A NOVA ROTA DA SEDA: conquistas e controvérsias
Laura Martucci Benvenuto1
RESUMO
O presente artigo abordará a visão chinesa, os principais objetivos e projetos da iniciativa
Nova Rota da Seda, levando em consideração as possíveis contribuições do mesmo, para
os países que estão além da rota. A princípio a iniciativa se concentra nos países que estão
ao longo dos oceanos Pacífico e Índico, porém as autoridades chinesas já deixaram claro
suas intenções em expandir os países membros, como é o caso do Brasil. Este artigo é
uma pesquisa em andamento que por ora não possui uma conclusão, mas tem como
diretriz tornar presente na academia brasileira o debate acerca desta temática e receber
contribuições à pesquisa final. Diante disso, a metodologia utilizada será o método
exploratório e a hipótese inicial é o fato da Nova Rota da Seda representar uma ambição
geoeconômica chinesa, a fim de garantir o fornecimento de recursos naturais necessários
para seu desenvolvimento. Nota-se também, que por meio desses investimentos em
infraestrutura e conectividade ao longo da rota, os chineses buscam assegurar seus
interesses nacionais pautados em um discurso de desenvolvimento pacífico e global. O
foco será a abordagem marítima da iniciativa, mostrando os principais projetos e
dificuldades encontradas nos mesmos. O marco teórico utilizado será a teoria Realista das
Relações Internacionais e contribuições da geopolítica também. O trabalho está dividido
em introdução, os principais projetos da Rota Marítima da iniciativa (conquistas e
controvérsias), análise de discurso chinês sobre a iniciativa e considerações finais.
Palavras-chave: geopolítica. Nova rota da seda. China.
1 Mestranda em Estudos Marítimos pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos (PPGEM) na
Escola de Guerra Naval (EGN), bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ). E-mail: [email protected]
Rio de Janeiro – 2018
ABSTRACT
This article will address the Chinese vision, the main objectives and projects of the New
Silk Road Initiative, taking into account the possible contributions of this initiative to
countries that are beyond the route. Initially, the initiative focuses on countries along the
Pacific and Indian Oceans, but Chinese authorities have already made clear their
intentions to expand member countries, with 78 countries currently involved. This article
is an ongoing research that for the moment does not have a conclusion, but it has as
guideline to make present in the Brazilian academy the debate about this subject and to
receive contributions to the final research. Therefore, the methodology used will be the
exploratory method and the initial hypothesis is that the New Silk Road represents a
Chinese geo-economics’ ambition in order to guarantee the supply of natural resources
necessary for its development. It is also noted that through these investments in
infrastructure and connectivity along the route, the Chinese seek to ensure their national
interests based on a discourse of peaceful and global development. The focus will be on
the maritime approach of the initiative, showing the main projects and difficulties
encountered in them. The theoretical framework used will be the Realist theory of
International Relations and contributions of geopolitics as well. The work is divided in
introduction, the main projects of the Maritime Route of the initiative (achievements and
controversies), analysis of Chinese discourse on the initiative and final considerations.
Key words: geopolitics. Silk Road Initiative. China.
INTRODUÇÃO
Projetos de infraestrutura e conectividade tem se tornado um elemento crucial para
as políticas e economias domésticas ou internacionais dos países ao longo dos séculos.
Assim como Mackinder apontou em seu artigo: “the full development of her modern
railway mobility is merely a metter of time” (MACKINDER, 1904, p.436) se referindo
às ferrovias ao entorno geográfico da grande Eurásia, a partir disso, pode-se compreender
que a geopolítica se moldou conforme os efeitos transformativos das malhas ferroviárias
da época. A Nova Rota da Seda representa a ideia de integração da Eurásia, região antes
destacada por Mackinder como “World Island”, sem replicar o modelo de
desenvolvimento e expansão das potências ocidentais (PAUTASSO, 2016, p.4). Nesse
sentido, a iniciativa da Nova Rota da Seda inaugura um projeto ambicioso de
conectividade massiva em infraestrutura com base no antigo trajeto da Rota da Seda, que
costumava ser a mais extensa rede comercial do mundo pois ligava os mais importantes
centros civilizacionais e econômicos. Segundo os chineses, o “espírito da rota da seda”
era de paz, cooperação, abertura, inclusão, aprendizado e benefício mútuo. A rota
significou a comunicação entre o Oriente e o Ocidente, trazendo desenvolvimento para
as civilizações ao longo da mesma. Nesse sentido argumentativo, o presidente Xi Jinping
tem promovido a sua iniciativa, como um novo marco para o desenvolvimento e
cooperação mútua, a fim de recuperar a economia global e superar as complexidades
regionais. Em 2013, quando o presidente visitou a Ásia Central e o Sudeste Asiático, foi
anunciado a iniciativa Belt and Road de construção conjunta dos projetos: Silk Road
Economic Belt e o 21st Century Maritime Silk Road. O primeiro, é a rota via terrestre que
se visa conectar: a China e Europa através da Ásia Central e Rússia, conectar a China ao
Oriente Médio por meio da Ásia central e conectar a China ao Sudeste e Sul Asiático e
ao Oceano Índico. O segundo projeto, é via marítima, saindo dos portos chineses até a
Europa através do Mar do Sul da China e o Oceano Índico e conectar a China ao Oceano
Pacífico através do mar do sul da China. Essas principais rotas, estão sendo aproveitadas
pela infraestrutura já existente e também sendo expandidas por meio de maciços
investimentos, a fim de formar os corredores que facilitarão o comércio e a logística
internacional, segundo a ótica chinesa. Essas cinco rotas formarão seis corredores
econômicos internacionais importantes: a) China-Mongólia-Rússia; b) New Eurasian
Land bridge; c) China-Ásia Central- Ociental; d) Bangladesh- China- Mianmar; e) China-
Península Indochina; f) China-Paquistão. Essa iniciativa conectará países ao longo do
oceano pacífico ocidental até o Mar Báltico, em tese, o que totaliza mais de 60% da
população mundial, 30% do PIB mundial e 35% do comércio internacional2. Segue
abaixo o mapa ilustrativo da iniciativa:
Figura 1 – Mapa da Iniciativa da Nova Rota da Seda (rota marítima e terrestre)
Retirada do site: <http://www.xinhuanet.com/english/2016-06/24/c_135464233.htm>.
Como o mapa mostra acima, o principal destino final da rota marítima da seda é a
Europa, por meio do Canal de Suez e Mediterrâneo, ramificando seu percurso para
diversos países da África Oriental, tais como: Djibuti, Quênia, Madagascar, Moçambique
e Tanzânia. Essa rota envolve inúmeros projetos de construção de infraestrutura de
potencial dual civil-militar, como aeroportos, pontes, oleodutos, usinas de energia,
ferrovias e estradas. Além disso, se espera que inúmeros investimentos em shipping,
2 Dados retirados em: <https://beltandroad.hktdc.com/en/node/15086>. Acessado em 01/04/2018.
comunicação, energia, comércio, turismo, tecnologia da informação, biotecnologia sejam
desenvolvidos, alavancando oportunidades aos países receptores dessa atividade, além da
China (BLANCHARD, 2017, p. 5). Segundo o presidente Xi Jinping3, a Nova Rota da
Seda, é muito mais do que somente investimentos em infraestrutura, a iniciativa
promoverá intercâmbios de pessoas, entendimento entre diferentes culturas e entre
instituições também. Mais à frente será abordado a Nova Rota da Seda Marítima com
detalhes, seus principais objetivos e visão.
Um argumento que o autor Jean Blanchard (2017) defende em seu artigo é como
a MSRI (Maritime Silk Road Initiative) estreita os laços com os países membros da rota,
mas ao mesmo tempo reforça o alargamento dos países, devido às inúmeras
possibilidades de parcerias. Isso deixa claro, como a iniciativa é ampla e está aberta à
inclusão de novos países membros. A princípio a América Latina não parece ser um alvo
de parceria dentro da iniciativa, porém segundo relatório divulgado pelo BRICS Policy
Center afirma que o fórum CELAC continua sendo uma plataforma importante de
cooperação com a China, além do continente ser considerado “uma extensão natural” da
rota marítima da iniciativa, os investimentos chineses em infraestrutura são consideráveis
na região. A iniciativa de criação do Novo Banco de Desenvolvimento deve ser um
elemento a ser destacado, pois sua criação concerne ao financiamento de projetos de
infraestrutura para a Nova Rota da Seda e os países membros do banco são os cinco países
do bloco BRICS, no qual o Brasil faz parte. John Kemp por exemplo defende4 que essa
iniciativa marítima, tem como plano de fundo uma manobra chinesa para alavancar suas
capacidades econômicas, para fins estratégicos e que muito disso vem, de um medo norte-
americano do crescimento chinês. Apesar do discurso da iniciativa ser pautado no
desenvolvimento mútuo, sustentável com relações “ganha-ganha”, o exercício analítico
deve ser utilizado e a observação das repercussões ser levada com consideração, a fim de
evitar conclusões precipitadas acerca de uma iniciativa que nasceu em 2013.
3 “China Pledges $40 Billion for New ‘Silk Road,’” The Japan Times, novembro, 2014,
http://www.japantimes.co.jp/news/2014/11/09/business/economy-business/china-pledges-40-billion-for-
new-silkroad/#.VF_2KvSUdzM. 4 Como por exemplo John Kemp em “China flexes its Silk Road muscle”. Disponível em: < https://www.japantimes.co.jp/opinion/2014/11/11/commentary/world-commentary/china-flexes-silk-road-
muscle/#.W1k0PdJKjIW>. Acessado em 26/07/2018.
Toda narrativa possui dois lados a serem defendidos, porém o papel do
pesquisador deve ser ponderar, observar e analisar todas as circunstâncias e fatos. É por
isso que, neste presente artigo será exposta a narrativa chinesa acerca da Visão Marítima
da Nova Rota da Seda, seus principais projetos e dificuldades, para depois com base em
teóricos das Relações Internacionais e da geopolítica, embasar se essa iniciativa marítima
é promovida com o intuito da China se manter como grande player no sistema
internacional, além de instigarmos o pensamento acerca de repercussões para o Brasil.
PRINCIPAIS PROJETOS DA ROTA MARÍTIMA: CONQUISTAS E
CONTROVÉRSIAS
Os 78 países5 das cinco rotas acima citadas que compõem a iniciativa chinesa,
devem segundo o plano de ação, trabalhar em conjunto para melhorar a infraestrutura
regional e consequentemente a facilitação do comércio e investimentos internacionais.
Segundo o documento oficial emitido pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e
Reforma (CNDR), do Ministério das Relações Exteriores e Comércio da China6, a
iniciativa visa promover a conectividade entre os continentes asiáticos, europeus,
africanos e seus mares adjacentes além de estabelecer e fortalecer parcerias entre os países
ao longo da rota. Tem como um dos principais objetivos promover o melhor intercâmbio
interpessoal e cultural com os países ao longo da rota, aprofundar a confiança política
mútua e promover a paz e amizade. A visão da iniciativa, se compromete em ligar os
países membros através de políticas, infraestrutura, comércio, finanças e pessoas. Um
elemento a ser ressaltado é como a iniciativa da Nova Rota da Seda está pautada nos
Cinco Princípios da Coexistência Pacífica da China7, além de estar alinhada com os
5 O governo chinês não lançou oficialmente a lista dos países membros da iniciativa, por isso optou-se por
utilizar a fonte do site Belt and Road Portal, disponível em: < https://eng.yidaiyilu.gov.cn/info/iList.jsp?cat_id=10076&cur_page=3>. 6 Disponível em: < http://en.ndrc.gov.cn/newsrelease/201503/t20150330_669367.html>. Acessado em
01/05/2018. 7 Para mais detalhes, acessar:
<http://www.fmprc.gov.cn/mfa_eng/ziliao_665539/3602_665543/3604_665547/t18053.shtml>. acessado
em 01/05/2018.
princípios da Carta da ONU. São eles: respeito mútuo pela soberania e integridade
territorial de cada país, não-agressão, não-interferência nos assuntos internos de cada país,
igualdade e benefício mútuo e coexistência pacífica. Esses princípios de política externa
chinesa também se encontram aliados com os cinco objetivos cooperativos da iniciativa:
a) coordenação de políticas; b) conectividade de instalações; c) comércio desimpedido;
d) integração financeira; e) vínculo pessoa-pessoa. No que tange o primeiro elemento, a
iniciativa defende a formulação de medidas conjuntas de desenvolvimento a fim de
alcançar a cooperação transnacional ou regional. Em termos específicos sobre as
instalações, o mesmo visa a coordenação conjunta de políticas dos países envolvidos para
que a construção das instalações de infraestrutura seja promovida. A conectividade via
infraestrutura de ferrovias, rodovias, rotas aéreas, oleodutos, portos e gasodutos estão na
iniciativa como parte da estratégia e esforços dos países membros a cumprir. A fim de
facilitar o comércio desimpedido, a iniciativa se pauta em investimento e facilitação do
comércio, por meio da redução das barreiras comerciais, custos de comércio e
investimento. O plano de ação da Nova Rota da Seda, defende que esforços serão feitos
para alargar o comércio, desenvolver a cooperação na cadeia da indústria com todos os
países envolvidos. No que diz respeito à integração financeira, o mesmo se propõe a tomar
medidas para melhorar a coordenação monetária local e do câmbio no comercio e
investimento entre os países ao longo da rota, aprofundar a cooperação financeira
multilateral e bilateral, fortalecer o monitoramento de riscos financeiros e gerenciar os
riscos por meio de acordos regionais. Em termos de laços entre pessoas, a iniciativa
reunirá esforços para promover diálogos entre diferentes culturas, fortalecer as interações
amistosas entre os povos e com isso o avanço da cooperação regional.
A Nova Rota da Seda dispõe de seis “corredores econômicos” e três “passagens
econômicas azuis” e o componente marítimo da rota, é pouco explorado. Porém em 2017,
o governo publicou um documento referente à sua visão da cooperação marítima: “Vision
for Maritime Cooperation under the Belt and Road Initiative”8 propondo uma ideia de
“parceiros azuis” nas questões de exploração dos recursos marinhos, indústrias marítimas,
proteção ecológica e segurança marítima. Nesta diretriz, o governo chinês destaca a
8 Para mais
detalhes:<https://www.yidaiyilu.gov.cn/wcm.files/upload/CMSydylgw/201706/201706200153032.pdf>
Acessado em 01/05/2018.
importância dos oceanos no processo de integração econômica regional, dentro do
processo de globalização, cooperação marítima e desenvolvimento. Essa parceria azul,
segundo o documento, serão esforços realizados para novas plataformas cooperativas em
termos de desenvolvimento verde, segurança marítima e colaboração governamental. A
China propõe neste documento que os países que fazem parte da rota, tenham um
engajamento acerca da conservação da ecologia marinha, serviços de salvaguarda e
segurança ecológica global dos mares. Outro fator importante levado em consideração
neste documento, é a preocupação chinesa acerca da mudança climática. O país se
responsabiliza em fornecer suporte aos “small island states”9 que sofrem com o elemento
de mudança climática, erosão costeira e elevação do nível do mar etc, esse compromisso
ambiental será firmado em nível de cooperação em pesquisa científica com os países
costeiros que fazem parte da rota do projeto, assim como a criação de instituições
regionais de proteção e monitoramento.
Essa promessa ambiental chinesa dentro da iniciativa da Nova Roda da Seda, vai
de encontro com a posição assumida como parte do Acordo de Paris sobre mudanças
climáticas. De certa forma, essas medidas por enquanto no âmbito político, acerca da
preservação do meio ambiente marinho, é uma forma que o país possui de resguardar às
críticas apontadas ao projeto que possui enormes proporções e também às questões
anteriores acerca dos danos causados aos recifes de corais no Mar do Sul da China10. O
programa proposto “Programa Carbono Azul da Rota Marítima do Século XXI” surge
por uma demanda também de políticas internas chinesas priorizarem o desenvolvimento
de sua consciência situacional marinha e o mesmo elabora programas detalhados para o
desenvolvimento dessas redes.
Os chineses defendem a ideia que para haver uma segurança marítima, o
desenvolvimento de uma economia azul se faz necessária. Nesse sentido, o foco marítimo
9 Esses países dentro da Organização Marítima Internacional, têm voz ativa acerca das questões de
aquecimento global, pois os mesmos sofrem as consequências gravíssimas em seus territórios. Para mais
detalhes ver: BENVENUTO, Laura e ALBUQUERQUE, Beatriz. O papel das pequenas potências na
International Maritime Organization (IMO), Rio de janeiro, 2018. Disponível em: < http://www.iri.puc-
rio.br/prodefesa/publicacoes>.
10 Para maiores informações: The Diplomat, 2016. “South China Sea Ruling: China Caused 'Irreparable
Harm' to Environment” by Shannon Tiezzi. Disponível em: <https://thediplomat.com/2016/07/south-china-
sea-ruling-china-caused-irreparable-harm-to-environment/>.
dentro da iniciativa geral, se tornou um destaque com o objetivo de melhorar suas
capacidades, reduzir riscos e salvaguardar o ambiente marinho. Cinco áreas foram
formuladas, para a atuação chinesa dentro da rota marítima:
Desenvolvimento Verde: por meio do estreitamento da cooperação entre os
serviços públicos marinhos dos países (como um sistema de sensoriamento
remoto de satélite, a fim de compartilhar resultados e informações); promoção da
proteção do meio marinho regional (âmbito da ASEAN e seus planos de ação com
a China) etc.
“Prosperidade baseada no oceano”: cooperação em matéria de segurança da
navegação marítima para combater questões como a criminalidade no mar;
cooperação entre a indústria marinha chinesa e os países ao longo da rota (como
zona de cooperação econômica e comercial, parques industriais para os setores
marítimos) etc.
Segurança Marítima: realizações de missões de busca e salvamento marítimo para
melhorar as capacidades de lidar com emergências no mar e prevenção de
desastres marítimos; participação em foros bilaterais e multilaterais a fim de
expandir a cooperação técnica e exercícios conjuntos etc.
Crescimento Inovador: estreitar a implementação das leis em matéria de
cooperação e diálogo com os países que fazem parte da iniciativa; cooperação na
investigação marítima científica marinha e no desenvolvimento tecnológico;
cooperação em matéria de educação científica etc.
Governança colaborativa: promoção da cooperação oceânica por meio de políticas
mútuas, proporcionar um quadro institucional cooperativo, promoção de diálogos
de alto nível em matéria marinha (como o Fórum Global Blue Economy
Partnership), intercâmbio entre think tanks dos países ao longo da rota etc.
Essas cinco áreas destacadas no documento oficial chinês11, elas indicam a
disposição em usar seu poder marítimo para proteger seus interesses e rotas comerciais
marítimas em expansão, sob um pretexto da iniciativa e para fins de cooperação regional,
combatendo assim as ameaças marítimas.
11 Disponível em: < http://www.xinhuanet.com/english/2017-06/20/c_136380414.htm>. Acessado em
01/05/2018.
Hoje, a China possui uma estratégia marinha, amplamente bem arquitetada, não
somente para a defesa de sua costa, mas para operações de longo alcance. Esta
necessidade surgiu diante das disputas territoriais marítimas no Mar da China Oriental e
no Mar do Sul da China, áreas que são palco de conflitos históricos. O Mar do Sul da
China abriga algumas das principais linhas de comunicação marítima e infraestrutura
portuária do mundo, além disso, a área é rica em recursos naturais (depósitos de petróleo
e gás natural), isso fez com que a área fosse disputada pelos países que circundam a
região. Portanto, garantir hoje que essa região tenha segurança e seja um ambiente sem
hostilidades, é fundamental para a iniciativa ser bem implementada e gerar ganhos
econômicos aos países envolvidos. Não se deve esquecer a necessidade que o país tem de
proteger suas rotas marítimas de fornecimento de energia que são vitais, por ser o segundo
maior importador de petróleo do mundo (DUARTE, 2012, p.507). Deve-se ressaltar, a
importância do Estreito de Malaca para a região, pois é uma área vulnerável a ações de
terrorismo internacional e de extrema importância para a segurança energética da China,
já 20,3% do petróleo global12, passa pelo estreito. A atenção chinesa se concentra de certa
forma, nos oceanos Índico e Pacífico, e há uma importância geoeconômica para essa
preocupação chinesa em assegurar os fluxos comerciais marítimos nessas regiões.
O foco nesta sessão agora será abordar os principais projetos marítimos
angariados na iniciativa. Olhando para o Oceano Índico, várias empresas chinesas estão
envolvidas na construção, expansão e operacionalidade dos portos comerciais em Gwadar
(Paquistão), Hambantota e Colombo (Sri Lanka), Kyaukpyu (Mianmar), Lamu (Quênia)
e Bagamoyo (Tânzania). Como bem ressalta, Brewster (2016, p.8), esses projetos e
investimentos portuários tem crescido significativamente no Oceano Índico, porém
acredita-se também na presença chinesa no Canal do Panamá por exemplo, o que significa
o interesse no Pacífico e Atlântico. É importante ressaltar que segundo Raffaello Pantucci,
diretor de Estudos Internacionais de Segurança da RUSI13, esses projetos não são somente
de ajuda, a China faz investimentos comerciais na maioria dos casos dos países do Oceano
Índico. Alguns empréstimos são oferecidos a taxas razoáveis e o parceiro é via contrato
12 “The Strait of Malacca, a key oil trade chokepoint, links the Indian and Pacific Oceans”. EIA (Energy
Information Administration), Agosto, 2017. 13 Ver mais em: < https://rusi.org/commentary/china-understanding-beijing%E2%80%99s-belt-and-road-
initiative>. Acessado em 10/07/2018.
obrigado a ser chinês e existe uma dificuldade para os países ao longo da rota, em
usufruírem desses investimentos chineses, de modo que não sejam simplesmente estradas
que passam por seus territórios. Essa crítica é considerável, para se avaliar os pontos
positivos e negativos ao fazer parte de uma iniciativa tão grandiosa. Segundo Brewster
(2017, p. 9), os portos acima citados possuem categorias e funções econômicas distintas,
por exemplo: o porto de Somália é voltado aos serviços de importação e exportação para
mercados locais, os portos em Sri Lanka fazem o serviço de carregar as cargas de
containers e navios, para outros menores para chegarem aos portos de menor capacidade
e os portos do Paquistão e Myanmar são considerados “gateway”, cuja finalidade é
conectar o Índico com a China, por meio de suas ligações com os corredores de transporte
marítimo. Essas funções representam estratégias distintas, de acordo com a necessidade
de abastecimento chinês em cada local.
Esses projetos chineses de infraestrutura portuária no Oceano Índico, tem ganhado
visibilidade por alguns analistas em segurança internacional, ao associarem à tática do
“Colar de Pérolas”14, porém Beijing responde às críticas com a sua narrativa de
desenvolvimento econômico pacífico e mútuo (BREWSTER, 2017, p. 11-12 et seq.).
Segundo o autor, os analistas norte-americanos têm estudado sobre a estratégia chinesa
no Índico e um boletim do Instituto Nacional de Estudos Estratégicos dos EUA
concluíram que: “[...] although China has a significant need for military basing facilities
in the Indian Ocean region it is unlikely to construct dedicated military facilities there for
the purpose of supporting major combat operations”. Esse argumento de fato, coincide
com a narrativa de “ascensão pacífica chinesa” que perpassa pela visão da iniciativa, já
que a China não estaria de fato construindo bases militares ao longo do oceano e sim
cooperando estrategicamente com seus países-membros. Porém um olhar crítico à essas
narrativas são de suma importância, pois os estudiosos norte-americanos irão olhar a
Nova Rota da Seda com desconfiança, assim como a Índia e produzirão conhecimento
científico com base nesta e os chineses, a fim de garantir aceitação internacional de sua
iniciativa, produzirá discursos pautados na cooperação e prosperidade mundial. Como
14 Estratégia construída por preceitos de Alfred Mahan, no qual a China estaria construindo uma cadeia de
bases navais pelo Norte do Oceano Índico, a fim de proteger suas rotas comerciais e por consequência,
dominar a região.
afirma Polina Rysakova em entrevista15, a China está criando “uma nova consciência
oceânica” devido à suas intenções estratégicas em se aproximar dos países no oceano
Índico, já que a região é produtora de petróleo e também da urgência de domínio nas rotas
de comércio internacional no Mar do Sul da China (MSC). Como bem aponta a notícia,
para o sucesso da implementação da iniciativa, uma série de medidas de segurança
regional devem ser articuladas, devido às ameaças de pirataria na costa da Somália por
exemplo. Os casos de instabilidade regional do MSC, preocupam os chineses e nesse
sentido, ao analisar o documento oficial sobre a iniciativa, o tópico segurança
internacional é frequentemente abordado como um dos elementos cruciais ao sucesso de
sua implementação. Está claro que a China está buscando conceitos capazes de fomentar
uma identidade singular à sua inserção internacional, com o desenvolvimento sendo um
imperativo autônomo ao país asiático. E com efeito a Nova Rota da Seda visa concretizar
o argumento político de integração de toda a Eurásia e que está reconstruindo um sistema
sinocêntrico (PAUTASSO, 2016, p.125).
A China possui inúmeras razões para focar em desenvolvimento de nações que
possuem posições estratégicas no globo e que são considerados menos desenvolvidos,
como é o caso do Laos e Djibuti por exemplo. Conforme o artigo “China’s Belt and Road
Initiative, Five Years In” da Stratfor Global Intelligence, esses países que possuem déficit
de infraestrutura, mas também não querem receber financiamento das instituições
ocidentais, se aproximam da China e se sentem mais confortáveis, devido à não-
interferência nas políticas internas. Essa também é uma forma de estabelecer uma posição
estratégica e balancear os poderes europeu, indiano e russo na região, ao passo que a
China dispõe de auxílios financeiros de longo prazo. Levando em consideração a lógica
do relatório de Allen Hamilton’s sobre o “colar de pérolas” abordado acima, o caso dos
investimentos chineses no Sri Lanka pode ser interpretado como uma tentativa chinesa
de assegurar sua “pérola” por meio do desenvolvimento e investimento no porto de
Hambantota e assim estabelecer sua esfera de influência na região. Porém independente
do que esses investimentos possam representar, por hora, pode-se concluir que de fato as
relações entre Sri Lanka e China tem crescido exponencialmente. Segundo Samaranayake
15 “Pequim está a caminho de se converter em grande potência marítima? ” Disponível em:
https://br.sputniknews.com/asia_oceania/2017122410141076-potencia-maritima-china-russia-rota-da-
seda/>.
(2011, p.123), o Sri Lanka tem desenvolvido laços econômicos, militares e diplomáticos
com a China nos últimos anos.
Os dois acessos ao oceano Índico dentro da iniciativa, serão por meio da província
de Xinjiang – Paquistão – Gwadar e por meio de Yunnan – Mianmar – Golfo de Bengala.
Segundo considerações de Liu Jinxen (BREWSTER, 2016, p. 16), os corredores
econômicos de Mianmar e Paquistão são cidades que ocupam uma posição estratégica
importante em termos de logística e suprimento, além do controle dos fluxos de
commodities que passarão através dessas rotas. Por mais que a iniciativa tenha uma
narrativa econômica como objetivo principal, o componente político e de segurança
também se fazem presentes. O Corredor Econômico China-Paquistão (CEPC) se encontra
mais avançado do que o Corredor Econômico Bangladesh-China-Índia-Mianmar
(CEBCIM) que ainda está em fase de negociação. Segundo De Seixas (2017, p. 68 et seq.)
esses corredores são cruciais para o escoamento de manufaturas chinesas ao exterior, além
de desenvolver um aporte de infraestrutura regional capaz de trazer benefícios
geopolíticos à economia doméstica chinesa. Com o desenvolvimento da infraestrutura
regional da Ásia-Pacífico, a China garante que o comércio seja facilmente aumentado em
seu entorno estratégico. Ver figura 2 abaixo dos projetos:
Figura 2 – Projetos Marítimos e Terrestres da iniciativa da Nova Rota da Seda
Retirada do site: https://www.straitstimes.com/asia/the-trains-and-sea-ports-of-one-belt-one-road-chinas-
new-silk-road
NARRATIVA CHINESA
A China nega a narrativa acerca do Colar de Pérolas e se pauta no
“desenvolvimento pacífico”. A rota marítima da iniciativa, como demonstrado
anteriormente, é uma tentativa chinesa de reposicionar seus interesses em infraestrutura
marítima sob um plano de ação singular. Xi Jinping em seu discurso de abertura no Fórum
Belt and Road16, ao abordar a Nova Rota da Seda, o presidente volta dois mil anos no
tempo para mostrar como a passagem transcontinental do passado abriram janelas de
comércio e intercâmbio entre as nações. Mais à frente, ele aborda a história chinesa desde
16 Disponível em: <http://www.xinhuanet.com/english/2017-05/14/c_136282982.htm>. Acessado em
08/06/2018.
a dinastia Han expondo como a rota da seda construiu uma ponte entre o Oriente e o
Ocidente ao longo dos séculos. O argumento central ao abordar a história, é que essas
expedições proporcionaram um aprendizado mútuo, benefício mútuo e uma abertura e
inclusão chinesa para/com os outros países. Xi Jinping embasa sua narrativa nos
fenômenos de globalização (como a multipolaridade e o mundo economicamente,
digitalmente e culturalmente diversificado); na redução da pobreza (por meio de um
desenvolvimento mais inclusivo e equilibrado) e em instabilidades globais (como o
terrorismo) e como o país deve trabalhar para que a iniciativa da Nova Rota da Seda
represente prosperidade a todos os países. Outros elementos destacados em seu discurso
foram: a conectividade de infraestrutura, comercial, financeira e entre pessoas, que são
os principais elementos a serem desenvolvidos em parceria com os países membros da
iniciativa. Porém, como bem destacado, para que dê certo a iniciativa requer um ambiente
pacífico e estável no sistema internacional, que o fomento da cooperação ganha-ganha
seja desenvolvido, com diálogo e amizade.
Conforme foi visto, os dois projetos dentro da iniciativa representam o caráter
ambicioso de desenvolvimento de infraestrutura de longo prazo. No discurso chinês
acima, fica claro como a iniciativa foca em uma governança global, na coordenação de
políticas estratégicas que tem como plano de fundo, parte de sua estratégia “going out”.
Segundo Nie (2016, p.425) a China tem abordado uma estratégia pragmática de
“performance legitimacy” no qual o governo se pauta em alcançar os objetivos concretos
como: crescimento da economia, estabilidade social, fortalecimento do poder nacional e
boa governança, para obter uma legitimidade doméstica. A política externa no governo
de Xi Jinping é uma prioridade, tendo em vista suas viagens para 46 países dos 5
continentes e as inúmeras iniciativas bilaterais e multilaterais realizadas. Com relação à
iniciativa da Nova Rota da Seda, o presidente deixa claro em seus discursos que a mesma
é baseada em resultados a serem alcançados e não se limita a uma simples retórica. A
iniciativa foi incorporada na agenda de desenvolvimento nacional chinesa e lançado o
plano de ação, esses posicionamentos representam como a Nova Rota da Seda se encontra
em um patamar operacional. Nesse âmbito, os mecanismos de apoio financeiro aos
projetos previamente citados são cruciais para dar viabilidade à iniciativa e as fontes de
investimento são: o Banco Asiático de Infraestrutura em Desenvolvimento (AIIB) foi
criado a fim de promover financiamentos e interconectividade por meio de uma
integração financeira na região, o Fundo da Nova Rota da Seda, contribuiu com mais de
U$40 bilhões de dólares de investimentos em projetos ao longo da rota e o Novo Banco
de Desenvolvimento dos BRICS. De todas as recentes iniciativas financeiras, a AIIB é
amais abrangente, pois conta com 57 países-membros fundadores, inclusive o Brasil,
Reino Unido, Israel e Egito que são países fora da rota.
Voltando ao elemento da narrativa chinesa, a Nova Rota da Seda representa a
construção do poderio chinês em um espaço geopolítico pré-determinado pela iniciativa,
podendo expandir seu eixo gravitacional à outras regiões. Esse poderio é conquistado de
inúmeras formas, seja pela via econômica de empréstimos, investimentos e construção de
infraestrutura, seja pela via diplomática dos acordos bilaterais ou multilaterais, ou seja,
pela via política através do discurso, assegurando segurança e cooperação. Essa ótica de
análise da iniciativa, pode ser baseada teoricamente pelos realistas estruturais, que
acreditam no aumento de seus interesses políticos e a busca de poder quando se sentiam
ameaçados prante outros Estados. A competição por segurança e os conflitos estatais
ocorrem por uma ausência de autoridade central no âmbito internacional, fazendo uso
desse recorte teórico, pode-se perceber como os chineses almejam segurança regional,
devido as suas questões litigiosas com os países do MSC. Outro recorte interessante, são
os realistas ofensivos que defendem que os Estados buscam oportunidades de ganhar mais
poder, em cima dos seus rivais, sempre que os benefícios superarem os custos (DE
SEIXAS, 2017, p. 19), nesse aspecto podemos fazer correlação com as iniciativas
chinesas com os países dos Oceanos Índico e Pacífico.
Porém o pensamento e a narrativa acerca da iniciativa, não se restringe somente à
Eurásia, conforme Xi Jinping deixa claro em suas afirmações, a possibilidade de inclusão
de novos países é sempre bem-vinda. Segundo André Luis Scherer, a China mudou sua
estratégia econômica, reverberando impactos em sua política externa:
“Até então as iniciativas prioritárias voltadas ao setor externo se destinavam a
assegurar os fluxos de matérias-primas da África e da América Latina a partir
da construção de infraestruturas voltadas a esse fim e aos investimentos diretos
em terras e nos setores extrativos minerais. Agora, a estratégia passa a ser a
construção de infraestruturas capazes de viabilizar não apenas as exportações
de matérias-primas, mas também a integração produtiva regional a partir da
presença de empresas chinesas, inclusive na indústria (SCHERER, 2015, p.
43).”
O autor aponta que esse movimento de exportação de investimentos, em longo prazo e
menor escala, tenderá a ser replicado na América Latina, a fim de garantir demanda aos
produtos chineses em uma época que a China terá supercapacidade produtiva no mercado.
A China tem claras intenções e articula estratégias futuras no âmbito do desenvolvimento
econômico e de relações políticas gerais com a América Latina. Os braços financeiros de
financiamento da infraestrutura, acima citados, ilustram a vontade chinesa em não
depender mais dos mecanismos tradicionais de domínio europeu e norte-americano e os
BRICS de certa forma, surgem como uma alternativa também. Nesse sentido, o Brasil
possui um bom relacionamento político-diplomático com os chineses além de
complementar às necessidades mais urgentes da economia brasileira. Uma das principais
áreas de interesse da participação chinesa no Brasil, são nos setores de: infraestrutura e
logística, energia, alimentos, petróleo e gás, siderurgia, automotivo, química e
petroquímica, saúde e TICs. Os investimentos externos são cruciais para o sucesso da
estratégia chinesa, podendo estender essa benesse às indústrias brasileiras, ainda mais se
for o caso de uma futura inclusão do Brasil à iniciativa da Nova Rota da Seda. É possível
interpretar a iniciativa como uma forma de acelerar a busca por uma saída externa (devido
aos desequilíbrios da economia interna chinesa), replicada em menor escala fora do
continente asiático e possibilitando a ampliação da internacionalização de suas empresas
no mercado mundial.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A China com seu crescimento econômico está em plena ascensão e se encontra
em patamares elevados de hierarquia dentro do sistema internacional. A China está
emergindo como polo de poder global e potência na Ásia e a iniciativa da Nova Rota da
Seda é um passo nesta direção. Conforme foram demonstrados ao longo do tópico
anterior, a iniciativa se mostra em prol do desenvolvimento e ganhos mútuo, visando a
cooperação e um ambiente de segurança internacional, porém essa iniciativa permitirá
maior penetração comercial e financeira da China aos países ao longo da rota. Deve-se
atentar sobre essa abertura e integração proposta pelos chineses, já que há possibilidade
de criar dependências econômicas principalmente nos países em desenvolvimento. Cabe
a esses países, formularem suas próprias políticas e defenderem seus interesses, levando
em consideração a esfera de influência que a China pretende exercer. As rotas terrestres
e marítimas, ao passo que criam uma rede de infraestrutura no interior da Eurásia,
possibilita o apoio naval ao longo das rotas de comércio, solidificando também sua
presença no litoral. A Nova Rota da Seda proporcionará uma integração física da região
delimitada pelo plano de ação, formando um grande bloco econômico continental e essa
nova projeção geoeconômica ultrapassa qualquer motivação puramente econômica.
Trata-se de uma projeção geopolítica enquanto potência desafiante no sistema
internacional e ao passo que o Brasil carece de infraestruturas e de integração física com
os vizinhos da América do Sul, nesse âmbito a iniciativa pode atender aos interesses
mútuos. É necessário que esforços no âmbito dos objetivos nacionais e reformulações
políticas sejam feitas no Brasil, para que as oportunidades para/com a China sejam
proveitosas e não desafiadoras. É por isso que o estudo dessa temática no meio acadêmico
e posteriormente à sociedade se fazem necessários para compreender a globalização à
moda chinesa que vivemos hoje.
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