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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA
HOMEM E SOCIEDADE
Autora: Prof Teresinha Minelli Tavares
Reviso: Professor Luigi Consorti
ALUNO (A) _________________________CURSO:____________________
PERODO NOTURNO
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PRINCIPAIS VISES SOBRE A ORIGEM HUMANA:
O EVOLUCIONISMO
O Evolucionismo uma teoria fundamentada em achados de
fsseis concretos ou em experincias bio-genticas realizadas,
embora eventualmente questionadas em suas concluses:
A teoria evolucionista e a explicao da biologia para a origem e
evoluo do ser humano;
A colaborao da teoria antropolgica sobre a viso da biologia e do
evolucionismo a antropologia defende que a explicao puramente
biolgica apenas uma parte de nossa complexa evoluo o papel do
comportamento cultural tambm foi determinante para surgimento
de nossa espcie como hoje.
A antropologia afirma que falsa a alegao que o ser humano
determinado pelo clima ou pela herana gentica! A resposta que
tal assertiva verdadeira, pois as populaes se adaptam a
diferentes meio ambientes para sobreviver, mas no o meio
ambiente que determina nosso comportamento. O mesmo acontece
com a herana gentica, cada indivduo resultado de uma herana
gentica, o que no significa que ele escravo dessa herana.
Voltar s origens da cultura tambm voltar origem da
humanidade. Ter costumes e hbitos aprendidos um
comportamento relacionado com a nossa sobrevivncia e evoluo
enquanto espcie. O tema possibilita uma abordagem que ressalta a
importncia da compreenso do ser humano como um ser bio-psico-
social, ou seja, somos seres cujo comportamento determinado ao
mesmo tempo:
BIO - por nossas caractersticas orgnicas (o tipo de aparelho fsico
que temos e como podemos utiliz-lo);
PSICO - por nossas experincias pessoais racionais e afetivas de
mundo e;
SOCIAL - pelo meio social onde vivemos.
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Parece a voc que todo ser humano tem como qualidade inata (que
nos pertence desde o nascimento) certos comportamentos como
preferir alguns tipos de roupas ou alimentos, e ainda se comunicar
atravs desta ou daquela lngua?
Pois a Antropologia, junto com outras cincias como a Arqueologia, a
Paleontologia e a Histria, tem explorado profundamente essa
questo sobre a diferena do Homem em relao ao resto do mundo
animal que nos cerca. At o momento puderam concluir que nosso
comportamento fruto de um processo histrico no qual BIOLOGIA
e CULTURA modelaram nossos ancestrais.
CULTURA - rede de significados que do sentido ao mundo que cerca um
indivduo, ou seja, a sociedade. Essa rede engloba um conjunto de
diversos aspectos, como crenas, valores, costumes, leis, moral, lnguas,
etc.
http://www.alunosonline.com.br/filosofia/o-que-e-cultura/
Esse trabalho conjunto entre nosso desenvolvimento biolgico e a
cultura foi responsvel por tamanhas mudanas em nossa espcie,
que hoje achamos um fato natural no necessitarmos entrar na
luta pela sobrevivncia na lei da selva.
Quem comeou a inventar palavras para dar nomes s coisas, ou
saber que alimentos so comestveis e como devemos prepar-los?
Quem inventou o primeiro tipo de calado, ou descobriu como
fabricar o vidro? Enfim, como surgiu a cultura? Que importncia
decifrar esse fato pode ter para nossa compreenso de ser humano?
Essas questes devem ser respondidas ao longo desse tema.
No sc. XIX Charles Darwin (bilogo), afirmou que todas as espcies
vivas resultam de uma EVOLUO ao longo do tempo. Isso significa,
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que se retornssemos em nosso planeta h milhes de anos atrs
no encontraramos as espcies conforme as vemos hoje. Cada ser
vivo, para chegar at hoje, passou por sucessivas e pequenas
transformaes que possibilitaram sua sobrevivncia; esse processo
de mudanas orgnicas ocorre por necessidade de ADAPTAO AO
MEIO. Consideremos que as condies do meio como clima,
quantidade na oferta de alimentos e todas as questes relacionadas
s condies ambientais, esto em constante mudana. Pois bem, as
formas de vida existentes precisam acompanhar essas mudanas,
estando sujeitas segundo Darwin a dois destinos:
a) podem se adaptar e ao longo de muitas geraes apresentarem
mudanas visveis;
b) no conseguem se adaptar, entrando em extino.
Quais so as espcies que conseguem se adaptar?
So as que possuem alguns indivduos do grupo dotados de
caractersticas tais que o permitem sobreviver e gerar uma prole
(conjunto de filhos/as) que d continuidade a essas caractersticas.
Os outros indivduos de sua mesma espcie que no possuam tais
caractersticas, no conseguindo lutar pela sobrevivncia, tm mais
chances de morrer sem deixarem descendentes. Assim, aps muitas
geraes, temos uma espcie que j no se parece com seu primeiro
exemplar.
A possibilidade da gerao de uma prole com caractersticas que
permitam a adaptao ao meio , para os evolucionistas, chamada de
seleo natural sobrevivem apenas aqueles indivduos com
traos que os permitam a sobrevivncia. Ao lado da seleo natural,
as mutaes aleatrias tambm so responsveis pelas modificaes
de um organismo ao longo do tempo.
Uma das dificuldades do senso-comum em aceitar as idias
evolucionistas, est no fato que no podemos ver a evoluo
acontecendo apesar de ela estar sempre acontecendo, isto , no
testemunhamos alteraes expressivas, pois as mudanas so muito
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sutis e ao longo de perodos de tempo muito longos do ponto de vista
do ser humano.
As alteraes podem ser consideradas em intervalos de tempo no
inferiores a cem ou duzentos mil anos. Portanto, muito alm de
qualquer evento que possamos acompanhar. Mas podemos
acompanhar sim a luta pela sobrevivncia e a mudana de hbitos
em muitas espcies, como os pombos que povoam as cidades, mas
no esto to concentrados demograficamente nos campos. Essa
espcie encontrou um ambiente timo nas cidades construdas pelos
seres humanos, aprendendo rapidamente como obter abrigo e
alimento, com a vantagem de estar livre de predadores como nas
florestas e campos. Faz parte de sua evoluo esse novo ambiente.
Assim entendemos que a evoluo biolgica de todas as espcies
vivas no acontece sem influncia de muitos fatores, no acontece de
forma mgica e independente do tipo de meio e hbitos que
podemos observar.
Hoje em dia o darwinismo est com uma nova roupagem e temos
teorias como o ps-darwinismo ou neo-darwinismo, que so
conseqncia do desenvolvimento de nossa tecnologia de pesquisa, e
do prprio conhecimento cujas portas foram abertas por Charles
Darwin para seus sucessores.
"O APARECIMENTO DO HOMO SAPIENS
uma espcie que trabalha"
O homem descende do macaco. Essa foi afirmao
polmica de Darwin na segunda metade do sc. XIX e que dividiu
opinies na sociedade moderna. Essa polmica permanece at hoje,
pois encontrou como opositor o ponto de vista de uma prtica
humana muito mais antiga que a teoria da evoluo: a religio. No
conhecemos nenhuma crena, em nenhuma cultura que coincida e
concorde totalmente com a afirmao de Darwin. Da perspectiva das
crenas, a criao da vida atribuda a um ser criador, a algo
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externo e superior a toda a vida existente. Ao conjunto de teorias e
explicaes que partem desse tipo de raciocnio, denominamos
criacionismo. Pois bem, para pensar como Darwin e a maior parte
dos cientistas at hoje, esquea suas crenas. A cincia no
reconhece como possvel a existncia de seres superiores que tenham
dado origem vida, e muito menos entende que o ser humano uma
espcie privilegiada ou superior, seja pela capacidade de
raciocnio, seja pela capacidade de criar crenas.
Para os evolucionistas, todas as espcies vivas foram
surgindo das transformaes de outras j existentes, dando origem a
novas espcies, enquanto outras se extinguiram. Os primeiros
humanos, chamados cientificamente de homindeos, surgiram
das transformaes de algumas famlias de smios que fazem parte
dos chimpanzs.
Nossa espcie surgiu devido a mudanas biolgicas e ao
surgimento da cultura. Que mudanas biolgicas so essas que nos
diferenciam dos smios?
O aumento da caixa craniana que nos dotou de um volume
cerebral muitas vezes maior que o de um macaco.
A postura ereta, que possibilita utilizarmos apenas os membros
inferiores para nos locomover.
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E o surgimento do polegar opositor, que possibilita a nossa
espcie da capacidade do chamado movimento de pina.
So a partir dessas trs caractersticas bsicas que
desenvolvemos inmeras outras caractersticas fascinantes
como a capacidade da fala ou ainda a de fabricar instrumentos
para nossa sobrevivncia.
Mas essas caractersticas como inteligncia, fala e indstria
no teria surgido em nossos ancestrais se no fosse presena de
um tipo de comportamento que ajudou a modelar o corpo de nossos
ancestrais, que o comportamento baseado na CULTURA. Ou seja, a
necessidade de comunicao, cooperao e diviso de tarefas facilitou
o desenvolvimento dessas caractersticas BIOLGICAS.
Caractersticas biolgicas: forma, funcionamento e estrutura
do corpo. a nossa anatomia, caractersticas herdadas
biologicamente e que no so resultado da nossa escolha
pessoal.
Caractersticas culturais: todo comportamento que no
baseado nos instintos, mas nas regras de comportamento em
grupo que nos permite transformar a natureza para a
sobrevivncia (trabalho), e nos permite atribuir significados e
sentidos ao mundo atravs dos smbolos (a cor branco
simboliza a paz, ou o tipo de vestimenta simboliza status).
Durante muito tempo pensou-se que o ser humano j teria surgido
plenamente dotado dessas caractersticas em conjunto. Hoje
sabemos que nossa cultura foi determinante para modelar nossas
caractersticas biolgicas ao longo do tempo, e vice-versa. Nossos
ancestrais foram lentamente se transformando em humanos, e essa
espcie que somos agora, foi aos poucos sofrendo pequenas
transformaes que ao longo de milhes de anos nos diferenciaram
totalmente de qualquer ancestral smio.
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No incio da histria humana, nossos ancestrais eram muito
semelhantes a um macaco. Tinham mais pelos pelo corpo, o crebro
era menor e a mandbula maior. A postura no era totalmente ereta,
e as mos no tinham muita habilidade, pois o polegar ficava mais
prximo dos outros dedos. O tamanho do crebro foi aumentando
muito devagar, como tambm a postura ereta surgiu gradualmente, e
igualmente o polegar opositor no surgiu repentinamente. A cada
gerao, mudanas muito sutis transformaram a espcie, e nesse
processo a cultura teve um papel fundamental, pois possibilitou ou
exigiu que nosso ancestral desenvolvesse comportamentos capazes
de mudar nossa estrutura biolgica.
Um exemplo: sabemos que o surgimento da fala tem relao com
duas caractersticas que so a posio da laringe resultante da
postura ereta e a utilizao das mos para trabalhos de fabricao de
instrumentos. Ao fabricar os chamados instrumentos de pedra
lascada, nosso ancestral permitiu operaes mais complexas e
passou a utilizar uma rea do crebro, que a mesma que nos
permite falar.
importante compreender que nossa espcie no fruto de coisas
inexplicveis, mas resulta de um longo e lento processo de
evoluo, que significa mudanas ao longo do tempo. Essas
mudanas por sua vez, so fruto de uma dura luta por parte de
nossos ancestrais para sobreviver em condies pouco favorveis e
convivendo com espcies mais fortes e predadores mais bem
preparados fisicamente para tal. Nossos ancestrais no tinham a
mesma caixa craniana que temos hoje, e no eram to inteligentes;
no tinham a postura totalmente ereta, e no viviam em cidades.
Eram mais uma espcie entre tantas outras, e o pouco que puderam
fazer ento determinou sua sobrevivncia, e mais que isso,
determinou COMO somos hoje.
Sobreviveram lascando uma pedra na outra para conseguir objetos
pontiagudos e cortantes que serviam como arma de caa, como
raspador de alimentos ou qualquer utilidade para a vida humana.
Dormiam em cavernas, ao invs de fabricar abrigos. Durante muito
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tempo o domnio do fogo era um mistrio, portanto no comiam
muitos alimentos cozidos. Nessa poca no havia escrita, e os nicos
vestgios de comunicao encontrados so as pinturas em cavernas
(arte rupestre) e pequenas estatuetas representando figuras
femininas. Eram organizados em bandos que praticavam caa e
coleta, por isso dependiam de deslocamentos constantes em busca de
alimento. Durante quase quatro milhes de anos sobreviveram dessa
forma, e nesse perodo de tempo nossa forma fsica foi se alterando,
at que no chamado perodo neoltico, houve uma revoluo.
A revoluo neoltica foi um perodo marcante em nossa
evoluo, durante o qual o ser humano desenvolveu tcnicas
determinantes para a histria de nossa espcie:
A agricultura e a domesticao de animais, que permitiram o
sedentarismo (comeamos a construir abrigos e povoados ao
invs de habitar em abrigos naturais). A agricultura e a
domesticao de animais significaram a garantia de
alimentao dos grupos humanos, independente do sucesso na
caa e coleta. Isso permitiu nossa espcie se fixar por
perodos prolongados em determinados lugares, formando
aldeias e tambm colaborou para o crescimento demogrfico.
nesse momento que o ser humano comea a TRABALHAR, e
no mais viver da caa/coleta que o tornava dependente dos
recursos nos territrios habitados. A introduo do trabalho
como estratgia de sobrevivncia, segue um padro
estabelecido em nossa evoluo para obter resultados:
A diviso de tarefas;
A cooperao com o grupo;
E a especializao.
Essas caractersticas so importantes uma vez que possibilita que
cada um de ns realize apenas um tipo de tarefa. No possvel
produzir sozinho tudo que necessitamos em nossa vida. Se no
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tivessem desenvolvido a capacidade de trabalho, baseado nos
princpios acima, provavelmente, nossos ancestrais no teriam tido
sucesso em sua evoluo, e nenhum de ns estaria aqui hoje,
compartilhando a condio se HUMANOS.
At hoje utilizamos essas habilidades de trabalho em grupo para
viabilizar nossa existncia social. A capacidade de dividir tarefas
cooperar e se especializar permite atingir objetivos com resultados
mais efetivos e tambm possibilita um conjunto social com melhor
qualidade de vida.
O conjunto de tudo que o grupo social produz torna vivel uma
existncia cultural, nos libertando da lei da selva. O trabalho
humano se fundamenta em caractersticas bsicas como comunicao
e cooperao. Fixando-se em um lugar, inaugurando o sedentarismo,
o ser humano passa a viver em uma sociedade organizada.
Mais alimentos disponveis, mais segurana com as casas fabricadas,
maior permanncia do grupo, isso tudo levou a uma maior
reproduo da espcie. Tais condies permitiram aos nossos
ancestrais uma organizao social mais complexa baseada na
SOCIEDADE, e no mais em bandos. A comunicao tambm sofre
uma revoluo que foi o surgimento da ESCRITA.
A partir da escrita e do surgimento das grandes civilizaes da
Antiguidade como Egito, Grcia e China, conhecemos exatamente
como a humanidade se desenvolveu. Mas para chegar at esse ponto,
nossos ancestrais percorreram um longo caminho. Ele o resultado
de um processo muito longo no tempo, e para os quais foram
determinantes:
A postura ereta;
A capacidade craniana;
O polegar opositor;
E a aquisio da fala.
Entretanto, nenhuma dessas caractersticas nos valeria muita coisa se
no tivssemos desenvolvido um tipo de comportamento baseado
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em regras de convivncia social, diviso de grupos em
parentesco, diviso do trabalho e uma mente dotada de raciocnio
lgico e abstrato ligado criatividade e imaginao. Foram nossas
capacidades de ORGANIZAO e COMUNICAO que definiram tal
resultado, afastando nossa espcie do comportamento instintivo e
determinando essa longa e rica viagem chamada HUMANIDADE.
Clifford GEERTZ como a Antropologia evidencia a
importncia da cultura na evoluo da espcie humana.
Silas GUERRIERO afirma na pg. 24 do texto A origem do antropos,
indicado na bibliografia:
CURIOSIDADES DE ALGUMAS ESPCIES
Homo habilis conseguia fazer utenslios de pedra, inclusive armas,
com as quais podia caar animais, o que lhe permitiu incluir a carne
na sua dieta.
Homo erectus, um descendente direto do Homo habilis. Seu corpo e
crnio eram maiores (cerca de 900 centmetros cbicos). Sabia usar,
tambm, o fogo, vivia em cavernas e conseguia construir elaborados
instrumentos de pedra.
Finalmente, h cerca de 200 mil anos, surgiu o Homo sapiens, cujo
crnio media 1.500 centmetros cbicos. Ele o nosso antepassado
mais prximo, e foi o que melhor soube transformar a natureza em
seu benefcio.
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QUADRO COMPARATIVO
CRIACIONISMO AULA
01 EVOLUCIONISMO
Deus criou o homem e os
demais seres vivos j na
forma atual h menos de
10 mil anos
X
O homem e os demais seres vivos
so resultado de uma lenta e
gradual transformao que
remonta h milhes de anos
Os fsseis (inclusive de
dinossauros) so animais
que no conseguiram
embarcar na Arca de No
a tempo de salvarem-se
do dilvio
X
Os fsseis e sua datao remota
confirmam que a extino de
espcies tambm faz parte do
processo evolutivo
Deus teria criado todos os
seres vivos seguindo um
propsito e uma inteno
X
As transformaes evolutivas so
resultado de mutaes genticas
aleatrias expostas seleo
natural pelo ambiente
O homem foi feito
imagem e semelhana de
Deus e, portanto, no
descende de primatas
X
O homem no descendente dos
primatas atuais, mas tem uma
relao de parentesco. Ambos
descendem de um ancestral
comum j extinto (simios)
A origem da vida ainda
no explicada de modo
satisfatrio pelos
evolucionistas
X
Aspectos fundamentais envolvendo
a origem da vida ainda precisam
ser mais bem esclarecidos, mas o
mtodo cientfico e no-dogmtico
o caminho mais adequado para
atingir esses objetivos
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EXERCCIOS
01 - Sobre a evoluo da espcie humana, podemos afirmar que:
I. O desenvolvimento de habilidades fsicas e intelectuais na
espcie humana deve-se principalmente ao fato de nossa
hereditariedade garantir aos novos membros da espcie
caractersticas vantajosas como a capacidade intelectual e
do uso da razo, bem como habilidades motoras como o
polegar opositor.
II. Nossa evoluo deve-se ao mesmo tempo a fatores de trs
ordens diferentes - s respostas do nosso organismo s
demandas impostas pelo meio ambiente, s demandas
coletivas desenvolvidas por nossa caracterstica gregria e
s lentas modificaes fsicas que disso se sucederam.
III. O desenvolvimento de um crebro maior, da postura ereta e
o surgimento do polegar opositor foram fatores
determinantes para que nossos ancestrais tivessem
sobrevivido. Entretanto, os bilogos no admitem que essas
sejam caractersticas que nos atribuam superioridade em
relao aos outros seres vivos.
IV. De acordo com a teoria evolucionista a espcie humana teve
origem ao mesmo tempo em todos os continentes, isso
explica o fato de que em cada lugar encontramos
caractersticas biolgicas diferenciadas como a cor da pele,
dos olhos, estatura mdia do grupo e assim por diante.
A) Esto corretas as alternativas I, II e IV
B) Esto corretas as alternativas II, III e IV
C) Esto corretas as alternativas II e IV
D) Esto corretas as alternativas I, II e III
E) Esto corretas as alternativas II e III
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02 - A respeito do evolucionismo, podemos afirmar que:
A) Os evolucionistas e antroplogos encaram a espcie humana como um exemplo especial da evoluo uma vez que as outras espcies vivas evoluem muito mais lentamente pelo fato de no terem desenvolvido um crebro equivalente ao nosso. Isso permitiu que nossa espcie sofresse modificaes que dificilmente sero igualadas por qualquer outro ser vivo. B) Segundo o evolucionismo, todas as espcies conseguem evoluir, portanto no existe possibilidade de mudana na quantidade de espcies existente, e sim na sua condio biolgica que sofre alterao a cada passo da evoluo. C) Para os evolucionistas, todo organismo EVOLUI. Evoluo para eles significa que todas as espcies que evoluem se tornam necessariamente melhores, mais complexas e com organismos superiores aos que tinham h milhares de anos atrs. D) A busca de restos humanos pr-histricos nos obrigou a considerar a evoluo da espcie humana como um outro animal qualquer. Alm disso, segundo essa teoria todas as espcies vivas so fruto de uma longa e lenta evoluo, no apenas o ser humano. Devemos ento compreender que o processo da vida evolutivo, inacabado e sem um objetivo ou plano pr-definido. E) Segundo o evolucionismo, apenas as espcies superiores evoluem, enquanto as inferiores acabem sofrendo extino. 03 - Entre as caractersticas que definem e marcam as especificidades da espcie humana, podemos apontar:
A) uma espcie que dependeu das caractersticas biolgicas para definir a Humanidade. A nica diferena entre o Humano e as outras espcies, pode ser resumida evoluo biolgica de um crebro capaz de efetuar operaes complexas. B) Organiza agrupamentos de indivduos que definem formas coletivas e ordenadas de prticas, pensamento, comportamento, convivncia e sobrevivncia. No podemos compreend-la sem considerar como a evoluo cultural interferiu na evoluo biolgica. C) Define-se coletivamente dentro de grupos que compartilham a mesma histria e que ignoram as diferenas e hierarquizaes entre as diversas sociedades e culturas existentes. D) Trata-se de uma espcie que tem garantido em sua carga gentica a capacidade de aprendizado e socializao, reproduzindo atravs da histria sempre as mesmas respostas s mesmas necessidades, que so nicas para todos os indivduos da espcie. E) Pode ser explicada atravs da capacidade para inovao, transformao e adaptao das formas de vida socioculturais que, a cada gerao procura garantir inevitavelmente o progresso.
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04 - Segundo a teoria evolucionista:
A) a espcie humana uma das mais antigas existentes no planeta, tendo surgido praticamente no momento em que o nosso planeta resfriou o suficiente para permitir a existncia de uma imensa diversidade biolgica. B) nossa espcie um exemplo de evoluo; nenhuma outra espcie foi capaz de evoluir tanto quanto a nossa, por isso encontramos humanos que habitam em todas as partes do planeta, enquanto as outras espcies se restringem a territrios especficos. C) cada espcie surgiu em um determinado momento, de acordo com a maior capacidade de sobreviver naquele ambiente; assim, nossos antepassados humanos tiveram que conviver com mamferos como os dinossauros, pois ambos necessitam do mesmo tipo de condio climtica e ambiental. D) evoluir uma medida da superioridade de uma espcie; assim, todas as espcies que sobreviveram extino podem ser consideradas melhores que seus antepassados. O melhor exemplo disso o ser humano. E) a espcie humana evoluiu de antepassados que foram adquirindo lentamente capacidades que os diferenciavam de um ancestral comum aos macacos, e nessa cadeia evolutiva podemos encontrar as famlias de Australopitecus, os Homo Habilis e os Homo Erectus. 05 - A explicao evolucionista mais aceita sobre a origem geogrfica do ser humano afirma que:
A) nossa espcie teve origem de algumas famlias de macacos da frica, e s mais tarde surgiram os primeiros homindeos no Norte (Europa) e Oriente Mdio. B) o ser humano teria surgido ao mesmo tempo em dois pontos do globo frica e Europa tendo se dispersado pelo resto do mundo a partir das eras glaciais. C) somos originrios da Europa, por isso durante muito tempo ela foi chamada de o velho continente; dali partiram as correntes migratrias para o resto do globo. D) nossa espcie teve origem indeterminada geograficamente; as evidncias fsseis so bastante confusas e no possibilita afirmarmos de onde viemos. E) o ser humano teve origem de algumas famlias de homindeos africanos, que se dispersaram pelo globo em busca de alimento, adquirindo caractersticas locais em conseqncia da adaptao a diferentes ambientes.
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06 - Assinale a alternativa correta. De acordo com as descobertas da arqueologia e da paleontologia, o homo sapiens-sapiens se desenvolveu: A) A partir da criao de uma espcie dotada de capacidades especiais, reproduzidas imagem e semelhana de formas superiores e sobrenaturais, tendo permanecido estvel e imutvel atravs dos tempos com o destino de povoar e dominar o planeta. B) A partir de transformaes anatmicas sucessivas e formas de adaptao ao meio e s demais espcies, pertencendo a um grupo de espcies que desenvolveram uma capacidade simblica como instrumento adaptativo e de organizao das relaes com o ambiente e com os demais indivduos da espcie atravs de regras e cooperao. C) Como a forma mais sofisticada de evoluo, sendo portanto o resultado de um processo contnuo de progresso das espcies em direo a uma forma definitiva e superior de vida biolgica, podendo ser tomada como modelo do projeto evolutivo pelo qual todas as espcies devem passar. D) Como resultado de uma evoluo prevista, pois nenhuma outra espcie teria tido capacidade de desenvolver raciocnio, postura ereta e comportamento modelvel pela cultura. E) A partir da evoluo casual de uma famlia de smios que comeou a gerar uma prole com crebro avantajado e a postura ereta
07 - As principais vertentes de explicao sobre a origem humana atualmente, segundo o texto de Silas GUERRIERO As origens do antropos so respectivamente: A) a evolucionista que defende que viemos dos macacos, a funcionalista que defende que nossa espcie cumpre a funo de manter a evoluo e a criacionista, baseada em um conjunto de evidncias sobre a criao de nossa espcie por um ser superior. B) a criacionista que defende que somos criados pelos macacos, a evolucionista que afirma baseada em evidencias que somos fruto de uma evoluo critica, e a estruturalista, responsvel pela afirmao que nossa estrutura biolgica foi favorecida por eventos climticos. C) a evolucionista, baseada em um conjunto de evidncias que sugerem que somos fruto de uma evoluo que partiu dos smios e a criacionista, baseada em um conjunto de dogmas e crenas que partem da idia de um ser superior que criou a vida humana exatamente como ela hoje, e procuram na cincia um embasamento para essa afirmao. D) a teoria do ponto crtico, que defende que nossos ancestrais sofreram uma revoluo evolucionista que o transformou em ser humano; a evolucionista, que afirma ter sido nossa evoluo do macaco ao homem um longo e lento processo e a metodolgica, responsvel pela idia segundo a qual a natureza tem seu prprio mtodo de evoluo, independente de foras superiores. E) a cientfica representada pelo ponto crtico, e as religiosas representadas pelo evolucionismo teolgico.
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08 - Afinal, o ser humano fruto de uma evoluo?
A) No. O ser humano foi criado imagem e semelhana de Deus
B) Sim. De acordo com a teoria da evoluo somos apenas mais uma
espcie animal
C) No. A teoria da evoluo no est provada
D) Sim. Evoluiu a partir do macaco, que por sua vez no evoluiu
E) No. As descobertas cientficas atuais colocam em dvida a
evoluo e mostram que, desde o incio, o ser humano j possua
essa forma atual
DETERMINAES BIOLGICAS E PROCESSO CULTURAL
Cada indivduo possui um fentipo, que corresponde aparncia
fsica, entretanto somos portadores de gentipos que so genes que
carregamos. FENTIPO: (caractersticas - pele clara e olhos azuis) e
GENES: (so as informaes hereditrias de um organismo)
Teoria Ultrapassada:
Durante muito tempo acreditava-se que cada raa correspondia
uma cultura. Dessa perspectiva ultrapassada surgiram as teorias
deterministas.
DETERMINISMO BIOLGICO Defendia que a herana
gentica seria responsvel pelo comportamento diferenciado do
ser humano dentro de cada cultura.
DETERMINISMO GEOGRFICO Defendia que o meio
ambiente no qual essa ou aquela populao se desenvolveu,
tambm seria um fator determinante para a cultura ali
desenvolvida. Portanto, populaes de lugares com clima
quente, ou muito frio teriam sofrido influncias que somadas ao
fator biolgico, explicariam costumes, mentalidade, valores e
tradies.
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Ento a geografia desempenhou um importante papel para a
diversidade de tipos humanos? Sem dvida! Ao longo do
processo evolutivo, mudanas importantes ocorreram para
permitir a sobrevivncia de nossa espcie em diferentes meios.
A quantidade de melanina na pele e a dimenso do aparelho
nasal foram sendo modelados para permitir nossa
sobrevivncia. Como a grande famlia humana foi seguindo
rumos diferentes, os grupos migravam para esse ou aquele
lugar, carregavam um conjunto gentico que foi se
estabilizando ao longo da histria. Isso foi criando fentipos
prprios a cada populao humana que viveram praticamente
isoladas umas das outras durante tempo suficiente para que
fosse surgindo um tipo de padro que chamamos etnia.
Fato que no existe uma determinao biolgica/geogrfica
que sustente a explicao sobre a diversidade cultural. Esses
fatores so importantes na relao do ser humano com o meio,
seja para sobreviver, seja para se relacionarem com os outros,
mas no so determinantes.
Exemplos: Ns no dependemos dos genes para isto ou aquilo,
podemos com esforo chegarmos onde queremos, porm indivduos
que carregam genes para alguma coisa chega ao mesmo resultado
com mais facilidades.
Para qualquer comportamento humano que seja levantado, a
resposta que o meio e a gentica podem ser elementos que
influenciam os grupos humanos, mas no h como afirmar que
eles definem por si ss a nossa espcie.
Ter tendncia a gostar mais de arroz e feijo ou de peixe cru, faz
parte de algo que aprendemos, e no de uma informao gentica
que no pode ser manipulada.
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E claro que carregamos a herana gentica, mas no podemos
afirmar, por exemplo, que um filho de alcolatra possa ser alcolatra
tambm. O ser humano uma espcie moldvel e criativa. Em cada
grupo social as respostas s necessidades e a qualidade dos vnculos
sociais resultam de uma histria que nica aquele grupo.
Portadores das marcas da histria, das experincias coletivamente
vividas, das solues criadas, cada grupo vai construindo um
conjunto absolutamente nico que sua CULTURA.
EXERCCIOS
01 - Durante muito tempo acreditava-se que cada raa
correspondia uma cultura. Dessa perspectiva ultrapassada surgiram
algumas teorias, quais foram? Explique-as.
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02 - AS MENINAS LOBO
Aps ler o texto escreva um texto (minimo 15 linhas,
descrevendo as possiveis causas que as meninas lobos no
conseguiram se adaptar a vida humana.
NA ndia, onde os casos de meninos-lobo foram relativamente
numerosos, descobriram-se, em 1920, duas crianas. Amala e
Kamala, vivendo no meio de uma famlia de lobos. A primeira tinha
20
um ano e meio e veio a morrer um ano mais tarde. Kamala, de 8
anos de idade, viveu at 1929. No tinham nada de humano e seu
comportamento era exatamente semelhante aquele de seus irmos
lobos.
Elas caminhavam de quatro patas, apoiando-se sobre os joelhos e
cotovelos para os pequenos trajetos e sobre as mos e os ps para os
trajetos mais longos e rpidos.
Eram incapazes de permanecer de p. S se alimentavam de carne
crua ou podre, comiam e bebiam como os animais, lanando a cabea
para frente e lambendo os lquidos. Na instituio onde foram
recolhidas, passaram o dia acabrunhadas (abatidas) . Eram ativas e
ruidosas durante a noite, procurando fugir e uivando como lobos.
Nunca choraram ou riam.
Kamala viveu durante oito anos na instituio que a acolheu,
humanizando-se lentamente. Ela necessitou de seis anos para
aprender a andar e pouco antes de morrer s tinha um vocabulrio
de cinqenta palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos
poucos.
Ela chorou pela primeira vez por ocasio da morte de Amala e se
apegou lentamente s pessoas que cuidaram dela e s outras
crianas com que mais conviveu.
A sua inteligncia permitiu-lhe comunicar-se com outros por gestos,
inicialmente, e depois por palavras de um vocabulrio rudimentar
(no desenvolvido), aprendendo a executar ordens simples.
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21
03 - Procure informar-se sobre a histria de Tarzan. Com base no
que foi estudado no texto acima sobre as meninas-lobo, explique
por que essa lenda inverossmil. (mnimo 15 linhas)
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04 - Sabemos que desde a Antiguidade, o Homem procura explicaes para a grande diversidade cultural, que caracterstica do conjunto das sociedades humanas. Entre essas explicaes, existem aquelas que atribuem diversidade cultural a fatores geogrficos e biolgicos. Sobre essas afirmaes, uma das alternativas abaixo correta. Assinale-a:
A - No correto que fatores como clima, oferta de alimentos e raa influencia a cultura, uma vez que a cultura uma herana social que no depende de fatores externos prpria sociedade. B - correta essa afirmao, uma vez que a cultura apenas uma soluo para os problemas de sobrevivncia da espcie humana, e dependendo do clima e do espao onde se desenvolve uma cultura ela ser uma resposta a essas condies; alm disso, sabido que o fator racial influencia em questes como a capacidade de desenvolvimento tecnolgico e de organizao institucional. C - Geografia e biologia so fatores importantes, mas no determinantes para o desenvolvimento de uma cultura, pois podemos encontrar populaes que vivem em meio ambientes muito semelhantes, porm suas culturas so diferentes. A cultura no apenas resposta ao meio ou de capacidades inatas, mas um conjunto de hbitos e costumes, saberes e instituies que se desenvolve de maneira nica em cada sociedade. D - No correta essa afirmao, pois apesar da geografia no ser determinante para as caractersticas de uma cultura, a biologia que consiste num aspecto fundamental; podemos perceber isso atravs de culturas que se desenvolvem igualmente para cada raa humana, ou seja, as culturas dos brancos, negros, amarelos e ndios.
22
E - correta essa afirmao, pois a geografia influencia uma cultura atravs de aspectos como clima, qualidade do solo, distncias em relao ao mar; j a biologia influencia em aspectos como a diversidade biolgica disposio de uma populao em seu meio e que fundamental como recurso para sua sobrevivncia. Utilizando os recursos adequadamente, uma cultura se desenvolve melhor.
05- Os dados cientficos de que dispomos atualmente no confirmam
a teoria segundo a qual as diferenas genticas hereditrias
constituiriam um fator de importncia primordial entre as causas das
diferenas que se manifestam entre as culturas e as obras das
civilizaes dos diversos povos ou grupos tnicos. Eles nos informam,
pelo contrrio, que essas diferenas se explicam antes de tudo pela
histria cultural de cada grupo. Os fatores que tiveram um papel
preponderante na evoluo do homem so a sua faculdade de
aprender e a sua plasticidade. Esta dupla aptido o apangio de
todos os seres humanos. Ela constitui, de fato, uma das
caractersticas especficas do Homo Sapiens.
(Declarao redigida por vrios cientistas em 1950, no ps-nazismo,
no encontro da Unesco em Paris)
Nada, no estado atual da cincia, permite afirmar a superioridade ou
a inferioridade intelectual de uma raa em relao outra.
(Claude Lvi-Strauss, Raa e cultura)
Os dois pensamentos citados acima tm como objetivo:
A) confirmar as teses que atriburam caractersticas e aptides raciais
inatas.
B) afirmar que as diferenas do ambiente fsico condicionam a
diversidade cultural.
C) negar a grande diversidade cultural da espcie humana.
D) negar as teses deterministas biolgicas, lutando contra o
preconceito racista e todas as tentativas de discriminao e de
explorao.
E) legitimar a hierarquia de raas.
23
06 - Folha - A senhora leu as declaraes do presidente da
Universidade Harvard, Lawrence Summers, que sugeriu que
diferenas biolgicas inatas entre homens e mulheres poderiam
explicar a existncia de um nmero menor de pesquisadoras nas
cincias exatas?
Collin - Ele disse isso?
Folha - A senhora leu as declaraes do presidente da Universidade
Harvard, Lawrence Summers, que sugeriu que diferenas biolgicas
inatas entre homens e mulheres poderiam explicar a existncia de
um nmero menor de pesquisadoras nas cincias exatas?
Collin - Ele disse isso?
Folha - Disse.
Collin - um comentrio estpido. Isso me lembra de um comentrio
de um jornalista que disse que o nvel das universidades francesas
tinha cado por causa do nmero grande de mulheres que estavam
estudando.
Ele foi processado e, no processo, vrias mulheres levaram livros de
sua autoria para a mesa do juiz. Elas encheram a mesa com livros e
ganharam o processo.
Folha - No entanto, testes oficiais aplicados em estudantes no Brasil e
em outros pases do mundo mostram que meninos tm, em mdia,
melhor desempenho em matemtica, enquanto meninas tm notas
melhores em portugus ou em sua lngua materna. Negar essas
diferenas no prejudica o entendimento dessa questo?
Collin - Mesmo se essas estatsticas que voc citou forem realmente
corretas, elas tm que ser analisadas a partir do contexto cultural. Se
for realmente verdade, e no estou dizendo que , isso no permite
dizer que essas diferenas ocorrem por razes naturais. Uma menina
que recebeu menos incentivo da famlia do que um garoto poder ter
desempenho pior, mesmo se estudar na mesma classe. Essas
diferenas, caso existam, so muito sensveis ao contexto cultural.
(Jornal Folha de So Paulo, Segunda-feira, 2 de maio de 2005,
ENTREVISTA DA 2 com FRANOISE COLLIN, por ANTNIO GOIS)
24
De acordo com a posio que Franoise Collin assume nesta
entrevista, qual das afirmaes abaixo INCORRETA:
A) as diferentes aptides de homens e mulheres no se devem a
causas naturais.
B) homens e mulheres agem diferentemente sobretudo por terem
sempre recebido um aprendizado diferenciado.
C) a constituio gentica feminina o que determina o pior
desempenho das mulheres em matemtica.
D) uma menina que recebeu menos incentivo de seu grupo cultural
para gostar de matemtica tender a ter um desempenho mais fraco
do que o de um menino que tenha sido estimulado a gostar das
cincias exatas.
E) falso que as diferenas de comportamento existentes entre
pessoas de sexo diferentes sejam determinadas geneticamente.
07 - Muita gente ... acredita que os nrdicos so mais inteligentes do
que os negros; que os alemes tm mais habilidade para a mecnica;
que os judeus so avarentos e negociantes; que os norte-americanos
so empreendedores, traioeiros e cruis; que os ciganos so
nmades por instinto, e, finalmente, que os brasileiros herdaram a
preguia dos negros, a imprevidncias dos ndios e a luxria dos
portugueses. (LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito
antropolgico. 17 ed. RJ: Zahar,2004, p.17).
Escolha a alternativa CONTRRIA forma de pensar apresentada na
citao acima.
A) A cultura do homem determinada pela quantidade de livros lidos.
B) A cultura do homem determinada pelos aspectos geogrficos.
C) A cultura do homem determinada pela sua gentica.
D ) A cultura do homem resultado do criacionismo.
E) A cultura do homem no determinada pelo aspecto biolgico.
25
CULTURA
A antropologia prope que a cultura base de nossa forma de
encarar o mundo nossa volta e dar formas e significados a ele.
Vamos considerar que grande parte das coisas que realizamos em
nosso dia-a-dia, incluindo planos pessoais e organizao de regras de
convivncia, resultado de um modelo coletivo de pensar como
devemos ser?
Isto significa que aprendemos a estar no mundo, e no
simplesmente somos jogados nele. Desde a lngua que falamos
para nos comunicar, at os smbolos que associamos a crenas,
sonhos e mensagens, so criados de acordo com uma mentalidade
coletiva comum. Esse modelo para nos comunicar e dar sentido ao
que pensamos, dado pela nossa cultura. E em cada uma das
culturas humanas, aquilo que nos faz rir, chorar ou sonhar varia
imensamente.
Para Edward Tylor, (antroplogo) cultura um conjunto complexo
que inclui os conhecimentos, as crenas, a arte, a lei, a moral, os
costumes e todas as outras capacidades e hbitos adquiridos pelo
homem enquanto membro de uma sociedade. E claro que para outros
autores o conceito diferente, pois cada um tem uma forma de
analisar a palavra.
CULTURA NA VISO DE ALGUNS AUTORES
Franz Boas relao entre o individuo e a sociedade, ou seja, as
reaes do individuo na medida em que so afetadas pelos
costumes do grupo que vive;
B.Malinoswski E a totalidade;
Goodenough e uma organizao de tudo que a sociedade
conhece e acredita;
M.Harris Estilo de vida pessoal;
26
Anthony Giddens Conjunto de regras, valores e a produo de
bens materiais;
Geertz, podemos afirmar que a cultura produto do humano,
mas o humano tambm produto da cultura. No fosse essa
extraordinria capacidade de articulao e fabricao de
smbolos, provavelmente no teramos sobrevivido e, se o
tivssemos conseguido, no teramos diferenas anatmicas to
marcantes frente a nossos parentes mais prximos. Em outras
palavras, no estaramos aqui contando essa histria.
Concluindo, entre todas as definies de cultura que foram
apresentadas, hoje em dia na antropologia, o consenso gira em torno
de nossa capacidade de simbolizao.
Para expressar a cultura dependemos da utilizao dos smbolos.
Lngua, conceitos, valores, idias, crenas, tudo que faz parte da
cultura humana baseada em smbolos que precisam de uma
conveno social para serem associados pelos indivduos a um
mesmo significado, e faz com que seja possvel a interpretao dos
contedos comunicados.
Cada local tem a sua simbologia, porm alguns smbolos so
mundiais
ENDOCULTURAO: o processo permanente de aprendizagem de
uma cultura que se inicia com assimilao de valores e experincias a
partir do nascimento de um indivduo e que se completa com a
morte. Este processo de aprendizagem permanente, desde a
infncia at idade adulta de um indivduo.
A medida que o individuo nasce, cresce, e desenvolve, ele aprende
envolvendo-se cada vez mais a agir da forma que lhe foi ensinado
27
Senso comum
O senso comum ou conhecimento espontneo a primeira
compreenso do mundo resultante da herana do grupo a que
pertencemos e das experincias atuais que continuam sendo
efetuadas. Baseia-se em conhecimentos espontneos e intuitivos,
uma forma de conhecimento que fica no nvel das crenas. Este
conhecimento vai do hbito tradio, muitos deles, aprendemos
com os nossos pais que aprenderam com nossos avs...
EX.: Peixe
Senso comum fatores
Fatores como crenas, desejos, tradio, fazem com que haja
um apego ao senso comum. No so raros os casos em que as
crenas do senso comum produziram comportamentos
preconceituosos, com base numa postura dogmtica diante da
compreenso dos fenmenos.
Durante muito tempo, acreditou-se que uma determinada raa
fosse superior outra. No raro, o radicalismo em torno dessas
crenas levou condenao de pessoas que foram perseguidas
pelo simples fato de critic-las ou por se enquadrarem como
hereges ou como membros de uma etnia inferior.
28
O conhecimento cientfico
o que produzido pela investigao cientfica, atravs de
seus mtodos.
O pensamento cientfico uma forma de o homem tentar
alterar uma realidade atravs da corroborao (confirmao)
de uma lei.
Ex.: Bom ou ruim? Depende?
Vacinas / Bombas
EXERCCIOS
01 ... o conjunto dos comportamentos, saberes e saber fazer
caractersticos de um grupo humano ou de uma sociedade dada,
sendo essas atividades adquiridas atravs de um processo de
aprendizagem, e transmitidas ao conjunto de seus membros."
(LAPLANTINE, 1995, p.120).
Escolha a alternativa que corresponda ao conceito acima.
A) Cultura
B) Antropologia
C) Sociologia
D) Sociedade
E) Vida
02 Os operrios alemes so muito cultos. ou Aquela menina no
tem cultura nenhuma.
As frases acima expressam que tipo de pensamento ou explicao:
A) senso crtico
29
B) senso comum
C) explicao cientfica
D) explicao crtica
E) bom senso
03 - Podemos identificar uma cultura atravs de:
1) dinmica e adaptao
2) repetio e ritualizao
3) traos materiais, linguagem, artes etc.
4) maior ou menor quantidade e qualidade de conhecimentos.
A) so corretas as alternativas 1, 2 e 4
B) so corretas apenas as alternativas 1, 2 e 3
C) so corretas apenas as alternativas 1 ,3 e 5
D) todas as alternativas so corretas
E) apenas as alternativas 3 e 4 so corretas
04- a parte do ambiente feita pelo homem. (Herskovits). Tal
afirmao se refere ao conceito de:
A) tecnologia
B) natureza
C) cultura
D) criacionismo
E) relativismo cultural
05 - correto afirmar que:
1) existem diferentes explicaes sobre a origem do homem 2) todos so incultos 3) uma sociedade no existe sem cultura 4) o homem no um ser cultural 5) uma cultura no existe sem sociedade
A) as alternativas 2, 3 e 4 esto corretas
30
B) todas as alternativas esto corretas
C) as alternativas 1, 3, 4 e 5 so corretas
D) as alternativas 2 e 5 esto corretas
E) as alternativas 1 - 3 e 5 esto corretas
06 - Ao adquirir a cultura, podemos dizer que o homem:
A) no perdeu a propriedade animal, geneticamente determinada, de
repetir os atos de seus antepassados
B) desenvolveu a propriedade animal, de repetir os atos de seus
antepassados, com a necessidade de copi-los e sem se submeter a
um processo de aprendizado.
C) manteve intacto o processo de transmisso de conhecimento
determinado pela gentica aos seus descendentes.
D) perdeu a propriedade animal, geneticamente determinada, de
repetir os atos de seus antepassados, sem a necessidade de
simplesmente copi-los e passou a se submeter a um processo de
aprendizado que cultural.
E sofreu uma mutao biolgica que o possibilitou, alterar
geneticamente a sua mente.
07- A cultura interfere em nosso plano biolgico. Essa afirmao pode
ser considerada:
A) Verdadeira, pois em cada cultura nascemos com uma herana
biolgica diferente; assim, os traos fsicos de um japons sero
diferentes de um mexicano, e assim por diante.
B) Falsa, pois a cultura faz parte do nosso comportamento, sem ter
qualquer relao com nossas caractersticas biolgicas.
C) Verdadeira, pois de acordo com cada costume os indivduos se
relacionam diferentemente com seus corpos, e as doenas
psicossomticas so um exemplo dos efeitos possveis de um tipo de
vida sobre nosso organismo.
31
D) Verdadeira, pois em todas as culturas as mulheres praticam
necessariamente rituais que modelam ou alteram a forma fsica.
E) Falsa, pois a biologia no determina nenhum tipo de cultura.
08 - Fatores. Assim, a cultura que recebemos de nossos pais, no
ser a mesma que nossos netos conhecero. Essas transformaes
podem ser explicadas como se segue:
I. A capacidade de aprendizado faz com que a cultura tenha a
caracterstica de ser acumulativa; a cada gerao selecionamos,
descartamos ou aperfeioamos a herana cultural recebida.
II. O contato com outras culturas agiliza as mudanas; muitas vezes
esse contato pode influenciar algumas caractersticas, transformando-
as.
III. As transformaes podem ser resultados do impacto de alguns
fatos histricos como guerras e revolues, por isso culturas
semelhantes em um momento histrico podem ser diferentes um
pouco depois.
IV. As transformaes culturais so resultados da capacidade que
cada cultura tem para se adaptar a uma nova situao histrica,
funcionando como uma espcie de seleo natural, as mudanas
culturais podem determinar quais sociedades sero dominantes e
quais sero dominadas.
A) Esto corretas II e III.
B) Apenas I est correta.
C) Todas esto corretas.
D) Esto corretas I e IV.
E) Esto corretas I, II e III.
09 - O Professor Pardal uma personagem de Banda Desenhada que
representa um cientista muito inteligente, criativo e inventivo. Nesta
imagem podemos v-lo a evitar passar por debaixo de uma escada,
pois isso supostamente d azar - mas sem reconhecer, sem assumir
32
o receio. Ele sabe que a cincia incompatvel com a superstio. S
que...
Porque sero as supersties to resistentes anlise racional e
cientfica?
_____________________________________________
_____________________________________________
10 - Os textos a seguir apresentados referem vrios conhecimentos.
Identifique quais so conhecimentos cientficos e quais so
vulgares.
1. Muitos habitantes de Faro sabem onde fica a sede da Cmara
Municipal de Faro. _____________________
2. Em Portugal (nas zonas urbanas, mas, sobretudo nas zonas
rurais) muito frequente a crena de que alimentos como a
canja de galinha e os citrinos (laranjas, tangerinas, limes,
etc.) ajudam a curar as constipaes. _______________
3. Numa traduo da Histria Natural, de Plnio, escrita no incio
da era crist, pode ler-se o seguinte pargrafo (...): A mo da
mulher com a menstruao torna o vinho em vinagre, seca as
33
colheitas, mata as sementes, murcha os jardins, embacia os
espelhos, oxida o ferro e o lato (sobretudo quando a Lua est
na fase de quarto minguante), mata as abelhas, o marfim
perde o seu brilho, os ces enlouquecem se lambem o seu
mnstruo... (...) Algumas comunidades judaicas da Europa
Oriental acreditam que, se as mulheres se aproximarem das
conservas durante a menstruao, estas estragar-se-o. Na
Carolina do Norte mantm-se a crena tradicional de que, se a
mulher amassar um bolo durante o perodo, este no ser
comestvel. _________________
4. Pluto leva 247,7 anos a completar uma volta em torno do Sol.
____________________________________________
5. A temperatura mdia na superfcie de Pluto de 237 graus
negativos. _________________________
6. No planeta Mercrio, que o mais prximo do Sol, chegam a
registar-se temperaturas de 430 graus (positivos).
________________________
HERANA CULTURAL
Da mesma forma como cada famlia pode deixar aos seus
descendentes uma herana material (patrimnio familiar), a nossa
sociedade nos deixa uma HERANA de valores, modos de agir e
pensar, conhecimentos, e assim por diante. parte do nosso
PATRIMNIO CULTURAL, seja material ou imaterial.
Ento, temos que a CULTURA influencia nossas vidas em diversos
nveis, tais como:
A moral;
As noes de higiene pessoal;
Os sentimentos;
Nossa alimentao;
Os critrios de beleza;
As necessidades e o uso da tecnologia;
34
O que entendemos como SADE e tambm a DOENA;
Nosso gestual e a forma como utilizamos o corpo, entre tantos
outros.
Assim, podemos identificar facilmente indivduos de diferentes
culturas por caractersticas como:
Modo de agir
De vestir
De caminhar
De comer
Ou mesmo pela mais simples delas - a lngua que cada um
deles fala
Desde que fase de nossas vidas essa influncia acontece?
Desde o parto, somos condicionados pela nossa cultura.
Da esquerda para a direita:
frica, ndia, Inglaterra, Nova Zelndia, Brasil.
35
A CULTURA INTERFERE NO PLANO BIOLGICO
Ao longo de nossas vidas o nosso corpo fsico intensamente afetado
pelas nossas experincias culturais. Seja para manter tradies,
obedecer a regras e principalmente, para nos sentirmos INCLUDOS
(o que d aquela sensao de confiana e auto estima, quando nos
sentimos parte de um todo, quando pertencemos a um lugar
social), nosso corpo fsico submetido freqentemente a exigncias.
Portanto, o que o autor chama de PLANO BIOLGICO exatamente
nossa forma fsica, sade e aparncia corporal.
Pense em quantas situaes ao longo de nossas vidas nosso corpo
atingido em funo de experincias culturais.
Para lembrar alguns exemplos:
O tipo de parto que cada cultura oferece e considera melhor;
Perfurao ou alargamento de lbulos, lbios, plpebras;
Tcnicas de desenhos ou formao de salincias na pele como
Tatuagens e implantes;
A dieta cotidiana que pode incluir desde insetos; carnes dos
mais variados tipos e partes de animais (cruas ou cozidas);
ingesto de bebidas alcolicas ou qualquer outra que altere
igualmente a percepo e reaes;
Alimentos processados industrialmente; vegetais, razes,
sementes, folhas, frutas e flores; gros e castanhas.
Neste item voc pode ter considerado algumas coisas muito normais
e outras repugnantes. Pense que se voc tivesse sido socializado em
outra cultura, suas escolhas poderiam ter sido completamente
invertidas.
Formas de tratamento de doenas que podem incluir uma imensa
lista como a ingesto de fitoterpicos, preparados qumicos
conhecidos como remdios; rituais que envolvem ou no a
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participao e presena fsica do doente que pode ser submetido a
todo tipo de interveno passiva ou ativa;
s vezes o doente precisa ingerir, inalar, sugar outras vezes ele
sugado; cortes, incises, perfuraes, com ou sem
anestesias, e muitos outros tipos;
a modelagem do corpo com muitas tcnicas diferentes como
dietas, cirurgias e implantes, ou treinos especiais (militares,
esportivos, rituais ou de espetculos);
Outro exemplo o uso de vesturio e adornos corporais.
Neste ltimo item voc pode se perguntar como nossa indumentria
pode interferir no plano biolgico, mas possvel sim. As famosas
mulheres girafas da Tailndia (sia), que desde os cinco anos
comeam a utilizar argolas no pescoo com o objetivo de estic-los;
as mulheres chinesas que durante sculos enfaixavam os ps para
evitar seu livre crescimento; o processo de treinamento das modelos
ocidentais que para serem vistas com roupas e acessrios venda
pela indstria da moda se submetem a dietas incrveis de
emagrecimento e treino para o controle do corpo, movimento e
expresses faciais na passarela.
A participao em festas e ocasies especiais, que alm de
exigir o controle da postura e gestual em funo da utilizao
de vestimentas especiais, exigem tambm a submisso (em
alguns casos) de horas em jejum e em seguida horas de
ingesto de uma quantidade incrvel de alimentos e bebidas;
A submisso a rotinas que podem gerar leses fsicas e/ou
desconfortos psicolgicos dos mais variados graus;
O desenvolvimento de doenas psicossomticas; a reao do
organismo na forma de doena a experincias negativas;
37
Voc pode fazer o exerccio de encontrar outros e tantos inmeros
exemplos. No restam dvidas do quanto submetemos nossos corpos
em funo das experincias culturais.
Interpretamos isso como algo natural. Entretanto muito comum a
reao de espanto, indignao ou repdio ao que os outros fazem
com seus corpos. Ter a vida de uma modelo da moda pode parecer
normal entre ns, mas pode ser considerado incompreensvel aos
outros, tanto quanto perfurar lbios para o uso de botoques nos
parece.
38
Da esquerda para a direita, temos a ilustrao de um Kayap (Xing,
Brasil); temos a ilustrao de uma revista de forma fsica, foto de
Jean P. DUTILEUX; temos a ilustrao de um tpico Sumotori e a uma
Tailandesa dos anis dourados no pescoo.
EXERCCIOS
01 - Alfred KROEBER afirma que existe uma diferena muito grande
entre a evoluo biolgica dos animais e do ser humano. Para
fundamentar sua idia, ele cita o fato que os ursos polares
desenvolveram ao longo de muitas geraes grossas camadas de
pelos para sobreviver ao clima de seu meio ambiente, enquanto o ser
humano ao invs de desenvolver pelos, utiliza roupas e cobertas.
Ao realizar essa comparao, o autor est:
A) demonstrando a importncia da superioridade humana em relao
aos outros animais, uma vez que nossa espcie capaz de se adaptar
a qualquer meio ambiente.
B) demonstrando a inferioridade da espcie humana, que depende
dos recursos extra-orgnicos (exteriores ao corpo) para sobreviver,
enquanto os outros animais so capazes de desenvolver
caractersticas ideais de adaptao.
C) ressaltando as diferenas entre animais e seres humanos,
baseando-se em conceitos exclusivos da biologia; essa cincia a
nica a definir de forma coerente e correta essa diferena.
D) afirmando que apenas com a cultura possvel uma espcie
evoluir; como os animais no utilizam a cultura, eles no evoluem.
E) demonstrando que a evoluo biolgica do ser humano diferente,
pois nossa espcie no necessitou de uma adaptao biolgica a
diferentes meios. A cultura se mostrou como uma forma de
adaptao ainda melhor e superior ao possibilitar a adaptao a
qualquer ambiente sem necessidade da lenta adaptao gentica.
39
02 - Sabemos que a cultura interfere no plano biolgico dos
indivduos. A esse respeito correto afirmar que:
A) Ao evoluir culturalmente uma cultura proporciona a evoluo
biolgica aos indivduos, pois ambas no podem ser separadas.
B) No possvel observarmos claramente essa interferncia, uma
vez que uma teoria antropolgica e no da biologia.
C) Em cada cultura o ser humano dispe de um plano biolgico
distinto, assim no podemos comparar o organismo de algum da
cultura rabe com outros da cultura ocidental, por exemplo.
D) A cultura possibilita conhecermos melhor nosso plano biolgico,
atravs da evoluo de conhecimentos que desvendam seu
funcionamento.
E) As doenas psicossomticas so exemplos visveis da forma como
os hbitos de uma cultura afetam nossa sade.
03 - Alguns africanos que foram transportados violentamente como
escravos para um continente desconhecidos passaram a apresentar
uma apatia profunda, que podia provocar a morte. Denominou-se a
essa doena o nome de banzo. Esse um dos fatos que prova que:
A) os africanos no tinham tanta capacidade de se adaptar ao novo
continente e condies de vida diferentes da anterior.
B) a cultura africana no facilitava a motivao para uma nova
situao.
C) a cultura interfere no funcionamento biolgico de seus indivduos.
D) o novo continente no facilitou a adaptao dos africanos, que
sofreram a seleo natural.
E) deveriam ter sido escravizados no prprio continente africano para
evitar essas mortes.
04 - Leia o texto a seguir e responda o que se pede:
40
Anorexia Nervosa um transtorno do comportamento alimentar
que se desenvolve principalmente em meninas adolescentes e
caracteriza-se por uma grave restrio da ingesto alimentar,
busca pela magreza, distoro da imagem corporal e amenorria
(suspenso da menstruao).
(...)Acrescentando a todas estas dificuldades* o apelo da moda e o
culto magreza, d para entender que ser mulher e adolescente,
no mundo de hoje, um duplo fator de risco para o
desencadeamento de um transtorno alimentar. Cybelle Weinberg,
publicado pelo Portal Psi, no endereo eletrnico:
http://www.redepsi.com.br
[*] no texto original a autora descreve o quadro psico-social de
transformaes muito observadas na puberdade.
possvel perceber atravs da descrio feita pela autora que:
A) em nossa cultura, todos os adolescentes tm sua forma fsica e
sade afetados pelos apelos da moda e o culto magreza.
B) no h como evitar o desencadeamento da anorexia nervosa, pois
faz parte da viso de mundo dos adolescentes.
C) ser mulher e adolescente no mundo de hoje um fator de risco
para a sade.
D) os apelos da cultura da moda e do culto magreza so fatores de
risco para o desencadeamento de um transtorno alimentar.
E) o transtorno alimentar entre as adolescentes comum apenas
quando elas fazem parte do mundo da moda, onde o apelo magreza
se transformou em culto.
05 Olhe a foto, aps isto responda: Porque as Tailandesas utilizam este tipo de argola no Pescoo?
41
__________________________________ 06 Escreva alguns conceitos brasileiros que possam serem vistos como no natural na viso de outros paises: ______________________________________________________________________________________________________________ 07- Em nossas vidas nosso corpo atingido em funo de
experincias culturais, a qual podemos citar:
I - tipo de parto que cada cultura oferece e considera melhor;
II - Perfurao ou alargamento de lbulos, lbios, plpebras;
III - Tcnicas de desenhos ou formao de salincias na pele como
Tatuagens, e implantes;
IV - A dieta cotidiana que pode incluir desde insetos; carnes dos mais
variados tipos e partes de animais (cruas ou cozidas); ingesto de
bebidas alcolicas ou qualquer outra que altere igualmente a
percepo e reaes;
Esto corretas as alternativas:
A) Todas B) I e II C) III IV D) I e III E) III e IV
08 Escreva duas atitudes ou hbitos que lhe causam indignao ou repdio ao que os outros fazem com seus corpos. Explique por que!
_____________________________________________________
42
09 Em que temos a CULTURA influencia nossas vidas:
I - A moral
II - As noes de higiene pessoal
III - Os sentimentos;
IV - Nossa alimentao
V - Os critrios de beleza
Esto corretas as alternativas:
A Todas
B I apenas
C I e II
D II e III
E III IV e V
10- Como podemos identificar indivduos de diferentes culturas?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
OS INDIVDUOS PARTICIPAM DIFERENTEMENTE DE SUA
CULTURA
impossvel todos os indivduos de um grupo terem exatamente o
mesmo comportamento, apesar de compartilharem a mesma viso
mundo. A individualidade est garantida em primeiro lugar pelo fato
de que nem uma pessoa pode sozinha conhecer e dominar todos os
conhecimentos, a histria e o conjunto de valores de seu prprio
povo.
43
Somos socializados e aprendemos ao longo da vida aquilo que mais
importante para sermos aceitos e participarmos de uma cultura. Mas
nossa participao sempre diferente de um indivduo para o outro.
Em que critrios se baseiam essas diferenas individuais?
As diferenciaes baseadas no sexo dos indivduos:
Com exceo de algumas sociedades africanas - nas quais as
mulheres desempenham papis importantes na vida ritual e
econmica, a maior parte das sociedades humanas permite uma mais
ampla participao na vida cultural aos elementos do sexo masculino.
As diferenciaes baseadas na idade dos indivduos:
Uma criana no est apta a exercer as funes dos adultos, portanto
os motivos biolgicos ficam explcitos nesses casos.
Porm, h impedimentos etrios totalmente arbitrrios e criados pela
nossa cultura: p.ex., por que podemos ter licena para dirigir e votar
aos 18 anos, e no aos 16, ou 20?
As diferenciaes baseadas na impossibilidade de TODOS os
indivduos serem socializados da MESMA forma:
Alguns aspectos se sobrepem a outros, alguns traos so reforados
e outros no: Einstein era um gnio na fsica, mas provavelmente um
desastre ao piano, e incapaz de pintar um quadro.
impossvel que todos ns recebamos as MESMAS informaes
durante nosso crescimento, portanto existe um espao na cultura,
onde o grupo no determina totalmente sua vida.
As diferenciaes baseadas nas diferenciaes de classe social:
Nas sociedades que diferenciam os indivduos de acordo com o
pertencimento a determinadas classes sociais, existem tendncias e
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limites para a socializao, que impedem que aqueles que esto mais
abaixo na pirmide social, tenham acesso grande parte da cultura
produzida pelo seu grupo.
EXERCCIOS
01 - A histria de um povo pode interferir de muitas formas em sua cultura. Podemos perceber isso principalmente atravs do que segue: A) A histria precisa ser conhecida pelos indivduos de um grupo, do contrrio eles no podem ser influenciados por ela. B) atravs da relao com a histria atravs de uma herana cultural, que no se d de forma consciente, que os indivduos atuam em uma sociedade. C) Apesar de percebermos a influncia da histria em nossa cultura, no existe qualquer tipo de pesquisa cientifica que comprove isso. D) Os mesmos fenmenos histricos afetam de forma idntica culturas que so diferentes. E) principalmente atravs da cultura material que percebemos a influncia da histria em nossa cultura, pois a cultura imaterial no nos influencia tanto. 02 - Partindo do princpio de que a cultura uma lente atravs da qual o homem v o mundo, pessoas de culturas diferentes usam lentes diferentes e, portanto, tm vises distintas das coisas. Escolha a alternativa correta: A) A viso de mundo determina as respostas e o comportamento humano a partir da sociedade em que est inserido. B) O processo de alimentar-se caracterstica de todo ser vivo, portanto, o homem se alimenta de uma mesma maneira em qualquer que seja a cultura de que faa parte. C) No h diferenas entre as vises de mundo, a cultura sempre se apresenta de uma mesma forma seja qual for a sociedade. D) Um ndio amazonense concebe o mundo e a sua forma de vida da mesma maneira de um paulistano que sempre viveu na cidade de So Paulo. E) Na concepo de mundo, todo ser humano deve se submeter aos seus instintos e desprezar a cultura em que vive.
03 - Leia a seguinte afirmao:
Mesmo em um pas de maioria catlica, encontramos crenas e
prticas de muitas outras religies.
Essa afirmativa est corretamente associada ao que segue:
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A) - uma vez que os indivduos participam diferentemente de sua cultura, possvel que muitos deles sejam estimulados a participar de religies diversas. B) - todas as culturas devem estimular a diversidade religiosa uma vez que a viso de mundo impede a existncia de uma nica crena. C) - a presena de muitas religies tem relao com o etnocentrismo que caracteriza as culturas mais antigas. D) - as lentes atravs das quais enxergamos o mundo se tornam mais precisas quanto mais religies uma cultura tiver. E) - a presena de muitas religies um sinal de que uma cultura no possui viso de mundo. 04 - Leia a seguir a parbola de Roger Keesing:
Uma jovem da Bulgria ofereceu um jantar para os estudantes
americanos, colegas de seu marido, e entre eles foi convidado um
jovem asitico. Aps os convidados terem terminado os seus
pratos, a anfitri perguntou quem gostaria de repetir, pois uma
anfitri blgara que deixasse os seus convidados se retirarem
famintos estaria desgraada. O estudante asitico aceitou um
segundo prato, e um terceiro enquanto a anfitri ansiosamente
preparava mais comida na cozinha. Finalmente, no meio de seu
quarto prato o estudante caiu ao solo, convencido de que agiu
melhor do que insultar a anfitrio pela recusa da comida que lhe
era oferecida, conforme o costume de seu pas. (Apud LARAIA,
Cultura um conceito antropolgico, 2005: 72)
O trecho acima descreve corretamente o seguinte:
A) que os envolvidos esto tentando impor seu ponto de vista como o
mais correto a todos que esto presentes.
B) que devemos deixar de lado nossas regras sempre que estamos
perante o diferente.
C) que quando pessoas de culturas diferentes esto em contato,
necessariamente elas seguem impulsos instintivos, deixando sua
cultura em segundo plano.
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D) que os envolvidos esto praticando o relativismo cultural, por isso
no conseguem chegar a um consenso sobre a atitude correta a ser
tomada na situao.
E) que a cultura condiciona a nossa viso de mundo, ficando claro
nesse tipo de situao que cada um procura agir de acordo com seus
valores prprios, sem perceber os valores dos outros.
05 - Leia o trecho abaixo:
Antigamente os jovens entravam em conflito sobre valores sociais, polticos, econmicos, religiosos, estticos e comportamentais (brigavam pelo direito de usar os cabelos compridos e vestir uma cala velha-azul-e-desbotada). (...) As crianas e os jovens do incio do terceiro milnio no vivem um sonho coletivo de mudana social. Seu sonho meramente subjetivo, tribal e plural. So mais propensos discusso sobre assuntos menores do cotidiano como os games, amigos, namoro, aparncia, do que os grandes temas da dcada de 1970. Os pais mais esquerda j no conseguem conversar com os filhos os assuntos que eles, na sua poca, consideravam importantes. Tambm, no conseguem faz-los cumprir as pequenas coisas: regrar a hora de eles voltarem para casa, o tempo de ficar nos games, ler os jornais e revistas. (Raimundo DE LIMA, Revista Espao Acadmico, n 61, Junho 2006, disponvel no endereo eletrnico - http://www.espacoacademico.com.br/061/61lima.htm)
Esse texto est corretamente associado com a seguinte afirmao
A) a cultura tem uma lgica prpria, assim quando uma gerao
pressionada procura novas solues mesmo que desagradem os mais
velhos.
B) a cultura dinmica, e as mudanas s vezes podem colocar em
conflito interesses e valores das geraes mais velhas com as novas.
C) a viso de mundo dos mais velhos est incorreta, e os jovens
devem buscar novas formas de comportamento mesmo que a
sociedade esteja em conflito com essa atitude.
D) a lgica de mundo da nova gerao est incorreta e os mais
velhos deveriam orientar melhor seus prprios filhos para garantir um
comportamento mais adequado.
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E) a cultura dinmica, e esse conflito de geraes vai
necessariamente levar a novas mudanas que acabem com qualquer
comportamento indesejado.
06 - Somos socializados e aprendemos ao longo da vida aquilo que
mais importante para sermos aceitos e participarmos de uma cultura.
Mas nossa participao sempre diferente de um indivduo para o
outro.
Em que critrios se baseiam essas diferenas individuais?
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DIVERSIDADE CULTURAL
ETNOCENTRISMO
RELATIVISMO CULTURAL
DIVERSIDADE CULTURAL
norma socialmente reconhecida entre ns que devemos cuidar dos
nossos pais e de familiares quando atingem uma idade avanada; os
Esquims deixam-nos morrer de fome e de frio nessas mesmas
condies. Algumas culturas permitem prticas homossexuais
enquanto outras as condenam (pena de morte na Arbia Saudita).
Em vrios pases muulmanos a poligamia uma prtica normal, ao
passo que nas sociedades crists ela vista como imoral e ilegal.
Certas tribos da Nova Guin consideram que roubar moralmente
correto; a maior parte das sociedades condenam esse ato. O
infanticdio (morte dada a uma criana) moralmente repelente para
a maior parte das culturas, mas algumas ainda o praticam. Em certos
pases a pena de morte vigora, ao passo que noutras foi abolida;
algumas tribos do deserto consideravam um dever sagrado matar
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aps terrveis torturas um membro qualquer da tribo a que
pertenciam os assassinos de um dos seus.
Podemos notar atravs destes exemplos a diversidade cultural,
existentes .
ETNOCENTRISMO
a atitude caracterstica de quem s reconhece legitimidade e
validade s normas e valores vigentes na sua cultura ou
sociedade. Tem a sua origem na tendncia de julgarmos as
realizaes culturais de outros povos a partir dos nossos prprios
padres culturais, pelo que no de admirar que consideremos o
nosso modo de vida como prefervel e superior a todos os outros. Os
valores da sociedade a que pertencemos so, na atitude etnocntrica,
declarados como valores universalizveis, aplicveis a todos os
homens, ou seja, dada a sua "superioridade" devem ser seguidos por
todas as outras sociedades e culturas. Adaptando esta perspectiva,
no de estranhar que alguns povos tendam a intitular-se os nicos
legtimos e verdadeiros representantes da espcie humana.
RELATIVISMO CULTURAL
considerar o mundo DO PONTO DE VISTA DO OUTRO,
entendendo seu sistema simblico, seus prprios valores de mundo
como beleza, justia, honra, medo, e assim por diante.
deixar de tomar a NOSSA prpria cultura (viso de mundo) como
medida para julgar os outros.
Se pensarmos que a cada cultura corresponde uma diferente viso
de mundo, percebemos que os indivduos se organizam
mentalmente para estar no mundo de acordo com os valores
introjetados de sua cultura. Tornamos nosso aquilo que cultural.
Exercitando. Vamos pensar sobre os sentimentos humanos.
Obviamente, nossas emoes so universais. Amor, dio, paixo,
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rivalidade, raiva, afeto, ironia, alegria, euforia e tudo quanto
possamos lembrar agora, fazem parte da humanidade.
Entretanto, as EXPERINCIAS QUE SUSCITAM este ou aquele
sentimento, e a forma como expressamos o que sentimos uma
questo cultural. Muitas situaes que fazem um brasileiro rir podem
no ter o mesmo efeito em pessoas de outros povos. Ou ainda,
situaes como o funeral que exigem circunspeco e tristeza em
algumas culturas podem exigir expresses de alegria em outras.
O exerccio de relativizar se colocar na condio do outro.
Pois bem, muitas vezes fazemos julgamento equivocados do
comportamento alheio, simplesmente pelo fato de desconhecer as
motivaes que levaram a tal ou qual atitude.
Quando no temos a chave simblica que permite a relativizao
dos costumes, tendemos a nos fechar em nosso etnocentrismo.
Tudo bem, precisamos relativizar, no mesmo?
Sim, correto que tenhamos reaes mais respeitosas e ticas com
os outros. Mas tanto o relativismo cultural como o etnocentrismo
podem ser encontrados em diferentes graus, e quando praticados de
forma radical, se tornam destrutivos das relaes humanas.
Quer dizer que relativizar demais pode ser perigoso?
Sim! Quando apenas relativizamos tudo, aceitando qualquer atitude
alheia como normal, natural e aceita, podemos correr o risco de no
ter mais referencial tico de mundo.
Em termos prticos, isso significaria, por exemplo, tornar aceito como
normal as mutilaes dos rgos genitais femininos praticados em
algumas sociedades de cultura mulumana, principalmente em
comunidades africanas. Percebe que deve existir um limite para a
prtica do relativismo? Relativizar deve ser algo estimulado
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socialmente, mas dentro de padres de respeito integridade fsica,
psquica e moral do outro.
O oposto tambm verdadeiro. Etnocentrismo sempre ruim?
No! Na verdade, todas as culturas praticam etnocentrismo de
alguma forma. Quando reagimos com averso ao fato da alimentao
em algumas culturas incluir pratos com animais como insetos, ces
ou lesmas (o famoso escargot francs), preferindo um bom arroz
com feijo, estamos sendo um pouco etnocntricos. Isso
necessariamente ruim?
Bem, na medida em que pode servir para reforar nossa identidade
cultural e nos trazer bem estar dentro de nosso prprio padro
cultural, no uma atitude ruim. Mas quando a averso ao outro
to grande que precisamos exclu-lo, destruir seus costumes
estamos atingindo um grau de etnocentrismo inaceitvel.
O relativismo extremo pode levar ausncia de noes ticas. O
etnocentrismo extremo pode levar ao genocdio e s prticas racistas
e/ou preconceituosas.
Relativismo cultural e etnocentrismo supem a presena da
DIFERENA.
Esse outro que aparece nas frases acima, pode estar ao nosso lado.
Atualmente o mundo todo reflete de uma forma mais intensa sobre o
convvio entre as diferentes culturas/etnias.
MORAL TICA
Moral : Hbitos- Costumes - O que diz respeito tica
Estabelece regras de condutas, construo do carter.
Algumas passagens nossa:
Anomia Sem regras (a etapa das crianas pequenas: com
seu egocentrismo natural da infncia, elas querem fazer
somente o que desejam, sem considerar os outros e sem seguir
regras e normas, acham que pode tudo)
Heteronomia Fao pelos outros Ex. Vou chamar seu pai.
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Autonomia De dentro para fora (fao porque acho correto)
ETICA estudo dos juzos (ato de julgar) de apreciao
referentes conduta humana do ponto de vista do bem e o
mal. Conjunto de normas e princpios que norteiam a boa
conduta do ser humano.
Exerccios
01 - Em seu texto O etnocentrismo, Claude Lvi-Strauss afirma que muito antiga a atitude que consiste em repudiar pura e simplesmente as formas culturais, morais, religiosas, sociais e estticas mais afastadas daquelas com que nos identificamos. A) consiste numa viso de mundo em que nosso prprio grupo tomado como centro de tudo e todos os outros so pensados e sentidos atravs de nossos valores, nossos modelos, e nossas definies do que a existncia B) significa a supervalorizao da prpria cultura em detrimento das demais. C) uma atitude universal, pois todos os indivduos crem que a prpria sociedade o centro da humanidade, ou mesmo a sua nica expresso. D)as apreciaes negativas dos padres culturais dos povos diferentes nunca foram utilizadas para justificar a violncia praticada contra o outro. E) a propenso em considerar o nosso modo de vida como o mais natural e o mais correto pode levar a numerosos conflitos sociais, tais como a xenofobia, o racismo, as guerras tnicas, o preconceito e os estigmas, a segregao e a discriminao baseadas na raa, na etnia, no gnero, na idade ou na classe social.
02 - Buda nasceu estando sua me, Mya, agarrada, reta, a um ramo da rvore. Ela deu luz em p. Boa parte das mulheres na ndia ainda do luz desse modo. Para ns, a posio normal a me deitada sobre as costas, e entre os Tupis e outros ndios brasileiros a posio de ccoras. (Roque LARAIA, A cultura condiciona a viso de mundo do homem, citado na bibliografia do contedo) Com essa descrio das tcnicas do nascimento e da obstetrcia, o autor procura demonstrar que:
A) No existem diferentes maneiras culturais de efetuar aes que
so fisiolgicas.
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B) Mesmo em atos que podem ser classificados como naturais, h
diferenas culturais
C)Todos os homens so dotados do mesmo equipamento anatmico e
por isso a utilizao do mesmo determinada geneticamente.
D) o exerccio de atividades consideradas como parte da fisiologia
humana no reflete diferenas de cultura.
E) as tcnicas de obstetrcia da chamada civilizao ocidental so
mais evoludas e, por isso, deveriam ser imitadas pelos demais
povos.
03 - Diversidade cultural corretamente definida como:
A) Um modelo ideal da Antropologia, que, no entanto no
corresponde realidade das culturas humanas.
B) Caracterstica inata do ser humano, que o leva a ter um
comportamento nico para cada tipo de situao enfrentada.
C) Observao que comprova que todas as sociedades possuem uma
tendncia natural para evoluir.
D) A forma como a Antropologia pratica sua metodologia de
pesquisa, com o objetivo de garantir que nenhum grupo cultural
deixe suas tradies e prefira as mudanas ou inovaes.
E) Caracterstica do comportamento humano, que considera as
influncias do meio ambiente, da herana cultural e da histria do
povo de um local sobre o comportamento correspondente mdia
dos indivduos de um grupo social.
04 Leia o texto, em seguida responda: O autor esta correto em
suas afirmaes? Justifique a resposta.
Existem verdades para descobrir no domnio moral, mas nenhuma
cultura possui o monoplio destas verdades. As diferentes culturas
necessitam de aprender umas com as outras. Para que tomemos
conscincia dos erros e dos nossos valores, necessrio conhecer
como procedem as outras culturas, e de que forma reagem ao que
ns fazemos. Aprender com diferentes culturas pode ajudar-nos a
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corrigir os nossos valores e a aproximar-nos da verdade acerca do
modo como devemos viver.
A- Por que existem diferenas culturais?
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B - O etnocentrismo existe ainda hoje no Brasil? D exemplos.
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05 - No planeta Terra existe uma enorme diversidade cultural. As
diferentes comunidades humanas desenvolveram diferentes lnguas,
costumes, normas, valores, etc. Por isso, existem milhares de
culturas diferentes. Por vezes, as pessoas de uma sociedade no
respeitam as culturas de outras sociedades, consideram-nas
inferiores e atrasadas. A essa atitude chama-se
_________________ Este a atitude caracterstica de quem s
reconhece legitimidade e validade s normas e valores vigentes na
sua prpria cultura. As pessoas q