TEORIA NEOCLÁSSICA
Professor Flávio Toledo
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Principais características:
• Ênfase na prática da administração;
• Reafirmação dos postulados clássicos;
• Ênfase nos princípios gerais de administração;
• Ênfase nos objetivos e nos resultados;
• Ecletismo.
Ênfase na prática da administração.
Caracteriza-se por uma forte ênfase nos aspectos práticos daadministração, pela busca de resultados concretos e palpáveis, sem sedescuidar dos conceitos teóricos da administração.
Visou-se desenvolver os conceitos de forma prática e utilizável, “açãoadministrativa”.
Uma Teoria administrativa só tem valor quando operacionalizada naprática.
Reafirmação dos postulados clássicos.
Uma reação a enorme influência das ciências do comportamento em
detrimento dos aspectos econômicos e concretos.
A organização, relações de linha e assessoria, problema da autoridade e
responsabilidade, departamentalização e todos os conceitos clássicos são
realinhados na abordagem Neoclássica.
Ênfase nos princípios gerais de administração.
Estabelece normas de comportamento administrativo.
Os princípios que os clássicos utilizavam como leis científicas são retomados
como critérios mais ou menos elásticos para a busca de soluções
administrativas práticas.
Ênfase nos Objetivos e Resultados.
É em função dos objetivos e resultados que uma organização deve serdimensionada, estruturada e orientada.
São exatamente os objetivos que justificam a existência de uma operação.
Enquanto as outras teorias davam ênfase nos meios a neoclássica visa osresultados e objetivos
Ecletismo dos Neoclássicos.
Os autores neoclássicos, embora se baseiem fortemente na teoria Clássica,
são amplamente ecléticos, absorvendo conteúdo de quase todas as outras
teorias administrativas.
PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO MAIS UTILIZADOS:
QUANTO A OBJETIVOS: Os objetivos da empresa e de seus departamentosdevem ser claramente definidos e estabelecidos por escrito. A organização deveser simples e flexível.
QUANTO AS ATIVIDADES: As responsabilidades designadas para uma posiçãodevem ser confinadas tanto quanto possível ao desempenho de uma simplesfunção.
As funções devem ser designadas para os departamentos na base dahomogeneidade no sentido de alcançar a operação mais eficiente e econômica.
QUANTO A AUTORIDADE: Deve haver linhas claras de autoridadedescendo do topo até a base da organização e responsabilidade da baseao topo.
A responsabilidade e a autoridade de cada posição devem ser claramentedefinidas por escrito.
A responsabilidade deve ser sempre acompanhada de correspondenteautoridade. Autoridade para tomar ou iniciar ação deve ser delegada omais próximo possível da cena de ação.
O número de níveis de autoridade deve ser o mínimo possível.
QUANTO A RELAÇÕES: Há um limite quanto ao número de posições que pode sereficientemente supervisionado por um único indivíduo. Cada indivíduo na organizaçãodeve reportar-se apenas a um único supervisor.
A responsabilidade da autoridade mais elevada para com os atos de seus subordinados éabsoluta.
Para os autores neoclássicos , a Administração consiste em orientar, dirigir e controlar osesforços de um grupo de indivíduos para um objetivo comum.
E o bom administrador é , naturalmente, aquele que possibilita ao grupo alcançar seusobjetivos com o mínimo dispêndio de recursos e de esforço e com menos atritos comoutras atividades úteis.
No fundo, todas as instituições são organizações e, consequentemente, têm uma dimensão administrativa comum.
Ao formular uma teoria das organizações, Drucker salienta que há trêsaspectos principais nas organizações:
• QUANTO AOS OBJETIVOS: as organizações não vivem para si próprias,mas são meios, são órgãos sociais que visam à realização de uma tarefasocial.
• QUANTO A ADMINISTRAÇÃO: todas as grandes organizações sãodiferentes em seus objetivos, em seus propósitos, mas sãoessencialmente semelhantes na área administrativa.
• QUANTO AO DESEMPENHO INDIVIDUAL: é o campo onde há menordiferença entre as organizações. O desempenho individual é a eficáciado pessoal que trabalha dentro das organizações. As organizações sóatuam à medida que seus administradores agem.
Cada empresa deve ser considerada sob o ponto de vista de eficácia e deeficiência.
• EFICÁCIA = é uma medida do alcance de resultados. A eficácia de umaempresa refere-se à sua capacidade de satisfazer uma necessidade dasociedade , ou do mercado por meio de seus produtos ou serviços.
• EFICIÊNCIA = é uma medida da utilização dos recursos nesse processo. Éuma relação entre custo e benefícios, ou seja, uma relação entre osrecursos aplicados e o produto final obtido.
Contudo, nem sempre a eficácia e a eficiência andam de mãosdadas.
Uma empresa pode ser eficiente em suas operações e pode nãoser eficaz, ou vice-versa.
EFICIÊNCIA EFICÁCIA
Ênfase nos meios Ênfase nos resultados
Resolver problemas Atingir resultados
Jogar futebol com arte Ganhar a partida
Princípios básicos da Organização:
Os autores neoclássicos fundamentalizam os princípios da organização formal
em quatro pontos:
• Divisão do trabalho
• Especialização
• Hierarquia
• Distribuição de autoridade e responsabilidade
DIVISÃO DO TRABALHO
Para ser eficiente a produção deve basear-se na divisão de tarefas, que nadamais é que decompor um processo complexo em uma série de pequenastarefas.
Iniciou-se pelo operário , na administração científica, depois ampliou-se paraos escalões superiores, na teoria Clássica.
Gerou maior especialização e detalhamento das tarefas e também um melhoraproveitamento do trabalho especializado por meio de departamentalização.
DIVISÃO DO TRABALHO
As consequências desta divisão de trabalho foram:
• Maior produtividade e melhor rendimento do pessoal envolvido;
• Maior eficiência da organização;
• Redução dos custos de produção, principalmente de mão-de-obra e demateriais diretos.
DIVISÃO DO TRABALHO
A própria organização empresarial passa a desdobrar-se em três níveisadministrativos, para dirigir e executar as tarefas e operações:
• Nível institucional - Dirigentes e Diretores.
• Nível intermediário - Gerentes
• Nível operacional - Supervisores
ESPECIALIZAÇÃO E HIERARQUIA
São consequências naturais que surgem da divisão de tarefas.
Hierarquia leva ao conceito de “autoridade” - a medida que se sobe na escalahierárquica, aumenta o volume de autoridade do ocupante do cargo.
Para vários autores a autoridade é conceituada como poder formal, significa odireito de dar ordens.
Para os neoclássicos a autoridade é o direito formal e legítimo de tomardecisões, transmitir ordens e alocar recursos para alcançar os objetivosdesejados pela organização.
Características da autoridade para os neoclássicos:
• A autoridade é alocada em posições da organização e não empessoas. Os administradores têm autoridade devido às posições queocupam, outros administradores nas mesmas posições tem a mesmaautoridade.
• Autoridade é aceita pelos subordinados. Os subordinados aceitam aautoridade dos superiores porque acreditam que eles têm o direitolegítimo, transmitido pela organização, de dar ordens e esperar o seucumprimento.
• A autoridade flui abaixo através da hierarquia verticalizada. Aautoridade flui do topo até a base da organização e as posições dotopo têm mais autoridade do que as posições da base.
A responsabilidade significa o dever de desempenhar a tarefa ouatividade para a qual a pessoa foi designada.
Geralmente, o grau de autoridade é proporcional ao grau deresponsabilidade assumida pela pessoa.
Autoridade maior que responsabilidade - Autocrático ou tirano.
Autoridade menor que responsabilidade - aumenta a dificuldade datarefa.
Surge o conceito de delegar.
DELEGAÇÃO é o processo de transferir autoridade e responsabilidade para
posições inferiores na hierarquia.
A hierarquização da organização , já representa a distribuição da autoridade
e da responsabilidade.
Centralização versus descentralização.
A teoria Clássica defendia a organização linear caracterizada pela ênfasedada à centralização e a Científica defendia a organização funcional,excessivamente descentralizada.
A centralização e descentralização referem-se ao nível hierárquico no qualas decisões devem ser tomadas. Centralização significa que a autoridadepara tomar decisões está alocada próximo ao topo da organização.
Na Descentralização, a autoridade de tomar decisões é deslocada para osníveis mais baixos da organização
VANTAGENS DA CENTRALIZAÇÃO
• As decisões são tomadas por administradores que possuem uma visãoglobal da empresa.
• Os tomadores de decisão no topo são geralmente melhor treinados epreparados do que os que estão nos níveis mais baixos.
• As decisões são mais consistentes com os objetivos empresariais globais.
• A centralização elimina esforços duplicados de vários tomadores de decisãoe reduz custos operacionais.
DESVANTAGENS DA CENTRALIZAÇÃO
• As decisões são tomadas por administradores da cúpula que estãodistanciados dos fatos e das circunstâncias.
• Os tomadores de decisão no topo raramente têm contato com as pessoas esituações envolvidas.
• As linhas de comunicação da cadeia escalar provocam demoras e maiorcusto operacional.
• As decisões têm de passar pela cadeia escalar, envolvendo intermediários epossibilitando distorções e erros pessoais no processo de comunicação dasdecisões.
VANTAGENS DA DESCENTRALIZAÇÃO
• As decisões são tomadas mais rapidamente pelos próprios executores daação.
• Tomadores de decisão são os que tem mais informação sobre a situação.
• Maior participação no processo decisorial promove motivação e moralelevado entre os administradores médios.
• Proporciona excelente treinamento para os administradores médios.
DESVANTAGENS DA DESCENTRALIZAÇÃO
• Pode ocorrer falta de informação e coordenação entre os departamentosenvolvidos.
• Maior custo pela exigência de melhor seleção e treinamento dosadministradores médios.
• Risco de sub-objetivação: Os administradores podem defendermais os objetivos departamentais do que os empresariais.
• As políticas e procedimentos podem variar enormemente nosdiversos departamentos.
ABORDAGEM ESTRUTURALISTA
ABORDAGEM ESTRUTURALISTA
Surgiu como uma reação às práticas administrativas injustas causadas pela
Revolução Industrial.
TEORIA DA BUROCRACIA
MODELO BUROCRÁTICO
Desenvolveu-se através de Max Weber (1864-1920), sociólogo alemão, mas foi implantada
na Administração a partir de 1940.
O Modelo Burocrático de organização baseia-se na racionalidade das atividades.
Para Weber, há três tipos de organização, cada uma com um tipo de autoridade:
• Tradicional,
• Carismática,
• Racional ou Burocrática.
CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA
DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA
MODELO BUROCRÁTICO DE WEBER
GRAUS DE BUROCRATIZAÇÃO
TEORIA ESTRUTURALISTA
TIPOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES
Há diferenças entre as organizações. Entretanto, elas apresentam algumas
características que permitem classificá-las em tipos.
1. Tipologia de Etzioni
2. Tipologia de Blau e Scott
ORIGEM DA TEORIA ESTRUTURALISTA
Estruturalismo: representa uma nova visão com o surgimento da Escola
Sistêmica.
Maior pensador: AMITAI ETZIONI
Nascido em Werner Falk em 4 de Janeiro de 1929 em Cologne, (Alemanha) é
um sociólogo estadunidense-israelense.
livro "Organizações Modernas" (1964)
TEORIA ESTRUTURALISTA
Administração Clássica Teoria das Relações Humanas
Teoria Burocrática
• Estrutura é o conjunto formal, de dois ou mais elementos, que permaneceinalterado, mesmo com a alteração de algum de seus elementos.
• Estruturalismo é um método que estuda os elementos com relação à umatotalidade.
• Está voltado para o todo e para o relacionamento entre as partes.
• O todo é maior do que a soma das partes.
Classifica em três categorias as organizações, analisando e
comparando o controle e a autoridade.
• Organizações especialistas
• Organizações não especializadas
• Organização de serviços
OS NÍVEIS DA ORGANIZAÇÃO EM UM SISTEMA DE ABORDAGEM MÚLTIPLA
Nível Institucional - É o nível organizacional mais elevado, composto dos
dirigentes e altos executivos.
Nível Gerencial - É o nível intermediário, situado entre o nível institucional e o
nível técnico. Cuida do relacionamento e da integração desses dois níveis.
Nível Técnico - É o nível mais baixo da organização. É chamado nível
operacional e é onde as tarefas são executadas, os programas são
desenvolvidos e as técnicas são aplicadas.
Os três níveis Organizacionais para PARSONS.
ABORDAGEM MÚLTIPLA
Os estruturalistas utilizaram alguns conceitos de outras Escolas da Administração para o
estudo das organizações. Por isso, considera- se sua abordagem múltipla.
• Organização Formal e Informal
• Recompensas Salariais & Materiais, Sociais & Simbólicas.
• Diferentes níveis hierárquicos
• Diferentes tipos de organização
• Análise intra e interorganizacional
• A tipologia de Etzioni enfatiza os sistemas psicossociais das organizações.
• Tem como desvantagem a pouca atenção dada à estrutura e ao ambiente
externo.
• Tipologia unidimensional, baseada nos tipos de controle.
TIPOLOGIA DE ETZIONI
TIPOLOGIA DE ETZIONI
As organizações são “artificiais” e planejadas.
Características das organizações:
• Divisão de trabalho
• Centros de poder
• Substituição do pessoal
Meios de controle:
• Físico
• Material
• Normativo
Envolvimento dos indivíduos:
• Alienatório
• Calculista
• Moral
Classificação das organizações:
• Coercitivas
• Utilitárias
• Normativas
TIPOLOGIA DE ETZIONI
RELAÇÃO ENTRE TIPOS DE PODER E ENVOLVIMENTO
TIPOLOGIA DE BLAU E SCOTT
Para os autores, as organizações estão inseridas em comunidades, se
relacionando, assim, com outras organizações e com os clientes.
A tipologia de Blau e Scott é baseada nos beneficiários da organização.
Tanto os internos quanto os externos.
Beneficiários das organizações:
• Os próprios membros da organização
• Os proprietários, acionistas da organização
• Os clientes
• O público em geral
Tipos de organizações:
• De beneficiários mútuos
• De interesses comerciais
• De serviços
• De Estado
TIPOLOGIA DE BLAU E SCOTT
TIPOLOGIA DE BLAU E SCOTT
AMBIENTE ORGANIZACIONAL
• As organizações têm como principal razão de sua existência, atingir
objetivos específicos.
• Uma empresa pode ter mais de um objetivo, em um mesmo tempo.
• Como há várias organizações no mercado, pode ocorrer de algumas terem
objetivos semelhantes, tornando-as concorrentes diretas.
• Os estruturalistas visualizam as organizações inseridas em um ambiente
social, político e econômico.
Quanto à análise do ambiente organizacional, os estruturalistas criticam o
estudo das outras Escolas, por se limitarem à interação entre as pessoas e
entre grupos.
Não há, pelas outras Escolas, o estudo da interação entre organizações e seus
ambientes.
Os estruturalistas usam dois conceitos para o estudo interorganizacional:
• Interdependência das organizações com a sociedade.
• Conjunto organizacional – ‘classes’ de organizações.
ASPECTOS PRINCIPAIS DO ESTRUTURALISMO
• A organização é concebida como um sistema social aberto e deliberadamente construído.
• Os conflitos são considerados inevitáveis e até muitas vezes desejáveis na relação empresa-
empregado.
• Incentivos mistos são recomendados (não apenas materiais).
• O sentido do “homem organizacional” em contraposição ao “homem administrativo”, do
comportamentalismo, ao “homem social”, da dinâmica de grupo e ao “homem econômico”,
da administração científica, de Taylor.
• São visados “resultados máximos”, à semelhança da Escola Clássica, em oposição ao
comportamentalismo, que visa “resultados satisfatórios”
O PAPEL DO CONFLITO NO ESTRUTURALISMO
• Dependência do homem: das organizações ao longo da vida.
• Organizações esperam: conformismo total às regras e decisões.
• O conflito é considerado um processo fundamental e válido. Traz à tona frustrações e
desinteligências na organização. Refuta a visão harmônica das escolas anteriores.
• Conflito (conceito): é toda e qualquer espécie de oposição ou interação antagônica entre
duas ou mais pessoas ou partes.
• Dilemas: São escolhas dentre alternativas, em que algum objetivo muito
importante será desprezado em benefício de outro.
Tipos de Dilemas:
A) Entre coordenação e comunicação;
B) Entre disciplina burocrática e conhecimento profissional;
C) Entre necessidade de planej. centralizado e iniciativa individual
TIPOS MAIS COMUNS DE CONFLITO
SEGUNDO ETZIONI:
Entre autoridade especialista (conhecimento) e autoridade administrativa
(hierárquica).
SEGUNDO BLAU E SCOTT:
(a)Entre organização formal e a informal;
(b) No relacionamento entre clientes e a organização.
APRECIAÇÃO CRÍTICA
• Convergência de várias abordagens divergentes.
• Ênfase na organização: sua estrutura e interação com o
ambiente.
• Análise organizacional mais ampla.
• Tipologias organizacionais unidimensionais.
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