Download - biologia 10ºano

Transcript
  • 7/31/2019 biologia 10ano

    1/47

    Tiago Rocha

    1

    BIOLOGIA 10ANO

    1. Organizao Biolgica

    A unidade bsica da vida a clula. Nos seres pluricelulares, as clulas idnticas e com

    funes semelhantes formam tecidos. Os tecidos, por sua vez, associam-se formando os

    rgos, que realizam uma ou vrias funes no organismo. Diferentes rgos associam-se

    e realizam em conjunto determinadas funes no organismo, constituindo um sistema de

    rgos. Diferentes sistemas de rgos cooperam entre si, formando um organismo.

    Organismos semelhantes que se reproduzem entre si, originando descendentes frteis,

    constituem uma espcie. Os indivduos de uma espcie que habitam na mesma rea, no

    mesmo momento, formam uma populao. A interaco entre diferentes populaes

    constitui uma comunidade. A comunidade e o meio fsico-qumico que ocupa, bem como

    as relaes que entre eles se estabelecem, formam um ecossistema.

    2. A Clula

    O entendimento dos processos biolgicos est centrado na unidade fundamental da vida

    a clula. Como consequncia deste facto, Schleiden e Schwann postularam a Teoria

    Celular, que, actualmente, assenta nos seguintes pressupostos:

    A clula a unidade bsica estrutural e funcional de todos os seres vivos; Todas as clulas provm de clulas preexistentes; A clula a unidade de reproduo, de desenvolvimento e de hereditariedade dos

    seres vivos.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    2/47

    Tiago Rocha

    2

    2.1. Unidade estrutural e funcional

    Atendendo complexidade da organizao estrutural, as clulas podem agrupar-se em

    duas grandes categorias: clulas procariticas e clulas eucariticas.

    As clulas procariticas, de que so

    exemplo as bactrias, so clulas de

    estrutura muito simples, de

    reduzidas dimenses e sem sistemas

    endomembranares, nomeadamente

    sem invlucro nuclear.

    As clulas eucariticas so clulas

    estruturalmente mais complexas, de

    ncleo bem individualizado do

    citoplasma, delimitado por um

    invlucro nuclear. Nestas podemdistinguir-se as clulas animais e as

    clulas vegetais, que apresentam

    algumas diferenas a nvel

    estrutural.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    3/47

    Tiago Rocha

    3

    2.2. Biomolculas

    2.2.1. Prtidos

    Os prtidos so compostos orgnicos quaternrios, constitudos por C, H, O e N. A unidade

    estrutural o aminocido que, ao estabelecer ligaes peptdicas com outros aminocidos(por cada ligao peptdica que se estabelece, forma-se uma molcula de gua), pode

    formar oligopptidos (entre 2 e 20 aminocidos) e polipptidos (mais de 20

    aminocidos). As protenas so macromolculas constitudas por uma ou mais cadeias

    polipeptdicas e apresentam uma estrutura tridimensional definida.

    Algumas funes das protenas so a funo

    estrutural (membranas celulares), funo

    enzimtica (enzimas), transporte

    (hemoglobina), motora (protenas contrcteis dos

    msculos), hormonal (insulina) e imunolgica

    (anticorpos).

    2.2.2. Glcidos

    Os glcidos so compostos orgnicos ternrios, constitudos por C, H e O. De acordo com a

    sua complexidade, consideram-se trs grandes grupos de glcidos: os monossacardeos,

    os dissacardeos e os polissacardeos. A frmula geral destes compostos .

    A unidade estrutural so os monossacardeos ou oses, podendo ser classificados quanto

    ao nmero de carbonos da molcula 3 carbonos (trioses), 4 carbonos (tetroses), Estes

    unem-se atravs de ligaes glicosdicas.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    4/47

    Tiago Rocha

    4

    Algumas funes destes compostos

    so a funo energtica (glicose), a

    funo estrutural (quitina, celulose)

    e a funo de reserva (amido nas

    plantas e glicognio nos animais).

    2.2.3. Lpidos

    Os lpidos so compostos orgnicos ternrios, constitudos por O, H e C, podendo por

    vezes conter S, N e P. Estas substncias so insolveis em gua e solveis em solventes

    orgnicos, como o clorofrmio, o ter e o benzeno. Podem-se classificar os lpidos em trs

    grandes grupos de acordo com a sua funo: lpidos de reserva, lpidos estruturais e

    lpidos com funo reguladora.

    Lpidos de Reserva

    Os cidos gordos so constitudos por uma cadeia linear de tomos de carbono, com um

    grupo terminal carboxilo (COOH). Os cidos gordos que possuem tomos de carbono

    ligados por ligaes duplas ou triplas dizem-se insaturados. Nos cidos gordos

    saturados, todos os tomos de carbono esto ligados entre si por ligaes simples.

    O glicerol um lcool que contm trs grupos hidroxilo (HO), capazes de estabelecer

    ligaes covalentes com os tomos de carbono dos grupos carboxilo (COOH) dos cidos

    gordos. Esta ligao denomina-se ster.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    5/47

    Tiago Rocha

    5

    Lpidos Estruturais

    Os fosfolpidos so os constituintes mais abundantes das membranas celulares. A sua

    estrutura resulta da ligao de uma molcula de glicerol com dois cidos gordos e com

    uma molcula de cido fosfrico. Os fosfolpidos so molculas anfipticas, isto ,

    possuem uma parte hidroflica e uma parte hidrofbica.

    2.2.4. cidos Nucleicos

    Os cidos nucleicos so as principais molculas envolvidas em processos de controlo

    celular. Existem dois tipos de cidos nucleicos: cido desoxirribonucleico (DNA) e cido

    ribonucleico (RNA). Cada nucletido constitudo por uma base azotada, uma pentose e

    um grupo fosfato.

    Existem cinco tipos de bases azotadas: adenina (A) e guanina (G) (bases pricas

    possuem dois anis); citosina (C), timina (T) e uracilo (U) (bases pirimdicas possuem

    um anel).

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    6/47

    Tiago Rocha

    6

    Comparao entre as estruturas do DNA e do RNA

    DNA RNA

    Acar Desoxirribose Ribose

    Bases Azotadas A, G, C e T A, G, C e U

    Cadeias Cadeia Dupla Cadeia SimplesHlice Sim No

    3. Obteno de Matria3.1. Estrutura da Membrana Plasmtica

    O modelo de estrutura da membrana, proposto por Singer e Nicholson, o actualmente

    mais aceite. O modelo de mosaico fluido unitrio pois aplica-se a todas as membranasexistentes nas clulas. De acordo com ele, a membrana constituda por:

    Bicamada fosfolipdica, com as extremidades hidroflicas das molculas aformarem a face interna e externa e as hidrofbicas a ocuparem o interior;

    Protenas que, de acordo a sua posio na bicamada, so designadas porprotenas intrnsecas, inseridas na dupla camada, e protenas extrnsecas,

    situadas na superfcie interna e externa;

    Colesterol, situado entre as molculas de fosfolpidos da bicamada; tem um papelestabilizador da membrana, pois evita que os fosfolpidos se agreguem, mantendo

    a sua fluidez;

    Glicolpidos e glicoprotenas, localizados na superfcie externa da bicamada.Estas molculas desempenham um papel importante no reconhecimento de certas

    substncias pela clula.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    7/47

    Tiago Rocha

    7

    O modelo de mosaico fluido assim chamado devido ao facto de admitir que a membrana

    no uma estrutura rgida, existindo movimentos das molculas que a constituem,

    dotando-a, assim, de grande fluidez. Verifica-se que as molculas fosfolpidicas tm grande

    mobilidade lateral, trocando de posio com outras que se encontrem na mesma camada.

    Ocasionalmente, podem ocorrer movimentos transversais de fosfolpidos de uma

    camada para a outra.

    3.2. Movimentos Transmembranares

    3.2.1. Osmose

    O movimento de gua atravs da membrana citoplasmtica designa-se osmose.

    A osmose o movimento de molculas de gua de um meio menos concentrado ( meio

    hipotnico e com menor presso osmtica) para um meio mais concentrado (meio

    hipertnico e com maior presso osmtica). Quando os meios possuem igual

    concentrao (isotnicos), estabelece-se uma situao de equilbrio em que o fluxo de

    gua que entre nas clulas igual ao fluxo de sada.

    Na sequncia dos movimentos osmticos, a clula pode:

    Perder gua, diminuindo assim o seu volume celular. Nessa situao, a clula diz-se plasmolisada ou no estado de plasmlise.

    Ganhar gua, aumentando assim o seu volume celular e aumentando a pressosobre a membrana/parede celular (presso de turgescncia). Neste caso, a clula

    diz-se trgida ou no estado de turgescncia.

    No caso das clulas animais, a turgescncia pode conduzir, em situao-limite, ruptura

    da membrana celular (lise celular). Isto no acontece nas clulas vegetais pois possuem

    uma parede celular rgida.

    Este processo no gasta energia. Diz-se, por isso, que um transporte passivo.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    8/47

    Tiago Rocha

    8

    3.2.2. Difuso Simples

    O movimento de outras substncias atravs da membrana celular designa-se difuso

    simples. Neste processo de transporte, as molculas de um soluto (C, ureia, etc.)

    deslocam-se do meio de maior concentrao para o meio de menor concentrao (a

    favor do gradiente de concentrao). A velocidade de movimentao de soluto

    directamente proporcional diferena de concentrao entre os dois meios. Neste

    processo no h gasto de energia transporte passivo.

    3.2.3. Difuso Facilitada

    A difuso facilitada deve-se existncia de protenas transportadoras na membrana, que

    promovem a passagem de molculas. As protenas so especficas para cada tipo de

    substncia e denominam-se permeases. Neste processo de movimentao de solutos, as

    molculas deslocam-se do meio de maior concentrao para o meio de menor

    concentrao (a favor do gradiente de concentrao) com interveno das permeases.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    9/47

    Tiago Rocha

    9

    A velocidade de transporte da substncia:

    Aumenta com a concentrao de soluto; Mantm-se quando todos os locais de ligao das permeases esto ocupados

    (saturao), mesmo que a concentrao aumente velocidade mxima.

    No h gasto de energia transporte passivo.

    3.2.4. Transporte Activo

    Apesar dos processos de transporte passivo de substncias atravs da membrana celular,

    a clula tambm pode manter vrias substncias no seu interior, em concentraes muito

    diferentes das do meio. Esta manuteno implica gasto de energia. Essa energia

    utilizada para o movimento de substncias contra um gradiente de concentrao, atravs

    de protenas transportadoras, num processo designado transporte activo.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    10/47

    Tiago Rocha

    10

    Ento, as molculas de um soluto (Na+, K+) deslocam-se de um meio de maior

    concentrao para um meio de menor concentrao (contra o gradiente de

    concentrao) com interveno de protenas transportadoras asATPases.

    Este processo mantm um gradiente de concentrao entre os meios intracelular e

    extracelular e implica gasto de energia (ATP).

    3.3. Transporte de Partculas

    Endocitose e Exocitose

    Por vezes as substncias que a clula precisa no seu interior so demasiado grandes para

    passarem atravs da membrana citoplasmtica. O transporte deste tipo de material para o

    interior da clula por invaginao da membrana celular chama-se endocitose. Existem

    vrios tipos de endocitose, como a fagocitose, a pinocitose e a endocitose mediada por

    receptores.

    Na fagocitose, a clula emite prolongamentos citoplasmticos, os pseudpodes, que

    envolvem partculas de grandes dimenses ou mesmo clulas inteiras, acabando por

    formar uma vescula que se destaca para o interior do citoplasma.

    Na pinocitose, a membrana celular, por invaginao, engloba fluido extracelular contendo

    ou no pequenas partculas. Esta invaginao evolui para a formao de pequenas

    vesculas endocticas.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    11/47

    Tiago Rocha

    11

    Na exocitose, a clula liberta para o meio extracelular produtos resultantes da digesto

    intracelular ou molculas sintetizadas no seu interior, tais como produtos de metabolismo

    celular, certas secrees (hormonas e enzimas) e protenas estruturais (colagnio). Neste

    processo as vesculas de secreo convergem para a membrana, fundem-se com ela e

    libertam o seu contedo no meio extracelular.

    3.4. Digesto Intracelular

    A digesto intracelular ocorre no interior das clulas, atravs da aco de enzimas

    contidas em vacolos digestivos. As protenas enzimticas sintetizadas nos ribossomas

    no retculo so transportadas at ao complexo de Golgi de duas formas: deslocam-se

    atravs dos canais do retculo endoplasmtico at ao complexo de Golgi ou so

    armazenadas em vesculas que se destacam do retculo e que se fundem com o complexode Golgi. No interior do complexo de Golgi, as protenas enzimticas, tais como outras que

    a so processadas, sofrem maturao, o que as torna funcionais, acabando por ser

    transferidas para vesculas designadas lisossomas.

    A digesto intracelular ocorre no interior de vacolos digestivos, que resultam da fuso

    dos lisossomas com vesculas endocticas ou com vesculas originadas no interior do

    citoplasma. Por aco das enzimas digestivas, as molculas complexas existentes no

    interior dos vacolos digestivos so desdobradas em molculas mais simples. Os resduos

    resultantes da digesto so eliminados para o meio extracelular por exocitose.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    12/47

    Tiago Rocha

    12

    3.5. Ingesto, Digesto e Absoro

    O processamento dos alimentos at que estes possam fornecer os seus constituintes para

    que sejam utilizados pelas clulas engloba a ingesto, a digesto e a absoro:

    A ingesto consiste na entrada dos alimentos para o organismo; A digesto o conjunto de processos que permite a transformao de molculas

    complexas dos alimentos em molculas mais simples;

    A absoro consiste na passagem dos nutrientes resultantes da digesto para omeio interno.

    A hidra e a planria possuem tubos digestivos incompletos, isto , com uma s abertura,

    designada cavidade gastrovascular. Nestes casos, a digesto inicia-se na cavidade

    gastrovascular digesto extracelular onde so lanadas enzimas que actuam sobre os

    alimentos e os transformam em partculas simples.

    As partculas parcialmente digeridas so depois fagocitadas por clulas que continuam a

    digesto dentro de vacolos digestivos digesto intracelular ocorrendo a difuso das

    molculas simples para as restantes clulas do organismo.

    Alguns mecanismos adaptativos so a presena da faringe que permite planria captar

    os animais de que se alimenta e a maior rea de digesto e de absoro da planria

    resultante da ramificao da cavidade gastrovascular, que permite uma distribuio

    eficaz dos nutrientes por todas as clulas.

    A minhoca e o Homem possuem um tubo digestivo completo, isto , com duas aberturas

    a boca, por onde entram os alimentos e o nus que por onde eles saem.

    Na minhoca, o alimento entra pela boca, passa pela faringe, pelo esfago e deste para o

    papo, onde acumulado e humidificado. De seguida, passa para a moela, onde triturado

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    13/47

    Tiago Rocha

    13

    com a ajuda de gros de areia. O alimento fraccionado por digesto mecnica segue para o

    intestino, onde:

    Sofre a aco de enzimas que completam a digesto; Ocorre a absoro de substncias mais simples.

    Os resduos alimentares so eliminados pelo nus.

    No tudo digestivo do Homem, bem como em todos os vertebrados, cada uma das reas

    especializada numa etapa particular do processo digestivo, realizando-se a maior parte

    deste no estmago e no intestino delgado.

    Na boca, por aco dos dentes e da saliva, inicia-se a digesto mecnica e qumica; No estmago e no intestino delgado so produzidas enzimas especficas, ocorrendo

    tambm aqui a digesto mecnica e qumica; No intestino delgado so lanados ao mesmo tempo o suco pancretico e a blis,

    provenientes, respectivamente, do pncreas e do fgado (glndulas anexas).

    No intestino delgado, aps terminar a digesto, inicia-se a absoro, facilitada pelaexistncia de projeces ricamente vascularizadas da superfcie intestinal que

    aumentam significativamente a rea da superfcie de absoro. Por difuso ou

    transporte activo, os diferentes nutrientes atravessam as membranas das clulas

    da parede intestinal e dos capilares sanguneos ou linfticos.

    O material no absorvido passa para o intestino grosso, onde ocorre absoro degua antes da sua eliminao pelo nus.

    As caractersticas de um tubo digestivo completo so o maior e mais eficaz

    aproveitamento dos alimentos, dado que estes se deslocam num nico sentido,

    permitindo uma digesto e uma absoro sequenciais ao longo do tubo, a existncia de

    vrios rgos, onde pode ocorrer digesto por aco mecnica e qumica (enzimas

    digestivas), a maior capacidade de absoro, uma vez que esta pode ocorrer em

    diferentes zonas do tubo, a eficiente eliminao atravs do nus, dos resduos

    alimentares no absorvidos e a possibilidade de armazenamento de maior quantidade

    de alimento.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    14/47

    Tiago Rocha

    14

    4. Obteno de matria pelos seres autotrficos

    Para que o processo de autotrofia ocorra, estes seres utilizam energia luminosa seres

    fotoautotrficos ou energia resultante de reaces de oxidao-reduo de determinados

    compostos qumicos seres quimioautotrficos.

    4.1. Fotossntese

    A fotossntese um processo complexo que envolve a utilizao da energia luminosa na

    produo de substncias orgnicas a partir de C e , com a libertao de ,

    realizado pelas cianobactrias, pelas algas e pelas plantas. Pode, por isso, dizer-se que

    estes seres convertem a energia luminosa em energia qumica.

    De uma forma genrica, pode equacionar-se a fotossntese da seguinte maneira:

    A fotossntese reveste-se de uma grande importncia para os seres vivos porque:

    Produz substncias orgnicas a partir de substncias inorgnicas; Transporta a energia luminosa em energia qumica, que fica armazenada nos

    compostos orgnicos sintetizados;

    Produz o oxignio, gs essencial para a sobrevivncia da maioria dos seres vivos.

    Os principais pigmentos fotossintticos presentes nas plantas e nas algas so as clorofilas.

    Atravs da anlise do espectro de absoro dos diferentes pigmentos, constata-se que as

    clorofilas a e b possuem picos de absoro que se situam nas zonas azul-violeta e

    vermelho-alaranjado do espectro de luz visvel. Por essa razo, plantas sujeitas

    experimentalmente a luz com diferentes comprimentos de onda apresentam diferentes

    taxas fotossintticas.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    15/47

    Tiago Rocha

    15

    Quando os pigmentos fotossintticos absorvem luz, os seus electres passam para nveis

    de energia superiores. Os electres excitados podem, seguidamente, regressar ao nvel

    energtico inicial estado fundamental libertando energia sob a forma de calor ou de

    luz, sendo este ltimo caso designado fluorescncia.

    Admite-se, actualmente, que as clorofilas e os outros pigmentos fotossintticos esto

    dispersos na bicamada fosfolipdica da membrana interna dos seus cloroplastos.

    Durante as dcadas de 40 e 50, foram realizadas experincias que contriburam para

    esclarecer as etapas envolvidas no processo fotossinttico. Essas experincias permitiram

    verificar que a fotossntese compreendia duas fases:

    Uma fase em que as reaces dependem da luz fase fotoqumica.

    Uma fase no dependente directamente da luz fase qumica.

    Fase Fotoqumica

    Nesta fase, tambm designada por fase dependente da luz, a energia luminosa, captadapelos pigmentos fotossintticos, convertida em energia qumica, que vai ser utilizada na

    fase seguinte. Nesta etapa ocorrem:

    Fotlise da gua desdobramento da molcula de gua em hidrognio e oxigniona presena da luz:

    O oxignio libertado e os hidrognios cedem os seus electres, que vo ser

    captados pela clorofila quando oxidada. Por esta razo, a gua considerada o

    dador primrio de electres.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    16/47

    Tiago Rocha

    16

    Oxidao da clorofila a clorofila, quando excitada pela luz, perde electres,ficando oxidada. Esses electres vo ser transferidos ao longo de uma cadeia de

    molculas transportadoras de electres at serem captados por um transportador

    de electres, que fica reduzido.

    Fotofosforilao ao longo da cadeia transportadora de electres ocorremreaces de oxidao-reduo com libertao de energia. Essa energia utilizada

    na fosforilao do ADP em ATP num processo chamado fotofosforilao.

    Fase Qumica

    Nesta fase, tambm designada por fase no dependente da luz, ocorre a reduo do C e a

    sntese de compostos orgnicos num ciclo de reaces conhecido como ciclo de Calvin.

    Este compreende, basicamente, as seguintes etapas: Fixao do C; Produo de compostos orgnicos; Regenerao da ribulose difosfato (RuDP).

    De uma forma mais particular:

    O ciclo de Calvin tem incio com a combinao do C com uma pentose, isto , umglcido formado por cinco tomos de carbono ribulose difosfato (RuDP)

    originado um composto intermdio instvel, com 6 carbonos;

    Este composto origina, imediatamente, duas molculas com trs tomos decarbono cido fosfoglicrico (PGA);

    As molculas de PGA so fosforiladas pelo ATP e posteriormente reduzidas peloNADPH, provenientes da fase fotoqumica, formando aldedo fosfoglicrico (PGAL);

    Por cada doze molculas de PGAL formadas, dez so utilizadas para regenerar aRuDP e duas so utilizadas para sintetizar compostos orgnicos;

    Para se formar uma molcula de glicose, necessrio que o ciclo se realize seisvezes, gastando-se seis molculas de C, dezoito molculas de ATP (trs por

    cada ciclo) e doze molculas de NADPH (duas por cada ciclo).

    Durante a fase no dependente directamente da luz (reaces qumicas), verifica-se:

    A incorporao do C; A utilizao da energia qumica contida no ATP e poder redutor do NADPH para

    formar compostos orgnicos.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    17/47

    Tiago Rocha

    17

    4.2. Quimiossntese

    A quimiossntese um processo de sntese de compostos orgnicos que utiliza, tal como

    a fotossntese, o dixido de carbono como fonte de carbono, mas, em vez da energia solar,

    usa a energia proveniente da oxidao de substncias inorgnicas, como a amnia, os

    nitritos, o enxofre e o ferro. S algumas bactrias conseguem realizar este processo, como

    por exemplo, as bactrias nitrificantes, as bactrias sulfurosas, etc.

    Na quimiossntese, tal como na fotossntese, possvel distinguir duas fases:

    Produo de molculas de ATP e reduo de um transportador (NADPH) daoxidao de compostos minerais (por exemplo, ) libertam-se electres (e

    ) e

    protes () que vo ser transportados ao longo de uma cadeia, ocorrendo a

    fosforilao de ADP em ATP e a reduo do transportador (NAD em NADPH).

    Fixao de dixido de carbono esta fase corresponde fase qumica dafotossntese, ocorrendo tambm aqui um ciclo idntico ao de Calvin, onde

    intervm as molculas de ATP e de NADPH produzidas na fase anterior. Neste cicloverifica-se a fixao do dixido de carbono, que reduzido, permitindo a formao

    de substncias orgnicas.

    A fotossntese e a quimiossntese diferem basicamente em dois aspectos:

    Na fonte de energia utilizada energia solar (fotossntese) e energia resultanteda oxidao de compostos minerais (quimiossntese);

    Na fonte de protes () e electres () molcula de gua (fotossntese) eoxidao de compostos minerais (quimiossntese).

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    18/47

    Tiago Rocha

    18

    5. Distribuio de Matria5.1. O transporte nas Plantas

    As plantas, enquanto seres pluricelulares complexos, necessitam de transportar

    substncias minerais at as folhas, para garantir a sntese de compostos orgnicos que a

    ocorre. Posteriormente, esses compostos tero de ser distribudos a todas a clulas, de

    forma a poderem ser utilizados.

    O sistema de vasos que se estende desde a raiz, passa pelos caules e chega at s folhas

    denomina-se xilema e nele movimenta-se a seiva bruta ou xilmica. Existe tambm

    outro sistema de vasos chamado floema, que se estende desde as folhas at aos restantes

    rgos da planta, transportando a seiva elaborada ou flomica.

    Xilema

    O xilema est especializado no transporte de gua e de sais minerais. Na maioria das

    plantas, este tecido constitudo por quatro tipos de clulas:

    Os elementos condutores, que podem ser tracides e elementos de vasos:o Os tracides so clulas que formam tubos e que permitem a passagem de

    gua e de sais minerais;

    o Os elementos de vasos resultam de clulas mortas e que conferem rigidezao xilema;

    As fibras lenhosas, que so constitudas por clulas mortas e que desempenhamfunes de suporte;

    O parnquima lenhoso um tecido formado por clulas vivas que desempenhaimportantes actividades metablicas (fotossntese, etc.). Estas clulas so as nicas

    clulas vivas do xilema e desempenham funes, essencialmente, de reserva.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    19/47

    Tiago Rocha

    19

    Floema

    O floema est especializado no transporte de gua e substncias orgnicas, sendo formado,

    tal como o xilema, por quatro tipos de clulas:

    As clulas dos tubos crivosos, que so clulas muito especializadas. Estas clulaspossuem uma placa crivosa com uma srie de orifcios.

    As clulas de companhia que se situam junto das clulas de tubo crivoso e soclulas vivas.

    As fibras, que desempenham funes de suporte. O parnquima, que formado por clulas vivas, pouco diferenciadas e que tem

    funes de reserva.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    20/47

    Tiago Rocha

    20

    Absoro Radicular

    A maior parte da gua e dos ies necessrios para as vrias actividades da planta

    absorvida pelo sistema radicular.

    Normalmente, o meio intracelular das clulas da raiz hipertnico relativamente ao

    exterior, pelo que a gua tende a entrar na planta por osmose. A manuteno deste

    gradiente osmtico, desde as clulas mais perifricas da raiz at ao xilema, provoca a

    passagem da gua por osmose para os seus vasos. Os ies minerais, quando presentes no

    solo em concentraes elevadas, entram nas clulas da raiz por difuso simples; no

    entanto, como j foi referido, usual verificar-se uma elevada concentrao destes ies no

    meio intracelular. Neste caso, os ies entram por transporte activo, com consequente

    gasto de energia. O transporte activo de ies atravs das clulas da periferia da raiz at ao

    xilema cria um gradiente osmtico, que faz com que a gua tenda a passar por osmose at

    ao xilema.

    5.1.1. Hiptese da Presso Radicular (Xilema)

    A ascenso de gua no xilema pode ser explicada pela existncia de uma presso exercida

    no xilema ao nvel da raiz presso radicular. A entrada de sais nas clulas da raiz, por

    transporte activo, conduz a um aumento da sua concentrao no meio intracelular. Esteaumento provoca o movimento de gua para o interior das clulas, gerando-se uma

    presso que fora a gua a subir nos vasos xilmicos.

    Os fenmenos de gutao e exsudao caulinar constituem evidncias deste processo.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    21/47

    Tiago Rocha

    21

    5.1.2. Teoria da Tenso-Coeso-Adeso (Xilema)

    A quantidade de vapor degua que sai das folhas portranspirao causa uma

    tenso na parte superior daplanta que provoca aascenso da gua. Estatenso ocorre devido spropriedades da guacirculante na planta.

    Devido polaridade queapresentam, as molculas de

    gua tendem a ligar-se umass outras por pontes dehidrognio, que seestabelecem entre os tomosde hidrognio de umamolcula e os tomos deoxignio de molculasprximas. Graas a estasforas de coeso, asmolculas de gua mantm-

    se unidas entre si. Asmolculas de gua tm aindaa capacidade de aderir aoutras substncias,nomeadamente aosconstituintes das paredes doxilema.

    Estas foras de tenso-coeso-adeso fazem comque se estabelea umacoluna de gua no xilema,desde as razes at as folhas.O movimento das molculasde gua, que se perdem portranspirao ao nvel dasfolhas, faz mover toda estacoluna no sentidoascendente.Consequentemente, quantomais rpida for atranspirao foliar, maisrpida se torna a absororadicular.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    22/47

    Tiago Rocha

    22

    Este sistema s funciona correctamente quando existe uma continuidade na coluna de

    gua. Quando isto no acontece, por interposio de bolhas de ar, ou quando ocorre um

    arrefecimento intenso da gua, a ascenso deixa de se verificar, s podendo ser reposta

    devido presso radicular. Em alguns casos, a presso radicular no suficiente para

    repor a continuidade da coluna de gua e o vaso xilmico em questo deixa mesmo de

    funcionar.

    5.1.3. Hiptese do Fluxo de Massa (Floema)

    O movimento da seiva elaborada no interior dos tubos crivosos explicado pela hiptese

    do fluxo de massa de Mnch, que pode ser descrita da seguinte forma:

    Os glcidos produzidos nas folhas durante a fotossntese so convertidos emsacarose antes de entrarem para o floema, para serem transportados aos locaisonde so armazenados ou gastos, tais como as flores, os frutos, as sementes, os

    caules ou as razes.

    A passagem da sacarose das clulas das folhas para as clulas de companhia dofloema ocorre por transporte activo. Seguidamente, a sacarose passa destas

    clulas para as clulas de tubos crivosos atravs das ligaes citoplasmticas

    estabelecidas entre elas.

    O aumento da concentrao de sacarose nas clulas de tubos crivosos provoca umaumento da presso osmtica, o que leva entrada de gua, vinda do xilema,

    nestas clulas, que ficam trgidas. A presso de turgescncia obriga a soluo de

    sacarose a deslocar-se atravs da placa crivosa para a clula do tubo seguinte e

    assim sucessivamente.

    Nas regies de consumo/armazenamento, a sacarose retirada do interior dofloema por transporte activo, provocando a sada de gua para as clulas vizinhas.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    23/47

    Tiago Rocha

    23

    5.2. O transporte nos Animais

    Todos os seres vivos necessitam de realizar trocas de substncias com o meio envolvente,

    condio fundamental para a manuteno da vida. Os animais, em particular, necessitam

    de receber nutrientes e oxignio para as suas clulas e tm de eliminar dixido de carbonoe outros produtos resultantes do metabolismo.

    Um sistema circulatrio compreende sempre:

    Um fluido circulante que garante o transporte dos nutrientes, a circulao desubstncias reguladoras, as trocas gasosas e o transporte dos resduos a serem

    excretados;

    Um rgo propulsor destinado a impulsionar o fluido circulante o corao. Uma rede mais ou menos complexa de canais de comunicao, entre os

    diferentes rgos e tecidos do organismo, que permite o contacto do lquido

    circulante com o lquido intersticial de todas as clulas.

    Nos animais mais simples, como a hidra, no existe um sistema de transporte

    especializado. O facto de serem formadas apenas por duas camadas de clulas e de

    estarem em contacto directo com o meio permite que o oxignio se difunda, de forma

    directa, da gua para as clulas. Os nutrientes difundem-se do interior da cavidade

    gastrovascular para as clulas e os produtos de excreo, resultantes do metabolismo

    celular, so lanados directamente no meio.

    Sistemas Circulatrios abertos e fechados

    Nos insectos, o aparelho circulatrio constitudo por um vaso dorsal com pequenas

    dilataes (coraes) que impulsionam o fluido circulante para a regio anterior do

    corpo. Nessa regio, o fluido sai para cavidades (lacunas) que constituem o hemoclio,

    contactando directamente com as clulas do corpo do animal. Aps banhar as clulas, o

    fluido regressa ao sistema circulatrio atravs de orifcios existentes nos coraes

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    24/47

    Tiago Rocha

    24

    (ostolos). Neste tipo de aparelho circulatrio, o fluido sai do interior de vasos e mistura-

    se com o lquido intersticial que circunda as clulas, designando-se, por este facto, por

    sistema circulatrio aberto e o lquido circulante por hemolinfa.

    Na minhoca, o sangue s circula no interior de vasos sanguneos, no se misturando com o

    lquido intersticial sistema circulatrio fechado. Neste animal existem dois vasos, um

    dorsal e outro ventral relativamente ao tubo digestivo. O vaso dorsal funciona como um

    corao, provocando o movimento do sangue da parte de trs para a frente do corpo. Na

    parte anterior do corpo existem cinco vasos laterais (arcos articos) que, ao contrarem,

    impulsionam o sangue para o vaso ventral. Nos sistemas circulatrios fechados, o sangue

    flui mais rapidamente, aumentando a eficcia do transporte de materiais s clulas e

    assegurando nveis mais elevados de taxas metablicas.

    Os insectos, embora possuam um sistema circulatrio aberto, tm uma elevada taxa

    metablica, o que, aparentemente, contraditrio. Contudo, neste grupo de animais, os

    gases respiratrios (oxignio e dixido de carbono) no so transportados pelos lquidos

    circulantes, existindo um sistema respiratrio que conduz os gases directamente aos

    tecidos, assegurando, assim, que se realize uma eficiente troca gasosa, responsvel pelas

    altas taxas metablicas.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    25/47

    Tiago Rocha

    25

    Sistemas de Transporte fechados aspectos comparativos

    Tipos de Circulao

    Simples: O sangue efectua um nico trajecto, passando uma vez pelo corao sob aforma de sangue venoso.

    o Aspectos estruturais e funcionais: Corao com duas cavidades: uma aurcula e um ventrculo. A aurcula recebe o sangue venoso proveniente de todo o

    organismo e envia-o para o ventrculo.

    O ventrculo impulsiona o sangue para as brnquias, onde ocorremas trocas gasosas.

    Dos capilares branquiais, o sangue segue para os tecidos e rgos,com baixa velocidade e presso.

    o Influncia no Metabolismo: A chegada de nutrientes e oxignio s clulas e a remoo de

    resduos pouco eficiente, uma vez que o sangue flui com baixa

    velocidade e presso para as clulas dos tecidos e rgos.

    Dupla: O sangue percorre dois trajectos distintos:Circulao Pulmonar o sangue sai do ventrculo direito para a artria pulmonar,

    que se ramifica para os rgos onde oxigenado, regressando aurcula esquerda do

    corao pelas veias pulmonares;

    Circulao Sistmica o sangue sai do ventrculo esquerdo para a artria aorta em

    direco aos tecidos. Regressa, posteriormente, aurcula direita pelas veias cavas.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    26/47

    Tiago Rocha

    26

    Pode ser:

    Incompleta: H mistura de sangue venoso com sangue arterial.o Aspectos estruturais e funcionais:

    Corao com trs cavidades: duas aurculas e um ventrculo. A aurcula direita recebe o sangue venoso e a esquerda o sangue

    arterial.

    O ventrculo recebe sangue venoso e sangue arterial. A circulao pulmonar e a circulao sistmica no so

    independentes, ocorrendo mistura parcial de sangue venoso e

    arterial no ventrculo.

    o Influncia no Metabolismo: O sangue, bombeado directamente do corao para os capilares dos

    diferentes rgos, chega com maior velocidade e presso aos

    tecidos, o que aumenta a eficcia das trocas de materiais com o

    fluido intersticial.

    Possui a desvantagem de ocorrer uma mistura parcial dos doistipos de sangue no ventrculo, o que afecta a concentrao de

    oxignio do sangue arterial.

    Completa: Os dois tipos de sangue nunca se misturam em todo o percurso.o Aspectos estruturais e funcionais:

    Corao com quatro cavidades: duas aurculas e dois ventrculos. No lado direito do corao circula apenas sangue venoso e no lado

    esquerdo apenas sangue arterial.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    27/47

    Tiago Rocha

    27

    A circulao pulmonar e a circulao sistmica so independentes,no ocorrendo misturas de sangue no corao.

    o Influncia no Metabolismo: Esta circulao garante um maior aporte de oxignio s clulas do

    organismo, o que permite uma maior produo de energia. Este

    aumento reflecte-se numa maior capacidade de produo de calor

    corporal, que distribudo de modo uniforme por todo o

    organismo, mantendo constante a sua temperatura animais

    homeotrmicos. Esta aquisio contribui para uma melhor

    adaptao destes animais a uma grande variedade de ambientes.

    5.3. Fluidos Circulantes

    Nos vertebrados, para alm do aparelho circulatrio sanguneo, existe um sistema

    linftico formado pelos vasos linfticos ramificados em capilares linfticos e pelos rgoslinfides. Este sistema desempenha funes muito importantes, destacando-se:

    Comunicao entre o sangue, que transporta substncias e as clulas; A recolha da linfa intersticial, que banha as clulas, fazendo-a regressar ao sangue. A absoro das gorduras do intestino, atravs de pequenos canais existentes nas

    vilosidades intestinais, para o interior dos quais so absorvidos os produtos

    resultantes da digesto das gorduras.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    28/47

    Tiago Rocha

    28

    No seu conjunto, os fluidos circulantes so responsveis pelo(a):

    Transporte de nutrientes (pelo plasma), necessrios para a nutrio das clulas; Transporte de oxignio (pelas hemcias), necessrio para a respirao celular; Remoo do dixido de carbono (pelo plasma e uma pequena quantidade pelas

    hemcias), resultante da respirao celular;

    Transporte de hormonas (pelo plasma), responsveis pelo controlo de algumasactividades celulares;

    Transporte de clulas e anticorpos do sistema imunitrio, responsveis pela defesado organismo contra ataques de agentes patognicos;

    Transporte de substncias e materiais capazes de formar cogulos e assim, pararhemorragias;

    Distribuio de calor para diferentes zonas do corpo, como forma de regular atemperatura corporal.

    6. Transformao e Utilizao de Energia pelos Seres Vivos

    O conjunto de reaces que ocorrem no interior das clulas de qualquer ser vivo constitui

    o metabolismo celular. O metabolismo compreende dois tipos de reaces:

    Anabolismo conjunto de reaces qumicas onde h sntese de molculascomplexas a partir de molculas mais simples, com consumo de energia. Exemplo

    deste processo a sntese de protenas a partir de aminocidos com consumo de

    molculas de ATP.

    Catabolismo conjunto de reaces qumicas onde h a degradao de molculasem molculas sucessivamente mais simples. Como exemplos de catabolismo

    refiram-se os processos de obteno de energia (ATP) pelas clulas. Atravs destes

    processos, a energia acumulada em molculas orgnicas, como, por exemplo, a

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    29/47

    Tiago Rocha

    29

    glicose, utilizada na sntese de molculas de ATP. Estes compostos orgnicos so

    lentamente degradados ao longo de uma srie de reaces em cadeia, ocorrendo

    por etapas e libertao da energia neles acumulada.

    Basicamente, podem considerar-se dois tipos de vias de sntese de ATP:

    Vias anaerbias (sem interveno de oxignio): fermentao e respiraoanaerbia;

    Vias aerbias (com interveno de oxignio): respirao aerbia.

    6.1. Fermentao

    A fermentao um processo simples e primitivo em termos de obteno de energia;

    ocorre no hialoplasma das clulas, compreendendo duas etapas:

    Gliclise conjunto de reaces que degradam a glicose at cido pirvico oupiruvato.

    No final da gliclise resultam:

    o Duas molculas de NADH;o Duas molculas de cido pirvico;o Duas molculas de ATP (formam-se quatro, mas duas so gastas na

    activao da gliclise).

    Reduo do Piruvato conjunto de reaces que conduzem formao dosprodutos da fermentao.

    Fermentao Alcolica

    O cido pirvico descarboxilado, formando-se aldedo actico, que posteriormente reduzido (pelo NADH), originando etanol, rico em energia

    potencial.

    Formam-se dois compostos finais duas molculas de dixido de carbono,resultantes da descarboxilao do cido pirvico e duas molculas de etanol, que

    possuem, cada uma, dois tomos de carbono.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    30/47

    Tiago Rocha

    30

    Fermentao Lctica

    O cido pirvico reduzido (pelo NADH), formando cido lctico, rico em energiapotencial.

    O nico composto final o cido lctico, que possui trs tomos de carbono.

    6.2. Respirao Aerbia

    A respirao aerbia uma via metablica realizada com consumo de oxignio que

    permite a degradao total da molcula de glicose com um rendimento energtico muito

    superior ao da fermentao.

    A respirao aerbia compreende quatro etapas:

    Gliclise etapa comum fermentao que ocorre no citoplasma com formaode duas molculas de cido pirvico, duas molculas de ATP e duas molculas de

    NADH.

    Formao de acetil-coenzima A na presena de oxignio, o cido pirvico entrana mitocndria, onde descarboxilado (perde uma molcula de C) e oxidado

    (perde um hidrognio, que usado para o reduzir o NA, formando NADH).

    Ciclo de Krebs conjunto de reaces metablicas que conduz oxidaocompleta da glicose. Este conjunto de reaces ocorre na matriz da mitocndria e

    catalisado por um conjunto de enzimas.

    Cada molcula de glicose conduz formao de duas molculas de cido pirvico,

    as quais originam duas molculas de acetil-CoA, que iniciam dois ciclos de Krebs.

    Devido combinao do grupo acetil (2C) da CoA com o cido oxaloactico (4C),

    forma-se cido ctrico. Assim, por cada molcula de glicose degradada, formam-se

    no ciclo de Krebs:

    o Seis molculas de NADH;o Duas molculas de FAD (que tem um papel semelhante ao NADH);o Duas molculas de ATP;o Quatro molculas de C.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    31/47

    Tiago Rocha

    31

    Cadeia Transportadora de Electres esta etapa ocorre na membrana internada mitocndria, onde se encontram transportadores proteicos com diferentes

    graus de afinidade para os electres provenientes das etapas anteriores. Ao longo

    da cadeia ocorre libertao gradual de energia, medida que os electres passam

    de um transportador para outro. Esta energia libertada vai ser utilizada na sntese

    de molculas de ATP, dissipando-se alguma sob a forma de calor. No final da cadeia

    transportadora, os electres so transferidos para um aceptor final o oxignio,

    formando-se uma molcula de gua por cada dois protes () captados.

    Do ponto de vista energtico, a respirao aerbia um processo de degradao da glicose

    mais rentvel que a fermentao. A respirao aerbia permite a obteno de 36 ou 38

    molculas de ATP, enquanto que a fermentao apenas permite um saldo de 2 molculasde ATP.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    32/47

    Tiago Rocha

    32

    7. Trocas Gasosas em Seres Multicelulares

    7.1. Trocas Gasosas nas Plantas

    Nas plantas, as trocas gasosas esto basicamente associadas a trs processos

    fundamentais: transpirao (perda de vapor de gua), fotossntese (entrada de C esada de ) e respirao aerbia (entrada de e sada de C).

    atravs dos estomas, localizados principalmente nas folhas, que ocorrem as trocas

    gasosas com o meio externo. Estes so constitudos, basicamente, por duas clulas-

    guarda que delimitam uma abertura, o ostolo, atravs do qual se efectuam as trocas

    gasosas. Nestas clulas, as paredes celulares que limitam a abertura so mais espessas

    que as paredes opostas. Este facto permite-lhes variar a abertura do ostolo em funo do

    seu grau de turgescncia. Quando estas clulas perdem gua, ficam plasmolisadas, a

    presso de turgescncia diminui e o estoma fecha. Quando as clulas-guarda esto

    trgidas, os ostolos abrem.

    As variaes de turgescncia das clulas-guarda dependem do movimento, por transporte

    activo, de ies para o seu interior. O aumento da concentrao desses ies no interior

    da clula provoca a entrada de gua por osmose com consequente aumento de

    turgescncia e abertura do estoma. A sada dos ies por difuso simples provoca a

    sada de gua para as clulas vizinhas, diminuindo o volume celular (clula

    plasmolisada), o que provoca o fecho dos estomas.

    Os movimentos estomticos esto, tambm, dependentes da luz. Quando a planta est

    luz e ocorrem as reaces fotoqumicas da fotossntese, o estoma abre. Na obscuridade,

    como as reaces fotoqumicas da fotossntese no se realizam, o estoma fecha.

    Factores como a temperatura, o vento, a humidade e o contedo de gua no solo tambm

    influenciam a abertura e o fecho dos estomas.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    33/47

    Tiago Rocha

    33

    7.2. Trocas Gasosas nos Animais

    Nos animais, os gases respiratrios entram e saem do meio interno do organismo atravs

    das superfcies respiratrias. Essas superfcies, bem como o conjunto de rgos

    envolvidos no desempenho dessa funo, constituem o sistema respiratrio. Apesar dagrande diversidade das superfcies respiratrias, possvel encontrar em todas elas um

    conjunto de caractersticas que aumentam a eficcia das trocas gasosas que a ocorrem:

    So superfcies hmidas, o que permite a dissoluo dos gases, necessria a suadifuso;

    So superfcies finas, constitudas apenas por uma camada de clulas epiteliais; So superfcies altamente vascularizadas; Possuem uma rea grande relativamente ao volume dos rgos em que se situam.

    7.2.1. Difuso Directa

    As trocas directas de gases atravs da superfcie corporal ocorrem em alguns animais

    aquticos e terrestres com baixas taxas metablicas e elevada relao superfcie/volume

    corporal. Esta condio resulta num contacto directo da maioria das clulas com o meio

    externo, facto que possibilita a troca directa entre ambos os meios. Este tipo de trocas

    encontra-se na hidra e na planria.

    Hematose Traqueal

    O gafanhoto e outros insectos possuem um sistema respiratrio com difuso directa

    designado por sistema traqueal. Este sistema constitudo por um conjunto de canais

    traqueias que se vo ramificando at se encontrarem em contacto com as clulas, onde

    ocorrem as trocas gasosas. O oxignio difunde-se directa e rapidamente atravs de

    traqueias sem interveno de um sistema de transporte, o que permite ao animal altas

    taxas metablicas. O facto de este sistema se ramificar para o interior do corpo minimiza

    as perdas de gua, podendo ser considerado uma adaptao importante ao ambiente

    terrestre.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    34/47

    Tiago Rocha

    34

    7.2.2. Difuso Indirecta

    Hematose Cutnea

    Neste tipo de troca gasosa, os gases difundem-se entre a superfcie do corpo do animal e o

    sangue, ocorrendo, portanto, difuso indirecta. A ocorrncia da hematose cutnea possvel graas abundante vascularizao existente por debaixo da superfcie da pele e

    manuteno da humidade na superfcie do corpo tegumento. Este ltimo requisito

    assegurado quer por glndulas produtoras de muco, quer pelo habitat hmido

    caracterstico destes animais. Este tipo de hematose comum minhoca e aos anfbios,

    funcionando nestes ltimos como complemento da hematose pulmonar dos animais

    adultos.

    Hematose Branquial

    Este tipo de hematose tpico dos animais aquticos, podendo considerar-se a existncia

    de dois padres bsicos: as brnquias externas, expanses vascularizadas do epitlio

    projectadas para o exterior, e as brnquias internas, constitudas por uma enorme

    quantidade de lamelas ricamente vascularizadas, representando uma significativa rea de

    contacto com a gua. As brnquias, situadas na cavidade opercular entre a faringe e o

    oprculo, so banhadas por um fluxo contnuo de gua que entra pela boca e sai pela fenda

    opercular, garantindo uma eficaz ventilao daquelas estruturas.

    Nas lamelas, o sangue circula em sentido oposto ao da passagem da gua na cavidade

    opercular. Este mecanismo de contracorrente garante o contacto do sangue,

    progressivamente mais rico em oxignio, com gua, cuja presso parcial de oxignio sempre superior quela que existe no sangue. Daqui resulta a manuteno de um

    gradiente que assegura a difuso at valores prximos da saturao da hemoglobina do

    sangue dos peixes.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    35/47

    Tiago Rocha

    35

    Hematose Pulmonar

    Nos Vertebrados terrestres, a hematose ocorre em rgos especializados, os pulmes,

    basicamente constitudos por uma rede de tubos de dimetro cada vez menor, que

    terminam em pequenos sacos, os alvolos. Estes rgos foram sofrendo alteraes, sendo

    de notar, nestes animais, as seguintes tendncias evolutivas:

    Aumento da compartimentao dos pulmes, que resultou num aumento darea da superfcie respiratria:

    Especializao progressiva dos sistemas de ventilao; Aumento da eficincia da circulao sangunea.

    Os Mamferos possuem um sistema respiratrio constitudo pelas vias respiratrias e

    pelos pulmes. As vias respiratrias (fossas nasais, faringe, laringe, traqueia e

    brnquios) permitem no s o trajecto do ar nos dois sentidos, entre o interior e o exteriordos pulmes, mas tambm o progressivo aquecimento do ar e a reteno de partculas

    em suspenso.

    Os pulmes, localizados na caixa torcica, so elsticos e constitudos por milhares de

    alvolos, que garantem uma rea de hematose vrias vezes superior da superfcie do

    corpo. Esta superfcie respiratria, recoberta de muco, est separada do sangue apenas

    pela fina membrana dos capilares sanguneos.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    36/47

    Tiago Rocha

    36

    8. Regulao nos Seres Vivos

    Qualquer factor que condicione a sobrevivncia de um organismo designado por factor

    limitante. A temperatura e a salinidade so consideradas factores limitantes, uma vez que

    qualquer alterao da temperatura ou da presso osmtica do meio interno condiciona ofuncionamento do organismo. Quando essas alteraes ultrapassam determinados limites

    tolerados pelo organismo, podem conduzir morte.

    Os animais possuem mecanismos que permitem, dentro de certos limites, o controlo da

    temperatura corporal e a regulao da presso osmtica no interior do organismo, por

    exemplo. Estas tarefas so asseguradas pelos sistemas nervoso e hormonal, sendo

    considerados sistemas coordenadores da homeostasia (manuteno das condies do

    meio interno dentro de limites suportveis para a sobrevivncia das clulas, bem como a

    situao de equilbrio dinmico)

    Sistema Nervoso

    O sistema nervoso permite a integrao das informaes provenientes tanto dos

    receptores sensoriais como dos diferentes rgos do organismo. Este sistema compreende

    o sistema nervoso central (SNC encfalo e medula espinal) e o sistema nervoso

    perifrico (SNP nervos). A unidade bsica do sistema nervoso o neurnio, clula

    nervosa onde se distinguem trs zonas:

    Corpo celular, onde se localiza o ncleo e a maior parte do citoplasma com osrestantes organelos;

    Dendrites, ramificaes citoplasmticas que recebem o impulso nervoso de outrosneurnios ou dos rgos receptores;

    Axnio, prolongamento citoplasmtico e com ramificaes terminais que conduz oimpulso nervoso e o transmite a outro neurnio ou a clulas.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    37/47

    Tiago Rocha

    37

    Impulso Nervoso

    Os neurnios so clulas estimulveis que, em resposta aos estmulos, produzem uma

    alterao elctrica que percorre as suas membranas impulso nervoso que se pode

    propagar aos neurnios seguintes. A transmisso do impulso nervoso ocorre devido s

    sucessivas aberturas e fechos dos canais de a e de . Quando o neurnio est em

    repouso (potencial de membrana = potencial de repouso -70mV), os canais

    encontram-se fechados, abrindo-se quando a clula estimulada. Quando um neurnio

    atingido por um determinado estmulo, os canais de a abrem-se, e os ies a entrem

    bruscamente para o interior da clula. Esta brusca entrada de ies positivos faz com que o

    potencial de membrana passe de -70mV para +35mV. Esta alterao de diferena de

    potencial chama-se despolarizao. Esta rpida alterao do potencial elctrico designa-

    se potencial de aco e da ordem dos 105mV (de -70mV para +35mV). Quando a

    permeabilidade dos canais de a volta ao normal, aumenta a permeabilidade dos canais

    de . Assim, verifica-se uma queda do potencial de membrana, at se atingir o seu valor

    de repouso repolarizao.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    38/47

    Tiago Rocha

    38

    Transmisso do Impulso Nervoso ao longo dos Neurnios

    A rpida propagao do impulso nervoso nos neurnios garantida pela presena da

    bainha de mielina que recobre os axnios. Esta bainha formada por camadas das

    clulas de Schwann. O isolamento dos axnios pela bainha de mielina apresenta

    interrupes, designadas ndulos de Ranvier, nos quais a superfcie dos axnio fica

    exposta.

    Nas fibras nervosas mielinizadas, o potencial de aco despolariza a membrana do axnio

    unicamente na regio dos ndulos de Ranvier, pois o efeito isolante da bainha de mielina

    impede que essa despolarizao ocorra nas restantes zonas. Desta forma, o impulso

    nervoso salta de um ndulo para o seguinte , permitindo, assim, uma velocidade de

    propagao muito mais elevada em relao que se verifica nos neurnios

    desmielinizados.

    Transmisso do Impulso Nervoso entre os Neurnios Sinapses

    O axnio de um neurnio no contacta directamente com as dendrites de outro neurnio

    ou com a clula efectora, ocorrendo a transmisso do impulso nervoso numa zona

    designada por sinapse. Quando o impulso nervoso chega zona terminal do axnio, as

    vesculas contendo neurotransmissores, substncias qumicas produzidas pelos

    neurnios, fundem-se com a membrana da clula pr-sinptica, lanando os

    neurotransmissores na fenda sinptica. Os neurotransmissores, ao ligarem-se a

    receptores da membrana do neurnio ps-sinptico, conduzem abertura de canais

    inicos associados a estes receptores, permitindo a entrada de ana clula. Esta entrada

    provoca a despolarizao da membrana, originando um impulso nervoso nessa clula.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    39/47

    Tiago Rocha

    39

    8.1. Termorregulao

    De acordo com o modo como reagem s variaes de temperatura do meio externo, os

    animais podem ser classificados em:

    Poiquilotrmicos a temperatura corporal interna varia em funo datemperatura do meio exterior. Estes animais so tambm exotrmicos, uma vez

    que dependem de fontes exteriores de calor, como a radiao solar, para manter

    a temperatura interna dentro de limites tolerveis para a sobrevivncia das

    clulas.

    Homeotrmicos mantm a temperatura corporal interna sensivelmenteconstante, independentemente das variaes do meio exterior verificadas dentro

    dos limites de tolerncia. Estes animais so tambm endotrmicos, pois

    conseguem regular a temperatura interna do seu corpo atravs da produo de

    calor (por exemplo, aumentando a sua taxa metablica) ou da perda de calor (por

    exemplo, desencadeando vrios mecanismos, tais como a transpirao).

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    40/47

    Tiago Rocha

    40

    Os mecanismos de termorregulao so controlados por um rgo do sistema nervoso, o

    hipotlamo, embora, por vezes, o sistema hormonal tambm interfira no seu controlo. A

    aco deste rgo manifesta-se de diferentes formas nos animais poiquilotrmicos e nos

    homeotrmicos:

    Nos seres poiquilotrmicos, as informaes transmitidas ao hipotlamo pelosreceptores trmicos, relativas ao abaixamento ou ao aumento da temperatura,

    conduzem procura por parte do animal de um local quente ou de um local fresco,

    respectivamente.

    Nos seres homeotrmicos, o hipotlamo funciona semelhana de um termstato,isto , quando a temperatura baixa ou sobe acima de determinados valores, esta

    desencadeia no organismo determinados mecanismos que contrariam a

    diminuio ou o aumento da temperatura interna. Atravs destes mecanismos deretroalimentao negativa (feedback negativo), os efeitos produzidos actuam

    no sentido de contrariar a causa que os originou para restabelecer o valor normal

    da temperatura corporal.

    Estmulo detectadopelos

    termorreceptores

    rgointegrador

    doestmulo

    rgoefector

    Resposta Consequncia

    Diminuio daTemperatura

    Hipotlamo

    CapilaresPerifricos

    VasoconstrioPerifrica(contraco dosvasossanguneos)

    Menor dissipao decalor superfcie dapele.

    MsculosErectoresdos Plos

    Ereco dosplos

    Reteno de arquente junto superfcie da pele.

    MsculosEsquelticos

    ContracoMuscular(tremuras earrepios)

    Aumento daproduo de calor.

    Aumento daTemperatura

    Hipotlamo

    CapilaresPerifricos

    VasodilataoPerifrica(dilatao dosvasossanguneos)

    Maior dissipao decalor superfcie dapele.

    GlndulasSudorparas

    Produo desuor (sudorese)

    Queda datemperatura superfcie da pele.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    41/47

    Tiago Rocha

    41

    Na regulao dos organismos predominam mecanismos de feedback negativo, pois so

    estes que conferem estabilidade aos sistemas biolgicos. Contudo, para o bom

    funcionamento de sistemas, como o reprodutor, que depende sobretudo da regulao

    hormonal, a retroalimentao positiva essencial. Neste caso, os efeitos desencadeados

    vo reforar as causas que lhes deram origem, potenciando as respostas orgnicas.

    8.2. Osmorregulao

    O conjunto de mecanismos que permitem a manuteno do equilbrio da concentrao de

    gua e de solutos no meio interno e, por conseguinte, a manuteno dos valores de

    presso osmtica, designam-se por osmorregulao.

    Os animais osmorreguladores mantm a presso osmtica do fluido intersticial

    independentemente das variaes da presso osmtica externa.Os animais osmoconformantes no controlam a sua presso interna, sendo o seu

    interior isotnico relativamente ao meio externo.

    8.2.1. Osmorregulao nos Peixes

    O ambiente marinho hipertnico em relao aos fluidos internos, uma vez que

    apresenta uma salinidade superior concentrao de sais no meio interno dos animais.

    Nestas circunstncias, os organismos tendem a perder gua por osmose e a ganhar sais

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    42/47

    Tiago Rocha

    42

    por difuso. Os seus mecanismos homeostticos garantem-lhes, contudo, a reteno de

    gua e a libertao de sais. De entre essas adaptaes destacam-se:

    Ingesto de grandes quantidades de gua salgada; Produo de pequenas quantidades de urina devido existncia de rins reduzidos,

    com glomrulos pouco desenvolvidos ou aglomerulares, o que diminui as perdas

    de gua por filtrao;

    Excreo de sais pelos rins, com produo de urina muito concentrada(hipertnica);

    Excreo de sais por transporte activo pelas brnquias.

    Os ambientes de gua doce apresentam uma salinidade inferior concentrao de sais

    do meio interno dos animais. Nesses meios hipotnicos, os animais tendem a absorver

    gua por osmose atravs das brnquias e a perder sais por difuso. Esta tendncia contrariada pela eliminao do excesso de gua e pela absoro activa de sais do meio.

    Estes processos so favorecidos pelas seguintes adaptaes:

    No ingesto de gua; Produo de grandes quantidades de urina em rins com glomrulos bem

    desenvolvidos;

    Produo de urina muito diluda (hipotnica) como resultado da grande excreode gua e reabsoro de sais pelos rins;

    Captao activa de sais pelas brnquias.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    43/47

    Tiago Rocha

    43

    8.2.2. Osmorregulao nos Animais Terrestres

    Nos animais terrestres, sujeitos a uma grande tendncia para a perda de gua, com

    consequente desequilbrio osmtico, a osmorregulao est essencialmente ligada ao

    equilbrio hdrico dos organismos. Nestes animais, a evoluo favoreceu odesenvolvimento de estruturas capazes de diminurem as perdas de gua associadas ao

    processo de excreo. Esses processos so basicamente os seguintes:

    Reduo da rea dos glomrulos, que resulta numa reduo nas taxas de filtraoda gua;

    Grande capacidade de reabsoro da gua filtrada nos sistemas excretores, o queconduz produo de uma urina hipertnica relativamente ao meio;

    Produo de substncias azotadas com baixa solubilidade (ureia) ou mesmoosmoticamente inactivas (cido rico), o que conduz a uma diminuio dos

    potenciais osmticos e consequente reduo do gasto da gua na sua excreo;

    Ingesto de grandes quantidades de gua; Excreo activa de sal em estruturas especializadas (glndula do sal nas aves

    aquticas).

    Minhoca

    Cada anel do corpo da minhoca, possui um par de canais excretores. Estes canais abremdirectamente na cavidade corporal, onde ocorre a filtrao do lquido a existente. Ao

    longo desse tubo ocorre a reabsoro, para a rede de capilares que o rodeiam, de algumas

    substncias filtradas inicialmente. O material no reabsorvido eliminado atravs de um

    poro excretor aberto na superfcie externa do animal. A abundncia de gua no habitat

    destes seres conduz entrada de gua por osmose atravs da superfcie corporal do

    animal, obrigando sua eliminao sob a forma de uma urina abundante e hipotnica.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    44/47

    Tiago Rocha

    44

    Os insectos e as aranhas possuem um sistema excretor constitudo por tbulos de

    Malpighi, que operam juntamente com glndulas especializadas, presentes nas paredes

    do recto. Os tbulos de Malpighi absorvem substncias da hemolinfa, lanando-as no

    intestino, onde se misturam com as fezes. A gua e alguns sais so reabsorvidos pelas

    glndulas do recto, libertando-se para o exterior os produtos de excreo.

    As aves tm elevadas taxas metablicas, devido elevada quantidade de energia

    dispendida no voo. Este elevado nvel metablico conduz a grandes perdas de gua, que

    so compensadas com a produo de urina muito concentrada. Como os seus rins no

    so suficientes para manter o equilbrio interno, estes animais excretam activamente o

    excesso de sal, atravs de glndulas nasais.

    Nos mamferos, os rins integram numerosas unidades funcionais designadas por

    nefrnios, constitudas pelas seguintes partes:

    Cpsula de Bowman, rodeando um capilar sanguneo enovelado glomrulo deMalpighi;

    Uma parte tubular, intimamente ligada a capilares, com trs zonas distintas: tuboproximal (situado junto cpsula), ansa de Henle (com um ramo descendente eoutro ascendente) e tubo distal.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    45/47

    Tiago Rocha

    45

    A formao de urina ao nvel do nefrnio envolve vrios mecanismos:

    Filtrao este processo ocorre na cpsula de Bowman devido existncia deuma elevada presso sangunea na rede capilar do glomrulo. Da filtrao resulta a

    formao do filtrado glomerular, cuja composio semelhante ao plasma, com

    excepo das protenas e dos lpidos que no so filtrados.

    Reabsoro ao longo do nefrnio e tambm do tubo colector, onde abrem vriosnefrnios, feita uma reabsoro para a corrente sangunea de substncias teis

    ao organismo. Essa reabsoro pode ser total (glicose e aminocidos) ou parcial

    (99% da gua filtrada, e ), podendo ocorrer quer por difuso quer por

    transporte activo.

    Secreo no tubo distal e no tubo colector pode ocorrer a secreo activa decertos ies a partir do plasma sanguneo para a urina.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    46/47

    Tiago Rocha

    46

    Aco da hormona ADH na osmorregulao

    As trocas que ocorrem entre o interior dos nefrnios e o plasma sanguneo so

    determinadas por diferenas da presso osmtica entre esses meios e por variaes da

    permeabilidade da membrana desses tubos. A hormona ADH (hormona antidiurtica)

    desempenha um papel fundamental na regulao dessas trocas, influenciando a

    permeabilidade das membranas dos tubos.

    8.3. Hormonas Vegetais

    Os movimentos das plantas ocorrem em diversos rgos, como os caules, as razes, as

    folhas, ou as flores, e incluem, entre outros, alongamentos, curvaturas, enrolamentos,

    abertura e fecho de flores e fechas, entre outros.

    Os movimentos das plantas que envolvem crescimento na direco de um estmulo

    ambiental ou na direco oposta a esse estmulo chamam-se tropismos. Os movimentosque no envolvem crescimento direccionado relativamente ao estmulo chamam-se

    movimentos nsticos ou nastias.

    Os tropismos podem ser positivos ou negativos conformo o movimento se realiza em

    direco ao estmulo ou se afasta dele.

    Os movimentos nsticos incluem alguns dos movimentos mais fascinantes no reino

    vegetal, podendo, tambm, ser classificados de acordo com a natureza do estmulo.

  • 7/31/2019 biologia 10ano

    47/47

    Tiago Rocha

    Respostas das plantas em relao a estmulos ambientais

    Estmulo Tropismo Nastia

    Luz Fototropismo Fotonastia

    Gravidade Gravitropismo ----------

    Toque Tigmotropismo Tigmonastia

    Temperatura Termotropismo Termonastia

    Qumica Quimiotropismo Quimionastia

    gua Hidrotropismo Hidronastia

    Cada hormona vegetal desencadeia uma variedade de respostas na planta que dependem

    do tipo de clula onde actua, do estado fisiolgico da planta, da presena de outras

    hormonas e da interaco com factores externos. A tabela seguinte sintetiza as principais

    aces de cada um dos tipos de hormonas:

    Hormonas Actividade

    Auxinas

    Estimulam:- O crescimento celular;- O alongamento dos caules;- A formao das razes (baixas concentraes estimulam o seu

    crescimento, enquanto altas concentraes inibem-no);- O desenvolvimento dos frutos.

    Controlam o gravitropismo e o fototropismo. Retardam a queda de frutos e folhas.

    Giberelinas

    Estimulam:- O crescimento dos caules;- A germinao de sementes;- A florao, em algumas plantas;- O desenvolvimento dos frutos.

    Citoquininas

    Estimulam:- A diviso celular e o desenvolvimento de gomos laterais;- A germinao de sementes;- O desenvolvimento dos frutos;- O metabolismo celular, impedindo ou retardando o

    envelhecimento dos rgos vegetais, sobretudo das folhas.

    Etileno

    Estimula:- O amadurecimento dos frutos;- A queda (absciso) das folhas, das flores e dos frutos.

    Inibe o alongamento dos caules.cido

    Ab i

    Estimula:- O fecho dos estomas;

    A b i