Explicar as metáforas de Isabel Leal (aliás, da cronista) através de novas metáforas (e semelhantes).
Evitem nas vossas explicações retomar (a não ser citando-as, entre aspas) as expressões conotativas dos textos que comentam.
Usar palavras vossas, formais (não figurativas nem populares).
«Pensar de mais» é até pensar de menos, deixarmo-nos conduzir pelas emoções, contrarie-dades, obsessões, ou sermos levados por rea-ções primárias, em vez de raciocinarmos (no sen-tido, conotativo, de ‘reagir friamente’). Reencon-tramos a dicotomia que preocupava o eu do Pes-soa ortónimo, para quem pensar impedia sentir, mas agora num sucedâneo em que quem sente e pensa corre o risco de pensar mal porque o faz constrangido, ou apressado, pelo sentir.
É essa a «correria» a que alude a cronista; e o «desconforto» — uma angústia simétrica da de Pessoa —, o de nos apercebemos de que pode-ríamos pensar melhor se sentíssemos menos.
O SUJEITO concorda com o verbo. Se experimentarmos alterar o número ou pessoa do sujeito, isso refletir-se-á no verbo que é núcleo do predicado:
Caiu a cadeira. → Caíram as cadeiras
(Para se confirmar que «a cadeira» não é aqui o complemento direto: → *Caiu-a.)
O PREDICADO pode ser identificado se se acrescentar «e» + grupo nominal + «também» (ou «também não») à oração:
O Egas partiu para o Dubai. → O Egas partiu para o Dubai e o Ivo também (também partiu para o Dubai).
O VOCATIVO distingue-se do sujeito porque fica isolado por vírgulas e não é com ele que o verbo concorda. Antepor-lhe um «ó» pode confirmar que se trata de vocativo.
Tu, Teresa, não percebes nada disto! → Tu, ó Teresa, não percebes nada disto!
Para distinguir o MODIFICADOR DE FRASE do modificador do grupo verbal, pode ver-se que as construções que ponho à direita (a interrogar ou a negar) são possíveis com o modificador do grupo verbal mas não com o advérbio que incide sobre toda a frase.
Evidentemente, a Uber tem razão. → *É evidentemente que a Uber tem razão?Talvez Portugal ganhe. → *Não talvez Portugal ganhe.
Com um modificador de grupo verbal o resultado seria gramatical:
Ele come alarvemente. → É alarvemente que ele come?
O COMPLEMENTO DIRETO é substituível pelo pronome «o» («a», «os», «as»):
Dei mil doces ao diabético. → Dei-os ao diabético.
O COMPLEMENTO INDIRETO, introduzido pela preposição «a», é substituível por «lhe»:
Ofereci uma sopa de nabiças ao arrumador. → Ofereci-lhe uma sopa de nabiças.
O COMPLEMENTO OBLÍQUO, e mesmo quando usa a preposição «a» (uma das várias que o podem acompanhar), nunca é substituível por «lhe»:
Assistiu ao jogo contra as Ilhas Faroé. → *Assistiu-lhe.
Para identificarmos um MODIFICADOR DO GRUPO VERBAL, podemos fazer a pergunta «O que fez [sujeito] + [modificador]?» e tudo soará gramatical:
Marcelo fez um discurso na segunda-feira. Que fez Marcelo na segunda-feira? Fez um discurso.
Se se tratar de um complemento oblíquo, o resultado já será agramatical:
Dona Dolores foi à Madeira. *Que fez Dona Dolores à Madeira? Foi.
O COMPLEMENTO AGENTE DA PASSIVA começa com a preposição «por», precedida por verbo na passiva, e podemos adotá-lo como sujeito da mesma frase na voz ativa:
A casa foi comprada por Monica Bellucci. → Monica Bellucci comprou a casa.
As joias de Kim foram roubadas pelos ladrões. → Os ladrões roubaram as joias de Kim.
O PREDICATIVO DO SUJEITO é uma função sintática associada a verbos copulativos (como «ser», «estar», «parecer», «ficar», «permanecer», «continuar», mas também «tornar-se», «revelar-se», «manter-se», etc.). Atribui uma qualidade ao sujeito ou localiza-o no tempo ou no espaço.
Os taxistas andam revoltados.A Violeta está em casa.
O PREDICATIVO DO COMPLEMENTO DIRETO é uma função sintática associada a verbos transitivos-predicativos (como «achar», «considerar», «eleger», «nomear», «designar» e poucos mais), os que selecionam um complemento direto e, ao mesmo tempo, lhe atribuem uma qualidade / característica.
A ONU elegeu Guterres secretário-geral. (Para confirmar que «Guterres» é o complemento direto e «secretário-geral», o predicativo do complemento direto: → A ONU elegeu-o secretário-geral.)
Eles deixaram a porta aberta. (→ Eles deixaram-na aberta.)
O COMPLEMENTO DO NOME, quando tem a forma de grupo preposicional, é selecio-nado pelo nome (ou seja, é obrigatório, mesmo se, em alguns casos, possa ficar apenas implícito). Os nomes que selecio-nam complemento são muitas vezes deri-vados de verbos.
A absolvição do réu desagradou-me. (Seria aceitável «A absolvição desagradou-me» num contexto em que a referência ao absolvido ficasse implícita.)A necessidade de estudar gramática é uma balela. (*A necessidade é uma balela.)
Quando tem a forma de grupo adjetival, o complemento do nome constitui uma unidade com o nome, ficando tão intimamente ligado a ele, que, na sua ausência, aquele parece ter já outro sentido. (Reconheça-se que estes casos não são fáceis de distinguir de certos modificadores restritivos do nome.)
A previsão meteorológica falhou.Os conhecimentos informáticos são úteis.
O MODIFICADOR RESTRITIVO DO NOME restringe a realidade que refere, mas não é selecionado pelo nome (não é «obrigató-rio»).
Comprei o casaco azul.Cão que ladra não morde.
O MODIFICADOR APOSITIVO DO NOME, sempre isolado por vírgulas, travessões ou parênteses, não restringe a realidade a que se refere nem é selecionado pelo nome (a sua falta não prejudicaria o sentido da frase).
O filme de que te falei, Birdman, está a acabar.O Renato Alexandre, que é amigo do seu amigo, conhece o Busto.
O COMPLEMENTO DO ADJETIVO é selecionado por um adjetivo (embora seja, frequentemente, opcional).
Ela ficou radiante com os presentes. (Ela ficou radiante.)Isso é passível de pena máxima. (*Isso é passível.)
Complemento direto
A Marlene vendeu o barco na semana passada.Os velejadores perderam a regata.O nadador-salvador atirou a boia ao náufrago. [complemento indireto]As focas comem peixe.
Complemento oblíquo
Não te aconselho a fugir.Ele bateu ao irmão. [complemento indireto]Gosto de passear.Duvido disso.
Complemento agente da passiva
O Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral.O Porfírio anseia pelo teu regresso.
[complemento oblíquo]O barco foi desviado da rota pelo vento.Os papéis foram organizados pela secretária.
Predicativo do complemento direto
A Luana continua na mesma empresa. [predicativo do sujeito]
Os padrinhos estimavam-no como filho.O juiz considerou-o inocente.Os vizinhos tinham-no por caloteiro.
1. Vestiste a tua camisola lilás.
A — Na frase 1, o constituinte destacado desempenha a função sintática de modificador restritivo do nome.
2. D. Maria I, a Piedosa, foi a primeira rainha reinante de Portugal.
B — Na frase 2, o constituinte destacado é um complemento do nome. [modificador apositivo/explicativo]
3. A minha mãe, que está de férias, vai para o Algarve amanhã.
C — Na frase 3, o constituinte destacado é um modificador restritivo [explicativo/apositivo] do nome.
4. A ideia da Ana Alice é interessante.
D — Na frase 4, o constituinte destacado desempenha a função sintática de complemento do nome.
[cfr. valor possessivo: «A sua ideia»]
5. O meu irmão mais novo magoou-se.
E — Na frase 5, o constituinte destacado é um modificador explicativo [restritivo] do nome.
6. Não te esqueças de trazer leite, Rolando.
F — Na frase 6, o constituinte destacado desempenha a função sintática de vocativo.
f) A venda das camisolas foi um sucesso.
complemento do nome
Cfr. vender camisolas V Comp
venda de camisolas N Comp
i) É fantástico que venhas connosco.
sujeito
= Que venhas connosco é fantástico Sujeito Predicado Vires connosco
a) O sujeito da frase «Fala-se na entrada no mercado de carros mais ecológicos.» classifica-se como...
3. sujeito nulo indeterminado.
b) Na frase «Naquela noite, chegámos cansadíssimos a casa.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...
6. modificador do grupo verbal.
c) Na frase «A casa parecia muito sossegada.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...
1. predicativo do sujeito.
d) Na frase «Ele encaixou a peça no puzzle.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...
5. complemento oblíquo.
e) Na frase «Eles deram-nos informações muito úteis.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...
7. complemento indireto.
f) O sujeito da frase «Há quadros muito interessantes neste museu.» classifica-se como...
4. sujeito nulo expletivo.
g) Na frase «Eles entraram na casa amarela.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...
2. modificador restritivo do nome.
h) Na frase «A Fátima, a melhor aluna da turma, teve uma nota excelente.», o constituinte destacado desempenha a função sintática de...
8. modificador apositivo do nome.
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