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ANA CAROLINE MEDINA B. CHAVES

Campo Grande 2019

A DEPRESSÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

ANA CAROLINE MEDINA B. CHAVES

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ANA CAROLINE MEDINA B. CHAVES

A DEPRESSÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNIDERP como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Psicologia.

Orientador:

Campo Grande 2019

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ANA CAROLINE MEDINA B. CHAVES

A DEPRESSÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

BANCA EXAMINADORA

__________________________ Profª. Giuliana Elisa dos Santos

_________________________ Profª. Mônica Regis Wanderley.

__________________________ Profª. Bruna Dequech

CAMPO GRANDE 2019

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Aos meus pais elo auxílio moral

que me proporcionaram,

dando-me confiança para lutar

sempre.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus pela sabedoria e condições de atingir meu objetivo de

concluir o Curso Psicologia.

De modo muito especial aos meus Pais, minha fonte afetiva e exemplos de

vida;

A todos os colegas de modo especial pelos momentos de convivência e

aprendizagem;

Aos Professores que propiciaram a oportunidade de aprendizado

transformador e pelos conhecimentos, troca de experiências e apoio recebidos ao

longo deste período em que caminhamos juntos;

Em especial, à minha orientadora, pela dedicação e competência na

orientação deste trabalho;

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CHAVES, Ana Caroline B. A DEPRESSÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO. 2019. 25 fls. Trabalho de Conclusão de Curso da UNIDERP, Campo Grande, 2019.

RESUMO O presente trabalho tem por objetivo compreender a respeito da depressão no ambiente de trabalho, momento em que são estudados os aspectos caracterizadores da depressão e, apontando a depressão como doença ocupacional, suas causas e os sinais que indicam a depressão no ambiente de trabalho, bem como seu impacto no organismo do trabalhador e, nesse sentido descreve-se a contribuição do psicólogo na prevenção de doenças ocupacionais. Para o desenvolvimento da pesquisa, vale-se de um levantamento bibliográfico. A presente pesquisa, portanto, é de extrema relevância para meio acadêmico e profissional e espera-se contribuir para maior aprofundamento da questão, considerando que a depressão é a segunda causa de incapacidade no trabalho. A escolha do tema se deu, visto a importância do Psicólogo em conhecer os paradigmas que norteiam o atendimento do trabalhador com depressão no ambiente laboral, suas ideias e contribuições para um posicionamento consciente no atendimento e prevenção. Ressalta-se que a depressão tornou-se ícone dos tempos modernos com muitos desafios que envolvem o profissional de saúde. Os resultados apontaram que há uma preocupação com a saúde do trabalhador do psicólogo e considera o ambiente de trabalho como microssistema que absorve atitudes e comportamentos e busca identificar os fatores de riscos psicossociais para sua posterior intervenção. Palavras-chave: Depressão. Ambiente de Trabalho. Prevenção.

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CHAVES, Ana Caroline B. THE DEPRESSION IN THE WORKING ENVIRONMENT. 2019. 25 fls. UNIDERP Course Completion Work, Campo Grande, 2019.

ABSTRACT

The aim of the present study is to understand about depression in the work environment, at which point the characterizing aspects of depression are studied and, pointing to depression as an occupational disease, its causes and the signs that indicate depression in the workplace, as well as depression. as its impact on the worker's body, and in this sense the psychologist's contribution to the prevention of occupational diseases is described. For the development of the research, it is worth of a bibliographical survey. The present research, therefore, is extremely relevant for academic and professional environments and it is hoped to contribute to a deeper understanding of the issue, considering that depression is the second cause of disability at work. The choice of the theme occurred, given the importance of the Psychologist in knowing the paradigms that guide the work of the worker with depression in the work environment, their ideas and contributions to a conscious positioning in care and prevention. It is noteworthy that depression has become an icon of modern times with many challenges involving the health professional. The results pointed out that there is a concern for the health of the psychologist's worker and considers the work environment as a microsystem that absorbs attitudes and behaviors and seeks to identify the psychosocial risk factors for its subsequent intervention. Keywords: Depression. Workplace. Prevention.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO………………………………………………………………………... 09

1 ASPECTOS CARACTERIZADORES DA DEPRESSÃO................................. 11

1.1 BREVE HISTÓRICO DA DEPRESSÃO.......................................................... 11

1.2 DEFINIÇÃO DE DEPRESSÃO....................................................................... 12

2 DEPRESSÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO............................................... 14

2.1 DEPRESSÃO E AMBIENTE DE TRABALHO................................................. 14

2.2 A DEPRESSÃO COMO DOENÇA OCUPACIONAL....................................... 15

3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: INSTRUMENTO PERMANENTE

PARA MOTIVAÇÃO.............................................................................................. 17

3.1 MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO............................................... 17

3.2 FATORES QUE INFLUENCIAM A MOTIVAÇÃO............................................ 18

3.2.1 TEORIA DAS NECESSIDADES................................................................... 18

3.2.2 SATISFAÇÃO NO TRABALHO.................................................................... 19

3.3 A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOLOGO NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS

OCUPACIONAIS.................................................................................................. 20

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 23

REFERÊNCIAS..................................................................................................... 24

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INTRODUÇÃO

A depressão é considerada uma das maiores causas de incapacidade no

mundo. Tanto que a Organização Mundial de Saúde prevê que esta será a segunda

maior causa de incapacidade até o ano de 2020. Assim, a depressão vem sendo

considerada uma doença relacionada ao trabalho e, condições adversas podem

influenciar fortemente o quadro depressivo.

No ambiente de trabalho podem ser apresentados sérios problemas,

proveniente de estresses que impacta e causa doença no trabalhador,

principalmente a negatividade, insatisfação, tristeza, ansiedade, entre outras como a

desmotivação. Também a angústia, a inquietação, o desânimo e a sensação de

impotência, são sintomas decorrentes de depressão no ambiente de trabalho e,

muitos trabalhadores convivem com esse problema, que pode acontecer com

qualquer pessoa e, quando identificada é preciso ser tratada, sendo que a

prevenção é a maneira mais adequada para evitar o quadro depressivo.

Torna-se importante conhecer a história da depressão e resgatar conceitos,

analisando-os através de seu histórico físico e psicológico, perceber que a

depressão está entre as doenças relacionadas ao trabalho.

Justifica-se a escolha do tema para desenvolvimento por se tratar de um

assunto relevante tanto para o meio acadêmico como profissional, tendo em vista

que a depressão é uma doença psicológica que tem tomado conta do ambiente de

trabalho tendo causa diversos fatores que merecem reflexões. Espera-se contribuir

para maior aprofundamento da questão, considerando a depressão como a segunda

causa de incapacidade no trabalho.

A maior parte do tempo da vida do trabalhador é no seu ambiente de trabalho

e, nesse ambiente que se desencadeiam as doenças relacionadas à saúde

propiciando a diminuição acentuada no desenvolvimento de suas atribuições, em

função de condições especiais em que o trabalho é realizado. Desse modo, o

problema investigado é saber, quais os fatores mais comuns para o surgimento da

depressão no ambiente de trabalho?

Partindo dessa concepção, objetivo principal do estudo é compreender a

respeito da depressão no ambiente de trabalho demonstrando que se trata de uma

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das principais causas de afastamento do mesmo. Oportunamente são apresentados

os objetivos específicos, estudar os aspectos caracterizadores da depressão;

Apontar a depressão no ambiente de trabalho e como doença ocupacional, as

causas e os sinais que indicam a depressão no ambiente de trabalho e seu impacto

no organismo do trabalhador e descrever a contribuição do psicólogo na prevenção

de doenças ocupacionais.

A presente pesquisa, portanto, é de extrema relevância para meio acadêmico

e profissional e espera-se contribuir para maior aprofundamento da questão,

considerando a depressão como a segunda causa de incapacidade no trabalho e

implica na redução da capacidade laboral d o trabalhador com reflexos negativos na

sua vida pessoal e profissional.

A metodologia adotada é a revisão bibliográfica, de natureza qualitativa, em

que são utilizados livros, revistas, leis, artigos científicos e sites especializados sobre

o assunto abordado. Nesta perspectiva, para o desenvolvimento do trabalho, diante

da importância do tema, têm-se o embasamento teórico em vários artigos, autores,

estudos e pesquisas que discutem o tema. Com o levantamento bibliográfico estuda-

se algumas obras científicas focadas, especificamente na depressão no ambiente de

trabalho e, principalmente naquelas que envolvem o trabalho do profissional da

saúde.

Neste contexto, o estudo pretende colaborar com as pesquisas que mostram

o sofrimento a que levam as novas configurações em que o trabalho vem se

estruturando em relação ao trabalhador com depressão em seu ambiente laboral.

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1 ASPECTOS CARACTERIZADORES DA DEPRESSÃO

1.1 BREVE HISTÓRICO DA DEPRESSÃO

Importante iniciar a abordagem que resgata a história da depressão, falando

que se trata de um assunto que, apesar de ser atual já era partilhado pelos gregos,

na antiguidade, como uma doença da mente conectada a uma disfunção corporal.

De acordo com Gonçalves e Machado (2007) na Grécia, século V Hipócrates

já definia a depressão como melancolia, um espírito triste, sem razão e abatida.

Assim a noção de melancolia apresentava ainda, sintomas diversos de ideias de

delírios. Outros sintomas, como perda de sono, apetite e desejo de morte. A

melancolia era denominada como bili negra, pois atingia, invadia e agia sobre o

corpo e alma, criando sensações de tristeza e cansaço.

Assim, a depressão, denominada melancolia, era considerada como um

afastamento de tudo que era sagrado e ao final do século XVIII classificaram-se

como melancolia as loucuras sem delírio, porém caracterizadas pela inércia, pelo

desespero, por uma espécie de estupor morno.

Desse modo, muitos filósofos da antiguidade, a melancolia era intratável e as

pessoas eram submetidas a tratamentos aterrorizantes, como dor física, para distrair

da dor da mente, afogamentos entre outros dispositivos (SOLOMON, 2002).

Entende-se, então, que a melancolia era como ainda é, nos dias de hoje, um

estigma muito grande, que se trata de uma doença que envolve alterações

cerebrais.

Em comparativo da antiguidade e a atualidade, Esteves e Galvan (2007)

afirmam que se comparar:

A sociedade atual e a sociedade mais antiga na última o sujeito vivia uma angústia maior em relação às regras a serem obedecidas. Naquela época, a repressão era mais significativa, não dando espaço para a autonomia nem para a liberdade de expressão. A repressão podia ser originada por imposições políticas, ou por imposições religiosas. O que se observa na sociedade contemporânea é que os sujeitos se deparam com inúmeras possibilidades. E, por mais paradoxal que pareça, o vazio depressivo impera frente à autonomia e às liberdades conquistadas: tudo é permitido fazer, e não se sabe que rumo tomar com tanta liberdade. Os sujeitos permanecem desamparados, imersos nesse “mar de possibilidades” (ESTEVES; GALVAN, 2007, p.1).

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Percebe-se que na sociedade antiga a angústia do depressivo era maior,

dada a falta de liberdade pelas regras existentes, a repressão e imposição, já na

contemporaneidade as possibilidades são inúmeras de autonomia e liberdade, no

entanto, o vazio predomina no sujeito depressivo por não saber que rumo tomar.

É possível notar que a melancolia, considerada depressão, não se trata de

uma doença apenas da antiguidade, mas pós-moderna e de acordo com a

Organização Mundial de Saúde (2001) a depressão situa-se em quarto lugar entre

as principais doenças que por sua incidência poderá chegar a 2º lugar até o ano de

2020, perdendo apenas para as doenças cardíacas.

Nesse sentido que a depressão torna-se uma das doenças mais

preocupantes da atualidade.

1.2 DEFINIÇÃO DE DEPRESSÃO

A Organização Mundial de Saúde/OMS (2001) define a depressão como um

transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência

de prazer. Uma definição que vai além, caracterizada por oscilações entre

sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite,

acrescidos de concentração e sensação de cansaço.

Na definição de Teodoro (2010, p.20) a depressão é considerada também

como um transtorno mental:

Causado por uma complexa interação entre fatores orgânicos, psicológicos,

ambientais e espirituais, caracterizado por angústia, rebaixamento do humor e pela

perda de interesse, prazer e energia diante da vida (TEODORO, 2010, p.20).

Acrescenta-se nesse conceito depressivo, o desânimo, o isolamento e o

desinteresse por questões importantes como família, emprego e saúde, sem uma

explicação clara e objetiva, uma sensação de desamparo e crença.

Dentre as definições de depressão, está o estado de humor triste, com

redução de atividades tanto psicológicas quanto físicas. A vida é vista por altos e

baixos, infelicidade e tristeza, desapontamento e perda. Portanto, um estado de

tristeza com perda de interesses pelas atividades sociais, profissionais e pelas

responsabilidades cotidianas.

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Sobre os sintomas da depressão, é possível dizer que é diverso. Como por

exemplo, ansiedade, angústia, desânimo, incapacidade, desinteresse, falta de

motivação, entre outros que vão de tristeza até o desejo de morte.

Teodoro (2010) há semelhanças entre depressão e tristeza no que se

relaciona a falta de entusiasmo. Considera-se tanto uma como a outra uma

impotência para a vida. Para o autor as situações são diversas que levam à tristeza.

Por outro lado, a depressão se apresenta com mais intensidade acrescida de

angustia, desmotivação e autodesvalorização.

Teodoro (2010) menciona sintomas relacionados a depressão que se referem

ao humor e cognitivos da pessoa com pressão que vão desde a tristeza até a falta

de sentido de na vida. A angustia e a desmotivação, também estão entre os

sintomas do depressivo. Acrescenta-se a estes sintomas, a baixa autoestima,

pessimismo, desinteresse pelo trabalho, entre outros.

Os sintomas referidos também estão relacionados ao humor e cognitivos,

dentre os quais a autoimagem negativa, ideias de suicídio e desinteresse pelo

trabalho, entre outros.

São, portanto, inúmeros sintomas apresentados no depressivo que

demonstram a interpretação negativa da realidade e a falta de sentido da vida. No

entanto, em alguns casos são mais evidentes que em outros.

A depressão se manifesta de diferentes formas e de pessoa para pessoa, uns

casos são mais visíveis que outros, porém nem mesmo o depressivo percebe que

estão doentes. Por isso ainda persistem dúvidas quanto as suas causas.

Em alguns casos são manifestadas causas emocionais e em outros de

maneira física. Contudo as verdadeiras causas da depressão nem sempre são

percebidas pelo próprio doente e pelas pessoas com quem convive, por estarem

carregadas de conteúdos inconscientes. Daí a necessidade situação de apoio

profissional especializado de profissionais de saúde (TEODORO, 2010).

Dada às dúvidas, as causas da depressão, não se encontram ainda

consonância no meio científico. Apesar da busca dentro de um processo natural de

construção do conhecimento.

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2 DEPRESSÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

2.1 DEPRESSÃO E AMBIENTE DE TRABALHO

É preciso entender que num ambiente de trabalho é possível que tenha sérios

problemas, proveniente de estresses que impacta e causa doença no trabalhador,

principalmente a negatividade, insatisfação, tristeza, ansiedade, entre outras como a

desmotivação. Um cenário que aumenta a necessidade de atenção em relação a

essas doenças que afetam o trabalhador.

Figura 2 – Depressão no Trabalho

Figura 2: Depressão no Trabalho

Fonte: http://www.hospitaldaher.com.br/

A angústia, inquietação, desânimo e sensação de impotência, são sintomas

decorrentes de depressão no ambiente de trabalho e muitos trabalhadores convivem

com esse problema que se torna até certo ponto assustador, dada a sua insatisfação

temporária.

De acordo com Ragazini (2011) há uma dimensão sobre o comportamento

humano de grande importância, pois influencia negativamente, atitudes e

comportamentos dos indivíduos, nas diversas situações de vida. Quando esse

indivíduo busca satisfazer uma necessidade e é impedido, fica em estado de

insatisfação que pode culminar em comportamento de insatisfação que até mesmo é

levado à depressão.

Não há nada mais evidente do que a desmotivação, pois é tão natural quanto

a vontade de vencer (MOURA, 2007).

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A desmotivação que leva a depressão apresenta-se o quadro no ambiente de

trabalho, de desânimo, ansiedade, falta ao trabalho, dificuldade de concentração e

irritabilidade. Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) alertam que esse

transtorno comportamental é um dos principais motivos de afastamento do trabalho

e que tende a aumentar e evoluir esse quadro no trabalho. Assim o afastamento é

ainda uma forma de proteger as empresas de pessoas sem condições de trabalho

(GIFFONI, 2014).

O primeiro motivo de afastamento é a dedicação ao tratamento. Em

ambientes de trabalho, o paciente sofre muitas vezes discriminação. Ressalta-se a

existência de poucas políticas públicas para prevenir e tratá-la e o que contribui para

essa doença é o clima organizacional dos trabalhadores, por isso as empresas

precisam estar atentas para transformar o local de trabalho, proporcionando um

ambiente satisfatório para se trabalhar.

2.2 A DEPRESSÃO COMO DOENÇA OCUPACIONAL

De acordo com Sá e Marques (2013, p.1) a respeito da depressão como

doença ocupacional dizem que:

Com a chegada da Emenda Constitucional n. 45/2004, a Justiça do Trabalho passou a poder julgar as ações de indenização por acidente de trabalho e por doenças ocupacionais. O decreto-lei 3.048, de 06 de maio de 1999, elenca as doenças de trabalho, dentre as quais a depressão se faz presente. Tendo em vista que as doenças psicológicas são o mal do nosso século, com seu alto crescimento em virtude do modo de vida moderno e suas demandas excessivas sobre o indivíduo, é importante estudar como o trabalho como atividade essencial na sociedade influencia e é influenciado por essa doença (SA; MARQUES, 2013, p.1).

Para Sá e Marques (2013) a depressão, pelo ponto de vista médico, é uma

enfermidade que acaba por mudar o estado psicológico de uma pessoa, deixando-a

triste. E atinge tanto homens como mulheres, sem qualquer distinção. Apesar de que

as mulheres costumam ser mais afetadas. Nota-se, portanto, que a depressão pode

ser considerada como uma doença ocupacional.

Importa ressaltar sobre a Síndrome de Burnout, uma origem da palavra que

deriva da união de dois termos ingleses o burn que significa queimar e out que

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equivale a fora. Ao traduzir para o português, para melhor compreensão estes

equivalem a “ser consumido pelo fogo”.

Para tanto, seus sintomas e sentimentos descritos reporta ao que

conhecemos hoje como Burnout e definida por alguns como Estafa Profissional.

A Síndrome de Burnout (ou Síndrome do Esgotamento Profissional) trata-se

de uma resposta do estresse ocupacional crônico. O termo burnout foi denominado

pelo psicanalista nova-iorquino Freudenberg, que descrevia os sentimentos, afetos e

saúde dos trabalhadores no exercício de suas profissões; que se caracterizam por

exaustão, desilusão e isolamento, que acometem trabalhadores em sua saúde

mental (SILVA et al, 2008).

O que tem emergido na maioria dos estudos realizados é a definição de

Burnout como um fenômeno psicossocial que ocorre como uma resposta crônica aos

estressores interpessoais ocorridos na situação de trabalho. Burnout não é um

problema do indivíduo, mas do seu local de trabalho e do ambiente social que

convive, ou seja, não é causada pelo estresse em si, mas por todo um conjunto que

agrava com a falta de recurso e suporte que a organização não proporciona ao

trabalhador (BENEVIDES-PEREIRA, 2002).

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3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: INSTRUMENTO PERMANENTE PARA

MOTIVAÇÃO

3.1 MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

Interessante como a desmotivação traz efeitos considerados graves. Do

ponto de vista prático, as organizações perdem se visto pelo lado da qualidade e

produtividade. Já nas pessoas, reflete na saúde física e mental, pelo pouco

desempenho no trabalho que acaba comprometendo a organização.

Compreende-se, portanto, que a motivação organizacional está relacionada à

qualidade de desempenho e esforços para atingir os resultados desejados, sendo

importante que todos estejam sempre estimulados a crescer, e a alcançar metas

junto à organização, através de um bom relacionamento no trabalho, atingindo os

objetivos da melhor maneira possível. Por isso a qualidade de vida tem sido palco

de grandes preocupações e a discussão a respeito desse tema tem ganhado muito

atenção.

Quando se trabalha motivado, as atitudes são de incentivos principalmente

com os colegas, entre outras coisas. Sabe-se que diversos são os fatores que

acabam diminuindo uma vida ativa melhor. Desse modo, entende-se que a

qualidade de vida engloba vários aspectos.

Dentre esses aspectos está o exercício físico que também influencia nessa

qualidade de vida e se dá sob diversos aspectos, um deles é a ação benéfica que

ele exerce sobre os efeitos do estresse cotidiano o que proporciona um melhor

gerenciamento das tensões próprias do dia-a-dia (SILVA, 1999).

Os conceitos sobre a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) englobam um

grau de satisfação da pessoa com a empresa e de acordo com Salles (2001) a

sobrecarga de trabalho caracteriza-se pelo excesso de tarefas e atividade que se

executa é a fonte básica de realização das necessidades humanas.

É possível notar, que promover saúde e qualidade de vida é motivo de

grandes preocupações das organizações, tendo em vista que necessita, cada vez

mais, de um ambiente de trabalho mais produtivo e saudável. Assim sendo,

considera-se que a qualidade de vida constitui um conjunto de ações que envolvem

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melhorias, no sentido de propiciar condições de desenvolvimento humano,

principalmente no trabalho que realiza (FRANÇA, 1999).

Na opinião de Maximiano (2002), a qualidade de vida no trabalho consiste na

motivação e satisfação naquilo que se realiza.

3.2 FATORES QUE INFLUENCIAM A MOTIVAÇÃO

Sobre a motivação, Gil (1999) diz que se trata da força que estimula as

pessoas a agir, que se origina de uma necessidade não satisfeita. Para o autor cada

ser humano dispõe de motivações que são geradas por suas necessidades.

Moura Santos (2010) ao falar de motivação, lembra a figura sugerida por

Chiavenato (2003) sobre as etapas do ciclo motivacional:

Figura 2 – Ciclo motivacional

Fonte: Chiavenato (2003, p. 91, adaptado por Moura Santos, 2010).

Desse modo, independente de que trabalho seja, motivar as pessoas que

estão envolvidas é uma das mais importantes políticas para que se possam atingir

objetivos organizacionais.

3.2.1 Teoria das Necessidades

Dentre as teorias das necessidades convém destacar, a interessante teoria

da hierarquia das necessidades de Maslow, que organizou as necessidades

hierarquicamente, e o que motiva o ser humano é a busca em satisfazê-las. Na

pirâmide, as necessidades humanas estão dispostas em forma de pirâmide,

conforme sua importância para o ser humano. Na base da pirâmide encontram-se

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as necessidades primárias. Já no topo estão as necessidades secundárias, que

podem ser observadas através da figura 2 (VERGARA, 2003, CHIAVENATO, 2006).

Moura Santos (2010) através da figura 2 demonstra a hierarquia da necessidade

humanas estruturada por Maslow e visualizada por Chiavenato (2003):

Figura 2 – A hierarquia das necessidades humanas

Fonte: Chiavenato (2003, p. 93 adaptado por Moura Santos (2010, p.30)

Dessa forma, importa ressaltar que o ser humano traz consigo necessidades

que envolvem a busca pelo crescimento do que deseja realizar.

3.2.2 Satisfação no Trabalho

Quando se fala em satisfação no trabalho é falar de um fator merecedor de

atenção que necessita ser trabalhada dentro de uma organização, de maneira a

evitar problemas de desmotivação.

Na definição de Davis e Newstrom (1992) a satisfação no trabalho é dinâmica,

considerada pelos autores como um conjunto de sentimentos favoráveis ou

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desfavoráveis na visão de trabalho de empregados. Porém, a satisfação no trabalho

pode deteriorar-se muito mais rápido do que desenvolver-se.

Logicamente que, quando motivado e reconhecido, a satisfação com o

trabalho realizado resulta numa produtividade melhor.

3.3 A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOLOGO NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS

OCUPACIONAIS

São diversas as discussões que envolvem afastamento de trabalho, acidentes

e doenças ocupacionais e, tudo se volta para atitudes preventivas, principalmente

quando se refere ao ambiente de trabalho. Nesse sentido, é importante as

estratégias para o enfrentamento.

Hoje, as organizações têm buscado profissionais de saúde para atuar na área

específica, como é caso do psicólogo dada a necessidade de entender, pensar e

intervir no processo saúde/doença numa dimensão psicossocial num trabalho com

trabalhadores expostos a diferentes doenças no ambiente de trabalho.

Segundo Barros, 1999 apud Almeida (2011)

A Psicologia da Saúde não está interessada diretamente pela situação, que cabe ao foro médico. Seu interesse está na forma como o sujeito vive e experimenta o seu estado de saúde ou de doença, na sua relação consigo mesmo, com os outros e com o mundo. Objetiva fazer com que as pessoas incluam no seu projeto de vida, um conjunto de atitudes e comportamentos ativos que as levem a promover a saúde e prevenir a doença, além de aperfeiçoar técnicas de enfrentamento no processo de ajustamento ao adoecer, à doença e às suas eventuais consequências (BARROS, 1999 apud ALMEIDA, 2011, p.2).

Nota-se que o interesse da Psicologia não está focado no trabalho que deve

ser realizado pelo médico, mas na forma como o trabalhador experimenta sua saúde

ou doença e isso engloba um conjunto de atitudes e comportamentos do trabalhador

no enfrentamento da doença e na promoção, manutenção e prevenção da doença.

Conforme relata Almeida (2011) o Psicólogo deve aplicar suas técnicas e

conhecimentos psicológicos nas doenças e cuidados que visem manutenção da

saúde do trabalhador e na sua prevenção contra doenças ocupacionais, através de

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intervenção psicológica. Dessa forma contribui para o bem-estar e melhoria desse

trabalhador.

Oportuno relatar uma entrevista realizada pelo Professor Dr. Marcos Ricardo

Datti Micheletto – Psicólogo a uma psicóloga, Mary Sandra Carlotto a respeito da

Psicologia da Saúde Ocupacional e a promoção da saúde.

Marcos Micheletto – Aspectos preventivos relacionados ou não a acidentes do trabalho, a doenças ocupacionais ou a doenças que recebem algum contributivo do trabalho para se manifestar, aspectos clínicos, diagnósticos, processos terapêuticos e periciais entram no escopo da PSO? Ou aspectos terapêuticos não estão no escopo?

Mary Sandra Carlotto – Embora o foco seja a promoção da saúde e prevenção de riscos psicossociais, tais questões podem ser contempladas pelos profissionais que atuam neste campo. O profissional deve conhecer os recursos existentes para tais encaminhamentos. No Brasil, já podemos contar com serviços importantes, como é o caso dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) e de serviços municipais de atenção à saúde do trabalhador.

Marcos Micheletto – Presenteísmo, violência psicológica no trabalho, carga mental e emocional do trabalho e Burnout são assuntos pertinentes ao campo de trabalho de um psicólogo especialista em PSO? Seu grupo está pesquisando esses assuntos? Comente.

Mary Sandra Carlotto – Sim, são questões que envolvem um conhecimento especializado e aprofundado sobre todos os níveis de análise incluídos na avaliação de riscos psicossociais. Incluiria, também, outras questões recentes e que vêm demandando atenção, tais como a Adição ao Trabalho, o Tecnoestresse e a alta prevalência de Transtornos Mentais Comuns (ansiedade e depressão) em trabalhadores (CARLOTTO; MECHELETTO, 2014, p.5-7).

Observa-se que em relação aos acidentes e doenças ocupacionais os

aspectos preventivos estão com foco na promoção da saúde e prevenção de riscos

psicossociais e que psicólogos devem conhecer os recursos existentes para

encaminhamentos que se fizerem necessários.

Marcos Micheletto – A diferenciação da depressão relacionada ao trabalho da depressão não relacionada é um desafio para a PSO?

Mary Sandra Carlotto – Sim, tal diferenciação tem sido persistentemente investigada no campo da PSO. Estudos longitudinais têm evidenciado determinados elementos do trabalho como fatores causais da depressão em trabalhadores.

Marcos Micheletto – Resumidamente, como se delineia uma avaliação em PSO? Existem instrumentos específicos da PSO? Estão acessíveis? E as pesquisas? O que tem sido alvo das pesquisas mais importante da área da PSO? (CARLOTTO; MECHELETTO, 2014, p.5-7).

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Mary Sandra Carlotto – A avaliação engloba todos os fatores de risco psicossociais, que podem ser as características do cargo (conteú

Marcos Micheletto – A proteção da saúde se dá pelas atitudes que se tem no ambiente de trabalho?

Mary Sandra Carlotto – A proteção e a promoção da saúde no trabalho refletem questões culturais que envolvem aspectos educacionais, sociais e de acesso a políticas públicas de saúde que se traduzem no cuidado de si e dos outros. O ambiente de trabalho é um microssistema que vai absorver essas atitudes e comportamentos. Cabe, no entanto, às organizações, em conjunto com os trabalhadores, desenvolver e aprimorar políticas internas voltadas para a manutenção ou conscientização sobre o cuidado em saúde em todas as suas dimensões. A PSO tem essa preocupação em identificar os fatores de risco psicossociais presentes nos processos, conteúdo e relações interpessoais presentes no contexto de trabalho. Em âmbito individual e grupal, busca desenvolver intervenções para qualificar os trabalhadores com conhecimentos e desenvolver habilidades para melhor lidar com os riscos presentes no ambiente de trabalho visando à preservação ou melhoria da saúde e bem-estar (CARLOTTO; MECHELETTO, 2014, p.5-7).

É possível observar que em relação à proteção e promoção de saúde do

trabalhador reflete em questões que envolvem diversos aspectos, como sociais

culturais e educacionais e que o ambiente de trabalho é considerado um

microssistema que absorve atitudes e comportamentos e, a Psicologia tem

preocupação na identificação dos fatores de riscos psicossociais e, posterior

intervenção para melhor lidar com os riscos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A conclusão deste estudo se tornou muito significativa, visto a combinação de

vários fatores abordados dentro de um contexto de depressão no ambiente de

trabalho e foi concluído na certeza de que os objetivos pretendidos foram

alcançados, pois levaram a compreensão de que a depressão como uma das

principais causas de afastamento do trabalho causam grandes impactos na saúde

do trabalhador e também pode ser considerada como uma doença ocupacional.

Há de se concordar que a depressão é considerada também como um

transtorno mental causado por uma complexa interação entre fatores orgânicos,

psicológicos, ambientais e espirituais, cujos sintomas são caracterizados pela

angústia, rebaixamento do humor e pela perda de interesse, prazer e energia diante

da vida e principalmente pela falta de motivação.

Oportunamente foram apresentadas neste trabalho, algumas teorias voltadas

à motivação do trabalhador como forma de prevenção no ambiente profissional.

Comprovou-se que a depressão se manifesta de diferentes formas e de

pessoa para pessoa, tanto que nem mesmo o depressivo percebe que está doente.

Desse modo, compreendeu-se que a prática diária dos valores estabelecidos

pela empresa devem ser levados a sério. E tudo coloca em risco os valores do

trabalhador tem que ser apurada e, a prevenção é a maneira mais adequada para

evitar esse problema assustador.

Com relação a contribuição do psicólogo na prevenção de doenças

ocupacionais, oportunamente comprovou-se que há uma preocupação tanto na

proteção como na promoção de saúde do trabalhador e que este profissional

considera o ambiente de trabalho como microssistema que absorve atitudes e

comportamentos e busca identificar os fatores de riscos psicossociais para sua

posterior intervenção.

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