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Os potenciais riscos da automedicação por pacientes idosos:
uma revisão de literatura.
Thalles Yuri Loiola Vasconcelos
RESUMO
!STR"T
#$TRO%U&'O
O medicamento é tido como um símbolo de saúde, de cura e de retardo
da progressão de doenças, porém o uso indiscriminado ou indevido pode
suscitar o agravamento do estado de saúde do paciente, intoxicação, ou até
mesmo a morte (LIMA, !"# e $A%%O# &'')* Os medicamentos são os
tratamentos mais utili+ados nos serviços de saúde, sendo ue, nos países
em desenvolvimento, cerca de -'. dos recursos da saúde são destinados
para esses produtos* (/0O, &''1)*
A automedicação é uma pr2tica antiga, observada em muitos países,
ue é de3inida como a utili+ação de 32rmacos sem prescrição médica, onde o
paciente decide ual medicamento a ser utili+ado, com o ob4etivo de tratar ou
aliviar sintomas ou mesmo de promover a saúde* o $rasil, essa pr2tica est2
associada ao uso inadeuado e abusivo de medicamentos (/"%50"IM"% e
#"%%A6"LL &''1 Art 7 8ac9elli, &''-)*
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de :. para -., e ue um terço destas intoxicaçEes ocorriam entre
menores de cinco anos, com taxa de letalidade de H. (ABI#A, ==1)
6entre os 3atores associados ao uso indiscriminado de 32rmacos tem
se, a propaganda massiva e a 3acilidade de acesso a medicamentos em
3arm2cias e supermercados, dando assim a impressão de ue são produtos
livres de riscos < saúde* "xpondo os consumidores a reaçEes indese4adas
(A#CIM"5O &''-)*
O problema do uso indiscriminado de medicamentos na atualidade,
pode colocar em risco a saúde de boa parte da população brasileira e
mundial, pois essa pr2tica por ser mais comum do ue se tem con9ecimento,
é de di3ícil controle (Lopes et al*, &'>)*
Arma+enar medicamentos nos domicílios é uma pr2tica comum,
podendo representar um potencial risco para o surgimento de agravos <
saúde* A 3arm2cia domiciliar, 3reentemente depositada em ambientes e
recipientes inadeuados, propicia diversas possibilidades de consumo
irracional e desperdício, incluindo a 3acilitação da automedicação não
respons2vel, bem como o aumento do risco de exposiçEes t;xicas não
intencionais (principalmente em crianças peuenas) e intencionais (Joussi3,
&''&7 #tratc9ounsK et al*, &''-7 Al4inovicBucic et al*, &'':7 #9enKel et al*,
&'':7 6e $olle et al*, &''1)
"mbora a automedicação se4a uma necessidade, tendo inclusive uma
3unção complementar aos sistemas de saúde, particularmente em países
pobres, é evidente ue este 92bito, utili+ado de maneira inadeuada, pode ter
como conseu@ncia e3eitos indese42veis, en3ermidades iatrog@nicas e
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mascaramento de doenças evolutivas, representando, portanto, problema a
ser prevenido (Arrais et al*, ==H)
O envel9ecimento populacional vem ocorrendo de 3orma acentuada em
países em desenvolvimento como conseu@ncia do aumento da expectativa
de vida, da redução da 3ecundidade e da mortalidade in3antil (Coel9o Fil9o et
al*, &''>)* considerado um 3en?meno mundial e con3igura como uns dos
maiores desa3ios da saúde pública contemporNnea (#antos et al*, &'-)*
"m &'&' os idosos, no $rasil, poderão totali+ar -. da população*
Ainda segundo especialistas, o país, em &'&:, ser2 o sexto do mundo em
números de pessoas na terceira idade, o ue demanda cuidados especiais
com essa população ($arros et al*, &''H)
6esse modo, este trabal9o tratase de uma revisão bibliogr23ica com
ob4etivo de avaliar os potenciais riscos causados pela automedicação* A
busca de artigos 3oi reali+ada nas bases de dados LILAC#, #CI"LO e
8ubMed*
M(TO%OS
5ratouse de um estudo de revisão bibliogr23ica simples nos bancos de
dados eletr?nicos 8ubmed, LILAC# e #cielo* Como critério de seleção, 3oram
incluídos os artigos ue contin9am palavrasc9ave como automedicaçãoP,
sel3medicationP nos idiomas portugu@s e ingl@s e data de publicação entre
4aneiro de &'': e de+embro de &':* Foram excluídos os artigos ue não se
encontraram no recorte temporal prédeterminado e em outro idioma*
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RESULT%OS E %#S"USS'O
• Particularidades da populaçãoo idosa
As alteraçEes 3isiol;gicas intrínsecas ao envel9ecimento são sutis,
inaptas a gerar ualuer incapacidade na 3ase inicial, embora, ao passar dos
anos, ven9am a causar níveis crescentes de limitaçEes ao desempen9o de
atividades b2sicas da vida di2ria* #endo caracteri+ado como um processo
dinNmico, progressivo e irreversível, ligados intimamente a 3atores biol;gicos,
psíuicos e sociais A%5 ($%I5O " LI5BOC, &''>)7 (art &)
A população idosa apresenta peculiaridades em relação ao uso de
medicamentos, devido a alteraçEes da massa corporal, com diminuição da
proporção de 2gua, diminuição das taxas de excreção renal e do
metabolismo 9ep2tico, tendendo a aumentar as concentraçEes plasm2ticas
dos medicamentos, incrementando as taxas de e3eitos t;xicos* Como
conse@ncia, cerca de '. a &'. das internaçEes 9ospitalares de idosos
decorrem de reaçEes adversas por medicamentos nos "!A (iKolaus, ==Q)
"studos mostram ue a média de medicamentos utili+ados por estes
indivíduos é de dois a cinco por dia e ue a iatrogenia tem sido apontada
como um importante problema de saúde pública, uma ve+ ue as interaçEes
medicamentosas são nocivas ao organismo 9umano, sobretudo no idoso
(Dallaguer et al*, &''H)
Fica clara, assim, a importNncia de se mapear o 3en?meno da
automedicação no intuito de instruir a população idosa, particularmente os
ue 3a+em uso simultNneo de v2rios medicamentos, ue são mais
vulner2veis a riscos inclusive porue são excluídos dos ensaios clínicos, não
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se con9ecendo a 3armacodinNmica de muitos medicamentos nauela 3aixa
et2ria*
• Principais medicamentos utilizados por idosos através da auto-
medicação
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&'':7>QVH>1'*
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os medicamentos nos domicíliosY Acta Farm $onaerense* &'':7 &>V&QQH'*
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0ome medication cabinets and sel3medicationV a source o3 potential 9ealt9
t9reatsY Ann 89armacot9er* &''17 >&V:H&=*
Arrais 8#6, Coel9o 0LL, $atista MC6#, Carval9o ML, %ig9i %", Arnau RM*
8er3il da Automedicação
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medicamentos por idosos em 2rea urbana do ordeste do $rasil* %ev #aúde
8ública, #ão 8aulo, &''>* -1(>)V ::HQ>*
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#ão 8aulo, &'-* >H()V =>'-*
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#algueiro8"* %ev $ras "pidemiol* &''H* '()VH:1:*
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