Antropologia no museu: a trajetória e os atuais projetos antropológicos no Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore.
Juliana Gonçalves da Silva Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoalde Nível Superior - CAPES
Metodologia
Para a realização deste trabalho o diálogo com os trabalhos escritos sobre a relação entre a
Antropologia e o Museu foi essencial. Além disso, o “estar lá” foi importante. Durante dois
anos em contato semanal com o Museu Théo Brandão pude conhecer e compreender como
funciona um museu internamente. Resultados:
O acervo que tem como interesse maior as diferentes formas de manifestações artísticas, como o
artesanato e folclore, possui espaços diferentes onde são encontrados algumas referências da chamada
cultura popular. Nesses espaços estão expostos panelas de barro, rendas e bordados como o filé
alagoano e o rendendê. O museu possui salas como: a sala da fé, onde objetos da religiosidade afro-
católica estão presentes, a sala dos folguedos populares, onde estão expostos os chapéus e outros
acessórios usados pelos brincantes de danças como o Guerreiro alagoano e o pastoril e a sala do
Carnaval, onde ficam expostos os estandartes de antigas agremiações e uma boneca gigante do Bloco
Filhinhos da Mamãe. Possui uma biblioteca, aberta ao público, com muitos livros na área da antropologia
e história, nas linhas do folclore e religiosidade popular. E um vasto acervo fotográfico ( com mais de três
mil fotografias, registros antigo do folclore alagoano) e sonoro que ainda está em processo de
higienização.
O Museu possui atividades que atraem diferentes pessoas para o seu interior, entre os eventos, são
realizados o Munguzá Cultural, momento que durante uma mesa, o pesquisador convidado dialoga com
a comunidade sobre assuntos da área das manifestações artísticas; Oficinas de dança, momento que
são ensinados aos inscritos os passos do Guerreiro, Reisado e Frevo; O bloco carnavalesco Filhinhos da
Mamãe, na época do carnaval centenas de foliões se concentram no pátio do museu para cantar
marchinhas e para o concurso de fantasias.
Academicamente falando no espaço do museu Théo Brandão são realizadas as aulas da primeira
turma de especialização em Antropologia da Universidade Federal de Alagoas.
Conclusão:
Podemos perceber que o museu é o espaço que o ontem e o hoje estão em sintonia. O Museu Théo
Brandão de Antropologia e Folclore nos faz perceber e refletir como um espaço antes direcionado para o
erudito, colocando uma barreira simbólica entre as diferentes classes sociais, se torna um lugar dinâmico
e cheio de significados quando abre suas portas e janelas para receber pessoas que podem se ver um
pouco refletida com os objetos que estão lá contidos e/ou com as atividades que lá acontecem. É claro,
que infelizmente, muitas pessoas da cidade não conhecem este espaço ainda, um grande trabalho de
divulgação, convidando as pessoas ainda está por ser feito em Maceió-AL. Contudo, queremos deixar
claro que quando o muro que separa o Museu da sociedade é derrubado, muitos tendem a ganhar,
inclusive o próprio museu.
Referencial teórico bibliográfico:
CHOAY, Françoise. 2006(2001). A Alegoria do Patrimônio. São Paulo, Estação Liberdade: UNESP. (3ª Edição).
DACOSTA, Arsenio. “Musealizar La Tradición: reflexiones sobre la representación pública del pasado”
Jaén (España), in Revista de Antropología Experimental nº 8, 2008. texto 8, pp. 97-106. GONÇALVES, José Reginaldo Santos. 2007. Antropologia dos objetos: coleções, museus e
patrimônios. RIO, IPHAN (Col. Museu, Memória e Cidadania). MEDEIROS, Bartolomeu Tito Figueirôa de. 2005. Dilemas e Perspectivas da Cultura Popular
Brasileira. Recife OLIVEIRA, Lúcia Lippi. 2008.Cultura é Patrimônio: um Guia. Rio de Janeiro: Editora da FGV.
Introdução:
Atualmente a antropologia continua avançando em direção a diferentes campos. O diálogo
existente entre a ciência antropológica e os museus é algo que expande a reflexão sobre a
diversidade do “campo” e seus diferentes olhares. O museu abre suas portas e nele
encontramos além de um fragmento de nossa história, um reflexo contemporâneo de nossa
sociedade.
O Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore - MTB, localizado em Maceió-AL, é um
desses acervos que mantém um diálogo constante com a sociedade que o cerca e com os
debates antropológicos. Através dos seus projetos de extensão e pedagógico, pode-se
perceber como a antropologia é vivenciada e debatida. Criado há 38 anos pela Universidade
federal de Alagoas, para ser um museu de guarda das manifestações folclóricas, atualmente
o MTB apresenta um vasto acervo com as mais diversas formas de fazer arte e história de
diferentes grupos ligados as manifestações artísticas do Nordeste brasileiro.
Assim, através do Museu Théo Brandão, analisaremos a sua história antropológica enquanto
acervo fotográfico, sonoro e documental e seus atuais projetos de extensão e ensino
antropológico dentro do Estado de Alagoas.
Justificativa:
Na trajetória histórica do museu Théo Brandão existem vários altos e baixos. Entre os maus
momentos podemos citar o longo tempo que o palacete do MTB ficou fechado e
abandonado. Depois de muito tempo de reforma o MTB foi novamente aberto ao público.
Um dos bons momentos são os projetos de extensão promovidos pelo museu. Conhecer
quais são esses projetos , como eles acontecem e por que eles acontecem é muito
importante para compreendermos o museu como um espaço que não vive só de passado.
Objetivo Geral:
O objetivo deste trabalho é fazer uma exposição dos projetos desenvolvidos no Museu Théo
Brandão de Antropologia e Folclore e mostrar a relação museu e sociedade.
Boneca gigante do bloco carnavalesco maceioense Filhinhos da Mamãe: O museu abre suas portas para receber os foliões.
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