A preguiça do cumpade Zé Cochôxi
São Paulo – 2015
A preguiça do cumpade Zé Cochôxi
Carmem Aparecida Gomes
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Projeto gráfico Camila C. Morais
Revisão Nome do revisor
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________G615p
Gomes, Carmem Aparecida A preguiça do cumpade Zé Cochôxi/Carmem Aparecida Gomes. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2015.
ISBN 978-85-437-0436-4
1. Humorismo brasileiro. I. Título.
15-22143 CDD: 869.97 CDU: 821.134.3(81)-7________________________________________________________________27/04/2015 04/05/2015
Impresso no BrasilPrinted in Brazil
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Dedico a todas as crianças, aos adultos com alma de criança e para meu irmão Carlos Antonio Gomes.
Agradeço a Deus por sempre iluminar meus cami-nhos e as orações de minha mãe Maria Iolanda Gomes.
O segredo de seguir em frente é começar a trabalhar.Agatha Christie
Esta é uma obra infantil. Os nomes e aconteci-mentos descritos são produtos da imaginação da autora. Quaisquer semelhanças com os nomes, datas e aconteci-mentos reais são mera coincidência.
Nota do autor: na presente obra usei palavras como “fio”, “fia”, “almoça”, “trabaiadora”, “muié” e outras não sendo erro e, sim, uma forma de homena-gear o pessoal bacana do interior do nosso Brasil.
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Capítulo 1A família Cochôxi
Eu sou a avó Amância e vou contar a história do meu neto Zé Cochôxi, mas primeiro vou apresentar a sua famí-lia e o sítio de seu pai que tomém é meu fio, o Quinzinho.
Meu fio Quinzinho é casado com a minha nora Rita, além do Zé Cochôxi, Rita deu à luz tomém a Chica e Joca, não é para me gabá não, mas é os netos mais lin-dos que eu tenho, pra falar a verdade a família Cochôxi é muita linda, só tem gente bonita e trabaiadora. Espera, acho fei menti, então vou falar a verdade, o Zé Cochôxi não é muito chegado no serviço. Ele vivi pegando as rou-pas e os calçados do irmão e até do pai, pois passa a maior parte de sua vida dormindo.
Rita, sua mãe, já fez de um tudo, levou na benzedei-ra, deu chá de chifre de boi brabo e nada.
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— Toma esse chá, menino! Zanga dona Rita.— Ai mãe, isso é ruim! — Zé bebe o chá fazendo
caretas e vômitos.— Bebe tudo, o seu pai teve um trabaião para pegar
um pedaço do chifre do boi Zangão! — ralha dona Rita.Meu fio Quinzinho já deu tanto beliscão que inté
perdeu a conta, e nada, eu já falei com toda a minha ex-periência que isso é lombriga, e muita, e grande, caso que nem o chá de chifre de boi brabo conseguiu matar.
Depois que perdi a minha metade da laranja, o vô Quim, vim morar aqui no sítio tomém, oia eu sou tes-temunha da preguiça que esse menino sofre, pobre Zé Cochôxi não vai nem conseguir casar, não cresce, só tem barriga e pé.
Eu, vó Mância, vou apresentar um por um da famí-lia e depois o nosso sítio, aqui tudo é farturento, temo muita galinha, pato, ganso, porco, vaca, peru, cabrito, cachorro, gato e o papagaio Lorota que fala cada bobajão, aprendeu com o Zé, que só pensa e fala o que não presta quando não está dormindo escondido.
Meu outro neto, Joca, é muito charmoso, tá sempre alinhado, de chapéu na cabeça, as moçoilas daqui fica doida com tanta beleza, minha neta Chica tá na fase da necessidade de Rita e Quinzinho vigiar, pois os moços tá tudo de oio grande.
Fico muito triste de falá de Zé Cochôxi, vive de ber-muda, calçado de botina do irmão, camisa menor que o seu tamanho e com cara de sono, esse Quinzinho e Rita pode tirar o cavalinho da chuva pra não pegar uma gripe, ele nunca vai casar por causa da preguiça.
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Capítulo 2A lida no sítio
Aqui a noite chega mais cedo, e o dia começa to-mém mais cedo, a gente deita cedo pra levantar cedo.
Cada um tem o seu afazer, eu vó, Mância, faço café e já começo a pensar no almoço, Quinzinho e Rita vão para o curral tirar o leite, e Chica cuida da limpeza da casa. Joca cuida da horta, e Zé leva o dia todo entre as dormidas e os beliscões do pai para tratar dos porcos e das galinhas, é uma luta.
— Zé, trata direito dos porcos, quero que fica bem gordo pro final do ano! — fala seu Quinzinho.
— Tá pai, é isso que eu faço — resmunga Zé, saindo tropeçando com os seus butinões e os baldes de ração.
— Vê se hoje trata logo, e vem arrumá para ir para a escola com seus irmãos — alerta o pai.