Academia de Música de S. João da Madeira
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ACADEMIA DE MÚSICA DE S. JOÃO DA MADEIRA
Projeto Educativo – 2014/2017
1. Introdução
Todas as organizações, quaisquer que seja a sua natureza e dimensão, necessitam
ter um plano estratégico que oriente a sua atividade presente e futura.
O último PE da Academia de Música de S. João da Madeira data de 2004. Está
portanto desfasado da realidade atual da Academia e das condições externas que
condicionam a sua ação. Impôe-se que, com a maior brevidade, se dote a
Academia com um projeto educativo que balize e oriente a sua evolução.
Um documento estratégico que, partindo do diagnóstico da realidade atual, a
projete no futuro. Este documento será tanto mais útil e eficaz quanto mais
fielmente reflita a realidade presente e ajude todos os intervenientes (alunos,
docentes, pais e parceiros) a articular saberes, conjugar energias, convergir
vontades, reunir esforços rumo a um futuro sustentável.
Embora conscientes de que a realidade da Academia é una e funciona como um
todo, entendeu-se que, para uma melhor compreensão e capacidade de execução,
deveriam ser definidos eixos estratégicos: Serviço Educativo; Organização;
Equipamentos/ instalações /financiamento; relação com o meio
(comunidade educativa /atividade cultural).
Sem dúvida que o eixo estratégico mais importante é o serviço educativo pois é o
principal objetivo da sua existência: o ensino da música.
As outras áreas prioritárias só são importantes porque constituem áreas de suporte
do serviço educativo. De uma forma simples, para existir um bom ensino da música
é necessário ter boas instalações, instrumentos em quantidade e qualidade
suficiente, serviços de apoio, uma organização eficiente e um financiamento que
garanta a sustentabilidade da Academia.
Não se trata de elaborar um documento teórico, ambíguo, antes um documento
que aponte caminhos concretos, objetivos muito detalhados e metas bem definidas
para o horizonte temporal válido do documento (ano letivo 2013/2014 a
2016/2017).
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2. Visão
A Academia de Música de S. João da Madeira assume-se como um estabelecimento
de educação artística, com especial incidência na educação musical.
Há estudos médicos que comprovam que o cérebro de uma criança se
desenvolve mais rapidamente quando esta é regularmente exposta à música.
Existem estudos científicos que demonstram que a coordenação motora melhora
quando uma criança aprende um instrumento musical. Nós não ensinamos música
às crianças só por estas razões.
Nós ensinamos-lhes a música, para serem mais humanas, de modo a
reconhecerem a beleza e a serem sensíveis a ela, de modo a terem algo
mágico e encantador nas suas vidas à medida que os anos passam.
Nós ensinamos música às crianças para que elas também sintam mais
amor, mais sonhos, mais compaixão, mais bondade. Em suma, ensinamos
música para que sintam mais vida dentro delas. Música é vida!
A Academia de Música dedica-se a ensinar a linguagem universal da música, arte e
cultura na comunidade à sua volta. Fazemos isso dando aos nossos alunos a
capacidade de relembrar obras de arte do passado e do presente, criando também
as suas próprias obras de arte. Essas obras de arte poderão ser demonstradas em
público, na forma de espectáculos e eventos culturais, de forma formal ou informal.
A arte real é didática e generosa.
A boa arte explica-se a nós de forma natural. A boa arte é como contar histórias
que nos prendem a atenção e que estimulam a nossa imaginação.
A Academia orgulha-se de poder constatar o facto de muitos dos nossos ex-alunos
serem actualmente artistas profissionais que trabalham em Portugal e no
estrangeiro. Os nossos alunos atuais são os artistas do futuro. Eles são as pessoas
que irão perpetuar esta tradição maravilhosa e que a dissiminarão por toda a parte.
Enquanto houver almas sedentas de música, arte e cultura, é imperativo continuar
a fomentar estas novas gerações para que possam fomentar a Vida, sempre!
Apesar de especialmente focada em mostrar às crianças o elevado valor da arte, da
cultura e da música, a Academia não se exime da responsabilidade de demonstrar
que o exercício artístico é igualmente válido para todas as idades e abre as suas
portas a todos quantos queiram experimentar a magia de produzir arte, de fazer
magia.
Acreditamos que a cultura não é um devaneio, um capricho, um luxo de alguns,
antes uma alavanca decisiva para o desenvolvimento. As comunidades, regiões,
países mais cultos são os mais desenvolvidos. Existe uma inequívoca correlação
entre cultura e desenvolvimento sustentável.
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A Academia tem-se assumido como um importante polo dinamizador da
cultura em S. João da Madeira e territórios limitrofes. Hoje quer assegurar
que tem profissionais competentes e empenhados em garantir que será um
polo cultural dinâmico, inovador e de qualidade no seio desta comunidade
e um referencial na região em que se insere.
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3. O contexto
3.1. História
3.1.1. O Edifício
Em 1898 o Estado abriu concurso à apresentação de projectos para um novo plano
de escola, com casa de professor. Venceu o projecto da autoria do arquitecto
Arnaldo Redondo Adães Bermudes. Ao longo do tempo construíram-se algumas
centenas destas escolas, que ficaram conhecidas por escolas-tipo Adães Bermudes
ou popularmente, por escola dos sininhos.
3.1.2. A Academia de Música de S. João da Madeira
A Academia de Música de S. João da Madeira nasceu em Junho de 1981, sob a
direção do Professor Augusto Pereira de Sousa. Instalada, inicialmente, na Escola
Primária do Parque, foi transferida, em 1982, para a sede actual, na Quintã, rua
Visconde, edifício que também já albergou Escola Primária.
Em 1986 foi constituída a Associação Cultural Alão de Morais para dar autonomia
jurídica à Academia de Música, Instituto de Línguas e Centro de Arte que
constituem seus departamentos. Cada departamento tem estatuto e regulamento
próprio, visando responder ao fim específico para que foi criado.
Em 2012 é inaugurado o atual edifício que, aproveitando da antiga escola a fachada
principal, foi já projetado com especificações técnicas, para servir de escola de
música.
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3.2. O Meio
S. João da Madeira é uma freguesia, cidade, concelho com cerca de 22 000
habitantes, situado na Zona do Entre Douro e Vouga, recentemente integrado na
Área Metropolitana do Porto. Tem um tecido económico com maior incidência nos
setores terciário (serviços e comércio) e secundário, com indústrias diversificadas e
empresas modernas, com forte vocação exportadora.
A cidade, com um ambiente marcadamente urbano, servida por uma boa rede de
acessibilidades, distingue-se particularmente pela sua capacidade de oferta de um
conjunto integrado de serviços que exercem uma forte atratividade sobre os
territórios dos concelhos vizinhos.
Interessa destacar o elevado índice de população escolar que frequenta as suas
escolas que se reflete no significativo número de alunos da Academia, alguns
provenientes das freguesias vizinhas.
Possui também um multifacetado conjunto de infraestruturas desportivas e
culturais, nomeadamente salas de espetáculos, a que se juntou recentemente a
Casa da Criatividade.
4. Princípios orientadores
Os princípios enunciados pretendem marcar a cultura e o clima da Academia. São
princípios que se pretendem vivenciar no seu dia a dia nas diferentes vertentes e
pautar a forma de estar, as inter relações dos agentes educativos e de todos que
com ela se relacionam. Estes princípios, transversais e abrangentes, devem
constituir-se como referenciais que, efetivamente, devem estar presentes no
quotidiano da Academia.
a. Rigor e excelência no processo de ensino aprendizagem
b. Trabalho cooperativo
c. Responsabilidade individual e compromisso coletivo
d. Eficácia na gestão dos recursos disponíveis
e. Abertura ao meio
f. Gestão participada e democrática
g. Inovação
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5. Objetivos estratégicos
São enunciados os seguintes objetivos:
1- Melhorar o desempenho ao nível das aprendizagens pedagógicas, dos
resultados e das qualificações;
2- Otimizar os recursos disponíveis e reforçar a renovação tecnológica;
3- Incrementar a relação com o meio, através da aposta em projetos que
impliquem o envolvimento e a coesão de toda a comunidade educativa;
4 – Promover a divulgação da música e da cultura através da implementação
de parcerias com outras entidades que cativem novos públicos para a
música.
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6. Organização
Associação Cultural Alão de
Morais
Academia de Música
de S. João da Madeira
Instituto de Línguas de
S. João da Madeira
Centro de Arte de
S. João da Madeira
Direção Direção Pedagógica
Conselho Pedagógico Direção Administrativa
Financeira
Departamentos
Sopros e Percussão
Cordas
Ciências Musicais
Teclas
Canto e Classes de Conjunto
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7. Serviço Educativo
7.1. Oferta Educativa/Alunos
No ano letivo 2013/2014 a Academia é frequentada por 224 alunos. Pretende-se
que nos próximos três anos este número cresça em cerca de 50%. Este
crescimento não é uniforme e deve ter em conta alguns aspetos fundamentais
nomeadamente a baixa taxa de natalidade e o envelhecimento da população.
Também não se podem ignorar algumas questões relativas aos diferentes regimes
da oferta educativa:
• Articulado: Os números apresentados revelam alguma prudência pois
existe a incerteza em relação ao financiamento e à autorização do
número de alunos com financiamento do POPH.
• Iniciação: o objetivo é que o número de alunos a frequentar as
iniciações aumente 40% ao longo do triénio. É um objetivo ambicioso
tendo em conta a diminuição da taxa de natalidade e do número de
alunos que frequentam o 1º Ciclo
• Secundário: os números apresentados colocam como objetivo
assegurar que 50% dos alunos que concluem o 5º grau continuem a
desenvolver os seus conhecimentos qualquer que seja a modalidade
(supletivo ou curso livre). Existe a possibilidade de o ensino articulado se
estender ao ensino secundário
A oferta educativa da Academia passará por outras modalidades como seja o
projeto “Música na Escola” que pretende oferecer aos alunos das EB1/JI o ensino da
música a grupos de crianças nas próprias escolas. Esta modalidade diferencia-se
das iniciações e dos cursos livres pelo local em que decorre (JI/EB1), pelo número
de alunos, modelo de trabalho e custo.
Em moldes idênticos também será proposta a criação de núcleos de aprendizagem
nas empresas ou grupos de empresas.
Em parte significativa, as dificuldades financeiras da Academia devem-se à
insuficiência do financiamento atribuído pelo Ministério da Educação para o
funcionamento do secundário pois a propina paga pelos pais é insuficiente para
suportar os custos por aluno.
Outra linha orientadora da oferta educativa é estimular a opção dos alunos por uma
maior diversidade de instrumentos, contrariando a tendência de concentrar as suas
escolhas no piano e nos violinos.
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Pretendemos também que a taxa de desistência dos alunos seja residual e, mesmo
esta, motivada por causas externas. Este objetivo pode ser atingido,
nomeadamente, por duas vias: maior consciencialização dos encarregados de
educação e dos alunos de que a opção pela aprendizagem da música exige gosto,
paixão e trabalho; que o trabalho desenvolvido no seio da Academia estimula os
alunos e fornece ferramentas importantes para o desenvolvimento dos alunos.
7.2. Sucesso educativo
O sucesso educativo é avaliado em dois parâmetros fundamentais: taxas de
transição e qualidade do sucesso.
7.2.1. Taxas de transição
A Academia deve ter a ambição de obter uma taxa de transição, tendencialmente,
de 100%.
Esta ambição deve ser sustentada na motivação dos alunos, na qualidade
pedagógica e nas medidas de apoio pedagógico acrescido que devem ser diversas
de acordo com as dificuldades dos diferentes alunos e num maior envolvimento
destes nas atividades proporcionadas pela Academia.
No plano plurianual serão fixadas metas a atingir de forma gradual para os três
anos de vigência do Projeto Educativo e a serem avaliadas anualmente.
7.2.2. Qualidade do sucesso
Para podermos efetuar uma análise mais aprofundada do trabalho desenvolvido
com os alunos e aferir o nível da instituição não nos devemos ater apenas às taxas
de transição, podemos analisar a qualidade do sucesso observando alguns índices.
Entre muitos outros: sucesso total, através do qual concluiremos sobre a taxa de
alunos com nível positivo a todas as disciplinas que frequentam; alunos com nível
quatro (ou equivalente) a todas as disciplinas que frequenta e o nível de
excelência em que o aluno obtém nível cinco (ou equivalente) a todas as
disciplinas.
Neste âmbito deve ser regulamentado, ao longo do próximo ano letivo, o
quadro de mérito e o quadro de excelência.
Também, neste este nível, serão fixadas metas anuais no âmbito do plano
plurianual.
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7.3. Oferta/Cursos
A Academia possui já uma grande diversidade de oferta educativa. No entanto é
fundamental continuar a segmentar esta oferta tendo em vista não apenas o
acompanhamento das tendências dos gostos musicais mas também a procura de
novos públicos de forma a disponibilizar uma oferta completa dos bébés aos avós,
da música popular à música “erudita”, dos instrumentos mais na moda a
instrumentos menos comuns e alternativos, dos públicos mais jovens para alunos
mais adultos.
Nos próximos anos serão implementadas todas as diligências necessárias para
tornar a Academia cada vez mais eclética e diversa.
7.4. Qualidade pedagógica
A qualidade do serviço prestado pela Academia aos alunos deve ser a preocupação
primeira da sua atividade. Para se avaliar da qualidade temos que nos socorrer de
um conjunto de parâmetros indiciadores e garantes da sua fiabilidade.
Para conseguir uma maior qualidade pedagógica a direção concretizará um
conjunto de medidas de forma a elevar os padrões de qualidade do processo de
ensino aprendizagem, nomeadamente:
• Criação de um regulamento de audições;
• Contratação de um consultor externo;
• Uniformização e aperfeiçoamento dos critérios, gerais e específicos, de
avaliação;
• Criação de uma lista de obras por curso, instrumento e ano/grau;
• Maior presença de alunos em Masterclass, concertos, palestras,
conferências.
• Incremento da participação de alunos em concursos internos e externos;
• Regimento dos órgãos pedagógicos;
• …
7.5. Recursos Humanos
Como em qualquer estabelecimento educativo também a Academia acredita que o
fator humano é decisivo. Profissionais competentes tecnicamente, dedicados,
comprometidos com o sucesso dos seus alunos e conscientes do seu contributo
para o êxito da Academia são fundamentais.
O que se pretende é que todos os profissionais estejam conscientes de que é
fundamental o contributo de cada um para o êxito da Academia. É necessário pois
implicar, envolver, responsabilizar todos no diálogo que deve preceder a tomada de
decisão.
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Neste sentido também se deve implementar, a partir do ano letivo 2014/2015 um
modelo de avaliação de desempenho de todos os docentes e não-docentes.
Na gestão de recursos humanos vai ser necessário contratar uma
assistente operacional onde se privilegiará uma profissional com
competências polivalentes pois exercerá um conjunto diversificado de
funções: biblioteca, bar, receção, assistência serviço docente, etc..
Eventualmente, de acordo com as necessidades, será necessário recorrer ao out-
sourcing de (alguns) serviços de limpeza.
Em relação aos docentes, a opção deve incidir num maior envolvimento
dos docentes na vida da Academia.
7.6. Serviços
Na linha do que foi referido em relação à qualidade pedagógica, existem serviços
complementares e que podem acrescentar valor ao serviço que a Academia presta
aos alunos, famílias e comunidade. Serão desenvolvidos todos os esforços para que
no próximo ano letivo sejam realidade significativos acréscimos de serviços como:
• Biblioteca em que os alunos podem permanecer acompanhados por
funcionária(o) habilitado ou docente, podendo estudar, pesquisar, ler;
• Serviço de bar aberto aos alunos, pais e comunidade com mais
equipamentos e oferta de produtos;
• Serviço de transporte dos alunos nomeadamente entre a Escola e a
Academia;
• Atividades em horários diferenciados onde os alunos possam vivenciar
novas experiências musicais.
• Atividades de reforço, no âmbito de planos de
recuperação/desenvolvimento, de alunos que queiram ou necessitem.
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8. Organização
8.1. Organização Administrativa
Qualquer organismo deve priorizar a sua organização no sentido de tirar partido
dos seus recursos humanos, rentabilizar os recursos materiais disponíveis,
potenciar os meios colocados à sua disposição e ser eficiente na alocação dos
recursos.
Neste sentido, a Academia deve explicitar de forma clara as funções dos
colaboradores, docentes e não docentes, e as normas que regulam o seu contributo
para um funcionamento da Academia de uma forma articulada, evitando
sobreposições e a criação de sinergias com o consequente aumento da eficácia
fazendo convergir o desempenho de todos para o bem comum e sejam claras as
expetativas em relação a todos os seus colaboradores.
Neste âmbito serão implementadas algumas medidas, nomeadamente:
• Regulamento de faltas/permutas/compensações dos docentes;
• Atualização do regulamento interno;
• Avaliação de desempenho de todo o pessoal;
• Regulamento de apresentação de alunos e docentes em
audições/espetáculos;
• Melhorar o sistema de comunicação interna (alunos, docentes, pais) e
externa;
8.2. Organização Pedagógica
Uma das condições fundamentais para a melhoria da qualidade pedagógica é que
todos os agentes envolvidos no processo educativo percebam as expetativas e as
funções de cada um, individualmente, e de todos, enquanto membros duma
organização complexa. Neste sentido, e em linha com o anteriormente referido,
serão tomadas todas as medidas para melhorar o funcionamento dos órgãos
pedagógicos e facilitar a todos os docentes, alunos, pais e pessoal não docente a
compreensão do modo de funcionamento da Academia de forma a padronizar um
elevado nível de toda a organização.
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9. Instalações/Equipamentos/Financiamento
Num estabelecimento educativo o mais importante é sempre o sucesso
educativo dos alunos. Para que os nossos alunos, com o apoio, competência e
empenho dos docentes, possam obter progressos no processo de ensino-
aprendizagem devem dispor das melhores condições de trabalho possíveis:
instalações apropriadas e funcionais, equipamentos com qualidade e em
quantidade suficientes e sustentabilidade financeira. Temos consciência que o
fator humano no processo de ensino-aprendizagem é o fator crítico para o sucesso,
mas também temos consciência que a existência de boas condições de
aprendizagem se podem constituir como uma ajuda significativa.
9.1. Instalações
A Academia está instalada num edifício construído expressamente com a finalidade
de servir o seu propósito fundamental: o ensino da música. De facto dispôe de uma
infra-estrutura com os requisitos de base para cumprir bem o seu principal objeto
de atividade.
No entanto, logo no momento da sua inauguração se revelaram diversos problemas
e algumas carências.
Problemas que derivaram de deficiente construção que se tem vindo a evidenciar
como as infiltrações das águas pluviais, os esgotos, alguns materiais de fraca
qualidade, a climatização das salas. Estes problemas terão que ser resolvidos pelo
empreiteiro em estreita ligação com os serviços da câmara municipal, dona da obra
e proprietária do edifício.
Algumas carências como a biblioteca e o bar serão as prioridades para os próximos
anos pois são serviços muito importantes para o bom funcionamento da Academia
e prestação de um serviço de maior qualidade.
A outra prioridade será uma permanente preocupação de manutenção do edifício
para não deixar que se degrade.
9.2. Equipamentos
Numa Academia de música é essencial disponibilizar aos alunos e docentes um
conjunto de instrumentos em quantidade, qualidade e diversidade adequados ao
número de alunos e aos cursos ministrados.
Para além da capacidade de disponibilizar aos alunos, principalmente aos mais
carenciados, instrumentos para uso pessoal, mediante regulamento, o objetivo do
aumento do número de instrumentos e de sua maior diversidade visa fazer face ao
crescimento do número de alunos, crescente diversidade da oferta educativa e a
um maior equilíbrio na distribuição dos alunos. Desta forma pretende-se dotar a
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Academia da capacidade de apresentar uma orquestra mais completa,
possibilitando um maior leque de constituição de grupos.
Para além das aquisições de novos instrumentos deve estar sempre presente a
preocupação da manutenção dos instrumentos existentes quer pelo bom uso dos
seus utilizadores quer pelo esforço de manutenção periódica que os instrumentos
devem beneficiar.
Em linha com as prioridades para a melhoria dos serviços, os esforços da
Academia, para além dos instrumentos musicais, centrar-se-ão, no plano dos
equipamentos, em três áreas mais carenciadas neste plano: o Bar, a Biblioteca e os
equipamentos multimédia, nomeadamente os informáticos. São equipamentos
estruturantes que visam prestar um melhor serviço aos alunos, famílias,
profissionais e utentes da Academia e que procuram dar um conteúdo mais útil aos
tempos que os alunos passam na Academia.
Também esta preocupação será incluída no plano plurianual com a perspetiva
constante de avaliação do seu cumprimento.
9.3. Financiamento
As preocupações financeiras não podem ser marginalizadas dado o contexto da
crise financeira nacional e as vicissitudes pelas quais a Academia tem passado e
que continuam a ser um problema.
Existem aspetos que ultrapassam a vontade de toda a comunidade educativa,
mesmo dos seus órgãos dirigentes, nomeadamente os montantes a atribuir pelo
governo para suportar os diversos regimes de frequência dos nossos alunos
(iniciação, supletivo e articulado). No entanto a qualidade da gestão das verbas
disponíveis e a procura de fontes de financiamento decorrentes das atividades da
Academia podem marcar a diferença, de forma a dar uma maior autonomia
financeira e a capacidade de libertar verbas de gastos correntes para investimentos
colocados ao serviço de alunos e docentes.
No final do ano letivo 2013/2014, a academia tem um défice de exploração dada a
insuficiência das verbas das principais fontes financiadoras (POPH, Ministério da
Educação).
Para além destas fontes de financiamento a capacidade de captação de recursos
através de geração de receitas ordinárias (inscrições de alunos e mensalidades)
cobre apenas cerca de 15% do total do orçamento.
Como atrás ficou claro, com o previsível aumento do número de alunos e o
consequente crescimento do orçamento, este défice de financiamento poderá
agravar-se colocando em causa a sustentabilidade financeira da Academia.
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A Academia só poderá pois garantir o seu futuro se aumentar para 20% do seu
orçamento global a capacidade de obtenção de receitas próprias.
A gestão financeira nos próximos três anos deve pois reger-se pela aplicação de
alguns princípios de gestão:
• Rigoroso controlo dos gastos;
• Diminuição de despesas de funcionamento;
• Eficiência na gestão de pessoal docente e não docente;
• Geração de receitas: bar, espetáculos, subsídios, patrocínios, parcerias e
protocolos.
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10. Relação com o meio
Um dos aspetos que condiciona a Academia, lhe confere identidade e que é
necessário potenciar, é o meio em que se insere: a localidade, as suas
caraterísticas, as suas gentes, as instituições e as organizações.
É óbvio que a Academia deve muito à cidade, por isso queremos continuar a
devolver à cidade o que ela faz pela Academia. Queremos ser um incontornável
agente de divulgação da música e da arte. Um dos aspetos fulcrais é pois saber
qual o contributo da Academia para a cidade.
10.1. Comunidade educativa
A Academia deve ter sempre como referencial o facto de ser uma comunidade
ampla onde cabem alunos, docentes, famílias dos nossos alunos, não
docentes. O princípio que todos devemos alimentar é que seremos mais fortes
com o contributo de todos.
Neste contexto será de salientar o relevante papel dos encarregados de educação,
nomeadamente da Associação de Pais que tem desenvolvido nos dois últimos
anos um papel decisivo e que se pretende ampliar, atribuindo-lhe um papel cada
mais relevante nas decisões mais importantes da Academia.
Num conceito mais alargado, incluímos na nossa comunidade todas aquelas
pessoas, instituições, entidades, associações e outros parceiros que com a
academia queiram trabalhar. Acreditamos que juntos criaremos sinergias que a
todos podem beneficiar.
A Academia pretende trilhar um caminho que tenha a constante preocupação de
abertura ao meio recebendo contributos de todos e, em simultâneo, ter um papel
ativo enquanto agente cultural de grande importância
Daí a proposta da criação de um conselho consultivo no ano letivo 2015/2016
onde terão assento pais, docentes, órgãos autárquicos, instituições educativas e
culturais que terá uma função de emitir pareceres e orientações sobre a atividade
da academia.
É óbvio que este conselho consultivo não esgotará a participação da comunidade
mas, com representatividade tão ampla quanto possível, será a demonstração
inequívoca da vontade de abertura e de cooperação.
Pretendemos dar continuidade aos acordos existentes e estabelecer protocolos de
colaboração com:
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a) Estabelecimentos de educação e ensino
• Agrupamento de Escolas Serafim Leite
• Agrupamento de Escolas João da Silva Correia
• Agrupamento de Escolas Oliveira Júnior
• Centro de Educação Integral
• Infantários …
b) Órgãos autárquicos
• Câmara Municipal
• Junta de Freguesia
• c) Comunicação Social
• O Regional
• Labor
• Único
d) Instituições culturais
• Casa da Criatividade
• Escolas de Teatro
• Escolas de Dança
e) Outras
• Empresas
• Instituições sociais
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10.2. Atividade cultural
A Academia assumirá um papel fundamental na dinamização cultural da cidade
promovendo, no âmbito do seu plano anual, um conjunto de iniciativas que atraiam
um público tão vasto quanto possível, diversificando as atividades e que passará
por utilizar todos os espaços disponíveis na cidade, momentos e efemérides
relevantes e diferentes géneros musicais, desde que garantam a qualidade e façam
justiça à nossa história.
Concertos:
• Casa da Criatividade
• Igreja Matriz
• Paços da Cultura
• Auditório da Academia
• Espaços exteriores
Esta atividade cultural deve, tendencialmente, ir para além da música fomentando
atividades que incluam também outras formas de arte.
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11. Avaliação
Este projeto educativo, depois de aprovado pelo Conselho Pedagógico e pelos
órgãos da Associação Cultural Alão de Morais entrará em vigor e deverá ser
avaliado anualmente no âmbito do processo de auto avaliação e do respetivo plano
de melhoria.
Neste âmbito devem ser aprovados, até setembro de 2014 o plano anual de
atividades e as bases do Plano Plurianual, onde devem constar as metas para
avaliar a sua concretização. No final do ano letivo, no âmbito da avaliação do ano
letivo devem ser aprovadas pelo conselho pedagógico os relatórios de avaliação do
plano de atividades e do plano plurianual que devem ser remetidos para a direção
da Academia.
A existência de desvios significativos em relação ao estabelecido no Projeto
Educativo pode suscitar a sua reformulação para ser adequado à realidade da
Academia e dos seus constrangimentos.
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