Fábio Grasina
“Desemprego e População Qualificada”
Fontes de Informação Sociológica
Coimbra, Dezembro de 2013
II
“Desemprego e População
Qualificada”
Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de
Informação Sociológica
Docente: Professor Doutor Paulo Peixoto
Docente: Professora Doutora Paula Abreu
Ano Lectivo: 2013/2014
Trabalho realizado por: Fábio Grasina
Aluno nº 2013143423
1º Ano de Licenciatura em Sociologia
Capa do trabalho:
http://www.uc.pt/identidadevisual/docs/dissert.doc
III
Índice:
1. Introdução .......................................................................... 1
2. Estado das Artes ................................................................ 2
2.1. Desemprego na Europa .................................... 2
2.2. Desemprego em Portugal ................................ 5
2.3. População Qualificada e a Emigração ........... 8
2.4. Apoios aos Jovens Desempregados ............. 10
2.5. Empreendedorismo ........................................ 10
3. Descrição Detalhada da Pesquisa ................................. 12
4. Avaliação de uma Página da Internet .......................... 13
5. Ficha de Leitura .............................................................. 15
6. Conclusão ....................................................................... 23
7. Referências Bibliográficas .............................................. 24
Anexo I ....................................................................................... A
Página da Internet Avaliada
Anexo II ...................................................................................... B
Texto de suporte à Ficha de Leitura
1
1. Introdução
No âmbito do regime de avaliação contínua da unidade curricular de Fontes
de Informação Sociológica, da Licenciatura em Sociologia na Faculdade de
Economia da Universidade de Coimbra, optei, de entre três temas possíveis, pelo
tema Desemprego e População Qualificada.
A escolha deste tema, como referido anteriormente, foi opcional, e as razões
que levaram à escolha do mesmo foram diversas, tais como o facto de na unidade
curricular de Metodologia de Pesquisa termos abordado o mesmo e ainda um
interesse próprio em saber como a economia chegou ao ponto em que está e na
forma como isso intreferiu com o desemprego gerado.
Para a realização deste trabalho, foi necessário fazer outros pequenos
trabalhos sobre o tema e que no seu conjunto formam o trabalho completo.
Inicialmente começei por fazer uma Ficha de Leitura, posteriormente o Estado
das Artes e por fim uma avaliação da Página na Internet. Na ficha de leitura,
tivemos que ler um capítulo de um texto e fazer um resumo do mesmo, ao ler
este texto começou a surgir um modelo de ligação de ideias para o trabalho final.
O Estado das Artes, consitiu no desenvolvimento do trabalho, em que dentro
deste tema, criámos vários sub-temas. Para a avaliação da Página da Internet
decidi optar por escolher uma página que me foi bastante útil na realização do
trabalho.
Começo por abordar a origem das causas do desemprego, primeiramente na
Europa e posteriormente em Portugal. De seguida abordo a questão da
população qualificada e a emigração, tema abordado na ficha de leitura tendo
como ideia-chave a “fuga de cérebros”. Em terceiro lugar optei por falar nos
apoios aos jovens desempregados e por fim decidi falar no Empreendedorismo
como a solução para o desemprego.
Tudo o que aprendi este semestre nas aulas de Fontes de Informação
Sociológica foi bastante útil na realização deste trabalho.
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2. Estado das Artes
2.1 Desemprego na Europa
A Europa vive actualmente uma situação de crise económica, social e política.
Tudo isto é consequência do passado, mais precisamente da Grande Depressão
na década de 1930. Esta foi uma depressão económica inicalmente sentida na
Europa e que rapidamente se espalhou ao resto do mundo, nomeadamente aos
Estados Unidos da América. E só terminou durante a Segunda Guerra Mundial.
Esta década é marcada pelas enormíssimas taxas de desemprego, pela quebra do
PIB de vários países e ainda pelas reduções drásticas na produção industrial.
No início dos anos setenta, com a instalação da crise mundial, o desemprego
voltou à Europa e afectou maioritariamente a população jovem não qualificada,
mulheres e operários das indústrias. Apesar desta ser uma realidade bastante
dura, a taxa de desemprego veio a agravar-se mais tarde com o processo de
globalização. Este está relacionado com os avanços tecnológicos mais
concretamente nas áreas da informática e da robótica.
Contudo, a globalização não é o único motivo do desemprego na Europa, a
migração das empresas para outros continentes, onde a mão-de-obra e os
recursos são mais baratos é também uma das causas para este, uma vez que ao
migrar as empresas geram desemprego no país onde estas estavam.
Em 2008, com a instalação da crise económica nos EUA (Estados Unidos da
América), após a falência do banco de investimento Lehman Brothers, outras
grandes empresas financeiras faliram criando um efeito dominó que se alastrou
por todo o mundo e que marcou o século XXI, pelas suas drásticas consequências
que ainda hoje são sentidas. Esta crise terá origem no sector imobiliário e remonta
3
para o ano de 2001 em que o presidente do sistema de reserva federal dos EUA
decidiu apostar neste sector e dirigiu para lá os investimentos.
Actualmente na Europa existem mais de 26 milhões de desempregados, entre
estes, estão 5,6 milhões de jovens com menos de 25 ano. Este problema é de tal
modo grave que levou a que o presidente norte-americano, Barack Obama, a falar
da geração actual como uma “geração perdida”.
Como podemos observar no gráfico 1, as percentagens do desemprego na
Europa em 2013 são bastante elevadas em países como a Grécia (EL), Espanha
(ES) e Portugal (PT). Por outro lado países como a Aústria (AT) e Alemanha (DE)
são os países da união europeia com a taxa mais baixa de desemprego, 4,9% e
5,2% respectivamente.
Gráfico 1. Taxa Desemprego em 2013 na Europa
Fonte: (Euro area unemployment rate at 12.2%, Outubro 2013)
Perante este flagelo que o desemprego na Europa representa, o destino dos
europeus é incerto e cada vez mais preocupante, como tal foi criado um novo
programa europeu e nos anos que se seguem estima-se que a Europa irá
libertar cerca de 8 biliões de euros para os países mais afectados pelo
desemprego, Grécia, Espanha e Portugal. Neste programa, o Banco Europeu
4
de Investimento (BEI) ainda incluí a formação dos jovens e a criação de novas
empresas.
Relacionando o desemprego na Europa com o nível de educação é possível
afirmar que a população não qualificada é a grande causa do desemprego na
Europa desde meados dos anos setenta, facto que podemos concluir a partir
da citação seguinte de Paul Krugman.
“ the growth of earnings inequality – and quite possibly therefore much
of the rise in structural unemployment in Europe - has been the result of
technological changes that just happen to work against unskilled
workers.”
(Krugman, 1994, p.70)
Como podemos verificar na tabela 1, a percentagem da população
qualificada aumenta e a percentagem de população não qualificada vai
diminuindo com o passar dos anos. Exemplo disso é o Reino Unido onde no ano
de 1973, 55,7% da população tinha pouca qualificação e apenas 16,4% possuia
altas qualificações. Passados 18 anos, os valores alteram-se e em 1991, houve uma
redução de 55,7% para 28,2 da população pouco qualificada, enquanto que para
a qualifica observou-se um aumento de 16,4% para 36,8%. Este aumento deveu-
se à procura de melhores condições de vida, uma vez que altas qualificações
significavam estabilidade económica.
5
Tabela 1. Percentagem de população no mercado de trabalho por níveis
de qualifcação
Fonte: (Landesmann & Pichelmann, 2000, p. 31)
2.2 Desemprego em Portugal
Em Portugal, nas décadas de 80 e 90 o mercado de trabalho caracterizava-
se pela reduzida taxa de desemprego e elevada taxa de emprego, facto que se
alterou nos anos seguintes. Ainda na década de 90 a taxa de desemprego em
Portugal rondava os 5,5%, uma década mais tarde aumentou em média para
6
8,5%, sendo que em 2011 a taxa era já de 12%. Esta taxa atingiu valores nunca
antes sentidos na economia portuguesa.
Avaliando a taxa de desemprego nos últimos anos em Portugal, a partir
do ano 2000 a taxa tem vindo a aumentar continuamente, mas existe particular
destaque para o ano de 2008, em que esta taxa atingiu valores significativamente
elevados comparando com os restantes anos. Isto provocou então um
desiquilíbrio na economia em Portugal, o crescimento económico foi fraco, os
níveis de produção baixaram substancialmente e a dívida portuguesa foi
acumulando.
Através da análise destes gráficos, 2 e 3, é possível concluir que o
desemprego em Portugal, registado nos anos 1997 e 2009 aumentou na faixa
etária de 35 a 54 anos. Nos jovens com menos de 24 anos é possível verificar que
houve uma pequena redução, na taxa de desemprego no caso dos homens e uma
redução para metade no caso das mulheres.
Gráfico 2. Desemprego por faixa etária em 1997
Gráfico 3. Desemprego por faixa etária em 2009
Fonte: INE ( Instituto Nacional de Estatística ).
Através da tabela 2, é importante salientar que a população desempregada
com o nível de habilitação escolar correspondente ao nível secundário e pós-
7
secundário aumentou bastante no ano de 2011, sendo que do 1º para o 4º
trimestre a população desempregada correspondente a este nível passou de 140
mil para 179,1 mil pessoas.
Tabela 2. População Desempregada por níveis de habilitações escolares
Fonte: (A evolução recente do desemprego, 2013, p. 19)
O desemprego jovem em Portugal tem, portanto, vindo a aumentar, já
atingiu valores que nunca tinha atingido. No ano 2000, 9 em cada 100 jovens
estava desempregado, hoje em média, 44 a cada 100 jovens estão sem trabalho.
Com a análise do gráfico 4 podemos concluir que estes números não pararam de
crescer desde 2000 e actualmente Portugal é o país com a 4ª maior taxa da União
Europeia. Estes números não se conseguem explicar, uma vez que os níveis de
qualificação da população têm vindo a aumentar. Ou seja observamos um
aumento dos níveis de qualificação, no ano 2000 a população que tinha concluído
pelo menos o nível secundário era de 58,8% e em 2011 esse valor era de 72,5%,
enquanto que os números do desemprego jovem continuam a aumentar.
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Gráfico 4. População desempregada: total e por nível de escolaridade completo
Fonte: PORDATA (2013)
2.3 Populção qualificada e a emigração
“Se a emigração – em particular entre a população mais jovem e
com mais qualificações – continuar a aumentar no médio e
longo prazo irá limitar a contribuição do capital humano”
(Jornal de Negócios, 18 de Janeiro de 2013)
Dados os números do desemprego e a situação vivida em Portugal, os
jovens procuram emigrar. A emigração nos dias de hoje é um pouco diferente de
há uns anos atrás, pois no passado a população emigrava durante um curto
período de tempo, juntava algumas poupanças e voltava para o país de origem.
Hoje em dia os jovens qualificados emigram com o objectivo de viver
permanentemente no novo país e assim criar uma carreira dentro das suas áreas,
aprender novas línguas, novas culturas e até mesmo criar família. Como tal,
embora seja bastante importante a melhoria dos salários, esta questão monetária
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deixou de ser o único objectivo de emigrar e o jovens passam a também a querer
crescer tanto a nível profissional como pessoal, o que os levou a deixar o país de
origem e instalar-se permanentemente no novo país.
Nesta tabela 3, podemos observar que existem cada vez menos jovens em
Portugal, em 1960, existiam 2.591.955 de jovens até aos 15 anos, em 2011 nessa
mesma faixa etária o número de jovens era de 1.572.329. Outro facto relevante é
que estamos perante um envelhecimento da população, o número de idosos em
Portugal aumentou três vezes mais comparando com os números do ano 1960, e
segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2050, 80% da população
portuguesa irá corresponder a idosos sendo que a idade média será de 50 anos.
Tabela 3. População residente em Portugal por faixa etária (1960 a 2011)
Fonte: PORDATA
Abordar esta questão da emigração de jovens qualificados é portanto o
fenómeno que se designa de “Fuga de Cérebros” ou do inglês “Brain Drain”, uma
vez que a metáfora utilizada para cérebros representa os jovens qualificados e a
palavra fuga respresenta a emigração.
Esta fuga de cérebros acaba por agravar a situação do país, uma vez que
Portugal gasta em média cerca de 47 mil euros na formação de um jovem
(Pinheiro, 2013), e este ao emigrar, fará com que o país não tenha retorno do
investimento feito, apenas dará lucro ao país para o qual o jovem emigrou.
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2.4 Apoio aos jovens desempregados
Em junho de 2012, o Governo aprovou apoios para estimular o emprego e
deveria abranger cerca de 90 mil jovens dos 155 mil desempregados em 2012,
segundo o INE em Portugal. Estes apoios representam uma mais-valia para os
jovens, e com isto a emigração deixa de ser uma opção para o jovem qualificado
desempregado.
Como medidas de incentivo aos jovens desempregados encontram-se
estágios profissionais, “passaportes” (Martins, 2012) emprego dirigidos
essencialmente para os que se encontram numa situação de emprego de longa
duração, entre outras medidas.
Estes apoios são particularmente importantes para a fixação da mão de
obra de jovens qualificados no país, evitando assim a emigração.
2.5 Empreendedorismo
“ Empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com
valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os
riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e
recebendo as consequentes recompensas da satisfação económica e
pessoal.”
(Hisrich e Peters, 2004)
O empreendedorismo é, cada vez mais, a chave para os jovens qualificados
desempregados, mas para tal é importante que o Estado incentive à criação de
jovens empreendedores em Portugal, pois é preciso dar a estes jovens condições
e encorajar ao investimento. Como tal existe a PAECPE, Programa de Apoio ao
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Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego, este programa serve
essencialmente para apoiar o empreendedorismo e a criação de pequenas
empresas. Associado a este programa temos também outros que podem ajudar o
jovem empreendedor, como o Programa Nacional de Microcrédito, este procura
ajudar a população que tenha dificuldades em entrar para o mercado de trabalho
e que estejam em risco de exclusão social, em contra partida o empreendedor terá
de apresentar um projecto viável em que crie postos de trabalho.
Esta pode ser a chave para o futuro dos jovens e para o futuro de Portugal.
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3. Descrição Detalhada da Pesquisa
Inicialmente havia três temas propostos pelo professor para a realização da
Ficha de Leitura e o tema escolhido para a mesma seria o tema do trabalho final.
Dentro do tema proposto pelo professor havia ainda três textos para a realização
da Ficha de Leitura, dos três optei pelo capítulo, A “Fuga de Cérebros”: um discurso
multidimensional.
Para a realização do trabalho optei inicialmente por ir à biblioteca da
Faculdade de Economia e cheguei mesmo a requisitar alguns livros, dois deles
tinham como idioma o Inglês. Após a recolha de alguma informação dos livros
decidi organizar as ideias e criar um modelo para a realização do trabalho. Só de
seguida recorri à internet para a realização do trabalho, foi aí que vi a grande
diversidade de informação sobre o tema e como tal tive o cuidado de ver páginas
on-line com informação credível.
Depois de recorrer à biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade
de Coimbra e após a obtenção de alguma informação começei a procurar por
dados estatísticos sobre o tema, para tal utilizei a Base de Dados de Portugal
Contemporâneo, PORDATA, e ainda o Instítuto Nacional de Estatística, INE.
Para a recolha de informação na Internet utilizei o motor de busca preferido
pela população no geral, o Google. Através deste site procurei por palavras-chave
que iam de encontro ao tema proposto, tais como desemprego jovem,
desemprego qualificado, fuga de cérebros e empreendedorismo. Posteriormente,
e após a recolha de dados, optei por uma rigorosa seleção da informação.
Para a Ficha de Leitura foi necessário a leitura de um capítulo, para tal fiz o
dowload em formato PDF do respectivo livro.
Em suma, é de realçar que para a realização deste trabalho foi fundamental e
importante os conteúdos lecionados nas aulas.
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4. Avaliação de uma Página da Internet
A Página da Internet que optei por avaliar foi: http://www.ine.pt/ pois foi a
página mais utilizada na pesquisa para o meu trabalho e foi também aquela em
que despendi de mais tempo na procura de informação.
O Instítuto Nacional de Estatística, INE, é uma base de dados que contém
estatísticas oficiais e promenorizadas de Portugal, incluindo as regiões do país e
os arquipélagos, Madeira e Açores. Neste site estão disponiveis dois idiomas, o
Português e o Inglês, como tal este pode ser acedido por um grande número de
pessoas, não só em Portugal como em vários cantos do mundo. A sua linguagem
é acessível e a sua compreensão é fácil pelo que pode ser acedido por qualquer
pessoa.
A apresentação da página é bastante formal tendo como principais destaques,
a informação estatística e os principais indicadores. No portal desta página existe
também separadores para as publicações mais recentes, assuntos em foco e ainda
os destaques. Nesta é possível preencher inquéritos, pois assim torna-se mais
fácil a recolha de informação da população, uma vez que é por via electrónica.
No início da página podemos encontrar uma barra de fácil acesso, que serve
para orientar e fazer um esquema do portal. Nesta barra encontramos
informações sobre o INE, o Mapa do Portal, Contactos entre outros.
No lado esquerdo da página observamos uma coluna onde se encontra toda
a informação do site, depois disto é só proceder a uma correcta recolha de
informação dentro do tema proposto.
No centro da página encontra-se uma nova coluna, mas esta de maior
dimensão que a anterior, e a informação que esta contém já foi referida em cima,
pois é a que tem maior destaque e a informação mais actual/recente.
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Por fim na coluna do lado direito da página, encontramos os principais
indicadores e ainda algumas ligações de outras páginas na internet, em que
através de um clique sobre a mesma somos remetidos para o site em questão, a
maioria destes têm a haver com estatística.
Considero portanto a minha avaliação da página positiva, uma vez que foi a
página que mais utilizei na realização do trabalho e talvez a página com
informação mais variada, útil e credível que encontrei. Como tal, recomendo
vivamente a utilização desta página para a realização de trabalhos, pois para
além da variedade de informações e dados estatísticos, a informação é fidedigna.
Ainda é importante referir que o meu conhecimento da página veio das aulas
lecionadas.
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5. Ficha de Leitura
Título da obra: Para um debate sobre Mobilidade e Fuga de Cérebros
Autores: Emília Araújo, Margarida Fontes e Sofia Bento
Local onde se encontra: https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CDEQFj
AA&url=http%3A%2F%2Fwww.lasics.uminho.pt%2Fojs%2Findex.php%2Fcecs_ebooks%2Farticl
e%2Fdownload%2F1578%2F1494&ei=XmpqUtnwOJPy7Aa8kYDYBQ&usg=AFQjCNGrFT2wgXS3
kts5VgGNAPR3MIQBtw&sig2=eyKuK3RAyC8NxQ4d-xotHA&bvm=bv.55123115,d.ZGU
Data de publicação: Janeiro de 2013
Local de edição: Braga
Editora: CECS – Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade Universidade do
Minho
Título do capítulo: A “Fuga de Cérebros”: um discurso multidimensional.
Autores capítulo: Emília Araújo e Filipe Ferreira
Data da Leitura: Outubro de 2013
Páginas do capítulo: 58-82
Área Científica: Ciências Sociais
Sub-Área Científica: Desemprego e População Qualificada
Palavras-chave: emigração; desemprego; mobilidade; profissionais qualificados;
media portugueses; media estrangeiros;
Notas sobre o autor:
Emília Araújo é professora auxiliar no Departamento de Sociologia da
Universidade do Minho. Os seus principais interesses de investigação centram-
se na sociologia da cultura, mais particularmente no estudo dos usos e
16
representações do tempo. Ultimamente tem desenvolvido investigação centrada
sobre a mobilidade científica e a circulação do conhecimento.
Filipe Ferreira tem um Mestrado em Sociologia na Universidade do
Minho.
Resumo: No capítulo “A «Fuga de Cérebros»: um discurso multidimensional” a
palavra cérebros representa os profissionais qualificados e o texto em si aborda a
relação destes profissionais com a sua mobilidade e as consequências que daí
possam resultar para o país, tanto o de saída como para aquele em que esses
profissionais entram. “Engenheiros, arquitetos, professores, cientistas, que levam
na bagagem conhecimento técnico, doutoramentos, mestrados, licenciaturas.”
(28 de Junho de 2012-Jornal de Notícias).
Existe uma relação contraditória entre os media portugueses e os media
estrangeiros, os primeiros negam a existência de “evasões” de cérebros em
Portugal e os segundos afirmam a existência de “fuga de cérebros” no país. Com
a recessão económica e as medidas de austeridade, estes afirmam ainda que a
solução para os profissionais é a descolação para as antigas colónias do país.
Introdução / Apresentação: Para realizar a ficha de leitura sobre o tema
Desemprego e População Qualificada optei por escolher o capítulo, “A «Fuga de
Cérebros»: um discurso multidimensional”, do livro Para um debate sobre
Mobilidade e Fuga de Cérebros.
Este capítulo foi estruturado pelos autores em cinco pontos. No primeiro
ponto procederam a uma contextualização histórica e conceptual, em que realça
a relação entre a migração e mobilidade de profissionais qualificados e as
políticas de emprego, científica e tecnológica. O segundo ponto incide sobre uma
revisão de estudos sobre mobilidade a nível global e os factores que levam a
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população a deslocar-se. O terceiro ponto foca-se na construção identitária do
país, para a qual contribuem os profissionais qualificados que emigram e as
informações que são transmitidas na comunicação social. No ponto seguinte
analisa-se o discurso e as representações que os meios de comunicação,
estrangeiros e portugueses, veiculam da fuga de profissionais portugueses
qualificados. O último ponto, articula todos os anteriores elaborando uma
reflexão final sobre os factores, dos mais variados domínios que influenciam a
mobilidade dos profissionais portugueses qualificados.
Desenvolvimento:
Este capítulo começa por falar na “fuga de cérebros” como um problema
geral. Em todo o mundo os países diferem entre si, uns são mais desenvolvidos
outros são menos, uns têm grandes capacidades económicas e outros vivem na
miséria e como tal é destas desigualdades que surge esta problemática abordada
pelos autores neste texto, “A fuga de cérebros”. Perante esta desigualdade o
acesso a melhores condições de vida conduzem a uma deslocação, geralmente de
países subdesenvolvidos para desenvolvidos. O país para o qual a população
qualificada entra é o que mais beneficia pois não teve que investir durante anos
na qualificação dessa população. Por outro lado as consequências para o país de
saída não são só o facto do investimento em qualificar a população não ter
retorno mas também o problema da circulação do conhecimento. Como tal a fuga
de cérebros não acarreta para o país de saída apenas consequências económicas
como também sociais e ainda políticas.
Com o passar dos anos num mundo globalizado este conceito “fuga de
cérebros” têm-se distanciado sobre a mobilidade de qualificados, pois já não se
considera que os profissionais estejam a “fugir” mas sim a moverem-se.
Estudos publicados em 2000 referem que a África e a Ásia são os
continentes que mais sofrem com a “fuga de cérebros”. Em Portugal nesse
18
mesmo ano já se verificavam “fluxos de mobilidade de quadros altamente
qualificados”(Araújo, Ferreira, 2013, pág.64). Novos estudos em 2012 permitiram
concluir, relacionando com o ano 2000 que este fenómeno não é nenhuma
novidade no país.
Estes estudos comprovaram ainda que os Estados Unidos da América continuam
a ser o país preferido da população qualificada e que recebem uma maior
quantidade de profissionais vindos do Reino Unido, Canadá e Austrália, ou seja
profissionais que vêm de países onde o Inglês já é o idioma preferido.
Os impactos desta mobilidade não correspondem apenas a consequências
económicas e de conhecimentos mas “Implica também a movimentação de
costumes, valores e modos de vida, envolvendo alterações ao nivel legal que
implicam as condições para o exercício da cidadania.” (Araújo, Ferreira, 2013,
pág.66).
Ao longo dos anos a emigração qualificada tem trazido prestígio em
diversas áreas para os países que recebem os profissionais, nomeadamente nas
ciências, engenharias e na arte. Por outro lado a emigração não qualificada já traz
outra imagem para o país, menos valorizada e prestigiada do que a imagem que
trazem os profissionais qualificados. Com os avanços da tecnologia, tornou-se
mais fácil aceder com rapidez a certas informações mesmo estando do outro lado
do mundo, exemplo disso são os dispositivos electrónicos de comunicação e as
redes sociais, e esse factor torna mais fácil a construção da identidade de um país,
embora não seja o único, pois a comunicação social (media) também influência
bastante a construção dessa identidade através de críticas e debates sobres os
países em causa.
Os media abordam a questão da emigração muito superficialmente e
quando o fazem geralmente agregam críticas. Qaundo abordam este tema a
maior parte das vezes é sobre emigrantes não qualificados e portanto tendem a
descriminá-los, uma vez que a profissão mais abordada nos emigrantes não
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qualificados é a prostituição. Por outro lado, a emigração qualificada não é
grande alvo de estudos por parte dos media quer seja dos países de saída ou dos
países de acolhimento. É importante referir ainda que grande parte das
reportagens dos media são histórias pessoais e experiências de sucesso pessoal
nunca abordando a situação de forma colectiva. Em relação a Portugal, a
comunicação social tende a garantir a imagem do país como a de um país
desenvolvido e “com capacidades e capitais intelectuais procurados além-
fronteiras.”(Araújo, Ferreira, 2013, pág.68).
A realidade Portuguesa entre os anos 2010 e 2012 foi alvo de reportagens
dos media intercionais pois estes procuravam saber mais sobre a o modo de vida
em Portugal, a situação económica, social, a taxa de desemprego e ainda os
motivos que levaram a essa pessoa a emigrar. Como tal surge então reportagens
video, noticias online e artigos sobre a saída de profissionais de Portugal que na
sua maioria são engenheiros, médicos e enfermeiros. Os factores que estes
mencionaram para justificar a sua saída são o excesso de medidas de austeridade,
os conflítos políticos, a elevada taxa de desemprego e ainda que o país é preferido
para emigração por parte de antigas colónias portuguesas, que ao chegar ao país
provocam uma estagnação na procura de emprego.
Como seria de esperar os media Portugueses, ainda entre os anos de 2010
a 2012, afirmam a existência de “evasões de cérebros” no país, facto contrariado
pelos media estrangeiros e com isto conclui-se portanto que a realidade do país
não está visível aos olhos dos portugueses. Uma das questões abordadas em
Portugal, pelo físico e docente na Universidade de Coimbra, Carlos Fiolhais,
(Lusa, 20 de Outubro de 2011, Tvi24), é a possibilidade da “evasão definitiva de
cérebros” (Araújo, Ferreira, 2013, pág.76), e essa questão é bastante alarmante
pois os jovens perante a realidade portuguesa vem-se na obrigação de se
deslocarem em busca de melhor qualidade de vida para o futuro. Contudo tem-
se feito alguns investimentos para contrariar essa evasão nomeadamente nas
ciências e tecnologias e assim evitar o menos desejado para o país.
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Até 1980, a mobilidade dos profissionais qualificados era considerado
como ato migratório dadas as dificuldades em obter as condições legais para
residência impostas pelo país de acolhimento. Com a globalização da economia
e da sociedade e a internacionalização dos mercados de trabalho levam ao
desaparecimento da palavra migração, e ao deslocamento permanente para esse
país, ora posto isto o termo mobilidade ganha preferência. Com as empresas
multinacionais, os profissionais adquirem maior facilidade nos deslocamentos
internacionais e na maioria das vezes saem dum determinado país para ocupar
um lugar de prestígio nesse novo país e então subir na carreira.
Pontos fracos e fortes do capítulo:
Pontos fracos:
Numa primeira análise do capítulo achei que os autores repetem inúmeras
palavras e ideias, o que cria de certa forma uma monotonia para o leitor. Observei
também falta de incentivo à leitura por parte dos autores destinado ao leitor,
ainda que esta abordagem sobre “Fuga de Cérebros” seja um tema que me cativa,
o mesmo não posso dizer do texto, em que nalgumas partes a leitura tornou-se
deveras exaustiva, mas no entanto como eram apenas 24 páginas deu para ler
várias vezes.
Acho que seria interessante, apesar da dificuldade em encontrar dados
estatísticos sobre o tema, que os autores colocassem gráficos e um pouco de
estatística no texto, pois era mais fácil a compreensão do capítulo para o leitor e
sempre se podia relacionar os dados de há algumas décadas atrás com dados
actuais. Também seria interessante procurar saber se esta “fuga de cérebros” não
será também uma estratégia política por parte dos países desenvolvidos para
lucrar e ganhar prestígio à custa dos países menos desenvolvidos em vez de se
afirmar que esta ideia é do emigrante que sai por iniciativa própria.
21
Será que Portugal algum dia será o país preferido nestas “fugas de
cérebros” ou iremos ser o país que recebe em grande maioria trabalhadores não
qualificados? Seria interessante aprofundar esta questão, pois na minha opinião
e perante a realidade portuguesa, acho que nunca estaremos ao nível de países
como Alemanha, Itália, Estados Unidos, e isso revolta-me um pouco sabendo que
já tivemos grande prestígio no mundo na época dos descobrimentos.
Pontos fortes:
Com a leitura deste capítulo fiquei a saber mais sobre o tema, e o que me
chamou a atenção com a leitura do mesmo, foi a necessidade que tive em criar
uma auto-reflexão sobre a possibilidade de emigrar para o estrangeiro no futuro,
dada a realidade em Portugal. Gostei particurlarmente da parte em que os
autores falam sobre os media, e a distinção que pode haver entre os media
portugueses e os media internacionais. É importante ainda referir que os autores
para credibilizar algumas ideias, publicaram em algumas páginas ao longo do
capítulo vários artigos escritos e publicados em jornais ou em outro meio.
Conclusão:
Estas exportações de cérebros que falam os autores no capítulo já
acontecem desde os primórdios da humanidade, não em termos de emigrações
de profissionais qualificados mas sim das deslocações que o Homem fez em
busca de melhores condições de vida. Apesar de este texto ser actual (escrito em
2013) sou da opinião que durante muitos anos este tema será abordado quer seja
pelos media ou pela população no geral.
Após a leitura deste capítulo “A «Fuga de Cérebros»:um discurso
multidemensional” concluo, como já tinha referido anteriormente, que há uns
anos utilizava-se mais a palavra emigração e que com o passar dos anos, com a
globalização da sociedade e os avanços técnológicos esta foi desaparecendo e
22
surgiu um novo termo, os deslocamentos. A situação em que vivemos é
alarmante e com a saída destes profissionais qualificados ainda se torna pior.
Preocupa-me bastante a situação que Portugal e os restantes países da
Europa vivem nos dias de hoje, e preocupa-me ainda mais saber qual será o meu
futuro, pois dada a esta realidade, estou a ponderar a opção de poder ter que ir
trabalhar para o estrangeiro, como tal foi bastante gratificante a leitura deste
capítulo uma vez que me deu uma ideia geral sobre o tema.
Recursos de Estilo e Linguagem: Comparação; Perífrase; Enumeração;
Eufemismo;
Linguagem e acessível;
23
6. Conclusão
Na realização do trabalho, procurei sempre abordar os temas sucintamente
mas também centralizar a informação.
A maior dificuldade que tive foi a recolha de informação mais relevante na
internet e tentar focar as ideias principais. Já na recolha de informação em livros
não tive esse problema, pois os livros que escolhi para a realização do trabalho já
sabia que se inseriam no tema, e apenas tive de ir ao índice de cada um, e escolher
os capítulos de maior relevância para o tema. Encontrei algumas dificuldades na
realização deste trabalho, principalmente da Ficha de Leitura, pois foi o primeiro
trabalho que realizei no ensino superior e não sabia muito bem como fazer.
Após a realização do trabalho, as conclusões foram claras, o desemprego
sempre existiu e existem anos em que este se acentua mais, mas após chegar a
certos números não existe como aumentar mais e então estes começam a
diminuir. Através de uma análise da econonomia podemos comparar esta com o
desemprego pois a primeira apresenta várias fases, nomeadamente, o chamado
crescimento económico, seguido de uma recessão e finalmente uma grande
depressão, é portanto um ciclo, depois da grande depressão a economia regenera,
assim como o desemprego pois este depois de chegar ao “fundo do poço” não
existe outra alternativa senão diminuir os números. O empreendedorismo pode
ser a solução para a diminuição da população qualificada desempregada, pois os
jovens comparando com as restantes faixas etárias são os que mais apresentam
ideias inovadoras, embora não tenham experiências de vida.
Quanto aos objectivos da disciplina, penso que os tenha concluído com a
realização deste trabalho, respeitando os requisistos propostos pelo professor. Na
realização de trabalhos futuros, penso que irei utilizar as experiências que adquiri
ao longo deste semestre nesta disciplina.
Concluindo, e apesar de todas as adversidades achei este trabalho bastante
enriquecedor e gratificante.
24
7. Referências Bibliográficas
A evolução recente do desemprego. Junho (2013)
Available: http://www.portugal.gov.pt/media/630155/20120619_relatorio_emprego.pdf
(acedido em 20 de Novembro de 2013)
Araújo, E., & Fereeira, F. (2013). A "Fuga de Cérebros": um discurso
multidimensional.Em E. Araújo, M. Fontes, & S. Bento, Para um debte sobre
Mobilidade e Fuga de Cérebros (pp. 58-82). Braga: CECS.
Gráfico 4. População desempregada: total e por nível de escolaridade
completo
Available:http://www.pordata.pt/Portugal/Populacao+desempregada+total+e+por+nivel+de
+escolaridade+completo-53 (acedido em 20 de Novembro de 2013)
Hisrich, Robert D. e Peters, Michael P. (2004) Empreendedorismo, 5 ed,
Bookman, Porto Alegre.
Krugman, P. (1994) “Past and Prospective causes of high
unemployment”, in Reducing Unemployment: Current Issues and Policy
Options, Procedings of a symposium in Jackson Hole, Wyoming
Sporsored and published by The Federal Reserve Bank of Kansas City.
Landesmann, M. A., & Pichelmann, K. (2000). Unemployment in Europe.
Confederation of European Economic Associations.
Martins, Raquel. “Principais medidas de apoio aos jovens
desempregados.” Público. 7 de Junho de 2012.
Available: http://p3.publico.pt/actualidade/economia/3336/principais-medidas-de-apoio-
aos-desempregados-jovens (acedido em 23 de Novembro de 2013).
25
(Outubro 2013). Euro area unemployment rate at 12.2%. eurostat
newsrelease.
Available: http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_PUBLIC/3-31102013-BP/EN/3-
31102013-BP-EN.PDF (acedido em 19 de Novembro de 2013)
Pinheiro, J. M. (1 de Julho de 2013). “Fuga de cérebros” afecta
investimento nos alunos portugueses. Público.
Wikipedia. “Empreendedorismo.” Wikipedia. 23 de Novembro de 2013.
Available: https://pt.wikipedia.org/wiki/Empreendedorismo (acedido em 23 de Novembro
de 2013).
Wikipedia. “Grande Recessão.” Wikipedia. 18 de Novembro de 2013.
Available: http://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Recess%C3%A3o (acedido em 18 de
Novembro de 2013).
A
Anexo I
Página da Internet Avaliada
http://www.ine.pt/
B
Anexo II
Texto de suporte da Ficha de Leitura
Araújo, E., & Fereeira, F. (2013). A "Fuga de Cérebros": um discurso
multidimensional.Em E. Araújo, M. Fontes, & S. Bento, Para um debte sobre
Mobilidade e Fuga de Cérebros (pp. 58-82). Braga: CECS.
Local onde se encontra:
https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CDEQFj
AA&url=http%3A%2F%2Fwww.lasics.uminho.pt%2Fojs%2Findex.php%2Fcecs_ebooks%2Farticl
e%2Fdownload%2F1578%2F1494&ei=XmpqUtnwOJPy7Aa8kYDYBQ&usg=AFQjCNGrFT2wgXS3
kts5VgGNAPR3MIQBtw&sig2=eyKuK3RAyC8NxQ4d-xotHA&bvm=bv.55123115,d.ZGU
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