Ata da quarta reunião do Projeto Político Pedagógico (PPP)
No dia vinte e sete de junho de dois mil e quinze (27/06/2015) às 17h30 iniciou-se a
quarta reunião do Projeto Político Pedagógico (PPP) cujo objetivo foi a continuação da
discussão acerca dos dados do censo dos estudantes e dos educadores do ano corrente
(“Censo 2015, quem somos?”). O encontrou contou com a participação de educadores,
estudantes e colaboradores do Mafalda totalizando vinte e duas (22) pessoas. São elas: Anne
Nobre, Carlos, Daniel, Fernando de Mattos Gomes, Gabrielle Idealli, Igor Dias, Iris, Letícia
Tihany, Luís Gustavo Ramaglia Mota, Maria Luísa Duarte, Pascoal, Rafaela Evangelista da
Silva, Renata Cristina Pereira, Susana Cruz, Tainá Farias, Talita Amaro, Tatiana Venâncio,
Thais Portansky, Tiago Galvão, Vitor Bauschert Braz, Vitor Martins, Vitoria Alves Pereira
Santos.
A discussão sobre os dados dos estudantes foi direcionado e encerrado com os três
últimos tópicos do censo. “Relação com o Mafalda”, “Relação com o Vestibular”, “Relação
com os Estudos” (dados completos em Anexos).
Anne Nobre recordou que os dados foram levantados e estão sendo discutidos para
que a partir do existente se possa pensar no desejado no que se trata de estudantes atingidos.
Pensando no subtópico “por que prestar”, a colaboradora nota que a maioria possui projetos
individuais em relação à universidade. Lembra também que somos sociais e se cada um que
integra o Mafalda tivesse pensado apenas no individual o cursinho não existiria. O estudo é
uma construção sociocultural e talvez seja necessário auxilio dos educadores para a
construção de uma regularidade no estudo. Uma opção seria o estudo em grupo.
Gabrielle Idealli afirma que a regularidade é um processo de construção quando se
entende a importância do estudo. A coordenadora levanta a questão da administração do
tempo e que meninas, em especial, acumulam, além da rotina escolar, tarefas domésticas.
Anne colabora com a fala dizendo que se não se tem tempo, a disciplina deve ser dobrada.
A estudante Maria Luísa relata que o que se observa é que o estudo é feito
anteriormente às provas escolares e se pensa que é o suficiente. .
Vitor Martins levanta a questão de que se deve lembrar que há variáveis pessoais em
relação aos estudantes. Daí a tutoria ser um trabalho importante no Mafalda.
Em relação às disciplinas que os estudantes declaram ter mais dificuldades (38,04%
matemática, 23,36% física, 13,58% química), Talita Amaro diz que o resultado do censo vai
de encontro com um todo nacional que também pode ser observado nos resultados do Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM).
Tainá Farias diz que também há um problema de enfrentamento. O comportamento
observado nos estudantes demostra uma má recepção às disciplinas como a recusa de assistir
a aula ou como a má reação, percebida com a linguagem corporal durante as aulas. Tainá
também diz que não há pessoas que não são boas nas disciplinas ou que não aprendem. O
problema maior é que não há como atender as particularidades dos estudantes.
Gabrielle Idealli afirma que a forma ensinada não é eficaz. Renata Cristina colabora
com a fala dando o exemplo da aula especial do dia da reunião (Matemática na Natureza).
Diz que, sendo ela da área das Letras, conseguiu entender o que foi dado devido a abordagem
dos educadores.
Daniel diz que se deve aprender com os exercícios em casa e que observa que
ninguém os faz. Tainá continua dizendo que não se deve esperar que os estudantes apenas
resolvam os exercícios, mas que também se empolguem com as disciplinas. Vitor Martins diz
que é necessário despertar o olhar do aluno e que, por meio dos exercícios, ele possa ir além.
Tainá diz que é preciso o apelo pelo concreto para que se contextualize a química, a biologia,
física etc. Gabrielle contribui ao dizer que existe uma lógica muito forte de que estudar é
assistir aula.
Foram citadas algumas tentativas anteriores para se solucionar alguns dos problemas
que os estudantes enfrentam nas disciplinas de exatas e biológicas, como a Matemática
Seriada e a Aula Zero. Pensou-se também quem num período de um mês fosse dado apenas as
disciplinas de matemática e português. No entanto, algumas dificuldades impedem que isso
seja bem sucedido, como o pouco tempo de aula.
Vitor lembra também que há uma relação com o gosto pela disciplina. Renata diz o
bonito é ver o sentido. Tainá continua dizendo que o sentido e a beleza somente é vista muitas
vezes quando se entende a utilidade e a aplicabilidade na vida. A pergunta “para que isso vai
servir na minha vida” não deve ser feita. A pergunta deve ser “o que eu posso fazer com isso?
O que isso pode alterar na minha vida?”. A utilidade de transformar as coisa com o
conhecimento deve estar no centro.
Gabrielle diz que uma das possibilidades é de caminhar com o conteúdo conforme o
ritmo da turma para não gerar “bolas de neve” de conteúdo. Tainá relata que no curso Enem
18+ já se faz isso. Não se avança sem que a turma avance. A educadora também sugere que
talvez se possa pensar em salas em que os educadores dariam aulas de temas específicos,
assim, o estudante ficaria livre para assistir as aulas em que possui maiores dificuldade. Tainá
também lembra que a apostila utilizada é muito rígida.
Já sobre o subtópico de acesso à internet ao ver que 86, 95% dos estudantes acessam
diariamente, Talita Amaro afirma que é a internet é um bom meio de comunicação entre
estudantes e educadores.
Encerrando a discussão dos dados dos estudantes, passou-se a discutir os dados
dos educadores.
Verificou-se que os dados sobre religião estão errados e que devem ser corrigidos.
Tainá Farias, vendo que a maior parte dos educadores são ateus ou não possuem
religião e que a maior parte dos estudantes são católicos ou evangélicos, pergunta como se
deve abordar certos conteúdos das disciplinas sem ferir ou desrespeitar os estudantes.
Anne Nobre diz que procurar não usar exemplos que envolvem religião por ser contra
as instituições religiosas mesmo não sendo contra as crenças. Tainá diz que há certo medo de
que exemplos e brincadeiras possam ofender. Talita Amaro afirma que não importa as
posições pessoais dos educadores, o que é necessário que ele, ao abrir uma discussão, colha
todas as posições. Vitor lembra que abordar algo e afrontar algo são coisas diferentes e que é
necessário um diálogo franco, mas não há diálogo sem opinião.
Sobre os dados de renda, fez-se a ressalva que é necessário cruzar os dados da renda
com o número de pessoas que residem no mesmo local. Deve-se providenciar isso para o
próximo censo e que é preciso falar com a educadora Andreia.
Gerou-se discussão também acerca da opção “outras” no tópico de moradia. O que
seriam as outras opções?
Decidiu-se que no próximo ano (2016) o tópico sobre bairro/cidade será substituído
pelas zonas da capital e pela região metropolitana.
Fez-se o cruzamento dos dados de moradia dos educadores com os dos estudantes.
Observa-se que maior parte dos estudantes está concentrada na região mais periférica da zona
leste enquanto a maior parte dos educadores está concentrada em regiões próximas à USP ou
em bairros mais caros de São Paulo. Viu-se também que a maioria dos educadores estudou em
escolas particulares, mas fez ou faz graduação em universidades públicas.
Com isso, encerrou-se a discussão dos dados. A coordenadora Talita Amaro propôs
que as resoluções que serão tomadas a partir dos resultados do censo sejam feitas em reuniões
a cada três semanas. A proposta foi aprovada por consenso.
Anexos (continuação da ata da terceira reunião)
7. Relação com o Mafalda
7.1
7.2
7.3
7.4
8. Relação com o vestibular
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
9. Relação com os estudos
9.1
9.2
9.3
9.4
9.5
Características dos Educadores
1. Amostragem
Tamanho da amostra: 76
Número de perguntas: 23
2. Características Gerais
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.6
3. Trabalho, Família e Sustento
3.1
3.2
3.3
3.4
3.5
4. Bairro/Cidade onde moram
5. Os pais dos Educadores
5.1
5.2
5.3
5.4
6. Escolaridade
6.1
6.2
6.3
6.4
6.5
7. Projetos Sociais
7.1
7.2
Top Related