa e a altura da superfície
de assento6.
A dimensão mínima dos tampos de mesas deve ser de 450 x 600 mm,
considerando-se6.
a) O alcance dinâmico dos usuários;
b) O espaço necessário para as tarefas a serem realizadas, incluindo o
material;
c) O espaço físico em que se insere o mobiliário;
d) O dimensionamento da matéria prima. As mesas devem permitir
agrupamento, dentro de critérios pedagógicos contemporâneos, que
prevêem a mobilidade dentro das salas de aula.
Conseqüentemente, as dimensões dos tampos dos diversos padrões devem ser
idênticas.
22
Os portas-livros não devem se constituir em obstáculo à liberdade de postura dos
alunos quando sentados e em sua movimentação para sentar-se e levantar-se6.
Devem ter altura e recuo adequado em relação à beirada do tampo de mesa mais
próximo do aluno. As superfícies de mesas devem ser duras e receber tratamento superficial,
devem ser foscas, não devem empenar e nem ser absorventes6.
As superfícies de assento devem ser duras, receber tratamento superficial, não
devem empenar e nem ser absorventes. Todas as superfícies devem ter baixo índice de
reflexão e cores neutras6.
Mesa e cadeira devem ter pesos proporcionais à força dos usuários. De acordo
com o critério de mobilidade e agrupamento dentro das salas de aula, não se recomenda o uso
de mobiliário que integre a superfície de trabalho com a superfície de assento num único
móvel, excetuando-se as cadeiras do tipo universitário. O uso de tampo inclinado não é
recomendado, na medida em que dificulta o agrupamento. As bordas de assentos e encostos
devem ser arredondadas, sem arestas vivas que possam causar traumatismos ou incômodos ao
aluno6.
2.1.1 Critérios ergonômicos para mesas e cadeiras
Os critérios apresentados a seguir são considerados requisitos mínimos para uma
boa postura do indivíduo sentado, em posição de trabalho, diante de uma superfície
horizontal, esses critérios foram elaborados a partir de normas internacionais, especialmente a
Norma BS 3030, e de bibliografias específicas na área de ergonomia e de fisiologia do
trabalho6.
A observação desses critérios juntamente com as recomendações dimensionais
apresentadas no item anterior é essencial para que se atinja um grau de conforto adequado do
aluno em sua relação com o conjunto mesa e cadeira escolar6.
Abaixo segue a lista dos requisitos mínimos para uma boa postura sentado, com
suas respectivas ilustrações6.
a) A existência de espaço livre entre a parte inferior da mesa, incluindo-se os
portas-livro, e a parte superior das coxas dos alunos deve ser suficiente para
permitir liberdade de postura e de movimentação dos alunos.
23
b) A altura da superfície de trabalho das mesas deve ser tal que os cotovelos
apoiem-se sobre a mesa ou estejam numa altura ligeiramente inferior, em relação à
sua superfície.
c) Com o objetivo de evitar pressões sobre a musculatura das pernas, deve-se
prever espaço livre entre a parte posterior da perna e a borda frontal da superfície
do assento, que deve ser arredondada (raio mínimo = 40mm).
d) O encosto deve permitir apoio adequado da região lombar entre a terceira e a
quinta vértebras lombares. Além do apoio lombar, deve haver apoio dorsal.
e) Deve haver espaço livre entre o apoio lombar e a superfície do assento, para
acomodação da região glútea.
f) A altura do assento deve permitir que as plantas dos pés apóiem-se
integralmente no chão, não havendo assim nenhuma pressão do assento contra os
músculos inferiores das coxas.
g) A profundidade do assento deve ser determinada a partir do menor
comprimento de coxa do usuário, considerando como limite deste comprimento a
região sacra, ou seja, a extremidade do corpo do usuário definida por suas costas
quando sentado.
Figura-3 Requisitos mínimos para uma boa postura do indivíduo sentado.
Fonte: BS 30303.
24
h) A largura do assento não deve ser inferior à menor largura do ombro do
usuário.
i) A forma do assento deve permitir que o peso do tronco se apóie nas
tuberosidades isquiáticas, ou seja, nos dois ossos que sustentam a musculatura da
região glútea.
j) A inclinação do encosto em relação ao assento deve ser, no mínimo, de 100° e,
no máximo de 105°.
l) O assento deve ser de preferência, horizontal. Ou inclinado até um ângulo
máximo de 4°.
m) O assento pode ter um rebaixo de 10 mm de profundidade máxima, no limite
de seus dois terços finais.
Figura-4 Requisitos mínimos para uma boa postura do indivíduo sentado.
Fonte: BS 30303.
25
Figura-5 Requisitos mínimos para uma boa postura do indivíduo sentado
Fonte: BS 30303.
Cadeiras impróprias obrigam o aluno a adotar posturas incorretas, que se forem
mantidas por muito tempo, podem provocar fortes dores localizadas no conjunto de músculos
solicitados para a conservação dessas posturas7.
De acordo com as normas propostas pela ABNT NBR14 006:1997, serão
utilizados os seguintes parâmetros6:
a) Altura do assento: 42 a 50 cm .
b) Largura do assento: maior do que 35 cm.
c) Profundidade do assento: maior do que 37 cm.
d) Espaço para a região posterior do joelho: 10 cm.
e) Inclinação do assento: 5º.
f) Altura do encosto lombar: 15 a 20 cm.
g) Largura do encosto: 30,35 cm.
h) Altura do encosto em relação ao assento: 22 cm.
i) Ponto médio do encosto em relação ao assento: 17 a 23 cm.
j) Inclinação do encosto: 95 a106 cm.
k) Altura da borda anterior do braço da cadeira ao solo: 66 a 86 cm.
l) Inclinação do braço da cadeira: 10 a 15 º.
26
2.2 POSTURA CORPORAL
A postura corporal é um tema que abrange vários aspectos e pode ser definida de
várias formas dependendo do ponto de vista dos autores.
A postura ou porte do corpo devem ser considerados diferentemente do que o
alinhamento de um segmento em relação ao segmento imediatamente adjacente. Para a autora
a conotação de postura é a disposição relativa total dos segmentos da cabeça aos pés13
.
Não existe consenso sobre a definição de postura ideal. Apesar das diferenças
individuais acredita-se, que do ponto de vista fisiológico, existe uma boa postura para cada
indivíduo e que esta é caracterizada por um bom alinhamento corporal, o qual determina uma
máxima eficiência fisiológica e biomecânica do organismo5.
É sem dúvida um dos temas principais em saúde do final e início do século. O
arranjo dos segmentos corporais de forma a permitir a posição em pé, é um marco na
evolução de espécie humana, fundamental para a realização da maior parte de suas
atividades14
.
A postura do ser humano depende de elementos como a adaptação da espécie no
processo evolutivo e as adaptações individuais desde o início do desenvolvimento
neuropsicomotor a fim de obter a postura bípede. Então, entende-se que não se deve
considerar somente o desenvolvimento da bipedestação na espécie humana, mas também a
individualidade, observando cada gesto e como cada ser humano se comporta no espaço15
.
As grandes transformações anatomofisiológicas e sócio-culturais têm uma relação
de dependência com a postura vertical e com a marcha bípede, em virtude de serem
características exclusivas entre os mamíferos. A mesma autora afirma que, supostamente, esta
temática se alicerça nos seus conceitos, fundamentações e metodologias, num longo período
histórico, sendo analisadas de diversas formas dentro de várias perspectivas16
.
Uma postura correta é a posição na qual o mínimo estresse é aplicado em cada
articulação e exige mínima atividade muscular para sua manutenção; qualquer posição que
aumenta o estresse sobre as articulações pode ser denominada postura defeituosa17
.
Uma boa postura solicita a ação permanente da musculatura contra a gravidade,
porém com gasto mínimo de energia. Uma postura adequada é o resultado da ação coordenada
de diversos grupos musculares e ligamentos que atuam elevando, mantendo ou dando apoio a
diversas partes do esqueleto18
.
27
A ação integrada dos músculos que constituem as cadeias musculares é
responsável pela manutenção do alinhamento postural14
.
É através dos músculos que o homem pode atuar sobre o meio ambiente e com
ele se inter-relacionar. Isso é válido tanto para as atividades manuais do trabalho mais pesado
quanto para a comunicação do pensamento mais elaborado ou da emoção mais leve. Todos os
movimentos que servem a estas comunicações só podem ser bem conduzidos quando é
assumida uma postura corporal compatível e alcançado um preciso arranjo no posicionamento
dos grupos musculares e articulações envolvidas15
.
O termo postura, é a posição otimizada, mantida com características automática e
espontânea, de um organismo perfeito harmônico com a força gravitacional e predisposto a
passar do estado de repouso ao estado de movimento. Assim, a postura é considerada uma
forma de expressão e linguagem do corpo. Ela determina como será realizado cada
movimento e sua acomodação no ambiente. Podendo ser considerada um reflexo integrado
dos aspectos corporais e mentais, sendo composta de três componentes estruturais: postura
mecânica, neurofisiológica e psicomotora10
.
A postura sentada possibilita menor gasto de energia e menor carga sobre os
membros inferiores, porém aumenta a pressão sobre os discos intervertebrais quando a
permanência nesta postura for por longo período. A postura sentada permite melhor controle
dos movimentos, pelo fato de que o esforço de equilíbrio é reduzido. Sendo a posição mais
freqüentemente adotada pela maioria das pessoas nas atividades que exigem maior precisão
como atividades profissionais, domésticas e de lazer8.
28
2.2.1 Desconforto postural
Desconforto é sensação como se uma parte do corpo estivesse pesada ou
inclinada, tensa (dura, contraída), com formigamento, ou levemente dolorida, sendo que o
indivíduo pode vir a sentir outras sensações desagradáveis 14
.
Os indivíduos que adotam freqüentemente uma mesma postura podem gerar
alterações significativas no alinhamento corporal, além de apresentarem dor ou desconforto
na musculatura mais utilizada, o indivíduo acaba adquirindo vícios posturais, além de outros
problemas oriundos dessas más posições. Quando se adota uma postura inadequada por um
longo período, sendo esta repetida por semanas, meses ou anos, o corpo responde em forma
de dor14
.
Hábitos posturais inadequados, como impostos pela posição sentada, agindo sobre
o organismo humano de forma repetitiva, são capazes de levar seus vários mecanismos de
defesa e ação compensatórias7.
Os casos de algias posturais da coluna vertebral, inclusive em crianças e
adolescentes, vêm crescendo consideravelmente. A prevalência de desvios na coluna em
estudantes de 11 a 16 anos e relacionou-os aos hábitos diários onde dorme, come, faz tarefas
escolares e a estrutura escolar mobiliário tipo de mochila19
.
Todo indivíduo que realiza suas atividades de forma inadequada, em relação
atividade e corpo, está sujeito a desencadear desconfortos posturais, devido à má adaptação do
ambiente e a sua rotina20
.
29
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
O delineamento da pesquisa está relacionado ao planejamento da mesma, onde o
pesquisador estabelece os meios técnicos da investigação, prevendo os instrumentos e
procedimentos necessários para coletar os dados21
.
3.1 TIPO DE PESQUISA
É uma pesquisa descritiva, pois tem como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenômeno ou, então o estabelecimento de
relações entre variáveis, uma de suas características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação
sistemática21
.
Segundo Leopardi22
, pesquisas descritivas são estudos caracterizados pela
necessidade de se explorar uma situação não conhecida, da qual se tem necessidade de
maiores informações. Explorar uma realidade significa identificar suas características, sua
mudança ou sua regularidade.
Este trabalho foi desenvolvido e baseado na forma de abordagem quali
quantitativa por que está relacionada com aspecto da objetividade passível de ser mensurável,
e em conhecer as percepções dos sujeitos pesquisados a cerca da situação-problema21
.
É um estudo transversal ou estudo de levantamento, pois, as pesquisas desse tipo
caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja
conhecer21
.
Basicamente, procede-se o estudado para, em seguida, mediante análise quali-
quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados21
.
3.2 POPULAÇÃO /AMOSTRA
A população desta pesquisa foi composta pelos alunos matriculados na Escola
Governador Aderbal Ramos da Silva (EGARS) do Município de Tubarão - SC.
30
Foram selecionados os alunos matriculados na EGARS do Município de
Tubarão/SC, que atenderam os critérios de inclusão: faixa etária de 14 a 15 anos; estudar no
período vespertino; cursar todas as disciplinas referentes à série que estuda.
Os critérios de exclusão foram os seguintes: ter deficiência visual e auditiva total
tipo cegueira e surdez, ter sido transferido de outro colégio durante o já vigente ano letivo; ter
sido transferido de outra sala de aula durante o já vigente ano letivo; não ser liberado pelos
pais para participar da pesquisa.
A amostra foi composta pela oitava série três (803) da EGARS é que tem 31
alunos, no qual preenchia os critérios de inclusão e exclusão desta pesquisa.
3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS
- Escala de desconforto postural para diferentes partes do corpo (ANEXO A);
- Fita métrica 1.50 m da marca corrente;
- Goniômetro da marca Carci;
- Câmera digital Cyber-shot da marca Sony 7.2 mega pixels;
- Ficha para coleta de dados de medidas ergonômicas (APÊNDICE A);
Foi utilizada a escala de desconforto para as diferentes partes do corpo (ANEXO
A): a mesma consiste em graduar o nível de desconforto manifesto sob a forma de dor em
cada parte do corpo, numa escala representada por cores, sendo “verde” nenhuma dor,
“amarelo” dor suportável: dor que se caracteriza por um leve desconforto, consegue executar
suas tarefas mesmo sentido-a, “alaranjada” dor intensa: dor que obriga por instantes parar o
que está fazendo e manter-se em repouso ou mudar de posição para aliviar a dor
possibilitando depois continuar e “vermelho” dor insuportável: caracteriza-se a incapacidade
de continuar realizando as tarefas obrigando-o a parar. A escala divide o corpo humano em
segmentos e, para cada um deles registra-se o nível de desconforto relatado através da escala
ao final do período que a criança fica em sala de aula.
Para verificar a medida das carteiras e cadeiras foi utilizada uma fita métrica 1.50
m da marca corrente.
31
Foi utilizada uma câmera digital Cyber-shot da marca Sony 7.2 mega pixels para
fotografar a sala de aula assim como as carteiras e cadeiras para comparar com as normas
propostas pela ABNT NBR14 006:19976.
3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS
Como procedimento para coleta de dados foi utilizado a Escala de Desconforto
para as Diferentes Partes do Corpo (ANEXO A), Termo de Consentimento Livre Esclarecido
(TCLE) (ANEXO B), Carta de Apresentação (ANEXO C) e Ficha para Coleta de Dados de
Medidas Ergonômicas (APÊNDICE A).
Em primeiro momento fez-se contato com a EGARS, colocando de maneira clara
e objetiva a pesquisa, a ser realizada na sala de aula da oitava série assim como a aplicação da
escala de desconforto para diferentes partes do corpo para ser realizada com os alunos, desta
forma pedindo autorização para a diretora da escola através de uma carta de apresentação para
realizar a pesquisa.
O responsável da instituição assinou a carta de apresentação, e os responsáveis
pelas crianças assinaram um TCLE contendo o esclarecimento sobre pesquisa. As assinaturas
foram arquivadas em documento pessoal.
Após a assinatura do TCLE por todos os responsáveis pelos alunos, assim como a
assinatura da carta de apresentação disponibilizada para a direção da EGARS, deu-se início a
coleta de dados que foi realizada no período de Jun - Jul de 2010, onde em primeiro momento
foi realizada a verificação das medidas das carteiras e cadeiras para serem comparadas com as
normas proposta pela ABNT NBR14 006:19976.
Logo após o recolhimento dos dados em relação às medidas das carteiras e
cadeiras foi aplicado aos alunos da oitava série da EGARS um questionário denominado
escala de desconforto para as diferentes partes do corpo.
3.5 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS
Os dados obtidos com o questionário e as medidas ergonômicas (Apêndice A)
foram armazenados em uma planilha do Microsoft Office Excel 2007® e analisados sob a luz
de análise descritiva simples.
32
Os dados obtidos através das medidas das carteiras e cadeiras foram anotados na
ficha para coleta de dados de medidas ergonômicas e comparadas com as medidas propostas
pelas normas da ABNT.
Em relação ao questionário denominado “escala de desconforto postural”,
realizou-se a análise de dados com o intuito de saber a região corporal com maior grau de
desconforto durante o período em que o aluno está em sala de aula, os mesmos anexados em
uma planilha do Microsoft Office Excel 2007® e em documentos do Microsoft Office Word
2007®, com uso de gráficos, tabelas e quadros.
3.6 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA
O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Unisul e após a
aprovação do mesmo sob o protocolo 10.019.4.08. III iniciou-se a coleta. Essa pesquisa segue
os princípios da Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde para pesquisas que
envolvem seres humanos, assim, o TCLE e faz parte da pesquisa como forma de preservação
dos direitos do pesquisado. A pesquisa é isenta de riscos, e o participante pode se retirar dela
quando quiser.
33
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Neste capítulo são apresentados os resultados e a análise dos dados que foram
coletados com o objetivo principal de analisar a adequação ergonômica das salas de aula e o
nível de conforto atribuído pelos discentes ao ambiente escolar numa escola de ensino regular
da cidade de Tubarão - SC. Os resultados serão apresentados na seguinte ordem:
Primeiramente os dados obtidos através dos questionários correspondentes ao desconforto
postural aplicados aos discentes, e posteriormente serão apresentados os resultados
encontrados com as medidas ergonômicas da sala de aula 803 da Escola Governador Aderbal
Ramos da Silva.
4.1 QUANTO AO DESCONFORTO CORPORAL
Com relação ao desconforto corporal dos trinta e um alunos participantes da
pesquisa trinta alunos 96,77 % referiram algum desconforto em alguma parte do corpo e
apenas um aluno 3,22% referiu nenhum desconforto em nenhuma parte do corpo, como se
pode visualizar no gráfico 1:
Gráfico-1 Distribuição da amostra em relação à presença de desconforto corporal.
Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010
34
4.2 NÍVEL DE DESCONFORTO CORPORAL DOS ALUNOS DA 803
Na tabela 1 foram descritas as principais regiões do corpo onde se constatou por
meio da amostra a presença de desconforto corporal, sendo que os sintomas manifestam-se
em mais de um segmento corporal e em diferentes níveis.
Conforme a tabela abaixo, podemos observar que os locais de maior incidência de
dor ou desconforto foram: Coluna cervical, coluna lombar, quadril e mãos.
Tabela 1: Localização de desconforto corporal por segmentos do corpo
º N° de alunos com sintomas
%
Coluna Cervical
24
77,41
Coluna Torácica
16
51,61
Coluna Lombar
22
70,96
Ombros
8
25,8
Quadril
19
61,29
Punhos
16
51,61
Mãos
18
58,06
Coxas
11
35,48
Joelhos
17
54,83
Pernas
14
45,16
Tornozelos
11
35,48
Pés 13 41,93
Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.
Um dos objetivos desse estudo é demonstrar a importância da ergonomia na sala
de aula 803 visando à prevenção de problemas futuros em questão de saúde, pois de acordo
com esse estudo as crianças manifestaram algias em vários segmentos do corpo, em
contrapartida Achour Júnior23
, diz que muitos problemas de dor são transitórios e nem todas
as crianças e adolescentes com dor na coluna transferem esse problema para idade adulta.
Nos achados deste estudo, dos trinta e um integrantes da pesquisa, vinte e quatro
(77,41%) dos alunos sentem dores na coluna cervical, destes oito (25,80%) suportam a dor,
quatorze (45,16%) sentem dor de caráter intenso e dois (6,45%) sentem dor insuportável,
conforme podemos ver no gráfico abaixo:
35
Gráfico – 2 Intensidade de desconforto na região cervical.
Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.
Os resultados desse estudo demonstram que dos trinta e um alunos que
responderam o questionário vinte quatro sentem algum tipo de desconforto na região cervical,
isto corresponde 77,4% do total da amostra, o que corrobora com os achados de um estudo
feito por Moro24
, onde foi aplicado um questionário com o objetivo de saber de noventa e três
alunos da rede pública de ensino qual relação com a carteira escolar, além de um questionário,
para que marcassem as regiões do corpo onde sentiam dores ou desconfortos durante o
período escolar e foi verificado que 54% dos relatos de queixas apontavam para a região da
nuca e do pescoço.
Corroborando novamente como um estudo realizado pelo Centro de Saúde em
Ergonomia da Universidade de Surrey no Reino Unido, o qual teve como objetivo identificar
o grau de dor nas costas em sessenta e seis crianças do ensino fundamental, como resultado
encontraram aumento dos ângulos de flexão cervical e da parte superior do tronco durante as
atividades em sala de aula, no geral as crianças apontavam a região do pescoço como a região
de maior desconforto25
.
Em contrapartida um estudo realizado por Nascimento e Iop26
, com dezoito alunos
do segundo grau do Colégio Estadual Senador Francisco Beijamim Galloti, apenas dois cerca
de (11,12%), apresentaram dor na coluna cervical de caráter intenso, contrariando os
resultados obtidos com essa pesquisa sendo que vinte e quatro integrantes da amostra
(77,41%) sentem algum tipo de desconforto na região cervical.
Em relação à dor lombar dos trinta e um alunos participantes da pesquisa vinte e
dois alunos (70,9%) sentiam algum tipo de desconforto na coluna lombar, sendo que nove
(29,03%), referiram não sentir nenhum tipo de dor ou desconforto na coluna lombar, dez
(32,25%) sentiam dores de caráter suportável, dez (32,25%) sentiam dores de caráter intenso e
36
apenas dois (6,45%) sentiam dor de caráter insuportável, a coluna lombar foi uma das regiões
onde houve o maior número de queixas álgicas referidas pelos escolares.
Contudo a pesquisa de Nascimento e Iop26
menciona que quatro alunos cerca de
(22,23%), apresentaram dor na coluna lombar do tipo suportável e três do tipo insuportável, o
que confirma os achados de nossa pesquisa. Podemos observar abaixo no gráfico 3, o que foi
encontrado nessa pesquisa em relação ao desconforto na região lombar:
Gráfico – 3 Intensidade de desconforto na região lombar.
Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.
Segundo Hall27
a incidência de lombalgia em crianças é de quase 30%. Essa
incidência aumenta com a idade e se aproxima da observada em adultos por volta dos
dezesseis anos, com a dor nas costas sendo a mais comum em meninos que em meninas,
levando em conta que a amostra desse estudo é constituída por alunos matriculados na oitava
série que tem idade por volta de dezesseis anos, justifica-se a porcentagem de alunos com dor
lombar, que foi de 70,9%.
Os resultados dessa pesquisa vêm de encontro com os achados da pesquisa de
Mangueira 19
, que escreve em relação à presença da dor em estudantes com faixa etária entre
onze e dezesseis anos, onde se pode observar que 72,9% dos estudantes referiram dor na
coluna. Estas dores estavam predominantemente localizadas na região lombar (41,0%) e
torácica (40,4%).
Assim como o estudo de Nascimento e Iop26
com relação à região torácica dos
dezoito alunos entrevistados, duas pessoas, (11,12%), relataram apenas sentir um desconforto
que não causasse dor na região torácica; três pessoas, (16,67%) relataram um desconforto com
37
dor suportável, e uma pessoa (5,56%), apresentou desconforto na região torácica com dor
insuportável, corroborando com nosso estudo, pois (70,9%) dos estudantes referiram algum
desconforto na região lombar e em relação à coluna torácica.
Dezesseis (51,6%) dos trinta e um alunos participantes da pesquisa referem algum
tipo de desconforto na região torácica, sendo que quinze (48,38%) não sentiam dor, onze
(35,48%) sentiam dor suportável, quatro (12,90%), sentem dor intensa e apenas um (3,2%)
sentem dor insuportável, esses dados seguem descritos no gráfico 4:
Gráfico – 4 Intensidade de desconforto na região torácica.
Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.
Nesse estudo, a coluna, (cervical, torácia ou lombar) foi o principal segmento com
presença de desconforto relatado pela amostra, o que se confirma com um estudo de
prevalência para dor nas costas realizado por Kristjansdottir e Rhee28
, com 2.173 escolares
com idades entre 11-12 e 15-16 anos, onde demonstrou que a prevalência de dor nas costas
ocorrendo pelo menos uma vez por semana foi de 20,6%, com o predomínio em crianças mais
velhas (15-16 anos) e naquelas que vivem em áreas rurais em relação as que vivem nas
cidades.
A região do quadril também foi apontada pelos alunos, no que diz respeito ao
desconforto, doze alunos (38,70%) não sentem nenhum tipo de dor ou desconforto, quatorze
(45,16%) sentem dor de nível suportável, cinco (16,12%) sentem dor intensa e nenhum aluno
relatou sentir dor insuportável. Os seguintes dados estão descritos no gráfico 5:
38
Gráfico – 5 Intensidade de desconforto na região do quadril.
Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.
Segundo Chaffin29
, a criança deve sentar-se com os dois pés apoiados sobre o
chão, com os joelhos fletidos em ângulo reto, pois, nesta posição sentada, o peso do corpo é
transferido para o assento, piso, encosto e braço da cadeira, diminuído picos localizados de
pressão.
Para Kendall e MacProvance30
, se a cadeira for alta, haverá falta de suporte para
os pés e os quadris e os joelhos ficarão com flexão excessiva que não existe uma cadeira
correta, pois a altura e profundidade das cadeiras devem ser apropriadas para cada pessoa,
onde a altura da cadeira possa permitir que os pés fiquem apoiados confortavelmente sobre o
solo, evitando assim, pressão nos glúteos e coxas, e favorecendo o aparecimento das dores.
Rego31
realizou um estudo com 47 alunos de 5ª e 6ª séries, e observou mediante a
avaliação postural o desnivelamento da pelve em 51% da amostra, ainda foi empregado aos
alunos um questionário, onde os alunos relataram desconforto na posição sentada e
inadequação do mobiliário.
Essa pesquisa corrobora em partes com o estudo realizado por Nascimento e Iop26
,
pois em relação ao desconforto na região do quadril apenas um aluno (5,56%) de sua amostra
relatou sentir desconforto de nível suportável e um (5,56%) relatou que seu desconforto se
origina de uma dor insuportável, já nesse estudo o número de alunos que referiram
desconforto de nível suportável e intenso foi muito maior, em contrapartida nenhum aluno
desta amostra relatou sentir dor insuportável.
No gráfico 6 abaixo pode-se visualizar a intensidade do desconforto referidos na
região das mãos, o que prevaleceu na mão direita, supostamente por a grande maioria da
amostra utilizar predominantemente a mão direita para realizar suas atividades, como por
39
exemplo escrever, dos 31 alunos participantes da pesquisa 13 (41,93%) relataram nenhuma
dor, 12 (38,70%) relataram dos suportável, 5 (16,12%) referiram dor intensa e apenas 1
(3,22%) referiu dor insuportável.
Gráfico – 6 Intensidade de desconforto nas mãos
Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.
A instrução normativa do Instituto Nacional de Seguridade Social usa a expressão
Lesão por Esforço Repetitivo (LER), e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
(DORT), estabelecendo um conceito da síndrome, declarando que ela não se origina
exclusivamente de movimentos repetitivos, podendo ocorrer pela permanência prolongada
dos segmentos corporais em determinadas posições, assim como a necessidade de
concentração e atenção do trabalhador para realização das atividades laborais e a pressão
imposta pela organização do trabalho32
.
Segundo Yeng33
, as LER podem atingir qualquer pessoa que exerça atividades
físicas capazes de exigir esforços que superem suas reservas funcionais, sejam elas
digitadores, caixas de banco, músicos, estudantes e até atletas, estas doenças vêm merecendo
destaque por parte de médicos, agências governamentais de saúde e sindicatos de categorias
profissionais.
De acordo com o autor supracitado as LER não aparecem apenas em pacientes
adultos, mais também em adolescentes, em virtude da introdução precoce destes no mercado
de trabalho, atualmente crianças pré-escolares, escolares e adolescentes vêm apresentando
sintomas similares as LER de adultos e adolescentes em regime de trabalho33
, o que confirma
os achados de nosso estudo, pois as crianças permanecem em média 4 horas de seu dia em
40
sala de aula, muitas vezes em uma mesma postura durante um longo período de tempo e além
de disso realizando atividades repetitivas como escrever.
Yeng33
finaliza mencionando que as LER, são conseqüentes da realização de
movimentos contínuos, posturas inadequadas e estresses emocionais por um período de tempo
variado e podem se manifestar em qualquer segmento do corpo, habitualmente membros
superiores (punho, antebraço, mão), coluna cervical e lombar.
4.3 QUANTO À ERGONOMIA
A sala de aula padrão, segundo normas da Secretaria de Estado da Educação e
Desporto (SEED), é de 6 m de largura por 8 m de comprimento sendo, então, o padrão da
maioria das escolas (72%). Este tamanho comporta até, aproximadamente, 35 alunos. Na
prática, acomoda entre 15 e 25 alunos34
.
A sala de aula no qual foi realizada essa pesquisa tem 6,10 m de largura por 8,35
m de comprimento e 3 metros de altura, portanto encontra-se nos padrões propostos pela
SEED, essa sala de aula comporta 33 alunos no período matutino, correspondente pela sala
801, e já no período vespertino na sala 803, onde foi realizada a nossa pesquisa comporta 31
alunos os quais integram a amostra dessa pesquisa.
Bergmiller3, na primeira série de cadernos técnicos para mobiliário escolar afirma
que elementos estruturais, ferragens e quaisquer outros componentes construtivos das mesas e
cadeiras deverão ser utilizadas de modo a evitar que haja contato direto com o corpo do
usuário, evitando-se traumatismos e os elementos estruturais e ferragens não deverão ser
previstos em materiais que sofram desgaste excessivo pelo uso ou pela ação do tempo, o que
infelizmente não é observado na sala de aula analisada (onde funciona a 801 no período
matutino e a 803 no período vespertino) existem 33 mesas e cadeiras, dessas 33 mesas 28 são
com o tampo inclinado e 5 correspondem a mesas com o tampo reto, onde pode-se observar
(conforme as figuras abaixo), o nítido desgaste dos materiais como ferragens e pintura que
compõe o mobiliário.
41
Figura- 6: Cadeira e mesa com o tampo inclinado.
Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.
Figura- 7: Cadeira e mesa com o tampo reto.
Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.
O quadro abaixo explana o que foi encontrado em relação às medidas das mesas e
cadeiras da sala 803, e compara com os parâmetros impostos pela ABNT NBR14 006:1997.
42
Quadro – 1 Medida das mesas e cadeiras da sala 803
Medidas ABNT Medidas encontradas
1-Altura do assento
42 a 50cm
41cm
2- Largura do assento
> 35cm
40cm
3-Profundidade do assento
> 37cm
41cm
4-Espaço para a região posterior do joelho
10 cm
6cm
5- Inclinação do
assento
5°
7°
6-Altura do encosto lombar
15 a 20 cm
17 cm
7-Largura do encosto
30 a 35cm
40 cm
8- Altura do encosto em relação ao assento
22 cm
21 cm
9- Ponto médio do encosto em relação ao
assento
17 a 23 cm
19 cm
10- Inclinação do
encosto
95 a 106 cm
78°
11-Altura da borda anterior do braço da cadeira ao solo 66 a 86 cm
*
12-Inclinação do braço da cadeira
10 a 15°
*
13-Dimensão mínima dos tampos de mesas
45 x 60 cm
45x60cm**
14-Inclinação do tampo da mesa
16°
10°
* Não foi possível mensurar, pois a cadeira não possui braço.
** O tampo da mesa inclinada mede 45x60cm, já o tampo da mesa reta mede 54 x 46 cm, estando fora dos
padrões das normas propostas pela ABNT.
A partir do quadro -1 pode-se observar que há discrepância entre as medidas
propostas em relação às encontradas como, por exemplo: Altura do assento, espaço para
região posterior do joelho, inclinação do assento, inclinação do tampo da mesa, inclinação do
encosto da mesa, e em relação ao braço da cadeira, pois as cadeiras encontradas não possuem
braço.
Uma pesquisa realizada por Ferreira35
, onde abordou o estudo de critérios técnico-
funcionais para a qualificação do mobiliário escolar de 6.319 alunos do ensino fundamental
de escolas públicas da região Metropolitana de Porto Alegre – RS, concluiu através do
levantamento de medidas antropométricas dos alunos, que grande parte desta população não
possui mobiliário escolar que garanta um padrão mínimo de conforto e qualidade de acordo
com suas características antropométricas e biomecânicas, o que vem de encontro com os
achados deste estudo.
Braccialli7, afirma que cadeiras mal projetadas, com altura e profundidade de
assento e de encosto maior ou menor do que necessário, podem gerar vários ajustes posturais,
os quais são responsáveis por dormência nos membros, dificuldades no retorno venoso, dores
lombares, aceleração do processo degenerativo do disco intervertebral, desgaste das vértebras
e, conseqüentemente, fadiga muscular durante a realização das atividades, corroborando com
43
esse estudo, pois, alguns parâmetros determinantes do mobiliário escolar, como o espaço para
a região posterior do joelho, não vêm de encontro com os propostos pelas normas, e trazem
como consequência desconforto para os alunos.
Loch 36
defende que um produto desenvolvido para uma escola (seja ele material
didático ou equipamento), além de acessível e de atender às necessidades do usuário e da
escola, deve contemplar a segurança, a confiabilidade, ser de fácil manutenção e apresentar
qualidade. Além disso, deve trazer beneficio ao seu usuário e ser produzido em processos
eficientes, ressalta que os estudos ergonômicos, de desempenho e de avaliação pós-uso, assim
como de melhoria contínua do mobiliário, precisam ser pensados desde o seu processo de
concepção, o que não acontece nesta pesquisa, pois todos os alunos utilizam o mesmo
mobiliário, que não proporcionam conforto aos alunos.
Domljan37
realizou um trabalho com 556 alunos de várias escolas da Croácia, a
fim de determinar a relação de dimensões antropométricas de alunos do ensino fundamental,
verificando os ajustes corporais que os alunos fazem durante a postura sentada em seus
mobiliários, os resultados mostraram que os mobiliários utilizados não estavam de acordo
com as características antropométricas de grande parte da amostra, com isso, os mesmo
adotavam estratégias corporais para manter-se numa postura confortável, corroborando
novamente com nosso estudo, pois alguns parâmetros do mobiliário escolar não estão
adequados com as normas propostas pela ABNT.
Para Kroemer e Grandjean38
, a distância entre o assento e a mesa constitui-se na
medida mais importante a ser considerada, pois a altura das mesas não ajustáveis é definida
com base em medidas médias e não consideram as variações individuais. Os autores
recomendam que não sejam colocadas gavetas acima dos joelhos e nem em caixilhos espessos
e argumenta que, como regra geral, uma mesa inclinada é um avanço em relação à mesa
plana, tanto em termos de postura quanto de visão, as mesas de nosso estudo são compostas
por um porta-livro com a altura de 19 cm em relação ao tampo da mesa, o que em escolares
de maior estatura é um empecilho e causa desconforto em membros inferiores, o que acontece
nessa pesquisa quando se trata da região do quadril e dos joelhos.
Segundo Reis39
, a realidade das escolas demonstra que as normas que
regulamentam o mobiliário escolar (NBR-14006 e 14007), estabelecendo as condições
mínimas para utilização do mobiliário escolar, não se cumprem na prática, assim, cabe aos
alunos a utilização de mobiliários escolares inadequados, que não atendem a suas
especificidades, favorecendo a adoção de posturas prejudiciais. Reis enfatiza ainda que tal
situação possa contribuir para o surgimento de patologias músculo-esqueléticas, e interferir no
44
processo educativo, essa afirmação, confirma a relação do mobiliário inadequado com o
desconforto corporal, além de interferir no processo educativo dos alunos como: falta de
atenção, pois quando não se está confortável em um ambiente faz-se necessário a tentativa de
ajuste, o que faz com que os alunos fiquem agitados podendo contribuir diretamente com a
baixa do rendimento escolar.
Portanto existe um mobiliário regulável, que se torna uma boa saída para conciliar
os gastos com a adequação do mobiliário referente às autoridades governamentais e a
diminuição das queixas álgicas referentes aos escolares, atualmente é crescente o número de
escolas que buscam mobiliários alternativos para equacionar os problemas advindos das
questões antropométricas24
. Conforme podemos observar na figura abaixo, essas novas
mobílias possuem sistemas de regulagem tanto da mesa como da cadeira do mobiliário, onde
o próprio aluno, com o tempo, irá encontrar o ajuste ideal para si.
Figura-8 Foto mostrando a postura corporal do aluno induzida por um conjunto
escolar ergonométrico.(Mobiliário escolar regulável de propriedade da
Indústria CEQUIPEL - Biguaçu-SC).
Fonte: Estudo realizado por Moro, 200524
.
Diante do exposto percebe-se que o mobiliário ajustável é a mais importante
adequação ergonômica apresentada até o presente momento, para superar os velhos conceitos
de sala de aula24
.
45
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos resultados obtidos e analisados, e de acordo com os objetivos pré-
estabelecidos, concluiu-se com a análise ergonômica, que a sala encontra-se dentro do
proposto pela SEED. Em relação ao mobiliário encontrado, diverge em alguns parâmetros do
mobiliário proposto pela ABNT, o que se faz necessário a adequação do mesmo.
Sabe-se que a faixa etária dos alunos é aproximadamente a mesma, em
contrapartida a estatura oscila muito entre cada um dos escolares, por isso faz-se necessário
que o mobiliário seja diferenciado em relação a estatura e o peso dos escolares.
Dos 31 escolares participantes da pesquisa 30 referiram algum tipo de desconforto
corporal durante o período que fica em sala de aula, isso equivale a 96,77% do total da
amostra, um número alerta para os gestores de ensino e de saúde, sendo que o segmento
corporal mais citado entre os locais de prevalência da dor foi a coluna, de acordo com o
caderno de saúde pública 70-85% de todas as pessoas sofrerão de dor lombar em alguma
época da vida, se no ambiente escolar as crianças já possuem algias corporais, imagina-se
quando forem submetidas ao mercado de trabalho.
Os achados dessa pesquisa, relacionado ao desconforto corporal, leva a pensar na
qualidade de vida que as crianças possuem no período de quatro horas em que ficam em sala
de aula, e de que forma esse desconforto afeta negativamente o rendimento escolar dessas
crianças.
Trata-se também de uma questão de prevenção o que diretamente afeta as
autoridades governamentais, pois investindo em saúde e qualidade de vida para os nossos
escolares no presente não será necessário investir em auxilio doença no futuro para os
mesmos, o que prova mais uma vez que se faz necessário a atuação de um fisioterapeuta
dentro do ambiente escolar, trabalhando integralmente de forma preventiva ao lado dos
educadores, promovendo uma melhora no ambiente escolar e auxiliando de forma indireta no
aumento do rendimento escolar de nossas crianças.
46
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25 Classroom posture and self-reported back and neck pain in schoolchildren. Robens Center
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26 Nascimento M.B, Iop R.R. A influencia da mochila escolar nos distúrbios músculo-
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27 Hall, S.J. Biomecânica Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
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29 Chaffin, D; Anderson, G; Martin, B. Occupational Bionechanics. 3 ed.New York: John
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30 Kendall, P.F.; Maccreary, EK. Músculos: Provas e Funções. São Paulo: Editora
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33 Yeng, L.T.; Teixeira, M.J.; Barbosa, H. F. G.; Hsing, W. T. Reabilitação em lesões por
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34 Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação a Distância.
PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação. Cartilha:
Recomendações para Montagem de Laboratório de Informática nas Escolas. Brasília:
PROINFO, 2005. Disponível em: <http://www.proinfo.gov.br/>. Acesso em: 02 de nov.2010.
35 Ferreira, M.S. Definição de Critérios de Avaliação Técnico-Funcional e de Qualificação de
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Engenharia de Produção, UFSC, 2001.
36 Loch, M.V.P. Convergência entre Acessibilidade Espacial Escolar, Pedagogia
Construtivista e Escola Inclusiva. 2007. Tese de Doutorado, Florianópolis, 2007.
49
37 Domljan, D; Grbac, I; Hadina, J. Classroom furniture design – correlation of pupil and
chair dimensions. Coll Antropol. Mar; 32(1):257-65, 2008.
38 Kroemer, K; Grandjean, E. Fitting the task to the human: a textbook of Occupacional
Ergonomics. 5 ed. London: Taylor & Francis Ltd, 2005.
39 Reis,PF. Estudo da interface aluno-mobiliário: a questão antropométrica e biomecânica da
postura sentada. Dissertação de Mestrado, 2003.
52
1-Altura do assento
2- Largura do assento
3-Profundidade do assento
4-Espaço para a região posterior do joelho
5- Inclinação do assento
6-Altura do encosto lombar
7-Largura do encosto
8- Altura do encosto em relação ao assento
9- Ponto médio do encosto em relação ao assento
10- Inclinação do encosto
11-Altura da borda anterior do braço da cadeira ao solo
12-Inclinação do braço da cadeira
13-Dimensãodos tampos de mesas
14-Inclinação do tampo da mesa
Fonte: Autores, 2010
55
Assinale com um X, o nível de dor que você sente em cada segmento do corpo levando em conta
o período que você fica no ambiente escolar (aproximadamente 4 horas):
Fonte: Moraes, 2002
57
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL
COMISSÃO ÉTICA EM PESQUISA – CEP UNISUL
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
TÍTULO DO PROJETO: ANÁLISE ERGONOMICA DE UMA SALA DE AULA DE ENSINO REGULAR.
OBJETIVOS E FINALIDADES DO PROJETO: Analisar a adequação ergonômica das salas de aula (se as
medidas das carteiras e cadeiras estão de acordo com as normas da ABNT ( Associação Brasileira de Normas
Técnicas )) e o nível de conforto atribuído aos alunos no ambiente escolar numa escola de ensino regular da
cidade de Tubarão SC.
RESPONSÁVEIS PELO PROJETO:
Géssica Minatto– 0XX(48) 36260262/ e-mail: [email protected]
Profª orientador: Ralph Fernando Rosas - e-mail: [email protected]
ESCLARECIMENTOS AO VOLUNTÁRIO:
Os alunos responderão um questionário definido como “Escala de desconforto postural”
onde farão um circulo conforme o grau de desconforto (dor ,queimação,formigamento entre outros)
verde ( nenhuma dor), amarelo( dor suportável) alaranjado (dor intensa) e vermelho ( dor insuportável)
nas partes do corpo divididas em partes, desconforto esse que durante o período que o aluno fica dentro
da sala de aula poderá implicar na baixa do rendimento escolar.
CONSENTIMENTO DO RESPONSÁVEL:
Eu,_____________________________________________________________________,RG:_______________
_____ CPF:______________________,abaixo assinado, autorizo meu filho em participar do estudo:” A analise
ergonômica de uma sala de aula de ensino regular, como responsável. Fui devidamente informado e esclarecido
pelo (s) pesquisador (es) Ralph Fernando Rosas sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como
os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu
acompanhamento/ assistência/tratamento.
Local e data: _______________________________________________________________
Nome e Assinatura do sujeito ou responsável:___________________________________________.
IDENTIFICAÇÃO DO PESQUISADOR
____________________________________________
Ralph Fernando Rosas (Profª orientador)
Tubarão, ___ de ________________ de 2010.
59
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA-UNISUL
CURSO DE FISIOTERAPIA
CARTA DE APRESENTAÇÃO
Exmo Sr Diretor
A Universidade do Sul de Santa Catarina-UNISUL, através do Curso de
Fisioterapia, expressa votos de estima e passa a dirigir-se a Vossa Senhoria apresentando a
Senhorita Géssica Minatto, do projeto que se intitula “A análise ergonômica de uma sala de
aula”, com a proposta de investigar os principais desconfortos posturais no publico discente e
analisar as medidas ergonômicas das cadeiras e carteiras na sala de aula, podendo realizar
contato com a sua Escola.
Ressaltamos a importância desse estudo, principalmente no que diz respeito aos
desconfortos posturais que o publico discente está susceptível.
Atenciosamente
____________________________________________
Ralph Fernando Rosas
Coordenador do Curso de Fisioterapia
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