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MERCADO DE PASSAGEIROS
Os Estados Unidos representam o principal mercado
aéreo internacional do Brasil, tendo respondido por
26,1% do total do volume de passageiros
transportados com origem ou destino no país em
2014. Em segundo lugar aparece a Argentina, com
14,2% de participação.
Considerando a evolução do tráfego entre os dois
países, tem-se que o transporte aéreo de
passageiros cresceu à taxa média de 10,8% ao ano
entre 2004 e 2014, tendo quase triplicado de tamanho
no período (178% de crescimento acumulado).
Apenas no último ano, o crescimento foi de 9,1%.
O número ofertado de voos para os EUA cresceu
141% entre 2004 e 2014. Em dezembro do último
ano, 304 voos de ida e volta foram ofertados por
semana entre os dois países. Destes voos, apenas
três não são operados por empresas brasileiras ou
americanas, mas por uma empresa de terceiro país,
a Korean Airlines1.
A empresa American aparece como líder em termos
de volume de operações, com 125 frequências
semanais, seguida pela TAM, com 71 frequências. A
também brasileira Azul entrou no mercado americano
em dezembro de 2014, com 7 frequências semanais.
Analisando-se este segmento sob o prisma da
concorrência entre as companhias aéreas, observa-
Fonte: ANAC
Fonte:ANAC
Fonte: ANAC – Hotrans de Dezembro
1 A Korean opera em 5ª liberdade nesse segmento, na rota São Paulo – Los Angeles – Seul.
Fonte: ANAC
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se que a disputa se mostra mais direta entre
American e TAM, que encerraram 2014 com
participações de mercado de 35,0% e 30,9%,
respectivamente. A Delta aparece na 3ª posição,
tendo registrado, no ano, 14,3% de participação de
mercado, seguida pela United com 13,7%.
Quando da análise das taxas de crescimento
registradas pelas principais empresas aéreas
atuantes nesse mercado2,3, em termos de variação do
volume de passageiros transportados no ano de 2014
em relação a 2013, destacaram-se por apresentarem
crescimento acima da média desse segmento (de
9,1%): Korean (27,3%), Gol (26,5%) e Delta (12,3%).
Em termos de concorrência efetiva por rota, observa-
se que a empresa brasileira TAM encerrou 2014 com
significativas participações de mercado nas três
cidades americanas em que opera: Miami (42%),
Nova York (42%) e Orlando (82%).
A Gol, entrante no mercado, aparece com 15% na
rota de Orlando e 0,6% em Miami. Já a estreante Azul
respondeu por 2,2% em Orlando e 0,6% em Miami.
As principais origens/destinos do mercado
americano, em 2014, foram as cidades de Miami e
Nova York, que juntas responderam por 58% da
totalidade.
Em 2014, 13 cidades americanas foram atendidas
por voos regulares a partir do Brasil: além de Miami e
NY, Atlanta, Houston, Dallas, Charlotte, Washington,
Chicago, Newark/New Jersey, Detroit, Orlando, Los
Angeles e Fort Lauderdale/Florida.
Na comparação de 2013 com 2014, dentre os
destinos norte-americanos, aqueles que
apresentaram maiores taxas de crescimento do
tráfego aéreo de passageiros com o Brasil foram:
Fonte: ANAC
Fonte: ANAC
2 A Azul entrou no mercado apenas em dezembro de 2014 e portanto não figura no gráfico acima.
3 A queda da US AIRWAYS é devido à ausência de dados de outubro e novembro de 2014.
Fonte: ANAC
*Inclui Fort Lauderdale ** Inclui Newark/NJ
Fonte: ANAC
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Atlanta (23%), Houston (12%) e Miami (11%). O
tráfego com as demais cidades também cresceu
significativamente no período (14%).
Analisando-se a conectividade em termos de
localidades brasileiras atendidas com voos regulares
para os EUA em 2014, registra-se que 12 cidades
nacionais foram contempladas com serviços aéreos
para aquele país: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília,
Manaus, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Curitiba,
Porto Alegre, Campinas, Belém e Fortaleza.
Considerando-se a distribuição do tráfego entre os
aeroportos brasileiros no ano de 2014, tem-se que
Guarulhos detém posição dominante, tendo
respondido por 62,4% dos passageiros
transportados. O aeroporto do Galeão aparece em
segundo lugar, com 20,4%. Em seguida, estão
Brasília (5,2%), Manaus (3,1%) e Confins (2,9%);
dentre outros.
Não obstante a dominância do aeroporto
internacional de São Paulo, já é possível observar
fenômeno de desconcentração progressiva de voos
para outros portões de entrada no país.
Examinando-se a distribuição do tráfego aéreo Brasil
– EUA pelos aeroportos brasileiros no período 2004 –
2014, observa-se uma desconcentração de voos dos
aeroportos de Guarulhos e Galeão para outros
aeroportos além do eixo São Paulo e Rio de Janeiro.
A proporção de voos mistos entre o Brasil e os EUA,
que tinha o aeroporto paulistano como primeiro ponto
de chegada ou último ponto de partida, era de 88%
em dezembro de 2004, caindo para 53% em
dezembro de 2014.
No comparativo de 2014 com o ano anterior, os
aeroportos brasileiros que apresentaram as maiores
taxas de crescimento em termos de volume de
passageiros processados nas rotas Brasil – EUA
Fonte: ANAC
Fonte: ANAC
Fonte: ANAC
.
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foram: Guarulhos (11%), Brasília (6%); e os Demais
Aeroportos (133%).
MERCADO DE CARGA
A América do Norte, ao lado da Europa, mostra-se
como a principal região parceira do Brasil no mercado
de carga aérea, tendo respondido por 40,8% do total
de toneladas transportadas com o país em 2014.
Tomando-se a análise na dimensão de país, os
Estados Unidos despontam isolados como o principal
parceiro econômico do Brasil nesse segmento, com
38,3% de participação no cômputo global. Em
segundo lugar está a Alemanha, com 8,7% de
participação.
O transporte aéreo de carga entre o Brasil e os
Estados Unidos cresceu à taxa média de 4,6% ao ano
nos últimos onze anos. Em 2014, foram transportadas
270 mil toneladas entre os dois países, volume 1,6%
inferior ao do ano de 2013.
Após as retrações de 2008 e 2009, ocasionadas
primordialmente pela crise mundial, os anos de
20105, 2011 e 2012 foram de recuperação.
Considerando o perfil das operações, tem-se que
55% do tráfego internacional de cargas entre o Brasil
e os EUA foi realizado por empresas exclusivamente
cargueiras em 2014. Os 45% remanescentes foram
escoados no porão de aeronaves mistas.
A participação das empresas cargueiras diminuiu de
58%, em 2013, para 55%, em 2014.
Partindo-se para a análise da competição entre
empresas nesse segmento, nota-se que em 2014 a
TAM aparece com a posição de maior destaque em
termos de volume de carga transportada (19,5%);
seguida por Atlas (18,5%), American (14,6%), e
Fedex (7,5%); dentre outras.
Fonte: ANAC
Fonte: ANAC
A distribuição da carga transportada entre o Brasil e os países da América do Norte exibe a seguinte proporção: Estados Unidos (93,8%), México (4,6%) e Canadá (1,6%).
Fonte: ANAC
4 A TAM passou a fornecer dados de carga internacional apenas em setembro de 2010.
Fonte: ANAC
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Considerando as operações tipicamente cargueiras,
tem-se que a Atlas liderou esse sub-segmento, em
2014, com 33,6% de participação, seguida pela
Fedex (13,7%), Tampa (10,4%) e ABSA (10,2%);
dentre outras.
As empresas não regulares6 representaram 6,4% do
mercado de carga aérea entre Brasil e EUA. Entre
essas empresas, destacaram-se a Sky Lease, com
3,6%, a Centurion, com 1,6% e a Florida West, com
1,1% de todo mercado.
As empresas americanas lideram no segmento
exclusivamente cargueiro com 65% do mercado. A
ABSA é a única empresa brasileira que operou nesse
mercado, obtendo 10,2% de participação.
Um ponto a se destacar no segmento exclusivamente
cargueiro é a expressiva participação de empresas de
terceiros países que atuam em 5ª liberdade nesse
mercado. Em 2014, tais companhias foram
responsáveis por 25% da carga transportada entre o
Brasil e os EUA. Destacaram-se a Colômbia, com as
empresas Lan Colombia Cargo e TAMPA, e o Chile,
com a Lan Cargo.
A análise do desempenho das principais empresas
atuantes nesse segmento, no comparativo de 2014
com 2013, revela que a TAMPA e a American
apresentaram as maiores taxas de crescimento, de
33,2% e 10,9%, respectivamente. Dentre as
empresas que apresentaram redução no volume
transportado, destacaram-se as cargueiras Lan
Colombia Cargo (-16,1%) e ABSA (13,0%).
TURISMO
A América do Norte representa a terceira região mais
importante em termos de emissão de turistas para o
Brasil, tendo respondido por 18% do total do turismo
receptivo brasileiro, por via aérea, em 2014.
Fonte: ANAC
Fonte: ANAC
5 A ANAC possui disponível dados das empresas não regulares apenas a partir de 2012, com a entrada em vigor da Resolução nº191/2011, que tornou obrigatório o envio de tais informações.
* Por demais países entende-se: Colômbia (18%); Chile (7%);
Japão e Rússia aparecem com menos de 0,1%.
Fonte: ANAC
Fonte: ANAC
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Apenas os Estados Unidos foram responsáveis por
14% do total do turismo receptivo brasileiro por
aquele modal7. Levando-se em conta o turismo
receptivo por todos os modais, tal percentual passa a
10%, o que coloca o país na segunda colocação no
ranking dos países emissores de turistas para o
Brasil8.
Analisando-se o fluxo turístico entre os dois países no
período 2005-2014, observam-se movimentos
opostos no comportamento evolutivo da emissão de
turistas dos dois países. De um lado, o número de
brasileiros visitando os EUA cresceu a uma taxa
média anual de 18,7% no período. Em 2014, o
número de turistas nacionais naquele país foi mais de
quatro vezes e meia superior ao verificado em 2005.
Por outro lado, observou-se uma diminuição da
ordem de 2,1% ao ano da entrada de turistas
americanos no Brasil no mesmo período. Embora em
2014, o número de ingressantes dos EUA no país
tenha crescido à taxa de 10,8%.
A inversão no fluxo de turistas entre os dois países
pode ser explicada pelo fortalecimento do real frente
ao dólar nesse período, atrelado à recessão da
economia americana.
Por fim, dados relativos ao gasto médio diário dos
turistas no Brasil, em 2014, revelam que os
americanos ficaram na terceira colocação em valores
desembolsados no país (US$ 81,7/dia), entre os
principais países emissores. Os chilenos foram os
que mais gastaram (US$ 92,3/dia), seguidos pelos
ingleses (US$ 83,1/dia).
RELAÇÕES COMERCIAIS
Na última década, a corrente de comércio entre o Brasil
e os Estados Unidos apresentou crescimento médio de
7% ao ano. As importações cresceram de forma mais
acelerada, apresentando um crescimento anual de
11,9%, contra 3,0% das exportações.
Fonte: Ministério do Turismo – Mtur. Brasil.
7 O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking dos principais emissores de
turistas para os Estados Unidos, com 2,26 milhões de pessoas em 2014. Esse total representa um crescimento de 9,9% sobre o ano anterior. Dados do International Trade Administration mostram que, em 2014, 3,0% dos visitantes recebidos pelos EUA eram brasileiros. 8 O primeiro colocado foi a Argentina (29,4%) e o terceiro, o Paraguai
(4,6%).
Fonte: International Trade Administration (Brasileiros nos EUA) e
Ministério do Turismo (Americanos no Brasil).
Fonte: Ministério do Turismo – Mtur. Brasil.
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8 ANAC/SRI/GAMI
As relações comerciais entre os dois países
representaram, em 2014, 13,7% do total das transações
brasileiras.
Em 2014, o Brasil exportou US$ 27 bilhões para os
Estados Unidos e importou US$ 35 bilhões, ocupando a
9ª posição no ranking de principais parceiros comerciais
daquele país9.
De acordo com dados do Ministério de
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior –
MDIC, os EUA perderam para a China o posto de
principal parceiro comercial do Brasil recentemente. Em
2014, os EUA apareceram em 2º lugar no ranking de
maiores exportações e importações brasileiras,
respondendo por (12,0%) e (15,3%), respectivamente,
do total.
Em dólares americanos, 21,3% das transações
comerciais entre os dois países foram por via aérea. Já
quando se computa a corrente de comércio em
toneladas, esse percentual cai para 0,2%.
Esse fato é explicado pelo alto valor agregado das
mercadorias transportadas por via aérea. Esse valor
médio em 2014 foi de US$ 116,43 / kg, enquanto para
os outros modais foi de US$ 0,84 /kg.
Dentre os produtos com maior valor agregado
transportados por via aérea, destacam-se: objetos de
arte, de coleção e antiguidades, etc. (US$ 1.519/kg),
pérolas e pedras preciosas, etc. (US$ 812/kg) e
aeronaves e aparelhos espaciais, etc. (US$ 737/kg);
dentre outros.
Considerando-se a representatividade dos produtos
pelo valor total comercializado, destacam-se os
seguintes: reatores, caldeiras e máquinas, etc. (US$
5.244 milhões), máquinas e material elétrico, etc. (US$
1.757 milhões), instrumentos de óptica e fotografia, etc.
Fonte: MDIC, Aliceweb.
9http://www.census.gov/foreign-
trade/statistics/highlights/top/top1412yr.html
Fonte: MDIC, Aliceweb.
Fonte: MDIC, Aliceweb.
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9 ANAC/SRI/GAMI
(US$ 1.708 milhões) e produtos farmacêuticos (US$
1.365 milhões); dentre outros.
RESUMO
Os Estados Unidos são o principal mercado aéreo de
passageiros do Brasil, respondendo por 26,1% de
todo o mercado internacional do país. Da mesma
forma, detêm a primeira posição no transporte de
carga, com 38,3% do mercado.
Em 2014, o volume de passageiros transportados
entre os dois países foi 9,1% maior no comparativo
com 2013. No volume de carga, houve redução de -
1,6%. A desaceleração da economia brasileira em
2014 contribuiu para o menor volume de carga.
Fonte: MDIC, Aliceweb.
Setor Responsável
Superintendência de Relações Internacionais - SRI
Gerência de Análise de Mercados Internacionais - GAMI
Equipe Técnica
Bruno Silva Dalcolmo - SRI
Daniel Ramos Longo - GAMI
Caio Marcello M. F. Vianna
Esa Pekka Tapani Horttanainen
Rodrigo Ayres Padilha
Talita Armborst
Contatos
Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC
Ed. Parque Cidade Corporate - Torre A
CEP 70308-200 • Brasília/DF - Brasil
Telefones: (+55) 61 3314-4531
(+55) 61 3314-4515
Disclaimer - Os dados estatísticos relativos aos serviços de transporte aéreo público são fornecidos mensalmente pelas empresas aéreas brasileiras e estrangeiras à ANAC, nos termos da regulamentação vigente. Os Boletins Informativos são gerados com base nas informações disponíveis no momento do início da análise, podendo existir atualizações e alterações posteriores. Por essa razão, podem existir diferenças entre informações disponíveis nesses boletins e outros relatórios publicados pela Agência.
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