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LNGUA PORTUGUESA ELEMENTOS DE GRAMTICA1 - ACENTUAO GRFICA 1. Introduo: A acentuao se manifesta na lngua falada (marcada de forma automtica, com uma sutil elevao de voz) e na lngua escrita (decorrente da necessidade de marcar os vocbulos que, sem acento, poderiam ser lidos ou interpretados de outra forma). A acentuao grfica das palavras, portanto possibilita que elas sejam pronunciadas corretamente. 2. Regras de acentuao: 2.1.Palavras monosslabas tnicas: So acentuadas as que terminam em A (S), E (S),O (S). Ex.: ch, gs, ms, f, l, v-lo, ns, d, p-lo. 2.2.Palavras oxtonas: So acentuadas as que terminam em A (S), E(S), O(S), EM e ENS. Ex.: atrs, ser, Par, paj, convs, corts, av, av, aps, rob, exp-la, vintm, parabns. 2.3.Palavras paroxtonas: So acentuadas as que no terminarem em A (S), E (S), O (S), EM e ENS. Ex.: txi, tnis, bnus, vrus, frum, lbuns, bceps, frceps, rf, rgos, ms, til, amvel, fmur, trax, hfen, plen, pnei, reas. Observaes: a) Os prefixos, em i ou r no so acentuados: anti, semi, super, inter, etc.; b) A primeira vogal dos hiatos o(s), em acentuada: vo, enjos, crem (eles), dem (eles), lem (eles), vem(eles). 2.4.Palavras proparoxtonas: So acentuadas todas as palavras proparoxtonas. Ex.: mquina, tnico, cdigo, relssemos. 2.5.Ditongos EI, EU, OI: So acentuados os ditongos EI, EU, OI, quando forem abertos e tnicos. Ex.: anis, idia, trofu, vus, herico, heris, di (mas pasteizinhos, aneizinhos, anzoizinhos no so acentuados). 2.6.I e U como 2 vogal do hiato: So acentuados o I e U, 2 vogal do hiato,quando vierem sozinhos ou com S, forem tnicos e no estejam seguidos de NH. Ex.: mido (mi--do), bas (bas), pas (pa-s), razes (ra--zes). ( mas: bainha, moinho, rainha, raiz, Jair, ainda, saiu, Raul.) 2.7.Grupos QUE, GUE, QUE, QUI: A letra U destes grupos recebe trema se tiver pronncia tona (=fraca). Ex.: seqncia, tranqilo, agenta, argir, sagi; e recebe acento agudo se tiver pronuncia tnica (=forte) Ex.: apazige, argi, obliqe. 1

2.8.Verbos TER e VIR: Esses verbos levam acento na 3 pessoa do plural do presente do indicativo: eles tm e eles vm. Nas formas dos verbos derivados (manter, deter, conter, intervir, convir, provir, etc.) usa-se o acento agudo na 3 pessoa do singular do Presente do Indicativo e o acento circunflexo na 3 pessoa do plural: ele mantm / eles mantm, ele detm / eles detm, ele contm / eles contm, ele intervm / eles intervm, ele convm / eles convm, ele provm / eles provm. 2.9.Acento diferencial: pr (verbo) / por (preposio); pra (verbo) / para (preposio); pde (passado de poder) / pode (presente de poder); plo (substantivo) / plo (verbo) / pelo (preposio por+artigo o); plo (eixo, jogo) / plo (filhote de gavio); pla (verbo) / pela (preposio por+artigo a). ACENTUAO GRFICA (Ana Luiza Nazareno Ferreira) Como vou acentuar Tantas palavras assim? fcil, vou mostrar, Vamos ler at o fim Monosslabas tnicas como fao Para acentuar e aprender? Terminando em a, e, o, com s, ou sem s Ponho acento, no vou mais esquecer. P, ps, p, ps, p, ps Monosslabas so e vou acentuar Bem, bom, da, de, tu, si, lhe Tambm so, mas acento nelas nem pensar. Oxtonas, ai meu Deus, Venha logo me ajudar! Terminam em a, e, o, com s ou no, em, ens Tenho logo que acentuar. Caj, cajs, rap, raps, cip, cips, Tambm, parabns, acento vo levar. Piqui, tatu, oxtonas tambm so, Mas acento nelas nem pensar. As paroxtonas so mais fceis, Vamos ver como fazer: Se terminam em a, e, o com s, ou no, em, ens Acento nunca vo ter. Casa, santo, rede, homem, hifens So paroxtonas, mas no vou acentuar. Terminou diferente e desse grupo ? Com certeza acento vai levar. 2

As proparoxtonas esto no papo, Todas vou acentuar. I, U, vm no hiato, s ou com s? Acento neles vou colocar. E os ditongos eu, ei, e oi, que beleza! Se abertos, acento vo levar. O trema nos grupos que, gue, qui, gui. No u, tono e ouvido, tambm vou colocar. Eles vem, lem e crem Eu no mago, perdo e vejo o vo do pardal. Eles no vm e nada tm, Mas aprendem a regra gramatical. Se por aqui que ele vem Para pr ordem no salo, Ele pra, pois mais fcil Aprender as regras de acentuao. EXERCCIOS 1. Assinale a opo que apresenta erro de acentuao grfica: a) O jovem fez uma boa prova, mas algum f-lo sair rpido e preocupado. b) Neste nterim, o heri jogou o chapu ao japons que vendia aneizinhos plida viuvinha. c) Eu averiguei pessoalmente se fra lavrado o flagrante do delinquente e se ele ainda estava com o dolar suio que havia roubado. d) A funo dos juzes dar uma sentena justa queles rabes que vm fazendo balbrdia no circuito da Frmula 1. 2. Apenas uma alternativa est correta quanto acentuao grfica. a) Os refens presos na sana foram soltos quando os bacharis pagaram o resgate. b) O pelo do gato ficou prso nos anzizinhos dos indios daquela aldeia perto do p de bamb. c) Os professores mandaram por o album sbre a mesa perto da linguia. d) Convm que voc esclarea se v alguma falha no projeto que deixamos no frum. 3. Nos textos que se seguem, um h em que se omitiu o acento grfico em algumas palavras. Assinale-o. a) Vossa Excelncia intervm nas discusses dos usurios com idias irresistveis. b) O ru no pde explicar o porqu de sua ausncia quando foi chamado a depor. 3

c) As pessoas presentes na assembleia receberam vrios itens do programa e a incumbencia de analisa-los e difundi-los junto aos rgos pblicos. d) A verdadeira felicidade se constri de pequeninos atos que vm e vo sem que percebamos, preocupados que estamos em encontrar o paraso. 4. Assinale a alternativa que completa corretamente as frases: ICada qual fez como melhor lhe ___________. IIO que ___________ estes frascos? IIIOs tericos _____________ os conceitos. IVEles _____________ a casa do necessrio. convm, contm, revem, provem. convm, contm, revm, provm convm, contm, revem, provm. convm, contm, revm, provem Observe os textos abaixo. Depois assinale a opo correta. IEles retm informaes valiosssimas sobre o trofu roubado. IINinguem entendeu a rbrica do medico paranico. IIIAgentar o mau humor dos que s vem tragdia em tudo fcil quando no nos deixamos envolver pelo trgico. IVO carter dos heris no se mede pelos atos de herosmo, mas pela maneira como eles se mantm annimos. a) b) c) d) I, II e III esto corretas. Somente a II est errada. Esto corretas a II, III e IV. Todas esto corretas. ORTOGRAFIA 1. INTRODUO A maioria das dvidas sobre ortografia ocorrem porque, em portugus, existem determinados fonemas (=sons) que, dependendo da palavra, so representados por letras diferentes. Existem trs procedimentos que, em conjunto, podem ajudar a diminuir as dificuldades relativas grafia das palavras: conhecer as orientaes que vamos expor neste trabalho; consultar, sempre que necessrio, dicionrio; memorizar a grafia das palavras. 2. ORIENTAES ORTOGRFICAS 2.1. Emprega-se S (e no Z) 4

a) b) c) d) 5.

Nos sufixos s ,- esa,- esia,- isa, quando o radical substantivo ou em gentlicos, ttulos nobilirquicos e profisso. Exemplos: burgus, burguesa, burguesia, (burgo); maresia (mar); poetisa (poeta); japons, japonesa; portugus, portuguesa; baronesa, duquesa, marqus. Em verbos terminados em isar derivados de palavras que tm S no final do radical. Aqui se acrescenta a desinncia verbal ar. Exemplos: aviso avisar; friso frisar; liso alisar; anlise analisar; pesquisa pesquisar. Nos sufixos gregos ase, - ese, - ise, - ose. Exemplos: metstase, catequese, hemoptise, glicose. Depois de ditongo. Exemplos: pouso, coisa, deusa, pausa, maisena, lousa. Nas formas verbais de PR e QUERER. Exemplos: pus, ps, compuseram, dispusestes, quis, quiser, quisera. Nos nomes relacionados a verbos cujos radicais terminam em D. Exemplos: aluso (aludir), decisiva (decidir), empresa (empreender), difusora (difundir). Nas palavras terminadas em s. Exemplos: convs, revs, invs, atravs. (Exceo: dez) Em diminutivos cujo radical termine em S. Exemplos: Luisinho (Lus), Teresinha (Teresa), Rosinha, Rosita (Rosa), vasinho (vaso). Nos sufixos oso, osa. Exemplos: bondoso, bondosa, feioso, gostosa. Em muitas outras palavras Exemplos: sia, atrs, gs, gasolina, psames, fusvel, espontneo, querosene, cs, obsquio, tesoura, etc. 2.2. Emprega-se Z (e no S) Nos sufixos ez,- eza, das palavras derivadas de adjetivos. Exemplos: altivez (altivo), surdez (surdo), rapidez (rpido), nitidez (ntido), leveza (leve), nobreza (nobre), beleza (belo), riqueza (rico), singeleza (singelo). Na terminao izar dos verbos derivados de palavras sem S na ltima slaba. Exemplos: utilizar (til), atualizar (atual), otimizar (timo), finalizar (final), traumatizar (trauma), amenizar (ameno). Como consoante de ligao, ligando a palavra ao sufixo. Exemplos: pazada (p-ada), pezinho (p-inho), cafezal (caf-al), caquizeiro (caqui-eiro), canzarro (co-arro), cozito (co-ito), pazona (p-ona), mozorra (mo-orra), pezudo (p-udo). OBSERVAO: 1. Quando o radical termina em S, o Z no usado. Exemplos: lapisinho (lpis-inho), mesada (ms-ada), sisudo (sis(o)-udo). 5

2. Quanto ao plural, s conservaro o S os vocbulos diminutivos que j o possuam no seu radical. Exemplos: chinesinho (chins), adeusinho (adeus), lapisinho (lpis). Do contrrio, o S, como marca de plural, desaparece no meio da palavra, dando lugar apenas ao Z. Exemplos: caracoizinhos (caracolzinho caracol caracis), coraezinhos (coraozinho corao coraes), animaizinhos (animalzinho animal animais). Nas terminaes az, - ez, - iz, - oz, - uz, correspondentes a formas latinas. Exemplos: rapaz, capaz, dez, feliz, feroz, luz. Em vocbulos de origem rabe, oriental e italiana. Exemplos: azfama, alazo, algazarra, azeite, vizir, Azambuja, xadrez, bizantino, ojeriza. Em muitas outras palavras. Exemplos: buzina, baliza, granizo, azia, gozai, azedo, desprezo, talvez, fuzil, etc. 2.3. Homnimos e Parnimos Asado: que tem asas / Azado: oportuno Asar: guarnecer com asas / Azar: m sorte Coser: costurar /Cozer: cozinhar Fsil: que se pode fundir / Fuzil: carabina Revisar: rever: corrigir. / Revezar: substituir alternadamente Vs: forma de verbo ver. / Vez: ocasio s: carta de jogo; pessoa notvel. / Az: esquadro Vs: pronome pessoal / Voz: som da laringe.

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2.4.

Emprega-se S (e no C ou ) a) Em nomes relacionados a verbos cujos radicais terminam em ND, RG, RT, PEL, CORR e SENT. Exemplos: pretenso (pretender), expanso (expandir), ascenso (ascender), asperso (aspergir), submerso (submergir), inverso (inverter), diverso (divertir), impulso (impelir), compulsrio (compelir), repulsa (repelir), recurso (recorrer), discurso (discorrer), sensvel (sentir), consensual (consentir). b) Em muitas outras palavras. Exemplos: ganso, dorso, nsia, cansar, utenslio, farsa, comparsa, etc.

2.5.

Homnimos e Parnimos Cegar: fazer perder a vista / Segar: ceifar, cortar. Cela: aposento / Sela: arreio de cavalgadura Celeiro: depsito de provises / Seleiro: fabricante de selas Cenrio: decorao de teatro / Senrio: que consta de seis unidades Censo: recenseamento / Senso: juzo claro Censual: relativo ao censo / Sensual: relativo aos sentidos Ctico: que ou quem duvida / Stico: que causa infeco Cerrao: nevoeiro espesso / Serrao: ato de serrar Cerrar: fechar / Serrar: cortar Incerto: duvidoso / Inserto: includo Incipiente: principiante / Insipiente: ignorante Inteno ou teno: propsito / Intenso ou tenso: intensidade Cervo: veado / Servo: servente Cessao: ato de cessar / Sessao: ato de sessar Cessar: interromper / Sessar: peneirar Crio: vela grande de cera / Srio: da Sria Cesta: utenslio de vara, com asas / Sesta: hora de descanso / Sexta: ordinal feminino de seis.

2.6.

Emprega-se SS (e no C ou ) a) Em nomes relacionados com verbos cujos radicais terminem em GRED, CED, PRIM ou com verbos terminados por TIR e METER. Exemplos: agressivo (agredir), regresso (regredir), cesso (ceder), excesso (exceder), processo (proceder), impresso (imprimir), opresso (oprimir), admisso (admitir), percusso (percutir), submisso (submeter), promessa (prometer). b) Dobra-se o S (SS) quando a uma palavra iniciada por S se junta um prefixo terminado por vogal. Exemplos: assistemtico (a- sistemtico), ressurgir (resurgir), pressentir (pr-sentir). c) Em muitas outras palavras. 7

2.7.

Exemplos: dossel, pssego, assessor, secesso, sossego, massagista, etc. Emprega-se C ou (e no S ou SS) a) Aps ditongos. Exemplos: loua, coice, feio, traio, calabouo. b) Nos derivados de palavras em TO e em nomes relacionados com verbos terminados em TER. Exemplos: ao (ato), infrao (infrator), iseno (isento), absoro (absorto), absteno (abster), deteno (deter), reteno (reter). c) Em vocbulos de origem rabe, tupi, africana ou extica. Exemplos: cetim, aucena, acar, muulmanos, paoca, caiara, cip, Iguau, Juara, mianga, caula, cacimba, cachaa, cacique. d) Nos sufixos aa, - ao, - ao, - ar, - ecer, ia, - io, - na, ua, - uo. Exemplos: barcaa, ricao, armao, aguar, amanhecer, carnia, canio, esperana, carapua, dentuo. e) Em muitas outras palavras. Exemplos: danar, buo, soobrar, danarina, etc.

2.8.

Homnimos e Parnimos Acento: sinal grfico / Assento: lugar onde a gente se assenta Acessrio: que no fundamental / Assessrio: relativo ao assessor Aprear: marcar ou ver o preo de / Apressar: tornar rpido Caar: perseguir a caa / Cassar: anular Empoar: formar poa / Empossar: dar posse a Cesso: doao / Seo: corte, diviso. / Sesso: reunio. Pao: palcio / Passo: passada Ruo: pardacento, grisalho. / Russo: natural da Rssia Decertar: lutar / Dissertar: discorrer

2.9.

Emprega-se G (e no J) a) Nas terminaes agem, - igem, - ugem, - ege, - oge, gio, - gio, - gio, - gio, - gio. Exemplos: coragem, vertigem, ferrugem, herege, paragoge, adgio, sortilgio, vestgio, relgio, refgio, viagem (s.). (Excees: pajem e lajem) b) Nos verbos em -GER e GIR. Exemplos: eleger, proteger, fingir, fugir. c) Em muitas outras palavras. Exemplos: gengibre, tigela, monge, esfinge, lgebra, gengiva, gria, sargento, geringona, etc.

2.10. Emprega-se J (e no G) a) Nas formas verbais dos verbos terminados em jar. 8

Exemplos: viajei, viajem, (de viajar), esbanjem (de esbanjar), trajem (de trajar). b) Em palavras derivadas de outras cuja ltima slaba ja. Exemplos: cerejeira (cereja), gorjeta (gorja), lojista (loja). c) Em inmeras outras palavras. Exemplos: jil, jeito, majestade, sarjeta, jibia, alforje, paj, jenipapo, berinjela, jirau, canjica, etc. 2.11. Emprega-se X (e no CH) a) Depois de ditongo Exemplos: caixa, feixe, peixe, frouxo, rouxinol. (Exceo: recauchutagem). b) Depois de EN e ME. Exemplos: enxame, enx, enxuto, enxoval, mexer, mexicano, mexerico, mexilho. (Exceo: encher e seus derivados; mecha e se a palavra primitiva j comea com ch: encharcar (charco), enchiqueirar (chiqueiro).). c) Em muitas outras palavras. Exemplos: taxa (valor), caxumba, rixa, bruxa, bexiga, xingar, puxar, xerife, xereta, muxoxo, xampu, lagartixa, xcara, maxixe, etc. 2.12. Emprega-se CH (e no X) a) Em palavras de origem latina, francesa, espanhola, italiana, alem, inglesa e rabe. Exemplos: chave, chaveiro, chumbo, chassi, chuchu, mochila, espadachim, salsicha, chope, checar, sanduche, azeviche. b) Em inmeras outras palavras. Exemplos: broche, charque, ficha, flecha, inchar, cochichar, chuchu, pechincha, piche, penacho, chimarro, etc. 2.13. Homnimos e Parnimos Brocha: prego curto de cabea longa e chata. / Broxa: pincel Bucho: estmago de animais / Buxo: arbusto ornamental Cacho: fervura / Caixo: caixa grande; fretro. Cachola: cabea / Caixola: pequena caixa Ch: arbusto; infuso. / X: ttulo de soberano no Oriente Chcara: quinta / Xcara: narrativa popular em verso Cocha: gamela / Coxa: parte da perna Luchar: sujar / Luxar: descolar, desconjuntar; ostentar luxo. Cocho: vasilha feita com um tronco de madeira escavada / Coxo: aquele que manca. Tacha: pequeno prego / Taxa: imposto, preo. Tachar: censurar / Taxar: estabelecer o preo ou o imposto.

2.14. Emprega-se E (e no I) 9

Na 1, 2 e 3 pessoas do presente do subjuntivo e na 3 pessoa do singular do imperativo dos verbos terminados em uar. Exemplos: cultue, cultues (cultuar); efetue, efetues (efetuar); habitue, habitues (habituar). Em muitas outras palavras. Exemplos: arrepiar, candeeiro, cumeeira, cdea, campeo, destilar, disenteria, empecilho, quase, sequer, chatear, irrequieto, etc. 2.15. Emprega-se I (e no E) Na 2 e 3 pessoa do singular do presente do indicativo e na 2 do singular do imperativo dos verbos terminados em uir. Exemplos: possuis, possui (possuir); diminuis, diminui (diminuir); concluis, conclui (concluir); poluis, polui (poluir). Em muitas outras palavras. Exemplos: criar, crnio, hilaridade, inigualvel, impigem, meritssimo, privilgio, ptio, silvcola, pinicar, etc. 2.16. Parnimos Arrear: pr arreios a / Arriar: abaixar. Deferimento: concesso / Diferimento: adiamento. Deferir: conceder / Diferir: adiar. Delatar: denunciar / Dilatar: retardar, estender. Descrio: representao / Discrio: reserva. Descriminar: inocentar / Discriminar: distinguir. Despensa: compartimento / Dispensa: desobriga. Destratar: insultar / Distratar: desfazer (contrato). Emergir: vir tona / Imergir: mergulhar. Emigrante: o que sai do prprio pas / Imigrante: o que entra em pas estranho. Eminente: alto, excelente. / Iminente: que ameaa cair ou correr. Emitir: lanar fora de si / Imitir: fazer entrar. Enformar: incorporar, meter em frma. / Informar: avisar. Lenimento: suavizante / Linimento: medicamento para frices. Recrear: divertir / Recriar: criar de novo.

2.17. Emprego do O Capoeira, mbolo, focinho, goela, mgoa, molambo, bolo, poleiro, polir, etc.

2.18. Emprego do U Ao lu, bueiro, bulioso, bulir, chuvisco, embutir, ngua, jabuti, jabuticaba, tbua, mngua, tabuada, etc.

2.19. Parnimos Assoar: limpar (o nariz) / Assuar: vaiar. 10

Comprido: longo / Cumprido: executado. Comprimento: extenso / Cumprimento: saudao. Costear: navegar junto costa / Custear: prover as despesas. Insolao: exposio ao sol / Insulao: isolamento. Pontear: marcar com ponto / Pontuar: empregar a pontuao. Soar: produzir som / Suar: transpirar. Sortir: abastecer / Surtir: originar. Torvo: enfurecido / Turvo: opaco, toldado. Vultoso: volumoso / Vultuoso: congesto na face.

2.20. Emprego do grupo SC Abscissa, abscesso, adolescente, ascenso, ascensorista, conscincia, descendente, descer, descentralizar, resciso, disciplina, discpulo, issceles, nascer, obsceno, oscilao, piscina, etc.

2.21. Homnimos e Parnimos Acender: pr fogo a. / Ascender: subir. Decente: decoroso, limpo; / Descente: que desce. Discente: relativo a aluno; / Docente: relativo professores. USO DOS PORQUS A palavra porqu, conforme sua posio e seu significado, aparece escrita de quatro maneiras diferentes: POR QUE, POR QU, PORQUE e PORQU. POR QUE Por que (=por que motivo, pelo qual, o motivo pelo qual) empregado: a) no incio de frases interrogativas diretas ou indiretas; b) quando se subentende a palavra motivo, razo, etc.; c) em substituio expresso pelo qual e suas variaes; d) e depois das palavras da e eis. Exemplos: Por que ele voltou? Eu no sei por que ele voltou. Afinal chegou o dia por que eu tanto esperei. Eis por que no quis te chamar. POR QU Por qu (=por qual motivo) usado no final das frases interrogativas diretas ou indiretas. Exemplos: Voc no veio por qu? Joo, voc no vai sair hoje. Por qu? Ele no veio e no disse por qu. PORQUE Porque (=porquanto, por causa que, pois) usado em lugar de por causa que, introduzindo uma explicao, uma causa ou uma conseqncia. Exemplos: Voltamos porque choveu. 11

a

Andem depressa, porque o nibus vem vindo. Faa os exerccios porque seno voc no sai. Achei Paulo meio triste. Ser porque brigou comigo? PORQU Porqu (=motivo ou indagao) substantivo e admite artigo ou pronome adjetivo. Exemplos: No sei o porqu de teu entusiasmo. Procurava resposta aos teus porqus. EMPREGO DO HFEN Alm de seu emprego na partio das palavras em final de linha, o hfen separa palavras compostas por justaposio, pronomes tonos enclticos e mesoclticos das formas verbais, pronomes enclticos lo, la, los, las dos pronomes nos e vos e da palavra eis e alguns prefixos nas palavras derivadas por prefixao. Estudaremos o emprego do hfen e os prefixos. 1) Prefixos que Sempre Exigem Hfen Alm, aqum, sem, ps, pr, pr, recm, vice, ex (=j foi), etc. Exemplos: alm-mar; aqum-fronteira; sem-vergonha; semcerimnia; ps-moderno; pr-natal; pr-natureza; recm-casado; vicereitor; ex-presidente. 2) Prefixos e Elementos que Nunca Admitem Hfen Acro, aero, anfi, audio, bio, ego, eletro, endo, filo, gastro, cis, hemi, hetero, hidro, in, intro, peri, pos, pre, pro, re, socio, trans, tri, etc. Exemplos: acromegalia, aeroporto, anfiteatro, audiovisual, bioqumica, egocntrico, eletrocardiograma, endodontia, filsofo, gastrofaringite, cisplatino, hemisfrio, heterossexual, hidroavio, injustia, introverter, permetro, pospor, preexistir, procriar, retomar, socilogo, transpor, tricampeo. 3) Prefixos que Aceitam ou no Hfen H prefixos que, dependendo da palavra que os segue, aceitam ou no hfen. Nesse caso, o hfen s poder ocorrer, se vier seguido de uma palavra iniciada por VOGAL, H, R, S (horas). Se a palavra comear por outra letra, no haver hfen. a) Prefixos que devem ser separados por hfen antes de palavras que comeam por H, R, S ou VOGAL. Auto, contra, extra, infra, intra, neo, proto, pseudo, semi, supra, ultra. Exemplos: auto-estima, auto-retrato, contra-regra, contra-senso, extra-oficial, infra-social, intra-uterino, neo-socialista, proto-histrico, pseudo-sbio, semi-reta, supra-renal, ultra-som. (Exceo: Extraordinrio). b) Prefixos que devem ser separados por hfen antes de palavras que comeam por H, R ou S. Ante, anti, arqui, sobre. Exemplos: ante-sala, anti-heri, arqui-rival, sobrehumano 12 usado como

(Excees: sobressair, sobressalta, antissptico (ou anti-sptico)

sobressalente,

c) Prefixos que devem ser separados por hfen antes de palavras que comeam por H ou R. Hiper, inter, super. Exemplos: hiper-helnico, inter-racional, superhomem. d) Prefixos que devem ser separados por hfen antes de palavras que comeam por H ou VOGAL. Circum, mal, pan. Exemplos: circum-hospitalar, mal-educado, malhumorado, pan-americano. e) Prefixos que devem ser separados por hfen antes de palavras que comeam por R. Ab, ad, ob, sob, sub. Exemplos: ab-rogar, ad-rogar, ob-repo, sob-roda, sub-reino. (Observao: O prefixo sub tambm exige hfen se a palavra comear por b. Ex.: sub-base, subbibliotecrio.) EXERCCIOS Assinale a opo em que h erro quanto grafia de algumas palavras. O gerente participou de um concerto de violinos na ante-sala do x da Prsia. No momento azado haver quem nos tire dessa cerrao que no sabemos por que comeou to de repente e nos deixou to mal-humorados. No me responderam porque chegaram tarde, sem o enchoval solicitado. Comeou uma discuo sem motivo e me deixou de sobre-aviso. O homem submisso no nos agrada porque para ns isto empecilho nossa felicidade. Apenas uma opo no apresenta erro. Assinale-a: O menino entrou em casa enxarcado, molhando o tapete, mas feliz por que tinha conseguido fazer seu autorretrato. Tu possues o dom de adivinhar e no fazes siquer uma pequena demonstrao para ns. O pseudo-sbio quiz usar do previlgio de ser um iminente astrlogo para torvar o ambiente antes to calmo. O neo-socialista investiu seus recursos de forma decente, bem diferente do seu arquiinimigo, o subchefe da empresa, que se insulou e no custeou as despesas assumidas.

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Assinale a alternativa que completa corretamente a frase: Com a chuva torrencial, furiosas _______e ribeires ________ no rio, inundando a estrada que o ____________ e __________ toda a plancie. enxurradas desguam margeia empoando enchurradas desagam margeia empoando enxurradas desagam marjeia empossando enchurradas desguam marjeia empoando Considerando o uso apropriado do termo grifado, identifique em que sentena do dilogo abaixo h um erro de grafia: Por que voc no veio ontem? Voc quer mesmo saber o por qu ? Claro. A verdade o princpio por que me oriento. Pois, acredite, eu no sei por que no vim ontem. Identifique a alternativa em que todas as lacunas seriam corretamente preenchidas com a letra indicada em cada caso: x: en_ugar, en_ada, rou_inol, mi-aria, bre-a. z: polemi_ar, sensate_, di_imar, atr_, pre_ar, s: qui_er, pu_er, atrav_, ob_quio, miude_a, ch: en_ente, pi_ar, _u_u, bro_e, en_arcar. VERBOS Verbo a palavra que, por si s, indica um fato (em geral ao, estado, ou fenmeno) e situa-o no tempo. a palavra varivel em nmero, pessoa, modo, tempo e voz, que indica um processo, no tempo alguma coisa que acontece ou ; que aconteceu ou foi; que acontecer ou ser. Para se redigir empregando corretamente as formas verbais, existem alguns aspectos tericos e outros prticos cujo conhecimento importante. Vejamos os principais: 1. CONJUGAO VERBAL Existem trs conjugaes verbais: a primeira, verbos terminados em ar (amar, pensar, etc.); a segunda, verbos terminados em er (vender, comer, etc.); a terceira, verbos terminados em ir (partir, sair, etc.) 2. PESSOAS H trs pessoas (1, 2 e 3), abordadas em duas situaes: singular e plural 3. MODO E TEMPOS Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato realizar-se. So trs: indicativo (exprime um fato certo, real, positivo); subjuntivo (exprime fato possvel ou duvidoso); imperativo (expressa ordem, conselho, pedido). 14

Os tempos situam a poca ou o momento em que se verifica o fato. H trs tempos: presente (fato ocorrido no momento em que se fala); pretrito (fato ocorrido antes); futuro (fato que ocorrer depois). Observao: O pretrito subdivide-se em: perfeito (ao acabada); imperfeito (ao inacabada no momento a que se refere a narrao); mais-que-perfeito (ao acabada, ocorrida antes de outro fato passado). O futuro subdivide-se em: futuro do presente (refere-se a um fato imediato e certo); futuro do pretrito (pode indicar condio, referindo-se a uma ao futura, vinculada a um momento j passado). 4. FORMAS NOMINAIS Chamam-se formas nominais, porque alm do valor verbal, podem ter a funo de nomes (substantivo, adjetivo e advrbio). So trs: infinitivo (impessoal e pessoal), particpio e gerndio. 5. VOZES VERBAIS Voz do verbo a forma que o verbo assume para indicar que a ao verbal praticada ou recebida pelo sujeito. So trs as vozes verbais: ativa, passiva e reflexiva: a) voz ativa: o sujeito o agente, isto , produz a ao. Exemplos: O homem saiu. Ela fez a prova. b) voz passiva: o sujeito paciente, isto , recebe a ao. Ela se apresenta sob duas formas: passiva analtica (verbo auxiliar + particpio). Exemplo: A prova foi feita por ela. Passiva sinttica ou pronominal (verbo transitivo direto acompanhado do pronome apassivador se). Exemplos: Alugam-se casas. Entrega-se flor. Observao: Muito raramente, surgem formas passivas com outro pronome que no seja o se. Exemplos: Batizei-me na Igreja (= Fui batizado); Tu te chamas Sara (= Tu s chamada) 6. FORMAO DOS TEMPOS As formas primitivas so aquelas que do origem a outras (formas derivadas). So as seguintes: Presente do Indicativo a) Do radical da 1 pessoa do singular forma o presente do subjuntivo e, deste ltimo, a 3 pessoa do singular e a 1 e a 3 pessoa do plural do imperativo afirmativo e todo o imperativo negativo. Exemplos: Eu caibo (verbo caber 1 pessoa do singular), Que eu caiba, que tu caibas, etc. (Subjuntivo presente), Caiba voc, caibamos ns, caibam vocs (Imperativo afirmativo), No caibas tu, no caiba voc, no caibamos ns, etc. (Imperativo negativo). b) Da 2 pessoa do singular e plural, menos o s, forma a 2 pessoa do singular e plural do imperativo. Exemplo: Tu cabes,

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vs cabeis (Presente do Indicativo) , Cabe tu, Cabei vs (Imperativo afirmativo). Pretrito Perfeito do Indicativo Suprimindo-se a desinncia nmero-pessoal da 2 pessoa do singular, - ste, temos o tema, que acrescido das respectivas desinncias modo temporais e nmero pessoais, formar o mais-que-perfeito (-ra), o imperfeito do subjuntivo (-sse) e o futuro do subjuntivo (-r,-re). Exemplos: Tu coubeste (2 pessoa do singular ste fica o tema coube): eu coubera (mais-que-perfeito); se eu coubesse (imperfeito do subjuntivo); quando eu couber, quando tu couberes (futuro do subjuntivo). Infinitivo Impessoal O tema do infinitivo obtm-se pela supresso da desinncia final r. Com esse tema, acrescido das respectivas desinncias, conseguimos as formas derivadas. Assim: a) Pretrito Imperfeito do Indicativo: * 1 conj: -VA; 2 e 3 conj: -IA. Exemplos: Cantar (-r : Canta): Cantava; Vender (-r: Vende): Vendia (assimilao da vogal temtica e); Partir (-r: Parti): Partia (crase da vogal temtica i). b) Futuro do Presente do Indicativo * A desinncia modo-temporal do Futuro do Presente rei (-re) ou ra. Exemplos: amar (-r: ama): amarei; amars, amaremos; caber (-r: cabe): caberei. cabers, caberemos; sair (-r: sai): sairei, sairs, sairemos. c) Futuro do Pretrito do Indicativo * A desinncia modo-temporal do Futuro do Pretrito RIA. Exemplos: amar (-r: ama): amaria; caber (-r: cabe): caberia; sair (-r: sai): sairia. Observao: Os verbos terminados em zer, como FAZER, TRAZER, e DIZER perdem essa terminao no futuro do presente e futuro do pretrito, ficando o tema em FA, TRA e DI: farei, faria, trarei, traria, direi, diria, etc. d) Gerndio A desinncia do Gerndio NDO. Exemplos: amar (-r: ama): amando; vender (-r: vende): vendendo; partir (-r: parti): partindo. e) Infinitivo Pessoal A desinncia do infinitivo pessoal R ou RE. . Exemplos: cantar (-r: canta): cantar, cantares; saber (-r: sabe): saber, saberes; vestir (-r: vesti): vestir, vestires. f) Particpio Passado Regular A desinncia do particpio passado regular DO. Exemplos: voltar (-r: volta): voltado; vender (-r: vende): vendido (na 2 conjugao a vogal temtica e se transforma em i); partir (-r: partir): partido. 7. NMERO

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Quanto ao nmero de pessoas em que os verbos so empregados, eles classificam-se em: unipessoais, impessoais e pessoais. plural) e so:

1. Unipessoais: emprega-se s na 3 pessoa (singular e

a) os verbos que se referem a vozes de animais: Exs.: O co late. Os sapos coaxavam b) Os verbos que indicam necessidade, convenincia, sensao, costume: Exs.: Urgem as providncias cabveis. Pareceume que ele sorria. Convm que fiques aqui. Isso si acontecer sempre. c) Os verbos concernir, acontecer, grassar, assentar, constar, conforme os seguintes exemplos: Aconteceu o que eu temia. As epidemias grassavam na regio. O exemplo no concerne ao caso. O livro consta de duas partes. Os vestidos lhe assentavam bem.

2. Impessoais: so os verbos que no possuem sujeito e, por isso, so conjugados s na 3 pessoa do singular. So os seguintes:a) Os verbos que exprimem fenmenos da natureza, como: anoitecer, amanhecer, chover, nevar, relampejar, trovejar, ventar, etc. Exemplos: Nunca nevou nesta cidade. Ventou muito noite. b) Verbo haver no sentido de existir; fazer quando indica tempo decorrido ou situao de tempo; estar, quando indica situao de tempo; ser quando indica tempo. Exs.: sempre haver ricos e pobre. Faz dez anos que sa. Fazia muito calor. Est quente. So duas horas (usado no plural, porque concorda com o predicativo). c) Certos verbos que indicam necessidade, convenincia ou sensao, quando regidos de preposio, em frases do tipo: Basta de provocaes ! Di-me do lado direito. Chega de lamrias. 3. Pessoais: so os verbos conjugados nas diversas pessoas. Exemplos: Eu amei. Tu brincas. Ele far tudo. Ns estamos bem. Eles cantariam. 8. FLEXO Quanto flexo, os verbos podem ser: regulares, irregulares, anmalos, defectivos e abundantes. a) Regulares so os verbos que se conjugam sem sofrerem, em nenhuma de suas formas, alterao do radical. Exemplos: Amar (amo, amei, amarei, ame, etc.) vender (vendes, venderia, vendssemos, etc.); partir (partiram, partes, partirdes, partiste, etc.) b) Irregulares so os verbos que, ao serem conjugados, sofrem alterao no radical. Exemplos: caber (caibo, coube, coubesse, etc); dizer (digo, disse, direi, etc.) c) Anmalos so os verbos que apresentam profundas irregularidades. So eles: estar, haver, ir, pr, ser, ter e vir. Foram assim classificados pela Nomenclatura Gramatical Brasileira. 17

d) Defectivos so os verbos que no so conjugados em todas as pessoas, tempos ou modos: Exemplos: reaver, combalir, precaver-se, remir, falir, abolir, demolir, etc. e) Abundantes so os verbos que possuem dois particpios, um regular e outro irregular. Exemplos: aceitar (aceitado, aceito); acender (acendido, aceso); completar (completado, completo); benzer (benzido, bento), expulsar (expulsado, expulso); pagar (pagado, pago); imprimir (imprimido, impresso); morrer (morrido, morto); ganhar (ganhado, ganho); gastar (gastado, gasto); etc. Observaes: 1- Usam-se, com o particpio regular, os verbos ter e haver e, com o particpio irregular, os verbos ser e estar. Exemplos: Ela tinha enxugado a loua. A travessa j est enxuta. Ele havia expulsado o aluno. O aluno foi expulso da aula. 2- O verbo imprimir possui dois particpios quando significa gravar. No sentido de produzir movimento, usa-se apenas o particpio regular. Exemplos: O livro foi impresso em Lisboa. Enorme velocidade foi imprimida pelo motorista. 3 Alguns verbos tm um nico particpio irregular, no sendo, portanto, abundantes. So eles: abrir (aberto), cobrir (coberto), dizer (dito), escrever (escrito), fazer (feito), pr (posto), ver (visto), vir (vindo) e os seus derivados. AMAR EM TEMPO DE VERBO (Ana Luiza Nazareno Ferreira) Hoje eu te AMO, Ontem eu te AMEI E amanh te AMAREI mais ainda. Eu j te AMAVA desde muito E te AMARA num passado que hoje. E creio: te AMARIA sempre Se j no te AMASSE tanto. Que eu te AME E tu me AMES, isto certo. Quando eu te AMAR mais ainda ? impossvel. Pois me parece que dizer: AMA-ME, 18

No necessrio. AMAR a mim o que fazes; AMAR a ti o que fao; E AMANDO num sempre ser AMADO na eternidade. COLOCAO PRONOMINAL Os pronomes pessoais oblquos tonos ligam-se ao verbo e podem, dependendo de certos fatores, ocupar trs diferentes posies: Antes do verbo (prclise): Eu te amo; No meio do verbo (mesclise): Amar-te-ei; Depois do verbo (nclise): Amo-te. PRCLISE Usa-se a prclise quando h: a) Palavras de sentido negativo. Exs.: No me esqueas. Jamais te enganei. b) Pronomes relativos. Exs.: O jovem que me deu o livro saiu. Escuta quem fala. c) Pronomes indefinidos. Exs.: Algum te convidou. Tudo me alegra. d) Pronomes demonstrativos. Exs.: Isto me incomoda. Este nos pediu primeiro. e) Advrbios no seguidos de vrgula. Exs.: Aqui me sinto bem. Hoje te vi alegre. f) Conjunes subordinativas. Exs.: Quando nos viram, era tarde. Todos sabem que te amo. g) Gerndio precedido da preposio em. Exs.: Em se tratando de ti, tudo possvel. Em se anunciando o editor, ofereceu-nos um exemplar. h) Frases optativas com o sujeito anteposto ao verbo. Exs.: Deus nos proteja. Bons ventos a tragam. i) Frases exclamativas iniciadas por expresses exclamativas. Exs.: Como te exibes ! Quanta mentira se contou ! j) Frases interrogativas iniciadas por uma vocbulo interrogativo. Exs.: Quem te contou isto ? Quando nos veremos ? l) Infinitivo pessoal regido de preposio. Exs.: Ao se sentirem ameaados, fugiram. Por se considerarem bons, fizeram logo a prova.

MESCLISE 19

Usar-se- a mesclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretrito e a prclise no for obrigatria (mesclise proibida); e no houver sujeito expresso, anteposto ao verbo (mesclise facultativa). Exs.: Ver-te-ei amanh. Contar-vos-ia, se soubesse. Am-lo-ei sempre. MAS: No nos faro mal (palavra negativa: mesclise proibida). O amor te far feliz. O amor far-te- feliz. (Sujeito expresso anteposto ao verbo: mesclise facultativa). NCLISE Usa-se a nclise quando o verbo est: a) Iniciando frase. Exs.: Olhou-nos e saiu. Mostrava-me tudo. b) No imperativo afirmativo. Exs.: Por favor, diga-lhe que sa. Mexam-se, jovens ! Levanta-te depressa ! c) No infinitivo impessoal. Exs.: V-lo o meu desejo. Esperar-te sempre bom. d) No gerndio. Exs.: Vendo-nos, ficou feliz. Ouvindo-te agora, fiquei alegre. OBSERVAES: 1 O futuro do presente, o futuro do pretrito e o particpio no aceitam a nclise. 2 Nas oraes principais, coordenadas ou absolutas, a prclise ou a nclise so facultativas. Exemplos: Eu te adoro. Eu adoro-te. 3 Com os infinitivos impessoais, precedidos de preposio ou locuo prepositiva, a prclise ou a nclise so facultativas. Exemplos: Tudo fez para agradar-te. Tudo fez para te agradar. NOTA: A nclise, porm, usada, quase que exclusivamente, com os pronomes o,a,os,as e as preposies a e por regendo infinitivo impessoal. Exemplos: Continuou a am-lo. Tudo fez por consegui-lo. 4 Quando a pessoa verbal termina por r, s ou z e vamos acrescentar os pronomes oblquos o, a, os, as, cortam-se aquelas consoantes e empregamos as formas lo,-la,-los,las. Essa regra vlida tambm para os verbos partidos (futuro do presente e futuro do pretrito). Exemplos: envi-lo (enviar+o); observamo-lo (observamos+o); amamo-la (amamos+a); fi-lo (fiz+o); mostr-lo-ei (mostrar+o+ei); cont-lo-ia (contar+o+ia). 5 Quando a pessoa verbal termina por ditongo nasal (M, o ou e) e vamos acrescentar os pronomes oblquos o, a, os, as, coloca-se n antes do pronome oblquo. Exemplos: levamno (levam+o); do-no (do+o); repe-no (repe+o). 6 Por uma questo de eufonia, corta-se o s final das formas verbais que se assemelham aos seguintes casos (1 pessoal do plural): Subscrevemo-nos (subscrevemos+nos); firmamo-nos (firmamos+nos); conservemo-nos (conservemos+nos). PRONOME OBLQUO NAS LOCUES VERBAIS 20

a) Verbo auxiliar + infinitivo ou gerndio. a. Se no houver palavra que exija prclise, o pronome oblquo poder ser colocado antes ou depois do verbo auxiliar ou depois do infinitivo ou gerndio. Exs.: Ns lhe devemos dizer tudo. Ns devemos-lhe dizer tudo. Ns devemos dizer-lhe tudo. Ele se vem aplicando. Ele vemse aplicando. Ele vem aplicando-se. b. Se houver palavra que exija prclise, o pronome oblquo poder ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do infinitivo ou gerndio. Exs.: No lhe devemos dizer tudo. No devemos dizer-lhe tudo. Ele no lhe est falando. Ele no est falando-lhe. b) Verbo auxiliar + particpio. a. O pronome oblquo vir antes ou depois do auxiliar, nunca depois do particpio. Exs.: O fato me tem desagradado. O fato tem-me desagradado. Ele no tem visto. EXERCCIOS 1 Assinale a flexo verbal incorreta: a) b) c) d) e) a) b) c) d) e) Se Se Se Se Se vir o tal colega, falar-lhe-ei. eu pr o verbo no plural, erro de novo. eu vier cedo, aguardo-o. a duplicata estiver certa, paguem-na. eu for tarde, esperem-me.

2 Assinale a nica alternativa em que h erro de flexo verbal: Quando eu o vir, acertarei as contas. Se ele propor um aumento, direi que no podemos. O governo interveio na regio. Os funcionrios vm aqui hoje. Na tentativa de solucionar o problema, eles se desavieram.

3 Em apenas uma das frases a forma verbal est incorreta. Assinalea: Desejo que me ouais com ateno. Se eles se precavessem, no sofreriam o acidente. Se intervissem, o conflito cessaria. No odieis vosso irmo. Tr-lo-ei assim que mo pedires. 4 Corrija se necessrio: Maneco interviu a tempo. Atualmente eu mobilio a casa. necessrio que voc averige a questo. Se vos pedem para fazer o trabalho, faais. Por haver aceito as normas foi aceitado na empresa. Quando voc vir aqui novamente, mostrarei a minha casa. Hoje no viemos aqui para brincar. Ele no quiz fazer o servio a que se propora. 21

5 Assinale a opo que completa os espaos: Vi, mas no ____; o policial viu, e tambm no ___; dois agentes secretos viram e no ___. Se todos ns ___, talvez ___ tantas mortes. intervir, interviu, interviram, tivssemos intervido, teramos evitado. me precavi, se precaveio, se precaveram, nos precavssemos, no teria havido. me contive, se conteve, contiveram, houvssemos contido, tivssemos impedido. me precavi, se precaveu, precaviram, precavssemo-nos, no houvesse. intervim, interveio, intervieram, tivssemos intervindo, houvssemos evitado. 6 Nas frases abaixo: I Os midos corriam barulhentos, me pedindo dinheiro. II Dizia ele cousas engraadas, coando-se todo. III Ficarei no lugar onde encontro-me. IV Quando me vi sozinho, tremi de medo. O pronome oblquo foi corretamente empregado: nas oraes I e II nas oraes III e IV nas oraes I e III nas oraes II e IV em todas as oraes 7 Assinale a frase incorreta: Aquilo incomoda-a. O lugar para onde nos mudamos lindo. importante que nos venha visitar. Arruma-te de uma vez ! Contei-lhe o caso. 8 Marque com V a colocao verdadeira e com F a colocao falsa dos pronomes oblquos nas oraes abaixo. ( ) No lhe quero chamar agora. ( ) Dir-se-ia que todos preferem lhe ocultar os fatos. ( ) J notavam-se diferenas sensveis nas primeiras horas. ( ) Todos querem lhe perguntar sobre a viagem. ( ) Ela tem preocupado-se bastante com as provas. ( ) Algum me havia falado do teu caso. ( ) Ningum interessou-se pelo programa. 9 Observe os perodos abaixo. I Nunca soubemos quem roubava-nos nas medidas. II Pouco se sabe a respeito de novas tarefas. III Nada chegava a impression-lo na juventude. IV Falaria-me tudo, se eu fizesse presso. V Dar-lhe-emos novas oportunidades. VI Eles apressaram-se a convidar-nos para a festa

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A alternativa em que os perodos esto corretos quanto colocao dos pronomes oblquos : I, IV, V, VI I, II, III II, III, V, VI I, II, IV, VI III, IV, V. CONCORDNCIA NOMINAL 1. REGRA GERAL O adjetivo, o artigo, o numeral e o pronome adjetivo concordam em gnero e nmero com o substantivo a que se referem. Exemplo: As duas minhas belas amigas chegaram 2. CASOS ESPECIAIS 2.1 substantivos Adjetivo posposto a dois ou mais

a) Substantivos do mesmo gnero: o adjetivo conserva o gnero e vai para o plural ou concorda com o mais prximo (permanecendo, ento, no singular). Exemplos: O batom e o perfume importado(s) so caros. Ele tem lancha e moto nova(s). b) Substantivo de gnero diferente: nesse caso, o adjetivo vai para o masculino plural ou concorda com o substantivo mais prximo. Exemplos: Compramos jornais e revistas ilustrados. Compramos jornais e revistas ilustradas. Ela tem casa e carro bons. Ela tem casa e carro bom. Ela tem carro e casa boa. Observao: O adjetivo, mesmo se vier aps os substantivos, concordar obrigatoriamente s com o ltimo, quando se referir, de modo ntido, apenas a este. Exemplos: Comeu feijo e carne assada. No gostou de salsicha e ovo estrelado. 2.2 substantivos Adjetivo anteposto a dois ou mais

Quando o adjetivo (ou pronome adjetivo) se antepe a dois ou mais substantivos, concorda quase sempre com o mais prximo em gnero e nmero. Exemplos: Minha filha e netos so amigos. Belas rosas e cravos enfeitaram a sala. Muitas moas e rapazes saram felizes. Observao: Se o adjetivo estiver anteposto a nomes prprios de pessoas, nomes de parentesco ou a ttulos, dever ir para o plural. Exemplos: Aprenderemos com os grandes Machado de Assis e Jos de Alencar. Os bondosos tio e sobrinho vieram nos ajudar. Os 23

afortunados embaixador da Itlia e prefeito de Roma saram ilesos do atentado. 2.3 Dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo Neste caso ocorrem duas construes: substantivo no plural (os adjetivos no vm com artigo) e substantivo no singular (um ou mais adjetivo vem com artigo). Exemplos: Estudo as lnguas grega e francesa. Estudo a lngua grega e a francesa.As esquadras brasileira e paraguaia esto em paz. A esquadra brasileira e a paraguaia esto em paz. 2.4 Concordncia do Adjetivo em funo de Predicativo a) O adjetivo em funo do predicativo do sujeito ou do objeto concorda em gnero e nmero com o substantivo a que se refere. Referindo-se a dois ou mais substantivos do mesmo gnero, vai para plural e conserva o gnero dos substantivos; referindo-se a dois ou mais substantivos de gneros diferentes, vai para o masculino plural. Exemplos: O cu est nublado. As nuvens esto carregadas. Me e filha eram amigas. Esposo e esposa so belos. O macaco e a gazela fugiram apavorados. Ele julgou o aluno e a mestra culpados. Suponho incorretas a proposta e a soluo apresentadas. Observaes: 1 Se no caso do sujeito composto posposto, o verbo vier concordando com o sujeito mais prximo, o predicativo anteposto concordar com ele tambm. Exemplo: Estava deserta a vila, a casa e o templo. Estavam desertos a vila, a casa e o templo. 2 Se o predicativo antepuser a dois ou mais ncleos do adjetivo pode tambm concordar com o mais prximo. Exemplo: Tenho como aprovada a aluna e o aluno. Tenho como aprovados a aluna e o aluno. b) Predicado do tipo bom, proibido, necessrio, etc. Nestes casos, o predicativo ficar no masculino, quando o sujeito vier sem determinante; quando o sujeito vier com determinante haver a concordncia. Exemplos: necessrio f. Manteiga bom para engordar. proibido entrada. A manteiga boa para engordar. A f necessria. proibida a entrada. Pimenta nocivo sade. Esta pimenta nociva sade. c) Quando o sujeito um pronome de tratamento, o predicativo concorda com o sexo da pessoa a que se refere o tratamento. Exemplo: Sua Alteza, o prncipe, ficou encantado. Sua Excelncia, a governadora, estava exausta. 2.5 Nomes de cor a) Quando originados de um substantivo, os nomes de cor ficam invariveis, quer se tratem de uma palavra simples, quer se tratem de uma palavra composta (nome de cor + substantivo). 24

Exemplos: Comprei duas bolsas vinho e trs calas rosa. Os meus lenos verde-mar mancharam. Gostei das tintas vermelho-rubi. (Exceo: lils: Calas lilases). b) Quando adjetivos (cor propriamente dita), variam, quer sejam uma palavra simples, quer sejam o segundo elemento de uma palavra composta. Exemplos: As saias vermelhas eram caras. As colchas amarelo-esverdeadas eram tuas. (Excees: bege, azul-marinho e azul-celeste so invariveis: As bolsas bege, as saias azul-marinho e as blusas azul-celeste estavam bonitas.) 2.6 Mesmo, Prprio, Obrigado, Outro, Anexo, Incluso, Quite, Leso Estas expresses concordam em gnero e nmero com o substantivo aos quais se referem. Exemplos: Ela mesma fez tudo. Elas prprias fizeram tudo. Maria disse: Muito obrigada. Ns outros no vimos nada. Vo anexas as faturas. Seguem inclusos os documentos. Eu estou quite; e vocs esto quites ? Foi um crime de lesa-ptria. 2.7 Meio, Bastante, Junto, Caro, Barato, Longe, S Estas expresses so variveis quando forem adjetivos (acompanham um substantivo) e invariveis quando forem advrbios. Exemplos: Era meio-dia e meia. Ela comeu meia laranja. A porta est meio cada. Comprou bastantes livros. Elas so bastante felizes. As moas voltaram juntas. Envio as fichas junto com o livro. As roupas so caras (baratas). Compra caro (barato) aquelas roupas. Andei por longes terras. Eles estavam longe de ns. Eles nunca esto ss. (=sozinhos). Eles s comem juntos (= somente). 2.8 Menos, Alerta, Pseudo, Monstro Estas palavras devem permanecer invariveis. Exemplos: Havia menos gente aqui. Os soldados esto alerta. As pseudo atrizes foram presas. Elas so criaturas monstro. 2.9 Tal Qual Nesta expresso, o primeiro elemento concorda com o antecedente, e o segundo, com o conseqente. Exemplos: O menino tal qual o pai. Os meninos so tais quais os pais. O menino tal quais os pais. Os meninos so tais qual o pai. 2.10 O Mais Possvel O Menos Possvel

Nas expresses acima, o adjetivo possvel ficar no singular quando o artigo definido estiver no singular; e ficar no plural se o artigo definido estiver no plural. Exemplos: Estes alunos so o mais aplicados possvel. Conservou os tapetes os mais novos possveis. Os substantivos e os numerais. Numerais ordinais: quando um substantivo vier posposto a dois ou mais numerais ordinais, ficar no singular 25

ou ir para o plural. No entanto, se o substantivo vier antes dos numerais, ir para o plural. Exemplos: Ele subiu o primeiro e segundo andar (andares). Ele desobedeceu s leis terceira e quarta. Numerais cardinais: Quando se empregam os numerais cardinais no lugar dos ordinais, eles ficam invariveis. Exemplos: Abra o livro na pgina vinte e um. Ele mora na casa duzentos e dois. Olhe a figura seis deste livro. - Concordncia dos nomes compostos A concordncia dos nomes compostos obedece ao seguinte esquema: Flexo dos dois elementos Substantivos formados por : Subst. + subst. cirurgies-dentistas / tios-avs. Subst. + adj. amores-perfeitos / guardasnoturnos. Adj. + subst. livres-pensadores / baixos-relevos. Flexo s do segundo elemento a) Substantivos formados por: verbo + subst. porta-retratos / guarda-chuvas verbo + verbo puxa-puxas / corre-corres b) Substantivos e adjetivos formados por: adv. + adj. (ou particpio) sempre-vivas / altofalantes. c) Adjetivos compostos formados por: adj. + adj. greco-latinos / mdico-cirrgicos. Flexo s do primeiro elemento a) Substantivos formados por: subst. + prep. + subst. ps-de-moleque / guas-de-colnia subst. + subst. (o 2 elemento indicando finalidade) cafs-concerto / canetas-tinteiro (Obs.: neste caso j se registram os dois plurais: flexionando s o primeiro elemento ou os dois). Os dois elementos invariveis Advrbio formado por: Adv. + adv. Eles vivem assim-assim. Adjetivo composto formado por; Adj. + subst. Os cavalos puro-sangue. Subst. + adj. Os ndios pele-vermelha. Observaes:

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1. O nome composto por adjetivo + substantivo ou substantivo + adjetivo ter flexionado os dois elementos se for um substantivo. Exs.: Os puros-sangues corriam velozes. Os pelesvermelhas habitavam aqui. 2. A expresso surdo-mudo, quando for substantivo, ter flexionados os dois elementos, mas, se adjetivo, flexionar s o segundo elemento. Exs.: Os surdos-mudos no estavam ss. As crianas surdo-mudas estudam aqui. CONCORDNCIA VERBAL 1. REGRA GERAL O verbo concorda com o sujeito em nmero e pessoa. Exs. O chefe estava feliz. Os chefes estavam felizes. O amor e a paz fazem parte de ns. 2. CASOS ESPECIAIS DE CONCORDNCIA 2.1. Sujeito Simples Coletivo O verbo ficar no singular se estiver junto do sujeito coletivo. Exs.: O povo aplaudia o ator. O exrcito infiel foi derrotado. O verbo ficar no singular ou plural se estiver distanciado do sujeito coletivo ou se o sujeito coletivo vier seguido de palavra que mencione os indivduos nele contido. Exs.: O grupo se afastou; mais adiante, porm, foram presos (ou foi preso). O cardume surgiu do fundo das guas; depois se dispersaram (ou se dispersou). Um enxame de abelhas atacaram (ou atacou) o rapaz. Um bando de aves pousaram (ou pousou) na rvore. 2.2. Sujeito Expresso de Tratamento

Se o sujeito for uma expresso de tratamento o verbo ir para a 3 pessoa. Exs.: V.Sa. h de convir que seu discurso foi ruim. Vossa Excelncia est passando bem? Vossa Alteza trouxe consigo o carro? 2.3. Sujeito Nome Prprio Plural

Quando funciona como sujeito o nome prprio de forma plural, o verbo vai para o plural se o nome vier precedido de artigo plural, caso contrrio, o verbo fica no singular Exs.: Os Lusadas narram a histria de Portugal. Os Estados Unidos progrediam muito. Minas Gerais cresce cada vez mais. O Amazonas atravessa a regio Norte. 2.4. Sujeito Representado por QUE

Se o sujeito o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do relativo. Exs.: Ns, que ficamos e vs, que partis, seremos sempre amigos. Foste tu que falaste a verdade. 2.5. Sujeito Representado por QUEM O verbo que tem como sujeito o relativo quem tanto pode ficar na 3 pessoa do singular (concordncia lgica) como concordar com a pessoa do antecedente (concordncia enftica) Exs.: 27

Somos ns quem deve pagar (ou devemos pagar). No sou eu quem mando aqui (ou manda aqui). Direis vs se fui eu quem menti. (G. Dias) 2.6. Um dos... que, Uma das... que

Se o sujeito o relativo que precedido da expresso um dos, uma das o verbo ficar no singular se quisermos enfatizar um dos elementos do conjunto, no plural, se quisermos enfatizar o conjunto dos elementos. Ex.: O sol um dos astros que d luz e calor a Terra. Ela era uma das alunas que tirou nota dez (ou tiraram). 2.7. Mais de... Quando o sujeito introduzido pela expresso mais de..., o verbo concorda com a palavra ou expresso que vem em seguida. Exs.: Mais de um aluno ficou sem nota. Mais de um jornal fez aluso ao Brasil. Mais de dois mdicos fizeram a cirurgia. Mais de um milho de dlares foram roubados. Observao: o verbo ficar no plural quando exprimir reciprocidade, mesmo com a expresso mais de um, ou a expresso vier repetida. Exs.: Mais de um deputado se agrediram. Mais de um apaixonado se abraaram. Mais de um povo, mais de uma nao foram arrasadas na guerra. 2.8. Sujeito com Locues Pronominais

Quando o sujeito formado por pronome indefinido ou interrogativo no singular e de ns ou de vs o verbo ficar na 3 pessoa do singular; se estiver no plural, o verbo concordar com os pronomes ns ou vs ou vai para a 3 pessoa do plural. Exs.: Quem de ns far a prova? Qual de vs pagou a conta? Nenhum de ns viu o acidente. Alguns de ns viemos (ou vieram) de longe. Quais de vs sois (ou so) mdicos? Poucos de ns saberemos (ou sabero) o que fazer. 2.9. Verbo com pronome SE apassivador.

O verbo transitivo direto ou verbo transitivo direto e indireto apassivado pelo pronome SE concorda com o sujeito. Exs.: Alugam-se salas. Analisou-se o plano sugerido. Entregaram-se flores a todos. 2.10. Verbo com o indeterminao do sujeito. pronome SE ndice de

O verbo transitivo indireto ou intransitivo acompanhado do SE ficar na 3 pessoa do singular, pois o sujeito indeterminado por este se. Exs.: Precisa-se de amigos bons. Descansa-se muito aqui. No se obedece mais s leis de trnsito. 2.11. Sujeito Composto e Anteposto Com o sujeito composto anteposto ao verbo, este vai para a 3 pessoa do plural, se todos os elementos do sujeito estiverem na 3 pessoa. Se os elementos do sujeito forem de pessoas 28

gramaticais diferentes, o verbo vai para o plural, concordando com a menor pessoa (numericamente falando). Exs.: O amor, a paz e a alegria enchem nossas vidas. V. Exa. e meu av eram amigos. Eu (1) e tu (2) vamos ao cinema. (verbo = 1 pes. plural). Tu (2 ) e ele (3) sois bons alunos. (Verbo = 2 pes. plural). Observaes: a) Tambm correto que o verbo v para a 3 pessoa do plural com o sujeito composto formado de elementos da 2 e 3 pessoa. Exs.: Tu e ele so bons alunos. Tu e Joo ficaro na sala. b) O verbo ficar no singular quando as partes do sujeito composto se referirem a um mesmo indivduo. Exs.: El-rei e meu senhor vai chegar. O poeta da saudade e contemporneo de Varela escreveu belos versos. 2.12. Sujeito Composto Pronome Indefinido. Resumido por um

Quando o sujeito composto vier resumido por um pronome indefinido (tudo, nada, ningum, etc.), o verbo fica no singular. Exs.: A pasta, o lpis, a caneta, tudo foi muito caro. Velhos, mulheres, crianas, ningum confia no inimigo. 2.13. Sujeito Composto de Palavras Sinnimas ou em Gradao. O verbo fica no singular ou plural quando os termos do sujeito composto forem sinnimos ou formam gradao de sentido. Exs.: O dio e o rancor deixou-o (ou deixaram-no) perplexo. A mgoa e a dor lhe ressuscitou (ou ressuscitaram) o entendimento. Um berro, um grito, um gemido, um murmrio saiu (ou saram) de sua boca. Um olhar, um gesto, um sorriso bastava (ou bastavam). 2.14. Sujeito Composto e Posposto Se o sujeito composto vem aps o verbo, este poder ir para o plural ou concordar com o elemento mais prximo. Exs.: Reinavam (ou reinava) a paz e o silncio. Chegaram (ou chegou) Paulo e o seu irmo. Vieram os jovens e o diretor. 2.15. Sujeito Composto Ligado por OU ou por NEM. Quando os elementos do sujeito composto se acham ligados por ou ou nem, o verbo concordar com o sujeito mais prximo se houver idia de excluso ou retificao; e ficar no plural se houver idia de adio (ou=e). Exs.: O pai ou o filho ser o presidente. Nem Carlos nem Jos podem ser aproveitados na empresa. Pedro ou Lus recebero a resposta. 2.16. Um e outro, Nem um nem outro Com o sujeito constitudo por uma das expresso um e outro, nem um nem outro o verbo tanto pode ir para o plural como 29

para o singular. Exs.: Um e outro aluno entrava (ou entravam) na sala. Nem uma nem outra ave caiu (ou caram) no cho. 2.17. Sujeito composto ligado por COM Quando os elementos do sujeito composto se ligam pela preposio COM, e no houver vrgula antes do com, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Se o verbo vier antes dos elementos ligados por com, concordar com o mais prximo. Exs.: A me com a filha saram (ou saiu) hoje. O professor com os alunos voltaram (ou voltou) cedo. O maestro, com a orquestra, executa a pea musical. Vieram as damas com um cavaleiro. Veio Jesus com sua me para Cafarnaum. 2.18. Sujeito como Expresso Partitiva Quando o sujeito formado por uma expresso partitiva como Uma parte de Uma poro de Grande parte de A maioria de O resto de, etc., seguida de um nome no plural, o verbo pode ir para o singular ou para o plural. Exs.: Uma poro de moleques me olhavam admirados (ou olhava admirada). Grande parte dos pais saram (ou saiu) com seus filhos. O resto dos doces esto (ou est) na cozinha. 2.19. Verbos DAR, BATER, SOAR Concordaro com o sujeito (sino, relgio, cuco, etc.), se estiver expresso ou concordaro com o numeral (que passa a ser sujeito), se o aparelho que indica horas no funcionar como sujeito. Exs.: O relgio deu (bateu, soou) oito horas. Deram (bateram, soaram) duas horas no relgio da matriz. 2.20. Verbos HAVER E FAZER O verbo haver (no sentido de existir) e fazer (indicando tempo) so impessoais, ficando na 3 pessoa do singular. Nas locues verbais, esses verbos transmitem a impessoalidade ao auxiliar. Exs.: Havia lugares na sala. No o vejo h dois anos. Fazia dez anos que ele havia sumido. Aqui faz veres muito quentes. Deve haver coisas boas. Est fazendo cinco anos que ela nasceu. 2.21. O verbo SER O verbo ser pode concordar com o sujeito ou com o predicativo. e concorda com o predicativo (a expresso numrica). Na indicao de datas pode ficar no singular, concordando com dia (palavra oculta). Exs.: So seis horas da manh. J era uma e vinte quando ele chegou. Daqui cidade so dez quilmetros. Hoje so (ou ) quinze de abril. Que horas so?

a) Na indicao de horas, distncias e datas ele impessoal

b) Quando o sujeito e o predicativo so nomes de coisas ou designam pessoas, o verbo ser poder concordar com o sujeito ou30

com o predicativo. Exs.: O perigo seria (ou seriam) as febres. Nossas vidas eram (ou era) um paraso. Nosso medo so (ou ) as acusaes falsas. Os escritores eram (ou era) uma s pessoa. Na vida, nem tudo so (ou ) flores. c) Quando o sujeito ou o predicativo designa pessoas o verbo concorda com a palavra que designa pessoa. Exs.: O homem sofrimentos e alegrias. Os amigos eram sua alegria. Maria os cuidados da me. Estas garotas so uma jia.Sua vida eram os pais. d) Quando o sujeito ou o predicativo pronome pessoal, com ele concorda o verbo; se ambos (sujeito e predicativo) forem representados por pronomes pessoais, o verbo concorda com o sujeito. Exs.: O acusado sou eu. Ns somos o Brasil. Tu s um farrapo. O vencedor fui eu. Eu no sou ela. Eles nunca sero ns.

e) Nas frases que dizem preo, medida, quantidade, asexpresses muito, pouco, mais de, menos de, tanto, bastante o verbo ser fica sempre no singular. Exs.: Dois anos muito para te esperar. Seis metros seria demais para esta blusa. Dois milhes pouco para pagar tudo. 2.22. Verbo PARECER Em frases em que o verbo parecer segue um infinitivo, ocorrem dois tipos de concordncia: pode-se flexionar o verbo parecer ou o infinitivo que o acompanha (nunca os dois). Exs.: As paredes pareciam estremecer. As paredes parecia estremecerem. Observao: Com a orao desenvolvida, parecer ficar no singular. Exs.: As notcias parece que tm asas. As paredes parecia que estremeciam. EXERCCIOS Complete as frases seguintes com a palavra entre parnteses, observando a concordncia. Escolheu # hora e momento para sair. (pssimo) Escolheu o momento e a hora # para sair. (adequado) Aguardava a ocasio e o momento #. (oportuno) # entrada de estranhos. (proibido) # a entrada de estranhos. (proibido) Seguem # as fotografias. (anexo) Vo # carta os meus documentos. (incluso) Ela # entregou os documentos. (mesmo) Muito #, respondeu Helosa. (obrigado) As frases seguintes apresentam erro de concordncia. Reescreva-as, corrigindo-as. Ns prprio assumimos a responsabilidade. A quem pertence esses objetos? Se no vier as chuvas,como faremos? Vossa Excelncia vos preocupais bastante com vossos projetos. 31

Ela ficou meia envergonhada com a reprovao. precarssima as condies do prdio. No tem diminudo os ndices da inflao. A essa altura no devem haver mais ingressos, pois j fazem dias que a casa tem estado com a lotao esgotada. Faltava apenas dois veculos para que a indstria automobilstica aquecesse o mercado de vendas de carros modernos. Assinale a alternativa em que h erro de concordncia. a) Todo o bairro ficou inundado e contaminado. b) rvores e carros foram arrastadas pela fria das guas. c) Restaram centenas de pessoas famintas e desabrigadas. d) A chuva e o vento foram to violentos que chegaram a provocar mortes. Complete com as palavras indicadas entre parnteses, fazendo a concordncia adequada. a) Quando chegamos ao clube, estavam #. portas e portes. (fechado) b) As gmeas vestiam calas e agasalhos # . (igual) c) Tanto o leo como o tigre so animais #. (feroz) d) Com a enchente, enfrentei trnsito e ruas #. (catico) e) O presidente depositou no ministro esperana e crdito #. (ilimitado) f) Encontramos # e # a sala e os quartos. (desarrumado / sujo) g) O jri julgou # me e filho. (culpado) h) Pareciam # sua fora e poder (esgotado) Assinale a frase gramaticalmente correta. a) b) c) d) e) Fazem dois dias que cheguei. Ele pediu para mim esperar um pouco. J estou a par do caso. Podes ir; no h nenhum empeclio. Derrepente a porta se abriu.

Marque a alternativa certa. # trs anos que no # vejo. a) Fazem, lhe b) Fazem, o c) Faz, lhe d) Faz, o O perodo est expresso corretamente em: No se pensam em misria com dinheiro no bolso. Estudaram-se esta matria. Esclareceram-se as dvidas. 32

Comentaram-se muito durante a estria da pea. Convocou-se os candidatos Prefeitura. A concordncia verbal no est correta em: Isso so verdadeiros absurdos. Os Andes ficam na Amrica. Entre ns no haviam segredos. Isso no passa de absurdos comentrios. Menos de dois alunos disputam a vaga. 9- Num dos provrbios seguintes no se observa a concordncia prescrita pela gramtica. Indique-o. a) No se apanham moscas com vinagre. b) Casamento e mortalha no cu se talha. c) Quem ama o feio, bonito lhe parece. d) De boas ceias, as sepulturas esto cheias. e) Quem cabras no tem e cabritos vende, de algum lugar lhe vm. 10- Em todas as opes, o verbo pode ir para o plural ou para o singular, exceto em: a) b) c) d) Um grande nmero de fugitivos (sair) pelas montanhas. Um bando de papagaios (pousar) no laranjal. Mais de um ciclista (cair) da bicicleta. Pequena parte dos visitantes (estar) em silncio.

11- Assinale a opo correta. a) b) c) d) Mais de um retirante se afastou do servio. Qual de vs sabeis o destino do retirante? Podem haver, no campo, dias horrveis. Espera-se dias mais propcios.

12- Assinale a alternativa gramaticalmente correta. a) O povo brasileiro anseia por uma constituio digna. b) Era necessrio a permanncia do mdico no hospital. c) Aconteceu, durante a discusso do processo, graves distrbios. d) Sua discrio era digna de elogios, pois todos estavam ao par das dificuldades de se manter secreta a negociao. e) No mais se l bons autores naquela escola. 13- Assinale a frase gramaticalmente correta. a) b) c) d) e) H menas pessoas hoje. Ele comportou-se muito mau durante a entrevista. Esperava-se menos perguntas na prova. Os atletas apresentavam-se afim de iniciarem a corrida. Cristina viajou h trs semanas.

14- Todas as concordncias nominais esto corretas, exceto em: a) b) c) d) Seguem anexo as notas promissrias. Escolhemos m hora e lugar para a festa. A justia declarou culpados o ru e a r. A moa usava uma blusa verde-clara. 33

e) Estou quite com meus compromissos 15- Aponte a alternativa correta. a) b) c) d) Considerou perigosos o argumento e a deciso. um relgio que torna inesquecvel todas as horas. J faziam meses que ele no a via. Os atentados que houveram deixaram perplexa populao. e) A quem pertence essas canetas? REGNCIA

a

Regncia trata das relaes entre os termos de uma orao, verificando se um termo pede ou no complemento. 1. REGNCIA VERBAL Verbo Intransitivo (VI) no pede complemento. Verbo Transitivo Direto (VTD) pede complemento sem preposio (OD). Verbo Transitivo Indireto (VTI) pede complemento com preposio (OI). Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI) pede os dois tipos de complemento (OD e OI). Os pronomes O, A, OS, AS so os representantas oficiais de OBJETO DIRETO (OD). Os pronomes LHE, LHES so as marcas registradas do OBJETO INDIRETO (OI). REGNCIA DE ALGUNS VERBOS

1.

Amar, Ver, Adorar, Estimar, Admirar, Cumprimentar, Visitar, Namorar, Convidar so VTD. Exs.: Amo meu trabalho (=Amo-o). Joo namora Maria. 2. Obedecer e Desobedecer so VTI (pedem preposio A). Exs.: Os filhos obedecem aos pais. (=Obedecem-lhes). Obedea aos sinais de trnsito. No deu certo, porque as pessoas desobedeceram ao esquema. 3. Assistir: a) VTD (prefervel) = dar assistncia. Exs.: O Mdico assiste o doente. O governo assistiu os pobres. b) VTI= presenciar (prepos. A obrigatria). Exs.: Ele assistiu ao filme. Assistimos a um belo espetculo. (Obs.: Com este sentido no aceita o pronome lhe: Assististe ao filme? Sim, assisti a ele). c) VTI= favorecer (com a prep. A). Exs.: Este um direito que me assiste. (me=a mim). Este um direito que assiste ao dono da casa. d) VI= residir (prep. EM obrigatria). Ex.: Ele assiste em Porto. 4. Aspirar: a) VTD= cheirar, sorver. Exs.: Aspiramos o perfume das flores. Aspirava, feliz, o ar frio da serra. b) VTI= almejar (prepos. A obrigatria e no troca o OI por lhe). Exs.: Ele 34

aspirava a um bom cargo Tu aspiravas quele emprego? Sim, eu aspirava a ele. 5. Visar: a) VTD = mirar, assinar. Exs.: Ele visou todas as provas. No acertou o tiro, embora visasse o alvo. b) VTI = almejar (com a prep. A e no aceita o lhe como OI). Exs.: A educao visa ao progresso. Voc visava a este cargo? Sim, eu visava a ele. 6. Preferir: VTDI (exige prep. A) . Exs.: Prefiro sair a ficar s. Preferia Ingls a Portugus. 7. Avisar, Informar, Comunicar, Prevenir: VTDI (OD coisa ou pessoa; OI coisa ou pessoa). Exs.: Informei ao aluno a prova de ingls. Informei o aluno da prova de Ingls. Avisei-o de que era proibido. Avisei-lhe que era proibido. 8. Esquecer e Lembrar: admitem trs construes para o mesmo sentido: a) Esqueci o compromisso. (OD) Ns lembramos o pedido. (OD); b) Ns nos esquecemos do compromisso.(OI). Eles se lembraram do pedido. (OI); c) Esqueceu-me o compromisso. (me OI; o compromisso = sujeito).Lembrou-me o pedido.(me=OI; o pedido=sujeito). 9. Morar, Residir, Situar: pedem preposio EM. Exs.: Moro em Curitiba na Rua da Felicidade. Resido num bairro calmo. A casa est situada em zona perigosa. 10. Custar: a) VTI = ser difcil. Deve ser usado na 3 pes. do sing., tendo por sujeito uma orao reduzida de infinitivo. Exs.: Custou-me sair logo. (me = OI; Sair logo = sujeito). Custa a estas pessoas ficar em silncio. (a estas pessoas = OI; ficar em silncio = sujeito). 2. REGNCIA NOMINAL Regncia de Alguns Substantivos e Adjetivos: Alheio a; Afvel com , para com; Amor a, de, por; Ansioso de, para, por; Apego a; Desejo de; Digno de; Fiel a; Feliz com, de, em, por; Medo de; Necessrio a; Nocivo a; Obedincia a; Prejudicial a; til a., para; Versado em.

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EXERCCIOS 1. Assinale a nica alternativa incorreta quanto regncia do verbo: a) Perdoou nosso atraso no imposto. b) Lembrou ao amigo que j era tarde. c) Moraram na rua da Paz. d) Meu amigo perdoou ao pai. e) Lembro de todos os momentos felizes. 2. Assinale a alternativa que contm as respostas certas. IVisava apenas os seus prprios interesses. IIPreferiu declarar falida a firma a aceitar ajuda. IIIDesde criana sempre aspirava a uma posio boa. IVAspirando o perfume das flores, desmaiou. a) b) c) d) e) II III IV; I II III; I III IV; I III; I II. averso __

3. Assinale a opo que completa a frase: Alguns tm ces, porque moram __ rua perto do canil ___ te falamos. a) Com pela de que; b) por com que; c) a na que; d) com na que; e) a na de que.

4. Assinale a frase que apresenta erro de regncia verbal: Este autor tem idia com que todos simpatizam. Eis a ordem de que nos insurgimos. Aludiram a incidentes de que j ningum se lembrava. Qual o cargo a que aspiras? H fatos que nunca esquecemos. 5. Assinale a alternativa em que a regncia verbal est correta. a) Prefiro mais a cidade que o campo. b) Chegamos finalmente em Santo Andr. c) Esta a cidade que mais gosto. d) Assisti ao concerto de que voc tanto gostou. e) Ainda no paguei o mdico.

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CRASE Crase significa fuso, juno. Em portugus, a crase a fuso das vogais idnticas a+a, indicada por meio do acento grave () Regra geral para identificao da Crase. Haver crase sempre que o termo anterior exigir a preposio a e o termo posterior admitir o artigo a ou as. Para descobrir se h ou no crase, colocamos uma palavra masculina no lugar da feminina: se aparecer ao, antes da feminina ser . Exs.: Eu me referi diretora. (Eu me referi ao diretor). Fui cidade. (Fui ao campo). Crase Obrigatria a) Nas locues prepositivas, adverbiais ou conjuntivas que tenham como ncleo um substantivo feminino. Exs.: custa de, s vezes, s cegas, noite, procura de, medida que, etc. b) Na indicao do nmero de horas. Exs.: Sai s quatro horas. Chegou uma hora em ponto. c) Quando as expresses moda de, rua, loja, etc. estiverem subentendidas. Exs.: Ele tinha olhos Alain Delon. Dirigiu-se Marechal Floriano. (= rua). d) Quando est implcita uma palavra feminina. Exs.: Esta religio igual dos hindus (= religio dos hindus). Crase Proibida a) b) vertigens. c) Antes de artigo indefinido. Ex.: Refiro-me a uma pessoa educada. d) Antes de expresso de tratamento introduzida pelos pronomes VOSSA ou SUA ou ainda da expresso voc. Ex.: Enviei dois ofcios a Vossa Senhoria e a voc tambm. e) Antes dos pronomes demonstrativos esta e essa, dos pronomes pessoais e dos pronomes indefinidos (com exceo de outra). Exs.: No deu importncia a esta carta. Nada revelei a ela. Direi isso a qualquer pessoa. f) Quando o a estiver no singular e a palavra seguinte estiver no plural. Exs.: Irei a festas. g) Quando, antes do a, existir preposio. Ex.; Os livros estavam sob a mesa.. h) Com expresses repetitivas. Ex.; Enfrentaramse cara a cara. Antes de palavra masculina. Ex.: Vieram a p. Antes de verbo. Ex.: Ele comeou a ter

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A Crase Facultativa. a) Antes de nomes prprios femininos e de pronome adjetivo possessivo feminino.Exs.: Enviei uma carta (ou a) Marieta. Pediu informaes (ou a) minha amiga.

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Casos especiais a) Diante de nomes de lugares s haver crase se o topnimo (o nome do lugar) aceitar o artigo a ou se estiver modificado por adjetivo ou locuo adjetiva. Exs.: Ele foi Espanha. Ele vai a Roma. Ele vai Roma dos meus sonhos. Ns nos referimos Bahia. Ele ir Braslia moderna. Observao: Mtodo prtico pra saber se os nomes dos lugares admitem crase: Se vou A e volto DA, uso crase: Se vou A e volto DE, no uso. b) Diante dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo s haver crase se o termo antecedente exigir a preposio a. Exs.: Assisti quele filme. Enviei convites quela sociedade. Tudo se relaciona queles casos. No dei ateno quilo. c) S ocorre crase diante da palavra CASA, quando vier modificada por adjetivo ou locuo adjetiva. Exs.: Chegamos alegres a casa (= lar, domiclio). Levaram-me casa de Tereza. Dirigiram-se casa das mquinas. d) Diante da palavra TERRA s haver crase quando ela significar solo, planeta ou lugar onde a pessoa nasceu. Exs.: Voltei terra de meus pais. Ele dedicou terra seus melhores dias. Os marcianos viriam Terra? (mas: Os marinheiros foram a terra. Os astronautas desceram a terra). e) Usa-se crase diante da palavra DISTNCIA quando ela vier determinada. Exs.; Vi o rapaz distncia de cem metros. (Mas: Olhavam-no a distncia).

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EXERCCIOS Onde h erro quanto ao emprego da crase? No vou a reunies dominicais. Ele observava a bola a distncia. No me referi a sua escolha. Refiro-me a Elisngela. Referia-me a bela Josefa dos meus sonhos. Aponte a alternativa incorreta. Sairemos uma hora. Chegamos noite. Esta a prova qual me referi. Estas cenas so s que me referi ontem. Daqui uma hora, a gente se fala. Coloque F ou V quanto ao emprego da crase. ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Ele fiel disciplina militar. ) Joo no se prendia a nenhuma garota.. ) Lcia retornar a Braslia amanh. ) Ele declarou amor certa jovem. ) partir da meia-noite, os fantasmas saem a passeio. ) Era ele o mestre a quem obedeciam e cuja ordem todos corriam. ) Ela ofereceu a flor a mim. ) Jos foi bem-recebido, mesmo tendo chegado tarde casa. ) Teus cabelos cheiram a rosa. ) Mostrou-se indiferente s splicas do ru. ) Ela no veio mais a aula.

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EMPREGO DA VRGULA A vrgula indica uma pausa de curta durao, que no marca o fim do enunciado. Ela empregada nos seguintes casos: Para separar termos da mesma funo sinttica. Ex.: A sala era enorme, vazia, escura. Para isolar o aposto, o vocativo e o adjunto adverbial deslocado ( neste caso a vrgula no obrigatria, mas aconselhvel). Exs.: Joo, filho de Lus, era estudioso. Maria, por que no vens? Durante a pea teatral, no se ouviu um rudo. Para separar a localidade da data e nos endereos. Exs.: So Lus, 30 de abril de 2004. Rua do Alecrim, 320. Para marcar a supresso do verbo. Exs.: Eu fui de nibus e ela, de avio. Ns tivemos alegrias; eles, s tristezas. Para isolar o predicativo deslocado (vrgula aconselhvel), as conjunes coordenativas adversativas e conclusivas deslocadas e os elementos repetidos. Exs.: A mulher, desesperada, fugiu depressa. Havia, porm, um inconveniente. Faamos, pois, as pazes. Ela pulou, pulou, pulou at cansar. Para separar as oraes coordenadas (assindtica, adversativas e explicativas), oraes adjetivas explicativas e oraes adverbiais deslocadas (reduzidas ou no). Exs.: Vim, entrei, olhei e sa. Estudou, mas no aprendeu. Duvido, logo penso. A gua, que incolor, muito til. Quando ele entrou, todos saram. Ao v-la triste, viu que errara. Saciada a sede, ela foi deitar-se. Sua casa, embora pequena, ventilada. OBSERVAO: As conjunes e, nem e ou normalmente no so virguladas.A vrgula poder,no entanto, ser usada quando: a) OU estiver retificando ou alternando. Ex.: Ou tudo, ou nada. Se precisar de ajuda, ou a dor nas costas piorar, telefone para ns. b) E vier antes de orao com sujeito diferente da anterior; vier repetida e enfaticamente; assumir outros valores (adversidade, conseqncia, etc.). Exs.: Os tolos falam demais, e os sbios mantmse em silncio. E vem, e vai, e volta, e comea. Ele estudou muito, e no foi aprovado. NO SE USA VRGULA para separar sujeito e predicado, verbo e seus complementos (objeto direto e objeto indireto). Ex.: O diretor da escola comunicou aos alunos e professores que estaria viajando logo.

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EXERCCIOS Assinale a alternativa que apresenta correta pontuao. Somos alma, somos crebro, somos corao. Rio de Janeiro 11 de abril de 2004. Lembra-te,de que somos mortais. Chegou, e comprou o bar. O caso como vemos reclama srias providncias. Assinale os perodos com pontuao correta. O homem, que mortal, um hspede da terra. So Paulo 20 de maro de 2004. Agora podemos, disse Joo, recomear tudo. Os sonhos, levou-os o vento. Estudou as lies e foi reprovado. Irei logo, isto , quando puder. E foi e voltou e conquistou sua liberdade. Ao acabar as aulas, os alunos saram. O aluno estudou com dedicao, e o professor o reprovou. Eram frustradas, insatisfeitas, alm disso seus conhecimentos eram duvidosos. O fogo est apagado- defendeu-se a moa. Mas o almoo est pronto. EMPREGO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradio. So de uso consagrado: Vossa Excelncia, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo:Presidente da Repblica; Vice-Presidente da Repblica; Ministros de Estado; Secretrio-Geral da Presidncia da Repblica; Consultor-Geral da Repblica; Chefe do Estado-Maior das Foras Armadas;Chefe do Gabinete Militar da Presidncia da Repblica; Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da Repblica; Secretrios da Presidncia da Repblica; Procurador-Geral da Repblica; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Chefes de Estado-Maior das Trs Armas; Oficiais-Generais das Foras Armadas; Embaixadores;Secretrio Executivo e Secretrio Nacional de Ministrios; Secretrios de Estado dos governos Estaduais; Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo:Presidente, Vice-Presidente e Membros da Cmara dos Deputados e do Senado Federal; Presidente e Membros do Tribunal 42

de Contas da Unio; Presidentes e Membros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes e Membros das Assemblias Legislativas Estaduais; Presidentes das Cmaras Municipais.

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c) do Poder Judicirio: Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justia, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral,do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais de Justia, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e dos Tribunais Regionais do Trabalho; Juzes e Desembargadores; Auditores da Justia Militar. O vocativo a ser empregado em comunicaes dirigidas aos Chefes de poder Excelentssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica,; Excelentssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,; Excelentssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal;. As demais autoridades sero tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador,; Senhor Juiz,; Senhor Ministro,; Senhor Governador,. No envelope, o endereamento das comunicaes dirigidas s autoridades tratadas por Vossa Excelncia, ter a seguinte forma: Excelentssimo Senhor Fulano de Tal Ministro de Justia 70064-Braslia/DF Em comunicaes oficiais, fica abolido o uso do tratamento dignssimo(DD) s autoridades arroladas na lista acima. A dignidade pressuposto para que se ocupe qualquer cargo pblico, sendo desnecessria sua repetida evocao. Vossa Senhoria empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado : Senhor Fulano de Tal,. No envelope,deve constar do endereamento: Ao senhor Fulano de Tal Rua ABC, no.123 70123- Curitiba/PR Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo ilustrssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor no forma de tratamento, e sim ttulo acadmico. Evite us-lo indiscriminadamente. Empregue-o apenas em comunicaes dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concludo curso universitrio de doutorado. Nos demais casos o tratamento Senhor confere a desejada formalidade s comunicaes. Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificncia, empregada por fora da tradio, em comunicaes dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo: Magnfico Reitor,. Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesistica, so: Vossa Santidade, em comunicaes dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente : Santssimo Padre,. 44

Vossa Eminncia ou Vossa Eminncia Reverendssima, em comunicaes aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: Eminentssimo Senhor Cardeal, ou Eminentssimo e Reverendssimo Senhor Cardeal,. Vossa Excelncia Reverendssima usado em comunicaes dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendssima ou Vossa Senhoria Reverendssima para Monsenhores, Cnegos e superiores religiosos. Vossa Reverncia empregado para sacerdotes, clrigos e demais religiosos. PROBLEMAS DE CONSTRUO DE FRASES 1. Sujeito O sujeito o ser de quem se fala ou que executa a ao enunciada na orao. Ele pode ter complemento, mas no ser complemento. Devem ser evitadas,portanto, construes como: Errado: tempo do Congresso votar a emenda. Certo: tempo de o Congresso votar a emenda. Errado: cortadas,(...). Certo: cortadas,(...). Errado: No vejo mal no Governo proceder assim. Certo: No vejo mal em o Governo proceder assim. Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos,(...). Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos,(...). 2. Frases Fragmentadas A fragmentao de frases consiste em pontuar uma orao subordinada ou uma simples locuo como se fosse uma frase completa. Decorre da pontuao errada de uma frase simples. Embora seja usada como recurso estilstico na literatura, a fragmentao de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreenso. Exs.: Errado: O programa recebeu a aprovao do Congresso Nacional. Depois de ser longamente debatido. Certo: O programa recebeu a aprovao do Congresso Nacional, depois de ser longamente debatido. / Depois de ser longamente debatido, o programa recebeu a aprovao do Congresso Nacional. Errado: O projeto de Conveno foi oportunamente submetido ao Presidente da Repblica que aprovou. Consultadas as reas envolvidas na elaborao do texto legal. Apesar de as relaes entre eles estarem Apesar das relaes entre eles estarem

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Certo: O projeto de Conveno foi oportunamente submetido ao Presidente da Repblica, que o aprovou, consultadas as reas envolvidas na elaborao do texto legal. 3. Erros de paralelismo Uma das convenes estabelecidas na lngua escrita consiste em apresentar idias similares numa forma gramatical idntica, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se em erro ao conferir forma no paralela a elementos paralelos. Vejamos alguns exemplos: Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministrios economizar energia e que elaborassem planos de reduo de despesas. Certo:Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministrios que economizassem energia e (que) elaborassem planos para reduo de despesas Outra possibilidade: as duas oraes so apresentadas como reduzidas de infinitivo: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministrios economizar energia e elaborar planos para reduo de despesas Nas duas correes respeita-se a estrutura paralela na coordenao de oraes subordinadas. Mais um exemplo de frase inaceitvel na lngua escrita culta: Errado: No discurso de posse, mostrou determinao no ser inseguro, inteligncia e ter ambio. Certo: No discurso de posse, mostrou determinao, segurana, inteligncia e ambio. Ou empregar a forma de oracional reduzida uniformemente: Certo: No discurso de posse, mostrou ser determinado e seguro, ter inteligncia e ambio. Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso paralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) a idias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, de forma paralela, estruturas sintticas distintas: Errado: O projeto tem mais de cem pginas e muita complexidade. Aqui, repete-se a equivalncia gramatical indevida: esto em coordenao, no mesmo nvel sinttico, o nmero de pginas do projeto (um dado objetivo, quantificvel) e uma avaliao sobre ele (subjetiva). Pode-se reescrever a frase de duas formas: ou faz-se nova orao com o acrscimo do verbo ser, rompendo, assim o desajeitado paralelo: 46

Certo: O projeto tem mais de cem pginas e muito complexo. Ou se d forma paralela harmoniosa transformando a primeira orao tambm em uma avaliao subjetiva: Certo: O projeto muito extenso e complexo. 4. Erros de Comparao A omisso de certos termos ao fazermos uma comparao, omisso prpria da lngua falada, deve ser evitada na lngua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre possvel identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A ausncia indevida de um termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase: Errado: O salrio de um professor mais baixo do que um mdico. A omisso de termos provocou uma comparao indevida: o salrio de um professor com um mdico. Certo: O salrio de um professor mais baixo do que o salrio de um mdico. / O salrio de um professor mais baixo do que o de um mdico. 5. Ambigidade Ambgua a frase ou orao que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza requisito bsico de todo texto oficial, deve-se atentar para as construes que possam gerar equvocos de compreenso. A ambigidade decorre, em geral, da dificuldade de identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer com: a) pronomes pessoais Ambguo: O Ministro comunicou a seu secretrio que ele seria exonerado. Claro: O Ministro comunicou exonerao dele a seu secretariado. Ou ento, caso o entendimento seja outro: Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exonerao deste. b) Pronomes possessivos e pronomes oblquos: Ambguo: O Deputado saudou o Presidente da Repblica, em seu discurso, e solicitou sua interveno no seu Estado, mais isso no o surpreendeu. Observe-se a multiplicao de ambigidade no exemplo acima, as quais tornam virtualmente inapreensvel o sentido da frase. Claro: Em seu discurso, o Deputado saudou o Presidente da Repblica. No pronunciamento, solicitou a interveno federal em seu Estado, o que no surpreendeu o Presidente da Repblica. 47

c) Pronome relativo: Ambguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu costumava trabalhar. No fica claro se o pronome relativo da segunda orao se refere a mesa ou a gabinete. Essa ambigidade se deve ao pronome relativo que, sem marca de gnero. A soluo recorrer s formas o qual, a qual, os quais, as quais, que marcam gnero e nmero. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costumava trabalhar. Se o entendimento outro, ento: Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costumava trabalhar. H, ainda, outro tipo de ambigidade, que decorre da dvida sobre a que se refere a orao reduzida: Ambguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o funcionrio. Para evitar o tipo de ambigidade do exemplo acima, deve-se deixar claro qual o sujeito da orao reduzida. Claro: O Chefe admoestou o funcionrio por ser este indisciplinado. Ambguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora chamou o mdico. Claro: Depois que o mdico examinou o paciente, foi chamado por uma senhora.

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REDAO OFICIAL Redao Oficial a maneira pela qual o Poder Pblico redige atos normativos e comunicao, em objeto de servio, nos diversos rgos pblicos. A redao oficial, pelo fato de preocupar-se, acima de tudo, com a objetividade, a eficcia e a exatido das comunicaes, pode ser considerada, em sentido amplo, como redao tcnica, o que a difere da redao literria que prima pelos aspectos artsticos da linguagem, enquanto que a primeira assume, com grande nfase, um carter predominantemente instrumental. A redao oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, pelo uso do padro culto de linguagem, pela clareza, conciso, formalidade e uniformidade. Sendo a publicidade e a impessoalidade princpios fundamentais de toda administrao pblica evidente que esses devem nortear a elaborao dos atos e comunicaes oficiais; uma vez que, no se deve conceber que um ato normativo, de qualquer natureza, seja redigido de forma obscura e que, por tal motivo, tornese obscura sua compreenso. inaceitvel que um texto legal no seja entendido pelos cidados. Esses princpios e caractersticas arrolados no segundo pargrafo aplicam-se s comunicaes oficiais e, estas tambm, devem permitir sempre uma nica interpretao e ser estritamente impessoais e uniformes. E qual ser, portanto, a finalidade bsica da Redao Oficial? Comunicar com impessoalidade e mxima clareza os atos normativos, bem como as comunicaes oficiais. Para que a redao oficial alcance melhor seu objetivo, para que cumpra sua tarefa de comunicao eficiente necessrio observarmos algumas caractersticas no momento em que se estiver redigindo. 1. CARACTERSTICAS: - IMPESSOALIDADE (OBJETIVIDADE) decorre da ausncia de impresses individuais de quem comunica; da impessoalidade de quem recebe a comunicao; do carter impessoal do prprio assunto tratado; logo, no h lugar na redao oficial para impresses pessoais. A redao oficial deve ser isenta da interferncia da individualidade de quem elabora. A conciso, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcanada a necessria impessoalidade. - PADRO DE LINGUAGEM- A necessidade de empregar determinado nvel de linguagem nos atos e comunicaes oficiais decorre, de um lado, do prprio carter pblico desses atos e comunicaes; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de carter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidados, ou regulam o funcionamento dos rgos 49

pblicos, o que s alcanado se em sua elaborao for empregada a linguagem adequada. O mesmo se d com os expedientes oficiais, cuja finalidade precpua a de informar com clareza e objetividade. As comunicaes que partem dos rgos pblicos devem ser compreendidas por todo e qualquer cidado brasileiro. Para atingir esse objetivo, h que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. A lngua escrita, como a falada, compreende diferentes nveis, de acordo com o uso que dela se faa. Os textos oficiais por seu carter impessoal, por sua finalidade de informar com o mximo de clareza e conciso, eles requerem o uso do padro culto da lngua. Pode-se concluir, ento, que no existe propriamente um padro oficial de linguagem; o que h o uso do padro culto nos atos e comunicaes oficiais. FORMALIDADE E PADRONIZAOAs comunicaes oficiais devem ser formais, isto , obedecem a certas regras de forma, alm das j mencionadas exigncias de impessoalidade e uso do padro culto de linguagem , imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento. No se trata somente de eterna dvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nvel. Mais do que isso, a formalidade diz respeito polidez, civilidade no prprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicao. A formalidade de tratamento, vincula-se, tambm, necessria uniformidade das comunicaes. A clareza