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gorias
Indicadores Observações
Caracte
rização
do
entrevi
stado
Percurso
académic
o
sou licenciada em economia, mestrado em métodos matemáticos, diretora de marketing desde 2000,
o meu percurso profissional aqui (no banco) foi sempre ligada às áreas de marketing e trabalho
concretamente na área que nos traz aqui hoje desde 2009 que estou com o segmento dos universitários
e universidades. Em termos profissionais estive sempre ligada (ao banco), desde que conclui a
licenciatura. P1
sou licenciado em organização e gestão de empresas na área de marketing, depois fiz três pós
graduações também relacionadas com a área comercial e de marketing, não comecei na banca mas
também não foram atividades muito relevantes. Entrei na área comercial, no (banco), entretanto, com
a interação do (banco) com (banco), integrei na área de marketing em 2000, que viemos para (o
banco), desde 2000 que estou com o segmento universitário e nesta altura sou o coordenador da área
do segmento universitário, que é liderado pela colega, como diretora de segmento. P1
Sou formado em gestão na (IES privada nacional) P2
Comecei em 1994 no (banco), que foi comprado pelo grupo (banco) e por isso fiz toda a minha
carreira no (banco), há 20 anos. P2
Sou diretor do banco e as funções são chefe de gabinete do presidente. P2
Não e antes de ter esta atividade e por isso é que o presidente passou o tema para mim, fui responsável
do programa (banco) universidades, onde passa o apoio ao ensino superior do banco, tenho esse
background também. P2
sou licenciado em geologia, andei uns anos em geologia também e pronto, fiz este percurso, somos
licenciados mas não quer dizer que trabalhei na área, mas trabalhei inicialmente, licenciei-me na (IES
pública nacional) na faculdade de geologia e já passei por outras coisas que não a geologia.. P3
Sou administrador, um dos administradores, isto tem um presidente e dois administradores sou eu e
o meu irmão, basicamente somos nós, é uma estrutura muito simples, são cargos não remunerados,
para que se perceba, nós não auferimos qualquer rendimento. A fundação, com o falecimento do Sr.
(nome) terá um legado que será adicionado ao seu património, que será esta área toda, esta zona aqui
da moradia, que é agregado também a esse património. Mas depois, por outro lado, também ganhou
mais despesa porque tudo isto tem que ser mantido, o Sr. (nome) vivia aqui, isto agora faz parte da
fundação mas teve um acréscimo de despesa porque há custos associados a toda esta envolvente, mas
não é remunerado, nenhum cargo aqui é remunerado e não será porque não é esse o objetivo. Os
rendimentos ou são aplicados nos objetivos da fundação ou são aplicados na manutenção do legado
que ele tem e o resto são as nossas participações nos negócios P3
Isto é muito familiar. eu trabalhava na (nome empresa), depois quando foi criada a fundação, isto é
familiar, a presidente é a mulher do Sr. (nome), eu trabalhava na (nome empresa), trabalhava com o
Sr. (nome) , o meu irmão também trabalhava com ele, embora eu já trabalhasse noutras coisas muito
antes e mais tarde quando ele me convidou a vir para cá, o meu irmão já cá estava com ele há uns
anos e vim para cá uns anos depois quando ele me convidou, trabalhei noutras coisas, noutras áreas
e locais do país. Depois vim para cá e muito naturalmente, porque é também familiar, os
administradores são as pessoas de confiança dele e manteve-se isso basicamente assim, criou-se a
fundação, estavam aqui os elementos que ajudaram a criar a fundação porque no fundo nós é que
criámos a fundação e naturalmente continuámos a administrá-la, que era quem cá estava. P3
… há sempre uma gestão que tem que ser feita como qualquer empresa porque no fundo se pensarmos
bem é uma empresa. Eu já tinha estado noutras empresas, cheguei a ter uma ou outra sociedade no
Porto, diz-me assim, mas é uma gestão muito diferente, não, poderão haver outras fundações com
outro objeto e que serão diferentes, neste caso não, acaba por ser como gerir uma empresa normal.
Depois tem o o outro lado destes objetivos dos apoios mas também não é por aí, é uma extensão do
nosso trabalho e não tem assim nada de particular em termos de gestão P3
Atividad
e da
fundação
Nós temos os nossos investimentos, a fundação resultou de uma parte de (nome) que aplicou
na fundação, dinheiro dele, no fundo é isto, e do apoio também de uma empresa do Sr. (nome)
que era a (nome empresa) que era uma empresa que estava ligada na altura ao ramo
imobiliário. Portanto, ele fez, foi fazendo, era a atividade dele, foi assim que ele fez a fortuna e
a fundação depois resultou um bocadinho disso. Hoje em dia o que temos, fazemos os nossos
investimentos normais, temos algumas coisas do ramo imobiliário, pronto basicamente acabou
por ser um bocadinho a extensão disso, da área de investimento, temos os nossos investimentos
financeiros e basicamente é essa a nossa atividade, investimentos financeiros imobiliários e
projetos associados e daqui é que vêm os nossos rendimentos anuais. Financeiro e imobiliário
hoje em dia, da forma como está o imobiliário, temos isso um bocado parado mas depois vamos
gerindo os outros investimentos da melhor maneira P3
Funções
no ES
público
A e B - não. P1
Não (desempenhou funções no ES público) P2
Ensino
Superio
r –
Visão,
Opiniã
o
Ensino
público
Evolução
positiva
… o ensino do ponto de vista da formação de pessoas qualificadas tem havido uma grande aposta do
ponto de vista da qualidade do ensino e da especialização é cada vez mais a preocupação com
componentes de maior ligação ao mundo empresarial e isso é bom, é uma evolução que acho muito
positiva face ao tempo em que estudei. Hoje em dia o percurso académico chega a ser mais rico
porque as oportunidades de internacionalização e de experiências no exterior e o contato com outras
instituições e outras formas de ensino é muito salutar para a formação académica e pessoal dos
estudantes. P1
Os entrevistados consideram que
o ensino superior público tem sido
alvo de grandes transformações,
face ao tempo em que eram
alunos. Salientam, a este nível,
uma aposta na especialização, na
internacionalização e um percurso
…. o que sinto é isso, por um lado, um grande desejo de qualificação do ensino, com duas grandes
preocupações que me parecem muito importantes, um ensino ao nível dos maiores padrões
internacionais, também há rankings para todos os gostos, mas pronto, temos não sei quantas escolas
portuguesas a virem referenciadas nos mais variados rankings e áreas e isso é bom, assistimos, nas
saídas para o estrangeiro, ser reconhecida a qualidade do conhecimento técnico, do conhecimento
académico que é produzido nas nossas escolas, o tema da ligação ao tecido económico, ao mundo
das empresas, parece-me que também está na agenda de praticamente todas as instituições… P1
Acho que sim, mas acho que pode (o ensino superior) ser mais otimizado. Acho que serve as
necessidades do país, mas é um encargo demasiado forte para o estado. P2
Acho que a qualidade (das pessoas formadas) é boa e se há mudança tem sido para melhor. P2
Acho que é muito importante as universidades internacionalizarem-se mais do que estão hoje e
estarmos mais virados para o estudante internacional ou também, acho que o estatuto do estudante
internacional é uma coisa fundamental para as universidades e acho que se devia investir mais em e-
learning e em lecionar cursos em mais do que uma língua, em inglês também como têm feito outros
países de leste, o que tem atraído muitos estudantes de fora, acho que isso é importante para
ganharmos calo, não estarmos dependentes da demografia portuguesa que está a baixar infelizmente.
P2
… otimização, mais eficiência e mais abertura ao exterior, mais internacionalização. P2
mais rico dos estudantes e o facto
de o ensino nacional ser
reconhecido internacionalmente.
Outro entrevistado considera que
o ES público é um grande encargo
para o país e que deveria ser mais
otimizado, embora sirva as
necessidades do país, que deveria
haver mais internacionalização
por causa da questão da
demografia e que também se devia
ensinar em inglês, de modo a
fomentar essa
internacionalização.
Falta de
financia
mento
… todos vemos as notícias que efetivamente do ponto de vista financeiro, as escolas debatem-
se com problemas graves de sustentabilidade e a necessidade de procurar novas formas de
financiamento dessa qualidade que se pretende e desse estatuto internacional que muitas delas
pelo menos as grandes casas estão a apostar, numa altura em que também os seus utilizadores,
portanto, os seus destinatários estão com mais dificuldades financeiras e realmente preocupa-me
imenso o nível de abandono e o nível de dependência de bolsas e realmente as condições
extremamente difíceis em que grande parte dos estudantes conseguem, ainda assim chegar ao fim do
percurso académico… P1
Um dos entrevistados salientam as
dificuldades financeiras das IES e
dos alunos e sobre a necessidade
de procura de novas fontes de
financiamento.
Pressão
dos
custos
diminui
qualidad
e no
ensino
… acho que há outra diferença que é a pressão dos custos, da contenção de custos e a pressão em
mostrarmos resultados estatisticamente favoráveis faz com que o grau ou a qualidade dos estudantes
que saem do ensino secundário é muito menos exigente porque o que é preciso é andar para a frente
e por isso os alunos quando chegam ao ensino superior parecem menos maduros, menos qualificados
do que as nossas gerações e isso depois também acaba por se refletir nos desenvolvimentos à frente,
portanto, logo na base P1
Um entrevistado considera que o
facto de se dar uma importância
exagerada aos resultados e às
estatísticas pode por em questão a
qualidade do ensino.
Mercado
de
trabalho
…. a entrada no mundo do trabalho que aí temos efetivamente estrangulamentos muito graves,
sobretudo nos últimos anos e com toda a consequência que traz relativamente a empregos menos
Os entrevistados referem-se ainda
à falta de emprego dos licenciados
e da redução do número de alunos
qualificadas ou então saídas do país e portanto a falta de oportunidades que existe para as pessoas
porem em prática todo o investimento que com sacrifício foi feito ao longo dos anos dos cursos. P1
Sentimos isso perfeitamente, quer dizer, é um mercado que por aquilo que conhecemos está com
alguma tendência para se estreitar, menos cursos abertos, menos preenchimento de vagas, mais cursos
com falta de inscrições e depois mais do que isso, o próprio abandono durante o curso, as interrupções
e isso acaba por no fundo prejudicar muito a própria aposta do país e das escolas… P1
… os cursos têm um tempo menor, depois há os mestrados e as pessoas, muitas vezes o que é que
acontece? a perspetiva de mercado não é nada fácil, os alunos, muitos alunos ou aqueles que
conseguem continuam pelo mestrado, vão por ali fora, não sei qual o limite, faz mestrado,
doutoramento e depois? P3
A perspetiva que tenho sinceramente relativamente a um aluno universitário hoje em dia não é muito
positiva, tirando um ou outro curso que poderá ter alguma relevância no mercado de trabalho porque
este mercado é fundamental … a universidade dá-nos formação e depois não precisamos de trabalhar
exatamente no que nos formamos, mas o objetivo principal devia ser esse, criar precisamente essa tal
massa crítica que depois viesse em força para o mercado de trabalho, fosse vocacionada naquela área
ou não… Quando chegamos ao mercado de trabalho, a perspetiva é só uma, as empresas querem
fazer dinheiro e os conhecimentos que adquirimos nem os aplicamos, aquelas coisas que estiveram
horas a moer-nos a paciência, depois não têm aplicabilidade, mas para que serviu? deu-me alguma
autonomia, deu-me capacidade de observar e raciocinar sobre as coisas e desenrascar-me mas
isso não chega se depois não tenho cá fora mercado… P3
no ensino superior e o crescimento
do abandono no ES. Os alunos
continuam a estudar, muitos
porque não têm outra alternativa e
prosseguem. Um dos
entrevistados refere ainda que
raramente se utilizam os
conhecimentos teóricos
aprendidos no ensino superior
mas utilizam-se outras
competências como “deu-me
alguma autonomia, deu-me
capacidade de observar e
raciocinar sobre as coisas e
desenrascar-me mas isso não
chega se depois não tenho cá fora
mercado…”
Carência
s ao nível
da
formação
no ensino
secundári
o
…. tornaste os últimos anos como anos de preparação para uma prova, quer dizer, resume-se a isso,
vimos que o ensino secundário é muito isso, o que tenho que fazer para passar naquela prova, ora
aquilo é um ato isolado de avaliação, não dá traquejo, não dá preparação de base, admito que muito
daquilo que entra na cabeça, enlatado para aquele momento, uma vez ultrapassado aquele obstáculo
se esfuma rapidamente, imagino que sim. P1
Claro que as generalidades têm sempre um perigo mas parece-me que aquilo que presenciamos
indicia isso e é verdade que nestas gerações encontramos pessoas saídas mais recentemente do ensino
superior que sabem pensar, efetivamente têm muito mais iniciativa, está a apostar-se muito em
competências, mais do que o conhecimento académico, muito em competências pessoais de
liderança, proatividade, tudo isso, acho que isso é importantíssimo mas depois há ali ferramentas
básicas que vêm de trás que falham muito e isso nota-se claramente. P1
Os entrevistados referem que
atualmente se está a apostar
“competências, mais do que o
conhecimento académico, muito
em competências pessoais de
liderança, proatividade, tudo isso,
acho que isso é importantíssimo,
mas depois há ali ferramentas
básicas que vêm de trás que
falham muito e isso nota-se
claramente…”
Racionali
zação da
rede de
ES
Acho que há universidades a mais, acho que a rede de ensino superior não está otimizada e sinto que
há alguma ineficiência nas universidades públicas em geral em termos de custos, de estrutura
de custos das universidades, é a minha opinião sem conhecer a fundo o tema. P2
... as perspetivas de trabalho para um aluno universitário, em primeiro lugar acho que há muitos
cursos e acho que não estão enquadrados na realidade de oferta de emprego, acho que há cursos que
Dois entrevistados referem-se à
necessidade de reorganização de
rede do ensino superior, por um
lado porque “… há alguma
ineficiência nas universidades
pura e simplesmente deveriam deixar de existir, mas depois há que manter um determinado status
quo, as coisas estão montadas de tal maneira que não se podem fechar de um momento para o outro,
mas acho que começa por esse lado. P3
(desfasamento entre a formação oferecida e a realidade). Claro, porque são sempre os interesses
económicos instalados, é isso que manda, que governa, são interesses porque é muito difícil chegar
à UBI e dizer meus amigos fechem, porque há empregos, porque há não sei o quê, fechem porque
vocês não têm alunos e isto não dá. Mas a perspetiva, acho que é como tudo na vida, uma empresa
quando não funciona, fecha, vai à falência, muda de ramo ou ela própria se reinventa, epá,
reinventem-se, não podem continuar assim porque depois todo o dinheiro que está a ir para aquelas
instituições não pode ser aplicado noutras com outros objetivos. P3
O ensino devia ser reformulado, há cursos quer deviam acabar, a perspetiva devia ser, não só esta
mas fundamentalmente, enquadrarem-se com a vida do trabalho, é trabalho e depois há o retorno,
portanto, a própria economia funcionaria e financiar-se-ia, acho eu, poderá ser mais fácil dizer que
fazer porque somos completamente desequilibrados, não temos contas públicas equilibradas, temos
o desemprego nos níveis que temos, mas tínhamos que começar por algum lado, dizer, não há
dinheiro para isso e o que fala são os números e isso é o costume, é verdade, o que fala são os
números. P3
públicas em geral em termos de
custos, de estrutura de custos das
universidades… “ e porque existe
um desfasamento entra a
formação e as necessidades do
mercado de trabalho, acabar com
certos cursos e o ensino superior
estar mais enquadrado com a vida
do trabalho.
Licencia
dos a
mais
… a questão é qual a expetativa que tem pelo facto de ser licenciado porque todos temos a expetativa
que devemos chegar ao 12º ano, é um limiar mínimo e obrigatório a que temos que chegar, mas se
tivéssemos a expetativa que 80% da população deveria ter a licenciatura, desde que pelo facto de ter
a licenciatura as pessoas não achem que têm que ser diretoras das empresas mas sim faz parte da
formação pessoal e académica e tivéssemos esse patamar de exigência no país, quanto maior o
conhecimento, mais estaremos preparados para conseguir valor... P1
para responder a essa pergunta, há uma pergunta anterior que é que país é que queremos, no fundo
quais as grandes opções estratégicas do país, em que é que me quero especializar, qual o meu papel
no mundo, na europa, se sou um país de mão de obra barata, ficamos pelo 9º ano, mas se me quero
diferenciar e ter um determinado nível de aposta em determinados setores, acho que isso tem, que ser
traduzido para o grau de preparação e de qualificação dos nossos jovens e daqueles que vão assegurar
o futuro do país, portanto, não consigo dissociar do que se quer, tem que haver uma visão estratégica
para o país de seleção das áreas e isso também determina quais as áreas de formação que devem ser
mais incentivadas e mais apoiadas face a outras, não está tudo no mesmo plano. P1
Não, acho que deveria haver mais (licenciados) P2
a falta de emprego (dos licenciados) é passageira P2
… Não acho que há licenciados a mais, há licenciados a mais em determinados cursos que depois
não têm mercado de trabalho porque a formação das pessoas só enriquece o país e não o contrário.
Agora, é dramático alguém não ter trabalho e vai a uma entrevista e alguém diz, nós até gostamos de
Os entrevistados são unânimes ao
referirem que não existem
licenciados a mais, que até
deveriam haver mais, mas que a
questão se põe a outros níveis
como:
- a expetativa que os alunos têm
por serem licenciados;
- que níveis de qualificação e
especialização e mão de obra é
que o país precisa, necessidade de
visão estratégica;
- há licenciados a mais em
determinados cursos que depois
não têm saída profissional, dado
que o país assim investe um pouco
a fundo perdido.
si mas não pode ficar porque tem habilitações a mais, para alguém que andou uma vida a estudar, é
uma frustração, quer dizer, ando a licenciar-me e depois vou trabalhar como caixa de supermercado,
não que seja um trabalho depreciativo, não é nessa perspetiva, se queremos trabalhar, trabalhamos
no que é preciso. Mas é a formação, é o país estar a investir em alguém para depois o mandar para a
rua. Esse investimento é que está errado, devia ser reformulado, sei que há outros interesses em jogo
e por isso... penso que li ou vi na televisão, que ficaram muitos cursos por preencher, porque parece
que já há uma perspetiva dos próprios alunos em procurar cursos com uma saída profissional,
portanto, alguns são abandonados mas acho que há alguns que deviam acabar com eles. Não há
licenciados a mais, há licenciados a mais em cursos que não deviam existir. P3
Emigraçã
o
qualifica
da
… o estado esteve a investir em alguém que depois de estar dotado com todos os instrumentos que
são necessários para começar a gerar riqueza vai embora gerar riqueza noutro país, por isso, quem
receber estes estudantes de ensino superior, deve ficar muito agradado porque não investiu, não
gastou dinheiro na geração deste saber e agora absorve, consegue absorver estes geradores de riqueza
económica nesses próprios países. Há a questão económica e há outra questão bastante relevante que
é a questão social porque num país em que cada vez há menos crianças, se são estas pessoas que
tendencialmente poderão ter maior conforto financeiro para terem menos problemas em criarem
novas gerações e novas famílias, se já temos poucos e depois são estes que acabam, por sair e por
isso há aqui questões económicas e sociais que são estruturais e é difícil depois recuperar e é de facto
preocupante estar a diminuir constantemente o número de nascimentos em Portugal. P1
acho que quem está a emigrar são os grandes talentos e isso preocupa-me mas tenho esperança que
voltem e como digo as crises são sempre passageiras e acho que isto anda em ciclos e seguramente
acho que vamos entrar num ciclo positivo agora. P2
acho que a perspetiva é, os alunos tentam manter-se nos mestrados, tentam manter-se depois nos
doutoramentos porque a perspetiva lá fora não é a melhor e quando nos aconselham a ir para o
estrangeiro, quer dizer, há um investimento nos alunos e na formação e depois aconselham-nos a sair,
há aqui qualquer coisa que está errada, a investigação, os apoios à investigação é só notícias a dizer
cortes, cortes, um país que não tem investigação não sei para onde vai, se nos levam os poucos que
temos que investigam, acabam por nos levar a massa crítica. P3
Os entrevistados revelam-se
preocupados com a emigração de
pessoas qualificadas, dado que o
estado investiu e agora estas
pessoas vão gerar riqueza e
conhecimento noutro país, que os
deve acolher com agrado, “… há
um investimento nos alunos e na
formação e depois aconselham-
nos a sair, há aqui qualquer coisa
que está errada, a investigação,
os apoios à investigação é só
notícias a dizer cortes, cortes, um
país que não tem investigação não
sei para onde vai, se nos levam os
poucos que temos que investigam,
acabam por nos levar a massa
crítica.” Há a esperança que estas
pessoas regressem um dia.
Ensino
privado
Papel de
nicho, de
complem
entaridad
e que não
realiza
… os casos que conhecemos, dos jornais, é uma panóplia muito alargada, desde os casos de claro
insucesso ou de benefício muito duvidoso, a casos em que efetivamente são escolas reconhecidas
internacionalmente e estão nos tais famosos rankings, portanto, há de tudo. Acho que pode caber ao
ensino privado um papel digamos de nicho, por exemplo, apostas em determinadas áreas de
especialização que não têm massa crítica possivelmente no ensino público e pode haver aí um papel
para o ensino privado... P1
… a licenciatura no ensino privado e de facto, a razão de ser do ensino privado, ainda por cima foi
na altura do boom das universidades do privado, de facto foi para colmatar a circunstância de o ensino
O ensino privado é muito variável
em termos de qualidade de
instituição para instituição,
embora hajam poucas instituições
de qualidade. Os entrevistados
referem o facto de o ensino
privado ter surgido e se alimentar
das sobras do ensino público, que
público não conseguir abarcar todos os estudantes que queriam entrar para o ensino, por isso havia
as sobras e nesse caso as sobras iam ocupar os do ensino por isso há direito, há gestão, há todos os
cursos clássicos, para além dos nichos, há os clássicos porque não havia espaço no público. P1
… quando entrei no mercado de trabalho não havia a proliferação ainda de ensino privado que há
hoje, mas havia uma coisa que já se sentia, uma média trazida de uma escola do ensino público e
felizmente estamos a falar de uma época em que as médias contavam imenso… nas candidaturas para
emprego, a minha média de 15 não era igual à média de 15 … se fossemos depois ver a composição,
a própria estrutura do curso, quer dizer, o grau de exigência era a esse nível, portanto, o tipo de
disciplinas que compunham os cursos P1
… no fundo o ensino privado, não sou dessa época, proliferou para cumprir esse papel para no fundo
dar escoamento à procura que não era satisfeita pelo ensino público e o problema é que vais
estreitando e o ensino público e vais alargando a possibilidade de entrada no ensino privado e depois
como é que avaliamos o mérito, como avaliamos no fundo o desempenho académico nos dois
mundos. Isto realmente é muito difícil estarmos aqui a generalizar porque de facto há de tudo,
infelizmente no ensino privado há de tudo, aí percorremos uma escala muito grande P1
… o mercado fez o seu papel, fez a sua triagem P1
… as próprias empresas nos seus processos de recrutamento começaram a diferenciar a
proveniência e isso quer dizer alguma coisa P1
… essa triagem o mercado acabou de fazer, tanto que com a diminuição do número de alunos, desde
há seis anos para cá, o número de vagas do ensino privado diminuiu 46% e isso é um número... P1
… mas aí felizmente tem mais a ver com questões económicas do que com outra coisa porque
efetivamente tens cada vez menos famílias com condições porque antigamente, com um maior
desafogo financeiro, havia famílias que conseguiam fazer o sacrifício de pagar as despesas no ensino
privado, hoje em dia, esse número de famílias reduziu drasticamente e vê-se cada vez mais um
investimento que parece não ter retorno, também tem a ver com isso, mas acho que tem mais a ver
com as condições económicas das famílias do que propriamente não haver vontade. P1
… A questão da qualidade de ensino do privado varia de facto de escola para escola. Estive na
Moderna e de facto há de tudo e isto porque depende dos professores, não era algo que fosse instituído
pela instituição, era a qualidade dos próprios professores…... P1
Acho que é saudável, acho que infelizmente o ensino privado em Portugal tem dois ritmos, tem duas
ou três escolas boas e o resto francamente abaixo do que deveria ser uma universidade em termos de
qualidade, mas acho que era saudável haver mais universidades privadas e boas. P2
Acho que é concorrencial mas acho que devia ocupar um espaço dirigido para determinados nichos
que o ensino público não cobre, devia ser complementar, hoje é concorrencial. P2
Acho que devia ser complementar, não tenho grande conhecimento do ensino privado, como
funciona, presumo que deve ser como gerir uma empresa. O ensino privado tem apoios do estado e
poderia ter um papel de nicho mas
não acontece assim, é
concorrencial. Também o facto de
o mercado de trabalho selecionar
os alunos por origem de IES de
formação, privilegiando as IES
públicas, uma vez que têm mais
credibilidade e qualidade nos
cursos, exceção feita à U Católica.
Que o mercado e os alunos foram
fazendo uma triagem, mas que
também a diminuição de alunos
no privado se deve à crise
económica e à falta de
possibilidades de frequentar este
ensino. Os entrevistados referem
que não existe qualquer questão
na existência de ensino privado,
que deveria ser complementar e
que quem tem capacidade de
pagar vai para o privado. E que
este ensino tem outras motivações
para além do ensino.
depois tem rendimentos daquilo que lhe vem das propinas, que são mais elevadas. E a qualidade do
ensino é melhor, não tenho essa perspetiva, a ideia que tenho é que não é P3
O ensino privado cá fora no mercado que tem aceitação, tem saída, os alunos que vêm do privado, é
Católica, a mim não me causa nenhum constrangimento existir o ensino privado e o ensino público,
desde que seja enquadrado e que viva por si, sinceramente, acho que vai para o ensino privado quem
tem a capacidade e pode pagar, é mesmo assim. P3
Toda a vida fui aluno do publico, nunca andei no privado e não me parece que tenha tido uma má
formação. Agora estabelecer essa diferença, conheço pessoas que vêm do privado com uma ótima
formação e há pessoas que vêm do público com uma ótima formação e ao contrário, porque há
algumas privadas muito más e se calhar algumas públicas também não são grande coisa. É esta a
perspetiva que tenho como ex-aluno, estando de fora e não lidando com a universidade, não estando
lá dentro. P3
O ensino público tem outro objetivo, aqui há uns anos, se calhar a perspetiva do ensino público era
diferente, existia só o público e só chegava em determinada situação financeira, determinadas
famílias, portanto, apesar de ser público era exclusivista. Depois isto democratizou-se e ainda bem.
Agora, a perspetiva parece quase a de tornar o ensino público em privado, isto é, todo o ensino passar
a privado, mas isso é a perspetiva que vejo em tudo, na saúde e tudo, que é uma perspetiva muito
mercantilista. P3
Estado
deve
garantir a
igualdad
e de
oportuni
dades
Acho que há setores do estado que têm que estar no estado. O ensino pode haver privado mas tem
sempre que existir o público porque senão isso vai levar à exclusão social, há diferenciação das
classes e o ensino serviu para quebrar essas barreiras, permitiu às pessoas vir de baixo, fazer
aquele percurso social e mudar, o que é normal e isso torna a sociedade melhor, porque a torna
mais justa e nivelada, nivela por cima, dá-me a ideia de que vai haver um retrocesso, as
universidades estão a perder autonomia, cada vez têm menos dinheiros, as famílias cada vez
têm mais dificuldade. P3
… depois há aquela questão do financiamento do estado aos privados que acho que deveria terminar
porque não estão a financiar alunos nenhuns, estão a financiar administradores que fazem fortunas e
têm coleções de carros como vi há tempos naqueles colégios, não é universitário mas se calhar
também tem ligações, e que têm essas instituições privadas com apoios absurdos do estado e esse
dinheiro é que é mal aplicado. Queres ir para o privado, sim senhor, paga, se tem dinheiro paga. O
privado devia ser um ensino de excelência porque se for muito bem pago, têm obrigação de ter os
melhores professores, digo eu. O problema nisto tudo, não se consegue mudar as coisas porque não
há vontade política porque isto mexe com muitos interesses instalados porque se a perspetiva fosse
outra mudavam. P3
Um dos entrevistados refere a
importância de o estado continuar
a ser um estado social,
considerando que deveriam existir
áreas que não deveriam sair do
estado, como a educação.
Por outro lado, considera que o
estado deveria parar de financiar
os privados, dado que o
financiamento não vai para os
alunos e sim para gestores, com
interesses de lucro.
Processo
de
Bolonha
Licencia
dos antes
e depois
… o que acho é que se isto fosse perfeito, a entrada até mais precoce no mundo do trabalho, após a
licenciatura, as pessoas vêm menos equipadas em termos de conhecimentos técnicos mas
também vêm numa fase talvez mais maleável e acho que é importante aliar estes dois tipos de
experiência, o mais cedo possível, a experiencia do mundo do trabalho com o conhecimento
académico, porque eles entrosam-se muito … até acho que o facto de ter passado para uma
licenciatura de três anos em que no fundo traz as ferramentas básicas e as pessoas depois, à medida
que vão trabalhando, vão tendo a perceção daquilo que efetivamente gostam, daquilo em que querem
especializar-se, qual o mestrado ou a pós graduação ou assim que para eles faz sentido do ponto de
vista da consciência que tomaram relativamente à aplicação prática seria benéfico. Mas não estamos
a assistir a nada disso, isso era no mundo ideal, a realidade é como temos um estrangulamento no
mercado de trabalho e o que acontece é que passam da licenciatura para o mestrado mais ou menos
na mesma, portanto, continuam desligados do mundo de trabalho e portanto, desse ponto de vista
acho que não se ganha assim tanto com a reestruturação pré e pós Bolonha. P1
… do ponto de vista do objetivo original parece-me concetualmente bem pensado só que depois
temos uma série de distorções derivadas à conjuntura do contexto económico do nosso país em
concreto atravessa porque pronto não será assim noutras realidades portanto se calhar as coisas têm
outro sentido e são feitas com uma maior integração entre as duas componentes, no nosso caso não,
é um adiar, porque um mestrado, a segunda fase é um adiar da entrada no mercado de trabalho...
P1
…. um mestrado, na mesma área de ensino que a licenciatura, sem precisar nenhum caso, mas vai
dar exatamente as mesmas matérias e por isso ou ele muda de área de formação e aí sim é bom e rico
para diversificar ou se fica na mesma área da licenciatura vai voltar a recorrer nos temas... P1
… acho também que todas as experiências em que possa … ser dado ao estudante uma maior
flexibilidade e uma maior consciência daquilo que verdadeiramente lhe interessa, porque acho que
há uma primeira fase em que ele deve vir equipado com um conhecimento o mais geral possível,
depois ser-lhe dada a possibilidade, através de experiências e aí é que se joga um bocadinho a ligação
entre a escola e as empresas, ter possibilidade mesmo de fazer experiências, mesmo que fossem
curtas, em empresas que ele possa efetivamente tomar consciência sobre o que gostaria de
desenvolver o seu conhecimento, as suas capacidades, com certeza que teremos pessoas muito melhor
formadas, muito mais empenhadas, motivadas e com escolhas mais certas e hoje em dia acho que a
coisa é assim um bocadinho, todos conhecemos no fundo os exemplos de pessoas que seguem para
o mestrado mais pelo grau, não arranjam nada que fazer e então pronto é um bocado isso mas acho
que a ideia original era boa. P1
Acho que a atual licenciatura de Bolonha não pode ser equiparada à antiga licenciatura. Quando
quero um aluno equivalente à antiga licenciatura, vou buscar um aluno de mestrado, se eu tiver isto
presente, acho que a alteração é positiva. quando comparamos um aluno de Bolonha com um aluno
O mercado de trabalho, para estes
entrevistados, faz discriminação
entre as licenciaturas pré e pós
Bolonha: “…a atual licenciatura
de Bolonha não pode ser
equiparada à antiga licenciatura.
Quando quero um aluno
equivalente à antiga licenciatura,
vou buscar um aluno de mestrado,
se eu tiver isto presente, acho que
a alteração é positiva. quando
comparamos um aluno de
Bolonha com um aluno da
licenciatura antiga, obviamente
que há perda de competências no
aluno de licenciatura de Bolonha
porque é um aluno mais novo, é
um aluno com menos maturidade
e com menos formação e por isso
não pode ser comparado.”
Consideram que a ideia está bem
concebida, de formar os
estudantes com competências
básicas que depois pode
aprofundar no mercado de
trabalho “…as pessoas vêm
menos equipadas em termos de
conhecimentos técnicos mas
também vêm numa fase talvez
mais maleável e acho que é
importante aliar estes dois tipos
de experiência, o mais cedo
possível, a experiencia do mundo
do trabalho com o conhecimento
académico, porque eles entrosam-
se muito… “. Que o mestrado é
da licenciatura antiga, obviamente que há perda de competências no aluno de licenciatura de Bolonha
porque é um aluno mais novo, é um aluno com menos maturidade e com menos formação e por isso
não pode ser comparado. P2
Acho que a alteração é benéfica mas como empregador só posso comparar a antiga licenciatura ao
atual mestrado e aí vejo vantagens, ganha também flexibilidade porque se quiser um aluno com um
bocadinho menos de qualificações do que um mestrado, vou buscar um aluno de licenciatura, que se
calhar é equivalente ao que antes chamávamos de bacharelato, que também existia só que agora existe
com mais quantidade, por isso não vejo como uma alteração negativa, vejo como uma evolução
positiva que traz flexibilidade ao sistema e que aumenta a qualidade dos que acabam o
mestrado. P2
um “…é um adiar da entrada no
mercado de trabalho…” e não
está a funcionar como foi
concebido, de integração e
desenvolvimento, especialização
no local de trabalho. No entanto,
um dos entrevistados considera
que não é “…
Papel do
estado
Regulaçã
o
… deve ser regulador mas deve ser também... P1
…não deve ser só regulador...sabemos que a lógica do ensino privado vai ser vou apostar
naquilo que me dá mais lucro, onde gasto menos dinheiro e retiro mais proveito e isto pode não
ser necessariamente o que mais interessa ao país. o país pode precisar de investir em
determinadas áreas cujo desenvolvimento é mais caro, implica mais infraestruturas em que o
investimento é maior mas são as mais essenciais para o país portanto isto não pode ficar ao
cuidado de qualquer interesse privado, é um ativo tão importante, fundamental e estratégico
para o futuro do país que me parece que deve emanar diretamente do estado. P1
Acho que estão certos acho que dentro da regulação, acho que é normal assegurar o bom
funcionamento das instituições, nomeadamente quanto à boa gestão dessas universidades, que acho
que nem sempre acontece…. Acho que deve ser esse o papel, esses três pontos que refere, não precisa
acrescentar mais nenhum desde que sejam bem feitos. P2
… sendo eu privado não me parece que isto fique bem entregue aos privados, acho que não, deixem
os privados onde estão, a economia move-se com os privados quando a economia mexe não foi o
estado que fez nada, foram os privados que tiveram necessidade de fazer mexer e poderia mexer mais
mas às vezes o estado na sua função reguladora, aí é uma desgraça, devia ser muito mais
regulador no que respeita aos privados, o estado empata muito os privados porque os privado
precisam também, na sua atividade também lidam com o estado e o estado empata
completamente, às vezes a burocracia é uma coisa impressionante e às vezes nem é a burocracia,
às vezes chama-se outra coisa que é o interesse, aquele interesse. P3
O papel de regulador do estado é
referido pelos entrevistados como
essencial perante o ensino
superior, embora não deva ser só
esse o seu papel. No entanto, o
estado tem que desempenhar
melhor este papel pois “… às
vezes o estado na sua função
reguladora, aí é uma desgraça,
devia ser muito mais regulador no
que respeita aos privados…
empata muito os privados porque
os privados precisam também, na
sua atividade também lidam com
o estado e o estado empata
completamente, às vezes a
burocracia é uma coisa
impressionante e às vezes nem é a
burocracia, às vezes chama-se
outra coisa que é o interesse”
Visão
estratégic
a
Temos défices graves de qualificação em algumas áreas, apesar do número de licenciados. É verdade
que as nossas escolas produzem talentos e pessoas com qualidade que é reconhecida
internacionalmente, temos que ser coerentes e consequentes nestas escolhas e acho que aí é um papel
que só cabe ao estado porque saindo do estado sabemos perfeitamente que as lógicas predominantes
são de interesses económicos, de interesses de grupos, quando olhamos para o setor privado... P1
… outras motivações que não sejam o core do conhecimento.. P1
O estado necessita de cuidar
melhor do ensino superior
público, não deixando que outros
interesses, “…outras motivações
que não sejam o core do
conhecimento…” o façam.
… corremos o risco de haver desvios sérios em relação àquilo que é o interesse do país... P1
sendo a formação um ativo tão importante, é um ativo estratégico de um país, acho que é qualquer
coisa que não pode ser inalienável do papel do estado, portanto, o estado tem que cuidar desse
ativo da forma mais eficiente, por um lado, e com a visão estratégica relativamente àquilo que
efetivamente interessa ao país, para a sustentabilidade do país portanto não é qualquer coisa que seja
alienável e que se permita ficar exposto mais a interesses de natureza economicista ou de outra
natureza qualquer... um dos indicadores de desenvolvimento de um país é precisamente a quantidade
e a qualidade dos talentos que produz, não é só do sucesso escolar, é no fundo da preparação, da
qualificação técnica dos seus cidadãos do ponto de vista substancial e não só estatisticamente... P1
Necessita de desenvolver uma
visão estratégica, uma vez que a
educação é “…um ativo
estratégico de um país, acho que é
qualquer coisa que não pode ser
inalienável do papel do estado,
portanto, o estado tem que cuidar
desse ativo da forma mais
eficiente…”
Estado
social
Acho que há setores que deviam continuar no estado, a saúde, a educação, poderão haver outros, a
justiça, qualquer dia privatizam a justiça, não imagino uma cosia dessas, gostava de ter uma
perspetiva... o privado é para os privados, a economia deve funcionar com os privados, agora há
setores que não, o estado tem que intervir, tem que haver aqui um nivelamento e se as pessoas não
têm acesso à educação nem à saúde nem à justiça, fechamos e mudamo-nos todos para o Canadá...P3
… continuo a achar que o estado deve estar na educação, tem que arranjar mecanismos para financiar,
o país não entrou quase na bancarrota por causa da educação e do investimento em educação, entrou
na bancarrota porque foi mal gerido, o estado tem que ser gerido por pessoas competentes… há
empresas do estado que são bem geridas e apesar disso eles vendem-nas, então porque é que outra
parte é mal gerida ,o que se passa lá, se for ver são negócios paralelos, interesses.P3
… O estado deve assegurar a educação, financiá-la, regulá-la, continuo a dizer, pagamos muitos
impostos, a carga fiscal é brutal não me digam que esta carga não serve para isto serve para quê? se
o estado vai buscar impostos depois vai aplicá-los em que é nestas coisas, saúde, educação, apoios,
no que tem que apoiar, servir os cidadãos, acho que isso é função do estado.P3
Um dos entrevistados salienta o
papel de financiador e social do
estado e considera que os
impostos devem ser aplicados a
servir os cidadãos em áreas como
a saúde e a educação.
Financi
amento
do
Ensino
superio
r
Partilha
de custos
(propinas
)
Responsa
bilização
do aluno
Propinas
com
sistema
de bolsas
eficiente
acho que as duas formulações têm alguma coisa de verdade (responsabilização ou equidade),
agora acho que falta um fator que é eu reconhecer no ato do pagamento da propina o
investimento pessoal que cada um está a fazer, ou seja, ter uma componente de mérito
associada... parece-me que não interessa aquela pessoa que tem capacidade financeira para
continuar a ser cábula a vida inteira e pronto, está lá durante dez anos e também não me parece
que seja justo a sociedade, o contribuinte em geral estar a financiar os estudos aos cábulas,
portanto falta aqui distinguir os que são cábulas dos que não são, aqueles que efetivamente têm
aproveitamento, interesse, motivação, querem fazer daquilo uma opção consciente de vida e
acho que a sociedade está disponível para apostar nestas casos, acho que falta introduzir aí um
fator que esteja relacionado com a produtividade, o mérito. P1
Agora, obviamente que entrando num esquema destes temos que ter a garantia que sabemos medir
isso, não há desvios nessa... teoricamente acho que é qualquer coisa no meio termo nem é realmente
ser demasiado permissivo, acho que devemos dar oportunidade a todos e devemos continuar a
Todos os entrevistados
consideram que o estado não tem
condições para que o ensino seja
gratuito e quem pode deve pagar,
mas quem não pode deve ser
ajudado, desde que tenha mérito.
Um dos entrevistados refere que a
propina é justa e que o sistema de
bolsas também, embora outro
entrevistado discorde da justiça do
sistema de bolsas. Baseados na
sua experiência de antigos alunos,
todos os entrevistados concordam
financiar aqueles que realmente justificam a oportunidade que lhes foi dada, aqueles que não
justificam, todo nós somos do tempo e encontrámos casos de fulanos que eram quase avós e andavam
pelos bancos da universidade. P1
… Acho que o sistema atual de propinas é bastante justo, acho que proporciona a participação mesmo
dos mais desfavorecidos porque é uma propina bastante baixa e por outro lado, responsabiliza os
alunos, contribuindo com a propina mínima e os mais desfavorecidos ainda têm acesso a uma bolsa
para ajudar a pagar isso e por isso acho que é um bom sistema. Acho que o atual sistema não
discrimina negativamente os alunos estrangeiros e acho que deviam pagar mais. Há que haver
aqui um equilíbrio entre o não discriminar os mais desfavorecidos, que devem ter direito a uma
bolsa mas devem ser responsabilizados pagando qualquer coisa nem que seja dessa bolsa e
deve-se exigir resultados a esses alunos e deve ter-se aqui uma abertura ao exterior porque são
alunos que pagam mais e que podem subsidiar os outros também e ajudar as universidades a
fazer face aos seus custos. P2
é uma questão difícil porque quando somos nós a pagar, pensamos que devia ser gratuito. aqui há
duas questões, porque é que uns pagam propinas e outros não? não queremos uma sociedade igual,
mas a sociedade não é igual, acho que o estado em determinadas situações, o ensino devia ser gratuito
mas também acho que há famílias que podem pagar e o ensino precisa de... as universidades precisam
de dinheiro, acho que isto tem que ser equitativo, acho que o espetro deve ser esse, a contribuição na
medida do possível e quando digo contribuição não digo tornar as propinas uma coisa brutal em
termos de custo, deve ser estudado, analisado, não sei como funciona mas ele nunca é totalmente
gratuito. P3
… e o sistema de bolsas não é muito bom e por isso acontecem estes problemas da consciência social
e dos alunos com dificuldades.P3
O que mais me agradaria era que o ensino fosse gratuito, essa era a situação ideal mas nós não
temos condições, acho que o país não tem condições e então as pessoas vão contribuindo em
função da sua possibilidade, não com este limite, tens que pagar mil euros, não o que podes
pagar? embora isto depois tivesse que ser muito bem estudado, um crivo apertado porque
lembro-me de quando andava a estudar havia alunos que tinham bolsas e os pais tinham uma
situação económica muito superior a quem não tinha bolsa, tinham profissões liberais, não
declaravam propriamente um rendimento real, … não sei agora qual o crivo, presumo que seja
o IRS e pouco mais, não estou a ver outras formas e muitas vezes era injusto, acho que a
perspetiva era ensino superior, o estado tem que financiar, porque se o estado financiar o ensino
e se tivermos efetivamente matéria prima, nós conseguimos aplicar essa matéria prima em
melhorar e fazer com que o país cresça, agora isto tem que ser um ciclo.P3
ser necessária a responsabilização
dos alunos pois existem alunos
que permanecem muito tempo no
ensino superior e isto é
dispendioso para o estado e
injusto para os contribuintes. Por
outro lado, um dos entrevistados
refere que as IES precisam de
financiamento e que é necessária
maior fiscalização a nível da
atribuição de bolsas. Consideram
que os alunos internacionais
deveriam pagar mais de propinas.
Ajudas
ligadas
ao mérito
… colocava todas as propinas aos 5000 e 6000 euros que são os custos reais do ensino, todos ficavam
com a noção de que é quanto aquilo custa, de uma maneira geral, os contribuintes têm que participar
para que aquele aluno esteja a ter a formação superior e de facto o estado em vez de cobrar os mil
euros, financiava os 5000… para aquelas situações em que se iam deixando ficar, no ano seguinte já
não eram 5000, o estado … já só financiava com 4000, no ano a seguir, 3000 e por isso, se ele quisesse
efetivamente continuar e mantivesse razões plausíveis, porque há questões de saúde, a razão de não
estar a ter um caminho normal de ensino superior assumia pessoalmente as responsabilidades porque
de facto os contribuintes não têm que assumir essa responsabilidade e nesse modelo ficamos todos
conscientes de qual o custo que isto tem e quanto é que os contribuintes estão a contribuir para a
formação de cada um. P1
… o estado dava um cheque integral. Eu considero, como disse a colega que é perfeitamente
estrutural o estado preparar os cidadãos com conhecimento e que esse conhecimento seja gerador de
riqueza e que consigamos fazer essa transformação e por isso a geração de conhecimento acho que
cabe ao estado ter essa participação e por isso nem sequer havia propinas de mil euros, um aluno que
de facto, em todo o seu percurso de ensino cumpriu o seu papel e por isso estar a receber
conhecimento é estar a gerar à partida riqueza para o país, que depois em fase de atividade
profissional no fundo vai aplicar esse conhecimento, com toda a importância que isso tem depois na
geração de impostos, não me chocava nada que os mil euros que se pagam atualmente não se
pagassem, pagar-se-ia de facto naquelas circunstâncias em que não houvesse aproveitamento e por
isso a lógica da meritocracia sem favores, sou apologista. P1
Um dos entrevistados apresenta
um esquema de pagamento de
propinas ligado ao mérito, que o
estado deveria financiar o ensino
na totalidade e que depois ia
diminuindo o financiamento a
cada ano a mais que os alunos
estivessem no ES. Dentro de uma
lógica meritocrática, dois
entrevistados admitem o ensino
gratuito nestes moldes.
Estraté
gias de
obtençã
o de
fundos
pela
institui
ção
Alternati
vas
financia
mento
ES
público
Maior
relação
com as
empresas
concordo porque as próprias instituições podem ter benefícios dessa relação com as IES, sou defensor
de que deve de haver uma maior relação entre as empresas e as IES, quer do ponto de vista prático,
de prototipagem, de novos desenvolvimentos nas áreas empresariais, haja a possibilidade de as
academias serem polos de inovação para as empresas e por isso se as academias geram riqueza
e geram algo de novo às empresas, é natural que se vejam ressarcidas desse valor acrescentado
no sentido de estarem dotadas dos recursos para continuarem a gerar esses desenvolvimentos, seja para a compra de maquinaria, para financiar doutoramentos, daquilo que é necessário para o
normal funcionamento da academia e por isso, sendo defensor da relação entre as empresas com as
universidades, acho também natural que haja o financiamento e a participação das empresas no
financiamento das universidades. P1
(Concorda com a participação do financiamento externo de outras entidades, tecido empresarial na
universidade). Completamente. P3
(Acha que pode haver influência de) interesses instalados, há sempre, não há hipótese, mas isso sem
dúvida, mas aqui a perspetiva poderia ser outra. … há uma determinada verba que é entregue à
universidade, se for bem gerida e vem de uma instituição, de um banco ou o que quer que seja, porque
não? também não podemos estar naquela de que a universidade é só pública então é só do público,
Os entrevistados concordam com
o financiamento externo ao ensino
superior, que deve existir um
maior entrosamento entre as
empresas e o ensino superior
“…quer do ponto de vista prático,
de prototipagem, de novos
desenvolvimentos nas áreas
empresariais, haja a
possibilidade de as academias
serem polos de inovação para as
empresas e por isso se as
academias geram riqueza e geram
algo de novo às empresas, é
natural que se vejam ressarcidas
desse valor acrescentado no
aqui ninguém entra, acho que não, se não também não entrávamos e acho que há coisas que podem
ser feitas, constituições como as nossas, como a fundação, que não o trabalho normal da universidade
que é preparar, formar, ensinar, mas dentro dessa formação, acho que apoios que devem vir das
instituições que tem interesse para as universidades, falo da investigação, acho que há coisas
fundamentais e que nem sempre o estado pode financiar essas coisa, isso à primeira vista não me
causa nenhuma rejeição. P3
… com estes cortes à universidade, quando se corta na educação, acho que se corta no futuro, quando
se corta na formação, educação, está-se a cortar no futuro do país, esta é a minha ótica e acho que
é o que está a acontecer hoje. Mas as universidades não deviam ir à procura de outras formas de
financiamento… acho que não, nem os ex-alunos têm, lá fora têm, nos EUA têm. Pergunta-se se as
fundações podem dizer algo sobre isso, as fundações podem e devem apoiar mas nem todas têm a
mesma vocação que nós, temos vocação para apoiar a investigação de determinada área, a maior
parte das que existe apoia a solidariedade social e pouco mais e algumas nem sei que apoios fazem...
mas isso é uma questão das fundações, que nós somos visto da mesma forma, quando se falar muito
das fundações, as pessoas associam logo, aquilo é qualquer coisa ali para ganharem dinheiro do
estado.... estamos fora disso, se calhar por isso não somos muito falados mas estamos completamente
fora disso, vivemos do nosso rendimento, apoiamos na medida em que conseguimos apoiar, depende
também dos estatutos e da vocação para que nos criámos. P3
sentido de estarem dotadas dos
recursos para continuarem a
gerar esses desenvolvimentos…”.
Outro entrevistado refere que as
IES devem procurar
financiamento, “…também não
podemos estar naquela de que a
universidade é só pública então é
só do público, aqui ninguém
entra, acho que não… acho que
apoios que devem vir das
instituições que tem interesse
para as universidades…”
Conselho
geral
sim, o presidente tem (assento no CG), mas não tenho presente, sei que participa quando há as
reuniões… mas não tenho presente os temas que são abordados nessas reuniões, as agendas porque
há outros CG onde também há participação de elementos do banco mas penso que é mais na
perspetiva de ligação ao meio ao ensino, no fundo que medidas podem ser implementadas para
dinamizar esta relação entre as empresas e a escola mas em termos de conteúdo P1
concordo 100%, acho que foi uma medida muito útil, acho é que a nossa sociedade, os membros
externos ainda não estão sensibilizados o suficiente para terem uma intervenção ativa, por isso,
fazem parte dos conselhos mas têm uma intervenção pouco ativa mas isto acho que é um
caminho que se está a percorrer e vai ser muito útil para a universidade portuguesa. P2
(Algum elemento da vossa entidade tem assento no CG) sim. mas não sou eu. P2
Concordo e pode ser que esta abertura à sociedade civil, é a forma de a sociedade civil entrar na
sociedade e poder finalmente o diálogo ser diferente, porque a universidade é um mundo muito
próprio e muitas vezes olha com alguma desconfiança e não é a melhor perspetiva. Imagine alguém
que dirige uma universidade e tem a perspetiva da sociedade civil, basta dizerem, não é o nosso meio,
está tudo definido, percebe-se que é impossível que a sociedade civil entre lá, que este não é doo
nosso meio, somos todos do mesmo meio… É uma aproximação e pode ser se calhar a forma de as
universidades se conseguirem financiar de outra forma porque a tendência vai ser cortar, portanto, a
Os entrevistados concordam com
a presença de membros externos
na governança do ensino superior,
sendo que duas das entidades têm
assento no CG de IES. Referem
que apesar de “…os membros
externos ainda não estão
sensibilizados o suficiente para
terem uma intervenção ativa, por
isso, fazem parte dos conselhos
mas têm uma intervenção pouco
ativa mas isto acho que é um
caminho que se está a percorrer e
vai ser muito útil para a
universidade portuguesa.” E que
pode ser uma forma de angariar
financiamento.
perspetiva neste momento é financeira, económica e é corta, corta, porque eles não têm mais ideias…
P3
Apoios
concedi
dos
A
entidades
públicas
ou
privadas
… a racionalidade da nossa participação no ensino é uma racionalidade económico financeira, …
tanto que há grandes escolas que tem relação connosco… aquilo que pretendemos de facto é conceder
vantagens aos estudantes de ensino superior, independentemente de ser no ensino público ou no
privado… P1
… temos um programa de responsabilidade social que se chama banco universidades, através do qual
celebramos acordos com as várias universidades que podem ser privadas ou públicas e ao abrigo do
qual apoiamos iniciativas a fundo perdido, bolsas, projetos científicos, etc. É claro que tem sido muito
mais premente o apoio às universidades públicas do que privadas, até porque há mais públicas do
que privadas, representam cerca de 70% do ensino português ou até mais hoje e por isso a grande
maioria, fatia dos apoios que damos é esmagadora no setor público mas também apoiamos alguns
privados, isto por um lado. P2
… já tivemos outros, já foi com a UNova de lisboa, já foi com, a UPorto, com a faculdade de
economia, já tivemos a apoiar uma escola mas tinha a ver com alunos deficientes mas que era a
criação de uma carpintaria… P3
... Estamos com a ULisboa desde 2007 consecutivamente, sempre a renovar os protocolos, com os
outros, por exemplo, a UNova de lisboa fizemos dois financiamentos, um relacionado com o
Alzheimer, outro já não me lembro, projetos de investigação... P3
Na escolha da instituição para a
concessão de apoios, os
entrevistados referem que podem
ser instituições públicas ou
privadas, embora um deles refira
que a maior parte dos acordos são
celebrados com entidades
públicas, uma vez que são a maior
parte das IES.
Cartão de
estudante
… quase toda a oferta que está associada aos alunos que é tangibilizada no cartão para os estudantes,
de facto, tudo se inicia no cartão, ou seja, a escola deia de ter custos na emissão do cartão, deixa de
ter custos de todo o processo administrativo com a atribuição do cartão e todo esse custo decorre do
lado d(o banco) P1
Há duas hipóteses, um cartão sem a vertente bancária ou um cartão com a vertente bancária, o
primeiro é um cartão de identificação embora dotado da mesma tecnologia do cartão com a vertente
bancária, associado à vertente bancária tem todas as vantagens de não pagar despesas de
manutenção, não paga o cartão, tem as poupanças com as taxas majoradas, o crédito pessoal
tem benefícios nas comissões, na taxa, no caso dos estudantes de facto aquilo é tudo a zero, não
pagam rigorosamente nada durante o período em que estiverem a estudar e independentemente
da idade. de facto, no ensino superior, do ponto de vista estratégico, (o banco), desde há 20 anos que
começou este programa tem assumido a função de banco de apoio e é de facto banco de apoio às
escolas e aos estudantes porque dota-os daqueles que são os instrumentos básicos na relação
financeira e o proveito é que não se cobra nada aos estudantes. P1
… emitimos também o cartão de estudante, temos mais de cem mil cartões ativos, com ou sem, se o
estudante quiser ter conta tem, se não quiser não tem, tem só o cartão de identificação e por isso
estamos muito presentes no ES…. P2
As entidades bancárias emitem os
cartões de estudante, com conta
associada ou não, sem qualquer
custo para as IES, tendo “…todas
as vantagens de não pagar
despesas de manutenção, não
paga o cartão, tem as poupanças
com as taxas majoradas, o crédito
pessoal tem benefícios nas
comissões, na taxa, no caso dos
estudantes de facto aquilo é tudo
a zero, não pagam rigorosamente
nada durante o período em que
estiverem a estudar e
independentemente da idade.”
Créditos
aos
estudante
s
sim, a taxa de juro é bastante mais baixa, estamos a falar neste momento de Euribor +3,5% e sobre
este valor há o benefício do que são nossos clientes e o Euribor fica a +3, nesta altura, para um crédito
pessoal que pode ir até 16 anos, Euribor +3 é quase o custo do dinheiro e por isso também a esse
nível procurámos também ter sempre todo o beneficio para os estudantes. Claro que isto, a lógica é,
ele tem o crédito connosco e depois durante o período que tem crédito connosco conseguimos que
seja nosso cliente durante esse tempo. Se existe a perspetiva de apoio e no caso do banco posso dizer
que a perspetiva é genuinamente de apoio a todos os níveis hierárquicos, sentimos que somos úteis
aos estudantes, como é lógico isto é uma empresa e tem que ter sempre subjacente uma racionalidade
económico financeira daquilo que não ganhamos ou deixamos de ganhar ou até mesmo perdemos no
momento atual enquanto é estudante, temos a perspetiva de no futuro, merecendo a confiança dos
estudantes depois então retê-lo na fase me que passa para a vida ativa. Com esta história da genuidade,
de sermos um banco de apoio, não estou a dizer que somos uma empresa altruísta só por ser e
enquanto empresa, para manter a nossa sustentabilidade temos que ter ganhos para manter a empresa
até porque também é uma empresa do estado. P1
Não é bem isso, se o estudante não pagar o estado reembolsa ao banco a totalidade do crédito
desse estudante até 10% do total do valor que o banco concedeu ao estudante, portanto, os
primeiros 10% de estudantes que incumprirem é ressarcido, se houver mais que 10% de
incumprimento, é o banco que assume esse risco e posso dizer-lhe que 10% é capaz de ser curto,
portanto, o banco já está a assumir alguma parte do incumprimento. P2
Vamos continuar com este tipo de crédito, estamos satisfeitos porque faz parte da nossa estratégia de
estarmos muito presentes no ensino superior, achamos que os estudantes universitários são os futuros
profissionais, os futuros líderes, os futuros diretores de empresas e técnicos superiores e por isso,
mesmo que tenhamos que prescindir de rentabilidade porque este crédito tem zero de rentabilidade
para o banco, porque tem taxas baixíssimas, mesmo que tenhamos que assumir alguma parte de
incumprimento, achamos que vale a pena investir neste segmento, por isso, o balanço que fazemos é
positivo e queremos continuar a ser o banco das universidades. P2
Por outro lado temos, no mesmo departamento uma equipa de pessoas a pensar nos estudantes, no
que os estudantes precisam e temos uma série de produtos e serviços para estudantes, entre os quais
o financiamento para o ensino superior na ótica do estudante, ou seja, crédito para estudar. P2
São duas coisas completamente distintas, uma é o apoio ao abrigo de um programa de
responsabilidade social para universidades, outra é o apoio a estudantes que também é visto como
responsabilidade social porque não queremos ganhar dinheiro com este tipo de crédito, mas é
crédito, não é a fundo perdido, é um apoio que o aluno depois retribui ao banco ainda que em
condições muito boas, portanto, comercialmente, não são equiparáveis aos outros créditos que
damos para habitação, etc e que é a atividade normal do banco. P2
As entidades bancárias também
possibilitam que os estudantes
tenham créditos para estudar, com
características particulares, uma
taxa de juro mais baixa: “… o
apoio a estudantes que também é
visto como responsabilidade
social porque não queremos
ganhar dinheiro com este tipo de
crédito, mas é crédito, não é a
fundo perdido, é um apoio que o
aluno depois retribui ao banco
ainda que em condições muito
boas, portanto, comercialmente,
não são equiparáveis aos outros
créditos que damos para
habitação, etc e que é a atividade
normal do banco…” e “… o
Euribor fica a +3, nesta altura,
para um crédito pessoal que pode
ir até 16 anos, Euribor +3 é quase
o custo do dinheiro e por isso
também a esse nível procurámos
também ter sempre todo o
beneficio para os estudantes.”
Uma das entidades bancárias
introduziu um conceito de
avaliação de crédito baseado na
meritocracia, variando as
prestações do crédito a pagar
conforme o desempenho do
estudante. Se o estudante não
pagar, “…o estado reembolsa ao
banco a totalidade do crédito
desse estudante até 10% do total
do valor que o banco concedeu ao
O financiamento aos estudantes, como temos esta presença muito forte nas universidades … O
problema do financiamento a um estudante é que o estudante não tem rendimentos, como não tem
rendimentos é muito difícil aprovar um crédito para um estudante, ou é um trabalhador estudante e
com os rendimentos que tem devolve ao banco ou então sai fora de toda a lógica que temos de
emprestar dinheiro… introduzimos um novo conceito de avaliação de crédito que tem a ver com a
meritocracia, se é um estudante aplicado com determinadas notas, acreditamos que no futuro vai ser
um bom profissional e vai ter rendimentos. Então, criámos um crédito, a primeira vez que foi lançado
foi em 2004, chamávamos na altura crédito bolsa, depois até mudámos o nome para não criar a
sensação de que aquilo era uma bolsa a fundo perdido e era um crédito com carência durante o curso,
emprestávamos dinheiro, não todo de uma vez, íamos emprestando ao longo do ano para ele pagar
as propinas, não tinha que devolver o crédito até acabar o curso, ainda tinha mais um ano de carência
para poder consolidar a sua vida profissional e depois devolvia em prestações mensais, durante três
ou quatro anos, depois desse ano de carência e um dos fatores fundamentais a ter aqui era ele ter boas
notas, se não tivesse boas notas tinha um preço mais caro, se tivesse boas notas tinha um preço mais
barato e isto foi uma novidade na altura e em 2007, quando o ministério do ES, na altura, lançou os
créditos para estudantes com garantia mútua, foi baseado neste nosso crédito, nós até participámos
na equipa de trabalho que criou esses créditos. quando apareceram esses com garantia mútua, por
maioria de razão desapareceram os anteriores porque estes tinham mais vantagens para os alunos e
para o banco porque partilhava o risco com o estado, porque o estado dava uma garantia para 10%
da carteira que o banco atribuísse, concedesse a estudantes. Desde 2007 que o (o banco) tem sido dos
bancos mais ativos na concessão deste tipo de créditos e aumentámos os prazos, oi reembolso do
crédito pode ser, inicialmente eram três ou quatro anos, agora já vai em dez anos, as prestações ficam
muito mais suaves e concedemos, todos os anos, não tenho de cor os números mas uns largos milhões
de euros de empréstimos deste género e esta é a história dos empréstimos aos estudantes. P2
estudante, portanto, os primeiros
10% de estudantes que
incumprirem é ressarcido, se
houver mais que 10% de
incumprimento, é o banco que
assume esse risco e posso dizer-
lhe que 10% é capaz de ser curto,
portanto, o banco já está a
assumir alguma parte do
incumprimento”. As entidades
têm um departamento próprio
para tratar destes créditos e a
expetativa é que os alunos se
tornem ou permaneçam clientes
do banco, com rendimentos
elevados, dado terem frequentado
o ES.
Atitude
das IES
recetoras
dos
benefício
s
… há situações em que são as escolas que vêm ter connosco e solicitam esta relação de parceria e há
situações em que somos nós que tomamos a iniciativa de ir ter com as escolas com vontade de
estabelecermos parceria. Éramos parceiros, por exemplo, da UCoimbra, de largos anos, com uma
relação extraordinária, em que houve um ano que foi aberto concurso e nós perdemos o protocolo, o
que não quer dizer que no próximo período de renovação, não nos apresentemos também com
vontade de ir a concurso e ganhar a relação de parceria com essa escola. as escolas lançam concursos
para ver quem é o parceiro financeiro. P1
as universidades pedem bastante, mais do que podemos dar, mas já para contrariar isso,
fazemos esses acordos de médio, longo prazo, onde ficam logo estabelecidos os limites do que
podemos atribuir. Isso tem uma vantagem para nós, que orçamentamos logo para cada ano o
que vamos gastar e para a universidade tem a vantagem de saber com o que pode contar, já
sabe que acima daquilo não há, não podemos. Tipicamente quando chega ao fim de um contrato, de
Em relação à atitude das IES
perante estes patrocínios, os
entrevistados revelam posições
contraditórias. No caso das
entidades bancárias, é referido que
podem ser as IES a contatar ou os
bancos a contatar as IES e que as
IES “…pedem bastante, mais do
que podemos dar, mas já para
contrariar isso, fazemos esses
acordos de médio, longo prazo,
onde ficam logo estabelecidos os
um convénio e renovamos o convénio, há geralmente uma pressão forte das universidades para
aumentarmos os apoios e etc, que tem que ser gerido com bom senso. P2
Independentemente de um objetivo, por exemplo, de uma fundação, nós tínhamos um interesse... é
assim, estamos a alocar rendimentos nossos, uma parte das verbas são dos nossos rendimentos, mas
temos um objetivo por isso é que somos uma fundação e somos obrigados por lei a aplicar uma
percentagem dos rendimentos nesses apoios, portanto, até aí nada a dizer, epá mas acho que as
instituições deviam de vir ter connosco… É evidente que as instituições têm que vir ter connosco,
senão vêm ter connosco é porque também não precisam. P3
Nós não publicitamos, a verdade é essa . P3
(como chegou ao conhecimento das universidades) Tivemos nós que ir ter com eles, mas também,
fomos à procura das universidades e não tivemos resposta, aconteceu isso com a UAveiro, com a
UPorto, a UL acolheu muito bem esta ideia, tudo bem, agora estamos a preparar o site para nos
tornarmos mais visíveis …P3
Mas realmente tem sido assim, nós é que temos ido ao encontro, depois da parceria que tivemos com
a UL e ela continuou naturalmente e aí já não era preciso ir ao encontro da UL, mas mesmo assim,
neste caso de apoio que demos à conferência na faculdade de economia em que eles tomaram
conhecimento, haviam apoios, ficaram a saber quem era a fundação, quais os nossos objetivos, até
onde poderíamos ir, não passou daí, nunca mais nos contataram, isso é que é estranho porque tendo
conhecimento porque é que não vêm ter connosco? Nada é garantido mas se não o fizerem é que não
existe e aconteceu isso, foi o caso que lhe falei e tem sido assim. Mas para além disso, mesmo assim
temos chegado a alguns lados porque entretanto na UNova de lisboa temos um programa da
investigação da doença de Alzheimer, um financiamento lá do CEGOC e vieram ter connosco nesse
caso, portanto, há alguma divulgação. De que forma isso penetrou na sociedade, também somos uma
fundação humilde… P3
Agora com a nova reitoria que não conhecia o trabalho, ficaram muito surpreendidos com a qualidade
que o ano passado me transmitiram, ficaram muito surpreendidos com a qualidade dos trabalhos, mas
mesmo dentro da universidade muitas vezes não se tem a perspetiva, às vezes acho que nem
conhecem, sinceramente, não sei se não é suficientemente divulgado dentro do próprio meio
académico mas isso já faz parte da própria universidade que tem que ter esse cuidado, se só é
divulgado dentro daquele nicho muito próprio dos alunos e de alguns professores, não sei, digo isto
porque me transmitiram assim, ficaram até surpreendidos por haver um mecenas como a
fundação a fazer este trabalho dentro da própria universidade, portanto às vezes a
universidade... mas há outras universidades, conheço pessoas da UPorto mas não nos contatam,
poderíamos não poder ajudar mas não temos eco, esta história do núcleo de investigação, o próprio
responsável, que é um conhecido professor ligado à parte da economia, enviou um mail, na altura
disse-lhe atenção que nós em novembro reunimos… eu disse que precisava das coisas em outubro
limites do que podemos atribuir.
Isso tem uma vantagem para nós,
que orçamentamos logo para
cada ano o que vamos gastar e
para a universidade tem a
vantagem de saber com o que
pode contar…”. Por outro lado, a
fundação refere que tem que
contatar as IES porque parece que
“… há um pudor vou chamar-lhe
assim, em pedir dinheiro, parece
que é assim um bocadinho
vexatório...”, admitindo ao
mesmo tempo que também não
existe muita publicidade da sua
instituição e daí também não
haver muitas IES que conheçam.
Refere que nos contatos que fez,
algumas IES nem sequer
responderam à oferta de apoio,
enquanto que outras “…ficaram
até surpreendidos por haver um
mecenas como a fundação a fazer
este trabalho dentro da própria
universidade, portanto às vezes a
universidade... mas há outras
universidades, conheço pessoas
da (universidade) mas não nos
contatam, poderíamos não poder
ajudar mas não temos eco… “.
para reunirmos em novembro e quer dizer mandaram-me um mail no fim de novembro a agradecer
o apoio que tinha dado numas festas que eles fizeram coim conceituados economistas de vários
países, manda-me depois de termos falado sobre isso, no dia 23/11, já tínhamos feito a nossa
aprovação em função do que tínhamos para apoiar e dizem-me que ainda estão a preparar o orçamento
para enviar, quer dizer, há qui qualquer coisa que me escapa, se lhe digo que tem que ter em outubro,
não pode a dia 23 de novembro estar a enviar a dizer que estão a preparar o orçamento para enviar
mas eu não recebi nada. apesar de me terem enviado aquele email nunca cheguei a receber nada,
ficou por ali... P3
… No início quando a fundação começou, para a utilidade pública precisava de começar a apoiar
porque tinha que o fazer pelos estatutos… os contatos que fizemos, porque tínhamos necessidade
disso, na UAveiro, em particular, na altura, não obtivemos qualquer resposta e isso é estranho.
Quando digo isto e falo isto e falei isto com os novos reitores e ficam espantados, mas isto é a
realidade.... as universidades também deviam puxar por ela, ir à procura de, vão receber mais nãos
do que sins mas isso não tenham dúvidas porque a sociedade não está preparada para isto mas se não
tentarem não têm hipótese. mas quando é ao contrário... acho que há um pudor vou chamar-lhe
assim, em pedir dinheiro, parece que é assim um bocadinho vexatório... P3
… imagine que as universidades têm um departamento para isto ou alguém num departamento que
faz este trabalho de contacto e isso mas as próprias universidades não têm apetência para isso porque
a perspetiva é pedir dinheiro... mas não é pedir dinheiro, é financiarem-se, é um financiamento, são
projetos, é financiarem projetos em colaboração com a fundação, é uma perspetiva diferente mas
acho que não existe. Não sei como funciona com as instituições privadas, não sei se são eles que vêm
às universidades, como o Santander, a EDP ou se são as universidades que vão lá, não faço ideia.
Mas a universidade tem que ter interesse, também tem interesses então porque não ter esta perspetiva
de vamos à sociedade civil e vamos buscar financiamentos porque o estado já não financia e tem que
se ir buscar a algum lado. E como a perspetiva é gerirem aquilo quase como empresas, é essa a ideia
que tenho, têm que se mexer, acho que há projetos que interessam, pode não ser uma fundação, não
estou a falar de fundação, outro tipo de mecenas, porque não um particular, alguém que esteve na
universidade P3
Escolha
da
instituiçã
o
há um misto… um banco universal e por isso não faz exclusões de escolas. Claro que como é lógico,
preferimos as escolas com maior dimensão, com maior massa crítica porque toda a operação se
torna mais eficiente, mas aqui há um misto… P1
… em traços gerais que temos cerca de 40 convénios com universidades, muitos são celebrados, por
exemplo quando uma universidade tem autonomia, fazemos o acordo diretamente com a faculdade.
temos cerca de 40 acordos, temos 16 balcões… cerca de 15 quiosques… P2
… temos uma equipa só a trabalhar a relação com as universidades, essa equipa conhece todos os
reitores e todas as universidades, não são assim tantas como isso, apesar de serem bastantes, conhece-
Apesar de não haver qualquer
critério de exclusão de IES, todas
as entidades tendem a procurar
IES de maior dimensão,
visibilidade por diferentes
motivações que tem a ver com a
sua atividade. Assim, por parte
dos bancos, são preferíveis
os todos, tem uma relação frequente com todos, mesmo os que não têm acordos connosco, temos
também o portal …, que é do grupo … e tem no seu conselho de administração o reitor, por isso
temos uma relação muito frequente com os líderes do ES e sempre que há oportunidade de estabelecer
um acordo que seja de mútuo interesse para ambas as partes, celebra-se esse acordo. P2
Não temos nenhum critério de exclusão de IES, há é instituições mais dinâmicas que outras, que
têm projetos mais interessantes e que consideramos de maior valor para o país e por isso
começamos por esses. Diria que mais do que escolher universidades, escolhemos universidades
com projetos que nos agradam mais ou menos e por isso vamos por aí. P2
(contratos de médio longo prazo) mínimo de três, máximo de cinco. os nossos acordos são entre três
e cinco anos. P2
precisávamos de ter relevância porque estávamos à procura da utilidade pública, tínhamos que
apresentar trabalho, digamos, e as universidades...podemos falar dos politécnicos, sem
desprimor mas a universidade tem outra dimensão e outro impacto, outra visibilidade, portanto,
mesmo quando isto é analisado pelos burocratas do estado, que muitos deles também vêm das
universidades, outros vêm do privado ou vão lá só fazer os exames... a perspetiva era essa, porque
nos pediam para apresentar… o que é que fizeram, de acordo com os vossos estatutos que seja
relevante e como a nossa área é o apoio à investigação científica, à investigação económica, fomos à
universidade, também era o que estava mais próximo, quer dizer, começámos aqui, pronto, não
começámos tão próximos porque chegámos a ir a Aveiro.P3
Mas a perspetiva também é essa, eu estudei no Porto, o meu irmão estudou em Aveiro… às vezes
são as questões afetivas que nos levam. por isso é que isto do Porto fiquei triste porque sou um ex-
aluno. E depois foi-se caminhando, vamos à UL, porque não, não calhou Coimbra, não pensámos
mas podia ser, como foi bem acolhido, avançámos e depois estabelecemos uma relação muito boa e
depois já tem a ver com os afetos… P3
… também não nos pudemos alargar muito porque temos o nosso limite em termos orçamentais
porque não nos é permitido. Se um dia as coisas também mudarem, se pudermos alargar um
bocadinho mais e ir mais longe iremos com certeza mas os tempos também não são nada, é mas de
corte do que outra coisa. hoje em dia temos utilidade pública ou não termos é quase igual, andámos
aqui cinco ou seis anos a batalhar pela utilidade pública, quando temos utilidade pública, entram com
a nova lei das fundações e retiram ali aqueles benefícios … P3
“…escolas com maior dimensão,
com maior massa crítica porque
toda a operação se torna mais
eficiente… “ e também porque
existem “… instituições mais
dinâmicas que outras, que têm
projetos mais interessantes e que
consideramos de maior valor
para o país e por isso começamos
por esses. Diria que mais do que
escolher universidades,
escolhemos universidades com
projetos que nos agradam mais ou
menos…”. Os bancos têm uma
equipa dedicada às universidades,
que estabelece contatos com o
maior número de escolas
possíveis, mesmo não estando
dentro dessa escola.
Da parte da fundação, as
motivações de escolha de uma
instituição de maiores dimensões
teve a ver com a necessidade de
“… ter relevância porque
estávamos à procura da utilidade
pública, tínhamos que apresentar
trabalho...podemos falar dos
politécnicos, sem desprimor mas a
universidade tem outra dimensão
e outro impacto, outra
visibilidade…”
Benefíci
os para
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