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A escritura rítmica de Moacir Santos em composições deChoros & Alegria
Lucas Zangirolami Bonetti (Universidade Estadual de Campinas -UNICAMP)
Resumo: presente artigo ! parte do resultado de um estudopreliminar reali"ado na monogra#a de gradua$%o do autor&intitulada' Processos composicionais em Choros & Alegria: Odesenvolvimento da primeira fase de Moacir Santos. A ui& osaspectos r tmicos da escritura de Moacir *antos s%o a+ordados demaneira a constatarmos seus principais processos e maneirismosrecorrentes a sua o+ra& com evidente ,oco no l+um Choros &
Alegria.Palavras-chave ' Moacir *antos. Choros & Alegria . Escriturar tmica. Composi$%o musical.
Title ' /0e r01t0mic 2riting o, Moacir *antos in Choros & AlegriacompositionsAbstract: /0is article is part o, t0e result o, a preliminar1 stud1conducted in t0e aut0or3s undergraduate t0esis& entitled'Compositional processes in Choros & Alegria: The development of the rst phase of Moacir Santos . 4ere& t0e r01t0mic aspects o, t0edeed o, Moacir *antos are approac0ed to reali"e t0e 5e1 processesand recurring mannerisms o, 0is 2or5& 2it0 clear ,ocus on t0eal+um Choros & Alegria .
Key ords: Moacir *antos. Choros & Alegria . 601t0mic 2riting.Musical composition.
!ntroduç"o
Moacir *antos (789:-9;;:) ,oi de#nitivamente um ms ano e sua o+ra sendo novamentedesco+erta& dessa ve"& atrav!s da an lise de m
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*antos ,oi um m muitas dessas,acetas& Ficente (9;79) comenta ue (...)
(...) a m
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Podemos encontrar em alguns trec0os das m
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primeiro e emplo ! a melodia da se$%o B de J6icaomK& no ual asduas primeiras ,rases s%o constru das +asicamente por hem olas" amelodia encontra sua acentua$%o a cada tr=s #guras r tmicas&JatravessandoK a m!trica proposta pela ,>rmula de compasso inicial.
%&' ( V /rec0o de J6icaomK' 4em olas na melodia da se$%o B (c.7 - ).
A+ai o seguem mais alguns e emplos desse procedimento r tmicoem outras composi$ es do mesmo l+um'
%&' ) V /rec0o de JAgora eu seiK' 4em ola (c.H9-H ).
%&' * V /rec0o de J e Ba0ia ao Cear K' 4em ola (c.;8-79).
Sobreposiç"o m+trica ,bin#rio tern#rio.
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Em alguns casos da o+ra de Moacir podemos notar alguns processospouco comuns ao conte to ue ele pr>prio estava inserido& um caso+astante claro ! o de so+reposi$ es de planos m!tricos& t!cnica essaligada tanto G m
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%&' / V /rec0o de JCarrosselK' uas melodias com su+divis es tern ria e +in riaso+repostas(c. ; -79).
/am+!m ! interessante notar ue essas duas melodias est%ovinculadas a um acompan0amento r tmico +astante similar& onde s%oso+repostas Gs mesmas su+divis es r tmicas (E . : do pr> imo item&Padr es de Acompan0amento).
e emplo a+ai o mostra a introdu$%o de J6ota XK onde umostinato na regi%o aguda ! so+reposto a uma melodia na regi%o grave. Emcada lin0a mel>dica se d uma di,erente su+divis%o m!trica& o ostinato#gura em por e a melodia grave se desenrola em uma m!tricacomposta& mais especi#camente 8 por . Essas m!tricas s%o propostas
Jarti#cialmenteK& elas s%o simuladas so+re uma terceira m!trica guia (por )& o motivo de Moacir ter utili"ado a ,>rmula de compasso em por &mesmo ela n%o sendo utili"ada neste momento& se d por ue o tema Adessa composi$%o apresenta tal m!trica.
%&' 0 V /rec0o de J6ota XK' uas melodias so+repostas com su+divis es tern ria e+in ria so+repostas (c. ;;-7 ).
Esse tipo de so+reposi$%o r tmica ! comumente encontrada nam
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uanto G suas ,un$ es litrmula r tmica simples& onde o tempodois ! acentuado& e o +ai o se mant!m em um si+ pedal. Essa #gura$%or tmica de duas colc0eias no segundo tempo lem+ra +astante a c!lula
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r tmica + sica de uma vertente do I@e & g=nero Jtocado para a rever=nciaaos ri s do Camdom+l!K (PE6EI6A& 9;; ' H9).
%&' 2 V /rec0o de K e Ba0ia ao Cear K' Levada r tmica& +ai o pedal (c. ;7 -;H)
pr> imo e emplo mostra o acompan0amento r tmico + sico deJLemurianosK ue est constru do em H por (9[ ) e sua varia$%o em& :por & onde apenas um tempo de pausa ! acrescentado G Jclave r tmicaKoriginal.
%&' 3 V /rec0o de JLemurianosK' Padr es de acompan0amento em H por e : por (c.;7-;9 e c. H9-H )
/am+!m ! not vel a inser$%o de um padr%o r tmico deacompan0amento criado por Moacir especialmente para algumas de suas
m
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%&' 4 V /rec0o de J utra CoisaK' Padr%o r tmico de acompan0amento (c. ;:-;8).
Em entrevista& *antos comenta so+re o Mo)o e sua inven$%o& comosempre& de maneira mais po!tica do ue propriamente musical'
E' *o+re a ,ase dos Estados Unidos& o *r. criou um ritmo ue !c0amado de Mo)o ...M' Eu c0eguei l nos Estados Unidos eu vi um ritmo... ent%o eucriei o Mo)o & eu inventei essa palavra' Mo)o R...S vindo do negroamericano.E' o *r. criou esse ritmo por ue os mpolis' U E*C& 9;79.
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vinculada a um signi#cado a,ro& na tentativa de a+rir espa$o nodisputado mercado ,onogr #co e cinema americano (FICEN/E&9;79' H)
6i7uraç"o rítmico-mel8dica
Alguns trec0os mel>dicos escritos por Moacir t=m uma #gura$%or tmica +astante movimentada& uma prov vel e plica$%o para talprocedimento se@a o ,ato do compositor uerer dar G escrita um car terJimprovisat>rioK& de ornamenta$%o& tal ual um instrumentista popularest acostumado a ,a"er uando interpreta uma melodia.
Fe@amos na se u=ncia dois e emplos desse procedimento'
%&' (( V /rec0o de JYloresK' Yigura$%o r tmico-mel>dica (c. -H7).
%&' () V /rec0o de J6icaomK' Yigura$%o r tmico-mel>dica (c. 7 -7:).
Esse tipo de procedimento n%o ! muito usual entre compositores demdicas s%o merasJguiasK para o int!rprete criar suas pr>prias varia$ es de acordo com sua+agagem pr!via ou os preceitos de determinados g=neros. W no universoda m
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total controle so+re suas composi$ es& determinando ele mesmo comosuas melodias devem ser interpretadas.
utro processo r tmico-mel>dico de escrita encontrado ! o deaumenta$%o& no caso a+ai o Moacir opta por alterar inclusive a ,>rmula decompasso para reali"ar tal procedimento.
%&' (* V /rec0o de JYelipeK' Yigura$%o r tmico-mel>dica (c. 7 -97).
9onsiderações nais presente tra+al0o teve como cerne a an lise e especula$%o so+re
o material musical de Choros & Alegria & composi$ es de Moacir *antoscon,eccionadas essencialmente nos anos 78 ;& com o direcionamento noestudo do ritmo. ] interessante notar ue @ nesse per odo& no in cio desua vida adulta& encontramos um compositor maduro e +em direcionado.Um compositor ue @ dava ali os primeiros passos do camin0o uepercorreria& grande parte dos procedimentos composicionais estreadosa ui ,oram levados a diante durante sua vida& tra"endo para sua m
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Por #m& podemos di"er ue a m&marc0a-ranc0o& sam+a-can$%o& uadril0a& a,o ! e i@e & entreoutros. No entanto& o assunto da polirritmia& ou algo relativo esimilar ao cross rh,thm" ou mesmo as 0em olas se- er s%omencionados como signi#cativos G m
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