Curso de Acabamento Têxtil à Distância AULA 3
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AULA 3
Introdução ao Estudo dos Beneficiamentos Primários
Beneficiamentos Primários a Úmido
Por que estudar este assunto?
Para compreender os princípios teóricos dos processos convencionais a úmido e analisar os mecanismos de funcionamento dos equipamentos utilizados no cotidiano das indústrias têxteis, tanto no que diz respeito aos seus processos quanto no das relações de banho. Dando continuidade ao nosso estudo sobre beneficiamentos, serão apresentados, a seguir, os processos básicos sobre os quais se fundamentam os maquinários que você vai utilizar.
O que preciso saber...
Processos de Esgotamento e de Impregnação Vejamos as principais distinções entre um processo e outro.
Esgotamento - o tecido é trabalhado da seguinte forma:
- em corda, ou seja, o tecido fica em contato permanente com o banho até o término do beneficiamento, para obter igualização;
- com circulação do banho através do substrato.
Impregnação – o tecido é passado em aberto, em máquinas denominadas Foulard, em que o banho é distribuído uniformemente por todo o substrato.
Para saber a quantidade de banho absorvida pelo substrato em função da pressão exercida pelos cilindros, devemos conhecer o peso do tecido seco (de entrada) e úmido (de saída). O percentual de retenção do banho pelo substrato, denomina-se pick up. Sua fórmula se encontra a seguir. Confira, pois ela será muito útil tanto para os cálculos das receitas, que veremos logo mais.
Quando a máquina Jigger, que veremos mais adiante, é utilizada no processo de esgotamento o tecido é trabalhado em aberto, e as partidas são feitas com metragens limitadas.
Em função do tipo de máquina utilizado no processo de impregnação, ele também é chamado de foulardagem.
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A relação de banho (R:B) indica a quantidade de banho de que o equipamento necessita para cada quilo de material têxtil.
Maquinários Atualmente, existe uma variedade muito grande de equipamentos que dão agilidade e precisão aos processos de beneficiamento. Dentre eles, selecionamos apenas os mais usuais, a fim de analisar suas características, especialmente suas relações de banho.
Foulard - R:B 1:1
Trata-se de uma máquina composta de uma cuba, onde fica o banho, e de cilindros espremedores que irão espremer o tecido, após passar no banho, a determinada pressão (pick up). Observe, na fig. 8, de que modo ela funciona, controlando a retenção de banho que o tecido irá levar.
fig.8: Diagrama de um Foulard
Jigger – R:B 1:3 - 1:5
É baseada no enrolamento e desenrolamento do tecido plano, que passa por uma cuba, onde se localiza o banho, conforme pode ser verificado na fig. 9.
pick up (%) = peso úmido - peso seco x 100 peso seco
O esgotamento caracteriza-se por processos descontínuos.
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fig.9: Diagrama de um Jigger
Turbo – R:B 1:5 – 1:10
Esse equipamento destina-se a beneficiamentos de tecidos sem muita elasticidade. No turbo, o tecido é enrolado em porta-material, com tensão controlada e uniforme, e o banho circula com pressão através do tecido, buscando a igualização. Na fig. 10, você pode visualizar a estrutura dessa máquina.
fig.10: Diagrama de um Turbo
Jet e Overflow
Tanto o jet quanto o overflow foram desenvolvidos para trabalhar a alta temperatura, sendo o substrato em corda impulsionado tanto pela pressão do banho quanto pela
Embora apresente produção limitada, o uso da máquina Jigger é muito freqüente nos dias de hoje, em função da necessidade das indústrias de produzirem partidas pequenas.
Cilindro para tingimento
Tecido enrolado
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regulagem do fluxo do banho, através do diâmetro da válvula bem como em função da largura e da gramatura do tecido a beneficiar. Embora apresentem pontos em comum, o sistema overflow difere do jet, especialmente no que diz respeito à maneira pelo qual o tecido é carregado pelo fluxo do banho e pelas velocidades das cordas. No jet, é o fluxo de banho que movimenta o tecido; nos overflows , este movimento é determinado por um molinete, conforme você pode observar nas figs. 11 e 12.
fig. 11: Diagrama de um Jet (R:B 1:7 – 1:10)
fig. 12: Diagrama de um Overflow (R:B 1:8 – 1:15)
Barca – R:B 1:20 - 1:50
Trata-se de equipamento constituído de molinete, que gira continuamente, puxando o tecido em corda; pela frente, jogando-o para trás e dispondo-o em camadas, umas sobre as outras, dentro do banho. Veja como ocorre esse movimento na fig. 13.
fig. 13: Diagrama de uma Barca
Tecido
Tecido
Tecido
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Processos Associados à Foulardagem Depois de nossa análise acerca dos processos básicos de beneficiamento a úmido e dos maquinários utilizados, vamos concentrar nossa atenção nos sistemas da foulardagem, que dizem respeito à impregnação e seu posterior desenvolvimento, conforme vimos anteriormente.
Sistema contínuo
Nele, o tecido é foulardado e no passo subseqüente, ou seja, de desenvolvimento, o efeito é conseguido, sem que haja necessidade de mudança de máquina. As figuras 14 e 15 exemplificam essa situação, considerando uma só unidade nos sistemas pad-steam e pad-termofix. Confira!
fig. 14: Pad-steam
fig. 15: Pad-Termofix
VAPORIZAÇÃO IMPREGNAÇÃO NO FOULARD
ENXAGUAMENTO TRATAMENTO POSTERIOR
ENXAGUAMENTO TRATAMENTO POSTERIOR
Tecido
Tecido
SECAGEM FIXAÇÃO
IMPREGNAÇÃO NO FOULARD
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Sistema semicontínuo
Nesse caso, o tecido é foulardado, sendo o desenvolvimento feito posteriormente, mas em outro equipamento. Para compreender melhor esse sistema, faça uma análise das figs. 16, 17 e 18, que apresentam exemplos de pad-batch (impregnação e repouso a frio), pad-roll (impregnação e repouso a quente) e pad-jigger (impregnação e desenvolvimento no jigger).
fig. 16: Pad-batch (impregnação e repouso a frio)
fig. 17: Pad-roll (impregnação e repouso a quente)
REPOUSO IMPREGNAÇÃO NO FOULARD
ENXAGUAMENTO TRATAMENTO POSTERIOR
Tecido
AQUECIMENTO POR RAIOS
INFRAVERMELHOS IMPREGNAÇÃO NO FOULARD ENXAGUAMENTO
TRATAMENTO POSTERIOR
REPOUSO
Tecido
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Fig. 18: Pad-jigger (impregnação e desenvolvimento no jigger)
Praticando e aprendendo
Atualmente, as indústrias, de modo geral, exigem dos trabalhadores uma série de competências, entre as quais podemos destacar o conhecimento técnico da operação têxtil a ser executada assim como a capacidade de tomar decisões corretas, e no momento certo.
Agora, reflita sobre as situações apresentadas a seguir, para avaliar a sua prática em relação ao perfil de trabalhador exigido pelo mercado. O que poderia acontecer, caso você estivesse trabalhando:
• com uma barca, num processo de tingimento, ora com a relação de banho mínima, ora com a máxima?
• com um foulard, num processo de tingimento (por exemplo), e ocorresse variação de pick up?
O que estudei
Para compreender os beneficiamentos a úmido, fizemos uma análise de vários fatores, tais como:
ü os processos básicos de impregnação e esgotamento;
ü a determinação do pick up, no caso específico de impregnação;
ü os equipamentos mais freqüentemente utilizados na indústria têxtil, com suas respectivas relações de banho;
ü os sistemas contínuos e semicontínuos, associados à foulardagem e os descontínuos, ao esgotamento.
Tecido
IMPREGNAÇÃO NO FOULARD
FIXAÇÃO ENXAGUAMENTO
TRATAMENTO POSTERIOR
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Como andam seus estudos?
É hora de refletir sobre o que você aprendeu no Tema 3. Analise as afirmativas a seguir e marque aquelas que estão CORRETAS.
( ) Devemos nos preocupar com o pick up para os cálculos em processos de
esgotamento.
( ) Pick up é a quantidade de líquido que fica retida no substrato após a espremedura.
( ) Nos processos contínuos, o tecido já sai beneficiado ao término da operação.
( ) A interrupção para troca a de banho em overflows caracteriza os sistemas semicontínuos.
( ) O repouso a frio e a quente de tecidos impregnados indica o tempo de esgotamento do tecido no banho.
Referências bibliográficas
Manual técnico de beneficiamento. Rhodia - Ster.
Glossário
Enfraldados: acondicionamento do tecido em camadas.
Hidrofilidade: capacidade de absorver água.
Ourelas: orlas, geralmente de tecido mais encorpado, de uma peça de fazenda.
Pilling: são pequenos nódulos que aparecem na superfície das peças de vestuário e que resultam do entrelaçamento das fibrilas projetadas da superfície do tecido, proporcionando um aspecto visual não muito agradável às vestimentas.
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