UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E BIBLIOTECONOMIA
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
6º PERÍODO 2º SEMESTRE 2010
DISCIPLINA: METODOLOGIA CIENTÍFICA
DOCENTE: SÔNIA CRUZ RIASCOS DE ANDRADE
DISCENTE: CARLA LOPES FERREIRA
REFERÊNCIAS:
GALLIANO, Guilherme A. O método científico e suas aplicações. In: ______. O método
científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1979.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Natureza do conhecimento científico. In:
______. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: McGraw-
Hill, 1976.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. O método científico. In: ______.
Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: McGraw-Hill,
1976.
O ser humano possui a característica de conhecer e pensar sobre as coisas, a realidade, o
mundo ao nosso redor, e isso o distingue dos outros seres. Para conhecer algo, ele deve pensar
sobre esse algo, descobrir termos e conceitos que estejam relacionados a ele e que sirva de
base a uma pesquisa e estudos mais profundos. Numa pesquisa científica, o homem necessita
de um instrumento intermediário, que lhe possibilite a análise e estudo de um objeto, além de
teorias, métodos e técnicas que auxiliem na busca de resultados e explicações.
Existem níveis de conhecimento que caracterizam o contexto no qual o objeto,
fenômeno estão: conhecimento empírico: aquele conhecimento vulgar, ametódico e
assistemático, as experiências são feitas ao acaso; conhecimento científico: metódico,
sistemático, rigoroso, utiliza regras e leis que o regem, necessita-se que o pesquisador possua
espírito científico para fazer um trabalho científico; conhecimento filosófico: distingue-se do
científico pelo objeto de investigação, que é a realidade mediata, e o método, que é racional,
esse conhecimento busca o sentido e justificação da realidade, que envolve o homem, através
da reflexão; conhecimento teológico: pode ser chamo de teologia dogmática ou teologia
sobrenatural, são os conhecimentos adquiridos nos livros sagrados e aceitos racionalmente.
O método científico perpassa por gerações humanas, os resultados de gerações
anteriores são assimilados pelo homem, que desenvolve e amplia os aspectos que envolvem a
ciência e seus instrumentos. Algumas hipóteses e teorias são desmentidas e substituídas por
outras mais convincentes. Ao falar de ciência e métodos científicos, não se pode deixar de
lado conceitos importantes que serão necessários na formulação de ideias e no estudo do
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objeto, dentre eles: diferença entre os conceitos verdade, evidência e certeza. Pode-se dizer
que a verdade é uma forma de desvelamento, desocultamento do ser, aquilo que fica
percebível e compreensível ao homem, apesar deste nunca poder conhecer toda a verdade,
pois o ser nunca se manifesta totalmente, sempre parcialmente e de múltiplas formas, é a
percepção do homem em contato com o objeto. Quando o homem emite conclusões
precipitadas, que condizem apenas com a aparência, ele é levado ao erro, que não corresponde
ao fato e à realidade verdadeira. Evidência é a manifestação clara, o desocultamento do ser, é
o critério de verdade. Certeza consiste na adesão à verdade, sem temor de engano, se
fundamenta na evidência. Quando não há evidência do ser, o sujeito se encontra em estados
de espíritos que podem ser ignorância, que é a falta de conhecimento, pode ser vencível,
invencível, culpável ou desculpável; a dúvida, entre a afirmação e a negação ou opinião, com
temor de engano, não é uma certeza.
O argumento de autoridade constitui um critério de verdade que deve ser evitado na
ciência, visto que a avaliação da realidade não pode se dar apenas como verdade eterna, que
foi expressa por alguém que é referência na área, além deste, a conveniência ou utilidade
também se define como um critério verdadeiro e sua ideia é alegar uma verdade conforme
apenas a utilidade dela no contexto respectivo, deixando de lado as diversidades culturais,
sociais e geográficas do mundo.
O trabalho científico de nada adianta se o sujeito não atuar conforme o espírito
científico, pois de nada adiantaria os conhecimentos adquiridos se os mesmos não estiverem
constituídos de rigor e seriedade, objetividade, exatidão, precisão, método, utilizando a crítica
para julgar, discernir e analisar sem subjetividade.
O método científico é imprescindível ao trabalho científico por ser um meio de reflexão
através do qual auxiliará o pesquisador a descobrir e compreender os fatos, tais como são.
Desdobra-se em diversos processos (observação, coleta de dados, uso de hipóteses, teorias)
que, juntos guiarão o pesquisador ao alcance dos resultados esperados. Faz-se oportuno pois,
distinguir a diferença entre método e processo, sendo aquele procedimento geral, e este, a
técnica específica para realizar o procedimento, pois há variadas formas de se executar uma
mesma tarefa.
Diferentemente do método científico, no método racional as disciplinas não podem ser
comprovadas experimentalmente, pois são abstratos, apesar disso, são consideradas
verdadeiras ciências. No método racional, a realidade é observada e, proposições ou
princípios são definidos, para depois prosseguir por dedução ou indução, assim como no
método científico, o racional também se desdobra em outros processos que intermedeiam o
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sujeito e o conhecimento do objeto e sua origem, função, natureza etc. Na técnica de indução,
segue-se do particular ao geral, e as etapas básicas são: observar o fenômeno; analisar o
fenômeno e tudo que diz respeito ao mesmo; induzir hipóteses, a partir da análise feita;
verificar a veracidade das hipóteses através da experimentação e chegar ao resultado
conforme a confirmação ou não da hipótese utilizada, pode ser falível. Por meio da dedução,
o raciocínio parte do geral ao particular, a ideia principal é que um fato geral encerra em si a
explicação de outro semelhante, menos geral (GALLIANO, c1979, p. 39). Também
denomina-se silogismo e é muito usado na Lógica, porém apresenta riscos e falhas nesse tipo
de técnica, que aparentem verdade mas não sejam.
Outras técnicas de observação são a análise e síntese (podem ser racionais ou
experimentais), este parte do mais simples ao menos simples, e aquela parte do mais
complexo para o mais simples. Na análise o objeto é decomposto em partes para um estudo
profundo de tudo que corresponda à ele, na síntese, porém, faz-se a reconstrução do todo,
servindo de complemento à análise, possibilitando que os resumos das partes se comuniquem
ao resumo do todo.
Os roteiros de aplicação são técnicas que, de diferentes formas, tratam diferentes
problemas e situações, tais como: roteiro de formulação de problema, na redução do problema
por meio do exame dos fatos; roteiro de construção de modelo teórico, formula teorias
condizentes com o contexto, através de suposições; roteiro de dedução de conseqüências
particulares, que utiliza de suportes racionais e experimentais; roteiro de prova de hipótese,
observações e análise dos dados e interpretação dos mesmos; roteiro de introdução de
conclusões em teorias, correção de modelos ao comparar as conclusões com as predições.
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