Download - ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Transcript
Page 1: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

ANTIMICROBIANOSANTIMICROBIANOSMecanismos de Mecanismos de

ResistênciaResistência

Profa. Cláudia de Mendonça SouzaProfa. Cláudia de Mendonça SouzaMicrobiologia ClínicaMicrobiologia ClínicaDepto. de PatologiaDepto. de Patologia

Universidade Federal FluminenseUniversidade Federal Fluminense

Page 2: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Resistência Bacteriana Intrínseca Adquirida

Mutações Processos de Recombinação Genética

(Conjugação, Transformação e Transducção)

Transposição (transposons)

Page 3: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

ENZIMA

BOMBA DE EFLUXO

PERMEABILIDADE DIMINUIDA

ALTERAÇÃO DO ALVO

PRINCIPAIS MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA

Page 4: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Modificação do Sítio de Ação

Interior da bactéria

ParedeCelular

Sítio ModificadoAntibiótico

Alteração estrutural do sítio de ação: Ligação bloqueada

Com a mudança estrutural do alvo, o antibiótico perde a capacidade de se ligar ao sítio

QUINOLONASRIFAMPICINA

-LACTÂMICOSMACROLIDEOS

Page 5: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

PBPs (“Penicillin Binding Proteins”)

Ex: -lactâmicos

RNA ribossomal Ex: aminoglicosídeos

DNA girase Ex: quinolonas

Alteração do alvo

Page 6: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Alteração de Acesso ao Sítio Alvo:Diminuição da Permeabilidade

Interior da bactéria

ParedeCelular

Porina

Antibiótico

Antibióticos geralmente entram nas bactérias através de canais protéicos (porinas) da parede celular de BGN

-LACTÂMICOSQUINOLONAS

Page 7: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Alteração do Acesso ao Sítio Alvo:Bombas de Efluxo

Interior da bactéria

Cell wall

PorinaAntibiótico

Entrada Saída

Bomba Ativa

Bombas no interior da bactéria fazem com que, assim que o antibiótico entra na célula, ele seja lançado para o meio

externo

TETRACICLINASQUINOLONAS

MACROLÍDEOS

Page 8: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Sistemas de efluxo

Schweitzer, H P . 2003. Genet. Mol. Res. 2: 48-62

TetraciclinasMacrolídeos Quinolonas

Page 9: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Inativação do Antibiótico

Interior da bactéria

Parede Celular

Antibiótico

Sítio de AçãoEnzyme

Antibióticodestruído

Antibiótic alteredo,Previne a ligação

As enzimas destroem ou modificam o antibiótico

- LACTÂMICOSAMINOGLICOSÍDEOS

CLORANFENICOL

Page 10: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Produção de enzimas

- LACTAMASES (esquema de Ambler)

• Classe A: penicilinases, - lactamases de espectro estendido (ESBL), carbapenemases (KPC)

• Classe B: Metalo-- lactamase (carbapenemases)

• Classe C: - lactamase cromossômica (plasmidial em algumas espécies)

• Classe D: oxacilinases (algumas: carbapenemases)

Enzimas Modificadoras de Aminoglicosídeos (EMAs)

Enzima modificadora do Cloranfenicol

Page 11: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Classe A: - lactamases clássicas(Ex. TEM1, SHV1)

• Atualmente, são produzidas pela maioria dos bacilos Gram-negativos hospitalares

• Os genes são plasmidiais (alta freqüência de transmissão para bactérias da mesma espécie e gêneros diferentes)

• As bactérias produtoras são resistentes às penicilinas de amplo espectro e às cefalosporinas de primeira geração

• As bactérias são sensíveis às associações com inibidores de -lactamases (clavulanato, sulbactam e tazobactam) e às cefalosporinas de 3ª e 4ª gerações

Page 12: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Classe A: - lactamases de espectro extendido (ESBL)

• Derivadas das - lactamases clássicas (mutação)

• Produzidas por qualquer BGN, sendo Klebsiella spp. e Escherichia coli os mais freqüentes

• Os genes são plasmidiais

• As bactérias produtoras são resistentes a todas as cefalosporinas (exceto as de 2a geração) e ao aztreonam

OPÇÃO TERAPÊUTICA: CARBAPENÊMICOS E ASSOCIAÇÕES COM INIBIDORES DE - LACTAMASES

KPC: K. pneumoniae produtora de ESBL e já tem relatos em P. aeruginosa

Page 13: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Classe C: - lactamases cromossômicas (AMP-C)

• Produzidas somente quando induzidas pela desrepressão de genes (constitutiva em P. aeruginosa)

• Os - lactâmicos indutores mais potentes são: cefoxitina e imipenem

• Gêneros de BGN onde mais ocorre: Citrobacter, Enterobacter, Serratia e Providencia

OPÇÃO TERAPÊUTICA: CARBAPENÊMICOS E CEFEPIMA

Page 14: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Classe B: Metalo--lactamases(Carbapenemases)

• Hidrolisam todos os -lactâmicos (incluindo os carbapenêmicos), com exceção do aztreonam

• 9 classes: IMP, VIM, SPM, GIM, SIM, AIM, KHM-1, DIM-1 e NDM-1

• Detectada em: Pseudomonas aeruginosa, K. pneumoniae, Acinetobacter spp., etc.

• Não é inibida por inibidores de beta-lactamases (ex.: ácido clavulânico)

• Inibida por substâncias quelantes (EDTA e compostos derivados de thióis)

Aztreonam

Page 15: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Figura 2. Disseminação mundial das diferentes classes de metalo-beta-lactamases

Fonte: Metallo-B-lactamases: a last frontier of lactams?. Cornaglia, G. et al., 2011.

Page 16: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência
Page 17: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Resistência em Resistência em S. aureusS. aureus

Resistência a Meticilina (MRSA)Resistência a Meticilina (MRSA)

Década de 80: Ca-MRSA Década de 80: Ca-MRSA (Comunity Adquired). (Comunity Adquired). - - CCepas mais sensíveis as outras classes de antimicrobianos, porém mais virulentas

(PVL)

Infecções Hospitalares

Resistência a todos os lactâmicos/

Multirresistência

Gene mecAPbP2a: alterada

Page 18: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

PRODUÇÃO DE - LACTAMASE

(>90%)

Resistente a:- Penicilinas naturais

- Penicilinas de amplo-espectro

Sensível a:- Oxacilina

- Cefalosporinas

- Carbapenêmicos

Resistência em Resistência em S. aureusS. aureus

Década de 40: resistência a penicilinaDécada de 40: resistência a penicilina

Page 19: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

PRODUÇÃO DE PBP ALTERADA: PBP2a

(gene mec A)

SCCmec (Cassete Cromossômico estafilocócico)

(50%)

Resistente a:- Oxacilina (MRSA/ORSA)

- TODOS os -lactâmicos

Resistência em Resistência em S. aureusS. aureus

Década de 60: resistência a meticilina Década de 60: resistência a meticilina

Page 20: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência
Page 21: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Década de 90: resistência a vancomicina 1996: VISA (Japão/EUA) 2002: VRSA (EUA; gene vanA)

Resistência em Resistência em S. aureusS. aureus

Page 22: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

RESISTÊNCIA INTRÍNSECARESISTÊNCIA INTRÍNSECA

Aminoglicosídeos (baixas concentrações)

Lincosaminas Trimetoprim-Sulfametoxazol (somente “in vivo”)

-lactâmicos (valores de CMI relativamente elevados) Vancomicina (E. casseliflavus, E. gallinarum; níveis baixos)

RESISTÊNCIA EM ENTEROCOCOSRESISTÊNCIA EM ENTEROCOCOS

Page 23: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

RESISTÊNCIA ADQUIRIDARESISTÊNCIA ADQUIRIDA

Aminoglicosídeos (níveis elevados) Estreptomicina: ribossômica / adenil-transferase Gentamicina: acetil-transferase + fosfo-transferase

-lactâmicos (PBP alterada) Glicopeptídeos (VanA, VanB, VanD, VanE, VanG)

Fluoroquinolonas Macrolídeos Cloranfenicol Tetraciclinas

RESISTÊNCIA EM ENTEROCOCOSRESISTÊNCIA EM ENTEROCOCOS

Page 24: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

1996: primeiro relato de isolamento de amostras com resistência a vancomicina em Curitiba, PA. E. faecium vanD

1997: vários hospitais em São Paulo, SP. E. faecalis vanA e E. faecium vanA.

2000: Hospital Pedro Ernesto, Rio de Janeiro, RJ. 2000: Porto Alegre, RS. E. faecalis vanA

2002: Hospital Universitário Antônio Pedro, Niterói, RJ. E. faecalis, vanA.

Ocorrência de VRE no Brasil

Page 25: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Atualmente no HUAP: outras amostras, tanto clínicas quanto intestinais de E. faecium resistentes a vancomicina e de outras espécies, apresentando o genótipo vanA, têm sido isoladas no HUAP (raras).

Importância de um programa de vigilância para a detecção precoce de pacientes colonizados com amostras VRE, para o controle da disseminação deste tipo de resistência dentro do ambiente hospitalar.

Ocorrência de VRE no Brasil

Page 26: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Distribuição temporal de amostras de Enterococcus faecium resistentes a vancomicina isoladas em hospitais do estado de Rio de Janeiro (2002-2006)

Magda de Souza Conceição

Page 27: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

Distribuição geográfica dos clones de Enterococcus faecium resistentes a vancomicina nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói

Magda de Souza Conceição

Page 28: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência

MECANISMOS DE RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS -LACTÂMICOS

Bactérias Gram negativas

Klebsiella pneumoniae; Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa; Acinetobacter spp.

ALTERAÇÃO DO ALVO (PBPs): raro DIMINUIÇÃO DA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA EXTERNA: comum em P. aeruginosa

BOMBA DE EFLUXO PRODUÇÃO DE -LACTAMASES (ESBL, AmpC,

ML, OXA)

Page 29: ANTIMICROBIANOS Mecanismos de Resistência