UNIVERSIDADE FEEVALE I ICCT I ARQUITETURA E URBANISMO
ACADÊMICO: NATANAEL ARAMIS FICK STENGERORIENTADOR: PROF. ME. TIAGO BALEM
ARQUITETURA RELIGIOSA – CENTRO DE UMBANDA
A CARIDADE É UM EXERCÍCIO ESPIRITUAL...QUEM PRATICA O BEM, COLOCA EM MOVIMENTO
A FORÇA DA ALMA...CHICO XAVIER
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5SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. TEMA2.1. ARQUITETURA RELIGIOSA2.2. O QUE É UMBANDA2.3. O QUE É UM CENTRO DE UMBANDA2.4. SIMBOLISMOS DA UMBANDA
2.4.1. ERVAS E PLANTAS2.4.2. PEDRAS2.4.3. FERRAMENTAS DE TRABALHO
3. ANÁLISE DE REFERÊNCIAS3.1. REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS ANÁLOGAS3.2. REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS FORMAIS
4. PROPOSTA DE PROJETO4.1. CENTRO DE UMBANDA YLÊ PAI XANGÔ DAS MATAS E ABASSE DE P.G.C.SORAYA4.2. LOTE
4.2.1. PAROBÉ4.2.2. ANÁLISE DO LOTE4.2.3. PLANO DIRETOR E CÓDIGO DE OBRAS
4.3. PROGRAMA DE NECESSIDADES4.4. NORMAS BRASILEIRAS PARA ARQUITETURA4.5. PROPOSTA DE OCUPAÇÃO E VOLUMETRIA
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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14
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21
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3333
3940
4145
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49
1. IntroduçãoO presente trabalho consiste na coleta de dados e
informações que subsidiarão o projeto arquitetônico de um Centro
de Umbanda na cidade de Parobé. O tema foi escolhido, pois no
decorrer de minha vivência nesta religião (Figura 1), pude
perceber inúmeros problemas com o espaço físico dedicado a
essa pratica religiosa.
O desconhecimento dos fundamentos, a falta de um espaço
físico construído especificamente para essa pratica religiosa,
situação esta muito comum em inúmeros casos, somados ao fato
de não haver uma arquitetura representativa a qual atraia e
convide as pessoas à participarem e frequentarem esta religião.
Estes e mais alguns fatos são agravantes do preconceito que
grande parte da sociedade possui acerca da Umbanda.
Há pouca pesquisa na área da arquitetura religiosa sobre a
Umbanda. Assim no decorrer deste trabalho serão apresentados
detalhes sobre a religião e informações sobre o espaço físico que
suas práticas necessitam. Também apresentar-se-á análises sobre
o lote e sua relação com o entorno, bem como a análise de
projetos análogos e formais e normas técnicas exigidas. Com
isso, pretende-se subsidiar o projeto arquitetônico pretendido , um
Centro de Umbanda, em Parobé.
Figura 1 – Firmesa de um Preto Velho
Fonte: ASSEMA (2018)4
“Quando comecei a frequentar esta religião, em minha mente
possuía a imagem de feitiços para o mal, a qual é difundida pela
grande parte da sociedade. Após continuar frequentando suas
sessões e giras, percebi o equívoco da imagem que a
sociedade possui. A Umbanda é voltada pra caridade e auxílio
ao próximo, trazendo conforto e conselhos aos que necessitam.
Expressar minhas sensações e emoções sobre esta religião é
impossível, pois cada um experimenta algo diferente. Mas uma
coisa que aprendi de seus ensinamentos e levarei para sempre é
‘não julgar ao próximo e ajudar de coração sem esperar nada em
troca’...Natanael Aramis Fick Stenger”
2.1. ARQUITETURA RELIGIOSA
Portobello (2018), afirma que a arquitetura religiosa possuí
grande impacto na vida das pessoas, seja como um local sagrado
para cultos ou como um local de representatividade de poder e
identidade cultural. O autor assevera que cada religião, por meio
da sua configuração espacial faz com que as pessoas vivenciem
percepções e sensações diferentes. A seguir apresenta-se
características comuns sobre a arquitetura de algumas das
religiões mais difundidas:
a) Arquitetura Religiosa Cristã: caracteriza-se por uma
igreja ou basílica (Figura 2), em que estas dividem-se em
uma galeria de entrada, local destinado a reunião dos fiéis
antes de adentrarem para as missas; naves principais, onde
localizam-se os bancos destinados aos fiéis durante as
missas e comemorações; o altar (Figura 3), o ponto focal
da arquitetura cristã, pois é espaço que esta a
representação do divino, transformando-se no local mais
puro para os cristãos.
Adjacente a igreja ou basílica, encontra-se a casa
paroquial, destinada como moradia ao padre que cuida e
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2. Temagerência a paróquia. Por fim, atualmente encontra-se um
barracão ou um espaço onde são realizada as festividades
e eventos propostos pela paróquia.
b) Arquitetura Religiosa Islâmica: caracteriza-se pelas
mesquitas (Figuras 4 e 5), as quais são constituídas,
principalmente, por: um átrio, destinado a reunião dos
fiéis antes de adentrarem o espaço destinado as orações;
uma sala de orações, destinada para a realização dos
encontros religiosos. Possui grande ênfase na geometria
pura, na simetria estética e na utilização de tijolos e arcos
persas (ESTILOS ARQUITETÔNICOS 2018).
Figuras 2 e 3 – Basílica do Sagrado Coração (esquerda)Altar da Paróquia Nossa Senhora do Brasil/SP
Fontes: Sygic (2018); Universo das Noivas (2018)
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2.2. O QUE É UMBANDA
Segundo Marques (2016) a Umbanda é uma religião
genuinamente brasileira, com caráter ecumênico, pois integra
muitos fundamentos e doutrinas de várias religiões, tendo como
base principalmente os cultos afro-brasileiros, por exemplo, o
Candomblé, e a Religião Espírita. A origem da Umbanda se
manifestou através da incorporação através do adolescente Zélio
Fernandino de Morais (Figura 8) (JÚNIOR, 2014). O autor revela
que o adolescente começou a apresentar comportamentos como
se fosse outra pessoa, e a família preocupada levou Zélio a vários
médicos e nenhum conseguiu diagnosticar qual problema o
Figuras 6 e 7 – Pagode do Templo Budista de Três Coroas/RS
Fontes: Veja no Mapa (2018); Gestour Brasil(2018)
Figuras 4 e 5 – Fachada da mesquita Nasir-ol-Molk (esquerda)e Interior da mesquita Nasir-ol-Molk
Fonte: Arquitetura Radical (2018)
c) Arquitetura Religiosa Budista: caracteriza-se por sete
edificações básicas, sendo elas: o pagode (Figuras 6 e 7),
o salão principal, a sala de palestras, a torre do sino, o
repositório de sutras, o dormitório e o refeitório. Estes sete
edifícios são dispostos sistematicamente no terreno
fazendo com que os principais edifícios localizem-se no
centro do complexo. Essa distribuição possibilitando a
conexão de todas as edificações com caminhos cobertos,
permitindo um livre f luxo dos monges e dos visitantes em
todo o complexo.
af ligia. Depois de inúmeras possibilidades médicas aventadas, a
família de Zélio decidiu levá-lo a um Centro Espírita, no dia 15 de
novembro de 1908. Durante a sessão decorrida neste centro, o
espírito do Caboclo das Sete Encruzilhadas tomou posse do
corpo de Zélio indagando e dizendo aos espiritas presentes que
devido ao fato deles não aceitarem e marginalizarem, os espíritos
dos índios, negros escravos, crianças etc, no dia seguinte surgiria
uma nova religião tipicamente brasileira, em que esses espíritos
marginalizados teriam voz. Assim, nasceu a Umbanda em 16 de
novembro de 1908, através do espírito Caboclo das Sete
Encruzilhadas, manifestado através do médium Zélio Fernandino
de Morais.
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Figura 8 –Zélio
Fernandino de Morais
aos 32 anos
Fonte: Pai Joaquim(2018)
Juruá(2013) afirma que a religião Umbanda tem como
premissa a prestação de auxilio e aconselhamento espiritual a
qualquer pessoa que procurar um lugar onde suas práticas
aconteçam. Esse atendimento ocorre através da “manifestação do
espírito para a caridade”, espirito este chamado de entidade,
incorporada em médiuns. Essa prática é chamada de trabalho
mediúnico, e o objetivo é promover e pregar a ajuda ao próximo
sem interesse, em busca da simplicidade e com humildade.
Espera-se que com os conselhos e rezas realizadas nos
atendimentos, tanto a pessoa atendida, como aquela que está
mediando o atendimento, estejam em um processo de evolução
espiritual. Umbanda significa “a arte de curar” ou “curandeiro”,
ou seja, uma religião voltada à cura dos males físicos e
espirituais.
Segundo Botelho (2009) a Umbanda possui a crença em um
Deus único, assim como a maioria das outras religiões. Além
disso, acredita que os orixás (Figura 9) são a representação das
forças da natureza em sua mais simples forma. Por exemplo, eles
representam a força de um trovão, das pedras, das matas, do
raio, do vento, do mar, da estrada etc. Na Umbanda a conexão
dos orixás com os seres humanos ocorre através das
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Figura 9 – Representação dos Orixás das 7 linhas da Umbanda
Fonte: We Mystic (2018)
mães” de cabeça e os caboclos, que tem por função principal
aconselhar e acolher os consulentes com a visão e o rigor de um
pai ou uma mãe. Povo de Preto Velho caracteriza-se pela
manifestação dos espíritos dos escravos e espíritos que se
assemelham com essa linha de trabalho, por exemplo os
médicos, que tem por função principal o acolhimento e
aconselhamento de uma forma mais branda e mais amorosa,
como um avô ou avó. Também é uma linha de trabalho voltada a
cura física e espiritual.
entidades, que são manifestadas em povos: Povo de Umbanda,
Povo de Preto Velho, Povo do Oriente e Povo de Exú, ou Povo da
Rua como são chamados popularmente. Esses povos são os que
mais frequentam espiritualmente os centros de Umbanda, porém
há ainda outros povos, como por exemplo, Povo das Crianças,
dos Boiadeiros, dos Marinheiros, dos Cangaceiros, dos Baianos e
dos Malandros. Cada Povo possui uma energia e ritual de
conexão, também chamado de trabalho mediúnico, diferente um
do outro.
Botelho (2009) e Vieira (2015) afirmam que o Povo de Umbanda
(Figura 10) caracteriza-se pela manifestação dos chamados “pais e
Figura 10 – Chegada dos caboclos durante uma sessão de Umbanda
Fonte: Blog Umbanda Preceitos e Preconceito (2018)
deste Povo são chamados popularmente de “garis” da umbanda,
pois cabe a eles a limpeza astral junto com o aconselhamento
mais direto, de uma forma mais humanizada, devido estes
estarem mais próximos aos seres humanos e também ajudarem
com a abertura dos caminhos.
Segundo Vieira (2015) cabe ressaltar que todos os Povos
que trabalham na Umbanda realizam todos os trabalhos, ou seja,
o mesmo trabalho que um caboclo, um cigano (Figura 12)
também o faz, porém, cada povo tem sua especialidade, ou
seja, seus pontos fortes em práticas específicas.
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Botelho (2009), Marques (2016) e Vieira (2015), asseveram que
o Povo do Oriente caracteriza-se pela manifestação dos espíritos
dos ciganos. Estes por sua vez têm como principal função mostrar
o lado bom e alegre da vida, mesmo com todas as dificuldades
que serão percorridas no caminho e ensinam a viver um dia de
cada vez. Povo de Exú (Figura 11) ou Povo de Rua caracteriza-se
pela manifestação dos espíritos conhecidos como exús e as
pombo-giras. Estes são os espíritos mais próximos ao ser
humano, começando o processo de evolução através da
kimbanda. Esta por sua vez é uma ramificação desta religião,
que na maioria dos casos vem atrelada à Umbanda. Os espíritos Figura 12 – Representação de um acampamento cigano
Figura 11 –Assentamento
dos Exús e Pombo-Giras
Fonte: Centro Pai João de Angola (2018)
Segundo Botelho (2009) constituem-se de preparos de comidas
e agrados para determinada entidade, buscando o resultado
almejado para determinado problema ou questão que af lija a
pessoa que realizou o trabalho. Essa prática deriva do
Candomblé, que a utilizava originalmente no brasil como
oferenda e também como um meio de prover alimento aos
escravos fugitivos que apanhavam a comida nas ruas.
2.3. O QUE É UM CENTRO DE UMBANDA
Como mencionado anteriormente, a Umbanda é uma
religião, e como toda religião, precisa de um espaço físico
propício para a prática de seus rituais. Portanto, um Centro de
Umbanda é o espaço físico onde se realiza a prática desses
rituais. Como esclarece Júnior (2014), a Umbanda possui grande
parte de seus fundamentos baseados nos cultos afro-brasileiros,
mais especificamente o Candomblé, por isso o espaço físico na
Umbanda possui muitas características dos Terreiros dessa
religião. Esses lugares também são popularmente conhecidos
como terreiros, ylês (mais utilizado no Candomblé e nas suas
ramificações, conhecidas por Nações) ou templos de Umbanda.
Conforme Bastide (1961) o terreiro caracteriza-se por um
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Para Júnior (2014) por meio desses Povos e dos médiuns, a
Umbanda trabalha com a manipulação de energias espirituais, e
para que essa manipulação ocorra sem impedimentos o estado
físico e mental dos médiuns é de extrema importância. Essa
manipulação geralmente ocorre pela a utilização e manuseio de
simbolismos e ervas, estas de função primordial na Umbanda. Por
meio das energias e propriedades das ervas as entidades criam
ligações e pontos energéticos com o plano material. Por fim,
além dos trabalhos mediúnicos também existem os trabalhos
espirituais, popularmente conhecidos por oferendas (Figura 13).
Figura 13 – Oferendas para os Orixás
Fonte: Blog Umbanda Uthis (2018)
É importante ressaltar que a posição dessas edificações
sofre grande inf luência do fundamento praticado pelo terreiro,
pois conforme mencionado anteriormente, os rituais de
Umbanda utilizam de simbolismos, e a posição de cada
edificação dentro do terreno faz parte de um simbolismo,
formando assim um f luxo especifico de energias espirituais.
Bastide (1961) e Evangelista (2015) apresentam a divisão em
quatro (4) núcleos de tipos de espaços e edificações essenciais
para formar um Terreiro ou Centro de Umbanda:
a) Casa dos Exús ou Povo da Rua: localiza-se logo na
entrada do terreiro, pois essas entidades são os guardiões
da entrada. Geralmente conforma-se como uma casa
pequena sem janelas e somente com uma porta, pois não
pode entrar sol (Figura 15), em seu interior encontram-se
as imagens e assentamentos¹dessas entidades, feitas de
acordo com o fundamento do terreiro.
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conjunto de pequenas edificações (Figura 14), construídas de
acordo com o fundamento do terreiro, onde cada edificação
possui função específica e todas dispostas ao redor do jardim,
este com função primordial, pois a maioria das ervas utilizadas
nos rituais de Umbanda se encontram no jardim do Centro.
Figura 14 – Perspectiva Geral do Terreiro Òsùmàrè
Fonte: Brasil Arquitetura (2018)
¹Assentamentos são as firmezas permanentes feitas com as ferramentas das entidades. As firmezas por sua vez são um ponto de conexão com a energia das entidades, geralmente feitas ao se acender uma vela conectando-se temporariamente a uma determinada entidade.se
c) Cozinha: pode ser considerado um dos espaços mais
importantes do Terreiro. É na cozinha que se começam os
rituais da Umbanda, pois desde um simples estouro de
pipoca a uma oferenda (Figura 17) ou um trabalho, todas
essas práticas são realizadas nesse ambiente considerado
parte do processo ritualístico. A cozinha também é o
apoio durante as sessões, pois é onde ficam preparadas
as bebidas e materiais alimentícios que as entidades
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b) Barracão, Ylê, Terreiro ou Centro: espaço destinado a
realização das sessões, e se encontra após a Casa dos
Exús. Um espaço de planta livre (Figura 16)onde em uma
extremidade localiza-se o congá (altar) de Umbanda.
Também possui um setor destinado à assistência, ou seja,
destinadas às pessoas que vão participar da sessão e
conversar com as entidades recebendo a caridade e o
equilíbrio energético ao qual necessitam.
Figura 15 – Casa dos Exús
Fonte: Blog Meu Esù (2018)
Figura 16 – O Barracão para a realização das sessões , com sua planta livre
Fonte: Blog Parnaiba (2018)
Bastide (1961) e Zambuzzi (2010) afirmam que além do
espaço físico do terreiro propriamente dito, este em certas
ocasiões utilizam o espaço público para a realização de seus
rituais, por exemplo praças, cachoeiras, mar, encruzilhadas
(urbanas ou rurais), matas, cruzamento de ruas, cemitérios, etc.
Estes lugares complementam os espaços onde são realizados dos
rituais de Umbanda, e também são lugares naturais de ligação
energética com as entidade, ou seja, os chamados pontos de
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utilizarão durante a cerimônia ou gira, termo usado na
Umbanda.
Figura 17 – Integrantes de um terreiro preparando as oferendas das entidades
Fonte: Giras de Umbanda (2018)
Figura 18 – Jardim dos Orixás, pertencente ao terreirode Pai Maneco
Fonte: Pai Maneco(2018)
d) Jardim ou Espaço Aberto: espaço de extrema
importância, pois é onde são cultivadas as ervas utilizadas
nos rituais de Umbanda (Figura 18). As ervas têm função
primal nos rituais. Cada erva possui uma energia e um
propósito específico, e é através dessa utilização as
entidades e os médiuns realizam seus trabalhos.
determinado item. Os simbolismos possuem grande inf luência
através de suas disposições pelo terreiro. Estes podem ser
divididos em três (3) grupos:
2.4.1. ERVAS E PLANTAS: Segundo Peixoto (2017), as
ervas são usadas para purificar qualquer energia ou
objeto utilizado nos rituais da Umbanda, além de curar as
doenças e afastar os males. Sua utilização ocorre por ser
um elemento que está conectado a terra e a natureza e é
imantado com a energia dos orixás, em que cada planta
representa a energia de um ou mais orixás. Como
mencionado anteriormente, cada erva possui um uso
especifico, sendo que também podem ser combinadas
em amacis³, banhos e patuás4, para reforçar e
complementar suas energias durante a realização do
trabalho. Alguns exemplos de ervas usadas na Umbanda
geralmente encontradas no jardim do próprio terreiro:
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força, muito utilizados na realização de trabalhos, oferendas e
despachos².
Para Bastide (1961) e Zambuzzi (2010), o terreiro constitui um
território ao mesmo tempo que estende-se para a malha urbana.
Portanto o terreiro assume a cidade como parte integrante de seu
espaço sagrado. A partir desse entendimento a localização do
terreiro na malha urbana tem grande impacto para o bom
funcionamento de todas as suas atividades espirituais. Onde a
proximidade e a facilidade de acesso a esses pontos da malha
urbana, torna mais fáceis e mais rápido a realização de trabalhos
espirituais que demandam a utilização dos mesmos.
2.3. SIMBOLISMOS DA UMBANDA
Todos os autores já mencionados anteriormente afirmam que
as entidades na Umbanda realizam seus trabalhos através da
utilização de ervas, pedras e os chamados instrumentos de
trabalho. Portanto os simbolismos da Umbanda são os itens
empregados pelas entidades e médiuns para a realização de
trabalhos, para a representação energética ou simbólica de ³Amaci é uma mistura de ervas maceradas em água fria para lavar imagens, ferramentas de trabalho e também energizar as imagens das entidades.4Patuá é um saquinho onde dentro são colocadas ervas ou objetos utilizadospara proteção, ou seja, um amuleto.
²Despacho é o descarte de oferendas ou trabalhos e devem passar por um ritual para finalizá-los.
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a) Alecrim: transforma a energia do mau-olhado auxiliando
no equilíbrio do ambiente. Também equilibra o emocional,
ajudando na depressão e cansaço emocional. Esta erva
possui a energia do Orixá Oxalá.(Figura 19)
Figura 19 – Alecrim e Oxalá
Fontes: Wsimag (2018); Perdido (2018)
b) Manjericão: utilizado nas defumações e banhos para
purificar ambientes. Também é considerada uma erva
estimulante. Esta erva possui a energia do Orixá
Oxum.(Figura 20)
c) Arruda: utilizada no combate a inveja e olho gordo,
através de banhos e defumações. Também é usada para
proteção, pois age como um imã atraindo para si as
Figura 20 – Manjericão e Oxum
Fontes: Mundo Boa Forma (2018); Estra Globo (2018)
energias negativas do ambiente. Esta erva possui a
energia do Povo de Preto Velho.(Figura 21)
Figura 21 – Arruda e Pretos Velhos
Fontes: Blog Plantei (2018); Blog Umbanda EAD (2018)
16
d) Espada de São Jorge: utilizada em amacis, em limpezas
e quando plantada em vasos ou canteiros serve como
barreira protetora. Esta erva possui a energia do Orixá
Ogum.(Figura 22)
Figura 22 – Espada de São Jorge e Ogum
Fontes: Carlos Yjexa (2018); Mercado Livre(2018)
Figura 23 – Guiné e Oxóssi
Fontes: Tua Saúde (2018); Blog Ylê Gbara Vodu d’oxumare (2018)
negativas. Como a arruda ajuda na proteção contra inveja
e ciúmes. Esta erva possui a energia do Povo de Exú.
(Figura 24)
Figura 24 – Pimenta e Povo de Exú
Fontes: Lar Natural (2018); Junto nos Candomblés (2018)
e) Guiné: tem a utilização parecida com a arruda sendo
muito utilizada combinada com outras ervas,
potencializando seus efeitos. Também possui propriedades
anti-infamatória e analgésica. Esta erva possui a energia do
Orixá Oxóssi.(Figura 23)
f) Pimenta: utilizada para o restabelecimento da saúde física
e psíquica, ajudando a dispersar energias pesadas e
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g) Pitangueira: utilizada nas defumações para equilibrar
energias atraindo prosperidade e proteção. Esta erva
possui a energia do Orixá Yansã. (Figura 25)
Figura 25 – Pitangueira e Yansã
Fontes: Blog Jose Eduardo Martins (2018); Silvia Federico (2018)
Figura 26 – Alfazema e Yemanjá
Fontes: Blog Mulheres Curandeiras (2018);Juntos no Candomblé (2018)
j) Mirra: purifica os ambientes e ajuda na proteção,
geralmente usada na defumação. Esta erva possui a
energia do Povo do Oriente.(Figura 28)
Figura 27 – Noz-moscada e Xangô
Fontes: Treino Mestre (2018); Jornal GGN92018)
h) Alfazema: utilizada para restabelecer o equilíbrio e
purificação de energias. Também ajuda a acalmar os
ambientes. Esta erva possui a energia do Orixá
Yemanjá.(Figura 26)
i) Noz-moscada: utilizada para atrair bons f luidos e na
melhoria da situação financeira. Esta erva possui a energia
do Orixá Xangô.(Figura 27)
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Figura 28 – Mirra e Povo Cigano
Fontes: Magia no Dia a Dia (2018); Umbanda do Chico (2018)
a) Olho de Tigre: usada para promover riqueza e dinheiro,
além de ser usada como amuleto protetor. Esta pedra
possui a energia do Orixá Xangô.
b) Ágata de Fogo: utilizada para realçar a força, bravura e
longevidade. Esta pedra possui a energia do Orixá Yansã.
c) Quartzo Branco: usada para estimular, equilibrar as
energias e aliviar o estresse. Esta pedra possui a energia
do Orixá Oxalá.
2.4.2. PEDRAS Cunningham (1988) afirma que como as
ervas, as pedras também possuem energia junto a
capacidade de transmuta-la e armazená-la. Por causa
dessas capacidades as pedras são muito utilizadas na
religião, sendo que cada entidade possui um tipo de pedra
específica onde essa pedra emite energias que se
assemelham as das entidades. Alguns exemplos de pedras
usadas na Umbanda:
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g) Granada: usada no reforço da resistência, vigor e
energia física. Esta pedra possui a energia do Orixá
Ogum.
h) Ametista: usada para acalmar os medos e abandonar
vícios. Esta pedra possui a energia do Povo do Oriente.
i)Turmalina Negra: usada para proteção, pois tem a
capacidade de absorver energias negativas. Esta pedra
possui a energia do Povo de Exú.
2.4.3. FERRAMENTAS DE TRABALHO: Peixoto (2017) e
Vieira (2015) afirmam que as ferramentas de trabalho são
os utensílios magísticos e religiosos utilizados pelos Guias
Espirituais e pelos médiuns para trabalhar as energias
dentro do terreiro. Alguns exemplos de ferramentas de
trabalhos comumente usados nos terreiros são:
d) Citrino: usada para evitar o medo e pesadelos, tendo
assim, uma boa noite de sono. Esta pedra possui a energia
do Orixá Oxum.
e) Quartzo Verde: utilizado para trazer prosperidade e
estimular a criatividade. Esta pedra possui a energia do
Orixá Oxóssi.
f) Lápis Lazúli: utilizada para melhorar a condição física,
mental, psíquica, espiritual e emocional. Esta pedra
possui a energia do Orixá Yemanjá.
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b) Pemba: é um instrumento confeccionado em calcário,
moldado em formato ovoide alongado, utilizado para riscar
um ponto, assim contatando as energias astrais.(Figura 30)
c) Linhas, Cordões, Faixas e Fitas: imantados como
condensadores de vibrações divinas, são utilizados para
proteção, purificação e repelentes de energias negativas.
Acabam por ser a representação simbólica dos mentais
divinos.(Figura 31)
Figura 30 – Pembas
Fonte: Fucesp (2018)
Figura 31 – Fitas
Fonte: Blog Tambores de Orunmila (2018)
a) Guias ou Colares de Contas: são colares de cristal, louça,
miçangas, contas de rosário ou sementes, no qual são
devidamente consagrados e imantados na energia da
Entidade a qual a guia pertence. Utilizada durante as
sessões de Umbanda tanto pelo médium como pela
Entidade para proteção e transmutação das energias
presentes no terreiro ou no consulente.(Figura 29)
Figura 29 – Guias
Fontes: Blog Requinte Mary Helena (2018)
3.1. REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS ANÁLOGAS
Este item contempla as referência análogas ao projeto que
será desenvolvido para o Trabalho Final de Graduação, ou seja, um
Templo de Umbanda. Entretanto, dada a dificuldade em encontrar
publicações que contemplem esta tipologia arquitetônica, foram
selecionados projetos que não são exatamente o ideal para esta
análise, contudo possuem estratégias projetuais e soluções que
ajudarão no desenvolvimento desta pesquisa.
a) Tenda de Umbanda Mãe Auxiliadora:
Segundo Sousa (2015) a Tenda de Umbanda Mãe
Auxiliadora trata-se de um Projeto de Conclusão do Curso
de Arquitetura e Urbanismo da UniCEUB de Manoella Vale
de Souza, orientado pelo prof. Gustavo Cantuaria em 2015.
A proposta situa-se em Brasília, na região SGAS 607 Sul.
Este projeto visa atender espaços de oração, setores de
apoio ao templo (capela, cozinha, sanitários, biblioteca,
salas de tratamento). Também foi proposta uma casa para o
dirigente espiritual da tenda. Além de atender o programa
funcional que envolve o templo, o projeto buscou
proporcionar um espaço de paz e de contemplação para a
3. Análise de Referênciasregião e para os adeptos da Umbanda.
O local escolhido traz a prática da religião para o
centro da cidade, em um local nobre com infraestrutura
urbana, atribuindo visibilidade a edificação, e assim
convidando pessoas não necessariamente ligadas a
religião a conhecer e permanecerem no espaço (Figura
32).
Figura 32 – O Templo da tenda de Umbanda Mãe Auxiliadora
Fonte: Manoella Vale de Sousa (2018)
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O projeto contempla um quarteirão (Figura 33), o qual
foi dividido em quatro (4) zonas distintas para o
desenvolvimento do projeto: o templo, o apoio, os espelhos
d’água e o jardim. O acesso das pessoas inicia-se pelo
jardim, seguindo os caminhos, as pessoas são induzidas a
um f luxo, o qual passa primeiramente pelo templo, em
seguida passa pelo apoio terminando nos espelhos d’água.
energias da natureza e do universo, e assim entrarem em
um estado contemplativo. (SOUSA 2015)(Figuras 34 e 35)
Figura 32 – Análise da Planta Baixa do Templo
Fonte: Acervo Manoella Vale (2018)
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Figura 33 – Implantação do projeto mostrando o f luxo principal
Fonte: Acervo Manoella Vale (2018)
O Templo propõe uma analogia a um botão de rosa,
assim convidando a todos para sintonizarem-se com as
Espaço destinado as entidadestrabalharem durante as giras,onde quando um consulenteadentra este espaço ele precisaestar descalço, para assim nãomacular o espaço e se conectarcom a terra.
Espaço destinado aosconsulentes e aos cambonos(médiuns do terreiro que nãoincorporam e auxiliam asentidades e os consulentesdurante as giras).
Figura 36 – Análise da Planta Baixa do Bloco Central
Fonte: Acervo Manoella Vale (2018)
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Figura 35 – Cortes Humanizados do Templo
Fonte: Acervo Manoella Vale (2018)
O bloco central ou apoio, encontra-se após o templo, e
tem como principal função abrigar os setores de apoio ao
templo, além de oferecer salas para tratamentos espirituais.
Sua forma orgânica parece abraçar o templo, como se
estivesse o protegendo. E em frente a este bloco localiza-
se um grande pátio utilizado para festividades. (Figura 36 e
37)
Cozinha
Sanitários Públicos
Depósito de Lixo
Área Técnica
Área de leitura
Loja
Pátio
Administração
Capela
Área de Tratamento e Consultas
Casa do dirigente espiritual
Figura 39 – Pátio para as festividades
Fonte: Manoella Vale (2018)
24
Figura 37 – Cortes Humanizados do Templo
Fonte: Acervo Manoella Vale (2018)
O jardim (Figura 38) do projeto aparenta ter sido
pensado após a finalização dos edifícios, mas consegue
trazer um percurso ao qual guia a pessoa pelo projeto
Figura 38 – Planta Baixa do Paisagismo do Jardim
Fonte: Acervo Manoella Vale (2018)
Figura 40 – Maquete Física do Projeto
Fonte: Manoella Vale (2018)
b) Templo de Umbanda Iansã – Rainha dos Ventos
Projeto realizado por Diego Battista e Laura Golin para
a cadeira de Projeto Integrado IV de seu Curso de
Arquitetura e Urbanismo5. Não encontra-se muita
informação sobre este projeto (Figuras 41 á 45), porém
através da análise das plantas encontradas tem-se uma
noção da divisão dos espaços e como eles se interligam.
Figura 42 – Planta Baixa do setor de apoio analisada
Fonte: Blog Diego Battista (2018)
25
5 Foi entrado em contato com Diego Battista através de seu blog porém não foi obtido resposta, por isso a informação é escassa, mesmo sobre a universidade.
Figura 41 – Perspectiva Frontal
Fonte: Blog Diego Battista (2018)
Serviços, contemplando cozinha, depósito e lavanderia
Sanitários, vestiário e sala para descarrego
Atendimento ao público, contemplando recepção, sala de atendimentosindividuais e a diretoria
Sala de reuniões para os membros do terreiro e para negociações
Nota-se que a parte de serviços, em especial a cozinha e lavanderiapossuem acessos por dentro da parte administrativa como por fora,através da varanda, assim facilitando o acesso durante arealização das giras
Figura 44 – Planta Baixa do setor de apoio analisada
Fonte: Blog Diego Battista (2018)
26
Figura 43 – Planta Baixa do setor religioso analisado
Fonte: Blog Diego Battista (2018)
Público, contemplando recepção. Comércio e biblioteca comum
Sanitários públicos
Jardim interno para facilitar o acesso as ervas durante as sessões
Espaço destinado aos consulentes e aos cambono, porém este estiloauditório não é a melhor solução pois traz um caráter mais frio ecomercial junto ao problema de percurso para os consulentes ecambonos, mesmo com rampas para acessibilidade.
Espaço destinado as entidades trabalharem durante as giras e onde seencontra o congá com as imagens
Espaço comunitário para a realização de eventos em prol da caridade
Sanitários públicos
Espaço de apoio, contemplando, copa, cozinha, lavanderia, vestiárioscom banheiros, depósitos.
Figura 45 –Perspectiva Frontal
Fonte: Blog Diego Battista (2018)
3.2. REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS FORMAIS
Este item contempla as referência formais ao projeto que será
desenvolvido para o Trabalho Final de Graduação, será analisado
forma, função, estrutura e materialidade de três (3) projetos:
• Capela Bielorrussa: projetada por Spheron Architects
em 2016, e localiza-se em Woodside Park Station,
Woodside Park Rd, Londres N12 8RT, Reino Unido.
(ARCHDAILY 2018) (Figura 46)• Mesquita Amir Shakib Arslan: projetada por L.E.FT
Architects em 2016, localiza-se em Moukhtara no
Líbano.(ARCHDAILY 2018) (Figura 48)
27
Figura 46 – Capela Bielorussa
• Trinitas: projetada por K2S Architects em 2016, e localiza-
se em Ylivieska na Finlândia, este projeto é o ganhador
do concurso para a nova igreja em Ylivieska, pois a
anterior foi destruida em um incêndio em março de 2016.
(ARCHDAILY 2018)(Figura 47)
Fonte: ArchDaily(2018)
Figura 47 – Trinitas
Fonte: ArchDaily(2018)
Figura 48 –Mesquita Amir Shakib Arslan:
Fonte: ArchDaily(2018)
a) Análise Formal: formas puras
28
b) Análise de Uso: templos com espaço amplo
Fonte: ArchDaily(2018)
Figura 46 –Capela
Bielorussa
Figura 47 – Trinitas
Figura 48 –Mesquita Amir Shakib Arslan:
Figura 47 – Trinitas
c) Análise Estrutural: sistemas estruturais
29
d) Análise Materiais: utilização de materiais nas fachadas e
internamente
ESTRUTURA EM
MADEIRA
CONVENCIONAL
ESTRUTURA
EM CONCRETO
CONVENCIONAL
MADEIRA
UTILIZAÇÃO
DA LUZ
NATURAL
CONCRETO
APARENTEVIDRO
PEDRASAÇO
Fonte: ArchDaily(2018)
Figura 46 – Capela Bielorussa
Figura 47 – Trinitas
Figura 48 –Mesquita Amir Shakib Arslan:
Figura 46 – Capela Bielorussa
Figura 47 – Trinitas
4.1. CENTRO DE UMBANDA YLÊ PAI XANGÔ DAS
MATAS E ABASSE DE P.G.C. SORAYA
O Ylê Pai Xangô das Matas e Abasse de P.G.C. Soraya
localiza-se na Rua Vinte e Cinco de Julho. nº 162 apto 1, Bairro
Nova Parobé, na cidade de Parobé no Rio Grande do sul.
Oficialmente fundado em 22/10/2014 (vinte e dois de outubro de
dois mil e catorze), quando foi legalizado com todos os
procedimentos legais, contudo, o terreiro encontra-se em
funcionamento desde 05/2009 (maio de dois mil e nove).
O dirigente espiritual do ylê atualmente é André Preuss, mais
conhecido como Pai Deko de Xangô, fundador do ylê. De acordo
com Pai Deko as atividades do ylê iniciaram na sala de sua casa,
esta localizada no mesmo endereço. Pai Deko conta que quando
iniciou as atividades do ylê, primeiramente ele montou um congá
na sala de sua casa, e nos dias em que eram realizadas as
sessões, Pai Deko arredava todos os móveis da sala, para assim
liberar o espaço que seria utilizado durante as sessões. No
decorrer dos anos, Pai Deko construiu um cômodo adjacente a
sua casa. Inicialmente este novo cômodo serviria para Pai Deko
como uma sala de meditação e recanto espiritual, contudo, Pai
Deko percebeu que a utilização da sala de sua casa para a
4. Proposta de Projetorealização das sessões estava começando a não conseguir
atender a demanda de pessoas a procura de auxilio na
Umbanda, resolveu transformar su sala de meditação no ylê,
onde este encontra-se atualmente, porém com o tempo ele
percebeu a necessidade de transformar esta peça no atual
ylê.(Figura 49)
Figura 49 – Fachada e acesso do Ylê Pai Xangô das matas e Abasse de P.G.C. Soraya
Fonte: Autor (2018)
30
A terreira possui um acesso separado conforme vemos na
Figura 59, para que os consulentes não fiquem transitando pela
casa de Pai Deko. O entorno da entrada possui muitas ervas e
plantas, as quais são usadas pelo Pai Deko e pelas entidades que
trabalham no terreiro.
Para se ter acesso ao terreiro as pessoas passam por um
corredor, onde ao lado esquerdo de quem entra encontra-se a
casa dos exús. (Figuras 50 e 51)
Após esse corredor encontrasse a parte onde são realizadas as
sessões. O espaço mede aproximadamente dois metros e pouco
de largura por aproximadamente quatro metros de
comprimento. É neste espaço que ficam os congás, um congá de
Umbanda (Figura 52) e um congá de ciganos (Povo do Oriente)
(Figura 53), entre os dois congás fica localizado o rádio e os
utensílios como vasilhas, bandejas, banquinhos e demais
instrumentos utilizados pelas entidades.
Figuras 52 e 53 – Congá de Umbanda (esquerda) eCongá dos Ciganos
Fonte: Autor (2018)
31
Fonte: Autor (2018)
Figura s 50 e 51 – Casa dos Exús (esquerda) e Firmesas para proteção espiritual do Ylê
Para os consulentes poderem assistir e participar das
sessões, localizam-se na extensão das paredes laterais são os
bancos para os mesmos usarem. Deste maneira a disposição dos
espaços libera o centro do ylê, local destinado as entidades para
trabalharem durante as sessões. (Figura 54)
O Ylê Pai Xangô das Matas e Abasse de P.G.C. Soraya possui
sete membros em sua corrente (Figura 55), junto a esses
membros somam-se as pessoas que buscam ajuda e auxilio no
terreiro, e devido ao espaço ser pequeno as atividades do ylê
deparam-se com problemas para que possam ser realizadas.
Atualmente o ylê possui planos de aumentar seu espaço, para
que assim possa realizar suas atividades.
Figura 55 – Pai Deko (direita) com alguns de seus filhos de santo antes do inicio de uma sessão cigana
Fonte: Autor (2018)
32
Fonte: Autor (2018)
Figura 54 – Espaço destinado as entidades no centro e os bancos em toda a extensão das paredes laterais para os consulentes
4.2. LOTE
Este item contemplará todas as análises referente ao lote:
breve descrição da cidade onde será realizado o projeto
arquitetônico de um centro de Umbanda, a análise do lote e seu
entorno e os condicionantes legais.
4.2.1. PAROBÉ:
Parobé é um município do estado do Rio Grande do
Sul. Faz parte da Região Metropolitana de Porto Alegre,
localizando-se a 70km da capital. Atualmente possui 57.660
habitantes, com 104km² de extensão, fazendo divisa com
as cidades de Taquara, Igrejinha e Nova Hartz.
Possui esse nome devido a João José Pereira Parobé,
responsável pela construção da estrada de ferro que
passava pelo município, e devido a isso a cidade formou-
se em seu entorno.
Atualmente sua economia baseia-se no setor
calçadista, possuindo grandes empresas como os Calçados
Bibi, os Calçados Azaléia e os Calçados Bottero.
4.2.2. ANÁLISE DO LOTE
O lote pretendido localiza-se na Rua Emilio Feiten na
cidade de Parobé, medindo 67,26m de frente e fundos e
100m nas laterais totalizando 6.726,72m² de lote. (Figura
56)
Figura 56 – Marcação do lote pretendido
Fonte: Autor (2018)
33
Atualmente o lote encontra-se desocupado (Figuras
57, 58, 59 e 60) e sem construções. Possui
aproximadamente sete metros de aclive em relação a rua.
O lote também localiza-se perto da RS239, o que facilitará
o acesso de pessoas de outras cidades.
Figura 56 – Marcação do lote pretendido
Fonte: Autor (2018)34
Figura 57 – Vistas de chegada ao lote pela Rua Emilio Feiten
Figura 58 – Fachada frontal do lote
Fonte: Autor (2018)
Figura 59 – Vistas da Rua Emilio Feiten
Figura 60 – Vista em frente ao lote
35
a) Análise dos Condicionantes Físicos: vias, entorno
Prédios Institucionais
Massa de vegetação nativa
Praças
Cemitério
Indústria
Lote
RS 239
Vias primárias
Vias secundárias
Vias terciárias
Figura 61 – Lote com a análise do entorno Fonte: Google Earth modificado pelo autor (2018)
36
b) Análise dos Condicionantes Físicos: altura e usos do entorno imediato
Figura 62 – Entorno do lote com usos e alturas Fonte: Autor por SketchUp (2018)
Comercial
Residencial
Uso misto
• Localidade predominantemente residencial.
• Alturas variando entre 1,2, 4 e 8 pavimentos, sendopredominante 1 pavimento mesmo na via primária
37
c) Análise Bioclimática
Fonte: Autor por SketchUp (2018)
Inverno8:00
Inverno15:00
Verão8:00
Verão15:00
38
d) Organof luxograma
TEMPLO
JARDIMLOJABIBLIOTECA ADMINISTRAÇÃO COZINHA SALÃO FESTAS
VELÁRIO LAVANDERIA/VESTIÁRIOS
DEPÓSITO/ MANUTENÇÃO
BIBLIOTECA
CASA DIRIGENTE
4.2.3. PLANO DIRETOR E CÓDIGO DE OBRAS
• Plano Diretor: a lei Nº 1840, de 24 de dezembro de 2001,
delimita as diretrizes básicas a serem seguidas por
projetos de iniciativas públicas ou privadas, garantindo
condicionantes para o bom desenvolvimento da cidade de
Parobé.
Conforme figura 63, o lote encontra-se na zona ZR1 do
plano diretor e que a edificação pretendida enquadra-se,
por se tratar de um Templo e o plano não contempla nada
sobre essa modalidade, optou-se por classificá-lo como
ERLN – Estabelecimento de recriação e lazer noturno.
Após a análise do plano diretor encontramos os
seguintes condicionantes:
39
• Código de Obras: a lei Nº 574, de 06 de junho de 1991,
contém as medidas administrativas para disciplinar as
obras e edificações para o desenvolvimento de Parobé.
Este código contempla um pequeno parágrafo sobre
templos, caso futuramente se precise de algo mais
Figura 63 – Mapa do zoneamento de Parobé com o lote marcado
Fonte: Prefeitura Municipal de Parobé modificado pelo autor (2018)
ZR1 ERLN
I.A.=4 X T =26.906,88m²
T.O.=90% X T =6.054,05m²
Recuo. Front.= Isento
Demais Recuos.= +7Pav.=3,00m
H máx.= 8pav.
T = TERRENO = 6.726,72m²
Estacionamento 1 vaga a cada 50m² construídos
contabilizados no I.A.
detalhado será consultado o código de obras de Novo
Hamburgo. Após a análise do que o código de obras
contempla sobre templos, conforme figura 64, obteve-se os
seguintes condicionantes:
40
Figura 64 – Código de Obras de Parobé sobre Templos
Fonte: Autor (2018)
4.3. PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades foi estabelecido a partir de
todos os critérios já analisados e levantados anteriormente.
Contudo, em entrevistas com Pai Deko sobre como seria um
terreiro, em questão de ambientes, que atendesse todas as
necessidades, somadas minhas vivências nessa religião,
orientaram fortemente o desenvolvimento do programa de
necessidades.
Nesse pré-dimensionamento foi considerado 25% para
paredes e circulações. (Tabelas 1,2,3).
AMBIENTE QUANTIDADE PESSOAS METRAGEM REFERÊNCIA
ESP
AÇ
O D
ESTI
NA
DO
AS
SESS
ÕES
CASA DOS EXUS 1 50 150,00m² ESTUDO DE CASO 1
CASA DOS CIGANOS 1 50 150,00m² ESTUDO DE CASO 1
CASA DOS PRETOS VELHOS 1 50 150,00m² ESTUDO DE CASO 1
CASA DE UMBANDA 1 50 150,00m² ESTUDO DE CASO 1
SALÃO DE FESTAS 1 130 500,00m² ESTUDO DE CASO 1
SANITÁRIOS 2 6 40,00m² ESTUDO DE CASO 1
LOJA/FLORA 1 - 50,00m² ESTUDO DE CASO 1
BIBLIOTECA 1 10 65,00m² ESTUDO DE CASO 1
VELÁRIO 1 - 10,00m² ESTUDO DE CASO 1
JARDIM - - -
SUBTOTAL 1.265,00m²
ADICIONAL DE 25% (PAREDES + CIRCULAÇÃO) 316,25m²
TOTAL 1581,25m²
Tabela 1 – Programa de necessidades
Fonte: Autor (2018)
AMBIENTE QUANTIDADE PESSOAS METRAGEM REFERÊNCIA
ESP
AÇ
O D
E A
PO
IO
COZINHA 1 10 30,00m² ESTUDO DE CASO 1
DEPÓSITO 1 3 15,00m² ESTUDO DE CASO 1
VESTIÁRIO 2 6 30,00m² ESTUDO DE CASO 2
LAVANDERIA/ ÁREA DE SERVIÇO 1 6 30,00m² ESTUDO DE CASO 2
CASA DO PAI DE SANTO 1 2 80,00m² ESTUDO DE CASO 1
RESERVATÓRIO 1 - 40,00m² ESTUDO DE CASO 1
MANUTENÇÃO 1 3 20,00m² ESTUDO DE CASO 2
SUBTOTAL 245,00m²
ADICIONAL DE 25% (PAREDES + CIRCULAÇÃO) 61,25m²
TOTAL 306,25m²
Na tabela 1 encontram-se os espaços destinados para a
realização das sessões e comemorações. Optou-se fazer cada
Povo separado por questão de não misturar energias e também
poder ser realizado os assentamentos e firmesas de acordo com o
fundamento de cada Povo. Também optou-se por adicionar uma
loja ao programa, para que com essa loja a terreira consiga gerar
fundos para se manter.
41
Tabela 2 – Programa de necessidades
Fonte: Autor (2018)
4.4. NORMAS BRASILEIRAS DE ARQUITETURA
Nesta parte serão contempladas as NBR’s 9050 e 9077 para
o desenvolvimento da proposta.
• NBR 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos
Esta norma estabelece critérios e parâmetros
técnicos que devem ser observados na realização do
projeto para ter uma melhor acessibilidade universal e
Tabela 3 – Programa de necessidades
Fonte: Autor (2018)
Na tabela 2 encontram-se os espaços de apoio para a sessão,
como a cozinha e os vestiários. Optou-se por acrescentar uma
casa para o dirigente espiritual (pai de santo), para que o mesmo
possa cuidar do espaço durante os dias que não ocorrem as
sessões.
AMBIENTE QUANTIDADE PESSOAS METRAGEM REFERÊNCIA
ESP
AÇ
O A
DM
INIS
TRA
TIV
O RECEPÇÃO 1 10 15,00m² ESTUDO DE CASO 2
ADMINISTRAÇÃO 1 4 25,00m² ESTUDO DE CASO 2
SANITÁRIOS 2 6 40,00m² ESTUDO DE CASO 2
SALA DE ATENDIMENTO 2 3 12,00m² ESTUDO DE CASO 1
SALA DE TRATAMENTO 2 3 16,00m² ESTUDO DE CASO 1
SUBTOTAL 108,00m²
ADICIONAL DE 25% (PAREDES + CIRCULAÇÃO) 27,00m²
TOTAL 135,00m²
Na tabela 3.encontram-se os espaços destinados a
administração e ao atendimento de consultas, para as pessoas
que precisam de um tratamento espiritual ou querem um
simples jogo de cartas.
conforto, assegurando que a área de circulação seja um
espaço livre e sem obstáculos, possibilitando a manobra,
deslocamento e aproximação das pessoas.
(ABNT9050,2018)
Este Centro de Umbanda que pretendesse ser
desenvolvido nesse trabalho de conclusão de curso
pretende-se atender as pessoas no local, com o intuito de
tornar fácil a mobilidade do indivíduo, não possuindo
quaisquer problemas de locomoção em todos os
ambientes. Baseado nas normas de acessibilidade são
destacados alguns parâmetros de medidas mínimas
exigidas para alguns dimensionamentos. (Figura 65)
42
Figura 65 – Algumas medidas de referências para cadeirante
Fonte: NBR 9050 alterado pelo autor (2018)
As janelas devem ser operadas com facilidade e num
movimento único, para os cadeirantes a altura ideal do
trinco é 1,30m do chão. (Figura 67)
Passeios, calçadas e as vias exclusivas para os
pedestres necessitam de piso para garantir livre
circulação, as calçadas devem possuir dimensões
mínimas de 1,20m de largura. (Figura 68)
Para os corredores de um templo, por ser de uso
público, a norma indica largura mínima de 1,50m. As
portas devem conter um puxador horizontal, oposto a sua
abertura (Figura 66)
Figura 66 – Referências do Módulo das portas
Fonte: NBR 9050 alterado pelo autor (2018)
43
Figura 67 – Referência de Módulo das janelas para cadeirantes
Fonte: NBR 9050 alterado pelo autor (2018)
As rampas são permitidas inclinação de até 8,33%,
devem ser dimensionadas através do cálculo da equação
Altura do desnível, vezes 100 e divide por comprimento
do vão a alcançar. (Figura 69) (ABNT 9050)
Figura 69 – Referências do Módulo das portas
Fonte: NBR 9050 alterado pelo autor (2018)
Figura 68 – Referência de dimensões para calçadas
Fonte: NBR 9050 alterado pelo autor (2018)
44Fonte: NBR 9050 alterado pelo autor (2018)
• NBR 9077 – Saídas de emergências em edifícios
Esta norma tem como objetivo estabelecer normas
para as saídas de emergência, estipulando condições para
o cidadão abandonar o prédio de forma rápida e segura
em momento de sinistro, além disso facilitar o acesso dos
bombeiros para que possa combater o incêndio e salvar a
vida das pessoas. (NBR 9077,2018)
Todas as saídas necessitam ser dimensionadas de
acordo com o uso da edificação, dimensões das plantas,
altura e sobre a população que irá usufruir do espaço.
(Figuras 70, 71, 72, 73)
Figura 70 – Classificação quanto a altura da edificação
Figura 71 – Classificação quanto ao uso da edificação
Figura 72 – Classificação quanto ao a área da edificação
Figura 73 – Dados para dimensionamento das saídas
45
Figura 74 – Distâncias máximas a serem percorridas
A norma nos traz também que é estipulada a largura
da escada, para tanto considera-se o seguinte cálculo:
N= P/C
Esses acessos devem ser livres de qualquer objeto,
divisórias, e estar bem iluminado com as devidas
indicações da saída.
N= nº de unidades de passagem
P= população
C = capacidade da unidade de passagem
Fonte: NBR 9050 alterado pelo autor (2018)
4.5. PROPOSTAS DE OCUPAÇÃO E VOLUMETRIA
Este item contemplará uma análise da problematização
envolvendo o projeto pretendido junto a soluções e como estas se
traduzem em arquitetura, bem como quatro propostas de
volumetria e ocupação do lote.
PROBLEMAS
Preconceito
Privacidade
Profano X Sagrado
Simplicidade
Integração social
SOLUÇÕES
Conhecimento
Recantos
Limites Visíveis
Pureza
Projetos sociais na
comunidade
ARQUITETURA
Acessível/Disponibilidade
Barreiras Visuais
Caracterizar visualmente
as edificações
Formas Puras+ materiais
acessíveis
Apropriação em parte
pela comunidade
PROBLEMATIZAÇÃO
X X
46
Proposta 1 – Figura 75
•Casa do pai de santo no ponto mais alto do lote para dar privacidade e ele conseguir visualizar todo o lote para assim vigiá-lo•Velário na frente do lote, possibilita o fácil acesso da comunidade ao mesmo•Templo logo após o velário, atraindo a atenção das pessoas.•Administrativo, apoio, biblioteca e loja encontram-se ao fundo do lote, “obrigando” as pessoas e adentrarem ao lote.•Estacionamento ao fundo para despoluir a visão do projeto.
Proposta 2 – Figura 76
•Casa do pai de santo no ponto mais alto do lote para dar privacidade e ele conseguir visualizar todo o lote para assim vigiá-lo•Administrativo, loja e biblioteca no alinhamento do lote, criando um pórtico de transição público/privado•Templo logo após o pórtico, atraindo a atenção das pessoas após adentrarem o lote passando pelo pórtico.•O setor de apoio encontra-se ao fundo do lote, ladeando o estacionamento, facilitando o acesso das pessoas durante a realização de eventos
Cozinha
Lavanderia/Vestiários
Salão de Festas
Manutenção
Depósito
Velário
Loja
Biblioteca
Administrativo
Templo
Casa do dirigente espiritual
Estacionamento
Acesso Pedestre
Acesso Dirigente
Fonte: Autor (2018)
Cozinha
Lavanderia/Vestiários
Salão de Festas
Manutenção
Depósito
Velário
Loja
Biblioteca
Administrativo
Templo
Casa do dirigente espiritual
Estacionamento
Acesso Pedestre
Acesso Dirigente
Fonte: Autor (2018)
47
Proposta 3 – Figura 77
•Casa do pai de santo no ponto mais alto do lote para dar privacidade e ele conseguir visualizar todo o lote para assim vigiá-lo•Templo no alinhamento do lote, atraindo a atenção das pessoas e instigando sua curiosidade.•O restante das edificações encontram-se ao lado sul do lote, partindo da edificação mais pública para as edificações de uso privado, possibilitando fácil acesso e interação quando necessário auxilio de outros setores•Estacionamento encontra-se na divisa norte do lote, assim liberando toda a parte central do lote para o desenvolvimento de um jardim-praça.
Proposta 4 – Figura 78
•Casa do pai de santo no ponto mais alto do lote para dar privacidade e ele conseguir visualizar todo o lote para assim vigiá-lo•Templo deslocado do alinhamento, criando uma praça frontal, na qual ocorre a transição público/privado•O restante das edificações encontram-se ao lado norte do lote, partindo da edificação mais pública para as edificações de uso privado, possibilitando fácil acesso e interação quando necessário auxilio de outros setores•O estacionamento encontra-se ao fundo do lote, liberando a outra metade do lote para dar continuidade ao jardim frontal, porem este mais privado.
Cozinha
Lavanderia/Vestiários
Salão de Festas
Manutenção
Depósito
Velário
Loja
Biblioteca
Administrativo
Templo
Casa do dirigente espiritual
Estacionamento
Acesso Pedestre
Acesso Dirigente
Cozinha
Lavanderia/Vestiários
Salão de Festas
Manutenção
Depósito
Velário
Loja
Biblioteca
Administrativo
Templo
Casa do dirigente espiritual
Estacionamento
Acesso Pedestre
Acesso Dirigente
Fonte: Autor (2018) Fonte: Autor
(2018)
5. Conclusão
48
Este trabalho foi realizado a fim de coletar informações e
aprofundar o conhecimento referentes ao tema proposto para o
Trabalho Final de Graduação do curso de Arquitetura e
Urbanismo, que será um Centro de Umbanda a ser implantado
no município de Parobé. O qual possuirá estrutura para atender a
população que necessita de seus serviços, seja ela do município
ou dos municípios vizinhos.
A proposta visou proporcionar um local projetado
especificamente para esta pratica religiosa, atendendo suas
necessidades espaciais, criando um espaço confortável para os
fiéis e para a população que a procura, assim ajudando a mudar a
visão negativa que a sociedade possui acerca da Umbanda.
Portanto, é possível concluir que o projeto proposto será de
grande benefício e utilidade aos fiéis e moradores de Parobé e
cidades próximas, que possuem grande número de centros de
Umbanda, porém com sua estrutura espacial totalmente precária e
que não atendem completamente suas necessidades, o que
acarreta proporcionando desconforto a população que necessita
de seus serviços.
6. Referências BibliográficasALVES, Luciana Railza Cunha. ILÊ AXÉ ALAGBEDÊ OLODUMARE: quando as
folhas constroem o território. 2015. 144f. Dissertação de mestrado.
Universidade Estadual do Maranhão. São Luís. 2015.
ARCHDAILY 1. Amir Shakib Arslan Mosque / L.E.FT Architects. 2016.
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<https://www.archdaily.com.br/br/883758/k2s-architects-vence-concurso-
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ARCHIDAILY 3. Capela Bielorrussa / Spheron Architects. 2017. Disponível em
<https://www.archdaily.com.br/br/869485/capela-bielorrussa-spheron-
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ASSOCIAÇÃOS BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 9050 –
Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio
de Janeiro, 2004.
_______. NBR 9077 – Saídas de emergência em edifícios. Rio de Janeiro, 2001.
49
BARBOSA JUNIOR, Ademir. O livro essencial de Umbanda. São Paulo. Universo
dos Livros, 2014.
BASTIDE, Roger. O Candomblé da Bahia (Rito Nagô). São Paulo. Companhia
Editora Nacional, 1961.
BATTISTA, Diego Marcante. Templo religioso, tempo de Umbanda Iansã –
rainha dos Ventos. 2010. Disponível em
<http://diegobattista.blogspot.com/2010/04/arquitetura-projeto-integrado-
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