8. Mercado de Trabalho, Emprego e Desemprego
8. Mercado de Trabalho, Emprego e Desemprego8.1. Introduo8.2. Procura e Oferta de Trabalho8.3. Interpretao Esttica do Desemprego8.4. Interpretao Dinmica do Desemprego8.4. Interpretao Dinmica do Desemprego
Burda & Wyplosz, 5 Edio, Captulo 5
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Trabalho, Emprego e Desemprego:
Continuao Parte IV - Oferta agregada no longo prazo e mercado de trabalho
[restries sobre o nvel de atividade econmica real no longo prazo] Anlise das determinantes da dotao de fator trabalho (N),
[considerada exgena na anlise do crescimento econmico, captulo anterior]
8. Mercado de Trabalho, Emprego e Desemprego8.1. Introduo
[considerada exgena na anlise do crescimento econmico, captulo anterior]
Implica:
i. Conceitos bsicos sobre trabalho, emprego e desemprego (captulo 2, medio da atividade econmica)
ii. Fundamentos microeconmicos
iii. Duas perspetivas esttica e dinmica
Permite compreender equilbrio de longo prazo de:a. Emprego
b. Desemprego
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As taxas de desemprego flutuam, em resultado dos ciclos econmicos, em torno de valores tendenciais que, por sua vez, so mais ou menos estveis.
A taxa de desemprego observada (U) tem, ento, dois componentes: uma componente de longo prazo, chamada taxa de desemprego natural (U N ) uma componente de curto prazo, a taxa de desemprego cclica (U U N).
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U N: taxa de desemprego associada ao produto natural, de pleno emprego, de equilbrio de preos flexveis; a taxa de desemprego natural designa-se, igualmente, taxa de desemprego de equilbrio.
Conforme se viu no captulo 1, diferenas entre U e U N esto associadas com variaes da taxa de inflao (curva de Phillips); diferenas entre Y e YN (lei de Okun)
Neste captulo estudar-se- por que razes U N no igual a zero.
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- Disposio oferta de trabalho:
Dado um nvel de salrio, a disponibilidade das pessoas para oferecer tempo de trabalho no mercado de trabalho depende de vrios fatores:
- Consumo/lazer desejados
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- Riqueza, portflio de ativos, endividamento
- Rendimento fora do emprego (reforma, subsdio de desemprego, )
- Necessidades de trabalho domstico (n de filhos, parentes idosos, )
- Tradies sociais (participao das mulheres no mercado de trabalho,
realizao pelo trabalho, )
- Condies de trabalho (esforo associado, localizao, ambiente de
trabalho, .)
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Ao decidirem a sua oferta de trabalho, as pessoas ponderam utilizaes alternativas do tempo disponvel, que podem ser vistas como custos de oportunidade.
Pode dividir-se o uso do tempo pela populao em idade ativa, do seguinte modo:
a. Trabalho, que permite obter um rendimento, que por sua vez possibilita o consumo presente e futuro (atravs da poupana);
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consumo presente e futuro (atravs da poupana);
b. Estudo e formao (investimento em capital humano), que permite obter um rendimento superior no futuro;
c. Lazer, que d utilidade em si mesmo, podendo ser visto como um bem.
Na verso mais simples do problema de deciso do agente representativo relativo oferta de trabalho, no se considera a possibilidade de investir em capital humano nem a de poupar para consumo futuro.
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Nestas circunstncias, s pessoas decidem simplesmente entre trabalho (L) e lazer (l) , ficando o nvel de consumo (C) determinado pelo tempo dedicado ao trabalho e pelo salrio real.
A deciso de oferta de trabalho do agente representativo resulta de um compromisso (trade-off) entre trabalho e lazer para diferentes nveis de taxa de
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compromisso (trade-off) entre trabalho e lazer para diferentes nveis de taxa de salrio real:
Objetivo: Maximizao da Utilidade ( C , l )s.a. Restrio oramental
em que: LS = n de horas de trabalho oferecidasw = salrio real horrio.
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( )SL f w=
Funo utilidade U = U(C, l) Substituibilidade entre C e lRepresentada por um mapa de indiferena, composto por curvas de indiferena (CI) com as seguintes caractersticas:
Representam combinaes C e l com o mesmo nvel de utilidade
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Quanto mais afastadas da origem, maior o nvel de utilidade
O declive num ponto da CI representa a Taxa Marginal de Substituio de consumo por lazer (TMS C,l) :
- mede o nmero de unidades de consumo que o agente est disposto a prescindir para obter uma unidade adicional de lazer, mantendo a utilidade
- a TMS C,l decrescente, i.e. as CIs so convexas em relao origem: quanto maior o nvel de lazer (relativamente ao nvel de consumo), menos unidades de consumo estar disposto a prescindir para obter uma unidade adicional de lazer.
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U2 > U1 > U0
8
U0U1
U2
TMSC,l
A TMSC,l equivale razo entre as utilidades marginais do lazer e do consumo:
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dll
UdC
C
U
lCdU
=
+
=
0
0),(
9
C
lC,l
C
l
U
lC
Umg
UmgTMS
Umg
Umg
dl
dC
dlUmgdCUmglC
=
=
=+
0
A restrio oramental:
: tempo disponvel por perodo de tempo (ex. nmero de horas/dia/semana ou ano) de que um indivduo dispe para afetara lazer ou a trabalho
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l
: tempo disponvel afeto a lazer
: tempo disponvel afeto a trabalho
C : unidades de consumo
w : taxa de salrio real (salrio real por unidade de tempo = W/P)
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l l L =
l
O problema do agente o de maximizar a sua utilidade, cumprindo a sua restriooramental, o que significa que o timo um ponto sobre o segmento da reta oramental:
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lCU ),(max
wl
OB : nvel de consumo mximoOA : dotao do agente em lazer w : declive
- salrio real horrio- custo de oportunidade de uma
hora de lazer. 11
( )llwCL
P
WC
WLPC
llLas
lCU
=
=
+
..
),(maxC0
l0
O ponto timo aquele no qual a restrio oramental tangente curva de indiferena com maior nvel de utilidade:
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Escolha tima e funo oferta individual de trabalho:
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( ),
. . ( )
C lMax U
s a C w l l=
= , wTMS lC
Para um dado w , vamos obter uma soluo no espao dos bens lazer e consumo:l*
L* = l l*A escolha ptima de oferta de trabalho difere para diferentes ws, obtendo-se assim
a funo oferta de trabalho individual (LS):
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==
)(
,
llwC
wTMS lC
( )SL f w=
Efeitos do aumento do salrio real (+ w):
- Efeito substituio: + custo de oportunidade do lazer uma hora de trabalho adicional torna-se mais atrativa relativamente a uma hora adicional de lazer:
+ C , l , + LS e Utilidade = 0
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+ C , l , + LS e Utilidade = 0
- Efeito rendimento: com o aumento do rendimento/hora pode usufruir, simultaneamente, de mais consumo e mais lazer:
+ C , + l , LS e + Utilidade
- Efeito total, pela conjugao dos efeitos substituio e rendimento:
+ C , ? l , ? LS e + Utilidade
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Efeito rendimento > Efeito substituio [RR]; Efeito rendimento = Efeito substituio [RR]; Efeito rendimento < Efeito substituio [RR]
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Em teoria, o impacto de um aumento da taxa salarial sobre a quantidade oferecida de trabalho depende de qual dos efeitos predomina.
Contudo, do conhecimento da realidade emprica que, em resultado de um aumento da taxa salarial:
- o efeito de substituio (do bem que se torna mais caro pelo bem que se torna
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- o efeito de substituio (do bem que se torna mais caro pelo bem que se torna mais barato) tende a predominar para nveis salariais baixos
- enquanto que o efeito rendimento (resultante do aumento do poder de compra de taxa salarial horria) tende a predominar a partir de um certo nvel salarial;
(ou seja, nesta situao, um aumento da taxa salarial leva a uma escolha de nveis superiores de consumo e de lazer.)
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- A figura ilustra a proposio terica da forma da curva da oferta individual de trabalho:
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Assume-se, adicionalmente, que os indivduos apenas esto dispostos a oferecer trabalho no mercado a partir de um determinado nvel salarial, wres, que se designa por salrio de reserva.
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A oferta agregada de trabalho ( NS ) resulta da agregao dos comportamentos individuais: igual soma das ofertas individuais de trabalho de todas as pessoas na economia.
Pode prever-se que a oferta agregada de trabalho significativamente mais elstica do que a oferta individual de trabalho:
- salrios de reserva diferenciados entre as pessoas
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- salrios de reserva diferenciados entre as pessoas- uma funo que resulta da adio das funes individuais.
Pode igualmente prever-se que a oferta agregada de trabalho funo positiva do salrio, para o segmento relevante da taxa salarial, na realidade de um dado pas.
- a diminuio da oferta de trabalho por parte de alguns indivduos ser compensada pelo aumento das ofertas individuais de outros
- e pela entrada de novos elementos na fora de trabalho, para nveis mais elevados da taxa salarial.
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A funo procura individual de trabalho (LD ) traduz a quantidade de fatortrabalho que um empregador (uma empresa) est disposto a contratar para cada nvel salarial, com tudo o resto constante.
Cada empresa adquire unidades adicionais de fator trabalho enquanto o benefcio da sua utilizao for superior ao seu custo.
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A procura agregada de trabalho (ND) igual soma das procuras individuais de todas as empresas na economia.
Nota: Procura de fatores de produo:- A procura de um determinado fator de produo (e.g. trabalho) uma procura derivada, ou seja, decorre da procura de produtos finais pelos consumidores.- As procuras de fatores de produo so interdependentes:
- a produo requer a utilizao de todos os fatores produtivos;- a procura de cada fator produtivo depende das condies nos
mercados dos restantes fatores.21
A quantidade de trabalho que a empresa est disposta a adquirir e empregar, para cada nvel de salrio, mantendo-se tudo o resto constante, resulta da maximizao do respetivo lucro.
Objetivo: Maximizao do Lucro
s.a. Funo de Produo
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s.a. Funo de Produo
Funo procura de trabalho:
em que: LD = nmero de horas de trabalho procuradas
w = salrio real horrio.
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( )DL f w=
Admitindo que o preo e a quantidade adquirida dos restantes fatores de produo (capital e terra) permanecem constantes, temos o seguinte:
Funo de produo: Y = F(L)
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Funo lucro: LT(L) = P . F(L) W . L
Maximizao do lucro:
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wPmgP
W
dL
LdF
WdL
LdFP
dL
dLT
L =
=
=
=
)(
0)(
0
A quantidade de trabalho que maximiza o lucro da empresa tal que a produtividade marginal do trabalho (benefcio marginal) igual ao salrio real (custo marginal). A curva da procura individual de trabalho (LD ) coincide, portanto, com a curva da produtividade marginal do trabalho. , portanto, decrescente.
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A procura agregada de trabalho (ND) a soma das quantidades de trabalho procuradas por cada empresa, para cada nvel salarial:
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Efeito duma alterao na produtividade marginal do trabalho (ex. inovao tecnolgica ou aumento do stock de capital): para o mesmo nvel de salrio as empresas esto dispostas a contratar mais trabalho.
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Um aumento do nvel de preo dos bens faz aumentar o rendimento marginal do trabalho, o que leva as empresas a contratarem mais trabalho.
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W/P
Equilbrio no mercado de trabalho:
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O aumento da produtividade marginal do trabalho leva a uma deslocao dacurva da procura de trabalho para a direita.
Em geral, isso faz aumentar o salrio real de equilbrio e o emprego de equilbrio.
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O aumento da populao ativa desloca a curva da oferta de trabalho para a direita.
Em geral, isso faz diminuir o salrio real de equilbrio e aumentar o emprego de equilbrio.
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