PUC RIO
Empreendedorismo inovador e desenvolvimento do mercado regional: uma proposta de
ensino para os professores do Instituto Federal de Roraima.
Wilson Alves da Silva Filho
Orientadora: Sheilane Maria de Avelar Cilento Rodrigues de Britto.
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em
Educação Empreendedora, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Especialista.
Rio de Janeiro, 30 de Junho de 2017.
CTCH Centro de Teologia e de Ciências Humanas
Ficha Catalográfica
CDD: 370
Silva Filho, Wilson Alves da Empreendedorismo inovador e desenvolvimento do mercado regional : uma proposta de ensino para os professores do Instituto Federal de Roraima / Wilson Alves da Silva Filho ; orientadora: Sheilane Maria de Avellar Cilento Rodrigues de Britto. – 2017. 28 f. : il. ; 30 cm Curso em parceria com o Instituto Gênesis (PUC-Rio), através da plataforma do CCEAD (PUC-Rio). Com o patrocínio do Sebrae em parceria com o MEC. Trabalho de Conclusão de Curso (especialização)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Empreendedora, 2017. Inclui bibliografia 1. Educação – TCC. 2. Empreendedorismo. 3. Inovação. 4. Planejamento. I. Britto, Sheilane Maria de Avellar Cilento Rodrigues de. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Educação. III. Título.
Perfil do aluno
Wilson Alves da Silva Filho.
Graduou-se em Secretariado Executivo pela Universidade Federal de
Roraima - UFRR em 2011. Servidor efetivo do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Roraima – IFRR. Atualmente é docente no Campus Boa
Vista Zona Oeste/IFRR. Atua em disciplinas da área de gestão de pessoas, gestão
secretarial e em cursos que envolvem principalmente a temática
“empreendedorismo e inovação”. Também coordena na instituição o curso
Técnico em Comércio (integrado e subsequente).
Sumário
Introdução .................................................................................................................................. 6
Justificativa ................................................................................................................................ 6
CAPÍTULO 1 ............................................................................................................................ 8
1.1 Contextualização ..................................................................................................................... 8
1.2 Apresentação do Problema .................................................................................................... 12
Objetivos ................................................................................................................................. 13
1.1 Objetivo Geral: ...................................................................................................................... 13
1.2 Objetivos Específicos ............................................................................................................ 13
CAPÍTULO 2 .......................................................................................................................... 14
2.1 Referencial Teórico ............................................................................................................... 14
CAPÍTULO 3 .......................................................................................................................... 18
3.1 Organização do curso inovador proposto .............................................................................. 18
3.2 Procedimentos Metodológicos do Curso Inovador Proposto ................................................. 20
3.3 Mediações previstas entre professor e aprendizes ................................................................. 23
4.2 Considerações Finais ............................................................................................................ 25
5. Referências .......................................................................................................................... 26
Agradecimentos
Agradeço inicialmente a pessoas que são a minha inspiração: o meu
aconchego Eliz, minha esposa, pelo companheirismo e compreensão nos muitos
momentos de tensão atravessados neste percurso - sem ela, com certeza, não teria
chegado até aqui; à minha querida orientadora professora Sheilane, por toda
paciência, insistência e atenção dispensadas a mim ao longo do desenvolvimento
dessa pesquisa; à professora tutora Ana Paula, grande motivadora, conciliadora e
por que não dizer, líder da equipe abóbora - a ela agradecimentos especiais com
muito carinho. E, sobretudo, a Deus, razão da minha existência e de todo sucesso
que eu tenha alcançado.
Resumo
O mercado está a cada dia mais competitivo. Neste contexto, destaca-se a figura
do empreendedor por ser a pessoa que agrega valor e sabe identificar
oportunidades onde normalmente ninguém mais as vê. Fala-se muito em inovação
e em empreendedorismo sem se fazer menção ao entrelaçamento que há entre os
dois termos e, desse modo, muito pouco se menciona sobre o empreendedorismo
inovador, o que faz urgir a necessidade de se discutir acerca do resultado da
junção dos dois termos. A principal característica do empreendedorismo inovador
é a elevada capacidade de modificar a realidade, seja econômica, cultural ou
social. Assim, partindo do pressuposto de que o empreendedorismo pode ser
ensinado, este trabalho consiste na produção do planejamento de um curso de
capacitação de professores na matéria Empreendedorismo Inovador. Além do
valor agregado gerado para a sociedade como um todo, espera-se que tal atividade
desenvolva o mercado regional para os professores que atuam junto aos cursos do
ensino médio/técnico e de graduação do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Roraima (IFRR).
Palavras-chave: empreendedorismo; inovação; planejamento.
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Introdução
Ante um mercado que se tornou cada vez mais competitivo e exigente,
surge a necessidade de se desenvolver estratégias para se ter um diferencial
competitivo e alcançar uma posição de vantagem em relação aos concorrentes. A
figura do empreendedor destaca-se, pois este é um ator que agrega valor e sabe
identificar oportunidades onde normalmente não se vê. O empreendedor procura
gerar lucro para a organização na qual ele desenvolve suas atividades e valor
agregado para o cliente. Apesar de muito se ouvir falar em inovação e em
empreendedorismo de uma forma dissociada, pouco se fala sobre o
empreendedorismo inovador. Entretanto, o termo “empreendedorismo” possui
uma forte ligação com o termo “inovação”, e acredita-se ser imperativo que haja
uma maior discussão acerca do resultado da junção dos dois termos. Dessa forma,
o empreendedorismo inovador surge como uma necessidade para se fazer frente
ao dinamismo do mercado, e aporta como sua principal característica a alta
capacidade de transformar o mercado. Entretanto, para que tal seja factível,
exige-se engajamento de todos os partícipes, que devem ter claros os seus
objetivos, bem como, uma dose de ousadia e desejo de realizar mudanças. Tal
qual Massensini (2011), acredita-se que o empreendedorismo possa ser ensinado.
Assim, este trabalho constitui-se na produção do planejamento de um
curso de capacitação de professores na matéria Empreendedorismo Inovador e
visa o desenvolvimento do mercado regional para os professores que atuam junto
aos cursos do ensino médio/técnico e de graduação do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR).
Justificativa
Devido ao fato do autor deste trabalho estar inserido na área de educação
profissional ao longo dos quatro últimos anos, foi-lhe possível conhecer não
apenas as instituições privadas, mas também públicas, e observar a metodologia e
a estruturação dos planos de ensino de cursos voltados para a inovação e
empreendedorismo. A percepção obtida desses cursos é a de que a fundamentação
teórica é eficiente, entretanto, a prática deixa a desejar.
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Acredita-se, no entanto, que é possível desenvolver cursos de qualidade
no quesito teoria e utilizar os conhecimentos adquiridos em outras metodologias
para tornar o curso mais dinâmico e prático, facilitando o aprendizado do
professor para que posteriormente ocorra a replicação desse conhecimento na sua
sala de aula. Neste contexto, se o professor da educação profissional ou básica não
achar o conteúdo maçante, complexo ou chato, os alunos também não acharão.
Através das metodologias apresentadas, dos conteúdos estudados e das
atividades realizadas no curso de Especialização em Educação Empreendedora
PUC/Sebrae, foi possível ampliar o conhecimento na matéria, aumentar o senso
crítico e despertar a criatividade, colocando-a em ação, e, sobretudo, pensar novas
possibilidades de transmitir esse conhecimento aos alunos.
Ao ensinar os professores a trabalhar o empreendedorismo com uma
nova proposta metodológica, utilizando como base o conhecimento adquirido
nesta especialização e em outros cursos de formação profissional, ficará fácil
formar futuros empreendedores, ou pelo menos, jovens conscientes de que
empreender em uma empresa ou ter o próprio negócio não é algo impossível ou
difícil, mais que isso, que desenvolver potencialidades empreendedoras é uma
realidade, desde que utilizados os estímulos corretos e as devidas ferramentas. A
escolha por este trabalho deve-se justamente ao fato de se poder mesclar
metodologias diversas com a finalidade de apresentar de forma inovadora um
tema tão atual e discutido globalmente.
O capítulo I trata sobre o empreendedorismo, a inovação e a tecnologia
no ensino. O capítulo II aprecia as concepções epistemológicas e teóricas através
das quais têm sido discutidas na literatura a temática “empreendedorismo,
inovação e tecnologia”, no sentido de estabelecer um diálogo com os
conhecimentos já construídos nesse campo. No capítulo III tem-se a descrição
detalhada do planejamento do curso de capacitação de professores em
Empreendedorismo inovador e o esperado desenvolvimento do mercado regional.
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Capítulo 1
1.1 Contextualização
A globalização, a tecnologia e o dinamismo do mercado fazem emergir a
necessidade de se inovar e atualizar constantemente saberes e processos. Neste
momento, torna-se necessário fazer um esclarecimento acerca do conceito de
inovação, pois há quem acredite que a inovação está relacionada somente às
fronteiras do ambiente corporativo. Inovar é algo inerente ao quotidiano da
sociedade, já que diz respeito à criatividade humana, constituída e inserida em
qualquer organização. Dessa forma, o ambiente educacional apresenta-se como
uma janela inovadora, por possuir capital humano e criativo, capazes de perceber
oportunidades de melhorar a realidade através de novos produtos e/ou processos.
Nos últimos anos, o Ensino Técnico buscou a construção e o
desenvolvimento de currículos que refletissem quão necessária é a formação de
profissionais capazes de executar e aprimorar produtos e serviços, quer no plano
individual, quer no plano coletivo. Por essa razão, tem crescido a exigência do
ensino técnico e tecnológico, com especial olhar para o que acontece ao seu redor
e com foco no que concerne às incorporações tecnológicas nos processos
produtivos e nas relações sociais (Garcia, 2013). Segundo Dolabela (1999, p.18),
a introdução da cultura empreendedora no ensino médio e
universitário é o primeiro passo na persecução de um objetivo
maior: a formação de uma cultura em que tenham prioridade
valores como combate à miséria através da geração e
distribuição de riquezas, inovação, criatividade,
sustentabilidade, liberdade.
É válido esclarecer que a ação do empreendedorismo na expansão
econômica abrange mais do que o acréscimo de produção e renda per capita, pois
compreende o iniciar e o constituir das mudanças na composição do negócio e da
sociedade (HISRICH & PETER, 2004). Segundo Korman (2003, p. 09) o
empreendedorismo
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como prática de ensino, deve promover o aprimoramento e a
descoberta de novos caminhos em todos os setores, onde as
oportunidades possam se referir não apenas aos que desejam
montar o seu próprio negócio, mas sim a todos os que desejam
se apropriar e definir as suas trajetórias profissionais.
Dessa forma, o empreendedorismo, a inovação e a tecnologia no ensino
podem promover o crescimento econômico de uma comunidade, pois até mesmo
as condições ambientais mais propícias ao desenvolvimento necessitam de
empreendedores para aproveitá-las e através de sua liderança, capacidade e de seu
perfil, dispararem e coordenarem o processo de desenvolvimento que estão
arraigados na maneira como se vê o mundo (DOLABELA, 1999).
Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) possuem
um importante papel na sociedade brasileira, visto que são responsáveis pela
prestação de diversos serviços educacionais para a comunidade em que estão
inseridos. Os IFs estão presentes em todos os estados brasileiros e são parte
integrante da chamada Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica, vinculada ao Ministério da Educação, que é composta ainda pelos
Centros Federais de Educação Tecnológica, Escolas Técnicas Vinculadas às
Universidades Federais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná e pelo
Colégio Pedro II conforme estabelece a Lei 11.892 de 2008.
A história do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Roraima (IFRR) inicia-se a partir do ano de 1986, época do antigo território
federal de Roraima. Naquele ano ocorreu a implantação da Escola Técnica de
Roraima, começando suas atividades em 1987 com dois cursos técnicos, o de
eletrotécnica e edificações, e tendo somente em 1989 autorização e
reconhecimento do Conselho Territorial de Educação.
Em 1993 a então Escola Técnica de Roraima, é transformada em Escola
Técnica Federal de Roraima, e através do Programa de Expansão de Cursos,
implanta os Cursos técnico em Agrimensura e Magistério em Educação Física,
assim como o Ensino Fundamental II (extinto em 1999).
No ano de 2002, a Escola Técnica Federal de Roraima passa por outra
reformulação, tornando-se agora o Centro Federal de Educação Tecnológica de
Roraima (CEFET-RR), atendendo ao princípio da verticalização da Educação
Profissional, oferecendo cursos profissionalizantes em nível básico, técnico e
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superior, sendo o primeiro curso superior implantado o de Tecnologia em Gestão
de Turismo. Três anos depois (2005), o Governo Federal, por meio do Ministério
da Educação, institui o Plano de Expansão da Rede Federal de Educação
Profissional e Tecnológica, estabelecendo a implantação de unidades
descentralizadas em várias localidades da federação. O estado de Roraima foi
contemplado, na fase I, com a Unidade de Ensino Descentralizada (UNED) de
Novo Paraíso, no município de Caracaraí (sul do estado), iniciando suas
atividades em agosto de 2007, com o Curso Técnico em Agropecuária Integrado
ao Ensino Médio, incluindo uma turma de PROEJA. Na fase II do Plano de
Expansão, o contemplado com uma UNED foi o município de Amajari, no norte
do estado.
No final do ano de 2008, uma nova Lei (11.892/08) foi sancionada, e o
Centro Federal de Educação Tecnológica de Roraima passa a ser Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima, sendo uma instituição autônoma
de natureza autárquica, integrando o Sistema Federal de Ensino do MEC, sendo
supervisionado pela SETEC, com organização administrativa, didática e
patrimonial definidas em estatuto próprio.
A Lei 11.892/08, em seu Art. 2º, assim define os Institutos Federais:
Os Institutos Federais são instituições de educação superior,
básica e profissional, pluricurriculares e multicampi,
especializados na oferta de educação profissional e tecnológica
nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação
de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas
pedagógicas, nos termos desta Lei.
Atualmente o IFRR é composto por cinco Campi, Amajari, Boa Vista, Boa
Vista Zona Oeste, Campus Avançado de Bonfim e Novo Paraíso, tendo como
objetivo institucional ministrar educação profissional, técnica de nível médio e
cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores; realizar pesquisas e
desenvolver atividades de extensão, além de oferecer cursos de graduação, pós-
graduação lato sensu de aperfeiçoamento e especialização e cursos de pós-
graduação stricto sensu de mestrado e doutorado, e como finalidade, ofertar a
educação profissional e tecnológica, em todos os seus níveis e modalidades, no
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intuito de qualificar cidadãos com vistas à educação profissional nos diversos
setores da economia, com ênfase no desenvolvimento local, regional e nacional.
O IFRR, assim como os outros IFs da federação, está organizado em 3
dimensões principais, que são Ensino, Pesquisa/Inovação Tecnológica e Extensão,
visando atender as finalidades e objetivos descritas nas Seções II e III da Lei
11.892. Destaca-se a dimensão da Pesquisa/Inovação Tecnológica, principalmente
no que se refere à produção, desenvolvimento e transferência de tecnologias para a
sociedade, área esta, também responsável por apoiar e estimular as ações
empreendedoras no âmbito do IFRR.
A Reitoria dos IFs, junto com as suas Pró-Reitorias, é responsável pela
definição e diretrizes referentes às dimensões do ensino, pesquisa, extensão,
administração e desenvolvimento institucional de acordo com as deliberações do
Conselho Superior (CONSUP), órgão máximo dos Institutos Federais.
É indubitável que o IFRR presta um excelente serviço à comunidade
roraimense, entretanto, se sua visão de futuro é permanecer em constante evolução
enquanto instituição de formação profissional e tecnológica, e servir como
referência para as áreas de educação, pesquisa e extensão, é imperativo que
questões relativas à inovação tecnológica e consequentemente,
empreendedorismo, sejam tratadas com a mesma importância das demais áreas de
educação, e para ratificar esta afirmação, a própria Lei 11.892/08 em seu Art. 6º,
inciso VIII, reforça que o “empreendedorismo” deve ser realizado e estimulado
nos Institutos Federais, fazendo parte esta área, das finalidades e características
dos IFs.
O Art. 7o da Lei 11.892/08, acrescenta:
Observadas as finalidades e características definidas no art. 6o
desta Lei, são objetivos dos Institutos Federais: (...) V -
estimular e apoiar processos educativos que levem à geração de
trabalho e renda e à emancipação do cidadão na perspectiva do
desenvolvimento socioeconômico local e regional;
A lei de criação dos IFs deixa claro que essas instituições além de
estimularem o empreendedorismo têm ainda como objetivo, instigar a
emancipação do cidadão nos aspectos do desenvolvimento socioeconômico local e
regional.
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1.2 Apresentação do Problema
O problema é definido a partir da necessidade de se elevar a qualidade das
aulas no ensino técnico e tecnológico, no quesito teoria, através da produção do
planejamento de um curso de capacitação de professores em Empreendedorismo
Inovador que visa ao desenvolvimento do mercado regional para os professores
que atuam junto aos cursos do ensino médio/técnico e de graduação do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR). A proposta é
utilizar conhecimentos adquiridos em outras metodologias, tornando, assim, o
curso mais dinâmico e prático, o que facilitará o aprendizado tanto do professor,
inicialmente, quanto dos alunos, posteriormente. Além disso, leva-se em
consideração que se o professor da educação profissional ou básica demonstrar
interesse pelo curso espera-se que os alunos também possam ser contaminados
pelo mesmo interesse e, desta forma, melhor aproveitar o conteúdo.
Enfim, ao qualificar professores para o trabalho com o
empreendedorismo partindo de uma nova proposta metodológica (utilizando como
base o conhecimento adquirido nesta especialização e em outros cursos de
formação profissional), tornar-se-á tarefa fácil formar futuros empreendedores e
jovens conscientes da possibilidade de empreender ou de ter o próprio negócio e,
ainda, ampliar suas potencialidades empreendedoras, algo possível de se alcançar
quando utilizados os estímulos corretos amparados em uma metodologia
apropriada. Desse modo, a escolha por esta temática deu-se justamente por poder
combinar metodologias diversas e alcançar de forma inovadora um assunto ao
mesmo tempo atual e de interesse da sociedade, dada a sua característica de poder
mudar para melhor a realidade que nos cerca.
O IFRR tem cumprido seu papel no quesito formação profissional e
tecnológica, porém pode atuar de forma mais rigorosa ao tratar de educação
empreendedora com vistas ao real crescimento do cidadão. Dessa forma, este
trabalho propõe como objetivo geral habilitar professores do ensino médio/técnico
e de graduação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Roraima (IFRR), na temática “empreendedorismo”, por meio de um planejamento
de aula inovador, para que os docentes possam trabalhar de forma interdisciplinar
o tema em suas disciplinas.
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Objetivos
1.1 Objetivo Geral:
Capacitar professores na temática “empreendedorismo” para que
posteriormente o referido tema seja difundido aos discentes, visando o
desenvolvimento de suas potencialidades empreendedoras.
1.2 Objetivos Específicos:
Instigar os docentes a ministrarem suas disciplinas trabalhando o
empreendedorismo de forma transversal, por meio de aulas dinâmicas,
significativas, e que tragam como resultado a elaboração e apresentação de um
projeto empreendedor inovador;
Conscientizar os professores da importância de se abordar o tema
“empreendedorismo” no Instituto Federal de Roraima, como forma de promover o
crescimento econômico e o desenvolvimento social do mercado regional.
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Capítulo 2
2.1 Referencial Teórico
Nesta seção são apresentados os conceitos que nortearam a elaboração
deste trabalho. É discutida assim, a relação entre empreendedorismo, inovação e
tecnologia, tendo como foco principal a temática “empreendedorismo”, por meio
de um planejamento de aula inovador, visando à atuação dos professores de forma
interdisciplinar. Ao instigar os docentes a ministrarem suas disciplinas
trabalhando o empreendedorismo de forma transversal, espera-se estimular aulas
dinâmicas, significativas, e que ao final, tragam como resultado a elaboração e
apresentação de um projeto empreendedor inovador.
Assim, aborda-se o conceito de empreendedorismo, fundamental para este
trabalho, e para o “desenvolvimento humano, econômico e social” (KORMAN,
2006, p. 34). Dessa forma, a partir do abrangente campo de atuação do
empreendedorismo, considerado a partir de sua vertente transdisciplinar, atenta-se
para a tônica do presente trabalho que está voltado para a prática docente e a vida
social.
Apresentado o contexto da pesquisa, faz-se necessário fazer um breve
retorno às origens do termo “empreendedorismo” para observar a importância na
modificação dos seus conceitos no decorrer da história. É inevitável advertir que a
utilização do vocábulo “empreendedorismo” comumente associado à área do
pensamento das ciências econômicas, em sua concepção foi idealizado para tratar
da atitude das pessoas que propiciavam o progresso econômico em setores da
economia (FRIGOTTO, 2016). Entretanto, segundo Hisrich & Peter (2004) a
atuação do empreendedorismo no crescimento econômico possui uma abrangência
que vai muito além do aumento de produção e renda per capita, já que abrange o
começo e a construção das mudanças na composição do negócio e da sociedade.
Para Dolabela (1999, p.30) essa ideia teve ampla difusão nos anos de 1980
devido a fatores como o “endividamento crescente dos governos, o aumento da
concorrência dos mercados e sua mundialização, a utilização intensiva de
tecnologia nos processos produtivos” que delineou uma nova organização
econômica. Por causa disso, as grandes empresas aumentaram sua produção
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utilizando mão de obra qualificada e chegando a serem quase as únicas criadoras
de empregos.
O sentido da palavra empreendedorismo açambarca em sua gênese
questões econômicas, sociais e culturais.
Assim, o empreendedorismo a que se refere este trabalho parte das
premissas de Dolabela (1999), que considera a geração e a distribuição de renda,
conhecimento e poder, “o empreendedorismo bom”, interessado no
desenvolvimento do seu entorno, expresso na melhoria do coletivo social.
Portanto, tal qual acredita Korman (2003, p. 09) entende-se “o empreendedorismo
como algo que envolva uma atitude pessoal ou coletiva de inquietação, ousadia e
proatividade”, que propicia aos sujeitos a probabilidade de ser autor nas diversas
categorias de carreiras profissionais.
Com o decorrer do tempo, tornou-se imperativo a adequação de antigos
processos e a criação de novos, assim atendendo a uma nova estrutura econômica
inserida em novos mercados. A partir de então, para o empreendedor, urge
adaptar-se continuamente às modernas imposições dos consumidores e da
economia, e destarte, o conceito de empreendedorismo passa a ser vinculado ao
ato de inovar. Situando a questão historicamente, foi no século XX, que a imagem
do empreendedor foi associada a do inovador e a ideia de inovação foi integrada à
característica do empreendedor.
Julga-se importante ainda, as considerações de (SCHUMPETER, 1952,
p.72) para quem
a função do empreendedor é reformar ou revolucionar o padrão
de produção explorando uma invenção ou, de modo geral, um
método tecnológico não experimentado para produzir um novo
bem ou um bem antigo de maneira nova, abrindo uma nova
fonte de suprimento de materiais ou uma nova comercialização
para produtos, e organizando um novo setor.
Faz-se necessário frisar que inovação não é simplesmente um componente
da prática empreendedora, e sim um instrumento essencial para o
desenvolvimento do empreendedorismo. Há que se considerar que a inovação,
isto é, a atitude de disseminar alguma coisa nova é uma tarefa complexa para o
empreendedor e exige que ele tenha uma visão ampla do ambiente em geral para
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que possa desenvolver um novo serviço ou um novo produto ou mesmo um
método que sirva para trazer modificações a uma estrutura organizacional,
acompanhadas consequentemente de resultados positivos (aceitação do mercado).
Dessa forma, a escolha do objetivo geral deste trabalho, habilitar
professores do ensino médio/técnico e de graduação do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR), na temática
“empreendedorismo” foi baseada no fato de que empreendedores são pessoas
dotadas da capacidade de fazer inovações nas áreas em que atuam, criando,
transformando ou melhorando um serviço ou um produto, mudando
significativamente a realidade dos que o cercam.
Segundo o Manual de Oslo (OCDE, 2005, p.55),
inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço)
novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um
novo método de marketing, ou um novo método organizacional
nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou
nas relações externas.
As inovações podem ser de produto, serviço, processo, marketing ou
organizacional. A inovação não é um mero invento, pois existe um processo
composto por etapas e critérios para inovar e atender às necessidades do mercado,
gerando renda ao empreendimento para que este possa se manter e se suprir.
Então, a proposta não se restringe a habilitar professores do ensino médio/técnico
na temática “empreendedorismo”, para que estes possam trabalhar de forma
interdisciplinar, mas, mostrar até que ponto isso contribui para o desenvolvimento
e a melhoria do coletivo social regional, conscientizando os professores da
importância de se abordar o tema “empreendedorismo” no Instituto Federal de
Roraima, como forma de promover o crescimento econômico e o desenvolvimento
social do mercado regional.
É relevante destacar que a inovação decorre do empreendedorismo e é a
tecnologia quem conduz ao transcurso de inovar. A tecnologia é concebida como
o conjunto de saberes que propicia a concepção, produção e distribuição de bens e
serviços. (PINHEIRO e SOUSA, 2015). Para Pinheiro e Sousa (2015, p. 122),
um produto para ser inovador, ele precisa dispor de tecnologia e
ter aceitação no mercado, assim favorecerá o
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empreendedorismo, pois a tecnologia é um grande fator para
que as empresas consigam se destacar no mercado e garantir
um ciclo de vida mais extenso, sendo que, para sobreviver, as
empresas precisam estar sempre inovando e assim, atender as
necessidades mercadológicas.
Portanto, convém afirmar que não é possível falar de empreendedorismo
sem relacioná-lo à tecnologia e à inovação, pois faz parte das características do
perfil empreendedor a aptidão em perceber oportunidades do mercado. E urge
estar em constante observação a evolução do mercado mundial, acompanhando as
novas tendências tecnológicas. Assim, o empreendedor é o principal responsável
pela inovação tecnológica e o crescimento econômico de uma comunidade, pois,
“cria e aloca valores para indivíduos e para a sociedade, ou seja, é responsável
pela inovação tecnológica e crescimento econômico” (DOLABELA, 1999, p. 25).
Espera-se que ao capacitar professores na temática “empreendedorismo” o
referido tema seja difundido aos discentes, visando ao desenvolvimento de suas
potencialidades empreendedoras, resultando futuramente em jovens protagonistas
de suas próprias histórias.
18
Capítulo 3
3.1 Organização do curso inovador proposto
O curso de capacitação de professores em Empreendedorismo Inovador
visando ao desenvolvimento do mercado regional terá duração total prevista de 60
horas, dividida em 06 encontros distribuídos no decorrer de um semestre letivo,
sendo 05 encontros de 08 horas cada, 14 horas para atividades complementares
fora da sala de aula (extraclasse), e 01 encontro de 06 horas para a mostra
tecnológica. Estima-se que o curso contará com 20 alunos, professores de
disciplinas da educação básica (ensino médio técnico) e superior.
A respeito da infraestrutura e dos recursos, serão necessários notebook;
projetor multimídia; caixa de som multimídia; cartolina; hidrocor; revistas para
recorte; tesouras; papel A4; canetas; papel 40; blocos tipo Post-it e cola. O local
onde será realizado o curso será o Campus Boa Vista do IFRR que conta com sala
de aula de 5m x 8m com acesso a internet, climatizada e equipada com carteiras,
projetor multimídia, notebook, caixa de som e flipcharts. Já a mostra tecnológica
ocorrerá no hall do referido Campus.
A divisão dos módulos/unidades dar-se-á em encontros, ou seja, cada
encontro corresponderá a um módulo sendo que, haverá também atividades
extraclasse para fixar os conteúdos estudados em cada módulo e também para
serem preparadas as entregas para o encontro seguinte.
A metodologia das aulas será baseada em aulas expositivas dialogadas e
dinamizadas, e as avaliações se desenvolverão a partir das entregas que serão
solicitadas. Essas entregas variam de preparação e apresentação de dramatização,
seminários, até a confecção e exposição de um protótipo/MVP (Produto Mínimo
Viável), produto final desenvolvido em equipe.
Os autores e suas obras que comporão a bibliografia básica do curso são:
Dornelas (Empreendedorismo: transformando ideias em negócio), Dornelas
(Como conseguir investimentos para o seu negócio), Dornelas, Timmons,
Zacharakis, e Spinelli (Planos de negócios que dão certo), Drucker (Inovação e
espírito empreendedor: prática e princípios), Kotler e Keller (Administração de
Marketing), Rank, Emediato e Osorio (Manual de inovação) e o Manual de Oslo.
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Acredita-se que com esses autores e obras, no bojo teórico deste curso, o
trabalho está bem embasado e poderá fluir como respaldo necessário.
O plano de aula/cronograma do curso contempla:
Fonte: elaborada pelo autor.
TABELA 2: Plano de aula – Módulo 2 e 3
Fonte: elaborada pelo autor.
TABELA 1: Plano de aula – Módulo 1
20
TABELA 3: Plano de aula – Módulo 4, 5 e 6
Fonte: elaborada pelo autor.
3.2 Procedimentos Metodológicos do Curso Inovador Proposto
A divisão dos módulos/unidades dar-se-á da seguinte forma: no primeiro
encontro será trabalhado o módulo 1 em 08 horas/aula, momento em que
inicialmente será feita a apresentação do curso e metodologia que será utilizada,
bem como os conceitos de empreendedorismo. Em seguida será explicado que
existem diversos tipos de empreendedorismo e como forma de exemplificar será
apresentada (pelos docentes) uma dramatização relacionada ao empreendedor
franqueado, tendo como base o caso da franquia China in Box.
Logo após, os cursistas apresentarão, em pequenos grupos, uma
dramatização, tendo como tema os outros principais tipos de empreendedorismo
que são: O empreendedor por necessidade; o empreendedor social – caso
Muhammad Yunus; o empreendedor corporativo (intraempreendedor) – Caso da
Kodak, Post-it, Google Maps. o empreendedor cooperado; a “startup” - o
empreendedor serial.
Nesse primeiro módulo a metodologia adotada para o desenvolvimento das
atividades de aprendizagem, consistirá, conforme falado acima, em uma
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dramatização, onde os alunos realizarão a escolha do tema e sua viabilidade de
inserção na modalidade de trabalho, comporão grupos, estabelecerão um objetivo
a ser alcançado com a apresentação da dramatização e elaborarão um roteiro de
acordo com cada grupo (tais como definição do tipo da peça, produção de textos,
fala dos personagens, diálogos entre outros componentes relacionados) e, por fim,
confeccionarão o cenário, as roupas, a instalação de som, luz dentre outros
recursos audiovisuais que se julgarem necessários. Também haverá tempo
disponibilizado para os ensaios antes da apresentação.
Como instrumento de avaliação nesse primeiro módulo, será utilizado o
critério “contextualização da dramatização de acordo com o tema” e terá a
pontuação de 0 a 10, onde “0” não atendeu ao solicitado e “10” atendeu
perfeitamente ao solicitado (quanto mais próxima da nota 10, mais exitosa é a
apresentação), sendo necessário alcançar a média mínima “7”. Caso isto não
ocorra, a equipe deverá adequar a sua dramatização para reapresentá-la após a
última equipe. Este módulo será encerrando instigando os cursistas a pensarem em
necessidades do cotidiano que ainda não foram sanadas. Será solicitado que
pensem, pesquisem e tentem formular algumas soluções para resolver tais
problemas (será discutido na próxima aula).
No segundo encontro será trabalhado o módulo 2 em 08 horas/aula,
momento em que inicialmente será explanado acerca do conceito de inovação bem
como as diversas possibilidades de inovar: Produto ou Serviço, Processo,
Marketing Organizacional, Incremental, Radical e Semi-radical.
Os cursistas serão orientados a formar uma roda de conversa em pequenos
grupos e a elaborarem um cartaz para posteriormente apresentarem os resultados
para toda a turma. Cada pequeno grupo receberá informações sobre um tipo
específico de inovação e deverá elaborar o cartaz usando palavras-chave para
explicar o conceito, e utilizar um exemplo real de inovação, relacionado ao seu
tema. Após a elaboração dos cartazes e apresentações, os grupos voltam a se
reunir, e neste momento ficarão sabendo que tais grupos são as equipes que a
partir daquele momento devem discutir, pesquisar, analisar e apresentar a proposta
de produto/serviço inovador, e classificar tal produto/serviço em uma dos tipos de
inovação estudados.
22
Ao final, as equipes apresentarão as suas propostas de produtos (bens e
serviços) classificando-as quanto a qual tipo de inovação.
Nesse segundo módulo a avaliação será o ato de realizar a classificação
com precisão do produto quanto à inovação. Caso a equipe não acerte a
classificação, deve reanalisar e voltar a responder até o fazer corretamente.
No terceiro encontro será trabalhado o módulo 3 em 08 horas/aula, sendo
que será dispensada uma hora para aula expositiva dialogada para explanar os
seguintes assuntos: Matriz – FOFA: Forças Oportunidades Fraquezas Ameaças e
Análise das cinco forças competitivas “Modelo de Porter”: Ameaça de novos
entrantes; Rivalidade entre empresas concorrentes que já atuam no ramo de
negócio; Poder de negociação dos fornecedores; Poder de negociação dos clientes;
Ameaça de produtos ou serviços substitutos. A seguir os cursista reunir-se-ão nas
equipes que foram formadas na última aula (módulo 2) e procederão com a análise
de mercado do seu produto/serviço utilizando uma das ferramentas expostas pelo
professor.
No segundo momento da aula será realizada entres os alunos a dinâmica
“banca giratória de especialistas” com o intuito de fortalecer e complementar a
análise do mercado relacionada ao produto formulado pelas equipes. A próxima
atividade relativa a esse módulo será uma Pesquisa de Campo (relacionada ao
mercado) e dirigida através do ambiente virtual EDMODO, que contará como
estudo extraclasse, contabilizando mais 8 horas.
Nesse terceiro módulo a avaliação dar-se-á por meio de uma apresentação
da análise do produto quanto a possível inovação no mercado, tendo como base os
detalhes relativos à ferramenta escolhida (matriz FOFA ou o Modelo de Porter).
No quarto encontro será trabalhado o módulo 4, momento em que será
discutido, em forma de aula expositiva dialogada, os seguintes assuntos: mercado
e inovação, conceito e elaboração do Canvas e definição de prototipagem (MVP -
Minimum Viable Product ou Mínimo Produto Viável.). No segundo momento será
realizada uma atividade denominada arena da inovação que contará com a
participação de especialistas de mercado das áreas dos produtos que estão sendo
trabalhados. Em seguida será realizada uma apresentação da Estratégia Canvas,
que foi analisado e revisado após a conversa com os especialistas. A avaliação se
23
dará pela confecção da Estratégia Canvas, verificado se a elaboração do modelo de
negócio foi realizada de acordo com as tendências de mercado.
No quinto encontro será trabalhado o módulo 5, onde iniciará o processo
de prototipagem com o desenvolvimento do protótipo (MVP) e construção da
versão final do Canvas. Esta aula será extraclasse, e consistirá na construção do
protótipo com o registro fotográfico ou audiovisual do processo. A avaliação se
dará a partir do Pitch do Canvas/Protótipo e os critérios avaliativos serão baseados
na qualidade da elaboração do Pitch do Canvas/Protótipo que deverá ser elaborado
de acordo com as tendências de mercado. A avaliação ocorrerá no encontro
seguinte.
O sexto e último encontro será a culminância de todo o conteúdo
trabalhado, momento em que ocorrerá uma mostra tecnológica, ou seja, uma
exposição de todos os produtos/serviços elaborados, utilizando-se para isso os
protótipos MVP, o Canvas, e o Pitch do negócio. No final da exposição ocorrerá o
happy hour tecnológico, uma interação entre todos os cursistas, professores e os
responsáveis pela gestão da instituição e do público em geral.
Pretende-se na versão que será replicada aos alunos do ensino técnico e de
graduação realizar, também, uma competição, que por meio de um júri
especializado seja escolhido três produtos (1º, 2º e 3º lugar) com maior potencial
de mercado.
3.3 Mediações previstas entre professor e aprendizes
Acredita-se que a construção do conhecimento se dá a partir das interações
com os outros e que essa influência mútua se dá por um processo contínuo de
adaptação, estabelecidas por cada ser humano, no processo de aprendizagem.
Portanto, considera-se importante que haja, nos posicionamentos de alunos
e professores, uma troca de conhecimentos que leve em consideração, não apenas
o aprendizado nesse curso de especialização em educação empreendedora, como
também o universo de conhecimentos que ambos trazem consigo através de suas
experiências de vida. Dessa forma, no decorrer desse curso, os módulos iniciarão
com uma avaliação formativa, para assim, aproximar os alunos que estiverem com
dúvidas dos que já possuem conhecimento prévio, e com apoio de dinâmicas
24
específicas promover a socialização e troca de informações, acomodando desta
forma o conhecimento.
Grande parte das atividades serão feitas em equipe com o objetivo de
estimular o desenvolvimento e/ou prática do relacionamento interpessoal,
comunicação, empatia, negociação, liderança e iniciativa, características que não
podem faltar em um empreendedor.
A autonomia e a criatividade também serão trabalhadas ao se passar
atividades de aprendizagem sem disponibilizar todos os recursos necessários para
pesquisas ou resolução de problemas.
4. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.1 Conclusões
Vislumbra-se como resultado a partir da aplicação do curso de capacitação
de professores em Empreendedorismo Inovador, que estes percebam quão
prazeroso pode ser ensinar sobre a temática proposta e elevar a qualidade das
aulas no ensino técnico e tecnológico, no quesito teoria. Com isso, o professor
pode futuramente, ao replicar o conhecimento em sala de aula, despertar no aluno
o desejo de aprender mais sobre empreendedorismo fazendo do momento de
aprendizagem algo agradável e positivo.
Por sua vez os alunos podem, ao perceberem a importância da temática,
ser despertados como futuros empreendedores, e jovens conscientes sobre a
realidade e possibilidades de se ter o próprio negócio. Podem, ainda, ter suas
potencialidades empreendedoras ampliadas.
Além disso, visa-se ao desenvolvimento do mercado regional a partir da
atuação dos professores junto aos cursos do ensino médio/técnico e de graduação
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR),
apresentando que no estado em que residem existem muitas necessidades
aguardando soluções criativas que podem ser propostas por eles mesmos.
Espera-se com isso que esta instituição a cada dia mais se comprometa
com a formação a partir de um currículo que abra possibilidades para que se
desenvolva a criatividade, suporte imprescindível para a inovação. E ainda que os
25
cursos elevem seu nível de qualidade e que os professores sejam qualificados em
nível de conteúdo e de metodologia, desenvolvendo desta forma atos no currículo
que promovam no aluno, a partir de saberes e competências necessárias, o seu
desempenho na sociedade como profissional consciente de suas capacidades para
contribuir para a promoção de mudanças sociais qualitativas.
4.2 Considerações Finais
O processo de elaboração deste trabalho de conclusão de curso foi uma
construção que seguiu um rigor epistemológico, estrutural e metodológico,
pautados por normas de trabalho acadêmico, adotadas pela PUC do Rio de
Janeiro. Todavia, é importante ressaltar que, no decorrer do processo, tanto a
instituição formadora quanto os acadêmicos, estiveram imbuídos do espírito
científico, crítico e participativo, isto é, de mecanismos de reflexão, orientação,
acompanhamento e de avaliação que fizeram parte dessa rotina acadêmica.
Assim, o processo de confecção deste trabalho, consistiu numa produção
de conhecimento e de experiências formativas relacionadas sob os vários pontos
de vista nos estudos realizados no curso de Especialização em Educação
Empreendedora.
Durante o curso de Especialização em Educação Empreendedora, foi
possível adquirir saberes pedagógicos e epistemológicos que são cruciais, não
apenas para a realização deste trabalho de conclusão de curso, como também para
a prática docente que exige uma transposição das informações teóricas para a
aplicação prática dos conhecimentos adquiridos.
Desse modo, foi indispensável um amadurecimento intelectual para a
escolha desse tema de pesquisa, pois ele precisou atender à área de formação dos
alunos e ter relevância acadêmica, para que assim, trouxesse benefícios não só
para eles, mas, sobretudo, para a sociedade em geral.
Em alguns momentos no decorrer da realização do curso houve
dificuldades no processo de aprendizagem, porém os professores estavam sempre
disponíveis para orientar e amparar os alunos, para ajudá-los a enxergar o real
sentido, tanto do curso em si, quanto da construção do TCC.
26
Nesse sentido, os professores do curso de Especialização em Educação
Empreendedora posicionaram-se como articuladores de saberes e orientadores
perspicazes, como agentes de políticas de relacionamento verdadeiro, visando à
compreensão dos alunos desse momento como uma etapa construtiva, de
aprendizado, de buscas, de aflições e coroamento de uma formação para a vida e
para o mundo do trabalho.
5. REFERÊNCIAS
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meio da experimentação. Brasília, DF : SEBRAE ; Rio de Janeiro : Pontifícia
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(2001) Empreendedor de Sonhos. Portal do Voluntário -
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conseguir investimentos para o seu negócio, Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2008.
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DRUCKER, P. Inovação e espírito empreendedor: prática e princípios. São Paulo:
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27
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2358 4041. EMPREENDEDORISMO, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO: análise sobre
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Roseane Diniz de.
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