5 atividades legais para aula de educação física10:18 DANI SOUTO 5 COMENTÁRIOS
Essa é com certeza a aula mais esperada pela garotada, mas, muitas vezes, acaba virando só
um grande corre-corre no pátio. Isso pode mudar: o programa da disciplina para turmas de 1ª a
4ª série tem tudo para ser tão divertido quanto um recreio livre - e produtivo também. Claro,
você não é especialista, mas pode assumir essa tarefa e propor diversas atividades. Nos
primeiros anos do Ensino Fundamental, o currículo da matéria sugere ensinar a cooperação
entre os colegas e a criação de regras para brincadeiras em equipe. "Durante qualquer jogo
coletivo, os alunos aprendem esses conceitos, que serão aplicados em diferentes situações
da vida", afirma João Batista Freire, professor de Educação Física da Universidade do Estado
de Santa Catarina. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, a disciplina pode
ajudar os pequenos a entender também, entre outras questões, as diferenças culturais e
individuais. Isso inclui perceber, por exemplo, que meninos e meninas têm potenciais distintos,
mas que todos são capazes.
Na hora de fazer seu planejamento é importante ficar atento à faixa etária dos estudantes. Com
as turmas de 1ª e 2ª séries, o trabalho com brincadeiras tradicionais é perfeito. O objetivo,
nesse caso, é valorizar a cultura popular e dar autonomia aos pequenos na construção de
regras. Para 3ª e 4ª séries, o enfoque se volta para os jogos pré-desportivos, que exigem a
compreensão de normas mais complexas. A seguir, você confere três sugestões de atividades.
1. Pinobol: atividade aeróbica para trabalhar em equipe
O Pinobol é indicado pela professora Priscilla Voss, da Fundação Gol de Letra, do Rio de
Janeiro, para 3ª e 4ª séries. É um jogo que desenvolve a capacidade cardiorrespiratória das
crianças e a cooperação. Para começar, a professora providencia alguns cones de plástico,
daqueles de trânsito - de sete a 15 -, que são espalhados aleatoriamente pelo pátio. Se não
houver esses cones, a dica é usar baldes ou banquinhos e cadeiras pequenas de plástico.
"Quanto maior o número de cones, mais difícil fica o jogo. Por isso, o melhor é ir aumentando a
quantidade de forma gradual", explica Priscilla.
Ela divide os estudantes em duas equipes, que ficam em fila indiana, uma ao lado da outra.
Apenas dois alunos - um de cada equipe - competem de cada vez. O jogador da equipe A
precisa "queimar" o adversário com uma bola. O jogador da B tem como objetivo derrubar os
cones - o mais rápido possível e com qualquer parte do corpo. Priscilla dá a partida e
cronometra cada etapa. Quando o aluno da B é atingido, ele é substituído pelo próximo da fila.
O mesmo acontece com o jogador da equipe A assim que arremessa a bola. Quando a fila
termina, os papéis se invertem. Ganha a equipe que derrubar todos os cones em menor
tempo.
2. Brincadeiras de rua adaptadas para a escola
Valorizar as brincadeiras de rua é um dos objetivos da professora Cindy Siqueira em suas
aulas de Educação Física na Escola Anézio Cabral, em Osasco (SP). Para começar o trabalho
com a turma da 1ª série, ela lançou a questão: do que vocês brincam com os amigos quando
estão fora da escola? "De Balança Caixão", um dos alunos respondeu, explicando como era a
brincadeira. Os colegas começaram, então, a discutir os detalhes das regras que seriam
seguidas por eles quando fossem brincar no pátio.
O Balança Caixão começa quando uma criança é balançada por dois amigos que a seguram
pelas mãos e pernas. Enquanto isso, os demais cantam: "Balança caixão, balança você. Dá um
tapa nas costas e vai se esconder!" Terminada a música, a criança que estava suspensa é
deixada no chão com cuidado (providencie um colchonete para evitar impacto das costas do
aluno com o solo) e espera por alguns instantes até que todos - inclusive os colegas que a
seguraram - se escondam. Na hora da brincadeira, contudo, os alunos de Cindy tiveram que
adaptar as regras. "Perguntei às crianças o que fazer, já que não havia esconderijo suficiente
para todos no pátio", conta. A garotada resolveu o problema dividindo a classe em dois grupos
que se alternariam: o de pegadores e o de fujões.
Numa etapa seguinte, a professora pediu aos estudantes para perguntar aos pais e vizinhos se
conheciam o Balança Caixão e quais eram as regras no tempo em que eram crianças. A idéia
era fazer a garotada descobrir em que pontos a brincadeira coincidia ou se diferenciava em
relação à atual. Para enriquecer mais ainda a atividade, Cindy levou para a classe uma
reprodução do quadro Jogos Infantis, do pintor Pieter Bruegel. A pintura apresenta 84
atividades lúdicas do século 16. "Os alunos ficaram maravilhados ao descobrir que as crianças
daquela época conheciam uma brincadeira semelhante ao Balança Caixão", conta Cindy.
3. Bola na Torre: um jogo para seguir e criar regras
Parece basquete, mas não é. No Bola na Torre, outra atividade proposta pela professora
Priscilla, da Fundação Gol de Letra, a meninada precisa encestar a bola. Mas não é tão
simples assim, porque a tabela se move! O jogo, indicado para estudantes de 3ª e 4ª séries,
desenvolve habilidades corporais (como a pontaria) e sociais (como o trabalho em grupo). Na
hora de formar as equipes, meninos e meninas se alternam. Assim, há um equilíbrio de forças
e a garotada percebe as diferenças individuais.
As regras básicas são as seguintes: um aluno de cada equipe segura a cesta para seu time.
Cada um dos cesteiros sobe em um dos bancos suecos colocados em extremos opostos do
pátio e segura o balde na mão, tentando fazer com que a bola entre nele. Como o banco tem
apenas 20 centímetros de altura, não há perigo de a criança se machucar caso caia. Todos se
revezam na função de tentar fazer a bola entrar no balde. "Nessa posição, a criança
desenvolve o equilíbrio e a coordenação motora", explica Priscilla. A garotada pode criar outras
regras: é permitido andar com a bola na mão? Quantas vezes a bola pode quicar antes de ser
arremessada?
Se a classe for numerosa, logo os estudantes vão perceber que não dá para todos jogarem ao
mesmo tempo. Eles mesmos vão pedir para dividir os times. Depois, é só prestar atenção para
que ninguém se esqueça do regulamento.
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