• A Educação antes da Escola
A educação entre os povos primitivos constitui a forma mais rudimentar do
tradicionalismo pedagógico. Entre eles vamos encontrar as formas mais
simples e elementares de educação, cujo objetivo era: “promover o
ajustamento da criança ao seu ambiente físico e social por meio da aquisição
de experiências de gerações passadas.” A educação possui uma estrutura
muito simples, como veremos a seguir:
• 1. A educação através da imitação
Nas civilizações primitivas a família é que desempenha o papel primordial na formação educativa das novas gerações até a puberdade. Uma das formas que a criança adquire conhecimento entre os povos primitivos é pela imitação. Nos primeiros anos de vida a imitação é inconsciente.
Ex: Com uma pequena tora na água aprendem a se equilibrar e a remar. Mais tarde saberão manejar uma canoa.
Numa segunda etapa a imitação torna-se consciente, quando se começa a exigir trabalhos das crianças. Ela vai aprendendo aos poucos a caçar e a pescar.
Chefes de família eram os primeiros professores e em seguida os sacerdotes
• O homem primitivo não é um ser animalizado.
• Não há educação sistemática, nem instituições escolares.
• A escola teria surgido pela primeira vez entre os Incas e os Astecas.
•Os povos possuem épocas próprias e lugares determinados para a realização da educação intencional.
• A época preferida é a da puberdade dos educandos e quanto aos lugares há as chamadas casas dos homens dos povos primitivos.
•Há uma preocupação clara pela formação das novas gerações, embora o objetivo imediato da educação seja a satisfação de necessidades materiais, relativas à alimentação, ao vestuário e ao abrigo.
• As 3 formas fundamentais da educação: a educação física, a educação intelectual e a educação moral.
Educação física:
• Dão grande liberdade às crianças que se aproveitam para o exercício dos seus jogos naturais.
• O jogo e a imitação têm papel importante e considerável na educação primitiva.
• As crianças de tribos guerreiras fazem espadas, arcos, escudos.
• Nas pacíficas imitam as atividades de tecelagem, construção de cabanas, confecção de vasos e adornos, trabalhos no capo, a caça, a pesca e a navegação, aprendem a suportar a dor, a fome e as circunstancias difíceis.
Educação intelectual:
•É prática e visa tornar a criança capaz de prover às suas necessidades individuais, mais tarde às da família e da comunidade.
•Esta educação começa cedo conforme o sexo e a maneira de viver da tribo.
•Os jovens aprendem a conhecer hábitos dos animais e peixes, a confeccionar instrumentos de caça e de pesca, a manejar armas e construir embarcações, a desenvolver sua agilidade física, aperfeiçoar sua acuidade sensorial.
•Suas faculdades intelectuais se tornam precisas, ágeis e eficazes.
•As mulheres são preparadas para o lar, criação dos filhos e auxiliar o marido nas ocupações.
•Nos povos primitivos a memória se revela pronta, rica e fiel. Sua imaginação é exuberante e colorida. Sua inteligência é viva, engenhosa e inventiva.
Educação moral:
•O senso moral dos primitivos se encontra mais ou menos obscurecido e desfigurado, mas sua alma guarda a marca indelével da lei natural.
•Sua consciência é lúcida.
•Eles compreendem o dever que possuem de transmitir aos descendentes preceitos morais e espirituais.
•Esses preceitos se referem ao respeito aos pais e aos velhos, ao culto dos antepassados, ao sentimento da honra, à fidelidade à palavra empenhada, à obediência às autoridades legítimas.
•O acontecimento de maior importância na educação dos povos primitivos é a iniciação da puberdade, que se reveste de um caráter de formação moral.
• A iniciação representa a recepção solene dos adolescentes na comunidade dos adultos.
• Os jovens nesta cerimônia são separados da comunidade e enviados a uma residência especial onde permanecem sob a vigilância dos anciãos da tribo.
• São realizadas solenidades de caráter purificatório, depois ritos de iniciação.
• Recebem novo nome, são submetidos a provas cruéis e brutais que servem para aferir a coragem e a resistência ao sofrimento.
• Recebem instruções relativas ao matrimônio, às tradições sagradas da tribo, aos limites do território, à fidelidade ao chefe da nação.
• Os jovens recebem conselhos sobre guerra, caça, pesca, artes manuais.
• Exortam-nos a combater com coragem, proteger os fracos e defender os humildes.
• As noções religiosas: transmitem às novas gerações variam com o tipo de civilização. os jovens iniciados nessas cerimônias aprendem os métodos de capturar animais, as artes de acender fogo, preparar alimentos, etc.
As cerimônias têm:
A evolução do hominídeo para o homem apresenta as seguintes fases:
Australopithecus:
(de 5 milhões a 1 milhão de anos atrás).
• Caçador
• lasca a pedra,
• constrói abrigos.
Pitecanthropus
(de 2 milhões a 200 mil anos atrás)
• com um cérebro pouco desenvolvido;
• vive da colheita e da caça;
• se alimenta de modo misto;
• pule a pedra nas duas faces;
• é um pronto-artesão
• conhece o fogo
• vive imerso numa condição de fragilidade e de medo;
Homem de Neanderthal
(de 200 mil a 40 mil anos atrás)
• aperfeiçoa as armas;
• desenvolve um culto dos mortos;
•cria até um gosto estético (visível nas pinturas), que deve transmitir o seu ainda simples saber técnico.
Homo sapiens
• que já tem características atuais:• possui a linguagem;• elabora múltiplas técnicas, educa os seus
“filhotes”;• vive da caça;• é nômade;• é “artista” (arte naturalista e animalista);• está impregnado de cultura mágica, dotado
de cultos e crenças;• vive dentro da “mentalidade primitiva”
marcada pela participação mística dos seres e pelo raciocínio concreto, ligado a conceitos-imagens e pré-lógico, intuitivo e não-argumentativo.
A educação dos jovens, nesta fase, torna-se o instrumento central para a
sobrevivência do grupo e a atividade fundamental para realizar a
transmissão e o desenvolvimento da cultura. No filhote dos animais
superiores já existe uma disposição para acolher esta transmissão, fixada biologicamente e marcada pelo jogo-imitação. Todos os filhotes brincam com
os adultos e nessa relação se realiza um adestramento, se aprendem
técnicas de defesa e de ataque, de controle do território, de ritualização dos
instintos. Isso ocorre – e num nível enormemente mais complexo – também
com o homem primitivo, que através da imitação, ensina ou aprende o uso
das armas, a caça e a colheita, o uso da linguagem, o culto dos mortos, as
técnicas de transformação e domínio do meio ambiente.
Depois desta fase, entra-se (cerca de 8 ou 10 mil anos atrás) na época do
Neolítico, na qual se assiste a uma verdadeira e própria revolução cultural.
Nascem, as primeiras civilizações agrícolas: os grupos humanos se tornam
sedentários, cultivam os campos e criam animais, aperfeiçoam e
enriquecem as técnicas (para fabricar vasos, para tecer, para arar), cria-se
uma divisão do trabalho cada vez mais nítida entre homem e mulher e um
domínio sobre a mulher por parte do homem, depois de uma fase que
exalta a feminilidade no culto da Grande Mãe (findo com o advento do
treinamento, visto como “conquista masculina”).
A revolução neolítica é também uma revolução educativa:
•fixa uma divisão educativa paralela à divisão do trabalho (entre homem e mulher, entre especialistas do sagrado e da defesa e grupos de produtores);
•fixa o papel - chave da família na reprodução das infra-estruturas culturais:
•papel sexual, papéis sociais, competências elementares, introjeção da autoridade;
•produz o incremento dos locais de aprendizagem e de adestramento específicos (nas diversas oficinas artesanais ou algo semelhante; nos campos; no adestramento; nos rituais; na arte) que, embora ocorram sempre por imitação e segundo processos de participação ativa no exercício de uma atividade, tendem depois a especializar-se, dando vida a momentos ou locais cada vez mais específicos para a aprendizagem. Depois, são a linguagem e as técnicas (linguagem mágica e técnicas pragmáticas) que regulam – de maneira cada vez mais separada – os modelos de educação.
Fontes:
• hhttp://www.monografias.brasilescola.com/educacao/a-educacao-antes-escola.html - Gabriele Gonçalves
• www.pedagogia.com.br/historia/primitivo.php
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