Caderno criado a partir das aulas dos
professores da Medicina da FURG, das
anotaes dos veteranos (Ju Pires) e de fontes
de consulta diversas.
Caderno de
Semiologia Organizao: Smara Becker
Medicina FURG ATM 2018
Colaboradores: Ana Caroline Moraes
Ariane Neuhaus Isabella Fonseca Jssica Santana Juliana Batista Luigi Cericato
Marina Behrends Tefilo Vieira
Valri Camargo Vincius Santos
SUMRIO
ANAMNESE ................................................................................................................................................... 1
INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO ....................................................................................... 2
INTERROGATRIO DO APARELHO CARDIOVASCULAR ............................................................................... 13
INTERROGATRIO DO APARELHO DIGESTIVO ........................................................................................... 18
INTERROGATRIO DO APARELHO URINRIO ............................................................................................. 27
INTERROGATRIO NEUROLGICO ............................................................................................................. 33
EXAME FSICO TORCICO ........................................................................................................................... 37
SNDROMES RESPIRATRIAS ...................................................................................................................... 45
EXAME FSICO CARDIOVASCULAR .............................................................................................................. 55
SNDROMES CARDIOLGICAS .................................................................................................................... 69
EXAME FSICO DE ABDMEN ..................................................................................................................... 73
SNDROMES RENAIS ................................................................................................................................... 82
SNDROMES DIGESTIVAS ............................................................................................................................ 89
EXAME FSICO NEUROLGICO .................................................................................................................... 93
SNDROMES NEUROLGICAS ................................................................................................................... 108
LESES ELEMENTARES DE PELE ................................................................................................................ 112
HIPERTENSO PORTAL ............................................................................................................................. 114
ENCEFALOPATIA HEPTICA ...................................................................................................................... 115
PRESSO ARTERIAL ................................................................................................................................... 117
HEMOGRAMA ........................................................................................................................................... 120
SNDROMES HEMATOLGICAS ................................................................................................................ 122
ENDOCRINOLOGIA .................................................................................................................................... 125
PROPEDUTICA DERMATOLGICA ........................................................................................................... 136
SEMIOLOGIA OSTEOARTICULAR ............................................................................................................... 139
PARALISIA FACIAL PERIFRICA .................................................................................................................. 143
PARALISIA FACIAL CENTRAL...................................................................................................................... 143
SEPSE ........................................................................................................................................................ 143
PERDA DA CONSCINCIA .......................................................................................................................... 143
HIPOTENSO POSTURAL .......................................................................................................................... 144
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA ............................................................................................................. 144
ERISIPELA X CELULITE ............................................................................................................................... 145
PULSO ....................................................................................................................................................... 145
ASCITE ....................................................................................................................................................... 148
ICTERCIA .................................................................................................................................................. 148
VESCULA E VIAS BILIARES ........................................................................................................................ 152
PANCREATITE............................................................................................................................................ 153
COMA ....................................................................................................................................................... 153
CHOQUE ................................................................................................................................................... 156
1 ANAMNESE
ANAMNESE
Questionrio: perguntas curtas e objetivas
Pergunta aberta: como a sua dor?
Porque o senhor veio ao mdico?
Pergunta focada: como a sua dor torcica?
Pergunta fechada: quantos anos voc tem?
Facilitao: encorajar o paciente. Ex.: balanar a cabea enquanto o paciente fala, como sinal de
entendimento.
Reflexo: repetir as ltimas palavras do paciente.
Esclarecimento: resumir as queixas do paciente, para ver se elas foram entendidas de maneira correta.
Confrontao: colocar o paciente frente ao que disse, quando ele fala uma coisa mas demonstra outra,
por exemplo.
Interpretao: observaes acerca do relato do paciente.
Empatia: por palavras, gestos ou atitudes.
Observao:
Sinal: um dado objetivo, que pode ser percebido pelo examinador pela inspeo, palpao,
percusso, ausculta ou evidenciado atravs de meios subsidirios. Ex.: tosse, vmito, edema,
cianose, hematria.
Sintoma: sensao subjetiva anormal sentida pelo paciente e no visualizada pelo examinador.
Ex.: dor, m digesto, tontura, nusea.
Sndrome: conjunto de sinais e/ou sintomas que ocorrem associados e que podem ser
determinados por diferentes causas. Ex.: sndrome febril.
Processo mdico:
Histria clnica
uma descrio por escrito dos dados colhidos na entrevista mdica. Os dados devem ser reais,
consistentes, claros, concisos e cronolgicos, alm de serem compreendidos por qualquer profissional
da rea da sade.
1) Identificao
2) Queixa principal (qp)
3) Histria da doena atual (hda)
4) Antecedentes pessoais (ap)
5) Antecedentes familiares
6) Reviso de sistemas
Histria Clnica
Exame fsico Inspeo Palpao Percusso Ausculta
Lista de problemas
Conduta Diagnstica Teraputica Educacional
2 INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO
INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO
Tosse
um fenmeno usualmente reflexo, em que h um fluxo o mais elevado possvel e cuja principal
consequncia a defesa dos pulmes e das vias areas.
uma manobra expulsiva forada, usualmente contra a glote fechada e que se associa a um som
caracterstico.
um ato expulsivo constitudo de 3 etapas:
1. Esforo respiratrio: inspirao rpida e profunda.
2. Esforo expiratrio forado contra a glote: fechamento da glote e contrao dos msculos
expiratrios, principalmente o diafragma.
3. Abertura da glote com rpido fluxo expiratrio: expirao forada mecanismo de defesa
para as vias respiratrias.
Anatomia e neurofisiologia do reflexo da tosse
1. Receptores
Encontrados em grande quantidade nas vias areas, da laringe at a carina e nos brnquios;
Estimulados por mecanismos qumicos (gases irritantes), mecnicos (poeira, corpo estranho, ou da
presso arterial), trmico (frio ou calor excessivo) e inflamatrios (hiperemia, edema, secrees e
ulceraes).
Outros locais: cavidade nasal, seios paranasais, conduto auditivo externo, membrana timpnica, pleura,
estmago, pericrdio, diafragma e esfago.
2. Nervos aferentes
Vago, glossofarngeo, frnico e trigmeo.
3. Centro da tosse
Bulbo: controle do crtex cerebral.
4. Nervos eferentes
Frnico (diafragma), larngeo recorrente (glote) e vago (vias areas).
5. Msculos efetores
Msculos traco-abdominais.
Fases da tosse
Fase inspiratria
* O pulmo insufla-se para elevar a massa de ar a ser expelida.
* O aumento do volume pulmonar acarretar em um aumento da fora elstica (elasticidade,
velocidade, eliminao) e fora retrtil dos alvolos.
* Estimulao eferente dos nervos frnico, espinhais e intercostais (contrao do diafragma).
3 INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO
Fase compressiva
* Fechamento da glote (larngeo recorrente) - presso nos alvolos.
* Compresso dinmica das vias areas (vago).
* A reduo do calibre brnquico ir criar um corredor por onde a massa de ar ir passar.
Fase expiratria
* Abertura da glote (larngeo recorrente).
* Relaxamento do diafragma, que empurrado para cima, o que comprime ainda mais o trax
(frnico).
* O fluxo areo expulso em alta velocidade.
Fase de relaxamento
Avaliao semiolgica da tosse
Frequncia
Intensidade
Durao
Tonalidade (rouca,grave...)
Presena de secreo
Perodo em que predomina
Relao com os decbitos
Presena de outros sintomas (refluxo, azia, icc)
Uso de medicamentos 20% dos inibidores da eca causam tosse.
Mudana do carter da tosse.
Intensidade
* Escalas analgsicas 0-10
* Questionrio sobre qualidade de vida.
* Contagem de tosses: n de tosses em determinado perodo (normal 3 tosses/hora) + tempo que se
gasta (em segundos) tossindo.
Durao
Ii diretrizes brasileiras para o manejo da tosse clnica
* Aguda: presena de sintoma por at 3 semanas.
* Subaguda: tosse persistente por perodo de 3 a 8 semanas.
* Crnica: durao maior que 8 semanas.
1 consenso brasileiro sobre tosse
* Aguda: 3 semanas
* Crnica: 3 semanas.
cigarro, gotejamento ps-nasal, hiper-reatividade brnquica doena do refluxo gastro-esofgico,
sinusopatia).
Presena de secreo
* Seca: sem secreo.
* mida: com secreo.
4 INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO
* Produtiva: escarra.
* No produtiva: no escarra, engole.
Perodo em que predomina
Manh (acumula secreo durante a noite): dpoc, bronquite crnica, enfisematoso, fumante (substncia
do cigarro causa paralisia dos clios).
Noite: icc...
Tipo de tosse Caractersticas principais
Quintosa Em acessos, mais frequente de madrugada, acompanhada de vmitos e sensao de asfixia.
Sncope Aps a crise intensa, leva perda de conscincia. Mais comum em idades avanadas.
Bitonal Resultado de leso em corda vocal, que pode atingir o nervo larngeo recorrente.
Rouca Ocorre em laringite crnica (tabagismo) ou aguda.
Reprimida O paciente reprime a tosse por ela causar dor.
Ps-infecciosa Algum microrganismo deixa os receptores mais sensveis por um tempo.
Expectorao
o conjunto de materiais formados e/ou depositados na mucosa respiratria e eliminado por via oral.
Em condies normais so produzidos 100ml de muco em 24h, que so trazidos at a garganta pela
movimentao ciliar e depois deglutidos inconscientemente com a saliva. A tosse s surge quando essa
produo est aumentada, quando precisamos eliminar esse excesso.
O muco constitudo por cerca de 95% de gua e 2-3% de glicoprotenas.
Avaliao semiolgica da expectorao
Aspecto
Odor
Volume
Cor
Horrio
Mudana de carter
Aspecto
* Seroso: semelhante saliva (predominantemente gua, clulas e protenas).
* Mucoso: translucido e transparente como a clara de ovo (gua, mucoprotenas e clulas).
* Purulento: amarelo-esverdeado (rico em picitos restos de leuccitos, celularidade).
* Hemptico: com sangue.
* Piohemtico: pus e sangue.
* Molde brnquico: compacto.
Hemoptise
a expectorao de sangue oriundo do trato respiratrio. todo o sangue que tem origem abaixo das
cordas vocais (traquia, brnquios e pulmes).
Varia desde estrias de sangue no escarro at sangramento macio com risco de vida.
5 INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO
Qualquer doena pulmonar pode se manifestar como hemoptise.
Circulao pulmonar
O pulmo nutrido por dupla circulao.
Artrias brnquicas: por fazer parte da circulao sistmica, presso (+volume).
Nutre dos brnquios principais at os bronquolos terminais, interstcio, pleura, tecido linfoide e
estruturas nervosas.
A maior parte dos sangramentos provm dessas artrias.
Bronquite crnica, bronquioectasias, carcinoma brnquico (acometem vasos da parede brnquica).
Artrias pulmonares: apresentam presso bem menor.
Nutrem o parnquima pulmonar e os bronquolos respiratrios.
O volume sanguneo costuma ser menor.
Etiologia
Vasos da parede brnquica: bronquite crnica, bronquioectasias, ca brnquico.
Vasculatura pulmonar: ice, estenose mitral, embolia pulmonar.
Parnquima pulmonar: pneumonia, inalao de cocana, doenas autoimunes.
Iatrognica: distrbio coagulao, ca, tabaco.
Caracterizao
Tosse: hemoptise precedida de tosse.
Sangue vermelho vivo.
Presena de bolhas de ar.
Rudos respiratrios.
Sensao de fervura.
Borbulhamento.
Diagnstico diferencial
* Epistaxe (sangramento pelo nariz): se houver aspirao, haver tosse.
* Hematmese (sangramento do trato digestivo alto): sem bolhas, de cor escura, com restos
alimentares, precedido de nuseas e vmitos.
* Sangramento de cavidade oral (visvel)
Classificao
Leve: 600ml em 24h ou +de 30ml/hora.
6 INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO
macia: causa risco de bito.
Vmica
a expulso brusca e macia, pela boca (e inclusive pelo nariz), de uma grande quantidade de pus ou
lquido.
feita em golfadas, com violentos acessos de tosse.
Pode provocar sufocao e asfixia, quando no eliminada.
Acontece frequentemente em abscessos pulmonares, quando o paciente deita sobre o lado do abscesso
e drena.
Dispnia
a dificuldade para respirar (sintoma subjetivo), presente em doenas ou grandes exerccios.
comum nas doenas respiratrias e cardacas.
Pode ser visualizada por sinais como taquipnia, batimento das asas do nariz, tiragem intercostal ou
generalizada, cianose, fscies de angstia.
O desconforto respiratrio varia na qualidade e na intensidade, dependendo do paciente.
Deriva de interaes entre mltiplos fatores fisiolgicos, psicolgicos, sociais e ambientais e pode
induzir respostas secundrias fisiolgicas e comportamentais.
Sensaes descritas e situaes associadas
Sensao DPOC ICC Doena
intersticial Asma
Doena neuro-muscular
Gravidez TEP
Respirao rpida
Exalao incompleta
Respirao superficial
Aumento do esforo
Sufocao
Fome de ar
Opresso torcica
Respirao pesada
7 INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO
Controle respiratrio e mecanismos da dispnia
Sintomas respiratrios
Manifestaes primrias Manifestaes secundrias
Manifestaes das vias areas: tosse, expectorao, hemoptise e chieira. Manifestao pleural: dor torcica. Manifestaes funcionais: dispneia, cianose.
Manifestaes gerais: febre, anorexia, astenia, emagrecimento. Manifestaes mediastinais: sndrome da veia cava superior, compresso do nervo frnico, compresso do nervo larngeo recorrente. Manifestaes extra-torcicas: baqueteamento, sndrome de osteoartropatia, sndrome paraneoplsica.
Ventilao normal implica:
Eficiente comando nervoso pelo centro respiratrio e quimiorreceptores centrais e perifricos
(leso neurolgica).
Adequada resposta dos msculos respiratrios aos comandos nervosos (doena muscular
congnita)
Boa complacncia traco pulmonar (edema)
Permeabilidade das vias areas (bronquite secreo)
Patogenia
Alterao anormal do centro respiratrio no tronco enceflico.
Alteraes nas concentraes de po2 e pco2 sinalizadas por quimiorreceptores na cartida e aorta.
Mecanorreceptores nas vias areas pulmes e parede torcica.
Receptores aferentes vagais nas vias areas e pulmes.
Receptores de estiramento pulmonares.
Receptores inativos nas clulas epiteliais brnquicas.
Fibras c encontradas no interstcio pulmonar.
Ocorrer quando...
Aumentar o nvel de ventilao, como no exerccio.
Aumentar a resistncia das vias areas ou diminuir a elasticidade pulmonar.
8 INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO
Ocorrer fraqueza ou distrbio da eficincia mecnica dos msculos respiratrios.
Causas agudas de dispnia: psicolgica, crise de asma intermitente, traumatismo torcico com fraturas
de costelas, pneumotrax, hemotrax, embolia pulmonar, edema agudo de pulmo.
Causas crnicas de dispneia: dpoc, asma, miocardiopatias, doena pulmonar intersticial.
Etiologia
Cardaca Pulmonar Outras causas
Icc Cardiopatia isqumica Infarto do miocrdio Cardiomiopatia Disfuno valvular Arritmias
Dpoc Asma Doenas pulmonares restritivas Pneumotrax
Gravidez Obesidade Anemia Descondicionamento Altitude Sepse Causas psquicas
Caractersticas semiolgicas
Intensidade/severidade
Relacionada restrio das atividades: dispneia de esforos
* Grandes esforos: em esforos maiores que o habitual.
* Mdios esforos: esforos habituais.
* Pequenos esforos: em funes que nos mantm vivos.
* Repouso.
Grau de dispneia x atividade realizada
* Grau 0 ao realizar exerccio intenso (nadar, correr...).
* Grau 1 ao caminhar apressado no plano ou subir escadas.
* Grau 2 anda mais devagar que as pessoas da mesma idade ou precisa parar de vez em
quando enquanto caminha.
* Grau 3 precisa parar ao andar alguns minutos ou 100m no plano.
* Grau 4 precisa de ajuda para se vestir ou tomar banho.
Frequncia respiratria (12-16)
* Taquipnia: aumento da frequncia com diminuio da amplitude.
* Bradipnia: diminuio da frequncia respiratria.
* Hiperpnia: aumento da frequncia com aumento da amplitude.
* Apnia: interrupo dos movimentos respiratrios por perodos prolongados.
Ritmo
* Normal
* Ritmo de cheyne-stokes: ciclos respiratrios de amplitudes crescentes e depois decrescentes,
alternados com perodos de apnia que se acompanham de obnubilao com ou perda de
conscincia. Na fase apnica, a po2 cai e a pco2 aumenta, o que estimula o centro respiratrio,
resultando em hiperventilao e hipocapnia, o que leva recorrncia da apneia (aterosclerose
cerebral).
* Ritmo de kusmaull: inspirao profunda e ruidosa, pausa, expirao profunda, nova pausa e
assim sucessivamente.
Modo de incio
9 INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO
Agudo ou crnico
Durao e evoluo
imediata (minutos), breve (horas/dias), prolongada (semanas).
Fatores atenuantes e desencadeantes
Sintomas associados
* Chiado no peito: pode indicar broncoespasmo.
Secreo na via erea, asma, dpoc.
* Dor torcica: a dispneia pode ser secundaria a limitao ventilatria imposta pela dor,
pneumotrax, pneumonia.
* Dispneia sbita + dor torcica ventilatrio-dependente: pode ser pneumotrax espontneo,
tromboembolismo pulmonar ou traumatismo torcico.
* Tosse
* Hemoptise
* Edema
OR
TOP
NEI
A E
DIS
PN
EIA
PA
RO
XIS
TIC
A N
OTU
RN
A
Piora deitado e melhora sentado.
IVE: o edema reabsorvido na posio deitada, RV, contudo, o corao no tem capacidade para armazenar esse sangue, levando ao edema pulmonar, que melhora sentado (RV).
Doente respiratrio: usa melhor a musculatura na posio ortosttica ( menos necessrio para ele ficar sentado que na ICC).
TREP
OP
NEI
A
Dispneia que aparece em determinado decubito lateral e desaparece com o decbito oposto. Indica doena unilateral, como derrame pleural ou paralisia de um hemidiafragma.
PLA
TIP
NEI
A
Dispneia que surge/piora com a posio ortosttica, em especial de p. Quadros de pericardite e shunts direito-esquerdos.
DIS
PN
EIA
SU
SPIR
OSA
Quando no se acha uma razo orgnica para a dispneia, esta pode ser chamada de suspirosa ou psquica. Relaciona-se ansiedade.
10 INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO
Avaliao da dispneia
Dispneia cardaca Dispnia respiratria
Incio sbito + inspiratria Tosse seca Edema membros inferiores, jugular Sopro valvar, ictus deslocado, sudorese e platipnia Dispneia paroxstica noturna
Incio gradativo + expiratria Tosse crnica produtiva Hipocratismo digital mv,caixa torcica, tiragem, trepopneia. Dispneia paroxstica noturna
Dor torcica
Dor uma experincia sensorial e emocional desagradvel, associada a uma leso tecidual j existente u
potencial, ou relatada como se uma leso existisse.
Sintoma com componentes sensorial, cognitivo e afetivo-emocional.
um mecanismo bsico de defesa.
Quando aguda, est associada excitao comportamental e a resposta de estresse com aumento da
pa, da fc, do dimetro pupilar e dos nveis plasmticos de cortisol.
Causas
Pulmonares: pneumonia (2%), pneumotrax, pleurites, traqueobronquites, cncer de pulmo
(1,5%).
Cardiovasculares: angina (31%), iam, pericardites (4%), miocardites, aneurisma dissecante da aorta.
Caixa torcica: dor muscular, ssea, articular, trauma.
Gastrointestinais: esofagites, espasmo esofgico, lcera pptica, distenso gstrica, pancreatite e
litase biliar (42%).
Psicolgicas: pnico e ansiedade
Neurolgicas: herpes zoster (1%).
Espirometria: diagnstico da doena restritiva e/ou obstrutiva.
Radiografia Torcica: hiperinsuflao, doena bolhosa ou mudana no interstcio, alteraes no tamanho cardaco.
Ecocardiograma: pacientes com corao aumentado ao raio-X, ou quando o diagnstico da doena tromboemblica crnica ou hipertenso pulmonar est sendo considerado.
Tomografia computadorizada: no rotina. importante no diagnstico precoce de fibrose pulmonar e em pacientes fumantes com espirometria e radiograma normais com enfizema.
Medida da difuso de gs (CO) Saturao Arterial de Oxignio (oximetria do dedo)
Testes de exerccio cardiopulmonar
11 INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO
Doenas que cursam com a dor torcica e que podem levar ao risco de vida imediato:
* Sndromes coronarianas agudas
* Pneumotrax hipertensivo
* Disseco da aorta
* Tromboembolismo pulmonar
Perguntas importantes
H risco de vida imediato?
A dor de origem cardaca?
A rapidez no tratamento melhora o desfecho do paciente?
Dor torcica de origem respiratria (traqueobrnquica, pleural, hipertenso pulmonar).
Componentes do aparelho respiratrio: vias areas superiores, vias areas inferiores, parnquima
pulmonar, pleura e vasos pulmonares.
Componentes com sensibilidade dolorosa: vias areas superiores, traqueia, brnquio-fontes, pleura
parietal, artrias pulmonares.
Dor traqueobrnquica
Aparece nas traqueobronquites agudas, de etiologia infecciosa ou irritativa e comum nas gripes, sendo
provocada pela tosse.
L Traqueobrnquica (retroesternal)
I Sem irradiao
C Queimao
I Moderada (5 a 6)
D Varivel
E Auto-limitada, poucos dias.
F Desencadeantes/agravantes: tosse, respirao profunda. Atenuante: repouso, antiinflamatrios e tosse. Acompanhantes: sintomas de via area superior e inferior.
Dor pleural
Tem sua origem na estimulao de receptores sensitivos localizados na pleura parietal, estimulados por
inflamao e/ou distenso dela, durante os movimentos ventilatrios e/ou seus equivalentes.
L Depende da inervao da poro pleural comprometida, mas bem localizada.
I Trajeto intercostal
C Pontada/facada
I Forte (8 a 10)
D Aguda
E Depende da etiologia
F Agravantes: ventilao, tosse Atenuantes: menor ventilao Acompanhantes: tosse e/ou dispneia e, s vezes, febre.
12 INTERROGATRIO DO APARELHO RESPIRATRIO
Quando a dor some e comea a dispneia, o derrame pleural se instala.
Localizao da dor pleural:
* Pleura costal at o nvel da 7 costela (n.intercostais): dor na rea vizinha a zona comprometida.
* pleura costal da 8 a 12 costela e da poro perifrica do diafragma: dor na parte inferior do trax
e superior do abdmen, inclusive fossas ilacas.
* Pleura apical (plexo cervical): dor no ombro e regio cervical
lateral.
* Pleura diafragmtica medial (nervo frnico): dor no ombro.
Dor pleural na pneumonia: pleurisia isolada.
Dor pleural no pneumotrax:
* Sbita, aguda, intensa.
* Carter: punhalada
* Acompanhada de dispneia, de maior e a menor intensidade, sem
febre.
Dor pleural Dor m. Esqueltico
Incio abrupto Aguda,forte. Bem localizada, unilateral. Ventilatria-dependente Ausncia de hiperestesia palpao. Melhora em decbito homolateral. Taquipneia Ventilao reduzida no hemitrax.
Incio mais insidioso Mdia intensidade Mais difusa; frequentemente bilateral. Piora com os movimentos do tronco. Presena de hiperestesia palpao. No melhora com o decbito. No costuma modificar o padro ventilatrio. No reduz a ventilao torcica.
Exames complementares teis na investigao da dor:
Radiografia Torcica
Ecocardiograma Eletrocardiograma de esforo
Cintilografia pulmonar
TC Trax
13 INTERROGATRIO DO APARELHO CARDIOVASCULAR
INTERROGATRIO DO APARELHO CARDIOVASCULAR
Tipos nosolgicos
Cardiopatia isqumica - dor
uma consequncia da isquemia cardaca (falta de irrigao falta de oxignio).
Etiologia: doena aterotrombtica coronariana.
fatores de risco: diabetes, hipertenso arterial sistmica, dislipidemia (todos lesam o endotlio vascular
coronariano).
A funo do endotlio produzir xido ntrico
(vasodilatador) e endotelina (vasoconstritor) e o equilbrio
dos dois que mantm o fluxo balanceado.
Os fatores de risco alteram essa funo endcrina, xido
ntrico e endotelina, o que leva a um processo
inflamatrio, que facilita a migrao de outras clulas que
carregam gordura para o vaso placas de ateroma
obstruo.
Isso leva a obstruo parcial ou total das coronrias,
isquemias agudas ou crnicas do miocrdio, com ou sem
infarto, levando a uma perda da funo miocrdica.
Volumes diastlico e sistlico final ficam aumentados.
Frao de ejeo fica diminuda.
Relaxamento ventricular diminudo, contratilidade
diminuda.
Perda do relaxamento vascular arterial.
Cardiopatia hipertensiva dispneia
a consequente hipertrofia concntrica do ventrculo (remodelamento ventricular) a partir da has.
O ps-carga aumentado produz um estmulo de remodelamento positivo.
Cardiomiopatia reumatismal
Ocorre na febre reumtica (doena colgeno-imune).
A cpsula de streptococcus b hemoltico possui elementos parecidos com a do nosso corpo (por
exemplo, das valvas), com isso, a resposta inflamatria do organismo a essa bactria leva a um processo
autoimune, com inflamaes no endocrdio valvar, nas articulaes, rins, etc.
No endocrdio valvar h retrao cicatricial do processo inflamatrio, provocando insuficincia ou
estenose da vlvula artica e mitral.
14 INTERROGATRIO DO APARELHO CARDIOVASCULAR
Essa consequencia de sobrecarga de volume ou depresso nas cavidades nas quais as vlvulas cicatrizam
a cardiopatia reumatismal.
Cardiopatia congnita
Conjunto de alteraes que levam dilatao ou hipertrofia.
Miocardites virais, cardiomiopatia chagsica e cardiomiopatia congnita.
Endocardiopatias
Infeces que atacam locais com endotlio alterado, principalmente as valvas.
Extremamente graves, mortalidade muito alta e tratamento muito agressivo.
Pericardiopatias
Decorrente de vrus, outras infeces, cncer, lpus, tuberculose.
Doenas dos vasos pulmonares
Tromboembolismo pulmonar:
Disseco da aorta
Complicao de um aneurisma de aorta, pode levar morte.
Tipos de sofrimento
Insuficincia cardaca
Aumento da presso nos trios (esquerdo, direito ou ambos).
Perda da funo diastlica e sistlica.
Patologias: hipertrofia do ventrculo esquerdo, estenose artica, coarctao artica, has.
Insuficincia coronariana
Caracterizada pela falta de fluxo coronariano para um consumo de o2 adequado para o miocrdio.
Coronria obstruda
Hipertrofia do ve: fluxo coronariano insuficiente quando aumentar o consumo.
Falta de 02 para o ciclo de krebs para produzir atp acidose dor.
Arritmias
Distrbios anatmicos e fisiolgicos (como irrigao, por exemplo) das regies de conduo eltrica.
Bradicardias excessivas por falta de automatismo do nodo sinusal.
Presso pulmonar
Vasoconstrio (liberao de endotelina)
Hipxia Sobrecarga do
ventrculo direito (VD)
Hipertrofia inicial
Dilatao
15 INTERROGATRIO DO APARELHO CARDIOVASCULAR
Bloqueios atrioventriculares por reduo da conduo acentuada do n a-v.
Bloqueio de ramo com assincronismo da contratilidade dos ventrculos.
Hipoxemia
Pela baixa po2, o sangue no vai adequadamente do trio direito para a circulao pulmonar e no
chega adequadamente ao trio esquerdo para gerar um dbito cardaco bem oxigenado.
sintomas
Dispneia
Indica congesto pulmonar.
Esforo ventilatrio alm do normal.
Dispneia cardaca:
Dispneia aos esforos
Pequenos, mdios, grandes esforos e repouso.
Rpida progresso (diferente da respiratria).
Ortopneia
Aparece to logo o paciente se deita.
Ao deitar:
Dispneia paroxstica noturna (dpn)
Mesmo mecanismo da ortopneia
O paciente acorda com intensa dispneia, sufocao, tosse seca, opresso torcica posio de
ancoragem.
Obs: asma cardaca: dpn acompanhada de broncoespasmo, com sibilos.
Edema agudo de pulmo
a expresso final da dispneia cardaca.
Transudao de lquido que ocorre rapidamente para o interstcio pulmonar, resultante do
aumento da presso no trio esquerdo.
Intensa dispneia, tosse com expectorao espumosa ou branca ou rosada.
Presso no ventrculo
Presso no trio
Presso capilar
pulmonar
Extravazamento de lquido do
capilar pulmonar
Dificuldade ventilatria
Retorno venoso
Dbito no trio
direito
Fluxo pulmonar
Dificuldade respiratria
16 INTERROGATRIO DO APARELHO CARDIOVASCULAR
Dor cardaca
Dor coronariana (isquemia)
Ocorre devido isquemia do miocrdio, que diminui o oxignio dos tecidos, obrigando a fazer um
metabolismo anaerbio do ciclo das pentoses (em vez de entrar no ciclo de krebs) que leva a acidose e
dor.
Etiologia: aterosclerose.
L Retroesternal
I Face interna do membro superior esquerdo, nos ltimos 2 dedos, mandbula, pescoo, brao direito, ombros...
C Constritiva, em aperto, sufocao, ardncia, queimao.
I Varia com o grau de comprometimento isqumico.
D Angina (2-3min); infarto (+ de 20min).
E Rpida
F Desencadeantes: exerccio fsico, emoes, frio, refeies copiosas (infarto repouso). Atenuantes: repouso; nitrato sublingual. Acompanhantes: no infarto nusea, vmito, sudorese fria.
lembrar que diabticos, alcolatras e idosos podem no ter a percepo da dor como as outras
pessoas.
Dor pericrdica
semelhante angina, mas mais aguda.
constritiva, mas no desencadeada por esforos, no momentnea e agrava-se com a
respirao em decbito dorsal, sendo aliviada com o paciente inclinado para a frente.
Ausculta: atrito e alterao de bulhas.
Dor dos grandes vasos
Causada pela disseco dos vasos.
Retroesternal; irradiao para pescoo, regio interescpulovertebral e ombros; lancinante,
intensa, no atenua (morfina), incio sbito.
Pa muito alta ou muito baixa, na amplitude de pulso, sopro.
Dor pleural (embolia pulmonar)
Ventilatrio-dependente, em pontada, intensa dispneia, cianose, hipoxemia.
Palpitaes
a sensao dos batimentos cardacos (incmodo), podendo ser fisiolgica ou patolgica. Nem sempre
significa arritmia.
Palpitaes de esforo: iniciam com o exerccio e desaparecem no repouso.
Palpitaes que traduzem alteraes do ritmo cardaco: arritmias.
Palpitaes que acompanham distrbios emocionais: so acompanhadas de sudorese, desmaio,
dormncia.
Perguntar:
17 INTERROGATRIO DO APARELHO CARDIOVASCULAR
* Forma de incio e de trmino.
* Caracterstica (regulares ou irregulares), ritmo.
* Bradi ou taquicardias (frequncia).
* Fatores desencadeantes, acompanhantes, agravantes e atenuantes.
* Fatores associados: drogas, agentes fsicos, alteraes hidroeletrolticas e/ou metablicas.
Edema
O edema cardaco consequente da insuficincia cardaca global, pois resulta do aumento da presso
no trio direito.
* p. Ad
* Estimulao do sistema renina-angiotensina-aldosterona.
* Capacidade de drenagem linftica ultrapassada.
Associado a turgncia jugular e hepatomegalia.
Caractersticas: frio, indolor, simtrico e vespertino.
Outros sintomas
Tosse: ice seca, mais a noite, causada pela congesto pulmonar. A congesto pulmonar causa irritao
no receptor da tosse do bronquolo terminal.
Hemoptise: p.ae hipertenso pulmonar secundaria a ic varizes sangue
Cansao: dc o2 para os msculos.
Sncope, pr-sncope (lipotimia/desmaio): dc circulao cerebral desorientao. tambm causada por alteraes no ritmo, hipoglicemia.
Cianose: central ou perifrica vasoconstrio, baixa perfuso.
Tontura: instabilidade
Sintomas urinrios: nictria, oligo-anria, alteraes urinrias baixas.
Sintomas digestivos: nuseas, vmitos, diarreia, anorexia.
Antecedentes pessoais
Hipertenso arterial sistmica
Aterosclerose
Outras cardiopatias
Antecedentes familiares
Cardiopatia isqumica
Morte sbita
Has
Cardiomiopatia hipertrfica
Cardiopatia congnita
18 INTERROGATRIO DO APARELHO DIGESTIVO
INTERROGATRIO DO APARELHO DIGESTIVO
Caractersticas da anamnese
importante saber:
Fatores emocionais: quem , o que faz, onde mora, o seu trabalho.
Fatores alimentares: o que come, quando come, se come rpido, se tem hora para comer.
Uso de medicamentos: o muco protetor que vai da boca ao nus produzido por prostaglandinas,
que so inbidas por anti-inflamatrios, podendo causar lceras.
Bebidas alcolicas: em excesso pode causar doena heptica e tambm gastrite aguda, de incio
sbito, acompanhadas de nusea e vmitos pela manh e dor epigstrica.
Fumo/cigarro: retarda a ciscatrizao das lceras e de leses do tubo digestivo alto.
Doenas pregressas
Antecedentes pessoais e familiares: muitos tumores tm fator hereditrio importante, como o de
clon.
Esfago
transporta o alimento da cavidade oral at o estmago.
Keywords: odinofagia, disfagia, pirose, dor torcica, eructao, regurgitao,
vmitos.
Odinofagia
a dor ao deglutir. Normalmente est acompanhada de disfagia e sempre
deve-se perguntar onde est doendo, em que altura a dor. Normalmente
di o pescoo.
O tubo digestivo tem 2 plexos (autonmicos):
Meissner: na mucosa, responsvel pela produo de muco e hormnios.
Auerbach (mioentrico): muscular (peristaltismo).
O tubo digestivo no tem fibras sensitivas na mucosa nem na submucosa, portanto no causa dor.
Assim, as vsceras ocas doem devido contrao e distenso da mucosa.
A odinofagia ocorre devido contrao e distenso da mucosa.
Causas: lceras de esfago, anti-inflamatrios esteroides (diclofenaco), refluxo. causa a proliferao de fibras sensitivas = dor
Disfagia
a dificuldade deglutio.
Disfagia motora: alterao na peristalse, na conduo do alimento ou na crdia.
Acalsia: incoordenao dos movimentos peristlticos do esfago em relao cardia. O corpo do esfago praticamente no tem ondas peristlticas capazes de abrir a crdia para o
alimento passar. Comum na doena de chagas: destruio do plexo mioentrico, que leva a uma hipotonia
esofgica.
19 INTERROGATRIO DO APARELHO DIGESTIVO
Sequelados de avc: quando h um comprometimento do tronco cerebral que impossibilita o
indivduo de se alimentar sem se engasgar.
Disfagia mecnica: comea de maneira lenta e progride em 4-6 semanas.
Ocorre em tumor de esfago (fumantes, alcolatras).
uma disfagia para alimentos slidos, lquidos e pastosos.
Comea a dor/sintomas quando 70% da luz esofgica est poupada.
Pirose
a sensao de queimao na regio retroesternal ou epigstrica.
patognomnica na doena do refluxo esofgico.
Ocorre normalmente aps as refeies e pode ser acompanhada de refluxo.
Causas: gravidez, hrnia hiatal, hipotonia do esfncter inferior do esfago.
Dor torcica
Pode ser confundida com a dor cardaca (pois melhora com vasodilatadores), no entanto, a dor
esofagiana:
Ocorre comumente com o paciente deitado, em repouso.
Melhora quando o paciente caminha.
Pode melhorar com anticidos.
Eructao
Ocorre em consequncia de maior quantidade de ar durante as refeies ou em situaes de ansiedade.
No um sintoma prprio do esfago.
Regurgitao
a volta do alimento ou de secrees do esfago e estmago cavidade oral, sem nuseas e sem a
participao de msculos abdominais.
Ocorre quase sempre aps as refeies.
Causas: estenoses, neoplasias, obstruo por alimentos (causas mecnicas), megaesfago chagsico,
acalsia idioptica (causas motoras).
Ocorrem na hrnia hiatal, hipotonia do esfncter inferior do esfago, aumento da presso intra-gstrica
ou intra-abdominais e em mudanas posturais.
Estmago
responsvel pela digesto.
Keywords: dor epigstrica (3 tempos), pirose, plenitude ps-prandial,
eructao, vmitos, hematmese, melena, dispepsia, halitose.
Dispepsia
20 INTERROGATRIO DO APARELHO DIGESTIVO
qualquer dor ou desconforto que acometa o andar superior do abdmen (epigastro).
um conjunto de sintomas: pirose, refluxo, azia, dor epigstrica, etc.
Dor epigstrica
percebida na linha mediana do epigastro, logo abaixo do apndice xifoide. Pode ser em 2, 3 ou 4
tempos.
Dor na lcera duodenal (3 tempos): di come passa a dor. O alimento neutraliza o cido que est irritando a lcera
Dor na lcera gstrica (4 tempos): no tem dor come tem dor passa
Plenitude ps-prandial
a sensao de estufamento aps comer pouco.
um sintoma muito inespecfico, pois ocorre tambm em quem tem ansiedade, depresso e dpoc, por
exemplo.
causado em leses na regio antral e do bulbo duodenal (tem muito contato com cidos).
Vmito e nusea
Normalmente manifesta-se em associao dor.
Frequentemente tem origem extradigestiva.
Sndrome pilrica
uma obstruo do piloro, causada por lcera ou tumor. Sintoma inicial: plenitude.
Halitose
Cheiro amargo, cido no hlito. Pode ser um problema esofgico ou gstrico.
Doena do refluxo gastroesofgico: pirose, halitose, dor torcica em espasmos, tosse crnica, problemas
dentrios, faringites de repetio.
Intestino delgado
rgo longo, com funo de transporte e absoro de
nutrientes. Todas as doenas do intestino delgado
podem causar desnutrio. Alm disso, tem funo
endcrina e imunolgica.
Keywords: dor abdominal, diarreia, esteatorreia,
hematoquezia, distenso abdominal, flatulncia,
hematmese, melena.
Dor abdominal
Dor em regio periumbilical, tipo clica, com irradiao por todo o abdome, intensidade e durao
variveis, acompanham alteraes na eliminao de gases e fezes; desencadeada pela alimentao e
aliviada por antiespasmdicos.
21 INTERROGATRIO DO APARELHO DIGESTIVO
Causas: parasitoses intestinais, ocupao da vscera oca por tumores onde h o aumento da peristalse
para eliminar a obstruo.
Mecanismo: distenso da parede intestinal, aumento da tenso da parede intestinal, alteraes
vasculares (congesto e isquemia), inflamao intestinal e inflamao peritoneal.
Diarreia
o aumento do teor lquido das fezes, frequentemente associado ao aumento do n de evacuaes e
volume fecal em 24 horas.
o sintoma que dirige o raciocnio diagnstico para o intestino delgado.
Diarreia do intestino delgado: a frequncia menor que 10 vezes ao dia, no h tenesmo (sensao de
esvaziamento incompleto), no h puxo e so de grande volume, pois possuem grande quantidade de
alimento no absorvido.
Esteatorreia
o aumento anormal da quantidade de gordura nas fezes.
Pode indicar m-absoro exclusiva de lipdios ou de todos os macronutrientes.
Na maioria das vezes, associa-se diarreia, com aumento do volume das fezes.
Pode ser acompanhada de clicas periumbilicais, distenso abdominal e flatulncia.
As fezes so amareladas, mal formadas, brilhantes, com cheiro de rano e boiam no vaso, possuindo
gordura ao redor.
Tipos de diarreia
Secretora: grande quantidade de lquido, na+ e k
+. Incio sbito, desidratao, artralgia, cefaleia, e.coli,
v. Cholerae.
Osmtica: m-absoro de lipdios, glicdios, protdios. Diarreia volumosa, dor periumbilical.
Motora: diarreia com diabetes ou hipertireoidismo. Mecanismo: peristaltismo, absoro, lquidos.
Exsudativa: muco, pus, sangue. Ex: disenteria.
Fisiopatologia da diarreia
Problemas na digesto no estmago, na produo de sais biliares no fgado e no pncreas podem resultar em m absoro de gordura. Tumores gstricos, cirrose, obstruo da via biliar, pancreatite crnica, doena da mucosa, doena celaca, doena dos vasos.
MELENA (ca clon, ca esfago, gastrite, tumores do intestino
delgado, ruptura de varizes esofgicas, lcera pptica).
Fezes pretas, ftidas, mal formadas, brilhantes.
Indica sangramento acima do ngulo de treitz (aparelho digestivo
alto).
Normalmente associada diarreia.
Hematmese (ca de esfago, ruptura de varizes esofgicas, ca
gstrico, lcera pptica e esofgica, distrbios de coagulao).
Perda de sangue do trato digestivo alto pela cavidade oral.
22 INTERROGATRIO DO APARELHO DIGESTIVO
Causas de melena e hematmese: lcera esofgica, duodenal ou gstrica, varizes esofgicas,
gastropatia hipertensiva portal, doena de crohn.
Outros sintomas do intestino delgado (menos frequentes)
Anemia, enfraquecimento, equimose, dor ssea (absoro de vitaminas), anorexia.
Observao:
Sndrome de koenig: estenose no intestino delgado. No absoro de clcio (osteoporose).
Intestino grosso
absoro de gua e de certos eletrlitos;
Sntese de determinadas vitaminas pelas bactrias
intestinais;
Armazenagem temporria dos resduos (fezes);
Eliminao de resduos do corpo (defecao).
Keywords: dor abdominal, diarreia, disenteria,
constipao, dor anorretal, prurido anal, flatos,
flatulncia, distenso abdominal.
Dor abdominal
Dor em clica, no baixo ventre, acompanhada de alteraes do hbito intestinal (constipao ou
diarreia).
Diarreia
A diarreia do intestino grosso tem uma frequncia de mais de 10 vezes ao dias, costuma ter puxo e
tenesmo, sangue, muco e pus.
Disenteria
Diarreia acompanhada de clicas intensas, com fezes com muco, pus e sangue.
Mucosa danificada submucosa fica exposta libera sangue e plasma.
Geralmente relacionada a infeces bacterianas (ex: salmonela), nas quais a diarreia dura em torno de 2
dias ou a doenas inflamatrias intestinais, com comportamento crnico, nas quais h diarreia por mais
de 30 dias.
Hematoquezia (ca clon, disenteria, distrbios da coagulao, hemorroidas, diverticulite, plipos
colorretais, lcera pptica, fissura anal, displasia vascular).
Presena de sangue vermelho brilhante misturado com fezes.
Pode ser leve, moderada ou intensa.
Indica sangramento digestivo abaixo do ngulo de treitz, assim como passagem de sangue no digerido
pelo tgi.
As neoplasias cursam com sangramento dessa tipo, juntamente com alteraes do calibre das fezes e
tambm dificuldade de evacuar.
23 INTERROGATRIO DO APARELHO DIGESTIVO
Constipao
Reteno fecal por mais de 48 horas.
considerado normal 3 evacuaes por dia at 1 a cada dois dias.
Deve-se identificar quem constipado por natureza e quem est constipado por alguma alterao
patolgica.
Pode ocorrer devido:
Leses que ocluem a luz ou impedem a contrao da parede intestinal;
Comprometimento dos componentes nervosos;
Afeces metablico-hormonais;
Alteraes emocionais;
Medicamentos;
Alimentao inadequada.
Dor anorretal
Indica comprometimento do canal anal da linha pectnea para fora (da metade do nus para fora).
Isso porque a partir da que existem fibras sensitivas.
Prurido anal
Aparece em diversas situaes.
M higiene, enterobase, doenas anorretais cutneasm diabetes, hepatopatias.
Hemorroidas
Sensao de tumorao anal junto com sangue.
Flatos
Presena de ar na barriga.
Flatulncia
Eliminao de ar, gases.
Distenso abdominal
Caracteriza-se pelo aumento do volume do ventre; no intestino grosso, ocorre devido a algum obstculo
que impede a progresso de gases e fezes ou toro.
Ca de intestino, fecaloma, estenose de clon e reto.
Cinco f: fezes, feto, gordura, tumor fatal e flatulncia.
Observao:
Dor abdominal
24 INTERROGATRIO DO APARELHO DIGESTIVO
Dor referida: acontece em rgos que tm a mesma inervao na sua trajetria, portanto uma dor
que est longe do rgo e que tem como origem fisiopatolgica uma inervao comum.
Dor visceral: a dor das vsceras ocas, mal definida, quase sempre se manifesta por distenso ou
contrao muscular. Geralmente referida na regio medial do abdmen.
Dor parietal: a dor que tem comprometimento do peritnio parietal. localizada, caracterstica de
inflamao das estruturas.
Fgado e vias biliares
a funo digestiva do fgado produzir a bile, uma secreo verde amarelada, para passar para o
duodeno. A bile produzida no fgado e armazenada na vescula biliar, que a libera quando gorduras
entram no duodeno. A bile emulsiona a gordura e a distribui para a parte distal do intestino para a
digesto e absoro.
Outras funes do fgado so:
Metabolismo dos carboidratos;
Metabolismo dos lipdios;
Metabolismo das protenas;
Processamento de frmacos e
hormnios;
Excreo da bilirrubina;
Excreo de sais biliares;
Armazenagem;
Fagocitose;
Ativao da vitamina d.
Dor
Dor surda ou sensao de peso no hipocndrio direito
Parnquima heptico no tem sensibilidade, mas a cpsula de glisson, quando distendida, ocasiona dor
em hipocndrio direito e epigastro, sem irradiao e que piora com a palpao.
Causa mais comum a congesto heptica, por ic (hepatomegalia dolorosa).
Clica biliar
Dor em clica, incio sbito, com grande intensidade, em hipocndrio direito, com horas de durao.
Causa mais frequente: colelitase.
Colecistite aguda
Dor contnua, localizada em hipocndrio direito, podendo irradiar-se para o ngulo da escpula ou
ombro direito. Piora com a palpao.
Ictercia
25 INTERROGATRIO DO APARELHO DIGESTIVO
Deposio de bilirrubina na pele, mucosa e esclertica, sendo geralmente detectvel quando acima de
2mg de bilirrubina/1dl de sangue.
pode ocorrer por:
Produo excessiva: hemlise, alterao na eritropoiese.
Defeitos de transporte e captao: recm nascidos, competio com medicamentos.
defeitos na conjugao.
insuficincia hepatocelular: defeitos de excreo, hepatite, lcool, cirrose, medicamentos.
Colestase: bloqueio do fluxo para o intestino.
Doenas biliares e pancreticas (inflamao, cicatriz, ca, clculos).
Colria: eliminao de bilirrubina pela urina (espuma amarela). Indica aumento da bilirrubina direta,
pois a nica que filtrada pelos rins.
Acolia: fezes sem pigmento biliar (ausncia de bile no intestino).
Prurido: causado pelos sais biliares.
O que importante saber:
Tempo de durao, intensidade e evoluo da ictercia (sbita ou gradativa), se h flutuao de
intensidade.
Cor da urina e das fezes, presena de prurido.
Fadiga, febre ou calafrios.
Anorexia, dor abdominal, nusea, perda de peso, vmito.
Utilizao de lcool, cncer (histria) ou doenas hepticas ou biliares, assim como histria de
hepatite.
Hematmese e melena.
Trade de charcot: dor em hipocndrio direito, febre e ictercia colangite.
Sinal de courvoisier-terrier: vescula palpvel com ictercia. Ca cabea de pncreas.
Sndrome de renoir: confuso mental ou choque + trade de charcot.
Pncreas
o pncreas produz atravs de uma secreo
excrina o suco pancretico que entra no
duodeno atravs dos ductos pancreticos, uma
secreo endcrina produz glucagon e insulina
que entram no sangue. O pncreas produz
diariamente 1200 1500ml de suco
pancretico.
O pncreas tem as seguintes funes:
Dissolver carboidrato (amilase
pancretica);
Dissolver protenas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastase);
Dissolver triglicerdios nos adultos (lpase pancretica);
Dissolver cido nuclicos (ribonuclease e desoxirribonuclease).
No-conjugada
Conjugada
26 INTERROGATRIO DO APARELHO DIGESTIVO
Dor
o sintoma mais frequente, sobretudo nos processos inflamatrios (pancreatite).
Dor epigstrica, em faixa, de intensidade e durao variada, irradiando-se
para o dorso, agravada por alimentao, lcool e decbito dorsal. Aliviada
pela posio de prece maometana.
Emagrecimento
Presente tanto na pancreatite crnica como na aguda.
Ocorre em 70% dos casos.
Ictercia
Obstruo da via biliar distal (colestase extra-heptica) com predomnio de bilirrubina direta.
Diarreia e esteatorreia
M absoro/deficincia enzimtica.
Depresso
Presente em 50-70% das neoplasias pancreticas.
27 INTERROGATRIO DO APARELHO URINRIO
INTERROGATRIO DO APARELHO URINRIO
Funo dos rins
Manter a homeostasia (manter volume e composio dos lquidos corporais).
Eliminao de frmacos.
produo de hormnios: eritropoietina e angiotensina.
Anatomia
Entre a 12 vrtebra torcica e a 3 lombar.
11x5x3cm
ngulo costovertebral, polo inferior do rim direito,
palpvel.
Manifestaes do sistema urinrio
Alteraes no volume urinrio
Alteraes relacionadas ao ato miccional e ritmo urinrio
Alteraes do aspecto fsico da urina
Edema
Dor
Febre
Anamnese
Com frequncia as queixas no esto relacionadas ao aparelho renal.
Anorexia, astenia, nuseas, vmitos e anemia.
Isso acontece em afeces em que o rim vai sendo lesado insidiosamente at atingir grave
deteriorao da funo renal.
Importncia da identificao (sexo, idade, raa) e antecedentes familiares.
Infeco urinria baixa: sexo feminino vias ascendente cistite;
Caso passe pela bexiga: trato urinrio alto pielonefrite.
Rins policsticos e em ferradura: antecedentes familiares.
Alteraes no volume urinrio
Normal (800-2500 ml/24h)
Capacidade da bexiga: 350 a 450 ml e esvaziam-na quando a quantidade de urina atinge 200 ml.
Poliria (>2500 ml/24h)
Incapacidade de concentrar urina fase inicial da irc.
Diurese osmtica: excreo aumentada de solutos, determinando maior excreo de gua.
Diabetes mellitus descompensado: filtrao de glicose, [ ]do filtrado, sede, bebe gua.
Fisiolgica: aps comer um churrasco salgado, por exemplo.
Psicognica: o indivduo mentalmente estimulado a beber gua.
Iatrognica: uso de diurticos.
28 INTERROGATRIO DO APARELHO URINRIO
Oligria (>100ml/24horas
29 INTERROGATRIO DO APARELHO URINRIO
Hesitao
Intervalo maior que o normal para que aparea o jato urinrio.
Presente na hiperplasia de prstata.
Fora do jato urinrio
Diminui progressivamente com a idade.
Presente na hiperplasia de prstata.
Gotejamento ps-miccional
Ocorre na gravidez, em alteraes do ngulo da bexiga.
Presente na hiperplasia de prstata.
Enurese
Perda involuntria de urina durante o sono.
Primria: a pessoa nunca teve controle (trao familiar).
Secundria: perdeu o controle h algum tempo (infeco urinria).
Noctria
Urinar durante a noite (fase inicial da ic).
Nictria
Inverso: o paciente urina mais noite (ic).
Observao: noctria e nictria refletem a incapacidade do rim de concentrar a urina ou reteno
lquida diurna; ocorrem na insuficincia renal ou cardaca, cursam com edema.
Alteraes no aspecto fsico da urina
Colorao
Depende da concentrao da urina e da presena de pigmentos.
Laranja Urina concentrada (desidratao), bilirrubina, hematria leve.
Rosada/vermelha Hemcias, mioglobina, beterraba, hematria leve.
Vermelha/marrom Hemoglobina, mioglobina, metronidazol.
Azul/esverdeado Pseudomonas, indometacina, amitriptilina.
Ausncia de cor Diluio (diabetes, poliria).
Hemoglobinria
Presena de hemoglobina livre na urina (hemlise excessiva).
Pode ter cor de coca-cola, mas translcida (diferente da hematria).
Mioglobinria
Presena de mioglobina na urina (destruio muscular macia, queimaduras,...).
30 INTERROGATRIO DO APARELHO URINRIO
Cor escura (pode levar a ir).
Colria
Presena de bilirrubina direta (que solvel) na urina.
Cor de coca-cola.
Para saber se mesmo, sacudir: se criar espuma amarela-escura colria.
Hematria
Presena de sangue na urina (1cm3 em 1,5l), micro ou macroscpica.
A colorao depende do ph: vermelha (bsico) ou amarronzada (cido).
Inicial: leso entre a uretra distal e o colo vesical.
Terminal: leso no trgono vesical ou prstata.
Total: sangramento renal, uretral ou das paredes da bexiga acima do colo vesical.
Aspecto
Normal: translcido.
Turva: piria (leuccitos), proteinria (com espuma), cristalria (cristais), muco, espermatozoides,
fungos, lipidria.
Odor
O odor caracterstico ocorre pela eliminao de amnia.
Torna-se desagradvel em infeces, uso de certas medicaes, concentrao alta.
Edema
Comum nas doenas renais, tanto agudas quanto crnicas.
Geralmente periorbital e mais intenso no perodo da manh.
antigravitacional, ao contrrio do edema da icc, que vespertino.
um edema mole, inelstico, indolor, com temperatura da pele normal (ou levemente diminudo
quando o edema for muito intenso).
Fisiopatologia de qualquer edema presso hidrosttica plasmtica
Reteno de lquido, diminuio da filtrao glomerular ou obstruo venosa. Ex: insuficincia renal aguda e crnica. Icc, trombose venosa profunda.
diminuio da presso coloidosmtica plasmtica Cirrose, desnutrio, perda proteica renal ou intersticial.
Obstruo linftica
permeabilidade vascular
Leso da parede do vaso por processos inflamatrios, infecciosos, traumatismo mecnico ou trmico, medicamentos, reaes alrgicas, auto-imune...).
Reteno de sdio e gua
Toda vez que houve que houve reduo do vace, haver aumento do adh e reteno de sdio e gua pela ativao do sraa. Ex: diminuio da presso coloidosmtica aumento da permeabilidade glomerular, desnutrio ou
diminuio da produo proteica (cirrose).
31 INTERROGATRIO DO APARELHO URINRIO
Cuidado!
O edema alrgico ocorre principalmente na regio peripalpebral, mas devido ao aumento da
permeabilidade vascular resultante de reao ag-ac que libera histaminas e cininas (vasodilatadoras).
Dor do sistema urinrio
Distenso da cpsula renal e ureteres.
Clica renal
L Regio lombar e flanco
I Fossa ilaca e testculo/grandes lbios do lado da dor (trs frente)
C Clica
I Forte
D Depende do tratamento
E intermitente, mas nunca desaparece totalmente.
F agravada com a movimentao do clculo e no melhora com o repouso (paciente inquieto). O paciente no consegue ficar parado, est sempre procurando uma posio melhor.
Dor renal (lombar)
Diferenas principais da clica renal:
I No tem.
C Profunda, constante.
F Piora com o movimento e melhora com o repouso.
Dor supra-pbica ou vesical
Sensao de peso, no muito intenso, sem irradiao, frequente em inflamaes.
Se for maior no incio da mico: problema de prstata, obstruo.
Se for maior no fim da mico: sinal de irritabilidade. Ex: cistite.
Dor prosttica ou perineal (sacro e reto)
Dor em peso ou tenso, que indica infeco aguda ou da prstata.
Dor testicular
Orquite: inflamao do testculo; unilateral, melhora com repouso e com elevao do rgo
(manobra de prett).
Toro testicular: uma urgncia mdica, pois a isquemia causa necrose rpida; no melhora com
nada.
Febre
Infeco aguda ou crnica: pielonefrite, prostatite, cistite.
Febre de origem obscura: neoplasia renal; ir crnica.
32 INTERROGATRIO DO APARELHO URINRIO
Exame fsico renal
Pa e pulso
Peso (dirio e no mesmo horrio em pacientes com edema).
Estado de hidratao
Pesquisa de edema
Ausculta das artrias renais
Sinal de giordano: indica inflamao da cpsula. Batida seca na loja renal (ngulo costovertebral);
quando h inflamao, dor intensa e pode ocorrer contratura muscular.
Palpao: captura do rim e sinal de rechao.
Importante!
Disria + polaciria + alterao no odor urinrio + piria e/ou hematria + urgncia miccional = infeco
do trato urinrio?
Sede + poliria = diabetes?
Hesitao + diminuio da fora do jato + gotejamento em homens = hiperplasia benigna de prstata ou
ca de prstata (calibre da uretra) ou estenose da uretra em pacientes que j foram sondados.
Hematria + clica renal = clculo?
Febre + dor lombar + calafrios = pielonefrite?
Anemia + has = irc?
deficincia de eritropoietina leva anemia e tenso liquida leva a has.
33 INTERROGATRIO NEUROLGICO
INTERROGATRIO NEUROLGICO
Em neurologia, a anamnese faz o diagnstico, no ambulatrio, em 90% dos casos. As queixas mais
comuns no ambulatrio so: dor de cabea, convulso, vertigem e tontura.
Tontura
Vertigem
Sensao que o paciente tem de que o ambiente gira em sua volta ou que ele gira dentro do ambiente.
uma alucinao, uma sensao errada que o snc est recebendo.
Sncope
Perda momentnea e reversvel da conscincia (desmaio).
Ocorre por diminuio do fluxo sanguneo cerebral, diminuio da glicose, por forte emoo.
Desequilbrio
Sensao de instabilidade.
Tonteira mal-definida
Manifestaes subjetivas do paciente.
Dor de cabea
Migrane (enxaqueca)
L Unilateral, geralmente frontal, podendo ser occipital ou fronto-occipital, hemicraniana (pode ser bilateral).
I Frontal, occipital ou ao redor do olho (fronto-orbitria).
C Latejante, pulstil ( dentro da cabea)
I Varivel, de moderada a forte.
D Horas (2-3) ou dias (3-4). Periodicidade: normalmente h grande relao com fatores hormonais.
E Aura (aviso visual de que vai ter a crise) e progno (sensao que vai ter a crise).
F Acompanhantes: nusea, vmito, inapetncia, sonofobia. Agravantes: luz, barulho e perfumes. Atenuantes: silncio, escuro, comprimir a artria temporal superficial.
Cefaleia cluster headache
Atinge uma mulher para cada seis homens ( rara).
Dor extremamente forte, incessante, crises normalmente noite.
H rubor facial, sndrome de horton (constrio da pupila, prega palpebral), lacrimejamento, olhos
vermelhos, com diminuio da fossa nasal do mesmo lado.
As crises podem ser agravadas com quantidades mnimas de bebidas alcolicas.
O paciente no consegue ficar parado.
Cefaleia da hipertenso intracraniana
34 INTERROGATRIO NEUROLGICO
Normalmente acompanhada por vmitos e edema de pupila.
Cefaleia da meningite
violenta e sbita.
Precedida de quadro gripal, de 2 a 4 dias antes: mialgia, atralgia, calafrios, nusea, vmitos, mal-
estar geral.
acompanhada por rigidez na nuca e febre.
uma dor de cabea secundria: a manifestao de uma doena.
Cefaleia da hemorragia subaracnidea (cefaleia sentinela)
Quando um vaso rompe, h uma intensa dor de cabea.
Localizada na nunca.
Pode haver perda de conscincia.
Lquor com sangue.
Mesmos sinais da meningite, mas sem febre.
Cefaleia tensional
Dor muscular episdica, mas pode ser crnica.
Em faixa, capacete, sensao de peso sobre a cabea.
Pode piorar com a postura e melhoras com bebida alcolica.
Arterite temporal ou cefaleia de clulas gigantes (rara)
a cefaleia das doenas do colgeno.
Tumefao de uma artria temporal superficial: endurecida e visvel.
Ocorre em pacientes acima de 50 anos.
Mialgia, atralgia, emagrecimento, anorexia e febre.
Pode levar cegueira do olho do mesmo lado da arterite.
Diagnstico por bipsia: presena de clulas gigantes.
Cefaleia por medicao
Comum em quem toma muito remdio, quando interrompe, d dor de cabea.
Tambm ocorre em que ingere muita cafena.
Lombociatalgia
L Lombar
I Citico (perna).
C Em choque.
I Forte
D Em geral curta.
E 80% passa espontaneamente; 20% cirurgia.
F Atenuantes: joelho dobrado sobre o abdmen, perna fletida, decbito lateral com pernas encolhidas. Agravantes: estiramento da perna, tosse, espirro, fora.
35 INTERROGATRIO NEUROLGICO
Convulso (2-5 min)
Fase tnica: sustentada, enrijecimento global, diafragma no funciona, paciente fica plido e com
lbios cianticos, baba e sua.
Fase crnica: contraes musculares sucessivas, generalizadas e intensas. Pode haver relaxamento
dos esfncteres.
Fase de relaxamento: cansao, dor articular e muscular, sono.
Mal convulsivo: ocorre quando o paciente tem uma convulso seguida de outra, sem acordar; deve ser
levado ao hospital.
Pode ocorrer no lobo temporal (problemas psicolgicos fala sozinho), occipital (alucinaes visuais).
Causada por tumor cerebral, bebida alcolica em excesso, xilocana, anti-inflamatrios, traumatismos.
Epilepsia: uma doena caracterizada por repetio de quadros convulsivos.
Crise de ausncia: a criana est fazendo algo e de repente para. estimulada por hiperventilao.
Antecedentes pessoais
Fuma? 33% das metstases cerebrais vm do pulmo.
Remdios
Infarto do miocrdio (relata aterosclerose; pode ter isquemia cerebral).
Paralisia facial
Diabetes: polineuropatia cerebral, perda dos reflexos.
Has: hemorragia cerebral.
Problemas no parto.
Drogas lcitas e ilcitas: hemorragia cerebral, convulses, crise de abstinncia, tremores e
alucinaes.
Estado de conscincia
Controlado pelo tronco cerebral.
Viglia: plena conscincia.
Obnubilao: conscincia pouco comprometida.
Sonolncia: paciente logo despertado, responde mais ou menos e volta logo a dormir.
Confuso mental: perda de ateno, pensamento no claro, resposta lenta e falta de percepo
espao- temporal.
Quando acompanhada de alucinaes: delrio.
Torpor: alterao de conscincia mais pronunciada, mas o paciente ainda despertado por
estmulos fortes e tem movimentos espontneos.
Coma: no h despertar com nenhum estmulo, falta de movimentos espontneos.
Escala de glasgow
Avalia a abertura ocular, a resposta verbal e a resposta motora.
O pior paciente 3 e o melhor 15 (no est em coma).
36 INTERROGATRIO NEUROLGICO
Abertura ocular
Espontnea = 4
Ordem vertical (se chamado) = 3
S sob dor = 2
No abre = 1
Melhor resposta verbal
Lcido e orientado = 5
Confuso = 4
Palavras inapropriadas = 3
Apenas sons = 2
Sem resposta = 1
Melhor resposta motora
Obedece a comando verbal = 6
Localiza a dor = 5
Flexo normal inespecfica (flete a perna, se dor) = 4
Flexo anormal dor = 3
Extenso dor = 3
Sem resposta = 1
3 a 8: coma grave.
9 a 13: coma moderado.
37 EXAME FSICO TORCICO
EXAME FSICO TORCICO
Inspeo
TOPOGRFICA
Pontos
ngulo de louis: juno do
manbrio com o corpo do esterno.
Corresponde articulao da 2
costela (bifurcao da traqueia).
ngulo epigstrico ou de charpy: formado pelos dois rebordos costais.
Linhas anteriores
Hemiclavicular
3 articulao condro-esternal
6 articulao condro-esternal
Arco ou rebordo costal inferior
Mdio-esternal
Esternal
Paraesternal
Medioclavicular
Axilar anterior
Regies anteriores
Supraclavicular
Infraclavicular
Mamria
Hipocndrio ou inframamria
Supraesternal
Esternal (superior e inferior).
Linhas posteriores
Escapular superior
Escapular inferior
Mdia espinhal
Escapular
Axilar posterior
12 costela
Regies posteriores
Supraescapular
Interescapularvertebral
Escapular (supra e infra-espinhal)
Infra-escapular.
38 EXAME FSICO TORCICO
ESTTICA
Observar pele e suas alteraes (palidez, cianose, leses), cicatrizes, subcutneo, msculos, ossos,
mamas (ginecomastia uma sndrome paraneoplsica ou seja, evolui paralelamente a uma neoplasia) e
a configurao torcica.
Cianose
Cor azulada da pele e das mucosas que se manifesta quando a Hb produzida maior que 5g/100ml
(normal = 2,6 g/100ml)
Central: menor saturao de O2 no sangue arterial (IC ou troca insuficiente); maior
concentrao de Hb reduzida.
Perifrica: ocorre devido ao fluxo lento capilar com maior captao de O2 pelos tecidos
(vasoconstrio) frio, DC, hipotenso.
Hipocratismo digital
o surgimento da forma de uma baqueta de tambor nas extremidades dos dedos.
Se caracteriza pelo aumento do dimetro das falanges distais e das unhas das mos, com aumento
da convexidade do leito ungueal (unhas em vidro de relgio), havendo obliterao do ngulo
existente entre a superfcie da unha e a cutnea dorsal distal dos dedos, decorrente do aumento
das partes moles subungueais.
Pode ser hereditrio/congnito (trao familiar) ou adquirido.
Ocorre nas neoplasias intratorcicas (CA pulmo ou mesotelioma pleural), doenas benignas
intratorcicas (DPOC, bronquiectasias, fibrose pulmonar idioptica, abcesso crnico), doenas
extratorcicas e IC (hipxia crnica).
CONFIGURAO TORCICA
Trax normal
Dimetro A-P do dimetro transversal.
Varia com a idade e com o bitipo normolneo, longilneo ou brevilneo.
Trax patolgico
Deformaes bi ou unilaterais localizadas (expanses ou retraes) ou secundrias a algum problema de
coluna.
Trax globoso ou em tonel
Aumento exagerado do dimetro ntero-posterior.
Maior horizontalizao dos arcos costais.
Abaulamento da coluna dorsal, cifose.
Tpico da hiperinsuflao pulmonar: DPOC, asma.
Trax chato ou alado
Parede anterior perde a convexidade ou diminuio do dimetro ntero-posterior.
da inclinao das costelas, espaos intercostais.
Escpulas mais baixas, afastando-se do trax: trax alado.
Tpico dos longilneos.
39 EXAME FSICO TORCICO
Trax infundibuliforme, de sapateiro ou pectus escavatum
Depresso na regio inferior do esterno e na regio epigstrica.
Em geral congnito, mas pode ser adquirido na infncia raquitismo.
Trax cariniforme ou em quilha
Esterno proeminente; congnito ou adquirido.
Trax em sino
Parte inferior exageradamente alargada.
Hepatoesplenomegalia, ascite volumosa ou gordura.
DINMICA
Avalia a funo respiratria
Tiragem
a depresso inspiratria exagerada das partes moles torcicas (indica dificuldade da expanso
pulmonar, geralmente por obstculo entrada do ar na via area com aumento da presso negativa
intrapleural).
Difusa ou localizada.
Comeas a inspecionar de baixo para cima.
Obstruo brnquica, atelectasia.
Tipo respiratrio
Varia com o sexo.
Costal-superior: no movimenta o abdmen: Ex: pancreatite.
Traco-abdominal: mole o trax e o abdmen.
Abdominal: quanto mais deitado, mais abdominal.
40 EXAME FSICO TORCICO
Razo inspirao/expirao
Normal = 4/5
Frequncia respiratria
12-22 rpm (taquipnia e bradipnia).
1/3 inspirao, 1/3 expirao e 1/3 apnia.
Amplitude respiratria e dispneia
Do incio da inspirao ao fim da expirao.
Hiper e hipoapneia.
Ritmo respiratrio
Ritmo de Cheyne- Stokes
Fase de apneia seguida de incurses respiratrias cada vez mais profundas, at atingir um mximo para depois decrescer at nova pausa. Na apneia h reteno de CO2, at atingir os centros bulbaresm que o estmulo para aumentar a amplitude dos movimentos respiratrios, baixando a [CO2];Sem estmulo do centro respiratrio, diminui a amplitude dos movimentos, reiniciando o ciclo. IC, doenas vasculares cerebrais.
Ritmo de Biot
Apneia seguida de inspirao e expirao completamente irregulares. Mesmas causas que Cheyne-Stokes.
Ritmo de Kusmaull
Inspirao apneia expirao apneia inspirao apneia... Acidose, principalmente na diabtica.
Respirao Suspirosa
Srie de movimentos inspiratrios de amplitude crescente seguidos de expirao breve e rpida ou suspiros isolados ou agrupados. Tenso emocional e ansiedade.
Observaes:
41 EXAME FSICO TORCICO
Avaliao de disfuno respiratria: FR, batimentos de asa do nariz, tiragem, cianose, m perfuso
perifrica, respirao paradoxal, pulso.
Respirao paradoxal: retrao do gradil costal na inspirao. Indica exausto respiratria.
Sinal de Lemos Torres: abaulamento dos espaos intercostais na expirao (DP extenso).
Sinal de Ramond: contratura muscular vertebral no local onde h comprometimento inflamatrio
pleural.
Palpao
ESTTICA
Temperatura: comparativamente, com o dorso das mos.
Pele, subcutneo, veias jugulares, edema, gnglios, tireoide.
DINMICA
1) Expansibilidade
pices: mos espalmadas com as bordas internas tocando a base do pescoo, os polegares na coluna e
os outros dedos nas fossas supraclaviculares.
Bases: polegares nas linhas paravertebrais e outros dedos recobrindo os ltimos arcos costais.
2) Frmito traco-vocal
a sensao ttil, na parede torcica, da vibrao produzida pelas cordas vocais.
O som se transmite melhor no slido e no lquido.
Palpar comparativamente de cima para baixo.
Aumentado: consolidao pulmonar a brnquio permevel, cavidades perifricas com brnquio
permevel, bronquioectasias (dilatao brnquica).
aumentado no sexo masculino, direita e nas bases.
Diminudo ou ausente: CA larngeo; obstruo brnquica; DP; pneumotrax; paquipleurite (barreira);
enfisema (muito ar); substituio do parnquima ou alteraes de parede ou no produz ou no
transmite.
Percusso
Incio no lado posterior, de cima para baixo; 1 cada hemitrax, depois comparativo e simtrico.
Som normal: som claro pulmonar.
Diminuio: som macio ou submacio. (fgado: 5 ou 6 EIC).
Aumento: som hipersonoro ou timpnico (espao de Traube).
SOM CLARO PULMONAR
rea de projeo dos pulmes.
42 EXAME FSICO TORCICO
Coluna sonora: C7 at T11.
Linha mdia-clavicular: 6 costela * esquerda, 2 cm mais para baixo.
Linha axilar mdia: 8 costela.
Linha escapular: 10 costela.
Diminuio: relao ar/tecido (som macio).
Aumento da parede, derrame pleural, paquipleurite, consolidao.
Aumento: relao ar/tecido (som ressonante e maior durao).
Enfisema, pneumotrax, cavidade a tenso.
Observao:
Sinal de Signorelli
Diferencia derrame pleural de consolidao. Percutir a coluna, que deve ter som claro, semelhante ao
pulmo. Se houver som macio, percutir o paciente em decbito lateral, se o som macio persistir
consolidao; se estiver claro, um derrame pleural.
Ausculta
Examinador inicia atrs do paciente.
Auscultar simetricamente, comparando os dois lados (direto).
1 - Face posterior.
2 - Faces laterais.
3- Face anterior.
Limite inferior dos pulmes: 4 dedos abaixo da escpula.
SONS NORMAIS
Som bronquial (traqueal)
Carter de sopro som de ar em um tubo oco.
Bem audvel e rude na projeo da traqueia.
Agudo
Igual na inspirao e expirao, com pausa no meio.
Sopro tubrio: presena de som bronquial onde ele no deveria estar.
Ex: Condensao em cavidades de consolidao.
Som bronco-vesicular
Na zona das vias areas grossas: supra e infraclavicular, escapular superior.
Quase igual na inspirao e na expirao, sem pausa.
Menos rude que o bronquial e mais que MV.
Ex: consolidao parcial no homognea.
Murmrio vesicular
Audvel no restante do trax, com variaes regionais.
Som grave, suave, sussurro do vento.
Relao 3/1 ou 2/1 entre inspirao e expirao, sem pausa.
43 EXAME FSICO TORCICO
Diminuio ou abolio do murmrio vesicular
Consolidao pulmonar a brnquio fechado atelectasia.
Derrame pleural
Enfisema
SONS ADVENTCIOS OU ANORMAIS
Descontnuos
Explosivos
De curta durao e de frequncia alta.
Registrar em que momento ocorrem: tele, meso, proto inspiratrios ou expiratrios.
Gerados pela energia acstica das mini exploses do fluxo areo que so produzidas pela abertura
sbita sequencial das vias areas, previamente colapsadas com rpida equalizao de presso.
Acontecem associados a processos que causam acmulo de fluidos no espao alveolar ou
intersticial.
Estertores finos ou creptantes
Ocorrem mais no fim da inspirao.
No se modificam com a tosse.
Ouvidos principalmente nas bases.
Estertores grossos ou subcreptantes
Ocorrem no incio da inspirao e em toda a expirao.
Sofrem ntidas alteraes com a tosse.
Podem ser ouvidos em todo o trax.
*Fibrose intersticial, edema, consolidao.
Crepitao tele-inspiratria: colabamento das vias areas mais distais.
Crepitao meso-inspiratria: colabamento das vias areas intermedirias.
Crepitao proto-inspiratria: colabamento das vias areas mais proximais.
Contnuos
Podem ser ouvidos na inspirao e na expirao ou s na expirao.
Originados pelas rpidas vibraes produzidas pela passagem do fluxo areo em tima velocidade
atravs dos brnquios com calibre estreitado e com suas paredes quase ao ponto de fechar-se.
Essa passagem de ar tem efeito de suco sobre as paredes das vias areas, que so puxadas para
dentro e comeam a vibrar. A vibrao emite um som cujas caractersticas dependem da parede do
brnquio, do grau de estreitamento e da velocidade de fluxo de gs.
Para um mesmo fluxo, quanto maior a obstruo, maior o sibilo.
Razes para que a luz brnquica esteja diminuda:
Broncoconstrio: contrao da musculatura lisa da via area.
Edema da mucosa das vias areas.
Hipersecreo brnquica.
Compresso dinmica das vias areas, observada na expirao forada.
Quando localizadas, frequentemente resultam de obstrues mecnicas por tumor
endobrnquico, intraluminais por corpo estranho ou por compresso extrnseca da via area.
44 EXAME FSICO TORCICO
Roncos
Inspirao e expirao.
Fugazes, mutveis, surgindo e desaparecendo em curto espao de tempo.
Sibilos
Inspirao e expirao predominante
Quando acometem toda rvore brnquica: mltiplos e disseminados.
Quando esto localizados: neoplasia e corpo estranho.
Estridor
Melhor audvel no pescoo.
Exclusivamente inspiratrio.
Ocorre nas obrstrues parciais, porm extensas, de laringe e de traqueia.
SOM ANORMAL DE ORIGEM PLEURAL
Atrito pleural
Frico dos folhetos pleurais speros pela inflamao.
Rudo irregular, ritmado com a respirao, descontnuo, grosseiro e grave, localizado.
Desaparece com o derrame pleural.
Fim da inspirao e incio da expirao.
AUSCULTA DA VOZ: RESSONNCIA VOCAL.
Auscultado com o esteto em regies homlogas: fala e cochicho.
Mais intenso no pice direito, regies interescpulo-vertebrais e esternal superior.
Normal: no se distingue as slabas.
Diminuda: atelectasia.
Aumentada:
Broncofonia: sem nitidez.
Pectorilquia fnica: voz ntida.
Pectorilquia afnica: voz ntida quando o paciente est cochichando.
Egofonia: broncofonia nasalada e metlica; ocorre na parte superior dos derrames pleurais e
nas condensaes.
Sinal de Lemos Torres: abaulamento dos espaos intercostais durante a expirao.
Derrame pleural.
45 SNDROMES RESPIRATRIAS
SNDROMES RESPIRATRIAS
Das vias areas superiores (acima da glote) otorrino
Sintomas: coriza, rinorreia, espirros, prurido nasal, obstruo nasal, epistaxe, gotejamento nasal
posterior, dor, alteraes no olfato, prurido, dor e irritao na garganta, disfagia, tosse seca ou
produtiva, halitose, disfonia, pigarro.
Sinais: exame do nariz, seios paranasais e orofaringe apresentando alteraes caractersticas.
Sndromes: rinite, sinusite, amigdalites, faringites, laringites.
Das vias areas inferiores
Sintomas: tose seca ou produtiva, expectorao, hemoptise, vmica, dispnia, sibilncia, febre,
anorexia, emagrecimento.
Sinais: caractersticos de cada doena.
Alteraes anatomopatolgicas:
> edema e inflamao da mucosa brnquica
> espasmos da mucosa brnquica
> colapso das pequenas vias areas
> obstruo brnquica
Bronquite aguda
Causa infecciosa, ou viral, ou bacteriana
Acompanha gripe ou virose (sintomas gerais)
Sintomas: tosse seca ou mida, expectorao mucosa ou purulenta, dor retroesternal, rouquido.
Exame fsico: estertores grossos e talvez roncos e sibilos.
Bronquite crnica
Conceito (oms): condio que se manifesta por tosse e expectorao na maioria dos dias, por pelo
menos 3 meses consecutivos, durante 2 anos ou mais, no sendo devido a outras causas como
bronquiectasias, tuberculose ou doenas que podem dar sintomas semelhantes.
uma doena inflamatria, causada pela inalao prolongada de toxinas e irritantes, dos quais o
mais importante a fumaa do cigarro.
A resposta inflamatria envolve, principalmente, neutrfilos e macrfagos alveolares.
O diagnstico clnico e a medida da gravidade feita pela espirometria.
Presente em 20% dos fumantes.
*bc simples: cumpre o conceito
*bc mucopurulenta: muito escarro
*bc obstrutiva: chiado e opresso retroesternal, pode ter dispnia, evoluir para alaponamento areo,
que levar ao enfisema -> dpoc
46 SNDROMES RESPIRATRIAS
a grande quantidade de edema, muco e broncoespasmo leva a uma reteno de ar, ento o paciente
fica hiperinsuflado, levando a destruio dos septos interalveolares.
Ps: subcreptantes (grossos), podendo ter roncos e sibilos.
ENFISEMA
Sndrome da rarefao pulmonar
Conceito anatmico: a dilatao permanente e difusa do espao areo distal ao bronquolo terminal
com ruptura de septos interalveolares e sem fibrose subseqente.
Diagnstico: anatmico: por imagem, padro ouro tomo de trax
Funcional: com DPOC: espirometria
Tipos:
Panlobular
Centrolobular
COMPLEXO BRONQUITE-ENFISEMA DPOC
Fisiopatologia Fumo do cigarro
Ativa macrfagos e linfcitos cd8
Liberam IL-8, LTB4, TNF-
Quimiotaxia de neutrfilos
Liberam proteases (elastase, HPO, catepsinas)
Destruio da parede alveolar Hipersecreo de muco
Bronquite crnica
Quadro clnico (varivel em funo da gravidade)
Tosse produtiva de longa durao
Dispnia de esforos lentamente progressiva
Nas agudizaes: piora da tosse, aumento do volume e mudana da cor da expectorao.
Roncos, sibilos e estertores inspiratrios e expiratrios.
Manifestaes tardias da hipoxemia
Hipertenso pulmonar com ICD Cor pulmonale crnica
Policitemia secundria
DPOC
Doena caracterizada pela obstruo crnica do fluxo areo medida funcionalmente pela diminuio da
relao VEF1/CVF e pelo VEF1.
Dois tipos:
Tipo A Pink puffer soprador rosado
Tipo B Blue bloater azul pletrico
47 SNDROMES RESPIRATRIAS
Tipo A Pink Puffer Enfisema
Tipo B Blue bloater
Bronquite crnica Hbito longilneo Perda de peso Uso de msculos acessrios Expirao prolongada Posio de ancoragem Engurgitamento jugular Trax em tonel Horizontalizao das costelas Tiragem (principalmente inferior)
Tosse e expectorao; Bronquite aguda de repetio.
Tendncia obesidade Chiado e pouca dispneia Rudos: roncos, sibilos, creptaes. Etapas tardias: sonolncia, edema, IRA. Edemas perifricos Dimetro AP mantido RelaoVa/Qc , HAP, cor pulmonale crnico,
policitemia e cianose. Espirometria alterada.
ASMA BRNQUICA
Conceito funcional: doena obstrutiva das vias areas reversvel espontaneamente ou por meio de
medicamentos.
Conceito fisiopatolgico: doena inflamatria crnica das vias areas tendo como clulas inflamatrias
principais mastcitos e eosinfilos. A inflamao crnica responsvel pela hiper-reatividade bronquial
vrios estmulos.
H broncoconstrio, edema de mucosa e hipersecreo de muco.
Desencadeantes: plen, pelos de animais, alimentos, medicamentos, cigarro, esforo e mudana de
temperatura.
Diagnstico funcional: espirometria.
Pode ser de persistncia grave, moderada, leve ou intermitente.
Depende dos sintomas, atividades, crises, uso de bombinha.
Quadro clnico: episdios recorrentes de sibilncia, dispneia, opresso torcica e tosse.
Crise severa: fscies de angstia, ortopneia, cianose, tiragem, MV, expirao prolongada com roncos e
sibilos.
BRONQUIECTASIAS
48 SNDROMES RESPIRATRIAS
Dilatao e distoro irreversvel dos brnquios, decorrentes da destruio dos componentes elstico e
muscular de sua parede.
Quadro clnico
Infeces respiratrias
Agudas: pneumonias de repetio no mesmo local.
Crnicas: broncorreia, drenagem postural, dedos hipocrticos.
Hemoptises recorrentes
A perpetuao do processo inflamatrio local leva a destruio da parede brnquica.
A cada nova infeco espalha para a vizinhana.
Tratamento cirrgico, quando localizada.
Exame fsico
I: normal ou expansibilidade
PA: FTV normal ou
PE: normal
A: crepitao localizada
Do parnquima pulmonar
CONDENSAES
O ar alveolar substitudo por outro material que pode ser um exsudato inflamatrio, um transudato,
clulas neoplsicas, sangue.
Etiologia: pneumonias, abscessos pulmonares, tuberculose pulmonar, infarto pulmonar, edema
pulmonar, massas tumorais, cistos, etc.
Pneumonia
Condensao a brnquio permevel.
Processo inflamatrio agudo de um lobo pulmonar (parnquima) em contato com um brnquio.
Atelectasia
Sndrome de consolidao a brnquio ocludo.
Etiologia
Extra-murais: adenomegalias, tumores extrabronquiais e aneurismas vasculares.
Da parede brnquica: tumores broncognicos malignos e benignos, tuberculose endobrnquica.
Da luz brnquica: corpo estranho, cogulo, tampo de muco.
Sintomas: tosse, dispneia, dor torcica.
Diminuio do volume pulmonar causado por obstruo da via area, o ar interno reabsorvido.
Pleurais
Com ausncia de presso negativa endopleural (fora de retrao elstica pulmonar X oposio da
parede torcica) a posio do trax e do pulmo isolados seria:
49 SNDROMES RESPIRATRIAS
Trax em extrema inspirao
Pulmo totalmente colapsado
A cavidade pleural um espao quase virtual entre a parede torcica e os pulmes; composta por:
Pleura parietal
Pleura visceral
Capilares parietais e viscerais
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