UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY
COORDENACcedilAtildeO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO E PESQUISA
CURSO DE DOUTORADO EM ENFERMAGEM
NUacuteCLEO DE PESQUISA EM ENFERMAGEM HOSPITALAR
GRUPO DE PESQUISA COMUNICACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM HOSPITALAR ndash
PACIENTE DE ALTA COMPLEXIDADE (CEHCAC)
ALESSANDRA GUIMARAtildeES MONTEIRO MOREIRA
OS SENTIDOS DO ESPACcedilO E DOS CORPOS NA HEMODIAacuteLISE A
COMUNICACcedilAtildeO PROXEcircMICA DA ENFERMAGEM COM O PACIENTE RENAL
Rio de Janeiro
Setembro2017
ALESSANDRA GUIMARAtildeES MONTEIRO MOREIRA
OS SENTIDOS DO ESPACcedilO E DOS CORPOS NA HEMODIAacuteLISE A
COMUNICACcedilAtildeO PROXEcircMICA DA ENFERMAGEM COM O PACIENTE RENAL
Defesa de Tese de Doutorado apresentada ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa da
Escola de Enfermagem Anna Nery
Universidade Federal do Rio de Janeiro como
preacute-requisito necessaacuterio para a obtenccedilatildeo do
tiacutetulo de Doutora em Enfermagem
Orientadora
Profordf Drordf Silvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
Rio de Janeiro
Setembro2017
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
OS SENTIDOS DO ESPACcedilO E DOS CORPOS NA HEMODIAacuteLISE A
COMUNICACcedilAtildeO PROXEcircMICA DA ENFERMAGEM COM O PACIENTE RENAL
Tese de Doutorado apresentada agrave banca examinadora do Curso de Doutorado em Enfermagem
da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro para fins
de Defesa de Tese
Aprovada em ___ de _________ de 2017 por
Presidente - Profordf Drordf Siacutelvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
Escola de Enfermagem Anna NeryUFRJ
1ordm Examinador ndash Profordf Drordf Cleotilde Garcia Reza
Universidade Autocircnoma do Estado do Meacutexico- UAEM
2ordm Examinador ndash Profordf Drordf Neacutebia Maria Almeida de Figueiredo
Escola de Enfermagem Alfredo Pinto -UNIRIO
___________________________________________________________________________
3ordm Examinador Profordf Drordf Angela Maria Bittencourt F da Silva
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ
___________________________________________________________________________
4ordm Examinador Profordf Drordf Glaucia Valente Valadares
Escola de Enfermagem Anna Nery UFRJ
Suplente ndash Profordf Drordf Marta Sauthier
Escola de Enfermagem Anna Nery UFRJ
Suplente ndash Profordf Drordf Maria Juacutelia Paes da Silva
Escola de Enfermagem da USP
Rio de Janeiro
Setembro2017
3
Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial deste trabalho por qualquer meio
convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte
Moreira Alessandra Guimaratildees Monteiro
Os sentidos do espaccedilo e dos corpos na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo proxecircmica da
enfermagem com o paciente renal Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira - Rio de
Janeiro UFRJEEAN 2017
135f Il 31cm
Orientadora Profordf Drordf Siacutelvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
Teses - Doutorado ndash UFRJEEANPrograma de Poacutes- Graduaccedilatildeo em
Enfermagem 2017
Referecircncias f107-148
1 Proxecircmica 2 Comunicaccedilatildeo natildeo verbal 3 Diaacutelise Renal 4 Enfermagem I Arauacutejo
Siacutelvia Teresa Carvalho (Orient) II Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de
Enfermagem Anna Nery Programa de Poacutes- Graduaccedilatildeo em Enfermagem III Tiacutetulo
CDD 61073
4
DEDICATOacuteRIA
Agrave minha famiacutelia Andreacute (marido) Gabriel e Lucas (filhos) Pelo amor e incentivo que
recebo diariamente de vocecircs Muito obrigada pelo apoio durante minha jornada pela
compreensatildeo das minhas ausecircncias durante a realizaccedilatildeo desta pesquisa e ainda por
acreditarem em mim em momentos em que eu mesma me sentia desanimada Amo vocecircs
Agrave minha matildee Nely Moema a quem devo tudo que sou Pelo amor incondicional
sempre me apoiando em minhas decisotildees Pela garra e coragem de lutar pela sua famiacutelia
Obrigada por tudo que fizeste por mim e pelos meus filhos Eu te amo
5
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida que tens me dado Agradeccedilo pela sauacutede famiacutelia amigos e pela
oportunidade de estar vivenciando este momento uacutenico em minha vida
Ao meu marido Andreacute que sempre esteve presente me apoiando e incentivando nos
momentos de desanimo e de incertezas trazendo suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento da
minha vida profissional e familiar Vocecirc e meus filhos satildeo o incentivo para continuar nesta
jornada Vocecircs satildeo tudo na minha vida
Aos meus Pais Joseacute Luiz e Nely Moema aos quais devo minha vida Fico feliz por
estar realizando um sonho ao qual vocecircs tambeacutem fazem parte Amo vocecircs
Agrave minha irmatilde Danielle parceira em vaacuterios momentos da minha vida Vocecirc que
sempre apoiou minha realizaccedilatildeo profissional muito obrigada pela forccedila
Agrave minha professora orientadora e amiga Profordf Drordf Silvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
por ter confiado no meu potencial e pela coragem de caminhar comigo desde minha iniciaccedilatildeo
cientiacutefica ateacute a conclusatildeo desta tese Seus ensinamentos sua sabedoria e seu jeito meigo e
carinhoso de ser me cativaram desde o primeiro momento Se hoje escrevo esta tese eacute porque
vocecirc me proporcionou fazer parte do seu mundo este que me apaixono cada vez mais e que
permite explorar tudo aquilo que sempre almejei - Conhecimento essencial para cuidar
Ao meu Padrasto Daniel (in memorian) foi a partir da necessidade de ajudaacute-lo na
DRC que busquei os estudos infelizmente vocecirc natildeo estaacute aqui para ver meu trabalho mas
aonde quer que esteja sei que estaacute torcendo por mim
Aos membros da Banca Examinadora que me acompanharam desde a defesa do
projeto com valiosiacutessimas contribuiccedilotildees
Profordf Drordf Cleotilde Garcia Reza que se disponibilizou a fazer parte desta banca e
trouxe contribuiccedilotildees significativas para a construccedilatildeo deste Sempre tatildeo solicita e atenciosa
passa uma energia tatildeo boa que mesmo a distacircncia eu pude recebecirc-la
Profordf Drordf Neacutebia Mordf Almeida de Figueiredo quanta sabedoria em uma uacutenica pessoa
Obrigada por acreditar em mim ldquoO saacutebio natildeo eacute aquele que conhece tudo e sim aquele que
estaacute aberto a novos conhecimentos
Profordf Drordf Angela Maria Bittencourt da Silva que prontamente aceitou na fase final de
defesa a participar da banca e abrilhantou com seus conhecimentos
6
Profordf Drordf Glaucia Valente Valadares pelas inuacutemeras contribuiccedilotildees que me ajudaram a
organizar meus pensamentos crescer aprender refletir e acima de tudo percorrer esse
caminho com seguranccedila
Profordf Drordf Marta Sauthier desde a graduaccedilatildeo acompanhou minha busca pelo
conhecimento e sei que sempre torceu por mim Seus olhos dizem tudo quando a vejo minha
eterna admiraccedilatildeo
Profordf Drordf Maria Juacutelia Paes da Silva que com muita luz e paz sempre esteve
acompanhando e torcendo pelas minhas conquistas
Aos membros do Grupo de Pesquisa Comunicaccedilatildeo de Enfermagem Hospitalar -
Pacientes de Alta Complexidade (CEHCAC) esta oportunidade de fazer parte de um grupo eacute
muito enriquecedor pois cada um traz consigo experiecircncias uacutenicas que ao somaacute-las faz a
diferenccedila de uma grande equipe
Agrave amiga Maria de Faacutetima Pinto Silva do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa por estar
sempre disponiacutevel a me auxiliar durante os tracircmites de submissatildeo do projeto ao comitecirc
Sempre atenciosa nas orientaccedilotildees eacute um exemplo de mulher matildee e profissional muita
dedicaccedilatildeo em tudo que faz Eu te adoro Fafa
Ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem Anna Nery pela constante
disponibilidade e pelos oportunos esclarecimentos sempre prestados com carinho zelo e
dedicaccedilatildeo
Agrave equipe da Biblioteca da EEAN pelos vaacuterios momentos de compartilhamentos de
saberes e pelas ajudas prestadas
7
RESUMO
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Os sentidos do espaccedilo e
dos corpos na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo proxecircmica da enfermagem com o paciente
renal Tese (Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade
Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2017
Objeto do estudo a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro frente ao paciente portador de
Doenccedila Renal Crocircnica na Hemodiaacutelise (HD) Objetivos do estudo caracterizar o
conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de
Enfermagem na Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como
elemento essencial na qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir o ambiente da
sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo do cuidado Metodologia
estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa por meio do meacutetodo etnograacutefico
O cenaacuterio foram duas unidades de Nefrologia localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
sendo estes Hospitais Universitaacuterios Os participantes da pesquisa foram 12 enfermeiros do
setor de nefrologia que atuam no cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise Os dados foram
captados por meio de observaccedilatildeo sistematizada participante atentando para os itens
proxecircmicos e entrevista gravada com questotildees semiestruturadas A anaacutelise temaacutetica a partir
dos depoimentos dos participantes baseando-se em Bardin (2011) triangulados com os itens
observados resultou nas categorias o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo e no mapeamento comportamental proxecircmico da enfermagem e cliente
durante a hemodiaacutelise Resultados O ambiente do cuidado em HD eacute demarcado pelo uso dos
espaccedilos iacutentimo e pessoal na execuccedilatildeo de procedimentos e pelas interaccedilotildees com o paciente A
posiccedilatildeo do mobiliaacuterio centralizado e equidistante do posto de enfermagem determinou uma
proxemia mais pessoal visto que tudo estava centralizado e exigiu pouco distanciamento da
equipe de enfermagem durante o cuidado A atuaccedilatildeo puacuteblica estaacute definida pela maior
distacircncia na disposiccedilatildeo dos mobiliaacuterios em relaccedilatildeo ao posto de enfermagem pois isso tambeacutem
interfere na proxemia da equipe e consequentemente na comunicaccedilatildeo deste com o cliente
Em ambos os cenaacuterios pesquisados os sentidos do espaccedilo evidenciaram que a posiccedilatildeo
corporal pessoal eacute necessaacuteria e influencia na interaccedilatildeo pode transmitir confianccedila a quem se
cuida e empatia para compartilhar emoccedilotildees Discussatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao
qual existe uma triacuteade no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos
corporais e a forma como nos comunicamos O ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer
lugar o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com
o paciente atentando para natildeo violar sua privacidade o uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio um
fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e fixas do
espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro Os sentidos do espaccedilo
representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com confianccedila de quem se cuida empatia
ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e formas diferentes de se comunicar eacute
expressar arranjos espaciais singulares com fluxo adequado estabelecer coacutedigos de
comunicaccedilatildeo ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando
conforto seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar quanto agrave qualidade das
interaccedilotildees Conclusatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade no
processo de cuidar o espaccedilo fiacutesico-ambiente com o uso dos sentidos corporais e a forma
8
como nos comunicamos A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no
cuidado e a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo
de redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
Palavras Chaves Proxecircmica diaacutelise renal relaccedilotildees interpessoais cuidados de enfermagem
9
ABSTRACT
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 The senses of space and
bodies in hemodialysis the proxemic communication of nursing with the renal patient Thesis
(Doctorate in Nursing) - Anna Nery School of Nursing Federal University of Rio de Janeiro
Rio de Janeiro 2017
Purpose of the study the Proxemic Communication of the nurse in front of the patient with
Chronic Renal Disease in Hemodialysis (HD) Objectives of the study to characterize the
knowledge of nurses on Proxemic Communication in the context of Nursing care in
Hemodialysis to evaluate the importance of Proxemic Communication as an essential
element in the quality of interaction and care provided discuss the environment of the
hemodialysis room and its strategies for demarcating the care space Methodology an
exploratory descriptive study with a qualitative approach using the ethnographic method
The research was based on two Nephrology units located in the city of Rio de Janeiro these
University Hospitals Participants in the study were 12 nurses from the nephrology sector who
work on patient care during hemodialysis Data were collected through systematic observation
of the participant considering the proxemic items and recorded interview with semistructured
questions The thematic analysis from the participants statements based on Bardin (2011)
triangulated with the observed items resulted in the categories the nursing care environment
in hemodialysis senses of the space of care in hemodialysis production of nurses knowledge
about communication and on the proxemic behavioral mapping of nursing and clients during
hemodialysis Results The HD care environment is marked by the use of intimate and
personal spaces in the execution of procedures and by interactions with the patient The
position of the furniture centralized and equidistant from the nursing station determined a
more personal proxemia since everything was centralized and required little distance of the
nursing team during the care The public performance is defined by the greater distance in the
disposition of the furniture in relation to the nursing station as this also interferes in the
proxemia of the team and consequently in the communication of this with the client In both
scenarios the senses of space showed that personal body position is necessary and influences
the interaction it can transmit confidence to those who care and empathy to share emotions
Discussion Proxemic Communication is one to which there is a triad in the process of caring
with the physical space with the use of the bodily senses and the way we communicate The
HD care environment is everywhere the use of intimate and personal spaces is for performing
procedures and interactions with the patient taking care not to violate their privacy the use of
social space requires a more efficient flow of communication without interference from the
semi-fixed and fixed characteristics of the space and this is centralized for the nurse The
senses of space represent that it is necessary to have a good interaction with the confidence of
those who care empathy in sharing emotions knowing that there are different habits and
ways of communicating is to express singular spatial arrangements with adequate flow
establish communication codes have communication skills maintain the different distances
providing comfort security and privacy share emotions attention to the quality of the
interactionsConclusion Proxemic communication is one to which there is a triad in the
caring process the physical-environmental space with the use of the bodily senses and the
way we communicate The discussion about the space of work the senses involved in care
and communication in relationships should be constantly promoted with the goal of
redesigning the processes of care What does not add value should be withdrawn for nursing
professionals to optimize their efforts
Keywords Proxemics renal dialysis interpersonal relations nursing care
10
RESUMEN
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Los sentidos del espacio
y de los cuerpos en hemodiaacutelisis la comunicacioacuten proxeacutemica de la enfermeriacutea con el paciente
renal Tesis (Doctorado en Enfermeriacutea) - Escuela de Enfermeriacutea Anna Nery Universidad
Federal de Riacuteo de Janeiro Riacuteo de Janeiro 2017
Objeto de estudio la Comunicacioacuten Proxeacutemica del enfermero frente al paciente portador de
Enfermedad Renal Croacutenica en la Hemodiaacutelisis (HD) Objetivos del estudio caracterizar el
conocimiento de los enfermeros sobre Comunicacioacuten Proxeacutemica en el contexto del cuidado de
Enfermeriacutea en la Hemodiaacutelisis Evaluar la importancia de la Comunicacioacuten Proxeacutemica como
elemento esencial en la calidad de la interaccioacuten y del cuidado otorgado Discutir el ambiente
de la sala de hemodiaacutelisis y sus estrategias para demarcar el espacio del cuidado
Metodologiacutea estudio exploratorio descriptivo con enfoque cualitativo por medio del
meacutetodo etnograacutefico El escenario de investigacioacuten fueron dos unidades de Nefrologiacutea
ubicadas en el municipio de Riacuteo de Janeiro son estos Hospitales Universitarios Los
participantes de la investigacioacuten fueron 12 enfermeros del sector de nefrologiacutea que actuacutean en
el cuidado al paciente durante la hemodiaacutelisis Los datos fueron captados por medio de
observacioacuten participante considerado para los iacutetems proxeacutemicos y entrevista grabada con
preguntas semiestructuradas El anaacutelisis temaacutetico a partir de los relatos de los participantes
basaacutendose en Bardin (2011) triangulados con los iacutetems observados genero las categoriacuteas el
ambiente del cuidado de enfermeriacutea en la hemodiaacutelisis los sentidos en el espacio de cuidado
en hemodiaacutelisis la produccioacuten del conocimiento de los enfermeros sobre comunicacioacuten y el
mapeo conductual proxeacutemico de la enfermeriacutea y el cliente durante la hemodiaacutelisis
Resultados El ambiente del cuidado en HD es demarcado por el uso de los espacios iacutentimo y
personal en la ejecucioacuten de procedimientos y por las interacciones con el paciente La
posicioacuten del mobiliario centralizado y equidistante del puesto de enfermeriacutea determinoacute una
proxemia maacutes personal ya que todo estaba centralizado y exigioacute poco distanciamiento del
equipo de enfermeriacutea durante el cuidado La actuacioacuten puacuteblica estaacute definida por la mayor
distancia en la disposicioacuten de los muebles en relacioacuten al puesto de enfermeriacutea pues eso
tambieacuten interfiere en la proxemia del equipo y consecuentemente en la comunicacioacuten del
cliente En ambos escenarios investigados los sentidos del espacio evidenciaron que la
posicioacuten corporal personal es evidente la interaccioacuten al poder transmitir confianza a quien se
cuida y empatiacutea para compartir emociones Discusioacuten La posicioacuten adoptada por los
miembros del equipo de enfermeriacutea puede ser consciente de no violar la privacidad del
cliente y la ocupacioacuten del espacio social fue necesaria para asegurar un flujo de
comunicacioacuten maacutes eficiente aunque se determinoacute por interferencia de las caracteriacutesticas
semifijas y fijas del espacio Saber que existen haacutebitos y formas diferentes de comunicarse
que debemos expresar corporalmente buenos arreglos por la posicioacuten espacial singulares con
un flujo de expresiones adecuadas que durante nuestra comunicacioacuten establecemos coacutedigos
importantes que debemos mejorar las habilidades comunicativas puede resultar en el
mantener las diferentes distancias que proporcionan confort seguridad y privacidad De todo
ello resulta asertiva para compartir calidad visual y un buen patroacuten de cuidado durante la
interaccioacuten Conclusioacuten Comunicacioacuten Proxeacutemica es aquella a la que existe una triacuteada en el
proceso de cuidar el espacio fiacutesico-ambiente el uso de los sentidos corporales y la forma en
como nos comunicamos La discusioacuten sobre el espacio del trabajo los sentidos involucrados
en el cuidado y la comunicacioacuten en las relaciones deben ser promovidos constantemente con
11
el objetivo de redisentildear los procesos del cuidado Lo que no agrega valor debe ser retirado
para que los profesionales de enfermeriacutea optimicen sus esfuerzos
Palabras claves Proxeacutemica diaacutelisis renal relaciones interpersonales cuidados de
enfermeriacutea
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Zonas de distanciamento propostas por Hall (2005)
34
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
36
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
52
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
66
Figura 6b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
68
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
72
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
73
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
101
13
LISTA DE TABELAS QUADROS
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e
ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise
renalrdquo AND ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 3 Fatores proxecircmicos da HALL (2005)
31
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
62
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
64
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
82
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
96
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros do HUCFF 2016
54
14
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo 46
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
47
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
47
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na
hemodiaacutelise
49
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
49
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
50
15
LISTA DE SIGLAS
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEHCAC Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
CONEP Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa
DeCS Descritores em Ciecircncias da Sauacutede
DEMC Departamento de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica
DRC Doenccedila Renal Crocircnica
EEAN Escola de Enfermagem Anna Ney
FAPERJ Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
HD Hemodiaacutelise
HESFA Hospital Escola Francisco de Assis
HIV Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
NUPENH Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar
SCIELO Scientific Electronic Library Online
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TRS Terapia Renal Substitutiva
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
HUPE Hospital universitaacuterio Pedro Ernesto
HUCFF Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga filho
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
SOBEN Sociedade Brasileira de nefrologia
SAE Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
SBN Sociedade Brasileira de Nefrologia
16
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS 12
LISTA DE TABELAS E QUADROS 13
LISTA DE GRAacuteFICOS 14
LISTA DE SIGLAS 15
CAPIacuteTULO I - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 18
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica 18
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo 21
Questotildees norteadoras 23
Objetivos da pesquisa 23
Tese 23
13 Relevacircncia justificativa e contribuiccedilotildees da pesquisa 23
CAPIacuteTULO II ndash FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 28
21A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
28
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo
humana
30
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise 32
CAPIacuteTULO III ndash O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO
ESTUDO
39
31 Identificando a pesquisa 39
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa 40
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados 41
34 O cenaacuterio da pesquisa e suas caracteriacutesticas fiacutesicas 42
17
35 Participantes da pesquisa 44
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise 45
CAPIacuteTULO IV ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES 55
CAPIacuteTULO V - RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS 63
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise 64
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise 83
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo 97
COSIDERACcedilOtildeES FINAIS 105
REFEREcircNCIAS 109
APEcircNDICES 120
Andash TCLE do HUCFF e HUPE 121
Bndash Identificaccedilatildeo dos Sujeitos 125
C ndash Questotildees norteadoras de entrevista 126
Dndash Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado Participante 127
ANEXOS 128
A ndash Folha de Rosto da Plataforma Brasil 129
B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia HUPE 130
C ndash Declaraccedilatildeo de Coparticipante HUCFF 131
D ndash Parecer da EEANUFRJ 132
E ndash Parecer do HUCFFUFRJ 133
F- Parecer do HUPEUERJ 134
18
CAPIacuteTULO I
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica
A inquietaccedilatildeo e motivaccedilatildeo para realizar um estudo que busca refletir sobre as
estrateacutegias utilizadas pelo Enfermeiro na perspectiva da comunicaccedilatildeo natildeo verbal Proxecircmica
nos cuidados aos pacientes com Doenccedila Renal Crocircnica (DRC) em tratamento dialiacutetico
tiveram seu ponto de partida nas experiecircncias adquiridas durante a minha inserccedilatildeo preacutevia na
aacuterea de nefrologia Essa experiecircncia se intensificou na participaccedilatildeo no grupo de pesquisa
Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) pelo
Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar (NUPENH) do Departamento de Enfermagem
Meacutedica-Ciruacutergica (DEMC) da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) UFRJ desde
agosto de 2009 e que estende ateacute os dias atuais
Esta inserccedilatildeo ainda durante a graduaccedilatildeo possibilitou por meio da bolsa de iniciaccedilatildeo
cientiacutefica com financiamento pela Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (FAPERJ) investigar durante dois anos sobre como se daacute o cuidado de enfermagem
no acircmbito da Terapia Renal Substitutiva (TRS) e o autocuidado do paciente com o acesso
vascular da fiacutestula arteriovenosa
O projeto atendeu tambeacutem agraves demandas da disciplina eletiva intitulada ldquoOficina de
Elaboraccedilatildeo de Projeto de Pesquisardquo o que resultou no relatoacuterio final monograacutefico de
conclusatildeo de curso intitulada ldquoEnfermagem e paciente na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo natildeo
verbal e o autocuidadordquo ambas sob a mesma orientaccedilatildeo Nestes estudos busquei temas que
tratassem do autocuidado uma aproximaccedilatildeo com os tipos de comunicaccedilatildeo natildeo verbais e da
atuaccedilatildeo do enfermeiro na nefrologia
Para fortalecer a linha de investigaccedilatildeo centrada na comunicaccedilatildeo natildeo verbal durante o
cuidado ao paciente em situaccedilotildees complexas de sauacutede elaborei um projeto dando iniacutecio ao
mestrado no qual fui bolsista da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) no primeiro ano e no segundo ano fui contemplada com a bolsa de
mestrado ldquonota 10rdquo financiada pela FAPERJ Este recurso possibilitou a minha dedicaccedilatildeo ao
curso de mestrado o que resultou na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoDistacircncias e
Proximidades do Corpo em Hemodiaacutelise um estudo sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
Cuidado de Enfermagemrdquo
19
O estudo permitiu identificar se a equipe de enfermagem do setor de hemodiaacutelise
potencializa a posiccedilatildeo de seu corpo como instrumento do cuidar por meios interativos ou natildeo
para o desenvolvimento de suas accedilotildees de cuidado e por existir vaacuterios elementos envolvidos na
comunicaccedilatildeo proxecircmica elementos esses que permeiam a interaccedilatildeo entre as pessoas houve a
necessidade de se ter uma observaccedilatildeo do processo comunicativo entre equipe de enfermagem
e o paciente para uma efetiva avaliaccedilatildeo da assistecircncia prestada O objeto de estudo baseou-se
na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da equipe de Enfermagem no cuidado ao paciente em
hemodiaacutelise e foram claramente captados apontados classificados e explanados no decorrer
do estudo atendendo aos objetivos propostos
Investigar comunicaccedilatildeo em um ambiente hospitalar de alta complexidade como o
setor de hemodiaacutelise eacute um processo difiacutecil de ser operacionalizado porque comportamentos e
gestos natildeo satildeo normalmente identificados e nomeados com facilidade Podemos dizer que o
comportamento proxecircmico como parte de uma linguagem natildeo verbal pode ser muitas vezes
enigmaacutetico no processo de comunicaccedilatildeo (PROCHET SILVA 2012)
Os fatores contextuais que levam ao comportamento de aproximaccedilatildeo repercutem nas
accedilotildees do fazer em enfermagem e consequentemente na qualidade e eficaacutecia dos cuidados
prestados O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em relaccedilatildeo aos
outros durante a conversaccedilatildeo Neste setor os viacutenculos afetivos satildeo estreitos onde relaccedilotildees de
amizade e afeto ocorrem o tempo todo pois a proximidade eacute intensa devido ao tempo de
permanecircncia e do tratamento contiacutenuo
O ambiente em que as pessoas se comunicam frequentemente contribui para uma
maior aproximaccedilatildeo ou afastamento dos corpos Assim tanto a frequecircncia como o conteuacutedo
das mensagens satildeo influenciados por vaacuterios aspectos do ambiente em que se comunicam Este
ambiente influencia nosso comportamento mas tambeacutem podemos alteraacute-lo a fim de provocar
certos tipos de resposta (HALL 2005)
Para aperfeiccediloar e adquirir novas experiecircncias realizei o curso de especializaccedilatildeo de
Enfermagem em Nefrologia que me possibilitou colocar em praacutetica as atividades como
enfermeira junto aos pacientes do setor de nefrologia do Hospital Universitaacuterio resultando
outro estudo intitulado ldquo A visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo no cuidado de Enfermagem
em hemodiaacuteliserdquo
Preparar um paciente para a hemodiaacutelise eacute um desafio para o enfermeiro pois o
paciente pode natildeo compreender o impacto da diaacutelise e as necessidades de aprendizado podem
passar despercebidas A boa comunicaccedilatildeo entre a equipe de diaacutelise (no hospital e na cliacutenica
ambulatorial) equipe da unidade e o paciente eacute essencial para o fornecimento do cuidado
20
adequado e contiacutenuo visando estimular o autocuidado O diagnoacutestico de insuficiecircncia renal
crocircnica e a necessidade de diaacutelise frequente tecircm um impacto muito grande sobre o paciente e
a famiacutelia (FURTADO et al 2012)
Sendo assim o enfermeiro deveraacute estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila fazendo com
que o paciente se sinta encorajado a questionar suas duacutevidas sobre a doenccedila as accedilotildees corretas
para evitar complicaccedilotildees e tambeacutem contribuir para que ele entenda se a forma pelo qual ele
escolheu para enfrentar adversidades advindas no processo favorece ou natildeo uma melhor
qualidade de vida O paciente natildeo deve ser apenas passivo no tratamento deve atentar para as
alteraccedilotildees fiacutesicas e fisioloacutegicas que ocorrem durante a evoluccedilatildeo da DRC
Os enfermeiros enquanto profissionais da aacuterea de sauacutede preocupados com o ser
humano precisam desenvolver meios instrumentos teacutecnicas habilidades capacidades e
competecircncias para oferecer ao mesmo a oportunidade de uma existecircncia mais digna mais
compreensiva menos solitaacuteria no momento da doenccedila Stefanelli (2012) afirma que eacute por
meio da comunicaccedilatildeo estabelecida com o paciente que podemos compreendecirc-lo em seu todo e
em sua visatildeo de mundo isto eacute seu modo de pensar sentir agir e ajudaacute-lo a reequilibrar-se
mais rapidamente
Assim acontece na comunicaccedilatildeo entre a enfermagem e o paciente pois eacute preciso que
haja algueacutem atento a identificar as manifestaccedilotildees sejam elas verbais ou natildeo e disposto a
intervir ouvir trocar ideias e informaccedilotildees sobre eventuais problemas que possam surgir
durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos no setor
As accedilotildees e reaccedilotildees no contexto de cuidado de enfermagem apontam para a dialeacutetica da
constituiccedilatildeo dos sistemas defensivos O mesmo objeto que faz comunicar tambeacutem pode fazer
silenciar As manifestaccedilotildees expressas pelos enfermeiros satildeo resultantes de comportamentos
em termos de experiecircncias profissionais e pela necessidade de uma intervenccedilatildeo adequada E
na complexidade do cuidado em diaacutelise a decodificaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo ganha importacircncia
por trazer agrave tona aspectos da intersubjetividade (SCHIMIDT YEDA SILVA 2015)
Segundo Arauacutejo (2000) apud Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) ao se explorar os
sentidos corporais para compreensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal do paciente eacute possiacutevel uma
relaccedilatildeo mais integral sentindo com a razatildeo e pensando com a emoccedilatildeo A arte de cuidar
atraveacutes da percepccedilatildeo e da criatividade possibilita explorar plenamente os sentidos corporais
identificando semelhanccedilas e diferenccedilas nas necessidades da seleccedilatildeo do cuidado singular
Considerando tais reflexotildees pode-se relacionaacute-las com a assistecircncia ao paciente renal crocircnico
quando muitas vezes usamos o corpo o olhar os gestos o modo de falar como instrumentos
de controle e poder ainda que isso possa ocorrer sem a total consciecircncia de nossas intenccedilotildees
21
o que torna mais grave a situaccedilatildeo Explorar os sentidos permite detectar os indiacutecios natildeo
verbais do paciente como o cineacutesico taceacutesico proxecircmico silecircncio e a paralinguagem
considerando-os e valorizando-os durante nossa assistecircncia (ARAUacuteJO 2000)
O cuidar vai aleacutem do conhecimento teacutecnico e cientiacutefico mesmo que esse processo
envolva complexidade e especificidade Para os pacientes ser cuidado significa estabelecer
relacionamento interpessoal e as interaccedilotildees no cuidado natildeo se estabelecem de maneira
puramente teacutecnica
O tratamento dialiacutetico eacute contiacutenuo tornando-se uma rotina Entretanto o enfermeiro e
paciente a cada dia estabelecem uma forma de comunicaccedilatildeo diferente seja ela verbal ou natildeo
verbal e eacute a partir da compreensatildeo da comunicaccedilatildeo estabelecida que a assistecircncia ao paciente
torna-se eficaz pois se natildeo houver esta percepccedilatildeo as accedilotildees seratildeo puramente tecnicista sem
ou com pouca perspectiva de um cuidado singular
Enquanto enfermeira e professora percebo a urgecircncia de mudanccedilas no que concerne agrave
elaboraccedilatildeo de estrateacutegias que possibilitem uma comunicaccedilatildeo mais efetiva entre equipe de
enfermagem e paciente da DRC haja vista seu tratamento (diaacutelise) causar nos pacientes um
impacto em suas relaccedilotildees sociais familiares e em seu estado fiacutesico-psicoloacutegico afetando
seriamente suas vidas em todos os sentidos De acordo com Pessoa e Linhares (2015) o
estresse a anguacutestia e a depressatildeo pelos quais muitos desses pacientes passam tecircm raiacutezes na
carecircncia de informaccedilotildees sobre a doenccedila seu tratamento e sua expectativa de vida
Eacute com a perspectiva de ampliar a produccedilatildeo do conhecimento que busco no Curso de
Doutorado Acadecircmico de Enfermagem subsiacutedios para desenvolver eou aperfeiccediloar
mecanismos de leitura corporal natildeo verbal e verbal do tipo proxecircmico para abordagem
terapecircutica do Enfermeiro junto ao paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo
Os dados fornecidos pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em Enfermagem
demonstram um crescente aumento do nuacutemero de pessoas 107607 pacientes em 2012 com
Doenccedila Renal Crocircnica em tratamento dialiacutetico no Brasil Este fenocircmeno estaacute de acordo com o
observado nos uacuteltimos anos na literatura internacional que sinaliza para uma contiacutenua e
sustentada tendecircncia no aumento da taxa de prevalecircncia da doenccedila renal crocircnica em todo
mundo (SOBEN 2014)
22
E a hemodiaacutelise eacute uma das modalidades de tratamento amplamente utilizado para
manutenccedilatildeo e controle das funccedilotildees de pacientes portadores da doenccedila renal crocircnica
envolvendo diferentes aspectos na adaptaccedilatildeo e na adesatildeo do paciente ao tratamento
(CHEEVER HINKLE 2015) Este processo de adaptaccedilatildeo a nova condiccedilatildeo de vida pode
causar um impacto negativo a qualidade de vida do paciente interferindo nos seus haacutebitos de
vida social e a equipe de enfermagem deve ficar atenta aos sinais de dificuldade
compreendendo a realidade vivida por ele e articulando conhecimentos cientiacuteficos e as
experiecircncias do cotidiano de quem eacute cuidado
Ao conhecer a realidade a visatildeo de mundo e as expectativas de cada paciente a
enfermagem deve priorizar as necessidades impliacutecitas e natildeo somente as exigecircncias
terapecircuticas Para estimular a adesatildeo e favorecer um conhecimento amplo do tratamento da
DRC eacute necessaacuterio estimular accedilotildees com o paciente como atividades educativas e apoiar o
autocuidado ampliando a autonomia da pessoa com DRC Os profissionais de acordo com
Brasil (2014) devem desenvolver accedilotildees como interconsultas discussatildeo de casos momento de
educaccedilatildeo permanente conjuntos intervenccedilotildees no territoacuterio e intersetoriais a fim de
compartilhar a responsabilidade pelo cuidado de uma populaccedilatildeo especiacutefica de ampliar a
capacidade de anaacutelise e de intervenccedilatildeo aumentando a resolutividade dos respectivos pontos
de atenccedilatildeo envolvidos no processo de apoio matricial
Dessa forma a enfermagem deve proporcionar um ambiente que favoreccedila a interaccedilatildeo
e uma comunicaccedilatildeo que permita a aquisiccedilatildeo de valores relacionados agrave sauacutede bem como no
exerciacutecio de pensar criacutetico e reflexivo sobre sua proacutepria condiccedilatildeo com oportunidade de
diaacutelogo em que a problematizaccedilatildeo aconteccedila a partir da realidade que cerca o sujeito
Para Lim et al (2016) o contato existente entre enfermagem e o paciente se torna
intenso devido ao tratamento dialiacutetico ser contiacutenuo mas o viacutenculo soacute pode ser estabelecido
quando ampliamos nossa capacidade de observaccedilatildeo e dedicaccedilatildeo na interaccedilatildeo Podemos
aguccedilar nossa capacidade de captar as necessidades do paciente para ofertar um cuidado nas
diferentes formas de se comunicar Atraveacutes da leitura das manifestaccedilotildees natildeo verbais
proxecircmicas da enfermagem e do paciente pode-se criar maneiras diferentes de intervir a fim
de facilitar e alcanccedilar os objetivos de uma assistecircncia de enfermagem mais singular
individualizada e solidaacuteria (AZEVEDO et al 2017)
Surgiu dessa forma o interesse em pesquisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica no cuidado de
enfermagem em setor especializado especificamente na unidade de nefrologia O uso do
espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal e influencia o relacionamento interpessoal A
comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado social do espaccedilo ou seja estuda como o homem
23
estrutura inconscientemente o proacuteprio espaccedilo (HALL 2005) Nesse contexto delimitei para
guiar o estudo agrave questatildeo norteadora De que maneira o enfermeiro se comporta no cenaacuterio
de cuidado de hemodiaacutelise
E para que haja uma compreensatildeo do tipo de Comunicaccedilatildeo Proxecircmica estabelecida
entre o enfermeiro e o paciente com o intuito de viabilizar uma qualidade aos cuidados
prestados este estudo traz como objeto a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro na interaccedilatildeo
com o paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
Para o alcance das metas da pesquisa estabelecemos como objetivo geral
Produzir conhecimento sobre a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como demarcador de espaccedilo
e interaccedilatildeo de enfermeiros na hemodiaacutelise
Objetivos especiacuteficos
Caracterizar o conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
contexto do cuidado de Enfermagem na Hemodiaacutelise
Avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial no
cuidado de enfermagem
Discutir o ambiente da sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo
do cuidado
A tese que se defende neste estudo eacute de que o enfermeiro na accedilatildeo de cuidado em
hemodiaacutelise ao identificar e ao considerar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal com destaque na
proxecircmica potencialize avanccedilos na interaccedilatildeo e demarque seu espaccedilo
Os fatores relevantes na interaccedilatildeo durante a hemodiaacutelise em questatildeo satildeo a relaccedilatildeo
que os comunicantes estabelecem entre si a distacircncia espacial entre eles a orientaccedilatildeo do
corpo e do rosto a forma como se tocam ou se evitam o modo como dispotildeem e se
posicionam entre os objetos no espaccedilo durante o cuidado relacionando-as a abordagem e a
eficaacutecia da comunicaccedilatildeo proxecircmica
24
13 Justificativas relevacircncia e contribuiccedilotildees da pesquisa
Acredito na enfermagem como uma das profissotildees que apresenta consideraacuteveis
perspectivas de crescimento e valorizaccedilatildeo no mercado de trabalho apesar da crise de
desemprego que assola o paiacutes e o mundo na atualidade Entretanto os enfermeiros vecircm se
firmando nas diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo e apropriando cada vez mais de espaccedilos distintos
sobretudo naquelas onde permanece o investimento em sua capacitaccedilatildeo profissional
aumentando seus conhecimentos buscando a especializaccedilatildeo para aproveitar as chances de
trabalhos que possam surgir no mercado
Nessa perspectiva de discussatildeo tambeacutem considero essencial aprofundar as reflexotildees agrave
luz das accedilotildees dos profissionais de enfermagem ao paciente no cuidado nas Terapias Renais
Substitutivas (TRS) colocando em relevo as expressotildees natildeo verbalizadas que podem
favorecer a qualidade do cuidado por detalhar como elas se apresentam no contexto Ao
identificaacute-las iremos verificar como elas interferem e ampliam o cuidado teacutecnico Um modo
estrateacutegico de intervenccedilatildeo pelo uso consciente da leitura natildeo verbal do paciente por meio dos
sentidos facilita a compreensatildeo sobre o outro de forma singular gerado atraveacutes de nossas
experiecircncias
A comunicaccedilatildeo eacute um instrumento que pode e deve ser utilizado como um alicerce do
cuidado de enfermagem ou seja a comunicaccedilatildeo pode ser vista como um elemento
fundamental no cuidado prestado agrave pessoa como uma ferramenta importante na sua
implementaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute uma das abordagens de interesse na
enfermagem pois trata do jogo de distacircncias e proximidades que entretecem as pessoas no
espaccedilo traduz os modos pelos quais nos colocamos e movemos uns em relaccedilatildeo aos outros
como gerimos e ocupamos o espaccedilo envolvente considerada a presenccedila do outro (HALL
2005)
Quando se compreende o processo comunicativo como ele se forma e as suas
consequecircncias torna-se mais faacutecil para o profissional de enfermagem perceber indicativos
natildeo verbalizados do paciente para interagir considerando as necessidades nelas impliacutecitas Ao
reconhecer expressotildees e os sentidos atribuiacutedos podemos auxiliaacute-lo no enfrentamento dos
desafios durante o cuidado prestado
Com o propoacutesito de justificar a pesquisa foi realizado um levantamento sobre os
estudos que abordam o objeto ao acessar as Bases de dados Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) via Bireme Pub Med e a Scientific Electronic
Library Online (SCIELO) SCOPUS BANCO DE TESES DA UFRJ
25
Os criteacuterios de inclusatildeo foram idiomas portuguecircs inglecircs ou espanhol artigos
publicados na iacutentegra possuir sua versatildeo completa acessiacutevel e com data de publicaccedilatildeo dentro do
recorte temporal determinado de 5 anos Foram excluiacutedos todos os artigos em que os sujeitos da
pesquisa fossem crianccedilas ou adolescentes artigos em duplicidade nos perioacutedicos Para analisar
os artigos foi organizada uma planilha com os seguintes itens o perioacutedico o ano de
publicaccedilatildeo o tiacutetulo os autores o paiacutes de publicaccedilatildeo os profissionais que realizaram os
estudos uma siacutentese do artigo e contribuiccedilotildees sobre o tema Foram captados vinte e sete
artigos e selecionados dezenove conforme objeto do estudo
Em um primeiro momento natildeo foi utilizado o descritorMesh ldquoenfermagemrdquo em
combinaccedilatildeo com os descritores ldquoinsuficiecircncia renal crocircnicardquo e ldquoproxecircmicardquo Essa estrateacutegia
foi feita propositalmente com intuito de conhecer as produccedilotildees dos diversos domiacutenios do
conhecimento que se interessam em estudar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal na interaccedilatildeo humana
Inicialmente buscamos uma ampla localizaccedilatildeo no assunto sem especificidade utilizando
os descritores isoladamente Assim procuramos estudos sobre diaacutelise renal e proxecircmica sem
utilizar o cruzamento entre eles e sem o recorte temporal obtendo como resultados os observados
no quadro 1 abaixo
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal 1783 296 876 1478 15
Proxecircmica 101 12 08 23 01
Com esse resultado percebe-se que o tema de diaacutelise renal eacute estudado nos diferentes
contextos da aacuterea da sauacutede E em uma leitura flutuante dos tiacutetulos foi identificado que a
temaacutetica eacute abordada por vaacuterias aacutereas de formaccedilatildeo destacando-se entre as mais frequentes a
nutriccedilatildeo psicologia enfermagem odontologia e medicina
Posteriormente realizamos o cruzamento dos descritores com o uso do operador
booleano AND com o criteacuterio de recorte temporal de 5 anos
26
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise renalrdquo
AND ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal
AND
Proxecircmica
1
0
0
0
1
Os temas de maior incidecircncia nos uacuteltimos 10 anos nas outras pesquisas da
Comunicaccedilatildeo Proxecircmica foram Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de
enfermeiros hospitalares (Terra 2013) Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso
hospitalizado (Schimidt 2012) Comunicaccedilatildeo entre matildee e filho durante a amamentaccedilatildeo
(Farias 2010) Invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial e o idoso (Prochet 2008) Proxecircmica na
interaccedilatildeo com paciente queimado (Silva 2006) Proxecircmica com portadores de HIVAIDS
(Galvatildeo 2006) Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da matildee e filho no alojamento conjunto
(Vasconcelos 2006)
Outra semelhanccedila entre os estudos eacute o objetivo proposto pelos mesmos uma vez que
todos se propuseram a analisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica atraveacutes das interaccedilotildees percebidas
entre os sujeitos da pesquisa agrave luz dos fatores proxecircmicos de Hall (2005) Os estudos
analisados referem-se agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica como uma ferramenta facilitadora no
processo de interaccedilatildeo entre os sujeitos poreacutem alertam para a necessidade de saber exploraacute-la
Tal alerta eacute bem visto ao passo que a comunicaccedilatildeo proxecircmica corresponde natildeo soacute agrave
linguagem natildeo verbal mas tambeacutem agrave relaccedilatildeo existente entre o ambiente e as pessoas na qual
as mesmas o influenciam e satildeo por ele influenciadas Por isso a comunicaccedilatildeo proxecircmica pode
utilizar como um instrumento para fins de anaacutelises pessoas lugares e suas interaccedilotildees e natildeo
somente sujeitos com a linguagem comprometida e ou natildeo desenvolvidos
(VASCONCELOS 2006 GALVAtildeO 2006 FARIAS 2010 PROCHET 2008 SCHIMIDT
2012)
Outros artigos apontam haacute necessidade de implementarem programas treinamentos
planos de accedilatildeo ou estrateacutegias que possibilitem a incorporaccedilatildeo e revisatildeo durante a interaccedilatildeo ou
seja ampliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca do processo de
comunicaccedilatildeo em prol da qualidade e da praacutetica do cuidado de enfermagem
Espera-se que o estudo possa contribuir para compreensatildeo do conhecimento da
enfermagem na utilizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como um instrumento ou ferramenta baacutesica do
27
cuidado Fortalecer a atuaccedilatildeo do enfermeiro junto ao paciente portador de DRC por meio de
recursos da comunicaccedilatildeo este ter condiccedilotildees de reconhecer precoce e amplamente as
necessidades de intervenccedilotildees planejando executando e avaliando a assistecircncia a ser prestada
visando e garantindo o bem estar de quem se cuida
Os profissionais na assistecircncia de enfermagem poderatildeo entender e compreender seu
comportamento para lidar melhor com sua forma de interagir Quando o profissional assume a
comunicaccedilatildeo natildeo verbal aleacutem de perceber com maior precisatildeo os sentimentos do paciente
potencializa sua proacutepria comunicaccedilatildeo enquanto elemento transmissor de mensagens (SILVA
2012)
Na aacuterea do ensino de enfermagem e na formaccedilatildeo de outros profissionais na aacuterea da
sauacutede os resultados podem situaacute-los na aprendizagem com exemplos praacuteticos e conteuacutedos
didaacuteticos promovendo debates e reflexotildees criacuteticas sobre o assunto A produccedilatildeo de
conhecimento sobre comunicaccedilatildeo natildeo verbal proxecircmica fortalece a linha de pesquisa
Enfermagem Hospitalar e a produccedilatildeo no grupo de pesquisa - Comunicaccedilatildeo na Enfermagem
Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) do Nuacutecleo de Pesquisa em
Enfermagem Hospitalar (NUPENH)
28
CAPIacuteTULO II
FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
A comunicaccedilatildeo eacute uma habilidade que pode ou natildeo ser desenvolvida nas pessoas e
para que se desenvolva esta habilidade eacute necessaacuterio que se esteja consciente de sua existecircncia
Segundo Puggina et al (2014) natildeo temos consciecircncia de nossa comunicaccedilatildeo natildeo verbal visto
que por vezes contradizemos o dito verbalmente pela expressatildeo facial ou corporal de
negaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo verbal ganha importacircncia no processo comunicativo pois ela pode
suplementar uma informaccedilatildeo verbal (complementado ou rejeitando) contradizer enfatizar
substituir oferecer indiacutecios sobre emoccedilotildees ou mesmo controlar ou regular um
comportamento
Para a enfermagem a comunicaccedilatildeo pode ser vista como uma necessidade humana
baacutesica uma habilidade que o enfermeiro deve desenvolver ou um instrumento baacutesico
utilizado durante o cuidado E como instrumento a comunicaccedilatildeo eacute uma das ferramentas que o
enfermeiro utiliza para desenvolver e aperfeiccediloar o saber-fazer profissional
Entender comunicaccedilatildeo como um processo que viabiliza a qualidade dos
relacionamentos que deve ser estabelecida nas relaccedilotildees de trabalho seja com a equipe de
sauacutede no registro das atividades de enfermagem na assistecircncia ao paciente famiacutelia e
comunidade aleacutem de evitar que barreiras de comunicaccedilatildeo interfiram na eficiecircncia do processo
de cuidar
O enfermeiro apresenta-se de uma forma muito tecnicista buscando sempre se
aprimorar com as novas tecnologias mas acaba esquecendo o primordial a essecircncia de um
atendimento que eacute ter uma boa comunicaccedilatildeo com o paciente visando um cuidado com
qualidade De acordo com Pott et al(2013) o cuidado humanizado e de qualidade ao paciente
muitas vezes eacute minimizado frente agraves tecnologias presentes em ambientes complexos
Conforme Mouratildeo et al(2009) a comunicaccedilatildeo envolve relaccedilotildees interpessoais e
frequentemente podem ocorrer problemas dificuldades e restriccedilotildees de maneira que a
mensagem enviada natildeo eacute decodificada corretamente A dificuldade de expressatildeo eacute percebida
em muitas pessoas poreacutem este problema se agrava no acircmbito da sauacutede O profissional que
29
natildeo se comunica bem acaba sofrendo com as consequumlecircncias de natildeo ser compreendido Saber
articular as informaccedilotildees usar a linguagem corporal e fazer contato visual com os
interlocutores natildeo eacute uma tarefa faacutecil principalmente possuir a habilidade de escutar As
dificuldades na comunicaccedilatildeo podem estar relacionadas com falta de explicaccedilatildeo clara sobre
seus serviccedilos em que o profissional deve executar falta de comprometimento ou ateacute mesmo o
perfil da pessoa Esta dificuldade de comunicaccedilatildeo entre os profissionais de um setor tambeacutem
gera desgaste e conflitos desnecessaacuterios refletindo em todo ambiente do trabalho
Antes de comeccedilarmos uma comunicaccedilatildeo devemos pensar em todos os pontos
envolvidos pois vocecirc estaraacute sempre buscando um objetivo um resultado Eacute importante traccedilar
estrateacutegias para envolver os indiviacuteduos no seu ambiente relacionando-os ao assunto desejado
entendendo que todos tecircm uma opiniatildeo Segundo Pott et al(2013) estrateacutegias devem ser
pensadas com o intuito de proporcionar uma praacutetica de enfermagem mais humana a qual
visualize o indiviacuteduo natildeo apenas como mais um e sim como um ser possuidor de
experiecircncias proacuteprias mesmo quando estas experiecircncias natildeo possam ser expressas por
palavras
Como tudo na vida precisa de evoluccedilatildeo e aprimoramento natildeo eacute diferente com a
comunicaccedilatildeo eacute um processo contiacutenuo Ser objetivo e assertivo na comunicaccedilatildeo natildeo eacute uma
missatildeo faacutecil para o profissional principalmente da aacuterea de sauacutede que estaacute sempre envolvido
com a autoestima dos pacientes Para Stefanelli e Carvalho (2012) a comunicaccedilatildeo deve ser
considerada como competecircncia interpessoal a ser adquirida pelo enfermeiro E que deveraacute ser
usada de modo terapecircutico para permitir que o enfermeiro atenda ao paciente em todas as suas
dimensotildees
Uma comunicaccedilatildeo efetiva eacute uma competecircncia necessaacuteria a todo ser humano
principalmente no mundo em que vivemos cada vez mais os profissionais estatildeo mais
conscientes da importacircncia da boa comunicaccedilatildeo Segundo Broca e Ferreira (2012) quando
aumentamos a nossa capacidade de influenciar e sermos influenciados podemos favorecer o
desenvolvimento de um cuidado tambeacutem efetivo para com o paciente
Na hora de delegar as tarefas uma boa comunicaccedilatildeo eacute muito importante Todos os
envolvidos em um setor de enfermagem estatildeo conscientes dos afazeres a serem executados
mas nada iraacute adiantar caso ele natildeo saiba transmitir as informaccedilotildees agrave equipe de trabalho e aos
pacientes Se comunicar eacute saber informar ensinar educar motivar ou desmotivar Para Broca
e Ferreira (2012) a comunicaccedilatildeo busca a interaccedilatildeo dos envolvidos no processo unindo- os na
transmissatildeo das mensagens buscando uma sauacutede de forma qualificada e humanizada
30
A comunicaccedilatildeo natildeo se daacute apenas pelo que falamos mas tambeacutem pelas atitudes e pelo
silecircncio O nosso corpo fala por intermeacutedio dos gestos e a percepccedilatildeo eacute pela maneira e natildeo
pelo que estaacute sendo dito
Nosso corpo quando falamos assume diferentes posturas que ajudam a traduzir
melhor o significado das palavras que proferimos e a cineacutesia parte da ciecircncia que estuda o
comportamento cineacutetico do corpo mostra que a postura corporal e as expressotildees corporais
dos interlocutores quando satildeo compreendidas por ambos a comunicaccedilatildeo teraacute mais chances
de se tornar efetiva
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo humana
O termo proxecircmica descreve o espaccedilo pessoal de indiviacuteduos num meio social e
segundo Hall (2005) eacute definindo-o como o conjunto das observaccedilotildees e teorias referentes ao
uso que o homem faz do espaccedilo enquanto produto cultural especiacutefico Descreve as distacircncias
mensuraacuteveis entre as pessoas conforme elas interagem distacircncias e posturas que natildeo satildeo
intencionais mas sim resultado do processo de aculturaccedilatildeo (REBOUCcedilAS et al 2015)
Para Hall (2005) o uso do espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal que
influecircncia o relacionamento interpessoal e a comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado
social do espaccedilo ou seja estuda o uso que o homem faz do proacuteprio espaccedilo O autor afirma
que a evoluccedilatildeo do homem caracteriza-se pelo desenvolvimento dos receptores remotos os
olhos os ouvidos e o nariz ocupam-se do exame de objetos distantes Jaacute os receptores
imediatos o mundo do tato as sensaccedilotildees que recebemos pela pele membranas e muacutesculos
satildeo usados para examinar o mundo de perto Schimidt e Silva (2012) e Bruni (2011)
concordam que a utilizaccedilatildeo do espaccedilo eacute determinada culturalmente sendo a percepccedilatildeo da
distacircncia e a proximidade resultados dos sistemas sensoriais como a visatildeo audiccedilatildeo olfato e
tato Em diversas culturas existentes esses canais sensoriais podem adquirir mais importacircncia
do que outros
Para se ter uma noccedilatildeo geral das complexidades relativas ao sistema visual e auditivo
pode-se realizar uma comparaccedilatildeo do tamanho dos nervos que fazem a ligaccedilatildeo dos olhos e dos
ouvidos com os centros no ceacuterebro De acordo com Hall (2005) o nervo oacuteptico conteacutem
aproximadamente dezoito vezes mais neurocircnios que o nervo auditivo no qual supomos que
ele transmita no miacutenimo essa quantidade a mais de informaccedilotildees Em pessoas em estado
normal de atenccedilatildeo eacute provaacutevel que os olhos cheguem a ser ateacute mil vezes mais eficazes que os
ouvidos na varredura de informaccedilotildees A informaccedilatildeo visual costuma ser menos ambiacutegua e
31
mais focalizada que a informaccedilatildeo auditiva contudo uma exceccedilatildeo importante eacute a audiccedilatildeo de
uma pessoa com deficiecircncia visual que aprende a ser seletivo para frequecircncias sonoras mais
altas que lhe permitam localizar objetos num aposento Jaacute o olfato contribui para recordaccedilotildees
muito mais profundas que a visatildeo ou a audiccedilatildeo (CAMERON ARAUacuteJO 2011)
No espaccedilo taacutetil as experiecircncias taacuteteis e visuais do espaccedilo estatildeo entrelaccediladas entre si
tal qual natildeo podem ser separadas Em seus estudos o psicoacutelogo James Gibson (1950) associa
a visatildeo ao tato e afirma que existe um fluxo de impressotildees sensoriais mais apuradas quando se
compreende e se utiliza ativamente a realidade com os dois sentidos O tato ativo (a palpaccedilatildeo)
permite que os sujeitos de experimentos reproduzam com 95 de precisatildeo objetos abstratos
aos quais natildeo tinham acesso visual Com o tato passivo (o ser tocado) somente eacute possiacutevel
uma precisatildeo de 45
Para a anaacutelise proxecircmica devemos considerar alguns fatores envolvidos nas distacircncias
entre as pessoas Neste sentido Hall (2005) elenca oito fatores tambeacutem conhecidos como
dimensotildees proxecircmicas os quais permitem uma caracterizaccedilatildeo da postura proxecircmica do
individuo conforme a apresentaccedilatildeo do quadro abaixo
Quadro 3 Fatores proxecircmicos de Hall (2005)
A Postura-sexo analisa o sexo dos participantes e a posiccedilatildeo baacutesica dos interlocutores
seja em peacute sentado ou deitado
Eixo sociofugo-
sociopeto
sociofugo revela o desencorajamento da interaccedilatildeo enquanto o
sociopeto revela a aproximaccedilatildeo Nessa dimensatildeo ocorre uma anaacutelise do
acircngulo dos ombros dos interlocutores seja face a face de costas um
para o outro ou qualquer outra angulaccedilatildeo
Fatores cineacutesicos
utilizam-se da observaccedilatildeo dos movimentos para analisarem a
proximidade entre os interlocutores distribuiacutedos entre quatro zonas
proxecircmicas iacutentima pessoal social e puacuteblica
Coacutedigo visual identifica o contado visual ocorrido nas interaccedilotildees como olho no olho
ou ausecircncia de contato
Coacutedigo teacutermico eacute a extrema sensibilidade da pele agraves mudanccedilas de temperatura e de
textura
Coacutedigo olfativo analisa a percepccedilatildeo dos interlocutores ao grau de odores e suas
caracteriacutesticas O olfato permite natildeo soacute diferenciar os indiviacuteduos mas
32
detectar qual eacute o seu estado afetivo Ainda mais os cheiros tecircm o dom
de evocar recordaccedilotildees muito mais profundas do que as imagens ou
sons
Volume de voz analisa a adequaccedilatildeo do tom de voz utilizado pelos envolvidos
Comportamento
de contato
refere-se agraves formas de relaccedilotildees taacuteteis como agarrar apalpar acariciar
segurar demoradamente tocar localizado apertar roccedilar acidentalmente
ou sem nenhum contato fiacutesico
Esses elementos satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer interaccedilatildeo Segundo
Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma interaccedilatildeo eacute diretamente
proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo adequada
eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma determinada situaccedilatildeo pessoa e
tempo (ALVES et al 2015)
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise
A territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta caracteriacutesticas
reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de sua proacutepria
espeacutecie O territoacuterio tem um papel na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que
fornece informaccedilotildees sobre limites que definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A
territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves
funccedilotildees pessoais e sociais a dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais
amplo e seu ao acesso ao territoacuterio dos mais fracos dito dominado (HALL 2005)
O territoacuterio eacute carregado de intencionalidades que se manifestam no espaccedilo A
intenccedilatildeo das pessoas ao escolherem um lugar ou optarem por ficar onde estatildeo imprimindo
nele uma local que reflete essas intenccedilotildees e interaccedilotildees corresponde ao territoacuterio As relaccedilotildees
dessas pessoas com o espaccedilo e entre si pressupotildeem a existecircncia de poder (teacutecnico econocircmico
social poliacutetico e cultural) e eacute isto que caracteriza o territoacuterio construiacutedo num dado tempo e
espaccedilo encerrando portanto a realidade
O comportamento espacial do homem se manifesta em diferentes niacuteveis e para Hall
(2005) os trecircs niacuteveis de espaccedilos que permitem uma melhor anaacutelise proxecircmica satildeo o espaccedilo de
organizaccedilatildeo fixa o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixa e o espaccedilo informal
33
Os espaccedilos de organizaccedilatildeo fixa e semifixa apresentam uma concepccedilatildeo geograacutefica
estaacutetica estando intimamente relacionado ao conceito de territorialidade Quando o indiviacuteduo
se desloca esses espaccedilos natildeo se movem natildeo o acompanham (GRUBA et al 2015)
O espaccedilo de organizaccedilatildeo fixa compreende segundo Hall (2005) todos os elementos
invariantes do espaccedilo Deve-se entender como elementos invariantes aqueles insusceptiacuteveis
de modificaccedilatildeo em seu posicionamento e orientaccedilatildeo pela accedilatildeo humana Os edifiacutecios de
construccedilatildeo humana satildeo um exemplo de organizaccedilatildeo fixa Igualmente o seu modo de
agrupamento bem como o seu modo de particcedilatildeo interna em cocircmodos corresponde tambeacutem a
estruturas fixas
Jaacute o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixas diz respeito ao modo como satildeo dispostos todos
os componentes espaciais suscetiacuteveis de deslocamento ou seja objetos moacuteveis A disposiccedilatildeo
do mobiliaacuterio nos ambientes constitui o exemplo tiacutepico de espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas
Segundo Hall (2005) de forma similar ao espaccedilo de organizaccedilotildees fixas a maneira como
arrumamos os objetos que satildeo nossos os lugares onde os dispomos dependem de nossos
paradigmas culturais
O espaccedilo informal por sua vez eacute um espaccedilo pessoal estabelecido ao redor do corpo
do indiviacuteduo que eacute ldquocarregadordquo quando este se move Sendo por esta razatildeo denominado
tambeacutem de espaccedilo dinacircmico A anaacutelise dos espaccedilos informais levou Hall a realizar uma seacuterie
de estudos relacionados agraves distacircncias interpessoais Em funccedilatildeo das distacircncias observadas Hall
(2005) definiu quatro categorias de espaccedilos informais iacutentima pessoal social puacuteblica (Figura
1)
As distacircncias propostas por Hall (2005) satildeo representadas por cores (Figuras 1 e 2) e
foram escolhidas quatro cores para representar as distacircncias na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
vermelho intimo laranja pessoal amarelosocial e verdepuacuteblico As cores estatildeo associadas
a um determinado efeito ou seja natildeo eacute uma combinaccedilatildeo aleatoacuteria de cores mas um efeito
conjunto de cores com representaccedilatildeo dos espaccedilos Utilizando a escala colorimeacutetrica proposta
por Heller (2013) tem-se como objetivo facilitar a identificaccedilatildeo visual das distacircncias e
aproximaccedilotildees da equipe de enfermagem no espaccedilo Essa identificaccedilatildeo atraveacutes da visualizaccedilatildeo
das cores representa o mapa comportamental das posiccedilotildees da equipe no ambiente da
hemodiaacutelise
34
Figura 1 Zonas de distanciamento
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
As distacircncias podem variar conforme os fatores individuais pois existem pessoas que
sempre preservam uma zona de espaccedilo pessoal miacutenima enquanto que outros mantecircm zonas
de espaccedilo relativamente grandes Estas diferenccedilas satildeo afetadas por sexo raccedila cultura e
personalidade Existem tambeacutem os fatores situacionais que diz respeito de quem satildeo os
interlocutores e o que estes estatildeo fazendo haacute certas relaccedilotildees e atividades que exigem
distacircncias maiores que outras para uma adequada comunicaccedilatildeo e proteccedilatildeo (SILVA 2015)
Haacute uma convivecircncia iacutentima ou
de luta quando obrigada em
situaccedilotildees sociais em que ocorre
o contato fiacutesico o calor humano
e a transmissatildeo de odores
Tratamento de assuntos
impessoais natildeo ocorre contato
fiacutesico poreacutem existe o contato
visual
A essa distacircncia se produz uma
cuidadosa escolha das palavras e
da forma das frases formal os
detalhes da inflexatildeo da voz e da
expressatildeo facial se perdem
Assuntos de interesse e relaccedilatildeo
pessoais se tratam a essa
distacircncia
35
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
Para Broca e Ferreira (2014) haacute toda uma diversidade de fatores que modificam as
distacircncias interpessoais fatores estes que diminuem as distacircncias interpessoais como a
atraccedilatildeo a amizade a cooperaccedilatildeo a similaridade a coesatildeo familiar os oacuteculos escuros ou olhos
fechados Assim como fatores que aumentam as distacircncias interpessoais como o estigma a
ameaccedila a ansiedade o insulto o olhar inapropriado a desordem mental o fumo o acircngulo de
aproximaccedilatildeo lateral a estatura alta entre outros
Embora as pesquisas da comunicaccedilatildeo natildeo verbal tenham um enfoque maior no
comportamento e interaccedilatildeo das pessoas atualmente tem sido dispensada uma atenccedilatildeo maior agrave
influecircncia de fatores natildeo humanos como o ambiente onde ocorrem essas interaccedilotildees (TERRA
VAGHETTI 2014) Fazem parte dos fatores ambientais o mobiliaacuterio estilo de arquitetura
decoraccedilatildeo de interiores condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo as cores a temperatura os ruiacutedos entre
outros A disposiccedilatildeo os materiais as formas dos objetos do ambiente podem ter influecircncia no
resultado durante a interaccedilatildeo do relacionamento interpessoal como uma mesa entre os
interlocutores que pode caracterizar com uma forma de afastamento e distanciamento
dificultando o estabelecimento de uma comunicaccedilatildeo mais profiacutecua
O espaccedilo eacute uma dimensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal que interfere na relaccedilatildeo dos
interlocutores como as cores de um ambiente que podem gerar um ambiente tenso ou
tranquumlilizador a temperatura muito fria ou quente desestabilizam e podem interferir (HALL
36
2005 SCHIMITDH e SILVA 2013) O nuacutemero de saiacutedas e janelas quanto mais fechado
maior a tensatildeo pois em um ambiente abafado e quente as pessoas tendem a sair do local Jaacute
um ambiente mais acessiacutevel com temperatura adequada e harmonioso aumenta a frequecircncia
de interaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos interlocutores
Para Bollnow (2008) arquiteto e filoacutesofo alematildeo ao estudar a relaccedilatildeo do indiviacuteduo
com o espaccedilo identificou que o ldquoespaccedilo vivenciadordquo eacute diferente do espaccedilo vivencial O
espaccedilo vivenciado eacute entendido como um espaccedilo no sentido subjetivo e deve ser tomado como
uma ldquoexperiecircncia do espaccedilordquo vivida pelo sujeito que interferiraacute na sua subsistecircncia e na
compreensatildeo de si e do mundo Ou seja devemos estudar o espaccedilo como elemento de
referecircncia para a existecircncia humana O sujeito precisa de um espaccedilo de referecircncia um espaccedilo
de habitaccedilatildeo que eacute o espaccedilo do mundo onde o homem pode se encontrar com um elemento
natildeo estranho fazendo identificaccedilotildees e significaccedilotildees
Sendo assim o espaccedilo da hemodiaacutelise eacute quando o enfermeiro deveraacute utilizar-se de
estrateacutegias para detectar indiacutecios de alteraccedilotildees fisioloacutegicas e emocionais de seu paciente e ser
capaz de intervir nos diferentes momentos eacute neste espaccedilo que ressignifica-se o conceito de
cuidar de si mostrando ao paciente a necessidade de adesatildeo e participaccedilatildeo no processo de
cuidar Natildeo haacute conquistas no tratamento sem a participaccedilatildeo ativa e contiacutenua do paciente ele
deveraacute entender o quanto eacute importante a interaccedilatildeo com a equipe para um cuidado efetivo
Articular em um espaccedilo com grande demanda de cuidado e com nuacutemero significativo
de pacientes habilidades comunicativas natildeo verbais como a proxecircmica pode natildeo ser faacutecil de
ser identificada pela equipe de enfermagem principalmente porque haacute riscos dos espaccedilos de
hemodiaacutelise se tornarem um ldquoformigueirordquo humano como ocorre atualmente nas cliacutenicas
sateacutelites com 36 pacientes de uma uacutenica vez em sala de hemodiaacutelise Desta forma torna-se
um desafio e implica em um maior conhecimento do enfermeiro sobre comunicaccedilatildeo
proxecircmica e sua importacircncia no cuidado de enfermagem
Dados da Sociedade Brasileira de nefrologia (SBN) afirmam que o aumento do
nuacutemero total estimado de pacientes em diaacutelise no paiacutes vem crescendo continuamente esses
dados apontam que o nuacutemero de pacientes em tratamento aumentou em meacutedia 5 ao ano
entre 2011-2014 (SBN 2014) O nuacutemero estimado de pacientes que iniciaram tratamento em
2014 no Brasil foi de 36548 correspondendo a uma taxa de incidecircncia de 180 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) (Figura 3)
37
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
Jaacute as taxa de prevalecircncia de tratamento dialiacutetico referentes agraves caracteriacutesticas
demograacuteficas da populaccedilatildeo brasileira que apresenta DRC em 2014 foi de 552 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) variando por regiatildeo entre 364 pacientes pmp na regiatildeo Norte a
672 pacientes pmp na regiatildeo Sudeste (Figura 4)
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
38
Os dados registram que as regiotildees Sudeste Sul e Centro-Oeste apresentam as maiores
taxas de prevalecircncia enquanto as regiotildees Nordeste e Norte as mais baixas De acordo com a
United States Renal Data System (2014) nos Estados Unidos e em outros paiacuteses
desenvolvidos da Europa e Aacutesia nos uacuteltimos anos tem sido relatado um aumento crescente na
taxa de prevalecircncia embora a taxa de incidecircncia de pacientes em terapia renal substitutiva
tenha crescido pouco ou apresentado uma tendecircncia agrave estabilizaccedilatildeo Nos EUA por exemplo a
taxa de prevalecircncia aumentou ao redor de 3 ao ano entre 2007-2012
Esses dados de prevalecircncia e incidecircncia comprovam que a regiatildeo sudeste e sul
apresenta uma grande concentraccedilatildeo de pacientes em tratamentos dialiacuteticos e tambeacutem
conforme Sesso et al (2014) nessas regiotildees concentra-se maior nuacutemero de cliacutenicas sateacutelites e
hospitais especializados na TRS assim como profissionais especialistas em nefrologia o que
facilita o acesso dos pacientes ao tratamento
Com a demanda de atendimento em crescimento nos espaccedilosambiente da
hemodiaacutelise eacute preciso adequaacute-los as necessidades impostas de maneira que natildeo haja
diminuiccedilatildeo da qualidade da assistecircncia prestada Dessa maneira a construccedilatildeo de um
pensamento acerca da concepccedilatildeo espacial passa necessariamente pela consideraccedilatildeo sobre as
experiecircncias a serem ali vivenciadas na medida em que o corpo eacute nosso meio geral de expor
nossas necessidades seguindo esta loacutegica natildeo haacute como pensar em concepccedilatildeo espacial sem
que sejam propostas consideraccedilotildees a respeito da relaccedilatildeo deste espaccedilo com o corpo
39
CAPIacuteTULO III
O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO ESTUDO
31 Identificando a pesquisa
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa buscando identificar os
fenocircmenos por meio das observaccedilatildeo do pesquisador e as informaccedilotildees dos participantes A
abordagem qualitativa nas pesquisas cientiacuteficas ainda eacute revestida por diferentes interpretaccedilotildees
mas vale lembrar que esse tipo de abordagem significa que seu raciociacutenio baseia-se
principalmente na percepccedilatildeo e na compreensatildeo humana de acordo com Stake e Reis (2011)
possibilitando avanccedilo do entendimento de fatores proacuteprios dessa dimensatildeo que natildeo satildeo
alcanccedilados pelos estudos quantitativos Nesse sentido explora questotildees bastantes particulares
concernentes aos significados motivos crenccedilas aspiraccedilotildees atitudes e valores
correspondendo a um espaccedilo mais profundo das relaccedilotildees e interaccedilotildees dos processos e
fenocircmenos (MINAYO 2013) Por conseguinte torna-se oportuno esta abordagem para a
pesquisa em questatildeo
Bosi (2012) afirma que a abordagem qualitativa geralmente tem como foco o estudo
nas instituiccedilotildees nos grupos nos movimentos sociais e no conjunto de interaccedilotildees pessoais
Este tipo de abordagem tem o poder de construir pontes para uma accedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
e dos seus agentes sendo esta pautada no diaacutelogo e no reconhecimento das diferenccedilas
culturais as quais embasam as accedilotildees de sauacutede
Apesar do termo ldquopesquisa qualitativardquo ser interpretada por muitos como confuso para
Strauss e Corbin (2008 p 23) ldquopode significar coisas diferentes para pessoas diferentesrdquo sua
essecircncia descritiva e natildeo numeacuterica natildeo impede ou dificulta o rigor metodoloacutegico entre o
coletar e analisar dados uma vez que estaacute consolidada em conceitos metodoloacutegicos e
epistemoloacutegicos capazes de possibilitar sustentaccedilatildeo cientiacutefica aos seus achados pois
conforme citam Deslauriers e Keacuterisit (2010 p 131)
Afirmar que a pesquisa qualitativa privilegia o vivido dos atores sociais natildeo
significa todavia que ela se reduziria a uma descriccedilatildeo minuciosa de accedilotildees ou de
fenocircmenos observaacuteveis Nisso pode-se dizer que o objeto por excelecircncia da
pesquisa qualitativa eacute a accedilatildeo interpretada simultaneamente pelo pesquisador e pelos
sujeitos da pesquisa de onde a importacircncia da linguagem e das conceituaccedilotildees que
devem dar conta tanto do objeto ldquovividordquo como do objeto ldquoanalisadordquo
40
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa
O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de 2012
(CNS 2012) baseando-se nas Normas de Pesquisa em Seres Humanos Foi submetido e
aprovado atraveacutes da Plataforma Brasil ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de
Enfermagem Anna NeryInstituto de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Satildeo Francisco de Assis da
Universidade Federal do Rio de Janeiro O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466
de 12 de dezembro de 2012 assim como do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital
Universitaacuterio Clementino Fraga FilhoHUCFFUFRJ nordm de parecer 1329969 e do Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa do Hospital Universitaacuterio Pedro ErnestoHUEPUERJ nordm parecer
1360477 ambos cenaacuterios co-participantes da pesquisa Como base nacional essa Plataforma
eacute unificada para registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema de
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa (CONEP) Ela
permite que as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes estaacutegios - desde sua
submissatildeo ateacute a aprovaccedilatildeo final pelo CEP e pela CONEP (BRASIL 2012)
A participaccedilatildeo dos sujeitos da pesquisa foi de forma voluntaacuteria os objetivos e
finalidades da pesquisa foram esclarecidos Foi assegurado o anonimato dos participantes e
informado que a qualquer momento poderia recusar-se a responder qualquer pergunta ou
desistir de participar e retirar seu consentimento
A pesquisa natildeo gerou desconforto emocional nem constrangimento visto que a
atividade proposta para produccedilatildeo conforme preconiza o meacutetodo deu-se por meio da
observaccedilatildeo durante os cuidados prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise e pela
entrevista sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do
paciente agrave terapia
Os riscos significam que o perigo ou desconforto que os participantes possam
experimentar natildeo eacute maior do que vivenciam em suas vidas cotidianas ldquoDiz-se que um estudo
envolve risco miacutenimo quando os procedimentos ou atividades do estudo satildeo semelhantes aos
que os participantes encontram em suas vidas cotidianasrdquo (SHAUGHNESSY
ZECHMEISTER ZECHMEISTER 2014 P79)
O benefiacutecio relacionado agrave participaccedilatildeo no estudo eacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
41
A coleta de dados foi realizada mediante a assinatura no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido - TCLE (APEcircNDICE A) e respeitando os aspectos eacuteticos e legais A
pesquisadora envolvida na investigaccedilatildeo compromete-se em divulgar os resultados obtidos na
pesquisa em eventos cientiacuteficos publicaccedilotildees em perioacutedicos indexados em Bases de Dados
aleacutem de retornar ao cenaacuterio da pesquisa apresentando e discutindo os resultados com os
participantes e quaisquer profissionais interessados no conteuacutedo
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados
Realizar uma pesquisa etnograacutefica consiste em suma em observar estabelecer
relaccedilotildees selecionar informantes manter um diaacuterio dentre outras atividades Entretanto natildeo eacute
a realizaccedilatildeo destas teacutecnicas que define uma pesquisa como etnograacutefica Para a caracterizaccedilatildeo
de um trabalho etnograacutefico satildeo apontadas muitas exigecircncias que devem ser utilizadas como
base para a operacionalizaccedilatildeo da pesquisa
O estudo etnograacutefico para Geertz (2008) tem como base a busca exaustiva do
conhecimento por meio da interaccedilatildeo entre o comportamento das pessoas e o discurso e as
observaccedilotildees do pesquisador sobre cada detalhe que compotildee o ambiente fiacutesico e social
pesquisado O meacutetodo etnograacutefico permite ao pesquisador observar sistematicamente e
descrever tudo que foi captado por meio de todos os seus sentidos
O sentido visatildeo na etnografia vai aleacutem de ver alcanccedila o acircmbito de perceber o
ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo nas diversas dimensotildees
possiacuteveis O sucesso deste tipo de investigaccedilatildeo depende muito da conduta do pesquisador
visto que a observaccedilatildeo a descriccedilatildeo e a anaacutelise constituem a essecircncia da compreensatildeo do
objeto de estudo o pesquisador para entender o comportamento humano eacute necessaacuterio
considerar as relaccedilotildees que influenciam a interpretaccedilatildeo os pensamentos os sentimentos e as
accedilotildees (LUumlDKE ANDREacute 2013)
Embora pareccedila faacutecil observar no meacutetodo etnograacutefico requer uma habilidade peculiar
onde colocar-se diante dos participantes da pesquisa eacute muito relevante para a obtenccedilatildeo dos
dados Eacute necessaacuterio que o pesquisador natildeo seja visto como um intruso pelas pessoas e sim
como parte do meio onde se encontra essa transiccedilatildeo de ldquointrusordquo para ldquoamigordquo natildeo se
estabelece de forma raacutepida requer tempo e sensibilidade aleacutem de um verdadeiro interesse nos
participantes em suas crenccedilas e valores Praticar etnografia eacute estabelecer relaccedilotildees selecionar
informantes descrever mapear campos manter um diaacuterio entre outras coisas possibilita ao
42
pesquisador entender o contexto comportamental dos participantes da pesquisa (GEERTZ
2008)
Estes pressupostos possibilitam que um estudo sobre comportamento humano abstraia
o significado das accedilotildees a partir do contexto do individuo compreendendo como as pessoas os
interpretam e direcionam suas atitudes Para captar da forma mais fidedigna esta teia de
relaccedilotildees e apresentaacute-la de forma clara e objetiva em uma pesquisa eacute necessaacuterio que o
pesquisador possua tambeacutem algumas habilidades Fundamentada em uma observaccedilatildeo
sistematizada a etnografia exige que o pesquisador saiba ver realmente tudo que estaacute ao seu
redor Para Gibbs (2012) ver no sentido etnograacutefico vai aleacutem da visatildeo propriamente dita
alcanccedila o acircmbito de perceber o ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo
nas diversas dimensotildees possiacuteveis
As principais caracteriacutesticas do meacutetodo etnograacutefico para Luumldke e Andreacute (2013) estatildeo
relacionadas com os significados atribuiacutedos a si mesmo as experiecircncias e o ambiente que
cercam os participantes envolvendo um trabalho de campo onde o pesquisador se aproxima
do cenaacuterio da pesquisa e das pessoas mantendo um contato direto e prolongado observando
seu comportamento para que seja possiacutevel observar e traduzir a dimensatildeo do cotidiano
perceber e entender o significado cultural das situaccedilotildees que se contrapotildeem nas relaccedilotildees
humanas que satildeo culturais produzidas pelas proacuteprias pessoas que estatildeo sendo observadas
Este tempo de observaccedilatildeo do pesquisador em contato direto com as pessoas e o ambiente
estudado pode variar muito desde algumas semanas ateacute vaacuterios meses ou anos
Para entender como o Enfermeiro estabelece uma relaccedilatildeo proxecircmica com o paciente eacute
preciso que se observe o ldquocomportamento do nativordquo manifestado por ldquogestos cotidianos tom
da conversa atitudes do corpo e expressatildeo facialrdquo
34 O cenaacuterio da pesquisa
A pesquisa apresentou como proponente a Escola de Enfermagem Anna Nery da
Universidade Federal do Rio de Janeiro e como cenaacuterios co-participantes dois hospitais
universitaacuterios o Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho e o Hospital Universitaacuterio
Pedro Ernesto um da esfera Federal e outro Estadual respectivamente ambos localizados no
municiacutepio do Rio de Janeiro A escolha por estes cenaacuterios justificou-se por essas instituiccedilotildees
apresentarem atendimento especializado e de alta complexidade possuem setor de nefrologia
no qual os Enfermeiros prestam assistecircncia aos pacientes nas terapias renais substitutivas
43
como hemodiaacutelise e a importacircncia de ser compreendido como um espaccedilo de formaccedilatildeo
acadecircmica no qual existe uma preocupaccedilatildeo como cenaacuterio de aprendizagens teoacutericas-praacuteticas
O campo eacute o lugar natural onde acontecem os fatosfenocircmenosprocessos A pesquisa
de campo eacute aquela que segundo Santos (2015) recolhe os dados in natura como percebidos
pelo pesquisador E o Hospital Universitaacuterio eacute reconhecido por ser uma instituiccedilatildeo que
concentra suas atividades na alianccedila entre a assistecircncia agrave populaccedilatildeo ao ensino e agrave pesquisa
cientiacutefica incentivando seus profissionais a estarem sempre buscando a capacitaccedilatildeo pois tem
a intenccedilatildeo de promover cada vez mais uma assistecircncia qualificada e adequada aos pacientes
A proposta para coleta nos dois cenaacuterios baseia-se na premissa de que aumentar o
quantitativo de Enfermeiros embora a pesquisa tenha um caraacuteter qualitativo permite uma
maior amostra enriquecendo o estudo com a diversidade de interaccedilotildees entre os participantes
A etnografia se constroacutei tomando por base a ideacuteia de que os comportamentos humanos soacute
podem ser devidamente compreendidos e explicados se tomarmos como referecircncia o
contexto social onde eles atuam
O primeiro cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUCFF na unidade de Nefrologia
localizada no seacutetimo andar do hospital A unidade possui enfermaria de nefrologia sala de
treinamento e de tratamento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua entre outros
Satildeo duas as salas de hemodiaacutelise uma chamada sala azul onde satildeo atendidos os pacientes
portadores de sorologia positiva para Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana (HIV) e hepatite B
e outra chamada sala branca local onde foi realizada a pesquisa Esse setor apresenta na parte
externa uma sala de curativos expurgo sala da chefia de enfermagem e pia para lavagem dos
braccedilos dos pacientes antes da sessatildeo de hemodiaacutelise Na parte interna haacute uma sala ampla
dividida em trecircs espaccedilos com dois postos de enfermagem
O segundo cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUPEUERJ na unidade de
nefrologia localizado no 3ordm andar do hospital No andar existe enfermaria de nefrologia sala
de treinamento e atendimento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua sala de guarda
de materiais e sala de hemodiaacutelise entre outros
A sala de HD foi adaptada segundo funcionaacuterios do hospital para o atendimento aos
pacientes Renais crocircnicos em tratamento de HD a parte interna apresenta uma pequena sala
de atendimento administrativo um expurgo um salatildeo uacutenico de HD uma parede de vidro
separa os ambientes da sala de enfermagem e do banheiro
Posteriormente ambos os cenaacuterios seratildeo amplamente discutidos e apresentados na
forma de planta esquemaacutetica em 3D que representa de modo bem simplificado o ambiente da
44
HD Estes cenaacuterios foram reproduzidos com o auxiacutelio de um arquiteto para representar
fielmente suas caracteriacutesticas fiacutesicas e moacuteveis do ambiente da HD
De acordo com a resoluccedilatildeo RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 que dispotildee sobre as
unidades de diaacutelise e seu ambiente fiacutesico as Unidades de Diaacutelise devem atender aos requisitos
de estrutura fiacutesica previstos na RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou
instrumento legal que venha substituiacute-la juntamente com as exigecircncias estabelecidas nesse
regulamento em coacutedigos leis ou normas pertinentes quer na esfera Federal Estadual ou
Municipal
Entenda-se como ambiente fiacutesico agrave luz da Teoria Proxecircmica (Hall 2005) o conjunto
formado pelos espaccedilos de caracteriacutesticas fixas e semifixas O espaccedilo fixo compreende as
disposiccedilotildees estruturais inalteraacuteveis tais como paredes teto vidraccedilas tubulaccedilotildees chatildeo pias
sistemas de refrigeraccedilatildeo Jaacute o espaccedilo semifixo refere-se agraves peccedilas mobiliaacuterias que satildeo dispostas
no ambiente tais como maacutequinas de diaacutelise poltronas balanccedilas digitais dentre outros
35 Participantes da pesquisa
Os participantes da pesquisa foram os enfermeiros do setor de nefrologia que atuam no
cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise A justificativa para a escolha dos enfermeiros eacute a
de que esses ldquoparticipantes-objetordquo possam produzir elementos significativos relativos ao
objeto do estudo pelo fato de serem profissionais que possuem capacidade para articular e
desenvolver sob muacuteltiplas vertentes estrateacutegias de intervenccedilotildees e atitudes de cuidado ao
paciente na nefrologia
O criteacuterio de inclusatildeo no protocolo da pesquisa abrange todos os Enfermeiros de
ambos os sexos que estavam prestando algum tipo de cuidado direto ao paciente no setor de
hemodiaacutelise Foram excluiacutedos aqueles profissionais de feacuterias eou licenccedila ou outra funccedilatildeo
que natildeo a de prestar assistecircncia ao paciente durante a sessatildeo de hemodiaacutelise
Foi comunicado a cada participante que seu nome seria preservado e para representar
seu depoimento na pesquisa seria colocada a letra ldquoErdquo precedida da numeraccedilatildeo
correspondente ao nuacutemero da entrevista A participaccedilatildeo dos sujeitos resultou na produccedilatildeo do
conhecimento cientiacutefico sobre a comunicaccedilatildeo proxecircmica dos profissionais de enfermagem na
aacuterea do cuidado em hemodiaacutelise pioneiro no setor da nefrologia
45
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise
Dentro de uma visatildeo etnograacutefica segundo Luumldke e Andreacute (2013) o pesquisador eacute
inserido no campo e poderaacute utilizar diferentes instrumentos para apreensatildeo da realidade
estudada Contudo eacute importante salientar que as diferentes formas de tecnologias podem e
devem auxiliar na captaccedilatildeo dos dados podendo ser dependentes e natildeo-dependentes tais como
diaacuterio de campo o gravador roteiro de observaccedilatildeo participante e entrevista desde que sejam
descritas todas as informaccedilotildees por meio dos quais os etnoacutegrafos poderatildeo apresentar de forma
minuciosa o contexto estudado e as interaccedilotildees identificadas
Ao se desenvolver uma pesquisa com o meacutetodo etnograacutefico devem-se considerar os
informantes como pessoas que por possuiacuterem algumas caracteriacutesticas culturais diferentes e
merecem uma investigaccedilatildeo Souza e Barros (2008 P 153) ldquoapontam que pesquisadores e
pesquisados apresentam semelhanccedilas poreacutem com traccedilos culturais diferenciadosrdquo
Segundo Santos (2015) os dados devem ser coletados com a observaccedilatildeo de situaccedilotildees
fiacutesicas e materiais E por isso exige uma carga extra de trabalho que eacute a escolha da situaccedilatildeo
(re) produtora dos fatosfenocircmeno que interessam ao pesquisador Aleacutem disso exige a escolha
dos instrumentos de captaccedilatildeo e afericcedilatildeo das informaccedilotildees e dados que seratildeo obtidos
A coleta de dados foi realizada apoacutes os contatos com a chefia meacutedica e de enfermagem
das instituiccedilotildees coparticipantes escolhidas para cenaacuterio da pesquisa com o objetivo de
apresentar o estudo e solicitar autorizaccedilatildeo para a coleta de dados assim como a aprovaccedilatildeo
pelo Comitecirc de Eacutetica da Escola de Enfermagem Anna Nery Hospital Escola Satildeo Francisco de
Assis- EEANHESFA
361 Primeiro momento da pesquisa aproximaccedilatildeo com o territoacuterio elaboraccedilatildeo do
Mapeamento Comportamental de HD
Tendo por base as caracteriacutesticas da etnografia para proceder agrave coleta de dados a
pesquisadora manteve contatos preliminares com as equipes nos locais cenaacuterios da pesquisa
com intuito de entendimento das dinacircmicas das atividades e aproximaccedilatildeo com os cenaacuterios O
comportamento das pessoas foi estudado no seu contexto habitual e natildeo em condiccedilotildees
artificiais criadas pela investigadora
Pela complexidade do meacutetodo e pela riqueza das informaccedilotildees a aproximaccedilatildeo dos
cenaacuterios e dos possiacuteveis participantes da pesquisa foi primeiramente no HUCFF por ter
realizado anteriormente outras pesquisas tambeacutem por acreditar ter maior entendimento sobre
46
a dinacircmica e rotina deste setor no hospital Posteriormente foi realizada a aproximaccedilatildeo com o
segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo o HUPE
Para entender o ambiente no setor de hemodiaacutelise de ambos cenaacuterios foi elaborado
uma representaccedilatildeo graacutefica dos locais desenvolvida por meio do programa SketchUp1 que eacute
um software de modelagem tridimensional (OLIVEIRA 2015)
O levantamento arquitetocircnico foi realizado a partir de planilhas elaboradas para
sistematizar Elas orientaram na descriccedilatildeo dos seguintes itens arranjo espacial e os atributos
que permitiam apropriaccedilatildeo espacial correspondendo agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre
enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente o mobiliaacuterio da HD e seu estado de conservaccedilatildeo
a qualidade dos materiais de acabamento (piso parede e teto) Nas planilhas foram relatadas
as caracteriacutesticas e o grau de conservaccedilatildeo destes elementos
Foi necessaacuteria a participaccedilatildeo de um arquiteto neste processo de planejamento e
execuccedilatildeo dos mapas comportamentais e apoacutes sucessivos diaacutelogos ficou acordado que para
auxiliar na aplicaccedilatildeo da planilha seriam utilizadas as teacutecnicas de registro fotograacutefico com o
intuito das imagens auxiliarem no processo de elaboraccedilatildeo do mapeamento e a necessidade
mediccedilatildeo in loco com trena laser para a fidedignidade das distacircncias
Sendo assim foram realizadas duas (2) visitas junto como arquiteto em cada
instituiccedilatildeo em junho de 2016 e em janeiro de 2017 para a coleta das medidas e fotos Esses
registros juntamente com os registros em toacutepicos na planilha foram posteriormente
transcritos e serviram para na elaboraccedilatildeo das plantas dos setores O total de horas para a
realizaccedilatildeo das atividades fotograacuteficas de mediccedilatildeo de transcriccedilatildeo dos dados e de elaboraccedilatildeo
dos mapas foi em meacutedia de 52 horas
Com os mapas jaacute elaborados de ambos os cenaacuterios foi necessaacuterio incluir as cores
representativas da comunicaccedilatildeo proxecircmica descritas anteriormente como zonas de
distanciamento As cores foram representadas de forma milimetricamente marcando os
espaccedilos Iacutentimo pessoal social e puacuteblico do setor de HD em relaccedilatildeo ao espaccedilo iacutentimo do
paciente
A teacutecnica e os procedimentos foram adotados com o objetivo de demonstrar o
mapeamento do setor de HD do HUCFFUFRJ e do HUPEUERJ gerando quatro (4) figuras
que satildeo apresentados e discutidos no Capiacutetulo V
1 1 Eacute um programa de modelagem arquitetocircnica em 3D que pode ser usado para retratar ambientes
47
362 Segundo Momento da pesquisa seleccedilatildeo dos participantes aspectos eacuteticos e
apresentaccedilatildeo dos instrumentos de coleta
Apoacutes o periacuteodo da adaptaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do mapeamento dos setores foram
identificados os participantes segundo os criteacuterios de seleccedilatildeo jaacute mencionadas anteriormente e
de acordo com escalas de enfermagem previamente cedida pela chefia para elaboraccedilatildeo e
planejamento da coleta de dados
Os enfermeiros foram convidados e selecionados a participar da pesquisa e mediante
aceite eram comunicados e esclarecidos sobre o objeto do estudo seus objetivos com
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) o encontro para
a entrevista foi agendado de acordo com a disponibilidade de horaacuterio de cada enfermeiro e
preenchimento do questionaacuterio com itens sobre o perfil profissional (APEcircNDICE B)
permitindo uma caracterizaccedilatildeo dos mesmos Foram tambeacutem orientados de que haveria um
momento de observaccedilatildeo Entretanto o dia e horaacuterio natildeo foram informados previamente para
que natildeo houvesse interferecircncias do comportamento no ambiente Os dados identificados no
perfil profissional foram tabelados e analisados posteriormente
Durante o procedimento de testagem dos instrumentos com os primeiros participantes
houve a necessidade de alguns ajustes no mapa pois contemplava a sala de hemodiaacutelise como
sendo o principal espaccedilo do cuidado entretanto apoacutes algumas entrevistas foi descrito pelos
participantes outros espaccedilos como sendo espaccedilos do cuidado entre estes sala de curativos
sala de chefia de enfermagem corredores Sendo assim o mapa sofreu alteraccedilotildees com
inclusatildeo dos espaccedilos para ampliar as discussotildees
A entrevista seguiu mantendo aos questionamentos do roteiro de perguntas que foram
gravadas em um gravador de aacuteudio com a finalidade de posteriormente transcrevecirc-las
possibilitando assim a anaacutelise dos dados
As entrevistas individuais foram realizadas nos intervalos da assistecircncia de
enfermagem ao longo do plantatildeo de 12 horas dos profissionais principalmente agrave tarde
quando a demanda do cuidado de enfermagem eacute menor Porque pela manhatilde eacute quando
comumente se realizam as escalas dos teacutecnicos para os setores da sala branca sala azul
diaacutelise peritoneal e hemodiaacutelise externa verificaccedilatildeo e checagem de prescriccedilotildees para os
pacientes os curativos de cateteres entre outros
Nos primeiros dias a chegada ao setor foi agraves 700 horas da manhatilde para a passagem de
plantatildeo para que os profissionais entendessem o porque da presenccedila da pesquisadora ao
ambiente de pesquisa Ao teacutermino explicava que era uma pesquisa de doutorado em
48
enfermagem e que precisava de uma amostra significativa sendo necessaacuterio realizar
entrevistas com o maacuteximo de enfermeiros Na sequecircncia a pesquisadora explicava melhor
qual seria a pesquisa e como se desenvolveria ao longo dos dias possibilitando um laccedilo
interativo entre ambos Estes encontros regulares durante dois (2) meses no miacutenimo duas
vezes por semana e interagindo com a equipe e participando das atividades desenvolvidas no
setor possibilitou maior aproximaccedilatildeo e interaccedilatildeo com a equipe e familiarizaccedilatildeo com o
ambiente ou seja o territoacuterio em que o grupo pesquisado estaacute inserido
Apoacutes esta primeira aproximaccedilatildeo com ambos cenaacuterios da pesquisa e maior interaccedilatildeo
com os possiacuteveis participantes a pesquisadora observou que pela manhatilde a realizaccedilatildeo das
entrevistas seria mais complicada devido agraves atividades Sendo assim quando chegava ao
setor cumprimentava todos os profissionais presentes acompanhava a assistecircncia estabelecia
um processo comunicativo e combinava a entrevista para um momento mais propiacutecio A
pesquisadora tentava ao maacuteximo participar do cotidiano dos profissionais e estreitar laccedilos de
comunicaccedilatildeo e de interaccedilatildeo Para isso participava dos momentos de cafeacute almoccedilo auxiliava
na assistecircncia de enfermagem e sempre tinha a iniciativa nos processos de comunicaccedilatildeo
As entrevistas foram realizadas na sala de curativo do setor de hemodiaacutelise do HUCCF
e na sala de enfermagem do HUPE para que natildeo houvesse interrupccedilotildees durante a coleta dos
dados Antes de iniciar a entrevista o TCLE era entregue explicava-se as questotildees eacuteticas
retirava-se as duacutevidas sobre a pesquisa e tambeacutem da necessidade da gravaccedilatildeo da entrevista
para posterior transcriccedilatildeo Foi estabelecido um diaacutelogo com apontamentos sobre os tipos de
comunicaccedilatildeo natildeo verbal e apoacutes uma breve introduccedilatildeo sobre a temaacutetica foi apresentado o
mapa comportamental do setor de hemodiaacutelise com os espaccedilos da hemodiaacutelise como sendo o
territoacuterio de cuidado do enfermeiro
A pesquisadora explicou com maiores detalhes devido agrave necessidade de estarem
sendo abordados para participar de uma pesquisa sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica explicando
brevemente o que eacute comunicaccedilatildeo e natildeo verbal Ao longo da entrevista a pesquisadora
manteve-se atenta as perguntas descritas no roteiro de entrevista semiestruturada (APEcircNDICE
C) mantendo os conceitos essenciais de Hall (2005) como as distacircncias entre enfermeiros e
pacientes uso dos sentidos corporais postura corporal importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a
interaccedilatildeo com o paciente dificuldade e facilidades do ambiente na demarcaccedilatildeo do territoacuterio
O Mapeamento Comportamental tambeacutem eram apresentados aos participantes para
que estes associassem as perguntas da entrevista a imagem do setor com seus mobiliaacuterios e
cores das zonas de distanciamento jaacute empregadas
49
As entrevistas tiveram em meacutedia de 35 minutos a 1 hora e 5 minutos de duraccedilatildeo Foi
proposto aos participantes que avaliassem as figuras que representam o Mapeamento
comportamental e que eles se colocassem nos diferentes momentos do cuidado relatando
qual espaccedilo ele ocupa quais os sentidos utilizados e se as caracteriacutesticas fixas e semi-fixas do
ambiente influenciam no seu comportamento ou na percepccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente
As figuras facilitaram a identificaccedilatildeo do enfermeiro nos diferentes espaccedilos a
visualizaccedilatildeo dos espaccedilos colorimeacutetricos permitiu que os enfermeiros se posicionassem no
cuidado durante o periacuteodo da sessatildeo de hemodiaacutelise e identificassem como fazem o uso da
comunicaccedilatildeo proxecircmica
Natildeo houve resistecircncia ou negaccedilatildeo dos participantes em responder agraves perguntas e em
alguns momentos a pesquisadora identificou certa dificuldade dos participantes para
responderem uma ou outra questatildeo e os deixava livres para responderem natildeo interferindo no
raciociacutenio deles mas voltava na mesma questatildeo poreacutem reformulava para melhor
entendimento dos mesmos sem fugir da essecircncia do que estava sendo perguntado
363 Terceiro momento da pesquisa observaccedilatildeo participante segundo Fatores
Proxecircmicos (HALL 2005)
A observaccedilatildeo participante eacute descrita por Angrosino (2009) apud Abib (2013) como
uma investigaccedilatildeo que se caracteriza por um periacuteodo de interaccedilotildees sociais intensas entre o
pesquisador e os participantes como membro da equipe durante o qual os dados satildeo
recolhidos de forma sistemaacutetica As informaccedilotildees que obteacutem as respostas que satildeo dadas agraves
indagaccedilotildees dependem do comportamento e das relaccedilotildees que se desenvolve com o grupo
estudado neste caso enfermeiros Examinando interaccedilotildees e comunicaccedilotildees que estejam se
desenvolvendo
Sendo assim foi mantida uma rotina de chegada ao setor com uso de jaleco branco
lavagens das matildeos interagindo com a equipe e pacientes conversando e mantendo-se
atualizada das atividades do setor As anotaccedilotildees foram registradas de forma a natildeo transparecer
a observaccedilatildeo especiacutefica do participante
Para Abib (2013) a expressatildeo ldquoobservaccedilatildeo participanterdquo tende a designar o trabalho de
campo no seu conjunto desde a chegada do investigador ao campo da investigaccedilatildeo quando
inicia as apresentaccedilotildees que permitem o acesso as informaccedilotildees do grupo pesquisado ateacute ao
momento da despedida e encerramento da busca exaustiva dos dados depois de uma longa
50
permanecircncia Enquanto presente o observador imerge pessoalmente na rotina do grupo
pesquisado partilhando as suas experiecircncias
Sendo assim foi elaborado previamente contendo todos os aspectos a serem
observados pelo pesquisador um roteiro de observaccedilatildeo (APEcircNDICE D) que apresentou no
eixo horizontal os fatores da comunicaccedilatildeo proxecircmica a saber a posiccedilatildeo a distacircncia o tom de
voz o eixo dos interlocutores o comportamento de contato contato visual coacutedigo olfativo e
quais as impressotildees da pesquisadora durante a interaccedilatildeo (HALL 2005) E no outro eixo
vertical situando o momento de observaccedilatildeo caracterizado pelo momento de cuidado do
profissional ao paciente
A observaccedilatildeo participante foi realizada em contato direto frequente e prolongado do
investigador com os participantes Segundo Abib (2013) a observaccedilatildeo constitui uma teacutecnica
de investigaccedilatildeo que usualmente se complementa com a entrevista semiestruturada Para a
sua utilizaccedilatildeo como procedimento cientiacutefico eacute preciso que estejam reunidos criteacuterios tais
como o responder a objetivos preacutevios ser planejada de modo sistemaacutetico sujeita a validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo precisatildeo e controle
Estas observaccedilotildees foram realizadas no primeiro e segundo turnos de hemodiaacutelise com
duraccedilatildeo prevista de oito (8) horas A justificativa para este tempo de observaccedilatildeo diaacuteria eacute
devido ser o mesmo periacuteodo de duraccedilatildeo das sessotildees de hemodiaacutelise que corresponde a quatro
(4) horas cada por ser neste momento que o enfermeiro estabelece sua interaccedilatildeo com os
pacientes para o cuidado As observaccedilotildees foram individuais com a escolha de um enfermeiro
por sessatildeo sendo que estes participantes foram observados em mais de uma sessatildeo
Os meses de observaccedilatildeo foram junho a julho de 2016 no HUCFF e outubro a
novembro de 2016 no HUPE a pesquisadora chegava ao setor no horaacuterio da passagem de
plantatildeo agraves 700 horas da manhatilde e terminava a observaccedilatildeo entre 1400 e 1500 horas da tarde
devido ao teacutermino da segunda sessatildeo da HD totalizando ao final 240 horas de observaccedilatildeo em
meacutedia Foi observado o comportamento dos participantes durante sua permanecircncia no setor
de hemodiaacutelise nos diferentes momentos de interaccedilatildeo com o paciente no preacute-diaacutelise
transdiaacutelise e poacutes-diaacutelise
364 Quarto momento da pesquisa Tratamento e anaacutelise dos dados
A anaacutelise das transcriccedilotildees das entrevistas foi realizada tatildeo logo as mesmas eram
encerradas com o objetivo de verificar se haveria a necessidade de mais um contato com o
participante para esclarecer aspectos que ficaram difiacutecil de entender fazendo tambeacutem o
51
cruzamento com os aspectos descritos no roteiro de observaccedilatildeo para cada uma destas anaacutelises
a pesquisadora despendia aproximadamente 1 a 2 horas Na preacute-anaacutelise foi realizada uma
leitura flutuante dos depoimentos transcritos e elaboraccedilatildeo de indicadores que fundamentem a
interpretaccedilatildeo As entrevistas transcritas foram devolvidas para validaccedilatildeo dos participantes da
pesquisa que nela foram identificados por pseudocircnimos sendo que todas as entrevistas seratildeo
arquivadas por um periacuteodo de cinco (5) anos e apoacutes esse tempo as mesmas seratildeo incineradas
No momento da preacute-anaacutelise foi realizada a tabulaccedilatildeo dos dados de identificaccedilatildeo dos
enfermeiros entrevistados traccedilando atraveacutes dos mesmos o perfil dos participantes do estudo
Foi reservado para este momento o tempo correspondente a 1 hora para cada entrevista
Em outro momento da anaacutelise todas as entrevistas foram lidas e relidas
cuidadosamente para o reconhecimento e extraccedilatildeo dos dados brutos verificando e
sublinhando a sua relaccedilatildeo com os objetivos do estudo Para esta atividade foram ocupadas
cerca de 8 h de estudo no qual foi realizada a anaacutelise temaacutetica das respostas dos participantes
baseando-se em Bardin (2011) que representa um conjunto de teacutecnicas de anaacutelise das
comunicaccedilotildees utilizando procedimentos sistemaacuteticos e objetivos de descriccedilatildeo do conteuacutedo das
mensagens A crescente utilizaccedilatildeo da anaacutelise de conteuacutedo na aacuterea da Enfermagem eacute
evidenciada em muitos trabalhos publicados em vaacuterias revistas de circulaccedilatildeo nacional e
internacional (CAVALCANTE CALIXTO PINHEIRO 2014)
De acordo com Bardin (2011 p 131) ldquofazer uma anaacutelise temaacutetica consiste em
descobrir os ldquonuacutecleos de sentidordquo que compotildeem a comunicaccedilatildeo e cuja presenccedila ou
frequecircncia de apariccedilatildeo pode significar alguma coisa para o objetivo analiacutetico escolhidordquo
Na tentativa de organizar esse material apoacutes sucessivas leituras foi destacado em cada
conjunto de respostas dos participantes os fragmentos do texto que estavam relacionados com
os objetivos da pesquisa Esse procedimento foi necessaacuterio pois havia uma grande
quantidade de informaccedilotildees transversais ao objeto da pesquisa Assim foi construiacutedo um
quadro para cada pergunta onde foram destacados os fragmentos relacionados ao mesmo
objetivo Em seguida os fragmentos foram agrupados por aproximaccedilatildeo dos sentidos
Nos termos determinantes por Bardin (2011) especificamente quanto agrave fase de
exploraccedilatildeo do material destaca-se que as diferentes operaccedilotildees da preacute-anaacutelise foram
convenientemente concluiacutedas E a fase de anaacutelise propriamente dita natildeo eacute mais do que a
aplicaccedilatildeo sistemaacutetica das decisotildees tomadas
Desta forma na fase denominada de exploraccedilatildeo do material foi realizado um processo
de separaccedilatildeo da essecircncia das mensagens que serviu para a identificaccedilatildeo das expressotildees com
sentidos equivalentes presentes nas respostas de cada enfermeiro De acordo o meacutetodo
52
adotado eacute nessa fase que o material eacute organizado para a anaacutelise atraveacutes de um processo de
codificaccedilatildeo
O trabalho de organizaccedilatildeo dos fragmentos das respostas foi a de reunir em um uacutenico
quadro os elementos pertencentes a um determinado conjunto ou classe Cabe registrar aqui
que todos os elementos foram considerados mesmo aqueles que apareceram apenas em uma
uacutenica resposta uma uacutenica vez e natildeo puderam ser agrupado aos demais
Destaca-se que o meacutetodo proposto por Bardin (2011) esclarece que a codificaccedilatildeo
corresponde praticamente a uma transformaccedilatildeo do material em uma representaccedilatildeo do
conteuacutedo no caso as mensagens contidas nas respostas Para a autora esse processo tem a
intenccedilatildeo de alcanccedilar o nuacutecleo de compreensatildeo do texto
Para continuar o processo de codificaccedilatildeo conforme aponta o meacutetodo procurou-se
identificar as unidades de registro ndash ou unidades de significaccedilatildeo ndash a partir do material que
havia sido codificado e reunido em um quadro de acordo com cada objetivo proposto
Segundo Bardin (2011) as unidades de registro satildeo fragmentas no texto e podem ser
palavras frases ou paraacutegrafos que denotam significaccedilatildeo Satildeo coacutedigos linguiacutesticos que
possuem alguma compreensatildeo com determinado contexto onde elas satildeo utilizadas ou se
relacionam
Diante desta anaacutelise buscou-se uma possiacutevel construccedilatildeo da comunicaccedilatildeo proxecircmica
sobre o cuidar e os cuidados de enfermagem ao paciente em tratamento de hemodiaacutelise
permitindo mapear as categorias de cuidados que emergem na hemodiaacutelise atraveacutes das
entrevistas e da observaccedilatildeo Verificou-se que as unidades de registro se desprendiam
naturalmente dos objetivos e poderiam ser agrupadas em trecircs (3) grupos como foram
identificados quais sejam aspectos relacionados com os sentidos do espaccedilo do cuidado
ambiente do cuidado e o conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Na perspectiva do meacutetodo Bardin (2011) reconhece esse procedimento de
organizaccedilatildeo das unidades de registro como a forma de compreender a significaccedilatildeo exata das
unidades de registro Na proposta do meacutetodo um grupo de unidades de registro pode ser
identificado atraveacutes de uma unidade de contexto A categorizaccedilatildeo ocorre atraveacutes da inferecircncia
do analista sobre o material produzido e submetido agrave codificaccedilatildeo A categorizaccedilatildeo tem como
objetivo fornecer por condensaccedilatildeo uma representaccedilatildeo simplificada dos dados brutos que
resulta da inferecircncia do analista Neste sentido foram propostas trecircs categorias para o
desenvolvimento deste estudo
Assim na uacuteltima fase que compotildee o meacutetodo da anaacutelise de conteuacutedo consiste na
interpretaccedilatildeo dados que seraacute apresentada a seguir Segundo o meacutetodo a interpretaccedilatildeo eacute o
53
momento em que o analista atribui significaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do texto resumidas apoacutes
tratamento e apresentadas sob a forma de categorias (Figura 5)
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A etapa final do processo de compreensatildeo do material obtido nas entrevistas
constituiu-se na realizaccedilatildeo do reagrupamento das unidades de registro reunidas sob a forma
de unidades de contextosignificaccedilatildeo em categorias Para Bardin (200 p 145) a
categorizaccedilatildeo eacute
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
CATEGORIAS
54
Uma operaccedilatildeo de classificaccedilatildeo de elementos constitutivos de um conjunto por
diferenciaccedilatildeo e seguidamente por reagrupamento segundo o gecircnero (analogia) com
criteacuterios previamente definidos As categorias satildeo rubricas ou classes as quais
reuacutenem um grupo de elementos (unidades de registros no caso da anaacutelise de
conteuacutedo) sob um tiacutetulo geneacuterico agrupamento esse efetuado em razatildeo das
caracteriacutesticas comuns destes element
55
CAPITULO IV
CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ENTREVISTADOS
Embora a anaacutelise envolva a interpretaccedilatildeo de significado e de funccedilatildeo de accedilotildees humanas
e assuma uma forma descritiva e interpretativa propotildee-se a caracterizaccedilatildeo da amostra dos
participantes segundo as variaacuteveis socioeconocircmicas no formato de tabela para um melhor
entendimento e anaacutelise descritiva Desta forma foi realizada a anaacutelise dos dados dos doze (12)
participantes da pesquisa em ambas as instituiccedilotildees
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros 2016
Caracteriacutesticas N
Sexo
Masculino
Feminino
2
10
17
83
Faixa etaacuteria
26 a 35
36 a 45
46 a 55
56 a 65
6
2
3
1
50
17
24
8 Tempo de Formaccedilatildeo
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
2
6
2
2
17
50
17
16 Tempo de atuaccedilatildeo
na Nefrologia
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
7
2
2
1
58
17
17
8
Funccedilatildeo exercida
Assistecircncia
Gerecircncia e assistecircncia
8
4
67
33
Curso de capacitaccedilatildeo
Nefrologia
Enfermagem do trabalho
Mestrado
Terapia intensiva
Natildeo possuem
5
2
4
1
1
37
12
25
13
13
Fonte Pesquisa de campo no HUCFF e HUPE 2016
56
Para a melhor compreensatildeo do estudo foi traccedilado o perfil dos enfermeiros sendo os
mesmos descritos quanto ao sexo agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo como
enfermeiro na nefrologia funccedilatildeo que ocupa curso de capacitaccedilatildeo Os dados do perfil do
profissional que atua na hemodiaacutelise permitiram associaacute-los entre si em busca de aspectos
que favorecem a clareza do fenocircmeno
A amostra foi constituiacuteda de doze (12) enfermeiros do setor de hemodiaacutelise de um
universo de seis (06) enfermeiros do HUCFF e seis (06) enfermeiros do HUPE A Resoluccedilatildeo
da Diretoria Colegiada ndash RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 estabelece o regulamento
teacutecnico para o funcionamento dos serviccedilos de diaacutelise no Brasil e esta RDC no subitem 63
determina ldquoO programa de hemodiaacutelise deve integrar no miacutenimo em cada turno um
enfermeiro para cada 35 pacientesrdquo (BRASIL 2004) Este eacute um ponto criacutetico para a
Enfermagem e merece ser revisado para que haja a garantia da seguranccedila e da qualidade de
assistecircncia ao paciente
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Houve uma predominacircncia do sexo feminino 83 (n = 10) em relaccedilatildeo ao masculino
17 (n= 2) Cunha e Spanhol (2014 p92) afirmam que aquele componente educativo e
cultural de cuidadora do lar e famiacutelia foi se diluindo ao longo dos anos com a emancipaccedilatildeo
da mulher e a busca da igualdade de gecircneros Na esfera do trabalho estas mudanccedilas
permitiram que a mulher coloca-se suas competecircncias a serviccedilo da sociedade adquirindo
57
ldquoautonomia financeira que lhes garantissem benefiacutecios como a seguranccedila social a
aposentadoria e uma salvaguarda contra a pobreza viuvez ou ateacute separaccedilatildeordquo
A feminizaccedilatildeo da aacuterea de sauacutede segundo Abuderne e Naisbitt (1993) surgiu com a
enfermagem sendo responsaacutevel por quarenta a cinquumlenta por cento (40 a 50) do
faturamento hospitalar e eles jaacute afirmavam que as mulheres em seus cargos de autoridade no
setor de sauacutede modificariam o cuidado com a sauacutede e a atitude dos profissionais para com as
mulheres e ainda que nas proacuteximas deacutecadas a sauacutede teria uma tocircnica decididamente feminina
Cunha e Spanhol (2014) concordam que no mundo feminino pode-se contar com o alto
potencial na busca constantemente do crescimento profissional e pessoal de novos desafios
e que estas ser por si soacute uma marca de lideranccedila ou caracteriacutestica de um estilo ainda a ser
descoberto
Estudos revelaram que os homens no Brasil tecircm mais dificuldades para expressar
certas emoccedilotildees negativas em puacuteblico jaacute as mulheres possuem maior liberdade para expressaacute-
las Conforme Schimidt e Silva (2012) eacute provaacutevel que os enfermeiras adquiram um menor
controle em expor suas emoccedilotildees Portanto as percepccedilotildees inferidas pelas enfermeiras deste
setor poderatildeo estar impregnadas com emoccedilotildees e sentimentos ativados por estiacutemulos internos
ou vindos do ambiente as vivecircncias e as experiecircncias possuem uma funccedilatildeo adaptativa frente
as situaccedilotildees vivenciadas gerando uma influecircncia positiva ou negativa nos relacionamentos
Logo existem regras culturais capazes de modificar modular e controlar a
musculatura facial ou movimentos corporais entre os gecircneros Portanto os profissionais de
sauacutede precisam se ater a essa verdade e reconhecer o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica (proacuteprias
e do outro) valorizando as peculiaridades existentes A enfermagem toca o corpo e expotildee o
paciente muitas vezes sem pedir autorizaccedilatildeo adotando uma postura de poder O paciente por
sua vez revela constrangimento e vergonha poreacutem dificilmente questiona ou reclama esse
tipo de invasatildeo pois acredita ser ela necessaacuteria para sua recuperaccedilatildeo
Neste sentido para o enfermeiro do sexo masculino a situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal
poderaacute ser considerada desfavoraacutevel durante a realizaccedilatildeo de um procedimento que necessite
de uma aproximaccedilatildeo mais iacutentima para um procedimento teacutecnico
58
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A faixa etaacuteria dos participantes variou de 26 anos a 64 anos sendo destacada pela
faixa etaacuteria de 26 a 35 anos com 50 (n=6) fato esse que corrobora com a pesquisa realizada
pelo Conselho Federal de Enfermagem ndash COFEN (2011) que afirma que a forccedila de trabalho
dos profissionais de enfermagem no Brasil eacute majoritariamente jovem com 6323 na faixa
etaacuteria entre 26 a 45 anos no auge na sua forccedila produtiva e reprodutiva
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
O tempo de formaccedilatildeo dos enfermeiros concentrou-se na faixa de 11 a 20 anos de
formaccedilatildeo 50 (n=6) sendo que o maior tempo de formaccedilatildeo evidenciado foi a de uma
enfermeira com trinta e oito (38) anos de profissatildeo A experiecircncia cliacutenica e o conhecimento
59
teacutecnico-cientiacutefico satildeo componentes essenciais e complementares para definiccedilatildeo das accedilotildees de
cuidado dos pacientes Para Bittencourt e Crossetti (2013) um conhecimento advindo da
praacutetica possibilita ao enfermeiro o aperfeiccediloamento promovendo o desenvolvimento de
conhecimento especiacutefico de enfermagem fundamentados em pressupostos teoacutericos em
experiecircncia cliacutenica e habilidades interpessoais que auxiliam na tomada de decisatildeo assertiva
para os pacientes
Benner Tanner e Chesla (2009) apud Nuntaboot (2016) em seus estudos relacionaram
a aquisiccedilatildeo de habilidades em enfermagem aos diferentes niacuteveis de praacutetica descrevendo cinco
posiccedilotildees que variam desde o ldquonovicerdquo com limitado reconhecimento de evidecircncias e
pensamentos analiacuteticos ao ldquoexpertrdquo especialista com abrangente compreensatildeo e intuiccedilatildeo
Identificando que o enfermeiro ldquoexpertrdquo possui experiecircncia competecircncia e habilidade na
tomada de decisotildees sendo mais proativos na coleta de evidencias relevantes e em antecipar
problemas do que enfermeiros novatos
Ser proficiente competente e perito exige uma base de experiecircncia com populaccedilotildees de
pacientes em particular com estes niacuteveis de habilidades que o enfermeiro desenvolve nas
diferentes situaccedilotildees cliacutenicas acabam evoluindo ao longo do tempo (NUNTABOOT 2016)
Essas habilidades de identificar possiacuteveis impropriedades requerem mudanccedilas no
conhecimento qualificado que satildeo qualitativamente distintos para os estaacutegios iniciais de
aquisiccedilatildeo de habilidades
A experiecircncia como aqui definida natildeo eacute a mera passagem do tempo mas sim uma
transformaccedilatildeo ativa e refinamento de expectativas e percepccedilotildees em situaccedilotildees evolutivas O
enfermeiro muda de uso exclusivo do objetivo e accedilatildeo com pacientes especiacuteficos O raciociacutenio
cliacutenico baseia-se na compreensatildeo das mudanccedilas do paciente atraveacutes do tempo - que eacute o
raciociacutenio atraveacutes das transiccedilotildees
60
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Quanto ao tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise a anaacutelise dos dados obtidos aponta que
58 (n=7) dos enfermeiros participantes atuam no setor de hemodiaacutelise a mais de 2 anos o
que vem a facilitar o entrosamento devido ao conhecimento do contexto dos protocolos e do
paciente atendido na unidade
O tempo de trabalho no setor pode ser um indicativo de tempo de experiecircncia do
enfermeiro no mercado de trabalho o que pode contribuir para a melhoria na qualidade dos
serviccedilos prestados Trata-se de uma construccedilatildeo de conhecimento diaacuterio que amplia cada vez
mais a capacidade de interpretar as situaccedilotildees e estimular o ponto de partida para novas
inquietaccedilotildees
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
61
Com relaccedilatildeo agrave funccedilatildeo exercida foi identificado que 67 (n=8) dos enfermeiros atuam
na assistecircncia ao paciente embora este setor tenha uma caracteriacutestica diferenciada de
cuidados aos pacientes a maioria dos enfermeiros possui uma atuaccedilatildeo gerencial muito
marcante tambeacutem O tempo disponibilizado no contato direto ao paciente se torna
imprescindiacutevel devido agraves demandas do setor sendo assim o enfermeiro acumula
inevitavelmente as funccedilotildees assistenciais e de gerenciador do setor
Este fato corrobora com estudos desenvolvidos sobre o processo de trabalho do
enfermeiro e as implicaccedilotildees e dificuldades da implementaccedilatildeo da Sistematiza da Assistecircncia
de Enfermagem (SAE) visto que o enfermeiro possui um acuacutemulo de atribuiccedilotildees e o
quantitativo de profissionais eacute insatisfatoacuterio (ZANARDO ZANARDO CAEFER 2011)
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Dentre os principais cursos de aprimoramento profissional relatados estatildeo a
especializaccedilatildeo em nefrologia enfermagem do trabalho terapia intensiva e mestrado O fato da
maioria dos participantes 87 (n=11) possuir especializaccedilatildeo denota uma maior preocupaccedilatildeo
em manter uma boa formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo dos cuidados de enfermagem
De acordo com a RDC 15404 o responsaacutevel teacutecnico do setor de hemodiaacutelise poderaacute
ser um profissional de niacutevel superior com especializaccedilatildeo na aacuterea correspondente assentada
junto ao respectivo conselho profissional aleacutem deste profissional um (1) enfermeiro
especializado em nefrologia que responda pelos procedimentos e intercorrecircncias de
62
enfermagem A resoluccedilatildeo destaca ainda em seu anexo 6 ldquorecursos humanos do serviccedilo de
diaacuteliserdquoitem 69 que
A capacitaccedilatildeo formal e o credenciamento dos Enfermeiros na especialidade de
nefrologia devem ser comprovados por declaraccedilatildeo certificado respectivamente
reconhecidos pela SOBENrdquo No caso do tiacutetulo de especialista poderaacute ser obtido
atraveacutes de especializaccedilatildeo em Nefrologia reconhecido pelo MEC ou pela SOBEN
atraveacutes da prova de tiacutetulo seguindo as normas do Conselho Federal de Enfermagem
O enfermeiro que estiver em processo de capacitaccedilatildeo deve ser supervisionado por
um enfermeiro especialista em nefrologia
Dentre os profissionais que atuam no setor dois (2) natildeo possuem especializaccedilatildeo em
nefrologia e sim em outra aacuterea e um (1) estaacute em processo de capacitaccedilatildeo Haacute por parte dos
enfermeiros uma necessidade de construir uma ldquoidentidade profissional identificando e
demarcando um saber especiacuteficordquo com o propoacutesito de contribuir para o estabelecimento de
uma maior autonomia e domiacutenio das decisotildees frente agrave equipe de enfermagem assim como aos
pacientes Em sua praacutetica diaacuteria o profissional precisa articular o conhecimento teoacuterico com o
conhecimento praacutetico para conquistar e manter a lideranccedila (VALADARES VIANA 2009 P
381)
63
CAPITULO V
RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS
Este capiacutetulo congrega os resultados das anaacutelises dos dados no sentido de atender aos
objetivos propostos para a realizaccedilatildeo do estudo em ambos os cenaacuterios investigados As
unidades de registros (UR) das doze (12) entrevistas foram agrupadas em trecircs (3) categorias agrave
saber O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise Sentidos do espaccedilo do cuidado
em hemodiaacutelise Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Para representar a classificaccedilatildeo das categorias (Quadro 4) foi descrito os nuacutemeros de
UR obtidos em cada entrevista e somatoacuterio total de trezentos e quarenta e cinco (345) UR e
destas foram consideradas (duzentas e setenta e um) 271 UR devido a sua relevacircncia com a
temaacutetica proposta
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do enfermeiro
na hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
2
Sentidos do espaccedilo do
cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Total de Unidades de
Registros relevantes
obtidas em cada
entrevista
21
19
37
24
26
30
24
18
15
17
24
16
271
64
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
Para descriccedilatildeo de cada setor de HD onde a coleta de dados desta pesquisa foi
realizada utilizou-se o meacutetodo de observaccedilatildeo participante com anotaccedilotildees no roteiro de
observaccedilatildeo Foram registrados todos os fatos e fenocircmenos referentes agraves atividades realizadas
e agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente que serviram
de embasamento para as leituras das caracteriacutesticas de uso e apropriaccedilatildeo do espaccedilo da HD
Nelas os enfermeiros foram observados realizando suas atividades rotineiras sem saber que
neste dia estavam sendo estudados
Para entender como o enfermeiro se comporta neste territoacuterio e qual o espaccedilo que ele
ocupa foi necessaacuterio elaborar os mapas (figuras 6 e 7) que representam de forma
esquemaacutetica o setor de hemodiaacutelise com suas caracteriacutesticas fixas e semifixas e as zonas de
distanciamento propostas por Eduard T Hall A classificaccedilatildeo dada agrave arquitetura e aos objetos
em nosso ambiente de espaccedilo como caracteriacutesticas fixa e semifixa eacute descrita por Hall (2005)
em seus estudos como sendo ambas de profundo impacto em nosso comportamento
comunicativo
Para Hall (2005) territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta
caracteriacutesticas reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de
sua proacutepria espeacutecie Franco e Stralen (2012) tambeacutem afirmam que o territoacuterio tem um papel
na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que fornece informaccedilotildees sobre limites que
definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo
das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves funccedilotildees pessoais e sociais a
dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais amplo e seu ao acesso ao
territoacuterio dos mais fracos dito dominado
Em todos os sentidos da palavra o territoacuterio eacute um prolongamento do organismo
indicado por sinais visuais verbais e olfativos Portanto sendo a territorialidade relativamente
fixa este tipo de espaccedilo eacute denominado em relaccedilatildeo agrave proxecircmica de espaccedilo de caracteres
fixos Jaacute os mobiliaacuterios obstaacuteculos e adornos o espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas (HALL
2005)
A primeira categoria tem como temaunidade de significaccedilatildeo o ambiente do cuidado
do enfermeiro na hemodiaacutelise Entre os 12 (doze) corpos de anaacutelise (entrevistas) houve 345
(trezentos e quarenta e cinco 100) UR no total 126 (cento e vinte e seis3652) satildeo
referentes a esta categoria sobre o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
65
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
511 Primeiro Cenaacuterio de investigaccedilatildeo
As figuras representam as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho (HUCFF) sendo em planta baixa (figura 6a) e
em perspectiva (figura 6b) desta forma a elaboraccedilatildeo das plantas humanizadas dos setores satildeo
apresentadas como forma de entendimento destes espaccedilos com as zonas de distanciamento
para fins de anaacutelise do ambiente junto agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica dos participantes da pesquisa
com seus pacientes durante a assistecircncia prestada no setor
Os enfermeiros identificam como espaccedilo do cuidado natildeo soacute a sala de HD mas
tambeacutem demais espaccedilos em anexo este fato eacute claramente percebido nas observaccedilotildees e falas
dos participantes desta forma para a elaboraccedilatildeo dos mapas as distacircncias descritas na
comunicaccedilatildeo proxecircmica satildeo ampliadas ateacute os espaccedilos identificados como sendo de cuidado e
ilustradas por meio das cores anteriormente referidas sendo aplicadas no mapa para melhor
entendimento
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer lugar em qualquer momento [] atender o
paciente com a necessidade dele independente onde ele se localiza A necessidade
vem a vocecirc e natildeo vocecirc a ela Eles chegam aqui com a esperanccedila que algueacutem vai
ajudaacute-lo nem que seja com uma palavra Faccedilo questatildeo de natildeo esquecer isso e
sempre tento ajudaacute-los Qualquer ajuda pode estar contribuindo para adesatildeo ao
tratamento (E1)
66
[] circulo em todos os espaccedilos no local de pesagem eacute importante estar com
pacientes pois eles podem mentir peso Nos escaninhos - tambeacutem circulo para ver
prontuaacuterios os quadros onde tem organizaccedilatildeo dos turnos os quadros de
antibioacuteticos mantenho os dados atualizados dos pacientes que estatildeo em tratamento
(E3)
Os participantes afirmam que o cuidado eacute realizado independente do local sempre que
haacute necessidade de uma intervenccedilatildeo cuidar natildeo eacute somente estar junto ao paciente cuidar eacute dar
conferir e checar registros medicaccedilotildees equipamentos mas tambeacutem eacute a valorizaccedilatildeo e
percepccedilatildeo da necessidade do outro O cuidado necessita da criaccedilatildeo de viacutenculo entre
profissional e paciente e que a compreensatildeo do profissional para que essa relaccedilatildeo deva existir
eacute fundamental para que desenvolva um cuidado saudaacutevel permeado pela intersubjetividade
formando com o espaccedilo fiacutesico um ambiente favoraacutevel agrave sauacutede Aleacutem disso para Pieszak et al
(2013 p 71)
Eacute importante destacar que a reduccedilatildeo da arte agrave simples execuccedilatildeo de teacutecnicas foi um
dos fatores que levou agrave desvalorizaccedilatildeo do conhecimento esteacutetico pois este
corresponde agrave arte da enfermagem que eacute expressiva subjetiva e se torna visiacutevel na
accedilatildeo do cuidar
Na hemodiaacutelise o espaccedilo para as intervenccedilotildees de ordem teacutecnica ou mecacircnica eacute
contiacutenuo o que poderaacute colocar o processo de relaccedilatildeo intersubjetiva e consequentemente o
processo de comunicaccedilatildeo como o instrumento de intervenccedilatildeo secundaacuteria Assim mesmo
com toda a tecnologia espera-se que os profissionais sejam capazes de construir a partir do
processo de interaccedilatildeo ou relaccedilatildeo subjetiva estabelecendo relaccedilotildees terapecircuticas com os
pacientes Para Formozo et al (2012) o cuidado em sauacutede eacute compreendido como um ato
singular que objetiva o bem-estar das pessoas envolvidas eacute imprescindiacutevel que o ser cuidado
e o ser cuidador estabeleccedilam uma interaccedilatildeo produtiva Desta forma aos poucos estabelece
uma aproximaccedilatildeo entre os sujeitos no contexto das interaccedilotildees sociais Para que estas
interaccedilotildees sejam profiacutecuas eacute preciso ter habilidades para subsidiar as demandas impliacutecitas no
cuidado
Ao afirmarem que circulam pelos diferentes espaccedilos fica claro no cuidado na HD que
o enfermeiro eacute quem circula por todo o ambiente permanecendo nos diferentes espaccedilos
durante a permanecircncia do paciente desta forma partindo do pressuposto que o paciente se
manteacutem fixo na maioria do periacuteodo de tratamento sentado junto agrave maacutequina seraacute considerado
como o espaccedilo a ser invadido pelo enfermeiro o espaccedilo iacutentimo ao redor do paciente
67
A proposta de elaborar um instrumento que auxilie na identificaccedilatildeo dos diferentes
espaccedilos com a percepccedilatildeo dos enfermeiros no uso dos sentidos foi possiacutevel por meio da
conjugaccedilatildeo de teacutecnicas observacionais com a teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica
possibilitando a construccedilatildeo de um produto apresentado de forma esquemaacutetica e colorimeacutetrica
denominado Mapeamento Comportamental Proxecircmico do enfermeiro na hemodiaacutelise O
Mapeamento Comportamental apresenta como sendo espaccedilo iacutentimo (vermelho) a poltrona do
paciente e a partir desde ponto afastando-se do paciente surgem o espaccedilo pessoal
(laranja) espaccedilo social (amarelo) e espaccedilo puacuteblico (verde)
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
O ambiente eacute climatizado bem iluminado com lacircmpadas fluorescentes e haacute um
conjunto de vidraccedilas sempre fechadas e protegidas por peliacutecula protetora Existem trecircs
espaccedilos fixos no espaccedilo ao centro (Box 2) eacute onde se localiza a porta de entrada para o setor
destinado agrave circulaccedilatildeo de pessoas existe uma balanccedila que eacute utilizada por todos os pacientes
para a pesagem (espaccedilo puacuteblico) Em caso de emergecircncia ou precauccedilatildeo de contato os
68
pacientes satildeo alocados neste espaccedilo em macas junto agraves maacutequinas reservas de HD para
realizarem a hemodiaacutelise Eacute um espaccedilo amplo sem obstaacuteculos como mobiliaacuterios o que vem a
facilitar a visualizaccedilatildeo da equipe de enfermagem embora o espaccedilo natildeo esteja proacuteximo agrave
bancada de enfermagem
Uma visualizaccedilatildeo mais centralizada com o posto de enfermagem no meio do salatildeo e
ao redor os pacientes eacute o ideal mas o espaccedilo tem que ser adequado aqui temos um
espaccedilo adequado mas o Box 2 fica afastado de nossa visatildeo (E1)
A minha visatildeo de sala de HD a natildeo ser que tivesse dois enfermeiros plantonistas eacute
de uma sala circular igual a um Centro de Terapia Intensiva (CTI) o enfermeiro
tem que ter a visatildeo de todos os pacientes (E5)
Haacute uma unanimidade na necessidade de um espaccedilo adequado para o efetivo cuidado
os enfermeiros afirmam que precisam de um espaccedilo que possua uma boa visualizaccedilatildeo de
todos os pacientes com um balcatildeo de enfermagem centralizado e acesso faacutecil a materiais
medicamentos e prontuaacuterios De acordo com Savi e Rech (2015) as caracteriacutesticas semifixas
satildeo definidas como a preocupaccedilatildeo com a localizaccedilatildeo fiacutesica dos recursos de forma simples eacute a
configuraccedilatildeo de departamentos de centros de trabalho instalaccedilotildees e equipamentos dos
elementos aos quais se aplica o trabalho de um setor Deve-se ter a preocupaccedilatildeo de natildeo soacute
aperfeiccediloar as condiccedilotildees de trabalho mas tambeacutem racionalizar os fluxos do trabalho a
disposiccedilatildeo fiacutesica dos postos e tornar a movimentaccedilatildeo das pessoas ainda mais faacutecil
Essas caracteriacutesticas semifixas devem sobretudo propor bem estar Natildeo eacute raro nos
dias de hoje que arquitetos decoradores e paisagistas participem da elaboraccedilatildeo de arranjos
fiacutesicos na tentativa de tornar o ambiente de trabalho mais agradaacutevel e favoraacutevel as demandas
diaacuterias A necessidade de estudaacute-lo existe sempre que se pretende a implantaccedilatildeo de um novo
setor uma nova unidade de serviccedilo ou quando se estiver promovendo a reformulaccedilatildeo das
atividades desenvolvidas
A figura 6b apresenta-se por uma perspectiva que permite a visualizaccedilatildeo da porta de
entrada do setor e o detalhamento das caracteriacutesticas semifixas Nos espaccedilos fixos laterais
denominados de Box 1 e 3 apresentam seus mobiliaacuterios organizados de maneira muito
semelhante principalmente as poltronas de diaacutelise e o balcatildeo de enfermagem onde estatildeo
posicionados com as mesmas distacircncias entre si Este balcatildeo de enfermagem possui um
computador para o acesso ao prontuaacuterio eletrocircnico do Hospital Universitaacuterio (Pront HU)2
(espaccedilo social) atraacutes de cada balcatildeo um escaninho com os prontuaacuterios impressos dos
2 Eacute um prontuaacuterio eletrocircnico dos pacientes do hospital seu acesso eacute atraveacutes de senha eletrocircnica pessoal
69
pacientes (espaccedilo puacuteblico) bancada para preparaccedilatildeo dos medicamentos (espaccedilo puacuteblico)
quatro (4) poltronas reclinaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) quatro (4) maacutequinas de hemodiaacutelise (espaccedilo
pessoal) aleacutem de pias para lavagem das matildeos (espaccedilo puacuteblico)
Figura 06b Mapeamento Comportamental proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Todo o setor dispotildee de sistema de tubulaccedilatildeo de oxigecircnio ar comprimido e
vacuocircmetro sistema de distribuiccedilatildeo de aacutegua tratada para diaacutelise A unidade conta ainda com
uma sala de utilidade sala de expurgo sala de curativo sala de chefia sala dos meacutedicos e o
banheiro encontra-se fora do setor Segundo Savi e Rech (2015) a necessidade de tomar
decisotildees sobre as caracteriacutesticas fixas e semifixas decorre de vaacuterios motivos melhoria do
ambiente de trabalho o local de trabalho e as condiccedilotildees fiacutesicas de trabalho principalmente
nos assuntos relacionados agrave ergonomia podem ser fatores motivadores ou desmotivadores
Um banheiro longe uma balanccedila mal posicionada falta de claridade pias desativadas ou sem
70
condiccedilotildees de uso mobiliaacuterios potenciais causadores de acidentes entre outros podem fazer
muita diferenccedila em nosso comportamento durante a permanecircncia neste espaccedilo
Um layout correto proporciona um fluxo de comunicaccedilatildeo entre as atividades de
maneira mais eficiente e eficaz melhorando a utilizaccedilatildeo das aacutereas produtivas obtendo maior
facilidade na administraccedilatildeo das tarefas diminuindo assim os problemas ergonocircmicos e
flexibilizando os processos em casos de mudanccedilas ou adequaccedilotildees
Durante a chegada do paciente e no momento preacute-diaacutelise os enfermeiros se mantecircm
proacuteximos do paciente ocupando sempre o espaccedilo iacutentimo e o pessoal jaacute durante o periacuteodo de
transdiaacutelise onde o paciente jaacute foi instalado na maacutequina os enfermeiros se mantecircm no espaccedilo
social e no puacuteblico O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em
relaccedilatildeo aos outros durante a conversaccedilatildeo Aleacutem das caracteriacutesticas semifixas o espaccedilo
disponiacutevel sem obstaacuteculos entre os interlocutores podem favorecer a distacircncia de aproximaccedilatildeo
durante a interaccedilatildeo (HALL 2005)
Os dois principais momentos que ficamos no iacutentimo e pessoal satildeo na instalaccedilatildeo do
paciente agrave maacutequina no momento da transdiaacutelise que verifico a pressatildeo arterial ou
se tiver alguma intercorrecircncia e ao final quando termina o procedimento (E4)
Aqui trabalho bem proacutexima ao paciente ateacute porque o nuacutemero de teacutecnicos e
enfermeiros eacute reduzido [] quando chega o paciente eu posiciono-o ajudo na
instalaccedilatildeo fico muito no maquinaacuterio e proacuteximo a bancada (E6)
Os espaccedilos satildeo demarcados pelos enfermeiros com sendo iacutentimo e pessoal em
diferentes momentos que necessitam de uma aproximaccedilatildeo para executar um procedimento e
apoacutes executarem determinada tarefa existe um afastamento se mantendo no social para uma
melhor visatildeo geral de todos os pacientes e para proporcionar ao paciente uma privacidade As
sucessivas aproximaccedilotildees satildeo referidas como sendo algo muito contiacutenuo mas que tambeacutem natildeo
podem interferir no bem estar e invasatildeo do espaccedilo do paciente
Para Schimidt e Silva (2012) o que eacute caracterizado com invasatildeo do espaccedilo satildeo accedilotildees
referentes agrave manipulaccedilatildeo do corpo do paciente ou de pertences a ocupaccedilatildeo do seu espaccedilo
pessoal ou iacutentimo pelo profissional sem autorizaccedilatildeo preacutevia a permissatildeo de pessoas estranhas
ou em quantidade que superlote seu territoacuterio e a violaccedilatildeo satildeo accedilotildees referentes agraves exposiccedilotildees e
agraves intrusotildees fiacutesicas e visuais que violam a privacidade fiacutesica e emocional do paciente sendo
os dois exemplos mais incidentes agrave negligecircncia o uso inadequado de biombos ou ateacute mesmo a
exposiccedilatildeo de um cateter na femural Nesse mesmo estudo Schimidt e Silva (2012) afirmam a
71
situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal considerada mais desagradaacutevel eacute quando a enfermagem realiza
um procedimento teacutecnico em uma regiatildeo mais iacutentima e na HD este momento eacute vivenciado ao
se manipular um cateter localizado na arteacuteria femural pois o paciente precisa expor o acesso
levantando sua bermuda ou saia trazendo-lhe um constrangimento diante dos demais
pacientes
512 Segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo
O segundo cenaacuterio da pesquisa investigado representa o setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) (figuras 7a e 7b) que apresenta dimensotildees
diferentes do primeiro cenaacuterio assim como as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor No
setor de HD o espaccedilo puacuteblico eacute localizado na sala de registros de enfermagem um espaccedilo em
anexo a sala de HD que eacute separada por uma parede de vidro
O setor eacute climatizado com boa iluminaccedilatildeo possui um uacutenico salatildeo onde haacute na entrada
uma balanccedila para pesagem dos pacientes duas pias para lavagem do braccedilo e no salatildeo existem
oito (8) poltronas reclinaacuteveis e confortaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) oito (8) maacutequinas de hemodiaacutelise
(espaccedilo pessoal) no centro do salatildeo haacute um balcatildeo de enfermagem (espaccedilo social) amplo
com armaacuterios para guarda medicamentos insumos e demais mateacuterias utilizados na
hemodiaacutelise
Ao serem questionados sobre facilidades e dificuldades do ambiente os enfermeiros
relataram que o espaccedilo (figura 7a) e sua utilizaccedilatildeo satildeo adequados em muitos aspectos como o
balcatildeo centralizado com acesso faacutecil a materiais (medicaccedilotildees agulhas capilares de HD etc)
nesta disposiccedilatildeo permite uma melhor visualizaccedilatildeo de todos os pacientes assim como de todos
os profissionais que prestam os cuidados durante a permanecircncia do paciente na HD
Entretanto natildeo satildeo propiacutecios e adequados para se estabelecer as interaccedilotildees e os cuidados de
enfermagem de forma singular por considerarem um espaccedilo pequeno
O ambiente tem que facilitar - se tem uma visualizaccedilatildeo direta de todas as maacutequinas
com o apoio de um balcatildeo com acesso a tudo que precisamos desde materiais ateacute
prontuaacuterios dos pacientes eacute o ideal o problema eacute que com o espaccedilo eacute pequeno
temos que nos limitar em nossas movimentaccedilotildees (E7)
O ambiente facilita a comunicaccedilatildeo gosto do espaccedilo mas faccedilo meus registros de peacute
no balcatildeo natildeo temos aonde sentar soacute na sala de registros Entatildeo a dificuldade eacute o
espaccedilo ser pequeno e o balcatildeo muito alto [] natildeo gosto da sala de registros
72
porque fico longe dos pacientes tenho que olhar atraveacutes dos vidros e natildeo daacute para
ver direito aleacutem de que poderaacute retardar o meu tempo de accedilatildeo (E8)
As manisfestaccedilotildees de insatisfaccedilatildeo com o ambiente surgiram em ambos os cenaacuterios
cada qual analisado de acordo com suas caracteriacutesticas proacuteprias mas eacute notoacuterio que algumas
dificuldades satildeo descritas como de faacutecil soluccedilatildeo quando se trata de organizaccedilatildeo e
planejamento do arranjo das caracteriacutesticas semifixas como a distribuiccedilatildeo dos mobiliaacuterios no
ambiente mas quando se trata de dimensotildees das caracteriacutesticas fixas do ambiente natildeo eacute de
faacutecil resoluccedilatildeo Para os depoentes do primeiro cenaacuterio investigado o ambiente eacute amplo mas
natildeo favorece uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes devido o balcatildeo natildeo ser centralizado
jaacute o segundo cenaacuterio apresenta balcatildeo centralizado e alto mas o espaccedilo eacute inapropriado para
atender as necessidades de circulaccedilatildeo devido ao tamanho do salatildeo
Eacute atraveacutes das satisfaccedilotildees humanas que se pode conseguir uma qualidade assistencial
seja de forma direta atraveacutes da reduccedilatildeo de tempos movimentos e recursos seja de forma
indireta pela promoccedilatildeo de uma maior satisfaccedilatildeo do trabalho sauacutede do trabalhador refletindo
em sua motivaccedilatildeo componente indubitavelmente atrelado agrave produtividade (SILVA
PINHEIRO MOREIRA 2011)
Facilidade eacute por ser pequeno e consigo observar todos os pacientes mas natildeo tem
conforto porque fico em peacute na bancada Em contra partida dificulta quando temos
paciente na maca natildeo tem mobilidade na hora de fazer assistecircncia natildeo consigo
chegar aos equipamentos (E9)
A facilidade eacute que em qualquer posiccedilatildeo no salatildeo estarei proacuteximo e consigo ter uma
reaccedilatildeo raacutepida numa intercorrecircncia tambeacutem natildeo preciso falar alto para falar com
ele Dificuldade eacute porque poderia ser um pouco mais amplo o espaccedilo eacute pequeno as
poltronas satildeo muito proacuteximas umas das outras e esbarramos agraves vezes no outro
paciente ou no colega (E12)
As unidades de diaacutelise devem atender aos requisitos de estrutura fiacutesica previstos na
RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou instrumento legal que venha a substituiacute-
la No Art 22 da RDC Nordm112014 eacute referido que ldquoo posto de enfermagem da sala para
hemodiaacutelise da sala para diaacutelise peritoneal e da sala de recuperaccedilatildeo e atendimento de
emergecircncia deve possibilitar a observaccedilatildeo visual total das poltronasleitos (BRASIL 2002
BRASIL 2014)
O ambiente da HD deve atender agraves especificaccedilotildees de instalaccedilotildees previstas na
Resoluccedilatildeo entretanto encontramos diferentes disposiccedilotildees de mobiliaacuterios nas unidades de HD
73
devido aos padrotildees arquitetocircnicos das instituiccedilotildees e eacute importante avaliarmos a possibilidade
de mudanccedilas para favorecer a circulaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo geral do ambiente
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta figura eacute possiacutevel visualizar em anexo ao salatildeo de HD que existe uma sala de
enfermagem (espaccedilo puacuteblico) referida pelos enfermeiros como sala de registros separada por
uma parede de vidro este espaccedilo eacute destinado agrave evoluccedilatildeo de enfermagem guarda de
prontuaacuterios e demais documentos Esta sala de registros possui cadeiras e balcatildeo pias para
lavagem das matildeos (sem uso) e armaacuterios para guarda de materiais e uma ampla janela de vidro
por onde entra a luz natural Este vidro que separa os ambientes permite a equipe visualizar o
espaccedilo do salatildeo de hemodiaacutelise
74
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta perspectiva (figura 7b) identifica-se o salatildeo de HD com seus espaccedilos iacutentimo
pessoal e social eacute possiacutevel visualizar a porta que daacute acesso a sala de registros (espaccedilo puacuteblico) e a
parede com vidro que permite a visualizaccedilatildeo de ambos os ambientes percebesse que devido agraves
dimensotildees do espaccedilo ser pequeno o balcatildeo encontra-se centralizado (espaccedilo social) permitindo
uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes no salatildeo contudo existe uma proximidade muito
grande entre as poltronas dos pacientes (espaccedilo iacutentimo) e pouco espaccedilo entre o balcatildeo e as
poltronas A maioria dos participantes afirma que esta proximidade entre os pacientes interfere na
privacidade destes restringindo o enfermeiro a discutir determinados assuntos mais iacutentimos ou
pessoais
Damos orientaccedilotildees no salatildeo sim mas satildeo gerais muito geneacutericas e que serviratildeo
para todos mas natildeo eacute uma consulta de enfermagem natildeo eacute pessoal (E6)
Para dar uma assistecircncia mais individual o salatildeo natildeo eacute o local mais indicado
quando eacute uma questatildeo de orientaccedilatildeo e natildeo traacutes nenhum tipo de constrangimento
para o paciente falo ali mesmo (E9)
O enfermeiro possui um papel fundamental no acolhimento e na melhoria da qualidade
de vida do paciente por isso deve desenvolver competecircncias para ajudaacute-lo a aceitar o
75
tratamento e aderir ao plano de cuidados traccedilados Eacute neste acolhimento que o enfermeiro
responsaacutevel pela sala de HD no decorrer do processo agitado de mudanccedila de turno e iniacutecio da
nova sessatildeo de HD deve conseguir recolher o maacuteximo de informaccedilotildees possiacuteveis sobre o
paciente para garantir uma assistecircncia de cuidados adequados ao iniciar o tratamento com
seguranccedila Teraacute de fazecirc-lo em plena sala de HD com os outros pacientes ao redor o que o
limitaraacute em algumas discussotildees para natildeo desrespeitar a privacidade do paciente restringindo-
o a intervir ou orientar em situaccedilotildees mais especiacuteficas
O acolhimento do paciente renal crocircnico em iniacutecio de hemodiaacutelise eacute da competecircncia
do enfermeiro pois eacute ele que tem um melhor conhecimento da pessoa e do contexto cada
experiecircncia de acolhimento deve ser flexiacutevel e ajustada agrave situaccedilatildeo cliacutenica da pessoa natildeo deve
ser padronizado deve-se estabelecer com ele um elo uma relaccedilatildeo de proximidade e de
presenccedila permanente no cuidado ao paciente na HD O enfermeiro interage com o paciente
durante todo o periacuteodo de permanecircncia no setor e no miacutenimo trecircs vezes na semana essa
convivecircncia e o cuidado prolongado possibilitam que ambos experimentem uma gama de
fenocircmenos sentimentos pensamentos e reaccedilotildees que podem interferir de forma positiva no
processo de comunicaccedilatildeo dentre esses estatildeo a empatia a confianccedila e o respeito muacutetuo
(STEFANELLI CARVALHO 2012)
Conforme Fernandes e Cruz (2017) os enfermeiros reconhecem que satildeo os
profissionais mais competentes para acolher a pessoa em iniacutecio de hemodiaacutelise e estabelecer
com ela uma ligaccedilatildeo uma relaccedilatildeo de proximidade e confianccedila que poderaacute ser determinante
para o sucesso do processo de adesatildeo ao tratamento A tarefa de cuidar do paciente em HD eacute a
atividade realizada entre todos os membros da equipe de sauacutede e dessa forma tambeacutem eacute uma
atribuiccedilatildeo do enfermeiro Neste cenaacuterio o enfermeiro assume uma postura de assistecircncia e
gerecircncia pois a natureza do trabalho do enfermeiro exige atender diferentes demandas de
atenccedilatildeo que estatildeo ligadas agrave complexidade da assistecircncia prestada e do ambiente de trabalho A
Lei do Exerciacutecio Profissional nordm749886 relata que eacute uma das atividades privativas do
enfermeiro prestar cuidados de maior complexidade teacutecnica e que exijam conhecimentos
cientiacuteficos e ainda capacidade para tomar decisotildees imediatas (COFEM 1986)
O enfermeiro da HD por manter um contato constante e contiacutenuo com o paciente na
terapia renal ao prestar um cuidado se envolve e aprende a exercitar seu compromisso
favorecendo estreita relaccedilatildeo com o paciente e consequentemente contribuindo para
assistecircncia de qualidade Portanto nesse ambiente o trabalho do enfermeiro natildeo se resume a
articular os diversos meios de trabalho da equipe de sauacutede e de enfermagem mas na prestaccedilatildeo
direta de cuidados que necessitam de respostas individuais e complexas que atendam as
76
necessidades impliacutecitas Dessa forma o trabalho na HD exige novas competecircncias dos
profissionais que se deparam com mudanccedilas tecnoloacutegicas e exigecircncias especiacuteficas
provocando muitas vezes transformaccedilotildees no seu processo de trabalho (CAMELO 2012)
Na HD natildeo trabalhamos sozinhos trabalhamos com vaacuterios profissionais e muitas
vezes sou eu que vou identificar um problema que a nutriccedilatildeo ainda natildeo viu E
tambeacutem o social e vou discutir com a enfermeira chefe pois eu sei que ela faz esta
parte social [] quando Identifico um problema aiacute mexe comigo e eu me coloco a
disposiccedilatildeo para resolver ou solicito ajuda para auxiliar nas orientaccedilotildees (E5)
O paciente ao chegar no setor de HD desconhece o tratamento eles acham que
faratildeo a HD durante um determinado tempo e vatildeo se ldquocurarrdquo Sou eu que muita das
vezes converso e informo que eacute contiacutenuo que o rim dele natildeo voltaraacute a funcionar e
que sem a HD ou um transplante natildeo seraacute possiacutevel viver (E11)
Os pacientes mesmo realizando a HD satildeo comumente afetados por uma infinidade de
problemas cliacutenicos que necessitam de avaliaccedilatildeo e monitorizaccedilatildeo contiacutenua incluindo diabetes
anemia doenccedila oacutessea e cardiovascular desnutriccedilatildeo complicaccedilotildees com o acesso vascular
gestatildeo de volume hiacutedrico e aquelas relacionadas agraves questotildees psicossociais e emocionais Os
enfermeiros afirmam fazer o acolhimento independente de ter um espaccedilo proacuteprio realizam
suas orientaccedilotildees e prestam o cuidado de forma coletiva
Fernandes e Cruz (2017) descrevem em seus estudos a educaccedilatildeo terapecircutica da pessoa
como um processo complexo orientado pelo esclarecimento sobre a terapia dialiacutetica os
ganhos em sauacutede mudanccedilas nutricionais e hiacutedricas cuidados com acessos vasculares e
elucidaccedilatildeo das alteraccedilotildees de vida Identificam como dificuldades no processo educativo os
internamentos de curta duraccedilatildeo escassez de recursos humanos e sobrecarga de trabalho falta
de motivaccedilatildeo dos profissionais falta de articulaccedilatildeo da equipe multidisciplinar falta de
estruturaccedilatildeo e sistematizaccedilatildeo do processo de adesatildeo No processo de adesatildeo ao regime
terapecircutico o envolvimento da famiacutelia a regressatildeo dos sintomas o empenho a simpatia e
confianccedila estabelecida com a pessoa satildeo aspectos fundamentais
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer espaccedilo vai desde a porta de entrada porque
tem a sala de chefia de enfermagem que passa orientaccedilotildees para o paciente Na sala
de curativo eacute cuidado total orientaccedilatildeo confecccedilatildeo de curativo recepccedilatildeo dele mas
somente para aqueles com cateteres (E5)
Faccedilo as orientaccedilotildees aqui mesmo e os pacientes ao lado tambeacutem ouvem isso eacute bom
porque pode servir para ele Quando eacute algo mais reservado faccedilo apoacutes a
hemodiaacutelise em outro espaccedilo porque aqui natildeo haacute privacidade (E12)
77
Independente do cenaacuterio investigado percebesse que o acolhimento eacute realizado de
acordo com a necessidade de cada paciente ou pela percepccedilatildeo do enfermeiro em qualquer
lugar e momento Os depoentes relatam que as orientaccedilotildees dadas a um determinado paciente
poderatildeo servir de exemplo para os demais que estatildeo ouvindo embora muitos afirmem que o
espaccedilo comum da sala de HD eacute o mais difiacutecil para o estabelecimento de conversas francas e
empaacuteticas entre o paciente e o enfermeiro de modo que o paciente se sinta confortaacutevel para
compartilhar os seus problemas e preocupaccedilotildees mais iacutentimas
Percebe-se a falta de um espaccedilo especiacutefico de enfermagem nas unidades onde os
pacientes possam ser acolhidos abordados e avaliados em todos os paracircmetros que os afetam
aleacutem do tratamento de HD em si Eacute importante ressaltar que o acolhimento eacute realizado sim e
em qualquer momento ou espaccedilo entretanto o que se discuti eacute a importacircncia de acolher em
um espaccedilo propiacutecio para uma consulta de enfermagem e este tipo de avaliaccedilatildeo soacute seraacute
possiacutevel com um tempo e espaccedilo proacuteprio onde seja permitido o estabelecimento de
comunicaccedilatildeo e uma relaccedilatildeo terapecircutica de confianccedila muacutetua com o paciente Estudos recentes
apontam que a consulta de Enfermagem traz benefiacutecios agrave sociedade e proporciona orientaccedilatildeo
de medidas favoraacuteveis que visam agrave abordagem apropriada agraves necessidades inerentes dos
pacientes (OLIVEIRA et al 2012)
Frente agrave importacircncia da consulta de Enfermagem na assistecircncia ao paciente em HD e
por acreditar que o enfermeiro deve se preocupar com a implementaccedilatildeo de praacuteticas que
ofereccedilam condiccedilotildees seguras e de qualidade para o desempenho de suas atividades existem
diversos fatores que interferem na realizaccedilatildeo e na qualidade da consulta de Enfermagem
dentre estes se destacam o quantitativo de profissionais enfermeiros espaccedilo fiacutesico tempo e
alta demanda de pacientes a dificuldade no agendamento das consultas a formaccedilatildeo
profissional
Neste setor natildeo temos um ambiente de consulta de enfermagem e natildeo conseguimos
pela falta de enfermeiro no momento natildeo existe nenhum ambiente onde
proporcione uma conversa mais privada entre enfermeiro e paciente (E4)
Espaccedilo de consulta de enfermagem deve ser individualizado e natildeo daacute para fazer um
diagnoacutestico adequado sem ter uma privacidade seria ideal ter um espaccedilo de
consulta porque consulta eacute o todo a observaccedilatildeo o contato o exame fiacutesico as
pessoas natildeo querem expor problemas pessoais em um ambiente puacuteblico onde todos
estatildeo ouvindo natildeo soacute os pacientes mas aqueles que transitam (E6)
78
Para os participantes eacute fundamental um espaccedilo reservado para avaliaccedilatildeo contiacutenua do
paciente um espaccedilo favoraacutevel a interaccedilatildeo do profissional com o paciente para identificaccedilatildeo
de problemas e implementaccedilatildeo do processo de enfermagem eacute necessaacuterio que todas as
evoluccedilotildees de enfermagem sejam realizadas no prontuaacuterio ou permaneccedilam no sistema
eletrocircnico para futuros acessos entretanto em um dos cenaacuterios os registros satildeo feitos em
prontuaacuterio eletrocircnico que fica disponiacutevel durante um determinado periacuteodo depois o proacuteprio
sistema os excluiu impedindo que haja um registro diaacuterio permanente do paciente para
acompanhamento contiacutenuo
Os pacientes admitidos para iniciar uma terapia renal substitutiva por hemodiaacutelise
passam por avaliaccedilatildeo de diferentes profissionais como nutricionista assistente social
meacutedico psicoacutelogo e enfermeiro Nesta primeira consulta de enfermagem o enfermeiro deve
levantar o histoacuterico do paciente como tambeacutem explicar sobre a doenccedila renal crocircnica e o
processo dialiacutetico enfatizar a importacircncia da adesatildeo agrave terapia dialiacutetica ao tratamento
medicamentoso e as orientaccedilotildees nutricionais orientar sobre os cuidados com o acesso
vascular para a hemodiaacutelise (cateter duplo luacutemen ou fiacutestula arteriovenosa) enfatizar a
importacircncia do controle da ingesta hiacutedrica e ganho de peso
O impacto inicial do tratamento decorrente do diagnoacutestico e tratamento imediato
resultante da falta de preparo e orientaccedilatildeo preacutevia eacute uma realidade da maioria dos pacientes
com DRC Isso remete a pensar sobre a importacircncia do acolhimento ao paciente renal crocircnico
mediante a nova condiccedilatildeo que a doenccedila lhe impotildee quando o mesmo passa a depender do
tratamento dialiacutetico Segundo Medeiros e Medeiros (2013) o acolhimento recai na
humanizaccedilatildeo do atendimento que por sua vez pressupotildee a garantia de acesso a todas as
pessoas Diz respeito ainda agrave escuta do problema de sauacutede do usuaacuterio de forma qualificada e
resolutiva
Apoacutes esta consulta o paciente deve ser encaminhado para realizar sua primeira sessatildeo
de hemodiaacutelise na qual seratildeo realizados os seguintes procedimentos coleta de material para
exames laboratoriais instalar o paciente em maacutequina de hemodiaacutelise especiacutefica para pacientes
com sorologia desconhecida fazer o reuso do dialisador na maacutequina ateacute confirmaccedilatildeo de
sorologias encaminhar para vacinaccedilatildeo contra hepatite B encaminhar para o serviccedilo de
nutriccedilatildeo serviccedilo social e psicologia caso ainda natildeo tenha sido feita avaliaccedilatildeo pelos
profissionais
A instalaccedilatildeo do paciente na hemodiaacutelise eacute um ponto criacutetico desse processo a equipe
de enfermagem deve estar atenta para prevenir complicaccedilotildees relacionadas haacute esse tempo para
79
isso eacute fundamental que o cuidado esteja fundamentado a luz do conhecimento cientiacutefico que
os procedimentos operacionais estejam escritos disseminados e toda equipe treinada para
garantir seguranccedila e qualidade no atendimento
Natildeo existe um espaccedilo para se realizar a consulta de enfermagem entatildeo ateacute o
paciente de primeira vez onde satildeo coletados dados para ficha de anamnese satildeo
feitas na sala puxo uma cadeira fico o mais proacuteximo possiacutevel e vou fazendo as
perguntas e por mais proacutexima que eu esteja os demais pacientes acabam ouvindo
as repostas do paciente (E3)
O espaccedilo pode interferir na comunicaccedilatildeo Seria ideal um espaccedilo privado porque o
paciente tem vergonha de falar todos os assuntos Apesar de que no segundo turno
eles tecircm um viacutenculo muito grande porque satildeo pacientes de programas e se
conhecem a muito tempo mas mesmo assim tecircm assuntos que eles natildeo querem
compartilhar (E8)
Esses dados corroboram com estudos realizados por Oliveira et al (2012) no qual
confirmam que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a consulta de
enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de satisfaccedilatildeo
biopsicossocial destacam ainda que a consulta de enfermagem favorece o estabelecimento
de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e flexibilidade que
proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de acolhimento favorecendo
a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
A comunicaccedilatildeo eacute a principal ferramenta que possibilita o relacionamento pois
pressupotildee uma interaccedilatildeo entre as pessoas troca ou partilha de opiniotildees informaccedilotildees bem
como a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees A consulta de enfermagem possibilita o
enfermeiro a ouvir seu paciente e percebecirc-lo como ser uacutenico de onde ressaltam sentimentos
como a valorizaccedilatildeo que se refletem na melhor adesatildeo do paciente aos cuidados e esquemas
terapecircuticos jaacute que estes necessitam de relaccedilotildees de confianccedila para reduzir o medo a
ansiedade e restabelecer a sauacutede
Assim estar proacuteximo e dialogar contribuem para o surgimento da empatia e dos laccedilos
de confianccedila entre enfermeiras e pacientes avigora o viacutenculo Estudos apontam que a
comunicaccedilatildeo eacute essencial para a realizaccedilatildeo da consulta de Enfermagem cabendo ao
enfermeiro ter consciecircncia da importacircncia dos comportamentos verbais e natildeo verbais durante
a comunicaccedilatildeo reconhecendo emoccedilotildees expectativas e estereoacutetipos que possam interferir no
atendimento (NERY et al 2012)
80
Natildeo haacute individualidade do paciente um estaacute do lado do outro quando um passa
mal natildeo nem sempre temos o biombo disponiacutevel entatildeo natildeo tem privacidade Se faccedilo
um cuidado ou estou orientando todos estatildeo ouvindo (E6)
Natildeo existe um espaccedilo de privacidade seria interessante um espaccedilo proacuteprio
entretanto o quantitativo de funcionaacuterios natildeo eacute suficiente noacutes ficamos responsaacuteveis
pelo que acontece no salatildeo tambeacutem no que acontece nas diaacutelise externa o
quantitativo ideal no salatildeo seriam 5 teacutecnicos e 1 enfermeiro (E9)
Os depoentes relatam que a consulta de enfermagem permitiraacute o enfermeiro a ouvir
seu paciente e perceber sua singularidade mas se este espaccedilo natildeo eacute adequado natildeo haacute uma
individualidade e nem privacidade mesmo que exista um biombo os pacientes proacuteximos
ouvem a conversa Assim o espaccedilo onde se presta o cuidado de enfermagem eacute visto pelos
profissionais como desfavoraacutevel e inadequado para a construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da
assistecircncia pois natildeo possibilita quando necessaacuterio proporcionar um local de comunicaccedilatildeo
reservado embora ofereccedila um ambiente de trabalho que auxilia ao tipo de tratamento
prestado
Segundo Macedo Sena e Miranda (2013) eacute importante considerar os efeitos dos
espaccedilos fiacutesicos no respeito aos direitos e necessidades das pessoas As consultas de
enfermagem preferencialmente devem ser realizadas em um ambiente privado preparado
especialmente para o atendimento agrave sauacutede Para isso considerar tanto as caracteriacutesticas das
pessoas a serem atendidas como a necessidade de pocircr agrave sua disposiccedilatildeo tecnologias
assistenciais e educativas diversas
Um espaccedilo proacuteprio de consulta jaacute existiu mas devido agrave falta de pessoal acabou Era
um ambulatoacuterio multiprofissional mas natildeo tinha ningueacutem para atender Se
houvesse este espaccedilo haveria melhoria na qualidade da assistecircncia teria contato
com ele e a famiacutelia iria identificar questotildees que em quatro horas em um ambiente
comum eu natildeo consigo Ele teria confianccedila (E1)
Somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente para que eu possa intervir e passar as
orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos preacutevios com cada paciente da diaacutelise
(E5)
O enfermeiro desempenha um papel relevante junto ao paciente num sentido bem
mais abrangente objetivando uma assistecircncia integralizada em prol da melhoria do estado de
sauacutede do paciente e a funccedilatildeo da consulta deve ultrapassar os limites da informaccedilatildeo e
81
orientaccedilatildeo ao paciente proporcionando real momento de transformaccedilatildeo do sujeito permitindo
que este se sinta acolhido compreendido e a vontade para dialogar sobre duacutevidas
inquietaccedilotildees e anguacutestias A consulta deve ser um momento no qual o paciente e o profissional
se relacionam compartilham conhecimentos e afetos trocam ideias de forma que as duacutevidas
existentes tambeacutem sejam percebidas conduzindo agrave reflexatildeo em busca de estrateacutegias que
proporcionem vida com melhor qualidade para o paciente renal crocircnico A consulta de
enfermagem apresenta-se como um modelo assistencial relevante no serviccedilo e este fato deve
ser reconhecido natildeo apenas pelos enfermeiros que a desempenham como tambeacutem pelos
pacientes e por outras categorias profissionais (MACEDO SENA MIRANDA 2013)
O ideal seria uma anti-sala que o enfermeiro atendesse para verificar o peso
confirmar a lavagem do braccedilo como uma preacute-consulta antes da diaacutelise [] Porque
temos muitas interferecircncias ruiacutedos [] somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente
para que eu possa intervir e passar as orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos
preacutevios com cada paciente da diaacutelise (E5)
Os ruiacutedos satildeo muitos e a pessoa natildeo se sente a vontade para falar de tudo O tempo
que estamos na assistecircncia realmente nos limita a ter uma atuaccedilatildeo maior em
consulta aleacutem do espaccedilo fiacutesico necessaacuterio temos que ter quantitativo de pessoal
suficiente(E6)
Foram identificados alguns problemas relativos ao espaccedilo da HD poreacutem notou-se a
priori uma satisfaccedilatildeo com as instalaccedilotildees de caracteriacutesticas semifixas de uma forma geral
como iluminaccedilatildeo temperatura maquinaacuterios poltronas etc Jaacute em relaccedilatildeo aos ruiacutedos do
ambiente percebeu-se uma das dificuldades em estabelecer uma relaccedilatildeo interpessoal mais
qualificada com o paciente inviabilizando uma assistecircncia mais singular
A abordagem da comunicaccedilatildeo proxecircmica baseado no comportamento do enfermeiro
por meio das relaccedilotildees com o espaccedilo possibilita identificar diferenccedilas em suas habilidades de
gerenciar suas atividades ao entender que as caracteriacutesticas do ambiente podem dificultar ou
facilitar a realizaccedilatildeo destas Para Savi e Rech (2015) satildeo muitas as variaacuteveis presentes no
ambiente que podem modificar o desempenho de uma pessoa como a relaccedilatildeo ao conforto
ambiental que estaacute intimamente relacionado ao ruiacutedo iluminaccedilatildeo temperatura umidade e
pureza do ar cada uma representa uma parcela importante para a manutenccedilatildeo de um ambiente
propiacutecio ao bem-estar das pessoas que ali se encontram
Quando um ambiente fiacutesico responde agraves necessidades das pessoas tanto em termos
funcionais (fiacutesicocognitivos) quanto formais (psicoloacutegicos) certamente teraacute um impacto
82
positivo na realizaccedilatildeo destas atividades tornando-se um desafio para o enfermeiro cumprir
com as metas assistenciais de forma que natildeo interfira ou comprometa o desempenho de suas
funccedilotildees Planejar e organizar um ambiente que favoreccedila e seja positivo as demandas do
serviccedilo poderaacute ter suas limitaccedilotildees diante de decisotildees que requerem aprovaccedilotildees e
investimentos da proacutepria instituiccedilatildeo de sauacutede Alguns estudos demonstram que existem por
parte de alguns gestores investimentos e melhorias dos setores de sauacutede se adequando as
reais necessidades das demandas da clientela e dos trabalhadores Segundo Silva Matsuda e
Waidman (2012) se por um lado isso pode sugerir maior gasto por outro representa a
melhoria da sauacutede do paciente e otimiza o trabalho de enfermeiro como consequumlecircncia uma
economia para a instituiccedilatildeo e o aumento da produtividade e qualidade da assistecircncia prestada
Aleacutem disso para Rodrigues e Santana (2013) ambientes projetados ou modificados
visando favorecer a maximizaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos como sistemas de iluminaccedilatildeo e
climatizaccedilatildeo controlados pelos proacuteprios enfermeiros estes se sentem mais atraiacutedos pelo posto
de trabalho por sua atividade e pelos resultados positivos das tarefas haja vista que haacute
diminuiccedilatildeo de queixas tanto em relaccedilatildeo agraves necessidades individuais quanto a doenccedilas
adquiridas nesses ambientes resultando em reduccedilatildeo de custos operacionais Um ambiente que
natildeo proporciona as condiccedilotildees adequadas de trabalho reduz a prontidatildeo de resposta e aumenta
a tendecircncia a falhas na assistecircncia prestada
Para Hall (2005) o espaccedilo relaciona-se intimamente com os sentidos do homem que
se encontram por sua vez em iacutentima transaccedilatildeo com o ambiente Para a criaccedilatildeo de um espaccedilo
de HD que atenda agraves caracteriacutesticas que permita a adequaccedilatildeo agraves tarefas inerentes ao setor e as
demandas do paciente deveraacute ser baseado no contexto em que seraacute usado com efetividade
eficiecircncia e satisfaccedilatildeo Eacute importante avaliar quais os fatores que levam o ambiente a ser
referido como inapropriado para determinadas atividades como acolher de forma singular o
paciente sem haver um espaccedilo de consulta de enfermagem pode gerar uma carga deleteacuteria
sobre os aspectos fiacutesicos psicoloacutegicos e sociais afetando a eficiecircncia de todo o processo
assistencial
Assim os aspectos envolvidos na adequaccedilatildeo do ambiente devem advir do sentimento
que o enfermeiro adquire com interaccedilatildeo cotidiana com o ambiente construiacutedo e o paciente
Sua avaliaccedilatildeo depende de sua percepccedilatildeo e uso dos sentidos independente do cenaacuterio
investigado mesmo que existam diferentes ambientes de HD com suas peculiaridades
Quando se inferi ao niacutevel decisoacuterio as percepccedilotildees do enfermeiro interligando os limites entre
a razatildeo e a emoccedilatildeo tendo ainda como elemento mediador a bagagem cognitiva
83
comportamental adquirida na trajetoacuteria profissional vivencial fica explicito que o principal
elemento que poderaacute influenciar as mudanccedilas do ambiente eacute o enfermeiro
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise
Dentre as 12 (doze) entrevistas analisadas (corpus da pesquisa) e as 345 (trezentos e
quarenta e cinco100) UR emergentes 105 (cento e cinco3043) depoimentos descrevem
como o enfermeiro identifica os diferentes sentidos corporais durante o cuidado na HD Desta
forma emergiu uma nova categoria sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise em
forma de uma segunda Unidade de Significaccedilatildeo a qual seraacute descrita discutida e analisada a
seguir com a exemplificaccedilatildeo de depoimentos dos enfermeiros participantes
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades
de significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
2
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
A palavra espaccedilo pode apresentar vaacuterias conotaccedilotildees todavia o espaccedilo do cuidado
caracteriza-se como local que uni aspectos fiacutesicos bioloacutegicos cientiacuteficos culturais sociais
econocircmicos entre outros em uma teia de relaccedilotildees onde se torna difiacutecil excluir ou isolar
partes levando ao estabelecimento de relaccedilotildees de cuidado em situaccedilotildees vitais que envolvem o
processo de comunicaccedilatildeo (LANZONI 2011)
A interaccedilatildeo no espaccedilo do cuidado em HD se traduz em atitudes realizadas para
promover manter ou recuperar a sauacutede Com destaque para a comunicaccedilatildeo efetiva e solidaacuteria
que possibilita demonstrar interesse atenccedilatildeo sentimentos e possibilidades (BROCA
FERREIRA 2016) Expressa por meio de sorrisos conversas brincadeiras esclarecimentos
sobre os procedimentos orientaccedilotildees e estiacutemulos para o autocuidado que favorecem o aliacutevio
84
das sensaccedilotildees de medo dor preocupaccedilatildeo anguacutestia e pacircnico A comunicaccedilatildeo viabiliza uma
relaccedilatildeo dialoacutegica ao acolher a palavra do outro oportunizando a escuta a troca de
informaccedilotildees e a demonstraccedilatildeo de disponibilidade
Como jaacute foi mencionada anteriormente a comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute a capacidade de
usar e efetivamente interpretar a distacircncia interpessoal para a comunicaccedilatildeo Isto eacute o espaccedilo
proximidade ou contato com o interlocutor satildeo entendidos a partir da construccedilatildeo cultural dos
interlocutores Para Hall (2005) o emprego que o homem faz do seu espaccedilo eacute uma elaboraccedilatildeo
especializada de cultura e a distacircncia muda de cultura para cultura A proxecircmica propotildee um
tipo baacutesico de comunicaccedilatildeo em que atraveacutes da distacircncia do corpo as mensagens satildeo
transmitidas pelos sentidos corporais
Desta forma observa-se que o enfermeiro ao chegar ao setor para o plantatildeo demarca
seu espaccedilo do cuidado a partir da aproximaccedilatildeo dos pacientes mantendo uma distacircncia iacutentima
ou pessoal Esta aproximaccedilatildeo indica a necessidade de estabelecer um primeiro contato e
mostrar sua preocupaccedilatildeo com o bem estar do outro Os principais sentidos identificados como
fundamentais na HD satildeo a visatildeo a audiccedilatildeo e o tato
Existe realmente uma diferenccedila no comportamento diaacuterio tem pacientes que agraves
vezes chegam aqui datildeo um abraccedilo apertado e em datas comemorativas natildeo se
esquecem de compartilhar natildeo eacute somente uma questatildeo do contato por educaccedilatildeo
existe tambeacutem uma preocupaccedilatildeo com a pessoa e a reciacuteproca eacute muito verdadeira
Eles tambeacutem sabem quando natildeo estamos bem somos observados pelo nosso
comportamento (E9)
Quando o paciente entra jaacute observo se estaacute acompanhado como estaacute deambulando
a postura se ele estaacute apaacutetico ou natildeo se estaacute disposto ou se arrastando se ele me
cumprimenta ou aos amigos porque a adesatildeo do paciente tem muito haver com a
uniatildeo com outros pacientes e a equipe Observo se ele se lembra de pesar porque
uns entram jaacute sentando outros se lembram de pesar tecircm essa preocupaccedilatildeo com o
proacuteprio peso Vejo pouco os pacientes lavarem o braccedilo com a fiacutestula tem pia
proacuteximo dele mas se natildeo lembro a ele de lavar eacute difiacutecil ver ele lavar sozinho
(E11)
Sabe-se que para estabelecer uma boa interaccedilatildeo eacute necessaacuterio primeiramente obter
confianccedila de quem se cuida esta estrateacutegia de aproximaccedilatildeo inicial possibilita ao enfermeiro
identificar e obter informaccedilotildees sobre o paciente como possiacuteveis intercorrecircncias no transcorrer
da diaacutelise Ao se considerar que o processo de trabalho em sauacutede tem como um dos seus
elementos principais as accedilotildees de cuidado tanto fiacutesicas quanto relacionais natildeo se deve limitar
a realizar apenas a procedimentos teacutecnicos pois a teacutecnica impessoal e mecanizada pode levar
ao distanciamento da pessoa cuidada Deve-se englobar o sentido de ser pois se tratando de
85
uma relaccedilatildeo entre sujeitos eacute imprescindiacutevel que na praacutetica profissional os atores envolvidos
estabeleccedilam uma boa interaccedilatildeo visando o engajamento necessaacuterio para a concretizaccedilatildeo do
verdadeiro ato de cuidar (FORMOZO et al 2012)
Cuidar inclui a realizaccedilatildeo de procedimentos teacutecnicos aliados agrave valorizaccedilatildeo das
expressotildees de atitudes condizentes com princiacutepios humaniacutesticos entre os quais a valorizaccedilatildeo
de valores morais eacuteticos e sociais Pode-se dizer tambeacutem que o processo de cuidar eacute
diretamente influenciado pela formaccedilatildeo pessoal e pela personalidade do cuidador e do ser
cuidado adquiridas atraveacutes de suas experiecircncias crenccedilas e cultura
O espaccedilo do cuidado natildeo se restringe ao ato teacutecnico mas contempla o envolvimento e
a preocupaccedilatildeo com os envolvidos na interaccedilatildeo Nesse sentido considera- se que ao efetuar
um cuidado estando atentas as manifestaccedilotildees natildeo verbais e psicoloacutegicasemocionais o
profissional realiza um cuidado mais integral e natildeo somente uma atividade teacutecnica presente
somente de corpo O desenvolvimento das accedilotildees de cuidado traz agrave tona tambeacutem a questatildeo da
intersubjetividade estabelecida na relaccedilatildeo interpessoal com o envolvimento do natildeo dito mas
expresso por gestos e expressotildees que satildeo identificadas pelos nossos sentidos A consideraccedilatildeo
pelo outro a observaccedilatildeo das suas particularidades a individualidade e ainda o caraacuteter
expressivo manifesto na emoccedilatildeo imprimem qualidade humana ao cuidado
O paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresa entatildeo a gente acaba ficando
atento a qualquer tipo de intercorrecircncia que ele possa vir a ter e agraves vezes ele nem
consegue se comunicar Temos que ficar ligada no que estaacute acontecendo e de longe
mesmo posso intervir chamando o paciente vendo se ele estaacute responsivo tem
paciente que jaacute conheccedilo quando comeccedila a fazer hipotensatildeo ou hipoglicemia Se ele
natildeo consegue nem chamar entatildeo observo os gestos sua face se estaacute
hipocorado(E4)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar entatildeo
tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais tambeacutem se ele dorme se vira o
braccedilo ou dorme em cima Se dobrar ou deitar em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina apitar (E6)
A atenccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute essencial ao cuidado humano por resgatar a
capacidade do profissional de sauacutede de perceber com maior exatidatildeo os sentimentos as
duacutevidas e as dificuldades do paciente em verbalizar o que sente Em seus estudos Schimidt e
Silva (2013) afirmam que quanto mais o clima for de confianccedila mais a experiecircncia pode ser
86
positiva isto porque os gestos de cuidado e atenccedilatildeo ficaratildeo sempre presentes na lembranccedila
daquele que recebe o cuidado Ao se despertar um sentimento de confianccedila entre paciente e
equipe de enfermagem possibilita-se que ambos experimentem uma sensaccedilatildeo de seguranccedila e
satisfaccedilatildeo
Para Formozo et al (2012) o cuidado para surtir efeito desejado necessita considerar o
tato audiccedilatildeo e postura corporal durante a interaccedilatildeo interpessoal entre paciente e enfermeiro
para que sejam demonstrados os sentimentos implicados na accedilatildeo com satisfaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo da accedilatildeo Eacute fato que ao usar frequentemente as relaccedilotildees interpessoais como
instrumento de trabalho os enfermeiros satildeo estimulados a desenvolver habilidades sociais para
subsidiar esses processos de interaccedilatildeo Segundo Teixeira et al (2014) habilidades sociais satildeo
um conjunto de comportamentos transmitidos por uma determinada pessoa em um contexto
interpessoal que expressa sentimentos atitudes desejos opiniotildees ou direitos desse indiviacuteduo
de modo adequado agrave situaccedilatildeo respeitando esses comportamentos nos demais e que
geralmente resolve os problemas imediatos da situaccedilatildeo enquanto minimizando a
probabilidade de futuros problemas
[] alguns profissionais que satildeo mais sensibilizados utilizam mais os sentidos []
eu particularmente tenho um pouco de dificuldade em ter esta proximidade com o
paciente eu tento manter uma distacircncia terapecircutica a natildeo ser que eu jaacute tenha
estabelecido uma relaccedilatildeo de intimidade com o paciente isto com o tempo vai se
modificando (E3)
Tem paciente que eacute mais fechado mas natildeo deixa de demonstrar carinho outros jaacute
satildeo mais falantes e brincam uns com os outros Entatildeo essas relaccedilotildees humanas estatildeo
muito afloradas aqui dentro estamos sempre perto natildeo eacute somente ligar e desligar
algo da tomada tem toda uma histoacuteria muito proacutepria de relaccedilotildees que estaacute ligada
agraves caracteriacutesticas de cada um (E9)
Haacute grupos de diaacutelise que satildeo mais comunicativos brincam e conversam durante
diaacutelise geralmente porque estatildeo a mais tempo juntos Eacute difiacutecil paciente chamar e
dizer que estaacute passando mal geralmente sou eu que observo e me aproximo para
checar (E12)
Destaca-se o respeito pela diversidade de personalidades e diferentes formas de se
estabelecerem as relaccedilotildees cada um possui haacutebitos e formas de se comunicar mas eacute
imprescindiacutevel que haja empatia ao se compartilhar as emoccedilotildees com os outros sentir com o
outro suas preocupaccedilotildees envolve perceber o outro com as suas reais necessidades sem julgar
87
Percebe-se no discurso que a dificuldade de se aproximar faz parte de uma caracteriacutestica
pessoal e cultural tanto o enfermeiro como o paciente podem natildeo estabelecer uma relaccedilatildeo
mais intimista no iniacutecio do tratamento mas com o passar do tempo eacute estabelecido uma relaccedilatildeo
de intimidade e confianccedila que permite a eles se aproximarem mais e estabelecerem uma
relaccedilatildeo mais profiacutecua e consequentemente um cuidado mais eficiente
Ao se colocar em relevo que as relaccedilotildees estabelecidas na HD natildeo satildeo influenciadas
somente por paracircmetros psicossociais culturais educacionais entre outras mas tambeacutem por
questotildees que satildeo inerentes ao comportamento humano em um determinado espaccedilo percebe-se
que a discussatildeo do uso do espaccedilo fiacutesico e sua implicaccedilatildeo no comportamento humano
orientada pela teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica possibilita lidar com alguns desafios tanto
conceituais quanto metodoloacutegicos Haja vista que contribuir para a produccedilatildeo de sauacutede e
produzir um espaccedilo fiacutesico na sauacutede adequado natildeo se separa da produccedilatildeo de sauacutede e da
produccedilatildeo de subjetividade Expressar necessidades estruturais como espaccedilo fiacutesico e de
mobiliaacuterios a partir dos distanciamentos e aquelas expressas pelos nossos sentidos pode ser
um fato pouco peculiar
Eacute uma compreensatildeo que aposta na composiccedilatildeo de saberes para a produccedilatildeo dos
espaccedilos fiacutesicos entendendo que o espaccedilo natildeo eacute dado a priori Segundo Schimidth e Silva
(2012) o espaccedilo eacute um territoacuterio que se habita que se vivencia onde se convive e se relaciona
Eacute um territoacuterio que se experimenta se reinventa e que se produz A proposta de produccedilatildeo do
espaccedilo acontece porque haacute processos de trabalho encontros entre as pessoas modos de se
viver e modos de ir reconstruindo o espaccedilo
A orientaccedilatildeo da ambiecircncia na hemodiaacutelise articulada agrave Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
favorece que ao se intervir criar e recriar os espaccedilos fiacutesicos neste setor se problematizem
tambeacutem as praacuteticas os processos de trabalho e os modos de viver e conviver nesse espaccedilo E
nesse sentido quando se tem o conhecimento do uso da proxecircmica como guia orientador para
a assistecircncia e gestatildeo em HD outros modos de estar ocupar e trabalhar se expressaratildeo nesse
lugar e solicitaratildeo arranjos espaciais singulares com fluxos adequados que favoreccedilam os
processos de trabalho
Pela expressatildeo do rosto vejo que ele natildeo estaacute bem [] visatildeo com observaccedilatildeo natildeo eacute
soacute olhar eacute observar identificar para tomar alguma atitude Quando vocecirc tem o
costume vocecirc conhece o paciente e lida com ele vocecirc olha e identifica que natildeo estaacute
bem eacute hora de se tomar uma providecircncia (E1)
88
O sentido que mais uso eacute a visatildeo Olho a maacutequina a expressatildeo do paciente se estaacute
com dor verifico a glicemia se o sono estaacute profundo vejo pressatildeo o tempo todo eu
mantenho meu olhar voltado para paciente pois ele muda seu estado de forma
muito raacutepida (E2)
Uso muito o sentido visatildeo e depois a audiccedilatildeo Vejo muito a expressatildeo corporal do
paciente se ele estaacute alerta se estaacute mais acordado ou se estaacute mais paacutelido Vejo
tambeacutem a maacutequina quantidade de soro suficiente para o flach (E8)
O contato visual ocorre quando queremos expressar que o canal de comunicaccedilatildeo estaacute
aberto Embora a equipe natildeo fique com o olhar fixo no paciente o tempo todo durante a HD
ela manteacutem um olhar perifeacuterico que segundo Hall (2005) eacute aquele que o ser humano detecta
o movimento com o canto dos olhos E ao identificar mudanccedilas no comportamento do
paciente o profissional muda o seu olhar fixando-o para reduzir psicologicamente a distacircncia
entre os comunicadores e ao se aproximar amplia as possibilidades do diaacutelogo se estabelecer
permitindo a troca de informaccedilotildees O olhar fixo sugere interesse e envolvimento no
relacionamento interpessoal
Utilizo mais na iacutentima a visatildeo tato e audiccedilatildeo O olho no olho eacute uma coisa que natildeo eacute
soacute no espaccedilo iacutentimo devemos usar no pessoal ou social que tambeacutem eacute necessaacuterio
Mesmo na bancada se estou anotando algo mantenho meu olhar voltado para ele
Esse momento do iacutentimo eacute bem completo porque ao mesmo tempo estou fazendo
procedimento estou tocando com a visatildeo direta para a pessoa ouvindo o que o
paciente tem a dizer e o que ele esta trazendo de informaccedilotildees de sinais e sintomas
como eacute a relaccedilatildeo dele com os familiares (E6)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar
entatildeo tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais e tambeacutem se ele dorme vira
o braccedilo ou dormi em cima Se dobrar ou deitou em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina aptar (E9)
A visatildeo eacute uma ferramenta que nos permite colher informaccedilotildees quanto ao estado de
desconforto fiacutesico psicoloacutegico ou ambiental do paciente atraveacutes de expressotildees e posturas que
o paciente assume durante o cuidado (Hall 2005) Essas condiccedilotildees satildeo percebidas por alguns
profissionais com certa facilidade e prontamente procuram resolvecirc-las Atribuiacutemos tal
capacidade de percepccedilatildeo agrave ldquoexpertiserdquo de alguns profissionais em HD Observar os padrotildees
de respostas fisioloacutegicas ou emocionais de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo do
processo de cuidar deste paciente Se natildeo estivermos atentos agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal do
89
paciente podemos interpretar incorretamente aqueles padrotildees de respostas (BROCA
FERREIRA 2016)
Ao avaliar o paciente o enfermeiro necessita considerar e respeitar os conhecimentos
e a cultura do paciente bem como escutaacute-lo o que proporciona o reconhecimento de sinais e
sintomas e a necessidade de uma escuta ativa Neste sentido na praacutetica do cuidado em
enfermagem a habilidade de ouvir o outro eacute fundamental pois permite analisar qual a melhor
maneira de se comunicar com o paciente em concordacircncia com seu niacutevel cultural e o
conhecimento sobre seu estado de sauacutede
Os pacientes tem sintomas antes da maacutequina alarmar ele apresenta o mal estar
antes da maacutequina dizer que o banho acabou que a temperatura estaacute alta ou baixa
que o soacutedio estaacute baixo que o paciente estaacute comeccedilando a ter naacuteuseas Eu sempre
falo que caso esteja passando mal e a gente esteja longe levanta o braccedilo que
algueacutem vai ver natildeo precisa falar a gente jaacute sabe [] eacute um sinal que identificamos
e esta orientaccedilatildeo damos nas primeiras diaacutelises dizemos qualquer coisa que sinta
levanta o braccedilo Porque temos muitas interferecircncias ruiacutedos entatildeo ele pode chamar
e a gente natildeo ouvir mas ao levantar o braccedilo vemos (E5)
A visatildeo e a audiccedilatildeo satildeo os sentidos que mais uso no pessoal e social uso muito
esses sentidos Vejo muito a expressatildeo do paciente se ele comeccedila fazer face de dor
de desconforto se comeccedila a ficar paacutelido e no sistema tambeacutem fico de olho para ver
se comeccedila a dar algum problemaNa audiccedilatildeo fico atenta ao chamado do paciente e
o alarme da maacutequina(E10)
Uma das competecircncias do enfermeiro estaacute ligada ao ato de julgar as necessidades de
cuidados de cada paciente dito com julgamento cliacutenico este eacute o ato de elaborar o
planejamento da assistecircncia de enfermagem a ser realizada de forma que possa atender agraves
suas necessidades e expectativas O julgamento cliacutenico estrutura-se pelas habilidades
interpessoal que envolve a capacidade de comunicar-se ouvir e respeitar opiniotildees teacutecnica
na qual inclui um soacutelido conhecimento dos meacutetodos de avaliaccedilatildeo cliacutenica conhecimento
cientiacutefico acerca dos problemas de sauacutede intelectual o qual se refere aos processos de
pensamento bem como agraves habilidades de percepccedilatildeo do enfermeiro em relaccedilatildeo agraves respostas
humanas (CROSSETTI et al 2014)
A associaccedilatildeo destas habilidades possibilita ao enfermeiro tomar decisotildees seguras e
proporcionar cuidados qualificados e adequados agraves reais necessidades dos pacientes Nos
ambientes de atendimento de hemodiaacutelise o uso da comunicaccedilatildeo verbal entre enfermeiro e
paciente eacute sempre muito referida e a audiccedilatildeo eacute um dos sentidos mais utilizados independente
das distacircncias mantidas
90
Na audiccedilatildeo fico atento a qualidade do discurso o timbre da voz tudo isso chama a
atenccedilatildeo se ele estaacute orientado ou natildeo Tem paciente que estaacute mais triste se estaacute no
ostracismo isso tudo chama a atenccedilatildeo A desorientaccedilatildeo do nosso paciente pode
significar uremia por exemplo isso eacute proacuteprio das relaccedilotildees humanas (E9)
No sentido audiccedilatildeo ouccedilo muito o paciente chamar para dizer que natildeo estaacute bem e
tambeacutem quando perguntam quanto estaacute tirando de peso Enfermeira pode verificar
minha glicose Eles perguntam porque quando comeccedila o mal estar eacute uma forma
de alertar a gente Os pacientes mais antigos tecircm essa percepccedilatildeo de identificar
alteraccedilotildees antes de passar mal eles avisam que estatildeo tontos perguntam se tem
meacutedico (E11)
O escutar tambeacutem eacute um cuidado e uma forma de comunicaccedilatildeo natildeo verbal natildeo eacute
apenas ouvir mas permanecer em silecircncio ao lado utilizar gestos de afeto que expressem
aceitaccedilatildeo e estimulem a expressatildeo de sentimentos vivenciados pelo paciente Quando
olhamos para a realidade atual que vivemos na qual a mecanizaccedilatildeo dos sentidos eacute uma
constante na vida das pessoas precisamos ampliar nosso olhar para o espaccedilo do cuidado em
sauacutede inserindo estrateacutegias que sejam capazes de perceber aleacutem das informaccedilotildees ditas nas
entrelinhas do discurso do sujeito seus gestos e comportamentos
Schimidt e Silva (2012) refere em um dos seus estudos sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
que 7 dos pensamentos (das intenccedilotildees) satildeo transmitidos por palavras 38 satildeo transmitidos
por sinais paralinguiacutesticos (entonaccedilatildeo de voz velocidade com que as palavras satildeo ditas) e
55 pelos sinais do corpo alertando-nos para o fato de que apesar de muitas vezes
valorizarmos mais as palavras os sinais natildeo verbais podem estar comunicando muito mais
inclusive contradizendo o expresso em palavras
Percebe-se na fala dos enfermeiros que eles estatildeo conscientes dos aspectos natildeo-verbais
presentes durante as suas interaccedilotildees com os pacientes (por exemplo entonaccedilatildeo de voz
aspectos emocionais comportamentos gestuais etc) permitindo sobretudo perceber indiacutecios
de que algo natildeo estaacute bem O enfermeiro ao ouvir determinados questionamentos durante a
sessatildeo de HD usa de sua intuiccedilatildeo e identifica que embora o paciente natildeo fale diretamente que
estaacute passando mal tais gestos e falas satildeo indicativos de possiacuteveis alteraccedilotildees fisioloacutegicas
Na produccedilatildeo dos dados os enfermeiros da HD compartilham o toque com o sentido do
viacutenculo do interesse do acolhimento mas tambeacutem da ansiedade A punccedilatildeo da fistula
arteriovenosa (FAV) eacute o momento de maior apreensatildeo e ansiedade do paciente eacute neste
momento que ocorre o toque instrumental para a punccedilatildeo e este pode alterar os padrotildees
fisioloacutegicos de um paciente com hematomas sangramentos e dor
91
Na interaccedilatildeo com o paciente o toque eacute classificado segundo Schimidt e Silva (2013)
em trecircs tipos toque expressivo tambeacutem descrito como afetivo que ocorre espontaneamente e
natildeo faz parte necessariamente da execuccedilatildeo de procedimentos o instrumental que eacute descrito
como um contato fiacutesico deliberado para desenvolver determinada teacutecnica ou procedimento e
o expressivo-instrumental uma combinaccedilatildeo dos outros dois tipos
Quando vou fazer o procedimento o toque eacute mais teacutecnico que eacute a necessidade de
fazer a punccedilatildeo sentir o fluxo da fistula o melhor local para punccedilatildeo e quando
termino de puncionar faccedilo um toque afetivo para dizer que vamos comeccedilar a sessatildeo
No final da sessatildeo o toque tambeacutem eacute mais teacutecnico do que afetivo eacute o momento da
retirada da agulha (E6)
Toco quando o paciente tem alguma queixa alguma catildeibra quando vai ldquodevolver o
sanguerdquo se estaacute com dor O momento de toque geralmente eacute um momento
desconfortaacutevel pois eacute o momento que ele estaacute com dor [] e eu associo todas as
vezes que tem o tato com o paciente como um momento de desconforto para ele
[] causa uma apreensatildeo seja no puncionar no momento da cacircimbra mas isso
natildeo afeta com que eu faccedila correndo pelo contraacuterio faccedilo que seja menos doloroso
para ele (E10)
Para os enfermeiros o toque instrumental eacute fundamental na HD seja durante a punccedilatildeo
da FAV na realizaccedilatildeo do curativo na verificaccedilatildeo da pressatildeo arterial na administraccedilatildeo dos
medicamentos ou conexatildeo dos cateteres entre outros mas afirmam que o toque poderaacute
tambeacutem se apresentar com um caraacuteter mais afetivo e de relaxamento Tocar algueacutem com a
intenccedilatildeo de que essa pessoa se sinta melhor por si soacute jaacute eacute terapecircutico portanto o ato de tocar
algueacutem eacute confortaacutevel e faz parte do cuidado emocional Pode significar atitude de unir ao
outro tocar como uma maneira de perceber o outro ou a relaccedilatildeo com o outro Assim o toque
pode significar distacircncia ou envolvimento entre pessoas que estatildeo se comunicando mas
dependeraacute da pessoa da cultura e contexto em que ocorre o toque
Um estudo desenvolvido por Schimidt e Silva (2013) identificou que diversos fatores
podem influenciar o toque dos profissionais da sauacutede dentre estes estatildeo o receio de se tocar
em pessoas do sexo oposto quando o procedimento a ser realizado eacute invasivo ou quando a
aacuterea do corpo eacute iacutentima Levando em consideraccedilatildeo que ao cuidar o toque poderaacute ser realizado
dos mais diferentes modos eou meios como com as matildeos com o corpo com os cabelos com
os instrumentos de trabalhos com as roupas com as luvas dentre outros Tocar eacute entrar no
mundo do outro eacute despertar nele estiacutemulos sensoriais agradaacuteveis e desagradaacuteveis Ter
consentimento do toque no cuidado ao outro e consciecircncia do contato fiacutesico por ele
92
promovido pode auxiliar os pacientes na sua recuperaccedilatildeo e igualmente melhorar o viacutenculo
sentimentos e aproximaccedilotildees (MENON MARTINS DYNIEWICZ 2014)
Toco porque preciso verificar se a fistula ou cateteres estatildeo bons ajudo o paciente
a sentar na poltrona verifico pressatildeo um toque na matildeo no braccedilo se estiver com
cacircimbra faccedilo massagem verifico o frecircmito (E8)
Paciente dormiu estaacute com uma postura mais largada me preocupa Geralmente o
abordo chamo toco e vejo a necessidade de verificar a glicemia verifico tambeacutem a
PA porque embora ele esteja dormindo ele tambeacutem pode estar passando mal e natildeo
chama a gente (E9)
Neste ambiente do cuidado tocar permite reconhecer quais as demandas de cuidado os
pacientes necessitam eacute reconhecer que a enfermagem precisa evoluir no cuidado prestado
especialmente no que se refere ao toque instrumental-afetivo e este poderaacute ocorrer nos
diferentes momentos de permanecircncia na HD Verificou-se que o toque instrumental-afetivo
foi realizado na verificaccedilatildeo do frecircmito verificaccedilatildeo de pressatildeo arterial massagem no momento
de cacircimbra no posicionamento correto do paciente na poltrona A maneira como foi
transmitido afeto para o paciente na medida do possiacutevel realizando os procedimentos com
sua permissatildeo calma manipulando minimamente e explicando a necessidade de se realizaacute-lo
foi uma atitude humanizada
Eacute preciso entender que o ato de tocar precisa do consentimento dos pacientes e isso agrave
vezes pode estar distante para alguns ao consideramos todas as ldquomarcasrdquo nele geradas
anteriormente Efetivar um espaccedilo para o compartilhamento de vivecircncias com pacientes em
terapias hemodialiacuteticas apresenta-se como uma proposta para melhorar a interaccedilatildeo fazendo
com que ambos enfermeiros-pacientes alcancem a relaccedilatildeo que eacute de cuidado tornando-a
abrangente e de qualidade (AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
No toque existem pacientes que estabeleccedilo um viacutenculo mais proacuteximo temos uma
paciente especial que sempre quer ser abraccedilada e por isso tenho uma conexatildeo mais
forte (E4)
Quando a pessoa chega tem o toque afetivo pois dou o bom dia e coloco a matildeo no
ombro ou toco no braccedilo para acompanhaacute-los ateacute a poltrona eacute um toque de
acolhimento Eu tenho que tocar para demonstrar realmente um interesse (E6)
Quando os pacientes chegam sempre cumprimento ateacute porque eles reclamam de
quem chega ao setor e natildeo os cumprimenta entatildeo chego e falo um por um Toco
93
quando instalo paciente e na saiacuteda tambeacutem porque tenho que tirar agulhas e fazer
curativo (E12)
O toque afetivo eacute referido como aquele empregado nos momento de cumprimento na
chegada e saiacuteda do setor ou demonstraccedilatildeo de sentimento de carinho entretanto nas
observaccedilotildees tomou-se o cuidado de reconhecer se nas accedilotildees dos profissionais foram incluiacutedas
maneiras de expressar algum tipo de afetividade tornando o toque instrumental tambeacutem
afetivo Considerando que os profissionais relatarem estar conscientizados sobre o valor do
toque afetivo sugere-se que este seja constantemente incentivado
Os dados ateacute o momento apresentados demonstram que para se prestar o cuidado
integral eacute necessaacuterio ser um bom ouvinte expressando um olhar atencioso tocando e
confortando o paciente proporcionando uma boa adesatildeo e continuidade ao tratamento
Quanto aos efeitos comportamentais do olhar ouvir e do tocar estes apresentam contribuiccedilatildeo
essencial agrave interaccedilatildeo das pessoas trazendo viacutenculos sentimentos e uma maior aproximaccedilatildeo
para uma assistecircncia mais singular
Existem dificuldades na percepccedilatildeo de determinados sentidos corporais a priori neste
estudo o olfato e o paladar que foram identificados por vaacuterios participantes como sendo algo
difiacutecil de associaacute-los ao cuidado de enfermagem na HD contudo e soacute de imediato e
aparentemente pois ainda durante a entrevista ironicamente os enfermeiros tomavam
consciecircncia da importacircncia do olfato e paladar
O odor pode ser marcante e acompanhar a pessoa por toda a vida basta perceber o
aroma e as lembranccedilas explodem de forma imediata O olfato por mais preciso que seja eacute um
sentido mudo que natildeo necessita de tradutor Isso explica a incapacidade de se descrever em
palavras o cheiro de alguma coisa para algueacutem que nunca o tenha sentido (ARAUacuteJO 2000
apud AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
Para o olfato natildeo penso muito em odores o uacutenico cheiro eacute o haacutelito cetocircnico e
tambeacutem em relaccedilatildeo agrave higiene do paciente (E2)
O olfato em um primeiro momento natildeo me diz nada mas analisando percebo que o
haacutelito urecircmico que se sente eacute porque ele ainda estaacute iniciando o tratamento ou estaacute
mal dialisado se ele estaacute fazendo o tratamento a muito tempo e continua com haacutelito
urecircmico tem algo de errado da terapia (E4)
Alguns enfermeiros tecircm dificuldades de expressar como usar o olfato no seu cotidiano
ateacute fazem algumas associaccedilotildees com este sentido onde foram encontradas duas fontes de
94
odores que representam o espaccedilo do cuidado da HD os odores corporais e odores ambientais
Odores corporais satildeo as secreccedilotildees como o suor quando o paciente tem deacuteficit de autocuidado
com a higiene corporal onde os odores satildeo exalados e estatildeo impregnados nos corpos dos
proacuteprios pacientes exalaccedilotildees orais como a halitose mas estas ligadas ao haacutelito urecircmico no
iniacutecio do tratamento aleacutem destes os eventuais sangramentos tambeacutem se caracterizam como
odores corporais Existem tambeacutem aqueles odores ambientais marcantes caracteriacutesticos da
HD como os produtos quiacutemicos esterilizantes (aacutecido peraceacutetico) as soluccedilotildees de banho
utilizadas na maacutequina de HD as quais geram uma memoacuteria olfativa que transita pelo cenaacuterio
de cuidado
Embora alguns relatem que o odor natildeo impede e nem repulsa na hora do cuidado para
Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) o mau cheiro afasta o enfermeiro do contato direto mesmo
este sendo um indicativo de necessidade de cuidado relativo agrave higiene pessoal Para alguns
ter pacientes no ambiente com odores daacute uma caracteriacutestica desagradaacutevel e eacute necessaacuterio
informaacute-los sobre a importacircncia do autocuidado na higiene corporal e oral
O odor natildeo me impede e natildeo me repulsa ao cuidado (E1)
Tem paciente que tem um autocuidado bem deficiente e a gente percebe logo pelo
odor mas natildeo temos como nos afastar tem que pegar do mesmo jeito Tem paciente
que tenho liberdade e converso sobre higiene (E4)
Essas sensaccedilotildees olfativas evidenciadas nas falas dos participantes mesmo que se
refiram a algo desagradaacutevel eacute uma forma de captar a necessidade de se aproximar e intervir
sobre o cuidado corporal Suporta-se o desagradaacutevel porque eacute inerente ao cuidado eacute uma
condiccedilatildeo preestabelecida ao cuidador E para quem eacute importante suportar algo desagradaacutevel
No Universo das sensaccedilotildees olfativas nem tudo eacute desagradaacutevel desconfortante ou com
odor ruim A percepccedilatildeo de um determinado odor estimula nossa ldquomemoacuteria olfativardquo de uma
forma que tanto em niacutevel consciente quanto inconsciente elaboramos associaccedilotildees mentais
que delimitam a propriedade de uma sensaccedilatildeo olfativa Esta pode ser concebida como
agradaacutevel ou natildeo dependendo do que estaacute registrado em nossa memoacuteria Esse fenocircmeno
sugere que os odores podem exercer influecircncias determinantes no comportamento humano
ocasionando reaccedilotildees diversas tais como incremento agrave atenccedilatildeo diminuiccedilatildeo de situaccedilotildees
estressantes ou estado de conforto ou desconforto fiacutesico (PROCHET SILVA 2012)
95
Eacute muito caracteriacutestico porque tem desde os componentes de desinfecccedilatildeo da
maacutequina entatildeo eacute um odor caracteriacutestico da hemodiaacutelise o cheiro do aacutecido
peraceacutetico (E6)
O olfato o que mais me chama atenccedilatildeo eacute o cheiro de sangue e o cheiro do proxitane
(aacutecido peraceacutetico)(E7)
O olfato assim como os demais sentidos permitem (re)conhecer os diversos objetos
que compotildeem um espaccedilo assim como associaacute-los as caracteriacutesticas relacionadas ao cuidado
prestado neste setor como os odores da sala de reuso expurgo e sala de HD O odor ocorre
tambeacutem nas relaccedilotildees sociais o bom ou o ruim aroma emitido por um perfume do paciente o
cheiro que exala de sua roupa usada o cheiro de limpeza do ambiente podem por exemplo
aproximar ou afastar das pessoas
Do ponto de vista fisioloacutegico paladar e olfato estatildeo relacionados entre si A ausecircncia
ou alteraccedilatildeo desses sentidos dependem do estado anatocircmico do epiteacutelio nasal e do sistema
nervoso central e perifeacuterico Alguns odores ficam tatildeo impregnados que parecem produzir o
seu sabor no paladar Entatildeo pode-se dizer que o sabor eacute o somatoacuterio das sensaccedilotildees olfatoacuterias
gustativas e daquelas relacionadas agraves terminaccedilotildees nervosas localizadas no nariz e na boca
(ACKERMAN 1992 apud AZEVEDO et al 2017)
E para os enfermeiros entrevistados expressar paladar como algo relativo ao cuidado
tambeacutem eacute de difiacutecil entendimento suas associaccedilotildees foram em relaccedilatildeo a restriccedilotildees alimentares
e hiacutedricas do paciente uma alerta para o ganho de peso Na maioria das entrevistas este
sentido gerou uma certa inquietaccedilatildeo dos entrevistados por natildeo conseguirem identificar sua
relaccedilatildeo com o cuidado
Paladar eacute alerta significa orientar sobre restriccedilatildeo hiacutedrica e de comidas e
geralmente chegam pesados porque abusaram (E6)
Natildeo haacute representaccedilatildeo do paladar na assistecircncia natildeo faccedilo associaccedilotildees com o
cuidado a natildeo ser daquilo que o paciente natildeo pode comer (E12)
O paladar desempenha uma funccedilatildeo importante em nossas relaccedilotildees sociais e culturais
Para alguns pesquisadores paladar remete a uma ldquomemoacuteria familiarrdquo na infacircncia com as
comidas feitas com carinho e amor pelo ente querido ou ainda pode remeter a um
determinado tempo e lugar jaacute vivenciado (COSTA 2014) Aleacutem do que constitui uma das
principais formas de o homem se relacionar com espaccedilo Dependendo da distacircncia
96
estabelecida entre o corpo do sujeito e a realidade circundante eles podem apresentar maior
ou menor teor de objetividade na accedilatildeo de interagir com o mundo
Para Costa (2014) quando se habita diferentes espaccedilos a percepccedilatildeo tende a ser ainda
mais diversificada pois cada indiviacuteduo percebe diferentemente o mesmo espaccedilo de acordo
com a sua formaccedilatildeo cultural O ser humano possuir sentidos comuns que de modo geral
auxiliam na percepccedilatildeo espacial E por haver diversidade de proximidadedistacircncia com o uso
dos sentidos corporais em relaccedilatildeo ao espaccedilo eacute necessaacuterio manifestar uma relaccedilatildeo sensorial-
espacial como afirma Borges Filho 2007 p69
Por gradientes sensoriais entendem-se os sentidos humanos visatildeo audiccedilatildeo olfato
paladar O ser humano se relaciona com o espaccedilo circundante atraveacutes de seus
sentidos Cada um deles estabelece uma relaccedilatildeo de distacircnciaproximidade com o
espaccedilo Portanto efeitos de sentido importantes satildeo manifestados nessa relaccedilatildeo
sensorialidade-espaccedilo
Esta relaccedilatildeo sensorial-espacial por meio do sentido paladar permite o enfermeiro
detectar falhas no processo de autocuidado principalmente nas restriccedilotildees alimentares do
paciente na HD Como o paciente estabelece uma aproximaccedilatildeo mais intima no miacutenimo trecircs
vezes por semana com o enfermeiro este percebe alteraccedilotildees no peso seja pela pesagem
realizada a cada sessatildeo de HD ou pela aparecircncia fiacutesica
Segundo Martins e Riella (2013) os pacientes com DRC em tratamento de
hemodiaacutelise satildeo acometidos frequentemente por complicaccedilotildees nutricionais principalmente
pela desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteica que se constitui como uma complicaccedilatildeo fortemente
preditora agrave morbimortalidade destes Aleacutem da importacircncia cliacutenica do deacuteficit energeacutetico-
proteico nos pacientes em hemodiaacutelise a adequaccedilatildeo da aacutegua e dos micronutrientes ingeridos
pelos pacientes em hemodiaacutelise satildeo de extrema importacircncia principalmente em relaccedilatildeo ao
caacutelcio ferro soacutedio potaacutessio e foacutesforo nutrientes mais relacionados a complicaccedilotildees uma vez
que o rim natildeo consegue mais manter o controle do meio interno do organismo
Tem vezes que pego paciente comendo aqui durante a diaacutelise alimento trazido de
casa e que natildeo eacute o adequado para ele aiacute me aproximo e converso explicando
porquecirc natildeo deve comer (E2)
Eles se queixam de dietas alguns comeccedilam a mentir e tem dificuldade de manter um
controle da injesta hiacutedrica e alimentar percebemos que natildeo estatildeo se cuidando
quando chegam muito pesados isso acaba virando um ciclo difiacutecil de controlar
eles precisam saber controlar sua boca (E4)
97
O controle dieteacutetico assume o papel de prevenir ou melhorar a toxicidade urecircmica os
distuacuterbios metaboacutelicos associados ao ganho de peso interdialiacutetico a elevaccedilatildeo da pressatildeo
arterial e a progressatildeo da anemia e da osteodistrofia renal (MARTINS RIELLA 2013)
Sendo assim a avaliaccedilatildeo do estado nutricional do consumo alimentar e da ingesta hiacutedrica do
paciente em hemodiaacutelise realizada pelo enfermeiro eacute de fundamental importacircncia em
decorrecircncia da associaccedilatildeo direta que existe entre a dieta e as complicaccedilotildees advindas da sua
natildeo adesatildeo
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo
A terceira categoria emergiu em 40 (quarenta 1159) UR de um total de 345
(trezentos e quarenta e cinco100) UR extraiacutedas das 12 entrevistas (corpus da pesquisa)
Esta categoria seraacute discutida e analisada a seguir com a exemplificaccedilatildeo dos depoimentos
mais significativos dos depoentes do estudo a respeito do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Ao considerarmos a enfermagem como um trabalho realizado com e por meio das
pessoas o processo de comunicaccedilatildeo pode ser considerado uma das mais importantes
atividades e um dos instrumentos baacutesicos na assistecircncia de enfermagem (MASSOCO
MELLEIRO 2015) A comunicaccedilatildeo eacute utilizada com os pacientes com os familiares com os
colegas da equipe de enfermagem da equipe multiprofissional com todos os serviccedilos de
apoio e administrativos Na administraccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem eacute necessaacuterio ser
98
capaz de decodificar decifrar e perceber os significados das mensagens que satildeo enviadas
durante as interaccedilotildees possibilitando elaborar um plano de cuidados com vistas as
intervenccedilotildees ficar atento aos sinais verbais natildeo-verbais e paraverbais que podem ajudar nesta
tarefa
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a agente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo daacute seguranccedila para o paciente se vocecirc conversa com ele ele
identifica que se importa quer uma boa assistecircncia tem que ser receptivo ele
chega agraves vezes mal e se vocecirc manteacutem uma distacircncia grande entre ele aleacutem desta
distacircncia que eacute uma forma de comunicaccedilatildeo ele quer escutar de mim pelo tom de
voz e pelo olhar que ele eacute importante para mim ele quer atenccedilatildeo aquele eacute o
momento dele e ele precisa de mim E soacute acontece com a comunicaccedilatildeo (E5)
Os enfermeiros da HD descrevem a comunicaccedilatildeo natildeo verbal como algo essencial ao
cuidado como uma ferramenta capaz de identificar sinais e sintomas de complicaccedilotildees por
meio de expressotildees faciais do paciente tom de voz e olhar E a comunicaccedilatildeo verbal como
forma de dar continuaccedilatildeo a assistecircncia possibilitando passar orientaccedilotildees e captar possiacuteveis
problemas A comunicaccedilatildeo tem um objetivo uma meta um propoacutesito que eacute produzir uma
reaccedilatildeo ou uma mudanccedila para que esta comunicaccedilatildeo seja efetiva segundo Stefanelli e
Carvalho (2012) o processo tem iniacutecio a partir de algueacutem (emissor) com uma necessidade de
transmitir ou saber algo (mensagem) que necessita ser transmitida a outra pessoa (receptor) O
emissor tem um objetivo e este deveraacute ser traduzido num coacutedigo numa linguagem entendiacutevel
Haacute necessidade de um codificador pegar as ideias do emissor e colocaacute-la num coacutedigo
expondo o objetivo do emissor em forma de mensagem
Entender os coacutedigos da HD para o enfermeiro natildeo eacute algo impossiacutevel de se realizar
tanto o enfermeiro como o paciente desenvolvem com o passar do tempo no setor estrateacutegias
de se comunicarem de forma natildeo verbal o conviacutevio diaacuterio e de longa permanecircncia permite
estabelecerem uma boa interaccedilatildeo e identificar formas de comunicar por coacutedigos
99
A partir momento que se conhece esta linguagem do que eacute verbal e natildeo verbal vocecirc
consegue identificar algumas situaccedilotildees que satildeo pelos gestos se o paciente estaacute
passando mal [] agimos de forma intuitiva mas nem todo mundo tem essa
percepccedilatildeo Depois que se trabalha muito tempo com esta clientela passa-se a ter
experiecircncia e aumenta esta percepccedilatildeo Na aacuterea de HD ajuda muito ter esta
percepccedilatildeo porque por mais que a maacutequina monitore a pressatildeo arterial as
alteraccedilotildees comeccedilam antes da maacutequina alarmar (E3)
Comunicaccedilatildeo eacute tudo falo sempre ao paciente para que natildeo cubra o rosto durante a
HD e caso se sinta mal para levantar o braccedilo eacute muito importante eu manter um
olhar nas expressotildees dele estabelecemos algumas formas de comunicar porque ele
pode passar mal e natildeo conseguir chamar (E7)
Os depoentes afirmam que o tempo de experiecircncia com pacientes na HD aumenta a
percepccedilatildeo do enfermeiro e permite identificar gestos expressotildees e comportamentos aleacutem de
propor coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo que favoreccedilam o cuidado como levantar de
braccedilo natildeo cobrir o rosto entre outros Esses coacutedigos que a equipe estabelece com os
pacientes satildeo ditos como algo muito importante nas relaccedilotildees enfermeiro-paciente eacute algo
muito marcante em ambos os cenaacuterios investigados
Para entender o significado de uma mensagem baseado no comportamento dos
interlocutores de acordo com Knapp e Hall (1999) apud Broca e Ferreira (2014) eacute necessaacuterio
iniciar um coacutedigo este poderaacute ser a linguagem verbal em um segundo momento identificar os
comportamentos natildeo verbais associados a determinados comportamentos verbais Ao se
eliminar o canal verbal esses comportamentos natildeo verbais seratildeo captados como um coacutedigo
para a comunicaccedilatildeo e se a introduccedilatildeo dos comportamentos natildeo verbais natildeo interferir a
compreensatildeo da mensagem pelo receptor entatildeo os comportamentos natildeo verbais seratildeo
considerados uma forma de substituir o comportamento verbal portanto elementos de um
coacutedigo natildeo verbal ou seja um conjunto de accedilotildees que determina os significados atribuiacutedos a
certos coacutedigos como afirma (KNAPP E HALL pag 153 1999)
A maior parte de nosso comportamento natildeo verbal envolve mudanccedila de atitude ou
movimentaccedilatildeo Interagimos com as pessoas mantendo distacircncias variaacuteveis exibimos
diferentes gestos e posturas durante um encontro algumas vezes tocamos nos
outros outras natildeo rostoolhos e voz apresentam formas diversas Esta parte examina
esses comportamentos individualmente mas na conversaccedilatildeo diaacuteria a combinaccedilatildeo
desses sinais funcionando de maneira ajustada caracteriza nosso comportamento na
comunicaccedilatildeo
100
Entretanto como as pessoas natildeo conseguem alcanccedilar suas metas seus objetivos sem a
cooperaccedilatildeo do outro jaacute que eacute interdependente com outros na realizaccedilatildeo dos seus objetivos eacute
necessaacuterios que ambos envolvidos na interaccedilatildeo estejam comprometidos a fim de alcanccedilar os
objetivos Desta forma natildeo adianta o enfermeiro propor formas de se comunicar por meio de
coacutedigos se o paciente natildeo estiver disposto a cooperar eacute importante avaliar diariamente como
o paciente chegou e se ele estaacute apto a participar neste dia das formas de interaccedilotildees
preestabelecidas O cuidado de enfermagem congrega vaacuterias caracteriacutesticas dentre elas estatildeo
agrave interaccedilatildeo e a relaccedilatildeo dialoacutegica que se constroacutei com o outro assim eacute preciso desenvolver as
potencialidades dos profissionais para que na relaccedilatildeo interpessoal com os pacientes possam
dar atenccedilatildeo agraves necessidades inerentes ao cuidado daquele dia por meio da escuta ativa e de
uma comunicaccedilatildeo de aproximaccedilatildeo (BROCA FERREIRA 2015)
A distacircncia pode influenciar e definir o tipo de envolvimento e assim de
comunicaccedilatildeo que queremos manter com o outro Assim os diferentes padrotildees de distacircncia satildeo
mantidos dependendo com quem se estaacute comunicando e se relacionando natildeo se esquecendo
de que o ambiente tambeacutem poderaacute influenciar no distanciamento ou aproximaccedilatildeo dos corpos
As barreiras ou falhas na comunicaccedilatildeo podem advir da falta de habilidade para ouvir ver
sentir e compreender a mensagem do outro
Tem dias que o paciente chega me cumprimenta senta e natildeo conversa muito pega o
lenccedilol se cobre e vai dormir ou escutar muacutesica Jaacute sei que algo natildeo estaacute bem
porque convivemos com eles e sabemos seu comportamento aiacute me aproximo para
tentar conversar e ele se abrir Mas tem dias que natildeo querem conversar e nem
interagir aiacute me preocupo porque agraves vezes ele passa mal e natildeo expressa nada (E2)
A comunicaccedilatildeo eacute importante em vaacuterios sentidos primeiro porque no sentido
emocional o paciente que estaacute ali sentado quatro horas fazendo querendo ou natildeo
um tratamento que eacute desgastante para ele e muitas vezes ele natildeo quer estar ali []
entatildeo o simples fato de dar atenccedilatildeo para ele estar conversando com outros
pacientes faz com que o tempo passe e ele se sinta melhor (E10)
A habilidade de decodificar algo que estaacute intriacutenseco em gestos e comportamentos estaacute
relacionada com a forma de conhecimento e entendimento dos elementos da comunicaccedilatildeo A
forma de como nos colocamos e nos comportamos diante do outro pode influenciar de forma
negativa ou positiva e influenciar a efetividade da comunicaccedilatildeo (STEFANELLI
CARVALHO 2012) Ao perceber que o paciente se manteacutem em silecircncio com pouca ou
nenhuma interaccedilatildeo durante a sessatildeo de HD o enfermeiro identifica a necessidade de se
aproximar para buscar avaliar o porquecirc da mudanccedila de comportamento Este afastamento e
101
isolamento do paciente podem denotar uma falta de interesse pelo outro ou a negaccedilatildeo na
participaccedilatildeo nos processos de interaccedilotildees estabelecidas neste ambiente Observar padrotildees de
respostas emocionais ou fisioloacutegicas de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo ao
contexto da relaccedilatildeo interpessoal redefinindo os objetivos a serem alcanccedilados
Avaliar comportamento em um determinado ambiente de HD requer de o enfermeiro
estar atendo aos coacutedigos estabelecidos e satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer
interaccedilatildeo Segundo Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma
interaccedilatildeo eacute diretamente proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A
comunicaccedilatildeo adequada eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma
determinada situaccedilatildeo pessoa e tempo Tratando-se do relacionamento enfermeiro-paciente o
processo de comunicaccedilatildeo precisa ser eficiente para viabilizar uma assistecircncia humaniacutestica e
personalizada de acordo com suas necessidades Portanto o processo de interaccedilatildeo com o
paciente se caracteriza natildeo soacute por uma relaccedilatildeo de poder em que este eacute submetido aos cuidados
do enfermeiro mas tambeacutem por atitudes de sensibilidade aceitaccedilatildeo e empatia entre ambos
Comunicar-se envolve compartilhar sentimentos e emoccedilotildees de forma verbal ou natildeo
verbal em um relacionamento interpessoal Aleacutem disso a comunicaccedilatildeo eacute um processo
complexo dinacircmico tem uma evoluccedilatildeo natildeo tem iniacutecio e nem fim e se restringe a duas ou
mais pessoas (BROCA FERREIRA 2015) Desse modo os dados da pesquisa evidenciam
que os participantes relataram que a comunicaccedilatildeo eacute importante e se expressa de diferentes
formas e que na HD a natildeo verbal eacute muito mais abrangente E essa comunicaccedilatildeo precisa ser
entendida pelo paciente de modo a proporcionar-lhe acolhimento e a partir de suas
inquietaccedilotildees e queixas o enfermeiro consiga identificar e solucionar os problemas
identificados Portanto eacute vital estreitar estimular e fortalecer a relaccedilatildeo profissional e tambeacutem
emocional entre enfermeiro-paciente para fortalecimento e integraccedilatildeo da assistecircncia de
enfermagem
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a gente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo eacute importante porque tem o que eacute falado e natildeo eacute falado o paciente
crocircnico na convivecircncia a gente pega deles o que geralmente natildeo eacute falado E isso eacute
102
soacute com o tempo mesmo Mas eacute essencial para entender a adesatildeo uma
intercorrecircncia agraves vezes ele natildeo verbaliza soacute se expressa (E11)
A comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute referida como de grande importacircncia no processo
comunicativo pois pode completar uma informaccedilatildeo verbal (afirmando ou rejeitando)
enfatizar contradizer substituir avaliando indiacutecios sobre as emoccedilotildees ou mesmo controlar ou
regular uma relaccedilatildeo de interaccedilatildeo Ao afirmarem que a natildeo verbal eacute muito utilizada por ambos
nas interaccedilotildees pode-se entender que o emissor ao tentar transmitir uma mensagem por meio
de coacutedigos e o receptor natildeo compreender o sentido a que ela se refere poderaacute gerar uma
incongruecircncia no sentido real da comunicaccedilatildeo gerando equiacutevocos entre o emissor e o
receptor
Eacute fato que mesmo na comunicaccedilatildeo verbal o corpo assume uma variedade de posturas
que ajudam a traduzir melhor o significado das palavras que satildeo ditas Para Silva (2015) deve-
se na comunicaccedilatildeo proxecircmica se atentar acirc postura corporal expressotildees corporais
distanciamento entre os corpos pode-se tornar a comunicaccedilatildeo mais efetiva Desta forma um
receptor desatento pode natildeo captar toda a mensagem se natildeo observar aleacutem das palavras do
emissor E para os enfermeiros soacute com o tempo de convivecircncia eacute possiacutevel estabelecer e
identificar esses coacutedigos da HD que satildeo transmitidas e percebidas pelos sentidos corporais
Este fato tem uma relaccedilatildeo direta com os dados do perfil de profissionais em ambos os
cenaacuterios pois nenhum enfermeiro possui menos de dois anos de atuaccedilatildeo na HD desta forma a
expertise permite assim por dizer que este profissional possui habilidades suficientes para
detectar os coacutedigos natildeo verbais Esta habilidade de comunicaccedilatildeo eacute essencial ao profissional
que convive com pacientes sob cuidados na HD independente da aacuterea de formaccedilatildeo
especializada e sim o tempo de convivecircncia e experiecircncia adquiridas neste setor Entretanto
natildeo se pode afirmar que todos os profissionais que atuam nesta aacuterea teratildeo ou desenvolveratildeo
esta habilidade de percepccedilatildeo por meio da comunicaccedilatildeo natildeo verbal
Na atual globalizaccedilatildeo os profissionais estatildeo cada vez mais qualificados e capacitados
do ponto de vista tecnoloacutegico as exigecircncias para se ter atributos e conhecimentos satildeo
impostas devido agraves demandas impostas pelas mudanccedilas sociais e econocircmicas Neste contexto
a busca da produtividade tecnologia e qualidade dos serviccedilos exigindo novos atributos de
qualificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede tambeacutem satildeo impostas no setor de hemodiaacutelise
O papel do enfermeiro natildeo se restringe a executar teacutecnicas e procedimentos de maneira
eficiente e com qualidade mas sim um cuidado abrangente que implica entre outros
aspectos desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo Contudo para que haja eficiecircncia do
103
processo de cuidar eacute necessaacuterio avaliar a qualidade das interaccedilotildees com quem se cuida um ser
humano complexo e indivisiacutevel e que para entendecirc-lo seraacute necessaacuterio o uso da comunicaccedilatildeo
proxecircmica como instrumento do cuidado
Eacute a partir dessa premissa e diante da realidade dos enfermeiros do cenaacuterio da HD que
se reforccedila a importacircncia de que seja discutido entre os profissionais de sauacutede ligados
diretamente agrave assistecircncia ao paciente o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica como um dos mais
importantes aspectos do cuidado de enfermagem os quais vislumbram uma melhor
assistecircncia ao paciente e mudanccedilas em seu espaccedilo do cuidado
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Sentidos do
espaccedilo
Comunicaccedilatildeo
efetiva
O espaccedilo fixo
e semifixo
A comunicaccedilatildeo
proxecircmica no
processo de cuidar
104
E para que haja essas mudanccedilas eacute preciso atentar para fatores como a distribuiccedilatildeo dos
mobiliaacuterios e maquinaacuterios a forma como se posiciona no espaccedilo fiacutesico o uso dos sentidos nas
percepccedilotildees de gestos e expressotildees compreensatildeo do dito e do natildeo dito para uma comunicaccedilatildeo
mais efetiva
Esta Pesquisa apresenta algumas limitaccedilotildees dentre as quais pode se destacar que o
estudo foi realizado em instituiccedilotildees hospitalares puacuteblicas universitaacuterias e algumas conclusotildees
natildeo poderatildeo ser generalizadas e atender as expectativas das cliacutenicas sateacutelites que possuem
perfil de atendimento dos profissionais diferenciada
105
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Nem tudo eacute conclusivo
ldquoO novo natildeo estaacute no que eacute dito mas no acontecimento de sua voltardquo
Michel Foucault
Respondendo aos objetivos propostos deste estudo apoacutes anaacutelise das unidades de
registro com as suas respectivas categorias e com o mapeamento comportamental proxecircmico
fundamentado por Eduard T Hall verificou-se que o enfermeiro na hemodiaacutelise demarca seu
espaccedilo do cuidado como sendo um territoacuterio de invasotildees constantes do espaccedilo iacutentimo e
pessoal mas sempre atento ao uso dos sentidos corporais as accedilotildees satildeo baseadas na
observaccedilotildees e sons emitidos no ambiente e estes potencializam os avanccedilos na interaccedilatildeo para
uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
Comunicar-se aparece sob diferentes aspectos ou significados os quais foram
percebidos ou identificados devido a sua proximidade com os pacientes Para os profissionais
da enfermagem selecionados para a pesquisa a comunicaccedilatildeo ajuda mas depende do
paciente dizem que o paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresas mesmo assim o
processo facilita nos cuidados eacute importante para o paciente e para toda equipe ainda que ele
natildeo queira falar afinal eacute um mundo novo
O enfermeiro informa que o tempo (unidade fundamental de viver) eacute que define
quando se acostuma com a doenccedila que estabelece a relaccedilatildeo com equipe com os outros
pacientes aceitando melhor e descobrindo o que eacute diaacutelise Esse perceber e ficar junto com o
paciente possibilita verificar que eles tecircm vergonha do cateter ou da fiacutestula que se
incomodam quando as pessoas ficam olhando para elas e aos poucos vatildeo se interagindo e
entendendo o tratamento Essa proximidade pode ser considerada como proxecircmica
principalmente pelas limitaccedilotildees do espaccedilo da hemodiaacutelise verificadas no mapeamento
comportamental ambientes fechados escondidos controlados
Estudar comunicaccedilatildeo proxecircmica em espaccedilos diferentes fisicamente pode natildeo ser uma
tarefa faacutecil de realizar caracterizando um desafio da pesquisa entretanto essa opccedilatildeo
possibilitou entender melhor a dinacircmica do movimento dos corpos nos diferentes espaccedilos
propostos por Eduard THall essa opccedilatildeo ajuda nas contribuiccedilotildees dos resultados do objeto e
nas habilidades para realizar o meacutetodo como pesquisadora
Ao elaborar o mapeamento comportamental proxecircmico identifica-se que os espaccedilos
ainda que diferentes com amplitudes e mobiliaacuterios tambeacutem diferentes eacute fundamental a
106
ampliaccedilatildeo dos sentidos para uma accedilatildeo raacutepida durante as interaccedilotildees e intervenccedilotildees mesmo
estando a uma distancia puacuteblica ou social
Entretanto a dificuldade na percepccedilatildeo dos sentidos corporais como elemento da
comunicaccedilatildeo natildeo verbal foi identificada em alguns dos sujeitos por natildeo possuiacuterem
determinados sentidos aguccedilados ou ateacute natildeo entendem o processo com a utilizaccedilatildeo destes
sentidos durante o processo do cuidado A natildeo utilizaccedilatildeo desses sentidos dificulta a
percepccedilatildeo de determinadas situaccedilotildees de dor sofrimento ou alteraccedilotildees fisioloacutegicas Fato que
pode ser equacionado com o primeiro momento quando da interaccedilatildeo da equipe com o
paciente onde todos devem alinhar os pensamentos e procedimentos a serem adotados em
todo o processo do tratamento
Durante o processo de anaacutelise das respostas dos enfermeiros quanto aos
questionamentos realizados foram verificados que alguns elementos dificultam o processo de
utilizaccedilatildeo de uma comunicaccedilatildeo seja ela verbal ou natildeo verbal no atendimento do paciente
quando em tratamento em hemodiaacutelise que satildeo o espaccedilo com as caracteriacutesticas fixas e
semifixas das salas e suas divisotildees a disposiccedilatildeo das maacutequinas a falta de sala para consulta de
enfermagem dificuldade da percepccedilatildeo de alguns enfermeiros com a comunicaccedilatildeo natildeo verbal
O espaccedilo com as disposiccedilotildees dos equipamentos mobiliaacuterios e posicionamento das
equipes de enfermagem dificultam uma visualizaccedilatildeo global dos pacientes em suas maacutequinas
cujos procedimentos poderiam se iniciar com apenas um olhar Os setores de hemodiaacutelise
encontram-se sem padratildeo de infraestrutura fragmentando as salas de hemodiaacutelise natildeo
otimizando o fator humano e o material existente que satildeo escassos
Uma disposiccedilatildeo das maacutequinas em ldquoUrdquo ou em ciacuterculos onde encontrariacuteamos no centro
os enfermeiros com todos os controles dos pacientes escaninhos com prontuaacuterios telefone
computador sem obstaacuteculos para a visualizaccedilatildeo dos pacientes Diante deste cenaacuterio os
enfermeiros estariam mais receptivos para adotarem com mais frequumlecircncia a observaccedilatildeo dos
pacientes de forma mais natildeo verbal diminuindo o constrangimento de alguns por natildeo
quererem mostrar qualquer desconforto em virtude de estarem com outros no mesmo
ambiente
A falta de uma sala para consulta de enfermagem eacute referida como muito importante
pois evita o constrangimento inicial perante outros em tratamento eacute o momento ideal para
aliviar o tratamento que estaacute por vir evitando aquele choque imediato em uma maacutequina
mostrando um atendimento mais humanizado e principalmente a interaccedilatildeo da equipe de
enfermagem com o paciente facilitando o processo da utilizaccedilatildeo da linguagem natildeo verbal
onde podem ser feitos vaacuterios questionamentos quanto as suas reaccedilotildees corporais em resposta a
107
determinados estiacutemulos e estabelecer ateacute coacutedigos entre eles Deve sempre lembrar o
enfermeiro que esse novo ambiente a ser frequumlentado pelo paciente seraacute a sua segunda casa
A humanizaccedilatildeo destes espaccedilos busca permitir ao paciente um melhor conforto fiacutesico e
psicoloacutegico
A distribuiccedilatildeo espacial gera uma seacuterie de comportamentos e praacuteticas inconscientes
Assim sendo os processos de comunicaccedilatildeo de um setor tambeacutem satildeo influenciados por esta
distribuiccedilatildeo Os fluxos de comunicaccedilatildeo ascendente descendente e lateral estatildeo sujeitos a essa
influecircncia Foi possiacutevel perceber como a arquitetura eacute uma variaacutevel na constituiccedilatildeo das
relaccedilotildees dentro do setor de hemodiaacutelise Na relaccedilatildeo entre as estruturas arquitetocircnicas e as
accedilotildees dos indiviacuteduos verifica-se uma interferecircncia nos resultados da comunicaccedilatildeo Sendo
assim ao formular e projetar espaccedilos de trabalho eacute cada vez mais relevante refletir sobre
alguns principais elementos arquitetocircnicos visto que essas escolhas tecircm funccedilotildees objetivas a
cumprir conforme o tipo de ambiente e atividades realizadas nele porque podem influenciar
nas vidas das pessoas gerando percepccedilotildees e sensaccedilotildees
Ficou confirmado que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a
consulta de enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de
satisfaccedilatildeo biopsicossocial destacando que a consulta de enfermagem favorece o
estabelecimento de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e
flexibilidade que proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de
acolhimento favorecendo a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais
efetiva prazerosa respeitando os limites territoriais aceitos socialmente
Ressalta-se que o processo de cuidar natildeo ocorre isoladamente mas por meio de
intencionalidade interaccedilatildeo disponibilidade e confianccedila entre profissional e paciente O
profissional de enfermagem deve ter em sua rotina a praacutetica de promover medidas de
conforto sendo um gestor do cuidado e de emoccedilotildees fazendo com que o paciente se mantenha
interagido com o ambiente fiacutesico e social
A interpretaccedilatildeo do resultado das observaccedilotildees e das entrevistas dos participantes do
estudo possibilitaram inferir que a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade
no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos corporais e a forma como
nos comunicamos A partir da teacutecnica de anaacutelise do conteuacutedo foram encontradas algumas
evidecircncias representadas nas unidades de codificaccedilatildeo e categorias que demarcam o espaccedilo e
suas interaccedilotildees Pode-se entender que o ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer lugar que
o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com o
108
paciente atentando para natildeo violar sua privacidade que no uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio
um fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e
fixas do espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro
Os sentidos do espaccedilo representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com
confianccedila de quem se cuida empatia ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e
formas diferentes de se comunicar eacute expressar arranjos espaciais singulares com fluxo
adequado olhar identificando mudanccedilas no comportamento envolvimento e interesse ouvir eacute
estar atento agrave entonaccedilatildeo da voz aspectos emocionais e comportamentos gestuais tocar eacute
viacutenculo acolhimento sendo que o toque instrumental-afetivo deveraacute evoluir na HD a
memoacuteria olfativa na HD eacute gerada pelos odores corporais e odores ambientais o paladar na
HD eacute alerta de restriccedilotildees alimentares e hiacutedricas do paciente
A comunicaccedilatildeo para os enfermeiros durante o cuidado na HD eacute saber captar as
expressotildees faciais e corporais para um cuidado singular estabelecer coacutedigos de comunicaccedilatildeo
ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando conforto
seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar a qualidade das interaccedilotildees
A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no cuidado e a
comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo de
redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
109
REFEREcircNCIAS
ABIB G Observaccedilatildeo participante em estudos de Administraccedilatildeo da informaccedilatildeo no
Brasil RAE v 53 n 6 p 604-616[online] 2013 [acesso em 13 de marccedilo de 2017]
ABUDERNE P NAISBITT Mega tendecircncias para as mulheres Traduccedilatildeo de Magda
Lopes ndash Rio de janeiro Rosa dos Tempos 1993
ALVES S FRANCO S CASTANtildeER M CAMERINO O HILENO R RODRIGUES J
El anaacutelisis de la comunicacioacuten paraverbal cineacutesica y proxeacutemica de los instructores de fitness
mediante patrones temporales (T-patterns) Cuad psicol deporte 15(1) 111-122 ene-jun
2015 ilus tab| IBECS | ID ibc-138318
ANGROSINO M Etnografia e observaccedilatildeo participante Coleccedilatildeo Pesquisa Qualitativa
Bookman Editora 2009
AZEVEDO AL et al Communication of nursing students in listening to patients in a
psychiatric hospital Escola Anna Nery v 21 n 3 2017
AZEVEDO AL ARAUacuteJO STC VIDAL VLL How nursing students perceive
communication with patients in mental health RevActa paul enferm vol28 no2 - Satildeo
Paulo MarApr 2015
BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Ed Revista e ampliada Lisboa Ediccedilotildees 70 2011
BENNER PE TANNER CA CHESLA CA Expertise in nursing practice Caring
clinical judgment and ethics Springer Publishing Company 2009
BITTENCOURT GKGD CROSSETTI MGO Habilidades de pensamento criacutetico no
processo diagnoacutestico em enfermagem Rev esc enferm USP [online] 2013 vol47 n2
pp341-347 ISSN 0080-6234 httpdxdoiorg101590S0080-62342013000200010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedila cardiovascular
cerebrovascular e renal crocircnica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 14 Brasiacutelia-DF Ministeacuterio da Sauacutede 2006
110
_______ Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador de Doenccedila Renal
Portaria Nordm 1168GM em 15 de junho de 2004 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesportaria_1168_achtm Acesso em 29072016
________ Ministeacuterio da sauacutedeOrganizaccedilatildeo da linha de cuidado da pessoa com Doenccedila
Renal Crocircnica (DRC) Portaria Nordm 389 de 13 de marccedilo de 2014 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2014prt0389_13_03_2014html Acesso em
29072016
________ Misteacuterio da Sauacutede Plataforma Brasil Disponiacutevel em
httpwwwsaudegovbrplataformabrasil acesso em 03032016
________ Ministeacuterio da Sauacutede Portal do Datasus Disponiacutevel em
lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=01gt Acesso em 31072016
________ Resoluccedilatildeo da diretoria colegiada- RDC Nordm 154 de 15 de junho de 2004
Estabelece o Regulamento Teacutecnico para funcionamento dos Serviccedilos de Diaacutelise Disponiacutevel
em wwwsaudemggovbr rsaquo Acesso em 15082016
_________ Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada - RDC ndeg 11 de 13 de marccedilo de 2014 Dispotildee
sobre os Requisitos de Boas Praacuteticas de Funcionamento para os Serviccedilos de Diaacutelise e daacute
outras providecircncias Acesso em 15082016 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisanvisa2014rdc0011_13_03_2014pdf
________ Conselho Nacional de Sauacutede - CNS Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de
2012 Disponiacutevel em httpwwwconselhosaudegovbrresolucoes2012Reso466pdf
acesso em 160314
BOLLNOW O F O homem e o espaccedilo Curitiba Editora UFPR 2008
BORGES FILHO O Espaccedilo e literatura introduccedilatildeo agrave topoanaacutelise Satildeo Paulo Ribeiratildeo
Graacutefica e Editora 2007
BOSI MLM Pesquisa qualitativa em sauacutede coletiva panorama e desafios Ciecircnc Sauacutede
Coletiva 2012 17575-86
BROCA PV FERREIRA MA Equipe de enfermagem e comunicaccedilatildeo contribuiccedilotildees para o
cuidado de enfermagem Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 02 de marccedilo de
2016]65(1)97-103 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n114pdf
111
BROCA PV FERREIRA MA Nursing staff and nonverbal communication Rev Reme
min enferm 18(3)697-702jul-set 2014
BROCA PV FERREIRA MA Processo de comunicaccedilatildeo na equipe de enfermagem
fundamentado no diaacutelogo entre Berlo e King Rev Esc Anna Nery 201519(3)467-474
BROCA PV FERREIRA MA Action plan for the communication process in a nursing team
Acta Scientiarum Health Sciences Maringaacute v 38 n 1 p 23-31 Jan-June 2016
BRUNI A Ensentildeanza de las competencias cineacutesica y proseacutemica a estudiantes de lenguas
extranjeras Nuacutecleo [online] 2011 vol23 n28 [acesso 2015 maio 06] pp 91-
114Disponiacutevelemlthttpwwwscieloorgvescielophpscript=sci_arttextamppid=S079897842
011000100004amplng=esampnrm=isogt ISSN 0798-
CAMELO S H H Competecircncia profissional do enfermeiro para atuar em Unidades de
Terapia Intensiva uma revisatildeo integrativa Revista Latino-Americana de Enfermagem v
20 n 1 p 192-200 2012
CAMERON LE ARAUacuteJO STC Visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo na assistecircncia em
enfermagem traumato-ortopeacutedica Rev Esc Enferm USP 2011 [online 45(1)95-9
[Disponiacutevel em] wwweeuspbrreeusp
CAVALCANTE RB CALIXTO P PINHEIRO MMK Anaacutelise de conteuacutedo consideraccedilotildees
gerais relaccedilotildees com a pergunta de pesquisa possibilidades e limitaccedilotildees do meacutetodo Inf amp
Soc Est Joatildeo Pessoa v24 n1 p 13-18 janabr 2014
CHEEVER KH HINKLE J L Brunner amp Suddarth Tratado de Enfermagem Meacutedico-
Ciruacutergica - 2 vols13ordf ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2015
CHERCHIGLIA ML et al Determinants of expenditures on dialysis in the Unified National
Health System Brazil 2000 to 2004 Cad Sauacutede Puacuteblica [online] 2010 vol26 n8
pp1627-1641 ISSN 1678-4464 Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0102-
311X2010000800016
CHOI ES LEE J Effects of a face-to-face self-management programo n knowledge self-
care practice and kidney function in patients with chronic kidney disease before the renal
replacement therapy Journal of Korean Academy of Nursing v42 n7 p 1070-78 2012
112
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem Anaacutelise de dados dos profissionais de
enfermagem existentes nos Conselhos Regionais Marccedilo de 2011 Disponiacutevel em
httpwwwportalcofengovbrsitenovositesdefaultfilespesquisaprofissionaispdf acesso
em 06052016
_______- Conselho Federal de Enfermagem Lei Cofen nordm 749886 Regulamentaccedilatildeo do
exerciacutecio de enfermagem Disponiacutevel em httpwwwportalcofengovbr
Site2007materiasaspArticleID=22ampsectionID=35 Acesso em 05082017
COSTA LRG NOVAES MR FERNANDES SEF LUNA LCG ALEXANDRE CS
Avaliaccedilatildeo do risco de doenccedila renal crocircnica em uma amostra populacional de diabeacuteticos Rev
Ciecircnc Sauacutede Nova Esperanccedila ndash Jun 201412(1) Disponiacutevel em
httpwwwfacenecombrwp-contentuploads201011AvaliaC3A7C3A3o-do-risco-
de-doenC3A7a-renal-crC3B4nicapdf Acesso em29072016
COSTAISR Food to memory kitchen representation in the lyric Lucia Maria Dal Farra
Rev Topus 2014 Disponiacutevel em
wwwrevistatopuscombrenenviados201654211110Acesso em23082017
CROSSETTI MGO BITTENCOURT GKGD LIMA AAA GOacuteES MGO SAURIN
Structural elements of critical thinking of nurses in emergency care Rev Gauacutecha Enferm
2014 set35(3)55-60 [on-line ]
Disponiacutevel em wwwseerufrgsbrrevistagauchadeenfermagem
CUNHA ACC SPANHOL CID Lideranccedila feminina caracteriacutesticas e importacircncia agrave
identidade da mulher Rev Saber Humano - Ano 4 nuacutemero 5 - 2014 ISSN 2178-7689
DESLAURIERS JP KEacuteRISIT M O delineamento de pesquisa qualitativa In POUPART
J e al A pesquisa qualitativa enfoques epidemioloacutegicos e metodoloacutegicos Petroacutepolis RJ
Vozes 2008p 127-153
FARIAS L M et al Comunicaccedilatildeo proxecircmica entre a equipe de enfermagem e o receacutem-
nascido na unidade neonatal Rev RENE Fortaleza v 11 n 2 p 37-43 abrjun 2010
Disponiacutevel em httpwwwrepositorioufcbrbitstreamriufc1466312010_art_lmfariaspdf
Acesso em 31 de julho de 2016
FERNANDES M CRUZ L Adesatildeo ao regime terapecircutico da pessoa em iniacutecio de
hemodiaacutelisendashintervenccedilatildeo do enfermeiro CIAIQ v 2 2017
FORMOZO GA et al As relaccedilotildees interpessoais no cuidado em sauacutede uma aproximaccedilatildeo ao
problema Revista Enfermagem UERJ v 20 n 1 p 124-127 2012
113
FRANCO RF STRALEN CJV The living space and its importance for the production of
subjectivity Psicologia em Revista Belo Horizontev18n3-402-419dez 2012
FURTADO AMO SOUZA SROS OLIVEIRA BL GARCIA CN El enfermero
asistencial y educador en una unidad de trasplante renal un desafio Enfermeriacutea Global vol
11 nuacutem 3 julio 2012 pp 346-350 Universidad de Murcia Murcia Espantildea
GALVAtildeO MTG PAIVA SS SAWADA NO PAGLIUCA LMF Anaacutelise da
comunicaccedilatildeo proxecircmica com portadores de hivAIDS Rev latino-am enfermagem 2006
julho-agosto 14(4) Disponiacutevel em wwweerpuspbrrlae Acesso em 121113
GEERTZ C A interpretaccedilatildeo das culturas - led ISreimpr - Rio de Janeiro LTC 2008
GIBBS G El anaacutelisis de datos en investigacioacuten cualitativa Ediciones Morata 2012
GRUBA C et al Processo de territorializaccedilatildeo e mapeamento em saude da familia Revista
do Curso de Enfermagem v 3 n 3 2015
HALL E T A Dimensatildeo ocultaTraduccedilatildeo Waldeacuteia Barcellos 1ordf ediccedilatildeo Ed Martins Fontes
Satildeo Paulo 2005
HELLER E A psicologia das cores como as cores afetam a emoccedilatildeo e a razatildeo [Traduccedilatildeo
Maria Luacutecia Lopes da Silva] 1 Ed Satildeo Paulo Gustavo Gili 2013
HORIGAN AE SCHNEIDER SM DOCHERTY S BARROSO J The experience and
self-management of fatigue in patients on hemodialysis Nephrol Nurs J [acesso em
27022016] v 40 n2 p113-22 marabr 2013 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
HUELGAS RG CASTELAO AM ARTOLA S GOacuteRRIZ JL MENEacuteNDEZ E Documento
de Consenso sobre el tratamiento de la diabetes tipo 2 en el paciente con enfermedad renal
crocircnica Nefrologiacutea (Madr) vol34 no1 Santander 2014 [acesso 2015 maio 05] Disponiacutevel
em httpdxdoiorg103265Nefrologiapre2013Nov12369
KNAPP ML HALL JA Comunicaccedilatildeo natildeo-verbal na interaccedilatildeo humana [Traduccedilatildeo
Barros MAL] ndash Satildeo Paulo JSN editora 1999
114
LANZONI GMM et al Interaccedilotildees no ambiente de cuidado explorando publicaccedilotildees de
enfermagem Rev bras enferm vol64 no3 Brasiacutelia MayJune 2011 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg101590S0034-71672011000300024 Acesso em 160816
LIM CHI EUNG DANFORN NG RACHEL W C CHENG NGA CHONG
LISA CIGOLINI MARIA KWOK CANNAS BRENNAN FRANK Advance care
planning for haemodialysis patients Cochrane Database Syst Rev 7 CD010737 2016 Jul
26| MEDLINE | ID mdl-27457661
LUumlDKE M ANDREacute MEDA Pesquisa em educaccedilatildeo abordagens qualitativas 2ordf ed
Satildeo Paulo EPU 2013
LUZ GM KUHNEN A O uso dos espaccedilos urbanos pelas crianccedilas explorando o
comportamento do brincar em praccedilas puacuteblicas Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica 263 (2013)
[acesso em 09 de abriel de 2016] 552-560 Disponiacutevel em
httpwwwredalycorgarticulooaid=18828877015
MACEDO SM SENA MCS MIRANDA KCL Consulta de enfermagem ao paciente
com HIV perspectivas e desafios sob a oacutetica de enfermeiros Revista Brasileira de
Enfermagem v 66 n 2 2013
MARCONI M A LAKATOS E M Fundamentos de Metodologia cientiacutefico 7ordm ed
Atlas 2011
MARTINS C RIELLA MC Nutriccedilatildeo e o Rim2ordf ediccedilatildeo - Guanabara Koogan 2013
MASSOCO ECP MELLEIRO MM Comunicaccedilatildeo e seguranccedila do paciente percepccedilatildeo dos
profissionais de enfermagem de um hospital de ensino Rev REME Rev Min Enferm 2015
abrjun 19(2) 187-191
MEDEIROS AJS MEDEIROS EMD Desafios do tratamento hemodialiacutetico para o portador
de insuficiecircncia renal crocircnica e a contribuiccedilatildeo da enfermagem Revista brasileira de
educaccedilatildeo e sauacutede v 3 n 1 2013
MENEZES FG BARRETO DV ABREU RM ROYEDAF PECOITS FILHO RF
Panorama do tratamento hemodialiacutetico financiado pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede - Uma
perspectiva econocircmica Rev J Bras Nefrol 201537(3)367-378
MENON Daniele MARTINS Andreia Pereira DYNIEWICZ Ana Maria Condiccedilotildees de
conforto do paciente internado em UTI neonatal Sauacutede v 1 n 1 2014
115
MINAYO MCS O desafio do conhecimento-Pesquisa qualitativa em sauacutede 13ordf Ed Satildeo
Paulo Hucitec Rio de Janeiro (RJ) Abrasco 2013
MINAYO MCS ASSIS SG SOUZA ER Avaliaccedilatildeo por triangulaccedilatildeo de meacutetodos
Abordagem de Programas Sociais Rio de janeiro Editora FioCruz 244 pp ISBN 85-
89697-06-1 3ordf reimpressatildeo 2010
MOURA L PRESTES IV DUNCAN B B Schmidt MI Building a national database
of patients receiving dialysis on the Brazilian Unified Health System 2000-2012 Rev
Epidemiol Serv Sauacutede v23 n2 Brasiacutelia jun 2014 Disponiacutevel em
httpdxdoiorg105123S1679-49742014000200004 Acesso em 31 de julho de 2016
MOURAtildeO CML ALBUQUERQUE MAS SILVA APS OLIVEIRA MS
FERNANDES AFC Comunicaccedilatildeo em enfermagem uma revisatildeo bibliograacutefica Rev rene
fortaleza v 10 n 3 p 139-145 julset2009
NERY I S GOMES I S MORAES S D S VIANA L M M Percepccedilatildeo de enfermeiras
sobre as relaccedilotildees interpessoais na consulta de enfermagem Revista de Enfermagem da
UFPI v 1 n 1 2012
NUNTABOOT KHANITTA Actual Nursing Competency among Nurses in Hospital in
Vietnam International Scholarly and Scientific Research amp Innovation 10(3) 2016
Disponiacutevel em wasetorgPublicationactual-nursingnurses-inin10004833 Acesso em
05082017
OLIVEIRA MB Aplicado ao projeto arquitetocircnico Da concepccedilatildeo agrave apresentaccedilatildeo de
projetos Editora Novatec 2015
OLIVEIRA S K P QUEIROZ A P O MATOS D P M MOURA A F LIMA
FET (2012) Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da literatura
Revista Brasileira de Enfermagem REBEn 65(1) 155 - 161 Acedido a 18052013
Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-
71672012000100023amplng=enampnrm=isoamptlng=PT
OLIVEIRA SKP et al Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da
literatura Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012
116
PERUSSO IAO Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador da Doenccedila Renal Dissertaccedilatildeo de
mestrado - (Universidade Federal de Pernambuco 2013-08-30) Disponiacutevel em
httprepositorioufpebrhandle12345678911450 acesso em 10052017
PESSOA NRC LINHARES FMP Hemodialysis patients with arteriovenous fistula
knowledge attitude and practice Rev Esc Anna Nery vol19 no1 Rio de
Janeiro JanMar[Internet] 2015[acesso em 10 de marccedilo de 2017] 19(1)73-79 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg1059351414-814520150010
PIESZAK GM TERRA MG NEVES ET PIMENTA LF PADOIN SMM RESSEL LB
Percepccedilatildeo dos profissionais de enfermagem acerca do cuidar em centro obsteacutetrico Rev Rene
2013 14(3)568-78
POTT FS STAHLHOEFER T FELIX JVC MEIER MJ Medidas de conforto e
comunicaccedilatildeo nas accedilotildees de cuidado de enfermagem ao paciente criacutetico Rev Bras Enferm
Brasiacutelia 2013 mar-abr 66(2) 174-9
PROCHET TC SILVA MJP Fatores ambientais como coadjuvantes na comunicaccedilatildeo e no
cuidar do idoso hospitalizado Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 08 de abril de
2016]65(3)488-94 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n3v65n3a14pdf
PROCHET TC SILVA MJP Proxecircmica as situaccedilotildees reconhecidas pelo idoso
hospitalizado que caracterizam sua invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial Texto amp Contexto
Enfermagem v17 n2 p321-326 2008 Disponiacutevel em HTTPdxdoiorg10159050104-
070720080002000014 Acesso em05102012
PUGGINA AC et al Percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo e necessodades dos familiares em
Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Anna Nery Enferm 18 (2)283-283 Apr-Jun2014
REBOUCcedilAS CBA PAGLIUCA LMF RODRIGUES JUacuteNIOR JC OLIVEIRA
GOB ALMEIDA PC El anaacutelisis comparativo de la comunicacioacuten no verbal entre enfermero
y paciente ciego Index enferm 24(3) 134-138 jul-sept 2015 IBECS | ID ibc-142698
RODRIGUEZ PA GARREOLMO J FRANCH NJ DIEZ EJ MUNDETTX BARROT
PJ et al Prevalence of chronic kidney disease in patients with type 2 diabetes in Spain
Percedime 2 study BMC Nephrol 20131446
RODRIGUES Fernando de Assis SANTANA Ricardo Cesar Gonccedilalves Restriccedilotildees
tecnoloacutegicas e de acesso a dados disponiacuteveis sobre destinos de repasses financeiros federais
117
para a sauacutede puacuteblica em ambientes informacionais digitais XIII Encontro Nacional de
Pesquisa em Ciecircncia da Informaccedilatildeo - 2013
SANTOS AR Metodologia cientiacutefica Construccedilatildeo do conhecimento ndash 8ordf Ed revisada
conforme NBR147242011 Rio de Janeiro Lamparina 2015
SAVI A E RECH G RF Apropriaccedilatildeo Espacial Das CrianccedilasndashUm estudo ergonocircmico no
paacutetio escolar Estudos em Design v 23 n 3 p 1-14 2015
SCHIMIDT TCG Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso hospitalizado Tese de
(Doutorado) ndash Universidade de Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Enfermagem Satildeo Paulo 2012
SCHIMIDT TCG YEDA YAO SILVA MJP Avaliaccedilatildeo mediata na replicaccedilatildeo do
Programa de Capacitaccedilatildeo em Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal em Gerontologia Rev esc enferm
USP [internet] [acesso em 13 de abril de 2016] vol49 no2 Satildeo Paulo marabr 2015
[Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0080-623420150000200017]
SCHIMIDT TCG SILVA MJP Reconhecimento dos aspectos tacecircsicos para o cuidado
afetivo e de qualidade ao idoso hospitalizadoRev esc enferm USP[internet] [acesso
em13 de abril de 2016] vol47 no2 Satildeo Paulo abr 2013 [httpdxdoiorg101590S0080-
62342013000200022
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Influecircncia das caracteriacutesticas fiacutesicas humanas na
comunicaccedilatildeo do profissional das sauacutede com o idoso REMErevminenferm17(3)510-
516jul-set2013 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfreeuspv46n312pdf Acesso
em15072015
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Proxecircmica e cineacutesica como recursos comunicacionais
entre o profissional de sauacutede e o idoso hospitalizado RevenfermUERJ 20(3)349-354 jul-
set 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_nlinksamppid=S0034-
7167201400060092800012amplng=en Acesso em 15072015
SESSO RC LOPES AA THOMEacute FS LUGON JR MARTINS CT Inqueacuterito
Brasileiro de Diaacutelise Crocircnica 2014 Rev J Bras Nefrol 201638(1)54-61
SHAUGHNESSY J ZECHMEISTERE ZECHMEISTERJ Research Methods in
Psychology Mc Graw-Hill Eduaction 10ordf edition 2014
118
SILVA MJP A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da enfermagem Capiacutetulo 4 Pag
50 a 64 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
SILVA MJP Comunicaccedilatildeo tem remeacutedio a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees interpessoais em
sauacutede 10ordfed Satildeo Paulo (SP) Loyola 2015
SILVA Larissa Gutierrez da MATSUDA Laura Misue WAIDMAN Maria Angeacutelica
Pagliarini The structure of a public emergency care service from the workers view
perspectives on quality Texto amp Contexto-Enfermagem v 21 n 2 p 320-328 2012
SILVA MAM PINHEIRO KB SOUZA AMA MOREIRA ACA Health promotion in
hospital settings Revista Brasileira de Enfermagem 64 (3)596-599 2011
SILVA TM RAQUEL MPS ALVESCS PAZ JSM ALTERACcedilAtildeO NO PALADAR
DE IDOSOS E SUAS REPERCUSSOtildeES NUTRICIONAIS Anais do 4ordm Congresso
Internacional de Envelhecimento Humano 2015
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC) SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA) VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010 95(1 supl1) 1-51)
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (SBN) Censo de diaacutelise SBN
2014Disponiacutevel em http wwwsbnorgbrpdfpublico2012pdf Acesso em 15062016
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM EM NEFROLOGIA (SOBEN)
Disponiacutevel emwwwsbnorgbrpdfcenso_2014_publicopdf acesso em 06022016
STAKE RE REIS K Pesquisa qualitativa estudando como as coisas funcionam Porto
Alegre (RS) Penso 2011
STEFANELLI MC CARVALHO EC A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da
enfermagem 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
STRAUSS AL CORBIN J Pesquisa Qualitativa Teacutecnicas e Procedimentos para o
Desenvolvimento de Teoria Fundamentada 2ordf ed Porto Alegre Artmed 2008
TEIXEIRA Maria Cristina Triguero Veloz et al Protective factors associated with emotional
and behavioral problems in school children Estudos de Psicologia (Campinas) v 31 n 4
p 539-548 2014
119
TERRA AC VAGHETTI HH Proxemics communication in nursing work an integrative
literature review Cienc enferm vol20 no1 Concepcioacuten abr 2014
TERRA AC Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de enfermeiros
hospitalares Dissertaccedilatildeo de (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande Escola de
Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Rio Grande 2013
TONG A FLEMMING K MCINNES E OLIVER S CRAIG J Enhancing transparency in
reportingthe synthesis of qualitative research ENTREQ BMC Med Res Methodol
[internet] 2012 [acesso em 10 de abril de 2016]12181-8 [Disponiacutevel em
httpbmcmedresmethodolbiomedcentralcomarticles1011861471-2288-12-181
UNITED STATES RENAL DATA SYSTEM (USRDS) Annual Data Report National
Institutes of Health National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases
Bethesda 2014
VALADARES GV VIANA LO O Processo de formaccedilatildeo na especialidade a partir da
experiecircncia do enfrentamento do conhecimento novo Rev Cogitare Enferm 2009 [acesso
em 08042016] AbrJun 14(2)379-83 Disponiacutevel em
httprevistasufprbrcogitarearticleviewFile1566810409
VASCONCELOS SG Comunicaccedilatildeo entre matildee-filho em alojamento conjunto a luz dos
fatores proxecircmicos Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Cearaacute UFC Universidade federal do Cearaacute
2006
YANG YI BAKER S KANNAN A RAMANAN D Recognizing proxemics in personal
photos Computer Vision and Pattern Recognition (CVPR) [internet] 2012 [acesso
em24052016] IEEE Conference on IEEE[internet] 2012
Disponiacutevelemhttpieeexploreieeeorgxplloginjsptp=amparnumber=6248095ampurl=http3
A2F2Fieeexploreieeeorg2Fxpls2Fabs_alljsp3Farnumber3D6248095
ZANARDO GM ZANARDO GM KAEFER CT Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de
Enfermagem Revista Contexto amp Sauacutede Ijuiacute bull v 10 bull n 20 bull JanJun 2011 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
120
APENDICE
15
APEcircNDICE A Termo de Consentimento do HUCFF e HUPE
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
121
16
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga
FilhoHUCFFUFRJ ndash R Prof Rodolpho Paulo Rocco ndeg 255 ndash Cidade UniversitaacuteriaIlha do
Fundatildeo - Sala 01D-461deg andar - pelo telefone 3938-2480 de segunda a sexta-feira das 8 agraves
15 horas ou atraveacutes do e-mail cephucffufrjbr
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
122
17
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
123
18
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Pedro
ErnestoHUEPUERJ ndash Rua Boulevard nordm 28 de setembro 77 - Vila Isabel Cep 20551-
030 - Rio de Janeiro ndash RJ Teacuterreo do HUPE Tels 2868-8253 e-mail cep-hupeuerjbr
Atendimento de segunda-feira a sexta-feira das 0900-1200h e 1300-1700h
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
124
19
APEcircNDICE B IDENTIFICACcedilAtildeO DOS SUJEITOS
Coacutedigo de identificaccedilatildeo ________________ Idade______________________
Sexo ( ) F ( ) M
Data ______________
Dados Profissionais
1Tempo de atuaccedilatildeo como enfermeiro________________________
2 Tempo de atuaccedilatildeo na nefrologia__________________________
3 Funccedilatildeo ( ) chefia ( ) assistecircncia ( ) chefiaassistecircncia
4 Haacute quanto tempo_________________________________________
5 Trabalha em outra instituiccedilatildeo com esta pacientela
( ) sim ( ) natildeo
6CapacitaccedilatildeoAperfeiccediloamento realizados apoacutes a graduaccedilatildeo
( ) sim ( ) natildeo
QualQuais
Contatos
Telefone___________________________________
Endereccedilo eletrocircnico___________________
125
20
APEcircNDICE C ndash QUESTOtildeES NORTEADORAS DE ENTREVISTA
Coacutedigo de identificaccedilatildeo________________________________
Data___________ Iniacutecio________________Teacutermino__________________
1 Identifique no mapeamento comportamental sua localizaccedilatildeo nos diferentes momentos
do cuidado
2 Quais as dificuldades e facilidades do ambiente para auxiliar na comunicaccedilatildeo durante
o cuidado (Mobiliaacuterio iluminaccedilatildeo biombos cadeiras maacutequina de diaacutelise poltronas
de HD posto de enfermagem bancada de preparaccedilatildeo de medicamentos balanccedila sala
de curativos pia para lavagem da fistula)
3 Identifique os diferentes sentidos corporais com as distacircncias mantidas durante o
cuidado intima pessoal social puacuteblica
4 Explique como a postura corporal do profissional pode ser avaliada favoravelmente
pelo paciente (de peacute sentado ombro a ombro de costas de frente)
5 Qual a sua percepccedilatildeo sobre a importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente na hemodiaacutelise
126
58
APEcircNDICE D Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado natildeo participante Coacutedigo de identificaccedilatildeo do sujeito______________________
Dados de identificaccedilatildeo do paciente
Coacutedigo do paciente
Data de nascimento Sexo Dia da semana Inicio da HD no setor
Fatores
proxecircmicos
Situaccedilatildeo
Tempo
de
duraccedilatildeo
Posiccedilatildeo Distacircncia Tom de voz Eixo dos
Interlocutor
es
Comportamento
de contato
Contato
visual
Comunicaccedilatildeo
verbal
Impressotildees da
pesquisadora
( )de peacute
( )sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( ) outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
127
82
ANEXO
128
82
ANEXO A ndashFolha de rosto da Plataforma Brasil
129
82
ANEXO B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia do HUPE
130
82
ANEXO C ndash Declaraccedilatildeo de coparticipante do HUCFF
83 131
82
ANEXO D- Parecer do EEANHESFA
132
82
ANEXO E- Parecer do HUCFFUFRJ
133
82
ANEXO F - Parecer do HUPE UERJ
134
ALESSANDRA GUIMARAtildeES MONTEIRO MOREIRA
OS SENTIDOS DO ESPACcedilO E DOS CORPOS NA HEMODIAacuteLISE A
COMUNICACcedilAtildeO PROXEcircMICA DA ENFERMAGEM COM O PACIENTE RENAL
Defesa de Tese de Doutorado apresentada ao
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo e Pesquisa da
Escola de Enfermagem Anna Nery
Universidade Federal do Rio de Janeiro como
preacute-requisito necessaacuterio para a obtenccedilatildeo do
tiacutetulo de Doutora em Enfermagem
Orientadora
Profordf Drordf Silvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
Rio de Janeiro
Setembro2017
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
OS SENTIDOS DO ESPACcedilO E DOS CORPOS NA HEMODIAacuteLISE A
COMUNICACcedilAtildeO PROXEcircMICA DA ENFERMAGEM COM O PACIENTE RENAL
Tese de Doutorado apresentada agrave banca examinadora do Curso de Doutorado em Enfermagem
da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro para fins
de Defesa de Tese
Aprovada em ___ de _________ de 2017 por
Presidente - Profordf Drordf Siacutelvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
Escola de Enfermagem Anna NeryUFRJ
1ordm Examinador ndash Profordf Drordf Cleotilde Garcia Reza
Universidade Autocircnoma do Estado do Meacutexico- UAEM
2ordm Examinador ndash Profordf Drordf Neacutebia Maria Almeida de Figueiredo
Escola de Enfermagem Alfredo Pinto -UNIRIO
___________________________________________________________________________
3ordm Examinador Profordf Drordf Angela Maria Bittencourt F da Silva
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ
___________________________________________________________________________
4ordm Examinador Profordf Drordf Glaucia Valente Valadares
Escola de Enfermagem Anna Nery UFRJ
Suplente ndash Profordf Drordf Marta Sauthier
Escola de Enfermagem Anna Nery UFRJ
Suplente ndash Profordf Drordf Maria Juacutelia Paes da Silva
Escola de Enfermagem da USP
Rio de Janeiro
Setembro2017
3
Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial deste trabalho por qualquer meio
convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte
Moreira Alessandra Guimaratildees Monteiro
Os sentidos do espaccedilo e dos corpos na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo proxecircmica da
enfermagem com o paciente renal Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira - Rio de
Janeiro UFRJEEAN 2017
135f Il 31cm
Orientadora Profordf Drordf Siacutelvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
Teses - Doutorado ndash UFRJEEANPrograma de Poacutes- Graduaccedilatildeo em
Enfermagem 2017
Referecircncias f107-148
1 Proxecircmica 2 Comunicaccedilatildeo natildeo verbal 3 Diaacutelise Renal 4 Enfermagem I Arauacutejo
Siacutelvia Teresa Carvalho (Orient) II Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de
Enfermagem Anna Nery Programa de Poacutes- Graduaccedilatildeo em Enfermagem III Tiacutetulo
CDD 61073
4
DEDICATOacuteRIA
Agrave minha famiacutelia Andreacute (marido) Gabriel e Lucas (filhos) Pelo amor e incentivo que
recebo diariamente de vocecircs Muito obrigada pelo apoio durante minha jornada pela
compreensatildeo das minhas ausecircncias durante a realizaccedilatildeo desta pesquisa e ainda por
acreditarem em mim em momentos em que eu mesma me sentia desanimada Amo vocecircs
Agrave minha matildee Nely Moema a quem devo tudo que sou Pelo amor incondicional
sempre me apoiando em minhas decisotildees Pela garra e coragem de lutar pela sua famiacutelia
Obrigada por tudo que fizeste por mim e pelos meus filhos Eu te amo
5
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida que tens me dado Agradeccedilo pela sauacutede famiacutelia amigos e pela
oportunidade de estar vivenciando este momento uacutenico em minha vida
Ao meu marido Andreacute que sempre esteve presente me apoiando e incentivando nos
momentos de desanimo e de incertezas trazendo suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento da
minha vida profissional e familiar Vocecirc e meus filhos satildeo o incentivo para continuar nesta
jornada Vocecircs satildeo tudo na minha vida
Aos meus Pais Joseacute Luiz e Nely Moema aos quais devo minha vida Fico feliz por
estar realizando um sonho ao qual vocecircs tambeacutem fazem parte Amo vocecircs
Agrave minha irmatilde Danielle parceira em vaacuterios momentos da minha vida Vocecirc que
sempre apoiou minha realizaccedilatildeo profissional muito obrigada pela forccedila
Agrave minha professora orientadora e amiga Profordf Drordf Silvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
por ter confiado no meu potencial e pela coragem de caminhar comigo desde minha iniciaccedilatildeo
cientiacutefica ateacute a conclusatildeo desta tese Seus ensinamentos sua sabedoria e seu jeito meigo e
carinhoso de ser me cativaram desde o primeiro momento Se hoje escrevo esta tese eacute porque
vocecirc me proporcionou fazer parte do seu mundo este que me apaixono cada vez mais e que
permite explorar tudo aquilo que sempre almejei - Conhecimento essencial para cuidar
Ao meu Padrasto Daniel (in memorian) foi a partir da necessidade de ajudaacute-lo na
DRC que busquei os estudos infelizmente vocecirc natildeo estaacute aqui para ver meu trabalho mas
aonde quer que esteja sei que estaacute torcendo por mim
Aos membros da Banca Examinadora que me acompanharam desde a defesa do
projeto com valiosiacutessimas contribuiccedilotildees
Profordf Drordf Cleotilde Garcia Reza que se disponibilizou a fazer parte desta banca e
trouxe contribuiccedilotildees significativas para a construccedilatildeo deste Sempre tatildeo solicita e atenciosa
passa uma energia tatildeo boa que mesmo a distacircncia eu pude recebecirc-la
Profordf Drordf Neacutebia Mordf Almeida de Figueiredo quanta sabedoria em uma uacutenica pessoa
Obrigada por acreditar em mim ldquoO saacutebio natildeo eacute aquele que conhece tudo e sim aquele que
estaacute aberto a novos conhecimentos
Profordf Drordf Angela Maria Bittencourt da Silva que prontamente aceitou na fase final de
defesa a participar da banca e abrilhantou com seus conhecimentos
6
Profordf Drordf Glaucia Valente Valadares pelas inuacutemeras contribuiccedilotildees que me ajudaram a
organizar meus pensamentos crescer aprender refletir e acima de tudo percorrer esse
caminho com seguranccedila
Profordf Drordf Marta Sauthier desde a graduaccedilatildeo acompanhou minha busca pelo
conhecimento e sei que sempre torceu por mim Seus olhos dizem tudo quando a vejo minha
eterna admiraccedilatildeo
Profordf Drordf Maria Juacutelia Paes da Silva que com muita luz e paz sempre esteve
acompanhando e torcendo pelas minhas conquistas
Aos membros do Grupo de Pesquisa Comunicaccedilatildeo de Enfermagem Hospitalar -
Pacientes de Alta Complexidade (CEHCAC) esta oportunidade de fazer parte de um grupo eacute
muito enriquecedor pois cada um traz consigo experiecircncias uacutenicas que ao somaacute-las faz a
diferenccedila de uma grande equipe
Agrave amiga Maria de Faacutetima Pinto Silva do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa por estar
sempre disponiacutevel a me auxiliar durante os tracircmites de submissatildeo do projeto ao comitecirc
Sempre atenciosa nas orientaccedilotildees eacute um exemplo de mulher matildee e profissional muita
dedicaccedilatildeo em tudo que faz Eu te adoro Fafa
Ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem Anna Nery pela constante
disponibilidade e pelos oportunos esclarecimentos sempre prestados com carinho zelo e
dedicaccedilatildeo
Agrave equipe da Biblioteca da EEAN pelos vaacuterios momentos de compartilhamentos de
saberes e pelas ajudas prestadas
7
RESUMO
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Os sentidos do espaccedilo e
dos corpos na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo proxecircmica da enfermagem com o paciente
renal Tese (Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade
Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2017
Objeto do estudo a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro frente ao paciente portador de
Doenccedila Renal Crocircnica na Hemodiaacutelise (HD) Objetivos do estudo caracterizar o
conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de
Enfermagem na Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como
elemento essencial na qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir o ambiente da
sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo do cuidado Metodologia
estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa por meio do meacutetodo etnograacutefico
O cenaacuterio foram duas unidades de Nefrologia localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
sendo estes Hospitais Universitaacuterios Os participantes da pesquisa foram 12 enfermeiros do
setor de nefrologia que atuam no cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise Os dados foram
captados por meio de observaccedilatildeo sistematizada participante atentando para os itens
proxecircmicos e entrevista gravada com questotildees semiestruturadas A anaacutelise temaacutetica a partir
dos depoimentos dos participantes baseando-se em Bardin (2011) triangulados com os itens
observados resultou nas categorias o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo e no mapeamento comportamental proxecircmico da enfermagem e cliente
durante a hemodiaacutelise Resultados O ambiente do cuidado em HD eacute demarcado pelo uso dos
espaccedilos iacutentimo e pessoal na execuccedilatildeo de procedimentos e pelas interaccedilotildees com o paciente A
posiccedilatildeo do mobiliaacuterio centralizado e equidistante do posto de enfermagem determinou uma
proxemia mais pessoal visto que tudo estava centralizado e exigiu pouco distanciamento da
equipe de enfermagem durante o cuidado A atuaccedilatildeo puacuteblica estaacute definida pela maior
distacircncia na disposiccedilatildeo dos mobiliaacuterios em relaccedilatildeo ao posto de enfermagem pois isso tambeacutem
interfere na proxemia da equipe e consequentemente na comunicaccedilatildeo deste com o cliente
Em ambos os cenaacuterios pesquisados os sentidos do espaccedilo evidenciaram que a posiccedilatildeo
corporal pessoal eacute necessaacuteria e influencia na interaccedilatildeo pode transmitir confianccedila a quem se
cuida e empatia para compartilhar emoccedilotildees Discussatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao
qual existe uma triacuteade no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos
corporais e a forma como nos comunicamos O ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer
lugar o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com
o paciente atentando para natildeo violar sua privacidade o uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio um
fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e fixas do
espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro Os sentidos do espaccedilo
representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com confianccedila de quem se cuida empatia
ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e formas diferentes de se comunicar eacute
expressar arranjos espaciais singulares com fluxo adequado estabelecer coacutedigos de
comunicaccedilatildeo ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando
conforto seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar quanto agrave qualidade das
interaccedilotildees Conclusatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade no
processo de cuidar o espaccedilo fiacutesico-ambiente com o uso dos sentidos corporais e a forma
8
como nos comunicamos A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no
cuidado e a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo
de redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
Palavras Chaves Proxecircmica diaacutelise renal relaccedilotildees interpessoais cuidados de enfermagem
9
ABSTRACT
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 The senses of space and
bodies in hemodialysis the proxemic communication of nursing with the renal patient Thesis
(Doctorate in Nursing) - Anna Nery School of Nursing Federal University of Rio de Janeiro
Rio de Janeiro 2017
Purpose of the study the Proxemic Communication of the nurse in front of the patient with
Chronic Renal Disease in Hemodialysis (HD) Objectives of the study to characterize the
knowledge of nurses on Proxemic Communication in the context of Nursing care in
Hemodialysis to evaluate the importance of Proxemic Communication as an essential
element in the quality of interaction and care provided discuss the environment of the
hemodialysis room and its strategies for demarcating the care space Methodology an
exploratory descriptive study with a qualitative approach using the ethnographic method
The research was based on two Nephrology units located in the city of Rio de Janeiro these
University Hospitals Participants in the study were 12 nurses from the nephrology sector who
work on patient care during hemodialysis Data were collected through systematic observation
of the participant considering the proxemic items and recorded interview with semistructured
questions The thematic analysis from the participants statements based on Bardin (2011)
triangulated with the observed items resulted in the categories the nursing care environment
in hemodialysis senses of the space of care in hemodialysis production of nurses knowledge
about communication and on the proxemic behavioral mapping of nursing and clients during
hemodialysis Results The HD care environment is marked by the use of intimate and
personal spaces in the execution of procedures and by interactions with the patient The
position of the furniture centralized and equidistant from the nursing station determined a
more personal proxemia since everything was centralized and required little distance of the
nursing team during the care The public performance is defined by the greater distance in the
disposition of the furniture in relation to the nursing station as this also interferes in the
proxemia of the team and consequently in the communication of this with the client In both
scenarios the senses of space showed that personal body position is necessary and influences
the interaction it can transmit confidence to those who care and empathy to share emotions
Discussion Proxemic Communication is one to which there is a triad in the process of caring
with the physical space with the use of the bodily senses and the way we communicate The
HD care environment is everywhere the use of intimate and personal spaces is for performing
procedures and interactions with the patient taking care not to violate their privacy the use of
social space requires a more efficient flow of communication without interference from the
semi-fixed and fixed characteristics of the space and this is centralized for the nurse The
senses of space represent that it is necessary to have a good interaction with the confidence of
those who care empathy in sharing emotions knowing that there are different habits and
ways of communicating is to express singular spatial arrangements with adequate flow
establish communication codes have communication skills maintain the different distances
providing comfort security and privacy share emotions attention to the quality of the
interactionsConclusion Proxemic communication is one to which there is a triad in the
caring process the physical-environmental space with the use of the bodily senses and the
way we communicate The discussion about the space of work the senses involved in care
and communication in relationships should be constantly promoted with the goal of
redesigning the processes of care What does not add value should be withdrawn for nursing
professionals to optimize their efforts
Keywords Proxemics renal dialysis interpersonal relations nursing care
10
RESUMEN
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Los sentidos del espacio
y de los cuerpos en hemodiaacutelisis la comunicacioacuten proxeacutemica de la enfermeriacutea con el paciente
renal Tesis (Doctorado en Enfermeriacutea) - Escuela de Enfermeriacutea Anna Nery Universidad
Federal de Riacuteo de Janeiro Riacuteo de Janeiro 2017
Objeto de estudio la Comunicacioacuten Proxeacutemica del enfermero frente al paciente portador de
Enfermedad Renal Croacutenica en la Hemodiaacutelisis (HD) Objetivos del estudio caracterizar el
conocimiento de los enfermeros sobre Comunicacioacuten Proxeacutemica en el contexto del cuidado de
Enfermeriacutea en la Hemodiaacutelisis Evaluar la importancia de la Comunicacioacuten Proxeacutemica como
elemento esencial en la calidad de la interaccioacuten y del cuidado otorgado Discutir el ambiente
de la sala de hemodiaacutelisis y sus estrategias para demarcar el espacio del cuidado
Metodologiacutea estudio exploratorio descriptivo con enfoque cualitativo por medio del
meacutetodo etnograacutefico El escenario de investigacioacuten fueron dos unidades de Nefrologiacutea
ubicadas en el municipio de Riacuteo de Janeiro son estos Hospitales Universitarios Los
participantes de la investigacioacuten fueron 12 enfermeros del sector de nefrologiacutea que actuacutean en
el cuidado al paciente durante la hemodiaacutelisis Los datos fueron captados por medio de
observacioacuten participante considerado para los iacutetems proxeacutemicos y entrevista grabada con
preguntas semiestructuradas El anaacutelisis temaacutetico a partir de los relatos de los participantes
basaacutendose en Bardin (2011) triangulados con los iacutetems observados genero las categoriacuteas el
ambiente del cuidado de enfermeriacutea en la hemodiaacutelisis los sentidos en el espacio de cuidado
en hemodiaacutelisis la produccioacuten del conocimiento de los enfermeros sobre comunicacioacuten y el
mapeo conductual proxeacutemico de la enfermeriacutea y el cliente durante la hemodiaacutelisis
Resultados El ambiente del cuidado en HD es demarcado por el uso de los espacios iacutentimo y
personal en la ejecucioacuten de procedimientos y por las interacciones con el paciente La
posicioacuten del mobiliario centralizado y equidistante del puesto de enfermeriacutea determinoacute una
proxemia maacutes personal ya que todo estaba centralizado y exigioacute poco distanciamiento del
equipo de enfermeriacutea durante el cuidado La actuacioacuten puacuteblica estaacute definida por la mayor
distancia en la disposicioacuten de los muebles en relacioacuten al puesto de enfermeriacutea pues eso
tambieacuten interfiere en la proxemia del equipo y consecuentemente en la comunicacioacuten del
cliente En ambos escenarios investigados los sentidos del espacio evidenciaron que la
posicioacuten corporal personal es evidente la interaccioacuten al poder transmitir confianza a quien se
cuida y empatiacutea para compartir emociones Discusioacuten La posicioacuten adoptada por los
miembros del equipo de enfermeriacutea puede ser consciente de no violar la privacidad del
cliente y la ocupacioacuten del espacio social fue necesaria para asegurar un flujo de
comunicacioacuten maacutes eficiente aunque se determinoacute por interferencia de las caracteriacutesticas
semifijas y fijas del espacio Saber que existen haacutebitos y formas diferentes de comunicarse
que debemos expresar corporalmente buenos arreglos por la posicioacuten espacial singulares con
un flujo de expresiones adecuadas que durante nuestra comunicacioacuten establecemos coacutedigos
importantes que debemos mejorar las habilidades comunicativas puede resultar en el
mantener las diferentes distancias que proporcionan confort seguridad y privacidad De todo
ello resulta asertiva para compartir calidad visual y un buen patroacuten de cuidado durante la
interaccioacuten Conclusioacuten Comunicacioacuten Proxeacutemica es aquella a la que existe una triacuteada en el
proceso de cuidar el espacio fiacutesico-ambiente el uso de los sentidos corporales y la forma en
como nos comunicamos La discusioacuten sobre el espacio del trabajo los sentidos involucrados
en el cuidado y la comunicacioacuten en las relaciones deben ser promovidos constantemente con
11
el objetivo de redisentildear los procesos del cuidado Lo que no agrega valor debe ser retirado
para que los profesionales de enfermeriacutea optimicen sus esfuerzos
Palabras claves Proxeacutemica diaacutelisis renal relaciones interpersonales cuidados de
enfermeriacutea
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Zonas de distanciamento propostas por Hall (2005)
34
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
36
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
52
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
66
Figura 6b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
68
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
72
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
73
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
101
13
LISTA DE TABELAS QUADROS
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e
ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise
renalrdquo AND ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 3 Fatores proxecircmicos da HALL (2005)
31
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
62
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
64
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
82
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
96
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros do HUCFF 2016
54
14
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo 46
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
47
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
47
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na
hemodiaacutelise
49
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
49
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
50
15
LISTA DE SIGLAS
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEHCAC Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
CONEP Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa
DeCS Descritores em Ciecircncias da Sauacutede
DEMC Departamento de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica
DRC Doenccedila Renal Crocircnica
EEAN Escola de Enfermagem Anna Ney
FAPERJ Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
HD Hemodiaacutelise
HESFA Hospital Escola Francisco de Assis
HIV Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
NUPENH Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar
SCIELO Scientific Electronic Library Online
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TRS Terapia Renal Substitutiva
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
HUPE Hospital universitaacuterio Pedro Ernesto
HUCFF Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga filho
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
SOBEN Sociedade Brasileira de nefrologia
SAE Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
SBN Sociedade Brasileira de Nefrologia
16
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS 12
LISTA DE TABELAS E QUADROS 13
LISTA DE GRAacuteFICOS 14
LISTA DE SIGLAS 15
CAPIacuteTULO I - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 18
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica 18
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo 21
Questotildees norteadoras 23
Objetivos da pesquisa 23
Tese 23
13 Relevacircncia justificativa e contribuiccedilotildees da pesquisa 23
CAPIacuteTULO II ndash FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 28
21A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
28
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo
humana
30
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise 32
CAPIacuteTULO III ndash O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO
ESTUDO
39
31 Identificando a pesquisa 39
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa 40
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados 41
34 O cenaacuterio da pesquisa e suas caracteriacutesticas fiacutesicas 42
17
35 Participantes da pesquisa 44
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise 45
CAPIacuteTULO IV ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES 55
CAPIacuteTULO V - RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS 63
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise 64
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise 83
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo 97
COSIDERACcedilOtildeES FINAIS 105
REFEREcircNCIAS 109
APEcircNDICES 120
Andash TCLE do HUCFF e HUPE 121
Bndash Identificaccedilatildeo dos Sujeitos 125
C ndash Questotildees norteadoras de entrevista 126
Dndash Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado Participante 127
ANEXOS 128
A ndash Folha de Rosto da Plataforma Brasil 129
B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia HUPE 130
C ndash Declaraccedilatildeo de Coparticipante HUCFF 131
D ndash Parecer da EEANUFRJ 132
E ndash Parecer do HUCFFUFRJ 133
F- Parecer do HUPEUERJ 134
18
CAPIacuteTULO I
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica
A inquietaccedilatildeo e motivaccedilatildeo para realizar um estudo que busca refletir sobre as
estrateacutegias utilizadas pelo Enfermeiro na perspectiva da comunicaccedilatildeo natildeo verbal Proxecircmica
nos cuidados aos pacientes com Doenccedila Renal Crocircnica (DRC) em tratamento dialiacutetico
tiveram seu ponto de partida nas experiecircncias adquiridas durante a minha inserccedilatildeo preacutevia na
aacuterea de nefrologia Essa experiecircncia se intensificou na participaccedilatildeo no grupo de pesquisa
Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) pelo
Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar (NUPENH) do Departamento de Enfermagem
Meacutedica-Ciruacutergica (DEMC) da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) UFRJ desde
agosto de 2009 e que estende ateacute os dias atuais
Esta inserccedilatildeo ainda durante a graduaccedilatildeo possibilitou por meio da bolsa de iniciaccedilatildeo
cientiacutefica com financiamento pela Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (FAPERJ) investigar durante dois anos sobre como se daacute o cuidado de enfermagem
no acircmbito da Terapia Renal Substitutiva (TRS) e o autocuidado do paciente com o acesso
vascular da fiacutestula arteriovenosa
O projeto atendeu tambeacutem agraves demandas da disciplina eletiva intitulada ldquoOficina de
Elaboraccedilatildeo de Projeto de Pesquisardquo o que resultou no relatoacuterio final monograacutefico de
conclusatildeo de curso intitulada ldquoEnfermagem e paciente na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo natildeo
verbal e o autocuidadordquo ambas sob a mesma orientaccedilatildeo Nestes estudos busquei temas que
tratassem do autocuidado uma aproximaccedilatildeo com os tipos de comunicaccedilatildeo natildeo verbais e da
atuaccedilatildeo do enfermeiro na nefrologia
Para fortalecer a linha de investigaccedilatildeo centrada na comunicaccedilatildeo natildeo verbal durante o
cuidado ao paciente em situaccedilotildees complexas de sauacutede elaborei um projeto dando iniacutecio ao
mestrado no qual fui bolsista da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) no primeiro ano e no segundo ano fui contemplada com a bolsa de
mestrado ldquonota 10rdquo financiada pela FAPERJ Este recurso possibilitou a minha dedicaccedilatildeo ao
curso de mestrado o que resultou na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoDistacircncias e
Proximidades do Corpo em Hemodiaacutelise um estudo sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
Cuidado de Enfermagemrdquo
19
O estudo permitiu identificar se a equipe de enfermagem do setor de hemodiaacutelise
potencializa a posiccedilatildeo de seu corpo como instrumento do cuidar por meios interativos ou natildeo
para o desenvolvimento de suas accedilotildees de cuidado e por existir vaacuterios elementos envolvidos na
comunicaccedilatildeo proxecircmica elementos esses que permeiam a interaccedilatildeo entre as pessoas houve a
necessidade de se ter uma observaccedilatildeo do processo comunicativo entre equipe de enfermagem
e o paciente para uma efetiva avaliaccedilatildeo da assistecircncia prestada O objeto de estudo baseou-se
na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da equipe de Enfermagem no cuidado ao paciente em
hemodiaacutelise e foram claramente captados apontados classificados e explanados no decorrer
do estudo atendendo aos objetivos propostos
Investigar comunicaccedilatildeo em um ambiente hospitalar de alta complexidade como o
setor de hemodiaacutelise eacute um processo difiacutecil de ser operacionalizado porque comportamentos e
gestos natildeo satildeo normalmente identificados e nomeados com facilidade Podemos dizer que o
comportamento proxecircmico como parte de uma linguagem natildeo verbal pode ser muitas vezes
enigmaacutetico no processo de comunicaccedilatildeo (PROCHET SILVA 2012)
Os fatores contextuais que levam ao comportamento de aproximaccedilatildeo repercutem nas
accedilotildees do fazer em enfermagem e consequentemente na qualidade e eficaacutecia dos cuidados
prestados O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em relaccedilatildeo aos
outros durante a conversaccedilatildeo Neste setor os viacutenculos afetivos satildeo estreitos onde relaccedilotildees de
amizade e afeto ocorrem o tempo todo pois a proximidade eacute intensa devido ao tempo de
permanecircncia e do tratamento contiacutenuo
O ambiente em que as pessoas se comunicam frequentemente contribui para uma
maior aproximaccedilatildeo ou afastamento dos corpos Assim tanto a frequecircncia como o conteuacutedo
das mensagens satildeo influenciados por vaacuterios aspectos do ambiente em que se comunicam Este
ambiente influencia nosso comportamento mas tambeacutem podemos alteraacute-lo a fim de provocar
certos tipos de resposta (HALL 2005)
Para aperfeiccediloar e adquirir novas experiecircncias realizei o curso de especializaccedilatildeo de
Enfermagem em Nefrologia que me possibilitou colocar em praacutetica as atividades como
enfermeira junto aos pacientes do setor de nefrologia do Hospital Universitaacuterio resultando
outro estudo intitulado ldquo A visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo no cuidado de Enfermagem
em hemodiaacuteliserdquo
Preparar um paciente para a hemodiaacutelise eacute um desafio para o enfermeiro pois o
paciente pode natildeo compreender o impacto da diaacutelise e as necessidades de aprendizado podem
passar despercebidas A boa comunicaccedilatildeo entre a equipe de diaacutelise (no hospital e na cliacutenica
ambulatorial) equipe da unidade e o paciente eacute essencial para o fornecimento do cuidado
20
adequado e contiacutenuo visando estimular o autocuidado O diagnoacutestico de insuficiecircncia renal
crocircnica e a necessidade de diaacutelise frequente tecircm um impacto muito grande sobre o paciente e
a famiacutelia (FURTADO et al 2012)
Sendo assim o enfermeiro deveraacute estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila fazendo com
que o paciente se sinta encorajado a questionar suas duacutevidas sobre a doenccedila as accedilotildees corretas
para evitar complicaccedilotildees e tambeacutem contribuir para que ele entenda se a forma pelo qual ele
escolheu para enfrentar adversidades advindas no processo favorece ou natildeo uma melhor
qualidade de vida O paciente natildeo deve ser apenas passivo no tratamento deve atentar para as
alteraccedilotildees fiacutesicas e fisioloacutegicas que ocorrem durante a evoluccedilatildeo da DRC
Os enfermeiros enquanto profissionais da aacuterea de sauacutede preocupados com o ser
humano precisam desenvolver meios instrumentos teacutecnicas habilidades capacidades e
competecircncias para oferecer ao mesmo a oportunidade de uma existecircncia mais digna mais
compreensiva menos solitaacuteria no momento da doenccedila Stefanelli (2012) afirma que eacute por
meio da comunicaccedilatildeo estabelecida com o paciente que podemos compreendecirc-lo em seu todo e
em sua visatildeo de mundo isto eacute seu modo de pensar sentir agir e ajudaacute-lo a reequilibrar-se
mais rapidamente
Assim acontece na comunicaccedilatildeo entre a enfermagem e o paciente pois eacute preciso que
haja algueacutem atento a identificar as manifestaccedilotildees sejam elas verbais ou natildeo e disposto a
intervir ouvir trocar ideias e informaccedilotildees sobre eventuais problemas que possam surgir
durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos no setor
As accedilotildees e reaccedilotildees no contexto de cuidado de enfermagem apontam para a dialeacutetica da
constituiccedilatildeo dos sistemas defensivos O mesmo objeto que faz comunicar tambeacutem pode fazer
silenciar As manifestaccedilotildees expressas pelos enfermeiros satildeo resultantes de comportamentos
em termos de experiecircncias profissionais e pela necessidade de uma intervenccedilatildeo adequada E
na complexidade do cuidado em diaacutelise a decodificaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo ganha importacircncia
por trazer agrave tona aspectos da intersubjetividade (SCHIMIDT YEDA SILVA 2015)
Segundo Arauacutejo (2000) apud Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) ao se explorar os
sentidos corporais para compreensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal do paciente eacute possiacutevel uma
relaccedilatildeo mais integral sentindo com a razatildeo e pensando com a emoccedilatildeo A arte de cuidar
atraveacutes da percepccedilatildeo e da criatividade possibilita explorar plenamente os sentidos corporais
identificando semelhanccedilas e diferenccedilas nas necessidades da seleccedilatildeo do cuidado singular
Considerando tais reflexotildees pode-se relacionaacute-las com a assistecircncia ao paciente renal crocircnico
quando muitas vezes usamos o corpo o olhar os gestos o modo de falar como instrumentos
de controle e poder ainda que isso possa ocorrer sem a total consciecircncia de nossas intenccedilotildees
21
o que torna mais grave a situaccedilatildeo Explorar os sentidos permite detectar os indiacutecios natildeo
verbais do paciente como o cineacutesico taceacutesico proxecircmico silecircncio e a paralinguagem
considerando-os e valorizando-os durante nossa assistecircncia (ARAUacuteJO 2000)
O cuidar vai aleacutem do conhecimento teacutecnico e cientiacutefico mesmo que esse processo
envolva complexidade e especificidade Para os pacientes ser cuidado significa estabelecer
relacionamento interpessoal e as interaccedilotildees no cuidado natildeo se estabelecem de maneira
puramente teacutecnica
O tratamento dialiacutetico eacute contiacutenuo tornando-se uma rotina Entretanto o enfermeiro e
paciente a cada dia estabelecem uma forma de comunicaccedilatildeo diferente seja ela verbal ou natildeo
verbal e eacute a partir da compreensatildeo da comunicaccedilatildeo estabelecida que a assistecircncia ao paciente
torna-se eficaz pois se natildeo houver esta percepccedilatildeo as accedilotildees seratildeo puramente tecnicista sem
ou com pouca perspectiva de um cuidado singular
Enquanto enfermeira e professora percebo a urgecircncia de mudanccedilas no que concerne agrave
elaboraccedilatildeo de estrateacutegias que possibilitem uma comunicaccedilatildeo mais efetiva entre equipe de
enfermagem e paciente da DRC haja vista seu tratamento (diaacutelise) causar nos pacientes um
impacto em suas relaccedilotildees sociais familiares e em seu estado fiacutesico-psicoloacutegico afetando
seriamente suas vidas em todos os sentidos De acordo com Pessoa e Linhares (2015) o
estresse a anguacutestia e a depressatildeo pelos quais muitos desses pacientes passam tecircm raiacutezes na
carecircncia de informaccedilotildees sobre a doenccedila seu tratamento e sua expectativa de vida
Eacute com a perspectiva de ampliar a produccedilatildeo do conhecimento que busco no Curso de
Doutorado Acadecircmico de Enfermagem subsiacutedios para desenvolver eou aperfeiccediloar
mecanismos de leitura corporal natildeo verbal e verbal do tipo proxecircmico para abordagem
terapecircutica do Enfermeiro junto ao paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo
Os dados fornecidos pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em Enfermagem
demonstram um crescente aumento do nuacutemero de pessoas 107607 pacientes em 2012 com
Doenccedila Renal Crocircnica em tratamento dialiacutetico no Brasil Este fenocircmeno estaacute de acordo com o
observado nos uacuteltimos anos na literatura internacional que sinaliza para uma contiacutenua e
sustentada tendecircncia no aumento da taxa de prevalecircncia da doenccedila renal crocircnica em todo
mundo (SOBEN 2014)
22
E a hemodiaacutelise eacute uma das modalidades de tratamento amplamente utilizado para
manutenccedilatildeo e controle das funccedilotildees de pacientes portadores da doenccedila renal crocircnica
envolvendo diferentes aspectos na adaptaccedilatildeo e na adesatildeo do paciente ao tratamento
(CHEEVER HINKLE 2015) Este processo de adaptaccedilatildeo a nova condiccedilatildeo de vida pode
causar um impacto negativo a qualidade de vida do paciente interferindo nos seus haacutebitos de
vida social e a equipe de enfermagem deve ficar atenta aos sinais de dificuldade
compreendendo a realidade vivida por ele e articulando conhecimentos cientiacuteficos e as
experiecircncias do cotidiano de quem eacute cuidado
Ao conhecer a realidade a visatildeo de mundo e as expectativas de cada paciente a
enfermagem deve priorizar as necessidades impliacutecitas e natildeo somente as exigecircncias
terapecircuticas Para estimular a adesatildeo e favorecer um conhecimento amplo do tratamento da
DRC eacute necessaacuterio estimular accedilotildees com o paciente como atividades educativas e apoiar o
autocuidado ampliando a autonomia da pessoa com DRC Os profissionais de acordo com
Brasil (2014) devem desenvolver accedilotildees como interconsultas discussatildeo de casos momento de
educaccedilatildeo permanente conjuntos intervenccedilotildees no territoacuterio e intersetoriais a fim de
compartilhar a responsabilidade pelo cuidado de uma populaccedilatildeo especiacutefica de ampliar a
capacidade de anaacutelise e de intervenccedilatildeo aumentando a resolutividade dos respectivos pontos
de atenccedilatildeo envolvidos no processo de apoio matricial
Dessa forma a enfermagem deve proporcionar um ambiente que favoreccedila a interaccedilatildeo
e uma comunicaccedilatildeo que permita a aquisiccedilatildeo de valores relacionados agrave sauacutede bem como no
exerciacutecio de pensar criacutetico e reflexivo sobre sua proacutepria condiccedilatildeo com oportunidade de
diaacutelogo em que a problematizaccedilatildeo aconteccedila a partir da realidade que cerca o sujeito
Para Lim et al (2016) o contato existente entre enfermagem e o paciente se torna
intenso devido ao tratamento dialiacutetico ser contiacutenuo mas o viacutenculo soacute pode ser estabelecido
quando ampliamos nossa capacidade de observaccedilatildeo e dedicaccedilatildeo na interaccedilatildeo Podemos
aguccedilar nossa capacidade de captar as necessidades do paciente para ofertar um cuidado nas
diferentes formas de se comunicar Atraveacutes da leitura das manifestaccedilotildees natildeo verbais
proxecircmicas da enfermagem e do paciente pode-se criar maneiras diferentes de intervir a fim
de facilitar e alcanccedilar os objetivos de uma assistecircncia de enfermagem mais singular
individualizada e solidaacuteria (AZEVEDO et al 2017)
Surgiu dessa forma o interesse em pesquisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica no cuidado de
enfermagem em setor especializado especificamente na unidade de nefrologia O uso do
espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal e influencia o relacionamento interpessoal A
comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado social do espaccedilo ou seja estuda como o homem
23
estrutura inconscientemente o proacuteprio espaccedilo (HALL 2005) Nesse contexto delimitei para
guiar o estudo agrave questatildeo norteadora De que maneira o enfermeiro se comporta no cenaacuterio
de cuidado de hemodiaacutelise
E para que haja uma compreensatildeo do tipo de Comunicaccedilatildeo Proxecircmica estabelecida
entre o enfermeiro e o paciente com o intuito de viabilizar uma qualidade aos cuidados
prestados este estudo traz como objeto a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro na interaccedilatildeo
com o paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
Para o alcance das metas da pesquisa estabelecemos como objetivo geral
Produzir conhecimento sobre a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como demarcador de espaccedilo
e interaccedilatildeo de enfermeiros na hemodiaacutelise
Objetivos especiacuteficos
Caracterizar o conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
contexto do cuidado de Enfermagem na Hemodiaacutelise
Avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial no
cuidado de enfermagem
Discutir o ambiente da sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo
do cuidado
A tese que se defende neste estudo eacute de que o enfermeiro na accedilatildeo de cuidado em
hemodiaacutelise ao identificar e ao considerar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal com destaque na
proxecircmica potencialize avanccedilos na interaccedilatildeo e demarque seu espaccedilo
Os fatores relevantes na interaccedilatildeo durante a hemodiaacutelise em questatildeo satildeo a relaccedilatildeo
que os comunicantes estabelecem entre si a distacircncia espacial entre eles a orientaccedilatildeo do
corpo e do rosto a forma como se tocam ou se evitam o modo como dispotildeem e se
posicionam entre os objetos no espaccedilo durante o cuidado relacionando-as a abordagem e a
eficaacutecia da comunicaccedilatildeo proxecircmica
24
13 Justificativas relevacircncia e contribuiccedilotildees da pesquisa
Acredito na enfermagem como uma das profissotildees que apresenta consideraacuteveis
perspectivas de crescimento e valorizaccedilatildeo no mercado de trabalho apesar da crise de
desemprego que assola o paiacutes e o mundo na atualidade Entretanto os enfermeiros vecircm se
firmando nas diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo e apropriando cada vez mais de espaccedilos distintos
sobretudo naquelas onde permanece o investimento em sua capacitaccedilatildeo profissional
aumentando seus conhecimentos buscando a especializaccedilatildeo para aproveitar as chances de
trabalhos que possam surgir no mercado
Nessa perspectiva de discussatildeo tambeacutem considero essencial aprofundar as reflexotildees agrave
luz das accedilotildees dos profissionais de enfermagem ao paciente no cuidado nas Terapias Renais
Substitutivas (TRS) colocando em relevo as expressotildees natildeo verbalizadas que podem
favorecer a qualidade do cuidado por detalhar como elas se apresentam no contexto Ao
identificaacute-las iremos verificar como elas interferem e ampliam o cuidado teacutecnico Um modo
estrateacutegico de intervenccedilatildeo pelo uso consciente da leitura natildeo verbal do paciente por meio dos
sentidos facilita a compreensatildeo sobre o outro de forma singular gerado atraveacutes de nossas
experiecircncias
A comunicaccedilatildeo eacute um instrumento que pode e deve ser utilizado como um alicerce do
cuidado de enfermagem ou seja a comunicaccedilatildeo pode ser vista como um elemento
fundamental no cuidado prestado agrave pessoa como uma ferramenta importante na sua
implementaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute uma das abordagens de interesse na
enfermagem pois trata do jogo de distacircncias e proximidades que entretecem as pessoas no
espaccedilo traduz os modos pelos quais nos colocamos e movemos uns em relaccedilatildeo aos outros
como gerimos e ocupamos o espaccedilo envolvente considerada a presenccedila do outro (HALL
2005)
Quando se compreende o processo comunicativo como ele se forma e as suas
consequecircncias torna-se mais faacutecil para o profissional de enfermagem perceber indicativos
natildeo verbalizados do paciente para interagir considerando as necessidades nelas impliacutecitas Ao
reconhecer expressotildees e os sentidos atribuiacutedos podemos auxiliaacute-lo no enfrentamento dos
desafios durante o cuidado prestado
Com o propoacutesito de justificar a pesquisa foi realizado um levantamento sobre os
estudos que abordam o objeto ao acessar as Bases de dados Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) via Bireme Pub Med e a Scientific Electronic
Library Online (SCIELO) SCOPUS BANCO DE TESES DA UFRJ
25
Os criteacuterios de inclusatildeo foram idiomas portuguecircs inglecircs ou espanhol artigos
publicados na iacutentegra possuir sua versatildeo completa acessiacutevel e com data de publicaccedilatildeo dentro do
recorte temporal determinado de 5 anos Foram excluiacutedos todos os artigos em que os sujeitos da
pesquisa fossem crianccedilas ou adolescentes artigos em duplicidade nos perioacutedicos Para analisar
os artigos foi organizada uma planilha com os seguintes itens o perioacutedico o ano de
publicaccedilatildeo o tiacutetulo os autores o paiacutes de publicaccedilatildeo os profissionais que realizaram os
estudos uma siacutentese do artigo e contribuiccedilotildees sobre o tema Foram captados vinte e sete
artigos e selecionados dezenove conforme objeto do estudo
Em um primeiro momento natildeo foi utilizado o descritorMesh ldquoenfermagemrdquo em
combinaccedilatildeo com os descritores ldquoinsuficiecircncia renal crocircnicardquo e ldquoproxecircmicardquo Essa estrateacutegia
foi feita propositalmente com intuito de conhecer as produccedilotildees dos diversos domiacutenios do
conhecimento que se interessam em estudar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal na interaccedilatildeo humana
Inicialmente buscamos uma ampla localizaccedilatildeo no assunto sem especificidade utilizando
os descritores isoladamente Assim procuramos estudos sobre diaacutelise renal e proxecircmica sem
utilizar o cruzamento entre eles e sem o recorte temporal obtendo como resultados os observados
no quadro 1 abaixo
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal 1783 296 876 1478 15
Proxecircmica 101 12 08 23 01
Com esse resultado percebe-se que o tema de diaacutelise renal eacute estudado nos diferentes
contextos da aacuterea da sauacutede E em uma leitura flutuante dos tiacutetulos foi identificado que a
temaacutetica eacute abordada por vaacuterias aacutereas de formaccedilatildeo destacando-se entre as mais frequentes a
nutriccedilatildeo psicologia enfermagem odontologia e medicina
Posteriormente realizamos o cruzamento dos descritores com o uso do operador
booleano AND com o criteacuterio de recorte temporal de 5 anos
26
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise renalrdquo
AND ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal
AND
Proxecircmica
1
0
0
0
1
Os temas de maior incidecircncia nos uacuteltimos 10 anos nas outras pesquisas da
Comunicaccedilatildeo Proxecircmica foram Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de
enfermeiros hospitalares (Terra 2013) Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso
hospitalizado (Schimidt 2012) Comunicaccedilatildeo entre matildee e filho durante a amamentaccedilatildeo
(Farias 2010) Invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial e o idoso (Prochet 2008) Proxecircmica na
interaccedilatildeo com paciente queimado (Silva 2006) Proxecircmica com portadores de HIVAIDS
(Galvatildeo 2006) Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da matildee e filho no alojamento conjunto
(Vasconcelos 2006)
Outra semelhanccedila entre os estudos eacute o objetivo proposto pelos mesmos uma vez que
todos se propuseram a analisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica atraveacutes das interaccedilotildees percebidas
entre os sujeitos da pesquisa agrave luz dos fatores proxecircmicos de Hall (2005) Os estudos
analisados referem-se agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica como uma ferramenta facilitadora no
processo de interaccedilatildeo entre os sujeitos poreacutem alertam para a necessidade de saber exploraacute-la
Tal alerta eacute bem visto ao passo que a comunicaccedilatildeo proxecircmica corresponde natildeo soacute agrave
linguagem natildeo verbal mas tambeacutem agrave relaccedilatildeo existente entre o ambiente e as pessoas na qual
as mesmas o influenciam e satildeo por ele influenciadas Por isso a comunicaccedilatildeo proxecircmica pode
utilizar como um instrumento para fins de anaacutelises pessoas lugares e suas interaccedilotildees e natildeo
somente sujeitos com a linguagem comprometida e ou natildeo desenvolvidos
(VASCONCELOS 2006 GALVAtildeO 2006 FARIAS 2010 PROCHET 2008 SCHIMIDT
2012)
Outros artigos apontam haacute necessidade de implementarem programas treinamentos
planos de accedilatildeo ou estrateacutegias que possibilitem a incorporaccedilatildeo e revisatildeo durante a interaccedilatildeo ou
seja ampliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca do processo de
comunicaccedilatildeo em prol da qualidade e da praacutetica do cuidado de enfermagem
Espera-se que o estudo possa contribuir para compreensatildeo do conhecimento da
enfermagem na utilizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como um instrumento ou ferramenta baacutesica do
27
cuidado Fortalecer a atuaccedilatildeo do enfermeiro junto ao paciente portador de DRC por meio de
recursos da comunicaccedilatildeo este ter condiccedilotildees de reconhecer precoce e amplamente as
necessidades de intervenccedilotildees planejando executando e avaliando a assistecircncia a ser prestada
visando e garantindo o bem estar de quem se cuida
Os profissionais na assistecircncia de enfermagem poderatildeo entender e compreender seu
comportamento para lidar melhor com sua forma de interagir Quando o profissional assume a
comunicaccedilatildeo natildeo verbal aleacutem de perceber com maior precisatildeo os sentimentos do paciente
potencializa sua proacutepria comunicaccedilatildeo enquanto elemento transmissor de mensagens (SILVA
2012)
Na aacuterea do ensino de enfermagem e na formaccedilatildeo de outros profissionais na aacuterea da
sauacutede os resultados podem situaacute-los na aprendizagem com exemplos praacuteticos e conteuacutedos
didaacuteticos promovendo debates e reflexotildees criacuteticas sobre o assunto A produccedilatildeo de
conhecimento sobre comunicaccedilatildeo natildeo verbal proxecircmica fortalece a linha de pesquisa
Enfermagem Hospitalar e a produccedilatildeo no grupo de pesquisa - Comunicaccedilatildeo na Enfermagem
Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) do Nuacutecleo de Pesquisa em
Enfermagem Hospitalar (NUPENH)
28
CAPIacuteTULO II
FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
A comunicaccedilatildeo eacute uma habilidade que pode ou natildeo ser desenvolvida nas pessoas e
para que se desenvolva esta habilidade eacute necessaacuterio que se esteja consciente de sua existecircncia
Segundo Puggina et al (2014) natildeo temos consciecircncia de nossa comunicaccedilatildeo natildeo verbal visto
que por vezes contradizemos o dito verbalmente pela expressatildeo facial ou corporal de
negaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo verbal ganha importacircncia no processo comunicativo pois ela pode
suplementar uma informaccedilatildeo verbal (complementado ou rejeitando) contradizer enfatizar
substituir oferecer indiacutecios sobre emoccedilotildees ou mesmo controlar ou regular um
comportamento
Para a enfermagem a comunicaccedilatildeo pode ser vista como uma necessidade humana
baacutesica uma habilidade que o enfermeiro deve desenvolver ou um instrumento baacutesico
utilizado durante o cuidado E como instrumento a comunicaccedilatildeo eacute uma das ferramentas que o
enfermeiro utiliza para desenvolver e aperfeiccediloar o saber-fazer profissional
Entender comunicaccedilatildeo como um processo que viabiliza a qualidade dos
relacionamentos que deve ser estabelecida nas relaccedilotildees de trabalho seja com a equipe de
sauacutede no registro das atividades de enfermagem na assistecircncia ao paciente famiacutelia e
comunidade aleacutem de evitar que barreiras de comunicaccedilatildeo interfiram na eficiecircncia do processo
de cuidar
O enfermeiro apresenta-se de uma forma muito tecnicista buscando sempre se
aprimorar com as novas tecnologias mas acaba esquecendo o primordial a essecircncia de um
atendimento que eacute ter uma boa comunicaccedilatildeo com o paciente visando um cuidado com
qualidade De acordo com Pott et al(2013) o cuidado humanizado e de qualidade ao paciente
muitas vezes eacute minimizado frente agraves tecnologias presentes em ambientes complexos
Conforme Mouratildeo et al(2009) a comunicaccedilatildeo envolve relaccedilotildees interpessoais e
frequentemente podem ocorrer problemas dificuldades e restriccedilotildees de maneira que a
mensagem enviada natildeo eacute decodificada corretamente A dificuldade de expressatildeo eacute percebida
em muitas pessoas poreacutem este problema se agrava no acircmbito da sauacutede O profissional que
29
natildeo se comunica bem acaba sofrendo com as consequumlecircncias de natildeo ser compreendido Saber
articular as informaccedilotildees usar a linguagem corporal e fazer contato visual com os
interlocutores natildeo eacute uma tarefa faacutecil principalmente possuir a habilidade de escutar As
dificuldades na comunicaccedilatildeo podem estar relacionadas com falta de explicaccedilatildeo clara sobre
seus serviccedilos em que o profissional deve executar falta de comprometimento ou ateacute mesmo o
perfil da pessoa Esta dificuldade de comunicaccedilatildeo entre os profissionais de um setor tambeacutem
gera desgaste e conflitos desnecessaacuterios refletindo em todo ambiente do trabalho
Antes de comeccedilarmos uma comunicaccedilatildeo devemos pensar em todos os pontos
envolvidos pois vocecirc estaraacute sempre buscando um objetivo um resultado Eacute importante traccedilar
estrateacutegias para envolver os indiviacuteduos no seu ambiente relacionando-os ao assunto desejado
entendendo que todos tecircm uma opiniatildeo Segundo Pott et al(2013) estrateacutegias devem ser
pensadas com o intuito de proporcionar uma praacutetica de enfermagem mais humana a qual
visualize o indiviacuteduo natildeo apenas como mais um e sim como um ser possuidor de
experiecircncias proacuteprias mesmo quando estas experiecircncias natildeo possam ser expressas por
palavras
Como tudo na vida precisa de evoluccedilatildeo e aprimoramento natildeo eacute diferente com a
comunicaccedilatildeo eacute um processo contiacutenuo Ser objetivo e assertivo na comunicaccedilatildeo natildeo eacute uma
missatildeo faacutecil para o profissional principalmente da aacuterea de sauacutede que estaacute sempre envolvido
com a autoestima dos pacientes Para Stefanelli e Carvalho (2012) a comunicaccedilatildeo deve ser
considerada como competecircncia interpessoal a ser adquirida pelo enfermeiro E que deveraacute ser
usada de modo terapecircutico para permitir que o enfermeiro atenda ao paciente em todas as suas
dimensotildees
Uma comunicaccedilatildeo efetiva eacute uma competecircncia necessaacuteria a todo ser humano
principalmente no mundo em que vivemos cada vez mais os profissionais estatildeo mais
conscientes da importacircncia da boa comunicaccedilatildeo Segundo Broca e Ferreira (2012) quando
aumentamos a nossa capacidade de influenciar e sermos influenciados podemos favorecer o
desenvolvimento de um cuidado tambeacutem efetivo para com o paciente
Na hora de delegar as tarefas uma boa comunicaccedilatildeo eacute muito importante Todos os
envolvidos em um setor de enfermagem estatildeo conscientes dos afazeres a serem executados
mas nada iraacute adiantar caso ele natildeo saiba transmitir as informaccedilotildees agrave equipe de trabalho e aos
pacientes Se comunicar eacute saber informar ensinar educar motivar ou desmotivar Para Broca
e Ferreira (2012) a comunicaccedilatildeo busca a interaccedilatildeo dos envolvidos no processo unindo- os na
transmissatildeo das mensagens buscando uma sauacutede de forma qualificada e humanizada
30
A comunicaccedilatildeo natildeo se daacute apenas pelo que falamos mas tambeacutem pelas atitudes e pelo
silecircncio O nosso corpo fala por intermeacutedio dos gestos e a percepccedilatildeo eacute pela maneira e natildeo
pelo que estaacute sendo dito
Nosso corpo quando falamos assume diferentes posturas que ajudam a traduzir
melhor o significado das palavras que proferimos e a cineacutesia parte da ciecircncia que estuda o
comportamento cineacutetico do corpo mostra que a postura corporal e as expressotildees corporais
dos interlocutores quando satildeo compreendidas por ambos a comunicaccedilatildeo teraacute mais chances
de se tornar efetiva
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo humana
O termo proxecircmica descreve o espaccedilo pessoal de indiviacuteduos num meio social e
segundo Hall (2005) eacute definindo-o como o conjunto das observaccedilotildees e teorias referentes ao
uso que o homem faz do espaccedilo enquanto produto cultural especiacutefico Descreve as distacircncias
mensuraacuteveis entre as pessoas conforme elas interagem distacircncias e posturas que natildeo satildeo
intencionais mas sim resultado do processo de aculturaccedilatildeo (REBOUCcedilAS et al 2015)
Para Hall (2005) o uso do espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal que
influecircncia o relacionamento interpessoal e a comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado
social do espaccedilo ou seja estuda o uso que o homem faz do proacuteprio espaccedilo O autor afirma
que a evoluccedilatildeo do homem caracteriza-se pelo desenvolvimento dos receptores remotos os
olhos os ouvidos e o nariz ocupam-se do exame de objetos distantes Jaacute os receptores
imediatos o mundo do tato as sensaccedilotildees que recebemos pela pele membranas e muacutesculos
satildeo usados para examinar o mundo de perto Schimidt e Silva (2012) e Bruni (2011)
concordam que a utilizaccedilatildeo do espaccedilo eacute determinada culturalmente sendo a percepccedilatildeo da
distacircncia e a proximidade resultados dos sistemas sensoriais como a visatildeo audiccedilatildeo olfato e
tato Em diversas culturas existentes esses canais sensoriais podem adquirir mais importacircncia
do que outros
Para se ter uma noccedilatildeo geral das complexidades relativas ao sistema visual e auditivo
pode-se realizar uma comparaccedilatildeo do tamanho dos nervos que fazem a ligaccedilatildeo dos olhos e dos
ouvidos com os centros no ceacuterebro De acordo com Hall (2005) o nervo oacuteptico conteacutem
aproximadamente dezoito vezes mais neurocircnios que o nervo auditivo no qual supomos que
ele transmita no miacutenimo essa quantidade a mais de informaccedilotildees Em pessoas em estado
normal de atenccedilatildeo eacute provaacutevel que os olhos cheguem a ser ateacute mil vezes mais eficazes que os
ouvidos na varredura de informaccedilotildees A informaccedilatildeo visual costuma ser menos ambiacutegua e
31
mais focalizada que a informaccedilatildeo auditiva contudo uma exceccedilatildeo importante eacute a audiccedilatildeo de
uma pessoa com deficiecircncia visual que aprende a ser seletivo para frequecircncias sonoras mais
altas que lhe permitam localizar objetos num aposento Jaacute o olfato contribui para recordaccedilotildees
muito mais profundas que a visatildeo ou a audiccedilatildeo (CAMERON ARAUacuteJO 2011)
No espaccedilo taacutetil as experiecircncias taacuteteis e visuais do espaccedilo estatildeo entrelaccediladas entre si
tal qual natildeo podem ser separadas Em seus estudos o psicoacutelogo James Gibson (1950) associa
a visatildeo ao tato e afirma que existe um fluxo de impressotildees sensoriais mais apuradas quando se
compreende e se utiliza ativamente a realidade com os dois sentidos O tato ativo (a palpaccedilatildeo)
permite que os sujeitos de experimentos reproduzam com 95 de precisatildeo objetos abstratos
aos quais natildeo tinham acesso visual Com o tato passivo (o ser tocado) somente eacute possiacutevel
uma precisatildeo de 45
Para a anaacutelise proxecircmica devemos considerar alguns fatores envolvidos nas distacircncias
entre as pessoas Neste sentido Hall (2005) elenca oito fatores tambeacutem conhecidos como
dimensotildees proxecircmicas os quais permitem uma caracterizaccedilatildeo da postura proxecircmica do
individuo conforme a apresentaccedilatildeo do quadro abaixo
Quadro 3 Fatores proxecircmicos de Hall (2005)
A Postura-sexo analisa o sexo dos participantes e a posiccedilatildeo baacutesica dos interlocutores
seja em peacute sentado ou deitado
Eixo sociofugo-
sociopeto
sociofugo revela o desencorajamento da interaccedilatildeo enquanto o
sociopeto revela a aproximaccedilatildeo Nessa dimensatildeo ocorre uma anaacutelise do
acircngulo dos ombros dos interlocutores seja face a face de costas um
para o outro ou qualquer outra angulaccedilatildeo
Fatores cineacutesicos
utilizam-se da observaccedilatildeo dos movimentos para analisarem a
proximidade entre os interlocutores distribuiacutedos entre quatro zonas
proxecircmicas iacutentima pessoal social e puacuteblica
Coacutedigo visual identifica o contado visual ocorrido nas interaccedilotildees como olho no olho
ou ausecircncia de contato
Coacutedigo teacutermico eacute a extrema sensibilidade da pele agraves mudanccedilas de temperatura e de
textura
Coacutedigo olfativo analisa a percepccedilatildeo dos interlocutores ao grau de odores e suas
caracteriacutesticas O olfato permite natildeo soacute diferenciar os indiviacuteduos mas
32
detectar qual eacute o seu estado afetivo Ainda mais os cheiros tecircm o dom
de evocar recordaccedilotildees muito mais profundas do que as imagens ou
sons
Volume de voz analisa a adequaccedilatildeo do tom de voz utilizado pelos envolvidos
Comportamento
de contato
refere-se agraves formas de relaccedilotildees taacuteteis como agarrar apalpar acariciar
segurar demoradamente tocar localizado apertar roccedilar acidentalmente
ou sem nenhum contato fiacutesico
Esses elementos satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer interaccedilatildeo Segundo
Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma interaccedilatildeo eacute diretamente
proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo adequada
eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma determinada situaccedilatildeo pessoa e
tempo (ALVES et al 2015)
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise
A territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta caracteriacutesticas
reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de sua proacutepria
espeacutecie O territoacuterio tem um papel na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que
fornece informaccedilotildees sobre limites que definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A
territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves
funccedilotildees pessoais e sociais a dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais
amplo e seu ao acesso ao territoacuterio dos mais fracos dito dominado (HALL 2005)
O territoacuterio eacute carregado de intencionalidades que se manifestam no espaccedilo A
intenccedilatildeo das pessoas ao escolherem um lugar ou optarem por ficar onde estatildeo imprimindo
nele uma local que reflete essas intenccedilotildees e interaccedilotildees corresponde ao territoacuterio As relaccedilotildees
dessas pessoas com o espaccedilo e entre si pressupotildeem a existecircncia de poder (teacutecnico econocircmico
social poliacutetico e cultural) e eacute isto que caracteriza o territoacuterio construiacutedo num dado tempo e
espaccedilo encerrando portanto a realidade
O comportamento espacial do homem se manifesta em diferentes niacuteveis e para Hall
(2005) os trecircs niacuteveis de espaccedilos que permitem uma melhor anaacutelise proxecircmica satildeo o espaccedilo de
organizaccedilatildeo fixa o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixa e o espaccedilo informal
33
Os espaccedilos de organizaccedilatildeo fixa e semifixa apresentam uma concepccedilatildeo geograacutefica
estaacutetica estando intimamente relacionado ao conceito de territorialidade Quando o indiviacuteduo
se desloca esses espaccedilos natildeo se movem natildeo o acompanham (GRUBA et al 2015)
O espaccedilo de organizaccedilatildeo fixa compreende segundo Hall (2005) todos os elementos
invariantes do espaccedilo Deve-se entender como elementos invariantes aqueles insusceptiacuteveis
de modificaccedilatildeo em seu posicionamento e orientaccedilatildeo pela accedilatildeo humana Os edifiacutecios de
construccedilatildeo humana satildeo um exemplo de organizaccedilatildeo fixa Igualmente o seu modo de
agrupamento bem como o seu modo de particcedilatildeo interna em cocircmodos corresponde tambeacutem a
estruturas fixas
Jaacute o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixas diz respeito ao modo como satildeo dispostos todos
os componentes espaciais suscetiacuteveis de deslocamento ou seja objetos moacuteveis A disposiccedilatildeo
do mobiliaacuterio nos ambientes constitui o exemplo tiacutepico de espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas
Segundo Hall (2005) de forma similar ao espaccedilo de organizaccedilotildees fixas a maneira como
arrumamos os objetos que satildeo nossos os lugares onde os dispomos dependem de nossos
paradigmas culturais
O espaccedilo informal por sua vez eacute um espaccedilo pessoal estabelecido ao redor do corpo
do indiviacuteduo que eacute ldquocarregadordquo quando este se move Sendo por esta razatildeo denominado
tambeacutem de espaccedilo dinacircmico A anaacutelise dos espaccedilos informais levou Hall a realizar uma seacuterie
de estudos relacionados agraves distacircncias interpessoais Em funccedilatildeo das distacircncias observadas Hall
(2005) definiu quatro categorias de espaccedilos informais iacutentima pessoal social puacuteblica (Figura
1)
As distacircncias propostas por Hall (2005) satildeo representadas por cores (Figuras 1 e 2) e
foram escolhidas quatro cores para representar as distacircncias na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
vermelho intimo laranja pessoal amarelosocial e verdepuacuteblico As cores estatildeo associadas
a um determinado efeito ou seja natildeo eacute uma combinaccedilatildeo aleatoacuteria de cores mas um efeito
conjunto de cores com representaccedilatildeo dos espaccedilos Utilizando a escala colorimeacutetrica proposta
por Heller (2013) tem-se como objetivo facilitar a identificaccedilatildeo visual das distacircncias e
aproximaccedilotildees da equipe de enfermagem no espaccedilo Essa identificaccedilatildeo atraveacutes da visualizaccedilatildeo
das cores representa o mapa comportamental das posiccedilotildees da equipe no ambiente da
hemodiaacutelise
34
Figura 1 Zonas de distanciamento
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
As distacircncias podem variar conforme os fatores individuais pois existem pessoas que
sempre preservam uma zona de espaccedilo pessoal miacutenima enquanto que outros mantecircm zonas
de espaccedilo relativamente grandes Estas diferenccedilas satildeo afetadas por sexo raccedila cultura e
personalidade Existem tambeacutem os fatores situacionais que diz respeito de quem satildeo os
interlocutores e o que estes estatildeo fazendo haacute certas relaccedilotildees e atividades que exigem
distacircncias maiores que outras para uma adequada comunicaccedilatildeo e proteccedilatildeo (SILVA 2015)
Haacute uma convivecircncia iacutentima ou
de luta quando obrigada em
situaccedilotildees sociais em que ocorre
o contato fiacutesico o calor humano
e a transmissatildeo de odores
Tratamento de assuntos
impessoais natildeo ocorre contato
fiacutesico poreacutem existe o contato
visual
A essa distacircncia se produz uma
cuidadosa escolha das palavras e
da forma das frases formal os
detalhes da inflexatildeo da voz e da
expressatildeo facial se perdem
Assuntos de interesse e relaccedilatildeo
pessoais se tratam a essa
distacircncia
35
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
Para Broca e Ferreira (2014) haacute toda uma diversidade de fatores que modificam as
distacircncias interpessoais fatores estes que diminuem as distacircncias interpessoais como a
atraccedilatildeo a amizade a cooperaccedilatildeo a similaridade a coesatildeo familiar os oacuteculos escuros ou olhos
fechados Assim como fatores que aumentam as distacircncias interpessoais como o estigma a
ameaccedila a ansiedade o insulto o olhar inapropriado a desordem mental o fumo o acircngulo de
aproximaccedilatildeo lateral a estatura alta entre outros
Embora as pesquisas da comunicaccedilatildeo natildeo verbal tenham um enfoque maior no
comportamento e interaccedilatildeo das pessoas atualmente tem sido dispensada uma atenccedilatildeo maior agrave
influecircncia de fatores natildeo humanos como o ambiente onde ocorrem essas interaccedilotildees (TERRA
VAGHETTI 2014) Fazem parte dos fatores ambientais o mobiliaacuterio estilo de arquitetura
decoraccedilatildeo de interiores condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo as cores a temperatura os ruiacutedos entre
outros A disposiccedilatildeo os materiais as formas dos objetos do ambiente podem ter influecircncia no
resultado durante a interaccedilatildeo do relacionamento interpessoal como uma mesa entre os
interlocutores que pode caracterizar com uma forma de afastamento e distanciamento
dificultando o estabelecimento de uma comunicaccedilatildeo mais profiacutecua
O espaccedilo eacute uma dimensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal que interfere na relaccedilatildeo dos
interlocutores como as cores de um ambiente que podem gerar um ambiente tenso ou
tranquumlilizador a temperatura muito fria ou quente desestabilizam e podem interferir (HALL
36
2005 SCHIMITDH e SILVA 2013) O nuacutemero de saiacutedas e janelas quanto mais fechado
maior a tensatildeo pois em um ambiente abafado e quente as pessoas tendem a sair do local Jaacute
um ambiente mais acessiacutevel com temperatura adequada e harmonioso aumenta a frequecircncia
de interaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos interlocutores
Para Bollnow (2008) arquiteto e filoacutesofo alematildeo ao estudar a relaccedilatildeo do indiviacuteduo
com o espaccedilo identificou que o ldquoespaccedilo vivenciadordquo eacute diferente do espaccedilo vivencial O
espaccedilo vivenciado eacute entendido como um espaccedilo no sentido subjetivo e deve ser tomado como
uma ldquoexperiecircncia do espaccedilordquo vivida pelo sujeito que interferiraacute na sua subsistecircncia e na
compreensatildeo de si e do mundo Ou seja devemos estudar o espaccedilo como elemento de
referecircncia para a existecircncia humana O sujeito precisa de um espaccedilo de referecircncia um espaccedilo
de habitaccedilatildeo que eacute o espaccedilo do mundo onde o homem pode se encontrar com um elemento
natildeo estranho fazendo identificaccedilotildees e significaccedilotildees
Sendo assim o espaccedilo da hemodiaacutelise eacute quando o enfermeiro deveraacute utilizar-se de
estrateacutegias para detectar indiacutecios de alteraccedilotildees fisioloacutegicas e emocionais de seu paciente e ser
capaz de intervir nos diferentes momentos eacute neste espaccedilo que ressignifica-se o conceito de
cuidar de si mostrando ao paciente a necessidade de adesatildeo e participaccedilatildeo no processo de
cuidar Natildeo haacute conquistas no tratamento sem a participaccedilatildeo ativa e contiacutenua do paciente ele
deveraacute entender o quanto eacute importante a interaccedilatildeo com a equipe para um cuidado efetivo
Articular em um espaccedilo com grande demanda de cuidado e com nuacutemero significativo
de pacientes habilidades comunicativas natildeo verbais como a proxecircmica pode natildeo ser faacutecil de
ser identificada pela equipe de enfermagem principalmente porque haacute riscos dos espaccedilos de
hemodiaacutelise se tornarem um ldquoformigueirordquo humano como ocorre atualmente nas cliacutenicas
sateacutelites com 36 pacientes de uma uacutenica vez em sala de hemodiaacutelise Desta forma torna-se
um desafio e implica em um maior conhecimento do enfermeiro sobre comunicaccedilatildeo
proxecircmica e sua importacircncia no cuidado de enfermagem
Dados da Sociedade Brasileira de nefrologia (SBN) afirmam que o aumento do
nuacutemero total estimado de pacientes em diaacutelise no paiacutes vem crescendo continuamente esses
dados apontam que o nuacutemero de pacientes em tratamento aumentou em meacutedia 5 ao ano
entre 2011-2014 (SBN 2014) O nuacutemero estimado de pacientes que iniciaram tratamento em
2014 no Brasil foi de 36548 correspondendo a uma taxa de incidecircncia de 180 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) (Figura 3)
37
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
Jaacute as taxa de prevalecircncia de tratamento dialiacutetico referentes agraves caracteriacutesticas
demograacuteficas da populaccedilatildeo brasileira que apresenta DRC em 2014 foi de 552 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) variando por regiatildeo entre 364 pacientes pmp na regiatildeo Norte a
672 pacientes pmp na regiatildeo Sudeste (Figura 4)
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
38
Os dados registram que as regiotildees Sudeste Sul e Centro-Oeste apresentam as maiores
taxas de prevalecircncia enquanto as regiotildees Nordeste e Norte as mais baixas De acordo com a
United States Renal Data System (2014) nos Estados Unidos e em outros paiacuteses
desenvolvidos da Europa e Aacutesia nos uacuteltimos anos tem sido relatado um aumento crescente na
taxa de prevalecircncia embora a taxa de incidecircncia de pacientes em terapia renal substitutiva
tenha crescido pouco ou apresentado uma tendecircncia agrave estabilizaccedilatildeo Nos EUA por exemplo a
taxa de prevalecircncia aumentou ao redor de 3 ao ano entre 2007-2012
Esses dados de prevalecircncia e incidecircncia comprovam que a regiatildeo sudeste e sul
apresenta uma grande concentraccedilatildeo de pacientes em tratamentos dialiacuteticos e tambeacutem
conforme Sesso et al (2014) nessas regiotildees concentra-se maior nuacutemero de cliacutenicas sateacutelites e
hospitais especializados na TRS assim como profissionais especialistas em nefrologia o que
facilita o acesso dos pacientes ao tratamento
Com a demanda de atendimento em crescimento nos espaccedilosambiente da
hemodiaacutelise eacute preciso adequaacute-los as necessidades impostas de maneira que natildeo haja
diminuiccedilatildeo da qualidade da assistecircncia prestada Dessa maneira a construccedilatildeo de um
pensamento acerca da concepccedilatildeo espacial passa necessariamente pela consideraccedilatildeo sobre as
experiecircncias a serem ali vivenciadas na medida em que o corpo eacute nosso meio geral de expor
nossas necessidades seguindo esta loacutegica natildeo haacute como pensar em concepccedilatildeo espacial sem
que sejam propostas consideraccedilotildees a respeito da relaccedilatildeo deste espaccedilo com o corpo
39
CAPIacuteTULO III
O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO ESTUDO
31 Identificando a pesquisa
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa buscando identificar os
fenocircmenos por meio das observaccedilatildeo do pesquisador e as informaccedilotildees dos participantes A
abordagem qualitativa nas pesquisas cientiacuteficas ainda eacute revestida por diferentes interpretaccedilotildees
mas vale lembrar que esse tipo de abordagem significa que seu raciociacutenio baseia-se
principalmente na percepccedilatildeo e na compreensatildeo humana de acordo com Stake e Reis (2011)
possibilitando avanccedilo do entendimento de fatores proacuteprios dessa dimensatildeo que natildeo satildeo
alcanccedilados pelos estudos quantitativos Nesse sentido explora questotildees bastantes particulares
concernentes aos significados motivos crenccedilas aspiraccedilotildees atitudes e valores
correspondendo a um espaccedilo mais profundo das relaccedilotildees e interaccedilotildees dos processos e
fenocircmenos (MINAYO 2013) Por conseguinte torna-se oportuno esta abordagem para a
pesquisa em questatildeo
Bosi (2012) afirma que a abordagem qualitativa geralmente tem como foco o estudo
nas instituiccedilotildees nos grupos nos movimentos sociais e no conjunto de interaccedilotildees pessoais
Este tipo de abordagem tem o poder de construir pontes para uma accedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
e dos seus agentes sendo esta pautada no diaacutelogo e no reconhecimento das diferenccedilas
culturais as quais embasam as accedilotildees de sauacutede
Apesar do termo ldquopesquisa qualitativardquo ser interpretada por muitos como confuso para
Strauss e Corbin (2008 p 23) ldquopode significar coisas diferentes para pessoas diferentesrdquo sua
essecircncia descritiva e natildeo numeacuterica natildeo impede ou dificulta o rigor metodoloacutegico entre o
coletar e analisar dados uma vez que estaacute consolidada em conceitos metodoloacutegicos e
epistemoloacutegicos capazes de possibilitar sustentaccedilatildeo cientiacutefica aos seus achados pois
conforme citam Deslauriers e Keacuterisit (2010 p 131)
Afirmar que a pesquisa qualitativa privilegia o vivido dos atores sociais natildeo
significa todavia que ela se reduziria a uma descriccedilatildeo minuciosa de accedilotildees ou de
fenocircmenos observaacuteveis Nisso pode-se dizer que o objeto por excelecircncia da
pesquisa qualitativa eacute a accedilatildeo interpretada simultaneamente pelo pesquisador e pelos
sujeitos da pesquisa de onde a importacircncia da linguagem e das conceituaccedilotildees que
devem dar conta tanto do objeto ldquovividordquo como do objeto ldquoanalisadordquo
40
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa
O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de 2012
(CNS 2012) baseando-se nas Normas de Pesquisa em Seres Humanos Foi submetido e
aprovado atraveacutes da Plataforma Brasil ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de
Enfermagem Anna NeryInstituto de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Satildeo Francisco de Assis da
Universidade Federal do Rio de Janeiro O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466
de 12 de dezembro de 2012 assim como do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital
Universitaacuterio Clementino Fraga FilhoHUCFFUFRJ nordm de parecer 1329969 e do Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa do Hospital Universitaacuterio Pedro ErnestoHUEPUERJ nordm parecer
1360477 ambos cenaacuterios co-participantes da pesquisa Como base nacional essa Plataforma
eacute unificada para registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema de
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa (CONEP) Ela
permite que as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes estaacutegios - desde sua
submissatildeo ateacute a aprovaccedilatildeo final pelo CEP e pela CONEP (BRASIL 2012)
A participaccedilatildeo dos sujeitos da pesquisa foi de forma voluntaacuteria os objetivos e
finalidades da pesquisa foram esclarecidos Foi assegurado o anonimato dos participantes e
informado que a qualquer momento poderia recusar-se a responder qualquer pergunta ou
desistir de participar e retirar seu consentimento
A pesquisa natildeo gerou desconforto emocional nem constrangimento visto que a
atividade proposta para produccedilatildeo conforme preconiza o meacutetodo deu-se por meio da
observaccedilatildeo durante os cuidados prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise e pela
entrevista sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do
paciente agrave terapia
Os riscos significam que o perigo ou desconforto que os participantes possam
experimentar natildeo eacute maior do que vivenciam em suas vidas cotidianas ldquoDiz-se que um estudo
envolve risco miacutenimo quando os procedimentos ou atividades do estudo satildeo semelhantes aos
que os participantes encontram em suas vidas cotidianasrdquo (SHAUGHNESSY
ZECHMEISTER ZECHMEISTER 2014 P79)
O benefiacutecio relacionado agrave participaccedilatildeo no estudo eacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
41
A coleta de dados foi realizada mediante a assinatura no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido - TCLE (APEcircNDICE A) e respeitando os aspectos eacuteticos e legais A
pesquisadora envolvida na investigaccedilatildeo compromete-se em divulgar os resultados obtidos na
pesquisa em eventos cientiacuteficos publicaccedilotildees em perioacutedicos indexados em Bases de Dados
aleacutem de retornar ao cenaacuterio da pesquisa apresentando e discutindo os resultados com os
participantes e quaisquer profissionais interessados no conteuacutedo
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados
Realizar uma pesquisa etnograacutefica consiste em suma em observar estabelecer
relaccedilotildees selecionar informantes manter um diaacuterio dentre outras atividades Entretanto natildeo eacute
a realizaccedilatildeo destas teacutecnicas que define uma pesquisa como etnograacutefica Para a caracterizaccedilatildeo
de um trabalho etnograacutefico satildeo apontadas muitas exigecircncias que devem ser utilizadas como
base para a operacionalizaccedilatildeo da pesquisa
O estudo etnograacutefico para Geertz (2008) tem como base a busca exaustiva do
conhecimento por meio da interaccedilatildeo entre o comportamento das pessoas e o discurso e as
observaccedilotildees do pesquisador sobre cada detalhe que compotildee o ambiente fiacutesico e social
pesquisado O meacutetodo etnograacutefico permite ao pesquisador observar sistematicamente e
descrever tudo que foi captado por meio de todos os seus sentidos
O sentido visatildeo na etnografia vai aleacutem de ver alcanccedila o acircmbito de perceber o
ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo nas diversas dimensotildees
possiacuteveis O sucesso deste tipo de investigaccedilatildeo depende muito da conduta do pesquisador
visto que a observaccedilatildeo a descriccedilatildeo e a anaacutelise constituem a essecircncia da compreensatildeo do
objeto de estudo o pesquisador para entender o comportamento humano eacute necessaacuterio
considerar as relaccedilotildees que influenciam a interpretaccedilatildeo os pensamentos os sentimentos e as
accedilotildees (LUumlDKE ANDREacute 2013)
Embora pareccedila faacutecil observar no meacutetodo etnograacutefico requer uma habilidade peculiar
onde colocar-se diante dos participantes da pesquisa eacute muito relevante para a obtenccedilatildeo dos
dados Eacute necessaacuterio que o pesquisador natildeo seja visto como um intruso pelas pessoas e sim
como parte do meio onde se encontra essa transiccedilatildeo de ldquointrusordquo para ldquoamigordquo natildeo se
estabelece de forma raacutepida requer tempo e sensibilidade aleacutem de um verdadeiro interesse nos
participantes em suas crenccedilas e valores Praticar etnografia eacute estabelecer relaccedilotildees selecionar
informantes descrever mapear campos manter um diaacuterio entre outras coisas possibilita ao
42
pesquisador entender o contexto comportamental dos participantes da pesquisa (GEERTZ
2008)
Estes pressupostos possibilitam que um estudo sobre comportamento humano abstraia
o significado das accedilotildees a partir do contexto do individuo compreendendo como as pessoas os
interpretam e direcionam suas atitudes Para captar da forma mais fidedigna esta teia de
relaccedilotildees e apresentaacute-la de forma clara e objetiva em uma pesquisa eacute necessaacuterio que o
pesquisador possua tambeacutem algumas habilidades Fundamentada em uma observaccedilatildeo
sistematizada a etnografia exige que o pesquisador saiba ver realmente tudo que estaacute ao seu
redor Para Gibbs (2012) ver no sentido etnograacutefico vai aleacutem da visatildeo propriamente dita
alcanccedila o acircmbito de perceber o ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo
nas diversas dimensotildees possiacuteveis
As principais caracteriacutesticas do meacutetodo etnograacutefico para Luumldke e Andreacute (2013) estatildeo
relacionadas com os significados atribuiacutedos a si mesmo as experiecircncias e o ambiente que
cercam os participantes envolvendo um trabalho de campo onde o pesquisador se aproxima
do cenaacuterio da pesquisa e das pessoas mantendo um contato direto e prolongado observando
seu comportamento para que seja possiacutevel observar e traduzir a dimensatildeo do cotidiano
perceber e entender o significado cultural das situaccedilotildees que se contrapotildeem nas relaccedilotildees
humanas que satildeo culturais produzidas pelas proacuteprias pessoas que estatildeo sendo observadas
Este tempo de observaccedilatildeo do pesquisador em contato direto com as pessoas e o ambiente
estudado pode variar muito desde algumas semanas ateacute vaacuterios meses ou anos
Para entender como o Enfermeiro estabelece uma relaccedilatildeo proxecircmica com o paciente eacute
preciso que se observe o ldquocomportamento do nativordquo manifestado por ldquogestos cotidianos tom
da conversa atitudes do corpo e expressatildeo facialrdquo
34 O cenaacuterio da pesquisa
A pesquisa apresentou como proponente a Escola de Enfermagem Anna Nery da
Universidade Federal do Rio de Janeiro e como cenaacuterios co-participantes dois hospitais
universitaacuterios o Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho e o Hospital Universitaacuterio
Pedro Ernesto um da esfera Federal e outro Estadual respectivamente ambos localizados no
municiacutepio do Rio de Janeiro A escolha por estes cenaacuterios justificou-se por essas instituiccedilotildees
apresentarem atendimento especializado e de alta complexidade possuem setor de nefrologia
no qual os Enfermeiros prestam assistecircncia aos pacientes nas terapias renais substitutivas
43
como hemodiaacutelise e a importacircncia de ser compreendido como um espaccedilo de formaccedilatildeo
acadecircmica no qual existe uma preocupaccedilatildeo como cenaacuterio de aprendizagens teoacutericas-praacuteticas
O campo eacute o lugar natural onde acontecem os fatosfenocircmenosprocessos A pesquisa
de campo eacute aquela que segundo Santos (2015) recolhe os dados in natura como percebidos
pelo pesquisador E o Hospital Universitaacuterio eacute reconhecido por ser uma instituiccedilatildeo que
concentra suas atividades na alianccedila entre a assistecircncia agrave populaccedilatildeo ao ensino e agrave pesquisa
cientiacutefica incentivando seus profissionais a estarem sempre buscando a capacitaccedilatildeo pois tem
a intenccedilatildeo de promover cada vez mais uma assistecircncia qualificada e adequada aos pacientes
A proposta para coleta nos dois cenaacuterios baseia-se na premissa de que aumentar o
quantitativo de Enfermeiros embora a pesquisa tenha um caraacuteter qualitativo permite uma
maior amostra enriquecendo o estudo com a diversidade de interaccedilotildees entre os participantes
A etnografia se constroacutei tomando por base a ideacuteia de que os comportamentos humanos soacute
podem ser devidamente compreendidos e explicados se tomarmos como referecircncia o
contexto social onde eles atuam
O primeiro cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUCFF na unidade de Nefrologia
localizada no seacutetimo andar do hospital A unidade possui enfermaria de nefrologia sala de
treinamento e de tratamento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua entre outros
Satildeo duas as salas de hemodiaacutelise uma chamada sala azul onde satildeo atendidos os pacientes
portadores de sorologia positiva para Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana (HIV) e hepatite B
e outra chamada sala branca local onde foi realizada a pesquisa Esse setor apresenta na parte
externa uma sala de curativos expurgo sala da chefia de enfermagem e pia para lavagem dos
braccedilos dos pacientes antes da sessatildeo de hemodiaacutelise Na parte interna haacute uma sala ampla
dividida em trecircs espaccedilos com dois postos de enfermagem
O segundo cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUPEUERJ na unidade de
nefrologia localizado no 3ordm andar do hospital No andar existe enfermaria de nefrologia sala
de treinamento e atendimento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua sala de guarda
de materiais e sala de hemodiaacutelise entre outros
A sala de HD foi adaptada segundo funcionaacuterios do hospital para o atendimento aos
pacientes Renais crocircnicos em tratamento de HD a parte interna apresenta uma pequena sala
de atendimento administrativo um expurgo um salatildeo uacutenico de HD uma parede de vidro
separa os ambientes da sala de enfermagem e do banheiro
Posteriormente ambos os cenaacuterios seratildeo amplamente discutidos e apresentados na
forma de planta esquemaacutetica em 3D que representa de modo bem simplificado o ambiente da
44
HD Estes cenaacuterios foram reproduzidos com o auxiacutelio de um arquiteto para representar
fielmente suas caracteriacutesticas fiacutesicas e moacuteveis do ambiente da HD
De acordo com a resoluccedilatildeo RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 que dispotildee sobre as
unidades de diaacutelise e seu ambiente fiacutesico as Unidades de Diaacutelise devem atender aos requisitos
de estrutura fiacutesica previstos na RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou
instrumento legal que venha substituiacute-la juntamente com as exigecircncias estabelecidas nesse
regulamento em coacutedigos leis ou normas pertinentes quer na esfera Federal Estadual ou
Municipal
Entenda-se como ambiente fiacutesico agrave luz da Teoria Proxecircmica (Hall 2005) o conjunto
formado pelos espaccedilos de caracteriacutesticas fixas e semifixas O espaccedilo fixo compreende as
disposiccedilotildees estruturais inalteraacuteveis tais como paredes teto vidraccedilas tubulaccedilotildees chatildeo pias
sistemas de refrigeraccedilatildeo Jaacute o espaccedilo semifixo refere-se agraves peccedilas mobiliaacuterias que satildeo dispostas
no ambiente tais como maacutequinas de diaacutelise poltronas balanccedilas digitais dentre outros
35 Participantes da pesquisa
Os participantes da pesquisa foram os enfermeiros do setor de nefrologia que atuam no
cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise A justificativa para a escolha dos enfermeiros eacute a
de que esses ldquoparticipantes-objetordquo possam produzir elementos significativos relativos ao
objeto do estudo pelo fato de serem profissionais que possuem capacidade para articular e
desenvolver sob muacuteltiplas vertentes estrateacutegias de intervenccedilotildees e atitudes de cuidado ao
paciente na nefrologia
O criteacuterio de inclusatildeo no protocolo da pesquisa abrange todos os Enfermeiros de
ambos os sexos que estavam prestando algum tipo de cuidado direto ao paciente no setor de
hemodiaacutelise Foram excluiacutedos aqueles profissionais de feacuterias eou licenccedila ou outra funccedilatildeo
que natildeo a de prestar assistecircncia ao paciente durante a sessatildeo de hemodiaacutelise
Foi comunicado a cada participante que seu nome seria preservado e para representar
seu depoimento na pesquisa seria colocada a letra ldquoErdquo precedida da numeraccedilatildeo
correspondente ao nuacutemero da entrevista A participaccedilatildeo dos sujeitos resultou na produccedilatildeo do
conhecimento cientiacutefico sobre a comunicaccedilatildeo proxecircmica dos profissionais de enfermagem na
aacuterea do cuidado em hemodiaacutelise pioneiro no setor da nefrologia
45
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise
Dentro de uma visatildeo etnograacutefica segundo Luumldke e Andreacute (2013) o pesquisador eacute
inserido no campo e poderaacute utilizar diferentes instrumentos para apreensatildeo da realidade
estudada Contudo eacute importante salientar que as diferentes formas de tecnologias podem e
devem auxiliar na captaccedilatildeo dos dados podendo ser dependentes e natildeo-dependentes tais como
diaacuterio de campo o gravador roteiro de observaccedilatildeo participante e entrevista desde que sejam
descritas todas as informaccedilotildees por meio dos quais os etnoacutegrafos poderatildeo apresentar de forma
minuciosa o contexto estudado e as interaccedilotildees identificadas
Ao se desenvolver uma pesquisa com o meacutetodo etnograacutefico devem-se considerar os
informantes como pessoas que por possuiacuterem algumas caracteriacutesticas culturais diferentes e
merecem uma investigaccedilatildeo Souza e Barros (2008 P 153) ldquoapontam que pesquisadores e
pesquisados apresentam semelhanccedilas poreacutem com traccedilos culturais diferenciadosrdquo
Segundo Santos (2015) os dados devem ser coletados com a observaccedilatildeo de situaccedilotildees
fiacutesicas e materiais E por isso exige uma carga extra de trabalho que eacute a escolha da situaccedilatildeo
(re) produtora dos fatosfenocircmeno que interessam ao pesquisador Aleacutem disso exige a escolha
dos instrumentos de captaccedilatildeo e afericcedilatildeo das informaccedilotildees e dados que seratildeo obtidos
A coleta de dados foi realizada apoacutes os contatos com a chefia meacutedica e de enfermagem
das instituiccedilotildees coparticipantes escolhidas para cenaacuterio da pesquisa com o objetivo de
apresentar o estudo e solicitar autorizaccedilatildeo para a coleta de dados assim como a aprovaccedilatildeo
pelo Comitecirc de Eacutetica da Escola de Enfermagem Anna Nery Hospital Escola Satildeo Francisco de
Assis- EEANHESFA
361 Primeiro momento da pesquisa aproximaccedilatildeo com o territoacuterio elaboraccedilatildeo do
Mapeamento Comportamental de HD
Tendo por base as caracteriacutesticas da etnografia para proceder agrave coleta de dados a
pesquisadora manteve contatos preliminares com as equipes nos locais cenaacuterios da pesquisa
com intuito de entendimento das dinacircmicas das atividades e aproximaccedilatildeo com os cenaacuterios O
comportamento das pessoas foi estudado no seu contexto habitual e natildeo em condiccedilotildees
artificiais criadas pela investigadora
Pela complexidade do meacutetodo e pela riqueza das informaccedilotildees a aproximaccedilatildeo dos
cenaacuterios e dos possiacuteveis participantes da pesquisa foi primeiramente no HUCFF por ter
realizado anteriormente outras pesquisas tambeacutem por acreditar ter maior entendimento sobre
46
a dinacircmica e rotina deste setor no hospital Posteriormente foi realizada a aproximaccedilatildeo com o
segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo o HUPE
Para entender o ambiente no setor de hemodiaacutelise de ambos cenaacuterios foi elaborado
uma representaccedilatildeo graacutefica dos locais desenvolvida por meio do programa SketchUp1 que eacute
um software de modelagem tridimensional (OLIVEIRA 2015)
O levantamento arquitetocircnico foi realizado a partir de planilhas elaboradas para
sistematizar Elas orientaram na descriccedilatildeo dos seguintes itens arranjo espacial e os atributos
que permitiam apropriaccedilatildeo espacial correspondendo agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre
enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente o mobiliaacuterio da HD e seu estado de conservaccedilatildeo
a qualidade dos materiais de acabamento (piso parede e teto) Nas planilhas foram relatadas
as caracteriacutesticas e o grau de conservaccedilatildeo destes elementos
Foi necessaacuteria a participaccedilatildeo de um arquiteto neste processo de planejamento e
execuccedilatildeo dos mapas comportamentais e apoacutes sucessivos diaacutelogos ficou acordado que para
auxiliar na aplicaccedilatildeo da planilha seriam utilizadas as teacutecnicas de registro fotograacutefico com o
intuito das imagens auxiliarem no processo de elaboraccedilatildeo do mapeamento e a necessidade
mediccedilatildeo in loco com trena laser para a fidedignidade das distacircncias
Sendo assim foram realizadas duas (2) visitas junto como arquiteto em cada
instituiccedilatildeo em junho de 2016 e em janeiro de 2017 para a coleta das medidas e fotos Esses
registros juntamente com os registros em toacutepicos na planilha foram posteriormente
transcritos e serviram para na elaboraccedilatildeo das plantas dos setores O total de horas para a
realizaccedilatildeo das atividades fotograacuteficas de mediccedilatildeo de transcriccedilatildeo dos dados e de elaboraccedilatildeo
dos mapas foi em meacutedia de 52 horas
Com os mapas jaacute elaborados de ambos os cenaacuterios foi necessaacuterio incluir as cores
representativas da comunicaccedilatildeo proxecircmica descritas anteriormente como zonas de
distanciamento As cores foram representadas de forma milimetricamente marcando os
espaccedilos Iacutentimo pessoal social e puacuteblico do setor de HD em relaccedilatildeo ao espaccedilo iacutentimo do
paciente
A teacutecnica e os procedimentos foram adotados com o objetivo de demonstrar o
mapeamento do setor de HD do HUCFFUFRJ e do HUPEUERJ gerando quatro (4) figuras
que satildeo apresentados e discutidos no Capiacutetulo V
1 1 Eacute um programa de modelagem arquitetocircnica em 3D que pode ser usado para retratar ambientes
47
362 Segundo Momento da pesquisa seleccedilatildeo dos participantes aspectos eacuteticos e
apresentaccedilatildeo dos instrumentos de coleta
Apoacutes o periacuteodo da adaptaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do mapeamento dos setores foram
identificados os participantes segundo os criteacuterios de seleccedilatildeo jaacute mencionadas anteriormente e
de acordo com escalas de enfermagem previamente cedida pela chefia para elaboraccedilatildeo e
planejamento da coleta de dados
Os enfermeiros foram convidados e selecionados a participar da pesquisa e mediante
aceite eram comunicados e esclarecidos sobre o objeto do estudo seus objetivos com
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) o encontro para
a entrevista foi agendado de acordo com a disponibilidade de horaacuterio de cada enfermeiro e
preenchimento do questionaacuterio com itens sobre o perfil profissional (APEcircNDICE B)
permitindo uma caracterizaccedilatildeo dos mesmos Foram tambeacutem orientados de que haveria um
momento de observaccedilatildeo Entretanto o dia e horaacuterio natildeo foram informados previamente para
que natildeo houvesse interferecircncias do comportamento no ambiente Os dados identificados no
perfil profissional foram tabelados e analisados posteriormente
Durante o procedimento de testagem dos instrumentos com os primeiros participantes
houve a necessidade de alguns ajustes no mapa pois contemplava a sala de hemodiaacutelise como
sendo o principal espaccedilo do cuidado entretanto apoacutes algumas entrevistas foi descrito pelos
participantes outros espaccedilos como sendo espaccedilos do cuidado entre estes sala de curativos
sala de chefia de enfermagem corredores Sendo assim o mapa sofreu alteraccedilotildees com
inclusatildeo dos espaccedilos para ampliar as discussotildees
A entrevista seguiu mantendo aos questionamentos do roteiro de perguntas que foram
gravadas em um gravador de aacuteudio com a finalidade de posteriormente transcrevecirc-las
possibilitando assim a anaacutelise dos dados
As entrevistas individuais foram realizadas nos intervalos da assistecircncia de
enfermagem ao longo do plantatildeo de 12 horas dos profissionais principalmente agrave tarde
quando a demanda do cuidado de enfermagem eacute menor Porque pela manhatilde eacute quando
comumente se realizam as escalas dos teacutecnicos para os setores da sala branca sala azul
diaacutelise peritoneal e hemodiaacutelise externa verificaccedilatildeo e checagem de prescriccedilotildees para os
pacientes os curativos de cateteres entre outros
Nos primeiros dias a chegada ao setor foi agraves 700 horas da manhatilde para a passagem de
plantatildeo para que os profissionais entendessem o porque da presenccedila da pesquisadora ao
ambiente de pesquisa Ao teacutermino explicava que era uma pesquisa de doutorado em
48
enfermagem e que precisava de uma amostra significativa sendo necessaacuterio realizar
entrevistas com o maacuteximo de enfermeiros Na sequecircncia a pesquisadora explicava melhor
qual seria a pesquisa e como se desenvolveria ao longo dos dias possibilitando um laccedilo
interativo entre ambos Estes encontros regulares durante dois (2) meses no miacutenimo duas
vezes por semana e interagindo com a equipe e participando das atividades desenvolvidas no
setor possibilitou maior aproximaccedilatildeo e interaccedilatildeo com a equipe e familiarizaccedilatildeo com o
ambiente ou seja o territoacuterio em que o grupo pesquisado estaacute inserido
Apoacutes esta primeira aproximaccedilatildeo com ambos cenaacuterios da pesquisa e maior interaccedilatildeo
com os possiacuteveis participantes a pesquisadora observou que pela manhatilde a realizaccedilatildeo das
entrevistas seria mais complicada devido agraves atividades Sendo assim quando chegava ao
setor cumprimentava todos os profissionais presentes acompanhava a assistecircncia estabelecia
um processo comunicativo e combinava a entrevista para um momento mais propiacutecio A
pesquisadora tentava ao maacuteximo participar do cotidiano dos profissionais e estreitar laccedilos de
comunicaccedilatildeo e de interaccedilatildeo Para isso participava dos momentos de cafeacute almoccedilo auxiliava
na assistecircncia de enfermagem e sempre tinha a iniciativa nos processos de comunicaccedilatildeo
As entrevistas foram realizadas na sala de curativo do setor de hemodiaacutelise do HUCCF
e na sala de enfermagem do HUPE para que natildeo houvesse interrupccedilotildees durante a coleta dos
dados Antes de iniciar a entrevista o TCLE era entregue explicava-se as questotildees eacuteticas
retirava-se as duacutevidas sobre a pesquisa e tambeacutem da necessidade da gravaccedilatildeo da entrevista
para posterior transcriccedilatildeo Foi estabelecido um diaacutelogo com apontamentos sobre os tipos de
comunicaccedilatildeo natildeo verbal e apoacutes uma breve introduccedilatildeo sobre a temaacutetica foi apresentado o
mapa comportamental do setor de hemodiaacutelise com os espaccedilos da hemodiaacutelise como sendo o
territoacuterio de cuidado do enfermeiro
A pesquisadora explicou com maiores detalhes devido agrave necessidade de estarem
sendo abordados para participar de uma pesquisa sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica explicando
brevemente o que eacute comunicaccedilatildeo e natildeo verbal Ao longo da entrevista a pesquisadora
manteve-se atenta as perguntas descritas no roteiro de entrevista semiestruturada (APEcircNDICE
C) mantendo os conceitos essenciais de Hall (2005) como as distacircncias entre enfermeiros e
pacientes uso dos sentidos corporais postura corporal importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a
interaccedilatildeo com o paciente dificuldade e facilidades do ambiente na demarcaccedilatildeo do territoacuterio
O Mapeamento Comportamental tambeacutem eram apresentados aos participantes para
que estes associassem as perguntas da entrevista a imagem do setor com seus mobiliaacuterios e
cores das zonas de distanciamento jaacute empregadas
49
As entrevistas tiveram em meacutedia de 35 minutos a 1 hora e 5 minutos de duraccedilatildeo Foi
proposto aos participantes que avaliassem as figuras que representam o Mapeamento
comportamental e que eles se colocassem nos diferentes momentos do cuidado relatando
qual espaccedilo ele ocupa quais os sentidos utilizados e se as caracteriacutesticas fixas e semi-fixas do
ambiente influenciam no seu comportamento ou na percepccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente
As figuras facilitaram a identificaccedilatildeo do enfermeiro nos diferentes espaccedilos a
visualizaccedilatildeo dos espaccedilos colorimeacutetricos permitiu que os enfermeiros se posicionassem no
cuidado durante o periacuteodo da sessatildeo de hemodiaacutelise e identificassem como fazem o uso da
comunicaccedilatildeo proxecircmica
Natildeo houve resistecircncia ou negaccedilatildeo dos participantes em responder agraves perguntas e em
alguns momentos a pesquisadora identificou certa dificuldade dos participantes para
responderem uma ou outra questatildeo e os deixava livres para responderem natildeo interferindo no
raciociacutenio deles mas voltava na mesma questatildeo poreacutem reformulava para melhor
entendimento dos mesmos sem fugir da essecircncia do que estava sendo perguntado
363 Terceiro momento da pesquisa observaccedilatildeo participante segundo Fatores
Proxecircmicos (HALL 2005)
A observaccedilatildeo participante eacute descrita por Angrosino (2009) apud Abib (2013) como
uma investigaccedilatildeo que se caracteriza por um periacuteodo de interaccedilotildees sociais intensas entre o
pesquisador e os participantes como membro da equipe durante o qual os dados satildeo
recolhidos de forma sistemaacutetica As informaccedilotildees que obteacutem as respostas que satildeo dadas agraves
indagaccedilotildees dependem do comportamento e das relaccedilotildees que se desenvolve com o grupo
estudado neste caso enfermeiros Examinando interaccedilotildees e comunicaccedilotildees que estejam se
desenvolvendo
Sendo assim foi mantida uma rotina de chegada ao setor com uso de jaleco branco
lavagens das matildeos interagindo com a equipe e pacientes conversando e mantendo-se
atualizada das atividades do setor As anotaccedilotildees foram registradas de forma a natildeo transparecer
a observaccedilatildeo especiacutefica do participante
Para Abib (2013) a expressatildeo ldquoobservaccedilatildeo participanterdquo tende a designar o trabalho de
campo no seu conjunto desde a chegada do investigador ao campo da investigaccedilatildeo quando
inicia as apresentaccedilotildees que permitem o acesso as informaccedilotildees do grupo pesquisado ateacute ao
momento da despedida e encerramento da busca exaustiva dos dados depois de uma longa
50
permanecircncia Enquanto presente o observador imerge pessoalmente na rotina do grupo
pesquisado partilhando as suas experiecircncias
Sendo assim foi elaborado previamente contendo todos os aspectos a serem
observados pelo pesquisador um roteiro de observaccedilatildeo (APEcircNDICE D) que apresentou no
eixo horizontal os fatores da comunicaccedilatildeo proxecircmica a saber a posiccedilatildeo a distacircncia o tom de
voz o eixo dos interlocutores o comportamento de contato contato visual coacutedigo olfativo e
quais as impressotildees da pesquisadora durante a interaccedilatildeo (HALL 2005) E no outro eixo
vertical situando o momento de observaccedilatildeo caracterizado pelo momento de cuidado do
profissional ao paciente
A observaccedilatildeo participante foi realizada em contato direto frequente e prolongado do
investigador com os participantes Segundo Abib (2013) a observaccedilatildeo constitui uma teacutecnica
de investigaccedilatildeo que usualmente se complementa com a entrevista semiestruturada Para a
sua utilizaccedilatildeo como procedimento cientiacutefico eacute preciso que estejam reunidos criteacuterios tais
como o responder a objetivos preacutevios ser planejada de modo sistemaacutetico sujeita a validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo precisatildeo e controle
Estas observaccedilotildees foram realizadas no primeiro e segundo turnos de hemodiaacutelise com
duraccedilatildeo prevista de oito (8) horas A justificativa para este tempo de observaccedilatildeo diaacuteria eacute
devido ser o mesmo periacuteodo de duraccedilatildeo das sessotildees de hemodiaacutelise que corresponde a quatro
(4) horas cada por ser neste momento que o enfermeiro estabelece sua interaccedilatildeo com os
pacientes para o cuidado As observaccedilotildees foram individuais com a escolha de um enfermeiro
por sessatildeo sendo que estes participantes foram observados em mais de uma sessatildeo
Os meses de observaccedilatildeo foram junho a julho de 2016 no HUCFF e outubro a
novembro de 2016 no HUPE a pesquisadora chegava ao setor no horaacuterio da passagem de
plantatildeo agraves 700 horas da manhatilde e terminava a observaccedilatildeo entre 1400 e 1500 horas da tarde
devido ao teacutermino da segunda sessatildeo da HD totalizando ao final 240 horas de observaccedilatildeo em
meacutedia Foi observado o comportamento dos participantes durante sua permanecircncia no setor
de hemodiaacutelise nos diferentes momentos de interaccedilatildeo com o paciente no preacute-diaacutelise
transdiaacutelise e poacutes-diaacutelise
364 Quarto momento da pesquisa Tratamento e anaacutelise dos dados
A anaacutelise das transcriccedilotildees das entrevistas foi realizada tatildeo logo as mesmas eram
encerradas com o objetivo de verificar se haveria a necessidade de mais um contato com o
participante para esclarecer aspectos que ficaram difiacutecil de entender fazendo tambeacutem o
51
cruzamento com os aspectos descritos no roteiro de observaccedilatildeo para cada uma destas anaacutelises
a pesquisadora despendia aproximadamente 1 a 2 horas Na preacute-anaacutelise foi realizada uma
leitura flutuante dos depoimentos transcritos e elaboraccedilatildeo de indicadores que fundamentem a
interpretaccedilatildeo As entrevistas transcritas foram devolvidas para validaccedilatildeo dos participantes da
pesquisa que nela foram identificados por pseudocircnimos sendo que todas as entrevistas seratildeo
arquivadas por um periacuteodo de cinco (5) anos e apoacutes esse tempo as mesmas seratildeo incineradas
No momento da preacute-anaacutelise foi realizada a tabulaccedilatildeo dos dados de identificaccedilatildeo dos
enfermeiros entrevistados traccedilando atraveacutes dos mesmos o perfil dos participantes do estudo
Foi reservado para este momento o tempo correspondente a 1 hora para cada entrevista
Em outro momento da anaacutelise todas as entrevistas foram lidas e relidas
cuidadosamente para o reconhecimento e extraccedilatildeo dos dados brutos verificando e
sublinhando a sua relaccedilatildeo com os objetivos do estudo Para esta atividade foram ocupadas
cerca de 8 h de estudo no qual foi realizada a anaacutelise temaacutetica das respostas dos participantes
baseando-se em Bardin (2011) que representa um conjunto de teacutecnicas de anaacutelise das
comunicaccedilotildees utilizando procedimentos sistemaacuteticos e objetivos de descriccedilatildeo do conteuacutedo das
mensagens A crescente utilizaccedilatildeo da anaacutelise de conteuacutedo na aacuterea da Enfermagem eacute
evidenciada em muitos trabalhos publicados em vaacuterias revistas de circulaccedilatildeo nacional e
internacional (CAVALCANTE CALIXTO PINHEIRO 2014)
De acordo com Bardin (2011 p 131) ldquofazer uma anaacutelise temaacutetica consiste em
descobrir os ldquonuacutecleos de sentidordquo que compotildeem a comunicaccedilatildeo e cuja presenccedila ou
frequecircncia de apariccedilatildeo pode significar alguma coisa para o objetivo analiacutetico escolhidordquo
Na tentativa de organizar esse material apoacutes sucessivas leituras foi destacado em cada
conjunto de respostas dos participantes os fragmentos do texto que estavam relacionados com
os objetivos da pesquisa Esse procedimento foi necessaacuterio pois havia uma grande
quantidade de informaccedilotildees transversais ao objeto da pesquisa Assim foi construiacutedo um
quadro para cada pergunta onde foram destacados os fragmentos relacionados ao mesmo
objetivo Em seguida os fragmentos foram agrupados por aproximaccedilatildeo dos sentidos
Nos termos determinantes por Bardin (2011) especificamente quanto agrave fase de
exploraccedilatildeo do material destaca-se que as diferentes operaccedilotildees da preacute-anaacutelise foram
convenientemente concluiacutedas E a fase de anaacutelise propriamente dita natildeo eacute mais do que a
aplicaccedilatildeo sistemaacutetica das decisotildees tomadas
Desta forma na fase denominada de exploraccedilatildeo do material foi realizado um processo
de separaccedilatildeo da essecircncia das mensagens que serviu para a identificaccedilatildeo das expressotildees com
sentidos equivalentes presentes nas respostas de cada enfermeiro De acordo o meacutetodo
52
adotado eacute nessa fase que o material eacute organizado para a anaacutelise atraveacutes de um processo de
codificaccedilatildeo
O trabalho de organizaccedilatildeo dos fragmentos das respostas foi a de reunir em um uacutenico
quadro os elementos pertencentes a um determinado conjunto ou classe Cabe registrar aqui
que todos os elementos foram considerados mesmo aqueles que apareceram apenas em uma
uacutenica resposta uma uacutenica vez e natildeo puderam ser agrupado aos demais
Destaca-se que o meacutetodo proposto por Bardin (2011) esclarece que a codificaccedilatildeo
corresponde praticamente a uma transformaccedilatildeo do material em uma representaccedilatildeo do
conteuacutedo no caso as mensagens contidas nas respostas Para a autora esse processo tem a
intenccedilatildeo de alcanccedilar o nuacutecleo de compreensatildeo do texto
Para continuar o processo de codificaccedilatildeo conforme aponta o meacutetodo procurou-se
identificar as unidades de registro ndash ou unidades de significaccedilatildeo ndash a partir do material que
havia sido codificado e reunido em um quadro de acordo com cada objetivo proposto
Segundo Bardin (2011) as unidades de registro satildeo fragmentas no texto e podem ser
palavras frases ou paraacutegrafos que denotam significaccedilatildeo Satildeo coacutedigos linguiacutesticos que
possuem alguma compreensatildeo com determinado contexto onde elas satildeo utilizadas ou se
relacionam
Diante desta anaacutelise buscou-se uma possiacutevel construccedilatildeo da comunicaccedilatildeo proxecircmica
sobre o cuidar e os cuidados de enfermagem ao paciente em tratamento de hemodiaacutelise
permitindo mapear as categorias de cuidados que emergem na hemodiaacutelise atraveacutes das
entrevistas e da observaccedilatildeo Verificou-se que as unidades de registro se desprendiam
naturalmente dos objetivos e poderiam ser agrupadas em trecircs (3) grupos como foram
identificados quais sejam aspectos relacionados com os sentidos do espaccedilo do cuidado
ambiente do cuidado e o conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Na perspectiva do meacutetodo Bardin (2011) reconhece esse procedimento de
organizaccedilatildeo das unidades de registro como a forma de compreender a significaccedilatildeo exata das
unidades de registro Na proposta do meacutetodo um grupo de unidades de registro pode ser
identificado atraveacutes de uma unidade de contexto A categorizaccedilatildeo ocorre atraveacutes da inferecircncia
do analista sobre o material produzido e submetido agrave codificaccedilatildeo A categorizaccedilatildeo tem como
objetivo fornecer por condensaccedilatildeo uma representaccedilatildeo simplificada dos dados brutos que
resulta da inferecircncia do analista Neste sentido foram propostas trecircs categorias para o
desenvolvimento deste estudo
Assim na uacuteltima fase que compotildee o meacutetodo da anaacutelise de conteuacutedo consiste na
interpretaccedilatildeo dados que seraacute apresentada a seguir Segundo o meacutetodo a interpretaccedilatildeo eacute o
53
momento em que o analista atribui significaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do texto resumidas apoacutes
tratamento e apresentadas sob a forma de categorias (Figura 5)
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A etapa final do processo de compreensatildeo do material obtido nas entrevistas
constituiu-se na realizaccedilatildeo do reagrupamento das unidades de registro reunidas sob a forma
de unidades de contextosignificaccedilatildeo em categorias Para Bardin (200 p 145) a
categorizaccedilatildeo eacute
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
CATEGORIAS
54
Uma operaccedilatildeo de classificaccedilatildeo de elementos constitutivos de um conjunto por
diferenciaccedilatildeo e seguidamente por reagrupamento segundo o gecircnero (analogia) com
criteacuterios previamente definidos As categorias satildeo rubricas ou classes as quais
reuacutenem um grupo de elementos (unidades de registros no caso da anaacutelise de
conteuacutedo) sob um tiacutetulo geneacuterico agrupamento esse efetuado em razatildeo das
caracteriacutesticas comuns destes element
55
CAPITULO IV
CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ENTREVISTADOS
Embora a anaacutelise envolva a interpretaccedilatildeo de significado e de funccedilatildeo de accedilotildees humanas
e assuma uma forma descritiva e interpretativa propotildee-se a caracterizaccedilatildeo da amostra dos
participantes segundo as variaacuteveis socioeconocircmicas no formato de tabela para um melhor
entendimento e anaacutelise descritiva Desta forma foi realizada a anaacutelise dos dados dos doze (12)
participantes da pesquisa em ambas as instituiccedilotildees
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros 2016
Caracteriacutesticas N
Sexo
Masculino
Feminino
2
10
17
83
Faixa etaacuteria
26 a 35
36 a 45
46 a 55
56 a 65
6
2
3
1
50
17
24
8 Tempo de Formaccedilatildeo
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
2
6
2
2
17
50
17
16 Tempo de atuaccedilatildeo
na Nefrologia
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
7
2
2
1
58
17
17
8
Funccedilatildeo exercida
Assistecircncia
Gerecircncia e assistecircncia
8
4
67
33
Curso de capacitaccedilatildeo
Nefrologia
Enfermagem do trabalho
Mestrado
Terapia intensiva
Natildeo possuem
5
2
4
1
1
37
12
25
13
13
Fonte Pesquisa de campo no HUCFF e HUPE 2016
56
Para a melhor compreensatildeo do estudo foi traccedilado o perfil dos enfermeiros sendo os
mesmos descritos quanto ao sexo agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo como
enfermeiro na nefrologia funccedilatildeo que ocupa curso de capacitaccedilatildeo Os dados do perfil do
profissional que atua na hemodiaacutelise permitiram associaacute-los entre si em busca de aspectos
que favorecem a clareza do fenocircmeno
A amostra foi constituiacuteda de doze (12) enfermeiros do setor de hemodiaacutelise de um
universo de seis (06) enfermeiros do HUCFF e seis (06) enfermeiros do HUPE A Resoluccedilatildeo
da Diretoria Colegiada ndash RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 estabelece o regulamento
teacutecnico para o funcionamento dos serviccedilos de diaacutelise no Brasil e esta RDC no subitem 63
determina ldquoO programa de hemodiaacutelise deve integrar no miacutenimo em cada turno um
enfermeiro para cada 35 pacientesrdquo (BRASIL 2004) Este eacute um ponto criacutetico para a
Enfermagem e merece ser revisado para que haja a garantia da seguranccedila e da qualidade de
assistecircncia ao paciente
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Houve uma predominacircncia do sexo feminino 83 (n = 10) em relaccedilatildeo ao masculino
17 (n= 2) Cunha e Spanhol (2014 p92) afirmam que aquele componente educativo e
cultural de cuidadora do lar e famiacutelia foi se diluindo ao longo dos anos com a emancipaccedilatildeo
da mulher e a busca da igualdade de gecircneros Na esfera do trabalho estas mudanccedilas
permitiram que a mulher coloca-se suas competecircncias a serviccedilo da sociedade adquirindo
57
ldquoautonomia financeira que lhes garantissem benefiacutecios como a seguranccedila social a
aposentadoria e uma salvaguarda contra a pobreza viuvez ou ateacute separaccedilatildeordquo
A feminizaccedilatildeo da aacuterea de sauacutede segundo Abuderne e Naisbitt (1993) surgiu com a
enfermagem sendo responsaacutevel por quarenta a cinquumlenta por cento (40 a 50) do
faturamento hospitalar e eles jaacute afirmavam que as mulheres em seus cargos de autoridade no
setor de sauacutede modificariam o cuidado com a sauacutede e a atitude dos profissionais para com as
mulheres e ainda que nas proacuteximas deacutecadas a sauacutede teria uma tocircnica decididamente feminina
Cunha e Spanhol (2014) concordam que no mundo feminino pode-se contar com o alto
potencial na busca constantemente do crescimento profissional e pessoal de novos desafios
e que estas ser por si soacute uma marca de lideranccedila ou caracteriacutestica de um estilo ainda a ser
descoberto
Estudos revelaram que os homens no Brasil tecircm mais dificuldades para expressar
certas emoccedilotildees negativas em puacuteblico jaacute as mulheres possuem maior liberdade para expressaacute-
las Conforme Schimidt e Silva (2012) eacute provaacutevel que os enfermeiras adquiram um menor
controle em expor suas emoccedilotildees Portanto as percepccedilotildees inferidas pelas enfermeiras deste
setor poderatildeo estar impregnadas com emoccedilotildees e sentimentos ativados por estiacutemulos internos
ou vindos do ambiente as vivecircncias e as experiecircncias possuem uma funccedilatildeo adaptativa frente
as situaccedilotildees vivenciadas gerando uma influecircncia positiva ou negativa nos relacionamentos
Logo existem regras culturais capazes de modificar modular e controlar a
musculatura facial ou movimentos corporais entre os gecircneros Portanto os profissionais de
sauacutede precisam se ater a essa verdade e reconhecer o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica (proacuteprias
e do outro) valorizando as peculiaridades existentes A enfermagem toca o corpo e expotildee o
paciente muitas vezes sem pedir autorizaccedilatildeo adotando uma postura de poder O paciente por
sua vez revela constrangimento e vergonha poreacutem dificilmente questiona ou reclama esse
tipo de invasatildeo pois acredita ser ela necessaacuteria para sua recuperaccedilatildeo
Neste sentido para o enfermeiro do sexo masculino a situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal
poderaacute ser considerada desfavoraacutevel durante a realizaccedilatildeo de um procedimento que necessite
de uma aproximaccedilatildeo mais iacutentima para um procedimento teacutecnico
58
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A faixa etaacuteria dos participantes variou de 26 anos a 64 anos sendo destacada pela
faixa etaacuteria de 26 a 35 anos com 50 (n=6) fato esse que corrobora com a pesquisa realizada
pelo Conselho Federal de Enfermagem ndash COFEN (2011) que afirma que a forccedila de trabalho
dos profissionais de enfermagem no Brasil eacute majoritariamente jovem com 6323 na faixa
etaacuteria entre 26 a 45 anos no auge na sua forccedila produtiva e reprodutiva
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
O tempo de formaccedilatildeo dos enfermeiros concentrou-se na faixa de 11 a 20 anos de
formaccedilatildeo 50 (n=6) sendo que o maior tempo de formaccedilatildeo evidenciado foi a de uma
enfermeira com trinta e oito (38) anos de profissatildeo A experiecircncia cliacutenica e o conhecimento
59
teacutecnico-cientiacutefico satildeo componentes essenciais e complementares para definiccedilatildeo das accedilotildees de
cuidado dos pacientes Para Bittencourt e Crossetti (2013) um conhecimento advindo da
praacutetica possibilita ao enfermeiro o aperfeiccediloamento promovendo o desenvolvimento de
conhecimento especiacutefico de enfermagem fundamentados em pressupostos teoacutericos em
experiecircncia cliacutenica e habilidades interpessoais que auxiliam na tomada de decisatildeo assertiva
para os pacientes
Benner Tanner e Chesla (2009) apud Nuntaboot (2016) em seus estudos relacionaram
a aquisiccedilatildeo de habilidades em enfermagem aos diferentes niacuteveis de praacutetica descrevendo cinco
posiccedilotildees que variam desde o ldquonovicerdquo com limitado reconhecimento de evidecircncias e
pensamentos analiacuteticos ao ldquoexpertrdquo especialista com abrangente compreensatildeo e intuiccedilatildeo
Identificando que o enfermeiro ldquoexpertrdquo possui experiecircncia competecircncia e habilidade na
tomada de decisotildees sendo mais proativos na coleta de evidencias relevantes e em antecipar
problemas do que enfermeiros novatos
Ser proficiente competente e perito exige uma base de experiecircncia com populaccedilotildees de
pacientes em particular com estes niacuteveis de habilidades que o enfermeiro desenvolve nas
diferentes situaccedilotildees cliacutenicas acabam evoluindo ao longo do tempo (NUNTABOOT 2016)
Essas habilidades de identificar possiacuteveis impropriedades requerem mudanccedilas no
conhecimento qualificado que satildeo qualitativamente distintos para os estaacutegios iniciais de
aquisiccedilatildeo de habilidades
A experiecircncia como aqui definida natildeo eacute a mera passagem do tempo mas sim uma
transformaccedilatildeo ativa e refinamento de expectativas e percepccedilotildees em situaccedilotildees evolutivas O
enfermeiro muda de uso exclusivo do objetivo e accedilatildeo com pacientes especiacuteficos O raciociacutenio
cliacutenico baseia-se na compreensatildeo das mudanccedilas do paciente atraveacutes do tempo - que eacute o
raciociacutenio atraveacutes das transiccedilotildees
60
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Quanto ao tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise a anaacutelise dos dados obtidos aponta que
58 (n=7) dos enfermeiros participantes atuam no setor de hemodiaacutelise a mais de 2 anos o
que vem a facilitar o entrosamento devido ao conhecimento do contexto dos protocolos e do
paciente atendido na unidade
O tempo de trabalho no setor pode ser um indicativo de tempo de experiecircncia do
enfermeiro no mercado de trabalho o que pode contribuir para a melhoria na qualidade dos
serviccedilos prestados Trata-se de uma construccedilatildeo de conhecimento diaacuterio que amplia cada vez
mais a capacidade de interpretar as situaccedilotildees e estimular o ponto de partida para novas
inquietaccedilotildees
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
61
Com relaccedilatildeo agrave funccedilatildeo exercida foi identificado que 67 (n=8) dos enfermeiros atuam
na assistecircncia ao paciente embora este setor tenha uma caracteriacutestica diferenciada de
cuidados aos pacientes a maioria dos enfermeiros possui uma atuaccedilatildeo gerencial muito
marcante tambeacutem O tempo disponibilizado no contato direto ao paciente se torna
imprescindiacutevel devido agraves demandas do setor sendo assim o enfermeiro acumula
inevitavelmente as funccedilotildees assistenciais e de gerenciador do setor
Este fato corrobora com estudos desenvolvidos sobre o processo de trabalho do
enfermeiro e as implicaccedilotildees e dificuldades da implementaccedilatildeo da Sistematiza da Assistecircncia
de Enfermagem (SAE) visto que o enfermeiro possui um acuacutemulo de atribuiccedilotildees e o
quantitativo de profissionais eacute insatisfatoacuterio (ZANARDO ZANARDO CAEFER 2011)
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Dentre os principais cursos de aprimoramento profissional relatados estatildeo a
especializaccedilatildeo em nefrologia enfermagem do trabalho terapia intensiva e mestrado O fato da
maioria dos participantes 87 (n=11) possuir especializaccedilatildeo denota uma maior preocupaccedilatildeo
em manter uma boa formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo dos cuidados de enfermagem
De acordo com a RDC 15404 o responsaacutevel teacutecnico do setor de hemodiaacutelise poderaacute
ser um profissional de niacutevel superior com especializaccedilatildeo na aacuterea correspondente assentada
junto ao respectivo conselho profissional aleacutem deste profissional um (1) enfermeiro
especializado em nefrologia que responda pelos procedimentos e intercorrecircncias de
62
enfermagem A resoluccedilatildeo destaca ainda em seu anexo 6 ldquorecursos humanos do serviccedilo de
diaacuteliserdquoitem 69 que
A capacitaccedilatildeo formal e o credenciamento dos Enfermeiros na especialidade de
nefrologia devem ser comprovados por declaraccedilatildeo certificado respectivamente
reconhecidos pela SOBENrdquo No caso do tiacutetulo de especialista poderaacute ser obtido
atraveacutes de especializaccedilatildeo em Nefrologia reconhecido pelo MEC ou pela SOBEN
atraveacutes da prova de tiacutetulo seguindo as normas do Conselho Federal de Enfermagem
O enfermeiro que estiver em processo de capacitaccedilatildeo deve ser supervisionado por
um enfermeiro especialista em nefrologia
Dentre os profissionais que atuam no setor dois (2) natildeo possuem especializaccedilatildeo em
nefrologia e sim em outra aacuterea e um (1) estaacute em processo de capacitaccedilatildeo Haacute por parte dos
enfermeiros uma necessidade de construir uma ldquoidentidade profissional identificando e
demarcando um saber especiacuteficordquo com o propoacutesito de contribuir para o estabelecimento de
uma maior autonomia e domiacutenio das decisotildees frente agrave equipe de enfermagem assim como aos
pacientes Em sua praacutetica diaacuteria o profissional precisa articular o conhecimento teoacuterico com o
conhecimento praacutetico para conquistar e manter a lideranccedila (VALADARES VIANA 2009 P
381)
63
CAPITULO V
RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS
Este capiacutetulo congrega os resultados das anaacutelises dos dados no sentido de atender aos
objetivos propostos para a realizaccedilatildeo do estudo em ambos os cenaacuterios investigados As
unidades de registros (UR) das doze (12) entrevistas foram agrupadas em trecircs (3) categorias agrave
saber O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise Sentidos do espaccedilo do cuidado
em hemodiaacutelise Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Para representar a classificaccedilatildeo das categorias (Quadro 4) foi descrito os nuacutemeros de
UR obtidos em cada entrevista e somatoacuterio total de trezentos e quarenta e cinco (345) UR e
destas foram consideradas (duzentas e setenta e um) 271 UR devido a sua relevacircncia com a
temaacutetica proposta
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do enfermeiro
na hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
2
Sentidos do espaccedilo do
cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Total de Unidades de
Registros relevantes
obtidas em cada
entrevista
21
19
37
24
26
30
24
18
15
17
24
16
271
64
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
Para descriccedilatildeo de cada setor de HD onde a coleta de dados desta pesquisa foi
realizada utilizou-se o meacutetodo de observaccedilatildeo participante com anotaccedilotildees no roteiro de
observaccedilatildeo Foram registrados todos os fatos e fenocircmenos referentes agraves atividades realizadas
e agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente que serviram
de embasamento para as leituras das caracteriacutesticas de uso e apropriaccedilatildeo do espaccedilo da HD
Nelas os enfermeiros foram observados realizando suas atividades rotineiras sem saber que
neste dia estavam sendo estudados
Para entender como o enfermeiro se comporta neste territoacuterio e qual o espaccedilo que ele
ocupa foi necessaacuterio elaborar os mapas (figuras 6 e 7) que representam de forma
esquemaacutetica o setor de hemodiaacutelise com suas caracteriacutesticas fixas e semifixas e as zonas de
distanciamento propostas por Eduard T Hall A classificaccedilatildeo dada agrave arquitetura e aos objetos
em nosso ambiente de espaccedilo como caracteriacutesticas fixa e semifixa eacute descrita por Hall (2005)
em seus estudos como sendo ambas de profundo impacto em nosso comportamento
comunicativo
Para Hall (2005) territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta
caracteriacutesticas reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de
sua proacutepria espeacutecie Franco e Stralen (2012) tambeacutem afirmam que o territoacuterio tem um papel
na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que fornece informaccedilotildees sobre limites que
definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo
das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves funccedilotildees pessoais e sociais a
dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais amplo e seu ao acesso ao
territoacuterio dos mais fracos dito dominado
Em todos os sentidos da palavra o territoacuterio eacute um prolongamento do organismo
indicado por sinais visuais verbais e olfativos Portanto sendo a territorialidade relativamente
fixa este tipo de espaccedilo eacute denominado em relaccedilatildeo agrave proxecircmica de espaccedilo de caracteres
fixos Jaacute os mobiliaacuterios obstaacuteculos e adornos o espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas (HALL
2005)
A primeira categoria tem como temaunidade de significaccedilatildeo o ambiente do cuidado
do enfermeiro na hemodiaacutelise Entre os 12 (doze) corpos de anaacutelise (entrevistas) houve 345
(trezentos e quarenta e cinco 100) UR no total 126 (cento e vinte e seis3652) satildeo
referentes a esta categoria sobre o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
65
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
511 Primeiro Cenaacuterio de investigaccedilatildeo
As figuras representam as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho (HUCFF) sendo em planta baixa (figura 6a) e
em perspectiva (figura 6b) desta forma a elaboraccedilatildeo das plantas humanizadas dos setores satildeo
apresentadas como forma de entendimento destes espaccedilos com as zonas de distanciamento
para fins de anaacutelise do ambiente junto agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica dos participantes da pesquisa
com seus pacientes durante a assistecircncia prestada no setor
Os enfermeiros identificam como espaccedilo do cuidado natildeo soacute a sala de HD mas
tambeacutem demais espaccedilos em anexo este fato eacute claramente percebido nas observaccedilotildees e falas
dos participantes desta forma para a elaboraccedilatildeo dos mapas as distacircncias descritas na
comunicaccedilatildeo proxecircmica satildeo ampliadas ateacute os espaccedilos identificados como sendo de cuidado e
ilustradas por meio das cores anteriormente referidas sendo aplicadas no mapa para melhor
entendimento
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer lugar em qualquer momento [] atender o
paciente com a necessidade dele independente onde ele se localiza A necessidade
vem a vocecirc e natildeo vocecirc a ela Eles chegam aqui com a esperanccedila que algueacutem vai
ajudaacute-lo nem que seja com uma palavra Faccedilo questatildeo de natildeo esquecer isso e
sempre tento ajudaacute-los Qualquer ajuda pode estar contribuindo para adesatildeo ao
tratamento (E1)
66
[] circulo em todos os espaccedilos no local de pesagem eacute importante estar com
pacientes pois eles podem mentir peso Nos escaninhos - tambeacutem circulo para ver
prontuaacuterios os quadros onde tem organizaccedilatildeo dos turnos os quadros de
antibioacuteticos mantenho os dados atualizados dos pacientes que estatildeo em tratamento
(E3)
Os participantes afirmam que o cuidado eacute realizado independente do local sempre que
haacute necessidade de uma intervenccedilatildeo cuidar natildeo eacute somente estar junto ao paciente cuidar eacute dar
conferir e checar registros medicaccedilotildees equipamentos mas tambeacutem eacute a valorizaccedilatildeo e
percepccedilatildeo da necessidade do outro O cuidado necessita da criaccedilatildeo de viacutenculo entre
profissional e paciente e que a compreensatildeo do profissional para que essa relaccedilatildeo deva existir
eacute fundamental para que desenvolva um cuidado saudaacutevel permeado pela intersubjetividade
formando com o espaccedilo fiacutesico um ambiente favoraacutevel agrave sauacutede Aleacutem disso para Pieszak et al
(2013 p 71)
Eacute importante destacar que a reduccedilatildeo da arte agrave simples execuccedilatildeo de teacutecnicas foi um
dos fatores que levou agrave desvalorizaccedilatildeo do conhecimento esteacutetico pois este
corresponde agrave arte da enfermagem que eacute expressiva subjetiva e se torna visiacutevel na
accedilatildeo do cuidar
Na hemodiaacutelise o espaccedilo para as intervenccedilotildees de ordem teacutecnica ou mecacircnica eacute
contiacutenuo o que poderaacute colocar o processo de relaccedilatildeo intersubjetiva e consequentemente o
processo de comunicaccedilatildeo como o instrumento de intervenccedilatildeo secundaacuteria Assim mesmo
com toda a tecnologia espera-se que os profissionais sejam capazes de construir a partir do
processo de interaccedilatildeo ou relaccedilatildeo subjetiva estabelecendo relaccedilotildees terapecircuticas com os
pacientes Para Formozo et al (2012) o cuidado em sauacutede eacute compreendido como um ato
singular que objetiva o bem-estar das pessoas envolvidas eacute imprescindiacutevel que o ser cuidado
e o ser cuidador estabeleccedilam uma interaccedilatildeo produtiva Desta forma aos poucos estabelece
uma aproximaccedilatildeo entre os sujeitos no contexto das interaccedilotildees sociais Para que estas
interaccedilotildees sejam profiacutecuas eacute preciso ter habilidades para subsidiar as demandas impliacutecitas no
cuidado
Ao afirmarem que circulam pelos diferentes espaccedilos fica claro no cuidado na HD que
o enfermeiro eacute quem circula por todo o ambiente permanecendo nos diferentes espaccedilos
durante a permanecircncia do paciente desta forma partindo do pressuposto que o paciente se
manteacutem fixo na maioria do periacuteodo de tratamento sentado junto agrave maacutequina seraacute considerado
como o espaccedilo a ser invadido pelo enfermeiro o espaccedilo iacutentimo ao redor do paciente
67
A proposta de elaborar um instrumento que auxilie na identificaccedilatildeo dos diferentes
espaccedilos com a percepccedilatildeo dos enfermeiros no uso dos sentidos foi possiacutevel por meio da
conjugaccedilatildeo de teacutecnicas observacionais com a teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica
possibilitando a construccedilatildeo de um produto apresentado de forma esquemaacutetica e colorimeacutetrica
denominado Mapeamento Comportamental Proxecircmico do enfermeiro na hemodiaacutelise O
Mapeamento Comportamental apresenta como sendo espaccedilo iacutentimo (vermelho) a poltrona do
paciente e a partir desde ponto afastando-se do paciente surgem o espaccedilo pessoal
(laranja) espaccedilo social (amarelo) e espaccedilo puacuteblico (verde)
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
O ambiente eacute climatizado bem iluminado com lacircmpadas fluorescentes e haacute um
conjunto de vidraccedilas sempre fechadas e protegidas por peliacutecula protetora Existem trecircs
espaccedilos fixos no espaccedilo ao centro (Box 2) eacute onde se localiza a porta de entrada para o setor
destinado agrave circulaccedilatildeo de pessoas existe uma balanccedila que eacute utilizada por todos os pacientes
para a pesagem (espaccedilo puacuteblico) Em caso de emergecircncia ou precauccedilatildeo de contato os
68
pacientes satildeo alocados neste espaccedilo em macas junto agraves maacutequinas reservas de HD para
realizarem a hemodiaacutelise Eacute um espaccedilo amplo sem obstaacuteculos como mobiliaacuterios o que vem a
facilitar a visualizaccedilatildeo da equipe de enfermagem embora o espaccedilo natildeo esteja proacuteximo agrave
bancada de enfermagem
Uma visualizaccedilatildeo mais centralizada com o posto de enfermagem no meio do salatildeo e
ao redor os pacientes eacute o ideal mas o espaccedilo tem que ser adequado aqui temos um
espaccedilo adequado mas o Box 2 fica afastado de nossa visatildeo (E1)
A minha visatildeo de sala de HD a natildeo ser que tivesse dois enfermeiros plantonistas eacute
de uma sala circular igual a um Centro de Terapia Intensiva (CTI) o enfermeiro
tem que ter a visatildeo de todos os pacientes (E5)
Haacute uma unanimidade na necessidade de um espaccedilo adequado para o efetivo cuidado
os enfermeiros afirmam que precisam de um espaccedilo que possua uma boa visualizaccedilatildeo de
todos os pacientes com um balcatildeo de enfermagem centralizado e acesso faacutecil a materiais
medicamentos e prontuaacuterios De acordo com Savi e Rech (2015) as caracteriacutesticas semifixas
satildeo definidas como a preocupaccedilatildeo com a localizaccedilatildeo fiacutesica dos recursos de forma simples eacute a
configuraccedilatildeo de departamentos de centros de trabalho instalaccedilotildees e equipamentos dos
elementos aos quais se aplica o trabalho de um setor Deve-se ter a preocupaccedilatildeo de natildeo soacute
aperfeiccediloar as condiccedilotildees de trabalho mas tambeacutem racionalizar os fluxos do trabalho a
disposiccedilatildeo fiacutesica dos postos e tornar a movimentaccedilatildeo das pessoas ainda mais faacutecil
Essas caracteriacutesticas semifixas devem sobretudo propor bem estar Natildeo eacute raro nos
dias de hoje que arquitetos decoradores e paisagistas participem da elaboraccedilatildeo de arranjos
fiacutesicos na tentativa de tornar o ambiente de trabalho mais agradaacutevel e favoraacutevel as demandas
diaacuterias A necessidade de estudaacute-lo existe sempre que se pretende a implantaccedilatildeo de um novo
setor uma nova unidade de serviccedilo ou quando se estiver promovendo a reformulaccedilatildeo das
atividades desenvolvidas
A figura 6b apresenta-se por uma perspectiva que permite a visualizaccedilatildeo da porta de
entrada do setor e o detalhamento das caracteriacutesticas semifixas Nos espaccedilos fixos laterais
denominados de Box 1 e 3 apresentam seus mobiliaacuterios organizados de maneira muito
semelhante principalmente as poltronas de diaacutelise e o balcatildeo de enfermagem onde estatildeo
posicionados com as mesmas distacircncias entre si Este balcatildeo de enfermagem possui um
computador para o acesso ao prontuaacuterio eletrocircnico do Hospital Universitaacuterio (Pront HU)2
(espaccedilo social) atraacutes de cada balcatildeo um escaninho com os prontuaacuterios impressos dos
2 Eacute um prontuaacuterio eletrocircnico dos pacientes do hospital seu acesso eacute atraveacutes de senha eletrocircnica pessoal
69
pacientes (espaccedilo puacuteblico) bancada para preparaccedilatildeo dos medicamentos (espaccedilo puacuteblico)
quatro (4) poltronas reclinaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) quatro (4) maacutequinas de hemodiaacutelise (espaccedilo
pessoal) aleacutem de pias para lavagem das matildeos (espaccedilo puacuteblico)
Figura 06b Mapeamento Comportamental proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Todo o setor dispotildee de sistema de tubulaccedilatildeo de oxigecircnio ar comprimido e
vacuocircmetro sistema de distribuiccedilatildeo de aacutegua tratada para diaacutelise A unidade conta ainda com
uma sala de utilidade sala de expurgo sala de curativo sala de chefia sala dos meacutedicos e o
banheiro encontra-se fora do setor Segundo Savi e Rech (2015) a necessidade de tomar
decisotildees sobre as caracteriacutesticas fixas e semifixas decorre de vaacuterios motivos melhoria do
ambiente de trabalho o local de trabalho e as condiccedilotildees fiacutesicas de trabalho principalmente
nos assuntos relacionados agrave ergonomia podem ser fatores motivadores ou desmotivadores
Um banheiro longe uma balanccedila mal posicionada falta de claridade pias desativadas ou sem
70
condiccedilotildees de uso mobiliaacuterios potenciais causadores de acidentes entre outros podem fazer
muita diferenccedila em nosso comportamento durante a permanecircncia neste espaccedilo
Um layout correto proporciona um fluxo de comunicaccedilatildeo entre as atividades de
maneira mais eficiente e eficaz melhorando a utilizaccedilatildeo das aacutereas produtivas obtendo maior
facilidade na administraccedilatildeo das tarefas diminuindo assim os problemas ergonocircmicos e
flexibilizando os processos em casos de mudanccedilas ou adequaccedilotildees
Durante a chegada do paciente e no momento preacute-diaacutelise os enfermeiros se mantecircm
proacuteximos do paciente ocupando sempre o espaccedilo iacutentimo e o pessoal jaacute durante o periacuteodo de
transdiaacutelise onde o paciente jaacute foi instalado na maacutequina os enfermeiros se mantecircm no espaccedilo
social e no puacuteblico O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em
relaccedilatildeo aos outros durante a conversaccedilatildeo Aleacutem das caracteriacutesticas semifixas o espaccedilo
disponiacutevel sem obstaacuteculos entre os interlocutores podem favorecer a distacircncia de aproximaccedilatildeo
durante a interaccedilatildeo (HALL 2005)
Os dois principais momentos que ficamos no iacutentimo e pessoal satildeo na instalaccedilatildeo do
paciente agrave maacutequina no momento da transdiaacutelise que verifico a pressatildeo arterial ou
se tiver alguma intercorrecircncia e ao final quando termina o procedimento (E4)
Aqui trabalho bem proacutexima ao paciente ateacute porque o nuacutemero de teacutecnicos e
enfermeiros eacute reduzido [] quando chega o paciente eu posiciono-o ajudo na
instalaccedilatildeo fico muito no maquinaacuterio e proacuteximo a bancada (E6)
Os espaccedilos satildeo demarcados pelos enfermeiros com sendo iacutentimo e pessoal em
diferentes momentos que necessitam de uma aproximaccedilatildeo para executar um procedimento e
apoacutes executarem determinada tarefa existe um afastamento se mantendo no social para uma
melhor visatildeo geral de todos os pacientes e para proporcionar ao paciente uma privacidade As
sucessivas aproximaccedilotildees satildeo referidas como sendo algo muito contiacutenuo mas que tambeacutem natildeo
podem interferir no bem estar e invasatildeo do espaccedilo do paciente
Para Schimidt e Silva (2012) o que eacute caracterizado com invasatildeo do espaccedilo satildeo accedilotildees
referentes agrave manipulaccedilatildeo do corpo do paciente ou de pertences a ocupaccedilatildeo do seu espaccedilo
pessoal ou iacutentimo pelo profissional sem autorizaccedilatildeo preacutevia a permissatildeo de pessoas estranhas
ou em quantidade que superlote seu territoacuterio e a violaccedilatildeo satildeo accedilotildees referentes agraves exposiccedilotildees e
agraves intrusotildees fiacutesicas e visuais que violam a privacidade fiacutesica e emocional do paciente sendo
os dois exemplos mais incidentes agrave negligecircncia o uso inadequado de biombos ou ateacute mesmo a
exposiccedilatildeo de um cateter na femural Nesse mesmo estudo Schimidt e Silva (2012) afirmam a
71
situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal considerada mais desagradaacutevel eacute quando a enfermagem realiza
um procedimento teacutecnico em uma regiatildeo mais iacutentima e na HD este momento eacute vivenciado ao
se manipular um cateter localizado na arteacuteria femural pois o paciente precisa expor o acesso
levantando sua bermuda ou saia trazendo-lhe um constrangimento diante dos demais
pacientes
512 Segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo
O segundo cenaacuterio da pesquisa investigado representa o setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) (figuras 7a e 7b) que apresenta dimensotildees
diferentes do primeiro cenaacuterio assim como as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor No
setor de HD o espaccedilo puacuteblico eacute localizado na sala de registros de enfermagem um espaccedilo em
anexo a sala de HD que eacute separada por uma parede de vidro
O setor eacute climatizado com boa iluminaccedilatildeo possui um uacutenico salatildeo onde haacute na entrada
uma balanccedila para pesagem dos pacientes duas pias para lavagem do braccedilo e no salatildeo existem
oito (8) poltronas reclinaacuteveis e confortaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) oito (8) maacutequinas de hemodiaacutelise
(espaccedilo pessoal) no centro do salatildeo haacute um balcatildeo de enfermagem (espaccedilo social) amplo
com armaacuterios para guarda medicamentos insumos e demais mateacuterias utilizados na
hemodiaacutelise
Ao serem questionados sobre facilidades e dificuldades do ambiente os enfermeiros
relataram que o espaccedilo (figura 7a) e sua utilizaccedilatildeo satildeo adequados em muitos aspectos como o
balcatildeo centralizado com acesso faacutecil a materiais (medicaccedilotildees agulhas capilares de HD etc)
nesta disposiccedilatildeo permite uma melhor visualizaccedilatildeo de todos os pacientes assim como de todos
os profissionais que prestam os cuidados durante a permanecircncia do paciente na HD
Entretanto natildeo satildeo propiacutecios e adequados para se estabelecer as interaccedilotildees e os cuidados de
enfermagem de forma singular por considerarem um espaccedilo pequeno
O ambiente tem que facilitar - se tem uma visualizaccedilatildeo direta de todas as maacutequinas
com o apoio de um balcatildeo com acesso a tudo que precisamos desde materiais ateacute
prontuaacuterios dos pacientes eacute o ideal o problema eacute que com o espaccedilo eacute pequeno
temos que nos limitar em nossas movimentaccedilotildees (E7)
O ambiente facilita a comunicaccedilatildeo gosto do espaccedilo mas faccedilo meus registros de peacute
no balcatildeo natildeo temos aonde sentar soacute na sala de registros Entatildeo a dificuldade eacute o
espaccedilo ser pequeno e o balcatildeo muito alto [] natildeo gosto da sala de registros
72
porque fico longe dos pacientes tenho que olhar atraveacutes dos vidros e natildeo daacute para
ver direito aleacutem de que poderaacute retardar o meu tempo de accedilatildeo (E8)
As manisfestaccedilotildees de insatisfaccedilatildeo com o ambiente surgiram em ambos os cenaacuterios
cada qual analisado de acordo com suas caracteriacutesticas proacuteprias mas eacute notoacuterio que algumas
dificuldades satildeo descritas como de faacutecil soluccedilatildeo quando se trata de organizaccedilatildeo e
planejamento do arranjo das caracteriacutesticas semifixas como a distribuiccedilatildeo dos mobiliaacuterios no
ambiente mas quando se trata de dimensotildees das caracteriacutesticas fixas do ambiente natildeo eacute de
faacutecil resoluccedilatildeo Para os depoentes do primeiro cenaacuterio investigado o ambiente eacute amplo mas
natildeo favorece uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes devido o balcatildeo natildeo ser centralizado
jaacute o segundo cenaacuterio apresenta balcatildeo centralizado e alto mas o espaccedilo eacute inapropriado para
atender as necessidades de circulaccedilatildeo devido ao tamanho do salatildeo
Eacute atraveacutes das satisfaccedilotildees humanas que se pode conseguir uma qualidade assistencial
seja de forma direta atraveacutes da reduccedilatildeo de tempos movimentos e recursos seja de forma
indireta pela promoccedilatildeo de uma maior satisfaccedilatildeo do trabalho sauacutede do trabalhador refletindo
em sua motivaccedilatildeo componente indubitavelmente atrelado agrave produtividade (SILVA
PINHEIRO MOREIRA 2011)
Facilidade eacute por ser pequeno e consigo observar todos os pacientes mas natildeo tem
conforto porque fico em peacute na bancada Em contra partida dificulta quando temos
paciente na maca natildeo tem mobilidade na hora de fazer assistecircncia natildeo consigo
chegar aos equipamentos (E9)
A facilidade eacute que em qualquer posiccedilatildeo no salatildeo estarei proacuteximo e consigo ter uma
reaccedilatildeo raacutepida numa intercorrecircncia tambeacutem natildeo preciso falar alto para falar com
ele Dificuldade eacute porque poderia ser um pouco mais amplo o espaccedilo eacute pequeno as
poltronas satildeo muito proacuteximas umas das outras e esbarramos agraves vezes no outro
paciente ou no colega (E12)
As unidades de diaacutelise devem atender aos requisitos de estrutura fiacutesica previstos na
RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou instrumento legal que venha a substituiacute-
la No Art 22 da RDC Nordm112014 eacute referido que ldquoo posto de enfermagem da sala para
hemodiaacutelise da sala para diaacutelise peritoneal e da sala de recuperaccedilatildeo e atendimento de
emergecircncia deve possibilitar a observaccedilatildeo visual total das poltronasleitos (BRASIL 2002
BRASIL 2014)
O ambiente da HD deve atender agraves especificaccedilotildees de instalaccedilotildees previstas na
Resoluccedilatildeo entretanto encontramos diferentes disposiccedilotildees de mobiliaacuterios nas unidades de HD
73
devido aos padrotildees arquitetocircnicos das instituiccedilotildees e eacute importante avaliarmos a possibilidade
de mudanccedilas para favorecer a circulaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo geral do ambiente
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta figura eacute possiacutevel visualizar em anexo ao salatildeo de HD que existe uma sala de
enfermagem (espaccedilo puacuteblico) referida pelos enfermeiros como sala de registros separada por
uma parede de vidro este espaccedilo eacute destinado agrave evoluccedilatildeo de enfermagem guarda de
prontuaacuterios e demais documentos Esta sala de registros possui cadeiras e balcatildeo pias para
lavagem das matildeos (sem uso) e armaacuterios para guarda de materiais e uma ampla janela de vidro
por onde entra a luz natural Este vidro que separa os ambientes permite a equipe visualizar o
espaccedilo do salatildeo de hemodiaacutelise
74
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta perspectiva (figura 7b) identifica-se o salatildeo de HD com seus espaccedilos iacutentimo
pessoal e social eacute possiacutevel visualizar a porta que daacute acesso a sala de registros (espaccedilo puacuteblico) e a
parede com vidro que permite a visualizaccedilatildeo de ambos os ambientes percebesse que devido agraves
dimensotildees do espaccedilo ser pequeno o balcatildeo encontra-se centralizado (espaccedilo social) permitindo
uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes no salatildeo contudo existe uma proximidade muito
grande entre as poltronas dos pacientes (espaccedilo iacutentimo) e pouco espaccedilo entre o balcatildeo e as
poltronas A maioria dos participantes afirma que esta proximidade entre os pacientes interfere na
privacidade destes restringindo o enfermeiro a discutir determinados assuntos mais iacutentimos ou
pessoais
Damos orientaccedilotildees no salatildeo sim mas satildeo gerais muito geneacutericas e que serviratildeo
para todos mas natildeo eacute uma consulta de enfermagem natildeo eacute pessoal (E6)
Para dar uma assistecircncia mais individual o salatildeo natildeo eacute o local mais indicado
quando eacute uma questatildeo de orientaccedilatildeo e natildeo traacutes nenhum tipo de constrangimento
para o paciente falo ali mesmo (E9)
O enfermeiro possui um papel fundamental no acolhimento e na melhoria da qualidade
de vida do paciente por isso deve desenvolver competecircncias para ajudaacute-lo a aceitar o
75
tratamento e aderir ao plano de cuidados traccedilados Eacute neste acolhimento que o enfermeiro
responsaacutevel pela sala de HD no decorrer do processo agitado de mudanccedila de turno e iniacutecio da
nova sessatildeo de HD deve conseguir recolher o maacuteximo de informaccedilotildees possiacuteveis sobre o
paciente para garantir uma assistecircncia de cuidados adequados ao iniciar o tratamento com
seguranccedila Teraacute de fazecirc-lo em plena sala de HD com os outros pacientes ao redor o que o
limitaraacute em algumas discussotildees para natildeo desrespeitar a privacidade do paciente restringindo-
o a intervir ou orientar em situaccedilotildees mais especiacuteficas
O acolhimento do paciente renal crocircnico em iniacutecio de hemodiaacutelise eacute da competecircncia
do enfermeiro pois eacute ele que tem um melhor conhecimento da pessoa e do contexto cada
experiecircncia de acolhimento deve ser flexiacutevel e ajustada agrave situaccedilatildeo cliacutenica da pessoa natildeo deve
ser padronizado deve-se estabelecer com ele um elo uma relaccedilatildeo de proximidade e de
presenccedila permanente no cuidado ao paciente na HD O enfermeiro interage com o paciente
durante todo o periacuteodo de permanecircncia no setor e no miacutenimo trecircs vezes na semana essa
convivecircncia e o cuidado prolongado possibilitam que ambos experimentem uma gama de
fenocircmenos sentimentos pensamentos e reaccedilotildees que podem interferir de forma positiva no
processo de comunicaccedilatildeo dentre esses estatildeo a empatia a confianccedila e o respeito muacutetuo
(STEFANELLI CARVALHO 2012)
Conforme Fernandes e Cruz (2017) os enfermeiros reconhecem que satildeo os
profissionais mais competentes para acolher a pessoa em iniacutecio de hemodiaacutelise e estabelecer
com ela uma ligaccedilatildeo uma relaccedilatildeo de proximidade e confianccedila que poderaacute ser determinante
para o sucesso do processo de adesatildeo ao tratamento A tarefa de cuidar do paciente em HD eacute a
atividade realizada entre todos os membros da equipe de sauacutede e dessa forma tambeacutem eacute uma
atribuiccedilatildeo do enfermeiro Neste cenaacuterio o enfermeiro assume uma postura de assistecircncia e
gerecircncia pois a natureza do trabalho do enfermeiro exige atender diferentes demandas de
atenccedilatildeo que estatildeo ligadas agrave complexidade da assistecircncia prestada e do ambiente de trabalho A
Lei do Exerciacutecio Profissional nordm749886 relata que eacute uma das atividades privativas do
enfermeiro prestar cuidados de maior complexidade teacutecnica e que exijam conhecimentos
cientiacuteficos e ainda capacidade para tomar decisotildees imediatas (COFEM 1986)
O enfermeiro da HD por manter um contato constante e contiacutenuo com o paciente na
terapia renal ao prestar um cuidado se envolve e aprende a exercitar seu compromisso
favorecendo estreita relaccedilatildeo com o paciente e consequentemente contribuindo para
assistecircncia de qualidade Portanto nesse ambiente o trabalho do enfermeiro natildeo se resume a
articular os diversos meios de trabalho da equipe de sauacutede e de enfermagem mas na prestaccedilatildeo
direta de cuidados que necessitam de respostas individuais e complexas que atendam as
76
necessidades impliacutecitas Dessa forma o trabalho na HD exige novas competecircncias dos
profissionais que se deparam com mudanccedilas tecnoloacutegicas e exigecircncias especiacuteficas
provocando muitas vezes transformaccedilotildees no seu processo de trabalho (CAMELO 2012)
Na HD natildeo trabalhamos sozinhos trabalhamos com vaacuterios profissionais e muitas
vezes sou eu que vou identificar um problema que a nutriccedilatildeo ainda natildeo viu E
tambeacutem o social e vou discutir com a enfermeira chefe pois eu sei que ela faz esta
parte social [] quando Identifico um problema aiacute mexe comigo e eu me coloco a
disposiccedilatildeo para resolver ou solicito ajuda para auxiliar nas orientaccedilotildees (E5)
O paciente ao chegar no setor de HD desconhece o tratamento eles acham que
faratildeo a HD durante um determinado tempo e vatildeo se ldquocurarrdquo Sou eu que muita das
vezes converso e informo que eacute contiacutenuo que o rim dele natildeo voltaraacute a funcionar e
que sem a HD ou um transplante natildeo seraacute possiacutevel viver (E11)
Os pacientes mesmo realizando a HD satildeo comumente afetados por uma infinidade de
problemas cliacutenicos que necessitam de avaliaccedilatildeo e monitorizaccedilatildeo contiacutenua incluindo diabetes
anemia doenccedila oacutessea e cardiovascular desnutriccedilatildeo complicaccedilotildees com o acesso vascular
gestatildeo de volume hiacutedrico e aquelas relacionadas agraves questotildees psicossociais e emocionais Os
enfermeiros afirmam fazer o acolhimento independente de ter um espaccedilo proacuteprio realizam
suas orientaccedilotildees e prestam o cuidado de forma coletiva
Fernandes e Cruz (2017) descrevem em seus estudos a educaccedilatildeo terapecircutica da pessoa
como um processo complexo orientado pelo esclarecimento sobre a terapia dialiacutetica os
ganhos em sauacutede mudanccedilas nutricionais e hiacutedricas cuidados com acessos vasculares e
elucidaccedilatildeo das alteraccedilotildees de vida Identificam como dificuldades no processo educativo os
internamentos de curta duraccedilatildeo escassez de recursos humanos e sobrecarga de trabalho falta
de motivaccedilatildeo dos profissionais falta de articulaccedilatildeo da equipe multidisciplinar falta de
estruturaccedilatildeo e sistematizaccedilatildeo do processo de adesatildeo No processo de adesatildeo ao regime
terapecircutico o envolvimento da famiacutelia a regressatildeo dos sintomas o empenho a simpatia e
confianccedila estabelecida com a pessoa satildeo aspectos fundamentais
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer espaccedilo vai desde a porta de entrada porque
tem a sala de chefia de enfermagem que passa orientaccedilotildees para o paciente Na sala
de curativo eacute cuidado total orientaccedilatildeo confecccedilatildeo de curativo recepccedilatildeo dele mas
somente para aqueles com cateteres (E5)
Faccedilo as orientaccedilotildees aqui mesmo e os pacientes ao lado tambeacutem ouvem isso eacute bom
porque pode servir para ele Quando eacute algo mais reservado faccedilo apoacutes a
hemodiaacutelise em outro espaccedilo porque aqui natildeo haacute privacidade (E12)
77
Independente do cenaacuterio investigado percebesse que o acolhimento eacute realizado de
acordo com a necessidade de cada paciente ou pela percepccedilatildeo do enfermeiro em qualquer
lugar e momento Os depoentes relatam que as orientaccedilotildees dadas a um determinado paciente
poderatildeo servir de exemplo para os demais que estatildeo ouvindo embora muitos afirmem que o
espaccedilo comum da sala de HD eacute o mais difiacutecil para o estabelecimento de conversas francas e
empaacuteticas entre o paciente e o enfermeiro de modo que o paciente se sinta confortaacutevel para
compartilhar os seus problemas e preocupaccedilotildees mais iacutentimas
Percebe-se a falta de um espaccedilo especiacutefico de enfermagem nas unidades onde os
pacientes possam ser acolhidos abordados e avaliados em todos os paracircmetros que os afetam
aleacutem do tratamento de HD em si Eacute importante ressaltar que o acolhimento eacute realizado sim e
em qualquer momento ou espaccedilo entretanto o que se discuti eacute a importacircncia de acolher em
um espaccedilo propiacutecio para uma consulta de enfermagem e este tipo de avaliaccedilatildeo soacute seraacute
possiacutevel com um tempo e espaccedilo proacuteprio onde seja permitido o estabelecimento de
comunicaccedilatildeo e uma relaccedilatildeo terapecircutica de confianccedila muacutetua com o paciente Estudos recentes
apontam que a consulta de Enfermagem traz benefiacutecios agrave sociedade e proporciona orientaccedilatildeo
de medidas favoraacuteveis que visam agrave abordagem apropriada agraves necessidades inerentes dos
pacientes (OLIVEIRA et al 2012)
Frente agrave importacircncia da consulta de Enfermagem na assistecircncia ao paciente em HD e
por acreditar que o enfermeiro deve se preocupar com a implementaccedilatildeo de praacuteticas que
ofereccedilam condiccedilotildees seguras e de qualidade para o desempenho de suas atividades existem
diversos fatores que interferem na realizaccedilatildeo e na qualidade da consulta de Enfermagem
dentre estes se destacam o quantitativo de profissionais enfermeiros espaccedilo fiacutesico tempo e
alta demanda de pacientes a dificuldade no agendamento das consultas a formaccedilatildeo
profissional
Neste setor natildeo temos um ambiente de consulta de enfermagem e natildeo conseguimos
pela falta de enfermeiro no momento natildeo existe nenhum ambiente onde
proporcione uma conversa mais privada entre enfermeiro e paciente (E4)
Espaccedilo de consulta de enfermagem deve ser individualizado e natildeo daacute para fazer um
diagnoacutestico adequado sem ter uma privacidade seria ideal ter um espaccedilo de
consulta porque consulta eacute o todo a observaccedilatildeo o contato o exame fiacutesico as
pessoas natildeo querem expor problemas pessoais em um ambiente puacuteblico onde todos
estatildeo ouvindo natildeo soacute os pacientes mas aqueles que transitam (E6)
78
Para os participantes eacute fundamental um espaccedilo reservado para avaliaccedilatildeo contiacutenua do
paciente um espaccedilo favoraacutevel a interaccedilatildeo do profissional com o paciente para identificaccedilatildeo
de problemas e implementaccedilatildeo do processo de enfermagem eacute necessaacuterio que todas as
evoluccedilotildees de enfermagem sejam realizadas no prontuaacuterio ou permaneccedilam no sistema
eletrocircnico para futuros acessos entretanto em um dos cenaacuterios os registros satildeo feitos em
prontuaacuterio eletrocircnico que fica disponiacutevel durante um determinado periacuteodo depois o proacuteprio
sistema os excluiu impedindo que haja um registro diaacuterio permanente do paciente para
acompanhamento contiacutenuo
Os pacientes admitidos para iniciar uma terapia renal substitutiva por hemodiaacutelise
passam por avaliaccedilatildeo de diferentes profissionais como nutricionista assistente social
meacutedico psicoacutelogo e enfermeiro Nesta primeira consulta de enfermagem o enfermeiro deve
levantar o histoacuterico do paciente como tambeacutem explicar sobre a doenccedila renal crocircnica e o
processo dialiacutetico enfatizar a importacircncia da adesatildeo agrave terapia dialiacutetica ao tratamento
medicamentoso e as orientaccedilotildees nutricionais orientar sobre os cuidados com o acesso
vascular para a hemodiaacutelise (cateter duplo luacutemen ou fiacutestula arteriovenosa) enfatizar a
importacircncia do controle da ingesta hiacutedrica e ganho de peso
O impacto inicial do tratamento decorrente do diagnoacutestico e tratamento imediato
resultante da falta de preparo e orientaccedilatildeo preacutevia eacute uma realidade da maioria dos pacientes
com DRC Isso remete a pensar sobre a importacircncia do acolhimento ao paciente renal crocircnico
mediante a nova condiccedilatildeo que a doenccedila lhe impotildee quando o mesmo passa a depender do
tratamento dialiacutetico Segundo Medeiros e Medeiros (2013) o acolhimento recai na
humanizaccedilatildeo do atendimento que por sua vez pressupotildee a garantia de acesso a todas as
pessoas Diz respeito ainda agrave escuta do problema de sauacutede do usuaacuterio de forma qualificada e
resolutiva
Apoacutes esta consulta o paciente deve ser encaminhado para realizar sua primeira sessatildeo
de hemodiaacutelise na qual seratildeo realizados os seguintes procedimentos coleta de material para
exames laboratoriais instalar o paciente em maacutequina de hemodiaacutelise especiacutefica para pacientes
com sorologia desconhecida fazer o reuso do dialisador na maacutequina ateacute confirmaccedilatildeo de
sorologias encaminhar para vacinaccedilatildeo contra hepatite B encaminhar para o serviccedilo de
nutriccedilatildeo serviccedilo social e psicologia caso ainda natildeo tenha sido feita avaliaccedilatildeo pelos
profissionais
A instalaccedilatildeo do paciente na hemodiaacutelise eacute um ponto criacutetico desse processo a equipe
de enfermagem deve estar atenta para prevenir complicaccedilotildees relacionadas haacute esse tempo para
79
isso eacute fundamental que o cuidado esteja fundamentado a luz do conhecimento cientiacutefico que
os procedimentos operacionais estejam escritos disseminados e toda equipe treinada para
garantir seguranccedila e qualidade no atendimento
Natildeo existe um espaccedilo para se realizar a consulta de enfermagem entatildeo ateacute o
paciente de primeira vez onde satildeo coletados dados para ficha de anamnese satildeo
feitas na sala puxo uma cadeira fico o mais proacuteximo possiacutevel e vou fazendo as
perguntas e por mais proacutexima que eu esteja os demais pacientes acabam ouvindo
as repostas do paciente (E3)
O espaccedilo pode interferir na comunicaccedilatildeo Seria ideal um espaccedilo privado porque o
paciente tem vergonha de falar todos os assuntos Apesar de que no segundo turno
eles tecircm um viacutenculo muito grande porque satildeo pacientes de programas e se
conhecem a muito tempo mas mesmo assim tecircm assuntos que eles natildeo querem
compartilhar (E8)
Esses dados corroboram com estudos realizados por Oliveira et al (2012) no qual
confirmam que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a consulta de
enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de satisfaccedilatildeo
biopsicossocial destacam ainda que a consulta de enfermagem favorece o estabelecimento
de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e flexibilidade que
proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de acolhimento favorecendo
a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
A comunicaccedilatildeo eacute a principal ferramenta que possibilita o relacionamento pois
pressupotildee uma interaccedilatildeo entre as pessoas troca ou partilha de opiniotildees informaccedilotildees bem
como a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees A consulta de enfermagem possibilita o
enfermeiro a ouvir seu paciente e percebecirc-lo como ser uacutenico de onde ressaltam sentimentos
como a valorizaccedilatildeo que se refletem na melhor adesatildeo do paciente aos cuidados e esquemas
terapecircuticos jaacute que estes necessitam de relaccedilotildees de confianccedila para reduzir o medo a
ansiedade e restabelecer a sauacutede
Assim estar proacuteximo e dialogar contribuem para o surgimento da empatia e dos laccedilos
de confianccedila entre enfermeiras e pacientes avigora o viacutenculo Estudos apontam que a
comunicaccedilatildeo eacute essencial para a realizaccedilatildeo da consulta de Enfermagem cabendo ao
enfermeiro ter consciecircncia da importacircncia dos comportamentos verbais e natildeo verbais durante
a comunicaccedilatildeo reconhecendo emoccedilotildees expectativas e estereoacutetipos que possam interferir no
atendimento (NERY et al 2012)
80
Natildeo haacute individualidade do paciente um estaacute do lado do outro quando um passa
mal natildeo nem sempre temos o biombo disponiacutevel entatildeo natildeo tem privacidade Se faccedilo
um cuidado ou estou orientando todos estatildeo ouvindo (E6)
Natildeo existe um espaccedilo de privacidade seria interessante um espaccedilo proacuteprio
entretanto o quantitativo de funcionaacuterios natildeo eacute suficiente noacutes ficamos responsaacuteveis
pelo que acontece no salatildeo tambeacutem no que acontece nas diaacutelise externa o
quantitativo ideal no salatildeo seriam 5 teacutecnicos e 1 enfermeiro (E9)
Os depoentes relatam que a consulta de enfermagem permitiraacute o enfermeiro a ouvir
seu paciente e perceber sua singularidade mas se este espaccedilo natildeo eacute adequado natildeo haacute uma
individualidade e nem privacidade mesmo que exista um biombo os pacientes proacuteximos
ouvem a conversa Assim o espaccedilo onde se presta o cuidado de enfermagem eacute visto pelos
profissionais como desfavoraacutevel e inadequado para a construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da
assistecircncia pois natildeo possibilita quando necessaacuterio proporcionar um local de comunicaccedilatildeo
reservado embora ofereccedila um ambiente de trabalho que auxilia ao tipo de tratamento
prestado
Segundo Macedo Sena e Miranda (2013) eacute importante considerar os efeitos dos
espaccedilos fiacutesicos no respeito aos direitos e necessidades das pessoas As consultas de
enfermagem preferencialmente devem ser realizadas em um ambiente privado preparado
especialmente para o atendimento agrave sauacutede Para isso considerar tanto as caracteriacutesticas das
pessoas a serem atendidas como a necessidade de pocircr agrave sua disposiccedilatildeo tecnologias
assistenciais e educativas diversas
Um espaccedilo proacuteprio de consulta jaacute existiu mas devido agrave falta de pessoal acabou Era
um ambulatoacuterio multiprofissional mas natildeo tinha ningueacutem para atender Se
houvesse este espaccedilo haveria melhoria na qualidade da assistecircncia teria contato
com ele e a famiacutelia iria identificar questotildees que em quatro horas em um ambiente
comum eu natildeo consigo Ele teria confianccedila (E1)
Somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente para que eu possa intervir e passar as
orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos preacutevios com cada paciente da diaacutelise
(E5)
O enfermeiro desempenha um papel relevante junto ao paciente num sentido bem
mais abrangente objetivando uma assistecircncia integralizada em prol da melhoria do estado de
sauacutede do paciente e a funccedilatildeo da consulta deve ultrapassar os limites da informaccedilatildeo e
81
orientaccedilatildeo ao paciente proporcionando real momento de transformaccedilatildeo do sujeito permitindo
que este se sinta acolhido compreendido e a vontade para dialogar sobre duacutevidas
inquietaccedilotildees e anguacutestias A consulta deve ser um momento no qual o paciente e o profissional
se relacionam compartilham conhecimentos e afetos trocam ideias de forma que as duacutevidas
existentes tambeacutem sejam percebidas conduzindo agrave reflexatildeo em busca de estrateacutegias que
proporcionem vida com melhor qualidade para o paciente renal crocircnico A consulta de
enfermagem apresenta-se como um modelo assistencial relevante no serviccedilo e este fato deve
ser reconhecido natildeo apenas pelos enfermeiros que a desempenham como tambeacutem pelos
pacientes e por outras categorias profissionais (MACEDO SENA MIRANDA 2013)
O ideal seria uma anti-sala que o enfermeiro atendesse para verificar o peso
confirmar a lavagem do braccedilo como uma preacute-consulta antes da diaacutelise [] Porque
temos muitas interferecircncias ruiacutedos [] somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente
para que eu possa intervir e passar as orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos
preacutevios com cada paciente da diaacutelise (E5)
Os ruiacutedos satildeo muitos e a pessoa natildeo se sente a vontade para falar de tudo O tempo
que estamos na assistecircncia realmente nos limita a ter uma atuaccedilatildeo maior em
consulta aleacutem do espaccedilo fiacutesico necessaacuterio temos que ter quantitativo de pessoal
suficiente(E6)
Foram identificados alguns problemas relativos ao espaccedilo da HD poreacutem notou-se a
priori uma satisfaccedilatildeo com as instalaccedilotildees de caracteriacutesticas semifixas de uma forma geral
como iluminaccedilatildeo temperatura maquinaacuterios poltronas etc Jaacute em relaccedilatildeo aos ruiacutedos do
ambiente percebeu-se uma das dificuldades em estabelecer uma relaccedilatildeo interpessoal mais
qualificada com o paciente inviabilizando uma assistecircncia mais singular
A abordagem da comunicaccedilatildeo proxecircmica baseado no comportamento do enfermeiro
por meio das relaccedilotildees com o espaccedilo possibilita identificar diferenccedilas em suas habilidades de
gerenciar suas atividades ao entender que as caracteriacutesticas do ambiente podem dificultar ou
facilitar a realizaccedilatildeo destas Para Savi e Rech (2015) satildeo muitas as variaacuteveis presentes no
ambiente que podem modificar o desempenho de uma pessoa como a relaccedilatildeo ao conforto
ambiental que estaacute intimamente relacionado ao ruiacutedo iluminaccedilatildeo temperatura umidade e
pureza do ar cada uma representa uma parcela importante para a manutenccedilatildeo de um ambiente
propiacutecio ao bem-estar das pessoas que ali se encontram
Quando um ambiente fiacutesico responde agraves necessidades das pessoas tanto em termos
funcionais (fiacutesicocognitivos) quanto formais (psicoloacutegicos) certamente teraacute um impacto
82
positivo na realizaccedilatildeo destas atividades tornando-se um desafio para o enfermeiro cumprir
com as metas assistenciais de forma que natildeo interfira ou comprometa o desempenho de suas
funccedilotildees Planejar e organizar um ambiente que favoreccedila e seja positivo as demandas do
serviccedilo poderaacute ter suas limitaccedilotildees diante de decisotildees que requerem aprovaccedilotildees e
investimentos da proacutepria instituiccedilatildeo de sauacutede Alguns estudos demonstram que existem por
parte de alguns gestores investimentos e melhorias dos setores de sauacutede se adequando as
reais necessidades das demandas da clientela e dos trabalhadores Segundo Silva Matsuda e
Waidman (2012) se por um lado isso pode sugerir maior gasto por outro representa a
melhoria da sauacutede do paciente e otimiza o trabalho de enfermeiro como consequumlecircncia uma
economia para a instituiccedilatildeo e o aumento da produtividade e qualidade da assistecircncia prestada
Aleacutem disso para Rodrigues e Santana (2013) ambientes projetados ou modificados
visando favorecer a maximizaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos como sistemas de iluminaccedilatildeo e
climatizaccedilatildeo controlados pelos proacuteprios enfermeiros estes se sentem mais atraiacutedos pelo posto
de trabalho por sua atividade e pelos resultados positivos das tarefas haja vista que haacute
diminuiccedilatildeo de queixas tanto em relaccedilatildeo agraves necessidades individuais quanto a doenccedilas
adquiridas nesses ambientes resultando em reduccedilatildeo de custos operacionais Um ambiente que
natildeo proporciona as condiccedilotildees adequadas de trabalho reduz a prontidatildeo de resposta e aumenta
a tendecircncia a falhas na assistecircncia prestada
Para Hall (2005) o espaccedilo relaciona-se intimamente com os sentidos do homem que
se encontram por sua vez em iacutentima transaccedilatildeo com o ambiente Para a criaccedilatildeo de um espaccedilo
de HD que atenda agraves caracteriacutesticas que permita a adequaccedilatildeo agraves tarefas inerentes ao setor e as
demandas do paciente deveraacute ser baseado no contexto em que seraacute usado com efetividade
eficiecircncia e satisfaccedilatildeo Eacute importante avaliar quais os fatores que levam o ambiente a ser
referido como inapropriado para determinadas atividades como acolher de forma singular o
paciente sem haver um espaccedilo de consulta de enfermagem pode gerar uma carga deleteacuteria
sobre os aspectos fiacutesicos psicoloacutegicos e sociais afetando a eficiecircncia de todo o processo
assistencial
Assim os aspectos envolvidos na adequaccedilatildeo do ambiente devem advir do sentimento
que o enfermeiro adquire com interaccedilatildeo cotidiana com o ambiente construiacutedo e o paciente
Sua avaliaccedilatildeo depende de sua percepccedilatildeo e uso dos sentidos independente do cenaacuterio
investigado mesmo que existam diferentes ambientes de HD com suas peculiaridades
Quando se inferi ao niacutevel decisoacuterio as percepccedilotildees do enfermeiro interligando os limites entre
a razatildeo e a emoccedilatildeo tendo ainda como elemento mediador a bagagem cognitiva
83
comportamental adquirida na trajetoacuteria profissional vivencial fica explicito que o principal
elemento que poderaacute influenciar as mudanccedilas do ambiente eacute o enfermeiro
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise
Dentre as 12 (doze) entrevistas analisadas (corpus da pesquisa) e as 345 (trezentos e
quarenta e cinco100) UR emergentes 105 (cento e cinco3043) depoimentos descrevem
como o enfermeiro identifica os diferentes sentidos corporais durante o cuidado na HD Desta
forma emergiu uma nova categoria sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise em
forma de uma segunda Unidade de Significaccedilatildeo a qual seraacute descrita discutida e analisada a
seguir com a exemplificaccedilatildeo de depoimentos dos enfermeiros participantes
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades
de significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
2
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
A palavra espaccedilo pode apresentar vaacuterias conotaccedilotildees todavia o espaccedilo do cuidado
caracteriza-se como local que uni aspectos fiacutesicos bioloacutegicos cientiacuteficos culturais sociais
econocircmicos entre outros em uma teia de relaccedilotildees onde se torna difiacutecil excluir ou isolar
partes levando ao estabelecimento de relaccedilotildees de cuidado em situaccedilotildees vitais que envolvem o
processo de comunicaccedilatildeo (LANZONI 2011)
A interaccedilatildeo no espaccedilo do cuidado em HD se traduz em atitudes realizadas para
promover manter ou recuperar a sauacutede Com destaque para a comunicaccedilatildeo efetiva e solidaacuteria
que possibilita demonstrar interesse atenccedilatildeo sentimentos e possibilidades (BROCA
FERREIRA 2016) Expressa por meio de sorrisos conversas brincadeiras esclarecimentos
sobre os procedimentos orientaccedilotildees e estiacutemulos para o autocuidado que favorecem o aliacutevio
84
das sensaccedilotildees de medo dor preocupaccedilatildeo anguacutestia e pacircnico A comunicaccedilatildeo viabiliza uma
relaccedilatildeo dialoacutegica ao acolher a palavra do outro oportunizando a escuta a troca de
informaccedilotildees e a demonstraccedilatildeo de disponibilidade
Como jaacute foi mencionada anteriormente a comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute a capacidade de
usar e efetivamente interpretar a distacircncia interpessoal para a comunicaccedilatildeo Isto eacute o espaccedilo
proximidade ou contato com o interlocutor satildeo entendidos a partir da construccedilatildeo cultural dos
interlocutores Para Hall (2005) o emprego que o homem faz do seu espaccedilo eacute uma elaboraccedilatildeo
especializada de cultura e a distacircncia muda de cultura para cultura A proxecircmica propotildee um
tipo baacutesico de comunicaccedilatildeo em que atraveacutes da distacircncia do corpo as mensagens satildeo
transmitidas pelos sentidos corporais
Desta forma observa-se que o enfermeiro ao chegar ao setor para o plantatildeo demarca
seu espaccedilo do cuidado a partir da aproximaccedilatildeo dos pacientes mantendo uma distacircncia iacutentima
ou pessoal Esta aproximaccedilatildeo indica a necessidade de estabelecer um primeiro contato e
mostrar sua preocupaccedilatildeo com o bem estar do outro Os principais sentidos identificados como
fundamentais na HD satildeo a visatildeo a audiccedilatildeo e o tato
Existe realmente uma diferenccedila no comportamento diaacuterio tem pacientes que agraves
vezes chegam aqui datildeo um abraccedilo apertado e em datas comemorativas natildeo se
esquecem de compartilhar natildeo eacute somente uma questatildeo do contato por educaccedilatildeo
existe tambeacutem uma preocupaccedilatildeo com a pessoa e a reciacuteproca eacute muito verdadeira
Eles tambeacutem sabem quando natildeo estamos bem somos observados pelo nosso
comportamento (E9)
Quando o paciente entra jaacute observo se estaacute acompanhado como estaacute deambulando
a postura se ele estaacute apaacutetico ou natildeo se estaacute disposto ou se arrastando se ele me
cumprimenta ou aos amigos porque a adesatildeo do paciente tem muito haver com a
uniatildeo com outros pacientes e a equipe Observo se ele se lembra de pesar porque
uns entram jaacute sentando outros se lembram de pesar tecircm essa preocupaccedilatildeo com o
proacuteprio peso Vejo pouco os pacientes lavarem o braccedilo com a fiacutestula tem pia
proacuteximo dele mas se natildeo lembro a ele de lavar eacute difiacutecil ver ele lavar sozinho
(E11)
Sabe-se que para estabelecer uma boa interaccedilatildeo eacute necessaacuterio primeiramente obter
confianccedila de quem se cuida esta estrateacutegia de aproximaccedilatildeo inicial possibilita ao enfermeiro
identificar e obter informaccedilotildees sobre o paciente como possiacuteveis intercorrecircncias no transcorrer
da diaacutelise Ao se considerar que o processo de trabalho em sauacutede tem como um dos seus
elementos principais as accedilotildees de cuidado tanto fiacutesicas quanto relacionais natildeo se deve limitar
a realizar apenas a procedimentos teacutecnicos pois a teacutecnica impessoal e mecanizada pode levar
ao distanciamento da pessoa cuidada Deve-se englobar o sentido de ser pois se tratando de
85
uma relaccedilatildeo entre sujeitos eacute imprescindiacutevel que na praacutetica profissional os atores envolvidos
estabeleccedilam uma boa interaccedilatildeo visando o engajamento necessaacuterio para a concretizaccedilatildeo do
verdadeiro ato de cuidar (FORMOZO et al 2012)
Cuidar inclui a realizaccedilatildeo de procedimentos teacutecnicos aliados agrave valorizaccedilatildeo das
expressotildees de atitudes condizentes com princiacutepios humaniacutesticos entre os quais a valorizaccedilatildeo
de valores morais eacuteticos e sociais Pode-se dizer tambeacutem que o processo de cuidar eacute
diretamente influenciado pela formaccedilatildeo pessoal e pela personalidade do cuidador e do ser
cuidado adquiridas atraveacutes de suas experiecircncias crenccedilas e cultura
O espaccedilo do cuidado natildeo se restringe ao ato teacutecnico mas contempla o envolvimento e
a preocupaccedilatildeo com os envolvidos na interaccedilatildeo Nesse sentido considera- se que ao efetuar
um cuidado estando atentas as manifestaccedilotildees natildeo verbais e psicoloacutegicasemocionais o
profissional realiza um cuidado mais integral e natildeo somente uma atividade teacutecnica presente
somente de corpo O desenvolvimento das accedilotildees de cuidado traz agrave tona tambeacutem a questatildeo da
intersubjetividade estabelecida na relaccedilatildeo interpessoal com o envolvimento do natildeo dito mas
expresso por gestos e expressotildees que satildeo identificadas pelos nossos sentidos A consideraccedilatildeo
pelo outro a observaccedilatildeo das suas particularidades a individualidade e ainda o caraacuteter
expressivo manifesto na emoccedilatildeo imprimem qualidade humana ao cuidado
O paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresa entatildeo a gente acaba ficando
atento a qualquer tipo de intercorrecircncia que ele possa vir a ter e agraves vezes ele nem
consegue se comunicar Temos que ficar ligada no que estaacute acontecendo e de longe
mesmo posso intervir chamando o paciente vendo se ele estaacute responsivo tem
paciente que jaacute conheccedilo quando comeccedila a fazer hipotensatildeo ou hipoglicemia Se ele
natildeo consegue nem chamar entatildeo observo os gestos sua face se estaacute
hipocorado(E4)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar entatildeo
tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais tambeacutem se ele dorme se vira o
braccedilo ou dorme em cima Se dobrar ou deitar em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina apitar (E6)
A atenccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute essencial ao cuidado humano por resgatar a
capacidade do profissional de sauacutede de perceber com maior exatidatildeo os sentimentos as
duacutevidas e as dificuldades do paciente em verbalizar o que sente Em seus estudos Schimidt e
Silva (2013) afirmam que quanto mais o clima for de confianccedila mais a experiecircncia pode ser
86
positiva isto porque os gestos de cuidado e atenccedilatildeo ficaratildeo sempre presentes na lembranccedila
daquele que recebe o cuidado Ao se despertar um sentimento de confianccedila entre paciente e
equipe de enfermagem possibilita-se que ambos experimentem uma sensaccedilatildeo de seguranccedila e
satisfaccedilatildeo
Para Formozo et al (2012) o cuidado para surtir efeito desejado necessita considerar o
tato audiccedilatildeo e postura corporal durante a interaccedilatildeo interpessoal entre paciente e enfermeiro
para que sejam demonstrados os sentimentos implicados na accedilatildeo com satisfaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo da accedilatildeo Eacute fato que ao usar frequentemente as relaccedilotildees interpessoais como
instrumento de trabalho os enfermeiros satildeo estimulados a desenvolver habilidades sociais para
subsidiar esses processos de interaccedilatildeo Segundo Teixeira et al (2014) habilidades sociais satildeo
um conjunto de comportamentos transmitidos por uma determinada pessoa em um contexto
interpessoal que expressa sentimentos atitudes desejos opiniotildees ou direitos desse indiviacuteduo
de modo adequado agrave situaccedilatildeo respeitando esses comportamentos nos demais e que
geralmente resolve os problemas imediatos da situaccedilatildeo enquanto minimizando a
probabilidade de futuros problemas
[] alguns profissionais que satildeo mais sensibilizados utilizam mais os sentidos []
eu particularmente tenho um pouco de dificuldade em ter esta proximidade com o
paciente eu tento manter uma distacircncia terapecircutica a natildeo ser que eu jaacute tenha
estabelecido uma relaccedilatildeo de intimidade com o paciente isto com o tempo vai se
modificando (E3)
Tem paciente que eacute mais fechado mas natildeo deixa de demonstrar carinho outros jaacute
satildeo mais falantes e brincam uns com os outros Entatildeo essas relaccedilotildees humanas estatildeo
muito afloradas aqui dentro estamos sempre perto natildeo eacute somente ligar e desligar
algo da tomada tem toda uma histoacuteria muito proacutepria de relaccedilotildees que estaacute ligada
agraves caracteriacutesticas de cada um (E9)
Haacute grupos de diaacutelise que satildeo mais comunicativos brincam e conversam durante
diaacutelise geralmente porque estatildeo a mais tempo juntos Eacute difiacutecil paciente chamar e
dizer que estaacute passando mal geralmente sou eu que observo e me aproximo para
checar (E12)
Destaca-se o respeito pela diversidade de personalidades e diferentes formas de se
estabelecerem as relaccedilotildees cada um possui haacutebitos e formas de se comunicar mas eacute
imprescindiacutevel que haja empatia ao se compartilhar as emoccedilotildees com os outros sentir com o
outro suas preocupaccedilotildees envolve perceber o outro com as suas reais necessidades sem julgar
87
Percebe-se no discurso que a dificuldade de se aproximar faz parte de uma caracteriacutestica
pessoal e cultural tanto o enfermeiro como o paciente podem natildeo estabelecer uma relaccedilatildeo
mais intimista no iniacutecio do tratamento mas com o passar do tempo eacute estabelecido uma relaccedilatildeo
de intimidade e confianccedila que permite a eles se aproximarem mais e estabelecerem uma
relaccedilatildeo mais profiacutecua e consequentemente um cuidado mais eficiente
Ao se colocar em relevo que as relaccedilotildees estabelecidas na HD natildeo satildeo influenciadas
somente por paracircmetros psicossociais culturais educacionais entre outras mas tambeacutem por
questotildees que satildeo inerentes ao comportamento humano em um determinado espaccedilo percebe-se
que a discussatildeo do uso do espaccedilo fiacutesico e sua implicaccedilatildeo no comportamento humano
orientada pela teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica possibilita lidar com alguns desafios tanto
conceituais quanto metodoloacutegicos Haja vista que contribuir para a produccedilatildeo de sauacutede e
produzir um espaccedilo fiacutesico na sauacutede adequado natildeo se separa da produccedilatildeo de sauacutede e da
produccedilatildeo de subjetividade Expressar necessidades estruturais como espaccedilo fiacutesico e de
mobiliaacuterios a partir dos distanciamentos e aquelas expressas pelos nossos sentidos pode ser
um fato pouco peculiar
Eacute uma compreensatildeo que aposta na composiccedilatildeo de saberes para a produccedilatildeo dos
espaccedilos fiacutesicos entendendo que o espaccedilo natildeo eacute dado a priori Segundo Schimidth e Silva
(2012) o espaccedilo eacute um territoacuterio que se habita que se vivencia onde se convive e se relaciona
Eacute um territoacuterio que se experimenta se reinventa e que se produz A proposta de produccedilatildeo do
espaccedilo acontece porque haacute processos de trabalho encontros entre as pessoas modos de se
viver e modos de ir reconstruindo o espaccedilo
A orientaccedilatildeo da ambiecircncia na hemodiaacutelise articulada agrave Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
favorece que ao se intervir criar e recriar os espaccedilos fiacutesicos neste setor se problematizem
tambeacutem as praacuteticas os processos de trabalho e os modos de viver e conviver nesse espaccedilo E
nesse sentido quando se tem o conhecimento do uso da proxecircmica como guia orientador para
a assistecircncia e gestatildeo em HD outros modos de estar ocupar e trabalhar se expressaratildeo nesse
lugar e solicitaratildeo arranjos espaciais singulares com fluxos adequados que favoreccedilam os
processos de trabalho
Pela expressatildeo do rosto vejo que ele natildeo estaacute bem [] visatildeo com observaccedilatildeo natildeo eacute
soacute olhar eacute observar identificar para tomar alguma atitude Quando vocecirc tem o
costume vocecirc conhece o paciente e lida com ele vocecirc olha e identifica que natildeo estaacute
bem eacute hora de se tomar uma providecircncia (E1)
88
O sentido que mais uso eacute a visatildeo Olho a maacutequina a expressatildeo do paciente se estaacute
com dor verifico a glicemia se o sono estaacute profundo vejo pressatildeo o tempo todo eu
mantenho meu olhar voltado para paciente pois ele muda seu estado de forma
muito raacutepida (E2)
Uso muito o sentido visatildeo e depois a audiccedilatildeo Vejo muito a expressatildeo corporal do
paciente se ele estaacute alerta se estaacute mais acordado ou se estaacute mais paacutelido Vejo
tambeacutem a maacutequina quantidade de soro suficiente para o flach (E8)
O contato visual ocorre quando queremos expressar que o canal de comunicaccedilatildeo estaacute
aberto Embora a equipe natildeo fique com o olhar fixo no paciente o tempo todo durante a HD
ela manteacutem um olhar perifeacuterico que segundo Hall (2005) eacute aquele que o ser humano detecta
o movimento com o canto dos olhos E ao identificar mudanccedilas no comportamento do
paciente o profissional muda o seu olhar fixando-o para reduzir psicologicamente a distacircncia
entre os comunicadores e ao se aproximar amplia as possibilidades do diaacutelogo se estabelecer
permitindo a troca de informaccedilotildees O olhar fixo sugere interesse e envolvimento no
relacionamento interpessoal
Utilizo mais na iacutentima a visatildeo tato e audiccedilatildeo O olho no olho eacute uma coisa que natildeo eacute
soacute no espaccedilo iacutentimo devemos usar no pessoal ou social que tambeacutem eacute necessaacuterio
Mesmo na bancada se estou anotando algo mantenho meu olhar voltado para ele
Esse momento do iacutentimo eacute bem completo porque ao mesmo tempo estou fazendo
procedimento estou tocando com a visatildeo direta para a pessoa ouvindo o que o
paciente tem a dizer e o que ele esta trazendo de informaccedilotildees de sinais e sintomas
como eacute a relaccedilatildeo dele com os familiares (E6)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar
entatildeo tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais e tambeacutem se ele dorme vira
o braccedilo ou dormi em cima Se dobrar ou deitou em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina aptar (E9)
A visatildeo eacute uma ferramenta que nos permite colher informaccedilotildees quanto ao estado de
desconforto fiacutesico psicoloacutegico ou ambiental do paciente atraveacutes de expressotildees e posturas que
o paciente assume durante o cuidado (Hall 2005) Essas condiccedilotildees satildeo percebidas por alguns
profissionais com certa facilidade e prontamente procuram resolvecirc-las Atribuiacutemos tal
capacidade de percepccedilatildeo agrave ldquoexpertiserdquo de alguns profissionais em HD Observar os padrotildees
de respostas fisioloacutegicas ou emocionais de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo do
processo de cuidar deste paciente Se natildeo estivermos atentos agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal do
89
paciente podemos interpretar incorretamente aqueles padrotildees de respostas (BROCA
FERREIRA 2016)
Ao avaliar o paciente o enfermeiro necessita considerar e respeitar os conhecimentos
e a cultura do paciente bem como escutaacute-lo o que proporciona o reconhecimento de sinais e
sintomas e a necessidade de uma escuta ativa Neste sentido na praacutetica do cuidado em
enfermagem a habilidade de ouvir o outro eacute fundamental pois permite analisar qual a melhor
maneira de se comunicar com o paciente em concordacircncia com seu niacutevel cultural e o
conhecimento sobre seu estado de sauacutede
Os pacientes tem sintomas antes da maacutequina alarmar ele apresenta o mal estar
antes da maacutequina dizer que o banho acabou que a temperatura estaacute alta ou baixa
que o soacutedio estaacute baixo que o paciente estaacute comeccedilando a ter naacuteuseas Eu sempre
falo que caso esteja passando mal e a gente esteja longe levanta o braccedilo que
algueacutem vai ver natildeo precisa falar a gente jaacute sabe [] eacute um sinal que identificamos
e esta orientaccedilatildeo damos nas primeiras diaacutelises dizemos qualquer coisa que sinta
levanta o braccedilo Porque temos muitas interferecircncias ruiacutedos entatildeo ele pode chamar
e a gente natildeo ouvir mas ao levantar o braccedilo vemos (E5)
A visatildeo e a audiccedilatildeo satildeo os sentidos que mais uso no pessoal e social uso muito
esses sentidos Vejo muito a expressatildeo do paciente se ele comeccedila fazer face de dor
de desconforto se comeccedila a ficar paacutelido e no sistema tambeacutem fico de olho para ver
se comeccedila a dar algum problemaNa audiccedilatildeo fico atenta ao chamado do paciente e
o alarme da maacutequina(E10)
Uma das competecircncias do enfermeiro estaacute ligada ao ato de julgar as necessidades de
cuidados de cada paciente dito com julgamento cliacutenico este eacute o ato de elaborar o
planejamento da assistecircncia de enfermagem a ser realizada de forma que possa atender agraves
suas necessidades e expectativas O julgamento cliacutenico estrutura-se pelas habilidades
interpessoal que envolve a capacidade de comunicar-se ouvir e respeitar opiniotildees teacutecnica
na qual inclui um soacutelido conhecimento dos meacutetodos de avaliaccedilatildeo cliacutenica conhecimento
cientiacutefico acerca dos problemas de sauacutede intelectual o qual se refere aos processos de
pensamento bem como agraves habilidades de percepccedilatildeo do enfermeiro em relaccedilatildeo agraves respostas
humanas (CROSSETTI et al 2014)
A associaccedilatildeo destas habilidades possibilita ao enfermeiro tomar decisotildees seguras e
proporcionar cuidados qualificados e adequados agraves reais necessidades dos pacientes Nos
ambientes de atendimento de hemodiaacutelise o uso da comunicaccedilatildeo verbal entre enfermeiro e
paciente eacute sempre muito referida e a audiccedilatildeo eacute um dos sentidos mais utilizados independente
das distacircncias mantidas
90
Na audiccedilatildeo fico atento a qualidade do discurso o timbre da voz tudo isso chama a
atenccedilatildeo se ele estaacute orientado ou natildeo Tem paciente que estaacute mais triste se estaacute no
ostracismo isso tudo chama a atenccedilatildeo A desorientaccedilatildeo do nosso paciente pode
significar uremia por exemplo isso eacute proacuteprio das relaccedilotildees humanas (E9)
No sentido audiccedilatildeo ouccedilo muito o paciente chamar para dizer que natildeo estaacute bem e
tambeacutem quando perguntam quanto estaacute tirando de peso Enfermeira pode verificar
minha glicose Eles perguntam porque quando comeccedila o mal estar eacute uma forma
de alertar a gente Os pacientes mais antigos tecircm essa percepccedilatildeo de identificar
alteraccedilotildees antes de passar mal eles avisam que estatildeo tontos perguntam se tem
meacutedico (E11)
O escutar tambeacutem eacute um cuidado e uma forma de comunicaccedilatildeo natildeo verbal natildeo eacute
apenas ouvir mas permanecer em silecircncio ao lado utilizar gestos de afeto que expressem
aceitaccedilatildeo e estimulem a expressatildeo de sentimentos vivenciados pelo paciente Quando
olhamos para a realidade atual que vivemos na qual a mecanizaccedilatildeo dos sentidos eacute uma
constante na vida das pessoas precisamos ampliar nosso olhar para o espaccedilo do cuidado em
sauacutede inserindo estrateacutegias que sejam capazes de perceber aleacutem das informaccedilotildees ditas nas
entrelinhas do discurso do sujeito seus gestos e comportamentos
Schimidt e Silva (2012) refere em um dos seus estudos sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
que 7 dos pensamentos (das intenccedilotildees) satildeo transmitidos por palavras 38 satildeo transmitidos
por sinais paralinguiacutesticos (entonaccedilatildeo de voz velocidade com que as palavras satildeo ditas) e
55 pelos sinais do corpo alertando-nos para o fato de que apesar de muitas vezes
valorizarmos mais as palavras os sinais natildeo verbais podem estar comunicando muito mais
inclusive contradizendo o expresso em palavras
Percebe-se na fala dos enfermeiros que eles estatildeo conscientes dos aspectos natildeo-verbais
presentes durante as suas interaccedilotildees com os pacientes (por exemplo entonaccedilatildeo de voz
aspectos emocionais comportamentos gestuais etc) permitindo sobretudo perceber indiacutecios
de que algo natildeo estaacute bem O enfermeiro ao ouvir determinados questionamentos durante a
sessatildeo de HD usa de sua intuiccedilatildeo e identifica que embora o paciente natildeo fale diretamente que
estaacute passando mal tais gestos e falas satildeo indicativos de possiacuteveis alteraccedilotildees fisioloacutegicas
Na produccedilatildeo dos dados os enfermeiros da HD compartilham o toque com o sentido do
viacutenculo do interesse do acolhimento mas tambeacutem da ansiedade A punccedilatildeo da fistula
arteriovenosa (FAV) eacute o momento de maior apreensatildeo e ansiedade do paciente eacute neste
momento que ocorre o toque instrumental para a punccedilatildeo e este pode alterar os padrotildees
fisioloacutegicos de um paciente com hematomas sangramentos e dor
91
Na interaccedilatildeo com o paciente o toque eacute classificado segundo Schimidt e Silva (2013)
em trecircs tipos toque expressivo tambeacutem descrito como afetivo que ocorre espontaneamente e
natildeo faz parte necessariamente da execuccedilatildeo de procedimentos o instrumental que eacute descrito
como um contato fiacutesico deliberado para desenvolver determinada teacutecnica ou procedimento e
o expressivo-instrumental uma combinaccedilatildeo dos outros dois tipos
Quando vou fazer o procedimento o toque eacute mais teacutecnico que eacute a necessidade de
fazer a punccedilatildeo sentir o fluxo da fistula o melhor local para punccedilatildeo e quando
termino de puncionar faccedilo um toque afetivo para dizer que vamos comeccedilar a sessatildeo
No final da sessatildeo o toque tambeacutem eacute mais teacutecnico do que afetivo eacute o momento da
retirada da agulha (E6)
Toco quando o paciente tem alguma queixa alguma catildeibra quando vai ldquodevolver o
sanguerdquo se estaacute com dor O momento de toque geralmente eacute um momento
desconfortaacutevel pois eacute o momento que ele estaacute com dor [] e eu associo todas as
vezes que tem o tato com o paciente como um momento de desconforto para ele
[] causa uma apreensatildeo seja no puncionar no momento da cacircimbra mas isso
natildeo afeta com que eu faccedila correndo pelo contraacuterio faccedilo que seja menos doloroso
para ele (E10)
Para os enfermeiros o toque instrumental eacute fundamental na HD seja durante a punccedilatildeo
da FAV na realizaccedilatildeo do curativo na verificaccedilatildeo da pressatildeo arterial na administraccedilatildeo dos
medicamentos ou conexatildeo dos cateteres entre outros mas afirmam que o toque poderaacute
tambeacutem se apresentar com um caraacuteter mais afetivo e de relaxamento Tocar algueacutem com a
intenccedilatildeo de que essa pessoa se sinta melhor por si soacute jaacute eacute terapecircutico portanto o ato de tocar
algueacutem eacute confortaacutevel e faz parte do cuidado emocional Pode significar atitude de unir ao
outro tocar como uma maneira de perceber o outro ou a relaccedilatildeo com o outro Assim o toque
pode significar distacircncia ou envolvimento entre pessoas que estatildeo se comunicando mas
dependeraacute da pessoa da cultura e contexto em que ocorre o toque
Um estudo desenvolvido por Schimidt e Silva (2013) identificou que diversos fatores
podem influenciar o toque dos profissionais da sauacutede dentre estes estatildeo o receio de se tocar
em pessoas do sexo oposto quando o procedimento a ser realizado eacute invasivo ou quando a
aacuterea do corpo eacute iacutentima Levando em consideraccedilatildeo que ao cuidar o toque poderaacute ser realizado
dos mais diferentes modos eou meios como com as matildeos com o corpo com os cabelos com
os instrumentos de trabalhos com as roupas com as luvas dentre outros Tocar eacute entrar no
mundo do outro eacute despertar nele estiacutemulos sensoriais agradaacuteveis e desagradaacuteveis Ter
consentimento do toque no cuidado ao outro e consciecircncia do contato fiacutesico por ele
92
promovido pode auxiliar os pacientes na sua recuperaccedilatildeo e igualmente melhorar o viacutenculo
sentimentos e aproximaccedilotildees (MENON MARTINS DYNIEWICZ 2014)
Toco porque preciso verificar se a fistula ou cateteres estatildeo bons ajudo o paciente
a sentar na poltrona verifico pressatildeo um toque na matildeo no braccedilo se estiver com
cacircimbra faccedilo massagem verifico o frecircmito (E8)
Paciente dormiu estaacute com uma postura mais largada me preocupa Geralmente o
abordo chamo toco e vejo a necessidade de verificar a glicemia verifico tambeacutem a
PA porque embora ele esteja dormindo ele tambeacutem pode estar passando mal e natildeo
chama a gente (E9)
Neste ambiente do cuidado tocar permite reconhecer quais as demandas de cuidado os
pacientes necessitam eacute reconhecer que a enfermagem precisa evoluir no cuidado prestado
especialmente no que se refere ao toque instrumental-afetivo e este poderaacute ocorrer nos
diferentes momentos de permanecircncia na HD Verificou-se que o toque instrumental-afetivo
foi realizado na verificaccedilatildeo do frecircmito verificaccedilatildeo de pressatildeo arterial massagem no momento
de cacircimbra no posicionamento correto do paciente na poltrona A maneira como foi
transmitido afeto para o paciente na medida do possiacutevel realizando os procedimentos com
sua permissatildeo calma manipulando minimamente e explicando a necessidade de se realizaacute-lo
foi uma atitude humanizada
Eacute preciso entender que o ato de tocar precisa do consentimento dos pacientes e isso agrave
vezes pode estar distante para alguns ao consideramos todas as ldquomarcasrdquo nele geradas
anteriormente Efetivar um espaccedilo para o compartilhamento de vivecircncias com pacientes em
terapias hemodialiacuteticas apresenta-se como uma proposta para melhorar a interaccedilatildeo fazendo
com que ambos enfermeiros-pacientes alcancem a relaccedilatildeo que eacute de cuidado tornando-a
abrangente e de qualidade (AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
No toque existem pacientes que estabeleccedilo um viacutenculo mais proacuteximo temos uma
paciente especial que sempre quer ser abraccedilada e por isso tenho uma conexatildeo mais
forte (E4)
Quando a pessoa chega tem o toque afetivo pois dou o bom dia e coloco a matildeo no
ombro ou toco no braccedilo para acompanhaacute-los ateacute a poltrona eacute um toque de
acolhimento Eu tenho que tocar para demonstrar realmente um interesse (E6)
Quando os pacientes chegam sempre cumprimento ateacute porque eles reclamam de
quem chega ao setor e natildeo os cumprimenta entatildeo chego e falo um por um Toco
93
quando instalo paciente e na saiacuteda tambeacutem porque tenho que tirar agulhas e fazer
curativo (E12)
O toque afetivo eacute referido como aquele empregado nos momento de cumprimento na
chegada e saiacuteda do setor ou demonstraccedilatildeo de sentimento de carinho entretanto nas
observaccedilotildees tomou-se o cuidado de reconhecer se nas accedilotildees dos profissionais foram incluiacutedas
maneiras de expressar algum tipo de afetividade tornando o toque instrumental tambeacutem
afetivo Considerando que os profissionais relatarem estar conscientizados sobre o valor do
toque afetivo sugere-se que este seja constantemente incentivado
Os dados ateacute o momento apresentados demonstram que para se prestar o cuidado
integral eacute necessaacuterio ser um bom ouvinte expressando um olhar atencioso tocando e
confortando o paciente proporcionando uma boa adesatildeo e continuidade ao tratamento
Quanto aos efeitos comportamentais do olhar ouvir e do tocar estes apresentam contribuiccedilatildeo
essencial agrave interaccedilatildeo das pessoas trazendo viacutenculos sentimentos e uma maior aproximaccedilatildeo
para uma assistecircncia mais singular
Existem dificuldades na percepccedilatildeo de determinados sentidos corporais a priori neste
estudo o olfato e o paladar que foram identificados por vaacuterios participantes como sendo algo
difiacutecil de associaacute-los ao cuidado de enfermagem na HD contudo e soacute de imediato e
aparentemente pois ainda durante a entrevista ironicamente os enfermeiros tomavam
consciecircncia da importacircncia do olfato e paladar
O odor pode ser marcante e acompanhar a pessoa por toda a vida basta perceber o
aroma e as lembranccedilas explodem de forma imediata O olfato por mais preciso que seja eacute um
sentido mudo que natildeo necessita de tradutor Isso explica a incapacidade de se descrever em
palavras o cheiro de alguma coisa para algueacutem que nunca o tenha sentido (ARAUacuteJO 2000
apud AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
Para o olfato natildeo penso muito em odores o uacutenico cheiro eacute o haacutelito cetocircnico e
tambeacutem em relaccedilatildeo agrave higiene do paciente (E2)
O olfato em um primeiro momento natildeo me diz nada mas analisando percebo que o
haacutelito urecircmico que se sente eacute porque ele ainda estaacute iniciando o tratamento ou estaacute
mal dialisado se ele estaacute fazendo o tratamento a muito tempo e continua com haacutelito
urecircmico tem algo de errado da terapia (E4)
Alguns enfermeiros tecircm dificuldades de expressar como usar o olfato no seu cotidiano
ateacute fazem algumas associaccedilotildees com este sentido onde foram encontradas duas fontes de
94
odores que representam o espaccedilo do cuidado da HD os odores corporais e odores ambientais
Odores corporais satildeo as secreccedilotildees como o suor quando o paciente tem deacuteficit de autocuidado
com a higiene corporal onde os odores satildeo exalados e estatildeo impregnados nos corpos dos
proacuteprios pacientes exalaccedilotildees orais como a halitose mas estas ligadas ao haacutelito urecircmico no
iniacutecio do tratamento aleacutem destes os eventuais sangramentos tambeacutem se caracterizam como
odores corporais Existem tambeacutem aqueles odores ambientais marcantes caracteriacutesticos da
HD como os produtos quiacutemicos esterilizantes (aacutecido peraceacutetico) as soluccedilotildees de banho
utilizadas na maacutequina de HD as quais geram uma memoacuteria olfativa que transita pelo cenaacuterio
de cuidado
Embora alguns relatem que o odor natildeo impede e nem repulsa na hora do cuidado para
Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) o mau cheiro afasta o enfermeiro do contato direto mesmo
este sendo um indicativo de necessidade de cuidado relativo agrave higiene pessoal Para alguns
ter pacientes no ambiente com odores daacute uma caracteriacutestica desagradaacutevel e eacute necessaacuterio
informaacute-los sobre a importacircncia do autocuidado na higiene corporal e oral
O odor natildeo me impede e natildeo me repulsa ao cuidado (E1)
Tem paciente que tem um autocuidado bem deficiente e a gente percebe logo pelo
odor mas natildeo temos como nos afastar tem que pegar do mesmo jeito Tem paciente
que tenho liberdade e converso sobre higiene (E4)
Essas sensaccedilotildees olfativas evidenciadas nas falas dos participantes mesmo que se
refiram a algo desagradaacutevel eacute uma forma de captar a necessidade de se aproximar e intervir
sobre o cuidado corporal Suporta-se o desagradaacutevel porque eacute inerente ao cuidado eacute uma
condiccedilatildeo preestabelecida ao cuidador E para quem eacute importante suportar algo desagradaacutevel
No Universo das sensaccedilotildees olfativas nem tudo eacute desagradaacutevel desconfortante ou com
odor ruim A percepccedilatildeo de um determinado odor estimula nossa ldquomemoacuteria olfativardquo de uma
forma que tanto em niacutevel consciente quanto inconsciente elaboramos associaccedilotildees mentais
que delimitam a propriedade de uma sensaccedilatildeo olfativa Esta pode ser concebida como
agradaacutevel ou natildeo dependendo do que estaacute registrado em nossa memoacuteria Esse fenocircmeno
sugere que os odores podem exercer influecircncias determinantes no comportamento humano
ocasionando reaccedilotildees diversas tais como incremento agrave atenccedilatildeo diminuiccedilatildeo de situaccedilotildees
estressantes ou estado de conforto ou desconforto fiacutesico (PROCHET SILVA 2012)
95
Eacute muito caracteriacutestico porque tem desde os componentes de desinfecccedilatildeo da
maacutequina entatildeo eacute um odor caracteriacutestico da hemodiaacutelise o cheiro do aacutecido
peraceacutetico (E6)
O olfato o que mais me chama atenccedilatildeo eacute o cheiro de sangue e o cheiro do proxitane
(aacutecido peraceacutetico)(E7)
O olfato assim como os demais sentidos permitem (re)conhecer os diversos objetos
que compotildeem um espaccedilo assim como associaacute-los as caracteriacutesticas relacionadas ao cuidado
prestado neste setor como os odores da sala de reuso expurgo e sala de HD O odor ocorre
tambeacutem nas relaccedilotildees sociais o bom ou o ruim aroma emitido por um perfume do paciente o
cheiro que exala de sua roupa usada o cheiro de limpeza do ambiente podem por exemplo
aproximar ou afastar das pessoas
Do ponto de vista fisioloacutegico paladar e olfato estatildeo relacionados entre si A ausecircncia
ou alteraccedilatildeo desses sentidos dependem do estado anatocircmico do epiteacutelio nasal e do sistema
nervoso central e perifeacuterico Alguns odores ficam tatildeo impregnados que parecem produzir o
seu sabor no paladar Entatildeo pode-se dizer que o sabor eacute o somatoacuterio das sensaccedilotildees olfatoacuterias
gustativas e daquelas relacionadas agraves terminaccedilotildees nervosas localizadas no nariz e na boca
(ACKERMAN 1992 apud AZEVEDO et al 2017)
E para os enfermeiros entrevistados expressar paladar como algo relativo ao cuidado
tambeacutem eacute de difiacutecil entendimento suas associaccedilotildees foram em relaccedilatildeo a restriccedilotildees alimentares
e hiacutedricas do paciente uma alerta para o ganho de peso Na maioria das entrevistas este
sentido gerou uma certa inquietaccedilatildeo dos entrevistados por natildeo conseguirem identificar sua
relaccedilatildeo com o cuidado
Paladar eacute alerta significa orientar sobre restriccedilatildeo hiacutedrica e de comidas e
geralmente chegam pesados porque abusaram (E6)
Natildeo haacute representaccedilatildeo do paladar na assistecircncia natildeo faccedilo associaccedilotildees com o
cuidado a natildeo ser daquilo que o paciente natildeo pode comer (E12)
O paladar desempenha uma funccedilatildeo importante em nossas relaccedilotildees sociais e culturais
Para alguns pesquisadores paladar remete a uma ldquomemoacuteria familiarrdquo na infacircncia com as
comidas feitas com carinho e amor pelo ente querido ou ainda pode remeter a um
determinado tempo e lugar jaacute vivenciado (COSTA 2014) Aleacutem do que constitui uma das
principais formas de o homem se relacionar com espaccedilo Dependendo da distacircncia
96
estabelecida entre o corpo do sujeito e a realidade circundante eles podem apresentar maior
ou menor teor de objetividade na accedilatildeo de interagir com o mundo
Para Costa (2014) quando se habita diferentes espaccedilos a percepccedilatildeo tende a ser ainda
mais diversificada pois cada indiviacuteduo percebe diferentemente o mesmo espaccedilo de acordo
com a sua formaccedilatildeo cultural O ser humano possuir sentidos comuns que de modo geral
auxiliam na percepccedilatildeo espacial E por haver diversidade de proximidadedistacircncia com o uso
dos sentidos corporais em relaccedilatildeo ao espaccedilo eacute necessaacuterio manifestar uma relaccedilatildeo sensorial-
espacial como afirma Borges Filho 2007 p69
Por gradientes sensoriais entendem-se os sentidos humanos visatildeo audiccedilatildeo olfato
paladar O ser humano se relaciona com o espaccedilo circundante atraveacutes de seus
sentidos Cada um deles estabelece uma relaccedilatildeo de distacircnciaproximidade com o
espaccedilo Portanto efeitos de sentido importantes satildeo manifestados nessa relaccedilatildeo
sensorialidade-espaccedilo
Esta relaccedilatildeo sensorial-espacial por meio do sentido paladar permite o enfermeiro
detectar falhas no processo de autocuidado principalmente nas restriccedilotildees alimentares do
paciente na HD Como o paciente estabelece uma aproximaccedilatildeo mais intima no miacutenimo trecircs
vezes por semana com o enfermeiro este percebe alteraccedilotildees no peso seja pela pesagem
realizada a cada sessatildeo de HD ou pela aparecircncia fiacutesica
Segundo Martins e Riella (2013) os pacientes com DRC em tratamento de
hemodiaacutelise satildeo acometidos frequentemente por complicaccedilotildees nutricionais principalmente
pela desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteica que se constitui como uma complicaccedilatildeo fortemente
preditora agrave morbimortalidade destes Aleacutem da importacircncia cliacutenica do deacuteficit energeacutetico-
proteico nos pacientes em hemodiaacutelise a adequaccedilatildeo da aacutegua e dos micronutrientes ingeridos
pelos pacientes em hemodiaacutelise satildeo de extrema importacircncia principalmente em relaccedilatildeo ao
caacutelcio ferro soacutedio potaacutessio e foacutesforo nutrientes mais relacionados a complicaccedilotildees uma vez
que o rim natildeo consegue mais manter o controle do meio interno do organismo
Tem vezes que pego paciente comendo aqui durante a diaacutelise alimento trazido de
casa e que natildeo eacute o adequado para ele aiacute me aproximo e converso explicando
porquecirc natildeo deve comer (E2)
Eles se queixam de dietas alguns comeccedilam a mentir e tem dificuldade de manter um
controle da injesta hiacutedrica e alimentar percebemos que natildeo estatildeo se cuidando
quando chegam muito pesados isso acaba virando um ciclo difiacutecil de controlar
eles precisam saber controlar sua boca (E4)
97
O controle dieteacutetico assume o papel de prevenir ou melhorar a toxicidade urecircmica os
distuacuterbios metaboacutelicos associados ao ganho de peso interdialiacutetico a elevaccedilatildeo da pressatildeo
arterial e a progressatildeo da anemia e da osteodistrofia renal (MARTINS RIELLA 2013)
Sendo assim a avaliaccedilatildeo do estado nutricional do consumo alimentar e da ingesta hiacutedrica do
paciente em hemodiaacutelise realizada pelo enfermeiro eacute de fundamental importacircncia em
decorrecircncia da associaccedilatildeo direta que existe entre a dieta e as complicaccedilotildees advindas da sua
natildeo adesatildeo
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo
A terceira categoria emergiu em 40 (quarenta 1159) UR de um total de 345
(trezentos e quarenta e cinco100) UR extraiacutedas das 12 entrevistas (corpus da pesquisa)
Esta categoria seraacute discutida e analisada a seguir com a exemplificaccedilatildeo dos depoimentos
mais significativos dos depoentes do estudo a respeito do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Ao considerarmos a enfermagem como um trabalho realizado com e por meio das
pessoas o processo de comunicaccedilatildeo pode ser considerado uma das mais importantes
atividades e um dos instrumentos baacutesicos na assistecircncia de enfermagem (MASSOCO
MELLEIRO 2015) A comunicaccedilatildeo eacute utilizada com os pacientes com os familiares com os
colegas da equipe de enfermagem da equipe multiprofissional com todos os serviccedilos de
apoio e administrativos Na administraccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem eacute necessaacuterio ser
98
capaz de decodificar decifrar e perceber os significados das mensagens que satildeo enviadas
durante as interaccedilotildees possibilitando elaborar um plano de cuidados com vistas as
intervenccedilotildees ficar atento aos sinais verbais natildeo-verbais e paraverbais que podem ajudar nesta
tarefa
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a agente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo daacute seguranccedila para o paciente se vocecirc conversa com ele ele
identifica que se importa quer uma boa assistecircncia tem que ser receptivo ele
chega agraves vezes mal e se vocecirc manteacutem uma distacircncia grande entre ele aleacutem desta
distacircncia que eacute uma forma de comunicaccedilatildeo ele quer escutar de mim pelo tom de
voz e pelo olhar que ele eacute importante para mim ele quer atenccedilatildeo aquele eacute o
momento dele e ele precisa de mim E soacute acontece com a comunicaccedilatildeo (E5)
Os enfermeiros da HD descrevem a comunicaccedilatildeo natildeo verbal como algo essencial ao
cuidado como uma ferramenta capaz de identificar sinais e sintomas de complicaccedilotildees por
meio de expressotildees faciais do paciente tom de voz e olhar E a comunicaccedilatildeo verbal como
forma de dar continuaccedilatildeo a assistecircncia possibilitando passar orientaccedilotildees e captar possiacuteveis
problemas A comunicaccedilatildeo tem um objetivo uma meta um propoacutesito que eacute produzir uma
reaccedilatildeo ou uma mudanccedila para que esta comunicaccedilatildeo seja efetiva segundo Stefanelli e
Carvalho (2012) o processo tem iniacutecio a partir de algueacutem (emissor) com uma necessidade de
transmitir ou saber algo (mensagem) que necessita ser transmitida a outra pessoa (receptor) O
emissor tem um objetivo e este deveraacute ser traduzido num coacutedigo numa linguagem entendiacutevel
Haacute necessidade de um codificador pegar as ideias do emissor e colocaacute-la num coacutedigo
expondo o objetivo do emissor em forma de mensagem
Entender os coacutedigos da HD para o enfermeiro natildeo eacute algo impossiacutevel de se realizar
tanto o enfermeiro como o paciente desenvolvem com o passar do tempo no setor estrateacutegias
de se comunicarem de forma natildeo verbal o conviacutevio diaacuterio e de longa permanecircncia permite
estabelecerem uma boa interaccedilatildeo e identificar formas de comunicar por coacutedigos
99
A partir momento que se conhece esta linguagem do que eacute verbal e natildeo verbal vocecirc
consegue identificar algumas situaccedilotildees que satildeo pelos gestos se o paciente estaacute
passando mal [] agimos de forma intuitiva mas nem todo mundo tem essa
percepccedilatildeo Depois que se trabalha muito tempo com esta clientela passa-se a ter
experiecircncia e aumenta esta percepccedilatildeo Na aacuterea de HD ajuda muito ter esta
percepccedilatildeo porque por mais que a maacutequina monitore a pressatildeo arterial as
alteraccedilotildees comeccedilam antes da maacutequina alarmar (E3)
Comunicaccedilatildeo eacute tudo falo sempre ao paciente para que natildeo cubra o rosto durante a
HD e caso se sinta mal para levantar o braccedilo eacute muito importante eu manter um
olhar nas expressotildees dele estabelecemos algumas formas de comunicar porque ele
pode passar mal e natildeo conseguir chamar (E7)
Os depoentes afirmam que o tempo de experiecircncia com pacientes na HD aumenta a
percepccedilatildeo do enfermeiro e permite identificar gestos expressotildees e comportamentos aleacutem de
propor coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo que favoreccedilam o cuidado como levantar de
braccedilo natildeo cobrir o rosto entre outros Esses coacutedigos que a equipe estabelece com os
pacientes satildeo ditos como algo muito importante nas relaccedilotildees enfermeiro-paciente eacute algo
muito marcante em ambos os cenaacuterios investigados
Para entender o significado de uma mensagem baseado no comportamento dos
interlocutores de acordo com Knapp e Hall (1999) apud Broca e Ferreira (2014) eacute necessaacuterio
iniciar um coacutedigo este poderaacute ser a linguagem verbal em um segundo momento identificar os
comportamentos natildeo verbais associados a determinados comportamentos verbais Ao se
eliminar o canal verbal esses comportamentos natildeo verbais seratildeo captados como um coacutedigo
para a comunicaccedilatildeo e se a introduccedilatildeo dos comportamentos natildeo verbais natildeo interferir a
compreensatildeo da mensagem pelo receptor entatildeo os comportamentos natildeo verbais seratildeo
considerados uma forma de substituir o comportamento verbal portanto elementos de um
coacutedigo natildeo verbal ou seja um conjunto de accedilotildees que determina os significados atribuiacutedos a
certos coacutedigos como afirma (KNAPP E HALL pag 153 1999)
A maior parte de nosso comportamento natildeo verbal envolve mudanccedila de atitude ou
movimentaccedilatildeo Interagimos com as pessoas mantendo distacircncias variaacuteveis exibimos
diferentes gestos e posturas durante um encontro algumas vezes tocamos nos
outros outras natildeo rostoolhos e voz apresentam formas diversas Esta parte examina
esses comportamentos individualmente mas na conversaccedilatildeo diaacuteria a combinaccedilatildeo
desses sinais funcionando de maneira ajustada caracteriza nosso comportamento na
comunicaccedilatildeo
100
Entretanto como as pessoas natildeo conseguem alcanccedilar suas metas seus objetivos sem a
cooperaccedilatildeo do outro jaacute que eacute interdependente com outros na realizaccedilatildeo dos seus objetivos eacute
necessaacuterios que ambos envolvidos na interaccedilatildeo estejam comprometidos a fim de alcanccedilar os
objetivos Desta forma natildeo adianta o enfermeiro propor formas de se comunicar por meio de
coacutedigos se o paciente natildeo estiver disposto a cooperar eacute importante avaliar diariamente como
o paciente chegou e se ele estaacute apto a participar neste dia das formas de interaccedilotildees
preestabelecidas O cuidado de enfermagem congrega vaacuterias caracteriacutesticas dentre elas estatildeo
agrave interaccedilatildeo e a relaccedilatildeo dialoacutegica que se constroacutei com o outro assim eacute preciso desenvolver as
potencialidades dos profissionais para que na relaccedilatildeo interpessoal com os pacientes possam
dar atenccedilatildeo agraves necessidades inerentes ao cuidado daquele dia por meio da escuta ativa e de
uma comunicaccedilatildeo de aproximaccedilatildeo (BROCA FERREIRA 2015)
A distacircncia pode influenciar e definir o tipo de envolvimento e assim de
comunicaccedilatildeo que queremos manter com o outro Assim os diferentes padrotildees de distacircncia satildeo
mantidos dependendo com quem se estaacute comunicando e se relacionando natildeo se esquecendo
de que o ambiente tambeacutem poderaacute influenciar no distanciamento ou aproximaccedilatildeo dos corpos
As barreiras ou falhas na comunicaccedilatildeo podem advir da falta de habilidade para ouvir ver
sentir e compreender a mensagem do outro
Tem dias que o paciente chega me cumprimenta senta e natildeo conversa muito pega o
lenccedilol se cobre e vai dormir ou escutar muacutesica Jaacute sei que algo natildeo estaacute bem
porque convivemos com eles e sabemos seu comportamento aiacute me aproximo para
tentar conversar e ele se abrir Mas tem dias que natildeo querem conversar e nem
interagir aiacute me preocupo porque agraves vezes ele passa mal e natildeo expressa nada (E2)
A comunicaccedilatildeo eacute importante em vaacuterios sentidos primeiro porque no sentido
emocional o paciente que estaacute ali sentado quatro horas fazendo querendo ou natildeo
um tratamento que eacute desgastante para ele e muitas vezes ele natildeo quer estar ali []
entatildeo o simples fato de dar atenccedilatildeo para ele estar conversando com outros
pacientes faz com que o tempo passe e ele se sinta melhor (E10)
A habilidade de decodificar algo que estaacute intriacutenseco em gestos e comportamentos estaacute
relacionada com a forma de conhecimento e entendimento dos elementos da comunicaccedilatildeo A
forma de como nos colocamos e nos comportamos diante do outro pode influenciar de forma
negativa ou positiva e influenciar a efetividade da comunicaccedilatildeo (STEFANELLI
CARVALHO 2012) Ao perceber que o paciente se manteacutem em silecircncio com pouca ou
nenhuma interaccedilatildeo durante a sessatildeo de HD o enfermeiro identifica a necessidade de se
aproximar para buscar avaliar o porquecirc da mudanccedila de comportamento Este afastamento e
101
isolamento do paciente podem denotar uma falta de interesse pelo outro ou a negaccedilatildeo na
participaccedilatildeo nos processos de interaccedilotildees estabelecidas neste ambiente Observar padrotildees de
respostas emocionais ou fisioloacutegicas de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo ao
contexto da relaccedilatildeo interpessoal redefinindo os objetivos a serem alcanccedilados
Avaliar comportamento em um determinado ambiente de HD requer de o enfermeiro
estar atendo aos coacutedigos estabelecidos e satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer
interaccedilatildeo Segundo Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma
interaccedilatildeo eacute diretamente proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A
comunicaccedilatildeo adequada eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma
determinada situaccedilatildeo pessoa e tempo Tratando-se do relacionamento enfermeiro-paciente o
processo de comunicaccedilatildeo precisa ser eficiente para viabilizar uma assistecircncia humaniacutestica e
personalizada de acordo com suas necessidades Portanto o processo de interaccedilatildeo com o
paciente se caracteriza natildeo soacute por uma relaccedilatildeo de poder em que este eacute submetido aos cuidados
do enfermeiro mas tambeacutem por atitudes de sensibilidade aceitaccedilatildeo e empatia entre ambos
Comunicar-se envolve compartilhar sentimentos e emoccedilotildees de forma verbal ou natildeo
verbal em um relacionamento interpessoal Aleacutem disso a comunicaccedilatildeo eacute um processo
complexo dinacircmico tem uma evoluccedilatildeo natildeo tem iniacutecio e nem fim e se restringe a duas ou
mais pessoas (BROCA FERREIRA 2015) Desse modo os dados da pesquisa evidenciam
que os participantes relataram que a comunicaccedilatildeo eacute importante e se expressa de diferentes
formas e que na HD a natildeo verbal eacute muito mais abrangente E essa comunicaccedilatildeo precisa ser
entendida pelo paciente de modo a proporcionar-lhe acolhimento e a partir de suas
inquietaccedilotildees e queixas o enfermeiro consiga identificar e solucionar os problemas
identificados Portanto eacute vital estreitar estimular e fortalecer a relaccedilatildeo profissional e tambeacutem
emocional entre enfermeiro-paciente para fortalecimento e integraccedilatildeo da assistecircncia de
enfermagem
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a gente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo eacute importante porque tem o que eacute falado e natildeo eacute falado o paciente
crocircnico na convivecircncia a gente pega deles o que geralmente natildeo eacute falado E isso eacute
102
soacute com o tempo mesmo Mas eacute essencial para entender a adesatildeo uma
intercorrecircncia agraves vezes ele natildeo verbaliza soacute se expressa (E11)
A comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute referida como de grande importacircncia no processo
comunicativo pois pode completar uma informaccedilatildeo verbal (afirmando ou rejeitando)
enfatizar contradizer substituir avaliando indiacutecios sobre as emoccedilotildees ou mesmo controlar ou
regular uma relaccedilatildeo de interaccedilatildeo Ao afirmarem que a natildeo verbal eacute muito utilizada por ambos
nas interaccedilotildees pode-se entender que o emissor ao tentar transmitir uma mensagem por meio
de coacutedigos e o receptor natildeo compreender o sentido a que ela se refere poderaacute gerar uma
incongruecircncia no sentido real da comunicaccedilatildeo gerando equiacutevocos entre o emissor e o
receptor
Eacute fato que mesmo na comunicaccedilatildeo verbal o corpo assume uma variedade de posturas
que ajudam a traduzir melhor o significado das palavras que satildeo ditas Para Silva (2015) deve-
se na comunicaccedilatildeo proxecircmica se atentar acirc postura corporal expressotildees corporais
distanciamento entre os corpos pode-se tornar a comunicaccedilatildeo mais efetiva Desta forma um
receptor desatento pode natildeo captar toda a mensagem se natildeo observar aleacutem das palavras do
emissor E para os enfermeiros soacute com o tempo de convivecircncia eacute possiacutevel estabelecer e
identificar esses coacutedigos da HD que satildeo transmitidas e percebidas pelos sentidos corporais
Este fato tem uma relaccedilatildeo direta com os dados do perfil de profissionais em ambos os
cenaacuterios pois nenhum enfermeiro possui menos de dois anos de atuaccedilatildeo na HD desta forma a
expertise permite assim por dizer que este profissional possui habilidades suficientes para
detectar os coacutedigos natildeo verbais Esta habilidade de comunicaccedilatildeo eacute essencial ao profissional
que convive com pacientes sob cuidados na HD independente da aacuterea de formaccedilatildeo
especializada e sim o tempo de convivecircncia e experiecircncia adquiridas neste setor Entretanto
natildeo se pode afirmar que todos os profissionais que atuam nesta aacuterea teratildeo ou desenvolveratildeo
esta habilidade de percepccedilatildeo por meio da comunicaccedilatildeo natildeo verbal
Na atual globalizaccedilatildeo os profissionais estatildeo cada vez mais qualificados e capacitados
do ponto de vista tecnoloacutegico as exigecircncias para se ter atributos e conhecimentos satildeo
impostas devido agraves demandas impostas pelas mudanccedilas sociais e econocircmicas Neste contexto
a busca da produtividade tecnologia e qualidade dos serviccedilos exigindo novos atributos de
qualificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede tambeacutem satildeo impostas no setor de hemodiaacutelise
O papel do enfermeiro natildeo se restringe a executar teacutecnicas e procedimentos de maneira
eficiente e com qualidade mas sim um cuidado abrangente que implica entre outros
aspectos desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo Contudo para que haja eficiecircncia do
103
processo de cuidar eacute necessaacuterio avaliar a qualidade das interaccedilotildees com quem se cuida um ser
humano complexo e indivisiacutevel e que para entendecirc-lo seraacute necessaacuterio o uso da comunicaccedilatildeo
proxecircmica como instrumento do cuidado
Eacute a partir dessa premissa e diante da realidade dos enfermeiros do cenaacuterio da HD que
se reforccedila a importacircncia de que seja discutido entre os profissionais de sauacutede ligados
diretamente agrave assistecircncia ao paciente o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica como um dos mais
importantes aspectos do cuidado de enfermagem os quais vislumbram uma melhor
assistecircncia ao paciente e mudanccedilas em seu espaccedilo do cuidado
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Sentidos do
espaccedilo
Comunicaccedilatildeo
efetiva
O espaccedilo fixo
e semifixo
A comunicaccedilatildeo
proxecircmica no
processo de cuidar
104
E para que haja essas mudanccedilas eacute preciso atentar para fatores como a distribuiccedilatildeo dos
mobiliaacuterios e maquinaacuterios a forma como se posiciona no espaccedilo fiacutesico o uso dos sentidos nas
percepccedilotildees de gestos e expressotildees compreensatildeo do dito e do natildeo dito para uma comunicaccedilatildeo
mais efetiva
Esta Pesquisa apresenta algumas limitaccedilotildees dentre as quais pode se destacar que o
estudo foi realizado em instituiccedilotildees hospitalares puacuteblicas universitaacuterias e algumas conclusotildees
natildeo poderatildeo ser generalizadas e atender as expectativas das cliacutenicas sateacutelites que possuem
perfil de atendimento dos profissionais diferenciada
105
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Nem tudo eacute conclusivo
ldquoO novo natildeo estaacute no que eacute dito mas no acontecimento de sua voltardquo
Michel Foucault
Respondendo aos objetivos propostos deste estudo apoacutes anaacutelise das unidades de
registro com as suas respectivas categorias e com o mapeamento comportamental proxecircmico
fundamentado por Eduard T Hall verificou-se que o enfermeiro na hemodiaacutelise demarca seu
espaccedilo do cuidado como sendo um territoacuterio de invasotildees constantes do espaccedilo iacutentimo e
pessoal mas sempre atento ao uso dos sentidos corporais as accedilotildees satildeo baseadas na
observaccedilotildees e sons emitidos no ambiente e estes potencializam os avanccedilos na interaccedilatildeo para
uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
Comunicar-se aparece sob diferentes aspectos ou significados os quais foram
percebidos ou identificados devido a sua proximidade com os pacientes Para os profissionais
da enfermagem selecionados para a pesquisa a comunicaccedilatildeo ajuda mas depende do
paciente dizem que o paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresas mesmo assim o
processo facilita nos cuidados eacute importante para o paciente e para toda equipe ainda que ele
natildeo queira falar afinal eacute um mundo novo
O enfermeiro informa que o tempo (unidade fundamental de viver) eacute que define
quando se acostuma com a doenccedila que estabelece a relaccedilatildeo com equipe com os outros
pacientes aceitando melhor e descobrindo o que eacute diaacutelise Esse perceber e ficar junto com o
paciente possibilita verificar que eles tecircm vergonha do cateter ou da fiacutestula que se
incomodam quando as pessoas ficam olhando para elas e aos poucos vatildeo se interagindo e
entendendo o tratamento Essa proximidade pode ser considerada como proxecircmica
principalmente pelas limitaccedilotildees do espaccedilo da hemodiaacutelise verificadas no mapeamento
comportamental ambientes fechados escondidos controlados
Estudar comunicaccedilatildeo proxecircmica em espaccedilos diferentes fisicamente pode natildeo ser uma
tarefa faacutecil de realizar caracterizando um desafio da pesquisa entretanto essa opccedilatildeo
possibilitou entender melhor a dinacircmica do movimento dos corpos nos diferentes espaccedilos
propostos por Eduard THall essa opccedilatildeo ajuda nas contribuiccedilotildees dos resultados do objeto e
nas habilidades para realizar o meacutetodo como pesquisadora
Ao elaborar o mapeamento comportamental proxecircmico identifica-se que os espaccedilos
ainda que diferentes com amplitudes e mobiliaacuterios tambeacutem diferentes eacute fundamental a
106
ampliaccedilatildeo dos sentidos para uma accedilatildeo raacutepida durante as interaccedilotildees e intervenccedilotildees mesmo
estando a uma distancia puacuteblica ou social
Entretanto a dificuldade na percepccedilatildeo dos sentidos corporais como elemento da
comunicaccedilatildeo natildeo verbal foi identificada em alguns dos sujeitos por natildeo possuiacuterem
determinados sentidos aguccedilados ou ateacute natildeo entendem o processo com a utilizaccedilatildeo destes
sentidos durante o processo do cuidado A natildeo utilizaccedilatildeo desses sentidos dificulta a
percepccedilatildeo de determinadas situaccedilotildees de dor sofrimento ou alteraccedilotildees fisioloacutegicas Fato que
pode ser equacionado com o primeiro momento quando da interaccedilatildeo da equipe com o
paciente onde todos devem alinhar os pensamentos e procedimentos a serem adotados em
todo o processo do tratamento
Durante o processo de anaacutelise das respostas dos enfermeiros quanto aos
questionamentos realizados foram verificados que alguns elementos dificultam o processo de
utilizaccedilatildeo de uma comunicaccedilatildeo seja ela verbal ou natildeo verbal no atendimento do paciente
quando em tratamento em hemodiaacutelise que satildeo o espaccedilo com as caracteriacutesticas fixas e
semifixas das salas e suas divisotildees a disposiccedilatildeo das maacutequinas a falta de sala para consulta de
enfermagem dificuldade da percepccedilatildeo de alguns enfermeiros com a comunicaccedilatildeo natildeo verbal
O espaccedilo com as disposiccedilotildees dos equipamentos mobiliaacuterios e posicionamento das
equipes de enfermagem dificultam uma visualizaccedilatildeo global dos pacientes em suas maacutequinas
cujos procedimentos poderiam se iniciar com apenas um olhar Os setores de hemodiaacutelise
encontram-se sem padratildeo de infraestrutura fragmentando as salas de hemodiaacutelise natildeo
otimizando o fator humano e o material existente que satildeo escassos
Uma disposiccedilatildeo das maacutequinas em ldquoUrdquo ou em ciacuterculos onde encontrariacuteamos no centro
os enfermeiros com todos os controles dos pacientes escaninhos com prontuaacuterios telefone
computador sem obstaacuteculos para a visualizaccedilatildeo dos pacientes Diante deste cenaacuterio os
enfermeiros estariam mais receptivos para adotarem com mais frequumlecircncia a observaccedilatildeo dos
pacientes de forma mais natildeo verbal diminuindo o constrangimento de alguns por natildeo
quererem mostrar qualquer desconforto em virtude de estarem com outros no mesmo
ambiente
A falta de uma sala para consulta de enfermagem eacute referida como muito importante
pois evita o constrangimento inicial perante outros em tratamento eacute o momento ideal para
aliviar o tratamento que estaacute por vir evitando aquele choque imediato em uma maacutequina
mostrando um atendimento mais humanizado e principalmente a interaccedilatildeo da equipe de
enfermagem com o paciente facilitando o processo da utilizaccedilatildeo da linguagem natildeo verbal
onde podem ser feitos vaacuterios questionamentos quanto as suas reaccedilotildees corporais em resposta a
107
determinados estiacutemulos e estabelecer ateacute coacutedigos entre eles Deve sempre lembrar o
enfermeiro que esse novo ambiente a ser frequumlentado pelo paciente seraacute a sua segunda casa
A humanizaccedilatildeo destes espaccedilos busca permitir ao paciente um melhor conforto fiacutesico e
psicoloacutegico
A distribuiccedilatildeo espacial gera uma seacuterie de comportamentos e praacuteticas inconscientes
Assim sendo os processos de comunicaccedilatildeo de um setor tambeacutem satildeo influenciados por esta
distribuiccedilatildeo Os fluxos de comunicaccedilatildeo ascendente descendente e lateral estatildeo sujeitos a essa
influecircncia Foi possiacutevel perceber como a arquitetura eacute uma variaacutevel na constituiccedilatildeo das
relaccedilotildees dentro do setor de hemodiaacutelise Na relaccedilatildeo entre as estruturas arquitetocircnicas e as
accedilotildees dos indiviacuteduos verifica-se uma interferecircncia nos resultados da comunicaccedilatildeo Sendo
assim ao formular e projetar espaccedilos de trabalho eacute cada vez mais relevante refletir sobre
alguns principais elementos arquitetocircnicos visto que essas escolhas tecircm funccedilotildees objetivas a
cumprir conforme o tipo de ambiente e atividades realizadas nele porque podem influenciar
nas vidas das pessoas gerando percepccedilotildees e sensaccedilotildees
Ficou confirmado que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a
consulta de enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de
satisfaccedilatildeo biopsicossocial destacando que a consulta de enfermagem favorece o
estabelecimento de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e
flexibilidade que proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de
acolhimento favorecendo a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais
efetiva prazerosa respeitando os limites territoriais aceitos socialmente
Ressalta-se que o processo de cuidar natildeo ocorre isoladamente mas por meio de
intencionalidade interaccedilatildeo disponibilidade e confianccedila entre profissional e paciente O
profissional de enfermagem deve ter em sua rotina a praacutetica de promover medidas de
conforto sendo um gestor do cuidado e de emoccedilotildees fazendo com que o paciente se mantenha
interagido com o ambiente fiacutesico e social
A interpretaccedilatildeo do resultado das observaccedilotildees e das entrevistas dos participantes do
estudo possibilitaram inferir que a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade
no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos corporais e a forma como
nos comunicamos A partir da teacutecnica de anaacutelise do conteuacutedo foram encontradas algumas
evidecircncias representadas nas unidades de codificaccedilatildeo e categorias que demarcam o espaccedilo e
suas interaccedilotildees Pode-se entender que o ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer lugar que
o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com o
108
paciente atentando para natildeo violar sua privacidade que no uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio
um fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e
fixas do espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro
Os sentidos do espaccedilo representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com
confianccedila de quem se cuida empatia ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e
formas diferentes de se comunicar eacute expressar arranjos espaciais singulares com fluxo
adequado olhar identificando mudanccedilas no comportamento envolvimento e interesse ouvir eacute
estar atento agrave entonaccedilatildeo da voz aspectos emocionais e comportamentos gestuais tocar eacute
viacutenculo acolhimento sendo que o toque instrumental-afetivo deveraacute evoluir na HD a
memoacuteria olfativa na HD eacute gerada pelos odores corporais e odores ambientais o paladar na
HD eacute alerta de restriccedilotildees alimentares e hiacutedricas do paciente
A comunicaccedilatildeo para os enfermeiros durante o cuidado na HD eacute saber captar as
expressotildees faciais e corporais para um cuidado singular estabelecer coacutedigos de comunicaccedilatildeo
ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando conforto
seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar a qualidade das interaccedilotildees
A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no cuidado e a
comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo de
redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
109
REFEREcircNCIAS
ABIB G Observaccedilatildeo participante em estudos de Administraccedilatildeo da informaccedilatildeo no
Brasil RAE v 53 n 6 p 604-616[online] 2013 [acesso em 13 de marccedilo de 2017]
ABUDERNE P NAISBITT Mega tendecircncias para as mulheres Traduccedilatildeo de Magda
Lopes ndash Rio de janeiro Rosa dos Tempos 1993
ALVES S FRANCO S CASTANtildeER M CAMERINO O HILENO R RODRIGUES J
El anaacutelisis de la comunicacioacuten paraverbal cineacutesica y proxeacutemica de los instructores de fitness
mediante patrones temporales (T-patterns) Cuad psicol deporte 15(1) 111-122 ene-jun
2015 ilus tab| IBECS | ID ibc-138318
ANGROSINO M Etnografia e observaccedilatildeo participante Coleccedilatildeo Pesquisa Qualitativa
Bookman Editora 2009
AZEVEDO AL et al Communication of nursing students in listening to patients in a
psychiatric hospital Escola Anna Nery v 21 n 3 2017
AZEVEDO AL ARAUacuteJO STC VIDAL VLL How nursing students perceive
communication with patients in mental health RevActa paul enferm vol28 no2 - Satildeo
Paulo MarApr 2015
BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Ed Revista e ampliada Lisboa Ediccedilotildees 70 2011
BENNER PE TANNER CA CHESLA CA Expertise in nursing practice Caring
clinical judgment and ethics Springer Publishing Company 2009
BITTENCOURT GKGD CROSSETTI MGO Habilidades de pensamento criacutetico no
processo diagnoacutestico em enfermagem Rev esc enferm USP [online] 2013 vol47 n2
pp341-347 ISSN 0080-6234 httpdxdoiorg101590S0080-62342013000200010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedila cardiovascular
cerebrovascular e renal crocircnica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 14 Brasiacutelia-DF Ministeacuterio da Sauacutede 2006
110
_______ Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador de Doenccedila Renal
Portaria Nordm 1168GM em 15 de junho de 2004 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesportaria_1168_achtm Acesso em 29072016
________ Ministeacuterio da sauacutedeOrganizaccedilatildeo da linha de cuidado da pessoa com Doenccedila
Renal Crocircnica (DRC) Portaria Nordm 389 de 13 de marccedilo de 2014 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2014prt0389_13_03_2014html Acesso em
29072016
________ Misteacuterio da Sauacutede Plataforma Brasil Disponiacutevel em
httpwwwsaudegovbrplataformabrasil acesso em 03032016
________ Ministeacuterio da Sauacutede Portal do Datasus Disponiacutevel em
lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=01gt Acesso em 31072016
________ Resoluccedilatildeo da diretoria colegiada- RDC Nordm 154 de 15 de junho de 2004
Estabelece o Regulamento Teacutecnico para funcionamento dos Serviccedilos de Diaacutelise Disponiacutevel
em wwwsaudemggovbr rsaquo Acesso em 15082016
_________ Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada - RDC ndeg 11 de 13 de marccedilo de 2014 Dispotildee
sobre os Requisitos de Boas Praacuteticas de Funcionamento para os Serviccedilos de Diaacutelise e daacute
outras providecircncias Acesso em 15082016 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisanvisa2014rdc0011_13_03_2014pdf
________ Conselho Nacional de Sauacutede - CNS Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de
2012 Disponiacutevel em httpwwwconselhosaudegovbrresolucoes2012Reso466pdf
acesso em 160314
BOLLNOW O F O homem e o espaccedilo Curitiba Editora UFPR 2008
BORGES FILHO O Espaccedilo e literatura introduccedilatildeo agrave topoanaacutelise Satildeo Paulo Ribeiratildeo
Graacutefica e Editora 2007
BOSI MLM Pesquisa qualitativa em sauacutede coletiva panorama e desafios Ciecircnc Sauacutede
Coletiva 2012 17575-86
BROCA PV FERREIRA MA Equipe de enfermagem e comunicaccedilatildeo contribuiccedilotildees para o
cuidado de enfermagem Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 02 de marccedilo de
2016]65(1)97-103 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n114pdf
111
BROCA PV FERREIRA MA Nursing staff and nonverbal communication Rev Reme
min enferm 18(3)697-702jul-set 2014
BROCA PV FERREIRA MA Processo de comunicaccedilatildeo na equipe de enfermagem
fundamentado no diaacutelogo entre Berlo e King Rev Esc Anna Nery 201519(3)467-474
BROCA PV FERREIRA MA Action plan for the communication process in a nursing team
Acta Scientiarum Health Sciences Maringaacute v 38 n 1 p 23-31 Jan-June 2016
BRUNI A Ensentildeanza de las competencias cineacutesica y proseacutemica a estudiantes de lenguas
extranjeras Nuacutecleo [online] 2011 vol23 n28 [acesso 2015 maio 06] pp 91-
114Disponiacutevelemlthttpwwwscieloorgvescielophpscript=sci_arttextamppid=S079897842
011000100004amplng=esampnrm=isogt ISSN 0798-
CAMELO S H H Competecircncia profissional do enfermeiro para atuar em Unidades de
Terapia Intensiva uma revisatildeo integrativa Revista Latino-Americana de Enfermagem v
20 n 1 p 192-200 2012
CAMERON LE ARAUacuteJO STC Visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo na assistecircncia em
enfermagem traumato-ortopeacutedica Rev Esc Enferm USP 2011 [online 45(1)95-9
[Disponiacutevel em] wwweeuspbrreeusp
CAVALCANTE RB CALIXTO P PINHEIRO MMK Anaacutelise de conteuacutedo consideraccedilotildees
gerais relaccedilotildees com a pergunta de pesquisa possibilidades e limitaccedilotildees do meacutetodo Inf amp
Soc Est Joatildeo Pessoa v24 n1 p 13-18 janabr 2014
CHEEVER KH HINKLE J L Brunner amp Suddarth Tratado de Enfermagem Meacutedico-
Ciruacutergica - 2 vols13ordf ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2015
CHERCHIGLIA ML et al Determinants of expenditures on dialysis in the Unified National
Health System Brazil 2000 to 2004 Cad Sauacutede Puacuteblica [online] 2010 vol26 n8
pp1627-1641 ISSN 1678-4464 Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0102-
311X2010000800016
CHOI ES LEE J Effects of a face-to-face self-management programo n knowledge self-
care practice and kidney function in patients with chronic kidney disease before the renal
replacement therapy Journal of Korean Academy of Nursing v42 n7 p 1070-78 2012
112
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem Anaacutelise de dados dos profissionais de
enfermagem existentes nos Conselhos Regionais Marccedilo de 2011 Disponiacutevel em
httpwwwportalcofengovbrsitenovositesdefaultfilespesquisaprofissionaispdf acesso
em 06052016
_______- Conselho Federal de Enfermagem Lei Cofen nordm 749886 Regulamentaccedilatildeo do
exerciacutecio de enfermagem Disponiacutevel em httpwwwportalcofengovbr
Site2007materiasaspArticleID=22ampsectionID=35 Acesso em 05082017
COSTA LRG NOVAES MR FERNANDES SEF LUNA LCG ALEXANDRE CS
Avaliaccedilatildeo do risco de doenccedila renal crocircnica em uma amostra populacional de diabeacuteticos Rev
Ciecircnc Sauacutede Nova Esperanccedila ndash Jun 201412(1) Disponiacutevel em
httpwwwfacenecombrwp-contentuploads201011AvaliaC3A7C3A3o-do-risco-
de-doenC3A7a-renal-crC3B4nicapdf Acesso em29072016
COSTAISR Food to memory kitchen representation in the lyric Lucia Maria Dal Farra
Rev Topus 2014 Disponiacutevel em
wwwrevistatopuscombrenenviados201654211110Acesso em23082017
CROSSETTI MGO BITTENCOURT GKGD LIMA AAA GOacuteES MGO SAURIN
Structural elements of critical thinking of nurses in emergency care Rev Gauacutecha Enferm
2014 set35(3)55-60 [on-line ]
Disponiacutevel em wwwseerufrgsbrrevistagauchadeenfermagem
CUNHA ACC SPANHOL CID Lideranccedila feminina caracteriacutesticas e importacircncia agrave
identidade da mulher Rev Saber Humano - Ano 4 nuacutemero 5 - 2014 ISSN 2178-7689
DESLAURIERS JP KEacuteRISIT M O delineamento de pesquisa qualitativa In POUPART
J e al A pesquisa qualitativa enfoques epidemioloacutegicos e metodoloacutegicos Petroacutepolis RJ
Vozes 2008p 127-153
FARIAS L M et al Comunicaccedilatildeo proxecircmica entre a equipe de enfermagem e o receacutem-
nascido na unidade neonatal Rev RENE Fortaleza v 11 n 2 p 37-43 abrjun 2010
Disponiacutevel em httpwwwrepositorioufcbrbitstreamriufc1466312010_art_lmfariaspdf
Acesso em 31 de julho de 2016
FERNANDES M CRUZ L Adesatildeo ao regime terapecircutico da pessoa em iniacutecio de
hemodiaacutelisendashintervenccedilatildeo do enfermeiro CIAIQ v 2 2017
FORMOZO GA et al As relaccedilotildees interpessoais no cuidado em sauacutede uma aproximaccedilatildeo ao
problema Revista Enfermagem UERJ v 20 n 1 p 124-127 2012
113
FRANCO RF STRALEN CJV The living space and its importance for the production of
subjectivity Psicologia em Revista Belo Horizontev18n3-402-419dez 2012
FURTADO AMO SOUZA SROS OLIVEIRA BL GARCIA CN El enfermero
asistencial y educador en una unidad de trasplante renal un desafio Enfermeriacutea Global vol
11 nuacutem 3 julio 2012 pp 346-350 Universidad de Murcia Murcia Espantildea
GALVAtildeO MTG PAIVA SS SAWADA NO PAGLIUCA LMF Anaacutelise da
comunicaccedilatildeo proxecircmica com portadores de hivAIDS Rev latino-am enfermagem 2006
julho-agosto 14(4) Disponiacutevel em wwweerpuspbrrlae Acesso em 121113
GEERTZ C A interpretaccedilatildeo das culturas - led ISreimpr - Rio de Janeiro LTC 2008
GIBBS G El anaacutelisis de datos en investigacioacuten cualitativa Ediciones Morata 2012
GRUBA C et al Processo de territorializaccedilatildeo e mapeamento em saude da familia Revista
do Curso de Enfermagem v 3 n 3 2015
HALL E T A Dimensatildeo ocultaTraduccedilatildeo Waldeacuteia Barcellos 1ordf ediccedilatildeo Ed Martins Fontes
Satildeo Paulo 2005
HELLER E A psicologia das cores como as cores afetam a emoccedilatildeo e a razatildeo [Traduccedilatildeo
Maria Luacutecia Lopes da Silva] 1 Ed Satildeo Paulo Gustavo Gili 2013
HORIGAN AE SCHNEIDER SM DOCHERTY S BARROSO J The experience and
self-management of fatigue in patients on hemodialysis Nephrol Nurs J [acesso em
27022016] v 40 n2 p113-22 marabr 2013 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
HUELGAS RG CASTELAO AM ARTOLA S GOacuteRRIZ JL MENEacuteNDEZ E Documento
de Consenso sobre el tratamiento de la diabetes tipo 2 en el paciente con enfermedad renal
crocircnica Nefrologiacutea (Madr) vol34 no1 Santander 2014 [acesso 2015 maio 05] Disponiacutevel
em httpdxdoiorg103265Nefrologiapre2013Nov12369
KNAPP ML HALL JA Comunicaccedilatildeo natildeo-verbal na interaccedilatildeo humana [Traduccedilatildeo
Barros MAL] ndash Satildeo Paulo JSN editora 1999
114
LANZONI GMM et al Interaccedilotildees no ambiente de cuidado explorando publicaccedilotildees de
enfermagem Rev bras enferm vol64 no3 Brasiacutelia MayJune 2011 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg101590S0034-71672011000300024 Acesso em 160816
LIM CHI EUNG DANFORN NG RACHEL W C CHENG NGA CHONG
LISA CIGOLINI MARIA KWOK CANNAS BRENNAN FRANK Advance care
planning for haemodialysis patients Cochrane Database Syst Rev 7 CD010737 2016 Jul
26| MEDLINE | ID mdl-27457661
LUumlDKE M ANDREacute MEDA Pesquisa em educaccedilatildeo abordagens qualitativas 2ordf ed
Satildeo Paulo EPU 2013
LUZ GM KUHNEN A O uso dos espaccedilos urbanos pelas crianccedilas explorando o
comportamento do brincar em praccedilas puacuteblicas Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica 263 (2013)
[acesso em 09 de abriel de 2016] 552-560 Disponiacutevel em
httpwwwredalycorgarticulooaid=18828877015
MACEDO SM SENA MCS MIRANDA KCL Consulta de enfermagem ao paciente
com HIV perspectivas e desafios sob a oacutetica de enfermeiros Revista Brasileira de
Enfermagem v 66 n 2 2013
MARCONI M A LAKATOS E M Fundamentos de Metodologia cientiacutefico 7ordm ed
Atlas 2011
MARTINS C RIELLA MC Nutriccedilatildeo e o Rim2ordf ediccedilatildeo - Guanabara Koogan 2013
MASSOCO ECP MELLEIRO MM Comunicaccedilatildeo e seguranccedila do paciente percepccedilatildeo dos
profissionais de enfermagem de um hospital de ensino Rev REME Rev Min Enferm 2015
abrjun 19(2) 187-191
MEDEIROS AJS MEDEIROS EMD Desafios do tratamento hemodialiacutetico para o portador
de insuficiecircncia renal crocircnica e a contribuiccedilatildeo da enfermagem Revista brasileira de
educaccedilatildeo e sauacutede v 3 n 1 2013
MENEZES FG BARRETO DV ABREU RM ROYEDAF PECOITS FILHO RF
Panorama do tratamento hemodialiacutetico financiado pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede - Uma
perspectiva econocircmica Rev J Bras Nefrol 201537(3)367-378
MENON Daniele MARTINS Andreia Pereira DYNIEWICZ Ana Maria Condiccedilotildees de
conforto do paciente internado em UTI neonatal Sauacutede v 1 n 1 2014
115
MINAYO MCS O desafio do conhecimento-Pesquisa qualitativa em sauacutede 13ordf Ed Satildeo
Paulo Hucitec Rio de Janeiro (RJ) Abrasco 2013
MINAYO MCS ASSIS SG SOUZA ER Avaliaccedilatildeo por triangulaccedilatildeo de meacutetodos
Abordagem de Programas Sociais Rio de janeiro Editora FioCruz 244 pp ISBN 85-
89697-06-1 3ordf reimpressatildeo 2010
MOURA L PRESTES IV DUNCAN B B Schmidt MI Building a national database
of patients receiving dialysis on the Brazilian Unified Health System 2000-2012 Rev
Epidemiol Serv Sauacutede v23 n2 Brasiacutelia jun 2014 Disponiacutevel em
httpdxdoiorg105123S1679-49742014000200004 Acesso em 31 de julho de 2016
MOURAtildeO CML ALBUQUERQUE MAS SILVA APS OLIVEIRA MS
FERNANDES AFC Comunicaccedilatildeo em enfermagem uma revisatildeo bibliograacutefica Rev rene
fortaleza v 10 n 3 p 139-145 julset2009
NERY I S GOMES I S MORAES S D S VIANA L M M Percepccedilatildeo de enfermeiras
sobre as relaccedilotildees interpessoais na consulta de enfermagem Revista de Enfermagem da
UFPI v 1 n 1 2012
NUNTABOOT KHANITTA Actual Nursing Competency among Nurses in Hospital in
Vietnam International Scholarly and Scientific Research amp Innovation 10(3) 2016
Disponiacutevel em wasetorgPublicationactual-nursingnurses-inin10004833 Acesso em
05082017
OLIVEIRA MB Aplicado ao projeto arquitetocircnico Da concepccedilatildeo agrave apresentaccedilatildeo de
projetos Editora Novatec 2015
OLIVEIRA S K P QUEIROZ A P O MATOS D P M MOURA A F LIMA
FET (2012) Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da literatura
Revista Brasileira de Enfermagem REBEn 65(1) 155 - 161 Acedido a 18052013
Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-
71672012000100023amplng=enampnrm=isoamptlng=PT
OLIVEIRA SKP et al Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da
literatura Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012
116
PERUSSO IAO Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador da Doenccedila Renal Dissertaccedilatildeo de
mestrado - (Universidade Federal de Pernambuco 2013-08-30) Disponiacutevel em
httprepositorioufpebrhandle12345678911450 acesso em 10052017
PESSOA NRC LINHARES FMP Hemodialysis patients with arteriovenous fistula
knowledge attitude and practice Rev Esc Anna Nery vol19 no1 Rio de
Janeiro JanMar[Internet] 2015[acesso em 10 de marccedilo de 2017] 19(1)73-79 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg1059351414-814520150010
PIESZAK GM TERRA MG NEVES ET PIMENTA LF PADOIN SMM RESSEL LB
Percepccedilatildeo dos profissionais de enfermagem acerca do cuidar em centro obsteacutetrico Rev Rene
2013 14(3)568-78
POTT FS STAHLHOEFER T FELIX JVC MEIER MJ Medidas de conforto e
comunicaccedilatildeo nas accedilotildees de cuidado de enfermagem ao paciente criacutetico Rev Bras Enferm
Brasiacutelia 2013 mar-abr 66(2) 174-9
PROCHET TC SILVA MJP Fatores ambientais como coadjuvantes na comunicaccedilatildeo e no
cuidar do idoso hospitalizado Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 08 de abril de
2016]65(3)488-94 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n3v65n3a14pdf
PROCHET TC SILVA MJP Proxecircmica as situaccedilotildees reconhecidas pelo idoso
hospitalizado que caracterizam sua invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial Texto amp Contexto
Enfermagem v17 n2 p321-326 2008 Disponiacutevel em HTTPdxdoiorg10159050104-
070720080002000014 Acesso em05102012
PUGGINA AC et al Percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo e necessodades dos familiares em
Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Anna Nery Enferm 18 (2)283-283 Apr-Jun2014
REBOUCcedilAS CBA PAGLIUCA LMF RODRIGUES JUacuteNIOR JC OLIVEIRA
GOB ALMEIDA PC El anaacutelisis comparativo de la comunicacioacuten no verbal entre enfermero
y paciente ciego Index enferm 24(3) 134-138 jul-sept 2015 IBECS | ID ibc-142698
RODRIGUEZ PA GARREOLMO J FRANCH NJ DIEZ EJ MUNDETTX BARROT
PJ et al Prevalence of chronic kidney disease in patients with type 2 diabetes in Spain
Percedime 2 study BMC Nephrol 20131446
RODRIGUES Fernando de Assis SANTANA Ricardo Cesar Gonccedilalves Restriccedilotildees
tecnoloacutegicas e de acesso a dados disponiacuteveis sobre destinos de repasses financeiros federais
117
para a sauacutede puacuteblica em ambientes informacionais digitais XIII Encontro Nacional de
Pesquisa em Ciecircncia da Informaccedilatildeo - 2013
SANTOS AR Metodologia cientiacutefica Construccedilatildeo do conhecimento ndash 8ordf Ed revisada
conforme NBR147242011 Rio de Janeiro Lamparina 2015
SAVI A E RECH G RF Apropriaccedilatildeo Espacial Das CrianccedilasndashUm estudo ergonocircmico no
paacutetio escolar Estudos em Design v 23 n 3 p 1-14 2015
SCHIMIDT TCG Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso hospitalizado Tese de
(Doutorado) ndash Universidade de Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Enfermagem Satildeo Paulo 2012
SCHIMIDT TCG YEDA YAO SILVA MJP Avaliaccedilatildeo mediata na replicaccedilatildeo do
Programa de Capacitaccedilatildeo em Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal em Gerontologia Rev esc enferm
USP [internet] [acesso em 13 de abril de 2016] vol49 no2 Satildeo Paulo marabr 2015
[Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0080-623420150000200017]
SCHIMIDT TCG SILVA MJP Reconhecimento dos aspectos tacecircsicos para o cuidado
afetivo e de qualidade ao idoso hospitalizadoRev esc enferm USP[internet] [acesso
em13 de abril de 2016] vol47 no2 Satildeo Paulo abr 2013 [httpdxdoiorg101590S0080-
62342013000200022
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Influecircncia das caracteriacutesticas fiacutesicas humanas na
comunicaccedilatildeo do profissional das sauacutede com o idoso REMErevminenferm17(3)510-
516jul-set2013 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfreeuspv46n312pdf Acesso
em15072015
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Proxecircmica e cineacutesica como recursos comunicacionais
entre o profissional de sauacutede e o idoso hospitalizado RevenfermUERJ 20(3)349-354 jul-
set 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_nlinksamppid=S0034-
7167201400060092800012amplng=en Acesso em 15072015
SESSO RC LOPES AA THOMEacute FS LUGON JR MARTINS CT Inqueacuterito
Brasileiro de Diaacutelise Crocircnica 2014 Rev J Bras Nefrol 201638(1)54-61
SHAUGHNESSY J ZECHMEISTERE ZECHMEISTERJ Research Methods in
Psychology Mc Graw-Hill Eduaction 10ordf edition 2014
118
SILVA MJP A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da enfermagem Capiacutetulo 4 Pag
50 a 64 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
SILVA MJP Comunicaccedilatildeo tem remeacutedio a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees interpessoais em
sauacutede 10ordfed Satildeo Paulo (SP) Loyola 2015
SILVA Larissa Gutierrez da MATSUDA Laura Misue WAIDMAN Maria Angeacutelica
Pagliarini The structure of a public emergency care service from the workers view
perspectives on quality Texto amp Contexto-Enfermagem v 21 n 2 p 320-328 2012
SILVA MAM PINHEIRO KB SOUZA AMA MOREIRA ACA Health promotion in
hospital settings Revista Brasileira de Enfermagem 64 (3)596-599 2011
SILVA TM RAQUEL MPS ALVESCS PAZ JSM ALTERACcedilAtildeO NO PALADAR
DE IDOSOS E SUAS REPERCUSSOtildeES NUTRICIONAIS Anais do 4ordm Congresso
Internacional de Envelhecimento Humano 2015
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC) SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA) VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010 95(1 supl1) 1-51)
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (SBN) Censo de diaacutelise SBN
2014Disponiacutevel em http wwwsbnorgbrpdfpublico2012pdf Acesso em 15062016
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM EM NEFROLOGIA (SOBEN)
Disponiacutevel emwwwsbnorgbrpdfcenso_2014_publicopdf acesso em 06022016
STAKE RE REIS K Pesquisa qualitativa estudando como as coisas funcionam Porto
Alegre (RS) Penso 2011
STEFANELLI MC CARVALHO EC A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da
enfermagem 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
STRAUSS AL CORBIN J Pesquisa Qualitativa Teacutecnicas e Procedimentos para o
Desenvolvimento de Teoria Fundamentada 2ordf ed Porto Alegre Artmed 2008
TEIXEIRA Maria Cristina Triguero Veloz et al Protective factors associated with emotional
and behavioral problems in school children Estudos de Psicologia (Campinas) v 31 n 4
p 539-548 2014
119
TERRA AC VAGHETTI HH Proxemics communication in nursing work an integrative
literature review Cienc enferm vol20 no1 Concepcioacuten abr 2014
TERRA AC Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de enfermeiros
hospitalares Dissertaccedilatildeo de (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande Escola de
Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Rio Grande 2013
TONG A FLEMMING K MCINNES E OLIVER S CRAIG J Enhancing transparency in
reportingthe synthesis of qualitative research ENTREQ BMC Med Res Methodol
[internet] 2012 [acesso em 10 de abril de 2016]12181-8 [Disponiacutevel em
httpbmcmedresmethodolbiomedcentralcomarticles1011861471-2288-12-181
UNITED STATES RENAL DATA SYSTEM (USRDS) Annual Data Report National
Institutes of Health National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases
Bethesda 2014
VALADARES GV VIANA LO O Processo de formaccedilatildeo na especialidade a partir da
experiecircncia do enfrentamento do conhecimento novo Rev Cogitare Enferm 2009 [acesso
em 08042016] AbrJun 14(2)379-83 Disponiacutevel em
httprevistasufprbrcogitarearticleviewFile1566810409
VASCONCELOS SG Comunicaccedilatildeo entre matildee-filho em alojamento conjunto a luz dos
fatores proxecircmicos Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Cearaacute UFC Universidade federal do Cearaacute
2006
YANG YI BAKER S KANNAN A RAMANAN D Recognizing proxemics in personal
photos Computer Vision and Pattern Recognition (CVPR) [internet] 2012 [acesso
em24052016] IEEE Conference on IEEE[internet] 2012
Disponiacutevelemhttpieeexploreieeeorgxplloginjsptp=amparnumber=6248095ampurl=http3
A2F2Fieeexploreieeeorg2Fxpls2Fabs_alljsp3Farnumber3D6248095
ZANARDO GM ZANARDO GM KAEFER CT Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de
Enfermagem Revista Contexto amp Sauacutede Ijuiacute bull v 10 bull n 20 bull JanJun 2011 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
120
APENDICE
15
APEcircNDICE A Termo de Consentimento do HUCFF e HUPE
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
121
16
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga
FilhoHUCFFUFRJ ndash R Prof Rodolpho Paulo Rocco ndeg 255 ndash Cidade UniversitaacuteriaIlha do
Fundatildeo - Sala 01D-461deg andar - pelo telefone 3938-2480 de segunda a sexta-feira das 8 agraves
15 horas ou atraveacutes do e-mail cephucffufrjbr
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
122
17
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
123
18
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Pedro
ErnestoHUEPUERJ ndash Rua Boulevard nordm 28 de setembro 77 - Vila Isabel Cep 20551-
030 - Rio de Janeiro ndash RJ Teacuterreo do HUPE Tels 2868-8253 e-mail cep-hupeuerjbr
Atendimento de segunda-feira a sexta-feira das 0900-1200h e 1300-1700h
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
124
19
APEcircNDICE B IDENTIFICACcedilAtildeO DOS SUJEITOS
Coacutedigo de identificaccedilatildeo ________________ Idade______________________
Sexo ( ) F ( ) M
Data ______________
Dados Profissionais
1Tempo de atuaccedilatildeo como enfermeiro________________________
2 Tempo de atuaccedilatildeo na nefrologia__________________________
3 Funccedilatildeo ( ) chefia ( ) assistecircncia ( ) chefiaassistecircncia
4 Haacute quanto tempo_________________________________________
5 Trabalha em outra instituiccedilatildeo com esta pacientela
( ) sim ( ) natildeo
6CapacitaccedilatildeoAperfeiccediloamento realizados apoacutes a graduaccedilatildeo
( ) sim ( ) natildeo
QualQuais
Contatos
Telefone___________________________________
Endereccedilo eletrocircnico___________________
125
20
APEcircNDICE C ndash QUESTOtildeES NORTEADORAS DE ENTREVISTA
Coacutedigo de identificaccedilatildeo________________________________
Data___________ Iniacutecio________________Teacutermino__________________
1 Identifique no mapeamento comportamental sua localizaccedilatildeo nos diferentes momentos
do cuidado
2 Quais as dificuldades e facilidades do ambiente para auxiliar na comunicaccedilatildeo durante
o cuidado (Mobiliaacuterio iluminaccedilatildeo biombos cadeiras maacutequina de diaacutelise poltronas
de HD posto de enfermagem bancada de preparaccedilatildeo de medicamentos balanccedila sala
de curativos pia para lavagem da fistula)
3 Identifique os diferentes sentidos corporais com as distacircncias mantidas durante o
cuidado intima pessoal social puacuteblica
4 Explique como a postura corporal do profissional pode ser avaliada favoravelmente
pelo paciente (de peacute sentado ombro a ombro de costas de frente)
5 Qual a sua percepccedilatildeo sobre a importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente na hemodiaacutelise
126
58
APEcircNDICE D Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado natildeo participante Coacutedigo de identificaccedilatildeo do sujeito______________________
Dados de identificaccedilatildeo do paciente
Coacutedigo do paciente
Data de nascimento Sexo Dia da semana Inicio da HD no setor
Fatores
proxecircmicos
Situaccedilatildeo
Tempo
de
duraccedilatildeo
Posiccedilatildeo Distacircncia Tom de voz Eixo dos
Interlocutor
es
Comportamento
de contato
Contato
visual
Comunicaccedilatildeo
verbal
Impressotildees da
pesquisadora
( )de peacute
( )sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( ) outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
127
82
ANEXO
128
82
ANEXO A ndashFolha de rosto da Plataforma Brasil
129
82
ANEXO B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia do HUPE
130
82
ANEXO C ndash Declaraccedilatildeo de coparticipante do HUCFF
83 131
82
ANEXO D- Parecer do EEANHESFA
132
82
ANEXO E- Parecer do HUCFFUFRJ
133
82
ANEXO F - Parecer do HUPE UERJ
134
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
OS SENTIDOS DO ESPACcedilO E DOS CORPOS NA HEMODIAacuteLISE A
COMUNICACcedilAtildeO PROXEcircMICA DA ENFERMAGEM COM O PACIENTE RENAL
Tese de Doutorado apresentada agrave banca examinadora do Curso de Doutorado em Enfermagem
da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro para fins
de Defesa de Tese
Aprovada em ___ de _________ de 2017 por
Presidente - Profordf Drordf Siacutelvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
Escola de Enfermagem Anna NeryUFRJ
1ordm Examinador ndash Profordf Drordf Cleotilde Garcia Reza
Universidade Autocircnoma do Estado do Meacutexico- UAEM
2ordm Examinador ndash Profordf Drordf Neacutebia Maria Almeida de Figueiredo
Escola de Enfermagem Alfredo Pinto -UNIRIO
___________________________________________________________________________
3ordm Examinador Profordf Drordf Angela Maria Bittencourt F da Silva
Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ
___________________________________________________________________________
4ordm Examinador Profordf Drordf Glaucia Valente Valadares
Escola de Enfermagem Anna Nery UFRJ
Suplente ndash Profordf Drordf Marta Sauthier
Escola de Enfermagem Anna Nery UFRJ
Suplente ndash Profordf Drordf Maria Juacutelia Paes da Silva
Escola de Enfermagem da USP
Rio de Janeiro
Setembro2017
3
Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial deste trabalho por qualquer meio
convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte
Moreira Alessandra Guimaratildees Monteiro
Os sentidos do espaccedilo e dos corpos na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo proxecircmica da
enfermagem com o paciente renal Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira - Rio de
Janeiro UFRJEEAN 2017
135f Il 31cm
Orientadora Profordf Drordf Siacutelvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
Teses - Doutorado ndash UFRJEEANPrograma de Poacutes- Graduaccedilatildeo em
Enfermagem 2017
Referecircncias f107-148
1 Proxecircmica 2 Comunicaccedilatildeo natildeo verbal 3 Diaacutelise Renal 4 Enfermagem I Arauacutejo
Siacutelvia Teresa Carvalho (Orient) II Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de
Enfermagem Anna Nery Programa de Poacutes- Graduaccedilatildeo em Enfermagem III Tiacutetulo
CDD 61073
4
DEDICATOacuteRIA
Agrave minha famiacutelia Andreacute (marido) Gabriel e Lucas (filhos) Pelo amor e incentivo que
recebo diariamente de vocecircs Muito obrigada pelo apoio durante minha jornada pela
compreensatildeo das minhas ausecircncias durante a realizaccedilatildeo desta pesquisa e ainda por
acreditarem em mim em momentos em que eu mesma me sentia desanimada Amo vocecircs
Agrave minha matildee Nely Moema a quem devo tudo que sou Pelo amor incondicional
sempre me apoiando em minhas decisotildees Pela garra e coragem de lutar pela sua famiacutelia
Obrigada por tudo que fizeste por mim e pelos meus filhos Eu te amo
5
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida que tens me dado Agradeccedilo pela sauacutede famiacutelia amigos e pela
oportunidade de estar vivenciando este momento uacutenico em minha vida
Ao meu marido Andreacute que sempre esteve presente me apoiando e incentivando nos
momentos de desanimo e de incertezas trazendo suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento da
minha vida profissional e familiar Vocecirc e meus filhos satildeo o incentivo para continuar nesta
jornada Vocecircs satildeo tudo na minha vida
Aos meus Pais Joseacute Luiz e Nely Moema aos quais devo minha vida Fico feliz por
estar realizando um sonho ao qual vocecircs tambeacutem fazem parte Amo vocecircs
Agrave minha irmatilde Danielle parceira em vaacuterios momentos da minha vida Vocecirc que
sempre apoiou minha realizaccedilatildeo profissional muito obrigada pela forccedila
Agrave minha professora orientadora e amiga Profordf Drordf Silvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
por ter confiado no meu potencial e pela coragem de caminhar comigo desde minha iniciaccedilatildeo
cientiacutefica ateacute a conclusatildeo desta tese Seus ensinamentos sua sabedoria e seu jeito meigo e
carinhoso de ser me cativaram desde o primeiro momento Se hoje escrevo esta tese eacute porque
vocecirc me proporcionou fazer parte do seu mundo este que me apaixono cada vez mais e que
permite explorar tudo aquilo que sempre almejei - Conhecimento essencial para cuidar
Ao meu Padrasto Daniel (in memorian) foi a partir da necessidade de ajudaacute-lo na
DRC que busquei os estudos infelizmente vocecirc natildeo estaacute aqui para ver meu trabalho mas
aonde quer que esteja sei que estaacute torcendo por mim
Aos membros da Banca Examinadora que me acompanharam desde a defesa do
projeto com valiosiacutessimas contribuiccedilotildees
Profordf Drordf Cleotilde Garcia Reza que se disponibilizou a fazer parte desta banca e
trouxe contribuiccedilotildees significativas para a construccedilatildeo deste Sempre tatildeo solicita e atenciosa
passa uma energia tatildeo boa que mesmo a distacircncia eu pude recebecirc-la
Profordf Drordf Neacutebia Mordf Almeida de Figueiredo quanta sabedoria em uma uacutenica pessoa
Obrigada por acreditar em mim ldquoO saacutebio natildeo eacute aquele que conhece tudo e sim aquele que
estaacute aberto a novos conhecimentos
Profordf Drordf Angela Maria Bittencourt da Silva que prontamente aceitou na fase final de
defesa a participar da banca e abrilhantou com seus conhecimentos
6
Profordf Drordf Glaucia Valente Valadares pelas inuacutemeras contribuiccedilotildees que me ajudaram a
organizar meus pensamentos crescer aprender refletir e acima de tudo percorrer esse
caminho com seguranccedila
Profordf Drordf Marta Sauthier desde a graduaccedilatildeo acompanhou minha busca pelo
conhecimento e sei que sempre torceu por mim Seus olhos dizem tudo quando a vejo minha
eterna admiraccedilatildeo
Profordf Drordf Maria Juacutelia Paes da Silva que com muita luz e paz sempre esteve
acompanhando e torcendo pelas minhas conquistas
Aos membros do Grupo de Pesquisa Comunicaccedilatildeo de Enfermagem Hospitalar -
Pacientes de Alta Complexidade (CEHCAC) esta oportunidade de fazer parte de um grupo eacute
muito enriquecedor pois cada um traz consigo experiecircncias uacutenicas que ao somaacute-las faz a
diferenccedila de uma grande equipe
Agrave amiga Maria de Faacutetima Pinto Silva do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa por estar
sempre disponiacutevel a me auxiliar durante os tracircmites de submissatildeo do projeto ao comitecirc
Sempre atenciosa nas orientaccedilotildees eacute um exemplo de mulher matildee e profissional muita
dedicaccedilatildeo em tudo que faz Eu te adoro Fafa
Ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem Anna Nery pela constante
disponibilidade e pelos oportunos esclarecimentos sempre prestados com carinho zelo e
dedicaccedilatildeo
Agrave equipe da Biblioteca da EEAN pelos vaacuterios momentos de compartilhamentos de
saberes e pelas ajudas prestadas
7
RESUMO
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Os sentidos do espaccedilo e
dos corpos na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo proxecircmica da enfermagem com o paciente
renal Tese (Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade
Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2017
Objeto do estudo a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro frente ao paciente portador de
Doenccedila Renal Crocircnica na Hemodiaacutelise (HD) Objetivos do estudo caracterizar o
conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de
Enfermagem na Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como
elemento essencial na qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir o ambiente da
sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo do cuidado Metodologia
estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa por meio do meacutetodo etnograacutefico
O cenaacuterio foram duas unidades de Nefrologia localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
sendo estes Hospitais Universitaacuterios Os participantes da pesquisa foram 12 enfermeiros do
setor de nefrologia que atuam no cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise Os dados foram
captados por meio de observaccedilatildeo sistematizada participante atentando para os itens
proxecircmicos e entrevista gravada com questotildees semiestruturadas A anaacutelise temaacutetica a partir
dos depoimentos dos participantes baseando-se em Bardin (2011) triangulados com os itens
observados resultou nas categorias o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo e no mapeamento comportamental proxecircmico da enfermagem e cliente
durante a hemodiaacutelise Resultados O ambiente do cuidado em HD eacute demarcado pelo uso dos
espaccedilos iacutentimo e pessoal na execuccedilatildeo de procedimentos e pelas interaccedilotildees com o paciente A
posiccedilatildeo do mobiliaacuterio centralizado e equidistante do posto de enfermagem determinou uma
proxemia mais pessoal visto que tudo estava centralizado e exigiu pouco distanciamento da
equipe de enfermagem durante o cuidado A atuaccedilatildeo puacuteblica estaacute definida pela maior
distacircncia na disposiccedilatildeo dos mobiliaacuterios em relaccedilatildeo ao posto de enfermagem pois isso tambeacutem
interfere na proxemia da equipe e consequentemente na comunicaccedilatildeo deste com o cliente
Em ambos os cenaacuterios pesquisados os sentidos do espaccedilo evidenciaram que a posiccedilatildeo
corporal pessoal eacute necessaacuteria e influencia na interaccedilatildeo pode transmitir confianccedila a quem se
cuida e empatia para compartilhar emoccedilotildees Discussatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao
qual existe uma triacuteade no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos
corporais e a forma como nos comunicamos O ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer
lugar o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com
o paciente atentando para natildeo violar sua privacidade o uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio um
fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e fixas do
espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro Os sentidos do espaccedilo
representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com confianccedila de quem se cuida empatia
ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e formas diferentes de se comunicar eacute
expressar arranjos espaciais singulares com fluxo adequado estabelecer coacutedigos de
comunicaccedilatildeo ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando
conforto seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar quanto agrave qualidade das
interaccedilotildees Conclusatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade no
processo de cuidar o espaccedilo fiacutesico-ambiente com o uso dos sentidos corporais e a forma
8
como nos comunicamos A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no
cuidado e a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo
de redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
Palavras Chaves Proxecircmica diaacutelise renal relaccedilotildees interpessoais cuidados de enfermagem
9
ABSTRACT
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 The senses of space and
bodies in hemodialysis the proxemic communication of nursing with the renal patient Thesis
(Doctorate in Nursing) - Anna Nery School of Nursing Federal University of Rio de Janeiro
Rio de Janeiro 2017
Purpose of the study the Proxemic Communication of the nurse in front of the patient with
Chronic Renal Disease in Hemodialysis (HD) Objectives of the study to characterize the
knowledge of nurses on Proxemic Communication in the context of Nursing care in
Hemodialysis to evaluate the importance of Proxemic Communication as an essential
element in the quality of interaction and care provided discuss the environment of the
hemodialysis room and its strategies for demarcating the care space Methodology an
exploratory descriptive study with a qualitative approach using the ethnographic method
The research was based on two Nephrology units located in the city of Rio de Janeiro these
University Hospitals Participants in the study were 12 nurses from the nephrology sector who
work on patient care during hemodialysis Data were collected through systematic observation
of the participant considering the proxemic items and recorded interview with semistructured
questions The thematic analysis from the participants statements based on Bardin (2011)
triangulated with the observed items resulted in the categories the nursing care environment
in hemodialysis senses of the space of care in hemodialysis production of nurses knowledge
about communication and on the proxemic behavioral mapping of nursing and clients during
hemodialysis Results The HD care environment is marked by the use of intimate and
personal spaces in the execution of procedures and by interactions with the patient The
position of the furniture centralized and equidistant from the nursing station determined a
more personal proxemia since everything was centralized and required little distance of the
nursing team during the care The public performance is defined by the greater distance in the
disposition of the furniture in relation to the nursing station as this also interferes in the
proxemia of the team and consequently in the communication of this with the client In both
scenarios the senses of space showed that personal body position is necessary and influences
the interaction it can transmit confidence to those who care and empathy to share emotions
Discussion Proxemic Communication is one to which there is a triad in the process of caring
with the physical space with the use of the bodily senses and the way we communicate The
HD care environment is everywhere the use of intimate and personal spaces is for performing
procedures and interactions with the patient taking care not to violate their privacy the use of
social space requires a more efficient flow of communication without interference from the
semi-fixed and fixed characteristics of the space and this is centralized for the nurse The
senses of space represent that it is necessary to have a good interaction with the confidence of
those who care empathy in sharing emotions knowing that there are different habits and
ways of communicating is to express singular spatial arrangements with adequate flow
establish communication codes have communication skills maintain the different distances
providing comfort security and privacy share emotions attention to the quality of the
interactionsConclusion Proxemic communication is one to which there is a triad in the
caring process the physical-environmental space with the use of the bodily senses and the
way we communicate The discussion about the space of work the senses involved in care
and communication in relationships should be constantly promoted with the goal of
redesigning the processes of care What does not add value should be withdrawn for nursing
professionals to optimize their efforts
Keywords Proxemics renal dialysis interpersonal relations nursing care
10
RESUMEN
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Los sentidos del espacio
y de los cuerpos en hemodiaacutelisis la comunicacioacuten proxeacutemica de la enfermeriacutea con el paciente
renal Tesis (Doctorado en Enfermeriacutea) - Escuela de Enfermeriacutea Anna Nery Universidad
Federal de Riacuteo de Janeiro Riacuteo de Janeiro 2017
Objeto de estudio la Comunicacioacuten Proxeacutemica del enfermero frente al paciente portador de
Enfermedad Renal Croacutenica en la Hemodiaacutelisis (HD) Objetivos del estudio caracterizar el
conocimiento de los enfermeros sobre Comunicacioacuten Proxeacutemica en el contexto del cuidado de
Enfermeriacutea en la Hemodiaacutelisis Evaluar la importancia de la Comunicacioacuten Proxeacutemica como
elemento esencial en la calidad de la interaccioacuten y del cuidado otorgado Discutir el ambiente
de la sala de hemodiaacutelisis y sus estrategias para demarcar el espacio del cuidado
Metodologiacutea estudio exploratorio descriptivo con enfoque cualitativo por medio del
meacutetodo etnograacutefico El escenario de investigacioacuten fueron dos unidades de Nefrologiacutea
ubicadas en el municipio de Riacuteo de Janeiro son estos Hospitales Universitarios Los
participantes de la investigacioacuten fueron 12 enfermeros del sector de nefrologiacutea que actuacutean en
el cuidado al paciente durante la hemodiaacutelisis Los datos fueron captados por medio de
observacioacuten participante considerado para los iacutetems proxeacutemicos y entrevista grabada con
preguntas semiestructuradas El anaacutelisis temaacutetico a partir de los relatos de los participantes
basaacutendose en Bardin (2011) triangulados con los iacutetems observados genero las categoriacuteas el
ambiente del cuidado de enfermeriacutea en la hemodiaacutelisis los sentidos en el espacio de cuidado
en hemodiaacutelisis la produccioacuten del conocimiento de los enfermeros sobre comunicacioacuten y el
mapeo conductual proxeacutemico de la enfermeriacutea y el cliente durante la hemodiaacutelisis
Resultados El ambiente del cuidado en HD es demarcado por el uso de los espacios iacutentimo y
personal en la ejecucioacuten de procedimientos y por las interacciones con el paciente La
posicioacuten del mobiliario centralizado y equidistante del puesto de enfermeriacutea determinoacute una
proxemia maacutes personal ya que todo estaba centralizado y exigioacute poco distanciamiento del
equipo de enfermeriacutea durante el cuidado La actuacioacuten puacuteblica estaacute definida por la mayor
distancia en la disposicioacuten de los muebles en relacioacuten al puesto de enfermeriacutea pues eso
tambieacuten interfiere en la proxemia del equipo y consecuentemente en la comunicacioacuten del
cliente En ambos escenarios investigados los sentidos del espacio evidenciaron que la
posicioacuten corporal personal es evidente la interaccioacuten al poder transmitir confianza a quien se
cuida y empatiacutea para compartir emociones Discusioacuten La posicioacuten adoptada por los
miembros del equipo de enfermeriacutea puede ser consciente de no violar la privacidad del
cliente y la ocupacioacuten del espacio social fue necesaria para asegurar un flujo de
comunicacioacuten maacutes eficiente aunque se determinoacute por interferencia de las caracteriacutesticas
semifijas y fijas del espacio Saber que existen haacutebitos y formas diferentes de comunicarse
que debemos expresar corporalmente buenos arreglos por la posicioacuten espacial singulares con
un flujo de expresiones adecuadas que durante nuestra comunicacioacuten establecemos coacutedigos
importantes que debemos mejorar las habilidades comunicativas puede resultar en el
mantener las diferentes distancias que proporcionan confort seguridad y privacidad De todo
ello resulta asertiva para compartir calidad visual y un buen patroacuten de cuidado durante la
interaccioacuten Conclusioacuten Comunicacioacuten Proxeacutemica es aquella a la que existe una triacuteada en el
proceso de cuidar el espacio fiacutesico-ambiente el uso de los sentidos corporales y la forma en
como nos comunicamos La discusioacuten sobre el espacio del trabajo los sentidos involucrados
en el cuidado y la comunicacioacuten en las relaciones deben ser promovidos constantemente con
11
el objetivo de redisentildear los procesos del cuidado Lo que no agrega valor debe ser retirado
para que los profesionales de enfermeriacutea optimicen sus esfuerzos
Palabras claves Proxeacutemica diaacutelisis renal relaciones interpersonales cuidados de
enfermeriacutea
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Zonas de distanciamento propostas por Hall (2005)
34
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
36
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
52
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
66
Figura 6b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
68
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
72
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
73
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
101
13
LISTA DE TABELAS QUADROS
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e
ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise
renalrdquo AND ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 3 Fatores proxecircmicos da HALL (2005)
31
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
62
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
64
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
82
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
96
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros do HUCFF 2016
54
14
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo 46
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
47
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
47
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na
hemodiaacutelise
49
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
49
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
50
15
LISTA DE SIGLAS
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEHCAC Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
CONEP Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa
DeCS Descritores em Ciecircncias da Sauacutede
DEMC Departamento de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica
DRC Doenccedila Renal Crocircnica
EEAN Escola de Enfermagem Anna Ney
FAPERJ Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
HD Hemodiaacutelise
HESFA Hospital Escola Francisco de Assis
HIV Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
NUPENH Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar
SCIELO Scientific Electronic Library Online
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TRS Terapia Renal Substitutiva
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
HUPE Hospital universitaacuterio Pedro Ernesto
HUCFF Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga filho
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
SOBEN Sociedade Brasileira de nefrologia
SAE Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
SBN Sociedade Brasileira de Nefrologia
16
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS 12
LISTA DE TABELAS E QUADROS 13
LISTA DE GRAacuteFICOS 14
LISTA DE SIGLAS 15
CAPIacuteTULO I - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 18
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica 18
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo 21
Questotildees norteadoras 23
Objetivos da pesquisa 23
Tese 23
13 Relevacircncia justificativa e contribuiccedilotildees da pesquisa 23
CAPIacuteTULO II ndash FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 28
21A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
28
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo
humana
30
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise 32
CAPIacuteTULO III ndash O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO
ESTUDO
39
31 Identificando a pesquisa 39
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa 40
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados 41
34 O cenaacuterio da pesquisa e suas caracteriacutesticas fiacutesicas 42
17
35 Participantes da pesquisa 44
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise 45
CAPIacuteTULO IV ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES 55
CAPIacuteTULO V - RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS 63
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise 64
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise 83
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo 97
COSIDERACcedilOtildeES FINAIS 105
REFEREcircNCIAS 109
APEcircNDICES 120
Andash TCLE do HUCFF e HUPE 121
Bndash Identificaccedilatildeo dos Sujeitos 125
C ndash Questotildees norteadoras de entrevista 126
Dndash Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado Participante 127
ANEXOS 128
A ndash Folha de Rosto da Plataforma Brasil 129
B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia HUPE 130
C ndash Declaraccedilatildeo de Coparticipante HUCFF 131
D ndash Parecer da EEANUFRJ 132
E ndash Parecer do HUCFFUFRJ 133
F- Parecer do HUPEUERJ 134
18
CAPIacuteTULO I
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica
A inquietaccedilatildeo e motivaccedilatildeo para realizar um estudo que busca refletir sobre as
estrateacutegias utilizadas pelo Enfermeiro na perspectiva da comunicaccedilatildeo natildeo verbal Proxecircmica
nos cuidados aos pacientes com Doenccedila Renal Crocircnica (DRC) em tratamento dialiacutetico
tiveram seu ponto de partida nas experiecircncias adquiridas durante a minha inserccedilatildeo preacutevia na
aacuterea de nefrologia Essa experiecircncia se intensificou na participaccedilatildeo no grupo de pesquisa
Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) pelo
Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar (NUPENH) do Departamento de Enfermagem
Meacutedica-Ciruacutergica (DEMC) da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) UFRJ desde
agosto de 2009 e que estende ateacute os dias atuais
Esta inserccedilatildeo ainda durante a graduaccedilatildeo possibilitou por meio da bolsa de iniciaccedilatildeo
cientiacutefica com financiamento pela Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (FAPERJ) investigar durante dois anos sobre como se daacute o cuidado de enfermagem
no acircmbito da Terapia Renal Substitutiva (TRS) e o autocuidado do paciente com o acesso
vascular da fiacutestula arteriovenosa
O projeto atendeu tambeacutem agraves demandas da disciplina eletiva intitulada ldquoOficina de
Elaboraccedilatildeo de Projeto de Pesquisardquo o que resultou no relatoacuterio final monograacutefico de
conclusatildeo de curso intitulada ldquoEnfermagem e paciente na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo natildeo
verbal e o autocuidadordquo ambas sob a mesma orientaccedilatildeo Nestes estudos busquei temas que
tratassem do autocuidado uma aproximaccedilatildeo com os tipos de comunicaccedilatildeo natildeo verbais e da
atuaccedilatildeo do enfermeiro na nefrologia
Para fortalecer a linha de investigaccedilatildeo centrada na comunicaccedilatildeo natildeo verbal durante o
cuidado ao paciente em situaccedilotildees complexas de sauacutede elaborei um projeto dando iniacutecio ao
mestrado no qual fui bolsista da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) no primeiro ano e no segundo ano fui contemplada com a bolsa de
mestrado ldquonota 10rdquo financiada pela FAPERJ Este recurso possibilitou a minha dedicaccedilatildeo ao
curso de mestrado o que resultou na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoDistacircncias e
Proximidades do Corpo em Hemodiaacutelise um estudo sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
Cuidado de Enfermagemrdquo
19
O estudo permitiu identificar se a equipe de enfermagem do setor de hemodiaacutelise
potencializa a posiccedilatildeo de seu corpo como instrumento do cuidar por meios interativos ou natildeo
para o desenvolvimento de suas accedilotildees de cuidado e por existir vaacuterios elementos envolvidos na
comunicaccedilatildeo proxecircmica elementos esses que permeiam a interaccedilatildeo entre as pessoas houve a
necessidade de se ter uma observaccedilatildeo do processo comunicativo entre equipe de enfermagem
e o paciente para uma efetiva avaliaccedilatildeo da assistecircncia prestada O objeto de estudo baseou-se
na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da equipe de Enfermagem no cuidado ao paciente em
hemodiaacutelise e foram claramente captados apontados classificados e explanados no decorrer
do estudo atendendo aos objetivos propostos
Investigar comunicaccedilatildeo em um ambiente hospitalar de alta complexidade como o
setor de hemodiaacutelise eacute um processo difiacutecil de ser operacionalizado porque comportamentos e
gestos natildeo satildeo normalmente identificados e nomeados com facilidade Podemos dizer que o
comportamento proxecircmico como parte de uma linguagem natildeo verbal pode ser muitas vezes
enigmaacutetico no processo de comunicaccedilatildeo (PROCHET SILVA 2012)
Os fatores contextuais que levam ao comportamento de aproximaccedilatildeo repercutem nas
accedilotildees do fazer em enfermagem e consequentemente na qualidade e eficaacutecia dos cuidados
prestados O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em relaccedilatildeo aos
outros durante a conversaccedilatildeo Neste setor os viacutenculos afetivos satildeo estreitos onde relaccedilotildees de
amizade e afeto ocorrem o tempo todo pois a proximidade eacute intensa devido ao tempo de
permanecircncia e do tratamento contiacutenuo
O ambiente em que as pessoas se comunicam frequentemente contribui para uma
maior aproximaccedilatildeo ou afastamento dos corpos Assim tanto a frequecircncia como o conteuacutedo
das mensagens satildeo influenciados por vaacuterios aspectos do ambiente em que se comunicam Este
ambiente influencia nosso comportamento mas tambeacutem podemos alteraacute-lo a fim de provocar
certos tipos de resposta (HALL 2005)
Para aperfeiccediloar e adquirir novas experiecircncias realizei o curso de especializaccedilatildeo de
Enfermagem em Nefrologia que me possibilitou colocar em praacutetica as atividades como
enfermeira junto aos pacientes do setor de nefrologia do Hospital Universitaacuterio resultando
outro estudo intitulado ldquo A visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo no cuidado de Enfermagem
em hemodiaacuteliserdquo
Preparar um paciente para a hemodiaacutelise eacute um desafio para o enfermeiro pois o
paciente pode natildeo compreender o impacto da diaacutelise e as necessidades de aprendizado podem
passar despercebidas A boa comunicaccedilatildeo entre a equipe de diaacutelise (no hospital e na cliacutenica
ambulatorial) equipe da unidade e o paciente eacute essencial para o fornecimento do cuidado
20
adequado e contiacutenuo visando estimular o autocuidado O diagnoacutestico de insuficiecircncia renal
crocircnica e a necessidade de diaacutelise frequente tecircm um impacto muito grande sobre o paciente e
a famiacutelia (FURTADO et al 2012)
Sendo assim o enfermeiro deveraacute estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila fazendo com
que o paciente se sinta encorajado a questionar suas duacutevidas sobre a doenccedila as accedilotildees corretas
para evitar complicaccedilotildees e tambeacutem contribuir para que ele entenda se a forma pelo qual ele
escolheu para enfrentar adversidades advindas no processo favorece ou natildeo uma melhor
qualidade de vida O paciente natildeo deve ser apenas passivo no tratamento deve atentar para as
alteraccedilotildees fiacutesicas e fisioloacutegicas que ocorrem durante a evoluccedilatildeo da DRC
Os enfermeiros enquanto profissionais da aacuterea de sauacutede preocupados com o ser
humano precisam desenvolver meios instrumentos teacutecnicas habilidades capacidades e
competecircncias para oferecer ao mesmo a oportunidade de uma existecircncia mais digna mais
compreensiva menos solitaacuteria no momento da doenccedila Stefanelli (2012) afirma que eacute por
meio da comunicaccedilatildeo estabelecida com o paciente que podemos compreendecirc-lo em seu todo e
em sua visatildeo de mundo isto eacute seu modo de pensar sentir agir e ajudaacute-lo a reequilibrar-se
mais rapidamente
Assim acontece na comunicaccedilatildeo entre a enfermagem e o paciente pois eacute preciso que
haja algueacutem atento a identificar as manifestaccedilotildees sejam elas verbais ou natildeo e disposto a
intervir ouvir trocar ideias e informaccedilotildees sobre eventuais problemas que possam surgir
durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos no setor
As accedilotildees e reaccedilotildees no contexto de cuidado de enfermagem apontam para a dialeacutetica da
constituiccedilatildeo dos sistemas defensivos O mesmo objeto que faz comunicar tambeacutem pode fazer
silenciar As manifestaccedilotildees expressas pelos enfermeiros satildeo resultantes de comportamentos
em termos de experiecircncias profissionais e pela necessidade de uma intervenccedilatildeo adequada E
na complexidade do cuidado em diaacutelise a decodificaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo ganha importacircncia
por trazer agrave tona aspectos da intersubjetividade (SCHIMIDT YEDA SILVA 2015)
Segundo Arauacutejo (2000) apud Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) ao se explorar os
sentidos corporais para compreensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal do paciente eacute possiacutevel uma
relaccedilatildeo mais integral sentindo com a razatildeo e pensando com a emoccedilatildeo A arte de cuidar
atraveacutes da percepccedilatildeo e da criatividade possibilita explorar plenamente os sentidos corporais
identificando semelhanccedilas e diferenccedilas nas necessidades da seleccedilatildeo do cuidado singular
Considerando tais reflexotildees pode-se relacionaacute-las com a assistecircncia ao paciente renal crocircnico
quando muitas vezes usamos o corpo o olhar os gestos o modo de falar como instrumentos
de controle e poder ainda que isso possa ocorrer sem a total consciecircncia de nossas intenccedilotildees
21
o que torna mais grave a situaccedilatildeo Explorar os sentidos permite detectar os indiacutecios natildeo
verbais do paciente como o cineacutesico taceacutesico proxecircmico silecircncio e a paralinguagem
considerando-os e valorizando-os durante nossa assistecircncia (ARAUacuteJO 2000)
O cuidar vai aleacutem do conhecimento teacutecnico e cientiacutefico mesmo que esse processo
envolva complexidade e especificidade Para os pacientes ser cuidado significa estabelecer
relacionamento interpessoal e as interaccedilotildees no cuidado natildeo se estabelecem de maneira
puramente teacutecnica
O tratamento dialiacutetico eacute contiacutenuo tornando-se uma rotina Entretanto o enfermeiro e
paciente a cada dia estabelecem uma forma de comunicaccedilatildeo diferente seja ela verbal ou natildeo
verbal e eacute a partir da compreensatildeo da comunicaccedilatildeo estabelecida que a assistecircncia ao paciente
torna-se eficaz pois se natildeo houver esta percepccedilatildeo as accedilotildees seratildeo puramente tecnicista sem
ou com pouca perspectiva de um cuidado singular
Enquanto enfermeira e professora percebo a urgecircncia de mudanccedilas no que concerne agrave
elaboraccedilatildeo de estrateacutegias que possibilitem uma comunicaccedilatildeo mais efetiva entre equipe de
enfermagem e paciente da DRC haja vista seu tratamento (diaacutelise) causar nos pacientes um
impacto em suas relaccedilotildees sociais familiares e em seu estado fiacutesico-psicoloacutegico afetando
seriamente suas vidas em todos os sentidos De acordo com Pessoa e Linhares (2015) o
estresse a anguacutestia e a depressatildeo pelos quais muitos desses pacientes passam tecircm raiacutezes na
carecircncia de informaccedilotildees sobre a doenccedila seu tratamento e sua expectativa de vida
Eacute com a perspectiva de ampliar a produccedilatildeo do conhecimento que busco no Curso de
Doutorado Acadecircmico de Enfermagem subsiacutedios para desenvolver eou aperfeiccediloar
mecanismos de leitura corporal natildeo verbal e verbal do tipo proxecircmico para abordagem
terapecircutica do Enfermeiro junto ao paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo
Os dados fornecidos pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em Enfermagem
demonstram um crescente aumento do nuacutemero de pessoas 107607 pacientes em 2012 com
Doenccedila Renal Crocircnica em tratamento dialiacutetico no Brasil Este fenocircmeno estaacute de acordo com o
observado nos uacuteltimos anos na literatura internacional que sinaliza para uma contiacutenua e
sustentada tendecircncia no aumento da taxa de prevalecircncia da doenccedila renal crocircnica em todo
mundo (SOBEN 2014)
22
E a hemodiaacutelise eacute uma das modalidades de tratamento amplamente utilizado para
manutenccedilatildeo e controle das funccedilotildees de pacientes portadores da doenccedila renal crocircnica
envolvendo diferentes aspectos na adaptaccedilatildeo e na adesatildeo do paciente ao tratamento
(CHEEVER HINKLE 2015) Este processo de adaptaccedilatildeo a nova condiccedilatildeo de vida pode
causar um impacto negativo a qualidade de vida do paciente interferindo nos seus haacutebitos de
vida social e a equipe de enfermagem deve ficar atenta aos sinais de dificuldade
compreendendo a realidade vivida por ele e articulando conhecimentos cientiacuteficos e as
experiecircncias do cotidiano de quem eacute cuidado
Ao conhecer a realidade a visatildeo de mundo e as expectativas de cada paciente a
enfermagem deve priorizar as necessidades impliacutecitas e natildeo somente as exigecircncias
terapecircuticas Para estimular a adesatildeo e favorecer um conhecimento amplo do tratamento da
DRC eacute necessaacuterio estimular accedilotildees com o paciente como atividades educativas e apoiar o
autocuidado ampliando a autonomia da pessoa com DRC Os profissionais de acordo com
Brasil (2014) devem desenvolver accedilotildees como interconsultas discussatildeo de casos momento de
educaccedilatildeo permanente conjuntos intervenccedilotildees no territoacuterio e intersetoriais a fim de
compartilhar a responsabilidade pelo cuidado de uma populaccedilatildeo especiacutefica de ampliar a
capacidade de anaacutelise e de intervenccedilatildeo aumentando a resolutividade dos respectivos pontos
de atenccedilatildeo envolvidos no processo de apoio matricial
Dessa forma a enfermagem deve proporcionar um ambiente que favoreccedila a interaccedilatildeo
e uma comunicaccedilatildeo que permita a aquisiccedilatildeo de valores relacionados agrave sauacutede bem como no
exerciacutecio de pensar criacutetico e reflexivo sobre sua proacutepria condiccedilatildeo com oportunidade de
diaacutelogo em que a problematizaccedilatildeo aconteccedila a partir da realidade que cerca o sujeito
Para Lim et al (2016) o contato existente entre enfermagem e o paciente se torna
intenso devido ao tratamento dialiacutetico ser contiacutenuo mas o viacutenculo soacute pode ser estabelecido
quando ampliamos nossa capacidade de observaccedilatildeo e dedicaccedilatildeo na interaccedilatildeo Podemos
aguccedilar nossa capacidade de captar as necessidades do paciente para ofertar um cuidado nas
diferentes formas de se comunicar Atraveacutes da leitura das manifestaccedilotildees natildeo verbais
proxecircmicas da enfermagem e do paciente pode-se criar maneiras diferentes de intervir a fim
de facilitar e alcanccedilar os objetivos de uma assistecircncia de enfermagem mais singular
individualizada e solidaacuteria (AZEVEDO et al 2017)
Surgiu dessa forma o interesse em pesquisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica no cuidado de
enfermagem em setor especializado especificamente na unidade de nefrologia O uso do
espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal e influencia o relacionamento interpessoal A
comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado social do espaccedilo ou seja estuda como o homem
23
estrutura inconscientemente o proacuteprio espaccedilo (HALL 2005) Nesse contexto delimitei para
guiar o estudo agrave questatildeo norteadora De que maneira o enfermeiro se comporta no cenaacuterio
de cuidado de hemodiaacutelise
E para que haja uma compreensatildeo do tipo de Comunicaccedilatildeo Proxecircmica estabelecida
entre o enfermeiro e o paciente com o intuito de viabilizar uma qualidade aos cuidados
prestados este estudo traz como objeto a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro na interaccedilatildeo
com o paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
Para o alcance das metas da pesquisa estabelecemos como objetivo geral
Produzir conhecimento sobre a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como demarcador de espaccedilo
e interaccedilatildeo de enfermeiros na hemodiaacutelise
Objetivos especiacuteficos
Caracterizar o conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
contexto do cuidado de Enfermagem na Hemodiaacutelise
Avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial no
cuidado de enfermagem
Discutir o ambiente da sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo
do cuidado
A tese que se defende neste estudo eacute de que o enfermeiro na accedilatildeo de cuidado em
hemodiaacutelise ao identificar e ao considerar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal com destaque na
proxecircmica potencialize avanccedilos na interaccedilatildeo e demarque seu espaccedilo
Os fatores relevantes na interaccedilatildeo durante a hemodiaacutelise em questatildeo satildeo a relaccedilatildeo
que os comunicantes estabelecem entre si a distacircncia espacial entre eles a orientaccedilatildeo do
corpo e do rosto a forma como se tocam ou se evitam o modo como dispotildeem e se
posicionam entre os objetos no espaccedilo durante o cuidado relacionando-as a abordagem e a
eficaacutecia da comunicaccedilatildeo proxecircmica
24
13 Justificativas relevacircncia e contribuiccedilotildees da pesquisa
Acredito na enfermagem como uma das profissotildees que apresenta consideraacuteveis
perspectivas de crescimento e valorizaccedilatildeo no mercado de trabalho apesar da crise de
desemprego que assola o paiacutes e o mundo na atualidade Entretanto os enfermeiros vecircm se
firmando nas diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo e apropriando cada vez mais de espaccedilos distintos
sobretudo naquelas onde permanece o investimento em sua capacitaccedilatildeo profissional
aumentando seus conhecimentos buscando a especializaccedilatildeo para aproveitar as chances de
trabalhos que possam surgir no mercado
Nessa perspectiva de discussatildeo tambeacutem considero essencial aprofundar as reflexotildees agrave
luz das accedilotildees dos profissionais de enfermagem ao paciente no cuidado nas Terapias Renais
Substitutivas (TRS) colocando em relevo as expressotildees natildeo verbalizadas que podem
favorecer a qualidade do cuidado por detalhar como elas se apresentam no contexto Ao
identificaacute-las iremos verificar como elas interferem e ampliam o cuidado teacutecnico Um modo
estrateacutegico de intervenccedilatildeo pelo uso consciente da leitura natildeo verbal do paciente por meio dos
sentidos facilita a compreensatildeo sobre o outro de forma singular gerado atraveacutes de nossas
experiecircncias
A comunicaccedilatildeo eacute um instrumento que pode e deve ser utilizado como um alicerce do
cuidado de enfermagem ou seja a comunicaccedilatildeo pode ser vista como um elemento
fundamental no cuidado prestado agrave pessoa como uma ferramenta importante na sua
implementaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute uma das abordagens de interesse na
enfermagem pois trata do jogo de distacircncias e proximidades que entretecem as pessoas no
espaccedilo traduz os modos pelos quais nos colocamos e movemos uns em relaccedilatildeo aos outros
como gerimos e ocupamos o espaccedilo envolvente considerada a presenccedila do outro (HALL
2005)
Quando se compreende o processo comunicativo como ele se forma e as suas
consequecircncias torna-se mais faacutecil para o profissional de enfermagem perceber indicativos
natildeo verbalizados do paciente para interagir considerando as necessidades nelas impliacutecitas Ao
reconhecer expressotildees e os sentidos atribuiacutedos podemos auxiliaacute-lo no enfrentamento dos
desafios durante o cuidado prestado
Com o propoacutesito de justificar a pesquisa foi realizado um levantamento sobre os
estudos que abordam o objeto ao acessar as Bases de dados Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) via Bireme Pub Med e a Scientific Electronic
Library Online (SCIELO) SCOPUS BANCO DE TESES DA UFRJ
25
Os criteacuterios de inclusatildeo foram idiomas portuguecircs inglecircs ou espanhol artigos
publicados na iacutentegra possuir sua versatildeo completa acessiacutevel e com data de publicaccedilatildeo dentro do
recorte temporal determinado de 5 anos Foram excluiacutedos todos os artigos em que os sujeitos da
pesquisa fossem crianccedilas ou adolescentes artigos em duplicidade nos perioacutedicos Para analisar
os artigos foi organizada uma planilha com os seguintes itens o perioacutedico o ano de
publicaccedilatildeo o tiacutetulo os autores o paiacutes de publicaccedilatildeo os profissionais que realizaram os
estudos uma siacutentese do artigo e contribuiccedilotildees sobre o tema Foram captados vinte e sete
artigos e selecionados dezenove conforme objeto do estudo
Em um primeiro momento natildeo foi utilizado o descritorMesh ldquoenfermagemrdquo em
combinaccedilatildeo com os descritores ldquoinsuficiecircncia renal crocircnicardquo e ldquoproxecircmicardquo Essa estrateacutegia
foi feita propositalmente com intuito de conhecer as produccedilotildees dos diversos domiacutenios do
conhecimento que se interessam em estudar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal na interaccedilatildeo humana
Inicialmente buscamos uma ampla localizaccedilatildeo no assunto sem especificidade utilizando
os descritores isoladamente Assim procuramos estudos sobre diaacutelise renal e proxecircmica sem
utilizar o cruzamento entre eles e sem o recorte temporal obtendo como resultados os observados
no quadro 1 abaixo
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal 1783 296 876 1478 15
Proxecircmica 101 12 08 23 01
Com esse resultado percebe-se que o tema de diaacutelise renal eacute estudado nos diferentes
contextos da aacuterea da sauacutede E em uma leitura flutuante dos tiacutetulos foi identificado que a
temaacutetica eacute abordada por vaacuterias aacutereas de formaccedilatildeo destacando-se entre as mais frequentes a
nutriccedilatildeo psicologia enfermagem odontologia e medicina
Posteriormente realizamos o cruzamento dos descritores com o uso do operador
booleano AND com o criteacuterio de recorte temporal de 5 anos
26
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise renalrdquo
AND ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal
AND
Proxecircmica
1
0
0
0
1
Os temas de maior incidecircncia nos uacuteltimos 10 anos nas outras pesquisas da
Comunicaccedilatildeo Proxecircmica foram Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de
enfermeiros hospitalares (Terra 2013) Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso
hospitalizado (Schimidt 2012) Comunicaccedilatildeo entre matildee e filho durante a amamentaccedilatildeo
(Farias 2010) Invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial e o idoso (Prochet 2008) Proxecircmica na
interaccedilatildeo com paciente queimado (Silva 2006) Proxecircmica com portadores de HIVAIDS
(Galvatildeo 2006) Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da matildee e filho no alojamento conjunto
(Vasconcelos 2006)
Outra semelhanccedila entre os estudos eacute o objetivo proposto pelos mesmos uma vez que
todos se propuseram a analisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica atraveacutes das interaccedilotildees percebidas
entre os sujeitos da pesquisa agrave luz dos fatores proxecircmicos de Hall (2005) Os estudos
analisados referem-se agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica como uma ferramenta facilitadora no
processo de interaccedilatildeo entre os sujeitos poreacutem alertam para a necessidade de saber exploraacute-la
Tal alerta eacute bem visto ao passo que a comunicaccedilatildeo proxecircmica corresponde natildeo soacute agrave
linguagem natildeo verbal mas tambeacutem agrave relaccedilatildeo existente entre o ambiente e as pessoas na qual
as mesmas o influenciam e satildeo por ele influenciadas Por isso a comunicaccedilatildeo proxecircmica pode
utilizar como um instrumento para fins de anaacutelises pessoas lugares e suas interaccedilotildees e natildeo
somente sujeitos com a linguagem comprometida e ou natildeo desenvolvidos
(VASCONCELOS 2006 GALVAtildeO 2006 FARIAS 2010 PROCHET 2008 SCHIMIDT
2012)
Outros artigos apontam haacute necessidade de implementarem programas treinamentos
planos de accedilatildeo ou estrateacutegias que possibilitem a incorporaccedilatildeo e revisatildeo durante a interaccedilatildeo ou
seja ampliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca do processo de
comunicaccedilatildeo em prol da qualidade e da praacutetica do cuidado de enfermagem
Espera-se que o estudo possa contribuir para compreensatildeo do conhecimento da
enfermagem na utilizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como um instrumento ou ferramenta baacutesica do
27
cuidado Fortalecer a atuaccedilatildeo do enfermeiro junto ao paciente portador de DRC por meio de
recursos da comunicaccedilatildeo este ter condiccedilotildees de reconhecer precoce e amplamente as
necessidades de intervenccedilotildees planejando executando e avaliando a assistecircncia a ser prestada
visando e garantindo o bem estar de quem se cuida
Os profissionais na assistecircncia de enfermagem poderatildeo entender e compreender seu
comportamento para lidar melhor com sua forma de interagir Quando o profissional assume a
comunicaccedilatildeo natildeo verbal aleacutem de perceber com maior precisatildeo os sentimentos do paciente
potencializa sua proacutepria comunicaccedilatildeo enquanto elemento transmissor de mensagens (SILVA
2012)
Na aacuterea do ensino de enfermagem e na formaccedilatildeo de outros profissionais na aacuterea da
sauacutede os resultados podem situaacute-los na aprendizagem com exemplos praacuteticos e conteuacutedos
didaacuteticos promovendo debates e reflexotildees criacuteticas sobre o assunto A produccedilatildeo de
conhecimento sobre comunicaccedilatildeo natildeo verbal proxecircmica fortalece a linha de pesquisa
Enfermagem Hospitalar e a produccedilatildeo no grupo de pesquisa - Comunicaccedilatildeo na Enfermagem
Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) do Nuacutecleo de Pesquisa em
Enfermagem Hospitalar (NUPENH)
28
CAPIacuteTULO II
FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
A comunicaccedilatildeo eacute uma habilidade que pode ou natildeo ser desenvolvida nas pessoas e
para que se desenvolva esta habilidade eacute necessaacuterio que se esteja consciente de sua existecircncia
Segundo Puggina et al (2014) natildeo temos consciecircncia de nossa comunicaccedilatildeo natildeo verbal visto
que por vezes contradizemos o dito verbalmente pela expressatildeo facial ou corporal de
negaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo verbal ganha importacircncia no processo comunicativo pois ela pode
suplementar uma informaccedilatildeo verbal (complementado ou rejeitando) contradizer enfatizar
substituir oferecer indiacutecios sobre emoccedilotildees ou mesmo controlar ou regular um
comportamento
Para a enfermagem a comunicaccedilatildeo pode ser vista como uma necessidade humana
baacutesica uma habilidade que o enfermeiro deve desenvolver ou um instrumento baacutesico
utilizado durante o cuidado E como instrumento a comunicaccedilatildeo eacute uma das ferramentas que o
enfermeiro utiliza para desenvolver e aperfeiccediloar o saber-fazer profissional
Entender comunicaccedilatildeo como um processo que viabiliza a qualidade dos
relacionamentos que deve ser estabelecida nas relaccedilotildees de trabalho seja com a equipe de
sauacutede no registro das atividades de enfermagem na assistecircncia ao paciente famiacutelia e
comunidade aleacutem de evitar que barreiras de comunicaccedilatildeo interfiram na eficiecircncia do processo
de cuidar
O enfermeiro apresenta-se de uma forma muito tecnicista buscando sempre se
aprimorar com as novas tecnologias mas acaba esquecendo o primordial a essecircncia de um
atendimento que eacute ter uma boa comunicaccedilatildeo com o paciente visando um cuidado com
qualidade De acordo com Pott et al(2013) o cuidado humanizado e de qualidade ao paciente
muitas vezes eacute minimizado frente agraves tecnologias presentes em ambientes complexos
Conforme Mouratildeo et al(2009) a comunicaccedilatildeo envolve relaccedilotildees interpessoais e
frequentemente podem ocorrer problemas dificuldades e restriccedilotildees de maneira que a
mensagem enviada natildeo eacute decodificada corretamente A dificuldade de expressatildeo eacute percebida
em muitas pessoas poreacutem este problema se agrava no acircmbito da sauacutede O profissional que
29
natildeo se comunica bem acaba sofrendo com as consequumlecircncias de natildeo ser compreendido Saber
articular as informaccedilotildees usar a linguagem corporal e fazer contato visual com os
interlocutores natildeo eacute uma tarefa faacutecil principalmente possuir a habilidade de escutar As
dificuldades na comunicaccedilatildeo podem estar relacionadas com falta de explicaccedilatildeo clara sobre
seus serviccedilos em que o profissional deve executar falta de comprometimento ou ateacute mesmo o
perfil da pessoa Esta dificuldade de comunicaccedilatildeo entre os profissionais de um setor tambeacutem
gera desgaste e conflitos desnecessaacuterios refletindo em todo ambiente do trabalho
Antes de comeccedilarmos uma comunicaccedilatildeo devemos pensar em todos os pontos
envolvidos pois vocecirc estaraacute sempre buscando um objetivo um resultado Eacute importante traccedilar
estrateacutegias para envolver os indiviacuteduos no seu ambiente relacionando-os ao assunto desejado
entendendo que todos tecircm uma opiniatildeo Segundo Pott et al(2013) estrateacutegias devem ser
pensadas com o intuito de proporcionar uma praacutetica de enfermagem mais humana a qual
visualize o indiviacuteduo natildeo apenas como mais um e sim como um ser possuidor de
experiecircncias proacuteprias mesmo quando estas experiecircncias natildeo possam ser expressas por
palavras
Como tudo na vida precisa de evoluccedilatildeo e aprimoramento natildeo eacute diferente com a
comunicaccedilatildeo eacute um processo contiacutenuo Ser objetivo e assertivo na comunicaccedilatildeo natildeo eacute uma
missatildeo faacutecil para o profissional principalmente da aacuterea de sauacutede que estaacute sempre envolvido
com a autoestima dos pacientes Para Stefanelli e Carvalho (2012) a comunicaccedilatildeo deve ser
considerada como competecircncia interpessoal a ser adquirida pelo enfermeiro E que deveraacute ser
usada de modo terapecircutico para permitir que o enfermeiro atenda ao paciente em todas as suas
dimensotildees
Uma comunicaccedilatildeo efetiva eacute uma competecircncia necessaacuteria a todo ser humano
principalmente no mundo em que vivemos cada vez mais os profissionais estatildeo mais
conscientes da importacircncia da boa comunicaccedilatildeo Segundo Broca e Ferreira (2012) quando
aumentamos a nossa capacidade de influenciar e sermos influenciados podemos favorecer o
desenvolvimento de um cuidado tambeacutem efetivo para com o paciente
Na hora de delegar as tarefas uma boa comunicaccedilatildeo eacute muito importante Todos os
envolvidos em um setor de enfermagem estatildeo conscientes dos afazeres a serem executados
mas nada iraacute adiantar caso ele natildeo saiba transmitir as informaccedilotildees agrave equipe de trabalho e aos
pacientes Se comunicar eacute saber informar ensinar educar motivar ou desmotivar Para Broca
e Ferreira (2012) a comunicaccedilatildeo busca a interaccedilatildeo dos envolvidos no processo unindo- os na
transmissatildeo das mensagens buscando uma sauacutede de forma qualificada e humanizada
30
A comunicaccedilatildeo natildeo se daacute apenas pelo que falamos mas tambeacutem pelas atitudes e pelo
silecircncio O nosso corpo fala por intermeacutedio dos gestos e a percepccedilatildeo eacute pela maneira e natildeo
pelo que estaacute sendo dito
Nosso corpo quando falamos assume diferentes posturas que ajudam a traduzir
melhor o significado das palavras que proferimos e a cineacutesia parte da ciecircncia que estuda o
comportamento cineacutetico do corpo mostra que a postura corporal e as expressotildees corporais
dos interlocutores quando satildeo compreendidas por ambos a comunicaccedilatildeo teraacute mais chances
de se tornar efetiva
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo humana
O termo proxecircmica descreve o espaccedilo pessoal de indiviacuteduos num meio social e
segundo Hall (2005) eacute definindo-o como o conjunto das observaccedilotildees e teorias referentes ao
uso que o homem faz do espaccedilo enquanto produto cultural especiacutefico Descreve as distacircncias
mensuraacuteveis entre as pessoas conforme elas interagem distacircncias e posturas que natildeo satildeo
intencionais mas sim resultado do processo de aculturaccedilatildeo (REBOUCcedilAS et al 2015)
Para Hall (2005) o uso do espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal que
influecircncia o relacionamento interpessoal e a comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado
social do espaccedilo ou seja estuda o uso que o homem faz do proacuteprio espaccedilo O autor afirma
que a evoluccedilatildeo do homem caracteriza-se pelo desenvolvimento dos receptores remotos os
olhos os ouvidos e o nariz ocupam-se do exame de objetos distantes Jaacute os receptores
imediatos o mundo do tato as sensaccedilotildees que recebemos pela pele membranas e muacutesculos
satildeo usados para examinar o mundo de perto Schimidt e Silva (2012) e Bruni (2011)
concordam que a utilizaccedilatildeo do espaccedilo eacute determinada culturalmente sendo a percepccedilatildeo da
distacircncia e a proximidade resultados dos sistemas sensoriais como a visatildeo audiccedilatildeo olfato e
tato Em diversas culturas existentes esses canais sensoriais podem adquirir mais importacircncia
do que outros
Para se ter uma noccedilatildeo geral das complexidades relativas ao sistema visual e auditivo
pode-se realizar uma comparaccedilatildeo do tamanho dos nervos que fazem a ligaccedilatildeo dos olhos e dos
ouvidos com os centros no ceacuterebro De acordo com Hall (2005) o nervo oacuteptico conteacutem
aproximadamente dezoito vezes mais neurocircnios que o nervo auditivo no qual supomos que
ele transmita no miacutenimo essa quantidade a mais de informaccedilotildees Em pessoas em estado
normal de atenccedilatildeo eacute provaacutevel que os olhos cheguem a ser ateacute mil vezes mais eficazes que os
ouvidos na varredura de informaccedilotildees A informaccedilatildeo visual costuma ser menos ambiacutegua e
31
mais focalizada que a informaccedilatildeo auditiva contudo uma exceccedilatildeo importante eacute a audiccedilatildeo de
uma pessoa com deficiecircncia visual que aprende a ser seletivo para frequecircncias sonoras mais
altas que lhe permitam localizar objetos num aposento Jaacute o olfato contribui para recordaccedilotildees
muito mais profundas que a visatildeo ou a audiccedilatildeo (CAMERON ARAUacuteJO 2011)
No espaccedilo taacutetil as experiecircncias taacuteteis e visuais do espaccedilo estatildeo entrelaccediladas entre si
tal qual natildeo podem ser separadas Em seus estudos o psicoacutelogo James Gibson (1950) associa
a visatildeo ao tato e afirma que existe um fluxo de impressotildees sensoriais mais apuradas quando se
compreende e se utiliza ativamente a realidade com os dois sentidos O tato ativo (a palpaccedilatildeo)
permite que os sujeitos de experimentos reproduzam com 95 de precisatildeo objetos abstratos
aos quais natildeo tinham acesso visual Com o tato passivo (o ser tocado) somente eacute possiacutevel
uma precisatildeo de 45
Para a anaacutelise proxecircmica devemos considerar alguns fatores envolvidos nas distacircncias
entre as pessoas Neste sentido Hall (2005) elenca oito fatores tambeacutem conhecidos como
dimensotildees proxecircmicas os quais permitem uma caracterizaccedilatildeo da postura proxecircmica do
individuo conforme a apresentaccedilatildeo do quadro abaixo
Quadro 3 Fatores proxecircmicos de Hall (2005)
A Postura-sexo analisa o sexo dos participantes e a posiccedilatildeo baacutesica dos interlocutores
seja em peacute sentado ou deitado
Eixo sociofugo-
sociopeto
sociofugo revela o desencorajamento da interaccedilatildeo enquanto o
sociopeto revela a aproximaccedilatildeo Nessa dimensatildeo ocorre uma anaacutelise do
acircngulo dos ombros dos interlocutores seja face a face de costas um
para o outro ou qualquer outra angulaccedilatildeo
Fatores cineacutesicos
utilizam-se da observaccedilatildeo dos movimentos para analisarem a
proximidade entre os interlocutores distribuiacutedos entre quatro zonas
proxecircmicas iacutentima pessoal social e puacuteblica
Coacutedigo visual identifica o contado visual ocorrido nas interaccedilotildees como olho no olho
ou ausecircncia de contato
Coacutedigo teacutermico eacute a extrema sensibilidade da pele agraves mudanccedilas de temperatura e de
textura
Coacutedigo olfativo analisa a percepccedilatildeo dos interlocutores ao grau de odores e suas
caracteriacutesticas O olfato permite natildeo soacute diferenciar os indiviacuteduos mas
32
detectar qual eacute o seu estado afetivo Ainda mais os cheiros tecircm o dom
de evocar recordaccedilotildees muito mais profundas do que as imagens ou
sons
Volume de voz analisa a adequaccedilatildeo do tom de voz utilizado pelos envolvidos
Comportamento
de contato
refere-se agraves formas de relaccedilotildees taacuteteis como agarrar apalpar acariciar
segurar demoradamente tocar localizado apertar roccedilar acidentalmente
ou sem nenhum contato fiacutesico
Esses elementos satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer interaccedilatildeo Segundo
Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma interaccedilatildeo eacute diretamente
proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo adequada
eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma determinada situaccedilatildeo pessoa e
tempo (ALVES et al 2015)
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise
A territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta caracteriacutesticas
reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de sua proacutepria
espeacutecie O territoacuterio tem um papel na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que
fornece informaccedilotildees sobre limites que definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A
territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves
funccedilotildees pessoais e sociais a dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais
amplo e seu ao acesso ao territoacuterio dos mais fracos dito dominado (HALL 2005)
O territoacuterio eacute carregado de intencionalidades que se manifestam no espaccedilo A
intenccedilatildeo das pessoas ao escolherem um lugar ou optarem por ficar onde estatildeo imprimindo
nele uma local que reflete essas intenccedilotildees e interaccedilotildees corresponde ao territoacuterio As relaccedilotildees
dessas pessoas com o espaccedilo e entre si pressupotildeem a existecircncia de poder (teacutecnico econocircmico
social poliacutetico e cultural) e eacute isto que caracteriza o territoacuterio construiacutedo num dado tempo e
espaccedilo encerrando portanto a realidade
O comportamento espacial do homem se manifesta em diferentes niacuteveis e para Hall
(2005) os trecircs niacuteveis de espaccedilos que permitem uma melhor anaacutelise proxecircmica satildeo o espaccedilo de
organizaccedilatildeo fixa o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixa e o espaccedilo informal
33
Os espaccedilos de organizaccedilatildeo fixa e semifixa apresentam uma concepccedilatildeo geograacutefica
estaacutetica estando intimamente relacionado ao conceito de territorialidade Quando o indiviacuteduo
se desloca esses espaccedilos natildeo se movem natildeo o acompanham (GRUBA et al 2015)
O espaccedilo de organizaccedilatildeo fixa compreende segundo Hall (2005) todos os elementos
invariantes do espaccedilo Deve-se entender como elementos invariantes aqueles insusceptiacuteveis
de modificaccedilatildeo em seu posicionamento e orientaccedilatildeo pela accedilatildeo humana Os edifiacutecios de
construccedilatildeo humana satildeo um exemplo de organizaccedilatildeo fixa Igualmente o seu modo de
agrupamento bem como o seu modo de particcedilatildeo interna em cocircmodos corresponde tambeacutem a
estruturas fixas
Jaacute o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixas diz respeito ao modo como satildeo dispostos todos
os componentes espaciais suscetiacuteveis de deslocamento ou seja objetos moacuteveis A disposiccedilatildeo
do mobiliaacuterio nos ambientes constitui o exemplo tiacutepico de espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas
Segundo Hall (2005) de forma similar ao espaccedilo de organizaccedilotildees fixas a maneira como
arrumamos os objetos que satildeo nossos os lugares onde os dispomos dependem de nossos
paradigmas culturais
O espaccedilo informal por sua vez eacute um espaccedilo pessoal estabelecido ao redor do corpo
do indiviacuteduo que eacute ldquocarregadordquo quando este se move Sendo por esta razatildeo denominado
tambeacutem de espaccedilo dinacircmico A anaacutelise dos espaccedilos informais levou Hall a realizar uma seacuterie
de estudos relacionados agraves distacircncias interpessoais Em funccedilatildeo das distacircncias observadas Hall
(2005) definiu quatro categorias de espaccedilos informais iacutentima pessoal social puacuteblica (Figura
1)
As distacircncias propostas por Hall (2005) satildeo representadas por cores (Figuras 1 e 2) e
foram escolhidas quatro cores para representar as distacircncias na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
vermelho intimo laranja pessoal amarelosocial e verdepuacuteblico As cores estatildeo associadas
a um determinado efeito ou seja natildeo eacute uma combinaccedilatildeo aleatoacuteria de cores mas um efeito
conjunto de cores com representaccedilatildeo dos espaccedilos Utilizando a escala colorimeacutetrica proposta
por Heller (2013) tem-se como objetivo facilitar a identificaccedilatildeo visual das distacircncias e
aproximaccedilotildees da equipe de enfermagem no espaccedilo Essa identificaccedilatildeo atraveacutes da visualizaccedilatildeo
das cores representa o mapa comportamental das posiccedilotildees da equipe no ambiente da
hemodiaacutelise
34
Figura 1 Zonas de distanciamento
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
As distacircncias podem variar conforme os fatores individuais pois existem pessoas que
sempre preservam uma zona de espaccedilo pessoal miacutenima enquanto que outros mantecircm zonas
de espaccedilo relativamente grandes Estas diferenccedilas satildeo afetadas por sexo raccedila cultura e
personalidade Existem tambeacutem os fatores situacionais que diz respeito de quem satildeo os
interlocutores e o que estes estatildeo fazendo haacute certas relaccedilotildees e atividades que exigem
distacircncias maiores que outras para uma adequada comunicaccedilatildeo e proteccedilatildeo (SILVA 2015)
Haacute uma convivecircncia iacutentima ou
de luta quando obrigada em
situaccedilotildees sociais em que ocorre
o contato fiacutesico o calor humano
e a transmissatildeo de odores
Tratamento de assuntos
impessoais natildeo ocorre contato
fiacutesico poreacutem existe o contato
visual
A essa distacircncia se produz uma
cuidadosa escolha das palavras e
da forma das frases formal os
detalhes da inflexatildeo da voz e da
expressatildeo facial se perdem
Assuntos de interesse e relaccedilatildeo
pessoais se tratam a essa
distacircncia
35
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
Para Broca e Ferreira (2014) haacute toda uma diversidade de fatores que modificam as
distacircncias interpessoais fatores estes que diminuem as distacircncias interpessoais como a
atraccedilatildeo a amizade a cooperaccedilatildeo a similaridade a coesatildeo familiar os oacuteculos escuros ou olhos
fechados Assim como fatores que aumentam as distacircncias interpessoais como o estigma a
ameaccedila a ansiedade o insulto o olhar inapropriado a desordem mental o fumo o acircngulo de
aproximaccedilatildeo lateral a estatura alta entre outros
Embora as pesquisas da comunicaccedilatildeo natildeo verbal tenham um enfoque maior no
comportamento e interaccedilatildeo das pessoas atualmente tem sido dispensada uma atenccedilatildeo maior agrave
influecircncia de fatores natildeo humanos como o ambiente onde ocorrem essas interaccedilotildees (TERRA
VAGHETTI 2014) Fazem parte dos fatores ambientais o mobiliaacuterio estilo de arquitetura
decoraccedilatildeo de interiores condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo as cores a temperatura os ruiacutedos entre
outros A disposiccedilatildeo os materiais as formas dos objetos do ambiente podem ter influecircncia no
resultado durante a interaccedilatildeo do relacionamento interpessoal como uma mesa entre os
interlocutores que pode caracterizar com uma forma de afastamento e distanciamento
dificultando o estabelecimento de uma comunicaccedilatildeo mais profiacutecua
O espaccedilo eacute uma dimensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal que interfere na relaccedilatildeo dos
interlocutores como as cores de um ambiente que podem gerar um ambiente tenso ou
tranquumlilizador a temperatura muito fria ou quente desestabilizam e podem interferir (HALL
36
2005 SCHIMITDH e SILVA 2013) O nuacutemero de saiacutedas e janelas quanto mais fechado
maior a tensatildeo pois em um ambiente abafado e quente as pessoas tendem a sair do local Jaacute
um ambiente mais acessiacutevel com temperatura adequada e harmonioso aumenta a frequecircncia
de interaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos interlocutores
Para Bollnow (2008) arquiteto e filoacutesofo alematildeo ao estudar a relaccedilatildeo do indiviacuteduo
com o espaccedilo identificou que o ldquoespaccedilo vivenciadordquo eacute diferente do espaccedilo vivencial O
espaccedilo vivenciado eacute entendido como um espaccedilo no sentido subjetivo e deve ser tomado como
uma ldquoexperiecircncia do espaccedilordquo vivida pelo sujeito que interferiraacute na sua subsistecircncia e na
compreensatildeo de si e do mundo Ou seja devemos estudar o espaccedilo como elemento de
referecircncia para a existecircncia humana O sujeito precisa de um espaccedilo de referecircncia um espaccedilo
de habitaccedilatildeo que eacute o espaccedilo do mundo onde o homem pode se encontrar com um elemento
natildeo estranho fazendo identificaccedilotildees e significaccedilotildees
Sendo assim o espaccedilo da hemodiaacutelise eacute quando o enfermeiro deveraacute utilizar-se de
estrateacutegias para detectar indiacutecios de alteraccedilotildees fisioloacutegicas e emocionais de seu paciente e ser
capaz de intervir nos diferentes momentos eacute neste espaccedilo que ressignifica-se o conceito de
cuidar de si mostrando ao paciente a necessidade de adesatildeo e participaccedilatildeo no processo de
cuidar Natildeo haacute conquistas no tratamento sem a participaccedilatildeo ativa e contiacutenua do paciente ele
deveraacute entender o quanto eacute importante a interaccedilatildeo com a equipe para um cuidado efetivo
Articular em um espaccedilo com grande demanda de cuidado e com nuacutemero significativo
de pacientes habilidades comunicativas natildeo verbais como a proxecircmica pode natildeo ser faacutecil de
ser identificada pela equipe de enfermagem principalmente porque haacute riscos dos espaccedilos de
hemodiaacutelise se tornarem um ldquoformigueirordquo humano como ocorre atualmente nas cliacutenicas
sateacutelites com 36 pacientes de uma uacutenica vez em sala de hemodiaacutelise Desta forma torna-se
um desafio e implica em um maior conhecimento do enfermeiro sobre comunicaccedilatildeo
proxecircmica e sua importacircncia no cuidado de enfermagem
Dados da Sociedade Brasileira de nefrologia (SBN) afirmam que o aumento do
nuacutemero total estimado de pacientes em diaacutelise no paiacutes vem crescendo continuamente esses
dados apontam que o nuacutemero de pacientes em tratamento aumentou em meacutedia 5 ao ano
entre 2011-2014 (SBN 2014) O nuacutemero estimado de pacientes que iniciaram tratamento em
2014 no Brasil foi de 36548 correspondendo a uma taxa de incidecircncia de 180 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) (Figura 3)
37
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
Jaacute as taxa de prevalecircncia de tratamento dialiacutetico referentes agraves caracteriacutesticas
demograacuteficas da populaccedilatildeo brasileira que apresenta DRC em 2014 foi de 552 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) variando por regiatildeo entre 364 pacientes pmp na regiatildeo Norte a
672 pacientes pmp na regiatildeo Sudeste (Figura 4)
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
38
Os dados registram que as regiotildees Sudeste Sul e Centro-Oeste apresentam as maiores
taxas de prevalecircncia enquanto as regiotildees Nordeste e Norte as mais baixas De acordo com a
United States Renal Data System (2014) nos Estados Unidos e em outros paiacuteses
desenvolvidos da Europa e Aacutesia nos uacuteltimos anos tem sido relatado um aumento crescente na
taxa de prevalecircncia embora a taxa de incidecircncia de pacientes em terapia renal substitutiva
tenha crescido pouco ou apresentado uma tendecircncia agrave estabilizaccedilatildeo Nos EUA por exemplo a
taxa de prevalecircncia aumentou ao redor de 3 ao ano entre 2007-2012
Esses dados de prevalecircncia e incidecircncia comprovam que a regiatildeo sudeste e sul
apresenta uma grande concentraccedilatildeo de pacientes em tratamentos dialiacuteticos e tambeacutem
conforme Sesso et al (2014) nessas regiotildees concentra-se maior nuacutemero de cliacutenicas sateacutelites e
hospitais especializados na TRS assim como profissionais especialistas em nefrologia o que
facilita o acesso dos pacientes ao tratamento
Com a demanda de atendimento em crescimento nos espaccedilosambiente da
hemodiaacutelise eacute preciso adequaacute-los as necessidades impostas de maneira que natildeo haja
diminuiccedilatildeo da qualidade da assistecircncia prestada Dessa maneira a construccedilatildeo de um
pensamento acerca da concepccedilatildeo espacial passa necessariamente pela consideraccedilatildeo sobre as
experiecircncias a serem ali vivenciadas na medida em que o corpo eacute nosso meio geral de expor
nossas necessidades seguindo esta loacutegica natildeo haacute como pensar em concepccedilatildeo espacial sem
que sejam propostas consideraccedilotildees a respeito da relaccedilatildeo deste espaccedilo com o corpo
39
CAPIacuteTULO III
O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO ESTUDO
31 Identificando a pesquisa
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa buscando identificar os
fenocircmenos por meio das observaccedilatildeo do pesquisador e as informaccedilotildees dos participantes A
abordagem qualitativa nas pesquisas cientiacuteficas ainda eacute revestida por diferentes interpretaccedilotildees
mas vale lembrar que esse tipo de abordagem significa que seu raciociacutenio baseia-se
principalmente na percepccedilatildeo e na compreensatildeo humana de acordo com Stake e Reis (2011)
possibilitando avanccedilo do entendimento de fatores proacuteprios dessa dimensatildeo que natildeo satildeo
alcanccedilados pelos estudos quantitativos Nesse sentido explora questotildees bastantes particulares
concernentes aos significados motivos crenccedilas aspiraccedilotildees atitudes e valores
correspondendo a um espaccedilo mais profundo das relaccedilotildees e interaccedilotildees dos processos e
fenocircmenos (MINAYO 2013) Por conseguinte torna-se oportuno esta abordagem para a
pesquisa em questatildeo
Bosi (2012) afirma que a abordagem qualitativa geralmente tem como foco o estudo
nas instituiccedilotildees nos grupos nos movimentos sociais e no conjunto de interaccedilotildees pessoais
Este tipo de abordagem tem o poder de construir pontes para uma accedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
e dos seus agentes sendo esta pautada no diaacutelogo e no reconhecimento das diferenccedilas
culturais as quais embasam as accedilotildees de sauacutede
Apesar do termo ldquopesquisa qualitativardquo ser interpretada por muitos como confuso para
Strauss e Corbin (2008 p 23) ldquopode significar coisas diferentes para pessoas diferentesrdquo sua
essecircncia descritiva e natildeo numeacuterica natildeo impede ou dificulta o rigor metodoloacutegico entre o
coletar e analisar dados uma vez que estaacute consolidada em conceitos metodoloacutegicos e
epistemoloacutegicos capazes de possibilitar sustentaccedilatildeo cientiacutefica aos seus achados pois
conforme citam Deslauriers e Keacuterisit (2010 p 131)
Afirmar que a pesquisa qualitativa privilegia o vivido dos atores sociais natildeo
significa todavia que ela se reduziria a uma descriccedilatildeo minuciosa de accedilotildees ou de
fenocircmenos observaacuteveis Nisso pode-se dizer que o objeto por excelecircncia da
pesquisa qualitativa eacute a accedilatildeo interpretada simultaneamente pelo pesquisador e pelos
sujeitos da pesquisa de onde a importacircncia da linguagem e das conceituaccedilotildees que
devem dar conta tanto do objeto ldquovividordquo como do objeto ldquoanalisadordquo
40
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa
O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de 2012
(CNS 2012) baseando-se nas Normas de Pesquisa em Seres Humanos Foi submetido e
aprovado atraveacutes da Plataforma Brasil ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de
Enfermagem Anna NeryInstituto de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Satildeo Francisco de Assis da
Universidade Federal do Rio de Janeiro O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466
de 12 de dezembro de 2012 assim como do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital
Universitaacuterio Clementino Fraga FilhoHUCFFUFRJ nordm de parecer 1329969 e do Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa do Hospital Universitaacuterio Pedro ErnestoHUEPUERJ nordm parecer
1360477 ambos cenaacuterios co-participantes da pesquisa Como base nacional essa Plataforma
eacute unificada para registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema de
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa (CONEP) Ela
permite que as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes estaacutegios - desde sua
submissatildeo ateacute a aprovaccedilatildeo final pelo CEP e pela CONEP (BRASIL 2012)
A participaccedilatildeo dos sujeitos da pesquisa foi de forma voluntaacuteria os objetivos e
finalidades da pesquisa foram esclarecidos Foi assegurado o anonimato dos participantes e
informado que a qualquer momento poderia recusar-se a responder qualquer pergunta ou
desistir de participar e retirar seu consentimento
A pesquisa natildeo gerou desconforto emocional nem constrangimento visto que a
atividade proposta para produccedilatildeo conforme preconiza o meacutetodo deu-se por meio da
observaccedilatildeo durante os cuidados prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise e pela
entrevista sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do
paciente agrave terapia
Os riscos significam que o perigo ou desconforto que os participantes possam
experimentar natildeo eacute maior do que vivenciam em suas vidas cotidianas ldquoDiz-se que um estudo
envolve risco miacutenimo quando os procedimentos ou atividades do estudo satildeo semelhantes aos
que os participantes encontram em suas vidas cotidianasrdquo (SHAUGHNESSY
ZECHMEISTER ZECHMEISTER 2014 P79)
O benefiacutecio relacionado agrave participaccedilatildeo no estudo eacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
41
A coleta de dados foi realizada mediante a assinatura no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido - TCLE (APEcircNDICE A) e respeitando os aspectos eacuteticos e legais A
pesquisadora envolvida na investigaccedilatildeo compromete-se em divulgar os resultados obtidos na
pesquisa em eventos cientiacuteficos publicaccedilotildees em perioacutedicos indexados em Bases de Dados
aleacutem de retornar ao cenaacuterio da pesquisa apresentando e discutindo os resultados com os
participantes e quaisquer profissionais interessados no conteuacutedo
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados
Realizar uma pesquisa etnograacutefica consiste em suma em observar estabelecer
relaccedilotildees selecionar informantes manter um diaacuterio dentre outras atividades Entretanto natildeo eacute
a realizaccedilatildeo destas teacutecnicas que define uma pesquisa como etnograacutefica Para a caracterizaccedilatildeo
de um trabalho etnograacutefico satildeo apontadas muitas exigecircncias que devem ser utilizadas como
base para a operacionalizaccedilatildeo da pesquisa
O estudo etnograacutefico para Geertz (2008) tem como base a busca exaustiva do
conhecimento por meio da interaccedilatildeo entre o comportamento das pessoas e o discurso e as
observaccedilotildees do pesquisador sobre cada detalhe que compotildee o ambiente fiacutesico e social
pesquisado O meacutetodo etnograacutefico permite ao pesquisador observar sistematicamente e
descrever tudo que foi captado por meio de todos os seus sentidos
O sentido visatildeo na etnografia vai aleacutem de ver alcanccedila o acircmbito de perceber o
ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo nas diversas dimensotildees
possiacuteveis O sucesso deste tipo de investigaccedilatildeo depende muito da conduta do pesquisador
visto que a observaccedilatildeo a descriccedilatildeo e a anaacutelise constituem a essecircncia da compreensatildeo do
objeto de estudo o pesquisador para entender o comportamento humano eacute necessaacuterio
considerar as relaccedilotildees que influenciam a interpretaccedilatildeo os pensamentos os sentimentos e as
accedilotildees (LUumlDKE ANDREacute 2013)
Embora pareccedila faacutecil observar no meacutetodo etnograacutefico requer uma habilidade peculiar
onde colocar-se diante dos participantes da pesquisa eacute muito relevante para a obtenccedilatildeo dos
dados Eacute necessaacuterio que o pesquisador natildeo seja visto como um intruso pelas pessoas e sim
como parte do meio onde se encontra essa transiccedilatildeo de ldquointrusordquo para ldquoamigordquo natildeo se
estabelece de forma raacutepida requer tempo e sensibilidade aleacutem de um verdadeiro interesse nos
participantes em suas crenccedilas e valores Praticar etnografia eacute estabelecer relaccedilotildees selecionar
informantes descrever mapear campos manter um diaacuterio entre outras coisas possibilita ao
42
pesquisador entender o contexto comportamental dos participantes da pesquisa (GEERTZ
2008)
Estes pressupostos possibilitam que um estudo sobre comportamento humano abstraia
o significado das accedilotildees a partir do contexto do individuo compreendendo como as pessoas os
interpretam e direcionam suas atitudes Para captar da forma mais fidedigna esta teia de
relaccedilotildees e apresentaacute-la de forma clara e objetiva em uma pesquisa eacute necessaacuterio que o
pesquisador possua tambeacutem algumas habilidades Fundamentada em uma observaccedilatildeo
sistematizada a etnografia exige que o pesquisador saiba ver realmente tudo que estaacute ao seu
redor Para Gibbs (2012) ver no sentido etnograacutefico vai aleacutem da visatildeo propriamente dita
alcanccedila o acircmbito de perceber o ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo
nas diversas dimensotildees possiacuteveis
As principais caracteriacutesticas do meacutetodo etnograacutefico para Luumldke e Andreacute (2013) estatildeo
relacionadas com os significados atribuiacutedos a si mesmo as experiecircncias e o ambiente que
cercam os participantes envolvendo um trabalho de campo onde o pesquisador se aproxima
do cenaacuterio da pesquisa e das pessoas mantendo um contato direto e prolongado observando
seu comportamento para que seja possiacutevel observar e traduzir a dimensatildeo do cotidiano
perceber e entender o significado cultural das situaccedilotildees que se contrapotildeem nas relaccedilotildees
humanas que satildeo culturais produzidas pelas proacuteprias pessoas que estatildeo sendo observadas
Este tempo de observaccedilatildeo do pesquisador em contato direto com as pessoas e o ambiente
estudado pode variar muito desde algumas semanas ateacute vaacuterios meses ou anos
Para entender como o Enfermeiro estabelece uma relaccedilatildeo proxecircmica com o paciente eacute
preciso que se observe o ldquocomportamento do nativordquo manifestado por ldquogestos cotidianos tom
da conversa atitudes do corpo e expressatildeo facialrdquo
34 O cenaacuterio da pesquisa
A pesquisa apresentou como proponente a Escola de Enfermagem Anna Nery da
Universidade Federal do Rio de Janeiro e como cenaacuterios co-participantes dois hospitais
universitaacuterios o Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho e o Hospital Universitaacuterio
Pedro Ernesto um da esfera Federal e outro Estadual respectivamente ambos localizados no
municiacutepio do Rio de Janeiro A escolha por estes cenaacuterios justificou-se por essas instituiccedilotildees
apresentarem atendimento especializado e de alta complexidade possuem setor de nefrologia
no qual os Enfermeiros prestam assistecircncia aos pacientes nas terapias renais substitutivas
43
como hemodiaacutelise e a importacircncia de ser compreendido como um espaccedilo de formaccedilatildeo
acadecircmica no qual existe uma preocupaccedilatildeo como cenaacuterio de aprendizagens teoacutericas-praacuteticas
O campo eacute o lugar natural onde acontecem os fatosfenocircmenosprocessos A pesquisa
de campo eacute aquela que segundo Santos (2015) recolhe os dados in natura como percebidos
pelo pesquisador E o Hospital Universitaacuterio eacute reconhecido por ser uma instituiccedilatildeo que
concentra suas atividades na alianccedila entre a assistecircncia agrave populaccedilatildeo ao ensino e agrave pesquisa
cientiacutefica incentivando seus profissionais a estarem sempre buscando a capacitaccedilatildeo pois tem
a intenccedilatildeo de promover cada vez mais uma assistecircncia qualificada e adequada aos pacientes
A proposta para coleta nos dois cenaacuterios baseia-se na premissa de que aumentar o
quantitativo de Enfermeiros embora a pesquisa tenha um caraacuteter qualitativo permite uma
maior amostra enriquecendo o estudo com a diversidade de interaccedilotildees entre os participantes
A etnografia se constroacutei tomando por base a ideacuteia de que os comportamentos humanos soacute
podem ser devidamente compreendidos e explicados se tomarmos como referecircncia o
contexto social onde eles atuam
O primeiro cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUCFF na unidade de Nefrologia
localizada no seacutetimo andar do hospital A unidade possui enfermaria de nefrologia sala de
treinamento e de tratamento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua entre outros
Satildeo duas as salas de hemodiaacutelise uma chamada sala azul onde satildeo atendidos os pacientes
portadores de sorologia positiva para Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana (HIV) e hepatite B
e outra chamada sala branca local onde foi realizada a pesquisa Esse setor apresenta na parte
externa uma sala de curativos expurgo sala da chefia de enfermagem e pia para lavagem dos
braccedilos dos pacientes antes da sessatildeo de hemodiaacutelise Na parte interna haacute uma sala ampla
dividida em trecircs espaccedilos com dois postos de enfermagem
O segundo cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUPEUERJ na unidade de
nefrologia localizado no 3ordm andar do hospital No andar existe enfermaria de nefrologia sala
de treinamento e atendimento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua sala de guarda
de materiais e sala de hemodiaacutelise entre outros
A sala de HD foi adaptada segundo funcionaacuterios do hospital para o atendimento aos
pacientes Renais crocircnicos em tratamento de HD a parte interna apresenta uma pequena sala
de atendimento administrativo um expurgo um salatildeo uacutenico de HD uma parede de vidro
separa os ambientes da sala de enfermagem e do banheiro
Posteriormente ambos os cenaacuterios seratildeo amplamente discutidos e apresentados na
forma de planta esquemaacutetica em 3D que representa de modo bem simplificado o ambiente da
44
HD Estes cenaacuterios foram reproduzidos com o auxiacutelio de um arquiteto para representar
fielmente suas caracteriacutesticas fiacutesicas e moacuteveis do ambiente da HD
De acordo com a resoluccedilatildeo RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 que dispotildee sobre as
unidades de diaacutelise e seu ambiente fiacutesico as Unidades de Diaacutelise devem atender aos requisitos
de estrutura fiacutesica previstos na RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou
instrumento legal que venha substituiacute-la juntamente com as exigecircncias estabelecidas nesse
regulamento em coacutedigos leis ou normas pertinentes quer na esfera Federal Estadual ou
Municipal
Entenda-se como ambiente fiacutesico agrave luz da Teoria Proxecircmica (Hall 2005) o conjunto
formado pelos espaccedilos de caracteriacutesticas fixas e semifixas O espaccedilo fixo compreende as
disposiccedilotildees estruturais inalteraacuteveis tais como paredes teto vidraccedilas tubulaccedilotildees chatildeo pias
sistemas de refrigeraccedilatildeo Jaacute o espaccedilo semifixo refere-se agraves peccedilas mobiliaacuterias que satildeo dispostas
no ambiente tais como maacutequinas de diaacutelise poltronas balanccedilas digitais dentre outros
35 Participantes da pesquisa
Os participantes da pesquisa foram os enfermeiros do setor de nefrologia que atuam no
cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise A justificativa para a escolha dos enfermeiros eacute a
de que esses ldquoparticipantes-objetordquo possam produzir elementos significativos relativos ao
objeto do estudo pelo fato de serem profissionais que possuem capacidade para articular e
desenvolver sob muacuteltiplas vertentes estrateacutegias de intervenccedilotildees e atitudes de cuidado ao
paciente na nefrologia
O criteacuterio de inclusatildeo no protocolo da pesquisa abrange todos os Enfermeiros de
ambos os sexos que estavam prestando algum tipo de cuidado direto ao paciente no setor de
hemodiaacutelise Foram excluiacutedos aqueles profissionais de feacuterias eou licenccedila ou outra funccedilatildeo
que natildeo a de prestar assistecircncia ao paciente durante a sessatildeo de hemodiaacutelise
Foi comunicado a cada participante que seu nome seria preservado e para representar
seu depoimento na pesquisa seria colocada a letra ldquoErdquo precedida da numeraccedilatildeo
correspondente ao nuacutemero da entrevista A participaccedilatildeo dos sujeitos resultou na produccedilatildeo do
conhecimento cientiacutefico sobre a comunicaccedilatildeo proxecircmica dos profissionais de enfermagem na
aacuterea do cuidado em hemodiaacutelise pioneiro no setor da nefrologia
45
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise
Dentro de uma visatildeo etnograacutefica segundo Luumldke e Andreacute (2013) o pesquisador eacute
inserido no campo e poderaacute utilizar diferentes instrumentos para apreensatildeo da realidade
estudada Contudo eacute importante salientar que as diferentes formas de tecnologias podem e
devem auxiliar na captaccedilatildeo dos dados podendo ser dependentes e natildeo-dependentes tais como
diaacuterio de campo o gravador roteiro de observaccedilatildeo participante e entrevista desde que sejam
descritas todas as informaccedilotildees por meio dos quais os etnoacutegrafos poderatildeo apresentar de forma
minuciosa o contexto estudado e as interaccedilotildees identificadas
Ao se desenvolver uma pesquisa com o meacutetodo etnograacutefico devem-se considerar os
informantes como pessoas que por possuiacuterem algumas caracteriacutesticas culturais diferentes e
merecem uma investigaccedilatildeo Souza e Barros (2008 P 153) ldquoapontam que pesquisadores e
pesquisados apresentam semelhanccedilas poreacutem com traccedilos culturais diferenciadosrdquo
Segundo Santos (2015) os dados devem ser coletados com a observaccedilatildeo de situaccedilotildees
fiacutesicas e materiais E por isso exige uma carga extra de trabalho que eacute a escolha da situaccedilatildeo
(re) produtora dos fatosfenocircmeno que interessam ao pesquisador Aleacutem disso exige a escolha
dos instrumentos de captaccedilatildeo e afericcedilatildeo das informaccedilotildees e dados que seratildeo obtidos
A coleta de dados foi realizada apoacutes os contatos com a chefia meacutedica e de enfermagem
das instituiccedilotildees coparticipantes escolhidas para cenaacuterio da pesquisa com o objetivo de
apresentar o estudo e solicitar autorizaccedilatildeo para a coleta de dados assim como a aprovaccedilatildeo
pelo Comitecirc de Eacutetica da Escola de Enfermagem Anna Nery Hospital Escola Satildeo Francisco de
Assis- EEANHESFA
361 Primeiro momento da pesquisa aproximaccedilatildeo com o territoacuterio elaboraccedilatildeo do
Mapeamento Comportamental de HD
Tendo por base as caracteriacutesticas da etnografia para proceder agrave coleta de dados a
pesquisadora manteve contatos preliminares com as equipes nos locais cenaacuterios da pesquisa
com intuito de entendimento das dinacircmicas das atividades e aproximaccedilatildeo com os cenaacuterios O
comportamento das pessoas foi estudado no seu contexto habitual e natildeo em condiccedilotildees
artificiais criadas pela investigadora
Pela complexidade do meacutetodo e pela riqueza das informaccedilotildees a aproximaccedilatildeo dos
cenaacuterios e dos possiacuteveis participantes da pesquisa foi primeiramente no HUCFF por ter
realizado anteriormente outras pesquisas tambeacutem por acreditar ter maior entendimento sobre
46
a dinacircmica e rotina deste setor no hospital Posteriormente foi realizada a aproximaccedilatildeo com o
segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo o HUPE
Para entender o ambiente no setor de hemodiaacutelise de ambos cenaacuterios foi elaborado
uma representaccedilatildeo graacutefica dos locais desenvolvida por meio do programa SketchUp1 que eacute
um software de modelagem tridimensional (OLIVEIRA 2015)
O levantamento arquitetocircnico foi realizado a partir de planilhas elaboradas para
sistematizar Elas orientaram na descriccedilatildeo dos seguintes itens arranjo espacial e os atributos
que permitiam apropriaccedilatildeo espacial correspondendo agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre
enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente o mobiliaacuterio da HD e seu estado de conservaccedilatildeo
a qualidade dos materiais de acabamento (piso parede e teto) Nas planilhas foram relatadas
as caracteriacutesticas e o grau de conservaccedilatildeo destes elementos
Foi necessaacuteria a participaccedilatildeo de um arquiteto neste processo de planejamento e
execuccedilatildeo dos mapas comportamentais e apoacutes sucessivos diaacutelogos ficou acordado que para
auxiliar na aplicaccedilatildeo da planilha seriam utilizadas as teacutecnicas de registro fotograacutefico com o
intuito das imagens auxiliarem no processo de elaboraccedilatildeo do mapeamento e a necessidade
mediccedilatildeo in loco com trena laser para a fidedignidade das distacircncias
Sendo assim foram realizadas duas (2) visitas junto como arquiteto em cada
instituiccedilatildeo em junho de 2016 e em janeiro de 2017 para a coleta das medidas e fotos Esses
registros juntamente com os registros em toacutepicos na planilha foram posteriormente
transcritos e serviram para na elaboraccedilatildeo das plantas dos setores O total de horas para a
realizaccedilatildeo das atividades fotograacuteficas de mediccedilatildeo de transcriccedilatildeo dos dados e de elaboraccedilatildeo
dos mapas foi em meacutedia de 52 horas
Com os mapas jaacute elaborados de ambos os cenaacuterios foi necessaacuterio incluir as cores
representativas da comunicaccedilatildeo proxecircmica descritas anteriormente como zonas de
distanciamento As cores foram representadas de forma milimetricamente marcando os
espaccedilos Iacutentimo pessoal social e puacuteblico do setor de HD em relaccedilatildeo ao espaccedilo iacutentimo do
paciente
A teacutecnica e os procedimentos foram adotados com o objetivo de demonstrar o
mapeamento do setor de HD do HUCFFUFRJ e do HUPEUERJ gerando quatro (4) figuras
que satildeo apresentados e discutidos no Capiacutetulo V
1 1 Eacute um programa de modelagem arquitetocircnica em 3D que pode ser usado para retratar ambientes
47
362 Segundo Momento da pesquisa seleccedilatildeo dos participantes aspectos eacuteticos e
apresentaccedilatildeo dos instrumentos de coleta
Apoacutes o periacuteodo da adaptaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do mapeamento dos setores foram
identificados os participantes segundo os criteacuterios de seleccedilatildeo jaacute mencionadas anteriormente e
de acordo com escalas de enfermagem previamente cedida pela chefia para elaboraccedilatildeo e
planejamento da coleta de dados
Os enfermeiros foram convidados e selecionados a participar da pesquisa e mediante
aceite eram comunicados e esclarecidos sobre o objeto do estudo seus objetivos com
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) o encontro para
a entrevista foi agendado de acordo com a disponibilidade de horaacuterio de cada enfermeiro e
preenchimento do questionaacuterio com itens sobre o perfil profissional (APEcircNDICE B)
permitindo uma caracterizaccedilatildeo dos mesmos Foram tambeacutem orientados de que haveria um
momento de observaccedilatildeo Entretanto o dia e horaacuterio natildeo foram informados previamente para
que natildeo houvesse interferecircncias do comportamento no ambiente Os dados identificados no
perfil profissional foram tabelados e analisados posteriormente
Durante o procedimento de testagem dos instrumentos com os primeiros participantes
houve a necessidade de alguns ajustes no mapa pois contemplava a sala de hemodiaacutelise como
sendo o principal espaccedilo do cuidado entretanto apoacutes algumas entrevistas foi descrito pelos
participantes outros espaccedilos como sendo espaccedilos do cuidado entre estes sala de curativos
sala de chefia de enfermagem corredores Sendo assim o mapa sofreu alteraccedilotildees com
inclusatildeo dos espaccedilos para ampliar as discussotildees
A entrevista seguiu mantendo aos questionamentos do roteiro de perguntas que foram
gravadas em um gravador de aacuteudio com a finalidade de posteriormente transcrevecirc-las
possibilitando assim a anaacutelise dos dados
As entrevistas individuais foram realizadas nos intervalos da assistecircncia de
enfermagem ao longo do plantatildeo de 12 horas dos profissionais principalmente agrave tarde
quando a demanda do cuidado de enfermagem eacute menor Porque pela manhatilde eacute quando
comumente se realizam as escalas dos teacutecnicos para os setores da sala branca sala azul
diaacutelise peritoneal e hemodiaacutelise externa verificaccedilatildeo e checagem de prescriccedilotildees para os
pacientes os curativos de cateteres entre outros
Nos primeiros dias a chegada ao setor foi agraves 700 horas da manhatilde para a passagem de
plantatildeo para que os profissionais entendessem o porque da presenccedila da pesquisadora ao
ambiente de pesquisa Ao teacutermino explicava que era uma pesquisa de doutorado em
48
enfermagem e que precisava de uma amostra significativa sendo necessaacuterio realizar
entrevistas com o maacuteximo de enfermeiros Na sequecircncia a pesquisadora explicava melhor
qual seria a pesquisa e como se desenvolveria ao longo dos dias possibilitando um laccedilo
interativo entre ambos Estes encontros regulares durante dois (2) meses no miacutenimo duas
vezes por semana e interagindo com a equipe e participando das atividades desenvolvidas no
setor possibilitou maior aproximaccedilatildeo e interaccedilatildeo com a equipe e familiarizaccedilatildeo com o
ambiente ou seja o territoacuterio em que o grupo pesquisado estaacute inserido
Apoacutes esta primeira aproximaccedilatildeo com ambos cenaacuterios da pesquisa e maior interaccedilatildeo
com os possiacuteveis participantes a pesquisadora observou que pela manhatilde a realizaccedilatildeo das
entrevistas seria mais complicada devido agraves atividades Sendo assim quando chegava ao
setor cumprimentava todos os profissionais presentes acompanhava a assistecircncia estabelecia
um processo comunicativo e combinava a entrevista para um momento mais propiacutecio A
pesquisadora tentava ao maacuteximo participar do cotidiano dos profissionais e estreitar laccedilos de
comunicaccedilatildeo e de interaccedilatildeo Para isso participava dos momentos de cafeacute almoccedilo auxiliava
na assistecircncia de enfermagem e sempre tinha a iniciativa nos processos de comunicaccedilatildeo
As entrevistas foram realizadas na sala de curativo do setor de hemodiaacutelise do HUCCF
e na sala de enfermagem do HUPE para que natildeo houvesse interrupccedilotildees durante a coleta dos
dados Antes de iniciar a entrevista o TCLE era entregue explicava-se as questotildees eacuteticas
retirava-se as duacutevidas sobre a pesquisa e tambeacutem da necessidade da gravaccedilatildeo da entrevista
para posterior transcriccedilatildeo Foi estabelecido um diaacutelogo com apontamentos sobre os tipos de
comunicaccedilatildeo natildeo verbal e apoacutes uma breve introduccedilatildeo sobre a temaacutetica foi apresentado o
mapa comportamental do setor de hemodiaacutelise com os espaccedilos da hemodiaacutelise como sendo o
territoacuterio de cuidado do enfermeiro
A pesquisadora explicou com maiores detalhes devido agrave necessidade de estarem
sendo abordados para participar de uma pesquisa sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica explicando
brevemente o que eacute comunicaccedilatildeo e natildeo verbal Ao longo da entrevista a pesquisadora
manteve-se atenta as perguntas descritas no roteiro de entrevista semiestruturada (APEcircNDICE
C) mantendo os conceitos essenciais de Hall (2005) como as distacircncias entre enfermeiros e
pacientes uso dos sentidos corporais postura corporal importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a
interaccedilatildeo com o paciente dificuldade e facilidades do ambiente na demarcaccedilatildeo do territoacuterio
O Mapeamento Comportamental tambeacutem eram apresentados aos participantes para
que estes associassem as perguntas da entrevista a imagem do setor com seus mobiliaacuterios e
cores das zonas de distanciamento jaacute empregadas
49
As entrevistas tiveram em meacutedia de 35 minutos a 1 hora e 5 minutos de duraccedilatildeo Foi
proposto aos participantes que avaliassem as figuras que representam o Mapeamento
comportamental e que eles se colocassem nos diferentes momentos do cuidado relatando
qual espaccedilo ele ocupa quais os sentidos utilizados e se as caracteriacutesticas fixas e semi-fixas do
ambiente influenciam no seu comportamento ou na percepccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente
As figuras facilitaram a identificaccedilatildeo do enfermeiro nos diferentes espaccedilos a
visualizaccedilatildeo dos espaccedilos colorimeacutetricos permitiu que os enfermeiros se posicionassem no
cuidado durante o periacuteodo da sessatildeo de hemodiaacutelise e identificassem como fazem o uso da
comunicaccedilatildeo proxecircmica
Natildeo houve resistecircncia ou negaccedilatildeo dos participantes em responder agraves perguntas e em
alguns momentos a pesquisadora identificou certa dificuldade dos participantes para
responderem uma ou outra questatildeo e os deixava livres para responderem natildeo interferindo no
raciociacutenio deles mas voltava na mesma questatildeo poreacutem reformulava para melhor
entendimento dos mesmos sem fugir da essecircncia do que estava sendo perguntado
363 Terceiro momento da pesquisa observaccedilatildeo participante segundo Fatores
Proxecircmicos (HALL 2005)
A observaccedilatildeo participante eacute descrita por Angrosino (2009) apud Abib (2013) como
uma investigaccedilatildeo que se caracteriza por um periacuteodo de interaccedilotildees sociais intensas entre o
pesquisador e os participantes como membro da equipe durante o qual os dados satildeo
recolhidos de forma sistemaacutetica As informaccedilotildees que obteacutem as respostas que satildeo dadas agraves
indagaccedilotildees dependem do comportamento e das relaccedilotildees que se desenvolve com o grupo
estudado neste caso enfermeiros Examinando interaccedilotildees e comunicaccedilotildees que estejam se
desenvolvendo
Sendo assim foi mantida uma rotina de chegada ao setor com uso de jaleco branco
lavagens das matildeos interagindo com a equipe e pacientes conversando e mantendo-se
atualizada das atividades do setor As anotaccedilotildees foram registradas de forma a natildeo transparecer
a observaccedilatildeo especiacutefica do participante
Para Abib (2013) a expressatildeo ldquoobservaccedilatildeo participanterdquo tende a designar o trabalho de
campo no seu conjunto desde a chegada do investigador ao campo da investigaccedilatildeo quando
inicia as apresentaccedilotildees que permitem o acesso as informaccedilotildees do grupo pesquisado ateacute ao
momento da despedida e encerramento da busca exaustiva dos dados depois de uma longa
50
permanecircncia Enquanto presente o observador imerge pessoalmente na rotina do grupo
pesquisado partilhando as suas experiecircncias
Sendo assim foi elaborado previamente contendo todos os aspectos a serem
observados pelo pesquisador um roteiro de observaccedilatildeo (APEcircNDICE D) que apresentou no
eixo horizontal os fatores da comunicaccedilatildeo proxecircmica a saber a posiccedilatildeo a distacircncia o tom de
voz o eixo dos interlocutores o comportamento de contato contato visual coacutedigo olfativo e
quais as impressotildees da pesquisadora durante a interaccedilatildeo (HALL 2005) E no outro eixo
vertical situando o momento de observaccedilatildeo caracterizado pelo momento de cuidado do
profissional ao paciente
A observaccedilatildeo participante foi realizada em contato direto frequente e prolongado do
investigador com os participantes Segundo Abib (2013) a observaccedilatildeo constitui uma teacutecnica
de investigaccedilatildeo que usualmente se complementa com a entrevista semiestruturada Para a
sua utilizaccedilatildeo como procedimento cientiacutefico eacute preciso que estejam reunidos criteacuterios tais
como o responder a objetivos preacutevios ser planejada de modo sistemaacutetico sujeita a validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo precisatildeo e controle
Estas observaccedilotildees foram realizadas no primeiro e segundo turnos de hemodiaacutelise com
duraccedilatildeo prevista de oito (8) horas A justificativa para este tempo de observaccedilatildeo diaacuteria eacute
devido ser o mesmo periacuteodo de duraccedilatildeo das sessotildees de hemodiaacutelise que corresponde a quatro
(4) horas cada por ser neste momento que o enfermeiro estabelece sua interaccedilatildeo com os
pacientes para o cuidado As observaccedilotildees foram individuais com a escolha de um enfermeiro
por sessatildeo sendo que estes participantes foram observados em mais de uma sessatildeo
Os meses de observaccedilatildeo foram junho a julho de 2016 no HUCFF e outubro a
novembro de 2016 no HUPE a pesquisadora chegava ao setor no horaacuterio da passagem de
plantatildeo agraves 700 horas da manhatilde e terminava a observaccedilatildeo entre 1400 e 1500 horas da tarde
devido ao teacutermino da segunda sessatildeo da HD totalizando ao final 240 horas de observaccedilatildeo em
meacutedia Foi observado o comportamento dos participantes durante sua permanecircncia no setor
de hemodiaacutelise nos diferentes momentos de interaccedilatildeo com o paciente no preacute-diaacutelise
transdiaacutelise e poacutes-diaacutelise
364 Quarto momento da pesquisa Tratamento e anaacutelise dos dados
A anaacutelise das transcriccedilotildees das entrevistas foi realizada tatildeo logo as mesmas eram
encerradas com o objetivo de verificar se haveria a necessidade de mais um contato com o
participante para esclarecer aspectos que ficaram difiacutecil de entender fazendo tambeacutem o
51
cruzamento com os aspectos descritos no roteiro de observaccedilatildeo para cada uma destas anaacutelises
a pesquisadora despendia aproximadamente 1 a 2 horas Na preacute-anaacutelise foi realizada uma
leitura flutuante dos depoimentos transcritos e elaboraccedilatildeo de indicadores que fundamentem a
interpretaccedilatildeo As entrevistas transcritas foram devolvidas para validaccedilatildeo dos participantes da
pesquisa que nela foram identificados por pseudocircnimos sendo que todas as entrevistas seratildeo
arquivadas por um periacuteodo de cinco (5) anos e apoacutes esse tempo as mesmas seratildeo incineradas
No momento da preacute-anaacutelise foi realizada a tabulaccedilatildeo dos dados de identificaccedilatildeo dos
enfermeiros entrevistados traccedilando atraveacutes dos mesmos o perfil dos participantes do estudo
Foi reservado para este momento o tempo correspondente a 1 hora para cada entrevista
Em outro momento da anaacutelise todas as entrevistas foram lidas e relidas
cuidadosamente para o reconhecimento e extraccedilatildeo dos dados brutos verificando e
sublinhando a sua relaccedilatildeo com os objetivos do estudo Para esta atividade foram ocupadas
cerca de 8 h de estudo no qual foi realizada a anaacutelise temaacutetica das respostas dos participantes
baseando-se em Bardin (2011) que representa um conjunto de teacutecnicas de anaacutelise das
comunicaccedilotildees utilizando procedimentos sistemaacuteticos e objetivos de descriccedilatildeo do conteuacutedo das
mensagens A crescente utilizaccedilatildeo da anaacutelise de conteuacutedo na aacuterea da Enfermagem eacute
evidenciada em muitos trabalhos publicados em vaacuterias revistas de circulaccedilatildeo nacional e
internacional (CAVALCANTE CALIXTO PINHEIRO 2014)
De acordo com Bardin (2011 p 131) ldquofazer uma anaacutelise temaacutetica consiste em
descobrir os ldquonuacutecleos de sentidordquo que compotildeem a comunicaccedilatildeo e cuja presenccedila ou
frequecircncia de apariccedilatildeo pode significar alguma coisa para o objetivo analiacutetico escolhidordquo
Na tentativa de organizar esse material apoacutes sucessivas leituras foi destacado em cada
conjunto de respostas dos participantes os fragmentos do texto que estavam relacionados com
os objetivos da pesquisa Esse procedimento foi necessaacuterio pois havia uma grande
quantidade de informaccedilotildees transversais ao objeto da pesquisa Assim foi construiacutedo um
quadro para cada pergunta onde foram destacados os fragmentos relacionados ao mesmo
objetivo Em seguida os fragmentos foram agrupados por aproximaccedilatildeo dos sentidos
Nos termos determinantes por Bardin (2011) especificamente quanto agrave fase de
exploraccedilatildeo do material destaca-se que as diferentes operaccedilotildees da preacute-anaacutelise foram
convenientemente concluiacutedas E a fase de anaacutelise propriamente dita natildeo eacute mais do que a
aplicaccedilatildeo sistemaacutetica das decisotildees tomadas
Desta forma na fase denominada de exploraccedilatildeo do material foi realizado um processo
de separaccedilatildeo da essecircncia das mensagens que serviu para a identificaccedilatildeo das expressotildees com
sentidos equivalentes presentes nas respostas de cada enfermeiro De acordo o meacutetodo
52
adotado eacute nessa fase que o material eacute organizado para a anaacutelise atraveacutes de um processo de
codificaccedilatildeo
O trabalho de organizaccedilatildeo dos fragmentos das respostas foi a de reunir em um uacutenico
quadro os elementos pertencentes a um determinado conjunto ou classe Cabe registrar aqui
que todos os elementos foram considerados mesmo aqueles que apareceram apenas em uma
uacutenica resposta uma uacutenica vez e natildeo puderam ser agrupado aos demais
Destaca-se que o meacutetodo proposto por Bardin (2011) esclarece que a codificaccedilatildeo
corresponde praticamente a uma transformaccedilatildeo do material em uma representaccedilatildeo do
conteuacutedo no caso as mensagens contidas nas respostas Para a autora esse processo tem a
intenccedilatildeo de alcanccedilar o nuacutecleo de compreensatildeo do texto
Para continuar o processo de codificaccedilatildeo conforme aponta o meacutetodo procurou-se
identificar as unidades de registro ndash ou unidades de significaccedilatildeo ndash a partir do material que
havia sido codificado e reunido em um quadro de acordo com cada objetivo proposto
Segundo Bardin (2011) as unidades de registro satildeo fragmentas no texto e podem ser
palavras frases ou paraacutegrafos que denotam significaccedilatildeo Satildeo coacutedigos linguiacutesticos que
possuem alguma compreensatildeo com determinado contexto onde elas satildeo utilizadas ou se
relacionam
Diante desta anaacutelise buscou-se uma possiacutevel construccedilatildeo da comunicaccedilatildeo proxecircmica
sobre o cuidar e os cuidados de enfermagem ao paciente em tratamento de hemodiaacutelise
permitindo mapear as categorias de cuidados que emergem na hemodiaacutelise atraveacutes das
entrevistas e da observaccedilatildeo Verificou-se que as unidades de registro se desprendiam
naturalmente dos objetivos e poderiam ser agrupadas em trecircs (3) grupos como foram
identificados quais sejam aspectos relacionados com os sentidos do espaccedilo do cuidado
ambiente do cuidado e o conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Na perspectiva do meacutetodo Bardin (2011) reconhece esse procedimento de
organizaccedilatildeo das unidades de registro como a forma de compreender a significaccedilatildeo exata das
unidades de registro Na proposta do meacutetodo um grupo de unidades de registro pode ser
identificado atraveacutes de uma unidade de contexto A categorizaccedilatildeo ocorre atraveacutes da inferecircncia
do analista sobre o material produzido e submetido agrave codificaccedilatildeo A categorizaccedilatildeo tem como
objetivo fornecer por condensaccedilatildeo uma representaccedilatildeo simplificada dos dados brutos que
resulta da inferecircncia do analista Neste sentido foram propostas trecircs categorias para o
desenvolvimento deste estudo
Assim na uacuteltima fase que compotildee o meacutetodo da anaacutelise de conteuacutedo consiste na
interpretaccedilatildeo dados que seraacute apresentada a seguir Segundo o meacutetodo a interpretaccedilatildeo eacute o
53
momento em que o analista atribui significaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do texto resumidas apoacutes
tratamento e apresentadas sob a forma de categorias (Figura 5)
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A etapa final do processo de compreensatildeo do material obtido nas entrevistas
constituiu-se na realizaccedilatildeo do reagrupamento das unidades de registro reunidas sob a forma
de unidades de contextosignificaccedilatildeo em categorias Para Bardin (200 p 145) a
categorizaccedilatildeo eacute
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
CATEGORIAS
54
Uma operaccedilatildeo de classificaccedilatildeo de elementos constitutivos de um conjunto por
diferenciaccedilatildeo e seguidamente por reagrupamento segundo o gecircnero (analogia) com
criteacuterios previamente definidos As categorias satildeo rubricas ou classes as quais
reuacutenem um grupo de elementos (unidades de registros no caso da anaacutelise de
conteuacutedo) sob um tiacutetulo geneacuterico agrupamento esse efetuado em razatildeo das
caracteriacutesticas comuns destes element
55
CAPITULO IV
CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ENTREVISTADOS
Embora a anaacutelise envolva a interpretaccedilatildeo de significado e de funccedilatildeo de accedilotildees humanas
e assuma uma forma descritiva e interpretativa propotildee-se a caracterizaccedilatildeo da amostra dos
participantes segundo as variaacuteveis socioeconocircmicas no formato de tabela para um melhor
entendimento e anaacutelise descritiva Desta forma foi realizada a anaacutelise dos dados dos doze (12)
participantes da pesquisa em ambas as instituiccedilotildees
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros 2016
Caracteriacutesticas N
Sexo
Masculino
Feminino
2
10
17
83
Faixa etaacuteria
26 a 35
36 a 45
46 a 55
56 a 65
6
2
3
1
50
17
24
8 Tempo de Formaccedilatildeo
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
2
6
2
2
17
50
17
16 Tempo de atuaccedilatildeo
na Nefrologia
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
7
2
2
1
58
17
17
8
Funccedilatildeo exercida
Assistecircncia
Gerecircncia e assistecircncia
8
4
67
33
Curso de capacitaccedilatildeo
Nefrologia
Enfermagem do trabalho
Mestrado
Terapia intensiva
Natildeo possuem
5
2
4
1
1
37
12
25
13
13
Fonte Pesquisa de campo no HUCFF e HUPE 2016
56
Para a melhor compreensatildeo do estudo foi traccedilado o perfil dos enfermeiros sendo os
mesmos descritos quanto ao sexo agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo como
enfermeiro na nefrologia funccedilatildeo que ocupa curso de capacitaccedilatildeo Os dados do perfil do
profissional que atua na hemodiaacutelise permitiram associaacute-los entre si em busca de aspectos
que favorecem a clareza do fenocircmeno
A amostra foi constituiacuteda de doze (12) enfermeiros do setor de hemodiaacutelise de um
universo de seis (06) enfermeiros do HUCFF e seis (06) enfermeiros do HUPE A Resoluccedilatildeo
da Diretoria Colegiada ndash RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 estabelece o regulamento
teacutecnico para o funcionamento dos serviccedilos de diaacutelise no Brasil e esta RDC no subitem 63
determina ldquoO programa de hemodiaacutelise deve integrar no miacutenimo em cada turno um
enfermeiro para cada 35 pacientesrdquo (BRASIL 2004) Este eacute um ponto criacutetico para a
Enfermagem e merece ser revisado para que haja a garantia da seguranccedila e da qualidade de
assistecircncia ao paciente
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Houve uma predominacircncia do sexo feminino 83 (n = 10) em relaccedilatildeo ao masculino
17 (n= 2) Cunha e Spanhol (2014 p92) afirmam que aquele componente educativo e
cultural de cuidadora do lar e famiacutelia foi se diluindo ao longo dos anos com a emancipaccedilatildeo
da mulher e a busca da igualdade de gecircneros Na esfera do trabalho estas mudanccedilas
permitiram que a mulher coloca-se suas competecircncias a serviccedilo da sociedade adquirindo
57
ldquoautonomia financeira que lhes garantissem benefiacutecios como a seguranccedila social a
aposentadoria e uma salvaguarda contra a pobreza viuvez ou ateacute separaccedilatildeordquo
A feminizaccedilatildeo da aacuterea de sauacutede segundo Abuderne e Naisbitt (1993) surgiu com a
enfermagem sendo responsaacutevel por quarenta a cinquumlenta por cento (40 a 50) do
faturamento hospitalar e eles jaacute afirmavam que as mulheres em seus cargos de autoridade no
setor de sauacutede modificariam o cuidado com a sauacutede e a atitude dos profissionais para com as
mulheres e ainda que nas proacuteximas deacutecadas a sauacutede teria uma tocircnica decididamente feminina
Cunha e Spanhol (2014) concordam que no mundo feminino pode-se contar com o alto
potencial na busca constantemente do crescimento profissional e pessoal de novos desafios
e que estas ser por si soacute uma marca de lideranccedila ou caracteriacutestica de um estilo ainda a ser
descoberto
Estudos revelaram que os homens no Brasil tecircm mais dificuldades para expressar
certas emoccedilotildees negativas em puacuteblico jaacute as mulheres possuem maior liberdade para expressaacute-
las Conforme Schimidt e Silva (2012) eacute provaacutevel que os enfermeiras adquiram um menor
controle em expor suas emoccedilotildees Portanto as percepccedilotildees inferidas pelas enfermeiras deste
setor poderatildeo estar impregnadas com emoccedilotildees e sentimentos ativados por estiacutemulos internos
ou vindos do ambiente as vivecircncias e as experiecircncias possuem uma funccedilatildeo adaptativa frente
as situaccedilotildees vivenciadas gerando uma influecircncia positiva ou negativa nos relacionamentos
Logo existem regras culturais capazes de modificar modular e controlar a
musculatura facial ou movimentos corporais entre os gecircneros Portanto os profissionais de
sauacutede precisam se ater a essa verdade e reconhecer o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica (proacuteprias
e do outro) valorizando as peculiaridades existentes A enfermagem toca o corpo e expotildee o
paciente muitas vezes sem pedir autorizaccedilatildeo adotando uma postura de poder O paciente por
sua vez revela constrangimento e vergonha poreacutem dificilmente questiona ou reclama esse
tipo de invasatildeo pois acredita ser ela necessaacuteria para sua recuperaccedilatildeo
Neste sentido para o enfermeiro do sexo masculino a situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal
poderaacute ser considerada desfavoraacutevel durante a realizaccedilatildeo de um procedimento que necessite
de uma aproximaccedilatildeo mais iacutentima para um procedimento teacutecnico
58
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A faixa etaacuteria dos participantes variou de 26 anos a 64 anos sendo destacada pela
faixa etaacuteria de 26 a 35 anos com 50 (n=6) fato esse que corrobora com a pesquisa realizada
pelo Conselho Federal de Enfermagem ndash COFEN (2011) que afirma que a forccedila de trabalho
dos profissionais de enfermagem no Brasil eacute majoritariamente jovem com 6323 na faixa
etaacuteria entre 26 a 45 anos no auge na sua forccedila produtiva e reprodutiva
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
O tempo de formaccedilatildeo dos enfermeiros concentrou-se na faixa de 11 a 20 anos de
formaccedilatildeo 50 (n=6) sendo que o maior tempo de formaccedilatildeo evidenciado foi a de uma
enfermeira com trinta e oito (38) anos de profissatildeo A experiecircncia cliacutenica e o conhecimento
59
teacutecnico-cientiacutefico satildeo componentes essenciais e complementares para definiccedilatildeo das accedilotildees de
cuidado dos pacientes Para Bittencourt e Crossetti (2013) um conhecimento advindo da
praacutetica possibilita ao enfermeiro o aperfeiccediloamento promovendo o desenvolvimento de
conhecimento especiacutefico de enfermagem fundamentados em pressupostos teoacutericos em
experiecircncia cliacutenica e habilidades interpessoais que auxiliam na tomada de decisatildeo assertiva
para os pacientes
Benner Tanner e Chesla (2009) apud Nuntaboot (2016) em seus estudos relacionaram
a aquisiccedilatildeo de habilidades em enfermagem aos diferentes niacuteveis de praacutetica descrevendo cinco
posiccedilotildees que variam desde o ldquonovicerdquo com limitado reconhecimento de evidecircncias e
pensamentos analiacuteticos ao ldquoexpertrdquo especialista com abrangente compreensatildeo e intuiccedilatildeo
Identificando que o enfermeiro ldquoexpertrdquo possui experiecircncia competecircncia e habilidade na
tomada de decisotildees sendo mais proativos na coleta de evidencias relevantes e em antecipar
problemas do que enfermeiros novatos
Ser proficiente competente e perito exige uma base de experiecircncia com populaccedilotildees de
pacientes em particular com estes niacuteveis de habilidades que o enfermeiro desenvolve nas
diferentes situaccedilotildees cliacutenicas acabam evoluindo ao longo do tempo (NUNTABOOT 2016)
Essas habilidades de identificar possiacuteveis impropriedades requerem mudanccedilas no
conhecimento qualificado que satildeo qualitativamente distintos para os estaacutegios iniciais de
aquisiccedilatildeo de habilidades
A experiecircncia como aqui definida natildeo eacute a mera passagem do tempo mas sim uma
transformaccedilatildeo ativa e refinamento de expectativas e percepccedilotildees em situaccedilotildees evolutivas O
enfermeiro muda de uso exclusivo do objetivo e accedilatildeo com pacientes especiacuteficos O raciociacutenio
cliacutenico baseia-se na compreensatildeo das mudanccedilas do paciente atraveacutes do tempo - que eacute o
raciociacutenio atraveacutes das transiccedilotildees
60
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Quanto ao tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise a anaacutelise dos dados obtidos aponta que
58 (n=7) dos enfermeiros participantes atuam no setor de hemodiaacutelise a mais de 2 anos o
que vem a facilitar o entrosamento devido ao conhecimento do contexto dos protocolos e do
paciente atendido na unidade
O tempo de trabalho no setor pode ser um indicativo de tempo de experiecircncia do
enfermeiro no mercado de trabalho o que pode contribuir para a melhoria na qualidade dos
serviccedilos prestados Trata-se de uma construccedilatildeo de conhecimento diaacuterio que amplia cada vez
mais a capacidade de interpretar as situaccedilotildees e estimular o ponto de partida para novas
inquietaccedilotildees
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
61
Com relaccedilatildeo agrave funccedilatildeo exercida foi identificado que 67 (n=8) dos enfermeiros atuam
na assistecircncia ao paciente embora este setor tenha uma caracteriacutestica diferenciada de
cuidados aos pacientes a maioria dos enfermeiros possui uma atuaccedilatildeo gerencial muito
marcante tambeacutem O tempo disponibilizado no contato direto ao paciente se torna
imprescindiacutevel devido agraves demandas do setor sendo assim o enfermeiro acumula
inevitavelmente as funccedilotildees assistenciais e de gerenciador do setor
Este fato corrobora com estudos desenvolvidos sobre o processo de trabalho do
enfermeiro e as implicaccedilotildees e dificuldades da implementaccedilatildeo da Sistematiza da Assistecircncia
de Enfermagem (SAE) visto que o enfermeiro possui um acuacutemulo de atribuiccedilotildees e o
quantitativo de profissionais eacute insatisfatoacuterio (ZANARDO ZANARDO CAEFER 2011)
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Dentre os principais cursos de aprimoramento profissional relatados estatildeo a
especializaccedilatildeo em nefrologia enfermagem do trabalho terapia intensiva e mestrado O fato da
maioria dos participantes 87 (n=11) possuir especializaccedilatildeo denota uma maior preocupaccedilatildeo
em manter uma boa formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo dos cuidados de enfermagem
De acordo com a RDC 15404 o responsaacutevel teacutecnico do setor de hemodiaacutelise poderaacute
ser um profissional de niacutevel superior com especializaccedilatildeo na aacuterea correspondente assentada
junto ao respectivo conselho profissional aleacutem deste profissional um (1) enfermeiro
especializado em nefrologia que responda pelos procedimentos e intercorrecircncias de
62
enfermagem A resoluccedilatildeo destaca ainda em seu anexo 6 ldquorecursos humanos do serviccedilo de
diaacuteliserdquoitem 69 que
A capacitaccedilatildeo formal e o credenciamento dos Enfermeiros na especialidade de
nefrologia devem ser comprovados por declaraccedilatildeo certificado respectivamente
reconhecidos pela SOBENrdquo No caso do tiacutetulo de especialista poderaacute ser obtido
atraveacutes de especializaccedilatildeo em Nefrologia reconhecido pelo MEC ou pela SOBEN
atraveacutes da prova de tiacutetulo seguindo as normas do Conselho Federal de Enfermagem
O enfermeiro que estiver em processo de capacitaccedilatildeo deve ser supervisionado por
um enfermeiro especialista em nefrologia
Dentre os profissionais que atuam no setor dois (2) natildeo possuem especializaccedilatildeo em
nefrologia e sim em outra aacuterea e um (1) estaacute em processo de capacitaccedilatildeo Haacute por parte dos
enfermeiros uma necessidade de construir uma ldquoidentidade profissional identificando e
demarcando um saber especiacuteficordquo com o propoacutesito de contribuir para o estabelecimento de
uma maior autonomia e domiacutenio das decisotildees frente agrave equipe de enfermagem assim como aos
pacientes Em sua praacutetica diaacuteria o profissional precisa articular o conhecimento teoacuterico com o
conhecimento praacutetico para conquistar e manter a lideranccedila (VALADARES VIANA 2009 P
381)
63
CAPITULO V
RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS
Este capiacutetulo congrega os resultados das anaacutelises dos dados no sentido de atender aos
objetivos propostos para a realizaccedilatildeo do estudo em ambos os cenaacuterios investigados As
unidades de registros (UR) das doze (12) entrevistas foram agrupadas em trecircs (3) categorias agrave
saber O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise Sentidos do espaccedilo do cuidado
em hemodiaacutelise Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Para representar a classificaccedilatildeo das categorias (Quadro 4) foi descrito os nuacutemeros de
UR obtidos em cada entrevista e somatoacuterio total de trezentos e quarenta e cinco (345) UR e
destas foram consideradas (duzentas e setenta e um) 271 UR devido a sua relevacircncia com a
temaacutetica proposta
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do enfermeiro
na hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
2
Sentidos do espaccedilo do
cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Total de Unidades de
Registros relevantes
obtidas em cada
entrevista
21
19
37
24
26
30
24
18
15
17
24
16
271
64
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
Para descriccedilatildeo de cada setor de HD onde a coleta de dados desta pesquisa foi
realizada utilizou-se o meacutetodo de observaccedilatildeo participante com anotaccedilotildees no roteiro de
observaccedilatildeo Foram registrados todos os fatos e fenocircmenos referentes agraves atividades realizadas
e agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente que serviram
de embasamento para as leituras das caracteriacutesticas de uso e apropriaccedilatildeo do espaccedilo da HD
Nelas os enfermeiros foram observados realizando suas atividades rotineiras sem saber que
neste dia estavam sendo estudados
Para entender como o enfermeiro se comporta neste territoacuterio e qual o espaccedilo que ele
ocupa foi necessaacuterio elaborar os mapas (figuras 6 e 7) que representam de forma
esquemaacutetica o setor de hemodiaacutelise com suas caracteriacutesticas fixas e semifixas e as zonas de
distanciamento propostas por Eduard T Hall A classificaccedilatildeo dada agrave arquitetura e aos objetos
em nosso ambiente de espaccedilo como caracteriacutesticas fixa e semifixa eacute descrita por Hall (2005)
em seus estudos como sendo ambas de profundo impacto em nosso comportamento
comunicativo
Para Hall (2005) territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta
caracteriacutesticas reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de
sua proacutepria espeacutecie Franco e Stralen (2012) tambeacutem afirmam que o territoacuterio tem um papel
na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que fornece informaccedilotildees sobre limites que
definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo
das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves funccedilotildees pessoais e sociais a
dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais amplo e seu ao acesso ao
territoacuterio dos mais fracos dito dominado
Em todos os sentidos da palavra o territoacuterio eacute um prolongamento do organismo
indicado por sinais visuais verbais e olfativos Portanto sendo a territorialidade relativamente
fixa este tipo de espaccedilo eacute denominado em relaccedilatildeo agrave proxecircmica de espaccedilo de caracteres
fixos Jaacute os mobiliaacuterios obstaacuteculos e adornos o espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas (HALL
2005)
A primeira categoria tem como temaunidade de significaccedilatildeo o ambiente do cuidado
do enfermeiro na hemodiaacutelise Entre os 12 (doze) corpos de anaacutelise (entrevistas) houve 345
(trezentos e quarenta e cinco 100) UR no total 126 (cento e vinte e seis3652) satildeo
referentes a esta categoria sobre o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
65
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
511 Primeiro Cenaacuterio de investigaccedilatildeo
As figuras representam as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho (HUCFF) sendo em planta baixa (figura 6a) e
em perspectiva (figura 6b) desta forma a elaboraccedilatildeo das plantas humanizadas dos setores satildeo
apresentadas como forma de entendimento destes espaccedilos com as zonas de distanciamento
para fins de anaacutelise do ambiente junto agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica dos participantes da pesquisa
com seus pacientes durante a assistecircncia prestada no setor
Os enfermeiros identificam como espaccedilo do cuidado natildeo soacute a sala de HD mas
tambeacutem demais espaccedilos em anexo este fato eacute claramente percebido nas observaccedilotildees e falas
dos participantes desta forma para a elaboraccedilatildeo dos mapas as distacircncias descritas na
comunicaccedilatildeo proxecircmica satildeo ampliadas ateacute os espaccedilos identificados como sendo de cuidado e
ilustradas por meio das cores anteriormente referidas sendo aplicadas no mapa para melhor
entendimento
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer lugar em qualquer momento [] atender o
paciente com a necessidade dele independente onde ele se localiza A necessidade
vem a vocecirc e natildeo vocecirc a ela Eles chegam aqui com a esperanccedila que algueacutem vai
ajudaacute-lo nem que seja com uma palavra Faccedilo questatildeo de natildeo esquecer isso e
sempre tento ajudaacute-los Qualquer ajuda pode estar contribuindo para adesatildeo ao
tratamento (E1)
66
[] circulo em todos os espaccedilos no local de pesagem eacute importante estar com
pacientes pois eles podem mentir peso Nos escaninhos - tambeacutem circulo para ver
prontuaacuterios os quadros onde tem organizaccedilatildeo dos turnos os quadros de
antibioacuteticos mantenho os dados atualizados dos pacientes que estatildeo em tratamento
(E3)
Os participantes afirmam que o cuidado eacute realizado independente do local sempre que
haacute necessidade de uma intervenccedilatildeo cuidar natildeo eacute somente estar junto ao paciente cuidar eacute dar
conferir e checar registros medicaccedilotildees equipamentos mas tambeacutem eacute a valorizaccedilatildeo e
percepccedilatildeo da necessidade do outro O cuidado necessita da criaccedilatildeo de viacutenculo entre
profissional e paciente e que a compreensatildeo do profissional para que essa relaccedilatildeo deva existir
eacute fundamental para que desenvolva um cuidado saudaacutevel permeado pela intersubjetividade
formando com o espaccedilo fiacutesico um ambiente favoraacutevel agrave sauacutede Aleacutem disso para Pieszak et al
(2013 p 71)
Eacute importante destacar que a reduccedilatildeo da arte agrave simples execuccedilatildeo de teacutecnicas foi um
dos fatores que levou agrave desvalorizaccedilatildeo do conhecimento esteacutetico pois este
corresponde agrave arte da enfermagem que eacute expressiva subjetiva e se torna visiacutevel na
accedilatildeo do cuidar
Na hemodiaacutelise o espaccedilo para as intervenccedilotildees de ordem teacutecnica ou mecacircnica eacute
contiacutenuo o que poderaacute colocar o processo de relaccedilatildeo intersubjetiva e consequentemente o
processo de comunicaccedilatildeo como o instrumento de intervenccedilatildeo secundaacuteria Assim mesmo
com toda a tecnologia espera-se que os profissionais sejam capazes de construir a partir do
processo de interaccedilatildeo ou relaccedilatildeo subjetiva estabelecendo relaccedilotildees terapecircuticas com os
pacientes Para Formozo et al (2012) o cuidado em sauacutede eacute compreendido como um ato
singular que objetiva o bem-estar das pessoas envolvidas eacute imprescindiacutevel que o ser cuidado
e o ser cuidador estabeleccedilam uma interaccedilatildeo produtiva Desta forma aos poucos estabelece
uma aproximaccedilatildeo entre os sujeitos no contexto das interaccedilotildees sociais Para que estas
interaccedilotildees sejam profiacutecuas eacute preciso ter habilidades para subsidiar as demandas impliacutecitas no
cuidado
Ao afirmarem que circulam pelos diferentes espaccedilos fica claro no cuidado na HD que
o enfermeiro eacute quem circula por todo o ambiente permanecendo nos diferentes espaccedilos
durante a permanecircncia do paciente desta forma partindo do pressuposto que o paciente se
manteacutem fixo na maioria do periacuteodo de tratamento sentado junto agrave maacutequina seraacute considerado
como o espaccedilo a ser invadido pelo enfermeiro o espaccedilo iacutentimo ao redor do paciente
67
A proposta de elaborar um instrumento que auxilie na identificaccedilatildeo dos diferentes
espaccedilos com a percepccedilatildeo dos enfermeiros no uso dos sentidos foi possiacutevel por meio da
conjugaccedilatildeo de teacutecnicas observacionais com a teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica
possibilitando a construccedilatildeo de um produto apresentado de forma esquemaacutetica e colorimeacutetrica
denominado Mapeamento Comportamental Proxecircmico do enfermeiro na hemodiaacutelise O
Mapeamento Comportamental apresenta como sendo espaccedilo iacutentimo (vermelho) a poltrona do
paciente e a partir desde ponto afastando-se do paciente surgem o espaccedilo pessoal
(laranja) espaccedilo social (amarelo) e espaccedilo puacuteblico (verde)
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
O ambiente eacute climatizado bem iluminado com lacircmpadas fluorescentes e haacute um
conjunto de vidraccedilas sempre fechadas e protegidas por peliacutecula protetora Existem trecircs
espaccedilos fixos no espaccedilo ao centro (Box 2) eacute onde se localiza a porta de entrada para o setor
destinado agrave circulaccedilatildeo de pessoas existe uma balanccedila que eacute utilizada por todos os pacientes
para a pesagem (espaccedilo puacuteblico) Em caso de emergecircncia ou precauccedilatildeo de contato os
68
pacientes satildeo alocados neste espaccedilo em macas junto agraves maacutequinas reservas de HD para
realizarem a hemodiaacutelise Eacute um espaccedilo amplo sem obstaacuteculos como mobiliaacuterios o que vem a
facilitar a visualizaccedilatildeo da equipe de enfermagem embora o espaccedilo natildeo esteja proacuteximo agrave
bancada de enfermagem
Uma visualizaccedilatildeo mais centralizada com o posto de enfermagem no meio do salatildeo e
ao redor os pacientes eacute o ideal mas o espaccedilo tem que ser adequado aqui temos um
espaccedilo adequado mas o Box 2 fica afastado de nossa visatildeo (E1)
A minha visatildeo de sala de HD a natildeo ser que tivesse dois enfermeiros plantonistas eacute
de uma sala circular igual a um Centro de Terapia Intensiva (CTI) o enfermeiro
tem que ter a visatildeo de todos os pacientes (E5)
Haacute uma unanimidade na necessidade de um espaccedilo adequado para o efetivo cuidado
os enfermeiros afirmam que precisam de um espaccedilo que possua uma boa visualizaccedilatildeo de
todos os pacientes com um balcatildeo de enfermagem centralizado e acesso faacutecil a materiais
medicamentos e prontuaacuterios De acordo com Savi e Rech (2015) as caracteriacutesticas semifixas
satildeo definidas como a preocupaccedilatildeo com a localizaccedilatildeo fiacutesica dos recursos de forma simples eacute a
configuraccedilatildeo de departamentos de centros de trabalho instalaccedilotildees e equipamentos dos
elementos aos quais se aplica o trabalho de um setor Deve-se ter a preocupaccedilatildeo de natildeo soacute
aperfeiccediloar as condiccedilotildees de trabalho mas tambeacutem racionalizar os fluxos do trabalho a
disposiccedilatildeo fiacutesica dos postos e tornar a movimentaccedilatildeo das pessoas ainda mais faacutecil
Essas caracteriacutesticas semifixas devem sobretudo propor bem estar Natildeo eacute raro nos
dias de hoje que arquitetos decoradores e paisagistas participem da elaboraccedilatildeo de arranjos
fiacutesicos na tentativa de tornar o ambiente de trabalho mais agradaacutevel e favoraacutevel as demandas
diaacuterias A necessidade de estudaacute-lo existe sempre que se pretende a implantaccedilatildeo de um novo
setor uma nova unidade de serviccedilo ou quando se estiver promovendo a reformulaccedilatildeo das
atividades desenvolvidas
A figura 6b apresenta-se por uma perspectiva que permite a visualizaccedilatildeo da porta de
entrada do setor e o detalhamento das caracteriacutesticas semifixas Nos espaccedilos fixos laterais
denominados de Box 1 e 3 apresentam seus mobiliaacuterios organizados de maneira muito
semelhante principalmente as poltronas de diaacutelise e o balcatildeo de enfermagem onde estatildeo
posicionados com as mesmas distacircncias entre si Este balcatildeo de enfermagem possui um
computador para o acesso ao prontuaacuterio eletrocircnico do Hospital Universitaacuterio (Pront HU)2
(espaccedilo social) atraacutes de cada balcatildeo um escaninho com os prontuaacuterios impressos dos
2 Eacute um prontuaacuterio eletrocircnico dos pacientes do hospital seu acesso eacute atraveacutes de senha eletrocircnica pessoal
69
pacientes (espaccedilo puacuteblico) bancada para preparaccedilatildeo dos medicamentos (espaccedilo puacuteblico)
quatro (4) poltronas reclinaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) quatro (4) maacutequinas de hemodiaacutelise (espaccedilo
pessoal) aleacutem de pias para lavagem das matildeos (espaccedilo puacuteblico)
Figura 06b Mapeamento Comportamental proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Todo o setor dispotildee de sistema de tubulaccedilatildeo de oxigecircnio ar comprimido e
vacuocircmetro sistema de distribuiccedilatildeo de aacutegua tratada para diaacutelise A unidade conta ainda com
uma sala de utilidade sala de expurgo sala de curativo sala de chefia sala dos meacutedicos e o
banheiro encontra-se fora do setor Segundo Savi e Rech (2015) a necessidade de tomar
decisotildees sobre as caracteriacutesticas fixas e semifixas decorre de vaacuterios motivos melhoria do
ambiente de trabalho o local de trabalho e as condiccedilotildees fiacutesicas de trabalho principalmente
nos assuntos relacionados agrave ergonomia podem ser fatores motivadores ou desmotivadores
Um banheiro longe uma balanccedila mal posicionada falta de claridade pias desativadas ou sem
70
condiccedilotildees de uso mobiliaacuterios potenciais causadores de acidentes entre outros podem fazer
muita diferenccedila em nosso comportamento durante a permanecircncia neste espaccedilo
Um layout correto proporciona um fluxo de comunicaccedilatildeo entre as atividades de
maneira mais eficiente e eficaz melhorando a utilizaccedilatildeo das aacutereas produtivas obtendo maior
facilidade na administraccedilatildeo das tarefas diminuindo assim os problemas ergonocircmicos e
flexibilizando os processos em casos de mudanccedilas ou adequaccedilotildees
Durante a chegada do paciente e no momento preacute-diaacutelise os enfermeiros se mantecircm
proacuteximos do paciente ocupando sempre o espaccedilo iacutentimo e o pessoal jaacute durante o periacuteodo de
transdiaacutelise onde o paciente jaacute foi instalado na maacutequina os enfermeiros se mantecircm no espaccedilo
social e no puacuteblico O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em
relaccedilatildeo aos outros durante a conversaccedilatildeo Aleacutem das caracteriacutesticas semifixas o espaccedilo
disponiacutevel sem obstaacuteculos entre os interlocutores podem favorecer a distacircncia de aproximaccedilatildeo
durante a interaccedilatildeo (HALL 2005)
Os dois principais momentos que ficamos no iacutentimo e pessoal satildeo na instalaccedilatildeo do
paciente agrave maacutequina no momento da transdiaacutelise que verifico a pressatildeo arterial ou
se tiver alguma intercorrecircncia e ao final quando termina o procedimento (E4)
Aqui trabalho bem proacutexima ao paciente ateacute porque o nuacutemero de teacutecnicos e
enfermeiros eacute reduzido [] quando chega o paciente eu posiciono-o ajudo na
instalaccedilatildeo fico muito no maquinaacuterio e proacuteximo a bancada (E6)
Os espaccedilos satildeo demarcados pelos enfermeiros com sendo iacutentimo e pessoal em
diferentes momentos que necessitam de uma aproximaccedilatildeo para executar um procedimento e
apoacutes executarem determinada tarefa existe um afastamento se mantendo no social para uma
melhor visatildeo geral de todos os pacientes e para proporcionar ao paciente uma privacidade As
sucessivas aproximaccedilotildees satildeo referidas como sendo algo muito contiacutenuo mas que tambeacutem natildeo
podem interferir no bem estar e invasatildeo do espaccedilo do paciente
Para Schimidt e Silva (2012) o que eacute caracterizado com invasatildeo do espaccedilo satildeo accedilotildees
referentes agrave manipulaccedilatildeo do corpo do paciente ou de pertences a ocupaccedilatildeo do seu espaccedilo
pessoal ou iacutentimo pelo profissional sem autorizaccedilatildeo preacutevia a permissatildeo de pessoas estranhas
ou em quantidade que superlote seu territoacuterio e a violaccedilatildeo satildeo accedilotildees referentes agraves exposiccedilotildees e
agraves intrusotildees fiacutesicas e visuais que violam a privacidade fiacutesica e emocional do paciente sendo
os dois exemplos mais incidentes agrave negligecircncia o uso inadequado de biombos ou ateacute mesmo a
exposiccedilatildeo de um cateter na femural Nesse mesmo estudo Schimidt e Silva (2012) afirmam a
71
situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal considerada mais desagradaacutevel eacute quando a enfermagem realiza
um procedimento teacutecnico em uma regiatildeo mais iacutentima e na HD este momento eacute vivenciado ao
se manipular um cateter localizado na arteacuteria femural pois o paciente precisa expor o acesso
levantando sua bermuda ou saia trazendo-lhe um constrangimento diante dos demais
pacientes
512 Segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo
O segundo cenaacuterio da pesquisa investigado representa o setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) (figuras 7a e 7b) que apresenta dimensotildees
diferentes do primeiro cenaacuterio assim como as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor No
setor de HD o espaccedilo puacuteblico eacute localizado na sala de registros de enfermagem um espaccedilo em
anexo a sala de HD que eacute separada por uma parede de vidro
O setor eacute climatizado com boa iluminaccedilatildeo possui um uacutenico salatildeo onde haacute na entrada
uma balanccedila para pesagem dos pacientes duas pias para lavagem do braccedilo e no salatildeo existem
oito (8) poltronas reclinaacuteveis e confortaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) oito (8) maacutequinas de hemodiaacutelise
(espaccedilo pessoal) no centro do salatildeo haacute um balcatildeo de enfermagem (espaccedilo social) amplo
com armaacuterios para guarda medicamentos insumos e demais mateacuterias utilizados na
hemodiaacutelise
Ao serem questionados sobre facilidades e dificuldades do ambiente os enfermeiros
relataram que o espaccedilo (figura 7a) e sua utilizaccedilatildeo satildeo adequados em muitos aspectos como o
balcatildeo centralizado com acesso faacutecil a materiais (medicaccedilotildees agulhas capilares de HD etc)
nesta disposiccedilatildeo permite uma melhor visualizaccedilatildeo de todos os pacientes assim como de todos
os profissionais que prestam os cuidados durante a permanecircncia do paciente na HD
Entretanto natildeo satildeo propiacutecios e adequados para se estabelecer as interaccedilotildees e os cuidados de
enfermagem de forma singular por considerarem um espaccedilo pequeno
O ambiente tem que facilitar - se tem uma visualizaccedilatildeo direta de todas as maacutequinas
com o apoio de um balcatildeo com acesso a tudo que precisamos desde materiais ateacute
prontuaacuterios dos pacientes eacute o ideal o problema eacute que com o espaccedilo eacute pequeno
temos que nos limitar em nossas movimentaccedilotildees (E7)
O ambiente facilita a comunicaccedilatildeo gosto do espaccedilo mas faccedilo meus registros de peacute
no balcatildeo natildeo temos aonde sentar soacute na sala de registros Entatildeo a dificuldade eacute o
espaccedilo ser pequeno e o balcatildeo muito alto [] natildeo gosto da sala de registros
72
porque fico longe dos pacientes tenho que olhar atraveacutes dos vidros e natildeo daacute para
ver direito aleacutem de que poderaacute retardar o meu tempo de accedilatildeo (E8)
As manisfestaccedilotildees de insatisfaccedilatildeo com o ambiente surgiram em ambos os cenaacuterios
cada qual analisado de acordo com suas caracteriacutesticas proacuteprias mas eacute notoacuterio que algumas
dificuldades satildeo descritas como de faacutecil soluccedilatildeo quando se trata de organizaccedilatildeo e
planejamento do arranjo das caracteriacutesticas semifixas como a distribuiccedilatildeo dos mobiliaacuterios no
ambiente mas quando se trata de dimensotildees das caracteriacutesticas fixas do ambiente natildeo eacute de
faacutecil resoluccedilatildeo Para os depoentes do primeiro cenaacuterio investigado o ambiente eacute amplo mas
natildeo favorece uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes devido o balcatildeo natildeo ser centralizado
jaacute o segundo cenaacuterio apresenta balcatildeo centralizado e alto mas o espaccedilo eacute inapropriado para
atender as necessidades de circulaccedilatildeo devido ao tamanho do salatildeo
Eacute atraveacutes das satisfaccedilotildees humanas que se pode conseguir uma qualidade assistencial
seja de forma direta atraveacutes da reduccedilatildeo de tempos movimentos e recursos seja de forma
indireta pela promoccedilatildeo de uma maior satisfaccedilatildeo do trabalho sauacutede do trabalhador refletindo
em sua motivaccedilatildeo componente indubitavelmente atrelado agrave produtividade (SILVA
PINHEIRO MOREIRA 2011)
Facilidade eacute por ser pequeno e consigo observar todos os pacientes mas natildeo tem
conforto porque fico em peacute na bancada Em contra partida dificulta quando temos
paciente na maca natildeo tem mobilidade na hora de fazer assistecircncia natildeo consigo
chegar aos equipamentos (E9)
A facilidade eacute que em qualquer posiccedilatildeo no salatildeo estarei proacuteximo e consigo ter uma
reaccedilatildeo raacutepida numa intercorrecircncia tambeacutem natildeo preciso falar alto para falar com
ele Dificuldade eacute porque poderia ser um pouco mais amplo o espaccedilo eacute pequeno as
poltronas satildeo muito proacuteximas umas das outras e esbarramos agraves vezes no outro
paciente ou no colega (E12)
As unidades de diaacutelise devem atender aos requisitos de estrutura fiacutesica previstos na
RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou instrumento legal que venha a substituiacute-
la No Art 22 da RDC Nordm112014 eacute referido que ldquoo posto de enfermagem da sala para
hemodiaacutelise da sala para diaacutelise peritoneal e da sala de recuperaccedilatildeo e atendimento de
emergecircncia deve possibilitar a observaccedilatildeo visual total das poltronasleitos (BRASIL 2002
BRASIL 2014)
O ambiente da HD deve atender agraves especificaccedilotildees de instalaccedilotildees previstas na
Resoluccedilatildeo entretanto encontramos diferentes disposiccedilotildees de mobiliaacuterios nas unidades de HD
73
devido aos padrotildees arquitetocircnicos das instituiccedilotildees e eacute importante avaliarmos a possibilidade
de mudanccedilas para favorecer a circulaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo geral do ambiente
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta figura eacute possiacutevel visualizar em anexo ao salatildeo de HD que existe uma sala de
enfermagem (espaccedilo puacuteblico) referida pelos enfermeiros como sala de registros separada por
uma parede de vidro este espaccedilo eacute destinado agrave evoluccedilatildeo de enfermagem guarda de
prontuaacuterios e demais documentos Esta sala de registros possui cadeiras e balcatildeo pias para
lavagem das matildeos (sem uso) e armaacuterios para guarda de materiais e uma ampla janela de vidro
por onde entra a luz natural Este vidro que separa os ambientes permite a equipe visualizar o
espaccedilo do salatildeo de hemodiaacutelise
74
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta perspectiva (figura 7b) identifica-se o salatildeo de HD com seus espaccedilos iacutentimo
pessoal e social eacute possiacutevel visualizar a porta que daacute acesso a sala de registros (espaccedilo puacuteblico) e a
parede com vidro que permite a visualizaccedilatildeo de ambos os ambientes percebesse que devido agraves
dimensotildees do espaccedilo ser pequeno o balcatildeo encontra-se centralizado (espaccedilo social) permitindo
uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes no salatildeo contudo existe uma proximidade muito
grande entre as poltronas dos pacientes (espaccedilo iacutentimo) e pouco espaccedilo entre o balcatildeo e as
poltronas A maioria dos participantes afirma que esta proximidade entre os pacientes interfere na
privacidade destes restringindo o enfermeiro a discutir determinados assuntos mais iacutentimos ou
pessoais
Damos orientaccedilotildees no salatildeo sim mas satildeo gerais muito geneacutericas e que serviratildeo
para todos mas natildeo eacute uma consulta de enfermagem natildeo eacute pessoal (E6)
Para dar uma assistecircncia mais individual o salatildeo natildeo eacute o local mais indicado
quando eacute uma questatildeo de orientaccedilatildeo e natildeo traacutes nenhum tipo de constrangimento
para o paciente falo ali mesmo (E9)
O enfermeiro possui um papel fundamental no acolhimento e na melhoria da qualidade
de vida do paciente por isso deve desenvolver competecircncias para ajudaacute-lo a aceitar o
75
tratamento e aderir ao plano de cuidados traccedilados Eacute neste acolhimento que o enfermeiro
responsaacutevel pela sala de HD no decorrer do processo agitado de mudanccedila de turno e iniacutecio da
nova sessatildeo de HD deve conseguir recolher o maacuteximo de informaccedilotildees possiacuteveis sobre o
paciente para garantir uma assistecircncia de cuidados adequados ao iniciar o tratamento com
seguranccedila Teraacute de fazecirc-lo em plena sala de HD com os outros pacientes ao redor o que o
limitaraacute em algumas discussotildees para natildeo desrespeitar a privacidade do paciente restringindo-
o a intervir ou orientar em situaccedilotildees mais especiacuteficas
O acolhimento do paciente renal crocircnico em iniacutecio de hemodiaacutelise eacute da competecircncia
do enfermeiro pois eacute ele que tem um melhor conhecimento da pessoa e do contexto cada
experiecircncia de acolhimento deve ser flexiacutevel e ajustada agrave situaccedilatildeo cliacutenica da pessoa natildeo deve
ser padronizado deve-se estabelecer com ele um elo uma relaccedilatildeo de proximidade e de
presenccedila permanente no cuidado ao paciente na HD O enfermeiro interage com o paciente
durante todo o periacuteodo de permanecircncia no setor e no miacutenimo trecircs vezes na semana essa
convivecircncia e o cuidado prolongado possibilitam que ambos experimentem uma gama de
fenocircmenos sentimentos pensamentos e reaccedilotildees que podem interferir de forma positiva no
processo de comunicaccedilatildeo dentre esses estatildeo a empatia a confianccedila e o respeito muacutetuo
(STEFANELLI CARVALHO 2012)
Conforme Fernandes e Cruz (2017) os enfermeiros reconhecem que satildeo os
profissionais mais competentes para acolher a pessoa em iniacutecio de hemodiaacutelise e estabelecer
com ela uma ligaccedilatildeo uma relaccedilatildeo de proximidade e confianccedila que poderaacute ser determinante
para o sucesso do processo de adesatildeo ao tratamento A tarefa de cuidar do paciente em HD eacute a
atividade realizada entre todos os membros da equipe de sauacutede e dessa forma tambeacutem eacute uma
atribuiccedilatildeo do enfermeiro Neste cenaacuterio o enfermeiro assume uma postura de assistecircncia e
gerecircncia pois a natureza do trabalho do enfermeiro exige atender diferentes demandas de
atenccedilatildeo que estatildeo ligadas agrave complexidade da assistecircncia prestada e do ambiente de trabalho A
Lei do Exerciacutecio Profissional nordm749886 relata que eacute uma das atividades privativas do
enfermeiro prestar cuidados de maior complexidade teacutecnica e que exijam conhecimentos
cientiacuteficos e ainda capacidade para tomar decisotildees imediatas (COFEM 1986)
O enfermeiro da HD por manter um contato constante e contiacutenuo com o paciente na
terapia renal ao prestar um cuidado se envolve e aprende a exercitar seu compromisso
favorecendo estreita relaccedilatildeo com o paciente e consequentemente contribuindo para
assistecircncia de qualidade Portanto nesse ambiente o trabalho do enfermeiro natildeo se resume a
articular os diversos meios de trabalho da equipe de sauacutede e de enfermagem mas na prestaccedilatildeo
direta de cuidados que necessitam de respostas individuais e complexas que atendam as
76
necessidades impliacutecitas Dessa forma o trabalho na HD exige novas competecircncias dos
profissionais que se deparam com mudanccedilas tecnoloacutegicas e exigecircncias especiacuteficas
provocando muitas vezes transformaccedilotildees no seu processo de trabalho (CAMELO 2012)
Na HD natildeo trabalhamos sozinhos trabalhamos com vaacuterios profissionais e muitas
vezes sou eu que vou identificar um problema que a nutriccedilatildeo ainda natildeo viu E
tambeacutem o social e vou discutir com a enfermeira chefe pois eu sei que ela faz esta
parte social [] quando Identifico um problema aiacute mexe comigo e eu me coloco a
disposiccedilatildeo para resolver ou solicito ajuda para auxiliar nas orientaccedilotildees (E5)
O paciente ao chegar no setor de HD desconhece o tratamento eles acham que
faratildeo a HD durante um determinado tempo e vatildeo se ldquocurarrdquo Sou eu que muita das
vezes converso e informo que eacute contiacutenuo que o rim dele natildeo voltaraacute a funcionar e
que sem a HD ou um transplante natildeo seraacute possiacutevel viver (E11)
Os pacientes mesmo realizando a HD satildeo comumente afetados por uma infinidade de
problemas cliacutenicos que necessitam de avaliaccedilatildeo e monitorizaccedilatildeo contiacutenua incluindo diabetes
anemia doenccedila oacutessea e cardiovascular desnutriccedilatildeo complicaccedilotildees com o acesso vascular
gestatildeo de volume hiacutedrico e aquelas relacionadas agraves questotildees psicossociais e emocionais Os
enfermeiros afirmam fazer o acolhimento independente de ter um espaccedilo proacuteprio realizam
suas orientaccedilotildees e prestam o cuidado de forma coletiva
Fernandes e Cruz (2017) descrevem em seus estudos a educaccedilatildeo terapecircutica da pessoa
como um processo complexo orientado pelo esclarecimento sobre a terapia dialiacutetica os
ganhos em sauacutede mudanccedilas nutricionais e hiacutedricas cuidados com acessos vasculares e
elucidaccedilatildeo das alteraccedilotildees de vida Identificam como dificuldades no processo educativo os
internamentos de curta duraccedilatildeo escassez de recursos humanos e sobrecarga de trabalho falta
de motivaccedilatildeo dos profissionais falta de articulaccedilatildeo da equipe multidisciplinar falta de
estruturaccedilatildeo e sistematizaccedilatildeo do processo de adesatildeo No processo de adesatildeo ao regime
terapecircutico o envolvimento da famiacutelia a regressatildeo dos sintomas o empenho a simpatia e
confianccedila estabelecida com a pessoa satildeo aspectos fundamentais
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer espaccedilo vai desde a porta de entrada porque
tem a sala de chefia de enfermagem que passa orientaccedilotildees para o paciente Na sala
de curativo eacute cuidado total orientaccedilatildeo confecccedilatildeo de curativo recepccedilatildeo dele mas
somente para aqueles com cateteres (E5)
Faccedilo as orientaccedilotildees aqui mesmo e os pacientes ao lado tambeacutem ouvem isso eacute bom
porque pode servir para ele Quando eacute algo mais reservado faccedilo apoacutes a
hemodiaacutelise em outro espaccedilo porque aqui natildeo haacute privacidade (E12)
77
Independente do cenaacuterio investigado percebesse que o acolhimento eacute realizado de
acordo com a necessidade de cada paciente ou pela percepccedilatildeo do enfermeiro em qualquer
lugar e momento Os depoentes relatam que as orientaccedilotildees dadas a um determinado paciente
poderatildeo servir de exemplo para os demais que estatildeo ouvindo embora muitos afirmem que o
espaccedilo comum da sala de HD eacute o mais difiacutecil para o estabelecimento de conversas francas e
empaacuteticas entre o paciente e o enfermeiro de modo que o paciente se sinta confortaacutevel para
compartilhar os seus problemas e preocupaccedilotildees mais iacutentimas
Percebe-se a falta de um espaccedilo especiacutefico de enfermagem nas unidades onde os
pacientes possam ser acolhidos abordados e avaliados em todos os paracircmetros que os afetam
aleacutem do tratamento de HD em si Eacute importante ressaltar que o acolhimento eacute realizado sim e
em qualquer momento ou espaccedilo entretanto o que se discuti eacute a importacircncia de acolher em
um espaccedilo propiacutecio para uma consulta de enfermagem e este tipo de avaliaccedilatildeo soacute seraacute
possiacutevel com um tempo e espaccedilo proacuteprio onde seja permitido o estabelecimento de
comunicaccedilatildeo e uma relaccedilatildeo terapecircutica de confianccedila muacutetua com o paciente Estudos recentes
apontam que a consulta de Enfermagem traz benefiacutecios agrave sociedade e proporciona orientaccedilatildeo
de medidas favoraacuteveis que visam agrave abordagem apropriada agraves necessidades inerentes dos
pacientes (OLIVEIRA et al 2012)
Frente agrave importacircncia da consulta de Enfermagem na assistecircncia ao paciente em HD e
por acreditar que o enfermeiro deve se preocupar com a implementaccedilatildeo de praacuteticas que
ofereccedilam condiccedilotildees seguras e de qualidade para o desempenho de suas atividades existem
diversos fatores que interferem na realizaccedilatildeo e na qualidade da consulta de Enfermagem
dentre estes se destacam o quantitativo de profissionais enfermeiros espaccedilo fiacutesico tempo e
alta demanda de pacientes a dificuldade no agendamento das consultas a formaccedilatildeo
profissional
Neste setor natildeo temos um ambiente de consulta de enfermagem e natildeo conseguimos
pela falta de enfermeiro no momento natildeo existe nenhum ambiente onde
proporcione uma conversa mais privada entre enfermeiro e paciente (E4)
Espaccedilo de consulta de enfermagem deve ser individualizado e natildeo daacute para fazer um
diagnoacutestico adequado sem ter uma privacidade seria ideal ter um espaccedilo de
consulta porque consulta eacute o todo a observaccedilatildeo o contato o exame fiacutesico as
pessoas natildeo querem expor problemas pessoais em um ambiente puacuteblico onde todos
estatildeo ouvindo natildeo soacute os pacientes mas aqueles que transitam (E6)
78
Para os participantes eacute fundamental um espaccedilo reservado para avaliaccedilatildeo contiacutenua do
paciente um espaccedilo favoraacutevel a interaccedilatildeo do profissional com o paciente para identificaccedilatildeo
de problemas e implementaccedilatildeo do processo de enfermagem eacute necessaacuterio que todas as
evoluccedilotildees de enfermagem sejam realizadas no prontuaacuterio ou permaneccedilam no sistema
eletrocircnico para futuros acessos entretanto em um dos cenaacuterios os registros satildeo feitos em
prontuaacuterio eletrocircnico que fica disponiacutevel durante um determinado periacuteodo depois o proacuteprio
sistema os excluiu impedindo que haja um registro diaacuterio permanente do paciente para
acompanhamento contiacutenuo
Os pacientes admitidos para iniciar uma terapia renal substitutiva por hemodiaacutelise
passam por avaliaccedilatildeo de diferentes profissionais como nutricionista assistente social
meacutedico psicoacutelogo e enfermeiro Nesta primeira consulta de enfermagem o enfermeiro deve
levantar o histoacuterico do paciente como tambeacutem explicar sobre a doenccedila renal crocircnica e o
processo dialiacutetico enfatizar a importacircncia da adesatildeo agrave terapia dialiacutetica ao tratamento
medicamentoso e as orientaccedilotildees nutricionais orientar sobre os cuidados com o acesso
vascular para a hemodiaacutelise (cateter duplo luacutemen ou fiacutestula arteriovenosa) enfatizar a
importacircncia do controle da ingesta hiacutedrica e ganho de peso
O impacto inicial do tratamento decorrente do diagnoacutestico e tratamento imediato
resultante da falta de preparo e orientaccedilatildeo preacutevia eacute uma realidade da maioria dos pacientes
com DRC Isso remete a pensar sobre a importacircncia do acolhimento ao paciente renal crocircnico
mediante a nova condiccedilatildeo que a doenccedila lhe impotildee quando o mesmo passa a depender do
tratamento dialiacutetico Segundo Medeiros e Medeiros (2013) o acolhimento recai na
humanizaccedilatildeo do atendimento que por sua vez pressupotildee a garantia de acesso a todas as
pessoas Diz respeito ainda agrave escuta do problema de sauacutede do usuaacuterio de forma qualificada e
resolutiva
Apoacutes esta consulta o paciente deve ser encaminhado para realizar sua primeira sessatildeo
de hemodiaacutelise na qual seratildeo realizados os seguintes procedimentos coleta de material para
exames laboratoriais instalar o paciente em maacutequina de hemodiaacutelise especiacutefica para pacientes
com sorologia desconhecida fazer o reuso do dialisador na maacutequina ateacute confirmaccedilatildeo de
sorologias encaminhar para vacinaccedilatildeo contra hepatite B encaminhar para o serviccedilo de
nutriccedilatildeo serviccedilo social e psicologia caso ainda natildeo tenha sido feita avaliaccedilatildeo pelos
profissionais
A instalaccedilatildeo do paciente na hemodiaacutelise eacute um ponto criacutetico desse processo a equipe
de enfermagem deve estar atenta para prevenir complicaccedilotildees relacionadas haacute esse tempo para
79
isso eacute fundamental que o cuidado esteja fundamentado a luz do conhecimento cientiacutefico que
os procedimentos operacionais estejam escritos disseminados e toda equipe treinada para
garantir seguranccedila e qualidade no atendimento
Natildeo existe um espaccedilo para se realizar a consulta de enfermagem entatildeo ateacute o
paciente de primeira vez onde satildeo coletados dados para ficha de anamnese satildeo
feitas na sala puxo uma cadeira fico o mais proacuteximo possiacutevel e vou fazendo as
perguntas e por mais proacutexima que eu esteja os demais pacientes acabam ouvindo
as repostas do paciente (E3)
O espaccedilo pode interferir na comunicaccedilatildeo Seria ideal um espaccedilo privado porque o
paciente tem vergonha de falar todos os assuntos Apesar de que no segundo turno
eles tecircm um viacutenculo muito grande porque satildeo pacientes de programas e se
conhecem a muito tempo mas mesmo assim tecircm assuntos que eles natildeo querem
compartilhar (E8)
Esses dados corroboram com estudos realizados por Oliveira et al (2012) no qual
confirmam que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a consulta de
enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de satisfaccedilatildeo
biopsicossocial destacam ainda que a consulta de enfermagem favorece o estabelecimento
de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e flexibilidade que
proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de acolhimento favorecendo
a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
A comunicaccedilatildeo eacute a principal ferramenta que possibilita o relacionamento pois
pressupotildee uma interaccedilatildeo entre as pessoas troca ou partilha de opiniotildees informaccedilotildees bem
como a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees A consulta de enfermagem possibilita o
enfermeiro a ouvir seu paciente e percebecirc-lo como ser uacutenico de onde ressaltam sentimentos
como a valorizaccedilatildeo que se refletem na melhor adesatildeo do paciente aos cuidados e esquemas
terapecircuticos jaacute que estes necessitam de relaccedilotildees de confianccedila para reduzir o medo a
ansiedade e restabelecer a sauacutede
Assim estar proacuteximo e dialogar contribuem para o surgimento da empatia e dos laccedilos
de confianccedila entre enfermeiras e pacientes avigora o viacutenculo Estudos apontam que a
comunicaccedilatildeo eacute essencial para a realizaccedilatildeo da consulta de Enfermagem cabendo ao
enfermeiro ter consciecircncia da importacircncia dos comportamentos verbais e natildeo verbais durante
a comunicaccedilatildeo reconhecendo emoccedilotildees expectativas e estereoacutetipos que possam interferir no
atendimento (NERY et al 2012)
80
Natildeo haacute individualidade do paciente um estaacute do lado do outro quando um passa
mal natildeo nem sempre temos o biombo disponiacutevel entatildeo natildeo tem privacidade Se faccedilo
um cuidado ou estou orientando todos estatildeo ouvindo (E6)
Natildeo existe um espaccedilo de privacidade seria interessante um espaccedilo proacuteprio
entretanto o quantitativo de funcionaacuterios natildeo eacute suficiente noacutes ficamos responsaacuteveis
pelo que acontece no salatildeo tambeacutem no que acontece nas diaacutelise externa o
quantitativo ideal no salatildeo seriam 5 teacutecnicos e 1 enfermeiro (E9)
Os depoentes relatam que a consulta de enfermagem permitiraacute o enfermeiro a ouvir
seu paciente e perceber sua singularidade mas se este espaccedilo natildeo eacute adequado natildeo haacute uma
individualidade e nem privacidade mesmo que exista um biombo os pacientes proacuteximos
ouvem a conversa Assim o espaccedilo onde se presta o cuidado de enfermagem eacute visto pelos
profissionais como desfavoraacutevel e inadequado para a construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da
assistecircncia pois natildeo possibilita quando necessaacuterio proporcionar um local de comunicaccedilatildeo
reservado embora ofereccedila um ambiente de trabalho que auxilia ao tipo de tratamento
prestado
Segundo Macedo Sena e Miranda (2013) eacute importante considerar os efeitos dos
espaccedilos fiacutesicos no respeito aos direitos e necessidades das pessoas As consultas de
enfermagem preferencialmente devem ser realizadas em um ambiente privado preparado
especialmente para o atendimento agrave sauacutede Para isso considerar tanto as caracteriacutesticas das
pessoas a serem atendidas como a necessidade de pocircr agrave sua disposiccedilatildeo tecnologias
assistenciais e educativas diversas
Um espaccedilo proacuteprio de consulta jaacute existiu mas devido agrave falta de pessoal acabou Era
um ambulatoacuterio multiprofissional mas natildeo tinha ningueacutem para atender Se
houvesse este espaccedilo haveria melhoria na qualidade da assistecircncia teria contato
com ele e a famiacutelia iria identificar questotildees que em quatro horas em um ambiente
comum eu natildeo consigo Ele teria confianccedila (E1)
Somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente para que eu possa intervir e passar as
orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos preacutevios com cada paciente da diaacutelise
(E5)
O enfermeiro desempenha um papel relevante junto ao paciente num sentido bem
mais abrangente objetivando uma assistecircncia integralizada em prol da melhoria do estado de
sauacutede do paciente e a funccedilatildeo da consulta deve ultrapassar os limites da informaccedilatildeo e
81
orientaccedilatildeo ao paciente proporcionando real momento de transformaccedilatildeo do sujeito permitindo
que este se sinta acolhido compreendido e a vontade para dialogar sobre duacutevidas
inquietaccedilotildees e anguacutestias A consulta deve ser um momento no qual o paciente e o profissional
se relacionam compartilham conhecimentos e afetos trocam ideias de forma que as duacutevidas
existentes tambeacutem sejam percebidas conduzindo agrave reflexatildeo em busca de estrateacutegias que
proporcionem vida com melhor qualidade para o paciente renal crocircnico A consulta de
enfermagem apresenta-se como um modelo assistencial relevante no serviccedilo e este fato deve
ser reconhecido natildeo apenas pelos enfermeiros que a desempenham como tambeacutem pelos
pacientes e por outras categorias profissionais (MACEDO SENA MIRANDA 2013)
O ideal seria uma anti-sala que o enfermeiro atendesse para verificar o peso
confirmar a lavagem do braccedilo como uma preacute-consulta antes da diaacutelise [] Porque
temos muitas interferecircncias ruiacutedos [] somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente
para que eu possa intervir e passar as orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos
preacutevios com cada paciente da diaacutelise (E5)
Os ruiacutedos satildeo muitos e a pessoa natildeo se sente a vontade para falar de tudo O tempo
que estamos na assistecircncia realmente nos limita a ter uma atuaccedilatildeo maior em
consulta aleacutem do espaccedilo fiacutesico necessaacuterio temos que ter quantitativo de pessoal
suficiente(E6)
Foram identificados alguns problemas relativos ao espaccedilo da HD poreacutem notou-se a
priori uma satisfaccedilatildeo com as instalaccedilotildees de caracteriacutesticas semifixas de uma forma geral
como iluminaccedilatildeo temperatura maquinaacuterios poltronas etc Jaacute em relaccedilatildeo aos ruiacutedos do
ambiente percebeu-se uma das dificuldades em estabelecer uma relaccedilatildeo interpessoal mais
qualificada com o paciente inviabilizando uma assistecircncia mais singular
A abordagem da comunicaccedilatildeo proxecircmica baseado no comportamento do enfermeiro
por meio das relaccedilotildees com o espaccedilo possibilita identificar diferenccedilas em suas habilidades de
gerenciar suas atividades ao entender que as caracteriacutesticas do ambiente podem dificultar ou
facilitar a realizaccedilatildeo destas Para Savi e Rech (2015) satildeo muitas as variaacuteveis presentes no
ambiente que podem modificar o desempenho de uma pessoa como a relaccedilatildeo ao conforto
ambiental que estaacute intimamente relacionado ao ruiacutedo iluminaccedilatildeo temperatura umidade e
pureza do ar cada uma representa uma parcela importante para a manutenccedilatildeo de um ambiente
propiacutecio ao bem-estar das pessoas que ali se encontram
Quando um ambiente fiacutesico responde agraves necessidades das pessoas tanto em termos
funcionais (fiacutesicocognitivos) quanto formais (psicoloacutegicos) certamente teraacute um impacto
82
positivo na realizaccedilatildeo destas atividades tornando-se um desafio para o enfermeiro cumprir
com as metas assistenciais de forma que natildeo interfira ou comprometa o desempenho de suas
funccedilotildees Planejar e organizar um ambiente que favoreccedila e seja positivo as demandas do
serviccedilo poderaacute ter suas limitaccedilotildees diante de decisotildees que requerem aprovaccedilotildees e
investimentos da proacutepria instituiccedilatildeo de sauacutede Alguns estudos demonstram que existem por
parte de alguns gestores investimentos e melhorias dos setores de sauacutede se adequando as
reais necessidades das demandas da clientela e dos trabalhadores Segundo Silva Matsuda e
Waidman (2012) se por um lado isso pode sugerir maior gasto por outro representa a
melhoria da sauacutede do paciente e otimiza o trabalho de enfermeiro como consequumlecircncia uma
economia para a instituiccedilatildeo e o aumento da produtividade e qualidade da assistecircncia prestada
Aleacutem disso para Rodrigues e Santana (2013) ambientes projetados ou modificados
visando favorecer a maximizaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos como sistemas de iluminaccedilatildeo e
climatizaccedilatildeo controlados pelos proacuteprios enfermeiros estes se sentem mais atraiacutedos pelo posto
de trabalho por sua atividade e pelos resultados positivos das tarefas haja vista que haacute
diminuiccedilatildeo de queixas tanto em relaccedilatildeo agraves necessidades individuais quanto a doenccedilas
adquiridas nesses ambientes resultando em reduccedilatildeo de custos operacionais Um ambiente que
natildeo proporciona as condiccedilotildees adequadas de trabalho reduz a prontidatildeo de resposta e aumenta
a tendecircncia a falhas na assistecircncia prestada
Para Hall (2005) o espaccedilo relaciona-se intimamente com os sentidos do homem que
se encontram por sua vez em iacutentima transaccedilatildeo com o ambiente Para a criaccedilatildeo de um espaccedilo
de HD que atenda agraves caracteriacutesticas que permita a adequaccedilatildeo agraves tarefas inerentes ao setor e as
demandas do paciente deveraacute ser baseado no contexto em que seraacute usado com efetividade
eficiecircncia e satisfaccedilatildeo Eacute importante avaliar quais os fatores que levam o ambiente a ser
referido como inapropriado para determinadas atividades como acolher de forma singular o
paciente sem haver um espaccedilo de consulta de enfermagem pode gerar uma carga deleteacuteria
sobre os aspectos fiacutesicos psicoloacutegicos e sociais afetando a eficiecircncia de todo o processo
assistencial
Assim os aspectos envolvidos na adequaccedilatildeo do ambiente devem advir do sentimento
que o enfermeiro adquire com interaccedilatildeo cotidiana com o ambiente construiacutedo e o paciente
Sua avaliaccedilatildeo depende de sua percepccedilatildeo e uso dos sentidos independente do cenaacuterio
investigado mesmo que existam diferentes ambientes de HD com suas peculiaridades
Quando se inferi ao niacutevel decisoacuterio as percepccedilotildees do enfermeiro interligando os limites entre
a razatildeo e a emoccedilatildeo tendo ainda como elemento mediador a bagagem cognitiva
83
comportamental adquirida na trajetoacuteria profissional vivencial fica explicito que o principal
elemento que poderaacute influenciar as mudanccedilas do ambiente eacute o enfermeiro
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise
Dentre as 12 (doze) entrevistas analisadas (corpus da pesquisa) e as 345 (trezentos e
quarenta e cinco100) UR emergentes 105 (cento e cinco3043) depoimentos descrevem
como o enfermeiro identifica os diferentes sentidos corporais durante o cuidado na HD Desta
forma emergiu uma nova categoria sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise em
forma de uma segunda Unidade de Significaccedilatildeo a qual seraacute descrita discutida e analisada a
seguir com a exemplificaccedilatildeo de depoimentos dos enfermeiros participantes
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades
de significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
2
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
A palavra espaccedilo pode apresentar vaacuterias conotaccedilotildees todavia o espaccedilo do cuidado
caracteriza-se como local que uni aspectos fiacutesicos bioloacutegicos cientiacuteficos culturais sociais
econocircmicos entre outros em uma teia de relaccedilotildees onde se torna difiacutecil excluir ou isolar
partes levando ao estabelecimento de relaccedilotildees de cuidado em situaccedilotildees vitais que envolvem o
processo de comunicaccedilatildeo (LANZONI 2011)
A interaccedilatildeo no espaccedilo do cuidado em HD se traduz em atitudes realizadas para
promover manter ou recuperar a sauacutede Com destaque para a comunicaccedilatildeo efetiva e solidaacuteria
que possibilita demonstrar interesse atenccedilatildeo sentimentos e possibilidades (BROCA
FERREIRA 2016) Expressa por meio de sorrisos conversas brincadeiras esclarecimentos
sobre os procedimentos orientaccedilotildees e estiacutemulos para o autocuidado que favorecem o aliacutevio
84
das sensaccedilotildees de medo dor preocupaccedilatildeo anguacutestia e pacircnico A comunicaccedilatildeo viabiliza uma
relaccedilatildeo dialoacutegica ao acolher a palavra do outro oportunizando a escuta a troca de
informaccedilotildees e a demonstraccedilatildeo de disponibilidade
Como jaacute foi mencionada anteriormente a comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute a capacidade de
usar e efetivamente interpretar a distacircncia interpessoal para a comunicaccedilatildeo Isto eacute o espaccedilo
proximidade ou contato com o interlocutor satildeo entendidos a partir da construccedilatildeo cultural dos
interlocutores Para Hall (2005) o emprego que o homem faz do seu espaccedilo eacute uma elaboraccedilatildeo
especializada de cultura e a distacircncia muda de cultura para cultura A proxecircmica propotildee um
tipo baacutesico de comunicaccedilatildeo em que atraveacutes da distacircncia do corpo as mensagens satildeo
transmitidas pelos sentidos corporais
Desta forma observa-se que o enfermeiro ao chegar ao setor para o plantatildeo demarca
seu espaccedilo do cuidado a partir da aproximaccedilatildeo dos pacientes mantendo uma distacircncia iacutentima
ou pessoal Esta aproximaccedilatildeo indica a necessidade de estabelecer um primeiro contato e
mostrar sua preocupaccedilatildeo com o bem estar do outro Os principais sentidos identificados como
fundamentais na HD satildeo a visatildeo a audiccedilatildeo e o tato
Existe realmente uma diferenccedila no comportamento diaacuterio tem pacientes que agraves
vezes chegam aqui datildeo um abraccedilo apertado e em datas comemorativas natildeo se
esquecem de compartilhar natildeo eacute somente uma questatildeo do contato por educaccedilatildeo
existe tambeacutem uma preocupaccedilatildeo com a pessoa e a reciacuteproca eacute muito verdadeira
Eles tambeacutem sabem quando natildeo estamos bem somos observados pelo nosso
comportamento (E9)
Quando o paciente entra jaacute observo se estaacute acompanhado como estaacute deambulando
a postura se ele estaacute apaacutetico ou natildeo se estaacute disposto ou se arrastando se ele me
cumprimenta ou aos amigos porque a adesatildeo do paciente tem muito haver com a
uniatildeo com outros pacientes e a equipe Observo se ele se lembra de pesar porque
uns entram jaacute sentando outros se lembram de pesar tecircm essa preocupaccedilatildeo com o
proacuteprio peso Vejo pouco os pacientes lavarem o braccedilo com a fiacutestula tem pia
proacuteximo dele mas se natildeo lembro a ele de lavar eacute difiacutecil ver ele lavar sozinho
(E11)
Sabe-se que para estabelecer uma boa interaccedilatildeo eacute necessaacuterio primeiramente obter
confianccedila de quem se cuida esta estrateacutegia de aproximaccedilatildeo inicial possibilita ao enfermeiro
identificar e obter informaccedilotildees sobre o paciente como possiacuteveis intercorrecircncias no transcorrer
da diaacutelise Ao se considerar que o processo de trabalho em sauacutede tem como um dos seus
elementos principais as accedilotildees de cuidado tanto fiacutesicas quanto relacionais natildeo se deve limitar
a realizar apenas a procedimentos teacutecnicos pois a teacutecnica impessoal e mecanizada pode levar
ao distanciamento da pessoa cuidada Deve-se englobar o sentido de ser pois se tratando de
85
uma relaccedilatildeo entre sujeitos eacute imprescindiacutevel que na praacutetica profissional os atores envolvidos
estabeleccedilam uma boa interaccedilatildeo visando o engajamento necessaacuterio para a concretizaccedilatildeo do
verdadeiro ato de cuidar (FORMOZO et al 2012)
Cuidar inclui a realizaccedilatildeo de procedimentos teacutecnicos aliados agrave valorizaccedilatildeo das
expressotildees de atitudes condizentes com princiacutepios humaniacutesticos entre os quais a valorizaccedilatildeo
de valores morais eacuteticos e sociais Pode-se dizer tambeacutem que o processo de cuidar eacute
diretamente influenciado pela formaccedilatildeo pessoal e pela personalidade do cuidador e do ser
cuidado adquiridas atraveacutes de suas experiecircncias crenccedilas e cultura
O espaccedilo do cuidado natildeo se restringe ao ato teacutecnico mas contempla o envolvimento e
a preocupaccedilatildeo com os envolvidos na interaccedilatildeo Nesse sentido considera- se que ao efetuar
um cuidado estando atentas as manifestaccedilotildees natildeo verbais e psicoloacutegicasemocionais o
profissional realiza um cuidado mais integral e natildeo somente uma atividade teacutecnica presente
somente de corpo O desenvolvimento das accedilotildees de cuidado traz agrave tona tambeacutem a questatildeo da
intersubjetividade estabelecida na relaccedilatildeo interpessoal com o envolvimento do natildeo dito mas
expresso por gestos e expressotildees que satildeo identificadas pelos nossos sentidos A consideraccedilatildeo
pelo outro a observaccedilatildeo das suas particularidades a individualidade e ainda o caraacuteter
expressivo manifesto na emoccedilatildeo imprimem qualidade humana ao cuidado
O paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresa entatildeo a gente acaba ficando
atento a qualquer tipo de intercorrecircncia que ele possa vir a ter e agraves vezes ele nem
consegue se comunicar Temos que ficar ligada no que estaacute acontecendo e de longe
mesmo posso intervir chamando o paciente vendo se ele estaacute responsivo tem
paciente que jaacute conheccedilo quando comeccedila a fazer hipotensatildeo ou hipoglicemia Se ele
natildeo consegue nem chamar entatildeo observo os gestos sua face se estaacute
hipocorado(E4)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar entatildeo
tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais tambeacutem se ele dorme se vira o
braccedilo ou dorme em cima Se dobrar ou deitar em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina apitar (E6)
A atenccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute essencial ao cuidado humano por resgatar a
capacidade do profissional de sauacutede de perceber com maior exatidatildeo os sentimentos as
duacutevidas e as dificuldades do paciente em verbalizar o que sente Em seus estudos Schimidt e
Silva (2013) afirmam que quanto mais o clima for de confianccedila mais a experiecircncia pode ser
86
positiva isto porque os gestos de cuidado e atenccedilatildeo ficaratildeo sempre presentes na lembranccedila
daquele que recebe o cuidado Ao se despertar um sentimento de confianccedila entre paciente e
equipe de enfermagem possibilita-se que ambos experimentem uma sensaccedilatildeo de seguranccedila e
satisfaccedilatildeo
Para Formozo et al (2012) o cuidado para surtir efeito desejado necessita considerar o
tato audiccedilatildeo e postura corporal durante a interaccedilatildeo interpessoal entre paciente e enfermeiro
para que sejam demonstrados os sentimentos implicados na accedilatildeo com satisfaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo da accedilatildeo Eacute fato que ao usar frequentemente as relaccedilotildees interpessoais como
instrumento de trabalho os enfermeiros satildeo estimulados a desenvolver habilidades sociais para
subsidiar esses processos de interaccedilatildeo Segundo Teixeira et al (2014) habilidades sociais satildeo
um conjunto de comportamentos transmitidos por uma determinada pessoa em um contexto
interpessoal que expressa sentimentos atitudes desejos opiniotildees ou direitos desse indiviacuteduo
de modo adequado agrave situaccedilatildeo respeitando esses comportamentos nos demais e que
geralmente resolve os problemas imediatos da situaccedilatildeo enquanto minimizando a
probabilidade de futuros problemas
[] alguns profissionais que satildeo mais sensibilizados utilizam mais os sentidos []
eu particularmente tenho um pouco de dificuldade em ter esta proximidade com o
paciente eu tento manter uma distacircncia terapecircutica a natildeo ser que eu jaacute tenha
estabelecido uma relaccedilatildeo de intimidade com o paciente isto com o tempo vai se
modificando (E3)
Tem paciente que eacute mais fechado mas natildeo deixa de demonstrar carinho outros jaacute
satildeo mais falantes e brincam uns com os outros Entatildeo essas relaccedilotildees humanas estatildeo
muito afloradas aqui dentro estamos sempre perto natildeo eacute somente ligar e desligar
algo da tomada tem toda uma histoacuteria muito proacutepria de relaccedilotildees que estaacute ligada
agraves caracteriacutesticas de cada um (E9)
Haacute grupos de diaacutelise que satildeo mais comunicativos brincam e conversam durante
diaacutelise geralmente porque estatildeo a mais tempo juntos Eacute difiacutecil paciente chamar e
dizer que estaacute passando mal geralmente sou eu que observo e me aproximo para
checar (E12)
Destaca-se o respeito pela diversidade de personalidades e diferentes formas de se
estabelecerem as relaccedilotildees cada um possui haacutebitos e formas de se comunicar mas eacute
imprescindiacutevel que haja empatia ao se compartilhar as emoccedilotildees com os outros sentir com o
outro suas preocupaccedilotildees envolve perceber o outro com as suas reais necessidades sem julgar
87
Percebe-se no discurso que a dificuldade de se aproximar faz parte de uma caracteriacutestica
pessoal e cultural tanto o enfermeiro como o paciente podem natildeo estabelecer uma relaccedilatildeo
mais intimista no iniacutecio do tratamento mas com o passar do tempo eacute estabelecido uma relaccedilatildeo
de intimidade e confianccedila que permite a eles se aproximarem mais e estabelecerem uma
relaccedilatildeo mais profiacutecua e consequentemente um cuidado mais eficiente
Ao se colocar em relevo que as relaccedilotildees estabelecidas na HD natildeo satildeo influenciadas
somente por paracircmetros psicossociais culturais educacionais entre outras mas tambeacutem por
questotildees que satildeo inerentes ao comportamento humano em um determinado espaccedilo percebe-se
que a discussatildeo do uso do espaccedilo fiacutesico e sua implicaccedilatildeo no comportamento humano
orientada pela teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica possibilita lidar com alguns desafios tanto
conceituais quanto metodoloacutegicos Haja vista que contribuir para a produccedilatildeo de sauacutede e
produzir um espaccedilo fiacutesico na sauacutede adequado natildeo se separa da produccedilatildeo de sauacutede e da
produccedilatildeo de subjetividade Expressar necessidades estruturais como espaccedilo fiacutesico e de
mobiliaacuterios a partir dos distanciamentos e aquelas expressas pelos nossos sentidos pode ser
um fato pouco peculiar
Eacute uma compreensatildeo que aposta na composiccedilatildeo de saberes para a produccedilatildeo dos
espaccedilos fiacutesicos entendendo que o espaccedilo natildeo eacute dado a priori Segundo Schimidth e Silva
(2012) o espaccedilo eacute um territoacuterio que se habita que se vivencia onde se convive e se relaciona
Eacute um territoacuterio que se experimenta se reinventa e que se produz A proposta de produccedilatildeo do
espaccedilo acontece porque haacute processos de trabalho encontros entre as pessoas modos de se
viver e modos de ir reconstruindo o espaccedilo
A orientaccedilatildeo da ambiecircncia na hemodiaacutelise articulada agrave Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
favorece que ao se intervir criar e recriar os espaccedilos fiacutesicos neste setor se problematizem
tambeacutem as praacuteticas os processos de trabalho e os modos de viver e conviver nesse espaccedilo E
nesse sentido quando se tem o conhecimento do uso da proxecircmica como guia orientador para
a assistecircncia e gestatildeo em HD outros modos de estar ocupar e trabalhar se expressaratildeo nesse
lugar e solicitaratildeo arranjos espaciais singulares com fluxos adequados que favoreccedilam os
processos de trabalho
Pela expressatildeo do rosto vejo que ele natildeo estaacute bem [] visatildeo com observaccedilatildeo natildeo eacute
soacute olhar eacute observar identificar para tomar alguma atitude Quando vocecirc tem o
costume vocecirc conhece o paciente e lida com ele vocecirc olha e identifica que natildeo estaacute
bem eacute hora de se tomar uma providecircncia (E1)
88
O sentido que mais uso eacute a visatildeo Olho a maacutequina a expressatildeo do paciente se estaacute
com dor verifico a glicemia se o sono estaacute profundo vejo pressatildeo o tempo todo eu
mantenho meu olhar voltado para paciente pois ele muda seu estado de forma
muito raacutepida (E2)
Uso muito o sentido visatildeo e depois a audiccedilatildeo Vejo muito a expressatildeo corporal do
paciente se ele estaacute alerta se estaacute mais acordado ou se estaacute mais paacutelido Vejo
tambeacutem a maacutequina quantidade de soro suficiente para o flach (E8)
O contato visual ocorre quando queremos expressar que o canal de comunicaccedilatildeo estaacute
aberto Embora a equipe natildeo fique com o olhar fixo no paciente o tempo todo durante a HD
ela manteacutem um olhar perifeacuterico que segundo Hall (2005) eacute aquele que o ser humano detecta
o movimento com o canto dos olhos E ao identificar mudanccedilas no comportamento do
paciente o profissional muda o seu olhar fixando-o para reduzir psicologicamente a distacircncia
entre os comunicadores e ao se aproximar amplia as possibilidades do diaacutelogo se estabelecer
permitindo a troca de informaccedilotildees O olhar fixo sugere interesse e envolvimento no
relacionamento interpessoal
Utilizo mais na iacutentima a visatildeo tato e audiccedilatildeo O olho no olho eacute uma coisa que natildeo eacute
soacute no espaccedilo iacutentimo devemos usar no pessoal ou social que tambeacutem eacute necessaacuterio
Mesmo na bancada se estou anotando algo mantenho meu olhar voltado para ele
Esse momento do iacutentimo eacute bem completo porque ao mesmo tempo estou fazendo
procedimento estou tocando com a visatildeo direta para a pessoa ouvindo o que o
paciente tem a dizer e o que ele esta trazendo de informaccedilotildees de sinais e sintomas
como eacute a relaccedilatildeo dele com os familiares (E6)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar
entatildeo tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais e tambeacutem se ele dorme vira
o braccedilo ou dormi em cima Se dobrar ou deitou em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina aptar (E9)
A visatildeo eacute uma ferramenta que nos permite colher informaccedilotildees quanto ao estado de
desconforto fiacutesico psicoloacutegico ou ambiental do paciente atraveacutes de expressotildees e posturas que
o paciente assume durante o cuidado (Hall 2005) Essas condiccedilotildees satildeo percebidas por alguns
profissionais com certa facilidade e prontamente procuram resolvecirc-las Atribuiacutemos tal
capacidade de percepccedilatildeo agrave ldquoexpertiserdquo de alguns profissionais em HD Observar os padrotildees
de respostas fisioloacutegicas ou emocionais de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo do
processo de cuidar deste paciente Se natildeo estivermos atentos agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal do
89
paciente podemos interpretar incorretamente aqueles padrotildees de respostas (BROCA
FERREIRA 2016)
Ao avaliar o paciente o enfermeiro necessita considerar e respeitar os conhecimentos
e a cultura do paciente bem como escutaacute-lo o que proporciona o reconhecimento de sinais e
sintomas e a necessidade de uma escuta ativa Neste sentido na praacutetica do cuidado em
enfermagem a habilidade de ouvir o outro eacute fundamental pois permite analisar qual a melhor
maneira de se comunicar com o paciente em concordacircncia com seu niacutevel cultural e o
conhecimento sobre seu estado de sauacutede
Os pacientes tem sintomas antes da maacutequina alarmar ele apresenta o mal estar
antes da maacutequina dizer que o banho acabou que a temperatura estaacute alta ou baixa
que o soacutedio estaacute baixo que o paciente estaacute comeccedilando a ter naacuteuseas Eu sempre
falo que caso esteja passando mal e a gente esteja longe levanta o braccedilo que
algueacutem vai ver natildeo precisa falar a gente jaacute sabe [] eacute um sinal que identificamos
e esta orientaccedilatildeo damos nas primeiras diaacutelises dizemos qualquer coisa que sinta
levanta o braccedilo Porque temos muitas interferecircncias ruiacutedos entatildeo ele pode chamar
e a gente natildeo ouvir mas ao levantar o braccedilo vemos (E5)
A visatildeo e a audiccedilatildeo satildeo os sentidos que mais uso no pessoal e social uso muito
esses sentidos Vejo muito a expressatildeo do paciente se ele comeccedila fazer face de dor
de desconforto se comeccedila a ficar paacutelido e no sistema tambeacutem fico de olho para ver
se comeccedila a dar algum problemaNa audiccedilatildeo fico atenta ao chamado do paciente e
o alarme da maacutequina(E10)
Uma das competecircncias do enfermeiro estaacute ligada ao ato de julgar as necessidades de
cuidados de cada paciente dito com julgamento cliacutenico este eacute o ato de elaborar o
planejamento da assistecircncia de enfermagem a ser realizada de forma que possa atender agraves
suas necessidades e expectativas O julgamento cliacutenico estrutura-se pelas habilidades
interpessoal que envolve a capacidade de comunicar-se ouvir e respeitar opiniotildees teacutecnica
na qual inclui um soacutelido conhecimento dos meacutetodos de avaliaccedilatildeo cliacutenica conhecimento
cientiacutefico acerca dos problemas de sauacutede intelectual o qual se refere aos processos de
pensamento bem como agraves habilidades de percepccedilatildeo do enfermeiro em relaccedilatildeo agraves respostas
humanas (CROSSETTI et al 2014)
A associaccedilatildeo destas habilidades possibilita ao enfermeiro tomar decisotildees seguras e
proporcionar cuidados qualificados e adequados agraves reais necessidades dos pacientes Nos
ambientes de atendimento de hemodiaacutelise o uso da comunicaccedilatildeo verbal entre enfermeiro e
paciente eacute sempre muito referida e a audiccedilatildeo eacute um dos sentidos mais utilizados independente
das distacircncias mantidas
90
Na audiccedilatildeo fico atento a qualidade do discurso o timbre da voz tudo isso chama a
atenccedilatildeo se ele estaacute orientado ou natildeo Tem paciente que estaacute mais triste se estaacute no
ostracismo isso tudo chama a atenccedilatildeo A desorientaccedilatildeo do nosso paciente pode
significar uremia por exemplo isso eacute proacuteprio das relaccedilotildees humanas (E9)
No sentido audiccedilatildeo ouccedilo muito o paciente chamar para dizer que natildeo estaacute bem e
tambeacutem quando perguntam quanto estaacute tirando de peso Enfermeira pode verificar
minha glicose Eles perguntam porque quando comeccedila o mal estar eacute uma forma
de alertar a gente Os pacientes mais antigos tecircm essa percepccedilatildeo de identificar
alteraccedilotildees antes de passar mal eles avisam que estatildeo tontos perguntam se tem
meacutedico (E11)
O escutar tambeacutem eacute um cuidado e uma forma de comunicaccedilatildeo natildeo verbal natildeo eacute
apenas ouvir mas permanecer em silecircncio ao lado utilizar gestos de afeto que expressem
aceitaccedilatildeo e estimulem a expressatildeo de sentimentos vivenciados pelo paciente Quando
olhamos para a realidade atual que vivemos na qual a mecanizaccedilatildeo dos sentidos eacute uma
constante na vida das pessoas precisamos ampliar nosso olhar para o espaccedilo do cuidado em
sauacutede inserindo estrateacutegias que sejam capazes de perceber aleacutem das informaccedilotildees ditas nas
entrelinhas do discurso do sujeito seus gestos e comportamentos
Schimidt e Silva (2012) refere em um dos seus estudos sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
que 7 dos pensamentos (das intenccedilotildees) satildeo transmitidos por palavras 38 satildeo transmitidos
por sinais paralinguiacutesticos (entonaccedilatildeo de voz velocidade com que as palavras satildeo ditas) e
55 pelos sinais do corpo alertando-nos para o fato de que apesar de muitas vezes
valorizarmos mais as palavras os sinais natildeo verbais podem estar comunicando muito mais
inclusive contradizendo o expresso em palavras
Percebe-se na fala dos enfermeiros que eles estatildeo conscientes dos aspectos natildeo-verbais
presentes durante as suas interaccedilotildees com os pacientes (por exemplo entonaccedilatildeo de voz
aspectos emocionais comportamentos gestuais etc) permitindo sobretudo perceber indiacutecios
de que algo natildeo estaacute bem O enfermeiro ao ouvir determinados questionamentos durante a
sessatildeo de HD usa de sua intuiccedilatildeo e identifica que embora o paciente natildeo fale diretamente que
estaacute passando mal tais gestos e falas satildeo indicativos de possiacuteveis alteraccedilotildees fisioloacutegicas
Na produccedilatildeo dos dados os enfermeiros da HD compartilham o toque com o sentido do
viacutenculo do interesse do acolhimento mas tambeacutem da ansiedade A punccedilatildeo da fistula
arteriovenosa (FAV) eacute o momento de maior apreensatildeo e ansiedade do paciente eacute neste
momento que ocorre o toque instrumental para a punccedilatildeo e este pode alterar os padrotildees
fisioloacutegicos de um paciente com hematomas sangramentos e dor
91
Na interaccedilatildeo com o paciente o toque eacute classificado segundo Schimidt e Silva (2013)
em trecircs tipos toque expressivo tambeacutem descrito como afetivo que ocorre espontaneamente e
natildeo faz parte necessariamente da execuccedilatildeo de procedimentos o instrumental que eacute descrito
como um contato fiacutesico deliberado para desenvolver determinada teacutecnica ou procedimento e
o expressivo-instrumental uma combinaccedilatildeo dos outros dois tipos
Quando vou fazer o procedimento o toque eacute mais teacutecnico que eacute a necessidade de
fazer a punccedilatildeo sentir o fluxo da fistula o melhor local para punccedilatildeo e quando
termino de puncionar faccedilo um toque afetivo para dizer que vamos comeccedilar a sessatildeo
No final da sessatildeo o toque tambeacutem eacute mais teacutecnico do que afetivo eacute o momento da
retirada da agulha (E6)
Toco quando o paciente tem alguma queixa alguma catildeibra quando vai ldquodevolver o
sanguerdquo se estaacute com dor O momento de toque geralmente eacute um momento
desconfortaacutevel pois eacute o momento que ele estaacute com dor [] e eu associo todas as
vezes que tem o tato com o paciente como um momento de desconforto para ele
[] causa uma apreensatildeo seja no puncionar no momento da cacircimbra mas isso
natildeo afeta com que eu faccedila correndo pelo contraacuterio faccedilo que seja menos doloroso
para ele (E10)
Para os enfermeiros o toque instrumental eacute fundamental na HD seja durante a punccedilatildeo
da FAV na realizaccedilatildeo do curativo na verificaccedilatildeo da pressatildeo arterial na administraccedilatildeo dos
medicamentos ou conexatildeo dos cateteres entre outros mas afirmam que o toque poderaacute
tambeacutem se apresentar com um caraacuteter mais afetivo e de relaxamento Tocar algueacutem com a
intenccedilatildeo de que essa pessoa se sinta melhor por si soacute jaacute eacute terapecircutico portanto o ato de tocar
algueacutem eacute confortaacutevel e faz parte do cuidado emocional Pode significar atitude de unir ao
outro tocar como uma maneira de perceber o outro ou a relaccedilatildeo com o outro Assim o toque
pode significar distacircncia ou envolvimento entre pessoas que estatildeo se comunicando mas
dependeraacute da pessoa da cultura e contexto em que ocorre o toque
Um estudo desenvolvido por Schimidt e Silva (2013) identificou que diversos fatores
podem influenciar o toque dos profissionais da sauacutede dentre estes estatildeo o receio de se tocar
em pessoas do sexo oposto quando o procedimento a ser realizado eacute invasivo ou quando a
aacuterea do corpo eacute iacutentima Levando em consideraccedilatildeo que ao cuidar o toque poderaacute ser realizado
dos mais diferentes modos eou meios como com as matildeos com o corpo com os cabelos com
os instrumentos de trabalhos com as roupas com as luvas dentre outros Tocar eacute entrar no
mundo do outro eacute despertar nele estiacutemulos sensoriais agradaacuteveis e desagradaacuteveis Ter
consentimento do toque no cuidado ao outro e consciecircncia do contato fiacutesico por ele
92
promovido pode auxiliar os pacientes na sua recuperaccedilatildeo e igualmente melhorar o viacutenculo
sentimentos e aproximaccedilotildees (MENON MARTINS DYNIEWICZ 2014)
Toco porque preciso verificar se a fistula ou cateteres estatildeo bons ajudo o paciente
a sentar na poltrona verifico pressatildeo um toque na matildeo no braccedilo se estiver com
cacircimbra faccedilo massagem verifico o frecircmito (E8)
Paciente dormiu estaacute com uma postura mais largada me preocupa Geralmente o
abordo chamo toco e vejo a necessidade de verificar a glicemia verifico tambeacutem a
PA porque embora ele esteja dormindo ele tambeacutem pode estar passando mal e natildeo
chama a gente (E9)
Neste ambiente do cuidado tocar permite reconhecer quais as demandas de cuidado os
pacientes necessitam eacute reconhecer que a enfermagem precisa evoluir no cuidado prestado
especialmente no que se refere ao toque instrumental-afetivo e este poderaacute ocorrer nos
diferentes momentos de permanecircncia na HD Verificou-se que o toque instrumental-afetivo
foi realizado na verificaccedilatildeo do frecircmito verificaccedilatildeo de pressatildeo arterial massagem no momento
de cacircimbra no posicionamento correto do paciente na poltrona A maneira como foi
transmitido afeto para o paciente na medida do possiacutevel realizando os procedimentos com
sua permissatildeo calma manipulando minimamente e explicando a necessidade de se realizaacute-lo
foi uma atitude humanizada
Eacute preciso entender que o ato de tocar precisa do consentimento dos pacientes e isso agrave
vezes pode estar distante para alguns ao consideramos todas as ldquomarcasrdquo nele geradas
anteriormente Efetivar um espaccedilo para o compartilhamento de vivecircncias com pacientes em
terapias hemodialiacuteticas apresenta-se como uma proposta para melhorar a interaccedilatildeo fazendo
com que ambos enfermeiros-pacientes alcancem a relaccedilatildeo que eacute de cuidado tornando-a
abrangente e de qualidade (AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
No toque existem pacientes que estabeleccedilo um viacutenculo mais proacuteximo temos uma
paciente especial que sempre quer ser abraccedilada e por isso tenho uma conexatildeo mais
forte (E4)
Quando a pessoa chega tem o toque afetivo pois dou o bom dia e coloco a matildeo no
ombro ou toco no braccedilo para acompanhaacute-los ateacute a poltrona eacute um toque de
acolhimento Eu tenho que tocar para demonstrar realmente um interesse (E6)
Quando os pacientes chegam sempre cumprimento ateacute porque eles reclamam de
quem chega ao setor e natildeo os cumprimenta entatildeo chego e falo um por um Toco
93
quando instalo paciente e na saiacuteda tambeacutem porque tenho que tirar agulhas e fazer
curativo (E12)
O toque afetivo eacute referido como aquele empregado nos momento de cumprimento na
chegada e saiacuteda do setor ou demonstraccedilatildeo de sentimento de carinho entretanto nas
observaccedilotildees tomou-se o cuidado de reconhecer se nas accedilotildees dos profissionais foram incluiacutedas
maneiras de expressar algum tipo de afetividade tornando o toque instrumental tambeacutem
afetivo Considerando que os profissionais relatarem estar conscientizados sobre o valor do
toque afetivo sugere-se que este seja constantemente incentivado
Os dados ateacute o momento apresentados demonstram que para se prestar o cuidado
integral eacute necessaacuterio ser um bom ouvinte expressando um olhar atencioso tocando e
confortando o paciente proporcionando uma boa adesatildeo e continuidade ao tratamento
Quanto aos efeitos comportamentais do olhar ouvir e do tocar estes apresentam contribuiccedilatildeo
essencial agrave interaccedilatildeo das pessoas trazendo viacutenculos sentimentos e uma maior aproximaccedilatildeo
para uma assistecircncia mais singular
Existem dificuldades na percepccedilatildeo de determinados sentidos corporais a priori neste
estudo o olfato e o paladar que foram identificados por vaacuterios participantes como sendo algo
difiacutecil de associaacute-los ao cuidado de enfermagem na HD contudo e soacute de imediato e
aparentemente pois ainda durante a entrevista ironicamente os enfermeiros tomavam
consciecircncia da importacircncia do olfato e paladar
O odor pode ser marcante e acompanhar a pessoa por toda a vida basta perceber o
aroma e as lembranccedilas explodem de forma imediata O olfato por mais preciso que seja eacute um
sentido mudo que natildeo necessita de tradutor Isso explica a incapacidade de se descrever em
palavras o cheiro de alguma coisa para algueacutem que nunca o tenha sentido (ARAUacuteJO 2000
apud AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
Para o olfato natildeo penso muito em odores o uacutenico cheiro eacute o haacutelito cetocircnico e
tambeacutem em relaccedilatildeo agrave higiene do paciente (E2)
O olfato em um primeiro momento natildeo me diz nada mas analisando percebo que o
haacutelito urecircmico que se sente eacute porque ele ainda estaacute iniciando o tratamento ou estaacute
mal dialisado se ele estaacute fazendo o tratamento a muito tempo e continua com haacutelito
urecircmico tem algo de errado da terapia (E4)
Alguns enfermeiros tecircm dificuldades de expressar como usar o olfato no seu cotidiano
ateacute fazem algumas associaccedilotildees com este sentido onde foram encontradas duas fontes de
94
odores que representam o espaccedilo do cuidado da HD os odores corporais e odores ambientais
Odores corporais satildeo as secreccedilotildees como o suor quando o paciente tem deacuteficit de autocuidado
com a higiene corporal onde os odores satildeo exalados e estatildeo impregnados nos corpos dos
proacuteprios pacientes exalaccedilotildees orais como a halitose mas estas ligadas ao haacutelito urecircmico no
iniacutecio do tratamento aleacutem destes os eventuais sangramentos tambeacutem se caracterizam como
odores corporais Existem tambeacutem aqueles odores ambientais marcantes caracteriacutesticos da
HD como os produtos quiacutemicos esterilizantes (aacutecido peraceacutetico) as soluccedilotildees de banho
utilizadas na maacutequina de HD as quais geram uma memoacuteria olfativa que transita pelo cenaacuterio
de cuidado
Embora alguns relatem que o odor natildeo impede e nem repulsa na hora do cuidado para
Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) o mau cheiro afasta o enfermeiro do contato direto mesmo
este sendo um indicativo de necessidade de cuidado relativo agrave higiene pessoal Para alguns
ter pacientes no ambiente com odores daacute uma caracteriacutestica desagradaacutevel e eacute necessaacuterio
informaacute-los sobre a importacircncia do autocuidado na higiene corporal e oral
O odor natildeo me impede e natildeo me repulsa ao cuidado (E1)
Tem paciente que tem um autocuidado bem deficiente e a gente percebe logo pelo
odor mas natildeo temos como nos afastar tem que pegar do mesmo jeito Tem paciente
que tenho liberdade e converso sobre higiene (E4)
Essas sensaccedilotildees olfativas evidenciadas nas falas dos participantes mesmo que se
refiram a algo desagradaacutevel eacute uma forma de captar a necessidade de se aproximar e intervir
sobre o cuidado corporal Suporta-se o desagradaacutevel porque eacute inerente ao cuidado eacute uma
condiccedilatildeo preestabelecida ao cuidador E para quem eacute importante suportar algo desagradaacutevel
No Universo das sensaccedilotildees olfativas nem tudo eacute desagradaacutevel desconfortante ou com
odor ruim A percepccedilatildeo de um determinado odor estimula nossa ldquomemoacuteria olfativardquo de uma
forma que tanto em niacutevel consciente quanto inconsciente elaboramos associaccedilotildees mentais
que delimitam a propriedade de uma sensaccedilatildeo olfativa Esta pode ser concebida como
agradaacutevel ou natildeo dependendo do que estaacute registrado em nossa memoacuteria Esse fenocircmeno
sugere que os odores podem exercer influecircncias determinantes no comportamento humano
ocasionando reaccedilotildees diversas tais como incremento agrave atenccedilatildeo diminuiccedilatildeo de situaccedilotildees
estressantes ou estado de conforto ou desconforto fiacutesico (PROCHET SILVA 2012)
95
Eacute muito caracteriacutestico porque tem desde os componentes de desinfecccedilatildeo da
maacutequina entatildeo eacute um odor caracteriacutestico da hemodiaacutelise o cheiro do aacutecido
peraceacutetico (E6)
O olfato o que mais me chama atenccedilatildeo eacute o cheiro de sangue e o cheiro do proxitane
(aacutecido peraceacutetico)(E7)
O olfato assim como os demais sentidos permitem (re)conhecer os diversos objetos
que compotildeem um espaccedilo assim como associaacute-los as caracteriacutesticas relacionadas ao cuidado
prestado neste setor como os odores da sala de reuso expurgo e sala de HD O odor ocorre
tambeacutem nas relaccedilotildees sociais o bom ou o ruim aroma emitido por um perfume do paciente o
cheiro que exala de sua roupa usada o cheiro de limpeza do ambiente podem por exemplo
aproximar ou afastar das pessoas
Do ponto de vista fisioloacutegico paladar e olfato estatildeo relacionados entre si A ausecircncia
ou alteraccedilatildeo desses sentidos dependem do estado anatocircmico do epiteacutelio nasal e do sistema
nervoso central e perifeacuterico Alguns odores ficam tatildeo impregnados que parecem produzir o
seu sabor no paladar Entatildeo pode-se dizer que o sabor eacute o somatoacuterio das sensaccedilotildees olfatoacuterias
gustativas e daquelas relacionadas agraves terminaccedilotildees nervosas localizadas no nariz e na boca
(ACKERMAN 1992 apud AZEVEDO et al 2017)
E para os enfermeiros entrevistados expressar paladar como algo relativo ao cuidado
tambeacutem eacute de difiacutecil entendimento suas associaccedilotildees foram em relaccedilatildeo a restriccedilotildees alimentares
e hiacutedricas do paciente uma alerta para o ganho de peso Na maioria das entrevistas este
sentido gerou uma certa inquietaccedilatildeo dos entrevistados por natildeo conseguirem identificar sua
relaccedilatildeo com o cuidado
Paladar eacute alerta significa orientar sobre restriccedilatildeo hiacutedrica e de comidas e
geralmente chegam pesados porque abusaram (E6)
Natildeo haacute representaccedilatildeo do paladar na assistecircncia natildeo faccedilo associaccedilotildees com o
cuidado a natildeo ser daquilo que o paciente natildeo pode comer (E12)
O paladar desempenha uma funccedilatildeo importante em nossas relaccedilotildees sociais e culturais
Para alguns pesquisadores paladar remete a uma ldquomemoacuteria familiarrdquo na infacircncia com as
comidas feitas com carinho e amor pelo ente querido ou ainda pode remeter a um
determinado tempo e lugar jaacute vivenciado (COSTA 2014) Aleacutem do que constitui uma das
principais formas de o homem se relacionar com espaccedilo Dependendo da distacircncia
96
estabelecida entre o corpo do sujeito e a realidade circundante eles podem apresentar maior
ou menor teor de objetividade na accedilatildeo de interagir com o mundo
Para Costa (2014) quando se habita diferentes espaccedilos a percepccedilatildeo tende a ser ainda
mais diversificada pois cada indiviacuteduo percebe diferentemente o mesmo espaccedilo de acordo
com a sua formaccedilatildeo cultural O ser humano possuir sentidos comuns que de modo geral
auxiliam na percepccedilatildeo espacial E por haver diversidade de proximidadedistacircncia com o uso
dos sentidos corporais em relaccedilatildeo ao espaccedilo eacute necessaacuterio manifestar uma relaccedilatildeo sensorial-
espacial como afirma Borges Filho 2007 p69
Por gradientes sensoriais entendem-se os sentidos humanos visatildeo audiccedilatildeo olfato
paladar O ser humano se relaciona com o espaccedilo circundante atraveacutes de seus
sentidos Cada um deles estabelece uma relaccedilatildeo de distacircnciaproximidade com o
espaccedilo Portanto efeitos de sentido importantes satildeo manifestados nessa relaccedilatildeo
sensorialidade-espaccedilo
Esta relaccedilatildeo sensorial-espacial por meio do sentido paladar permite o enfermeiro
detectar falhas no processo de autocuidado principalmente nas restriccedilotildees alimentares do
paciente na HD Como o paciente estabelece uma aproximaccedilatildeo mais intima no miacutenimo trecircs
vezes por semana com o enfermeiro este percebe alteraccedilotildees no peso seja pela pesagem
realizada a cada sessatildeo de HD ou pela aparecircncia fiacutesica
Segundo Martins e Riella (2013) os pacientes com DRC em tratamento de
hemodiaacutelise satildeo acometidos frequentemente por complicaccedilotildees nutricionais principalmente
pela desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteica que se constitui como uma complicaccedilatildeo fortemente
preditora agrave morbimortalidade destes Aleacutem da importacircncia cliacutenica do deacuteficit energeacutetico-
proteico nos pacientes em hemodiaacutelise a adequaccedilatildeo da aacutegua e dos micronutrientes ingeridos
pelos pacientes em hemodiaacutelise satildeo de extrema importacircncia principalmente em relaccedilatildeo ao
caacutelcio ferro soacutedio potaacutessio e foacutesforo nutrientes mais relacionados a complicaccedilotildees uma vez
que o rim natildeo consegue mais manter o controle do meio interno do organismo
Tem vezes que pego paciente comendo aqui durante a diaacutelise alimento trazido de
casa e que natildeo eacute o adequado para ele aiacute me aproximo e converso explicando
porquecirc natildeo deve comer (E2)
Eles se queixam de dietas alguns comeccedilam a mentir e tem dificuldade de manter um
controle da injesta hiacutedrica e alimentar percebemos que natildeo estatildeo se cuidando
quando chegam muito pesados isso acaba virando um ciclo difiacutecil de controlar
eles precisam saber controlar sua boca (E4)
97
O controle dieteacutetico assume o papel de prevenir ou melhorar a toxicidade urecircmica os
distuacuterbios metaboacutelicos associados ao ganho de peso interdialiacutetico a elevaccedilatildeo da pressatildeo
arterial e a progressatildeo da anemia e da osteodistrofia renal (MARTINS RIELLA 2013)
Sendo assim a avaliaccedilatildeo do estado nutricional do consumo alimentar e da ingesta hiacutedrica do
paciente em hemodiaacutelise realizada pelo enfermeiro eacute de fundamental importacircncia em
decorrecircncia da associaccedilatildeo direta que existe entre a dieta e as complicaccedilotildees advindas da sua
natildeo adesatildeo
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo
A terceira categoria emergiu em 40 (quarenta 1159) UR de um total de 345
(trezentos e quarenta e cinco100) UR extraiacutedas das 12 entrevistas (corpus da pesquisa)
Esta categoria seraacute discutida e analisada a seguir com a exemplificaccedilatildeo dos depoimentos
mais significativos dos depoentes do estudo a respeito do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Ao considerarmos a enfermagem como um trabalho realizado com e por meio das
pessoas o processo de comunicaccedilatildeo pode ser considerado uma das mais importantes
atividades e um dos instrumentos baacutesicos na assistecircncia de enfermagem (MASSOCO
MELLEIRO 2015) A comunicaccedilatildeo eacute utilizada com os pacientes com os familiares com os
colegas da equipe de enfermagem da equipe multiprofissional com todos os serviccedilos de
apoio e administrativos Na administraccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem eacute necessaacuterio ser
98
capaz de decodificar decifrar e perceber os significados das mensagens que satildeo enviadas
durante as interaccedilotildees possibilitando elaborar um plano de cuidados com vistas as
intervenccedilotildees ficar atento aos sinais verbais natildeo-verbais e paraverbais que podem ajudar nesta
tarefa
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a agente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo daacute seguranccedila para o paciente se vocecirc conversa com ele ele
identifica que se importa quer uma boa assistecircncia tem que ser receptivo ele
chega agraves vezes mal e se vocecirc manteacutem uma distacircncia grande entre ele aleacutem desta
distacircncia que eacute uma forma de comunicaccedilatildeo ele quer escutar de mim pelo tom de
voz e pelo olhar que ele eacute importante para mim ele quer atenccedilatildeo aquele eacute o
momento dele e ele precisa de mim E soacute acontece com a comunicaccedilatildeo (E5)
Os enfermeiros da HD descrevem a comunicaccedilatildeo natildeo verbal como algo essencial ao
cuidado como uma ferramenta capaz de identificar sinais e sintomas de complicaccedilotildees por
meio de expressotildees faciais do paciente tom de voz e olhar E a comunicaccedilatildeo verbal como
forma de dar continuaccedilatildeo a assistecircncia possibilitando passar orientaccedilotildees e captar possiacuteveis
problemas A comunicaccedilatildeo tem um objetivo uma meta um propoacutesito que eacute produzir uma
reaccedilatildeo ou uma mudanccedila para que esta comunicaccedilatildeo seja efetiva segundo Stefanelli e
Carvalho (2012) o processo tem iniacutecio a partir de algueacutem (emissor) com uma necessidade de
transmitir ou saber algo (mensagem) que necessita ser transmitida a outra pessoa (receptor) O
emissor tem um objetivo e este deveraacute ser traduzido num coacutedigo numa linguagem entendiacutevel
Haacute necessidade de um codificador pegar as ideias do emissor e colocaacute-la num coacutedigo
expondo o objetivo do emissor em forma de mensagem
Entender os coacutedigos da HD para o enfermeiro natildeo eacute algo impossiacutevel de se realizar
tanto o enfermeiro como o paciente desenvolvem com o passar do tempo no setor estrateacutegias
de se comunicarem de forma natildeo verbal o conviacutevio diaacuterio e de longa permanecircncia permite
estabelecerem uma boa interaccedilatildeo e identificar formas de comunicar por coacutedigos
99
A partir momento que se conhece esta linguagem do que eacute verbal e natildeo verbal vocecirc
consegue identificar algumas situaccedilotildees que satildeo pelos gestos se o paciente estaacute
passando mal [] agimos de forma intuitiva mas nem todo mundo tem essa
percepccedilatildeo Depois que se trabalha muito tempo com esta clientela passa-se a ter
experiecircncia e aumenta esta percepccedilatildeo Na aacuterea de HD ajuda muito ter esta
percepccedilatildeo porque por mais que a maacutequina monitore a pressatildeo arterial as
alteraccedilotildees comeccedilam antes da maacutequina alarmar (E3)
Comunicaccedilatildeo eacute tudo falo sempre ao paciente para que natildeo cubra o rosto durante a
HD e caso se sinta mal para levantar o braccedilo eacute muito importante eu manter um
olhar nas expressotildees dele estabelecemos algumas formas de comunicar porque ele
pode passar mal e natildeo conseguir chamar (E7)
Os depoentes afirmam que o tempo de experiecircncia com pacientes na HD aumenta a
percepccedilatildeo do enfermeiro e permite identificar gestos expressotildees e comportamentos aleacutem de
propor coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo que favoreccedilam o cuidado como levantar de
braccedilo natildeo cobrir o rosto entre outros Esses coacutedigos que a equipe estabelece com os
pacientes satildeo ditos como algo muito importante nas relaccedilotildees enfermeiro-paciente eacute algo
muito marcante em ambos os cenaacuterios investigados
Para entender o significado de uma mensagem baseado no comportamento dos
interlocutores de acordo com Knapp e Hall (1999) apud Broca e Ferreira (2014) eacute necessaacuterio
iniciar um coacutedigo este poderaacute ser a linguagem verbal em um segundo momento identificar os
comportamentos natildeo verbais associados a determinados comportamentos verbais Ao se
eliminar o canal verbal esses comportamentos natildeo verbais seratildeo captados como um coacutedigo
para a comunicaccedilatildeo e se a introduccedilatildeo dos comportamentos natildeo verbais natildeo interferir a
compreensatildeo da mensagem pelo receptor entatildeo os comportamentos natildeo verbais seratildeo
considerados uma forma de substituir o comportamento verbal portanto elementos de um
coacutedigo natildeo verbal ou seja um conjunto de accedilotildees que determina os significados atribuiacutedos a
certos coacutedigos como afirma (KNAPP E HALL pag 153 1999)
A maior parte de nosso comportamento natildeo verbal envolve mudanccedila de atitude ou
movimentaccedilatildeo Interagimos com as pessoas mantendo distacircncias variaacuteveis exibimos
diferentes gestos e posturas durante um encontro algumas vezes tocamos nos
outros outras natildeo rostoolhos e voz apresentam formas diversas Esta parte examina
esses comportamentos individualmente mas na conversaccedilatildeo diaacuteria a combinaccedilatildeo
desses sinais funcionando de maneira ajustada caracteriza nosso comportamento na
comunicaccedilatildeo
100
Entretanto como as pessoas natildeo conseguem alcanccedilar suas metas seus objetivos sem a
cooperaccedilatildeo do outro jaacute que eacute interdependente com outros na realizaccedilatildeo dos seus objetivos eacute
necessaacuterios que ambos envolvidos na interaccedilatildeo estejam comprometidos a fim de alcanccedilar os
objetivos Desta forma natildeo adianta o enfermeiro propor formas de se comunicar por meio de
coacutedigos se o paciente natildeo estiver disposto a cooperar eacute importante avaliar diariamente como
o paciente chegou e se ele estaacute apto a participar neste dia das formas de interaccedilotildees
preestabelecidas O cuidado de enfermagem congrega vaacuterias caracteriacutesticas dentre elas estatildeo
agrave interaccedilatildeo e a relaccedilatildeo dialoacutegica que se constroacutei com o outro assim eacute preciso desenvolver as
potencialidades dos profissionais para que na relaccedilatildeo interpessoal com os pacientes possam
dar atenccedilatildeo agraves necessidades inerentes ao cuidado daquele dia por meio da escuta ativa e de
uma comunicaccedilatildeo de aproximaccedilatildeo (BROCA FERREIRA 2015)
A distacircncia pode influenciar e definir o tipo de envolvimento e assim de
comunicaccedilatildeo que queremos manter com o outro Assim os diferentes padrotildees de distacircncia satildeo
mantidos dependendo com quem se estaacute comunicando e se relacionando natildeo se esquecendo
de que o ambiente tambeacutem poderaacute influenciar no distanciamento ou aproximaccedilatildeo dos corpos
As barreiras ou falhas na comunicaccedilatildeo podem advir da falta de habilidade para ouvir ver
sentir e compreender a mensagem do outro
Tem dias que o paciente chega me cumprimenta senta e natildeo conversa muito pega o
lenccedilol se cobre e vai dormir ou escutar muacutesica Jaacute sei que algo natildeo estaacute bem
porque convivemos com eles e sabemos seu comportamento aiacute me aproximo para
tentar conversar e ele se abrir Mas tem dias que natildeo querem conversar e nem
interagir aiacute me preocupo porque agraves vezes ele passa mal e natildeo expressa nada (E2)
A comunicaccedilatildeo eacute importante em vaacuterios sentidos primeiro porque no sentido
emocional o paciente que estaacute ali sentado quatro horas fazendo querendo ou natildeo
um tratamento que eacute desgastante para ele e muitas vezes ele natildeo quer estar ali []
entatildeo o simples fato de dar atenccedilatildeo para ele estar conversando com outros
pacientes faz com que o tempo passe e ele se sinta melhor (E10)
A habilidade de decodificar algo que estaacute intriacutenseco em gestos e comportamentos estaacute
relacionada com a forma de conhecimento e entendimento dos elementos da comunicaccedilatildeo A
forma de como nos colocamos e nos comportamos diante do outro pode influenciar de forma
negativa ou positiva e influenciar a efetividade da comunicaccedilatildeo (STEFANELLI
CARVALHO 2012) Ao perceber que o paciente se manteacutem em silecircncio com pouca ou
nenhuma interaccedilatildeo durante a sessatildeo de HD o enfermeiro identifica a necessidade de se
aproximar para buscar avaliar o porquecirc da mudanccedila de comportamento Este afastamento e
101
isolamento do paciente podem denotar uma falta de interesse pelo outro ou a negaccedilatildeo na
participaccedilatildeo nos processos de interaccedilotildees estabelecidas neste ambiente Observar padrotildees de
respostas emocionais ou fisioloacutegicas de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo ao
contexto da relaccedilatildeo interpessoal redefinindo os objetivos a serem alcanccedilados
Avaliar comportamento em um determinado ambiente de HD requer de o enfermeiro
estar atendo aos coacutedigos estabelecidos e satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer
interaccedilatildeo Segundo Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma
interaccedilatildeo eacute diretamente proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A
comunicaccedilatildeo adequada eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma
determinada situaccedilatildeo pessoa e tempo Tratando-se do relacionamento enfermeiro-paciente o
processo de comunicaccedilatildeo precisa ser eficiente para viabilizar uma assistecircncia humaniacutestica e
personalizada de acordo com suas necessidades Portanto o processo de interaccedilatildeo com o
paciente se caracteriza natildeo soacute por uma relaccedilatildeo de poder em que este eacute submetido aos cuidados
do enfermeiro mas tambeacutem por atitudes de sensibilidade aceitaccedilatildeo e empatia entre ambos
Comunicar-se envolve compartilhar sentimentos e emoccedilotildees de forma verbal ou natildeo
verbal em um relacionamento interpessoal Aleacutem disso a comunicaccedilatildeo eacute um processo
complexo dinacircmico tem uma evoluccedilatildeo natildeo tem iniacutecio e nem fim e se restringe a duas ou
mais pessoas (BROCA FERREIRA 2015) Desse modo os dados da pesquisa evidenciam
que os participantes relataram que a comunicaccedilatildeo eacute importante e se expressa de diferentes
formas e que na HD a natildeo verbal eacute muito mais abrangente E essa comunicaccedilatildeo precisa ser
entendida pelo paciente de modo a proporcionar-lhe acolhimento e a partir de suas
inquietaccedilotildees e queixas o enfermeiro consiga identificar e solucionar os problemas
identificados Portanto eacute vital estreitar estimular e fortalecer a relaccedilatildeo profissional e tambeacutem
emocional entre enfermeiro-paciente para fortalecimento e integraccedilatildeo da assistecircncia de
enfermagem
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a gente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo eacute importante porque tem o que eacute falado e natildeo eacute falado o paciente
crocircnico na convivecircncia a gente pega deles o que geralmente natildeo eacute falado E isso eacute
102
soacute com o tempo mesmo Mas eacute essencial para entender a adesatildeo uma
intercorrecircncia agraves vezes ele natildeo verbaliza soacute se expressa (E11)
A comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute referida como de grande importacircncia no processo
comunicativo pois pode completar uma informaccedilatildeo verbal (afirmando ou rejeitando)
enfatizar contradizer substituir avaliando indiacutecios sobre as emoccedilotildees ou mesmo controlar ou
regular uma relaccedilatildeo de interaccedilatildeo Ao afirmarem que a natildeo verbal eacute muito utilizada por ambos
nas interaccedilotildees pode-se entender que o emissor ao tentar transmitir uma mensagem por meio
de coacutedigos e o receptor natildeo compreender o sentido a que ela se refere poderaacute gerar uma
incongruecircncia no sentido real da comunicaccedilatildeo gerando equiacutevocos entre o emissor e o
receptor
Eacute fato que mesmo na comunicaccedilatildeo verbal o corpo assume uma variedade de posturas
que ajudam a traduzir melhor o significado das palavras que satildeo ditas Para Silva (2015) deve-
se na comunicaccedilatildeo proxecircmica se atentar acirc postura corporal expressotildees corporais
distanciamento entre os corpos pode-se tornar a comunicaccedilatildeo mais efetiva Desta forma um
receptor desatento pode natildeo captar toda a mensagem se natildeo observar aleacutem das palavras do
emissor E para os enfermeiros soacute com o tempo de convivecircncia eacute possiacutevel estabelecer e
identificar esses coacutedigos da HD que satildeo transmitidas e percebidas pelos sentidos corporais
Este fato tem uma relaccedilatildeo direta com os dados do perfil de profissionais em ambos os
cenaacuterios pois nenhum enfermeiro possui menos de dois anos de atuaccedilatildeo na HD desta forma a
expertise permite assim por dizer que este profissional possui habilidades suficientes para
detectar os coacutedigos natildeo verbais Esta habilidade de comunicaccedilatildeo eacute essencial ao profissional
que convive com pacientes sob cuidados na HD independente da aacuterea de formaccedilatildeo
especializada e sim o tempo de convivecircncia e experiecircncia adquiridas neste setor Entretanto
natildeo se pode afirmar que todos os profissionais que atuam nesta aacuterea teratildeo ou desenvolveratildeo
esta habilidade de percepccedilatildeo por meio da comunicaccedilatildeo natildeo verbal
Na atual globalizaccedilatildeo os profissionais estatildeo cada vez mais qualificados e capacitados
do ponto de vista tecnoloacutegico as exigecircncias para se ter atributos e conhecimentos satildeo
impostas devido agraves demandas impostas pelas mudanccedilas sociais e econocircmicas Neste contexto
a busca da produtividade tecnologia e qualidade dos serviccedilos exigindo novos atributos de
qualificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede tambeacutem satildeo impostas no setor de hemodiaacutelise
O papel do enfermeiro natildeo se restringe a executar teacutecnicas e procedimentos de maneira
eficiente e com qualidade mas sim um cuidado abrangente que implica entre outros
aspectos desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo Contudo para que haja eficiecircncia do
103
processo de cuidar eacute necessaacuterio avaliar a qualidade das interaccedilotildees com quem se cuida um ser
humano complexo e indivisiacutevel e que para entendecirc-lo seraacute necessaacuterio o uso da comunicaccedilatildeo
proxecircmica como instrumento do cuidado
Eacute a partir dessa premissa e diante da realidade dos enfermeiros do cenaacuterio da HD que
se reforccedila a importacircncia de que seja discutido entre os profissionais de sauacutede ligados
diretamente agrave assistecircncia ao paciente o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica como um dos mais
importantes aspectos do cuidado de enfermagem os quais vislumbram uma melhor
assistecircncia ao paciente e mudanccedilas em seu espaccedilo do cuidado
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Sentidos do
espaccedilo
Comunicaccedilatildeo
efetiva
O espaccedilo fixo
e semifixo
A comunicaccedilatildeo
proxecircmica no
processo de cuidar
104
E para que haja essas mudanccedilas eacute preciso atentar para fatores como a distribuiccedilatildeo dos
mobiliaacuterios e maquinaacuterios a forma como se posiciona no espaccedilo fiacutesico o uso dos sentidos nas
percepccedilotildees de gestos e expressotildees compreensatildeo do dito e do natildeo dito para uma comunicaccedilatildeo
mais efetiva
Esta Pesquisa apresenta algumas limitaccedilotildees dentre as quais pode se destacar que o
estudo foi realizado em instituiccedilotildees hospitalares puacuteblicas universitaacuterias e algumas conclusotildees
natildeo poderatildeo ser generalizadas e atender as expectativas das cliacutenicas sateacutelites que possuem
perfil de atendimento dos profissionais diferenciada
105
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Nem tudo eacute conclusivo
ldquoO novo natildeo estaacute no que eacute dito mas no acontecimento de sua voltardquo
Michel Foucault
Respondendo aos objetivos propostos deste estudo apoacutes anaacutelise das unidades de
registro com as suas respectivas categorias e com o mapeamento comportamental proxecircmico
fundamentado por Eduard T Hall verificou-se que o enfermeiro na hemodiaacutelise demarca seu
espaccedilo do cuidado como sendo um territoacuterio de invasotildees constantes do espaccedilo iacutentimo e
pessoal mas sempre atento ao uso dos sentidos corporais as accedilotildees satildeo baseadas na
observaccedilotildees e sons emitidos no ambiente e estes potencializam os avanccedilos na interaccedilatildeo para
uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
Comunicar-se aparece sob diferentes aspectos ou significados os quais foram
percebidos ou identificados devido a sua proximidade com os pacientes Para os profissionais
da enfermagem selecionados para a pesquisa a comunicaccedilatildeo ajuda mas depende do
paciente dizem que o paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresas mesmo assim o
processo facilita nos cuidados eacute importante para o paciente e para toda equipe ainda que ele
natildeo queira falar afinal eacute um mundo novo
O enfermeiro informa que o tempo (unidade fundamental de viver) eacute que define
quando se acostuma com a doenccedila que estabelece a relaccedilatildeo com equipe com os outros
pacientes aceitando melhor e descobrindo o que eacute diaacutelise Esse perceber e ficar junto com o
paciente possibilita verificar que eles tecircm vergonha do cateter ou da fiacutestula que se
incomodam quando as pessoas ficam olhando para elas e aos poucos vatildeo se interagindo e
entendendo o tratamento Essa proximidade pode ser considerada como proxecircmica
principalmente pelas limitaccedilotildees do espaccedilo da hemodiaacutelise verificadas no mapeamento
comportamental ambientes fechados escondidos controlados
Estudar comunicaccedilatildeo proxecircmica em espaccedilos diferentes fisicamente pode natildeo ser uma
tarefa faacutecil de realizar caracterizando um desafio da pesquisa entretanto essa opccedilatildeo
possibilitou entender melhor a dinacircmica do movimento dos corpos nos diferentes espaccedilos
propostos por Eduard THall essa opccedilatildeo ajuda nas contribuiccedilotildees dos resultados do objeto e
nas habilidades para realizar o meacutetodo como pesquisadora
Ao elaborar o mapeamento comportamental proxecircmico identifica-se que os espaccedilos
ainda que diferentes com amplitudes e mobiliaacuterios tambeacutem diferentes eacute fundamental a
106
ampliaccedilatildeo dos sentidos para uma accedilatildeo raacutepida durante as interaccedilotildees e intervenccedilotildees mesmo
estando a uma distancia puacuteblica ou social
Entretanto a dificuldade na percepccedilatildeo dos sentidos corporais como elemento da
comunicaccedilatildeo natildeo verbal foi identificada em alguns dos sujeitos por natildeo possuiacuterem
determinados sentidos aguccedilados ou ateacute natildeo entendem o processo com a utilizaccedilatildeo destes
sentidos durante o processo do cuidado A natildeo utilizaccedilatildeo desses sentidos dificulta a
percepccedilatildeo de determinadas situaccedilotildees de dor sofrimento ou alteraccedilotildees fisioloacutegicas Fato que
pode ser equacionado com o primeiro momento quando da interaccedilatildeo da equipe com o
paciente onde todos devem alinhar os pensamentos e procedimentos a serem adotados em
todo o processo do tratamento
Durante o processo de anaacutelise das respostas dos enfermeiros quanto aos
questionamentos realizados foram verificados que alguns elementos dificultam o processo de
utilizaccedilatildeo de uma comunicaccedilatildeo seja ela verbal ou natildeo verbal no atendimento do paciente
quando em tratamento em hemodiaacutelise que satildeo o espaccedilo com as caracteriacutesticas fixas e
semifixas das salas e suas divisotildees a disposiccedilatildeo das maacutequinas a falta de sala para consulta de
enfermagem dificuldade da percepccedilatildeo de alguns enfermeiros com a comunicaccedilatildeo natildeo verbal
O espaccedilo com as disposiccedilotildees dos equipamentos mobiliaacuterios e posicionamento das
equipes de enfermagem dificultam uma visualizaccedilatildeo global dos pacientes em suas maacutequinas
cujos procedimentos poderiam se iniciar com apenas um olhar Os setores de hemodiaacutelise
encontram-se sem padratildeo de infraestrutura fragmentando as salas de hemodiaacutelise natildeo
otimizando o fator humano e o material existente que satildeo escassos
Uma disposiccedilatildeo das maacutequinas em ldquoUrdquo ou em ciacuterculos onde encontrariacuteamos no centro
os enfermeiros com todos os controles dos pacientes escaninhos com prontuaacuterios telefone
computador sem obstaacuteculos para a visualizaccedilatildeo dos pacientes Diante deste cenaacuterio os
enfermeiros estariam mais receptivos para adotarem com mais frequumlecircncia a observaccedilatildeo dos
pacientes de forma mais natildeo verbal diminuindo o constrangimento de alguns por natildeo
quererem mostrar qualquer desconforto em virtude de estarem com outros no mesmo
ambiente
A falta de uma sala para consulta de enfermagem eacute referida como muito importante
pois evita o constrangimento inicial perante outros em tratamento eacute o momento ideal para
aliviar o tratamento que estaacute por vir evitando aquele choque imediato em uma maacutequina
mostrando um atendimento mais humanizado e principalmente a interaccedilatildeo da equipe de
enfermagem com o paciente facilitando o processo da utilizaccedilatildeo da linguagem natildeo verbal
onde podem ser feitos vaacuterios questionamentos quanto as suas reaccedilotildees corporais em resposta a
107
determinados estiacutemulos e estabelecer ateacute coacutedigos entre eles Deve sempre lembrar o
enfermeiro que esse novo ambiente a ser frequumlentado pelo paciente seraacute a sua segunda casa
A humanizaccedilatildeo destes espaccedilos busca permitir ao paciente um melhor conforto fiacutesico e
psicoloacutegico
A distribuiccedilatildeo espacial gera uma seacuterie de comportamentos e praacuteticas inconscientes
Assim sendo os processos de comunicaccedilatildeo de um setor tambeacutem satildeo influenciados por esta
distribuiccedilatildeo Os fluxos de comunicaccedilatildeo ascendente descendente e lateral estatildeo sujeitos a essa
influecircncia Foi possiacutevel perceber como a arquitetura eacute uma variaacutevel na constituiccedilatildeo das
relaccedilotildees dentro do setor de hemodiaacutelise Na relaccedilatildeo entre as estruturas arquitetocircnicas e as
accedilotildees dos indiviacuteduos verifica-se uma interferecircncia nos resultados da comunicaccedilatildeo Sendo
assim ao formular e projetar espaccedilos de trabalho eacute cada vez mais relevante refletir sobre
alguns principais elementos arquitetocircnicos visto que essas escolhas tecircm funccedilotildees objetivas a
cumprir conforme o tipo de ambiente e atividades realizadas nele porque podem influenciar
nas vidas das pessoas gerando percepccedilotildees e sensaccedilotildees
Ficou confirmado que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a
consulta de enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de
satisfaccedilatildeo biopsicossocial destacando que a consulta de enfermagem favorece o
estabelecimento de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e
flexibilidade que proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de
acolhimento favorecendo a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais
efetiva prazerosa respeitando os limites territoriais aceitos socialmente
Ressalta-se que o processo de cuidar natildeo ocorre isoladamente mas por meio de
intencionalidade interaccedilatildeo disponibilidade e confianccedila entre profissional e paciente O
profissional de enfermagem deve ter em sua rotina a praacutetica de promover medidas de
conforto sendo um gestor do cuidado e de emoccedilotildees fazendo com que o paciente se mantenha
interagido com o ambiente fiacutesico e social
A interpretaccedilatildeo do resultado das observaccedilotildees e das entrevistas dos participantes do
estudo possibilitaram inferir que a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade
no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos corporais e a forma como
nos comunicamos A partir da teacutecnica de anaacutelise do conteuacutedo foram encontradas algumas
evidecircncias representadas nas unidades de codificaccedilatildeo e categorias que demarcam o espaccedilo e
suas interaccedilotildees Pode-se entender que o ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer lugar que
o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com o
108
paciente atentando para natildeo violar sua privacidade que no uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio
um fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e
fixas do espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro
Os sentidos do espaccedilo representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com
confianccedila de quem se cuida empatia ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e
formas diferentes de se comunicar eacute expressar arranjos espaciais singulares com fluxo
adequado olhar identificando mudanccedilas no comportamento envolvimento e interesse ouvir eacute
estar atento agrave entonaccedilatildeo da voz aspectos emocionais e comportamentos gestuais tocar eacute
viacutenculo acolhimento sendo que o toque instrumental-afetivo deveraacute evoluir na HD a
memoacuteria olfativa na HD eacute gerada pelos odores corporais e odores ambientais o paladar na
HD eacute alerta de restriccedilotildees alimentares e hiacutedricas do paciente
A comunicaccedilatildeo para os enfermeiros durante o cuidado na HD eacute saber captar as
expressotildees faciais e corporais para um cuidado singular estabelecer coacutedigos de comunicaccedilatildeo
ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando conforto
seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar a qualidade das interaccedilotildees
A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no cuidado e a
comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo de
redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
109
REFEREcircNCIAS
ABIB G Observaccedilatildeo participante em estudos de Administraccedilatildeo da informaccedilatildeo no
Brasil RAE v 53 n 6 p 604-616[online] 2013 [acesso em 13 de marccedilo de 2017]
ABUDERNE P NAISBITT Mega tendecircncias para as mulheres Traduccedilatildeo de Magda
Lopes ndash Rio de janeiro Rosa dos Tempos 1993
ALVES S FRANCO S CASTANtildeER M CAMERINO O HILENO R RODRIGUES J
El anaacutelisis de la comunicacioacuten paraverbal cineacutesica y proxeacutemica de los instructores de fitness
mediante patrones temporales (T-patterns) Cuad psicol deporte 15(1) 111-122 ene-jun
2015 ilus tab| IBECS | ID ibc-138318
ANGROSINO M Etnografia e observaccedilatildeo participante Coleccedilatildeo Pesquisa Qualitativa
Bookman Editora 2009
AZEVEDO AL et al Communication of nursing students in listening to patients in a
psychiatric hospital Escola Anna Nery v 21 n 3 2017
AZEVEDO AL ARAUacuteJO STC VIDAL VLL How nursing students perceive
communication with patients in mental health RevActa paul enferm vol28 no2 - Satildeo
Paulo MarApr 2015
BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Ed Revista e ampliada Lisboa Ediccedilotildees 70 2011
BENNER PE TANNER CA CHESLA CA Expertise in nursing practice Caring
clinical judgment and ethics Springer Publishing Company 2009
BITTENCOURT GKGD CROSSETTI MGO Habilidades de pensamento criacutetico no
processo diagnoacutestico em enfermagem Rev esc enferm USP [online] 2013 vol47 n2
pp341-347 ISSN 0080-6234 httpdxdoiorg101590S0080-62342013000200010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedila cardiovascular
cerebrovascular e renal crocircnica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 14 Brasiacutelia-DF Ministeacuterio da Sauacutede 2006
110
_______ Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador de Doenccedila Renal
Portaria Nordm 1168GM em 15 de junho de 2004 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesportaria_1168_achtm Acesso em 29072016
________ Ministeacuterio da sauacutedeOrganizaccedilatildeo da linha de cuidado da pessoa com Doenccedila
Renal Crocircnica (DRC) Portaria Nordm 389 de 13 de marccedilo de 2014 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2014prt0389_13_03_2014html Acesso em
29072016
________ Misteacuterio da Sauacutede Plataforma Brasil Disponiacutevel em
httpwwwsaudegovbrplataformabrasil acesso em 03032016
________ Ministeacuterio da Sauacutede Portal do Datasus Disponiacutevel em
lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=01gt Acesso em 31072016
________ Resoluccedilatildeo da diretoria colegiada- RDC Nordm 154 de 15 de junho de 2004
Estabelece o Regulamento Teacutecnico para funcionamento dos Serviccedilos de Diaacutelise Disponiacutevel
em wwwsaudemggovbr rsaquo Acesso em 15082016
_________ Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada - RDC ndeg 11 de 13 de marccedilo de 2014 Dispotildee
sobre os Requisitos de Boas Praacuteticas de Funcionamento para os Serviccedilos de Diaacutelise e daacute
outras providecircncias Acesso em 15082016 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisanvisa2014rdc0011_13_03_2014pdf
________ Conselho Nacional de Sauacutede - CNS Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de
2012 Disponiacutevel em httpwwwconselhosaudegovbrresolucoes2012Reso466pdf
acesso em 160314
BOLLNOW O F O homem e o espaccedilo Curitiba Editora UFPR 2008
BORGES FILHO O Espaccedilo e literatura introduccedilatildeo agrave topoanaacutelise Satildeo Paulo Ribeiratildeo
Graacutefica e Editora 2007
BOSI MLM Pesquisa qualitativa em sauacutede coletiva panorama e desafios Ciecircnc Sauacutede
Coletiva 2012 17575-86
BROCA PV FERREIRA MA Equipe de enfermagem e comunicaccedilatildeo contribuiccedilotildees para o
cuidado de enfermagem Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 02 de marccedilo de
2016]65(1)97-103 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n114pdf
111
BROCA PV FERREIRA MA Nursing staff and nonverbal communication Rev Reme
min enferm 18(3)697-702jul-set 2014
BROCA PV FERREIRA MA Processo de comunicaccedilatildeo na equipe de enfermagem
fundamentado no diaacutelogo entre Berlo e King Rev Esc Anna Nery 201519(3)467-474
BROCA PV FERREIRA MA Action plan for the communication process in a nursing team
Acta Scientiarum Health Sciences Maringaacute v 38 n 1 p 23-31 Jan-June 2016
BRUNI A Ensentildeanza de las competencias cineacutesica y proseacutemica a estudiantes de lenguas
extranjeras Nuacutecleo [online] 2011 vol23 n28 [acesso 2015 maio 06] pp 91-
114Disponiacutevelemlthttpwwwscieloorgvescielophpscript=sci_arttextamppid=S079897842
011000100004amplng=esampnrm=isogt ISSN 0798-
CAMELO S H H Competecircncia profissional do enfermeiro para atuar em Unidades de
Terapia Intensiva uma revisatildeo integrativa Revista Latino-Americana de Enfermagem v
20 n 1 p 192-200 2012
CAMERON LE ARAUacuteJO STC Visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo na assistecircncia em
enfermagem traumato-ortopeacutedica Rev Esc Enferm USP 2011 [online 45(1)95-9
[Disponiacutevel em] wwweeuspbrreeusp
CAVALCANTE RB CALIXTO P PINHEIRO MMK Anaacutelise de conteuacutedo consideraccedilotildees
gerais relaccedilotildees com a pergunta de pesquisa possibilidades e limitaccedilotildees do meacutetodo Inf amp
Soc Est Joatildeo Pessoa v24 n1 p 13-18 janabr 2014
CHEEVER KH HINKLE J L Brunner amp Suddarth Tratado de Enfermagem Meacutedico-
Ciruacutergica - 2 vols13ordf ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2015
CHERCHIGLIA ML et al Determinants of expenditures on dialysis in the Unified National
Health System Brazil 2000 to 2004 Cad Sauacutede Puacuteblica [online] 2010 vol26 n8
pp1627-1641 ISSN 1678-4464 Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0102-
311X2010000800016
CHOI ES LEE J Effects of a face-to-face self-management programo n knowledge self-
care practice and kidney function in patients with chronic kidney disease before the renal
replacement therapy Journal of Korean Academy of Nursing v42 n7 p 1070-78 2012
112
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem Anaacutelise de dados dos profissionais de
enfermagem existentes nos Conselhos Regionais Marccedilo de 2011 Disponiacutevel em
httpwwwportalcofengovbrsitenovositesdefaultfilespesquisaprofissionaispdf acesso
em 06052016
_______- Conselho Federal de Enfermagem Lei Cofen nordm 749886 Regulamentaccedilatildeo do
exerciacutecio de enfermagem Disponiacutevel em httpwwwportalcofengovbr
Site2007materiasaspArticleID=22ampsectionID=35 Acesso em 05082017
COSTA LRG NOVAES MR FERNANDES SEF LUNA LCG ALEXANDRE CS
Avaliaccedilatildeo do risco de doenccedila renal crocircnica em uma amostra populacional de diabeacuteticos Rev
Ciecircnc Sauacutede Nova Esperanccedila ndash Jun 201412(1) Disponiacutevel em
httpwwwfacenecombrwp-contentuploads201011AvaliaC3A7C3A3o-do-risco-
de-doenC3A7a-renal-crC3B4nicapdf Acesso em29072016
COSTAISR Food to memory kitchen representation in the lyric Lucia Maria Dal Farra
Rev Topus 2014 Disponiacutevel em
wwwrevistatopuscombrenenviados201654211110Acesso em23082017
CROSSETTI MGO BITTENCOURT GKGD LIMA AAA GOacuteES MGO SAURIN
Structural elements of critical thinking of nurses in emergency care Rev Gauacutecha Enferm
2014 set35(3)55-60 [on-line ]
Disponiacutevel em wwwseerufrgsbrrevistagauchadeenfermagem
CUNHA ACC SPANHOL CID Lideranccedila feminina caracteriacutesticas e importacircncia agrave
identidade da mulher Rev Saber Humano - Ano 4 nuacutemero 5 - 2014 ISSN 2178-7689
DESLAURIERS JP KEacuteRISIT M O delineamento de pesquisa qualitativa In POUPART
J e al A pesquisa qualitativa enfoques epidemioloacutegicos e metodoloacutegicos Petroacutepolis RJ
Vozes 2008p 127-153
FARIAS L M et al Comunicaccedilatildeo proxecircmica entre a equipe de enfermagem e o receacutem-
nascido na unidade neonatal Rev RENE Fortaleza v 11 n 2 p 37-43 abrjun 2010
Disponiacutevel em httpwwwrepositorioufcbrbitstreamriufc1466312010_art_lmfariaspdf
Acesso em 31 de julho de 2016
FERNANDES M CRUZ L Adesatildeo ao regime terapecircutico da pessoa em iniacutecio de
hemodiaacutelisendashintervenccedilatildeo do enfermeiro CIAIQ v 2 2017
FORMOZO GA et al As relaccedilotildees interpessoais no cuidado em sauacutede uma aproximaccedilatildeo ao
problema Revista Enfermagem UERJ v 20 n 1 p 124-127 2012
113
FRANCO RF STRALEN CJV The living space and its importance for the production of
subjectivity Psicologia em Revista Belo Horizontev18n3-402-419dez 2012
FURTADO AMO SOUZA SROS OLIVEIRA BL GARCIA CN El enfermero
asistencial y educador en una unidad de trasplante renal un desafio Enfermeriacutea Global vol
11 nuacutem 3 julio 2012 pp 346-350 Universidad de Murcia Murcia Espantildea
GALVAtildeO MTG PAIVA SS SAWADA NO PAGLIUCA LMF Anaacutelise da
comunicaccedilatildeo proxecircmica com portadores de hivAIDS Rev latino-am enfermagem 2006
julho-agosto 14(4) Disponiacutevel em wwweerpuspbrrlae Acesso em 121113
GEERTZ C A interpretaccedilatildeo das culturas - led ISreimpr - Rio de Janeiro LTC 2008
GIBBS G El anaacutelisis de datos en investigacioacuten cualitativa Ediciones Morata 2012
GRUBA C et al Processo de territorializaccedilatildeo e mapeamento em saude da familia Revista
do Curso de Enfermagem v 3 n 3 2015
HALL E T A Dimensatildeo ocultaTraduccedilatildeo Waldeacuteia Barcellos 1ordf ediccedilatildeo Ed Martins Fontes
Satildeo Paulo 2005
HELLER E A psicologia das cores como as cores afetam a emoccedilatildeo e a razatildeo [Traduccedilatildeo
Maria Luacutecia Lopes da Silva] 1 Ed Satildeo Paulo Gustavo Gili 2013
HORIGAN AE SCHNEIDER SM DOCHERTY S BARROSO J The experience and
self-management of fatigue in patients on hemodialysis Nephrol Nurs J [acesso em
27022016] v 40 n2 p113-22 marabr 2013 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
HUELGAS RG CASTELAO AM ARTOLA S GOacuteRRIZ JL MENEacuteNDEZ E Documento
de Consenso sobre el tratamiento de la diabetes tipo 2 en el paciente con enfermedad renal
crocircnica Nefrologiacutea (Madr) vol34 no1 Santander 2014 [acesso 2015 maio 05] Disponiacutevel
em httpdxdoiorg103265Nefrologiapre2013Nov12369
KNAPP ML HALL JA Comunicaccedilatildeo natildeo-verbal na interaccedilatildeo humana [Traduccedilatildeo
Barros MAL] ndash Satildeo Paulo JSN editora 1999
114
LANZONI GMM et al Interaccedilotildees no ambiente de cuidado explorando publicaccedilotildees de
enfermagem Rev bras enferm vol64 no3 Brasiacutelia MayJune 2011 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg101590S0034-71672011000300024 Acesso em 160816
LIM CHI EUNG DANFORN NG RACHEL W C CHENG NGA CHONG
LISA CIGOLINI MARIA KWOK CANNAS BRENNAN FRANK Advance care
planning for haemodialysis patients Cochrane Database Syst Rev 7 CD010737 2016 Jul
26| MEDLINE | ID mdl-27457661
LUumlDKE M ANDREacute MEDA Pesquisa em educaccedilatildeo abordagens qualitativas 2ordf ed
Satildeo Paulo EPU 2013
LUZ GM KUHNEN A O uso dos espaccedilos urbanos pelas crianccedilas explorando o
comportamento do brincar em praccedilas puacuteblicas Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica 263 (2013)
[acesso em 09 de abriel de 2016] 552-560 Disponiacutevel em
httpwwwredalycorgarticulooaid=18828877015
MACEDO SM SENA MCS MIRANDA KCL Consulta de enfermagem ao paciente
com HIV perspectivas e desafios sob a oacutetica de enfermeiros Revista Brasileira de
Enfermagem v 66 n 2 2013
MARCONI M A LAKATOS E M Fundamentos de Metodologia cientiacutefico 7ordm ed
Atlas 2011
MARTINS C RIELLA MC Nutriccedilatildeo e o Rim2ordf ediccedilatildeo - Guanabara Koogan 2013
MASSOCO ECP MELLEIRO MM Comunicaccedilatildeo e seguranccedila do paciente percepccedilatildeo dos
profissionais de enfermagem de um hospital de ensino Rev REME Rev Min Enferm 2015
abrjun 19(2) 187-191
MEDEIROS AJS MEDEIROS EMD Desafios do tratamento hemodialiacutetico para o portador
de insuficiecircncia renal crocircnica e a contribuiccedilatildeo da enfermagem Revista brasileira de
educaccedilatildeo e sauacutede v 3 n 1 2013
MENEZES FG BARRETO DV ABREU RM ROYEDAF PECOITS FILHO RF
Panorama do tratamento hemodialiacutetico financiado pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede - Uma
perspectiva econocircmica Rev J Bras Nefrol 201537(3)367-378
MENON Daniele MARTINS Andreia Pereira DYNIEWICZ Ana Maria Condiccedilotildees de
conforto do paciente internado em UTI neonatal Sauacutede v 1 n 1 2014
115
MINAYO MCS O desafio do conhecimento-Pesquisa qualitativa em sauacutede 13ordf Ed Satildeo
Paulo Hucitec Rio de Janeiro (RJ) Abrasco 2013
MINAYO MCS ASSIS SG SOUZA ER Avaliaccedilatildeo por triangulaccedilatildeo de meacutetodos
Abordagem de Programas Sociais Rio de janeiro Editora FioCruz 244 pp ISBN 85-
89697-06-1 3ordf reimpressatildeo 2010
MOURA L PRESTES IV DUNCAN B B Schmidt MI Building a national database
of patients receiving dialysis on the Brazilian Unified Health System 2000-2012 Rev
Epidemiol Serv Sauacutede v23 n2 Brasiacutelia jun 2014 Disponiacutevel em
httpdxdoiorg105123S1679-49742014000200004 Acesso em 31 de julho de 2016
MOURAtildeO CML ALBUQUERQUE MAS SILVA APS OLIVEIRA MS
FERNANDES AFC Comunicaccedilatildeo em enfermagem uma revisatildeo bibliograacutefica Rev rene
fortaleza v 10 n 3 p 139-145 julset2009
NERY I S GOMES I S MORAES S D S VIANA L M M Percepccedilatildeo de enfermeiras
sobre as relaccedilotildees interpessoais na consulta de enfermagem Revista de Enfermagem da
UFPI v 1 n 1 2012
NUNTABOOT KHANITTA Actual Nursing Competency among Nurses in Hospital in
Vietnam International Scholarly and Scientific Research amp Innovation 10(3) 2016
Disponiacutevel em wasetorgPublicationactual-nursingnurses-inin10004833 Acesso em
05082017
OLIVEIRA MB Aplicado ao projeto arquitetocircnico Da concepccedilatildeo agrave apresentaccedilatildeo de
projetos Editora Novatec 2015
OLIVEIRA S K P QUEIROZ A P O MATOS D P M MOURA A F LIMA
FET (2012) Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da literatura
Revista Brasileira de Enfermagem REBEn 65(1) 155 - 161 Acedido a 18052013
Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-
71672012000100023amplng=enampnrm=isoamptlng=PT
OLIVEIRA SKP et al Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da
literatura Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012
116
PERUSSO IAO Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador da Doenccedila Renal Dissertaccedilatildeo de
mestrado - (Universidade Federal de Pernambuco 2013-08-30) Disponiacutevel em
httprepositorioufpebrhandle12345678911450 acesso em 10052017
PESSOA NRC LINHARES FMP Hemodialysis patients with arteriovenous fistula
knowledge attitude and practice Rev Esc Anna Nery vol19 no1 Rio de
Janeiro JanMar[Internet] 2015[acesso em 10 de marccedilo de 2017] 19(1)73-79 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg1059351414-814520150010
PIESZAK GM TERRA MG NEVES ET PIMENTA LF PADOIN SMM RESSEL LB
Percepccedilatildeo dos profissionais de enfermagem acerca do cuidar em centro obsteacutetrico Rev Rene
2013 14(3)568-78
POTT FS STAHLHOEFER T FELIX JVC MEIER MJ Medidas de conforto e
comunicaccedilatildeo nas accedilotildees de cuidado de enfermagem ao paciente criacutetico Rev Bras Enferm
Brasiacutelia 2013 mar-abr 66(2) 174-9
PROCHET TC SILVA MJP Fatores ambientais como coadjuvantes na comunicaccedilatildeo e no
cuidar do idoso hospitalizado Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 08 de abril de
2016]65(3)488-94 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n3v65n3a14pdf
PROCHET TC SILVA MJP Proxecircmica as situaccedilotildees reconhecidas pelo idoso
hospitalizado que caracterizam sua invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial Texto amp Contexto
Enfermagem v17 n2 p321-326 2008 Disponiacutevel em HTTPdxdoiorg10159050104-
070720080002000014 Acesso em05102012
PUGGINA AC et al Percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo e necessodades dos familiares em
Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Anna Nery Enferm 18 (2)283-283 Apr-Jun2014
REBOUCcedilAS CBA PAGLIUCA LMF RODRIGUES JUacuteNIOR JC OLIVEIRA
GOB ALMEIDA PC El anaacutelisis comparativo de la comunicacioacuten no verbal entre enfermero
y paciente ciego Index enferm 24(3) 134-138 jul-sept 2015 IBECS | ID ibc-142698
RODRIGUEZ PA GARREOLMO J FRANCH NJ DIEZ EJ MUNDETTX BARROT
PJ et al Prevalence of chronic kidney disease in patients with type 2 diabetes in Spain
Percedime 2 study BMC Nephrol 20131446
RODRIGUES Fernando de Assis SANTANA Ricardo Cesar Gonccedilalves Restriccedilotildees
tecnoloacutegicas e de acesso a dados disponiacuteveis sobre destinos de repasses financeiros federais
117
para a sauacutede puacuteblica em ambientes informacionais digitais XIII Encontro Nacional de
Pesquisa em Ciecircncia da Informaccedilatildeo - 2013
SANTOS AR Metodologia cientiacutefica Construccedilatildeo do conhecimento ndash 8ordf Ed revisada
conforme NBR147242011 Rio de Janeiro Lamparina 2015
SAVI A E RECH G RF Apropriaccedilatildeo Espacial Das CrianccedilasndashUm estudo ergonocircmico no
paacutetio escolar Estudos em Design v 23 n 3 p 1-14 2015
SCHIMIDT TCG Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso hospitalizado Tese de
(Doutorado) ndash Universidade de Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Enfermagem Satildeo Paulo 2012
SCHIMIDT TCG YEDA YAO SILVA MJP Avaliaccedilatildeo mediata na replicaccedilatildeo do
Programa de Capacitaccedilatildeo em Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal em Gerontologia Rev esc enferm
USP [internet] [acesso em 13 de abril de 2016] vol49 no2 Satildeo Paulo marabr 2015
[Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0080-623420150000200017]
SCHIMIDT TCG SILVA MJP Reconhecimento dos aspectos tacecircsicos para o cuidado
afetivo e de qualidade ao idoso hospitalizadoRev esc enferm USP[internet] [acesso
em13 de abril de 2016] vol47 no2 Satildeo Paulo abr 2013 [httpdxdoiorg101590S0080-
62342013000200022
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Influecircncia das caracteriacutesticas fiacutesicas humanas na
comunicaccedilatildeo do profissional das sauacutede com o idoso REMErevminenferm17(3)510-
516jul-set2013 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfreeuspv46n312pdf Acesso
em15072015
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Proxecircmica e cineacutesica como recursos comunicacionais
entre o profissional de sauacutede e o idoso hospitalizado RevenfermUERJ 20(3)349-354 jul-
set 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_nlinksamppid=S0034-
7167201400060092800012amplng=en Acesso em 15072015
SESSO RC LOPES AA THOMEacute FS LUGON JR MARTINS CT Inqueacuterito
Brasileiro de Diaacutelise Crocircnica 2014 Rev J Bras Nefrol 201638(1)54-61
SHAUGHNESSY J ZECHMEISTERE ZECHMEISTERJ Research Methods in
Psychology Mc Graw-Hill Eduaction 10ordf edition 2014
118
SILVA MJP A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da enfermagem Capiacutetulo 4 Pag
50 a 64 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
SILVA MJP Comunicaccedilatildeo tem remeacutedio a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees interpessoais em
sauacutede 10ordfed Satildeo Paulo (SP) Loyola 2015
SILVA Larissa Gutierrez da MATSUDA Laura Misue WAIDMAN Maria Angeacutelica
Pagliarini The structure of a public emergency care service from the workers view
perspectives on quality Texto amp Contexto-Enfermagem v 21 n 2 p 320-328 2012
SILVA MAM PINHEIRO KB SOUZA AMA MOREIRA ACA Health promotion in
hospital settings Revista Brasileira de Enfermagem 64 (3)596-599 2011
SILVA TM RAQUEL MPS ALVESCS PAZ JSM ALTERACcedilAtildeO NO PALADAR
DE IDOSOS E SUAS REPERCUSSOtildeES NUTRICIONAIS Anais do 4ordm Congresso
Internacional de Envelhecimento Humano 2015
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC) SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA) VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010 95(1 supl1) 1-51)
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (SBN) Censo de diaacutelise SBN
2014Disponiacutevel em http wwwsbnorgbrpdfpublico2012pdf Acesso em 15062016
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM EM NEFROLOGIA (SOBEN)
Disponiacutevel emwwwsbnorgbrpdfcenso_2014_publicopdf acesso em 06022016
STAKE RE REIS K Pesquisa qualitativa estudando como as coisas funcionam Porto
Alegre (RS) Penso 2011
STEFANELLI MC CARVALHO EC A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da
enfermagem 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
STRAUSS AL CORBIN J Pesquisa Qualitativa Teacutecnicas e Procedimentos para o
Desenvolvimento de Teoria Fundamentada 2ordf ed Porto Alegre Artmed 2008
TEIXEIRA Maria Cristina Triguero Veloz et al Protective factors associated with emotional
and behavioral problems in school children Estudos de Psicologia (Campinas) v 31 n 4
p 539-548 2014
119
TERRA AC VAGHETTI HH Proxemics communication in nursing work an integrative
literature review Cienc enferm vol20 no1 Concepcioacuten abr 2014
TERRA AC Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de enfermeiros
hospitalares Dissertaccedilatildeo de (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande Escola de
Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Rio Grande 2013
TONG A FLEMMING K MCINNES E OLIVER S CRAIG J Enhancing transparency in
reportingthe synthesis of qualitative research ENTREQ BMC Med Res Methodol
[internet] 2012 [acesso em 10 de abril de 2016]12181-8 [Disponiacutevel em
httpbmcmedresmethodolbiomedcentralcomarticles1011861471-2288-12-181
UNITED STATES RENAL DATA SYSTEM (USRDS) Annual Data Report National
Institutes of Health National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases
Bethesda 2014
VALADARES GV VIANA LO O Processo de formaccedilatildeo na especialidade a partir da
experiecircncia do enfrentamento do conhecimento novo Rev Cogitare Enferm 2009 [acesso
em 08042016] AbrJun 14(2)379-83 Disponiacutevel em
httprevistasufprbrcogitarearticleviewFile1566810409
VASCONCELOS SG Comunicaccedilatildeo entre matildee-filho em alojamento conjunto a luz dos
fatores proxecircmicos Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Cearaacute UFC Universidade federal do Cearaacute
2006
YANG YI BAKER S KANNAN A RAMANAN D Recognizing proxemics in personal
photos Computer Vision and Pattern Recognition (CVPR) [internet] 2012 [acesso
em24052016] IEEE Conference on IEEE[internet] 2012
Disponiacutevelemhttpieeexploreieeeorgxplloginjsptp=amparnumber=6248095ampurl=http3
A2F2Fieeexploreieeeorg2Fxpls2Fabs_alljsp3Farnumber3D6248095
ZANARDO GM ZANARDO GM KAEFER CT Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de
Enfermagem Revista Contexto amp Sauacutede Ijuiacute bull v 10 bull n 20 bull JanJun 2011 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
120
APENDICE
15
APEcircNDICE A Termo de Consentimento do HUCFF e HUPE
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
121
16
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga
FilhoHUCFFUFRJ ndash R Prof Rodolpho Paulo Rocco ndeg 255 ndash Cidade UniversitaacuteriaIlha do
Fundatildeo - Sala 01D-461deg andar - pelo telefone 3938-2480 de segunda a sexta-feira das 8 agraves
15 horas ou atraveacutes do e-mail cephucffufrjbr
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
122
17
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
123
18
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Pedro
ErnestoHUEPUERJ ndash Rua Boulevard nordm 28 de setembro 77 - Vila Isabel Cep 20551-
030 - Rio de Janeiro ndash RJ Teacuterreo do HUPE Tels 2868-8253 e-mail cep-hupeuerjbr
Atendimento de segunda-feira a sexta-feira das 0900-1200h e 1300-1700h
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
124
19
APEcircNDICE B IDENTIFICACcedilAtildeO DOS SUJEITOS
Coacutedigo de identificaccedilatildeo ________________ Idade______________________
Sexo ( ) F ( ) M
Data ______________
Dados Profissionais
1Tempo de atuaccedilatildeo como enfermeiro________________________
2 Tempo de atuaccedilatildeo na nefrologia__________________________
3 Funccedilatildeo ( ) chefia ( ) assistecircncia ( ) chefiaassistecircncia
4 Haacute quanto tempo_________________________________________
5 Trabalha em outra instituiccedilatildeo com esta pacientela
( ) sim ( ) natildeo
6CapacitaccedilatildeoAperfeiccediloamento realizados apoacutes a graduaccedilatildeo
( ) sim ( ) natildeo
QualQuais
Contatos
Telefone___________________________________
Endereccedilo eletrocircnico___________________
125
20
APEcircNDICE C ndash QUESTOtildeES NORTEADORAS DE ENTREVISTA
Coacutedigo de identificaccedilatildeo________________________________
Data___________ Iniacutecio________________Teacutermino__________________
1 Identifique no mapeamento comportamental sua localizaccedilatildeo nos diferentes momentos
do cuidado
2 Quais as dificuldades e facilidades do ambiente para auxiliar na comunicaccedilatildeo durante
o cuidado (Mobiliaacuterio iluminaccedilatildeo biombos cadeiras maacutequina de diaacutelise poltronas
de HD posto de enfermagem bancada de preparaccedilatildeo de medicamentos balanccedila sala
de curativos pia para lavagem da fistula)
3 Identifique os diferentes sentidos corporais com as distacircncias mantidas durante o
cuidado intima pessoal social puacuteblica
4 Explique como a postura corporal do profissional pode ser avaliada favoravelmente
pelo paciente (de peacute sentado ombro a ombro de costas de frente)
5 Qual a sua percepccedilatildeo sobre a importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente na hemodiaacutelise
126
58
APEcircNDICE D Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado natildeo participante Coacutedigo de identificaccedilatildeo do sujeito______________________
Dados de identificaccedilatildeo do paciente
Coacutedigo do paciente
Data de nascimento Sexo Dia da semana Inicio da HD no setor
Fatores
proxecircmicos
Situaccedilatildeo
Tempo
de
duraccedilatildeo
Posiccedilatildeo Distacircncia Tom de voz Eixo dos
Interlocutor
es
Comportamento
de contato
Contato
visual
Comunicaccedilatildeo
verbal
Impressotildees da
pesquisadora
( )de peacute
( )sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( ) outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
127
82
ANEXO
128
82
ANEXO A ndashFolha de rosto da Plataforma Brasil
129
82
ANEXO B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia do HUPE
130
82
ANEXO C ndash Declaraccedilatildeo de coparticipante do HUCFF
83 131
82
ANEXO D- Parecer do EEANHESFA
132
82
ANEXO E- Parecer do HUCFFUFRJ
133
82
ANEXO F - Parecer do HUPE UERJ
134
3
Autorizo a reproduccedilatildeo e divulgaccedilatildeo total ou parcial deste trabalho por qualquer meio
convencional ou eletrocircnico para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte
Moreira Alessandra Guimaratildees Monteiro
Os sentidos do espaccedilo e dos corpos na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo proxecircmica da
enfermagem com o paciente renal Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira - Rio de
Janeiro UFRJEEAN 2017
135f Il 31cm
Orientadora Profordf Drordf Siacutelvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
Teses - Doutorado ndash UFRJEEANPrograma de Poacutes- Graduaccedilatildeo em
Enfermagem 2017
Referecircncias f107-148
1 Proxecircmica 2 Comunicaccedilatildeo natildeo verbal 3 Diaacutelise Renal 4 Enfermagem I Arauacutejo
Siacutelvia Teresa Carvalho (Orient) II Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de
Enfermagem Anna Nery Programa de Poacutes- Graduaccedilatildeo em Enfermagem III Tiacutetulo
CDD 61073
4
DEDICATOacuteRIA
Agrave minha famiacutelia Andreacute (marido) Gabriel e Lucas (filhos) Pelo amor e incentivo que
recebo diariamente de vocecircs Muito obrigada pelo apoio durante minha jornada pela
compreensatildeo das minhas ausecircncias durante a realizaccedilatildeo desta pesquisa e ainda por
acreditarem em mim em momentos em que eu mesma me sentia desanimada Amo vocecircs
Agrave minha matildee Nely Moema a quem devo tudo que sou Pelo amor incondicional
sempre me apoiando em minhas decisotildees Pela garra e coragem de lutar pela sua famiacutelia
Obrigada por tudo que fizeste por mim e pelos meus filhos Eu te amo
5
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida que tens me dado Agradeccedilo pela sauacutede famiacutelia amigos e pela
oportunidade de estar vivenciando este momento uacutenico em minha vida
Ao meu marido Andreacute que sempre esteve presente me apoiando e incentivando nos
momentos de desanimo e de incertezas trazendo suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento da
minha vida profissional e familiar Vocecirc e meus filhos satildeo o incentivo para continuar nesta
jornada Vocecircs satildeo tudo na minha vida
Aos meus Pais Joseacute Luiz e Nely Moema aos quais devo minha vida Fico feliz por
estar realizando um sonho ao qual vocecircs tambeacutem fazem parte Amo vocecircs
Agrave minha irmatilde Danielle parceira em vaacuterios momentos da minha vida Vocecirc que
sempre apoiou minha realizaccedilatildeo profissional muito obrigada pela forccedila
Agrave minha professora orientadora e amiga Profordf Drordf Silvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
por ter confiado no meu potencial e pela coragem de caminhar comigo desde minha iniciaccedilatildeo
cientiacutefica ateacute a conclusatildeo desta tese Seus ensinamentos sua sabedoria e seu jeito meigo e
carinhoso de ser me cativaram desde o primeiro momento Se hoje escrevo esta tese eacute porque
vocecirc me proporcionou fazer parte do seu mundo este que me apaixono cada vez mais e que
permite explorar tudo aquilo que sempre almejei - Conhecimento essencial para cuidar
Ao meu Padrasto Daniel (in memorian) foi a partir da necessidade de ajudaacute-lo na
DRC que busquei os estudos infelizmente vocecirc natildeo estaacute aqui para ver meu trabalho mas
aonde quer que esteja sei que estaacute torcendo por mim
Aos membros da Banca Examinadora que me acompanharam desde a defesa do
projeto com valiosiacutessimas contribuiccedilotildees
Profordf Drordf Cleotilde Garcia Reza que se disponibilizou a fazer parte desta banca e
trouxe contribuiccedilotildees significativas para a construccedilatildeo deste Sempre tatildeo solicita e atenciosa
passa uma energia tatildeo boa que mesmo a distacircncia eu pude recebecirc-la
Profordf Drordf Neacutebia Mordf Almeida de Figueiredo quanta sabedoria em uma uacutenica pessoa
Obrigada por acreditar em mim ldquoO saacutebio natildeo eacute aquele que conhece tudo e sim aquele que
estaacute aberto a novos conhecimentos
Profordf Drordf Angela Maria Bittencourt da Silva que prontamente aceitou na fase final de
defesa a participar da banca e abrilhantou com seus conhecimentos
6
Profordf Drordf Glaucia Valente Valadares pelas inuacutemeras contribuiccedilotildees que me ajudaram a
organizar meus pensamentos crescer aprender refletir e acima de tudo percorrer esse
caminho com seguranccedila
Profordf Drordf Marta Sauthier desde a graduaccedilatildeo acompanhou minha busca pelo
conhecimento e sei que sempre torceu por mim Seus olhos dizem tudo quando a vejo minha
eterna admiraccedilatildeo
Profordf Drordf Maria Juacutelia Paes da Silva que com muita luz e paz sempre esteve
acompanhando e torcendo pelas minhas conquistas
Aos membros do Grupo de Pesquisa Comunicaccedilatildeo de Enfermagem Hospitalar -
Pacientes de Alta Complexidade (CEHCAC) esta oportunidade de fazer parte de um grupo eacute
muito enriquecedor pois cada um traz consigo experiecircncias uacutenicas que ao somaacute-las faz a
diferenccedila de uma grande equipe
Agrave amiga Maria de Faacutetima Pinto Silva do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa por estar
sempre disponiacutevel a me auxiliar durante os tracircmites de submissatildeo do projeto ao comitecirc
Sempre atenciosa nas orientaccedilotildees eacute um exemplo de mulher matildee e profissional muita
dedicaccedilatildeo em tudo que faz Eu te adoro Fafa
Ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem Anna Nery pela constante
disponibilidade e pelos oportunos esclarecimentos sempre prestados com carinho zelo e
dedicaccedilatildeo
Agrave equipe da Biblioteca da EEAN pelos vaacuterios momentos de compartilhamentos de
saberes e pelas ajudas prestadas
7
RESUMO
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Os sentidos do espaccedilo e
dos corpos na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo proxecircmica da enfermagem com o paciente
renal Tese (Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade
Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2017
Objeto do estudo a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro frente ao paciente portador de
Doenccedila Renal Crocircnica na Hemodiaacutelise (HD) Objetivos do estudo caracterizar o
conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de
Enfermagem na Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como
elemento essencial na qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir o ambiente da
sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo do cuidado Metodologia
estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa por meio do meacutetodo etnograacutefico
O cenaacuterio foram duas unidades de Nefrologia localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
sendo estes Hospitais Universitaacuterios Os participantes da pesquisa foram 12 enfermeiros do
setor de nefrologia que atuam no cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise Os dados foram
captados por meio de observaccedilatildeo sistematizada participante atentando para os itens
proxecircmicos e entrevista gravada com questotildees semiestruturadas A anaacutelise temaacutetica a partir
dos depoimentos dos participantes baseando-se em Bardin (2011) triangulados com os itens
observados resultou nas categorias o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo e no mapeamento comportamental proxecircmico da enfermagem e cliente
durante a hemodiaacutelise Resultados O ambiente do cuidado em HD eacute demarcado pelo uso dos
espaccedilos iacutentimo e pessoal na execuccedilatildeo de procedimentos e pelas interaccedilotildees com o paciente A
posiccedilatildeo do mobiliaacuterio centralizado e equidistante do posto de enfermagem determinou uma
proxemia mais pessoal visto que tudo estava centralizado e exigiu pouco distanciamento da
equipe de enfermagem durante o cuidado A atuaccedilatildeo puacuteblica estaacute definida pela maior
distacircncia na disposiccedilatildeo dos mobiliaacuterios em relaccedilatildeo ao posto de enfermagem pois isso tambeacutem
interfere na proxemia da equipe e consequentemente na comunicaccedilatildeo deste com o cliente
Em ambos os cenaacuterios pesquisados os sentidos do espaccedilo evidenciaram que a posiccedilatildeo
corporal pessoal eacute necessaacuteria e influencia na interaccedilatildeo pode transmitir confianccedila a quem se
cuida e empatia para compartilhar emoccedilotildees Discussatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao
qual existe uma triacuteade no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos
corporais e a forma como nos comunicamos O ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer
lugar o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com
o paciente atentando para natildeo violar sua privacidade o uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio um
fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e fixas do
espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro Os sentidos do espaccedilo
representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com confianccedila de quem se cuida empatia
ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e formas diferentes de se comunicar eacute
expressar arranjos espaciais singulares com fluxo adequado estabelecer coacutedigos de
comunicaccedilatildeo ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando
conforto seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar quanto agrave qualidade das
interaccedilotildees Conclusatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade no
processo de cuidar o espaccedilo fiacutesico-ambiente com o uso dos sentidos corporais e a forma
8
como nos comunicamos A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no
cuidado e a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo
de redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
Palavras Chaves Proxecircmica diaacutelise renal relaccedilotildees interpessoais cuidados de enfermagem
9
ABSTRACT
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 The senses of space and
bodies in hemodialysis the proxemic communication of nursing with the renal patient Thesis
(Doctorate in Nursing) - Anna Nery School of Nursing Federal University of Rio de Janeiro
Rio de Janeiro 2017
Purpose of the study the Proxemic Communication of the nurse in front of the patient with
Chronic Renal Disease in Hemodialysis (HD) Objectives of the study to characterize the
knowledge of nurses on Proxemic Communication in the context of Nursing care in
Hemodialysis to evaluate the importance of Proxemic Communication as an essential
element in the quality of interaction and care provided discuss the environment of the
hemodialysis room and its strategies for demarcating the care space Methodology an
exploratory descriptive study with a qualitative approach using the ethnographic method
The research was based on two Nephrology units located in the city of Rio de Janeiro these
University Hospitals Participants in the study were 12 nurses from the nephrology sector who
work on patient care during hemodialysis Data were collected through systematic observation
of the participant considering the proxemic items and recorded interview with semistructured
questions The thematic analysis from the participants statements based on Bardin (2011)
triangulated with the observed items resulted in the categories the nursing care environment
in hemodialysis senses of the space of care in hemodialysis production of nurses knowledge
about communication and on the proxemic behavioral mapping of nursing and clients during
hemodialysis Results The HD care environment is marked by the use of intimate and
personal spaces in the execution of procedures and by interactions with the patient The
position of the furniture centralized and equidistant from the nursing station determined a
more personal proxemia since everything was centralized and required little distance of the
nursing team during the care The public performance is defined by the greater distance in the
disposition of the furniture in relation to the nursing station as this also interferes in the
proxemia of the team and consequently in the communication of this with the client In both
scenarios the senses of space showed that personal body position is necessary and influences
the interaction it can transmit confidence to those who care and empathy to share emotions
Discussion Proxemic Communication is one to which there is a triad in the process of caring
with the physical space with the use of the bodily senses and the way we communicate The
HD care environment is everywhere the use of intimate and personal spaces is for performing
procedures and interactions with the patient taking care not to violate their privacy the use of
social space requires a more efficient flow of communication without interference from the
semi-fixed and fixed characteristics of the space and this is centralized for the nurse The
senses of space represent that it is necessary to have a good interaction with the confidence of
those who care empathy in sharing emotions knowing that there are different habits and
ways of communicating is to express singular spatial arrangements with adequate flow
establish communication codes have communication skills maintain the different distances
providing comfort security and privacy share emotions attention to the quality of the
interactionsConclusion Proxemic communication is one to which there is a triad in the
caring process the physical-environmental space with the use of the bodily senses and the
way we communicate The discussion about the space of work the senses involved in care
and communication in relationships should be constantly promoted with the goal of
redesigning the processes of care What does not add value should be withdrawn for nursing
professionals to optimize their efforts
Keywords Proxemics renal dialysis interpersonal relations nursing care
10
RESUMEN
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Los sentidos del espacio
y de los cuerpos en hemodiaacutelisis la comunicacioacuten proxeacutemica de la enfermeriacutea con el paciente
renal Tesis (Doctorado en Enfermeriacutea) - Escuela de Enfermeriacutea Anna Nery Universidad
Federal de Riacuteo de Janeiro Riacuteo de Janeiro 2017
Objeto de estudio la Comunicacioacuten Proxeacutemica del enfermero frente al paciente portador de
Enfermedad Renal Croacutenica en la Hemodiaacutelisis (HD) Objetivos del estudio caracterizar el
conocimiento de los enfermeros sobre Comunicacioacuten Proxeacutemica en el contexto del cuidado de
Enfermeriacutea en la Hemodiaacutelisis Evaluar la importancia de la Comunicacioacuten Proxeacutemica como
elemento esencial en la calidad de la interaccioacuten y del cuidado otorgado Discutir el ambiente
de la sala de hemodiaacutelisis y sus estrategias para demarcar el espacio del cuidado
Metodologiacutea estudio exploratorio descriptivo con enfoque cualitativo por medio del
meacutetodo etnograacutefico El escenario de investigacioacuten fueron dos unidades de Nefrologiacutea
ubicadas en el municipio de Riacuteo de Janeiro son estos Hospitales Universitarios Los
participantes de la investigacioacuten fueron 12 enfermeros del sector de nefrologiacutea que actuacutean en
el cuidado al paciente durante la hemodiaacutelisis Los datos fueron captados por medio de
observacioacuten participante considerado para los iacutetems proxeacutemicos y entrevista grabada con
preguntas semiestructuradas El anaacutelisis temaacutetico a partir de los relatos de los participantes
basaacutendose en Bardin (2011) triangulados con los iacutetems observados genero las categoriacuteas el
ambiente del cuidado de enfermeriacutea en la hemodiaacutelisis los sentidos en el espacio de cuidado
en hemodiaacutelisis la produccioacuten del conocimiento de los enfermeros sobre comunicacioacuten y el
mapeo conductual proxeacutemico de la enfermeriacutea y el cliente durante la hemodiaacutelisis
Resultados El ambiente del cuidado en HD es demarcado por el uso de los espacios iacutentimo y
personal en la ejecucioacuten de procedimientos y por las interacciones con el paciente La
posicioacuten del mobiliario centralizado y equidistante del puesto de enfermeriacutea determinoacute una
proxemia maacutes personal ya que todo estaba centralizado y exigioacute poco distanciamiento del
equipo de enfermeriacutea durante el cuidado La actuacioacuten puacuteblica estaacute definida por la mayor
distancia en la disposicioacuten de los muebles en relacioacuten al puesto de enfermeriacutea pues eso
tambieacuten interfiere en la proxemia del equipo y consecuentemente en la comunicacioacuten del
cliente En ambos escenarios investigados los sentidos del espacio evidenciaron que la
posicioacuten corporal personal es evidente la interaccioacuten al poder transmitir confianza a quien se
cuida y empatiacutea para compartir emociones Discusioacuten La posicioacuten adoptada por los
miembros del equipo de enfermeriacutea puede ser consciente de no violar la privacidad del
cliente y la ocupacioacuten del espacio social fue necesaria para asegurar un flujo de
comunicacioacuten maacutes eficiente aunque se determinoacute por interferencia de las caracteriacutesticas
semifijas y fijas del espacio Saber que existen haacutebitos y formas diferentes de comunicarse
que debemos expresar corporalmente buenos arreglos por la posicioacuten espacial singulares con
un flujo de expresiones adecuadas que durante nuestra comunicacioacuten establecemos coacutedigos
importantes que debemos mejorar las habilidades comunicativas puede resultar en el
mantener las diferentes distancias que proporcionan confort seguridad y privacidad De todo
ello resulta asertiva para compartir calidad visual y un buen patroacuten de cuidado durante la
interaccioacuten Conclusioacuten Comunicacioacuten Proxeacutemica es aquella a la que existe una triacuteada en el
proceso de cuidar el espacio fiacutesico-ambiente el uso de los sentidos corporales y la forma en
como nos comunicamos La discusioacuten sobre el espacio del trabajo los sentidos involucrados
en el cuidado y la comunicacioacuten en las relaciones deben ser promovidos constantemente con
11
el objetivo de redisentildear los procesos del cuidado Lo que no agrega valor debe ser retirado
para que los profesionales de enfermeriacutea optimicen sus esfuerzos
Palabras claves Proxeacutemica diaacutelisis renal relaciones interpersonales cuidados de
enfermeriacutea
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Zonas de distanciamento propostas por Hall (2005)
34
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
36
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
52
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
66
Figura 6b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
68
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
72
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
73
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
101
13
LISTA DE TABELAS QUADROS
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e
ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise
renalrdquo AND ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 3 Fatores proxecircmicos da HALL (2005)
31
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
62
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
64
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
82
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
96
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros do HUCFF 2016
54
14
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo 46
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
47
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
47
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na
hemodiaacutelise
49
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
49
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
50
15
LISTA DE SIGLAS
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEHCAC Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
CONEP Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa
DeCS Descritores em Ciecircncias da Sauacutede
DEMC Departamento de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica
DRC Doenccedila Renal Crocircnica
EEAN Escola de Enfermagem Anna Ney
FAPERJ Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
HD Hemodiaacutelise
HESFA Hospital Escola Francisco de Assis
HIV Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
NUPENH Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar
SCIELO Scientific Electronic Library Online
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TRS Terapia Renal Substitutiva
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
HUPE Hospital universitaacuterio Pedro Ernesto
HUCFF Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga filho
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
SOBEN Sociedade Brasileira de nefrologia
SAE Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
SBN Sociedade Brasileira de Nefrologia
16
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS 12
LISTA DE TABELAS E QUADROS 13
LISTA DE GRAacuteFICOS 14
LISTA DE SIGLAS 15
CAPIacuteTULO I - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 18
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica 18
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo 21
Questotildees norteadoras 23
Objetivos da pesquisa 23
Tese 23
13 Relevacircncia justificativa e contribuiccedilotildees da pesquisa 23
CAPIacuteTULO II ndash FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 28
21A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
28
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo
humana
30
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise 32
CAPIacuteTULO III ndash O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO
ESTUDO
39
31 Identificando a pesquisa 39
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa 40
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados 41
34 O cenaacuterio da pesquisa e suas caracteriacutesticas fiacutesicas 42
17
35 Participantes da pesquisa 44
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise 45
CAPIacuteTULO IV ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES 55
CAPIacuteTULO V - RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS 63
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise 64
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise 83
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo 97
COSIDERACcedilOtildeES FINAIS 105
REFEREcircNCIAS 109
APEcircNDICES 120
Andash TCLE do HUCFF e HUPE 121
Bndash Identificaccedilatildeo dos Sujeitos 125
C ndash Questotildees norteadoras de entrevista 126
Dndash Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado Participante 127
ANEXOS 128
A ndash Folha de Rosto da Plataforma Brasil 129
B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia HUPE 130
C ndash Declaraccedilatildeo de Coparticipante HUCFF 131
D ndash Parecer da EEANUFRJ 132
E ndash Parecer do HUCFFUFRJ 133
F- Parecer do HUPEUERJ 134
18
CAPIacuteTULO I
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica
A inquietaccedilatildeo e motivaccedilatildeo para realizar um estudo que busca refletir sobre as
estrateacutegias utilizadas pelo Enfermeiro na perspectiva da comunicaccedilatildeo natildeo verbal Proxecircmica
nos cuidados aos pacientes com Doenccedila Renal Crocircnica (DRC) em tratamento dialiacutetico
tiveram seu ponto de partida nas experiecircncias adquiridas durante a minha inserccedilatildeo preacutevia na
aacuterea de nefrologia Essa experiecircncia se intensificou na participaccedilatildeo no grupo de pesquisa
Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) pelo
Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar (NUPENH) do Departamento de Enfermagem
Meacutedica-Ciruacutergica (DEMC) da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) UFRJ desde
agosto de 2009 e que estende ateacute os dias atuais
Esta inserccedilatildeo ainda durante a graduaccedilatildeo possibilitou por meio da bolsa de iniciaccedilatildeo
cientiacutefica com financiamento pela Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (FAPERJ) investigar durante dois anos sobre como se daacute o cuidado de enfermagem
no acircmbito da Terapia Renal Substitutiva (TRS) e o autocuidado do paciente com o acesso
vascular da fiacutestula arteriovenosa
O projeto atendeu tambeacutem agraves demandas da disciplina eletiva intitulada ldquoOficina de
Elaboraccedilatildeo de Projeto de Pesquisardquo o que resultou no relatoacuterio final monograacutefico de
conclusatildeo de curso intitulada ldquoEnfermagem e paciente na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo natildeo
verbal e o autocuidadordquo ambas sob a mesma orientaccedilatildeo Nestes estudos busquei temas que
tratassem do autocuidado uma aproximaccedilatildeo com os tipos de comunicaccedilatildeo natildeo verbais e da
atuaccedilatildeo do enfermeiro na nefrologia
Para fortalecer a linha de investigaccedilatildeo centrada na comunicaccedilatildeo natildeo verbal durante o
cuidado ao paciente em situaccedilotildees complexas de sauacutede elaborei um projeto dando iniacutecio ao
mestrado no qual fui bolsista da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) no primeiro ano e no segundo ano fui contemplada com a bolsa de
mestrado ldquonota 10rdquo financiada pela FAPERJ Este recurso possibilitou a minha dedicaccedilatildeo ao
curso de mestrado o que resultou na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoDistacircncias e
Proximidades do Corpo em Hemodiaacutelise um estudo sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
Cuidado de Enfermagemrdquo
19
O estudo permitiu identificar se a equipe de enfermagem do setor de hemodiaacutelise
potencializa a posiccedilatildeo de seu corpo como instrumento do cuidar por meios interativos ou natildeo
para o desenvolvimento de suas accedilotildees de cuidado e por existir vaacuterios elementos envolvidos na
comunicaccedilatildeo proxecircmica elementos esses que permeiam a interaccedilatildeo entre as pessoas houve a
necessidade de se ter uma observaccedilatildeo do processo comunicativo entre equipe de enfermagem
e o paciente para uma efetiva avaliaccedilatildeo da assistecircncia prestada O objeto de estudo baseou-se
na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da equipe de Enfermagem no cuidado ao paciente em
hemodiaacutelise e foram claramente captados apontados classificados e explanados no decorrer
do estudo atendendo aos objetivos propostos
Investigar comunicaccedilatildeo em um ambiente hospitalar de alta complexidade como o
setor de hemodiaacutelise eacute um processo difiacutecil de ser operacionalizado porque comportamentos e
gestos natildeo satildeo normalmente identificados e nomeados com facilidade Podemos dizer que o
comportamento proxecircmico como parte de uma linguagem natildeo verbal pode ser muitas vezes
enigmaacutetico no processo de comunicaccedilatildeo (PROCHET SILVA 2012)
Os fatores contextuais que levam ao comportamento de aproximaccedilatildeo repercutem nas
accedilotildees do fazer em enfermagem e consequentemente na qualidade e eficaacutecia dos cuidados
prestados O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em relaccedilatildeo aos
outros durante a conversaccedilatildeo Neste setor os viacutenculos afetivos satildeo estreitos onde relaccedilotildees de
amizade e afeto ocorrem o tempo todo pois a proximidade eacute intensa devido ao tempo de
permanecircncia e do tratamento contiacutenuo
O ambiente em que as pessoas se comunicam frequentemente contribui para uma
maior aproximaccedilatildeo ou afastamento dos corpos Assim tanto a frequecircncia como o conteuacutedo
das mensagens satildeo influenciados por vaacuterios aspectos do ambiente em que se comunicam Este
ambiente influencia nosso comportamento mas tambeacutem podemos alteraacute-lo a fim de provocar
certos tipos de resposta (HALL 2005)
Para aperfeiccediloar e adquirir novas experiecircncias realizei o curso de especializaccedilatildeo de
Enfermagem em Nefrologia que me possibilitou colocar em praacutetica as atividades como
enfermeira junto aos pacientes do setor de nefrologia do Hospital Universitaacuterio resultando
outro estudo intitulado ldquo A visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo no cuidado de Enfermagem
em hemodiaacuteliserdquo
Preparar um paciente para a hemodiaacutelise eacute um desafio para o enfermeiro pois o
paciente pode natildeo compreender o impacto da diaacutelise e as necessidades de aprendizado podem
passar despercebidas A boa comunicaccedilatildeo entre a equipe de diaacutelise (no hospital e na cliacutenica
ambulatorial) equipe da unidade e o paciente eacute essencial para o fornecimento do cuidado
20
adequado e contiacutenuo visando estimular o autocuidado O diagnoacutestico de insuficiecircncia renal
crocircnica e a necessidade de diaacutelise frequente tecircm um impacto muito grande sobre o paciente e
a famiacutelia (FURTADO et al 2012)
Sendo assim o enfermeiro deveraacute estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila fazendo com
que o paciente se sinta encorajado a questionar suas duacutevidas sobre a doenccedila as accedilotildees corretas
para evitar complicaccedilotildees e tambeacutem contribuir para que ele entenda se a forma pelo qual ele
escolheu para enfrentar adversidades advindas no processo favorece ou natildeo uma melhor
qualidade de vida O paciente natildeo deve ser apenas passivo no tratamento deve atentar para as
alteraccedilotildees fiacutesicas e fisioloacutegicas que ocorrem durante a evoluccedilatildeo da DRC
Os enfermeiros enquanto profissionais da aacuterea de sauacutede preocupados com o ser
humano precisam desenvolver meios instrumentos teacutecnicas habilidades capacidades e
competecircncias para oferecer ao mesmo a oportunidade de uma existecircncia mais digna mais
compreensiva menos solitaacuteria no momento da doenccedila Stefanelli (2012) afirma que eacute por
meio da comunicaccedilatildeo estabelecida com o paciente que podemos compreendecirc-lo em seu todo e
em sua visatildeo de mundo isto eacute seu modo de pensar sentir agir e ajudaacute-lo a reequilibrar-se
mais rapidamente
Assim acontece na comunicaccedilatildeo entre a enfermagem e o paciente pois eacute preciso que
haja algueacutem atento a identificar as manifestaccedilotildees sejam elas verbais ou natildeo e disposto a
intervir ouvir trocar ideias e informaccedilotildees sobre eventuais problemas que possam surgir
durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos no setor
As accedilotildees e reaccedilotildees no contexto de cuidado de enfermagem apontam para a dialeacutetica da
constituiccedilatildeo dos sistemas defensivos O mesmo objeto que faz comunicar tambeacutem pode fazer
silenciar As manifestaccedilotildees expressas pelos enfermeiros satildeo resultantes de comportamentos
em termos de experiecircncias profissionais e pela necessidade de uma intervenccedilatildeo adequada E
na complexidade do cuidado em diaacutelise a decodificaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo ganha importacircncia
por trazer agrave tona aspectos da intersubjetividade (SCHIMIDT YEDA SILVA 2015)
Segundo Arauacutejo (2000) apud Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) ao se explorar os
sentidos corporais para compreensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal do paciente eacute possiacutevel uma
relaccedilatildeo mais integral sentindo com a razatildeo e pensando com a emoccedilatildeo A arte de cuidar
atraveacutes da percepccedilatildeo e da criatividade possibilita explorar plenamente os sentidos corporais
identificando semelhanccedilas e diferenccedilas nas necessidades da seleccedilatildeo do cuidado singular
Considerando tais reflexotildees pode-se relacionaacute-las com a assistecircncia ao paciente renal crocircnico
quando muitas vezes usamos o corpo o olhar os gestos o modo de falar como instrumentos
de controle e poder ainda que isso possa ocorrer sem a total consciecircncia de nossas intenccedilotildees
21
o que torna mais grave a situaccedilatildeo Explorar os sentidos permite detectar os indiacutecios natildeo
verbais do paciente como o cineacutesico taceacutesico proxecircmico silecircncio e a paralinguagem
considerando-os e valorizando-os durante nossa assistecircncia (ARAUacuteJO 2000)
O cuidar vai aleacutem do conhecimento teacutecnico e cientiacutefico mesmo que esse processo
envolva complexidade e especificidade Para os pacientes ser cuidado significa estabelecer
relacionamento interpessoal e as interaccedilotildees no cuidado natildeo se estabelecem de maneira
puramente teacutecnica
O tratamento dialiacutetico eacute contiacutenuo tornando-se uma rotina Entretanto o enfermeiro e
paciente a cada dia estabelecem uma forma de comunicaccedilatildeo diferente seja ela verbal ou natildeo
verbal e eacute a partir da compreensatildeo da comunicaccedilatildeo estabelecida que a assistecircncia ao paciente
torna-se eficaz pois se natildeo houver esta percepccedilatildeo as accedilotildees seratildeo puramente tecnicista sem
ou com pouca perspectiva de um cuidado singular
Enquanto enfermeira e professora percebo a urgecircncia de mudanccedilas no que concerne agrave
elaboraccedilatildeo de estrateacutegias que possibilitem uma comunicaccedilatildeo mais efetiva entre equipe de
enfermagem e paciente da DRC haja vista seu tratamento (diaacutelise) causar nos pacientes um
impacto em suas relaccedilotildees sociais familiares e em seu estado fiacutesico-psicoloacutegico afetando
seriamente suas vidas em todos os sentidos De acordo com Pessoa e Linhares (2015) o
estresse a anguacutestia e a depressatildeo pelos quais muitos desses pacientes passam tecircm raiacutezes na
carecircncia de informaccedilotildees sobre a doenccedila seu tratamento e sua expectativa de vida
Eacute com a perspectiva de ampliar a produccedilatildeo do conhecimento que busco no Curso de
Doutorado Acadecircmico de Enfermagem subsiacutedios para desenvolver eou aperfeiccediloar
mecanismos de leitura corporal natildeo verbal e verbal do tipo proxecircmico para abordagem
terapecircutica do Enfermeiro junto ao paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo
Os dados fornecidos pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em Enfermagem
demonstram um crescente aumento do nuacutemero de pessoas 107607 pacientes em 2012 com
Doenccedila Renal Crocircnica em tratamento dialiacutetico no Brasil Este fenocircmeno estaacute de acordo com o
observado nos uacuteltimos anos na literatura internacional que sinaliza para uma contiacutenua e
sustentada tendecircncia no aumento da taxa de prevalecircncia da doenccedila renal crocircnica em todo
mundo (SOBEN 2014)
22
E a hemodiaacutelise eacute uma das modalidades de tratamento amplamente utilizado para
manutenccedilatildeo e controle das funccedilotildees de pacientes portadores da doenccedila renal crocircnica
envolvendo diferentes aspectos na adaptaccedilatildeo e na adesatildeo do paciente ao tratamento
(CHEEVER HINKLE 2015) Este processo de adaptaccedilatildeo a nova condiccedilatildeo de vida pode
causar um impacto negativo a qualidade de vida do paciente interferindo nos seus haacutebitos de
vida social e a equipe de enfermagem deve ficar atenta aos sinais de dificuldade
compreendendo a realidade vivida por ele e articulando conhecimentos cientiacuteficos e as
experiecircncias do cotidiano de quem eacute cuidado
Ao conhecer a realidade a visatildeo de mundo e as expectativas de cada paciente a
enfermagem deve priorizar as necessidades impliacutecitas e natildeo somente as exigecircncias
terapecircuticas Para estimular a adesatildeo e favorecer um conhecimento amplo do tratamento da
DRC eacute necessaacuterio estimular accedilotildees com o paciente como atividades educativas e apoiar o
autocuidado ampliando a autonomia da pessoa com DRC Os profissionais de acordo com
Brasil (2014) devem desenvolver accedilotildees como interconsultas discussatildeo de casos momento de
educaccedilatildeo permanente conjuntos intervenccedilotildees no territoacuterio e intersetoriais a fim de
compartilhar a responsabilidade pelo cuidado de uma populaccedilatildeo especiacutefica de ampliar a
capacidade de anaacutelise e de intervenccedilatildeo aumentando a resolutividade dos respectivos pontos
de atenccedilatildeo envolvidos no processo de apoio matricial
Dessa forma a enfermagem deve proporcionar um ambiente que favoreccedila a interaccedilatildeo
e uma comunicaccedilatildeo que permita a aquisiccedilatildeo de valores relacionados agrave sauacutede bem como no
exerciacutecio de pensar criacutetico e reflexivo sobre sua proacutepria condiccedilatildeo com oportunidade de
diaacutelogo em que a problematizaccedilatildeo aconteccedila a partir da realidade que cerca o sujeito
Para Lim et al (2016) o contato existente entre enfermagem e o paciente se torna
intenso devido ao tratamento dialiacutetico ser contiacutenuo mas o viacutenculo soacute pode ser estabelecido
quando ampliamos nossa capacidade de observaccedilatildeo e dedicaccedilatildeo na interaccedilatildeo Podemos
aguccedilar nossa capacidade de captar as necessidades do paciente para ofertar um cuidado nas
diferentes formas de se comunicar Atraveacutes da leitura das manifestaccedilotildees natildeo verbais
proxecircmicas da enfermagem e do paciente pode-se criar maneiras diferentes de intervir a fim
de facilitar e alcanccedilar os objetivos de uma assistecircncia de enfermagem mais singular
individualizada e solidaacuteria (AZEVEDO et al 2017)
Surgiu dessa forma o interesse em pesquisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica no cuidado de
enfermagem em setor especializado especificamente na unidade de nefrologia O uso do
espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal e influencia o relacionamento interpessoal A
comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado social do espaccedilo ou seja estuda como o homem
23
estrutura inconscientemente o proacuteprio espaccedilo (HALL 2005) Nesse contexto delimitei para
guiar o estudo agrave questatildeo norteadora De que maneira o enfermeiro se comporta no cenaacuterio
de cuidado de hemodiaacutelise
E para que haja uma compreensatildeo do tipo de Comunicaccedilatildeo Proxecircmica estabelecida
entre o enfermeiro e o paciente com o intuito de viabilizar uma qualidade aos cuidados
prestados este estudo traz como objeto a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro na interaccedilatildeo
com o paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
Para o alcance das metas da pesquisa estabelecemos como objetivo geral
Produzir conhecimento sobre a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como demarcador de espaccedilo
e interaccedilatildeo de enfermeiros na hemodiaacutelise
Objetivos especiacuteficos
Caracterizar o conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
contexto do cuidado de Enfermagem na Hemodiaacutelise
Avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial no
cuidado de enfermagem
Discutir o ambiente da sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo
do cuidado
A tese que se defende neste estudo eacute de que o enfermeiro na accedilatildeo de cuidado em
hemodiaacutelise ao identificar e ao considerar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal com destaque na
proxecircmica potencialize avanccedilos na interaccedilatildeo e demarque seu espaccedilo
Os fatores relevantes na interaccedilatildeo durante a hemodiaacutelise em questatildeo satildeo a relaccedilatildeo
que os comunicantes estabelecem entre si a distacircncia espacial entre eles a orientaccedilatildeo do
corpo e do rosto a forma como se tocam ou se evitam o modo como dispotildeem e se
posicionam entre os objetos no espaccedilo durante o cuidado relacionando-as a abordagem e a
eficaacutecia da comunicaccedilatildeo proxecircmica
24
13 Justificativas relevacircncia e contribuiccedilotildees da pesquisa
Acredito na enfermagem como uma das profissotildees que apresenta consideraacuteveis
perspectivas de crescimento e valorizaccedilatildeo no mercado de trabalho apesar da crise de
desemprego que assola o paiacutes e o mundo na atualidade Entretanto os enfermeiros vecircm se
firmando nas diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo e apropriando cada vez mais de espaccedilos distintos
sobretudo naquelas onde permanece o investimento em sua capacitaccedilatildeo profissional
aumentando seus conhecimentos buscando a especializaccedilatildeo para aproveitar as chances de
trabalhos que possam surgir no mercado
Nessa perspectiva de discussatildeo tambeacutem considero essencial aprofundar as reflexotildees agrave
luz das accedilotildees dos profissionais de enfermagem ao paciente no cuidado nas Terapias Renais
Substitutivas (TRS) colocando em relevo as expressotildees natildeo verbalizadas que podem
favorecer a qualidade do cuidado por detalhar como elas se apresentam no contexto Ao
identificaacute-las iremos verificar como elas interferem e ampliam o cuidado teacutecnico Um modo
estrateacutegico de intervenccedilatildeo pelo uso consciente da leitura natildeo verbal do paciente por meio dos
sentidos facilita a compreensatildeo sobre o outro de forma singular gerado atraveacutes de nossas
experiecircncias
A comunicaccedilatildeo eacute um instrumento que pode e deve ser utilizado como um alicerce do
cuidado de enfermagem ou seja a comunicaccedilatildeo pode ser vista como um elemento
fundamental no cuidado prestado agrave pessoa como uma ferramenta importante na sua
implementaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute uma das abordagens de interesse na
enfermagem pois trata do jogo de distacircncias e proximidades que entretecem as pessoas no
espaccedilo traduz os modos pelos quais nos colocamos e movemos uns em relaccedilatildeo aos outros
como gerimos e ocupamos o espaccedilo envolvente considerada a presenccedila do outro (HALL
2005)
Quando se compreende o processo comunicativo como ele se forma e as suas
consequecircncias torna-se mais faacutecil para o profissional de enfermagem perceber indicativos
natildeo verbalizados do paciente para interagir considerando as necessidades nelas impliacutecitas Ao
reconhecer expressotildees e os sentidos atribuiacutedos podemos auxiliaacute-lo no enfrentamento dos
desafios durante o cuidado prestado
Com o propoacutesito de justificar a pesquisa foi realizado um levantamento sobre os
estudos que abordam o objeto ao acessar as Bases de dados Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) via Bireme Pub Med e a Scientific Electronic
Library Online (SCIELO) SCOPUS BANCO DE TESES DA UFRJ
25
Os criteacuterios de inclusatildeo foram idiomas portuguecircs inglecircs ou espanhol artigos
publicados na iacutentegra possuir sua versatildeo completa acessiacutevel e com data de publicaccedilatildeo dentro do
recorte temporal determinado de 5 anos Foram excluiacutedos todos os artigos em que os sujeitos da
pesquisa fossem crianccedilas ou adolescentes artigos em duplicidade nos perioacutedicos Para analisar
os artigos foi organizada uma planilha com os seguintes itens o perioacutedico o ano de
publicaccedilatildeo o tiacutetulo os autores o paiacutes de publicaccedilatildeo os profissionais que realizaram os
estudos uma siacutentese do artigo e contribuiccedilotildees sobre o tema Foram captados vinte e sete
artigos e selecionados dezenove conforme objeto do estudo
Em um primeiro momento natildeo foi utilizado o descritorMesh ldquoenfermagemrdquo em
combinaccedilatildeo com os descritores ldquoinsuficiecircncia renal crocircnicardquo e ldquoproxecircmicardquo Essa estrateacutegia
foi feita propositalmente com intuito de conhecer as produccedilotildees dos diversos domiacutenios do
conhecimento que se interessam em estudar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal na interaccedilatildeo humana
Inicialmente buscamos uma ampla localizaccedilatildeo no assunto sem especificidade utilizando
os descritores isoladamente Assim procuramos estudos sobre diaacutelise renal e proxecircmica sem
utilizar o cruzamento entre eles e sem o recorte temporal obtendo como resultados os observados
no quadro 1 abaixo
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal 1783 296 876 1478 15
Proxecircmica 101 12 08 23 01
Com esse resultado percebe-se que o tema de diaacutelise renal eacute estudado nos diferentes
contextos da aacuterea da sauacutede E em uma leitura flutuante dos tiacutetulos foi identificado que a
temaacutetica eacute abordada por vaacuterias aacutereas de formaccedilatildeo destacando-se entre as mais frequentes a
nutriccedilatildeo psicologia enfermagem odontologia e medicina
Posteriormente realizamos o cruzamento dos descritores com o uso do operador
booleano AND com o criteacuterio de recorte temporal de 5 anos
26
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise renalrdquo
AND ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal
AND
Proxecircmica
1
0
0
0
1
Os temas de maior incidecircncia nos uacuteltimos 10 anos nas outras pesquisas da
Comunicaccedilatildeo Proxecircmica foram Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de
enfermeiros hospitalares (Terra 2013) Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso
hospitalizado (Schimidt 2012) Comunicaccedilatildeo entre matildee e filho durante a amamentaccedilatildeo
(Farias 2010) Invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial e o idoso (Prochet 2008) Proxecircmica na
interaccedilatildeo com paciente queimado (Silva 2006) Proxecircmica com portadores de HIVAIDS
(Galvatildeo 2006) Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da matildee e filho no alojamento conjunto
(Vasconcelos 2006)
Outra semelhanccedila entre os estudos eacute o objetivo proposto pelos mesmos uma vez que
todos se propuseram a analisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica atraveacutes das interaccedilotildees percebidas
entre os sujeitos da pesquisa agrave luz dos fatores proxecircmicos de Hall (2005) Os estudos
analisados referem-se agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica como uma ferramenta facilitadora no
processo de interaccedilatildeo entre os sujeitos poreacutem alertam para a necessidade de saber exploraacute-la
Tal alerta eacute bem visto ao passo que a comunicaccedilatildeo proxecircmica corresponde natildeo soacute agrave
linguagem natildeo verbal mas tambeacutem agrave relaccedilatildeo existente entre o ambiente e as pessoas na qual
as mesmas o influenciam e satildeo por ele influenciadas Por isso a comunicaccedilatildeo proxecircmica pode
utilizar como um instrumento para fins de anaacutelises pessoas lugares e suas interaccedilotildees e natildeo
somente sujeitos com a linguagem comprometida e ou natildeo desenvolvidos
(VASCONCELOS 2006 GALVAtildeO 2006 FARIAS 2010 PROCHET 2008 SCHIMIDT
2012)
Outros artigos apontam haacute necessidade de implementarem programas treinamentos
planos de accedilatildeo ou estrateacutegias que possibilitem a incorporaccedilatildeo e revisatildeo durante a interaccedilatildeo ou
seja ampliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca do processo de
comunicaccedilatildeo em prol da qualidade e da praacutetica do cuidado de enfermagem
Espera-se que o estudo possa contribuir para compreensatildeo do conhecimento da
enfermagem na utilizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como um instrumento ou ferramenta baacutesica do
27
cuidado Fortalecer a atuaccedilatildeo do enfermeiro junto ao paciente portador de DRC por meio de
recursos da comunicaccedilatildeo este ter condiccedilotildees de reconhecer precoce e amplamente as
necessidades de intervenccedilotildees planejando executando e avaliando a assistecircncia a ser prestada
visando e garantindo o bem estar de quem se cuida
Os profissionais na assistecircncia de enfermagem poderatildeo entender e compreender seu
comportamento para lidar melhor com sua forma de interagir Quando o profissional assume a
comunicaccedilatildeo natildeo verbal aleacutem de perceber com maior precisatildeo os sentimentos do paciente
potencializa sua proacutepria comunicaccedilatildeo enquanto elemento transmissor de mensagens (SILVA
2012)
Na aacuterea do ensino de enfermagem e na formaccedilatildeo de outros profissionais na aacuterea da
sauacutede os resultados podem situaacute-los na aprendizagem com exemplos praacuteticos e conteuacutedos
didaacuteticos promovendo debates e reflexotildees criacuteticas sobre o assunto A produccedilatildeo de
conhecimento sobre comunicaccedilatildeo natildeo verbal proxecircmica fortalece a linha de pesquisa
Enfermagem Hospitalar e a produccedilatildeo no grupo de pesquisa - Comunicaccedilatildeo na Enfermagem
Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) do Nuacutecleo de Pesquisa em
Enfermagem Hospitalar (NUPENH)
28
CAPIacuteTULO II
FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
A comunicaccedilatildeo eacute uma habilidade que pode ou natildeo ser desenvolvida nas pessoas e
para que se desenvolva esta habilidade eacute necessaacuterio que se esteja consciente de sua existecircncia
Segundo Puggina et al (2014) natildeo temos consciecircncia de nossa comunicaccedilatildeo natildeo verbal visto
que por vezes contradizemos o dito verbalmente pela expressatildeo facial ou corporal de
negaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo verbal ganha importacircncia no processo comunicativo pois ela pode
suplementar uma informaccedilatildeo verbal (complementado ou rejeitando) contradizer enfatizar
substituir oferecer indiacutecios sobre emoccedilotildees ou mesmo controlar ou regular um
comportamento
Para a enfermagem a comunicaccedilatildeo pode ser vista como uma necessidade humana
baacutesica uma habilidade que o enfermeiro deve desenvolver ou um instrumento baacutesico
utilizado durante o cuidado E como instrumento a comunicaccedilatildeo eacute uma das ferramentas que o
enfermeiro utiliza para desenvolver e aperfeiccediloar o saber-fazer profissional
Entender comunicaccedilatildeo como um processo que viabiliza a qualidade dos
relacionamentos que deve ser estabelecida nas relaccedilotildees de trabalho seja com a equipe de
sauacutede no registro das atividades de enfermagem na assistecircncia ao paciente famiacutelia e
comunidade aleacutem de evitar que barreiras de comunicaccedilatildeo interfiram na eficiecircncia do processo
de cuidar
O enfermeiro apresenta-se de uma forma muito tecnicista buscando sempre se
aprimorar com as novas tecnologias mas acaba esquecendo o primordial a essecircncia de um
atendimento que eacute ter uma boa comunicaccedilatildeo com o paciente visando um cuidado com
qualidade De acordo com Pott et al(2013) o cuidado humanizado e de qualidade ao paciente
muitas vezes eacute minimizado frente agraves tecnologias presentes em ambientes complexos
Conforme Mouratildeo et al(2009) a comunicaccedilatildeo envolve relaccedilotildees interpessoais e
frequentemente podem ocorrer problemas dificuldades e restriccedilotildees de maneira que a
mensagem enviada natildeo eacute decodificada corretamente A dificuldade de expressatildeo eacute percebida
em muitas pessoas poreacutem este problema se agrava no acircmbito da sauacutede O profissional que
29
natildeo se comunica bem acaba sofrendo com as consequumlecircncias de natildeo ser compreendido Saber
articular as informaccedilotildees usar a linguagem corporal e fazer contato visual com os
interlocutores natildeo eacute uma tarefa faacutecil principalmente possuir a habilidade de escutar As
dificuldades na comunicaccedilatildeo podem estar relacionadas com falta de explicaccedilatildeo clara sobre
seus serviccedilos em que o profissional deve executar falta de comprometimento ou ateacute mesmo o
perfil da pessoa Esta dificuldade de comunicaccedilatildeo entre os profissionais de um setor tambeacutem
gera desgaste e conflitos desnecessaacuterios refletindo em todo ambiente do trabalho
Antes de comeccedilarmos uma comunicaccedilatildeo devemos pensar em todos os pontos
envolvidos pois vocecirc estaraacute sempre buscando um objetivo um resultado Eacute importante traccedilar
estrateacutegias para envolver os indiviacuteduos no seu ambiente relacionando-os ao assunto desejado
entendendo que todos tecircm uma opiniatildeo Segundo Pott et al(2013) estrateacutegias devem ser
pensadas com o intuito de proporcionar uma praacutetica de enfermagem mais humana a qual
visualize o indiviacuteduo natildeo apenas como mais um e sim como um ser possuidor de
experiecircncias proacuteprias mesmo quando estas experiecircncias natildeo possam ser expressas por
palavras
Como tudo na vida precisa de evoluccedilatildeo e aprimoramento natildeo eacute diferente com a
comunicaccedilatildeo eacute um processo contiacutenuo Ser objetivo e assertivo na comunicaccedilatildeo natildeo eacute uma
missatildeo faacutecil para o profissional principalmente da aacuterea de sauacutede que estaacute sempre envolvido
com a autoestima dos pacientes Para Stefanelli e Carvalho (2012) a comunicaccedilatildeo deve ser
considerada como competecircncia interpessoal a ser adquirida pelo enfermeiro E que deveraacute ser
usada de modo terapecircutico para permitir que o enfermeiro atenda ao paciente em todas as suas
dimensotildees
Uma comunicaccedilatildeo efetiva eacute uma competecircncia necessaacuteria a todo ser humano
principalmente no mundo em que vivemos cada vez mais os profissionais estatildeo mais
conscientes da importacircncia da boa comunicaccedilatildeo Segundo Broca e Ferreira (2012) quando
aumentamos a nossa capacidade de influenciar e sermos influenciados podemos favorecer o
desenvolvimento de um cuidado tambeacutem efetivo para com o paciente
Na hora de delegar as tarefas uma boa comunicaccedilatildeo eacute muito importante Todos os
envolvidos em um setor de enfermagem estatildeo conscientes dos afazeres a serem executados
mas nada iraacute adiantar caso ele natildeo saiba transmitir as informaccedilotildees agrave equipe de trabalho e aos
pacientes Se comunicar eacute saber informar ensinar educar motivar ou desmotivar Para Broca
e Ferreira (2012) a comunicaccedilatildeo busca a interaccedilatildeo dos envolvidos no processo unindo- os na
transmissatildeo das mensagens buscando uma sauacutede de forma qualificada e humanizada
30
A comunicaccedilatildeo natildeo se daacute apenas pelo que falamos mas tambeacutem pelas atitudes e pelo
silecircncio O nosso corpo fala por intermeacutedio dos gestos e a percepccedilatildeo eacute pela maneira e natildeo
pelo que estaacute sendo dito
Nosso corpo quando falamos assume diferentes posturas que ajudam a traduzir
melhor o significado das palavras que proferimos e a cineacutesia parte da ciecircncia que estuda o
comportamento cineacutetico do corpo mostra que a postura corporal e as expressotildees corporais
dos interlocutores quando satildeo compreendidas por ambos a comunicaccedilatildeo teraacute mais chances
de se tornar efetiva
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo humana
O termo proxecircmica descreve o espaccedilo pessoal de indiviacuteduos num meio social e
segundo Hall (2005) eacute definindo-o como o conjunto das observaccedilotildees e teorias referentes ao
uso que o homem faz do espaccedilo enquanto produto cultural especiacutefico Descreve as distacircncias
mensuraacuteveis entre as pessoas conforme elas interagem distacircncias e posturas que natildeo satildeo
intencionais mas sim resultado do processo de aculturaccedilatildeo (REBOUCcedilAS et al 2015)
Para Hall (2005) o uso do espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal que
influecircncia o relacionamento interpessoal e a comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado
social do espaccedilo ou seja estuda o uso que o homem faz do proacuteprio espaccedilo O autor afirma
que a evoluccedilatildeo do homem caracteriza-se pelo desenvolvimento dos receptores remotos os
olhos os ouvidos e o nariz ocupam-se do exame de objetos distantes Jaacute os receptores
imediatos o mundo do tato as sensaccedilotildees que recebemos pela pele membranas e muacutesculos
satildeo usados para examinar o mundo de perto Schimidt e Silva (2012) e Bruni (2011)
concordam que a utilizaccedilatildeo do espaccedilo eacute determinada culturalmente sendo a percepccedilatildeo da
distacircncia e a proximidade resultados dos sistemas sensoriais como a visatildeo audiccedilatildeo olfato e
tato Em diversas culturas existentes esses canais sensoriais podem adquirir mais importacircncia
do que outros
Para se ter uma noccedilatildeo geral das complexidades relativas ao sistema visual e auditivo
pode-se realizar uma comparaccedilatildeo do tamanho dos nervos que fazem a ligaccedilatildeo dos olhos e dos
ouvidos com os centros no ceacuterebro De acordo com Hall (2005) o nervo oacuteptico conteacutem
aproximadamente dezoito vezes mais neurocircnios que o nervo auditivo no qual supomos que
ele transmita no miacutenimo essa quantidade a mais de informaccedilotildees Em pessoas em estado
normal de atenccedilatildeo eacute provaacutevel que os olhos cheguem a ser ateacute mil vezes mais eficazes que os
ouvidos na varredura de informaccedilotildees A informaccedilatildeo visual costuma ser menos ambiacutegua e
31
mais focalizada que a informaccedilatildeo auditiva contudo uma exceccedilatildeo importante eacute a audiccedilatildeo de
uma pessoa com deficiecircncia visual que aprende a ser seletivo para frequecircncias sonoras mais
altas que lhe permitam localizar objetos num aposento Jaacute o olfato contribui para recordaccedilotildees
muito mais profundas que a visatildeo ou a audiccedilatildeo (CAMERON ARAUacuteJO 2011)
No espaccedilo taacutetil as experiecircncias taacuteteis e visuais do espaccedilo estatildeo entrelaccediladas entre si
tal qual natildeo podem ser separadas Em seus estudos o psicoacutelogo James Gibson (1950) associa
a visatildeo ao tato e afirma que existe um fluxo de impressotildees sensoriais mais apuradas quando se
compreende e se utiliza ativamente a realidade com os dois sentidos O tato ativo (a palpaccedilatildeo)
permite que os sujeitos de experimentos reproduzam com 95 de precisatildeo objetos abstratos
aos quais natildeo tinham acesso visual Com o tato passivo (o ser tocado) somente eacute possiacutevel
uma precisatildeo de 45
Para a anaacutelise proxecircmica devemos considerar alguns fatores envolvidos nas distacircncias
entre as pessoas Neste sentido Hall (2005) elenca oito fatores tambeacutem conhecidos como
dimensotildees proxecircmicas os quais permitem uma caracterizaccedilatildeo da postura proxecircmica do
individuo conforme a apresentaccedilatildeo do quadro abaixo
Quadro 3 Fatores proxecircmicos de Hall (2005)
A Postura-sexo analisa o sexo dos participantes e a posiccedilatildeo baacutesica dos interlocutores
seja em peacute sentado ou deitado
Eixo sociofugo-
sociopeto
sociofugo revela o desencorajamento da interaccedilatildeo enquanto o
sociopeto revela a aproximaccedilatildeo Nessa dimensatildeo ocorre uma anaacutelise do
acircngulo dos ombros dos interlocutores seja face a face de costas um
para o outro ou qualquer outra angulaccedilatildeo
Fatores cineacutesicos
utilizam-se da observaccedilatildeo dos movimentos para analisarem a
proximidade entre os interlocutores distribuiacutedos entre quatro zonas
proxecircmicas iacutentima pessoal social e puacuteblica
Coacutedigo visual identifica o contado visual ocorrido nas interaccedilotildees como olho no olho
ou ausecircncia de contato
Coacutedigo teacutermico eacute a extrema sensibilidade da pele agraves mudanccedilas de temperatura e de
textura
Coacutedigo olfativo analisa a percepccedilatildeo dos interlocutores ao grau de odores e suas
caracteriacutesticas O olfato permite natildeo soacute diferenciar os indiviacuteduos mas
32
detectar qual eacute o seu estado afetivo Ainda mais os cheiros tecircm o dom
de evocar recordaccedilotildees muito mais profundas do que as imagens ou
sons
Volume de voz analisa a adequaccedilatildeo do tom de voz utilizado pelos envolvidos
Comportamento
de contato
refere-se agraves formas de relaccedilotildees taacuteteis como agarrar apalpar acariciar
segurar demoradamente tocar localizado apertar roccedilar acidentalmente
ou sem nenhum contato fiacutesico
Esses elementos satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer interaccedilatildeo Segundo
Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma interaccedilatildeo eacute diretamente
proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo adequada
eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma determinada situaccedilatildeo pessoa e
tempo (ALVES et al 2015)
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise
A territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta caracteriacutesticas
reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de sua proacutepria
espeacutecie O territoacuterio tem um papel na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que
fornece informaccedilotildees sobre limites que definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A
territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves
funccedilotildees pessoais e sociais a dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais
amplo e seu ao acesso ao territoacuterio dos mais fracos dito dominado (HALL 2005)
O territoacuterio eacute carregado de intencionalidades que se manifestam no espaccedilo A
intenccedilatildeo das pessoas ao escolherem um lugar ou optarem por ficar onde estatildeo imprimindo
nele uma local que reflete essas intenccedilotildees e interaccedilotildees corresponde ao territoacuterio As relaccedilotildees
dessas pessoas com o espaccedilo e entre si pressupotildeem a existecircncia de poder (teacutecnico econocircmico
social poliacutetico e cultural) e eacute isto que caracteriza o territoacuterio construiacutedo num dado tempo e
espaccedilo encerrando portanto a realidade
O comportamento espacial do homem se manifesta em diferentes niacuteveis e para Hall
(2005) os trecircs niacuteveis de espaccedilos que permitem uma melhor anaacutelise proxecircmica satildeo o espaccedilo de
organizaccedilatildeo fixa o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixa e o espaccedilo informal
33
Os espaccedilos de organizaccedilatildeo fixa e semifixa apresentam uma concepccedilatildeo geograacutefica
estaacutetica estando intimamente relacionado ao conceito de territorialidade Quando o indiviacuteduo
se desloca esses espaccedilos natildeo se movem natildeo o acompanham (GRUBA et al 2015)
O espaccedilo de organizaccedilatildeo fixa compreende segundo Hall (2005) todos os elementos
invariantes do espaccedilo Deve-se entender como elementos invariantes aqueles insusceptiacuteveis
de modificaccedilatildeo em seu posicionamento e orientaccedilatildeo pela accedilatildeo humana Os edifiacutecios de
construccedilatildeo humana satildeo um exemplo de organizaccedilatildeo fixa Igualmente o seu modo de
agrupamento bem como o seu modo de particcedilatildeo interna em cocircmodos corresponde tambeacutem a
estruturas fixas
Jaacute o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixas diz respeito ao modo como satildeo dispostos todos
os componentes espaciais suscetiacuteveis de deslocamento ou seja objetos moacuteveis A disposiccedilatildeo
do mobiliaacuterio nos ambientes constitui o exemplo tiacutepico de espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas
Segundo Hall (2005) de forma similar ao espaccedilo de organizaccedilotildees fixas a maneira como
arrumamos os objetos que satildeo nossos os lugares onde os dispomos dependem de nossos
paradigmas culturais
O espaccedilo informal por sua vez eacute um espaccedilo pessoal estabelecido ao redor do corpo
do indiviacuteduo que eacute ldquocarregadordquo quando este se move Sendo por esta razatildeo denominado
tambeacutem de espaccedilo dinacircmico A anaacutelise dos espaccedilos informais levou Hall a realizar uma seacuterie
de estudos relacionados agraves distacircncias interpessoais Em funccedilatildeo das distacircncias observadas Hall
(2005) definiu quatro categorias de espaccedilos informais iacutentima pessoal social puacuteblica (Figura
1)
As distacircncias propostas por Hall (2005) satildeo representadas por cores (Figuras 1 e 2) e
foram escolhidas quatro cores para representar as distacircncias na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
vermelho intimo laranja pessoal amarelosocial e verdepuacuteblico As cores estatildeo associadas
a um determinado efeito ou seja natildeo eacute uma combinaccedilatildeo aleatoacuteria de cores mas um efeito
conjunto de cores com representaccedilatildeo dos espaccedilos Utilizando a escala colorimeacutetrica proposta
por Heller (2013) tem-se como objetivo facilitar a identificaccedilatildeo visual das distacircncias e
aproximaccedilotildees da equipe de enfermagem no espaccedilo Essa identificaccedilatildeo atraveacutes da visualizaccedilatildeo
das cores representa o mapa comportamental das posiccedilotildees da equipe no ambiente da
hemodiaacutelise
34
Figura 1 Zonas de distanciamento
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
As distacircncias podem variar conforme os fatores individuais pois existem pessoas que
sempre preservam uma zona de espaccedilo pessoal miacutenima enquanto que outros mantecircm zonas
de espaccedilo relativamente grandes Estas diferenccedilas satildeo afetadas por sexo raccedila cultura e
personalidade Existem tambeacutem os fatores situacionais que diz respeito de quem satildeo os
interlocutores e o que estes estatildeo fazendo haacute certas relaccedilotildees e atividades que exigem
distacircncias maiores que outras para uma adequada comunicaccedilatildeo e proteccedilatildeo (SILVA 2015)
Haacute uma convivecircncia iacutentima ou
de luta quando obrigada em
situaccedilotildees sociais em que ocorre
o contato fiacutesico o calor humano
e a transmissatildeo de odores
Tratamento de assuntos
impessoais natildeo ocorre contato
fiacutesico poreacutem existe o contato
visual
A essa distacircncia se produz uma
cuidadosa escolha das palavras e
da forma das frases formal os
detalhes da inflexatildeo da voz e da
expressatildeo facial se perdem
Assuntos de interesse e relaccedilatildeo
pessoais se tratam a essa
distacircncia
35
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
Para Broca e Ferreira (2014) haacute toda uma diversidade de fatores que modificam as
distacircncias interpessoais fatores estes que diminuem as distacircncias interpessoais como a
atraccedilatildeo a amizade a cooperaccedilatildeo a similaridade a coesatildeo familiar os oacuteculos escuros ou olhos
fechados Assim como fatores que aumentam as distacircncias interpessoais como o estigma a
ameaccedila a ansiedade o insulto o olhar inapropriado a desordem mental o fumo o acircngulo de
aproximaccedilatildeo lateral a estatura alta entre outros
Embora as pesquisas da comunicaccedilatildeo natildeo verbal tenham um enfoque maior no
comportamento e interaccedilatildeo das pessoas atualmente tem sido dispensada uma atenccedilatildeo maior agrave
influecircncia de fatores natildeo humanos como o ambiente onde ocorrem essas interaccedilotildees (TERRA
VAGHETTI 2014) Fazem parte dos fatores ambientais o mobiliaacuterio estilo de arquitetura
decoraccedilatildeo de interiores condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo as cores a temperatura os ruiacutedos entre
outros A disposiccedilatildeo os materiais as formas dos objetos do ambiente podem ter influecircncia no
resultado durante a interaccedilatildeo do relacionamento interpessoal como uma mesa entre os
interlocutores que pode caracterizar com uma forma de afastamento e distanciamento
dificultando o estabelecimento de uma comunicaccedilatildeo mais profiacutecua
O espaccedilo eacute uma dimensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal que interfere na relaccedilatildeo dos
interlocutores como as cores de um ambiente que podem gerar um ambiente tenso ou
tranquumlilizador a temperatura muito fria ou quente desestabilizam e podem interferir (HALL
36
2005 SCHIMITDH e SILVA 2013) O nuacutemero de saiacutedas e janelas quanto mais fechado
maior a tensatildeo pois em um ambiente abafado e quente as pessoas tendem a sair do local Jaacute
um ambiente mais acessiacutevel com temperatura adequada e harmonioso aumenta a frequecircncia
de interaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos interlocutores
Para Bollnow (2008) arquiteto e filoacutesofo alematildeo ao estudar a relaccedilatildeo do indiviacuteduo
com o espaccedilo identificou que o ldquoespaccedilo vivenciadordquo eacute diferente do espaccedilo vivencial O
espaccedilo vivenciado eacute entendido como um espaccedilo no sentido subjetivo e deve ser tomado como
uma ldquoexperiecircncia do espaccedilordquo vivida pelo sujeito que interferiraacute na sua subsistecircncia e na
compreensatildeo de si e do mundo Ou seja devemos estudar o espaccedilo como elemento de
referecircncia para a existecircncia humana O sujeito precisa de um espaccedilo de referecircncia um espaccedilo
de habitaccedilatildeo que eacute o espaccedilo do mundo onde o homem pode se encontrar com um elemento
natildeo estranho fazendo identificaccedilotildees e significaccedilotildees
Sendo assim o espaccedilo da hemodiaacutelise eacute quando o enfermeiro deveraacute utilizar-se de
estrateacutegias para detectar indiacutecios de alteraccedilotildees fisioloacutegicas e emocionais de seu paciente e ser
capaz de intervir nos diferentes momentos eacute neste espaccedilo que ressignifica-se o conceito de
cuidar de si mostrando ao paciente a necessidade de adesatildeo e participaccedilatildeo no processo de
cuidar Natildeo haacute conquistas no tratamento sem a participaccedilatildeo ativa e contiacutenua do paciente ele
deveraacute entender o quanto eacute importante a interaccedilatildeo com a equipe para um cuidado efetivo
Articular em um espaccedilo com grande demanda de cuidado e com nuacutemero significativo
de pacientes habilidades comunicativas natildeo verbais como a proxecircmica pode natildeo ser faacutecil de
ser identificada pela equipe de enfermagem principalmente porque haacute riscos dos espaccedilos de
hemodiaacutelise se tornarem um ldquoformigueirordquo humano como ocorre atualmente nas cliacutenicas
sateacutelites com 36 pacientes de uma uacutenica vez em sala de hemodiaacutelise Desta forma torna-se
um desafio e implica em um maior conhecimento do enfermeiro sobre comunicaccedilatildeo
proxecircmica e sua importacircncia no cuidado de enfermagem
Dados da Sociedade Brasileira de nefrologia (SBN) afirmam que o aumento do
nuacutemero total estimado de pacientes em diaacutelise no paiacutes vem crescendo continuamente esses
dados apontam que o nuacutemero de pacientes em tratamento aumentou em meacutedia 5 ao ano
entre 2011-2014 (SBN 2014) O nuacutemero estimado de pacientes que iniciaram tratamento em
2014 no Brasil foi de 36548 correspondendo a uma taxa de incidecircncia de 180 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) (Figura 3)
37
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
Jaacute as taxa de prevalecircncia de tratamento dialiacutetico referentes agraves caracteriacutesticas
demograacuteficas da populaccedilatildeo brasileira que apresenta DRC em 2014 foi de 552 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) variando por regiatildeo entre 364 pacientes pmp na regiatildeo Norte a
672 pacientes pmp na regiatildeo Sudeste (Figura 4)
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
38
Os dados registram que as regiotildees Sudeste Sul e Centro-Oeste apresentam as maiores
taxas de prevalecircncia enquanto as regiotildees Nordeste e Norte as mais baixas De acordo com a
United States Renal Data System (2014) nos Estados Unidos e em outros paiacuteses
desenvolvidos da Europa e Aacutesia nos uacuteltimos anos tem sido relatado um aumento crescente na
taxa de prevalecircncia embora a taxa de incidecircncia de pacientes em terapia renal substitutiva
tenha crescido pouco ou apresentado uma tendecircncia agrave estabilizaccedilatildeo Nos EUA por exemplo a
taxa de prevalecircncia aumentou ao redor de 3 ao ano entre 2007-2012
Esses dados de prevalecircncia e incidecircncia comprovam que a regiatildeo sudeste e sul
apresenta uma grande concentraccedilatildeo de pacientes em tratamentos dialiacuteticos e tambeacutem
conforme Sesso et al (2014) nessas regiotildees concentra-se maior nuacutemero de cliacutenicas sateacutelites e
hospitais especializados na TRS assim como profissionais especialistas em nefrologia o que
facilita o acesso dos pacientes ao tratamento
Com a demanda de atendimento em crescimento nos espaccedilosambiente da
hemodiaacutelise eacute preciso adequaacute-los as necessidades impostas de maneira que natildeo haja
diminuiccedilatildeo da qualidade da assistecircncia prestada Dessa maneira a construccedilatildeo de um
pensamento acerca da concepccedilatildeo espacial passa necessariamente pela consideraccedilatildeo sobre as
experiecircncias a serem ali vivenciadas na medida em que o corpo eacute nosso meio geral de expor
nossas necessidades seguindo esta loacutegica natildeo haacute como pensar em concepccedilatildeo espacial sem
que sejam propostas consideraccedilotildees a respeito da relaccedilatildeo deste espaccedilo com o corpo
39
CAPIacuteTULO III
O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO ESTUDO
31 Identificando a pesquisa
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa buscando identificar os
fenocircmenos por meio das observaccedilatildeo do pesquisador e as informaccedilotildees dos participantes A
abordagem qualitativa nas pesquisas cientiacuteficas ainda eacute revestida por diferentes interpretaccedilotildees
mas vale lembrar que esse tipo de abordagem significa que seu raciociacutenio baseia-se
principalmente na percepccedilatildeo e na compreensatildeo humana de acordo com Stake e Reis (2011)
possibilitando avanccedilo do entendimento de fatores proacuteprios dessa dimensatildeo que natildeo satildeo
alcanccedilados pelos estudos quantitativos Nesse sentido explora questotildees bastantes particulares
concernentes aos significados motivos crenccedilas aspiraccedilotildees atitudes e valores
correspondendo a um espaccedilo mais profundo das relaccedilotildees e interaccedilotildees dos processos e
fenocircmenos (MINAYO 2013) Por conseguinte torna-se oportuno esta abordagem para a
pesquisa em questatildeo
Bosi (2012) afirma que a abordagem qualitativa geralmente tem como foco o estudo
nas instituiccedilotildees nos grupos nos movimentos sociais e no conjunto de interaccedilotildees pessoais
Este tipo de abordagem tem o poder de construir pontes para uma accedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
e dos seus agentes sendo esta pautada no diaacutelogo e no reconhecimento das diferenccedilas
culturais as quais embasam as accedilotildees de sauacutede
Apesar do termo ldquopesquisa qualitativardquo ser interpretada por muitos como confuso para
Strauss e Corbin (2008 p 23) ldquopode significar coisas diferentes para pessoas diferentesrdquo sua
essecircncia descritiva e natildeo numeacuterica natildeo impede ou dificulta o rigor metodoloacutegico entre o
coletar e analisar dados uma vez que estaacute consolidada em conceitos metodoloacutegicos e
epistemoloacutegicos capazes de possibilitar sustentaccedilatildeo cientiacutefica aos seus achados pois
conforme citam Deslauriers e Keacuterisit (2010 p 131)
Afirmar que a pesquisa qualitativa privilegia o vivido dos atores sociais natildeo
significa todavia que ela se reduziria a uma descriccedilatildeo minuciosa de accedilotildees ou de
fenocircmenos observaacuteveis Nisso pode-se dizer que o objeto por excelecircncia da
pesquisa qualitativa eacute a accedilatildeo interpretada simultaneamente pelo pesquisador e pelos
sujeitos da pesquisa de onde a importacircncia da linguagem e das conceituaccedilotildees que
devem dar conta tanto do objeto ldquovividordquo como do objeto ldquoanalisadordquo
40
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa
O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de 2012
(CNS 2012) baseando-se nas Normas de Pesquisa em Seres Humanos Foi submetido e
aprovado atraveacutes da Plataforma Brasil ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de
Enfermagem Anna NeryInstituto de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Satildeo Francisco de Assis da
Universidade Federal do Rio de Janeiro O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466
de 12 de dezembro de 2012 assim como do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital
Universitaacuterio Clementino Fraga FilhoHUCFFUFRJ nordm de parecer 1329969 e do Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa do Hospital Universitaacuterio Pedro ErnestoHUEPUERJ nordm parecer
1360477 ambos cenaacuterios co-participantes da pesquisa Como base nacional essa Plataforma
eacute unificada para registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema de
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa (CONEP) Ela
permite que as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes estaacutegios - desde sua
submissatildeo ateacute a aprovaccedilatildeo final pelo CEP e pela CONEP (BRASIL 2012)
A participaccedilatildeo dos sujeitos da pesquisa foi de forma voluntaacuteria os objetivos e
finalidades da pesquisa foram esclarecidos Foi assegurado o anonimato dos participantes e
informado que a qualquer momento poderia recusar-se a responder qualquer pergunta ou
desistir de participar e retirar seu consentimento
A pesquisa natildeo gerou desconforto emocional nem constrangimento visto que a
atividade proposta para produccedilatildeo conforme preconiza o meacutetodo deu-se por meio da
observaccedilatildeo durante os cuidados prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise e pela
entrevista sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do
paciente agrave terapia
Os riscos significam que o perigo ou desconforto que os participantes possam
experimentar natildeo eacute maior do que vivenciam em suas vidas cotidianas ldquoDiz-se que um estudo
envolve risco miacutenimo quando os procedimentos ou atividades do estudo satildeo semelhantes aos
que os participantes encontram em suas vidas cotidianasrdquo (SHAUGHNESSY
ZECHMEISTER ZECHMEISTER 2014 P79)
O benefiacutecio relacionado agrave participaccedilatildeo no estudo eacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
41
A coleta de dados foi realizada mediante a assinatura no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido - TCLE (APEcircNDICE A) e respeitando os aspectos eacuteticos e legais A
pesquisadora envolvida na investigaccedilatildeo compromete-se em divulgar os resultados obtidos na
pesquisa em eventos cientiacuteficos publicaccedilotildees em perioacutedicos indexados em Bases de Dados
aleacutem de retornar ao cenaacuterio da pesquisa apresentando e discutindo os resultados com os
participantes e quaisquer profissionais interessados no conteuacutedo
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados
Realizar uma pesquisa etnograacutefica consiste em suma em observar estabelecer
relaccedilotildees selecionar informantes manter um diaacuterio dentre outras atividades Entretanto natildeo eacute
a realizaccedilatildeo destas teacutecnicas que define uma pesquisa como etnograacutefica Para a caracterizaccedilatildeo
de um trabalho etnograacutefico satildeo apontadas muitas exigecircncias que devem ser utilizadas como
base para a operacionalizaccedilatildeo da pesquisa
O estudo etnograacutefico para Geertz (2008) tem como base a busca exaustiva do
conhecimento por meio da interaccedilatildeo entre o comportamento das pessoas e o discurso e as
observaccedilotildees do pesquisador sobre cada detalhe que compotildee o ambiente fiacutesico e social
pesquisado O meacutetodo etnograacutefico permite ao pesquisador observar sistematicamente e
descrever tudo que foi captado por meio de todos os seus sentidos
O sentido visatildeo na etnografia vai aleacutem de ver alcanccedila o acircmbito de perceber o
ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo nas diversas dimensotildees
possiacuteveis O sucesso deste tipo de investigaccedilatildeo depende muito da conduta do pesquisador
visto que a observaccedilatildeo a descriccedilatildeo e a anaacutelise constituem a essecircncia da compreensatildeo do
objeto de estudo o pesquisador para entender o comportamento humano eacute necessaacuterio
considerar as relaccedilotildees que influenciam a interpretaccedilatildeo os pensamentos os sentimentos e as
accedilotildees (LUumlDKE ANDREacute 2013)
Embora pareccedila faacutecil observar no meacutetodo etnograacutefico requer uma habilidade peculiar
onde colocar-se diante dos participantes da pesquisa eacute muito relevante para a obtenccedilatildeo dos
dados Eacute necessaacuterio que o pesquisador natildeo seja visto como um intruso pelas pessoas e sim
como parte do meio onde se encontra essa transiccedilatildeo de ldquointrusordquo para ldquoamigordquo natildeo se
estabelece de forma raacutepida requer tempo e sensibilidade aleacutem de um verdadeiro interesse nos
participantes em suas crenccedilas e valores Praticar etnografia eacute estabelecer relaccedilotildees selecionar
informantes descrever mapear campos manter um diaacuterio entre outras coisas possibilita ao
42
pesquisador entender o contexto comportamental dos participantes da pesquisa (GEERTZ
2008)
Estes pressupostos possibilitam que um estudo sobre comportamento humano abstraia
o significado das accedilotildees a partir do contexto do individuo compreendendo como as pessoas os
interpretam e direcionam suas atitudes Para captar da forma mais fidedigna esta teia de
relaccedilotildees e apresentaacute-la de forma clara e objetiva em uma pesquisa eacute necessaacuterio que o
pesquisador possua tambeacutem algumas habilidades Fundamentada em uma observaccedilatildeo
sistematizada a etnografia exige que o pesquisador saiba ver realmente tudo que estaacute ao seu
redor Para Gibbs (2012) ver no sentido etnograacutefico vai aleacutem da visatildeo propriamente dita
alcanccedila o acircmbito de perceber o ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo
nas diversas dimensotildees possiacuteveis
As principais caracteriacutesticas do meacutetodo etnograacutefico para Luumldke e Andreacute (2013) estatildeo
relacionadas com os significados atribuiacutedos a si mesmo as experiecircncias e o ambiente que
cercam os participantes envolvendo um trabalho de campo onde o pesquisador se aproxima
do cenaacuterio da pesquisa e das pessoas mantendo um contato direto e prolongado observando
seu comportamento para que seja possiacutevel observar e traduzir a dimensatildeo do cotidiano
perceber e entender o significado cultural das situaccedilotildees que se contrapotildeem nas relaccedilotildees
humanas que satildeo culturais produzidas pelas proacuteprias pessoas que estatildeo sendo observadas
Este tempo de observaccedilatildeo do pesquisador em contato direto com as pessoas e o ambiente
estudado pode variar muito desde algumas semanas ateacute vaacuterios meses ou anos
Para entender como o Enfermeiro estabelece uma relaccedilatildeo proxecircmica com o paciente eacute
preciso que se observe o ldquocomportamento do nativordquo manifestado por ldquogestos cotidianos tom
da conversa atitudes do corpo e expressatildeo facialrdquo
34 O cenaacuterio da pesquisa
A pesquisa apresentou como proponente a Escola de Enfermagem Anna Nery da
Universidade Federal do Rio de Janeiro e como cenaacuterios co-participantes dois hospitais
universitaacuterios o Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho e o Hospital Universitaacuterio
Pedro Ernesto um da esfera Federal e outro Estadual respectivamente ambos localizados no
municiacutepio do Rio de Janeiro A escolha por estes cenaacuterios justificou-se por essas instituiccedilotildees
apresentarem atendimento especializado e de alta complexidade possuem setor de nefrologia
no qual os Enfermeiros prestam assistecircncia aos pacientes nas terapias renais substitutivas
43
como hemodiaacutelise e a importacircncia de ser compreendido como um espaccedilo de formaccedilatildeo
acadecircmica no qual existe uma preocupaccedilatildeo como cenaacuterio de aprendizagens teoacutericas-praacuteticas
O campo eacute o lugar natural onde acontecem os fatosfenocircmenosprocessos A pesquisa
de campo eacute aquela que segundo Santos (2015) recolhe os dados in natura como percebidos
pelo pesquisador E o Hospital Universitaacuterio eacute reconhecido por ser uma instituiccedilatildeo que
concentra suas atividades na alianccedila entre a assistecircncia agrave populaccedilatildeo ao ensino e agrave pesquisa
cientiacutefica incentivando seus profissionais a estarem sempre buscando a capacitaccedilatildeo pois tem
a intenccedilatildeo de promover cada vez mais uma assistecircncia qualificada e adequada aos pacientes
A proposta para coleta nos dois cenaacuterios baseia-se na premissa de que aumentar o
quantitativo de Enfermeiros embora a pesquisa tenha um caraacuteter qualitativo permite uma
maior amostra enriquecendo o estudo com a diversidade de interaccedilotildees entre os participantes
A etnografia se constroacutei tomando por base a ideacuteia de que os comportamentos humanos soacute
podem ser devidamente compreendidos e explicados se tomarmos como referecircncia o
contexto social onde eles atuam
O primeiro cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUCFF na unidade de Nefrologia
localizada no seacutetimo andar do hospital A unidade possui enfermaria de nefrologia sala de
treinamento e de tratamento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua entre outros
Satildeo duas as salas de hemodiaacutelise uma chamada sala azul onde satildeo atendidos os pacientes
portadores de sorologia positiva para Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana (HIV) e hepatite B
e outra chamada sala branca local onde foi realizada a pesquisa Esse setor apresenta na parte
externa uma sala de curativos expurgo sala da chefia de enfermagem e pia para lavagem dos
braccedilos dos pacientes antes da sessatildeo de hemodiaacutelise Na parte interna haacute uma sala ampla
dividida em trecircs espaccedilos com dois postos de enfermagem
O segundo cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUPEUERJ na unidade de
nefrologia localizado no 3ordm andar do hospital No andar existe enfermaria de nefrologia sala
de treinamento e atendimento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua sala de guarda
de materiais e sala de hemodiaacutelise entre outros
A sala de HD foi adaptada segundo funcionaacuterios do hospital para o atendimento aos
pacientes Renais crocircnicos em tratamento de HD a parte interna apresenta uma pequena sala
de atendimento administrativo um expurgo um salatildeo uacutenico de HD uma parede de vidro
separa os ambientes da sala de enfermagem e do banheiro
Posteriormente ambos os cenaacuterios seratildeo amplamente discutidos e apresentados na
forma de planta esquemaacutetica em 3D que representa de modo bem simplificado o ambiente da
44
HD Estes cenaacuterios foram reproduzidos com o auxiacutelio de um arquiteto para representar
fielmente suas caracteriacutesticas fiacutesicas e moacuteveis do ambiente da HD
De acordo com a resoluccedilatildeo RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 que dispotildee sobre as
unidades de diaacutelise e seu ambiente fiacutesico as Unidades de Diaacutelise devem atender aos requisitos
de estrutura fiacutesica previstos na RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou
instrumento legal que venha substituiacute-la juntamente com as exigecircncias estabelecidas nesse
regulamento em coacutedigos leis ou normas pertinentes quer na esfera Federal Estadual ou
Municipal
Entenda-se como ambiente fiacutesico agrave luz da Teoria Proxecircmica (Hall 2005) o conjunto
formado pelos espaccedilos de caracteriacutesticas fixas e semifixas O espaccedilo fixo compreende as
disposiccedilotildees estruturais inalteraacuteveis tais como paredes teto vidraccedilas tubulaccedilotildees chatildeo pias
sistemas de refrigeraccedilatildeo Jaacute o espaccedilo semifixo refere-se agraves peccedilas mobiliaacuterias que satildeo dispostas
no ambiente tais como maacutequinas de diaacutelise poltronas balanccedilas digitais dentre outros
35 Participantes da pesquisa
Os participantes da pesquisa foram os enfermeiros do setor de nefrologia que atuam no
cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise A justificativa para a escolha dos enfermeiros eacute a
de que esses ldquoparticipantes-objetordquo possam produzir elementos significativos relativos ao
objeto do estudo pelo fato de serem profissionais que possuem capacidade para articular e
desenvolver sob muacuteltiplas vertentes estrateacutegias de intervenccedilotildees e atitudes de cuidado ao
paciente na nefrologia
O criteacuterio de inclusatildeo no protocolo da pesquisa abrange todos os Enfermeiros de
ambos os sexos que estavam prestando algum tipo de cuidado direto ao paciente no setor de
hemodiaacutelise Foram excluiacutedos aqueles profissionais de feacuterias eou licenccedila ou outra funccedilatildeo
que natildeo a de prestar assistecircncia ao paciente durante a sessatildeo de hemodiaacutelise
Foi comunicado a cada participante que seu nome seria preservado e para representar
seu depoimento na pesquisa seria colocada a letra ldquoErdquo precedida da numeraccedilatildeo
correspondente ao nuacutemero da entrevista A participaccedilatildeo dos sujeitos resultou na produccedilatildeo do
conhecimento cientiacutefico sobre a comunicaccedilatildeo proxecircmica dos profissionais de enfermagem na
aacuterea do cuidado em hemodiaacutelise pioneiro no setor da nefrologia
45
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise
Dentro de uma visatildeo etnograacutefica segundo Luumldke e Andreacute (2013) o pesquisador eacute
inserido no campo e poderaacute utilizar diferentes instrumentos para apreensatildeo da realidade
estudada Contudo eacute importante salientar que as diferentes formas de tecnologias podem e
devem auxiliar na captaccedilatildeo dos dados podendo ser dependentes e natildeo-dependentes tais como
diaacuterio de campo o gravador roteiro de observaccedilatildeo participante e entrevista desde que sejam
descritas todas as informaccedilotildees por meio dos quais os etnoacutegrafos poderatildeo apresentar de forma
minuciosa o contexto estudado e as interaccedilotildees identificadas
Ao se desenvolver uma pesquisa com o meacutetodo etnograacutefico devem-se considerar os
informantes como pessoas que por possuiacuterem algumas caracteriacutesticas culturais diferentes e
merecem uma investigaccedilatildeo Souza e Barros (2008 P 153) ldquoapontam que pesquisadores e
pesquisados apresentam semelhanccedilas poreacutem com traccedilos culturais diferenciadosrdquo
Segundo Santos (2015) os dados devem ser coletados com a observaccedilatildeo de situaccedilotildees
fiacutesicas e materiais E por isso exige uma carga extra de trabalho que eacute a escolha da situaccedilatildeo
(re) produtora dos fatosfenocircmeno que interessam ao pesquisador Aleacutem disso exige a escolha
dos instrumentos de captaccedilatildeo e afericcedilatildeo das informaccedilotildees e dados que seratildeo obtidos
A coleta de dados foi realizada apoacutes os contatos com a chefia meacutedica e de enfermagem
das instituiccedilotildees coparticipantes escolhidas para cenaacuterio da pesquisa com o objetivo de
apresentar o estudo e solicitar autorizaccedilatildeo para a coleta de dados assim como a aprovaccedilatildeo
pelo Comitecirc de Eacutetica da Escola de Enfermagem Anna Nery Hospital Escola Satildeo Francisco de
Assis- EEANHESFA
361 Primeiro momento da pesquisa aproximaccedilatildeo com o territoacuterio elaboraccedilatildeo do
Mapeamento Comportamental de HD
Tendo por base as caracteriacutesticas da etnografia para proceder agrave coleta de dados a
pesquisadora manteve contatos preliminares com as equipes nos locais cenaacuterios da pesquisa
com intuito de entendimento das dinacircmicas das atividades e aproximaccedilatildeo com os cenaacuterios O
comportamento das pessoas foi estudado no seu contexto habitual e natildeo em condiccedilotildees
artificiais criadas pela investigadora
Pela complexidade do meacutetodo e pela riqueza das informaccedilotildees a aproximaccedilatildeo dos
cenaacuterios e dos possiacuteveis participantes da pesquisa foi primeiramente no HUCFF por ter
realizado anteriormente outras pesquisas tambeacutem por acreditar ter maior entendimento sobre
46
a dinacircmica e rotina deste setor no hospital Posteriormente foi realizada a aproximaccedilatildeo com o
segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo o HUPE
Para entender o ambiente no setor de hemodiaacutelise de ambos cenaacuterios foi elaborado
uma representaccedilatildeo graacutefica dos locais desenvolvida por meio do programa SketchUp1 que eacute
um software de modelagem tridimensional (OLIVEIRA 2015)
O levantamento arquitetocircnico foi realizado a partir de planilhas elaboradas para
sistematizar Elas orientaram na descriccedilatildeo dos seguintes itens arranjo espacial e os atributos
que permitiam apropriaccedilatildeo espacial correspondendo agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre
enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente o mobiliaacuterio da HD e seu estado de conservaccedilatildeo
a qualidade dos materiais de acabamento (piso parede e teto) Nas planilhas foram relatadas
as caracteriacutesticas e o grau de conservaccedilatildeo destes elementos
Foi necessaacuteria a participaccedilatildeo de um arquiteto neste processo de planejamento e
execuccedilatildeo dos mapas comportamentais e apoacutes sucessivos diaacutelogos ficou acordado que para
auxiliar na aplicaccedilatildeo da planilha seriam utilizadas as teacutecnicas de registro fotograacutefico com o
intuito das imagens auxiliarem no processo de elaboraccedilatildeo do mapeamento e a necessidade
mediccedilatildeo in loco com trena laser para a fidedignidade das distacircncias
Sendo assim foram realizadas duas (2) visitas junto como arquiteto em cada
instituiccedilatildeo em junho de 2016 e em janeiro de 2017 para a coleta das medidas e fotos Esses
registros juntamente com os registros em toacutepicos na planilha foram posteriormente
transcritos e serviram para na elaboraccedilatildeo das plantas dos setores O total de horas para a
realizaccedilatildeo das atividades fotograacuteficas de mediccedilatildeo de transcriccedilatildeo dos dados e de elaboraccedilatildeo
dos mapas foi em meacutedia de 52 horas
Com os mapas jaacute elaborados de ambos os cenaacuterios foi necessaacuterio incluir as cores
representativas da comunicaccedilatildeo proxecircmica descritas anteriormente como zonas de
distanciamento As cores foram representadas de forma milimetricamente marcando os
espaccedilos Iacutentimo pessoal social e puacuteblico do setor de HD em relaccedilatildeo ao espaccedilo iacutentimo do
paciente
A teacutecnica e os procedimentos foram adotados com o objetivo de demonstrar o
mapeamento do setor de HD do HUCFFUFRJ e do HUPEUERJ gerando quatro (4) figuras
que satildeo apresentados e discutidos no Capiacutetulo V
1 1 Eacute um programa de modelagem arquitetocircnica em 3D que pode ser usado para retratar ambientes
47
362 Segundo Momento da pesquisa seleccedilatildeo dos participantes aspectos eacuteticos e
apresentaccedilatildeo dos instrumentos de coleta
Apoacutes o periacuteodo da adaptaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do mapeamento dos setores foram
identificados os participantes segundo os criteacuterios de seleccedilatildeo jaacute mencionadas anteriormente e
de acordo com escalas de enfermagem previamente cedida pela chefia para elaboraccedilatildeo e
planejamento da coleta de dados
Os enfermeiros foram convidados e selecionados a participar da pesquisa e mediante
aceite eram comunicados e esclarecidos sobre o objeto do estudo seus objetivos com
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) o encontro para
a entrevista foi agendado de acordo com a disponibilidade de horaacuterio de cada enfermeiro e
preenchimento do questionaacuterio com itens sobre o perfil profissional (APEcircNDICE B)
permitindo uma caracterizaccedilatildeo dos mesmos Foram tambeacutem orientados de que haveria um
momento de observaccedilatildeo Entretanto o dia e horaacuterio natildeo foram informados previamente para
que natildeo houvesse interferecircncias do comportamento no ambiente Os dados identificados no
perfil profissional foram tabelados e analisados posteriormente
Durante o procedimento de testagem dos instrumentos com os primeiros participantes
houve a necessidade de alguns ajustes no mapa pois contemplava a sala de hemodiaacutelise como
sendo o principal espaccedilo do cuidado entretanto apoacutes algumas entrevistas foi descrito pelos
participantes outros espaccedilos como sendo espaccedilos do cuidado entre estes sala de curativos
sala de chefia de enfermagem corredores Sendo assim o mapa sofreu alteraccedilotildees com
inclusatildeo dos espaccedilos para ampliar as discussotildees
A entrevista seguiu mantendo aos questionamentos do roteiro de perguntas que foram
gravadas em um gravador de aacuteudio com a finalidade de posteriormente transcrevecirc-las
possibilitando assim a anaacutelise dos dados
As entrevistas individuais foram realizadas nos intervalos da assistecircncia de
enfermagem ao longo do plantatildeo de 12 horas dos profissionais principalmente agrave tarde
quando a demanda do cuidado de enfermagem eacute menor Porque pela manhatilde eacute quando
comumente se realizam as escalas dos teacutecnicos para os setores da sala branca sala azul
diaacutelise peritoneal e hemodiaacutelise externa verificaccedilatildeo e checagem de prescriccedilotildees para os
pacientes os curativos de cateteres entre outros
Nos primeiros dias a chegada ao setor foi agraves 700 horas da manhatilde para a passagem de
plantatildeo para que os profissionais entendessem o porque da presenccedila da pesquisadora ao
ambiente de pesquisa Ao teacutermino explicava que era uma pesquisa de doutorado em
48
enfermagem e que precisava de uma amostra significativa sendo necessaacuterio realizar
entrevistas com o maacuteximo de enfermeiros Na sequecircncia a pesquisadora explicava melhor
qual seria a pesquisa e como se desenvolveria ao longo dos dias possibilitando um laccedilo
interativo entre ambos Estes encontros regulares durante dois (2) meses no miacutenimo duas
vezes por semana e interagindo com a equipe e participando das atividades desenvolvidas no
setor possibilitou maior aproximaccedilatildeo e interaccedilatildeo com a equipe e familiarizaccedilatildeo com o
ambiente ou seja o territoacuterio em que o grupo pesquisado estaacute inserido
Apoacutes esta primeira aproximaccedilatildeo com ambos cenaacuterios da pesquisa e maior interaccedilatildeo
com os possiacuteveis participantes a pesquisadora observou que pela manhatilde a realizaccedilatildeo das
entrevistas seria mais complicada devido agraves atividades Sendo assim quando chegava ao
setor cumprimentava todos os profissionais presentes acompanhava a assistecircncia estabelecia
um processo comunicativo e combinava a entrevista para um momento mais propiacutecio A
pesquisadora tentava ao maacuteximo participar do cotidiano dos profissionais e estreitar laccedilos de
comunicaccedilatildeo e de interaccedilatildeo Para isso participava dos momentos de cafeacute almoccedilo auxiliava
na assistecircncia de enfermagem e sempre tinha a iniciativa nos processos de comunicaccedilatildeo
As entrevistas foram realizadas na sala de curativo do setor de hemodiaacutelise do HUCCF
e na sala de enfermagem do HUPE para que natildeo houvesse interrupccedilotildees durante a coleta dos
dados Antes de iniciar a entrevista o TCLE era entregue explicava-se as questotildees eacuteticas
retirava-se as duacutevidas sobre a pesquisa e tambeacutem da necessidade da gravaccedilatildeo da entrevista
para posterior transcriccedilatildeo Foi estabelecido um diaacutelogo com apontamentos sobre os tipos de
comunicaccedilatildeo natildeo verbal e apoacutes uma breve introduccedilatildeo sobre a temaacutetica foi apresentado o
mapa comportamental do setor de hemodiaacutelise com os espaccedilos da hemodiaacutelise como sendo o
territoacuterio de cuidado do enfermeiro
A pesquisadora explicou com maiores detalhes devido agrave necessidade de estarem
sendo abordados para participar de uma pesquisa sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica explicando
brevemente o que eacute comunicaccedilatildeo e natildeo verbal Ao longo da entrevista a pesquisadora
manteve-se atenta as perguntas descritas no roteiro de entrevista semiestruturada (APEcircNDICE
C) mantendo os conceitos essenciais de Hall (2005) como as distacircncias entre enfermeiros e
pacientes uso dos sentidos corporais postura corporal importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a
interaccedilatildeo com o paciente dificuldade e facilidades do ambiente na demarcaccedilatildeo do territoacuterio
O Mapeamento Comportamental tambeacutem eram apresentados aos participantes para
que estes associassem as perguntas da entrevista a imagem do setor com seus mobiliaacuterios e
cores das zonas de distanciamento jaacute empregadas
49
As entrevistas tiveram em meacutedia de 35 minutos a 1 hora e 5 minutos de duraccedilatildeo Foi
proposto aos participantes que avaliassem as figuras que representam o Mapeamento
comportamental e que eles se colocassem nos diferentes momentos do cuidado relatando
qual espaccedilo ele ocupa quais os sentidos utilizados e se as caracteriacutesticas fixas e semi-fixas do
ambiente influenciam no seu comportamento ou na percepccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente
As figuras facilitaram a identificaccedilatildeo do enfermeiro nos diferentes espaccedilos a
visualizaccedilatildeo dos espaccedilos colorimeacutetricos permitiu que os enfermeiros se posicionassem no
cuidado durante o periacuteodo da sessatildeo de hemodiaacutelise e identificassem como fazem o uso da
comunicaccedilatildeo proxecircmica
Natildeo houve resistecircncia ou negaccedilatildeo dos participantes em responder agraves perguntas e em
alguns momentos a pesquisadora identificou certa dificuldade dos participantes para
responderem uma ou outra questatildeo e os deixava livres para responderem natildeo interferindo no
raciociacutenio deles mas voltava na mesma questatildeo poreacutem reformulava para melhor
entendimento dos mesmos sem fugir da essecircncia do que estava sendo perguntado
363 Terceiro momento da pesquisa observaccedilatildeo participante segundo Fatores
Proxecircmicos (HALL 2005)
A observaccedilatildeo participante eacute descrita por Angrosino (2009) apud Abib (2013) como
uma investigaccedilatildeo que se caracteriza por um periacuteodo de interaccedilotildees sociais intensas entre o
pesquisador e os participantes como membro da equipe durante o qual os dados satildeo
recolhidos de forma sistemaacutetica As informaccedilotildees que obteacutem as respostas que satildeo dadas agraves
indagaccedilotildees dependem do comportamento e das relaccedilotildees que se desenvolve com o grupo
estudado neste caso enfermeiros Examinando interaccedilotildees e comunicaccedilotildees que estejam se
desenvolvendo
Sendo assim foi mantida uma rotina de chegada ao setor com uso de jaleco branco
lavagens das matildeos interagindo com a equipe e pacientes conversando e mantendo-se
atualizada das atividades do setor As anotaccedilotildees foram registradas de forma a natildeo transparecer
a observaccedilatildeo especiacutefica do participante
Para Abib (2013) a expressatildeo ldquoobservaccedilatildeo participanterdquo tende a designar o trabalho de
campo no seu conjunto desde a chegada do investigador ao campo da investigaccedilatildeo quando
inicia as apresentaccedilotildees que permitem o acesso as informaccedilotildees do grupo pesquisado ateacute ao
momento da despedida e encerramento da busca exaustiva dos dados depois de uma longa
50
permanecircncia Enquanto presente o observador imerge pessoalmente na rotina do grupo
pesquisado partilhando as suas experiecircncias
Sendo assim foi elaborado previamente contendo todos os aspectos a serem
observados pelo pesquisador um roteiro de observaccedilatildeo (APEcircNDICE D) que apresentou no
eixo horizontal os fatores da comunicaccedilatildeo proxecircmica a saber a posiccedilatildeo a distacircncia o tom de
voz o eixo dos interlocutores o comportamento de contato contato visual coacutedigo olfativo e
quais as impressotildees da pesquisadora durante a interaccedilatildeo (HALL 2005) E no outro eixo
vertical situando o momento de observaccedilatildeo caracterizado pelo momento de cuidado do
profissional ao paciente
A observaccedilatildeo participante foi realizada em contato direto frequente e prolongado do
investigador com os participantes Segundo Abib (2013) a observaccedilatildeo constitui uma teacutecnica
de investigaccedilatildeo que usualmente se complementa com a entrevista semiestruturada Para a
sua utilizaccedilatildeo como procedimento cientiacutefico eacute preciso que estejam reunidos criteacuterios tais
como o responder a objetivos preacutevios ser planejada de modo sistemaacutetico sujeita a validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo precisatildeo e controle
Estas observaccedilotildees foram realizadas no primeiro e segundo turnos de hemodiaacutelise com
duraccedilatildeo prevista de oito (8) horas A justificativa para este tempo de observaccedilatildeo diaacuteria eacute
devido ser o mesmo periacuteodo de duraccedilatildeo das sessotildees de hemodiaacutelise que corresponde a quatro
(4) horas cada por ser neste momento que o enfermeiro estabelece sua interaccedilatildeo com os
pacientes para o cuidado As observaccedilotildees foram individuais com a escolha de um enfermeiro
por sessatildeo sendo que estes participantes foram observados em mais de uma sessatildeo
Os meses de observaccedilatildeo foram junho a julho de 2016 no HUCFF e outubro a
novembro de 2016 no HUPE a pesquisadora chegava ao setor no horaacuterio da passagem de
plantatildeo agraves 700 horas da manhatilde e terminava a observaccedilatildeo entre 1400 e 1500 horas da tarde
devido ao teacutermino da segunda sessatildeo da HD totalizando ao final 240 horas de observaccedilatildeo em
meacutedia Foi observado o comportamento dos participantes durante sua permanecircncia no setor
de hemodiaacutelise nos diferentes momentos de interaccedilatildeo com o paciente no preacute-diaacutelise
transdiaacutelise e poacutes-diaacutelise
364 Quarto momento da pesquisa Tratamento e anaacutelise dos dados
A anaacutelise das transcriccedilotildees das entrevistas foi realizada tatildeo logo as mesmas eram
encerradas com o objetivo de verificar se haveria a necessidade de mais um contato com o
participante para esclarecer aspectos que ficaram difiacutecil de entender fazendo tambeacutem o
51
cruzamento com os aspectos descritos no roteiro de observaccedilatildeo para cada uma destas anaacutelises
a pesquisadora despendia aproximadamente 1 a 2 horas Na preacute-anaacutelise foi realizada uma
leitura flutuante dos depoimentos transcritos e elaboraccedilatildeo de indicadores que fundamentem a
interpretaccedilatildeo As entrevistas transcritas foram devolvidas para validaccedilatildeo dos participantes da
pesquisa que nela foram identificados por pseudocircnimos sendo que todas as entrevistas seratildeo
arquivadas por um periacuteodo de cinco (5) anos e apoacutes esse tempo as mesmas seratildeo incineradas
No momento da preacute-anaacutelise foi realizada a tabulaccedilatildeo dos dados de identificaccedilatildeo dos
enfermeiros entrevistados traccedilando atraveacutes dos mesmos o perfil dos participantes do estudo
Foi reservado para este momento o tempo correspondente a 1 hora para cada entrevista
Em outro momento da anaacutelise todas as entrevistas foram lidas e relidas
cuidadosamente para o reconhecimento e extraccedilatildeo dos dados brutos verificando e
sublinhando a sua relaccedilatildeo com os objetivos do estudo Para esta atividade foram ocupadas
cerca de 8 h de estudo no qual foi realizada a anaacutelise temaacutetica das respostas dos participantes
baseando-se em Bardin (2011) que representa um conjunto de teacutecnicas de anaacutelise das
comunicaccedilotildees utilizando procedimentos sistemaacuteticos e objetivos de descriccedilatildeo do conteuacutedo das
mensagens A crescente utilizaccedilatildeo da anaacutelise de conteuacutedo na aacuterea da Enfermagem eacute
evidenciada em muitos trabalhos publicados em vaacuterias revistas de circulaccedilatildeo nacional e
internacional (CAVALCANTE CALIXTO PINHEIRO 2014)
De acordo com Bardin (2011 p 131) ldquofazer uma anaacutelise temaacutetica consiste em
descobrir os ldquonuacutecleos de sentidordquo que compotildeem a comunicaccedilatildeo e cuja presenccedila ou
frequecircncia de apariccedilatildeo pode significar alguma coisa para o objetivo analiacutetico escolhidordquo
Na tentativa de organizar esse material apoacutes sucessivas leituras foi destacado em cada
conjunto de respostas dos participantes os fragmentos do texto que estavam relacionados com
os objetivos da pesquisa Esse procedimento foi necessaacuterio pois havia uma grande
quantidade de informaccedilotildees transversais ao objeto da pesquisa Assim foi construiacutedo um
quadro para cada pergunta onde foram destacados os fragmentos relacionados ao mesmo
objetivo Em seguida os fragmentos foram agrupados por aproximaccedilatildeo dos sentidos
Nos termos determinantes por Bardin (2011) especificamente quanto agrave fase de
exploraccedilatildeo do material destaca-se que as diferentes operaccedilotildees da preacute-anaacutelise foram
convenientemente concluiacutedas E a fase de anaacutelise propriamente dita natildeo eacute mais do que a
aplicaccedilatildeo sistemaacutetica das decisotildees tomadas
Desta forma na fase denominada de exploraccedilatildeo do material foi realizado um processo
de separaccedilatildeo da essecircncia das mensagens que serviu para a identificaccedilatildeo das expressotildees com
sentidos equivalentes presentes nas respostas de cada enfermeiro De acordo o meacutetodo
52
adotado eacute nessa fase que o material eacute organizado para a anaacutelise atraveacutes de um processo de
codificaccedilatildeo
O trabalho de organizaccedilatildeo dos fragmentos das respostas foi a de reunir em um uacutenico
quadro os elementos pertencentes a um determinado conjunto ou classe Cabe registrar aqui
que todos os elementos foram considerados mesmo aqueles que apareceram apenas em uma
uacutenica resposta uma uacutenica vez e natildeo puderam ser agrupado aos demais
Destaca-se que o meacutetodo proposto por Bardin (2011) esclarece que a codificaccedilatildeo
corresponde praticamente a uma transformaccedilatildeo do material em uma representaccedilatildeo do
conteuacutedo no caso as mensagens contidas nas respostas Para a autora esse processo tem a
intenccedilatildeo de alcanccedilar o nuacutecleo de compreensatildeo do texto
Para continuar o processo de codificaccedilatildeo conforme aponta o meacutetodo procurou-se
identificar as unidades de registro ndash ou unidades de significaccedilatildeo ndash a partir do material que
havia sido codificado e reunido em um quadro de acordo com cada objetivo proposto
Segundo Bardin (2011) as unidades de registro satildeo fragmentas no texto e podem ser
palavras frases ou paraacutegrafos que denotam significaccedilatildeo Satildeo coacutedigos linguiacutesticos que
possuem alguma compreensatildeo com determinado contexto onde elas satildeo utilizadas ou se
relacionam
Diante desta anaacutelise buscou-se uma possiacutevel construccedilatildeo da comunicaccedilatildeo proxecircmica
sobre o cuidar e os cuidados de enfermagem ao paciente em tratamento de hemodiaacutelise
permitindo mapear as categorias de cuidados que emergem na hemodiaacutelise atraveacutes das
entrevistas e da observaccedilatildeo Verificou-se que as unidades de registro se desprendiam
naturalmente dos objetivos e poderiam ser agrupadas em trecircs (3) grupos como foram
identificados quais sejam aspectos relacionados com os sentidos do espaccedilo do cuidado
ambiente do cuidado e o conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Na perspectiva do meacutetodo Bardin (2011) reconhece esse procedimento de
organizaccedilatildeo das unidades de registro como a forma de compreender a significaccedilatildeo exata das
unidades de registro Na proposta do meacutetodo um grupo de unidades de registro pode ser
identificado atraveacutes de uma unidade de contexto A categorizaccedilatildeo ocorre atraveacutes da inferecircncia
do analista sobre o material produzido e submetido agrave codificaccedilatildeo A categorizaccedilatildeo tem como
objetivo fornecer por condensaccedilatildeo uma representaccedilatildeo simplificada dos dados brutos que
resulta da inferecircncia do analista Neste sentido foram propostas trecircs categorias para o
desenvolvimento deste estudo
Assim na uacuteltima fase que compotildee o meacutetodo da anaacutelise de conteuacutedo consiste na
interpretaccedilatildeo dados que seraacute apresentada a seguir Segundo o meacutetodo a interpretaccedilatildeo eacute o
53
momento em que o analista atribui significaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do texto resumidas apoacutes
tratamento e apresentadas sob a forma de categorias (Figura 5)
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A etapa final do processo de compreensatildeo do material obtido nas entrevistas
constituiu-se na realizaccedilatildeo do reagrupamento das unidades de registro reunidas sob a forma
de unidades de contextosignificaccedilatildeo em categorias Para Bardin (200 p 145) a
categorizaccedilatildeo eacute
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
CATEGORIAS
54
Uma operaccedilatildeo de classificaccedilatildeo de elementos constitutivos de um conjunto por
diferenciaccedilatildeo e seguidamente por reagrupamento segundo o gecircnero (analogia) com
criteacuterios previamente definidos As categorias satildeo rubricas ou classes as quais
reuacutenem um grupo de elementos (unidades de registros no caso da anaacutelise de
conteuacutedo) sob um tiacutetulo geneacuterico agrupamento esse efetuado em razatildeo das
caracteriacutesticas comuns destes element
55
CAPITULO IV
CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ENTREVISTADOS
Embora a anaacutelise envolva a interpretaccedilatildeo de significado e de funccedilatildeo de accedilotildees humanas
e assuma uma forma descritiva e interpretativa propotildee-se a caracterizaccedilatildeo da amostra dos
participantes segundo as variaacuteveis socioeconocircmicas no formato de tabela para um melhor
entendimento e anaacutelise descritiva Desta forma foi realizada a anaacutelise dos dados dos doze (12)
participantes da pesquisa em ambas as instituiccedilotildees
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros 2016
Caracteriacutesticas N
Sexo
Masculino
Feminino
2
10
17
83
Faixa etaacuteria
26 a 35
36 a 45
46 a 55
56 a 65
6
2
3
1
50
17
24
8 Tempo de Formaccedilatildeo
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
2
6
2
2
17
50
17
16 Tempo de atuaccedilatildeo
na Nefrologia
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
7
2
2
1
58
17
17
8
Funccedilatildeo exercida
Assistecircncia
Gerecircncia e assistecircncia
8
4
67
33
Curso de capacitaccedilatildeo
Nefrologia
Enfermagem do trabalho
Mestrado
Terapia intensiva
Natildeo possuem
5
2
4
1
1
37
12
25
13
13
Fonte Pesquisa de campo no HUCFF e HUPE 2016
56
Para a melhor compreensatildeo do estudo foi traccedilado o perfil dos enfermeiros sendo os
mesmos descritos quanto ao sexo agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo como
enfermeiro na nefrologia funccedilatildeo que ocupa curso de capacitaccedilatildeo Os dados do perfil do
profissional que atua na hemodiaacutelise permitiram associaacute-los entre si em busca de aspectos
que favorecem a clareza do fenocircmeno
A amostra foi constituiacuteda de doze (12) enfermeiros do setor de hemodiaacutelise de um
universo de seis (06) enfermeiros do HUCFF e seis (06) enfermeiros do HUPE A Resoluccedilatildeo
da Diretoria Colegiada ndash RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 estabelece o regulamento
teacutecnico para o funcionamento dos serviccedilos de diaacutelise no Brasil e esta RDC no subitem 63
determina ldquoO programa de hemodiaacutelise deve integrar no miacutenimo em cada turno um
enfermeiro para cada 35 pacientesrdquo (BRASIL 2004) Este eacute um ponto criacutetico para a
Enfermagem e merece ser revisado para que haja a garantia da seguranccedila e da qualidade de
assistecircncia ao paciente
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Houve uma predominacircncia do sexo feminino 83 (n = 10) em relaccedilatildeo ao masculino
17 (n= 2) Cunha e Spanhol (2014 p92) afirmam que aquele componente educativo e
cultural de cuidadora do lar e famiacutelia foi se diluindo ao longo dos anos com a emancipaccedilatildeo
da mulher e a busca da igualdade de gecircneros Na esfera do trabalho estas mudanccedilas
permitiram que a mulher coloca-se suas competecircncias a serviccedilo da sociedade adquirindo
57
ldquoautonomia financeira que lhes garantissem benefiacutecios como a seguranccedila social a
aposentadoria e uma salvaguarda contra a pobreza viuvez ou ateacute separaccedilatildeordquo
A feminizaccedilatildeo da aacuterea de sauacutede segundo Abuderne e Naisbitt (1993) surgiu com a
enfermagem sendo responsaacutevel por quarenta a cinquumlenta por cento (40 a 50) do
faturamento hospitalar e eles jaacute afirmavam que as mulheres em seus cargos de autoridade no
setor de sauacutede modificariam o cuidado com a sauacutede e a atitude dos profissionais para com as
mulheres e ainda que nas proacuteximas deacutecadas a sauacutede teria uma tocircnica decididamente feminina
Cunha e Spanhol (2014) concordam que no mundo feminino pode-se contar com o alto
potencial na busca constantemente do crescimento profissional e pessoal de novos desafios
e que estas ser por si soacute uma marca de lideranccedila ou caracteriacutestica de um estilo ainda a ser
descoberto
Estudos revelaram que os homens no Brasil tecircm mais dificuldades para expressar
certas emoccedilotildees negativas em puacuteblico jaacute as mulheres possuem maior liberdade para expressaacute-
las Conforme Schimidt e Silva (2012) eacute provaacutevel que os enfermeiras adquiram um menor
controle em expor suas emoccedilotildees Portanto as percepccedilotildees inferidas pelas enfermeiras deste
setor poderatildeo estar impregnadas com emoccedilotildees e sentimentos ativados por estiacutemulos internos
ou vindos do ambiente as vivecircncias e as experiecircncias possuem uma funccedilatildeo adaptativa frente
as situaccedilotildees vivenciadas gerando uma influecircncia positiva ou negativa nos relacionamentos
Logo existem regras culturais capazes de modificar modular e controlar a
musculatura facial ou movimentos corporais entre os gecircneros Portanto os profissionais de
sauacutede precisam se ater a essa verdade e reconhecer o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica (proacuteprias
e do outro) valorizando as peculiaridades existentes A enfermagem toca o corpo e expotildee o
paciente muitas vezes sem pedir autorizaccedilatildeo adotando uma postura de poder O paciente por
sua vez revela constrangimento e vergonha poreacutem dificilmente questiona ou reclama esse
tipo de invasatildeo pois acredita ser ela necessaacuteria para sua recuperaccedilatildeo
Neste sentido para o enfermeiro do sexo masculino a situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal
poderaacute ser considerada desfavoraacutevel durante a realizaccedilatildeo de um procedimento que necessite
de uma aproximaccedilatildeo mais iacutentima para um procedimento teacutecnico
58
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A faixa etaacuteria dos participantes variou de 26 anos a 64 anos sendo destacada pela
faixa etaacuteria de 26 a 35 anos com 50 (n=6) fato esse que corrobora com a pesquisa realizada
pelo Conselho Federal de Enfermagem ndash COFEN (2011) que afirma que a forccedila de trabalho
dos profissionais de enfermagem no Brasil eacute majoritariamente jovem com 6323 na faixa
etaacuteria entre 26 a 45 anos no auge na sua forccedila produtiva e reprodutiva
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
O tempo de formaccedilatildeo dos enfermeiros concentrou-se na faixa de 11 a 20 anos de
formaccedilatildeo 50 (n=6) sendo que o maior tempo de formaccedilatildeo evidenciado foi a de uma
enfermeira com trinta e oito (38) anos de profissatildeo A experiecircncia cliacutenica e o conhecimento
59
teacutecnico-cientiacutefico satildeo componentes essenciais e complementares para definiccedilatildeo das accedilotildees de
cuidado dos pacientes Para Bittencourt e Crossetti (2013) um conhecimento advindo da
praacutetica possibilita ao enfermeiro o aperfeiccediloamento promovendo o desenvolvimento de
conhecimento especiacutefico de enfermagem fundamentados em pressupostos teoacutericos em
experiecircncia cliacutenica e habilidades interpessoais que auxiliam na tomada de decisatildeo assertiva
para os pacientes
Benner Tanner e Chesla (2009) apud Nuntaboot (2016) em seus estudos relacionaram
a aquisiccedilatildeo de habilidades em enfermagem aos diferentes niacuteveis de praacutetica descrevendo cinco
posiccedilotildees que variam desde o ldquonovicerdquo com limitado reconhecimento de evidecircncias e
pensamentos analiacuteticos ao ldquoexpertrdquo especialista com abrangente compreensatildeo e intuiccedilatildeo
Identificando que o enfermeiro ldquoexpertrdquo possui experiecircncia competecircncia e habilidade na
tomada de decisotildees sendo mais proativos na coleta de evidencias relevantes e em antecipar
problemas do que enfermeiros novatos
Ser proficiente competente e perito exige uma base de experiecircncia com populaccedilotildees de
pacientes em particular com estes niacuteveis de habilidades que o enfermeiro desenvolve nas
diferentes situaccedilotildees cliacutenicas acabam evoluindo ao longo do tempo (NUNTABOOT 2016)
Essas habilidades de identificar possiacuteveis impropriedades requerem mudanccedilas no
conhecimento qualificado que satildeo qualitativamente distintos para os estaacutegios iniciais de
aquisiccedilatildeo de habilidades
A experiecircncia como aqui definida natildeo eacute a mera passagem do tempo mas sim uma
transformaccedilatildeo ativa e refinamento de expectativas e percepccedilotildees em situaccedilotildees evolutivas O
enfermeiro muda de uso exclusivo do objetivo e accedilatildeo com pacientes especiacuteficos O raciociacutenio
cliacutenico baseia-se na compreensatildeo das mudanccedilas do paciente atraveacutes do tempo - que eacute o
raciociacutenio atraveacutes das transiccedilotildees
60
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Quanto ao tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise a anaacutelise dos dados obtidos aponta que
58 (n=7) dos enfermeiros participantes atuam no setor de hemodiaacutelise a mais de 2 anos o
que vem a facilitar o entrosamento devido ao conhecimento do contexto dos protocolos e do
paciente atendido na unidade
O tempo de trabalho no setor pode ser um indicativo de tempo de experiecircncia do
enfermeiro no mercado de trabalho o que pode contribuir para a melhoria na qualidade dos
serviccedilos prestados Trata-se de uma construccedilatildeo de conhecimento diaacuterio que amplia cada vez
mais a capacidade de interpretar as situaccedilotildees e estimular o ponto de partida para novas
inquietaccedilotildees
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
61
Com relaccedilatildeo agrave funccedilatildeo exercida foi identificado que 67 (n=8) dos enfermeiros atuam
na assistecircncia ao paciente embora este setor tenha uma caracteriacutestica diferenciada de
cuidados aos pacientes a maioria dos enfermeiros possui uma atuaccedilatildeo gerencial muito
marcante tambeacutem O tempo disponibilizado no contato direto ao paciente se torna
imprescindiacutevel devido agraves demandas do setor sendo assim o enfermeiro acumula
inevitavelmente as funccedilotildees assistenciais e de gerenciador do setor
Este fato corrobora com estudos desenvolvidos sobre o processo de trabalho do
enfermeiro e as implicaccedilotildees e dificuldades da implementaccedilatildeo da Sistematiza da Assistecircncia
de Enfermagem (SAE) visto que o enfermeiro possui um acuacutemulo de atribuiccedilotildees e o
quantitativo de profissionais eacute insatisfatoacuterio (ZANARDO ZANARDO CAEFER 2011)
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Dentre os principais cursos de aprimoramento profissional relatados estatildeo a
especializaccedilatildeo em nefrologia enfermagem do trabalho terapia intensiva e mestrado O fato da
maioria dos participantes 87 (n=11) possuir especializaccedilatildeo denota uma maior preocupaccedilatildeo
em manter uma boa formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo dos cuidados de enfermagem
De acordo com a RDC 15404 o responsaacutevel teacutecnico do setor de hemodiaacutelise poderaacute
ser um profissional de niacutevel superior com especializaccedilatildeo na aacuterea correspondente assentada
junto ao respectivo conselho profissional aleacutem deste profissional um (1) enfermeiro
especializado em nefrologia que responda pelos procedimentos e intercorrecircncias de
62
enfermagem A resoluccedilatildeo destaca ainda em seu anexo 6 ldquorecursos humanos do serviccedilo de
diaacuteliserdquoitem 69 que
A capacitaccedilatildeo formal e o credenciamento dos Enfermeiros na especialidade de
nefrologia devem ser comprovados por declaraccedilatildeo certificado respectivamente
reconhecidos pela SOBENrdquo No caso do tiacutetulo de especialista poderaacute ser obtido
atraveacutes de especializaccedilatildeo em Nefrologia reconhecido pelo MEC ou pela SOBEN
atraveacutes da prova de tiacutetulo seguindo as normas do Conselho Federal de Enfermagem
O enfermeiro que estiver em processo de capacitaccedilatildeo deve ser supervisionado por
um enfermeiro especialista em nefrologia
Dentre os profissionais que atuam no setor dois (2) natildeo possuem especializaccedilatildeo em
nefrologia e sim em outra aacuterea e um (1) estaacute em processo de capacitaccedilatildeo Haacute por parte dos
enfermeiros uma necessidade de construir uma ldquoidentidade profissional identificando e
demarcando um saber especiacuteficordquo com o propoacutesito de contribuir para o estabelecimento de
uma maior autonomia e domiacutenio das decisotildees frente agrave equipe de enfermagem assim como aos
pacientes Em sua praacutetica diaacuteria o profissional precisa articular o conhecimento teoacuterico com o
conhecimento praacutetico para conquistar e manter a lideranccedila (VALADARES VIANA 2009 P
381)
63
CAPITULO V
RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS
Este capiacutetulo congrega os resultados das anaacutelises dos dados no sentido de atender aos
objetivos propostos para a realizaccedilatildeo do estudo em ambos os cenaacuterios investigados As
unidades de registros (UR) das doze (12) entrevistas foram agrupadas em trecircs (3) categorias agrave
saber O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise Sentidos do espaccedilo do cuidado
em hemodiaacutelise Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Para representar a classificaccedilatildeo das categorias (Quadro 4) foi descrito os nuacutemeros de
UR obtidos em cada entrevista e somatoacuterio total de trezentos e quarenta e cinco (345) UR e
destas foram consideradas (duzentas e setenta e um) 271 UR devido a sua relevacircncia com a
temaacutetica proposta
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do enfermeiro
na hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
2
Sentidos do espaccedilo do
cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Total de Unidades de
Registros relevantes
obtidas em cada
entrevista
21
19
37
24
26
30
24
18
15
17
24
16
271
64
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
Para descriccedilatildeo de cada setor de HD onde a coleta de dados desta pesquisa foi
realizada utilizou-se o meacutetodo de observaccedilatildeo participante com anotaccedilotildees no roteiro de
observaccedilatildeo Foram registrados todos os fatos e fenocircmenos referentes agraves atividades realizadas
e agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente que serviram
de embasamento para as leituras das caracteriacutesticas de uso e apropriaccedilatildeo do espaccedilo da HD
Nelas os enfermeiros foram observados realizando suas atividades rotineiras sem saber que
neste dia estavam sendo estudados
Para entender como o enfermeiro se comporta neste territoacuterio e qual o espaccedilo que ele
ocupa foi necessaacuterio elaborar os mapas (figuras 6 e 7) que representam de forma
esquemaacutetica o setor de hemodiaacutelise com suas caracteriacutesticas fixas e semifixas e as zonas de
distanciamento propostas por Eduard T Hall A classificaccedilatildeo dada agrave arquitetura e aos objetos
em nosso ambiente de espaccedilo como caracteriacutesticas fixa e semifixa eacute descrita por Hall (2005)
em seus estudos como sendo ambas de profundo impacto em nosso comportamento
comunicativo
Para Hall (2005) territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta
caracteriacutesticas reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de
sua proacutepria espeacutecie Franco e Stralen (2012) tambeacutem afirmam que o territoacuterio tem um papel
na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que fornece informaccedilotildees sobre limites que
definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo
das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves funccedilotildees pessoais e sociais a
dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais amplo e seu ao acesso ao
territoacuterio dos mais fracos dito dominado
Em todos os sentidos da palavra o territoacuterio eacute um prolongamento do organismo
indicado por sinais visuais verbais e olfativos Portanto sendo a territorialidade relativamente
fixa este tipo de espaccedilo eacute denominado em relaccedilatildeo agrave proxecircmica de espaccedilo de caracteres
fixos Jaacute os mobiliaacuterios obstaacuteculos e adornos o espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas (HALL
2005)
A primeira categoria tem como temaunidade de significaccedilatildeo o ambiente do cuidado
do enfermeiro na hemodiaacutelise Entre os 12 (doze) corpos de anaacutelise (entrevistas) houve 345
(trezentos e quarenta e cinco 100) UR no total 126 (cento e vinte e seis3652) satildeo
referentes a esta categoria sobre o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
65
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
511 Primeiro Cenaacuterio de investigaccedilatildeo
As figuras representam as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho (HUCFF) sendo em planta baixa (figura 6a) e
em perspectiva (figura 6b) desta forma a elaboraccedilatildeo das plantas humanizadas dos setores satildeo
apresentadas como forma de entendimento destes espaccedilos com as zonas de distanciamento
para fins de anaacutelise do ambiente junto agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica dos participantes da pesquisa
com seus pacientes durante a assistecircncia prestada no setor
Os enfermeiros identificam como espaccedilo do cuidado natildeo soacute a sala de HD mas
tambeacutem demais espaccedilos em anexo este fato eacute claramente percebido nas observaccedilotildees e falas
dos participantes desta forma para a elaboraccedilatildeo dos mapas as distacircncias descritas na
comunicaccedilatildeo proxecircmica satildeo ampliadas ateacute os espaccedilos identificados como sendo de cuidado e
ilustradas por meio das cores anteriormente referidas sendo aplicadas no mapa para melhor
entendimento
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer lugar em qualquer momento [] atender o
paciente com a necessidade dele independente onde ele se localiza A necessidade
vem a vocecirc e natildeo vocecirc a ela Eles chegam aqui com a esperanccedila que algueacutem vai
ajudaacute-lo nem que seja com uma palavra Faccedilo questatildeo de natildeo esquecer isso e
sempre tento ajudaacute-los Qualquer ajuda pode estar contribuindo para adesatildeo ao
tratamento (E1)
66
[] circulo em todos os espaccedilos no local de pesagem eacute importante estar com
pacientes pois eles podem mentir peso Nos escaninhos - tambeacutem circulo para ver
prontuaacuterios os quadros onde tem organizaccedilatildeo dos turnos os quadros de
antibioacuteticos mantenho os dados atualizados dos pacientes que estatildeo em tratamento
(E3)
Os participantes afirmam que o cuidado eacute realizado independente do local sempre que
haacute necessidade de uma intervenccedilatildeo cuidar natildeo eacute somente estar junto ao paciente cuidar eacute dar
conferir e checar registros medicaccedilotildees equipamentos mas tambeacutem eacute a valorizaccedilatildeo e
percepccedilatildeo da necessidade do outro O cuidado necessita da criaccedilatildeo de viacutenculo entre
profissional e paciente e que a compreensatildeo do profissional para que essa relaccedilatildeo deva existir
eacute fundamental para que desenvolva um cuidado saudaacutevel permeado pela intersubjetividade
formando com o espaccedilo fiacutesico um ambiente favoraacutevel agrave sauacutede Aleacutem disso para Pieszak et al
(2013 p 71)
Eacute importante destacar que a reduccedilatildeo da arte agrave simples execuccedilatildeo de teacutecnicas foi um
dos fatores que levou agrave desvalorizaccedilatildeo do conhecimento esteacutetico pois este
corresponde agrave arte da enfermagem que eacute expressiva subjetiva e se torna visiacutevel na
accedilatildeo do cuidar
Na hemodiaacutelise o espaccedilo para as intervenccedilotildees de ordem teacutecnica ou mecacircnica eacute
contiacutenuo o que poderaacute colocar o processo de relaccedilatildeo intersubjetiva e consequentemente o
processo de comunicaccedilatildeo como o instrumento de intervenccedilatildeo secundaacuteria Assim mesmo
com toda a tecnologia espera-se que os profissionais sejam capazes de construir a partir do
processo de interaccedilatildeo ou relaccedilatildeo subjetiva estabelecendo relaccedilotildees terapecircuticas com os
pacientes Para Formozo et al (2012) o cuidado em sauacutede eacute compreendido como um ato
singular que objetiva o bem-estar das pessoas envolvidas eacute imprescindiacutevel que o ser cuidado
e o ser cuidador estabeleccedilam uma interaccedilatildeo produtiva Desta forma aos poucos estabelece
uma aproximaccedilatildeo entre os sujeitos no contexto das interaccedilotildees sociais Para que estas
interaccedilotildees sejam profiacutecuas eacute preciso ter habilidades para subsidiar as demandas impliacutecitas no
cuidado
Ao afirmarem que circulam pelos diferentes espaccedilos fica claro no cuidado na HD que
o enfermeiro eacute quem circula por todo o ambiente permanecendo nos diferentes espaccedilos
durante a permanecircncia do paciente desta forma partindo do pressuposto que o paciente se
manteacutem fixo na maioria do periacuteodo de tratamento sentado junto agrave maacutequina seraacute considerado
como o espaccedilo a ser invadido pelo enfermeiro o espaccedilo iacutentimo ao redor do paciente
67
A proposta de elaborar um instrumento que auxilie na identificaccedilatildeo dos diferentes
espaccedilos com a percepccedilatildeo dos enfermeiros no uso dos sentidos foi possiacutevel por meio da
conjugaccedilatildeo de teacutecnicas observacionais com a teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica
possibilitando a construccedilatildeo de um produto apresentado de forma esquemaacutetica e colorimeacutetrica
denominado Mapeamento Comportamental Proxecircmico do enfermeiro na hemodiaacutelise O
Mapeamento Comportamental apresenta como sendo espaccedilo iacutentimo (vermelho) a poltrona do
paciente e a partir desde ponto afastando-se do paciente surgem o espaccedilo pessoal
(laranja) espaccedilo social (amarelo) e espaccedilo puacuteblico (verde)
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
O ambiente eacute climatizado bem iluminado com lacircmpadas fluorescentes e haacute um
conjunto de vidraccedilas sempre fechadas e protegidas por peliacutecula protetora Existem trecircs
espaccedilos fixos no espaccedilo ao centro (Box 2) eacute onde se localiza a porta de entrada para o setor
destinado agrave circulaccedilatildeo de pessoas existe uma balanccedila que eacute utilizada por todos os pacientes
para a pesagem (espaccedilo puacuteblico) Em caso de emergecircncia ou precauccedilatildeo de contato os
68
pacientes satildeo alocados neste espaccedilo em macas junto agraves maacutequinas reservas de HD para
realizarem a hemodiaacutelise Eacute um espaccedilo amplo sem obstaacuteculos como mobiliaacuterios o que vem a
facilitar a visualizaccedilatildeo da equipe de enfermagem embora o espaccedilo natildeo esteja proacuteximo agrave
bancada de enfermagem
Uma visualizaccedilatildeo mais centralizada com o posto de enfermagem no meio do salatildeo e
ao redor os pacientes eacute o ideal mas o espaccedilo tem que ser adequado aqui temos um
espaccedilo adequado mas o Box 2 fica afastado de nossa visatildeo (E1)
A minha visatildeo de sala de HD a natildeo ser que tivesse dois enfermeiros plantonistas eacute
de uma sala circular igual a um Centro de Terapia Intensiva (CTI) o enfermeiro
tem que ter a visatildeo de todos os pacientes (E5)
Haacute uma unanimidade na necessidade de um espaccedilo adequado para o efetivo cuidado
os enfermeiros afirmam que precisam de um espaccedilo que possua uma boa visualizaccedilatildeo de
todos os pacientes com um balcatildeo de enfermagem centralizado e acesso faacutecil a materiais
medicamentos e prontuaacuterios De acordo com Savi e Rech (2015) as caracteriacutesticas semifixas
satildeo definidas como a preocupaccedilatildeo com a localizaccedilatildeo fiacutesica dos recursos de forma simples eacute a
configuraccedilatildeo de departamentos de centros de trabalho instalaccedilotildees e equipamentos dos
elementos aos quais se aplica o trabalho de um setor Deve-se ter a preocupaccedilatildeo de natildeo soacute
aperfeiccediloar as condiccedilotildees de trabalho mas tambeacutem racionalizar os fluxos do trabalho a
disposiccedilatildeo fiacutesica dos postos e tornar a movimentaccedilatildeo das pessoas ainda mais faacutecil
Essas caracteriacutesticas semifixas devem sobretudo propor bem estar Natildeo eacute raro nos
dias de hoje que arquitetos decoradores e paisagistas participem da elaboraccedilatildeo de arranjos
fiacutesicos na tentativa de tornar o ambiente de trabalho mais agradaacutevel e favoraacutevel as demandas
diaacuterias A necessidade de estudaacute-lo existe sempre que se pretende a implantaccedilatildeo de um novo
setor uma nova unidade de serviccedilo ou quando se estiver promovendo a reformulaccedilatildeo das
atividades desenvolvidas
A figura 6b apresenta-se por uma perspectiva que permite a visualizaccedilatildeo da porta de
entrada do setor e o detalhamento das caracteriacutesticas semifixas Nos espaccedilos fixos laterais
denominados de Box 1 e 3 apresentam seus mobiliaacuterios organizados de maneira muito
semelhante principalmente as poltronas de diaacutelise e o balcatildeo de enfermagem onde estatildeo
posicionados com as mesmas distacircncias entre si Este balcatildeo de enfermagem possui um
computador para o acesso ao prontuaacuterio eletrocircnico do Hospital Universitaacuterio (Pront HU)2
(espaccedilo social) atraacutes de cada balcatildeo um escaninho com os prontuaacuterios impressos dos
2 Eacute um prontuaacuterio eletrocircnico dos pacientes do hospital seu acesso eacute atraveacutes de senha eletrocircnica pessoal
69
pacientes (espaccedilo puacuteblico) bancada para preparaccedilatildeo dos medicamentos (espaccedilo puacuteblico)
quatro (4) poltronas reclinaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) quatro (4) maacutequinas de hemodiaacutelise (espaccedilo
pessoal) aleacutem de pias para lavagem das matildeos (espaccedilo puacuteblico)
Figura 06b Mapeamento Comportamental proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Todo o setor dispotildee de sistema de tubulaccedilatildeo de oxigecircnio ar comprimido e
vacuocircmetro sistema de distribuiccedilatildeo de aacutegua tratada para diaacutelise A unidade conta ainda com
uma sala de utilidade sala de expurgo sala de curativo sala de chefia sala dos meacutedicos e o
banheiro encontra-se fora do setor Segundo Savi e Rech (2015) a necessidade de tomar
decisotildees sobre as caracteriacutesticas fixas e semifixas decorre de vaacuterios motivos melhoria do
ambiente de trabalho o local de trabalho e as condiccedilotildees fiacutesicas de trabalho principalmente
nos assuntos relacionados agrave ergonomia podem ser fatores motivadores ou desmotivadores
Um banheiro longe uma balanccedila mal posicionada falta de claridade pias desativadas ou sem
70
condiccedilotildees de uso mobiliaacuterios potenciais causadores de acidentes entre outros podem fazer
muita diferenccedila em nosso comportamento durante a permanecircncia neste espaccedilo
Um layout correto proporciona um fluxo de comunicaccedilatildeo entre as atividades de
maneira mais eficiente e eficaz melhorando a utilizaccedilatildeo das aacutereas produtivas obtendo maior
facilidade na administraccedilatildeo das tarefas diminuindo assim os problemas ergonocircmicos e
flexibilizando os processos em casos de mudanccedilas ou adequaccedilotildees
Durante a chegada do paciente e no momento preacute-diaacutelise os enfermeiros se mantecircm
proacuteximos do paciente ocupando sempre o espaccedilo iacutentimo e o pessoal jaacute durante o periacuteodo de
transdiaacutelise onde o paciente jaacute foi instalado na maacutequina os enfermeiros se mantecircm no espaccedilo
social e no puacuteblico O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em
relaccedilatildeo aos outros durante a conversaccedilatildeo Aleacutem das caracteriacutesticas semifixas o espaccedilo
disponiacutevel sem obstaacuteculos entre os interlocutores podem favorecer a distacircncia de aproximaccedilatildeo
durante a interaccedilatildeo (HALL 2005)
Os dois principais momentos que ficamos no iacutentimo e pessoal satildeo na instalaccedilatildeo do
paciente agrave maacutequina no momento da transdiaacutelise que verifico a pressatildeo arterial ou
se tiver alguma intercorrecircncia e ao final quando termina o procedimento (E4)
Aqui trabalho bem proacutexima ao paciente ateacute porque o nuacutemero de teacutecnicos e
enfermeiros eacute reduzido [] quando chega o paciente eu posiciono-o ajudo na
instalaccedilatildeo fico muito no maquinaacuterio e proacuteximo a bancada (E6)
Os espaccedilos satildeo demarcados pelos enfermeiros com sendo iacutentimo e pessoal em
diferentes momentos que necessitam de uma aproximaccedilatildeo para executar um procedimento e
apoacutes executarem determinada tarefa existe um afastamento se mantendo no social para uma
melhor visatildeo geral de todos os pacientes e para proporcionar ao paciente uma privacidade As
sucessivas aproximaccedilotildees satildeo referidas como sendo algo muito contiacutenuo mas que tambeacutem natildeo
podem interferir no bem estar e invasatildeo do espaccedilo do paciente
Para Schimidt e Silva (2012) o que eacute caracterizado com invasatildeo do espaccedilo satildeo accedilotildees
referentes agrave manipulaccedilatildeo do corpo do paciente ou de pertences a ocupaccedilatildeo do seu espaccedilo
pessoal ou iacutentimo pelo profissional sem autorizaccedilatildeo preacutevia a permissatildeo de pessoas estranhas
ou em quantidade que superlote seu territoacuterio e a violaccedilatildeo satildeo accedilotildees referentes agraves exposiccedilotildees e
agraves intrusotildees fiacutesicas e visuais que violam a privacidade fiacutesica e emocional do paciente sendo
os dois exemplos mais incidentes agrave negligecircncia o uso inadequado de biombos ou ateacute mesmo a
exposiccedilatildeo de um cateter na femural Nesse mesmo estudo Schimidt e Silva (2012) afirmam a
71
situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal considerada mais desagradaacutevel eacute quando a enfermagem realiza
um procedimento teacutecnico em uma regiatildeo mais iacutentima e na HD este momento eacute vivenciado ao
se manipular um cateter localizado na arteacuteria femural pois o paciente precisa expor o acesso
levantando sua bermuda ou saia trazendo-lhe um constrangimento diante dos demais
pacientes
512 Segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo
O segundo cenaacuterio da pesquisa investigado representa o setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) (figuras 7a e 7b) que apresenta dimensotildees
diferentes do primeiro cenaacuterio assim como as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor No
setor de HD o espaccedilo puacuteblico eacute localizado na sala de registros de enfermagem um espaccedilo em
anexo a sala de HD que eacute separada por uma parede de vidro
O setor eacute climatizado com boa iluminaccedilatildeo possui um uacutenico salatildeo onde haacute na entrada
uma balanccedila para pesagem dos pacientes duas pias para lavagem do braccedilo e no salatildeo existem
oito (8) poltronas reclinaacuteveis e confortaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) oito (8) maacutequinas de hemodiaacutelise
(espaccedilo pessoal) no centro do salatildeo haacute um balcatildeo de enfermagem (espaccedilo social) amplo
com armaacuterios para guarda medicamentos insumos e demais mateacuterias utilizados na
hemodiaacutelise
Ao serem questionados sobre facilidades e dificuldades do ambiente os enfermeiros
relataram que o espaccedilo (figura 7a) e sua utilizaccedilatildeo satildeo adequados em muitos aspectos como o
balcatildeo centralizado com acesso faacutecil a materiais (medicaccedilotildees agulhas capilares de HD etc)
nesta disposiccedilatildeo permite uma melhor visualizaccedilatildeo de todos os pacientes assim como de todos
os profissionais que prestam os cuidados durante a permanecircncia do paciente na HD
Entretanto natildeo satildeo propiacutecios e adequados para se estabelecer as interaccedilotildees e os cuidados de
enfermagem de forma singular por considerarem um espaccedilo pequeno
O ambiente tem que facilitar - se tem uma visualizaccedilatildeo direta de todas as maacutequinas
com o apoio de um balcatildeo com acesso a tudo que precisamos desde materiais ateacute
prontuaacuterios dos pacientes eacute o ideal o problema eacute que com o espaccedilo eacute pequeno
temos que nos limitar em nossas movimentaccedilotildees (E7)
O ambiente facilita a comunicaccedilatildeo gosto do espaccedilo mas faccedilo meus registros de peacute
no balcatildeo natildeo temos aonde sentar soacute na sala de registros Entatildeo a dificuldade eacute o
espaccedilo ser pequeno e o balcatildeo muito alto [] natildeo gosto da sala de registros
72
porque fico longe dos pacientes tenho que olhar atraveacutes dos vidros e natildeo daacute para
ver direito aleacutem de que poderaacute retardar o meu tempo de accedilatildeo (E8)
As manisfestaccedilotildees de insatisfaccedilatildeo com o ambiente surgiram em ambos os cenaacuterios
cada qual analisado de acordo com suas caracteriacutesticas proacuteprias mas eacute notoacuterio que algumas
dificuldades satildeo descritas como de faacutecil soluccedilatildeo quando se trata de organizaccedilatildeo e
planejamento do arranjo das caracteriacutesticas semifixas como a distribuiccedilatildeo dos mobiliaacuterios no
ambiente mas quando se trata de dimensotildees das caracteriacutesticas fixas do ambiente natildeo eacute de
faacutecil resoluccedilatildeo Para os depoentes do primeiro cenaacuterio investigado o ambiente eacute amplo mas
natildeo favorece uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes devido o balcatildeo natildeo ser centralizado
jaacute o segundo cenaacuterio apresenta balcatildeo centralizado e alto mas o espaccedilo eacute inapropriado para
atender as necessidades de circulaccedilatildeo devido ao tamanho do salatildeo
Eacute atraveacutes das satisfaccedilotildees humanas que se pode conseguir uma qualidade assistencial
seja de forma direta atraveacutes da reduccedilatildeo de tempos movimentos e recursos seja de forma
indireta pela promoccedilatildeo de uma maior satisfaccedilatildeo do trabalho sauacutede do trabalhador refletindo
em sua motivaccedilatildeo componente indubitavelmente atrelado agrave produtividade (SILVA
PINHEIRO MOREIRA 2011)
Facilidade eacute por ser pequeno e consigo observar todos os pacientes mas natildeo tem
conforto porque fico em peacute na bancada Em contra partida dificulta quando temos
paciente na maca natildeo tem mobilidade na hora de fazer assistecircncia natildeo consigo
chegar aos equipamentos (E9)
A facilidade eacute que em qualquer posiccedilatildeo no salatildeo estarei proacuteximo e consigo ter uma
reaccedilatildeo raacutepida numa intercorrecircncia tambeacutem natildeo preciso falar alto para falar com
ele Dificuldade eacute porque poderia ser um pouco mais amplo o espaccedilo eacute pequeno as
poltronas satildeo muito proacuteximas umas das outras e esbarramos agraves vezes no outro
paciente ou no colega (E12)
As unidades de diaacutelise devem atender aos requisitos de estrutura fiacutesica previstos na
RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou instrumento legal que venha a substituiacute-
la No Art 22 da RDC Nordm112014 eacute referido que ldquoo posto de enfermagem da sala para
hemodiaacutelise da sala para diaacutelise peritoneal e da sala de recuperaccedilatildeo e atendimento de
emergecircncia deve possibilitar a observaccedilatildeo visual total das poltronasleitos (BRASIL 2002
BRASIL 2014)
O ambiente da HD deve atender agraves especificaccedilotildees de instalaccedilotildees previstas na
Resoluccedilatildeo entretanto encontramos diferentes disposiccedilotildees de mobiliaacuterios nas unidades de HD
73
devido aos padrotildees arquitetocircnicos das instituiccedilotildees e eacute importante avaliarmos a possibilidade
de mudanccedilas para favorecer a circulaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo geral do ambiente
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta figura eacute possiacutevel visualizar em anexo ao salatildeo de HD que existe uma sala de
enfermagem (espaccedilo puacuteblico) referida pelos enfermeiros como sala de registros separada por
uma parede de vidro este espaccedilo eacute destinado agrave evoluccedilatildeo de enfermagem guarda de
prontuaacuterios e demais documentos Esta sala de registros possui cadeiras e balcatildeo pias para
lavagem das matildeos (sem uso) e armaacuterios para guarda de materiais e uma ampla janela de vidro
por onde entra a luz natural Este vidro que separa os ambientes permite a equipe visualizar o
espaccedilo do salatildeo de hemodiaacutelise
74
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta perspectiva (figura 7b) identifica-se o salatildeo de HD com seus espaccedilos iacutentimo
pessoal e social eacute possiacutevel visualizar a porta que daacute acesso a sala de registros (espaccedilo puacuteblico) e a
parede com vidro que permite a visualizaccedilatildeo de ambos os ambientes percebesse que devido agraves
dimensotildees do espaccedilo ser pequeno o balcatildeo encontra-se centralizado (espaccedilo social) permitindo
uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes no salatildeo contudo existe uma proximidade muito
grande entre as poltronas dos pacientes (espaccedilo iacutentimo) e pouco espaccedilo entre o balcatildeo e as
poltronas A maioria dos participantes afirma que esta proximidade entre os pacientes interfere na
privacidade destes restringindo o enfermeiro a discutir determinados assuntos mais iacutentimos ou
pessoais
Damos orientaccedilotildees no salatildeo sim mas satildeo gerais muito geneacutericas e que serviratildeo
para todos mas natildeo eacute uma consulta de enfermagem natildeo eacute pessoal (E6)
Para dar uma assistecircncia mais individual o salatildeo natildeo eacute o local mais indicado
quando eacute uma questatildeo de orientaccedilatildeo e natildeo traacutes nenhum tipo de constrangimento
para o paciente falo ali mesmo (E9)
O enfermeiro possui um papel fundamental no acolhimento e na melhoria da qualidade
de vida do paciente por isso deve desenvolver competecircncias para ajudaacute-lo a aceitar o
75
tratamento e aderir ao plano de cuidados traccedilados Eacute neste acolhimento que o enfermeiro
responsaacutevel pela sala de HD no decorrer do processo agitado de mudanccedila de turno e iniacutecio da
nova sessatildeo de HD deve conseguir recolher o maacuteximo de informaccedilotildees possiacuteveis sobre o
paciente para garantir uma assistecircncia de cuidados adequados ao iniciar o tratamento com
seguranccedila Teraacute de fazecirc-lo em plena sala de HD com os outros pacientes ao redor o que o
limitaraacute em algumas discussotildees para natildeo desrespeitar a privacidade do paciente restringindo-
o a intervir ou orientar em situaccedilotildees mais especiacuteficas
O acolhimento do paciente renal crocircnico em iniacutecio de hemodiaacutelise eacute da competecircncia
do enfermeiro pois eacute ele que tem um melhor conhecimento da pessoa e do contexto cada
experiecircncia de acolhimento deve ser flexiacutevel e ajustada agrave situaccedilatildeo cliacutenica da pessoa natildeo deve
ser padronizado deve-se estabelecer com ele um elo uma relaccedilatildeo de proximidade e de
presenccedila permanente no cuidado ao paciente na HD O enfermeiro interage com o paciente
durante todo o periacuteodo de permanecircncia no setor e no miacutenimo trecircs vezes na semana essa
convivecircncia e o cuidado prolongado possibilitam que ambos experimentem uma gama de
fenocircmenos sentimentos pensamentos e reaccedilotildees que podem interferir de forma positiva no
processo de comunicaccedilatildeo dentre esses estatildeo a empatia a confianccedila e o respeito muacutetuo
(STEFANELLI CARVALHO 2012)
Conforme Fernandes e Cruz (2017) os enfermeiros reconhecem que satildeo os
profissionais mais competentes para acolher a pessoa em iniacutecio de hemodiaacutelise e estabelecer
com ela uma ligaccedilatildeo uma relaccedilatildeo de proximidade e confianccedila que poderaacute ser determinante
para o sucesso do processo de adesatildeo ao tratamento A tarefa de cuidar do paciente em HD eacute a
atividade realizada entre todos os membros da equipe de sauacutede e dessa forma tambeacutem eacute uma
atribuiccedilatildeo do enfermeiro Neste cenaacuterio o enfermeiro assume uma postura de assistecircncia e
gerecircncia pois a natureza do trabalho do enfermeiro exige atender diferentes demandas de
atenccedilatildeo que estatildeo ligadas agrave complexidade da assistecircncia prestada e do ambiente de trabalho A
Lei do Exerciacutecio Profissional nordm749886 relata que eacute uma das atividades privativas do
enfermeiro prestar cuidados de maior complexidade teacutecnica e que exijam conhecimentos
cientiacuteficos e ainda capacidade para tomar decisotildees imediatas (COFEM 1986)
O enfermeiro da HD por manter um contato constante e contiacutenuo com o paciente na
terapia renal ao prestar um cuidado se envolve e aprende a exercitar seu compromisso
favorecendo estreita relaccedilatildeo com o paciente e consequentemente contribuindo para
assistecircncia de qualidade Portanto nesse ambiente o trabalho do enfermeiro natildeo se resume a
articular os diversos meios de trabalho da equipe de sauacutede e de enfermagem mas na prestaccedilatildeo
direta de cuidados que necessitam de respostas individuais e complexas que atendam as
76
necessidades impliacutecitas Dessa forma o trabalho na HD exige novas competecircncias dos
profissionais que se deparam com mudanccedilas tecnoloacutegicas e exigecircncias especiacuteficas
provocando muitas vezes transformaccedilotildees no seu processo de trabalho (CAMELO 2012)
Na HD natildeo trabalhamos sozinhos trabalhamos com vaacuterios profissionais e muitas
vezes sou eu que vou identificar um problema que a nutriccedilatildeo ainda natildeo viu E
tambeacutem o social e vou discutir com a enfermeira chefe pois eu sei que ela faz esta
parte social [] quando Identifico um problema aiacute mexe comigo e eu me coloco a
disposiccedilatildeo para resolver ou solicito ajuda para auxiliar nas orientaccedilotildees (E5)
O paciente ao chegar no setor de HD desconhece o tratamento eles acham que
faratildeo a HD durante um determinado tempo e vatildeo se ldquocurarrdquo Sou eu que muita das
vezes converso e informo que eacute contiacutenuo que o rim dele natildeo voltaraacute a funcionar e
que sem a HD ou um transplante natildeo seraacute possiacutevel viver (E11)
Os pacientes mesmo realizando a HD satildeo comumente afetados por uma infinidade de
problemas cliacutenicos que necessitam de avaliaccedilatildeo e monitorizaccedilatildeo contiacutenua incluindo diabetes
anemia doenccedila oacutessea e cardiovascular desnutriccedilatildeo complicaccedilotildees com o acesso vascular
gestatildeo de volume hiacutedrico e aquelas relacionadas agraves questotildees psicossociais e emocionais Os
enfermeiros afirmam fazer o acolhimento independente de ter um espaccedilo proacuteprio realizam
suas orientaccedilotildees e prestam o cuidado de forma coletiva
Fernandes e Cruz (2017) descrevem em seus estudos a educaccedilatildeo terapecircutica da pessoa
como um processo complexo orientado pelo esclarecimento sobre a terapia dialiacutetica os
ganhos em sauacutede mudanccedilas nutricionais e hiacutedricas cuidados com acessos vasculares e
elucidaccedilatildeo das alteraccedilotildees de vida Identificam como dificuldades no processo educativo os
internamentos de curta duraccedilatildeo escassez de recursos humanos e sobrecarga de trabalho falta
de motivaccedilatildeo dos profissionais falta de articulaccedilatildeo da equipe multidisciplinar falta de
estruturaccedilatildeo e sistematizaccedilatildeo do processo de adesatildeo No processo de adesatildeo ao regime
terapecircutico o envolvimento da famiacutelia a regressatildeo dos sintomas o empenho a simpatia e
confianccedila estabelecida com a pessoa satildeo aspectos fundamentais
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer espaccedilo vai desde a porta de entrada porque
tem a sala de chefia de enfermagem que passa orientaccedilotildees para o paciente Na sala
de curativo eacute cuidado total orientaccedilatildeo confecccedilatildeo de curativo recepccedilatildeo dele mas
somente para aqueles com cateteres (E5)
Faccedilo as orientaccedilotildees aqui mesmo e os pacientes ao lado tambeacutem ouvem isso eacute bom
porque pode servir para ele Quando eacute algo mais reservado faccedilo apoacutes a
hemodiaacutelise em outro espaccedilo porque aqui natildeo haacute privacidade (E12)
77
Independente do cenaacuterio investigado percebesse que o acolhimento eacute realizado de
acordo com a necessidade de cada paciente ou pela percepccedilatildeo do enfermeiro em qualquer
lugar e momento Os depoentes relatam que as orientaccedilotildees dadas a um determinado paciente
poderatildeo servir de exemplo para os demais que estatildeo ouvindo embora muitos afirmem que o
espaccedilo comum da sala de HD eacute o mais difiacutecil para o estabelecimento de conversas francas e
empaacuteticas entre o paciente e o enfermeiro de modo que o paciente se sinta confortaacutevel para
compartilhar os seus problemas e preocupaccedilotildees mais iacutentimas
Percebe-se a falta de um espaccedilo especiacutefico de enfermagem nas unidades onde os
pacientes possam ser acolhidos abordados e avaliados em todos os paracircmetros que os afetam
aleacutem do tratamento de HD em si Eacute importante ressaltar que o acolhimento eacute realizado sim e
em qualquer momento ou espaccedilo entretanto o que se discuti eacute a importacircncia de acolher em
um espaccedilo propiacutecio para uma consulta de enfermagem e este tipo de avaliaccedilatildeo soacute seraacute
possiacutevel com um tempo e espaccedilo proacuteprio onde seja permitido o estabelecimento de
comunicaccedilatildeo e uma relaccedilatildeo terapecircutica de confianccedila muacutetua com o paciente Estudos recentes
apontam que a consulta de Enfermagem traz benefiacutecios agrave sociedade e proporciona orientaccedilatildeo
de medidas favoraacuteveis que visam agrave abordagem apropriada agraves necessidades inerentes dos
pacientes (OLIVEIRA et al 2012)
Frente agrave importacircncia da consulta de Enfermagem na assistecircncia ao paciente em HD e
por acreditar que o enfermeiro deve se preocupar com a implementaccedilatildeo de praacuteticas que
ofereccedilam condiccedilotildees seguras e de qualidade para o desempenho de suas atividades existem
diversos fatores que interferem na realizaccedilatildeo e na qualidade da consulta de Enfermagem
dentre estes se destacam o quantitativo de profissionais enfermeiros espaccedilo fiacutesico tempo e
alta demanda de pacientes a dificuldade no agendamento das consultas a formaccedilatildeo
profissional
Neste setor natildeo temos um ambiente de consulta de enfermagem e natildeo conseguimos
pela falta de enfermeiro no momento natildeo existe nenhum ambiente onde
proporcione uma conversa mais privada entre enfermeiro e paciente (E4)
Espaccedilo de consulta de enfermagem deve ser individualizado e natildeo daacute para fazer um
diagnoacutestico adequado sem ter uma privacidade seria ideal ter um espaccedilo de
consulta porque consulta eacute o todo a observaccedilatildeo o contato o exame fiacutesico as
pessoas natildeo querem expor problemas pessoais em um ambiente puacuteblico onde todos
estatildeo ouvindo natildeo soacute os pacientes mas aqueles que transitam (E6)
78
Para os participantes eacute fundamental um espaccedilo reservado para avaliaccedilatildeo contiacutenua do
paciente um espaccedilo favoraacutevel a interaccedilatildeo do profissional com o paciente para identificaccedilatildeo
de problemas e implementaccedilatildeo do processo de enfermagem eacute necessaacuterio que todas as
evoluccedilotildees de enfermagem sejam realizadas no prontuaacuterio ou permaneccedilam no sistema
eletrocircnico para futuros acessos entretanto em um dos cenaacuterios os registros satildeo feitos em
prontuaacuterio eletrocircnico que fica disponiacutevel durante um determinado periacuteodo depois o proacuteprio
sistema os excluiu impedindo que haja um registro diaacuterio permanente do paciente para
acompanhamento contiacutenuo
Os pacientes admitidos para iniciar uma terapia renal substitutiva por hemodiaacutelise
passam por avaliaccedilatildeo de diferentes profissionais como nutricionista assistente social
meacutedico psicoacutelogo e enfermeiro Nesta primeira consulta de enfermagem o enfermeiro deve
levantar o histoacuterico do paciente como tambeacutem explicar sobre a doenccedila renal crocircnica e o
processo dialiacutetico enfatizar a importacircncia da adesatildeo agrave terapia dialiacutetica ao tratamento
medicamentoso e as orientaccedilotildees nutricionais orientar sobre os cuidados com o acesso
vascular para a hemodiaacutelise (cateter duplo luacutemen ou fiacutestula arteriovenosa) enfatizar a
importacircncia do controle da ingesta hiacutedrica e ganho de peso
O impacto inicial do tratamento decorrente do diagnoacutestico e tratamento imediato
resultante da falta de preparo e orientaccedilatildeo preacutevia eacute uma realidade da maioria dos pacientes
com DRC Isso remete a pensar sobre a importacircncia do acolhimento ao paciente renal crocircnico
mediante a nova condiccedilatildeo que a doenccedila lhe impotildee quando o mesmo passa a depender do
tratamento dialiacutetico Segundo Medeiros e Medeiros (2013) o acolhimento recai na
humanizaccedilatildeo do atendimento que por sua vez pressupotildee a garantia de acesso a todas as
pessoas Diz respeito ainda agrave escuta do problema de sauacutede do usuaacuterio de forma qualificada e
resolutiva
Apoacutes esta consulta o paciente deve ser encaminhado para realizar sua primeira sessatildeo
de hemodiaacutelise na qual seratildeo realizados os seguintes procedimentos coleta de material para
exames laboratoriais instalar o paciente em maacutequina de hemodiaacutelise especiacutefica para pacientes
com sorologia desconhecida fazer o reuso do dialisador na maacutequina ateacute confirmaccedilatildeo de
sorologias encaminhar para vacinaccedilatildeo contra hepatite B encaminhar para o serviccedilo de
nutriccedilatildeo serviccedilo social e psicologia caso ainda natildeo tenha sido feita avaliaccedilatildeo pelos
profissionais
A instalaccedilatildeo do paciente na hemodiaacutelise eacute um ponto criacutetico desse processo a equipe
de enfermagem deve estar atenta para prevenir complicaccedilotildees relacionadas haacute esse tempo para
79
isso eacute fundamental que o cuidado esteja fundamentado a luz do conhecimento cientiacutefico que
os procedimentos operacionais estejam escritos disseminados e toda equipe treinada para
garantir seguranccedila e qualidade no atendimento
Natildeo existe um espaccedilo para se realizar a consulta de enfermagem entatildeo ateacute o
paciente de primeira vez onde satildeo coletados dados para ficha de anamnese satildeo
feitas na sala puxo uma cadeira fico o mais proacuteximo possiacutevel e vou fazendo as
perguntas e por mais proacutexima que eu esteja os demais pacientes acabam ouvindo
as repostas do paciente (E3)
O espaccedilo pode interferir na comunicaccedilatildeo Seria ideal um espaccedilo privado porque o
paciente tem vergonha de falar todos os assuntos Apesar de que no segundo turno
eles tecircm um viacutenculo muito grande porque satildeo pacientes de programas e se
conhecem a muito tempo mas mesmo assim tecircm assuntos que eles natildeo querem
compartilhar (E8)
Esses dados corroboram com estudos realizados por Oliveira et al (2012) no qual
confirmam que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a consulta de
enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de satisfaccedilatildeo
biopsicossocial destacam ainda que a consulta de enfermagem favorece o estabelecimento
de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e flexibilidade que
proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de acolhimento favorecendo
a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
A comunicaccedilatildeo eacute a principal ferramenta que possibilita o relacionamento pois
pressupotildee uma interaccedilatildeo entre as pessoas troca ou partilha de opiniotildees informaccedilotildees bem
como a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees A consulta de enfermagem possibilita o
enfermeiro a ouvir seu paciente e percebecirc-lo como ser uacutenico de onde ressaltam sentimentos
como a valorizaccedilatildeo que se refletem na melhor adesatildeo do paciente aos cuidados e esquemas
terapecircuticos jaacute que estes necessitam de relaccedilotildees de confianccedila para reduzir o medo a
ansiedade e restabelecer a sauacutede
Assim estar proacuteximo e dialogar contribuem para o surgimento da empatia e dos laccedilos
de confianccedila entre enfermeiras e pacientes avigora o viacutenculo Estudos apontam que a
comunicaccedilatildeo eacute essencial para a realizaccedilatildeo da consulta de Enfermagem cabendo ao
enfermeiro ter consciecircncia da importacircncia dos comportamentos verbais e natildeo verbais durante
a comunicaccedilatildeo reconhecendo emoccedilotildees expectativas e estereoacutetipos que possam interferir no
atendimento (NERY et al 2012)
80
Natildeo haacute individualidade do paciente um estaacute do lado do outro quando um passa
mal natildeo nem sempre temos o biombo disponiacutevel entatildeo natildeo tem privacidade Se faccedilo
um cuidado ou estou orientando todos estatildeo ouvindo (E6)
Natildeo existe um espaccedilo de privacidade seria interessante um espaccedilo proacuteprio
entretanto o quantitativo de funcionaacuterios natildeo eacute suficiente noacutes ficamos responsaacuteveis
pelo que acontece no salatildeo tambeacutem no que acontece nas diaacutelise externa o
quantitativo ideal no salatildeo seriam 5 teacutecnicos e 1 enfermeiro (E9)
Os depoentes relatam que a consulta de enfermagem permitiraacute o enfermeiro a ouvir
seu paciente e perceber sua singularidade mas se este espaccedilo natildeo eacute adequado natildeo haacute uma
individualidade e nem privacidade mesmo que exista um biombo os pacientes proacuteximos
ouvem a conversa Assim o espaccedilo onde se presta o cuidado de enfermagem eacute visto pelos
profissionais como desfavoraacutevel e inadequado para a construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da
assistecircncia pois natildeo possibilita quando necessaacuterio proporcionar um local de comunicaccedilatildeo
reservado embora ofereccedila um ambiente de trabalho que auxilia ao tipo de tratamento
prestado
Segundo Macedo Sena e Miranda (2013) eacute importante considerar os efeitos dos
espaccedilos fiacutesicos no respeito aos direitos e necessidades das pessoas As consultas de
enfermagem preferencialmente devem ser realizadas em um ambiente privado preparado
especialmente para o atendimento agrave sauacutede Para isso considerar tanto as caracteriacutesticas das
pessoas a serem atendidas como a necessidade de pocircr agrave sua disposiccedilatildeo tecnologias
assistenciais e educativas diversas
Um espaccedilo proacuteprio de consulta jaacute existiu mas devido agrave falta de pessoal acabou Era
um ambulatoacuterio multiprofissional mas natildeo tinha ningueacutem para atender Se
houvesse este espaccedilo haveria melhoria na qualidade da assistecircncia teria contato
com ele e a famiacutelia iria identificar questotildees que em quatro horas em um ambiente
comum eu natildeo consigo Ele teria confianccedila (E1)
Somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente para que eu possa intervir e passar as
orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos preacutevios com cada paciente da diaacutelise
(E5)
O enfermeiro desempenha um papel relevante junto ao paciente num sentido bem
mais abrangente objetivando uma assistecircncia integralizada em prol da melhoria do estado de
sauacutede do paciente e a funccedilatildeo da consulta deve ultrapassar os limites da informaccedilatildeo e
81
orientaccedilatildeo ao paciente proporcionando real momento de transformaccedilatildeo do sujeito permitindo
que este se sinta acolhido compreendido e a vontade para dialogar sobre duacutevidas
inquietaccedilotildees e anguacutestias A consulta deve ser um momento no qual o paciente e o profissional
se relacionam compartilham conhecimentos e afetos trocam ideias de forma que as duacutevidas
existentes tambeacutem sejam percebidas conduzindo agrave reflexatildeo em busca de estrateacutegias que
proporcionem vida com melhor qualidade para o paciente renal crocircnico A consulta de
enfermagem apresenta-se como um modelo assistencial relevante no serviccedilo e este fato deve
ser reconhecido natildeo apenas pelos enfermeiros que a desempenham como tambeacutem pelos
pacientes e por outras categorias profissionais (MACEDO SENA MIRANDA 2013)
O ideal seria uma anti-sala que o enfermeiro atendesse para verificar o peso
confirmar a lavagem do braccedilo como uma preacute-consulta antes da diaacutelise [] Porque
temos muitas interferecircncias ruiacutedos [] somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente
para que eu possa intervir e passar as orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos
preacutevios com cada paciente da diaacutelise (E5)
Os ruiacutedos satildeo muitos e a pessoa natildeo se sente a vontade para falar de tudo O tempo
que estamos na assistecircncia realmente nos limita a ter uma atuaccedilatildeo maior em
consulta aleacutem do espaccedilo fiacutesico necessaacuterio temos que ter quantitativo de pessoal
suficiente(E6)
Foram identificados alguns problemas relativos ao espaccedilo da HD poreacutem notou-se a
priori uma satisfaccedilatildeo com as instalaccedilotildees de caracteriacutesticas semifixas de uma forma geral
como iluminaccedilatildeo temperatura maquinaacuterios poltronas etc Jaacute em relaccedilatildeo aos ruiacutedos do
ambiente percebeu-se uma das dificuldades em estabelecer uma relaccedilatildeo interpessoal mais
qualificada com o paciente inviabilizando uma assistecircncia mais singular
A abordagem da comunicaccedilatildeo proxecircmica baseado no comportamento do enfermeiro
por meio das relaccedilotildees com o espaccedilo possibilita identificar diferenccedilas em suas habilidades de
gerenciar suas atividades ao entender que as caracteriacutesticas do ambiente podem dificultar ou
facilitar a realizaccedilatildeo destas Para Savi e Rech (2015) satildeo muitas as variaacuteveis presentes no
ambiente que podem modificar o desempenho de uma pessoa como a relaccedilatildeo ao conforto
ambiental que estaacute intimamente relacionado ao ruiacutedo iluminaccedilatildeo temperatura umidade e
pureza do ar cada uma representa uma parcela importante para a manutenccedilatildeo de um ambiente
propiacutecio ao bem-estar das pessoas que ali se encontram
Quando um ambiente fiacutesico responde agraves necessidades das pessoas tanto em termos
funcionais (fiacutesicocognitivos) quanto formais (psicoloacutegicos) certamente teraacute um impacto
82
positivo na realizaccedilatildeo destas atividades tornando-se um desafio para o enfermeiro cumprir
com as metas assistenciais de forma que natildeo interfira ou comprometa o desempenho de suas
funccedilotildees Planejar e organizar um ambiente que favoreccedila e seja positivo as demandas do
serviccedilo poderaacute ter suas limitaccedilotildees diante de decisotildees que requerem aprovaccedilotildees e
investimentos da proacutepria instituiccedilatildeo de sauacutede Alguns estudos demonstram que existem por
parte de alguns gestores investimentos e melhorias dos setores de sauacutede se adequando as
reais necessidades das demandas da clientela e dos trabalhadores Segundo Silva Matsuda e
Waidman (2012) se por um lado isso pode sugerir maior gasto por outro representa a
melhoria da sauacutede do paciente e otimiza o trabalho de enfermeiro como consequumlecircncia uma
economia para a instituiccedilatildeo e o aumento da produtividade e qualidade da assistecircncia prestada
Aleacutem disso para Rodrigues e Santana (2013) ambientes projetados ou modificados
visando favorecer a maximizaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos como sistemas de iluminaccedilatildeo e
climatizaccedilatildeo controlados pelos proacuteprios enfermeiros estes se sentem mais atraiacutedos pelo posto
de trabalho por sua atividade e pelos resultados positivos das tarefas haja vista que haacute
diminuiccedilatildeo de queixas tanto em relaccedilatildeo agraves necessidades individuais quanto a doenccedilas
adquiridas nesses ambientes resultando em reduccedilatildeo de custos operacionais Um ambiente que
natildeo proporciona as condiccedilotildees adequadas de trabalho reduz a prontidatildeo de resposta e aumenta
a tendecircncia a falhas na assistecircncia prestada
Para Hall (2005) o espaccedilo relaciona-se intimamente com os sentidos do homem que
se encontram por sua vez em iacutentima transaccedilatildeo com o ambiente Para a criaccedilatildeo de um espaccedilo
de HD que atenda agraves caracteriacutesticas que permita a adequaccedilatildeo agraves tarefas inerentes ao setor e as
demandas do paciente deveraacute ser baseado no contexto em que seraacute usado com efetividade
eficiecircncia e satisfaccedilatildeo Eacute importante avaliar quais os fatores que levam o ambiente a ser
referido como inapropriado para determinadas atividades como acolher de forma singular o
paciente sem haver um espaccedilo de consulta de enfermagem pode gerar uma carga deleteacuteria
sobre os aspectos fiacutesicos psicoloacutegicos e sociais afetando a eficiecircncia de todo o processo
assistencial
Assim os aspectos envolvidos na adequaccedilatildeo do ambiente devem advir do sentimento
que o enfermeiro adquire com interaccedilatildeo cotidiana com o ambiente construiacutedo e o paciente
Sua avaliaccedilatildeo depende de sua percepccedilatildeo e uso dos sentidos independente do cenaacuterio
investigado mesmo que existam diferentes ambientes de HD com suas peculiaridades
Quando se inferi ao niacutevel decisoacuterio as percepccedilotildees do enfermeiro interligando os limites entre
a razatildeo e a emoccedilatildeo tendo ainda como elemento mediador a bagagem cognitiva
83
comportamental adquirida na trajetoacuteria profissional vivencial fica explicito que o principal
elemento que poderaacute influenciar as mudanccedilas do ambiente eacute o enfermeiro
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise
Dentre as 12 (doze) entrevistas analisadas (corpus da pesquisa) e as 345 (trezentos e
quarenta e cinco100) UR emergentes 105 (cento e cinco3043) depoimentos descrevem
como o enfermeiro identifica os diferentes sentidos corporais durante o cuidado na HD Desta
forma emergiu uma nova categoria sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise em
forma de uma segunda Unidade de Significaccedilatildeo a qual seraacute descrita discutida e analisada a
seguir com a exemplificaccedilatildeo de depoimentos dos enfermeiros participantes
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades
de significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
2
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
A palavra espaccedilo pode apresentar vaacuterias conotaccedilotildees todavia o espaccedilo do cuidado
caracteriza-se como local que uni aspectos fiacutesicos bioloacutegicos cientiacuteficos culturais sociais
econocircmicos entre outros em uma teia de relaccedilotildees onde se torna difiacutecil excluir ou isolar
partes levando ao estabelecimento de relaccedilotildees de cuidado em situaccedilotildees vitais que envolvem o
processo de comunicaccedilatildeo (LANZONI 2011)
A interaccedilatildeo no espaccedilo do cuidado em HD se traduz em atitudes realizadas para
promover manter ou recuperar a sauacutede Com destaque para a comunicaccedilatildeo efetiva e solidaacuteria
que possibilita demonstrar interesse atenccedilatildeo sentimentos e possibilidades (BROCA
FERREIRA 2016) Expressa por meio de sorrisos conversas brincadeiras esclarecimentos
sobre os procedimentos orientaccedilotildees e estiacutemulos para o autocuidado que favorecem o aliacutevio
84
das sensaccedilotildees de medo dor preocupaccedilatildeo anguacutestia e pacircnico A comunicaccedilatildeo viabiliza uma
relaccedilatildeo dialoacutegica ao acolher a palavra do outro oportunizando a escuta a troca de
informaccedilotildees e a demonstraccedilatildeo de disponibilidade
Como jaacute foi mencionada anteriormente a comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute a capacidade de
usar e efetivamente interpretar a distacircncia interpessoal para a comunicaccedilatildeo Isto eacute o espaccedilo
proximidade ou contato com o interlocutor satildeo entendidos a partir da construccedilatildeo cultural dos
interlocutores Para Hall (2005) o emprego que o homem faz do seu espaccedilo eacute uma elaboraccedilatildeo
especializada de cultura e a distacircncia muda de cultura para cultura A proxecircmica propotildee um
tipo baacutesico de comunicaccedilatildeo em que atraveacutes da distacircncia do corpo as mensagens satildeo
transmitidas pelos sentidos corporais
Desta forma observa-se que o enfermeiro ao chegar ao setor para o plantatildeo demarca
seu espaccedilo do cuidado a partir da aproximaccedilatildeo dos pacientes mantendo uma distacircncia iacutentima
ou pessoal Esta aproximaccedilatildeo indica a necessidade de estabelecer um primeiro contato e
mostrar sua preocupaccedilatildeo com o bem estar do outro Os principais sentidos identificados como
fundamentais na HD satildeo a visatildeo a audiccedilatildeo e o tato
Existe realmente uma diferenccedila no comportamento diaacuterio tem pacientes que agraves
vezes chegam aqui datildeo um abraccedilo apertado e em datas comemorativas natildeo se
esquecem de compartilhar natildeo eacute somente uma questatildeo do contato por educaccedilatildeo
existe tambeacutem uma preocupaccedilatildeo com a pessoa e a reciacuteproca eacute muito verdadeira
Eles tambeacutem sabem quando natildeo estamos bem somos observados pelo nosso
comportamento (E9)
Quando o paciente entra jaacute observo se estaacute acompanhado como estaacute deambulando
a postura se ele estaacute apaacutetico ou natildeo se estaacute disposto ou se arrastando se ele me
cumprimenta ou aos amigos porque a adesatildeo do paciente tem muito haver com a
uniatildeo com outros pacientes e a equipe Observo se ele se lembra de pesar porque
uns entram jaacute sentando outros se lembram de pesar tecircm essa preocupaccedilatildeo com o
proacuteprio peso Vejo pouco os pacientes lavarem o braccedilo com a fiacutestula tem pia
proacuteximo dele mas se natildeo lembro a ele de lavar eacute difiacutecil ver ele lavar sozinho
(E11)
Sabe-se que para estabelecer uma boa interaccedilatildeo eacute necessaacuterio primeiramente obter
confianccedila de quem se cuida esta estrateacutegia de aproximaccedilatildeo inicial possibilita ao enfermeiro
identificar e obter informaccedilotildees sobre o paciente como possiacuteveis intercorrecircncias no transcorrer
da diaacutelise Ao se considerar que o processo de trabalho em sauacutede tem como um dos seus
elementos principais as accedilotildees de cuidado tanto fiacutesicas quanto relacionais natildeo se deve limitar
a realizar apenas a procedimentos teacutecnicos pois a teacutecnica impessoal e mecanizada pode levar
ao distanciamento da pessoa cuidada Deve-se englobar o sentido de ser pois se tratando de
85
uma relaccedilatildeo entre sujeitos eacute imprescindiacutevel que na praacutetica profissional os atores envolvidos
estabeleccedilam uma boa interaccedilatildeo visando o engajamento necessaacuterio para a concretizaccedilatildeo do
verdadeiro ato de cuidar (FORMOZO et al 2012)
Cuidar inclui a realizaccedilatildeo de procedimentos teacutecnicos aliados agrave valorizaccedilatildeo das
expressotildees de atitudes condizentes com princiacutepios humaniacutesticos entre os quais a valorizaccedilatildeo
de valores morais eacuteticos e sociais Pode-se dizer tambeacutem que o processo de cuidar eacute
diretamente influenciado pela formaccedilatildeo pessoal e pela personalidade do cuidador e do ser
cuidado adquiridas atraveacutes de suas experiecircncias crenccedilas e cultura
O espaccedilo do cuidado natildeo se restringe ao ato teacutecnico mas contempla o envolvimento e
a preocupaccedilatildeo com os envolvidos na interaccedilatildeo Nesse sentido considera- se que ao efetuar
um cuidado estando atentas as manifestaccedilotildees natildeo verbais e psicoloacutegicasemocionais o
profissional realiza um cuidado mais integral e natildeo somente uma atividade teacutecnica presente
somente de corpo O desenvolvimento das accedilotildees de cuidado traz agrave tona tambeacutem a questatildeo da
intersubjetividade estabelecida na relaccedilatildeo interpessoal com o envolvimento do natildeo dito mas
expresso por gestos e expressotildees que satildeo identificadas pelos nossos sentidos A consideraccedilatildeo
pelo outro a observaccedilatildeo das suas particularidades a individualidade e ainda o caraacuteter
expressivo manifesto na emoccedilatildeo imprimem qualidade humana ao cuidado
O paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresa entatildeo a gente acaba ficando
atento a qualquer tipo de intercorrecircncia que ele possa vir a ter e agraves vezes ele nem
consegue se comunicar Temos que ficar ligada no que estaacute acontecendo e de longe
mesmo posso intervir chamando o paciente vendo se ele estaacute responsivo tem
paciente que jaacute conheccedilo quando comeccedila a fazer hipotensatildeo ou hipoglicemia Se ele
natildeo consegue nem chamar entatildeo observo os gestos sua face se estaacute
hipocorado(E4)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar entatildeo
tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais tambeacutem se ele dorme se vira o
braccedilo ou dorme em cima Se dobrar ou deitar em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina apitar (E6)
A atenccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute essencial ao cuidado humano por resgatar a
capacidade do profissional de sauacutede de perceber com maior exatidatildeo os sentimentos as
duacutevidas e as dificuldades do paciente em verbalizar o que sente Em seus estudos Schimidt e
Silva (2013) afirmam que quanto mais o clima for de confianccedila mais a experiecircncia pode ser
86
positiva isto porque os gestos de cuidado e atenccedilatildeo ficaratildeo sempre presentes na lembranccedila
daquele que recebe o cuidado Ao se despertar um sentimento de confianccedila entre paciente e
equipe de enfermagem possibilita-se que ambos experimentem uma sensaccedilatildeo de seguranccedila e
satisfaccedilatildeo
Para Formozo et al (2012) o cuidado para surtir efeito desejado necessita considerar o
tato audiccedilatildeo e postura corporal durante a interaccedilatildeo interpessoal entre paciente e enfermeiro
para que sejam demonstrados os sentimentos implicados na accedilatildeo com satisfaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo da accedilatildeo Eacute fato que ao usar frequentemente as relaccedilotildees interpessoais como
instrumento de trabalho os enfermeiros satildeo estimulados a desenvolver habilidades sociais para
subsidiar esses processos de interaccedilatildeo Segundo Teixeira et al (2014) habilidades sociais satildeo
um conjunto de comportamentos transmitidos por uma determinada pessoa em um contexto
interpessoal que expressa sentimentos atitudes desejos opiniotildees ou direitos desse indiviacuteduo
de modo adequado agrave situaccedilatildeo respeitando esses comportamentos nos demais e que
geralmente resolve os problemas imediatos da situaccedilatildeo enquanto minimizando a
probabilidade de futuros problemas
[] alguns profissionais que satildeo mais sensibilizados utilizam mais os sentidos []
eu particularmente tenho um pouco de dificuldade em ter esta proximidade com o
paciente eu tento manter uma distacircncia terapecircutica a natildeo ser que eu jaacute tenha
estabelecido uma relaccedilatildeo de intimidade com o paciente isto com o tempo vai se
modificando (E3)
Tem paciente que eacute mais fechado mas natildeo deixa de demonstrar carinho outros jaacute
satildeo mais falantes e brincam uns com os outros Entatildeo essas relaccedilotildees humanas estatildeo
muito afloradas aqui dentro estamos sempre perto natildeo eacute somente ligar e desligar
algo da tomada tem toda uma histoacuteria muito proacutepria de relaccedilotildees que estaacute ligada
agraves caracteriacutesticas de cada um (E9)
Haacute grupos de diaacutelise que satildeo mais comunicativos brincam e conversam durante
diaacutelise geralmente porque estatildeo a mais tempo juntos Eacute difiacutecil paciente chamar e
dizer que estaacute passando mal geralmente sou eu que observo e me aproximo para
checar (E12)
Destaca-se o respeito pela diversidade de personalidades e diferentes formas de se
estabelecerem as relaccedilotildees cada um possui haacutebitos e formas de se comunicar mas eacute
imprescindiacutevel que haja empatia ao se compartilhar as emoccedilotildees com os outros sentir com o
outro suas preocupaccedilotildees envolve perceber o outro com as suas reais necessidades sem julgar
87
Percebe-se no discurso que a dificuldade de se aproximar faz parte de uma caracteriacutestica
pessoal e cultural tanto o enfermeiro como o paciente podem natildeo estabelecer uma relaccedilatildeo
mais intimista no iniacutecio do tratamento mas com o passar do tempo eacute estabelecido uma relaccedilatildeo
de intimidade e confianccedila que permite a eles se aproximarem mais e estabelecerem uma
relaccedilatildeo mais profiacutecua e consequentemente um cuidado mais eficiente
Ao se colocar em relevo que as relaccedilotildees estabelecidas na HD natildeo satildeo influenciadas
somente por paracircmetros psicossociais culturais educacionais entre outras mas tambeacutem por
questotildees que satildeo inerentes ao comportamento humano em um determinado espaccedilo percebe-se
que a discussatildeo do uso do espaccedilo fiacutesico e sua implicaccedilatildeo no comportamento humano
orientada pela teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica possibilita lidar com alguns desafios tanto
conceituais quanto metodoloacutegicos Haja vista que contribuir para a produccedilatildeo de sauacutede e
produzir um espaccedilo fiacutesico na sauacutede adequado natildeo se separa da produccedilatildeo de sauacutede e da
produccedilatildeo de subjetividade Expressar necessidades estruturais como espaccedilo fiacutesico e de
mobiliaacuterios a partir dos distanciamentos e aquelas expressas pelos nossos sentidos pode ser
um fato pouco peculiar
Eacute uma compreensatildeo que aposta na composiccedilatildeo de saberes para a produccedilatildeo dos
espaccedilos fiacutesicos entendendo que o espaccedilo natildeo eacute dado a priori Segundo Schimidth e Silva
(2012) o espaccedilo eacute um territoacuterio que se habita que se vivencia onde se convive e se relaciona
Eacute um territoacuterio que se experimenta se reinventa e que se produz A proposta de produccedilatildeo do
espaccedilo acontece porque haacute processos de trabalho encontros entre as pessoas modos de se
viver e modos de ir reconstruindo o espaccedilo
A orientaccedilatildeo da ambiecircncia na hemodiaacutelise articulada agrave Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
favorece que ao se intervir criar e recriar os espaccedilos fiacutesicos neste setor se problematizem
tambeacutem as praacuteticas os processos de trabalho e os modos de viver e conviver nesse espaccedilo E
nesse sentido quando se tem o conhecimento do uso da proxecircmica como guia orientador para
a assistecircncia e gestatildeo em HD outros modos de estar ocupar e trabalhar se expressaratildeo nesse
lugar e solicitaratildeo arranjos espaciais singulares com fluxos adequados que favoreccedilam os
processos de trabalho
Pela expressatildeo do rosto vejo que ele natildeo estaacute bem [] visatildeo com observaccedilatildeo natildeo eacute
soacute olhar eacute observar identificar para tomar alguma atitude Quando vocecirc tem o
costume vocecirc conhece o paciente e lida com ele vocecirc olha e identifica que natildeo estaacute
bem eacute hora de se tomar uma providecircncia (E1)
88
O sentido que mais uso eacute a visatildeo Olho a maacutequina a expressatildeo do paciente se estaacute
com dor verifico a glicemia se o sono estaacute profundo vejo pressatildeo o tempo todo eu
mantenho meu olhar voltado para paciente pois ele muda seu estado de forma
muito raacutepida (E2)
Uso muito o sentido visatildeo e depois a audiccedilatildeo Vejo muito a expressatildeo corporal do
paciente se ele estaacute alerta se estaacute mais acordado ou se estaacute mais paacutelido Vejo
tambeacutem a maacutequina quantidade de soro suficiente para o flach (E8)
O contato visual ocorre quando queremos expressar que o canal de comunicaccedilatildeo estaacute
aberto Embora a equipe natildeo fique com o olhar fixo no paciente o tempo todo durante a HD
ela manteacutem um olhar perifeacuterico que segundo Hall (2005) eacute aquele que o ser humano detecta
o movimento com o canto dos olhos E ao identificar mudanccedilas no comportamento do
paciente o profissional muda o seu olhar fixando-o para reduzir psicologicamente a distacircncia
entre os comunicadores e ao se aproximar amplia as possibilidades do diaacutelogo se estabelecer
permitindo a troca de informaccedilotildees O olhar fixo sugere interesse e envolvimento no
relacionamento interpessoal
Utilizo mais na iacutentima a visatildeo tato e audiccedilatildeo O olho no olho eacute uma coisa que natildeo eacute
soacute no espaccedilo iacutentimo devemos usar no pessoal ou social que tambeacutem eacute necessaacuterio
Mesmo na bancada se estou anotando algo mantenho meu olhar voltado para ele
Esse momento do iacutentimo eacute bem completo porque ao mesmo tempo estou fazendo
procedimento estou tocando com a visatildeo direta para a pessoa ouvindo o que o
paciente tem a dizer e o que ele esta trazendo de informaccedilotildees de sinais e sintomas
como eacute a relaccedilatildeo dele com os familiares (E6)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar
entatildeo tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais e tambeacutem se ele dorme vira
o braccedilo ou dormi em cima Se dobrar ou deitou em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina aptar (E9)
A visatildeo eacute uma ferramenta que nos permite colher informaccedilotildees quanto ao estado de
desconforto fiacutesico psicoloacutegico ou ambiental do paciente atraveacutes de expressotildees e posturas que
o paciente assume durante o cuidado (Hall 2005) Essas condiccedilotildees satildeo percebidas por alguns
profissionais com certa facilidade e prontamente procuram resolvecirc-las Atribuiacutemos tal
capacidade de percepccedilatildeo agrave ldquoexpertiserdquo de alguns profissionais em HD Observar os padrotildees
de respostas fisioloacutegicas ou emocionais de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo do
processo de cuidar deste paciente Se natildeo estivermos atentos agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal do
89
paciente podemos interpretar incorretamente aqueles padrotildees de respostas (BROCA
FERREIRA 2016)
Ao avaliar o paciente o enfermeiro necessita considerar e respeitar os conhecimentos
e a cultura do paciente bem como escutaacute-lo o que proporciona o reconhecimento de sinais e
sintomas e a necessidade de uma escuta ativa Neste sentido na praacutetica do cuidado em
enfermagem a habilidade de ouvir o outro eacute fundamental pois permite analisar qual a melhor
maneira de se comunicar com o paciente em concordacircncia com seu niacutevel cultural e o
conhecimento sobre seu estado de sauacutede
Os pacientes tem sintomas antes da maacutequina alarmar ele apresenta o mal estar
antes da maacutequina dizer que o banho acabou que a temperatura estaacute alta ou baixa
que o soacutedio estaacute baixo que o paciente estaacute comeccedilando a ter naacuteuseas Eu sempre
falo que caso esteja passando mal e a gente esteja longe levanta o braccedilo que
algueacutem vai ver natildeo precisa falar a gente jaacute sabe [] eacute um sinal que identificamos
e esta orientaccedilatildeo damos nas primeiras diaacutelises dizemos qualquer coisa que sinta
levanta o braccedilo Porque temos muitas interferecircncias ruiacutedos entatildeo ele pode chamar
e a gente natildeo ouvir mas ao levantar o braccedilo vemos (E5)
A visatildeo e a audiccedilatildeo satildeo os sentidos que mais uso no pessoal e social uso muito
esses sentidos Vejo muito a expressatildeo do paciente se ele comeccedila fazer face de dor
de desconforto se comeccedila a ficar paacutelido e no sistema tambeacutem fico de olho para ver
se comeccedila a dar algum problemaNa audiccedilatildeo fico atenta ao chamado do paciente e
o alarme da maacutequina(E10)
Uma das competecircncias do enfermeiro estaacute ligada ao ato de julgar as necessidades de
cuidados de cada paciente dito com julgamento cliacutenico este eacute o ato de elaborar o
planejamento da assistecircncia de enfermagem a ser realizada de forma que possa atender agraves
suas necessidades e expectativas O julgamento cliacutenico estrutura-se pelas habilidades
interpessoal que envolve a capacidade de comunicar-se ouvir e respeitar opiniotildees teacutecnica
na qual inclui um soacutelido conhecimento dos meacutetodos de avaliaccedilatildeo cliacutenica conhecimento
cientiacutefico acerca dos problemas de sauacutede intelectual o qual se refere aos processos de
pensamento bem como agraves habilidades de percepccedilatildeo do enfermeiro em relaccedilatildeo agraves respostas
humanas (CROSSETTI et al 2014)
A associaccedilatildeo destas habilidades possibilita ao enfermeiro tomar decisotildees seguras e
proporcionar cuidados qualificados e adequados agraves reais necessidades dos pacientes Nos
ambientes de atendimento de hemodiaacutelise o uso da comunicaccedilatildeo verbal entre enfermeiro e
paciente eacute sempre muito referida e a audiccedilatildeo eacute um dos sentidos mais utilizados independente
das distacircncias mantidas
90
Na audiccedilatildeo fico atento a qualidade do discurso o timbre da voz tudo isso chama a
atenccedilatildeo se ele estaacute orientado ou natildeo Tem paciente que estaacute mais triste se estaacute no
ostracismo isso tudo chama a atenccedilatildeo A desorientaccedilatildeo do nosso paciente pode
significar uremia por exemplo isso eacute proacuteprio das relaccedilotildees humanas (E9)
No sentido audiccedilatildeo ouccedilo muito o paciente chamar para dizer que natildeo estaacute bem e
tambeacutem quando perguntam quanto estaacute tirando de peso Enfermeira pode verificar
minha glicose Eles perguntam porque quando comeccedila o mal estar eacute uma forma
de alertar a gente Os pacientes mais antigos tecircm essa percepccedilatildeo de identificar
alteraccedilotildees antes de passar mal eles avisam que estatildeo tontos perguntam se tem
meacutedico (E11)
O escutar tambeacutem eacute um cuidado e uma forma de comunicaccedilatildeo natildeo verbal natildeo eacute
apenas ouvir mas permanecer em silecircncio ao lado utilizar gestos de afeto que expressem
aceitaccedilatildeo e estimulem a expressatildeo de sentimentos vivenciados pelo paciente Quando
olhamos para a realidade atual que vivemos na qual a mecanizaccedilatildeo dos sentidos eacute uma
constante na vida das pessoas precisamos ampliar nosso olhar para o espaccedilo do cuidado em
sauacutede inserindo estrateacutegias que sejam capazes de perceber aleacutem das informaccedilotildees ditas nas
entrelinhas do discurso do sujeito seus gestos e comportamentos
Schimidt e Silva (2012) refere em um dos seus estudos sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
que 7 dos pensamentos (das intenccedilotildees) satildeo transmitidos por palavras 38 satildeo transmitidos
por sinais paralinguiacutesticos (entonaccedilatildeo de voz velocidade com que as palavras satildeo ditas) e
55 pelos sinais do corpo alertando-nos para o fato de que apesar de muitas vezes
valorizarmos mais as palavras os sinais natildeo verbais podem estar comunicando muito mais
inclusive contradizendo o expresso em palavras
Percebe-se na fala dos enfermeiros que eles estatildeo conscientes dos aspectos natildeo-verbais
presentes durante as suas interaccedilotildees com os pacientes (por exemplo entonaccedilatildeo de voz
aspectos emocionais comportamentos gestuais etc) permitindo sobretudo perceber indiacutecios
de que algo natildeo estaacute bem O enfermeiro ao ouvir determinados questionamentos durante a
sessatildeo de HD usa de sua intuiccedilatildeo e identifica que embora o paciente natildeo fale diretamente que
estaacute passando mal tais gestos e falas satildeo indicativos de possiacuteveis alteraccedilotildees fisioloacutegicas
Na produccedilatildeo dos dados os enfermeiros da HD compartilham o toque com o sentido do
viacutenculo do interesse do acolhimento mas tambeacutem da ansiedade A punccedilatildeo da fistula
arteriovenosa (FAV) eacute o momento de maior apreensatildeo e ansiedade do paciente eacute neste
momento que ocorre o toque instrumental para a punccedilatildeo e este pode alterar os padrotildees
fisioloacutegicos de um paciente com hematomas sangramentos e dor
91
Na interaccedilatildeo com o paciente o toque eacute classificado segundo Schimidt e Silva (2013)
em trecircs tipos toque expressivo tambeacutem descrito como afetivo que ocorre espontaneamente e
natildeo faz parte necessariamente da execuccedilatildeo de procedimentos o instrumental que eacute descrito
como um contato fiacutesico deliberado para desenvolver determinada teacutecnica ou procedimento e
o expressivo-instrumental uma combinaccedilatildeo dos outros dois tipos
Quando vou fazer o procedimento o toque eacute mais teacutecnico que eacute a necessidade de
fazer a punccedilatildeo sentir o fluxo da fistula o melhor local para punccedilatildeo e quando
termino de puncionar faccedilo um toque afetivo para dizer que vamos comeccedilar a sessatildeo
No final da sessatildeo o toque tambeacutem eacute mais teacutecnico do que afetivo eacute o momento da
retirada da agulha (E6)
Toco quando o paciente tem alguma queixa alguma catildeibra quando vai ldquodevolver o
sanguerdquo se estaacute com dor O momento de toque geralmente eacute um momento
desconfortaacutevel pois eacute o momento que ele estaacute com dor [] e eu associo todas as
vezes que tem o tato com o paciente como um momento de desconforto para ele
[] causa uma apreensatildeo seja no puncionar no momento da cacircimbra mas isso
natildeo afeta com que eu faccedila correndo pelo contraacuterio faccedilo que seja menos doloroso
para ele (E10)
Para os enfermeiros o toque instrumental eacute fundamental na HD seja durante a punccedilatildeo
da FAV na realizaccedilatildeo do curativo na verificaccedilatildeo da pressatildeo arterial na administraccedilatildeo dos
medicamentos ou conexatildeo dos cateteres entre outros mas afirmam que o toque poderaacute
tambeacutem se apresentar com um caraacuteter mais afetivo e de relaxamento Tocar algueacutem com a
intenccedilatildeo de que essa pessoa se sinta melhor por si soacute jaacute eacute terapecircutico portanto o ato de tocar
algueacutem eacute confortaacutevel e faz parte do cuidado emocional Pode significar atitude de unir ao
outro tocar como uma maneira de perceber o outro ou a relaccedilatildeo com o outro Assim o toque
pode significar distacircncia ou envolvimento entre pessoas que estatildeo se comunicando mas
dependeraacute da pessoa da cultura e contexto em que ocorre o toque
Um estudo desenvolvido por Schimidt e Silva (2013) identificou que diversos fatores
podem influenciar o toque dos profissionais da sauacutede dentre estes estatildeo o receio de se tocar
em pessoas do sexo oposto quando o procedimento a ser realizado eacute invasivo ou quando a
aacuterea do corpo eacute iacutentima Levando em consideraccedilatildeo que ao cuidar o toque poderaacute ser realizado
dos mais diferentes modos eou meios como com as matildeos com o corpo com os cabelos com
os instrumentos de trabalhos com as roupas com as luvas dentre outros Tocar eacute entrar no
mundo do outro eacute despertar nele estiacutemulos sensoriais agradaacuteveis e desagradaacuteveis Ter
consentimento do toque no cuidado ao outro e consciecircncia do contato fiacutesico por ele
92
promovido pode auxiliar os pacientes na sua recuperaccedilatildeo e igualmente melhorar o viacutenculo
sentimentos e aproximaccedilotildees (MENON MARTINS DYNIEWICZ 2014)
Toco porque preciso verificar se a fistula ou cateteres estatildeo bons ajudo o paciente
a sentar na poltrona verifico pressatildeo um toque na matildeo no braccedilo se estiver com
cacircimbra faccedilo massagem verifico o frecircmito (E8)
Paciente dormiu estaacute com uma postura mais largada me preocupa Geralmente o
abordo chamo toco e vejo a necessidade de verificar a glicemia verifico tambeacutem a
PA porque embora ele esteja dormindo ele tambeacutem pode estar passando mal e natildeo
chama a gente (E9)
Neste ambiente do cuidado tocar permite reconhecer quais as demandas de cuidado os
pacientes necessitam eacute reconhecer que a enfermagem precisa evoluir no cuidado prestado
especialmente no que se refere ao toque instrumental-afetivo e este poderaacute ocorrer nos
diferentes momentos de permanecircncia na HD Verificou-se que o toque instrumental-afetivo
foi realizado na verificaccedilatildeo do frecircmito verificaccedilatildeo de pressatildeo arterial massagem no momento
de cacircimbra no posicionamento correto do paciente na poltrona A maneira como foi
transmitido afeto para o paciente na medida do possiacutevel realizando os procedimentos com
sua permissatildeo calma manipulando minimamente e explicando a necessidade de se realizaacute-lo
foi uma atitude humanizada
Eacute preciso entender que o ato de tocar precisa do consentimento dos pacientes e isso agrave
vezes pode estar distante para alguns ao consideramos todas as ldquomarcasrdquo nele geradas
anteriormente Efetivar um espaccedilo para o compartilhamento de vivecircncias com pacientes em
terapias hemodialiacuteticas apresenta-se como uma proposta para melhorar a interaccedilatildeo fazendo
com que ambos enfermeiros-pacientes alcancem a relaccedilatildeo que eacute de cuidado tornando-a
abrangente e de qualidade (AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
No toque existem pacientes que estabeleccedilo um viacutenculo mais proacuteximo temos uma
paciente especial que sempre quer ser abraccedilada e por isso tenho uma conexatildeo mais
forte (E4)
Quando a pessoa chega tem o toque afetivo pois dou o bom dia e coloco a matildeo no
ombro ou toco no braccedilo para acompanhaacute-los ateacute a poltrona eacute um toque de
acolhimento Eu tenho que tocar para demonstrar realmente um interesse (E6)
Quando os pacientes chegam sempre cumprimento ateacute porque eles reclamam de
quem chega ao setor e natildeo os cumprimenta entatildeo chego e falo um por um Toco
93
quando instalo paciente e na saiacuteda tambeacutem porque tenho que tirar agulhas e fazer
curativo (E12)
O toque afetivo eacute referido como aquele empregado nos momento de cumprimento na
chegada e saiacuteda do setor ou demonstraccedilatildeo de sentimento de carinho entretanto nas
observaccedilotildees tomou-se o cuidado de reconhecer se nas accedilotildees dos profissionais foram incluiacutedas
maneiras de expressar algum tipo de afetividade tornando o toque instrumental tambeacutem
afetivo Considerando que os profissionais relatarem estar conscientizados sobre o valor do
toque afetivo sugere-se que este seja constantemente incentivado
Os dados ateacute o momento apresentados demonstram que para se prestar o cuidado
integral eacute necessaacuterio ser um bom ouvinte expressando um olhar atencioso tocando e
confortando o paciente proporcionando uma boa adesatildeo e continuidade ao tratamento
Quanto aos efeitos comportamentais do olhar ouvir e do tocar estes apresentam contribuiccedilatildeo
essencial agrave interaccedilatildeo das pessoas trazendo viacutenculos sentimentos e uma maior aproximaccedilatildeo
para uma assistecircncia mais singular
Existem dificuldades na percepccedilatildeo de determinados sentidos corporais a priori neste
estudo o olfato e o paladar que foram identificados por vaacuterios participantes como sendo algo
difiacutecil de associaacute-los ao cuidado de enfermagem na HD contudo e soacute de imediato e
aparentemente pois ainda durante a entrevista ironicamente os enfermeiros tomavam
consciecircncia da importacircncia do olfato e paladar
O odor pode ser marcante e acompanhar a pessoa por toda a vida basta perceber o
aroma e as lembranccedilas explodem de forma imediata O olfato por mais preciso que seja eacute um
sentido mudo que natildeo necessita de tradutor Isso explica a incapacidade de se descrever em
palavras o cheiro de alguma coisa para algueacutem que nunca o tenha sentido (ARAUacuteJO 2000
apud AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
Para o olfato natildeo penso muito em odores o uacutenico cheiro eacute o haacutelito cetocircnico e
tambeacutem em relaccedilatildeo agrave higiene do paciente (E2)
O olfato em um primeiro momento natildeo me diz nada mas analisando percebo que o
haacutelito urecircmico que se sente eacute porque ele ainda estaacute iniciando o tratamento ou estaacute
mal dialisado se ele estaacute fazendo o tratamento a muito tempo e continua com haacutelito
urecircmico tem algo de errado da terapia (E4)
Alguns enfermeiros tecircm dificuldades de expressar como usar o olfato no seu cotidiano
ateacute fazem algumas associaccedilotildees com este sentido onde foram encontradas duas fontes de
94
odores que representam o espaccedilo do cuidado da HD os odores corporais e odores ambientais
Odores corporais satildeo as secreccedilotildees como o suor quando o paciente tem deacuteficit de autocuidado
com a higiene corporal onde os odores satildeo exalados e estatildeo impregnados nos corpos dos
proacuteprios pacientes exalaccedilotildees orais como a halitose mas estas ligadas ao haacutelito urecircmico no
iniacutecio do tratamento aleacutem destes os eventuais sangramentos tambeacutem se caracterizam como
odores corporais Existem tambeacutem aqueles odores ambientais marcantes caracteriacutesticos da
HD como os produtos quiacutemicos esterilizantes (aacutecido peraceacutetico) as soluccedilotildees de banho
utilizadas na maacutequina de HD as quais geram uma memoacuteria olfativa que transita pelo cenaacuterio
de cuidado
Embora alguns relatem que o odor natildeo impede e nem repulsa na hora do cuidado para
Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) o mau cheiro afasta o enfermeiro do contato direto mesmo
este sendo um indicativo de necessidade de cuidado relativo agrave higiene pessoal Para alguns
ter pacientes no ambiente com odores daacute uma caracteriacutestica desagradaacutevel e eacute necessaacuterio
informaacute-los sobre a importacircncia do autocuidado na higiene corporal e oral
O odor natildeo me impede e natildeo me repulsa ao cuidado (E1)
Tem paciente que tem um autocuidado bem deficiente e a gente percebe logo pelo
odor mas natildeo temos como nos afastar tem que pegar do mesmo jeito Tem paciente
que tenho liberdade e converso sobre higiene (E4)
Essas sensaccedilotildees olfativas evidenciadas nas falas dos participantes mesmo que se
refiram a algo desagradaacutevel eacute uma forma de captar a necessidade de se aproximar e intervir
sobre o cuidado corporal Suporta-se o desagradaacutevel porque eacute inerente ao cuidado eacute uma
condiccedilatildeo preestabelecida ao cuidador E para quem eacute importante suportar algo desagradaacutevel
No Universo das sensaccedilotildees olfativas nem tudo eacute desagradaacutevel desconfortante ou com
odor ruim A percepccedilatildeo de um determinado odor estimula nossa ldquomemoacuteria olfativardquo de uma
forma que tanto em niacutevel consciente quanto inconsciente elaboramos associaccedilotildees mentais
que delimitam a propriedade de uma sensaccedilatildeo olfativa Esta pode ser concebida como
agradaacutevel ou natildeo dependendo do que estaacute registrado em nossa memoacuteria Esse fenocircmeno
sugere que os odores podem exercer influecircncias determinantes no comportamento humano
ocasionando reaccedilotildees diversas tais como incremento agrave atenccedilatildeo diminuiccedilatildeo de situaccedilotildees
estressantes ou estado de conforto ou desconforto fiacutesico (PROCHET SILVA 2012)
95
Eacute muito caracteriacutestico porque tem desde os componentes de desinfecccedilatildeo da
maacutequina entatildeo eacute um odor caracteriacutestico da hemodiaacutelise o cheiro do aacutecido
peraceacutetico (E6)
O olfato o que mais me chama atenccedilatildeo eacute o cheiro de sangue e o cheiro do proxitane
(aacutecido peraceacutetico)(E7)
O olfato assim como os demais sentidos permitem (re)conhecer os diversos objetos
que compotildeem um espaccedilo assim como associaacute-los as caracteriacutesticas relacionadas ao cuidado
prestado neste setor como os odores da sala de reuso expurgo e sala de HD O odor ocorre
tambeacutem nas relaccedilotildees sociais o bom ou o ruim aroma emitido por um perfume do paciente o
cheiro que exala de sua roupa usada o cheiro de limpeza do ambiente podem por exemplo
aproximar ou afastar das pessoas
Do ponto de vista fisioloacutegico paladar e olfato estatildeo relacionados entre si A ausecircncia
ou alteraccedilatildeo desses sentidos dependem do estado anatocircmico do epiteacutelio nasal e do sistema
nervoso central e perifeacuterico Alguns odores ficam tatildeo impregnados que parecem produzir o
seu sabor no paladar Entatildeo pode-se dizer que o sabor eacute o somatoacuterio das sensaccedilotildees olfatoacuterias
gustativas e daquelas relacionadas agraves terminaccedilotildees nervosas localizadas no nariz e na boca
(ACKERMAN 1992 apud AZEVEDO et al 2017)
E para os enfermeiros entrevistados expressar paladar como algo relativo ao cuidado
tambeacutem eacute de difiacutecil entendimento suas associaccedilotildees foram em relaccedilatildeo a restriccedilotildees alimentares
e hiacutedricas do paciente uma alerta para o ganho de peso Na maioria das entrevistas este
sentido gerou uma certa inquietaccedilatildeo dos entrevistados por natildeo conseguirem identificar sua
relaccedilatildeo com o cuidado
Paladar eacute alerta significa orientar sobre restriccedilatildeo hiacutedrica e de comidas e
geralmente chegam pesados porque abusaram (E6)
Natildeo haacute representaccedilatildeo do paladar na assistecircncia natildeo faccedilo associaccedilotildees com o
cuidado a natildeo ser daquilo que o paciente natildeo pode comer (E12)
O paladar desempenha uma funccedilatildeo importante em nossas relaccedilotildees sociais e culturais
Para alguns pesquisadores paladar remete a uma ldquomemoacuteria familiarrdquo na infacircncia com as
comidas feitas com carinho e amor pelo ente querido ou ainda pode remeter a um
determinado tempo e lugar jaacute vivenciado (COSTA 2014) Aleacutem do que constitui uma das
principais formas de o homem se relacionar com espaccedilo Dependendo da distacircncia
96
estabelecida entre o corpo do sujeito e a realidade circundante eles podem apresentar maior
ou menor teor de objetividade na accedilatildeo de interagir com o mundo
Para Costa (2014) quando se habita diferentes espaccedilos a percepccedilatildeo tende a ser ainda
mais diversificada pois cada indiviacuteduo percebe diferentemente o mesmo espaccedilo de acordo
com a sua formaccedilatildeo cultural O ser humano possuir sentidos comuns que de modo geral
auxiliam na percepccedilatildeo espacial E por haver diversidade de proximidadedistacircncia com o uso
dos sentidos corporais em relaccedilatildeo ao espaccedilo eacute necessaacuterio manifestar uma relaccedilatildeo sensorial-
espacial como afirma Borges Filho 2007 p69
Por gradientes sensoriais entendem-se os sentidos humanos visatildeo audiccedilatildeo olfato
paladar O ser humano se relaciona com o espaccedilo circundante atraveacutes de seus
sentidos Cada um deles estabelece uma relaccedilatildeo de distacircnciaproximidade com o
espaccedilo Portanto efeitos de sentido importantes satildeo manifestados nessa relaccedilatildeo
sensorialidade-espaccedilo
Esta relaccedilatildeo sensorial-espacial por meio do sentido paladar permite o enfermeiro
detectar falhas no processo de autocuidado principalmente nas restriccedilotildees alimentares do
paciente na HD Como o paciente estabelece uma aproximaccedilatildeo mais intima no miacutenimo trecircs
vezes por semana com o enfermeiro este percebe alteraccedilotildees no peso seja pela pesagem
realizada a cada sessatildeo de HD ou pela aparecircncia fiacutesica
Segundo Martins e Riella (2013) os pacientes com DRC em tratamento de
hemodiaacutelise satildeo acometidos frequentemente por complicaccedilotildees nutricionais principalmente
pela desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteica que se constitui como uma complicaccedilatildeo fortemente
preditora agrave morbimortalidade destes Aleacutem da importacircncia cliacutenica do deacuteficit energeacutetico-
proteico nos pacientes em hemodiaacutelise a adequaccedilatildeo da aacutegua e dos micronutrientes ingeridos
pelos pacientes em hemodiaacutelise satildeo de extrema importacircncia principalmente em relaccedilatildeo ao
caacutelcio ferro soacutedio potaacutessio e foacutesforo nutrientes mais relacionados a complicaccedilotildees uma vez
que o rim natildeo consegue mais manter o controle do meio interno do organismo
Tem vezes que pego paciente comendo aqui durante a diaacutelise alimento trazido de
casa e que natildeo eacute o adequado para ele aiacute me aproximo e converso explicando
porquecirc natildeo deve comer (E2)
Eles se queixam de dietas alguns comeccedilam a mentir e tem dificuldade de manter um
controle da injesta hiacutedrica e alimentar percebemos que natildeo estatildeo se cuidando
quando chegam muito pesados isso acaba virando um ciclo difiacutecil de controlar
eles precisam saber controlar sua boca (E4)
97
O controle dieteacutetico assume o papel de prevenir ou melhorar a toxicidade urecircmica os
distuacuterbios metaboacutelicos associados ao ganho de peso interdialiacutetico a elevaccedilatildeo da pressatildeo
arterial e a progressatildeo da anemia e da osteodistrofia renal (MARTINS RIELLA 2013)
Sendo assim a avaliaccedilatildeo do estado nutricional do consumo alimentar e da ingesta hiacutedrica do
paciente em hemodiaacutelise realizada pelo enfermeiro eacute de fundamental importacircncia em
decorrecircncia da associaccedilatildeo direta que existe entre a dieta e as complicaccedilotildees advindas da sua
natildeo adesatildeo
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo
A terceira categoria emergiu em 40 (quarenta 1159) UR de um total de 345
(trezentos e quarenta e cinco100) UR extraiacutedas das 12 entrevistas (corpus da pesquisa)
Esta categoria seraacute discutida e analisada a seguir com a exemplificaccedilatildeo dos depoimentos
mais significativos dos depoentes do estudo a respeito do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Ao considerarmos a enfermagem como um trabalho realizado com e por meio das
pessoas o processo de comunicaccedilatildeo pode ser considerado uma das mais importantes
atividades e um dos instrumentos baacutesicos na assistecircncia de enfermagem (MASSOCO
MELLEIRO 2015) A comunicaccedilatildeo eacute utilizada com os pacientes com os familiares com os
colegas da equipe de enfermagem da equipe multiprofissional com todos os serviccedilos de
apoio e administrativos Na administraccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem eacute necessaacuterio ser
98
capaz de decodificar decifrar e perceber os significados das mensagens que satildeo enviadas
durante as interaccedilotildees possibilitando elaborar um plano de cuidados com vistas as
intervenccedilotildees ficar atento aos sinais verbais natildeo-verbais e paraverbais que podem ajudar nesta
tarefa
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a agente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo daacute seguranccedila para o paciente se vocecirc conversa com ele ele
identifica que se importa quer uma boa assistecircncia tem que ser receptivo ele
chega agraves vezes mal e se vocecirc manteacutem uma distacircncia grande entre ele aleacutem desta
distacircncia que eacute uma forma de comunicaccedilatildeo ele quer escutar de mim pelo tom de
voz e pelo olhar que ele eacute importante para mim ele quer atenccedilatildeo aquele eacute o
momento dele e ele precisa de mim E soacute acontece com a comunicaccedilatildeo (E5)
Os enfermeiros da HD descrevem a comunicaccedilatildeo natildeo verbal como algo essencial ao
cuidado como uma ferramenta capaz de identificar sinais e sintomas de complicaccedilotildees por
meio de expressotildees faciais do paciente tom de voz e olhar E a comunicaccedilatildeo verbal como
forma de dar continuaccedilatildeo a assistecircncia possibilitando passar orientaccedilotildees e captar possiacuteveis
problemas A comunicaccedilatildeo tem um objetivo uma meta um propoacutesito que eacute produzir uma
reaccedilatildeo ou uma mudanccedila para que esta comunicaccedilatildeo seja efetiva segundo Stefanelli e
Carvalho (2012) o processo tem iniacutecio a partir de algueacutem (emissor) com uma necessidade de
transmitir ou saber algo (mensagem) que necessita ser transmitida a outra pessoa (receptor) O
emissor tem um objetivo e este deveraacute ser traduzido num coacutedigo numa linguagem entendiacutevel
Haacute necessidade de um codificador pegar as ideias do emissor e colocaacute-la num coacutedigo
expondo o objetivo do emissor em forma de mensagem
Entender os coacutedigos da HD para o enfermeiro natildeo eacute algo impossiacutevel de se realizar
tanto o enfermeiro como o paciente desenvolvem com o passar do tempo no setor estrateacutegias
de se comunicarem de forma natildeo verbal o conviacutevio diaacuterio e de longa permanecircncia permite
estabelecerem uma boa interaccedilatildeo e identificar formas de comunicar por coacutedigos
99
A partir momento que se conhece esta linguagem do que eacute verbal e natildeo verbal vocecirc
consegue identificar algumas situaccedilotildees que satildeo pelos gestos se o paciente estaacute
passando mal [] agimos de forma intuitiva mas nem todo mundo tem essa
percepccedilatildeo Depois que se trabalha muito tempo com esta clientela passa-se a ter
experiecircncia e aumenta esta percepccedilatildeo Na aacuterea de HD ajuda muito ter esta
percepccedilatildeo porque por mais que a maacutequina monitore a pressatildeo arterial as
alteraccedilotildees comeccedilam antes da maacutequina alarmar (E3)
Comunicaccedilatildeo eacute tudo falo sempre ao paciente para que natildeo cubra o rosto durante a
HD e caso se sinta mal para levantar o braccedilo eacute muito importante eu manter um
olhar nas expressotildees dele estabelecemos algumas formas de comunicar porque ele
pode passar mal e natildeo conseguir chamar (E7)
Os depoentes afirmam que o tempo de experiecircncia com pacientes na HD aumenta a
percepccedilatildeo do enfermeiro e permite identificar gestos expressotildees e comportamentos aleacutem de
propor coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo que favoreccedilam o cuidado como levantar de
braccedilo natildeo cobrir o rosto entre outros Esses coacutedigos que a equipe estabelece com os
pacientes satildeo ditos como algo muito importante nas relaccedilotildees enfermeiro-paciente eacute algo
muito marcante em ambos os cenaacuterios investigados
Para entender o significado de uma mensagem baseado no comportamento dos
interlocutores de acordo com Knapp e Hall (1999) apud Broca e Ferreira (2014) eacute necessaacuterio
iniciar um coacutedigo este poderaacute ser a linguagem verbal em um segundo momento identificar os
comportamentos natildeo verbais associados a determinados comportamentos verbais Ao se
eliminar o canal verbal esses comportamentos natildeo verbais seratildeo captados como um coacutedigo
para a comunicaccedilatildeo e se a introduccedilatildeo dos comportamentos natildeo verbais natildeo interferir a
compreensatildeo da mensagem pelo receptor entatildeo os comportamentos natildeo verbais seratildeo
considerados uma forma de substituir o comportamento verbal portanto elementos de um
coacutedigo natildeo verbal ou seja um conjunto de accedilotildees que determina os significados atribuiacutedos a
certos coacutedigos como afirma (KNAPP E HALL pag 153 1999)
A maior parte de nosso comportamento natildeo verbal envolve mudanccedila de atitude ou
movimentaccedilatildeo Interagimos com as pessoas mantendo distacircncias variaacuteveis exibimos
diferentes gestos e posturas durante um encontro algumas vezes tocamos nos
outros outras natildeo rostoolhos e voz apresentam formas diversas Esta parte examina
esses comportamentos individualmente mas na conversaccedilatildeo diaacuteria a combinaccedilatildeo
desses sinais funcionando de maneira ajustada caracteriza nosso comportamento na
comunicaccedilatildeo
100
Entretanto como as pessoas natildeo conseguem alcanccedilar suas metas seus objetivos sem a
cooperaccedilatildeo do outro jaacute que eacute interdependente com outros na realizaccedilatildeo dos seus objetivos eacute
necessaacuterios que ambos envolvidos na interaccedilatildeo estejam comprometidos a fim de alcanccedilar os
objetivos Desta forma natildeo adianta o enfermeiro propor formas de se comunicar por meio de
coacutedigos se o paciente natildeo estiver disposto a cooperar eacute importante avaliar diariamente como
o paciente chegou e se ele estaacute apto a participar neste dia das formas de interaccedilotildees
preestabelecidas O cuidado de enfermagem congrega vaacuterias caracteriacutesticas dentre elas estatildeo
agrave interaccedilatildeo e a relaccedilatildeo dialoacutegica que se constroacutei com o outro assim eacute preciso desenvolver as
potencialidades dos profissionais para que na relaccedilatildeo interpessoal com os pacientes possam
dar atenccedilatildeo agraves necessidades inerentes ao cuidado daquele dia por meio da escuta ativa e de
uma comunicaccedilatildeo de aproximaccedilatildeo (BROCA FERREIRA 2015)
A distacircncia pode influenciar e definir o tipo de envolvimento e assim de
comunicaccedilatildeo que queremos manter com o outro Assim os diferentes padrotildees de distacircncia satildeo
mantidos dependendo com quem se estaacute comunicando e se relacionando natildeo se esquecendo
de que o ambiente tambeacutem poderaacute influenciar no distanciamento ou aproximaccedilatildeo dos corpos
As barreiras ou falhas na comunicaccedilatildeo podem advir da falta de habilidade para ouvir ver
sentir e compreender a mensagem do outro
Tem dias que o paciente chega me cumprimenta senta e natildeo conversa muito pega o
lenccedilol se cobre e vai dormir ou escutar muacutesica Jaacute sei que algo natildeo estaacute bem
porque convivemos com eles e sabemos seu comportamento aiacute me aproximo para
tentar conversar e ele se abrir Mas tem dias que natildeo querem conversar e nem
interagir aiacute me preocupo porque agraves vezes ele passa mal e natildeo expressa nada (E2)
A comunicaccedilatildeo eacute importante em vaacuterios sentidos primeiro porque no sentido
emocional o paciente que estaacute ali sentado quatro horas fazendo querendo ou natildeo
um tratamento que eacute desgastante para ele e muitas vezes ele natildeo quer estar ali []
entatildeo o simples fato de dar atenccedilatildeo para ele estar conversando com outros
pacientes faz com que o tempo passe e ele se sinta melhor (E10)
A habilidade de decodificar algo que estaacute intriacutenseco em gestos e comportamentos estaacute
relacionada com a forma de conhecimento e entendimento dos elementos da comunicaccedilatildeo A
forma de como nos colocamos e nos comportamos diante do outro pode influenciar de forma
negativa ou positiva e influenciar a efetividade da comunicaccedilatildeo (STEFANELLI
CARVALHO 2012) Ao perceber que o paciente se manteacutem em silecircncio com pouca ou
nenhuma interaccedilatildeo durante a sessatildeo de HD o enfermeiro identifica a necessidade de se
aproximar para buscar avaliar o porquecirc da mudanccedila de comportamento Este afastamento e
101
isolamento do paciente podem denotar uma falta de interesse pelo outro ou a negaccedilatildeo na
participaccedilatildeo nos processos de interaccedilotildees estabelecidas neste ambiente Observar padrotildees de
respostas emocionais ou fisioloacutegicas de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo ao
contexto da relaccedilatildeo interpessoal redefinindo os objetivos a serem alcanccedilados
Avaliar comportamento em um determinado ambiente de HD requer de o enfermeiro
estar atendo aos coacutedigos estabelecidos e satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer
interaccedilatildeo Segundo Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma
interaccedilatildeo eacute diretamente proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A
comunicaccedilatildeo adequada eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma
determinada situaccedilatildeo pessoa e tempo Tratando-se do relacionamento enfermeiro-paciente o
processo de comunicaccedilatildeo precisa ser eficiente para viabilizar uma assistecircncia humaniacutestica e
personalizada de acordo com suas necessidades Portanto o processo de interaccedilatildeo com o
paciente se caracteriza natildeo soacute por uma relaccedilatildeo de poder em que este eacute submetido aos cuidados
do enfermeiro mas tambeacutem por atitudes de sensibilidade aceitaccedilatildeo e empatia entre ambos
Comunicar-se envolve compartilhar sentimentos e emoccedilotildees de forma verbal ou natildeo
verbal em um relacionamento interpessoal Aleacutem disso a comunicaccedilatildeo eacute um processo
complexo dinacircmico tem uma evoluccedilatildeo natildeo tem iniacutecio e nem fim e se restringe a duas ou
mais pessoas (BROCA FERREIRA 2015) Desse modo os dados da pesquisa evidenciam
que os participantes relataram que a comunicaccedilatildeo eacute importante e se expressa de diferentes
formas e que na HD a natildeo verbal eacute muito mais abrangente E essa comunicaccedilatildeo precisa ser
entendida pelo paciente de modo a proporcionar-lhe acolhimento e a partir de suas
inquietaccedilotildees e queixas o enfermeiro consiga identificar e solucionar os problemas
identificados Portanto eacute vital estreitar estimular e fortalecer a relaccedilatildeo profissional e tambeacutem
emocional entre enfermeiro-paciente para fortalecimento e integraccedilatildeo da assistecircncia de
enfermagem
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a gente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo eacute importante porque tem o que eacute falado e natildeo eacute falado o paciente
crocircnico na convivecircncia a gente pega deles o que geralmente natildeo eacute falado E isso eacute
102
soacute com o tempo mesmo Mas eacute essencial para entender a adesatildeo uma
intercorrecircncia agraves vezes ele natildeo verbaliza soacute se expressa (E11)
A comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute referida como de grande importacircncia no processo
comunicativo pois pode completar uma informaccedilatildeo verbal (afirmando ou rejeitando)
enfatizar contradizer substituir avaliando indiacutecios sobre as emoccedilotildees ou mesmo controlar ou
regular uma relaccedilatildeo de interaccedilatildeo Ao afirmarem que a natildeo verbal eacute muito utilizada por ambos
nas interaccedilotildees pode-se entender que o emissor ao tentar transmitir uma mensagem por meio
de coacutedigos e o receptor natildeo compreender o sentido a que ela se refere poderaacute gerar uma
incongruecircncia no sentido real da comunicaccedilatildeo gerando equiacutevocos entre o emissor e o
receptor
Eacute fato que mesmo na comunicaccedilatildeo verbal o corpo assume uma variedade de posturas
que ajudam a traduzir melhor o significado das palavras que satildeo ditas Para Silva (2015) deve-
se na comunicaccedilatildeo proxecircmica se atentar acirc postura corporal expressotildees corporais
distanciamento entre os corpos pode-se tornar a comunicaccedilatildeo mais efetiva Desta forma um
receptor desatento pode natildeo captar toda a mensagem se natildeo observar aleacutem das palavras do
emissor E para os enfermeiros soacute com o tempo de convivecircncia eacute possiacutevel estabelecer e
identificar esses coacutedigos da HD que satildeo transmitidas e percebidas pelos sentidos corporais
Este fato tem uma relaccedilatildeo direta com os dados do perfil de profissionais em ambos os
cenaacuterios pois nenhum enfermeiro possui menos de dois anos de atuaccedilatildeo na HD desta forma a
expertise permite assim por dizer que este profissional possui habilidades suficientes para
detectar os coacutedigos natildeo verbais Esta habilidade de comunicaccedilatildeo eacute essencial ao profissional
que convive com pacientes sob cuidados na HD independente da aacuterea de formaccedilatildeo
especializada e sim o tempo de convivecircncia e experiecircncia adquiridas neste setor Entretanto
natildeo se pode afirmar que todos os profissionais que atuam nesta aacuterea teratildeo ou desenvolveratildeo
esta habilidade de percepccedilatildeo por meio da comunicaccedilatildeo natildeo verbal
Na atual globalizaccedilatildeo os profissionais estatildeo cada vez mais qualificados e capacitados
do ponto de vista tecnoloacutegico as exigecircncias para se ter atributos e conhecimentos satildeo
impostas devido agraves demandas impostas pelas mudanccedilas sociais e econocircmicas Neste contexto
a busca da produtividade tecnologia e qualidade dos serviccedilos exigindo novos atributos de
qualificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede tambeacutem satildeo impostas no setor de hemodiaacutelise
O papel do enfermeiro natildeo se restringe a executar teacutecnicas e procedimentos de maneira
eficiente e com qualidade mas sim um cuidado abrangente que implica entre outros
aspectos desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo Contudo para que haja eficiecircncia do
103
processo de cuidar eacute necessaacuterio avaliar a qualidade das interaccedilotildees com quem se cuida um ser
humano complexo e indivisiacutevel e que para entendecirc-lo seraacute necessaacuterio o uso da comunicaccedilatildeo
proxecircmica como instrumento do cuidado
Eacute a partir dessa premissa e diante da realidade dos enfermeiros do cenaacuterio da HD que
se reforccedila a importacircncia de que seja discutido entre os profissionais de sauacutede ligados
diretamente agrave assistecircncia ao paciente o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica como um dos mais
importantes aspectos do cuidado de enfermagem os quais vislumbram uma melhor
assistecircncia ao paciente e mudanccedilas em seu espaccedilo do cuidado
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Sentidos do
espaccedilo
Comunicaccedilatildeo
efetiva
O espaccedilo fixo
e semifixo
A comunicaccedilatildeo
proxecircmica no
processo de cuidar
104
E para que haja essas mudanccedilas eacute preciso atentar para fatores como a distribuiccedilatildeo dos
mobiliaacuterios e maquinaacuterios a forma como se posiciona no espaccedilo fiacutesico o uso dos sentidos nas
percepccedilotildees de gestos e expressotildees compreensatildeo do dito e do natildeo dito para uma comunicaccedilatildeo
mais efetiva
Esta Pesquisa apresenta algumas limitaccedilotildees dentre as quais pode se destacar que o
estudo foi realizado em instituiccedilotildees hospitalares puacuteblicas universitaacuterias e algumas conclusotildees
natildeo poderatildeo ser generalizadas e atender as expectativas das cliacutenicas sateacutelites que possuem
perfil de atendimento dos profissionais diferenciada
105
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Nem tudo eacute conclusivo
ldquoO novo natildeo estaacute no que eacute dito mas no acontecimento de sua voltardquo
Michel Foucault
Respondendo aos objetivos propostos deste estudo apoacutes anaacutelise das unidades de
registro com as suas respectivas categorias e com o mapeamento comportamental proxecircmico
fundamentado por Eduard T Hall verificou-se que o enfermeiro na hemodiaacutelise demarca seu
espaccedilo do cuidado como sendo um territoacuterio de invasotildees constantes do espaccedilo iacutentimo e
pessoal mas sempre atento ao uso dos sentidos corporais as accedilotildees satildeo baseadas na
observaccedilotildees e sons emitidos no ambiente e estes potencializam os avanccedilos na interaccedilatildeo para
uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
Comunicar-se aparece sob diferentes aspectos ou significados os quais foram
percebidos ou identificados devido a sua proximidade com os pacientes Para os profissionais
da enfermagem selecionados para a pesquisa a comunicaccedilatildeo ajuda mas depende do
paciente dizem que o paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresas mesmo assim o
processo facilita nos cuidados eacute importante para o paciente e para toda equipe ainda que ele
natildeo queira falar afinal eacute um mundo novo
O enfermeiro informa que o tempo (unidade fundamental de viver) eacute que define
quando se acostuma com a doenccedila que estabelece a relaccedilatildeo com equipe com os outros
pacientes aceitando melhor e descobrindo o que eacute diaacutelise Esse perceber e ficar junto com o
paciente possibilita verificar que eles tecircm vergonha do cateter ou da fiacutestula que se
incomodam quando as pessoas ficam olhando para elas e aos poucos vatildeo se interagindo e
entendendo o tratamento Essa proximidade pode ser considerada como proxecircmica
principalmente pelas limitaccedilotildees do espaccedilo da hemodiaacutelise verificadas no mapeamento
comportamental ambientes fechados escondidos controlados
Estudar comunicaccedilatildeo proxecircmica em espaccedilos diferentes fisicamente pode natildeo ser uma
tarefa faacutecil de realizar caracterizando um desafio da pesquisa entretanto essa opccedilatildeo
possibilitou entender melhor a dinacircmica do movimento dos corpos nos diferentes espaccedilos
propostos por Eduard THall essa opccedilatildeo ajuda nas contribuiccedilotildees dos resultados do objeto e
nas habilidades para realizar o meacutetodo como pesquisadora
Ao elaborar o mapeamento comportamental proxecircmico identifica-se que os espaccedilos
ainda que diferentes com amplitudes e mobiliaacuterios tambeacutem diferentes eacute fundamental a
106
ampliaccedilatildeo dos sentidos para uma accedilatildeo raacutepida durante as interaccedilotildees e intervenccedilotildees mesmo
estando a uma distancia puacuteblica ou social
Entretanto a dificuldade na percepccedilatildeo dos sentidos corporais como elemento da
comunicaccedilatildeo natildeo verbal foi identificada em alguns dos sujeitos por natildeo possuiacuterem
determinados sentidos aguccedilados ou ateacute natildeo entendem o processo com a utilizaccedilatildeo destes
sentidos durante o processo do cuidado A natildeo utilizaccedilatildeo desses sentidos dificulta a
percepccedilatildeo de determinadas situaccedilotildees de dor sofrimento ou alteraccedilotildees fisioloacutegicas Fato que
pode ser equacionado com o primeiro momento quando da interaccedilatildeo da equipe com o
paciente onde todos devem alinhar os pensamentos e procedimentos a serem adotados em
todo o processo do tratamento
Durante o processo de anaacutelise das respostas dos enfermeiros quanto aos
questionamentos realizados foram verificados que alguns elementos dificultam o processo de
utilizaccedilatildeo de uma comunicaccedilatildeo seja ela verbal ou natildeo verbal no atendimento do paciente
quando em tratamento em hemodiaacutelise que satildeo o espaccedilo com as caracteriacutesticas fixas e
semifixas das salas e suas divisotildees a disposiccedilatildeo das maacutequinas a falta de sala para consulta de
enfermagem dificuldade da percepccedilatildeo de alguns enfermeiros com a comunicaccedilatildeo natildeo verbal
O espaccedilo com as disposiccedilotildees dos equipamentos mobiliaacuterios e posicionamento das
equipes de enfermagem dificultam uma visualizaccedilatildeo global dos pacientes em suas maacutequinas
cujos procedimentos poderiam se iniciar com apenas um olhar Os setores de hemodiaacutelise
encontram-se sem padratildeo de infraestrutura fragmentando as salas de hemodiaacutelise natildeo
otimizando o fator humano e o material existente que satildeo escassos
Uma disposiccedilatildeo das maacutequinas em ldquoUrdquo ou em ciacuterculos onde encontrariacuteamos no centro
os enfermeiros com todos os controles dos pacientes escaninhos com prontuaacuterios telefone
computador sem obstaacuteculos para a visualizaccedilatildeo dos pacientes Diante deste cenaacuterio os
enfermeiros estariam mais receptivos para adotarem com mais frequumlecircncia a observaccedilatildeo dos
pacientes de forma mais natildeo verbal diminuindo o constrangimento de alguns por natildeo
quererem mostrar qualquer desconforto em virtude de estarem com outros no mesmo
ambiente
A falta de uma sala para consulta de enfermagem eacute referida como muito importante
pois evita o constrangimento inicial perante outros em tratamento eacute o momento ideal para
aliviar o tratamento que estaacute por vir evitando aquele choque imediato em uma maacutequina
mostrando um atendimento mais humanizado e principalmente a interaccedilatildeo da equipe de
enfermagem com o paciente facilitando o processo da utilizaccedilatildeo da linguagem natildeo verbal
onde podem ser feitos vaacuterios questionamentos quanto as suas reaccedilotildees corporais em resposta a
107
determinados estiacutemulos e estabelecer ateacute coacutedigos entre eles Deve sempre lembrar o
enfermeiro que esse novo ambiente a ser frequumlentado pelo paciente seraacute a sua segunda casa
A humanizaccedilatildeo destes espaccedilos busca permitir ao paciente um melhor conforto fiacutesico e
psicoloacutegico
A distribuiccedilatildeo espacial gera uma seacuterie de comportamentos e praacuteticas inconscientes
Assim sendo os processos de comunicaccedilatildeo de um setor tambeacutem satildeo influenciados por esta
distribuiccedilatildeo Os fluxos de comunicaccedilatildeo ascendente descendente e lateral estatildeo sujeitos a essa
influecircncia Foi possiacutevel perceber como a arquitetura eacute uma variaacutevel na constituiccedilatildeo das
relaccedilotildees dentro do setor de hemodiaacutelise Na relaccedilatildeo entre as estruturas arquitetocircnicas e as
accedilotildees dos indiviacuteduos verifica-se uma interferecircncia nos resultados da comunicaccedilatildeo Sendo
assim ao formular e projetar espaccedilos de trabalho eacute cada vez mais relevante refletir sobre
alguns principais elementos arquitetocircnicos visto que essas escolhas tecircm funccedilotildees objetivas a
cumprir conforme o tipo de ambiente e atividades realizadas nele porque podem influenciar
nas vidas das pessoas gerando percepccedilotildees e sensaccedilotildees
Ficou confirmado que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a
consulta de enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de
satisfaccedilatildeo biopsicossocial destacando que a consulta de enfermagem favorece o
estabelecimento de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e
flexibilidade que proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de
acolhimento favorecendo a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais
efetiva prazerosa respeitando os limites territoriais aceitos socialmente
Ressalta-se que o processo de cuidar natildeo ocorre isoladamente mas por meio de
intencionalidade interaccedilatildeo disponibilidade e confianccedila entre profissional e paciente O
profissional de enfermagem deve ter em sua rotina a praacutetica de promover medidas de
conforto sendo um gestor do cuidado e de emoccedilotildees fazendo com que o paciente se mantenha
interagido com o ambiente fiacutesico e social
A interpretaccedilatildeo do resultado das observaccedilotildees e das entrevistas dos participantes do
estudo possibilitaram inferir que a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade
no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos corporais e a forma como
nos comunicamos A partir da teacutecnica de anaacutelise do conteuacutedo foram encontradas algumas
evidecircncias representadas nas unidades de codificaccedilatildeo e categorias que demarcam o espaccedilo e
suas interaccedilotildees Pode-se entender que o ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer lugar que
o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com o
108
paciente atentando para natildeo violar sua privacidade que no uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio
um fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e
fixas do espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro
Os sentidos do espaccedilo representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com
confianccedila de quem se cuida empatia ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e
formas diferentes de se comunicar eacute expressar arranjos espaciais singulares com fluxo
adequado olhar identificando mudanccedilas no comportamento envolvimento e interesse ouvir eacute
estar atento agrave entonaccedilatildeo da voz aspectos emocionais e comportamentos gestuais tocar eacute
viacutenculo acolhimento sendo que o toque instrumental-afetivo deveraacute evoluir na HD a
memoacuteria olfativa na HD eacute gerada pelos odores corporais e odores ambientais o paladar na
HD eacute alerta de restriccedilotildees alimentares e hiacutedricas do paciente
A comunicaccedilatildeo para os enfermeiros durante o cuidado na HD eacute saber captar as
expressotildees faciais e corporais para um cuidado singular estabelecer coacutedigos de comunicaccedilatildeo
ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando conforto
seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar a qualidade das interaccedilotildees
A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no cuidado e a
comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo de
redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
109
REFEREcircNCIAS
ABIB G Observaccedilatildeo participante em estudos de Administraccedilatildeo da informaccedilatildeo no
Brasil RAE v 53 n 6 p 604-616[online] 2013 [acesso em 13 de marccedilo de 2017]
ABUDERNE P NAISBITT Mega tendecircncias para as mulheres Traduccedilatildeo de Magda
Lopes ndash Rio de janeiro Rosa dos Tempos 1993
ALVES S FRANCO S CASTANtildeER M CAMERINO O HILENO R RODRIGUES J
El anaacutelisis de la comunicacioacuten paraverbal cineacutesica y proxeacutemica de los instructores de fitness
mediante patrones temporales (T-patterns) Cuad psicol deporte 15(1) 111-122 ene-jun
2015 ilus tab| IBECS | ID ibc-138318
ANGROSINO M Etnografia e observaccedilatildeo participante Coleccedilatildeo Pesquisa Qualitativa
Bookman Editora 2009
AZEVEDO AL et al Communication of nursing students in listening to patients in a
psychiatric hospital Escola Anna Nery v 21 n 3 2017
AZEVEDO AL ARAUacuteJO STC VIDAL VLL How nursing students perceive
communication with patients in mental health RevActa paul enferm vol28 no2 - Satildeo
Paulo MarApr 2015
BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Ed Revista e ampliada Lisboa Ediccedilotildees 70 2011
BENNER PE TANNER CA CHESLA CA Expertise in nursing practice Caring
clinical judgment and ethics Springer Publishing Company 2009
BITTENCOURT GKGD CROSSETTI MGO Habilidades de pensamento criacutetico no
processo diagnoacutestico em enfermagem Rev esc enferm USP [online] 2013 vol47 n2
pp341-347 ISSN 0080-6234 httpdxdoiorg101590S0080-62342013000200010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedila cardiovascular
cerebrovascular e renal crocircnica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 14 Brasiacutelia-DF Ministeacuterio da Sauacutede 2006
110
_______ Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador de Doenccedila Renal
Portaria Nordm 1168GM em 15 de junho de 2004 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesportaria_1168_achtm Acesso em 29072016
________ Ministeacuterio da sauacutedeOrganizaccedilatildeo da linha de cuidado da pessoa com Doenccedila
Renal Crocircnica (DRC) Portaria Nordm 389 de 13 de marccedilo de 2014 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2014prt0389_13_03_2014html Acesso em
29072016
________ Misteacuterio da Sauacutede Plataforma Brasil Disponiacutevel em
httpwwwsaudegovbrplataformabrasil acesso em 03032016
________ Ministeacuterio da Sauacutede Portal do Datasus Disponiacutevel em
lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=01gt Acesso em 31072016
________ Resoluccedilatildeo da diretoria colegiada- RDC Nordm 154 de 15 de junho de 2004
Estabelece o Regulamento Teacutecnico para funcionamento dos Serviccedilos de Diaacutelise Disponiacutevel
em wwwsaudemggovbr rsaquo Acesso em 15082016
_________ Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada - RDC ndeg 11 de 13 de marccedilo de 2014 Dispotildee
sobre os Requisitos de Boas Praacuteticas de Funcionamento para os Serviccedilos de Diaacutelise e daacute
outras providecircncias Acesso em 15082016 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisanvisa2014rdc0011_13_03_2014pdf
________ Conselho Nacional de Sauacutede - CNS Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de
2012 Disponiacutevel em httpwwwconselhosaudegovbrresolucoes2012Reso466pdf
acesso em 160314
BOLLNOW O F O homem e o espaccedilo Curitiba Editora UFPR 2008
BORGES FILHO O Espaccedilo e literatura introduccedilatildeo agrave topoanaacutelise Satildeo Paulo Ribeiratildeo
Graacutefica e Editora 2007
BOSI MLM Pesquisa qualitativa em sauacutede coletiva panorama e desafios Ciecircnc Sauacutede
Coletiva 2012 17575-86
BROCA PV FERREIRA MA Equipe de enfermagem e comunicaccedilatildeo contribuiccedilotildees para o
cuidado de enfermagem Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 02 de marccedilo de
2016]65(1)97-103 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n114pdf
111
BROCA PV FERREIRA MA Nursing staff and nonverbal communication Rev Reme
min enferm 18(3)697-702jul-set 2014
BROCA PV FERREIRA MA Processo de comunicaccedilatildeo na equipe de enfermagem
fundamentado no diaacutelogo entre Berlo e King Rev Esc Anna Nery 201519(3)467-474
BROCA PV FERREIRA MA Action plan for the communication process in a nursing team
Acta Scientiarum Health Sciences Maringaacute v 38 n 1 p 23-31 Jan-June 2016
BRUNI A Ensentildeanza de las competencias cineacutesica y proseacutemica a estudiantes de lenguas
extranjeras Nuacutecleo [online] 2011 vol23 n28 [acesso 2015 maio 06] pp 91-
114Disponiacutevelemlthttpwwwscieloorgvescielophpscript=sci_arttextamppid=S079897842
011000100004amplng=esampnrm=isogt ISSN 0798-
CAMELO S H H Competecircncia profissional do enfermeiro para atuar em Unidades de
Terapia Intensiva uma revisatildeo integrativa Revista Latino-Americana de Enfermagem v
20 n 1 p 192-200 2012
CAMERON LE ARAUacuteJO STC Visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo na assistecircncia em
enfermagem traumato-ortopeacutedica Rev Esc Enferm USP 2011 [online 45(1)95-9
[Disponiacutevel em] wwweeuspbrreeusp
CAVALCANTE RB CALIXTO P PINHEIRO MMK Anaacutelise de conteuacutedo consideraccedilotildees
gerais relaccedilotildees com a pergunta de pesquisa possibilidades e limitaccedilotildees do meacutetodo Inf amp
Soc Est Joatildeo Pessoa v24 n1 p 13-18 janabr 2014
CHEEVER KH HINKLE J L Brunner amp Suddarth Tratado de Enfermagem Meacutedico-
Ciruacutergica - 2 vols13ordf ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2015
CHERCHIGLIA ML et al Determinants of expenditures on dialysis in the Unified National
Health System Brazil 2000 to 2004 Cad Sauacutede Puacuteblica [online] 2010 vol26 n8
pp1627-1641 ISSN 1678-4464 Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0102-
311X2010000800016
CHOI ES LEE J Effects of a face-to-face self-management programo n knowledge self-
care practice and kidney function in patients with chronic kidney disease before the renal
replacement therapy Journal of Korean Academy of Nursing v42 n7 p 1070-78 2012
112
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem Anaacutelise de dados dos profissionais de
enfermagem existentes nos Conselhos Regionais Marccedilo de 2011 Disponiacutevel em
httpwwwportalcofengovbrsitenovositesdefaultfilespesquisaprofissionaispdf acesso
em 06052016
_______- Conselho Federal de Enfermagem Lei Cofen nordm 749886 Regulamentaccedilatildeo do
exerciacutecio de enfermagem Disponiacutevel em httpwwwportalcofengovbr
Site2007materiasaspArticleID=22ampsectionID=35 Acesso em 05082017
COSTA LRG NOVAES MR FERNANDES SEF LUNA LCG ALEXANDRE CS
Avaliaccedilatildeo do risco de doenccedila renal crocircnica em uma amostra populacional de diabeacuteticos Rev
Ciecircnc Sauacutede Nova Esperanccedila ndash Jun 201412(1) Disponiacutevel em
httpwwwfacenecombrwp-contentuploads201011AvaliaC3A7C3A3o-do-risco-
de-doenC3A7a-renal-crC3B4nicapdf Acesso em29072016
COSTAISR Food to memory kitchen representation in the lyric Lucia Maria Dal Farra
Rev Topus 2014 Disponiacutevel em
wwwrevistatopuscombrenenviados201654211110Acesso em23082017
CROSSETTI MGO BITTENCOURT GKGD LIMA AAA GOacuteES MGO SAURIN
Structural elements of critical thinking of nurses in emergency care Rev Gauacutecha Enferm
2014 set35(3)55-60 [on-line ]
Disponiacutevel em wwwseerufrgsbrrevistagauchadeenfermagem
CUNHA ACC SPANHOL CID Lideranccedila feminina caracteriacutesticas e importacircncia agrave
identidade da mulher Rev Saber Humano - Ano 4 nuacutemero 5 - 2014 ISSN 2178-7689
DESLAURIERS JP KEacuteRISIT M O delineamento de pesquisa qualitativa In POUPART
J e al A pesquisa qualitativa enfoques epidemioloacutegicos e metodoloacutegicos Petroacutepolis RJ
Vozes 2008p 127-153
FARIAS L M et al Comunicaccedilatildeo proxecircmica entre a equipe de enfermagem e o receacutem-
nascido na unidade neonatal Rev RENE Fortaleza v 11 n 2 p 37-43 abrjun 2010
Disponiacutevel em httpwwwrepositorioufcbrbitstreamriufc1466312010_art_lmfariaspdf
Acesso em 31 de julho de 2016
FERNANDES M CRUZ L Adesatildeo ao regime terapecircutico da pessoa em iniacutecio de
hemodiaacutelisendashintervenccedilatildeo do enfermeiro CIAIQ v 2 2017
FORMOZO GA et al As relaccedilotildees interpessoais no cuidado em sauacutede uma aproximaccedilatildeo ao
problema Revista Enfermagem UERJ v 20 n 1 p 124-127 2012
113
FRANCO RF STRALEN CJV The living space and its importance for the production of
subjectivity Psicologia em Revista Belo Horizontev18n3-402-419dez 2012
FURTADO AMO SOUZA SROS OLIVEIRA BL GARCIA CN El enfermero
asistencial y educador en una unidad de trasplante renal un desafio Enfermeriacutea Global vol
11 nuacutem 3 julio 2012 pp 346-350 Universidad de Murcia Murcia Espantildea
GALVAtildeO MTG PAIVA SS SAWADA NO PAGLIUCA LMF Anaacutelise da
comunicaccedilatildeo proxecircmica com portadores de hivAIDS Rev latino-am enfermagem 2006
julho-agosto 14(4) Disponiacutevel em wwweerpuspbrrlae Acesso em 121113
GEERTZ C A interpretaccedilatildeo das culturas - led ISreimpr - Rio de Janeiro LTC 2008
GIBBS G El anaacutelisis de datos en investigacioacuten cualitativa Ediciones Morata 2012
GRUBA C et al Processo de territorializaccedilatildeo e mapeamento em saude da familia Revista
do Curso de Enfermagem v 3 n 3 2015
HALL E T A Dimensatildeo ocultaTraduccedilatildeo Waldeacuteia Barcellos 1ordf ediccedilatildeo Ed Martins Fontes
Satildeo Paulo 2005
HELLER E A psicologia das cores como as cores afetam a emoccedilatildeo e a razatildeo [Traduccedilatildeo
Maria Luacutecia Lopes da Silva] 1 Ed Satildeo Paulo Gustavo Gili 2013
HORIGAN AE SCHNEIDER SM DOCHERTY S BARROSO J The experience and
self-management of fatigue in patients on hemodialysis Nephrol Nurs J [acesso em
27022016] v 40 n2 p113-22 marabr 2013 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
HUELGAS RG CASTELAO AM ARTOLA S GOacuteRRIZ JL MENEacuteNDEZ E Documento
de Consenso sobre el tratamiento de la diabetes tipo 2 en el paciente con enfermedad renal
crocircnica Nefrologiacutea (Madr) vol34 no1 Santander 2014 [acesso 2015 maio 05] Disponiacutevel
em httpdxdoiorg103265Nefrologiapre2013Nov12369
KNAPP ML HALL JA Comunicaccedilatildeo natildeo-verbal na interaccedilatildeo humana [Traduccedilatildeo
Barros MAL] ndash Satildeo Paulo JSN editora 1999
114
LANZONI GMM et al Interaccedilotildees no ambiente de cuidado explorando publicaccedilotildees de
enfermagem Rev bras enferm vol64 no3 Brasiacutelia MayJune 2011 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg101590S0034-71672011000300024 Acesso em 160816
LIM CHI EUNG DANFORN NG RACHEL W C CHENG NGA CHONG
LISA CIGOLINI MARIA KWOK CANNAS BRENNAN FRANK Advance care
planning for haemodialysis patients Cochrane Database Syst Rev 7 CD010737 2016 Jul
26| MEDLINE | ID mdl-27457661
LUumlDKE M ANDREacute MEDA Pesquisa em educaccedilatildeo abordagens qualitativas 2ordf ed
Satildeo Paulo EPU 2013
LUZ GM KUHNEN A O uso dos espaccedilos urbanos pelas crianccedilas explorando o
comportamento do brincar em praccedilas puacuteblicas Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica 263 (2013)
[acesso em 09 de abriel de 2016] 552-560 Disponiacutevel em
httpwwwredalycorgarticulooaid=18828877015
MACEDO SM SENA MCS MIRANDA KCL Consulta de enfermagem ao paciente
com HIV perspectivas e desafios sob a oacutetica de enfermeiros Revista Brasileira de
Enfermagem v 66 n 2 2013
MARCONI M A LAKATOS E M Fundamentos de Metodologia cientiacutefico 7ordm ed
Atlas 2011
MARTINS C RIELLA MC Nutriccedilatildeo e o Rim2ordf ediccedilatildeo - Guanabara Koogan 2013
MASSOCO ECP MELLEIRO MM Comunicaccedilatildeo e seguranccedila do paciente percepccedilatildeo dos
profissionais de enfermagem de um hospital de ensino Rev REME Rev Min Enferm 2015
abrjun 19(2) 187-191
MEDEIROS AJS MEDEIROS EMD Desafios do tratamento hemodialiacutetico para o portador
de insuficiecircncia renal crocircnica e a contribuiccedilatildeo da enfermagem Revista brasileira de
educaccedilatildeo e sauacutede v 3 n 1 2013
MENEZES FG BARRETO DV ABREU RM ROYEDAF PECOITS FILHO RF
Panorama do tratamento hemodialiacutetico financiado pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede - Uma
perspectiva econocircmica Rev J Bras Nefrol 201537(3)367-378
MENON Daniele MARTINS Andreia Pereira DYNIEWICZ Ana Maria Condiccedilotildees de
conforto do paciente internado em UTI neonatal Sauacutede v 1 n 1 2014
115
MINAYO MCS O desafio do conhecimento-Pesquisa qualitativa em sauacutede 13ordf Ed Satildeo
Paulo Hucitec Rio de Janeiro (RJ) Abrasco 2013
MINAYO MCS ASSIS SG SOUZA ER Avaliaccedilatildeo por triangulaccedilatildeo de meacutetodos
Abordagem de Programas Sociais Rio de janeiro Editora FioCruz 244 pp ISBN 85-
89697-06-1 3ordf reimpressatildeo 2010
MOURA L PRESTES IV DUNCAN B B Schmidt MI Building a national database
of patients receiving dialysis on the Brazilian Unified Health System 2000-2012 Rev
Epidemiol Serv Sauacutede v23 n2 Brasiacutelia jun 2014 Disponiacutevel em
httpdxdoiorg105123S1679-49742014000200004 Acesso em 31 de julho de 2016
MOURAtildeO CML ALBUQUERQUE MAS SILVA APS OLIVEIRA MS
FERNANDES AFC Comunicaccedilatildeo em enfermagem uma revisatildeo bibliograacutefica Rev rene
fortaleza v 10 n 3 p 139-145 julset2009
NERY I S GOMES I S MORAES S D S VIANA L M M Percepccedilatildeo de enfermeiras
sobre as relaccedilotildees interpessoais na consulta de enfermagem Revista de Enfermagem da
UFPI v 1 n 1 2012
NUNTABOOT KHANITTA Actual Nursing Competency among Nurses in Hospital in
Vietnam International Scholarly and Scientific Research amp Innovation 10(3) 2016
Disponiacutevel em wasetorgPublicationactual-nursingnurses-inin10004833 Acesso em
05082017
OLIVEIRA MB Aplicado ao projeto arquitetocircnico Da concepccedilatildeo agrave apresentaccedilatildeo de
projetos Editora Novatec 2015
OLIVEIRA S K P QUEIROZ A P O MATOS D P M MOURA A F LIMA
FET (2012) Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da literatura
Revista Brasileira de Enfermagem REBEn 65(1) 155 - 161 Acedido a 18052013
Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-
71672012000100023amplng=enampnrm=isoamptlng=PT
OLIVEIRA SKP et al Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da
literatura Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012
116
PERUSSO IAO Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador da Doenccedila Renal Dissertaccedilatildeo de
mestrado - (Universidade Federal de Pernambuco 2013-08-30) Disponiacutevel em
httprepositorioufpebrhandle12345678911450 acesso em 10052017
PESSOA NRC LINHARES FMP Hemodialysis patients with arteriovenous fistula
knowledge attitude and practice Rev Esc Anna Nery vol19 no1 Rio de
Janeiro JanMar[Internet] 2015[acesso em 10 de marccedilo de 2017] 19(1)73-79 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg1059351414-814520150010
PIESZAK GM TERRA MG NEVES ET PIMENTA LF PADOIN SMM RESSEL LB
Percepccedilatildeo dos profissionais de enfermagem acerca do cuidar em centro obsteacutetrico Rev Rene
2013 14(3)568-78
POTT FS STAHLHOEFER T FELIX JVC MEIER MJ Medidas de conforto e
comunicaccedilatildeo nas accedilotildees de cuidado de enfermagem ao paciente criacutetico Rev Bras Enferm
Brasiacutelia 2013 mar-abr 66(2) 174-9
PROCHET TC SILVA MJP Fatores ambientais como coadjuvantes na comunicaccedilatildeo e no
cuidar do idoso hospitalizado Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 08 de abril de
2016]65(3)488-94 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n3v65n3a14pdf
PROCHET TC SILVA MJP Proxecircmica as situaccedilotildees reconhecidas pelo idoso
hospitalizado que caracterizam sua invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial Texto amp Contexto
Enfermagem v17 n2 p321-326 2008 Disponiacutevel em HTTPdxdoiorg10159050104-
070720080002000014 Acesso em05102012
PUGGINA AC et al Percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo e necessodades dos familiares em
Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Anna Nery Enferm 18 (2)283-283 Apr-Jun2014
REBOUCcedilAS CBA PAGLIUCA LMF RODRIGUES JUacuteNIOR JC OLIVEIRA
GOB ALMEIDA PC El anaacutelisis comparativo de la comunicacioacuten no verbal entre enfermero
y paciente ciego Index enferm 24(3) 134-138 jul-sept 2015 IBECS | ID ibc-142698
RODRIGUEZ PA GARREOLMO J FRANCH NJ DIEZ EJ MUNDETTX BARROT
PJ et al Prevalence of chronic kidney disease in patients with type 2 diabetes in Spain
Percedime 2 study BMC Nephrol 20131446
RODRIGUES Fernando de Assis SANTANA Ricardo Cesar Gonccedilalves Restriccedilotildees
tecnoloacutegicas e de acesso a dados disponiacuteveis sobre destinos de repasses financeiros federais
117
para a sauacutede puacuteblica em ambientes informacionais digitais XIII Encontro Nacional de
Pesquisa em Ciecircncia da Informaccedilatildeo - 2013
SANTOS AR Metodologia cientiacutefica Construccedilatildeo do conhecimento ndash 8ordf Ed revisada
conforme NBR147242011 Rio de Janeiro Lamparina 2015
SAVI A E RECH G RF Apropriaccedilatildeo Espacial Das CrianccedilasndashUm estudo ergonocircmico no
paacutetio escolar Estudos em Design v 23 n 3 p 1-14 2015
SCHIMIDT TCG Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso hospitalizado Tese de
(Doutorado) ndash Universidade de Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Enfermagem Satildeo Paulo 2012
SCHIMIDT TCG YEDA YAO SILVA MJP Avaliaccedilatildeo mediata na replicaccedilatildeo do
Programa de Capacitaccedilatildeo em Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal em Gerontologia Rev esc enferm
USP [internet] [acesso em 13 de abril de 2016] vol49 no2 Satildeo Paulo marabr 2015
[Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0080-623420150000200017]
SCHIMIDT TCG SILVA MJP Reconhecimento dos aspectos tacecircsicos para o cuidado
afetivo e de qualidade ao idoso hospitalizadoRev esc enferm USP[internet] [acesso
em13 de abril de 2016] vol47 no2 Satildeo Paulo abr 2013 [httpdxdoiorg101590S0080-
62342013000200022
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Influecircncia das caracteriacutesticas fiacutesicas humanas na
comunicaccedilatildeo do profissional das sauacutede com o idoso REMErevminenferm17(3)510-
516jul-set2013 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfreeuspv46n312pdf Acesso
em15072015
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Proxecircmica e cineacutesica como recursos comunicacionais
entre o profissional de sauacutede e o idoso hospitalizado RevenfermUERJ 20(3)349-354 jul-
set 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_nlinksamppid=S0034-
7167201400060092800012amplng=en Acesso em 15072015
SESSO RC LOPES AA THOMEacute FS LUGON JR MARTINS CT Inqueacuterito
Brasileiro de Diaacutelise Crocircnica 2014 Rev J Bras Nefrol 201638(1)54-61
SHAUGHNESSY J ZECHMEISTERE ZECHMEISTERJ Research Methods in
Psychology Mc Graw-Hill Eduaction 10ordf edition 2014
118
SILVA MJP A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da enfermagem Capiacutetulo 4 Pag
50 a 64 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
SILVA MJP Comunicaccedilatildeo tem remeacutedio a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees interpessoais em
sauacutede 10ordfed Satildeo Paulo (SP) Loyola 2015
SILVA Larissa Gutierrez da MATSUDA Laura Misue WAIDMAN Maria Angeacutelica
Pagliarini The structure of a public emergency care service from the workers view
perspectives on quality Texto amp Contexto-Enfermagem v 21 n 2 p 320-328 2012
SILVA MAM PINHEIRO KB SOUZA AMA MOREIRA ACA Health promotion in
hospital settings Revista Brasileira de Enfermagem 64 (3)596-599 2011
SILVA TM RAQUEL MPS ALVESCS PAZ JSM ALTERACcedilAtildeO NO PALADAR
DE IDOSOS E SUAS REPERCUSSOtildeES NUTRICIONAIS Anais do 4ordm Congresso
Internacional de Envelhecimento Humano 2015
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC) SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA) VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010 95(1 supl1) 1-51)
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (SBN) Censo de diaacutelise SBN
2014Disponiacutevel em http wwwsbnorgbrpdfpublico2012pdf Acesso em 15062016
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM EM NEFROLOGIA (SOBEN)
Disponiacutevel emwwwsbnorgbrpdfcenso_2014_publicopdf acesso em 06022016
STAKE RE REIS K Pesquisa qualitativa estudando como as coisas funcionam Porto
Alegre (RS) Penso 2011
STEFANELLI MC CARVALHO EC A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da
enfermagem 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
STRAUSS AL CORBIN J Pesquisa Qualitativa Teacutecnicas e Procedimentos para o
Desenvolvimento de Teoria Fundamentada 2ordf ed Porto Alegre Artmed 2008
TEIXEIRA Maria Cristina Triguero Veloz et al Protective factors associated with emotional
and behavioral problems in school children Estudos de Psicologia (Campinas) v 31 n 4
p 539-548 2014
119
TERRA AC VAGHETTI HH Proxemics communication in nursing work an integrative
literature review Cienc enferm vol20 no1 Concepcioacuten abr 2014
TERRA AC Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de enfermeiros
hospitalares Dissertaccedilatildeo de (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande Escola de
Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Rio Grande 2013
TONG A FLEMMING K MCINNES E OLIVER S CRAIG J Enhancing transparency in
reportingthe synthesis of qualitative research ENTREQ BMC Med Res Methodol
[internet] 2012 [acesso em 10 de abril de 2016]12181-8 [Disponiacutevel em
httpbmcmedresmethodolbiomedcentralcomarticles1011861471-2288-12-181
UNITED STATES RENAL DATA SYSTEM (USRDS) Annual Data Report National
Institutes of Health National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases
Bethesda 2014
VALADARES GV VIANA LO O Processo de formaccedilatildeo na especialidade a partir da
experiecircncia do enfrentamento do conhecimento novo Rev Cogitare Enferm 2009 [acesso
em 08042016] AbrJun 14(2)379-83 Disponiacutevel em
httprevistasufprbrcogitarearticleviewFile1566810409
VASCONCELOS SG Comunicaccedilatildeo entre matildee-filho em alojamento conjunto a luz dos
fatores proxecircmicos Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Cearaacute UFC Universidade federal do Cearaacute
2006
YANG YI BAKER S KANNAN A RAMANAN D Recognizing proxemics in personal
photos Computer Vision and Pattern Recognition (CVPR) [internet] 2012 [acesso
em24052016] IEEE Conference on IEEE[internet] 2012
Disponiacutevelemhttpieeexploreieeeorgxplloginjsptp=amparnumber=6248095ampurl=http3
A2F2Fieeexploreieeeorg2Fxpls2Fabs_alljsp3Farnumber3D6248095
ZANARDO GM ZANARDO GM KAEFER CT Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de
Enfermagem Revista Contexto amp Sauacutede Ijuiacute bull v 10 bull n 20 bull JanJun 2011 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
120
APENDICE
15
APEcircNDICE A Termo de Consentimento do HUCFF e HUPE
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
121
16
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga
FilhoHUCFFUFRJ ndash R Prof Rodolpho Paulo Rocco ndeg 255 ndash Cidade UniversitaacuteriaIlha do
Fundatildeo - Sala 01D-461deg andar - pelo telefone 3938-2480 de segunda a sexta-feira das 8 agraves
15 horas ou atraveacutes do e-mail cephucffufrjbr
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
122
17
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
123
18
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Pedro
ErnestoHUEPUERJ ndash Rua Boulevard nordm 28 de setembro 77 - Vila Isabel Cep 20551-
030 - Rio de Janeiro ndash RJ Teacuterreo do HUPE Tels 2868-8253 e-mail cep-hupeuerjbr
Atendimento de segunda-feira a sexta-feira das 0900-1200h e 1300-1700h
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
124
19
APEcircNDICE B IDENTIFICACcedilAtildeO DOS SUJEITOS
Coacutedigo de identificaccedilatildeo ________________ Idade______________________
Sexo ( ) F ( ) M
Data ______________
Dados Profissionais
1Tempo de atuaccedilatildeo como enfermeiro________________________
2 Tempo de atuaccedilatildeo na nefrologia__________________________
3 Funccedilatildeo ( ) chefia ( ) assistecircncia ( ) chefiaassistecircncia
4 Haacute quanto tempo_________________________________________
5 Trabalha em outra instituiccedilatildeo com esta pacientela
( ) sim ( ) natildeo
6CapacitaccedilatildeoAperfeiccediloamento realizados apoacutes a graduaccedilatildeo
( ) sim ( ) natildeo
QualQuais
Contatos
Telefone___________________________________
Endereccedilo eletrocircnico___________________
125
20
APEcircNDICE C ndash QUESTOtildeES NORTEADORAS DE ENTREVISTA
Coacutedigo de identificaccedilatildeo________________________________
Data___________ Iniacutecio________________Teacutermino__________________
1 Identifique no mapeamento comportamental sua localizaccedilatildeo nos diferentes momentos
do cuidado
2 Quais as dificuldades e facilidades do ambiente para auxiliar na comunicaccedilatildeo durante
o cuidado (Mobiliaacuterio iluminaccedilatildeo biombos cadeiras maacutequina de diaacutelise poltronas
de HD posto de enfermagem bancada de preparaccedilatildeo de medicamentos balanccedila sala
de curativos pia para lavagem da fistula)
3 Identifique os diferentes sentidos corporais com as distacircncias mantidas durante o
cuidado intima pessoal social puacuteblica
4 Explique como a postura corporal do profissional pode ser avaliada favoravelmente
pelo paciente (de peacute sentado ombro a ombro de costas de frente)
5 Qual a sua percepccedilatildeo sobre a importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente na hemodiaacutelise
126
58
APEcircNDICE D Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado natildeo participante Coacutedigo de identificaccedilatildeo do sujeito______________________
Dados de identificaccedilatildeo do paciente
Coacutedigo do paciente
Data de nascimento Sexo Dia da semana Inicio da HD no setor
Fatores
proxecircmicos
Situaccedilatildeo
Tempo
de
duraccedilatildeo
Posiccedilatildeo Distacircncia Tom de voz Eixo dos
Interlocutor
es
Comportamento
de contato
Contato
visual
Comunicaccedilatildeo
verbal
Impressotildees da
pesquisadora
( )de peacute
( )sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( ) outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
127
82
ANEXO
128
82
ANEXO A ndashFolha de rosto da Plataforma Brasil
129
82
ANEXO B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia do HUPE
130
82
ANEXO C ndash Declaraccedilatildeo de coparticipante do HUCFF
83 131
82
ANEXO D- Parecer do EEANHESFA
132
82
ANEXO E- Parecer do HUCFFUFRJ
133
82
ANEXO F - Parecer do HUPE UERJ
134
4
DEDICATOacuteRIA
Agrave minha famiacutelia Andreacute (marido) Gabriel e Lucas (filhos) Pelo amor e incentivo que
recebo diariamente de vocecircs Muito obrigada pelo apoio durante minha jornada pela
compreensatildeo das minhas ausecircncias durante a realizaccedilatildeo desta pesquisa e ainda por
acreditarem em mim em momentos em que eu mesma me sentia desanimada Amo vocecircs
Agrave minha matildee Nely Moema a quem devo tudo que sou Pelo amor incondicional
sempre me apoiando em minhas decisotildees Pela garra e coragem de lutar pela sua famiacutelia
Obrigada por tudo que fizeste por mim e pelos meus filhos Eu te amo
5
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida que tens me dado Agradeccedilo pela sauacutede famiacutelia amigos e pela
oportunidade de estar vivenciando este momento uacutenico em minha vida
Ao meu marido Andreacute que sempre esteve presente me apoiando e incentivando nos
momentos de desanimo e de incertezas trazendo suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento da
minha vida profissional e familiar Vocecirc e meus filhos satildeo o incentivo para continuar nesta
jornada Vocecircs satildeo tudo na minha vida
Aos meus Pais Joseacute Luiz e Nely Moema aos quais devo minha vida Fico feliz por
estar realizando um sonho ao qual vocecircs tambeacutem fazem parte Amo vocecircs
Agrave minha irmatilde Danielle parceira em vaacuterios momentos da minha vida Vocecirc que
sempre apoiou minha realizaccedilatildeo profissional muito obrigada pela forccedila
Agrave minha professora orientadora e amiga Profordf Drordf Silvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
por ter confiado no meu potencial e pela coragem de caminhar comigo desde minha iniciaccedilatildeo
cientiacutefica ateacute a conclusatildeo desta tese Seus ensinamentos sua sabedoria e seu jeito meigo e
carinhoso de ser me cativaram desde o primeiro momento Se hoje escrevo esta tese eacute porque
vocecirc me proporcionou fazer parte do seu mundo este que me apaixono cada vez mais e que
permite explorar tudo aquilo que sempre almejei - Conhecimento essencial para cuidar
Ao meu Padrasto Daniel (in memorian) foi a partir da necessidade de ajudaacute-lo na
DRC que busquei os estudos infelizmente vocecirc natildeo estaacute aqui para ver meu trabalho mas
aonde quer que esteja sei que estaacute torcendo por mim
Aos membros da Banca Examinadora que me acompanharam desde a defesa do
projeto com valiosiacutessimas contribuiccedilotildees
Profordf Drordf Cleotilde Garcia Reza que se disponibilizou a fazer parte desta banca e
trouxe contribuiccedilotildees significativas para a construccedilatildeo deste Sempre tatildeo solicita e atenciosa
passa uma energia tatildeo boa que mesmo a distacircncia eu pude recebecirc-la
Profordf Drordf Neacutebia Mordf Almeida de Figueiredo quanta sabedoria em uma uacutenica pessoa
Obrigada por acreditar em mim ldquoO saacutebio natildeo eacute aquele que conhece tudo e sim aquele que
estaacute aberto a novos conhecimentos
Profordf Drordf Angela Maria Bittencourt da Silva que prontamente aceitou na fase final de
defesa a participar da banca e abrilhantou com seus conhecimentos
6
Profordf Drordf Glaucia Valente Valadares pelas inuacutemeras contribuiccedilotildees que me ajudaram a
organizar meus pensamentos crescer aprender refletir e acima de tudo percorrer esse
caminho com seguranccedila
Profordf Drordf Marta Sauthier desde a graduaccedilatildeo acompanhou minha busca pelo
conhecimento e sei que sempre torceu por mim Seus olhos dizem tudo quando a vejo minha
eterna admiraccedilatildeo
Profordf Drordf Maria Juacutelia Paes da Silva que com muita luz e paz sempre esteve
acompanhando e torcendo pelas minhas conquistas
Aos membros do Grupo de Pesquisa Comunicaccedilatildeo de Enfermagem Hospitalar -
Pacientes de Alta Complexidade (CEHCAC) esta oportunidade de fazer parte de um grupo eacute
muito enriquecedor pois cada um traz consigo experiecircncias uacutenicas que ao somaacute-las faz a
diferenccedila de uma grande equipe
Agrave amiga Maria de Faacutetima Pinto Silva do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa por estar
sempre disponiacutevel a me auxiliar durante os tracircmites de submissatildeo do projeto ao comitecirc
Sempre atenciosa nas orientaccedilotildees eacute um exemplo de mulher matildee e profissional muita
dedicaccedilatildeo em tudo que faz Eu te adoro Fafa
Ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem Anna Nery pela constante
disponibilidade e pelos oportunos esclarecimentos sempre prestados com carinho zelo e
dedicaccedilatildeo
Agrave equipe da Biblioteca da EEAN pelos vaacuterios momentos de compartilhamentos de
saberes e pelas ajudas prestadas
7
RESUMO
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Os sentidos do espaccedilo e
dos corpos na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo proxecircmica da enfermagem com o paciente
renal Tese (Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade
Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2017
Objeto do estudo a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro frente ao paciente portador de
Doenccedila Renal Crocircnica na Hemodiaacutelise (HD) Objetivos do estudo caracterizar o
conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de
Enfermagem na Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como
elemento essencial na qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir o ambiente da
sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo do cuidado Metodologia
estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa por meio do meacutetodo etnograacutefico
O cenaacuterio foram duas unidades de Nefrologia localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
sendo estes Hospitais Universitaacuterios Os participantes da pesquisa foram 12 enfermeiros do
setor de nefrologia que atuam no cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise Os dados foram
captados por meio de observaccedilatildeo sistematizada participante atentando para os itens
proxecircmicos e entrevista gravada com questotildees semiestruturadas A anaacutelise temaacutetica a partir
dos depoimentos dos participantes baseando-se em Bardin (2011) triangulados com os itens
observados resultou nas categorias o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo e no mapeamento comportamental proxecircmico da enfermagem e cliente
durante a hemodiaacutelise Resultados O ambiente do cuidado em HD eacute demarcado pelo uso dos
espaccedilos iacutentimo e pessoal na execuccedilatildeo de procedimentos e pelas interaccedilotildees com o paciente A
posiccedilatildeo do mobiliaacuterio centralizado e equidistante do posto de enfermagem determinou uma
proxemia mais pessoal visto que tudo estava centralizado e exigiu pouco distanciamento da
equipe de enfermagem durante o cuidado A atuaccedilatildeo puacuteblica estaacute definida pela maior
distacircncia na disposiccedilatildeo dos mobiliaacuterios em relaccedilatildeo ao posto de enfermagem pois isso tambeacutem
interfere na proxemia da equipe e consequentemente na comunicaccedilatildeo deste com o cliente
Em ambos os cenaacuterios pesquisados os sentidos do espaccedilo evidenciaram que a posiccedilatildeo
corporal pessoal eacute necessaacuteria e influencia na interaccedilatildeo pode transmitir confianccedila a quem se
cuida e empatia para compartilhar emoccedilotildees Discussatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao
qual existe uma triacuteade no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos
corporais e a forma como nos comunicamos O ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer
lugar o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com
o paciente atentando para natildeo violar sua privacidade o uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio um
fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e fixas do
espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro Os sentidos do espaccedilo
representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com confianccedila de quem se cuida empatia
ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e formas diferentes de se comunicar eacute
expressar arranjos espaciais singulares com fluxo adequado estabelecer coacutedigos de
comunicaccedilatildeo ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando
conforto seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar quanto agrave qualidade das
interaccedilotildees Conclusatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade no
processo de cuidar o espaccedilo fiacutesico-ambiente com o uso dos sentidos corporais e a forma
8
como nos comunicamos A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no
cuidado e a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo
de redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
Palavras Chaves Proxecircmica diaacutelise renal relaccedilotildees interpessoais cuidados de enfermagem
9
ABSTRACT
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 The senses of space and
bodies in hemodialysis the proxemic communication of nursing with the renal patient Thesis
(Doctorate in Nursing) - Anna Nery School of Nursing Federal University of Rio de Janeiro
Rio de Janeiro 2017
Purpose of the study the Proxemic Communication of the nurse in front of the patient with
Chronic Renal Disease in Hemodialysis (HD) Objectives of the study to characterize the
knowledge of nurses on Proxemic Communication in the context of Nursing care in
Hemodialysis to evaluate the importance of Proxemic Communication as an essential
element in the quality of interaction and care provided discuss the environment of the
hemodialysis room and its strategies for demarcating the care space Methodology an
exploratory descriptive study with a qualitative approach using the ethnographic method
The research was based on two Nephrology units located in the city of Rio de Janeiro these
University Hospitals Participants in the study were 12 nurses from the nephrology sector who
work on patient care during hemodialysis Data were collected through systematic observation
of the participant considering the proxemic items and recorded interview with semistructured
questions The thematic analysis from the participants statements based on Bardin (2011)
triangulated with the observed items resulted in the categories the nursing care environment
in hemodialysis senses of the space of care in hemodialysis production of nurses knowledge
about communication and on the proxemic behavioral mapping of nursing and clients during
hemodialysis Results The HD care environment is marked by the use of intimate and
personal spaces in the execution of procedures and by interactions with the patient The
position of the furniture centralized and equidistant from the nursing station determined a
more personal proxemia since everything was centralized and required little distance of the
nursing team during the care The public performance is defined by the greater distance in the
disposition of the furniture in relation to the nursing station as this also interferes in the
proxemia of the team and consequently in the communication of this with the client In both
scenarios the senses of space showed that personal body position is necessary and influences
the interaction it can transmit confidence to those who care and empathy to share emotions
Discussion Proxemic Communication is one to which there is a triad in the process of caring
with the physical space with the use of the bodily senses and the way we communicate The
HD care environment is everywhere the use of intimate and personal spaces is for performing
procedures and interactions with the patient taking care not to violate their privacy the use of
social space requires a more efficient flow of communication without interference from the
semi-fixed and fixed characteristics of the space and this is centralized for the nurse The
senses of space represent that it is necessary to have a good interaction with the confidence of
those who care empathy in sharing emotions knowing that there are different habits and
ways of communicating is to express singular spatial arrangements with adequate flow
establish communication codes have communication skills maintain the different distances
providing comfort security and privacy share emotions attention to the quality of the
interactionsConclusion Proxemic communication is one to which there is a triad in the
caring process the physical-environmental space with the use of the bodily senses and the
way we communicate The discussion about the space of work the senses involved in care
and communication in relationships should be constantly promoted with the goal of
redesigning the processes of care What does not add value should be withdrawn for nursing
professionals to optimize their efforts
Keywords Proxemics renal dialysis interpersonal relations nursing care
10
RESUMEN
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Los sentidos del espacio
y de los cuerpos en hemodiaacutelisis la comunicacioacuten proxeacutemica de la enfermeriacutea con el paciente
renal Tesis (Doctorado en Enfermeriacutea) - Escuela de Enfermeriacutea Anna Nery Universidad
Federal de Riacuteo de Janeiro Riacuteo de Janeiro 2017
Objeto de estudio la Comunicacioacuten Proxeacutemica del enfermero frente al paciente portador de
Enfermedad Renal Croacutenica en la Hemodiaacutelisis (HD) Objetivos del estudio caracterizar el
conocimiento de los enfermeros sobre Comunicacioacuten Proxeacutemica en el contexto del cuidado de
Enfermeriacutea en la Hemodiaacutelisis Evaluar la importancia de la Comunicacioacuten Proxeacutemica como
elemento esencial en la calidad de la interaccioacuten y del cuidado otorgado Discutir el ambiente
de la sala de hemodiaacutelisis y sus estrategias para demarcar el espacio del cuidado
Metodologiacutea estudio exploratorio descriptivo con enfoque cualitativo por medio del
meacutetodo etnograacutefico El escenario de investigacioacuten fueron dos unidades de Nefrologiacutea
ubicadas en el municipio de Riacuteo de Janeiro son estos Hospitales Universitarios Los
participantes de la investigacioacuten fueron 12 enfermeros del sector de nefrologiacutea que actuacutean en
el cuidado al paciente durante la hemodiaacutelisis Los datos fueron captados por medio de
observacioacuten participante considerado para los iacutetems proxeacutemicos y entrevista grabada con
preguntas semiestructuradas El anaacutelisis temaacutetico a partir de los relatos de los participantes
basaacutendose en Bardin (2011) triangulados con los iacutetems observados genero las categoriacuteas el
ambiente del cuidado de enfermeriacutea en la hemodiaacutelisis los sentidos en el espacio de cuidado
en hemodiaacutelisis la produccioacuten del conocimiento de los enfermeros sobre comunicacioacuten y el
mapeo conductual proxeacutemico de la enfermeriacutea y el cliente durante la hemodiaacutelisis
Resultados El ambiente del cuidado en HD es demarcado por el uso de los espacios iacutentimo y
personal en la ejecucioacuten de procedimientos y por las interacciones con el paciente La
posicioacuten del mobiliario centralizado y equidistante del puesto de enfermeriacutea determinoacute una
proxemia maacutes personal ya que todo estaba centralizado y exigioacute poco distanciamiento del
equipo de enfermeriacutea durante el cuidado La actuacioacuten puacuteblica estaacute definida por la mayor
distancia en la disposicioacuten de los muebles en relacioacuten al puesto de enfermeriacutea pues eso
tambieacuten interfiere en la proxemia del equipo y consecuentemente en la comunicacioacuten del
cliente En ambos escenarios investigados los sentidos del espacio evidenciaron que la
posicioacuten corporal personal es evidente la interaccioacuten al poder transmitir confianza a quien se
cuida y empatiacutea para compartir emociones Discusioacuten La posicioacuten adoptada por los
miembros del equipo de enfermeriacutea puede ser consciente de no violar la privacidad del
cliente y la ocupacioacuten del espacio social fue necesaria para asegurar un flujo de
comunicacioacuten maacutes eficiente aunque se determinoacute por interferencia de las caracteriacutesticas
semifijas y fijas del espacio Saber que existen haacutebitos y formas diferentes de comunicarse
que debemos expresar corporalmente buenos arreglos por la posicioacuten espacial singulares con
un flujo de expresiones adecuadas que durante nuestra comunicacioacuten establecemos coacutedigos
importantes que debemos mejorar las habilidades comunicativas puede resultar en el
mantener las diferentes distancias que proporcionan confort seguridad y privacidad De todo
ello resulta asertiva para compartir calidad visual y un buen patroacuten de cuidado durante la
interaccioacuten Conclusioacuten Comunicacioacuten Proxeacutemica es aquella a la que existe una triacuteada en el
proceso de cuidar el espacio fiacutesico-ambiente el uso de los sentidos corporales y la forma en
como nos comunicamos La discusioacuten sobre el espacio del trabajo los sentidos involucrados
en el cuidado y la comunicacioacuten en las relaciones deben ser promovidos constantemente con
11
el objetivo de redisentildear los procesos del cuidado Lo que no agrega valor debe ser retirado
para que los profesionales de enfermeriacutea optimicen sus esfuerzos
Palabras claves Proxeacutemica diaacutelisis renal relaciones interpersonales cuidados de
enfermeriacutea
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Zonas de distanciamento propostas por Hall (2005)
34
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
36
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
52
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
66
Figura 6b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
68
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
72
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
73
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
101
13
LISTA DE TABELAS QUADROS
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e
ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise
renalrdquo AND ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 3 Fatores proxecircmicos da HALL (2005)
31
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
62
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
64
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
82
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
96
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros do HUCFF 2016
54
14
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo 46
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
47
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
47
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na
hemodiaacutelise
49
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
49
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
50
15
LISTA DE SIGLAS
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEHCAC Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
CONEP Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa
DeCS Descritores em Ciecircncias da Sauacutede
DEMC Departamento de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica
DRC Doenccedila Renal Crocircnica
EEAN Escola de Enfermagem Anna Ney
FAPERJ Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
HD Hemodiaacutelise
HESFA Hospital Escola Francisco de Assis
HIV Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
NUPENH Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar
SCIELO Scientific Electronic Library Online
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TRS Terapia Renal Substitutiva
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
HUPE Hospital universitaacuterio Pedro Ernesto
HUCFF Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga filho
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
SOBEN Sociedade Brasileira de nefrologia
SAE Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
SBN Sociedade Brasileira de Nefrologia
16
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS 12
LISTA DE TABELAS E QUADROS 13
LISTA DE GRAacuteFICOS 14
LISTA DE SIGLAS 15
CAPIacuteTULO I - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 18
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica 18
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo 21
Questotildees norteadoras 23
Objetivos da pesquisa 23
Tese 23
13 Relevacircncia justificativa e contribuiccedilotildees da pesquisa 23
CAPIacuteTULO II ndash FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 28
21A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
28
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo
humana
30
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise 32
CAPIacuteTULO III ndash O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO
ESTUDO
39
31 Identificando a pesquisa 39
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa 40
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados 41
34 O cenaacuterio da pesquisa e suas caracteriacutesticas fiacutesicas 42
17
35 Participantes da pesquisa 44
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise 45
CAPIacuteTULO IV ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES 55
CAPIacuteTULO V - RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS 63
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise 64
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise 83
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo 97
COSIDERACcedilOtildeES FINAIS 105
REFEREcircNCIAS 109
APEcircNDICES 120
Andash TCLE do HUCFF e HUPE 121
Bndash Identificaccedilatildeo dos Sujeitos 125
C ndash Questotildees norteadoras de entrevista 126
Dndash Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado Participante 127
ANEXOS 128
A ndash Folha de Rosto da Plataforma Brasil 129
B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia HUPE 130
C ndash Declaraccedilatildeo de Coparticipante HUCFF 131
D ndash Parecer da EEANUFRJ 132
E ndash Parecer do HUCFFUFRJ 133
F- Parecer do HUPEUERJ 134
18
CAPIacuteTULO I
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica
A inquietaccedilatildeo e motivaccedilatildeo para realizar um estudo que busca refletir sobre as
estrateacutegias utilizadas pelo Enfermeiro na perspectiva da comunicaccedilatildeo natildeo verbal Proxecircmica
nos cuidados aos pacientes com Doenccedila Renal Crocircnica (DRC) em tratamento dialiacutetico
tiveram seu ponto de partida nas experiecircncias adquiridas durante a minha inserccedilatildeo preacutevia na
aacuterea de nefrologia Essa experiecircncia se intensificou na participaccedilatildeo no grupo de pesquisa
Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) pelo
Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar (NUPENH) do Departamento de Enfermagem
Meacutedica-Ciruacutergica (DEMC) da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) UFRJ desde
agosto de 2009 e que estende ateacute os dias atuais
Esta inserccedilatildeo ainda durante a graduaccedilatildeo possibilitou por meio da bolsa de iniciaccedilatildeo
cientiacutefica com financiamento pela Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (FAPERJ) investigar durante dois anos sobre como se daacute o cuidado de enfermagem
no acircmbito da Terapia Renal Substitutiva (TRS) e o autocuidado do paciente com o acesso
vascular da fiacutestula arteriovenosa
O projeto atendeu tambeacutem agraves demandas da disciplina eletiva intitulada ldquoOficina de
Elaboraccedilatildeo de Projeto de Pesquisardquo o que resultou no relatoacuterio final monograacutefico de
conclusatildeo de curso intitulada ldquoEnfermagem e paciente na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo natildeo
verbal e o autocuidadordquo ambas sob a mesma orientaccedilatildeo Nestes estudos busquei temas que
tratassem do autocuidado uma aproximaccedilatildeo com os tipos de comunicaccedilatildeo natildeo verbais e da
atuaccedilatildeo do enfermeiro na nefrologia
Para fortalecer a linha de investigaccedilatildeo centrada na comunicaccedilatildeo natildeo verbal durante o
cuidado ao paciente em situaccedilotildees complexas de sauacutede elaborei um projeto dando iniacutecio ao
mestrado no qual fui bolsista da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) no primeiro ano e no segundo ano fui contemplada com a bolsa de
mestrado ldquonota 10rdquo financiada pela FAPERJ Este recurso possibilitou a minha dedicaccedilatildeo ao
curso de mestrado o que resultou na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoDistacircncias e
Proximidades do Corpo em Hemodiaacutelise um estudo sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
Cuidado de Enfermagemrdquo
19
O estudo permitiu identificar se a equipe de enfermagem do setor de hemodiaacutelise
potencializa a posiccedilatildeo de seu corpo como instrumento do cuidar por meios interativos ou natildeo
para o desenvolvimento de suas accedilotildees de cuidado e por existir vaacuterios elementos envolvidos na
comunicaccedilatildeo proxecircmica elementos esses que permeiam a interaccedilatildeo entre as pessoas houve a
necessidade de se ter uma observaccedilatildeo do processo comunicativo entre equipe de enfermagem
e o paciente para uma efetiva avaliaccedilatildeo da assistecircncia prestada O objeto de estudo baseou-se
na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da equipe de Enfermagem no cuidado ao paciente em
hemodiaacutelise e foram claramente captados apontados classificados e explanados no decorrer
do estudo atendendo aos objetivos propostos
Investigar comunicaccedilatildeo em um ambiente hospitalar de alta complexidade como o
setor de hemodiaacutelise eacute um processo difiacutecil de ser operacionalizado porque comportamentos e
gestos natildeo satildeo normalmente identificados e nomeados com facilidade Podemos dizer que o
comportamento proxecircmico como parte de uma linguagem natildeo verbal pode ser muitas vezes
enigmaacutetico no processo de comunicaccedilatildeo (PROCHET SILVA 2012)
Os fatores contextuais que levam ao comportamento de aproximaccedilatildeo repercutem nas
accedilotildees do fazer em enfermagem e consequentemente na qualidade e eficaacutecia dos cuidados
prestados O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em relaccedilatildeo aos
outros durante a conversaccedilatildeo Neste setor os viacutenculos afetivos satildeo estreitos onde relaccedilotildees de
amizade e afeto ocorrem o tempo todo pois a proximidade eacute intensa devido ao tempo de
permanecircncia e do tratamento contiacutenuo
O ambiente em que as pessoas se comunicam frequentemente contribui para uma
maior aproximaccedilatildeo ou afastamento dos corpos Assim tanto a frequecircncia como o conteuacutedo
das mensagens satildeo influenciados por vaacuterios aspectos do ambiente em que se comunicam Este
ambiente influencia nosso comportamento mas tambeacutem podemos alteraacute-lo a fim de provocar
certos tipos de resposta (HALL 2005)
Para aperfeiccediloar e adquirir novas experiecircncias realizei o curso de especializaccedilatildeo de
Enfermagem em Nefrologia que me possibilitou colocar em praacutetica as atividades como
enfermeira junto aos pacientes do setor de nefrologia do Hospital Universitaacuterio resultando
outro estudo intitulado ldquo A visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo no cuidado de Enfermagem
em hemodiaacuteliserdquo
Preparar um paciente para a hemodiaacutelise eacute um desafio para o enfermeiro pois o
paciente pode natildeo compreender o impacto da diaacutelise e as necessidades de aprendizado podem
passar despercebidas A boa comunicaccedilatildeo entre a equipe de diaacutelise (no hospital e na cliacutenica
ambulatorial) equipe da unidade e o paciente eacute essencial para o fornecimento do cuidado
20
adequado e contiacutenuo visando estimular o autocuidado O diagnoacutestico de insuficiecircncia renal
crocircnica e a necessidade de diaacutelise frequente tecircm um impacto muito grande sobre o paciente e
a famiacutelia (FURTADO et al 2012)
Sendo assim o enfermeiro deveraacute estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila fazendo com
que o paciente se sinta encorajado a questionar suas duacutevidas sobre a doenccedila as accedilotildees corretas
para evitar complicaccedilotildees e tambeacutem contribuir para que ele entenda se a forma pelo qual ele
escolheu para enfrentar adversidades advindas no processo favorece ou natildeo uma melhor
qualidade de vida O paciente natildeo deve ser apenas passivo no tratamento deve atentar para as
alteraccedilotildees fiacutesicas e fisioloacutegicas que ocorrem durante a evoluccedilatildeo da DRC
Os enfermeiros enquanto profissionais da aacuterea de sauacutede preocupados com o ser
humano precisam desenvolver meios instrumentos teacutecnicas habilidades capacidades e
competecircncias para oferecer ao mesmo a oportunidade de uma existecircncia mais digna mais
compreensiva menos solitaacuteria no momento da doenccedila Stefanelli (2012) afirma que eacute por
meio da comunicaccedilatildeo estabelecida com o paciente que podemos compreendecirc-lo em seu todo e
em sua visatildeo de mundo isto eacute seu modo de pensar sentir agir e ajudaacute-lo a reequilibrar-se
mais rapidamente
Assim acontece na comunicaccedilatildeo entre a enfermagem e o paciente pois eacute preciso que
haja algueacutem atento a identificar as manifestaccedilotildees sejam elas verbais ou natildeo e disposto a
intervir ouvir trocar ideias e informaccedilotildees sobre eventuais problemas que possam surgir
durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos no setor
As accedilotildees e reaccedilotildees no contexto de cuidado de enfermagem apontam para a dialeacutetica da
constituiccedilatildeo dos sistemas defensivos O mesmo objeto que faz comunicar tambeacutem pode fazer
silenciar As manifestaccedilotildees expressas pelos enfermeiros satildeo resultantes de comportamentos
em termos de experiecircncias profissionais e pela necessidade de uma intervenccedilatildeo adequada E
na complexidade do cuidado em diaacutelise a decodificaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo ganha importacircncia
por trazer agrave tona aspectos da intersubjetividade (SCHIMIDT YEDA SILVA 2015)
Segundo Arauacutejo (2000) apud Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) ao se explorar os
sentidos corporais para compreensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal do paciente eacute possiacutevel uma
relaccedilatildeo mais integral sentindo com a razatildeo e pensando com a emoccedilatildeo A arte de cuidar
atraveacutes da percepccedilatildeo e da criatividade possibilita explorar plenamente os sentidos corporais
identificando semelhanccedilas e diferenccedilas nas necessidades da seleccedilatildeo do cuidado singular
Considerando tais reflexotildees pode-se relacionaacute-las com a assistecircncia ao paciente renal crocircnico
quando muitas vezes usamos o corpo o olhar os gestos o modo de falar como instrumentos
de controle e poder ainda que isso possa ocorrer sem a total consciecircncia de nossas intenccedilotildees
21
o que torna mais grave a situaccedilatildeo Explorar os sentidos permite detectar os indiacutecios natildeo
verbais do paciente como o cineacutesico taceacutesico proxecircmico silecircncio e a paralinguagem
considerando-os e valorizando-os durante nossa assistecircncia (ARAUacuteJO 2000)
O cuidar vai aleacutem do conhecimento teacutecnico e cientiacutefico mesmo que esse processo
envolva complexidade e especificidade Para os pacientes ser cuidado significa estabelecer
relacionamento interpessoal e as interaccedilotildees no cuidado natildeo se estabelecem de maneira
puramente teacutecnica
O tratamento dialiacutetico eacute contiacutenuo tornando-se uma rotina Entretanto o enfermeiro e
paciente a cada dia estabelecem uma forma de comunicaccedilatildeo diferente seja ela verbal ou natildeo
verbal e eacute a partir da compreensatildeo da comunicaccedilatildeo estabelecida que a assistecircncia ao paciente
torna-se eficaz pois se natildeo houver esta percepccedilatildeo as accedilotildees seratildeo puramente tecnicista sem
ou com pouca perspectiva de um cuidado singular
Enquanto enfermeira e professora percebo a urgecircncia de mudanccedilas no que concerne agrave
elaboraccedilatildeo de estrateacutegias que possibilitem uma comunicaccedilatildeo mais efetiva entre equipe de
enfermagem e paciente da DRC haja vista seu tratamento (diaacutelise) causar nos pacientes um
impacto em suas relaccedilotildees sociais familiares e em seu estado fiacutesico-psicoloacutegico afetando
seriamente suas vidas em todos os sentidos De acordo com Pessoa e Linhares (2015) o
estresse a anguacutestia e a depressatildeo pelos quais muitos desses pacientes passam tecircm raiacutezes na
carecircncia de informaccedilotildees sobre a doenccedila seu tratamento e sua expectativa de vida
Eacute com a perspectiva de ampliar a produccedilatildeo do conhecimento que busco no Curso de
Doutorado Acadecircmico de Enfermagem subsiacutedios para desenvolver eou aperfeiccediloar
mecanismos de leitura corporal natildeo verbal e verbal do tipo proxecircmico para abordagem
terapecircutica do Enfermeiro junto ao paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo
Os dados fornecidos pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em Enfermagem
demonstram um crescente aumento do nuacutemero de pessoas 107607 pacientes em 2012 com
Doenccedila Renal Crocircnica em tratamento dialiacutetico no Brasil Este fenocircmeno estaacute de acordo com o
observado nos uacuteltimos anos na literatura internacional que sinaliza para uma contiacutenua e
sustentada tendecircncia no aumento da taxa de prevalecircncia da doenccedila renal crocircnica em todo
mundo (SOBEN 2014)
22
E a hemodiaacutelise eacute uma das modalidades de tratamento amplamente utilizado para
manutenccedilatildeo e controle das funccedilotildees de pacientes portadores da doenccedila renal crocircnica
envolvendo diferentes aspectos na adaptaccedilatildeo e na adesatildeo do paciente ao tratamento
(CHEEVER HINKLE 2015) Este processo de adaptaccedilatildeo a nova condiccedilatildeo de vida pode
causar um impacto negativo a qualidade de vida do paciente interferindo nos seus haacutebitos de
vida social e a equipe de enfermagem deve ficar atenta aos sinais de dificuldade
compreendendo a realidade vivida por ele e articulando conhecimentos cientiacuteficos e as
experiecircncias do cotidiano de quem eacute cuidado
Ao conhecer a realidade a visatildeo de mundo e as expectativas de cada paciente a
enfermagem deve priorizar as necessidades impliacutecitas e natildeo somente as exigecircncias
terapecircuticas Para estimular a adesatildeo e favorecer um conhecimento amplo do tratamento da
DRC eacute necessaacuterio estimular accedilotildees com o paciente como atividades educativas e apoiar o
autocuidado ampliando a autonomia da pessoa com DRC Os profissionais de acordo com
Brasil (2014) devem desenvolver accedilotildees como interconsultas discussatildeo de casos momento de
educaccedilatildeo permanente conjuntos intervenccedilotildees no territoacuterio e intersetoriais a fim de
compartilhar a responsabilidade pelo cuidado de uma populaccedilatildeo especiacutefica de ampliar a
capacidade de anaacutelise e de intervenccedilatildeo aumentando a resolutividade dos respectivos pontos
de atenccedilatildeo envolvidos no processo de apoio matricial
Dessa forma a enfermagem deve proporcionar um ambiente que favoreccedila a interaccedilatildeo
e uma comunicaccedilatildeo que permita a aquisiccedilatildeo de valores relacionados agrave sauacutede bem como no
exerciacutecio de pensar criacutetico e reflexivo sobre sua proacutepria condiccedilatildeo com oportunidade de
diaacutelogo em que a problematizaccedilatildeo aconteccedila a partir da realidade que cerca o sujeito
Para Lim et al (2016) o contato existente entre enfermagem e o paciente se torna
intenso devido ao tratamento dialiacutetico ser contiacutenuo mas o viacutenculo soacute pode ser estabelecido
quando ampliamos nossa capacidade de observaccedilatildeo e dedicaccedilatildeo na interaccedilatildeo Podemos
aguccedilar nossa capacidade de captar as necessidades do paciente para ofertar um cuidado nas
diferentes formas de se comunicar Atraveacutes da leitura das manifestaccedilotildees natildeo verbais
proxecircmicas da enfermagem e do paciente pode-se criar maneiras diferentes de intervir a fim
de facilitar e alcanccedilar os objetivos de uma assistecircncia de enfermagem mais singular
individualizada e solidaacuteria (AZEVEDO et al 2017)
Surgiu dessa forma o interesse em pesquisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica no cuidado de
enfermagem em setor especializado especificamente na unidade de nefrologia O uso do
espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal e influencia o relacionamento interpessoal A
comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado social do espaccedilo ou seja estuda como o homem
23
estrutura inconscientemente o proacuteprio espaccedilo (HALL 2005) Nesse contexto delimitei para
guiar o estudo agrave questatildeo norteadora De que maneira o enfermeiro se comporta no cenaacuterio
de cuidado de hemodiaacutelise
E para que haja uma compreensatildeo do tipo de Comunicaccedilatildeo Proxecircmica estabelecida
entre o enfermeiro e o paciente com o intuito de viabilizar uma qualidade aos cuidados
prestados este estudo traz como objeto a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro na interaccedilatildeo
com o paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
Para o alcance das metas da pesquisa estabelecemos como objetivo geral
Produzir conhecimento sobre a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como demarcador de espaccedilo
e interaccedilatildeo de enfermeiros na hemodiaacutelise
Objetivos especiacuteficos
Caracterizar o conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
contexto do cuidado de Enfermagem na Hemodiaacutelise
Avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial no
cuidado de enfermagem
Discutir o ambiente da sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo
do cuidado
A tese que se defende neste estudo eacute de que o enfermeiro na accedilatildeo de cuidado em
hemodiaacutelise ao identificar e ao considerar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal com destaque na
proxecircmica potencialize avanccedilos na interaccedilatildeo e demarque seu espaccedilo
Os fatores relevantes na interaccedilatildeo durante a hemodiaacutelise em questatildeo satildeo a relaccedilatildeo
que os comunicantes estabelecem entre si a distacircncia espacial entre eles a orientaccedilatildeo do
corpo e do rosto a forma como se tocam ou se evitam o modo como dispotildeem e se
posicionam entre os objetos no espaccedilo durante o cuidado relacionando-as a abordagem e a
eficaacutecia da comunicaccedilatildeo proxecircmica
24
13 Justificativas relevacircncia e contribuiccedilotildees da pesquisa
Acredito na enfermagem como uma das profissotildees que apresenta consideraacuteveis
perspectivas de crescimento e valorizaccedilatildeo no mercado de trabalho apesar da crise de
desemprego que assola o paiacutes e o mundo na atualidade Entretanto os enfermeiros vecircm se
firmando nas diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo e apropriando cada vez mais de espaccedilos distintos
sobretudo naquelas onde permanece o investimento em sua capacitaccedilatildeo profissional
aumentando seus conhecimentos buscando a especializaccedilatildeo para aproveitar as chances de
trabalhos que possam surgir no mercado
Nessa perspectiva de discussatildeo tambeacutem considero essencial aprofundar as reflexotildees agrave
luz das accedilotildees dos profissionais de enfermagem ao paciente no cuidado nas Terapias Renais
Substitutivas (TRS) colocando em relevo as expressotildees natildeo verbalizadas que podem
favorecer a qualidade do cuidado por detalhar como elas se apresentam no contexto Ao
identificaacute-las iremos verificar como elas interferem e ampliam o cuidado teacutecnico Um modo
estrateacutegico de intervenccedilatildeo pelo uso consciente da leitura natildeo verbal do paciente por meio dos
sentidos facilita a compreensatildeo sobre o outro de forma singular gerado atraveacutes de nossas
experiecircncias
A comunicaccedilatildeo eacute um instrumento que pode e deve ser utilizado como um alicerce do
cuidado de enfermagem ou seja a comunicaccedilatildeo pode ser vista como um elemento
fundamental no cuidado prestado agrave pessoa como uma ferramenta importante na sua
implementaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute uma das abordagens de interesse na
enfermagem pois trata do jogo de distacircncias e proximidades que entretecem as pessoas no
espaccedilo traduz os modos pelos quais nos colocamos e movemos uns em relaccedilatildeo aos outros
como gerimos e ocupamos o espaccedilo envolvente considerada a presenccedila do outro (HALL
2005)
Quando se compreende o processo comunicativo como ele se forma e as suas
consequecircncias torna-se mais faacutecil para o profissional de enfermagem perceber indicativos
natildeo verbalizados do paciente para interagir considerando as necessidades nelas impliacutecitas Ao
reconhecer expressotildees e os sentidos atribuiacutedos podemos auxiliaacute-lo no enfrentamento dos
desafios durante o cuidado prestado
Com o propoacutesito de justificar a pesquisa foi realizado um levantamento sobre os
estudos que abordam o objeto ao acessar as Bases de dados Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) via Bireme Pub Med e a Scientific Electronic
Library Online (SCIELO) SCOPUS BANCO DE TESES DA UFRJ
25
Os criteacuterios de inclusatildeo foram idiomas portuguecircs inglecircs ou espanhol artigos
publicados na iacutentegra possuir sua versatildeo completa acessiacutevel e com data de publicaccedilatildeo dentro do
recorte temporal determinado de 5 anos Foram excluiacutedos todos os artigos em que os sujeitos da
pesquisa fossem crianccedilas ou adolescentes artigos em duplicidade nos perioacutedicos Para analisar
os artigos foi organizada uma planilha com os seguintes itens o perioacutedico o ano de
publicaccedilatildeo o tiacutetulo os autores o paiacutes de publicaccedilatildeo os profissionais que realizaram os
estudos uma siacutentese do artigo e contribuiccedilotildees sobre o tema Foram captados vinte e sete
artigos e selecionados dezenove conforme objeto do estudo
Em um primeiro momento natildeo foi utilizado o descritorMesh ldquoenfermagemrdquo em
combinaccedilatildeo com os descritores ldquoinsuficiecircncia renal crocircnicardquo e ldquoproxecircmicardquo Essa estrateacutegia
foi feita propositalmente com intuito de conhecer as produccedilotildees dos diversos domiacutenios do
conhecimento que se interessam em estudar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal na interaccedilatildeo humana
Inicialmente buscamos uma ampla localizaccedilatildeo no assunto sem especificidade utilizando
os descritores isoladamente Assim procuramos estudos sobre diaacutelise renal e proxecircmica sem
utilizar o cruzamento entre eles e sem o recorte temporal obtendo como resultados os observados
no quadro 1 abaixo
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal 1783 296 876 1478 15
Proxecircmica 101 12 08 23 01
Com esse resultado percebe-se que o tema de diaacutelise renal eacute estudado nos diferentes
contextos da aacuterea da sauacutede E em uma leitura flutuante dos tiacutetulos foi identificado que a
temaacutetica eacute abordada por vaacuterias aacutereas de formaccedilatildeo destacando-se entre as mais frequentes a
nutriccedilatildeo psicologia enfermagem odontologia e medicina
Posteriormente realizamos o cruzamento dos descritores com o uso do operador
booleano AND com o criteacuterio de recorte temporal de 5 anos
26
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise renalrdquo
AND ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal
AND
Proxecircmica
1
0
0
0
1
Os temas de maior incidecircncia nos uacuteltimos 10 anos nas outras pesquisas da
Comunicaccedilatildeo Proxecircmica foram Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de
enfermeiros hospitalares (Terra 2013) Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso
hospitalizado (Schimidt 2012) Comunicaccedilatildeo entre matildee e filho durante a amamentaccedilatildeo
(Farias 2010) Invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial e o idoso (Prochet 2008) Proxecircmica na
interaccedilatildeo com paciente queimado (Silva 2006) Proxecircmica com portadores de HIVAIDS
(Galvatildeo 2006) Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da matildee e filho no alojamento conjunto
(Vasconcelos 2006)
Outra semelhanccedila entre os estudos eacute o objetivo proposto pelos mesmos uma vez que
todos se propuseram a analisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica atraveacutes das interaccedilotildees percebidas
entre os sujeitos da pesquisa agrave luz dos fatores proxecircmicos de Hall (2005) Os estudos
analisados referem-se agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica como uma ferramenta facilitadora no
processo de interaccedilatildeo entre os sujeitos poreacutem alertam para a necessidade de saber exploraacute-la
Tal alerta eacute bem visto ao passo que a comunicaccedilatildeo proxecircmica corresponde natildeo soacute agrave
linguagem natildeo verbal mas tambeacutem agrave relaccedilatildeo existente entre o ambiente e as pessoas na qual
as mesmas o influenciam e satildeo por ele influenciadas Por isso a comunicaccedilatildeo proxecircmica pode
utilizar como um instrumento para fins de anaacutelises pessoas lugares e suas interaccedilotildees e natildeo
somente sujeitos com a linguagem comprometida e ou natildeo desenvolvidos
(VASCONCELOS 2006 GALVAtildeO 2006 FARIAS 2010 PROCHET 2008 SCHIMIDT
2012)
Outros artigos apontam haacute necessidade de implementarem programas treinamentos
planos de accedilatildeo ou estrateacutegias que possibilitem a incorporaccedilatildeo e revisatildeo durante a interaccedilatildeo ou
seja ampliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca do processo de
comunicaccedilatildeo em prol da qualidade e da praacutetica do cuidado de enfermagem
Espera-se que o estudo possa contribuir para compreensatildeo do conhecimento da
enfermagem na utilizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como um instrumento ou ferramenta baacutesica do
27
cuidado Fortalecer a atuaccedilatildeo do enfermeiro junto ao paciente portador de DRC por meio de
recursos da comunicaccedilatildeo este ter condiccedilotildees de reconhecer precoce e amplamente as
necessidades de intervenccedilotildees planejando executando e avaliando a assistecircncia a ser prestada
visando e garantindo o bem estar de quem se cuida
Os profissionais na assistecircncia de enfermagem poderatildeo entender e compreender seu
comportamento para lidar melhor com sua forma de interagir Quando o profissional assume a
comunicaccedilatildeo natildeo verbal aleacutem de perceber com maior precisatildeo os sentimentos do paciente
potencializa sua proacutepria comunicaccedilatildeo enquanto elemento transmissor de mensagens (SILVA
2012)
Na aacuterea do ensino de enfermagem e na formaccedilatildeo de outros profissionais na aacuterea da
sauacutede os resultados podem situaacute-los na aprendizagem com exemplos praacuteticos e conteuacutedos
didaacuteticos promovendo debates e reflexotildees criacuteticas sobre o assunto A produccedilatildeo de
conhecimento sobre comunicaccedilatildeo natildeo verbal proxecircmica fortalece a linha de pesquisa
Enfermagem Hospitalar e a produccedilatildeo no grupo de pesquisa - Comunicaccedilatildeo na Enfermagem
Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) do Nuacutecleo de Pesquisa em
Enfermagem Hospitalar (NUPENH)
28
CAPIacuteTULO II
FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
A comunicaccedilatildeo eacute uma habilidade que pode ou natildeo ser desenvolvida nas pessoas e
para que se desenvolva esta habilidade eacute necessaacuterio que se esteja consciente de sua existecircncia
Segundo Puggina et al (2014) natildeo temos consciecircncia de nossa comunicaccedilatildeo natildeo verbal visto
que por vezes contradizemos o dito verbalmente pela expressatildeo facial ou corporal de
negaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo verbal ganha importacircncia no processo comunicativo pois ela pode
suplementar uma informaccedilatildeo verbal (complementado ou rejeitando) contradizer enfatizar
substituir oferecer indiacutecios sobre emoccedilotildees ou mesmo controlar ou regular um
comportamento
Para a enfermagem a comunicaccedilatildeo pode ser vista como uma necessidade humana
baacutesica uma habilidade que o enfermeiro deve desenvolver ou um instrumento baacutesico
utilizado durante o cuidado E como instrumento a comunicaccedilatildeo eacute uma das ferramentas que o
enfermeiro utiliza para desenvolver e aperfeiccediloar o saber-fazer profissional
Entender comunicaccedilatildeo como um processo que viabiliza a qualidade dos
relacionamentos que deve ser estabelecida nas relaccedilotildees de trabalho seja com a equipe de
sauacutede no registro das atividades de enfermagem na assistecircncia ao paciente famiacutelia e
comunidade aleacutem de evitar que barreiras de comunicaccedilatildeo interfiram na eficiecircncia do processo
de cuidar
O enfermeiro apresenta-se de uma forma muito tecnicista buscando sempre se
aprimorar com as novas tecnologias mas acaba esquecendo o primordial a essecircncia de um
atendimento que eacute ter uma boa comunicaccedilatildeo com o paciente visando um cuidado com
qualidade De acordo com Pott et al(2013) o cuidado humanizado e de qualidade ao paciente
muitas vezes eacute minimizado frente agraves tecnologias presentes em ambientes complexos
Conforme Mouratildeo et al(2009) a comunicaccedilatildeo envolve relaccedilotildees interpessoais e
frequentemente podem ocorrer problemas dificuldades e restriccedilotildees de maneira que a
mensagem enviada natildeo eacute decodificada corretamente A dificuldade de expressatildeo eacute percebida
em muitas pessoas poreacutem este problema se agrava no acircmbito da sauacutede O profissional que
29
natildeo se comunica bem acaba sofrendo com as consequumlecircncias de natildeo ser compreendido Saber
articular as informaccedilotildees usar a linguagem corporal e fazer contato visual com os
interlocutores natildeo eacute uma tarefa faacutecil principalmente possuir a habilidade de escutar As
dificuldades na comunicaccedilatildeo podem estar relacionadas com falta de explicaccedilatildeo clara sobre
seus serviccedilos em que o profissional deve executar falta de comprometimento ou ateacute mesmo o
perfil da pessoa Esta dificuldade de comunicaccedilatildeo entre os profissionais de um setor tambeacutem
gera desgaste e conflitos desnecessaacuterios refletindo em todo ambiente do trabalho
Antes de comeccedilarmos uma comunicaccedilatildeo devemos pensar em todos os pontos
envolvidos pois vocecirc estaraacute sempre buscando um objetivo um resultado Eacute importante traccedilar
estrateacutegias para envolver os indiviacuteduos no seu ambiente relacionando-os ao assunto desejado
entendendo que todos tecircm uma opiniatildeo Segundo Pott et al(2013) estrateacutegias devem ser
pensadas com o intuito de proporcionar uma praacutetica de enfermagem mais humana a qual
visualize o indiviacuteduo natildeo apenas como mais um e sim como um ser possuidor de
experiecircncias proacuteprias mesmo quando estas experiecircncias natildeo possam ser expressas por
palavras
Como tudo na vida precisa de evoluccedilatildeo e aprimoramento natildeo eacute diferente com a
comunicaccedilatildeo eacute um processo contiacutenuo Ser objetivo e assertivo na comunicaccedilatildeo natildeo eacute uma
missatildeo faacutecil para o profissional principalmente da aacuterea de sauacutede que estaacute sempre envolvido
com a autoestima dos pacientes Para Stefanelli e Carvalho (2012) a comunicaccedilatildeo deve ser
considerada como competecircncia interpessoal a ser adquirida pelo enfermeiro E que deveraacute ser
usada de modo terapecircutico para permitir que o enfermeiro atenda ao paciente em todas as suas
dimensotildees
Uma comunicaccedilatildeo efetiva eacute uma competecircncia necessaacuteria a todo ser humano
principalmente no mundo em que vivemos cada vez mais os profissionais estatildeo mais
conscientes da importacircncia da boa comunicaccedilatildeo Segundo Broca e Ferreira (2012) quando
aumentamos a nossa capacidade de influenciar e sermos influenciados podemos favorecer o
desenvolvimento de um cuidado tambeacutem efetivo para com o paciente
Na hora de delegar as tarefas uma boa comunicaccedilatildeo eacute muito importante Todos os
envolvidos em um setor de enfermagem estatildeo conscientes dos afazeres a serem executados
mas nada iraacute adiantar caso ele natildeo saiba transmitir as informaccedilotildees agrave equipe de trabalho e aos
pacientes Se comunicar eacute saber informar ensinar educar motivar ou desmotivar Para Broca
e Ferreira (2012) a comunicaccedilatildeo busca a interaccedilatildeo dos envolvidos no processo unindo- os na
transmissatildeo das mensagens buscando uma sauacutede de forma qualificada e humanizada
30
A comunicaccedilatildeo natildeo se daacute apenas pelo que falamos mas tambeacutem pelas atitudes e pelo
silecircncio O nosso corpo fala por intermeacutedio dos gestos e a percepccedilatildeo eacute pela maneira e natildeo
pelo que estaacute sendo dito
Nosso corpo quando falamos assume diferentes posturas que ajudam a traduzir
melhor o significado das palavras que proferimos e a cineacutesia parte da ciecircncia que estuda o
comportamento cineacutetico do corpo mostra que a postura corporal e as expressotildees corporais
dos interlocutores quando satildeo compreendidas por ambos a comunicaccedilatildeo teraacute mais chances
de se tornar efetiva
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo humana
O termo proxecircmica descreve o espaccedilo pessoal de indiviacuteduos num meio social e
segundo Hall (2005) eacute definindo-o como o conjunto das observaccedilotildees e teorias referentes ao
uso que o homem faz do espaccedilo enquanto produto cultural especiacutefico Descreve as distacircncias
mensuraacuteveis entre as pessoas conforme elas interagem distacircncias e posturas que natildeo satildeo
intencionais mas sim resultado do processo de aculturaccedilatildeo (REBOUCcedilAS et al 2015)
Para Hall (2005) o uso do espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal que
influecircncia o relacionamento interpessoal e a comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado
social do espaccedilo ou seja estuda o uso que o homem faz do proacuteprio espaccedilo O autor afirma
que a evoluccedilatildeo do homem caracteriza-se pelo desenvolvimento dos receptores remotos os
olhos os ouvidos e o nariz ocupam-se do exame de objetos distantes Jaacute os receptores
imediatos o mundo do tato as sensaccedilotildees que recebemos pela pele membranas e muacutesculos
satildeo usados para examinar o mundo de perto Schimidt e Silva (2012) e Bruni (2011)
concordam que a utilizaccedilatildeo do espaccedilo eacute determinada culturalmente sendo a percepccedilatildeo da
distacircncia e a proximidade resultados dos sistemas sensoriais como a visatildeo audiccedilatildeo olfato e
tato Em diversas culturas existentes esses canais sensoriais podem adquirir mais importacircncia
do que outros
Para se ter uma noccedilatildeo geral das complexidades relativas ao sistema visual e auditivo
pode-se realizar uma comparaccedilatildeo do tamanho dos nervos que fazem a ligaccedilatildeo dos olhos e dos
ouvidos com os centros no ceacuterebro De acordo com Hall (2005) o nervo oacuteptico conteacutem
aproximadamente dezoito vezes mais neurocircnios que o nervo auditivo no qual supomos que
ele transmita no miacutenimo essa quantidade a mais de informaccedilotildees Em pessoas em estado
normal de atenccedilatildeo eacute provaacutevel que os olhos cheguem a ser ateacute mil vezes mais eficazes que os
ouvidos na varredura de informaccedilotildees A informaccedilatildeo visual costuma ser menos ambiacutegua e
31
mais focalizada que a informaccedilatildeo auditiva contudo uma exceccedilatildeo importante eacute a audiccedilatildeo de
uma pessoa com deficiecircncia visual que aprende a ser seletivo para frequecircncias sonoras mais
altas que lhe permitam localizar objetos num aposento Jaacute o olfato contribui para recordaccedilotildees
muito mais profundas que a visatildeo ou a audiccedilatildeo (CAMERON ARAUacuteJO 2011)
No espaccedilo taacutetil as experiecircncias taacuteteis e visuais do espaccedilo estatildeo entrelaccediladas entre si
tal qual natildeo podem ser separadas Em seus estudos o psicoacutelogo James Gibson (1950) associa
a visatildeo ao tato e afirma que existe um fluxo de impressotildees sensoriais mais apuradas quando se
compreende e se utiliza ativamente a realidade com os dois sentidos O tato ativo (a palpaccedilatildeo)
permite que os sujeitos de experimentos reproduzam com 95 de precisatildeo objetos abstratos
aos quais natildeo tinham acesso visual Com o tato passivo (o ser tocado) somente eacute possiacutevel
uma precisatildeo de 45
Para a anaacutelise proxecircmica devemos considerar alguns fatores envolvidos nas distacircncias
entre as pessoas Neste sentido Hall (2005) elenca oito fatores tambeacutem conhecidos como
dimensotildees proxecircmicas os quais permitem uma caracterizaccedilatildeo da postura proxecircmica do
individuo conforme a apresentaccedilatildeo do quadro abaixo
Quadro 3 Fatores proxecircmicos de Hall (2005)
A Postura-sexo analisa o sexo dos participantes e a posiccedilatildeo baacutesica dos interlocutores
seja em peacute sentado ou deitado
Eixo sociofugo-
sociopeto
sociofugo revela o desencorajamento da interaccedilatildeo enquanto o
sociopeto revela a aproximaccedilatildeo Nessa dimensatildeo ocorre uma anaacutelise do
acircngulo dos ombros dos interlocutores seja face a face de costas um
para o outro ou qualquer outra angulaccedilatildeo
Fatores cineacutesicos
utilizam-se da observaccedilatildeo dos movimentos para analisarem a
proximidade entre os interlocutores distribuiacutedos entre quatro zonas
proxecircmicas iacutentima pessoal social e puacuteblica
Coacutedigo visual identifica o contado visual ocorrido nas interaccedilotildees como olho no olho
ou ausecircncia de contato
Coacutedigo teacutermico eacute a extrema sensibilidade da pele agraves mudanccedilas de temperatura e de
textura
Coacutedigo olfativo analisa a percepccedilatildeo dos interlocutores ao grau de odores e suas
caracteriacutesticas O olfato permite natildeo soacute diferenciar os indiviacuteduos mas
32
detectar qual eacute o seu estado afetivo Ainda mais os cheiros tecircm o dom
de evocar recordaccedilotildees muito mais profundas do que as imagens ou
sons
Volume de voz analisa a adequaccedilatildeo do tom de voz utilizado pelos envolvidos
Comportamento
de contato
refere-se agraves formas de relaccedilotildees taacuteteis como agarrar apalpar acariciar
segurar demoradamente tocar localizado apertar roccedilar acidentalmente
ou sem nenhum contato fiacutesico
Esses elementos satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer interaccedilatildeo Segundo
Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma interaccedilatildeo eacute diretamente
proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo adequada
eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma determinada situaccedilatildeo pessoa e
tempo (ALVES et al 2015)
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise
A territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta caracteriacutesticas
reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de sua proacutepria
espeacutecie O territoacuterio tem um papel na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que
fornece informaccedilotildees sobre limites que definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A
territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves
funccedilotildees pessoais e sociais a dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais
amplo e seu ao acesso ao territoacuterio dos mais fracos dito dominado (HALL 2005)
O territoacuterio eacute carregado de intencionalidades que se manifestam no espaccedilo A
intenccedilatildeo das pessoas ao escolherem um lugar ou optarem por ficar onde estatildeo imprimindo
nele uma local que reflete essas intenccedilotildees e interaccedilotildees corresponde ao territoacuterio As relaccedilotildees
dessas pessoas com o espaccedilo e entre si pressupotildeem a existecircncia de poder (teacutecnico econocircmico
social poliacutetico e cultural) e eacute isto que caracteriza o territoacuterio construiacutedo num dado tempo e
espaccedilo encerrando portanto a realidade
O comportamento espacial do homem se manifesta em diferentes niacuteveis e para Hall
(2005) os trecircs niacuteveis de espaccedilos que permitem uma melhor anaacutelise proxecircmica satildeo o espaccedilo de
organizaccedilatildeo fixa o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixa e o espaccedilo informal
33
Os espaccedilos de organizaccedilatildeo fixa e semifixa apresentam uma concepccedilatildeo geograacutefica
estaacutetica estando intimamente relacionado ao conceito de territorialidade Quando o indiviacuteduo
se desloca esses espaccedilos natildeo se movem natildeo o acompanham (GRUBA et al 2015)
O espaccedilo de organizaccedilatildeo fixa compreende segundo Hall (2005) todos os elementos
invariantes do espaccedilo Deve-se entender como elementos invariantes aqueles insusceptiacuteveis
de modificaccedilatildeo em seu posicionamento e orientaccedilatildeo pela accedilatildeo humana Os edifiacutecios de
construccedilatildeo humana satildeo um exemplo de organizaccedilatildeo fixa Igualmente o seu modo de
agrupamento bem como o seu modo de particcedilatildeo interna em cocircmodos corresponde tambeacutem a
estruturas fixas
Jaacute o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixas diz respeito ao modo como satildeo dispostos todos
os componentes espaciais suscetiacuteveis de deslocamento ou seja objetos moacuteveis A disposiccedilatildeo
do mobiliaacuterio nos ambientes constitui o exemplo tiacutepico de espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas
Segundo Hall (2005) de forma similar ao espaccedilo de organizaccedilotildees fixas a maneira como
arrumamos os objetos que satildeo nossos os lugares onde os dispomos dependem de nossos
paradigmas culturais
O espaccedilo informal por sua vez eacute um espaccedilo pessoal estabelecido ao redor do corpo
do indiviacuteduo que eacute ldquocarregadordquo quando este se move Sendo por esta razatildeo denominado
tambeacutem de espaccedilo dinacircmico A anaacutelise dos espaccedilos informais levou Hall a realizar uma seacuterie
de estudos relacionados agraves distacircncias interpessoais Em funccedilatildeo das distacircncias observadas Hall
(2005) definiu quatro categorias de espaccedilos informais iacutentima pessoal social puacuteblica (Figura
1)
As distacircncias propostas por Hall (2005) satildeo representadas por cores (Figuras 1 e 2) e
foram escolhidas quatro cores para representar as distacircncias na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
vermelho intimo laranja pessoal amarelosocial e verdepuacuteblico As cores estatildeo associadas
a um determinado efeito ou seja natildeo eacute uma combinaccedilatildeo aleatoacuteria de cores mas um efeito
conjunto de cores com representaccedilatildeo dos espaccedilos Utilizando a escala colorimeacutetrica proposta
por Heller (2013) tem-se como objetivo facilitar a identificaccedilatildeo visual das distacircncias e
aproximaccedilotildees da equipe de enfermagem no espaccedilo Essa identificaccedilatildeo atraveacutes da visualizaccedilatildeo
das cores representa o mapa comportamental das posiccedilotildees da equipe no ambiente da
hemodiaacutelise
34
Figura 1 Zonas de distanciamento
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
As distacircncias podem variar conforme os fatores individuais pois existem pessoas que
sempre preservam uma zona de espaccedilo pessoal miacutenima enquanto que outros mantecircm zonas
de espaccedilo relativamente grandes Estas diferenccedilas satildeo afetadas por sexo raccedila cultura e
personalidade Existem tambeacutem os fatores situacionais que diz respeito de quem satildeo os
interlocutores e o que estes estatildeo fazendo haacute certas relaccedilotildees e atividades que exigem
distacircncias maiores que outras para uma adequada comunicaccedilatildeo e proteccedilatildeo (SILVA 2015)
Haacute uma convivecircncia iacutentima ou
de luta quando obrigada em
situaccedilotildees sociais em que ocorre
o contato fiacutesico o calor humano
e a transmissatildeo de odores
Tratamento de assuntos
impessoais natildeo ocorre contato
fiacutesico poreacutem existe o contato
visual
A essa distacircncia se produz uma
cuidadosa escolha das palavras e
da forma das frases formal os
detalhes da inflexatildeo da voz e da
expressatildeo facial se perdem
Assuntos de interesse e relaccedilatildeo
pessoais se tratam a essa
distacircncia
35
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
Para Broca e Ferreira (2014) haacute toda uma diversidade de fatores que modificam as
distacircncias interpessoais fatores estes que diminuem as distacircncias interpessoais como a
atraccedilatildeo a amizade a cooperaccedilatildeo a similaridade a coesatildeo familiar os oacuteculos escuros ou olhos
fechados Assim como fatores que aumentam as distacircncias interpessoais como o estigma a
ameaccedila a ansiedade o insulto o olhar inapropriado a desordem mental o fumo o acircngulo de
aproximaccedilatildeo lateral a estatura alta entre outros
Embora as pesquisas da comunicaccedilatildeo natildeo verbal tenham um enfoque maior no
comportamento e interaccedilatildeo das pessoas atualmente tem sido dispensada uma atenccedilatildeo maior agrave
influecircncia de fatores natildeo humanos como o ambiente onde ocorrem essas interaccedilotildees (TERRA
VAGHETTI 2014) Fazem parte dos fatores ambientais o mobiliaacuterio estilo de arquitetura
decoraccedilatildeo de interiores condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo as cores a temperatura os ruiacutedos entre
outros A disposiccedilatildeo os materiais as formas dos objetos do ambiente podem ter influecircncia no
resultado durante a interaccedilatildeo do relacionamento interpessoal como uma mesa entre os
interlocutores que pode caracterizar com uma forma de afastamento e distanciamento
dificultando o estabelecimento de uma comunicaccedilatildeo mais profiacutecua
O espaccedilo eacute uma dimensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal que interfere na relaccedilatildeo dos
interlocutores como as cores de um ambiente que podem gerar um ambiente tenso ou
tranquumlilizador a temperatura muito fria ou quente desestabilizam e podem interferir (HALL
36
2005 SCHIMITDH e SILVA 2013) O nuacutemero de saiacutedas e janelas quanto mais fechado
maior a tensatildeo pois em um ambiente abafado e quente as pessoas tendem a sair do local Jaacute
um ambiente mais acessiacutevel com temperatura adequada e harmonioso aumenta a frequecircncia
de interaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos interlocutores
Para Bollnow (2008) arquiteto e filoacutesofo alematildeo ao estudar a relaccedilatildeo do indiviacuteduo
com o espaccedilo identificou que o ldquoespaccedilo vivenciadordquo eacute diferente do espaccedilo vivencial O
espaccedilo vivenciado eacute entendido como um espaccedilo no sentido subjetivo e deve ser tomado como
uma ldquoexperiecircncia do espaccedilordquo vivida pelo sujeito que interferiraacute na sua subsistecircncia e na
compreensatildeo de si e do mundo Ou seja devemos estudar o espaccedilo como elemento de
referecircncia para a existecircncia humana O sujeito precisa de um espaccedilo de referecircncia um espaccedilo
de habitaccedilatildeo que eacute o espaccedilo do mundo onde o homem pode se encontrar com um elemento
natildeo estranho fazendo identificaccedilotildees e significaccedilotildees
Sendo assim o espaccedilo da hemodiaacutelise eacute quando o enfermeiro deveraacute utilizar-se de
estrateacutegias para detectar indiacutecios de alteraccedilotildees fisioloacutegicas e emocionais de seu paciente e ser
capaz de intervir nos diferentes momentos eacute neste espaccedilo que ressignifica-se o conceito de
cuidar de si mostrando ao paciente a necessidade de adesatildeo e participaccedilatildeo no processo de
cuidar Natildeo haacute conquistas no tratamento sem a participaccedilatildeo ativa e contiacutenua do paciente ele
deveraacute entender o quanto eacute importante a interaccedilatildeo com a equipe para um cuidado efetivo
Articular em um espaccedilo com grande demanda de cuidado e com nuacutemero significativo
de pacientes habilidades comunicativas natildeo verbais como a proxecircmica pode natildeo ser faacutecil de
ser identificada pela equipe de enfermagem principalmente porque haacute riscos dos espaccedilos de
hemodiaacutelise se tornarem um ldquoformigueirordquo humano como ocorre atualmente nas cliacutenicas
sateacutelites com 36 pacientes de uma uacutenica vez em sala de hemodiaacutelise Desta forma torna-se
um desafio e implica em um maior conhecimento do enfermeiro sobre comunicaccedilatildeo
proxecircmica e sua importacircncia no cuidado de enfermagem
Dados da Sociedade Brasileira de nefrologia (SBN) afirmam que o aumento do
nuacutemero total estimado de pacientes em diaacutelise no paiacutes vem crescendo continuamente esses
dados apontam que o nuacutemero de pacientes em tratamento aumentou em meacutedia 5 ao ano
entre 2011-2014 (SBN 2014) O nuacutemero estimado de pacientes que iniciaram tratamento em
2014 no Brasil foi de 36548 correspondendo a uma taxa de incidecircncia de 180 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) (Figura 3)
37
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
Jaacute as taxa de prevalecircncia de tratamento dialiacutetico referentes agraves caracteriacutesticas
demograacuteficas da populaccedilatildeo brasileira que apresenta DRC em 2014 foi de 552 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) variando por regiatildeo entre 364 pacientes pmp na regiatildeo Norte a
672 pacientes pmp na regiatildeo Sudeste (Figura 4)
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
38
Os dados registram que as regiotildees Sudeste Sul e Centro-Oeste apresentam as maiores
taxas de prevalecircncia enquanto as regiotildees Nordeste e Norte as mais baixas De acordo com a
United States Renal Data System (2014) nos Estados Unidos e em outros paiacuteses
desenvolvidos da Europa e Aacutesia nos uacuteltimos anos tem sido relatado um aumento crescente na
taxa de prevalecircncia embora a taxa de incidecircncia de pacientes em terapia renal substitutiva
tenha crescido pouco ou apresentado uma tendecircncia agrave estabilizaccedilatildeo Nos EUA por exemplo a
taxa de prevalecircncia aumentou ao redor de 3 ao ano entre 2007-2012
Esses dados de prevalecircncia e incidecircncia comprovam que a regiatildeo sudeste e sul
apresenta uma grande concentraccedilatildeo de pacientes em tratamentos dialiacuteticos e tambeacutem
conforme Sesso et al (2014) nessas regiotildees concentra-se maior nuacutemero de cliacutenicas sateacutelites e
hospitais especializados na TRS assim como profissionais especialistas em nefrologia o que
facilita o acesso dos pacientes ao tratamento
Com a demanda de atendimento em crescimento nos espaccedilosambiente da
hemodiaacutelise eacute preciso adequaacute-los as necessidades impostas de maneira que natildeo haja
diminuiccedilatildeo da qualidade da assistecircncia prestada Dessa maneira a construccedilatildeo de um
pensamento acerca da concepccedilatildeo espacial passa necessariamente pela consideraccedilatildeo sobre as
experiecircncias a serem ali vivenciadas na medida em que o corpo eacute nosso meio geral de expor
nossas necessidades seguindo esta loacutegica natildeo haacute como pensar em concepccedilatildeo espacial sem
que sejam propostas consideraccedilotildees a respeito da relaccedilatildeo deste espaccedilo com o corpo
39
CAPIacuteTULO III
O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO ESTUDO
31 Identificando a pesquisa
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa buscando identificar os
fenocircmenos por meio das observaccedilatildeo do pesquisador e as informaccedilotildees dos participantes A
abordagem qualitativa nas pesquisas cientiacuteficas ainda eacute revestida por diferentes interpretaccedilotildees
mas vale lembrar que esse tipo de abordagem significa que seu raciociacutenio baseia-se
principalmente na percepccedilatildeo e na compreensatildeo humana de acordo com Stake e Reis (2011)
possibilitando avanccedilo do entendimento de fatores proacuteprios dessa dimensatildeo que natildeo satildeo
alcanccedilados pelos estudos quantitativos Nesse sentido explora questotildees bastantes particulares
concernentes aos significados motivos crenccedilas aspiraccedilotildees atitudes e valores
correspondendo a um espaccedilo mais profundo das relaccedilotildees e interaccedilotildees dos processos e
fenocircmenos (MINAYO 2013) Por conseguinte torna-se oportuno esta abordagem para a
pesquisa em questatildeo
Bosi (2012) afirma que a abordagem qualitativa geralmente tem como foco o estudo
nas instituiccedilotildees nos grupos nos movimentos sociais e no conjunto de interaccedilotildees pessoais
Este tipo de abordagem tem o poder de construir pontes para uma accedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
e dos seus agentes sendo esta pautada no diaacutelogo e no reconhecimento das diferenccedilas
culturais as quais embasam as accedilotildees de sauacutede
Apesar do termo ldquopesquisa qualitativardquo ser interpretada por muitos como confuso para
Strauss e Corbin (2008 p 23) ldquopode significar coisas diferentes para pessoas diferentesrdquo sua
essecircncia descritiva e natildeo numeacuterica natildeo impede ou dificulta o rigor metodoloacutegico entre o
coletar e analisar dados uma vez que estaacute consolidada em conceitos metodoloacutegicos e
epistemoloacutegicos capazes de possibilitar sustentaccedilatildeo cientiacutefica aos seus achados pois
conforme citam Deslauriers e Keacuterisit (2010 p 131)
Afirmar que a pesquisa qualitativa privilegia o vivido dos atores sociais natildeo
significa todavia que ela se reduziria a uma descriccedilatildeo minuciosa de accedilotildees ou de
fenocircmenos observaacuteveis Nisso pode-se dizer que o objeto por excelecircncia da
pesquisa qualitativa eacute a accedilatildeo interpretada simultaneamente pelo pesquisador e pelos
sujeitos da pesquisa de onde a importacircncia da linguagem e das conceituaccedilotildees que
devem dar conta tanto do objeto ldquovividordquo como do objeto ldquoanalisadordquo
40
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa
O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de 2012
(CNS 2012) baseando-se nas Normas de Pesquisa em Seres Humanos Foi submetido e
aprovado atraveacutes da Plataforma Brasil ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de
Enfermagem Anna NeryInstituto de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Satildeo Francisco de Assis da
Universidade Federal do Rio de Janeiro O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466
de 12 de dezembro de 2012 assim como do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital
Universitaacuterio Clementino Fraga FilhoHUCFFUFRJ nordm de parecer 1329969 e do Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa do Hospital Universitaacuterio Pedro ErnestoHUEPUERJ nordm parecer
1360477 ambos cenaacuterios co-participantes da pesquisa Como base nacional essa Plataforma
eacute unificada para registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema de
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa (CONEP) Ela
permite que as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes estaacutegios - desde sua
submissatildeo ateacute a aprovaccedilatildeo final pelo CEP e pela CONEP (BRASIL 2012)
A participaccedilatildeo dos sujeitos da pesquisa foi de forma voluntaacuteria os objetivos e
finalidades da pesquisa foram esclarecidos Foi assegurado o anonimato dos participantes e
informado que a qualquer momento poderia recusar-se a responder qualquer pergunta ou
desistir de participar e retirar seu consentimento
A pesquisa natildeo gerou desconforto emocional nem constrangimento visto que a
atividade proposta para produccedilatildeo conforme preconiza o meacutetodo deu-se por meio da
observaccedilatildeo durante os cuidados prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise e pela
entrevista sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do
paciente agrave terapia
Os riscos significam que o perigo ou desconforto que os participantes possam
experimentar natildeo eacute maior do que vivenciam em suas vidas cotidianas ldquoDiz-se que um estudo
envolve risco miacutenimo quando os procedimentos ou atividades do estudo satildeo semelhantes aos
que os participantes encontram em suas vidas cotidianasrdquo (SHAUGHNESSY
ZECHMEISTER ZECHMEISTER 2014 P79)
O benefiacutecio relacionado agrave participaccedilatildeo no estudo eacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
41
A coleta de dados foi realizada mediante a assinatura no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido - TCLE (APEcircNDICE A) e respeitando os aspectos eacuteticos e legais A
pesquisadora envolvida na investigaccedilatildeo compromete-se em divulgar os resultados obtidos na
pesquisa em eventos cientiacuteficos publicaccedilotildees em perioacutedicos indexados em Bases de Dados
aleacutem de retornar ao cenaacuterio da pesquisa apresentando e discutindo os resultados com os
participantes e quaisquer profissionais interessados no conteuacutedo
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados
Realizar uma pesquisa etnograacutefica consiste em suma em observar estabelecer
relaccedilotildees selecionar informantes manter um diaacuterio dentre outras atividades Entretanto natildeo eacute
a realizaccedilatildeo destas teacutecnicas que define uma pesquisa como etnograacutefica Para a caracterizaccedilatildeo
de um trabalho etnograacutefico satildeo apontadas muitas exigecircncias que devem ser utilizadas como
base para a operacionalizaccedilatildeo da pesquisa
O estudo etnograacutefico para Geertz (2008) tem como base a busca exaustiva do
conhecimento por meio da interaccedilatildeo entre o comportamento das pessoas e o discurso e as
observaccedilotildees do pesquisador sobre cada detalhe que compotildee o ambiente fiacutesico e social
pesquisado O meacutetodo etnograacutefico permite ao pesquisador observar sistematicamente e
descrever tudo que foi captado por meio de todos os seus sentidos
O sentido visatildeo na etnografia vai aleacutem de ver alcanccedila o acircmbito de perceber o
ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo nas diversas dimensotildees
possiacuteveis O sucesso deste tipo de investigaccedilatildeo depende muito da conduta do pesquisador
visto que a observaccedilatildeo a descriccedilatildeo e a anaacutelise constituem a essecircncia da compreensatildeo do
objeto de estudo o pesquisador para entender o comportamento humano eacute necessaacuterio
considerar as relaccedilotildees que influenciam a interpretaccedilatildeo os pensamentos os sentimentos e as
accedilotildees (LUumlDKE ANDREacute 2013)
Embora pareccedila faacutecil observar no meacutetodo etnograacutefico requer uma habilidade peculiar
onde colocar-se diante dos participantes da pesquisa eacute muito relevante para a obtenccedilatildeo dos
dados Eacute necessaacuterio que o pesquisador natildeo seja visto como um intruso pelas pessoas e sim
como parte do meio onde se encontra essa transiccedilatildeo de ldquointrusordquo para ldquoamigordquo natildeo se
estabelece de forma raacutepida requer tempo e sensibilidade aleacutem de um verdadeiro interesse nos
participantes em suas crenccedilas e valores Praticar etnografia eacute estabelecer relaccedilotildees selecionar
informantes descrever mapear campos manter um diaacuterio entre outras coisas possibilita ao
42
pesquisador entender o contexto comportamental dos participantes da pesquisa (GEERTZ
2008)
Estes pressupostos possibilitam que um estudo sobre comportamento humano abstraia
o significado das accedilotildees a partir do contexto do individuo compreendendo como as pessoas os
interpretam e direcionam suas atitudes Para captar da forma mais fidedigna esta teia de
relaccedilotildees e apresentaacute-la de forma clara e objetiva em uma pesquisa eacute necessaacuterio que o
pesquisador possua tambeacutem algumas habilidades Fundamentada em uma observaccedilatildeo
sistematizada a etnografia exige que o pesquisador saiba ver realmente tudo que estaacute ao seu
redor Para Gibbs (2012) ver no sentido etnograacutefico vai aleacutem da visatildeo propriamente dita
alcanccedila o acircmbito de perceber o ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo
nas diversas dimensotildees possiacuteveis
As principais caracteriacutesticas do meacutetodo etnograacutefico para Luumldke e Andreacute (2013) estatildeo
relacionadas com os significados atribuiacutedos a si mesmo as experiecircncias e o ambiente que
cercam os participantes envolvendo um trabalho de campo onde o pesquisador se aproxima
do cenaacuterio da pesquisa e das pessoas mantendo um contato direto e prolongado observando
seu comportamento para que seja possiacutevel observar e traduzir a dimensatildeo do cotidiano
perceber e entender o significado cultural das situaccedilotildees que se contrapotildeem nas relaccedilotildees
humanas que satildeo culturais produzidas pelas proacuteprias pessoas que estatildeo sendo observadas
Este tempo de observaccedilatildeo do pesquisador em contato direto com as pessoas e o ambiente
estudado pode variar muito desde algumas semanas ateacute vaacuterios meses ou anos
Para entender como o Enfermeiro estabelece uma relaccedilatildeo proxecircmica com o paciente eacute
preciso que se observe o ldquocomportamento do nativordquo manifestado por ldquogestos cotidianos tom
da conversa atitudes do corpo e expressatildeo facialrdquo
34 O cenaacuterio da pesquisa
A pesquisa apresentou como proponente a Escola de Enfermagem Anna Nery da
Universidade Federal do Rio de Janeiro e como cenaacuterios co-participantes dois hospitais
universitaacuterios o Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho e o Hospital Universitaacuterio
Pedro Ernesto um da esfera Federal e outro Estadual respectivamente ambos localizados no
municiacutepio do Rio de Janeiro A escolha por estes cenaacuterios justificou-se por essas instituiccedilotildees
apresentarem atendimento especializado e de alta complexidade possuem setor de nefrologia
no qual os Enfermeiros prestam assistecircncia aos pacientes nas terapias renais substitutivas
43
como hemodiaacutelise e a importacircncia de ser compreendido como um espaccedilo de formaccedilatildeo
acadecircmica no qual existe uma preocupaccedilatildeo como cenaacuterio de aprendizagens teoacutericas-praacuteticas
O campo eacute o lugar natural onde acontecem os fatosfenocircmenosprocessos A pesquisa
de campo eacute aquela que segundo Santos (2015) recolhe os dados in natura como percebidos
pelo pesquisador E o Hospital Universitaacuterio eacute reconhecido por ser uma instituiccedilatildeo que
concentra suas atividades na alianccedila entre a assistecircncia agrave populaccedilatildeo ao ensino e agrave pesquisa
cientiacutefica incentivando seus profissionais a estarem sempre buscando a capacitaccedilatildeo pois tem
a intenccedilatildeo de promover cada vez mais uma assistecircncia qualificada e adequada aos pacientes
A proposta para coleta nos dois cenaacuterios baseia-se na premissa de que aumentar o
quantitativo de Enfermeiros embora a pesquisa tenha um caraacuteter qualitativo permite uma
maior amostra enriquecendo o estudo com a diversidade de interaccedilotildees entre os participantes
A etnografia se constroacutei tomando por base a ideacuteia de que os comportamentos humanos soacute
podem ser devidamente compreendidos e explicados se tomarmos como referecircncia o
contexto social onde eles atuam
O primeiro cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUCFF na unidade de Nefrologia
localizada no seacutetimo andar do hospital A unidade possui enfermaria de nefrologia sala de
treinamento e de tratamento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua entre outros
Satildeo duas as salas de hemodiaacutelise uma chamada sala azul onde satildeo atendidos os pacientes
portadores de sorologia positiva para Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana (HIV) e hepatite B
e outra chamada sala branca local onde foi realizada a pesquisa Esse setor apresenta na parte
externa uma sala de curativos expurgo sala da chefia de enfermagem e pia para lavagem dos
braccedilos dos pacientes antes da sessatildeo de hemodiaacutelise Na parte interna haacute uma sala ampla
dividida em trecircs espaccedilos com dois postos de enfermagem
O segundo cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUPEUERJ na unidade de
nefrologia localizado no 3ordm andar do hospital No andar existe enfermaria de nefrologia sala
de treinamento e atendimento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua sala de guarda
de materiais e sala de hemodiaacutelise entre outros
A sala de HD foi adaptada segundo funcionaacuterios do hospital para o atendimento aos
pacientes Renais crocircnicos em tratamento de HD a parte interna apresenta uma pequena sala
de atendimento administrativo um expurgo um salatildeo uacutenico de HD uma parede de vidro
separa os ambientes da sala de enfermagem e do banheiro
Posteriormente ambos os cenaacuterios seratildeo amplamente discutidos e apresentados na
forma de planta esquemaacutetica em 3D que representa de modo bem simplificado o ambiente da
44
HD Estes cenaacuterios foram reproduzidos com o auxiacutelio de um arquiteto para representar
fielmente suas caracteriacutesticas fiacutesicas e moacuteveis do ambiente da HD
De acordo com a resoluccedilatildeo RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 que dispotildee sobre as
unidades de diaacutelise e seu ambiente fiacutesico as Unidades de Diaacutelise devem atender aos requisitos
de estrutura fiacutesica previstos na RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou
instrumento legal que venha substituiacute-la juntamente com as exigecircncias estabelecidas nesse
regulamento em coacutedigos leis ou normas pertinentes quer na esfera Federal Estadual ou
Municipal
Entenda-se como ambiente fiacutesico agrave luz da Teoria Proxecircmica (Hall 2005) o conjunto
formado pelos espaccedilos de caracteriacutesticas fixas e semifixas O espaccedilo fixo compreende as
disposiccedilotildees estruturais inalteraacuteveis tais como paredes teto vidraccedilas tubulaccedilotildees chatildeo pias
sistemas de refrigeraccedilatildeo Jaacute o espaccedilo semifixo refere-se agraves peccedilas mobiliaacuterias que satildeo dispostas
no ambiente tais como maacutequinas de diaacutelise poltronas balanccedilas digitais dentre outros
35 Participantes da pesquisa
Os participantes da pesquisa foram os enfermeiros do setor de nefrologia que atuam no
cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise A justificativa para a escolha dos enfermeiros eacute a
de que esses ldquoparticipantes-objetordquo possam produzir elementos significativos relativos ao
objeto do estudo pelo fato de serem profissionais que possuem capacidade para articular e
desenvolver sob muacuteltiplas vertentes estrateacutegias de intervenccedilotildees e atitudes de cuidado ao
paciente na nefrologia
O criteacuterio de inclusatildeo no protocolo da pesquisa abrange todos os Enfermeiros de
ambos os sexos que estavam prestando algum tipo de cuidado direto ao paciente no setor de
hemodiaacutelise Foram excluiacutedos aqueles profissionais de feacuterias eou licenccedila ou outra funccedilatildeo
que natildeo a de prestar assistecircncia ao paciente durante a sessatildeo de hemodiaacutelise
Foi comunicado a cada participante que seu nome seria preservado e para representar
seu depoimento na pesquisa seria colocada a letra ldquoErdquo precedida da numeraccedilatildeo
correspondente ao nuacutemero da entrevista A participaccedilatildeo dos sujeitos resultou na produccedilatildeo do
conhecimento cientiacutefico sobre a comunicaccedilatildeo proxecircmica dos profissionais de enfermagem na
aacuterea do cuidado em hemodiaacutelise pioneiro no setor da nefrologia
45
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise
Dentro de uma visatildeo etnograacutefica segundo Luumldke e Andreacute (2013) o pesquisador eacute
inserido no campo e poderaacute utilizar diferentes instrumentos para apreensatildeo da realidade
estudada Contudo eacute importante salientar que as diferentes formas de tecnologias podem e
devem auxiliar na captaccedilatildeo dos dados podendo ser dependentes e natildeo-dependentes tais como
diaacuterio de campo o gravador roteiro de observaccedilatildeo participante e entrevista desde que sejam
descritas todas as informaccedilotildees por meio dos quais os etnoacutegrafos poderatildeo apresentar de forma
minuciosa o contexto estudado e as interaccedilotildees identificadas
Ao se desenvolver uma pesquisa com o meacutetodo etnograacutefico devem-se considerar os
informantes como pessoas que por possuiacuterem algumas caracteriacutesticas culturais diferentes e
merecem uma investigaccedilatildeo Souza e Barros (2008 P 153) ldquoapontam que pesquisadores e
pesquisados apresentam semelhanccedilas poreacutem com traccedilos culturais diferenciadosrdquo
Segundo Santos (2015) os dados devem ser coletados com a observaccedilatildeo de situaccedilotildees
fiacutesicas e materiais E por isso exige uma carga extra de trabalho que eacute a escolha da situaccedilatildeo
(re) produtora dos fatosfenocircmeno que interessam ao pesquisador Aleacutem disso exige a escolha
dos instrumentos de captaccedilatildeo e afericcedilatildeo das informaccedilotildees e dados que seratildeo obtidos
A coleta de dados foi realizada apoacutes os contatos com a chefia meacutedica e de enfermagem
das instituiccedilotildees coparticipantes escolhidas para cenaacuterio da pesquisa com o objetivo de
apresentar o estudo e solicitar autorizaccedilatildeo para a coleta de dados assim como a aprovaccedilatildeo
pelo Comitecirc de Eacutetica da Escola de Enfermagem Anna Nery Hospital Escola Satildeo Francisco de
Assis- EEANHESFA
361 Primeiro momento da pesquisa aproximaccedilatildeo com o territoacuterio elaboraccedilatildeo do
Mapeamento Comportamental de HD
Tendo por base as caracteriacutesticas da etnografia para proceder agrave coleta de dados a
pesquisadora manteve contatos preliminares com as equipes nos locais cenaacuterios da pesquisa
com intuito de entendimento das dinacircmicas das atividades e aproximaccedilatildeo com os cenaacuterios O
comportamento das pessoas foi estudado no seu contexto habitual e natildeo em condiccedilotildees
artificiais criadas pela investigadora
Pela complexidade do meacutetodo e pela riqueza das informaccedilotildees a aproximaccedilatildeo dos
cenaacuterios e dos possiacuteveis participantes da pesquisa foi primeiramente no HUCFF por ter
realizado anteriormente outras pesquisas tambeacutem por acreditar ter maior entendimento sobre
46
a dinacircmica e rotina deste setor no hospital Posteriormente foi realizada a aproximaccedilatildeo com o
segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo o HUPE
Para entender o ambiente no setor de hemodiaacutelise de ambos cenaacuterios foi elaborado
uma representaccedilatildeo graacutefica dos locais desenvolvida por meio do programa SketchUp1 que eacute
um software de modelagem tridimensional (OLIVEIRA 2015)
O levantamento arquitetocircnico foi realizado a partir de planilhas elaboradas para
sistematizar Elas orientaram na descriccedilatildeo dos seguintes itens arranjo espacial e os atributos
que permitiam apropriaccedilatildeo espacial correspondendo agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre
enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente o mobiliaacuterio da HD e seu estado de conservaccedilatildeo
a qualidade dos materiais de acabamento (piso parede e teto) Nas planilhas foram relatadas
as caracteriacutesticas e o grau de conservaccedilatildeo destes elementos
Foi necessaacuteria a participaccedilatildeo de um arquiteto neste processo de planejamento e
execuccedilatildeo dos mapas comportamentais e apoacutes sucessivos diaacutelogos ficou acordado que para
auxiliar na aplicaccedilatildeo da planilha seriam utilizadas as teacutecnicas de registro fotograacutefico com o
intuito das imagens auxiliarem no processo de elaboraccedilatildeo do mapeamento e a necessidade
mediccedilatildeo in loco com trena laser para a fidedignidade das distacircncias
Sendo assim foram realizadas duas (2) visitas junto como arquiteto em cada
instituiccedilatildeo em junho de 2016 e em janeiro de 2017 para a coleta das medidas e fotos Esses
registros juntamente com os registros em toacutepicos na planilha foram posteriormente
transcritos e serviram para na elaboraccedilatildeo das plantas dos setores O total de horas para a
realizaccedilatildeo das atividades fotograacuteficas de mediccedilatildeo de transcriccedilatildeo dos dados e de elaboraccedilatildeo
dos mapas foi em meacutedia de 52 horas
Com os mapas jaacute elaborados de ambos os cenaacuterios foi necessaacuterio incluir as cores
representativas da comunicaccedilatildeo proxecircmica descritas anteriormente como zonas de
distanciamento As cores foram representadas de forma milimetricamente marcando os
espaccedilos Iacutentimo pessoal social e puacuteblico do setor de HD em relaccedilatildeo ao espaccedilo iacutentimo do
paciente
A teacutecnica e os procedimentos foram adotados com o objetivo de demonstrar o
mapeamento do setor de HD do HUCFFUFRJ e do HUPEUERJ gerando quatro (4) figuras
que satildeo apresentados e discutidos no Capiacutetulo V
1 1 Eacute um programa de modelagem arquitetocircnica em 3D que pode ser usado para retratar ambientes
47
362 Segundo Momento da pesquisa seleccedilatildeo dos participantes aspectos eacuteticos e
apresentaccedilatildeo dos instrumentos de coleta
Apoacutes o periacuteodo da adaptaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do mapeamento dos setores foram
identificados os participantes segundo os criteacuterios de seleccedilatildeo jaacute mencionadas anteriormente e
de acordo com escalas de enfermagem previamente cedida pela chefia para elaboraccedilatildeo e
planejamento da coleta de dados
Os enfermeiros foram convidados e selecionados a participar da pesquisa e mediante
aceite eram comunicados e esclarecidos sobre o objeto do estudo seus objetivos com
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) o encontro para
a entrevista foi agendado de acordo com a disponibilidade de horaacuterio de cada enfermeiro e
preenchimento do questionaacuterio com itens sobre o perfil profissional (APEcircNDICE B)
permitindo uma caracterizaccedilatildeo dos mesmos Foram tambeacutem orientados de que haveria um
momento de observaccedilatildeo Entretanto o dia e horaacuterio natildeo foram informados previamente para
que natildeo houvesse interferecircncias do comportamento no ambiente Os dados identificados no
perfil profissional foram tabelados e analisados posteriormente
Durante o procedimento de testagem dos instrumentos com os primeiros participantes
houve a necessidade de alguns ajustes no mapa pois contemplava a sala de hemodiaacutelise como
sendo o principal espaccedilo do cuidado entretanto apoacutes algumas entrevistas foi descrito pelos
participantes outros espaccedilos como sendo espaccedilos do cuidado entre estes sala de curativos
sala de chefia de enfermagem corredores Sendo assim o mapa sofreu alteraccedilotildees com
inclusatildeo dos espaccedilos para ampliar as discussotildees
A entrevista seguiu mantendo aos questionamentos do roteiro de perguntas que foram
gravadas em um gravador de aacuteudio com a finalidade de posteriormente transcrevecirc-las
possibilitando assim a anaacutelise dos dados
As entrevistas individuais foram realizadas nos intervalos da assistecircncia de
enfermagem ao longo do plantatildeo de 12 horas dos profissionais principalmente agrave tarde
quando a demanda do cuidado de enfermagem eacute menor Porque pela manhatilde eacute quando
comumente se realizam as escalas dos teacutecnicos para os setores da sala branca sala azul
diaacutelise peritoneal e hemodiaacutelise externa verificaccedilatildeo e checagem de prescriccedilotildees para os
pacientes os curativos de cateteres entre outros
Nos primeiros dias a chegada ao setor foi agraves 700 horas da manhatilde para a passagem de
plantatildeo para que os profissionais entendessem o porque da presenccedila da pesquisadora ao
ambiente de pesquisa Ao teacutermino explicava que era uma pesquisa de doutorado em
48
enfermagem e que precisava de uma amostra significativa sendo necessaacuterio realizar
entrevistas com o maacuteximo de enfermeiros Na sequecircncia a pesquisadora explicava melhor
qual seria a pesquisa e como se desenvolveria ao longo dos dias possibilitando um laccedilo
interativo entre ambos Estes encontros regulares durante dois (2) meses no miacutenimo duas
vezes por semana e interagindo com a equipe e participando das atividades desenvolvidas no
setor possibilitou maior aproximaccedilatildeo e interaccedilatildeo com a equipe e familiarizaccedilatildeo com o
ambiente ou seja o territoacuterio em que o grupo pesquisado estaacute inserido
Apoacutes esta primeira aproximaccedilatildeo com ambos cenaacuterios da pesquisa e maior interaccedilatildeo
com os possiacuteveis participantes a pesquisadora observou que pela manhatilde a realizaccedilatildeo das
entrevistas seria mais complicada devido agraves atividades Sendo assim quando chegava ao
setor cumprimentava todos os profissionais presentes acompanhava a assistecircncia estabelecia
um processo comunicativo e combinava a entrevista para um momento mais propiacutecio A
pesquisadora tentava ao maacuteximo participar do cotidiano dos profissionais e estreitar laccedilos de
comunicaccedilatildeo e de interaccedilatildeo Para isso participava dos momentos de cafeacute almoccedilo auxiliava
na assistecircncia de enfermagem e sempre tinha a iniciativa nos processos de comunicaccedilatildeo
As entrevistas foram realizadas na sala de curativo do setor de hemodiaacutelise do HUCCF
e na sala de enfermagem do HUPE para que natildeo houvesse interrupccedilotildees durante a coleta dos
dados Antes de iniciar a entrevista o TCLE era entregue explicava-se as questotildees eacuteticas
retirava-se as duacutevidas sobre a pesquisa e tambeacutem da necessidade da gravaccedilatildeo da entrevista
para posterior transcriccedilatildeo Foi estabelecido um diaacutelogo com apontamentos sobre os tipos de
comunicaccedilatildeo natildeo verbal e apoacutes uma breve introduccedilatildeo sobre a temaacutetica foi apresentado o
mapa comportamental do setor de hemodiaacutelise com os espaccedilos da hemodiaacutelise como sendo o
territoacuterio de cuidado do enfermeiro
A pesquisadora explicou com maiores detalhes devido agrave necessidade de estarem
sendo abordados para participar de uma pesquisa sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica explicando
brevemente o que eacute comunicaccedilatildeo e natildeo verbal Ao longo da entrevista a pesquisadora
manteve-se atenta as perguntas descritas no roteiro de entrevista semiestruturada (APEcircNDICE
C) mantendo os conceitos essenciais de Hall (2005) como as distacircncias entre enfermeiros e
pacientes uso dos sentidos corporais postura corporal importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a
interaccedilatildeo com o paciente dificuldade e facilidades do ambiente na demarcaccedilatildeo do territoacuterio
O Mapeamento Comportamental tambeacutem eram apresentados aos participantes para
que estes associassem as perguntas da entrevista a imagem do setor com seus mobiliaacuterios e
cores das zonas de distanciamento jaacute empregadas
49
As entrevistas tiveram em meacutedia de 35 minutos a 1 hora e 5 minutos de duraccedilatildeo Foi
proposto aos participantes que avaliassem as figuras que representam o Mapeamento
comportamental e que eles se colocassem nos diferentes momentos do cuidado relatando
qual espaccedilo ele ocupa quais os sentidos utilizados e se as caracteriacutesticas fixas e semi-fixas do
ambiente influenciam no seu comportamento ou na percepccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente
As figuras facilitaram a identificaccedilatildeo do enfermeiro nos diferentes espaccedilos a
visualizaccedilatildeo dos espaccedilos colorimeacutetricos permitiu que os enfermeiros se posicionassem no
cuidado durante o periacuteodo da sessatildeo de hemodiaacutelise e identificassem como fazem o uso da
comunicaccedilatildeo proxecircmica
Natildeo houve resistecircncia ou negaccedilatildeo dos participantes em responder agraves perguntas e em
alguns momentos a pesquisadora identificou certa dificuldade dos participantes para
responderem uma ou outra questatildeo e os deixava livres para responderem natildeo interferindo no
raciociacutenio deles mas voltava na mesma questatildeo poreacutem reformulava para melhor
entendimento dos mesmos sem fugir da essecircncia do que estava sendo perguntado
363 Terceiro momento da pesquisa observaccedilatildeo participante segundo Fatores
Proxecircmicos (HALL 2005)
A observaccedilatildeo participante eacute descrita por Angrosino (2009) apud Abib (2013) como
uma investigaccedilatildeo que se caracteriza por um periacuteodo de interaccedilotildees sociais intensas entre o
pesquisador e os participantes como membro da equipe durante o qual os dados satildeo
recolhidos de forma sistemaacutetica As informaccedilotildees que obteacutem as respostas que satildeo dadas agraves
indagaccedilotildees dependem do comportamento e das relaccedilotildees que se desenvolve com o grupo
estudado neste caso enfermeiros Examinando interaccedilotildees e comunicaccedilotildees que estejam se
desenvolvendo
Sendo assim foi mantida uma rotina de chegada ao setor com uso de jaleco branco
lavagens das matildeos interagindo com a equipe e pacientes conversando e mantendo-se
atualizada das atividades do setor As anotaccedilotildees foram registradas de forma a natildeo transparecer
a observaccedilatildeo especiacutefica do participante
Para Abib (2013) a expressatildeo ldquoobservaccedilatildeo participanterdquo tende a designar o trabalho de
campo no seu conjunto desde a chegada do investigador ao campo da investigaccedilatildeo quando
inicia as apresentaccedilotildees que permitem o acesso as informaccedilotildees do grupo pesquisado ateacute ao
momento da despedida e encerramento da busca exaustiva dos dados depois de uma longa
50
permanecircncia Enquanto presente o observador imerge pessoalmente na rotina do grupo
pesquisado partilhando as suas experiecircncias
Sendo assim foi elaborado previamente contendo todos os aspectos a serem
observados pelo pesquisador um roteiro de observaccedilatildeo (APEcircNDICE D) que apresentou no
eixo horizontal os fatores da comunicaccedilatildeo proxecircmica a saber a posiccedilatildeo a distacircncia o tom de
voz o eixo dos interlocutores o comportamento de contato contato visual coacutedigo olfativo e
quais as impressotildees da pesquisadora durante a interaccedilatildeo (HALL 2005) E no outro eixo
vertical situando o momento de observaccedilatildeo caracterizado pelo momento de cuidado do
profissional ao paciente
A observaccedilatildeo participante foi realizada em contato direto frequente e prolongado do
investigador com os participantes Segundo Abib (2013) a observaccedilatildeo constitui uma teacutecnica
de investigaccedilatildeo que usualmente se complementa com a entrevista semiestruturada Para a
sua utilizaccedilatildeo como procedimento cientiacutefico eacute preciso que estejam reunidos criteacuterios tais
como o responder a objetivos preacutevios ser planejada de modo sistemaacutetico sujeita a validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo precisatildeo e controle
Estas observaccedilotildees foram realizadas no primeiro e segundo turnos de hemodiaacutelise com
duraccedilatildeo prevista de oito (8) horas A justificativa para este tempo de observaccedilatildeo diaacuteria eacute
devido ser o mesmo periacuteodo de duraccedilatildeo das sessotildees de hemodiaacutelise que corresponde a quatro
(4) horas cada por ser neste momento que o enfermeiro estabelece sua interaccedilatildeo com os
pacientes para o cuidado As observaccedilotildees foram individuais com a escolha de um enfermeiro
por sessatildeo sendo que estes participantes foram observados em mais de uma sessatildeo
Os meses de observaccedilatildeo foram junho a julho de 2016 no HUCFF e outubro a
novembro de 2016 no HUPE a pesquisadora chegava ao setor no horaacuterio da passagem de
plantatildeo agraves 700 horas da manhatilde e terminava a observaccedilatildeo entre 1400 e 1500 horas da tarde
devido ao teacutermino da segunda sessatildeo da HD totalizando ao final 240 horas de observaccedilatildeo em
meacutedia Foi observado o comportamento dos participantes durante sua permanecircncia no setor
de hemodiaacutelise nos diferentes momentos de interaccedilatildeo com o paciente no preacute-diaacutelise
transdiaacutelise e poacutes-diaacutelise
364 Quarto momento da pesquisa Tratamento e anaacutelise dos dados
A anaacutelise das transcriccedilotildees das entrevistas foi realizada tatildeo logo as mesmas eram
encerradas com o objetivo de verificar se haveria a necessidade de mais um contato com o
participante para esclarecer aspectos que ficaram difiacutecil de entender fazendo tambeacutem o
51
cruzamento com os aspectos descritos no roteiro de observaccedilatildeo para cada uma destas anaacutelises
a pesquisadora despendia aproximadamente 1 a 2 horas Na preacute-anaacutelise foi realizada uma
leitura flutuante dos depoimentos transcritos e elaboraccedilatildeo de indicadores que fundamentem a
interpretaccedilatildeo As entrevistas transcritas foram devolvidas para validaccedilatildeo dos participantes da
pesquisa que nela foram identificados por pseudocircnimos sendo que todas as entrevistas seratildeo
arquivadas por um periacuteodo de cinco (5) anos e apoacutes esse tempo as mesmas seratildeo incineradas
No momento da preacute-anaacutelise foi realizada a tabulaccedilatildeo dos dados de identificaccedilatildeo dos
enfermeiros entrevistados traccedilando atraveacutes dos mesmos o perfil dos participantes do estudo
Foi reservado para este momento o tempo correspondente a 1 hora para cada entrevista
Em outro momento da anaacutelise todas as entrevistas foram lidas e relidas
cuidadosamente para o reconhecimento e extraccedilatildeo dos dados brutos verificando e
sublinhando a sua relaccedilatildeo com os objetivos do estudo Para esta atividade foram ocupadas
cerca de 8 h de estudo no qual foi realizada a anaacutelise temaacutetica das respostas dos participantes
baseando-se em Bardin (2011) que representa um conjunto de teacutecnicas de anaacutelise das
comunicaccedilotildees utilizando procedimentos sistemaacuteticos e objetivos de descriccedilatildeo do conteuacutedo das
mensagens A crescente utilizaccedilatildeo da anaacutelise de conteuacutedo na aacuterea da Enfermagem eacute
evidenciada em muitos trabalhos publicados em vaacuterias revistas de circulaccedilatildeo nacional e
internacional (CAVALCANTE CALIXTO PINHEIRO 2014)
De acordo com Bardin (2011 p 131) ldquofazer uma anaacutelise temaacutetica consiste em
descobrir os ldquonuacutecleos de sentidordquo que compotildeem a comunicaccedilatildeo e cuja presenccedila ou
frequecircncia de apariccedilatildeo pode significar alguma coisa para o objetivo analiacutetico escolhidordquo
Na tentativa de organizar esse material apoacutes sucessivas leituras foi destacado em cada
conjunto de respostas dos participantes os fragmentos do texto que estavam relacionados com
os objetivos da pesquisa Esse procedimento foi necessaacuterio pois havia uma grande
quantidade de informaccedilotildees transversais ao objeto da pesquisa Assim foi construiacutedo um
quadro para cada pergunta onde foram destacados os fragmentos relacionados ao mesmo
objetivo Em seguida os fragmentos foram agrupados por aproximaccedilatildeo dos sentidos
Nos termos determinantes por Bardin (2011) especificamente quanto agrave fase de
exploraccedilatildeo do material destaca-se que as diferentes operaccedilotildees da preacute-anaacutelise foram
convenientemente concluiacutedas E a fase de anaacutelise propriamente dita natildeo eacute mais do que a
aplicaccedilatildeo sistemaacutetica das decisotildees tomadas
Desta forma na fase denominada de exploraccedilatildeo do material foi realizado um processo
de separaccedilatildeo da essecircncia das mensagens que serviu para a identificaccedilatildeo das expressotildees com
sentidos equivalentes presentes nas respostas de cada enfermeiro De acordo o meacutetodo
52
adotado eacute nessa fase que o material eacute organizado para a anaacutelise atraveacutes de um processo de
codificaccedilatildeo
O trabalho de organizaccedilatildeo dos fragmentos das respostas foi a de reunir em um uacutenico
quadro os elementos pertencentes a um determinado conjunto ou classe Cabe registrar aqui
que todos os elementos foram considerados mesmo aqueles que apareceram apenas em uma
uacutenica resposta uma uacutenica vez e natildeo puderam ser agrupado aos demais
Destaca-se que o meacutetodo proposto por Bardin (2011) esclarece que a codificaccedilatildeo
corresponde praticamente a uma transformaccedilatildeo do material em uma representaccedilatildeo do
conteuacutedo no caso as mensagens contidas nas respostas Para a autora esse processo tem a
intenccedilatildeo de alcanccedilar o nuacutecleo de compreensatildeo do texto
Para continuar o processo de codificaccedilatildeo conforme aponta o meacutetodo procurou-se
identificar as unidades de registro ndash ou unidades de significaccedilatildeo ndash a partir do material que
havia sido codificado e reunido em um quadro de acordo com cada objetivo proposto
Segundo Bardin (2011) as unidades de registro satildeo fragmentas no texto e podem ser
palavras frases ou paraacutegrafos que denotam significaccedilatildeo Satildeo coacutedigos linguiacutesticos que
possuem alguma compreensatildeo com determinado contexto onde elas satildeo utilizadas ou se
relacionam
Diante desta anaacutelise buscou-se uma possiacutevel construccedilatildeo da comunicaccedilatildeo proxecircmica
sobre o cuidar e os cuidados de enfermagem ao paciente em tratamento de hemodiaacutelise
permitindo mapear as categorias de cuidados que emergem na hemodiaacutelise atraveacutes das
entrevistas e da observaccedilatildeo Verificou-se que as unidades de registro se desprendiam
naturalmente dos objetivos e poderiam ser agrupadas em trecircs (3) grupos como foram
identificados quais sejam aspectos relacionados com os sentidos do espaccedilo do cuidado
ambiente do cuidado e o conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Na perspectiva do meacutetodo Bardin (2011) reconhece esse procedimento de
organizaccedilatildeo das unidades de registro como a forma de compreender a significaccedilatildeo exata das
unidades de registro Na proposta do meacutetodo um grupo de unidades de registro pode ser
identificado atraveacutes de uma unidade de contexto A categorizaccedilatildeo ocorre atraveacutes da inferecircncia
do analista sobre o material produzido e submetido agrave codificaccedilatildeo A categorizaccedilatildeo tem como
objetivo fornecer por condensaccedilatildeo uma representaccedilatildeo simplificada dos dados brutos que
resulta da inferecircncia do analista Neste sentido foram propostas trecircs categorias para o
desenvolvimento deste estudo
Assim na uacuteltima fase que compotildee o meacutetodo da anaacutelise de conteuacutedo consiste na
interpretaccedilatildeo dados que seraacute apresentada a seguir Segundo o meacutetodo a interpretaccedilatildeo eacute o
53
momento em que o analista atribui significaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do texto resumidas apoacutes
tratamento e apresentadas sob a forma de categorias (Figura 5)
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A etapa final do processo de compreensatildeo do material obtido nas entrevistas
constituiu-se na realizaccedilatildeo do reagrupamento das unidades de registro reunidas sob a forma
de unidades de contextosignificaccedilatildeo em categorias Para Bardin (200 p 145) a
categorizaccedilatildeo eacute
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
CATEGORIAS
54
Uma operaccedilatildeo de classificaccedilatildeo de elementos constitutivos de um conjunto por
diferenciaccedilatildeo e seguidamente por reagrupamento segundo o gecircnero (analogia) com
criteacuterios previamente definidos As categorias satildeo rubricas ou classes as quais
reuacutenem um grupo de elementos (unidades de registros no caso da anaacutelise de
conteuacutedo) sob um tiacutetulo geneacuterico agrupamento esse efetuado em razatildeo das
caracteriacutesticas comuns destes element
55
CAPITULO IV
CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ENTREVISTADOS
Embora a anaacutelise envolva a interpretaccedilatildeo de significado e de funccedilatildeo de accedilotildees humanas
e assuma uma forma descritiva e interpretativa propotildee-se a caracterizaccedilatildeo da amostra dos
participantes segundo as variaacuteveis socioeconocircmicas no formato de tabela para um melhor
entendimento e anaacutelise descritiva Desta forma foi realizada a anaacutelise dos dados dos doze (12)
participantes da pesquisa em ambas as instituiccedilotildees
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros 2016
Caracteriacutesticas N
Sexo
Masculino
Feminino
2
10
17
83
Faixa etaacuteria
26 a 35
36 a 45
46 a 55
56 a 65
6
2
3
1
50
17
24
8 Tempo de Formaccedilatildeo
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
2
6
2
2
17
50
17
16 Tempo de atuaccedilatildeo
na Nefrologia
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
7
2
2
1
58
17
17
8
Funccedilatildeo exercida
Assistecircncia
Gerecircncia e assistecircncia
8
4
67
33
Curso de capacitaccedilatildeo
Nefrologia
Enfermagem do trabalho
Mestrado
Terapia intensiva
Natildeo possuem
5
2
4
1
1
37
12
25
13
13
Fonte Pesquisa de campo no HUCFF e HUPE 2016
56
Para a melhor compreensatildeo do estudo foi traccedilado o perfil dos enfermeiros sendo os
mesmos descritos quanto ao sexo agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo como
enfermeiro na nefrologia funccedilatildeo que ocupa curso de capacitaccedilatildeo Os dados do perfil do
profissional que atua na hemodiaacutelise permitiram associaacute-los entre si em busca de aspectos
que favorecem a clareza do fenocircmeno
A amostra foi constituiacuteda de doze (12) enfermeiros do setor de hemodiaacutelise de um
universo de seis (06) enfermeiros do HUCFF e seis (06) enfermeiros do HUPE A Resoluccedilatildeo
da Diretoria Colegiada ndash RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 estabelece o regulamento
teacutecnico para o funcionamento dos serviccedilos de diaacutelise no Brasil e esta RDC no subitem 63
determina ldquoO programa de hemodiaacutelise deve integrar no miacutenimo em cada turno um
enfermeiro para cada 35 pacientesrdquo (BRASIL 2004) Este eacute um ponto criacutetico para a
Enfermagem e merece ser revisado para que haja a garantia da seguranccedila e da qualidade de
assistecircncia ao paciente
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Houve uma predominacircncia do sexo feminino 83 (n = 10) em relaccedilatildeo ao masculino
17 (n= 2) Cunha e Spanhol (2014 p92) afirmam que aquele componente educativo e
cultural de cuidadora do lar e famiacutelia foi se diluindo ao longo dos anos com a emancipaccedilatildeo
da mulher e a busca da igualdade de gecircneros Na esfera do trabalho estas mudanccedilas
permitiram que a mulher coloca-se suas competecircncias a serviccedilo da sociedade adquirindo
57
ldquoautonomia financeira que lhes garantissem benefiacutecios como a seguranccedila social a
aposentadoria e uma salvaguarda contra a pobreza viuvez ou ateacute separaccedilatildeordquo
A feminizaccedilatildeo da aacuterea de sauacutede segundo Abuderne e Naisbitt (1993) surgiu com a
enfermagem sendo responsaacutevel por quarenta a cinquumlenta por cento (40 a 50) do
faturamento hospitalar e eles jaacute afirmavam que as mulheres em seus cargos de autoridade no
setor de sauacutede modificariam o cuidado com a sauacutede e a atitude dos profissionais para com as
mulheres e ainda que nas proacuteximas deacutecadas a sauacutede teria uma tocircnica decididamente feminina
Cunha e Spanhol (2014) concordam que no mundo feminino pode-se contar com o alto
potencial na busca constantemente do crescimento profissional e pessoal de novos desafios
e que estas ser por si soacute uma marca de lideranccedila ou caracteriacutestica de um estilo ainda a ser
descoberto
Estudos revelaram que os homens no Brasil tecircm mais dificuldades para expressar
certas emoccedilotildees negativas em puacuteblico jaacute as mulheres possuem maior liberdade para expressaacute-
las Conforme Schimidt e Silva (2012) eacute provaacutevel que os enfermeiras adquiram um menor
controle em expor suas emoccedilotildees Portanto as percepccedilotildees inferidas pelas enfermeiras deste
setor poderatildeo estar impregnadas com emoccedilotildees e sentimentos ativados por estiacutemulos internos
ou vindos do ambiente as vivecircncias e as experiecircncias possuem uma funccedilatildeo adaptativa frente
as situaccedilotildees vivenciadas gerando uma influecircncia positiva ou negativa nos relacionamentos
Logo existem regras culturais capazes de modificar modular e controlar a
musculatura facial ou movimentos corporais entre os gecircneros Portanto os profissionais de
sauacutede precisam se ater a essa verdade e reconhecer o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica (proacuteprias
e do outro) valorizando as peculiaridades existentes A enfermagem toca o corpo e expotildee o
paciente muitas vezes sem pedir autorizaccedilatildeo adotando uma postura de poder O paciente por
sua vez revela constrangimento e vergonha poreacutem dificilmente questiona ou reclama esse
tipo de invasatildeo pois acredita ser ela necessaacuteria para sua recuperaccedilatildeo
Neste sentido para o enfermeiro do sexo masculino a situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal
poderaacute ser considerada desfavoraacutevel durante a realizaccedilatildeo de um procedimento que necessite
de uma aproximaccedilatildeo mais iacutentima para um procedimento teacutecnico
58
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A faixa etaacuteria dos participantes variou de 26 anos a 64 anos sendo destacada pela
faixa etaacuteria de 26 a 35 anos com 50 (n=6) fato esse que corrobora com a pesquisa realizada
pelo Conselho Federal de Enfermagem ndash COFEN (2011) que afirma que a forccedila de trabalho
dos profissionais de enfermagem no Brasil eacute majoritariamente jovem com 6323 na faixa
etaacuteria entre 26 a 45 anos no auge na sua forccedila produtiva e reprodutiva
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
O tempo de formaccedilatildeo dos enfermeiros concentrou-se na faixa de 11 a 20 anos de
formaccedilatildeo 50 (n=6) sendo que o maior tempo de formaccedilatildeo evidenciado foi a de uma
enfermeira com trinta e oito (38) anos de profissatildeo A experiecircncia cliacutenica e o conhecimento
59
teacutecnico-cientiacutefico satildeo componentes essenciais e complementares para definiccedilatildeo das accedilotildees de
cuidado dos pacientes Para Bittencourt e Crossetti (2013) um conhecimento advindo da
praacutetica possibilita ao enfermeiro o aperfeiccediloamento promovendo o desenvolvimento de
conhecimento especiacutefico de enfermagem fundamentados em pressupostos teoacutericos em
experiecircncia cliacutenica e habilidades interpessoais que auxiliam na tomada de decisatildeo assertiva
para os pacientes
Benner Tanner e Chesla (2009) apud Nuntaboot (2016) em seus estudos relacionaram
a aquisiccedilatildeo de habilidades em enfermagem aos diferentes niacuteveis de praacutetica descrevendo cinco
posiccedilotildees que variam desde o ldquonovicerdquo com limitado reconhecimento de evidecircncias e
pensamentos analiacuteticos ao ldquoexpertrdquo especialista com abrangente compreensatildeo e intuiccedilatildeo
Identificando que o enfermeiro ldquoexpertrdquo possui experiecircncia competecircncia e habilidade na
tomada de decisotildees sendo mais proativos na coleta de evidencias relevantes e em antecipar
problemas do que enfermeiros novatos
Ser proficiente competente e perito exige uma base de experiecircncia com populaccedilotildees de
pacientes em particular com estes niacuteveis de habilidades que o enfermeiro desenvolve nas
diferentes situaccedilotildees cliacutenicas acabam evoluindo ao longo do tempo (NUNTABOOT 2016)
Essas habilidades de identificar possiacuteveis impropriedades requerem mudanccedilas no
conhecimento qualificado que satildeo qualitativamente distintos para os estaacutegios iniciais de
aquisiccedilatildeo de habilidades
A experiecircncia como aqui definida natildeo eacute a mera passagem do tempo mas sim uma
transformaccedilatildeo ativa e refinamento de expectativas e percepccedilotildees em situaccedilotildees evolutivas O
enfermeiro muda de uso exclusivo do objetivo e accedilatildeo com pacientes especiacuteficos O raciociacutenio
cliacutenico baseia-se na compreensatildeo das mudanccedilas do paciente atraveacutes do tempo - que eacute o
raciociacutenio atraveacutes das transiccedilotildees
60
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Quanto ao tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise a anaacutelise dos dados obtidos aponta que
58 (n=7) dos enfermeiros participantes atuam no setor de hemodiaacutelise a mais de 2 anos o
que vem a facilitar o entrosamento devido ao conhecimento do contexto dos protocolos e do
paciente atendido na unidade
O tempo de trabalho no setor pode ser um indicativo de tempo de experiecircncia do
enfermeiro no mercado de trabalho o que pode contribuir para a melhoria na qualidade dos
serviccedilos prestados Trata-se de uma construccedilatildeo de conhecimento diaacuterio que amplia cada vez
mais a capacidade de interpretar as situaccedilotildees e estimular o ponto de partida para novas
inquietaccedilotildees
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
61
Com relaccedilatildeo agrave funccedilatildeo exercida foi identificado que 67 (n=8) dos enfermeiros atuam
na assistecircncia ao paciente embora este setor tenha uma caracteriacutestica diferenciada de
cuidados aos pacientes a maioria dos enfermeiros possui uma atuaccedilatildeo gerencial muito
marcante tambeacutem O tempo disponibilizado no contato direto ao paciente se torna
imprescindiacutevel devido agraves demandas do setor sendo assim o enfermeiro acumula
inevitavelmente as funccedilotildees assistenciais e de gerenciador do setor
Este fato corrobora com estudos desenvolvidos sobre o processo de trabalho do
enfermeiro e as implicaccedilotildees e dificuldades da implementaccedilatildeo da Sistematiza da Assistecircncia
de Enfermagem (SAE) visto que o enfermeiro possui um acuacutemulo de atribuiccedilotildees e o
quantitativo de profissionais eacute insatisfatoacuterio (ZANARDO ZANARDO CAEFER 2011)
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Dentre os principais cursos de aprimoramento profissional relatados estatildeo a
especializaccedilatildeo em nefrologia enfermagem do trabalho terapia intensiva e mestrado O fato da
maioria dos participantes 87 (n=11) possuir especializaccedilatildeo denota uma maior preocupaccedilatildeo
em manter uma boa formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo dos cuidados de enfermagem
De acordo com a RDC 15404 o responsaacutevel teacutecnico do setor de hemodiaacutelise poderaacute
ser um profissional de niacutevel superior com especializaccedilatildeo na aacuterea correspondente assentada
junto ao respectivo conselho profissional aleacutem deste profissional um (1) enfermeiro
especializado em nefrologia que responda pelos procedimentos e intercorrecircncias de
62
enfermagem A resoluccedilatildeo destaca ainda em seu anexo 6 ldquorecursos humanos do serviccedilo de
diaacuteliserdquoitem 69 que
A capacitaccedilatildeo formal e o credenciamento dos Enfermeiros na especialidade de
nefrologia devem ser comprovados por declaraccedilatildeo certificado respectivamente
reconhecidos pela SOBENrdquo No caso do tiacutetulo de especialista poderaacute ser obtido
atraveacutes de especializaccedilatildeo em Nefrologia reconhecido pelo MEC ou pela SOBEN
atraveacutes da prova de tiacutetulo seguindo as normas do Conselho Federal de Enfermagem
O enfermeiro que estiver em processo de capacitaccedilatildeo deve ser supervisionado por
um enfermeiro especialista em nefrologia
Dentre os profissionais que atuam no setor dois (2) natildeo possuem especializaccedilatildeo em
nefrologia e sim em outra aacuterea e um (1) estaacute em processo de capacitaccedilatildeo Haacute por parte dos
enfermeiros uma necessidade de construir uma ldquoidentidade profissional identificando e
demarcando um saber especiacuteficordquo com o propoacutesito de contribuir para o estabelecimento de
uma maior autonomia e domiacutenio das decisotildees frente agrave equipe de enfermagem assim como aos
pacientes Em sua praacutetica diaacuteria o profissional precisa articular o conhecimento teoacuterico com o
conhecimento praacutetico para conquistar e manter a lideranccedila (VALADARES VIANA 2009 P
381)
63
CAPITULO V
RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS
Este capiacutetulo congrega os resultados das anaacutelises dos dados no sentido de atender aos
objetivos propostos para a realizaccedilatildeo do estudo em ambos os cenaacuterios investigados As
unidades de registros (UR) das doze (12) entrevistas foram agrupadas em trecircs (3) categorias agrave
saber O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise Sentidos do espaccedilo do cuidado
em hemodiaacutelise Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Para representar a classificaccedilatildeo das categorias (Quadro 4) foi descrito os nuacutemeros de
UR obtidos em cada entrevista e somatoacuterio total de trezentos e quarenta e cinco (345) UR e
destas foram consideradas (duzentas e setenta e um) 271 UR devido a sua relevacircncia com a
temaacutetica proposta
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do enfermeiro
na hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
2
Sentidos do espaccedilo do
cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Total de Unidades de
Registros relevantes
obtidas em cada
entrevista
21
19
37
24
26
30
24
18
15
17
24
16
271
64
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
Para descriccedilatildeo de cada setor de HD onde a coleta de dados desta pesquisa foi
realizada utilizou-se o meacutetodo de observaccedilatildeo participante com anotaccedilotildees no roteiro de
observaccedilatildeo Foram registrados todos os fatos e fenocircmenos referentes agraves atividades realizadas
e agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente que serviram
de embasamento para as leituras das caracteriacutesticas de uso e apropriaccedilatildeo do espaccedilo da HD
Nelas os enfermeiros foram observados realizando suas atividades rotineiras sem saber que
neste dia estavam sendo estudados
Para entender como o enfermeiro se comporta neste territoacuterio e qual o espaccedilo que ele
ocupa foi necessaacuterio elaborar os mapas (figuras 6 e 7) que representam de forma
esquemaacutetica o setor de hemodiaacutelise com suas caracteriacutesticas fixas e semifixas e as zonas de
distanciamento propostas por Eduard T Hall A classificaccedilatildeo dada agrave arquitetura e aos objetos
em nosso ambiente de espaccedilo como caracteriacutesticas fixa e semifixa eacute descrita por Hall (2005)
em seus estudos como sendo ambas de profundo impacto em nosso comportamento
comunicativo
Para Hall (2005) territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta
caracteriacutesticas reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de
sua proacutepria espeacutecie Franco e Stralen (2012) tambeacutem afirmam que o territoacuterio tem um papel
na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que fornece informaccedilotildees sobre limites que
definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo
das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves funccedilotildees pessoais e sociais a
dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais amplo e seu ao acesso ao
territoacuterio dos mais fracos dito dominado
Em todos os sentidos da palavra o territoacuterio eacute um prolongamento do organismo
indicado por sinais visuais verbais e olfativos Portanto sendo a territorialidade relativamente
fixa este tipo de espaccedilo eacute denominado em relaccedilatildeo agrave proxecircmica de espaccedilo de caracteres
fixos Jaacute os mobiliaacuterios obstaacuteculos e adornos o espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas (HALL
2005)
A primeira categoria tem como temaunidade de significaccedilatildeo o ambiente do cuidado
do enfermeiro na hemodiaacutelise Entre os 12 (doze) corpos de anaacutelise (entrevistas) houve 345
(trezentos e quarenta e cinco 100) UR no total 126 (cento e vinte e seis3652) satildeo
referentes a esta categoria sobre o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
65
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
511 Primeiro Cenaacuterio de investigaccedilatildeo
As figuras representam as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho (HUCFF) sendo em planta baixa (figura 6a) e
em perspectiva (figura 6b) desta forma a elaboraccedilatildeo das plantas humanizadas dos setores satildeo
apresentadas como forma de entendimento destes espaccedilos com as zonas de distanciamento
para fins de anaacutelise do ambiente junto agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica dos participantes da pesquisa
com seus pacientes durante a assistecircncia prestada no setor
Os enfermeiros identificam como espaccedilo do cuidado natildeo soacute a sala de HD mas
tambeacutem demais espaccedilos em anexo este fato eacute claramente percebido nas observaccedilotildees e falas
dos participantes desta forma para a elaboraccedilatildeo dos mapas as distacircncias descritas na
comunicaccedilatildeo proxecircmica satildeo ampliadas ateacute os espaccedilos identificados como sendo de cuidado e
ilustradas por meio das cores anteriormente referidas sendo aplicadas no mapa para melhor
entendimento
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer lugar em qualquer momento [] atender o
paciente com a necessidade dele independente onde ele se localiza A necessidade
vem a vocecirc e natildeo vocecirc a ela Eles chegam aqui com a esperanccedila que algueacutem vai
ajudaacute-lo nem que seja com uma palavra Faccedilo questatildeo de natildeo esquecer isso e
sempre tento ajudaacute-los Qualquer ajuda pode estar contribuindo para adesatildeo ao
tratamento (E1)
66
[] circulo em todos os espaccedilos no local de pesagem eacute importante estar com
pacientes pois eles podem mentir peso Nos escaninhos - tambeacutem circulo para ver
prontuaacuterios os quadros onde tem organizaccedilatildeo dos turnos os quadros de
antibioacuteticos mantenho os dados atualizados dos pacientes que estatildeo em tratamento
(E3)
Os participantes afirmam que o cuidado eacute realizado independente do local sempre que
haacute necessidade de uma intervenccedilatildeo cuidar natildeo eacute somente estar junto ao paciente cuidar eacute dar
conferir e checar registros medicaccedilotildees equipamentos mas tambeacutem eacute a valorizaccedilatildeo e
percepccedilatildeo da necessidade do outro O cuidado necessita da criaccedilatildeo de viacutenculo entre
profissional e paciente e que a compreensatildeo do profissional para que essa relaccedilatildeo deva existir
eacute fundamental para que desenvolva um cuidado saudaacutevel permeado pela intersubjetividade
formando com o espaccedilo fiacutesico um ambiente favoraacutevel agrave sauacutede Aleacutem disso para Pieszak et al
(2013 p 71)
Eacute importante destacar que a reduccedilatildeo da arte agrave simples execuccedilatildeo de teacutecnicas foi um
dos fatores que levou agrave desvalorizaccedilatildeo do conhecimento esteacutetico pois este
corresponde agrave arte da enfermagem que eacute expressiva subjetiva e se torna visiacutevel na
accedilatildeo do cuidar
Na hemodiaacutelise o espaccedilo para as intervenccedilotildees de ordem teacutecnica ou mecacircnica eacute
contiacutenuo o que poderaacute colocar o processo de relaccedilatildeo intersubjetiva e consequentemente o
processo de comunicaccedilatildeo como o instrumento de intervenccedilatildeo secundaacuteria Assim mesmo
com toda a tecnologia espera-se que os profissionais sejam capazes de construir a partir do
processo de interaccedilatildeo ou relaccedilatildeo subjetiva estabelecendo relaccedilotildees terapecircuticas com os
pacientes Para Formozo et al (2012) o cuidado em sauacutede eacute compreendido como um ato
singular que objetiva o bem-estar das pessoas envolvidas eacute imprescindiacutevel que o ser cuidado
e o ser cuidador estabeleccedilam uma interaccedilatildeo produtiva Desta forma aos poucos estabelece
uma aproximaccedilatildeo entre os sujeitos no contexto das interaccedilotildees sociais Para que estas
interaccedilotildees sejam profiacutecuas eacute preciso ter habilidades para subsidiar as demandas impliacutecitas no
cuidado
Ao afirmarem que circulam pelos diferentes espaccedilos fica claro no cuidado na HD que
o enfermeiro eacute quem circula por todo o ambiente permanecendo nos diferentes espaccedilos
durante a permanecircncia do paciente desta forma partindo do pressuposto que o paciente se
manteacutem fixo na maioria do periacuteodo de tratamento sentado junto agrave maacutequina seraacute considerado
como o espaccedilo a ser invadido pelo enfermeiro o espaccedilo iacutentimo ao redor do paciente
67
A proposta de elaborar um instrumento que auxilie na identificaccedilatildeo dos diferentes
espaccedilos com a percepccedilatildeo dos enfermeiros no uso dos sentidos foi possiacutevel por meio da
conjugaccedilatildeo de teacutecnicas observacionais com a teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica
possibilitando a construccedilatildeo de um produto apresentado de forma esquemaacutetica e colorimeacutetrica
denominado Mapeamento Comportamental Proxecircmico do enfermeiro na hemodiaacutelise O
Mapeamento Comportamental apresenta como sendo espaccedilo iacutentimo (vermelho) a poltrona do
paciente e a partir desde ponto afastando-se do paciente surgem o espaccedilo pessoal
(laranja) espaccedilo social (amarelo) e espaccedilo puacuteblico (verde)
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
O ambiente eacute climatizado bem iluminado com lacircmpadas fluorescentes e haacute um
conjunto de vidraccedilas sempre fechadas e protegidas por peliacutecula protetora Existem trecircs
espaccedilos fixos no espaccedilo ao centro (Box 2) eacute onde se localiza a porta de entrada para o setor
destinado agrave circulaccedilatildeo de pessoas existe uma balanccedila que eacute utilizada por todos os pacientes
para a pesagem (espaccedilo puacuteblico) Em caso de emergecircncia ou precauccedilatildeo de contato os
68
pacientes satildeo alocados neste espaccedilo em macas junto agraves maacutequinas reservas de HD para
realizarem a hemodiaacutelise Eacute um espaccedilo amplo sem obstaacuteculos como mobiliaacuterios o que vem a
facilitar a visualizaccedilatildeo da equipe de enfermagem embora o espaccedilo natildeo esteja proacuteximo agrave
bancada de enfermagem
Uma visualizaccedilatildeo mais centralizada com o posto de enfermagem no meio do salatildeo e
ao redor os pacientes eacute o ideal mas o espaccedilo tem que ser adequado aqui temos um
espaccedilo adequado mas o Box 2 fica afastado de nossa visatildeo (E1)
A minha visatildeo de sala de HD a natildeo ser que tivesse dois enfermeiros plantonistas eacute
de uma sala circular igual a um Centro de Terapia Intensiva (CTI) o enfermeiro
tem que ter a visatildeo de todos os pacientes (E5)
Haacute uma unanimidade na necessidade de um espaccedilo adequado para o efetivo cuidado
os enfermeiros afirmam que precisam de um espaccedilo que possua uma boa visualizaccedilatildeo de
todos os pacientes com um balcatildeo de enfermagem centralizado e acesso faacutecil a materiais
medicamentos e prontuaacuterios De acordo com Savi e Rech (2015) as caracteriacutesticas semifixas
satildeo definidas como a preocupaccedilatildeo com a localizaccedilatildeo fiacutesica dos recursos de forma simples eacute a
configuraccedilatildeo de departamentos de centros de trabalho instalaccedilotildees e equipamentos dos
elementos aos quais se aplica o trabalho de um setor Deve-se ter a preocupaccedilatildeo de natildeo soacute
aperfeiccediloar as condiccedilotildees de trabalho mas tambeacutem racionalizar os fluxos do trabalho a
disposiccedilatildeo fiacutesica dos postos e tornar a movimentaccedilatildeo das pessoas ainda mais faacutecil
Essas caracteriacutesticas semifixas devem sobretudo propor bem estar Natildeo eacute raro nos
dias de hoje que arquitetos decoradores e paisagistas participem da elaboraccedilatildeo de arranjos
fiacutesicos na tentativa de tornar o ambiente de trabalho mais agradaacutevel e favoraacutevel as demandas
diaacuterias A necessidade de estudaacute-lo existe sempre que se pretende a implantaccedilatildeo de um novo
setor uma nova unidade de serviccedilo ou quando se estiver promovendo a reformulaccedilatildeo das
atividades desenvolvidas
A figura 6b apresenta-se por uma perspectiva que permite a visualizaccedilatildeo da porta de
entrada do setor e o detalhamento das caracteriacutesticas semifixas Nos espaccedilos fixos laterais
denominados de Box 1 e 3 apresentam seus mobiliaacuterios organizados de maneira muito
semelhante principalmente as poltronas de diaacutelise e o balcatildeo de enfermagem onde estatildeo
posicionados com as mesmas distacircncias entre si Este balcatildeo de enfermagem possui um
computador para o acesso ao prontuaacuterio eletrocircnico do Hospital Universitaacuterio (Pront HU)2
(espaccedilo social) atraacutes de cada balcatildeo um escaninho com os prontuaacuterios impressos dos
2 Eacute um prontuaacuterio eletrocircnico dos pacientes do hospital seu acesso eacute atraveacutes de senha eletrocircnica pessoal
69
pacientes (espaccedilo puacuteblico) bancada para preparaccedilatildeo dos medicamentos (espaccedilo puacuteblico)
quatro (4) poltronas reclinaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) quatro (4) maacutequinas de hemodiaacutelise (espaccedilo
pessoal) aleacutem de pias para lavagem das matildeos (espaccedilo puacuteblico)
Figura 06b Mapeamento Comportamental proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Todo o setor dispotildee de sistema de tubulaccedilatildeo de oxigecircnio ar comprimido e
vacuocircmetro sistema de distribuiccedilatildeo de aacutegua tratada para diaacutelise A unidade conta ainda com
uma sala de utilidade sala de expurgo sala de curativo sala de chefia sala dos meacutedicos e o
banheiro encontra-se fora do setor Segundo Savi e Rech (2015) a necessidade de tomar
decisotildees sobre as caracteriacutesticas fixas e semifixas decorre de vaacuterios motivos melhoria do
ambiente de trabalho o local de trabalho e as condiccedilotildees fiacutesicas de trabalho principalmente
nos assuntos relacionados agrave ergonomia podem ser fatores motivadores ou desmotivadores
Um banheiro longe uma balanccedila mal posicionada falta de claridade pias desativadas ou sem
70
condiccedilotildees de uso mobiliaacuterios potenciais causadores de acidentes entre outros podem fazer
muita diferenccedila em nosso comportamento durante a permanecircncia neste espaccedilo
Um layout correto proporciona um fluxo de comunicaccedilatildeo entre as atividades de
maneira mais eficiente e eficaz melhorando a utilizaccedilatildeo das aacutereas produtivas obtendo maior
facilidade na administraccedilatildeo das tarefas diminuindo assim os problemas ergonocircmicos e
flexibilizando os processos em casos de mudanccedilas ou adequaccedilotildees
Durante a chegada do paciente e no momento preacute-diaacutelise os enfermeiros se mantecircm
proacuteximos do paciente ocupando sempre o espaccedilo iacutentimo e o pessoal jaacute durante o periacuteodo de
transdiaacutelise onde o paciente jaacute foi instalado na maacutequina os enfermeiros se mantecircm no espaccedilo
social e no puacuteblico O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em
relaccedilatildeo aos outros durante a conversaccedilatildeo Aleacutem das caracteriacutesticas semifixas o espaccedilo
disponiacutevel sem obstaacuteculos entre os interlocutores podem favorecer a distacircncia de aproximaccedilatildeo
durante a interaccedilatildeo (HALL 2005)
Os dois principais momentos que ficamos no iacutentimo e pessoal satildeo na instalaccedilatildeo do
paciente agrave maacutequina no momento da transdiaacutelise que verifico a pressatildeo arterial ou
se tiver alguma intercorrecircncia e ao final quando termina o procedimento (E4)
Aqui trabalho bem proacutexima ao paciente ateacute porque o nuacutemero de teacutecnicos e
enfermeiros eacute reduzido [] quando chega o paciente eu posiciono-o ajudo na
instalaccedilatildeo fico muito no maquinaacuterio e proacuteximo a bancada (E6)
Os espaccedilos satildeo demarcados pelos enfermeiros com sendo iacutentimo e pessoal em
diferentes momentos que necessitam de uma aproximaccedilatildeo para executar um procedimento e
apoacutes executarem determinada tarefa existe um afastamento se mantendo no social para uma
melhor visatildeo geral de todos os pacientes e para proporcionar ao paciente uma privacidade As
sucessivas aproximaccedilotildees satildeo referidas como sendo algo muito contiacutenuo mas que tambeacutem natildeo
podem interferir no bem estar e invasatildeo do espaccedilo do paciente
Para Schimidt e Silva (2012) o que eacute caracterizado com invasatildeo do espaccedilo satildeo accedilotildees
referentes agrave manipulaccedilatildeo do corpo do paciente ou de pertences a ocupaccedilatildeo do seu espaccedilo
pessoal ou iacutentimo pelo profissional sem autorizaccedilatildeo preacutevia a permissatildeo de pessoas estranhas
ou em quantidade que superlote seu territoacuterio e a violaccedilatildeo satildeo accedilotildees referentes agraves exposiccedilotildees e
agraves intrusotildees fiacutesicas e visuais que violam a privacidade fiacutesica e emocional do paciente sendo
os dois exemplos mais incidentes agrave negligecircncia o uso inadequado de biombos ou ateacute mesmo a
exposiccedilatildeo de um cateter na femural Nesse mesmo estudo Schimidt e Silva (2012) afirmam a
71
situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal considerada mais desagradaacutevel eacute quando a enfermagem realiza
um procedimento teacutecnico em uma regiatildeo mais iacutentima e na HD este momento eacute vivenciado ao
se manipular um cateter localizado na arteacuteria femural pois o paciente precisa expor o acesso
levantando sua bermuda ou saia trazendo-lhe um constrangimento diante dos demais
pacientes
512 Segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo
O segundo cenaacuterio da pesquisa investigado representa o setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) (figuras 7a e 7b) que apresenta dimensotildees
diferentes do primeiro cenaacuterio assim como as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor No
setor de HD o espaccedilo puacuteblico eacute localizado na sala de registros de enfermagem um espaccedilo em
anexo a sala de HD que eacute separada por uma parede de vidro
O setor eacute climatizado com boa iluminaccedilatildeo possui um uacutenico salatildeo onde haacute na entrada
uma balanccedila para pesagem dos pacientes duas pias para lavagem do braccedilo e no salatildeo existem
oito (8) poltronas reclinaacuteveis e confortaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) oito (8) maacutequinas de hemodiaacutelise
(espaccedilo pessoal) no centro do salatildeo haacute um balcatildeo de enfermagem (espaccedilo social) amplo
com armaacuterios para guarda medicamentos insumos e demais mateacuterias utilizados na
hemodiaacutelise
Ao serem questionados sobre facilidades e dificuldades do ambiente os enfermeiros
relataram que o espaccedilo (figura 7a) e sua utilizaccedilatildeo satildeo adequados em muitos aspectos como o
balcatildeo centralizado com acesso faacutecil a materiais (medicaccedilotildees agulhas capilares de HD etc)
nesta disposiccedilatildeo permite uma melhor visualizaccedilatildeo de todos os pacientes assim como de todos
os profissionais que prestam os cuidados durante a permanecircncia do paciente na HD
Entretanto natildeo satildeo propiacutecios e adequados para se estabelecer as interaccedilotildees e os cuidados de
enfermagem de forma singular por considerarem um espaccedilo pequeno
O ambiente tem que facilitar - se tem uma visualizaccedilatildeo direta de todas as maacutequinas
com o apoio de um balcatildeo com acesso a tudo que precisamos desde materiais ateacute
prontuaacuterios dos pacientes eacute o ideal o problema eacute que com o espaccedilo eacute pequeno
temos que nos limitar em nossas movimentaccedilotildees (E7)
O ambiente facilita a comunicaccedilatildeo gosto do espaccedilo mas faccedilo meus registros de peacute
no balcatildeo natildeo temos aonde sentar soacute na sala de registros Entatildeo a dificuldade eacute o
espaccedilo ser pequeno e o balcatildeo muito alto [] natildeo gosto da sala de registros
72
porque fico longe dos pacientes tenho que olhar atraveacutes dos vidros e natildeo daacute para
ver direito aleacutem de que poderaacute retardar o meu tempo de accedilatildeo (E8)
As manisfestaccedilotildees de insatisfaccedilatildeo com o ambiente surgiram em ambos os cenaacuterios
cada qual analisado de acordo com suas caracteriacutesticas proacuteprias mas eacute notoacuterio que algumas
dificuldades satildeo descritas como de faacutecil soluccedilatildeo quando se trata de organizaccedilatildeo e
planejamento do arranjo das caracteriacutesticas semifixas como a distribuiccedilatildeo dos mobiliaacuterios no
ambiente mas quando se trata de dimensotildees das caracteriacutesticas fixas do ambiente natildeo eacute de
faacutecil resoluccedilatildeo Para os depoentes do primeiro cenaacuterio investigado o ambiente eacute amplo mas
natildeo favorece uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes devido o balcatildeo natildeo ser centralizado
jaacute o segundo cenaacuterio apresenta balcatildeo centralizado e alto mas o espaccedilo eacute inapropriado para
atender as necessidades de circulaccedilatildeo devido ao tamanho do salatildeo
Eacute atraveacutes das satisfaccedilotildees humanas que se pode conseguir uma qualidade assistencial
seja de forma direta atraveacutes da reduccedilatildeo de tempos movimentos e recursos seja de forma
indireta pela promoccedilatildeo de uma maior satisfaccedilatildeo do trabalho sauacutede do trabalhador refletindo
em sua motivaccedilatildeo componente indubitavelmente atrelado agrave produtividade (SILVA
PINHEIRO MOREIRA 2011)
Facilidade eacute por ser pequeno e consigo observar todos os pacientes mas natildeo tem
conforto porque fico em peacute na bancada Em contra partida dificulta quando temos
paciente na maca natildeo tem mobilidade na hora de fazer assistecircncia natildeo consigo
chegar aos equipamentos (E9)
A facilidade eacute que em qualquer posiccedilatildeo no salatildeo estarei proacuteximo e consigo ter uma
reaccedilatildeo raacutepida numa intercorrecircncia tambeacutem natildeo preciso falar alto para falar com
ele Dificuldade eacute porque poderia ser um pouco mais amplo o espaccedilo eacute pequeno as
poltronas satildeo muito proacuteximas umas das outras e esbarramos agraves vezes no outro
paciente ou no colega (E12)
As unidades de diaacutelise devem atender aos requisitos de estrutura fiacutesica previstos na
RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou instrumento legal que venha a substituiacute-
la No Art 22 da RDC Nordm112014 eacute referido que ldquoo posto de enfermagem da sala para
hemodiaacutelise da sala para diaacutelise peritoneal e da sala de recuperaccedilatildeo e atendimento de
emergecircncia deve possibilitar a observaccedilatildeo visual total das poltronasleitos (BRASIL 2002
BRASIL 2014)
O ambiente da HD deve atender agraves especificaccedilotildees de instalaccedilotildees previstas na
Resoluccedilatildeo entretanto encontramos diferentes disposiccedilotildees de mobiliaacuterios nas unidades de HD
73
devido aos padrotildees arquitetocircnicos das instituiccedilotildees e eacute importante avaliarmos a possibilidade
de mudanccedilas para favorecer a circulaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo geral do ambiente
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta figura eacute possiacutevel visualizar em anexo ao salatildeo de HD que existe uma sala de
enfermagem (espaccedilo puacuteblico) referida pelos enfermeiros como sala de registros separada por
uma parede de vidro este espaccedilo eacute destinado agrave evoluccedilatildeo de enfermagem guarda de
prontuaacuterios e demais documentos Esta sala de registros possui cadeiras e balcatildeo pias para
lavagem das matildeos (sem uso) e armaacuterios para guarda de materiais e uma ampla janela de vidro
por onde entra a luz natural Este vidro que separa os ambientes permite a equipe visualizar o
espaccedilo do salatildeo de hemodiaacutelise
74
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta perspectiva (figura 7b) identifica-se o salatildeo de HD com seus espaccedilos iacutentimo
pessoal e social eacute possiacutevel visualizar a porta que daacute acesso a sala de registros (espaccedilo puacuteblico) e a
parede com vidro que permite a visualizaccedilatildeo de ambos os ambientes percebesse que devido agraves
dimensotildees do espaccedilo ser pequeno o balcatildeo encontra-se centralizado (espaccedilo social) permitindo
uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes no salatildeo contudo existe uma proximidade muito
grande entre as poltronas dos pacientes (espaccedilo iacutentimo) e pouco espaccedilo entre o balcatildeo e as
poltronas A maioria dos participantes afirma que esta proximidade entre os pacientes interfere na
privacidade destes restringindo o enfermeiro a discutir determinados assuntos mais iacutentimos ou
pessoais
Damos orientaccedilotildees no salatildeo sim mas satildeo gerais muito geneacutericas e que serviratildeo
para todos mas natildeo eacute uma consulta de enfermagem natildeo eacute pessoal (E6)
Para dar uma assistecircncia mais individual o salatildeo natildeo eacute o local mais indicado
quando eacute uma questatildeo de orientaccedilatildeo e natildeo traacutes nenhum tipo de constrangimento
para o paciente falo ali mesmo (E9)
O enfermeiro possui um papel fundamental no acolhimento e na melhoria da qualidade
de vida do paciente por isso deve desenvolver competecircncias para ajudaacute-lo a aceitar o
75
tratamento e aderir ao plano de cuidados traccedilados Eacute neste acolhimento que o enfermeiro
responsaacutevel pela sala de HD no decorrer do processo agitado de mudanccedila de turno e iniacutecio da
nova sessatildeo de HD deve conseguir recolher o maacuteximo de informaccedilotildees possiacuteveis sobre o
paciente para garantir uma assistecircncia de cuidados adequados ao iniciar o tratamento com
seguranccedila Teraacute de fazecirc-lo em plena sala de HD com os outros pacientes ao redor o que o
limitaraacute em algumas discussotildees para natildeo desrespeitar a privacidade do paciente restringindo-
o a intervir ou orientar em situaccedilotildees mais especiacuteficas
O acolhimento do paciente renal crocircnico em iniacutecio de hemodiaacutelise eacute da competecircncia
do enfermeiro pois eacute ele que tem um melhor conhecimento da pessoa e do contexto cada
experiecircncia de acolhimento deve ser flexiacutevel e ajustada agrave situaccedilatildeo cliacutenica da pessoa natildeo deve
ser padronizado deve-se estabelecer com ele um elo uma relaccedilatildeo de proximidade e de
presenccedila permanente no cuidado ao paciente na HD O enfermeiro interage com o paciente
durante todo o periacuteodo de permanecircncia no setor e no miacutenimo trecircs vezes na semana essa
convivecircncia e o cuidado prolongado possibilitam que ambos experimentem uma gama de
fenocircmenos sentimentos pensamentos e reaccedilotildees que podem interferir de forma positiva no
processo de comunicaccedilatildeo dentre esses estatildeo a empatia a confianccedila e o respeito muacutetuo
(STEFANELLI CARVALHO 2012)
Conforme Fernandes e Cruz (2017) os enfermeiros reconhecem que satildeo os
profissionais mais competentes para acolher a pessoa em iniacutecio de hemodiaacutelise e estabelecer
com ela uma ligaccedilatildeo uma relaccedilatildeo de proximidade e confianccedila que poderaacute ser determinante
para o sucesso do processo de adesatildeo ao tratamento A tarefa de cuidar do paciente em HD eacute a
atividade realizada entre todos os membros da equipe de sauacutede e dessa forma tambeacutem eacute uma
atribuiccedilatildeo do enfermeiro Neste cenaacuterio o enfermeiro assume uma postura de assistecircncia e
gerecircncia pois a natureza do trabalho do enfermeiro exige atender diferentes demandas de
atenccedilatildeo que estatildeo ligadas agrave complexidade da assistecircncia prestada e do ambiente de trabalho A
Lei do Exerciacutecio Profissional nordm749886 relata que eacute uma das atividades privativas do
enfermeiro prestar cuidados de maior complexidade teacutecnica e que exijam conhecimentos
cientiacuteficos e ainda capacidade para tomar decisotildees imediatas (COFEM 1986)
O enfermeiro da HD por manter um contato constante e contiacutenuo com o paciente na
terapia renal ao prestar um cuidado se envolve e aprende a exercitar seu compromisso
favorecendo estreita relaccedilatildeo com o paciente e consequentemente contribuindo para
assistecircncia de qualidade Portanto nesse ambiente o trabalho do enfermeiro natildeo se resume a
articular os diversos meios de trabalho da equipe de sauacutede e de enfermagem mas na prestaccedilatildeo
direta de cuidados que necessitam de respostas individuais e complexas que atendam as
76
necessidades impliacutecitas Dessa forma o trabalho na HD exige novas competecircncias dos
profissionais que se deparam com mudanccedilas tecnoloacutegicas e exigecircncias especiacuteficas
provocando muitas vezes transformaccedilotildees no seu processo de trabalho (CAMELO 2012)
Na HD natildeo trabalhamos sozinhos trabalhamos com vaacuterios profissionais e muitas
vezes sou eu que vou identificar um problema que a nutriccedilatildeo ainda natildeo viu E
tambeacutem o social e vou discutir com a enfermeira chefe pois eu sei que ela faz esta
parte social [] quando Identifico um problema aiacute mexe comigo e eu me coloco a
disposiccedilatildeo para resolver ou solicito ajuda para auxiliar nas orientaccedilotildees (E5)
O paciente ao chegar no setor de HD desconhece o tratamento eles acham que
faratildeo a HD durante um determinado tempo e vatildeo se ldquocurarrdquo Sou eu que muita das
vezes converso e informo que eacute contiacutenuo que o rim dele natildeo voltaraacute a funcionar e
que sem a HD ou um transplante natildeo seraacute possiacutevel viver (E11)
Os pacientes mesmo realizando a HD satildeo comumente afetados por uma infinidade de
problemas cliacutenicos que necessitam de avaliaccedilatildeo e monitorizaccedilatildeo contiacutenua incluindo diabetes
anemia doenccedila oacutessea e cardiovascular desnutriccedilatildeo complicaccedilotildees com o acesso vascular
gestatildeo de volume hiacutedrico e aquelas relacionadas agraves questotildees psicossociais e emocionais Os
enfermeiros afirmam fazer o acolhimento independente de ter um espaccedilo proacuteprio realizam
suas orientaccedilotildees e prestam o cuidado de forma coletiva
Fernandes e Cruz (2017) descrevem em seus estudos a educaccedilatildeo terapecircutica da pessoa
como um processo complexo orientado pelo esclarecimento sobre a terapia dialiacutetica os
ganhos em sauacutede mudanccedilas nutricionais e hiacutedricas cuidados com acessos vasculares e
elucidaccedilatildeo das alteraccedilotildees de vida Identificam como dificuldades no processo educativo os
internamentos de curta duraccedilatildeo escassez de recursos humanos e sobrecarga de trabalho falta
de motivaccedilatildeo dos profissionais falta de articulaccedilatildeo da equipe multidisciplinar falta de
estruturaccedilatildeo e sistematizaccedilatildeo do processo de adesatildeo No processo de adesatildeo ao regime
terapecircutico o envolvimento da famiacutelia a regressatildeo dos sintomas o empenho a simpatia e
confianccedila estabelecida com a pessoa satildeo aspectos fundamentais
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer espaccedilo vai desde a porta de entrada porque
tem a sala de chefia de enfermagem que passa orientaccedilotildees para o paciente Na sala
de curativo eacute cuidado total orientaccedilatildeo confecccedilatildeo de curativo recepccedilatildeo dele mas
somente para aqueles com cateteres (E5)
Faccedilo as orientaccedilotildees aqui mesmo e os pacientes ao lado tambeacutem ouvem isso eacute bom
porque pode servir para ele Quando eacute algo mais reservado faccedilo apoacutes a
hemodiaacutelise em outro espaccedilo porque aqui natildeo haacute privacidade (E12)
77
Independente do cenaacuterio investigado percebesse que o acolhimento eacute realizado de
acordo com a necessidade de cada paciente ou pela percepccedilatildeo do enfermeiro em qualquer
lugar e momento Os depoentes relatam que as orientaccedilotildees dadas a um determinado paciente
poderatildeo servir de exemplo para os demais que estatildeo ouvindo embora muitos afirmem que o
espaccedilo comum da sala de HD eacute o mais difiacutecil para o estabelecimento de conversas francas e
empaacuteticas entre o paciente e o enfermeiro de modo que o paciente se sinta confortaacutevel para
compartilhar os seus problemas e preocupaccedilotildees mais iacutentimas
Percebe-se a falta de um espaccedilo especiacutefico de enfermagem nas unidades onde os
pacientes possam ser acolhidos abordados e avaliados em todos os paracircmetros que os afetam
aleacutem do tratamento de HD em si Eacute importante ressaltar que o acolhimento eacute realizado sim e
em qualquer momento ou espaccedilo entretanto o que se discuti eacute a importacircncia de acolher em
um espaccedilo propiacutecio para uma consulta de enfermagem e este tipo de avaliaccedilatildeo soacute seraacute
possiacutevel com um tempo e espaccedilo proacuteprio onde seja permitido o estabelecimento de
comunicaccedilatildeo e uma relaccedilatildeo terapecircutica de confianccedila muacutetua com o paciente Estudos recentes
apontam que a consulta de Enfermagem traz benefiacutecios agrave sociedade e proporciona orientaccedilatildeo
de medidas favoraacuteveis que visam agrave abordagem apropriada agraves necessidades inerentes dos
pacientes (OLIVEIRA et al 2012)
Frente agrave importacircncia da consulta de Enfermagem na assistecircncia ao paciente em HD e
por acreditar que o enfermeiro deve se preocupar com a implementaccedilatildeo de praacuteticas que
ofereccedilam condiccedilotildees seguras e de qualidade para o desempenho de suas atividades existem
diversos fatores que interferem na realizaccedilatildeo e na qualidade da consulta de Enfermagem
dentre estes se destacam o quantitativo de profissionais enfermeiros espaccedilo fiacutesico tempo e
alta demanda de pacientes a dificuldade no agendamento das consultas a formaccedilatildeo
profissional
Neste setor natildeo temos um ambiente de consulta de enfermagem e natildeo conseguimos
pela falta de enfermeiro no momento natildeo existe nenhum ambiente onde
proporcione uma conversa mais privada entre enfermeiro e paciente (E4)
Espaccedilo de consulta de enfermagem deve ser individualizado e natildeo daacute para fazer um
diagnoacutestico adequado sem ter uma privacidade seria ideal ter um espaccedilo de
consulta porque consulta eacute o todo a observaccedilatildeo o contato o exame fiacutesico as
pessoas natildeo querem expor problemas pessoais em um ambiente puacuteblico onde todos
estatildeo ouvindo natildeo soacute os pacientes mas aqueles que transitam (E6)
78
Para os participantes eacute fundamental um espaccedilo reservado para avaliaccedilatildeo contiacutenua do
paciente um espaccedilo favoraacutevel a interaccedilatildeo do profissional com o paciente para identificaccedilatildeo
de problemas e implementaccedilatildeo do processo de enfermagem eacute necessaacuterio que todas as
evoluccedilotildees de enfermagem sejam realizadas no prontuaacuterio ou permaneccedilam no sistema
eletrocircnico para futuros acessos entretanto em um dos cenaacuterios os registros satildeo feitos em
prontuaacuterio eletrocircnico que fica disponiacutevel durante um determinado periacuteodo depois o proacuteprio
sistema os excluiu impedindo que haja um registro diaacuterio permanente do paciente para
acompanhamento contiacutenuo
Os pacientes admitidos para iniciar uma terapia renal substitutiva por hemodiaacutelise
passam por avaliaccedilatildeo de diferentes profissionais como nutricionista assistente social
meacutedico psicoacutelogo e enfermeiro Nesta primeira consulta de enfermagem o enfermeiro deve
levantar o histoacuterico do paciente como tambeacutem explicar sobre a doenccedila renal crocircnica e o
processo dialiacutetico enfatizar a importacircncia da adesatildeo agrave terapia dialiacutetica ao tratamento
medicamentoso e as orientaccedilotildees nutricionais orientar sobre os cuidados com o acesso
vascular para a hemodiaacutelise (cateter duplo luacutemen ou fiacutestula arteriovenosa) enfatizar a
importacircncia do controle da ingesta hiacutedrica e ganho de peso
O impacto inicial do tratamento decorrente do diagnoacutestico e tratamento imediato
resultante da falta de preparo e orientaccedilatildeo preacutevia eacute uma realidade da maioria dos pacientes
com DRC Isso remete a pensar sobre a importacircncia do acolhimento ao paciente renal crocircnico
mediante a nova condiccedilatildeo que a doenccedila lhe impotildee quando o mesmo passa a depender do
tratamento dialiacutetico Segundo Medeiros e Medeiros (2013) o acolhimento recai na
humanizaccedilatildeo do atendimento que por sua vez pressupotildee a garantia de acesso a todas as
pessoas Diz respeito ainda agrave escuta do problema de sauacutede do usuaacuterio de forma qualificada e
resolutiva
Apoacutes esta consulta o paciente deve ser encaminhado para realizar sua primeira sessatildeo
de hemodiaacutelise na qual seratildeo realizados os seguintes procedimentos coleta de material para
exames laboratoriais instalar o paciente em maacutequina de hemodiaacutelise especiacutefica para pacientes
com sorologia desconhecida fazer o reuso do dialisador na maacutequina ateacute confirmaccedilatildeo de
sorologias encaminhar para vacinaccedilatildeo contra hepatite B encaminhar para o serviccedilo de
nutriccedilatildeo serviccedilo social e psicologia caso ainda natildeo tenha sido feita avaliaccedilatildeo pelos
profissionais
A instalaccedilatildeo do paciente na hemodiaacutelise eacute um ponto criacutetico desse processo a equipe
de enfermagem deve estar atenta para prevenir complicaccedilotildees relacionadas haacute esse tempo para
79
isso eacute fundamental que o cuidado esteja fundamentado a luz do conhecimento cientiacutefico que
os procedimentos operacionais estejam escritos disseminados e toda equipe treinada para
garantir seguranccedila e qualidade no atendimento
Natildeo existe um espaccedilo para se realizar a consulta de enfermagem entatildeo ateacute o
paciente de primeira vez onde satildeo coletados dados para ficha de anamnese satildeo
feitas na sala puxo uma cadeira fico o mais proacuteximo possiacutevel e vou fazendo as
perguntas e por mais proacutexima que eu esteja os demais pacientes acabam ouvindo
as repostas do paciente (E3)
O espaccedilo pode interferir na comunicaccedilatildeo Seria ideal um espaccedilo privado porque o
paciente tem vergonha de falar todos os assuntos Apesar de que no segundo turno
eles tecircm um viacutenculo muito grande porque satildeo pacientes de programas e se
conhecem a muito tempo mas mesmo assim tecircm assuntos que eles natildeo querem
compartilhar (E8)
Esses dados corroboram com estudos realizados por Oliveira et al (2012) no qual
confirmam que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a consulta de
enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de satisfaccedilatildeo
biopsicossocial destacam ainda que a consulta de enfermagem favorece o estabelecimento
de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e flexibilidade que
proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de acolhimento favorecendo
a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
A comunicaccedilatildeo eacute a principal ferramenta que possibilita o relacionamento pois
pressupotildee uma interaccedilatildeo entre as pessoas troca ou partilha de opiniotildees informaccedilotildees bem
como a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees A consulta de enfermagem possibilita o
enfermeiro a ouvir seu paciente e percebecirc-lo como ser uacutenico de onde ressaltam sentimentos
como a valorizaccedilatildeo que se refletem na melhor adesatildeo do paciente aos cuidados e esquemas
terapecircuticos jaacute que estes necessitam de relaccedilotildees de confianccedila para reduzir o medo a
ansiedade e restabelecer a sauacutede
Assim estar proacuteximo e dialogar contribuem para o surgimento da empatia e dos laccedilos
de confianccedila entre enfermeiras e pacientes avigora o viacutenculo Estudos apontam que a
comunicaccedilatildeo eacute essencial para a realizaccedilatildeo da consulta de Enfermagem cabendo ao
enfermeiro ter consciecircncia da importacircncia dos comportamentos verbais e natildeo verbais durante
a comunicaccedilatildeo reconhecendo emoccedilotildees expectativas e estereoacutetipos que possam interferir no
atendimento (NERY et al 2012)
80
Natildeo haacute individualidade do paciente um estaacute do lado do outro quando um passa
mal natildeo nem sempre temos o biombo disponiacutevel entatildeo natildeo tem privacidade Se faccedilo
um cuidado ou estou orientando todos estatildeo ouvindo (E6)
Natildeo existe um espaccedilo de privacidade seria interessante um espaccedilo proacuteprio
entretanto o quantitativo de funcionaacuterios natildeo eacute suficiente noacutes ficamos responsaacuteveis
pelo que acontece no salatildeo tambeacutem no que acontece nas diaacutelise externa o
quantitativo ideal no salatildeo seriam 5 teacutecnicos e 1 enfermeiro (E9)
Os depoentes relatam que a consulta de enfermagem permitiraacute o enfermeiro a ouvir
seu paciente e perceber sua singularidade mas se este espaccedilo natildeo eacute adequado natildeo haacute uma
individualidade e nem privacidade mesmo que exista um biombo os pacientes proacuteximos
ouvem a conversa Assim o espaccedilo onde se presta o cuidado de enfermagem eacute visto pelos
profissionais como desfavoraacutevel e inadequado para a construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da
assistecircncia pois natildeo possibilita quando necessaacuterio proporcionar um local de comunicaccedilatildeo
reservado embora ofereccedila um ambiente de trabalho que auxilia ao tipo de tratamento
prestado
Segundo Macedo Sena e Miranda (2013) eacute importante considerar os efeitos dos
espaccedilos fiacutesicos no respeito aos direitos e necessidades das pessoas As consultas de
enfermagem preferencialmente devem ser realizadas em um ambiente privado preparado
especialmente para o atendimento agrave sauacutede Para isso considerar tanto as caracteriacutesticas das
pessoas a serem atendidas como a necessidade de pocircr agrave sua disposiccedilatildeo tecnologias
assistenciais e educativas diversas
Um espaccedilo proacuteprio de consulta jaacute existiu mas devido agrave falta de pessoal acabou Era
um ambulatoacuterio multiprofissional mas natildeo tinha ningueacutem para atender Se
houvesse este espaccedilo haveria melhoria na qualidade da assistecircncia teria contato
com ele e a famiacutelia iria identificar questotildees que em quatro horas em um ambiente
comum eu natildeo consigo Ele teria confianccedila (E1)
Somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente para que eu possa intervir e passar as
orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos preacutevios com cada paciente da diaacutelise
(E5)
O enfermeiro desempenha um papel relevante junto ao paciente num sentido bem
mais abrangente objetivando uma assistecircncia integralizada em prol da melhoria do estado de
sauacutede do paciente e a funccedilatildeo da consulta deve ultrapassar os limites da informaccedilatildeo e
81
orientaccedilatildeo ao paciente proporcionando real momento de transformaccedilatildeo do sujeito permitindo
que este se sinta acolhido compreendido e a vontade para dialogar sobre duacutevidas
inquietaccedilotildees e anguacutestias A consulta deve ser um momento no qual o paciente e o profissional
se relacionam compartilham conhecimentos e afetos trocam ideias de forma que as duacutevidas
existentes tambeacutem sejam percebidas conduzindo agrave reflexatildeo em busca de estrateacutegias que
proporcionem vida com melhor qualidade para o paciente renal crocircnico A consulta de
enfermagem apresenta-se como um modelo assistencial relevante no serviccedilo e este fato deve
ser reconhecido natildeo apenas pelos enfermeiros que a desempenham como tambeacutem pelos
pacientes e por outras categorias profissionais (MACEDO SENA MIRANDA 2013)
O ideal seria uma anti-sala que o enfermeiro atendesse para verificar o peso
confirmar a lavagem do braccedilo como uma preacute-consulta antes da diaacutelise [] Porque
temos muitas interferecircncias ruiacutedos [] somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente
para que eu possa intervir e passar as orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos
preacutevios com cada paciente da diaacutelise (E5)
Os ruiacutedos satildeo muitos e a pessoa natildeo se sente a vontade para falar de tudo O tempo
que estamos na assistecircncia realmente nos limita a ter uma atuaccedilatildeo maior em
consulta aleacutem do espaccedilo fiacutesico necessaacuterio temos que ter quantitativo de pessoal
suficiente(E6)
Foram identificados alguns problemas relativos ao espaccedilo da HD poreacutem notou-se a
priori uma satisfaccedilatildeo com as instalaccedilotildees de caracteriacutesticas semifixas de uma forma geral
como iluminaccedilatildeo temperatura maquinaacuterios poltronas etc Jaacute em relaccedilatildeo aos ruiacutedos do
ambiente percebeu-se uma das dificuldades em estabelecer uma relaccedilatildeo interpessoal mais
qualificada com o paciente inviabilizando uma assistecircncia mais singular
A abordagem da comunicaccedilatildeo proxecircmica baseado no comportamento do enfermeiro
por meio das relaccedilotildees com o espaccedilo possibilita identificar diferenccedilas em suas habilidades de
gerenciar suas atividades ao entender que as caracteriacutesticas do ambiente podem dificultar ou
facilitar a realizaccedilatildeo destas Para Savi e Rech (2015) satildeo muitas as variaacuteveis presentes no
ambiente que podem modificar o desempenho de uma pessoa como a relaccedilatildeo ao conforto
ambiental que estaacute intimamente relacionado ao ruiacutedo iluminaccedilatildeo temperatura umidade e
pureza do ar cada uma representa uma parcela importante para a manutenccedilatildeo de um ambiente
propiacutecio ao bem-estar das pessoas que ali se encontram
Quando um ambiente fiacutesico responde agraves necessidades das pessoas tanto em termos
funcionais (fiacutesicocognitivos) quanto formais (psicoloacutegicos) certamente teraacute um impacto
82
positivo na realizaccedilatildeo destas atividades tornando-se um desafio para o enfermeiro cumprir
com as metas assistenciais de forma que natildeo interfira ou comprometa o desempenho de suas
funccedilotildees Planejar e organizar um ambiente que favoreccedila e seja positivo as demandas do
serviccedilo poderaacute ter suas limitaccedilotildees diante de decisotildees que requerem aprovaccedilotildees e
investimentos da proacutepria instituiccedilatildeo de sauacutede Alguns estudos demonstram que existem por
parte de alguns gestores investimentos e melhorias dos setores de sauacutede se adequando as
reais necessidades das demandas da clientela e dos trabalhadores Segundo Silva Matsuda e
Waidman (2012) se por um lado isso pode sugerir maior gasto por outro representa a
melhoria da sauacutede do paciente e otimiza o trabalho de enfermeiro como consequumlecircncia uma
economia para a instituiccedilatildeo e o aumento da produtividade e qualidade da assistecircncia prestada
Aleacutem disso para Rodrigues e Santana (2013) ambientes projetados ou modificados
visando favorecer a maximizaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos como sistemas de iluminaccedilatildeo e
climatizaccedilatildeo controlados pelos proacuteprios enfermeiros estes se sentem mais atraiacutedos pelo posto
de trabalho por sua atividade e pelos resultados positivos das tarefas haja vista que haacute
diminuiccedilatildeo de queixas tanto em relaccedilatildeo agraves necessidades individuais quanto a doenccedilas
adquiridas nesses ambientes resultando em reduccedilatildeo de custos operacionais Um ambiente que
natildeo proporciona as condiccedilotildees adequadas de trabalho reduz a prontidatildeo de resposta e aumenta
a tendecircncia a falhas na assistecircncia prestada
Para Hall (2005) o espaccedilo relaciona-se intimamente com os sentidos do homem que
se encontram por sua vez em iacutentima transaccedilatildeo com o ambiente Para a criaccedilatildeo de um espaccedilo
de HD que atenda agraves caracteriacutesticas que permita a adequaccedilatildeo agraves tarefas inerentes ao setor e as
demandas do paciente deveraacute ser baseado no contexto em que seraacute usado com efetividade
eficiecircncia e satisfaccedilatildeo Eacute importante avaliar quais os fatores que levam o ambiente a ser
referido como inapropriado para determinadas atividades como acolher de forma singular o
paciente sem haver um espaccedilo de consulta de enfermagem pode gerar uma carga deleteacuteria
sobre os aspectos fiacutesicos psicoloacutegicos e sociais afetando a eficiecircncia de todo o processo
assistencial
Assim os aspectos envolvidos na adequaccedilatildeo do ambiente devem advir do sentimento
que o enfermeiro adquire com interaccedilatildeo cotidiana com o ambiente construiacutedo e o paciente
Sua avaliaccedilatildeo depende de sua percepccedilatildeo e uso dos sentidos independente do cenaacuterio
investigado mesmo que existam diferentes ambientes de HD com suas peculiaridades
Quando se inferi ao niacutevel decisoacuterio as percepccedilotildees do enfermeiro interligando os limites entre
a razatildeo e a emoccedilatildeo tendo ainda como elemento mediador a bagagem cognitiva
83
comportamental adquirida na trajetoacuteria profissional vivencial fica explicito que o principal
elemento que poderaacute influenciar as mudanccedilas do ambiente eacute o enfermeiro
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise
Dentre as 12 (doze) entrevistas analisadas (corpus da pesquisa) e as 345 (trezentos e
quarenta e cinco100) UR emergentes 105 (cento e cinco3043) depoimentos descrevem
como o enfermeiro identifica os diferentes sentidos corporais durante o cuidado na HD Desta
forma emergiu uma nova categoria sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise em
forma de uma segunda Unidade de Significaccedilatildeo a qual seraacute descrita discutida e analisada a
seguir com a exemplificaccedilatildeo de depoimentos dos enfermeiros participantes
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades
de significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
2
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
A palavra espaccedilo pode apresentar vaacuterias conotaccedilotildees todavia o espaccedilo do cuidado
caracteriza-se como local que uni aspectos fiacutesicos bioloacutegicos cientiacuteficos culturais sociais
econocircmicos entre outros em uma teia de relaccedilotildees onde se torna difiacutecil excluir ou isolar
partes levando ao estabelecimento de relaccedilotildees de cuidado em situaccedilotildees vitais que envolvem o
processo de comunicaccedilatildeo (LANZONI 2011)
A interaccedilatildeo no espaccedilo do cuidado em HD se traduz em atitudes realizadas para
promover manter ou recuperar a sauacutede Com destaque para a comunicaccedilatildeo efetiva e solidaacuteria
que possibilita demonstrar interesse atenccedilatildeo sentimentos e possibilidades (BROCA
FERREIRA 2016) Expressa por meio de sorrisos conversas brincadeiras esclarecimentos
sobre os procedimentos orientaccedilotildees e estiacutemulos para o autocuidado que favorecem o aliacutevio
84
das sensaccedilotildees de medo dor preocupaccedilatildeo anguacutestia e pacircnico A comunicaccedilatildeo viabiliza uma
relaccedilatildeo dialoacutegica ao acolher a palavra do outro oportunizando a escuta a troca de
informaccedilotildees e a demonstraccedilatildeo de disponibilidade
Como jaacute foi mencionada anteriormente a comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute a capacidade de
usar e efetivamente interpretar a distacircncia interpessoal para a comunicaccedilatildeo Isto eacute o espaccedilo
proximidade ou contato com o interlocutor satildeo entendidos a partir da construccedilatildeo cultural dos
interlocutores Para Hall (2005) o emprego que o homem faz do seu espaccedilo eacute uma elaboraccedilatildeo
especializada de cultura e a distacircncia muda de cultura para cultura A proxecircmica propotildee um
tipo baacutesico de comunicaccedilatildeo em que atraveacutes da distacircncia do corpo as mensagens satildeo
transmitidas pelos sentidos corporais
Desta forma observa-se que o enfermeiro ao chegar ao setor para o plantatildeo demarca
seu espaccedilo do cuidado a partir da aproximaccedilatildeo dos pacientes mantendo uma distacircncia iacutentima
ou pessoal Esta aproximaccedilatildeo indica a necessidade de estabelecer um primeiro contato e
mostrar sua preocupaccedilatildeo com o bem estar do outro Os principais sentidos identificados como
fundamentais na HD satildeo a visatildeo a audiccedilatildeo e o tato
Existe realmente uma diferenccedila no comportamento diaacuterio tem pacientes que agraves
vezes chegam aqui datildeo um abraccedilo apertado e em datas comemorativas natildeo se
esquecem de compartilhar natildeo eacute somente uma questatildeo do contato por educaccedilatildeo
existe tambeacutem uma preocupaccedilatildeo com a pessoa e a reciacuteproca eacute muito verdadeira
Eles tambeacutem sabem quando natildeo estamos bem somos observados pelo nosso
comportamento (E9)
Quando o paciente entra jaacute observo se estaacute acompanhado como estaacute deambulando
a postura se ele estaacute apaacutetico ou natildeo se estaacute disposto ou se arrastando se ele me
cumprimenta ou aos amigos porque a adesatildeo do paciente tem muito haver com a
uniatildeo com outros pacientes e a equipe Observo se ele se lembra de pesar porque
uns entram jaacute sentando outros se lembram de pesar tecircm essa preocupaccedilatildeo com o
proacuteprio peso Vejo pouco os pacientes lavarem o braccedilo com a fiacutestula tem pia
proacuteximo dele mas se natildeo lembro a ele de lavar eacute difiacutecil ver ele lavar sozinho
(E11)
Sabe-se que para estabelecer uma boa interaccedilatildeo eacute necessaacuterio primeiramente obter
confianccedila de quem se cuida esta estrateacutegia de aproximaccedilatildeo inicial possibilita ao enfermeiro
identificar e obter informaccedilotildees sobre o paciente como possiacuteveis intercorrecircncias no transcorrer
da diaacutelise Ao se considerar que o processo de trabalho em sauacutede tem como um dos seus
elementos principais as accedilotildees de cuidado tanto fiacutesicas quanto relacionais natildeo se deve limitar
a realizar apenas a procedimentos teacutecnicos pois a teacutecnica impessoal e mecanizada pode levar
ao distanciamento da pessoa cuidada Deve-se englobar o sentido de ser pois se tratando de
85
uma relaccedilatildeo entre sujeitos eacute imprescindiacutevel que na praacutetica profissional os atores envolvidos
estabeleccedilam uma boa interaccedilatildeo visando o engajamento necessaacuterio para a concretizaccedilatildeo do
verdadeiro ato de cuidar (FORMOZO et al 2012)
Cuidar inclui a realizaccedilatildeo de procedimentos teacutecnicos aliados agrave valorizaccedilatildeo das
expressotildees de atitudes condizentes com princiacutepios humaniacutesticos entre os quais a valorizaccedilatildeo
de valores morais eacuteticos e sociais Pode-se dizer tambeacutem que o processo de cuidar eacute
diretamente influenciado pela formaccedilatildeo pessoal e pela personalidade do cuidador e do ser
cuidado adquiridas atraveacutes de suas experiecircncias crenccedilas e cultura
O espaccedilo do cuidado natildeo se restringe ao ato teacutecnico mas contempla o envolvimento e
a preocupaccedilatildeo com os envolvidos na interaccedilatildeo Nesse sentido considera- se que ao efetuar
um cuidado estando atentas as manifestaccedilotildees natildeo verbais e psicoloacutegicasemocionais o
profissional realiza um cuidado mais integral e natildeo somente uma atividade teacutecnica presente
somente de corpo O desenvolvimento das accedilotildees de cuidado traz agrave tona tambeacutem a questatildeo da
intersubjetividade estabelecida na relaccedilatildeo interpessoal com o envolvimento do natildeo dito mas
expresso por gestos e expressotildees que satildeo identificadas pelos nossos sentidos A consideraccedilatildeo
pelo outro a observaccedilatildeo das suas particularidades a individualidade e ainda o caraacuteter
expressivo manifesto na emoccedilatildeo imprimem qualidade humana ao cuidado
O paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresa entatildeo a gente acaba ficando
atento a qualquer tipo de intercorrecircncia que ele possa vir a ter e agraves vezes ele nem
consegue se comunicar Temos que ficar ligada no que estaacute acontecendo e de longe
mesmo posso intervir chamando o paciente vendo se ele estaacute responsivo tem
paciente que jaacute conheccedilo quando comeccedila a fazer hipotensatildeo ou hipoglicemia Se ele
natildeo consegue nem chamar entatildeo observo os gestos sua face se estaacute
hipocorado(E4)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar entatildeo
tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais tambeacutem se ele dorme se vira o
braccedilo ou dorme em cima Se dobrar ou deitar em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina apitar (E6)
A atenccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute essencial ao cuidado humano por resgatar a
capacidade do profissional de sauacutede de perceber com maior exatidatildeo os sentimentos as
duacutevidas e as dificuldades do paciente em verbalizar o que sente Em seus estudos Schimidt e
Silva (2013) afirmam que quanto mais o clima for de confianccedila mais a experiecircncia pode ser
86
positiva isto porque os gestos de cuidado e atenccedilatildeo ficaratildeo sempre presentes na lembranccedila
daquele que recebe o cuidado Ao se despertar um sentimento de confianccedila entre paciente e
equipe de enfermagem possibilita-se que ambos experimentem uma sensaccedilatildeo de seguranccedila e
satisfaccedilatildeo
Para Formozo et al (2012) o cuidado para surtir efeito desejado necessita considerar o
tato audiccedilatildeo e postura corporal durante a interaccedilatildeo interpessoal entre paciente e enfermeiro
para que sejam demonstrados os sentimentos implicados na accedilatildeo com satisfaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo da accedilatildeo Eacute fato que ao usar frequentemente as relaccedilotildees interpessoais como
instrumento de trabalho os enfermeiros satildeo estimulados a desenvolver habilidades sociais para
subsidiar esses processos de interaccedilatildeo Segundo Teixeira et al (2014) habilidades sociais satildeo
um conjunto de comportamentos transmitidos por uma determinada pessoa em um contexto
interpessoal que expressa sentimentos atitudes desejos opiniotildees ou direitos desse indiviacuteduo
de modo adequado agrave situaccedilatildeo respeitando esses comportamentos nos demais e que
geralmente resolve os problemas imediatos da situaccedilatildeo enquanto minimizando a
probabilidade de futuros problemas
[] alguns profissionais que satildeo mais sensibilizados utilizam mais os sentidos []
eu particularmente tenho um pouco de dificuldade em ter esta proximidade com o
paciente eu tento manter uma distacircncia terapecircutica a natildeo ser que eu jaacute tenha
estabelecido uma relaccedilatildeo de intimidade com o paciente isto com o tempo vai se
modificando (E3)
Tem paciente que eacute mais fechado mas natildeo deixa de demonstrar carinho outros jaacute
satildeo mais falantes e brincam uns com os outros Entatildeo essas relaccedilotildees humanas estatildeo
muito afloradas aqui dentro estamos sempre perto natildeo eacute somente ligar e desligar
algo da tomada tem toda uma histoacuteria muito proacutepria de relaccedilotildees que estaacute ligada
agraves caracteriacutesticas de cada um (E9)
Haacute grupos de diaacutelise que satildeo mais comunicativos brincam e conversam durante
diaacutelise geralmente porque estatildeo a mais tempo juntos Eacute difiacutecil paciente chamar e
dizer que estaacute passando mal geralmente sou eu que observo e me aproximo para
checar (E12)
Destaca-se o respeito pela diversidade de personalidades e diferentes formas de se
estabelecerem as relaccedilotildees cada um possui haacutebitos e formas de se comunicar mas eacute
imprescindiacutevel que haja empatia ao se compartilhar as emoccedilotildees com os outros sentir com o
outro suas preocupaccedilotildees envolve perceber o outro com as suas reais necessidades sem julgar
87
Percebe-se no discurso que a dificuldade de se aproximar faz parte de uma caracteriacutestica
pessoal e cultural tanto o enfermeiro como o paciente podem natildeo estabelecer uma relaccedilatildeo
mais intimista no iniacutecio do tratamento mas com o passar do tempo eacute estabelecido uma relaccedilatildeo
de intimidade e confianccedila que permite a eles se aproximarem mais e estabelecerem uma
relaccedilatildeo mais profiacutecua e consequentemente um cuidado mais eficiente
Ao se colocar em relevo que as relaccedilotildees estabelecidas na HD natildeo satildeo influenciadas
somente por paracircmetros psicossociais culturais educacionais entre outras mas tambeacutem por
questotildees que satildeo inerentes ao comportamento humano em um determinado espaccedilo percebe-se
que a discussatildeo do uso do espaccedilo fiacutesico e sua implicaccedilatildeo no comportamento humano
orientada pela teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica possibilita lidar com alguns desafios tanto
conceituais quanto metodoloacutegicos Haja vista que contribuir para a produccedilatildeo de sauacutede e
produzir um espaccedilo fiacutesico na sauacutede adequado natildeo se separa da produccedilatildeo de sauacutede e da
produccedilatildeo de subjetividade Expressar necessidades estruturais como espaccedilo fiacutesico e de
mobiliaacuterios a partir dos distanciamentos e aquelas expressas pelos nossos sentidos pode ser
um fato pouco peculiar
Eacute uma compreensatildeo que aposta na composiccedilatildeo de saberes para a produccedilatildeo dos
espaccedilos fiacutesicos entendendo que o espaccedilo natildeo eacute dado a priori Segundo Schimidth e Silva
(2012) o espaccedilo eacute um territoacuterio que se habita que se vivencia onde se convive e se relaciona
Eacute um territoacuterio que se experimenta se reinventa e que se produz A proposta de produccedilatildeo do
espaccedilo acontece porque haacute processos de trabalho encontros entre as pessoas modos de se
viver e modos de ir reconstruindo o espaccedilo
A orientaccedilatildeo da ambiecircncia na hemodiaacutelise articulada agrave Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
favorece que ao se intervir criar e recriar os espaccedilos fiacutesicos neste setor se problematizem
tambeacutem as praacuteticas os processos de trabalho e os modos de viver e conviver nesse espaccedilo E
nesse sentido quando se tem o conhecimento do uso da proxecircmica como guia orientador para
a assistecircncia e gestatildeo em HD outros modos de estar ocupar e trabalhar se expressaratildeo nesse
lugar e solicitaratildeo arranjos espaciais singulares com fluxos adequados que favoreccedilam os
processos de trabalho
Pela expressatildeo do rosto vejo que ele natildeo estaacute bem [] visatildeo com observaccedilatildeo natildeo eacute
soacute olhar eacute observar identificar para tomar alguma atitude Quando vocecirc tem o
costume vocecirc conhece o paciente e lida com ele vocecirc olha e identifica que natildeo estaacute
bem eacute hora de se tomar uma providecircncia (E1)
88
O sentido que mais uso eacute a visatildeo Olho a maacutequina a expressatildeo do paciente se estaacute
com dor verifico a glicemia se o sono estaacute profundo vejo pressatildeo o tempo todo eu
mantenho meu olhar voltado para paciente pois ele muda seu estado de forma
muito raacutepida (E2)
Uso muito o sentido visatildeo e depois a audiccedilatildeo Vejo muito a expressatildeo corporal do
paciente se ele estaacute alerta se estaacute mais acordado ou se estaacute mais paacutelido Vejo
tambeacutem a maacutequina quantidade de soro suficiente para o flach (E8)
O contato visual ocorre quando queremos expressar que o canal de comunicaccedilatildeo estaacute
aberto Embora a equipe natildeo fique com o olhar fixo no paciente o tempo todo durante a HD
ela manteacutem um olhar perifeacuterico que segundo Hall (2005) eacute aquele que o ser humano detecta
o movimento com o canto dos olhos E ao identificar mudanccedilas no comportamento do
paciente o profissional muda o seu olhar fixando-o para reduzir psicologicamente a distacircncia
entre os comunicadores e ao se aproximar amplia as possibilidades do diaacutelogo se estabelecer
permitindo a troca de informaccedilotildees O olhar fixo sugere interesse e envolvimento no
relacionamento interpessoal
Utilizo mais na iacutentima a visatildeo tato e audiccedilatildeo O olho no olho eacute uma coisa que natildeo eacute
soacute no espaccedilo iacutentimo devemos usar no pessoal ou social que tambeacutem eacute necessaacuterio
Mesmo na bancada se estou anotando algo mantenho meu olhar voltado para ele
Esse momento do iacutentimo eacute bem completo porque ao mesmo tempo estou fazendo
procedimento estou tocando com a visatildeo direta para a pessoa ouvindo o que o
paciente tem a dizer e o que ele esta trazendo de informaccedilotildees de sinais e sintomas
como eacute a relaccedilatildeo dele com os familiares (E6)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar
entatildeo tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais e tambeacutem se ele dorme vira
o braccedilo ou dormi em cima Se dobrar ou deitou em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina aptar (E9)
A visatildeo eacute uma ferramenta que nos permite colher informaccedilotildees quanto ao estado de
desconforto fiacutesico psicoloacutegico ou ambiental do paciente atraveacutes de expressotildees e posturas que
o paciente assume durante o cuidado (Hall 2005) Essas condiccedilotildees satildeo percebidas por alguns
profissionais com certa facilidade e prontamente procuram resolvecirc-las Atribuiacutemos tal
capacidade de percepccedilatildeo agrave ldquoexpertiserdquo de alguns profissionais em HD Observar os padrotildees
de respostas fisioloacutegicas ou emocionais de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo do
processo de cuidar deste paciente Se natildeo estivermos atentos agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal do
89
paciente podemos interpretar incorretamente aqueles padrotildees de respostas (BROCA
FERREIRA 2016)
Ao avaliar o paciente o enfermeiro necessita considerar e respeitar os conhecimentos
e a cultura do paciente bem como escutaacute-lo o que proporciona o reconhecimento de sinais e
sintomas e a necessidade de uma escuta ativa Neste sentido na praacutetica do cuidado em
enfermagem a habilidade de ouvir o outro eacute fundamental pois permite analisar qual a melhor
maneira de se comunicar com o paciente em concordacircncia com seu niacutevel cultural e o
conhecimento sobre seu estado de sauacutede
Os pacientes tem sintomas antes da maacutequina alarmar ele apresenta o mal estar
antes da maacutequina dizer que o banho acabou que a temperatura estaacute alta ou baixa
que o soacutedio estaacute baixo que o paciente estaacute comeccedilando a ter naacuteuseas Eu sempre
falo que caso esteja passando mal e a gente esteja longe levanta o braccedilo que
algueacutem vai ver natildeo precisa falar a gente jaacute sabe [] eacute um sinal que identificamos
e esta orientaccedilatildeo damos nas primeiras diaacutelises dizemos qualquer coisa que sinta
levanta o braccedilo Porque temos muitas interferecircncias ruiacutedos entatildeo ele pode chamar
e a gente natildeo ouvir mas ao levantar o braccedilo vemos (E5)
A visatildeo e a audiccedilatildeo satildeo os sentidos que mais uso no pessoal e social uso muito
esses sentidos Vejo muito a expressatildeo do paciente se ele comeccedila fazer face de dor
de desconforto se comeccedila a ficar paacutelido e no sistema tambeacutem fico de olho para ver
se comeccedila a dar algum problemaNa audiccedilatildeo fico atenta ao chamado do paciente e
o alarme da maacutequina(E10)
Uma das competecircncias do enfermeiro estaacute ligada ao ato de julgar as necessidades de
cuidados de cada paciente dito com julgamento cliacutenico este eacute o ato de elaborar o
planejamento da assistecircncia de enfermagem a ser realizada de forma que possa atender agraves
suas necessidades e expectativas O julgamento cliacutenico estrutura-se pelas habilidades
interpessoal que envolve a capacidade de comunicar-se ouvir e respeitar opiniotildees teacutecnica
na qual inclui um soacutelido conhecimento dos meacutetodos de avaliaccedilatildeo cliacutenica conhecimento
cientiacutefico acerca dos problemas de sauacutede intelectual o qual se refere aos processos de
pensamento bem como agraves habilidades de percepccedilatildeo do enfermeiro em relaccedilatildeo agraves respostas
humanas (CROSSETTI et al 2014)
A associaccedilatildeo destas habilidades possibilita ao enfermeiro tomar decisotildees seguras e
proporcionar cuidados qualificados e adequados agraves reais necessidades dos pacientes Nos
ambientes de atendimento de hemodiaacutelise o uso da comunicaccedilatildeo verbal entre enfermeiro e
paciente eacute sempre muito referida e a audiccedilatildeo eacute um dos sentidos mais utilizados independente
das distacircncias mantidas
90
Na audiccedilatildeo fico atento a qualidade do discurso o timbre da voz tudo isso chama a
atenccedilatildeo se ele estaacute orientado ou natildeo Tem paciente que estaacute mais triste se estaacute no
ostracismo isso tudo chama a atenccedilatildeo A desorientaccedilatildeo do nosso paciente pode
significar uremia por exemplo isso eacute proacuteprio das relaccedilotildees humanas (E9)
No sentido audiccedilatildeo ouccedilo muito o paciente chamar para dizer que natildeo estaacute bem e
tambeacutem quando perguntam quanto estaacute tirando de peso Enfermeira pode verificar
minha glicose Eles perguntam porque quando comeccedila o mal estar eacute uma forma
de alertar a gente Os pacientes mais antigos tecircm essa percepccedilatildeo de identificar
alteraccedilotildees antes de passar mal eles avisam que estatildeo tontos perguntam se tem
meacutedico (E11)
O escutar tambeacutem eacute um cuidado e uma forma de comunicaccedilatildeo natildeo verbal natildeo eacute
apenas ouvir mas permanecer em silecircncio ao lado utilizar gestos de afeto que expressem
aceitaccedilatildeo e estimulem a expressatildeo de sentimentos vivenciados pelo paciente Quando
olhamos para a realidade atual que vivemos na qual a mecanizaccedilatildeo dos sentidos eacute uma
constante na vida das pessoas precisamos ampliar nosso olhar para o espaccedilo do cuidado em
sauacutede inserindo estrateacutegias que sejam capazes de perceber aleacutem das informaccedilotildees ditas nas
entrelinhas do discurso do sujeito seus gestos e comportamentos
Schimidt e Silva (2012) refere em um dos seus estudos sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
que 7 dos pensamentos (das intenccedilotildees) satildeo transmitidos por palavras 38 satildeo transmitidos
por sinais paralinguiacutesticos (entonaccedilatildeo de voz velocidade com que as palavras satildeo ditas) e
55 pelos sinais do corpo alertando-nos para o fato de que apesar de muitas vezes
valorizarmos mais as palavras os sinais natildeo verbais podem estar comunicando muito mais
inclusive contradizendo o expresso em palavras
Percebe-se na fala dos enfermeiros que eles estatildeo conscientes dos aspectos natildeo-verbais
presentes durante as suas interaccedilotildees com os pacientes (por exemplo entonaccedilatildeo de voz
aspectos emocionais comportamentos gestuais etc) permitindo sobretudo perceber indiacutecios
de que algo natildeo estaacute bem O enfermeiro ao ouvir determinados questionamentos durante a
sessatildeo de HD usa de sua intuiccedilatildeo e identifica que embora o paciente natildeo fale diretamente que
estaacute passando mal tais gestos e falas satildeo indicativos de possiacuteveis alteraccedilotildees fisioloacutegicas
Na produccedilatildeo dos dados os enfermeiros da HD compartilham o toque com o sentido do
viacutenculo do interesse do acolhimento mas tambeacutem da ansiedade A punccedilatildeo da fistula
arteriovenosa (FAV) eacute o momento de maior apreensatildeo e ansiedade do paciente eacute neste
momento que ocorre o toque instrumental para a punccedilatildeo e este pode alterar os padrotildees
fisioloacutegicos de um paciente com hematomas sangramentos e dor
91
Na interaccedilatildeo com o paciente o toque eacute classificado segundo Schimidt e Silva (2013)
em trecircs tipos toque expressivo tambeacutem descrito como afetivo que ocorre espontaneamente e
natildeo faz parte necessariamente da execuccedilatildeo de procedimentos o instrumental que eacute descrito
como um contato fiacutesico deliberado para desenvolver determinada teacutecnica ou procedimento e
o expressivo-instrumental uma combinaccedilatildeo dos outros dois tipos
Quando vou fazer o procedimento o toque eacute mais teacutecnico que eacute a necessidade de
fazer a punccedilatildeo sentir o fluxo da fistula o melhor local para punccedilatildeo e quando
termino de puncionar faccedilo um toque afetivo para dizer que vamos comeccedilar a sessatildeo
No final da sessatildeo o toque tambeacutem eacute mais teacutecnico do que afetivo eacute o momento da
retirada da agulha (E6)
Toco quando o paciente tem alguma queixa alguma catildeibra quando vai ldquodevolver o
sanguerdquo se estaacute com dor O momento de toque geralmente eacute um momento
desconfortaacutevel pois eacute o momento que ele estaacute com dor [] e eu associo todas as
vezes que tem o tato com o paciente como um momento de desconforto para ele
[] causa uma apreensatildeo seja no puncionar no momento da cacircimbra mas isso
natildeo afeta com que eu faccedila correndo pelo contraacuterio faccedilo que seja menos doloroso
para ele (E10)
Para os enfermeiros o toque instrumental eacute fundamental na HD seja durante a punccedilatildeo
da FAV na realizaccedilatildeo do curativo na verificaccedilatildeo da pressatildeo arterial na administraccedilatildeo dos
medicamentos ou conexatildeo dos cateteres entre outros mas afirmam que o toque poderaacute
tambeacutem se apresentar com um caraacuteter mais afetivo e de relaxamento Tocar algueacutem com a
intenccedilatildeo de que essa pessoa se sinta melhor por si soacute jaacute eacute terapecircutico portanto o ato de tocar
algueacutem eacute confortaacutevel e faz parte do cuidado emocional Pode significar atitude de unir ao
outro tocar como uma maneira de perceber o outro ou a relaccedilatildeo com o outro Assim o toque
pode significar distacircncia ou envolvimento entre pessoas que estatildeo se comunicando mas
dependeraacute da pessoa da cultura e contexto em que ocorre o toque
Um estudo desenvolvido por Schimidt e Silva (2013) identificou que diversos fatores
podem influenciar o toque dos profissionais da sauacutede dentre estes estatildeo o receio de se tocar
em pessoas do sexo oposto quando o procedimento a ser realizado eacute invasivo ou quando a
aacuterea do corpo eacute iacutentima Levando em consideraccedilatildeo que ao cuidar o toque poderaacute ser realizado
dos mais diferentes modos eou meios como com as matildeos com o corpo com os cabelos com
os instrumentos de trabalhos com as roupas com as luvas dentre outros Tocar eacute entrar no
mundo do outro eacute despertar nele estiacutemulos sensoriais agradaacuteveis e desagradaacuteveis Ter
consentimento do toque no cuidado ao outro e consciecircncia do contato fiacutesico por ele
92
promovido pode auxiliar os pacientes na sua recuperaccedilatildeo e igualmente melhorar o viacutenculo
sentimentos e aproximaccedilotildees (MENON MARTINS DYNIEWICZ 2014)
Toco porque preciso verificar se a fistula ou cateteres estatildeo bons ajudo o paciente
a sentar na poltrona verifico pressatildeo um toque na matildeo no braccedilo se estiver com
cacircimbra faccedilo massagem verifico o frecircmito (E8)
Paciente dormiu estaacute com uma postura mais largada me preocupa Geralmente o
abordo chamo toco e vejo a necessidade de verificar a glicemia verifico tambeacutem a
PA porque embora ele esteja dormindo ele tambeacutem pode estar passando mal e natildeo
chama a gente (E9)
Neste ambiente do cuidado tocar permite reconhecer quais as demandas de cuidado os
pacientes necessitam eacute reconhecer que a enfermagem precisa evoluir no cuidado prestado
especialmente no que se refere ao toque instrumental-afetivo e este poderaacute ocorrer nos
diferentes momentos de permanecircncia na HD Verificou-se que o toque instrumental-afetivo
foi realizado na verificaccedilatildeo do frecircmito verificaccedilatildeo de pressatildeo arterial massagem no momento
de cacircimbra no posicionamento correto do paciente na poltrona A maneira como foi
transmitido afeto para o paciente na medida do possiacutevel realizando os procedimentos com
sua permissatildeo calma manipulando minimamente e explicando a necessidade de se realizaacute-lo
foi uma atitude humanizada
Eacute preciso entender que o ato de tocar precisa do consentimento dos pacientes e isso agrave
vezes pode estar distante para alguns ao consideramos todas as ldquomarcasrdquo nele geradas
anteriormente Efetivar um espaccedilo para o compartilhamento de vivecircncias com pacientes em
terapias hemodialiacuteticas apresenta-se como uma proposta para melhorar a interaccedilatildeo fazendo
com que ambos enfermeiros-pacientes alcancem a relaccedilatildeo que eacute de cuidado tornando-a
abrangente e de qualidade (AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
No toque existem pacientes que estabeleccedilo um viacutenculo mais proacuteximo temos uma
paciente especial que sempre quer ser abraccedilada e por isso tenho uma conexatildeo mais
forte (E4)
Quando a pessoa chega tem o toque afetivo pois dou o bom dia e coloco a matildeo no
ombro ou toco no braccedilo para acompanhaacute-los ateacute a poltrona eacute um toque de
acolhimento Eu tenho que tocar para demonstrar realmente um interesse (E6)
Quando os pacientes chegam sempre cumprimento ateacute porque eles reclamam de
quem chega ao setor e natildeo os cumprimenta entatildeo chego e falo um por um Toco
93
quando instalo paciente e na saiacuteda tambeacutem porque tenho que tirar agulhas e fazer
curativo (E12)
O toque afetivo eacute referido como aquele empregado nos momento de cumprimento na
chegada e saiacuteda do setor ou demonstraccedilatildeo de sentimento de carinho entretanto nas
observaccedilotildees tomou-se o cuidado de reconhecer se nas accedilotildees dos profissionais foram incluiacutedas
maneiras de expressar algum tipo de afetividade tornando o toque instrumental tambeacutem
afetivo Considerando que os profissionais relatarem estar conscientizados sobre o valor do
toque afetivo sugere-se que este seja constantemente incentivado
Os dados ateacute o momento apresentados demonstram que para se prestar o cuidado
integral eacute necessaacuterio ser um bom ouvinte expressando um olhar atencioso tocando e
confortando o paciente proporcionando uma boa adesatildeo e continuidade ao tratamento
Quanto aos efeitos comportamentais do olhar ouvir e do tocar estes apresentam contribuiccedilatildeo
essencial agrave interaccedilatildeo das pessoas trazendo viacutenculos sentimentos e uma maior aproximaccedilatildeo
para uma assistecircncia mais singular
Existem dificuldades na percepccedilatildeo de determinados sentidos corporais a priori neste
estudo o olfato e o paladar que foram identificados por vaacuterios participantes como sendo algo
difiacutecil de associaacute-los ao cuidado de enfermagem na HD contudo e soacute de imediato e
aparentemente pois ainda durante a entrevista ironicamente os enfermeiros tomavam
consciecircncia da importacircncia do olfato e paladar
O odor pode ser marcante e acompanhar a pessoa por toda a vida basta perceber o
aroma e as lembranccedilas explodem de forma imediata O olfato por mais preciso que seja eacute um
sentido mudo que natildeo necessita de tradutor Isso explica a incapacidade de se descrever em
palavras o cheiro de alguma coisa para algueacutem que nunca o tenha sentido (ARAUacuteJO 2000
apud AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
Para o olfato natildeo penso muito em odores o uacutenico cheiro eacute o haacutelito cetocircnico e
tambeacutem em relaccedilatildeo agrave higiene do paciente (E2)
O olfato em um primeiro momento natildeo me diz nada mas analisando percebo que o
haacutelito urecircmico que se sente eacute porque ele ainda estaacute iniciando o tratamento ou estaacute
mal dialisado se ele estaacute fazendo o tratamento a muito tempo e continua com haacutelito
urecircmico tem algo de errado da terapia (E4)
Alguns enfermeiros tecircm dificuldades de expressar como usar o olfato no seu cotidiano
ateacute fazem algumas associaccedilotildees com este sentido onde foram encontradas duas fontes de
94
odores que representam o espaccedilo do cuidado da HD os odores corporais e odores ambientais
Odores corporais satildeo as secreccedilotildees como o suor quando o paciente tem deacuteficit de autocuidado
com a higiene corporal onde os odores satildeo exalados e estatildeo impregnados nos corpos dos
proacuteprios pacientes exalaccedilotildees orais como a halitose mas estas ligadas ao haacutelito urecircmico no
iniacutecio do tratamento aleacutem destes os eventuais sangramentos tambeacutem se caracterizam como
odores corporais Existem tambeacutem aqueles odores ambientais marcantes caracteriacutesticos da
HD como os produtos quiacutemicos esterilizantes (aacutecido peraceacutetico) as soluccedilotildees de banho
utilizadas na maacutequina de HD as quais geram uma memoacuteria olfativa que transita pelo cenaacuterio
de cuidado
Embora alguns relatem que o odor natildeo impede e nem repulsa na hora do cuidado para
Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) o mau cheiro afasta o enfermeiro do contato direto mesmo
este sendo um indicativo de necessidade de cuidado relativo agrave higiene pessoal Para alguns
ter pacientes no ambiente com odores daacute uma caracteriacutestica desagradaacutevel e eacute necessaacuterio
informaacute-los sobre a importacircncia do autocuidado na higiene corporal e oral
O odor natildeo me impede e natildeo me repulsa ao cuidado (E1)
Tem paciente que tem um autocuidado bem deficiente e a gente percebe logo pelo
odor mas natildeo temos como nos afastar tem que pegar do mesmo jeito Tem paciente
que tenho liberdade e converso sobre higiene (E4)
Essas sensaccedilotildees olfativas evidenciadas nas falas dos participantes mesmo que se
refiram a algo desagradaacutevel eacute uma forma de captar a necessidade de se aproximar e intervir
sobre o cuidado corporal Suporta-se o desagradaacutevel porque eacute inerente ao cuidado eacute uma
condiccedilatildeo preestabelecida ao cuidador E para quem eacute importante suportar algo desagradaacutevel
No Universo das sensaccedilotildees olfativas nem tudo eacute desagradaacutevel desconfortante ou com
odor ruim A percepccedilatildeo de um determinado odor estimula nossa ldquomemoacuteria olfativardquo de uma
forma que tanto em niacutevel consciente quanto inconsciente elaboramos associaccedilotildees mentais
que delimitam a propriedade de uma sensaccedilatildeo olfativa Esta pode ser concebida como
agradaacutevel ou natildeo dependendo do que estaacute registrado em nossa memoacuteria Esse fenocircmeno
sugere que os odores podem exercer influecircncias determinantes no comportamento humano
ocasionando reaccedilotildees diversas tais como incremento agrave atenccedilatildeo diminuiccedilatildeo de situaccedilotildees
estressantes ou estado de conforto ou desconforto fiacutesico (PROCHET SILVA 2012)
95
Eacute muito caracteriacutestico porque tem desde os componentes de desinfecccedilatildeo da
maacutequina entatildeo eacute um odor caracteriacutestico da hemodiaacutelise o cheiro do aacutecido
peraceacutetico (E6)
O olfato o que mais me chama atenccedilatildeo eacute o cheiro de sangue e o cheiro do proxitane
(aacutecido peraceacutetico)(E7)
O olfato assim como os demais sentidos permitem (re)conhecer os diversos objetos
que compotildeem um espaccedilo assim como associaacute-los as caracteriacutesticas relacionadas ao cuidado
prestado neste setor como os odores da sala de reuso expurgo e sala de HD O odor ocorre
tambeacutem nas relaccedilotildees sociais o bom ou o ruim aroma emitido por um perfume do paciente o
cheiro que exala de sua roupa usada o cheiro de limpeza do ambiente podem por exemplo
aproximar ou afastar das pessoas
Do ponto de vista fisioloacutegico paladar e olfato estatildeo relacionados entre si A ausecircncia
ou alteraccedilatildeo desses sentidos dependem do estado anatocircmico do epiteacutelio nasal e do sistema
nervoso central e perifeacuterico Alguns odores ficam tatildeo impregnados que parecem produzir o
seu sabor no paladar Entatildeo pode-se dizer que o sabor eacute o somatoacuterio das sensaccedilotildees olfatoacuterias
gustativas e daquelas relacionadas agraves terminaccedilotildees nervosas localizadas no nariz e na boca
(ACKERMAN 1992 apud AZEVEDO et al 2017)
E para os enfermeiros entrevistados expressar paladar como algo relativo ao cuidado
tambeacutem eacute de difiacutecil entendimento suas associaccedilotildees foram em relaccedilatildeo a restriccedilotildees alimentares
e hiacutedricas do paciente uma alerta para o ganho de peso Na maioria das entrevistas este
sentido gerou uma certa inquietaccedilatildeo dos entrevistados por natildeo conseguirem identificar sua
relaccedilatildeo com o cuidado
Paladar eacute alerta significa orientar sobre restriccedilatildeo hiacutedrica e de comidas e
geralmente chegam pesados porque abusaram (E6)
Natildeo haacute representaccedilatildeo do paladar na assistecircncia natildeo faccedilo associaccedilotildees com o
cuidado a natildeo ser daquilo que o paciente natildeo pode comer (E12)
O paladar desempenha uma funccedilatildeo importante em nossas relaccedilotildees sociais e culturais
Para alguns pesquisadores paladar remete a uma ldquomemoacuteria familiarrdquo na infacircncia com as
comidas feitas com carinho e amor pelo ente querido ou ainda pode remeter a um
determinado tempo e lugar jaacute vivenciado (COSTA 2014) Aleacutem do que constitui uma das
principais formas de o homem se relacionar com espaccedilo Dependendo da distacircncia
96
estabelecida entre o corpo do sujeito e a realidade circundante eles podem apresentar maior
ou menor teor de objetividade na accedilatildeo de interagir com o mundo
Para Costa (2014) quando se habita diferentes espaccedilos a percepccedilatildeo tende a ser ainda
mais diversificada pois cada indiviacuteduo percebe diferentemente o mesmo espaccedilo de acordo
com a sua formaccedilatildeo cultural O ser humano possuir sentidos comuns que de modo geral
auxiliam na percepccedilatildeo espacial E por haver diversidade de proximidadedistacircncia com o uso
dos sentidos corporais em relaccedilatildeo ao espaccedilo eacute necessaacuterio manifestar uma relaccedilatildeo sensorial-
espacial como afirma Borges Filho 2007 p69
Por gradientes sensoriais entendem-se os sentidos humanos visatildeo audiccedilatildeo olfato
paladar O ser humano se relaciona com o espaccedilo circundante atraveacutes de seus
sentidos Cada um deles estabelece uma relaccedilatildeo de distacircnciaproximidade com o
espaccedilo Portanto efeitos de sentido importantes satildeo manifestados nessa relaccedilatildeo
sensorialidade-espaccedilo
Esta relaccedilatildeo sensorial-espacial por meio do sentido paladar permite o enfermeiro
detectar falhas no processo de autocuidado principalmente nas restriccedilotildees alimentares do
paciente na HD Como o paciente estabelece uma aproximaccedilatildeo mais intima no miacutenimo trecircs
vezes por semana com o enfermeiro este percebe alteraccedilotildees no peso seja pela pesagem
realizada a cada sessatildeo de HD ou pela aparecircncia fiacutesica
Segundo Martins e Riella (2013) os pacientes com DRC em tratamento de
hemodiaacutelise satildeo acometidos frequentemente por complicaccedilotildees nutricionais principalmente
pela desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteica que se constitui como uma complicaccedilatildeo fortemente
preditora agrave morbimortalidade destes Aleacutem da importacircncia cliacutenica do deacuteficit energeacutetico-
proteico nos pacientes em hemodiaacutelise a adequaccedilatildeo da aacutegua e dos micronutrientes ingeridos
pelos pacientes em hemodiaacutelise satildeo de extrema importacircncia principalmente em relaccedilatildeo ao
caacutelcio ferro soacutedio potaacutessio e foacutesforo nutrientes mais relacionados a complicaccedilotildees uma vez
que o rim natildeo consegue mais manter o controle do meio interno do organismo
Tem vezes que pego paciente comendo aqui durante a diaacutelise alimento trazido de
casa e que natildeo eacute o adequado para ele aiacute me aproximo e converso explicando
porquecirc natildeo deve comer (E2)
Eles se queixam de dietas alguns comeccedilam a mentir e tem dificuldade de manter um
controle da injesta hiacutedrica e alimentar percebemos que natildeo estatildeo se cuidando
quando chegam muito pesados isso acaba virando um ciclo difiacutecil de controlar
eles precisam saber controlar sua boca (E4)
97
O controle dieteacutetico assume o papel de prevenir ou melhorar a toxicidade urecircmica os
distuacuterbios metaboacutelicos associados ao ganho de peso interdialiacutetico a elevaccedilatildeo da pressatildeo
arterial e a progressatildeo da anemia e da osteodistrofia renal (MARTINS RIELLA 2013)
Sendo assim a avaliaccedilatildeo do estado nutricional do consumo alimentar e da ingesta hiacutedrica do
paciente em hemodiaacutelise realizada pelo enfermeiro eacute de fundamental importacircncia em
decorrecircncia da associaccedilatildeo direta que existe entre a dieta e as complicaccedilotildees advindas da sua
natildeo adesatildeo
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo
A terceira categoria emergiu em 40 (quarenta 1159) UR de um total de 345
(trezentos e quarenta e cinco100) UR extraiacutedas das 12 entrevistas (corpus da pesquisa)
Esta categoria seraacute discutida e analisada a seguir com a exemplificaccedilatildeo dos depoimentos
mais significativos dos depoentes do estudo a respeito do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Ao considerarmos a enfermagem como um trabalho realizado com e por meio das
pessoas o processo de comunicaccedilatildeo pode ser considerado uma das mais importantes
atividades e um dos instrumentos baacutesicos na assistecircncia de enfermagem (MASSOCO
MELLEIRO 2015) A comunicaccedilatildeo eacute utilizada com os pacientes com os familiares com os
colegas da equipe de enfermagem da equipe multiprofissional com todos os serviccedilos de
apoio e administrativos Na administraccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem eacute necessaacuterio ser
98
capaz de decodificar decifrar e perceber os significados das mensagens que satildeo enviadas
durante as interaccedilotildees possibilitando elaborar um plano de cuidados com vistas as
intervenccedilotildees ficar atento aos sinais verbais natildeo-verbais e paraverbais que podem ajudar nesta
tarefa
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a agente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo daacute seguranccedila para o paciente se vocecirc conversa com ele ele
identifica que se importa quer uma boa assistecircncia tem que ser receptivo ele
chega agraves vezes mal e se vocecirc manteacutem uma distacircncia grande entre ele aleacutem desta
distacircncia que eacute uma forma de comunicaccedilatildeo ele quer escutar de mim pelo tom de
voz e pelo olhar que ele eacute importante para mim ele quer atenccedilatildeo aquele eacute o
momento dele e ele precisa de mim E soacute acontece com a comunicaccedilatildeo (E5)
Os enfermeiros da HD descrevem a comunicaccedilatildeo natildeo verbal como algo essencial ao
cuidado como uma ferramenta capaz de identificar sinais e sintomas de complicaccedilotildees por
meio de expressotildees faciais do paciente tom de voz e olhar E a comunicaccedilatildeo verbal como
forma de dar continuaccedilatildeo a assistecircncia possibilitando passar orientaccedilotildees e captar possiacuteveis
problemas A comunicaccedilatildeo tem um objetivo uma meta um propoacutesito que eacute produzir uma
reaccedilatildeo ou uma mudanccedila para que esta comunicaccedilatildeo seja efetiva segundo Stefanelli e
Carvalho (2012) o processo tem iniacutecio a partir de algueacutem (emissor) com uma necessidade de
transmitir ou saber algo (mensagem) que necessita ser transmitida a outra pessoa (receptor) O
emissor tem um objetivo e este deveraacute ser traduzido num coacutedigo numa linguagem entendiacutevel
Haacute necessidade de um codificador pegar as ideias do emissor e colocaacute-la num coacutedigo
expondo o objetivo do emissor em forma de mensagem
Entender os coacutedigos da HD para o enfermeiro natildeo eacute algo impossiacutevel de se realizar
tanto o enfermeiro como o paciente desenvolvem com o passar do tempo no setor estrateacutegias
de se comunicarem de forma natildeo verbal o conviacutevio diaacuterio e de longa permanecircncia permite
estabelecerem uma boa interaccedilatildeo e identificar formas de comunicar por coacutedigos
99
A partir momento que se conhece esta linguagem do que eacute verbal e natildeo verbal vocecirc
consegue identificar algumas situaccedilotildees que satildeo pelos gestos se o paciente estaacute
passando mal [] agimos de forma intuitiva mas nem todo mundo tem essa
percepccedilatildeo Depois que se trabalha muito tempo com esta clientela passa-se a ter
experiecircncia e aumenta esta percepccedilatildeo Na aacuterea de HD ajuda muito ter esta
percepccedilatildeo porque por mais que a maacutequina monitore a pressatildeo arterial as
alteraccedilotildees comeccedilam antes da maacutequina alarmar (E3)
Comunicaccedilatildeo eacute tudo falo sempre ao paciente para que natildeo cubra o rosto durante a
HD e caso se sinta mal para levantar o braccedilo eacute muito importante eu manter um
olhar nas expressotildees dele estabelecemos algumas formas de comunicar porque ele
pode passar mal e natildeo conseguir chamar (E7)
Os depoentes afirmam que o tempo de experiecircncia com pacientes na HD aumenta a
percepccedilatildeo do enfermeiro e permite identificar gestos expressotildees e comportamentos aleacutem de
propor coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo que favoreccedilam o cuidado como levantar de
braccedilo natildeo cobrir o rosto entre outros Esses coacutedigos que a equipe estabelece com os
pacientes satildeo ditos como algo muito importante nas relaccedilotildees enfermeiro-paciente eacute algo
muito marcante em ambos os cenaacuterios investigados
Para entender o significado de uma mensagem baseado no comportamento dos
interlocutores de acordo com Knapp e Hall (1999) apud Broca e Ferreira (2014) eacute necessaacuterio
iniciar um coacutedigo este poderaacute ser a linguagem verbal em um segundo momento identificar os
comportamentos natildeo verbais associados a determinados comportamentos verbais Ao se
eliminar o canal verbal esses comportamentos natildeo verbais seratildeo captados como um coacutedigo
para a comunicaccedilatildeo e se a introduccedilatildeo dos comportamentos natildeo verbais natildeo interferir a
compreensatildeo da mensagem pelo receptor entatildeo os comportamentos natildeo verbais seratildeo
considerados uma forma de substituir o comportamento verbal portanto elementos de um
coacutedigo natildeo verbal ou seja um conjunto de accedilotildees que determina os significados atribuiacutedos a
certos coacutedigos como afirma (KNAPP E HALL pag 153 1999)
A maior parte de nosso comportamento natildeo verbal envolve mudanccedila de atitude ou
movimentaccedilatildeo Interagimos com as pessoas mantendo distacircncias variaacuteveis exibimos
diferentes gestos e posturas durante um encontro algumas vezes tocamos nos
outros outras natildeo rostoolhos e voz apresentam formas diversas Esta parte examina
esses comportamentos individualmente mas na conversaccedilatildeo diaacuteria a combinaccedilatildeo
desses sinais funcionando de maneira ajustada caracteriza nosso comportamento na
comunicaccedilatildeo
100
Entretanto como as pessoas natildeo conseguem alcanccedilar suas metas seus objetivos sem a
cooperaccedilatildeo do outro jaacute que eacute interdependente com outros na realizaccedilatildeo dos seus objetivos eacute
necessaacuterios que ambos envolvidos na interaccedilatildeo estejam comprometidos a fim de alcanccedilar os
objetivos Desta forma natildeo adianta o enfermeiro propor formas de se comunicar por meio de
coacutedigos se o paciente natildeo estiver disposto a cooperar eacute importante avaliar diariamente como
o paciente chegou e se ele estaacute apto a participar neste dia das formas de interaccedilotildees
preestabelecidas O cuidado de enfermagem congrega vaacuterias caracteriacutesticas dentre elas estatildeo
agrave interaccedilatildeo e a relaccedilatildeo dialoacutegica que se constroacutei com o outro assim eacute preciso desenvolver as
potencialidades dos profissionais para que na relaccedilatildeo interpessoal com os pacientes possam
dar atenccedilatildeo agraves necessidades inerentes ao cuidado daquele dia por meio da escuta ativa e de
uma comunicaccedilatildeo de aproximaccedilatildeo (BROCA FERREIRA 2015)
A distacircncia pode influenciar e definir o tipo de envolvimento e assim de
comunicaccedilatildeo que queremos manter com o outro Assim os diferentes padrotildees de distacircncia satildeo
mantidos dependendo com quem se estaacute comunicando e se relacionando natildeo se esquecendo
de que o ambiente tambeacutem poderaacute influenciar no distanciamento ou aproximaccedilatildeo dos corpos
As barreiras ou falhas na comunicaccedilatildeo podem advir da falta de habilidade para ouvir ver
sentir e compreender a mensagem do outro
Tem dias que o paciente chega me cumprimenta senta e natildeo conversa muito pega o
lenccedilol se cobre e vai dormir ou escutar muacutesica Jaacute sei que algo natildeo estaacute bem
porque convivemos com eles e sabemos seu comportamento aiacute me aproximo para
tentar conversar e ele se abrir Mas tem dias que natildeo querem conversar e nem
interagir aiacute me preocupo porque agraves vezes ele passa mal e natildeo expressa nada (E2)
A comunicaccedilatildeo eacute importante em vaacuterios sentidos primeiro porque no sentido
emocional o paciente que estaacute ali sentado quatro horas fazendo querendo ou natildeo
um tratamento que eacute desgastante para ele e muitas vezes ele natildeo quer estar ali []
entatildeo o simples fato de dar atenccedilatildeo para ele estar conversando com outros
pacientes faz com que o tempo passe e ele se sinta melhor (E10)
A habilidade de decodificar algo que estaacute intriacutenseco em gestos e comportamentos estaacute
relacionada com a forma de conhecimento e entendimento dos elementos da comunicaccedilatildeo A
forma de como nos colocamos e nos comportamos diante do outro pode influenciar de forma
negativa ou positiva e influenciar a efetividade da comunicaccedilatildeo (STEFANELLI
CARVALHO 2012) Ao perceber que o paciente se manteacutem em silecircncio com pouca ou
nenhuma interaccedilatildeo durante a sessatildeo de HD o enfermeiro identifica a necessidade de se
aproximar para buscar avaliar o porquecirc da mudanccedila de comportamento Este afastamento e
101
isolamento do paciente podem denotar uma falta de interesse pelo outro ou a negaccedilatildeo na
participaccedilatildeo nos processos de interaccedilotildees estabelecidas neste ambiente Observar padrotildees de
respostas emocionais ou fisioloacutegicas de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo ao
contexto da relaccedilatildeo interpessoal redefinindo os objetivos a serem alcanccedilados
Avaliar comportamento em um determinado ambiente de HD requer de o enfermeiro
estar atendo aos coacutedigos estabelecidos e satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer
interaccedilatildeo Segundo Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma
interaccedilatildeo eacute diretamente proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A
comunicaccedilatildeo adequada eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma
determinada situaccedilatildeo pessoa e tempo Tratando-se do relacionamento enfermeiro-paciente o
processo de comunicaccedilatildeo precisa ser eficiente para viabilizar uma assistecircncia humaniacutestica e
personalizada de acordo com suas necessidades Portanto o processo de interaccedilatildeo com o
paciente se caracteriza natildeo soacute por uma relaccedilatildeo de poder em que este eacute submetido aos cuidados
do enfermeiro mas tambeacutem por atitudes de sensibilidade aceitaccedilatildeo e empatia entre ambos
Comunicar-se envolve compartilhar sentimentos e emoccedilotildees de forma verbal ou natildeo
verbal em um relacionamento interpessoal Aleacutem disso a comunicaccedilatildeo eacute um processo
complexo dinacircmico tem uma evoluccedilatildeo natildeo tem iniacutecio e nem fim e se restringe a duas ou
mais pessoas (BROCA FERREIRA 2015) Desse modo os dados da pesquisa evidenciam
que os participantes relataram que a comunicaccedilatildeo eacute importante e se expressa de diferentes
formas e que na HD a natildeo verbal eacute muito mais abrangente E essa comunicaccedilatildeo precisa ser
entendida pelo paciente de modo a proporcionar-lhe acolhimento e a partir de suas
inquietaccedilotildees e queixas o enfermeiro consiga identificar e solucionar os problemas
identificados Portanto eacute vital estreitar estimular e fortalecer a relaccedilatildeo profissional e tambeacutem
emocional entre enfermeiro-paciente para fortalecimento e integraccedilatildeo da assistecircncia de
enfermagem
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a gente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo eacute importante porque tem o que eacute falado e natildeo eacute falado o paciente
crocircnico na convivecircncia a gente pega deles o que geralmente natildeo eacute falado E isso eacute
102
soacute com o tempo mesmo Mas eacute essencial para entender a adesatildeo uma
intercorrecircncia agraves vezes ele natildeo verbaliza soacute se expressa (E11)
A comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute referida como de grande importacircncia no processo
comunicativo pois pode completar uma informaccedilatildeo verbal (afirmando ou rejeitando)
enfatizar contradizer substituir avaliando indiacutecios sobre as emoccedilotildees ou mesmo controlar ou
regular uma relaccedilatildeo de interaccedilatildeo Ao afirmarem que a natildeo verbal eacute muito utilizada por ambos
nas interaccedilotildees pode-se entender que o emissor ao tentar transmitir uma mensagem por meio
de coacutedigos e o receptor natildeo compreender o sentido a que ela se refere poderaacute gerar uma
incongruecircncia no sentido real da comunicaccedilatildeo gerando equiacutevocos entre o emissor e o
receptor
Eacute fato que mesmo na comunicaccedilatildeo verbal o corpo assume uma variedade de posturas
que ajudam a traduzir melhor o significado das palavras que satildeo ditas Para Silva (2015) deve-
se na comunicaccedilatildeo proxecircmica se atentar acirc postura corporal expressotildees corporais
distanciamento entre os corpos pode-se tornar a comunicaccedilatildeo mais efetiva Desta forma um
receptor desatento pode natildeo captar toda a mensagem se natildeo observar aleacutem das palavras do
emissor E para os enfermeiros soacute com o tempo de convivecircncia eacute possiacutevel estabelecer e
identificar esses coacutedigos da HD que satildeo transmitidas e percebidas pelos sentidos corporais
Este fato tem uma relaccedilatildeo direta com os dados do perfil de profissionais em ambos os
cenaacuterios pois nenhum enfermeiro possui menos de dois anos de atuaccedilatildeo na HD desta forma a
expertise permite assim por dizer que este profissional possui habilidades suficientes para
detectar os coacutedigos natildeo verbais Esta habilidade de comunicaccedilatildeo eacute essencial ao profissional
que convive com pacientes sob cuidados na HD independente da aacuterea de formaccedilatildeo
especializada e sim o tempo de convivecircncia e experiecircncia adquiridas neste setor Entretanto
natildeo se pode afirmar que todos os profissionais que atuam nesta aacuterea teratildeo ou desenvolveratildeo
esta habilidade de percepccedilatildeo por meio da comunicaccedilatildeo natildeo verbal
Na atual globalizaccedilatildeo os profissionais estatildeo cada vez mais qualificados e capacitados
do ponto de vista tecnoloacutegico as exigecircncias para se ter atributos e conhecimentos satildeo
impostas devido agraves demandas impostas pelas mudanccedilas sociais e econocircmicas Neste contexto
a busca da produtividade tecnologia e qualidade dos serviccedilos exigindo novos atributos de
qualificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede tambeacutem satildeo impostas no setor de hemodiaacutelise
O papel do enfermeiro natildeo se restringe a executar teacutecnicas e procedimentos de maneira
eficiente e com qualidade mas sim um cuidado abrangente que implica entre outros
aspectos desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo Contudo para que haja eficiecircncia do
103
processo de cuidar eacute necessaacuterio avaliar a qualidade das interaccedilotildees com quem se cuida um ser
humano complexo e indivisiacutevel e que para entendecirc-lo seraacute necessaacuterio o uso da comunicaccedilatildeo
proxecircmica como instrumento do cuidado
Eacute a partir dessa premissa e diante da realidade dos enfermeiros do cenaacuterio da HD que
se reforccedila a importacircncia de que seja discutido entre os profissionais de sauacutede ligados
diretamente agrave assistecircncia ao paciente o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica como um dos mais
importantes aspectos do cuidado de enfermagem os quais vislumbram uma melhor
assistecircncia ao paciente e mudanccedilas em seu espaccedilo do cuidado
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Sentidos do
espaccedilo
Comunicaccedilatildeo
efetiva
O espaccedilo fixo
e semifixo
A comunicaccedilatildeo
proxecircmica no
processo de cuidar
104
E para que haja essas mudanccedilas eacute preciso atentar para fatores como a distribuiccedilatildeo dos
mobiliaacuterios e maquinaacuterios a forma como se posiciona no espaccedilo fiacutesico o uso dos sentidos nas
percepccedilotildees de gestos e expressotildees compreensatildeo do dito e do natildeo dito para uma comunicaccedilatildeo
mais efetiva
Esta Pesquisa apresenta algumas limitaccedilotildees dentre as quais pode se destacar que o
estudo foi realizado em instituiccedilotildees hospitalares puacuteblicas universitaacuterias e algumas conclusotildees
natildeo poderatildeo ser generalizadas e atender as expectativas das cliacutenicas sateacutelites que possuem
perfil de atendimento dos profissionais diferenciada
105
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Nem tudo eacute conclusivo
ldquoO novo natildeo estaacute no que eacute dito mas no acontecimento de sua voltardquo
Michel Foucault
Respondendo aos objetivos propostos deste estudo apoacutes anaacutelise das unidades de
registro com as suas respectivas categorias e com o mapeamento comportamental proxecircmico
fundamentado por Eduard T Hall verificou-se que o enfermeiro na hemodiaacutelise demarca seu
espaccedilo do cuidado como sendo um territoacuterio de invasotildees constantes do espaccedilo iacutentimo e
pessoal mas sempre atento ao uso dos sentidos corporais as accedilotildees satildeo baseadas na
observaccedilotildees e sons emitidos no ambiente e estes potencializam os avanccedilos na interaccedilatildeo para
uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
Comunicar-se aparece sob diferentes aspectos ou significados os quais foram
percebidos ou identificados devido a sua proximidade com os pacientes Para os profissionais
da enfermagem selecionados para a pesquisa a comunicaccedilatildeo ajuda mas depende do
paciente dizem que o paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresas mesmo assim o
processo facilita nos cuidados eacute importante para o paciente e para toda equipe ainda que ele
natildeo queira falar afinal eacute um mundo novo
O enfermeiro informa que o tempo (unidade fundamental de viver) eacute que define
quando se acostuma com a doenccedila que estabelece a relaccedilatildeo com equipe com os outros
pacientes aceitando melhor e descobrindo o que eacute diaacutelise Esse perceber e ficar junto com o
paciente possibilita verificar que eles tecircm vergonha do cateter ou da fiacutestula que se
incomodam quando as pessoas ficam olhando para elas e aos poucos vatildeo se interagindo e
entendendo o tratamento Essa proximidade pode ser considerada como proxecircmica
principalmente pelas limitaccedilotildees do espaccedilo da hemodiaacutelise verificadas no mapeamento
comportamental ambientes fechados escondidos controlados
Estudar comunicaccedilatildeo proxecircmica em espaccedilos diferentes fisicamente pode natildeo ser uma
tarefa faacutecil de realizar caracterizando um desafio da pesquisa entretanto essa opccedilatildeo
possibilitou entender melhor a dinacircmica do movimento dos corpos nos diferentes espaccedilos
propostos por Eduard THall essa opccedilatildeo ajuda nas contribuiccedilotildees dos resultados do objeto e
nas habilidades para realizar o meacutetodo como pesquisadora
Ao elaborar o mapeamento comportamental proxecircmico identifica-se que os espaccedilos
ainda que diferentes com amplitudes e mobiliaacuterios tambeacutem diferentes eacute fundamental a
106
ampliaccedilatildeo dos sentidos para uma accedilatildeo raacutepida durante as interaccedilotildees e intervenccedilotildees mesmo
estando a uma distancia puacuteblica ou social
Entretanto a dificuldade na percepccedilatildeo dos sentidos corporais como elemento da
comunicaccedilatildeo natildeo verbal foi identificada em alguns dos sujeitos por natildeo possuiacuterem
determinados sentidos aguccedilados ou ateacute natildeo entendem o processo com a utilizaccedilatildeo destes
sentidos durante o processo do cuidado A natildeo utilizaccedilatildeo desses sentidos dificulta a
percepccedilatildeo de determinadas situaccedilotildees de dor sofrimento ou alteraccedilotildees fisioloacutegicas Fato que
pode ser equacionado com o primeiro momento quando da interaccedilatildeo da equipe com o
paciente onde todos devem alinhar os pensamentos e procedimentos a serem adotados em
todo o processo do tratamento
Durante o processo de anaacutelise das respostas dos enfermeiros quanto aos
questionamentos realizados foram verificados que alguns elementos dificultam o processo de
utilizaccedilatildeo de uma comunicaccedilatildeo seja ela verbal ou natildeo verbal no atendimento do paciente
quando em tratamento em hemodiaacutelise que satildeo o espaccedilo com as caracteriacutesticas fixas e
semifixas das salas e suas divisotildees a disposiccedilatildeo das maacutequinas a falta de sala para consulta de
enfermagem dificuldade da percepccedilatildeo de alguns enfermeiros com a comunicaccedilatildeo natildeo verbal
O espaccedilo com as disposiccedilotildees dos equipamentos mobiliaacuterios e posicionamento das
equipes de enfermagem dificultam uma visualizaccedilatildeo global dos pacientes em suas maacutequinas
cujos procedimentos poderiam se iniciar com apenas um olhar Os setores de hemodiaacutelise
encontram-se sem padratildeo de infraestrutura fragmentando as salas de hemodiaacutelise natildeo
otimizando o fator humano e o material existente que satildeo escassos
Uma disposiccedilatildeo das maacutequinas em ldquoUrdquo ou em ciacuterculos onde encontrariacuteamos no centro
os enfermeiros com todos os controles dos pacientes escaninhos com prontuaacuterios telefone
computador sem obstaacuteculos para a visualizaccedilatildeo dos pacientes Diante deste cenaacuterio os
enfermeiros estariam mais receptivos para adotarem com mais frequumlecircncia a observaccedilatildeo dos
pacientes de forma mais natildeo verbal diminuindo o constrangimento de alguns por natildeo
quererem mostrar qualquer desconforto em virtude de estarem com outros no mesmo
ambiente
A falta de uma sala para consulta de enfermagem eacute referida como muito importante
pois evita o constrangimento inicial perante outros em tratamento eacute o momento ideal para
aliviar o tratamento que estaacute por vir evitando aquele choque imediato em uma maacutequina
mostrando um atendimento mais humanizado e principalmente a interaccedilatildeo da equipe de
enfermagem com o paciente facilitando o processo da utilizaccedilatildeo da linguagem natildeo verbal
onde podem ser feitos vaacuterios questionamentos quanto as suas reaccedilotildees corporais em resposta a
107
determinados estiacutemulos e estabelecer ateacute coacutedigos entre eles Deve sempre lembrar o
enfermeiro que esse novo ambiente a ser frequumlentado pelo paciente seraacute a sua segunda casa
A humanizaccedilatildeo destes espaccedilos busca permitir ao paciente um melhor conforto fiacutesico e
psicoloacutegico
A distribuiccedilatildeo espacial gera uma seacuterie de comportamentos e praacuteticas inconscientes
Assim sendo os processos de comunicaccedilatildeo de um setor tambeacutem satildeo influenciados por esta
distribuiccedilatildeo Os fluxos de comunicaccedilatildeo ascendente descendente e lateral estatildeo sujeitos a essa
influecircncia Foi possiacutevel perceber como a arquitetura eacute uma variaacutevel na constituiccedilatildeo das
relaccedilotildees dentro do setor de hemodiaacutelise Na relaccedilatildeo entre as estruturas arquitetocircnicas e as
accedilotildees dos indiviacuteduos verifica-se uma interferecircncia nos resultados da comunicaccedilatildeo Sendo
assim ao formular e projetar espaccedilos de trabalho eacute cada vez mais relevante refletir sobre
alguns principais elementos arquitetocircnicos visto que essas escolhas tecircm funccedilotildees objetivas a
cumprir conforme o tipo de ambiente e atividades realizadas nele porque podem influenciar
nas vidas das pessoas gerando percepccedilotildees e sensaccedilotildees
Ficou confirmado que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a
consulta de enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de
satisfaccedilatildeo biopsicossocial destacando que a consulta de enfermagem favorece o
estabelecimento de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e
flexibilidade que proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de
acolhimento favorecendo a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais
efetiva prazerosa respeitando os limites territoriais aceitos socialmente
Ressalta-se que o processo de cuidar natildeo ocorre isoladamente mas por meio de
intencionalidade interaccedilatildeo disponibilidade e confianccedila entre profissional e paciente O
profissional de enfermagem deve ter em sua rotina a praacutetica de promover medidas de
conforto sendo um gestor do cuidado e de emoccedilotildees fazendo com que o paciente se mantenha
interagido com o ambiente fiacutesico e social
A interpretaccedilatildeo do resultado das observaccedilotildees e das entrevistas dos participantes do
estudo possibilitaram inferir que a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade
no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos corporais e a forma como
nos comunicamos A partir da teacutecnica de anaacutelise do conteuacutedo foram encontradas algumas
evidecircncias representadas nas unidades de codificaccedilatildeo e categorias que demarcam o espaccedilo e
suas interaccedilotildees Pode-se entender que o ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer lugar que
o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com o
108
paciente atentando para natildeo violar sua privacidade que no uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio
um fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e
fixas do espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro
Os sentidos do espaccedilo representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com
confianccedila de quem se cuida empatia ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e
formas diferentes de se comunicar eacute expressar arranjos espaciais singulares com fluxo
adequado olhar identificando mudanccedilas no comportamento envolvimento e interesse ouvir eacute
estar atento agrave entonaccedilatildeo da voz aspectos emocionais e comportamentos gestuais tocar eacute
viacutenculo acolhimento sendo que o toque instrumental-afetivo deveraacute evoluir na HD a
memoacuteria olfativa na HD eacute gerada pelos odores corporais e odores ambientais o paladar na
HD eacute alerta de restriccedilotildees alimentares e hiacutedricas do paciente
A comunicaccedilatildeo para os enfermeiros durante o cuidado na HD eacute saber captar as
expressotildees faciais e corporais para um cuidado singular estabelecer coacutedigos de comunicaccedilatildeo
ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando conforto
seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar a qualidade das interaccedilotildees
A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no cuidado e a
comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo de
redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
109
REFEREcircNCIAS
ABIB G Observaccedilatildeo participante em estudos de Administraccedilatildeo da informaccedilatildeo no
Brasil RAE v 53 n 6 p 604-616[online] 2013 [acesso em 13 de marccedilo de 2017]
ABUDERNE P NAISBITT Mega tendecircncias para as mulheres Traduccedilatildeo de Magda
Lopes ndash Rio de janeiro Rosa dos Tempos 1993
ALVES S FRANCO S CASTANtildeER M CAMERINO O HILENO R RODRIGUES J
El anaacutelisis de la comunicacioacuten paraverbal cineacutesica y proxeacutemica de los instructores de fitness
mediante patrones temporales (T-patterns) Cuad psicol deporte 15(1) 111-122 ene-jun
2015 ilus tab| IBECS | ID ibc-138318
ANGROSINO M Etnografia e observaccedilatildeo participante Coleccedilatildeo Pesquisa Qualitativa
Bookman Editora 2009
AZEVEDO AL et al Communication of nursing students in listening to patients in a
psychiatric hospital Escola Anna Nery v 21 n 3 2017
AZEVEDO AL ARAUacuteJO STC VIDAL VLL How nursing students perceive
communication with patients in mental health RevActa paul enferm vol28 no2 - Satildeo
Paulo MarApr 2015
BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Ed Revista e ampliada Lisboa Ediccedilotildees 70 2011
BENNER PE TANNER CA CHESLA CA Expertise in nursing practice Caring
clinical judgment and ethics Springer Publishing Company 2009
BITTENCOURT GKGD CROSSETTI MGO Habilidades de pensamento criacutetico no
processo diagnoacutestico em enfermagem Rev esc enferm USP [online] 2013 vol47 n2
pp341-347 ISSN 0080-6234 httpdxdoiorg101590S0080-62342013000200010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedila cardiovascular
cerebrovascular e renal crocircnica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 14 Brasiacutelia-DF Ministeacuterio da Sauacutede 2006
110
_______ Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador de Doenccedila Renal
Portaria Nordm 1168GM em 15 de junho de 2004 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesportaria_1168_achtm Acesso em 29072016
________ Ministeacuterio da sauacutedeOrganizaccedilatildeo da linha de cuidado da pessoa com Doenccedila
Renal Crocircnica (DRC) Portaria Nordm 389 de 13 de marccedilo de 2014 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2014prt0389_13_03_2014html Acesso em
29072016
________ Misteacuterio da Sauacutede Plataforma Brasil Disponiacutevel em
httpwwwsaudegovbrplataformabrasil acesso em 03032016
________ Ministeacuterio da Sauacutede Portal do Datasus Disponiacutevel em
lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=01gt Acesso em 31072016
________ Resoluccedilatildeo da diretoria colegiada- RDC Nordm 154 de 15 de junho de 2004
Estabelece o Regulamento Teacutecnico para funcionamento dos Serviccedilos de Diaacutelise Disponiacutevel
em wwwsaudemggovbr rsaquo Acesso em 15082016
_________ Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada - RDC ndeg 11 de 13 de marccedilo de 2014 Dispotildee
sobre os Requisitos de Boas Praacuteticas de Funcionamento para os Serviccedilos de Diaacutelise e daacute
outras providecircncias Acesso em 15082016 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisanvisa2014rdc0011_13_03_2014pdf
________ Conselho Nacional de Sauacutede - CNS Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de
2012 Disponiacutevel em httpwwwconselhosaudegovbrresolucoes2012Reso466pdf
acesso em 160314
BOLLNOW O F O homem e o espaccedilo Curitiba Editora UFPR 2008
BORGES FILHO O Espaccedilo e literatura introduccedilatildeo agrave topoanaacutelise Satildeo Paulo Ribeiratildeo
Graacutefica e Editora 2007
BOSI MLM Pesquisa qualitativa em sauacutede coletiva panorama e desafios Ciecircnc Sauacutede
Coletiva 2012 17575-86
BROCA PV FERREIRA MA Equipe de enfermagem e comunicaccedilatildeo contribuiccedilotildees para o
cuidado de enfermagem Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 02 de marccedilo de
2016]65(1)97-103 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n114pdf
111
BROCA PV FERREIRA MA Nursing staff and nonverbal communication Rev Reme
min enferm 18(3)697-702jul-set 2014
BROCA PV FERREIRA MA Processo de comunicaccedilatildeo na equipe de enfermagem
fundamentado no diaacutelogo entre Berlo e King Rev Esc Anna Nery 201519(3)467-474
BROCA PV FERREIRA MA Action plan for the communication process in a nursing team
Acta Scientiarum Health Sciences Maringaacute v 38 n 1 p 23-31 Jan-June 2016
BRUNI A Ensentildeanza de las competencias cineacutesica y proseacutemica a estudiantes de lenguas
extranjeras Nuacutecleo [online] 2011 vol23 n28 [acesso 2015 maio 06] pp 91-
114Disponiacutevelemlthttpwwwscieloorgvescielophpscript=sci_arttextamppid=S079897842
011000100004amplng=esampnrm=isogt ISSN 0798-
CAMELO S H H Competecircncia profissional do enfermeiro para atuar em Unidades de
Terapia Intensiva uma revisatildeo integrativa Revista Latino-Americana de Enfermagem v
20 n 1 p 192-200 2012
CAMERON LE ARAUacuteJO STC Visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo na assistecircncia em
enfermagem traumato-ortopeacutedica Rev Esc Enferm USP 2011 [online 45(1)95-9
[Disponiacutevel em] wwweeuspbrreeusp
CAVALCANTE RB CALIXTO P PINHEIRO MMK Anaacutelise de conteuacutedo consideraccedilotildees
gerais relaccedilotildees com a pergunta de pesquisa possibilidades e limitaccedilotildees do meacutetodo Inf amp
Soc Est Joatildeo Pessoa v24 n1 p 13-18 janabr 2014
CHEEVER KH HINKLE J L Brunner amp Suddarth Tratado de Enfermagem Meacutedico-
Ciruacutergica - 2 vols13ordf ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2015
CHERCHIGLIA ML et al Determinants of expenditures on dialysis in the Unified National
Health System Brazil 2000 to 2004 Cad Sauacutede Puacuteblica [online] 2010 vol26 n8
pp1627-1641 ISSN 1678-4464 Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0102-
311X2010000800016
CHOI ES LEE J Effects of a face-to-face self-management programo n knowledge self-
care practice and kidney function in patients with chronic kidney disease before the renal
replacement therapy Journal of Korean Academy of Nursing v42 n7 p 1070-78 2012
112
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem Anaacutelise de dados dos profissionais de
enfermagem existentes nos Conselhos Regionais Marccedilo de 2011 Disponiacutevel em
httpwwwportalcofengovbrsitenovositesdefaultfilespesquisaprofissionaispdf acesso
em 06052016
_______- Conselho Federal de Enfermagem Lei Cofen nordm 749886 Regulamentaccedilatildeo do
exerciacutecio de enfermagem Disponiacutevel em httpwwwportalcofengovbr
Site2007materiasaspArticleID=22ampsectionID=35 Acesso em 05082017
COSTA LRG NOVAES MR FERNANDES SEF LUNA LCG ALEXANDRE CS
Avaliaccedilatildeo do risco de doenccedila renal crocircnica em uma amostra populacional de diabeacuteticos Rev
Ciecircnc Sauacutede Nova Esperanccedila ndash Jun 201412(1) Disponiacutevel em
httpwwwfacenecombrwp-contentuploads201011AvaliaC3A7C3A3o-do-risco-
de-doenC3A7a-renal-crC3B4nicapdf Acesso em29072016
COSTAISR Food to memory kitchen representation in the lyric Lucia Maria Dal Farra
Rev Topus 2014 Disponiacutevel em
wwwrevistatopuscombrenenviados201654211110Acesso em23082017
CROSSETTI MGO BITTENCOURT GKGD LIMA AAA GOacuteES MGO SAURIN
Structural elements of critical thinking of nurses in emergency care Rev Gauacutecha Enferm
2014 set35(3)55-60 [on-line ]
Disponiacutevel em wwwseerufrgsbrrevistagauchadeenfermagem
CUNHA ACC SPANHOL CID Lideranccedila feminina caracteriacutesticas e importacircncia agrave
identidade da mulher Rev Saber Humano - Ano 4 nuacutemero 5 - 2014 ISSN 2178-7689
DESLAURIERS JP KEacuteRISIT M O delineamento de pesquisa qualitativa In POUPART
J e al A pesquisa qualitativa enfoques epidemioloacutegicos e metodoloacutegicos Petroacutepolis RJ
Vozes 2008p 127-153
FARIAS L M et al Comunicaccedilatildeo proxecircmica entre a equipe de enfermagem e o receacutem-
nascido na unidade neonatal Rev RENE Fortaleza v 11 n 2 p 37-43 abrjun 2010
Disponiacutevel em httpwwwrepositorioufcbrbitstreamriufc1466312010_art_lmfariaspdf
Acesso em 31 de julho de 2016
FERNANDES M CRUZ L Adesatildeo ao regime terapecircutico da pessoa em iniacutecio de
hemodiaacutelisendashintervenccedilatildeo do enfermeiro CIAIQ v 2 2017
FORMOZO GA et al As relaccedilotildees interpessoais no cuidado em sauacutede uma aproximaccedilatildeo ao
problema Revista Enfermagem UERJ v 20 n 1 p 124-127 2012
113
FRANCO RF STRALEN CJV The living space and its importance for the production of
subjectivity Psicologia em Revista Belo Horizontev18n3-402-419dez 2012
FURTADO AMO SOUZA SROS OLIVEIRA BL GARCIA CN El enfermero
asistencial y educador en una unidad de trasplante renal un desafio Enfermeriacutea Global vol
11 nuacutem 3 julio 2012 pp 346-350 Universidad de Murcia Murcia Espantildea
GALVAtildeO MTG PAIVA SS SAWADA NO PAGLIUCA LMF Anaacutelise da
comunicaccedilatildeo proxecircmica com portadores de hivAIDS Rev latino-am enfermagem 2006
julho-agosto 14(4) Disponiacutevel em wwweerpuspbrrlae Acesso em 121113
GEERTZ C A interpretaccedilatildeo das culturas - led ISreimpr - Rio de Janeiro LTC 2008
GIBBS G El anaacutelisis de datos en investigacioacuten cualitativa Ediciones Morata 2012
GRUBA C et al Processo de territorializaccedilatildeo e mapeamento em saude da familia Revista
do Curso de Enfermagem v 3 n 3 2015
HALL E T A Dimensatildeo ocultaTraduccedilatildeo Waldeacuteia Barcellos 1ordf ediccedilatildeo Ed Martins Fontes
Satildeo Paulo 2005
HELLER E A psicologia das cores como as cores afetam a emoccedilatildeo e a razatildeo [Traduccedilatildeo
Maria Luacutecia Lopes da Silva] 1 Ed Satildeo Paulo Gustavo Gili 2013
HORIGAN AE SCHNEIDER SM DOCHERTY S BARROSO J The experience and
self-management of fatigue in patients on hemodialysis Nephrol Nurs J [acesso em
27022016] v 40 n2 p113-22 marabr 2013 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
HUELGAS RG CASTELAO AM ARTOLA S GOacuteRRIZ JL MENEacuteNDEZ E Documento
de Consenso sobre el tratamiento de la diabetes tipo 2 en el paciente con enfermedad renal
crocircnica Nefrologiacutea (Madr) vol34 no1 Santander 2014 [acesso 2015 maio 05] Disponiacutevel
em httpdxdoiorg103265Nefrologiapre2013Nov12369
KNAPP ML HALL JA Comunicaccedilatildeo natildeo-verbal na interaccedilatildeo humana [Traduccedilatildeo
Barros MAL] ndash Satildeo Paulo JSN editora 1999
114
LANZONI GMM et al Interaccedilotildees no ambiente de cuidado explorando publicaccedilotildees de
enfermagem Rev bras enferm vol64 no3 Brasiacutelia MayJune 2011 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg101590S0034-71672011000300024 Acesso em 160816
LIM CHI EUNG DANFORN NG RACHEL W C CHENG NGA CHONG
LISA CIGOLINI MARIA KWOK CANNAS BRENNAN FRANK Advance care
planning for haemodialysis patients Cochrane Database Syst Rev 7 CD010737 2016 Jul
26| MEDLINE | ID mdl-27457661
LUumlDKE M ANDREacute MEDA Pesquisa em educaccedilatildeo abordagens qualitativas 2ordf ed
Satildeo Paulo EPU 2013
LUZ GM KUHNEN A O uso dos espaccedilos urbanos pelas crianccedilas explorando o
comportamento do brincar em praccedilas puacuteblicas Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica 263 (2013)
[acesso em 09 de abriel de 2016] 552-560 Disponiacutevel em
httpwwwredalycorgarticulooaid=18828877015
MACEDO SM SENA MCS MIRANDA KCL Consulta de enfermagem ao paciente
com HIV perspectivas e desafios sob a oacutetica de enfermeiros Revista Brasileira de
Enfermagem v 66 n 2 2013
MARCONI M A LAKATOS E M Fundamentos de Metodologia cientiacutefico 7ordm ed
Atlas 2011
MARTINS C RIELLA MC Nutriccedilatildeo e o Rim2ordf ediccedilatildeo - Guanabara Koogan 2013
MASSOCO ECP MELLEIRO MM Comunicaccedilatildeo e seguranccedila do paciente percepccedilatildeo dos
profissionais de enfermagem de um hospital de ensino Rev REME Rev Min Enferm 2015
abrjun 19(2) 187-191
MEDEIROS AJS MEDEIROS EMD Desafios do tratamento hemodialiacutetico para o portador
de insuficiecircncia renal crocircnica e a contribuiccedilatildeo da enfermagem Revista brasileira de
educaccedilatildeo e sauacutede v 3 n 1 2013
MENEZES FG BARRETO DV ABREU RM ROYEDAF PECOITS FILHO RF
Panorama do tratamento hemodialiacutetico financiado pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede - Uma
perspectiva econocircmica Rev J Bras Nefrol 201537(3)367-378
MENON Daniele MARTINS Andreia Pereira DYNIEWICZ Ana Maria Condiccedilotildees de
conforto do paciente internado em UTI neonatal Sauacutede v 1 n 1 2014
115
MINAYO MCS O desafio do conhecimento-Pesquisa qualitativa em sauacutede 13ordf Ed Satildeo
Paulo Hucitec Rio de Janeiro (RJ) Abrasco 2013
MINAYO MCS ASSIS SG SOUZA ER Avaliaccedilatildeo por triangulaccedilatildeo de meacutetodos
Abordagem de Programas Sociais Rio de janeiro Editora FioCruz 244 pp ISBN 85-
89697-06-1 3ordf reimpressatildeo 2010
MOURA L PRESTES IV DUNCAN B B Schmidt MI Building a national database
of patients receiving dialysis on the Brazilian Unified Health System 2000-2012 Rev
Epidemiol Serv Sauacutede v23 n2 Brasiacutelia jun 2014 Disponiacutevel em
httpdxdoiorg105123S1679-49742014000200004 Acesso em 31 de julho de 2016
MOURAtildeO CML ALBUQUERQUE MAS SILVA APS OLIVEIRA MS
FERNANDES AFC Comunicaccedilatildeo em enfermagem uma revisatildeo bibliograacutefica Rev rene
fortaleza v 10 n 3 p 139-145 julset2009
NERY I S GOMES I S MORAES S D S VIANA L M M Percepccedilatildeo de enfermeiras
sobre as relaccedilotildees interpessoais na consulta de enfermagem Revista de Enfermagem da
UFPI v 1 n 1 2012
NUNTABOOT KHANITTA Actual Nursing Competency among Nurses in Hospital in
Vietnam International Scholarly and Scientific Research amp Innovation 10(3) 2016
Disponiacutevel em wasetorgPublicationactual-nursingnurses-inin10004833 Acesso em
05082017
OLIVEIRA MB Aplicado ao projeto arquitetocircnico Da concepccedilatildeo agrave apresentaccedilatildeo de
projetos Editora Novatec 2015
OLIVEIRA S K P QUEIROZ A P O MATOS D P M MOURA A F LIMA
FET (2012) Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da literatura
Revista Brasileira de Enfermagem REBEn 65(1) 155 - 161 Acedido a 18052013
Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-
71672012000100023amplng=enampnrm=isoamptlng=PT
OLIVEIRA SKP et al Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da
literatura Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012
116
PERUSSO IAO Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador da Doenccedila Renal Dissertaccedilatildeo de
mestrado - (Universidade Federal de Pernambuco 2013-08-30) Disponiacutevel em
httprepositorioufpebrhandle12345678911450 acesso em 10052017
PESSOA NRC LINHARES FMP Hemodialysis patients with arteriovenous fistula
knowledge attitude and practice Rev Esc Anna Nery vol19 no1 Rio de
Janeiro JanMar[Internet] 2015[acesso em 10 de marccedilo de 2017] 19(1)73-79 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg1059351414-814520150010
PIESZAK GM TERRA MG NEVES ET PIMENTA LF PADOIN SMM RESSEL LB
Percepccedilatildeo dos profissionais de enfermagem acerca do cuidar em centro obsteacutetrico Rev Rene
2013 14(3)568-78
POTT FS STAHLHOEFER T FELIX JVC MEIER MJ Medidas de conforto e
comunicaccedilatildeo nas accedilotildees de cuidado de enfermagem ao paciente criacutetico Rev Bras Enferm
Brasiacutelia 2013 mar-abr 66(2) 174-9
PROCHET TC SILVA MJP Fatores ambientais como coadjuvantes na comunicaccedilatildeo e no
cuidar do idoso hospitalizado Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 08 de abril de
2016]65(3)488-94 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n3v65n3a14pdf
PROCHET TC SILVA MJP Proxecircmica as situaccedilotildees reconhecidas pelo idoso
hospitalizado que caracterizam sua invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial Texto amp Contexto
Enfermagem v17 n2 p321-326 2008 Disponiacutevel em HTTPdxdoiorg10159050104-
070720080002000014 Acesso em05102012
PUGGINA AC et al Percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo e necessodades dos familiares em
Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Anna Nery Enferm 18 (2)283-283 Apr-Jun2014
REBOUCcedilAS CBA PAGLIUCA LMF RODRIGUES JUacuteNIOR JC OLIVEIRA
GOB ALMEIDA PC El anaacutelisis comparativo de la comunicacioacuten no verbal entre enfermero
y paciente ciego Index enferm 24(3) 134-138 jul-sept 2015 IBECS | ID ibc-142698
RODRIGUEZ PA GARREOLMO J FRANCH NJ DIEZ EJ MUNDETTX BARROT
PJ et al Prevalence of chronic kidney disease in patients with type 2 diabetes in Spain
Percedime 2 study BMC Nephrol 20131446
RODRIGUES Fernando de Assis SANTANA Ricardo Cesar Gonccedilalves Restriccedilotildees
tecnoloacutegicas e de acesso a dados disponiacuteveis sobre destinos de repasses financeiros federais
117
para a sauacutede puacuteblica em ambientes informacionais digitais XIII Encontro Nacional de
Pesquisa em Ciecircncia da Informaccedilatildeo - 2013
SANTOS AR Metodologia cientiacutefica Construccedilatildeo do conhecimento ndash 8ordf Ed revisada
conforme NBR147242011 Rio de Janeiro Lamparina 2015
SAVI A E RECH G RF Apropriaccedilatildeo Espacial Das CrianccedilasndashUm estudo ergonocircmico no
paacutetio escolar Estudos em Design v 23 n 3 p 1-14 2015
SCHIMIDT TCG Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso hospitalizado Tese de
(Doutorado) ndash Universidade de Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Enfermagem Satildeo Paulo 2012
SCHIMIDT TCG YEDA YAO SILVA MJP Avaliaccedilatildeo mediata na replicaccedilatildeo do
Programa de Capacitaccedilatildeo em Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal em Gerontologia Rev esc enferm
USP [internet] [acesso em 13 de abril de 2016] vol49 no2 Satildeo Paulo marabr 2015
[Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0080-623420150000200017]
SCHIMIDT TCG SILVA MJP Reconhecimento dos aspectos tacecircsicos para o cuidado
afetivo e de qualidade ao idoso hospitalizadoRev esc enferm USP[internet] [acesso
em13 de abril de 2016] vol47 no2 Satildeo Paulo abr 2013 [httpdxdoiorg101590S0080-
62342013000200022
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Influecircncia das caracteriacutesticas fiacutesicas humanas na
comunicaccedilatildeo do profissional das sauacutede com o idoso REMErevminenferm17(3)510-
516jul-set2013 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfreeuspv46n312pdf Acesso
em15072015
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Proxecircmica e cineacutesica como recursos comunicacionais
entre o profissional de sauacutede e o idoso hospitalizado RevenfermUERJ 20(3)349-354 jul-
set 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_nlinksamppid=S0034-
7167201400060092800012amplng=en Acesso em 15072015
SESSO RC LOPES AA THOMEacute FS LUGON JR MARTINS CT Inqueacuterito
Brasileiro de Diaacutelise Crocircnica 2014 Rev J Bras Nefrol 201638(1)54-61
SHAUGHNESSY J ZECHMEISTERE ZECHMEISTERJ Research Methods in
Psychology Mc Graw-Hill Eduaction 10ordf edition 2014
118
SILVA MJP A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da enfermagem Capiacutetulo 4 Pag
50 a 64 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
SILVA MJP Comunicaccedilatildeo tem remeacutedio a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees interpessoais em
sauacutede 10ordfed Satildeo Paulo (SP) Loyola 2015
SILVA Larissa Gutierrez da MATSUDA Laura Misue WAIDMAN Maria Angeacutelica
Pagliarini The structure of a public emergency care service from the workers view
perspectives on quality Texto amp Contexto-Enfermagem v 21 n 2 p 320-328 2012
SILVA MAM PINHEIRO KB SOUZA AMA MOREIRA ACA Health promotion in
hospital settings Revista Brasileira de Enfermagem 64 (3)596-599 2011
SILVA TM RAQUEL MPS ALVESCS PAZ JSM ALTERACcedilAtildeO NO PALADAR
DE IDOSOS E SUAS REPERCUSSOtildeES NUTRICIONAIS Anais do 4ordm Congresso
Internacional de Envelhecimento Humano 2015
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC) SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA) VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010 95(1 supl1) 1-51)
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (SBN) Censo de diaacutelise SBN
2014Disponiacutevel em http wwwsbnorgbrpdfpublico2012pdf Acesso em 15062016
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM EM NEFROLOGIA (SOBEN)
Disponiacutevel emwwwsbnorgbrpdfcenso_2014_publicopdf acesso em 06022016
STAKE RE REIS K Pesquisa qualitativa estudando como as coisas funcionam Porto
Alegre (RS) Penso 2011
STEFANELLI MC CARVALHO EC A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da
enfermagem 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
STRAUSS AL CORBIN J Pesquisa Qualitativa Teacutecnicas e Procedimentos para o
Desenvolvimento de Teoria Fundamentada 2ordf ed Porto Alegre Artmed 2008
TEIXEIRA Maria Cristina Triguero Veloz et al Protective factors associated with emotional
and behavioral problems in school children Estudos de Psicologia (Campinas) v 31 n 4
p 539-548 2014
119
TERRA AC VAGHETTI HH Proxemics communication in nursing work an integrative
literature review Cienc enferm vol20 no1 Concepcioacuten abr 2014
TERRA AC Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de enfermeiros
hospitalares Dissertaccedilatildeo de (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande Escola de
Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Rio Grande 2013
TONG A FLEMMING K MCINNES E OLIVER S CRAIG J Enhancing transparency in
reportingthe synthesis of qualitative research ENTREQ BMC Med Res Methodol
[internet] 2012 [acesso em 10 de abril de 2016]12181-8 [Disponiacutevel em
httpbmcmedresmethodolbiomedcentralcomarticles1011861471-2288-12-181
UNITED STATES RENAL DATA SYSTEM (USRDS) Annual Data Report National
Institutes of Health National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases
Bethesda 2014
VALADARES GV VIANA LO O Processo de formaccedilatildeo na especialidade a partir da
experiecircncia do enfrentamento do conhecimento novo Rev Cogitare Enferm 2009 [acesso
em 08042016] AbrJun 14(2)379-83 Disponiacutevel em
httprevistasufprbrcogitarearticleviewFile1566810409
VASCONCELOS SG Comunicaccedilatildeo entre matildee-filho em alojamento conjunto a luz dos
fatores proxecircmicos Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Cearaacute UFC Universidade federal do Cearaacute
2006
YANG YI BAKER S KANNAN A RAMANAN D Recognizing proxemics in personal
photos Computer Vision and Pattern Recognition (CVPR) [internet] 2012 [acesso
em24052016] IEEE Conference on IEEE[internet] 2012
Disponiacutevelemhttpieeexploreieeeorgxplloginjsptp=amparnumber=6248095ampurl=http3
A2F2Fieeexploreieeeorg2Fxpls2Fabs_alljsp3Farnumber3D6248095
ZANARDO GM ZANARDO GM KAEFER CT Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de
Enfermagem Revista Contexto amp Sauacutede Ijuiacute bull v 10 bull n 20 bull JanJun 2011 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
120
APENDICE
15
APEcircNDICE A Termo de Consentimento do HUCFF e HUPE
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
121
16
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga
FilhoHUCFFUFRJ ndash R Prof Rodolpho Paulo Rocco ndeg 255 ndash Cidade UniversitaacuteriaIlha do
Fundatildeo - Sala 01D-461deg andar - pelo telefone 3938-2480 de segunda a sexta-feira das 8 agraves
15 horas ou atraveacutes do e-mail cephucffufrjbr
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
122
17
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
123
18
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Pedro
ErnestoHUEPUERJ ndash Rua Boulevard nordm 28 de setembro 77 - Vila Isabel Cep 20551-
030 - Rio de Janeiro ndash RJ Teacuterreo do HUPE Tels 2868-8253 e-mail cep-hupeuerjbr
Atendimento de segunda-feira a sexta-feira das 0900-1200h e 1300-1700h
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
124
19
APEcircNDICE B IDENTIFICACcedilAtildeO DOS SUJEITOS
Coacutedigo de identificaccedilatildeo ________________ Idade______________________
Sexo ( ) F ( ) M
Data ______________
Dados Profissionais
1Tempo de atuaccedilatildeo como enfermeiro________________________
2 Tempo de atuaccedilatildeo na nefrologia__________________________
3 Funccedilatildeo ( ) chefia ( ) assistecircncia ( ) chefiaassistecircncia
4 Haacute quanto tempo_________________________________________
5 Trabalha em outra instituiccedilatildeo com esta pacientela
( ) sim ( ) natildeo
6CapacitaccedilatildeoAperfeiccediloamento realizados apoacutes a graduaccedilatildeo
( ) sim ( ) natildeo
QualQuais
Contatos
Telefone___________________________________
Endereccedilo eletrocircnico___________________
125
20
APEcircNDICE C ndash QUESTOtildeES NORTEADORAS DE ENTREVISTA
Coacutedigo de identificaccedilatildeo________________________________
Data___________ Iniacutecio________________Teacutermino__________________
1 Identifique no mapeamento comportamental sua localizaccedilatildeo nos diferentes momentos
do cuidado
2 Quais as dificuldades e facilidades do ambiente para auxiliar na comunicaccedilatildeo durante
o cuidado (Mobiliaacuterio iluminaccedilatildeo biombos cadeiras maacutequina de diaacutelise poltronas
de HD posto de enfermagem bancada de preparaccedilatildeo de medicamentos balanccedila sala
de curativos pia para lavagem da fistula)
3 Identifique os diferentes sentidos corporais com as distacircncias mantidas durante o
cuidado intima pessoal social puacuteblica
4 Explique como a postura corporal do profissional pode ser avaliada favoravelmente
pelo paciente (de peacute sentado ombro a ombro de costas de frente)
5 Qual a sua percepccedilatildeo sobre a importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente na hemodiaacutelise
126
58
APEcircNDICE D Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado natildeo participante Coacutedigo de identificaccedilatildeo do sujeito______________________
Dados de identificaccedilatildeo do paciente
Coacutedigo do paciente
Data de nascimento Sexo Dia da semana Inicio da HD no setor
Fatores
proxecircmicos
Situaccedilatildeo
Tempo
de
duraccedilatildeo
Posiccedilatildeo Distacircncia Tom de voz Eixo dos
Interlocutor
es
Comportamento
de contato
Contato
visual
Comunicaccedilatildeo
verbal
Impressotildees da
pesquisadora
( )de peacute
( )sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( ) outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
127
82
ANEXO
128
82
ANEXO A ndashFolha de rosto da Plataforma Brasil
129
82
ANEXO B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia do HUPE
130
82
ANEXO C ndash Declaraccedilatildeo de coparticipante do HUCFF
83 131
82
ANEXO D- Parecer do EEANHESFA
132
82
ANEXO E- Parecer do HUCFFUFRJ
133
82
ANEXO F - Parecer do HUPE UERJ
134
5
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida que tens me dado Agradeccedilo pela sauacutede famiacutelia amigos e pela
oportunidade de estar vivenciando este momento uacutenico em minha vida
Ao meu marido Andreacute que sempre esteve presente me apoiando e incentivando nos
momentos de desanimo e de incertezas trazendo suas contribuiccedilotildees para o fortalecimento da
minha vida profissional e familiar Vocecirc e meus filhos satildeo o incentivo para continuar nesta
jornada Vocecircs satildeo tudo na minha vida
Aos meus Pais Joseacute Luiz e Nely Moema aos quais devo minha vida Fico feliz por
estar realizando um sonho ao qual vocecircs tambeacutem fazem parte Amo vocecircs
Agrave minha irmatilde Danielle parceira em vaacuterios momentos da minha vida Vocecirc que
sempre apoiou minha realizaccedilatildeo profissional muito obrigada pela forccedila
Agrave minha professora orientadora e amiga Profordf Drordf Silvia Teresa Carvalho de Arauacutejo
por ter confiado no meu potencial e pela coragem de caminhar comigo desde minha iniciaccedilatildeo
cientiacutefica ateacute a conclusatildeo desta tese Seus ensinamentos sua sabedoria e seu jeito meigo e
carinhoso de ser me cativaram desde o primeiro momento Se hoje escrevo esta tese eacute porque
vocecirc me proporcionou fazer parte do seu mundo este que me apaixono cada vez mais e que
permite explorar tudo aquilo que sempre almejei - Conhecimento essencial para cuidar
Ao meu Padrasto Daniel (in memorian) foi a partir da necessidade de ajudaacute-lo na
DRC que busquei os estudos infelizmente vocecirc natildeo estaacute aqui para ver meu trabalho mas
aonde quer que esteja sei que estaacute torcendo por mim
Aos membros da Banca Examinadora que me acompanharam desde a defesa do
projeto com valiosiacutessimas contribuiccedilotildees
Profordf Drordf Cleotilde Garcia Reza que se disponibilizou a fazer parte desta banca e
trouxe contribuiccedilotildees significativas para a construccedilatildeo deste Sempre tatildeo solicita e atenciosa
passa uma energia tatildeo boa que mesmo a distacircncia eu pude recebecirc-la
Profordf Drordf Neacutebia Mordf Almeida de Figueiredo quanta sabedoria em uma uacutenica pessoa
Obrigada por acreditar em mim ldquoO saacutebio natildeo eacute aquele que conhece tudo e sim aquele que
estaacute aberto a novos conhecimentos
Profordf Drordf Angela Maria Bittencourt da Silva que prontamente aceitou na fase final de
defesa a participar da banca e abrilhantou com seus conhecimentos
6
Profordf Drordf Glaucia Valente Valadares pelas inuacutemeras contribuiccedilotildees que me ajudaram a
organizar meus pensamentos crescer aprender refletir e acima de tudo percorrer esse
caminho com seguranccedila
Profordf Drordf Marta Sauthier desde a graduaccedilatildeo acompanhou minha busca pelo
conhecimento e sei que sempre torceu por mim Seus olhos dizem tudo quando a vejo minha
eterna admiraccedilatildeo
Profordf Drordf Maria Juacutelia Paes da Silva que com muita luz e paz sempre esteve
acompanhando e torcendo pelas minhas conquistas
Aos membros do Grupo de Pesquisa Comunicaccedilatildeo de Enfermagem Hospitalar -
Pacientes de Alta Complexidade (CEHCAC) esta oportunidade de fazer parte de um grupo eacute
muito enriquecedor pois cada um traz consigo experiecircncias uacutenicas que ao somaacute-las faz a
diferenccedila de uma grande equipe
Agrave amiga Maria de Faacutetima Pinto Silva do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa por estar
sempre disponiacutevel a me auxiliar durante os tracircmites de submissatildeo do projeto ao comitecirc
Sempre atenciosa nas orientaccedilotildees eacute um exemplo de mulher matildee e profissional muita
dedicaccedilatildeo em tudo que faz Eu te adoro Fafa
Ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem Anna Nery pela constante
disponibilidade e pelos oportunos esclarecimentos sempre prestados com carinho zelo e
dedicaccedilatildeo
Agrave equipe da Biblioteca da EEAN pelos vaacuterios momentos de compartilhamentos de
saberes e pelas ajudas prestadas
7
RESUMO
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Os sentidos do espaccedilo e
dos corpos na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo proxecircmica da enfermagem com o paciente
renal Tese (Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade
Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2017
Objeto do estudo a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro frente ao paciente portador de
Doenccedila Renal Crocircnica na Hemodiaacutelise (HD) Objetivos do estudo caracterizar o
conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de
Enfermagem na Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como
elemento essencial na qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir o ambiente da
sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo do cuidado Metodologia
estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa por meio do meacutetodo etnograacutefico
O cenaacuterio foram duas unidades de Nefrologia localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
sendo estes Hospitais Universitaacuterios Os participantes da pesquisa foram 12 enfermeiros do
setor de nefrologia que atuam no cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise Os dados foram
captados por meio de observaccedilatildeo sistematizada participante atentando para os itens
proxecircmicos e entrevista gravada com questotildees semiestruturadas A anaacutelise temaacutetica a partir
dos depoimentos dos participantes baseando-se em Bardin (2011) triangulados com os itens
observados resultou nas categorias o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo e no mapeamento comportamental proxecircmico da enfermagem e cliente
durante a hemodiaacutelise Resultados O ambiente do cuidado em HD eacute demarcado pelo uso dos
espaccedilos iacutentimo e pessoal na execuccedilatildeo de procedimentos e pelas interaccedilotildees com o paciente A
posiccedilatildeo do mobiliaacuterio centralizado e equidistante do posto de enfermagem determinou uma
proxemia mais pessoal visto que tudo estava centralizado e exigiu pouco distanciamento da
equipe de enfermagem durante o cuidado A atuaccedilatildeo puacuteblica estaacute definida pela maior
distacircncia na disposiccedilatildeo dos mobiliaacuterios em relaccedilatildeo ao posto de enfermagem pois isso tambeacutem
interfere na proxemia da equipe e consequentemente na comunicaccedilatildeo deste com o cliente
Em ambos os cenaacuterios pesquisados os sentidos do espaccedilo evidenciaram que a posiccedilatildeo
corporal pessoal eacute necessaacuteria e influencia na interaccedilatildeo pode transmitir confianccedila a quem se
cuida e empatia para compartilhar emoccedilotildees Discussatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao
qual existe uma triacuteade no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos
corporais e a forma como nos comunicamos O ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer
lugar o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com
o paciente atentando para natildeo violar sua privacidade o uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio um
fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e fixas do
espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro Os sentidos do espaccedilo
representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com confianccedila de quem se cuida empatia
ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e formas diferentes de se comunicar eacute
expressar arranjos espaciais singulares com fluxo adequado estabelecer coacutedigos de
comunicaccedilatildeo ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando
conforto seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar quanto agrave qualidade das
interaccedilotildees Conclusatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade no
processo de cuidar o espaccedilo fiacutesico-ambiente com o uso dos sentidos corporais e a forma
8
como nos comunicamos A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no
cuidado e a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo
de redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
Palavras Chaves Proxecircmica diaacutelise renal relaccedilotildees interpessoais cuidados de enfermagem
9
ABSTRACT
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 The senses of space and
bodies in hemodialysis the proxemic communication of nursing with the renal patient Thesis
(Doctorate in Nursing) - Anna Nery School of Nursing Federal University of Rio de Janeiro
Rio de Janeiro 2017
Purpose of the study the Proxemic Communication of the nurse in front of the patient with
Chronic Renal Disease in Hemodialysis (HD) Objectives of the study to characterize the
knowledge of nurses on Proxemic Communication in the context of Nursing care in
Hemodialysis to evaluate the importance of Proxemic Communication as an essential
element in the quality of interaction and care provided discuss the environment of the
hemodialysis room and its strategies for demarcating the care space Methodology an
exploratory descriptive study with a qualitative approach using the ethnographic method
The research was based on two Nephrology units located in the city of Rio de Janeiro these
University Hospitals Participants in the study were 12 nurses from the nephrology sector who
work on patient care during hemodialysis Data were collected through systematic observation
of the participant considering the proxemic items and recorded interview with semistructured
questions The thematic analysis from the participants statements based on Bardin (2011)
triangulated with the observed items resulted in the categories the nursing care environment
in hemodialysis senses of the space of care in hemodialysis production of nurses knowledge
about communication and on the proxemic behavioral mapping of nursing and clients during
hemodialysis Results The HD care environment is marked by the use of intimate and
personal spaces in the execution of procedures and by interactions with the patient The
position of the furniture centralized and equidistant from the nursing station determined a
more personal proxemia since everything was centralized and required little distance of the
nursing team during the care The public performance is defined by the greater distance in the
disposition of the furniture in relation to the nursing station as this also interferes in the
proxemia of the team and consequently in the communication of this with the client In both
scenarios the senses of space showed that personal body position is necessary and influences
the interaction it can transmit confidence to those who care and empathy to share emotions
Discussion Proxemic Communication is one to which there is a triad in the process of caring
with the physical space with the use of the bodily senses and the way we communicate The
HD care environment is everywhere the use of intimate and personal spaces is for performing
procedures and interactions with the patient taking care not to violate their privacy the use of
social space requires a more efficient flow of communication without interference from the
semi-fixed and fixed characteristics of the space and this is centralized for the nurse The
senses of space represent that it is necessary to have a good interaction with the confidence of
those who care empathy in sharing emotions knowing that there are different habits and
ways of communicating is to express singular spatial arrangements with adequate flow
establish communication codes have communication skills maintain the different distances
providing comfort security and privacy share emotions attention to the quality of the
interactionsConclusion Proxemic communication is one to which there is a triad in the
caring process the physical-environmental space with the use of the bodily senses and the
way we communicate The discussion about the space of work the senses involved in care
and communication in relationships should be constantly promoted with the goal of
redesigning the processes of care What does not add value should be withdrawn for nursing
professionals to optimize their efforts
Keywords Proxemics renal dialysis interpersonal relations nursing care
10
RESUMEN
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Los sentidos del espacio
y de los cuerpos en hemodiaacutelisis la comunicacioacuten proxeacutemica de la enfermeriacutea con el paciente
renal Tesis (Doctorado en Enfermeriacutea) - Escuela de Enfermeriacutea Anna Nery Universidad
Federal de Riacuteo de Janeiro Riacuteo de Janeiro 2017
Objeto de estudio la Comunicacioacuten Proxeacutemica del enfermero frente al paciente portador de
Enfermedad Renal Croacutenica en la Hemodiaacutelisis (HD) Objetivos del estudio caracterizar el
conocimiento de los enfermeros sobre Comunicacioacuten Proxeacutemica en el contexto del cuidado de
Enfermeriacutea en la Hemodiaacutelisis Evaluar la importancia de la Comunicacioacuten Proxeacutemica como
elemento esencial en la calidad de la interaccioacuten y del cuidado otorgado Discutir el ambiente
de la sala de hemodiaacutelisis y sus estrategias para demarcar el espacio del cuidado
Metodologiacutea estudio exploratorio descriptivo con enfoque cualitativo por medio del
meacutetodo etnograacutefico El escenario de investigacioacuten fueron dos unidades de Nefrologiacutea
ubicadas en el municipio de Riacuteo de Janeiro son estos Hospitales Universitarios Los
participantes de la investigacioacuten fueron 12 enfermeros del sector de nefrologiacutea que actuacutean en
el cuidado al paciente durante la hemodiaacutelisis Los datos fueron captados por medio de
observacioacuten participante considerado para los iacutetems proxeacutemicos y entrevista grabada con
preguntas semiestructuradas El anaacutelisis temaacutetico a partir de los relatos de los participantes
basaacutendose en Bardin (2011) triangulados con los iacutetems observados genero las categoriacuteas el
ambiente del cuidado de enfermeriacutea en la hemodiaacutelisis los sentidos en el espacio de cuidado
en hemodiaacutelisis la produccioacuten del conocimiento de los enfermeros sobre comunicacioacuten y el
mapeo conductual proxeacutemico de la enfermeriacutea y el cliente durante la hemodiaacutelisis
Resultados El ambiente del cuidado en HD es demarcado por el uso de los espacios iacutentimo y
personal en la ejecucioacuten de procedimientos y por las interacciones con el paciente La
posicioacuten del mobiliario centralizado y equidistante del puesto de enfermeriacutea determinoacute una
proxemia maacutes personal ya que todo estaba centralizado y exigioacute poco distanciamiento del
equipo de enfermeriacutea durante el cuidado La actuacioacuten puacuteblica estaacute definida por la mayor
distancia en la disposicioacuten de los muebles en relacioacuten al puesto de enfermeriacutea pues eso
tambieacuten interfiere en la proxemia del equipo y consecuentemente en la comunicacioacuten del
cliente En ambos escenarios investigados los sentidos del espacio evidenciaron que la
posicioacuten corporal personal es evidente la interaccioacuten al poder transmitir confianza a quien se
cuida y empatiacutea para compartir emociones Discusioacuten La posicioacuten adoptada por los
miembros del equipo de enfermeriacutea puede ser consciente de no violar la privacidad del
cliente y la ocupacioacuten del espacio social fue necesaria para asegurar un flujo de
comunicacioacuten maacutes eficiente aunque se determinoacute por interferencia de las caracteriacutesticas
semifijas y fijas del espacio Saber que existen haacutebitos y formas diferentes de comunicarse
que debemos expresar corporalmente buenos arreglos por la posicioacuten espacial singulares con
un flujo de expresiones adecuadas que durante nuestra comunicacioacuten establecemos coacutedigos
importantes que debemos mejorar las habilidades comunicativas puede resultar en el
mantener las diferentes distancias que proporcionan confort seguridad y privacidad De todo
ello resulta asertiva para compartir calidad visual y un buen patroacuten de cuidado durante la
interaccioacuten Conclusioacuten Comunicacioacuten Proxeacutemica es aquella a la que existe una triacuteada en el
proceso de cuidar el espacio fiacutesico-ambiente el uso de los sentidos corporales y la forma en
como nos comunicamos La discusioacuten sobre el espacio del trabajo los sentidos involucrados
en el cuidado y la comunicacioacuten en las relaciones deben ser promovidos constantemente con
11
el objetivo de redisentildear los procesos del cuidado Lo que no agrega valor debe ser retirado
para que los profesionales de enfermeriacutea optimicen sus esfuerzos
Palabras claves Proxeacutemica diaacutelisis renal relaciones interpersonales cuidados de
enfermeriacutea
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Zonas de distanciamento propostas por Hall (2005)
34
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
36
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
52
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
66
Figura 6b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
68
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
72
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
73
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
101
13
LISTA DE TABELAS QUADROS
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e
ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise
renalrdquo AND ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 3 Fatores proxecircmicos da HALL (2005)
31
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
62
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
64
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
82
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
96
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros do HUCFF 2016
54
14
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo 46
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
47
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
47
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na
hemodiaacutelise
49
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
49
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
50
15
LISTA DE SIGLAS
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEHCAC Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
CONEP Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa
DeCS Descritores em Ciecircncias da Sauacutede
DEMC Departamento de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica
DRC Doenccedila Renal Crocircnica
EEAN Escola de Enfermagem Anna Ney
FAPERJ Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
HD Hemodiaacutelise
HESFA Hospital Escola Francisco de Assis
HIV Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
NUPENH Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar
SCIELO Scientific Electronic Library Online
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TRS Terapia Renal Substitutiva
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
HUPE Hospital universitaacuterio Pedro Ernesto
HUCFF Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga filho
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
SOBEN Sociedade Brasileira de nefrologia
SAE Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
SBN Sociedade Brasileira de Nefrologia
16
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS 12
LISTA DE TABELAS E QUADROS 13
LISTA DE GRAacuteFICOS 14
LISTA DE SIGLAS 15
CAPIacuteTULO I - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 18
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica 18
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo 21
Questotildees norteadoras 23
Objetivos da pesquisa 23
Tese 23
13 Relevacircncia justificativa e contribuiccedilotildees da pesquisa 23
CAPIacuteTULO II ndash FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 28
21A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
28
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo
humana
30
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise 32
CAPIacuteTULO III ndash O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO
ESTUDO
39
31 Identificando a pesquisa 39
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa 40
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados 41
34 O cenaacuterio da pesquisa e suas caracteriacutesticas fiacutesicas 42
17
35 Participantes da pesquisa 44
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise 45
CAPIacuteTULO IV ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES 55
CAPIacuteTULO V - RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS 63
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise 64
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise 83
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo 97
COSIDERACcedilOtildeES FINAIS 105
REFEREcircNCIAS 109
APEcircNDICES 120
Andash TCLE do HUCFF e HUPE 121
Bndash Identificaccedilatildeo dos Sujeitos 125
C ndash Questotildees norteadoras de entrevista 126
Dndash Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado Participante 127
ANEXOS 128
A ndash Folha de Rosto da Plataforma Brasil 129
B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia HUPE 130
C ndash Declaraccedilatildeo de Coparticipante HUCFF 131
D ndash Parecer da EEANUFRJ 132
E ndash Parecer do HUCFFUFRJ 133
F- Parecer do HUPEUERJ 134
18
CAPIacuteTULO I
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica
A inquietaccedilatildeo e motivaccedilatildeo para realizar um estudo que busca refletir sobre as
estrateacutegias utilizadas pelo Enfermeiro na perspectiva da comunicaccedilatildeo natildeo verbal Proxecircmica
nos cuidados aos pacientes com Doenccedila Renal Crocircnica (DRC) em tratamento dialiacutetico
tiveram seu ponto de partida nas experiecircncias adquiridas durante a minha inserccedilatildeo preacutevia na
aacuterea de nefrologia Essa experiecircncia se intensificou na participaccedilatildeo no grupo de pesquisa
Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) pelo
Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar (NUPENH) do Departamento de Enfermagem
Meacutedica-Ciruacutergica (DEMC) da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) UFRJ desde
agosto de 2009 e que estende ateacute os dias atuais
Esta inserccedilatildeo ainda durante a graduaccedilatildeo possibilitou por meio da bolsa de iniciaccedilatildeo
cientiacutefica com financiamento pela Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (FAPERJ) investigar durante dois anos sobre como se daacute o cuidado de enfermagem
no acircmbito da Terapia Renal Substitutiva (TRS) e o autocuidado do paciente com o acesso
vascular da fiacutestula arteriovenosa
O projeto atendeu tambeacutem agraves demandas da disciplina eletiva intitulada ldquoOficina de
Elaboraccedilatildeo de Projeto de Pesquisardquo o que resultou no relatoacuterio final monograacutefico de
conclusatildeo de curso intitulada ldquoEnfermagem e paciente na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo natildeo
verbal e o autocuidadordquo ambas sob a mesma orientaccedilatildeo Nestes estudos busquei temas que
tratassem do autocuidado uma aproximaccedilatildeo com os tipos de comunicaccedilatildeo natildeo verbais e da
atuaccedilatildeo do enfermeiro na nefrologia
Para fortalecer a linha de investigaccedilatildeo centrada na comunicaccedilatildeo natildeo verbal durante o
cuidado ao paciente em situaccedilotildees complexas de sauacutede elaborei um projeto dando iniacutecio ao
mestrado no qual fui bolsista da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) no primeiro ano e no segundo ano fui contemplada com a bolsa de
mestrado ldquonota 10rdquo financiada pela FAPERJ Este recurso possibilitou a minha dedicaccedilatildeo ao
curso de mestrado o que resultou na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoDistacircncias e
Proximidades do Corpo em Hemodiaacutelise um estudo sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
Cuidado de Enfermagemrdquo
19
O estudo permitiu identificar se a equipe de enfermagem do setor de hemodiaacutelise
potencializa a posiccedilatildeo de seu corpo como instrumento do cuidar por meios interativos ou natildeo
para o desenvolvimento de suas accedilotildees de cuidado e por existir vaacuterios elementos envolvidos na
comunicaccedilatildeo proxecircmica elementos esses que permeiam a interaccedilatildeo entre as pessoas houve a
necessidade de se ter uma observaccedilatildeo do processo comunicativo entre equipe de enfermagem
e o paciente para uma efetiva avaliaccedilatildeo da assistecircncia prestada O objeto de estudo baseou-se
na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da equipe de Enfermagem no cuidado ao paciente em
hemodiaacutelise e foram claramente captados apontados classificados e explanados no decorrer
do estudo atendendo aos objetivos propostos
Investigar comunicaccedilatildeo em um ambiente hospitalar de alta complexidade como o
setor de hemodiaacutelise eacute um processo difiacutecil de ser operacionalizado porque comportamentos e
gestos natildeo satildeo normalmente identificados e nomeados com facilidade Podemos dizer que o
comportamento proxecircmico como parte de uma linguagem natildeo verbal pode ser muitas vezes
enigmaacutetico no processo de comunicaccedilatildeo (PROCHET SILVA 2012)
Os fatores contextuais que levam ao comportamento de aproximaccedilatildeo repercutem nas
accedilotildees do fazer em enfermagem e consequentemente na qualidade e eficaacutecia dos cuidados
prestados O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em relaccedilatildeo aos
outros durante a conversaccedilatildeo Neste setor os viacutenculos afetivos satildeo estreitos onde relaccedilotildees de
amizade e afeto ocorrem o tempo todo pois a proximidade eacute intensa devido ao tempo de
permanecircncia e do tratamento contiacutenuo
O ambiente em que as pessoas se comunicam frequentemente contribui para uma
maior aproximaccedilatildeo ou afastamento dos corpos Assim tanto a frequecircncia como o conteuacutedo
das mensagens satildeo influenciados por vaacuterios aspectos do ambiente em que se comunicam Este
ambiente influencia nosso comportamento mas tambeacutem podemos alteraacute-lo a fim de provocar
certos tipos de resposta (HALL 2005)
Para aperfeiccediloar e adquirir novas experiecircncias realizei o curso de especializaccedilatildeo de
Enfermagem em Nefrologia que me possibilitou colocar em praacutetica as atividades como
enfermeira junto aos pacientes do setor de nefrologia do Hospital Universitaacuterio resultando
outro estudo intitulado ldquo A visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo no cuidado de Enfermagem
em hemodiaacuteliserdquo
Preparar um paciente para a hemodiaacutelise eacute um desafio para o enfermeiro pois o
paciente pode natildeo compreender o impacto da diaacutelise e as necessidades de aprendizado podem
passar despercebidas A boa comunicaccedilatildeo entre a equipe de diaacutelise (no hospital e na cliacutenica
ambulatorial) equipe da unidade e o paciente eacute essencial para o fornecimento do cuidado
20
adequado e contiacutenuo visando estimular o autocuidado O diagnoacutestico de insuficiecircncia renal
crocircnica e a necessidade de diaacutelise frequente tecircm um impacto muito grande sobre o paciente e
a famiacutelia (FURTADO et al 2012)
Sendo assim o enfermeiro deveraacute estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila fazendo com
que o paciente se sinta encorajado a questionar suas duacutevidas sobre a doenccedila as accedilotildees corretas
para evitar complicaccedilotildees e tambeacutem contribuir para que ele entenda se a forma pelo qual ele
escolheu para enfrentar adversidades advindas no processo favorece ou natildeo uma melhor
qualidade de vida O paciente natildeo deve ser apenas passivo no tratamento deve atentar para as
alteraccedilotildees fiacutesicas e fisioloacutegicas que ocorrem durante a evoluccedilatildeo da DRC
Os enfermeiros enquanto profissionais da aacuterea de sauacutede preocupados com o ser
humano precisam desenvolver meios instrumentos teacutecnicas habilidades capacidades e
competecircncias para oferecer ao mesmo a oportunidade de uma existecircncia mais digna mais
compreensiva menos solitaacuteria no momento da doenccedila Stefanelli (2012) afirma que eacute por
meio da comunicaccedilatildeo estabelecida com o paciente que podemos compreendecirc-lo em seu todo e
em sua visatildeo de mundo isto eacute seu modo de pensar sentir agir e ajudaacute-lo a reequilibrar-se
mais rapidamente
Assim acontece na comunicaccedilatildeo entre a enfermagem e o paciente pois eacute preciso que
haja algueacutem atento a identificar as manifestaccedilotildees sejam elas verbais ou natildeo e disposto a
intervir ouvir trocar ideias e informaccedilotildees sobre eventuais problemas que possam surgir
durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos no setor
As accedilotildees e reaccedilotildees no contexto de cuidado de enfermagem apontam para a dialeacutetica da
constituiccedilatildeo dos sistemas defensivos O mesmo objeto que faz comunicar tambeacutem pode fazer
silenciar As manifestaccedilotildees expressas pelos enfermeiros satildeo resultantes de comportamentos
em termos de experiecircncias profissionais e pela necessidade de uma intervenccedilatildeo adequada E
na complexidade do cuidado em diaacutelise a decodificaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo ganha importacircncia
por trazer agrave tona aspectos da intersubjetividade (SCHIMIDT YEDA SILVA 2015)
Segundo Arauacutejo (2000) apud Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) ao se explorar os
sentidos corporais para compreensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal do paciente eacute possiacutevel uma
relaccedilatildeo mais integral sentindo com a razatildeo e pensando com a emoccedilatildeo A arte de cuidar
atraveacutes da percepccedilatildeo e da criatividade possibilita explorar plenamente os sentidos corporais
identificando semelhanccedilas e diferenccedilas nas necessidades da seleccedilatildeo do cuidado singular
Considerando tais reflexotildees pode-se relacionaacute-las com a assistecircncia ao paciente renal crocircnico
quando muitas vezes usamos o corpo o olhar os gestos o modo de falar como instrumentos
de controle e poder ainda que isso possa ocorrer sem a total consciecircncia de nossas intenccedilotildees
21
o que torna mais grave a situaccedilatildeo Explorar os sentidos permite detectar os indiacutecios natildeo
verbais do paciente como o cineacutesico taceacutesico proxecircmico silecircncio e a paralinguagem
considerando-os e valorizando-os durante nossa assistecircncia (ARAUacuteJO 2000)
O cuidar vai aleacutem do conhecimento teacutecnico e cientiacutefico mesmo que esse processo
envolva complexidade e especificidade Para os pacientes ser cuidado significa estabelecer
relacionamento interpessoal e as interaccedilotildees no cuidado natildeo se estabelecem de maneira
puramente teacutecnica
O tratamento dialiacutetico eacute contiacutenuo tornando-se uma rotina Entretanto o enfermeiro e
paciente a cada dia estabelecem uma forma de comunicaccedilatildeo diferente seja ela verbal ou natildeo
verbal e eacute a partir da compreensatildeo da comunicaccedilatildeo estabelecida que a assistecircncia ao paciente
torna-se eficaz pois se natildeo houver esta percepccedilatildeo as accedilotildees seratildeo puramente tecnicista sem
ou com pouca perspectiva de um cuidado singular
Enquanto enfermeira e professora percebo a urgecircncia de mudanccedilas no que concerne agrave
elaboraccedilatildeo de estrateacutegias que possibilitem uma comunicaccedilatildeo mais efetiva entre equipe de
enfermagem e paciente da DRC haja vista seu tratamento (diaacutelise) causar nos pacientes um
impacto em suas relaccedilotildees sociais familiares e em seu estado fiacutesico-psicoloacutegico afetando
seriamente suas vidas em todos os sentidos De acordo com Pessoa e Linhares (2015) o
estresse a anguacutestia e a depressatildeo pelos quais muitos desses pacientes passam tecircm raiacutezes na
carecircncia de informaccedilotildees sobre a doenccedila seu tratamento e sua expectativa de vida
Eacute com a perspectiva de ampliar a produccedilatildeo do conhecimento que busco no Curso de
Doutorado Acadecircmico de Enfermagem subsiacutedios para desenvolver eou aperfeiccediloar
mecanismos de leitura corporal natildeo verbal e verbal do tipo proxecircmico para abordagem
terapecircutica do Enfermeiro junto ao paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo
Os dados fornecidos pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em Enfermagem
demonstram um crescente aumento do nuacutemero de pessoas 107607 pacientes em 2012 com
Doenccedila Renal Crocircnica em tratamento dialiacutetico no Brasil Este fenocircmeno estaacute de acordo com o
observado nos uacuteltimos anos na literatura internacional que sinaliza para uma contiacutenua e
sustentada tendecircncia no aumento da taxa de prevalecircncia da doenccedila renal crocircnica em todo
mundo (SOBEN 2014)
22
E a hemodiaacutelise eacute uma das modalidades de tratamento amplamente utilizado para
manutenccedilatildeo e controle das funccedilotildees de pacientes portadores da doenccedila renal crocircnica
envolvendo diferentes aspectos na adaptaccedilatildeo e na adesatildeo do paciente ao tratamento
(CHEEVER HINKLE 2015) Este processo de adaptaccedilatildeo a nova condiccedilatildeo de vida pode
causar um impacto negativo a qualidade de vida do paciente interferindo nos seus haacutebitos de
vida social e a equipe de enfermagem deve ficar atenta aos sinais de dificuldade
compreendendo a realidade vivida por ele e articulando conhecimentos cientiacuteficos e as
experiecircncias do cotidiano de quem eacute cuidado
Ao conhecer a realidade a visatildeo de mundo e as expectativas de cada paciente a
enfermagem deve priorizar as necessidades impliacutecitas e natildeo somente as exigecircncias
terapecircuticas Para estimular a adesatildeo e favorecer um conhecimento amplo do tratamento da
DRC eacute necessaacuterio estimular accedilotildees com o paciente como atividades educativas e apoiar o
autocuidado ampliando a autonomia da pessoa com DRC Os profissionais de acordo com
Brasil (2014) devem desenvolver accedilotildees como interconsultas discussatildeo de casos momento de
educaccedilatildeo permanente conjuntos intervenccedilotildees no territoacuterio e intersetoriais a fim de
compartilhar a responsabilidade pelo cuidado de uma populaccedilatildeo especiacutefica de ampliar a
capacidade de anaacutelise e de intervenccedilatildeo aumentando a resolutividade dos respectivos pontos
de atenccedilatildeo envolvidos no processo de apoio matricial
Dessa forma a enfermagem deve proporcionar um ambiente que favoreccedila a interaccedilatildeo
e uma comunicaccedilatildeo que permita a aquisiccedilatildeo de valores relacionados agrave sauacutede bem como no
exerciacutecio de pensar criacutetico e reflexivo sobre sua proacutepria condiccedilatildeo com oportunidade de
diaacutelogo em que a problematizaccedilatildeo aconteccedila a partir da realidade que cerca o sujeito
Para Lim et al (2016) o contato existente entre enfermagem e o paciente se torna
intenso devido ao tratamento dialiacutetico ser contiacutenuo mas o viacutenculo soacute pode ser estabelecido
quando ampliamos nossa capacidade de observaccedilatildeo e dedicaccedilatildeo na interaccedilatildeo Podemos
aguccedilar nossa capacidade de captar as necessidades do paciente para ofertar um cuidado nas
diferentes formas de se comunicar Atraveacutes da leitura das manifestaccedilotildees natildeo verbais
proxecircmicas da enfermagem e do paciente pode-se criar maneiras diferentes de intervir a fim
de facilitar e alcanccedilar os objetivos de uma assistecircncia de enfermagem mais singular
individualizada e solidaacuteria (AZEVEDO et al 2017)
Surgiu dessa forma o interesse em pesquisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica no cuidado de
enfermagem em setor especializado especificamente na unidade de nefrologia O uso do
espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal e influencia o relacionamento interpessoal A
comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado social do espaccedilo ou seja estuda como o homem
23
estrutura inconscientemente o proacuteprio espaccedilo (HALL 2005) Nesse contexto delimitei para
guiar o estudo agrave questatildeo norteadora De que maneira o enfermeiro se comporta no cenaacuterio
de cuidado de hemodiaacutelise
E para que haja uma compreensatildeo do tipo de Comunicaccedilatildeo Proxecircmica estabelecida
entre o enfermeiro e o paciente com o intuito de viabilizar uma qualidade aos cuidados
prestados este estudo traz como objeto a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro na interaccedilatildeo
com o paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
Para o alcance das metas da pesquisa estabelecemos como objetivo geral
Produzir conhecimento sobre a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como demarcador de espaccedilo
e interaccedilatildeo de enfermeiros na hemodiaacutelise
Objetivos especiacuteficos
Caracterizar o conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
contexto do cuidado de Enfermagem na Hemodiaacutelise
Avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial no
cuidado de enfermagem
Discutir o ambiente da sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo
do cuidado
A tese que se defende neste estudo eacute de que o enfermeiro na accedilatildeo de cuidado em
hemodiaacutelise ao identificar e ao considerar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal com destaque na
proxecircmica potencialize avanccedilos na interaccedilatildeo e demarque seu espaccedilo
Os fatores relevantes na interaccedilatildeo durante a hemodiaacutelise em questatildeo satildeo a relaccedilatildeo
que os comunicantes estabelecem entre si a distacircncia espacial entre eles a orientaccedilatildeo do
corpo e do rosto a forma como se tocam ou se evitam o modo como dispotildeem e se
posicionam entre os objetos no espaccedilo durante o cuidado relacionando-as a abordagem e a
eficaacutecia da comunicaccedilatildeo proxecircmica
24
13 Justificativas relevacircncia e contribuiccedilotildees da pesquisa
Acredito na enfermagem como uma das profissotildees que apresenta consideraacuteveis
perspectivas de crescimento e valorizaccedilatildeo no mercado de trabalho apesar da crise de
desemprego que assola o paiacutes e o mundo na atualidade Entretanto os enfermeiros vecircm se
firmando nas diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo e apropriando cada vez mais de espaccedilos distintos
sobretudo naquelas onde permanece o investimento em sua capacitaccedilatildeo profissional
aumentando seus conhecimentos buscando a especializaccedilatildeo para aproveitar as chances de
trabalhos que possam surgir no mercado
Nessa perspectiva de discussatildeo tambeacutem considero essencial aprofundar as reflexotildees agrave
luz das accedilotildees dos profissionais de enfermagem ao paciente no cuidado nas Terapias Renais
Substitutivas (TRS) colocando em relevo as expressotildees natildeo verbalizadas que podem
favorecer a qualidade do cuidado por detalhar como elas se apresentam no contexto Ao
identificaacute-las iremos verificar como elas interferem e ampliam o cuidado teacutecnico Um modo
estrateacutegico de intervenccedilatildeo pelo uso consciente da leitura natildeo verbal do paciente por meio dos
sentidos facilita a compreensatildeo sobre o outro de forma singular gerado atraveacutes de nossas
experiecircncias
A comunicaccedilatildeo eacute um instrumento que pode e deve ser utilizado como um alicerce do
cuidado de enfermagem ou seja a comunicaccedilatildeo pode ser vista como um elemento
fundamental no cuidado prestado agrave pessoa como uma ferramenta importante na sua
implementaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute uma das abordagens de interesse na
enfermagem pois trata do jogo de distacircncias e proximidades que entretecem as pessoas no
espaccedilo traduz os modos pelos quais nos colocamos e movemos uns em relaccedilatildeo aos outros
como gerimos e ocupamos o espaccedilo envolvente considerada a presenccedila do outro (HALL
2005)
Quando se compreende o processo comunicativo como ele se forma e as suas
consequecircncias torna-se mais faacutecil para o profissional de enfermagem perceber indicativos
natildeo verbalizados do paciente para interagir considerando as necessidades nelas impliacutecitas Ao
reconhecer expressotildees e os sentidos atribuiacutedos podemos auxiliaacute-lo no enfrentamento dos
desafios durante o cuidado prestado
Com o propoacutesito de justificar a pesquisa foi realizado um levantamento sobre os
estudos que abordam o objeto ao acessar as Bases de dados Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) via Bireme Pub Med e a Scientific Electronic
Library Online (SCIELO) SCOPUS BANCO DE TESES DA UFRJ
25
Os criteacuterios de inclusatildeo foram idiomas portuguecircs inglecircs ou espanhol artigos
publicados na iacutentegra possuir sua versatildeo completa acessiacutevel e com data de publicaccedilatildeo dentro do
recorte temporal determinado de 5 anos Foram excluiacutedos todos os artigos em que os sujeitos da
pesquisa fossem crianccedilas ou adolescentes artigos em duplicidade nos perioacutedicos Para analisar
os artigos foi organizada uma planilha com os seguintes itens o perioacutedico o ano de
publicaccedilatildeo o tiacutetulo os autores o paiacutes de publicaccedilatildeo os profissionais que realizaram os
estudos uma siacutentese do artigo e contribuiccedilotildees sobre o tema Foram captados vinte e sete
artigos e selecionados dezenove conforme objeto do estudo
Em um primeiro momento natildeo foi utilizado o descritorMesh ldquoenfermagemrdquo em
combinaccedilatildeo com os descritores ldquoinsuficiecircncia renal crocircnicardquo e ldquoproxecircmicardquo Essa estrateacutegia
foi feita propositalmente com intuito de conhecer as produccedilotildees dos diversos domiacutenios do
conhecimento que se interessam em estudar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal na interaccedilatildeo humana
Inicialmente buscamos uma ampla localizaccedilatildeo no assunto sem especificidade utilizando
os descritores isoladamente Assim procuramos estudos sobre diaacutelise renal e proxecircmica sem
utilizar o cruzamento entre eles e sem o recorte temporal obtendo como resultados os observados
no quadro 1 abaixo
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal 1783 296 876 1478 15
Proxecircmica 101 12 08 23 01
Com esse resultado percebe-se que o tema de diaacutelise renal eacute estudado nos diferentes
contextos da aacuterea da sauacutede E em uma leitura flutuante dos tiacutetulos foi identificado que a
temaacutetica eacute abordada por vaacuterias aacutereas de formaccedilatildeo destacando-se entre as mais frequentes a
nutriccedilatildeo psicologia enfermagem odontologia e medicina
Posteriormente realizamos o cruzamento dos descritores com o uso do operador
booleano AND com o criteacuterio de recorte temporal de 5 anos
26
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise renalrdquo
AND ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal
AND
Proxecircmica
1
0
0
0
1
Os temas de maior incidecircncia nos uacuteltimos 10 anos nas outras pesquisas da
Comunicaccedilatildeo Proxecircmica foram Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de
enfermeiros hospitalares (Terra 2013) Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso
hospitalizado (Schimidt 2012) Comunicaccedilatildeo entre matildee e filho durante a amamentaccedilatildeo
(Farias 2010) Invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial e o idoso (Prochet 2008) Proxecircmica na
interaccedilatildeo com paciente queimado (Silva 2006) Proxecircmica com portadores de HIVAIDS
(Galvatildeo 2006) Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da matildee e filho no alojamento conjunto
(Vasconcelos 2006)
Outra semelhanccedila entre os estudos eacute o objetivo proposto pelos mesmos uma vez que
todos se propuseram a analisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica atraveacutes das interaccedilotildees percebidas
entre os sujeitos da pesquisa agrave luz dos fatores proxecircmicos de Hall (2005) Os estudos
analisados referem-se agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica como uma ferramenta facilitadora no
processo de interaccedilatildeo entre os sujeitos poreacutem alertam para a necessidade de saber exploraacute-la
Tal alerta eacute bem visto ao passo que a comunicaccedilatildeo proxecircmica corresponde natildeo soacute agrave
linguagem natildeo verbal mas tambeacutem agrave relaccedilatildeo existente entre o ambiente e as pessoas na qual
as mesmas o influenciam e satildeo por ele influenciadas Por isso a comunicaccedilatildeo proxecircmica pode
utilizar como um instrumento para fins de anaacutelises pessoas lugares e suas interaccedilotildees e natildeo
somente sujeitos com a linguagem comprometida e ou natildeo desenvolvidos
(VASCONCELOS 2006 GALVAtildeO 2006 FARIAS 2010 PROCHET 2008 SCHIMIDT
2012)
Outros artigos apontam haacute necessidade de implementarem programas treinamentos
planos de accedilatildeo ou estrateacutegias que possibilitem a incorporaccedilatildeo e revisatildeo durante a interaccedilatildeo ou
seja ampliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca do processo de
comunicaccedilatildeo em prol da qualidade e da praacutetica do cuidado de enfermagem
Espera-se que o estudo possa contribuir para compreensatildeo do conhecimento da
enfermagem na utilizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como um instrumento ou ferramenta baacutesica do
27
cuidado Fortalecer a atuaccedilatildeo do enfermeiro junto ao paciente portador de DRC por meio de
recursos da comunicaccedilatildeo este ter condiccedilotildees de reconhecer precoce e amplamente as
necessidades de intervenccedilotildees planejando executando e avaliando a assistecircncia a ser prestada
visando e garantindo o bem estar de quem se cuida
Os profissionais na assistecircncia de enfermagem poderatildeo entender e compreender seu
comportamento para lidar melhor com sua forma de interagir Quando o profissional assume a
comunicaccedilatildeo natildeo verbal aleacutem de perceber com maior precisatildeo os sentimentos do paciente
potencializa sua proacutepria comunicaccedilatildeo enquanto elemento transmissor de mensagens (SILVA
2012)
Na aacuterea do ensino de enfermagem e na formaccedilatildeo de outros profissionais na aacuterea da
sauacutede os resultados podem situaacute-los na aprendizagem com exemplos praacuteticos e conteuacutedos
didaacuteticos promovendo debates e reflexotildees criacuteticas sobre o assunto A produccedilatildeo de
conhecimento sobre comunicaccedilatildeo natildeo verbal proxecircmica fortalece a linha de pesquisa
Enfermagem Hospitalar e a produccedilatildeo no grupo de pesquisa - Comunicaccedilatildeo na Enfermagem
Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) do Nuacutecleo de Pesquisa em
Enfermagem Hospitalar (NUPENH)
28
CAPIacuteTULO II
FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
A comunicaccedilatildeo eacute uma habilidade que pode ou natildeo ser desenvolvida nas pessoas e
para que se desenvolva esta habilidade eacute necessaacuterio que se esteja consciente de sua existecircncia
Segundo Puggina et al (2014) natildeo temos consciecircncia de nossa comunicaccedilatildeo natildeo verbal visto
que por vezes contradizemos o dito verbalmente pela expressatildeo facial ou corporal de
negaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo verbal ganha importacircncia no processo comunicativo pois ela pode
suplementar uma informaccedilatildeo verbal (complementado ou rejeitando) contradizer enfatizar
substituir oferecer indiacutecios sobre emoccedilotildees ou mesmo controlar ou regular um
comportamento
Para a enfermagem a comunicaccedilatildeo pode ser vista como uma necessidade humana
baacutesica uma habilidade que o enfermeiro deve desenvolver ou um instrumento baacutesico
utilizado durante o cuidado E como instrumento a comunicaccedilatildeo eacute uma das ferramentas que o
enfermeiro utiliza para desenvolver e aperfeiccediloar o saber-fazer profissional
Entender comunicaccedilatildeo como um processo que viabiliza a qualidade dos
relacionamentos que deve ser estabelecida nas relaccedilotildees de trabalho seja com a equipe de
sauacutede no registro das atividades de enfermagem na assistecircncia ao paciente famiacutelia e
comunidade aleacutem de evitar que barreiras de comunicaccedilatildeo interfiram na eficiecircncia do processo
de cuidar
O enfermeiro apresenta-se de uma forma muito tecnicista buscando sempre se
aprimorar com as novas tecnologias mas acaba esquecendo o primordial a essecircncia de um
atendimento que eacute ter uma boa comunicaccedilatildeo com o paciente visando um cuidado com
qualidade De acordo com Pott et al(2013) o cuidado humanizado e de qualidade ao paciente
muitas vezes eacute minimizado frente agraves tecnologias presentes em ambientes complexos
Conforme Mouratildeo et al(2009) a comunicaccedilatildeo envolve relaccedilotildees interpessoais e
frequentemente podem ocorrer problemas dificuldades e restriccedilotildees de maneira que a
mensagem enviada natildeo eacute decodificada corretamente A dificuldade de expressatildeo eacute percebida
em muitas pessoas poreacutem este problema se agrava no acircmbito da sauacutede O profissional que
29
natildeo se comunica bem acaba sofrendo com as consequumlecircncias de natildeo ser compreendido Saber
articular as informaccedilotildees usar a linguagem corporal e fazer contato visual com os
interlocutores natildeo eacute uma tarefa faacutecil principalmente possuir a habilidade de escutar As
dificuldades na comunicaccedilatildeo podem estar relacionadas com falta de explicaccedilatildeo clara sobre
seus serviccedilos em que o profissional deve executar falta de comprometimento ou ateacute mesmo o
perfil da pessoa Esta dificuldade de comunicaccedilatildeo entre os profissionais de um setor tambeacutem
gera desgaste e conflitos desnecessaacuterios refletindo em todo ambiente do trabalho
Antes de comeccedilarmos uma comunicaccedilatildeo devemos pensar em todos os pontos
envolvidos pois vocecirc estaraacute sempre buscando um objetivo um resultado Eacute importante traccedilar
estrateacutegias para envolver os indiviacuteduos no seu ambiente relacionando-os ao assunto desejado
entendendo que todos tecircm uma opiniatildeo Segundo Pott et al(2013) estrateacutegias devem ser
pensadas com o intuito de proporcionar uma praacutetica de enfermagem mais humana a qual
visualize o indiviacuteduo natildeo apenas como mais um e sim como um ser possuidor de
experiecircncias proacuteprias mesmo quando estas experiecircncias natildeo possam ser expressas por
palavras
Como tudo na vida precisa de evoluccedilatildeo e aprimoramento natildeo eacute diferente com a
comunicaccedilatildeo eacute um processo contiacutenuo Ser objetivo e assertivo na comunicaccedilatildeo natildeo eacute uma
missatildeo faacutecil para o profissional principalmente da aacuterea de sauacutede que estaacute sempre envolvido
com a autoestima dos pacientes Para Stefanelli e Carvalho (2012) a comunicaccedilatildeo deve ser
considerada como competecircncia interpessoal a ser adquirida pelo enfermeiro E que deveraacute ser
usada de modo terapecircutico para permitir que o enfermeiro atenda ao paciente em todas as suas
dimensotildees
Uma comunicaccedilatildeo efetiva eacute uma competecircncia necessaacuteria a todo ser humano
principalmente no mundo em que vivemos cada vez mais os profissionais estatildeo mais
conscientes da importacircncia da boa comunicaccedilatildeo Segundo Broca e Ferreira (2012) quando
aumentamos a nossa capacidade de influenciar e sermos influenciados podemos favorecer o
desenvolvimento de um cuidado tambeacutem efetivo para com o paciente
Na hora de delegar as tarefas uma boa comunicaccedilatildeo eacute muito importante Todos os
envolvidos em um setor de enfermagem estatildeo conscientes dos afazeres a serem executados
mas nada iraacute adiantar caso ele natildeo saiba transmitir as informaccedilotildees agrave equipe de trabalho e aos
pacientes Se comunicar eacute saber informar ensinar educar motivar ou desmotivar Para Broca
e Ferreira (2012) a comunicaccedilatildeo busca a interaccedilatildeo dos envolvidos no processo unindo- os na
transmissatildeo das mensagens buscando uma sauacutede de forma qualificada e humanizada
30
A comunicaccedilatildeo natildeo se daacute apenas pelo que falamos mas tambeacutem pelas atitudes e pelo
silecircncio O nosso corpo fala por intermeacutedio dos gestos e a percepccedilatildeo eacute pela maneira e natildeo
pelo que estaacute sendo dito
Nosso corpo quando falamos assume diferentes posturas que ajudam a traduzir
melhor o significado das palavras que proferimos e a cineacutesia parte da ciecircncia que estuda o
comportamento cineacutetico do corpo mostra que a postura corporal e as expressotildees corporais
dos interlocutores quando satildeo compreendidas por ambos a comunicaccedilatildeo teraacute mais chances
de se tornar efetiva
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo humana
O termo proxecircmica descreve o espaccedilo pessoal de indiviacuteduos num meio social e
segundo Hall (2005) eacute definindo-o como o conjunto das observaccedilotildees e teorias referentes ao
uso que o homem faz do espaccedilo enquanto produto cultural especiacutefico Descreve as distacircncias
mensuraacuteveis entre as pessoas conforme elas interagem distacircncias e posturas que natildeo satildeo
intencionais mas sim resultado do processo de aculturaccedilatildeo (REBOUCcedilAS et al 2015)
Para Hall (2005) o uso do espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal que
influecircncia o relacionamento interpessoal e a comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado
social do espaccedilo ou seja estuda o uso que o homem faz do proacuteprio espaccedilo O autor afirma
que a evoluccedilatildeo do homem caracteriza-se pelo desenvolvimento dos receptores remotos os
olhos os ouvidos e o nariz ocupam-se do exame de objetos distantes Jaacute os receptores
imediatos o mundo do tato as sensaccedilotildees que recebemos pela pele membranas e muacutesculos
satildeo usados para examinar o mundo de perto Schimidt e Silva (2012) e Bruni (2011)
concordam que a utilizaccedilatildeo do espaccedilo eacute determinada culturalmente sendo a percepccedilatildeo da
distacircncia e a proximidade resultados dos sistemas sensoriais como a visatildeo audiccedilatildeo olfato e
tato Em diversas culturas existentes esses canais sensoriais podem adquirir mais importacircncia
do que outros
Para se ter uma noccedilatildeo geral das complexidades relativas ao sistema visual e auditivo
pode-se realizar uma comparaccedilatildeo do tamanho dos nervos que fazem a ligaccedilatildeo dos olhos e dos
ouvidos com os centros no ceacuterebro De acordo com Hall (2005) o nervo oacuteptico conteacutem
aproximadamente dezoito vezes mais neurocircnios que o nervo auditivo no qual supomos que
ele transmita no miacutenimo essa quantidade a mais de informaccedilotildees Em pessoas em estado
normal de atenccedilatildeo eacute provaacutevel que os olhos cheguem a ser ateacute mil vezes mais eficazes que os
ouvidos na varredura de informaccedilotildees A informaccedilatildeo visual costuma ser menos ambiacutegua e
31
mais focalizada que a informaccedilatildeo auditiva contudo uma exceccedilatildeo importante eacute a audiccedilatildeo de
uma pessoa com deficiecircncia visual que aprende a ser seletivo para frequecircncias sonoras mais
altas que lhe permitam localizar objetos num aposento Jaacute o olfato contribui para recordaccedilotildees
muito mais profundas que a visatildeo ou a audiccedilatildeo (CAMERON ARAUacuteJO 2011)
No espaccedilo taacutetil as experiecircncias taacuteteis e visuais do espaccedilo estatildeo entrelaccediladas entre si
tal qual natildeo podem ser separadas Em seus estudos o psicoacutelogo James Gibson (1950) associa
a visatildeo ao tato e afirma que existe um fluxo de impressotildees sensoriais mais apuradas quando se
compreende e se utiliza ativamente a realidade com os dois sentidos O tato ativo (a palpaccedilatildeo)
permite que os sujeitos de experimentos reproduzam com 95 de precisatildeo objetos abstratos
aos quais natildeo tinham acesso visual Com o tato passivo (o ser tocado) somente eacute possiacutevel
uma precisatildeo de 45
Para a anaacutelise proxecircmica devemos considerar alguns fatores envolvidos nas distacircncias
entre as pessoas Neste sentido Hall (2005) elenca oito fatores tambeacutem conhecidos como
dimensotildees proxecircmicas os quais permitem uma caracterizaccedilatildeo da postura proxecircmica do
individuo conforme a apresentaccedilatildeo do quadro abaixo
Quadro 3 Fatores proxecircmicos de Hall (2005)
A Postura-sexo analisa o sexo dos participantes e a posiccedilatildeo baacutesica dos interlocutores
seja em peacute sentado ou deitado
Eixo sociofugo-
sociopeto
sociofugo revela o desencorajamento da interaccedilatildeo enquanto o
sociopeto revela a aproximaccedilatildeo Nessa dimensatildeo ocorre uma anaacutelise do
acircngulo dos ombros dos interlocutores seja face a face de costas um
para o outro ou qualquer outra angulaccedilatildeo
Fatores cineacutesicos
utilizam-se da observaccedilatildeo dos movimentos para analisarem a
proximidade entre os interlocutores distribuiacutedos entre quatro zonas
proxecircmicas iacutentima pessoal social e puacuteblica
Coacutedigo visual identifica o contado visual ocorrido nas interaccedilotildees como olho no olho
ou ausecircncia de contato
Coacutedigo teacutermico eacute a extrema sensibilidade da pele agraves mudanccedilas de temperatura e de
textura
Coacutedigo olfativo analisa a percepccedilatildeo dos interlocutores ao grau de odores e suas
caracteriacutesticas O olfato permite natildeo soacute diferenciar os indiviacuteduos mas
32
detectar qual eacute o seu estado afetivo Ainda mais os cheiros tecircm o dom
de evocar recordaccedilotildees muito mais profundas do que as imagens ou
sons
Volume de voz analisa a adequaccedilatildeo do tom de voz utilizado pelos envolvidos
Comportamento
de contato
refere-se agraves formas de relaccedilotildees taacuteteis como agarrar apalpar acariciar
segurar demoradamente tocar localizado apertar roccedilar acidentalmente
ou sem nenhum contato fiacutesico
Esses elementos satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer interaccedilatildeo Segundo
Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma interaccedilatildeo eacute diretamente
proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo adequada
eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma determinada situaccedilatildeo pessoa e
tempo (ALVES et al 2015)
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise
A territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta caracteriacutesticas
reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de sua proacutepria
espeacutecie O territoacuterio tem um papel na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que
fornece informaccedilotildees sobre limites que definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A
territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves
funccedilotildees pessoais e sociais a dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais
amplo e seu ao acesso ao territoacuterio dos mais fracos dito dominado (HALL 2005)
O territoacuterio eacute carregado de intencionalidades que se manifestam no espaccedilo A
intenccedilatildeo das pessoas ao escolherem um lugar ou optarem por ficar onde estatildeo imprimindo
nele uma local que reflete essas intenccedilotildees e interaccedilotildees corresponde ao territoacuterio As relaccedilotildees
dessas pessoas com o espaccedilo e entre si pressupotildeem a existecircncia de poder (teacutecnico econocircmico
social poliacutetico e cultural) e eacute isto que caracteriza o territoacuterio construiacutedo num dado tempo e
espaccedilo encerrando portanto a realidade
O comportamento espacial do homem se manifesta em diferentes niacuteveis e para Hall
(2005) os trecircs niacuteveis de espaccedilos que permitem uma melhor anaacutelise proxecircmica satildeo o espaccedilo de
organizaccedilatildeo fixa o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixa e o espaccedilo informal
33
Os espaccedilos de organizaccedilatildeo fixa e semifixa apresentam uma concepccedilatildeo geograacutefica
estaacutetica estando intimamente relacionado ao conceito de territorialidade Quando o indiviacuteduo
se desloca esses espaccedilos natildeo se movem natildeo o acompanham (GRUBA et al 2015)
O espaccedilo de organizaccedilatildeo fixa compreende segundo Hall (2005) todos os elementos
invariantes do espaccedilo Deve-se entender como elementos invariantes aqueles insusceptiacuteveis
de modificaccedilatildeo em seu posicionamento e orientaccedilatildeo pela accedilatildeo humana Os edifiacutecios de
construccedilatildeo humana satildeo um exemplo de organizaccedilatildeo fixa Igualmente o seu modo de
agrupamento bem como o seu modo de particcedilatildeo interna em cocircmodos corresponde tambeacutem a
estruturas fixas
Jaacute o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixas diz respeito ao modo como satildeo dispostos todos
os componentes espaciais suscetiacuteveis de deslocamento ou seja objetos moacuteveis A disposiccedilatildeo
do mobiliaacuterio nos ambientes constitui o exemplo tiacutepico de espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas
Segundo Hall (2005) de forma similar ao espaccedilo de organizaccedilotildees fixas a maneira como
arrumamos os objetos que satildeo nossos os lugares onde os dispomos dependem de nossos
paradigmas culturais
O espaccedilo informal por sua vez eacute um espaccedilo pessoal estabelecido ao redor do corpo
do indiviacuteduo que eacute ldquocarregadordquo quando este se move Sendo por esta razatildeo denominado
tambeacutem de espaccedilo dinacircmico A anaacutelise dos espaccedilos informais levou Hall a realizar uma seacuterie
de estudos relacionados agraves distacircncias interpessoais Em funccedilatildeo das distacircncias observadas Hall
(2005) definiu quatro categorias de espaccedilos informais iacutentima pessoal social puacuteblica (Figura
1)
As distacircncias propostas por Hall (2005) satildeo representadas por cores (Figuras 1 e 2) e
foram escolhidas quatro cores para representar as distacircncias na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
vermelho intimo laranja pessoal amarelosocial e verdepuacuteblico As cores estatildeo associadas
a um determinado efeito ou seja natildeo eacute uma combinaccedilatildeo aleatoacuteria de cores mas um efeito
conjunto de cores com representaccedilatildeo dos espaccedilos Utilizando a escala colorimeacutetrica proposta
por Heller (2013) tem-se como objetivo facilitar a identificaccedilatildeo visual das distacircncias e
aproximaccedilotildees da equipe de enfermagem no espaccedilo Essa identificaccedilatildeo atraveacutes da visualizaccedilatildeo
das cores representa o mapa comportamental das posiccedilotildees da equipe no ambiente da
hemodiaacutelise
34
Figura 1 Zonas de distanciamento
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
As distacircncias podem variar conforme os fatores individuais pois existem pessoas que
sempre preservam uma zona de espaccedilo pessoal miacutenima enquanto que outros mantecircm zonas
de espaccedilo relativamente grandes Estas diferenccedilas satildeo afetadas por sexo raccedila cultura e
personalidade Existem tambeacutem os fatores situacionais que diz respeito de quem satildeo os
interlocutores e o que estes estatildeo fazendo haacute certas relaccedilotildees e atividades que exigem
distacircncias maiores que outras para uma adequada comunicaccedilatildeo e proteccedilatildeo (SILVA 2015)
Haacute uma convivecircncia iacutentima ou
de luta quando obrigada em
situaccedilotildees sociais em que ocorre
o contato fiacutesico o calor humano
e a transmissatildeo de odores
Tratamento de assuntos
impessoais natildeo ocorre contato
fiacutesico poreacutem existe o contato
visual
A essa distacircncia se produz uma
cuidadosa escolha das palavras e
da forma das frases formal os
detalhes da inflexatildeo da voz e da
expressatildeo facial se perdem
Assuntos de interesse e relaccedilatildeo
pessoais se tratam a essa
distacircncia
35
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
Para Broca e Ferreira (2014) haacute toda uma diversidade de fatores que modificam as
distacircncias interpessoais fatores estes que diminuem as distacircncias interpessoais como a
atraccedilatildeo a amizade a cooperaccedilatildeo a similaridade a coesatildeo familiar os oacuteculos escuros ou olhos
fechados Assim como fatores que aumentam as distacircncias interpessoais como o estigma a
ameaccedila a ansiedade o insulto o olhar inapropriado a desordem mental o fumo o acircngulo de
aproximaccedilatildeo lateral a estatura alta entre outros
Embora as pesquisas da comunicaccedilatildeo natildeo verbal tenham um enfoque maior no
comportamento e interaccedilatildeo das pessoas atualmente tem sido dispensada uma atenccedilatildeo maior agrave
influecircncia de fatores natildeo humanos como o ambiente onde ocorrem essas interaccedilotildees (TERRA
VAGHETTI 2014) Fazem parte dos fatores ambientais o mobiliaacuterio estilo de arquitetura
decoraccedilatildeo de interiores condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo as cores a temperatura os ruiacutedos entre
outros A disposiccedilatildeo os materiais as formas dos objetos do ambiente podem ter influecircncia no
resultado durante a interaccedilatildeo do relacionamento interpessoal como uma mesa entre os
interlocutores que pode caracterizar com uma forma de afastamento e distanciamento
dificultando o estabelecimento de uma comunicaccedilatildeo mais profiacutecua
O espaccedilo eacute uma dimensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal que interfere na relaccedilatildeo dos
interlocutores como as cores de um ambiente que podem gerar um ambiente tenso ou
tranquumlilizador a temperatura muito fria ou quente desestabilizam e podem interferir (HALL
36
2005 SCHIMITDH e SILVA 2013) O nuacutemero de saiacutedas e janelas quanto mais fechado
maior a tensatildeo pois em um ambiente abafado e quente as pessoas tendem a sair do local Jaacute
um ambiente mais acessiacutevel com temperatura adequada e harmonioso aumenta a frequecircncia
de interaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos interlocutores
Para Bollnow (2008) arquiteto e filoacutesofo alematildeo ao estudar a relaccedilatildeo do indiviacuteduo
com o espaccedilo identificou que o ldquoespaccedilo vivenciadordquo eacute diferente do espaccedilo vivencial O
espaccedilo vivenciado eacute entendido como um espaccedilo no sentido subjetivo e deve ser tomado como
uma ldquoexperiecircncia do espaccedilordquo vivida pelo sujeito que interferiraacute na sua subsistecircncia e na
compreensatildeo de si e do mundo Ou seja devemos estudar o espaccedilo como elemento de
referecircncia para a existecircncia humana O sujeito precisa de um espaccedilo de referecircncia um espaccedilo
de habitaccedilatildeo que eacute o espaccedilo do mundo onde o homem pode se encontrar com um elemento
natildeo estranho fazendo identificaccedilotildees e significaccedilotildees
Sendo assim o espaccedilo da hemodiaacutelise eacute quando o enfermeiro deveraacute utilizar-se de
estrateacutegias para detectar indiacutecios de alteraccedilotildees fisioloacutegicas e emocionais de seu paciente e ser
capaz de intervir nos diferentes momentos eacute neste espaccedilo que ressignifica-se o conceito de
cuidar de si mostrando ao paciente a necessidade de adesatildeo e participaccedilatildeo no processo de
cuidar Natildeo haacute conquistas no tratamento sem a participaccedilatildeo ativa e contiacutenua do paciente ele
deveraacute entender o quanto eacute importante a interaccedilatildeo com a equipe para um cuidado efetivo
Articular em um espaccedilo com grande demanda de cuidado e com nuacutemero significativo
de pacientes habilidades comunicativas natildeo verbais como a proxecircmica pode natildeo ser faacutecil de
ser identificada pela equipe de enfermagem principalmente porque haacute riscos dos espaccedilos de
hemodiaacutelise se tornarem um ldquoformigueirordquo humano como ocorre atualmente nas cliacutenicas
sateacutelites com 36 pacientes de uma uacutenica vez em sala de hemodiaacutelise Desta forma torna-se
um desafio e implica em um maior conhecimento do enfermeiro sobre comunicaccedilatildeo
proxecircmica e sua importacircncia no cuidado de enfermagem
Dados da Sociedade Brasileira de nefrologia (SBN) afirmam que o aumento do
nuacutemero total estimado de pacientes em diaacutelise no paiacutes vem crescendo continuamente esses
dados apontam que o nuacutemero de pacientes em tratamento aumentou em meacutedia 5 ao ano
entre 2011-2014 (SBN 2014) O nuacutemero estimado de pacientes que iniciaram tratamento em
2014 no Brasil foi de 36548 correspondendo a uma taxa de incidecircncia de 180 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) (Figura 3)
37
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
Jaacute as taxa de prevalecircncia de tratamento dialiacutetico referentes agraves caracteriacutesticas
demograacuteficas da populaccedilatildeo brasileira que apresenta DRC em 2014 foi de 552 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) variando por regiatildeo entre 364 pacientes pmp na regiatildeo Norte a
672 pacientes pmp na regiatildeo Sudeste (Figura 4)
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
38
Os dados registram que as regiotildees Sudeste Sul e Centro-Oeste apresentam as maiores
taxas de prevalecircncia enquanto as regiotildees Nordeste e Norte as mais baixas De acordo com a
United States Renal Data System (2014) nos Estados Unidos e em outros paiacuteses
desenvolvidos da Europa e Aacutesia nos uacuteltimos anos tem sido relatado um aumento crescente na
taxa de prevalecircncia embora a taxa de incidecircncia de pacientes em terapia renal substitutiva
tenha crescido pouco ou apresentado uma tendecircncia agrave estabilizaccedilatildeo Nos EUA por exemplo a
taxa de prevalecircncia aumentou ao redor de 3 ao ano entre 2007-2012
Esses dados de prevalecircncia e incidecircncia comprovam que a regiatildeo sudeste e sul
apresenta uma grande concentraccedilatildeo de pacientes em tratamentos dialiacuteticos e tambeacutem
conforme Sesso et al (2014) nessas regiotildees concentra-se maior nuacutemero de cliacutenicas sateacutelites e
hospitais especializados na TRS assim como profissionais especialistas em nefrologia o que
facilita o acesso dos pacientes ao tratamento
Com a demanda de atendimento em crescimento nos espaccedilosambiente da
hemodiaacutelise eacute preciso adequaacute-los as necessidades impostas de maneira que natildeo haja
diminuiccedilatildeo da qualidade da assistecircncia prestada Dessa maneira a construccedilatildeo de um
pensamento acerca da concepccedilatildeo espacial passa necessariamente pela consideraccedilatildeo sobre as
experiecircncias a serem ali vivenciadas na medida em que o corpo eacute nosso meio geral de expor
nossas necessidades seguindo esta loacutegica natildeo haacute como pensar em concepccedilatildeo espacial sem
que sejam propostas consideraccedilotildees a respeito da relaccedilatildeo deste espaccedilo com o corpo
39
CAPIacuteTULO III
O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO ESTUDO
31 Identificando a pesquisa
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa buscando identificar os
fenocircmenos por meio das observaccedilatildeo do pesquisador e as informaccedilotildees dos participantes A
abordagem qualitativa nas pesquisas cientiacuteficas ainda eacute revestida por diferentes interpretaccedilotildees
mas vale lembrar que esse tipo de abordagem significa que seu raciociacutenio baseia-se
principalmente na percepccedilatildeo e na compreensatildeo humana de acordo com Stake e Reis (2011)
possibilitando avanccedilo do entendimento de fatores proacuteprios dessa dimensatildeo que natildeo satildeo
alcanccedilados pelos estudos quantitativos Nesse sentido explora questotildees bastantes particulares
concernentes aos significados motivos crenccedilas aspiraccedilotildees atitudes e valores
correspondendo a um espaccedilo mais profundo das relaccedilotildees e interaccedilotildees dos processos e
fenocircmenos (MINAYO 2013) Por conseguinte torna-se oportuno esta abordagem para a
pesquisa em questatildeo
Bosi (2012) afirma que a abordagem qualitativa geralmente tem como foco o estudo
nas instituiccedilotildees nos grupos nos movimentos sociais e no conjunto de interaccedilotildees pessoais
Este tipo de abordagem tem o poder de construir pontes para uma accedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
e dos seus agentes sendo esta pautada no diaacutelogo e no reconhecimento das diferenccedilas
culturais as quais embasam as accedilotildees de sauacutede
Apesar do termo ldquopesquisa qualitativardquo ser interpretada por muitos como confuso para
Strauss e Corbin (2008 p 23) ldquopode significar coisas diferentes para pessoas diferentesrdquo sua
essecircncia descritiva e natildeo numeacuterica natildeo impede ou dificulta o rigor metodoloacutegico entre o
coletar e analisar dados uma vez que estaacute consolidada em conceitos metodoloacutegicos e
epistemoloacutegicos capazes de possibilitar sustentaccedilatildeo cientiacutefica aos seus achados pois
conforme citam Deslauriers e Keacuterisit (2010 p 131)
Afirmar que a pesquisa qualitativa privilegia o vivido dos atores sociais natildeo
significa todavia que ela se reduziria a uma descriccedilatildeo minuciosa de accedilotildees ou de
fenocircmenos observaacuteveis Nisso pode-se dizer que o objeto por excelecircncia da
pesquisa qualitativa eacute a accedilatildeo interpretada simultaneamente pelo pesquisador e pelos
sujeitos da pesquisa de onde a importacircncia da linguagem e das conceituaccedilotildees que
devem dar conta tanto do objeto ldquovividordquo como do objeto ldquoanalisadordquo
40
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa
O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de 2012
(CNS 2012) baseando-se nas Normas de Pesquisa em Seres Humanos Foi submetido e
aprovado atraveacutes da Plataforma Brasil ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de
Enfermagem Anna NeryInstituto de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Satildeo Francisco de Assis da
Universidade Federal do Rio de Janeiro O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466
de 12 de dezembro de 2012 assim como do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital
Universitaacuterio Clementino Fraga FilhoHUCFFUFRJ nordm de parecer 1329969 e do Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa do Hospital Universitaacuterio Pedro ErnestoHUEPUERJ nordm parecer
1360477 ambos cenaacuterios co-participantes da pesquisa Como base nacional essa Plataforma
eacute unificada para registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema de
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa (CONEP) Ela
permite que as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes estaacutegios - desde sua
submissatildeo ateacute a aprovaccedilatildeo final pelo CEP e pela CONEP (BRASIL 2012)
A participaccedilatildeo dos sujeitos da pesquisa foi de forma voluntaacuteria os objetivos e
finalidades da pesquisa foram esclarecidos Foi assegurado o anonimato dos participantes e
informado que a qualquer momento poderia recusar-se a responder qualquer pergunta ou
desistir de participar e retirar seu consentimento
A pesquisa natildeo gerou desconforto emocional nem constrangimento visto que a
atividade proposta para produccedilatildeo conforme preconiza o meacutetodo deu-se por meio da
observaccedilatildeo durante os cuidados prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise e pela
entrevista sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do
paciente agrave terapia
Os riscos significam que o perigo ou desconforto que os participantes possam
experimentar natildeo eacute maior do que vivenciam em suas vidas cotidianas ldquoDiz-se que um estudo
envolve risco miacutenimo quando os procedimentos ou atividades do estudo satildeo semelhantes aos
que os participantes encontram em suas vidas cotidianasrdquo (SHAUGHNESSY
ZECHMEISTER ZECHMEISTER 2014 P79)
O benefiacutecio relacionado agrave participaccedilatildeo no estudo eacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
41
A coleta de dados foi realizada mediante a assinatura no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido - TCLE (APEcircNDICE A) e respeitando os aspectos eacuteticos e legais A
pesquisadora envolvida na investigaccedilatildeo compromete-se em divulgar os resultados obtidos na
pesquisa em eventos cientiacuteficos publicaccedilotildees em perioacutedicos indexados em Bases de Dados
aleacutem de retornar ao cenaacuterio da pesquisa apresentando e discutindo os resultados com os
participantes e quaisquer profissionais interessados no conteuacutedo
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados
Realizar uma pesquisa etnograacutefica consiste em suma em observar estabelecer
relaccedilotildees selecionar informantes manter um diaacuterio dentre outras atividades Entretanto natildeo eacute
a realizaccedilatildeo destas teacutecnicas que define uma pesquisa como etnograacutefica Para a caracterizaccedilatildeo
de um trabalho etnograacutefico satildeo apontadas muitas exigecircncias que devem ser utilizadas como
base para a operacionalizaccedilatildeo da pesquisa
O estudo etnograacutefico para Geertz (2008) tem como base a busca exaustiva do
conhecimento por meio da interaccedilatildeo entre o comportamento das pessoas e o discurso e as
observaccedilotildees do pesquisador sobre cada detalhe que compotildee o ambiente fiacutesico e social
pesquisado O meacutetodo etnograacutefico permite ao pesquisador observar sistematicamente e
descrever tudo que foi captado por meio de todos os seus sentidos
O sentido visatildeo na etnografia vai aleacutem de ver alcanccedila o acircmbito de perceber o
ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo nas diversas dimensotildees
possiacuteveis O sucesso deste tipo de investigaccedilatildeo depende muito da conduta do pesquisador
visto que a observaccedilatildeo a descriccedilatildeo e a anaacutelise constituem a essecircncia da compreensatildeo do
objeto de estudo o pesquisador para entender o comportamento humano eacute necessaacuterio
considerar as relaccedilotildees que influenciam a interpretaccedilatildeo os pensamentos os sentimentos e as
accedilotildees (LUumlDKE ANDREacute 2013)
Embora pareccedila faacutecil observar no meacutetodo etnograacutefico requer uma habilidade peculiar
onde colocar-se diante dos participantes da pesquisa eacute muito relevante para a obtenccedilatildeo dos
dados Eacute necessaacuterio que o pesquisador natildeo seja visto como um intruso pelas pessoas e sim
como parte do meio onde se encontra essa transiccedilatildeo de ldquointrusordquo para ldquoamigordquo natildeo se
estabelece de forma raacutepida requer tempo e sensibilidade aleacutem de um verdadeiro interesse nos
participantes em suas crenccedilas e valores Praticar etnografia eacute estabelecer relaccedilotildees selecionar
informantes descrever mapear campos manter um diaacuterio entre outras coisas possibilita ao
42
pesquisador entender o contexto comportamental dos participantes da pesquisa (GEERTZ
2008)
Estes pressupostos possibilitam que um estudo sobre comportamento humano abstraia
o significado das accedilotildees a partir do contexto do individuo compreendendo como as pessoas os
interpretam e direcionam suas atitudes Para captar da forma mais fidedigna esta teia de
relaccedilotildees e apresentaacute-la de forma clara e objetiva em uma pesquisa eacute necessaacuterio que o
pesquisador possua tambeacutem algumas habilidades Fundamentada em uma observaccedilatildeo
sistematizada a etnografia exige que o pesquisador saiba ver realmente tudo que estaacute ao seu
redor Para Gibbs (2012) ver no sentido etnograacutefico vai aleacutem da visatildeo propriamente dita
alcanccedila o acircmbito de perceber o ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo
nas diversas dimensotildees possiacuteveis
As principais caracteriacutesticas do meacutetodo etnograacutefico para Luumldke e Andreacute (2013) estatildeo
relacionadas com os significados atribuiacutedos a si mesmo as experiecircncias e o ambiente que
cercam os participantes envolvendo um trabalho de campo onde o pesquisador se aproxima
do cenaacuterio da pesquisa e das pessoas mantendo um contato direto e prolongado observando
seu comportamento para que seja possiacutevel observar e traduzir a dimensatildeo do cotidiano
perceber e entender o significado cultural das situaccedilotildees que se contrapotildeem nas relaccedilotildees
humanas que satildeo culturais produzidas pelas proacuteprias pessoas que estatildeo sendo observadas
Este tempo de observaccedilatildeo do pesquisador em contato direto com as pessoas e o ambiente
estudado pode variar muito desde algumas semanas ateacute vaacuterios meses ou anos
Para entender como o Enfermeiro estabelece uma relaccedilatildeo proxecircmica com o paciente eacute
preciso que se observe o ldquocomportamento do nativordquo manifestado por ldquogestos cotidianos tom
da conversa atitudes do corpo e expressatildeo facialrdquo
34 O cenaacuterio da pesquisa
A pesquisa apresentou como proponente a Escola de Enfermagem Anna Nery da
Universidade Federal do Rio de Janeiro e como cenaacuterios co-participantes dois hospitais
universitaacuterios o Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho e o Hospital Universitaacuterio
Pedro Ernesto um da esfera Federal e outro Estadual respectivamente ambos localizados no
municiacutepio do Rio de Janeiro A escolha por estes cenaacuterios justificou-se por essas instituiccedilotildees
apresentarem atendimento especializado e de alta complexidade possuem setor de nefrologia
no qual os Enfermeiros prestam assistecircncia aos pacientes nas terapias renais substitutivas
43
como hemodiaacutelise e a importacircncia de ser compreendido como um espaccedilo de formaccedilatildeo
acadecircmica no qual existe uma preocupaccedilatildeo como cenaacuterio de aprendizagens teoacutericas-praacuteticas
O campo eacute o lugar natural onde acontecem os fatosfenocircmenosprocessos A pesquisa
de campo eacute aquela que segundo Santos (2015) recolhe os dados in natura como percebidos
pelo pesquisador E o Hospital Universitaacuterio eacute reconhecido por ser uma instituiccedilatildeo que
concentra suas atividades na alianccedila entre a assistecircncia agrave populaccedilatildeo ao ensino e agrave pesquisa
cientiacutefica incentivando seus profissionais a estarem sempre buscando a capacitaccedilatildeo pois tem
a intenccedilatildeo de promover cada vez mais uma assistecircncia qualificada e adequada aos pacientes
A proposta para coleta nos dois cenaacuterios baseia-se na premissa de que aumentar o
quantitativo de Enfermeiros embora a pesquisa tenha um caraacuteter qualitativo permite uma
maior amostra enriquecendo o estudo com a diversidade de interaccedilotildees entre os participantes
A etnografia se constroacutei tomando por base a ideacuteia de que os comportamentos humanos soacute
podem ser devidamente compreendidos e explicados se tomarmos como referecircncia o
contexto social onde eles atuam
O primeiro cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUCFF na unidade de Nefrologia
localizada no seacutetimo andar do hospital A unidade possui enfermaria de nefrologia sala de
treinamento e de tratamento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua entre outros
Satildeo duas as salas de hemodiaacutelise uma chamada sala azul onde satildeo atendidos os pacientes
portadores de sorologia positiva para Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana (HIV) e hepatite B
e outra chamada sala branca local onde foi realizada a pesquisa Esse setor apresenta na parte
externa uma sala de curativos expurgo sala da chefia de enfermagem e pia para lavagem dos
braccedilos dos pacientes antes da sessatildeo de hemodiaacutelise Na parte interna haacute uma sala ampla
dividida em trecircs espaccedilos com dois postos de enfermagem
O segundo cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUPEUERJ na unidade de
nefrologia localizado no 3ordm andar do hospital No andar existe enfermaria de nefrologia sala
de treinamento e atendimento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua sala de guarda
de materiais e sala de hemodiaacutelise entre outros
A sala de HD foi adaptada segundo funcionaacuterios do hospital para o atendimento aos
pacientes Renais crocircnicos em tratamento de HD a parte interna apresenta uma pequena sala
de atendimento administrativo um expurgo um salatildeo uacutenico de HD uma parede de vidro
separa os ambientes da sala de enfermagem e do banheiro
Posteriormente ambos os cenaacuterios seratildeo amplamente discutidos e apresentados na
forma de planta esquemaacutetica em 3D que representa de modo bem simplificado o ambiente da
44
HD Estes cenaacuterios foram reproduzidos com o auxiacutelio de um arquiteto para representar
fielmente suas caracteriacutesticas fiacutesicas e moacuteveis do ambiente da HD
De acordo com a resoluccedilatildeo RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 que dispotildee sobre as
unidades de diaacutelise e seu ambiente fiacutesico as Unidades de Diaacutelise devem atender aos requisitos
de estrutura fiacutesica previstos na RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou
instrumento legal que venha substituiacute-la juntamente com as exigecircncias estabelecidas nesse
regulamento em coacutedigos leis ou normas pertinentes quer na esfera Federal Estadual ou
Municipal
Entenda-se como ambiente fiacutesico agrave luz da Teoria Proxecircmica (Hall 2005) o conjunto
formado pelos espaccedilos de caracteriacutesticas fixas e semifixas O espaccedilo fixo compreende as
disposiccedilotildees estruturais inalteraacuteveis tais como paredes teto vidraccedilas tubulaccedilotildees chatildeo pias
sistemas de refrigeraccedilatildeo Jaacute o espaccedilo semifixo refere-se agraves peccedilas mobiliaacuterias que satildeo dispostas
no ambiente tais como maacutequinas de diaacutelise poltronas balanccedilas digitais dentre outros
35 Participantes da pesquisa
Os participantes da pesquisa foram os enfermeiros do setor de nefrologia que atuam no
cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise A justificativa para a escolha dos enfermeiros eacute a
de que esses ldquoparticipantes-objetordquo possam produzir elementos significativos relativos ao
objeto do estudo pelo fato de serem profissionais que possuem capacidade para articular e
desenvolver sob muacuteltiplas vertentes estrateacutegias de intervenccedilotildees e atitudes de cuidado ao
paciente na nefrologia
O criteacuterio de inclusatildeo no protocolo da pesquisa abrange todos os Enfermeiros de
ambos os sexos que estavam prestando algum tipo de cuidado direto ao paciente no setor de
hemodiaacutelise Foram excluiacutedos aqueles profissionais de feacuterias eou licenccedila ou outra funccedilatildeo
que natildeo a de prestar assistecircncia ao paciente durante a sessatildeo de hemodiaacutelise
Foi comunicado a cada participante que seu nome seria preservado e para representar
seu depoimento na pesquisa seria colocada a letra ldquoErdquo precedida da numeraccedilatildeo
correspondente ao nuacutemero da entrevista A participaccedilatildeo dos sujeitos resultou na produccedilatildeo do
conhecimento cientiacutefico sobre a comunicaccedilatildeo proxecircmica dos profissionais de enfermagem na
aacuterea do cuidado em hemodiaacutelise pioneiro no setor da nefrologia
45
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise
Dentro de uma visatildeo etnograacutefica segundo Luumldke e Andreacute (2013) o pesquisador eacute
inserido no campo e poderaacute utilizar diferentes instrumentos para apreensatildeo da realidade
estudada Contudo eacute importante salientar que as diferentes formas de tecnologias podem e
devem auxiliar na captaccedilatildeo dos dados podendo ser dependentes e natildeo-dependentes tais como
diaacuterio de campo o gravador roteiro de observaccedilatildeo participante e entrevista desde que sejam
descritas todas as informaccedilotildees por meio dos quais os etnoacutegrafos poderatildeo apresentar de forma
minuciosa o contexto estudado e as interaccedilotildees identificadas
Ao se desenvolver uma pesquisa com o meacutetodo etnograacutefico devem-se considerar os
informantes como pessoas que por possuiacuterem algumas caracteriacutesticas culturais diferentes e
merecem uma investigaccedilatildeo Souza e Barros (2008 P 153) ldquoapontam que pesquisadores e
pesquisados apresentam semelhanccedilas poreacutem com traccedilos culturais diferenciadosrdquo
Segundo Santos (2015) os dados devem ser coletados com a observaccedilatildeo de situaccedilotildees
fiacutesicas e materiais E por isso exige uma carga extra de trabalho que eacute a escolha da situaccedilatildeo
(re) produtora dos fatosfenocircmeno que interessam ao pesquisador Aleacutem disso exige a escolha
dos instrumentos de captaccedilatildeo e afericcedilatildeo das informaccedilotildees e dados que seratildeo obtidos
A coleta de dados foi realizada apoacutes os contatos com a chefia meacutedica e de enfermagem
das instituiccedilotildees coparticipantes escolhidas para cenaacuterio da pesquisa com o objetivo de
apresentar o estudo e solicitar autorizaccedilatildeo para a coleta de dados assim como a aprovaccedilatildeo
pelo Comitecirc de Eacutetica da Escola de Enfermagem Anna Nery Hospital Escola Satildeo Francisco de
Assis- EEANHESFA
361 Primeiro momento da pesquisa aproximaccedilatildeo com o territoacuterio elaboraccedilatildeo do
Mapeamento Comportamental de HD
Tendo por base as caracteriacutesticas da etnografia para proceder agrave coleta de dados a
pesquisadora manteve contatos preliminares com as equipes nos locais cenaacuterios da pesquisa
com intuito de entendimento das dinacircmicas das atividades e aproximaccedilatildeo com os cenaacuterios O
comportamento das pessoas foi estudado no seu contexto habitual e natildeo em condiccedilotildees
artificiais criadas pela investigadora
Pela complexidade do meacutetodo e pela riqueza das informaccedilotildees a aproximaccedilatildeo dos
cenaacuterios e dos possiacuteveis participantes da pesquisa foi primeiramente no HUCFF por ter
realizado anteriormente outras pesquisas tambeacutem por acreditar ter maior entendimento sobre
46
a dinacircmica e rotina deste setor no hospital Posteriormente foi realizada a aproximaccedilatildeo com o
segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo o HUPE
Para entender o ambiente no setor de hemodiaacutelise de ambos cenaacuterios foi elaborado
uma representaccedilatildeo graacutefica dos locais desenvolvida por meio do programa SketchUp1 que eacute
um software de modelagem tridimensional (OLIVEIRA 2015)
O levantamento arquitetocircnico foi realizado a partir de planilhas elaboradas para
sistematizar Elas orientaram na descriccedilatildeo dos seguintes itens arranjo espacial e os atributos
que permitiam apropriaccedilatildeo espacial correspondendo agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre
enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente o mobiliaacuterio da HD e seu estado de conservaccedilatildeo
a qualidade dos materiais de acabamento (piso parede e teto) Nas planilhas foram relatadas
as caracteriacutesticas e o grau de conservaccedilatildeo destes elementos
Foi necessaacuteria a participaccedilatildeo de um arquiteto neste processo de planejamento e
execuccedilatildeo dos mapas comportamentais e apoacutes sucessivos diaacutelogos ficou acordado que para
auxiliar na aplicaccedilatildeo da planilha seriam utilizadas as teacutecnicas de registro fotograacutefico com o
intuito das imagens auxiliarem no processo de elaboraccedilatildeo do mapeamento e a necessidade
mediccedilatildeo in loco com trena laser para a fidedignidade das distacircncias
Sendo assim foram realizadas duas (2) visitas junto como arquiteto em cada
instituiccedilatildeo em junho de 2016 e em janeiro de 2017 para a coleta das medidas e fotos Esses
registros juntamente com os registros em toacutepicos na planilha foram posteriormente
transcritos e serviram para na elaboraccedilatildeo das plantas dos setores O total de horas para a
realizaccedilatildeo das atividades fotograacuteficas de mediccedilatildeo de transcriccedilatildeo dos dados e de elaboraccedilatildeo
dos mapas foi em meacutedia de 52 horas
Com os mapas jaacute elaborados de ambos os cenaacuterios foi necessaacuterio incluir as cores
representativas da comunicaccedilatildeo proxecircmica descritas anteriormente como zonas de
distanciamento As cores foram representadas de forma milimetricamente marcando os
espaccedilos Iacutentimo pessoal social e puacuteblico do setor de HD em relaccedilatildeo ao espaccedilo iacutentimo do
paciente
A teacutecnica e os procedimentos foram adotados com o objetivo de demonstrar o
mapeamento do setor de HD do HUCFFUFRJ e do HUPEUERJ gerando quatro (4) figuras
que satildeo apresentados e discutidos no Capiacutetulo V
1 1 Eacute um programa de modelagem arquitetocircnica em 3D que pode ser usado para retratar ambientes
47
362 Segundo Momento da pesquisa seleccedilatildeo dos participantes aspectos eacuteticos e
apresentaccedilatildeo dos instrumentos de coleta
Apoacutes o periacuteodo da adaptaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do mapeamento dos setores foram
identificados os participantes segundo os criteacuterios de seleccedilatildeo jaacute mencionadas anteriormente e
de acordo com escalas de enfermagem previamente cedida pela chefia para elaboraccedilatildeo e
planejamento da coleta de dados
Os enfermeiros foram convidados e selecionados a participar da pesquisa e mediante
aceite eram comunicados e esclarecidos sobre o objeto do estudo seus objetivos com
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) o encontro para
a entrevista foi agendado de acordo com a disponibilidade de horaacuterio de cada enfermeiro e
preenchimento do questionaacuterio com itens sobre o perfil profissional (APEcircNDICE B)
permitindo uma caracterizaccedilatildeo dos mesmos Foram tambeacutem orientados de que haveria um
momento de observaccedilatildeo Entretanto o dia e horaacuterio natildeo foram informados previamente para
que natildeo houvesse interferecircncias do comportamento no ambiente Os dados identificados no
perfil profissional foram tabelados e analisados posteriormente
Durante o procedimento de testagem dos instrumentos com os primeiros participantes
houve a necessidade de alguns ajustes no mapa pois contemplava a sala de hemodiaacutelise como
sendo o principal espaccedilo do cuidado entretanto apoacutes algumas entrevistas foi descrito pelos
participantes outros espaccedilos como sendo espaccedilos do cuidado entre estes sala de curativos
sala de chefia de enfermagem corredores Sendo assim o mapa sofreu alteraccedilotildees com
inclusatildeo dos espaccedilos para ampliar as discussotildees
A entrevista seguiu mantendo aos questionamentos do roteiro de perguntas que foram
gravadas em um gravador de aacuteudio com a finalidade de posteriormente transcrevecirc-las
possibilitando assim a anaacutelise dos dados
As entrevistas individuais foram realizadas nos intervalos da assistecircncia de
enfermagem ao longo do plantatildeo de 12 horas dos profissionais principalmente agrave tarde
quando a demanda do cuidado de enfermagem eacute menor Porque pela manhatilde eacute quando
comumente se realizam as escalas dos teacutecnicos para os setores da sala branca sala azul
diaacutelise peritoneal e hemodiaacutelise externa verificaccedilatildeo e checagem de prescriccedilotildees para os
pacientes os curativos de cateteres entre outros
Nos primeiros dias a chegada ao setor foi agraves 700 horas da manhatilde para a passagem de
plantatildeo para que os profissionais entendessem o porque da presenccedila da pesquisadora ao
ambiente de pesquisa Ao teacutermino explicava que era uma pesquisa de doutorado em
48
enfermagem e que precisava de uma amostra significativa sendo necessaacuterio realizar
entrevistas com o maacuteximo de enfermeiros Na sequecircncia a pesquisadora explicava melhor
qual seria a pesquisa e como se desenvolveria ao longo dos dias possibilitando um laccedilo
interativo entre ambos Estes encontros regulares durante dois (2) meses no miacutenimo duas
vezes por semana e interagindo com a equipe e participando das atividades desenvolvidas no
setor possibilitou maior aproximaccedilatildeo e interaccedilatildeo com a equipe e familiarizaccedilatildeo com o
ambiente ou seja o territoacuterio em que o grupo pesquisado estaacute inserido
Apoacutes esta primeira aproximaccedilatildeo com ambos cenaacuterios da pesquisa e maior interaccedilatildeo
com os possiacuteveis participantes a pesquisadora observou que pela manhatilde a realizaccedilatildeo das
entrevistas seria mais complicada devido agraves atividades Sendo assim quando chegava ao
setor cumprimentava todos os profissionais presentes acompanhava a assistecircncia estabelecia
um processo comunicativo e combinava a entrevista para um momento mais propiacutecio A
pesquisadora tentava ao maacuteximo participar do cotidiano dos profissionais e estreitar laccedilos de
comunicaccedilatildeo e de interaccedilatildeo Para isso participava dos momentos de cafeacute almoccedilo auxiliava
na assistecircncia de enfermagem e sempre tinha a iniciativa nos processos de comunicaccedilatildeo
As entrevistas foram realizadas na sala de curativo do setor de hemodiaacutelise do HUCCF
e na sala de enfermagem do HUPE para que natildeo houvesse interrupccedilotildees durante a coleta dos
dados Antes de iniciar a entrevista o TCLE era entregue explicava-se as questotildees eacuteticas
retirava-se as duacutevidas sobre a pesquisa e tambeacutem da necessidade da gravaccedilatildeo da entrevista
para posterior transcriccedilatildeo Foi estabelecido um diaacutelogo com apontamentos sobre os tipos de
comunicaccedilatildeo natildeo verbal e apoacutes uma breve introduccedilatildeo sobre a temaacutetica foi apresentado o
mapa comportamental do setor de hemodiaacutelise com os espaccedilos da hemodiaacutelise como sendo o
territoacuterio de cuidado do enfermeiro
A pesquisadora explicou com maiores detalhes devido agrave necessidade de estarem
sendo abordados para participar de uma pesquisa sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica explicando
brevemente o que eacute comunicaccedilatildeo e natildeo verbal Ao longo da entrevista a pesquisadora
manteve-se atenta as perguntas descritas no roteiro de entrevista semiestruturada (APEcircNDICE
C) mantendo os conceitos essenciais de Hall (2005) como as distacircncias entre enfermeiros e
pacientes uso dos sentidos corporais postura corporal importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a
interaccedilatildeo com o paciente dificuldade e facilidades do ambiente na demarcaccedilatildeo do territoacuterio
O Mapeamento Comportamental tambeacutem eram apresentados aos participantes para
que estes associassem as perguntas da entrevista a imagem do setor com seus mobiliaacuterios e
cores das zonas de distanciamento jaacute empregadas
49
As entrevistas tiveram em meacutedia de 35 minutos a 1 hora e 5 minutos de duraccedilatildeo Foi
proposto aos participantes que avaliassem as figuras que representam o Mapeamento
comportamental e que eles se colocassem nos diferentes momentos do cuidado relatando
qual espaccedilo ele ocupa quais os sentidos utilizados e se as caracteriacutesticas fixas e semi-fixas do
ambiente influenciam no seu comportamento ou na percepccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente
As figuras facilitaram a identificaccedilatildeo do enfermeiro nos diferentes espaccedilos a
visualizaccedilatildeo dos espaccedilos colorimeacutetricos permitiu que os enfermeiros se posicionassem no
cuidado durante o periacuteodo da sessatildeo de hemodiaacutelise e identificassem como fazem o uso da
comunicaccedilatildeo proxecircmica
Natildeo houve resistecircncia ou negaccedilatildeo dos participantes em responder agraves perguntas e em
alguns momentos a pesquisadora identificou certa dificuldade dos participantes para
responderem uma ou outra questatildeo e os deixava livres para responderem natildeo interferindo no
raciociacutenio deles mas voltava na mesma questatildeo poreacutem reformulava para melhor
entendimento dos mesmos sem fugir da essecircncia do que estava sendo perguntado
363 Terceiro momento da pesquisa observaccedilatildeo participante segundo Fatores
Proxecircmicos (HALL 2005)
A observaccedilatildeo participante eacute descrita por Angrosino (2009) apud Abib (2013) como
uma investigaccedilatildeo que se caracteriza por um periacuteodo de interaccedilotildees sociais intensas entre o
pesquisador e os participantes como membro da equipe durante o qual os dados satildeo
recolhidos de forma sistemaacutetica As informaccedilotildees que obteacutem as respostas que satildeo dadas agraves
indagaccedilotildees dependem do comportamento e das relaccedilotildees que se desenvolve com o grupo
estudado neste caso enfermeiros Examinando interaccedilotildees e comunicaccedilotildees que estejam se
desenvolvendo
Sendo assim foi mantida uma rotina de chegada ao setor com uso de jaleco branco
lavagens das matildeos interagindo com a equipe e pacientes conversando e mantendo-se
atualizada das atividades do setor As anotaccedilotildees foram registradas de forma a natildeo transparecer
a observaccedilatildeo especiacutefica do participante
Para Abib (2013) a expressatildeo ldquoobservaccedilatildeo participanterdquo tende a designar o trabalho de
campo no seu conjunto desde a chegada do investigador ao campo da investigaccedilatildeo quando
inicia as apresentaccedilotildees que permitem o acesso as informaccedilotildees do grupo pesquisado ateacute ao
momento da despedida e encerramento da busca exaustiva dos dados depois de uma longa
50
permanecircncia Enquanto presente o observador imerge pessoalmente na rotina do grupo
pesquisado partilhando as suas experiecircncias
Sendo assim foi elaborado previamente contendo todos os aspectos a serem
observados pelo pesquisador um roteiro de observaccedilatildeo (APEcircNDICE D) que apresentou no
eixo horizontal os fatores da comunicaccedilatildeo proxecircmica a saber a posiccedilatildeo a distacircncia o tom de
voz o eixo dos interlocutores o comportamento de contato contato visual coacutedigo olfativo e
quais as impressotildees da pesquisadora durante a interaccedilatildeo (HALL 2005) E no outro eixo
vertical situando o momento de observaccedilatildeo caracterizado pelo momento de cuidado do
profissional ao paciente
A observaccedilatildeo participante foi realizada em contato direto frequente e prolongado do
investigador com os participantes Segundo Abib (2013) a observaccedilatildeo constitui uma teacutecnica
de investigaccedilatildeo que usualmente se complementa com a entrevista semiestruturada Para a
sua utilizaccedilatildeo como procedimento cientiacutefico eacute preciso que estejam reunidos criteacuterios tais
como o responder a objetivos preacutevios ser planejada de modo sistemaacutetico sujeita a validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo precisatildeo e controle
Estas observaccedilotildees foram realizadas no primeiro e segundo turnos de hemodiaacutelise com
duraccedilatildeo prevista de oito (8) horas A justificativa para este tempo de observaccedilatildeo diaacuteria eacute
devido ser o mesmo periacuteodo de duraccedilatildeo das sessotildees de hemodiaacutelise que corresponde a quatro
(4) horas cada por ser neste momento que o enfermeiro estabelece sua interaccedilatildeo com os
pacientes para o cuidado As observaccedilotildees foram individuais com a escolha de um enfermeiro
por sessatildeo sendo que estes participantes foram observados em mais de uma sessatildeo
Os meses de observaccedilatildeo foram junho a julho de 2016 no HUCFF e outubro a
novembro de 2016 no HUPE a pesquisadora chegava ao setor no horaacuterio da passagem de
plantatildeo agraves 700 horas da manhatilde e terminava a observaccedilatildeo entre 1400 e 1500 horas da tarde
devido ao teacutermino da segunda sessatildeo da HD totalizando ao final 240 horas de observaccedilatildeo em
meacutedia Foi observado o comportamento dos participantes durante sua permanecircncia no setor
de hemodiaacutelise nos diferentes momentos de interaccedilatildeo com o paciente no preacute-diaacutelise
transdiaacutelise e poacutes-diaacutelise
364 Quarto momento da pesquisa Tratamento e anaacutelise dos dados
A anaacutelise das transcriccedilotildees das entrevistas foi realizada tatildeo logo as mesmas eram
encerradas com o objetivo de verificar se haveria a necessidade de mais um contato com o
participante para esclarecer aspectos que ficaram difiacutecil de entender fazendo tambeacutem o
51
cruzamento com os aspectos descritos no roteiro de observaccedilatildeo para cada uma destas anaacutelises
a pesquisadora despendia aproximadamente 1 a 2 horas Na preacute-anaacutelise foi realizada uma
leitura flutuante dos depoimentos transcritos e elaboraccedilatildeo de indicadores que fundamentem a
interpretaccedilatildeo As entrevistas transcritas foram devolvidas para validaccedilatildeo dos participantes da
pesquisa que nela foram identificados por pseudocircnimos sendo que todas as entrevistas seratildeo
arquivadas por um periacuteodo de cinco (5) anos e apoacutes esse tempo as mesmas seratildeo incineradas
No momento da preacute-anaacutelise foi realizada a tabulaccedilatildeo dos dados de identificaccedilatildeo dos
enfermeiros entrevistados traccedilando atraveacutes dos mesmos o perfil dos participantes do estudo
Foi reservado para este momento o tempo correspondente a 1 hora para cada entrevista
Em outro momento da anaacutelise todas as entrevistas foram lidas e relidas
cuidadosamente para o reconhecimento e extraccedilatildeo dos dados brutos verificando e
sublinhando a sua relaccedilatildeo com os objetivos do estudo Para esta atividade foram ocupadas
cerca de 8 h de estudo no qual foi realizada a anaacutelise temaacutetica das respostas dos participantes
baseando-se em Bardin (2011) que representa um conjunto de teacutecnicas de anaacutelise das
comunicaccedilotildees utilizando procedimentos sistemaacuteticos e objetivos de descriccedilatildeo do conteuacutedo das
mensagens A crescente utilizaccedilatildeo da anaacutelise de conteuacutedo na aacuterea da Enfermagem eacute
evidenciada em muitos trabalhos publicados em vaacuterias revistas de circulaccedilatildeo nacional e
internacional (CAVALCANTE CALIXTO PINHEIRO 2014)
De acordo com Bardin (2011 p 131) ldquofazer uma anaacutelise temaacutetica consiste em
descobrir os ldquonuacutecleos de sentidordquo que compotildeem a comunicaccedilatildeo e cuja presenccedila ou
frequecircncia de apariccedilatildeo pode significar alguma coisa para o objetivo analiacutetico escolhidordquo
Na tentativa de organizar esse material apoacutes sucessivas leituras foi destacado em cada
conjunto de respostas dos participantes os fragmentos do texto que estavam relacionados com
os objetivos da pesquisa Esse procedimento foi necessaacuterio pois havia uma grande
quantidade de informaccedilotildees transversais ao objeto da pesquisa Assim foi construiacutedo um
quadro para cada pergunta onde foram destacados os fragmentos relacionados ao mesmo
objetivo Em seguida os fragmentos foram agrupados por aproximaccedilatildeo dos sentidos
Nos termos determinantes por Bardin (2011) especificamente quanto agrave fase de
exploraccedilatildeo do material destaca-se que as diferentes operaccedilotildees da preacute-anaacutelise foram
convenientemente concluiacutedas E a fase de anaacutelise propriamente dita natildeo eacute mais do que a
aplicaccedilatildeo sistemaacutetica das decisotildees tomadas
Desta forma na fase denominada de exploraccedilatildeo do material foi realizado um processo
de separaccedilatildeo da essecircncia das mensagens que serviu para a identificaccedilatildeo das expressotildees com
sentidos equivalentes presentes nas respostas de cada enfermeiro De acordo o meacutetodo
52
adotado eacute nessa fase que o material eacute organizado para a anaacutelise atraveacutes de um processo de
codificaccedilatildeo
O trabalho de organizaccedilatildeo dos fragmentos das respostas foi a de reunir em um uacutenico
quadro os elementos pertencentes a um determinado conjunto ou classe Cabe registrar aqui
que todos os elementos foram considerados mesmo aqueles que apareceram apenas em uma
uacutenica resposta uma uacutenica vez e natildeo puderam ser agrupado aos demais
Destaca-se que o meacutetodo proposto por Bardin (2011) esclarece que a codificaccedilatildeo
corresponde praticamente a uma transformaccedilatildeo do material em uma representaccedilatildeo do
conteuacutedo no caso as mensagens contidas nas respostas Para a autora esse processo tem a
intenccedilatildeo de alcanccedilar o nuacutecleo de compreensatildeo do texto
Para continuar o processo de codificaccedilatildeo conforme aponta o meacutetodo procurou-se
identificar as unidades de registro ndash ou unidades de significaccedilatildeo ndash a partir do material que
havia sido codificado e reunido em um quadro de acordo com cada objetivo proposto
Segundo Bardin (2011) as unidades de registro satildeo fragmentas no texto e podem ser
palavras frases ou paraacutegrafos que denotam significaccedilatildeo Satildeo coacutedigos linguiacutesticos que
possuem alguma compreensatildeo com determinado contexto onde elas satildeo utilizadas ou se
relacionam
Diante desta anaacutelise buscou-se uma possiacutevel construccedilatildeo da comunicaccedilatildeo proxecircmica
sobre o cuidar e os cuidados de enfermagem ao paciente em tratamento de hemodiaacutelise
permitindo mapear as categorias de cuidados que emergem na hemodiaacutelise atraveacutes das
entrevistas e da observaccedilatildeo Verificou-se que as unidades de registro se desprendiam
naturalmente dos objetivos e poderiam ser agrupadas em trecircs (3) grupos como foram
identificados quais sejam aspectos relacionados com os sentidos do espaccedilo do cuidado
ambiente do cuidado e o conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Na perspectiva do meacutetodo Bardin (2011) reconhece esse procedimento de
organizaccedilatildeo das unidades de registro como a forma de compreender a significaccedilatildeo exata das
unidades de registro Na proposta do meacutetodo um grupo de unidades de registro pode ser
identificado atraveacutes de uma unidade de contexto A categorizaccedilatildeo ocorre atraveacutes da inferecircncia
do analista sobre o material produzido e submetido agrave codificaccedilatildeo A categorizaccedilatildeo tem como
objetivo fornecer por condensaccedilatildeo uma representaccedilatildeo simplificada dos dados brutos que
resulta da inferecircncia do analista Neste sentido foram propostas trecircs categorias para o
desenvolvimento deste estudo
Assim na uacuteltima fase que compotildee o meacutetodo da anaacutelise de conteuacutedo consiste na
interpretaccedilatildeo dados que seraacute apresentada a seguir Segundo o meacutetodo a interpretaccedilatildeo eacute o
53
momento em que o analista atribui significaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do texto resumidas apoacutes
tratamento e apresentadas sob a forma de categorias (Figura 5)
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A etapa final do processo de compreensatildeo do material obtido nas entrevistas
constituiu-se na realizaccedilatildeo do reagrupamento das unidades de registro reunidas sob a forma
de unidades de contextosignificaccedilatildeo em categorias Para Bardin (200 p 145) a
categorizaccedilatildeo eacute
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
CATEGORIAS
54
Uma operaccedilatildeo de classificaccedilatildeo de elementos constitutivos de um conjunto por
diferenciaccedilatildeo e seguidamente por reagrupamento segundo o gecircnero (analogia) com
criteacuterios previamente definidos As categorias satildeo rubricas ou classes as quais
reuacutenem um grupo de elementos (unidades de registros no caso da anaacutelise de
conteuacutedo) sob um tiacutetulo geneacuterico agrupamento esse efetuado em razatildeo das
caracteriacutesticas comuns destes element
55
CAPITULO IV
CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ENTREVISTADOS
Embora a anaacutelise envolva a interpretaccedilatildeo de significado e de funccedilatildeo de accedilotildees humanas
e assuma uma forma descritiva e interpretativa propotildee-se a caracterizaccedilatildeo da amostra dos
participantes segundo as variaacuteveis socioeconocircmicas no formato de tabela para um melhor
entendimento e anaacutelise descritiva Desta forma foi realizada a anaacutelise dos dados dos doze (12)
participantes da pesquisa em ambas as instituiccedilotildees
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros 2016
Caracteriacutesticas N
Sexo
Masculino
Feminino
2
10
17
83
Faixa etaacuteria
26 a 35
36 a 45
46 a 55
56 a 65
6
2
3
1
50
17
24
8 Tempo de Formaccedilatildeo
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
2
6
2
2
17
50
17
16 Tempo de atuaccedilatildeo
na Nefrologia
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
7
2
2
1
58
17
17
8
Funccedilatildeo exercida
Assistecircncia
Gerecircncia e assistecircncia
8
4
67
33
Curso de capacitaccedilatildeo
Nefrologia
Enfermagem do trabalho
Mestrado
Terapia intensiva
Natildeo possuem
5
2
4
1
1
37
12
25
13
13
Fonte Pesquisa de campo no HUCFF e HUPE 2016
56
Para a melhor compreensatildeo do estudo foi traccedilado o perfil dos enfermeiros sendo os
mesmos descritos quanto ao sexo agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo como
enfermeiro na nefrologia funccedilatildeo que ocupa curso de capacitaccedilatildeo Os dados do perfil do
profissional que atua na hemodiaacutelise permitiram associaacute-los entre si em busca de aspectos
que favorecem a clareza do fenocircmeno
A amostra foi constituiacuteda de doze (12) enfermeiros do setor de hemodiaacutelise de um
universo de seis (06) enfermeiros do HUCFF e seis (06) enfermeiros do HUPE A Resoluccedilatildeo
da Diretoria Colegiada ndash RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 estabelece o regulamento
teacutecnico para o funcionamento dos serviccedilos de diaacutelise no Brasil e esta RDC no subitem 63
determina ldquoO programa de hemodiaacutelise deve integrar no miacutenimo em cada turno um
enfermeiro para cada 35 pacientesrdquo (BRASIL 2004) Este eacute um ponto criacutetico para a
Enfermagem e merece ser revisado para que haja a garantia da seguranccedila e da qualidade de
assistecircncia ao paciente
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Houve uma predominacircncia do sexo feminino 83 (n = 10) em relaccedilatildeo ao masculino
17 (n= 2) Cunha e Spanhol (2014 p92) afirmam que aquele componente educativo e
cultural de cuidadora do lar e famiacutelia foi se diluindo ao longo dos anos com a emancipaccedilatildeo
da mulher e a busca da igualdade de gecircneros Na esfera do trabalho estas mudanccedilas
permitiram que a mulher coloca-se suas competecircncias a serviccedilo da sociedade adquirindo
57
ldquoautonomia financeira que lhes garantissem benefiacutecios como a seguranccedila social a
aposentadoria e uma salvaguarda contra a pobreza viuvez ou ateacute separaccedilatildeordquo
A feminizaccedilatildeo da aacuterea de sauacutede segundo Abuderne e Naisbitt (1993) surgiu com a
enfermagem sendo responsaacutevel por quarenta a cinquumlenta por cento (40 a 50) do
faturamento hospitalar e eles jaacute afirmavam que as mulheres em seus cargos de autoridade no
setor de sauacutede modificariam o cuidado com a sauacutede e a atitude dos profissionais para com as
mulheres e ainda que nas proacuteximas deacutecadas a sauacutede teria uma tocircnica decididamente feminina
Cunha e Spanhol (2014) concordam que no mundo feminino pode-se contar com o alto
potencial na busca constantemente do crescimento profissional e pessoal de novos desafios
e que estas ser por si soacute uma marca de lideranccedila ou caracteriacutestica de um estilo ainda a ser
descoberto
Estudos revelaram que os homens no Brasil tecircm mais dificuldades para expressar
certas emoccedilotildees negativas em puacuteblico jaacute as mulheres possuem maior liberdade para expressaacute-
las Conforme Schimidt e Silva (2012) eacute provaacutevel que os enfermeiras adquiram um menor
controle em expor suas emoccedilotildees Portanto as percepccedilotildees inferidas pelas enfermeiras deste
setor poderatildeo estar impregnadas com emoccedilotildees e sentimentos ativados por estiacutemulos internos
ou vindos do ambiente as vivecircncias e as experiecircncias possuem uma funccedilatildeo adaptativa frente
as situaccedilotildees vivenciadas gerando uma influecircncia positiva ou negativa nos relacionamentos
Logo existem regras culturais capazes de modificar modular e controlar a
musculatura facial ou movimentos corporais entre os gecircneros Portanto os profissionais de
sauacutede precisam se ater a essa verdade e reconhecer o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica (proacuteprias
e do outro) valorizando as peculiaridades existentes A enfermagem toca o corpo e expotildee o
paciente muitas vezes sem pedir autorizaccedilatildeo adotando uma postura de poder O paciente por
sua vez revela constrangimento e vergonha poreacutem dificilmente questiona ou reclama esse
tipo de invasatildeo pois acredita ser ela necessaacuteria para sua recuperaccedilatildeo
Neste sentido para o enfermeiro do sexo masculino a situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal
poderaacute ser considerada desfavoraacutevel durante a realizaccedilatildeo de um procedimento que necessite
de uma aproximaccedilatildeo mais iacutentima para um procedimento teacutecnico
58
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A faixa etaacuteria dos participantes variou de 26 anos a 64 anos sendo destacada pela
faixa etaacuteria de 26 a 35 anos com 50 (n=6) fato esse que corrobora com a pesquisa realizada
pelo Conselho Federal de Enfermagem ndash COFEN (2011) que afirma que a forccedila de trabalho
dos profissionais de enfermagem no Brasil eacute majoritariamente jovem com 6323 na faixa
etaacuteria entre 26 a 45 anos no auge na sua forccedila produtiva e reprodutiva
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
O tempo de formaccedilatildeo dos enfermeiros concentrou-se na faixa de 11 a 20 anos de
formaccedilatildeo 50 (n=6) sendo que o maior tempo de formaccedilatildeo evidenciado foi a de uma
enfermeira com trinta e oito (38) anos de profissatildeo A experiecircncia cliacutenica e o conhecimento
59
teacutecnico-cientiacutefico satildeo componentes essenciais e complementares para definiccedilatildeo das accedilotildees de
cuidado dos pacientes Para Bittencourt e Crossetti (2013) um conhecimento advindo da
praacutetica possibilita ao enfermeiro o aperfeiccediloamento promovendo o desenvolvimento de
conhecimento especiacutefico de enfermagem fundamentados em pressupostos teoacutericos em
experiecircncia cliacutenica e habilidades interpessoais que auxiliam na tomada de decisatildeo assertiva
para os pacientes
Benner Tanner e Chesla (2009) apud Nuntaboot (2016) em seus estudos relacionaram
a aquisiccedilatildeo de habilidades em enfermagem aos diferentes niacuteveis de praacutetica descrevendo cinco
posiccedilotildees que variam desde o ldquonovicerdquo com limitado reconhecimento de evidecircncias e
pensamentos analiacuteticos ao ldquoexpertrdquo especialista com abrangente compreensatildeo e intuiccedilatildeo
Identificando que o enfermeiro ldquoexpertrdquo possui experiecircncia competecircncia e habilidade na
tomada de decisotildees sendo mais proativos na coleta de evidencias relevantes e em antecipar
problemas do que enfermeiros novatos
Ser proficiente competente e perito exige uma base de experiecircncia com populaccedilotildees de
pacientes em particular com estes niacuteveis de habilidades que o enfermeiro desenvolve nas
diferentes situaccedilotildees cliacutenicas acabam evoluindo ao longo do tempo (NUNTABOOT 2016)
Essas habilidades de identificar possiacuteveis impropriedades requerem mudanccedilas no
conhecimento qualificado que satildeo qualitativamente distintos para os estaacutegios iniciais de
aquisiccedilatildeo de habilidades
A experiecircncia como aqui definida natildeo eacute a mera passagem do tempo mas sim uma
transformaccedilatildeo ativa e refinamento de expectativas e percepccedilotildees em situaccedilotildees evolutivas O
enfermeiro muda de uso exclusivo do objetivo e accedilatildeo com pacientes especiacuteficos O raciociacutenio
cliacutenico baseia-se na compreensatildeo das mudanccedilas do paciente atraveacutes do tempo - que eacute o
raciociacutenio atraveacutes das transiccedilotildees
60
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Quanto ao tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise a anaacutelise dos dados obtidos aponta que
58 (n=7) dos enfermeiros participantes atuam no setor de hemodiaacutelise a mais de 2 anos o
que vem a facilitar o entrosamento devido ao conhecimento do contexto dos protocolos e do
paciente atendido na unidade
O tempo de trabalho no setor pode ser um indicativo de tempo de experiecircncia do
enfermeiro no mercado de trabalho o que pode contribuir para a melhoria na qualidade dos
serviccedilos prestados Trata-se de uma construccedilatildeo de conhecimento diaacuterio que amplia cada vez
mais a capacidade de interpretar as situaccedilotildees e estimular o ponto de partida para novas
inquietaccedilotildees
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
61
Com relaccedilatildeo agrave funccedilatildeo exercida foi identificado que 67 (n=8) dos enfermeiros atuam
na assistecircncia ao paciente embora este setor tenha uma caracteriacutestica diferenciada de
cuidados aos pacientes a maioria dos enfermeiros possui uma atuaccedilatildeo gerencial muito
marcante tambeacutem O tempo disponibilizado no contato direto ao paciente se torna
imprescindiacutevel devido agraves demandas do setor sendo assim o enfermeiro acumula
inevitavelmente as funccedilotildees assistenciais e de gerenciador do setor
Este fato corrobora com estudos desenvolvidos sobre o processo de trabalho do
enfermeiro e as implicaccedilotildees e dificuldades da implementaccedilatildeo da Sistematiza da Assistecircncia
de Enfermagem (SAE) visto que o enfermeiro possui um acuacutemulo de atribuiccedilotildees e o
quantitativo de profissionais eacute insatisfatoacuterio (ZANARDO ZANARDO CAEFER 2011)
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Dentre os principais cursos de aprimoramento profissional relatados estatildeo a
especializaccedilatildeo em nefrologia enfermagem do trabalho terapia intensiva e mestrado O fato da
maioria dos participantes 87 (n=11) possuir especializaccedilatildeo denota uma maior preocupaccedilatildeo
em manter uma boa formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo dos cuidados de enfermagem
De acordo com a RDC 15404 o responsaacutevel teacutecnico do setor de hemodiaacutelise poderaacute
ser um profissional de niacutevel superior com especializaccedilatildeo na aacuterea correspondente assentada
junto ao respectivo conselho profissional aleacutem deste profissional um (1) enfermeiro
especializado em nefrologia que responda pelos procedimentos e intercorrecircncias de
62
enfermagem A resoluccedilatildeo destaca ainda em seu anexo 6 ldquorecursos humanos do serviccedilo de
diaacuteliserdquoitem 69 que
A capacitaccedilatildeo formal e o credenciamento dos Enfermeiros na especialidade de
nefrologia devem ser comprovados por declaraccedilatildeo certificado respectivamente
reconhecidos pela SOBENrdquo No caso do tiacutetulo de especialista poderaacute ser obtido
atraveacutes de especializaccedilatildeo em Nefrologia reconhecido pelo MEC ou pela SOBEN
atraveacutes da prova de tiacutetulo seguindo as normas do Conselho Federal de Enfermagem
O enfermeiro que estiver em processo de capacitaccedilatildeo deve ser supervisionado por
um enfermeiro especialista em nefrologia
Dentre os profissionais que atuam no setor dois (2) natildeo possuem especializaccedilatildeo em
nefrologia e sim em outra aacuterea e um (1) estaacute em processo de capacitaccedilatildeo Haacute por parte dos
enfermeiros uma necessidade de construir uma ldquoidentidade profissional identificando e
demarcando um saber especiacuteficordquo com o propoacutesito de contribuir para o estabelecimento de
uma maior autonomia e domiacutenio das decisotildees frente agrave equipe de enfermagem assim como aos
pacientes Em sua praacutetica diaacuteria o profissional precisa articular o conhecimento teoacuterico com o
conhecimento praacutetico para conquistar e manter a lideranccedila (VALADARES VIANA 2009 P
381)
63
CAPITULO V
RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS
Este capiacutetulo congrega os resultados das anaacutelises dos dados no sentido de atender aos
objetivos propostos para a realizaccedilatildeo do estudo em ambos os cenaacuterios investigados As
unidades de registros (UR) das doze (12) entrevistas foram agrupadas em trecircs (3) categorias agrave
saber O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise Sentidos do espaccedilo do cuidado
em hemodiaacutelise Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Para representar a classificaccedilatildeo das categorias (Quadro 4) foi descrito os nuacutemeros de
UR obtidos em cada entrevista e somatoacuterio total de trezentos e quarenta e cinco (345) UR e
destas foram consideradas (duzentas e setenta e um) 271 UR devido a sua relevacircncia com a
temaacutetica proposta
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do enfermeiro
na hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
2
Sentidos do espaccedilo do
cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Total de Unidades de
Registros relevantes
obtidas em cada
entrevista
21
19
37
24
26
30
24
18
15
17
24
16
271
64
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
Para descriccedilatildeo de cada setor de HD onde a coleta de dados desta pesquisa foi
realizada utilizou-se o meacutetodo de observaccedilatildeo participante com anotaccedilotildees no roteiro de
observaccedilatildeo Foram registrados todos os fatos e fenocircmenos referentes agraves atividades realizadas
e agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente que serviram
de embasamento para as leituras das caracteriacutesticas de uso e apropriaccedilatildeo do espaccedilo da HD
Nelas os enfermeiros foram observados realizando suas atividades rotineiras sem saber que
neste dia estavam sendo estudados
Para entender como o enfermeiro se comporta neste territoacuterio e qual o espaccedilo que ele
ocupa foi necessaacuterio elaborar os mapas (figuras 6 e 7) que representam de forma
esquemaacutetica o setor de hemodiaacutelise com suas caracteriacutesticas fixas e semifixas e as zonas de
distanciamento propostas por Eduard T Hall A classificaccedilatildeo dada agrave arquitetura e aos objetos
em nosso ambiente de espaccedilo como caracteriacutesticas fixa e semifixa eacute descrita por Hall (2005)
em seus estudos como sendo ambas de profundo impacto em nosso comportamento
comunicativo
Para Hall (2005) territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta
caracteriacutesticas reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de
sua proacutepria espeacutecie Franco e Stralen (2012) tambeacutem afirmam que o territoacuterio tem um papel
na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que fornece informaccedilotildees sobre limites que
definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo
das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves funccedilotildees pessoais e sociais a
dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais amplo e seu ao acesso ao
territoacuterio dos mais fracos dito dominado
Em todos os sentidos da palavra o territoacuterio eacute um prolongamento do organismo
indicado por sinais visuais verbais e olfativos Portanto sendo a territorialidade relativamente
fixa este tipo de espaccedilo eacute denominado em relaccedilatildeo agrave proxecircmica de espaccedilo de caracteres
fixos Jaacute os mobiliaacuterios obstaacuteculos e adornos o espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas (HALL
2005)
A primeira categoria tem como temaunidade de significaccedilatildeo o ambiente do cuidado
do enfermeiro na hemodiaacutelise Entre os 12 (doze) corpos de anaacutelise (entrevistas) houve 345
(trezentos e quarenta e cinco 100) UR no total 126 (cento e vinte e seis3652) satildeo
referentes a esta categoria sobre o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
65
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
511 Primeiro Cenaacuterio de investigaccedilatildeo
As figuras representam as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho (HUCFF) sendo em planta baixa (figura 6a) e
em perspectiva (figura 6b) desta forma a elaboraccedilatildeo das plantas humanizadas dos setores satildeo
apresentadas como forma de entendimento destes espaccedilos com as zonas de distanciamento
para fins de anaacutelise do ambiente junto agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica dos participantes da pesquisa
com seus pacientes durante a assistecircncia prestada no setor
Os enfermeiros identificam como espaccedilo do cuidado natildeo soacute a sala de HD mas
tambeacutem demais espaccedilos em anexo este fato eacute claramente percebido nas observaccedilotildees e falas
dos participantes desta forma para a elaboraccedilatildeo dos mapas as distacircncias descritas na
comunicaccedilatildeo proxecircmica satildeo ampliadas ateacute os espaccedilos identificados como sendo de cuidado e
ilustradas por meio das cores anteriormente referidas sendo aplicadas no mapa para melhor
entendimento
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer lugar em qualquer momento [] atender o
paciente com a necessidade dele independente onde ele se localiza A necessidade
vem a vocecirc e natildeo vocecirc a ela Eles chegam aqui com a esperanccedila que algueacutem vai
ajudaacute-lo nem que seja com uma palavra Faccedilo questatildeo de natildeo esquecer isso e
sempre tento ajudaacute-los Qualquer ajuda pode estar contribuindo para adesatildeo ao
tratamento (E1)
66
[] circulo em todos os espaccedilos no local de pesagem eacute importante estar com
pacientes pois eles podem mentir peso Nos escaninhos - tambeacutem circulo para ver
prontuaacuterios os quadros onde tem organizaccedilatildeo dos turnos os quadros de
antibioacuteticos mantenho os dados atualizados dos pacientes que estatildeo em tratamento
(E3)
Os participantes afirmam que o cuidado eacute realizado independente do local sempre que
haacute necessidade de uma intervenccedilatildeo cuidar natildeo eacute somente estar junto ao paciente cuidar eacute dar
conferir e checar registros medicaccedilotildees equipamentos mas tambeacutem eacute a valorizaccedilatildeo e
percepccedilatildeo da necessidade do outro O cuidado necessita da criaccedilatildeo de viacutenculo entre
profissional e paciente e que a compreensatildeo do profissional para que essa relaccedilatildeo deva existir
eacute fundamental para que desenvolva um cuidado saudaacutevel permeado pela intersubjetividade
formando com o espaccedilo fiacutesico um ambiente favoraacutevel agrave sauacutede Aleacutem disso para Pieszak et al
(2013 p 71)
Eacute importante destacar que a reduccedilatildeo da arte agrave simples execuccedilatildeo de teacutecnicas foi um
dos fatores que levou agrave desvalorizaccedilatildeo do conhecimento esteacutetico pois este
corresponde agrave arte da enfermagem que eacute expressiva subjetiva e se torna visiacutevel na
accedilatildeo do cuidar
Na hemodiaacutelise o espaccedilo para as intervenccedilotildees de ordem teacutecnica ou mecacircnica eacute
contiacutenuo o que poderaacute colocar o processo de relaccedilatildeo intersubjetiva e consequentemente o
processo de comunicaccedilatildeo como o instrumento de intervenccedilatildeo secundaacuteria Assim mesmo
com toda a tecnologia espera-se que os profissionais sejam capazes de construir a partir do
processo de interaccedilatildeo ou relaccedilatildeo subjetiva estabelecendo relaccedilotildees terapecircuticas com os
pacientes Para Formozo et al (2012) o cuidado em sauacutede eacute compreendido como um ato
singular que objetiva o bem-estar das pessoas envolvidas eacute imprescindiacutevel que o ser cuidado
e o ser cuidador estabeleccedilam uma interaccedilatildeo produtiva Desta forma aos poucos estabelece
uma aproximaccedilatildeo entre os sujeitos no contexto das interaccedilotildees sociais Para que estas
interaccedilotildees sejam profiacutecuas eacute preciso ter habilidades para subsidiar as demandas impliacutecitas no
cuidado
Ao afirmarem que circulam pelos diferentes espaccedilos fica claro no cuidado na HD que
o enfermeiro eacute quem circula por todo o ambiente permanecendo nos diferentes espaccedilos
durante a permanecircncia do paciente desta forma partindo do pressuposto que o paciente se
manteacutem fixo na maioria do periacuteodo de tratamento sentado junto agrave maacutequina seraacute considerado
como o espaccedilo a ser invadido pelo enfermeiro o espaccedilo iacutentimo ao redor do paciente
67
A proposta de elaborar um instrumento que auxilie na identificaccedilatildeo dos diferentes
espaccedilos com a percepccedilatildeo dos enfermeiros no uso dos sentidos foi possiacutevel por meio da
conjugaccedilatildeo de teacutecnicas observacionais com a teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica
possibilitando a construccedilatildeo de um produto apresentado de forma esquemaacutetica e colorimeacutetrica
denominado Mapeamento Comportamental Proxecircmico do enfermeiro na hemodiaacutelise O
Mapeamento Comportamental apresenta como sendo espaccedilo iacutentimo (vermelho) a poltrona do
paciente e a partir desde ponto afastando-se do paciente surgem o espaccedilo pessoal
(laranja) espaccedilo social (amarelo) e espaccedilo puacuteblico (verde)
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
O ambiente eacute climatizado bem iluminado com lacircmpadas fluorescentes e haacute um
conjunto de vidraccedilas sempre fechadas e protegidas por peliacutecula protetora Existem trecircs
espaccedilos fixos no espaccedilo ao centro (Box 2) eacute onde se localiza a porta de entrada para o setor
destinado agrave circulaccedilatildeo de pessoas existe uma balanccedila que eacute utilizada por todos os pacientes
para a pesagem (espaccedilo puacuteblico) Em caso de emergecircncia ou precauccedilatildeo de contato os
68
pacientes satildeo alocados neste espaccedilo em macas junto agraves maacutequinas reservas de HD para
realizarem a hemodiaacutelise Eacute um espaccedilo amplo sem obstaacuteculos como mobiliaacuterios o que vem a
facilitar a visualizaccedilatildeo da equipe de enfermagem embora o espaccedilo natildeo esteja proacuteximo agrave
bancada de enfermagem
Uma visualizaccedilatildeo mais centralizada com o posto de enfermagem no meio do salatildeo e
ao redor os pacientes eacute o ideal mas o espaccedilo tem que ser adequado aqui temos um
espaccedilo adequado mas o Box 2 fica afastado de nossa visatildeo (E1)
A minha visatildeo de sala de HD a natildeo ser que tivesse dois enfermeiros plantonistas eacute
de uma sala circular igual a um Centro de Terapia Intensiva (CTI) o enfermeiro
tem que ter a visatildeo de todos os pacientes (E5)
Haacute uma unanimidade na necessidade de um espaccedilo adequado para o efetivo cuidado
os enfermeiros afirmam que precisam de um espaccedilo que possua uma boa visualizaccedilatildeo de
todos os pacientes com um balcatildeo de enfermagem centralizado e acesso faacutecil a materiais
medicamentos e prontuaacuterios De acordo com Savi e Rech (2015) as caracteriacutesticas semifixas
satildeo definidas como a preocupaccedilatildeo com a localizaccedilatildeo fiacutesica dos recursos de forma simples eacute a
configuraccedilatildeo de departamentos de centros de trabalho instalaccedilotildees e equipamentos dos
elementos aos quais se aplica o trabalho de um setor Deve-se ter a preocupaccedilatildeo de natildeo soacute
aperfeiccediloar as condiccedilotildees de trabalho mas tambeacutem racionalizar os fluxos do trabalho a
disposiccedilatildeo fiacutesica dos postos e tornar a movimentaccedilatildeo das pessoas ainda mais faacutecil
Essas caracteriacutesticas semifixas devem sobretudo propor bem estar Natildeo eacute raro nos
dias de hoje que arquitetos decoradores e paisagistas participem da elaboraccedilatildeo de arranjos
fiacutesicos na tentativa de tornar o ambiente de trabalho mais agradaacutevel e favoraacutevel as demandas
diaacuterias A necessidade de estudaacute-lo existe sempre que se pretende a implantaccedilatildeo de um novo
setor uma nova unidade de serviccedilo ou quando se estiver promovendo a reformulaccedilatildeo das
atividades desenvolvidas
A figura 6b apresenta-se por uma perspectiva que permite a visualizaccedilatildeo da porta de
entrada do setor e o detalhamento das caracteriacutesticas semifixas Nos espaccedilos fixos laterais
denominados de Box 1 e 3 apresentam seus mobiliaacuterios organizados de maneira muito
semelhante principalmente as poltronas de diaacutelise e o balcatildeo de enfermagem onde estatildeo
posicionados com as mesmas distacircncias entre si Este balcatildeo de enfermagem possui um
computador para o acesso ao prontuaacuterio eletrocircnico do Hospital Universitaacuterio (Pront HU)2
(espaccedilo social) atraacutes de cada balcatildeo um escaninho com os prontuaacuterios impressos dos
2 Eacute um prontuaacuterio eletrocircnico dos pacientes do hospital seu acesso eacute atraveacutes de senha eletrocircnica pessoal
69
pacientes (espaccedilo puacuteblico) bancada para preparaccedilatildeo dos medicamentos (espaccedilo puacuteblico)
quatro (4) poltronas reclinaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) quatro (4) maacutequinas de hemodiaacutelise (espaccedilo
pessoal) aleacutem de pias para lavagem das matildeos (espaccedilo puacuteblico)
Figura 06b Mapeamento Comportamental proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Todo o setor dispotildee de sistema de tubulaccedilatildeo de oxigecircnio ar comprimido e
vacuocircmetro sistema de distribuiccedilatildeo de aacutegua tratada para diaacutelise A unidade conta ainda com
uma sala de utilidade sala de expurgo sala de curativo sala de chefia sala dos meacutedicos e o
banheiro encontra-se fora do setor Segundo Savi e Rech (2015) a necessidade de tomar
decisotildees sobre as caracteriacutesticas fixas e semifixas decorre de vaacuterios motivos melhoria do
ambiente de trabalho o local de trabalho e as condiccedilotildees fiacutesicas de trabalho principalmente
nos assuntos relacionados agrave ergonomia podem ser fatores motivadores ou desmotivadores
Um banheiro longe uma balanccedila mal posicionada falta de claridade pias desativadas ou sem
70
condiccedilotildees de uso mobiliaacuterios potenciais causadores de acidentes entre outros podem fazer
muita diferenccedila em nosso comportamento durante a permanecircncia neste espaccedilo
Um layout correto proporciona um fluxo de comunicaccedilatildeo entre as atividades de
maneira mais eficiente e eficaz melhorando a utilizaccedilatildeo das aacutereas produtivas obtendo maior
facilidade na administraccedilatildeo das tarefas diminuindo assim os problemas ergonocircmicos e
flexibilizando os processos em casos de mudanccedilas ou adequaccedilotildees
Durante a chegada do paciente e no momento preacute-diaacutelise os enfermeiros se mantecircm
proacuteximos do paciente ocupando sempre o espaccedilo iacutentimo e o pessoal jaacute durante o periacuteodo de
transdiaacutelise onde o paciente jaacute foi instalado na maacutequina os enfermeiros se mantecircm no espaccedilo
social e no puacuteblico O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em
relaccedilatildeo aos outros durante a conversaccedilatildeo Aleacutem das caracteriacutesticas semifixas o espaccedilo
disponiacutevel sem obstaacuteculos entre os interlocutores podem favorecer a distacircncia de aproximaccedilatildeo
durante a interaccedilatildeo (HALL 2005)
Os dois principais momentos que ficamos no iacutentimo e pessoal satildeo na instalaccedilatildeo do
paciente agrave maacutequina no momento da transdiaacutelise que verifico a pressatildeo arterial ou
se tiver alguma intercorrecircncia e ao final quando termina o procedimento (E4)
Aqui trabalho bem proacutexima ao paciente ateacute porque o nuacutemero de teacutecnicos e
enfermeiros eacute reduzido [] quando chega o paciente eu posiciono-o ajudo na
instalaccedilatildeo fico muito no maquinaacuterio e proacuteximo a bancada (E6)
Os espaccedilos satildeo demarcados pelos enfermeiros com sendo iacutentimo e pessoal em
diferentes momentos que necessitam de uma aproximaccedilatildeo para executar um procedimento e
apoacutes executarem determinada tarefa existe um afastamento se mantendo no social para uma
melhor visatildeo geral de todos os pacientes e para proporcionar ao paciente uma privacidade As
sucessivas aproximaccedilotildees satildeo referidas como sendo algo muito contiacutenuo mas que tambeacutem natildeo
podem interferir no bem estar e invasatildeo do espaccedilo do paciente
Para Schimidt e Silva (2012) o que eacute caracterizado com invasatildeo do espaccedilo satildeo accedilotildees
referentes agrave manipulaccedilatildeo do corpo do paciente ou de pertences a ocupaccedilatildeo do seu espaccedilo
pessoal ou iacutentimo pelo profissional sem autorizaccedilatildeo preacutevia a permissatildeo de pessoas estranhas
ou em quantidade que superlote seu territoacuterio e a violaccedilatildeo satildeo accedilotildees referentes agraves exposiccedilotildees e
agraves intrusotildees fiacutesicas e visuais que violam a privacidade fiacutesica e emocional do paciente sendo
os dois exemplos mais incidentes agrave negligecircncia o uso inadequado de biombos ou ateacute mesmo a
exposiccedilatildeo de um cateter na femural Nesse mesmo estudo Schimidt e Silva (2012) afirmam a
71
situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal considerada mais desagradaacutevel eacute quando a enfermagem realiza
um procedimento teacutecnico em uma regiatildeo mais iacutentima e na HD este momento eacute vivenciado ao
se manipular um cateter localizado na arteacuteria femural pois o paciente precisa expor o acesso
levantando sua bermuda ou saia trazendo-lhe um constrangimento diante dos demais
pacientes
512 Segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo
O segundo cenaacuterio da pesquisa investigado representa o setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) (figuras 7a e 7b) que apresenta dimensotildees
diferentes do primeiro cenaacuterio assim como as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor No
setor de HD o espaccedilo puacuteblico eacute localizado na sala de registros de enfermagem um espaccedilo em
anexo a sala de HD que eacute separada por uma parede de vidro
O setor eacute climatizado com boa iluminaccedilatildeo possui um uacutenico salatildeo onde haacute na entrada
uma balanccedila para pesagem dos pacientes duas pias para lavagem do braccedilo e no salatildeo existem
oito (8) poltronas reclinaacuteveis e confortaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) oito (8) maacutequinas de hemodiaacutelise
(espaccedilo pessoal) no centro do salatildeo haacute um balcatildeo de enfermagem (espaccedilo social) amplo
com armaacuterios para guarda medicamentos insumos e demais mateacuterias utilizados na
hemodiaacutelise
Ao serem questionados sobre facilidades e dificuldades do ambiente os enfermeiros
relataram que o espaccedilo (figura 7a) e sua utilizaccedilatildeo satildeo adequados em muitos aspectos como o
balcatildeo centralizado com acesso faacutecil a materiais (medicaccedilotildees agulhas capilares de HD etc)
nesta disposiccedilatildeo permite uma melhor visualizaccedilatildeo de todos os pacientes assim como de todos
os profissionais que prestam os cuidados durante a permanecircncia do paciente na HD
Entretanto natildeo satildeo propiacutecios e adequados para se estabelecer as interaccedilotildees e os cuidados de
enfermagem de forma singular por considerarem um espaccedilo pequeno
O ambiente tem que facilitar - se tem uma visualizaccedilatildeo direta de todas as maacutequinas
com o apoio de um balcatildeo com acesso a tudo que precisamos desde materiais ateacute
prontuaacuterios dos pacientes eacute o ideal o problema eacute que com o espaccedilo eacute pequeno
temos que nos limitar em nossas movimentaccedilotildees (E7)
O ambiente facilita a comunicaccedilatildeo gosto do espaccedilo mas faccedilo meus registros de peacute
no balcatildeo natildeo temos aonde sentar soacute na sala de registros Entatildeo a dificuldade eacute o
espaccedilo ser pequeno e o balcatildeo muito alto [] natildeo gosto da sala de registros
72
porque fico longe dos pacientes tenho que olhar atraveacutes dos vidros e natildeo daacute para
ver direito aleacutem de que poderaacute retardar o meu tempo de accedilatildeo (E8)
As manisfestaccedilotildees de insatisfaccedilatildeo com o ambiente surgiram em ambos os cenaacuterios
cada qual analisado de acordo com suas caracteriacutesticas proacuteprias mas eacute notoacuterio que algumas
dificuldades satildeo descritas como de faacutecil soluccedilatildeo quando se trata de organizaccedilatildeo e
planejamento do arranjo das caracteriacutesticas semifixas como a distribuiccedilatildeo dos mobiliaacuterios no
ambiente mas quando se trata de dimensotildees das caracteriacutesticas fixas do ambiente natildeo eacute de
faacutecil resoluccedilatildeo Para os depoentes do primeiro cenaacuterio investigado o ambiente eacute amplo mas
natildeo favorece uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes devido o balcatildeo natildeo ser centralizado
jaacute o segundo cenaacuterio apresenta balcatildeo centralizado e alto mas o espaccedilo eacute inapropriado para
atender as necessidades de circulaccedilatildeo devido ao tamanho do salatildeo
Eacute atraveacutes das satisfaccedilotildees humanas que se pode conseguir uma qualidade assistencial
seja de forma direta atraveacutes da reduccedilatildeo de tempos movimentos e recursos seja de forma
indireta pela promoccedilatildeo de uma maior satisfaccedilatildeo do trabalho sauacutede do trabalhador refletindo
em sua motivaccedilatildeo componente indubitavelmente atrelado agrave produtividade (SILVA
PINHEIRO MOREIRA 2011)
Facilidade eacute por ser pequeno e consigo observar todos os pacientes mas natildeo tem
conforto porque fico em peacute na bancada Em contra partida dificulta quando temos
paciente na maca natildeo tem mobilidade na hora de fazer assistecircncia natildeo consigo
chegar aos equipamentos (E9)
A facilidade eacute que em qualquer posiccedilatildeo no salatildeo estarei proacuteximo e consigo ter uma
reaccedilatildeo raacutepida numa intercorrecircncia tambeacutem natildeo preciso falar alto para falar com
ele Dificuldade eacute porque poderia ser um pouco mais amplo o espaccedilo eacute pequeno as
poltronas satildeo muito proacuteximas umas das outras e esbarramos agraves vezes no outro
paciente ou no colega (E12)
As unidades de diaacutelise devem atender aos requisitos de estrutura fiacutesica previstos na
RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou instrumento legal que venha a substituiacute-
la No Art 22 da RDC Nordm112014 eacute referido que ldquoo posto de enfermagem da sala para
hemodiaacutelise da sala para diaacutelise peritoneal e da sala de recuperaccedilatildeo e atendimento de
emergecircncia deve possibilitar a observaccedilatildeo visual total das poltronasleitos (BRASIL 2002
BRASIL 2014)
O ambiente da HD deve atender agraves especificaccedilotildees de instalaccedilotildees previstas na
Resoluccedilatildeo entretanto encontramos diferentes disposiccedilotildees de mobiliaacuterios nas unidades de HD
73
devido aos padrotildees arquitetocircnicos das instituiccedilotildees e eacute importante avaliarmos a possibilidade
de mudanccedilas para favorecer a circulaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo geral do ambiente
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta figura eacute possiacutevel visualizar em anexo ao salatildeo de HD que existe uma sala de
enfermagem (espaccedilo puacuteblico) referida pelos enfermeiros como sala de registros separada por
uma parede de vidro este espaccedilo eacute destinado agrave evoluccedilatildeo de enfermagem guarda de
prontuaacuterios e demais documentos Esta sala de registros possui cadeiras e balcatildeo pias para
lavagem das matildeos (sem uso) e armaacuterios para guarda de materiais e uma ampla janela de vidro
por onde entra a luz natural Este vidro que separa os ambientes permite a equipe visualizar o
espaccedilo do salatildeo de hemodiaacutelise
74
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta perspectiva (figura 7b) identifica-se o salatildeo de HD com seus espaccedilos iacutentimo
pessoal e social eacute possiacutevel visualizar a porta que daacute acesso a sala de registros (espaccedilo puacuteblico) e a
parede com vidro que permite a visualizaccedilatildeo de ambos os ambientes percebesse que devido agraves
dimensotildees do espaccedilo ser pequeno o balcatildeo encontra-se centralizado (espaccedilo social) permitindo
uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes no salatildeo contudo existe uma proximidade muito
grande entre as poltronas dos pacientes (espaccedilo iacutentimo) e pouco espaccedilo entre o balcatildeo e as
poltronas A maioria dos participantes afirma que esta proximidade entre os pacientes interfere na
privacidade destes restringindo o enfermeiro a discutir determinados assuntos mais iacutentimos ou
pessoais
Damos orientaccedilotildees no salatildeo sim mas satildeo gerais muito geneacutericas e que serviratildeo
para todos mas natildeo eacute uma consulta de enfermagem natildeo eacute pessoal (E6)
Para dar uma assistecircncia mais individual o salatildeo natildeo eacute o local mais indicado
quando eacute uma questatildeo de orientaccedilatildeo e natildeo traacutes nenhum tipo de constrangimento
para o paciente falo ali mesmo (E9)
O enfermeiro possui um papel fundamental no acolhimento e na melhoria da qualidade
de vida do paciente por isso deve desenvolver competecircncias para ajudaacute-lo a aceitar o
75
tratamento e aderir ao plano de cuidados traccedilados Eacute neste acolhimento que o enfermeiro
responsaacutevel pela sala de HD no decorrer do processo agitado de mudanccedila de turno e iniacutecio da
nova sessatildeo de HD deve conseguir recolher o maacuteximo de informaccedilotildees possiacuteveis sobre o
paciente para garantir uma assistecircncia de cuidados adequados ao iniciar o tratamento com
seguranccedila Teraacute de fazecirc-lo em plena sala de HD com os outros pacientes ao redor o que o
limitaraacute em algumas discussotildees para natildeo desrespeitar a privacidade do paciente restringindo-
o a intervir ou orientar em situaccedilotildees mais especiacuteficas
O acolhimento do paciente renal crocircnico em iniacutecio de hemodiaacutelise eacute da competecircncia
do enfermeiro pois eacute ele que tem um melhor conhecimento da pessoa e do contexto cada
experiecircncia de acolhimento deve ser flexiacutevel e ajustada agrave situaccedilatildeo cliacutenica da pessoa natildeo deve
ser padronizado deve-se estabelecer com ele um elo uma relaccedilatildeo de proximidade e de
presenccedila permanente no cuidado ao paciente na HD O enfermeiro interage com o paciente
durante todo o periacuteodo de permanecircncia no setor e no miacutenimo trecircs vezes na semana essa
convivecircncia e o cuidado prolongado possibilitam que ambos experimentem uma gama de
fenocircmenos sentimentos pensamentos e reaccedilotildees que podem interferir de forma positiva no
processo de comunicaccedilatildeo dentre esses estatildeo a empatia a confianccedila e o respeito muacutetuo
(STEFANELLI CARVALHO 2012)
Conforme Fernandes e Cruz (2017) os enfermeiros reconhecem que satildeo os
profissionais mais competentes para acolher a pessoa em iniacutecio de hemodiaacutelise e estabelecer
com ela uma ligaccedilatildeo uma relaccedilatildeo de proximidade e confianccedila que poderaacute ser determinante
para o sucesso do processo de adesatildeo ao tratamento A tarefa de cuidar do paciente em HD eacute a
atividade realizada entre todos os membros da equipe de sauacutede e dessa forma tambeacutem eacute uma
atribuiccedilatildeo do enfermeiro Neste cenaacuterio o enfermeiro assume uma postura de assistecircncia e
gerecircncia pois a natureza do trabalho do enfermeiro exige atender diferentes demandas de
atenccedilatildeo que estatildeo ligadas agrave complexidade da assistecircncia prestada e do ambiente de trabalho A
Lei do Exerciacutecio Profissional nordm749886 relata que eacute uma das atividades privativas do
enfermeiro prestar cuidados de maior complexidade teacutecnica e que exijam conhecimentos
cientiacuteficos e ainda capacidade para tomar decisotildees imediatas (COFEM 1986)
O enfermeiro da HD por manter um contato constante e contiacutenuo com o paciente na
terapia renal ao prestar um cuidado se envolve e aprende a exercitar seu compromisso
favorecendo estreita relaccedilatildeo com o paciente e consequentemente contribuindo para
assistecircncia de qualidade Portanto nesse ambiente o trabalho do enfermeiro natildeo se resume a
articular os diversos meios de trabalho da equipe de sauacutede e de enfermagem mas na prestaccedilatildeo
direta de cuidados que necessitam de respostas individuais e complexas que atendam as
76
necessidades impliacutecitas Dessa forma o trabalho na HD exige novas competecircncias dos
profissionais que se deparam com mudanccedilas tecnoloacutegicas e exigecircncias especiacuteficas
provocando muitas vezes transformaccedilotildees no seu processo de trabalho (CAMELO 2012)
Na HD natildeo trabalhamos sozinhos trabalhamos com vaacuterios profissionais e muitas
vezes sou eu que vou identificar um problema que a nutriccedilatildeo ainda natildeo viu E
tambeacutem o social e vou discutir com a enfermeira chefe pois eu sei que ela faz esta
parte social [] quando Identifico um problema aiacute mexe comigo e eu me coloco a
disposiccedilatildeo para resolver ou solicito ajuda para auxiliar nas orientaccedilotildees (E5)
O paciente ao chegar no setor de HD desconhece o tratamento eles acham que
faratildeo a HD durante um determinado tempo e vatildeo se ldquocurarrdquo Sou eu que muita das
vezes converso e informo que eacute contiacutenuo que o rim dele natildeo voltaraacute a funcionar e
que sem a HD ou um transplante natildeo seraacute possiacutevel viver (E11)
Os pacientes mesmo realizando a HD satildeo comumente afetados por uma infinidade de
problemas cliacutenicos que necessitam de avaliaccedilatildeo e monitorizaccedilatildeo contiacutenua incluindo diabetes
anemia doenccedila oacutessea e cardiovascular desnutriccedilatildeo complicaccedilotildees com o acesso vascular
gestatildeo de volume hiacutedrico e aquelas relacionadas agraves questotildees psicossociais e emocionais Os
enfermeiros afirmam fazer o acolhimento independente de ter um espaccedilo proacuteprio realizam
suas orientaccedilotildees e prestam o cuidado de forma coletiva
Fernandes e Cruz (2017) descrevem em seus estudos a educaccedilatildeo terapecircutica da pessoa
como um processo complexo orientado pelo esclarecimento sobre a terapia dialiacutetica os
ganhos em sauacutede mudanccedilas nutricionais e hiacutedricas cuidados com acessos vasculares e
elucidaccedilatildeo das alteraccedilotildees de vida Identificam como dificuldades no processo educativo os
internamentos de curta duraccedilatildeo escassez de recursos humanos e sobrecarga de trabalho falta
de motivaccedilatildeo dos profissionais falta de articulaccedilatildeo da equipe multidisciplinar falta de
estruturaccedilatildeo e sistematizaccedilatildeo do processo de adesatildeo No processo de adesatildeo ao regime
terapecircutico o envolvimento da famiacutelia a regressatildeo dos sintomas o empenho a simpatia e
confianccedila estabelecida com a pessoa satildeo aspectos fundamentais
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer espaccedilo vai desde a porta de entrada porque
tem a sala de chefia de enfermagem que passa orientaccedilotildees para o paciente Na sala
de curativo eacute cuidado total orientaccedilatildeo confecccedilatildeo de curativo recepccedilatildeo dele mas
somente para aqueles com cateteres (E5)
Faccedilo as orientaccedilotildees aqui mesmo e os pacientes ao lado tambeacutem ouvem isso eacute bom
porque pode servir para ele Quando eacute algo mais reservado faccedilo apoacutes a
hemodiaacutelise em outro espaccedilo porque aqui natildeo haacute privacidade (E12)
77
Independente do cenaacuterio investigado percebesse que o acolhimento eacute realizado de
acordo com a necessidade de cada paciente ou pela percepccedilatildeo do enfermeiro em qualquer
lugar e momento Os depoentes relatam que as orientaccedilotildees dadas a um determinado paciente
poderatildeo servir de exemplo para os demais que estatildeo ouvindo embora muitos afirmem que o
espaccedilo comum da sala de HD eacute o mais difiacutecil para o estabelecimento de conversas francas e
empaacuteticas entre o paciente e o enfermeiro de modo que o paciente se sinta confortaacutevel para
compartilhar os seus problemas e preocupaccedilotildees mais iacutentimas
Percebe-se a falta de um espaccedilo especiacutefico de enfermagem nas unidades onde os
pacientes possam ser acolhidos abordados e avaliados em todos os paracircmetros que os afetam
aleacutem do tratamento de HD em si Eacute importante ressaltar que o acolhimento eacute realizado sim e
em qualquer momento ou espaccedilo entretanto o que se discuti eacute a importacircncia de acolher em
um espaccedilo propiacutecio para uma consulta de enfermagem e este tipo de avaliaccedilatildeo soacute seraacute
possiacutevel com um tempo e espaccedilo proacuteprio onde seja permitido o estabelecimento de
comunicaccedilatildeo e uma relaccedilatildeo terapecircutica de confianccedila muacutetua com o paciente Estudos recentes
apontam que a consulta de Enfermagem traz benefiacutecios agrave sociedade e proporciona orientaccedilatildeo
de medidas favoraacuteveis que visam agrave abordagem apropriada agraves necessidades inerentes dos
pacientes (OLIVEIRA et al 2012)
Frente agrave importacircncia da consulta de Enfermagem na assistecircncia ao paciente em HD e
por acreditar que o enfermeiro deve se preocupar com a implementaccedilatildeo de praacuteticas que
ofereccedilam condiccedilotildees seguras e de qualidade para o desempenho de suas atividades existem
diversos fatores que interferem na realizaccedilatildeo e na qualidade da consulta de Enfermagem
dentre estes se destacam o quantitativo de profissionais enfermeiros espaccedilo fiacutesico tempo e
alta demanda de pacientes a dificuldade no agendamento das consultas a formaccedilatildeo
profissional
Neste setor natildeo temos um ambiente de consulta de enfermagem e natildeo conseguimos
pela falta de enfermeiro no momento natildeo existe nenhum ambiente onde
proporcione uma conversa mais privada entre enfermeiro e paciente (E4)
Espaccedilo de consulta de enfermagem deve ser individualizado e natildeo daacute para fazer um
diagnoacutestico adequado sem ter uma privacidade seria ideal ter um espaccedilo de
consulta porque consulta eacute o todo a observaccedilatildeo o contato o exame fiacutesico as
pessoas natildeo querem expor problemas pessoais em um ambiente puacuteblico onde todos
estatildeo ouvindo natildeo soacute os pacientes mas aqueles que transitam (E6)
78
Para os participantes eacute fundamental um espaccedilo reservado para avaliaccedilatildeo contiacutenua do
paciente um espaccedilo favoraacutevel a interaccedilatildeo do profissional com o paciente para identificaccedilatildeo
de problemas e implementaccedilatildeo do processo de enfermagem eacute necessaacuterio que todas as
evoluccedilotildees de enfermagem sejam realizadas no prontuaacuterio ou permaneccedilam no sistema
eletrocircnico para futuros acessos entretanto em um dos cenaacuterios os registros satildeo feitos em
prontuaacuterio eletrocircnico que fica disponiacutevel durante um determinado periacuteodo depois o proacuteprio
sistema os excluiu impedindo que haja um registro diaacuterio permanente do paciente para
acompanhamento contiacutenuo
Os pacientes admitidos para iniciar uma terapia renal substitutiva por hemodiaacutelise
passam por avaliaccedilatildeo de diferentes profissionais como nutricionista assistente social
meacutedico psicoacutelogo e enfermeiro Nesta primeira consulta de enfermagem o enfermeiro deve
levantar o histoacuterico do paciente como tambeacutem explicar sobre a doenccedila renal crocircnica e o
processo dialiacutetico enfatizar a importacircncia da adesatildeo agrave terapia dialiacutetica ao tratamento
medicamentoso e as orientaccedilotildees nutricionais orientar sobre os cuidados com o acesso
vascular para a hemodiaacutelise (cateter duplo luacutemen ou fiacutestula arteriovenosa) enfatizar a
importacircncia do controle da ingesta hiacutedrica e ganho de peso
O impacto inicial do tratamento decorrente do diagnoacutestico e tratamento imediato
resultante da falta de preparo e orientaccedilatildeo preacutevia eacute uma realidade da maioria dos pacientes
com DRC Isso remete a pensar sobre a importacircncia do acolhimento ao paciente renal crocircnico
mediante a nova condiccedilatildeo que a doenccedila lhe impotildee quando o mesmo passa a depender do
tratamento dialiacutetico Segundo Medeiros e Medeiros (2013) o acolhimento recai na
humanizaccedilatildeo do atendimento que por sua vez pressupotildee a garantia de acesso a todas as
pessoas Diz respeito ainda agrave escuta do problema de sauacutede do usuaacuterio de forma qualificada e
resolutiva
Apoacutes esta consulta o paciente deve ser encaminhado para realizar sua primeira sessatildeo
de hemodiaacutelise na qual seratildeo realizados os seguintes procedimentos coleta de material para
exames laboratoriais instalar o paciente em maacutequina de hemodiaacutelise especiacutefica para pacientes
com sorologia desconhecida fazer o reuso do dialisador na maacutequina ateacute confirmaccedilatildeo de
sorologias encaminhar para vacinaccedilatildeo contra hepatite B encaminhar para o serviccedilo de
nutriccedilatildeo serviccedilo social e psicologia caso ainda natildeo tenha sido feita avaliaccedilatildeo pelos
profissionais
A instalaccedilatildeo do paciente na hemodiaacutelise eacute um ponto criacutetico desse processo a equipe
de enfermagem deve estar atenta para prevenir complicaccedilotildees relacionadas haacute esse tempo para
79
isso eacute fundamental que o cuidado esteja fundamentado a luz do conhecimento cientiacutefico que
os procedimentos operacionais estejam escritos disseminados e toda equipe treinada para
garantir seguranccedila e qualidade no atendimento
Natildeo existe um espaccedilo para se realizar a consulta de enfermagem entatildeo ateacute o
paciente de primeira vez onde satildeo coletados dados para ficha de anamnese satildeo
feitas na sala puxo uma cadeira fico o mais proacuteximo possiacutevel e vou fazendo as
perguntas e por mais proacutexima que eu esteja os demais pacientes acabam ouvindo
as repostas do paciente (E3)
O espaccedilo pode interferir na comunicaccedilatildeo Seria ideal um espaccedilo privado porque o
paciente tem vergonha de falar todos os assuntos Apesar de que no segundo turno
eles tecircm um viacutenculo muito grande porque satildeo pacientes de programas e se
conhecem a muito tempo mas mesmo assim tecircm assuntos que eles natildeo querem
compartilhar (E8)
Esses dados corroboram com estudos realizados por Oliveira et al (2012) no qual
confirmam que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a consulta de
enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de satisfaccedilatildeo
biopsicossocial destacam ainda que a consulta de enfermagem favorece o estabelecimento
de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e flexibilidade que
proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de acolhimento favorecendo
a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
A comunicaccedilatildeo eacute a principal ferramenta que possibilita o relacionamento pois
pressupotildee uma interaccedilatildeo entre as pessoas troca ou partilha de opiniotildees informaccedilotildees bem
como a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees A consulta de enfermagem possibilita o
enfermeiro a ouvir seu paciente e percebecirc-lo como ser uacutenico de onde ressaltam sentimentos
como a valorizaccedilatildeo que se refletem na melhor adesatildeo do paciente aos cuidados e esquemas
terapecircuticos jaacute que estes necessitam de relaccedilotildees de confianccedila para reduzir o medo a
ansiedade e restabelecer a sauacutede
Assim estar proacuteximo e dialogar contribuem para o surgimento da empatia e dos laccedilos
de confianccedila entre enfermeiras e pacientes avigora o viacutenculo Estudos apontam que a
comunicaccedilatildeo eacute essencial para a realizaccedilatildeo da consulta de Enfermagem cabendo ao
enfermeiro ter consciecircncia da importacircncia dos comportamentos verbais e natildeo verbais durante
a comunicaccedilatildeo reconhecendo emoccedilotildees expectativas e estereoacutetipos que possam interferir no
atendimento (NERY et al 2012)
80
Natildeo haacute individualidade do paciente um estaacute do lado do outro quando um passa
mal natildeo nem sempre temos o biombo disponiacutevel entatildeo natildeo tem privacidade Se faccedilo
um cuidado ou estou orientando todos estatildeo ouvindo (E6)
Natildeo existe um espaccedilo de privacidade seria interessante um espaccedilo proacuteprio
entretanto o quantitativo de funcionaacuterios natildeo eacute suficiente noacutes ficamos responsaacuteveis
pelo que acontece no salatildeo tambeacutem no que acontece nas diaacutelise externa o
quantitativo ideal no salatildeo seriam 5 teacutecnicos e 1 enfermeiro (E9)
Os depoentes relatam que a consulta de enfermagem permitiraacute o enfermeiro a ouvir
seu paciente e perceber sua singularidade mas se este espaccedilo natildeo eacute adequado natildeo haacute uma
individualidade e nem privacidade mesmo que exista um biombo os pacientes proacuteximos
ouvem a conversa Assim o espaccedilo onde se presta o cuidado de enfermagem eacute visto pelos
profissionais como desfavoraacutevel e inadequado para a construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da
assistecircncia pois natildeo possibilita quando necessaacuterio proporcionar um local de comunicaccedilatildeo
reservado embora ofereccedila um ambiente de trabalho que auxilia ao tipo de tratamento
prestado
Segundo Macedo Sena e Miranda (2013) eacute importante considerar os efeitos dos
espaccedilos fiacutesicos no respeito aos direitos e necessidades das pessoas As consultas de
enfermagem preferencialmente devem ser realizadas em um ambiente privado preparado
especialmente para o atendimento agrave sauacutede Para isso considerar tanto as caracteriacutesticas das
pessoas a serem atendidas como a necessidade de pocircr agrave sua disposiccedilatildeo tecnologias
assistenciais e educativas diversas
Um espaccedilo proacuteprio de consulta jaacute existiu mas devido agrave falta de pessoal acabou Era
um ambulatoacuterio multiprofissional mas natildeo tinha ningueacutem para atender Se
houvesse este espaccedilo haveria melhoria na qualidade da assistecircncia teria contato
com ele e a famiacutelia iria identificar questotildees que em quatro horas em um ambiente
comum eu natildeo consigo Ele teria confianccedila (E1)
Somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente para que eu possa intervir e passar as
orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos preacutevios com cada paciente da diaacutelise
(E5)
O enfermeiro desempenha um papel relevante junto ao paciente num sentido bem
mais abrangente objetivando uma assistecircncia integralizada em prol da melhoria do estado de
sauacutede do paciente e a funccedilatildeo da consulta deve ultrapassar os limites da informaccedilatildeo e
81
orientaccedilatildeo ao paciente proporcionando real momento de transformaccedilatildeo do sujeito permitindo
que este se sinta acolhido compreendido e a vontade para dialogar sobre duacutevidas
inquietaccedilotildees e anguacutestias A consulta deve ser um momento no qual o paciente e o profissional
se relacionam compartilham conhecimentos e afetos trocam ideias de forma que as duacutevidas
existentes tambeacutem sejam percebidas conduzindo agrave reflexatildeo em busca de estrateacutegias que
proporcionem vida com melhor qualidade para o paciente renal crocircnico A consulta de
enfermagem apresenta-se como um modelo assistencial relevante no serviccedilo e este fato deve
ser reconhecido natildeo apenas pelos enfermeiros que a desempenham como tambeacutem pelos
pacientes e por outras categorias profissionais (MACEDO SENA MIRANDA 2013)
O ideal seria uma anti-sala que o enfermeiro atendesse para verificar o peso
confirmar a lavagem do braccedilo como uma preacute-consulta antes da diaacutelise [] Porque
temos muitas interferecircncias ruiacutedos [] somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente
para que eu possa intervir e passar as orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos
preacutevios com cada paciente da diaacutelise (E5)
Os ruiacutedos satildeo muitos e a pessoa natildeo se sente a vontade para falar de tudo O tempo
que estamos na assistecircncia realmente nos limita a ter uma atuaccedilatildeo maior em
consulta aleacutem do espaccedilo fiacutesico necessaacuterio temos que ter quantitativo de pessoal
suficiente(E6)
Foram identificados alguns problemas relativos ao espaccedilo da HD poreacutem notou-se a
priori uma satisfaccedilatildeo com as instalaccedilotildees de caracteriacutesticas semifixas de uma forma geral
como iluminaccedilatildeo temperatura maquinaacuterios poltronas etc Jaacute em relaccedilatildeo aos ruiacutedos do
ambiente percebeu-se uma das dificuldades em estabelecer uma relaccedilatildeo interpessoal mais
qualificada com o paciente inviabilizando uma assistecircncia mais singular
A abordagem da comunicaccedilatildeo proxecircmica baseado no comportamento do enfermeiro
por meio das relaccedilotildees com o espaccedilo possibilita identificar diferenccedilas em suas habilidades de
gerenciar suas atividades ao entender que as caracteriacutesticas do ambiente podem dificultar ou
facilitar a realizaccedilatildeo destas Para Savi e Rech (2015) satildeo muitas as variaacuteveis presentes no
ambiente que podem modificar o desempenho de uma pessoa como a relaccedilatildeo ao conforto
ambiental que estaacute intimamente relacionado ao ruiacutedo iluminaccedilatildeo temperatura umidade e
pureza do ar cada uma representa uma parcela importante para a manutenccedilatildeo de um ambiente
propiacutecio ao bem-estar das pessoas que ali se encontram
Quando um ambiente fiacutesico responde agraves necessidades das pessoas tanto em termos
funcionais (fiacutesicocognitivos) quanto formais (psicoloacutegicos) certamente teraacute um impacto
82
positivo na realizaccedilatildeo destas atividades tornando-se um desafio para o enfermeiro cumprir
com as metas assistenciais de forma que natildeo interfira ou comprometa o desempenho de suas
funccedilotildees Planejar e organizar um ambiente que favoreccedila e seja positivo as demandas do
serviccedilo poderaacute ter suas limitaccedilotildees diante de decisotildees que requerem aprovaccedilotildees e
investimentos da proacutepria instituiccedilatildeo de sauacutede Alguns estudos demonstram que existem por
parte de alguns gestores investimentos e melhorias dos setores de sauacutede se adequando as
reais necessidades das demandas da clientela e dos trabalhadores Segundo Silva Matsuda e
Waidman (2012) se por um lado isso pode sugerir maior gasto por outro representa a
melhoria da sauacutede do paciente e otimiza o trabalho de enfermeiro como consequumlecircncia uma
economia para a instituiccedilatildeo e o aumento da produtividade e qualidade da assistecircncia prestada
Aleacutem disso para Rodrigues e Santana (2013) ambientes projetados ou modificados
visando favorecer a maximizaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos como sistemas de iluminaccedilatildeo e
climatizaccedilatildeo controlados pelos proacuteprios enfermeiros estes se sentem mais atraiacutedos pelo posto
de trabalho por sua atividade e pelos resultados positivos das tarefas haja vista que haacute
diminuiccedilatildeo de queixas tanto em relaccedilatildeo agraves necessidades individuais quanto a doenccedilas
adquiridas nesses ambientes resultando em reduccedilatildeo de custos operacionais Um ambiente que
natildeo proporciona as condiccedilotildees adequadas de trabalho reduz a prontidatildeo de resposta e aumenta
a tendecircncia a falhas na assistecircncia prestada
Para Hall (2005) o espaccedilo relaciona-se intimamente com os sentidos do homem que
se encontram por sua vez em iacutentima transaccedilatildeo com o ambiente Para a criaccedilatildeo de um espaccedilo
de HD que atenda agraves caracteriacutesticas que permita a adequaccedilatildeo agraves tarefas inerentes ao setor e as
demandas do paciente deveraacute ser baseado no contexto em que seraacute usado com efetividade
eficiecircncia e satisfaccedilatildeo Eacute importante avaliar quais os fatores que levam o ambiente a ser
referido como inapropriado para determinadas atividades como acolher de forma singular o
paciente sem haver um espaccedilo de consulta de enfermagem pode gerar uma carga deleteacuteria
sobre os aspectos fiacutesicos psicoloacutegicos e sociais afetando a eficiecircncia de todo o processo
assistencial
Assim os aspectos envolvidos na adequaccedilatildeo do ambiente devem advir do sentimento
que o enfermeiro adquire com interaccedilatildeo cotidiana com o ambiente construiacutedo e o paciente
Sua avaliaccedilatildeo depende de sua percepccedilatildeo e uso dos sentidos independente do cenaacuterio
investigado mesmo que existam diferentes ambientes de HD com suas peculiaridades
Quando se inferi ao niacutevel decisoacuterio as percepccedilotildees do enfermeiro interligando os limites entre
a razatildeo e a emoccedilatildeo tendo ainda como elemento mediador a bagagem cognitiva
83
comportamental adquirida na trajetoacuteria profissional vivencial fica explicito que o principal
elemento que poderaacute influenciar as mudanccedilas do ambiente eacute o enfermeiro
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise
Dentre as 12 (doze) entrevistas analisadas (corpus da pesquisa) e as 345 (trezentos e
quarenta e cinco100) UR emergentes 105 (cento e cinco3043) depoimentos descrevem
como o enfermeiro identifica os diferentes sentidos corporais durante o cuidado na HD Desta
forma emergiu uma nova categoria sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise em
forma de uma segunda Unidade de Significaccedilatildeo a qual seraacute descrita discutida e analisada a
seguir com a exemplificaccedilatildeo de depoimentos dos enfermeiros participantes
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades
de significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
2
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
A palavra espaccedilo pode apresentar vaacuterias conotaccedilotildees todavia o espaccedilo do cuidado
caracteriza-se como local que uni aspectos fiacutesicos bioloacutegicos cientiacuteficos culturais sociais
econocircmicos entre outros em uma teia de relaccedilotildees onde se torna difiacutecil excluir ou isolar
partes levando ao estabelecimento de relaccedilotildees de cuidado em situaccedilotildees vitais que envolvem o
processo de comunicaccedilatildeo (LANZONI 2011)
A interaccedilatildeo no espaccedilo do cuidado em HD se traduz em atitudes realizadas para
promover manter ou recuperar a sauacutede Com destaque para a comunicaccedilatildeo efetiva e solidaacuteria
que possibilita demonstrar interesse atenccedilatildeo sentimentos e possibilidades (BROCA
FERREIRA 2016) Expressa por meio de sorrisos conversas brincadeiras esclarecimentos
sobre os procedimentos orientaccedilotildees e estiacutemulos para o autocuidado que favorecem o aliacutevio
84
das sensaccedilotildees de medo dor preocupaccedilatildeo anguacutestia e pacircnico A comunicaccedilatildeo viabiliza uma
relaccedilatildeo dialoacutegica ao acolher a palavra do outro oportunizando a escuta a troca de
informaccedilotildees e a demonstraccedilatildeo de disponibilidade
Como jaacute foi mencionada anteriormente a comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute a capacidade de
usar e efetivamente interpretar a distacircncia interpessoal para a comunicaccedilatildeo Isto eacute o espaccedilo
proximidade ou contato com o interlocutor satildeo entendidos a partir da construccedilatildeo cultural dos
interlocutores Para Hall (2005) o emprego que o homem faz do seu espaccedilo eacute uma elaboraccedilatildeo
especializada de cultura e a distacircncia muda de cultura para cultura A proxecircmica propotildee um
tipo baacutesico de comunicaccedilatildeo em que atraveacutes da distacircncia do corpo as mensagens satildeo
transmitidas pelos sentidos corporais
Desta forma observa-se que o enfermeiro ao chegar ao setor para o plantatildeo demarca
seu espaccedilo do cuidado a partir da aproximaccedilatildeo dos pacientes mantendo uma distacircncia iacutentima
ou pessoal Esta aproximaccedilatildeo indica a necessidade de estabelecer um primeiro contato e
mostrar sua preocupaccedilatildeo com o bem estar do outro Os principais sentidos identificados como
fundamentais na HD satildeo a visatildeo a audiccedilatildeo e o tato
Existe realmente uma diferenccedila no comportamento diaacuterio tem pacientes que agraves
vezes chegam aqui datildeo um abraccedilo apertado e em datas comemorativas natildeo se
esquecem de compartilhar natildeo eacute somente uma questatildeo do contato por educaccedilatildeo
existe tambeacutem uma preocupaccedilatildeo com a pessoa e a reciacuteproca eacute muito verdadeira
Eles tambeacutem sabem quando natildeo estamos bem somos observados pelo nosso
comportamento (E9)
Quando o paciente entra jaacute observo se estaacute acompanhado como estaacute deambulando
a postura se ele estaacute apaacutetico ou natildeo se estaacute disposto ou se arrastando se ele me
cumprimenta ou aos amigos porque a adesatildeo do paciente tem muito haver com a
uniatildeo com outros pacientes e a equipe Observo se ele se lembra de pesar porque
uns entram jaacute sentando outros se lembram de pesar tecircm essa preocupaccedilatildeo com o
proacuteprio peso Vejo pouco os pacientes lavarem o braccedilo com a fiacutestula tem pia
proacuteximo dele mas se natildeo lembro a ele de lavar eacute difiacutecil ver ele lavar sozinho
(E11)
Sabe-se que para estabelecer uma boa interaccedilatildeo eacute necessaacuterio primeiramente obter
confianccedila de quem se cuida esta estrateacutegia de aproximaccedilatildeo inicial possibilita ao enfermeiro
identificar e obter informaccedilotildees sobre o paciente como possiacuteveis intercorrecircncias no transcorrer
da diaacutelise Ao se considerar que o processo de trabalho em sauacutede tem como um dos seus
elementos principais as accedilotildees de cuidado tanto fiacutesicas quanto relacionais natildeo se deve limitar
a realizar apenas a procedimentos teacutecnicos pois a teacutecnica impessoal e mecanizada pode levar
ao distanciamento da pessoa cuidada Deve-se englobar o sentido de ser pois se tratando de
85
uma relaccedilatildeo entre sujeitos eacute imprescindiacutevel que na praacutetica profissional os atores envolvidos
estabeleccedilam uma boa interaccedilatildeo visando o engajamento necessaacuterio para a concretizaccedilatildeo do
verdadeiro ato de cuidar (FORMOZO et al 2012)
Cuidar inclui a realizaccedilatildeo de procedimentos teacutecnicos aliados agrave valorizaccedilatildeo das
expressotildees de atitudes condizentes com princiacutepios humaniacutesticos entre os quais a valorizaccedilatildeo
de valores morais eacuteticos e sociais Pode-se dizer tambeacutem que o processo de cuidar eacute
diretamente influenciado pela formaccedilatildeo pessoal e pela personalidade do cuidador e do ser
cuidado adquiridas atraveacutes de suas experiecircncias crenccedilas e cultura
O espaccedilo do cuidado natildeo se restringe ao ato teacutecnico mas contempla o envolvimento e
a preocupaccedilatildeo com os envolvidos na interaccedilatildeo Nesse sentido considera- se que ao efetuar
um cuidado estando atentas as manifestaccedilotildees natildeo verbais e psicoloacutegicasemocionais o
profissional realiza um cuidado mais integral e natildeo somente uma atividade teacutecnica presente
somente de corpo O desenvolvimento das accedilotildees de cuidado traz agrave tona tambeacutem a questatildeo da
intersubjetividade estabelecida na relaccedilatildeo interpessoal com o envolvimento do natildeo dito mas
expresso por gestos e expressotildees que satildeo identificadas pelos nossos sentidos A consideraccedilatildeo
pelo outro a observaccedilatildeo das suas particularidades a individualidade e ainda o caraacuteter
expressivo manifesto na emoccedilatildeo imprimem qualidade humana ao cuidado
O paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresa entatildeo a gente acaba ficando
atento a qualquer tipo de intercorrecircncia que ele possa vir a ter e agraves vezes ele nem
consegue se comunicar Temos que ficar ligada no que estaacute acontecendo e de longe
mesmo posso intervir chamando o paciente vendo se ele estaacute responsivo tem
paciente que jaacute conheccedilo quando comeccedila a fazer hipotensatildeo ou hipoglicemia Se ele
natildeo consegue nem chamar entatildeo observo os gestos sua face se estaacute
hipocorado(E4)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar entatildeo
tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais tambeacutem se ele dorme se vira o
braccedilo ou dorme em cima Se dobrar ou deitar em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina apitar (E6)
A atenccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute essencial ao cuidado humano por resgatar a
capacidade do profissional de sauacutede de perceber com maior exatidatildeo os sentimentos as
duacutevidas e as dificuldades do paciente em verbalizar o que sente Em seus estudos Schimidt e
Silva (2013) afirmam que quanto mais o clima for de confianccedila mais a experiecircncia pode ser
86
positiva isto porque os gestos de cuidado e atenccedilatildeo ficaratildeo sempre presentes na lembranccedila
daquele que recebe o cuidado Ao se despertar um sentimento de confianccedila entre paciente e
equipe de enfermagem possibilita-se que ambos experimentem uma sensaccedilatildeo de seguranccedila e
satisfaccedilatildeo
Para Formozo et al (2012) o cuidado para surtir efeito desejado necessita considerar o
tato audiccedilatildeo e postura corporal durante a interaccedilatildeo interpessoal entre paciente e enfermeiro
para que sejam demonstrados os sentimentos implicados na accedilatildeo com satisfaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo da accedilatildeo Eacute fato que ao usar frequentemente as relaccedilotildees interpessoais como
instrumento de trabalho os enfermeiros satildeo estimulados a desenvolver habilidades sociais para
subsidiar esses processos de interaccedilatildeo Segundo Teixeira et al (2014) habilidades sociais satildeo
um conjunto de comportamentos transmitidos por uma determinada pessoa em um contexto
interpessoal que expressa sentimentos atitudes desejos opiniotildees ou direitos desse indiviacuteduo
de modo adequado agrave situaccedilatildeo respeitando esses comportamentos nos demais e que
geralmente resolve os problemas imediatos da situaccedilatildeo enquanto minimizando a
probabilidade de futuros problemas
[] alguns profissionais que satildeo mais sensibilizados utilizam mais os sentidos []
eu particularmente tenho um pouco de dificuldade em ter esta proximidade com o
paciente eu tento manter uma distacircncia terapecircutica a natildeo ser que eu jaacute tenha
estabelecido uma relaccedilatildeo de intimidade com o paciente isto com o tempo vai se
modificando (E3)
Tem paciente que eacute mais fechado mas natildeo deixa de demonstrar carinho outros jaacute
satildeo mais falantes e brincam uns com os outros Entatildeo essas relaccedilotildees humanas estatildeo
muito afloradas aqui dentro estamos sempre perto natildeo eacute somente ligar e desligar
algo da tomada tem toda uma histoacuteria muito proacutepria de relaccedilotildees que estaacute ligada
agraves caracteriacutesticas de cada um (E9)
Haacute grupos de diaacutelise que satildeo mais comunicativos brincam e conversam durante
diaacutelise geralmente porque estatildeo a mais tempo juntos Eacute difiacutecil paciente chamar e
dizer que estaacute passando mal geralmente sou eu que observo e me aproximo para
checar (E12)
Destaca-se o respeito pela diversidade de personalidades e diferentes formas de se
estabelecerem as relaccedilotildees cada um possui haacutebitos e formas de se comunicar mas eacute
imprescindiacutevel que haja empatia ao se compartilhar as emoccedilotildees com os outros sentir com o
outro suas preocupaccedilotildees envolve perceber o outro com as suas reais necessidades sem julgar
87
Percebe-se no discurso que a dificuldade de se aproximar faz parte de uma caracteriacutestica
pessoal e cultural tanto o enfermeiro como o paciente podem natildeo estabelecer uma relaccedilatildeo
mais intimista no iniacutecio do tratamento mas com o passar do tempo eacute estabelecido uma relaccedilatildeo
de intimidade e confianccedila que permite a eles se aproximarem mais e estabelecerem uma
relaccedilatildeo mais profiacutecua e consequentemente um cuidado mais eficiente
Ao se colocar em relevo que as relaccedilotildees estabelecidas na HD natildeo satildeo influenciadas
somente por paracircmetros psicossociais culturais educacionais entre outras mas tambeacutem por
questotildees que satildeo inerentes ao comportamento humano em um determinado espaccedilo percebe-se
que a discussatildeo do uso do espaccedilo fiacutesico e sua implicaccedilatildeo no comportamento humano
orientada pela teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica possibilita lidar com alguns desafios tanto
conceituais quanto metodoloacutegicos Haja vista que contribuir para a produccedilatildeo de sauacutede e
produzir um espaccedilo fiacutesico na sauacutede adequado natildeo se separa da produccedilatildeo de sauacutede e da
produccedilatildeo de subjetividade Expressar necessidades estruturais como espaccedilo fiacutesico e de
mobiliaacuterios a partir dos distanciamentos e aquelas expressas pelos nossos sentidos pode ser
um fato pouco peculiar
Eacute uma compreensatildeo que aposta na composiccedilatildeo de saberes para a produccedilatildeo dos
espaccedilos fiacutesicos entendendo que o espaccedilo natildeo eacute dado a priori Segundo Schimidth e Silva
(2012) o espaccedilo eacute um territoacuterio que se habita que se vivencia onde se convive e se relaciona
Eacute um territoacuterio que se experimenta se reinventa e que se produz A proposta de produccedilatildeo do
espaccedilo acontece porque haacute processos de trabalho encontros entre as pessoas modos de se
viver e modos de ir reconstruindo o espaccedilo
A orientaccedilatildeo da ambiecircncia na hemodiaacutelise articulada agrave Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
favorece que ao se intervir criar e recriar os espaccedilos fiacutesicos neste setor se problematizem
tambeacutem as praacuteticas os processos de trabalho e os modos de viver e conviver nesse espaccedilo E
nesse sentido quando se tem o conhecimento do uso da proxecircmica como guia orientador para
a assistecircncia e gestatildeo em HD outros modos de estar ocupar e trabalhar se expressaratildeo nesse
lugar e solicitaratildeo arranjos espaciais singulares com fluxos adequados que favoreccedilam os
processos de trabalho
Pela expressatildeo do rosto vejo que ele natildeo estaacute bem [] visatildeo com observaccedilatildeo natildeo eacute
soacute olhar eacute observar identificar para tomar alguma atitude Quando vocecirc tem o
costume vocecirc conhece o paciente e lida com ele vocecirc olha e identifica que natildeo estaacute
bem eacute hora de se tomar uma providecircncia (E1)
88
O sentido que mais uso eacute a visatildeo Olho a maacutequina a expressatildeo do paciente se estaacute
com dor verifico a glicemia se o sono estaacute profundo vejo pressatildeo o tempo todo eu
mantenho meu olhar voltado para paciente pois ele muda seu estado de forma
muito raacutepida (E2)
Uso muito o sentido visatildeo e depois a audiccedilatildeo Vejo muito a expressatildeo corporal do
paciente se ele estaacute alerta se estaacute mais acordado ou se estaacute mais paacutelido Vejo
tambeacutem a maacutequina quantidade de soro suficiente para o flach (E8)
O contato visual ocorre quando queremos expressar que o canal de comunicaccedilatildeo estaacute
aberto Embora a equipe natildeo fique com o olhar fixo no paciente o tempo todo durante a HD
ela manteacutem um olhar perifeacuterico que segundo Hall (2005) eacute aquele que o ser humano detecta
o movimento com o canto dos olhos E ao identificar mudanccedilas no comportamento do
paciente o profissional muda o seu olhar fixando-o para reduzir psicologicamente a distacircncia
entre os comunicadores e ao se aproximar amplia as possibilidades do diaacutelogo se estabelecer
permitindo a troca de informaccedilotildees O olhar fixo sugere interesse e envolvimento no
relacionamento interpessoal
Utilizo mais na iacutentima a visatildeo tato e audiccedilatildeo O olho no olho eacute uma coisa que natildeo eacute
soacute no espaccedilo iacutentimo devemos usar no pessoal ou social que tambeacutem eacute necessaacuterio
Mesmo na bancada se estou anotando algo mantenho meu olhar voltado para ele
Esse momento do iacutentimo eacute bem completo porque ao mesmo tempo estou fazendo
procedimento estou tocando com a visatildeo direta para a pessoa ouvindo o que o
paciente tem a dizer e o que ele esta trazendo de informaccedilotildees de sinais e sintomas
como eacute a relaccedilatildeo dele com os familiares (E6)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar
entatildeo tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais e tambeacutem se ele dorme vira
o braccedilo ou dormi em cima Se dobrar ou deitou em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina aptar (E9)
A visatildeo eacute uma ferramenta que nos permite colher informaccedilotildees quanto ao estado de
desconforto fiacutesico psicoloacutegico ou ambiental do paciente atraveacutes de expressotildees e posturas que
o paciente assume durante o cuidado (Hall 2005) Essas condiccedilotildees satildeo percebidas por alguns
profissionais com certa facilidade e prontamente procuram resolvecirc-las Atribuiacutemos tal
capacidade de percepccedilatildeo agrave ldquoexpertiserdquo de alguns profissionais em HD Observar os padrotildees
de respostas fisioloacutegicas ou emocionais de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo do
processo de cuidar deste paciente Se natildeo estivermos atentos agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal do
89
paciente podemos interpretar incorretamente aqueles padrotildees de respostas (BROCA
FERREIRA 2016)
Ao avaliar o paciente o enfermeiro necessita considerar e respeitar os conhecimentos
e a cultura do paciente bem como escutaacute-lo o que proporciona o reconhecimento de sinais e
sintomas e a necessidade de uma escuta ativa Neste sentido na praacutetica do cuidado em
enfermagem a habilidade de ouvir o outro eacute fundamental pois permite analisar qual a melhor
maneira de se comunicar com o paciente em concordacircncia com seu niacutevel cultural e o
conhecimento sobre seu estado de sauacutede
Os pacientes tem sintomas antes da maacutequina alarmar ele apresenta o mal estar
antes da maacutequina dizer que o banho acabou que a temperatura estaacute alta ou baixa
que o soacutedio estaacute baixo que o paciente estaacute comeccedilando a ter naacuteuseas Eu sempre
falo que caso esteja passando mal e a gente esteja longe levanta o braccedilo que
algueacutem vai ver natildeo precisa falar a gente jaacute sabe [] eacute um sinal que identificamos
e esta orientaccedilatildeo damos nas primeiras diaacutelises dizemos qualquer coisa que sinta
levanta o braccedilo Porque temos muitas interferecircncias ruiacutedos entatildeo ele pode chamar
e a gente natildeo ouvir mas ao levantar o braccedilo vemos (E5)
A visatildeo e a audiccedilatildeo satildeo os sentidos que mais uso no pessoal e social uso muito
esses sentidos Vejo muito a expressatildeo do paciente se ele comeccedila fazer face de dor
de desconforto se comeccedila a ficar paacutelido e no sistema tambeacutem fico de olho para ver
se comeccedila a dar algum problemaNa audiccedilatildeo fico atenta ao chamado do paciente e
o alarme da maacutequina(E10)
Uma das competecircncias do enfermeiro estaacute ligada ao ato de julgar as necessidades de
cuidados de cada paciente dito com julgamento cliacutenico este eacute o ato de elaborar o
planejamento da assistecircncia de enfermagem a ser realizada de forma que possa atender agraves
suas necessidades e expectativas O julgamento cliacutenico estrutura-se pelas habilidades
interpessoal que envolve a capacidade de comunicar-se ouvir e respeitar opiniotildees teacutecnica
na qual inclui um soacutelido conhecimento dos meacutetodos de avaliaccedilatildeo cliacutenica conhecimento
cientiacutefico acerca dos problemas de sauacutede intelectual o qual se refere aos processos de
pensamento bem como agraves habilidades de percepccedilatildeo do enfermeiro em relaccedilatildeo agraves respostas
humanas (CROSSETTI et al 2014)
A associaccedilatildeo destas habilidades possibilita ao enfermeiro tomar decisotildees seguras e
proporcionar cuidados qualificados e adequados agraves reais necessidades dos pacientes Nos
ambientes de atendimento de hemodiaacutelise o uso da comunicaccedilatildeo verbal entre enfermeiro e
paciente eacute sempre muito referida e a audiccedilatildeo eacute um dos sentidos mais utilizados independente
das distacircncias mantidas
90
Na audiccedilatildeo fico atento a qualidade do discurso o timbre da voz tudo isso chama a
atenccedilatildeo se ele estaacute orientado ou natildeo Tem paciente que estaacute mais triste se estaacute no
ostracismo isso tudo chama a atenccedilatildeo A desorientaccedilatildeo do nosso paciente pode
significar uremia por exemplo isso eacute proacuteprio das relaccedilotildees humanas (E9)
No sentido audiccedilatildeo ouccedilo muito o paciente chamar para dizer que natildeo estaacute bem e
tambeacutem quando perguntam quanto estaacute tirando de peso Enfermeira pode verificar
minha glicose Eles perguntam porque quando comeccedila o mal estar eacute uma forma
de alertar a gente Os pacientes mais antigos tecircm essa percepccedilatildeo de identificar
alteraccedilotildees antes de passar mal eles avisam que estatildeo tontos perguntam se tem
meacutedico (E11)
O escutar tambeacutem eacute um cuidado e uma forma de comunicaccedilatildeo natildeo verbal natildeo eacute
apenas ouvir mas permanecer em silecircncio ao lado utilizar gestos de afeto que expressem
aceitaccedilatildeo e estimulem a expressatildeo de sentimentos vivenciados pelo paciente Quando
olhamos para a realidade atual que vivemos na qual a mecanizaccedilatildeo dos sentidos eacute uma
constante na vida das pessoas precisamos ampliar nosso olhar para o espaccedilo do cuidado em
sauacutede inserindo estrateacutegias que sejam capazes de perceber aleacutem das informaccedilotildees ditas nas
entrelinhas do discurso do sujeito seus gestos e comportamentos
Schimidt e Silva (2012) refere em um dos seus estudos sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
que 7 dos pensamentos (das intenccedilotildees) satildeo transmitidos por palavras 38 satildeo transmitidos
por sinais paralinguiacutesticos (entonaccedilatildeo de voz velocidade com que as palavras satildeo ditas) e
55 pelos sinais do corpo alertando-nos para o fato de que apesar de muitas vezes
valorizarmos mais as palavras os sinais natildeo verbais podem estar comunicando muito mais
inclusive contradizendo o expresso em palavras
Percebe-se na fala dos enfermeiros que eles estatildeo conscientes dos aspectos natildeo-verbais
presentes durante as suas interaccedilotildees com os pacientes (por exemplo entonaccedilatildeo de voz
aspectos emocionais comportamentos gestuais etc) permitindo sobretudo perceber indiacutecios
de que algo natildeo estaacute bem O enfermeiro ao ouvir determinados questionamentos durante a
sessatildeo de HD usa de sua intuiccedilatildeo e identifica que embora o paciente natildeo fale diretamente que
estaacute passando mal tais gestos e falas satildeo indicativos de possiacuteveis alteraccedilotildees fisioloacutegicas
Na produccedilatildeo dos dados os enfermeiros da HD compartilham o toque com o sentido do
viacutenculo do interesse do acolhimento mas tambeacutem da ansiedade A punccedilatildeo da fistula
arteriovenosa (FAV) eacute o momento de maior apreensatildeo e ansiedade do paciente eacute neste
momento que ocorre o toque instrumental para a punccedilatildeo e este pode alterar os padrotildees
fisioloacutegicos de um paciente com hematomas sangramentos e dor
91
Na interaccedilatildeo com o paciente o toque eacute classificado segundo Schimidt e Silva (2013)
em trecircs tipos toque expressivo tambeacutem descrito como afetivo que ocorre espontaneamente e
natildeo faz parte necessariamente da execuccedilatildeo de procedimentos o instrumental que eacute descrito
como um contato fiacutesico deliberado para desenvolver determinada teacutecnica ou procedimento e
o expressivo-instrumental uma combinaccedilatildeo dos outros dois tipos
Quando vou fazer o procedimento o toque eacute mais teacutecnico que eacute a necessidade de
fazer a punccedilatildeo sentir o fluxo da fistula o melhor local para punccedilatildeo e quando
termino de puncionar faccedilo um toque afetivo para dizer que vamos comeccedilar a sessatildeo
No final da sessatildeo o toque tambeacutem eacute mais teacutecnico do que afetivo eacute o momento da
retirada da agulha (E6)
Toco quando o paciente tem alguma queixa alguma catildeibra quando vai ldquodevolver o
sanguerdquo se estaacute com dor O momento de toque geralmente eacute um momento
desconfortaacutevel pois eacute o momento que ele estaacute com dor [] e eu associo todas as
vezes que tem o tato com o paciente como um momento de desconforto para ele
[] causa uma apreensatildeo seja no puncionar no momento da cacircimbra mas isso
natildeo afeta com que eu faccedila correndo pelo contraacuterio faccedilo que seja menos doloroso
para ele (E10)
Para os enfermeiros o toque instrumental eacute fundamental na HD seja durante a punccedilatildeo
da FAV na realizaccedilatildeo do curativo na verificaccedilatildeo da pressatildeo arterial na administraccedilatildeo dos
medicamentos ou conexatildeo dos cateteres entre outros mas afirmam que o toque poderaacute
tambeacutem se apresentar com um caraacuteter mais afetivo e de relaxamento Tocar algueacutem com a
intenccedilatildeo de que essa pessoa se sinta melhor por si soacute jaacute eacute terapecircutico portanto o ato de tocar
algueacutem eacute confortaacutevel e faz parte do cuidado emocional Pode significar atitude de unir ao
outro tocar como uma maneira de perceber o outro ou a relaccedilatildeo com o outro Assim o toque
pode significar distacircncia ou envolvimento entre pessoas que estatildeo se comunicando mas
dependeraacute da pessoa da cultura e contexto em que ocorre o toque
Um estudo desenvolvido por Schimidt e Silva (2013) identificou que diversos fatores
podem influenciar o toque dos profissionais da sauacutede dentre estes estatildeo o receio de se tocar
em pessoas do sexo oposto quando o procedimento a ser realizado eacute invasivo ou quando a
aacuterea do corpo eacute iacutentima Levando em consideraccedilatildeo que ao cuidar o toque poderaacute ser realizado
dos mais diferentes modos eou meios como com as matildeos com o corpo com os cabelos com
os instrumentos de trabalhos com as roupas com as luvas dentre outros Tocar eacute entrar no
mundo do outro eacute despertar nele estiacutemulos sensoriais agradaacuteveis e desagradaacuteveis Ter
consentimento do toque no cuidado ao outro e consciecircncia do contato fiacutesico por ele
92
promovido pode auxiliar os pacientes na sua recuperaccedilatildeo e igualmente melhorar o viacutenculo
sentimentos e aproximaccedilotildees (MENON MARTINS DYNIEWICZ 2014)
Toco porque preciso verificar se a fistula ou cateteres estatildeo bons ajudo o paciente
a sentar na poltrona verifico pressatildeo um toque na matildeo no braccedilo se estiver com
cacircimbra faccedilo massagem verifico o frecircmito (E8)
Paciente dormiu estaacute com uma postura mais largada me preocupa Geralmente o
abordo chamo toco e vejo a necessidade de verificar a glicemia verifico tambeacutem a
PA porque embora ele esteja dormindo ele tambeacutem pode estar passando mal e natildeo
chama a gente (E9)
Neste ambiente do cuidado tocar permite reconhecer quais as demandas de cuidado os
pacientes necessitam eacute reconhecer que a enfermagem precisa evoluir no cuidado prestado
especialmente no que se refere ao toque instrumental-afetivo e este poderaacute ocorrer nos
diferentes momentos de permanecircncia na HD Verificou-se que o toque instrumental-afetivo
foi realizado na verificaccedilatildeo do frecircmito verificaccedilatildeo de pressatildeo arterial massagem no momento
de cacircimbra no posicionamento correto do paciente na poltrona A maneira como foi
transmitido afeto para o paciente na medida do possiacutevel realizando os procedimentos com
sua permissatildeo calma manipulando minimamente e explicando a necessidade de se realizaacute-lo
foi uma atitude humanizada
Eacute preciso entender que o ato de tocar precisa do consentimento dos pacientes e isso agrave
vezes pode estar distante para alguns ao consideramos todas as ldquomarcasrdquo nele geradas
anteriormente Efetivar um espaccedilo para o compartilhamento de vivecircncias com pacientes em
terapias hemodialiacuteticas apresenta-se como uma proposta para melhorar a interaccedilatildeo fazendo
com que ambos enfermeiros-pacientes alcancem a relaccedilatildeo que eacute de cuidado tornando-a
abrangente e de qualidade (AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
No toque existem pacientes que estabeleccedilo um viacutenculo mais proacuteximo temos uma
paciente especial que sempre quer ser abraccedilada e por isso tenho uma conexatildeo mais
forte (E4)
Quando a pessoa chega tem o toque afetivo pois dou o bom dia e coloco a matildeo no
ombro ou toco no braccedilo para acompanhaacute-los ateacute a poltrona eacute um toque de
acolhimento Eu tenho que tocar para demonstrar realmente um interesse (E6)
Quando os pacientes chegam sempre cumprimento ateacute porque eles reclamam de
quem chega ao setor e natildeo os cumprimenta entatildeo chego e falo um por um Toco
93
quando instalo paciente e na saiacuteda tambeacutem porque tenho que tirar agulhas e fazer
curativo (E12)
O toque afetivo eacute referido como aquele empregado nos momento de cumprimento na
chegada e saiacuteda do setor ou demonstraccedilatildeo de sentimento de carinho entretanto nas
observaccedilotildees tomou-se o cuidado de reconhecer se nas accedilotildees dos profissionais foram incluiacutedas
maneiras de expressar algum tipo de afetividade tornando o toque instrumental tambeacutem
afetivo Considerando que os profissionais relatarem estar conscientizados sobre o valor do
toque afetivo sugere-se que este seja constantemente incentivado
Os dados ateacute o momento apresentados demonstram que para se prestar o cuidado
integral eacute necessaacuterio ser um bom ouvinte expressando um olhar atencioso tocando e
confortando o paciente proporcionando uma boa adesatildeo e continuidade ao tratamento
Quanto aos efeitos comportamentais do olhar ouvir e do tocar estes apresentam contribuiccedilatildeo
essencial agrave interaccedilatildeo das pessoas trazendo viacutenculos sentimentos e uma maior aproximaccedilatildeo
para uma assistecircncia mais singular
Existem dificuldades na percepccedilatildeo de determinados sentidos corporais a priori neste
estudo o olfato e o paladar que foram identificados por vaacuterios participantes como sendo algo
difiacutecil de associaacute-los ao cuidado de enfermagem na HD contudo e soacute de imediato e
aparentemente pois ainda durante a entrevista ironicamente os enfermeiros tomavam
consciecircncia da importacircncia do olfato e paladar
O odor pode ser marcante e acompanhar a pessoa por toda a vida basta perceber o
aroma e as lembranccedilas explodem de forma imediata O olfato por mais preciso que seja eacute um
sentido mudo que natildeo necessita de tradutor Isso explica a incapacidade de se descrever em
palavras o cheiro de alguma coisa para algueacutem que nunca o tenha sentido (ARAUacuteJO 2000
apud AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
Para o olfato natildeo penso muito em odores o uacutenico cheiro eacute o haacutelito cetocircnico e
tambeacutem em relaccedilatildeo agrave higiene do paciente (E2)
O olfato em um primeiro momento natildeo me diz nada mas analisando percebo que o
haacutelito urecircmico que se sente eacute porque ele ainda estaacute iniciando o tratamento ou estaacute
mal dialisado se ele estaacute fazendo o tratamento a muito tempo e continua com haacutelito
urecircmico tem algo de errado da terapia (E4)
Alguns enfermeiros tecircm dificuldades de expressar como usar o olfato no seu cotidiano
ateacute fazem algumas associaccedilotildees com este sentido onde foram encontradas duas fontes de
94
odores que representam o espaccedilo do cuidado da HD os odores corporais e odores ambientais
Odores corporais satildeo as secreccedilotildees como o suor quando o paciente tem deacuteficit de autocuidado
com a higiene corporal onde os odores satildeo exalados e estatildeo impregnados nos corpos dos
proacuteprios pacientes exalaccedilotildees orais como a halitose mas estas ligadas ao haacutelito urecircmico no
iniacutecio do tratamento aleacutem destes os eventuais sangramentos tambeacutem se caracterizam como
odores corporais Existem tambeacutem aqueles odores ambientais marcantes caracteriacutesticos da
HD como os produtos quiacutemicos esterilizantes (aacutecido peraceacutetico) as soluccedilotildees de banho
utilizadas na maacutequina de HD as quais geram uma memoacuteria olfativa que transita pelo cenaacuterio
de cuidado
Embora alguns relatem que o odor natildeo impede e nem repulsa na hora do cuidado para
Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) o mau cheiro afasta o enfermeiro do contato direto mesmo
este sendo um indicativo de necessidade de cuidado relativo agrave higiene pessoal Para alguns
ter pacientes no ambiente com odores daacute uma caracteriacutestica desagradaacutevel e eacute necessaacuterio
informaacute-los sobre a importacircncia do autocuidado na higiene corporal e oral
O odor natildeo me impede e natildeo me repulsa ao cuidado (E1)
Tem paciente que tem um autocuidado bem deficiente e a gente percebe logo pelo
odor mas natildeo temos como nos afastar tem que pegar do mesmo jeito Tem paciente
que tenho liberdade e converso sobre higiene (E4)
Essas sensaccedilotildees olfativas evidenciadas nas falas dos participantes mesmo que se
refiram a algo desagradaacutevel eacute uma forma de captar a necessidade de se aproximar e intervir
sobre o cuidado corporal Suporta-se o desagradaacutevel porque eacute inerente ao cuidado eacute uma
condiccedilatildeo preestabelecida ao cuidador E para quem eacute importante suportar algo desagradaacutevel
No Universo das sensaccedilotildees olfativas nem tudo eacute desagradaacutevel desconfortante ou com
odor ruim A percepccedilatildeo de um determinado odor estimula nossa ldquomemoacuteria olfativardquo de uma
forma que tanto em niacutevel consciente quanto inconsciente elaboramos associaccedilotildees mentais
que delimitam a propriedade de uma sensaccedilatildeo olfativa Esta pode ser concebida como
agradaacutevel ou natildeo dependendo do que estaacute registrado em nossa memoacuteria Esse fenocircmeno
sugere que os odores podem exercer influecircncias determinantes no comportamento humano
ocasionando reaccedilotildees diversas tais como incremento agrave atenccedilatildeo diminuiccedilatildeo de situaccedilotildees
estressantes ou estado de conforto ou desconforto fiacutesico (PROCHET SILVA 2012)
95
Eacute muito caracteriacutestico porque tem desde os componentes de desinfecccedilatildeo da
maacutequina entatildeo eacute um odor caracteriacutestico da hemodiaacutelise o cheiro do aacutecido
peraceacutetico (E6)
O olfato o que mais me chama atenccedilatildeo eacute o cheiro de sangue e o cheiro do proxitane
(aacutecido peraceacutetico)(E7)
O olfato assim como os demais sentidos permitem (re)conhecer os diversos objetos
que compotildeem um espaccedilo assim como associaacute-los as caracteriacutesticas relacionadas ao cuidado
prestado neste setor como os odores da sala de reuso expurgo e sala de HD O odor ocorre
tambeacutem nas relaccedilotildees sociais o bom ou o ruim aroma emitido por um perfume do paciente o
cheiro que exala de sua roupa usada o cheiro de limpeza do ambiente podem por exemplo
aproximar ou afastar das pessoas
Do ponto de vista fisioloacutegico paladar e olfato estatildeo relacionados entre si A ausecircncia
ou alteraccedilatildeo desses sentidos dependem do estado anatocircmico do epiteacutelio nasal e do sistema
nervoso central e perifeacuterico Alguns odores ficam tatildeo impregnados que parecem produzir o
seu sabor no paladar Entatildeo pode-se dizer que o sabor eacute o somatoacuterio das sensaccedilotildees olfatoacuterias
gustativas e daquelas relacionadas agraves terminaccedilotildees nervosas localizadas no nariz e na boca
(ACKERMAN 1992 apud AZEVEDO et al 2017)
E para os enfermeiros entrevistados expressar paladar como algo relativo ao cuidado
tambeacutem eacute de difiacutecil entendimento suas associaccedilotildees foram em relaccedilatildeo a restriccedilotildees alimentares
e hiacutedricas do paciente uma alerta para o ganho de peso Na maioria das entrevistas este
sentido gerou uma certa inquietaccedilatildeo dos entrevistados por natildeo conseguirem identificar sua
relaccedilatildeo com o cuidado
Paladar eacute alerta significa orientar sobre restriccedilatildeo hiacutedrica e de comidas e
geralmente chegam pesados porque abusaram (E6)
Natildeo haacute representaccedilatildeo do paladar na assistecircncia natildeo faccedilo associaccedilotildees com o
cuidado a natildeo ser daquilo que o paciente natildeo pode comer (E12)
O paladar desempenha uma funccedilatildeo importante em nossas relaccedilotildees sociais e culturais
Para alguns pesquisadores paladar remete a uma ldquomemoacuteria familiarrdquo na infacircncia com as
comidas feitas com carinho e amor pelo ente querido ou ainda pode remeter a um
determinado tempo e lugar jaacute vivenciado (COSTA 2014) Aleacutem do que constitui uma das
principais formas de o homem se relacionar com espaccedilo Dependendo da distacircncia
96
estabelecida entre o corpo do sujeito e a realidade circundante eles podem apresentar maior
ou menor teor de objetividade na accedilatildeo de interagir com o mundo
Para Costa (2014) quando se habita diferentes espaccedilos a percepccedilatildeo tende a ser ainda
mais diversificada pois cada indiviacuteduo percebe diferentemente o mesmo espaccedilo de acordo
com a sua formaccedilatildeo cultural O ser humano possuir sentidos comuns que de modo geral
auxiliam na percepccedilatildeo espacial E por haver diversidade de proximidadedistacircncia com o uso
dos sentidos corporais em relaccedilatildeo ao espaccedilo eacute necessaacuterio manifestar uma relaccedilatildeo sensorial-
espacial como afirma Borges Filho 2007 p69
Por gradientes sensoriais entendem-se os sentidos humanos visatildeo audiccedilatildeo olfato
paladar O ser humano se relaciona com o espaccedilo circundante atraveacutes de seus
sentidos Cada um deles estabelece uma relaccedilatildeo de distacircnciaproximidade com o
espaccedilo Portanto efeitos de sentido importantes satildeo manifestados nessa relaccedilatildeo
sensorialidade-espaccedilo
Esta relaccedilatildeo sensorial-espacial por meio do sentido paladar permite o enfermeiro
detectar falhas no processo de autocuidado principalmente nas restriccedilotildees alimentares do
paciente na HD Como o paciente estabelece uma aproximaccedilatildeo mais intima no miacutenimo trecircs
vezes por semana com o enfermeiro este percebe alteraccedilotildees no peso seja pela pesagem
realizada a cada sessatildeo de HD ou pela aparecircncia fiacutesica
Segundo Martins e Riella (2013) os pacientes com DRC em tratamento de
hemodiaacutelise satildeo acometidos frequentemente por complicaccedilotildees nutricionais principalmente
pela desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteica que se constitui como uma complicaccedilatildeo fortemente
preditora agrave morbimortalidade destes Aleacutem da importacircncia cliacutenica do deacuteficit energeacutetico-
proteico nos pacientes em hemodiaacutelise a adequaccedilatildeo da aacutegua e dos micronutrientes ingeridos
pelos pacientes em hemodiaacutelise satildeo de extrema importacircncia principalmente em relaccedilatildeo ao
caacutelcio ferro soacutedio potaacutessio e foacutesforo nutrientes mais relacionados a complicaccedilotildees uma vez
que o rim natildeo consegue mais manter o controle do meio interno do organismo
Tem vezes que pego paciente comendo aqui durante a diaacutelise alimento trazido de
casa e que natildeo eacute o adequado para ele aiacute me aproximo e converso explicando
porquecirc natildeo deve comer (E2)
Eles se queixam de dietas alguns comeccedilam a mentir e tem dificuldade de manter um
controle da injesta hiacutedrica e alimentar percebemos que natildeo estatildeo se cuidando
quando chegam muito pesados isso acaba virando um ciclo difiacutecil de controlar
eles precisam saber controlar sua boca (E4)
97
O controle dieteacutetico assume o papel de prevenir ou melhorar a toxicidade urecircmica os
distuacuterbios metaboacutelicos associados ao ganho de peso interdialiacutetico a elevaccedilatildeo da pressatildeo
arterial e a progressatildeo da anemia e da osteodistrofia renal (MARTINS RIELLA 2013)
Sendo assim a avaliaccedilatildeo do estado nutricional do consumo alimentar e da ingesta hiacutedrica do
paciente em hemodiaacutelise realizada pelo enfermeiro eacute de fundamental importacircncia em
decorrecircncia da associaccedilatildeo direta que existe entre a dieta e as complicaccedilotildees advindas da sua
natildeo adesatildeo
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo
A terceira categoria emergiu em 40 (quarenta 1159) UR de um total de 345
(trezentos e quarenta e cinco100) UR extraiacutedas das 12 entrevistas (corpus da pesquisa)
Esta categoria seraacute discutida e analisada a seguir com a exemplificaccedilatildeo dos depoimentos
mais significativos dos depoentes do estudo a respeito do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Ao considerarmos a enfermagem como um trabalho realizado com e por meio das
pessoas o processo de comunicaccedilatildeo pode ser considerado uma das mais importantes
atividades e um dos instrumentos baacutesicos na assistecircncia de enfermagem (MASSOCO
MELLEIRO 2015) A comunicaccedilatildeo eacute utilizada com os pacientes com os familiares com os
colegas da equipe de enfermagem da equipe multiprofissional com todos os serviccedilos de
apoio e administrativos Na administraccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem eacute necessaacuterio ser
98
capaz de decodificar decifrar e perceber os significados das mensagens que satildeo enviadas
durante as interaccedilotildees possibilitando elaborar um plano de cuidados com vistas as
intervenccedilotildees ficar atento aos sinais verbais natildeo-verbais e paraverbais que podem ajudar nesta
tarefa
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a agente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo daacute seguranccedila para o paciente se vocecirc conversa com ele ele
identifica que se importa quer uma boa assistecircncia tem que ser receptivo ele
chega agraves vezes mal e se vocecirc manteacutem uma distacircncia grande entre ele aleacutem desta
distacircncia que eacute uma forma de comunicaccedilatildeo ele quer escutar de mim pelo tom de
voz e pelo olhar que ele eacute importante para mim ele quer atenccedilatildeo aquele eacute o
momento dele e ele precisa de mim E soacute acontece com a comunicaccedilatildeo (E5)
Os enfermeiros da HD descrevem a comunicaccedilatildeo natildeo verbal como algo essencial ao
cuidado como uma ferramenta capaz de identificar sinais e sintomas de complicaccedilotildees por
meio de expressotildees faciais do paciente tom de voz e olhar E a comunicaccedilatildeo verbal como
forma de dar continuaccedilatildeo a assistecircncia possibilitando passar orientaccedilotildees e captar possiacuteveis
problemas A comunicaccedilatildeo tem um objetivo uma meta um propoacutesito que eacute produzir uma
reaccedilatildeo ou uma mudanccedila para que esta comunicaccedilatildeo seja efetiva segundo Stefanelli e
Carvalho (2012) o processo tem iniacutecio a partir de algueacutem (emissor) com uma necessidade de
transmitir ou saber algo (mensagem) que necessita ser transmitida a outra pessoa (receptor) O
emissor tem um objetivo e este deveraacute ser traduzido num coacutedigo numa linguagem entendiacutevel
Haacute necessidade de um codificador pegar as ideias do emissor e colocaacute-la num coacutedigo
expondo o objetivo do emissor em forma de mensagem
Entender os coacutedigos da HD para o enfermeiro natildeo eacute algo impossiacutevel de se realizar
tanto o enfermeiro como o paciente desenvolvem com o passar do tempo no setor estrateacutegias
de se comunicarem de forma natildeo verbal o conviacutevio diaacuterio e de longa permanecircncia permite
estabelecerem uma boa interaccedilatildeo e identificar formas de comunicar por coacutedigos
99
A partir momento que se conhece esta linguagem do que eacute verbal e natildeo verbal vocecirc
consegue identificar algumas situaccedilotildees que satildeo pelos gestos se o paciente estaacute
passando mal [] agimos de forma intuitiva mas nem todo mundo tem essa
percepccedilatildeo Depois que se trabalha muito tempo com esta clientela passa-se a ter
experiecircncia e aumenta esta percepccedilatildeo Na aacuterea de HD ajuda muito ter esta
percepccedilatildeo porque por mais que a maacutequina monitore a pressatildeo arterial as
alteraccedilotildees comeccedilam antes da maacutequina alarmar (E3)
Comunicaccedilatildeo eacute tudo falo sempre ao paciente para que natildeo cubra o rosto durante a
HD e caso se sinta mal para levantar o braccedilo eacute muito importante eu manter um
olhar nas expressotildees dele estabelecemos algumas formas de comunicar porque ele
pode passar mal e natildeo conseguir chamar (E7)
Os depoentes afirmam que o tempo de experiecircncia com pacientes na HD aumenta a
percepccedilatildeo do enfermeiro e permite identificar gestos expressotildees e comportamentos aleacutem de
propor coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo que favoreccedilam o cuidado como levantar de
braccedilo natildeo cobrir o rosto entre outros Esses coacutedigos que a equipe estabelece com os
pacientes satildeo ditos como algo muito importante nas relaccedilotildees enfermeiro-paciente eacute algo
muito marcante em ambos os cenaacuterios investigados
Para entender o significado de uma mensagem baseado no comportamento dos
interlocutores de acordo com Knapp e Hall (1999) apud Broca e Ferreira (2014) eacute necessaacuterio
iniciar um coacutedigo este poderaacute ser a linguagem verbal em um segundo momento identificar os
comportamentos natildeo verbais associados a determinados comportamentos verbais Ao se
eliminar o canal verbal esses comportamentos natildeo verbais seratildeo captados como um coacutedigo
para a comunicaccedilatildeo e se a introduccedilatildeo dos comportamentos natildeo verbais natildeo interferir a
compreensatildeo da mensagem pelo receptor entatildeo os comportamentos natildeo verbais seratildeo
considerados uma forma de substituir o comportamento verbal portanto elementos de um
coacutedigo natildeo verbal ou seja um conjunto de accedilotildees que determina os significados atribuiacutedos a
certos coacutedigos como afirma (KNAPP E HALL pag 153 1999)
A maior parte de nosso comportamento natildeo verbal envolve mudanccedila de atitude ou
movimentaccedilatildeo Interagimos com as pessoas mantendo distacircncias variaacuteveis exibimos
diferentes gestos e posturas durante um encontro algumas vezes tocamos nos
outros outras natildeo rostoolhos e voz apresentam formas diversas Esta parte examina
esses comportamentos individualmente mas na conversaccedilatildeo diaacuteria a combinaccedilatildeo
desses sinais funcionando de maneira ajustada caracteriza nosso comportamento na
comunicaccedilatildeo
100
Entretanto como as pessoas natildeo conseguem alcanccedilar suas metas seus objetivos sem a
cooperaccedilatildeo do outro jaacute que eacute interdependente com outros na realizaccedilatildeo dos seus objetivos eacute
necessaacuterios que ambos envolvidos na interaccedilatildeo estejam comprometidos a fim de alcanccedilar os
objetivos Desta forma natildeo adianta o enfermeiro propor formas de se comunicar por meio de
coacutedigos se o paciente natildeo estiver disposto a cooperar eacute importante avaliar diariamente como
o paciente chegou e se ele estaacute apto a participar neste dia das formas de interaccedilotildees
preestabelecidas O cuidado de enfermagem congrega vaacuterias caracteriacutesticas dentre elas estatildeo
agrave interaccedilatildeo e a relaccedilatildeo dialoacutegica que se constroacutei com o outro assim eacute preciso desenvolver as
potencialidades dos profissionais para que na relaccedilatildeo interpessoal com os pacientes possam
dar atenccedilatildeo agraves necessidades inerentes ao cuidado daquele dia por meio da escuta ativa e de
uma comunicaccedilatildeo de aproximaccedilatildeo (BROCA FERREIRA 2015)
A distacircncia pode influenciar e definir o tipo de envolvimento e assim de
comunicaccedilatildeo que queremos manter com o outro Assim os diferentes padrotildees de distacircncia satildeo
mantidos dependendo com quem se estaacute comunicando e se relacionando natildeo se esquecendo
de que o ambiente tambeacutem poderaacute influenciar no distanciamento ou aproximaccedilatildeo dos corpos
As barreiras ou falhas na comunicaccedilatildeo podem advir da falta de habilidade para ouvir ver
sentir e compreender a mensagem do outro
Tem dias que o paciente chega me cumprimenta senta e natildeo conversa muito pega o
lenccedilol se cobre e vai dormir ou escutar muacutesica Jaacute sei que algo natildeo estaacute bem
porque convivemos com eles e sabemos seu comportamento aiacute me aproximo para
tentar conversar e ele se abrir Mas tem dias que natildeo querem conversar e nem
interagir aiacute me preocupo porque agraves vezes ele passa mal e natildeo expressa nada (E2)
A comunicaccedilatildeo eacute importante em vaacuterios sentidos primeiro porque no sentido
emocional o paciente que estaacute ali sentado quatro horas fazendo querendo ou natildeo
um tratamento que eacute desgastante para ele e muitas vezes ele natildeo quer estar ali []
entatildeo o simples fato de dar atenccedilatildeo para ele estar conversando com outros
pacientes faz com que o tempo passe e ele se sinta melhor (E10)
A habilidade de decodificar algo que estaacute intriacutenseco em gestos e comportamentos estaacute
relacionada com a forma de conhecimento e entendimento dos elementos da comunicaccedilatildeo A
forma de como nos colocamos e nos comportamos diante do outro pode influenciar de forma
negativa ou positiva e influenciar a efetividade da comunicaccedilatildeo (STEFANELLI
CARVALHO 2012) Ao perceber que o paciente se manteacutem em silecircncio com pouca ou
nenhuma interaccedilatildeo durante a sessatildeo de HD o enfermeiro identifica a necessidade de se
aproximar para buscar avaliar o porquecirc da mudanccedila de comportamento Este afastamento e
101
isolamento do paciente podem denotar uma falta de interesse pelo outro ou a negaccedilatildeo na
participaccedilatildeo nos processos de interaccedilotildees estabelecidas neste ambiente Observar padrotildees de
respostas emocionais ou fisioloacutegicas de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo ao
contexto da relaccedilatildeo interpessoal redefinindo os objetivos a serem alcanccedilados
Avaliar comportamento em um determinado ambiente de HD requer de o enfermeiro
estar atendo aos coacutedigos estabelecidos e satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer
interaccedilatildeo Segundo Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma
interaccedilatildeo eacute diretamente proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A
comunicaccedilatildeo adequada eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma
determinada situaccedilatildeo pessoa e tempo Tratando-se do relacionamento enfermeiro-paciente o
processo de comunicaccedilatildeo precisa ser eficiente para viabilizar uma assistecircncia humaniacutestica e
personalizada de acordo com suas necessidades Portanto o processo de interaccedilatildeo com o
paciente se caracteriza natildeo soacute por uma relaccedilatildeo de poder em que este eacute submetido aos cuidados
do enfermeiro mas tambeacutem por atitudes de sensibilidade aceitaccedilatildeo e empatia entre ambos
Comunicar-se envolve compartilhar sentimentos e emoccedilotildees de forma verbal ou natildeo
verbal em um relacionamento interpessoal Aleacutem disso a comunicaccedilatildeo eacute um processo
complexo dinacircmico tem uma evoluccedilatildeo natildeo tem iniacutecio e nem fim e se restringe a duas ou
mais pessoas (BROCA FERREIRA 2015) Desse modo os dados da pesquisa evidenciam
que os participantes relataram que a comunicaccedilatildeo eacute importante e se expressa de diferentes
formas e que na HD a natildeo verbal eacute muito mais abrangente E essa comunicaccedilatildeo precisa ser
entendida pelo paciente de modo a proporcionar-lhe acolhimento e a partir de suas
inquietaccedilotildees e queixas o enfermeiro consiga identificar e solucionar os problemas
identificados Portanto eacute vital estreitar estimular e fortalecer a relaccedilatildeo profissional e tambeacutem
emocional entre enfermeiro-paciente para fortalecimento e integraccedilatildeo da assistecircncia de
enfermagem
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a gente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo eacute importante porque tem o que eacute falado e natildeo eacute falado o paciente
crocircnico na convivecircncia a gente pega deles o que geralmente natildeo eacute falado E isso eacute
102
soacute com o tempo mesmo Mas eacute essencial para entender a adesatildeo uma
intercorrecircncia agraves vezes ele natildeo verbaliza soacute se expressa (E11)
A comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute referida como de grande importacircncia no processo
comunicativo pois pode completar uma informaccedilatildeo verbal (afirmando ou rejeitando)
enfatizar contradizer substituir avaliando indiacutecios sobre as emoccedilotildees ou mesmo controlar ou
regular uma relaccedilatildeo de interaccedilatildeo Ao afirmarem que a natildeo verbal eacute muito utilizada por ambos
nas interaccedilotildees pode-se entender que o emissor ao tentar transmitir uma mensagem por meio
de coacutedigos e o receptor natildeo compreender o sentido a que ela se refere poderaacute gerar uma
incongruecircncia no sentido real da comunicaccedilatildeo gerando equiacutevocos entre o emissor e o
receptor
Eacute fato que mesmo na comunicaccedilatildeo verbal o corpo assume uma variedade de posturas
que ajudam a traduzir melhor o significado das palavras que satildeo ditas Para Silva (2015) deve-
se na comunicaccedilatildeo proxecircmica se atentar acirc postura corporal expressotildees corporais
distanciamento entre os corpos pode-se tornar a comunicaccedilatildeo mais efetiva Desta forma um
receptor desatento pode natildeo captar toda a mensagem se natildeo observar aleacutem das palavras do
emissor E para os enfermeiros soacute com o tempo de convivecircncia eacute possiacutevel estabelecer e
identificar esses coacutedigos da HD que satildeo transmitidas e percebidas pelos sentidos corporais
Este fato tem uma relaccedilatildeo direta com os dados do perfil de profissionais em ambos os
cenaacuterios pois nenhum enfermeiro possui menos de dois anos de atuaccedilatildeo na HD desta forma a
expertise permite assim por dizer que este profissional possui habilidades suficientes para
detectar os coacutedigos natildeo verbais Esta habilidade de comunicaccedilatildeo eacute essencial ao profissional
que convive com pacientes sob cuidados na HD independente da aacuterea de formaccedilatildeo
especializada e sim o tempo de convivecircncia e experiecircncia adquiridas neste setor Entretanto
natildeo se pode afirmar que todos os profissionais que atuam nesta aacuterea teratildeo ou desenvolveratildeo
esta habilidade de percepccedilatildeo por meio da comunicaccedilatildeo natildeo verbal
Na atual globalizaccedilatildeo os profissionais estatildeo cada vez mais qualificados e capacitados
do ponto de vista tecnoloacutegico as exigecircncias para se ter atributos e conhecimentos satildeo
impostas devido agraves demandas impostas pelas mudanccedilas sociais e econocircmicas Neste contexto
a busca da produtividade tecnologia e qualidade dos serviccedilos exigindo novos atributos de
qualificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede tambeacutem satildeo impostas no setor de hemodiaacutelise
O papel do enfermeiro natildeo se restringe a executar teacutecnicas e procedimentos de maneira
eficiente e com qualidade mas sim um cuidado abrangente que implica entre outros
aspectos desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo Contudo para que haja eficiecircncia do
103
processo de cuidar eacute necessaacuterio avaliar a qualidade das interaccedilotildees com quem se cuida um ser
humano complexo e indivisiacutevel e que para entendecirc-lo seraacute necessaacuterio o uso da comunicaccedilatildeo
proxecircmica como instrumento do cuidado
Eacute a partir dessa premissa e diante da realidade dos enfermeiros do cenaacuterio da HD que
se reforccedila a importacircncia de que seja discutido entre os profissionais de sauacutede ligados
diretamente agrave assistecircncia ao paciente o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica como um dos mais
importantes aspectos do cuidado de enfermagem os quais vislumbram uma melhor
assistecircncia ao paciente e mudanccedilas em seu espaccedilo do cuidado
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Sentidos do
espaccedilo
Comunicaccedilatildeo
efetiva
O espaccedilo fixo
e semifixo
A comunicaccedilatildeo
proxecircmica no
processo de cuidar
104
E para que haja essas mudanccedilas eacute preciso atentar para fatores como a distribuiccedilatildeo dos
mobiliaacuterios e maquinaacuterios a forma como se posiciona no espaccedilo fiacutesico o uso dos sentidos nas
percepccedilotildees de gestos e expressotildees compreensatildeo do dito e do natildeo dito para uma comunicaccedilatildeo
mais efetiva
Esta Pesquisa apresenta algumas limitaccedilotildees dentre as quais pode se destacar que o
estudo foi realizado em instituiccedilotildees hospitalares puacuteblicas universitaacuterias e algumas conclusotildees
natildeo poderatildeo ser generalizadas e atender as expectativas das cliacutenicas sateacutelites que possuem
perfil de atendimento dos profissionais diferenciada
105
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Nem tudo eacute conclusivo
ldquoO novo natildeo estaacute no que eacute dito mas no acontecimento de sua voltardquo
Michel Foucault
Respondendo aos objetivos propostos deste estudo apoacutes anaacutelise das unidades de
registro com as suas respectivas categorias e com o mapeamento comportamental proxecircmico
fundamentado por Eduard T Hall verificou-se que o enfermeiro na hemodiaacutelise demarca seu
espaccedilo do cuidado como sendo um territoacuterio de invasotildees constantes do espaccedilo iacutentimo e
pessoal mas sempre atento ao uso dos sentidos corporais as accedilotildees satildeo baseadas na
observaccedilotildees e sons emitidos no ambiente e estes potencializam os avanccedilos na interaccedilatildeo para
uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
Comunicar-se aparece sob diferentes aspectos ou significados os quais foram
percebidos ou identificados devido a sua proximidade com os pacientes Para os profissionais
da enfermagem selecionados para a pesquisa a comunicaccedilatildeo ajuda mas depende do
paciente dizem que o paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresas mesmo assim o
processo facilita nos cuidados eacute importante para o paciente e para toda equipe ainda que ele
natildeo queira falar afinal eacute um mundo novo
O enfermeiro informa que o tempo (unidade fundamental de viver) eacute que define
quando se acostuma com a doenccedila que estabelece a relaccedilatildeo com equipe com os outros
pacientes aceitando melhor e descobrindo o que eacute diaacutelise Esse perceber e ficar junto com o
paciente possibilita verificar que eles tecircm vergonha do cateter ou da fiacutestula que se
incomodam quando as pessoas ficam olhando para elas e aos poucos vatildeo se interagindo e
entendendo o tratamento Essa proximidade pode ser considerada como proxecircmica
principalmente pelas limitaccedilotildees do espaccedilo da hemodiaacutelise verificadas no mapeamento
comportamental ambientes fechados escondidos controlados
Estudar comunicaccedilatildeo proxecircmica em espaccedilos diferentes fisicamente pode natildeo ser uma
tarefa faacutecil de realizar caracterizando um desafio da pesquisa entretanto essa opccedilatildeo
possibilitou entender melhor a dinacircmica do movimento dos corpos nos diferentes espaccedilos
propostos por Eduard THall essa opccedilatildeo ajuda nas contribuiccedilotildees dos resultados do objeto e
nas habilidades para realizar o meacutetodo como pesquisadora
Ao elaborar o mapeamento comportamental proxecircmico identifica-se que os espaccedilos
ainda que diferentes com amplitudes e mobiliaacuterios tambeacutem diferentes eacute fundamental a
106
ampliaccedilatildeo dos sentidos para uma accedilatildeo raacutepida durante as interaccedilotildees e intervenccedilotildees mesmo
estando a uma distancia puacuteblica ou social
Entretanto a dificuldade na percepccedilatildeo dos sentidos corporais como elemento da
comunicaccedilatildeo natildeo verbal foi identificada em alguns dos sujeitos por natildeo possuiacuterem
determinados sentidos aguccedilados ou ateacute natildeo entendem o processo com a utilizaccedilatildeo destes
sentidos durante o processo do cuidado A natildeo utilizaccedilatildeo desses sentidos dificulta a
percepccedilatildeo de determinadas situaccedilotildees de dor sofrimento ou alteraccedilotildees fisioloacutegicas Fato que
pode ser equacionado com o primeiro momento quando da interaccedilatildeo da equipe com o
paciente onde todos devem alinhar os pensamentos e procedimentos a serem adotados em
todo o processo do tratamento
Durante o processo de anaacutelise das respostas dos enfermeiros quanto aos
questionamentos realizados foram verificados que alguns elementos dificultam o processo de
utilizaccedilatildeo de uma comunicaccedilatildeo seja ela verbal ou natildeo verbal no atendimento do paciente
quando em tratamento em hemodiaacutelise que satildeo o espaccedilo com as caracteriacutesticas fixas e
semifixas das salas e suas divisotildees a disposiccedilatildeo das maacutequinas a falta de sala para consulta de
enfermagem dificuldade da percepccedilatildeo de alguns enfermeiros com a comunicaccedilatildeo natildeo verbal
O espaccedilo com as disposiccedilotildees dos equipamentos mobiliaacuterios e posicionamento das
equipes de enfermagem dificultam uma visualizaccedilatildeo global dos pacientes em suas maacutequinas
cujos procedimentos poderiam se iniciar com apenas um olhar Os setores de hemodiaacutelise
encontram-se sem padratildeo de infraestrutura fragmentando as salas de hemodiaacutelise natildeo
otimizando o fator humano e o material existente que satildeo escassos
Uma disposiccedilatildeo das maacutequinas em ldquoUrdquo ou em ciacuterculos onde encontrariacuteamos no centro
os enfermeiros com todos os controles dos pacientes escaninhos com prontuaacuterios telefone
computador sem obstaacuteculos para a visualizaccedilatildeo dos pacientes Diante deste cenaacuterio os
enfermeiros estariam mais receptivos para adotarem com mais frequumlecircncia a observaccedilatildeo dos
pacientes de forma mais natildeo verbal diminuindo o constrangimento de alguns por natildeo
quererem mostrar qualquer desconforto em virtude de estarem com outros no mesmo
ambiente
A falta de uma sala para consulta de enfermagem eacute referida como muito importante
pois evita o constrangimento inicial perante outros em tratamento eacute o momento ideal para
aliviar o tratamento que estaacute por vir evitando aquele choque imediato em uma maacutequina
mostrando um atendimento mais humanizado e principalmente a interaccedilatildeo da equipe de
enfermagem com o paciente facilitando o processo da utilizaccedilatildeo da linguagem natildeo verbal
onde podem ser feitos vaacuterios questionamentos quanto as suas reaccedilotildees corporais em resposta a
107
determinados estiacutemulos e estabelecer ateacute coacutedigos entre eles Deve sempre lembrar o
enfermeiro que esse novo ambiente a ser frequumlentado pelo paciente seraacute a sua segunda casa
A humanizaccedilatildeo destes espaccedilos busca permitir ao paciente um melhor conforto fiacutesico e
psicoloacutegico
A distribuiccedilatildeo espacial gera uma seacuterie de comportamentos e praacuteticas inconscientes
Assim sendo os processos de comunicaccedilatildeo de um setor tambeacutem satildeo influenciados por esta
distribuiccedilatildeo Os fluxos de comunicaccedilatildeo ascendente descendente e lateral estatildeo sujeitos a essa
influecircncia Foi possiacutevel perceber como a arquitetura eacute uma variaacutevel na constituiccedilatildeo das
relaccedilotildees dentro do setor de hemodiaacutelise Na relaccedilatildeo entre as estruturas arquitetocircnicas e as
accedilotildees dos indiviacuteduos verifica-se uma interferecircncia nos resultados da comunicaccedilatildeo Sendo
assim ao formular e projetar espaccedilos de trabalho eacute cada vez mais relevante refletir sobre
alguns principais elementos arquitetocircnicos visto que essas escolhas tecircm funccedilotildees objetivas a
cumprir conforme o tipo de ambiente e atividades realizadas nele porque podem influenciar
nas vidas das pessoas gerando percepccedilotildees e sensaccedilotildees
Ficou confirmado que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a
consulta de enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de
satisfaccedilatildeo biopsicossocial destacando que a consulta de enfermagem favorece o
estabelecimento de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e
flexibilidade que proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de
acolhimento favorecendo a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais
efetiva prazerosa respeitando os limites territoriais aceitos socialmente
Ressalta-se que o processo de cuidar natildeo ocorre isoladamente mas por meio de
intencionalidade interaccedilatildeo disponibilidade e confianccedila entre profissional e paciente O
profissional de enfermagem deve ter em sua rotina a praacutetica de promover medidas de
conforto sendo um gestor do cuidado e de emoccedilotildees fazendo com que o paciente se mantenha
interagido com o ambiente fiacutesico e social
A interpretaccedilatildeo do resultado das observaccedilotildees e das entrevistas dos participantes do
estudo possibilitaram inferir que a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade
no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos corporais e a forma como
nos comunicamos A partir da teacutecnica de anaacutelise do conteuacutedo foram encontradas algumas
evidecircncias representadas nas unidades de codificaccedilatildeo e categorias que demarcam o espaccedilo e
suas interaccedilotildees Pode-se entender que o ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer lugar que
o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com o
108
paciente atentando para natildeo violar sua privacidade que no uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio
um fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e
fixas do espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro
Os sentidos do espaccedilo representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com
confianccedila de quem se cuida empatia ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e
formas diferentes de se comunicar eacute expressar arranjos espaciais singulares com fluxo
adequado olhar identificando mudanccedilas no comportamento envolvimento e interesse ouvir eacute
estar atento agrave entonaccedilatildeo da voz aspectos emocionais e comportamentos gestuais tocar eacute
viacutenculo acolhimento sendo que o toque instrumental-afetivo deveraacute evoluir na HD a
memoacuteria olfativa na HD eacute gerada pelos odores corporais e odores ambientais o paladar na
HD eacute alerta de restriccedilotildees alimentares e hiacutedricas do paciente
A comunicaccedilatildeo para os enfermeiros durante o cuidado na HD eacute saber captar as
expressotildees faciais e corporais para um cuidado singular estabelecer coacutedigos de comunicaccedilatildeo
ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando conforto
seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar a qualidade das interaccedilotildees
A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no cuidado e a
comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo de
redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
109
REFEREcircNCIAS
ABIB G Observaccedilatildeo participante em estudos de Administraccedilatildeo da informaccedilatildeo no
Brasil RAE v 53 n 6 p 604-616[online] 2013 [acesso em 13 de marccedilo de 2017]
ABUDERNE P NAISBITT Mega tendecircncias para as mulheres Traduccedilatildeo de Magda
Lopes ndash Rio de janeiro Rosa dos Tempos 1993
ALVES S FRANCO S CASTANtildeER M CAMERINO O HILENO R RODRIGUES J
El anaacutelisis de la comunicacioacuten paraverbal cineacutesica y proxeacutemica de los instructores de fitness
mediante patrones temporales (T-patterns) Cuad psicol deporte 15(1) 111-122 ene-jun
2015 ilus tab| IBECS | ID ibc-138318
ANGROSINO M Etnografia e observaccedilatildeo participante Coleccedilatildeo Pesquisa Qualitativa
Bookman Editora 2009
AZEVEDO AL et al Communication of nursing students in listening to patients in a
psychiatric hospital Escola Anna Nery v 21 n 3 2017
AZEVEDO AL ARAUacuteJO STC VIDAL VLL How nursing students perceive
communication with patients in mental health RevActa paul enferm vol28 no2 - Satildeo
Paulo MarApr 2015
BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Ed Revista e ampliada Lisboa Ediccedilotildees 70 2011
BENNER PE TANNER CA CHESLA CA Expertise in nursing practice Caring
clinical judgment and ethics Springer Publishing Company 2009
BITTENCOURT GKGD CROSSETTI MGO Habilidades de pensamento criacutetico no
processo diagnoacutestico em enfermagem Rev esc enferm USP [online] 2013 vol47 n2
pp341-347 ISSN 0080-6234 httpdxdoiorg101590S0080-62342013000200010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedila cardiovascular
cerebrovascular e renal crocircnica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 14 Brasiacutelia-DF Ministeacuterio da Sauacutede 2006
110
_______ Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador de Doenccedila Renal
Portaria Nordm 1168GM em 15 de junho de 2004 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesportaria_1168_achtm Acesso em 29072016
________ Ministeacuterio da sauacutedeOrganizaccedilatildeo da linha de cuidado da pessoa com Doenccedila
Renal Crocircnica (DRC) Portaria Nordm 389 de 13 de marccedilo de 2014 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2014prt0389_13_03_2014html Acesso em
29072016
________ Misteacuterio da Sauacutede Plataforma Brasil Disponiacutevel em
httpwwwsaudegovbrplataformabrasil acesso em 03032016
________ Ministeacuterio da Sauacutede Portal do Datasus Disponiacutevel em
lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=01gt Acesso em 31072016
________ Resoluccedilatildeo da diretoria colegiada- RDC Nordm 154 de 15 de junho de 2004
Estabelece o Regulamento Teacutecnico para funcionamento dos Serviccedilos de Diaacutelise Disponiacutevel
em wwwsaudemggovbr rsaquo Acesso em 15082016
_________ Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada - RDC ndeg 11 de 13 de marccedilo de 2014 Dispotildee
sobre os Requisitos de Boas Praacuteticas de Funcionamento para os Serviccedilos de Diaacutelise e daacute
outras providecircncias Acesso em 15082016 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisanvisa2014rdc0011_13_03_2014pdf
________ Conselho Nacional de Sauacutede - CNS Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de
2012 Disponiacutevel em httpwwwconselhosaudegovbrresolucoes2012Reso466pdf
acesso em 160314
BOLLNOW O F O homem e o espaccedilo Curitiba Editora UFPR 2008
BORGES FILHO O Espaccedilo e literatura introduccedilatildeo agrave topoanaacutelise Satildeo Paulo Ribeiratildeo
Graacutefica e Editora 2007
BOSI MLM Pesquisa qualitativa em sauacutede coletiva panorama e desafios Ciecircnc Sauacutede
Coletiva 2012 17575-86
BROCA PV FERREIRA MA Equipe de enfermagem e comunicaccedilatildeo contribuiccedilotildees para o
cuidado de enfermagem Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 02 de marccedilo de
2016]65(1)97-103 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n114pdf
111
BROCA PV FERREIRA MA Nursing staff and nonverbal communication Rev Reme
min enferm 18(3)697-702jul-set 2014
BROCA PV FERREIRA MA Processo de comunicaccedilatildeo na equipe de enfermagem
fundamentado no diaacutelogo entre Berlo e King Rev Esc Anna Nery 201519(3)467-474
BROCA PV FERREIRA MA Action plan for the communication process in a nursing team
Acta Scientiarum Health Sciences Maringaacute v 38 n 1 p 23-31 Jan-June 2016
BRUNI A Ensentildeanza de las competencias cineacutesica y proseacutemica a estudiantes de lenguas
extranjeras Nuacutecleo [online] 2011 vol23 n28 [acesso 2015 maio 06] pp 91-
114Disponiacutevelemlthttpwwwscieloorgvescielophpscript=sci_arttextamppid=S079897842
011000100004amplng=esampnrm=isogt ISSN 0798-
CAMELO S H H Competecircncia profissional do enfermeiro para atuar em Unidades de
Terapia Intensiva uma revisatildeo integrativa Revista Latino-Americana de Enfermagem v
20 n 1 p 192-200 2012
CAMERON LE ARAUacuteJO STC Visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo na assistecircncia em
enfermagem traumato-ortopeacutedica Rev Esc Enferm USP 2011 [online 45(1)95-9
[Disponiacutevel em] wwweeuspbrreeusp
CAVALCANTE RB CALIXTO P PINHEIRO MMK Anaacutelise de conteuacutedo consideraccedilotildees
gerais relaccedilotildees com a pergunta de pesquisa possibilidades e limitaccedilotildees do meacutetodo Inf amp
Soc Est Joatildeo Pessoa v24 n1 p 13-18 janabr 2014
CHEEVER KH HINKLE J L Brunner amp Suddarth Tratado de Enfermagem Meacutedico-
Ciruacutergica - 2 vols13ordf ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2015
CHERCHIGLIA ML et al Determinants of expenditures on dialysis in the Unified National
Health System Brazil 2000 to 2004 Cad Sauacutede Puacuteblica [online] 2010 vol26 n8
pp1627-1641 ISSN 1678-4464 Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0102-
311X2010000800016
CHOI ES LEE J Effects of a face-to-face self-management programo n knowledge self-
care practice and kidney function in patients with chronic kidney disease before the renal
replacement therapy Journal of Korean Academy of Nursing v42 n7 p 1070-78 2012
112
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem Anaacutelise de dados dos profissionais de
enfermagem existentes nos Conselhos Regionais Marccedilo de 2011 Disponiacutevel em
httpwwwportalcofengovbrsitenovositesdefaultfilespesquisaprofissionaispdf acesso
em 06052016
_______- Conselho Federal de Enfermagem Lei Cofen nordm 749886 Regulamentaccedilatildeo do
exerciacutecio de enfermagem Disponiacutevel em httpwwwportalcofengovbr
Site2007materiasaspArticleID=22ampsectionID=35 Acesso em 05082017
COSTA LRG NOVAES MR FERNANDES SEF LUNA LCG ALEXANDRE CS
Avaliaccedilatildeo do risco de doenccedila renal crocircnica em uma amostra populacional de diabeacuteticos Rev
Ciecircnc Sauacutede Nova Esperanccedila ndash Jun 201412(1) Disponiacutevel em
httpwwwfacenecombrwp-contentuploads201011AvaliaC3A7C3A3o-do-risco-
de-doenC3A7a-renal-crC3B4nicapdf Acesso em29072016
COSTAISR Food to memory kitchen representation in the lyric Lucia Maria Dal Farra
Rev Topus 2014 Disponiacutevel em
wwwrevistatopuscombrenenviados201654211110Acesso em23082017
CROSSETTI MGO BITTENCOURT GKGD LIMA AAA GOacuteES MGO SAURIN
Structural elements of critical thinking of nurses in emergency care Rev Gauacutecha Enferm
2014 set35(3)55-60 [on-line ]
Disponiacutevel em wwwseerufrgsbrrevistagauchadeenfermagem
CUNHA ACC SPANHOL CID Lideranccedila feminina caracteriacutesticas e importacircncia agrave
identidade da mulher Rev Saber Humano - Ano 4 nuacutemero 5 - 2014 ISSN 2178-7689
DESLAURIERS JP KEacuteRISIT M O delineamento de pesquisa qualitativa In POUPART
J e al A pesquisa qualitativa enfoques epidemioloacutegicos e metodoloacutegicos Petroacutepolis RJ
Vozes 2008p 127-153
FARIAS L M et al Comunicaccedilatildeo proxecircmica entre a equipe de enfermagem e o receacutem-
nascido na unidade neonatal Rev RENE Fortaleza v 11 n 2 p 37-43 abrjun 2010
Disponiacutevel em httpwwwrepositorioufcbrbitstreamriufc1466312010_art_lmfariaspdf
Acesso em 31 de julho de 2016
FERNANDES M CRUZ L Adesatildeo ao regime terapecircutico da pessoa em iniacutecio de
hemodiaacutelisendashintervenccedilatildeo do enfermeiro CIAIQ v 2 2017
FORMOZO GA et al As relaccedilotildees interpessoais no cuidado em sauacutede uma aproximaccedilatildeo ao
problema Revista Enfermagem UERJ v 20 n 1 p 124-127 2012
113
FRANCO RF STRALEN CJV The living space and its importance for the production of
subjectivity Psicologia em Revista Belo Horizontev18n3-402-419dez 2012
FURTADO AMO SOUZA SROS OLIVEIRA BL GARCIA CN El enfermero
asistencial y educador en una unidad de trasplante renal un desafio Enfermeriacutea Global vol
11 nuacutem 3 julio 2012 pp 346-350 Universidad de Murcia Murcia Espantildea
GALVAtildeO MTG PAIVA SS SAWADA NO PAGLIUCA LMF Anaacutelise da
comunicaccedilatildeo proxecircmica com portadores de hivAIDS Rev latino-am enfermagem 2006
julho-agosto 14(4) Disponiacutevel em wwweerpuspbrrlae Acesso em 121113
GEERTZ C A interpretaccedilatildeo das culturas - led ISreimpr - Rio de Janeiro LTC 2008
GIBBS G El anaacutelisis de datos en investigacioacuten cualitativa Ediciones Morata 2012
GRUBA C et al Processo de territorializaccedilatildeo e mapeamento em saude da familia Revista
do Curso de Enfermagem v 3 n 3 2015
HALL E T A Dimensatildeo ocultaTraduccedilatildeo Waldeacuteia Barcellos 1ordf ediccedilatildeo Ed Martins Fontes
Satildeo Paulo 2005
HELLER E A psicologia das cores como as cores afetam a emoccedilatildeo e a razatildeo [Traduccedilatildeo
Maria Luacutecia Lopes da Silva] 1 Ed Satildeo Paulo Gustavo Gili 2013
HORIGAN AE SCHNEIDER SM DOCHERTY S BARROSO J The experience and
self-management of fatigue in patients on hemodialysis Nephrol Nurs J [acesso em
27022016] v 40 n2 p113-22 marabr 2013 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
HUELGAS RG CASTELAO AM ARTOLA S GOacuteRRIZ JL MENEacuteNDEZ E Documento
de Consenso sobre el tratamiento de la diabetes tipo 2 en el paciente con enfermedad renal
crocircnica Nefrologiacutea (Madr) vol34 no1 Santander 2014 [acesso 2015 maio 05] Disponiacutevel
em httpdxdoiorg103265Nefrologiapre2013Nov12369
KNAPP ML HALL JA Comunicaccedilatildeo natildeo-verbal na interaccedilatildeo humana [Traduccedilatildeo
Barros MAL] ndash Satildeo Paulo JSN editora 1999
114
LANZONI GMM et al Interaccedilotildees no ambiente de cuidado explorando publicaccedilotildees de
enfermagem Rev bras enferm vol64 no3 Brasiacutelia MayJune 2011 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg101590S0034-71672011000300024 Acesso em 160816
LIM CHI EUNG DANFORN NG RACHEL W C CHENG NGA CHONG
LISA CIGOLINI MARIA KWOK CANNAS BRENNAN FRANK Advance care
planning for haemodialysis patients Cochrane Database Syst Rev 7 CD010737 2016 Jul
26| MEDLINE | ID mdl-27457661
LUumlDKE M ANDREacute MEDA Pesquisa em educaccedilatildeo abordagens qualitativas 2ordf ed
Satildeo Paulo EPU 2013
LUZ GM KUHNEN A O uso dos espaccedilos urbanos pelas crianccedilas explorando o
comportamento do brincar em praccedilas puacuteblicas Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica 263 (2013)
[acesso em 09 de abriel de 2016] 552-560 Disponiacutevel em
httpwwwredalycorgarticulooaid=18828877015
MACEDO SM SENA MCS MIRANDA KCL Consulta de enfermagem ao paciente
com HIV perspectivas e desafios sob a oacutetica de enfermeiros Revista Brasileira de
Enfermagem v 66 n 2 2013
MARCONI M A LAKATOS E M Fundamentos de Metodologia cientiacutefico 7ordm ed
Atlas 2011
MARTINS C RIELLA MC Nutriccedilatildeo e o Rim2ordf ediccedilatildeo - Guanabara Koogan 2013
MASSOCO ECP MELLEIRO MM Comunicaccedilatildeo e seguranccedila do paciente percepccedilatildeo dos
profissionais de enfermagem de um hospital de ensino Rev REME Rev Min Enferm 2015
abrjun 19(2) 187-191
MEDEIROS AJS MEDEIROS EMD Desafios do tratamento hemodialiacutetico para o portador
de insuficiecircncia renal crocircnica e a contribuiccedilatildeo da enfermagem Revista brasileira de
educaccedilatildeo e sauacutede v 3 n 1 2013
MENEZES FG BARRETO DV ABREU RM ROYEDAF PECOITS FILHO RF
Panorama do tratamento hemodialiacutetico financiado pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede - Uma
perspectiva econocircmica Rev J Bras Nefrol 201537(3)367-378
MENON Daniele MARTINS Andreia Pereira DYNIEWICZ Ana Maria Condiccedilotildees de
conforto do paciente internado em UTI neonatal Sauacutede v 1 n 1 2014
115
MINAYO MCS O desafio do conhecimento-Pesquisa qualitativa em sauacutede 13ordf Ed Satildeo
Paulo Hucitec Rio de Janeiro (RJ) Abrasco 2013
MINAYO MCS ASSIS SG SOUZA ER Avaliaccedilatildeo por triangulaccedilatildeo de meacutetodos
Abordagem de Programas Sociais Rio de janeiro Editora FioCruz 244 pp ISBN 85-
89697-06-1 3ordf reimpressatildeo 2010
MOURA L PRESTES IV DUNCAN B B Schmidt MI Building a national database
of patients receiving dialysis on the Brazilian Unified Health System 2000-2012 Rev
Epidemiol Serv Sauacutede v23 n2 Brasiacutelia jun 2014 Disponiacutevel em
httpdxdoiorg105123S1679-49742014000200004 Acesso em 31 de julho de 2016
MOURAtildeO CML ALBUQUERQUE MAS SILVA APS OLIVEIRA MS
FERNANDES AFC Comunicaccedilatildeo em enfermagem uma revisatildeo bibliograacutefica Rev rene
fortaleza v 10 n 3 p 139-145 julset2009
NERY I S GOMES I S MORAES S D S VIANA L M M Percepccedilatildeo de enfermeiras
sobre as relaccedilotildees interpessoais na consulta de enfermagem Revista de Enfermagem da
UFPI v 1 n 1 2012
NUNTABOOT KHANITTA Actual Nursing Competency among Nurses in Hospital in
Vietnam International Scholarly and Scientific Research amp Innovation 10(3) 2016
Disponiacutevel em wasetorgPublicationactual-nursingnurses-inin10004833 Acesso em
05082017
OLIVEIRA MB Aplicado ao projeto arquitetocircnico Da concepccedilatildeo agrave apresentaccedilatildeo de
projetos Editora Novatec 2015
OLIVEIRA S K P QUEIROZ A P O MATOS D P M MOURA A F LIMA
FET (2012) Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da literatura
Revista Brasileira de Enfermagem REBEn 65(1) 155 - 161 Acedido a 18052013
Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-
71672012000100023amplng=enampnrm=isoamptlng=PT
OLIVEIRA SKP et al Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da
literatura Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012
116
PERUSSO IAO Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador da Doenccedila Renal Dissertaccedilatildeo de
mestrado - (Universidade Federal de Pernambuco 2013-08-30) Disponiacutevel em
httprepositorioufpebrhandle12345678911450 acesso em 10052017
PESSOA NRC LINHARES FMP Hemodialysis patients with arteriovenous fistula
knowledge attitude and practice Rev Esc Anna Nery vol19 no1 Rio de
Janeiro JanMar[Internet] 2015[acesso em 10 de marccedilo de 2017] 19(1)73-79 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg1059351414-814520150010
PIESZAK GM TERRA MG NEVES ET PIMENTA LF PADOIN SMM RESSEL LB
Percepccedilatildeo dos profissionais de enfermagem acerca do cuidar em centro obsteacutetrico Rev Rene
2013 14(3)568-78
POTT FS STAHLHOEFER T FELIX JVC MEIER MJ Medidas de conforto e
comunicaccedilatildeo nas accedilotildees de cuidado de enfermagem ao paciente criacutetico Rev Bras Enferm
Brasiacutelia 2013 mar-abr 66(2) 174-9
PROCHET TC SILVA MJP Fatores ambientais como coadjuvantes na comunicaccedilatildeo e no
cuidar do idoso hospitalizado Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 08 de abril de
2016]65(3)488-94 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n3v65n3a14pdf
PROCHET TC SILVA MJP Proxecircmica as situaccedilotildees reconhecidas pelo idoso
hospitalizado que caracterizam sua invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial Texto amp Contexto
Enfermagem v17 n2 p321-326 2008 Disponiacutevel em HTTPdxdoiorg10159050104-
070720080002000014 Acesso em05102012
PUGGINA AC et al Percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo e necessodades dos familiares em
Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Anna Nery Enferm 18 (2)283-283 Apr-Jun2014
REBOUCcedilAS CBA PAGLIUCA LMF RODRIGUES JUacuteNIOR JC OLIVEIRA
GOB ALMEIDA PC El anaacutelisis comparativo de la comunicacioacuten no verbal entre enfermero
y paciente ciego Index enferm 24(3) 134-138 jul-sept 2015 IBECS | ID ibc-142698
RODRIGUEZ PA GARREOLMO J FRANCH NJ DIEZ EJ MUNDETTX BARROT
PJ et al Prevalence of chronic kidney disease in patients with type 2 diabetes in Spain
Percedime 2 study BMC Nephrol 20131446
RODRIGUES Fernando de Assis SANTANA Ricardo Cesar Gonccedilalves Restriccedilotildees
tecnoloacutegicas e de acesso a dados disponiacuteveis sobre destinos de repasses financeiros federais
117
para a sauacutede puacuteblica em ambientes informacionais digitais XIII Encontro Nacional de
Pesquisa em Ciecircncia da Informaccedilatildeo - 2013
SANTOS AR Metodologia cientiacutefica Construccedilatildeo do conhecimento ndash 8ordf Ed revisada
conforme NBR147242011 Rio de Janeiro Lamparina 2015
SAVI A E RECH G RF Apropriaccedilatildeo Espacial Das CrianccedilasndashUm estudo ergonocircmico no
paacutetio escolar Estudos em Design v 23 n 3 p 1-14 2015
SCHIMIDT TCG Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso hospitalizado Tese de
(Doutorado) ndash Universidade de Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Enfermagem Satildeo Paulo 2012
SCHIMIDT TCG YEDA YAO SILVA MJP Avaliaccedilatildeo mediata na replicaccedilatildeo do
Programa de Capacitaccedilatildeo em Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal em Gerontologia Rev esc enferm
USP [internet] [acesso em 13 de abril de 2016] vol49 no2 Satildeo Paulo marabr 2015
[Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0080-623420150000200017]
SCHIMIDT TCG SILVA MJP Reconhecimento dos aspectos tacecircsicos para o cuidado
afetivo e de qualidade ao idoso hospitalizadoRev esc enferm USP[internet] [acesso
em13 de abril de 2016] vol47 no2 Satildeo Paulo abr 2013 [httpdxdoiorg101590S0080-
62342013000200022
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Influecircncia das caracteriacutesticas fiacutesicas humanas na
comunicaccedilatildeo do profissional das sauacutede com o idoso REMErevminenferm17(3)510-
516jul-set2013 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfreeuspv46n312pdf Acesso
em15072015
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Proxecircmica e cineacutesica como recursos comunicacionais
entre o profissional de sauacutede e o idoso hospitalizado RevenfermUERJ 20(3)349-354 jul-
set 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_nlinksamppid=S0034-
7167201400060092800012amplng=en Acesso em 15072015
SESSO RC LOPES AA THOMEacute FS LUGON JR MARTINS CT Inqueacuterito
Brasileiro de Diaacutelise Crocircnica 2014 Rev J Bras Nefrol 201638(1)54-61
SHAUGHNESSY J ZECHMEISTERE ZECHMEISTERJ Research Methods in
Psychology Mc Graw-Hill Eduaction 10ordf edition 2014
118
SILVA MJP A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da enfermagem Capiacutetulo 4 Pag
50 a 64 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
SILVA MJP Comunicaccedilatildeo tem remeacutedio a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees interpessoais em
sauacutede 10ordfed Satildeo Paulo (SP) Loyola 2015
SILVA Larissa Gutierrez da MATSUDA Laura Misue WAIDMAN Maria Angeacutelica
Pagliarini The structure of a public emergency care service from the workers view
perspectives on quality Texto amp Contexto-Enfermagem v 21 n 2 p 320-328 2012
SILVA MAM PINHEIRO KB SOUZA AMA MOREIRA ACA Health promotion in
hospital settings Revista Brasileira de Enfermagem 64 (3)596-599 2011
SILVA TM RAQUEL MPS ALVESCS PAZ JSM ALTERACcedilAtildeO NO PALADAR
DE IDOSOS E SUAS REPERCUSSOtildeES NUTRICIONAIS Anais do 4ordm Congresso
Internacional de Envelhecimento Humano 2015
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC) SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA) VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010 95(1 supl1) 1-51)
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (SBN) Censo de diaacutelise SBN
2014Disponiacutevel em http wwwsbnorgbrpdfpublico2012pdf Acesso em 15062016
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM EM NEFROLOGIA (SOBEN)
Disponiacutevel emwwwsbnorgbrpdfcenso_2014_publicopdf acesso em 06022016
STAKE RE REIS K Pesquisa qualitativa estudando como as coisas funcionam Porto
Alegre (RS) Penso 2011
STEFANELLI MC CARVALHO EC A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da
enfermagem 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
STRAUSS AL CORBIN J Pesquisa Qualitativa Teacutecnicas e Procedimentos para o
Desenvolvimento de Teoria Fundamentada 2ordf ed Porto Alegre Artmed 2008
TEIXEIRA Maria Cristina Triguero Veloz et al Protective factors associated with emotional
and behavioral problems in school children Estudos de Psicologia (Campinas) v 31 n 4
p 539-548 2014
119
TERRA AC VAGHETTI HH Proxemics communication in nursing work an integrative
literature review Cienc enferm vol20 no1 Concepcioacuten abr 2014
TERRA AC Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de enfermeiros
hospitalares Dissertaccedilatildeo de (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande Escola de
Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Rio Grande 2013
TONG A FLEMMING K MCINNES E OLIVER S CRAIG J Enhancing transparency in
reportingthe synthesis of qualitative research ENTREQ BMC Med Res Methodol
[internet] 2012 [acesso em 10 de abril de 2016]12181-8 [Disponiacutevel em
httpbmcmedresmethodolbiomedcentralcomarticles1011861471-2288-12-181
UNITED STATES RENAL DATA SYSTEM (USRDS) Annual Data Report National
Institutes of Health National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases
Bethesda 2014
VALADARES GV VIANA LO O Processo de formaccedilatildeo na especialidade a partir da
experiecircncia do enfrentamento do conhecimento novo Rev Cogitare Enferm 2009 [acesso
em 08042016] AbrJun 14(2)379-83 Disponiacutevel em
httprevistasufprbrcogitarearticleviewFile1566810409
VASCONCELOS SG Comunicaccedilatildeo entre matildee-filho em alojamento conjunto a luz dos
fatores proxecircmicos Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Cearaacute UFC Universidade federal do Cearaacute
2006
YANG YI BAKER S KANNAN A RAMANAN D Recognizing proxemics in personal
photos Computer Vision and Pattern Recognition (CVPR) [internet] 2012 [acesso
em24052016] IEEE Conference on IEEE[internet] 2012
Disponiacutevelemhttpieeexploreieeeorgxplloginjsptp=amparnumber=6248095ampurl=http3
A2F2Fieeexploreieeeorg2Fxpls2Fabs_alljsp3Farnumber3D6248095
ZANARDO GM ZANARDO GM KAEFER CT Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de
Enfermagem Revista Contexto amp Sauacutede Ijuiacute bull v 10 bull n 20 bull JanJun 2011 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
120
APENDICE
15
APEcircNDICE A Termo de Consentimento do HUCFF e HUPE
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
121
16
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga
FilhoHUCFFUFRJ ndash R Prof Rodolpho Paulo Rocco ndeg 255 ndash Cidade UniversitaacuteriaIlha do
Fundatildeo - Sala 01D-461deg andar - pelo telefone 3938-2480 de segunda a sexta-feira das 8 agraves
15 horas ou atraveacutes do e-mail cephucffufrjbr
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
122
17
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
123
18
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Pedro
ErnestoHUEPUERJ ndash Rua Boulevard nordm 28 de setembro 77 - Vila Isabel Cep 20551-
030 - Rio de Janeiro ndash RJ Teacuterreo do HUPE Tels 2868-8253 e-mail cep-hupeuerjbr
Atendimento de segunda-feira a sexta-feira das 0900-1200h e 1300-1700h
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
124
19
APEcircNDICE B IDENTIFICACcedilAtildeO DOS SUJEITOS
Coacutedigo de identificaccedilatildeo ________________ Idade______________________
Sexo ( ) F ( ) M
Data ______________
Dados Profissionais
1Tempo de atuaccedilatildeo como enfermeiro________________________
2 Tempo de atuaccedilatildeo na nefrologia__________________________
3 Funccedilatildeo ( ) chefia ( ) assistecircncia ( ) chefiaassistecircncia
4 Haacute quanto tempo_________________________________________
5 Trabalha em outra instituiccedilatildeo com esta pacientela
( ) sim ( ) natildeo
6CapacitaccedilatildeoAperfeiccediloamento realizados apoacutes a graduaccedilatildeo
( ) sim ( ) natildeo
QualQuais
Contatos
Telefone___________________________________
Endereccedilo eletrocircnico___________________
125
20
APEcircNDICE C ndash QUESTOtildeES NORTEADORAS DE ENTREVISTA
Coacutedigo de identificaccedilatildeo________________________________
Data___________ Iniacutecio________________Teacutermino__________________
1 Identifique no mapeamento comportamental sua localizaccedilatildeo nos diferentes momentos
do cuidado
2 Quais as dificuldades e facilidades do ambiente para auxiliar na comunicaccedilatildeo durante
o cuidado (Mobiliaacuterio iluminaccedilatildeo biombos cadeiras maacutequina de diaacutelise poltronas
de HD posto de enfermagem bancada de preparaccedilatildeo de medicamentos balanccedila sala
de curativos pia para lavagem da fistula)
3 Identifique os diferentes sentidos corporais com as distacircncias mantidas durante o
cuidado intima pessoal social puacuteblica
4 Explique como a postura corporal do profissional pode ser avaliada favoravelmente
pelo paciente (de peacute sentado ombro a ombro de costas de frente)
5 Qual a sua percepccedilatildeo sobre a importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente na hemodiaacutelise
126
58
APEcircNDICE D Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado natildeo participante Coacutedigo de identificaccedilatildeo do sujeito______________________
Dados de identificaccedilatildeo do paciente
Coacutedigo do paciente
Data de nascimento Sexo Dia da semana Inicio da HD no setor
Fatores
proxecircmicos
Situaccedilatildeo
Tempo
de
duraccedilatildeo
Posiccedilatildeo Distacircncia Tom de voz Eixo dos
Interlocutor
es
Comportamento
de contato
Contato
visual
Comunicaccedilatildeo
verbal
Impressotildees da
pesquisadora
( )de peacute
( )sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( ) outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
127
82
ANEXO
128
82
ANEXO A ndashFolha de rosto da Plataforma Brasil
129
82
ANEXO B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia do HUPE
130
82
ANEXO C ndash Declaraccedilatildeo de coparticipante do HUCFF
83 131
82
ANEXO D- Parecer do EEANHESFA
132
82
ANEXO E- Parecer do HUCFFUFRJ
133
82
ANEXO F - Parecer do HUPE UERJ
134
6
Profordf Drordf Glaucia Valente Valadares pelas inuacutemeras contribuiccedilotildees que me ajudaram a
organizar meus pensamentos crescer aprender refletir e acima de tudo percorrer esse
caminho com seguranccedila
Profordf Drordf Marta Sauthier desde a graduaccedilatildeo acompanhou minha busca pelo
conhecimento e sei que sempre torceu por mim Seus olhos dizem tudo quando a vejo minha
eterna admiraccedilatildeo
Profordf Drordf Maria Juacutelia Paes da Silva que com muita luz e paz sempre esteve
acompanhando e torcendo pelas minhas conquistas
Aos membros do Grupo de Pesquisa Comunicaccedilatildeo de Enfermagem Hospitalar -
Pacientes de Alta Complexidade (CEHCAC) esta oportunidade de fazer parte de um grupo eacute
muito enriquecedor pois cada um traz consigo experiecircncias uacutenicas que ao somaacute-las faz a
diferenccedila de uma grande equipe
Agrave amiga Maria de Faacutetima Pinto Silva do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa por estar
sempre disponiacutevel a me auxiliar durante os tracircmites de submissatildeo do projeto ao comitecirc
Sempre atenciosa nas orientaccedilotildees eacute um exemplo de mulher matildee e profissional muita
dedicaccedilatildeo em tudo que faz Eu te adoro Fafa
Ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo da Escola de Enfermagem Anna Nery pela constante
disponibilidade e pelos oportunos esclarecimentos sempre prestados com carinho zelo e
dedicaccedilatildeo
Agrave equipe da Biblioteca da EEAN pelos vaacuterios momentos de compartilhamentos de
saberes e pelas ajudas prestadas
7
RESUMO
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Os sentidos do espaccedilo e
dos corpos na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo proxecircmica da enfermagem com o paciente
renal Tese (Doutorado em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Anna Nery Universidade
Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2017
Objeto do estudo a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro frente ao paciente portador de
Doenccedila Renal Crocircnica na Hemodiaacutelise (HD) Objetivos do estudo caracterizar o
conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de
Enfermagem na Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como
elemento essencial na qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir o ambiente da
sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo do cuidado Metodologia
estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa por meio do meacutetodo etnograacutefico
O cenaacuterio foram duas unidades de Nefrologia localizadas no municiacutepio do Rio de Janeiro
sendo estes Hospitais Universitaacuterios Os participantes da pesquisa foram 12 enfermeiros do
setor de nefrologia que atuam no cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise Os dados foram
captados por meio de observaccedilatildeo sistematizada participante atentando para os itens
proxecircmicos e entrevista gravada com questotildees semiestruturadas A anaacutelise temaacutetica a partir
dos depoimentos dos participantes baseando-se em Bardin (2011) triangulados com os itens
observados resultou nas categorias o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo e no mapeamento comportamental proxecircmico da enfermagem e cliente
durante a hemodiaacutelise Resultados O ambiente do cuidado em HD eacute demarcado pelo uso dos
espaccedilos iacutentimo e pessoal na execuccedilatildeo de procedimentos e pelas interaccedilotildees com o paciente A
posiccedilatildeo do mobiliaacuterio centralizado e equidistante do posto de enfermagem determinou uma
proxemia mais pessoal visto que tudo estava centralizado e exigiu pouco distanciamento da
equipe de enfermagem durante o cuidado A atuaccedilatildeo puacuteblica estaacute definida pela maior
distacircncia na disposiccedilatildeo dos mobiliaacuterios em relaccedilatildeo ao posto de enfermagem pois isso tambeacutem
interfere na proxemia da equipe e consequentemente na comunicaccedilatildeo deste com o cliente
Em ambos os cenaacuterios pesquisados os sentidos do espaccedilo evidenciaram que a posiccedilatildeo
corporal pessoal eacute necessaacuteria e influencia na interaccedilatildeo pode transmitir confianccedila a quem se
cuida e empatia para compartilhar emoccedilotildees Discussatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao
qual existe uma triacuteade no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos
corporais e a forma como nos comunicamos O ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer
lugar o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com
o paciente atentando para natildeo violar sua privacidade o uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio um
fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e fixas do
espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro Os sentidos do espaccedilo
representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com confianccedila de quem se cuida empatia
ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e formas diferentes de se comunicar eacute
expressar arranjos espaciais singulares com fluxo adequado estabelecer coacutedigos de
comunicaccedilatildeo ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando
conforto seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar quanto agrave qualidade das
interaccedilotildees Conclusatildeo Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade no
processo de cuidar o espaccedilo fiacutesico-ambiente com o uso dos sentidos corporais e a forma
8
como nos comunicamos A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no
cuidado e a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo
de redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
Palavras Chaves Proxecircmica diaacutelise renal relaccedilotildees interpessoais cuidados de enfermagem
9
ABSTRACT
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 The senses of space and
bodies in hemodialysis the proxemic communication of nursing with the renal patient Thesis
(Doctorate in Nursing) - Anna Nery School of Nursing Federal University of Rio de Janeiro
Rio de Janeiro 2017
Purpose of the study the Proxemic Communication of the nurse in front of the patient with
Chronic Renal Disease in Hemodialysis (HD) Objectives of the study to characterize the
knowledge of nurses on Proxemic Communication in the context of Nursing care in
Hemodialysis to evaluate the importance of Proxemic Communication as an essential
element in the quality of interaction and care provided discuss the environment of the
hemodialysis room and its strategies for demarcating the care space Methodology an
exploratory descriptive study with a qualitative approach using the ethnographic method
The research was based on two Nephrology units located in the city of Rio de Janeiro these
University Hospitals Participants in the study were 12 nurses from the nephrology sector who
work on patient care during hemodialysis Data were collected through systematic observation
of the participant considering the proxemic items and recorded interview with semistructured
questions The thematic analysis from the participants statements based on Bardin (2011)
triangulated with the observed items resulted in the categories the nursing care environment
in hemodialysis senses of the space of care in hemodialysis production of nurses knowledge
about communication and on the proxemic behavioral mapping of nursing and clients during
hemodialysis Results The HD care environment is marked by the use of intimate and
personal spaces in the execution of procedures and by interactions with the patient The
position of the furniture centralized and equidistant from the nursing station determined a
more personal proxemia since everything was centralized and required little distance of the
nursing team during the care The public performance is defined by the greater distance in the
disposition of the furniture in relation to the nursing station as this also interferes in the
proxemia of the team and consequently in the communication of this with the client In both
scenarios the senses of space showed that personal body position is necessary and influences
the interaction it can transmit confidence to those who care and empathy to share emotions
Discussion Proxemic Communication is one to which there is a triad in the process of caring
with the physical space with the use of the bodily senses and the way we communicate The
HD care environment is everywhere the use of intimate and personal spaces is for performing
procedures and interactions with the patient taking care not to violate their privacy the use of
social space requires a more efficient flow of communication without interference from the
semi-fixed and fixed characteristics of the space and this is centralized for the nurse The
senses of space represent that it is necessary to have a good interaction with the confidence of
those who care empathy in sharing emotions knowing that there are different habits and
ways of communicating is to express singular spatial arrangements with adequate flow
establish communication codes have communication skills maintain the different distances
providing comfort security and privacy share emotions attention to the quality of the
interactionsConclusion Proxemic communication is one to which there is a triad in the
caring process the physical-environmental space with the use of the bodily senses and the
way we communicate The discussion about the space of work the senses involved in care
and communication in relationships should be constantly promoted with the goal of
redesigning the processes of care What does not add value should be withdrawn for nursing
professionals to optimize their efforts
Keywords Proxemics renal dialysis interpersonal relations nursing care
10
RESUMEN
MOREIRA Alessandra Guimaratildees Monteiro Rio de Janeiro 2017 Los sentidos del espacio
y de los cuerpos en hemodiaacutelisis la comunicacioacuten proxeacutemica de la enfermeriacutea con el paciente
renal Tesis (Doctorado en Enfermeriacutea) - Escuela de Enfermeriacutea Anna Nery Universidad
Federal de Riacuteo de Janeiro Riacuteo de Janeiro 2017
Objeto de estudio la Comunicacioacuten Proxeacutemica del enfermero frente al paciente portador de
Enfermedad Renal Croacutenica en la Hemodiaacutelisis (HD) Objetivos del estudio caracterizar el
conocimiento de los enfermeros sobre Comunicacioacuten Proxeacutemica en el contexto del cuidado de
Enfermeriacutea en la Hemodiaacutelisis Evaluar la importancia de la Comunicacioacuten Proxeacutemica como
elemento esencial en la calidad de la interaccioacuten y del cuidado otorgado Discutir el ambiente
de la sala de hemodiaacutelisis y sus estrategias para demarcar el espacio del cuidado
Metodologiacutea estudio exploratorio descriptivo con enfoque cualitativo por medio del
meacutetodo etnograacutefico El escenario de investigacioacuten fueron dos unidades de Nefrologiacutea
ubicadas en el municipio de Riacuteo de Janeiro son estos Hospitales Universitarios Los
participantes de la investigacioacuten fueron 12 enfermeros del sector de nefrologiacutea que actuacutean en
el cuidado al paciente durante la hemodiaacutelisis Los datos fueron captados por medio de
observacioacuten participante considerado para los iacutetems proxeacutemicos y entrevista grabada con
preguntas semiestructuradas El anaacutelisis temaacutetico a partir de los relatos de los participantes
basaacutendose en Bardin (2011) triangulados con los iacutetems observados genero las categoriacuteas el
ambiente del cuidado de enfermeriacutea en la hemodiaacutelisis los sentidos en el espacio de cuidado
en hemodiaacutelisis la produccioacuten del conocimiento de los enfermeros sobre comunicacioacuten y el
mapeo conductual proxeacutemico de la enfermeriacutea y el cliente durante la hemodiaacutelisis
Resultados El ambiente del cuidado en HD es demarcado por el uso de los espacios iacutentimo y
personal en la ejecucioacuten de procedimientos y por las interacciones con el paciente La
posicioacuten del mobiliario centralizado y equidistante del puesto de enfermeriacutea determinoacute una
proxemia maacutes personal ya que todo estaba centralizado y exigioacute poco distanciamiento del
equipo de enfermeriacutea durante el cuidado La actuacioacuten puacuteblica estaacute definida por la mayor
distancia en la disposicioacuten de los muebles en relacioacuten al puesto de enfermeriacutea pues eso
tambieacuten interfiere en la proxemia del equipo y consecuentemente en la comunicacioacuten del
cliente En ambos escenarios investigados los sentidos del espacio evidenciaron que la
posicioacuten corporal personal es evidente la interaccioacuten al poder transmitir confianza a quien se
cuida y empatiacutea para compartir emociones Discusioacuten La posicioacuten adoptada por los
miembros del equipo de enfermeriacutea puede ser consciente de no violar la privacidad del
cliente y la ocupacioacuten del espacio social fue necesaria para asegurar un flujo de
comunicacioacuten maacutes eficiente aunque se determinoacute por interferencia de las caracteriacutesticas
semifijas y fijas del espacio Saber que existen haacutebitos y formas diferentes de comunicarse
que debemos expresar corporalmente buenos arreglos por la posicioacuten espacial singulares con
un flujo de expresiones adecuadas que durante nuestra comunicacioacuten establecemos coacutedigos
importantes que debemos mejorar las habilidades comunicativas puede resultar en el
mantener las diferentes distancias que proporcionan confort seguridad y privacidad De todo
ello resulta asertiva para compartir calidad visual y un buen patroacuten de cuidado durante la
interaccioacuten Conclusioacuten Comunicacioacuten Proxeacutemica es aquella a la que existe una triacuteada en el
proceso de cuidar el espacio fiacutesico-ambiente el uso de los sentidos corporales y la forma en
como nos comunicamos La discusioacuten sobre el espacio del trabajo los sentidos involucrados
en el cuidado y la comunicacioacuten en las relaciones deben ser promovidos constantemente con
11
el objetivo de redisentildear los procesos del cuidado Lo que no agrega valor debe ser retirado
para que los profesionales de enfermeriacutea optimicen sus esfuerzos
Palabras claves Proxeacutemica diaacutelisis renal relaciones interpersonales cuidados de
enfermeriacutea
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Zonas de distanciamento propostas por Hall (2005)
34
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
36
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-
2014
37
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
52
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
66
Figura 6b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
68
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
72
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
73
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
101
13
LISTA DE TABELAS QUADROS
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e
ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise
renalrdquo AND ldquoproxecircmicardquo
25
Quadro 3 Fatores proxecircmicos da HALL (2005)
31
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
62
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
64
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
82
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ
2017
96
Tabela 1 Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros do HUCFF 2016
54
14
LISTA DE GRAacuteFICOS
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo 46
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
47
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
47
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na
hemodiaacutelise
49
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
49
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
50
15
LISTA DE SIGLAS
CAPES Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior
CEHCAC Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
CONEP Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa
DeCS Descritores em Ciecircncias da Sauacutede
DEMC Departamento de Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergica
DRC Doenccedila Renal Crocircnica
EEAN Escola de Enfermagem Anna Ney
FAPERJ Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
HD Hemodiaacutelise
HESFA Hospital Escola Francisco de Assis
HIV Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
NUPENH Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar
SCIELO Scientific Electronic Library Online
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TRS Terapia Renal Substitutiva
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
HUPE Hospital universitaacuterio Pedro Ernesto
HUCFF Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga filho
CEP Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
SOBEN Sociedade Brasileira de nefrologia
SAE Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
SBN Sociedade Brasileira de Nefrologia
16
SUMAacuteRIO
LISTA DE FIGURAS 12
LISTA DE TABELAS E QUADROS 13
LISTA DE GRAacuteFICOS 14
LISTA DE SIGLAS 15
CAPIacuteTULO I - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 18
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica 18
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo 21
Questotildees norteadoras 23
Objetivos da pesquisa 23
Tese 23
13 Relevacircncia justificativa e contribuiccedilotildees da pesquisa 23
CAPIacuteTULO II ndash FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 28
21A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
28
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo
humana
30
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise 32
CAPIacuteTULO III ndash O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO
ESTUDO
39
31 Identificando a pesquisa 39
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa 40
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados 41
34 O cenaacuterio da pesquisa e suas caracteriacutesticas fiacutesicas 42
17
35 Participantes da pesquisa 44
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise 45
CAPIacuteTULO IV ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DOS PARTICIPANTES 55
CAPIacuteTULO V - RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS 63
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise 64
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise 83
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo 97
COSIDERACcedilOtildeES FINAIS 105
REFEREcircNCIAS 109
APEcircNDICES 120
Andash TCLE do HUCFF e HUPE 121
Bndash Identificaccedilatildeo dos Sujeitos 125
C ndash Questotildees norteadoras de entrevista 126
Dndash Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado Participante 127
ANEXOS 128
A ndash Folha de Rosto da Plataforma Brasil 129
B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia HUPE 130
C ndash Declaraccedilatildeo de Coparticipante HUCFF 131
D ndash Parecer da EEANUFRJ 132
E ndash Parecer do HUCFFUFRJ 133
F- Parecer do HUPEUERJ 134
18
CAPIacuteTULO I
CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS
11 Aproximaccedilatildeo com a temaacutetica
A inquietaccedilatildeo e motivaccedilatildeo para realizar um estudo que busca refletir sobre as
estrateacutegias utilizadas pelo Enfermeiro na perspectiva da comunicaccedilatildeo natildeo verbal Proxecircmica
nos cuidados aos pacientes com Doenccedila Renal Crocircnica (DRC) em tratamento dialiacutetico
tiveram seu ponto de partida nas experiecircncias adquiridas durante a minha inserccedilatildeo preacutevia na
aacuterea de nefrologia Essa experiecircncia se intensificou na participaccedilatildeo no grupo de pesquisa
Comunicaccedilatildeo em Enfermagem Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) pelo
Nuacutecleo de Pesquisa Enfermagem Hospitalar (NUPENH) do Departamento de Enfermagem
Meacutedica-Ciruacutergica (DEMC) da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) UFRJ desde
agosto de 2009 e que estende ateacute os dias atuais
Esta inserccedilatildeo ainda durante a graduaccedilatildeo possibilitou por meio da bolsa de iniciaccedilatildeo
cientiacutefica com financiamento pela Fundaccedilatildeo de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (FAPERJ) investigar durante dois anos sobre como se daacute o cuidado de enfermagem
no acircmbito da Terapia Renal Substitutiva (TRS) e o autocuidado do paciente com o acesso
vascular da fiacutestula arteriovenosa
O projeto atendeu tambeacutem agraves demandas da disciplina eletiva intitulada ldquoOficina de
Elaboraccedilatildeo de Projeto de Pesquisardquo o que resultou no relatoacuterio final monograacutefico de
conclusatildeo de curso intitulada ldquoEnfermagem e paciente na hemodiaacutelise a comunicaccedilatildeo natildeo
verbal e o autocuidadordquo ambas sob a mesma orientaccedilatildeo Nestes estudos busquei temas que
tratassem do autocuidado uma aproximaccedilatildeo com os tipos de comunicaccedilatildeo natildeo verbais e da
atuaccedilatildeo do enfermeiro na nefrologia
Para fortalecer a linha de investigaccedilatildeo centrada na comunicaccedilatildeo natildeo verbal durante o
cuidado ao paciente em situaccedilotildees complexas de sauacutede elaborei um projeto dando iniacutecio ao
mestrado no qual fui bolsista da Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel
Superior (CAPES) no primeiro ano e no segundo ano fui contemplada com a bolsa de
mestrado ldquonota 10rdquo financiada pela FAPERJ Este recurso possibilitou a minha dedicaccedilatildeo ao
curso de mestrado o que resultou na dissertaccedilatildeo de mestrado intitulada ldquoDistacircncias e
Proximidades do Corpo em Hemodiaacutelise um estudo sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
Cuidado de Enfermagemrdquo
19
O estudo permitiu identificar se a equipe de enfermagem do setor de hemodiaacutelise
potencializa a posiccedilatildeo de seu corpo como instrumento do cuidar por meios interativos ou natildeo
para o desenvolvimento de suas accedilotildees de cuidado e por existir vaacuterios elementos envolvidos na
comunicaccedilatildeo proxecircmica elementos esses que permeiam a interaccedilatildeo entre as pessoas houve a
necessidade de se ter uma observaccedilatildeo do processo comunicativo entre equipe de enfermagem
e o paciente para uma efetiva avaliaccedilatildeo da assistecircncia prestada O objeto de estudo baseou-se
na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da equipe de Enfermagem no cuidado ao paciente em
hemodiaacutelise e foram claramente captados apontados classificados e explanados no decorrer
do estudo atendendo aos objetivos propostos
Investigar comunicaccedilatildeo em um ambiente hospitalar de alta complexidade como o
setor de hemodiaacutelise eacute um processo difiacutecil de ser operacionalizado porque comportamentos e
gestos natildeo satildeo normalmente identificados e nomeados com facilidade Podemos dizer que o
comportamento proxecircmico como parte de uma linguagem natildeo verbal pode ser muitas vezes
enigmaacutetico no processo de comunicaccedilatildeo (PROCHET SILVA 2012)
Os fatores contextuais que levam ao comportamento de aproximaccedilatildeo repercutem nas
accedilotildees do fazer em enfermagem e consequentemente na qualidade e eficaacutecia dos cuidados
prestados O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em relaccedilatildeo aos
outros durante a conversaccedilatildeo Neste setor os viacutenculos afetivos satildeo estreitos onde relaccedilotildees de
amizade e afeto ocorrem o tempo todo pois a proximidade eacute intensa devido ao tempo de
permanecircncia e do tratamento contiacutenuo
O ambiente em que as pessoas se comunicam frequentemente contribui para uma
maior aproximaccedilatildeo ou afastamento dos corpos Assim tanto a frequecircncia como o conteuacutedo
das mensagens satildeo influenciados por vaacuterios aspectos do ambiente em que se comunicam Este
ambiente influencia nosso comportamento mas tambeacutem podemos alteraacute-lo a fim de provocar
certos tipos de resposta (HALL 2005)
Para aperfeiccediloar e adquirir novas experiecircncias realizei o curso de especializaccedilatildeo de
Enfermagem em Nefrologia que me possibilitou colocar em praacutetica as atividades como
enfermeira junto aos pacientes do setor de nefrologia do Hospital Universitaacuterio resultando
outro estudo intitulado ldquo A visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo no cuidado de Enfermagem
em hemodiaacuteliserdquo
Preparar um paciente para a hemodiaacutelise eacute um desafio para o enfermeiro pois o
paciente pode natildeo compreender o impacto da diaacutelise e as necessidades de aprendizado podem
passar despercebidas A boa comunicaccedilatildeo entre a equipe de diaacutelise (no hospital e na cliacutenica
ambulatorial) equipe da unidade e o paciente eacute essencial para o fornecimento do cuidado
20
adequado e contiacutenuo visando estimular o autocuidado O diagnoacutestico de insuficiecircncia renal
crocircnica e a necessidade de diaacutelise frequente tecircm um impacto muito grande sobre o paciente e
a famiacutelia (FURTADO et al 2012)
Sendo assim o enfermeiro deveraacute estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila fazendo com
que o paciente se sinta encorajado a questionar suas duacutevidas sobre a doenccedila as accedilotildees corretas
para evitar complicaccedilotildees e tambeacutem contribuir para que ele entenda se a forma pelo qual ele
escolheu para enfrentar adversidades advindas no processo favorece ou natildeo uma melhor
qualidade de vida O paciente natildeo deve ser apenas passivo no tratamento deve atentar para as
alteraccedilotildees fiacutesicas e fisioloacutegicas que ocorrem durante a evoluccedilatildeo da DRC
Os enfermeiros enquanto profissionais da aacuterea de sauacutede preocupados com o ser
humano precisam desenvolver meios instrumentos teacutecnicas habilidades capacidades e
competecircncias para oferecer ao mesmo a oportunidade de uma existecircncia mais digna mais
compreensiva menos solitaacuteria no momento da doenccedila Stefanelli (2012) afirma que eacute por
meio da comunicaccedilatildeo estabelecida com o paciente que podemos compreendecirc-lo em seu todo e
em sua visatildeo de mundo isto eacute seu modo de pensar sentir agir e ajudaacute-lo a reequilibrar-se
mais rapidamente
Assim acontece na comunicaccedilatildeo entre a enfermagem e o paciente pois eacute preciso que
haja algueacutem atento a identificar as manifestaccedilotildees sejam elas verbais ou natildeo e disposto a
intervir ouvir trocar ideias e informaccedilotildees sobre eventuais problemas que possam surgir
durante a realizaccedilatildeo dos procedimentos no setor
As accedilotildees e reaccedilotildees no contexto de cuidado de enfermagem apontam para a dialeacutetica da
constituiccedilatildeo dos sistemas defensivos O mesmo objeto que faz comunicar tambeacutem pode fazer
silenciar As manifestaccedilotildees expressas pelos enfermeiros satildeo resultantes de comportamentos
em termos de experiecircncias profissionais e pela necessidade de uma intervenccedilatildeo adequada E
na complexidade do cuidado em diaacutelise a decodificaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo ganha importacircncia
por trazer agrave tona aspectos da intersubjetividade (SCHIMIDT YEDA SILVA 2015)
Segundo Arauacutejo (2000) apud Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) ao se explorar os
sentidos corporais para compreensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal do paciente eacute possiacutevel uma
relaccedilatildeo mais integral sentindo com a razatildeo e pensando com a emoccedilatildeo A arte de cuidar
atraveacutes da percepccedilatildeo e da criatividade possibilita explorar plenamente os sentidos corporais
identificando semelhanccedilas e diferenccedilas nas necessidades da seleccedilatildeo do cuidado singular
Considerando tais reflexotildees pode-se relacionaacute-las com a assistecircncia ao paciente renal crocircnico
quando muitas vezes usamos o corpo o olhar os gestos o modo de falar como instrumentos
de controle e poder ainda que isso possa ocorrer sem a total consciecircncia de nossas intenccedilotildees
21
o que torna mais grave a situaccedilatildeo Explorar os sentidos permite detectar os indiacutecios natildeo
verbais do paciente como o cineacutesico taceacutesico proxecircmico silecircncio e a paralinguagem
considerando-os e valorizando-os durante nossa assistecircncia (ARAUacuteJO 2000)
O cuidar vai aleacutem do conhecimento teacutecnico e cientiacutefico mesmo que esse processo
envolva complexidade e especificidade Para os pacientes ser cuidado significa estabelecer
relacionamento interpessoal e as interaccedilotildees no cuidado natildeo se estabelecem de maneira
puramente teacutecnica
O tratamento dialiacutetico eacute contiacutenuo tornando-se uma rotina Entretanto o enfermeiro e
paciente a cada dia estabelecem uma forma de comunicaccedilatildeo diferente seja ela verbal ou natildeo
verbal e eacute a partir da compreensatildeo da comunicaccedilatildeo estabelecida que a assistecircncia ao paciente
torna-se eficaz pois se natildeo houver esta percepccedilatildeo as accedilotildees seratildeo puramente tecnicista sem
ou com pouca perspectiva de um cuidado singular
Enquanto enfermeira e professora percebo a urgecircncia de mudanccedilas no que concerne agrave
elaboraccedilatildeo de estrateacutegias que possibilitem uma comunicaccedilatildeo mais efetiva entre equipe de
enfermagem e paciente da DRC haja vista seu tratamento (diaacutelise) causar nos pacientes um
impacto em suas relaccedilotildees sociais familiares e em seu estado fiacutesico-psicoloacutegico afetando
seriamente suas vidas em todos os sentidos De acordo com Pessoa e Linhares (2015) o
estresse a anguacutestia e a depressatildeo pelos quais muitos desses pacientes passam tecircm raiacutezes na
carecircncia de informaccedilotildees sobre a doenccedila seu tratamento e sua expectativa de vida
Eacute com a perspectiva de ampliar a produccedilatildeo do conhecimento que busco no Curso de
Doutorado Acadecircmico de Enfermagem subsiacutedios para desenvolver eou aperfeiccediloar
mecanismos de leitura corporal natildeo verbal e verbal do tipo proxecircmico para abordagem
terapecircutica do Enfermeiro junto ao paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
12 A problemaacutetica e a construccedilatildeo do objeto de estudo
Os dados fornecidos pela Sociedade Brasileira de Nefrologia em Enfermagem
demonstram um crescente aumento do nuacutemero de pessoas 107607 pacientes em 2012 com
Doenccedila Renal Crocircnica em tratamento dialiacutetico no Brasil Este fenocircmeno estaacute de acordo com o
observado nos uacuteltimos anos na literatura internacional que sinaliza para uma contiacutenua e
sustentada tendecircncia no aumento da taxa de prevalecircncia da doenccedila renal crocircnica em todo
mundo (SOBEN 2014)
22
E a hemodiaacutelise eacute uma das modalidades de tratamento amplamente utilizado para
manutenccedilatildeo e controle das funccedilotildees de pacientes portadores da doenccedila renal crocircnica
envolvendo diferentes aspectos na adaptaccedilatildeo e na adesatildeo do paciente ao tratamento
(CHEEVER HINKLE 2015) Este processo de adaptaccedilatildeo a nova condiccedilatildeo de vida pode
causar um impacto negativo a qualidade de vida do paciente interferindo nos seus haacutebitos de
vida social e a equipe de enfermagem deve ficar atenta aos sinais de dificuldade
compreendendo a realidade vivida por ele e articulando conhecimentos cientiacuteficos e as
experiecircncias do cotidiano de quem eacute cuidado
Ao conhecer a realidade a visatildeo de mundo e as expectativas de cada paciente a
enfermagem deve priorizar as necessidades impliacutecitas e natildeo somente as exigecircncias
terapecircuticas Para estimular a adesatildeo e favorecer um conhecimento amplo do tratamento da
DRC eacute necessaacuterio estimular accedilotildees com o paciente como atividades educativas e apoiar o
autocuidado ampliando a autonomia da pessoa com DRC Os profissionais de acordo com
Brasil (2014) devem desenvolver accedilotildees como interconsultas discussatildeo de casos momento de
educaccedilatildeo permanente conjuntos intervenccedilotildees no territoacuterio e intersetoriais a fim de
compartilhar a responsabilidade pelo cuidado de uma populaccedilatildeo especiacutefica de ampliar a
capacidade de anaacutelise e de intervenccedilatildeo aumentando a resolutividade dos respectivos pontos
de atenccedilatildeo envolvidos no processo de apoio matricial
Dessa forma a enfermagem deve proporcionar um ambiente que favoreccedila a interaccedilatildeo
e uma comunicaccedilatildeo que permita a aquisiccedilatildeo de valores relacionados agrave sauacutede bem como no
exerciacutecio de pensar criacutetico e reflexivo sobre sua proacutepria condiccedilatildeo com oportunidade de
diaacutelogo em que a problematizaccedilatildeo aconteccedila a partir da realidade que cerca o sujeito
Para Lim et al (2016) o contato existente entre enfermagem e o paciente se torna
intenso devido ao tratamento dialiacutetico ser contiacutenuo mas o viacutenculo soacute pode ser estabelecido
quando ampliamos nossa capacidade de observaccedilatildeo e dedicaccedilatildeo na interaccedilatildeo Podemos
aguccedilar nossa capacidade de captar as necessidades do paciente para ofertar um cuidado nas
diferentes formas de se comunicar Atraveacutes da leitura das manifestaccedilotildees natildeo verbais
proxecircmicas da enfermagem e do paciente pode-se criar maneiras diferentes de intervir a fim
de facilitar e alcanccedilar os objetivos de uma assistecircncia de enfermagem mais singular
individualizada e solidaacuteria (AZEVEDO et al 2017)
Surgiu dessa forma o interesse em pesquisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica no cuidado de
enfermagem em setor especializado especificamente na unidade de nefrologia O uso do
espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal e influencia o relacionamento interpessoal A
comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado social do espaccedilo ou seja estuda como o homem
23
estrutura inconscientemente o proacuteprio espaccedilo (HALL 2005) Nesse contexto delimitei para
guiar o estudo agrave questatildeo norteadora De que maneira o enfermeiro se comporta no cenaacuterio
de cuidado de hemodiaacutelise
E para que haja uma compreensatildeo do tipo de Comunicaccedilatildeo Proxecircmica estabelecida
entre o enfermeiro e o paciente com o intuito de viabilizar uma qualidade aos cuidados
prestados este estudo traz como objeto a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica do enfermeiro na interaccedilatildeo
com o paciente portador de Doenccedila Renal Crocircnica
Para o alcance das metas da pesquisa estabelecemos como objetivo geral
Produzir conhecimento sobre a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como demarcador de espaccedilo
e interaccedilatildeo de enfermeiros na hemodiaacutelise
Objetivos especiacuteficos
Caracterizar o conhecimento dos enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no
contexto do cuidado de Enfermagem na Hemodiaacutelise
Avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial no
cuidado de enfermagem
Discutir o ambiente da sala de hemodiaacutelise e suas estrateacutegias para demarcar o espaccedilo
do cuidado
A tese que se defende neste estudo eacute de que o enfermeiro na accedilatildeo de cuidado em
hemodiaacutelise ao identificar e ao considerar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal com destaque na
proxecircmica potencialize avanccedilos na interaccedilatildeo e demarque seu espaccedilo
Os fatores relevantes na interaccedilatildeo durante a hemodiaacutelise em questatildeo satildeo a relaccedilatildeo
que os comunicantes estabelecem entre si a distacircncia espacial entre eles a orientaccedilatildeo do
corpo e do rosto a forma como se tocam ou se evitam o modo como dispotildeem e se
posicionam entre os objetos no espaccedilo durante o cuidado relacionando-as a abordagem e a
eficaacutecia da comunicaccedilatildeo proxecircmica
24
13 Justificativas relevacircncia e contribuiccedilotildees da pesquisa
Acredito na enfermagem como uma das profissotildees que apresenta consideraacuteveis
perspectivas de crescimento e valorizaccedilatildeo no mercado de trabalho apesar da crise de
desemprego que assola o paiacutes e o mundo na atualidade Entretanto os enfermeiros vecircm se
firmando nas diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo e apropriando cada vez mais de espaccedilos distintos
sobretudo naquelas onde permanece o investimento em sua capacitaccedilatildeo profissional
aumentando seus conhecimentos buscando a especializaccedilatildeo para aproveitar as chances de
trabalhos que possam surgir no mercado
Nessa perspectiva de discussatildeo tambeacutem considero essencial aprofundar as reflexotildees agrave
luz das accedilotildees dos profissionais de enfermagem ao paciente no cuidado nas Terapias Renais
Substitutivas (TRS) colocando em relevo as expressotildees natildeo verbalizadas que podem
favorecer a qualidade do cuidado por detalhar como elas se apresentam no contexto Ao
identificaacute-las iremos verificar como elas interferem e ampliam o cuidado teacutecnico Um modo
estrateacutegico de intervenccedilatildeo pelo uso consciente da leitura natildeo verbal do paciente por meio dos
sentidos facilita a compreensatildeo sobre o outro de forma singular gerado atraveacutes de nossas
experiecircncias
A comunicaccedilatildeo eacute um instrumento que pode e deve ser utilizado como um alicerce do
cuidado de enfermagem ou seja a comunicaccedilatildeo pode ser vista como um elemento
fundamental no cuidado prestado agrave pessoa como uma ferramenta importante na sua
implementaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute uma das abordagens de interesse na
enfermagem pois trata do jogo de distacircncias e proximidades que entretecem as pessoas no
espaccedilo traduz os modos pelos quais nos colocamos e movemos uns em relaccedilatildeo aos outros
como gerimos e ocupamos o espaccedilo envolvente considerada a presenccedila do outro (HALL
2005)
Quando se compreende o processo comunicativo como ele se forma e as suas
consequecircncias torna-se mais faacutecil para o profissional de enfermagem perceber indicativos
natildeo verbalizados do paciente para interagir considerando as necessidades nelas impliacutecitas Ao
reconhecer expressotildees e os sentidos atribuiacutedos podemos auxiliaacute-lo no enfrentamento dos
desafios durante o cuidado prestado
Com o propoacutesito de justificar a pesquisa foi realizado um levantamento sobre os
estudos que abordam o objeto ao acessar as Bases de dados Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) via Bireme Pub Med e a Scientific Electronic
Library Online (SCIELO) SCOPUS BANCO DE TESES DA UFRJ
25
Os criteacuterios de inclusatildeo foram idiomas portuguecircs inglecircs ou espanhol artigos
publicados na iacutentegra possuir sua versatildeo completa acessiacutevel e com data de publicaccedilatildeo dentro do
recorte temporal determinado de 5 anos Foram excluiacutedos todos os artigos em que os sujeitos da
pesquisa fossem crianccedilas ou adolescentes artigos em duplicidade nos perioacutedicos Para analisar
os artigos foi organizada uma planilha com os seguintes itens o perioacutedico o ano de
publicaccedilatildeo o tiacutetulo os autores o paiacutes de publicaccedilatildeo os profissionais que realizaram os
estudos uma siacutentese do artigo e contribuiccedilotildees sobre o tema Foram captados vinte e sete
artigos e selecionados dezenove conforme objeto do estudo
Em um primeiro momento natildeo foi utilizado o descritorMesh ldquoenfermagemrdquo em
combinaccedilatildeo com os descritores ldquoinsuficiecircncia renal crocircnicardquo e ldquoproxecircmicardquo Essa estrateacutegia
foi feita propositalmente com intuito de conhecer as produccedilotildees dos diversos domiacutenios do
conhecimento que se interessam em estudar a comunicaccedilatildeo natildeo verbal na interaccedilatildeo humana
Inicialmente buscamos uma ampla localizaccedilatildeo no assunto sem especificidade utilizando
os descritores isoladamente Assim procuramos estudos sobre diaacutelise renal e proxecircmica sem
utilizar o cruzamento entre eles e sem o recorte temporal obtendo como resultados os observados
no quadro 1 abaixo
Quadro 1 Resultado da busca bibliograacutefica com os descritores ldquodiaacutelise renalrdquo e ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal 1783 296 876 1478 15
Proxecircmica 101 12 08 23 01
Com esse resultado percebe-se que o tema de diaacutelise renal eacute estudado nos diferentes
contextos da aacuterea da sauacutede E em uma leitura flutuante dos tiacutetulos foi identificado que a
temaacutetica eacute abordada por vaacuterias aacutereas de formaccedilatildeo destacando-se entre as mais frequentes a
nutriccedilatildeo psicologia enfermagem odontologia e medicina
Posteriormente realizamos o cruzamento dos descritores com o uso do operador
booleano AND com o criteacuterio de recorte temporal de 5 anos
26
Quadro 2 Resultado da busca bibliograacutefica apoacutes o cruzamento dos descritores ldquodiaacutelise renalrdquo
AND ldquoproxecircmicardquo
Descritores LILACS SCIELO PUBMED SCOPUS MINERVA
Diaacutelise renal
AND
Proxecircmica
1
0
0
0
1
Os temas de maior incidecircncia nos uacuteltimos 10 anos nas outras pesquisas da
Comunicaccedilatildeo Proxecircmica foram Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de
enfermeiros hospitalares (Terra 2013) Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso
hospitalizado (Schimidt 2012) Comunicaccedilatildeo entre matildee e filho durante a amamentaccedilatildeo
(Farias 2010) Invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial e o idoso (Prochet 2008) Proxecircmica na
interaccedilatildeo com paciente queimado (Silva 2006) Proxecircmica com portadores de HIVAIDS
(Galvatildeo 2006) Comunicaccedilatildeo Proxecircmica da matildee e filho no alojamento conjunto
(Vasconcelos 2006)
Outra semelhanccedila entre os estudos eacute o objetivo proposto pelos mesmos uma vez que
todos se propuseram a analisar a comunicaccedilatildeo proxecircmica atraveacutes das interaccedilotildees percebidas
entre os sujeitos da pesquisa agrave luz dos fatores proxecircmicos de Hall (2005) Os estudos
analisados referem-se agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica como uma ferramenta facilitadora no
processo de interaccedilatildeo entre os sujeitos poreacutem alertam para a necessidade de saber exploraacute-la
Tal alerta eacute bem visto ao passo que a comunicaccedilatildeo proxecircmica corresponde natildeo soacute agrave
linguagem natildeo verbal mas tambeacutem agrave relaccedilatildeo existente entre o ambiente e as pessoas na qual
as mesmas o influenciam e satildeo por ele influenciadas Por isso a comunicaccedilatildeo proxecircmica pode
utilizar como um instrumento para fins de anaacutelises pessoas lugares e suas interaccedilotildees e natildeo
somente sujeitos com a linguagem comprometida e ou natildeo desenvolvidos
(VASCONCELOS 2006 GALVAtildeO 2006 FARIAS 2010 PROCHET 2008 SCHIMIDT
2012)
Outros artigos apontam haacute necessidade de implementarem programas treinamentos
planos de accedilatildeo ou estrateacutegias que possibilitem a incorporaccedilatildeo e revisatildeo durante a interaccedilatildeo ou
seja ampliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca do processo de
comunicaccedilatildeo em prol da qualidade e da praacutetica do cuidado de enfermagem
Espera-se que o estudo possa contribuir para compreensatildeo do conhecimento da
enfermagem na utilizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como um instrumento ou ferramenta baacutesica do
27
cuidado Fortalecer a atuaccedilatildeo do enfermeiro junto ao paciente portador de DRC por meio de
recursos da comunicaccedilatildeo este ter condiccedilotildees de reconhecer precoce e amplamente as
necessidades de intervenccedilotildees planejando executando e avaliando a assistecircncia a ser prestada
visando e garantindo o bem estar de quem se cuida
Os profissionais na assistecircncia de enfermagem poderatildeo entender e compreender seu
comportamento para lidar melhor com sua forma de interagir Quando o profissional assume a
comunicaccedilatildeo natildeo verbal aleacutem de perceber com maior precisatildeo os sentimentos do paciente
potencializa sua proacutepria comunicaccedilatildeo enquanto elemento transmissor de mensagens (SILVA
2012)
Na aacuterea do ensino de enfermagem e na formaccedilatildeo de outros profissionais na aacuterea da
sauacutede os resultados podem situaacute-los na aprendizagem com exemplos praacuteticos e conteuacutedos
didaacuteticos promovendo debates e reflexotildees criacuteticas sobre o assunto A produccedilatildeo de
conhecimento sobre comunicaccedilatildeo natildeo verbal proxecircmica fortalece a linha de pesquisa
Enfermagem Hospitalar e a produccedilatildeo no grupo de pesquisa - Comunicaccedilatildeo na Enfermagem
Hospitalar - Paciente de Alta Complexidade (CEHCAC) do Nuacutecleo de Pesquisa em
Enfermagem Hospitalar (NUPENH)
28
CAPIacuteTULO II
FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 A percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo como instrumento de promoccedilatildeo no cuidado de
enfermagem
A comunicaccedilatildeo eacute uma habilidade que pode ou natildeo ser desenvolvida nas pessoas e
para que se desenvolva esta habilidade eacute necessaacuterio que se esteja consciente de sua existecircncia
Segundo Puggina et al (2014) natildeo temos consciecircncia de nossa comunicaccedilatildeo natildeo verbal visto
que por vezes contradizemos o dito verbalmente pela expressatildeo facial ou corporal de
negaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo verbal ganha importacircncia no processo comunicativo pois ela pode
suplementar uma informaccedilatildeo verbal (complementado ou rejeitando) contradizer enfatizar
substituir oferecer indiacutecios sobre emoccedilotildees ou mesmo controlar ou regular um
comportamento
Para a enfermagem a comunicaccedilatildeo pode ser vista como uma necessidade humana
baacutesica uma habilidade que o enfermeiro deve desenvolver ou um instrumento baacutesico
utilizado durante o cuidado E como instrumento a comunicaccedilatildeo eacute uma das ferramentas que o
enfermeiro utiliza para desenvolver e aperfeiccediloar o saber-fazer profissional
Entender comunicaccedilatildeo como um processo que viabiliza a qualidade dos
relacionamentos que deve ser estabelecida nas relaccedilotildees de trabalho seja com a equipe de
sauacutede no registro das atividades de enfermagem na assistecircncia ao paciente famiacutelia e
comunidade aleacutem de evitar que barreiras de comunicaccedilatildeo interfiram na eficiecircncia do processo
de cuidar
O enfermeiro apresenta-se de uma forma muito tecnicista buscando sempre se
aprimorar com as novas tecnologias mas acaba esquecendo o primordial a essecircncia de um
atendimento que eacute ter uma boa comunicaccedilatildeo com o paciente visando um cuidado com
qualidade De acordo com Pott et al(2013) o cuidado humanizado e de qualidade ao paciente
muitas vezes eacute minimizado frente agraves tecnologias presentes em ambientes complexos
Conforme Mouratildeo et al(2009) a comunicaccedilatildeo envolve relaccedilotildees interpessoais e
frequentemente podem ocorrer problemas dificuldades e restriccedilotildees de maneira que a
mensagem enviada natildeo eacute decodificada corretamente A dificuldade de expressatildeo eacute percebida
em muitas pessoas poreacutem este problema se agrava no acircmbito da sauacutede O profissional que
29
natildeo se comunica bem acaba sofrendo com as consequumlecircncias de natildeo ser compreendido Saber
articular as informaccedilotildees usar a linguagem corporal e fazer contato visual com os
interlocutores natildeo eacute uma tarefa faacutecil principalmente possuir a habilidade de escutar As
dificuldades na comunicaccedilatildeo podem estar relacionadas com falta de explicaccedilatildeo clara sobre
seus serviccedilos em que o profissional deve executar falta de comprometimento ou ateacute mesmo o
perfil da pessoa Esta dificuldade de comunicaccedilatildeo entre os profissionais de um setor tambeacutem
gera desgaste e conflitos desnecessaacuterios refletindo em todo ambiente do trabalho
Antes de comeccedilarmos uma comunicaccedilatildeo devemos pensar em todos os pontos
envolvidos pois vocecirc estaraacute sempre buscando um objetivo um resultado Eacute importante traccedilar
estrateacutegias para envolver os indiviacuteduos no seu ambiente relacionando-os ao assunto desejado
entendendo que todos tecircm uma opiniatildeo Segundo Pott et al(2013) estrateacutegias devem ser
pensadas com o intuito de proporcionar uma praacutetica de enfermagem mais humana a qual
visualize o indiviacuteduo natildeo apenas como mais um e sim como um ser possuidor de
experiecircncias proacuteprias mesmo quando estas experiecircncias natildeo possam ser expressas por
palavras
Como tudo na vida precisa de evoluccedilatildeo e aprimoramento natildeo eacute diferente com a
comunicaccedilatildeo eacute um processo contiacutenuo Ser objetivo e assertivo na comunicaccedilatildeo natildeo eacute uma
missatildeo faacutecil para o profissional principalmente da aacuterea de sauacutede que estaacute sempre envolvido
com a autoestima dos pacientes Para Stefanelli e Carvalho (2012) a comunicaccedilatildeo deve ser
considerada como competecircncia interpessoal a ser adquirida pelo enfermeiro E que deveraacute ser
usada de modo terapecircutico para permitir que o enfermeiro atenda ao paciente em todas as suas
dimensotildees
Uma comunicaccedilatildeo efetiva eacute uma competecircncia necessaacuteria a todo ser humano
principalmente no mundo em que vivemos cada vez mais os profissionais estatildeo mais
conscientes da importacircncia da boa comunicaccedilatildeo Segundo Broca e Ferreira (2012) quando
aumentamos a nossa capacidade de influenciar e sermos influenciados podemos favorecer o
desenvolvimento de um cuidado tambeacutem efetivo para com o paciente
Na hora de delegar as tarefas uma boa comunicaccedilatildeo eacute muito importante Todos os
envolvidos em um setor de enfermagem estatildeo conscientes dos afazeres a serem executados
mas nada iraacute adiantar caso ele natildeo saiba transmitir as informaccedilotildees agrave equipe de trabalho e aos
pacientes Se comunicar eacute saber informar ensinar educar motivar ou desmotivar Para Broca
e Ferreira (2012) a comunicaccedilatildeo busca a interaccedilatildeo dos envolvidos no processo unindo- os na
transmissatildeo das mensagens buscando uma sauacutede de forma qualificada e humanizada
30
A comunicaccedilatildeo natildeo se daacute apenas pelo que falamos mas tambeacutem pelas atitudes e pelo
silecircncio O nosso corpo fala por intermeacutedio dos gestos e a percepccedilatildeo eacute pela maneira e natildeo
pelo que estaacute sendo dito
Nosso corpo quando falamos assume diferentes posturas que ajudam a traduzir
melhor o significado das palavras que proferimos e a cineacutesia parte da ciecircncia que estuda o
comportamento cineacutetico do corpo mostra que a postura corporal e as expressotildees corporais
dos interlocutores quando satildeo compreendidas por ambos a comunicaccedilatildeo teraacute mais chances
de se tornar efetiva
22 A comunicaccedilatildeo proxecircmica os sentidos e a posiccedilatildeo dos corpos na interaccedilatildeo humana
O termo proxecircmica descreve o espaccedilo pessoal de indiviacuteduos num meio social e
segundo Hall (2005) eacute definindo-o como o conjunto das observaccedilotildees e teorias referentes ao
uso que o homem faz do espaccedilo enquanto produto cultural especiacutefico Descreve as distacircncias
mensuraacuteveis entre as pessoas conforme elas interagem distacircncias e posturas que natildeo satildeo
intencionais mas sim resultado do processo de aculturaccedilatildeo (REBOUCcedilAS et al 2015)
Para Hall (2005) o uso do espaccedilo eacute um meio de comunicaccedilatildeo natildeo verbal que
influecircncia o relacionamento interpessoal e a comunicaccedilatildeo proxecircmica estuda o significado
social do espaccedilo ou seja estuda o uso que o homem faz do proacuteprio espaccedilo O autor afirma
que a evoluccedilatildeo do homem caracteriza-se pelo desenvolvimento dos receptores remotos os
olhos os ouvidos e o nariz ocupam-se do exame de objetos distantes Jaacute os receptores
imediatos o mundo do tato as sensaccedilotildees que recebemos pela pele membranas e muacutesculos
satildeo usados para examinar o mundo de perto Schimidt e Silva (2012) e Bruni (2011)
concordam que a utilizaccedilatildeo do espaccedilo eacute determinada culturalmente sendo a percepccedilatildeo da
distacircncia e a proximidade resultados dos sistemas sensoriais como a visatildeo audiccedilatildeo olfato e
tato Em diversas culturas existentes esses canais sensoriais podem adquirir mais importacircncia
do que outros
Para se ter uma noccedilatildeo geral das complexidades relativas ao sistema visual e auditivo
pode-se realizar uma comparaccedilatildeo do tamanho dos nervos que fazem a ligaccedilatildeo dos olhos e dos
ouvidos com os centros no ceacuterebro De acordo com Hall (2005) o nervo oacuteptico conteacutem
aproximadamente dezoito vezes mais neurocircnios que o nervo auditivo no qual supomos que
ele transmita no miacutenimo essa quantidade a mais de informaccedilotildees Em pessoas em estado
normal de atenccedilatildeo eacute provaacutevel que os olhos cheguem a ser ateacute mil vezes mais eficazes que os
ouvidos na varredura de informaccedilotildees A informaccedilatildeo visual costuma ser menos ambiacutegua e
31
mais focalizada que a informaccedilatildeo auditiva contudo uma exceccedilatildeo importante eacute a audiccedilatildeo de
uma pessoa com deficiecircncia visual que aprende a ser seletivo para frequecircncias sonoras mais
altas que lhe permitam localizar objetos num aposento Jaacute o olfato contribui para recordaccedilotildees
muito mais profundas que a visatildeo ou a audiccedilatildeo (CAMERON ARAUacuteJO 2011)
No espaccedilo taacutetil as experiecircncias taacuteteis e visuais do espaccedilo estatildeo entrelaccediladas entre si
tal qual natildeo podem ser separadas Em seus estudos o psicoacutelogo James Gibson (1950) associa
a visatildeo ao tato e afirma que existe um fluxo de impressotildees sensoriais mais apuradas quando se
compreende e se utiliza ativamente a realidade com os dois sentidos O tato ativo (a palpaccedilatildeo)
permite que os sujeitos de experimentos reproduzam com 95 de precisatildeo objetos abstratos
aos quais natildeo tinham acesso visual Com o tato passivo (o ser tocado) somente eacute possiacutevel
uma precisatildeo de 45
Para a anaacutelise proxecircmica devemos considerar alguns fatores envolvidos nas distacircncias
entre as pessoas Neste sentido Hall (2005) elenca oito fatores tambeacutem conhecidos como
dimensotildees proxecircmicas os quais permitem uma caracterizaccedilatildeo da postura proxecircmica do
individuo conforme a apresentaccedilatildeo do quadro abaixo
Quadro 3 Fatores proxecircmicos de Hall (2005)
A Postura-sexo analisa o sexo dos participantes e a posiccedilatildeo baacutesica dos interlocutores
seja em peacute sentado ou deitado
Eixo sociofugo-
sociopeto
sociofugo revela o desencorajamento da interaccedilatildeo enquanto o
sociopeto revela a aproximaccedilatildeo Nessa dimensatildeo ocorre uma anaacutelise do
acircngulo dos ombros dos interlocutores seja face a face de costas um
para o outro ou qualquer outra angulaccedilatildeo
Fatores cineacutesicos
utilizam-se da observaccedilatildeo dos movimentos para analisarem a
proximidade entre os interlocutores distribuiacutedos entre quatro zonas
proxecircmicas iacutentima pessoal social e puacuteblica
Coacutedigo visual identifica o contado visual ocorrido nas interaccedilotildees como olho no olho
ou ausecircncia de contato
Coacutedigo teacutermico eacute a extrema sensibilidade da pele agraves mudanccedilas de temperatura e de
textura
Coacutedigo olfativo analisa a percepccedilatildeo dos interlocutores ao grau de odores e suas
caracteriacutesticas O olfato permite natildeo soacute diferenciar os indiviacuteduos mas
32
detectar qual eacute o seu estado afetivo Ainda mais os cheiros tecircm o dom
de evocar recordaccedilotildees muito mais profundas do que as imagens ou
sons
Volume de voz analisa a adequaccedilatildeo do tom de voz utilizado pelos envolvidos
Comportamento
de contato
refere-se agraves formas de relaccedilotildees taacuteteis como agarrar apalpar acariciar
segurar demoradamente tocar localizado apertar roccedilar acidentalmente
ou sem nenhum contato fiacutesico
Esses elementos satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer interaccedilatildeo Segundo
Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma interaccedilatildeo eacute diretamente
proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A comunicaccedilatildeo adequada
eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma determinada situaccedilatildeo pessoa e
tempo (ALVES et al 2015)
23 O territoacuterio como espaccedilo do cuidado de hemodiaacutelise
A territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta caracteriacutesticas
reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de sua proacutepria
espeacutecie O territoacuterio tem um papel na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que
fornece informaccedilotildees sobre limites que definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A
territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves
funccedilotildees pessoais e sociais a dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais
amplo e seu ao acesso ao territoacuterio dos mais fracos dito dominado (HALL 2005)
O territoacuterio eacute carregado de intencionalidades que se manifestam no espaccedilo A
intenccedilatildeo das pessoas ao escolherem um lugar ou optarem por ficar onde estatildeo imprimindo
nele uma local que reflete essas intenccedilotildees e interaccedilotildees corresponde ao territoacuterio As relaccedilotildees
dessas pessoas com o espaccedilo e entre si pressupotildeem a existecircncia de poder (teacutecnico econocircmico
social poliacutetico e cultural) e eacute isto que caracteriza o territoacuterio construiacutedo num dado tempo e
espaccedilo encerrando portanto a realidade
O comportamento espacial do homem se manifesta em diferentes niacuteveis e para Hall
(2005) os trecircs niacuteveis de espaccedilos que permitem uma melhor anaacutelise proxecircmica satildeo o espaccedilo de
organizaccedilatildeo fixa o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixa e o espaccedilo informal
33
Os espaccedilos de organizaccedilatildeo fixa e semifixa apresentam uma concepccedilatildeo geograacutefica
estaacutetica estando intimamente relacionado ao conceito de territorialidade Quando o indiviacuteduo
se desloca esses espaccedilos natildeo se movem natildeo o acompanham (GRUBA et al 2015)
O espaccedilo de organizaccedilatildeo fixa compreende segundo Hall (2005) todos os elementos
invariantes do espaccedilo Deve-se entender como elementos invariantes aqueles insusceptiacuteveis
de modificaccedilatildeo em seu posicionamento e orientaccedilatildeo pela accedilatildeo humana Os edifiacutecios de
construccedilatildeo humana satildeo um exemplo de organizaccedilatildeo fixa Igualmente o seu modo de
agrupamento bem como o seu modo de particcedilatildeo interna em cocircmodos corresponde tambeacutem a
estruturas fixas
Jaacute o espaccedilo de organizaccedilatildeo semifixas diz respeito ao modo como satildeo dispostos todos
os componentes espaciais suscetiacuteveis de deslocamento ou seja objetos moacuteveis A disposiccedilatildeo
do mobiliaacuterio nos ambientes constitui o exemplo tiacutepico de espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas
Segundo Hall (2005) de forma similar ao espaccedilo de organizaccedilotildees fixas a maneira como
arrumamos os objetos que satildeo nossos os lugares onde os dispomos dependem de nossos
paradigmas culturais
O espaccedilo informal por sua vez eacute um espaccedilo pessoal estabelecido ao redor do corpo
do indiviacuteduo que eacute ldquocarregadordquo quando este se move Sendo por esta razatildeo denominado
tambeacutem de espaccedilo dinacircmico A anaacutelise dos espaccedilos informais levou Hall a realizar uma seacuterie
de estudos relacionados agraves distacircncias interpessoais Em funccedilatildeo das distacircncias observadas Hall
(2005) definiu quatro categorias de espaccedilos informais iacutentima pessoal social puacuteblica (Figura
1)
As distacircncias propostas por Hall (2005) satildeo representadas por cores (Figuras 1 e 2) e
foram escolhidas quatro cores para representar as distacircncias na Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
vermelho intimo laranja pessoal amarelosocial e verdepuacuteblico As cores estatildeo associadas
a um determinado efeito ou seja natildeo eacute uma combinaccedilatildeo aleatoacuteria de cores mas um efeito
conjunto de cores com representaccedilatildeo dos espaccedilos Utilizando a escala colorimeacutetrica proposta
por Heller (2013) tem-se como objetivo facilitar a identificaccedilatildeo visual das distacircncias e
aproximaccedilotildees da equipe de enfermagem no espaccedilo Essa identificaccedilatildeo atraveacutes da visualizaccedilatildeo
das cores representa o mapa comportamental das posiccedilotildees da equipe no ambiente da
hemodiaacutelise
34
Figura 1 Zonas de distanciamento
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
As distacircncias podem variar conforme os fatores individuais pois existem pessoas que
sempre preservam uma zona de espaccedilo pessoal miacutenima enquanto que outros mantecircm zonas
de espaccedilo relativamente grandes Estas diferenccedilas satildeo afetadas por sexo raccedila cultura e
personalidade Existem tambeacutem os fatores situacionais que diz respeito de quem satildeo os
interlocutores e o que estes estatildeo fazendo haacute certas relaccedilotildees e atividades que exigem
distacircncias maiores que outras para uma adequada comunicaccedilatildeo e proteccedilatildeo (SILVA 2015)
Haacute uma convivecircncia iacutentima ou
de luta quando obrigada em
situaccedilotildees sociais em que ocorre
o contato fiacutesico o calor humano
e a transmissatildeo de odores
Tratamento de assuntos
impessoais natildeo ocorre contato
fiacutesico poreacutem existe o contato
visual
A essa distacircncia se produz uma
cuidadosa escolha das palavras e
da forma das frases formal os
detalhes da inflexatildeo da voz e da
expressatildeo facial se perdem
Assuntos de interesse e relaccedilatildeo
pessoais se tratam a essa
distacircncia
35
Figura 2 Zonas de distanciamento a partir do espaccedilo iacutentimo do paciente na HD
Fonte Adaptaccedilatildeo de HALL (2005)
Para Broca e Ferreira (2014) haacute toda uma diversidade de fatores que modificam as
distacircncias interpessoais fatores estes que diminuem as distacircncias interpessoais como a
atraccedilatildeo a amizade a cooperaccedilatildeo a similaridade a coesatildeo familiar os oacuteculos escuros ou olhos
fechados Assim como fatores que aumentam as distacircncias interpessoais como o estigma a
ameaccedila a ansiedade o insulto o olhar inapropriado a desordem mental o fumo o acircngulo de
aproximaccedilatildeo lateral a estatura alta entre outros
Embora as pesquisas da comunicaccedilatildeo natildeo verbal tenham um enfoque maior no
comportamento e interaccedilatildeo das pessoas atualmente tem sido dispensada uma atenccedilatildeo maior agrave
influecircncia de fatores natildeo humanos como o ambiente onde ocorrem essas interaccedilotildees (TERRA
VAGHETTI 2014) Fazem parte dos fatores ambientais o mobiliaacuterio estilo de arquitetura
decoraccedilatildeo de interiores condiccedilotildees de iluminaccedilatildeo as cores a temperatura os ruiacutedos entre
outros A disposiccedilatildeo os materiais as formas dos objetos do ambiente podem ter influecircncia no
resultado durante a interaccedilatildeo do relacionamento interpessoal como uma mesa entre os
interlocutores que pode caracterizar com uma forma de afastamento e distanciamento
dificultando o estabelecimento de uma comunicaccedilatildeo mais profiacutecua
O espaccedilo eacute uma dimensatildeo da comunicaccedilatildeo natildeo verbal que interfere na relaccedilatildeo dos
interlocutores como as cores de um ambiente que podem gerar um ambiente tenso ou
tranquumlilizador a temperatura muito fria ou quente desestabilizam e podem interferir (HALL
36
2005 SCHIMITDH e SILVA 2013) O nuacutemero de saiacutedas e janelas quanto mais fechado
maior a tensatildeo pois em um ambiente abafado e quente as pessoas tendem a sair do local Jaacute
um ambiente mais acessiacutevel com temperatura adequada e harmonioso aumenta a frequecircncia
de interaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo dos interlocutores
Para Bollnow (2008) arquiteto e filoacutesofo alematildeo ao estudar a relaccedilatildeo do indiviacuteduo
com o espaccedilo identificou que o ldquoespaccedilo vivenciadordquo eacute diferente do espaccedilo vivencial O
espaccedilo vivenciado eacute entendido como um espaccedilo no sentido subjetivo e deve ser tomado como
uma ldquoexperiecircncia do espaccedilordquo vivida pelo sujeito que interferiraacute na sua subsistecircncia e na
compreensatildeo de si e do mundo Ou seja devemos estudar o espaccedilo como elemento de
referecircncia para a existecircncia humana O sujeito precisa de um espaccedilo de referecircncia um espaccedilo
de habitaccedilatildeo que eacute o espaccedilo do mundo onde o homem pode se encontrar com um elemento
natildeo estranho fazendo identificaccedilotildees e significaccedilotildees
Sendo assim o espaccedilo da hemodiaacutelise eacute quando o enfermeiro deveraacute utilizar-se de
estrateacutegias para detectar indiacutecios de alteraccedilotildees fisioloacutegicas e emocionais de seu paciente e ser
capaz de intervir nos diferentes momentos eacute neste espaccedilo que ressignifica-se o conceito de
cuidar de si mostrando ao paciente a necessidade de adesatildeo e participaccedilatildeo no processo de
cuidar Natildeo haacute conquistas no tratamento sem a participaccedilatildeo ativa e contiacutenua do paciente ele
deveraacute entender o quanto eacute importante a interaccedilatildeo com a equipe para um cuidado efetivo
Articular em um espaccedilo com grande demanda de cuidado e com nuacutemero significativo
de pacientes habilidades comunicativas natildeo verbais como a proxecircmica pode natildeo ser faacutecil de
ser identificada pela equipe de enfermagem principalmente porque haacute riscos dos espaccedilos de
hemodiaacutelise se tornarem um ldquoformigueirordquo humano como ocorre atualmente nas cliacutenicas
sateacutelites com 36 pacientes de uma uacutenica vez em sala de hemodiaacutelise Desta forma torna-se
um desafio e implica em um maior conhecimento do enfermeiro sobre comunicaccedilatildeo
proxecircmica e sua importacircncia no cuidado de enfermagem
Dados da Sociedade Brasileira de nefrologia (SBN) afirmam que o aumento do
nuacutemero total estimado de pacientes em diaacutelise no paiacutes vem crescendo continuamente esses
dados apontam que o nuacutemero de pacientes em tratamento aumentou em meacutedia 5 ao ano
entre 2011-2014 (SBN 2014) O nuacutemero estimado de pacientes que iniciaram tratamento em
2014 no Brasil foi de 36548 correspondendo a uma taxa de incidecircncia de 180 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) (Figura 3)
37
Figura 3 Incidecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
Jaacute as taxa de prevalecircncia de tratamento dialiacutetico referentes agraves caracteriacutesticas
demograacuteficas da populaccedilatildeo brasileira que apresenta DRC em 2014 foi de 552 pacientes por
milhatildeo da populaccedilatildeo (pmp) variando por regiatildeo entre 364 pacientes pmp na regiatildeo Norte a
672 pacientes pmp na regiatildeo Sudeste (Figura 4)
Figura 4 Prevalecircncia estimada de pacientes em diaacutelise no Brasil por regiatildeo 2011-2014
Fonte Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN 2014)
38
Os dados registram que as regiotildees Sudeste Sul e Centro-Oeste apresentam as maiores
taxas de prevalecircncia enquanto as regiotildees Nordeste e Norte as mais baixas De acordo com a
United States Renal Data System (2014) nos Estados Unidos e em outros paiacuteses
desenvolvidos da Europa e Aacutesia nos uacuteltimos anos tem sido relatado um aumento crescente na
taxa de prevalecircncia embora a taxa de incidecircncia de pacientes em terapia renal substitutiva
tenha crescido pouco ou apresentado uma tendecircncia agrave estabilizaccedilatildeo Nos EUA por exemplo a
taxa de prevalecircncia aumentou ao redor de 3 ao ano entre 2007-2012
Esses dados de prevalecircncia e incidecircncia comprovam que a regiatildeo sudeste e sul
apresenta uma grande concentraccedilatildeo de pacientes em tratamentos dialiacuteticos e tambeacutem
conforme Sesso et al (2014) nessas regiotildees concentra-se maior nuacutemero de cliacutenicas sateacutelites e
hospitais especializados na TRS assim como profissionais especialistas em nefrologia o que
facilita o acesso dos pacientes ao tratamento
Com a demanda de atendimento em crescimento nos espaccedilosambiente da
hemodiaacutelise eacute preciso adequaacute-los as necessidades impostas de maneira que natildeo haja
diminuiccedilatildeo da qualidade da assistecircncia prestada Dessa maneira a construccedilatildeo de um
pensamento acerca da concepccedilatildeo espacial passa necessariamente pela consideraccedilatildeo sobre as
experiecircncias a serem ali vivenciadas na medida em que o corpo eacute nosso meio geral de expor
nossas necessidades seguindo esta loacutegica natildeo haacute como pensar em concepccedilatildeo espacial sem
que sejam propostas consideraccedilotildees a respeito da relaccedilatildeo deste espaccedilo com o corpo
39
CAPIacuteTULO III
O CAMINHO ETNOGRAacuteFICO COMO MEacuteTODO DO ESTUDO
31 Identificando a pesquisa
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem qualitativa buscando identificar os
fenocircmenos por meio das observaccedilatildeo do pesquisador e as informaccedilotildees dos participantes A
abordagem qualitativa nas pesquisas cientiacuteficas ainda eacute revestida por diferentes interpretaccedilotildees
mas vale lembrar que esse tipo de abordagem significa que seu raciociacutenio baseia-se
principalmente na percepccedilatildeo e na compreensatildeo humana de acordo com Stake e Reis (2011)
possibilitando avanccedilo do entendimento de fatores proacuteprios dessa dimensatildeo que natildeo satildeo
alcanccedilados pelos estudos quantitativos Nesse sentido explora questotildees bastantes particulares
concernentes aos significados motivos crenccedilas aspiraccedilotildees atitudes e valores
correspondendo a um espaccedilo mais profundo das relaccedilotildees e interaccedilotildees dos processos e
fenocircmenos (MINAYO 2013) Por conseguinte torna-se oportuno esta abordagem para a
pesquisa em questatildeo
Bosi (2012) afirma que a abordagem qualitativa geralmente tem como foco o estudo
nas instituiccedilotildees nos grupos nos movimentos sociais e no conjunto de interaccedilotildees pessoais
Este tipo de abordagem tem o poder de construir pontes para uma accedilatildeo dos serviccedilos de sauacutede
e dos seus agentes sendo esta pautada no diaacutelogo e no reconhecimento das diferenccedilas
culturais as quais embasam as accedilotildees de sauacutede
Apesar do termo ldquopesquisa qualitativardquo ser interpretada por muitos como confuso para
Strauss e Corbin (2008 p 23) ldquopode significar coisas diferentes para pessoas diferentesrdquo sua
essecircncia descritiva e natildeo numeacuterica natildeo impede ou dificulta o rigor metodoloacutegico entre o
coletar e analisar dados uma vez que estaacute consolidada em conceitos metodoloacutegicos e
epistemoloacutegicos capazes de possibilitar sustentaccedilatildeo cientiacutefica aos seus achados pois
conforme citam Deslauriers e Keacuterisit (2010 p 131)
Afirmar que a pesquisa qualitativa privilegia o vivido dos atores sociais natildeo
significa todavia que ela se reduziria a uma descriccedilatildeo minuciosa de accedilotildees ou de
fenocircmenos observaacuteveis Nisso pode-se dizer que o objeto por excelecircncia da
pesquisa qualitativa eacute a accedilatildeo interpretada simultaneamente pelo pesquisador e pelos
sujeitos da pesquisa de onde a importacircncia da linguagem e das conceituaccedilotildees que
devem dar conta tanto do objeto ldquovividordquo como do objeto ldquoanalisadordquo
40
32 Aspectos eacuteticos e legais da pesquisa
O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de 2012
(CNS 2012) baseando-se nas Normas de Pesquisa em Seres Humanos Foi submetido e
aprovado atraveacutes da Plataforma Brasil ao Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Escola de
Enfermagem Anna NeryInstituto de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Satildeo Francisco de Assis da
Universidade Federal do Rio de Janeiro O projeto atendeu aos preceitos da Resoluccedilatildeo nordm 466
de 12 de dezembro de 2012 assim como do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital
Universitaacuterio Clementino Fraga FilhoHUCFFUFRJ nordm de parecer 1329969 e do Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa do Hospital Universitaacuterio Pedro ErnestoHUEPUERJ nordm parecer
1360477 ambos cenaacuterios co-participantes da pesquisa Como base nacional essa Plataforma
eacute unificada para registros de pesquisas envolvendo seres humanos para todo o sistema de
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) Comissatildeo Nacional de Eacutetica em Pesquisa (CONEP) Ela
permite que as pesquisas sejam acompanhadas em seus diferentes estaacutegios - desde sua
submissatildeo ateacute a aprovaccedilatildeo final pelo CEP e pela CONEP (BRASIL 2012)
A participaccedilatildeo dos sujeitos da pesquisa foi de forma voluntaacuteria os objetivos e
finalidades da pesquisa foram esclarecidos Foi assegurado o anonimato dos participantes e
informado que a qualquer momento poderia recusar-se a responder qualquer pergunta ou
desistir de participar e retirar seu consentimento
A pesquisa natildeo gerou desconforto emocional nem constrangimento visto que a
atividade proposta para produccedilatildeo conforme preconiza o meacutetodo deu-se por meio da
observaccedilatildeo durante os cuidados prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise e pela
entrevista sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do
paciente agrave terapia
Os riscos significam que o perigo ou desconforto que os participantes possam
experimentar natildeo eacute maior do que vivenciam em suas vidas cotidianas ldquoDiz-se que um estudo
envolve risco miacutenimo quando os procedimentos ou atividades do estudo satildeo semelhantes aos
que os participantes encontram em suas vidas cotidianasrdquo (SHAUGHNESSY
ZECHMEISTER ZECHMEISTER 2014 P79)
O benefiacutecio relacionado agrave participaccedilatildeo no estudo eacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
41
A coleta de dados foi realizada mediante a assinatura no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido - TCLE (APEcircNDICE A) e respeitando os aspectos eacuteticos e legais A
pesquisadora envolvida na investigaccedilatildeo compromete-se em divulgar os resultados obtidos na
pesquisa em eventos cientiacuteficos publicaccedilotildees em perioacutedicos indexados em Bases de Dados
aleacutem de retornar ao cenaacuterio da pesquisa apresentando e discutindo os resultados com os
participantes e quaisquer profissionais interessados no conteuacutedo
33 O meacutetodo da etnografia como caminho para os resultados
Realizar uma pesquisa etnograacutefica consiste em suma em observar estabelecer
relaccedilotildees selecionar informantes manter um diaacuterio dentre outras atividades Entretanto natildeo eacute
a realizaccedilatildeo destas teacutecnicas que define uma pesquisa como etnograacutefica Para a caracterizaccedilatildeo
de um trabalho etnograacutefico satildeo apontadas muitas exigecircncias que devem ser utilizadas como
base para a operacionalizaccedilatildeo da pesquisa
O estudo etnograacutefico para Geertz (2008) tem como base a busca exaustiva do
conhecimento por meio da interaccedilatildeo entre o comportamento das pessoas e o discurso e as
observaccedilotildees do pesquisador sobre cada detalhe que compotildee o ambiente fiacutesico e social
pesquisado O meacutetodo etnograacutefico permite ao pesquisador observar sistematicamente e
descrever tudo que foi captado por meio de todos os seus sentidos
O sentido visatildeo na etnografia vai aleacutem de ver alcanccedila o acircmbito de perceber o
ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo nas diversas dimensotildees
possiacuteveis O sucesso deste tipo de investigaccedilatildeo depende muito da conduta do pesquisador
visto que a observaccedilatildeo a descriccedilatildeo e a anaacutelise constituem a essecircncia da compreensatildeo do
objeto de estudo o pesquisador para entender o comportamento humano eacute necessaacuterio
considerar as relaccedilotildees que influenciam a interpretaccedilatildeo os pensamentos os sentimentos e as
accedilotildees (LUumlDKE ANDREacute 2013)
Embora pareccedila faacutecil observar no meacutetodo etnograacutefico requer uma habilidade peculiar
onde colocar-se diante dos participantes da pesquisa eacute muito relevante para a obtenccedilatildeo dos
dados Eacute necessaacuterio que o pesquisador natildeo seja visto como um intruso pelas pessoas e sim
como parte do meio onde se encontra essa transiccedilatildeo de ldquointrusordquo para ldquoamigordquo natildeo se
estabelece de forma raacutepida requer tempo e sensibilidade aleacutem de um verdadeiro interesse nos
participantes em suas crenccedilas e valores Praticar etnografia eacute estabelecer relaccedilotildees selecionar
informantes descrever mapear campos manter um diaacuterio entre outras coisas possibilita ao
42
pesquisador entender o contexto comportamental dos participantes da pesquisa (GEERTZ
2008)
Estes pressupostos possibilitam que um estudo sobre comportamento humano abstraia
o significado das accedilotildees a partir do contexto do individuo compreendendo como as pessoas os
interpretam e direcionam suas atitudes Para captar da forma mais fidedigna esta teia de
relaccedilotildees e apresentaacute-la de forma clara e objetiva em uma pesquisa eacute necessaacuterio que o
pesquisador possua tambeacutem algumas habilidades Fundamentada em uma observaccedilatildeo
sistematizada a etnografia exige que o pesquisador saiba ver realmente tudo que estaacute ao seu
redor Para Gibbs (2012) ver no sentido etnograacutefico vai aleacutem da visatildeo propriamente dita
alcanccedila o acircmbito de perceber o ambiente e as interaccedilotildees com todos os sentidos e apreendecirc-lo
nas diversas dimensotildees possiacuteveis
As principais caracteriacutesticas do meacutetodo etnograacutefico para Luumldke e Andreacute (2013) estatildeo
relacionadas com os significados atribuiacutedos a si mesmo as experiecircncias e o ambiente que
cercam os participantes envolvendo um trabalho de campo onde o pesquisador se aproxima
do cenaacuterio da pesquisa e das pessoas mantendo um contato direto e prolongado observando
seu comportamento para que seja possiacutevel observar e traduzir a dimensatildeo do cotidiano
perceber e entender o significado cultural das situaccedilotildees que se contrapotildeem nas relaccedilotildees
humanas que satildeo culturais produzidas pelas proacuteprias pessoas que estatildeo sendo observadas
Este tempo de observaccedilatildeo do pesquisador em contato direto com as pessoas e o ambiente
estudado pode variar muito desde algumas semanas ateacute vaacuterios meses ou anos
Para entender como o Enfermeiro estabelece uma relaccedilatildeo proxecircmica com o paciente eacute
preciso que se observe o ldquocomportamento do nativordquo manifestado por ldquogestos cotidianos tom
da conversa atitudes do corpo e expressatildeo facialrdquo
34 O cenaacuterio da pesquisa
A pesquisa apresentou como proponente a Escola de Enfermagem Anna Nery da
Universidade Federal do Rio de Janeiro e como cenaacuterios co-participantes dois hospitais
universitaacuterios o Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho e o Hospital Universitaacuterio
Pedro Ernesto um da esfera Federal e outro Estadual respectivamente ambos localizados no
municiacutepio do Rio de Janeiro A escolha por estes cenaacuterios justificou-se por essas instituiccedilotildees
apresentarem atendimento especializado e de alta complexidade possuem setor de nefrologia
no qual os Enfermeiros prestam assistecircncia aos pacientes nas terapias renais substitutivas
43
como hemodiaacutelise e a importacircncia de ser compreendido como um espaccedilo de formaccedilatildeo
acadecircmica no qual existe uma preocupaccedilatildeo como cenaacuterio de aprendizagens teoacutericas-praacuteticas
O campo eacute o lugar natural onde acontecem os fatosfenocircmenosprocessos A pesquisa
de campo eacute aquela que segundo Santos (2015) recolhe os dados in natura como percebidos
pelo pesquisador E o Hospital Universitaacuterio eacute reconhecido por ser uma instituiccedilatildeo que
concentra suas atividades na alianccedila entre a assistecircncia agrave populaccedilatildeo ao ensino e agrave pesquisa
cientiacutefica incentivando seus profissionais a estarem sempre buscando a capacitaccedilatildeo pois tem
a intenccedilatildeo de promover cada vez mais uma assistecircncia qualificada e adequada aos pacientes
A proposta para coleta nos dois cenaacuterios baseia-se na premissa de que aumentar o
quantitativo de Enfermeiros embora a pesquisa tenha um caraacuteter qualitativo permite uma
maior amostra enriquecendo o estudo com a diversidade de interaccedilotildees entre os participantes
A etnografia se constroacutei tomando por base a ideacuteia de que os comportamentos humanos soacute
podem ser devidamente compreendidos e explicados se tomarmos como referecircncia o
contexto social onde eles atuam
O primeiro cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUCFF na unidade de Nefrologia
localizada no seacutetimo andar do hospital A unidade possui enfermaria de nefrologia sala de
treinamento e de tratamento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua entre outros
Satildeo duas as salas de hemodiaacutelise uma chamada sala azul onde satildeo atendidos os pacientes
portadores de sorologia positiva para Viacuterus da Imunodeficiecircncia Humana (HIV) e hepatite B
e outra chamada sala branca local onde foi realizada a pesquisa Esse setor apresenta na parte
externa uma sala de curativos expurgo sala da chefia de enfermagem e pia para lavagem dos
braccedilos dos pacientes antes da sessatildeo de hemodiaacutelise Na parte interna haacute uma sala ampla
dividida em trecircs espaccedilos com dois postos de enfermagem
O segundo cenaacuterio de pesquisa foi desenvolvido no HUPEUERJ na unidade de
nefrologia localizado no 3ordm andar do hospital No andar existe enfermaria de nefrologia sala
de treinamento e atendimento de diaacutelise peritoneal sala de tratamento de aacutegua sala de guarda
de materiais e sala de hemodiaacutelise entre outros
A sala de HD foi adaptada segundo funcionaacuterios do hospital para o atendimento aos
pacientes Renais crocircnicos em tratamento de HD a parte interna apresenta uma pequena sala
de atendimento administrativo um expurgo um salatildeo uacutenico de HD uma parede de vidro
separa os ambientes da sala de enfermagem e do banheiro
Posteriormente ambos os cenaacuterios seratildeo amplamente discutidos e apresentados na
forma de planta esquemaacutetica em 3D que representa de modo bem simplificado o ambiente da
44
HD Estes cenaacuterios foram reproduzidos com o auxiacutelio de um arquiteto para representar
fielmente suas caracteriacutesticas fiacutesicas e moacuteveis do ambiente da HD
De acordo com a resoluccedilatildeo RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 que dispotildee sobre as
unidades de diaacutelise e seu ambiente fiacutesico as Unidades de Diaacutelise devem atender aos requisitos
de estrutura fiacutesica previstos na RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou
instrumento legal que venha substituiacute-la juntamente com as exigecircncias estabelecidas nesse
regulamento em coacutedigos leis ou normas pertinentes quer na esfera Federal Estadual ou
Municipal
Entenda-se como ambiente fiacutesico agrave luz da Teoria Proxecircmica (Hall 2005) o conjunto
formado pelos espaccedilos de caracteriacutesticas fixas e semifixas O espaccedilo fixo compreende as
disposiccedilotildees estruturais inalteraacuteveis tais como paredes teto vidraccedilas tubulaccedilotildees chatildeo pias
sistemas de refrigeraccedilatildeo Jaacute o espaccedilo semifixo refere-se agraves peccedilas mobiliaacuterias que satildeo dispostas
no ambiente tais como maacutequinas de diaacutelise poltronas balanccedilas digitais dentre outros
35 Participantes da pesquisa
Os participantes da pesquisa foram os enfermeiros do setor de nefrologia que atuam no
cuidado ao paciente durante a hemodiaacutelise A justificativa para a escolha dos enfermeiros eacute a
de que esses ldquoparticipantes-objetordquo possam produzir elementos significativos relativos ao
objeto do estudo pelo fato de serem profissionais que possuem capacidade para articular e
desenvolver sob muacuteltiplas vertentes estrateacutegias de intervenccedilotildees e atitudes de cuidado ao
paciente na nefrologia
O criteacuterio de inclusatildeo no protocolo da pesquisa abrange todos os Enfermeiros de
ambos os sexos que estavam prestando algum tipo de cuidado direto ao paciente no setor de
hemodiaacutelise Foram excluiacutedos aqueles profissionais de feacuterias eou licenccedila ou outra funccedilatildeo
que natildeo a de prestar assistecircncia ao paciente durante a sessatildeo de hemodiaacutelise
Foi comunicado a cada participante que seu nome seria preservado e para representar
seu depoimento na pesquisa seria colocada a letra ldquoErdquo precedida da numeraccedilatildeo
correspondente ao nuacutemero da entrevista A participaccedilatildeo dos sujeitos resultou na produccedilatildeo do
conhecimento cientiacutefico sobre a comunicaccedilatildeo proxecircmica dos profissionais de enfermagem na
aacuterea do cuidado em hemodiaacutelise pioneiro no setor da nefrologia
45
36 Teacutecnica e abordagens de coleta de dados para anaacutelise
Dentro de uma visatildeo etnograacutefica segundo Luumldke e Andreacute (2013) o pesquisador eacute
inserido no campo e poderaacute utilizar diferentes instrumentos para apreensatildeo da realidade
estudada Contudo eacute importante salientar que as diferentes formas de tecnologias podem e
devem auxiliar na captaccedilatildeo dos dados podendo ser dependentes e natildeo-dependentes tais como
diaacuterio de campo o gravador roteiro de observaccedilatildeo participante e entrevista desde que sejam
descritas todas as informaccedilotildees por meio dos quais os etnoacutegrafos poderatildeo apresentar de forma
minuciosa o contexto estudado e as interaccedilotildees identificadas
Ao se desenvolver uma pesquisa com o meacutetodo etnograacutefico devem-se considerar os
informantes como pessoas que por possuiacuterem algumas caracteriacutesticas culturais diferentes e
merecem uma investigaccedilatildeo Souza e Barros (2008 P 153) ldquoapontam que pesquisadores e
pesquisados apresentam semelhanccedilas poreacutem com traccedilos culturais diferenciadosrdquo
Segundo Santos (2015) os dados devem ser coletados com a observaccedilatildeo de situaccedilotildees
fiacutesicas e materiais E por isso exige uma carga extra de trabalho que eacute a escolha da situaccedilatildeo
(re) produtora dos fatosfenocircmeno que interessam ao pesquisador Aleacutem disso exige a escolha
dos instrumentos de captaccedilatildeo e afericcedilatildeo das informaccedilotildees e dados que seratildeo obtidos
A coleta de dados foi realizada apoacutes os contatos com a chefia meacutedica e de enfermagem
das instituiccedilotildees coparticipantes escolhidas para cenaacuterio da pesquisa com o objetivo de
apresentar o estudo e solicitar autorizaccedilatildeo para a coleta de dados assim como a aprovaccedilatildeo
pelo Comitecirc de Eacutetica da Escola de Enfermagem Anna Nery Hospital Escola Satildeo Francisco de
Assis- EEANHESFA
361 Primeiro momento da pesquisa aproximaccedilatildeo com o territoacuterio elaboraccedilatildeo do
Mapeamento Comportamental de HD
Tendo por base as caracteriacutesticas da etnografia para proceder agrave coleta de dados a
pesquisadora manteve contatos preliminares com as equipes nos locais cenaacuterios da pesquisa
com intuito de entendimento das dinacircmicas das atividades e aproximaccedilatildeo com os cenaacuterios O
comportamento das pessoas foi estudado no seu contexto habitual e natildeo em condiccedilotildees
artificiais criadas pela investigadora
Pela complexidade do meacutetodo e pela riqueza das informaccedilotildees a aproximaccedilatildeo dos
cenaacuterios e dos possiacuteveis participantes da pesquisa foi primeiramente no HUCFF por ter
realizado anteriormente outras pesquisas tambeacutem por acreditar ter maior entendimento sobre
46
a dinacircmica e rotina deste setor no hospital Posteriormente foi realizada a aproximaccedilatildeo com o
segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo o HUPE
Para entender o ambiente no setor de hemodiaacutelise de ambos cenaacuterios foi elaborado
uma representaccedilatildeo graacutefica dos locais desenvolvida por meio do programa SketchUp1 que eacute
um software de modelagem tridimensional (OLIVEIRA 2015)
O levantamento arquitetocircnico foi realizado a partir de planilhas elaboradas para
sistematizar Elas orientaram na descriccedilatildeo dos seguintes itens arranjo espacial e os atributos
que permitiam apropriaccedilatildeo espacial correspondendo agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre
enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente o mobiliaacuterio da HD e seu estado de conservaccedilatildeo
a qualidade dos materiais de acabamento (piso parede e teto) Nas planilhas foram relatadas
as caracteriacutesticas e o grau de conservaccedilatildeo destes elementos
Foi necessaacuteria a participaccedilatildeo de um arquiteto neste processo de planejamento e
execuccedilatildeo dos mapas comportamentais e apoacutes sucessivos diaacutelogos ficou acordado que para
auxiliar na aplicaccedilatildeo da planilha seriam utilizadas as teacutecnicas de registro fotograacutefico com o
intuito das imagens auxiliarem no processo de elaboraccedilatildeo do mapeamento e a necessidade
mediccedilatildeo in loco com trena laser para a fidedignidade das distacircncias
Sendo assim foram realizadas duas (2) visitas junto como arquiteto em cada
instituiccedilatildeo em junho de 2016 e em janeiro de 2017 para a coleta das medidas e fotos Esses
registros juntamente com os registros em toacutepicos na planilha foram posteriormente
transcritos e serviram para na elaboraccedilatildeo das plantas dos setores O total de horas para a
realizaccedilatildeo das atividades fotograacuteficas de mediccedilatildeo de transcriccedilatildeo dos dados e de elaboraccedilatildeo
dos mapas foi em meacutedia de 52 horas
Com os mapas jaacute elaborados de ambos os cenaacuterios foi necessaacuterio incluir as cores
representativas da comunicaccedilatildeo proxecircmica descritas anteriormente como zonas de
distanciamento As cores foram representadas de forma milimetricamente marcando os
espaccedilos Iacutentimo pessoal social e puacuteblico do setor de HD em relaccedilatildeo ao espaccedilo iacutentimo do
paciente
A teacutecnica e os procedimentos foram adotados com o objetivo de demonstrar o
mapeamento do setor de HD do HUCFFUFRJ e do HUPEUERJ gerando quatro (4) figuras
que satildeo apresentados e discutidos no Capiacutetulo V
1 1 Eacute um programa de modelagem arquitetocircnica em 3D que pode ser usado para retratar ambientes
47
362 Segundo Momento da pesquisa seleccedilatildeo dos participantes aspectos eacuteticos e
apresentaccedilatildeo dos instrumentos de coleta
Apoacutes o periacuteodo da adaptaccedilatildeo e elaboraccedilatildeo do mapeamento dos setores foram
identificados os participantes segundo os criteacuterios de seleccedilatildeo jaacute mencionadas anteriormente e
de acordo com escalas de enfermagem previamente cedida pela chefia para elaboraccedilatildeo e
planejamento da coleta de dados
Os enfermeiros foram convidados e selecionados a participar da pesquisa e mediante
aceite eram comunicados e esclarecidos sobre o objeto do estudo seus objetivos com
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APEcircNDICE A) o encontro para
a entrevista foi agendado de acordo com a disponibilidade de horaacuterio de cada enfermeiro e
preenchimento do questionaacuterio com itens sobre o perfil profissional (APEcircNDICE B)
permitindo uma caracterizaccedilatildeo dos mesmos Foram tambeacutem orientados de que haveria um
momento de observaccedilatildeo Entretanto o dia e horaacuterio natildeo foram informados previamente para
que natildeo houvesse interferecircncias do comportamento no ambiente Os dados identificados no
perfil profissional foram tabelados e analisados posteriormente
Durante o procedimento de testagem dos instrumentos com os primeiros participantes
houve a necessidade de alguns ajustes no mapa pois contemplava a sala de hemodiaacutelise como
sendo o principal espaccedilo do cuidado entretanto apoacutes algumas entrevistas foi descrito pelos
participantes outros espaccedilos como sendo espaccedilos do cuidado entre estes sala de curativos
sala de chefia de enfermagem corredores Sendo assim o mapa sofreu alteraccedilotildees com
inclusatildeo dos espaccedilos para ampliar as discussotildees
A entrevista seguiu mantendo aos questionamentos do roteiro de perguntas que foram
gravadas em um gravador de aacuteudio com a finalidade de posteriormente transcrevecirc-las
possibilitando assim a anaacutelise dos dados
As entrevistas individuais foram realizadas nos intervalos da assistecircncia de
enfermagem ao longo do plantatildeo de 12 horas dos profissionais principalmente agrave tarde
quando a demanda do cuidado de enfermagem eacute menor Porque pela manhatilde eacute quando
comumente se realizam as escalas dos teacutecnicos para os setores da sala branca sala azul
diaacutelise peritoneal e hemodiaacutelise externa verificaccedilatildeo e checagem de prescriccedilotildees para os
pacientes os curativos de cateteres entre outros
Nos primeiros dias a chegada ao setor foi agraves 700 horas da manhatilde para a passagem de
plantatildeo para que os profissionais entendessem o porque da presenccedila da pesquisadora ao
ambiente de pesquisa Ao teacutermino explicava que era uma pesquisa de doutorado em
48
enfermagem e que precisava de uma amostra significativa sendo necessaacuterio realizar
entrevistas com o maacuteximo de enfermeiros Na sequecircncia a pesquisadora explicava melhor
qual seria a pesquisa e como se desenvolveria ao longo dos dias possibilitando um laccedilo
interativo entre ambos Estes encontros regulares durante dois (2) meses no miacutenimo duas
vezes por semana e interagindo com a equipe e participando das atividades desenvolvidas no
setor possibilitou maior aproximaccedilatildeo e interaccedilatildeo com a equipe e familiarizaccedilatildeo com o
ambiente ou seja o territoacuterio em que o grupo pesquisado estaacute inserido
Apoacutes esta primeira aproximaccedilatildeo com ambos cenaacuterios da pesquisa e maior interaccedilatildeo
com os possiacuteveis participantes a pesquisadora observou que pela manhatilde a realizaccedilatildeo das
entrevistas seria mais complicada devido agraves atividades Sendo assim quando chegava ao
setor cumprimentava todos os profissionais presentes acompanhava a assistecircncia estabelecia
um processo comunicativo e combinava a entrevista para um momento mais propiacutecio A
pesquisadora tentava ao maacuteximo participar do cotidiano dos profissionais e estreitar laccedilos de
comunicaccedilatildeo e de interaccedilatildeo Para isso participava dos momentos de cafeacute almoccedilo auxiliava
na assistecircncia de enfermagem e sempre tinha a iniciativa nos processos de comunicaccedilatildeo
As entrevistas foram realizadas na sala de curativo do setor de hemodiaacutelise do HUCCF
e na sala de enfermagem do HUPE para que natildeo houvesse interrupccedilotildees durante a coleta dos
dados Antes de iniciar a entrevista o TCLE era entregue explicava-se as questotildees eacuteticas
retirava-se as duacutevidas sobre a pesquisa e tambeacutem da necessidade da gravaccedilatildeo da entrevista
para posterior transcriccedilatildeo Foi estabelecido um diaacutelogo com apontamentos sobre os tipos de
comunicaccedilatildeo natildeo verbal e apoacutes uma breve introduccedilatildeo sobre a temaacutetica foi apresentado o
mapa comportamental do setor de hemodiaacutelise com os espaccedilos da hemodiaacutelise como sendo o
territoacuterio de cuidado do enfermeiro
A pesquisadora explicou com maiores detalhes devido agrave necessidade de estarem
sendo abordados para participar de uma pesquisa sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica explicando
brevemente o que eacute comunicaccedilatildeo e natildeo verbal Ao longo da entrevista a pesquisadora
manteve-se atenta as perguntas descritas no roteiro de entrevista semiestruturada (APEcircNDICE
C) mantendo os conceitos essenciais de Hall (2005) como as distacircncias entre enfermeiros e
pacientes uso dos sentidos corporais postura corporal importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a
interaccedilatildeo com o paciente dificuldade e facilidades do ambiente na demarcaccedilatildeo do territoacuterio
O Mapeamento Comportamental tambeacutem eram apresentados aos participantes para
que estes associassem as perguntas da entrevista a imagem do setor com seus mobiliaacuterios e
cores das zonas de distanciamento jaacute empregadas
49
As entrevistas tiveram em meacutedia de 35 minutos a 1 hora e 5 minutos de duraccedilatildeo Foi
proposto aos participantes que avaliassem as figuras que representam o Mapeamento
comportamental e que eles se colocassem nos diferentes momentos do cuidado relatando
qual espaccedilo ele ocupa quais os sentidos utilizados e se as caracteriacutesticas fixas e semi-fixas do
ambiente influenciam no seu comportamento ou na percepccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente
As figuras facilitaram a identificaccedilatildeo do enfermeiro nos diferentes espaccedilos a
visualizaccedilatildeo dos espaccedilos colorimeacutetricos permitiu que os enfermeiros se posicionassem no
cuidado durante o periacuteodo da sessatildeo de hemodiaacutelise e identificassem como fazem o uso da
comunicaccedilatildeo proxecircmica
Natildeo houve resistecircncia ou negaccedilatildeo dos participantes em responder agraves perguntas e em
alguns momentos a pesquisadora identificou certa dificuldade dos participantes para
responderem uma ou outra questatildeo e os deixava livres para responderem natildeo interferindo no
raciociacutenio deles mas voltava na mesma questatildeo poreacutem reformulava para melhor
entendimento dos mesmos sem fugir da essecircncia do que estava sendo perguntado
363 Terceiro momento da pesquisa observaccedilatildeo participante segundo Fatores
Proxecircmicos (HALL 2005)
A observaccedilatildeo participante eacute descrita por Angrosino (2009) apud Abib (2013) como
uma investigaccedilatildeo que se caracteriza por um periacuteodo de interaccedilotildees sociais intensas entre o
pesquisador e os participantes como membro da equipe durante o qual os dados satildeo
recolhidos de forma sistemaacutetica As informaccedilotildees que obteacutem as respostas que satildeo dadas agraves
indagaccedilotildees dependem do comportamento e das relaccedilotildees que se desenvolve com o grupo
estudado neste caso enfermeiros Examinando interaccedilotildees e comunicaccedilotildees que estejam se
desenvolvendo
Sendo assim foi mantida uma rotina de chegada ao setor com uso de jaleco branco
lavagens das matildeos interagindo com a equipe e pacientes conversando e mantendo-se
atualizada das atividades do setor As anotaccedilotildees foram registradas de forma a natildeo transparecer
a observaccedilatildeo especiacutefica do participante
Para Abib (2013) a expressatildeo ldquoobservaccedilatildeo participanterdquo tende a designar o trabalho de
campo no seu conjunto desde a chegada do investigador ao campo da investigaccedilatildeo quando
inicia as apresentaccedilotildees que permitem o acesso as informaccedilotildees do grupo pesquisado ateacute ao
momento da despedida e encerramento da busca exaustiva dos dados depois de uma longa
50
permanecircncia Enquanto presente o observador imerge pessoalmente na rotina do grupo
pesquisado partilhando as suas experiecircncias
Sendo assim foi elaborado previamente contendo todos os aspectos a serem
observados pelo pesquisador um roteiro de observaccedilatildeo (APEcircNDICE D) que apresentou no
eixo horizontal os fatores da comunicaccedilatildeo proxecircmica a saber a posiccedilatildeo a distacircncia o tom de
voz o eixo dos interlocutores o comportamento de contato contato visual coacutedigo olfativo e
quais as impressotildees da pesquisadora durante a interaccedilatildeo (HALL 2005) E no outro eixo
vertical situando o momento de observaccedilatildeo caracterizado pelo momento de cuidado do
profissional ao paciente
A observaccedilatildeo participante foi realizada em contato direto frequente e prolongado do
investigador com os participantes Segundo Abib (2013) a observaccedilatildeo constitui uma teacutecnica
de investigaccedilatildeo que usualmente se complementa com a entrevista semiestruturada Para a
sua utilizaccedilatildeo como procedimento cientiacutefico eacute preciso que estejam reunidos criteacuterios tais
como o responder a objetivos preacutevios ser planejada de modo sistemaacutetico sujeita a validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo precisatildeo e controle
Estas observaccedilotildees foram realizadas no primeiro e segundo turnos de hemodiaacutelise com
duraccedilatildeo prevista de oito (8) horas A justificativa para este tempo de observaccedilatildeo diaacuteria eacute
devido ser o mesmo periacuteodo de duraccedilatildeo das sessotildees de hemodiaacutelise que corresponde a quatro
(4) horas cada por ser neste momento que o enfermeiro estabelece sua interaccedilatildeo com os
pacientes para o cuidado As observaccedilotildees foram individuais com a escolha de um enfermeiro
por sessatildeo sendo que estes participantes foram observados em mais de uma sessatildeo
Os meses de observaccedilatildeo foram junho a julho de 2016 no HUCFF e outubro a
novembro de 2016 no HUPE a pesquisadora chegava ao setor no horaacuterio da passagem de
plantatildeo agraves 700 horas da manhatilde e terminava a observaccedilatildeo entre 1400 e 1500 horas da tarde
devido ao teacutermino da segunda sessatildeo da HD totalizando ao final 240 horas de observaccedilatildeo em
meacutedia Foi observado o comportamento dos participantes durante sua permanecircncia no setor
de hemodiaacutelise nos diferentes momentos de interaccedilatildeo com o paciente no preacute-diaacutelise
transdiaacutelise e poacutes-diaacutelise
364 Quarto momento da pesquisa Tratamento e anaacutelise dos dados
A anaacutelise das transcriccedilotildees das entrevistas foi realizada tatildeo logo as mesmas eram
encerradas com o objetivo de verificar se haveria a necessidade de mais um contato com o
participante para esclarecer aspectos que ficaram difiacutecil de entender fazendo tambeacutem o
51
cruzamento com os aspectos descritos no roteiro de observaccedilatildeo para cada uma destas anaacutelises
a pesquisadora despendia aproximadamente 1 a 2 horas Na preacute-anaacutelise foi realizada uma
leitura flutuante dos depoimentos transcritos e elaboraccedilatildeo de indicadores que fundamentem a
interpretaccedilatildeo As entrevistas transcritas foram devolvidas para validaccedilatildeo dos participantes da
pesquisa que nela foram identificados por pseudocircnimos sendo que todas as entrevistas seratildeo
arquivadas por um periacuteodo de cinco (5) anos e apoacutes esse tempo as mesmas seratildeo incineradas
No momento da preacute-anaacutelise foi realizada a tabulaccedilatildeo dos dados de identificaccedilatildeo dos
enfermeiros entrevistados traccedilando atraveacutes dos mesmos o perfil dos participantes do estudo
Foi reservado para este momento o tempo correspondente a 1 hora para cada entrevista
Em outro momento da anaacutelise todas as entrevistas foram lidas e relidas
cuidadosamente para o reconhecimento e extraccedilatildeo dos dados brutos verificando e
sublinhando a sua relaccedilatildeo com os objetivos do estudo Para esta atividade foram ocupadas
cerca de 8 h de estudo no qual foi realizada a anaacutelise temaacutetica das respostas dos participantes
baseando-se em Bardin (2011) que representa um conjunto de teacutecnicas de anaacutelise das
comunicaccedilotildees utilizando procedimentos sistemaacuteticos e objetivos de descriccedilatildeo do conteuacutedo das
mensagens A crescente utilizaccedilatildeo da anaacutelise de conteuacutedo na aacuterea da Enfermagem eacute
evidenciada em muitos trabalhos publicados em vaacuterias revistas de circulaccedilatildeo nacional e
internacional (CAVALCANTE CALIXTO PINHEIRO 2014)
De acordo com Bardin (2011 p 131) ldquofazer uma anaacutelise temaacutetica consiste em
descobrir os ldquonuacutecleos de sentidordquo que compotildeem a comunicaccedilatildeo e cuja presenccedila ou
frequecircncia de apariccedilatildeo pode significar alguma coisa para o objetivo analiacutetico escolhidordquo
Na tentativa de organizar esse material apoacutes sucessivas leituras foi destacado em cada
conjunto de respostas dos participantes os fragmentos do texto que estavam relacionados com
os objetivos da pesquisa Esse procedimento foi necessaacuterio pois havia uma grande
quantidade de informaccedilotildees transversais ao objeto da pesquisa Assim foi construiacutedo um
quadro para cada pergunta onde foram destacados os fragmentos relacionados ao mesmo
objetivo Em seguida os fragmentos foram agrupados por aproximaccedilatildeo dos sentidos
Nos termos determinantes por Bardin (2011) especificamente quanto agrave fase de
exploraccedilatildeo do material destaca-se que as diferentes operaccedilotildees da preacute-anaacutelise foram
convenientemente concluiacutedas E a fase de anaacutelise propriamente dita natildeo eacute mais do que a
aplicaccedilatildeo sistemaacutetica das decisotildees tomadas
Desta forma na fase denominada de exploraccedilatildeo do material foi realizado um processo
de separaccedilatildeo da essecircncia das mensagens que serviu para a identificaccedilatildeo das expressotildees com
sentidos equivalentes presentes nas respostas de cada enfermeiro De acordo o meacutetodo
52
adotado eacute nessa fase que o material eacute organizado para a anaacutelise atraveacutes de um processo de
codificaccedilatildeo
O trabalho de organizaccedilatildeo dos fragmentos das respostas foi a de reunir em um uacutenico
quadro os elementos pertencentes a um determinado conjunto ou classe Cabe registrar aqui
que todos os elementos foram considerados mesmo aqueles que apareceram apenas em uma
uacutenica resposta uma uacutenica vez e natildeo puderam ser agrupado aos demais
Destaca-se que o meacutetodo proposto por Bardin (2011) esclarece que a codificaccedilatildeo
corresponde praticamente a uma transformaccedilatildeo do material em uma representaccedilatildeo do
conteuacutedo no caso as mensagens contidas nas respostas Para a autora esse processo tem a
intenccedilatildeo de alcanccedilar o nuacutecleo de compreensatildeo do texto
Para continuar o processo de codificaccedilatildeo conforme aponta o meacutetodo procurou-se
identificar as unidades de registro ndash ou unidades de significaccedilatildeo ndash a partir do material que
havia sido codificado e reunido em um quadro de acordo com cada objetivo proposto
Segundo Bardin (2011) as unidades de registro satildeo fragmentas no texto e podem ser
palavras frases ou paraacutegrafos que denotam significaccedilatildeo Satildeo coacutedigos linguiacutesticos que
possuem alguma compreensatildeo com determinado contexto onde elas satildeo utilizadas ou se
relacionam
Diante desta anaacutelise buscou-se uma possiacutevel construccedilatildeo da comunicaccedilatildeo proxecircmica
sobre o cuidar e os cuidados de enfermagem ao paciente em tratamento de hemodiaacutelise
permitindo mapear as categorias de cuidados que emergem na hemodiaacutelise atraveacutes das
entrevistas e da observaccedilatildeo Verificou-se que as unidades de registro se desprendiam
naturalmente dos objetivos e poderiam ser agrupadas em trecircs (3) grupos como foram
identificados quais sejam aspectos relacionados com os sentidos do espaccedilo do cuidado
ambiente do cuidado e o conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Na perspectiva do meacutetodo Bardin (2011) reconhece esse procedimento de
organizaccedilatildeo das unidades de registro como a forma de compreender a significaccedilatildeo exata das
unidades de registro Na proposta do meacutetodo um grupo de unidades de registro pode ser
identificado atraveacutes de uma unidade de contexto A categorizaccedilatildeo ocorre atraveacutes da inferecircncia
do analista sobre o material produzido e submetido agrave codificaccedilatildeo A categorizaccedilatildeo tem como
objetivo fornecer por condensaccedilatildeo uma representaccedilatildeo simplificada dos dados brutos que
resulta da inferecircncia do analista Neste sentido foram propostas trecircs categorias para o
desenvolvimento deste estudo
Assim na uacuteltima fase que compotildee o meacutetodo da anaacutelise de conteuacutedo consiste na
interpretaccedilatildeo dados que seraacute apresentada a seguir Segundo o meacutetodo a interpretaccedilatildeo eacute o
53
momento em que o analista atribui significaccedilatildeo agraves caracteriacutesticas do texto resumidas apoacutes
tratamento e apresentadas sob a forma de categorias (Figura 5)
Figura 5 Representaccedilatildeo das categorias analiacuteticas
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A etapa final do processo de compreensatildeo do material obtido nas entrevistas
constituiu-se na realizaccedilatildeo do reagrupamento das unidades de registro reunidas sob a forma
de unidades de contextosignificaccedilatildeo em categorias Para Bardin (200 p 145) a
categorizaccedilatildeo eacute
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
CATEGORIAS
54
Uma operaccedilatildeo de classificaccedilatildeo de elementos constitutivos de um conjunto por
diferenciaccedilatildeo e seguidamente por reagrupamento segundo o gecircnero (analogia) com
criteacuterios previamente definidos As categorias satildeo rubricas ou classes as quais
reuacutenem um grupo de elementos (unidades de registros no caso da anaacutelise de
conteuacutedo) sob um tiacutetulo geneacuterico agrupamento esse efetuado em razatildeo das
caracteriacutesticas comuns destes element
55
CAPITULO IV
CARACTERIZACcedilAtildeO DOS ENTREVISTADOS
Embora a anaacutelise envolva a interpretaccedilatildeo de significado e de funccedilatildeo de accedilotildees humanas
e assuma uma forma descritiva e interpretativa propotildee-se a caracterizaccedilatildeo da amostra dos
participantes segundo as variaacuteveis socioeconocircmicas no formato de tabela para um melhor
entendimento e anaacutelise descritiva Desta forma foi realizada a anaacutelise dos dados dos doze (12)
participantes da pesquisa em ambas as instituiccedilotildees
Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo da amostra segundo variaacuteveis socioeconocircmicas dos
Enfermeiros 2016
Caracteriacutesticas N
Sexo
Masculino
Feminino
2
10
17
83
Faixa etaacuteria
26 a 35
36 a 45
46 a 55
56 a 65
6
2
3
1
50
17
24
8 Tempo de Formaccedilatildeo
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
2
6
2
2
17
50
17
16 Tempo de atuaccedilatildeo
na Nefrologia
1 a 10
11 a 20
21 a 30
21 a 40
7
2
2
1
58
17
17
8
Funccedilatildeo exercida
Assistecircncia
Gerecircncia e assistecircncia
8
4
67
33
Curso de capacitaccedilatildeo
Nefrologia
Enfermagem do trabalho
Mestrado
Terapia intensiva
Natildeo possuem
5
2
4
1
1
37
12
25
13
13
Fonte Pesquisa de campo no HUCFF e HUPE 2016
56
Para a melhor compreensatildeo do estudo foi traccedilado o perfil dos enfermeiros sendo os
mesmos descritos quanto ao sexo agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo tempo de atuaccedilatildeo como
enfermeiro na nefrologia funccedilatildeo que ocupa curso de capacitaccedilatildeo Os dados do perfil do
profissional que atua na hemodiaacutelise permitiram associaacute-los entre si em busca de aspectos
que favorecem a clareza do fenocircmeno
A amostra foi constituiacuteda de doze (12) enfermeiros do setor de hemodiaacutelise de um
universo de seis (06) enfermeiros do HUCFF e seis (06) enfermeiros do HUPE A Resoluccedilatildeo
da Diretoria Colegiada ndash RDC nordm 154 de 15 de junho de 2004 estabelece o regulamento
teacutecnico para o funcionamento dos serviccedilos de diaacutelise no Brasil e esta RDC no subitem 63
determina ldquoO programa de hemodiaacutelise deve integrar no miacutenimo em cada turno um
enfermeiro para cada 35 pacientesrdquo (BRASIL 2004) Este eacute um ponto criacutetico para a
Enfermagem e merece ser revisado para que haja a garantia da seguranccedila e da qualidade de
assistecircncia ao paciente
Graacutefico 1 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o sexo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Houve uma predominacircncia do sexo feminino 83 (n = 10) em relaccedilatildeo ao masculino
17 (n= 2) Cunha e Spanhol (2014 p92) afirmam que aquele componente educativo e
cultural de cuidadora do lar e famiacutelia foi se diluindo ao longo dos anos com a emancipaccedilatildeo
da mulher e a busca da igualdade de gecircneros Na esfera do trabalho estas mudanccedilas
permitiram que a mulher coloca-se suas competecircncias a serviccedilo da sociedade adquirindo
57
ldquoautonomia financeira que lhes garantissem benefiacutecios como a seguranccedila social a
aposentadoria e uma salvaguarda contra a pobreza viuvez ou ateacute separaccedilatildeordquo
A feminizaccedilatildeo da aacuterea de sauacutede segundo Abuderne e Naisbitt (1993) surgiu com a
enfermagem sendo responsaacutevel por quarenta a cinquumlenta por cento (40 a 50) do
faturamento hospitalar e eles jaacute afirmavam que as mulheres em seus cargos de autoridade no
setor de sauacutede modificariam o cuidado com a sauacutede e a atitude dos profissionais para com as
mulheres e ainda que nas proacuteximas deacutecadas a sauacutede teria uma tocircnica decididamente feminina
Cunha e Spanhol (2014) concordam que no mundo feminino pode-se contar com o alto
potencial na busca constantemente do crescimento profissional e pessoal de novos desafios
e que estas ser por si soacute uma marca de lideranccedila ou caracteriacutestica de um estilo ainda a ser
descoberto
Estudos revelaram que os homens no Brasil tecircm mais dificuldades para expressar
certas emoccedilotildees negativas em puacuteblico jaacute as mulheres possuem maior liberdade para expressaacute-
las Conforme Schimidt e Silva (2012) eacute provaacutevel que os enfermeiras adquiram um menor
controle em expor suas emoccedilotildees Portanto as percepccedilotildees inferidas pelas enfermeiras deste
setor poderatildeo estar impregnadas com emoccedilotildees e sentimentos ativados por estiacutemulos internos
ou vindos do ambiente as vivecircncias e as experiecircncias possuem uma funccedilatildeo adaptativa frente
as situaccedilotildees vivenciadas gerando uma influecircncia positiva ou negativa nos relacionamentos
Logo existem regras culturais capazes de modificar modular e controlar a
musculatura facial ou movimentos corporais entre os gecircneros Portanto os profissionais de
sauacutede precisam se ater a essa verdade e reconhecer o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica (proacuteprias
e do outro) valorizando as peculiaridades existentes A enfermagem toca o corpo e expotildee o
paciente muitas vezes sem pedir autorizaccedilatildeo adotando uma postura de poder O paciente por
sua vez revela constrangimento e vergonha poreacutem dificilmente questiona ou reclama esse
tipo de invasatildeo pois acredita ser ela necessaacuteria para sua recuperaccedilatildeo
Neste sentido para o enfermeiro do sexo masculino a situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal
poderaacute ser considerada desfavoraacutevel durante a realizaccedilatildeo de um procedimento que necessite
de uma aproximaccedilatildeo mais iacutentima para um procedimento teacutecnico
58
Graacutefico 2 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a faixa etaacuteria
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
A faixa etaacuteria dos participantes variou de 26 anos a 64 anos sendo destacada pela
faixa etaacuteria de 26 a 35 anos com 50 (n=6) fato esse que corrobora com a pesquisa realizada
pelo Conselho Federal de Enfermagem ndash COFEN (2011) que afirma que a forccedila de trabalho
dos profissionais de enfermagem no Brasil eacute majoritariamente jovem com 6323 na faixa
etaacuteria entre 26 a 45 anos no auge na sua forccedila produtiva e reprodutiva
Graacutefico 3 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de formaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
O tempo de formaccedilatildeo dos enfermeiros concentrou-se na faixa de 11 a 20 anos de
formaccedilatildeo 50 (n=6) sendo que o maior tempo de formaccedilatildeo evidenciado foi a de uma
enfermeira com trinta e oito (38) anos de profissatildeo A experiecircncia cliacutenica e o conhecimento
59
teacutecnico-cientiacutefico satildeo componentes essenciais e complementares para definiccedilatildeo das accedilotildees de
cuidado dos pacientes Para Bittencourt e Crossetti (2013) um conhecimento advindo da
praacutetica possibilita ao enfermeiro o aperfeiccediloamento promovendo o desenvolvimento de
conhecimento especiacutefico de enfermagem fundamentados em pressupostos teoacutericos em
experiecircncia cliacutenica e habilidades interpessoais que auxiliam na tomada de decisatildeo assertiva
para os pacientes
Benner Tanner e Chesla (2009) apud Nuntaboot (2016) em seus estudos relacionaram
a aquisiccedilatildeo de habilidades em enfermagem aos diferentes niacuteveis de praacutetica descrevendo cinco
posiccedilotildees que variam desde o ldquonovicerdquo com limitado reconhecimento de evidecircncias e
pensamentos analiacuteticos ao ldquoexpertrdquo especialista com abrangente compreensatildeo e intuiccedilatildeo
Identificando que o enfermeiro ldquoexpertrdquo possui experiecircncia competecircncia e habilidade na
tomada de decisotildees sendo mais proativos na coleta de evidencias relevantes e em antecipar
problemas do que enfermeiros novatos
Ser proficiente competente e perito exige uma base de experiecircncia com populaccedilotildees de
pacientes em particular com estes niacuteveis de habilidades que o enfermeiro desenvolve nas
diferentes situaccedilotildees cliacutenicas acabam evoluindo ao longo do tempo (NUNTABOOT 2016)
Essas habilidades de identificar possiacuteveis impropriedades requerem mudanccedilas no
conhecimento qualificado que satildeo qualitativamente distintos para os estaacutegios iniciais de
aquisiccedilatildeo de habilidades
A experiecircncia como aqui definida natildeo eacute a mera passagem do tempo mas sim uma
transformaccedilatildeo ativa e refinamento de expectativas e percepccedilotildees em situaccedilotildees evolutivas O
enfermeiro muda de uso exclusivo do objetivo e accedilatildeo com pacientes especiacuteficos O raciociacutenio
cliacutenico baseia-se na compreensatildeo das mudanccedilas do paciente atraveacutes do tempo - que eacute o
raciociacutenio atraveacutes das transiccedilotildees
60
Graacutefico 4 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Quanto ao tempo de atuaccedilatildeo na hemodiaacutelise a anaacutelise dos dados obtidos aponta que
58 (n=7) dos enfermeiros participantes atuam no setor de hemodiaacutelise a mais de 2 anos o
que vem a facilitar o entrosamento devido ao conhecimento do contexto dos protocolos e do
paciente atendido na unidade
O tempo de trabalho no setor pode ser um indicativo de tempo de experiecircncia do
enfermeiro no mercado de trabalho o que pode contribuir para a melhoria na qualidade dos
serviccedilos prestados Trata-se de uma construccedilatildeo de conhecimento diaacuterio que amplia cada vez
mais a capacidade de interpretar as situaccedilotildees e estimular o ponto de partida para novas
inquietaccedilotildees
Graacutefico 5 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a funccedilatildeo exercida
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
61
Com relaccedilatildeo agrave funccedilatildeo exercida foi identificado que 67 (n=8) dos enfermeiros atuam
na assistecircncia ao paciente embora este setor tenha uma caracteriacutestica diferenciada de
cuidados aos pacientes a maioria dos enfermeiros possui uma atuaccedilatildeo gerencial muito
marcante tambeacutem O tempo disponibilizado no contato direto ao paciente se torna
imprescindiacutevel devido agraves demandas do setor sendo assim o enfermeiro acumula
inevitavelmente as funccedilotildees assistenciais e de gerenciador do setor
Este fato corrobora com estudos desenvolvidos sobre o processo de trabalho do
enfermeiro e as implicaccedilotildees e dificuldades da implementaccedilatildeo da Sistematiza da Assistecircncia
de Enfermagem (SAE) visto que o enfermeiro possui um acuacutemulo de atribuiccedilotildees e o
quantitativo de profissionais eacute insatisfatoacuterio (ZANARDO ZANARDO CAEFER 2011)
Graacutefico 6 Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o curso de capacitaccedilatildeo
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Dentre os principais cursos de aprimoramento profissional relatados estatildeo a
especializaccedilatildeo em nefrologia enfermagem do trabalho terapia intensiva e mestrado O fato da
maioria dos participantes 87 (n=11) possuir especializaccedilatildeo denota uma maior preocupaccedilatildeo
em manter uma boa formaccedilatildeo e atualizaccedilatildeo dos cuidados de enfermagem
De acordo com a RDC 15404 o responsaacutevel teacutecnico do setor de hemodiaacutelise poderaacute
ser um profissional de niacutevel superior com especializaccedilatildeo na aacuterea correspondente assentada
junto ao respectivo conselho profissional aleacutem deste profissional um (1) enfermeiro
especializado em nefrologia que responda pelos procedimentos e intercorrecircncias de
62
enfermagem A resoluccedilatildeo destaca ainda em seu anexo 6 ldquorecursos humanos do serviccedilo de
diaacuteliserdquoitem 69 que
A capacitaccedilatildeo formal e o credenciamento dos Enfermeiros na especialidade de
nefrologia devem ser comprovados por declaraccedilatildeo certificado respectivamente
reconhecidos pela SOBENrdquo No caso do tiacutetulo de especialista poderaacute ser obtido
atraveacutes de especializaccedilatildeo em Nefrologia reconhecido pelo MEC ou pela SOBEN
atraveacutes da prova de tiacutetulo seguindo as normas do Conselho Federal de Enfermagem
O enfermeiro que estiver em processo de capacitaccedilatildeo deve ser supervisionado por
um enfermeiro especialista em nefrologia
Dentre os profissionais que atuam no setor dois (2) natildeo possuem especializaccedilatildeo em
nefrologia e sim em outra aacuterea e um (1) estaacute em processo de capacitaccedilatildeo Haacute por parte dos
enfermeiros uma necessidade de construir uma ldquoidentidade profissional identificando e
demarcando um saber especiacuteficordquo com o propoacutesito de contribuir para o estabelecimento de
uma maior autonomia e domiacutenio das decisotildees frente agrave equipe de enfermagem assim como aos
pacientes Em sua praacutetica diaacuteria o profissional precisa articular o conhecimento teoacuterico com o
conhecimento praacutetico para conquistar e manter a lideranccedila (VALADARES VIANA 2009 P
381)
63
CAPITULO V
RESULTADOS E ANAacuteLISE DOS DADOS
Este capiacutetulo congrega os resultados das anaacutelises dos dados no sentido de atender aos
objetivos propostos para a realizaccedilatildeo do estudo em ambos os cenaacuterios investigados As
unidades de registros (UR) das doze (12) entrevistas foram agrupadas em trecircs (3) categorias agrave
saber O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise Sentidos do espaccedilo do cuidado
em hemodiaacutelise Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
Para representar a classificaccedilatildeo das categorias (Quadro 4) foi descrito os nuacutemeros de
UR obtidos em cada entrevista e somatoacuterio total de trezentos e quarenta e cinco (345) UR e
destas foram consideradas (duzentas e setenta e um) 271 UR devido a sua relevacircncia com a
temaacutetica proposta
Quadro 4 Unidades de Registros (URs) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo ou categorias Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do enfermeiro
na hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
2
Sentidos do espaccedilo do
cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Total de Unidades de
Registros relevantes
obtidas em cada
entrevista
21
19
37
24
26
30
24
18
15
17
24
16
271
64
51 O ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
Para descriccedilatildeo de cada setor de HD onde a coleta de dados desta pesquisa foi
realizada utilizou-se o meacutetodo de observaccedilatildeo participante com anotaccedilotildees no roteiro de
observaccedilatildeo Foram registrados todos os fatos e fenocircmenos referentes agraves atividades realizadas
e agrave sociabilidade - interaccedilotildees entre enfermeiro-ambiente e enfermeiro-paciente que serviram
de embasamento para as leituras das caracteriacutesticas de uso e apropriaccedilatildeo do espaccedilo da HD
Nelas os enfermeiros foram observados realizando suas atividades rotineiras sem saber que
neste dia estavam sendo estudados
Para entender como o enfermeiro se comporta neste territoacuterio e qual o espaccedilo que ele
ocupa foi necessaacuterio elaborar os mapas (figuras 6 e 7) que representam de forma
esquemaacutetica o setor de hemodiaacutelise com suas caracteriacutesticas fixas e semifixas e as zonas de
distanciamento propostas por Eduard T Hall A classificaccedilatildeo dada agrave arquitetura e aos objetos
em nosso ambiente de espaccedilo como caracteriacutesticas fixa e semifixa eacute descrita por Hall (2005)
em seus estudos como sendo ambas de profundo impacto em nosso comportamento
comunicativo
Para Hall (2005) territorialidade eacute o comportamento no qual um ser vivo apresenta
caracteriacutesticas reivindicatoacuterias de posse de uma determinada aacuterea e a defende de membros de
sua proacutepria espeacutecie Franco e Stralen (2012) tambeacutem afirmam que o territoacuterio tem um papel
na determinaccedilatildeo de um sistema comportamental que fornece informaccedilotildees sobre limites que
definem o lugar de aprender julgar proteger-se etc A territorialidade aleacutem da preservaccedilatildeo
das espeacutecies e do ambiente tambeacutem estaacute relacionada agraves funccedilotildees pessoais e sociais a
dominacircncia do mais forte (dominante) por um territoacuterio mais amplo e seu ao acesso ao
territoacuterio dos mais fracos dito dominado
Em todos os sentidos da palavra o territoacuterio eacute um prolongamento do organismo
indicado por sinais visuais verbais e olfativos Portanto sendo a territorialidade relativamente
fixa este tipo de espaccedilo eacute denominado em relaccedilatildeo agrave proxecircmica de espaccedilo de caracteres
fixos Jaacute os mobiliaacuterios obstaacuteculos e adornos o espaccedilo de caracteriacutesticas semifixas (HALL
2005)
A primeira categoria tem como temaunidade de significaccedilatildeo o ambiente do cuidado
do enfermeiro na hemodiaacutelise Entre os 12 (doze) corpos de anaacutelise (entrevistas) houve 345
(trezentos e quarenta e cinco 100) UR no total 126 (cento e vinte e seis3652) satildeo
referentes a esta categoria sobre o ambiente do cuidado do enfermeiro na hemodiaacutelise
65
Quadro 5 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da primeira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
1
O ambiente do
cuidado do
enfermeiro na
hemodiaacutelise
12
10
17
06
13
10
14
07
10
08
10
09
126
511 Primeiro Cenaacuterio de investigaccedilatildeo
As figuras representam as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga Filho (HUCFF) sendo em planta baixa (figura 6a) e
em perspectiva (figura 6b) desta forma a elaboraccedilatildeo das plantas humanizadas dos setores satildeo
apresentadas como forma de entendimento destes espaccedilos com as zonas de distanciamento
para fins de anaacutelise do ambiente junto agrave comunicaccedilatildeo proxecircmica dos participantes da pesquisa
com seus pacientes durante a assistecircncia prestada no setor
Os enfermeiros identificam como espaccedilo do cuidado natildeo soacute a sala de HD mas
tambeacutem demais espaccedilos em anexo este fato eacute claramente percebido nas observaccedilotildees e falas
dos participantes desta forma para a elaboraccedilatildeo dos mapas as distacircncias descritas na
comunicaccedilatildeo proxecircmica satildeo ampliadas ateacute os espaccedilos identificados como sendo de cuidado e
ilustradas por meio das cores anteriormente referidas sendo aplicadas no mapa para melhor
entendimento
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer lugar em qualquer momento [] atender o
paciente com a necessidade dele independente onde ele se localiza A necessidade
vem a vocecirc e natildeo vocecirc a ela Eles chegam aqui com a esperanccedila que algueacutem vai
ajudaacute-lo nem que seja com uma palavra Faccedilo questatildeo de natildeo esquecer isso e
sempre tento ajudaacute-los Qualquer ajuda pode estar contribuindo para adesatildeo ao
tratamento (E1)
66
[] circulo em todos os espaccedilos no local de pesagem eacute importante estar com
pacientes pois eles podem mentir peso Nos escaninhos - tambeacutem circulo para ver
prontuaacuterios os quadros onde tem organizaccedilatildeo dos turnos os quadros de
antibioacuteticos mantenho os dados atualizados dos pacientes que estatildeo em tratamento
(E3)
Os participantes afirmam que o cuidado eacute realizado independente do local sempre que
haacute necessidade de uma intervenccedilatildeo cuidar natildeo eacute somente estar junto ao paciente cuidar eacute dar
conferir e checar registros medicaccedilotildees equipamentos mas tambeacutem eacute a valorizaccedilatildeo e
percepccedilatildeo da necessidade do outro O cuidado necessita da criaccedilatildeo de viacutenculo entre
profissional e paciente e que a compreensatildeo do profissional para que essa relaccedilatildeo deva existir
eacute fundamental para que desenvolva um cuidado saudaacutevel permeado pela intersubjetividade
formando com o espaccedilo fiacutesico um ambiente favoraacutevel agrave sauacutede Aleacutem disso para Pieszak et al
(2013 p 71)
Eacute importante destacar que a reduccedilatildeo da arte agrave simples execuccedilatildeo de teacutecnicas foi um
dos fatores que levou agrave desvalorizaccedilatildeo do conhecimento esteacutetico pois este
corresponde agrave arte da enfermagem que eacute expressiva subjetiva e se torna visiacutevel na
accedilatildeo do cuidar
Na hemodiaacutelise o espaccedilo para as intervenccedilotildees de ordem teacutecnica ou mecacircnica eacute
contiacutenuo o que poderaacute colocar o processo de relaccedilatildeo intersubjetiva e consequentemente o
processo de comunicaccedilatildeo como o instrumento de intervenccedilatildeo secundaacuteria Assim mesmo
com toda a tecnologia espera-se que os profissionais sejam capazes de construir a partir do
processo de interaccedilatildeo ou relaccedilatildeo subjetiva estabelecendo relaccedilotildees terapecircuticas com os
pacientes Para Formozo et al (2012) o cuidado em sauacutede eacute compreendido como um ato
singular que objetiva o bem-estar das pessoas envolvidas eacute imprescindiacutevel que o ser cuidado
e o ser cuidador estabeleccedilam uma interaccedilatildeo produtiva Desta forma aos poucos estabelece
uma aproximaccedilatildeo entre os sujeitos no contexto das interaccedilotildees sociais Para que estas
interaccedilotildees sejam profiacutecuas eacute preciso ter habilidades para subsidiar as demandas impliacutecitas no
cuidado
Ao afirmarem que circulam pelos diferentes espaccedilos fica claro no cuidado na HD que
o enfermeiro eacute quem circula por todo o ambiente permanecendo nos diferentes espaccedilos
durante a permanecircncia do paciente desta forma partindo do pressuposto que o paciente se
manteacutem fixo na maioria do periacuteodo de tratamento sentado junto agrave maacutequina seraacute considerado
como o espaccedilo a ser invadido pelo enfermeiro o espaccedilo iacutentimo ao redor do paciente
67
A proposta de elaborar um instrumento que auxilie na identificaccedilatildeo dos diferentes
espaccedilos com a percepccedilatildeo dos enfermeiros no uso dos sentidos foi possiacutevel por meio da
conjugaccedilatildeo de teacutecnicas observacionais com a teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica
possibilitando a construccedilatildeo de um produto apresentado de forma esquemaacutetica e colorimeacutetrica
denominado Mapeamento Comportamental Proxecircmico do enfermeiro na hemodiaacutelise O
Mapeamento Comportamental apresenta como sendo espaccedilo iacutentimo (vermelho) a poltrona do
paciente e a partir desde ponto afastando-se do paciente surgem o espaccedilo pessoal
(laranja) espaccedilo social (amarelo) e espaccedilo puacuteblico (verde)
Figura 6a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
O ambiente eacute climatizado bem iluminado com lacircmpadas fluorescentes e haacute um
conjunto de vidraccedilas sempre fechadas e protegidas por peliacutecula protetora Existem trecircs
espaccedilos fixos no espaccedilo ao centro (Box 2) eacute onde se localiza a porta de entrada para o setor
destinado agrave circulaccedilatildeo de pessoas existe uma balanccedila que eacute utilizada por todos os pacientes
para a pesagem (espaccedilo puacuteblico) Em caso de emergecircncia ou precauccedilatildeo de contato os
68
pacientes satildeo alocados neste espaccedilo em macas junto agraves maacutequinas reservas de HD para
realizarem a hemodiaacutelise Eacute um espaccedilo amplo sem obstaacuteculos como mobiliaacuterios o que vem a
facilitar a visualizaccedilatildeo da equipe de enfermagem embora o espaccedilo natildeo esteja proacuteximo agrave
bancada de enfermagem
Uma visualizaccedilatildeo mais centralizada com o posto de enfermagem no meio do salatildeo e
ao redor os pacientes eacute o ideal mas o espaccedilo tem que ser adequado aqui temos um
espaccedilo adequado mas o Box 2 fica afastado de nossa visatildeo (E1)
A minha visatildeo de sala de HD a natildeo ser que tivesse dois enfermeiros plantonistas eacute
de uma sala circular igual a um Centro de Terapia Intensiva (CTI) o enfermeiro
tem que ter a visatildeo de todos os pacientes (E5)
Haacute uma unanimidade na necessidade de um espaccedilo adequado para o efetivo cuidado
os enfermeiros afirmam que precisam de um espaccedilo que possua uma boa visualizaccedilatildeo de
todos os pacientes com um balcatildeo de enfermagem centralizado e acesso faacutecil a materiais
medicamentos e prontuaacuterios De acordo com Savi e Rech (2015) as caracteriacutesticas semifixas
satildeo definidas como a preocupaccedilatildeo com a localizaccedilatildeo fiacutesica dos recursos de forma simples eacute a
configuraccedilatildeo de departamentos de centros de trabalho instalaccedilotildees e equipamentos dos
elementos aos quais se aplica o trabalho de um setor Deve-se ter a preocupaccedilatildeo de natildeo soacute
aperfeiccediloar as condiccedilotildees de trabalho mas tambeacutem racionalizar os fluxos do trabalho a
disposiccedilatildeo fiacutesica dos postos e tornar a movimentaccedilatildeo das pessoas ainda mais faacutecil
Essas caracteriacutesticas semifixas devem sobretudo propor bem estar Natildeo eacute raro nos
dias de hoje que arquitetos decoradores e paisagistas participem da elaboraccedilatildeo de arranjos
fiacutesicos na tentativa de tornar o ambiente de trabalho mais agradaacutevel e favoraacutevel as demandas
diaacuterias A necessidade de estudaacute-lo existe sempre que se pretende a implantaccedilatildeo de um novo
setor uma nova unidade de serviccedilo ou quando se estiver promovendo a reformulaccedilatildeo das
atividades desenvolvidas
A figura 6b apresenta-se por uma perspectiva que permite a visualizaccedilatildeo da porta de
entrada do setor e o detalhamento das caracteriacutesticas semifixas Nos espaccedilos fixos laterais
denominados de Box 1 e 3 apresentam seus mobiliaacuterios organizados de maneira muito
semelhante principalmente as poltronas de diaacutelise e o balcatildeo de enfermagem onde estatildeo
posicionados com as mesmas distacircncias entre si Este balcatildeo de enfermagem possui um
computador para o acesso ao prontuaacuterio eletrocircnico do Hospital Universitaacuterio (Pront HU)2
(espaccedilo social) atraacutes de cada balcatildeo um escaninho com os prontuaacuterios impressos dos
2 Eacute um prontuaacuterio eletrocircnico dos pacientes do hospital seu acesso eacute atraveacutes de senha eletrocircnica pessoal
69
pacientes (espaccedilo puacuteblico) bancada para preparaccedilatildeo dos medicamentos (espaccedilo puacuteblico)
quatro (4) poltronas reclinaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) quatro (4) maacutequinas de hemodiaacutelise (espaccedilo
pessoal) aleacutem de pias para lavagem das matildeos (espaccedilo puacuteblico)
Figura 06b Mapeamento Comportamental proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUCFFUFRJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Todo o setor dispotildee de sistema de tubulaccedilatildeo de oxigecircnio ar comprimido e
vacuocircmetro sistema de distribuiccedilatildeo de aacutegua tratada para diaacutelise A unidade conta ainda com
uma sala de utilidade sala de expurgo sala de curativo sala de chefia sala dos meacutedicos e o
banheiro encontra-se fora do setor Segundo Savi e Rech (2015) a necessidade de tomar
decisotildees sobre as caracteriacutesticas fixas e semifixas decorre de vaacuterios motivos melhoria do
ambiente de trabalho o local de trabalho e as condiccedilotildees fiacutesicas de trabalho principalmente
nos assuntos relacionados agrave ergonomia podem ser fatores motivadores ou desmotivadores
Um banheiro longe uma balanccedila mal posicionada falta de claridade pias desativadas ou sem
70
condiccedilotildees de uso mobiliaacuterios potenciais causadores de acidentes entre outros podem fazer
muita diferenccedila em nosso comportamento durante a permanecircncia neste espaccedilo
Um layout correto proporciona um fluxo de comunicaccedilatildeo entre as atividades de
maneira mais eficiente e eficaz melhorando a utilizaccedilatildeo das aacutereas produtivas obtendo maior
facilidade na administraccedilatildeo das tarefas diminuindo assim os problemas ergonocircmicos e
flexibilizando os processos em casos de mudanccedilas ou adequaccedilotildees
Durante a chegada do paciente e no momento preacute-diaacutelise os enfermeiros se mantecircm
proacuteximos do paciente ocupando sempre o espaccedilo iacutentimo e o pessoal jaacute durante o periacuteodo de
transdiaacutelise onde o paciente jaacute foi instalado na maacutequina os enfermeiros se mantecircm no espaccedilo
social e no puacuteblico O ambiente faz grande diferenccedila na maneira como nos colocamos em
relaccedilatildeo aos outros durante a conversaccedilatildeo Aleacutem das caracteriacutesticas semifixas o espaccedilo
disponiacutevel sem obstaacuteculos entre os interlocutores podem favorecer a distacircncia de aproximaccedilatildeo
durante a interaccedilatildeo (HALL 2005)
Os dois principais momentos que ficamos no iacutentimo e pessoal satildeo na instalaccedilatildeo do
paciente agrave maacutequina no momento da transdiaacutelise que verifico a pressatildeo arterial ou
se tiver alguma intercorrecircncia e ao final quando termina o procedimento (E4)
Aqui trabalho bem proacutexima ao paciente ateacute porque o nuacutemero de teacutecnicos e
enfermeiros eacute reduzido [] quando chega o paciente eu posiciono-o ajudo na
instalaccedilatildeo fico muito no maquinaacuterio e proacuteximo a bancada (E6)
Os espaccedilos satildeo demarcados pelos enfermeiros com sendo iacutentimo e pessoal em
diferentes momentos que necessitam de uma aproximaccedilatildeo para executar um procedimento e
apoacutes executarem determinada tarefa existe um afastamento se mantendo no social para uma
melhor visatildeo geral de todos os pacientes e para proporcionar ao paciente uma privacidade As
sucessivas aproximaccedilotildees satildeo referidas como sendo algo muito contiacutenuo mas que tambeacutem natildeo
podem interferir no bem estar e invasatildeo do espaccedilo do paciente
Para Schimidt e Silva (2012) o que eacute caracterizado com invasatildeo do espaccedilo satildeo accedilotildees
referentes agrave manipulaccedilatildeo do corpo do paciente ou de pertences a ocupaccedilatildeo do seu espaccedilo
pessoal ou iacutentimo pelo profissional sem autorizaccedilatildeo preacutevia a permissatildeo de pessoas estranhas
ou em quantidade que superlote seu territoacuterio e a violaccedilatildeo satildeo accedilotildees referentes agraves exposiccedilotildees e
agraves intrusotildees fiacutesicas e visuais que violam a privacidade fiacutesica e emocional do paciente sendo
os dois exemplos mais incidentes agrave negligecircncia o uso inadequado de biombos ou ateacute mesmo a
exposiccedilatildeo de um cateter na femural Nesse mesmo estudo Schimidt e Silva (2012) afirmam a
71
situaccedilatildeo de invasatildeo pessoal considerada mais desagradaacutevel eacute quando a enfermagem realiza
um procedimento teacutecnico em uma regiatildeo mais iacutentima e na HD este momento eacute vivenciado ao
se manipular um cateter localizado na arteacuteria femural pois o paciente precisa expor o acesso
levantando sua bermuda ou saia trazendo-lhe um constrangimento diante dos demais
pacientes
512 Segundo cenaacuterio de investigaccedilatildeo
O segundo cenaacuterio da pesquisa investigado representa o setor de hemodiaacutelise do
Hospital Universitaacuterio Pedro Ernesto (HUPE) (figuras 7a e 7b) que apresenta dimensotildees
diferentes do primeiro cenaacuterio assim como as caracteriacutesticas fixas e semifixas do setor No
setor de HD o espaccedilo puacuteblico eacute localizado na sala de registros de enfermagem um espaccedilo em
anexo a sala de HD que eacute separada por uma parede de vidro
O setor eacute climatizado com boa iluminaccedilatildeo possui um uacutenico salatildeo onde haacute na entrada
uma balanccedila para pesagem dos pacientes duas pias para lavagem do braccedilo e no salatildeo existem
oito (8) poltronas reclinaacuteveis e confortaacuteveis (espaccedilo iacutentimo) oito (8) maacutequinas de hemodiaacutelise
(espaccedilo pessoal) no centro do salatildeo haacute um balcatildeo de enfermagem (espaccedilo social) amplo
com armaacuterios para guarda medicamentos insumos e demais mateacuterias utilizados na
hemodiaacutelise
Ao serem questionados sobre facilidades e dificuldades do ambiente os enfermeiros
relataram que o espaccedilo (figura 7a) e sua utilizaccedilatildeo satildeo adequados em muitos aspectos como o
balcatildeo centralizado com acesso faacutecil a materiais (medicaccedilotildees agulhas capilares de HD etc)
nesta disposiccedilatildeo permite uma melhor visualizaccedilatildeo de todos os pacientes assim como de todos
os profissionais que prestam os cuidados durante a permanecircncia do paciente na HD
Entretanto natildeo satildeo propiacutecios e adequados para se estabelecer as interaccedilotildees e os cuidados de
enfermagem de forma singular por considerarem um espaccedilo pequeno
O ambiente tem que facilitar - se tem uma visualizaccedilatildeo direta de todas as maacutequinas
com o apoio de um balcatildeo com acesso a tudo que precisamos desde materiais ateacute
prontuaacuterios dos pacientes eacute o ideal o problema eacute que com o espaccedilo eacute pequeno
temos que nos limitar em nossas movimentaccedilotildees (E7)
O ambiente facilita a comunicaccedilatildeo gosto do espaccedilo mas faccedilo meus registros de peacute
no balcatildeo natildeo temos aonde sentar soacute na sala de registros Entatildeo a dificuldade eacute o
espaccedilo ser pequeno e o balcatildeo muito alto [] natildeo gosto da sala de registros
72
porque fico longe dos pacientes tenho que olhar atraveacutes dos vidros e natildeo daacute para
ver direito aleacutem de que poderaacute retardar o meu tempo de accedilatildeo (E8)
As manisfestaccedilotildees de insatisfaccedilatildeo com o ambiente surgiram em ambos os cenaacuterios
cada qual analisado de acordo com suas caracteriacutesticas proacuteprias mas eacute notoacuterio que algumas
dificuldades satildeo descritas como de faacutecil soluccedilatildeo quando se trata de organizaccedilatildeo e
planejamento do arranjo das caracteriacutesticas semifixas como a distribuiccedilatildeo dos mobiliaacuterios no
ambiente mas quando se trata de dimensotildees das caracteriacutesticas fixas do ambiente natildeo eacute de
faacutecil resoluccedilatildeo Para os depoentes do primeiro cenaacuterio investigado o ambiente eacute amplo mas
natildeo favorece uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes devido o balcatildeo natildeo ser centralizado
jaacute o segundo cenaacuterio apresenta balcatildeo centralizado e alto mas o espaccedilo eacute inapropriado para
atender as necessidades de circulaccedilatildeo devido ao tamanho do salatildeo
Eacute atraveacutes das satisfaccedilotildees humanas que se pode conseguir uma qualidade assistencial
seja de forma direta atraveacutes da reduccedilatildeo de tempos movimentos e recursos seja de forma
indireta pela promoccedilatildeo de uma maior satisfaccedilatildeo do trabalho sauacutede do trabalhador refletindo
em sua motivaccedilatildeo componente indubitavelmente atrelado agrave produtividade (SILVA
PINHEIRO MOREIRA 2011)
Facilidade eacute por ser pequeno e consigo observar todos os pacientes mas natildeo tem
conforto porque fico em peacute na bancada Em contra partida dificulta quando temos
paciente na maca natildeo tem mobilidade na hora de fazer assistecircncia natildeo consigo
chegar aos equipamentos (E9)
A facilidade eacute que em qualquer posiccedilatildeo no salatildeo estarei proacuteximo e consigo ter uma
reaccedilatildeo raacutepida numa intercorrecircncia tambeacutem natildeo preciso falar alto para falar com
ele Dificuldade eacute porque poderia ser um pouco mais amplo o espaccedilo eacute pequeno as
poltronas satildeo muito proacuteximas umas das outras e esbarramos agraves vezes no outro
paciente ou no colega (E12)
As unidades de diaacutelise devem atender aos requisitos de estrutura fiacutesica previstos na
RDCANVISA nordm 50 de 21 de fevereiro de 2002 ou instrumento legal que venha a substituiacute-
la No Art 22 da RDC Nordm112014 eacute referido que ldquoo posto de enfermagem da sala para
hemodiaacutelise da sala para diaacutelise peritoneal e da sala de recuperaccedilatildeo e atendimento de
emergecircncia deve possibilitar a observaccedilatildeo visual total das poltronasleitos (BRASIL 2002
BRASIL 2014)
O ambiente da HD deve atender agraves especificaccedilotildees de instalaccedilotildees previstas na
Resoluccedilatildeo entretanto encontramos diferentes disposiccedilotildees de mobiliaacuterios nas unidades de HD
73
devido aos padrotildees arquitetocircnicos das instituiccedilotildees e eacute importante avaliarmos a possibilidade
de mudanccedilas para favorecer a circulaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo geral do ambiente
Figura 7a Mapeamento Comportamental Proxecircmico do setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta figura eacute possiacutevel visualizar em anexo ao salatildeo de HD que existe uma sala de
enfermagem (espaccedilo puacuteblico) referida pelos enfermeiros como sala de registros separada por
uma parede de vidro este espaccedilo eacute destinado agrave evoluccedilatildeo de enfermagem guarda de
prontuaacuterios e demais documentos Esta sala de registros possui cadeiras e balcatildeo pias para
lavagem das matildeos (sem uso) e armaacuterios para guarda de materiais e uma ampla janela de vidro
por onde entra a luz natural Este vidro que separa os ambientes permite a equipe visualizar o
espaccedilo do salatildeo de hemodiaacutelise
74
Figura 7b Mapeamento Comportamental Proxecircmicodo setor de hemodiaacutelise do
HUPEUERJ 2017
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora (ilustraccedilatildeo desenvolvida com auxiacutelio do programa SketchUp)
Nesta perspectiva (figura 7b) identifica-se o salatildeo de HD com seus espaccedilos iacutentimo
pessoal e social eacute possiacutevel visualizar a porta que daacute acesso a sala de registros (espaccedilo puacuteblico) e a
parede com vidro que permite a visualizaccedilatildeo de ambos os ambientes percebesse que devido agraves
dimensotildees do espaccedilo ser pequeno o balcatildeo encontra-se centralizado (espaccedilo social) permitindo
uma boa visualizaccedilatildeo de todos os pacientes no salatildeo contudo existe uma proximidade muito
grande entre as poltronas dos pacientes (espaccedilo iacutentimo) e pouco espaccedilo entre o balcatildeo e as
poltronas A maioria dos participantes afirma que esta proximidade entre os pacientes interfere na
privacidade destes restringindo o enfermeiro a discutir determinados assuntos mais iacutentimos ou
pessoais
Damos orientaccedilotildees no salatildeo sim mas satildeo gerais muito geneacutericas e que serviratildeo
para todos mas natildeo eacute uma consulta de enfermagem natildeo eacute pessoal (E6)
Para dar uma assistecircncia mais individual o salatildeo natildeo eacute o local mais indicado
quando eacute uma questatildeo de orientaccedilatildeo e natildeo traacutes nenhum tipo de constrangimento
para o paciente falo ali mesmo (E9)
O enfermeiro possui um papel fundamental no acolhimento e na melhoria da qualidade
de vida do paciente por isso deve desenvolver competecircncias para ajudaacute-lo a aceitar o
75
tratamento e aderir ao plano de cuidados traccedilados Eacute neste acolhimento que o enfermeiro
responsaacutevel pela sala de HD no decorrer do processo agitado de mudanccedila de turno e iniacutecio da
nova sessatildeo de HD deve conseguir recolher o maacuteximo de informaccedilotildees possiacuteveis sobre o
paciente para garantir uma assistecircncia de cuidados adequados ao iniciar o tratamento com
seguranccedila Teraacute de fazecirc-lo em plena sala de HD com os outros pacientes ao redor o que o
limitaraacute em algumas discussotildees para natildeo desrespeitar a privacidade do paciente restringindo-
o a intervir ou orientar em situaccedilotildees mais especiacuteficas
O acolhimento do paciente renal crocircnico em iniacutecio de hemodiaacutelise eacute da competecircncia
do enfermeiro pois eacute ele que tem um melhor conhecimento da pessoa e do contexto cada
experiecircncia de acolhimento deve ser flexiacutevel e ajustada agrave situaccedilatildeo cliacutenica da pessoa natildeo deve
ser padronizado deve-se estabelecer com ele um elo uma relaccedilatildeo de proximidade e de
presenccedila permanente no cuidado ao paciente na HD O enfermeiro interage com o paciente
durante todo o periacuteodo de permanecircncia no setor e no miacutenimo trecircs vezes na semana essa
convivecircncia e o cuidado prolongado possibilitam que ambos experimentem uma gama de
fenocircmenos sentimentos pensamentos e reaccedilotildees que podem interferir de forma positiva no
processo de comunicaccedilatildeo dentre esses estatildeo a empatia a confianccedila e o respeito muacutetuo
(STEFANELLI CARVALHO 2012)
Conforme Fernandes e Cruz (2017) os enfermeiros reconhecem que satildeo os
profissionais mais competentes para acolher a pessoa em iniacutecio de hemodiaacutelise e estabelecer
com ela uma ligaccedilatildeo uma relaccedilatildeo de proximidade e confianccedila que poderaacute ser determinante
para o sucesso do processo de adesatildeo ao tratamento A tarefa de cuidar do paciente em HD eacute a
atividade realizada entre todos os membros da equipe de sauacutede e dessa forma tambeacutem eacute uma
atribuiccedilatildeo do enfermeiro Neste cenaacuterio o enfermeiro assume uma postura de assistecircncia e
gerecircncia pois a natureza do trabalho do enfermeiro exige atender diferentes demandas de
atenccedilatildeo que estatildeo ligadas agrave complexidade da assistecircncia prestada e do ambiente de trabalho A
Lei do Exerciacutecio Profissional nordm749886 relata que eacute uma das atividades privativas do
enfermeiro prestar cuidados de maior complexidade teacutecnica e que exijam conhecimentos
cientiacuteficos e ainda capacidade para tomar decisotildees imediatas (COFEM 1986)
O enfermeiro da HD por manter um contato constante e contiacutenuo com o paciente na
terapia renal ao prestar um cuidado se envolve e aprende a exercitar seu compromisso
favorecendo estreita relaccedilatildeo com o paciente e consequentemente contribuindo para
assistecircncia de qualidade Portanto nesse ambiente o trabalho do enfermeiro natildeo se resume a
articular os diversos meios de trabalho da equipe de sauacutede e de enfermagem mas na prestaccedilatildeo
direta de cuidados que necessitam de respostas individuais e complexas que atendam as
76
necessidades impliacutecitas Dessa forma o trabalho na HD exige novas competecircncias dos
profissionais que se deparam com mudanccedilas tecnoloacutegicas e exigecircncias especiacuteficas
provocando muitas vezes transformaccedilotildees no seu processo de trabalho (CAMELO 2012)
Na HD natildeo trabalhamos sozinhos trabalhamos com vaacuterios profissionais e muitas
vezes sou eu que vou identificar um problema que a nutriccedilatildeo ainda natildeo viu E
tambeacutem o social e vou discutir com a enfermeira chefe pois eu sei que ela faz esta
parte social [] quando Identifico um problema aiacute mexe comigo e eu me coloco a
disposiccedilatildeo para resolver ou solicito ajuda para auxiliar nas orientaccedilotildees (E5)
O paciente ao chegar no setor de HD desconhece o tratamento eles acham que
faratildeo a HD durante um determinado tempo e vatildeo se ldquocurarrdquo Sou eu que muita das
vezes converso e informo que eacute contiacutenuo que o rim dele natildeo voltaraacute a funcionar e
que sem a HD ou um transplante natildeo seraacute possiacutevel viver (E11)
Os pacientes mesmo realizando a HD satildeo comumente afetados por uma infinidade de
problemas cliacutenicos que necessitam de avaliaccedilatildeo e monitorizaccedilatildeo contiacutenua incluindo diabetes
anemia doenccedila oacutessea e cardiovascular desnutriccedilatildeo complicaccedilotildees com o acesso vascular
gestatildeo de volume hiacutedrico e aquelas relacionadas agraves questotildees psicossociais e emocionais Os
enfermeiros afirmam fazer o acolhimento independente de ter um espaccedilo proacuteprio realizam
suas orientaccedilotildees e prestam o cuidado de forma coletiva
Fernandes e Cruz (2017) descrevem em seus estudos a educaccedilatildeo terapecircutica da pessoa
como um processo complexo orientado pelo esclarecimento sobre a terapia dialiacutetica os
ganhos em sauacutede mudanccedilas nutricionais e hiacutedricas cuidados com acessos vasculares e
elucidaccedilatildeo das alteraccedilotildees de vida Identificam como dificuldades no processo educativo os
internamentos de curta duraccedilatildeo escassez de recursos humanos e sobrecarga de trabalho falta
de motivaccedilatildeo dos profissionais falta de articulaccedilatildeo da equipe multidisciplinar falta de
estruturaccedilatildeo e sistematizaccedilatildeo do processo de adesatildeo No processo de adesatildeo ao regime
terapecircutico o envolvimento da famiacutelia a regressatildeo dos sintomas o empenho a simpatia e
confianccedila estabelecida com a pessoa satildeo aspectos fundamentais
O espaccedilo do cuidado eacute em qualquer espaccedilo vai desde a porta de entrada porque
tem a sala de chefia de enfermagem que passa orientaccedilotildees para o paciente Na sala
de curativo eacute cuidado total orientaccedilatildeo confecccedilatildeo de curativo recepccedilatildeo dele mas
somente para aqueles com cateteres (E5)
Faccedilo as orientaccedilotildees aqui mesmo e os pacientes ao lado tambeacutem ouvem isso eacute bom
porque pode servir para ele Quando eacute algo mais reservado faccedilo apoacutes a
hemodiaacutelise em outro espaccedilo porque aqui natildeo haacute privacidade (E12)
77
Independente do cenaacuterio investigado percebesse que o acolhimento eacute realizado de
acordo com a necessidade de cada paciente ou pela percepccedilatildeo do enfermeiro em qualquer
lugar e momento Os depoentes relatam que as orientaccedilotildees dadas a um determinado paciente
poderatildeo servir de exemplo para os demais que estatildeo ouvindo embora muitos afirmem que o
espaccedilo comum da sala de HD eacute o mais difiacutecil para o estabelecimento de conversas francas e
empaacuteticas entre o paciente e o enfermeiro de modo que o paciente se sinta confortaacutevel para
compartilhar os seus problemas e preocupaccedilotildees mais iacutentimas
Percebe-se a falta de um espaccedilo especiacutefico de enfermagem nas unidades onde os
pacientes possam ser acolhidos abordados e avaliados em todos os paracircmetros que os afetam
aleacutem do tratamento de HD em si Eacute importante ressaltar que o acolhimento eacute realizado sim e
em qualquer momento ou espaccedilo entretanto o que se discuti eacute a importacircncia de acolher em
um espaccedilo propiacutecio para uma consulta de enfermagem e este tipo de avaliaccedilatildeo soacute seraacute
possiacutevel com um tempo e espaccedilo proacuteprio onde seja permitido o estabelecimento de
comunicaccedilatildeo e uma relaccedilatildeo terapecircutica de confianccedila muacutetua com o paciente Estudos recentes
apontam que a consulta de Enfermagem traz benefiacutecios agrave sociedade e proporciona orientaccedilatildeo
de medidas favoraacuteveis que visam agrave abordagem apropriada agraves necessidades inerentes dos
pacientes (OLIVEIRA et al 2012)
Frente agrave importacircncia da consulta de Enfermagem na assistecircncia ao paciente em HD e
por acreditar que o enfermeiro deve se preocupar com a implementaccedilatildeo de praacuteticas que
ofereccedilam condiccedilotildees seguras e de qualidade para o desempenho de suas atividades existem
diversos fatores que interferem na realizaccedilatildeo e na qualidade da consulta de Enfermagem
dentre estes se destacam o quantitativo de profissionais enfermeiros espaccedilo fiacutesico tempo e
alta demanda de pacientes a dificuldade no agendamento das consultas a formaccedilatildeo
profissional
Neste setor natildeo temos um ambiente de consulta de enfermagem e natildeo conseguimos
pela falta de enfermeiro no momento natildeo existe nenhum ambiente onde
proporcione uma conversa mais privada entre enfermeiro e paciente (E4)
Espaccedilo de consulta de enfermagem deve ser individualizado e natildeo daacute para fazer um
diagnoacutestico adequado sem ter uma privacidade seria ideal ter um espaccedilo de
consulta porque consulta eacute o todo a observaccedilatildeo o contato o exame fiacutesico as
pessoas natildeo querem expor problemas pessoais em um ambiente puacuteblico onde todos
estatildeo ouvindo natildeo soacute os pacientes mas aqueles que transitam (E6)
78
Para os participantes eacute fundamental um espaccedilo reservado para avaliaccedilatildeo contiacutenua do
paciente um espaccedilo favoraacutevel a interaccedilatildeo do profissional com o paciente para identificaccedilatildeo
de problemas e implementaccedilatildeo do processo de enfermagem eacute necessaacuterio que todas as
evoluccedilotildees de enfermagem sejam realizadas no prontuaacuterio ou permaneccedilam no sistema
eletrocircnico para futuros acessos entretanto em um dos cenaacuterios os registros satildeo feitos em
prontuaacuterio eletrocircnico que fica disponiacutevel durante um determinado periacuteodo depois o proacuteprio
sistema os excluiu impedindo que haja um registro diaacuterio permanente do paciente para
acompanhamento contiacutenuo
Os pacientes admitidos para iniciar uma terapia renal substitutiva por hemodiaacutelise
passam por avaliaccedilatildeo de diferentes profissionais como nutricionista assistente social
meacutedico psicoacutelogo e enfermeiro Nesta primeira consulta de enfermagem o enfermeiro deve
levantar o histoacuterico do paciente como tambeacutem explicar sobre a doenccedila renal crocircnica e o
processo dialiacutetico enfatizar a importacircncia da adesatildeo agrave terapia dialiacutetica ao tratamento
medicamentoso e as orientaccedilotildees nutricionais orientar sobre os cuidados com o acesso
vascular para a hemodiaacutelise (cateter duplo luacutemen ou fiacutestula arteriovenosa) enfatizar a
importacircncia do controle da ingesta hiacutedrica e ganho de peso
O impacto inicial do tratamento decorrente do diagnoacutestico e tratamento imediato
resultante da falta de preparo e orientaccedilatildeo preacutevia eacute uma realidade da maioria dos pacientes
com DRC Isso remete a pensar sobre a importacircncia do acolhimento ao paciente renal crocircnico
mediante a nova condiccedilatildeo que a doenccedila lhe impotildee quando o mesmo passa a depender do
tratamento dialiacutetico Segundo Medeiros e Medeiros (2013) o acolhimento recai na
humanizaccedilatildeo do atendimento que por sua vez pressupotildee a garantia de acesso a todas as
pessoas Diz respeito ainda agrave escuta do problema de sauacutede do usuaacuterio de forma qualificada e
resolutiva
Apoacutes esta consulta o paciente deve ser encaminhado para realizar sua primeira sessatildeo
de hemodiaacutelise na qual seratildeo realizados os seguintes procedimentos coleta de material para
exames laboratoriais instalar o paciente em maacutequina de hemodiaacutelise especiacutefica para pacientes
com sorologia desconhecida fazer o reuso do dialisador na maacutequina ateacute confirmaccedilatildeo de
sorologias encaminhar para vacinaccedilatildeo contra hepatite B encaminhar para o serviccedilo de
nutriccedilatildeo serviccedilo social e psicologia caso ainda natildeo tenha sido feita avaliaccedilatildeo pelos
profissionais
A instalaccedilatildeo do paciente na hemodiaacutelise eacute um ponto criacutetico desse processo a equipe
de enfermagem deve estar atenta para prevenir complicaccedilotildees relacionadas haacute esse tempo para
79
isso eacute fundamental que o cuidado esteja fundamentado a luz do conhecimento cientiacutefico que
os procedimentos operacionais estejam escritos disseminados e toda equipe treinada para
garantir seguranccedila e qualidade no atendimento
Natildeo existe um espaccedilo para se realizar a consulta de enfermagem entatildeo ateacute o
paciente de primeira vez onde satildeo coletados dados para ficha de anamnese satildeo
feitas na sala puxo uma cadeira fico o mais proacuteximo possiacutevel e vou fazendo as
perguntas e por mais proacutexima que eu esteja os demais pacientes acabam ouvindo
as repostas do paciente (E3)
O espaccedilo pode interferir na comunicaccedilatildeo Seria ideal um espaccedilo privado porque o
paciente tem vergonha de falar todos os assuntos Apesar de que no segundo turno
eles tecircm um viacutenculo muito grande porque satildeo pacientes de programas e se
conhecem a muito tempo mas mesmo assim tecircm assuntos que eles natildeo querem
compartilhar (E8)
Esses dados corroboram com estudos realizados por Oliveira et al (2012) no qual
confirmam que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a consulta de
enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de satisfaccedilatildeo
biopsicossocial destacam ainda que a consulta de enfermagem favorece o estabelecimento
de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e flexibilidade que
proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de acolhimento favorecendo
a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
A comunicaccedilatildeo eacute a principal ferramenta que possibilita o relacionamento pois
pressupotildee uma interaccedilatildeo entre as pessoas troca ou partilha de opiniotildees informaccedilotildees bem
como a expressatildeo de sentimentos e emoccedilotildees A consulta de enfermagem possibilita o
enfermeiro a ouvir seu paciente e percebecirc-lo como ser uacutenico de onde ressaltam sentimentos
como a valorizaccedilatildeo que se refletem na melhor adesatildeo do paciente aos cuidados e esquemas
terapecircuticos jaacute que estes necessitam de relaccedilotildees de confianccedila para reduzir o medo a
ansiedade e restabelecer a sauacutede
Assim estar proacuteximo e dialogar contribuem para o surgimento da empatia e dos laccedilos
de confianccedila entre enfermeiras e pacientes avigora o viacutenculo Estudos apontam que a
comunicaccedilatildeo eacute essencial para a realizaccedilatildeo da consulta de Enfermagem cabendo ao
enfermeiro ter consciecircncia da importacircncia dos comportamentos verbais e natildeo verbais durante
a comunicaccedilatildeo reconhecendo emoccedilotildees expectativas e estereoacutetipos que possam interferir no
atendimento (NERY et al 2012)
80
Natildeo haacute individualidade do paciente um estaacute do lado do outro quando um passa
mal natildeo nem sempre temos o biombo disponiacutevel entatildeo natildeo tem privacidade Se faccedilo
um cuidado ou estou orientando todos estatildeo ouvindo (E6)
Natildeo existe um espaccedilo de privacidade seria interessante um espaccedilo proacuteprio
entretanto o quantitativo de funcionaacuterios natildeo eacute suficiente noacutes ficamos responsaacuteveis
pelo que acontece no salatildeo tambeacutem no que acontece nas diaacutelise externa o
quantitativo ideal no salatildeo seriam 5 teacutecnicos e 1 enfermeiro (E9)
Os depoentes relatam que a consulta de enfermagem permitiraacute o enfermeiro a ouvir
seu paciente e perceber sua singularidade mas se este espaccedilo natildeo eacute adequado natildeo haacute uma
individualidade e nem privacidade mesmo que exista um biombo os pacientes proacuteximos
ouvem a conversa Assim o espaccedilo onde se presta o cuidado de enfermagem eacute visto pelos
profissionais como desfavoraacutevel e inadequado para a construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da
assistecircncia pois natildeo possibilita quando necessaacuterio proporcionar um local de comunicaccedilatildeo
reservado embora ofereccedila um ambiente de trabalho que auxilia ao tipo de tratamento
prestado
Segundo Macedo Sena e Miranda (2013) eacute importante considerar os efeitos dos
espaccedilos fiacutesicos no respeito aos direitos e necessidades das pessoas As consultas de
enfermagem preferencialmente devem ser realizadas em um ambiente privado preparado
especialmente para o atendimento agrave sauacutede Para isso considerar tanto as caracteriacutesticas das
pessoas a serem atendidas como a necessidade de pocircr agrave sua disposiccedilatildeo tecnologias
assistenciais e educativas diversas
Um espaccedilo proacuteprio de consulta jaacute existiu mas devido agrave falta de pessoal acabou Era
um ambulatoacuterio multiprofissional mas natildeo tinha ningueacutem para atender Se
houvesse este espaccedilo haveria melhoria na qualidade da assistecircncia teria contato
com ele e a famiacutelia iria identificar questotildees que em quatro horas em um ambiente
comum eu natildeo consigo Ele teria confianccedila (E1)
Somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente para que eu possa intervir e passar as
orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos preacutevios com cada paciente da diaacutelise
(E5)
O enfermeiro desempenha um papel relevante junto ao paciente num sentido bem
mais abrangente objetivando uma assistecircncia integralizada em prol da melhoria do estado de
sauacutede do paciente e a funccedilatildeo da consulta deve ultrapassar os limites da informaccedilatildeo e
81
orientaccedilatildeo ao paciente proporcionando real momento de transformaccedilatildeo do sujeito permitindo
que este se sinta acolhido compreendido e a vontade para dialogar sobre duacutevidas
inquietaccedilotildees e anguacutestias A consulta deve ser um momento no qual o paciente e o profissional
se relacionam compartilham conhecimentos e afetos trocam ideias de forma que as duacutevidas
existentes tambeacutem sejam percebidas conduzindo agrave reflexatildeo em busca de estrateacutegias que
proporcionem vida com melhor qualidade para o paciente renal crocircnico A consulta de
enfermagem apresenta-se como um modelo assistencial relevante no serviccedilo e este fato deve
ser reconhecido natildeo apenas pelos enfermeiros que a desempenham como tambeacutem pelos
pacientes e por outras categorias profissionais (MACEDO SENA MIRANDA 2013)
O ideal seria uma anti-sala que o enfermeiro atendesse para verificar o peso
confirmar a lavagem do braccedilo como uma preacute-consulta antes da diaacutelise [] Porque
temos muitas interferecircncias ruiacutedos [] somente durante a sessatildeo natildeo eacute suficiente
para que eu possa intervir e passar as orientaccedilotildees seria necessaacuterios agendamentos
preacutevios com cada paciente da diaacutelise (E5)
Os ruiacutedos satildeo muitos e a pessoa natildeo se sente a vontade para falar de tudo O tempo
que estamos na assistecircncia realmente nos limita a ter uma atuaccedilatildeo maior em
consulta aleacutem do espaccedilo fiacutesico necessaacuterio temos que ter quantitativo de pessoal
suficiente(E6)
Foram identificados alguns problemas relativos ao espaccedilo da HD poreacutem notou-se a
priori uma satisfaccedilatildeo com as instalaccedilotildees de caracteriacutesticas semifixas de uma forma geral
como iluminaccedilatildeo temperatura maquinaacuterios poltronas etc Jaacute em relaccedilatildeo aos ruiacutedos do
ambiente percebeu-se uma das dificuldades em estabelecer uma relaccedilatildeo interpessoal mais
qualificada com o paciente inviabilizando uma assistecircncia mais singular
A abordagem da comunicaccedilatildeo proxecircmica baseado no comportamento do enfermeiro
por meio das relaccedilotildees com o espaccedilo possibilita identificar diferenccedilas em suas habilidades de
gerenciar suas atividades ao entender que as caracteriacutesticas do ambiente podem dificultar ou
facilitar a realizaccedilatildeo destas Para Savi e Rech (2015) satildeo muitas as variaacuteveis presentes no
ambiente que podem modificar o desempenho de uma pessoa como a relaccedilatildeo ao conforto
ambiental que estaacute intimamente relacionado ao ruiacutedo iluminaccedilatildeo temperatura umidade e
pureza do ar cada uma representa uma parcela importante para a manutenccedilatildeo de um ambiente
propiacutecio ao bem-estar das pessoas que ali se encontram
Quando um ambiente fiacutesico responde agraves necessidades das pessoas tanto em termos
funcionais (fiacutesicocognitivos) quanto formais (psicoloacutegicos) certamente teraacute um impacto
82
positivo na realizaccedilatildeo destas atividades tornando-se um desafio para o enfermeiro cumprir
com as metas assistenciais de forma que natildeo interfira ou comprometa o desempenho de suas
funccedilotildees Planejar e organizar um ambiente que favoreccedila e seja positivo as demandas do
serviccedilo poderaacute ter suas limitaccedilotildees diante de decisotildees que requerem aprovaccedilotildees e
investimentos da proacutepria instituiccedilatildeo de sauacutede Alguns estudos demonstram que existem por
parte de alguns gestores investimentos e melhorias dos setores de sauacutede se adequando as
reais necessidades das demandas da clientela e dos trabalhadores Segundo Silva Matsuda e
Waidman (2012) se por um lado isso pode sugerir maior gasto por outro representa a
melhoria da sauacutede do paciente e otimiza o trabalho de enfermeiro como consequumlecircncia uma
economia para a instituiccedilatildeo e o aumento da produtividade e qualidade da assistecircncia prestada
Aleacutem disso para Rodrigues e Santana (2013) ambientes projetados ou modificados
visando favorecer a maximizaccedilatildeo da qualidade dos serviccedilos como sistemas de iluminaccedilatildeo e
climatizaccedilatildeo controlados pelos proacuteprios enfermeiros estes se sentem mais atraiacutedos pelo posto
de trabalho por sua atividade e pelos resultados positivos das tarefas haja vista que haacute
diminuiccedilatildeo de queixas tanto em relaccedilatildeo agraves necessidades individuais quanto a doenccedilas
adquiridas nesses ambientes resultando em reduccedilatildeo de custos operacionais Um ambiente que
natildeo proporciona as condiccedilotildees adequadas de trabalho reduz a prontidatildeo de resposta e aumenta
a tendecircncia a falhas na assistecircncia prestada
Para Hall (2005) o espaccedilo relaciona-se intimamente com os sentidos do homem que
se encontram por sua vez em iacutentima transaccedilatildeo com o ambiente Para a criaccedilatildeo de um espaccedilo
de HD que atenda agraves caracteriacutesticas que permita a adequaccedilatildeo agraves tarefas inerentes ao setor e as
demandas do paciente deveraacute ser baseado no contexto em que seraacute usado com efetividade
eficiecircncia e satisfaccedilatildeo Eacute importante avaliar quais os fatores que levam o ambiente a ser
referido como inapropriado para determinadas atividades como acolher de forma singular o
paciente sem haver um espaccedilo de consulta de enfermagem pode gerar uma carga deleteacuteria
sobre os aspectos fiacutesicos psicoloacutegicos e sociais afetando a eficiecircncia de todo o processo
assistencial
Assim os aspectos envolvidos na adequaccedilatildeo do ambiente devem advir do sentimento
que o enfermeiro adquire com interaccedilatildeo cotidiana com o ambiente construiacutedo e o paciente
Sua avaliaccedilatildeo depende de sua percepccedilatildeo e uso dos sentidos independente do cenaacuterio
investigado mesmo que existam diferentes ambientes de HD com suas peculiaridades
Quando se inferi ao niacutevel decisoacuterio as percepccedilotildees do enfermeiro interligando os limites entre
a razatildeo e a emoccedilatildeo tendo ainda como elemento mediador a bagagem cognitiva
83
comportamental adquirida na trajetoacuteria profissional vivencial fica explicito que o principal
elemento que poderaacute influenciar as mudanccedilas do ambiente eacute o enfermeiro
52 Sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise
Dentre as 12 (doze) entrevistas analisadas (corpus da pesquisa) e as 345 (trezentos e
quarenta e cinco100) UR emergentes 105 (cento e cinco3043) depoimentos descrevem
como o enfermeiro identifica os diferentes sentidos corporais durante o cuidado na HD Desta
forma emergiu uma nova categoria sentidos do espaccedilo do cuidado em hemodiaacutelise em
forma de uma segunda Unidade de Significaccedilatildeo a qual seraacute descrita discutida e analisada a
seguir com a exemplificaccedilatildeo de depoimentos dos enfermeiros participantes
Quadro 6 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da segunda categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades
de significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas de
cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
2
Sentidos do espaccedilo
do cuidado em
hemodiaacutelise
07
04
16
12
11
14
07
07
04
06
12
05
105
A palavra espaccedilo pode apresentar vaacuterias conotaccedilotildees todavia o espaccedilo do cuidado
caracteriza-se como local que uni aspectos fiacutesicos bioloacutegicos cientiacuteficos culturais sociais
econocircmicos entre outros em uma teia de relaccedilotildees onde se torna difiacutecil excluir ou isolar
partes levando ao estabelecimento de relaccedilotildees de cuidado em situaccedilotildees vitais que envolvem o
processo de comunicaccedilatildeo (LANZONI 2011)
A interaccedilatildeo no espaccedilo do cuidado em HD se traduz em atitudes realizadas para
promover manter ou recuperar a sauacutede Com destaque para a comunicaccedilatildeo efetiva e solidaacuteria
que possibilita demonstrar interesse atenccedilatildeo sentimentos e possibilidades (BROCA
FERREIRA 2016) Expressa por meio de sorrisos conversas brincadeiras esclarecimentos
sobre os procedimentos orientaccedilotildees e estiacutemulos para o autocuidado que favorecem o aliacutevio
84
das sensaccedilotildees de medo dor preocupaccedilatildeo anguacutestia e pacircnico A comunicaccedilatildeo viabiliza uma
relaccedilatildeo dialoacutegica ao acolher a palavra do outro oportunizando a escuta a troca de
informaccedilotildees e a demonstraccedilatildeo de disponibilidade
Como jaacute foi mencionada anteriormente a comunicaccedilatildeo proxecircmica eacute a capacidade de
usar e efetivamente interpretar a distacircncia interpessoal para a comunicaccedilatildeo Isto eacute o espaccedilo
proximidade ou contato com o interlocutor satildeo entendidos a partir da construccedilatildeo cultural dos
interlocutores Para Hall (2005) o emprego que o homem faz do seu espaccedilo eacute uma elaboraccedilatildeo
especializada de cultura e a distacircncia muda de cultura para cultura A proxecircmica propotildee um
tipo baacutesico de comunicaccedilatildeo em que atraveacutes da distacircncia do corpo as mensagens satildeo
transmitidas pelos sentidos corporais
Desta forma observa-se que o enfermeiro ao chegar ao setor para o plantatildeo demarca
seu espaccedilo do cuidado a partir da aproximaccedilatildeo dos pacientes mantendo uma distacircncia iacutentima
ou pessoal Esta aproximaccedilatildeo indica a necessidade de estabelecer um primeiro contato e
mostrar sua preocupaccedilatildeo com o bem estar do outro Os principais sentidos identificados como
fundamentais na HD satildeo a visatildeo a audiccedilatildeo e o tato
Existe realmente uma diferenccedila no comportamento diaacuterio tem pacientes que agraves
vezes chegam aqui datildeo um abraccedilo apertado e em datas comemorativas natildeo se
esquecem de compartilhar natildeo eacute somente uma questatildeo do contato por educaccedilatildeo
existe tambeacutem uma preocupaccedilatildeo com a pessoa e a reciacuteproca eacute muito verdadeira
Eles tambeacutem sabem quando natildeo estamos bem somos observados pelo nosso
comportamento (E9)
Quando o paciente entra jaacute observo se estaacute acompanhado como estaacute deambulando
a postura se ele estaacute apaacutetico ou natildeo se estaacute disposto ou se arrastando se ele me
cumprimenta ou aos amigos porque a adesatildeo do paciente tem muito haver com a
uniatildeo com outros pacientes e a equipe Observo se ele se lembra de pesar porque
uns entram jaacute sentando outros se lembram de pesar tecircm essa preocupaccedilatildeo com o
proacuteprio peso Vejo pouco os pacientes lavarem o braccedilo com a fiacutestula tem pia
proacuteximo dele mas se natildeo lembro a ele de lavar eacute difiacutecil ver ele lavar sozinho
(E11)
Sabe-se que para estabelecer uma boa interaccedilatildeo eacute necessaacuterio primeiramente obter
confianccedila de quem se cuida esta estrateacutegia de aproximaccedilatildeo inicial possibilita ao enfermeiro
identificar e obter informaccedilotildees sobre o paciente como possiacuteveis intercorrecircncias no transcorrer
da diaacutelise Ao se considerar que o processo de trabalho em sauacutede tem como um dos seus
elementos principais as accedilotildees de cuidado tanto fiacutesicas quanto relacionais natildeo se deve limitar
a realizar apenas a procedimentos teacutecnicos pois a teacutecnica impessoal e mecanizada pode levar
ao distanciamento da pessoa cuidada Deve-se englobar o sentido de ser pois se tratando de
85
uma relaccedilatildeo entre sujeitos eacute imprescindiacutevel que na praacutetica profissional os atores envolvidos
estabeleccedilam uma boa interaccedilatildeo visando o engajamento necessaacuterio para a concretizaccedilatildeo do
verdadeiro ato de cuidar (FORMOZO et al 2012)
Cuidar inclui a realizaccedilatildeo de procedimentos teacutecnicos aliados agrave valorizaccedilatildeo das
expressotildees de atitudes condizentes com princiacutepios humaniacutesticos entre os quais a valorizaccedilatildeo
de valores morais eacuteticos e sociais Pode-se dizer tambeacutem que o processo de cuidar eacute
diretamente influenciado pela formaccedilatildeo pessoal e pela personalidade do cuidador e do ser
cuidado adquiridas atraveacutes de suas experiecircncias crenccedilas e cultura
O espaccedilo do cuidado natildeo se restringe ao ato teacutecnico mas contempla o envolvimento e
a preocupaccedilatildeo com os envolvidos na interaccedilatildeo Nesse sentido considera- se que ao efetuar
um cuidado estando atentas as manifestaccedilotildees natildeo verbais e psicoloacutegicasemocionais o
profissional realiza um cuidado mais integral e natildeo somente uma atividade teacutecnica presente
somente de corpo O desenvolvimento das accedilotildees de cuidado traz agrave tona tambeacutem a questatildeo da
intersubjetividade estabelecida na relaccedilatildeo interpessoal com o envolvimento do natildeo dito mas
expresso por gestos e expressotildees que satildeo identificadas pelos nossos sentidos A consideraccedilatildeo
pelo outro a observaccedilatildeo das suas particularidades a individualidade e ainda o caraacuteter
expressivo manifesto na emoccedilatildeo imprimem qualidade humana ao cuidado
O paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresa entatildeo a gente acaba ficando
atento a qualquer tipo de intercorrecircncia que ele possa vir a ter e agraves vezes ele nem
consegue se comunicar Temos que ficar ligada no que estaacute acontecendo e de longe
mesmo posso intervir chamando o paciente vendo se ele estaacute responsivo tem
paciente que jaacute conheccedilo quando comeccedila a fazer hipotensatildeo ou hipoglicemia Se ele
natildeo consegue nem chamar entatildeo observo os gestos sua face se estaacute
hipocorado(E4)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar entatildeo
tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais tambeacutem se ele dorme se vira o
braccedilo ou dorme em cima Se dobrar ou deitar em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina apitar (E6)
A atenccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute essencial ao cuidado humano por resgatar a
capacidade do profissional de sauacutede de perceber com maior exatidatildeo os sentimentos as
duacutevidas e as dificuldades do paciente em verbalizar o que sente Em seus estudos Schimidt e
Silva (2013) afirmam que quanto mais o clima for de confianccedila mais a experiecircncia pode ser
86
positiva isto porque os gestos de cuidado e atenccedilatildeo ficaratildeo sempre presentes na lembranccedila
daquele que recebe o cuidado Ao se despertar um sentimento de confianccedila entre paciente e
equipe de enfermagem possibilita-se que ambos experimentem uma sensaccedilatildeo de seguranccedila e
satisfaccedilatildeo
Para Formozo et al (2012) o cuidado para surtir efeito desejado necessita considerar o
tato audiccedilatildeo e postura corporal durante a interaccedilatildeo interpessoal entre paciente e enfermeiro
para que sejam demonstrados os sentimentos implicados na accedilatildeo com satisfaccedilatildeo ou
reprovaccedilatildeo da accedilatildeo Eacute fato que ao usar frequentemente as relaccedilotildees interpessoais como
instrumento de trabalho os enfermeiros satildeo estimulados a desenvolver habilidades sociais para
subsidiar esses processos de interaccedilatildeo Segundo Teixeira et al (2014) habilidades sociais satildeo
um conjunto de comportamentos transmitidos por uma determinada pessoa em um contexto
interpessoal que expressa sentimentos atitudes desejos opiniotildees ou direitos desse indiviacuteduo
de modo adequado agrave situaccedilatildeo respeitando esses comportamentos nos demais e que
geralmente resolve os problemas imediatos da situaccedilatildeo enquanto minimizando a
probabilidade de futuros problemas
[] alguns profissionais que satildeo mais sensibilizados utilizam mais os sentidos []
eu particularmente tenho um pouco de dificuldade em ter esta proximidade com o
paciente eu tento manter uma distacircncia terapecircutica a natildeo ser que eu jaacute tenha
estabelecido uma relaccedilatildeo de intimidade com o paciente isto com o tempo vai se
modificando (E3)
Tem paciente que eacute mais fechado mas natildeo deixa de demonstrar carinho outros jaacute
satildeo mais falantes e brincam uns com os outros Entatildeo essas relaccedilotildees humanas estatildeo
muito afloradas aqui dentro estamos sempre perto natildeo eacute somente ligar e desligar
algo da tomada tem toda uma histoacuteria muito proacutepria de relaccedilotildees que estaacute ligada
agraves caracteriacutesticas de cada um (E9)
Haacute grupos de diaacutelise que satildeo mais comunicativos brincam e conversam durante
diaacutelise geralmente porque estatildeo a mais tempo juntos Eacute difiacutecil paciente chamar e
dizer que estaacute passando mal geralmente sou eu que observo e me aproximo para
checar (E12)
Destaca-se o respeito pela diversidade de personalidades e diferentes formas de se
estabelecerem as relaccedilotildees cada um possui haacutebitos e formas de se comunicar mas eacute
imprescindiacutevel que haja empatia ao se compartilhar as emoccedilotildees com os outros sentir com o
outro suas preocupaccedilotildees envolve perceber o outro com as suas reais necessidades sem julgar
87
Percebe-se no discurso que a dificuldade de se aproximar faz parte de uma caracteriacutestica
pessoal e cultural tanto o enfermeiro como o paciente podem natildeo estabelecer uma relaccedilatildeo
mais intimista no iniacutecio do tratamento mas com o passar do tempo eacute estabelecido uma relaccedilatildeo
de intimidade e confianccedila que permite a eles se aproximarem mais e estabelecerem uma
relaccedilatildeo mais profiacutecua e consequentemente um cuidado mais eficiente
Ao se colocar em relevo que as relaccedilotildees estabelecidas na HD natildeo satildeo influenciadas
somente por paracircmetros psicossociais culturais educacionais entre outras mas tambeacutem por
questotildees que satildeo inerentes ao comportamento humano em um determinado espaccedilo percebe-se
que a discussatildeo do uso do espaccedilo fiacutesico e sua implicaccedilatildeo no comportamento humano
orientada pela teoria da comunicaccedilatildeo proxecircmica possibilita lidar com alguns desafios tanto
conceituais quanto metodoloacutegicos Haja vista que contribuir para a produccedilatildeo de sauacutede e
produzir um espaccedilo fiacutesico na sauacutede adequado natildeo se separa da produccedilatildeo de sauacutede e da
produccedilatildeo de subjetividade Expressar necessidades estruturais como espaccedilo fiacutesico e de
mobiliaacuterios a partir dos distanciamentos e aquelas expressas pelos nossos sentidos pode ser
um fato pouco peculiar
Eacute uma compreensatildeo que aposta na composiccedilatildeo de saberes para a produccedilatildeo dos
espaccedilos fiacutesicos entendendo que o espaccedilo natildeo eacute dado a priori Segundo Schimidth e Silva
(2012) o espaccedilo eacute um territoacuterio que se habita que se vivencia onde se convive e se relaciona
Eacute um territoacuterio que se experimenta se reinventa e que se produz A proposta de produccedilatildeo do
espaccedilo acontece porque haacute processos de trabalho encontros entre as pessoas modos de se
viver e modos de ir reconstruindo o espaccedilo
A orientaccedilatildeo da ambiecircncia na hemodiaacutelise articulada agrave Comunicaccedilatildeo Proxecircmica
favorece que ao se intervir criar e recriar os espaccedilos fiacutesicos neste setor se problematizem
tambeacutem as praacuteticas os processos de trabalho e os modos de viver e conviver nesse espaccedilo E
nesse sentido quando se tem o conhecimento do uso da proxecircmica como guia orientador para
a assistecircncia e gestatildeo em HD outros modos de estar ocupar e trabalhar se expressaratildeo nesse
lugar e solicitaratildeo arranjos espaciais singulares com fluxos adequados que favoreccedilam os
processos de trabalho
Pela expressatildeo do rosto vejo que ele natildeo estaacute bem [] visatildeo com observaccedilatildeo natildeo eacute
soacute olhar eacute observar identificar para tomar alguma atitude Quando vocecirc tem o
costume vocecirc conhece o paciente e lida com ele vocecirc olha e identifica que natildeo estaacute
bem eacute hora de se tomar uma providecircncia (E1)
88
O sentido que mais uso eacute a visatildeo Olho a maacutequina a expressatildeo do paciente se estaacute
com dor verifico a glicemia se o sono estaacute profundo vejo pressatildeo o tempo todo eu
mantenho meu olhar voltado para paciente pois ele muda seu estado de forma
muito raacutepida (E2)
Uso muito o sentido visatildeo e depois a audiccedilatildeo Vejo muito a expressatildeo corporal do
paciente se ele estaacute alerta se estaacute mais acordado ou se estaacute mais paacutelido Vejo
tambeacutem a maacutequina quantidade de soro suficiente para o flach (E8)
O contato visual ocorre quando queremos expressar que o canal de comunicaccedilatildeo estaacute
aberto Embora a equipe natildeo fique com o olhar fixo no paciente o tempo todo durante a HD
ela manteacutem um olhar perifeacuterico que segundo Hall (2005) eacute aquele que o ser humano detecta
o movimento com o canto dos olhos E ao identificar mudanccedilas no comportamento do
paciente o profissional muda o seu olhar fixando-o para reduzir psicologicamente a distacircncia
entre os comunicadores e ao se aproximar amplia as possibilidades do diaacutelogo se estabelecer
permitindo a troca de informaccedilotildees O olhar fixo sugere interesse e envolvimento no
relacionamento interpessoal
Utilizo mais na iacutentima a visatildeo tato e audiccedilatildeo O olho no olho eacute uma coisa que natildeo eacute
soacute no espaccedilo iacutentimo devemos usar no pessoal ou social que tambeacutem eacute necessaacuterio
Mesmo na bancada se estou anotando algo mantenho meu olhar voltado para ele
Esse momento do iacutentimo eacute bem completo porque ao mesmo tempo estou fazendo
procedimento estou tocando com a visatildeo direta para a pessoa ouvindo o que o
paciente tem a dizer e o que ele esta trazendo de informaccedilotildees de sinais e sintomas
como eacute a relaccedilatildeo dele com os familiares (E6)
Tem situaccedilotildees que o paciente comeccedila a passar mal antes da maacutequina alarmar
entatildeo tenho que prestar atenccedilatildeo nas expressotildees faciais e tambeacutem se ele dorme vira
o braccedilo ou dormi em cima Se dobrar ou deitou em cima pode ter um hematoma
atrapalhando no fluxo ou deslocamento da agulha entatildeo fico de olho no
posicionamento da pessoa durante o procedimento e nas feiccedilotildees Quando ele passa
mal e faz hipotensatildeo ele vai desfalecendo e sua suas feiccedilotildees mudam antes da
maacutequina aptar (E9)
A visatildeo eacute uma ferramenta que nos permite colher informaccedilotildees quanto ao estado de
desconforto fiacutesico psicoloacutegico ou ambiental do paciente atraveacutes de expressotildees e posturas que
o paciente assume durante o cuidado (Hall 2005) Essas condiccedilotildees satildeo percebidas por alguns
profissionais com certa facilidade e prontamente procuram resolvecirc-las Atribuiacutemos tal
capacidade de percepccedilatildeo agrave ldquoexpertiserdquo de alguns profissionais em HD Observar os padrotildees
de respostas fisioloacutegicas ou emocionais de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo do
processo de cuidar deste paciente Se natildeo estivermos atentos agrave comunicaccedilatildeo natildeo verbal do
89
paciente podemos interpretar incorretamente aqueles padrotildees de respostas (BROCA
FERREIRA 2016)
Ao avaliar o paciente o enfermeiro necessita considerar e respeitar os conhecimentos
e a cultura do paciente bem como escutaacute-lo o que proporciona o reconhecimento de sinais e
sintomas e a necessidade de uma escuta ativa Neste sentido na praacutetica do cuidado em
enfermagem a habilidade de ouvir o outro eacute fundamental pois permite analisar qual a melhor
maneira de se comunicar com o paciente em concordacircncia com seu niacutevel cultural e o
conhecimento sobre seu estado de sauacutede
Os pacientes tem sintomas antes da maacutequina alarmar ele apresenta o mal estar
antes da maacutequina dizer que o banho acabou que a temperatura estaacute alta ou baixa
que o soacutedio estaacute baixo que o paciente estaacute comeccedilando a ter naacuteuseas Eu sempre
falo que caso esteja passando mal e a gente esteja longe levanta o braccedilo que
algueacutem vai ver natildeo precisa falar a gente jaacute sabe [] eacute um sinal que identificamos
e esta orientaccedilatildeo damos nas primeiras diaacutelises dizemos qualquer coisa que sinta
levanta o braccedilo Porque temos muitas interferecircncias ruiacutedos entatildeo ele pode chamar
e a gente natildeo ouvir mas ao levantar o braccedilo vemos (E5)
A visatildeo e a audiccedilatildeo satildeo os sentidos que mais uso no pessoal e social uso muito
esses sentidos Vejo muito a expressatildeo do paciente se ele comeccedila fazer face de dor
de desconforto se comeccedila a ficar paacutelido e no sistema tambeacutem fico de olho para ver
se comeccedila a dar algum problemaNa audiccedilatildeo fico atenta ao chamado do paciente e
o alarme da maacutequina(E10)
Uma das competecircncias do enfermeiro estaacute ligada ao ato de julgar as necessidades de
cuidados de cada paciente dito com julgamento cliacutenico este eacute o ato de elaborar o
planejamento da assistecircncia de enfermagem a ser realizada de forma que possa atender agraves
suas necessidades e expectativas O julgamento cliacutenico estrutura-se pelas habilidades
interpessoal que envolve a capacidade de comunicar-se ouvir e respeitar opiniotildees teacutecnica
na qual inclui um soacutelido conhecimento dos meacutetodos de avaliaccedilatildeo cliacutenica conhecimento
cientiacutefico acerca dos problemas de sauacutede intelectual o qual se refere aos processos de
pensamento bem como agraves habilidades de percepccedilatildeo do enfermeiro em relaccedilatildeo agraves respostas
humanas (CROSSETTI et al 2014)
A associaccedilatildeo destas habilidades possibilita ao enfermeiro tomar decisotildees seguras e
proporcionar cuidados qualificados e adequados agraves reais necessidades dos pacientes Nos
ambientes de atendimento de hemodiaacutelise o uso da comunicaccedilatildeo verbal entre enfermeiro e
paciente eacute sempre muito referida e a audiccedilatildeo eacute um dos sentidos mais utilizados independente
das distacircncias mantidas
90
Na audiccedilatildeo fico atento a qualidade do discurso o timbre da voz tudo isso chama a
atenccedilatildeo se ele estaacute orientado ou natildeo Tem paciente que estaacute mais triste se estaacute no
ostracismo isso tudo chama a atenccedilatildeo A desorientaccedilatildeo do nosso paciente pode
significar uremia por exemplo isso eacute proacuteprio das relaccedilotildees humanas (E9)
No sentido audiccedilatildeo ouccedilo muito o paciente chamar para dizer que natildeo estaacute bem e
tambeacutem quando perguntam quanto estaacute tirando de peso Enfermeira pode verificar
minha glicose Eles perguntam porque quando comeccedila o mal estar eacute uma forma
de alertar a gente Os pacientes mais antigos tecircm essa percepccedilatildeo de identificar
alteraccedilotildees antes de passar mal eles avisam que estatildeo tontos perguntam se tem
meacutedico (E11)
O escutar tambeacutem eacute um cuidado e uma forma de comunicaccedilatildeo natildeo verbal natildeo eacute
apenas ouvir mas permanecer em silecircncio ao lado utilizar gestos de afeto que expressem
aceitaccedilatildeo e estimulem a expressatildeo de sentimentos vivenciados pelo paciente Quando
olhamos para a realidade atual que vivemos na qual a mecanizaccedilatildeo dos sentidos eacute uma
constante na vida das pessoas precisamos ampliar nosso olhar para o espaccedilo do cuidado em
sauacutede inserindo estrateacutegias que sejam capazes de perceber aleacutem das informaccedilotildees ditas nas
entrelinhas do discurso do sujeito seus gestos e comportamentos
Schimidt e Silva (2012) refere em um dos seus estudos sobre comunicaccedilatildeo proxecircmica
que 7 dos pensamentos (das intenccedilotildees) satildeo transmitidos por palavras 38 satildeo transmitidos
por sinais paralinguiacutesticos (entonaccedilatildeo de voz velocidade com que as palavras satildeo ditas) e
55 pelos sinais do corpo alertando-nos para o fato de que apesar de muitas vezes
valorizarmos mais as palavras os sinais natildeo verbais podem estar comunicando muito mais
inclusive contradizendo o expresso em palavras
Percebe-se na fala dos enfermeiros que eles estatildeo conscientes dos aspectos natildeo-verbais
presentes durante as suas interaccedilotildees com os pacientes (por exemplo entonaccedilatildeo de voz
aspectos emocionais comportamentos gestuais etc) permitindo sobretudo perceber indiacutecios
de que algo natildeo estaacute bem O enfermeiro ao ouvir determinados questionamentos durante a
sessatildeo de HD usa de sua intuiccedilatildeo e identifica que embora o paciente natildeo fale diretamente que
estaacute passando mal tais gestos e falas satildeo indicativos de possiacuteveis alteraccedilotildees fisioloacutegicas
Na produccedilatildeo dos dados os enfermeiros da HD compartilham o toque com o sentido do
viacutenculo do interesse do acolhimento mas tambeacutem da ansiedade A punccedilatildeo da fistula
arteriovenosa (FAV) eacute o momento de maior apreensatildeo e ansiedade do paciente eacute neste
momento que ocorre o toque instrumental para a punccedilatildeo e este pode alterar os padrotildees
fisioloacutegicos de um paciente com hematomas sangramentos e dor
91
Na interaccedilatildeo com o paciente o toque eacute classificado segundo Schimidt e Silva (2013)
em trecircs tipos toque expressivo tambeacutem descrito como afetivo que ocorre espontaneamente e
natildeo faz parte necessariamente da execuccedilatildeo de procedimentos o instrumental que eacute descrito
como um contato fiacutesico deliberado para desenvolver determinada teacutecnica ou procedimento e
o expressivo-instrumental uma combinaccedilatildeo dos outros dois tipos
Quando vou fazer o procedimento o toque eacute mais teacutecnico que eacute a necessidade de
fazer a punccedilatildeo sentir o fluxo da fistula o melhor local para punccedilatildeo e quando
termino de puncionar faccedilo um toque afetivo para dizer que vamos comeccedilar a sessatildeo
No final da sessatildeo o toque tambeacutem eacute mais teacutecnico do que afetivo eacute o momento da
retirada da agulha (E6)
Toco quando o paciente tem alguma queixa alguma catildeibra quando vai ldquodevolver o
sanguerdquo se estaacute com dor O momento de toque geralmente eacute um momento
desconfortaacutevel pois eacute o momento que ele estaacute com dor [] e eu associo todas as
vezes que tem o tato com o paciente como um momento de desconforto para ele
[] causa uma apreensatildeo seja no puncionar no momento da cacircimbra mas isso
natildeo afeta com que eu faccedila correndo pelo contraacuterio faccedilo que seja menos doloroso
para ele (E10)
Para os enfermeiros o toque instrumental eacute fundamental na HD seja durante a punccedilatildeo
da FAV na realizaccedilatildeo do curativo na verificaccedilatildeo da pressatildeo arterial na administraccedilatildeo dos
medicamentos ou conexatildeo dos cateteres entre outros mas afirmam que o toque poderaacute
tambeacutem se apresentar com um caraacuteter mais afetivo e de relaxamento Tocar algueacutem com a
intenccedilatildeo de que essa pessoa se sinta melhor por si soacute jaacute eacute terapecircutico portanto o ato de tocar
algueacutem eacute confortaacutevel e faz parte do cuidado emocional Pode significar atitude de unir ao
outro tocar como uma maneira de perceber o outro ou a relaccedilatildeo com o outro Assim o toque
pode significar distacircncia ou envolvimento entre pessoas que estatildeo se comunicando mas
dependeraacute da pessoa da cultura e contexto em que ocorre o toque
Um estudo desenvolvido por Schimidt e Silva (2013) identificou que diversos fatores
podem influenciar o toque dos profissionais da sauacutede dentre estes estatildeo o receio de se tocar
em pessoas do sexo oposto quando o procedimento a ser realizado eacute invasivo ou quando a
aacuterea do corpo eacute iacutentima Levando em consideraccedilatildeo que ao cuidar o toque poderaacute ser realizado
dos mais diferentes modos eou meios como com as matildeos com o corpo com os cabelos com
os instrumentos de trabalhos com as roupas com as luvas dentre outros Tocar eacute entrar no
mundo do outro eacute despertar nele estiacutemulos sensoriais agradaacuteveis e desagradaacuteveis Ter
consentimento do toque no cuidado ao outro e consciecircncia do contato fiacutesico por ele
92
promovido pode auxiliar os pacientes na sua recuperaccedilatildeo e igualmente melhorar o viacutenculo
sentimentos e aproximaccedilotildees (MENON MARTINS DYNIEWICZ 2014)
Toco porque preciso verificar se a fistula ou cateteres estatildeo bons ajudo o paciente
a sentar na poltrona verifico pressatildeo um toque na matildeo no braccedilo se estiver com
cacircimbra faccedilo massagem verifico o frecircmito (E8)
Paciente dormiu estaacute com uma postura mais largada me preocupa Geralmente o
abordo chamo toco e vejo a necessidade de verificar a glicemia verifico tambeacutem a
PA porque embora ele esteja dormindo ele tambeacutem pode estar passando mal e natildeo
chama a gente (E9)
Neste ambiente do cuidado tocar permite reconhecer quais as demandas de cuidado os
pacientes necessitam eacute reconhecer que a enfermagem precisa evoluir no cuidado prestado
especialmente no que se refere ao toque instrumental-afetivo e este poderaacute ocorrer nos
diferentes momentos de permanecircncia na HD Verificou-se que o toque instrumental-afetivo
foi realizado na verificaccedilatildeo do frecircmito verificaccedilatildeo de pressatildeo arterial massagem no momento
de cacircimbra no posicionamento correto do paciente na poltrona A maneira como foi
transmitido afeto para o paciente na medida do possiacutevel realizando os procedimentos com
sua permissatildeo calma manipulando minimamente e explicando a necessidade de se realizaacute-lo
foi uma atitude humanizada
Eacute preciso entender que o ato de tocar precisa do consentimento dos pacientes e isso agrave
vezes pode estar distante para alguns ao consideramos todas as ldquomarcasrdquo nele geradas
anteriormente Efetivar um espaccedilo para o compartilhamento de vivecircncias com pacientes em
terapias hemodialiacuteticas apresenta-se como uma proposta para melhorar a interaccedilatildeo fazendo
com que ambos enfermeiros-pacientes alcancem a relaccedilatildeo que eacute de cuidado tornando-a
abrangente e de qualidade (AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
No toque existem pacientes que estabeleccedilo um viacutenculo mais proacuteximo temos uma
paciente especial que sempre quer ser abraccedilada e por isso tenho uma conexatildeo mais
forte (E4)
Quando a pessoa chega tem o toque afetivo pois dou o bom dia e coloco a matildeo no
ombro ou toco no braccedilo para acompanhaacute-los ateacute a poltrona eacute um toque de
acolhimento Eu tenho que tocar para demonstrar realmente um interesse (E6)
Quando os pacientes chegam sempre cumprimento ateacute porque eles reclamam de
quem chega ao setor e natildeo os cumprimenta entatildeo chego e falo um por um Toco
93
quando instalo paciente e na saiacuteda tambeacutem porque tenho que tirar agulhas e fazer
curativo (E12)
O toque afetivo eacute referido como aquele empregado nos momento de cumprimento na
chegada e saiacuteda do setor ou demonstraccedilatildeo de sentimento de carinho entretanto nas
observaccedilotildees tomou-se o cuidado de reconhecer se nas accedilotildees dos profissionais foram incluiacutedas
maneiras de expressar algum tipo de afetividade tornando o toque instrumental tambeacutem
afetivo Considerando que os profissionais relatarem estar conscientizados sobre o valor do
toque afetivo sugere-se que este seja constantemente incentivado
Os dados ateacute o momento apresentados demonstram que para se prestar o cuidado
integral eacute necessaacuterio ser um bom ouvinte expressando um olhar atencioso tocando e
confortando o paciente proporcionando uma boa adesatildeo e continuidade ao tratamento
Quanto aos efeitos comportamentais do olhar ouvir e do tocar estes apresentam contribuiccedilatildeo
essencial agrave interaccedilatildeo das pessoas trazendo viacutenculos sentimentos e uma maior aproximaccedilatildeo
para uma assistecircncia mais singular
Existem dificuldades na percepccedilatildeo de determinados sentidos corporais a priori neste
estudo o olfato e o paladar que foram identificados por vaacuterios participantes como sendo algo
difiacutecil de associaacute-los ao cuidado de enfermagem na HD contudo e soacute de imediato e
aparentemente pois ainda durante a entrevista ironicamente os enfermeiros tomavam
consciecircncia da importacircncia do olfato e paladar
O odor pode ser marcante e acompanhar a pessoa por toda a vida basta perceber o
aroma e as lembranccedilas explodem de forma imediata O olfato por mais preciso que seja eacute um
sentido mudo que natildeo necessita de tradutor Isso explica a incapacidade de se descrever em
palavras o cheiro de alguma coisa para algueacutem que nunca o tenha sentido (ARAUacuteJO 2000
apud AZEVEDO ARAUacuteJO VIDAL 2015)
Para o olfato natildeo penso muito em odores o uacutenico cheiro eacute o haacutelito cetocircnico e
tambeacutem em relaccedilatildeo agrave higiene do paciente (E2)
O olfato em um primeiro momento natildeo me diz nada mas analisando percebo que o
haacutelito urecircmico que se sente eacute porque ele ainda estaacute iniciando o tratamento ou estaacute
mal dialisado se ele estaacute fazendo o tratamento a muito tempo e continua com haacutelito
urecircmico tem algo de errado da terapia (E4)
Alguns enfermeiros tecircm dificuldades de expressar como usar o olfato no seu cotidiano
ateacute fazem algumas associaccedilotildees com este sentido onde foram encontradas duas fontes de
94
odores que representam o espaccedilo do cuidado da HD os odores corporais e odores ambientais
Odores corporais satildeo as secreccedilotildees como o suor quando o paciente tem deacuteficit de autocuidado
com a higiene corporal onde os odores satildeo exalados e estatildeo impregnados nos corpos dos
proacuteprios pacientes exalaccedilotildees orais como a halitose mas estas ligadas ao haacutelito urecircmico no
iniacutecio do tratamento aleacutem destes os eventuais sangramentos tambeacutem se caracterizam como
odores corporais Existem tambeacutem aqueles odores ambientais marcantes caracteriacutesticos da
HD como os produtos quiacutemicos esterilizantes (aacutecido peraceacutetico) as soluccedilotildees de banho
utilizadas na maacutequina de HD as quais geram uma memoacuteria olfativa que transita pelo cenaacuterio
de cuidado
Embora alguns relatem que o odor natildeo impede e nem repulsa na hora do cuidado para
Azevedo Arauacutejo e Vidal (2015) o mau cheiro afasta o enfermeiro do contato direto mesmo
este sendo um indicativo de necessidade de cuidado relativo agrave higiene pessoal Para alguns
ter pacientes no ambiente com odores daacute uma caracteriacutestica desagradaacutevel e eacute necessaacuterio
informaacute-los sobre a importacircncia do autocuidado na higiene corporal e oral
O odor natildeo me impede e natildeo me repulsa ao cuidado (E1)
Tem paciente que tem um autocuidado bem deficiente e a gente percebe logo pelo
odor mas natildeo temos como nos afastar tem que pegar do mesmo jeito Tem paciente
que tenho liberdade e converso sobre higiene (E4)
Essas sensaccedilotildees olfativas evidenciadas nas falas dos participantes mesmo que se
refiram a algo desagradaacutevel eacute uma forma de captar a necessidade de se aproximar e intervir
sobre o cuidado corporal Suporta-se o desagradaacutevel porque eacute inerente ao cuidado eacute uma
condiccedilatildeo preestabelecida ao cuidador E para quem eacute importante suportar algo desagradaacutevel
No Universo das sensaccedilotildees olfativas nem tudo eacute desagradaacutevel desconfortante ou com
odor ruim A percepccedilatildeo de um determinado odor estimula nossa ldquomemoacuteria olfativardquo de uma
forma que tanto em niacutevel consciente quanto inconsciente elaboramos associaccedilotildees mentais
que delimitam a propriedade de uma sensaccedilatildeo olfativa Esta pode ser concebida como
agradaacutevel ou natildeo dependendo do que estaacute registrado em nossa memoacuteria Esse fenocircmeno
sugere que os odores podem exercer influecircncias determinantes no comportamento humano
ocasionando reaccedilotildees diversas tais como incremento agrave atenccedilatildeo diminuiccedilatildeo de situaccedilotildees
estressantes ou estado de conforto ou desconforto fiacutesico (PROCHET SILVA 2012)
95
Eacute muito caracteriacutestico porque tem desde os componentes de desinfecccedilatildeo da
maacutequina entatildeo eacute um odor caracteriacutestico da hemodiaacutelise o cheiro do aacutecido
peraceacutetico (E6)
O olfato o que mais me chama atenccedilatildeo eacute o cheiro de sangue e o cheiro do proxitane
(aacutecido peraceacutetico)(E7)
O olfato assim como os demais sentidos permitem (re)conhecer os diversos objetos
que compotildeem um espaccedilo assim como associaacute-los as caracteriacutesticas relacionadas ao cuidado
prestado neste setor como os odores da sala de reuso expurgo e sala de HD O odor ocorre
tambeacutem nas relaccedilotildees sociais o bom ou o ruim aroma emitido por um perfume do paciente o
cheiro que exala de sua roupa usada o cheiro de limpeza do ambiente podem por exemplo
aproximar ou afastar das pessoas
Do ponto de vista fisioloacutegico paladar e olfato estatildeo relacionados entre si A ausecircncia
ou alteraccedilatildeo desses sentidos dependem do estado anatocircmico do epiteacutelio nasal e do sistema
nervoso central e perifeacuterico Alguns odores ficam tatildeo impregnados que parecem produzir o
seu sabor no paladar Entatildeo pode-se dizer que o sabor eacute o somatoacuterio das sensaccedilotildees olfatoacuterias
gustativas e daquelas relacionadas agraves terminaccedilotildees nervosas localizadas no nariz e na boca
(ACKERMAN 1992 apud AZEVEDO et al 2017)
E para os enfermeiros entrevistados expressar paladar como algo relativo ao cuidado
tambeacutem eacute de difiacutecil entendimento suas associaccedilotildees foram em relaccedilatildeo a restriccedilotildees alimentares
e hiacutedricas do paciente uma alerta para o ganho de peso Na maioria das entrevistas este
sentido gerou uma certa inquietaccedilatildeo dos entrevistados por natildeo conseguirem identificar sua
relaccedilatildeo com o cuidado
Paladar eacute alerta significa orientar sobre restriccedilatildeo hiacutedrica e de comidas e
geralmente chegam pesados porque abusaram (E6)
Natildeo haacute representaccedilatildeo do paladar na assistecircncia natildeo faccedilo associaccedilotildees com o
cuidado a natildeo ser daquilo que o paciente natildeo pode comer (E12)
O paladar desempenha uma funccedilatildeo importante em nossas relaccedilotildees sociais e culturais
Para alguns pesquisadores paladar remete a uma ldquomemoacuteria familiarrdquo na infacircncia com as
comidas feitas com carinho e amor pelo ente querido ou ainda pode remeter a um
determinado tempo e lugar jaacute vivenciado (COSTA 2014) Aleacutem do que constitui uma das
principais formas de o homem se relacionar com espaccedilo Dependendo da distacircncia
96
estabelecida entre o corpo do sujeito e a realidade circundante eles podem apresentar maior
ou menor teor de objetividade na accedilatildeo de interagir com o mundo
Para Costa (2014) quando se habita diferentes espaccedilos a percepccedilatildeo tende a ser ainda
mais diversificada pois cada indiviacuteduo percebe diferentemente o mesmo espaccedilo de acordo
com a sua formaccedilatildeo cultural O ser humano possuir sentidos comuns que de modo geral
auxiliam na percepccedilatildeo espacial E por haver diversidade de proximidadedistacircncia com o uso
dos sentidos corporais em relaccedilatildeo ao espaccedilo eacute necessaacuterio manifestar uma relaccedilatildeo sensorial-
espacial como afirma Borges Filho 2007 p69
Por gradientes sensoriais entendem-se os sentidos humanos visatildeo audiccedilatildeo olfato
paladar O ser humano se relaciona com o espaccedilo circundante atraveacutes de seus
sentidos Cada um deles estabelece uma relaccedilatildeo de distacircnciaproximidade com o
espaccedilo Portanto efeitos de sentido importantes satildeo manifestados nessa relaccedilatildeo
sensorialidade-espaccedilo
Esta relaccedilatildeo sensorial-espacial por meio do sentido paladar permite o enfermeiro
detectar falhas no processo de autocuidado principalmente nas restriccedilotildees alimentares do
paciente na HD Como o paciente estabelece uma aproximaccedilatildeo mais intima no miacutenimo trecircs
vezes por semana com o enfermeiro este percebe alteraccedilotildees no peso seja pela pesagem
realizada a cada sessatildeo de HD ou pela aparecircncia fiacutesica
Segundo Martins e Riella (2013) os pacientes com DRC em tratamento de
hemodiaacutelise satildeo acometidos frequentemente por complicaccedilotildees nutricionais principalmente
pela desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteica que se constitui como uma complicaccedilatildeo fortemente
preditora agrave morbimortalidade destes Aleacutem da importacircncia cliacutenica do deacuteficit energeacutetico-
proteico nos pacientes em hemodiaacutelise a adequaccedilatildeo da aacutegua e dos micronutrientes ingeridos
pelos pacientes em hemodiaacutelise satildeo de extrema importacircncia principalmente em relaccedilatildeo ao
caacutelcio ferro soacutedio potaacutessio e foacutesforo nutrientes mais relacionados a complicaccedilotildees uma vez
que o rim natildeo consegue mais manter o controle do meio interno do organismo
Tem vezes que pego paciente comendo aqui durante a diaacutelise alimento trazido de
casa e que natildeo eacute o adequado para ele aiacute me aproximo e converso explicando
porquecirc natildeo deve comer (E2)
Eles se queixam de dietas alguns comeccedilam a mentir e tem dificuldade de manter um
controle da injesta hiacutedrica e alimentar percebemos que natildeo estatildeo se cuidando
quando chegam muito pesados isso acaba virando um ciclo difiacutecil de controlar
eles precisam saber controlar sua boca (E4)
97
O controle dieteacutetico assume o papel de prevenir ou melhorar a toxicidade urecircmica os
distuacuterbios metaboacutelicos associados ao ganho de peso interdialiacutetico a elevaccedilatildeo da pressatildeo
arterial e a progressatildeo da anemia e da osteodistrofia renal (MARTINS RIELLA 2013)
Sendo assim a avaliaccedilatildeo do estado nutricional do consumo alimentar e da ingesta hiacutedrica do
paciente em hemodiaacutelise realizada pelo enfermeiro eacute de fundamental importacircncia em
decorrecircncia da associaccedilatildeo direta que existe entre a dieta e as complicaccedilotildees advindas da sua
natildeo adesatildeo
53 Produccedilatildeo do conhecimento dos enfermeiros sobre comunicaccedilatildeo
A terceira categoria emergiu em 40 (quarenta 1159) UR de um total de 345
(trezentos e quarenta e cinco100) UR extraiacutedas das 12 entrevistas (corpus da pesquisa)
Esta categoria seraacute discutida e analisada a seguir com a exemplificaccedilatildeo dos depoimentos
mais significativos dos depoentes do estudo a respeito do conhecimento dos enfermeiros
sobre comunicaccedilatildeo
Quadro 7 Unidades de Registros (UR) das entrevistas agrupadas em Unidades de
Significaccedilatildeo da terceira categoria Setor de Hemodiaacutelise do HUCFF e HUPE - RJ 2017
Coacutedigo
dos temas
categorias
TemasUnidades de
significaccedilatildeo
Total de entrevistas realizadas 12
Nuacutemero de UR em cada entrevistatotal de UR obtidas
de cada entrevista Total de
UR na
categoria E
1
E
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
E
9
E
10
E
11
E
12
3
Produccedilatildeo do
conhecimento dos
enfermeiros sobre
comunicaccedilatildeo
proxecircmica
02
05
04
06
02
06
03
04
01
03
02
02
40
Ao considerarmos a enfermagem como um trabalho realizado com e por meio das
pessoas o processo de comunicaccedilatildeo pode ser considerado uma das mais importantes
atividades e um dos instrumentos baacutesicos na assistecircncia de enfermagem (MASSOCO
MELLEIRO 2015) A comunicaccedilatildeo eacute utilizada com os pacientes com os familiares com os
colegas da equipe de enfermagem da equipe multiprofissional com todos os serviccedilos de
apoio e administrativos Na administraccedilatildeo da assistecircncia de enfermagem eacute necessaacuterio ser
98
capaz de decodificar decifrar e perceber os significados das mensagens que satildeo enviadas
durante as interaccedilotildees possibilitando elaborar um plano de cuidados com vistas as
intervenccedilotildees ficar atento aos sinais verbais natildeo-verbais e paraverbais que podem ajudar nesta
tarefa
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a agente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo daacute seguranccedila para o paciente se vocecirc conversa com ele ele
identifica que se importa quer uma boa assistecircncia tem que ser receptivo ele
chega agraves vezes mal e se vocecirc manteacutem uma distacircncia grande entre ele aleacutem desta
distacircncia que eacute uma forma de comunicaccedilatildeo ele quer escutar de mim pelo tom de
voz e pelo olhar que ele eacute importante para mim ele quer atenccedilatildeo aquele eacute o
momento dele e ele precisa de mim E soacute acontece com a comunicaccedilatildeo (E5)
Os enfermeiros da HD descrevem a comunicaccedilatildeo natildeo verbal como algo essencial ao
cuidado como uma ferramenta capaz de identificar sinais e sintomas de complicaccedilotildees por
meio de expressotildees faciais do paciente tom de voz e olhar E a comunicaccedilatildeo verbal como
forma de dar continuaccedilatildeo a assistecircncia possibilitando passar orientaccedilotildees e captar possiacuteveis
problemas A comunicaccedilatildeo tem um objetivo uma meta um propoacutesito que eacute produzir uma
reaccedilatildeo ou uma mudanccedila para que esta comunicaccedilatildeo seja efetiva segundo Stefanelli e
Carvalho (2012) o processo tem iniacutecio a partir de algueacutem (emissor) com uma necessidade de
transmitir ou saber algo (mensagem) que necessita ser transmitida a outra pessoa (receptor) O
emissor tem um objetivo e este deveraacute ser traduzido num coacutedigo numa linguagem entendiacutevel
Haacute necessidade de um codificador pegar as ideias do emissor e colocaacute-la num coacutedigo
expondo o objetivo do emissor em forma de mensagem
Entender os coacutedigos da HD para o enfermeiro natildeo eacute algo impossiacutevel de se realizar
tanto o enfermeiro como o paciente desenvolvem com o passar do tempo no setor estrateacutegias
de se comunicarem de forma natildeo verbal o conviacutevio diaacuterio e de longa permanecircncia permite
estabelecerem uma boa interaccedilatildeo e identificar formas de comunicar por coacutedigos
99
A partir momento que se conhece esta linguagem do que eacute verbal e natildeo verbal vocecirc
consegue identificar algumas situaccedilotildees que satildeo pelos gestos se o paciente estaacute
passando mal [] agimos de forma intuitiva mas nem todo mundo tem essa
percepccedilatildeo Depois que se trabalha muito tempo com esta clientela passa-se a ter
experiecircncia e aumenta esta percepccedilatildeo Na aacuterea de HD ajuda muito ter esta
percepccedilatildeo porque por mais que a maacutequina monitore a pressatildeo arterial as
alteraccedilotildees comeccedilam antes da maacutequina alarmar (E3)
Comunicaccedilatildeo eacute tudo falo sempre ao paciente para que natildeo cubra o rosto durante a
HD e caso se sinta mal para levantar o braccedilo eacute muito importante eu manter um
olhar nas expressotildees dele estabelecemos algumas formas de comunicar porque ele
pode passar mal e natildeo conseguir chamar (E7)
Os depoentes afirmam que o tempo de experiecircncia com pacientes na HD aumenta a
percepccedilatildeo do enfermeiro e permite identificar gestos expressotildees e comportamentos aleacutem de
propor coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo que favoreccedilam o cuidado como levantar de
braccedilo natildeo cobrir o rosto entre outros Esses coacutedigos que a equipe estabelece com os
pacientes satildeo ditos como algo muito importante nas relaccedilotildees enfermeiro-paciente eacute algo
muito marcante em ambos os cenaacuterios investigados
Para entender o significado de uma mensagem baseado no comportamento dos
interlocutores de acordo com Knapp e Hall (1999) apud Broca e Ferreira (2014) eacute necessaacuterio
iniciar um coacutedigo este poderaacute ser a linguagem verbal em um segundo momento identificar os
comportamentos natildeo verbais associados a determinados comportamentos verbais Ao se
eliminar o canal verbal esses comportamentos natildeo verbais seratildeo captados como um coacutedigo
para a comunicaccedilatildeo e se a introduccedilatildeo dos comportamentos natildeo verbais natildeo interferir a
compreensatildeo da mensagem pelo receptor entatildeo os comportamentos natildeo verbais seratildeo
considerados uma forma de substituir o comportamento verbal portanto elementos de um
coacutedigo natildeo verbal ou seja um conjunto de accedilotildees que determina os significados atribuiacutedos a
certos coacutedigos como afirma (KNAPP E HALL pag 153 1999)
A maior parte de nosso comportamento natildeo verbal envolve mudanccedila de atitude ou
movimentaccedilatildeo Interagimos com as pessoas mantendo distacircncias variaacuteveis exibimos
diferentes gestos e posturas durante um encontro algumas vezes tocamos nos
outros outras natildeo rostoolhos e voz apresentam formas diversas Esta parte examina
esses comportamentos individualmente mas na conversaccedilatildeo diaacuteria a combinaccedilatildeo
desses sinais funcionando de maneira ajustada caracteriza nosso comportamento na
comunicaccedilatildeo
100
Entretanto como as pessoas natildeo conseguem alcanccedilar suas metas seus objetivos sem a
cooperaccedilatildeo do outro jaacute que eacute interdependente com outros na realizaccedilatildeo dos seus objetivos eacute
necessaacuterios que ambos envolvidos na interaccedilatildeo estejam comprometidos a fim de alcanccedilar os
objetivos Desta forma natildeo adianta o enfermeiro propor formas de se comunicar por meio de
coacutedigos se o paciente natildeo estiver disposto a cooperar eacute importante avaliar diariamente como
o paciente chegou e se ele estaacute apto a participar neste dia das formas de interaccedilotildees
preestabelecidas O cuidado de enfermagem congrega vaacuterias caracteriacutesticas dentre elas estatildeo
agrave interaccedilatildeo e a relaccedilatildeo dialoacutegica que se constroacutei com o outro assim eacute preciso desenvolver as
potencialidades dos profissionais para que na relaccedilatildeo interpessoal com os pacientes possam
dar atenccedilatildeo agraves necessidades inerentes ao cuidado daquele dia por meio da escuta ativa e de
uma comunicaccedilatildeo de aproximaccedilatildeo (BROCA FERREIRA 2015)
A distacircncia pode influenciar e definir o tipo de envolvimento e assim de
comunicaccedilatildeo que queremos manter com o outro Assim os diferentes padrotildees de distacircncia satildeo
mantidos dependendo com quem se estaacute comunicando e se relacionando natildeo se esquecendo
de que o ambiente tambeacutem poderaacute influenciar no distanciamento ou aproximaccedilatildeo dos corpos
As barreiras ou falhas na comunicaccedilatildeo podem advir da falta de habilidade para ouvir ver
sentir e compreender a mensagem do outro
Tem dias que o paciente chega me cumprimenta senta e natildeo conversa muito pega o
lenccedilol se cobre e vai dormir ou escutar muacutesica Jaacute sei que algo natildeo estaacute bem
porque convivemos com eles e sabemos seu comportamento aiacute me aproximo para
tentar conversar e ele se abrir Mas tem dias que natildeo querem conversar e nem
interagir aiacute me preocupo porque agraves vezes ele passa mal e natildeo expressa nada (E2)
A comunicaccedilatildeo eacute importante em vaacuterios sentidos primeiro porque no sentido
emocional o paciente que estaacute ali sentado quatro horas fazendo querendo ou natildeo
um tratamento que eacute desgastante para ele e muitas vezes ele natildeo quer estar ali []
entatildeo o simples fato de dar atenccedilatildeo para ele estar conversando com outros
pacientes faz com que o tempo passe e ele se sinta melhor (E10)
A habilidade de decodificar algo que estaacute intriacutenseco em gestos e comportamentos estaacute
relacionada com a forma de conhecimento e entendimento dos elementos da comunicaccedilatildeo A
forma de como nos colocamos e nos comportamos diante do outro pode influenciar de forma
negativa ou positiva e influenciar a efetividade da comunicaccedilatildeo (STEFANELLI
CARVALHO 2012) Ao perceber que o paciente se manteacutem em silecircncio com pouca ou
nenhuma interaccedilatildeo durante a sessatildeo de HD o enfermeiro identifica a necessidade de se
aproximar para buscar avaliar o porquecirc da mudanccedila de comportamento Este afastamento e
101
isolamento do paciente podem denotar uma falta de interesse pelo outro ou a negaccedilatildeo na
participaccedilatildeo nos processos de interaccedilotildees estabelecidas neste ambiente Observar padrotildees de
respostas emocionais ou fisioloacutegicas de um paciente fornece dados para a adequaccedilatildeo ao
contexto da relaccedilatildeo interpessoal redefinindo os objetivos a serem alcanccedilados
Avaliar comportamento em um determinado ambiente de HD requer de o enfermeiro
estar atendo aos coacutedigos estabelecidos e satildeo de extrema relevacircncia na anaacutelise de qualquer
interaccedilatildeo Segundo Silva (2015) a nossa habilidade em decodificar corretamente uma
interaccedilatildeo eacute diretamente proporcional agrave atenccedilatildeo dispensada aos elementos da comunicaccedilatildeo A
comunicaccedilatildeo adequada eacute aquela que possui um objetivo definido apropriada a uma
determinada situaccedilatildeo pessoa e tempo Tratando-se do relacionamento enfermeiro-paciente o
processo de comunicaccedilatildeo precisa ser eficiente para viabilizar uma assistecircncia humaniacutestica e
personalizada de acordo com suas necessidades Portanto o processo de interaccedilatildeo com o
paciente se caracteriza natildeo soacute por uma relaccedilatildeo de poder em que este eacute submetido aos cuidados
do enfermeiro mas tambeacutem por atitudes de sensibilidade aceitaccedilatildeo e empatia entre ambos
Comunicar-se envolve compartilhar sentimentos e emoccedilotildees de forma verbal ou natildeo
verbal em um relacionamento interpessoal Aleacutem disso a comunicaccedilatildeo eacute um processo
complexo dinacircmico tem uma evoluccedilatildeo natildeo tem iniacutecio e nem fim e se restringe a duas ou
mais pessoas (BROCA FERREIRA 2015) Desse modo os dados da pesquisa evidenciam
que os participantes relataram que a comunicaccedilatildeo eacute importante e se expressa de diferentes
formas e que na HD a natildeo verbal eacute muito mais abrangente E essa comunicaccedilatildeo precisa ser
entendida pelo paciente de modo a proporcionar-lhe acolhimento e a partir de suas
inquietaccedilotildees e queixas o enfermeiro consiga identificar e solucionar os problemas
identificados Portanto eacute vital estreitar estimular e fortalecer a relaccedilatildeo profissional e tambeacutem
emocional entre enfermeiro-paciente para fortalecimento e integraccedilatildeo da assistecircncia de
enfermagem
Comunicaccedilatildeo eacute essencial no sentido de captar as natildeo verbais como as expressotildees
naquele momento de dor mal estar cacircimbra eacute importante para identificar sinais e
sintomas de complicaccedilotildees e a comunicaccedilatildeo verbal eacute essencial para continuaccedilatildeo da
assistecircncia [] entatildeo uma escuta atenta sensiacutevel percebe-se coisas para que
possa devolver orientaccedilotildees mais adequadas a ele Quando se abre o espaccedilo para
paciente falar a gente comeccedila a identificar possiacuteveis problemas Vejo a
comunicaccedilatildeo como essencial para o cuidado natildeo tem como cuidar sem ter uma
comunicaccedilatildeo na HD (E6)
A comunicaccedilatildeo eacute importante porque tem o que eacute falado e natildeo eacute falado o paciente
crocircnico na convivecircncia a gente pega deles o que geralmente natildeo eacute falado E isso eacute
102
soacute com o tempo mesmo Mas eacute essencial para entender a adesatildeo uma
intercorrecircncia agraves vezes ele natildeo verbaliza soacute se expressa (E11)
A comunicaccedilatildeo natildeo verbal eacute referida como de grande importacircncia no processo
comunicativo pois pode completar uma informaccedilatildeo verbal (afirmando ou rejeitando)
enfatizar contradizer substituir avaliando indiacutecios sobre as emoccedilotildees ou mesmo controlar ou
regular uma relaccedilatildeo de interaccedilatildeo Ao afirmarem que a natildeo verbal eacute muito utilizada por ambos
nas interaccedilotildees pode-se entender que o emissor ao tentar transmitir uma mensagem por meio
de coacutedigos e o receptor natildeo compreender o sentido a que ela se refere poderaacute gerar uma
incongruecircncia no sentido real da comunicaccedilatildeo gerando equiacutevocos entre o emissor e o
receptor
Eacute fato que mesmo na comunicaccedilatildeo verbal o corpo assume uma variedade de posturas
que ajudam a traduzir melhor o significado das palavras que satildeo ditas Para Silva (2015) deve-
se na comunicaccedilatildeo proxecircmica se atentar acirc postura corporal expressotildees corporais
distanciamento entre os corpos pode-se tornar a comunicaccedilatildeo mais efetiva Desta forma um
receptor desatento pode natildeo captar toda a mensagem se natildeo observar aleacutem das palavras do
emissor E para os enfermeiros soacute com o tempo de convivecircncia eacute possiacutevel estabelecer e
identificar esses coacutedigos da HD que satildeo transmitidas e percebidas pelos sentidos corporais
Este fato tem uma relaccedilatildeo direta com os dados do perfil de profissionais em ambos os
cenaacuterios pois nenhum enfermeiro possui menos de dois anos de atuaccedilatildeo na HD desta forma a
expertise permite assim por dizer que este profissional possui habilidades suficientes para
detectar os coacutedigos natildeo verbais Esta habilidade de comunicaccedilatildeo eacute essencial ao profissional
que convive com pacientes sob cuidados na HD independente da aacuterea de formaccedilatildeo
especializada e sim o tempo de convivecircncia e experiecircncia adquiridas neste setor Entretanto
natildeo se pode afirmar que todos os profissionais que atuam nesta aacuterea teratildeo ou desenvolveratildeo
esta habilidade de percepccedilatildeo por meio da comunicaccedilatildeo natildeo verbal
Na atual globalizaccedilatildeo os profissionais estatildeo cada vez mais qualificados e capacitados
do ponto de vista tecnoloacutegico as exigecircncias para se ter atributos e conhecimentos satildeo
impostas devido agraves demandas impostas pelas mudanccedilas sociais e econocircmicas Neste contexto
a busca da produtividade tecnologia e qualidade dos serviccedilos exigindo novos atributos de
qualificaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede tambeacutem satildeo impostas no setor de hemodiaacutelise
O papel do enfermeiro natildeo se restringe a executar teacutecnicas e procedimentos de maneira
eficiente e com qualidade mas sim um cuidado abrangente que implica entre outros
aspectos desenvolver a habilidade de comunicaccedilatildeo Contudo para que haja eficiecircncia do
103
processo de cuidar eacute necessaacuterio avaliar a qualidade das interaccedilotildees com quem se cuida um ser
humano complexo e indivisiacutevel e que para entendecirc-lo seraacute necessaacuterio o uso da comunicaccedilatildeo
proxecircmica como instrumento do cuidado
Eacute a partir dessa premissa e diante da realidade dos enfermeiros do cenaacuterio da HD que
se reforccedila a importacircncia de que seja discutido entre os profissionais de sauacutede ligados
diretamente agrave assistecircncia ao paciente o uso da comunicaccedilatildeo proxecircmica como um dos mais
importantes aspectos do cuidado de enfermagem os quais vislumbram uma melhor
assistecircncia ao paciente e mudanccedilas em seu espaccedilo do cuidado
Figura 8 Fatores relevantes nas interaccedilotildees em hemodiaacutelise
Fonte Produccedilatildeo da pesquisadora
Sentidos do
espaccedilo
Comunicaccedilatildeo
efetiva
O espaccedilo fixo
e semifixo
A comunicaccedilatildeo
proxecircmica no
processo de cuidar
104
E para que haja essas mudanccedilas eacute preciso atentar para fatores como a distribuiccedilatildeo dos
mobiliaacuterios e maquinaacuterios a forma como se posiciona no espaccedilo fiacutesico o uso dos sentidos nas
percepccedilotildees de gestos e expressotildees compreensatildeo do dito e do natildeo dito para uma comunicaccedilatildeo
mais efetiva
Esta Pesquisa apresenta algumas limitaccedilotildees dentre as quais pode se destacar que o
estudo foi realizado em instituiccedilotildees hospitalares puacuteblicas universitaacuterias e algumas conclusotildees
natildeo poderatildeo ser generalizadas e atender as expectativas das cliacutenicas sateacutelites que possuem
perfil de atendimento dos profissionais diferenciada
105
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Nem tudo eacute conclusivo
ldquoO novo natildeo estaacute no que eacute dito mas no acontecimento de sua voltardquo
Michel Foucault
Respondendo aos objetivos propostos deste estudo apoacutes anaacutelise das unidades de
registro com as suas respectivas categorias e com o mapeamento comportamental proxecircmico
fundamentado por Eduard T Hall verificou-se que o enfermeiro na hemodiaacutelise demarca seu
espaccedilo do cuidado como sendo um territoacuterio de invasotildees constantes do espaccedilo iacutentimo e
pessoal mas sempre atento ao uso dos sentidos corporais as accedilotildees satildeo baseadas na
observaccedilotildees e sons emitidos no ambiente e estes potencializam os avanccedilos na interaccedilatildeo para
uma comunicaccedilatildeo mais efetiva
Comunicar-se aparece sob diferentes aspectos ou significados os quais foram
percebidos ou identificados devido a sua proximidade com os pacientes Para os profissionais
da enfermagem selecionados para a pesquisa a comunicaccedilatildeo ajuda mas depende do
paciente dizem que o paciente de diaacutelise eacute uma caixinha de surpresas mesmo assim o
processo facilita nos cuidados eacute importante para o paciente e para toda equipe ainda que ele
natildeo queira falar afinal eacute um mundo novo
O enfermeiro informa que o tempo (unidade fundamental de viver) eacute que define
quando se acostuma com a doenccedila que estabelece a relaccedilatildeo com equipe com os outros
pacientes aceitando melhor e descobrindo o que eacute diaacutelise Esse perceber e ficar junto com o
paciente possibilita verificar que eles tecircm vergonha do cateter ou da fiacutestula que se
incomodam quando as pessoas ficam olhando para elas e aos poucos vatildeo se interagindo e
entendendo o tratamento Essa proximidade pode ser considerada como proxecircmica
principalmente pelas limitaccedilotildees do espaccedilo da hemodiaacutelise verificadas no mapeamento
comportamental ambientes fechados escondidos controlados
Estudar comunicaccedilatildeo proxecircmica em espaccedilos diferentes fisicamente pode natildeo ser uma
tarefa faacutecil de realizar caracterizando um desafio da pesquisa entretanto essa opccedilatildeo
possibilitou entender melhor a dinacircmica do movimento dos corpos nos diferentes espaccedilos
propostos por Eduard THall essa opccedilatildeo ajuda nas contribuiccedilotildees dos resultados do objeto e
nas habilidades para realizar o meacutetodo como pesquisadora
Ao elaborar o mapeamento comportamental proxecircmico identifica-se que os espaccedilos
ainda que diferentes com amplitudes e mobiliaacuterios tambeacutem diferentes eacute fundamental a
106
ampliaccedilatildeo dos sentidos para uma accedilatildeo raacutepida durante as interaccedilotildees e intervenccedilotildees mesmo
estando a uma distancia puacuteblica ou social
Entretanto a dificuldade na percepccedilatildeo dos sentidos corporais como elemento da
comunicaccedilatildeo natildeo verbal foi identificada em alguns dos sujeitos por natildeo possuiacuterem
determinados sentidos aguccedilados ou ateacute natildeo entendem o processo com a utilizaccedilatildeo destes
sentidos durante o processo do cuidado A natildeo utilizaccedilatildeo desses sentidos dificulta a
percepccedilatildeo de determinadas situaccedilotildees de dor sofrimento ou alteraccedilotildees fisioloacutegicas Fato que
pode ser equacionado com o primeiro momento quando da interaccedilatildeo da equipe com o
paciente onde todos devem alinhar os pensamentos e procedimentos a serem adotados em
todo o processo do tratamento
Durante o processo de anaacutelise das respostas dos enfermeiros quanto aos
questionamentos realizados foram verificados que alguns elementos dificultam o processo de
utilizaccedilatildeo de uma comunicaccedilatildeo seja ela verbal ou natildeo verbal no atendimento do paciente
quando em tratamento em hemodiaacutelise que satildeo o espaccedilo com as caracteriacutesticas fixas e
semifixas das salas e suas divisotildees a disposiccedilatildeo das maacutequinas a falta de sala para consulta de
enfermagem dificuldade da percepccedilatildeo de alguns enfermeiros com a comunicaccedilatildeo natildeo verbal
O espaccedilo com as disposiccedilotildees dos equipamentos mobiliaacuterios e posicionamento das
equipes de enfermagem dificultam uma visualizaccedilatildeo global dos pacientes em suas maacutequinas
cujos procedimentos poderiam se iniciar com apenas um olhar Os setores de hemodiaacutelise
encontram-se sem padratildeo de infraestrutura fragmentando as salas de hemodiaacutelise natildeo
otimizando o fator humano e o material existente que satildeo escassos
Uma disposiccedilatildeo das maacutequinas em ldquoUrdquo ou em ciacuterculos onde encontrariacuteamos no centro
os enfermeiros com todos os controles dos pacientes escaninhos com prontuaacuterios telefone
computador sem obstaacuteculos para a visualizaccedilatildeo dos pacientes Diante deste cenaacuterio os
enfermeiros estariam mais receptivos para adotarem com mais frequumlecircncia a observaccedilatildeo dos
pacientes de forma mais natildeo verbal diminuindo o constrangimento de alguns por natildeo
quererem mostrar qualquer desconforto em virtude de estarem com outros no mesmo
ambiente
A falta de uma sala para consulta de enfermagem eacute referida como muito importante
pois evita o constrangimento inicial perante outros em tratamento eacute o momento ideal para
aliviar o tratamento que estaacute por vir evitando aquele choque imediato em uma maacutequina
mostrando um atendimento mais humanizado e principalmente a interaccedilatildeo da equipe de
enfermagem com o paciente facilitando o processo da utilizaccedilatildeo da linguagem natildeo verbal
onde podem ser feitos vaacuterios questionamentos quanto as suas reaccedilotildees corporais em resposta a
107
determinados estiacutemulos e estabelecer ateacute coacutedigos entre eles Deve sempre lembrar o
enfermeiro que esse novo ambiente a ser frequumlentado pelo paciente seraacute a sua segunda casa
A humanizaccedilatildeo destes espaccedilos busca permitir ao paciente um melhor conforto fiacutesico e
psicoloacutegico
A distribuiccedilatildeo espacial gera uma seacuterie de comportamentos e praacuteticas inconscientes
Assim sendo os processos de comunicaccedilatildeo de um setor tambeacutem satildeo influenciados por esta
distribuiccedilatildeo Os fluxos de comunicaccedilatildeo ascendente descendente e lateral estatildeo sujeitos a essa
influecircncia Foi possiacutevel perceber como a arquitetura eacute uma variaacutevel na constituiccedilatildeo das
relaccedilotildees dentro do setor de hemodiaacutelise Na relaccedilatildeo entre as estruturas arquitetocircnicas e as
accedilotildees dos indiviacuteduos verifica-se uma interferecircncia nos resultados da comunicaccedilatildeo Sendo
assim ao formular e projetar espaccedilos de trabalho eacute cada vez mais relevante refletir sobre
alguns principais elementos arquitetocircnicos visto que essas escolhas tecircm funccedilotildees objetivas a
cumprir conforme o tipo de ambiente e atividades realizadas nele porque podem influenciar
nas vidas das pessoas gerando percepccedilotildees e sensaccedilotildees
Ficou confirmado que os pacientes assim como os enfermeiros tambeacutem identificam a
consulta de enfermagem como espaccedilo de acolhimento de aquisiccedilatildeo de informaccedilotildees e de
satisfaccedilatildeo biopsicossocial destacando que a consulta de enfermagem favorece o
estabelecimento de uma relaccedilatildeo mais proacutexima e individual marcada pela informalidade e
flexibilidade que proporciona ao paciente uma participaccedilatildeo mais ativa no processo de
acolhimento favorecendo a liberdade de expressatildeo e possibilitando uma comunicaccedilatildeo mais
efetiva prazerosa respeitando os limites territoriais aceitos socialmente
Ressalta-se que o processo de cuidar natildeo ocorre isoladamente mas por meio de
intencionalidade interaccedilatildeo disponibilidade e confianccedila entre profissional e paciente O
profissional de enfermagem deve ter em sua rotina a praacutetica de promover medidas de
conforto sendo um gestor do cuidado e de emoccedilotildees fazendo com que o paciente se mantenha
interagido com o ambiente fiacutesico e social
A interpretaccedilatildeo do resultado das observaccedilotildees e das entrevistas dos participantes do
estudo possibilitaram inferir que a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica eacute aquela ao qual existe uma triacuteade
no processo de cuidar com o espaccedilo fiacutesico com o uso dos sentidos corporais e a forma como
nos comunicamos A partir da teacutecnica de anaacutelise do conteuacutedo foram encontradas algumas
evidecircncias representadas nas unidades de codificaccedilatildeo e categorias que demarcam o espaccedilo e
suas interaccedilotildees Pode-se entender que o ambiente do cuidado em HD eacute em qualquer lugar que
o uso dos espaccedilos iacutentimo e pessoal eacute para execuccedilatildeo de procedimentos e interaccedilotildees com o
108
paciente atentando para natildeo violar sua privacidade que no uso do espaccedilo social eacute necessaacuterio
um fluxo da comunicaccedilatildeo mais eficiente sem interferecircncia das caracteriacutesticas semifixas e
fixas do espaccedilo sendo que este seja centralizado para o enfermeiro
Os sentidos do espaccedilo representam que eacute necessaacuterio ter uma boa interaccedilatildeo com
confianccedila de quem se cuida empatia ao compartilhar emoccedilotildees saber que existe haacutebitos e
formas diferentes de se comunicar eacute expressar arranjos espaciais singulares com fluxo
adequado olhar identificando mudanccedilas no comportamento envolvimento e interesse ouvir eacute
estar atento agrave entonaccedilatildeo da voz aspectos emocionais e comportamentos gestuais tocar eacute
viacutenculo acolhimento sendo que o toque instrumental-afetivo deveraacute evoluir na HD a
memoacuteria olfativa na HD eacute gerada pelos odores corporais e odores ambientais o paladar na
HD eacute alerta de restriccedilotildees alimentares e hiacutedricas do paciente
A comunicaccedilatildeo para os enfermeiros durante o cuidado na HD eacute saber captar as
expressotildees faciais e corporais para um cuidado singular estabelecer coacutedigos de comunicaccedilatildeo
ter habilidades comunicativas manter as diferentes distacircncias proporcionando conforto
seguranccedila e privacidade compartilhar emoccedilotildees atentar a qualidade das interaccedilotildees
A discussatildeo sobre o espaccedilo do trabalho os sentidos envolvidos no cuidado e a
comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees devem ser promovidas constantemente com o objetivo de
redesenhar os processos do cuidado O que natildeo agrega valor deve ser retirado para que os
profissionais de enfermagem otimizem seus esforccedilos
109
REFEREcircNCIAS
ABIB G Observaccedilatildeo participante em estudos de Administraccedilatildeo da informaccedilatildeo no
Brasil RAE v 53 n 6 p 604-616[online] 2013 [acesso em 13 de marccedilo de 2017]
ABUDERNE P NAISBITT Mega tendecircncias para as mulheres Traduccedilatildeo de Magda
Lopes ndash Rio de janeiro Rosa dos Tempos 1993
ALVES S FRANCO S CASTANtildeER M CAMERINO O HILENO R RODRIGUES J
El anaacutelisis de la comunicacioacuten paraverbal cineacutesica y proxeacutemica de los instructores de fitness
mediante patrones temporales (T-patterns) Cuad psicol deporte 15(1) 111-122 ene-jun
2015 ilus tab| IBECS | ID ibc-138318
ANGROSINO M Etnografia e observaccedilatildeo participante Coleccedilatildeo Pesquisa Qualitativa
Bookman Editora 2009
AZEVEDO AL et al Communication of nursing students in listening to patients in a
psychiatric hospital Escola Anna Nery v 21 n 3 2017
AZEVEDO AL ARAUacuteJO STC VIDAL VLL How nursing students perceive
communication with patients in mental health RevActa paul enferm vol28 no2 - Satildeo
Paulo MarApr 2015
BARDIN L Anaacutelise de Conteuacutedo Ed Revista e ampliada Lisboa Ediccedilotildees 70 2011
BENNER PE TANNER CA CHESLA CA Expertise in nursing practice Caring
clinical judgment and ethics Springer Publishing Company 2009
BITTENCOURT GKGD CROSSETTI MGO Habilidades de pensamento criacutetico no
processo diagnoacutestico em enfermagem Rev esc enferm USP [online] 2013 vol47 n2
pp341-347 ISSN 0080-6234 httpdxdoiorg101590S0080-62342013000200010
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Prevenccedilatildeo cliacutenica de doenccedila cardiovascular
cerebrovascular e renal crocircnica Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo
Baacutesica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 14 Brasiacutelia-DF Ministeacuterio da Sauacutede 2006
110
_______ Ministeacuterio da sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador de Doenccedila Renal
Portaria Nordm 1168GM em 15 de junho de 2004 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvspublicacoesportaria_1168_achtm Acesso em 29072016
________ Ministeacuterio da sauacutedeOrganizaccedilatildeo da linha de cuidado da pessoa com Doenccedila
Renal Crocircnica (DRC) Portaria Nordm 389 de 13 de marccedilo de 2014 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2014prt0389_13_03_2014html Acesso em
29072016
________ Misteacuterio da Sauacutede Plataforma Brasil Disponiacutevel em
httpwwwsaudegovbrplataformabrasil acesso em 03032016
________ Ministeacuterio da Sauacutede Portal do Datasus Disponiacutevel em
lthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=01gt Acesso em 31072016
________ Resoluccedilatildeo da diretoria colegiada- RDC Nordm 154 de 15 de junho de 2004
Estabelece o Regulamento Teacutecnico para funcionamento dos Serviccedilos de Diaacutelise Disponiacutevel
em wwwsaudemggovbr rsaquo Acesso em 15082016
_________ Resoluccedilatildeo da Diretoria Colegiada - RDC ndeg 11 de 13 de marccedilo de 2014 Dispotildee
sobre os Requisitos de Boas Praacuteticas de Funcionamento para os Serviccedilos de Diaacutelise e daacute
outras providecircncias Acesso em 15082016 Disponiacutevel em
httpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisanvisa2014rdc0011_13_03_2014pdf
________ Conselho Nacional de Sauacutede - CNS Resoluccedilatildeo nordm 466 de 12 de dezembro de
2012 Disponiacutevel em httpwwwconselhosaudegovbrresolucoes2012Reso466pdf
acesso em 160314
BOLLNOW O F O homem e o espaccedilo Curitiba Editora UFPR 2008
BORGES FILHO O Espaccedilo e literatura introduccedilatildeo agrave topoanaacutelise Satildeo Paulo Ribeiratildeo
Graacutefica e Editora 2007
BOSI MLM Pesquisa qualitativa em sauacutede coletiva panorama e desafios Ciecircnc Sauacutede
Coletiva 2012 17575-86
BROCA PV FERREIRA MA Equipe de enfermagem e comunicaccedilatildeo contribuiccedilotildees para o
cuidado de enfermagem Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 02 de marccedilo de
2016]65(1)97-103 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n114pdf
111
BROCA PV FERREIRA MA Nursing staff and nonverbal communication Rev Reme
min enferm 18(3)697-702jul-set 2014
BROCA PV FERREIRA MA Processo de comunicaccedilatildeo na equipe de enfermagem
fundamentado no diaacutelogo entre Berlo e King Rev Esc Anna Nery 201519(3)467-474
BROCA PV FERREIRA MA Action plan for the communication process in a nursing team
Acta Scientiarum Health Sciences Maringaacute v 38 n 1 p 23-31 Jan-June 2016
BRUNI A Ensentildeanza de las competencias cineacutesica y proseacutemica a estudiantes de lenguas
extranjeras Nuacutecleo [online] 2011 vol23 n28 [acesso 2015 maio 06] pp 91-
114Disponiacutevelemlthttpwwwscieloorgvescielophpscript=sci_arttextamppid=S079897842
011000100004amplng=esampnrm=isogt ISSN 0798-
CAMELO S H H Competecircncia profissional do enfermeiro para atuar em Unidades de
Terapia Intensiva uma revisatildeo integrativa Revista Latino-Americana de Enfermagem v
20 n 1 p 192-200 2012
CAMERON LE ARAUacuteJO STC Visatildeo como instrumento da percepccedilatildeo na assistecircncia em
enfermagem traumato-ortopeacutedica Rev Esc Enferm USP 2011 [online 45(1)95-9
[Disponiacutevel em] wwweeuspbrreeusp
CAVALCANTE RB CALIXTO P PINHEIRO MMK Anaacutelise de conteuacutedo consideraccedilotildees
gerais relaccedilotildees com a pergunta de pesquisa possibilidades e limitaccedilotildees do meacutetodo Inf amp
Soc Est Joatildeo Pessoa v24 n1 p 13-18 janabr 2014
CHEEVER KH HINKLE J L Brunner amp Suddarth Tratado de Enfermagem Meacutedico-
Ciruacutergica - 2 vols13ordf ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2015
CHERCHIGLIA ML et al Determinants of expenditures on dialysis in the Unified National
Health System Brazil 2000 to 2004 Cad Sauacutede Puacuteblica [online] 2010 vol26 n8
pp1627-1641 ISSN 1678-4464 Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0102-
311X2010000800016
CHOI ES LEE J Effects of a face-to-face self-management programo n knowledge self-
care practice and kidney function in patients with chronic kidney disease before the renal
replacement therapy Journal of Korean Academy of Nursing v42 n7 p 1070-78 2012
112
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem Anaacutelise de dados dos profissionais de
enfermagem existentes nos Conselhos Regionais Marccedilo de 2011 Disponiacutevel em
httpwwwportalcofengovbrsitenovositesdefaultfilespesquisaprofissionaispdf acesso
em 06052016
_______- Conselho Federal de Enfermagem Lei Cofen nordm 749886 Regulamentaccedilatildeo do
exerciacutecio de enfermagem Disponiacutevel em httpwwwportalcofengovbr
Site2007materiasaspArticleID=22ampsectionID=35 Acesso em 05082017
COSTA LRG NOVAES MR FERNANDES SEF LUNA LCG ALEXANDRE CS
Avaliaccedilatildeo do risco de doenccedila renal crocircnica em uma amostra populacional de diabeacuteticos Rev
Ciecircnc Sauacutede Nova Esperanccedila ndash Jun 201412(1) Disponiacutevel em
httpwwwfacenecombrwp-contentuploads201011AvaliaC3A7C3A3o-do-risco-
de-doenC3A7a-renal-crC3B4nicapdf Acesso em29072016
COSTAISR Food to memory kitchen representation in the lyric Lucia Maria Dal Farra
Rev Topus 2014 Disponiacutevel em
wwwrevistatopuscombrenenviados201654211110Acesso em23082017
CROSSETTI MGO BITTENCOURT GKGD LIMA AAA GOacuteES MGO SAURIN
Structural elements of critical thinking of nurses in emergency care Rev Gauacutecha Enferm
2014 set35(3)55-60 [on-line ]
Disponiacutevel em wwwseerufrgsbrrevistagauchadeenfermagem
CUNHA ACC SPANHOL CID Lideranccedila feminina caracteriacutesticas e importacircncia agrave
identidade da mulher Rev Saber Humano - Ano 4 nuacutemero 5 - 2014 ISSN 2178-7689
DESLAURIERS JP KEacuteRISIT M O delineamento de pesquisa qualitativa In POUPART
J e al A pesquisa qualitativa enfoques epidemioloacutegicos e metodoloacutegicos Petroacutepolis RJ
Vozes 2008p 127-153
FARIAS L M et al Comunicaccedilatildeo proxecircmica entre a equipe de enfermagem e o receacutem-
nascido na unidade neonatal Rev RENE Fortaleza v 11 n 2 p 37-43 abrjun 2010
Disponiacutevel em httpwwwrepositorioufcbrbitstreamriufc1466312010_art_lmfariaspdf
Acesso em 31 de julho de 2016
FERNANDES M CRUZ L Adesatildeo ao regime terapecircutico da pessoa em iniacutecio de
hemodiaacutelisendashintervenccedilatildeo do enfermeiro CIAIQ v 2 2017
FORMOZO GA et al As relaccedilotildees interpessoais no cuidado em sauacutede uma aproximaccedilatildeo ao
problema Revista Enfermagem UERJ v 20 n 1 p 124-127 2012
113
FRANCO RF STRALEN CJV The living space and its importance for the production of
subjectivity Psicologia em Revista Belo Horizontev18n3-402-419dez 2012
FURTADO AMO SOUZA SROS OLIVEIRA BL GARCIA CN El enfermero
asistencial y educador en una unidad de trasplante renal un desafio Enfermeriacutea Global vol
11 nuacutem 3 julio 2012 pp 346-350 Universidad de Murcia Murcia Espantildea
GALVAtildeO MTG PAIVA SS SAWADA NO PAGLIUCA LMF Anaacutelise da
comunicaccedilatildeo proxecircmica com portadores de hivAIDS Rev latino-am enfermagem 2006
julho-agosto 14(4) Disponiacutevel em wwweerpuspbrrlae Acesso em 121113
GEERTZ C A interpretaccedilatildeo das culturas - led ISreimpr - Rio de Janeiro LTC 2008
GIBBS G El anaacutelisis de datos en investigacioacuten cualitativa Ediciones Morata 2012
GRUBA C et al Processo de territorializaccedilatildeo e mapeamento em saude da familia Revista
do Curso de Enfermagem v 3 n 3 2015
HALL E T A Dimensatildeo ocultaTraduccedilatildeo Waldeacuteia Barcellos 1ordf ediccedilatildeo Ed Martins Fontes
Satildeo Paulo 2005
HELLER E A psicologia das cores como as cores afetam a emoccedilatildeo e a razatildeo [Traduccedilatildeo
Maria Luacutecia Lopes da Silva] 1 Ed Satildeo Paulo Gustavo Gili 2013
HORIGAN AE SCHNEIDER SM DOCHERTY S BARROSO J The experience and
self-management of fatigue in patients on hemodialysis Nephrol Nurs J [acesso em
27022016] v 40 n2 p113-22 marabr 2013 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
HUELGAS RG CASTELAO AM ARTOLA S GOacuteRRIZ JL MENEacuteNDEZ E Documento
de Consenso sobre el tratamiento de la diabetes tipo 2 en el paciente con enfermedad renal
crocircnica Nefrologiacutea (Madr) vol34 no1 Santander 2014 [acesso 2015 maio 05] Disponiacutevel
em httpdxdoiorg103265Nefrologiapre2013Nov12369
KNAPP ML HALL JA Comunicaccedilatildeo natildeo-verbal na interaccedilatildeo humana [Traduccedilatildeo
Barros MAL] ndash Satildeo Paulo JSN editora 1999
114
LANZONI GMM et al Interaccedilotildees no ambiente de cuidado explorando publicaccedilotildees de
enfermagem Rev bras enferm vol64 no3 Brasiacutelia MayJune 2011 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg101590S0034-71672011000300024 Acesso em 160816
LIM CHI EUNG DANFORN NG RACHEL W C CHENG NGA CHONG
LISA CIGOLINI MARIA KWOK CANNAS BRENNAN FRANK Advance care
planning for haemodialysis patients Cochrane Database Syst Rev 7 CD010737 2016 Jul
26| MEDLINE | ID mdl-27457661
LUumlDKE M ANDREacute MEDA Pesquisa em educaccedilatildeo abordagens qualitativas 2ordf ed
Satildeo Paulo EPU 2013
LUZ GM KUHNEN A O uso dos espaccedilos urbanos pelas crianccedilas explorando o
comportamento do brincar em praccedilas puacuteblicas Psicologia Reflexatildeo e Criacutetica 263 (2013)
[acesso em 09 de abriel de 2016] 552-560 Disponiacutevel em
httpwwwredalycorgarticulooaid=18828877015
MACEDO SM SENA MCS MIRANDA KCL Consulta de enfermagem ao paciente
com HIV perspectivas e desafios sob a oacutetica de enfermeiros Revista Brasileira de
Enfermagem v 66 n 2 2013
MARCONI M A LAKATOS E M Fundamentos de Metodologia cientiacutefico 7ordm ed
Atlas 2011
MARTINS C RIELLA MC Nutriccedilatildeo e o Rim2ordf ediccedilatildeo - Guanabara Koogan 2013
MASSOCO ECP MELLEIRO MM Comunicaccedilatildeo e seguranccedila do paciente percepccedilatildeo dos
profissionais de enfermagem de um hospital de ensino Rev REME Rev Min Enferm 2015
abrjun 19(2) 187-191
MEDEIROS AJS MEDEIROS EMD Desafios do tratamento hemodialiacutetico para o portador
de insuficiecircncia renal crocircnica e a contribuiccedilatildeo da enfermagem Revista brasileira de
educaccedilatildeo e sauacutede v 3 n 1 2013
MENEZES FG BARRETO DV ABREU RM ROYEDAF PECOITS FILHO RF
Panorama do tratamento hemodialiacutetico financiado pelo Sistema Uacutenico de Sauacutede - Uma
perspectiva econocircmica Rev J Bras Nefrol 201537(3)367-378
MENON Daniele MARTINS Andreia Pereira DYNIEWICZ Ana Maria Condiccedilotildees de
conforto do paciente internado em UTI neonatal Sauacutede v 1 n 1 2014
115
MINAYO MCS O desafio do conhecimento-Pesquisa qualitativa em sauacutede 13ordf Ed Satildeo
Paulo Hucitec Rio de Janeiro (RJ) Abrasco 2013
MINAYO MCS ASSIS SG SOUZA ER Avaliaccedilatildeo por triangulaccedilatildeo de meacutetodos
Abordagem de Programas Sociais Rio de janeiro Editora FioCruz 244 pp ISBN 85-
89697-06-1 3ordf reimpressatildeo 2010
MOURA L PRESTES IV DUNCAN B B Schmidt MI Building a national database
of patients receiving dialysis on the Brazilian Unified Health System 2000-2012 Rev
Epidemiol Serv Sauacutede v23 n2 Brasiacutelia jun 2014 Disponiacutevel em
httpdxdoiorg105123S1679-49742014000200004 Acesso em 31 de julho de 2016
MOURAtildeO CML ALBUQUERQUE MAS SILVA APS OLIVEIRA MS
FERNANDES AFC Comunicaccedilatildeo em enfermagem uma revisatildeo bibliograacutefica Rev rene
fortaleza v 10 n 3 p 139-145 julset2009
NERY I S GOMES I S MORAES S D S VIANA L M M Percepccedilatildeo de enfermeiras
sobre as relaccedilotildees interpessoais na consulta de enfermagem Revista de Enfermagem da
UFPI v 1 n 1 2012
NUNTABOOT KHANITTA Actual Nursing Competency among Nurses in Hospital in
Vietnam International Scholarly and Scientific Research amp Innovation 10(3) 2016
Disponiacutevel em wasetorgPublicationactual-nursingnurses-inin10004833 Acesso em
05082017
OLIVEIRA MB Aplicado ao projeto arquitetocircnico Da concepccedilatildeo agrave apresentaccedilatildeo de
projetos Editora Novatec 2015
OLIVEIRA S K P QUEIROZ A P O MATOS D P M MOURA A F LIMA
FET (2012) Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da literatura
Revista Brasileira de Enfermagem REBEn 65(1) 155 - 161 Acedido a 18052013
Disponivel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-
71672012000100023amplng=enampnrm=isoamptlng=PT
OLIVEIRA SKP et al Temas abordados na consulta de enfermagem revisatildeo integrativa da
literatura Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012
116
PERUSSO IAO Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo ao Portador da Doenccedila Renal Dissertaccedilatildeo de
mestrado - (Universidade Federal de Pernambuco 2013-08-30) Disponiacutevel em
httprepositorioufpebrhandle12345678911450 acesso em 10052017
PESSOA NRC LINHARES FMP Hemodialysis patients with arteriovenous fistula
knowledge attitude and practice Rev Esc Anna Nery vol19 no1 Rio de
Janeiro JanMar[Internet] 2015[acesso em 10 de marccedilo de 2017] 19(1)73-79 Disponiacutevel
emhttpdxdoiorg1059351414-814520150010
PIESZAK GM TERRA MG NEVES ET PIMENTA LF PADOIN SMM RESSEL LB
Percepccedilatildeo dos profissionais de enfermagem acerca do cuidar em centro obsteacutetrico Rev Rene
2013 14(3)568-78
POTT FS STAHLHOEFER T FELIX JVC MEIER MJ Medidas de conforto e
comunicaccedilatildeo nas accedilotildees de cuidado de enfermagem ao paciente criacutetico Rev Bras Enferm
Brasiacutelia 2013 mar-abr 66(2) 174-9
PROCHET TC SILVA MJP Fatores ambientais como coadjuvantes na comunicaccedilatildeo e no
cuidar do idoso hospitalizado Rev Bras Enferm [Internet] 2012 [acesso em 08 de abril de
2016]65(3)488-94 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfrebenv65n3v65n3a14pdf
PROCHET TC SILVA MJP Proxecircmica as situaccedilotildees reconhecidas pelo idoso
hospitalizado que caracterizam sua invasatildeo do espaccedilo pessoal e territorial Texto amp Contexto
Enfermagem v17 n2 p321-326 2008 Disponiacutevel em HTTPdxdoiorg10159050104-
070720080002000014 Acesso em05102012
PUGGINA AC et al Percepccedilatildeo da comunicaccedilatildeo satisfaccedilatildeo e necessodades dos familiares em
Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Anna Nery Enferm 18 (2)283-283 Apr-Jun2014
REBOUCcedilAS CBA PAGLIUCA LMF RODRIGUES JUacuteNIOR JC OLIVEIRA
GOB ALMEIDA PC El anaacutelisis comparativo de la comunicacioacuten no verbal entre enfermero
y paciente ciego Index enferm 24(3) 134-138 jul-sept 2015 IBECS | ID ibc-142698
RODRIGUEZ PA GARREOLMO J FRANCH NJ DIEZ EJ MUNDETTX BARROT
PJ et al Prevalence of chronic kidney disease in patients with type 2 diabetes in Spain
Percedime 2 study BMC Nephrol 20131446
RODRIGUES Fernando de Assis SANTANA Ricardo Cesar Gonccedilalves Restriccedilotildees
tecnoloacutegicas e de acesso a dados disponiacuteveis sobre destinos de repasses financeiros federais
117
para a sauacutede puacuteblica em ambientes informacionais digitais XIII Encontro Nacional de
Pesquisa em Ciecircncia da Informaccedilatildeo - 2013
SANTOS AR Metodologia cientiacutefica Construccedilatildeo do conhecimento ndash 8ordf Ed revisada
conforme NBR147242011 Rio de Janeiro Lamparina 2015
SAVI A E RECH G RF Apropriaccedilatildeo Espacial Das CrianccedilasndashUm estudo ergonocircmico no
paacutetio escolar Estudos em Design v 23 n 3 p 1-14 2015
SCHIMIDT TCG Comunicaccedilatildeo entre profissional e o idoso hospitalizado Tese de
(Doutorado) ndash Universidade de Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Programa de Poacutes-
graduaccedilatildeo em Enfermagem Satildeo Paulo 2012
SCHIMIDT TCG YEDA YAO SILVA MJP Avaliaccedilatildeo mediata na replicaccedilatildeo do
Programa de Capacitaccedilatildeo em Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal em Gerontologia Rev esc enferm
USP [internet] [acesso em 13 de abril de 2016] vol49 no2 Satildeo Paulo marabr 2015
[Disponiacutevel em httpdxdoiorg101590S0080-623420150000200017]
SCHIMIDT TCG SILVA MJP Reconhecimento dos aspectos tacecircsicos para o cuidado
afetivo e de qualidade ao idoso hospitalizadoRev esc enferm USP[internet] [acesso
em13 de abril de 2016] vol47 no2 Satildeo Paulo abr 2013 [httpdxdoiorg101590S0080-
62342013000200022
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Influecircncia das caracteriacutesticas fiacutesicas humanas na
comunicaccedilatildeo do profissional das sauacutede com o idoso REMErevminenferm17(3)510-
516jul-set2013 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfreeuspv46n312pdf Acesso
em15072015
SCHIMIDT TCG SILVAMJP Proxecircmica e cineacutesica como recursos comunicacionais
entre o profissional de sauacutede e o idoso hospitalizado RevenfermUERJ 20(3)349-354 jul-
set 2012 Disponiacutevel em httpwwwscielobrscielophpscript=sci_nlinksamppid=S0034-
7167201400060092800012amplng=en Acesso em 15072015
SESSO RC LOPES AA THOMEacute FS LUGON JR MARTINS CT Inqueacuterito
Brasileiro de Diaacutelise Crocircnica 2014 Rev J Bras Nefrol 201638(1)54-61
SHAUGHNESSY J ZECHMEISTERE ZECHMEISTERJ Research Methods in
Psychology Mc Graw-Hill Eduaction 10ordf edition 2014
118
SILVA MJP A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da enfermagem Capiacutetulo 4 Pag
50 a 64 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
SILVA MJP Comunicaccedilatildeo tem remeacutedio a comunicaccedilatildeo nas relaccedilotildees interpessoais em
sauacutede 10ordfed Satildeo Paulo (SP) Loyola 2015
SILVA Larissa Gutierrez da MATSUDA Laura Misue WAIDMAN Maria Angeacutelica
Pagliarini The structure of a public emergency care service from the workers view
perspectives on quality Texto amp Contexto-Enfermagem v 21 n 2 p 320-328 2012
SILVA MAM PINHEIRO KB SOUZA AMA MOREIRA ACA Health promotion in
hospital settings Revista Brasileira de Enfermagem 64 (3)596-599 2011
SILVA TM RAQUEL MPS ALVESCS PAZ JSM ALTERACcedilAtildeO NO PALADAR
DE IDOSOS E SUAS REPERCUSSOtildeES NUTRICIONAIS Anais do 4ordm Congresso
Internacional de Envelhecimento Humano 2015
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC) SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeO SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA) VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010 95(1 supl1) 1-51)
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (SBN) Censo de diaacutelise SBN
2014Disponiacutevel em http wwwsbnorgbrpdfpublico2012pdf Acesso em 15062016
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM EM NEFROLOGIA (SOBEN)
Disponiacutevel emwwwsbnorgbrpdfcenso_2014_publicopdf acesso em 06022016
STAKE RE REIS K Pesquisa qualitativa estudando como as coisas funcionam Porto
Alegre (RS) Penso 2011
STEFANELLI MC CARVALHO EC A comunicaccedilatildeo nos diferentes contextos da
enfermagem 2ordf ed Ver E ampl- Barueri SP Manole 2012
STRAUSS AL CORBIN J Pesquisa Qualitativa Teacutecnicas e Procedimentos para o
Desenvolvimento de Teoria Fundamentada 2ordf ed Porto Alegre Artmed 2008
TEIXEIRA Maria Cristina Triguero Veloz et al Protective factors associated with emotional
and behavioral problems in school children Estudos de Psicologia (Campinas) v 31 n 4
p 539-548 2014
119
TERRA AC VAGHETTI HH Proxemics communication in nursing work an integrative
literature review Cienc enferm vol20 no1 Concepcioacuten abr 2014
TERRA AC Comunicaccedilatildeo proxecircmica accedilotildees reaccedilotildees e sensaccedilotildees de enfermeiros
hospitalares Dissertaccedilatildeo de (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande Escola de
Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Rio Grande 2013
TONG A FLEMMING K MCINNES E OLIVER S CRAIG J Enhancing transparency in
reportingthe synthesis of qualitative research ENTREQ BMC Med Res Methodol
[internet] 2012 [acesso em 10 de abril de 2016]12181-8 [Disponiacutevel em
httpbmcmedresmethodolbiomedcentralcomarticles1011861471-2288-12-181
UNITED STATES RENAL DATA SYSTEM (USRDS) Annual Data Report National
Institutes of Health National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases
Bethesda 2014
VALADARES GV VIANA LO O Processo de formaccedilatildeo na especialidade a partir da
experiecircncia do enfrentamento do conhecimento novo Rev Cogitare Enferm 2009 [acesso
em 08042016] AbrJun 14(2)379-83 Disponiacutevel em
httprevistasufprbrcogitarearticleviewFile1566810409
VASCONCELOS SG Comunicaccedilatildeo entre matildee-filho em alojamento conjunto a luz dos
fatores proxecircmicos Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Cearaacute UFC Universidade federal do Cearaacute
2006
YANG YI BAKER S KANNAN A RAMANAN D Recognizing proxemics in personal
photos Computer Vision and Pattern Recognition (CVPR) [internet] 2012 [acesso
em24052016] IEEE Conference on IEEE[internet] 2012
Disponiacutevelemhttpieeexploreieeeorgxplloginjsptp=amparnumber=6248095ampurl=http3
A2F2Fieeexploreieeeorg2Fxpls2Fabs_alljsp3Farnumber3D6248095
ZANARDO GM ZANARDO GM KAEFER CT Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de
Enfermagem Revista Contexto amp Sauacutede Ijuiacute bull v 10 bull n 20 bull JanJun 2011 Disponiacutevel em
httpwwwncbinlmnihgovpubmed23767335
120
APENDICE
15
APEcircNDICE A Termo de Consentimento do HUCFF e HUPE
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
121
16
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Clementino Fraga
FilhoHUCFFUFRJ ndash R Prof Rodolpho Paulo Rocco ndeg 255 ndash Cidade UniversitaacuteriaIlha do
Fundatildeo - Sala 01D-461deg andar - pelo telefone 3938-2480 de segunda a sexta-feira das 8 agraves
15 horas ou atraveacutes do e-mail cephucffufrjbr
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
122
17
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resoluccedilatildeo nordm 4662012 ndash Conselho Nacional de Sauacutede
Vocecirc foi selecionado (a) e estaacute sendo convidado (a) para participar da pesquisa
intitulada Comunicaccedilatildeo Natildeo Verbal Proxecircmica no cuidado de Enfermagem ao paciente na
Hemodiaacutelise um estudo etnograacutefico Objetivos caracterizar o conhecimento dos
enfermeiros sobre Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no contexto do cuidado de Enfermagem na
Hemodiaacutelise avaliar a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como elemento essencial na
qualidade da interaccedilatildeo e do cuidado prestado discutir a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica na relaccedilatildeo
com a adaptaccedilatildeo do paciente na Hemodiaacutelise Este eacute um estudo baseado em uma abordagem
qualitativa utilizando como meacutetodo etnograacutefico A pesquisa teraacute duraccedilatildeo de 3 anos com o
teacutermino previsto para julho de 2017
Suas respostas seratildeo tratadas de forma anocircnima e confidencial isto eacute em nenhum
momento seraacute divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo Quando for necessaacuterio
exemplificar determinada situaccedilatildeo sua privacidade seraacute assegurada uma vez que seu nome
seraacute substituiacutedo de forma aleatoacuteria Os dados coletados seratildeo utilizados apenas NESTA
pesquisa e os resultados divulgados em eventos eou revistas cientiacuteficas O material coletado
seraacute guardado por cinco (05) anos e incinerado ou deletado apoacutes esse periacuteodo Sua participaccedilatildeo eacute voluntaacuteria isto eacute a qualquer momento vocecirc pode recusar-se a
responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento Sua recusa
natildeo traraacute nenhum prejuiacutezo em sua relaccedilatildeo com o pesquisador ou com a instituiccedilatildeo que
forneceu os seus dados como tambeacutem na que trabalha Vocecirc natildeo teraacute nenhum custo ou
quaisquer compensaccedilotildees financeiras Se existir qualquer despesa adicional ela seraacute
absorvida pelo orccedilamento da pesquisa
Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute sob a forma de um roteiro de observaccedilatildeo
participante e em responder as perguntas a serem realizadas em entrevista atraveacutes de questotildees
semi-estruturadas sendo gravada em aparelho de aacuteudio (gravador) para posterior transcriccedilatildeo
as questotildees foram elaboradas de acordo com o objeto do estudo
Os potenciais riscos da pesquisa satildeo miacutenimos e incluem desconforto emocional na
eminecircncia de constrangimento gerado visto que a atividade proposta para produccedilatildeo
conforme preconiza o meacutetodo dar-se-aacute por meio da observaccedilatildeo durante os cuidados
prestados ao paciente na sessatildeo de hemodiaacutelise Ou pela entrevista com questotildees semi-
estruturadas relativo a memoacuterias e fatos resgatados das experiecircncias e praacuteticas profissionais
sobre a importacircncia da Comunicaccedilatildeo Proxecircmica como estrateacutegia para adaptaccedilatildeo do paciente agrave
terapia
Esses possiacuteveis riscos e desconfortos que podem ser gerados ao participante no
momento em que for observado ou entrevistado podem ser interrompidos assim como sua
participaccedilatildeo a qualquer momento e sua decisatildeo natildeo iraacute interferir em qualquer aspecto
acadecircmicoprofissional Seraacute feito o possiacutevel para auxiliaacute-lo (a) no caso de ocorrer algum
desconforto esclarecendo-o (a) ou tranquilizando-o (a)
________________________________
Nome do participante da pesquisa
________________________________ Data ______________________
Assinatura do Participante da pesquisa
123
18
O benefiacutecio relacionado agrave sua participaccedilatildeo seraacute o de aumentar o conhecimento
cientiacutefico na aacuterea da Enfermagem em Nefrologia aleacutem de proporcionar a reflexatildeo a respeito
da importacircncia de considerar a Comunicaccedilatildeo Proxecircmica no cuidado ao paciente com DRC
Sr (a) receberaacute uma via deste termo onde consta o celulare-mail do pesquisador
responsaacutevel e demais membros da equipe podendo tirar as suas duacutevidas sobre o projeto e sua
participaccedilatildeo agora ou a qualquer momento
Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa EEANHESFAUFRJ ndash Tel (21) 2293 8148 ndash Ramal 228 E-
mail cepeeanhesfagmailcom
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitaacuterio Pedro
ErnestoHUEPUERJ ndash Rua Boulevard nordm 28 de setembro 77 - Vila Isabel Cep 20551-
030 - Rio de Janeiro ndash RJ Teacuterreo do HUPE Tels 2868-8253 e-mail cep-hupeuerjbr
Atendimento de segunda-feira a sexta-feira das 0900-1200h e 1300-1700h
ldquoO Comitecirc de Eacutetica eacute o setor responsaacutevel pela permissatildeo da pesquisa e avaliaccedilatildeo dos seus
aspectos eacuteticos Caso vocecirc tenha dificuldade em entrar em contato com o pesquisador
responsaacutevel comunique-se com o Comitecirc de Eacutetica da Escola pelo telefone supracitadordquo
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo proposto sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer puniccedilatildeo ou constrangimento Recebi uma coacutepia assinada deste
formulaacuterio de consentimento
Participante da Pesquisa
________________________________________________________
(Nome)
_______________________________________________________
(Assinatura)
Rio de Janeiro ____ de ______________ 20____
____________________________________
Alessandra Guimaratildees Monteiro Moreira
Pesquisador Principal
Cel 99666-7990
e-mail alessandramoreira52yahoocombr
124
19
APEcircNDICE B IDENTIFICACcedilAtildeO DOS SUJEITOS
Coacutedigo de identificaccedilatildeo ________________ Idade______________________
Sexo ( ) F ( ) M
Data ______________
Dados Profissionais
1Tempo de atuaccedilatildeo como enfermeiro________________________
2 Tempo de atuaccedilatildeo na nefrologia__________________________
3 Funccedilatildeo ( ) chefia ( ) assistecircncia ( ) chefiaassistecircncia
4 Haacute quanto tempo_________________________________________
5 Trabalha em outra instituiccedilatildeo com esta pacientela
( ) sim ( ) natildeo
6CapacitaccedilatildeoAperfeiccediloamento realizados apoacutes a graduaccedilatildeo
( ) sim ( ) natildeo
QualQuais
Contatos
Telefone___________________________________
Endereccedilo eletrocircnico___________________
125
20
APEcircNDICE C ndash QUESTOtildeES NORTEADORAS DE ENTREVISTA
Coacutedigo de identificaccedilatildeo________________________________
Data___________ Iniacutecio________________Teacutermino__________________
1 Identifique no mapeamento comportamental sua localizaccedilatildeo nos diferentes momentos
do cuidado
2 Quais as dificuldades e facilidades do ambiente para auxiliar na comunicaccedilatildeo durante
o cuidado (Mobiliaacuterio iluminaccedilatildeo biombos cadeiras maacutequina de diaacutelise poltronas
de HD posto de enfermagem bancada de preparaccedilatildeo de medicamentos balanccedila sala
de curativos pia para lavagem da fistula)
3 Identifique os diferentes sentidos corporais com as distacircncias mantidas durante o
cuidado intima pessoal social puacuteblica
4 Explique como a postura corporal do profissional pode ser avaliada favoravelmente
pelo paciente (de peacute sentado ombro a ombro de costas de frente)
5 Qual a sua percepccedilatildeo sobre a importacircncia da comunicaccedilatildeo durante a interaccedilatildeo com o
paciente na hemodiaacutelise
126
58
APEcircNDICE D Roteiro de Observaccedilatildeo Sistematizado natildeo participante Coacutedigo de identificaccedilatildeo do sujeito______________________
Dados de identificaccedilatildeo do paciente
Coacutedigo do paciente
Data de nascimento Sexo Dia da semana Inicio da HD no setor
Fatores
proxecircmicos
Situaccedilatildeo
Tempo
de
duraccedilatildeo
Posiccedilatildeo Distacircncia Tom de voz Eixo dos
Interlocutor
es
Comportamento
de contato
Contato
visual
Comunicaccedilatildeo
verbal
Impressotildees da
pesquisadora
( )de peacute
( )sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( ) outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
( ) de peacute
( ) sentado
( ) outros
Especifique
( ) intima(0-050 cm)
( ) pessoal(050-120cm)
( )social(120-360 cm)
( )puacuteblica(acima360cm)
( ) baixo
(sussurro)
( ) normal
(audiacutevel)
( ) alto (grito)
( ) frente a
frente
( )lateral
( )costas
( ) tocar
instrumental
( )tocar afetivo
( )outros
Especifique
( ) sim
( ) natildeo
( ) sim
( ) natildeo
127
82
ANEXO
128
82
ANEXO A ndashFolha de rosto da Plataforma Brasil
129
82
ANEXO B ndash Declaraccedilatildeo de Ciecircncia do HUPE
130
82
ANEXO C ndash Declaraccedilatildeo de coparticipante do HUCFF
83 131
82
ANEXO D- Parecer do EEANHESFA
132
82
ANEXO E- Parecer do HUCFFUFRJ
133
82
ANEXO F - Parecer do HUPE UERJ
134
Top Related