25-11-2016
Revista de Imprensa25-11-2016
1. (PT) - Correio do Minho, 25/11/2016, Presidente da República visita Hospital de Braga e INL 1
2. (PT) - Correio do Minho, 25/11/2016, UMinho cria modelo que prevê utentes que recorrem às urgências 2
3. (PT) - Correio do Minho, 25/11/2016, USF Entre Homem e Cávado atende sete mil utentes 3
4. (PT) - Público - Público Porto, 25/11/2016, Hospital de Gaia reclama em tribunal 1,8 milhões à CCDR-Norte
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5. (PT) - Diário de Aveiro, 25/11/2016, Utente morre após consulta no hospital 5
6. (PT) - Jornal de Notícias, 25/11/2016, João Almeida e Sousa dirige IPST 7
7. (PT) - Correio da Manhã, 25/11/2016, Gestores vão trabalhar ao lado de médicos 8
8. (PT) - Jornal de Notícias, 25/11/2016, Dívidas em atraso volta, a aumentar em 2012 9
9. (PT) - Jornal de Notícias, 25/11/2016, Desconto de 5% pode pôr em causa qualidade da diálise 10
10. (PT) - Correio da Manhã, 25/11/2016, Denúncia de violência 11
11. (PT) - Público, 25/11/2016, Editorial - Portugal no divã 12
12. (PT) - Público, 25/11/2016, Um terço da população já sofre de ansiedade ou depressão 13
13. (PT) - i, 25/11/2016, Médico escreve no livro de reclamações do próprio centro de saúde 16
14. (PT) - Público, 25/11/2016, Portugueses trabalham de mais e põem saúde em risco 17
15. (PT) - i, 25/11/2016, Dossiê saúde. 18
16. (PT) - Jornal Económico (O), 25/11/2016, Estado deve 1.100 milhões às farmacêuticas 25
17. (PT) - Público, 25/11/2016, Plataforma revela medicamentos em investigação 28
18. (PT) - Jornal Económico (O), 25/11/2016, Doutor, quero ter um filho 29
19. (PT) - Destak, 25/11/2016, Uma epidemia desconhecida 31
20. (PT) - Público, 25/11/2016, As 58 câmaras que mais fazem por apoiar as famílias 32
21. (PT) - Jornal de Notícias, 25/11/2016, Ingleses pagam mais para segurar enfermeiros portugueses 34
22. (PT) - Jornal de Notícias, 25/11/2016, Venda solidária no Santo António 36
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Durante a tarde de hojePresidente da Repúblicavisita Hospital de Braga e INLO Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visita, hoje, o CentroClínico Académico (2CA-Braga) do Hospital de Braga, a partir das 16.45horas, seguindo-se, depois das 18 horas, o INL - Laboratório Ibérico Inter-nacional de Nanotecnologia. O 2CA-Braga é uma parceria, sem fins lucra-tivos, entre a Universidade do Minho (UM), representada pela Escola deMedicina (EM) e Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde(ICVS), e o Grupo José de Mello Saúde, através dos Hospitais de Braga eCUF Porto e, ainda, a Eurotrials – Scientific Consultants.Já no INL, após a recepção ao Presidente da República, o director-geral,Lars Montelius, fará uma apresentação sobre o INL e a Nanotecnologia,com foco no impacto do Laboratório no desenvolvimento da região. Deseguida, Marcelo Rebelo de Sousa visita diferentes laboratórios do INL,onde serão apresentados vários exemplos de nanotecnologia aplicada.
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UMINHO| Redacção |
Gerir melhor os recursos huma-nos e materiais no serviço de ur-gência, proporcionando um ser-viço mais rápido, cuidados desaúde mais eficientes e maior sa-tisfação dos pacientes é o grandeobjectivo do projecto de AdrianaVieira, da Universidade do Mi-nho que criou um modelo mate-mático capaz de prever o núme-ro diário de pacientes que re-corre às urgências - valendo-lheo ‘Prémio Iniciação à Investiga-ção’. O prémio será atribuídopela Sociedade Portuguesa deEstatística, na próxima segunda-feira, na Faculdade de Ciênciasda Universidade de Lisboa.
No âmbito desta investigação,já foi desenvolvido um softwareque está em fase de testes noHospital de Braga para imple-mentação futura. Concluiu-seque o número de pacientes ad-mitidos nas urgências tem vindoa aumentar ao longo do tempo.
As entradas nas urgências va-riam consoante o dia da semana,o mês do ano e o facto de um de-terminado dia ser feriado ou não.“O número de admissões tem o
seu pico à segunda-feira, decres-cendo durante a semana. Regis-ta-se menos afluência em dias deferiado. Nos serviços de urgên-cia geral e obstétrica, as admis-sões são mais frequentes nos
meses quentes, ao contrário doque acontece com a pediatria”,afirma a jovem de 22 anos, na-tural de Vieira do Minho (Bra-ga).
A análise dos dados fornece
dados relevantes para o bomfuncionamento de estruturashospitalares, como a quantidadede profissionais de saúde ou decamas necessárias em determi-nado dia da semana ou época do
ano. Este modelo matemático épioneiro a nível nacional, desta-cando-se pela capacidade deprever em tempo real e de formadinâmica a informação pretendi-da.
UMinho cria modelo que prevêutentes que recorrem às urgênciasO PROJECTO da autoria de Adriana Vieira, da Universidade do Minho, tem como objectivo uma melhorgestão dos recursos humanos e materiais. O modelo já lhe valeu o ‘Prémio Iniciação à Investigação’.
DR
Novo método desenvolvido pela investigadora da UMinho visa uma melhor gestão dos recursos nos hospitais
O ‘Prémio Iniciação àInvestigação’ distingueanualmente os melhorestrabalhos desenvolvidosem Probabilidades e Estatística, no âmbito de dissertações de mestrado. “Estegalardão representa uma recompensa pela dedicação no desenvolvimento deste estudo. Reconhecetambém a qualidade do ensino da UMinho e otrabalho de cooperaçãodesta instituição comentidades externas de referência”, afirmaAdriana Vieira. O trabalho‘Modelação de Admissõese Internamentos naUrgência do Hospital de Braga’ contou com a coordenação de InêsSousa, professora daEscola de Ciências daUMinho, e Sónia Dória,directora de produção do Hospital de Braga.
+ mais
Antiga aluna de Ciências da ComunicaçãoDocumentário de Inês Carrola exibido no Prémio Sophia EstudanteO documentário ‘Nha Storia’ de Inês Carrola, antiga aluna da Licenciaturaem Ciências da Comunicação, é um dos seis documentários seleccionados(entre um total de 28 a concurso) para ser exibido no Prémio Sophia Estu-dante, no Centro Cultural de Belém, no dia 7 de Dezembro de 2016.Esta é a primeira vez que uma produção de um aluno da Universidade doMinho concorre aos Prémios Sophia Estudante, um evento organizado pe-la Academia Portuguesa de Cinema e apoiado pelo ICA.O filme retrata uma viagem à infância numa família marcada pelas dificul-dades, a superação e a sua relação com o mar. Foi realizado em Cabo Verde,na Ilha de Santiago, na Cidade de Pedra Badejo e é o resultado do projetofinal do 3º ano de Licenciatura de Ciências da Comunicação, da Universida-de do Minho. O documentário já foi exibido no encontro “Curtas CC”, organi-zado pelo Departamento de Ciências da Comunicação do Instituto de Ciên-cias Sociais da Universidade do Minho, em Junho 2016 no GNRation, ondeganhou o prémio do melhor documentário.
§UMinho
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AMARES| Redacção |
A Unidade de Saúde Familiar(USF) ‘Entre Homem e Cáva-do’, em Amares, entra hoje emfuncionamento, dimensionadapara atender cerca de sete milutentes .
A Administração Regional deSaúde do Norte informa queaquela USF dispõe de quatromédicos especialistas em Me-dicina Geral e Familiar, quatroenfermeiros de família e quatrosecretários clínicos, “o que lhe
permite atribuir equipa de saú-de familiar a toda a populaçãoinscrita”.
Com a entrada em funciona-mento desta USF, o Centro deSaúde de Amares fica “total-mente reconfigurado” de acor-do com o modelo da reformados Cuidados de Saúde Primá-rios em curso, passando a dis-por de duas USF e uma Unida-de de Cuidados na Comuni-dade.
Aquela é a 236.ª USF criadana Região Norte num total na-cional de 463.
Saúde
USF Entre Homem e Cávadoatende sete mil utentes
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Público Porto Tiragem: 33035
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O Centro Hospitalar Gaia-Espinho
(CHGE) interpôs no Tribunal Ad-
ministrativo e Fiscal do Porto uma
acção reclamando o pagamento,
por parte da autoridade de gestão
do anterior programa operacional
regional, da última tranche de fi nan-
ciamento comunitário para a obra
da primeira fase de requalifi cação
da unidade de Gaia.
Hospital de Gaia reclama em tribunal 1,8 milhões à CCDR-Norte
Segundo o CHGE, o valor em falta
é de 1,8 milhões, mas a Comissão de
Coordenação da Região Norte, res-
ponsável pelo ON.2, assume apenas
o não pagamento de 800 mil euros. O
diferendo entre as duas instituições
prolonga-se há um ano, desde que a
anterior liderança da CCDRN decidiu
que, tirando projectos admitidos na
fase de overbooking, só aceitaria pe-
didos de reembolso feitos até 31 de
Outubro de 2015.
As obras no hospital terminaram
nessa altura, e esta instituição só lan-
çou os últimos pagamentos ao em-
preiteiro depois desse prazo, admi-
tindo que, dado o interesse público
da obra em causa, poderia ser aberta
uma excepção, algo que estaria na es-
fera da decisão do gestor do progra-
ma. Acontece que a equipa liderada
Fundos comunitários Abel Coentrão
Programa operacional regional ON.2 recusou pagar verbas referentes à primeira fase das obras no Hospital Santos Silva
então por Emídio Gomes não abriu
excepção para ninguém, explicou ao
PÚBLICO fonte da CCDRN. E como
resultado disso, parte do apoio de
sete milhões à fase A de reabilitação
do Santos Silva não foi entregue.
Segundo fonte da CCDRN, em cau-
sa estarão 800 mil euros. No proces-
so que interpôs em tribunal, o hospi-
tal refere uma verba muito diferente:
1,8 milhões. E pede o mesmo trata-
mento que foi dado noutras regiões
a obras com um claro interesse públi-
co, que puderam entregar despesas
até 31 de Dezembro, argumenta. As
partes têm tentado o diálogo, já sob
a presidência de Freire de Sousa na
comissão, mas não chegaram ainda
a um acordo.
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Diana Cohen
Desde que a Urgência do Hos-pital de S. João da Madeiraencerrou, os utentes passa-ram a poder contar com umaconsulta aberta 24 horas pordia e com acesso directo. Foia esse serviço que Maria Te-resa Anacleto recorreu, natarde da passada segunda-feira, quando sentiu uma in-disposição. Contudo, a mu-lher, de 69 anos, já não regres-sou a casa. Acabou por falecerà porta da Consulta Aberta deMedicina Familiar depois deter sido atendida.
O Centro Hospitalar de Entreo Douro e Vouga (CHEDV), queagrupa os hospitais da Feira,Oliveira de Azeméis e S. João daMadeira, confirmou ao Diáriode Aveiro o sucedido e, emboragarantindo que a sexagenáriarecebeu o tratamento adequa -do, avançou que a administra-ção “ordenou de imediato aabertura de um proces so deaveriguações ao sucedido”.
Fonte do CHEDV informouque a mulher, residente em S.João da Madeira, deu entradana consulta aberta às 15.28 ho-ras de segunda-feira “tendo sidoanalisados os seus anteceden-tes e as suas queixas, proce-dendo-se à avaliação clínica erealização de terapêutica ade-quada à situação clínica apre-sentada”.
Segundo o hospital, Maria Te-resa Anacleto acabaria por re-ceber alta “atendendo à melho-ria clínica e não havendo evi-
dência de patologia aguda aoexame clínico efectuado, depoisde não haver qualquer sinal deinstabilidade durante a estadano serviço”. Foram-lhe, con-tudo, “explicados os sinais dealarme que poderiam motivara necessidade de regresso aohospital”.
“Prontamente assistidano local”
Quando saía da consulta e iaao encontro do marido, que aacompanhava, a utente “sentiuuma sensação de desmaio, semperda de consciência, que evo-luiu rapidamente para paragemcardio-respiratória”. O CHEDVrefere que a mulher foi “pron-tamente assistida no local pelosprofissionais do Hospital que,identificando a gravi dade da si-tuação, asseguraram de ime-
diato o Suporte Avança do deVida e a activação da VMER[Viatura Médica de Emergênciae Reanimação]”.
Foram realizadas manobrasde reanimação que duraramcerca de uma hora, mas já nãofoi possível reverter a situaçãoe o óbito acabou por ser decla-rado no local.
Os médicos que socorrerama mulher comunicaram à famí-lia que “a causa da morte eradesconhecida, tratando-se, pro-
vavelmente, de um quadro ful-minante”.
Lamentando “profundamen -te” o sucedido, o CHEDV refereque “a ocorrência de uma situa-ção como esta reves te-se sem-pre de um sentimen to de angús-tia pela imprevisibilidade que acaracteriza, para a equipa deprofissionais do Hospital, cujamissão diária é salvar vidas”.
O centro hospitalar salientaque foi um “momento de gran -de pesar para a instituição epara todos os profissionais”,apresentando “sinceras e senti -das condolências à família dautente”.
Maria Teresa Anacleto era ca-sada e tinha dois filhos. O Diáriode Aveiro tentou obter declara-ções junto do marido da fale-cida, mas este não se mostroudisponível para tal.|
Utente morre após consulta no hospitalS. João da Madeira Médicos comunicaram à família que a morte terá estadorelacionada com um “quadro fulminante”. O incidente motivou a abertura de um processo de averiguações
A mulher, de 69 anos, sofreu uma paragem cardio-respiratória à porta do Hospital
ARQUIVO
Foram feitas manobrasde reanimação que duraram cerca de umahora, mas já não foipossível revertera situação e o óbito foi declarado no local
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Âmbito: Regional
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UTENTE MORRE APÓSCONSULTA NO HOSPITALMulher de 69 anos, que recorreu à Consulta Aberta do Hospital de S. João da Madeira, morreuapós ter recebido alta. O centro hospitalar abriu um processo de averiguações Página 11
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Sangue João Almeida e Sousa dirige IPST • O diretor das urgências e dos cuidados intensivos dos Hospitais da Universidade de Coimbra, João Paulo Almeida e Sousa, vai ser o novo presiden-te do Instituto Português do Sangue e da Transplantação e toma posse no próximo dia 1, confirmou fonte do Ministério da Saúde. Sucede a Hélder Trindade.
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R
Manuel Delgado (à esq.) e Henrique Luz Rodrigues, presidente do Infarmed
SAÚDE
Gestores vão trabalhar ao lado de médicos CLÍNICOS O Ordem contesta e recusa eventuais pressões
CRISTINA SERRA
O M inistério da Saúde quer
apostar na gestão hospi-talar com formação ade-
quada e ter gestores a trabalhar ao lado dos médicos. O anúncio da medida foi feito hoje pelo se-cretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado. A Ordem dos Médicos contesta o projeto e re-cusa eventuais pressões.
"Vamos criar um modelo de profissionalização e a ideia é ter nos conselhos de administra - ção, e ao nível da gestão inter-média dos hospitais, profissio-nais com formação específica
PORMENORES
Taxa extraordinária O Governo quer estabelecer acordos com as empresas dos dispositivos médicos para defi-nir um tecto anual da despesa do Serviço Nacional de Saúde. sendo a taxa de 5% apenas um recurso para quem não aderir ao acordo.
Risco nos cuidados A Associação Nacional dos Centros de Diálise considera que o pagamento de uma taxa extraordinária vai pôr em causa a prestação de cuidados aos Insuficientes renais crónicos com o nível de cobertura e qua-lidade até agora praticados.
em gestão hospitalar, que esta-rão ao lado dos médicos", afir-mou Manuel Delgado, conside-rando "importante" dotar os serviços com uma atuação mui-to mais "profissional, transpa-rente e racional". Carlos Cortes,
da Ordem dos Médicos, afirmou ao CM estar "arrepiado" com o anúncio. "É inaceitável qual-quer tipo de pressão na autono-mia dos médicos. O problema na saúde está na má gestão e não na prescrição", diz o médico. •
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Mário Cvnligin, ministro Finanç.i.
••
3, A despesa com o pessoal au-mentou 3,6%, parcialmente de-vido a reversão faseada da redu-
ção remuneratória no Estado.
4• o
o O crescimento da despesa com Juros (04,8%) foi determinado pelos aumento de encargos da divida direta do Estado.
Nacional
"Execução feita à custa de impostos"
"A história da execução orçamental deste ano é exatamente essa: sempre feita à conta do aumento da arrecada-ção de impostos e isso é notório em to-
dos os momentos", adiantou Assunção Cristas, líder do CDS-PP, à margem da P Convenção Anual de Administração
Pública.
Baixa do IVA visível em novembro
A execução favorável do IVA ocorreu num mês (outubro) em que Já se terá feito sentir, pelo segundo mês, o efeito da redução da taxa de IVA na restaura-ção, sendo que o efeito relativo às em-presas da restauração que se encon-tram no regime trimestral refletir-se-á pela primeira vez em novembro
Execução orçamental Hospitais EPE explicam tendência nos pagamentos atrasados. Receita do Estado cresce mais do que a despesa
Dívidas em atraso voltam a aumentar como em 2012
Luis Reis Ribeiro
luis.ribeiroWHinheirovivo.pt
► O valor em dividas atrasadas do setor público aos fornecedores (mais de 90 dias de atraso) aumen-tou 14% em outubro face a igual mês de 2015, para 1161 milhões de euros, a maior subida de que há re-gisto. Esta série só começou a ser divulgada em setembro de 2011 (com dados a partir de junho desse ano) por iniciativa do anterior Go-verno do PSD-CDS.
Tal como no passado, são os hos-pitais EPE (Entidades Públicas Em-presariais) que explicam a dilata-ção do montante das dividas que estão por pagar há mais de 90 dias, indica o Ministério das Finanças na síntese da execução orçamental até outubro, ontem divulgada.
Se esse passivo de 1,2 mil mi-lhões de euros tivesse de ser regu-larizado, a despesa teria de aumen-
1,1 A receita líquida de IVA registou uma ligeira melhoria de 4,1 milhões de euros face ao pe-ríodo homólogo
5 , O
O
A receita de IRS caiu 5,4%, em grande parte devido ao aumento dos reembolsos e pela diminui-ção da sobretaxa.
tar na mesma proporção. Adiar pa-gamentos acaba, assim. por ser mais uma ajuda para os cofres do Estado já que exige um menor es-forço imediato à Tesouraria dos serviços públicos. Ainda assim. há um esforço para não acumular mais dívida a fornecedores, que caiu 18% em outubro (valor homó-logo). para 2227 milhões.
Recuo a junho de 2011 No entanto, os atrasos voltam a aparecer. Em junho de 2011. estava Portugal no inicio do programa de ajustamento do PSD-CDS e da trolka, o volume de pagamentos em atraso registava a sua última su-bida (5%). Na altura, a situação dos fornecedores do Estado e outras entidades era bem mais frágil: o se-tor público estava a dever-lhe qua-se cinco mil milhões de euros. Des-de então, e até agosto deste ano, o volume de dividas atrasadas des-ceu de forma contínua e expressi-va até atingir um mínimo 921 mi-lhões de euros em dezembro do ano passado.
As Finanças confirmam que "os pagamentos em atraso das entida-des públicas situaram-se em 1161 milhões de euros no final de outu-bro, representando um aumento de 13 milhões de euros face ao mês an-terior. Esta evolução é essencial-mente explicada pelo ab'mento no SNS". Entre outubro de 2015 e igual mês deste ano, os dos hospitais EPE subiram 69% (309 milhões de euros atrasados). Em contrapartida, a ad-ministração local reduziu 32%.
Défice global caiu Em todo o caso. o boletim ontem divulgado traz noticias favoráveis. O défice global apurado de janeiro a outubro deste ano caiu 357 mi-lhões de euros face aos dez meses .do ano 2015. "O défice até outubro melhora em sintonia com o cresci-mento económico", destacou o ga-binete de Mário Centeno.
Essa descida "resulta do aumen-to de 1,7% da receita, superior ao crescimento de 1,1% da despesa. O quarto trimestre inicia-se com pers-petivas positivas na frente orçamen-tal, dando continuidade às boas no-ticias relativas ao crescimento eco-nómico do terceiro trimestre". A despesa só não sobe mais porque o Governo tem retido ao máximo o in-vestimento público, manteve um ní-vel elevado de cativações e diz estar a cortar nas gorduras e nos consu-mos intermédios. •
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Desconto de 5% pode pôr em causa qualidade da diálise REAÇÃO A Associação Nacional de Centros de Diálise (Anadial) asse-gura que o pagamento de uma taxa extraordinária porá em causa a qualidade e o nível de cobertura dos cuidados prestados a cerca de 12 mil insuficientes renais crónicos.
Numa carta enviada a todos os grupos parlamentares, a Anadial refere que as clínicas de diálise não estão em condições de aceitar uma nova redução de 5% sobre as fatu-ras do Serviço Nacional de Saúde (SNS). como pretendido pelo grupo parlamentar do Partido Socialista na proposta de aditamento ao Or-çamento de Estado para 2017.
O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, explicou ontem que o Governo pretende estabele-cer acordos com as empresas para definir um teto anual da despesa no SNS, a exemplo do que foi feito com a indústria farmacêutica, sendo a taxa extraordinária apenas um re-curso para quem não quer aderir ao acordo.
A Anadial recorda que, em 2008. foi estabelecido um 'preço com-preensivo" com o SNS que com-preende "um pacote de serviços que não tem par em qualquer outro sistema de saúde". Esse pacote já sofreu, desde 2011, duas reduções e um acréscimo de serviços, que diminuíram 20% ao preço inicial.
Face às eventuais implicações na qualidade do serviço, a Anadial su-gere que deve ser iniciado um pro-cesso de partilha de responsabili-dades e compromisso que deve contar com a participação do Mi-nistério da saúde, dos operadores do setor, das associações de doen-tes, do Ministério da Saúde e até da Ordem dos Médicos. is.
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Corte: 1 de 1ID: 67085745 25-11-2016
ENFERMEIROS
DENÚNCIA DE VIOLÉNCIA Os enfermeiros vão poder que-brar o sigilo profissional sem-pre que tenham suspeitas de maus-tratos e violência do-méstica, para que possam de-nunciar os casos às autorida-des policiais, judiciais e sociais.
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Corte: 1 de 1ID: 67084723 25-11-2016
Portugal no divã
Tiago Luz PedroEditorial
O diagnóstico é desolador: entre
2008 e 2015, no intervalo de
tempo em que a crise entrou
a fundo nas nossas vidas,
o número de portugueses
que padecem de alguma forma de
doença mental disparou para níveis
insustentáveis. A taxa de prevalência
de casos de depressão e ansiedade
passou de uns preocupantes 20%
para uns assustadores 31% da
população e todos sem excepção
foram afectados, em particular os
homens e em especial os mais jovens.
Os números constam de um estudo
coordenado pelo psiquiatra José
Caldas de Almeida e são os primeiros
a estabelecer uma correlação directa
entre os impactos da crise e os
seus efeitos na saúde mental dos
portugueses, que sabíamos existir,
embora ignorando a sua dimensão.
Não é de agora que Portugal tem das
mais altas taxas de prevalência de
doença mental na Europa nem que
o consumo de antidepressivos — e de
ansiolíticos, álcool ou antipsicóticos —
está bem acima da maioria dos países
europeus. Mas se a isto somarmos
anos de destruição de emprego e de
rendimentos, temos o caldo perfeito
para a situação a que se chegou.
E o que se fez nesta área nos
anos da crise? Cortou-se, adiou-se,
desinvestiu-se. Criámos um primeiro
Plano Nacional de Saúde Mental, mas
não lhe demos dinheiro sufi ciente
para conseguir implementá-
-lo em todas as suas dimensões.
Continuámos a internar doentes
em vez de os acompanharmos em
casa, criando respostas efectivas
e muito menos onerosas de
reabilitação dentro da comunidade.
E continuámos a prescrever
medicamentos como se não houvesse
amanhã, sem conseguirmos perceber
que o problema da saúde mental não
é uma questão de farmácia.
Houve avanços nalgumas áreas,
como a criação de unidades de
psiquiatria nos hospitais gerais e
algumas (ténues) experiências com
equipas de proximidade. Mas os
ganhos, como agora se prova, não
se comparam aos danos que a crise
provocou numa fatia substancial da
população.
O relatório que hoje trazemos
nestas páginas é importante pelo
que nos diz, mas também pelo que
não diz. É que há toda uma geração
de crianças e jovens que se segue
aos que hoje têm 30 anos em risco
de também fi carem para trás. Vivem
em famílias que não se entendem
e estudam em escolas onde não se
revêem, para conseguir empregos
que não existem num contexto de
crise que não acabou. Não há como
não dizê-lo: na área da saúde mental,
Portugal está de rastos. Vai ser
preciso que muita coisa mude para
conseguir tirá-lo do divã.
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Corte: 1 de 3ID: 67084530 25-11-2016
Já são 30% os portugueses com problemas de saúde mental
Numa altura em que se diz que “o
pior da crise já está superado”, há
novos dados que mostram que os
impactos das difi culdades fi nancei-
ras, económicas e sociais dos últimos
anos estão longe de estar ultrapas-
sados. Em 2008, a prevalência de
doenças mentais na população por-
tuguesa era de 19,8% e, em 2015, este
valor disparou para 31,2%, segundo
um estudo que será apresentado ho-
je, em Lisboa.
“Confi rma-se que, de facto, os de-
terminantes económicos e fi nancei-
ros têm uma infl uência muito grande
na saúde mental das pessoas”, sinte-
tiza José Caldas de Almeida, coorde-
nador do trabalho e presidente do
Lisbon Institute of Global Mental He-
alth, que desenvolve estudos nesta
área em colaboração com a Organi-
zação Mundial de Saúde.
Apesar de se saber que há uma re-
lação entre a crise e a degradação da
saúde mental, para o psiquiatra os
dados são, mesmo assim, “surpreen-
dentes”. “Nós já tínhamos em 2008
uma prevalência de doenças mentais
bastante mais elevada do que a mé-
dia europeia e, portanto, esperaría-
mos que a margem de crescimento
não fosse muito grande. Por outro
lado, medimos a prevalência só agora
em 2015, numa altura em que vários
aspectos da crise já estavam a ser ul-
trapassados e em que o pior da crise
já deveria estar superado”, defendeu
o especialista, que vai apresentar os
dados preliminares do trabalho a
que o PÚBLICO teve acesso no Fó-
rum Gulbenkian de Saúde Mental,
que este ano tem como tema: “Crises
Socioeconómicas e Saúde Mental: da
Investigação à Acção”.
As preocupações não fi cam por
aqui. A prevalência de doenças men-
tais aumentou em todas as frentes:
os problemas ligeiros passaram de
13,6% para 16,8%, os problemas
moderados de 4,4% para 7,6% e os
problemas graves de 1,8% para 6,8%.
Estudo mostra impacto da crise: em 2008, menos de 20% da população tinha problemas de saúde mental. Agora são mais de 30%. Há mais jovens afectados. E mais homens a consumir antidepressivos. Cuidados prestados por vezes falham
SaúdeRomana Borja-Santos
“Seguramente que ou são novos ca-
sos, ou casos que já poderiam existir,
mas em que houve um agravamento
pronunciado”, comenta.
Para Caldas de Almeida, o estudo,
que se baseia numa amostra de 911
indivíduos, representativa da popu-
lação portuguesa, reforça “a relação
entre uma maior prevalência de pro-
blemas de saúde mental com factores
especifi camente ligados à crise eco-
nómica, como a diminuição de rendi-
mentos e as difi culdades fi nanceiras
para aceder a bens essenciais”.
Outro exemplo: as pessoas com di-
fi culdade em cumprir o pagamen-
to dos créditos também revelaram
perturbações com mais frequência.
Aliás, mais de 40% das pessoas refe-
riram uma descida de rendimentos
desde 2008. Cerca de metade devido
ao corte de salários e pensões, 14%
por desemprego, 6% por mudança
de emprego e 5% porque se refor-
maram. As que assumiram não ter
rendimentos sufi cientes para pagar
as suas despesas representam tam-
bém quase 40% da amostra.
De que problemas estamos a fa-
lar? Que doenças são estas? “Procu-
rámos compreender as mudanças
que ocorreram nos problemas de
saúde mental, em geral, e em relação
a duas perturbações mentais que são
as mais infl uenciadas por situações
de crise: as perturbações depressivas
e as perturbações de ansiedade”, es-
clarece o médico.
O estudo recolheu igualmente da-
dos relativos ao consumo de álcool
e aos suicídios, mas nesta fase preli-
minar ainda não há conclusões. No
entanto, o último relatório Saúde
Mental em Números 2015, publicado
em Março deste ano pela Direcção-
Geral da Saúde, indicava que se aos
números de suicídio registados em
2014 somarmos 20% das mortes de
causa indeterminada, como reco-
mendam os especialistas, Portugal
passa a estar já num nível que justi-
fi ca alarme, pelos critérios da Orga-
nização Mundial de Saúde.
Mais jovens e mais homensO trabalho de Caldas de Almeida re-
correu a uma amostra de pessoas que
já tinham integrado um estudo nacio-
nal de saúde mental em 2008/2009.
A equipa seleccionou um grupo de
911 indivíduos, que continuou a ser
representativo da população portu-
guesa em termos de idade, género
e zona de residência. Foi nos que já
tinham alguma perturbação mental
em 2008, que já tinham tido ideias
suicidas, níveis educacionais mais
baixos e nas mulheres que a degra-
dação foi maior. O mesmo foi regis-
tado nos idosos, viúvos e nas pessoas
separadas.
Mas, desta vez, a crise foi mais
longe. Caldas de Almeida explica
que os idosos tendem sempre a ser
mais afectados pelas doenças men-
tais. “[Porém, desta vez,] verifi cámos
que há uma diminuição progressiva
da importância dos mais velhos para
haver um aumento crescente no esca-
lão dos mais novos, dos 18 aos 34 anos
— ou seja, parece que a crise atingiu
todos os grupos, mas atingiu de uma
forma especial os mais jovens.”
Há uma outra pista nestas conclu-
sões preliminares que o professor da
Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Nova de Lisboa quer
aprofundar. Portugal já era líder no
consumo de psicofármacos a nível
da União Europeia. De 2008 a 2015
a venda destes medicamentos dis-
parou, sobretudo dos antidepres-
sivos e ansiolíticos. A prevalência
das doenças mentais e o consumo
de fármacos continua a ser muito Trabalho de Caldas de Almeida parte de uma amostra de 911 pessoas, repr
É conhecida a relação entre crise económica e saúde mental. Mas mesmo assim os dados encontrados são considerados “surpreendentes”
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resentativa da população
31,2%Os novos dados que hoje serão apresentados na Gulbenkian, em Lisboa, indicam que quase um terço dos portugueses tem uma doença mental. O número disparou depois da crise. Em 2008 a prevalência era de 19,8%
6,8%Em 6,8% dos casos analisados a perturbação mental encontrada foi considerada grave. As perturbações graves foram, aliás, as que mais cresceram desde 2008, altura em que a prevalência era de 1,8%
40%A privação financeira é uma das explicações avançadas para a degradação da saúde mental dos portugueses. Cerca de 40% das pessoas não têm dinheiro suficiente para pagar as despesas
50%Metade dos que referiram ter perdido rendimentos desde 2008 apontam os cortes de salários e de pensões como as principais causas
27,9%Nos últimos cinco anos, 27,9% dos portugueses procuraram os cuidados de saúde por sofrerem problemas de saúde mental. Os médicos de família foram a principal porta de entrada no sistema
A crise atingiu todosos grupos, mas atingiu de uma forma especial os mais jovensCaldas de AlmeidaPsiquiatra
maior entre as mulheres, mas desta
vez encontrou-se um “aumento par-
ticularmente elevado no consumo
por parte dos homens”.
O psiquiatra admite que Portu-
gal não soube aproveitar a crise pa-
ra fazer uma “reforma profunda”,
nomeadamente lançando o Plano
Nacional de Saúde Mental. Reco-
nhece que foram registados alguns
problemas de acessibilidade, mas
rejeita que os serviços públicos de
saúde tenham falhado, adiantando
que, nos últimos cinco anos, 27,9%
das pessoas procuraram cuidados
de saúde por problemas de saúde
mental, recorrendo sobretudo aos
médicos de família.
Além disso, o especialista sublinha
que o “estigma” continua também a
ser uma barreira: “Muitos não rece-
bem cuidados simplesmente porque
não reconhecem que precisam.”
Serviços pressionadosO estudo indica que mais de 70%
das pessoas que precisaram tiveram
acesso a cuidados de saúde, ainda
que algumas refi ram difi culdade em
suportar custos como os das viagens.
No entanto, só em 40% dos casos os
cuidados foram adequados. Caldas
de Almeida lembra que a maior pro-
cura trouxe uma maior pressão sobre
os serviços, justifi cando que muitas
das falhas estão num acompanha-
mento demasiado breve dos doentes
ou demasiado centrado nos hospitais
e pouco na comunidade.
Do lado positivo o psiquiatra des-
taca os “factores protectores” que
permitiram minimizar o impacto
da crise. O estudo concluiu que as
pessoas que viviam em bairros onde
se sentiam seguras e bem integra-
das e aquelas que tinham uma rede
familiar estruturada desenvolve-
ram menos perturbações mentais.
É por isso que, há já vários anos,
Caldas de Almeida recomenda uma
estratégia que se afaste da simples
abertura de camas de saúde mental
e que aposte em “mais serviços na
comunidade, virados para a preven-
ção, a reabilitação e a colaboração
entre os serviços especializados e os
cuidados de saúde primários”. Sem
esquecer que “os problemas não se
resolvem só com serviços de saúde”
e que “exigem um aprofundamento
de intervenções que permitam dar
apoios sociais”.
3 PERGUNTAS A JOSÉ CALDAS DE ALMEIDA
O que poderíamos ter feito de diferente nos últimos anos para mitigar os efeitos da crise?Podíamos ter feito muitas coisas diferentes. O principal problema é que não aproveitámos esta crise para aprofundar as reformas que tinham sido iniciadas antes da crise, ou mesmo no início da crise, quando se aprovou Plano Nacional de Saúde Mental (PNSM). Foi um erro suspender a implementação do plano, porque parámos as mudanças que eram mais necessárias do que nunca. Precisamos de mais serviços na comunidade, de mais serviços virados para a prevenção e reabilitação e de melhorar a colaboração entre os serviços especializados e cuidados de saúde primários.Houve algum grupo de pessoas que tenha sido especialmente afectado pela crise?À medida que vamos subindo nos escalões etários a prevalência de problemas de saúde mental é sempre maior. Mas os dados de 2015, em relação a 2008, sugerem fortemente que há uma diminuição progressiva da importância dos mais velhos para haver um aumento crescente do escalão mais novo, dos 18 aos 34 anos — ou seja, parece que a crise atingiu todos os grupos, mas atingiu de uma forma especial os mais jovens.Nas mulheres, tanto antes da crise como agora, regista-se uma
prevalência mais elevada de problemas de saúde mental. Mas, quando comparamos 2008 com 2015, proporcionalmente, os problemas de saúde mental aumentaram mais nos homens do que nas mulheres. Isto vem confirmar uma ideia que já tinha sido levantada por outros estudos de que há sempre grupos especialmente afectados pela crise e que esta crise, por atingir muito o emprego, e o emprego dos mais jovens, afecta os problemas de saúde mental dos mais novos.Que medidas considera que é preciso tomar no imediato?Não há uma medida. Tem de haver uma estratégia global e holística que combine medidas de tipo social e económico, na área do emprego, com medidas que se dirijam à prevenção e ao tratamento dos problemas de saúde mental. Dentro do grupo das medidas na área social e económica assumem uma especial importância medidas como a protecção social das pessoas mais incapacitadas, programas que ajudem as pessoas desempregadas a integrarem--se no mercado de trabalho e pessoas em privação financeira a gerirem as suas dívidas. Ter dívidas é um factor altamente relacionado com a existência de problemas de saúde mental.Do lado das medidas da área da saúde, o que este estudo mostra é que é preciso pôr a saúde mental como um tema importante da saúde pública do nosso país. A reforma deve investir não em camas, mas em programas com equipas na comunidade,
que possam trabalhar em conjunto com os cuidados de saúde primários e desenvolver programas onde as pessoas vivem e junto das pessoas que são mais vulneráveis.
ENRIC VIVES-RUBIO
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Um terço da população já sofre de ansiedade ou depressãoA crise económica fez disparar o número de casos de doença mental no país. A evolução é mais acentuada entre os jovens. E também há mais homens a consumir antidepressivos e ansiolíticos Sociedade, 14/15
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Médico escreve no livro de reclamações do próprio centro de saúde O protesto foi partilhado nas redes sociais pelo presidente da secção regional do centro da ordem
"Neste último mês foram raros os atos em que o sistema fun-cionou. Vemos os doentes, regis-tamos os dados em folhas de papel, esperamos pacientemen-te que o sistema funcione e, em horas fora do nosso horário, fica-mos a inserir dados e a passar receitas."
A queixa foi apresentada esta semana por um médico de famí-lia no livro de reclamações do seu centro de saúde. O protesto foi partilhado nas redes sociais pelo presidente da secção regio-nal do centro da Ordem dos Médi-cos, Carlos Cortes, protegendo a identidade do médico e da uni-dade de saúde em causa. "Duran-te quanto tempo mais vai durar
a hibernação do bom senso que deveria existir no Ministério da Saúde?", questiona o responsá-vel. Ao i, Carlos Cortes diz que as dificuldades que têm sido denunciadas nos últimos meses pela ordem e sindicatos se man-têm. "Há problemas que são resol-
O médico queixa-- -se da falta de soluções para problemas informáticos
O Ministério da Saúde anunciou a aquisição de 10 mil novos computadores
vidos num lado, mas depois apa-recem outros."
Na reclamação, o médico tam-bém lamenta a falta de soluções para os problemas informáti-cos que se têm sentido em par-ticular nos centros de saúde. "De que importa decretos de lei sobre tempos máximos de res-posta se nem o atendimento no dia fazemos em qualidade? De que importa a organização dos serviços em grupos multidisci-plinares se não conseguimos comunicar? De que importa a política de qualidade dos regis-tos se estes não se conseguem fazer? E no final? Na contratua-lização e na avaliação do nosso desempenho, o que conta são dados inscritos num sistema que raramente funciona."
O Ministério da Saúde anun-ciou em setembro a aquisição de 10 mil novos computado-res para as unidades do SNS. Marta E Reis
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Horas a mais no trabalho
Portugueses trabalham de mais e põem saúde em riscoEm Portugal, ao contrário do resto da Europa, trabalha--se cada vez mais horas, especialmente quadros e chefias, e o fenómeno tem implicações nas relações familiares e na saúde, alerta o psiquiatra Pedro Afonso. Sobem os casos de hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes e depressão.
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Relatório da OCDE divulgado esta semana analisou a saúde
dos europeus e dos seus serviços de saúde. Saiba onde
estamos melhor e pior
TEXTOS Marta E Reis NFOGRAflA Óscar Rocha
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Portugueses vivem cada vez mais. Falta conseguir viver melhor
Mulheres portuguesas são as que vivem mais anos com limitações dè saúde. OCDE traçou esta semana o retrato da saúde na Europa
MARTA F. REIS (Texto) [email protected]
Imagine um check-up completo. Na hora dos resultados, não vale a pena estar com rodeios: algumas coisas estarão bem, noutras os sinais de alerta são inequívo-cos e recomendam mais do que sopas e descanso: tratamento. O relatório "Health at Glance: Europe 2016", divulgado esta semana pela Comissão Europeia e pela OCDE, analisou os indicadores de saú-de mais recentes disponíveis em todos os estados membros e faz uma radiogra-fia do estado de saúde das populações, do acesso aos cuidados de saúde e dos principais fatores de risco. Portugal é um doente equilibrado, dentro da média e até bem posicionado em algumas áreas. Mas há maleitas bem visíveis. O peso das doenças crónicas e incapacidades, a (má) perceção da população sobre o seu bem-estar, as infeções hospitalares e as mor-tes por pneumonia são alguns dos resul-tados a recomendar cautela.
PORTUGUESAS EM DESVANTAGEM Na EUPD-pa, a esperança média de vida aumen-tou em média seis anos entre 1990 e 2014. Esta é uma das conclusões positivas dos autores, que alertam, porém, que há 50
milhões de europeus a viver com doen-ças crónicas - número que tem estado a aumentar e poderia ser prevenido com políticas de promoção de saúde mais for-tes que ajudassem a reduzir doenças res-piratórias ou diabetes.
Portugal pode ter motivos de orgulho: a esperança de vida aumentou 7,2 anos, mais do que a média, atingindo 84,4 anos nas mulheres e 78 nos homens. Mas é aqui que surge a primeira som-bra no exame: apesar de viverem mais, as mulheres portuguesas são as que enfrentam um maior período das suas vidas com limitações de saúde. À nas-cença, podem esperar viver 55 anos sau-dáveis mas em média vivem 29 anos com problemas limitadores das suas ati-vidades. São mais sete anos do que a média europeia e mais do dobro do que nos países com melhores indicadores, Suécia e Malta, onde a esperança de vida não está muito longe da registada em Portugal e as mulheres vivem apenas dez anos com problemas de saúde que as condicionem no dia a dia.
Os dados publicados pela OCDE dão algumas pistas sobre os problemas mais comuns no país. O país apresenta a mais baixa taxa de mortalidade por doenças isquémicas do coração (enfartes) e mes-
Mulheres portuguesas vivem em média 29 anos com condições que limitam as suas atividades, o pior registo na União Europeia JOSÉ. • "rERNANDES
OCDE contabiliza 9827 mortes prematuras num
ano por doenças crónicas e lesões que
podiam ser prevenidas
Desigualdades sociais refletem-se na perceção de saúde mas também nos hábitos saudáveis
de alimentação
mo na incidência e taxa de mortalida-de associada ao cancro surge dentro da média, mas está menos bem posiciona-do no AVC e nas doenças respiratórias. Em 2013, Portugal registava a maior taxa de mortalidade na Europa por pneu-monia, mais do dobro da média da União Europeia.
MORTES EVITÁVEIS A OCDE estima que em 2013 morreram prematuramente na Europa 550 mil pessoas com doenças crónicas evitáveis, 9827 das quais em Portugal, um impacto de 66 294 anos de vida produtiva perdidos. Além de pro-blemas do foro respiratório como a doen-ça pulmonar obstrutiva crónica, Portu-gal é o segundo país europeu atrás da França onde mais pessoas declaram ser diabéticas (9,3% da população com mais de 15 anos). Os últimos dados nacionais mostram que o impacto será ainda maior, com 1,3 milhões de portugueses com dia-betes e outros três milhões com pré-dia-betes. O excesso de peso, entre adultos e crianças, é um dos principais fatores de risco e a análise não traz boas notí-cias. Portugal era em 2010, último ano com dados comparáveis, o terceiro país com mais crianças e jovens com exces-so de peso, só atras de Grécia e Itália.
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A perceção da população portuguesa sobre o seu estado da saúde é das mais negativas na Europa, um dado recorren-te nas comparações internacionais que dá que pensar. Portugal é o terceiro país onde as pessoas se sentem pior de saú-de, com apenas 45,9% a considerar-se bem ou muito bem. Na União Europeia, em média, 67,4% dos europeus, em 2014, diziam sentir-se bem ou muito bem.
O PESO DAS DESIGUALDADES Uma das vertentes do estudo da OCDE, que se repete a cada dois anos, passa por per-ceber se há diferenças significativas no estado da população consoante os seus rendimentos ou nível de educação. Mais uma vez, concluem que o peso das desi-gualdades sociais na saúde continua a ser grande. Em Portugal, a diferença entre ricos e pobres não foge à regra: no grupo dos 20% com menores rendimen-tos, apenas 38% se sente bem ou muito bem de saúde. No grupo dos 20% mais ricos, a percentagem duplica para os 61%.
As desigualdades sociais também se refletem na prevenção, que começa no prato - em Portugal, os maus hábitos ali-mentares, com o excesso de açúcar e sal, são a principal causa de perda de anos de vida saudáveis. Os dados da OCDE
dão mais pistas sobre o problema: entre os portugueses com menos educação, apenas 15,8% consomem cinco frutas ou vegetais por dia, enquanto 27% da popu-lação portuguesa com estudos superio-res, e previsivelmente mais rendimen-tos, segue esta orientação. Os portugue-ses são também entre os europeus os menos adeptos do desporto.
Mas há mais alertas. Só 57% da popu-lação adulta portuguesa pratica pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana, contra uma média de 64% na União Europeia. Os campeões são a Suécia: quase oito em cada dez adultos fazem exercício regu-larmente. E os jovens portugueses até comem fruta, mas são dos que conso-mem menos vegetais.
Ao longo de 204 páginas de estudo, não faltam alertas. Portugal é o país com mais infeções associadas aos cuidados de saú-de, tema que tem estado de novo na agen-da. Metam 10,8% dos doentes, quando a média europeia ronda os 5,9%. O dia-gnóstico tardio do vírus da sida é outra área em que Portugal tem de melhorar: 33% dos casos são detetados no estádio de sida, quando países como Reino Uni-do, Bélgica ou Dinamarca estão a apro-ximar-se dos 20%.
31,4
28,0 28,0 28,1
18,2
21,8 18,5 17,9
ESP ALE FIN
30,9
20,3
ITA
22,2
15,0
POR UE (28)
PERCENTAGEM DE DOENTES AFECTADOS
ALERTAS DE INFEÇÕES HOSPITALARES Portugal é o país europeu com maior taxa de infeções associadas aos cuidados de saúde
U E (28) GRE
DIAGNÓSTICO TARDIO DO VIH Percentagem de casos detetados já no estado de SIDA
DIN POR
TAXA MORTALIDADE POR PNEUMONIA (%)
TOTAL HOMENS MULHERES
FINLÂNDIA 5,4 8,2 4,1 49
ESPANHA 17,9 26,0 13,3
27 33 EUROPA 26,0 34,1 20,8
REINO UNIDO 50,9 60,6 45,4
PORTUGAL 58,6 82,3 45411 UE (21) POR ESL
SABIA► QUE: A pneumonia mata SABIA QUE: Estima-se que haja 1300 16 portugueses por dia
casos de infeção por VIH por diagnosticar no país
DEMÊNCIAS VÃO AUMENTAR Número de casos por 1000 habitantes
MÉDIA DE ANOS COM LIMITAÇÕES DE SAÚDE MULHERES
ANOS DE VIDA ANOS DE VIDA SAUDÁVEIS COM LIMITAÇÕES
HOMENS ANOS DE VIDA ANOS DE VIDA
SAUDÁVEIS COM LIMITAÇÕES
EU (28)
ESPANHA
61,8
65,0
21,8
21,2
61,4
65,0
16,7
15,4
29,0 58,3 19,7
SUÉCIA • 73,6 10,6 73,6 6,8
REINO UNIDO 64,2 19,0 63,4 16,1
ESLOVÁQUIA 54,6 25,9 55,5 17,8
ATRASO NO USO DE GENÉRICOS Percentagem das embalagens consumidas no país
30,0 -
RU UE (t8) POR
10,8
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Há mais portugueses sem dinheiro para fazer tratamentos
Crise prejudicou acesso à saúde, sobretudo nos grupos mais vulneráveis, alerta a OCDE. Despesa pública em saúde em Portugal vai aumentar
MARTA F. REIS [email protected]
A OCDE alerta que a crise sentida em toda a Europa a partir de 2008 prejudi-cou o acesso à saúde, sobretudo nos gru-pos mais vulneráveis. Portugal não esca-pa ao fenómeno. Os dados publicados esta semana revelam que triplicou a per-centagem de portugueses que dizem ter necessidades de saúde por satisfazer por razões financeiras.
Os autores do relatório usaram dados do Eurostat para chegar a esta conclu-
são, que indicam que a percentagem de portugueses nesta situação passou de 2,2% em 2008 para 6,3% e 2014.
Na Grécia e em Itália há restrições ain-da maiores: mais de 10% da população admite ter dificuldades, o dobro do que acontecia em 2008. Mas o maior aumen-to percentual foi em Portugal.
Um segundo indicador prende-se com as despesas que as famílias têm de fazer do seu próprio bolso para ter acesso à saúde, ou seja excluindo os impostos com que ajudam a financiar o SNS, o dinheiro que gastam na compra de medi-
camentos, taxas moderadoras ou paga-mento de consultas a título particular.
Em média, as famílias europeias assu-miram diretamente 15% dos encargos com saúde em 2014. Portugal é o quinto pais europeu onde os cidadãos mais car-gos: 27,5% das despesas em saúde são suportadas pelas famílias. O relatório leve-la ainda que tem aumentado o recurso a seguros privados: em 2005, abrangiam 17,5% da população portuguesa e, em 2014, já mais de dois em cada portugueses teria também um seguro de saúde. Um estu-do apresentado no ano passado pela Enti-
dade Reguladora da Saúde ligou o cresci-mento dos seguros privados em Portugal ao desinvestimento público na saúde.
No que toca a investimento, o relató-rio da OCDE permite perceber como se compara o país com o que acontece lá fora e a conclusão não é animadora. A despesa pública em saúde em Portugal representou em 2015,,8% do PIB, contra uma média de 7,8% na União Europeia. Há países a alotar uma parcela muito maior à saúde, como Alemanha (9,4%) ou França (8,6%). Portugal, a este ritmo, está mais perto da cauda do investimen-to, com a Grécia a registar uma despesa pública na saúde de 5% do PIB ou a Romé-nia 4% do PIB. O país é o segundo com uma menor despesa pública por capita: 1299 euros ajustados ao poder de com-pra por pessoa e por ano, contra uma média de 2177 euros na União Europeia.
O estudo "Health at a Glance: Europe 2016" reforça um alerta que tem vindo a ser feito por outras entidades como o FMI. No futuro, a despesa em saúde vai aumentar, fruto do envelhecimento da população e do aparecimento de novas tecnologias e medicamentos. Portugal é dos países onde se prevê um maior aumen-to da despesa pública em saúde até 2060. Por essa altura, o país cada vez mais enve-lhecido e com um grande peso de doen-ças crónicas deverá precisar de investir 8,5% do PIB em saúde, acima dos gastos da União Europeia.
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MORTES PREMATURAS Mortes causadas por doenças crónicas ou lesões evitáveis entre os 25 e 64 anos. Por 100 000 habitantes
.SABIA QUE: Em 2013, houve 550 mil mortes prematuras na Europa. Em Portugal, 9827 portugueses morreram antes dos 65 com doenças crónicas evitáveis, com um impacto de 66 294 potenciais anos de vida produtiva perdidos
170 PORTUGAL
11110 ESPANHA • 4110
CHIPRE UE BULGÁRIA
16,4
IMPACTO DA CRISE- DOENTES COM NECESSIDADES DE SAÚDE POR SATISFAZER POR RAZÕES FINANCEIRAS Em percentagem
2008 2000 2010 2011 2012 2013 2014
ITÁLIA 8,7 Co.=,,_
GRÉCIA 7,0
ALEMANHA 4,6
PORTUGAL 2,2 SUÉCIA 1,8
13,3
6,3
6
ESP RU UE (11) BEL POR RU UE (11) POL
977 94A 94,8 83,2
BEL ALE POR UE (11) POL
95,0 90,9 88,0
1 1 -1
97,8 96,3 89,5 8%5
LUX POR
OS MÉDICOS... ...DÃO EXPLICAÇÕES FÁCEIS DE ENTENDER? SIM (em percentagem)
...PERMITEM FAZER PERGUNTAS E COLOCAR DÚVIDAS?
Mais de 50 milhões de europeus têm duas ou mais doenças crónicas
Em 15 paires europeus, incluindo Portugal, o médico de família é a porta de entrada no sistema de saúde. Este modelo foi proposto na declaração Alma-Ata, assinada em 1978 e defendida pela Organização Mundial de Saúde. Na Aústria, Chipre, Republica Checa, Alemanha, Grécia e Luxemburgo os doentes podem ir diretamente aos médicos especialistas, sendo as despesas reembolsadas.
• • POR
ESPERANÇA DE VIDA
80,9 83,3 83,2 81,4 81,3 74,5
74,2 77,0 77,1 75,7 74,1 71,2
11111111111 UE (28) ESP iTA RU POR BUL
...ENVOLVEM OS DOENTES NAS DECISÕES SOBRE OS TRATAMENTOS?
PORTUGAL É O SEGUNDO PAÍS ONDE AS PESSOAS VÃO A MENOS CONSULTAS POR ANO
UE (25) ESP FIN POR SUE
PREVISÕES DA DESPESA PÚBLICA EM SAÚDE (2060)
Percentagem do PIB
8,5 POR RU UE
+2,5 PONTOS PERCENTUAIS QUE EM 2013
O CUSTO DA SAÚDE (2015)
Portugal é o segundo país da europa ocidental com menos despesa em saúde per capita anualmente
Particulares Estado TOTAL
LUXEMBURGO 966 5057 6023
ALEMANHA 601 3403 4003
EUROPA (28) 604 2177 2781
PORTUGAL 668 1299 1967 GRÉCIA 656 1007 1663
Cuidados primários devem estar disponíveis 24 horas por dia O reforço dos cuidados primários e ganhos de eficiência nos hospitais são cruciais, diz OCDE
A necessidade de reforçar o acesso aos cuidados primários de saúde, como por-ta de entrada nos sistemas de saúde e forma de evitar idas desnecessárias às urgências, é um dos alertas da OCDE, que avisa que no futuro a pressão sobre os serviços de saúde será cada vez maior. Uma das áreas em que projetam um maior aumento de casos é nas demên-cias: em Portugal, a incidência deverá passar de 17,9 casos por mil habitantes para 28 casos em 2035. Um dos apelos da organização é para que os cuidados primários estejam acessíveis 24 horas por dia e sete dias por semana, o que ain-da não acontece em Portugal. A OCDE dá como exemplo os "huisartsenpost" criados na Holanda uma espécie de linha de saúde 24, em que é suposto a popu-lação procurar conselhos médicos antes de uma deslocação às urgências caso o centro de saúde esteja fechado. Mas Amesterdão avançou com uma terceira opção, em que há sempre médicos e enfer-meiros disponíveis em centros de aten-dimento permanentes, que podem ir a casa do doente ou pedir-lhe que se des-loquem a estes postos de saúde.
Portugal também surge como exem-plo de boas práticas, mas em matéria de investimento em informação, que deve servir de base a boas políticas. A OCDE destaca o facto de o país monitorizar indi-cadores como o número de doentes hiper-tensos seguidos nos cuidados primários ou utentes a tomar antidepressivos.
A análise conjunta da OCDE e da Comis-são Europeia, que recorreu a base de dados do Eurostat e a inquéritos inter-nacionais mas também a dados cedidos pelos países, sugere que os portugueses estão em geral satisfeitos com o atendi-mento nos cuidados primários: 89,6% consideram que as consultas com os médi-cos habituais têm a duração suficiente e a maioria concorda também que os médi-cos dão explicações fáceis de entender.
Ainda assim, os portugueses parecem ter menos consultas por ano do que os congéneres europeus. Em 2014, houve 4,1 consultas por habitante em Portugal, quando a conta na Europa dá, em média, sete. Portugal surge também como um dos países onde há menos aparelhos de ressonância magnética nos hospitais. Outra área em que parece haver menor acesso é nas cirurgias para colocação de próteses da anca. Em 2014 registaram-se em Portugal 87,5 operações por cada 100 mil habitantes quando a média na UE foi de 188 intervenções, mais do dobro.
911
DESPESA COM PENSÕES DE INCAPACIDADE E BAIXAS MÉDICAS Percentagem do PIB
SABIA QUE:
DESPESA PÚBLICA EM SAÚDE (2015)
Percentagem do PIB
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DOSSIÊ SAÚDE
o chC°nher-up da saúde dos pottugucscs
Mulheres vivem 29 anos com problemas físicos
1,3 milhões têm diabetes
Temos a maior taxa de mortalidade por pneumonia // PÁGS. 16-21
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IIIIIII :ORIMEIRA MÃO SAÚDE
Estado já deve 1.100 milhões às farmacêuticas Dívidas dos hospitais públicos às empresas farmacêuticas e de dispositivos médicos aumentam ao ritmo de 18 milhões por mês.
A dívida dos hospitais públicos continua a aumentar e o acordo assinado com a Apifarma está em risco.
DÍVIDAS DOS HOSPITAIS PÚBLICOS
Metas do acordo com as empresas estão em risco Os hospitais continuam a acumular dívidas à indústria farmacêutica, ameaçando regras do acordo com o Estado. São mais 150 milhões.
Ligia Simões isimoes*jornaleconomico.pt
As dívidas dos hospitais públicos à indústria farmacêutica e às em-presas de dispositivos médicos são já superiores a 1.100 milhões de euros. Há empresas a amea-çar abandonar o País e o setor tem pela frente milhares de des-pedimentos e a retração no lan-çamento de produtos inovado-res, face aos atrasos nos paga-mentos do Estado.
O montante em dívida, em setembro deste ano, representa um agravamento de 18 milhões de euros por mês desde o início do ano. Só o valor referente à dí-vida global dos hospitais públi-cos às empresas farmacêuticas, de medicamentos e diagnósticos in vitro, em setembro de 2016, era de 792 milhões de euros. Um montante que inclui as regiões autónomas e hospitais que não fazem parte do acordo entre a indústria farmacêutica e o Esta-do para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo por base uma amostragem de 52 empresas associadas da As-sociação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma)
Apesar de representar uma diminuição de 3,5% face a agos-to, não deixa de revelar um au-mento da dívida de 95 milhões desde janeiro deste ano, mês em que as farmacêuticas tinham por cobrar do Estado um total de 697 milhões de euros, segundo da-dos oficiais da Apifarma.
Já no caso das empresas asso-cíadas da Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (Apormed), os dados ofi-ciais revelam que as dívidas to-tais ascendem a 313 milhões de
euros em setembro, mais 10 mi-lhões de euros (3,3%) face a agos-to e mais 68 milhões (28%) face a janeiro. Das dívidas totais às em-presas de dispositivos médicos, mais de metade - 183 milhões de euros - refere-se a dívida vencida há mais de 90 dias.
Contas feitas, que pecam por defeito dado tratar-se de uma amostragem do total de associa-dos da Apifarma e Apormed, a dívida total dos hospitais do SNS disparou para 1.105 milhões de euros em setembro.
O elevado montante de dívi-das dos hospitais está já a levar algumas farmacêuticas a equa-cionar sair do mercado portu-guês. O Jornal Económico apu-rou que 12 empresas de disposi-tivos médicos estão a ponderar abandonar Portugal face a este "cenário não muito saudável", sinalizado por uma fonte do se-tor. Segunda esta fonte, "os maiores prejudicados acabam por ser os doentes, pois deixam de ter acesso a produtos que já existiam e arriscam, noutros ca-sos, a não ter acesso a produtos inovadores".
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, assinou em março um acordo com a Apifarma que visa controlar a despesa pública com medicamentos.
Despedimentos e fuga de empresas Para além deste peso da dívida, frisa outra fonte do sector, acres-ce a nova comparticipação ex-traordinária que o PS pretende introduzir em 2017 e que tem como objetivo gerar "poupanças ao nível da despesa", de cerca de 35 milhões de euros.
Em causa está uma receita de 5% sobre o valor de cada fatura apresentada à entidade do SNS, após a dedução do IVA, pela pres-tação de serviços ou fornecimen-to de bens relativos a meios com-plementares de diagnóstico e te-rapêutica, dispositivos médicos e reagentes. Fonte de uma das empresas associadas da Apor-med sublinhou que "não fosse tudo isto suficiente com as em-presas a não receberem dos hos-pitais e a estarem a financiar o SNS e ainda vão ter de pagar uma taxa extraordinárias".
Para este responsável, "não são 35 milhões de euros que fa-rão o Orçamento do Estado ser mais ou menos robusto" e a me-dida "vai acentuar o movimento colossal de 'downsizing' das em-presas".
Recorde-se que, em agosto deste ano, o presidente da Asso-ciação da Apifama, João Almei-da Lopes, tinha já assumido que o setor já despediu 2500 pessoas e que o Estado está longe cum-prir os 90 dias para aprovação de medicamentos inovadores.
O Jornal Económico questio-nou o Ministério da Saúde sobre o montante de dívida total dos hospitais do SNS e a parcela refe-rente às empresas farmacêuticas, mas fonte oficial remeteu respos-ta para a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Até ao fecho desta edição, a ACSS também não respondeu. u
O avolumar das dívidas às farma-cêuticas, a uma média mensal de 18 milhões de euros, permite já notar, segundo dados da Apifar-ma, que existe risco de incumpri-mento do acordo entre o Ministé-rio da Saúde e a Indústria Farma-
cêutica para o controlo da despe-sa pública com medicamentos, em 2016.
Para este ano, o acordo prevê que a indústria contribua com 200 milhões de euros, tendo sido fixado o teto de dois mil milhões
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Corte: 2 de 3ID: 67084721 25-11-2016
ENTREVISTA João Carvalho das Neves Ex-presidente da Administração Central dos Serviços de Saúde
"Única forma de resolver dívida histórica é com verbas adicionais no OE" Deve haver promoção estilos de vida e alimentação saudáveis. Sem
prevenção, pressão sobre as despesas de saúde vão continuar a subir.
de euros de despesa pública com medicamentos.
Em contrapartida, o Ministé-rio da Saúde compromete-se a apoiar as instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com as ações necessárias a continuar a proceder ao pagamento da dívida total por fornecimentos hospitala-res de medicamentos e de meios de diagnóstico in vitro das empre-sas aderentes ao acordo e para ga-rantir que o valor da dívida venci-da hospitalar a 31 de dezembro de 2016 seja inferior, em cada empre-sa aderente, ao valor apurado a 31 de dezembro de 2015.
Os dados da Apifarma reve-lam que em setembro, face ao fi-nal de 2015, havia um acréscimo de valores por pagar de 150 mi-lhões de euros. Uma variação que reflete uma dívida de 684 mi-lhões de euros em setembro deste ano, contra 535 milhões de euros
em Dezembro de 2015. Os mon-tantes referem-se às 72 empresas aderentes ao acordo e apenas na área do medicamento, não abran-gendo os hospitais das ilhas.
O aumento da dívida às farma-cêuticas, que assinaram o acordo como Estado para contribuir para a sustentabilidade do SNS, leva fonte do sector a não excluir a ne-cessidade de reforço do orçamen-to da Saúde até ao final do ano.
O Jornal Económico questio-nou o Ministério da Saúde se está previsto algum reforço da dotação do Orçamento da Saúde até ao fi-nal do ano, mas até ao fecho desta edição não obteve resposta. No en-tanto, no final de Agosto, o secre-tário de Estado do Orçamento, João Leão, afirmou que o Governo tem um plano para ajudar a regu-larizar as dívidas da saúde, através de vários desembolsos, que já co-meçaram a realizar-se m15
Luís Reis Pires [email protected]
João Carvalho das Neves diz que é essencial haver uma política de prevenção de saúde, caso contrá-rio a pressão sobre os custos vai continuar a aumentar.
A dívida do SNS anda há anos para ser resolvida, já nos tempos da troika se tentou resolver sem sucesso. Como se resolve o pro-blema? Isto não vem dos tempos da troika, vem de muito antes. Sim, mas a troika também ten-tou resolver o assunto e não con-seguiu. Não se tentou resolver. Foi um período de muita contenção de despesa e restrição financeira, mas até por isso era impensável que fosse naquela época que o problema se resolvesse. O que aconteceu foi afectarem-se algu-mas verbas para minimizar os problemas que existiam na altu-ra, mas nunca ninguém pensou que o problema da dívida fosse ficar resolvido. Mas o défice do SNS melhorou. Na questão do défice, durante aqueles três anos, conseguimos foi terminar o último ano prati-camente com equilíbrio. Mas quando há um equilíbrio econó-mico no exercício, o que signifi-ca é que não há uma acumulação de mais dívida. A que lá estava continua lá para ser pagar. Então e como se resolve? A única forma de resolver dívida histórica é com verbas adicio-nais no Orçamento do Estado para pagar a dívida histórica, não há outra maneira. Enquanto o Orçamento não tiver uma ver-ba destinada exclusivamente a isso, a dívida vai-se manter ali. E até está a aumentar. É natural, porque as pressões do lado da despesa são sempre maiores. E os governos, quer o
deste país, quer os dos outros, não sabem o que é saúde. Só sa-bem é pôr dinheiro na doença e tratar doenças. E por isso o que temos é cada vez mais doenças crónicas, derivado dos estilos de vida que as pessoas levam e da alimentação desgraçada que têm. As politicas do Governo são sempre a fazer festinhas. Há pro-blemas de sal? Então vai-se aqui fazer uma contenção no pão, para ter menos sal. Mas as bebi-das açucaradas, a carne, o leite, etc, que está demonstrado cien-tificamente que criam proble-mas à saúde, não têm politica al-guma nessa matéria. Mas até se introduziu uma taxa sobre as bebidas açucaradas. O Governo vem dizer que vai au-mentar os impostos neste ou na-quele produto, porque é prejudi-cial à saúde. Mas eles não estão preocupados com a saúde de nin-guém, só estão preocupados em arrecadar mais dinheiro. E por isso taxam mais determinados produtos, com a justificação de que faz mal à saúde. Então se faz mal à saúde, agarrem nesse di-nheiro e ponham no ministério da Saúde, que é quem tem de gas-tar dinheiro pelo facto de haver comportamentos do consumidor que são prejudiciais à saúde. Mas
João Carvalho das Neves, professor do ISEG e ex-presidente da ACSS, diz
que sem políticas concertadas para promover estilos de vida saudáveis,
os países com serviços nacional de saúde "vão estourar".
o imposto arrecadado com taba-co, bebidas açucaradas, dos pro-dutos com excesso de sal, etc, es-sas receitas vão para onde? Vão para o ministério das Finanças, para serem usadas noutras áreas. Falta prevenção? Não há uma po-lítica de educação nesse sentido. Nem há educação, nem nin-guém está a trabalhar para, a médio/longo prazo, haver uma contenção ou redução da procu-ra dos serviços de saúde que, no fundo, são serviços de doença —as pessoas só lá vão quando es-tão doentes. Como não se faz nada, o que acontece em todo o mundo é o aumento das doenças crónicas. Não é possível alterar o estado de saúde de uma popula-ção, quando se continua a consu-mir tudo o que é produtos indus-trializados, que fazem mal à saú-de, e se consomem cada vez me-nos produtos naturais. Então... Para mim, é muito claro. Todos os países que têm Serviço Nacional de Saúde vão estourar, porque os governos não tomam políticas que sejam concertadas. Aliás, acho que já nem dá para a politica concertada ser de um país. tem de ser à escala europeia ou até mais do que isso. Caso contrário, cada vez vai haver mais pressão sobre os sistemas de saúde. E os gover-nos não têm capacidade para ta-xar cada vez mais, para terem or-çamentos adequados às despesas de saúde que têm. É por isso que em Portugal há um défice siste-mático. E quando há défice, au-menta a dívida. E enquanto não houver uma verba para se pagar a dívida aos fornecedores, um pla-no a mais de um ano, não se resol-ve nada da dívida histórica. E não vale a pena fazer contenção de custos, porque eles vão sempre existir, porque as pessoas preci-sam dos serviços e vão continuar a recorrer a esses serviços. A única maneira é prevenir e garantir que as pessoas têm estilos de vida e alimentação mais saudável. ■
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Estado deve 1.100 milhões às farmacêuticas Dívidas dos hospitais públicos às empresas farmacêuticas e de dispositivos médi-cos crescem ao ritmo de 18 milhões de euros por mês. O número global é astronó-mico e põe em causa as metas do acordo assinado este ano com o setor. P4
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Corte: 1 de 1ID: 67084585 25-11-2016Dois recrutas morreram Informação aos doentes PSP Vítimas em todo o país
Plataforma revela medicamentos em investigação
A plataforma nacional EUPATI, integrando o projecto internacional que reúne 19 países, será formalizada hoje para informar os doentes sobre a investigação de medicamentos e os ensaios clínicos. O objectivo, segundo a plataforma, é disponibilizar ao público “conhecimento actualizado” .
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Fome Comissdo Europeia. 'Ecorromle lortOstopes of mumcrn
REPRODUÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA
Doutor, quero ter um filho Os tratamentos de fertilidade estão mais eficazes, mas continuam caros. Torná-los mais baratos é um desafio difícil de superar.
Denise Femandes [email protected]
Há 30 anos, o nascimento de Carlos Saleiro foi notícia de capa de jornal. Muito antes de estar na ribalta por ser jogador de futebol, Saleiro já era conhe-cido por ter sido o primeiro bebé-proveta em Portugal. Hoje, os nascimentos que ocor-rem através de técnicas de Pro-criação Medicamente Assistida (PMA) já não são novidade. Em média, por ano, em cada 100 bebés que nascem em Portugal, três são resultado do uso das técnicas concebidas em labora-tórios altamente sofisticados e apetrechados com tecnologia de ponta.
Apesar de existirem 27 clí-nicas de fertilidade privadas em Portugal e de a concorrên-cia ser já considerável, o preço a pagar para se fazer um bebé em laboratório é considerado elevado. É difícil chegar a um valor médio por ciclo - ou seja, por cada tentativa de gravidez -, mas os preçários publicados pelas várias clínicas não dei-xam margem para dúvidas: é caro para a grande maioria das pessoas.
Para se ter uma ideia, a téc-nica utilizada (e melhorada en-tretanto) em 1986 para conce-ber Carlos Saleiro, a Fertiliza-ção In Vitro (FIV), é hoje das mais usadas pelos médicos e custa entre 3.400 a 4 mil euros em várias clínicas privadas con-sultadas pelo Jornal Económi-co. Mas, dentro do arsenal tera-pêutico atual, o tratamento mais comum é a microinjeção de espermatozoide (na sigla in-glesa ICSI), cujo preço ronda os 4 mil euros. Muitas vezes, os preços incluem o batalhão de análises necessárias antes e du-rante o tratamento de fertilida-de, desde que feitos na mesma clínica, mas há ainda que so-mar a medicação. É que o Esta-do só comparticipa os medica-mentos em 69%, o que implica que o casal terá de deixar entre 300 a 500 euros na farmácia.
Para quem não tem capaci-
dade económica, a única opção é recorrer ao Serviço Nacional de Saúde, que paga os trata-mentos para a infertilidade na totalidade. Porém, há limita-ções legais e listas de espera pela frente no serviço público, num caminho já por si dificil de trilhar para um casal que quer e não consegue ter filhos. É que, além da espera que pode levar anos, os hospitais públi-cos só permitem até três trata-mentos e fecham as portas às mulheres com mais de 40 anos. E até há bem pouco tempo só as casadas, heterossexuais e infér-teis podiam aceder aos trata-mentos. fosse no público ou no privado.
Em Abril deste ano, no Par-lamento, os partidos da esquer-da aprovaram uma lei que veio alargar o acesso das técnicas de PMA a todas as mulheres. Pelo caminho ficou, porém, a gesta-ção de substituição (barrigas de aluguer), que não passou na As-sembleia da República. O CDS chegou a propor um aumento do número de ciclos comparti-cipados, mas também não pas-sou.
Com a nova lei, é expectá-vel que o recurso às técnicas de PMA - e às clínicas privadas - continue a crescer em Portu-gal. Os últimos dados disponi-bilizados pelo Conselho Nacio-nal de Procriação Medicamen-te Assistida, mostram que. em 2014, nasceram em Portugal 2.428 crianças como resultado da PMA, o que representa 2,9% do número total de nascimen-tos ocorridos nesse ano. Em 2013, a percentagem foi mais baixa, de 2,5%.
Vladimiro Silva, administra-dor do Centro de Estudos de Fertilidade (Ferticentro), diz que os casais que recorrem às clínicas privadas "são de todas as classes sociais, mas quem tem dinheiro, normalmente vai ao privado". "Há casais que, nestas circunstâncias, conse-guem ir buscar dinheiro onde ele não existe", conta. "Endivi-dam-se, pedem empréstimos a familiares, vão ao limite das suas capacidades financeiras para tentar ter filhos."
Não é para menos. Os segu-ros de saúde não cobrem os ca-sos de infertilidade e, por cada tentativa para engravidar, o ca-sal tem de pagar novamente o tratamento, as análises e a me-dicação, sem garantia de suces-so. Em média, são precisos três ciclos para conseguir uma gra-videz. Mas há fatores "emocio-nais e físicos", em particular a idade da mulher, que podem mudar as probabilidades, subli-nha Vladimiro Silva. "Na nossa clínica, houve dois casais recor-distas que só na 18' tentativa conseguiram", conta o diretor da Ferticentro.
Os dados oficiais mostram que, em 2014, foram registados 10.593 ciclos de PMA, mais de
"Há casais que, nestas circunstâncias, conseguem ir buscar dinheiro onde ele não existe", conta o diretor da Ferticentro, Vladimiro Silva
metade dos quais (54%) no setor privado. E a maioria (59,9%) não teve o desfecho pretendido pe-los casais. "Somos uma espécie cuja taxa reprodutiva é muito baixa, de 25%, e estamos a lidar com pessoas que estão abaixo desse limite", justifica Vladimi-ro Silva.
Mas por que razão é tão caro? O nível de tecnologia, o preço dos materiais e o grau de dife-renciação que é exigido aos profissionais justificam o pre-ço a pagar pelo recurso às téc-nicas de PMA, explica o direc-tor da Ferticentro. "As clínicas estão constantemente a inves-tir em tecnologia para conse-guirem trabalhar com qualida-de", acrescenta. Recentemen-te, a clínica gastou 100 mil eu-ros com uma incubadora que permite controlar os embriões 24/24 horas.
Nos últimos tempos, os pre-ços baixaram ligeiramente, de-vido ao crescimento do número de clínicas e à instalação de grandes grupos económicos em Portugal. É o caso da Ginemed que está em Lisboa, na Malo Cli-nic, há quase dois anos, e que conta com 13 clínicas em Espa-nha. o país europeu com maior número de clínicas de fertilida-de (394).
Segundo o diretor da Gine-med em Lisboa, Fernando San-chez, os preços em Portugal não diferem muito dos prati-cados no país vizinho. Além disso, o ginecologista e espe-cialista em reprodução assisti-da considera que o preço a pa-gar é relativo. "Se comparar-mos com um processo de ado-ção que, em Portugal, é muito complicado e quase impossí-vel, o preço não é alto", subli-nha.
As estimativas para o valor da indústria da fertilidade - se assim se pode designar - são di-ficeis de encontrar. Segundo o relatório "Economic landscapes of human tissues and cells for clinical application in the EU", é esperado que o mercado mun-dial valha 24,6 mil milhões de euros em 2020 (contra 16,3 mil milhões em 2013). ■
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NÚMERO DE CLÍNICAS DE FERTILIDADE EM 2014 NA ZONA EURO Valores em unidades 1-5
finam
180 Alemanha
Polónia (2010)
394 Espanha
RESULTADO DOS TRATAMENTOS DE FERTILIZAÇÃO IN VITRO E ICSI Valores em %
TAXA DE PARTOS MÚLTIPLOS Valores em %
29,1% Gravidez simples 20,4%
•
SAÚDE
MAIORIA DOS CASAIS COM PROBLEMAS DE FERTILIDADE RECORRE AO PRIVADO Em Portugal, 2.428 crianças nasceram em 2014 como resultado do uso das várias técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA), o que representa 2,9% do número total de nascimentos ocorridos nesse ano. Mais de metade dos casais com problemas de fertilidade que recorreram a ajuda, fizeram-no no setor privado, optando por pagar pelos tratamentos, dadas as limitações que existem no Serviço Nacional de Saúde.
RÁCIO DE CRIANÇAS NASCIDAS COM RECURSO A TÉCNICAS DE PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA
1 em cada 30 nascimentos 60
.9elgica
188 França
Em Portugal existiam 27 centros que executavam tratamentos de Infertilidade. dois dos quais executavam apenas Inseminação artificial.
C
PREÇOS PRATICADOS EM ALGUNS PAÍSES EUROPEUS Valores em euros
FERTILIZAÇÃO IN VITRO Consiste na colocação. em ambiente loboratorial..(in vitro),
de um número significativo de espermatozóides, 50 o 100 mil, ao redor de cada ovócito II, procurando
obter pré-embrides de boa qualidade que serão transferidos, posteriormente, paro o cavidade uterino.
2.950
1.650
:.900 2:373
MICROINJEÇÃO DE ESPERMATOZOIDES A ICS1 consiste na introdução de um espermatozóide em cada ovócito maduro para permitir o suo fertilização. A ICS1 é usada em situações em que há alterações no qualidade ou da quantidade de espermatozóides (poucos espermatozóides. com diminuição do mobilidade ou alterações da formo).
3.900 Portugal
Espanha
Itália
Alemanha .705
59,9% Não gravidez
38 e 39 anos A maioria das mulheres
portuguesas que recorreram a tratamentos tinha esta Idade.
11,0% Outros casos
"rssues ond Cells l01 Chnic01. Appllcotion in the EU" Infog,ofio Móno MnihOo 1 mmolhooPjornoleCOnornico.pt
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Para saber se tem anemia, há que fazer o rastreio e, para isso, basta uma picadela num dedo, indolor e rápido
Uma epidemia desconhecida Pode causar sintomas depressivos ou défice de atenção. É assim a anemia, em muitos casos causada por falta de ferro.
CARLA MARINA MENDES cmendesí5destak.pt
da Não é um problema a que se dê MI muita importância Ou tão pouco que preocupe. De resto, acabamos sem-pre por dar uma explicação aos sinto-mas associados à anemia. Afinal, quem nunca sentiu cansaço ou teve dores de cabeça, quem é que nunca dormiu mal ou teve falta de apetite? É por isso que Robalo Nunes, presidente do Anemia Working Group Portugal (AWGP) -Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia, não tem dúvidas: «a ane-mia é uma epidemia que está oculta». E é um problema de saúde pública.
São os números que o provam. Ao todo, «uma em cada quatro pÉ.s,klas no planeta tem alguma forma de anemia e metade é por falta de ferro», acres-centa o especialista Por cá, os núme-ros não são muito diferentes: o estudo EMPIRE confirma que um em cada cin-
co portugueses é afetado por anemia e um em cada três tem deficiência de fer-ro. E confirma também a falta de inte-resse atrás descrito, já que 84% dos afe-tados revelaram não saberem que eram anémicos, com 2% dos inquiridos a fazerem tratamento no momento do inquérito realizado a oito mil pessoas
Da falta de atenção à depressão Embora seja um problema «democrá-tico» e «transversal», como refere Ro-balo Nunes, é um facto que «a mulher
EM NÚMEROS
40% DAS MULHERES em todo o mundo engravidam sem o ferro suficiente, revelam dados internacionais.
25% •DAS CRIANÇAS com idades entre um e cinco anos têm anemia por carência de ferro.
Amanhã poderá fazer um rastreio à anemia e deficiência de ferro no Arrábida Shopping e no Centro Colombo
tem mais tendência a ser anémica», explica o ginecologista João Mairos. E, mais uma vez, é a falta de ferro o maior problema. Aqui, o já referido estudo avança outros números: 20,8% de mulheres anémicas contra 18,9% dos homens, valor que sobe para os 53,8% no caso das futuras mamãs, com 61,5% a apresentarem deficiência de ferro.
E nem os mais pequenos escapam. «Acreditamos que muito do sub-rendi-mento escolar, dos défices de atenção podem ter a ver com a deficiência de ferro», avança Robalo Nunes. E até es-tados depressivos. «Muitas queixas do foro psicológico e mental estão associa-das à falta de ferro e basta mudar isso para que h* uma melhoria flagrante».
É o ferro que, de resto, dá o mote à campanha que o AWGP lança a propó-sito do Dia da Anemia, assinalado ama-nhã. "Uma saúde de Ferro é uma saú-de sem Anemia" alerta e sensibiliza. E apela à realização do rastreio.
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Estas câmaras fazem tudo para que ninguém queira ir embora
Às 8h da manhã, a camioneta que
leva os moradores das aldeias em
redor de Vila de Rei ao centro da
localidade faz a sua primeira ronda
para apanhar os cerca de 380 estu-
dantes da única escola da vila, que
oferece do 1.º ao 12.º ano. À tarde, a
carreira que os leva a casa passa às
17h30. E não são só os mais jovens
que podem usufruir dela: os adul-
tos e idosos, principalmente os mais
carenciados, também aproveitam a
boleia de e para as suas casas.
É boleia, sim, porque todas as via-
gens são gratuitas, tal como são os
manuais de todas as disciplinas de
todos os anos escolares, a frequência
nas actividades extracurriculares, a
ocupação de tempos livres antes,
durante e após o período lectivo, e
o acesso à cultura e entretenimen-
to. Tudo para combater o envelhe-
cimento e isolamento da população
local e dar melhores condições de
vida aos residentes de Vila de Rei.
Foram estas e outras medidas que
valeram à autarquia a oitava distin-
ção consecutiva com a Bandeira Ver-
de do Observatório das Autarquias
Familiarmente Responsáveis (OA-
FR). Há outros 57 municípios que
vão receber esta distinção.
Os incentivos às famílias são uma
prioridade em Vila de Rei, afi rma
Paulo Costa, vice-presidente deste
pequeno município de Castelo Bran-
co, historicamente isolado das popu-
lações vizinhas, mas cada vez mais
empenhado em atrair novos mora-
dores. “Esta distinção constitui um
reconhecimento de que o município
tem como enfoque as pessoas, des-
de a criança que acaba de nascer até
ao idoso mais debilitado. Uma das
pedras basilares para combater o
isolamento numa região, em que
não há muitos recursos fi nanceiros
e os trabalhos são remunerados com
salários baixos, é apoiar a constitui-
ção de famílias”. Para tal, é preciso
criar mais postos de trabalho que
tragam novos moradores, ajudá-los
a fi xarem-se na região e incentivá-los
a criarem lá as suas famílias.
Cada casal que ofi cialize a relação
O Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis vai entregar as distinções às autarquias que se tenham destacado no investimento na qualidade de vida dos seus munícipes
plicou Paulo Costa. É por isso que
a autarquia aposta nas actividades
de ocupação dos tempos livres, no
investimento no desporto, na cultura
e no entretenimento dos mais jovens
e do resto da população.
Criatividade nos apoiosHá vários concelhos espalhados pe-
lo país que se destacam pelas suas
acções em prol dos agregados fa-
miliares. É a estes que se destinam
as bandeiras verdes atribuídas pela
OAFR. Entre os 12 parâmetros avalia-
dos estão os incentivos à paternida-
de e maternidade e às famílias com
necessidades especiais, os serviços
básicos, o apoio à educação e forma-
ção, a habitação e o urbanismo, os
transportes, a saúde, o acesso à cul-
tura, desporto, lazer e tempo livre,
entre outros. Também foram tidas
em conta outras medidas de conci-
liação entre o trabalho e a família.
Isabel Paula Santos, responsável do
Observatório, sublinha que “as au-
tarquias têm sabido corresponder
com criatividade aos desafi os do
Autarquias Jéssica Rocha
NELSON GARRIDO
NELSON GARRIDO
As autarquias que mais apoiam as famílias, com medidas que vão da saúde à educação, são premiadas
Algumas promovem consultas no dentista ou no oftalmologista
tempo presente, implementando
medidas de apoio às famílias com
elevado impacto apesar dos cons-
trangimentos orçamentais”. Este
ano, 58 dos 109 municípios que con-
correram receberão uma bandeira,
entregue esta semana. Espalhadas
por todo o território nacional, há 16
autarquias premiadas pela primei-
ra vez — entre elas Almodôvar, Ílha-
vo, Ovar, Penafi el, Ponta Delgada,
Sever do Vouga, Tomar e Viseu — e
com galardão atribuído há três ou
mais anos consecutivos contam-se
37. Lisboa lidera nos distritos com
mais municípios premiados (18%),
seguido de Coimbra (14%), Santarém
(12%) e Guarda (9%).
Braga é uma deles. Entre os apoios
da autarquia contam-se a devolução
às famílias de uma parte do IRS, uma
redução no IMI e nas contas da água
e do gás para as famílias numerosas,
os cartões para idosos e famílias nu-
merosas para os transportes públicos
e a oferta dos materiais escolares do
1º ciclo escolar. Agora que o Governo
também aderiu a esta prática, Ricar-
do Rio, presidente da Câmara Muni-
cipal, afi rma que vão avançar com as
ajudas para outros níveis de ensino e
já, a partir do próximo ano, os alunos
do 5º e 6º ano poderão contar com os
manuais gratuitos. Outra das inicia-
tivas pioneiras é a “Braga a Sorrir”,
que fornece tratamentos dentários
para a população mais carenciada,
em especial os idosos, numa clínica
criada em conjunto com a ONG Mun-
do a Sorrir onde, além das consultas
de diagnóstico, são oferecidos todos
os tratamentos necessários. Já vão em
mais de 5000 tratamentos a 900 os
benefi ciários desta medida.
E ainda há o “Projecto Pimpolho”,
numa parceira com o Hospital de
Braga, em que todas as crianças de
quatro anos do concelho têm con-
sultas oftalmológicas, com especial
enfoque na detecção precoce da am-
bliopia “porque nesta idade é mais
fácil de notar”, esclareceu o presi-
dente. Todas as semanas vai uma
turma ao hospital, o que, no fi nal
do ano lectivo, soma cerca de 800
a 900 crianças. Texto editado por Ana Fernandes
ceiros à fertilização in vitro. Depois,
é preciso oferecer um lugar onde os
possam deixar enquanto vão traba-
lhar. “Procuramos que nenhum pai
se veja impedido de trabalhar por
não ter quem fi que com o seu fi lho
no período escolar e fora dele”, ex- [email protected]
em Vila de Rei recebe 500 euros e,
por cada bebé que nasce, os pais re-
cebem um prémio: pelo primeiro fi -
lho, 750 euros, pelo segundo, 1000,
e pelo terceiro, 1250. E para os casais
que não conseguem ter fi lhos de for-
ma natural, também há apoios fi nan-
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Em Vila de Rei há prémios por casamento. Mas há mais ideias premiadas p22
As 58 câmaras que mais fazem por apoiar as famílias
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Hospitais Brexit e queda da emigração no setor levam britânicos a adotar medidas
Ingleses pagam mais para fixar enfermeiros
Empresas Inglesas tim vindo a Peetugal contratar enfermeiros, ao ponto daquele pais estar a desinvestir na tomiaçio
Inês Schredc [email protected]
► Os hospitais ingleses estão a ofe-recer melhores condições de tra-balho para segurar os enfermeiros portugueses. Mais cargos de chefia, melhores remunerações e ajuda a todos os que querem pedir a nacio-nalidade inglesa são a resposta dos britânicos ao Brexit [salda do Rei-no Unido da União Europeia] e á di-
minuição da emigração de enfer-meiros lusos registada este ano. Um enfermeiro emigrado em In-glaterra pode auferir entre 4000 e 4500 euros por mês.
'Os ingleses receiam que os en-fermeiros portugueses se venham embora e estão a oferecer-lhes mais cargos de chefia e melhores remu-nerações". explicou, ao IN. a basto-nária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, que chegou ontem
de Londres, onde participou num ci-clo de conferências promovidas pelo Royal College of Nursery. A basto-nária procurou inteirar-se da situa-ção dos enfermeiros portugueses na zona de Londres - são pelo menos 5800 - e ficou a saber que os hospi-tais instituíram medidas para evitar atos racistas ou xenófobos.
Na sequência do Brexit, qual-quer comentário de cariz xenófobo num hospital é alvo de um procedi-mento disciplinar, afirmou ao IN. Das conversas com os enfermeiros. Ana Rita Cavaco percebeu que sen-tem que "com o Brexit as pessoas na rua estão mais à vontade para destratar os imigrantes".
13 mil emigraram em cinco anos Nos últimos cinco anos, mais de 13 mil enfermeiros portugueses emi-graram, grande parte para o Reino Unido. 2014 foi o ano do grande êxodo (2850 pedidos de documen-tação para trabalhar no estrangei-ro feitos à Ordem dos Enfermeiros). Em 2015 os números diminuíram (2717), mas no primeiro semestre de 2016, face a igual período do ano anterior, a descida foi de 30% em resultado da abertura de mais va-gas no Serviço Nacional de Saúde o que está a deixar os ingleses em alerta. "Desde que começaram a recrutar enfermeiros em Portugal. os ingleses desinvestiram na for-mação, embora não o admitam". referiu Ana Rita Cavaco, conside-rando que também por isso estão preocupados com o aumento das saídas e diminuição das entradas.
A bastonária ficou satisfeita com o que viu, embora preferisse ter mais vagas no SNS, melhores con-dições de trabalho e remunerações diferenciadas para enfermeiros es-pecialistas, uma intenção que este Governo já assumiu mas que 'tem de sair do papel".
Preocupações que o relatório da OCDE "Health at Glance: Europe 2016'. divulgado anteontem, veio corroborar: Portugal é o 10.° pais com o mais baixo rácio de enfer-meiros por doente (6,1 por mil doentes) quando a média europeia é de 8,4. •
Hospitais estão a oferecer mais cargos de chefia e melhores salários
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• Cargos de chefia e nacionalidade britânica entre os incentivos • Nos últimos cinco anos emigraram 13 mil profissionais página io
Ingleses pagam mais para segurar enfermeiros portugueses
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Porto Venda solidária no Santo António
• A Liga dos Amigos do Hospi-tal de Santo António vai orga-nizar uma "venda de Natal" entre segunda e quarta-feira, cujo valor angariado reverte para a instituição, que ajuda utentes carenciados com me-dicamentos, comida, roupa, entre outros artigos. Será no salão nobre do hospital.
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