Download - Ano 3 Nº 3 ... · Augusto Facchini, Elaine Tomasi, Elai-ne Thumé, Denise da Silveira, Vanes-sa Teixeira, Maria de Fatima Maia, Alessander Osório, Fernando Siquei-ra e Alitéia

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INFORMATIVOFINANCIADORES:

Ano 3*Nº 3 * Julho de 2009

TRABALHO, EDUCAÇÃO, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM ABS

Depto de Medicina Social daUFPel foi presença marcanteno Congresso de Istambul

Ministério da Saúde comentadesafios e perspectivas naAtenção Básica

Equipe PROESF-UFPelintegrou duas publicaçõesde relevância nacional einternacional

UFPelwww.epidemio-ufpel.org.br/proesf/index.htm

PROESF-UFPel avalia condições

de trabalho na ABS

PÁGINA 77777PÁGINA 33333 PÁGINA 66666

PÁGINAS 4 E 5

Esta edição traz novasinformações do ELB,

que realizou coleta dedados em 2005 e

continua a produzirnovas informações no

campo da Saúde daFamília

O informativo apresenta novos resultadosselecionados do Estudo de Linha de Base (ELB) doProjeto de Expansão e Consolidação do Saúde daFamília da Universidade Federal de Pelotas (PROESF-UFPel).

Está destacado a avaliação dos profissionais sobrecapacitação em ABS, estrutura física, demanda eprocesso de trabalho, conteúdo das supervisões,

atividades de ensino nas Unidades Básicas de Saúde(UBS) e ainda o grau de acesso às publicações doMinistério da Saúde (MS). O universo do estudoincluiu 236 UBS de 41 municípios com mais de 100mil habitantes, localizados em sete estados dasregiões Sul e Nordeste do Brasil. Publicações sobrediferentes temas relacionados à atenção básicacontinuam a ser produzidas.

2 * INFORMATIVO PROESF - GESTÃO

Revisão de Literatura busca evidênciassobre políticas de saúde na ABS

O professor Fernando Vinholes Siqueira (UFSC/SC eUCPel/RS) participa de um doutorado-sanduíche na“School of Public Health - Austin Program - Michael &Susan Dell Center for Advancement of Healthy Living - Ins-titute for Health Policy”, na cidade de Austin (Texas), atra-vés do Convênio Brasil/Universidade do Texas, CAPES -UFPel, UFSC e PUC do Paraná. O estágio estásob orientação do Prof. PHD Harold Willian Kolh III, da Uni-versidade do Texas, diretor do Programa de Epidemiologiae Controle de Doenças do Departamento de Cinesiologia.

Como parte das atividades, Siqueira também esteveem Atlanta, Estado da Georgia, durante o mês de abril,com a orientação do Prof. MD, MPH Michael Pratt, Co-Director National Center for Chronic Disease Preventionand Health Promotion, Centers for Disease Control and Pre-vention. O eixo principal das pesquisas nos EUA está relaci-onado ao comportamento sedentário entre os profissio-nais e usuários da Atenção Básica no Brasil.

Fernando Vinholes Siqueira

Medicina, também agrega graduados em Odontologia eNutrição.

A especialização é uma realização da Faculdade de En-fermagem e Obstetrícia em parceria com o Depto de Me-dicina Social da Faculdade de Medicina, Depto de Odon-tologia Social da Faculdade de Odontologia e Faculdadede Nutrição, com apoio do Ministério da Saúde.

A coordenadora do curso de Enfermagem e Obstetrícia,Rita Maria Heck, diz que um dos pontos-chaves dos encon-tros são as plenárias.

CARTA DE PORTO ALEGRE

Epidemiologistas pedem maisrecursos para o sistema de saúde

Profissionais da Epidemiologia que participaram, em Porto Alegre, doVII Congresso Brasileiro de Epidemiologia e XVIII Congresso Mundial deEpidemiologia, de 20 a 24 de setembro de 2008, redigiram uma cartapública no final do evento organizado pela Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO). Confira alguns dos principaistrechos:

“Em harmonia com o tema central do Congresso ‘Epidemiologia na cons-trução da saúde para todos: métodos para um mundo em transformação’,ficou evidente para os congressistas que a efetividade de sua atuação sóse concretiza na medida da urgente regulamentação da EC-29, que atribuios recursos financeiros necessários para a sustentabilidade do nosso sis-tema de saúde. Ao lado disso, torna-se impositiva a provisão de condiçõesdignas e justas de trabalho dos profissionais de saúde, cujos empenho ededicação não têm sido devidamente valorizados e reconhecidos, especi-almente, quando comparados a outros setores públicos.

Dois professores pesquisamDois professores pesquisamDois professores pesquisamDois professores pesquisamDois professores pesquisamnos Estados Unidosnos Estados Unidosnos Estados Unidosnos Estados Unidosnos Estados Unidos

Suele Manjourany Silva foiaprovada na seleção do doutora-do do Programa de Pós-Gradua-ção em Epidemiologia da Univer-sidade Federal de Pelotas.

A equipe do projeto "Gestão do Trabalho, Edu-cação e Informação em Saúde e sua relação com aefetividade da ABS nas regiões Sul e Nordeste doBrasil", executado pela UFPel, está fazendo umarevisão da literatura nacional e internacional, parasistematizar evidências científicas que contribuampara a formulação e o desenvolvimento de políti-cas sobre estes temas.

Buscaram-se artigos publicados em periódicoscientíficos, originais e de revisão, em portu-guês,inglês, espanhol, entre 1997 e 2008, que abordas-sem os seguintes temas, todos relativos à ABS: oprocesso de trabalho; o trabalho e o plano de car-

Equipe do PROESF Integra TEquipe do PROESF Integra TEquipe do PROESF Integra TEquipe do PROESF Integra TEquipe do PROESF Integra Telesaúdeelesaúdeelesaúdeelesaúdeelesaúdeno mundo em desenvolvimentono mundo em desenvolvimentono mundo em desenvolvimentono mundo em desenvolvimentono mundo em desenvolvimento

Publicações

reira dos profissionais; a educação permanente, aintegração do ensino e dos serviços; o financiamen-to, estratégias, organização e administração; os di-agnósticos de demanda; o controle social em saú-de, a comunicação e a informação em saúde; osprotocolos para o cuidado e as ações programáti-cas da ABS.

Os achados serão úteis para a capacitação degestores municipais e trabalhadores da AtençãoBásica e PSF. Também oferecem alternativas e su-gestões para transformação dos cursos de gradua-ção da área de saúde, priorizando a Atenção Pri-mária à Saúde em seus currículos.

Meta-avaliação da ABS é lançado no Epitchê

A editora britânica The Royal Society of Medi-cine Press lançou, em fevereiro, olivro "Telesaúde no mundo em de-senvolvimento" (Telehealth in theDeveloping World) - disponível emalguns países, mas ainda não che-gou ao Brasil. A convite do prof.Kendall Ho, da Faculdade de Me-dicina da University of British Co-lumbia, Canadá, equipe do PRO-ESF escreveu o capítulo "Tecnolo-gia da Informação para atençãobásica à Saúde no Brasil" (Infor-mation technology for primary he-alth care in Brazil), que aponta asprincipais potencialidades e os de-safios inerentes à utilização de tecnologias de in-formação no âmbito da Atenção Primária à Saúde

Dois capítulos do livro "Meta-avaliação da Aten-ção Básica em Saúde: Teoria e Prática", foramescritos pela equipe do PROESF-UFPel. O lança-mento, pela editora Fiocruz, ocorreu durante o VIICongresso Brasileiro de Epidemiologia, o Epitchê,de 20 a 24 de setembro, em Porto Alegre. O capí-tulo 7, "Contribuições do ELB da UFPel às políti-cas, aos serviços e à pesquisa da ABS", indicaque os resultados do estudo mostram um desem-penho da ABS bastante distante das prescriçõesdo SUS para ambos os modelos de atenção, iden-tificando seus pontos frágeis - que logo poderãosubsidiar a definição de investimentos que resul-tem em um impacto positivo na saúde da popula-ção. Foram autores do capítulo Luiz Augusto Fac-chini, Roberto Piccini, Elaine Tomasi, Elaine Thu-mé, Denise da Silveira, Vanessa Teixeira, Maria deFatima Maia, Alessander Osório, Fer-nando Siqueira, Alitéia Dilélio, VeraPaniz e Maria Aparecida Rodrigues.

O capítulo 8, "Capacitação noELB da UFPel - contribuições à edu-cação de trabalhadores e à pesqui-sa em ABS", destaca as principaiscaracterísticas, relevantes, num con-texto de avanço da ESF e fortaleci-mento das ações da M&A da ABS.Participaram Roberto Piccini, LuizAugusto Facchini, Elaine Tomasi, Elai-ne Thumé, Denise da Silveira, Vanes-sa Teixeira, Maria de Fatima Maia,Alessander Osório, Fernando Siquei-ra e Alitéia Dilélio.

A publicação, organizada por Zulmira Hartz, Li-gia Vieira da Silva e Eronildo Felisberto (na foto,com a equipe que participou do evento, na frente, àdireita do professor Facchini).

No site,www.fiocruz.br, você encontra uma rela-ção das livrarias e distribuidoras de várias localida-des do Brasil e instruções para solicitar o livro viaInternet.

Editora FiocruzAv. Brasil, 4036 - sala 112 - ManguinhosCEP 21040-361 - Rio de Janeiro - RJ - BrasilTels.: (21) 3882-9007 |3882-9039 |3882-9041Fax: (21) 3882-9006E-mail: [email protected]

no Brasil. Foram autores do capítulo Elaine Tomasi,Luiz Augusto Facchini, Elaine Thu-mé, Maria de Fatima Santos Maiae Alessander Osório.

O livro é uma coletânea daspráticas da telemedicina nas áre-as da política de saúde, educaçãoe clínica médica. As experiênciasdescritas refletem os desafios dautilização da informática para oavanço no conhecimento e paraconectar pessoas em diversos lu-gares do mundo, podendo facili-tar o diagnóstico da situação desaúde de populações a novas for-mas de ensino na área da saúde.

Pode ser adquirido pelo linkhttp://www.rsmpress.co.uk/bkwooton8.htm

Serviços ambulatoriaisno Sul e Nordeste do Brasil

Este estudo avaliou o uso de serviços ambulatoriais em uma amostra de 4.003idosos das regiões Sul e Nordeste do Brasil. O uso de serviços ambulatoriais foimaior e mais adequado às necessidades de saúde dos idosos no Sul do que noNordeste. A doutora em Epidemiologia Maria Aparecida Pinheiro Rodrigues identifi-cou que a ABS, em ambas as regiões, atendeu a demanda dos idosos em piorescondições socioeconômicas. Os resultados indicam que é preciso aumentar a ofertade serviços ambulatoriais de saúde e garantir o acesso aos idosos, especialmente osportadores de limitações funcionais, na região Nordeste.

Pouco aconselhamentopara atividades físicas

"Aconselhamento para a prática de atividade física como estratégia de educa-ção à saúde" é um estudo que descreve a prevalência de aconselhamento educativoà saúde em amostra de indivíduos adultos (N = 4.060) e idosos (N = 4.003), dasregiões Sul e Nordeste do Brasil. Segundo Fernando Vinholes Siqueira, doutorandodo Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/SC) eprofessor assistente do Centro de Ciência da Vida e da Saúde da UniversidadeCatólica de Pelotas (UCPel/RS), a prevalência de aconselhamento relacionado àatividade física foi de 28,9% entre os adultos e de 38,9% entre os idosos, maiorentre os idosos na região Nordeste, e nos adultos e idosos atendidos pelo PSF. Énecessário melhorar a participação dos profissionais das diferentes áreas do conhe-cimento na condução de aconselhamentos em saúde.

Maria de Fátima Maia foi apro-vada na seleção do doutorado noPrograma de Pós-Graduação em Co-municação e Informação da Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul.

*O artigo na integra está disponível na Internet para acesso gratuito.Referência: Rodrigues, Maria Aparecida Pinheiro et al. Uso de serviços ambu-

latoriais por idosos nas regiões Sul e Nordeste do Brasil. Cad. Saúde Pública, Out2008, vol.24, no.10, p.2267-2278.

*O artigo na integra está disponível na Internet para acesso gratuito.Referência: Siqueira, Fernando Vinholes et al. Aconselhamento para a prática

de atividade física como estratégia de educação à saúde. Cad. Saúde Pública,Jan 2009, vol.25, no.1, p.203-213.

Desde junho de 2008 a UFPel realiza curso de Especia-lização Multiprofissional em Saúde da Família. Ao todo 81profissionais da saúde reúnem-se mensalmente por dois diaspara discutir, desenvolver trabalhos e participar das plená-rias.

O objetivo do curso é formar profissionais capazes decontribuir para a qualificação da Estratégia Saúde da Famí-lia, incluindo a realização de estudos sobre a organização eo desempenho dos serviços de saúde. Um diferencial destaespecialização, é que além dos cursos de Enfermagem e

Elaine Thumé, professora da Faculdade de Enfermageme Obstetrícia na Universidade Federal de Pelotas e Douto-randa do Programa de Epidemiologia do Departamento deMedicina Social desta mesma universidade, atualmente re-aliza doutorado-sanduíche com bolsa PDEE da CAPES naHarvard School of Public Health (HSPH) em Boston, Esta-dos Unidos. Orientanda do Prof. Luiz Augusto Facchini, rea-lizou a coleta de dados de sua tese de doutorado “Assistên-cia Domiciliar a Idosos: determinantes da necessidade e dodesempenho dos serviços de atenção básica à saúde” nomunicípio de Bagé, tendo entrevistado 1.593 idosos, com60 anos ou mais de idade. O doutorado-sanduíche no Take-mi Program in International Health da HSPH, sob orientaçãodo Dr. Paul Campbell, teve início no dia 2 de fevereiro desteano e irá até final de janeiro de 2010. Saiba mais sobre oTakemi no link: http://www.hsph.harvard.edu/research/takemi/about-the-rogram/principles-of-the-program/index.html .

Elaine Thumé

81 fazem Especialização em Saúde da Família

Qualificação da EquipeQualificação da EquipeQualificação da EquipeQualificação da EquipeQualificação da Equipe

Informativo PROESF-GESTÃOUniversidade Federal de Pelotas

Centro de Pesquisas EpidemiológicasDepartamento de Medicina Social da Faculdadede MedicinaDepartamento de Enfermagem da Faculdade deEnfermagem e Obstetrícia

EquipeLuiz Augusto Facchini (UFPel-FM-DMS)Roberto Xavier Piccini (UFPel-FM-DMS)Elaine Tomasi (UCPel, PMPel-SMSBE)Elaine Thumé (UFPel-FEO e PPGE)Denise Silveira (UFPel-DMS, PMPel-SMSBE)Suele Manjourany Silva (UFPel-PPGE)

Maria de Fátima Maia (UFPel-CPE)Alessander Osório (UFPel-CPE)Mercedes Bilhalva de Lucca (UFPel-CPE)Alitéia Santiago Dilélio (UFPel-FEO)Fernando Vinholes Siqueira (UFSC/SC-UCPel)Maria Aparecida Rodrigues (UFPel-PPGE)Vera Vieira (UFPel-PPGE)

Edição : Editora Enfoque, Pelotas, RSE-mail: [email protected] Responsável: Paulo Otávio Pinho, RP7461.Redação: Joice Lima.Projeto Gráfico: Rafael OcañaDiagramação: Jennifer Morais.Tiragem: 1.500 exemplares.Impressão: Gráfica Diário Popular, Pelotas, RS. www.epidemio-ufpel.org.br/proesf/index.htm

É com satisfação que apresentamos mais um nú-mero do Informativo PROESF-GESTÃO, veículo que di-vulga o projeto da UFPel e busca for talecer seus vín-culos com gestores e trabalhadores da atenção bási-ca e da saúde da família.

Neste número mostramos novos re-sultados sobre a avaliação da gestãodo trabalho, da educação, da informa-ção e da comunicação em saúde no âm-bito da atenção básica e da saúde dafamília. Os achados do estudo conduzi-do em 41 municípios acima de 100 milhabitantes de dois estados da regiãoSul (RS e SC) e cinco da região Nordes-te (AL, PB, PE, PI e RN) mostram que aprecarização do trabalho ainda é umgrande problema nos serviços e locaisestudados, principalmente no PSF, en-

tre os agentes comunitários de saúde. Já a capacitação dostrabalhadores da atenção básica, embora maior no PSF, aindaé baixa e centrada em profissionais de nível superior, reque-rendo soluções urgentes e criativas. A informatização das uni-dades básicas de saúde, uma necessidade de cerca de 60%dos serviços, poderá contribuir para um maior acesso de tra-balhadores de saúde e gestores a informações de boa quali-dade, mas também para sua capacitação.

O enfrentamento destes desafios são comentados pelo Se-cretário de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, prof.Francisco Eduardo Campos e pela diretora do Departamentode Atenção Básica, da Secretaria de Atenção à Saúde, dra.Claunara Schilling Mendonça, ambos do Ministério da Saúde.O sucesso das intervenções referidas contribuirá para um me-lhor desempenho dos serviços básicos, incrementando a co-bertura e a qualidade das ações programáticas na área deabrangência.

Este número também divulga os trabalhos da equipe apre-sentados no 12º Congresso Mundial de Saúde Pública, ocorri-do em Istambul, na Turquia em fins de abril do corrente ano.Foram três apresentações orais e mais de uma dezena de pôs-teres de interesse para a atenção básica à saúde, que podemser conferidos aqui. Nossa participação no Congresso foi des-tacada, pois o grupo da UFPel teve o maior número de traba-lhos aprovados no evento, dentre todos os participantes. No-vos artigos e capítulos de livro também divulgam os achadosdo estudo da UFPel aos leitores.

Neste número ainda estão em destaque as duas oficinasrealizadas em Porto Alegre e em Recife no final de 2008, en-volvendo os trabalhadores de saúde e os gestores dos servi-ços e municípios estudados no PROESF. Nas oficinas foramapresentados os resultados dos estudos que temos conduzidona avaliação da atenção básica. Os participantes tiveram aoportunidade de discutir a utilidade da avaliação da rede bási-ca e da capacitação dos trabalhadores de saúde como estra-tégias de melhoria da gestão do trabalho, da educação, dainformação e da comunicação em saúde.

JUNHO DE 2009 *3

Luiz Augusto Facchini(UFPel-FM-DMS)

Pesquisa revela níveis de satisfação e capacitação dos profissionaisCom base nos dados coletados em 2005,

em 236 UBS das regiões Nordeste e Sul doBrasil, que entrevistou 29 secretários munici-pais de saúde, 34 coordenadores de AtençãoBásica de Saúde (ABS) e 4.749 profissionais

de saúde em geral - médicos, odontólogos,enfermeiros, técnicos de enfermagem, agen-tes comunitários e demais técnicos de nível

médio -, o ELB do PROESF-UFPel analisou osníveis de capacitação por tipo de profissional,níveis de satisfação dos profissionais referen-tes à estrutura física, demanda e processo detrabalho, conteúdo das supervisões e ativida-

des de ensino nas UBS e ainda o grau deacesso às publicações do Ministério da Saúde

(MS).Veja aqui as principais conclusões.

Poucos se capacitam para a Saúde Pública

Baixa satisfação com ascondições de atendimento

A partir de uma escala variando de zero (0) – “pou-co satisfeito” – a dez (10) – “muito satisfeito”, os entre-vistados pontuaram sua satisfação sobre diversos as-pectos relacionados ao trabalho. Para o item “estruturafísica da unidade”, a pontuação média foi de 5,3, nãovariando muito entre os diferentes membros das equi-pes. Na comparação entre os modelos de atenção, sig-nificativamente mais satisfeitos estavam os enfermei-ros, os odontólogos, os técnicos de enfermagem, os agen-tes comunitários e os demais técnicos de nível médioque desempenhavam suas funções em unidades dasaúde da família.

No item “atendimento individual à demanda na uni-dade”, a média foi de 6,6 chegando a quase 7 pontospara médicos e enfermeiros. Com exceção dos odontó-logos e dos demais profissionais de nível superior, to-das as médias na escala de satisfação foram significa-tivamente maiores em equipes de PSF.

Para o item “atendimento individual à demanda nodomicílio”, a média foi de 6,5. As pontuações médiasna escala de satisfação com este item foram significa-tivamente maiores entre todos os profissionais do PSFem comparação com os profissionais de unidades tra-dicionais.

Apenas 32% a 40%acompanham osInformes da ABS

O acesso a publicações relacionadas à atenção básica foi in-vestigado através dos itens: Revista Brasileira de Saúde da Famí-lia (RBSF), Informes da Atenção Básica, Manual do Sistema deInformações da Atenção Básica (SIAB), Manual do Agente Comu-nitário de Saúde e Avaliação Normativa do PSF. A Revista Brasi-leira de Saúde da Família foi citada por 7% da amostra, sendomenos de 5% entre médicos, odontólogos e outros profissionaisde nível médio e chegando a 16% entre os enfermeiros e 9% entreos agentes comunitários. Diferenças significativas em favor doPSF foram observadas para médi-cos, enfermeiros, técnicos de enfer-magem e agentes comunitários desaúde.

Já o acesso aos Informes daAtenção Básica foi referido por 32%dos entrevistados, chegando a maisde 40% entre enfermeiros e agen-tes comunitários e menos de 20%entre os odontólogos e outros denível médio. As diferenças pró saú-de da família foram observadaspara os médicos, enfermeiros etécnicos de enfermagem.

Predomínio de caráter fiscalizador na supervisãoNa análise do conteúdo da supervisão, hou-

ve predomínio do caráter fiscalizador de tare-fas, de horários e da produtividade (49%), se-guido por questões técnicas do processo detrabalho (35%), repetindo-se a mesma distri-buição em ambas as regiões e modelos de aten-ção. Cerca de 7% dos profissionais relatou quea supervisão envolvia a devolução de dados,informações e relatórios e 9% descreveu outrosconteúdos (visitas políticas e de apoio, reco-nhecimento da área da UBS, etc.). O caráterfiscalizador da supervisão foi significativamentemais freqüente no Nordeste (52%) do que noSul (42%) e mais referido pelos profissionaisdo PSF (51%) em comparação aos de UBS Tra-dicionais (42%). Entre as categorias profissio-nais, a prevalência deste tipo de supervisão nãodiferiu estatisticamente comparando-se as re-giões e os modelos, mas foi mais referida poroutros profissionais de nível superior (55%) eenfermeiros (51%).

Foi constatada uma baixa proporçãode gestores com especialização ou aper-feiçoamento na área de Saúde Pública,considerável proporção de trabalho pre-cário, baixo vínculo a Plano de Cargos eCarreira de trabalhadores das UBS e ele-vada presença de outro vínculo trabalhis-ta entre estes profissionais.

Também se destacou neste estudo apequena participação de médicos, en-fermeiros e odontólogos em capacita-ções voltadas para este campo da saúdee uma baixa Supervisão nas UBS por par-te da Coordenação Central da AtençãoBásica ou da Estratégia de Saúde da Fa-mília.

Além disso, identificou-se o baixoacesso a informações, baixa inclusão di-gital entre trabalhadores e um elevadonúmero de registros e relatórios sem con-sequências plenas para o aprimoramen-to da gestão em ABS.

Estes resultados revelaram a necessi-dade de uma atenção especial a estesaspectos por parte de gestores e das Ins-tituições Acadêmicas que se dedicam apesquisas neste campo.

4* INFORMATIVO PROESF - GESTÃO

Poucos tem acesso às publicações do Ministério da Saúde

JUNHO DE 2009 *5

“Brevemente se iniciará estudopara levantamento da implementa-ção de Planos de Carreiras, inicial-mente nas secretarias que já fixa-ram seus Termos de Compromissodo Pacto de Gestão na Saúde”

SGTES

Entrevistas

6 * INFORMATIVO PROESF - GESTÃO 7JUNHO DE 2009 *

PROESF-UFPel fez bonito em Istambul

Defesas de tesesMetade da população que usa medicamentos

continuamente tem que pagar tratamentoUm terço dos idosos sofre com depressão

Pesquisa examina resultados da implantação do PSF no EstadoIntegrante do Programa de Pós-Graduação em Epidemio-

logia da UFPel, a tese de doutorado de Fulvio Nedel, comorientação do professor Facchini, estudou o PSF no Rio Gran-de do Sul e teve a participação dos Grupos de Pesquisa daAmérica e África Latinas - GRAAL da Universidade Autônomade Barcelona, na Espanha. O estudo avalia a Atenção Primáriaà Saúde (APS) através de um indicador indireto, as hospitali-zações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (CSAP),que deveriam ser evitadas por uma APS efetiva.

Os pesquisadores procuraram saber se onde o PSF foi im-plantado as pessoas internam menos por causas considera-das CSAP - quando alguém com um problema desse tiporecebe tratamento adequado no momento certo, não há ne-cessidade de internação, ou seja, espera-se que as pessoasinternem menos por essas causas onde a ABS funciona me-lhor.

Foram realizados dois estudos. Um deles entrevistou ospacientes hospitalizados pelo SUS em Bagé* para identificar

Atenção Básica: desafios e perspectivasO PROESF-Gestão conversou com a Direto-

ra do Departamento de Atenção Básica (DAB)da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) doMinistério da Saúde (MS), Claunara SchillingMendonça. Acompanhe os principais trechosda entrevista:

PROESF-Gestão - Quais são os principaisdesafios que enfrenta o nosso país, na atuali-dade, nas áreas de Gestão do Trabalho e Edu-cação?

Claunara Mendonça - Na Atenção Bási-ca, nossos principais desafios tem sido comrelação à desigualdade na distribuição geo-gráfica de profissionais de saúde, principal-mente de médicos; ao distanciamento entreas políticas de formação e a política de saúde;à precariedade das relações trabalhistas; à pre-cariedade das condições de trabalho nas uni-dades de saúde; e à Lei de ResponsabilidadeFiscal, que limita as contratações.

PG - E com relação à Gestão de Informa-ção e Comunicação?

Claunara - Os maiores problemas são afalta de uma cultura de uso da informaçãocomo ferramenta de gestão, a duplicidade desistemas de informação e a pouca consistên-cia e sub-registro de dados. Há inúmeros de-safios desde a elaboração dos termos de refe-rência de pesquisa até a comunicação dos seusresultados aos tomadores de decisão. Nessesentido, os ELB do PROESF trouxeram impor-tante aprendizado institucional para o estabe-lecimento de processos de avaliação mais par-ticipativos e dialógicos entre os atores envolvi-dos.

Desafios e projetos para otimizar a saúdeConversamos também com o secretário de Gestão do

Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério daSaúde (MS), Francisco Eduardo de Campos, e com a direto-ra de Programa da SGTES, Marcia Hiromi Sakai. Confira osprincipais trechos.

PROESF-Gestão - Quais têm sido os maiores desafiosencontrados pela Secretaria com relação à Gestão da Edu-cação e do Trabalho na Saúde?

SGTES - Nossos maiores desafios são referentes aos trâ-mites burocráticos, à desprecarização dos vínculos de tra-balho, à regulação do trabalho em saúde, à negociação dotrabalho no SUS, à modernização e reconhecimento técni-co-político dos setores de Gestão do Trabalho e da Educa-ção no SUS e à ausência de Planos de Carreiras.

Outro desafio importante surge do fato de que a educa-ção permanente foi, por muito tempo, pouco valorizada eincentivada pelos nossos órgãos formadores.

PG - De que forma a Secretaria está contribuindo para adesprecarização da saúde pública?

SGTES - Por meio do Departamento de Gestão e daRegulação do Trabalho em Saúde, a SGTES é a responsávelpela implementação do Programa Nacional de Desprecari-zação do Trabalho no SUS e pelo funcionamento do ComitêNacional, que estabeleceu estratégias de acompanhamen-to das formas de enfrentamento do problema e formulouproposições e debates que resultaram na aprovação da EC-51 e sua regulamentação (Lei federal 11.350/2006).

PG - A SGTES tem tido algum envolvimento na imple-mentação dos Planos de Carreiras?

SGTES - O Departamento de Gestão e da Regulação doTrabalho em Saúde (Degerts/SGTES) tem sido constante epermanentemente convocado para firmar cooperação téc-nica com Secretarias de Saúde de todo o País e não seomite desta atribuição de tamanha importância. Brevementese iniciará estudo para levantamento da implementação dePlanos de Carreiras, inicialmente nas secretarias que já fixa-ram seus Termos de Compromisso do Pacto de Gestão naSaúde.

O acesso a medicamentos usados para tratarhipertensão, diabetes e problemas de saúde men-tal foi o tema da tese de doutorado desenvolvidapela farmacêutica e mestre em Epidemiologia VeraMaria Vieira Paniz, sob orientação da professoraAnaclaudia Fassa, do Programa de Pós-gradua-ção em Epidemiologia da UFPel. A tese é parte doELB-PROESF, coordenado pelo professor Facchi-ni e financiado pelo Ministério da Saúde e BancoMundial. Da população estudada, 1.244 adultose 2.706 idosos referiram ter hipertensão, diabe-tes e/ou problemas de saúde mental, doençascrônicas que necessitam de medicamento de usocontínuo. O acesso a todos os medicamentos ne-cessários no mês anterior à entrevista foi alto, 81%nos adultos e 87% nos idosos. Entretanto, aqueles

Trabalho realizado no Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPelpela médica Maria Aparecida Pinheiro Ro-drigues, sob orientação do professor LuizAugusto Facchini, avaliou a presença de de-pressão em idosos residentes em áreas pe-riféricas de municípios com mais de cemmil habitantes nos estados do Rio Grandedo Sul e Santa Catarina.

O estudo demonstrou que depressão éuma condição frequente entre os idosos.

As características associadas à depres-são foram presença de doenças crônicas,percepção negativa sobre a própria saúdee limitação para realização de atividadesindependentes.

PG - O governo federal tem projetos volta-dos à melhoria do atendimento na atençãobásica?

Claunara - A SF constitui a estratégia pri-oritária do MS para melhorar a cobertura equalidade da ABS no Brasil. Há vários estudosdemonstrando um desempe-nho melhor das equipes donovo modelo em relação àsequipes das unidades tradi-cionais, mas ainda persistemmuitos desafios. Para enfren-tá-los temos desenvolvido vá-rios projetos: a Avaliação paraMelhoria da Qualidade(AMQ); o aplicativo de Progra-mação da Atenção Básica(Prograb); os Núcleos deApoio à Saúde da Família(NASF); a inclusão de práti-cas integrativas e comple-mentares na atenção básica;a publicação dos Cadernosde Atenção Básica e da nossaRevista, das Mostras de Pro-dução da SF e ainda o PROESF, entre outros.

PG - Existem alternativas práticas capazesde "driblar" a falta de investimentos na saúdebásica?

Claunara - Os ganhos em eficiência gera-dos pela Atenção Básica constituem um forteargumento para a sua advocacy. Em seu últimorelatório, a OMS apontou a organização dossistemas de saúde com base numa APS forte ede qualidade como solução para crise contem-porânea mundial do setor. Recentemente, o

Journal Ambulatory Care Management estimouque, devido ao SF, num período de três anos,cerca de 126 mil hospitalizações tenham sidoevitadas, gerando uma economia potencial deaproximadamente 63 milhões de dólares. Emsuma, investir na atenção básica pode gerar

não só melhores resultados desaúde e maior satisfação dosusuários, como também pou-par recursos públicos que po-dem ser aplicados em outrasações.

PG - Há alguma iniciativarecente ou inovação nas áreasde Gestão do Trabalho, Educa-ção, Informação e/ou Comuni-cação?

Claunara - Na Fase II doPROESF vamos financiar açõesde capacitação para equipesde gestão e profissionais desaúde e vamos promover coo-peração horizontal entre mu-nicípios. O DAB vem estabele-

cendo uma parceria promissora com a Secre-taria de Gestão do Trabalho e Educação emSaúde para desenvolvimento de projetos dequalificação da SF. O Programa Nacional deTelessaúde é um exemplo disso. Outro projetoimportante é o Pró-Saúde.

PG - Qual é a relevância dos estudos doPROESF?

Claunara - Os ELB do PROESF trouxeramcontribuições importantes tanto no plano ci-entífico como organizacional. Além da gera-

ção de novos conhecimentos e metodologiasde investigação, esses estudos promoveram umrico processo de articulação entre instituiçõesde ensino e pesquisa e entre estas e as equi-pes das três esferas de gestão do SUS. Os re-sultados e recomendações gerados pelos Es-tudos e sua Meta-avaliação trouxeram subsídi-os importantes para a consolidação da SF.

PG - A senhora acredita que o PROESF irácontribuir, na prática, para a formulação depolíticas voltadas à melhoria da ABS/PSF nastrês esferas de gestão do SUS? De que manei-ra?

Claunara - Sim. O aprendizado institucio-nal com a implantação desse projeto tem tidoum impacto muito maior do que os seus inves-timentos, por exemplo, em infraestrutura. Ocomponente municipal desse projeto tem pro-movido investimentos em modernização insti-tucional, fortalecimento dos sistemas de ava-liação e informação e capacitação das equi-pes de profissionais e de gestão da AtençãoBásica. O PROESF também tem financiado aimplantação de Núcleos Estaduais de Monito-ramento e Avaliação da Atenção Básica e arealização de vários estudos e pesquisas, comfoco na institucionalização da avaliação comoferramenta de gestão. Ferramentas importan-tes, como o AMQ e o Prograb, também foramdesenvolvidas e, na próxima fase, pretende-mos implementar projetos de Gestão com Baseem Resultados, Gestão e Controle de Custosda Atenção Básica, Cooperação Horizontal en-tre municípios, além de investimentos em edu-cação continuada de gestores e profissionaisde saúde.

A SGTES propõe políticas e ações de educação e da regu-lação do trabalho na saúde. Algumas das principais atua-ções são:

*Pro-Saúde I e II: busca a integração entre as institui-ções formadoras e o serviço de saúde; estão inseridos 354cursos de graduação, atingindo aproximadamente 97 mil alu-nos

*Pet-Saúde: programa de bolsas a tutores, preceptores ealunos de graduação, estimula a pesquisa e a busca de in-formações na atenção básica; envolve 306 grupos de pes-quisa e 11,3 mil participantes

*Programa Nacional de Telessaúde: o projeto piloto en-globa Núcleos em nove estados brasileiros, incluído o RS;busca qualificar 2,7 mil equipes de SF, por meio de moder-nas tecnologias de informação e comunicação, e visa a me-lhoria da qualidade dos serviços prestados por meio de umaqualificação permanente da atenção básica. A intenção éimplantá-lo em cada estado do Brasil

*Universidade Aberta dos SUS (UNA-SUS): por meio deum consórcio de Universidades, pela educação à distância,oferece capacitação e especialização aos profissionais dasaúde do nosso país

*Programa de Capacitação Gerencial: desde 2008, ca-pacita os profissionais do SUS, através de oficinas de traba-lho, cursos e mestrado profissionalizante, em parceria comas Instituições de Ensino

*Residência Médica e Multiprofissional: viabiliza progra-mas de residência em medicina da família e em profissõesda Saúde

A SGTES também desenvolveu programas voltados aosprofissionais de nível técnico, como o PROFAE, que possibi-litou a formação de 350 mil técnicos de enfermagem, e oPROFAPS.

com menor nível econômico ou menor escolarida-de apresentaram menor acesso aos remédios.

Entre os idosos que referiram ter pelo menosuma das doenças crônicas, metade não obteve omedicamento gratuitamente. Entre os pertencen-tes ao Programa Nacional de Assistência Farma-cêutica para Hipertensão Arterial e Diabetes Me-llitus, 1 em cada 4 medicamentos no Sul e 1 emcada 7 medicamentos no Nordeste, tiveram queser comprados.

Assim, embora o acesso aos medicamentos sejaalto é fortemente garantido pela compra, impli-cando num alto custo para as famílias. O estudorevela ainda a necessidade de políticas de ampli-ação do acesso para populações de menor poderaquisitivo.

o tipo de Unidade de Saúde de referência do paciente antes dainternação por um diagnóstico de CSAP. Essa comparação mos-trou que entre as pessoas referidas por uma Unidade de Saúdedo SUS em Bagé, e principalmente se ela for do PSF, a propor-ção de diagnósticos de CSAP entre os pacientes internados é amesma, independente da sua condição socioeconômica. Signi-fica que a Atenção Básica do SUS, e o PSF mais ainda, corrigemos efeitos da desigualdade socioeconômica sobre essas causas.

De outra parte, foram estudados os municípios gaúchos parasaber se as taxas de internação por CSAP eram menores onde oPSF tinha maior cobertura e estava implantado há mais tempo.Pelo contrário, nos municípios com menos de 50 mil habitantes(91% dos municípios do Estado) as internações foram mais fre-quentes onde a cobertura e o tempo de implantação do PSF sãomaiores. No entanto, não se conhece a real confiabilidade dosdados de cobertura do PSF no Estado, e é possível que essesresultados sejam devidos a um registro exagerado de coberturapor parte de alguns municípios.

A conclusão do estudo é que a cobertura do PSF não é sufi-ciente para garantir o êxito do programa. É importante que secontrolem os modos de organização do PSF e o registro dasinformações de saúde, principalmente nos municípios em piorsituação. "Os resultados pouco abonadores que encontrei nãosignificam a falência da Estratégia Saúde da Família no RS,como se poderia eventualmente imaginar, numa leitura muitopositivista, e sim que ela precisa de adequações e que haja umcontrole melhor do que tem sido feito até agora", conclui Ne-del, que também enfatiza a importância da bolsa para doutora-do sanduíche, da CAPES, no desenvolvimento conceitual do temae na análise dos dados do RS.

*Artigo sobre esse assunto pode ser obtido gratuitamente naInternet.

REFERÊNCIA: Nedel, Fúlvio Borges et al. Programa Saúde daFamília e condições sensíveis à atenção primária,Bagé (RS). Rev. Saúde Pública, Dez 2008, vol.42, no.6, p.1041-1052.

A viuvez entre os homens e a baixaescolaridade entre as mulheres tambémse associaram a maior frequência de de-pressão. Considerando que depressãocompromete a qualidade de vida e aumen-ta o risco de mortalidade, o resultado doestudo indica que essa doença deve serinvestigada pelo médico independente domotivo da consulta dos idosos.

"A maior presença de depressão entreidosos viúvos e idosas com baixa escolari-dade demonstra a falta de participaçãosocial desses grupos e aponta para a ne-cessidade de maior valorização do idosoem nossa sociedade", disse a pesquisa-dora.

SGTES

Apresentações orais

*Trabalho infantil em Pelotas: características ocupacionaise contribuição para a economia;

* Avaliação da efetividade de cuidados básicos de saúde noSul e Nordeste do Brasil: contribuições metodológicas;

*Barreiras arquitetônicas a idosos e portadores de deficiên-cia física: um estudo epidemiológico da estrutura física das Uni-dades Básicas de Saúde em sete estados brasileiros.

Apresentações em formato de pôster

*Perfil epidemiológico e sociodemográfico de trabalhadoresda Atenção Básica no Sul e no Nordeste do Brasil;

*Efetividade do cuidado pré e pós-natal nos serviços sanitá-rios primários do Sul brasileiro e das regiões do Nordeste;

*Sistema de informação da saúde ocupacional: desafios eperspectivas no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro;

* Atividade física em adultos e idosos nas áreas cobertas porUnidades Básicas de Saúde nos municípios das regiões Sul e doNordeste de Brasil;

*Percepção da população dos fatores de risco para doençascrônicas não-comunicáveis.

*Perfil da demanda atendida em UBS no Sul e NE do Brasil:diferenciais por modelo de atenção

*Medindo sobrecarga emocional em familiares de portadoresde sofrimento psíquico de Pelotas-RS

Museu Ayasofia, construído em 535 dC

Equipe apresentou trabalhos no XII Congresso Mundial de Saúde

O Brasil foi presença marcante no XII Congresso Mundialde Saúde Pública, em Istambul, com a segunda maior dele-gação do evento, perdendo apenas para o país anfitrião, aTurquia. O fórum internacional, que ocorreu de 27 de abril a1º de maio, foi organizado pela Federação Mundial das Asso-

ciações de Saúde Pública, constituída por72 países membros e atualmente presidi-da pelo brasileiro Paulo Buss. Dos cercade dois mil participantes, 300 eram bra-

sileiros.O professor Luiz Augusto Facchini

teve 16 trabalhos inscritos - a grandemaioria deles, desenvolvidos por pro-

fissionais que integram a equipe PROESF-UFPel ou que temvínculo de pesquisa com a Universidade. Facchini apresentoutrês trabalhos oralmente e coordenou três mesas redondas.

O encontro abordou os desafios e oportunidades para asorganizações de saúde pública em todo o mundo e foi umaocasião para a partilha de recentes ideias - inclusive a gripesuína esteve em pauta - e experiências em saúde pública, edu-cação, investigação e práticas. "O Brasil teve uma partici-pação destacada, reconhecida em número e qualidade. OCongresso foi um excelente espaço de intercâm-bio e uma ótima oportunidade para mostrar

nossos trabalhos em nível internaci-onal", comentou Facchini.

INFORMATIVO Ano 3*Nº 3 * Julho de 2009

UFPelwww.epidemio-ufpel.org.br/proesf/index.htm

25 municípios participamde Oficinas de Capacitação

GTs apontam distânciaentre a intenção e o gesto

Os trabalhos realizados por GT nas oficinas,tanto em Recife quanto em Porto Alegre, mos-traram que os representantes de um quartodos municípios apresentam propostas de su-pervisão, capacitação e comunicação com acoerência adequada. Adequação é sempremaior ao traçar objetivos, contudo, do quequando se definem as atividades, responsá-veis e periodicidade. Assim, entre a intenção eo gesto se perde grande parte daforça das ideias.

A adequação das formulaçõesde objetivos, atividades, responsá-veis e periodicidade por represen-tantes de municípios da região NEé proporcionalmente o dobro quan-do comparada ao resultado dos GTsda região Sul. Curiosa e coerente-mente, a cobertura de PSF é o do-bro na região NE do que a encon-trada na região Sul – o que sugereuma relação direta entre maior co-bertura de PSF e melhor qualidadeda formulação de ações de gestão.

Equipe, liderada pelo professor Facchini, que participou das oficinas em Porto Alegre

2009

*IX Congresso Brasileiro de Saúde ColetivaCompromisso da Ciência, Tecnologia e Ino-

vação com o Direito à SaúdeDe 31 de outubro a 4 de novembro de 2009,

Recife, PernambucoO evento reunirá docentes, pesquisadores,

gestores, profissionais de saúde, lideranças daSaúde Pública/Coletiva e todos aqueles interes-sados no debate, reflexão e enfrentamento dosdesafios teóricos e práticos do campo.

*VI Congresso Internacional de Saúde PúblicaDe 11 a 13 de junho, no Centro Internacional de

Convenções de Medellín Plaza Mayor, Colômbia“Atenção Primária à Saúde, um compromisso

de todos com a equidade”http://guajiros.udea.edu.co/fnsp/congre-

sosp6/index.html

*IV Conferência Latinoamericana de Promoçãoda Saúde e Educação para a Saúde

De 4 a 7 de novembro em Medellín, Colômbiah t t p : / / g u a j i r o s . u d e a . e d u . c o / f n s p /

RelacionesInternacionales.htm

*XI Congresso Latinoamericano de MedicinaSocial (ALAMES)

De 17 a 21 de novembro em Bogotá, Colômbiawww.geocities.com/alamesgeneralGrupos debatem PSF

PROJETO AQUARESchega à fase final

O Projeto de Avaliação do Acesso e Quali-dade da Rede de Saúde no Brasil (AQUA-RES) chega em sua fase final com avaliaçõesem municípios do Paraná, Rio de Janeiro eSão Paulo, onde 5 grupos de entrevistadorese supervisores estarão lotados nas cidadesreferentes para realização do trabalho. O pro-jeto finalizou o ano de 2008 com uma avalia-ção positiva, foi bem sucedido tanto com re-lação ao tempo estimado quanto ao númerode visitas aos municípios.

Devido à diversidade existente quanto aotamanho dos municípios e à dificuldade deacesso a muitos deles, foram utilizados osmais variados meios de transporte. Nesteaspecto, cabe salientar os trajetos realiza-

dos no Pantanal e Amazônia, onde foi neces-sário o uso de avião para chegar aos municí-pios mais distantes.

Um grande momento desta finalização de2008 foi o trajeto realizado por carro peloGrupo Nordeste (I) para alcançar os municí-pios localizados mais ao sul das regiões Nor-te e Nordeste. Com veículo alugado, foramvisitados os municípios de Porto Alegre doPiauí (PI), Montes Altos (MA), Palmeiras doTocantins (TO), Canaãn dos Carajás (PA), NovaIpixuna (PA) e Igarapé do Meio (MA), totali-zando um percurso de 3.340 KM em deslo-camentos pelo sertão nordestino e transa-mazônica, durante 24 dias de trabalho decampo.

Equipe do PROESF-Gestão realizou duas oficinas de capacitação voltadas aos gestores, coor-denadores das ABS dos PSF, representantes dos Conselhos Municipais de Saúde e trabalhadoresdas UBS selecionadas. No Recife (PE), ocorreram dias 27 e 28 de novembro com representaçõesde 13 municípios, e em Porto Alegre, nos dias 4 e 5 de dezembro, participaram 12 municípios.Durante as oficinas, foram apresentados os resultados do ELB do PROESF-Gestão sobre Gestãodo Trabalho, Educação, Informação e Comunicação na ABS, resultados sobre saúde do trabalha-dor na ABS e dos GT, além de plenária, com debates e esclarecimentos.

A atividade de grupo desenvolvida nas ofici-nas se revela um método de capacitação extre-mamente útil para os espaços de gestão da ABS- se aplicado em situação real nos municípiopode contribuir significativamente para aumen-tar a viabilidade e a eficácia das ações quevisam o aprimoramento de ações programáti-cas na ABS, assim como de outras iniciativasda gestão no campo da saúde pública.