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Distribuição mundial e europeiaA espécie ocorre no Paleárctico, existindo na Ásia duas populações: uma na Ásia central e outra que se divide em dois grupos, um deles na Mongólia ocidental e o outro no Tibete oriental. Distribui-se pela Europa central até ao mar Cáspio e ao mar Negro, subsistindo ainda de modo muito fragmentado, na Europa ocidental incluindo a Península Ibérica.
Distribuição em PortugalA pêrra é um anatídeo muito raro em Portugal, que parece ocorrer com maior frequência nos períodos de migração e invernada no Algarve, principalmente em diferentes zonas húmidas costeiras, tais como a lagoa dos Salgados (Silves), a zona de Vilamoura e a lagoa de São Lourenço (Loulé). Durante os trabalhos do presente atlas, a sua nidificação apenas foi confirmada na Lagoa dos Salgados, em duas quadrículas contíguas – um casal foi observado com crias em 2001 e 2002. Nos anos seguintes foram detectados somente indivíduos adultos neste local. Um registo de nidificação possível foi ainda obtido em Vilamoura, em 2004, num local de ocorrência regular durante o período invernal. Os dados obtidos indicam a existência de uma população provavelmente limitada a um único casal. Os casos de nidificação referidos são os primeiros confirmados em Portugal e figuram entre os poucos conhe-cidos na Península Ibérica em tempos recentes (Ministro 2001).
Assim, a pêrra constitui uma nova espécie da avifauna nidificante em Portugal, relativamente ao atlas nacional anterior. De acordo com Catry (1999), no final do século XIX, a espécie poderá ter nidificado no Baixo Guadiana, embora os dados não sejam muito conclusivos quanto ao efec-tivo populacional envolvido. Em Espanha, a pêrra mantém uma população relíquia irregular, nomeadamente em Doñana e, no Leste da Europa, a população da espécie tem vindo a decrescer desde os anos 80 do século XX devido à destruição do seu habitat (Bankovics 1997). texto João Ministro, ilustração Mário Estevens
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Distribuição mundial e europeiaA espécie distribui-se pelo Paleárctico, através da Europa central e da Sibéria até ao noroeste da China e à Coreia. Para sul, ocorre na Ásia central, no Médio Oriente e na Ásia Menor e ainda, de forma isolada, na África do Sul. Na Península Ibérica e na Europa, ocorre principalmente em grande parte das regiões central e oriental.
Distribuição em PortugalA cegonha-preta distribui-se pelo interior de Portugal continental, sobretudo associada a zonas inóspitas das bacias dos rios Douro, Tejo e Guadiana. No Norte e Centro, nidifica maioritariamente em rochas, em vales encaixados com matagal mediterrânico, como acontece no rio Tejo e afluentes, onde é mais abundante. No Centro, alguns casais procuram ainda as cristas rocho-sas de serras e pinhais bem desenvolvidos para instalar os ninhos, como por exemplo na serra da Estrela, onde a espécie nidifica até aos 1700 m de altitude (Carlos Pacheco, com. pess.). A sul do rio Tejo, os suportes rochosos adequados não são tão comuns e cerca de metade dos casais nidifica em sobreiros, apresentando uma distribuição mais dispersa. Todas estas áreas reúnem condições de tranquilidade e disponibilidade trófica essenciais para a espécie, que se alimenta em linhas de água, charcas e albufeiras.
A ocorrência de aves imaturas e adultos não reprodutores poderá ter resul-tado na detecção da espécie em quadrículas onde esta não nidifica, parti-cularmente no litoral. Por outro lado, há também a considerar a dificuldade
de confirmação da nidificação desta espécie em árvores, mesmo com um esforço de prospecção considerável.
No atlas nacional anterior, a área de distribuição da cegonha-preta era significativamente mais reduzida, o que pode relacionar-se com a pros-pecção dirigida à espécie no presente atlas. Relativamente ao censo de 1995-1997 (Rosa et al. 2001a), que teve um esforço comparável a este, a distribuição é semelhante. Rosa et al. (2001a) reconhecem o incremento no esforço de prospecção, mas consideram que a espécie aumentou de facto a sua área de distribuição.
População nacionalA população nacional nidificante foi recenseada, entre 2002 e 2004, em 97 a 115 casais, dos quais cerca de 27% estavam associados à bacia do rio Douro, 46% à do rio Tejo e 24% à do rio Guadiana. A restante per-centagem refere-se às bacias dos rios Mondego e Sado. O total nacional difere pouco dos 102 a 112 casais recenseados por Rosa et al. (2001a). No censo mais recente, a contabilização dos casais na região da albufeira de Alqueva foi realizada após o enchimento desta.
Devido à dificuldade da confirmação da nidificação em suportes arbóreos já referida, considera-se que a população deverá estar subestimada, prin-cipalmente em extensas áreas de montado a sul do rio Tejo.texto Cláudia Franco, ilustração Pedro Segurado
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2000-2004; censo total; contagem de casais; Cláudia Franco, António Monteiro e Carlos Pacheco (coords.); (ver tabela 03,
"Metodologia")
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Hieraaetus pennatus águia-calçada
Cruz 1999). Em Março, começam a observar-se as primeiras águias-cal-çadas em território português, sendo que alguns registos de nidificação possível (nomeadamente os efectuados no Algarve) deverão corresponder a aves em passagem ou a indivíduos imaturos.
Comparando com os resultados obtidos no atlas nacional anterior, veri-fica-se que ocorreu uma expansão pronunciada da área de distribuição desta águia um pouco por todo o país, com destaque para as regiões a norte do rio Douro.texto Carlos Cruz, ilustração Marco Correia
Distribuição mundial e europeiaA espécie distribui-se pelo Paleárctico meridional, da Europa ocidental e do norte de África, para leste, através da região do Cáucaso, até ao Cazaquistão ocidental e à Manchúria ocidental. Surge ainda na África do Sul. Na Europa, ocorre na Península Ibérica e em França e, de forma descontínua, no extremo leste deste continente, desde a Grécia até à Bielorrússia.
Distribuição em PortugalAs regiões onde se regista uma distribuição mais contínua da águia-calçada coincidem, em grande parte, com áreas do território continental com mon-tados de sobro e azinho. Assim, a espécie surge essencialmente associada a meios arborizados de peneplanície, sendo beneficiada pela presença de pinheiros, isolados ou em pequenas manchas, nos quais os seus ninhos são preferencialmente instalados (Onofre & Palma 1986). Esta águia está em grande parte ausente das zonas costeiras, preferindo as regiões do Alentejo, do Ribatejo, da Estremadura, da Beira Baixa, da Beira Alta e de Trás-os-
-Montes e Alto Douro. É no distrito de Évora que se encontram as melhores condições para a espécie, que aqui atinge os valores mais elevados de abundância a nível nacional. Nos concelhos de Mora e Arraiolos foram encontradas densidades de 20 a 25 casais / 100 km2 (Onofre et al. 1999;
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Distribuição mundial e europeiaA espécie ocorre pelo Paleárctico meridional, da bacia do mar Mediterrâneo até à China, e ainda pela região Afrotropical, a sul do golfo Arábico e na costa africana do mar Vermelho e do golfo de Áden. Presente em toda a Europa, com excepção das regiões setentrionais.
Distribuição em PortugalO mocho-galego distribui-se por quase todo o território continental, sendo claramente mais comum na metade sul. A continuidade da sua área de distribuição parece ser apenas interrompida em algumas regiões, como no extremo noroeste, no interior transmontano, no interior Centro ou no noroeste algarvio. Apesar de poder frequentar uma elevada diversidade de habitats, a espécie depende da existência de áreas abertas (que utiliza como terrenos de caça), da abundância de pequenas presas (insectos ou micromamíferos) e da disponibilidade de cavidades (naturais ou não), para a nidificação. Desta forma, ocorre em diversos biótopos ao longo do país, incluindo pastagens, pseudoestepes, incultos, montados, olivais, barrocal, hortas e pomares, estando ausente dos povoamentos florestais de produção. É possível que este mocho, apesar da facilidade de detecção, não tenha sido observado em áreas de baixa abundância, onde surge de forma fragmentada em pequenas quintas ou baldios, sendo de admitir que
a sua presença no Norte e Centro do país seja mais contínua que aquela representada no presente atlas.
O mocho-galego é particularmente abundante em algumas áreas do Algarve e interior do Alentejo. Em certas regiões do Baixo Alentejo, como em zonas de montado de azinho aberto, perto de Castro Verde e Almodôvar, a densidade pode atingir os sete casais/km2 (Tomé et al. 2004) ou, pon-tualmente, 18,5 casais/km2 (Ricardo Tomé, dados não publicados), valo-res muito elevados num contexto europeu (por exemplo, Génot & Van Nieuwenhuyse 2002).
A distribuição obtida no presente trabalho assemelha-se à apresentada no atlas nacional anterior.texto Ricardo Tomé, ilustração Pedro Segurado
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Distribuição mundial e europeiaA espécie distribui-se pelas regiões Indomalaia e Paleárctica e ainda pela Nova Guiné. Ocorre por toda Europa, com excepção das regiões mais setentrionais.
Distribuição em PortugalO guarda-rios nidifica em todo o território continental, evitando, no entanto, as zonas de maior altitude ou mais densamente povoadas. É uma espécie que frequenta um vasto leque de zonas húmidas, escavando os ninhos em barreiras nas margens de cursos de água e de lagoas. A sua distribuição menos regular a norte do rio Douro e na Beira Alta poderá estar relacionada com a orografia mais acidentada e, portanto, com a menor disponibilidade de locais de nidificação. É possível que outros factores, tais como a existência de vegetação ripícola mais densa ou a dificuldade de acesso aos cursos e planos de água, tenham originado uma maior dificuldade na sua detecção, a qual pode contribuir para algumas das lacunas verificadas. Nas zonas fronteiriças do Alto Minho e Alto Alentejo, a presença da espécie poderá estar subestimada, tendo em conta a descontinuidade que se observa rela-tivamente à distribuição nas províncias contíguas de Espanha (Díaz-Meco 2003). A abundância geral do guarda-rios é baixa, tendo a maioria das quadrículas onde ocorre, menos de 20% das tétradas visitadas com registos.
Esta situação pode ser explicada pela especificidade do tipo de habitat característico, nomeadamente cursos e planos de água, de acessibilidade mais difícil, resultando num menor esforço de prospecção.
A comparação com o atlas nacional anterior não revela alterações subs-tanciais na área de distribuição desta espécie, com excepção da região a norte do rio Douro onde aparenta ter regredido.texto Henk Feith, ilustração Marco Correia
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Distribuição mundial e europeiaA espécie distribui-se pelo Paleárctico ocidental e central, desde a Europa e do norte de África até às montanhas Himalaias e à Sibéria ocidental. Ocorre por quase toda a Europa.
Distribuição em PortugalA gralha-de-nuca-cinzenta tem uma distribuição localizada de norte a sul de Portugal continental, estando praticamente ausente da metade ocidental a norte de Sines. Esta gralha frequenta uma grande variedade de habi-tats, mas parece preferir áreas com cultivos de sequeiro extensos ou com pastagens e onde existam substratos adequados à nidificação, quer sejam escarpas, construções abandonadas ou outro tipo de estruturas edificadas. No litoral alentejano e algarvio pode ser encontrada em planaltos costeiros, no interior alentejano ocorre em áreas agrícolas abertas, enquanto que no nordeste utiliza zonas serranas e vales de rios. Está também presente em áreas urbanas no Alentejo e na Beira interior onde nidifica, geralmente, em edifícios antigos e muralhas de castelos. Na Beira Baixa, o único suporte de nidificação utilizado são os postes de transporte de energia. Esta gralha nidifica também localmente, em árvores, nos ninhos de garças e de cegonhas.
A área de distribuição da gralha-de-nuca-cinzenta parece ter sofrido uma redução relativamente ao atlas nacional anterior. Na última década, a espécie ter-se-á extinguido como reprodutora no sistema montanhoso da Peneda-Gerês, bem como nalgumas zonas da região norte transmon-tana, na Estremadura, no Ribatejo e ainda no sotavento algarvio. Existem, no entanto, áreas de colonização recente, como é o caso da região de Castro Verde, onde as novas colónias se instalam em montes abandonados. Na Beira Alta e na Beira Baixa a população parece ter diminuído na última década (Carlos Pacheco, com. pess.), apesar de esta situação não se reflectir na comparação entre os dois atlas.texto Inês Catry, ilustração Joaquim Simão
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