UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA CENTRO DE PESQUISAS GONÇALO MONIZ
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Curso de Pós-Graduação em Patologia
Avaliação das células T CD8 em pacientes com LeishmanioseTegumentar Americana
Claire da Silva Santos
Salvador - Bahia - Brasil2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
CENTRO DE PESQUISAS GONÇALO MONIZ
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Curso de Pós-Graduação em Patologia
Avaliação das células T CD8^ em pacientes com Leishmaniose
Tegumentar Americana
Claire da Silva Santos
Orientadora: Dra. Cláudia Ida Brodskyn
Dissertação apresentada ao Colegiado do Curso de Pós-
Graduação em Patologia Humana, como pré-requisito
obrigatório para obtenção do grau Mestre.
Salvador - Bahia - Brasil
2009
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz / FIOCRUZ - Salvador - Bahia.
Santos, Claire da SilvaS237a Avaliação das células T CD8 em pacientes com Leishmaniose Tegumentar Americana
[manuscrito] / Claire da Silva Santos. - 2009.89 f.; 30 cm
D issertação (m estrado) - Fundação O sw aldo Cruz. Centro de P esq u isaGonçalo
Moniz. Pós-G raduação em Patologia Hum ana, 2 0 0 9 .Orientadora: Profa. Dra. Claudia Ida Brodskyn.
1. Células T CDS 2. Leishamaniose. 3. L. braziliensis. 4. Granzima B. I.Título.
CDU 57.086.8:616.993.161
‘Avaliação da célula TCD8+ em pacientes com Leishmaniose Tegumentar Americana”.
C LA IR E SILV A SANTOS
FOLHA DE APROVAÇÀO
COMISSÃO EXAMINADORA
“Eu aprendi que todos querem viver no topo da m ontanha,
m as toda felicidade e crescim ento ocorrem quando você está escalando-a.”
W illian Shakespeare
A gradeço a D eus pela dádiva da vida, aos m eus pais G etúlio R odrigues dos Santos
e Francisca Joana da Silva Santos pelo exem plo de vida, pelos ensinam entos
e pelo apoio incondicional, aos m eus irm ãos C leverson e C ledison
pela cum plicidade, e a todos os m eus amigos pelo com panheirism o.
A G R A D E C IM E N T O S
Este trabalho contou com a colaboração de várias pessoas, tendo cada um a delas participação
essencial para seu desfecho. G ostaria de dem onstrar m inha gratidão por cada gesto de apoio e
atenção durante estes anos de trabalho, dentro e fora do laboratório.
C láudia Brodskyn
M anoel Barral-N etto
A ldina Barrai
V iviane Boaventura
C ristina R ibeiro B. Cardoso
Cam ila Indiani
V aleria Borges
José A ndrade
Jorge C larêncio
Jackson Costa
Juqueline R ocha Cristal
M aiana P itom bo
N atalia M achado
Jaqueline França
Elze Leite e A ndrezza K ariney M iranda
Colegas e professores do curso de pós-graduação Patologia H um ana e Experim ental FIO C RU Z
A m igos LIP e LIM l
T odos do C entro de Pesquisas G onçalo M oniz
Todos do C entro de R eferência de doenças Endêm icas do V ale de Jequiriça
C N Pq e FA PESB (PR O N EX )
M inha fam ília
SU M A RIO
Lista de F igu ras...........................................................................................................................................09Lista de A brev ia tu ras...............................................................................................................................10I .R esum o 12II..A bstract.....................................................................................................................................................13III. IN TR O D U Ç Ã O ................................................................................................................................14
111.1.LEISHM ANÍÒs È 14111.2. A SPE C T O S C L ÍN Íc ÒS DÃ l E s h Ís À n ÍÒ SE T É g ÜMENT^^^
A M E R IC A N A .......................................................................................................................................... 15111.2.1 Leishm aniose C utânea L o c a liz a d a ........................................................................... 15111.2.2 Leishm aniose M u c o sa .................................................................................................. 16111.2.3 Leishm aniose C utânea D issem in ad a .......................................................................16111.2.4 L eishm aniose C utânea D ifu sa ....................................................................................16
111.3-RESPOSTA IM U N E NA LEISH M A N ÍÒ SE TEG U M EN TA R AN^^^ 17111.4-FUNÇÃO.D A S CÉLU LA S T C D 8^ ................................................................................ 20
111.4.1 Células T C D 8 c itotóxicas na leishm aniose .......................................................21111.5-.M A R C A D O R ES F E N O T ÍP IC O S ............................23
111.5.1 M arcadores De A tiv aç ã o .............................................................................................23111.5.2 M arcador de M em ória de células T ......................................................................25111.5.3 M arcadores de E ndereçam ento 25
IV .JU STIFIC A TIV A ...... 28
V..H IP Ó T E S E ..................... ........................................ .................................. ........................................... 29
V I.O B JETIV O S ......................................................................................................................................29VI. 1 O bjetivo g e ra l ...........................................................................................................................29V I.2 O bjetivos específicos.............................................................................................................. 29
IV .2.1 A valiar o estado de ativação das células T CDS"^.................................................29IV .2.2 A valiar a expressão de m arcadores de endereçam ento nas células
T C D 8 29IV .2.3 A valiar a expressão de citocinas nos linfócitos T C D 8+ após estim ulação
com L. b ra zilien sis .................................................................................................................................... 29IV .2.4 V erificar o potencial cito tóxico das células T C D 8 pela análise da
expressão de granzim a B .........................................................................................................................29
VII..M A TE R IA IS E M É T O D O S .........................................................................................................30VII..1. A réa de Estudo ....................................................................................................................... 30V II.2 Pacientes .................................................................................................................................. 30V II.3 C ritério de Inclusão ............................................................................................................... 30VII.4 C ritérios de E xclusão .............................................. .............................................................31V II.5 Controles Saudáveis.............................................................................................................31
V II .6 P arasitas................................................................................................................................... 31V II.7 O btenção de células m ononucleares do sangue p e rifé r ic o ...................................... 31V II .8 D eterm inação do fenótipo de células m ononucleares do sangue periférico 32V II.9 R e-estim ulação in v i t r o ....................................................................................................... 33VII. 10 D etecção de citocinas no sobrenadante da c u ltu ra ................................................... 34VII. 11 D etecção de citocinas intracelulares e granzim a B ................................................... 34V II .12. B iópsia ................................................................................ 35
vil. 13. O btenção de células da Biópsia e da Pele Norm al 35VII. 14. D eterm inação do fenotipo das células obtidas das biopsias por C itom etria de
Fluxo 36V il. 15. M icroscopia C o n fo c a l...................................................................................................... 36VII. 16. A nálise estatística 37
VIII. D E SEN H O E X P E R IM E N T A L ................................................................................................. 38
IX..R E S U L T A D O .................................................................................................................................... 39IX. 1. Expressão de M arcadores de ativação nas células T CDS"^ e T CD4^....................39IX .2. Expressão do M arcador de M em oria ñas células T CDS"^ e T 0 0 4 " ^ ....................42IX .3. Expressão de M arcadores de Endereçam ento nas células T CDS"^ e T C D 4 ^ .... 44IX.4. Produção de citocinas pelas células m ononucleares do sangue periférico após
24h de estim ulação com L. braziliensis 50IX .5. Expressão de citocinas ñas células T após 24h de estim ulação com L.
braziliensis ..................................................................................................................................................... 51IX .6 . Expressão de granzim a B ñas células T C D 8 após estim ulação com L.
braziliensis .....................................................................................................................................................52IX .7. Células T CDB^ expressando granzim a B na b ió p s ia .................................................53IX .8 . C aracterização fenotípica do infiltrado inflam atório no tecido da le sã o ...............54
X. D IS C U S S Ã O ........................................................................................................................................57
XI. C O N C L U S Ã O ................................................................................................................. . ...............66
XII. R E FER Ê N C IA S B IB L IO G R Á F IC A S ................ .....................................................................67
X III.A N EX OX III. 1.D ados C línicos Dos Pacien tes...........................................................................................84X III.2 .A nticorpos U tlizados Nas A nálises De C itom etria De F lu x o ............................... 85X III.3. Ficha C línico- E pidem iológica........................................................................................ 86X III.3 .T erm o De C oncentim ento E sclarecido ...........................................................................89
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: R epresentação gráfica da polução linfocitária a n a lisad a ................................................. 33
Figura 2. Expressão de m arcadores de ativação nas células T C D 8 e T CD4'^ ex vivo ............ 40
Figura 3. Expressão de m arcadores de ativação nas células T CDS"^ e T €04"^ após
estim ulação com L. braziliensis .................................................................................................................. 41
Figura 4. Expressão do receptor de lL-2 (CD 25) ñas células T CDS"^ e T 004^^ da b iopsia....42
F igura 5. Expressão de m arcador C D 45R O ñas células T CDS"^ e T CD4^ ex vivo ...................43
Figura 6 . Expressão do CD 45RO ñas células T CDS"^ e T 004^^ após estim ulação com L.
b ra z ilie n s is ........................................................................................................................................................43
Figura 7. Expressão do C D 45R O ñas células T CDS"^ e T €04"^ da b iopsia .................................44
Figura 8 . Expressão de m arcadores de endereçam ento nas células T C D 8 ' e T CD4* ex
vivo ........................................................................................................................................................................46
Figura 9. Expressão de m arcadores de endereçam ento nas células T CDS"^ e T CD4^ após
estim ulação com L. braziliensis .................................................................................................................. 48
Figura 10. Expressão de m arcadores de endereçam ento nas células T CDS"^ e T CD4'^ da
b iopsia ..................................................................................................................................................................49
Figura 11. Produção de citocinas pelas células mononucleares do sangue periférico após
estim ulação com L. braziliensis ..................................................... .............................................................50
F igura 12. Porcentagem de células T CD4^ e T C D 8 produtoras de IFN-y e IL-2 após
estim ulação com L. b ra z ilien s is ................................................................................................................. 52
F igura 13. Porcentagem de células T C D 8 p rodutoras de granzim a B após estim ulação com
L b ra zilien sis ..................................................................................................................................................... 53
F igura 14. Expressão de granzim a B pelas células T 008"^ na b iópsia .......................................... 54
F igura 15. C aracterização fenotípica do infiltrado inflam atorio no tecido da lesão.................. 56
10
LISTA DE ABREVIATURAS
CD
CLA
CMSP
CCR
CCL
DNA
FACS
FasL
FSC
HIV
IDRM
IFN-y
IL
LACK
LCL
LCM
LCD
LT
LTA
LV
NK
NKT
NO
RNÂ
PBS
PCR
PSGL-1
SLA
SSC
Tcl
Tc2
“Cell D ifferentiation M olecule”
“C utaneous Lym phocyte A ntigen”
Células M ononucleares do Sangue Periférico
CC Chem okine Receptor
CC C hem okine Ligand
Á cido dexoribonucleico
“F luorescence-activated Cel! Sorting”
“ Fas ligand”
“Forw ard Scatter”
“H um an Im m unodeficiency V irus”
Intraderm oreação de M ontenegro
Interferon gama
Interleucina
“Leishm ânia hom olog o f receptors for activated C -kinase’
Leishm aniose cutânea localizada
Leishm aniose cutânea m ucosa
Leishm aniose cutâneo-difusa
Leishm aniose tegum entar
Leishm aniose Tegum entar A m ericana
Leishm aniose visceral
“N atural K iller”
“N atural K iller T ”
Ó xido N ítrico
Á cido ribonucléico
Tam pão-fosfato salina
“Polym erase C hain R eaction”
“P-selectin glycoprotein ligand -1”
“Soluble Leishm ânia A ntigen”
“Side Scatter”
“T cytotoxic type 1 cell”
“T cytotoxic type 2 cell”
10
LISTA DE ABREVIATURAS
CD
CLA
CMSP
CCR
CCL
DNA
FACS
FasL
FSC
HIV
IDRM
IFN-y
IL
LACK
LCL
LCM
LCD
LT
LTA
LV
NK
NKT
NO
RNA
PBS
PCR
PSGL-1
SLA
sscTcl
Tc2
“Cell D ifferentiation M olecule”
“C utaneous Lym phocyte A ntigen”
Células M ononucleares do Sangue Periférico
CC Chem okine Receptor
CC Chem okine Ligand
Á cido dexoribonucleico
“Fluorescence-activated Cell Sorting”
“ Fas ligand”
“Forw ard Scatter”
“H um an Im m unodeficiency V irus”
Intraderm oreação de M ontenegro
Interferon gama
Interleucina
“Leishm ânia hom olog o f receptors for activated C -kinase’
Leishm aniose cutânea localizada
Leishm aniose cutânea m ucosa
L eishm aniose cutâneo-difusa
Leishm aniose tegum entar
Leishm aniose Tegum entar A m ericana
L eishm aniose visceral
“N atural K iller”
“Natural Killer T”
Ó xido N ítrico
Á cido ribonucléico
T am pão-fosfato salina
“Polym erase Chain R eaction”
“P-selectin glycoprotein ligand -1”
“Soluble Leishm ânia A ntigen”
“Side Scatter”
“T cytotoxic type 1 cell”
“T cytotoxic type 2 cell”
11
T C R “T-Cell R eceptor”
T G F Fator transform ador do crescim ento
T h “T helper”
T N F Fator de necrose tumoral
12
RESUMO____________________________________________________
Avaliação das células T CD8^ em pacientes com Leishmaniose Tegumentar Americana.A im unopatogênese da leishm aniose cutânea é dependente de uma com plexa rede de interação envolvendo tanto o parasita quanto fatores do hospedeiro. As células T CDS"^ são im portantes na resposta im une do organism o contra vírus, porém pouco é conhecido sobre sua participação na defesa contra parasitas. D urante a fase aguda da infecção por leishm ânia, um grande núm ero de células T C D 8^ tem sido observado lanlo nas lesões com o tam bém no sangue periférico dos pacientes. Nesse estudo avaliam os os linfócitos T C D 8 tanto no sangue periférico quanto em biópsias de pacientes com leishm aniose tegum entar am ericana na fase inicial da infecção. A nálises de cilom etria de fluxo (FA CS) foram feitas para caracterizar a expressão de m arcadores de ativação (CD 25 e CD 71), endereçam ento (CD62L, CCR7 e CLA ), produção de citocinas e expressão de G ranzim a B em células m ononucleares do sangue periférico ex-vivo e após a estim ulação com Leishmania hraziliensis, com o tam bém , nas células obtidas de biópsias. Um a m aior freqüência na expressão de m arcadores de ativação (CD 25 e CD 71) e endereçam ento (CLA ) foi observada nas células T dos pacientes, tanto nas análises doex-vivo quanto após estim ulação com leishm ânia. Um a m aior freqüência de células T CDS'^CLA'^ foi tam bém encontrada nas biópsias, sugerindo que essas células estariam se deslocando do sangue periférico para o tecido da lesão. A nálises de FACS m ostraram ainda um a m aior produção de lL -10 e granzim a B nas células T CDS"^ após estim ulação com leishm ânia sugerindo que essas células podem estar participando dos m ecanism os de regulação e citotoxicidade. A nálises de im unofluorescência do tecido da lesão m ostraram uma co- localização entre as células T C D 8 “ e granzim a B, indicando um possível papel citotóxico dessas células. Esses resultados sugerem que as células T CDS"^, de pacientes com leishm aniose cutânea localizada na fase inicial da infecção, apresentam um perfil característico de células efetoras e que tais células estão se dirigindo para o tecido da lesão, onde exercem um a ação citotóxica e reguladora.Finaciam ento; C N Pq, FA PESB (PRO N EX )
Palavras-chave: células T CDB”, leishm aniose, L. hraziliensis, G ranzim a B.
13
ABSTRACT
Evaluation of CD8^ T cells in patients with American Tegumentar Leishmaniasis.The im m unopathogenesis o f cutaneous leishm aniasis is dependent on a com plex netw ork o f interaction involving both the parasite and host factors. C D 8^ T cells are im portant in the im m une response against viruses, but little is known about their involvem ent in defense against parasites. D uring the acute phase o f infection w ith leishm ania, a large num ber o f CDS"^ T cells have been observed both in the lesions but also in the peripheral blood o f patients. As shown by our group, these cells are involved in the chronicity o f infection through the exacerbation o f tissue lesions caused by Leishmania braziliensis. In this study we evaluated CDS"^ T lym phocytes both in peripheral b lood and in biopsies o f patients with A m erican Tegum entar Leishm aniasis in the early phase o f infection. A nalysis by flow cytom etry (FA CS) was perform ed to characterize the expression o f activation m arkers (CD25 and CD 71), and addressing (CD 62L, CCR7 and CLA), m arkers as well as- the production o f cytokines and expression of granzym e B in peripheral blood m ononuclear cell (PBM C) ex vivo and after stim ulation with Leishmania braziliensis. W e also perform ed the analysis in cells obtained from patien ts’ biopsies. Increase in the frequency o f expression o f activation (CD 25 and CD 71) m arkers and addressing m arkers (CLA ) was observed in CDS"^ T cells o f patients, both in the ex vivo analysis or after stim ulation with leishm ania. H igher frequency o f CDS'^CLA'^T cells was also found in the biopsies, suggesting that these cells would m igrate from peripheral blood to the lesion. FA CS analysis show ed increase production o f IL-10 and granzym e B in C D 8 T cells after stim ulation with leishm ania suggesting that these cells m ay participate o f the m echanism s of regulation and cytotoxicity. These results suggest that CDS'^T cells in patients with A TL in early stages o f infection, have a peculiar profile o f effectors cells and such cells m igrate to the tissue o f the lesion, where act in cytotoxic and regulatory response.Supported by C N Pq, FA PESB (PRO N EX )
Keyw ords: C D 8 T cells, leishm aniasis, L. braziliensis, G ranzym e B.
14
1- INTRODUÇÃO
1.1. LEISHMANIOSES
As leishm anioses são antropozoonoses causadas por protozoários do gênero Leishmania
(fam ília Trypanosom atidae, ordem Kinedoplastida). São consideradas um grande problem a de
saúde pública e são endêm icas em 88 países das A m éricas Central e Sul, Á frica e Ásia. N o
entanto, 90% dos casos da leishm aniose cutânea ocorrem no Iran, A feganistão, A rgélia, A rábia
Saudita, Síria, Peru e Brasil. A O rganização M undial da Saúde estim a que 350 m ilhões de
pessoas estejam expostas ao risco da infecção e aproxim adam ente dois m ilhões de novos casos
das diferentes form as clínicas sejam relatados anualm ente
(http://w w w .w ho.intytdr/dw /leish2004.htm ). N o Brasil foram registrados 19.070 casos da
Leishm aniose C utânea Localizada em 2008, sendo que 2.952 notificações foram provenientes
da Bahia, (M S/SV S, SES e SIN A N , 2008)
Os protozoários do gênero Leishmania são parasitos intracelulares obrigatórios,
digenéticos. São encontrados na form a flagelada prom astigota e na form a am astigota sem
flagelo. Os prom astigotas estão presentes no interior do trato digestivo do vetor, flebotom íneos
do gênero Phlebotom us (V elho M undo) e Lutzomyia (N ovo M undo). A form a am astigota
encontra-se no in terior de células do sistem a fagocítico m ononuclear do hospedeiro vertebrado.
A transm issão do parasita ocorre quando a fêm ea do vetor flebotom íneo infectado, ao realizar
seu repasto sangüíneo, pica um hospedeiro m am ífero e inocula jun to com a saliva as form as
prom astigotas m etacíclicas. As form as m etacíclicas são fagocitadas por m acrófagos e se
instalam no interior do vacúolo parasitóforo. N este vacúolo, o prom astigota d iferencia-se em
am astigota, o qual se m ultiplica por divisão binária e, após sucessivas divisões, o m acrófago se
rom pe e os am astigotas liberados são fagocitados por novas células hospedeiras, propagando a
infecção no hospedeiro vertebrado (revisado em G enaro et al., 2000).
A transm issão para o hospedeiro invertebrado ocorre quando a fêm ea do flebótom o, ao
se alim entar em um hospedeiro infectado, ingere m acrófagos parasitados por form as
am astigotas. N o interior do trato digestivo do inseto os m acrófagos se rom pem liberando as
form as am astigotas as quais sofrem divisões m ultiplicam -se e se transform am em
prom astigotas ainda no sangue ingerido, envolto pela m atriz peritrófica secretada pelas células
do estôm ago do inseto. A pós a digestão, a m atriz se rom pe e as prom astigotas colonizam o
piloro ou íleo (subgénero Viannia) ou colonizam o estôm ago (subgénero Leishmania)
15
(A lexander et al., 1999). P rosseguindo a m etaciclogênese, em am bos os casos, as prom astigolas
m igram para as regiões anteriores do intestino e, no segundo repasto sangüíneo, quando o
flebótom o infectado ingere o sangue, ele ejeta as form as prom astigotas m etacíclicas pelo
m esm o canal (Schlein, 1993).
O gênero Leishmania pode ser dividido em dois subgéneros; o subgénero Leishmania
que engloba o com plexo Leishmania donovani e o com plexo Leishmania mexicana e o
subgénero Viannia que engloba o com plexo Leishmania braziliensis som ente (Lainson et al.,
1987). As leishm anioses, por sua vez, apresentam duas form as clínicas principais: a
leishm aniose visceral (LV) e a leishm aniose tegum entar (LT). A LV é um a form a grave e pode
ser fatal se não tratada. Consiste em um a infecção generalizada que acom ete o sistem a
reticuloendotelial envolvendo baço, fígado, m edula óssea e linfonodo (revisado em B ittencourt
and B arral-N etto , 1995) A leishm aniose tegum entar apresenta um am plo espectro de
m anifestações clínicas sendo as principais a leishm aniose cutâneo-localizada (LCL), a
leishm aniose cutânea m ucosa (LCM ) e a leishm aniose cutâneo-difusa (LCD ). N as A m éricas, a
LT é causada por um a variedade de espécies sendo seus principais agentes etiológicos a
Leishmania braziliensis, a Leishmania am azonensis e a Leishmania guyanensis, enquanto que,
no V elho M undo, as espécies responsáveis por esta m anifestação da doença são, entre outras, a
Leishmania tropica, a Leishmania m ajor e a Leishmania aethiopica. A ocorrência de diferentes
m anifestações clínicas da leishm aniose depende de com plexas interações que abrangem , desde
a característica infectiva da espécie de Leishmania até o estado im unológico do hospedeiro
hum ano (Pearson and Sousa, 1996).
L2. ASPECTOS CLÍNICOS DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA
U m am plo espectro de form as clínicas pode ser vistos na LTA.
1.2.1- Leishmaniose Cutânea Localizada
A LC L é a form a clínica m ais freqüente sendo que no Brasil é ocasionada,
principalm ente, pelas espécies L. braziliensis e L. am azonensis. A LC L tem com o principal
característica um a lesão ulcerada que se desenvolve, geralm ente, nos m em bros inferiores, no
local de inoculação do parasito pelo inseto vetor. A lesão ulcerada com fundo granuloso, de
bordos bem delim itados, elevado e eritem atoso geralm ente indolor é a apresentação mais
com um . Podem ocorrer lesões cutâneas únicas ou m últiplas. O casionalm ente, lesões verrugosas
16
são observadas (M arsden, 1986). Um achado clínico encontrado em alguns pacientes é a
linfadenopatia regional, que, por vezes precede o aparecim ento de lesões cutâneas (Barrai et al.,
1992). A lguns casos podem evoluir para a cura espontânea, contudo, a m aioria requer
tratam ento com drogas leishm anicidas (Costa et al., 1990; M arsden et al., 1984). A lguns
pacientes podem apresentar lesões m últiplas, decorrentes possivelm ente de picadas m últiplas
do vetor (Pearson and Sousa, 1996).
1.2.2- Leishmaniose Mucosa
Estim a-se que 3 a 5% dos casos de LCL causados por L brazilien sis desenvolvam lesão
cutânea m ucosa (M arsden, 1986; N etto et al., 1990). Pacientes com lesões cutâneas m últiplas,
lesões extensas e com m ais de um ano de evolução, localizadas acim a da cintura, são o grupo
com m aior risco de desenvolver LM (M arsden, 1990). A form a m ucosa é classicam ente tida
com o secundaria e m etastática havendo m ais raram ente a possibilidade de ocorrer
acom etim ento da m ucosa por contiguidade das lesões de pele na face ou por inoculação direta
do parasito. A LM se expressa principalm ente por lesões destrutivas localizadas nas m ucosas
das vias aéreas superiores acom etendo palato m ole e duro, úvula, faringe, gengivas e lábio
superior (Castes et al., 1984).
1.2.3 Leishmaniose Cutânea Disseminada
É um a expressão relativam ente rara, aproxim adam ente 2% dos pacientes com LCL
apresentam dissem inação da lesão inicial. Pode-se observar o aparecim ento de m últiplas lesões
pequenas, papulares e de aparência acneiform e, que podem atingir cerca de 800 lesões
espalhadas por várias partes do corpo (C arvalho et al., 1994). Em 38 % dos pacientes,
aproxim adam ente, ocorre com prom etim ento concom itante das m ucosas e m anifestações
sistêm icas, com o febre, dores m usculares e calafrios sugerindo que a dissem inação seja
hem atogênica (C arvalho et al., 1994; Costa et al., 1986)
1.2.4 Leishmaniose Cutânea Difusa
A LCD constitui um a form a clínica rara, porém grave. Inicia-se com um a lesão única
que evolui de form a lenta com form ação de placas e m últiplas nodulações não ulceradas
recobrindo grandes extensões cutâneas. As lesões da m ucosa são discretas e superficiais, sem
17
dano tecidual com o as observadas na form a cutâneo-m ucosa. A form a não responsiva
caracteriza-se por não apresentar úlcera, ter curso lento e progressivo, com resposta im une
anérgica (Convit and K erdel-V egas, 1965; D a Silva, 1982). A form a subpolar pode apresentar
sinais de resposta im une e lise do parasito, com a cura espontânea de lesões em algum as áreas
do corpo (Barrai et al., 1995; Costa et al., 1995). A resposta à terapêutica é refrataria em am bos
os casos.
1.3-RESPOSTA IMUNE NA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA
O controle de um a infecção depende da capacidade do nosso organism o em m ontar um a
resposta imune eficiente contra o agente infeccioso. O controle dessa resposta é fundam ental
para o estabelecim ento da patologia ou da cura. Essa ação coordenada do sistem a im une
envolve a m obilização de m ecanism os inflam atórios e antiinflam atórios (Faria et al., 2005).
A leishm ânia é um parasito intracelular obrigatório no hospedeiro vertebrado e a
resposta imune protetora à esse parasito se caracteriza por um a im unidade celu lar (Bryceson,
1970; D a-C ruz et al., 2002). Os eventos iniciais que ocorrem após o estabelecim ento da
infecção podem ser determ inantes para o curso da resposta efetora. A resposta im une celular na
leishm aniose vem sendo am plam ente estudada em m odelos que utilizam cam undongos
resistentes e susceptíveis a infecção com diferentes espécies de leishm ânia. M odelos de
resistência a Leishmania m ajor têm sido caracterizados pelo desenvolvim ento de um a resposta
T h l(d o inglês T helper 1) associada com a produção de citocinas pró-inflam atorias com IL-12,
IL-2, IL-8 , IFN-y e T N F-a. O IFN-y leva à ativação de m ecanism os leishm anicidas do
m acrófago com o a síntese de óxido nítrico (NO) (Liew et al., 1990; M urray and C artelli, 1983),
de radicais livres derivados do oxigênio e de enzim as lisossom ais (Channon et al., 1984;
M urray, 1981; Passw ell et al., 1994) que levam a destruição do parasita. O T N F -a tam bém está
envolvido na indução da ativação de m acrófagos em sinergism o com IFN-y, estim ulando-os a
produzirem óxido nítrico (NO) (Liew^ et al., 1990; Theodos et al., 1991). A lém disso, o IFN-y
induz a ativação de células dendríticas e a secreção de interleucina 12 (IL-12) por células
apresentadoras de antígenos. A IL-12 é urna citocina com im portante papel na indução da
produção de IFN-y por células T € 0 4 ” (G um y et al., 2004). A secreção de IL-12 pode ser
desencadeada pela fagocitose do parasito e pode ser am plificada pelo IFN-y (M arovich et al.,
2000; Sutterw ala and M osser, 1999), estabelecendo um a im portante alça de am pliação positiva
(Belosevic et al., 1989; Heinzel et al., 1995) que induzem a destruição do parasito pelo
m acrófago (N acy et al., 1985; Reiner and Locksley, 1995).
A susceptibilidade da infecção do m odelo m urino está associada com a resposta Th2
(do inglês T helper 2), caracterizada pela produção de IL-4, IL-10, IL-5, IL-13 e TG F-p. A
interleucina 4 (IL-4), interleucina 13 (IL-13) e o fator transform ador do crescim ento beta (TGF-
(3) inibem a produção de interm ediários reativos de oxigênio em m acrófagos ativados por
IF N -y (B ogdan et al., 2000) possibilitando a sobrevida dos parasitas e progressão da doença
(H ondow icz and Scott, 1999; Launois et al., 1997). IL-10 é um a im portante citocina
im unom odulatória, parece regular a resposta im une tanto em cam undongos susceptíveis com o
em resistentes. A produção do IL-10 tem sido atribuída a m ecanism os supressores m ediados
por um subtipo de células T denom inado células T regulatórias (T reg) (B elkaid, 2003). IL-10 é
um potente inibidor da produção de IFN-y (B elkaid et al., 2001) e T N F -a (A ntonelli et al.,
2004) esse fato favorece a persistência do parasita no tecido das lesões (B elkaid et al., 2001).
No entanto, a produção de lL-10 por células Treg parece ser im portante para m anutenção da
im unidade em cam undongos resistentes (B elkaid et al., 2002a). Células T regulatórias
produtoras de IL-10 tam bém têm sido dem onstradas em lesões de pacientes com leishm aniose
cutânea (Cam panelli et al., 2006). Entretanto, esse m ecanism o precisa ser m elhor esclarecido,
já que trabalhos com toxoplasm ose (Jankovic et al., 2007) e tam bém com leishm aniose
(A nderson et al., 2007) têm atribuído a células T h l a produção do lL-10.
A ssim com o é observado no m odelo experim ental, na leishm aniose hum ana o perfil de
linfócitos T e as citocinas que são produzidas por essas células estão associadas ao processo de
cura (C outinho et al., 1998; C outinho et al., 1996; D a-Cruz et al., 1994), ao desenvolvim ento da
doença (Bom fim et al., 1996; Carvalho et al., 1985; R ibeiro-de-Jesus et al., 1998) e tam bém aos
m ecanism os de proteção (Castes et al., 1994; M endonça et al., 1995).
Na leishm aniose cutânea hum ana observa-se um am plo espectro de form as clínicas e a
resposta im une desem penha um im portante papel na patogênese, não existindo um a clara
polarização da resposta im une em T h l ou Th2 com o o observado em m odelos experim entais
com L m ajor (A jdary et al., 2000). O controle da infecção parece estar relacionado com um a
resposta inflam atória m odulada (Bottrel et al., 2001; R eed et al., 2003). Os pacientes com
leishm aniose cutânea dissem inada têm um a resposta im une anérgica aos antígenos de
leishm ânia. Ensaios in vitro com células m ononucleares do sangue periférico (C M SP) desses
pacientes quando estim uladas com antígenos de leishm ânia m ostraram produção de T N F-a e
lEN-y em níveis inferiores ao observados em pacientes com LCL, enquanto que a produção de
19
citocinas antiinflam atórias com o IL-5 e lL -10 foi sim ilar entre as duas form as da doença
(Leopoldo et al., 2006). A LCD é caracterizada pela ausência da resposta im une m ediada por
célula para leishm ânia (C onvit et al., 1993; Zerpa et al., 2007). As C M SP desses pacientes
quando estim uladas com antígenos de leishm ânia produzem altas concentrações de citocinas
com o IL-10, IL-4 e tam bém IL-2, e nenhum a produção de IFN-y é observada (B om fim et al.,
1996). A LM por outro lado, faz parte do pólo hiper-responsivo da doença, os pacientes com
essa patologia desenvolvem um a resposta im une exacerbada (Bacellar et al., 2002) com teste
intra-dérm ico de M ontenegro (ID R M ) positivo (A ntonelli et al., 2005; Convit et al., 1993;
P irm ez et al., 1993). As C M SP quando estim uladas com antígenos de leishm ânia produzem
altos níveis de T N F -a e IFN-y e baixos níveis de IL-10, quando com parados com LCL
(B acellar et al., 2002). Os pacientes com LCL, por outro lado, desenvolvem um a resposta
im une apropriada e bem m odulada, com um a m istura de citocinas pró e antiinflam atórias, a
resposta ao leste IDRM tam bém é positiva nesse pacientes.
Os pacientes com LC L infectados com L. braziliensis m ostram um aum ento preferencial
de células T CD4^ no sangue periférico na fase ativa da doença (D a-C ruz et al., 1994). As
células T C D 4” são as principais células produtoras de IFN-y após estim ulação in vitro com
antígeno solúvel de leishm ânia (SLA) (A ntonelli et al., 2004; Bottrel et al., 2001). Esses
pacientes tam bém produzem IL-10, que exerce um a im portante função na regulação da resposta
im une necessária para o controle da infecção, inibindo alguns efeitos produzidos pelo IFN-y
(B acellar et al., 2002; B elkaid et al., 2001; G om es-S ilva et al., 2007; R ocha et al., 1999) como
a resposta inflam atória exacerbada encontrada em pacientes com LM (B rodskyn et al., 1997;
G om es-Silva et al., 2007). U m fator im portante da infecção por leishm ânia é que a resposta
im une encontrada no tecido da lesão parece ser diferente da vista no sangue periférico (Pirm ez
et al., 1990). Em pacientes com LCL, causada por L. braziliensis, a cura da infecção esta
associada à produção de IFN-y (K olde et al., 1996) e IL-2 que predom inam sobre a produção de
IL-4 (Louzir et al., 1998; P irm ez et al., 1993). N o entanto, a alta freqüência de linfócitos
produzindo IFN-y e T N F -a tem se correlacionado com o tam anho da lesão, o que pode indicar
que essas citocinas estejam contribuindo para o dano tecidual (Antonelli et al., 2005). Já foi
dem onstrado tam bém que IL-4 e IL-13, citocinas antiinflam atórias, são encontradas no tecido
em lesões iniciais, sugerindo que teriam um papel na im unoregulação de leões recentes
(Bourreau et al., 2003). Em pacientes curados a im unidade adquirida à infecção é caracterizada
pela m anutenção da produção de IFN-y pelas células T 004"^ e T C D 8 reativas a leishm ânia
(D a-C ruz et al., 2002)
20
1.4-FU N Ç Ã O D A S C É L U L A S T C D 8 ^
As células T CDS"^ são im portantes na resposta im une do organism o contra vírus, porém
pouco é conhecido sobre sua participação na defesa contra parasitas (Ruiz and Becker, 2007).
A ação cito tóxica das células T CDS"^ pode ocorrer por m eio de três m ecanism os
com plem entares. Dois envolvem o contato direto entre as células T CDS"^ e as células alvo e
são eles: cito toxicidade m ediada por grânulos e interação de m oléculas expressas na m em brana
das células T CD S” e das células alvo (Trapani and Sm yth, 2002). O terceiro m ecanism o é
m ediado pela secreção de citocinas com o IFN-y e T N F-a (H arty et al., 2000; M uller et al.,
1994).
A pós o reconhecim ento do antígeno e posterior ativação, as células T C D 8 ligadas
especificam ente às células alvo liberam o seu conteúdo de grânulos induzindo a m orte celular
por apoptose (Sm yth et al., 2001), essa especificidade evita que as células adjacentes ou m esm o
as células T C D 8 c itotóxicas sejam lisadas. Os grânulos contem várias m oléculas que incluem
proteínas form adoras de poro, denom inadas perforina, granulizinas, serinas proteases,
cham adas de granzim as (K rensky, 2000; Sm yth et al., 2001). A m aioria dessas proteínas
citolíticas encontra-se pré-sintetizadas e já estão prontas para serem usadas. A perforina tem um
papel essencial no processo de lise celular, prim eiro com a form ação de poros na m em brana da
célula alvo e m ais im portante, favorecendo a entrada de outros m ediadores do endossom a para
o citosol e o núcleo (B row ne et al., 1999; Shi et al., 1997).
As células T C D 8 c itotóxicas de cam undongos possuem oitos granzim as identificadas
(A-G e M ), m as apenas cinco granzim as são conhecidas em hum anos (A, B, H, M e triptase 2
que tam bém é conhecida com o granzim a3) (Trapani, 2001), m as as granzim as A , B são as m ais
abundantes e possuem vias distintas de indução de apoptose. A granzim a B é a m ais bem
caracterizada e atua através de vias dependentes e independentes de caspases para induzir a
rápida fragm entação do D N A e é a principal protease responsável pela apoptose das células
alvo (Heusel et al., 1994; Sm yth et al., 2001). As caspases form am um a fam ília conservada de
cisteinas proteases que apresentam diversas funções em respostas inflam atórias e em vias de
apoptose celular (Ho and H aw kins, 2005).
A granzim a A induz um aum ento da acessibilidade do D N A para endonucleases
exógenas e induz ativação de caspases de m aneira m enos eficiente que a granzim a B (Trapani,
2001). Os genes de perforina e granzim a podem ser diferentem ente regulados e expressos em
populações de células T CDS"^ ativas, em infecções com o vírus da influenza em cam undongos,
21
por exem plo, observa-se um aum ento da indução de perforina e granzim as A e B, mas não de
granzim a C (Johnson et al., 2003).
O utro m ecanism o utilizado pelas células T C D 8 para induzir m orte celular por
apoptose é a via do Fas/FasL. O Fas (CD 95) é um m em bro da fam ília de receptores do fator de
necrose tum ural (TN F) expresso por todos os tipos celulares (Cascino et al., 1995; Li et al.,
1998). A interação do Fas com um a proteína de m em brana expressa pelas células T C D 8
ativadas, cham ada ligante de FasL (CD 95L), leva a ativação de caspase-8 , e conseqüentem ente
à indução da m orte celular por apoptose (Trapani and Sm yth, 2002).
O terceiro m ecanism o é m ediado pela secreção de citocinas. A nteriorm ente acreditava-
se que as células T C D 8 fossem form adas por um a população hom ogênea de células T
citoliticas e com capacidade lim itada de produção de citocinas (V ukm anovic-S tejic et al.,
2000). A tualm ente, estudos vêem dem onstrando que as células T CDS"^ podem produzir uma
variedade de citocinas com o IFN-y, T N F-a, lL -2 , lL -4, IL-5, IL-10 e TGF-P, e de acordo com
as suas características e com as citocinas produzidas elas foram subdivididas em T c l e Tc2
(Salgam e et al., 1991). As células T CDB^ têm um papel im portante na regulação da ativação e
diferenciação das células T CD4^ (V ukm anovic-S tejic et al., 2000). Essa regulação pode ser
m ediada através da secreção de citocinas ou por interação direta entre as células. Essas células
tam bém possuem a capacidade de influenciar outros com ponentes da resposta imune, com o
ativação de m acrófagos e regulação da produção de anticorpo pelos linfócitos B (M aggi et al.,
1994).
1.4.1 CÉLULAS T CD8^ CITOTÓXICAS NA LEISHMANIOSE
M uito do que se tem descrito na literatura sobre a ação das células T C D 8 na
leishm aniose foi dem onstrado em m odelos m urinos. Em 1991, M uller et al. m ostraram que com
a depleção transitória inicial de células T CD4^ em cam undongos susceptíveis a infecção com
L. m ajor podiam se tom ar resistentes, essa resistência foi atribuída a um am biente rico em
células T CDS^. E les tam bém observaram nesse m esm o m odelo que a ausência de células T
CD S” favorecia a susceptib ilidade a infecção (M uller et al., 1991) . Em 2003, Herath e
colaboradores, u tilizando esse m esm o m odelo de infecção, m ostraram que a depleção de
células T CDS"^, reduzia os níveis de EFN-y produzidos, com o tam bém a freqüência de células T
004"^ produtoras de IFN-y, indicando a existência de um a interação entre as células T CD4^ e T
CDS"^. O utros estudos, porém , u tilizando diferentes m odelos de linhagens de cam undongos
22
resistentes à infecção com L. major, dem onstraram que as células T CDS"^ não eram
im portantes na resolução da infecção prim ária, m as que essas células eram requeridas no
controle de re-infecções. Em 2002, Belkaid e colaboradores utilizando um m odelo de infecção
que se assem elha à infecção natural, dem onstraram que as células T CDS"^ são im portantes para
controlar infecções prim árias em cam undongos resistentes infectados com L. m ajor (Belkaid et
al., 2002b). Essas d iferenças encontradas na literatura podem estar associadas a diferentes vias
de infecção e a diferentes concentrações de parasitas inoculados no tecido.
Na leishm aniose hum ana já foi dem onstrado que as células T CDS"^ desem penham um
im portante papel nos processos de cura (Coutinho et al., 1996; D a-C ruz et al., 1994; M aasho et
al., 1998), e de resistência à infecção (M endonça et al., 1995) m as, poucos trabalhos têm
avaliado a participação dessas células citotóxicas na infecção prim ária. No entanto, as células T
CDS"^ vêm sendo observadas tanto no infiltrado inflam atório do sítio da lesão com o no sangue
periférico dos pacientes infectados (Ruiz and Becker, 2007). Em infecções com L. braziliensis
foi descrito um aum ento preferencial de células T CDS"^ reativas a antígenos de leishm ânia nas
CM SP dos pacientes durante o processo de cura da infecção (D a-C ruz et al., 2002), essas
células seriam im portantes no desenvolvim ento da im unidade adquirida ã infecção. Entretanto,
um aum ento preferencial de células T CDS"^ foi observado no infiltrado inflam atório das lesões
de pacientes infectados por L venezuelensis (M odlin et al., 1985), L. panam ensis (Isaza et al.,
1996), L. braziliensis (D a-C ruz et al., 2005) e L. m ajor (G aafar et al., 1999) na fase ativa da
infecção, o que pode sugerir que fatores im unoregulatórios poderiam favorecer o recrutam ento
dessas células para o sítio da lesão, e que elas estariam contribuindo com os processos de
elim inação do parasita, m as tam bém poderiam estar associadas com a exacerbação da lesão
tecidual.
As células T C D 8 podem participar do controle da infecção por leishm ânia através de
diferentes m ecanism os com o pela produção de IFN-y (G aafar et al., 1999; M uller et al., 1994),
pela m odulação da resposta das células T CD4^ ou pela ação citotóxica direta em m acrófagos
infectados (D a-C ruz et al., 1994). T anto a citotoxicidade m ediada por grânulos quanto a via do
Fas/FasL parecem ser im portantes no controle da infecção. E idsm o e colaboradores, em 2005,
observaram um aum ento na expressão de Fas e FasL em biópsias de pacientes infectados com
L. m ajor. U m a m aior atividade citotóxica associada com a atividade da granzim a B foi
tam bém observada em indivíduos infectado com L. m ajor (B ousoffara et al., 2004). Esses
m ecanism os estariam associados com o controle da replicação do parasita.
A ação das células T C D 8 c itotóxicas tam bém tem sido avaliada em m ecanism os que
determ inam a resistência à infecções contra outros patógenos. Em pacientes infectados com
23
M ycobacterium leprae, por exem plo, um infiltrado inflam atório rico em células T C D 8
c itotóxicas é predom inante nas lesões tuberculóides (Kahawita and Lockw ood, 2008). Na
m alária severa a resistência a infecção tem sido correlacionada com a presença dessas células
(Urban and R oberts, 2003). M ecanism os citotóxicos dependentes de liberação de grânulos são
im portantes na resistência à infecções aguda, crônica e secundária de T. gondii (D lugonska,
2000). M odelos experim entais de infecção com o Trypanossoma cruzi tam bém m ostram a
im portância de m ecanism os efetores das células T CDS"^ no controle da parasitem ia (Brodskyn
et al., 1996; H arty et al., 2000), em infecções com Listeria m onocytogenes a participação
dessas células é correlacionada com a resistência e a im unidade (Pam er, 2004).
Entretanto , a ação das células T CDS"^ tam bém tem sido associada com a cronicidade
das infecções. Na LM a exacerbação do dano tecidual observado nos pacientes tem sido
relacionado à presença de células T CDS^ citotóxicas (Barral-N etto et al., 1995; Brodskyn et
al., 1997) e a elevada produção de IFN-y e T N F-a encontrados tanto no sangue periférico
com o no sitio da lesão (B acellar et al., 2002; Tuon et al., 2008)
1.5- MARCADORES FENOTÍPICOS
1.5.1- Marcadores de Ativação
A estim ulação de leucócitos leva à expressão de diversos m arcadores associados com
padrões d iferentes de ativação. D entre essas m oléculas destacam -se CD 69, CD71 e CD25.
CD 69 é um receptor de superfície expresso em linfócitos T, linfócitos B, m onócitos, células
natural killer, neutrófilos e plaquetas (Bajorath and A ruffo, 1994; N atarajan et al., 2000;
Sancho et al., 2005). O ligante biológico do CD 69 ainda é desconhecido (B ajorath and Aruffo,
1994) e sua expressão é encontrada em linfócitos T ativados, m as não em células T em repouso
(Sancho et al., 2005). Na leishm aniose m uitos trabalhos têm correlacionado a expressão de
m arcadores de ativação e a resposta das células T. Em 2005, A ntonelli et al., observaram um a
correlação positiva entre a freqüência de células T €04"^ expressando CD 69 e o tam anho da
lesão (A ntonelli et al., 2005). Em 2002, D iaz e colaboradores dem onstraram um aumento
significante do núm ero de células T expressando CD 69 no tecido da lesão de pacientes com
L eishm aniose C utânea hiterm ediaria. U m a m aior freqüência de células T CD4^ e C D 8 '
expressando CD 69 tem sido observada, tam bém , em infecções com Listeria m onocytogenes
(M aruyam a et al., 2007).
Em bora a m aioria dos trabalhos in vitro sugira que CD 69 atua com o receptor com
função pró-inflam atória , já que a sua expressão está associada com a indução da produção de
24
IL-2 (Cebrian et al., 1988), síntese de T N F-a (Santis et al., 1992), indução da secreção de óxido
nítrico pelos m onócitos (De M aria et al., 1994) e degranulação de plaquetas (Testi et al., 1990),
recentes resultados in vivo indicam que esse receptor pode atuar com o m olécula regulatória,
pela indução da produção de TG F-P, m odulando a resposta inflam atoria (Han et al., 2009;
Sancho et al., 2005).
CD71 é o receptor de transferrina, urna proteína que transporta o ferro no soro, é
am plam ente expresso em células em proliferação e diferenciação (Bayer et al., 1998). Está
envolvido com a captação celular de ferro e associado de form a não covalente com a porção C,
(zeta) do TC R nas células T (Salm erón et al., 1995), sendo considerado um receptor de células
T no estágio tardio de ativação. E le é pouco expresso em linfócitos em repouso, mas sua
expressão é aum entada em células ativadas. O aum ento na freqüência de células T expressando
CD71 tem sido observado em diferentes infecções, na filariose já foi dem onstrado que CM SP
de pacientes quando estim uladas com larvas de filaria aum entam a freqüência de linfócitos T
expressando CD71 (Babu and N utm an, 2003). U m a m aior freqüência de células T C D 8
expressando CD71 tam bém tem sido encontrada em indivíduos infectados com o HIV (Im lach
et a l . ,2 0 0 1 ).
A proliferação das células T ativadas é regulada pela secreção de lL-2, e pela
expressão do receptor para IL-2. Esse receptor é form ado por três cadeias, a , P e y (Bayer et al.,
2007; M inam i et al., 1993). A cadeia a é conhecida com o Tac ou CD25, é am plam ente
expressa nas células T após ativação (M inam i et al., 1993; Reddy et al., 2004). A ligação da
cadeia a com as cadeias P e y form am um receptor de alta afinidade para o lL -2 (Giri et al.,
1995). A produção do lL-2 por células T CD4'^ e T 0 0 8 “ (Paliard et al., 1988), e a ligação
autócrina dessa citocina com seu receptor de alta afinidade induz expansão clonal das células T
ativadas (N elson and W illerford, 1998) e aum ento na produção de IL-2. Foi descrito tam bém
que o b loqueio do CD 25 leva a perda da atividade estim ulatória e produção de citocinas pelas
células T (V elten et al., 2007). A sinalização via receptor de IL-2 induz ainda proliferação e
d iferenciação de linfócitos B (W aldm ann et al., 1984) e células N K (Fehniger et al., 2003).
U m a m aior freqüência de células T expressando o receptor de IL-2 tem sido observada nas
C M SP de pacientes com LC L com o tam bém em pacientes com leishm aniose m ucosa após
estim ulação com antígenos de leishm ânia (Castes et al., 1988). A expressão do receptor de IL-2
tem sido dem onstrada tam bém em biópsias de pacientes infectado com leishm ânia (Da-Cruz et
al., 2005; L im a et al., 1994).
R ecentes trabalhos têm atribuído a células T CD4'^ CD25'^ a função de células T
regulatórias (Fehervari and Sakaguchi, 2004), as quais suprim em a resposta im une de outras
25
células T (Sakaguchi, 2004). A ssim , a participação dessas células tam bém tem sido descrita em
varias doenças auto-inum e, com o no diabetes m ellitus, na artrite reum atóide e no lúpus
eritem atoso (Kuhn et al., 2009).
1.5.2- Marcador de Memória de células T
O CD 45 é um a glicoproteina de m em brana presente em todas as células nucleadas,
essa m olécula esta envolvida na transdução de sinal associada com o receptor de células T e B
(Byth et al., 1996), e possui em seu dom ínio citoplasm ático um a proteína com atividade de
tirosina fosfatase (Earl and Baum , 2008). As células T podem ser funcionalm ente subdivididas
de acordo com a expressão de isoform as do CD 45 (Beverley et al., 1988). As células T virgens
expressam C D 45R A , enquanto que a expressão de C D 45RO está associada com células T de
m em oria. U m a das características das células T €04"^ que expressam C D 45R O é a m aior
produção de citocinas com o IL-2, IFN-y, IL-1, T N F-a, IL-5, IL -6 que as células T
CD4'^CD45RA'^. Da m esm a form a, as células T C D 8 que expressam CD 45RO possuem m aior
atividade citotóxica (A kbar et al., 1990), expressam um a m aior quantidade de grânulos e
produzem m ais IFN-y e IL-2 (A dam thw aite and Cooley, 1994) que as células T CDS”
CD45RA'*^. Em biopsias de pacientes com leishm aniose cutânea já foi dem onstrado um a
predom inância de células T expressando CD 45RO (G aafar et al., 1999; P irm ez et al., 1990).
Em 2004, A ntonelli et al., m ostraram um a correlação positiva entre a freqiiência de células T
CD 4^CD 45RO ^ no ex vivo de pacientes com LCL e a produção de IFN-y pelas células T €04"^
especificas após estim ulação com SLA (A ntonelli et al., 2004). A expressão de isoform as do
C D 45 tem sido am plam ente usada e aceita para identificar e selecionar células T de m em ória e
virgens (M uraro et al., 2 0 0 0 ).
1.5.3-Marcadores de Endereçamento
D urante a resposta im une, os linfócitos circulantes m igram dos órgãos linfóides para o
sítio da infecção, esse processo não ocorre de form a randôm ica (Santam ária-B abi, 2004).
E xiste um a série de receptores que são expressos de form a particular propiciando a interação
dos linfócitos com m oléculas de adesão nos órgãos específicos As m oléculas de adesão
desem penham um im portante papel na m igração e no recrutam ento celular. A s células T
virgens proliferam e se diferenciam em células T efetoras após o contacto com o antígeno
dentro dos órgãos linfóides secundários (Junt et al., 2004). A função efetora das células T é
acom panhada pela m udança na expressão de m oléculas de superfície, que facilitam a
2 6
recirculação das células T dos órgãos linfóides secundários para o tecido periférico (Sprent,
1997; Z iegler et al., 2007). A expressão de m oléculas nas células que m igram para os tecidos
de inflam ação é um evento im portante na form ação e m anutenção das lesões de leishm aniose
(C osta et al., 2003). CCR7 é um receptor das quim iocinas CCL19 e CCL21 produzidas nas
zonas de células T dos órgãos linfóides secundários. Esse receptor é expresso pelas células T
virgens, células T de m em ória central e tam bém pelas células dendríticas (Junt et al., 2004;
Seneviratne et al., 2007; Z iegler et al., 2007) e tem com o principal função a m igração e
posicionam ento dessas células dentro da zona de células T nos órgãos linfóides secundários
(Forster et al., 1999; Luther et al., 2000). C élulas T virgens e de m em ória central expressam
altos níveis de CCR7 e m antêm a característica de entrar nos órgãos linfóides, enquanto que a
baixa expressão desse m arcador esta associado com o perfil de ativação dessas células e com a
sua m igração para órgãos periféricos. Esse m arcador pode ser re-expresso possibilitando a
recirculação de células T de m em ória efetora para dentro do linfonodo.
C D 62L é um receptor de adesão da fam ília das selectinas expresso em leucócitos.
Células T que expressam altos níveis de C D 62L em sua superfície são recrutadas para os
órgãos linfóides secundários através da interação desse receptor com glicoproteinas de m ucinas
expressas nas células do endotélio. Experim entos usando m odelos m urinos têm dem onstrado
que a alta expressão desse m arcador é característico de células T virgens, favorecendo o seu
recrutam ento para os órgãos linfóides secundários e que células T efetoras possuem um a baixa
expressão desse receptor. Estudos com hum anos diferem dos dados encontrados em m odelos
com anim ais, a recirculação e o recrutam ento das células que expressam o C D 62L ainda não
estão bem definido, m as já foi dem onstrado que aproxim adam ente m etade das células T
efetoras expressam altos níveis de C D 62L (Tedder et al., 1990). Em 2002, B oureau et. al,
dem onstraram que células T CD4^CD62L'^ de paciente com LC L expressavam IFN-y quando
estim uladas com LA C K (B ourreau et al., 2002a). Em 2003, Costa et al., observaram um a alta
percentagem de linfócitos T CD 4^CD62L^ no sangue periférico de pacientes com LCL. Eles
observaram ainda que a estim ulação de C M SP com SLA não leva a um a dim inuição
significativa na expressão do C D 62L nos linfócitos T (Costa et al., 2003). Em infecções
causadas por Leishmania guyanensis foi dem onstrado a produção de lEN-y por células T
C D 8^C D 62L’ quando estim uladas com LA C K (Bourreau et al., 2002b)
A m igração de células T para a pele é caracterizada pela expressão do antígeno
linfocitário cutâneo (CLA ) (Santam aria-B abi, 2004; Seneviratne et al., 2007; Sieling, 2007). O
CLA é um a isoform a glicosilada do glicolipideo-1 da selectina P (PSG L-1), e se liga a selecina
27
E, expressa por células endoteliais de lecidos inflam ados, m ucosa oral e trato genital fem inino
(Seneviratne et al., 2007; Sieling, 2007).
CLA é expresso pela m aioria das células T dentro dos infiltrados inflam atorios cutâneos
e apenas 5-20% das células T no sangue periférico (Santam aria-Babi, 2004; Seneviratne et al.,
2007). A freqüência de células T no sangue periférico expressando CLA é aum entada em
diversas doenças inflam atorias cutâneas (Seneviratne et al., 2007). Em indivíduos com
derm atite atópica foi dem onstrado que tanto células T CD4^CLA^ quanto células T CDS"^ CLA^
isoladas do tecido de infecção ou do sangue periférico secretavam altos níveis de IL-5 e IL-13
após estim ulação (A kdis et al., 1999). Essas citocinas são capazes de prevenir a apoptose
espontânea de eosinófilos. Em pacientes com psoríase e derm atite atópica a freqüência de
células T CDS^CLA"^ no sangue periférico tem se correlacionado fortem ente com a severidade
da doença (Santam aria-B abi, 2004; S igm undsdottir et al., 2001). Experim entos com
M ycobacterium leprae m ostraram que as lesões de pacientes com hanseníase tuberculóide
possuem um a m aior expressão do CLA que a de pacientes com hanseníase leprom atosa e que
essa expressão se correlaciona com a restrição do crescim ento bacteriano in vivo (Sieling,
2007). Foi observado tam bém que a expressão do CLA em células T está associada com a
responsividade a M. leprae in vitro (Sieling, 2007) contribuindo para a proteção imune. Na
leishm aniose cutânea foi dem onstrada um a correlação positiva entre a expressão do CLA e a
presença de células T CD4^ e T C D 8 " no tecido da lesão sendo que a expressão dessa m olécula
foi m aior na fase inicial que na fase tardia (M orgado et al., 2008) e apresentava-se m ais elevada
em lesões de pacientes com LCL que em lesões de pacientes LCI e LCD (D iaz et al., 2002).
A im unopatogênese da leishm aniose cutânea é dependente de um a com plexa rede de
interação envolvendo tanto o parasita quanto fatores do hospedeiro. A natureza das células que
com põem o infiltrado inflam atório é de sum a im portância para determ inar o curso da infecção.
A lguns trabalhos dem onstram que os linfócitos representam a m aioria das células presentes nas
lesões de leishm aniose cutânea, sugerindo um a com unicação entre o sangue periférico e o sítio
da lesão. A s m oléculas de adesão são im portantes para a circulação e recrutam ento das células
nos diferentes com partim entos do organism o. O grau de ativação celular e as substâncias que
são produzidas pelas diferentes populações celulares que m igram para o sítio da lesão
favorecem tanto o controle da infecção com o tam bém podem estar associadas com a
patogênese da doença. D esta form a, se tom a im portante determ inar a freqüência de expressão
dessas m oléculas nas diferentes subpopulações linfocitárias, a fim de com preender o papel que
cada população celular desem penha no curso da infecção.
2 8
2- JUSTIFICATIVA
N o Brasil, as leishm anioses incluem -se no quadro das grandes endem ias que eslão em
um processo de expansão e crescim ento. L. amazonensis, L. brazUiensis e a L. guyanensis são
as principais causadoras das form as tegum entares da doença no N ovo M undo. Essa infecção é
um im portante problem a de saúde pública e 30.372 casos da doença foram registrados no Brasil
em 2 0 0 2 .
As células T C D 8 são im portantes na resposta im une do organism o contra virus, porém
pouco é conhecido sobre sua participação na defesa contra parasitas (Ruiz and B ecker, 2007).
Na leishm aniose hum ana já foi dem onstrado que essas células desem penham um im portante
papel nos processos de cura (Coutinho et al., 1996; D a-Cruz et al., 1994; M aasho et al., 1998),
e de resistência à infecção (M endonça et al., 1995), mas poucos trabalhos têm avaliado a
participação dessas células citotóxicas na infecção prim ária. Durante a fase aguda da infecção,
grande núm ero de células T CDB'^tem sido observado tanto nas lesões com o tam bém no sangue
periférico dos pacientes (R uiz and B ecker, 2007). Essas células podem participar do controle da
infecção através de diferentes m ecanism os com o pela produção de IFN-y (G aafar et al., 1999;
M uller et al., 1994), pela m odulação da resposta das células T CD4^ ou através da ação
citotóxica direta em m acrófagos infectados (D a-C ruz et al., 1994).
D esta form a, nesse trabalho avaliam os a presença das células T C D 8 ^, bem com a
função desem penhada por essas células no que diz respeito ao seu endereçam ento e suas
diferentes funções efetoras em pacientes com LCL na fase inicia] da infecção. O conhecim ento
do papel exercido por essas células pode ser im portante para o entendim ento da resposta imune
no início da infecção, na m odulação da patogênese da doença, além de contribuir tam bém no
delineam ento de vacinas e estratégia terapêutica.
29
3- HIPÓTESE
Os linfócitos T CD8^ participam da resposta imune inicial em pacientes com
Leishm aniose Cutânea Localizada infectados por L. braziliensis produzindo IFN-y e G ranzim a
B.
4- OBJETIVOS
4.1-Objetivo Geral
A valiar a participação dos linfócitos T CDS” na resposta im une em pacientes com
Leishm aniose C utânea Localizada na fase inicial da infecção.
4.2-Objetivos Específicos
4.2.1. A valiar o estado de ativação através da expressão do CD 25 e do CD71 nos linfócitos
T CD8^ do sangue periférico e de biópsias de pacientes com LC L na fase inicial da
infecção.
4.2.2. A valiar a expressão de m arcadores de endereçam ento CD 62L, C C R7 e CLA nos
linfócitos T CDS"^ do sangue periférico e de biópsias de pacientes com LCL na fase inicial
da infecção.
4.2.3. A valiar a função dos linfócitos T CD8^ pela expressão de citocinas intracelulares nas
células m ononucleares do sangue periférico estim uladas com L. braziliensis
4.2.4. V erificar o potencial citotóxico das células T CDS"^ pela análise da expressão de
granzim a B nas células m ononucleares do sangue periférico estim uladas com L. braziliensis
e em biópsias de pacientes com LCL na fase inicial da infecção
30
5- MATERIALS E METODOS
5.1. Área de estudo
Os estudos de campo foram realizados no municipio de Jiquirica, Bahia, onde as
leishmanioses são endêmicas. Jiquirica situa-se no sudoeste da Bahia (a 13° 15’ de latitude sul e
39° 35’de longitude oeste), distando 258km de Salvador. O municipio possui uma extensão
territorial de aproximadamente 262 km^, com clima tropical médio, temperatura média de 23°C
e urna população estimada em cerca de 14.000 habitantes. Jequiriça tem como principal
atividade econômica a agropecuária.
5.2. Pacientes
A população de leishmaniose tegumentar estudada constituiu de casos ativos de
leishmaniose tegumentar (LT) diagnosticados na área de Jequiriça, Ba (Anexo A). Os pacientes
foram examinados no posto por médicos especializados e submetidos a testes laboratoriais,
visando o diagnostico da doença. Todos os pacientes apresentaram teste cutâneo (intradermo
reação de montenegro) e sorologia anú-Leishmania positivos. Foram realizadas coleta de
sangue periférico e biópsia das lesões, após assinatura do termo de consentimento informado
(Anexo D) pelos pacientes ou pelos seus tutores e todos os procedimentos foram aprovados
pela Comissão de Ética (parecer 124/2007).
5.3. Critérios de Inclusão
Fizeram parte do estudo os pacientes que tiveram diagnostico clínico de Leishmaniose
Cutânea Localizada, confirmados com exame anátomo-patológico com e IDRM positiva. Os
pacientes selecionados apresentavam lesão típica de Leishmaniose Cutânea Localizada com no
máximo 90 dias e não haviam começado o tratamento.
3]
5.4. Critérios de Exclusão
Foram excluídos do estudo os pacientes com outras formas de LTA que não a LCL.
Pacientes que ao procurar o ambulatório já haviam começado o tratamento e aqueles com mais
de 90 dias de lesão.
5.5. Controles Saudáveis
Todos os voluntários que fizeram parte desse estudo não tinham história prévia de
infecção por Leishmania, eram residentes de Salvador, BA, uma área não endêmica para LT.
Estes indivíduos apresentaram sorologia anú-Leishmania negativa. Todos os voluntários foram
esclarecidos sobre a finalidade do estudo e os riscos inerentes aos procedimentos, e todos
concordaram em participar do trabalho e assinaram o termo de consentimento.
5.6. Parasita
A cepa MHOM/BR/01/BA788 foi isolada da úlcera de um paciente com leishmaniose
cutânea localizada, do estado da Bahia. O isolado foi identificado como L. braziliensis por PCR
(Castilho et al., 2003) e anticorpos monoclonais (McMahon-Pratt et al., 1982). Os
promastigotas foram mantidos em meio de cultura Schneider (Sigma, EUA) suplementado com
10% de soro bovino fetal inativado (Cripion), L-glutamina 2mM, penicilina lOOU/ml e
estreptomicina 100|xl/ml (Sigma ). Após 7 dias de cultura, o meio de cultura contendo as
formas promastigotas, em fase estacionária, foi coletado e centrifugado a TOOrpm por 4 mim a
20°C. O sobrenadante foi coletado e lavado 2 vezes por centrifugação a 3000rpm por 10 mim
em solução salina estéril. A concentração de promastigotas obtidas foi ajustada para 3xl0Vml
em meio RPMI 1640 (Invitrogen) suplementado com 10% de soro AB RH+ inativado (BD
PharMingen), L-glutamina 2mM, penicilina lOOU/ml e estreptomicina 100|j.l/ml (Sigma),
denominado RPMl completo, após contagem em câmara de Neubauer.
5.7. Obtenção de células mononucleares do sangue periférico (CMSP)
Aproximadamente 20mL de sangue foi coletado de cada paciente e dos controles
sadios através de venopunção utilizando-se tubos de ensaio de lOmL estéreis, com vácuo e
contendo anticoagulante (heparina sódica, Liquemine® 5000 UL/mL - Roche Produtos
32
químicos e Farmacêuticos AS, RJ, Brasil). O sangue foi diluído 1:1 com salina estéril, e
posteriormente essa mistura foi cuidadosamente depositada sobre um gradiente de Ficoll-
histopaque (Sigma) na proporção 1:2 com sangue, de modo que a camada de Ficoll ficasse
abaixo da camada de sangue. Centrifugou-se a 1500 rpm (Centrifuga 5810R, Eppendorf Brasil)
durante 30 mim a temperatura ambiente. O plasma foi retirado e a camada de CMSP coletada.
Essa camada foi lavada três vezes por centrifugação a 1500 rpm, 4°C por 10 min, com solução
salina estéril para retirada do Ficoll residual e as células ajustadas para 3xlO^/ml em meio
RPMl 1640 (Invitrogen) suplementado com 10% de soro AB RH+ inativado (BD PharMingen),
L-glutamina 2mM, penicilina lOOU/ml e estreptomicina lOO^l/ml (Sigma).
5.8. Determinação do fenotipo de células mononucleares do sangue periférico
A expressão de marcadores de superfície, nos pacientes e nos controles sadios, foi
determinada por citometria de fluxo nas células obtidas ex vivo, bem como nas CMSP após 24h
de estimulação com L. braziliensis. Aproximadamente 2.5 xlO^ células por 200^L de PBS
eram colocadas em cada tubo cônico de polipropileno de 1.5mL (LGC Biotecnologia) e
incubadas com 1% de soro AB RH+ inativado (BD PharMingen) e anticorpos monoclonais
anti-CD4 (FITC ou PE), anti-CD8 (PerCP-Cy5.5), anti-CD25 (PE), anti-CD62L (FITC), anti-
CCR7 (PE), anti-CD71 (PE), anti-CLA (FITC) e anti-CD45RO (PE) conjugados com
isoticianianato de fluoresceina (FITC), Phicoeritrina (PE) e Phicoeritrina-Cy5.5 (PE-Cy5.5)
todos da BD PharMingen (Anexo B). Após a incubação, as células eram lavadas 1 vez por
centrifugação a lOOOrpm por 10 mim e ressuspensas em 200|jL em tampão de FACS (PBS Ix,
0.5% SBF, 0.01% azida de sódio). As amostras foram adquiridas utilizando o aparelho
FACSort (Becton-Dickinson) e foram analisadas utilizando-se o programa Cell Quest (Becton-
Dickinson) com 10.000 eventos/amostras. A população linfocitária foi determinada, tendo
como base os parâmetros FSC (do inglês forward scatter - FSC) versus SSC (do inglês side
scatter) e a freqüência das subpopulações linfocitárias foi analisada na janela delineada na
região de marcação, CD4^ ou CDS" vesus SSC. Os limites dos quadrantes foram determinados
com as células marcadas com os isotipos controle.
33
Figura 1; Representação gráfica da polução linfocitária analisada. (A) População linfocitária
tendo como base os parâmetros de tamanho (FSC) e granulosidade (SSC). (B) Região de
marcação da subpopulação T CD4^. (C) Região de marcação da subpopulação T CD4^CD62L^.
(D) Região de marcação da subpopulação T CD8 . (E) Região de marcação da subpopulação T
CD8^CD62L^
5.9, Re-estimulação in vitro
Para quantificar a produção de citocinas in vitro nos pacientes e nos controles sadios, as
CMSP obtidas como descrito anteriormente foram ajustadas para 3xlO®células/ml em meio
RPMl completo. As células foram plaqueadas em placas de 24 poços (Corning) e estimuladas
na presença de L. hraziliensis (3 x 10 leishmánia/ml) ressuspensas em meio RPMI completo.
As culturas foram incubadas a 37°C, com 5% CO2. Os sobrenadantes de cultura foram
coletados após 24 horas de incubação para detecção de IFN-y, IL-2 e IL-10 e foram
conservados a -20°C até o momento do uso. Como controle positivo, as células foram re-
34
estimuladas com anti-CD28 (0.5^lg/ml) (BD PharMingen) e anti-CD3 solúvel (0.5|jg/ml) (BD
PharMingen).
5.10. Detecção de citocinas no sobrenadante da cultura
As concentrações das citocinas presentes nos sobrenadantes de cultura foram
determinadas pelo método de citomelria de fluxo usando um kit de imunoensaio comercial para
citocinas (Cytometric Bead Array- BD Bioncience Pharmingen, San Diego, CA, USA), de
acordo com as recomendações dos fabricantes. As CMS? foram obtidas por gradientes de
ficoll, ajustadas para a concentração de 3 xloVml e distribuídas em placas de 24 poços
(Corning), sendo estimuladas na presença de 3 xlO^/ml de L. braziliensis a 37°C em 5% CO2,
após 24 horas de estimulação o sobrenadante da cultura foi coletado. O Kit usa microesferas de
poliestireno ligadas com anticorpos contra as citocinas analisadas. Em tubos de ensaio foi
adicionado 25|jL de cada sobrenadante de cultura (diluído 1:5) ou padrão de cada citocina em
diluições seriadas e adicionado ISpL de uma mistura das microesferas para IL-2, IFN-y e IL-
10, seguida da incubação no escuro por 3 horas a temperatura ambiente. Após a incubação as
amostras e os padrões foram lavados com 500 pL de tampão de lavagem (BD Bioncience) e
posteriormente centrifugadas a 1 0 0 0 rpm por 10 minutos a temperatura ambiente.
Subseqüentemente foi adicionado 20pL do anticorpo de detecção nos tubos e re-incubado no
escuro por 90 minutos a temperatura ambiente. Seguida a incubação as amostras e a curva
foram lavadas com 500 pL de tampão de lavagem (BD Bioncience) e posteriormente
centrifugadas a 1000 rpm por 10 minutos a temperatura ambiente. Após a centrifugação foi
adicionado 300pL de tampão de lavagem (BD Bioncience) em cada tubo e procedeu-se a
aquisição das amostras. Como controle positivo foi empregado esferas incubadas com
anticorpo de detecção FITC (BD Bioncience) e PE (BD Bioncience) e como controle negativo
esferas incubadas com tampão de lavagem. As amostras foram adquiridas utilizando o aparelho
FACSort (Becton-Dickinson) e foram analisadas usando BD CellQuest™ Software.
5.11. Detecção de citocinas intracelulares e Granzima B
A expressão de citocinas por células T CDS" ou T CD4'*', dos pacientes e dos controles
sadios, foi avaliada por citometria de fluxo utilizando-se o kit Cytofix/Cytosperm Plus (BD
PharMingen), seguindo as instruções dos fabricantes. As células mononucleares do sangue
periférico foram obtidas por gradientes de ficoll, ajustadas para a concentração de 3 xlO^/ml e
35
foram distribuídas em placas de 24 poços (Corning). Em seguida elas foram estimuladas na
presença de 3 xlOVml de L. braziliensis por 24 horas, a 37°C em 5% CO2. A secreção das
citocinas foi bloqueada pela adição de Brefeldin A (lOfig/ml) (Sigma). Após 4 horas de
incubação, a 37°C em 5% CO2, as células foram coletadas, centrifugadas a lOOOrpm por
lOmim. Após a centrifugação elas foram ressuspensas em 100 |jL de tampão de FACS e
bloqueada com 1% de Soro AB RH+ inativado (BD PharMingen). Posteriormente, as células
foram marcadas simultaneamente com anticorpos específicos anti-CD4 anti-CD8 ambos BD
PharMingen. Em seguida foram fixadas com 100 ¡jL de Cytofix/Cytosperm (BD Pharmingen,
NJ, USA) por 20 minutos a temperatura ambiente. Sendo então lavadas com 500pL de PBS,
por centrifugação a 1200 rpm, por 5 minutos, a 4°C. Posteriormente elas foram permeabilizadas
em lOOpL de Permwash IX (BD Pharmingen, NJ, USA) e incubadas com anticorpos anti-
IFN-y (BD Pharmingen, NJ, USA), anti-IL-10 (BD Pharmingen, NJ, USA) e anti-Granzyme B
(Caltag Laboratories), diluídos em Permwash IX (BD Pharmingen, NJ, USA). Como controle
negativo foi empregado os isotipos controle (BD PharMingen). As amostras foram adquiridas
utilizando o aparelho FACSort (Becton-Dickinson) e foram analisadas utilizando-se o
programa Cell Quest (Becton-Dickinson).
5.12. Biópsia
Após assepsia do local um fragmento de tecido foi retirado da borda da lesão
utilizando um “punch” diâmetro de 3,5mm (Baker Cummins; pharmaceuticals, Inc. Miami,
FL.). O tecido da lesão foi divido em três fragmentos, um foi congelado para posterior
realização de microscopía confocal, o segundo fragmento foi colocado em meio RPMI 1640
(Invitrogen, São Paulo, Brasil) completo e o terceiro fragmento foi posto em formol e
encaminhado para histopatologia para fins de diagnósticos.
O fragmento de pele normal utilizado no estudo foi obtido através de cirurgia estética
e preservado em meio RPMI completo sendo utilizado como controle negativo.
5.13. Obtenção de células da Biópsia e da Pele Normal
O tecido obtido da lesão e da pele normal como descrito anteriormente foi colocado
em RPMI completo e posteriormente foi fragmentado e pesado. Os fragmentos foram incubado
na presença de meio RPMI 1640 (Invitrogen, São Paulo, Brasil) suplementado com liberase
36
(0.5mg/mL) (Sigma, São Paulo, Brasil) por 1 hora,a 37°C, 5% CO2. Após 1 hora de incubação o
tecido foi processado no Medicon (Consul^^', NJ, USA) por 4 minutos, no Medimachine
(Beclon-Dickinson, NJ, USA) juntamente com 1.0 mL de RPMI completo. Esse procedimento
foi repetido mais duas ou três vezes, para obtenção da maior quantidade de células. Após o
processamento as células foram lavadas 2 vezes com PBS por centrifugação a 1500 rpm, 4°C
por 10 min. Após a centrifugação as células foram ressuspensas em 300 pL de tampão de
FACS e contadas em câmara de Neubauer.
5.14. Determinação do fenotipo das células obtidas das biópsias por Citometria de Fluxo
A expressão de marcadores de superfície foi determinada por citometria de fluxo nas
células obtidas das biópsias e de tecido normal Aproximadamente 2.5 xlO^ células por 200pL
de tampão de FACS foram colocadas em cada tubo cônico de polipropileno de 1.5mL e
incubadas com anticorpos monoclonais anti-CD3 (PE), anti-CD4 (FITC ou Pe), anti-CD8 (PerCP-Cy5.5), anti-CD25 (PE), anti-CCR7(PE), anti-CLA (FITC) e anti CD45RO(PE)
(Anexo B). Após a incubação, as células eram lavadas 1 vez por centrifugação a lOOOrpm por
10 mim e ressuspensas em 200pL de tampão de FACS. Como controle negativo foi utilizado os
isotipos controles correspondentes (BD Pharmingen, NJ, USA). As amostras foram adquiridas
utilizando o aparelho FACSort (Becton-Dickinson) e foram analisadas utilizando-se o
programa Cell Quest (Becton-Dickinson). Os anticorpos utilizados foram provenientes das
empresas BD Pharmingen (NJ, USA)
5.15. Microscopía Confocal
Análise confocal foi usada para identificar linfócitos T CD 8 produtores de Granzima B
no infiltrado inflamatório da lesão. A dupla marcação foi realizada para detectar a expressão de
CD 8 e Granzima B. As secções de tecido foram fixadas com acetona e posteriormente foram
bloqueadas por 30 minutos com o soro de cabra (1:50) diluído em PBS IX . Após essa
incubação foi adicionado o primeiro anticorpo primário: anti-CDB (Santa Cryz biotechonoly,
INC) feito em coelho, diluído 1:50 em PBS por 2 horas. Em seguida foi adicionado o anticorpo
secundário anti-coelho (1:100, Vector Laborarories) por 40 minutos, seguida pela incubação
com alexa 488 feito em cabra (1:800 Sigma, Molecular Probes, Eugene, Oregon) por 30 min.
Em seguida os cortes foram lavados e incubados por 2 horas com anti-Granzima B (1:25, AbD
Serotec) produzido em camundongo e posteriormente foi adicionado o segundo anticorpo
37
secundário anti-camundongo biotinilado feito em cabra (1:500 Vector) por 30 minutos. Após
isso os cortes foram incubados por 30 minutos com estreptavidina Cy3 (1:400, Buchs,
Switzerland). Posteriormente os cortes foram contra-corados e fixados com DAPl (Vector).
Múltiplas imagens forma adquiridas usando o microscópio confocal (Leica TCS SP2 SE and
SP5 AOB5) e processadas no adobe Photoshop (version 4.0) Image pro plus.
5.16. Análise estatística
Para análise estatística utilizamos o programa GraphPad- Prism (GraphPad software,
San Diego, Ca-USA). Os resultados estão representados com valores das medianas obtidas em
cada condição. Após verificar que os valores de cada grupo não assumiam distribuição normal,
as diferenças obtidas nas análises de citometria de fluxo e na dosagem de citocinas do
sobrenadante das culturas foram comparadas utilizando o teste não paramétrico de Mann-
Whitney. Os valores com p < 0,05 foram considerados significativos.
38
6- DESENHO EXPERIMENTAL
39
7- RESULTADOS
7.1. Expressão de Marcadores de ativação nas células T CD8^ e T CD4^
Inicialmente, caracterizamos fenotipicamente o estado de ativação das células T. Para
isso, foi coletado sangue periférico de pacientes (Anexo A) com leishmaniose cutânea
localizada na fase inicial da infecção e de controles saudáveis (CS). O sangue coletado foi
processado e após a realização de um gradiente de Ficoll as células ex vivo foram obtidas. Essas
células foram analisadas em relação ao seu estado de ativação pela expressão do receptor de IL-
2 (CD25) e do receptor de transferrina (CD71) por citometria de fluxo. A freqüência de
expressão do CD25 e do CD71 foi significativamente maior nas células T CDS" (p=0.049 e
p=0.Ü47, respectivamente) obtidas na análise ex vivo dos pacientes em comparação aos
voluntários normais (Fig. 2A e 2C). Essas diferenças também foram observadas para as células
T CD4^CD25^ (p=0,002) e TCD4^ CD7T (p=0.048), (Fig. 2B e 2D, respectivamente). Esses
dados sugerem a existência de uma população de células T CD 8 ” e T €04"^ fenotipicamente
ativas no sangue periférico dos pacientes com LCL.
40
Figura 2; Expressão de marcadores de ativação nas células T CD8 e T CD4^ ex vivo. As
células T CDS"* e T ex vivo de 35 pacientes para as análises do CD25, 23 pacientes para
as análises do CD71 e 10 controles saudáveis foram obtidas através de gradiente de Ficoll e
posteriormente a expressão dos marcadores de ativação celular foi avaliada por citometria de
fluxo. (A e B) A expressão do CD25 nas células T CDS" e T CD4^ respectivamente. (C e D)
Expressão de CD71 nas células T CD 8 e T CD4^ respectivamente. As barras representam a
mediana, todas as diferenças foram estatisticamente significante com (*)p<0.05 e (**)p< 0.01,
utilizando o teste de Mann Whitney.
Trabalhos anteriores têm demonstrado que a freqüência da população de linfócitos T
específicos à leishmânia no sangue periférico dos pacientes com LCL geralmente é baixa
(Conceicao-Silva et al., 1990). Então, decidimos caracterizar fenotipicamente o estado de
ativação dessas células in vitro após estimulação com L. braziliensis. Para isso, o sangue
periférico de 23 pacientes com LCL e de 10 doadores sadios foi retirado como descrito
anteriormente e as CMSP foram obtidas, contados e plaqueadas em placas de 24 poços com L.
braziliensis na proporção de 1:1. As culturas foram incubadas a 37°C, com 5% CO 2 e após 24
horas de estimulação avaliamos a expressão do receptor de IL-2 (CD25) e do receptor de
transferrina (CD71) nas células T. Como observado nas analises ex vivo, as CMSP dos
41
pacientes quando estimuladas com L. hraziliensis possuem uma maior freqüência de células T
T CDS" (p=0.009) e CD4’ (p=0.036) expressando CD25 em comparação aos voluntarios
normais estimulados (Fig. 3A e 3B, respectivamente). Em relação ao CD71, considerado um
marcador de ativação tardia, observamos apenas urna freqüência de expressão
significativamente maior ñas células T CDS” (p=0.018) dos pacientes em comparação aos
controles estimulados (Fig. 3C). Essa diferença não foi observada para as células T CD4'* (Fig.
3D). O aumento na freqüência de expressão de marcadores associados com a ativação celular
nas CMSP dos pacientes, após estimulação com L braziliensis, sugere o reconhecimento e a
posterior ativação de uma população de células específicas para leishmânia.
Figura 3: Expressão de marcadores de ativação nas células T CDS" e T CD4* após estimulação
com L. braziliensis. CMSP de 23 pacientes para as análises do CD25, 20 pacientes para as
análises do CD71 e 10 controles saudáveis foram obtidas por gradiente de Ficcol e
posteriormente foram estimuladas por 24 horas com L. braziliensis na proporção 1:1. Após a
estimulação a expressão dos marcadores de ativação celular CD25 e CD71 foi avaliada por
citometria de fluxo. (A e B) A expressão do CD25 nas células T CD 8^ e T 004"^
respectivamente. (C e D) Expressão de CD71 nas células T CDS" e T CD4^ respectivamente.
As barras representam a mediana, com (*)p< 0.05 e (**)p< 0.01, utilizando o teste de Mann
Whitney
42
Uma vez que, uma das características da LCL é a presença de urna resposta imune
tecidual que se desenvolve no local de inoculação do parasita, avaliamos a expressão do
receptor de lL-2 (CD25) nas células T CDS" e T €04”* no sitio da lesão. Para isso as células
mononucleares obtidas do tecido de 21 biópsias e de 4 peles normais foram marcadas e
posteriormente a expressão do CD25 foi analisada por citometria de fluxo. Como mostrado na
figura 4, houve uma aumento significante na freqiiência de expressão do CD25 nas células T
CDS"^ (p=0.0216) e T CD4^ (p=0.0495) das biópsias dos pacientes quando comparado ao tecido
normal (figuras 4A e 4B, respectivamente).
Figura 4: Expressão do receptor de IL-2 (CD25) nas células T CD 8 e T CD4^ da biópsia. As
células mononucleares foram obtidas de 21 biópsias e de 4 peles normais e posteriormente a
expressão do CD25 foi avaliado por citometria de fluxo. (A) A expressão do CD25 nas células
T CDS" . (B) Expressão de CD25 nas células T CD4^. As barras representam a mediana, com
(*)p< 0.05, utilizando o teste de Mann Whitney
7.2. Expressão do Marcador de Memória nas células T CD8^ e T €04" no ex-vivo.
Em seguida, analisamos a expressão do CD45RO uma glicoproteina de membrana cuja
expressão está associada com células T de memória. A expressão dessa molécula na análise ex
vivo pode ser utilizado para predizer a intensidade da resposta imune das células T à leishmânia
(Antonelli et al., 2004). Para a realização dessa análise o sangue periférico de 35 pacientes com
LCL na fase inicial da infecção e de 10 controles saudáveis foi coletado e após a realização de
um gradiente de Ficoll as células foram obtidas e o seu perfil funcional foi avaliado por uma
análise ex vivo. A freqüência de expressão do CD45RO foi significativamente menor nas
células T CDS"^ dos pacientes (p=0.032) em comparação aos controles saudáveis (Fig. 5A).
Essa diferença não pode ser vista para as células T CD4'^ (Fig. 5B). A diminuição da freqüência
43
de células T CDS'^ CD45RO^ no sangue periférico sugere a migração ou retenção seletiva no
tecido de infecção.
Figura 5: Expressão de marcador de memória nas células T CDS" e T CD4^ em uma análise ex
vivo. As células de 35 pacientes e 10 doadores saudáveis foram obtidas por gradiente de Ficoll
e posteriormente a expressão do marcador de memória celular CD45RO foi avaliado por
citometria de fluxo. (A) A expressão do CD45RO nas células T CD 8 . (B) Expressão de
CD45RO nas células T CD4^. As barras representam a mediana, com (*)p< 0.05, foi utilizado o
teste de Mann Whitney.
O próximo passo foi avaliar a freqüência de expressão do CD45RO nas células T
especificas a leishmânia quando re-estimuladas. Para isso nos coletamos sangue periférico de
23 pacientes com LCL e de 10 doadores sadios e as CMSP obtidas foram re-estimuladas com
L. braziliensis, após 24h de estimulação a expressão do CD45RO foi avaliada. Não houve
nenhuma diferença na freqüência de expressão do CD45RO nas células T CDS" e T CD4* dos
pacientes em comparação com os controles estimulados (Figura 6 A e 6 B).
Figura 6 ; Expressão do CD45RO nas células T CDS"^ e T CDA^ após estimulação com L.
braziliensis. CMSP de 23 pacientes e 10 doadores sadios foram obtidas por gradiente de Ficoll
e posteriormente foram estimuladas por 24 horas com L. braziliensis na proporção 1:1. Após a
estimulação a expressão do CD45RO foi avaliada por citometria de fluxo. (A) A expressão do
CD45RO nas células T CD 8 . (B) Expressão de CD45RO nas células T CD4'^. As barras
representam a mediana.
44
Como foi observado na figura 5A, a menor freqüência de células T CD8‘ CD45RO‘
observado ñas análises ex vivo pode sugerir a retenção ou migração dessas células para o tecido
da lesão. A freqüência de células T expressando o CD45RO no infiltrado inflamatorio é de
fundamental importância para urna resposta imune efetiva contra leishmánia. Para analisarmos
a expressão desse marcador as células mononucleares do tecido da biópsia e da pele normal
foram obtidas e posteriormente avaliadas. Como apresentado pela figura 7 houve uma diferença
significante na freqüência de expressão do CD45RO tanto ñas células T CDS'^ (p=0.036)
quanto nas T CD4'^ (p=0.009) das biópsias dos pacientes quando comparado ao tecido normal.
Esse resultado sugere a presença de células com características fenotípicas efetoras no
infiltrado inflamatório dos pacientes com LCL.
Figura 7: Expressão do CD45RO ñas células T CD 8 e T CD4‘" da biópsia. As células
mononucleares foram obtidas de 26 biópsias e de 5 peles normais e posteriormente a expressão
do CD45RO foi avaliada por citometria de fluxo. (A) A expressão do CD45RO ñas células T
CD 8^. (B) Expressão de CD45RO ñas células T CD4'^. As barras representam a mediana, com
(*) p< 0.05 e (**) p<0.01, foi utilizado o teste de Mann Whitney.
7.3. Expressão de Marcadores de Endereçamento nas células T CDS" e T CD4^
A migração e o recrutamento celular são de fundamental importancia em respostas
inflamatorias. Assim, para avaliarmos esse processo, algumas moléculas associadas com o
endereçamento celular foram analisadas. Para isso, análises das células ex vivo do sangue
periférico de pacientes com LCL e de controles saudáveis foram obtidas por gradiente de Ficoll
e posteriormente a expressão dos marcadores de endereçamento foi determinada. Como
mostrado ñas figuras 8 A a freqüência de expressão do CD62L foi significativamente menor ñas
células T CDS"^ dos pacientes (p=0.007) em comparação com os controles sadios. Uma menor
freqüência de expressão dessa molécula também foi observada ñas células T CD4'^ (Figura 8B),
45
porém sem diferença estatística (p=0.063). Uma menor freqüência de expressão do CCR7 foi
encontrada nas células T CD4^ (p=:=0.0002) dos pacientes em comparação aos controles (figura
8D), porém essa diferença não foi observada para as células T CD 8 (figura 8C). A freqüência
de expressão do CLA foi significativamente maior nas células T CDS^ (p=0.017) dos pacientes
em comparação com os indivíduos sadios (figura BE), essa diferença não foi encontrada nas
células T CD4“ (figura 8 F). A diminuição na freqüência de expressão dos marcadores CD62L e
CCR7 nas células do sangue periférico dos pacientes sugere a predominância de células com
endereçamento para os tecidos não linfóides. Essa diminuição nos foi vista para ambos os
marcadores nas células T CDS" . Por outro lado, o aumento na freqüência de células T
expressão o CLA sugere o recrutamento dessa população celular para o tecido da lesão.
46
Figura 8 ; Expressão de marcadores de endereçamento nas células T CDS" e T CD4^ na análise
de células obtidas ex vivo. As células ex vivo de 35 pacientes para as análises do CD62L e 28
pacientes para as análises do CCR7 e CLA e de 7 doadores normais para as análises do CD62L,
6 doadores para CCR7 e de 10 doadores para CLA foram obtidas por gradiente de Ficoll e
posteriormente a expressão dos marcadores avaliados por citometria de fluxo. (A) A expressão
do CD62L ñas células T CD 8 . (B). A expressão do CD62L ñas células T CD4'^. (C) Expressão
de CCR7 ñas células T CD 8 (D) Expressão de CCR7 ñas células T CD4^. (E) A expressão do
CLA ñas células T CD 8 ' . (F) A expressão do CLA ñas células T CD4‘ . As barras representam
a mediana, com (*)p< 0.05, (**) p< 0.01 e (***) p< 0.001, foi utilizado o teste de Mann
Whitney.
47
Posteriormente, avaliarmos a freqüência da expressão dos marcadores de
endereçamento celular ñas células T após estimulação. Para isso, CMSP dos pacientes com
LCL e de controles saudáveis foram adquiridas e re-estimuladas por 24h com L. hraziliensis. A
expressão dos marcadores CD62L, CCR7 e CLA foi avaliada nas células T CD8 e T CDA^ das
culturas. Como observado na figura 9B, houve um aumento significativo na freqüência de
expressão do CD62L ñas células T €04"^ dos pacientes (p=0,016), fato que não foi observado
para as células T CD 8 (Figura 9A). A expressão do CD62L pode apresentar variação na
população humana, uma alta freqüência dessa molécula pode ser encontrada em células T
ativas. Podemos também notar uma freqüência significativamente menor da expressão do
CCR7 ñas células T CDS'^ (p=0,010) e T 004"^ (p=0,0009) (Figura 9C e 9D, respectivamente)
dos pacientes em comparação com os controles estimulados. Um dado importante mostrado
pela figura 9E foi o aumento significativo na freqüência da expressão do CLA pelas células T
CD8 dos pacientes quando estimuladas com L. hraziliensis em comparação com os controles
estimulados (p=0,010), esse aumento já tinha sido observado ñas células T CDS" ex vivo, o que
favorece a teoria de que essas células estariam se deslocando para o tecido da lesão. Esse
aumento não foi observado para as células T CD4'^ (Figura 9F). A expressão de CCR7 e de
CD62L é regulada de forma negativa ñas células T de memoria efetora. Desta forma, os nossos
dados apontam para a presença de uma população de células T CDS" e T CD4'^, que após o
reconhecimento de antígenos de leishmánia modula negativamente a expressão desses
marcadores, sugerindo um imunofenótipo de células efetoras. O aumento na freqüência de
células T CDS^expressando o CLA após estimulação com leishmánia sugere uma regulação
positiva dessa molécula, a qual esta associada com tropismo de células T específica para o
tecido.
48
Figura 9; Expressão de marcadores de endereçamento nas células T CD 8 e T 004"^ após
estimulação com L. braziliensis. As CMSP de 23 pacientes para as análises do CD62L e CCR7,
20 pacientes para as análises do CLA e de 7 voluntários normais para as análises do CD62L, 6 voluntários para CCR7 e de 10 voluntários para CLA foram obtidas por gradiente de Ficoll e
posteriormente a expressão dos marcadores de endereçamento foram avaliados por citometria
de fluxo. (A) A expressão do CD62L nas células T CDS" . (B) Expressão de CCR7 nas células
T CD8 . (C) A expressão do CD62L nas células T CD4'^. (D) Expressão de CCR7 nas células T
CD4^. (E) A expressão do CLA nas células T CD 8 . (F) A expressão do CLA nas células T
CD4^. As barras representam a mediana, com (*)p< 0.05 e (**) p< 0.01, foi utilizado o teste de
Mann Whitney.
Em seguida, avaliamos o recrutamento das células do sangue periférico para o sitio da
infecção, uma vez que, esse processo é de fundamental importância na composição do
infiltrado inflamatório. Esse recrutamento se deve principalmente pela expressão de moléculas
49
de endereçamento na superfície das células. Com a finalidade de analisarmos a expressão de
marcadores, as células T CD8^ e T CD4^ obtidas do tecido da biópsia e da pele normal foram
analisadas para a expressão do CCR7 e do CLA por citometria de fluxo. Como mostrado na
figura lOA e lOB, não houve diferença na freqiiência de expressão do CCR7 nas células T
CDS" e T CD4'* dos pacientes quando comparados ao tecido normal. Um dado interessante
encontrado foi o aumento significativo na freqiiência de expressão do CLA pelas células T
CD8‘* das biópsias com relação ao tecido normal (p=0.026) (Figura lOC), essa diferença não foi
encontrada para as células T CD4'^ (Figura lOD). O aumento na freqiiência de expressão do
CLA tanto ex vivo, após estimulação com L. braziliensis e nas células obtidas das biópsias pode
sugerir um maior recrutamento de células T CDS" para o local da infecção.
Figura 10: Expressão de marcadores de endereçamento nas células T CD8^ e T 004"^ da
biópsia. As células mononucleares foram obtidas de 26 biópsias e de 5 peles normais para as
análises do CCR7 e 4 peles normais para CLA e posteriormente a expressão dos marcadores de
endereçamento celular foram avaliados por citometria de fluxo. (A) A expressão do CCR7 nas
células T CDS^. (B) Expressão de CCR7 nas células T CD4‘ . (C) A expressão do CLA nas
células T CDS'* . (D) Expressão de CLA nas células T CD4'^. As barras representam a mediana,
com (*) p< 0.05, foi utilizado o teste de Mann Whitney
50
7.4. Produção de citocinas pelas CMSPapós 24h de estimulação com L. braziliensis
Uma vez que a resposta imune protetora nos pacientes com LCL é caracterizada pela
produção de citocinas pró-infiamatórias, decidimos analisar a produção dessas citocinas pelas
CMSP dos pacientes e dos voluntários normais após re-estimuladas na presença de L.
braziliensis. Após 24h de estimulação a produção de citocinas foi analisada no sobrenadante da
cultura por citometria de fluxo. Como mostrado pela figura 11, houve uma produção
significativa de IFN-y (p=0.0001), IL-2 (p=0.0001) e TNF-a (p=0.0001) no sobrenadante da
cultura das CMSP dos pacientes após estimulação com leishmânia em relação aos controles
estimulados. Não houve diferença na produção de lL-10. A maior produção das citocinas pró-
inflamatórias sugere uma resposta imune associada com o controle dos parasitas.
B
Figura 11; Produção de citocinas pelas CMSP após estimulação com L. braziliensis. As CMSP de
25 pacientes e 10 voluntários foram obtidas através de gradiente de Ficcoll e posteriormente
estimuladas com L. braziliensis. Após 24 horas de cultura a produção de citocinas foi
determinada no sobrenadante da cultura por citometria de fluxo. (A) Produção de IFN-y. (B)
Produção de IL-2. (C) produção de IL-10. As barras representam a mediana, com (***) p<
0.001, foi utilizado o teste de Mann Whitney.
51
7.5. Expressão de citocinas nas células T após 24h de estimulação com L. braziliensis
Tendo como base a produção de citocinas observada na figura 11 e com a finalidade de
determinar qual subpopulação linfocitária seria responsável por essa produção, as CMSP foram
estimuladas com L. braziliensis e após 24 horas a produção de citocinas foi avaliada nas células
T CD8^ e T CD4’ . Observamos uma maior percentagem de produção de INF-y nas células T
CD4^ (p=0.042) dos pacientes em relação aos voluntários normais estimulados (Figura 12B).
Não houve diferença na expressão de IFN-y nas células T CD8^ (Figura 12A). A freqüência de
células T CD8^ produzindo IL-10 foi significativamente maior nos pacientes do que nos
voluntários estimulados (p=0.013), (Figura 12C). Não observamos diferença na freqüência de
células T CD4^ produzindo IL-10 (Figura 12D). A freqüência de células T CD4^ produzindo
IFN-y sugere a participação dessas células na resposta imune contra a leishmânia. A produção
de lL-10 pelas células T CDS^ pode estar associada com os mecanismos de geração da
memória imunológica ou regulação da resposta imune (Lu and Cantor, 2008).
52
Figura 12: Porcentagem de células T CD8^ e T CD4'^ produtoras de citocinas após estimulação
com L. braziliensis. As CMSP de 25 pacientes e 10 controles foram obtidas através de
gradiente de Ficcol e posteriormente estimuladas com L. braziliensis. Após 24 horas de cultura
a freqüência de células produtoras de citocinas foi determinada por citometria de fluxo. Os
dados representam a porcentagem de células com sinal específico para cada citocina em relação
ao sinal das células incubadas com o isotipo controle. As barras representam a mediana, com
(*) p< 0.05, foi utilizado o teste de Mann Whitney.
7.6. Expressão de Granzima B ñas células T CD8^ após estimulação com L. braziliensis
Uma vez que as células T CD8^ podem participar do controle da infecção por
leishmánia por diferentes mecanismos (Gaafar et al., 1999; Muller et al., 1994), decidimos
examinar a atividade citotóxica associada com a liberação de granzima B por essas células.
Para examinarmos essa função, CMSP de 21 pacientes e 10 voluntários normais foram obtidas
e estimuladas por 24 horas com L. brazilinesis, posteriormente a produção de granzima B pelas
células T CDS" foi avaliada. Como observado na figura 13, houve uma freqüência
significativamente maior da produção desse grânulo nos pacientes em relação aos voluntários
53
normais estimulados (p=0.036). Esse dado sugere a participação de células T CDS"^ citotóxicas
especificas à leishmânia na fase inicial da infecção.
Figura 13: Porcentagem de células T CD8^ produtoras de granzima B após estimulação com L.
hraziliensis. As CMSP de 21 pacientes e 10 controles foram obtidas através de gradiente de
Ficcol e posteriormente estimuladas com L. braziliensis. Os dados representam a porcentagem
de células com sinal específico para cada citocina em relação ao sinal das células incubadas
com o isotipo controle. As barras representam a mediana, com (*) p< 0.05, foi utilizado o teste
de Mann Whitney.
7.7. Células T CD8^ expressando Granzima B na biópsia
Os dados obtidos das análises das CMSP dos pacientes mostraram uma elevada
freqüência de células T CD8^ expressando Granzima B (figura 13) e CLA (figura 9E) após
estimulação com L. braziliensis, foi demonstrada também uma maior freqüência na expressão
do CLA pelas células T CD8^ que compõem o infiltrado inflamatório (figura lOC), sugerindo o
recrutamento dessas células. Decidimos então, examinar uma possível função dessas células no
tecido da lesão. Assim, secções de tecido foram usadas para identificar células T CDS"^
expressando granzima B. A imagem mostra que existe uma co-localização entre células T
CD8“ e os grânulos de granzima B no tecido da lesão. Esse dado sugere uma função citotóxica
das células T CDS"^ no infiltrado inflamatório de pacientes com leishmaniose cutânea
localizada, não podendo, entretanto, se excluir outras funções como a produção diferencial de
citocinas.
54
Figura 14: Expressão de granzima B pelas células T CD8^ em lesões de pacientes com LCL.
Secções de tecido da lesão de pacientes com LCL foram analisadas por microscopía de
fluorescência para a expressão de CD8 e granzima B. A imagem mostra os núcleos das células
(azul) e as regiões de co-localização (amarelo) entre células T CD8^ (verde) com granzima B
(vermelho). O destaque na imagem foi feito para enfatizar uma região de co-localização.
7.8. Caracterização fenotípica do infiltrado inflamatório no tecido da lesão
Por último analisamos o perfil celular do infiltrado inflamatório na lesão. Trabalhos em
leishmanioses e em outras doenças granulomatosas têm demonstrado que a distribuição de
subtipos de células T no tecido é diferente do encontrado no sangue periférico (Pirmez et al.,
1990). Com o objetivo de caracterizarmos as células que compõem o infiltrado inflamatório das
lesões dos pacientes com LCL, analisamos a expressão de antígenos leucocitários nas células
obtidas das biópsias e de tecido normal por citometria de fluxo. A figura 15 mostra que o tecido
55
da lesão dos pacientes é composto por um infiltrado inflamatório misto, com predominancia de
células T €04"* , T CD8^, células NK e células dendríticas (CD llc). Observamos uma maior
freqüência na expressão do CD3/CD4 (Figura 15B), mas sem diferença estatística quando
comparado ao tecido normal (p=0.063) e que a freqüência dessas células nas biópsias dos
pacientes é cerca de duas vezes maior que a de CD3/CD8 (Figura 15A). Notamos ainda uma
diferença estatística na expressão do C D llc (p=0.011), (Figura 15D) e um aumento, mas sem
significância na expressão de C D llb (Figura 15C) e do CD56 (p=0.059), marcador para células
NK (Figura 15E) quando comparado com o tecido normal.
56
Figura 15: Caracterização fenotípica do infiltrado inflamatorio no tecido da lesão. As células
mononucleares foram obtidas de 26 biópsias da lesão e de 5 peles normais. Para a analise do
CD56 forma utilizados 4 peles normais. Posteriormente a expressão dos antígenos leucocitários
foi avaliada por citometria de fluxo. (A) A expressão do CD3/CD8. (B) Expressão de
CD3/CD4. (C) A expressão do CD l Ib. (D) Expressão do CD l le. (E) Expressão do CD56. As
barras representam a mediana, com (*) p< 0.05 e (**) p< 0.00, foi utilizado o teste de Mann
Whitney
57
8- DISCUSSÃO
A leishmaniose Tegumentar Americana é uma doença causada por protozoários do
gênero Leishmania. Na maior parte do Brasil a infecção é causada pela espécie L. brazUinesis,
sendo as duas principais manifestações clinicas: a leishmaniose cutânea localizada e a
leishmaniose mucosa. A forma localizada é responsável por mais de 90% dos casos, e é
caracterizada geralmente por uma única úlcera em alguns casos podem evoluir para a cura
espontânea, contudo, a maioria requer tratamento com drogas leishmanicidas. Entretanto,
formas mais graves podem ocorrer. A resposta imune celular tem desempenhado um papel
importante tanto nos processos de cura como no agravamento das lesões (Diaz et al., 2006;
Pirmez et al., 1993). Os ünfócitos T CD8^ são importantes mediadores da resposta imune
adaptativa contra vírus, protozoários e bactérias (Harty et al., 2000), mas pouco é conhecido
sobre a função desempenhada por essas células na resposta imune primária (Ruiz and Becker,
2007). Em 2002, Belkaid et al, demonstraram que o controle da infecção primária em
camundongos resistentes a leishmaniose causada por L. major estava associado a presença das
células T CDS" e aos mecanismos efetores dessas células. A ativação das células T é um evento
determinante na fase inicial da resposta imune a diferentes patógenos. Esse processo leva a
mudanças na expressão de moléculas de adesão na superfície das células, influenciando nos
processos de migração e recrutamento das células para o sitio de infecção, um evento crucial na
imunopatologia da leishmaniose. No presente estudo, nós demonstramos que as células T CD8^
estão presentes na fase inicial da infecção em pacientes com leishmaniose cutânea localizada
infectados com L. braziliensis e sugerimos que essas células desempenham uma ação
citotóxica através da expressão de granzima B e podem está envolvidas nos processos de
regulação da resposta imune mediada pela produção de IL-10.
Inicialmente, examinamos a expressão de receptores associados com a ativação e
proliferação dos ünfócitos T nas células do sangue periférico de pacientes com LCL e de
controles saudaveis. Nós observamos uma maior freqüência na expressão do receptor de IL-2
(CD25) nos linfócitos T CD8^ e T CD4^ no sangue periférico dos pacientes. CD25 é um
marcador de ativação, sua expressão esta associada com a proliferação das células T. De fato,
quando estimulamos CMSP desses pacientes com L. braziliensis observamos uma maior
freqüência na expressão do CD25 em ambas as subpopulações linfocitárias específicas à
leishmânia. Dessa forma, uma maior freqüência da expressão dessa molécula estaria associada
com a maior expansão clonal de células T específicas. No nosso estudo, células T expressando
58
o receptor de lL-2 foram também encontradas no sitio da infecção com uma maior freqüência
que no tecido normal. Trabalhos na literatura tem relatado há existência ou não de diferenças na
expressão desse receptor em biópsias de pacientes com LCL (Esterre et al., 1992; Gaafar et al.,
1999; Lima et al., 1994), falo que pode ser explicado pelos diferentes métodos empregados nas
análises, às espécies do parasita e também a característica de cada população estudada. Outro
marcador analisado foi o CD71, receptor de transferrina, ele é um marcador de ativação tardio e
sua expressão está associada com a maior captação de ferro nas células em proliferação.
Observamos uma maior freqüência na expressão dessa molécula nas células T CD8^ e T CD4^
no sangue periférico dos pacientes. No entanto, após estimulação das CMSP com L.
brazileinsis foi observado uma maior freqüência na expressão desse receptor apenas nas células
T CDS" em relação aos controles saudáveis estimulados, o que pode estar associado a
diferentes estágios de ativação das subpopulações linfocitárias analisadas. A presença de
células T expressando receptores associados com proliferação e ativação celular tem sido
relatada em diferentes formas clinicas da leishmaniose. Trabalhos mostram que pacientes com
LCL e LM apresentam uma maior expressão do CD25 que pacientes com LCD (Castes et al.,
1988), o que estaria associado com a característica anérgica da resposta imune encontrada nessa
forma clinica. Em 2001, Bottrel e colaboradores demonstraram que a estimulação de CMSP
com SLA induzia o aumento na freqüência de linfócitos T expressando o CD69, um marcador
de ativação inicial. Em 2004, Antonelli e colaboradores mostraram que a freqüência de
linfócitos T CD4^CD69^ estava correlacionada com a intensidade do teste de Monte-negro em
pacientes com LCL. Podemos especular, portanto, que o aumento na freqüência de células T
CDB^ e T CD4^ expressando receptores de proliferação e ativação celular no sangue periférico
dos pacientes estaria relacionada com o papel efetor exercido por essas células na resposta
imune contra a leishmânia.
As células T efetoras têm um papel importante durante a infecção, pois produzem vários
fatores que estão envolvidos na supressão e controle da replicação do patógeno. As células T
efetoras podem ser caracterizadas pela expressão do marcador CD45RO (Canto et al., 2005),
essa molécula é associada também com células T memória (revisado em Dutton et al., 1998).
No nosso estudo, observamos uma menor freqüência da expressão dessa molécula nas células T
CD8^ do ex vivo dos pacientes em relação aos controles saudáveis. De fato uma menor
freqüência na expressão desse marcador também tem sido demonstrado em pacientes com
Leishmaniose Visceral ativa (Clarencio et al., 2009), a menor freqüência na expressão dessa
molécula nas células circulantes pode significar a migração ou retenção dessas células no
tecido da lesão. Quando analisamos a expressão desse marcador nas células T que compõem o
59
infiltrado inflamatório observamos uma maior freqüência da expressão dessa molécula tanto
nas células T CD8^ quanto nas células T CD4'* . De fato, a predominância de células T efetoras
na lesão tem sido descrito na literatura (Gaafar et al., 1999; Lima et al., 1994) e sua presença é
importante para o controle da infecção.
A ativação das células T leva a mudanças na expressão de moléculas de adesão na
superfície das células, influenciando nos processos de circulação e recrutamento das células
para o sitio de infecção, um evento crucial na imunopatologia da leishmaniose. Esse processo é
de fundamental importância na composição do infiltrado inflamatório. CD62L medeia à entrada
de leucócitos nos tecidos e tem uma importante função no endereçamento das células T para os
órgãos linfóides (von Andrian and Mackay, 2000; Wamock et al., 1998), sendo expressa
principalmente em células T virgens (Swain et al., 1996). No nosso trabalho encontramos uma
menor freqüência de células T CDS"^ e T CD4^ expressando CD62L no ex vivo dos pacientes, o
que pode está associado com a ativação dos linfócitos e sua posterior migração para o sitio da
lesão. Os linfócitos quando ativados tem níveis diminuídos de expressão do CD62L, e tendem a
ter níveis aumentados de moléculas associadas com o endereçamento das células para o tecido
de inflamação. Após estimulação das CMSP dos pacientes com leishmânia, nós observamos um
significante aumento na freqüência de células T CD4^ expressando CD62L em relação aos
controles estimulados, o que não foi observado nas células T CDS" . Esse fato foi também
observado por Costa et. al., em 2003, e segundo eles a estimulação de células T especificas à
leishmânia pode ter favorecido a expansão clonal de células T CD4^CD62L"^ previamente
ativadas no ex vivo. A expressão do CD62L em células humanas não é tão bem esclarecida
como em modelos experimentais, já foi demonstrado, por exemplo, que metade das células T
humanas ativas expressam CD62L (Tedder et al., 1990) e que essa molécula pode está
associada com o endereçamento de células T para tecidos inflamados (Hodge et al., 2003;
Keramidaris et al., 2001; Lukács, 2000). Desta forma, células T expressando CD62L poderiam
participar no estabelecimento das lesões em pacientes com leishmaniose cutânea.
Trabalhos mostram que a expressão do CCR7 é alta em células T virgens, como
também em células T de memória central e que a regulação negativa dessa molécula está
fortemente correlacionada com a ativação celular (Forster et al., 1999; Sallusto et al., 1999). No
nosso trabalho, observamos uma baixa freqüência de células T CD4'^ e T CD8^ expressando
CCR7 na análise ex vivo dos pacientes, porém somente para as células T CD4'^ foi encontrada
uma freqüência significantemente menor na expressão dessa molécula em relação aos
indivíduos controles. Diferentes níveis de expressão do CCR7 nas células T dos indivíduos
saudáveis são observados na literatura, na maioria dos estudos o nível de expressão dessa
60
molécula esta em tomo de 60% para ambas as populações celulares (Payne et al., 2009;
Sokolowska-Wojdylo et al., 2005). No entanto, baixos níveis de expressão do CCR7 são
também demonstrados (Pokkali and Das, 2009), no nosso trabalho nos observamos uma baixa
freqüência de expressão desse receptor nas células T CD8^ dos voluntários normais. No
entanto, a estimulação das CMSP dos pacientes com leishmânia mostrou uma menor freqüência
tanto de células T CDS" quanto T CD4^ expressando CCR7 em relação aos controles sadios
estimulados. De fato, linfócitos T expressando baixos níveis de CCR7 têm sido demonstrados
em outras patologias. Em infecções com o vírus da coriomeningite linfocítica células T
citolíticas virgens expressam altos níveis de CCR7 tanto nos órgãos linfóides com nos órgãos
não linfóides, já as células T especificas ao vírus regulam negativamente a expressão dessa
molécula (Junt et al., 2004). Uma menor freqüência de células T CDS” expressando CCR7 tem
sido observada em infecções do citomegalovirus (Appay et al., 2002). Da mesma forma
analisamos a freqüência da expressão do CCR7 nas células T CDS" e T CD4" do infiltrado
inflamatório, apesar de não termos observado nenhuma diferença significativa na freqüência da
expressão desse receptor em relação ao tecido normal, nós podemos notar uma presença
reduzida em ambas às populações linfocitárias no tecido da lesão. A reduzida freqüência de
células T expressando o receptor de quimiocinas associado com o endereçamento de células
para o linfonodo e os órgãos linfóides secundários tanto no sangue periférico quanto no sitio da
lesão dos pacientes sugere a presença de células T efetoras específicas a leishâmaia nesses
indivíduos.
Devido à importância da migração celular no processo de composição do infiltrado
inflamatório, avaliamos a freqüência de expressão do CLA, uma molécula associada com o
deslocamento das células para o tecido, uma vez que a maioria das células T que compõem o
infiltrado inflamatório cutâneo expressam essa molécula (Santamaria-Babi, 2004; Seneviratne
et al., 2005). Observamos um aumento significativo na freqüência de células T CD8^
expressando CLA no ex vivo dos pacientes. Uma maior freqüência de expressão dessa molécula
foi também observada nas células T CD8^, quando CMSP foram estimuladas com L.
braziliensis. Provavelmente, a expressão dessa molécula está contribuindo para o deslocamento
de células T CDB" especificas a leishmânia para o sitio da lesão, favorecendo assim o controle
do parasita. Células T expressando níveis aumentados de CLA têm sido observadas em
indivíduos com diversas doenças inflamatórias cutâneas (revisado por Santamaria-Babi, 2004).
Essas células podem estar contribuindo tanto com o controle quanto com a patogênese da
doença. Na dermatite atópica, por exemplo, 50% das células T CDB" especificas observados no
sangue periféricos dos indivíduos expressam o CLA (Seneviratne et al., 2002), células T
61
CD4'^CLA’ são também observadas nessa patologia (Teraki et al., 2000). Níveis elevados de
células T CDS'^CLA'^ associadas com a destruição de melanócitos é observado em pacientes
com vitiligo (Ogg et al., 1998). Já em pacientes com hanseníase a freqüência de células T
expressando CLA tem sido associada com o controle do parasita (Sieling, 2007). Não
observamos aumento na freqüência de células T CD4^ expressando CLA na análise ex vivo e
nem após estimulação com leishmânia, no entanto não podemos descartar a possibilidade
dessas células estarem expressando outras moléculas associadas com o deslocamento para o
tecido, que não foram avaliadas como, por exemplo, CCR4 e CCRIO (Sokolowska-Wojdylo et
al., 2005; Whittaker, 2006).
Posteriormente, avaliamos a freqüência de expressão do CLA nas células T do infiltrado
inflamatório. Observamos um aumento significativo na freqüência de células T CDS'^CLA'^. De
fato, biópsias de pacientes com leishmaniose cutânea localizada mostram uma correlação
positiva entre a expressão do CLA e células T CD4'^ e T CDS'^ (Morgado et al., 2008). Foi
demonstrado também diferenças na proporção de células T expressando CLA em biópsias de
pacientes com diferentes formas clínicas da leishmaniose cutânea. Em biópsias de pacientes
com leishmaniose cutânea difusa a expressão do CLA é reduzida, já em biópsias de pacientes
com LC a expressão dessa molécula é aumentada, essas diferenças podem estar associadas com
a capacidade efetora das células T em cada forma clinica (Diaz et al., 2002). Essa característica
também tem sido correlacionada em outras patologias, em biópsias de pacientes com
hanseníase tuberculoide, por exemplo, as células T expressam mais CLA que na hanseníase
lepromatosa (Sieling, 2007). Por outro lado, foi demonstrado que células T expressando CLA
podem mediar respostas inflamatórias não desejadas (Santamaria-Babi, 2004). Esses resultados
sugerem que o recrutamento de células T CD8'^ específicas à leishmânia para o sitio da lesão é
um evento importante no controle da infecção, e que a falta do controle dessa resposta poderia
contribuir com a lesão tecidual.
Uma vez que, a natureza das células que compõem o infiltrado inflamatório na lesão
pode ter um importante papel no curso da infecção, caracterizamos o seu perfil celular. As
lesões de pacientes com LCL são formadas basicamente por células mononucleares, com uma
predominância de células T e macrófagos (Gaafar et al., 1999; Morgado et al., 2008).
Observamos uma freqüência elevada de células T 004 “ e T CDS"* , porem a freqüência das
células T 004 “ foi cerca de duas vezes maior que a de células T CDS" , o que pode significar a
expressão de outros receptores de deslocamento para o tecido que não o CLA, já que a
expressão dessa molécula foi reduzida nessas células. A presença tanto das células T €04 “
quanto das células T CDS"^ na eliminação do parasita tem sido sugerida em lesões recentes
62
(Morgado el al., 2008). Notamos também uma elevada freqüência de células dendríticas. As
células dendriticas são importantes na fagocitose e transporte dos antígenos para os órgãos
linfóides (Moll et al., 1995; Ritter and Osterloh, 2007), onde os processos de apresentação de
antígenos e ativação das células T acontecem. Alem disso, notamos um aumento na presença de
células NK, essas células são encontradas em menor freqüência no infiltrado inflamatorio
(Maasho et al., 1998), entretanto elas têm sido associadas com os mecanismos de proteção,
através da produção inicial de IFN-y e também pela atividade citotóxica importante na
destruição do parasita (Korbel et al., 2004; Liese et al., 2008; Maasho et al., 1998). Esses
resultados sugerem a participação de diferentes populações celulares na resposta imune do
infiltrado inflamatorio, a presença dessas células estaria favorecendo os mecanismos
leishmanicidas (Machado et al., 2002; Ritter and Osterloh, 2007; Ruiz and Becker, 2007).
A resposta imune protetora na leishmaniose é dependente da imunidade celular, as
citocinas são importantes componentes dessa resposta. Observamos urna produção
significantemente aumentada de IFN-y, TNF-a e lL-2 no sobrenadante de cultura das CMSP
estimuladas com leishmânia, assim como, podemos notar um discreto aumento de IL-10. A
produção mista de citocinas na LCL ativa tem sido demonstrada na literatura (Bittar et al.,
2007; Coutinho et al., 1996). Trabalhos anteriores demonstram que a estimulação de CMSP de
pacientes infectados com Leishmania braziliensis e/ou com SLA induz a produção de altos
níveis de IFN-y, essa produção também pode ser vista em pacientes infectados com outras
espécies de leishmania. IFN-y e o TNF-a são citocinas associadas com a resposta imune Thl
sendo determinante para ativação dos mecanismos leishmanicidas, favorecendo o controle do
parasita. No nosso estudo, as células T 004 “ foram as principais células expressando o IFN-y.
De fato, pacientes com LCL na fase ativa da infecção apresentam uma maior produção de IFN-
y pelas células T 004"^ (Ajdary et al., 2000; Bottrel et al., 2001). Recentemente, foi
demonstrado que linfócitos T duplo negativo (CD4 CD8 ) são o segundo tipo celular mais
prevalente produzindo IFN-y na LCL (Bottrel et al., 2001), exercendo um importante papel na
resposta imune inata. A freqüência de células T CD8^ expressando IFN-y geralmente é
reduzida. A importância de células T 008^^ produtoras de IFN-y na infecção primaria por
leishmânia foi demonstrada em 2002, por Belkaid e colaboradores. Assim, as células T CD8"
podem utilizar diferentes mecanismos citotóxicos durante a resposta imune e a produção de
IFN-y tanto pelas células T CDA^ quanto pelas células T CDS" são importantes no controle da
infecção. No nosso trabalho, observamos uma produção aumentada, mas não estatisticamente
significante na freqüência de células T CD8^ expressando IFN-y. Esse dado nos sugere que as
63
células T CDS'* podem estar atuando no controle da infecção através de outros mecanismos
citotóxicos.
Surpreendentemente, as células T CD8^ dos pacientes com LCL mostraram produção
aumentada de IL-10. lL-10 é uma importante citocina antiinflamatória, sua função tem sido
demonstrada em infecções com diferentes parasitas (revisado em Couper et al., 2008). O
aumento na freqüência de células T produzindo essa citocina tem sido demonstrado em CMSP
estimuladas com SLA (BottreJ et ah, 2001; Bourreau et al., 2007). Da mesma forma, uma
elevada produção de IL-10 pode ser encontrada em indivíduos que apresentam cura espontânea
(Gomes-Silva et al., 2007) e também nos indivíduos assintomáticos infectados com L.
braziliensis (Bittar et al., 2007). Além disso, na LM foi demonstrado que os pacientes
produzem níveis reduzidos de IL-10 (Bacellar et al., 2002) e também do seu receptor (Faria et
al., 2005), o que estaria correlacionado com a exacerbação da resposta inflamatoria. Por outro
lado, IL-10 regula negativamente a produção de IFN-y em pacientes infectados com L.
braziliensis (Rocha et al., 1999), e tem sido encontrado no sitio das lesões de pacientes
infectados com L. major (Louzir et al., 1998) e L mexicana (Melby, P.C., 1996). Na
leishmaniose tegumentar, a principal célula produtora de IL-10 ainda não foi determinada, já
foi demonstrada a produção desta citocinas por monócitos e células T CD4^ (Anderson et al.,
2007; Bottrel et al., 2001), no nosso estudo, observamos uma elevada freqüência de células T
CDB^ produzindo IL-10. Esse fato foi também observado em pacientes com leishmaniose
cutânea infectados com L. guyanensis (Bourreau et al., 2007). Células T CD8^ supressoras têm
sido descritas na literatura (revisado em Lu and Cantor, 2008), os mecanismos utilizados por
essas células para suprimir a resposta imune incluem a destruição das células alvo e a secreção
de citocinas imunossupressoras como IL-10. Em infecções com o vírus influenza a presença de
células T CDB^ secretando IL-10 reduz a inflamação pulmonar (Sun et al., 2009). A produção
do IL-10 pode ser um fator chave, para regular a produção exacerbada de IFN-y, exercendo
uma função importante na regulação da resposta inflamatoria necessária para o controle da
infecção (Bacellar et al., 2002; Belkaid et al., 2001; Gomes-Silva et al., 2007). O balanço entre
a produção de IFN-y e IL-10 é de fundamental importância no curso da resposta imune
(Antonelli et al., 2004), e provavelmente as células T CDB" produtoras de IL-10 poderiam está
exercendo uma função regulatória da resposta imune celular durante a infecção.
Devido a importância da citotoxicidade na proteção imune em infecções virais, e a alguns
dados na literatura sugerindo que esse mecanismo pode contribuir na proteção contra alguns
patógenos intracelulares como Tripanossoma cruzi e Mycobacterium turbeculosis (Cho et al..
64
2000; Stenger and Modiin, 1998), tomou-se necessário avaliar a participação dessa via na
resposta imune contra leishmânia. As células citotóxicas destroem as células alvo através de
dois mecanismos principais; expressão de Fas/FasL e perforina-granzima B,e nesse estudo,
avaliamos apenas a citotoxicidade mediada pela expressão de grânulos. Observamos uma
elevada produção de granzima B nas células T CDS" dos pacientes quando estimuladas com L.
braziliensis. Em 2004, Bussoffara e colaboradores, demonstraram uma maior atividade de
granzima B em pacientes infectados com L. major, a presença de células T CD8^ citotoxicas foi
também demonstrada em infecções com L. amazonesis (Russo et al., 1999). Granzima B é uma
serina protease expressa pelas células T CDS"* citotóxicas, células NK e células NKT, a
expressão dessa serina protease foi também demonstrada em níveis reduzidos nas células T
004"^ (Grossman et al., 2004), porém o mecanismo pelo qual as células T CDA* reconhecem e
destroem as células alvo ainda não está definido. Já foi demonstrado que lL-2 pode regular a
expressão de granzima B nas células T CDS" ativadas (Janas et al., 2005). A elevada expressão
dessa citocina, poderia estar favorecendo a produção de granzima B observada.
Sabendo que na resposta imune efetiva contra a leishmânia as células T devem migrar do
sangue periférico para o sitio da lesão, e tendo como base a elevada expressão de CLA pelas
células T CDS” do sangue periférico demonstrada nos nossos dados, avaliamos a produção de
granzima B pelas células T CDS" no sítio da lesão. Notamos a presença de células T CDS" co-
expressando granzima B, sugerindo a participação dessas células no controle da infecção. A
resposta imune contra a leishmânia é um mecanismo complexo que tem a participação de
diversas populações celulares, a presença de células NK na imune protetora a leishmânia tem
sido evidenciada, essas células produzem IFN-y e secretam grânulos citotóxicos (Akuffo and
Britton, 1992; Nylen et al., 2003). De fato, apesar de não termos avaliado a função dessas
células, não se deve descartar a sua contribuição no controle da infecção. Entretanto, não
observamos diferença na presença dessas células no infiltrado inflamatório.
O mecanismo de citotoxicidade mediado pela expressão dos receptores Fas/FasL, não foi
avaliado, no entanto essa é uma importante via de indução de apoptose de células alvo já
demonstrado em infecções com leishmânia e tem sido sugerido ser importante no controle da
infecção (Eidsmo et al., 2005). Entretanto, a resposta citotóxica tem sido associada com a
cronicidade da infecção e dano tecidual observado em pacientes com LM (Barral-Netto et al.,
1995; Brodskyn et al., 1997). Assim, podemos sugerir que uma possível perda nos mecanismos
regulatórios da resposta imune poderia favorecer a resposta exacerbada encontrada nessas
pacientes. Desta forma podemos concluir que o controle da infecção por leishmânia é um
evento múltiplo, com a participação de diferentes mecanismos, e sugerimos que as células T
65
CD8^ são importante nos eventos iniciais da infecção com L. braziliensis, e que essas células
participam tanto dos mecanismos de citotoxicidade, expressando Granzima B, quanto das vias
de regulação da resposta imune por meio da expressão de IL-10. Ambos achados devem ser
mais profundamente investigados, pois seriam importantes para o entendimento do curso da
infecção e também poderiam contribuir com o desenvolvimento de estratégias terapêuticas.
66
9- CONCLUSOES
O desenvolvimento desse trabalho permitiu avaliar a função das células T CDS" na fase
inicial da infecção por L. braziliensis em pacientes com leishmaniose cutânea localizada.
Permitindo concluir que:
1. Células T CDS" de pacientes com LCL apresentam perfil de ativação, efetor e
migratório para o sitio da infecção.
2. Células T CD8^ de pacientes com LCL são funcionalmente citotóxica o que sugere um
papel relevante no controle da infecção.
3. Além da atividade citotóxica essas células podem estar regulando a inflamação através
da produção da IL-10.
67
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84
ANEXO A: DADOS CLINICOS DOS PACIENTES COM LEISHMANIOSE CUTANEA LOCALIZADA ESTUDADOS
Pacientes Sexo Idade N. Lesão Tm . da Lesão T . da Lesão (dias) T . M onte Negro Biópsia
I F 44 1 1,5 X 1,5 30 Positivo
2 M 79 4 VARIOS 30 Positivo
3 F 42 1 1,5 X 2,0 30 Positivo
4 M 62 1 0,5 X 0,7 30 Positivo
5 M 9 3 0,7 X 0,7 30 Positivo
6 F 27 1 0,7 X 0,7 30 Positivo
7 M 24 1 1 X 1 30 Positivo
8 M 37 1 1,5 X 0,5 30 Positivo Sim
9 F 12 13 0,5 X 1,0 30 Positivo Sim
10 M 49 3 2 X 1 60 Positivo Sim
11 M 35 1 4,0 X 3,0 30 Positivo Sim
12 M 19 2 1 X 1,5 30 Positivo Sim
13 M 25 1 1,0 X 2,0 30 Positivo
14 M 21 1 1,5 X 1,5 60 Positivo Sim
15 M 15 2 3,0 X 2,5 60 Positivo Sim
16 M 44 1 5,0 X 1,0 30 Positivo Sim
17 M 50 1 3,0 X 2,0 60 Positivo Sim
18 F 40 4 1,0 X 1,0 30 Positivo Sim
19 M 33 2 NSI 30 Positivo Sim
20 M 16 1 1,5 X 1,8 60 Positivo Sim
21 M 26 2 3,5 X 1,72 90 Positivo Sim
22 M 16 1 1,0 X 1,0 30 Positivo Sim
23 M 34 4 1,0 X 1,0 30 Positivo
24 M 17 1 4,3 X 3,5 30 Positivo
25 M 27 2 0 ,5 X 1 30 Positivo
26 M 41 1 1,0 X 1,0 60 Positivo Sim
27 F 50 1 0,5 X 0,5 90 Positivo
28 F 33 2 1,5 X 1,0 30 Positivo Sim
29 M 56 1 2,0 X 3,0 30 Positivo
30 M 19 1 2,0 X 2,5 60 Positivo
31 F 14 2 2,2 X 1,5 30 Positivo
32 M 24 1 1,0 X 1,3 30 Positivo
33 M 24 1 3,0xl,0 30 Positivo
34 M 14 10 4,0 X 1,5 30 Positivo
35 M 42 1 3,0 X 3,5 30 Positivo Sim
36 M 43 1 2 X 0 ,5 60 Positivo Sim
37 M 7 1 NSI 90 Positivo Sim
38 M 15 5 4 X 2 30 Positivo Sim
39 M 21 NSI NSI 15 Positivo Sim
40 F 24 1 2,0 X 2,0 30 Positivo Sim
41 M 19 3 NSI 30 Positivo Sim
42 M 59 2 5,5 X 3,0 60 Positivo Sim
43 M 7 1 2 X 2 ,5 60 Positivo Sim
85
ANEXO B: ANTICORPOS UTILIZADOS NAS ANALISES DE C ITOM ETRIA DE
FLUXO
ANTICORPO CLONE C RO M O G EN O
CD4- PE RPA-T4 Phicoeri trina
CD4-FITC RPA-T4 Isolicianianato de fluoresceína
CD3-PE UCHTl Phicoeri trina
CD8-PE-CyTM5 RPA-T8 Phicoeritrina- Cy5
CD25-FITC M-A251 Isoticianianato de fluoresceína
CD71-FITC M-A712 Isoticianianato de fluoresceína
CD45RO-PE UCHLl Phicoeritrina
CD62L-FITC Dreg 56 Isoticianianato de fluoresceína
CCR7-PE 3D12 Phicoeritrina
CLA- FITC HECA-452 Isoticianianato de fluoresceína
CD19-FITC HIB19 Isoticianianato de fluoresceína
CD56-PE B159 Phicoeritrina
CDllb/Mac-l -PE-Cy™5 ICRF44 Phicoeritrina- Cy5
CDllc-PE S-HCL-3 Phicoeritrina
IFN-y- PE 4S.B3 Phicoeritrina
IL-IO-PE JES3-19F1 Phicoeritrina
GRANZIMA B GB l l Phicoeritrina
8 6
ANEXO C: FICHA CLÍNICO- EPIDEMIOLÓGICA
P R O G R A M A D E C O N T R O L E DA L E IS H M A N IO S E T E G U M E N T AR
LT Jequiriçá
FICHA CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA
DATA DE PREENCHIMENTO:___/___/_ DE REGISTRO:
1. IDENTIFICAÇÃO:Nome:____________
Data Nascimento:__/__/_
Local de Nascimento:___
Sexo: Cor:
Apelido;
Ocupação:_____ Peso:
Local Provável de contágio:
Residência atual:________
Tempo de moradia:
Onde:___________
Residência(s) anterior(es): (1) Sim (2) Não (9) NSI
___________________________ Há quanto tempo:. meses
Local onde reside (ou de contágio) tem alguém com LT: (1) Sim (2) Não (9) NSI
2. ANTECEDENTES MÉDICOS
Já teve LT (1) Sim (2) Não (9) NSI
Foi tratado (1) Sim (2) Não (9) NSI
Natureza do tt° (1) Tópico (2) Sistêmico (9) NSI
Droga Usada: Dose:
Ano de tt°: Onde foi tratado:
3. ANTECEDENTES FAMILIARES
Número de familiares em casa (Excluir paciente):
Número de familiares que tiveram LT :_______
Nome:____________________________________
______ Localidade:_______
Idade:
Ano da doença:______
Grau de parentesco com o caso index:
Nome:___________________________ Idade:
Ano da doença:. . Local:.
Grau de parentesco com o caso index:.
87
4. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
Localização do domicílio: (1) área urbana (2) área rural (3) Peri-urbana (9) NSI
Quantas pessoas residem no domicílio;
Instalações sanitárias;
Caso sim;
N de cômodos;
(1)Sim (2) Não (9) NSI
(1) Dentro domicilio (2) Fora do (3) Fora domicilio/ comum (9) NSIdomicilio vários domicílios
Cria animais no quintal (1) Sim (2) Não (9) NSICaso sim, qual (is);Galinha (1) Sim (2) Não (9) NSICavalo (1) Sim (2) Não (9) NSIPorcos (1) Sim (2) Não (9) NSICabras (1) Sim (2) Não (9) NSICarneiros (1) Sim (2) Não (9) NSIJumentos (1) Sim (2) Não (9) NSICães (1) Sim (2) Não (9) NSIOutros (1) Sim (2) Não (9) NSIQual (is):
Renda familiar mensal ( )< 1 ( ) 1 a2 ( ) 3 a 4
5. HISTÓRIA CLINICA
6. EXAME FÍSICO
a) Presença de Línfonomegalla: (1) Sim (2) Não
Caso sim, localização; (1) Epitroclear(6) Suboccipital
Tamanho do gânglio (cm )
(2) Tibial posterior (3) Axilar (4) Crural (5) Cervical(7) Submandibular (8) Inguinal (9) Outros
b) Lesão de Pele: (1) Sim (2) Nao
N° total de lesão{ões);.N“ lesão(ões) ulceradas:__
Duração;________ (meses)
Localização(ões); marcar na figura abaixo Tamanho (cm): marcar na figura abaixo
Característica(s): (1) úmida (2) vegetante (3) mínima (4) seca (5) disseminada (6) verrucoíde (7) outras
N" de lesão(ões) não ulcerada(s):
Localização(ões):_______________
Duração: ____
Tamanho (cm):.
(meses)
Cicatriz antiga: (1) Sim (2) Não (9) NSI N° total:_ Localização(ões):___________________________
Duração ______Tamanho (cm):.
(meses)
8 8
7. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
a) EXAMES IMUNOLÓGICOS
IDRM SOROLOGIA: ANO(S)
Data LeituraI.F.I/Data Título ELISA/Data N. Absorbâncla
1
b) BIÓPSIA: (1)Sim (2) Não
Laudo Anexo: (1) Sim (2) Não
8. TRATAMENTO
Terapêutica atual:
Droaa Empreaada; Dosaaem Diária:
Data Início: Data Término:
9. EFEITOS COLATERAIS
EFEITOS ADVERSOS DIAS DE TRATAMENTODia 10 Dia 20 Dia 30 Dia 40 1 mês pós-tto
ARTRALGIA
MIALGIA
DOR ABDOMINAL
ANOREXIA
NAUSEAS
VOMITOS
PALPITAÇÕES
FEBRE
OUTROS
89
ANEXO D: TERM O DE CONSENTIMENTO L IVRE E ESCLARECIDO
Eu _____________________________________________ , fui informado que este estudo é urna
pesquisa e que seu objetivo é avaliar o papel das células T CD8 na leishmaniose cutânea
localizada. A parte neste estudo prece a doação de sangue e biópsia tecidual, a que serei
submetido.
Os resultados deste estudo serão discutidos comigo e considerados confidencias. Os resultados
divulgados na forma de comunicação científica, não permitindo a identificação individual dos
participantes.
Dr. _______________________________________________ discutiu comigo esta informação e se
colocou a disposição para responder. Se eu tiver novas perguntas poderei contatá-lo pelo
telefone___________________ .
Minha participação nesse estudo é inteiramente voluntaria e sou livre para me recusar a
participar do estudo, sem afetar os cuidados médicos que devo receber. Recebi uma copia deste
formulário e tive oportunidade de ler com cuidado.
Pelo presente, consisto em voluntariamente em participar deste estudo, permitindo que os
procedimentos descritos acima sejam realizados em mim.
Ass. Voluntário
Data: / /
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