HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DA ESCOLARIZAÇÃO BRASILEIRA E PROCESSOS
PEDAGÓGICOS
NOMES: CASSIUS, GUANO, GUILHERME, JACSON, LUCIANO, SAMANTHA.
PAULO FREIRE: BIOGRAFIA E IDEAIS
Considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia,
Paulo Reglus Neves Freire, possui participação ativa no movimento chamado
pedagogia crítica. Paulo Freire, nasceu em Recife, no dia 19 de setembro de 1921 e,
certamente, é conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos
que leva seu nome. O pai de Freire era Joaquim Temístocles Freire, capitão da
Polícia Militar de Pernambuco e a mãe Edeltrudes Neves Freire, Dona Tudinha.
Além disso, Freire teve uma irmã, Stela, e dois irmãos, Armando e Temístocles. Sua
família fazia parte da classe média, mas Freire vivenciou a pobreza e a fome na
infância durante a depressão de 1929, uma experiência que o levaria a se preocupar
com os mais pobres e influenciaria na criação de seu método de alfabetização.
Outra das motivações para a sua elaboração pedagógica partiu de seus estudos
sobre a linguagem do povo. Paulo Freire fundou e foi o primeiro diretor do
Movimento de Cultura Popular (MCP) do Recife; do Serviço de Extensão Cultural da
Universidade do Recife. Destaca-se, principalmente, o trabalho realizado em
Angicos, no Rio Grande do Norte, em 1962, onde começaram as primeiras
experiências de alfabetização – o Método Paulo Freire – onde ensinou 300 adultos a
ler e a escrever em 45 dias. Em 1963, dá início à coordenação, no MEC, do
Programa Nacional de Educação.
Com o golpe militar de 1964, foram reprimidos os trabalhos de mobilização
popular e Paulo Freire foi acusado de subverter a ordem ao utilizar suas campanhas
de alfabetização, sendo preso e exilado por mais de 15 anos. Durante este período
aproveitou e visitou países como Chile, Bolívia, Suíça, Tanzânia e Guiné-Bissau,
participando de consultorias educacionais e desenvolvendo programas de
alfabetização. Com o processo da queda da ditadura militar, Freire voltou ao Brasil e
assumiu cargos de docência na PUC – SP e na Unicamp em 1980. Entre 1989 e
1991, na gestão de Luiza Erundina (PT), trabalhou como secretário da Educação da
Prefeitura de São Paulo.
Paulo Freire sintetiza que o objetivo maior da educação é conscientizar o
aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a
entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. Ao propor
uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos,
Freire condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as
"escolas burguesas"), que ele qualificou de educação bancária. Nela, segundo
Freire, o professor age como quem deposita conhecimento num aluno apenas
receptivo, dócil. Em outras palavras, o saber é visto como uma doação dos que se
julgam seus detentores. Trata-se, para Freire, de uma escola alienante, mas não
menos ideologizada do que a que ele propunha para despertar a consciência dos
oprimidos. "Sua tônica fundamentalmente reside em matar nos educandos a
curiosidade, o espírito investigador, a criatividade", escreveu o educador. Ele dizia
que, enquanto a escola conservadora procura acomodar os alunos ao mundo
existente, a educação que defendia tinha a intenção de inquietá-los.
É autor de uma vasta obra traduzida em várias línguas. Dentre os livros mais
conhecidos estão a Educação como Prática da Liberdade e a Pedagogia do
Oprimido. Segue abaixo:
1959: Educação e atualidade brasileira. Recife: Universidade Federal do Recife, 139p. (tese de concurso público para a cadeira de História e Filosofia da Educação de Belas Artes de Pernambuco).
1961: A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 90p. 1963: Alfabetização e conscientização. Porto Alegre: Editora Emma. 1967: Educação como prática da liberdade. Introdução de Francisco C.
Weffort. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (19 ed., 1989, 150 p). 1968: Educação e conscientização: extencionismo rural. Cuernavaca
(México): CIDOC/Cuaderno 25, 320 p. 1970: Pedagogia do oprimido. New York: Herder & Herder, 1970 (manuscrito
em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 218 p., (23 ed., 1994, 184 p.).
1971: Extensão ou comunicação?. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971, 93 p. 1976: Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Tradução de Claudia
Schilling, Buenos Aires: Tierra Nueva, 1975. Publicado também no Rio de Janeiro, Paz e terra, 149 p. (8. ed., 1987).
1977: Cartas à Guiné-Bissau. Registros de uma experiência em processo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (4 ed., 1984), 173 p.
1978: Os cristãos e a libertação dos oprimidos. Lisboa: Edições BASE, 49 p.
1979: Consciência e história: a práxis educativa de Paulo Freire (antologia). São Paulo: Loyola.
1979: Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 112 p. 1979: Multinacionais e trabalhadores no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 226 p. 1980: Quatro cartas aos animadores e às animadoras culturais. República de
São Tomé e Príncipe: Ministério da Educação e Desportos, São Tomé. 1980: Conscientização: teoria e prática da libertação; uma introdução ao
pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 102 p. 1981: Ideologia e educação: reflexões sobre a não neutralidade da educação.
Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1982: A importância do ato de ler (em três artigos que se completam).
Prefácio de Antonio Joaquim Severino. São Paulo: Cortez/ Autores Associados. (26. ed., 1991). 96 p. (Coleção polêmica do nosso tempo).
1982: Sobre educação (Diálogos), Vol. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra ( 3 ed., 1984), 132 p. (Educação e comunicação, 9).
1982: Educação popular. Lins (SP): Todos Irmãos. 38 p. 1983: Cultura popular, educação popular. 1985: Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 3ª Edição 1986: Fazer escola conhecendo a vida. Papirus. 1987: Aprendendo com a própria história (com Sérgio Guimarães). Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 168 p. (Educação e Comunicação; v.19). 1988: Na escola que fazemos: uma reflexão interdisciplinar em educação
popular. Vozes. 1989: Que fazer: teoria e prática em educação popular. Vozes. 1990: Conversando com educadores. Montevideo (Uruguai): Roca Viva. 1990: Alfabetização - Leitura do mundo, leitura da palavra (com Donaldo
Macedo). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 272 p. 1991: A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 144 p. 1991: A Importância do Ato de Ler - em três artigos que se completam. São
Paulo: Cortez Editora & Autores Associados, 1991. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo, v 4)- 80 p.
1992: Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra (3 ed. 1994), 245 p.
1993: Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d'água. (6 ed. 1995), 127 p.
1993: Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 119 p. 1994: Cartas a Cristina. Prefácio de Adriano S. Nogueira; notas de Ana Maria
Araújo Freire. São Paulo: Paz e Terra. 334 p. 1994: Essa escola chamada vida. São Paulo: Ática, 1985; 8ª edição. 1995: À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d'água, 120 p. 1995: Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Editora Cortez. 1996: Medo e ousadia. Prefácio de Ana Maria Saul; Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1987; 5ª Edição. 1996: Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2000: Pedagogia da indignação – cartas pedagógicas e outros escritos. São
Paulo: UNESP, 134 p. 2003: A África ensinando a gente (com Sérgio Guimarães). Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 248 p.
Paulo Freire morreu em 2 de maio de 1997, em São Paulo, vítima de um
infarto agudo do miocárdio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores. São Paulo: Arte & Ciência, 1998.
DAMKE, Ilda Righi. O processo do conhecimento na pedagogia da libertação: as idéias de Freire, Fiori e Dussel. Petrópolis: Vozes, 1995, 165 p.
REVISTA LUSÓFONA DA EDUCAÇÃO, CABRAL, Arlinda Paulo Freire (36.ª ed. 1.ª ed. 1970) Pedagogia do Oprimido Rio de Janeiro: Edições Paz e Terra. 2003
WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire > Acesso em: 26 out. 2012, 20h35min.
Top Related