Bem-vindo, professor! – A avaliação transformadora
Núcleo de Ação Educativa
Implantada em 2002, na centenária Pinacoteca do Estado de São Paulo, a nova
configuração da Ação Educativa buscou sistematizar esforços para perceber focos
potenciais de atuação.
Desta forma, uma das primeiras providências foi a de verificar como a Pinacoteca
estava sendo aproveitada em seu potencial educativo por parte dos professores.
Esta verificação foi feita por meio das agendas de visitas educativas requisitadas
pelos professores ao longo do ano de 2001.
A constatação surpreendente foi que a maior parte dos grupos escolares que
visitavam a instituição provinham do sistema formal de ensino municipal, enquanto
a Pinacoteca é uma instituição ligada ao Governo do Estado.
A partir desta percepção procuramos compreender os motivos da aparente
distância entre a educação formal da rede do Estado, e suas instituições culturais.
Nos parece evidente que a Pinacoteca, como primeiro museu de arte do Estado, e
detentor de significativa coleção de arte brasileira dos séculos XIX até o presente,
com parte de seu acervo em exposição de longa duração (além de promover
exposições temporárias de notória relevância), oferece um cenário privilegiado
para o encontro com a arte e o desenvolvimento de ações educativas em todas as
áreas do conhecimento.
A pouca visitação dos professores da Rede Estadual de Ensino (em São Paulo
responsável, prioritariamente, pelo ensino médio – de 15 a 18 anos) à Pinacoteca,
naquela ocasião, nos pareceu advir da falta de preparo dos professores em
perceber o museu como instituição eminentemente educativa, e – por outro lado,
de não se sentirem suficientemente preparados para desenvolver ações
educativas a partir do contato do aluno com a arte.
Este conjunto de percepções, somado aos nossos princípios e desejos, nos
fizeram propor naquele mesmo ano de 2002 o projeto Bem-vindo, professor!, hoje
em sua quarta edição.
Por sua estrutura e abrangência, o projeto só poderia ser realizado por meio de
um esforço conjunto entre as Secretarias do Estado da Educação e da Cultura,
envolvendo suas unidades operacionais, a Fundação para o Desenvolvimento da
Educação (FDE) e a Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP).
Em sua primeira edição, no ano de 2003, nos propusemos a realizar um projeto-
piloto, com uma quantidade de professores que – para o museu – pareceu
bastante significativa, mas que para as estruturas da Secretaria de Educação que
organiza 6.000 escolas em todo o Estado, significava uma gota no oceano. A
decisão de iniciarmos com um projeto-piloto se deveu à necessária verificação da
eficácia das estruturas, conteúdos e sistemas propostos.
A intenção da proposta, desde o nome Bem-vindo, professor!, até as condições
que por meio de negociações garantimos aos participantes, foi a de ampliar aos
professores sua auto-percepção como agentes multiplicadores do gosto pela
frequência cultural; como profissionais capazes de despertar nos alunos o
interesse acerca da arte; e de fazê-los sentirem-se seguros em relação ao
desenvolvimento de práticas educativas em museus.
Os processos desenvolvidos nos anos de 2003 a 2005 foram sistematicamente
avaliados por meio de distintos meios, resultando numa completa reestruturação
do projeto.
Para facilitar a compreensão da avaliação transformadora, que propusemos
como título desta apresentação, apresentaremos a seguir dados acerca do projeto
inicial, e de suas transformações, a partir das análises das avaliações realizadas.
2003
Foco: o universo da arte do século XIX
Estrutura: 3 ações articuladas:
1- encontros com professores;
2- programa integrado de visita museu-escola;
3- material de apoio ao professor;
- biblioteca básica;
- material educativo.
Foram contempladas duas Diretorias de Ensino da Secretaria de Educação do
Estado (organismos responsáveis por articular de 30 a 60 unidades de ensino,
favorecendo a dinâmica de informação e capacitação continuada dos
professores), as chamadas SUL 1 e SUL 2.
Contamos com a participação de três profissionais por escola: o professor de Arte,
o professor de História e o Coordenador Pedagógico (responsável por articular, no
âmbito da unidade escolar, os conteúdos interdisciplinares). A inclusão do
professor da disciplina de História e do Coordenador pedagógico, em princípio
aceita com resistência pelos parceiros da Secretaria de Educação, nos pareceu
desde o início uma necessidade em virtude do conhecimento que temos dos
sistemas e fundamentos da prática da educação formal no Brasil. Em nosso país,
o professor de arte é considerado um profissional a serviço das demais áreas do
conhecimento, ministrando uma disciplina sem conteúdos próprios,
frequentemente tida como menor e menos importante do que as disciplinas de
língua portuguesa e matemática, por exemplo. Nossa intenção em trazer ao
museu estes profissionais para capacitar-se conjuntamente ao professor de Arte
foi a de promover o encantamento pela Arte, mas ainda mais demonstrar a riqueza
e profundidade de conteúdos específicos desta área de conhecimento, e as
possibilidades de articulação destes saberes junto aos de outras disciplinas. Esta
opção teve por base, também, a partir da formação de núcleo de professores
capacitados em arte pelo museu, dar voz ao professor de Arte junto aos seus
pares, auxiliando na necessária redefinição do papel desta área de conhecimento
dentro do currículo escolar.
É fundamental lembrar que o projeto preocupou-se desde o início em criar
condições ideais para a capacitação dos docentes; isto significou que os mesmos
foram convocados a participar, implicando na remuneração dos participantes, uma
vez que esta formação foi realizada dentro do horário de trabalho, além da
garantia do direito a professores substitutos em sala de aula, não impactando no
andamento normal das aulas nas escolas participantes.
A seguir descrevemos as ações envolvidas nesta edição do projeto:
1- Encontros com professores:
Duração: 32 horas em 4 encontros (24 hs presenciais e demais destinadas à
pesquisa, visita ao acervo e realização de projetos).
Objetivos: ampliar o conhecimento do professor acerca da arte brasileira, a partir
do acervo da Pinacoteca; capacitá-lo para os potenciais educativos do museu;
torná-lo consciente de sua participação na cultura e de seu papel como
multiplicador destes prazeres e saberes com seus alunos. capacitá-lo para a
construção de projetos educativos interdisciplinares tendo a arte como foco.
Conteúdos: Museu, Arte e Educação; História e Arte do século XIX; construção de
projetos interdisciplinares; apresentação dos projetos elaborados.
Quantidades: foram capacitados 306 professores em grupos de – no máximo – 45
professores por turma, provenientes de 102 escolas das regiões periféricas de
São Paulo, correspondentes às Diretorias de ensino Sul 1 e Sul 2.
2- Programa de visita integrada museu-escola
Duração: cerca de 1h15.
Objetivos: receber 88 estudantes do ensino médio de cada escola participante do
projeto, subdivididos em grupos de até 25 pessoas, em visitas educativas a
exposição do acervo, com destaque para obras do século XIX. Aproximar os
alunos adolescentes e jovens educandos de escolas públicas estaduais dos
conteúdos da arte e do prazer da frequência a museu.
Conteúdos: introdução à educação patrimonial, informações sobre o histórico da
Pinacoteca, leitura de imagem em frente a obras selecionadas e realização de
propostas poéticas.
Quantidades: cerca de 9.000 alunos atendidos.
3- Materiais de apoio ao professor
Biblioteca básica:
- 5 títulos fundamentais selecionados para embasar a prática da educação formal
a partir de obras de arte, enviados para cada uma das 102 escolas participantes1.
Material de apoio a prática docente.
- Duas pranchas tamanho A3 de imagens de obras selecionadas do acervo da
Pinacoteca, trazendo no verso sugestões para leitura de imagem e de propostas
poéticas. Acompanhadas de folheto contendo comentários sobre educação em
arte a partir de imagens de obras, contextos de produção das obras selecionadas,
biografias dos artistas, linha de tempo comparativa entre a história e a história da
arte no Brasil e no Mundo e as biografias dos artistas, glossário e indicações
bibliográficas.
Quantidades: 6.000 materiais distribuídos a todas as escolas da rede estadual de
ensino do Estado.
1 - BARBOSA, Ana Mae (org.). arte-educação: leitura no subsolo. São Paulo: Cortez, 2002.
- BAUMGART, Fritz. Breve História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1999. - COLI, Jorge. O que é arte?. São Paulo: Ed. Brasiliense, 2003 (col. Primeiros Passos). - FAUSTO, Boris,.História concisa do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 2002. - MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias; PICOSQUE, Gisa e GUERRA, Maria Terezinha Telles. Didática do ensino da Arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
Instrumentos avaliativos e análises:
Nos encontros de professores, como forma de avaliação, utilizamos instrumentos
cruzados, assim, para cada um dos 4 encontros de professores desenvolvemos
um questionário específico, a partir do qual podíamos aferir tanto as questões
operacionais quanto as sugestões advindas dos cursantes. Também elaboramos
um questionário final, abordando todos os encontros realizados, para percebermos
os processos realizados em conjunto. Ainda computamos relatórios de observação
da equipe de coordenação e de docência.
No programa Integrado de visita Museu-escola foram aplicados questionários de
avaliação a grupos de amostragem em três distintas bases: professor, aluno e
educador do museu, tendo seus resultados cruzados para melhor compreensão
dos processos realizados.
Resultados e sugestões a partir das análises realizadas:
O conjunto de avaliações realizadas revelou, de maneira sucinta, os dados a
seguir:
1) Encontros de professores:
Pertinência dos conteúdos tratados;
A percepção da possibilidade de realização de trabalhos interdisciplinares
qualificados.
O desejo de continuidade do processo de formação no museu;
O desejo de envolver outros professores de diferentes áreas do
conhecimento.
O encantamento despertado pela visita ao acervo da Pinacoteca. Apenas
150 (49%) dos 306 participantes já haviam visitado o museu.
293 (95%) afirmaram que o curso contribuiu para mudanças na prática
docente
294 (95%) afirmaram que pretendem envolver a Pinacoteca do Estado em
novos projetos na escola.
A equipe de coordenação percebeu e apontou:
Deficiência da compreensão dos conteúdos da Arte por seus próprios
professores.
Defasagem entre a articulação do professor de História e o de Arte, com
tendência a descaracterizar a arte como linguagem.
Desenvolvimento de relacionamento entre as escolas participantes, por
meio de seus professores.
A dificuldade e falta de clareza em expressar idéias e conceitos através da
escrita, gerando discrepância entre o potencial das idéias educativas dos
participantes e sua capacidade de construir projetos.
Nos projetos, prioridade em focar questões relativas a problemas
econômicos e sociais como por exemplo: Cidadania, Consciência Negra, A
cidade de São Paulo.
Relevância do momento de apresentação dos projetos elaborados a seus
pares e dos comentários dos educadores.
2) Programa Integrado de visita-museu escola:
Realização de pesquisas de amostragem internas às escolas
demonstraram que
16% dos alunos do ensino médio estadual nunca haviam
entrado em um museu,
50% afirmaram ter visitado apenas o Museu Histórico da
Independência e
92% não conheciam a Pinacoteca.
Das 45 escolas pesquisadas em amostragem cujos alunos participaram em
visitas educativas,
16 (35%) dos professores gostariam que o tempo de visitação fosse
prolongado
16 (35%) dos professores afirmou que seus alunos se mostraram muito
interessados, demonstrando desejo em retornar;
32 (70%) disseram estar muito satisfeitos com a visita.
Os professores relataram que, após a visita ao museu, houve mudanças
significativas no comportamento dos alunos visitantes, entre elas:
demonstraram maior interesse pelo próprio trabalho, passaram a respeitar
mais o trabalho dos colegas e a olhar com mais atenção e sensibilidade sua
escola e o bairro onde moram.
A partir das avaliações realizadas a equipe de coordenação sugeriu:
Retomar o encontro de sensibilização com os profissionais das diversas
instâncias institucionais da Educação (Dirigentes, Diretores, ATPs e
Supervisores) previsto no projeto, pois entendemos ser este um momento
importante para maior adesão ao projeto.
A manutenção do Coordenador Pedagógico na equipe de cada escola
participante, por entendê-lo como importante articulador de currículo e
administrador de conflitos.
Incorporar à equipe de cada escola participante o professor de Língua
Portuguesa como parceiro do professor de Arte, pela possibilidade de
pactuarem as linguagens verbal e imagética, concomitantemente.
Ampliação da carga horária da Orientação de Projetos, importante como
momento de estudo, reflexão e troca de experiência.
A permanência da gratuidade dos ônibus oferecidos às escolas para a visita
à Pinacoteca por ser fundamental para o sucesso do projeto.
Abertura da Pinacoteca no período noturno para a visitação, uma vez por
semana, foi sugerido por 251 professores na avaliação final.
Fórum para trocas de experiência entre os docentes.
Visitas monitoradas, aos sábados, específicas para grupos de professores,
(sugeridas em 267 avaliações).
Criação e desenvolvimento dentro de um Site da Pinacoteca do Estado de
uma página específica do Projeto “Bem-vindo, Professor!”
A permanência da convocação como sistema de promoção da vinda dos
docentes.
Em resposta a estas percepções o projeto em 2004 passou a ser realizado
em espaço físico específico e organizou-se da seguinte forma:
Estrutura:
O projeto voltou-se ao universo da arte do século XIX e se organizou em 5 ações:
1- Encontros com professores;
2- Programa integrado de visita museu-escola;
3- Seminário Bem-vindo, professor!
4- Material de apoio ao professor (título bibliográfico e material de apoio á
prática docente);
5- Material de apoio ao aluno visitante (De olho na Pinacoteca)
Foram contempladas três Diretorias de Ensino da Secretaria de Educação do
Estado da grande São Paulo (Caieiras, Carapicuíba e São Bernardo do Campo).
Mantivemos a participação de três profissionais por escola: o professor de Arte o
Coordenador Pedagógico e o professor de História, porém incluímos a
possibilidade deste último ser substituído pelo professo de Língua portuguesa,
escolha feita pela própria escola. A inclusão do professor da disciplina de Língua
portuguesa teve fins estratégicos e complementares, pois percebemos este
profissional como uma aliança para propiciar a compreensão da arte em sua
dimensão linguística.
Continuamos com o processo de convocação dos participantes, implicando nas
condições ideais para a participação.
A seguir descrevemos as ações envolvidas nesta edição do projeto:
1- Encontros com professores:
Duração: 40 horas em 5 encontros presenciais de 8 horas cada ( horário livre para
pesquisa, visita ao acervo e realização de projetos).
Objetivos e conteúdos: mantidos como no ano anterior.
Quantidades: foram capacitados 531 professores em grupos de – no máximo – 45
professores por turma, provenientes de 177 escolas da Grande São Paulo,
envolvendo respectivamente 55 escolas da Diretoria de Ensino de Caieiras, 52 do
município de Carapicuíba e 70 de São Bernardo do Campo.
2- Programa de visita integrada museu-escola
Duração: cerca de 1h15.
Objetivos e conteúdos: mantidos conforme o ano anterior.
Quantidades: cerca de 15.600 alunos atendidos, incluindo atendimentos no horário
noturno, computando um total de 1.760 alunos atendidos nesta ação.
3- Seminário Bem-vindo, professor!
Em resposta às solicitações feitas pelos professores participantes, e à
necessidade diagnosticada pela equipe de coordenação, foi realizado no dia 25 de
outubro de 2004, no Memorial da América Latina, o 1º. Seminário Bem-vindo,
professor!. Ali se reuniram professores participantes do projeto “Bem-vindo
Professor!” das edições 2003 e 2004 , provenientes das Diretorias de Ensino: SUL
1, SUL 2, SÃO BERNARDO DO CAMPO, CAIEIRAS E CARAPICUÍBA.
O objetivo deste Seminário foi reunir os professores participantes do Programa
Bem-vindo Professor! visando a troca de experiências acerca das ações
interdisciplinares desenvolvidas nas escolas. Além dos Secretários de Estado da
Cultura e Educação e da Dra. Denise Grinspum, especialista na relação educativa
entre museu e escola, tiveram participação professores selecionados que
apresentaram as soluções dadas na implantação de seus projetos, tornando
palpável aos seus pares a superação das dificuldades e a realização de propostas
de qualidade. Também se apresentaram alunos que se sentiram tocados pela
experiência em visitar a Pinacoteca, inclusive durante o período noturno, momento
extremamente emocionante deste encontro.
A participação teve número estimado de 900 (novecentos) educadores, Diretores
de Escolas, alunos, além de representantes das Instituições parceiras neste
projeto: Secretaria Estadual da Educação do Estado de São Paulo, Secretaria da
Cultura do Estado de São Paulo, FDE/SEE, CENP/SEE, Pinacoteca do Estado de
São Paulo.
4- Materiais de apoio ao professor
Biblioteca básica:
A partir da verificação da possibilidade de utilizarmos outros canais da Secretaria
de Educação para indicação e aquisição de bibliografia competente propusemos 1
título fundamental selecionado para embasar a prática da educação formal a partir
de obras de arte, enviados para cada uma das 177 escolas participantes2.
Material de apoio a prática docente.
- Mais duas pranchas tamanho A3 de outras imagens de obras selecionadas do
acervo da Pinacoteca, com a mesma estrutura do ano anterior, foram elaboradas
e distribuídas.
Quantidades: 6.000 materiais distribuídos a todas as escolas da rede estadual de
ensino do Estado.
2 - MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias; PICOSQUE, Gisa e GUERRA, Maria Terezinha Telles. Didática do ensino da
Arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.
5- Material de apoio ao aluno visitante (De olho na Pinacoteca)
Concebido como material educativo-afetivo, capaz de concretizar a memória do
prazer em visitar e aprender no museu, o material De olho na Pinacoteca, teve
seleção de imagens, concepção de textos e design voltados a esta finalidade;
sendo distribuído aos alunos visitantes do projeto na Pinacoteca.
Instrumentos avaliativos e análises:
Os mesmos instrumentos – com adaptações – foram utilizados neste ano do
projeto.
Para a ação Seminário foi elaborado sistema de avaliação específico.
Resultados e sugestões a partir das análises realizadas:
1) Encontros com professores
Dos 531 professores participantes, nos diferentes momentos da avaliação de 450
a 480 responderam e entregaram avaliações, sendo possível aferir os seguintes
resultados:
254 professores participantes já haviam visitado a Pinacoteca,
individualmente ou com alunos;
228 afirmaram não ter visitado.
174 já haviam participado de outros cursos de formação em museus
299 nunca haviam participado.
95% dos professores responderam com nível bom e excelente às
questões relativas a pertinência dos conteúdos; à organização do
curso; à qualidade da equipe de coordenação e docência.
em ordem decrescente, os pontos positivos mais citados foram
referentes à possibilidade da troca de experiências; à qualidade dos
docentes e à clareza dos conteúdos; ao processo de orientação de
projetos; ao profissionalismo da equipe e à organização do curso e
qualidade do material oferecido;
em ordem decrescente, os pontos apontados como necessários de
serem reformulados foram referentes à continuidade do projeto;
maior quantidade de encontros; convocação de toda a rede de
professores do estado; receber mais comentários sobre os projetos e
acessibilidade por vias digitais aos projetos apresentados por outros
professores;
2) Programa integrado visita museu-escola
No mês de agosto teve início o processo de avaliação sistematizada das visitas
que as 177 (cento e setenta e sete) escolas realizaram ao acervo da Pinacoteca.
O critério para escolha das escolas avaliadas foi por amostragem, perfazendo um
total de 119 (cento e dezenove) – 67,33% - escolas avaliadas.
Um professor de cada escola selecionada respondeu ao formulário de avaliação
após a visita, assim como também o monitor acompanhante.
Podemos concluir que o resultado do Programa correspondeu às expectativas do
projeto conforme comprovam alguns resultados que destacamos a seguir.
Quando perguntados: “Você preparou seus alunos para a visita?”,
95,8%afirmam tê-lo feito.
Porém, comparativamente, perguntados sobre o foco da visita, 20 apontaram o
século XIX e 52 não responderam;
E também é preciso ressaltar que 100 professores afirmaram ter preparado seus
alunos para a visita informando regras de visitação ao museu; 79 discutiram com
eles o foco da visita e 64 comentaram sobre obras e artistas do acervo.
Constatando que alguns professores entendem – de forma preocupante - que
informar regras de visitação é preparo suficiente para a ida ao museu.
Em relação à questão “Como você qualifica a visita?”, 75,63% destacam como
excelente; 16,80% como boa. E quanto à atuação do educador do museu, 90
professores avaliaram-na como construtiva.
Sobre o maior benefício da visita 86 professores apontaram o aprender sobre arte;
82 apreciar obras de arte originais e 81 conhecer o museu.
Outro resultado que certamente colaborou para o sucesso do programa foi que
66,38% dos professores que acompanhavam os alunos durante a visita
estavam participando do curso “Bem-Vindo Professor!”. Constatamos
claramente nos formulários de avaliação dos monitores que os alunos desses
professores demonstraram maior interesse durante a visita monitorada.
Para finalizar, quando perguntados: “A partir da visita você pretende elaborar
uma proposta de trabalho junto aos seus alunos?”, 94,11% afirmam que sim.
Nenhum professor assinalou o item “não pretende”.
Os 5,88% restantes ficaram entre “talvez” e “não respondeu”.
As 112 avaliações feitas pelos educadores do museu trazem resultados
semelhantes, comprovando a sinergia das propostas educativas incentivadas pelo
projeto:
99 respostas apontam o professor como participativo e colaborador;
a grande maioria aponta o século XIX como interesse focal do
professor;
79 respostas apontam a realização da proposta poética como
excelente e boa.
79 respostas qualificam a visita como excelente e boa, e 20 como
regular, demonstrando o nível de exigência dos educadores do
museu.
3) Seminário
Esta ação foi avaliada com instrumento específico, e em virtude do volume de
participantes, optamos por uma única questão:
“O objetivo deste Seminário foi reunir os professores participantes do Programa
Bem-vindo Professor! visando a troca de experiências acerca das ações
interdisciplinares desenvolvidas nas escolas, a partir das orientações do curso
de capacitação.
Desta forma, como você avalia o resultado deste encontro?
Excelente? Bom? Regular? Insuficiente?”
DE Inscritos Avaliações
recebidas Bom Excelente Regular Nulo
Carapicuíba 159 124 29 92 02 01
Caieiras 165 113 34 79 - -
S.B.C 210 190 58 127 04 01
Sub-total 534 427 121 298 06 02
Sul 1 153 109 38 70 01 -
Sul 2 153 90 27 61 02 -
Avulsos - 24 04 20 00 -
Sub-total 306 223 69 151 03 00
TOTAL 840 650 190 449 09 02
É importante destacar, também, que nos depoimentos finais nas avaliações, o
Seminário é apontado como um dos pontos positivos do projeto “Bem-vindo
Professor”, como comprovam os depoimentos abaixo.
Esperamos ansiosamente que no próximo ano possamos apresentar nosso
projeto viabilizado num encontro como o que houve este ano no MAL –
Liane Oliveira Bayer – “EE Juieta Vianna Simões”;
Que haja o 2º Seminário – Antonia Ap. Cursi – “EE Paulo Idevar Ferrarezi”;
...que em 2005 este projeto continuasse, (...) e também a realização do
retorno como foi o Seminário, pois é interessante vermos o trabalho
concluído. – Mara Cristina Diniz – “EE Julieta V. S. de Sant’Anna”;
Percepções e sugestões da equipe de coordenação
A participação espontânea nos encontros dos Assistentes Técnicos
Pedagógicos (ATPs), que no âmbito da SEE são responsáveis pela
formação continuada dos professores, demonstrou que “saltamos uma
etapa” neste processo de formação, sendo necessária uma readequação.
Constatamos uma quase unanimidade entre as avaliações com relação à
duração da visita monitorada ao acervo, através das inúmeras referências
que solicitavam uma ampliação do tempo da visita.
Muitas solicitações foram feitas com relação à continuidade do curso e à
ampliação a todos os professores da rede.
Notamos a demanda por uma ampliação do foco de atuação para além do
século XIX.
Salientamos a importância da abertura da Pinacoteca no período noturno
para visitação ao acervo.
Segundo relatos feitos pelos monitores, os grupos atendidos se mostraram
interessados e participativos, sendo a maior parte deles demonstraram
terem sido preparados para a visita.
Entretanto, foi possível verificar o desejo dos alunos em retornarem ao
museu nos finais de semana, iniciando o processo de incorporação da
cultura, meta maior do projeto.
Em virtude das análises realizadas, e em adequação às demandas das
entidades da SEE, propusemos uma nova estrutura para o projeto em
2005, conforme se segue:
Estrutura:
O projeto voltou-se ao universo da arte do século XIX, com pontes de referência
ao século XX e ao modernismo brasileiro e se organizou em 5 ações articuladas.
Embora o 1º. Seminário tenha sido um inegável sucesso, o crescimento
exponencial da quantidade proposta para este ano de professores preparados, fez
com que a Secretaria de Educação do Estado, assumisse para si a
responsabilidade de criar mecanismos e canais para troca de experiências.
Ações:
1- encontros com professores;
2- encontros com ATPs
3- programa integrado de visita museu-escola;
4- material de apoio ao professor;
5- material de apoio ao aluno visitante (De olho na Pinacoteca)
Foram ampliadas para 11 as Diretorias de Ensino da Secretaria de Educação do
Estado participantes, restringindo a participação a 30 escolas por DE. Desta forma
ampliamos a abrangência geográfica do projeto, e ao mesmo tempo tornamos
mais autônoma a capacidade multiplicadora do professor.
As DEs participantes foram: Leste 1, Leste 2, Leste 3, Leste 4, Leste 5, Norte 1,
Norte 2, Centro, Centro Oeste, Centro Sul e Sul 3;
Mantivemos o sistema do ano anterior ao receber três profissionais por escola,
sendo o professor de Arte, o Coordenador Pedagógico e mais um professor a ser
eleito pela escola, ou de História, ou de Língua portuguesa; bem como o sistema
de convocação.
A seguir descrevemos as ações envolvidas nesta edição do projeto:
1- Encontros com professores:
Duração: 16 horas em 2 encontros presenciais.
Objetivos: os focos dos encontros foram mudados para contemplar a ampliação
da percepção do professor para a frequência a instituições culturais como
recurso pedagógico; torná-lo consciente de sua participação na cultura e de
seu papel como multiplicador destes prazeres e saberes com seus alunos;
ampliar o conhecimento do professor acerca da arte brasileira, a partir do acervo
da Pinacoteca.
Conteúdos: o papel da Arte na Educação; Educação em museus; visita educativa
ao acervo em exposição; Museus de Arte: séculos XIX e XX.
Quantidades: foram capacitados 990 professores em grupos de – no máximo – 45
professores por turma, provenientes de 330 escolas das regiões periféricas de
São Paulo.
2- Encontros com Assistentes Técnicos Pedagógicos
Visando capacitar este profissional e assim garantir uma maior multiplicação dos
conteúdos, formatamos estes encontros com conteúdos semelhantes àqueles que
tratávamos com os professores nas edições anteriores do projeto. Vale salientar
que estes profissionais são convocados a virem a São Paulo, participar da
capacitação vindos de todo o Estado.
A intenção foi oportunizar ao ATP frequentar, conviver e compreender mais
profundamente as instituições culturais, bem como a arte representada nas obras
do acervo da Pinacoteca, certamente o instrumentaliza para capacitar os
professores de sua competência a serem fruidores mais consistentes da arte e da
cultura, além de possibilitar uma aplicabilidade destes conhecimentos com fins
educativos.
Convocamos os Assistentes Técnicos Pedagógicos de Arte, em conjunto com
outro ATP selecionado pela Diretoria de Ensino participante, entre os de Língua
Portuguesa, História e demais disciplinas afins, como Geografia e Ciências, como
estratégias para garantir a interdsiciplinaridade.
Duração: 40 horas em 5 encontros de 8 horas presenciais cada, em dois módulos
(3 dias + 2 dias) temporalmente distantes.
Objetivos: utilização das imagens da Arte como recursos educativos em sala de
aula e para a construção de projetos interdisciplinares, cujo foco esteja
relacionado à Arte, principalmente a representada pelas obras do acervo da
Pinacoteca.
Conteúdo: Museu, Arte e Educação; História e Arte do século XIX; construção de
projetos interdisciplinares; apresentação dos projetos elaborados.
Quantidades: 178 ATP de 89 Diretorias de Ensino do Estado.
2- Programa de visita integrada museu-escola
Duração: o tempo de visita foi ampliado para cerca de 1h30.
Objetivos: os mesmos objetivos dos anos anteriores, porém com a incorporação
de salas e obras do século XX.
Conteúdos: os mesmos dos anos anteriores.
Quantidades: cerca de 29.000 alunos atendidos.
3- Materiais de apoio ao professor
Material de apoio a prática docente.
- Mais duas pranchas tamanho A3 com imagens de duas obras do século XX
selecionadas do acervo da Pinacoteca, com os mesmos recursos pedagógicos da
edição anterior.
Quantidades: 6.000 materiais distribuídos a todas as escolas da rede estadual de
ensino do Estado.
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