Análise do custo do ciclo de vida de um edifício escolar
do tipo pavilhonar em Portugal
Determinação do custo anual equivalente e estudo económico da instalação de
paredes de Trombe
Marta Sofia Revés Loureiro
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia Civil
Orientadores:
Engenheira Ana Filipa das Neves Rodrigues Marques Couto Salvado
Professor Doutor Nuno Gonçalo Cordeiro Marques de Almeida
Júri
Presidente: Professor Doutor Albano Luís Rebelo da Silva das Neves e Sousa
Orientador: Professor Doutor Nuno Gonçalo Cordeiro Marques de Almeida
Vogal: Engenheiro Álvaro Manuel de Araújo da Cunha Vale e Azevedo
Outubro 2017
i
Resumo
No sector da construção tem-se verificado uma adesão crescente a análises que consideram o
Custo de Ciclo de Vida por se verificar que a sua aplicação conduz à otimização dos resultados
obtidos, dado ser mais abrangente e ter em conta fatores que anteriormente eram ignorados,
mas que se têm vindo a revelar de enorme relevância, como, por exemplo, a consideração dos
custos da fase de utilização. Por essa razão esta é uma ferramenta com bastante pertinência
para a gestão de ativos, contruídos e por construir, com o objetivo de se obter dos edifícios, e do
portfólio em que estão inseridos, o maior valor possível, uma vez que estes são quase sempre
sinónimo de investimentos avultados que precisam de ser controlados e equilibrados.
Ainda assim, é visível que existem algumas dificuldades na aplicação desta abordagem pelo que
neste documento será apresentada uma metodologia baseada na existente na Norma Europeia
(EN) 16627 e que tem o objetivo de sistematizar o procedimento a seguir para se tornar mais
fácil e célere a execução de análises de CCV.
A metodologia desenvolvida é aplicada a um edifício escolar, reabilitado pela Parque Escolar,
E.P.E. (PE). Considerando todo o ciclo de vida deste edifício, que engloba 62 anos, chegou-se
a um Custo Anual Equivalente (CAE) de 345,45 €/m2 antes da reabilitação e 172,14 €/m2 após a
reabilitação.
É também apresentada e analisada uma solução para melhoria do desempenho energético e do
comportamento térmico do edifício, mais concretamente a construção de uma parede de Trombe
que se considera ser capaz de conduzir a uma poupança de 139 460,17 € num período de 24
anos.
Palavras-chave: Custo do ciclo de vida, Gestão de ativos, Valor anual equivalente, Parede de
Trombe
ii
iii
Abstract
In the construction sector, there has been increasing adherence to analyzes that consider the Life
Cycle Cost (LCC) because it is verified that its application leads to the optimization of the results
obtained, since it is more comprehensive and considers factors that were previously ignored, but
which are of enormous relevance, such as the consideration of the costs of the building use
phase. For this reason, this is a very pertinent tool for asset, built and to be built, management
with the purpose of obtaining the possible highest value from the buildings and the portfolio in
which they are inserted, since these are almost always synonymous of large investments that
need to be controlled and balanced.
Nevertheless, there are some difficulties in the application of this approach, so, in this document
will be presented a methodology, based on the one existing in European Standard EN 16627,
whose purpose is to systematize the procedure to be followed to make it easier and faster to
execute a LCC analysis.
The methodology developed is applied to a school building, refurbished by Parque Escolar,
E.P.E.. Considering the whole life cycle of this building, which includes 62 years, was reached an
Annual Equivalent Value 345,45 €/m2 before rehabilitation and 172,14 €/m2 after rehabilitation.
Also presented and analyzed in this document is a solution to improve the energy performance
and thermal behavior of the building, more specifically the construction of a Trombe wall, which
shall result in 139 460.17 € of savings over a period of 24 years.
Keywords: Life cycle cost, Asset management, Annual equivalent value, Trombe wall
iv
v
Agradecimentos
Gostaria de começar por agradecer à Engenheira Filipa Salvado e ao Professor Nuno Almeida
pelas orientações e comentários tecidos que tanto me ajudaram a seguir o caminho certo e a
ultrapassar as dificuldades encontradas.
Queria agradecer à minha família que que está sempre presente e me tem apoiado e aturado
desde sempre, sem os quais não seria possível ser quem sou. Um especial obrigada aos meus
pais, Albano e Lurdes, à minha irmã Rita e à minha tia Alice, pelo apoio, compreensão e incentivo
na hora certa.
Tenho que agradecer aos meus amigos que me acompanharam durante esta caminhada que
foram os últimos 5 anos no Técnico, que tornaram tudo melhor e sem os quais não teria sido a
mesma coisa.
Agradeço também às senhoras da secretaria da escola onde foram recolhidos os dados, pela
sua simpatia e disponibilidade para me ajudar.
Muito obrigada a todos!
vi
vii
Índice de Conteúdos
1. Introdução ___________________________________________________________________ 1
1.1. Enquadramento ....................................................................................................................... 1
1.2. Objetivo da Dissertação .......................................................................................................... 1
1.3. Organização do documento .................................................................................................... 2
2. Revisão de Conhecimentos ______________________________________________________ 5
2.1. Gestão de Ativos Físicos ......................................................................................................... 5
2.1.1. Conceitos ____________________________________________________________ 5
2.1.2. Enquadramento normativo e publicações relevantes __________________________ 6
2.2. Gestão de Projetos e Portfólios ............................................................................................... 7
2.2.1. Conceitos ____________________________________________________________ 7
2.2.2. Enquadramento Normativo e publicações relevantes __________________________ 9
2.3. Custo do Ciclo de Vida .......................................................................................................... 10
2.3.1. Conceitos ___________________________________________________________ 10
2.3.2. Enquadramento Normativo e publicações relevantes _________________________ 12
2.4. Soluções para melhoria do desempenho energético e do comportamento térmico dos
edifícios.............................................................................................................................................. 13
3. Metodologia de análise do custo do ciclo de vida ____________________________________ 17
3.1. Considerações Gerais ........................................................................................................... 17
3.2. Enquadramento Normativo .................................................................................................... 17
3.3. Passos da Metodologia de Análise de CCV .......................................................................... 19
4. Caso de Estudo ______________________________________________________________ 31
4.1. Enquadramento ..................................................................................................................... 31
4.2. Caracterização do Parque Escolar Português ...................................................................... 31
4.3. Aplicação da metodologia ao caso de estudo ....................................................................... 32
4.4. Aplicação de uma Estratégia de Intervenção ........................................................................ 49
4.4.1. Enquadramento ______________________________________________________ 49
4.4.2. Parede de Trombe ____________________________________________________ 51
5. Análise de Resultados e Viabilidade da Metodologia _________________________________ 59
5.1. Análise de Resultados Base .................................................................................................. 59
5.2. Influência da taxa de atualização .......................................................................................... 68
viii
5.3. Estratégia de Intervenção ...................................................................................................... 69
5.4. Viabilidade da Metodologia ................................................................................................... 70
6. Conclusões e Desenvolvimentos futuros __________________________________________ 73
6.1. Conclusões ............................................................................................................................ 73
6.2. Desenvolvimentos Futuros .................................................................................................... 74
7. Referências _________________________________________________________________ 77
ANEXOS ................................................................................................................................................ 83
ix
Índice de Figuras
Figura 1 – Esquema que ilustra a organização da dissertação ______________________________ 3
Figura 2 - Gestão de projetos (adaptado de: Ricardo, 2011 (pág.3)) __________________________ 7
Figura 3 - Influência das partes interessadas e do custos das alterações ao longo do projeto
(adaptado de: PMI, 2000) ___________________________________________________________ 8
Figura 4 – Diferentes etapas do ciclo de vida (adaptado de: ISO 15686-5, 2014 (pág. 9)) ________ 11
Figura 5 - Esquema representativo dos custos do ciclo de vida (adaptado de: ANAO, 2001 (pág.7)) 12
Figura 6 – Exemplo de palas fixas de sombreamento na estação de Inverno (à esquerda) e de Verão
(à direita) (Fonte: Lanham, 2004 (pág.24)) _____________________________________________ 14
Figura 7 - Exemplo de parede de trombe (Fonte: Martins, 2010) ____________________________ 15
Figura 8 - Âmbito da Norma Europeia 16627 (adaptado de: EN 16627, 2015) _________________ 18
Figura 9 - Modelo de captação de custos ao longo do ciclo de vida apresentado na EN 16627
(Fonte: Almeida, 2016 (pág.22)) _____________________________________________________ 26
Figura 10 - Indicação dos módulos de custos a ser considerados (Fonte: Almeida, 2016 (pág.22)) _ 38
Figura 11 - Livro de caixa consultado na recolha de custos ________________________________ 39
Figura 12 - Dispersão dos diversos valores pesquisados para a estimativa de custos futuros (Módulos
B1 a B4) ________________________________________________________________________ 44
Figura 13 - Distribuição dos custos de utilização, manutenção, reparação e substituição no período
2008-2016 ______________________________________________________________________ 45
Figura 14 - Dispersão dos diversos valores pesquisados para a estimativa de custos futuros (Módulo
B6) ____________________________________________________________________________ 46
Figura 15 - Dispersão dos diversos valores pesquisados para a estimativa de custos futuros
(Módulo B7) _____________________________________________________________________ 46
Figura 16 - Distribuição de energia final por sector em Portugal (Fonte: DGEG, 2017) __________ 50
Figura 17 - Custos de energia antes e após a reabilitação _________________________________ 50
Figura 18 - Casa com parede de Trombe em Odeillo, França (Fonte: http://www.bc-maison-
ecologique.fr/actualites.le-mur-trombe.html) ____________________________________________ 52
Figura 19 – Esquema da parede de Trombe não ventilada (a) e ventilada (b) (adaptado de: Martins,
2010) __________________________________________________________________________ 53
Figura 20 - Esquema do funcionamento de uma parede de Trombe ventilada durante um dia de inverno
(adaptado de: Martins, 2010) _______________________________________________________ 53
Figura 21 – Ângulo de incidência solar nos edifícios durante a estação de Inverno e Verão
(adaptado de: Martins, 2010) _______________________________________________________ 54
Figura 22 - Relação área da parede de Trombe - % de Poupança de energia _________________ 55
Figura 23 - Relação % de área de pavimento igual á área da parede de Trombe - % de Poupança de
Energia ________________________________________________________________________ 56
Figura 24 - Relação % de Área de fachada sul ocupada pela parede de Trombe - % de Poupança de
energia _________________________________________________________________________ 56
Figura 25 - Custos constantes e CAE (1970-2031) ______________________________________ 59
Figura 26 - Custos atualizados TA=3% (1970-2031) _____________________________________ 60
x
Figura 27 - Custos atualizados acumulados (1970-2031) _________________________________ 61
Figura 28 - Distribuição dos custos totais ______________________________________________ 61
Figura 29 - Custos atualizados TA=3% (1970-2007) _____________________________________ 62
Figura 30 - Custos atualizados TA=3% (2008-2016) _____________________________________ 63
Figura 31 - Distribuição dos custos da fase de utilização 1970-2007 (à esquerda) e 2008-2016 (à direita)
_______________________________________________________________________________ 63
Figura 32 - Custos atualizados TA=3% (2017-2031) _____________________________________ 64
Figura 33 - Estimativas média, mínima e máxima dos custos da fase de utilização _____________ 65
Figura 34 - Custos atualizados acumulados (Escola 2) (Fonte: Vieira, 2017) __________________ 67
Figura 35 - Custos atualizados para diferentes taxas de atualização ________________________ 68
Figura 36 - Comparação de custos de energia entre a alternativa de construção da Parede de Trombe
ou a de uma parede comum ________________________________________________________ 69
xi
Índice de Tabelas
Tabela 1- Passos da Metodologia de Análise de Custo do Ciclo de Vida (adaptado de: EN 16627, 2015)
_______________________________________________________________________________ 20
Tabela 2 – Características do caso de estudo __________________________________________ 34
Tabela 3 - Identificação das categorias de custos pertencentes a cada módulo do Modelo de Captação
de Custos_______________________________________________________________________ 40
Tabela 4 - Tabela resumo das simplificações consideradas na estimativa de custos em falta _____ 42
Tabela 5 - Custos médios estimados (não atualizados) dos módulos B1 a B4 _________________ 45
Tabela 6 - Referências e dados de paredes de Trombe analisados por diversos autores ________ 55
Tabela 7 – Resumo dos custos nos vários períodos e ciclo de vida considerados ______________ 65
Tabela 8 – CAE por aluno para os diferentes períodos analisados __________________________ 66
Tabela 9 - CAE calculado para as diferentes escolas e para diferentes períodos (taxa de atualização
de 3%) _________________________________________________________________________ 66
Tabela 10 - CAL e CAE para diferentes taxas de atualização para todo o ciclo de vida considerado
(1970-2031) _____________________________________________________________________ 69
xii
xiii
Abreviaturas e Acrónimos
AEC – Arquitetura, Engenharia e Construção
CAE – Custo Anual Equivalente
CAL – Custo Atual Líquido
CCV – Custo do Ciclo de Vida
EN – Noma Europeia
GAF – Gestão de Ativos Físico
ISO - International Organization for Standardization
LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil
MCC – Modelo de Captação de Custos
PE – Parque Escolar, E. P. E.
PMEES - Programa de Modernização das Escolas destinadas ao Ensino Secundário
VAL – Valor Atual Líquido
xiv
1
1. Introdução
1.1. Enquadramento
As empresas de Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC) têm vindo gradualmente a direcionar o
seu enfoque para além da construção nova, tendo em conta a realidade em Portugal e em muitos outros
países onde existem inúmeros ativos construídos desabitados ou subexplorados e em elevado estado
de degradação. Este novo enfoque destaca a necessidade de desenvolver planos de manutenção e
de intervenção nesses ativos construídos para potenciar o seu valor patrimonial, envolvendo a sua
reabilitação ou, quando necessário, a sua demolição.
Os ativos físicos construídos envolvem grandes investimentos e, portanto, têm que ser rentabilizados
de maneira a permitir que as organizações que neles se apoiam maximizem os benefícios ou o valor
obtido. Uma das abordagens que tem vindo a mostrar-se bastante relevante para a gestão de ativos
construídos é a consideração do Custo do Ciclo de Vida (CCV), que pretende que a análise dos edifícios
seja feita considerando períodos de tempo mais longos e que incluem mais informação, permitindo
comparar opções e tomar decisões mais robustas e confiáveis, assim como antecipar custos, riscos e
oportunidades a longo-prazo.
Esta metodologia do CCV tem ganhado cada vez mais interesse e relevância uma vez que têm sido
elaboradas normas que incentivam e facilitam a sua aplicação a qualquer tipo de edifícios.
1.2. Objetivo da Dissertação
Nesta dissertação pretende-se analisar o CCV de um edifício escolar de tipologia pavilhonar, localizado
em Portugal, através da aplicação de uma metodologia baseada na Norma Europeia (EN) 16627.
Com a elaboração desta metodologia pretende-se facilitar o desenvolvimento de análises de CCV
através da identificação dos passos a seguir para a sua aplicação, assim como dos dados a recolher e
a sua respetiva organização e tratamento. Desta forma será possível chegar ao Custo Anual
Equivalente (CAE) para cada um dos períodos considerados para que, no futuro, seja possível
compará-los com outros ou para que possam servir de referência a novas análises.
Além da apresentação desta metodologia é conveniente experimentar a sua aplicação com o intuito de
testar a sua validade, assim como a do modelo de captação de custos que esta inclui, por forma a
identificar as suas limitações e grau de aplicabilidade. Para tal, e por forma a verificar se, realmente,
esta pode ser implementada como apoio à tomada de decisão, a sua aplicação recai sobre um edifício
escolar real e sobre os custos relativos ao seu ciclo de vida por forma a preencher o modelo de captação
de custos anteriormente indicado da melhor forma possível e, posteriormente, analisá-lo.
Desta forma, decidiu-se que o caso de estudo a analisar deveria recair sobre pelo menos um ativo,
sendo que este deveria ser um edifício escolar já reabilitado, pelo facto de se tratar de uma
infraestrutura pública, cujos dados acerca dos custos devem estar acessíveis publicamente, tornando
2
possível, em princípio, a sua consulta e análise. Optou-se por um edifício reabilitado por este facto
proporcionar a elaboração de uma análise mais completa e interessante do ciclo de vida do edifício.
Inicialmente, o objetivo seria analisar os dados relativos a mais do que uma instituição de ensino e
apresentar diversos casos de estudo. Mas, apesar de contactadas diversas escolas não foi possível
obter resposta de todas elas e ainda menos respostas positivas. Ainda assim, foram recolhidos dados
de duas escolas distintas sendo que, os dados correspondentes a umas delas não se revelaram
suficientes para a análise de desempenho económico a desenvolver, pelo que apenas uma foi
analisada.
Será também apresentada e estudada economicamente uma possível solução para a melhoria do
desempenho energético e do comportamento térmico do edifício, neste caso a instalação de uma
parede de Trombe, com o objetivo de avaliar uma opção alternativa face às características atuais do
edifício.
Convém indicar que não serão tidos em consideração custos de natureza ambiental ou social, assim
como não serão consideradas receitas nem avaliações de risco ou incerteza por já se encontrarem fora
do âmbito desta tese.
Com o que será feito pretende-se incentivar a tomada de decisão informada para que seja possível a
identificação das soluções mais vantajosas, consoante os objetivos pretendidos, em menor tempo e
tendo confiança na qualidade da alternativa selecionada.
É de referir que esta dissertação, focada numa escola pavilhonar, é desenvolvida com o apoio do
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), tal como uma outra dissertação de mestrado
desenvolvida simultaneamente e elaborada pelo João Vieira, dirigida a uma escola industrial e
comercial. Esta dissertação intitula-se Análise do Custo do Ciclo de Vida de um edifício escolar do tipo
industrial e comercial em Portugal. Determinação do Custo Anual Equivalente e estudo económico da
instalação de coletores solares e painéis fotovoltaicos. Desta forma será possível, no final, comparar
os resultados obtidos nos dois trabalhos.
1.3. Organização do documento
A organização da presente dissertação pretende que ao longo do seu desenvolvimento sejam
apresentados e compreendidos os conceitos mais relevantes associados ao tema abordado e que seja
fácil o acompanhamento dos diversos passos que se foram seguindo para chegar aos resultados e
conclusões finais, representados na Figura 1.
Desta forma, no Capítulo 2 apresenta-se a revisão de conhecimentos que pretende dar a conhecer os
conceitos e enquadramento normativo associados a temas como a Gestão de Ativos Físicos (GAF),
Gestão de Projetos e Portfólios, Custos de Ciclo de Vida, assim como de algumas soluções para a
melhoria do desempenho energético e do comportamento térmico dos edifícios.
3
No Capítulo 3 será apresentada a metodologia de análise de CCV que será posteriormente aplicada.
No Capítulo 4 será exposto o caso de estudo onde será indicado inicialmente o seu enquadramento e
de seguida aplicada a metodologia apresentada no Capítulo 3. Ainda neste capítulo será apresentada
a estratégia de intervenção que se irá analisar, ou seja, a implementação de uma Parede de Trombe.
O Capítulo 5 inclui a análise de resultados e da viabilidade de aplicação da metodologia anteriormente
referida.
Por fim, no Capítulo 6 serão indicadas as diferentes conclusões a que foi possível chegar, assim como
alguns desenvolvimentos futuros que se considerem pertinentes.
Figura 1 – Esquema que ilustra a organização da dissertação
4
5
2. Revisão de Conhecimentos
Neste capítulo serão apresentados diversos conceitos considerados relevantes para o desenvolvimento
desta dissertação, assim como as referências normativas nas quais estes se baseiam.
Deste modo, será inicialmente abordado o conceito de GAF (2.1.) assim como a Gestão de Projetos e
Portfólios (2.2.). Em seguida será desenvolvido o tema do CCV (2.3.), a que se seguirá o capítulo onde
serão apresentadas diversas soluções para a melhoria do desempenho energético e térmico dos
edifícios, que apresentam relevância para este trabalho (2.4.).
2.1. Gestão de Ativos Físicos
2.1.1. Conceitos
A gestão de ativos físicos surgiu como meio para auxiliar as empresas que, cada vez mais, se vão
apercebendo que os seus ativos físicos, como instalações e equipamentos, são sinónimo de grande
investimento financeiro e que, por essa razão, devem ser rentabilizados ao máximo. Para tal, deve ser
adotado um modo de gestão não só eficaz, mas também eficiente que permita às organizações
prolongar a vida útil dos seus ativos físicos construídos e reduzir os custos gerados ao longo do seu
ciclo de vida (Assis, 2014).
Alguns dos objetivos desta abordagem passam por interligar as decisões técnicas com as de gestão,
permitir uma tomada de decisão mais informada, definir orçamentos mais realistas e justificar
investimentos que visem a melhoria do contexto organizacional (Assis e Julião, 2009).
A família de normas ISO 55000, constituída por um conjunto de três normas internacionais, é a base
de referência para a implementação da gestão de ativos nas organizações, apresentando enorme
importância na gestão de ativos físicos.
Segundo a ISO 55000, um ativo é algo que apresenta valor para a organização ou demonstra potencial
para gerar esse valor, sendo que este poderá ser tangível ou intangível, financeiro ou não financeiro.
A definição de valor varia consoante as necessidades e expectativas das várias partes interessadas,
sendo distinta para cada uma delas. Para que os ativos sejam capazes de realizar valor é essencial
geri-los eficazmente de acordo com a estratégia organizacional, que deverá estar previamente definida,
por forma a que os objetivos estabelecidos sejam atingidos.
É de realçar que, para o desenvolvimento de um sistema de gestão de ativos físicos sustentável, é
essencial que os diversos departamentos da organização tenham conhecimento da estratégia
organizacional, definida ao nível dos órgãos de topo, para que os executantes estejam em sintonia com
os objetivos (IAM, 2012).
A gestão de ativos físicos não deve ser focada no ativo, mas nas decisões que permitam alcançar o
seu valor ótimo esperado (IAM, 2012). Tal será possível considerando que a gestão de ativos físicos
se traduz na aplicação de atividades coordenadas e metódicas que permitem avaliar e equilibrar os
6
custos, benefícios, riscos e oportunidades associadas a cada ativo físico, assim como apreciar o seu
desempenho ao longo de períodos considerados no decorrer do seu ciclo de vida (ISO 55000, 2014).
Segundo o Instituto de Gestão de Ativos (Institute of Asset Management, IAM), certos estudos
desenvolvidos têm vindo a demonstrar que a aplicação de um sistema de gestão de ativos físicos no
seio das organizações permite incrementar os seus níveis de desempenho e consolidar a sua
credibilidade perante os seus clientes através de uma melhoria da capacidade em antecipar e controlar
os riscos e oportunidades associadas aos ativos físicos, permitindo uma tomada de decisão mais
informada e, conduzindo assim, a resultados mais sustentáveis que anteriormente (IAM, 2012).
Assim, e considerando que quanto maior o período de análise dos ativos maior a quantidade de
informação obtida e melhores os resultados conquistados, é de realçar a importância de uma
abordagem de gestão ao longo de todo o ciclo de vida do ativo.
2.1.2. Enquadramento normativo e publicações relevantes
O conceito de gestão de ativos não é recente, mas nas últimas décadas tem evoluído significativamente
com o desenvolvimento de novos princípios e com a publicação de novas normas que vieram
impulsionar a sua implementação nas organizações a um nível global (GFMAM, 2014).
A criação do Instituto de Gestão de Ativos (Institute of Asset Management, IAM), que compila e partilha
as melhores práticas de diversas empresas que pretendam divulgar as suas experiências, veio auxiliar
a implementação de uma nova perspetiva na gestão de ativos, principalmente, após a publicação das
especificações PAS 55, em conjunto com o Instituto de Normas Britânicas (British Standards Institute,
BSI), em 2004 (Tavares e Gomes, 2015).
Em 2008, a grande aceitação do PAS 55 conduziu à sua atualização e um ano mais tarde serviu como
base à Organização Internacional de Normalização (International Organization for Standartization, ISO)
para a elaboração de um novo modelo para a gestão de ativos. Assim, em 2014, foi publicada a série
de normas ISO 55000, que tem em consideração o que foi feito anteriormente, mas de uma forma mais
sistemática (Nicolay, 2015).
A família de normas ISO 55000 é constituída por três normas:
• ISO 55000: Princípios, conceitos e terminologia para a gestão de ativos;
• ISO 55001: Requisitos para aplicação de um sistema de gestão de ativos;
• ISO 55002: Diretrizes para a aplicação da ISO 55001.
Com a consulta e aplicação dos princípios e requisitos especificados nestas normas, as organizações
serão capazes de desenvolver os seus sistemas de gestão de ativos físicos e, assim, otimizar a sua
capacidade de geração de valor e de concretização dos seus objetivos.
7
2.2. Gestão de Projetos e Portfólios
2.2.1. Conceitos
Tendo em consideração a nomenclatura utilizada na norma ISO 21500, um projeto é um conjunto de
processos coordenados que incluem atividades às quais se encontra associado um esforço temporário,
ou seja, com data de início e fim definidas, para criar um produto ou serviço de acordo com as condições
estabelecidas. O facto de estar associado a um intervalo de tempo finito não implica que a sua duração
não possa ser extensa e o produto resultante duradouro, apenas indica que não é um trabalho
constantemente em progresso e sem fim previsto. Para a maioria dos casos, a equipa responsável é
criada com o intuito apenas de desenvolver o projeto em questão, verificando-se novamente a
desagregação dos seus elementos quando obtido o produto final (PMI, 2000).
O produto ou serviço resultante irá sempre apresentar-se como único uma vez que as condições em
que é desenvolvido são sempre particulares e distintas, ou seja, implicam o envolvimento de diferentes
meios, diferentes localizações, diferentes partes interessadas e diferentes projetos em comparação
com os seus semelhantes anteriormente concretizados. Por estas razões, as suas características têm
de ir sendo progressivamente estabelecidas sem se poderem basear totalmente no que foi elaborado
no passado (PMI, 2000).
Um projeto pode envolver vários níveis da mesma organização e funciona muitas vezes como um meio
para atingir os objetivos estratégicos definidos pela empresa, que têm por base a sua missão, visão e
política. Deste modo, por se tratarem de componentes críticos para as organizações, é essencial que
sejam alvo de uma gestão eficiente e baseada em evidências (ISO 21500, 2012).
Segundo o Project Management Institute (PMI), “a gestão de projetos é a aplicação de conhecimentos,
capacidades, ferramentas e técnicas ao conjunto de atividades que compõem o projeto por forma a
atingir e exceder as necessidades e expectativas das várias partes interessadas, dentro do
desempenho esperado quanto ao âmbito, tempo, custo e qualidade” (PMI, 2000).
A gestão de projetos pretende otimizar a alocação dos diferentes recursos disponíveis por forma a obter
os melhores resultados possíveis, quer quantitativamente como qualitativamente, de acordo com o
planeado. A Figura 2 pretende demonstrar as sinergias entre a gestão de projetos, os objetivos e os
recursos existentes.
Figura 2 - Gestão de projetos (adaptado de: Ricardo, 2011 (pág.3))
8
Em qualquer projeto é possível identificar alguns vetores principais que exibem enorme influência no
seu desenvolvimento e que necessitam de especial atenção durante a sua gestão, como o âmbito, os
custos, o tempo, a qualidade, os riscos e os benefícios a si associados. Assim, é necessário que, para
além do âmbito do trabalho a desenvolver, se defina uma metodologia em que se identifiquem as
atividades a ser executadas, assim como a sua sequência e duração. É também imprescindível que se
elabore a calendarização das atividades definidas, o orçamento previsto e se monitorize e controle as
várias etapas do projeto para prevenir possíveis desvios face ao planeado e, se necessário, aplicar
medidas corretivas que permitam realinhar o projeto com os objetivos (PMI, 2000).
Uma das componentes da gestão de projetos passa também por gerir as expectativas das várias partes
interessadas, algo que pode apresentar um elevado grau de complexidade uma vez que, muitas vezes,
estas apresentam diferentes objetivos que podem entrar em conflito. As partes interessadas tanto
podem ser entidades individuais ou organizações cuja capacidade de influenciar as características
finais do projeto é superior nas fases iniciais e vai gradualmente diminuindo, acompanhada
simultaneamente por um aumento progressivo dos custos que qualquer alteração a implementar
implica, como representado na Figura 3. Assim, a equipa de gestão do projeto, após a identificação dos
objetivos dos vários interessados, deve ser capaz de os gerir e conciliar por forma a que as expectativas
sejam correspondidas e que a execução do projeto seja bem-sucedida (PMI, 2000).
Os projetos podem ser geridos individualmente ou organizados em programas e portfólios de projetos.
Um programa é um conjunto de projetos que, ao serem geridos coletivamente de forma coordenada,
permitem beneficiar de oportunidades que, se cada elemento fosse gerido individualmente, não
estariam disponíveis.
Um portfólio é um conjunto de projetos, programas e outros trabalhos que, ao serem geridos
conjuntamente permitem atingir os objetivos estratégicos da organização através de uma gestão mais
eficiente. Um portfólio pode ser constituído por um conjunto de componentes já executados no passado,
que estejam a ser realizadas no momento ou que ainda estejam apenas planeados e que só serão
Influência das partes interessadas
Custo das alterações
Alto (a)
Baixo (a)
Tempo do projeto
Figura 3 - Influência das partes interessadas e dos custos das alterações ao longo do projeto (adaptado de: PMI, 2000)
9
concretizados no futuro. Por essa razão, ao contrário dos projetos e programas, os portfólios não
apresentam um carácter temporário (PMI, 2008).
No seio de uma organização podem existir diversos portfólios associados a diferentes áreas e para dar
resposta a estratégias e objetivos distintos. Os projetos e programas de um portfólio podem estar
relacionados ou ser independentes entre si e qualquer um destes elementos poderá ser avaliado
quantitativamente. Deste modo, é possível classifica-los e definir quais os mais prioritários para o
sucesso da organização, assim como justificar as opções de investimento e a distribuição de recursos
disponíveis que produza mais benefícios, uma vez que o principal objetivo da gestão de portfólios é
garantir que a organização está a “realizar os trabalhos certos” em vez de estar apenas a “realizar certo
os trabalhos” (PMI, 2008).
Desta forma, é necessário que exista uma relação direta entre a estratégia da organização e a gestão
de portfólios, dado que os projetos são, muitas vezes, os meios que permitem a organização atingir os
seus objetivos estratégicos. Por esta razão, o gestor de portfolio deve ter conhecimento dos objetivos
e das prioridades da organização, assim como da sua conexão com o portfólio. As organizações que
não têm em consideração esta correspondência correm mais riscos que os seus recursos limitados
sejam aplicados em projetos com menor relevância e que não contribuam tão eficientemente para o
seu progresso alinhado com os objetivos. Também o nível de maturidade da organização revela
elevada importância, pois o apoio organizacional à abordagem de gestão é indispensável. Deste modo,
é possível afirmar que uma aplicação da gestão de portfólios bem inserida no contexto da organização
revela boas probabilidade de que a estratégia da empresa seja atingida com sucesso.
Tal como na gestão de projetos, a gestão de portfólios passa também por tentar equilibrar os distintos
interesses e expectativas das várias partes interessadas sendo que, neste caso, terão de se ter
considerações quer a curto como a longo prazo para que os objetivos estratégicos definidos sejam
cumpridos.
As decisões tomadas pelo gestor de projetos devem sempre ter em conta o benefício que delas provém
para o desempenho geral do portfólio, independentemente do impacto provocado em cada um dos
seus elementos individualmente (PMI, 2008).
É de referir que para gerir um projeto, programa ou portfólio o mais eficientemente possível, é essencial
ter em consideração todo o ciclo de vida, em que serão executadas diferentes atividades consoante o
que se considerar mais adequado para a obtenção de mais e melhores benefícios a longo prazo.
2.2.2. Enquadramento Normativo e publicações relevantes
Ao longo do tempo, a indústria da construção tem vindo a evoluir e a complexidade técnica dos projetos
a aumentar devido a novas descobertas e à alteração dos processos e dos recursos disponíveis. Deste
modo, para acompanhar este progresso e garantir a eficiência dos processos, foi necessário apostar
nas técnicas de gestão e reunir as práticas já aplicadas com novos conhecimentos, teóricos e práticos,
10
que permitam desenvolver as atividades de planeamento, execução e monitorização, indispensáveis
para o bom desenvolvimento de qualquer projeto.
A gestão de projetos já é uma disciplina bem estabelecida com inúmeros documentos bem aceites que
apresentam diversos conceitos e metodologias consideradas como referência para o meio. Um dos
documentos mais importantes e com maior aceitação é “A Guide to the Project Management Body of
Knowledge” (PMBOK) elaborado em 2000 pelo Project Management Institute (PMI) e que pretende
conjugar um conjunto de conhecimentos comprovados e baseados em práticas reconhecidas e
aplicadas internacionalmente, com ideias mais recentes e inovadoras. Este é um guia geral que poderá
ser aplicado em várias áreas, não se destinando exclusivamente à indústria da construção (PMI, 2000).
Outro dos documentos presentes neste grupo é “PRINCE2”, publicado em 1996 e mais recentemente
atualizado em 2009, apresenta uma metodologia de gestão de projetos que pode ser adaptada ao grau
de complexidade de cada projeto, podendo, tal como o PMBOK, ser aplicado a qualquer área.
(Hedeman e Seegers, 2009).
Simplificadamente, a principal diferença entre o PMBOK e o PRINCE2 é que o primeiro é mais focado
no que é necessário fazer e o segundo fornece indicações de como fazer. Desta forma, os dois
complementam-se e a metodologia apresentada no PRINCE2 pode auxiliar a gestão de projetos
baseada no PMBOK.
Para compatibilizar toda a informação e documentos existentes acerca da gestão de projetos é
imprescindível recorrer à norma ISO 21500 em que são estabelecidos e compatibilizados importantes
conceitos e processos, com o intuito de orientar qualquer organização, responsável por diferentes tipos
de projetos, para o sucesso da sua gestão (ISO 21500, 2012).
Mais focado na gestão de portfólios é de realçar o interesse de “The Standard for Portfolio
Management”, cuja terceira edição foi publicada em 2012, também pelo PMI, e que tem por base os
princípios apresentados no PMBOK.
Convém também referir que o objetivo de uma gestão de projetos e portfólios bem-sucedida passa pela
melhoria continua da própria organização e pela produção de elementos com qualidade, sendo que,
desta forma, a família de normas ISO 9000 deve ser atentamente consultada e analisada por forma a
promover o sucesso esperado.
2.3. Custo do Ciclo de Vida
2.3.1. Conceitos
Para os investidores e restantes partes interessadas em qualquer ativo físico, construído ou por
construir, existem sempre incertezas associadas aos custos e receitas futuros, quer em relação às suas
importâncias, como aos instantes temporais em que poderão ocorrer (Langdon, 2007a). Apesar de
muitas empresas continuarem a ter apenas em consideração os valores correspondentes aos
11
investimentos iniciais para avaliar a viabilidade dos seus projetos, é necessário adotar uma nova
abordagem e passar a desenvolver estudos que forneçam informações a longo-prazo, de forma
adequada e o mais próxima possível do que se espera ser a realidade.
O cálculo do CCV é uma ferramenta que tem por base a elaboração de previsões com o objetivo de
avaliar os custos totais associados aos ativos ao longo do tempo, permitindo comparar opções e tomar
decisões mais robustas e confiáveis. Nestes podem estar incluídos custos de construção, operação,
manutenção e custos associados ao fim de vida do ativo (Langdon, 2007b). Os parâmetros
considerados na análise de custo de ciclo de vida devem ser sempre adaptados à complexidade do
ativo, aos objetivos e ao uso que se pretenda dar aos resultados esperados.
É de realçar que uma análise ao custo do ciclo de vida pode ser realizada tendo em consideração o
ciclo de vida completo do ativo físico, desde a sua fase de conceção até ao seu fim de vida, ou apenas
uma fração deste, consoante os objetivos. Podem ainda ser considerados custos não associados à
construção, externalidades e receitas, sendo que, nesse caso, se domina custo total de ciclo de vida,
como demostrado na Figura 4. Da mesma forma, é possível aplicar esta análise a um portfólio que
inclua vários projetos, a um edifício ou apenas a alguns dos seus componentes. É, assim, de enorme
relevância indicar sempre o período considerado e o âmbito da análise (ISO 15686-5, 2014).
A consideração do custo de ciclo de vida na gestão de portfólios apresenta enorme relevância como
apoio à tomada de decisão, principalmente quando existem diversas alternativas sob escrutínio. Uma
análise considerando todo o ciclo de vida permite comparações mais precisas entre as diferentes
opções disponíveis, uma vez que deixa de ter em consideração apenas o investimento inicial e passa
a apresentar uma visão mais ampla e sustentável. Deste modo, os custos iniciais deixam de representar
a totalidade das preocupações das partes interessadas e passa-se a seguir uma perspetiva a longo
prazo, onde se podem estimar custos futuros de operação, manutenção e desativação, que têm grande
impacto na duração da vida útil do edifício e são muitas vezes negligenciados por não serem tão
imediatos ou por não serem, por vezes, responsabilidade da mesma entidade.
A Figura 5 é uma representação dos custos associados a cada etapa do ciclo de vida de um edifício.
Apesar de ser visível que os fluxos monetários mais elevados se verificam na fase inicial do ciclo de
vida, também é possível verificar que os custos de operação e manutenção se verificam por um período
de tempo mais longo, tornando-se bastante significativos quando apreciado o panorama geral, e não
devendo ser, por isso, desprezados.
Projeto de
Investimento Conceção Construção Operação Manutenção Fim de Vida
Figura 4 – Diferentes etapas do ciclo de vida (adaptado de: ISO 15686-5, 2014 (pág. 9))
CUSTO TOTAL DE CICLO DE VIDA
CUSTO DE CICLO DE VIDA
CUSTOS DE UTILIZAÇÃO
12
Uma análise de custo de ciclo de vida antecipada pode ter significativa influência nas soluções
adotadas, tornando-as mais flexíveis, por permitir antecipar custos, riscos e oportunidades, assim como
possibilitar a adaptação do projeto ao ambiente envolvente e alinhá-lo com a estratégia organizacional,
não descurando valores de sustentabilidade e permitindo tomar decisões com melhor relação custo-
benefício. Ainda assim, deve-se ter em consideração que períodos de estudo mais extensos introduzem
níveis mais elevados de risco na análise por ser mais difícil elaborar previsões corretas a longo-prazo.
Logo, as hipóteses adotadas inicialmente devem ir sendo adaptadas e refinadas ao longo do tempo,
conforme é obtida informação mais detalhada. Deste modo, é possível obter melhores benefícios
financeiros e ambientais.
Apesar de ser de enorme interesse aplicar uma análise de CCV desde uma fase inicial, esta pode ser
desenvolvida apenas durante o período de exploração ou até na fase de desativação, o que poderá ser
vantajoso para edifícios já construídos cuja consideração do CCV não se tenha verificado à partida e
onde se pretendam avaliar diferentes estratégias de operação e manutenção.
2.3.2. Enquadramento Normativo e publicações relevantes
Na maioria dos países ainda não se encontra bem implementado o pensamento baseado no CCV,
sendo ainda dada elevada relevância aos investimentos iniciais associados aos ativos quando
avaliadas as alternativas. Ainda assim, as organizações têm-se direcionado gradualmente para uma
gestão mais sustentável, onde os valores económicos, ambientais e sociais se encontram cada vez
mais presentes.
Um dos documentos que tem permitido o desenvolvimento desta vertente é a norma internacional ISO
15686-5:2014, inicialmente publicada em 2008 e posteriormente desenvolvida em 2014. Esta norma
fornece as diretrizes necessárias para o desenvolvimento e análise do cálculo dos custos do ciclo de
vida de ativos físicos, auxiliando os processos de avaliação de alternativas e tomada de decisão (ISO
15686-5, 2014).
Em 2012, foi também desenvolvida a norma europeia EN 15643-4 que fornece um sistema de avaliação
da sustentabilidade com recurso a uma abordagem de ciclo de vida. Esta norma apresenta uma
Ciclo de Vida
Custo
s
Aquisição e Construção
Operação
Manutenção
Fim de vida
Figura 5 - Esquema representativo dos custos do ciclo de vida (adaptado de: ANAO, 2001 (pág.7))
13
estrutura com princípios, requisitos e orientações que permite a apreciação do desempenho económico
dos edifícios, já tendo em consideração as suas características técnicas e funcionais (EN 15643-4,
2012).
Para complementar esta norma, foi também desenvolvida, mais recentemente, a norma EN 16627 de
2015, cujo objetivo é auxiliar a avaliação da sustentabilidade de um edifício através da apresentação
de um método de cálculo que permite a avaliação do seu desempenho económico. Nesta norma estão
incluídos os princípios desenvolvidos na ISO 15686-5 após uma adaptação ao contexto europeu e às
suas práticas (EN 16627, 2015).
É também de referir a Diretiva Europeia 2014/24/EU, publicada em 2014, relativa aos contratos
públicos, onde são descritos alguns procedimentos que deverão ser respeitados e implementados por
parte das autoridades adjudicantes, promovendo a diversidade e inovação das propostas
apresentadas. É ainda referida a relevância da decisão baseada na proposta economicamente mais
vantajosa, recorrendo ao cálculo dos custos do ciclo de vida, também como apoio à implementação da
estratégia Europa 2020 que pretende um “crescimento inteligente, sustentável e inclusivo” através de
estratégias de investimento de fundos públicos mais eficientes, que se poderão propagar para o sector
privado (CE, 2010).
2.4. Soluções para melhoria do desempenho energético e do comportamento
térmico dos edifícios
Ainda que nos últimos anos se tenha vindo a verificar uma crescente consciencialização para o tema
do desenvolvimento sustentável, acompanhada pela implementação de um conjunto de medidas a nível
mundial com o objetivo de reduzir e evitar os efeitos das alterações climáticas que se têm vindo a
registar, e que funcionam como indicadores dos impactos que uma utilização não ponderada dos
recursos pode provocar, ainda existe um longo caminho a percorrer que não deve ser negligenciado.
Um desenvolvimento sustentável é aquele que “satisfaz as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades”
(WCED, 1987, p. 24), sendo fundado por três pilares principais: económico, social e ambiental. Assim,
só é possível manter em equilíbrio a exploração dos recursos e a evolução da sociedade, sem que o
ambiente natural seja prejudicado e o futuro comprometido, se estas três dimensões funcionarem em
harmonia.
Para evoluir nesse sentido, têm-se procurado novas soluções técnicas com o objetivo de melhorar o
desempenho energético e o comportamento térmico dos edifícios, ou seja, têm-se tentado implementar
cada vez mais medidas que promovam uma construção sustentável através de uma redução da
utilização de energia e diferentes recursos, da conservação do ambiente natural e da biodiversidade,
sem negligenciar a qualidade e o conforto do ambiente construído.
14
Tal tem sido possível através da implementação de sistemas passivos, por vezes complementados por
sistemas ativos, que pretendem tirar partido da localização e das condições climáticas do local de uma
forma eficiente (Ganhão, 2011).
As soluções passivas pretendem uma utilização e um controlo dos fluxos naturais de energia, como a
radiação solar e o vento, para o fornecimento de energia, aquecimento e ventilação. Algumas das
soluções passivas existentes são:
• Adequada orientação e implantação do edifício – Em Portugal, e dada a variação do ângulo
de incidência do Sol, a orientação preferencial dos edifícios deve ser para Sul por forma a
otimizar os ganhos solares durante todo o ano. Desta forma é possível minimizar
significativamente as necessidades de aquecimento durante o Inverno e evitar os ganhos de
energia excessivos durante o Verão, dada a posição mais elevada do Sol durante esta estação.
• Utilização de vãos envidraçados – os vãos envidraçados, por estarem em contacto direto
com o exterior, permitem uma boa iluminação natural e grandes trocas de calor, contribuindo,
quando aplicados eficientemente, para a otimização do desempenho energético e ambiental
dos edifícios, assim como do seu conforto térmico. Os envidraçados com melhor desempenho
são os que apresentam vidro duplo ou triplo, por apresentarem melhor isolamento térmico e
acústico.
• Colocação de dispositivos de Sombreamento – os elementos de sombreamento podem ser
fixos ou móveis e ser aplicados pelo interior ou exterior dos vãos envidraçados. Com a sua
aplicação é possível controlar a intensidade da radiação solar que incide no interior do edifício
durante a estação de Verão e evitar ganhos térmicos não desejáveis, como mostrado na Figura
6.
Figura 6 – Exemplo de palas fixas de sombreamento na estação de Inverno (à esquerda) e de Verão (à direita) (Fonte: Lanham, 2004 (pág.24))
• Colocação de árvores de folha caduca perto do edifício – tal permite que durante o Inverno
a radiação solar não seja obstruída e que exista sombreamento natural durante o Verão.
15
• Implementação de sistemas de ventilação natural – a ventilação natural permite otimizar o
conforto térmico e a qualidade do ar no interior dos edifícios, por permitir a sua renovação a
uma taxa adequada. Durante o Verão, possibilita o arrefecimento do interior das divisões de
um modo bastante eficiente.
• Escolha inteligente dos materiais que compõem a envolvente opaca – é necessário avaliar
a capacidade isolante dos materiais que constituem a envolvente opaca do edifício, dado ser
por esta que se verificam os maiores ganhos e perdas de energia. Convém que os materiais
utilizados apresentem elevada inercia térmica, que é a tendência do material para resistir às
mudanças de temperatura, permitindo que as variações ocorram mais lentamente e que os
edifícios se mantenham mais frescos durante o dia e armazenem calor, que será libertado
gradualmente durante a noite.
• Escolha adequada das cores do edifício – esta característica pode ter grande influência no
conforto térmico verificado no interior, dado algumas cores, as mais claras, refletirem mais a
luz solar e outras, as mais escuras, apresentarem maior índice de absorção da radiação solar.
• Construção de uma Parede de Trombe – uma parede de Trombe é um dispositivo que
permite aproveitar o princípio da inércia térmica, sendo que a energia solar é armazenada por
um elemento de grande massa durante o dia e posteriormente libertada para o interior do
edifício. A sua superfície exterior deverá ficar orientada para Sul e ter uma cor escura para
maximizar a absorção de radiação solar. No exterior deverá ser colocado um envidraçado que
favoreça o efeito de estufa.
A parede de trombe pode ser ventilada, por ventilação natural, como mostrado na Figura 7, que
permite que a energia armazenada seja transferida rapidamente para o interior quando os
orifícios se encontrem abertos, ou seja, quando a temperatura entre o envidraçado e a parede
for superior à da divisão a aquecer, ou não ventilada.
Figura 7 - Exemplo de parede de trombe (Fonte: Martins, 2010)
16
Neste último caso, a energia incidente vai sendo acumulada na parede durante o dia e é
transferida, por condução, progressivamente para o interior. O tempo que este processo
demora a ocorrer depende da espessura da própria parede.
Para otimizar os efeitos deste sistema convém aplicar dispositivos de sombreamento móveis
que permitam evitar os ganhos excessivos de energia durante a estação quente e maximiza-
los durante a estação fria (Ganhão, 2011).
As soluções ativas, que podem funcionar conjuntamente com as passivas, referem-se à utilização de
equipamentos que permitam uma utilização racional de energia para promover o conforto e a eficiência
energética. As soluções ativas poderão ser:
• Aplicação de coletores solares térmicos – um coletor solar é um equipamento que absorve
radiação solar e a converte em energia térmica, ou seja, permite o aquecimento de águas que
poderão ser utilizadas para diversos fins, inclusive, no sistema de aquecimento do edifício.
• Utilização de equipamentos eficientes – uma elevada eficiência energética dos
equipamentos utilizados pode significar uma grande diminuição dos gastos de energia e,
consequentemente, permitir uma significativa redução de custos, principalmente quando aliada
a uma boa eficiência energética do edifício em geral.
• Micro-geração – nesta medida estão incluídos os diversos sistemas associados à geração de
energia elétrica a partir de fontes renováveis de energia como o Sol, através de painéis
fotovoltaicos, o vento, com a utilização de ventoinhas eólicas, ou através do aproveitamento da
biomassa. A energia produzida pode destinar-se a consumo próprio ou para venda à rede
pública (Ganhão, 2011).
• Implementação de mecanismos de armazenamento e aproveitamento de águas pluviais–
esta medida tem o objetivo de reduzir o consumo e desperdício de água. A água recolhida pode
ser utilizada, por exemplo, para a rega de jardins ou lavagem de espaços exteriores.
Todas as soluções apresentadas anteriormente poderão ser interessantes para otimizar o
comportamento de diversos tipos de edifícios e evitar a utilização de sistemas artificiais de
aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC’s), sendo que deverão ser sempre identificadas as
suas características e analisadas as diversas hipóteses com o objetivo de identificar quais
proporcionariam os melhores resultados. É de referir que alguns dos sistemas apresentados estão
associados a elevados custos de implementação e manutenção pelo que algumas das soluções,
mesmo que bastante atrativas em termos ambientais, poderão vir a revelar-se financeiramente
inviáveis.
17
3. Metodologia de análise do custo do ciclo de vida
3.1. Considerações Gerais
Dada a evolução do sector de Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC) e a importância que este
apresenta na economia mundial, é imperativo que seja realizada uma gestão adequada dos diversos
ativos e recursos existentes para que os impactos financeiros, sociais e ambientais provocados sejam
favoráveis e permitam gerar o máximo valor possível.
Para tal, neste capítulo apresenta-se uma metodologia de análise de CCV de um ativo que pretende
facilitar a identificação e captação dos diferentes custos existentes e a sua associação a diferentes
fases do ciclo de vida, consoante as suas características e período de ocorrência, para que possam
ser posteriormente analisados. O objetivo desta metodologia é avaliar o desempenho económico de
qualquer tipo de edifício através da consideração de diversos processos que podem ser adaptados às
características de cada um.
Uma vez que para a gestão de projetos é aconselhável recorrer a processos que permitam uma
abordagem sistémica às várias fases do projeto, pretende-se, com a criação desta metodologia,
simplificar a execução de análises futuras de custo de ciclo de vida, por forma a incentivar a adoção
desta abordagem por diversos gestores de projetos e portfólios que pretendam otimizar a alocação dos
recursos disponíveis por forma a obter os melhores resultados possíveis, de modo a atingir ou exceder
as necessidades e expectativas das várias parte interessadas.
3.2. Enquadramento Normativo
Dada a consensual importância atribuída ao CCV para o desenvolvimento de boas práticas de gestão,
têm sido publicadas diversas normas e outros documentos relevantes que incentivam a aplicação de
metodologias baseadas no ciclo de vida, tanto a nível europeu como internacional, com o objetivo de
melhorar a gestão de ativos e identificar as soluções de menor custo global, sendo de enorme
pertinência a sua aplicação a edifícios.
A EN 16627, publicada em 2015 e traduzida para português no ano seguinte, colabora de forma
significante na avaliação da sustentabilidade, através da apresentação de um método de cálculo,
baseado na abordagem de CCV, que pretende avaliar o desempenho económico de qualquer tipo de
edifício, como representado na Figura 8, tendo em consideração os seus fluxos de caixa (EN 16627,
2015). Esta é uma norma que tem por base e vem complementar a Norma Europeia EN 15643-4,
publicada em 2012, e que fornece o enquadramento para a avaliação do desempenho económico dos
edifícios através da apresentação de princípios, orientações e requisitos chave, que têm em conta as
características técnicas e funcionais de cada projeto construído.
18
Figura 8 - Âmbito da Norma Europeia 16627 (adaptado de: EN 16627, 2015)
A Metodologia de análise do CCV, que será apresentada, respeita e reflete os requisitos da EN 16627,
que faz parte de uma série de normas elaboradas por um Corpo Técnico do Comité Europeu de
Normalização (Comité Européen de Normalisation, CEN) CEN/TC 35, responsável por desenvolver
métodos de avaliação da sustentabilidade de edifícios recorrendo à abordagem do custo de ciclo de
vida (CEN, 2017 e EN 15643-4, 2012).
Apesar da existência de diversos documentos, o recurso à norma EN 16627, sobre a qual este modelo
se fundamenta essencialmente, deve-se ao seu âmbito e ao facto de ter sido publicada mais
recentemente, o que lhe permite refletir mais apuradamente as preocupações e as práticas mais bem
aceites atualmente.
A norma EN 16627 apresenta-se dividida em 13 capítulos, enumerados de seguida:
• Capítulo 1 – Âmbito;
• Capítulo 2 – Referências Normativas;
• Capítulo 3 – Termos e Definições;
• Capítulo 4 – Abreviaturas;
• Capítulo 5 – Processo para estabelecer os cálculos necessários para a avaliação;
• Capítulo 6 – Propósito da avaliação;
• Capítulo 7 – Especificação do objeto de avaliação;
• Capítulo 8 – Cenários para definir o ciclo de vida do edifício;
• Capítulo 9 – Cálculo dos custos e receitas associados ao edifício ao longo do seu ciclo de vida;
• Capítulo 10 – Seleção dos dados económicos para a avaliação económica;
• Capítulo 11 – Cálculo de Indicadores económicos;
• Capítulo 12 – Relatório da avaliação dos resultados;
• Capítulo 13 – Verificação de resultados.
É de referir que os primeiros quatro capítulos se dedicam a promover um melhor entendimento e
utilização da norma através da especificação dos seus objetivos, da identificação de documentos
relevantes e esclarecimentos acerca da terminologia utilizada.
No Capítulo 5 é introduzida a metodologia proposta na norma para a realização de uma análise de
CCV, que se desenvolve ao longo dos capítulos seguintes, apresentada em forma de fluxograma e
AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE
Avaliação do Desempenho
Ambiental
Avaliação do Desempenho Social
Avaliação do Desempenho Económico
EN 16627
19
onde se especificam diversos processos e passos a seguir, por forma a garantir que todos os cálculos
necessários à avaliação do desempenho económico do edifício são executados e que não é excluída
informação essencial, enquanto se cumprem os requisitos da norma.
3.3. Passos da Metodologia de Análise de CCV
A metodologia utilizada é uma adaptação da anteriormente referida sendo que não serão realizadas
análises de risco nem será desenvolvida uma verificação de resultados tendo em conta avaliações
prévias, dado tratarem-se de passos opcionais mencionados na Norma e que não se encontram
enquadrados com o âmbito deste trabalho.
Desta forma, são apresentados, na Tabela 1, os 11 passos que compõe a metodologia a aplicar e que
serão desenvolvidos de seguida.
Passo 1 – Identificar o propósito da análise económica
• Identificar o objetivo
O propósito desta avaliação, segundo a EN 16627, é quantificar o desempenho económico do
objeto de estudo, geralmente um edifício, ao longo do seu ciclo de vida, como parte integrante de
uma avaliação de sustentabilidade.
Neste primeiro passo é imprescindível que se defina o objetivo da aplicação desta metodologia
para que seja clara a direção a seguir e para que todas as partes envolvidas estejam em
concordância e colaborem no mesmo sentido.
• Identificar o uso pretendido para a avaliação económica
Uma análise de custo de ciclo de vida pode ser desenvolvida com diversos fins planeados. Na
EN 16627 são identificados alguns possíveis:
Analisar e comparar a viabilidade económica de diferentes alternativas;
Apoiar a tomada de decisão entre construir de novo, reconstruir ou reabilitar com base
no desempenho económico de cada uma das hipóteses;
Identificar o potencial de otimização do objeto de estudo;
Planear orçamentos.
Apesar da norma listar algumas utilizações possíveis, a análise económica desenvolvida pode
destinar-se a outros fins que devem ser claros e bem definidos desde o início, uma vez que irão
influenciar a evolução da análise, assim como o nível de pormenor e o rigor requerido para os
valores utilizados e obtidos.
Depois de definido o propósito é também possível identificar os resultados que se esperam obter
no final desta análise.
20
Tabela 1- Passos da Metodologia de Análise de Custo do Ciclo de Vida (adaptado de: EN 16627, 2015)
PASSOS ETAPAS PRINCIPAIS
PRINCIPAIS
REQUISITOS DA
EN 16627
1. Identificar o propósito
• Identificar o objetivo
• Identificar o uso pretendido para a
avaliação económica
6.1
2. Identificar o âmbito
• Definir os elementos a analisar
• Identificar as fases do ciclo de vida a
considerar
6.1, 7.1, 7.4
3. Identificar o período de análise e
os métodos de avaliação do
desempenho económico
• Definir o período de análise
• Definir os métodos de avaliação de
desempenho económico
7.3, 10, 11
4. Identificar a necessidade de análises adicionais (análises de risco e
sensibilidade) 10
5. Identificar os requisitos do
projeto e do ativo
• Caracterizar o ativo
• Definir os cenários
• Identificar as limitações
• Definir a origem da informação
7.1, 8
6. Identificar as opções e os
custos a considerar
• Identificar as opções
• Categorizar os custos 7, 9
7. Reunir os custos associados ao
período de estudo
• Identificar e reunir os custos relevantes
para cada módulo
• Estimar valores para os custos não
obtidos
• Associar cada custo recolhido a um
período temporal
• Executar a base de dados
7.4, 9, 10
8. Verificar os parâmetros
financeiros e do período de
análise
• Verificar o período de análise
• Verificar os parâmetros financeiros 10
9. Avaliar o desempenho
económico
• Introduzir os dados
• Obter os resultados iniciais 11
10. Interpretar e apresentar os
resultados iniciais
• Interpretar os resultados iniciais
• Apresentar os resultados iniciais
• Identificar a necessidade de novas
análises
12
11. Interpretar e apresentar os
resultados finais
• Interpretar os resultados finais
• Apresentar os resultados finais 12
21
Passo 2 – Identificar o âmbito
Segundo a EN 16627, tanto a utilização prevista, definida no passo anterior, como o âmbito da
avaliação do desempenho económico devem ser definidos e ficar documentados previamente ao
começo desta, por influenciarem fortemente o seu desenvolvimento e os resultados obtidos ao
longo dos passos seguintes.
O âmbito deve ser definido tendo em consideração o propósito e o contexto da análise e pode ser
desenvolvido através das decisões referidas de seguida.
• Definir os elementos a analisar
É necessário indicar a escala de aplicação, uma vez que esta avaliação pode recair apenas sobre
um ativo, sobre um conjunto de ativos ou somente sobre alguns componentes pertencente a um
edifício. Caso seja verificado este último caso, a análise do custo do ciclo de vida deve centrar-se
nos componentes mais críticos e que mais podem influenciar os custos e desempenho do ativo.
• Identificar as fases do ciclo de vida a considerar
Após ser definido o elemento a analisar, é necessário que se identifique a fase do ciclo de vida em
que o objeto de estudo se encontra, assim como as fronteiras da análise que irão influenciar os
processos a aplicar posteriormente.
Para um edifício já construído, a fronteira da análise deve incluir os custos de aquisição e as
restantes fases do ciclo de vida, até ao seu final. Para edifícios novos, geralmente, é considerado
todo o ciclo de vida (EN 16627, 2015).
Passo 3 – Identificar o período de análise e os métodos de avaliação do desempenho económico
• Definir o período de análise
O período considerado para a avaliação do desempenho económico geralmente corresponde à
vida útil do ativo, sendo que se podem considerar outros intervalos de tempo consoante os
objetivos, os fins a que se destinem os resultados pretendidos ou a certos requisitos
regulamentares que tenham que ser respeitados.
Caso se pretenda recorrer a um período superior à vida útil do ativo terão de ser analisados
cenários que incluam ações de reabilitação, demolição ou construção de ativos equivalentes
conforme a opção que se pretenda implementar no fim da sua vida útil (EN 16627, 2015).
Convém referir que quanto maior o período de análise, maior o nível de risco a considerar por ser
necessária a realização de mais previsões, que se vão tornando cada vez mais imprecisas ao longo
22
do tempo, dado ser difícil determinar com exatidão certas necessidades futuras dos edifícios e os
seus custos associados.
• Definir os métodos de avaliação de desempenho económico
Para além dos custos totais associados a todo o período de análise, existem outros parâmetros
para avaliar o desempenho económico dos edifícios. Segundo a EN 16627, um dos métodos mais
relevantes para a avaliação do custo de ciclo de vida é o cálculo do Valor Atual Líquido (VAL), que
tem como objetivo avaliar a viabilidade do projeto de investimento através do cálculo atualizado de
todos os seus fluxos de caixa. Caso não sejam consideradas as receitas geradas pelo objeto de
estudo, como é o caso da avaliação que se irá desenvolver, deve ser considerado, em alternativa,
o Custo Atual Líquido (CAL).
Para esta análise é necessário indicar qual a taxa de atualização utilizada dado esta apresentar
grande impacto nos resultados obtidos. Na EN 16627 é aconselhada a aplicação de uma taxa de
atualização real de 3%, sendo que poderão ser utilizados outros valores consoante os objetivos,
requisitos e outras considerações.
É de referir que quanto mais alta se considerar a taxa de atualização, menor influência terão os
custos associados a períodos mais tardios do ciclo de vida no CAL, favorecendo os casos em que
se verificam baixos investimentos iniciais e que se traduzem em custos operacionais elevados.
É de referir que, inicialmente, os custos deverão ser calculados sem a aplicação de qualquer taxa
de atualização por forma a obter o valor nominal, sendo esta posteriormente aplicada através do
fator de desconto (𝑭𝑫), cuja fórmula é a indicada nas equações (3.1) e (3.2), consoante se estejam
a capitalizar ou a atualizar valores, ou seja, conforme estes sejam anteriores ou posteriores ao ano
de referência, respectivamente:
𝑭𝑫 (𝒏)𝒑𝒂𝒔𝒔𝒂𝒅𝒐 = (𝟏 + 𝒅)𝒏 (3.1)
𝑭𝑫 (𝒏)𝒇𝒖𝒕𝒖𝒓𝒐 =
𝟏
(𝟏 + 𝒅)𝒏
(3.2)
Sendo 𝒅 - taxa real de atualização anual, 𝒏 - número de anos entre a data de referência,
correspondente ao ano de ocorrência da análise, e a data de ocorrência do custo.
Considerando 𝑪𝒕 os custos correspondentes a cada ano, o cálculo do CAL apresenta-se na
equação (3.3).
𝑪𝑨𝑳 (€) = ∑ 𝑪𝒕 × 𝑭𝑫
(3.3)
23
Outro indicador que também pode ser utilizado é o Custo Anual Equivalente (CAE) que é o
montante anual uniforme que, quando somado ao longo de todo o período de análise, corresponde
aos custos líquidos totais do projeto tendo em consideração o valor temporal do dinheiro ao longo
desse tempo. O menor CAE representa a opção de menor custo. A sua fórmula de cálculo é
apresentada na equação (3.4).
𝑪𝑨𝑬 (€) = ∑ 𝑪𝒕 × 𝑭𝑫 ×
𝒅 (𝟏 + 𝒅)𝒏
(𝟏 + 𝒅)𝒏 − 𝟏
𝒏
𝒕=𝟎
(3.4)
Na EN 16627 á ainda referido que poderão ser utilizados outros indicadores indicados no Anexo C
da mesma e descritos na norma ISO 15686-5 como, por exemplo, o período de retorno e a taxa
interna de rentabilidade.
Todos estes indicadores permitem obter valores correspondentes ao objeto de estudo e, quando
necessário, a comparação entre as diversas alternativas disponíveis.
Passo 4 – Identificar a necessidade de análises adicionais (análises de risco e sensibilidade)
Apesar de neste trabalho não se desenvolverem análises de risco é de referir que existe sempre algum
nível de risco associado a estas avaliações e, por isso, pode ser conveniente tentar perceber a robustez
do modelo desenvolvido dada a sua elevada influência na qualidade e no nível de confiança nos
resultados obtidos.
Sendo a análise realizada ao longo de um período geralmente longo, têm de ser feitas diversas
suposições acerca do que se esperam ser certos comportamentos e valores futuros. Assim, quanto
maior o período de análise considerado maior é a incerteza e o risco associados, podendo ser, por isso,
conveniente desenvolver análises de risco e sensibilidade adequadas.
A análise do risco permite reconhecer potenciais contratempos futuros e avaliá-los de uma forma
sistemática, possibilitando a redução da incerteza e preparando os decisores para as ações que
considerarem mais apropriadas para lidar com essas contrariedades.
A análise de sensibilidade permite identificar quais os fatores que maior impacto apresentam nos
resultados obtidos com a análise de desempenho económico, possibilitando aos agentes decisores
uma maior atenção e controlo destes parâmetros. A sua identificação passa por aplicar variações a
alguns valores de entrada e verificar quais conduzem a maiores alterações nos parâmetros de saída.
Alguns dos fatores que, por vezes, se demonstram mais críticos são as taxas de atualização e o período
de análise.
24
Passo 5 – Identificar os requisitos do projeto e do ativo
• Caracterizar o ativo
Para definir os requisitos de um ativo é fundamental que seja elaborada uma descrição completa
do edifício, onde se devem incluir as suas características físicas, funcionais, geográficas e
temporais como, por exemplo, soluções construtivas adotadas, vida útil, tipo de utilização do
edifício, períodos de manutenção e reparação, entre outros. Esta permite um melhor entendimento
do funcionamento do ativo e, consequentemente, facilita a identificação e organização dos custos
a captar e a analisar.
• Definir os cenários
Para que seja possível desenvolver uma descrição mais completa do ativo, principalmente em
termos temporais, que inclua toda a informação relevante para a avaliação ao seu desempenho
económico, a EN 16627 propõe que a caracterização do objeto de estudo deve ter por base
cenários específicos que representem as várias fases do ciclo de vida do ativo. Estes devem ser
realistas, representativos e ter em consideração os requisitos do cliente, regulamentos e
características do projeto.
O objetivo do desenvolvimento e utilização de cenários apropriados é descrever os pressupostos,
ou a informação real, considerados e que influenciam cada fase do ciclo de vida. Conforme se
recolhe mais informação, a definição dos cenários vai sendo refinada e mais adaptada ao edifício
em estudo.
Na EN 16627 os cenários considerados são definidos em concordância com os módulos que serão
posteriormente utilizados no modelo de avaliação do desempenho económico associados a cada
fase do ciclo de vida, sendo que neste passo não são referidos quaisquer custos. Os cenários
considerados são os seguintes:
Cenário de pré-construção (Módulo A0)
Cenário de construção (Módulos A1-A5)
Cenário de utilização (Módulos B1-B7)
o Cenário relacionado com a fase de utilização (B1)
o Cenário de manutenção (B2)
o Cenário de reparação e substituição (B3-B4)
o Cenário de remodelação (B5)
o Cenário de utilização operacional de energia (B6)
o Cenário de utilização operacional de água (B7)
Cenário de fim de ciclo de vida (Módulos C1-C4)
o Cenário de desconstrução (C1)
o Cenário de transporte (C2)
25
o Cenário de processamento de resíduos para reutilização, reciclagem e
recuperação
o de energia (C3)
o Cenário de alienação (C4)
Cenário para além dos limites da análise (Modulo D)
• Identificar as limitações
Os cenários aplicados deverão ser descritos e documentados para que sejam claras as
considerações feitas, os requisitos referentes à utilização e os limites da sua aplicação em todo o
ciclo de vida.
• Definir a origem da informação
Para todos os dados e informação utilizada deve ser sempre indicado se foi assumida, estimada
ou calculada, uma vez que a sua origem poderá influenciar a confiança nos resultados obtidos.
Passo 6 – Identificar as opções e os custos a considerar
• Identificar as opções
Neste passo pretende-se que sejam identificadas as opções alternativas a considerar na análise
de desempenho económico, para que possa ser desenvolvida uma comparação entre panoramas
distintos que apresentem diferentes resultados e implicações para o cliente e utilizadores do
edifício.
Estas opções podem dizer respeito ao próprio ativo, como por exemplo a decisão entre remodelar
ou demolir, ou aos seus componentes, como é o caso da adoção de diferentes materiais ou
soluções energéticas.
Assim, ficam definidas as diversas análises que se deverão realizar e o que as diferencia.
Em certos casos, como quando se pretendem apenas prever os custos associados a um ativo
específico, a consideração de soluções alternativas pode não apresentar grande relevância e, por
isso, ser ignorada.
• Categorizar os Custos
Os custos a considerar devem ter por base a descrição do edifício feita previamente e os vários
cenários identificados no passo anterior, devendo ser sempre referidas todas as considerações
tomadas.
26
A EN 16627 apresenta uma estrutura modular, apresentada na Figura 9, para a recolha de
informação, sendo que existem diversos módulos de custos que se agrupam e dão origem aos
custos associados a cada fase do ciclo de vida.
Figura 9 - Modelo de captação de custos ao longo do ciclo de vida apresentado na EN 16627
(Fonte: Almeida, 2016 (pág.22))
Neste Modelo de Captação de Custos, os módulos A, B e C estão associados diretamente aos
impactos económicos relativos aos processos e operações do edifício e que ocorrem ao longo de
todo o seu ciclo de vida. O módulo A0 diz respeito aos custos ocorridos previamente à fase de
construção. Os módulos A1 a A5 correspondem à fase de construção, enquanto os módulo B1 a
B7 acomodam informação relativa à fase de utilização do edifício. Os módulos C1 a C4 são
referentes aos custos de fim de ciclo de vida e, por fim, o módulo D corresponde às receitas, por
exemplo, relativas à comercialização de energias ou de materiais reutilizáveis.
Este último módulo não será tido em consideração na análise de desempenho económico a
desenvolver pois serão apenas analisados os custos associados ao ativo e não as suas receitas.
27
Passo 7 – Reunir os custos associados ao período de estudo
• Identificar e reunir os custos relevantes para cada módulo
Nesta etapa devem ser recolhidos os custos relativos ao ativo associados ao período de análise
determinado e que se enquadrem nos módulos anteriormente apresentados. Os custos devem ter
em consideração as características do edifício e os cenários definidos no Passo 5.
Os custos relativos às fases iniciais do ciclo de vida do ativo são, geralmente, baseados em registos
do próprio cliente ou de pessoas associadas ao ativo no passado. Com o avançar do tempo é,
normalmente, possível que a informação recolhida apresente maior grau de exatidão e, por isso,
ofereça maior confiança a quem desenvolve a análise de desempenho económico.
É necessário ter em atenção que os dados recolhidos poderão estar em unidades e formatos
distintos, o que torna imprescindível que estes sejam sensatamente analisados e seguidamente
adaptados.
No capítulo 9 da norma é possível consultar os diversos custos incluídos em cada módulo, assim
como alguns exemplos.
• Estimar valores para os custos não obtidos
Dado o período de análise ser, geralmente, longo torna-se, por vezes, impossível recolher custos
correspondentes a todos os módulos para a totalidade dos anos analisados. Desta forma, pode ser
conveniente, para uma análise mais completa, que se estimem os valores em falta a partir dos
obtidos nos restantes anos.
É de referir que as estimativas elaboradas devem tentar ser o mais realistas possíveis e ter em
atenção as condições do ativo e o panorama económico envolvente. Sempre que tal se verificar
deve ficar registado, pois poderá impactar os resultados obtidos e a confiança na análise.
• Associar cada custo recolhido a um período temporal
Para qualquer custo considerado deve ser conhecida a data de ocorrência para que seja possível
verificar a existência de periodicidade de ocorrência e a sua regularidade, tornando mais fácil
estimar os custos futuros de origem semelhante e garantir algum grau de confiança nos dados
obtidos.
O conhecimento do período temporal de ocorrência de qualquer custo também permite que seja
executada uma atualização dos custos para o presente, tendo assim em consideração o valor
temporal do dinheiro, para que se torne mais fácil avaliar os valores e comparar alternativas.
28
• Executar a base de dados
Depois de identificados os custos e de associá-los a diferentes períodos do ciclo de vida é possível
organizar a base de dados por forma a que a informação seja mais facilmente consultada e
analisada.
Passo 8 – Verificar o período de análise e os parâmetros financeiros
Neste passo devem ser revistas as considerações feitas anteriormente, como por exemplo, o período
de análise e os parâmetros financeiros para garantir que depois de bem conhecidas as características
do objeto de estudo, estes continuem a ser adequados.
• Verificar o período de análise
Apesar deste já ter sido definido anteriormente, nesta etapa, onde a informação necessária para a
execução da análise já foi recolhida e já estão definidas as considerações a aplicar, pode revelar-
se necessário ajustar o período de análise.
• Verificar os parâmetros financeiros
Os valores de alguns parâmetros financeiros podem necessitar de ser ajustados, como por exemplo
as taxas de inflação e atualização.
Devem ser ainda revistos e, se necessário, adaptados os métodos a utilizar para a avaliação do
desempenho económico e que foram definidos no Passo 3.
Passo 9 – Avaliar o desempenho económico
Neste passo, onde já estão definidos todos os custos e considerações relevantes, como, por exemplo,
o período de análise e os parâmetros financeiros a utilizar, é possível iniciar a análise ao custo de ciclo
de vida.
Esta análise pode ser executada com recursos a softwares comerciais ou através da construção de
folhas de cálculo ou base de dados.
• Introduzir os dados
Todos os custos deverão ser introduzidos, tendo em atenção o período do ciclo de vida a que
pertencem, a sua periodicidade e hierarquia. Deve também ser introduzida qualquer outra
informação requerida.
• Obter os resultados iniciais
Executada a primeira análise poderão ser obtidos os primeiros resultados que serão analisados
seguidamente.
29
Passo 10 – Interpretar e apresentar os resultados iniciais
• Interpretar os resultados iniciais
Feita a avaliação do desempenho económico é possível avaliar, rever e interpretar os seus
resultados, algo que deve ser executado por um profissional com conhecimentos na área.
Devem ser tidas em consideração as limitações e incertezas associadas aos dados utilizados, aos
métodos aplicados e ao software escolhido, para ser possível avaliar os dados obtidos com uma
visão mais crítica e realista.
• Apresentar os resultados iniciais
A apresentação destes resultados deverá ir ao encontro dos requisitos do cliente, do objetivo da
análise e dos próprios resultados obtidos.
Tratando-se de resultados iniciais, a apresentação tanto poderá ser feita com recurso a elementos
gráficos e de fácil interpretação, como através da entrega de um relatório que inclua todos os
pormenores considerados, a informação introduzida e os dados obtidos.
• Identificar a necessidade de novas análises
Na apresentação dos resultados ao cliente deverá também ser indicada a necessidade de
execução de novas análises, em que se apliquem algumas alterações face ao cenário base com o
objetivo de corrigir eventuais erros ou limitações iniciais ou para analisar hipóteses alternativas.
Passo 11 – Apresentar os resultados finais
• Interpretar os resultados finais
Se, após a avaliação dos resultados iniciais, se verificar a necessidade de novas análises de
desempenho económico estas devem ser realizadas e, seguidamente, os resultados daí
provenientes devem ser analisados e interpretados. Desta vez, tratando-se dos resultados finais,
toda a avaliação feita a estes valores deve ser ainda mais cuidada, mais pormenorizada e mais
crítica por forma a garantir a qualidade da informação recolhida e a confiança do cliente na decisão
que irá tomar.
• Apresentar os resultados finais
Terminada a análise deverá ser elaborado um relatório onde os resultados finais deverão ser
apresentados com qualidade e transparência suficiente para que o cliente tenha confiança nos
30
valores e os consiga verificar e entender por completo. É ainda aconselhável que os documentos
e elementos apresentados incluam complementos visuais que permitam um mais fácil
entendimento.
Segundo a EN 16627, o relatório de avaliação do desempenho económico deverá incluir:
Propósito e o âmbito da análise
Identificação e caracterização do edifício em estudo
Identificação do cliente
Identificação de quem executa a análise
Método de avaliação e as suas referências
Fase atual do ciclo de vida do edifício
Período de análise
Data da avaliação
Hipóteses assumidas
Fontes de informação, as suas característica e qualidade
Resultados obtidos
Interpretação de resultados
Conclusões finais
Quanto aos resultados obtidos, para os vários módulos definidos deve ser sempre indicado se a
informação está completa ou se é apenas parcial e qual a justificação para esses dados não
estarem presentes. No caso de não existir qualquer informação correspondente a um dos módulos
tal também terá de ser justificado.
Desta forma, a EN 16627 indica que, quanto aos resultados finais, o relatório entregue ao cliente
deverá:
Apresentar apenas alguns indicadores selecionados de avaliação do desempenho
económico;
Os resultados de cada fase do ciclo de vida deverão ser apresentados separadamente;
Para cada fase do ciclo de vida, os indicadores calculados para cada módulo podem ser
somados;
Para os módulos em que não tenham sido calculados quaisquer valores deverá ser
indicado “Módulo Não Avaliado” (MNA).
31
4. Caso de Estudo
4.1. Enquadramento
Após a elaboração da metodologia apresentada no capítulo anterior, é conveniente experimentar a sua
aplicação com o intuito de testar a sua validade, assim como a do modelo de captação de custos que
esta inclui, por forma a identificar as suas limitações e grau de aplicabilidade.
Assim, e para verificar se, realmente, esta metodologia pode ser implementada como apoio à tomada
de decisão, através da consideração do custo do ciclo de vida, a sua aplicação recai sobre um edifício
escolar já reabilitado, situado em Portugal, cujas características serão apresentadas ao longo deste
capítulo.
4.2. Caracterização do Parque Escolar Português
Atualmente, o parque escolar português inclui 477 escolas destinadas ao ensino secundário público,
cuja construção se tem verificado desde o final do século XIX.
Tendo por base o período de construção, é possível dividir as escolas existentes pelos períodos anterior
a 1935, entre 1936 e 1968 e, por fim, as construídas após 1968, data a partir da qual foram edificadas
77% das escolas existentes.
Durante este último período, devido ao aumento do número de anos de escolaridade obrigatória e da
crescente procura de acesso ao ensino, o foco passou a ser a expansão da rede escolar através da
construção de inúmeras infraestruturas, baseadas em projetos-tipo que permitissem economia e
rapidez de execução. Tal crescimento foi acompanhado pela consequente negligência das atividades
de conservação e manutenção dos edifícios já existentes, provocando um processo de degradação
mais célere que o desejado (Parque Escolar, 2017).
Desta forma, e com o objetivo de reverter o processo de degradação das escolas, foi criado em 2007
o Programa de Modernização das Escolas destinadas ao Ensino Secundário (PMEES), sendo a
responsável pelo seu planeamento, gestão, desenvolvimento e execução a Parque Escolar, E.P.E, (PE)
uma entidade pública empresarial criada, no mesmo ano, concretamente para a concretização deste
propósito (Parque Escolar, 2017).
Com este programa, que se dividiu em quatro fases distintas, foram reabilitadas 173 escolas em
diversos distritos do país e de três tipologias distintas: liceus, escola industriais e comerciais e escolas
pavilhonares.
Os objetivos deste programa passam por recuperar e modernizar os edifícios, abrir a escola à
comunidade e criar um sistema eficiente e eficaz de gestão dos edifícios por forma a garantir que as
instalações reabilitadas possam ser utilizadas em pleno. Para tal, são asseguradas pela PE diversas
ações de manutenção e conservação imprescindíveis para garantir o bom funcionamento das
infraestruturas escolares (Parque Escolar, 2017)
32
4.3. Aplicação da metodologia ao caso de estudo
Neste capítulo será aplicado ao caso de estudo a metodologia elaborada e apresentada no capítulo 3,
e serão discriminados os diversos passos que a constituem.
Passo 1 – Identificar o propósito da análise económica
• Identificar o objetivo
O objetivo desta análise é quantificar o desempenho económico de um edifício escolar de tipologia
pavilhonar, alvo de intervenção no âmbito do Programa de Modernização das Escolas destinadas ao
Ensino Secundário (PMEES).
• Identificar o uso pretendido para a avaliação económica
Com o desenvolvimento desta avaliação económica pretende-se que seja possível:
Identificar os custos mais significativos durante o ciclo de vida do ativo
Identificar o potencial de otimização do objeto de estudo
Planear os custos futuros
Analisar e comparar a viabilidade económica de diferentes alternativas de intervenção
Tornar possível a futura comparação com valores obtidos para casos de estudo da mesma
natureza
Passo 2 – Identificar o âmbito
• Definir os elementos a analisar
Quanto à escala de aplicação, esta análise recai somente sobre um ativo. Dito isto, é de referir que,
ainda que atualmente estas instalações escolares sejam constituídas por um edifício apenas,
anteriormente à sua reabilitação identificavam-se três edifícios distintos, que após a reabilitação foram
unidos através da construção de um novo corpo, que passou a unificar os elementos existentes. A
este junta-se um pavilhão gimnodesportivo e os respetivos balneários.
• Identificar as fases do ciclo de vida a considerar
Tendo em consideração que o objeto de estudo se encontra em fase de utilização, considerou-se que
a análise recairia sobre as fases do seu ciclo de vida correspondentes à aquisição do terreno e
construção do ativo, a sua fase de utilização até à atualidade, incluindo a sua reabilitação, e, por fim,
seria também analisado um período de utilização futura.
33
Passo 3 – Identificar o período de análise e os métodos de avaliação do desempenho económico
• Definir o período de análise
O período a estudar tem inicio na data de aquisição do terreno onde foi posteriormente construído o
estabelecimento escolar, ou seja 1970, e termina em 2031, uma vez que se decidiu incluir na análise
um período de 15 anos após o último ano completo em que foi possível recolher dados, ou seja, 2016.
A decisão acerca destes 15 anos deve-se ao facto de se pretender analisar a fase de utilização futura
do edifício, assim como estimar os seus valores, mas sem incluir intervenções de grande dimensão,
algo que se espera que deverá ocorrer após este período, e cuja análise implicaria um conhecimento
profundo das condições funcionais e estruturais do edifício, algo que ultrapassa o âmbito deste
trabalho.
Desta forma, o período de análise estende-se ao longo de 62 anos.
• Definir os métodos de avaliação de desempenho económico
Para que no final da análise seja possível analisar o desempenho económico do caso de estudo
optou-se por utilizar parâmetros como o CAL e o CAE, cujas equações são, respetivamente a 3.3 e a
3.4, que se encontram indicadas no capítulo 3.3.
Optou-se por recorrer a estes indicadores dado que o seu cálculo é simples e capaz de devolver
valores facilmente compreendidos pelas várias partes interessadas e que revelam informação muito
relevante quando analisado o ativo. Entre os dois indicadores o CAE é o que proporciona uma melhor
comparação com outros casos de estudo, com diferentes períodos de análise, uma vez que este é
um valor anual e não de todo o ciclo de vida considerado.
Para tal irá ser considerada uma taxa de atualização real de 3% uma vez que, para além de ser o
valor aconselhado na EN 16627, este parece ser um valor adequado considerando que a taxa de
atualização é composta pela soma de três parcelas (taxa de inflação, taxa de juro sem risco e prémio
de risco) e não será tido em consideração a taxa de inflação por se ter decidido trabalhar a preços
constantes. Assim, a soma das restantes parcelas deverá aproximar-se deste valor de 3%.
Passo 4 – Identificar a necessidade de análises adicionais (análises de risco e sensibilidade)
Nesta análise não serão desenvolvidas análises de risco por não se encontrar no âmbito do estudo a
ser desenvolvido.
Ainda assim, serão levadas a cabo algumas análises de sensibilidade para verificar a influência de
certos parâmetros utilizados.
34
Desta forma, serão aplicadas variações à taxa de atualização e aos valores de custo estimados para o
período futuro considerado. A escolha destes parâmetros, sobre os quais recai a análise de
sensibilidade, deve-se à incerteza que envolve a decisão de lhes atribuir um valor mesmo não tendo a
certeza do que o futuro reserva. Por essa razão optou-se por analisar o impacto que a sua variação
envolve e verificar em que grau podem vir a afetar o desempenho económico do edifício.
Assim, é possível identificar e controlar com mais atenção os parâmetros mais críticos e estar um pouco
mais preparado para lidar e se adaptar aos valores reais.
Passo 5 – Identificar os requisitos do projeto e do ativo
• Caracterizar o ativo
Inicialmente apresenta-se a Tabela 2 onde se encontram resumidas algumas das características do
caso de estudo com relevância para o desenvolvimento deste trabalho.
Tabela 2 - Características do caso de estudo
Data de construção 1975 - 1977
Data de reabilitação 2008 - 2009
Área anterior à reabilitação 4967 m2
Área após a reabilitação 8107 m2
Capacidade prevista após a reabilitação 40 turmas
Nº de aluno no ano letivo 2016/2017 1892
Antes da Reabilitação
O caso de estudo recai sobre uma escola pavilhonar de ensino secundário construída entre 1975 e
1977 e, posteriormente, reabilitada pela PE, entre 2008 e 2009, cuja identificação não será revelada.
Aquando da sua construção, esta apresentava uma tipologia de blocos 3x3, caracterizada pela
existência de um conjunto de pavilhões autónomos, com 3 salas viradas para cada uma das fachadas,
com planta quadrada ou retangular, 3 pisos e com ligação exterior através de galerias cobertas.
Esta constituição modular e normalizada permite que a construção de um pavilhão-tipo seja repetida o
número de vezes necessárias para satisfazer as necessidades educativas e a verba disponível para a
sua edificação. Esta tipologia permite também uma mais fácil adaptação à topografia do terreno através
da possibilidade de desnivelar os vários elementos (Pires, 2010).
Em termos construtivos, anteriormente à reabilitação, estes edifícios apresentavam uma estrutura
porticada de betão armado e paredes preenchidas por panos de alvenaria de tijolo rebocado e pintado.
As coberturas são, geralmente, planas, não visitáveis e constituídas por chapas onduladas de
fibrocimento.
35
Estado de Conservação
Para analisar o estado de conservação do ativo foi necessário ter em consideração que, no período em
que a escola em análise foi construída, a maior preocupação das entidades responsáveis era promover
o rápido crescimento do número de infraestruturas escolares, de forma económica, e para dar resposta
à procura verificada pelo número crescente de alunos.
Tal panorama vem justificar a falta de qualidade da construção verificada, consequência das decisões
tomadas durante o projeto e dos trabalhos de execução da obra, que não demonstraram suficiente
preocupação relativamente à durabilidade e comportamento ao longo do tempo dos seus diversos
elementos. Assim, e tendo também em consideração a inexistência que quaisquer planos de
manutenção, é expectável a ocorrência de anomalias responsáveis pela degradação do ativo e pela
diminuição do seu tempo de vida útil esperado.
Deste modo, o estado de degradação da escola analisado previamente à reabilitação presume-se ter
sido preocupante, principalmente devido à constatação de uma deficiente pormenorização dos
elementos estruturais e das reduzidas espessuras de betão de recobrimento, assim como pela
fissuração orientada visível em alguns elementos, que vem enfatizar problemas ao nível do
desempenho estrutural do edifício. Outra das preocupações tinham por base a falta ou ineficiência dos
elementos de remate e da reduzida qualidade de alguns acabamentos e materiais utilizados. Em certas
zonas também seriam visíveis os desligamentos entre a estrutura e os elementos não estruturais, que
também evidenciavam a necessidade de uma intervenção (Barrelas, 2012 e Branco et al., 2009).
Desta forma, e dado o seu estado de degradação, verificou-se necessária a realização de obras de
reabilitação, que decorreram entre 2008 e 2009 durante a Fase 1 do Programa de Modernização das
Escolas destinadas ao Ensino Secundário conduzido pela Parque Escolar, E.P.E..
Reabilitação
Para qualquer edifício é necessário que se considerem ações de manutenção e, caso necessário, de
reabilitação, para que estes possam cumprir os requisitos funcionais e estruturais para os quais foram
projetados, assim como garantir o conforto dos seus utilizadores. No caso de edifícios escolares, dada
a intensidade da sua utilização, a sensibilidade dos seus utilizadores e a importância do seu propósito
para a sociedade e para a evolução do país, é ainda mais importante que estas ações sejam
implementadas e encaradas com seriedade.
Para melhores resultados, é muito importante que estas intervenções sejam planeadas tendo em
consideração as componentes funcionais e construtivas do edifício, assim como o seu estado de
degradação atual, uma vez que o planeamento é um elemento chave para garantir a qualidade e custos
reduzidos ao longo de todo o ciclo de vida do ativo.
Neste caso, a intervenção efetuada incluiu a reabilitação de infraestruturas já existentes, assim como
a introdução de áreas de construção nova com o objetivo de melhorar o desempenho construtivo e
36
funcional de toda a escola. Da área de construção total após a reabilitação verifica-se que 39%
corresponde a construção nova e a restante a infraestruturas reabilitadas, sendo que se passou de
uma área bruta total de 4967 m2 para 8107 m2 após intervenção efetuada.
O projeto edificado reflete os objetivos do PMEES, assim como as necessidades do modelo de ensino
atual, uma vez que é imprescindível que estes edifícios apresentem as condições necessárias que
promovam uma aprendizagem eficaz.
Por essa razão, foram tidas em consideração decisões que promovem a qualidade ambiental e a
eficiência energética por forma a melhorar as condições de uso. Um dos objetivos passou também pela
melhoria da funcionalidade da escola através da conexão entre os diversos blocos já existentes e que
foram alvo de reabilitação, formando um único edifício. Os espaços exteriores também foram
intervencionados com o objetivo de melhorar a acessibilidade e o estacionamento, assim como
aumentar a área permeável (Parque Escolar, 2017).
Desde a reabilitação, os serviços de conservação e manutenção são maioritariamente da
responsabilidade da PE, cujas principais funções passam por planear as intervenções, informar os
utilizadores acerca de boas práticas de utilização, reparar antecipadamente certas anomalias para
evitar o seu agravamento e reduzir a probabilidade de avaria e degradação dos seus elementos.
• Definir os cenários
Tendo em conta as características do ativo e o seu posicionamento atual no ciclo de vida, os cenários
considerados e que serão analisados são os seguintes:
Cenário de pré-construção (Módulo A0)
Cenário de construção (Módulos A1-A5)
Cenário de utilização (Módulos B1-B7)
o Cenário relacionado com a fase de utilização (B1)
o Cenário de manutenção (B2)
o Cenário de reparação e substituição (B3-B4)
o Cenário de remodelação (B5)
o Cenário de utilização operacional de energia (B6)
o Cenário de utilização operacional de água (B7)
A definição destes cenários permite uma visão mais clara sobre as fases do ciclo de vida a analisar e
como estas se dividem. Esta definição possibilita também um melhor entendimento do que se
pretende considerar e que informação será necessária para continuar a aplicação desta metodologia.
37
• Identificar as limitações
Os módulos C e D foram excluídos da análise a realizar por se encontrarem fora do âmbito deste
trabalho, uma vez que não se têm em conta os custos de fim de vida nem as receitas do edifício em
estudo
• Definir a origem da informação
Para toda informação apresentada será indicado se foi assumida, estimada ou calculada, conforme
forem surgindo os seus valores e explicado o seu significado.
Passo 6 – Identificar as opções e os custos a considerar
• Identificar as opções
O objetivo inicial passa por prever os custos associados ao edifício escolar analisado ao longo das
várias fases do seu ciclo de vida.
Posteriormente pretende-se também comparar estes resultados iniciais com os obtidos numa análise
que inclua a implementação de uma estratégia de intervenção que possibilite a melhoria do
desempenho energético e do comportamento térmico do edifício, assim como uma possível redução
de custos.
A análise à implementação desta estratégia de intervenção será apresentada no capítulo 4.4., pelo
que não serão aqui referidas as suas características nem modo de aplicação.
• Categorizar os Custos
Na aplicação do Modelo de Captação de Custos serão considerados os módulos de acordo com os
cenários anteriormente enumerados.
Desta forma, os custos identificados pertencerão aos módulos A e B, como assinalado na Figura 10,
sendo que o módulo A0 diz respeito aos custos ocorridos previamente à fase de construção, A1 a A5
correspondem à fase de construção e os módulo B1 a B7 acomodam informação relativa à fase de
utilização do edifício.
38
Figura 10 - Indicação dos módulos de custos a ser considerados (Fonte: Almeida, 2016 (pág.22))
Passo 7 – Reunir os custos associados ao período de estudo
• Identificar e reunir os custos relevantes para cada módulo
Para o preenchimento do Modelo de Captação de Custos a utilizar é necessário recolher os custos
correspondentes ao ciclo de vida do edifício e que se enquadrem nos diversos módulos identificados
no modelo.
Quanto aos dados relativos à aquisição do terreno (A0), construção do ativo (A1-A5) e posteriormente
à sua reabilitação (B5), estes já eram do conhecimento do LNEC, sendo que tinham sido obtidos e
consultados, no âmbito de outra dissertação de mestrado, no Ministério da Educação, os custos
relativos à aquisição e construção, e na Parque Escolar, E.P.E, os relativos à reabilitação.
Os restantes custos, referentes à fase de utilização do edifício, tanto antes como após a reabilitação
tiveram de ser recolhidos na própria escola através da consulta de livros de caixa, Figura 11, e de
faturas correspondentes aos diversos anos do ciclo de vida guardados no seu arquivo e disponibilizados
para consulta após de diversos contactos e pedidos dirigidos à escola em questão.
39
Figura 11 - Livro de caixa consultado na recolha de custos
Esta consulta possibilitou a recolha de dados, de diferentes naturezas, referentes ao período entre 1989
e 2016. Os custos obtidos em cada um dos anos, salvo algumas exceções, não permitem o
preenchimento de todos os módulos do Modelo de Captação de Custos pelo que, tendo por base os
valores obtidos noutras datas, são estimados os custos em falta.
Dos custos consultados, foram retirados os que se consideraram ser relevantes para o bom
desempenho do edifício, garantindo a sua segurança estrutural, funcionalidade e conforto dos
utilizadores.
É de referir que até ao ano de 2006 os valores foram retirados dos Livros de Caixa consultados, onde
se encontram registados manuscritamente os fluxos de caixa daquele ano, respeitantes a todo o tipo
de despesas. Nestes livros, por se apresentar apenas indicado o nome da entidade que emitiu a
despesa e o seu valor torna-se, geralmente, difícil conseguir associar o nome da empresa a um tipo de
custo específico pelo que, em alguns destes anos, é possível que não tenham sido retirados,
despropositadamente, custos com interesse para o modelo por não ter sido possível identificá-los. É
também de referir, que o facto da informação ser registada manuscritamente tornou um pouco mais
demorada a recolha da informação devido a uma maior dificuldade de leitura. Ainda assim, todos os
documentos consultados encontravam-se em bom estado de conservação, o que não prejudicou a
consulta de qualquer informação.
Para os anos seguintes, após 2006, em que foram consultados os dossiers onde se encontram
arquivadas as faturas das despesas, também é necessário indicar que em algumas situações não se
sabe se os valores retirados correspondem ao total dos custos desse ano ou se existem algumas
faturas que não tenham sido arquivadas por esquecimento ou por se terem perdido e, por isso, não
seja possível tê-las em consideração.
40
Ainda assim, e não sendo possível ter conhecimento acerca do assunto, considera-se que os valores
consultados e recolhidos representam a totalidade dos custos efetuados pela entidade escolar,
ignorando a existência de possíveis valores em falta.
Convém também indicar que existe ainda o fator humano, pelo que algum valor poderá ter passado
despercebido, sem intenção, ou ter sido mal registado tanto agora, na sua recolha, como no passado,
aquando da sua inscrição nos livros.
Assim, após a recolha dos custos anteriormente indicados e o tipo de trabalhos a que se referiam, estes
foram associados a uma das categorias identificadas no Modelo de Captação de Custos, conforme se
considerou mais indicado tendo em conta as suas características.
É de referir que como não foi possível diferenciar os custos destinados a trabalhos de reparação (B3)
dos de substituição (B4), por exemplo, por serem desempenhados pelas mesmas entidades, por não
virem bem especificados os trabalhos executados ou a utilização a que se destinavam certos materiais
ou equipamentos, optou-se por agregar estas duas categorias. De seguida, é possível consular na
Tabela 3 as diversas categorias de custos recolhidas e a sua associação aos diferentes módulos do
Modelo de Captação de Custos.
Tabela 3 - Identificação das categorias de custos pertencentes a cada módulo do Modelo de Captação de Custos
Módulos de Custos Categorias de Custos
A0 Terreno Aquisição do Terreno
A1-A5 Construção
Projeto
Construção
Fiscalização
B1 Utilização
Imposto
Alarmes
Seguros
Taxa de conservação de esgotos
Iluminação
Chaves
B2 Manutenção
Rendas Parque Escolar
Limpeza
Produtos de limpeza
Desbaratizações
Desentupimentos
Pinturas
Inspeções a Elevadores
Assistência Técnica a AVAC
Assistência Técnica a Extintores
Inspeções de Gás
Ordenado do responsável pela manutenção
B3 - B4 Reparação e Substituição
Ferramentas, ferragens e materiais de construção
Vidros
Carpintaria
Reparação de elementos
B5 Remodelação Reabilitação
B6 Energia Eletricidade
Gás
B7 Água Água
41
Nesta fase do tratamento de dados foi necessário que uma grande parte dos valores recolhidos na
escola, mais concretamente os anteriores a 2002 e que se encontravam registados em Escudos,
fossem convertidos à moeda nacional atual, Euros, tendo em consideração que 1 Euro corresponde a
200, 482 Escudos.
• Estimar valores para os custos não obtidos
Após a recolha de todos os valores relevantes e da sua conversão à mesma unidade foi possível
estimar os valores em falta por se pensar que se encontra mais próximo da realidade considerar um
valor aproximado de alguns custos, que se sabe que ocorrem todos os anos ou com uma periodicidade
relativamente esperada, do que considerar esse valor nulo nos períodos em que não foi possível
recolher esses dados.
Valores anteriores a 2016
Para estimar os valores dos anos em falta, além de outras generalizações, considerou-se que os custos
variavam apenas segundo a inflação a partir dos anos conhecidos. Para os vários tipos de custos
existentes não se tiveram em conta as mesmas simplificações, uma vez que estes apresentavam
naturezas e características distintas e, por isso, não se considerou correto estimá-los da mesma forma.
Para os custos em que geralmente não existe grande variação de valores entre anos adjacentes fez-
se a média entre os valores anterior e/ou posterior mais próximos ao ano a ser estimado, caso estes
existissem, por se considerar que são estes que se encontram mais próximos do que terá sido o valor
real desse ano e que seriam mais representativos da variação que possa ter ocorrido entre essas datas.
É o caso dos custos relacionados com alarmes, seguros, rendas da Parque Escolar, limpeza,
assistência técnica de elevadores, AVAC e extintores, inspeções de gás, ordenado do responsável pela
manutenção, custos de eletricidade e de água.
Para os valores em que existe uma maior variação dos custos ao longo dos anos associada uma maior
imprevisibilidade na sua estimativa, por se tratarem de custos associados a bens perecíveis ou ações
de manutenção ou reparação, que apesar de semelhantes ao longo do tempo, podem não se dirigir
sempre aos mesmos elementos, optou-se por se fazer uma média de todos os valores recolhidos uma
vez que utilizar só os dos anos mais próximos, como foi descrito para alguns dos outros valores, poderia
não ser representativo o suficiente. É o caso dos custos relativos a Iluminação, chaves, produtos de
limpeza, desbaratizações, desentupimentos, pinturas, ferramentas, vidros, carpintaria, reparação de
elementos.
É de referir que, para a maioria dos casos, para estimar valores a partir dos custos reais recolhidos
optou-se por separar os valores correspondentes ao período antes e após a reabilitação por se
considerar que a alteração arquitetónica e funcional do edifício possa influenciar os custos. Deste modo,
quando feita alguma média a partir de valores reais para algum ano prévio à reabilitação consideram-
42
se apenas os valores até 2008 e para estimar valores após a reabilitação consideram-se custos apenas
desde 2009.
Para a estimativa de qualquer custo em que se recorra à média de diversos valores, primeiramente
transportaram-se os valores reais recolhidos, e que foram utilizados, para o ano em que se quis estimar
um valor, tendo apenas em consideração a evolução da inflação entre esses anos, por forma a que
esta não tenha influência no valor estimado, e só depois se calcula a média desses valores.
É de notar que foi possível recolher os custos de energia e água de quase todos os anos do período
de análise, até ao presente, pelo que foi apenas necessário estimar valores correspondentes a poucos
anos. Além disso os valores estimados partiram sempre de custos que ocorreram num período temporal
bastante próximo ao estimado, por isso, os valores destas categorias aproximam-se mais da realidade
em comparação com os que foi necessário considerar mais simplificações e estimativas, que imputam
um maior nível de incerteza a esta análise.
Em seguida, apresenta-se na Tabela 4, para cada tipo de custos, o resumo das simplificações
consideradas e o modo como foram estimados os valores para os anos em que não foi possível recolher
custos.
Tabela 4 - Tabela resumo das simplificações consideradas na estimativa de custos em falta
A0 – Terreno Terreno Custo total atribuído ao ano de aquisição do terreno (1970)
A1 a A5 – Construção
Projeto Custo total atribuído ao ano de elaboração do projeto (1972)
Construção
Apesar da construção ter ocorrido entre 1975 e 1977, optou-se por distribuir o valor total de construção igualmente apenas pelos 2 primeiros anos por se ter informação de que a inauguração da escola ocorreu em janeiro de 1977.
Fiscalização Custo total atribuído ao ano de ocorrência (1975)
B1 - Utilização
Imposto
0,16 €/m2 de área construída, ou seja, sobre a área de construção nova e reabilitada. Considera-se este valor constante todos os anos desde a reabilitação, por ter sido definido após a esta e mantido, sem sofrer alterações devido à inflação
Alarmes
Valores estimados a partir da média entre os valores anterior e/ou posterior mais próximos ao ano a ser estimado Como não foi possível recolher custos anteriores a 2013 considera-se que o primeiro ano registado foi o primeiro após a reabilitação.
Seguros Valores estimados a partir da média entre os valores anterior e/ou posterior mais próximos ao ano a ser estimado
Taxa de conservação de esgotos
Valores estimados a partir da média entre os valores anterior e/ou posterior mais próximos ao ano a ser estimado A partir de 2016 este valor passa a estar incluído nos custos de água pelo que a partir deste ano não se estima mais nenhum valor.
Iluminação Valores estimados a partir da média de todos os valores recolhidos Chaves
43
Valores posteriores a 2016
Para a estimativa dos custos correspondentes ao período futuro, uma vez que não existe qualquer
informação acerca do seu valor esperado para este ativo em específico, optou-se por pesquisar custos
e métodos de estimativa de custos da fase de utilização de edifícios, sempre que possível edifícios
escolares, por forma a conseguir encontrar uma gama de valores que pudessem ser utilizados.
Uma vez que não foi possível encontrar valores correspondestes às categorias específicas segundo as
quais se dividiram os módulos de custos, como por exemplo Alarmes, Limpeza, Carpintaria, entre
outros, os custos recolhidos e os valores estimados para os futuros serão apenas divididos pelos
Tabela 5 (cont.) - Tabela resumo das simplificações consideradas na estimativa de custos em falta
B2 - Manutenção
Rendas Parque Escolar Valores estimados a partir da média entre os valores anterior e/ou posterior mais próximos ao ano a ser estimado
Limpeza
Valores estimados a partir da média entre os valores anterior e/ou posterior mais próximos ao ano a ser estimado Não se considera, para calcular a média, o valor correspondente a 2010 pois é excecionalmente superior aos restantes, o que leva crer que se trate de uma limpeza profunda após a finalização dos trabalhos de reabilitação e que não seja representativo para os restantes anos.
Produtos de limpeza Valores estimados a partir da média de todos os valores recolhidos
Desbaratizações
Desentupimentos
Pinturas
Valores estimados a partir da média de todos os valores recolhidos
Dado em 1992 verificar-se a existência de um valor muito mais elevado que os restantes, considera-se que de 8 em 8 anos há uma pintura de maior dimensão, pelo que a estimativa dos valores tem em conta esta periodicidade. Em 2009 não se consideram custos de pintura por estes se encontrarem incluídos no custo de reabilitação.
Inspeções Elevadores Valores estimados a partir da média entre os valores anterior e/ou posterior mais próximos ao ano a ser estimado Só se consideram valores após a reabilitação por não existirem dados anteriores
Assist. Técnica AVAC
Assist. Técnica Extintores
Inspeções Gás Valores estimados a partir da média entre os valores anterior e/ou posterior mais próximos ao ano a ser estimado Ordenado responsável
manut.
B3 e B4 - Reparação e Substituição
Ferramentas, ferragens e mat. const.
Valores estimados a partir da média de todos os valores recolhidos
Vidros
Carpintaria
Reparação de elementos
B5- Remodelação
Reabilitação Como a reabilitação decorreu entre 2008 e 2009 divide-se igualmente o seu custo pelos dois anos
B6 - Energia Eletricidade
Valores estimados a partir da média entre os valores anterior e/ou posterior mais próximos ao ano a ser estimado
Gás
B7 - Água Água
44
módulos anteriormente indicados. Assim, pesquisaram-se valores correspondentes aos módulos B1 a
B4, B6 e B7.
Inicialmente foram pesquisados os valores correspondentes aos módulos de Utilização (B1),
Manutenção (B2) e Reparação e Substituição (B3 e B4), sendo que foram recolhidos diversos valores
e métodos que, pela sua descrição, se consideraram incluir os custos correspondentes a estes módulos
em conjunto. Dos valores recolhidos é possível identificar métodos que se baseiam em percentagens
aplicadas ao valor de reabilitação, fórmulas que têm por base a idade e/ou a área do edifício e, também
custos por área do ativo ou por número de alunos.
Depois de recolhidos diversos valores, apresentados no Anexo E, estes foram calculados e analisados
por forma a verificar se se encontravam próximos ou se existiam alguns que se distanciavam muito da
média. Para tal, elaborou-se o gráfico apresentado na Figura 12, onde estão representados todos os
valores recolhidos calculados para o ano de 2017, sendo que no eixo das abcissas se encontra o seu
número de identificação, atribuído apenas com o intuito de reconhecimento do valor face aos restantes,
e no eixo das ordenadas é indicado o valor estimado.
É possível verificar, pela Figura 12, que alguns valores se revelaram superiores aos restantes. Por essa
razão optou-se por excluir o valor que apresentava o custo mais alto, marcado a vermelho, por ser o
que se afastava mais da média de valores calculada. É de referir que apesar de existirem mais alguns
pontos que apresentavam valores um pouco altos em relação à média, optou-se por não se excluírem
para a estimativa de custos, uma vez que tal também se deve ao facto de certos métodos utilizados
terem tendência a estimar valores mais altos que outros.
Figura 12 - Dispersão dos diversos valores pesquisados para a estimativa de custos futuros (Módulos B1 a B4)
De seguida calculou-se a média dos valores considerados, assim como o seu valor mínimo e máximo.
Destes será utilizado o valor médio para uma análise mais completa e serão apenas tidos em
consideração os outros dois valores quando levadas a cabo as análises de sensibilidade.
0,00 €
200 000,00 €
400 000,00 €
600 000,00 €
800 000,00 €
1 000 000,00 €
1 200 000,00 €
1 400 000,00 €
1 600 000,00 €
1 800 000,00 €
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Cu
sto
est
imad
o
Nº de identificação do valor estimado
45
Uma vez que os valores calculados incluem conjuntamente um valor total para os módulos B1 a B4,
decidiu-se dividir esse valor segundo as percentagens médias anuais de cada módulo face ao total
anual dos módulos desde a reabilitação, mostradas na Figura 13.
É de referir que, por alguns dos métodos de estimativa de custos serem fórmulas que têm em conta a
idade do ativo, o valor médio de cada ano varia, como é possível verificar na Tabela 5. Ainda assim, os
valores mínimo e máximo calculados para cada ano, para os três módulos em conjunto, neste caso
específico, não variam, sendo de 8 841,57 € e 855 530,75 €, respetivamente, sem estarem atualizados
para o ano de 2016.
Tabela 6 - Custos médios estimados (não atualizados) dos módulos B1 a B4
Ano B1 - Utilização B2 - Manutenção B3 e B4 – Reparação e
Substituição
2017 3 572,29 € 158 452,30 € 4 360,61 €
2018 3 574,00 € 158 528,33 € 4 362,71 €
2019 3 575,72 € 158 604,36 € 4 364,80 €
2020 3 577,43 € 158 680,39 € 4 366,89 €
2021 3 579,14 € 158 756,42 € 4 368,98 €
2022 3 580,86 € 158 832,45 € 4 371,07 €
2023 3 582,57 € 158 908,48 € 4 373,17 €
2024 3 584,29 € 158 984,50 € 4 375,26 €
2025 3 586,00 € 159 060,53 € 4 377,35 €
2026 3 587,71 € 159 136,56 € 4 379,44 €
2027 3 589,43 € 159 212,59 € 4 381,54 €
2028 3 591,14 € 159 288,62 € 4 383,63 €
2029 3 592,86 € 159 364,65 € 4 385,72 €
2030 3 594.57 € 159 440,68 € 4 387,81 €
2031 3 596,28 € 159 516,71 € 4 389,91 €
2,15%
95,23%
2,62%
B1 - UTILIZAÇÃO
B2 - MANUTENÇÃO
B3-B4 - REPARAÇÃO ESUBSTITUIÇÃO
Figura 13 - Distribuição dos custos de utilização, manutenção, reparação e substituição no período
2008-2016
46
Quanto aos valores correspondentes ao módulo B6, referente aos custos de energia, após concluída a
sua recolha em diversas fontes, possíveis de consultar no Anexo F, uniformizaram-se as unidades e
realizou-se também uma análise para verificar a sua distribuição, apresentada na Figura 14.
Para estes valores decidiu-se eliminar os quatro superiores, a vermelho na Figura 14, por sobressaírem
em relação aos restantes e uma vez que a média calculada inicialmente se apresentava muito acima
dos valores de facto despendidos no edifício escolar em análise nos últimos anos.
Assim, calculou-se o valor mínimo, médio e máximo, que se mantém constantes quando não
atualizados, e são, respetivamente, 6 655, 85 €, 151 923,77 € e 370 065, 09 €.
Quanto aos custos de água, referentes ao módulo B7, procedeu-se também à sua recolha, no Anexo
G, e tratamento, sendo que todos os valores recolhidos são apresentados na Figura 15.
Figura 15 - Dispersão dos diversos valores pesquisados para a estimativa de custos futuros (Módulo B7)
0,00 €
10 000,00 €
20 000,00 €
30 000,00 €
40 000,00 €
50 000,00 €
60 000,00 €
70 000,00 €
80 000,00 €
90 000,00 €
100 000,00 €
0 50 100 150 200 250
Cu
sto
s es
tim
ado
s
Nº de identificação do valor estimado
0,00 €
500 000,00 €
1 000 000,00 €
1 500 000,00 €
2 000 000,00 €
2 500 000,00 €
3 000 000,00 €
3 500 000,00 €
4 000 000,00 €
4 500 000,00 €
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Cu
sto
s es
tim
ado
s
Nº de identificação do valor estimado
Figura 14 - Dispersão dos diversos valores pesquisados para a estimativa de custos futuros (Módulo B6)
47
Neste caso optou-se por uniformizar a gama de valores recolhida através da eliminação dos três valores
mais altos que apresentam uma diferença superior a 10 000 € face aos seguintes mais próximos.
Os valores mínimo, médio e máximo, que se mantém constantes quando não atualizados são,
respetivamente, 3 678,15 €, 27 867,63 € e 101 980,62 €.
• Associar cada custo recolhido a um período temporal
A todos os valores recolhidos foi associado o ano de ocorrência para que, quando atualizados os custos
durante a análise, se possa ter em consideração a variação do valor temporal do dinheiro e avaliar a
sua periodicidade, caso exista.
• Executar a base de dados
Completa a base de dados com todos os valores recolhidos e estimados, optou-se por utilizar valores
constantes no decorrer desta análise, pelo que se calcularam todos os valores de todos os anos
relativamente ao final de 2016, último ano completo aquando da análise. Para tal, considerou-se a
influência da taxa de inflação entre cada um dos anos e 2016 (Pordata, 2017), e cuja variação se
apresenta no Anexo B, com o objetivo desta deixar de ter influência nos valores avaliados e estes
serem possíveis de se equiparar.
Desta forma, os custos (𝑪𝒏 ) de cada ano 𝒏 a preços do ano 2016, considerando a taxa de inflação (𝒊)
de cada ano, foram calculados como apresentado na equação (4.1)
𝑪𝒏 𝟐𝟎𝟏𝟔= 𝑪𝒏 × ∏(𝟏 + 𝒊𝒏+𝟏)
𝟐𝟎𝟏𝟔
𝒏+𝟏
(4.1)
Após a aplicação desta fórmula a todos os custos deixa de se ter em consideração a influência da
variação de preços ao longo dos anos, passando-se a trabalhar com valores constantes e sendo
possível comparar os custos dos diversos anos entre si.
É de referir que a fórmula anterior só foi aplicada a valores anteriores a 2016 uma vez que os posteriores
a este ano já se encontravam referentes a este ano.
Em seguida, atualizaram-se todos os valores também para o ano de 2016 por forma a ser possível uma
análise e comparação mais correta. Assim, aplicou-se uma taxa real de atualização de 3%, tal como
sugerido na EN 16627 e também tendo por base que a taxa de atualização é composta pelo somatório
dos valores do rendimento real, geralmente traduzido pela taxa de remuneração real de ativos sem
risco, do prémio de risco e da taxa de inflação, que neste caso não será incluída por se utilizar uma
taxa real.
48
O cálculo dos valores atualizados, de cada ano (𝒏) considerando a taxa real de atualização (𝒅) de 3%,
é feito da seguinte forma para anos anteriores (equação (4.2)) e posteriores (equação (4.3)) a 2016:
𝑪𝒏 𝒂𝒄𝒕= 𝑪𝒏 𝟐𝟎𝟏𝟔
× (𝟏 + 𝒅)𝟐𝟎𝟏𝟔−𝒏 = 𝑪𝒏 𝟐𝟎𝟏𝟔× (𝟏 + 𝟎. 𝟎𝟑)𝟐𝟎𝟏𝟔−𝒏 (4.2)
𝑪𝒏 𝒂𝒄𝒕
= 𝑪𝒏 𝟐𝟎𝟏𝟔×
𝟏
(𝟏 + 𝒅)𝒏−𝟐𝟎𝟏𝟔= 𝑪𝒏 𝟐𝟎𝟏𝟔
×𝟏
(𝟏 + 𝟎. 𝟎𝟑)𝒏−𝟐𝟎𝟏𝟔
(4.3)
Calculados estes valores dividiu-se cada um deles pela área total de construção, tendo em
consideração que o seu valor se altera após a reabilitação, não sendo constante em todo o período de
análise. Assim, é possível desenvolver uma análise aos custos de ciclo de vida do ativo sem que a área
de construção seja considerada, permitindo uma melhor comparação entre alternativas, caso se
verifique necessário e conveniente.
Passo 8 – Verificar o período de análise e os parâmetros financeiros
• Verificar o período de análise
Tendo em conta as características do ativo e os dados recolhidos continua a ser considerado
adequado o período de análise inicialmente estipulado de 62 anos, que tem início em 1970 e fim em
2031.
• Verificar os parâmetros financeiros
Os parâmetros de avaliação de desempenho económico inicialmente estipulados, ou seja, o CAL e o
CAE, continuam a ser adequados ao que se pretende e, portanto, não haverá qualquer ajustamento
destes parâmetros.
Passo 9 – Avaliar o desempenho económico
Após a admissão de toda a informação na base de dados e do seu devido tratamento é agora possível
começar a obter resultados através do cálculo de alguns valores e da elaboração de gráficos que
permitem avaliar a evolução dos custos, assim como compará-los com valores de referência.
Passo 10 – Interpretar e apresentar os resultados iniciais
Este passo será desenvolvido no capítulo 5.
49
Passo 11 – Apresentar os resultados finais
No caso desta análise específica os resultados finais são iguais aos iniciais uma vez que não existiu a
necessidade de refazer novas análises de desempenho económico.
Quanto à apresentação dos resultados não será apresentado um relatório final, como indicado na
apresentação da metodologia, uma vez que tal não se adequa à estrutura deste trabalho. Ainda assim,
aconselha-se que tal se faça noutras situações por tornar mais fácil a apresentação e organização da
informação.
4.4. Aplicação de uma Estratégia de Intervenção
4.4.1. Enquadramento
Ao longo dos anos, na construção e reabilitação de edifícios, tem sido notória a preocupação em
responder ao aumento das exigências de conforto esperado pelos seus utilizadores, por forma a
garantir o seu bem-estar e comodidade durante todo o ano. Assim, tem-se investido na qualidade e em
equipamentos destinados a tornar os espaços agradáveis quanto à sua temperatura, ventilação e
luminosidade e, em muitos casos, equipados de acordo com os avanços tecnológicos atuais.
Desta forma, e apesar das muitas vantagens que esta abordagem proporciona, tem-se verificado um
aumento significativo no consumo de energia por parte dos edifícios, que contribui para o aumento da
emissão de gases e, consequentemente, para o aquecimento global (ERSE, 2010).
Por estas razões e tendo em consideração que em 2007 o Concelho Europeu (CE) estabeleceu
objetivos, para serem cumpridos pelos Estados-membros da União Europeia, que incluem a redução
em 20% das emissões de gases com efeito de estufa, face aos emitidos em 1990, o aumento em 20%
da quota de energias renováveis no consumo de energia e uma melhoria da eficiência energética em
20%, para serem cumpridos até 2020 (Bravo, 2013), é necessário intervir e adotar abordagens mais
eficientes e sustentáveis para os diversos sectores.
Assim, e uma vez que perto de 40% da energia utilizada na Europa, cerca de 30% no caso de Portugal,
como se pode ver na Figura 16, se destina ao sector dos edifícios (DGEG, 2017), podemos aqui
identificar uma ótima oportunidade de redução do seu consumo através da implementação de medidas
que tornem os edifícios mais ecológicos e, pelo menos, igualmente cómodos.
50
Figura 16 - Distribuição de energia final por sector em Portugal (Fonte: DGEG, 2017)
Os edifícios escolares não são exceção e, no seu caso, é de extrema importância manter um ambiente
interior apropriado, onde seja garantido conforto térmico, uma boa qualidade do ar e iluminação, de
preferência natural, que permitam criar uma envolvente que incentive a aprendizagem e o
desenvolvimento de diversas competências essenciais, tanto físicas como cognitivas. É necessário
garantir estas condições uma vez que as crianças, que passam grande parte dos seus anos de
crescimento nas escolas, são mais sensíveis à qualidade do ar que as rodeia e são mais afetadas pelas
consequências que um inadequado ambiente poderá provocar (Hermano, 2016).
Além disso, as escolas representam um papel importantíssimo enquanto exemplo para a comunidade,
pelo que devem ser utilizadas como agentes para a transmissão de valores de sustentabilidade e
responsabilidade ecológica às futuras gerações (Santoli, 2013).
Na intervenção efetuada pela Parque Escolar, E.P.E, no âmbito do PMEES, sobre o caso de estudo, é
visível que foram tidas em conta algumas destas considerações. Ainda assim, é possível verificar que,
tendo em conta valores que não consideram a variação dos preços ao longo do tempo, houve um
aumento significativo dos custos anuais de energia quando comparados os períodos anterior (1977-
2007) e posterior (2008-2016) à reabilitação, como é possível verificar no Figura 17.
Figura 17 - Custos de energia antes e após a reabilitação
Agricultura e Pescas
3%
Indústria31%
Transportes37%
Residencial16%
Serviços13%
€-
€20 000,00
€40 000,00
€60 000,00
€80 000,00
€100 000,00
€120 000,00
€140 000,00
Cu
sto
Ano
Antes da reabilitação Após a reabilitação
Edifícios 29% da Energia
Final em Portugal
51
Na Figura 17 é possível verificar que, inicialmente, os valores despendidos em energia por esta escola
eram excessivamente elevados, sendo que a partir de 1994 se verificou uma estabilização dos valores
que se manteve até à altura da reabilitação efetuada. É possível ver, também, que nos anos seguintes
à remodelação das instalações ocorreu um aumento bastante significativo dos gastos de energia, sendo
que entre 2007, último ano antes da remodelação, e 2012, ano cujo valor foi o mais alto dos últimos
anos, este aumento foi 74%. Ainda assim, é também notório que, a partir deste último ano, tem havido
algum esforço para reduzir os custos de energia que têm vindo, na maioria dos anos, a diminuir, ainda
sem conseguir voltar a alcançar os valores mais baixos verificados no período imediatamente anterior
à intervenção efetuada.
É de referir que, apesar deste aumento visivelmente notório quando comparados apenas os custos de
energia nos dois períodos, a percentagem dos custos energéticos face aos custos totais de cada ano
sofreu uma redução, o que poderá ser explicado pela existência de mais custos que puderam ser
identificados e recolhidos no período pós-reabilitação, assim como o elevado valor associado às rendas
pagas à PE que provocam um aumento significativo nos custos totais de cada ano, tornando menos
notório o peso das restantes parcelas.
Deste modo, e tendo em consideração que os custos energéticos ainda representam uma grande
parcela nos custos totais da escola durante a sua fase de utilização, e onde, provavelmente, existe a
maior oportunidade de intervir para que estes sejam reduzidos, optou-se por analisar a hipótese de ter
sido aplicada uma estratégia de intervenção que permitisses uma utilização mais eficiente da energia,
através da redução do seu consumo e do aproveitamento de fontes menos poluentes e menos
onerosas.
Para tal, optou-se por analisar uma possível alteração da fachada, uma vez que este elemento protege
o edifício contra as agressões exteriores e apresenta grande influência no desempenho térmico do
edifício, o que, consequentemente, se reflete nos custos de consumo energético e no conforto dos seus
utilizadores.
Desta forma, irá ser analisada a hipótese ter sido implementada uma parede de Trombe aquando da
reabilitação da escola. Este é um sistema passivo, que ao estar integrado no edifício, permite que as
trocas de energia térmica ocorram por meios naturais, contribuindo para o aquecimento e arrefecimento
natural do edifício e possibilitando a redução dos seus gastos energéticos (Martins, 2010)
4.4.2. Parede de Trombe
4.4.2.1. Conceito
O conceito da parede de Trombe foi patenteado em 1881 por Edward S. Morse e posteriormente mais
desenvolvido e dado a conhecer por Félix Trombe e Jacques Michel em 1957. Dez anos mais tarde
52
construíram, em Odeillo, França, a primeira casa a incluir uma parede de Trombe, como mostra a
Figura 18 (Martins, 2010).
Este é um sistema solar passivo que tem por base o conceito de edifício bioclimático, que defende o
aproveitamento das características da localização do edifício, como a sua exposição solar, vegetação,
inclinação, entre outras, para a sua melhor integração no ambiente natural e de forma a proporcionar a
redução do seu consumo de energia e o aumento do conforto térmico e iluminação (Nogueira, 2014).
Em Portugal, já existem alguns edifícios que onde se podem encontrar exemplos de aplicação desta
tecnologia, como é o caso da Casa Shäffer, na Madeira, a Casa Termicamente Optimizada, no Porto,
ou o Edifício Torre Verde, Lisboa, entre outros.
Uma parede de Trombe é essencialmente constituída por um pano de parede simples, uma caixa de
ar e um pano simples ou duplo de vidro no exterior. A parede maciça deverá ser constituída por
materiais que possuam uma boa capacidade de armazenamento térmico como, por exemplo, betão,
pedra ou tijolo maciço, e do lado exterior deverá apresentar uma cor escura por forma a aumentar a
absorção da radiação solar incidente. A sua espessura poderá variar consoante as propriedades do
material que a constitui como, por exemplo, a sua densidade, calor específico e condutibilidade térmica
(Martins, 2010).
Figura 18 - Casa com parede de Trombe em Odeillo, França (Fonte: http://www.bc-maison-ecologique.fr/actualites.le-mur-trombe.html)
Esta parede tem a capacidade de armazenar a radiação solar que nela incide, transformando-a em
energia térmica que é transferida para o interior do edifício através de mecanismos de condução,
radiação e convecção. No espaço entre a parede de armazenamento e o vidro poderão ser atingidas
temperaturas entre os 30ºC e os 60ºC, uma vez que predomina o efeito de estufa (Martins, 2010).
Consoante o período de desfasamento que se pretenda entre a acumulação do calor na parede de
Trombe e a sua transferência para o interior do edifício pode-se optar por construir uma parede não
ventilada ou ventilada, ou seja, com aberturas na parede que permitam a circulação do ar entre a caixa
de ar e o interior do edifício, como representado na Figura 19.
53
No caso da parede não ventilada a radiação solar é armazenada durante o dia e o calor é cedido ao
interior do edifício durante a noite. No caso da parede ser ventilada deverá ter duas aberturas de
ventilação, uma superior e outra inferior, e a energia térmica começa a ser transferida por convecção,
através destas, assim que a temperatura na caixa de ar ultrapassa a temperatura do interior do edifício,
como representado na Figura 20. Esta última opção é a mais aconselhada no caso da utilização do
edifício ser maioritariamente diurna, como é o caso do edifício em estudo, pois permite um aquecimento
mais imediato dos compartimentos. Além disso, segundo Martins (2010), uma parede de Trombe
ventilada apresenta maior rendimento que uma não ventilada. Na seleção da espessura da parede
também se deve ter em atenção o desfasamento no tempo pretendido para a transferência de calor.
Também o envidraçado poderá incluir aberturas de ventilação, neste caso exteriores, favorecendo a
ventilação do edifício e otimizando o seu comportamento tanto para a estação de aquecimento como
para a de arrefecimento (Martins, 2010).
Este sistema deverá ser implementado com orientação preferencial a Sul, com o objetivo de otimizar a
radiação solar incidente durante o Inverno e permitindo que no Verão esteja protegida da radiação,
devido à elevada altura do Sol durante esta estação, como esquematizado na Figura 21 (Martins, 2010).
Abertura de
Ventilação Superior
Abertura de
Ventilação Inferior
Parede Acumuladora
Caixa de ar
Vidro duplo incolor
(a) (b)
Figura 19 – Esquema da parede de Trombe não ventilada (a) e ventilada (b) (adaptado de: Martins, 2010)
Figura 20 - Esquema do funcionamento de uma parede de Trombe ventilada durante um dia de inverno (adaptado de: Martins, 2010)
54
É também aconselhável que a parede de Trombe inclua dispositivos de sombreamento que possam
ser ativados durante a noite, durante o período de Inverno, por forma a reduzir as perdas de calor para
o exterior, e durante os dias de Verão com o objetivo de evitar o sobreaquecimento dos
compartimentos. Pela mesma razão, na estação de arrefecimento, as aberturas de ventilação também
deverão estar encerradas (Martins, 2010).
A parede de Trombe, como qualquer outro sistema, apresenta tanto vantagens como desvantagens.
Assim, tem como pontos positivos permitir a redução do consumo energético do edifício através da
utilização de energia renovável, reduzir as oscilações de temperatura e necessitar de pouca
manutenção. Além disso, integra-se facilmente na arquitetura dos edifícios uma vez que do lado exterior
aparente ser uma janela e no interior é uma parede opaca.
Como desvantagens identifica-se o facto de ter de ser orientada a Sul, para atingir resultados
satisfatórios de poupança de energia, e, no seu espaço de implementação, não permitir a iluminação
natural. Deste modo, os envidraçados poderão ter de ser colocados com orientações menos favoráveis.
Outros pontos negativos passam pela elevada espessura da parede, que provoca a redução do espaço
interior, e o investimento inicial, que é superior à alternativa de contruir uma parede normal (Martins,
2010).
Apesar da crescente preocupação em apostar em construções sustentáveis, em Portugal os sistemas
passivos como forma de poupança de energia não têm sido muito implementados, quer pelo seu
desconhecimento por parte de certas partes interessadas do sector da construção, como pela falta de
uma metodologia de cálculo do seu desempenho energético, uma vez que o Regulamento das
Características e do Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE) não informa acerca do contributo
da parede de Trombe. A nível internacional deverá ser seguida a norma ISO 13790:2008 (E), que ainda
não foi adaptada ao panorama nacional, que apresenta o método de cálculo a seguir para analisar o
desempenho deste sistema (Martins, 2010).
Deste modo, é visível que ainda há inúmeros estudos a realizar para o desenvolvimento deste sistema,
mas é também necessário divulgar as vantagens da parede de Trombe e de outros sistemas passivos
com inúmeras potencialidades no âmbito da poupança de recursos para que o seu estudo e
implementação comecem a ser uma realidade, tanto a nível internacional como nacional.
S N
VERÂO
INVERNO
Figura 21 – Ângulo de incidência solar nos edifícios durante a estação de Inverno e Verão (adaptado de: Martins, 2010)
55
4.4.2.2. Dados Económicos
Para analisar a viabilidade de construção de uma parede Trombe na fachada Sul do edifício escolar
pesquisaram-se diversas fontes que tinham anteriormente estudado o potencial de poupança deste tipo
de parede.
Os diversos valores de poupança encontrados encontram-se apresentados na Tabela 6.
Tabela 7 - Referências e dados de paredes de Trombe analisados por diversos autores
Dada a existência de diversos valores, respeitantes a diferentes áreas de implementação decidiu-se
analisar a correlação entre os valores de percentagem de poupança sobre a energia de aquecimento
e a área da parede de Trombe, a percentagem de área de pavimento ocupada por esta parede e, por
fim, a percentagem de fachada ocupada por este tipo de construção, sempre que existiam dados para
tal. Tais relações estão representadas nas Figuras 22, 23 e 24 respetivamente.
Figura 22 - Relação área da parede de Trombe - % de Poupança de energia
REFERÊNCIA POUPANÇA (%) ÁREA PAREDE DE
TROMBE (M2) % ÁREA DE PAV
% ÁREA FACHADA SUL
Pinto, 2015
55,0 4,7
13,0
67,0
30,0
20,0
12,2
Ellis, P., 1995 17,4 45,0 22,3 100,0
Stazi et al., 2011 12,2
Abbassi, 2014
28,0 3,0 18,8
50,5 4,0 25,0
77,0 8,0 50,0
86,7 10,0 62,5
Briga-Sá et al., 2014
16,4 7,5 3,2 18,9
9,5 7,5 3,2 18,9
20,0 44,0
20,9 18,0
Martins, 2010
10,3 7,5 3,4
15,0
13,0
Real, 2010 11,2 11,3 8,7
Gomes, 2011 63,7 9,4 33,0
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0 10 20 30 40 50
% d
e P
ou
pan
ça d
e en
ergi
a
Área da parede de Trombe (m2)
56
Figura 23 - Relação % de área de pavimento igual á área da parede de Trombe - % de Poupança de Energia
Figura 24 - Relação % de Área de fachada sul ocupada pela parede de Trombe - % de Poupança de energia
Com a elaboração destes gráficos foi possível verificar que não existia uma relação clara entre a
percentagem de poupança com a área das paredes de trombe analisadas nem com a percentagem de
fachada ocupada. Ainda assim, foi possível visualizar que existia uma certa relação entre a
percentagem de poupança e a percentagem de área de pavimento do edifício, pelo que se decidiu criar
uma linha de tendência e utilizá-la para chegar a um valor de poupança esperada tendo em conta a
percentagem de área de pavimento, ou seja a percentagem da área da fachada sul ocupada pela
parede de trombe face à área de pavimento, que se espera utilizar.
Encontrada esta relação foi necessário decidir qual a área de parede de Trombe a implementar. Uma
vez que se trata de um edifício escolar e que não seria apropriado comprometer a entrada de luz natural
através da ocupação da área de janelas, decidiu-se que a parede de Trombe poderia ser implementada
na área sob as janelas, com cerca de 1 metro de altura.
y = 1,3823x + 0,0527
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
% d
e P
ou
pan
ça d
e en
ergi
a
% de Área de pavimento
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
% d
e P
ou
pan
ça d
e en
ergi
a
% de Área de fachada sul ocupada
57
Deste modo e tendo em consideração a arquitetura do edifício, calculou-se que as paredes de Trombe,
ao serem construídas no local indicado na fachada sul dos três pisos do edifícios ocuparia cerca de
264 m2, o que corresponderia a 6,85% da área de pavimento (8107 m2). Considerando este valor e a
equação retirada da linha de tendência anteriormente referida (y = 0,0138x + 0,0527), chegou-se a uma
percentagem de poupança de 14,73% da energia de aquecimento.
A energia de aquecimento representa apenas uma parcela da energia total utilizada num edifício.
Segundo o documento School Operations and Maintenance: Best Practices for Controlling Energy
Costs, de 2004, a energia de aquecimento num edifício escolar pode chegar aos 40%. Segundo Pereira
(2014), a energia de aquecimento nas escolas nos Estados Unidos da América é cerca de 47%. Desta
forma considera-se que a energia de aquecimento neste edifício escolar em concreto é uma média
destes dois valores, ou seja, 43,5%.
Desta forma, a poupança estimada, sobre a energia total consumida, devido a implementação de uma
parede de Trombe é 6,41%.
Já o custo da sua construção, em comparação com uma parede comum de alvenaria, pode sofrer um
aumento que vai desde 5 € (Gomes, 2011) e 91 € (Real, 2010) por cada m2 de área de parede de
Trombe. Assim, considera-se que o custo extra por se construir uma parede desta tipologia é a média
destes valores, ou seja, 48 €/m2. Desta forma, e considerando que a parede apresentará uma área de
264 m2, como referido anteriormente, o custo extra da sua construção rondaria os 12 672 €.
Elaborados estes cálculos, decidiu-se que este custo de construção seria adicionado ao ano de 2008,
uma vez que se considera que esta estratégia poderia ter sido implementada aquando da remodelação
da escola. A partir desse ano, será reduzido o valor respeitante à percentagem de poupança do custo
de energia calculado anteriormente (6,41 %) e não serão tidos em conta custos extras de manutenção
por se considerar que este tipo de parede não exige mais ações de manutenção que uma parede
comum.
Os resultados serão da implementação desta estratégia serão analisados no capítulo 5.
É de referir que, apesar da utilização destes valores, caso se pretendesse realmente implementar esta
estratégia seria necessário um estudo mais aprofundado e dirigido especificamente ao edifício em
questão, por forma a ter em consideração as suas características e serem analisada as hipóteses
possíveis, assim como os respetivos valores de poupança de energia esperados.
58
59
5. Análise de Resultados e Viabilidade da Metodologia
Aplicada a metodologia ao caso de estudo, é agora possível apresentar e interpretar os resultados
obtidos, tal como previsto nos passos 10 e 11.
Pretende-se que os resultados obtidos permitam auxiliar a tomada de decisão e a antecipação de certos
custos, tornando possível a tomada de decisões de uma forma mais preparada. Assim, serão
apresentados diversos gráficos que pretendem mostrar a distribuição de custos ao longo do tempo e a
sua divisão pelas categorias de custos consideradas.
Serão primeiramente apresentados os resultados relativos ao custo de ciclo de vida tendo em conta
considerações base, de seguida será apresentada uma breve análise de sensibilidade e, por fim, serão
apresentados os resultados obtidos quando estudada a implementação da estratégia de intervenção.
Será também discutida a viabilidade da metodologia aplicada.
Importa salientar que o âmbito do estudo realizado não permite fazer uma análise crítica aprofundada
ou conclusiva dos custos calculados, algo que exigiria um conhecimento mais aprofundado do projeto
da escola e da realidade da exploração da mesma.
5.1. Análise de Resultados Base
Inicialmente é apresentada a Figura 25, onde está apresentada a totalidade dos custos recolhidos e
estimados para todo o ciclo de vida considerado, tendo em conta os módulos por que se dividem. Neste
gráfico, os valores apresentados não se encontram atualizados e pretende-se apenas que seja possível
comparar a diferença entre valores não atualizados e atualizados, ou seja, que têm em consideração a
evolução do valor do dinheiro, quando comparados com a Figura 26.
Figura 25 - Custos Constantes e CAE (1970-2031)
€-
€1 000 000,00
€2 000 000,00
€3 000 000,00
€4 000 000,00
€5 000 000,00
€6 000 000,00
19
70
19
72
19
74
19
76
19
78
19
80
19
82
19
84
19
86
19
88
19
90
19
92
19
94
19
96
19
98
20
00
20
02
20
04
20
06
20
08
20
10
20
12
20
14
20
16
20
18
20
20
20
22
20
24
20
26
20
28
20
30
Cu
sto
AnoAO - TERRENOS E TAXAS A1-A5 - CONSTRUÇÃOB1 - UTILIZAÇÃO B2 - MANUTENÇÃOB3-B4 - REPARAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO B5 - REMODELAÇÃOB6 - ENERGIA B7 - ÁGUACAE
60
Na Figura 26, que se apresenta de seguida, encontram-se todos os custos identificados ao longo de
todo o ciclo de vida considerado, segundo os módulos de custos a que pertencem. Neste gráfico os
valores encontram-se atualizados para o ano de 2016 a uma taxa de 3%.
Figura 26 - Custos atualizados TA=3% (1970-2031)
Como se pode ver, a aplicação de uma taxa de atualização de 3%, faz com que os valores mais
distantes de 2016, ano referência para a atualização, aumentem para cerca do triplo quando
comparados com os não atualizados, o que tem grande impacto quando desenvolvida a análise de
desempenho económico do edifício.
Quanto mais distante se encontrarem os custos face ao ano de referência, neste caso 2016, maior o
impacto que a aplicação de uma taxa de atualização provoca. Desta forma é necessário ter em
consideração que os resultados obtidos serão afetados tanto pela taxa de atualização aplicada como
pelo período de análise selecionado.
Por forma a obter valores de referência, esta análise será mais direcionada aos valores atualizados por
traduzirem melhor a realidade dos custos com que se tem trabalhado e a sua variação ao longo do
tempo.
Assim, na Figura 26 é possível verificar que existem três picos de custos que se devem aos valores
associados à aquisição do terreno, à construção do edifício escolar e, mais recentemente, à reabilitação
da escola, executada pela Parque Escolar, E.P.E.
Os restantes custos, associados à fase de utilização do edifício, ainda que aparentemente mais baixos
em cada um dos anos, ganham relevância uma vez que se estendem por longos períodos de tempo e
são essenciais para garantir a funcionalidade do edifício.
€1,00
€2 000 001,00
€4 000 001,00
€6 000 001,00
€8 000 001,00
€10 000 001,00
€12 000 001,00
€14 000 001,00
€16 000 001,00
€18 000 001,00 1
97
01
97
21
97
41
97
61
97
81
98
01
98
21
98
41
98
61
98
81
99
01
99
21
99
41
99
61
99
82
00
02
00
22
00
42
00
62
00
82
01
02
01
22
01
42
01
62
01
82
02
02
02
22
02
42
02
62
02
82
03
0
Cu
sto
Ano
AO - TERRENOS E TAXAS A1-A5 - CONSTRUÇÃO
B1 - UTILIZAÇÃO B2 - MANUTENÇÃO
B3-B4 - REPARAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO B5 - REMODELAÇÃO
B6 - ENERGIA B7 - ÁGUA
61
Ao longo destes 62 anos de ciclo de vida, o CAE é 1 914 075,06 €, representado na Figura 25, e o CAL
do edifício é de 53 594 757,77 €, como é possível visualizar na Figura 27, em que se mostram os custos
atualizados acumulados ao longo do tempo.
Figura 27 - Custos atualizados acumulados (1970-2031)
Neste último gráfico, os aumentos mais significativos dizem respeito aos custos mais elevados,
anteriormente identificados. É de referir que mais de metade do custo de ciclo de vida do ativo ocorreu
até ao final da sua construção, ou seja, até ao fim de 1977, como também é possível verificar na Figura
28, onde 59 % dos custos totais dizem respeito aos módulos A1-A5.
Figura 28 - Distribuição dos custos totais
Este dado permite mostrar que, neste caso, o custo de construção apresenta valores bastante elevados
face aos restantes custos sendo de 31 638 307,87 €, ou seja, 6 369,70 €/m2. Este valor não significa
que, atualmente, a mesma construção teria este custo mas sim que, tendo em conta o valor da inflação
€-
€10 000 000,00
€20 000 000,00
€30 000 000,00
€40 000 000,00
€50 000 000,00
€60 000 000,00
19
70
19
72
19
74
19
76
19
78
19
80
19
82
19
84
19
86
19
88
19
90
19
92
19
94
19
96
19
98
20
00
20
02
20
04
20
06
20
08
20
10
20
12
20
14
20
16
20
18
20
20
20
22
20
24
20
26
20
28
20
30
Cu
sto
Ano
AO - TERRENOS E TAXAS A1-A5 - CONSTRUÇÃOB1 - UTILIZAÇÃO B2 - MANUTENÇÃOB3-B4 - REPARAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO B5 - REMODELAÇÃOB6 - ENERGIA B7 - ÁGUA
4%
59%
0%
9%
1%
15%
9%3%
AO - TERRENOS E TAXAS
A1-A5 - CONSTRUÇÃO
B1 - UTILIZAÇÃO
B2 - MANUTENÇÃO
B3-B4 - REPARAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
B5 - REMODELAÇÃO
B6 - ENERGIA
B7 - ÁGUA
62
e a variação do valorização do dinheiro ao longo dos anos, o custo despendido na construção teria hoje
este significado.
Uma vez que as características e dimensões do edifício escolar se alteraram com a sua remodelação,
como por exemplo, a sua área expandiu de 4967 m2 para 8107 m2, e também por parte da análise
incidir sobre um período futuro, optou-se por dividir o ciclo de vida em três fases distintas, por forma a
ser possível analisar mais corretamente os resultados obtidos. A primeira diz respeito ao período que
antecede a reabilitação do ativo, ou seja, de 1970 a 2007, a segunda inclui o período desde a
reabilitação até ao último ano completo, ou seja, entre 2008 e 2016 e, por fim, o último intervalo temporal
recai sobre o período futuro para o qual se estimaram os valores para a fase de utilização, ou seja 2017
a 2031.
Os custos atualizados do primeiro período referido, ou seja, de 1970 a 2007, encontram-se
apresentados mais pormenorizadamente na Figura 29.
Figura 29 - Custos atualizados TA=3% (1970-2007)
Para este período o CAL foi 38 589 905,91 € e o CAE 1 715 681,75 €.
É possível novamente verificar, pela análise da Figura 29, a disparidade entre os valores investidos na
construção da escola e os despendidos na sua manutenção. Pelos cálculos efetuados, anualmente
apenas 0.48% do custo de construção era investido na utilização, manutenção, reparação e
substituição de elementos do edifício (Módulos B1 a B4). Segundo diversos autores, como por exemplo
Kaiser, este valor deveria encontrar-se entre os 2 e 4%.
Quanto ao segundo período a ser analisado, entre 2008 e 2016, é possível verificar na Figura 30 os
custos atualizados associados a cada um dos anos, que incluem a remodelação da escola e os anos
que a sucederam.
€-
€2 000 000,00
€4 000 000,00
€6 000 000,00
€8 000 000,00
€10 000 000,00
€12 000 000,00
€14 000 000,00
€16 000 000,00
€18 000 000,00
Cu
sto
AnoAO - TERRENOS E TAXAS A1-A5 - CONSTRUÇÃO
B1 - UTILIZAÇÃO B2 - MANUTENÇÃO
B3-B4 - REPARAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO B5 - REMODELAÇÃO
B6 - ENERGIA B7 - ÁGUA
63
Figura 30 - Custos atualizados TA=3% (2008-2016)
Para este período o CAL é 10 866 070,71 € e o CAE 1 395 571,37.
Neste gráfico é possível visualizar que, apesar dos custos de remodelação serem bastantes superiores
aos custos investidos na fase de utilização anualmente, a diferença entre os dois valores é menos
chocante do que no primeiro período analisado (1970-2007). Tal é comprovado pelo facto de nesta fase
pós reabilitação, o investimento anual nos módulos B1 a B4 ter sido de 3,93% do custo de reabilitação,
já dentro dos valores aconselhados e bastante superior aos 0,48% do período anterior. Este último
cálculo é feito sobre o valor da remodelação por se considerar que esta marca o início de um novo
ciclo, tal como ocorreu aquando da construção do edifício.
É de referir que tal subida de valor percentual não se deve apenas ao aumento de investimento, mas
também ao facto do custo de construção ter sido significativamente superior ao de remodelação. Ainda
assim, se a percentagem calculada para este período fosse relativa a custos de construção, em vez do
de reabilitação, ainda teriam seriam investidos 1,93%, o que continua a ser superior a 0,48%.
Nos dois períodos, antes e após a reabilitação, até 2016, os custos da fase de utilização, incluindo
custos de energia e água e não contabilizando os custos de remodelação, distribuem-se como
apresentado na Figura 31.
0,00 €
500 000,00 €
1 000 000,00 €
1 500 000,00 €
2 000 000,00 €
2 500 000,00 €
3 000 000,00 €
3 500 000,00 €
4 000 000,00 €
4 500 000,00 €
5 000 000,00 €
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Cu
sto
Ano
B1 - UTILIZAÇÃO B2 - MANUTENÇÃO
B3-B4 - REPARAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO B5 - REMODELAÇÃO
B6 - ENERGIA B7 - ÁGUA
1,47%
68,51%1,79%
22,83%
5,41%3,52%
16,54%
10,02%
51,43%
18,49%
B1 - UTILIZAÇÃO
B2 - MANUTENÇÃO
B3-B4 - REPARAÇÃOE SUBSTITUIÇÃO
B6 - ENERGIA
B7 - ÁGUA
Figura 31 - Distribuição dos custos médios anuais da fase de utilização 1970-2007 (à esquerda) e 2008-2016 (à direita)
64
Nestes gráficos, as percentagens foram obtidas dividindo a média anual dos custos de cada um dos
módulos pelo total da soma das médias de todos estes módulos aqui identificados.
É possível verificar que ocorreu uma alteração à abordagem anteriormente seguida através de um
aumento bastante significativo na percentagem de investimento dedicado à manutenção, tal poderá
dever-se, por exemplo, ao aumento significativo de área do edifício e ao facto de, também desde a
reabilitação, o número de equipamentos instalado ter aumentado.
Convém referir que, por estes valores serem relativos, retratam apenas a distribuição dos valores sobre
o total em cada período. Assim, e apesar de, de facto, se ter verificado um aumento absoluto nos
valores despendidos em manutenção, a redução relativa dos custos de energia, por exemplo, não se
verifica quando comparados os valores absolutos.
Os valores relativos ao último período, para o qual os custos foram todos estimados, apresentam-se
na Figura 32.
Neste caso o CAL é 4 138 781,15 € e o CAE é 346 691,54 €.
Apesar de neste gráfico os valores atualizados irem reduzindo, tal só é verificado devido à aplicação
da taxa de atualização que valoriza mais os custos associados aos anos mais próximos para o qual se
atualiza e desvaloriza os investimentos mais longínquos. Na realidade, os custos não atualizados
estimados vão aumentando com a idade do edifício.
Para este último período, em que a totalidade dos valores foi estimada, utilizaram-se valores médios
como sendo os mais prováveis de ocorrer e para os quais se desenvolveram os gráficos anteriores.
Ainda assim, na Figura 33 apresentam-se os valores máximos e mínimos para a soma dos custos de
todos os módulos pertencentes à fase de utilização para o período a partir de 2017, sendo que se
considera que os custos iriam crescer ou decrescer gradualmente até aos valores máximo e mínimo,
que seriam atingidos no último ano da análise.
0,00 €
50 000,00 €
100 000,00 €
150 000,00 €
200 000,00 €
250 000,00 €
300 000,00 €
350 000,00 €
400 000,00 €
2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031
Cu
sto
Ano
B1 - UTILIZAÇÃO B2 - MANUTENÇÃOB3-B4 - REPARAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO B6 - ENERGIAB7 - ÁGUA
Figura 32 - Custos atualizados TA=3% (2017-2031)
65
Figura 33 - Estimativas média, mínima e máxima dos custos da fase de utilização
Como se pode ver, foram encontrados valores muito superiores e também inferiores aos despendidos
na realidade neste edifício escolar. Tal deve-se ao facto de se terem pesquisado diferentes fontes que
apresentam diferentes tipos de métodos e que levam a estimativas bastante díspares. Ainda assim, o
valor médio a que se chegou encontra-se próximo dos valores empregues atualmente no ativo em
estudo.
De seguida apresenta-se na Tabela 7 um resumo dos valores do CAL e do CAE para cada um dos
períodos analisados.
Tabela 8 – Resumo dos custos nos vários períodos e ciclo de vida considerados
Período Taxa de
atualização CAL CAE
Área do edifício (m2)
CAE/m2
(€/m2)
1970-2031 (CCV
completo)
3%
53 594 757,77 € 1 914 075,06 € variável -
1970-2007 38 589 905,91 € 1 715 681,75 € 4967 345,42
2008-2016 10 866 070,71 € 1 395 571,37 € 8107 172,14
2017-2031 4 138 781,15 € 346 691,54 € 8107 42,76
Comparando os CAE dos vários períodos verifica-se que este é inferior no último período e superior
quando analisado o ciclo de vida completo, o que é compreensível uma vez que no período de 2017 a
2031 se consideraram apenas despesas relativas à fase de utilização e no período de 1930 a 2031
estão incluídos os três maiores custos identificados, relativos à aquisição do terreno, construção e
reabilitação da escola.
Ainda que só se tenha conhecimento do número de alunos no ano letivo 2016/2017, apresenta-se na
Tabela 8 o Custo Anual Equivalente pelo número de alunos conhecido.
€222 915,00
€12 308,07
€852 120,81
€-
€100 000,00
€200 000,00
€300 000,00
€400 000,00
€500 000,00
€600 000,00
€700 000,00
€800 000,00
€900 000,00
2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035
Cu
sto
Ano
CUSTO MÉDIO CUSTO MÍNIMO CUSTO MÁXIMO
66
Tabela 9 – CAE por aluno para os diferentes períodos analisados
Período Taxa de
atualização Nº de alunos
CAE/ano
(€/aluno)
1970-2031 (CCV completo)
3% 1892
1 011,71
1970-2007 906,81
2008-2016 737,76
2017-2031 183,24
É de referir que segundo o Relatório do apuramento do custo médio por aluno nas escolas públicas,
elaborado pelo Tribunal de Contas em 2012, o Estado português investe em média 3 890,69 € por
aluno em cada ano. Tendo em conta que o edifício em estudo recebia, no ano letivo 2016/2017, 1892
alunos e que, segundo o National Center for Educational Statistics, 17,8% dos custos de uma escola
se dedicam à sua operação é também possível chegar a um valor de 161,62 €/m2.
Quanto ao custo por aluno, é de notar que os valores a que se chegaram são significativamente
inferiores aos pesquisados. Já quanto aos valores por área de edifício, é de referir que o obtido para o
período de 2008-2016 está próximo, mas que no período futuro, onde já não entram os custos de
reabilitação, este valor é inferior.
Uma vez que em simultâneo com o decorrer da elaboração desta dissertação, focada num edifício
escolar pavilhonar, está a ser desenvolvida uma outra semelhante mas que se foca num edifício escolar
industrial e comercial é possível comparar os resultado aqui obtidos com os valores desse outro estudo.
Assim, e apesar dos períodos de análise não serem iguais e das escolas apresentarem algumas
características distintas, apresenta-se de seguida a Tabela 9 onde é possível comparar os CAE obtidos
nos dois casos e para os diferentes períodos considerados. É de referir que nessa tabela o ativo
analisado nesta dissertação é identificada como Escola 1 (Escola Pavilhonar) e o outro edifício escolar
como Escola 2 (Escola Industrial e Comercial). Em ambos os casos foi utilizada a mesma taxa real de
atualização de 3%.
Tabela 10 - CAE calculado para as diferentes escolas e para diferentes períodos (taxa de atualização de 3%)
Período CAE - Escola 1
(1970-2031) CAE - Escola 2
(1951-2026)
CV completo 1 914 075 € 2 056 118 €
CV antes da reabilitação 1 715 682 € 1 768 483 €
CV após a reabilitação e até 2016
1 395 571 € 1 475 454 €
CV futuro (após 2016) 346 692 € 209 131 €
Através da análise dos valores apresentados na Tabela 9 é possível verificar que no ciclo de vida
completo e nos períodos anterior à reabilitação da escola e posterior a esta, até 2016, o CAE da
67
Escola 2 é superior ao da Escola 1. Já no período futuro, a Escola 1 é a que apresenta maiores custos,
sendo que nesta fase os valores obtidos estão apenas dependentes dos métodos e das referências
consultadas para chegar à estimativa destes custos.
Desta forma, é possível concluir que, apesar de todos os CAE obtidos para os diferentes períodos se
encontrarem sempre dentro da mesma gama de valores para os dois ativos, os custos são mais
elevados na Escola 2.
Também o facto da Escola 2 ser industrial e comercial pode provocar um aumento dos custos face às
escolas pavilhonares por recorrer a uma abordagem de ensino diferente do comum e que necessita,
por vezes, de mais equipamentos, o que poderá provocar um aumento dos custos na fase de utilização.
De seguida apresenta-se a Figura 34, onde será possível visualizar os custos totais acumulados ao
longo de todo o ciclo de vida (1951-2026) da Escola 2.
Figura 34 - Custos atualizados acumulados (Escola 2) (Fonte: Vieira, 2017)
Pela análise da Figura 34 e pela sua comparação com a Figura 27 (pág. 61), é bastante claro que os
custos de construção (A1 a A5) da Escola 2 são mais reduzidos do que os da Escola 1, não sendo, por
isso, esta a razão para os custos mais elevados que esta apresenta. Convém ainda referir que Escola
2 apresenta uma área ligeiramente superior, 9 787 m2, quando comparada com a Escola 1 que tem
8 107 m2, desde a reabilitação. O Custo do terreno (A0) para a Escola 2 foram superiores aos da
primeira escola, sendo que uma das razões para tal poderá ser a sua área superior. Ainda assim,
analisando todo o Módulo A (A0 a A5), os custos da Escola 1 continuam a exceder os da Escola 2.
Ainda comparando com a Figura 27 (pág. 61), verifica-se que os custos de reabilitação (B5) foram
próximos nos dois casos.
Agora comparando os custos de Utilização, Manutenção, Reparação e Substituição (B1 a B4) para os
dois ativos é possível verificar que a grande diferença encontrada entre os custos das duas escolas
68
assenta nos valores despendidos nestes módulos de custos, que na Escola 2 apresentam valores
consideravelmente superiores.
Comparando a Figura 30 e a Figura 28 (pág. 61) é possível encontrar as distribuições percentuais dos
diversos módulos para as duas escolas. Assim se verifica que, dos custos totais, 63% foram dedicados
à aquisição do terreno e construção da Escola 1 sendo que este valor reduz para 46% no caso da
Escola 2 sendo que, ainda que elevado, este é bastante inferior que o primeiro. Quanto aos módulos
B1 a B4, no caso da Escola 1 estes apresentam um peso de apenas 10%, bastante inferior aos 29%
da Escola 2.
5.2. Influência da taxa de atualização
Como análise de sensibilidade fizeram-se variar os valores de taxa de atualização devido à sua
imprevisibilidade e elevada influência nos resultados obtidos, para tal apresenta-se na Figura 35 os
custos de ciclo de vida atualizados para taxas de atualização de 1% a 5%.
Figura 35 - Custos atualizados para diferentes taxas de atualização
É de notar que a variação da taxa de atualização apresenta maior impacto quanto maior o seu valor,
mais distantes se encontrarem os valores face ao ano de referência, neste caso 2016, e quanto mais
elevados esses valores forem.
Assim, na Tabela 10, encontram-se os valores do CAL e do CAE para o período que considera todo o
ciclo de vida, fazendo variar os valores da taxa de atualização.
€-
€5 000 000,00
€10 000 000,00
€15 000 000,00
€20 000 000,00
€25 000 000,00
€30 000 000,00
€35 000 000,00
€40 000 000,00
€45 000 000,00
1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040
Cu
sto
Ano
TA 1% TA 2% TA 3% TA 4% TA 5%
69
Tabela 11 - CAL e CAE para diferentes taxas de atualização para todo o ciclo de vida considerado (1970-2031)
Taxa de atualização CAL CAE 1% 32 407 790,87 € 703 910,58 € 2% 41 030 260,53 € 1 160 599, 62 €
3% (Valor base) 53 596 826,60 € 1 914 148,94 € 4% 71 862 098,44 € 3 151 461,77 € 5% 98 357 395,94 € 5 168 860,89 €
Através da análise destes valores é possível verificar que um aumento da taxa de atualização de 1%
para 5% provoca um aumento do CAL para o triplo e do CAE para mais de sete vezes maior, o que
vem demonstrar a importância que o valor taxa de atualização considerada tem nos resultados obtidos,
podendo fazer variar completamente a decisão a tomar.
5.3. Estratégia de Intervenção
Quanto à aplicação da estratégia de intervenção, apresenta-se de seguida a Figura 36 onde é possível
visualizar os custos acumulados de energia após a reabilitação do edifício considerando o seu estado
atual, ou seja, sem a implementação da parede de Trombe e o caso em que seria implementada esta
estratégia de intervenção.
Figura 36 - Comparação de custos de energia entre a alternativa de construção da Parede de Trombe ou a de uma parede comum
Ainda que se poupe na conta de energia todos os anos, em 2008 foi necessário ter em consideração o
acréscimo de custos devido à construção da parede de Trombe em comparação com a parede comum
de alvenaria, que apesar de pouco significativos apresentam relevância para a análise.
€2 427 361,32
€2 287 901,15
€-
€500 000,00
€1 000 000,00
€1 500 000,00
€2 000 000,00
€2 500 000,00
€3 000 000,00
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
20
17
20
18
20
19
20
20
20
21
20
22
20
23
20
24
20
25
20
26
20
27
20
28
20
29
20
30
20
31
Cu
sto
Ano
Sem estratégia de intervenção Com estratégia de intervenção (Parede de Trombe)
70
Neste gráfico estão considerados os custos de energia e o acréscimo de custo da estratégia a ser
analisada mas, é de referir que este último não deveria estar incluído nos custos de energia mas sim
nos custos de reabilitação sendo que, para facilidade de leitura considerou-se aqui o seu acréscimo.
Deste modo, e ainda que nos primeiros anos não seja imediatamente notória a poupança possível, o
período de retorno deste investimento seria de apenas 3 anos, uma vez que em 2011, os custos
acumulados considerando a implementação desta estratégia já seriam menores que os custos
acumulados sem a existência de uma parede de Trombe. Assim, a partir desta data, a implementação
desta estratégia seria benéfica em termos económicos, chegando a uma poupança total acumulada de
139 460,17 € em 2031, sendo que esta poupança tenderia a aumentar ao longo do tempo.
Convém referir que além das vantagens económicas, a implementação desta estratégia promove
benefícios ambientais que, apesar de contabilizados, deverão ser tidos em consideração.
5.4. Viabilidade da Metodologia
Além do desenvolvimento de uma análise económica do ativo em estudo, tendo em consideração o
seu ciclo de vida, um dos objetivos estabelecidos para este trabalho, desde uma fase inicial, passa pela
verificação da viabilidade da metodologia apresentada e baseada na EN 16627.
Assim, e apesar de não terem sido recolhidos todos os custos pertencentes ao ciclo de vida do ativo,
como é, por exemplo, o caso dos custos de fim de vida, é possível chegar à conclusão que a aplicação
desta metodologia, assim como a do modelo de captação de custos que inclui, é viável. Tal é
considerado uma vez que se conseguiu seguir os passos inicialmente estabelecidos e chegar aos
custos de ciclo de vida para o período selecionado.
Uma das grandes mais valias desta metodologia, embora tendo sofrido algumas adaptações face aos
objetivos pretendidos, é o facto de ser baseada em informação normativa, que assim enaltece a sua
importância e prova a sua aplicabilidade a casos reais.
Ainda que reconhecida a validade da metodologia, foram identificadas algumas limitações,
principalmente respeitantes ao Modelo de Captação de Custos, onde por vezes se tornou difícil
identificar todos os custos que este engloba. Por esta razão e, embora fosse possível ter discriminado
mais pormenorizadamente os módulos de custos existentes (A0, A1-A5, B1, B2, B3-B4, B5, B6 e B7),
optou-se por não se fazer uma vez que a informação disponível não o permitia e assim, além de uma
visão mais ampla sobre os custos identificados, torna-se mais prática e apelativa a sua aplicação para
quem a pretenda seguir no futuro. Ainda assim, é de referir que, para quem o pretenda, é possível
consultar na EN 16627 um modelo mais discriminado.
Outra das limitações da sua aplicação é o tempo necessário para recolher todas a informação que se
considere relevante uma vez que, como foi o caso, os custos relativos a períodos mais antigos
encontram-se apenas registados em papel e sem estarem divididos segundo os diferentes módulos
aqui identificados. Ainda assim, o esforço para informatizar esta informação vale apena uma vez que
permite que a sua consulta e análise, a partir desse momento, seja muito mais facilitada. Se possível,
71
seria ideal que tais valores fossem organizados segundo este modelo por forma a uniformizar a
informação existente em diversos edifícios e incentivando a sua gestão com base nestes valores.
É ainda de referir que, por vezes a norma é pouco clara quanto à natureza dos custos a incluir em cada
um dos módulos, pelo que foi necessário definir o que incluir em cada um.
Ainda assim, as vantagens identificadas sobrepõem-se às desvantagens, uma vez que para além de
se basear numa norma europeia, esta é uma metodologia capaz de ser aplicada a todos os edifícios,
sendo facilmente compreendida e aplicada, desde que todos os custos necessários estejam
disponíveis. Além disso promove a qualidade das decisões a tomar e a confiança nelas depositada.
Desta forma espera-se que possa ser útil e auxilie a análise de custos de ciclo de vida, como parte
integrante da gestão de projetos e portfólios.
72
73
6. Conclusões e Desenvolvimentos futuros
Na indústria da construção, sempre que se desenvolve um projeto, o objetivo passa pela obtenção de
um resultado final que satisfaça as exigências técnico-económicas, de funcionalidade, segurança e
ambiente ao longo do tempo. Um acompanhamento contínuo durante toda a sua vida útil, abrangendo
todas as fases do seu ciclo de vida, permite assegurar que os projetos construídos mantêm os
requisitos exigidos em níveis adequados no decorrer do tempo, com uma utilização eficiente de
recursos e uma otimização dos custos totais.
O objetivo desta dissertação é incentivar as práticas de gestão de ativos construídos que têm em
consideração todo o ciclo de vida do ativo maximizando os benefícios obtidos no sentido da
sustentabilidade.
Para tal foi promovida a aplicação de uma metodologia baseada no CCV, que tem por base referências
normativas, e que permite a obtenção de informações indispensáveis na tomada de decisão quando se
analisa um ativo ou se comparam diversas opções.
Neste capítulo serão primeiramente apresentadas as conclusões relevantes e em seguida serão
propostos desenvolvimentos futuros.
6.1. Conclusões
No decorrer da elaboração desta dissertação foi possível chegar a diversas conclusões conforme se
foram abordando diferentes temas e se foram obtendo diversos resultados.
Foi, desde o início, percetível a importância de uma abordagem com base no CCV que vem expor as
limitações de analisar apenas os custos associados às fases iniciais de aquisição e construção de um
ativo, ignorando uma parte considerável dos custos de exploração, operação e manutenção que se
estendem por longos períodos.
Esta é uma abordagem de elevada relevância para a GAF, permitindo que sejam previstas
oportunidades futuras e tomadas decisões mais informadas, que transmitam confiança às diversas
entidades envolvidas.
Também foi possível perceber a elevada importância da taxa de atualização, e da sua variação, que
provoca grandes alterações nos valores obtidos e, consequentemente, influencia as decisões que se
pretendam tomar a partir destes. Esta, juntamente com o período de análise, são os parâmetros que
maior incerteza geram e que, por isso, devem ser muito bem analisados e controlados.
Quanto à metodologia apresentada conclui-se que é um bom meio para atingir o fim de analisar a
viabilidade económica de qualquer edifício e auxiliar a GAF, tendo como base referências normativas.
Esta metodologia permite uniformizar a recolha e organização da informação, assim como a previsão
de custos e a quantificação dos CCV, possibilitando, às várias partes interessadas, a obtenção de
resultados e a comparação de valores com outos casos, em que tenha sido aplicada uma metodologia
igual ou semelhante, como forma de apoio à tomada de decisão.
74
Foi também possível concluir que o preenchimento do modelo de captação de custos está muito
dependente da informação a que se tem acesso, assim como da forma como está arquivada, sendo
que é necessário investir algum tempo na sua recolha e organização para que no futuro se torne mais
fácil e rápida a sua consulta e análise.
Quanto à recolha da informação sentiram-se dificuldades em obter um acesso ágil a estes dados de
edifícios públicos que ainda não estão publicamente acessíveis.
Na análise de resultados foi possível concluir que a consideração de diferentes períodos e de diferentes
taxas de atualização influenciaram bastante os resultados obtidos. Também a consideração de valores
expressos em €/m2 e €/aluno conduzem a resultados diferentes e podem direcionar a conclusões
distintas quando aplicados a outros casos.
Os gráficos obtidos foram ao encontro do que era esperado, ainda que o peso do custo de construção
se tenha revelado mais alto do que o antecipado.
Quanto à implementação da parede de Trombe, obtiveram-se valores bastantes positivos e, portanto,
verifica-se que vale apena analisar a sua viabilidade uma vez que pode conduzir a poupanças ao longo
dos anos e contribuir para a sustentabilidade do edifício.
Quando se desenvolvem análises deste tipo, a opção economicamente mais viável é, geralmente, a
que apresenta menor CCV, neste caso menor CAL ou CAE, sendo que foram estes os indicadores
utilizados. Ainda assim, é de referir que a tomada de decisão pode não ser exclusivamente baseada
nestes fatores e incluir preocupações de outras naturezas, como sociais e ambientais.
Assim, para uma tomada de decisão mais abrangente é necessário interpretar os CCV tendo por base
as características do ativo, os objetivos das diversas partes interessadas e o âmbito da análise.
Deste modo, a metodologia aplicada facilita e promove a tomada de decisão, por permitir antever
oportunidades e ameaças que possam vir a influenciar os custos ao longo do ciclo de vida do ativo.
Desta forma, promove a eficiência na gestão de projetos e portfólios ao longo do seu ciclo de vida,
potenciando a obtenção do seu valor ótimo e permitindo o crescimento das organizações em que estão
inseridos.
É de referir que os resultados obtidos estão muito dependentes dos dados recolhidos e utilizados para
o desenvolvimento da análise, pelo que, apesar da sua recolha ter sido feita de uma forma cuidada e
tentando utilizar considerações que se aproximassem da realidade, existe um certo nível de incerteza
que deverá ser tida em conta.
6.2. Desenvolvimentos Futuros
Com a proposta de desenvolvimento de trabalhos no futuro pretende-se uma melhoria da metodologia
a aplicar e a sua adaptação a diversos casos distintos por forma a incentivar e facilitar a adoção de
uma abordagem baseada no CCV.
75
Primeiramente propõe-se que seja feita o mesmo tipo de análise realizada neste trabalho para mais
escolas e, se possível, para mais tipos de edifícios por forma a ser possível comparar os seus valores
e criar uma base de dados que tivesse em conta as características de cada ativo, como a sua
localização, tipo de estrutura, idade, função, entre outras, e os custos por si gerados.
Poderia ser interessante, e seguindo a mesma metodologia, analisar um ativo, ou vários, cuja
informação disponível permitisse o preenchimento dos módulos do MCC que não se consideraram
neste trabalho, ou seja, os relacionados com os custos de fim de vida e com as receitas geradas pelo
ativo, por forma a conseguir preencher o modelo completo. Desta forma seria possível desenvolver
uma análise mais completa, com maior qualidade e criando valores de referência para comparação
futura. Estas análises e comparação de valores poderia possibilitar a identificação de periodicidades e
funcionar como indicador para a estimação de custos e ações futuras em edifícios semelhantes.
Aconselha-se também que, quando aplicada a metodologia apresentada, os valores futuros estimados
vão sendo substituídos pelos valores reais efetivamente despendidos e que se vão fazendo ajustes aos
resultados inicialmente obtido.
Seria também de enorme interesse que fosse desenvolvido algum documento de apoio à EN 16627
que indicasse com mais exatidão os tipos de custos a considerar em cada um dos módulos por forma
a clarificar algumas dúvidas e facilitar o processo da sua recolha e organização.
Poderia ser também interessante a criação de um software que permitisse, de forma mais fácil,
organizar e ir atualizando automaticamente a informação.
Aconselha-se também, com o objetivo de desenvolver análises mais robustas, que sejam
desenvolvidas análises de risco por forma a antecipar as consequências de certos acontecimentos e
aumentar a confiança nas decisões tomadas.
Propõe-se também o estudo de diferentes soluções que proporcionem a melhoria do desempenho
económico e térmico dos edifícios para que cada vez mais se adotem estratégias orientadas para
sustentabilidade dos edifícios.
Uma vez que a análise efetuada foi apenas focada na avaliação do desempenho económico, como
parte integrante da avaliação da sustentabilidade, aconselha-se também que sejam desenvolvidas
análises mais amplas que incluam a avaliação do desempenho ambiental e social.
76
77
7. Referências
Abbassi, F., Dimassi N. & Dehmani L. (2014). Energetic study of a Trombe wall system under different
Tunisian building configurations. Energy and Buildings. DOI:
http://dx.doi.org/10.1016/j.enbuild.2014.05.036
Almeida, M. (2016). Estruturação e Análise de um Modelo de Captação de Custos do Ciclo de Vida.
Aplicação a Edifícios Escolares. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior
Técnico, Universidade de Lisboa.
ANAO, Australian National Audit Office, (2001). Life-cycle costing – Better Practice Guide. ISBN: 0 642
80608 X.
Assis, R. (2014). Apoio à Decisão em Manutenção na Gestão de Activos Físicos (2ª ed.). Lisboa: Lidel.
Assis, R. e Julião, J. (2009). Gestão da Manutenção ou gestão de activos? (Custos ao longo do ciclo
de vida). Lisboa: Faculdade de Engenharia da Universidade Católica Portuguesa (FEUCP).
Barco, A. L. (1994). Budgeting for Facility Repair and Maintenance. Journal of Management in
Engineering, Vol. 10, No. 4. ISSN: 0742-597X/94/0004-0028/
Barrelas, J. (2012). Caracterização construtiva e do estado de degradação das escolas do ensino
secundário – Caso de estudo: edifícios pavilhonares e prefabricados. Dissertação de Mestrado em
Construção e Reabilitação, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa.
Bello, M. A. & Loftness, V. (2010). Addressing Inadequate Investment in School Facility Maintenance.
PhD Thesis, School of Architecture, Carnegie Mellon University.
Bernardo, H., Antunes, C. H., Gaspar, A., Pereira, L. D. & da Silva, M. G. (2016). An approach for energy
performance and indoor climate assessment in a Portuguese school building. Sustainable Cities and
Society, 184-194. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.scs.2016.12.014
Branco, F. A., Brito, J., Ferreira, J. G., Correia, J. R., Paulo, P. V. & Flores-Colen, I. (2009). Construções
escolares em Portugal - Tipologias Construtivas e Principais Anomalias Estruturais e de Desempenho
em Serviço. ResearchGate. DOI: 10.13140/RG.2.1.2002.5369.
Bravo, P. (2013). Análise Custo-benefício de Medidas de Eficiência Energética na FCT/UNL.
Dissertação de Mestrado em Energias Renováveis – Conversão Elétrica e Utilização Sustentáveis,
Faculdade de Ciências e Tecnologias, Universidade Nova de Lisboa.
Briga-Sá, A., Martins, A., Boaventura-Cunha, J., Lanzinha, J. C. & Paiva, A. (2014). Energy
Performance of Trombe Walls: Adaptation of ISO 13790:2008(E) to The Portuguese Reality. Energy
and Buildings. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.enbuild.2014.01.040
Bromilow, F. J. & Pawsey, M.R. (1987). Life cycle cost of university buildings. Construction Management
and Economics, 5:4, S3-S22. DOI: 10.1080/01446193.1987.10462089
78
CE, Comissão Europeia, (2010). Europa 2020 - Estratégia para um crescimento inteligente, sustentável
e inclusive. Brussels, B.
CEN (2017). Site da European Committee for Standardization, https://standards.cen.eu.
Cheng, C. L. & Hong, Y. T. (2004). Evaluating water utilization in primary schools. Building and
Environment 39, 837–845. DOI: doi:10.1016/j.buildenv.2004.01.006.
Cole, R. J. & Kernan, P. C. (1996). Life-Cycle Energy Use in Office Buildings. Building and Environment,
Vol. 31, No. 4, 307-317. PII: SO360-1323(96)00017-0
Council of the Great City Schools (2014). Reversing the Cycle of Deterioration in the Nation’s Public
School Buildings. Washington, D.C., USA: Council of the Great City Schools.
Custódio, M. (2011). Eficiência Energética em Edifícios Escolares. Dissertação de Mestrado em
Engenharia Mecânica, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa.
DGEG, Direcção Geral de Energia e Geologia, (2017). Site da DGEG, http://www.dgeg.gov.pt/
Ellis, P. (1995). Development and validation of the unvented Trombe wall model in Energyplus. Master
of Science in Mechanical Engineering, Graduate College, University of Illinois.
EN 15643-4:2012. Sustainability of construction works – Assessment of buildings – Part 4: Framework
for the assessment of economic performance. Brussels, B: European Committee for Standardization
(CEN).
EN 16627:2015. Sustainability of construction works – Assessment of economic performance of
buildings – Calculation method. Brussels, B: European Committee for Standardization (CEN).
ERSE, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, (2010). Manual de Eficiência Energética em
Estabelecimentos Escolares. Ponta Delgada, PT.
Fasola, G. B., Ghisi, E., Marinoski, A. K. & Borinelli, J. B. (2011). Potencial de economia de água em
duas escolas em Florianópolis, SC. Ambiente Construído. Volume 11, Nº 4, 65-78. ISSN: 1678-8621.
Filippín, C. (1999). Benchmarking the energy efficiency and greenhouse gases emissions of school
buildings in central Argentina. Building and Environment (2000), 407-414.
Ganhão, A. (2011). Construção Sustentável - Propostas de melhoria da eficiência energética em
edifícios de habitação. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e
Tecnlogias, Universidade Nova de Lisboa.
GFMAM, Global Forum On Maintenance & Asset Management (2014). The Asset Management
Landscape (2nd ed.). Zurich, CH.
Gomes, M. (2011). Construção Sustentável – Contributo da Parede de Trombe. Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologias, Universidade Nova de Lisboa.
79
Gonçalves, O., Ilha, M., Amorim, S., Prado, R. & Pedroso, L. (2004). Indicadores de uso racional da
água para escolas de ensino fundamental e médio com ênfase em índices de consumo. I Conferência
Latino-Americana de Construção Sustentável. X Encontro Nacional de Tecnologia Do Ambiente
Construído. ISBN: 85-89478-08-4.
Gonçalves, O., Ilha, M., Amorim, S., Prado, R. & Pedroso, L. (2005). Indicadores de uso racional da
água para escolas de ensino fundamental. Ambiente Construído, Volume 5, Nº3, 63-. ISSN: 1415-8876
Guimarães, F. & Araújo, S. (2016). Diagnóstico do uso da água em uma escola de tempo integral e
considerações sobre o uso racional. Projeto de Pesquisa, Engenharia Ambiental e Sanitária,
Universidade Federal de Goiás.
Hedeman B. and Seegers R. (2009). PRINCE2TM 2009 Edition - A Pocket Guide (1st ed.). Zaltbommel,
NL: Van Haren Publishing.
Hurley, C. A. (1993). Capital Maintenance Funding of Two-year Colleges in the Tennessee Board of
Regents System and Selected Funding Models. PhD Thesis in Education, Faculty of the Department of
Educational Leadership and Policy Analysis, East Tennessee State University.
IAM, Institute of Asset Management, (2012). Asset Management - an anatomy (Version 1.1). Bristol,
UK.
Ilha, M., Pedrodo, L. & Ywashima, L. (2008). Indicadores de consumo de água em escolas. XII Encontro
Nacional de Tecnologia Do Ambiente Construído. ISBN: 978-85-89478-27-4.
ISO 15686-5:2014. Buildings and constructed assets – Service-life planning – Part 5: Life-cycle costing.
Geneva, CH: International Organization for Standardization (ISO).
ISO 21500:2012. Guidance on Project Management. Geneva, CH: International Organization for
Standardization (ISO).
ISO 55000:2014. Asset management - Overview, principles and terminology. Geneva, CH: International
Organization for Standardization (ISO).
Kaiser, H. (2009). Capital Renewal and Deferred Maintenance Programs. APPA Leadership in
Educational Facilities. Virginia, USA.
Kimmel, P. S. (-). Benchmarking for Facility Professionals. IFMA Foundation.
Langdon, D. (2007a). Life Cycle Costing (LCC) as a contribution to a sustainable construction: a
common methodology- Final Methodology. Davis Langdon Management Consulting.
Langdon, D. (2007b). Life cycle costing (LCC) as a contribution to sustainable construction. Guidance
on the use of LCC Methodology ant its application in public procurement - Final guidance. Davis
Langdon Management Consulting.
Lanham, A., Gama, P. & Braz, R. (2004). Arquitectura Bioclimática – Perspectivas de inovação e futuro.
Seminários de Inovação, Instituto Superior Técnico, Universidade Nova de Lisboa.
80
Lennerts, C. (2010). Quantitative validation of budgeting methods and suggestion of a new calculation
method for the determination of maintenance costs. Journal of Facilities Management, Vol. 8, pp. 47 –
63. DOI: http://dx.doi.org/10.1108/14725961011019076
Li, C. & Guo, S. (2012). Life Cycle Cost Analysis of Maintenance Costs and Budgets for University
Buildings in Taiwan. Journal of Asian Architecture and Building Engineering, Vol.11 no.1.
Martins, A. (2010). Contribuição da parede de Trombe na redução dos consumos energéticos dos
edifícios. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Escola de Ciências e Tecnologias,
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
McNair, S. (2011). Budgeting for Maintenance: A Behavior-Based Approach. Life Cycle Engineering
2011.
Morissette, G. A. (2011). Developing a predictive model for facility repair costs on United States Air
Force installations. Master of Science in Logistics Management, Air Force Institute of Technology, Air
University.
Neely, E. S., Neathammer, R. D. & Stirn, J. R. (1991). Maintenance Resource Prediction in the Facility
Life-Cycle Process. USACERL Technical Report P-91/10.
Neely, E. S. & Neathammer, R. D. (1991a). Maintenance Resources by Building Use for U.S. Army
Installations. Volume I: Main Text. USACERL Technical Report P-91/29, Volume I.
Neely, E. S. & Neathammer, R. D. (1991b). Life-Cycle Maintenance Costs by Facility use. Journal of
Construction Engineering and Management, Vol. 117, No. 2. ISSN: 0733-9364/91/0002-0310/
Newton, L.A., Christian, J. (2004). Challenges in asset management – a case study. National Research
Council Canada.
Nicolay, M. (2015). Gestão eficaz de ativos. PAS 55/ Série ISO 55000. In Evento Automation & Power
World Brasil, ABB Power and productivity for a better world.
NMPSFA, New Mexico Public School Facilities Authority, (2013). Public School Maintenance Conditions
and Costs. Prepared for the NM Public School Capital Outlay Task Force.
Nogueira, L. (2014). Estudo de um edifício solar passivo com parede de trombe usando PCMs.
Dissertação de Mestrado em Engenharia do Ambiente, Universidade de Aveiro.
Oliveira, F. (2013). Consumo de água e percepção dos usuários para o uso racional de água em escolas
estaduais de Minas Gerais. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia
Civil, Universidade Federal da Uberlândia.
Ottoman, G. R., Nixon, W. B. & Lofgren, S. T. (1999). Budgeting for Facility Maintenance and Repair.
I:Methods and Models. Journal of Management in Engineering, Vol. 15, No. 4. ISSN: 0742-597X/99/
0004-0071–0083/
81
Ouf, M. M. & Issa, M. H. (2017). Energy consumption analysis of school buildings in Manitoba, Canada.
International Journal of Sustainable Built Environment. DOI:
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijsbe.2017.05.003
Parque Escolar (2017). Site da Parque Escolar, https://www.parque-escolar.pt/.
Pereira, L. D., Raimondo, D., Corgnati, S., P. & Silva, M. G. (2014). Energy consumption in schools – A
review paper. Renewable and Sustainable Energy Reviews 40, 911–922.
Pires, D. (2010). A Escola do Século XXI. Uma escola entre dois tempos. Dissertação de Mestrado em
Arquitetura, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra.
Pinto, I. (2015). Simulação do Desempenho Térmico da Parede de Trombe. Dissertação de Mestrado
em Engenharia Civil, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
PMI, Project Management Institute, (2000). A Guide to the Project Management Body of Knowledge.
Pennsylvania, USA.
PMI, Project Management Institute, (2008). The Standard for Portfolio Management (2nd ed.).
Pennsylvania, USA.
Pordata, 2017. Site da Pordata, https://www.pordata.pt/
Real S. (2010). Contributo da análise dos custos do ciclo de vida para projectar a sustentabilidade na
construção. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, Universidade de
Lisboa.
Reiss, J. (2013). Energy retrofitting of school buildings to achieve plus energy and 3-litre building
standards. Energy Procedia 48 ( 2014 ), 1503-1511.
Ricardo, B. (2011). Proposta de procedimentos para gestão de empreendimentos. Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto.
Santoli, L. de, Fraticelli, F., Fornari, F. & Calice, C. (2013). Energy performance assessment and a
retrofit strategies in public school buildings in Rome. Energy and Buildings, 68 (2014) 196-202.
Sharp, C. L. (2002). An Evaluation of Facility Maintenance and Repair Strategies of Select Companies.
Master’s Thesis, Air Force Institute of Technology, Air University.
Smith, J. R., Craig, D., Bassette, G., Maloney, T. Bohanan, J. & Lever, D. (2016). Facility maintenance
and school construction in Maryland. Report to the General Assembly.
Soares, A., Nunes, L. & Silva, S. (2017). Diagnóstico dos Indicadores de Consumo de Água em Escolas
Públicas de Recife-PE. Fórum Ambiental de Alta Paulista, Volume 13, Nº 1. ISSN: 1980-0827.
Stazi, F., Mastrucci , A. & Di Perna, C. (2011). Experimental and numerical study on the performance
of solar walls in Mediterranean climates. World Renewable Energy Congress. DOI:
10.3384/ecp110571938
82
Tavares, A. e Gomes C. (2015). ISO 55000: A Evolução da Gestão de Ativos. Business and
Management Review, 97-103. ISSN: 2047-0398.
Tolk, J. N. (2007). Predicting required Maintenance and Repair funding based on standard facility data
elements. PhD in Philosophy, Texas Tech University.
Vieira, J. (2017). Análise do Custo do Ciclo de Vida de um edifício escolar do tipo industrial e comercial
em Portugal. Determinação do Custo Anual Equivalente e estudo económico da instalação de coletores
solares e painéis fotovoltaicos. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Instituto Superior
Técnico, Universidade de Lisboa.
WCED (1987). Report of the World Commission on Environment and Development - Our Common
Future. Oxford, UK: Oxford University Press.
83
ANEXOS
84
Anexo A XX Valores recolhidos XX Valores estimados
Custos Reais
1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976
A0 Terreno Aquisição do terreno 9 562,17 € - € - € - € - € - € - €
Projeto - € - € 867,91 € - € - € - € - €
Construção - € - € - € - € - € 177 497,31 € 177 497,31 €
Fiscalização - € - € - € - € - € 134,68 € - €
Imposto - € - € - € - € - € - € - €
Alarmes - € - € - € - € - € - € - €
Seguros - € - € - € - € - € - € - €
Tx de conserv. de esgotos - € - € - € - € - € - € - €
Iluminação - € - € - € - € - € - € - €
Chaves - € - € - € - € - € - € - €
Rendas Parque Escolar - € - € - € - € - € - € - €
Limpeza - € - € - € - € - € - € - €
Produtos de limpeza - € - € - € - € - € - € - €
Desbaratizações - € - € - € - € - € - € - €
Desentupimentos - € - € - € - € - € - € - €
Pinturas - € - € - € - € - € - € - €
Inspecções Elevadores - € - € - € - € - € - € - €
Assist. Técnica AVAC's - € - € - € - € - € - € - €
Assist. Técnica Extintores - € - € - € - € - € - € - €
Inspecções Gás - € - € - € - € - € - € - €
Ordenado Responsável Manut. - € - € - € - € - € - € - €
Ferramentas, ferragens e mat. const.
- € - € - € - € - € - € - €
Vidros - € - € - € - € - € - € - €
Carpintaria - € - € - € - € - € - € - €
Reparação de elementos - € - € - € - € - € - € - €
B5 Remodelação Reabilitação - € - € - € - € - € - € - €
Eletricidade - € - € - € - € - € - € - €
Gás - € - € - € - € - € - € - €
B7 Custos Água Água - € - € - € - € - € - € - €
B3 - B4Reparação e Substituição
B6 Custos Energia
A1 - A5 Construção
B1 Utilização
B2 Manutenção
Anexo A (cont.) XX Valores recolhidos XX Valores estimados
Custos Reais
1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983
A0 Terreno Custo do terreno - € - € - € - € - € - € - €
Projeto - € - € - € - € - € - € - €
Construção - € - € - € - € - € - € - €
Fiscalização - € - € - € - € - € - € - €
Imposto - € - € - € - € - € - € - €
Alarmes - € - € - € - € - € - € - €
Seguros 63,38 € 76,63 € 93,26 € 108,27 € 129,06 € 156,80 € 194,44 €
Tx de conserv. de esgotos 16,44 € 19,88 € 24,20 € 28,09 € 33,48 € 40,68 € 50,45 €
Iluminação 62,03 € 74,99 € 91,27 € 105,96 € 126,30 € 153,46 € 190,29 €
Chaves 5,74 € 6,94 € 8,44 € 9,80 € 11,68 € 14,19 € 17,60 €
Rendas Parque Escolar - € - € - € - € - € - € - €
Limpeza 290,80 € 351,57 € 427,87 € 496,75 € 592,13 € 719,44 € 892,10 €
Produtos de limpeza 121,74 € 147,19 € 179,13 € 207,97 € 247,90 € 301,19 € 373,48 €
Desbaratizações 35,48 € 42,89 € 52,20 € 60,60 € 72,24 € 87,77 € 108,83 €
Desentupimentos 24,94 € 30,15 € 36,70 € 42,61 € 50,79 € 61,70 € 76,51 €
Pinturas 10,77 € 13,02 € 15,85 € 18,40 € 21,93 € 26,65 € 33,05 €
Inspecções Elevadores - € - € - € - € - € - € - €
Assist. Técnica AVAC's - € - € - € - € - € - € - €
Assist. Técnica Extintores - € - € - € - € - € - € - €
Inspecções Gás 8,05 € 9,73 € 11,84 € 13,75 € 16,39 € 19,91 € 24,69 €
Ordenado Responsável Manut. 27,42 € 34,77 € 45,78 € 54,96 € 65,37 € 65,37 € 79,32 €
Ferramentas, ferragens e mat. const.
176,30 € 213,15 € 259,40 € 301,16 € 358,99 € 436,17 € 540,85 €
Vidros 63,60 € 76,90 € 93,58 € 108,65 € 129,51 € 157,36 € 195,12 €
Carpintaria 9,33 € 11,28 € 13,73 € 15,94 € 19,00 € 23,08 € 28,62 €
Reparação de elementos 120,58 € 145,79 € 177,42 € 205,99 € 245,54 € 298,33 € 369,93 €
B5 Remodelação Reabilitação - € - € - € - € - € - € - €
Eletricidade 2 203,69 € 2 664,26 € 3 242,41 € 3 764,44 € 4 487,21 € 5 451,96 € 6 760,43 €
Gás 51,88 € 62,72 € 76,34 € 88,62 € 105,64 € 128,35 € 159,16 €
B7 Custos Água Água 726,56 € 878,41 € 1 069,03 € 1 241,14 € 1 479,44 € 1 797,52 € 2 228,92 €
B6 Custos Energia
B1 Utilização
B2 Manutenção
B3 - B4Reparação e Substituição
A1 - A5 Construção
Anexo A (cont.) XX Valores recolhidos XX Valores estimados
Custos Reais
1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990
A0 Terreno Custo do terreno - € - € - € - € - € - € - €
Projeto - € - € - € - € - € - € - €
Construção - € - € - € - € - € - € - €
Fiscalização - € - € - € - € - € - € - €
Imposto - € - € - € - € - € - € - €
Alarmes - € - € - € - € - € - € - €
Seguros 249,85 € 298,57 € 336,19 € 368,80 € 405,31 € 455,98 € 517,99 €
Tx de conserv. de esgotos 64,83 € 77,47 € 87,23 € 95,69 € 105,16 € 118,31 € 134,40 €
Iluminação 244,52 € 292,21 € 329,02 € 360,94 € 396,67 € 446,26 € 476,42 €
Chaves 22,62 € 27,03 € 30,43 € 33,38 € 36,69 € 11,40 € 10,72 €
Rendas Parque Escolar - € - € - € - € - € - € - €
Limpeza 1 146,35 € 1 369,89 € 1 542,49 € 1 692,12 € 1 859,64 € 2 092,09 € 2 376,61 €
Produtos de limpeza 479,92 € 573,51 € 645,77 € 708,41 € 778,54 € 875,86 € 994,97 €
Desbaratizações 139,85 € 167,12 € 188,18 € 206,43 € 226,87 € 255,23 € 289,94 €
Desentupimentos 98,32 € 117,49 € 132,30 € 145,13 € 159,50 € 179,43 € 203,84 €
Pinturas 3 660,13 € 50,75 € 57,14 € 62,68 € 68,89 € 77,50 € 88,04 €
Inspecções Elevadores - € - € - € - € - € - € - €
Assist. Técnica AVAC's - € - € - € - € - € - € - €
Assist. Técnica Extintores - € - € - € - € - € - € - €
Inspecções Gás 31,72 € 37,91 € 42,68 € 46,82 € 51,46 € 57,89 € 65,77 €
Ordenado Responsável Manut. 95,24 € 117,27 € 137,35 € 153,88 € 166,12 € 183,13 € 215,94 €
Ferramentas, ferragens e mat. const.
694,99 € 830,52 € 935,16 € 1 025,87 € 1 127,43 € 91,08 € 26,83 €
Vidros 250,73 € 299,63 € 337,38 € 370,11 € 406,75 € 43,54 € 182,55 €
Carpintaria 36,78 € 43,95 € 49,49 € 54,29 € 59,66 € 1,42 € 76,25 €
Reparação de elementos 475,36 € 568,05 € 639,62 € 701,67 € 771,13 € 867,52 € 985,51 €
B5 Remodelação Reabilitação - € - € - € - € - € - € - €
Eletricidade 8 687,15 € 10 381,14 € 11 689,17 € 12 823,02 € 14 092,50 € 15 854,06 € 14 890,89 €
Gás 204,52 € 244,40 € 275,19 € 301,89 € 331,78 € 373,25 € 424,01 €
B7 Custos Água Água 2 864,16 € 3 422,67 € 3 853,93 € 4 227,76 € 4 646,31 € 5 227,10 € 5 338,59 €
B2 Manutenção
B3 - B4Reparação e Substituição
B6 Custos Energia
A1 - A5 Construção
B1 Utilização
Anexo A (cont.) XX Valores recolhidos XX Valores estimados
Custos Reais
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997
A0 Terreno Custo do terreno - € - € - € - € - € - € - €
Projeto - € - € - € - € - € - € - €
Construção - € - € - € - € - € - € - €
Fiscalização - € - € - € - € - € - € - €
Imposto - € - € - € - € - € - € - €
Alarmes - € - € - € - € - € - € - €
Seguros 579,12 € 634,71 € 579,22 € 594,13 € 591,14 € 586,19 € 620,55 €
Tx de conserv. de esgotos 150,26 € 164,68 € 175,88 € 185,38 € 193,16 € 199,15 € 203,73 €
Iluminação 566,77 € 272,00 € 663,42 € 330,95 € 1 131,54 € 2 573,39 € 663,42 €
Chaves 18,53 € 130,00 € 53,11 € 8,23 € 239,02 € 122,60 € 3,79 €
Rendas Parque Escolar - € - € - € - € - € - € - €
Limpeza 2 657,06 € 2 912,13 € 3 110,16 € 3 278,11 € 3 415,79 € 3 521,68 € 3 602,67 €
Produtos de limpeza 1 112,38 € 1 219,17 € 1 302,07 € 1 372,39 € 1 430,03 € 1 474,36 € 1 508,27 €
Desbaratizações 170,70 € 355,27 € 379,43 € 399,92 € 416,71 € 429,63 € 439,51 €
Desentupimentos 227,89 € 249,77 € 266,75 € 281,15 € 292,96 € 302,04 € 308,99 €
Pinturas 98,43 € 9 298,02 € 115,21 € 124,66 € 126,53 € 130,46 € 15,20 €
Inspecções Elevadores - € - € - € - € - € - € - €
Assist. Técnica AVAC's - € - € - € - € - € - € - €
Assist. Técnica Extintores - € - € - € - € - € - € - €
Inspecções Gás 73,53 € 80,58 € 86,06 € 90,71 € 94,52 € 97,45 € 99,69 €
Ordenado Responsável Manut. 244,83 € 271,76 € 289,39 € 301,02 € 317,54 € 333,34 € 346,19 €
Ferramentas, ferragens e mat. const.
17,22 € 37,95 € 1 885,58 € 14,84 € 12,57 € 10,97 € 1 880,75 €
Vidros 668,77 € 775,60 € 1 773,97 € 1 539,39 € 421,14 € 48,44 € 4 094,88 €
Carpintaria 85,25 € 93,43 € 99,79 € 105,17 € 109,59 € 112,99 € 115,59 €
Reparação de elementos 1 101,80 € 733,23 € 1 289,68 € 1 359,33 € 1 416,42 € 1 460,33 € 1 493,92 €
B5 Remodelação Reabilitação - € - € - € - € - € - € - €
Eletricidade 28 693,41 € 22 984,51 € 18 656,90 € 17 480,46 € 10 075,41 € 13 988,42 € 19 081,77 €
Gás 474,04 € 519,55 € 554,88 € 584,84 € 609,41 € 976,52 € 402,49 €
B7 Custos Água Água 14 596,06 € 46 697,61 € 8 177,36 € 12 228,34 € 5 377,13 € 6 172,91 € 4 767,92 €
B3 - B4Reparação e Substituição
B6 Custos Energia
A1 - A5 Construção
B1 Utilização
B2 Manutenção
Anexo A (cont.) XX Valores recolhidos XX Valores estimados
Custos Reais
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
A0 Terreno Custo do terreno - € - € - € - € - € - € - €
Projeto - € - € - € - € - € - € - €
Construção - € - € - € - € - € - € - €
Fiscalização - € - € - € - € - € - € - €
Imposto - € - € - € - € - € - € - €
Alarmes - € - € - € - € - € - € - €
Seguros 278,89 € 269,35 € 212,99 € 200,52 € 188,31 € 170,33 € 149,38 €
Tx de conserv. de esgotos 209,03 € 213,84 € 220,04 € 229,72 € 237,99 € 245,60 € 251,50 €
Iluminação 273,32 € 2 217,89 € 1 047,29 € 11,47 € 1 117,62 € 345,49 € 377,98 €
Chaves 72,93 € 74,60 € 76,77 € 80,14 € 83,03 € 85,69 € 87,74 €
Rendas Parque Escolar - € - € - € - € - € - € - €
Limpeza 3 696,34 € 3 781,36 € 3 891,02 € 4 062,22 € 4 208,46 € 4 343,14 € 4 447,37 €
Produtos de limpeza 1 547,48 € 1 583,07 € 712,21 € 667,04 € 3 084,75 € 2 852,54 € 2 444,10 €
Desbaratizações 450,94 € 461,31 € 474,69 € 578,03 € 513,42 € 529,85 € 542,56 €
Desentupimentos 317,03 € 324,32 € 333,72 € 348,41 € 360,95 € 372,50 € 381,44 €
Pinturas 136,93 € 140,08 € 12 423,47 € 150,48 € 129,89 € 442,88 € 102,88 €
Inspecções Elevadores - € - € - € - € - € - € - €
Assist. Técnica AVAC's - € - € - € - € - € - € - €
Assist. Técnica Extintores - € - € - € - € - € - € - €
Inspecções Gás 102,29 € 104,64 € 107,67 € 112,41 € 116,46 € 120,18 € 123,07 €
Ordenado Responsável Manut. 359,66 € 374,35 € 389,52 € 409,11 € 426,00 € 436,53 € 447,55 €
Ferramentas, ferragens e mat. const.
4 075,37 € 9 488,52 € 4 734,02 € 5 017,83 € 6 839,96 € 3 226,24 € 1 994,66 €
Vidros 28,01 € 1 738,30 € 1 111,75 € 166,62 € 24,80 € 47,60 € 664,61 €
Carpintaria 250,39 € 121,32 € 178,34 € 115,97 € 36,61 € 178,08 € 142,69 €
Reparação de elementos 1 532,76 € 1 568,01 € 1 613,48 € 1 684,48 € 1 745,12 € 75,15 € 1 844,18 €
B5 Remodelação Reabilitação - € - € - € - € - € - € - €
Eletricidade 14 310,68 € 19 423,34 € 19 088,96 € 22 692,89 € 22 389,66 € 25 580,94 € 23 259,63 €
Gás 576,22 € 822,53 € 1 106,80 € 1 852,80 € 1 637,98 € 1 155,57 € 5 018,46 €
B7 Custos Água Água 7 052,36 € 8 390,41 € 7 121,97 € 6 433,17 € 5 035,40 € 6 441,89 € 7 691,18 €
B6 Custos Energia
B1 Utilização
B2 Manutenção
B3 - B4Reparação e Substituição
A1 - A5 Construção
Anexo A (cont.) XX Valores recolhidos XX Valores estimados
Custos Reais
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
A0 Terreno Custo do terreno - € - € - € - € - € - € - €
Projeto - € - € - € - € - € - € - €
Construção - € - € - € - € - € - € - €
Fiscalização - € - € - € - € - € - € - €
Imposto - € - € - € - € 1 297,12 € 1 297,12 € 1 297,12 €
Alarmes - € - € - € - € 601,27 € 609,69 € 632,25 €
Seguros 140,88 € 145,25 € 148,88 € 152,75 € 277,39 € 281,28 € 291,69 €
Tx de conserv. de esgotos 257,28 € 265,26 € 271,89 € 278,96 € 321,19 € 325,69 € 337,74 €
Iluminação 859,40 € 33,67 € 1 025,57 € 1 052,24 € 1 509,37 € 1 530,51 € 1 587,13 €
Chaves 46,80 € 92,54 € 94,86 € 97,32 € 96,54 € 97,90 € 101,52 €
Rendas Parque Escolar - € - € - € - € 125 971,79 € 127 735,39 € 132 461,60 €
Limpeza 4 549,66 € 6 006,22 € 17 712,63 € 30 029,88 € 50 525,33 € 72 258,68 € 46 965,23 €
Produtos de limpeza 1 717,58 € 1 687,44 € 2 076,93 € 1 605,05 € 1 585,79 € 803,58 € 1 666,14 €
Desbaratizações 605,79 € 1 046,11 € 586,55 € 601,80 € 596,99 € 605,35 € 627,74 €
Desentupimentos 390,21 € 402,31 € 412,37 € 423,09 € 419,70 € 1 155,66 € 441,33 €
Pinturas 109,40 € 173,76 € 178,10 € 182,74 € - € 211,71 € 219,54 €
Inspecções Elevadores - € - € - € - € 3 568,56 € 3 618,52 € 3 752,40 €
Assist. Técnica AVAC's - € - € - € - € 1 235,86 € 1 253,16 € 1 299,53 €
Assist. Técnica Extintores - € - € - € - € 334,83 € 339,52 € 352,08 €
Inspecções Gás 125,90 € 129,80 € 133,05 € 136,51 € 135,41 € 137,31 € 142,39 €
Ordenado Responsável Manut. 458,69 € 472,40 € 493,33 € 521,49 € 550,87 € 581,47 € 593,71 €
Ferramentas, ferragens e mat. const.
2 542,13 € 3 729,30 € 2 914,90 € 349,92 € 2 426,24 € 19,70 € 2 516,08 €
Vidros 166,34 € 50,93 € 1 051,61 € 1 078,96 € 186,67 € 189,28 € 196,29 €
Carpintaria 145,97 € 150,50 € 154,26 € 158,27 € 157,00 € 159,20 € 165,09 €
Reparação de elementos 1 886,60 € 2 078,33 € 1 993,71 € 472,86 € - € 2 056,50 € 2 130,79 €
B5 Remodelação Reabilitação - € - € - € 2 915 997,20 € 2 915 997,20 € - € - €
Eletricidade 20 481,90 € 31 031,12 € 32 686,61 € 34 439,04 € 43 664,35 € 53 909,48 € 63 903,99 €
Gás 3 886,10 € 3 556,66 € 3 206,67 € 2 839,72 € 2 840,94 € 2 904,98 € 4 392,19 €
B7 Custos Água Água 6 198,69 € 6 047,95 € 6 065,09 € 6 085,23 € 10 627,27 € 15 431,05 € 13 656,31 €
B2 Manutenção
B3 - B4Reparação e Substituição
B6 Custos Energia
A1 - A5 Construção
B1 Utilização
Anexo A (cont.) XX Valores recolhidos XX Valores estimados
Custos Reais
2012 2013 2014 2015 2016
A0 Terreno Custo do terreno - € - € - € - € - €
Projeto - € - € - € - € - €
Construção - € - € - € - € - €
Fiscalização - € - € - € - € - €
Imposto 1 297,12 € 1 297,12 € 1 297,12 € 1 297,12 € 1 297,12 €
Alarmes 649,95 € 651,90 € 516,60 € 429,06 € 2 073,78 €
Seguros 299,85 € 300,75 € 299,85 € 218,55 € 219,86 €
Tx de conserv. de esgotos 347,19 € 396,44 € 360,18 € 360,18 € - €
Iluminação 1 631,57 € 1 168,40 € 2 326,11 € 1 410,69 € 1 649,55 €
Chaves 104,36 € 104,67 € 104,36 € 104,88 € 105,51 €
Rendas Parque Escolar 148 547,22 € 198 062,96 € 198 062,96 € 192 203,77 € 198 062,96 €
Limpeza 48 280,26 € 48 425,10 € 47 837,16 € 47 838,07 € 41 697,00 €
Produtos de limpeza 1 712,79 € 521,03 € 2 132,08 € 1 110,44 € 3 994,35 €
Desbaratizações 645,32 € 332,12 € 339,03 € 232,00 € 1 299,18 €
Desentupimentos 453,68 € 276,75 € 246,00 € 455,95 € 61,50 €
Pinturas 225,69 € 313,71 € 87,96 € 238,76 € 267,35 €
Inspecções Elevadores 3 857,47 € 3 869,04 € 2 910,84 € 2 175,86 € 2 545,41 €
Assist. Técnica AVAC's 1 335,91 € 1 339,92 € 1 339,92 € 966,75 € 590,40 €
Assist. Técnica Extintores 361,94 € 363,03 € 361,94 € 363,75 € 365,93 €
Inspecções Gás 146,38 € 146,82 € 146,38 € 147,11 € 147,99 €
Ordenado Responsável Manut. 593,71 € 593,71 € 593,71 € 618,20 € 648,80 €
Ferramentas, ferragens e mat. const.
2 586,53 € 3 588,93 € 3 974,20 € 2 786,52 € 2 615,03 €
Vidros 201,78 € 60,00 € 380,21 € 243,54 € 126,14 €
Carpintaria 169,71 € 170,22 € 169,71 € 170,56 € 171,58 €
Reparação de elementos 2 191,17 € 2 199,79 € 5 175,51 € 2 203,99 € 3 751,97 €
B5 Remodelação Reabilitação - € - € - € - € - €
Eletricidade 73 917,15 € 60 082,85 € 54 183,22 € 55 628,29 € 53 044,75 €
Gás 5 933,53 € 4 212,95 € 4 338,19 € 4 356,53 € 4 598,28 €
B7 Custos Água Água 11 627,32 € 13 449,62 € 15 327,72 € 23 711,52 € 25 470,67 €
B3 - B4Reparação e Substituição
B6 Custos Energia
A1 - A5 Construção
B1 Utilização
B2 Manutenção
Anexo B
Evolução da inflação Variação Salário mínimo face ao ano anterior
1970 0,0642 1977 0,12
1971 0,1191 1978 0,267857
1972 0,1078 1979 0,316901
1973 0,1293 1980 0,200535
1974 0,2512 1981 0,18931
1975 0,1535 1982 0
1976 0,21 1983 0,213483
1977 0,3158 1984 0,200617
1978 0,209 1985 0,231362
1979 0,217 1986 0,17119
1980 0,161 1987 0,120321
1981 0,192 1988 0,079554
1982 0,215 1989 0,102432
1983 0,24 1990 0,179144
1984 0,285 1991 0,133787
1985 0,195 1992 0,11
1986 0,126 1993 0,064865
1987 0,097 1994 0,040186
1988 0,099 1995 0,0549
1989 0,125 1996 0,04973
1990 0,136 1997 0,03856
1991 0,118 1998 0,038897
1992 0,096 1999 0,040844
1993 0,068 2000 0,040549
1994 0,054 2001 0,050283
1995 0,042 2002 0,041293
1996 0,031 2003 0,024713
1997 0,023 2004 0,025238
1998 0,026 2005 0,024891
1999 0,023 2006 0,029891
2000 0,029 2007 0,044312
2001 0,044 2008 0,057072
2002 0,036 2009 0,056338
2003 0,032 2010 0,055556
2004 0,024 2011 0,021053
2005 0,023 2012 0
2006 0,031 2013 0
2007 0,025 2014 0
2008 0,026 2015 0,041237
2009 -0,008 2016 0,049505
2010 0,014
2011 0,037
2012 0,028
2013 0,003
2014 -0,003
2015 0,005
2016 0,006
Anexo C
Custos Constantes organizados por módulo de custo
TOTAL AO - TERRENOA1-A5 -
CONSTRUÇÃOB1 -
UTILIZAÇÃOB2 -
MANUTENÇÃOB3-B4 - REPARAÇÃO E
SUBSTITUIÇÃOB5 - REMODELAÇÃO B6 - ENERGIA B7 - ÁGUA
1970 565 737,83 € 565 737,83 € - € - € - € - € - € - € - €
1971 - € - € - € - € - € - € - € - € - €
1972 41 419,34 € - € 41 419,34 € - € - € - € - € - € - €
1973 - € - € - € - € - € - € - € - € - €
1974 - € - € - € - € - € - € - € - € - €
1975 5 201 109,79 € - € 5 201 109,79 € - € - € - € - € - € - €
1976 4 295 178,79 € - € 4 295 178,79 € - € - € - € - € - € - €
1977 73 907,49 € - € - € 2 714,29 € 9 548,48 € 6 801,09 € - € 41 481,64 € 13 361,99 €
1978 73 932,22 € - € - € 2 714,35 € 9 572,93 € 6 801,39 € - € 41 481,58 € 13 361,97 €
1979 73 975,96 € - € - € 2 714,45 € 9 616,51 € 6 801,20 € - € 41 481,77 € 13 362,03 €
1980 73 995,12 € - € - € 2 714,30 € 9 635,90 € 6 801,26 € - € 41 481,67 € 13 361,99 €
1981 73 993,92 € - € - € 2 714,23 € 9 634,68 € 6 801,31 € - € 41 481,70 € 13 362,00 €
1982 73 889,25 € - € - € 2 714,23 € 9 530,06 € 6 801,28 € - € 41 481,67 € 13 362,01 €
1983 73 878,92 € - € - € 2 714,33 € 9 519,66 € 6 801,24 € - € 41 481,71 € 13 361,98 €
1984 90 724,94 € - € - € 2 714,33 € 26 365,70 € 6 801,25 € - € 41 481,69 € 13 361,97 €
1985 73 861,27 € - € - € 2 714,35 € 9 502,01 € 6 801,28 € - € 41 481,67 € 13 361,96 €
1986 73 879,57 € - € - € 2 714,30 € 9 520,36 € 6 801,25 € - € 41 481,68 € 13 361,98 €
1987 73 889,73 € - € - € 2 714,29 € 9 530,49 € 6 801,28 € - € 41 481,70 € 13 361,97 €
1988 73 881,13 € - € - € 2 714,28 € 9 521,92 € 6 801,24 € - € 41 481,71 € 13 361,98 €
1989 69 559,29 € - € - € 2 637,96 € 9 512,27 € 2 565,39 € - € 41 481,69 € 13 361,98 €
1990 61 430,30 € - € - € 2 564,23 € 9 530,08 € 2 860,38 € - € 34 462,42 € 12 013,19 €
1991 103 729,21 € - € - € 2 646,13 € 9 228,10 € 3 769,97 € - € 58 706,79 € 29 378,22 €
1992 160 560,84 € - € - € 2 206,29 € 26 420,47 € 3 012,16 € - € 43 164,05 € 85 757,87 €
1993 67 850,41 € - € - € 2 530,50 € 9 541,75 € 8 681,90 € - € 33 035,10 € 14 061,16 €
1994 65 712,25 € - € - € 1 825,06 € 9 540,51 € 4 924,84 € - € 29 472,20 € 19 949,64 €
1995 41 131,05 € - € - € 3 373,80 € 9 541,30 € 3 068,27 € - € 16 728,88 € 8 418,80 €
1996 49 416,32 € - € - € 5 286,72 € 9 550,37 € 2 479,46 € - € 22 725,64 € 9 374,13 €
1997 58 857,43 € - € - € 2 214,05 € 9 382,48 € 11 259,76 € - € 28 923,40 € 7 077,74 €
Anexo C (cont.)
Custos Constantes organizados por módulo de custo
TOTAL AO - TERRENOA1-A5 -
CONSTRUÇÃOB1 -
UTILIZAÇÃOB2 -
MANUTENÇÃOB3-B4 - REPARAÇÃO E
SUBSTITUIÇÃOB5 - REMODELAÇÃO B6 - ENERGIA B7 - ÁGUA
1998 51 030,68 € - € - € 1 206,91 € 9 564,52 € 8 516,83 € - € 21 538,84 € 10 203,58 €
1999 72 266,97 € - € - € 3 925,65 € 9 573,60 € 18 267,34 € - € 28 633,80 € 11 866,58 €
2000 75 380,98 € - € - € 2 140,13 € 25 196,71 € 10 497,45 € - € 27 757,94 € 9 788,75 €
2001 58 997,51 € - € - € 687,03 € 8 330,53 € 9 195,75 € - € 32 314,82 € 8 469,38 €
2002 61 221,12 € - € - € 2 067,48 € 11 233,51 € 10 987,70 € - € 30 533,60 € 6 398,83 €
2003 57 443,46 € - € - € 1 043,10 € 11 202,50 € 4 343,11 € - € 32 922,43 € 7 932,32 €
2004 60 090,39 € - € - € 1 042,09 € 10 208,02 € 5 587,02 € - € 34 004,57 € 9 248,69 €
2005 52 389,89 € - € - € 1 533,23 € 9 353,49 € 5 572,95 € - € 28 643,85 € 7 286,37 €
2006 65 100,70 € - € - € 611,93 € 11 307,82 € 6 851,09 € - € 39 434,43 € 6 895,43 €
2007 79 204,85 € - € - € 1 714,30 € 24 018,24 € 6 801,25 € - € 39 924,75 € 6 746,31 €
2008 3 248 600,83 € - € - € 1 714,31 € 36 318,96 € 2 233,32 € 3 161 322,01 € 40 415,05 € 6 597,18 €
2009 3 458 866,11 € - € - € 4 483,93 € 202 099,81 € 3 027,16 € 3 186 816,54 € 50 824,41 € 11 614,26 €
2010 309 876,82 € - € - € 4 464,39 € 224 934,06 € 2 613,27 € - € 61 233,75 € 16 631,35 €
2011 290 731,52 € - € - € 4 414,50 € 195 936,16 € 5 205,22 € - € 70 982,23 € 14 193,41 €
2012 310 502,29 € - € - € 4 377,76 € 208 432,43 € 5 205,94 € - € 80 730,70 € 11 755,46 €
2013 344 662,20 € - € - € 3 950,62 € 256 277,36 € 6 067,07 € - € 64 809,97 € 13 557,18 €
2014 346 288,85 € - € - € 4 958,32 € 256 860,23 € 9 806,62 € - € 59 166,90 € 15 496,78 €
2015 341 307,70 € - € - € 3 843,39 € 247 828,76 € 5 437,03 € - € 60 344,73 € 23 853,79 €
2016 344 805,11 € - € - € 5 345,82 € 249 680,87 € 6 664,72 € - € 57 643,03 € 25 470,67 €
2017 346 176,60 € - € - € 3 572,29 € 158 452,30 € 4 360,61 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2018 346 256,44 € - € - € 3 574,00 € 158 528,33 € 4 362,71 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2019 346 336,27 € - € - € 3 575,72 € 158 604,36 € 4 364,80 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2020 346 416,11 € - € - € 3 577,43 € 158 680,39 € 4 366,89 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2021 346 495,94 € - € - € 3 579,14 € 158 756,42 € 4 368,98 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2022 346 575,78 € - € - € 3 580,86 € 158 832,45 € 4 371,07 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2023 346 655,61 € - € - € 3 582,57 € 158 908,47 € 4 373,17 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2024 346 735,45 € - € - € 3 584,29 € 158 984,50 € 4 375,26 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2025 346 815,29 € - € - € 3 586,00 € 159 060,53 € 4 377,35 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
Anexo C (cont.)
Custos Constantes organizados por módulo de custo
TOTAL AO - TERRENOA1-A5 -
CONSTRUÇÃOB1 -
UTILIZAÇÃOB2 -
MANUTENÇÃOB3-B4 - REPARAÇÃO E
SUBSTITUIÇÃOB5 - REMODELAÇÃO B6 - ENERGIA B7 - ÁGUA
2026 346 895,12 € - € - € 3 587,71 € 159 136,56 € 4 379,44 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2027 346 974,96 € - € - € 3 589,43 € 159 212,59 € 4 381,54 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2028 347 054,79 € - € - € 3 591,14 € 159 288,62 € 4 383,63 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2029 347 134,63 € - € - € 3 592,86 € 159 364,65 € 4 385,72 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2030 347 214,47 € - € - € 3 594,57 € 159 440,68 € 4 387,81 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
2031 347 294,30 € - € - € 3 596,28 € 159 516,71 € 4 389,91 € - € 151 923,77 € 27 867,63 €
TOTAIS 26 515 302,11 € 565 737,83 € 9 537 707,92 € 165 145,66 € 4 626 871,18 € 322 746,93 € 6 348 138,55 € 3 947 196,75 € 1 001 757,31 €
Anexo D
Custos Atualizados a 2016 (TA=3%) organizados por módulo de custo
TOTAL AO - TERRENOA1-A5 -
CONSTRUÇÃOB1 - UTILIZAÇÃO
B2 - MANUTENÇÃO
B3-B4 - REPARAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
B5 - REMODELAÇÃO B6 - ENERGIA B7 - ÁGUA
1970 2 203 573,58 € 2 203 573,58 € - € - € - € - € - € - € - €
1971 - € - € - € - € - € - € - € - € - €
1972 152 069,13 € - € 152 069,13 € - € - € - € - € - € - €
1973 - € - € - € - € - € - € - € - € - €
1974 - € - € - € - € - € - € - € - € - €
1975 17 475 203,20 € - € 17 475 203,20 € - € - € - € - € - € - €
1976 14 011 035,54 € - € 14 011 035,54 € - € - € - € - € - € - €
1977 234 067,02 € - € - € 8 596,23 € 30 240,31 € 21 539,23 € - € 131 373,47 € 42 317,78 €
1978 227 325,57 € - € - € 8 346,04 € 29 434,69 € 20 912,80 € - € 127 546,88 € 41 085,16 €
1979 220 834,99 € - € - € 8 103,25 € 28 707,45 € 20 303,12 € - € 123 832,48 € 39 888,69 €
1980 214 458,45 € - € - € 7 866,80 € 27 927,53 € 19 711,93 € - € 120 225,42 € 38 726,77 €
1981 208 208,71 € - € - € 7 637,47 € 27 110,66 € 19 137,95 € - € 116 723,80 € 37 598,83 €
1982 201 858,44 € - € - € 7 415,02 € 26 035,22 € 18 580,46 € - € 113 323,99 € 36 503,75 €
1983 195 951,67 € - € - € 7 199,31 € 25 249,34 € 18 039,17 € - € 110 023,40 € 35 440,45 €
1984 233 624,23 € - € - € 6 989,62 € 67 893,86 € 17 513,79 € - € 106 818,78 € 34 408,18 €
1985 184 659,10 € - € - € 6 786,09 € 23 755,79 € 17 003,74 € - € 103 707,51 € 33 405,97 €
1986 179 325,11 € - € - € 6 588,32 € 23 108,42 € 16 508,41 € - € 100 686,93 € 32 433,03 €
1987 174 125,98 € - € - € 6 396,41 € 22 459,21 € 16 027,66 € - € 97 754,34 € 31 488,36 €
1988 169 034,69 € - € - € 6 210,08 € 21 785,47 € 15 560,75 € - € 94 907,15 € 30 571,24 €
1989 154 511,29 € - € - € 5 859,67 € 21 129,51 € 5 698,47 € - € 92 142,82 € 29 680,82 €
1990 132 480,06 € - € - € 5 530,00 € 20 552,50 € 6 168,66 € - € 74 321,36 € 25 907,54 €
1991 217 185,93 € - € - € 5 540,41 € 19 321,58 € 7 893,48 € - € 122 918,99 € 61 511,47 €
1992 326 387,14 € - € - € 4 484,94 € 53 707,37 € 6 123,11 € - € 87 743,63 € 174 328,09 €
1993 133 908,66 € - € - € 4 994,16 € 18 831,47 € 17 134,48 € - € 65 197,63 € 27 750,92 €
1994 125 911,46 € - € - € 3 497,00 € 18 280,60 € 9 436,51 € - € 56 471,78 € 38 225,57 €
1995 76 515,86 € - € - € 6 276,27 € 17 749,62 € 5 707,88 € - € 31 120,64 € 15 661,45 €
1996 89 251,36 € - € - € 9 548,40 € 17 249,03 € 4 478,18 € - € 41 045,03 € 16 930,72 €
1997 103 206,84 € - € - € 3 882,34 € 16 452,24 € 19 744,05 € - € 50 717,35 € 12 410,86 €
Anexo D (cont.)
Custos Atualizados a 2016 (TA=3%) organizados por módulo de custo
TOTAL AO - TERRENOA1-A5 -
CONSTRUÇÃOB1 - UTILIZAÇÃO
B2 - MANUTENÇÃO
B3-B4 - REPARAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
B5 - REMODELAÇÃO B6 - ENERGIA B7 - ÁGUA
1998 86 876,33 € - € - € 2 054,69 € 16 282,97 € 14 499,33 € - € 36 668,43 € 17 370,91 €
1999 119 446,27 € - € - € 6 488,50 € 15 823,69 € 30 193,13 € - € 47 327,30 € 19 613,65 €
2000 120 964,35 € - € - € 3 434,28 € 40 433,32 € 16 845,33 € - € 44 543,35 € 15 708,07 €
2001 91 916,22 € - € - € 1 070,38 € 12 978,69 € 14 326,69 € - € 50 345,44 € 13 195,02 €
2002 92 602,43 € - € - € 3 127,24 € 16 991,69 € 16 619,89 € - € 46 184,81 € 9 678,80 €
2003 84 357,64 € - € - € 1 531,82 € 16 451,24 € 6 378,00 € - € 48 347,70 € 11 648,88 €
2004 85 674,53 € - € - € 1 485,77 € 14 554,20 € 7 965,76 € - € 48 482,38 € 13 186,42 €
2005 72 519,86 € - € - € 2 122,35 € 12 947,41 € 7 714,27 € - € 39 649,79 € 10 086,04 €
2006 87 489,89 € - € - € 822,38 € 15 196,77 € 9 207,29 € - € 52 996,57 € 9 266,88 €
2007 103 344,38 € - € - € 2 236,77 € 31 338,36 € 8 874,10 € - € 52 092,75 € 8 802,40 €
2008 4 115 230,35 € - € - € 2 171,64 € 46 007,77 € 2 829,11 € 4 004 668,14 € 51 196,58 € 8 357,11 €
2009 4 253 969,05 € - € - € 5 514,67 € 248 557,29 € 3 723,03 € 3 919 382,38 € 62 507,61 € 14 284,07 €
2010 370 009,14 € - € - € 5 330,72 € 268 583,03 € 3 120,39 € - € 73 116,30 € 19 858,70 €
2011 337 037,51 € - € - € 5 117,62 € 227 143,71 € 6 034,28 € - € 82 287,85 € 16 454,05 €
2012 349 473,06 € - € - € 4 927,20 € 234 592,55 € 5 859,32 € - € 90 863,12 € 13 230,87 €
2013 376 621,67 € - € - € 4 316,94 € 280 041,17 € 6 629,65 € - € 70 819,61 € 14 814,30 €
2014 367 377,87 € - € - € 5 260,29 € 272 503,04 € 10 403,85 € - € 62 770,16 € 16 440,53 €
2015 351 546,95 € - € - € 3 958,70 € 255 263,63 € 5 600,15 € - € 62 155,07 € 24 569,40 €
2016 346 873,94 € - € - € 5 377,89 € 251 178,96 € 6 704,71 € - € 57 988,89 € 25 623,49 €
2017 336 093,79 € - € - € 3 468,24 € 153 837,18 € 4 233,60 € - € 147 498,81 € 27 055,95 €
2018 326 379,90 € - € - € 3 368,84 € 149 428,15 € 4 112,27 € - € 143 202,73 € 26 267,91 €
2019 316 946,75 € - € - € 3 272,29 € 145 145,45 € 3 994,41 € - € 139 031,77 € 25 502,83 €
2020 307 786,22 € - € - € 3 178,50 € 140 985,47 € 3 879,93 € - € 134 982,30 € 24 760,03 €
2021 298 890,44 € - € - € 3 087,40 € 136 944,68 € 3 768,72 € - € 131 050,78 € 24 038,86 €
2022 290 251,76 € - € - € 2 998,91 € 133 019,67 € 3 660,71 € - € 127 233,77 € 23 338,70 €
2023 281 862,74 € - € - € 2 912,96 € 129 207,13 € 3 555,78 € - € 123 527,93 € 22 658,93 €
2024 273 716,17 € - € - € 2 829,47 € 125 503,84 € 3 453,87 € - € 119 930,03 € 21 998,96 €
2025 265 805,04 € - € - € 2 748,37 € 121 906,65 € 3 354,88 € - € 116 436,92 € 21 358,22 €
Anexo D (cont.)
Custos Atualizados a 2016 (TA=3%) organizados por módulo de custo
TOTAL AO - TERRENOA1-A5 -
CONSTRUÇÃOB1 - UTILIZAÇÃO
B2 - MANUTENÇÃO
B3-B4 - REPARAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
B5 - REMODELAÇÃO B6 - ENERGIA B7 - ÁGUA
2026 258 122,55 € - € - € 2 669,60 € 118 412,55 € 3 258,72 € - € 113 045,55 € 20 736,13 €
2027 250 662,09 € - € - € 2 593,08 € 115 018,56 € 3 165,31 € - € 109 752,97 € 20 132,17 €
2028 243 417,25 € - € - € 2 518,75 € 111 721,83 € 3 074,59 € - € 106 556,28 € 19 545,79 €
2029 236 381,79 € - € - € 2 446,56 € 108 519,57 € 2 986,46 € - € 103 452,70 € 18 976,50 €
2030 229 549,67 € - € - € 2 376,43 € 105 409,07 € 2 900,86 € - € 100 439,51 € 18 423,79 €
2031 222 915,00 € - € - € 2 308,32 € 102 387,71 € 2 817,71 € - € 97 514,09 € 17 887,17 €
TOTAIS 53 596 826,60 € 2 203 573,58 € 31 638 307,87 € 246 875,40 € 4 731 298,90 € 538 969,93 € 7 924 050,52 € 4 862 603,22 € 1 451 147,18 €
ANEXO E
Estimativa de Custos B1 a B4- Referências e Modelos
REFERÊNCIA FÓRMULA / VALOR ACONSELHADO
2/3 * Custo de reabilitação * Anos desde a reabilitação/1275 ($/ft2)
( Anos desde a reabilitação/ (1+2+…+50)) * 0,7* 80 * área ($/ft2)
3 $/ft2
1,51 $/ft2
2,66 $/ft2
Kimmel, - 2,23 $/ft2
1,5% a 2% do Custo de Reabilitação
3,06 a 4,08 $/ft2
404 a 539 $/aluno
3,74 $/ft2
2% do Custo de Reabilitação
2% do Custo de Reabilitação
1.33% do Custo de Reabilitação
1 a 1,5% do Custo de Reabilitação
Neely et al., 1991 2 $/ft2
Neely e Neathammer, 1991b
1,17 $/ft2
1,5% do Custo de Reabilitação
1,75% do Custo de Reabilitação
2 a 4% do Custo de Reabilitação
6,71 $/ft2
1,5% do Custo de Reabilitação
1,10% do Custo de Reabilitação
2 a 4% do Custo de Reabilitação
1,5 a 3% do Custo de Reabilitação
1,85 % do Custo de Reabilitação
NMPSFA, 2013 7,59 $/ft2
2 a 4% do Custo de Reabilitação
1 a 3% do Custo de Reabilitação
Barco, 1994 1,75% do Custo de Reabilitação
McNair, 2011 1,75 a 2,5% do Custo de Reabilitação
1% do Custo de Reabilitação
32 €/m2
7,7 €/m2
1,3 $/m2
6,67 $/m2
1,4% do Custo de Reabilitação
1.5 a 3% do Custo de Reabilitação
1 a 2% do Custo de Reabilitação
Kaiser, 2009 2 a 4% do Custo de Reabilitação
Ottoman et al., 1999
Morissette, 2011
Lennerts, 2010
Li e Guo, 2012
Newton e Christian, 2004
Smith et al., 2016
Hurley, 1993
Neely e Neathammer, 1991a
Council of the Great City Schools, 2014
Bromilow e Pawsey, 1987
Sharp, 2002
ANEXO E (cont.)
Estimativa de Custos B1 a B4- Referências e Modelos
REFERÊNCIA FÓRMULA / VALOR ACONSELHADO
1,5% do Custo de Reabilitação
2 a 4% do Custo de Reabilitação
2 a 4% do Custo de Reabilitação
1,5 a 3,5% do Custo de Reabilitação
2,5 a 4,7 % do Custo de Reabilitação
1% do Custo de Reabilitação
1,75% do Custo de Reabilitação
1,8% do Custo de Reabilitação
2,1% do Custo de Reabilitação
2 a 4% do Custo de Reabilitação
1,5% do Custo de Reabilitação
(185 + 0.0143 *área – 2.06*anos desde a reabilitação) ² ($)
2% do Custo de Reabilitação
2,3% do Custo de Reabilitação
2,34% do Custo de Reabilitação
1,63% do Custo de Reabilitação
2,21% do Custo de Reabilitação
3,5% do Custo de Reabilitação
2% do Custo de Reabilitação
Bello e Loftness, 2010
Tolk, 2007
ANEXO FEstimativa de Custos B6 - Referências e Valores
REFERÊNCIA REFERÊNCIA
32,05 kwh/m2/ano 472 kwh/m2/ano
412,16 kwh/aluno/ano 357 kwh/m2/ano
266,39 kwh/m2/ano 1,333 kwh/aluno/dia
454,44 kwh/m2/ano 1,12 kwh/aluno/dia
278 kwh/m2/ano 1,542 kwh/aluno/dia
275 kwh/m2/ano 1,163 kwh/aluno/dia
257 kwh/m2/ano 1,664 kwh/aluno/dia
224 kwh/m2/ano 0,178 kwh/m2/dia
200 kwh/m2/ano 0,098 kwh/m2/dia
197 kwh/m2/ano 0,237 kwh/m2/dia
192 kwh/m2/ano 0,153 kwh/m2/dia
173 kwh/m2/ano 0,129 kwh/m2/dia
172 kwh/m2/ano 137,62 kwh/m2/ano
166 kwh/m2/ano 94,1 kwh/m2/ano
137,6 kwh/m2/ano 76,9 kwh/m2/ano
130 kwh/m2/ano 108,4 kwh/m2/ano
125 kwh/m2/ano 118,5 kwh/m2/ano
123 kwh/m2/ano 92,5 kwh/m2/ano
101 kwh/m2/ano 192,7 kwh/m2/ano
96 kwh/m2/ano 111,2 kwh/m2/ano
95 kwh/m2/ano 124,5 kwh/m2/ano
95 kwh/m2/ano 87,6 kwh/m2/ano
67 kwh/m2/ano 102,5 kwh/m2/ano
63 kwh/m2/ano 98,4 kwh/m2/ano
59 kwh/m2/ano 235,4 kwh/m2/ano
52 kwh/m2/ano 116,3 kwh/m2/ano
111 kwh/m2/ano 159 kwh/m2/ano
72 kwh/m2/ano 123,5 kwh/m2/ano
247 kwh/m2/ano 122,7 kwh/m2/ano
5 kwh/m2/ano 41,1 kwh/m2/ano
40 kwh/m2/ano 33,5 kwh/m2/ano
33 kwh/m2/ano 224 kwh/aluno/ano
24 kwh/m2/ano 317,8 kwh/aluno/ano
70 kwh/m2/ano 290 kwh/aluno/ano
51 kwh/m2/ano 457,5 kwh/aluno/ano
172 kwh/m2/ano 533 kwh/aluno/ano
68 kwh/m2/ano 1430 kwh/aluno/ano
44 kwh/m2/ano 223,2 kwh/aluno/ano
55 kwh/m2/ano 320,2 kwh/aluno/ano
33 kwh/m2/ano 158,1 kwh/aluno/ano
111 kwh/m2/ano 159,1 kwh/aluno/ano
67 kwh/m2/ano 496,3 kwh/aluno/ano
131 kwh/m2/ano 695,5 kwh/aluno/ano
234 kwh/m2/ano 387,3 kwh/aluno/ano
16 kwh/m2/ano 469,3 kwh/aluno/ano
51 kwh/m2/ano 695,5 kwh/aluno/ano
17 kwh/m2/ano 387,3 kwh/aluno/ano
Custódio, 2011
Filippín, 1999
Bravo, 2013
VALOR VALOR
Bernardo, 2016
Cole e Kernan, 1996
Ouf e Issa, 2017
ANEXO F (cont.)Estimativa de Custos B6 - Referências e Valores
REFERÊNCIA REFERÊNCIA
469,3 kwh/aluno/ano 130 kwh/m2/ano
456,3 kwh/aluno/ano 68 kwh/m2/ano
441,2 kwh/aluno/ano 53 kwh/m2/ano
301,7 kwh/aluno/ano 192 kwh/m2/ano
68,4 kwh/aluno/ano 278 kwh/m2/ano
41 kwh/m2/ano
71,7 kwh/m2/ano
36,5 kwh/m2/ano
39,1 kwh/m2/ano
25,7 kwh/m2/ano
95 kwh/m2/ano
20 kwh/m2/ano
224 kwh/m2/ano
134 kwh/m2/ano
45 kwh/m2/ano
86 kwh/m2/ano
10 kwh/m2/ano
272 kwh/m2/ano
110 kwh/m2/ano
76 kwh/m2/ano
196 kwh/m2/ano
126 kwh/m2/ano
177 kwh/m2/ano
123 kwh/m2/ano
63 kwh/m2/ano
101 kwh/m2/ano
99 kwh/m2/ano
52 kwh/m2/ano
119 kwh/m2/ano
123 kwh/m2/ano
197 kwh/m2/ano
172 kwh/m2/ano
168 kwh/m2/ano
257 kwh/m2/ano
217 kwh/m2/ano
126 kwh/m2/ano
168 kwh/m2/ano
155 kwh/m2/ano
180 kwh/m2/ano
168 kwh/m2/ano
208 kwh/m2/ano
166 kwh/m2/ano
206 kwh/m2/ano
130 kwh/m2/ano
109 kwh/m2/ano
142 kwh/m2/ano
117 kwh/m2/ano
VALOR VALOR
Filippín, 1999
Reiss, 2013
Pereira, 2014
Pereira, 2014
ANEXO G
Estimativa de Custos B7
REFERÊNCIA REFERÊNCIA REFERÊNCIA
10 L/aluno/dia 8,6 L/aluno/dia 26 L/aluno/dia
30 L/aluno/dia 3,79 L/aluno/dia 13,86 L/aluno/dia
34 L/aluno/dia 12,1 L/aluno/dia 51,26 L/aluno/dia
51,1 L/aluno/dia 0,51 L/aluno/dia 10,59 L/aluno/dia
10 L/aluno/dia 11,6 L/aluno/dia 10,59 L/aluno/dia
20 L/aluno/dia 4,5 L/aluno/dia 62,23 L/aluno/dia
13 L/aluno/dia 7,5 L/aluno/dia 6,42 L/aluno/dia
13,86 L/aluno/dia 10 L/aluno/dia 40,21 L/aluno/dia
51,26 L/aluno/dia 20 L/aluno/dia 20,61 L/aluno/dia
10,59 L/aluno/dia 21,33 L/aluno/dia 7,15 L/aluno/dia
62,23 L/aluno/dia 10,68 L/aluno/dia 8,26 L/aluno/dia
6,42 L/aluno/dia 17,46 L/aluno/dia 62,82 L/aluno/dia
40,21 L/aluno/dia 11,98 L/aluno/dia 7,27 L/aluno/dia
7,15 L/aluno/dia 25 L/aluno/dia 47,4 L/aluno/dia
20,61 L/aluno/dia 16 L/aluno/dia 28,8 L/aluno/dia
8,26 L/aluno/dia 15 L/aluno/dia 25,3 L/aluno/dia
62,82 L/aluno/dia 13,86 L/aluno/dia 30 L/aluno/dia
7,27 L/aluno/dia 51,26 L/aluno/dia 12,4 m3/aluno/ano
47,4 L/aluno/dia 10,59 L/aluno/dia 13,1 m3/aluno/ano
81,1 L/aluno/dia 62,23 L/aluno/dia 15,27 m3/aluno/ano
4,5 L/aluno/dia 6,42 L/aluno/dia 0,97 m3/aluno/mês
134 L/aluno/dia 40,21 L/aluno/dia 1,07 m3/aluno/mês
8 L/aluno/dia 20,61 L/aluno/dia 1,13 m3/aluno/mês
3,9 L/aluno/dia 7,15 L/aluno/dia 1,19 m3/aluno/mês
4,9 L/aluno/dia 8,26 L/aluno/dia 1,75 m3/aluno/mês
51,1 L/aluno/dia 62,82 L/aluno/dia 0,49 m3/aluno/mês
10,01 L/aluno/dia 7,27 L/aluno/dia 0,55 m3/aluno/mês
20 L/aluno/dia 47,4 L/aluno/dia 0,55 m3/aluno/mês
10 L/aluno/dia 9 L/aluno/dia 0,56 m3/aluno/mês
10 L/aluno/dia 5 L/aluno/dia 0,57 m3/aluno/mês
18 L/aluno/dia 22,5 L/aluno/dia 0,58 m3/aluno/mês
50 L/aluno/dia 28,5 L/aluno/dia 0,6 m3/aluno/mês
10 L/aluno/dia 33 L/aluno/dia 0,66 m3/aluno/mês
30 L/aluno/dia 27 L/aluno/dia 0,67 m3/aluno/mês
50 L/aluno/dia 105 L/aluno/dia 0,67 m3/aluno/mês
50 L/aluno/dia 3,5 L/aluno/dia 0,69 m3/aluno/mês
50 L/aluno/dia 30,5 L/aluno/dia 0,71 m3/aluno/mês
81,1 L/aluno/dia 19 L/aluno/dia 0,72 m3/aluno/mês
18,6 L/aluno/dia 3 L/aluno/dia 0,76 m3/aluno/mês
30,9 L/aluno/dia 8,5 L/aluno/dia 0,79 m3/aluno/mês
7,6 L/aluno/dia 4,5 L/aluno/dia 0,79 m3/aluno/mês
11,6 L/aluno/dia 11 L/aluno/dia 0,83 m3/aluno/mês
4 L/aluno/dia 23 L/aluno/dia 0,86 m3/aluno/mês
13,4 L/aluno/dia 6 L/aluno/dia 0,87 m3/aluno/mês
25 L/aluno/dia 25 L/aluno/dia 0,9 m3/aluno/mês
5,7 L/aluno/dia 25,5 L/aluno/dia 0,94 m3/aluno/mês
Soares et al., 2017
Guimarães e Araújo, 2016
Guimarães e Araújo, 2016
Oliveira, 2013
Oliveira, 2013
Fasola et al., 2011
Cheng e Hong, 2004
Gonçalves et al., 2004
VALORES VALORES VALORES
ANEXO G (cont.)
Estimativa de Custos B7
REFERÊNCIA REFERÊNCIA REFERÊNCIA
0,94 m3/aluno/mês 0,34 m3/aluno/mês 8,16 L/aluno/dia
0,21 m3/aluno/mês 0,85 m3/aluno/mês 5,56 L/aluno/dia
0,25 m3/aluno/mês 0,13 m3/aluno/mês 49,9 L/dia/aluno
0,26 m3/aluno/mês 0,21 m3/aluno/mês 49,5 L/dia/aluno
0,27 m3/aluno/mês 0,24 m3/aluno/mês
0,28 m3/aluno/mês 0,26 m3/aluno/mês
0,28 m3/aluno/mês 0,32 m3/aluno/mês
0,28 m3/aluno/mês 0,83 m3/aluno/mês
0,29 m3/aluno/mês 1,09 m3/aluno/mês
0,29 m3/aluno/mês 20 L/aluno/dia
0,31 m3/aluno/mês 11 L/aluno/dia
0,31 m3/aluno/mês 17,4 L/aluno/dia
0,32 m3/aluno/mês 30 L/aluno/dia
0,32 m3/aluno/mês 56,4 L/aluno/dia
0,32 m3/aluno/mês 59,5 L/aluno/dia
0,32 m3/aluno/mês 50 L/aluno/dia
0,33 m3/aluno/mês 10 L/aluno/dia
0,37 m3/aluno/mês 30 L/aluno/dia
0,37 m3/aluno/mês 50 L/aluno/dia
0,38 m3/aluno/mês 50 L/aluno/dia
0,39 m3/aluno/mês 81,1 L/aluno/dia
0,4 m3/aluno/mês 18,6 L/aluno/dia
0,41 m3/aluno/mês 30,9 L/aluno/dia
0,46 m3/aluno/mês 7,6 L/aluno/dia
0,47 m3/aluno/mês 11,6 L/aluno/dia
0,48 m3/aluno/mês 4 L/aluno/dia
0,51 m3/aluno/mês 13,4 L/aluno/dia
0,53 m3/aluno/mês 25 L/aluno/dia
0,53 m3/aluno/mês 5,7 L/aluno/dia
0,55 m3/aluno/mês 8,6 L/aluno/dia
0,57 m3/aluno/mês 3,79 L/aluno/dia
0,58 m3/aluno/mês 12,1 L/aluno/dia
0,62 m3/aluno/mês 0,51 L/aluno/dia
0,65 m3/aluno/mês 11,6 L/aluno/dia
0,68 m3/aluno/mês 4,5 L/aluno/dia
0,72 m3/aluno/mês 7,5 L/aluno/dia
0,73 m3/aluno/mês 49,85 L/aluno/dia
0,82 m3/aluno/mês 49,5 L/aluno/dia
1,99 m3/aluno/mês 31,45 L/aluno/dia
2,53 m3/aluno/mês 21,64 L/aluno/dia
3,34 m3/aluno/mês 21,7 L/aluno/dia
0,18 m3/aluno/mês 33,33 L/aluno/dia
0,51 m3/aluno/mês 40,51 L/aluno/dia
0,72 m3/aluno/mês 13,71 L/aluno/dia
0,52 m3/aluno/mês 8,54 L/aluno/dia
0,26 m3/aluno/mês 19,2 L/aluno/dia
Gonçalves et al., 2004
Gonçalves et al., 2004
Ilha et al., 2008
Ilha et al., 2008
Gonçalves et al., 2005
VALORESVALORES VALORES
Top Related