A ação dos psicofármacos nas funções psíquicas básicas
Hélio Tonelli
1. Introdução
O tratamento farmacológico de muitos transtornos psiquiátricos como a depressão, a
esquizofrenia e o transtorno bipolar evoluiu consideravelmente nos últimos 20 anos, quando
foram lançados fármacos mais facilmente tolerados pelos pacientes. Até o final da década de
oitenta, a grande maioria dos psicofármacos disponíveis causava sérios efeitos adversos nos
pacientes, apesar de sua bem estudada eficiência no controle das doenças mais severas1. Por
exemplo, desde aquela época até hoje os antipsicóticos convencionais, também chamados de
antipsicóticos de primeira geração, são empregados como drogas muito eficazes no
tratamento dos delírios e das alucinações da esquizofrenia, apesar de poderem causar efeitos
adversos sobre a cognição, humor e movimentos. Da mesma forma, os antidepressivos
tricíclicos continuam sendo drogas muito úteis no tratamento da depressão unipolar grave,
embora possam causar efeitos colaterais como boca seca, obstipação intestinal, retenção
urinária e disfunção sexual2. A busca por drogas com maior tolerabilidade sem perda da
eficácia terapêutica tem como principal objetivo garantir maior adesão ao tratamento
psiquiátrico, uma vez que, na imensa maioria dos casos, ele será mantido em longo prazo.
Todavia, menos efeitos colaterais não foram os únicos objetivos dos pesquisadores de novos
psicofármacos, que também procuravam por maior especificidade terapêutica, isto é,
mecanismos de ação que idealmente tivessem como alvo principal os sistemas cerebrais que,
quando avariados, gerassem os transtornos mentais. Novos fármacos foram desenvolvidos,
mais “fáceis” de serem usados e com ações mais específicas sobre as funções mentais
comprometidas nos mais diversos quadros psicopatológicos. Contudo, isso não significa que
tais drogas sejam completamente seguras, totalmente eficientes, ou que realmente ajam sobre
as causas destes quadros, mesmo porque elas ainda estão longe de estarem completamente
esclarecidas. É verdade que, quanto maior a propriedade de uma droga agir sobre a causa da
doença, maiores são as chances de serem eficazes e menores as chances de efeitos adversos,
mas ainda estamos muito distantes de drogas ideais em psiquiatria. Este texto tem por
objetivo discutir sumariamente as principais ações de diversos psicofármacos sobre as
funções psíquicas, tendo como foco os sistemas de neurotransmissão envolvidos tanto na
gênese dos sintomas psíquicos quanto dos efeitos colaterais dos psicofármacos.
2. Transtornos psiquiátricos e neurotransmissores
Grosso modo, sugere-se que distúrbios mentais como a esquizofrenia, a depressão e a
ansiedade originem-se de problemas no funcionamento de neurotransmissores, que são
substâncias liberadas pelos neurônios as quais permitem sua “comunicação” 3. Os
neurotransmissores mais estudados em psiquiatria são a dopamina, a noradrenalina, a
serotonina e o ácido gamaminobutírico (ou GABA) e eles têm múltiplas funções que ainda
não foram completamente esclarecidas pela neurociência.
A dopamina tem importantes papéis no processamento da atenção, da recompensa e
do aprendizado e suas disfunções parecem ter relações inequívocas com o aparecimento de
doenças como a esquizofrenia, a paranoia, a mania, a Doença de Parkinson, as dependências
químicas e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade 4.
A serotonina funciona como um neuromodulador central regulando o humor, a
presença ou a ausência de ansiedade e o comportamento alimentar. Transtornos psiquiátricos
associados à disfunção serotoninérgica incluem a depressão, os transtornos ansiosos e os
transtornos alimentares 5.
A noradrenalina também controla processos atencionais, sendo considerado o
“hormônio do estresse”, pois age em partes do cérebro em que são disparadas as conhecidas
“reações de luta e fuga”, como a amígdala, acionando mecanismos cognitivos e somáticos
cujo objetivo é melhorar a capacidade de defesa de um organismo em situações limite 6.
Distúrbios da noradrenalina podem gerar sintomas depressivos, ansiosos e déficits
atencionais 6.
O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central e sua
desregulação está associada ao surgimento de transtornos por uso de substâncias e ao
tratamento da ansiedade. Os benzodiazepínicos, drogas utilizadas há muitos anos no
tratamento da ansiedade aguda, têm o GABA como principal sítio de ação 7. O álcool e os
barbitúricos também agem ampliando a ação deste neurotransmissor 7.
Outros neurotransmissores como a acetilcolina e a histamina são também estudados
em psicofarmacologia mais por estarem relacionados ao aparecimento de efeitos indesejáveis
dos psicofármacos do que por terem ações específicas no tratamento de condições
psiquiátricas. O bloqueio de receptores colinérgicos pode causar sintomas como turvação da
visão, ressecamento de mucosas e até mesmo confusão mental quando utilizados em doses
muito superiores às recomendadas e o bloqueio de determinados receptores histaminérgicos
pode causar aumento do apetite e sonolência 8. A importância da compreensão das ações
destes neurotransmissores reside no fato de que muitas drogas psiquiátricas – mesmo as mais
modernas – podem causar efeitos nestes sistemas de neurotransmissão, comprometendo
determinadas funções psíquicas como a consciência, a vigília, a memória e a motivação.
Neurotransmissores promissores quanto ao desenvolvimento de novas drogas psiquiátricas
incluem o glutamato, importante substância estimulatória do sistema nervoso central cujas
disfunções podem gerar sintomas psicóticos 9.
3. Drogas com ação sobre o humor: antidepressivos e estabilizadores do humor
A depressão e o transtorno bipolar são transtornos psiquiátricos altamente prevalentes
em sociedades industrializadas. Eles compreendem alterações “para menos” ou “para mais”
do humor, isto é, humor deprimido ou eufórico (ou maníaco), respectivamente, que podem ou
não se alternar. A depressão se caracteriza pelo rebaixamento do humor ou pela ausência da
capacidade de sentir prazer (ou anedonia), acompanhados de outros sintomas como insônia
ou hipersonia, alterações do apetite e da libido, diminuição da concentração e ideias de
menos-valia e suicídio. O humor eufórico distingue os casos de mania clássica e seus
comemorativos clínicos de aumento da energia e da autoestima, loquacidade, agitação,
susceptibilidade a sintomas psicóticos e diminuição da necessidade de sono 10.
As principais drogas para o tratamento da depressão unipolar são os antidepressivos,
que agem mais ou menos seletivamente sobre a serotonina, a noradrenalina e a dopamina,
aumentando suas concentrações, causando elevação do humor, melhora da anedonia e da
concentração, bem como dos pensamentos de menos valia e de suicídio associados à
depressão. Acredita-se, portanto, que a depressão esteja associada à “falta” ou disfunção
destes neurotransmissores. As principais drogas para o tratamento da mania e da depressão no
transtorno bipolar são os estabilizadores do humor, que compreendem o lítio e
anticonvulsivantes como a carbamazepina, o ácido valpróico e a lamotrigina, cujos
mecanismos de ação nos transtornos psiquiátricos estão muito menos elucidados do que os
dos antidepressivos, mas, que de forma geral envolvem tanto alterações da permeabilidade da
membrana celular quanto efeitos sobre a dopamina, a serotonina e a noradrenalina.
Antidepressivos devem ser empregados com muita cautela na depressão do transtorno bipolar
do humor (ou depressão bipolar), pois podem induzir ciclagem ou rápida transição de
depressão para euforia. Nestes casos, os agentes farmacológicos mais empregados são o lítio
e a lamotrigina 10.
De forma geral, emoções poderiam ser consideradas alterações do estado orgânico
homeostático que disparam cognições e predisposições comportamentais específicas 11.
Assim, a depressão se caracteriza por alterações orgânicas sentidas ou percebidas como
humor deprimido e todas as alterações cognitivas e motoras características dos pacientes
deprimidos. Estes pacientes normalmente se queixam de ideias negativas, baixa autoestima,
niilismo, desesperança, anedonia e lentificação psicomotora. Ao contrário, pacientes
maníacos encontram-se excessivamente dispostos, autoconfiantes e envolvidos com
atividades prazerosas, além de agitados.
Drogas antidepressivas, portanto, atuam não apenas melhorando o humor, mas
modificando o tipo de ideias que pacientes deprimidos produzem, regulando seu foco
atencional (normalmente voltado para ideias de desesperança, vulnerabilidade e niilismo), sua
memória (normalmente voltada para eventos desfavoráveis) e sua motricidade. Em pacientes
bipolares deprimidos, podem promover uma transição indesejável de depressão para euforia 10. Drogas estabilizadoras do humor, por sua vez, melhoram não só os sintomas da euforia no
transtorno bipolar, mas outras funções psíquicas que estão alteradas nesta condição
psiquiátrica e que incluem: ideias de grandeza e de excessiva importância, aumento da libido
e aumento da energia e da motricidade.
Evidentemente, os mecanismos através dos quais estas drogas agem, assim como a
etiologia dos transtornos do humor, são muito mais complexos do que nosso conhecimento
permite alcançar. No entanto, as pesquisas sobre os sistemas que estão disfuncionais na
depressão e no transtorno bipolar nos permitiram desenvolver psicofármacos eficientes para
uma grande parte de pacientes que sofrem destes transtornos.
4. Drogas com ação sobre o pensamento e a sensopercepção: antipsicóticos
A esquizofrenia e a paranoia são consideradas condições psicóticas, em razão da
presença de delírios e/ou alucinações. Delírios são alterações de pensamento que se
caracterizam pela presença de crenças estranhas ou bizarras resistentes à argumentação
lógica. Estas crenças podem ter temáticas variadas como perseguição, autorreferência,
grandeza e podem levar os pacientes que as sustentam a quadros de hostilidade e agitação.
Alucinações são distúrbios da sensopercepção, em que pacientes veem coisas, sentem cheiros
ou gostos ou ouvem vozes sem que haja um estimulo ambiental precipitante. As alucinações
mais comuns na esquizofrenia são as auditivas, as famosas “vozes” 12, das quais muitos
portadores de esquizofrenia sofrem. A teoria que melhor explica a presença de delírios e
alucinações na esquizofrenia e os delírios na paranoia (na maioria dos casos, pacientes
paranoicos não apresentam alucinações) é a hipótese dopaminérgica, que postula que nestes
pacientes existe uma hiperfunção da dopamina 13. O aumento da atividade dopaminérgica
causa um aumento do “significado” de coisas banais do ambiente, um estado chamado de
“saliência aberrante” 14 que parece anteceder a formação de delírios. Por exemplo, ao ver a
porta de seu quarto aberta (um evento banal de nosso cotidiano), pode “entender” que este é
um “sinal” de que há um assassino à sua espreita. Ou, um paciente paranoico pode interpretar
ausências habituais de sua esposa de casa, como “provas” de que ela está sendo infiel.
Os principais fármacos empregados no tratamento dos delírios e das alucinações – os
sintomas psicóticos mais “populares” – são chamados de antipsicóticos e agem através do
bloqueio central à ação da dopamina 14. A regulação do excesso de atividade dopaminérgica
controla os delírios e diminui a intensidade e a frequência das alucinações, mas parece
induzir efeitos colaterais sobre a motricidade. Muitos pacientes utilizando antipsicóticos
convencionais – os mais antigos – desenvolvem quadros de tremor e rigidez muscular muito
semelhantes aos que portadores de doença de Parkinson apresentam, o que frequentemente
faz com que descontinuem o tratamento, com recrudescência de seus sintomas. É interessante
notar que a doença de Parkinson parece ser o “reverso” da esquizofrenia, pelo menos no que
se refere à função dopaminérgica: na esquizofrenia existe “excesso de dopamina” e seus
sintomas são tratados com drogas que bloqueiam a função dopaminérgica que podem originar
efeitos colaterais parecidos com os da doença de Parkinson. A doença de Parkinson, ao
contrário, parece ser decorrente de uma “falta de dopamina” e seus sintomas são tratados com
drogas que aumentam a função dopaminérgica, como a L-dopa, que pode originar efeitos
colaterais parecidos com os da esquizofrenia.
Antipsicóticos e L-dopa, portanto, alteram funções mentais como o pensamento e a
cognição em geral, mas também podem afetar o humor (antipsicóticos podem piorar sintomas
depressivos de pacientes psicóticos e a L-dopa pode melhorar a depressão dos portadores de
Parkinson), a motivação (os antipsicóticos podem induzir um estado de baixa reatividade ao
meio ambiente sem sonolência denominado catalepsia e a L-dopa pode induzir estados de
euforia ou mania), a senso-percepção (a L-dopa pode induzir alucinações em pacientes
parkinsonianos) e a motricidade (antipsicóticos induzem rigidez muscular e tremores e a L-
dopa alivia estes sintomas no Parkinson).
5. Drogas com ação sobre a ansiedade: benzodiazepínicos ansiolíticos e hipnoindutores
Os benzodiazepínicos, também conhecidos vulgarmente como “remédios faixa preta”,
são as drogas mais amplamente utilizadas no tratamento da ansiedade aguda. São drogas que
devem ser utilizadas idealmente por um período curto de tempo, pois podem causar tolerância
e dependência. A tolerância faz com que sejam necessários o emprego de doses crescentes
destas substâncias a fim de se obter os mesmos efeitos e a dependência faz com que os
usuários precisem consumir estas substâncias para se livrarem dos efeitos indesejáveis
decorrentes da abstinência. A ansiedade deveria ser tratada a longo prazo com outras classes
de remédios, como alguns antidepressivos, por conta de seus efeitos em outras funções
mentais como a memória. Alguns benzodiazepínicos podem induzir amnésias, além de
relaxamento muscular. Alguns também podem ser utilizados no tratamento de epilepsias 15.
Os benzodiazepínicos agem ampliando a função central do GABA 15, que é o
principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central. O efeito final é o de inibição
da comunicação entre determinados grupos de neurônios, que é sentido subjetivamente como
relaxamento, sonolência ou até indução do sono.
Estas drogas podem, portanto, ser compreendidas como depressores do sistema
nervoso central, sendo capazes de afetar, de forma dose dependente, funções psíquicas como
a consciência e a vigilância, bem como de interferir em processos neurais associados à
memória e motricidade (em razão de suas propriedades miorrelaxantes).
6. Conclusões
A psiquiatria conta com um vasto arsenal terapêutico para o manejo das mais diversas
síndromes psiquiátricas. Atualmente os psicofármacos disponíveis têm se caracterizado por
maior especificidade terapêutica e menor incidência de efeitos colaterais causando
desconforto em seus usuários. Mesmo assim, são drogas afetando diversas funções mentais,
da motricidade ao pensamento, da memória ao humor, muitas vezes de forma pouco seletiva,
causando problemas durante o tratamento psiquiátrico, a exemplo da euforia induzida pelos
antidepressivos, da depressão induzida pelos antipsicóticos típicos ou da amnésia induzida
por benzodiazepínicos. A maior compreensão dos mecanismos neurais subjacentes aos
transtornos mentais certamente auxiliará na melhora do perfil terapêutico dos psicofármacos.
7. Bibliografia
1. WILCOX, RE; GONZALES, RA: Introduction to neurotransmitters, signal transduction
and second messengers. In: SCHATZBERG, A; NEMEROFF, CB (Ed.): Textbook of
Psychopharmacology 1995: 3 – 29. American Psychiatric Press, Inc. Washington, DC.
2. OWENS CUNNINGHAM, DG: A guide to extrapyramidal side-effects of antipsychotic
drugs 1999. Cambridge University Press, Cambridge UK.
3. IVERSEN, S; KUPFERMANN, I; KANDEL, ER: Emotional states and feelings. In:
KANDEL, ER; SCHWARTZ, JH; JESSELL, TM (Ed.): Principles of Neural Science. 4th
Edition, 2000: 982 – 1013. Mc Graw Hill, Inc. USA.
4. GRACE, A: Dopamine. In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C.
(ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress. Lippincott Williams &
Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 120 - 132.
5. AGHAJANIAN, GK; SANDERS-BUSH, E: Serotonin. In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.;
COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of
progress. Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 15 – 34.
6. ASTON-JONES, G: Norepinephrine. In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.;
NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress.
Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 47 – 57.
7. OLSEN, RH: Gaba. In: DAVIS, KL; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C.
(ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress. Lippincott Williams &
Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 159 – 168.
8. RUSH, JA; RYAN, ND: Current and emerging therapeutics for depression. In: DAVIS,
K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology –
The fifth generation of progress. Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002,
1081 – 1094.
9. LARUELLE, M; KEGELES, LS; ABI-DARGHAM, A: Glutamate, dopamine and
schizophrenia: from pathophysiology to treatment. Ann N Y Acad Sci. 2003 Nov;1003:138-
58.
10. WILSON, S; SPONHEIM, SR: Dimensions underlying psychotic and manic
symptomatology: Extending normal-range personality traits to schizophrenia and bipolar
spectra. Compr Psychiatry. 2014 Jul 11. doi: [Epub ahead of print].
11. DAMÁSIO, A: O mistério da consciência. Companhia das Letras. São Paulo – SP, 2000.
12. HARVEY, PD; DAVIDSON, M: Schizophrenia: course over lifetime In: DAVIS, K.L.;
CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The
fifth generation of progress. Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 641 –
655.
13. HOWES, OD; KAPUR, S: A neurobiological hypothesis for the classification of
schizophrenia: type A (hyperdopaminergic) and type B (normodopaminergic). Br J
Psychiatry. 2014 Jul;205(1):1-3.
14. MARQUES, TR; LEVINE, SZ; REICHENBERG, A; KAHN, R; DERKS, EM;
FLEISCHHAKER WW: How antipsychotics impact the different dimensions of
schizophrenia: A test of competing hypotheses. Eur Neuropsychopharmacol. 2014
Aug;24(8):1279-88. doi: 10.1016/j.euroneuro.2014.04.001.
15. TALLMAN, JF; CASSELLA, J; KEHNE, J: Mechanism of action of anxyolitics. In:
DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.):
Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress. Lippincott Williams &
Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 993 – 1006.
19/09/2014
1
A ação dos psicofármacos nas
funções psíquicas básicas
Hélio Tonelli
2014
Objetivos
Discutir a ação dos principais psicofármacos sobre funções psíquicas como o humor, o
pensamento e o medo, levando em conta o papel dos principais neurotransmissores na etiologia de transtornos psiquiátricos como
depressão, ansiedade e psicose.
A evolução dos psicofármacos desde a década de noventa
http://www.eegym.com/brain-plasticity-culture-has-shifted-the-brains-of-teenagers-in-todays-era/
O papel dos neurotransmissores no mecanismo de ação dos psicofármacos
O que é um neurotransmissor?WILCOX, RE; GONZALES, RA: Introduction to neurotransmitters, signal transduction and second messengers. In: SCHATZBERG, A; NEMEROFF, CB (Ed.): Textbook of Psychopharmacology 1995: 3 – 29. American Psychiatric Press, Inc. Washington, DC.
19/09/2014
2
O papel dos neurotransmissores no mecanismo de ação dos psicofármacos
WILCOX, RE; GONZALES, RA: Introduction to neurotransmitters, signal transduction and second messengers. In: SCHATZBERG, A; NEMEROFF, CB (Ed.): Textbook of Psychopharmacology 1995: 3 – 29. American Psychiatric Press, Inc. Washington, DC.
Neurotransmissores e funções psíquicas
IVERSEN, S; KUPFERMANN, I; KANDEL, ER: Emotional states and feelings. In: KANDEL, ER; SCHWARTZ, JH; JESSELL, TM (Ed.):Principles of Neural Science.4th Edition, 2000: 982 – 1013. Mc Graw Hill, Inc. USA. http://passionteaching.blogspot.com.br/2012/05/how-our-brain-works.html
Modelo biopsicossocial dos transtornos mentais
http://myjourneywithdepression.wordpress.com/2013/04/10/mi-recovery-the-biopsychosocial-model/
Antipsicóticos: fármacos para o tratamento da esquizofrenia
•Sintomas Positivos•Delírios•Alucinações
•Sintomas Negativos•Déficits da interação social e da expressão emocional
HARVEY, PD; DAVIDSON, M: Schizophrenia: course over lifetime In: DAVIS, K.L.; CHARNEY,D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress.Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 641 – 655.
19/09/2014
3
Tipos de Esquizofrenia
Hebefrênica
Catatônica
Residual
T. EsquizoafetivoParanóide
HARVEY, PD; DAVIDSON, M: Schizophrenia: course over lifetime In: DAVIS, K.L.; CHARNEY,D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress.Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 641 – 655.
Psicose e Dopamina
HOWES, OD; KAPUR, S: A neurobiological hypothesis for the classification of schizophrenia: type A (hyperdopaminergic)
and type B (normodopaminergic). Br J Psychiatry. 2014 Jul;205(1):1-3.
Antipsicóticos
Bloqueio à ação da dopamina
Melhora dos delírios
Melhora das alucinações
Diminuição da motricidade
Catalepsia
Melhora cognitiva? Piora cognitiva?
Indução de depressão
MARQUES, TR; LEVINE, SZ; REICHENBERG, A; KAHN, R; DERKS, EM; FLEISCHHAKER WW: How antipsychotics impact the different dimensions of schizophrenia:A test of competing hypotheses. Eur Neuropsychopharmacol. 2014 Aug;24(8):1279-88. doi: 10.1016/j.euroneuro.2014.04.001.
Antipsicóticos
Bloqueio à ação da dopamina
Melhora dos delírios
Melhora das alucinações
Diminuição da motricidade
Catalepsia
Melhora cognitiva? Piora cognitiva?
Indução de depressão
Pensamento
Sensopercepção
Funções cognitivas
Motricidade
Motivação, atenção
Humor
MARQUES, TR; LEVINE, SZ; REICHENBERG, A; KAHN, R; DERKS, EM; FLEISCHHAKER WW: How antipsychotics impact the different dimensions of schizophrenia:A test of competing hypotheses. Eur Neuropsychopharmacol. 2014 Aug;24(8):1279-88. doi: 10.1016/j.euroneuro.2014.04.001.
19/09/2014
4
Fármacos para o tratamento dos transtornos do humorAspectos essenciais das síndromes de humor
Humor Depressão, melancolia, euforia, disforia, ansiedade, raiva, apatia.
Cognição Diminuição da concentração, hipomnésia, hipermnésia, pensamento lentificado, pensamento acelerado, aumento ou diminuição da quantidade de idéias.
Comportamento Inibição ou desinibição, impulsividade ou falta de iniciativa, agressividade (auto ou
heterodirigida).
Sintomas físicos Sintomas neurovegetativos, dores.
Ritmos biológicos Insônia, hipersonia, aumento ou diminuição do desejo sexual, aumento ou diminuição
do apetite.
Síndromes de humor
RUSH, JA; RYAN, ND: Current and emerging therapeutics for depression.In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress.
Lppincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 1081 – 1094.
Síndromes de humor: neurotransmissores envolvidos
Mania:estado
hiperdopaminérgico
Depressão:estado
hiposserotonérgico, hipoadrenérgico e
hipodopaminérgico
RUSH, JA; RYAN, ND: Current and emerging therapeutics for depression.In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress.
Lppincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 1081 – 1094.
19/09/2014
5
Síndromes de humor: neurotransmissores envolvidos
Mania:estado
hiperdopaminérgico
RUSH, JA; RYAN, ND: Current and emerging therapeutics for depression.In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress.
Lppincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 1081 – 1094.
ANTIDEPRESSIVOSESTABILIZADORES
DO HUMOR
Depressão:estado
hiposserotonérgico, hipoadrenérgico e
hipodopaminérgico
Antidepressivos
Aumento da função da serotonina,
noradrenalina e dopamina
Melhora do humor depressivo
Melhora da iniciativa
Indução de mania
Indução de ansiedade
Melhora cognitiva
RUSH, JA; RYAN, ND: Current and emerging therapeutics for depression.In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress.
Lppincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 1081 – 1094.
Melhora das ruminações depressivas
Antidepressivos
Aumento da função da serotonina,
noradrenalina e dopamina
Melhora do humor depressivo
Melhora da iniciativa
Indução de mania
Indução de ansiedade
Melhora cognitiva
RUSH, JA; RYAN, ND: Current and emerging therapeutics for depression.In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress.
Lppincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 1081 – 1094.
Humor
Motivação, atenção
Cognição
Melhora das ruminações depressivas
Pensamento
Estabilizadores do Humor
Ação desconhecida(neurotransmissores?)
Melhora do humor depressivo e maníaco
Melhora da apatia/agitação
Alterações de memória
Melhora dos pensamentos depressivos
e maníacos
RUSH, JA; RYAN, ND: Current and emerging therapeutics for depression.In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress.
Lppincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 1081 – 1094.
19/09/2014
6
Estabilizadores do Humor
Ação desconhecida(neurotransmissores?)
Melhora do humor depressivo e maníaco
Melhora da apatia/agitação
Alterações de memória
Melhora dos pensamentos depressivos
e maníacos
RUSH, JA; RYAN, ND: Current and emerging therapeutics for depression.In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress.
Lppincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 1081 – 1094.
Humor
Motivação, atenção
Cognição
Pensamento
Fármacos para o tratamento da ansiedade: benzodiazepínicos
Fármacos para o tratamento da ansiedade: benzodiazepínicos
OLSEN, RH: Gaba. In: DAVIS, KL; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress. LippincottWilliams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 159 – 168.
Benzodiazepínicos
Aumento da ação do GABA
Ansiolise
Hipnoindução
Alterações de memória
Relaxamento muscular
TALLMAN, JF; CASSELLA, J; KEHNE, J: Mechanism of action of anxyolitics. In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress. Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 993 – 1006.
19/09/2014
7
Benzodiazepínicos
Aumento da ação do GABA
Ansiolise
Hipnoindução
Alterações de memória
Relaxamento muscular
TALLMAN, JF; CASSELLA, J; KEHNE, J: Mechanism of action of anxyolitics. In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress. Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 993 – 1006.
Consciência
Cognição
Motricidade
Benzodiazepínicos
Aumento da ação do GABA
Ansiolise
Hipnoindução
Alterações de memória
Relaxamento muscular
TALLMAN, JF; CASSELLA, J; KEHNE, J: Mechanism of action of anxyolitics. In: DAVIS, K.L.; CHARNEY, D.; COYLE, J.T.; NEMEROFF, C. (ed.): Neuropsychopharmacology – The fifth generation of progress. Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, USA. 2002, 993 – 1006.
Consciência
Cognição
Motricidade
ABUSO E DEPENDÊNCIA
Conclusões
• Psicofármacos: úteis no tratamento de muitos transtornos psiquiátricos
• Possuem efeitos terapêuticos e efeitos adversos, resultantes de suas ações em diferentes funções psíquicas
• Psicofármaco ideal: maior especificidade (maior tolerabilidade)
Obrigado!
Top Related