INTRODUÇÃO
O que pauta a vida do homem moderno ocidental é o trabalho e o que o permite viver é
o salário. As pessoas cada vez mais, uma vez estando inseridas no mercado de trabalho,
buscam empresas que ofereçam melhores condições, como “benefícios” e salários
maiores. O salário a primeira vista, nos mostra variações nas diferentes funções, o que
nos dá a falsa impressão de que a classe trabalhadora tem proximidade no usufruir com
a classe capitalista.
O salário, nesse caso, representa uma pequena fatia da arrecadação de fundos de uma
nação e por mais que ele tenha altas e diferenciações no decorrer de tempos e nas
diferenças de função, permanece como ferramenta de perpetuação da diferença e seu
aumento só acontecerá se a acumulação de capital permitir.
Sendo esse artifício – o salário – o principal elemento de interferência na vida da classe
trabalhadora, Marx – a base teórica desse trabalho – busca esquadrinha-lo, considerando
suas etapas, entendendo o que define seu valor e como esse valor é simbólico no
impedimento pela nação humana.
Reconhecendo que é legítima a busca por melhores condições de trabalho e salário da
classe trabalhadora, afinal é dali que se subsiste, é importante que entendamos todos os
processos, seus termos, mecanismos e sua dinâmica. Sendo essa a proposta do presente
trabalho, a pretensão do mesmo é pensar, na perspectiva marxista, como a busca da
classe capitalista pela acumulação afeta a classe trabalhadora.
LEI GERAL DA ACUMUAÇÃO CAPITALISTA
Com o intuito de esclarecer as circunstâncias em que o acúmulo de capital interfere de
forma direta e decisiva, na vida do operário, Marx vai destacar a princípio, como esse
fenômeno – a acumulação capitalista – vai permitir alta nos salários. Para isso, vai
considerar a composição o capital por dois vieses: composição de valor e composição
de técnica.
Com relação ao valor: É determinado pela proporção da divisão do capital, em
parte constante ( valor dos meios de produção) e em parte variável ( valor da
mão de obra), o que constituiria a composição do valor
Composição do valor com relação a matéria: Como ela aparece no processo de
produção (que dá base para todo o capital) se daria de uma forma proporcional à
mão de obra, ou seja, sua composição é determinada pela proporção que existe
entre os meios de produção e a quantidade de trabalho aplicado para que eles
funcionem
Sempre que houver uma relação de dependência entre essas composições, ou
necessariamente, quando a composição de valor depender da composição da técnica,
Marx irá chamar de Composição Orgânica.
O isolamento desses termos, assim como a limpeza deles são importantes para que
se compreenda como é construído o pensamento de Marx e como ele compreende e
identifica a forma do processo de acumulação capitalista e como ele interfere na
vida da classe trabalhadora em forma de salários. Embora o impacto na vida do
operário seja o final do que propomos aqui, faz- se necessário a compreensão de
onde vem o salário pago e quais são os processos pelos quais passa.
Os numerosos investimentos ou capitais, no mesmo ramo de produção que não
possuem nenhuma relação de dependência entre eles, diferem em suas composições,
mas a média entre eles, o que há de comum é o capital social.
Com relação a composição média, ela varia de acordo com o ramo que
orienta o sentido do capital e constituem o Capital Social empregado em
uma nação e é nesse sentido que Marx irá discorrer no que diz respeito às
afetações à classe trabalhadora.
CIRCUNSTÂNCIAS QUE O ACÚMULO DO CAPITAL VAI GERAR ALTA NOS
SALÁRIOS
Sobre esse assunto, Marx vai dizer que:
Se a procura por trabalho vai seguir o mesmo sentido que a acumulação, a
parte destinada aos salários ( que é também uma variável) vai aumentar
proporcionalmente ao acúmulo de capital. O progresso “Natural” – atentando
para todas as problemáticas desse termo – da acumulação, permitir uma
alteração nos salários. Se houver aumento na procura por trabalho de forma
gradual, a oferta será sobrepujada, o que aumentará o salário imediatamente.
Porém, isso não muda em nada o caráter da produção capitalista, pois a relação social de
capitalista e assalariado continua e os antagonismos dessa relação, que é análoga à
escravidão, são potencializados de forma que o capital continua se reproduzindo ao
mesmo tempo que cria uma barreira que vai frustrar as potencialidades da força de
trabalho.
Claro que dessa forma, o operário irá consumir mais ou poderá subsistir com um pouco
mais de conforto: Se a alimentará melhor, vestirá melhor, mas a pequena fatia destinada
aos salários continua sendo a menor, porque o todo cresceu também, aliás, o
crescimento do todo que proporcionou o aumento de salário.
Quer-se dizer com isso, que se o aumento de salário é proporcional ao acúmulo de
capital, a diferença abismal na qualidade de vida da classe trabalhadora é perpétua e que
de maneira alguma, dar condições mais dignas ao operário, muda o caráter do capital de
escravidão, alienação, que mais do que os corpos, escraviza a alma da classe
trabalhadora.
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