º
SÃO FRANCISCO DE SALES: Alguém poderá perguntar: porque o Oratório foi dedicado e
começou a chamar-se de São Francisco de Sales?
D.Bosco, estando ainda no Colégio Eclesiástico (Convitto) já tinha no coração o pensamento de
colocar todas as suas obras sob a protecção do Apóstolo do Chiablese, porque o ministério que
assumiu para realizar no meio dos jovens exigia muita calma e mansidão; e por isso, queria colocar
-se sob a especial protecção de um Santo, que foi um modelo perfeito da virtude da bondade. (MB
II, 252).
Neste Ano da Fé o Papa nos convida a descobrir nos SANTOS as testemunhas vivas da fé. A Família Salesiana é já uma família de santos e santas. Hoje, seguindo o calendário do BS italiano para 2013, apresentamos a figura do Santo da Bondade, do qual tomamos, por vontade de Dom Bosco, o nome de ‘SALESianos’ e cuja festa é o 24 de Janeiro.
«Deus ordena aos cristãos, que são
as plantas vivas da sua Igreja, que
produzam frutos de devoção (=vida
de piedade), cada qual segundo a
sua qualidade, o seu estado e a sua
vocação.»
«Ó meu Deus! que alegria teremos
no Céu quando virmos o Amado
(=Jesus) de nossos corações como
um mar infinito, cujas águas são
unicamente perfeição e bondade»
«A devoção deve ser exercida de
maneira diferente pelo patrão e
pelo operário, pelo criado e pelo
príncipe, pela viúva, a solteira ou a
mulher casada; é necessário aco-
modar o exercício da devoção às
forças, aos trabalhos e aos deveres
de cada pessoa em particular». 3 breves textos escritos por S. Francisco de Sales
º
Janeiro—Fevereiro 2013
ANO XIII - Nº 50
Queridos amigos e amigas do
Boletim Salesiano:
Iniciamos o ano procurando cum-
prir um desejo: publicar bimensal-
mente o Boletim Salesiano. Este
exemplar faz já o numero 50. São
poucos números, mas já fizeram a
sua história desde que o Padre Adolfo Duro iniciara a
caminhada desta revista tão querida para Dom Bos-
co. Agradecemos a Deus e a todos os que colabora-
ram para que fosse uma realidade humilde e bonita.
A edição digital deste numero sai dias antes de cele-
brar os 125 anos da morte (dies natalis) do nosso Pai
e Fundador. Mas, o olhar não fica para trás. Com
todos, unidos ao seu Sucessor actual, Padre Pascual
Chávez, olhamos com esperança para o bicentenário
do seu nascimento: 2015!
O Sistema Preventivo vai ser a ‘medula’ da nossa
renovação para este ano, a todos os níveis e em
todas as estruturas. Temos de tomar consciência de
que o Sistema Preventivo é um enriquecimento para
a cultura moçambicana, como já o foi para outras cul-
turas. Os desafios da sociedade e da juventude
necessitam a nossa resposta educativa salesiana: o
Evangelho da alegria; o estilo de bondade; a vida
como vocação; homens e mulheres transformadores
da sociedade e criadores de Igreja, a de Jesus.
O nosso pedido a Dom Bosco pela sua festa: que o
seu amor pelos jovens e a sua alegria evangélica
atraia muitos rapazes e raparigas do nosso extenso
Moçambique, para que tenham a coragem e energia
de o seguirem nas diferentes vocações salesianas
para o bem dos jovens mais pobres.
P. Rogelio Arenal sdb
º
1- A presença de uma mãe.
Mamãe Margarida tinha apenas 29 a-
nos quando meu pai morreu, destruí-
do em poucos dias por uma terrível
pneumonia. Mulher enérgica e corajo-
sa, não ficou a lamentar-se; arregaçou
as mangas, e assumiu o seu duplo
trabalho. Doce e decisiva, fez as ve-
zes de pai e mãe.
Muitos anos depois, feito padre para
os jovens, poderei afirmar como fruto
da experiência concreta: "A primeira
felicidade de um jovem é saber que
é amado". Por isso, com meus jovens
sempre fui um verdadeiro pai, com
gestos concretos de amor sereno, ale-
gre e contagiante. Eu amava os meus
jovens e dava-lhes provas concretas
desse afeto, entregando-me completa-
mente à causa deles. Não aprendi nos livros esse amor forte e viril;
herdei-o de minha mãe e sou-lhe reconhecido por isso.
3– O sentido de Deus.
Minha mãe condensara o cate-
cismo inteiro numa frase que
repetia a cada instante: "Deus
te vê!". Eu, à escola de uma
catequista completa como era
minha mãe, cresci sob o olhar
de Deus.
Não um Deus-policial, frio e im-
placável que me 'pegava' em
fragrante; mas um Deus bom e
providente, que eu descobria
no suceder-se das estações e
aprendia a conhecer e agrade-
cer no momento da colheita do
trigo ou depois da vindima, um
Deus grande, que admirava o-
lhando para as estrelas à noite.
2– O trabalho. Minha mãe era a primeira a dar-nos o exemplo.
Eu sempre insistia: "Quem não se habitua ao trabalho na juven-
tude, será sempre preguiçoso até a velhice". Na conversa famili-
ar que tinha com meus jovens depois do jantar e das orações da
noite (o célebre "boa-noite") eu insistia que "O paraíso não é feito
para os preguiçosos".
Começamos a apresentar as mensagens do Reitor Mor para o BS de 2013 dentro do ano dedicado ao Sistema Preventivo. Numa linguagem simpática, o P. Pascual escreve em primeira pessoa como se fosse o mesmo D. Bosco a falar connosco.
Eis a mensagem de Janeiro de 2013.
º
5 - O gosto de trabalhar em conjunto.
Por muitos anos, fui protagonista absoluto entre os meus colegas:
penso nas primeiras experiências como saltimbanco nos Becchi,
naquelas esplêndidas tardes de domingo; penso na popularidade
adquirida entre meus colegas de escola em Chieri, a ponto de nu-
ma página autobiográfica eu poder afirmar que "era venerado pe-
los meus colegas como capitão de um pequeno exército". Mas,
depois, compreendi que o protagonismo era de todos.
Surgiu, então, a Sociedade da Alegria, um grupo simpático de estu-
dantes no qual todos atuavam em posição de paridade. O Regula-
mento era composto por três bre-
víssimos artigos:
- estar sempre alegres,
- cumprir bem com os pró-
prios deveres,
- evitar tudo que não fosse
digno de um bom cristão.
Mais tarde surgirão as Companhi-
as, grupos juvenis, verdadeiros laboratórios de apostolado e santi-
dade ao alcance de todos. Dizia que elas eram "coisa de jovens"
para favorecer a iniciativa deles e dar espaço à sua criatividade na-
tural.
6- O prazer de estar juntos.
Eu queria que os educadores, jovens ou idosos que fossem, esti-
vessem sempre entre os jovens, como "pais amorosos". Não por
desconfiança em relação a eles, mas justamente para caminhar
com eles, construir e participar com eles. Chegarei a dizer com ínti-
ma alegria: "Entre vocês, sinto-me bem. Minha vida é justamen-
te estar com vocês".
4- "Raciocinemos!"
Nossos velhos pronunciavam
este verbo em piemontês; e
quanta sabedoria eu descobria
nessa palavra. Era usada para
dialogar, explicar-se, chegar a
uma decisão comum, tomada
sem que alguém quisesse im-
por o próprio ponto de vista.
Depois, farei do termo "razão"
uma das colunas mestras do
meu método educativo. A pala-
vra "razão" será, para mim, si-
nônimo de diálogo, acolhida,
confiança, compreensão; será
transformada numa atitude de
busca para que não haja rivali-
dade entre educadores e jo-
vens, mas tão somente amiza-
de e estima recíproca. Para
mim, o jovem jamais será um
sujeito passivo, um simples e-
xecutor de ordens. Em meus
contatos com os jovens, jamais
farei de conta que estou escu-
tando; eu os escutarei realmen-
te, discutirei o ponto de vista
deles, as suas razões.
º
A alegria: o décimo primeiro mandamento!
«Sou conhecido no mundo todo como um santo
que semeou muita alegria a mãos cheias. Ou
melhor, como escreveu alguém que me conhecia
pessoalmente, fiz da alegria cristã “o décimo pri-
meiro mandamento”. A experiência convenceu-
me não ser possível um trabalho educativo sem
este admirável impulso, este belo percurso a mais
que é a alegria.
E para que os meus jovens estivessem intimamente
persuadidos disso, eu acrescentava: “Se quereis
que a vossa vida seja alegre e tranquila, deveis procurar viver na graça de Deus, pois o coração
do jovem que vive no pecado é como o mar em agitação contínua”. Eis porque sempre recordava
que “a alegria nasce da paz do coração”. E insistia: “eu não quero outra coisa dos jovens senão
que sejam bons e sempre alegres”.
Há quem, às vezes, me apresente como o eterno saltimbanco dos Becchi e pense fazer-me um grande
favor. Mas é uma imagem muito redutiva do meu ideal. Os jogos, as excursões, a banda de música, as
representações teatrais, as festas eram um meio, não um fim. Eu tinha em mente o que escrevia aber-
tamente aos meus jovens: “Um só é o meu desejo: ver-vos felizes no tempo e na eternidade”.
Mensagem do Reitor Mor ao BS para Fevereiro 2013.
º
Jovens construtores
de esperança e de alegria
Em 1847, imprimi um livro de formação cristã, O
Jovem Instruído. Escrevera-o roubando muitas
horas ao sono. As primeiras palavras que os meus
jovens liam eram estas: “O primeiro e principal
engano com que o demónio costuma afastar os
jovens da virtude é fazê-los pensar que servir a
nosso Senhor consista numa vida melancólica e
distante de qualquer divertimento e prazer. Não
é assim, caros jovens. Eu quero ensinar-vos um método de vida cristã, que possa ao mesmo
tempo fazer-vos alegres e felizes, indicando-vos quais são os verdadeiros divertimentos e os
verdadeiros prazeres... Esta é, justamente, a finalidade do pequeno livro, servir ao Senhor e
viver alegres”. Como vedes, para mim a alegria assumia um profundo significado religioso. No meu
estilo educativo havia uma combinação equilibrada de sacro e de profano, de natureza e de graça.
Não me satisfazia que os jovens fossem alegres; queria que eles difundissem ao redor deles esse clima
de festa, de entusiasmo, de amor à vida. Queria-os construtores de esperança e de alegria. Missioná-
rios de outros jovens mediante o apostolado da alegria. Um apostolado contagiante».
Viver e transmitir a alegria, uma forma de vida
Desde criança, o jogo e a alegria foram para mim uma forma séria
de apostolado, do que estava intimamente convencido. Para mim, a
alegria era um elemento inseparável do estudo, do trabalho e da pie-
dade. Um jovem daqueles primeiros anos recordando os anos
“heroicos” assim os descrevia: “Pensando como se comia e como
se dormia, admiramo-nos agora de ter podido divertir-nos, sem, contudo sofrer e sem nos
lamentarmos. Mas éramos felizes, vivíamos de afeto”.
Viver e transmitir a alegria constituía uma forma de vida, uma opção consciente de pedagogia em
ação. Para mim, o jovem era sempre um jovem, a sua exigência profunda era a alegria, a liberdade, a
diversão. Sentia como natural que eu, padre para os jovens, lhes transmitisse a boa e alegre notícia
contida no Evangelho. E não o poderia fazer carrancudo e com modos frios e bruscos. Os jovens preci-
savam entender que para mim a alegria era uma coisa tremendamente séria! Que o pátio era a minha
biblioteca, a minha cátedra onde eu era ao mesmo tempo professor e aluno. Que a alegria é lei funda-
mental da juventude. Eu valorizava o teatro, a música, o canto, e organizava nos mínimos detalhes as
célebres excursões de outono.
º
O desenvolvimento da vocação sacer-
dotal de Dom Bosco caminou a par e
passo com a manifestação e desen-
volvimento da sua vocação de educa-
dor. Ambas as vocações se influencia-
ram e qualificaram reciprocamente. A
vocação sacerdotal de Dom Bosco
conferiu à sua vocação de educa-
dor o sentido mais profundo e a
sua forma de ser; ao passo que a
sua vocação de educador conferiu
à sua vocação sacerdotal a especi-
ficidade e dimensão concreta. Dito
por outras palavras, Dom Bosco foi
sacerdote também na sua missão
educativa e nas suas actividades
pedagógicas; como foi também edu-
cador na sua missão sacerdotal e nas
suas actividades ministeriais. Pode,
pois, afirmar-se que a pedagogia de
Dom Bosco foi sacerdotal e que o
sacerdócio de Dom Bosco foi educati-
vo e pedagógico.
Já adulto, reconhece com muita sim-
plicidade: “O desejo de reunir os
rapazes para lhes ensinar o catecis-
mo despertou em mim quando
tinha apenas cinco anos; isto cons-
tituía o meu mais vivo anelo, pare-
cendo-me a única coisa que tinha a
fazer na terra”. Por isso, consagrou e
entregou toda a sua vida à educação
dos rapazes mais pobres e a fazer
deles “honrados cidadãos e bons
cristãos”.
Refletindo sobre as origens da sua
obra, Dom Bosco confessa com
humildade: “Quando me entreguei a
esta parcela do sagrado ministério,
entendi consagrar todos os meus
esforços à maior glória de Deus e
ao bem das almas, e propus-me
dedicar-me a formar bons cidadãos
nesta terra, a fim de que depois fos-
º
sem dignos cidadãos do céu. Que
Deus me ajude a continuar neste
propósito até ao último alento da
minha vida”.
Eugénio Alburquerque Frutos
(Traductor: Basílio Gonçalves)
Publicado no BS de Portugal nº 535
Separata, Nov/Dez 2012
«Não podemos dizer se
Dom Bosco começou a pen-
sar primeiro na santidade
ou no sacerdócio. Mas a
verdade é que João Bosco
desde pequeno era já
ambas as coisas, à sua
maneira.
Logo, todo o seu itinerário
formativo ficou marcado
pela pobreza; mas a pobre-
za como a entende o Evan-
gelho. Teve que viver na
pobreza e é inenarrável
constatar o que significou
para ele. Contudo imediata-
mente se deu conta que,
mesmo com essas limita-
ções, Deus queria que ele
fosse sacerdote, embora
nem tivesse chegado a
entender ainda o que signifi-
cava ser sacerdote»
Cardeal Anastasio Ballestrero
º
Realizou-se em Roma, do 28 de Dezembro ao dia 2 de Janeiro o 35º ENCONTRO EUROPEU de JOVENS, organizado pela Comunidade cristã de Taizé, fundada pelo grande Irmão Roger, um apósto-los dos jovens de todas as confissões cristãs e não só. O tema do encontro deste ano era: “OS JOVENS, SOIS A ESPERANÇA DE UM MUNDO ROTO”. Foram
seis dias de oração, de reflexão e de vida nas paróquias, famílias e comunidades religiosas de Roma. Tiveram uma Vigília de oração com o Papa e todas as autoridades das diferentes Igrejas cristãs fize-ram-se presentes com as suas respectivas mensagens. Eis algumas mensagens transmitidas:
“A juventude é também cari-
dade, simplicidade de cora-
ção...”
“A confiança dentro do cris-
tianismo é um acto de fé,
uma acto de adesão do
coração, de adesão da inte-
ligência. A fé é o fermento
da nossa confiança em
Deus”
“A oração é um acto de fé: é
um acto de reconhecer a possi-
biidade de ter uma relação
directa com Deus...”
Patriarca Bartolomé
(Igr.Ortodoxa)
“É impressionante quando
alguém se desvia do plano
da sua vida, muda os seus
projectos, é surpreendido por
uma luz e a segue... E lem-
brai, JESUS, está sempre aí.
Mostra-nos o caminho para a
conversão”
“Esta LUZ-JESUS dá-nos
corações para uma nova soli-
dariedade. Mostra-nos alter-
nativas para mudar a vida
actual. Podemos seguir juntos
caminhos para uma vida que
seja pacífica, sustentável e
equitativa”
Martin Junge ( Ig. Luterana)
º
realidade, mas oferece novos
horizontes, novas perspectivas
com a formação humana nas
catequeses, nos grupos de
vida e no oratório. Enfrentamos
por vezes algumas barreiras
como o desinteresse pelo
assunto ou tema, mas mesmo
com aqueles poucos que ade-
rem procuramos sempre ofere-
cer o melhor, fazer com que a
informação chegue e que seja
entendida. Com todo este tra-
balho realizado notamos que
ainda é muito pouco, queremos
levar a estes jovens a descobri-
rem a Jesus em suas vidas e a
ficar com ele, outro desafio é a
sua formação.
pois abrangeu a comunidade
Paroquial. Tivemos muita ade-
rência na campanha, consegui-
mos angariar vários produtos,
entre alimentos, vestuário, cal-
çado e material escolar. Foi
gratificante ver o envolvimento
da comunidade, para mim, com
certeza esta foi uma experiên-
cia marcante, pois, com um
pouco que cada um pôde ofe-
recer podemos ajudar muitas
pessoas que vivem, apesar de
não ser suficiente.
No bairro a maioria dos jovens
não tem muitas oportunidades,
de ir a escola e obter um
emprego digno, pois não tem
formação. O seu refúgio tem
sido em algumas actividades
que na maioria são prejudiciais.
No caso dos rapazes o grande
problema tem sido o álcool e
as drogas, uma vez que estes
entregam-se completamente a
estes vícios desperdiçando a
sua juventude. Quanto as rapa-
rigas, estas engravidam muito
cedo, algumas tentam consti-
tuir família, que por vezes tem
sido infeliz; e outras com medo
fazem abortos clandestinos,
com ou sem o consentimento
dos seus encarregados.
Existe porém, um pequeno gru-
po que não luta contra esta
Chamo-me Cintia Carla de
Sousa Flores, moçambicana
de 23 anos de idade, estudante
do segundo ano de contabilida-
de do Instituto Superior Dom
Bosco (ISDB), residente em
Maputo, bairro do Chamanculo
C.
Estou na Paroquia de São
José a trabalhar como anima-
dora há quase cinco anos, num
grupo de aproximadamente
vinte e cinco membros. Este
grupo procura trazer às crian-
ças, adolescentes e jovens dos
b a i r r o s c i r c u n v i z i n h o s
(Chamanculo, Malanga e Luís
Cabral) tardes recreativas aos
domingos durante o período
lectivo aos domingos e nas
férias “Verão Bosco” de
segunda a domingo; ao estilo
de Dom Bosco oferecemos,
grupos formativos de fé nos
domingos logo após a missa,
reforço das matérias, activida-
des manuais, música e despor-
to.
No decorrer deste trabalho o
grupo desenvolveu (sempre
com a ajuda do Pe. Miguel)
várias actividades que me fize-
ram crescer espiritualmente
dentre elas destaco a Campa-
nha de solidariedade que
envolveu não só o Oratório
Cintia Carla de Sousa Flores,
º
Continuamos apresentando alguns textos da carta dos Bis-pos de Moçambique “SALVAGUARDAR A VIDA HUMANA”, e fazendo alguns comentários que nos ajudem a fomentar em nós o cuidado pela família, como núcleo fundamental
de toda sociedade e como base da Igreja doméstica. Neste número do BS estudamos o número 27 que trata sobre a BIGAMIA.
Alguns legisladores do nosso
país estão a propor a legaliza-
ção da bigamia. Mas o que é
isso?
Escrevem os Bispos: «A biga-
mia é o acto pelo qual um
homem ou mulher contrai
segundo ou ulterior matrimó-
nio, sem que se ache legiti-
mamente dissolvido o ante-
rior. Logo, isto envolve em si
a poligamia (n.d.r.:um homem
com muitas mulheres) e a
poliandria (n.d.r.:uma mulher
com muitos homens)»
Algumas considerações:
- «Na proposta da despenali-
zação da bigamia –afirmam os
Bispos- transparece uma
machismo camuflado em que
o homem pretende enveredar
pela poligamia e não o con-
trário; deste modo negligen-
cia-se o principio da igualda-
de do género...»
- Com a bigamia o valor da uni-
dade da família fica destruído,
podendo chegar a criar um tipo
de «família depravada, incon-
gruente, absurda e doentia».
Será este o caminho para con-
seguirmos homens e mulheres
felizes? Famílias felizes? Uma
sociedade feliz?
- Afirma o documento que na
nossa sociedade actual «há
mais perversão sexual do
que bigamia».
Os Bispos com esta ultima afir-
mação tocam um tema vital e
grave.
Ao desaparecer progressiva-
mente, por várias causas, o
entorno familiar onde se trans-
mitiam os valores da vida e da
família -lembramos os ritos de
iniciação-, e não haver outra
oferta colectiva positiva no
campo do amor, da afectivida-
de, da sexualidade, do matri-
mónio, se está a viver uma
radical mudança, muitas vezes
não positiva.
A infidelidade desordeira fora
do casal, seja no homem como
na mulher, substituiu a poliga-
mia tal como se entendia e
vivia na tradição.
É provável que uma das cau-
sas seja uma vivência deficien-
te e errada da sexualidade da
pessoa assim como uma fraca
ou inexistente formação para o
amor nas ultimas gerações.
Também, certos meios de
comunicação social (através
dos filmes, vídeo clips, letras
de canções...) transmitem uma
imagem da sexualidade que
potencia mais os instintos
sexuais que o amor autêntico.
Para muitas crianças e jovens
faltam modelos de pais e mães,
de casais fiéis. É um triste fac-
to, que muitíssimas crianças
tem de viver com seus padras-
tos ou madrastas, e em muitas
ocasiões, passam por essa
experiência várias vezes, com
todo o que isso tem de traumá-
tico. Quando elas forem adul-
tas, tenderão a repetir os mes-
mos comportamentos que elas
viram nas suas famílias.
Esta afirmação da escritora
madeirense, católica e salesia-
na cooperadora, pode-se apli-
car ao que estamos a falar:
- Sem dúvida, o casal tem a
responsabilidade de cuidar
materialmente da família.
- Mas, o mais importante no
casal e na família, é o amor
que se vive dentro dela. Éste
amor é fonte de vida!
º
Nada é tão grande neste mun-
do como “construir” um ser hu-
mano. As máquinas acabarão
um dia, mas os nossos filhos
jamais. Hoje mais do que nun-
ca, o valor da mulher na educa-
ção e maternidade deve ser va-
lorizado e protegido pela socie-
dade.
A maternidade é um dom de
Deus que as sociedades mo-
dernas devem proteger para
manutenção da dignidade da
pessoa humana.
Tudo começa em casa
Educar é promover o cresci-
mento e o amadurecimento da
pessoa humana em todas as
suas dimensões: material, inte-
lectual, moral e religiosa. Por
isso, a educação não se rece-
be só na escola, mas principal-
mente em casa.
Às vezes ouve-se alguém di-
zer: “Ele é analfabeto, mas é
muito educado”. Não adianta
ser doutor e não saber tratar os
outros como gente; não saber
cumprir com a palavra dada;
não se comportar bem; trair a
esposa e os filhos; não ser
gentil; não ser afável, etc.
Deus quis que isso fosse feito
a n t e s
de tudo
p e l o s
pais e,
de mo-
do es-
pec ia l ,
p e l a
mãe.
Hoje sobretudo, quando muitas
mães são obrigadas a criar so-
zinhas os seus filhos, porque
são “órfãos de pais vivos”, essa
missão torna-se mais importan-
te e árdua ainda. Nesse caso,
o papel materno tem a sua im-
portância triplicada, porque ela
(a mãe), tem de desempenhar
o papel do pai e dela própria.
Esta é hoje a realidade da so-
ciedade moçambicana desde o
campo até a cidade. O que fa-
zer para mudar este cenário?
A Igreja nos ensina que: “Pela
graça do Sacramento do matri-
mónio os pais receberam a res-
ponsabilidade e o privilégio de
evangelizar os seus filhos. Por
isso os iniciarão desde a tenra
idade nos mistérios da fé, da
qual são para os filhos os pri-
meiros arautos.(LG,11). Asso-
ciá-los-ão desde a primeira in-
fância à vida da Igre-
ja” (Catecismo da Igreja Católi-
ca, n. 2225).
A arte de educar os filhos-
Sem o carinho e a atenção da
figura da mãe, a criança certa-
mente crescerá carente de afe-
to e desorientada para a vida.
O povo diz que atrás de um
grande homem há sempre uma
grande mulher, mas é preciso
não esquecer que “esta mu-
lher”, mais do que a esposa, é
a mãe.
É no colo da mãe que a criança
precisa aprende o que é a fé,
aprende a rezar e a amar a
Deus e as pessoas. É no colo
que o homem de amanhã deve
aprender o que é a retidão, o
caráter, a honestidade, a bon-
dade, a pureza de coração.
É no colo da mãe que a criança
aprende a respeitar as pesso-
as, a ser gentil com os mais ve-
lhos, a ser humilde e simples e
não desprezar ninguém. É a
mãe, com o seu jeito doce e
suave, que vai retirando da sua
plantinha que cresce a erva da-
ninha da preguiça, da desobe-
diência, da má-criação, dos
gestos e palavras inconvenien-
tes.
É ela que lhe vai ensinando a per-
doar, a superar os momentos de
raiva, a não ter inveja dos outros
que têm mais bens e dinheiro. É a
mãe que nas primeiras tarefas do
lar lhe ensina o caminho redentor
do trabalho e a responsabilidade.
Até o Filho de Deus quis precisar
de uma Mãe para cumprir a Sua
missão de salvar a humanidade; e
Ele fez o Seu primeiro milagre nas
Bodas de Caná exatamente por-
que Ela lhe pediu. Por isso, cada
mãe é um sinal de Maria, que ensi-
na seu filho a viver de acordo com
a vontade de Deus. Gandhi dizia
que “a verdadeira educação con-
siste em pôr a descoberto o me-
lhor de uma pessoa”. Para isso é
preciso a arte de educar, a mais
difícil e mais bela de todas.
Alice Albertina, FMA
º
- 2.080 milhões de pessoas
utilizam internet (das quais,
1.190 milhões são dos países
em desenvolvimento, como o
nosso);
- Existem 5.280 milhões de
pessoas com telefone celular
(das quais, 3.840 milhões são
dos países em desenvolvi-
mento).
(Dados de 2011)
O mundo não é
hoje só onde as
pessoas ‘vivem fisi-
camente’, mas tam-
bém onde as pes-
soas ESTÃO!
Na NET estão mui-
tos e nós também!
O ‘Oratório de Val-
docco’ foi o ESPA-
ÇO educativo e
evangelizador de
Dom Bosco.
Hoje, D.Bosco, não
trabalharia na NET
para criar nela um
espaço harmonio-
so, de relações e
para evangelizar?
Não basta estar na
NET, como todos.
É necessário fazer
dela um lugar de
COMUNICAÇÃO
autêntica, transmis-
sora de valores, de
formação e de
informação cons-
trutiva.
Na ‘rede’ de internet trata-se
de evangelizar não o meio,
mas sim as pessoas que u t i -
lizam cada um dos meios
sociais que se vão criando.
Cada meio social, cada r e d e
social, necessita de uma
equipa de evangelizadores
que faça presente a Cristo e
à Igreja nesse meio.
(Nestor Mora)
º
UM DESAFIO:
«No contexto da sociedade de
hoje, somos chamados a ser-
mos santos educadores
como Dom Bosco, entregando
a nossa vida como ele, traba-
lhando com e pelos joven»
Dom Bosco iniciou, desde o início da Congregação, a tradição da Estreia. Era o presente ‘educativo e afectivo’ que ele dava a cada jovem e a cada salesiano ao ter-minar o ano como palavra de ordem para viver no novo ano. Desde então, todos os seus Sucessores repetem o gesto.
O comentário oficial da Estreia, que guiará o trabalho da Família Salesiana durante todo o
ano, é apresentado sempre, em primeiro lugar, desde as últimas décadas, pelo Reitor Mor às Filhas de Maria Auxiliadora, na sua Casa Geral em Roma. Só depois é que se faz extensi-vo a toda a Família Salesiana.
UMA MENSAGEM PROFÉTI-
CA:
O SP é ‘uma experiência
espiritual e educativa que se
fundamenta na razão, na reli-
gião e na bondade’
UMA SÍNTESE:
‘O Sistema Preventivo repre-
senta a síntese da sabedoria
pedagógica de Dom Bosco ‘
UMA INTUIÇÃO:
‘A bondade, como estilo edu-
cativo e, mais em geral, como
estilo de vida cristã’
O SISTEMA
PREVENTIVO (SP) É:
º
UMA RESPOSTA AOS
POBRES:
Formando ‘para a sensibilida-
de social e politica que sempre
leve a investir a própria vida
como missão pelo bem da
comunidade social’
31 Dezembro 2012: P.
Pascual e Madre Ivon-
ne FMA, no dia da
apresen taçã o do
comentário à Estreia. ASSUMIR UMA CONSCIÊN-
CIA CRISTÃ:
‘Revelar e ajudar a viver cons-
cientemente a vocação de
homem, a verdade da pes-
soa… O homem deve a pró-
pria existência a um dom’
MOSTRAR A JESUS AO
JOVEM:
‘A verdade da pessoa, que a
razão percebe de modo inicial,
encontra em Cristo a sua ilu-
minação total… Jesus Cris-
to… abre a pessoa à plena
compreensão de si e do pró-
prio destino’
UMA MISSÃO:
‘Missão salesiana é consa-
gração, é «predileção» pelos
jovens, e esta predileção, em
seu estado inicial, nós o sabe-
mos, é um dom de Deus, mas
cabe à nossa inteligência e ao
nosso coração desenvolvê-la
e aperfeiçoá-la
º
º
Ver-se, aos seis anos, sem pais, maltratado pelos parentes, com mais a responsabilidade de cuidar dos irmãos mais pequenos: eis infelizmente uma situação ideal para decidir-se a viver pelas ruas. Foi o que aconteceu a Patrick, que entretanto teve a sorte, gran-
de, de achar quem lhe desse a possibilidade de voltar a sonhar. Vejamos a sua história.
Meu nome é Patrick Ngugi
Gichuhi. Nasci em 1986 de
uma família muito humilde. Sou
o primeiro de seis filhos: tenho
três irmãos e duas irmãs. Dis-
punha de uma linda famí-
lia que tanto cuidava de nós.
Mais importante ainda: eu
sonhava. Sonhava como qual-
quer outro rapaz que tem uma
família que o possa ajudar a
realizar seus sonhos. Entretan-
to, todos eles acabaram por se
desvanecer com o passar de
pouquíssimos anos...
Em 1991 meus pais se separa-
ram: é que meu pai se dedica-
va, como trabalho, a traficar
com maconha, passando a
maior parte do tempo na
cadeia, em vez de tomar conta
da família. Minha mãe, depois
de toda uma série de esforços
para convencê-lo a mudar de
profissão, chegara a um ponto
de não mais volta: e foi embo-
ra, deixando-nos a todos nós.
Meu pai decidiu levar-nos à
nossa casa de campo, em Nye-
ri, onde tínhamos parentes pelo
lado de minha mãe; mas por-
que o pai não tinha com eles
bons relacionamentos, em vez
de levar-nos diretamente a
meu avô, simplesmente des-
carregou-nos numa cidade vizi-
nha, Kiganjo, encarregando-me
de cuidar dos meus irmãos e
de achar os meus parentes.
Depois de algum tempo achei
quem me ajudou a encontrá-
los. Mas, para minha grande
surpresa, eles não foram nada
hospitaleiros conosco. Além
disso, havia maus tratos que se
repetiam…. Não nos conside-
ravam da família: viam-nos
como um peso. Por tudo isso
em 1992 eu e o meu irmão
menor, deixamos Nyeri e
fomos a Karatina, de onde
depois de poucos dias partimos
para Nairóbi. Ali nos tornamos
‘meninos de rua’.
Decidimos viver, mendigar,
comer, e dormir sempre na rua.
Isso durou dois anos. Em 1995
fomos presos como… parquea-
dores abusivos e enviados a
um centro para a infância, em
Kabete. Depois de um ano,
porque ninguém viera a inte-
ressar-se por nós, o Ministério
Público me perguntou o que
desejava fazer. Ouvira falar,
através de alguns rapazes, de
um lugar chamado ‘Dom Bos-
co’, onde as crianças podiam ir
à escola, receber comida e rou-
pa, e, sem vacilar, disse que
queria ser adotado por Dom
Bosco.
Fui recebido pela comunidade
salesiana de Nairóbi-Kariua,
uma das sedes do programa
“Bosco Boys”; e retomei os
estudos. De ali, graças aos
meus bons resultados escola-
res, fui inserido no primeiro
grupo que, da escola salesia-
na, passava às escolas públi-
cas de grau superior, comple-
tando todos os níveis e che-
gando, com a graça de Deus,
até conseguir o Láurea em
‘International Business Admi-
nistration’ (Administração Inter-
nacional de Empresas) com
especialização em Finanças.
Sinto uma profunda gratidão
pelos Salesianos de Dom
Bosco por seu empenho e
determinação em ajudar
jovens como eu a dar um
novo rumo à sua vida.
Como a eles agradeço também
a todos os benfeitores e prote-
tores.
Mas sobretudo agradeço ao
nosso bom Senhor Jesus Cris-
to, que me concedeu obter
estes meus sucessos. No fim,
de fato, não seremos julgados
por quantos diplomas tivermos
obtido, ou por quanto dinheiro
tivermos ganho, ou por quantas
coisas grandes tivermos feito;
mas pelo critério “tive fome e
me destes de comer, tive sede
e me destes de beber, era
forasteiro e me recebestes,
estava nu e me vestistes” (Mt
25,35-36). (ANS)
º
§ Somos leigos que DEUS consagra na Igreja para o mundo e escolhemos viver segundo o espírito de DOM BOSCO.
§ Seguimos uma vida segundo os CONSELHOS EVANGÉLICOS e nos comprometemos a fazer surgir em cada realidade da
vida e do trabalho a mensagem do EVANGELHO.
§ Não esquecemos o mundo por Deus, nem Deus pelo mundo, e mantemos uma ‘discreção’ sobre a pertença ao Instituto para
poder trabalhar com mais eficácia.
§ Vivemos a CONSAGRAÇÃO no trabalho, na qualidade profissional e nas circunstâncias ordinárias da vida, vivendo na pró-
pria familia o sós. Não vivemos em comunidade, mas nos encontramos para momentos de formação e encontros fraternos.
§ Participamos na vida social, cultural e políticia levando a riqueza e a plenitude dos valores cristãos.
§ Descobrimos a Cristo no rosto de cada HOMEM.
§ A Voluntária de Dom Bosco é uma mulher que opta por fazer da sua vida um dom e compromete por Cristo a
sua vida no mundo e escolhe viver a sua vida segundo o espírito de DOM BOSCO.
§ É uma leiga que, tendo consciência da sua consagração baptismal, se compromete, a exemplo de Cristo, a viver
um amor pobre, casto e obediente.
§ Não se afasta do mundo, nem do seu ambiente, nem do seu trabalho, nem da sua família, mas aí opera levando a
plenitude da sua opção radical de amor.
§ Distingue-se apenas pelo testemunho de um amor libertador, desinteressado, disponível; utilizando os meios ofe-
recidos pelo mundo, para orientar tudo e todos para Deus.
§ Realiza tudo isto não de forma isolada, mas em COMUNHÃO com outras irmãs VDB que compartilham a mes-
ma opção de vida.
º
1- “Nos quatro evangelhos apa-
rece com claridade a resposta
à pergunta: «de onde provém
Jesus?». A sua verdadeira ori-
gem é o Pai, Deus: Jesus pro-
vém totalmente dele”.
2- “Na profissão de fé, o Credo,
Jesus é definido com diferentes
nomes: Senhor, Cristo, Unigé-
nito de Deus, Deus de Deus,
Luz de Luz, Deus verdadeiro
de Deus verdadeiro, da mesma
substância que o Pai”.
3- “O que é central na nossa
profissão de fé: Deus é um
Deus connosco”.
4- “Nada é impossível a Deus!
Com Ele a nossa existência
caminha sempre sobre um ter-
reno seguro e está aberta a
uma futuro de firme esperan-
ça”.
5- “Deus que chamou ao ser
humano do nada, com a Encar-
nação de Jesus da vida a um
novo inicio da humanidade”.
Mensagens da catequese do dia 2 de Janeiro de 2013
3– O DIÁLOGO, A JUSTIÇA E A PAZ:
«Exortamos as comunidades cristãs e a todas as pessoas de boa-
vontade a irem para a frente na consolidação da paz...:
§ cooperando de todas as maneiras na construção de um ambiente
cujas bases sejam a justiça social, a verdade, a liberdade e o res-
peito.
§ ...redescobrir o diálogo justo e respeitoso, e no respeito dos
direitos das pessoas e das populações...
§ Abandonando definitivamente o recurso às armas, a qualquer tipo
de violência, verbal ou física na procura da solução dos nossos pro-
blemas.
§ Renovemos o espírito que 20 anos atrás levou as partes envolvi-
das a assinarem o Acordo Geral de Paz...
Continuamos apresen-tando trechos do comuni-
cado da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) intitulado “Para que a minha casa fique cheia (L 14,23)”.
4– SEMINÁRIOS E PASTORAL
VOCACIONAL
« O Seminário Interdiocesano de
Filosofia... teve 169 alunos internos
e o Seminário Interdiocesano Teoló-
gico... teve 58 alunos internos. As
despesas de manutenção dos semi-
naristas e dos edifícios são cada vez
mais pesadas, pelo que contamos
com a generosidade de todos os
cristãos...
Reforçamos as equipas de ambos
seminários com mais alguns novos
formadores e enviando outros para
estudos de especialização... APELAMOS PARA QUE:
§ «a promoção vocacional seja feita no respeito e na observância
da pastoral diocesana de conjunto, evitando caminhos paralelos».
§ «Haja um sério acompanhamento nas paróquias e nos grupos de
vocacionados».
§ «Ajude-se o jovem no discernimento, e se respeite a liberdade do
mesmo na escolha do seu futuro».
º
Queridos jovens,
Desejo fazer chegar a todos
vós minha saudação cheia de
alegria e afecto.
Agora estamo-nos preparando
para a próxima Jornada Mun-
dial, que será celebrada no Rio
de Janeiro, Brasil em Julho.
Desejo, em primeiro lugar,
renovar a vós o convite para
participardes nesse importante
evento.
A conhecida estátua do Cristo
Redentor, que se eleva sobre
àquela bela cidade brasileira,
será o símbolo eloquente deste
convite: seus braços abertos
são o sinal da acolhida que o
Senhor reservará a todos
quantos vierem até Ele, e o
seu coração retrata o imenso
Por isso me alegro que tam-
bém vós, queridos jovens,
sejais envolvidos neste
impulso missionário de toda
a Igreja: fazer conhecer Cris-
to é o dom mais precioso que
podeis fazer aos outros.
(continuará)
amor que Ele tem por cada
um e cada uma de vós.
Deixai-vos atrair por Ele!
Vivei essa experiência de
encontro com Cristo, junto com
tantos outros jovens que se
reunirão no Rio para o próximo
encontro mundial!
Deixai-vos amar por Ele e
sereis as testemunhas de que
o mundo precisa.
Convido a vos preparardes
para a Jornada Mundial do Rio
de Janeiro, meditando desde já
sobre o tema do encontro: «Ide
e fazei discípulos entre as
nações» (cf. Mt 28,19).
Trata-se da grande exortação
missionária que Cristo deixou
para toda a Igreja e que perma-
nece actual ainda hoje, dois mil
anos depois. Agora este man-
dato deve ressoar fortemente
em vosso coração.
º
Como foi o seu trajeto mis-
sionário?
Ir. Carla: Antes fiquei em Por-
tugal durante seis anos. De-
pois, quando o governo portu-
guês de Moçambique, que ain-
da era colônia, pediu que nós
fma e os salesianos fôssemos
a João de Deus para dirigir
dois colégios, eu parti com
mais duas Irmãs. Fomos de a-
vião até Johanesburgo e de-
pois chegamos a Moçambique
de trem. A inspetora nos acom-
panhou.
Como foram os inícios da
missão em Moçambique?
Ir. Carla: Éramos três Irmãs e
uma voluntária e devíamos diri-
gir o colégio que até então ti-
nha sido gerido por algumas
senhoras. Havia perto de 150
meninas e jovens, entre 6 e 20
anos. Mas eu nunca perdi a co-
ragem, ia assim mesmo e,
quando não entendia e não sa-
bia, simplesmente perguntava.
Desse modo, o funcio-
nário encarregado
dos assuntos educa-
cionais se interessou
pelo nosso colégio e
nos ajudou muito.
Quanto tempo ficou
no colégio da Na-
maacha?
Ir. Carla: Eu fiquei 9
anos. Quando saí de
lá, muitas pessoas fo-
ram ao aeroporto para
se despedirem de
mim. Havia todas as
autoridades, civis e
religiosas. Eu fui para o norte
numa missão no Chiúre. Ali
também pude trabalhar muito
com as meninas. A missão era
muito organizada, tínhamos a
visita às famílias, a escola, a
catequese. E depois havia o
grupo das moças que se pre-
paravam para o matrimônio. A
essas eu ensinava a cozinhar,
costurar, dava algumas normas
básicas de higiene.
Ir. Carla como olha para a
mulher moçambicana ontem
e hoje?
Ir. Carla: A mulher nem sem-
pre desempenhou as mesmas
funções na sociedade. Se em
outras épocas, ela ficava cir-
cunscrita as paredes de sua
c a s a , h o j e a m u lh e r
“abandonou” o lar e foi para o
mercado de trabalho objetivan-
do compor a renda familiar.
Algum tempo atrás a mulher
era educada somente para
exercer o papel de dona de
casa, mãe e esposa. Dessa
forma, ela vivia em função do
homem, por isso era pouco
valorizada na sociedade.
Quando se criou a necessidade
de a mulher enfrentar o merca-
do de trabalho, ela aos poucos
conquistou seu espaço.
Hoje a mulher exerce muitas
funções. Além de dona de
casa, mãe e esposa, ela tem
sua profissão ou trabalho no
mercado. Assim sendo, actual-
mente a mulher exerce todas
as funções que antes eram
executadas pelo homem, con-
quistando assim seu espaço
Ir. Carla sente se feliz?
Ir. Carla: Eu me sinto feliz na
minha vocação missionária. O
Senhor me deu muito! Tive a
possibilidade de viver entre o
povo de Moçambique e senti
que me querem bem. Se penso
no que já vivi, posso dizer que
sou realmente feliz.
Ir. Carla Bajetta, uma das pri-
meiras filhas de Maria Auxilia-
dora . Uma Religiosa, que tes-
temunha a fidelidade criativa ,
alegre e transparente para o
mundo de hoje onde a pala-
vra” fidelidade” é um desafio
para as familias de hoje.
Alice A. Nhamposse, FMA
Ir. Carla, uma das três primeiras missionárias que chegaram à Moçambique em 1952. Ir. Carla uma das primeiras missionárias salesianas em Moçambique completa 96 anos, a sua fisionomia tem u-ma incrível vivacidade; seus olhos azuis são límpidos e transparentes, como sempre foi toda a sua vida extraordinariamente simples. De fato, fala-nos com simplicidade da viagem, dos primeiros con-
tatos com a nova cultura, do trabalho realizado por mais de 76 anos de vida consagrada e 60 de vida missionária em Moçambique. Mas para ela tudo é muito normal. Tudo devia ser assim, ela não fez nada de extraordinário. Lembra-se de tantas coisas. Sente-se feliz de ter podido viver plenamente a sua vocação missionária e consagrada.
º
Nesta crónica quero destacar um “jovem” de
35 anos, que concluiu o curso de Carpinteiro,
em 450 horas, aproximadamente.
Nascido no Gúrué, na região do chá, província
da Zambézia, ali cresceu, recebeu os sacra-
mentos de iniciação e casou canonicamente
com a Margarida.
Como a maioria dos jovens moçambicanos,
também o Carlitos pensou que Maputo seria o
“el dorado”. Meteu pés ao caminho, deixando a
casa, a mulher e
cinco filhos, a quem chama “as minhas flores”,
e cá chegou à capital, que dista cerca de 2.000
quilómetros da sua terra. Agora já reconhece
que o sonho não passou disso mesmo: um
sonho e uma desilusão.
Não só não pode mandar algum dinheiro para
a mulher e filhos, como tem de lutar para
sobreviver.
Há dias fiz-me convidado, e fui fazer uma visita
ao lugar onde vive (?) o Carlitos. Tive de ser
guiado por ele, pelo complicado labirinto deste
Bairro de Chamanculo. Sozinho seria impensá-
vel chegar lá, mesmo se a distância não é
grande (uns 300 ou 400 metros). O factor
segurança também tem peso, e de que manei-
ra!
Pois este “jovem” vive num anexo de 3 x 2,5,
feito com chapas de zinco. Paga o equivalente
a 30 euros mensais. Não tem direito, nem a
água, nem a luz, nem a casa de banho. É pre-
ciso ver para crer.
Em Julho, que é o tempo do frio, pediu-me um
cobertor, porque dormia vestido. Agora pude
ver que na verdade não tinha nada. Já lhe dei
duas cadeiras. Apesar de velhas, ele com a
sua habilidade, na carpintaria, transformou-as
em novas. E foi nelas que nos sentámos e
conversámos sobre a vida difícil que os pobres
levam neste país, e que são a maioria, infeliz-
mente.
Joaquim Gomes, sdb
º
Uma coisa que chama a aten-
ção dos que visitam a África é
o grande número de chineses
presentes no Continente.
Alguns estimam que sejam
pelo menos 25 milhões os chine-
ses na África!
Alguns deles, especialmente
jovens, vêm aos nossos cen-
tros e oratórios para brincar e
jogar. Algumas vezes também
para "gozar" de algumas das
nossas celebrações litúrgicas.
Vezes há também que se tor-
nam centro das nossas brinca-
deiras. Entretanto, examinando
a situação de modo mais pro-
fundo, com sensibilidade mis-
sionária, torna-se mais que evi-
dente que muitos deles, a
maioria quem sabe, nunca
ouviram falar do Evangelho, de
Jesus Cristo.
Dois eventos: o primeiro, nos
dias 5-9 de Novembro de 2012,
se fizeram os Dias de Estudo
sobre o primeiro anúncio de
Cristo na África-Madagascar,
em Adis-Abeba, Etiópia, e, o
segundo, o Dia Missionário
Salesiano neste ano se con-
centra no anúncio de Cristo na
África... Feliz coincidência? Os
dois eventos impelem-nos a
olhar em nosso redor com o
coração missionário de Dom
Bosco!
Vemos, com os olhos missioná-
rios de Dom Bosco, em nosso
redor "a urgência de proclamar
a Boa Nova a milhões de pes-
soas na África, pessoas que
não fo ram evange l i za-
das" (Ecclesia in Africa, 47).
Urge pois suscitar o interesse
por Jesus Cristo entre aqueles
que ainda O não conhecem.
Também para revitalizar a fé
daqueles cristãos africanos
que, na sua Fé, se tornaram
tíbios, frouxos.
O Papa Bento XVI tem convi-
dado a recuperar «o fervor dos
inícios da evangelização do
Continente Africano" (Africae
munus, 164).
Essa paixão missionária abre
os nossos olhos às possibilida-
des missionárias da presença
chinesa na África. Dispomos ali
com efeito de todas as possibili-
dades de proclamar o Evange-
lho, possibilidades de que a Igre-
ja na China não dispõe!
O Novo Testamento utiliza o
termo ‘kairos’ para descrever "o
tempo de graça nos desígnios
de Deus», o momento em que
Deus age (ver, p. ex., Mc 1,15).
Estou convencido de que deve-
mos responder a este tempo da
visita de Deus. Foi por isso que
convidei os Inspetores da
Região África-Madagascar ,
durante o nosso último encon-
tro, a discernirem quanto Deus
nos está a dizer, hoje, perante
essa tão maciça presença chi-
nesa. Estou certo de que uma
abundante colheita nos está a
esperar, se respondermos com
audácia missionária a este kai-
ros para a Igreja e para a Con-
gregação, na África e Mada-
gascar!
P. Guillermo Basañes, SDB
Conselheiro Regional para a
África-Madagascar
º
Nasci na República Democráti-
ca do Congo. E numa família
católica. Encontrei-me com
Nosso Senhor pelo exemplo de
minha mãe. Certo dia estáva-
mos a passar por uma igreja. E
então minha mãe me disse:
"Vem, filho! Vamos saudar a
Jesus que está na igreja!” Ain-
da não podia compreender.
Mas tendo entrado na igreja, vi
que minha mãe se ajoelhou e
fez o sinal-da-cruz. Esse gesto
me marcou para sempre. Des-
de aquele momento comecei a
sentir a presença de Deus em
minha vida.
Entre 1990-1992 a vida foi difí-
cil... No meu povoado eram
muitas as crianças abandona-
das pelas ruas. Ver aquelas
crianças assim, pela rua, aban-
donadas..., o meu coração
começou a me fazer perguntas:
«Por que essas crianças
sofrem? Não teria sido Jesus a
abandoná-las?». Mas aí a
Palavra do mesmo Senhor vol-
tou a me dizer no coração:
'Tudo o que fizestes a um des-
tes mais pequenos, que são
meus irmãos, foi a mim que o
fizestes’ (v. Mt 25,40).
Decidi que daria a minha vida
para servir às crianças que
sofrem no mundo. Havia come-
çado a minha vocação missio-
nária.
Chegando ao postulantado
salesiano, foi enorme a minha
alegria quando o Inspetor me
mandou trabalhar com crianças
em dificuldades. A seguir parti-
lhei com o meu Director o cha-
mado missionário que sentia no
peito. O director aconselhou -
me a expressar esse meu
desejo logo ao chegar ao novi-
ciado. Durante o noviciado o
Mestre encorajou-me firme-
mente a cultivar essa vocação
e a continuar o discernimento.
Durante o Curso de Filosofia
escrevi ao Reitor-Mor, P. Juan
E. Vecchi.
Ele aceitou o
meu pedido e
mandou-me
para a Inspe-
toria África
Francófona
O c i d e n t a l
(AFO), que
abrange sete
países. Tra-
balhei no
Togo dois
anos, duran-
te o tirocínio
prático sale-
siano. Depois da ordenação
sacerdotal fui responsável pela
Casa de crianças desampara-
das. E também pela Pastoral
Juvenil, em Abidjan, na Costa
do Marfim. Desde 2010 estou
em Ouagadougou, Burkina
Fasso, entre as crianças de
Belleville, onde estamos come-
çando uma nova presença
salesiana.
Ao longo dessa caminhada
missionária foram várias as difi-
culdades encontradas. Mas
fazem parte da alegria de
anunciar a Jesus Cristo. São as
costumeiras dificuldades de
adaptação à língua, ao clima...
Dificuldades que não se podem
comparar com as alegrias
experimentadas, sendo a maior
de todas a alegria de estar com
o Povo da África Ocidental, tão
sensível para com um ‘africano
missionário na... África’.
Eu também fico muito sensibili-
zado com o testemunho de
pessoas que, mais ou menos,
me dizem: «Você que é africa-
no e deixa o seu país, seus
pais, seus amigos, para vir
para o meio de nós, para
ficar e viver connosco. Você
fazendo isso é realmente um
nosso irmão, um nosso filho.
Não tenha medo: nós estare-
mos com você nesta missão
que Deus lhe confia no meio
de nós».
Gostaria de convidar os Sale-
sianos jovens a não terem
medo de responder ao chama-
do missionário que Deus lhes
dirige: ‘Deus precisa de vós
neste mundo; deseja que
onde estiverdes sejais Suas
testemunhas, mesmo nos
extremos confins da Terra.
Vivei a missão onde quer que
estejais. Sede a página do
Evangelho que atrai outros
jovens à vida missionária!’
P. Albert Kabuge, missioná-
rio em Burkina Fasso
º
A CIDADE DE DOIS MÁRTIRES SALESIANOS
DECLARA A DOM BOSCO PATRONO
No dia 20 de dezembro de 2012 o Conselho Comunal de
Oświęcim adotou uma resolução que nomeia São João Bos-
co santo Patrono da Cidade.
O Instituto Dom Bosco, de Oświęcim, é o berço da Congrega-
ção salesiana na Polônia. Ali, no dia 15 de agosto de 1898,
chegaram os primeiros Salesianos, tomando a seus cuidados
o mosteiro dominicano que, rapidamente, foi recuperado e res-
taurado. E sobre as ruínas da velha Igreja de Santa Cruz
levanta-se agora uma igreja dedicada a Maria Auxiliadora.
Quanto ao mosteiro, é hoje uma das atrações de Oświęcim.
Desde o seu início a escola salesiana de Oświęcim preparou verdadeiros especialistas profissionais em diversos misteres
(mecânico, torneiro, marceneiro/carpinteiro, projetista, modelador industrial). Em 1998 recebeu um prêmio citadino por sua
contribuição à formação profissional dos jovens.
Entre os ex-alunos da escola salesiana de Oświęcim (cidade mais conhecida sob o sinistro nome tedesco Auschwitz) contam-
se dois Beatos mártires da II Guerra Mundial: P. José Kowalski e Eduardo Klinik, este também jovem do Oratório, de Poz-
nan.
Nos últimos anos foram ampliadas as atividades da escola para a aprendizagem dos Jovens, que, além da formação técnica e
a profissional, podem agora receber a formação ‘colegial’. (ANS)
OS 2 CONSELHOS GERAIS (SDB—FMA)
ENCONTRAM-SE EM ROMA
Roma, Itália – 15 de janeiro de 2013 – Renovou-se o
habitual encontro semestral dos Conselhos Gerais
dos Salesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora.
Realizado na Casa Geral SDB, Pisana, o encontro
teve qual núcleo temático a nova Evangelização. O
Reitor-Mor e a Madre Reungoat compartilharam com
todos a experiência vivida durante a participação no
recente Sínodo dos Bispos. Os dois Superiores
Gerais tiveram também a oportunidade de partilhar a
própria satisfação por ver que algumas sensibili-
dades emersas durante o Sínodo já fazem parte da
ação e do estilo salesiano; e que compartilhar com
os Padres sinodais dos temas da atenção à família,
da proximidade aos jovens e aos pobres, requer uma
constante conversão pastoral. (ANS)
EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA
DOS PRÉ-NOVIÇOS DE QUÉNIA
Korr, Quénia – Os pré-noviços salesianos do “Bosco Boys”, Quénia,
pertencente à Inspetoria África Leste, viveram uma experiência mis-
sionária em Korr, localidade situada no deserto do “Kaisut” ao norte
do país. Os pré-noviços participaram, junto com os jovens locais, da
Semana do Festival Juvenil, que teve como tema “Paz e harmonia”,
com celebrações eucarísticas, momentos de oração, diálogo, jogos,
esporte, compartilha. É desde 1980 que os salesianos realizam a
obra missionária em Korr entre as tribos Rendille e Samburu. (ANS)
º
HAITI: APÓS O DRAMA, A ESPERANÇA!
No dia 12 de janeiro recordou-se o terceiro aniversário do terramoto que atingiu o
Haiti provocando imensas perdas humanas e o colapso das infraestruturas do
País. Foram 32 segundos que semearam nos corações desolação, desespero, feri-
das. O P. Sylvain Ducange, Superior da Visitadoria do Haiti, oferece uma quadro de
quanto se fez até agora, e confirma todo o empenho salesiano no País.
A intervenção da comunidade internacional foi rapidíssima e eficaz. Graças à solicitude
paterna do Reitor-Mor, que lançou um apelo imediato à solidariedade, todas as Inspeto-
rias da Congregação se tornaram solidárias, organizando ajudas em favor da Visitadoria do Haiti, através das Procuradorias e
das Ongues salesianas.
Eis pois o que se fez em três anos:
- Assistência aos refugiados nos campos de Thorland, Cité Soleil e Pétion-Ville.
- Ajuda humanitária às pessoas afluídas às casas salesianas.
- Campos de formação para a luta contra a cólera-morbo.
- Atividades paraescolares, formativo-recreativas para adolescentes e jovens atingidos
por traumas pós-sismo (formação de agentes sociais e atividades várias).
- Retomada das atividades escolares e formativas (bolsas de estudo, material didático,
salário aos professores).
- Reorganização da rede da Obra das Pequenas Escolas do P. Bonhen (OPEPB) e reconstrução das escolas danificadas pelo
terromoto.
- Construção de salas de aula provisórias e impostação de pré-fabricados na ENAM, Fleuriot, Gressier e Cité Soleil.
- Reconstrução do muro de proteção de algumas obras salesianas.
- Construção de pré-fabricados para as comunidades da ENAM e de Thorland.
- Novo Centro Dom Bosco, em Gressier, com escola elementar, ginasial (ou média) e um internato.
- Apoio para a reinserção dos meninos de rua mediante ‘LAKAY-LAKOU’, em Porto Prín-
cipe e em Cap Haïtien, com um novo centro de acolhida.
- Reabilitação dos edifícios danificados pelo tremor de terra, em Gressier, Thorland,
Pétion-Ville, Drouillard e Cap Haïtien.
- Construção do Centro Escolar de Bas-Fontaine-Vila dos Repatriados, do Centro poliva-
lente S. Francisco de Sales, do Kindergarten Soleil 4, em Cité Soleil.
- Novo Modelo de Formação Profissional adaptado à realidade atual, do Haiti.
- Início do canteiro-de-obras para a nova Casa Inspetorial e o Pós-noviciado, em Fleuriot.
- Intercâmbio dos centros de Cap Haïtien e Fort Liberté com a escola agrícola salesiana da República Dominicana.
- Nova Escola para Enfermeiros e refeitório com cozinha em Fort Liberté.
- Recuperação do Centro Profissional, de Gonaïves.
- Um grande salão para a promoções socioeducativas, em Gressier.
- Atividades geradoras de lucro, para as famílias da Área Thorland e em Cité Soleil.
- Reconstrução de um edifício (18 salas) na Escola elementar da ENAM.
- Início da Escola de Futebol Dom Bosco, em Fort Liberte.
- Centros de tratamento e venda de água, em Les Cayes, Fort Liberté e ENAM.
- Distribuição de água com dois caminhões-pipas.
...Nós, Filhos de Dom Bosco, no Haiti, estamos convencidos de que o carisma salesiano contribui para a transformação da
sociedade, criando uma mentalidade nova para forjar um novo futuro com os jovens a nós confiados. Assim continuamos a
levar ao nosso país o patrimônio pedagógico herdado de Dom Bosco que, através de um sistema educativo eficaz, continua-
mente atualizado, encaminha cada jovem a triunfar na própria vida qual “bom cristão e honesto cidadão”. (ANS)
º
A Igreja da Missão de São João Baptista de Moatize (Tete) viu-se enriquecida
com duas novas imagens: a de Nossa Senhora Auxiliadora e a de São José.
Tudo começou quando, faz um ano, o irmão carmelita do P. Francisco Lourenço
esteve a visitá-lo na missão.
Ficou comovido de tudo o que viu e tornou-se, desde Fátima, lugar onde vive, um
benfeitor da Missão, aproveitando tantos peregrinos que passam por aquele san-
tuário mariano tão famoso para procurar ajudas.
Mas, teve uma ideia grande: faltava uma imagem de Nossa Senhora Auxiliadora
na Igreja dos salesianos! Então, procurou o benfeitor. Buscou os meios para a
mandar por barco. E aqui está! O que não conseguiram durante tantos anos os
salesianos, foi um frade carmelita que o fez!
Que Maria Auxiliadora e São José o abençoem!
Nas fotografias, o P. Lourenço apresentando as imagens à comunidade paroquial
ENCONTRO DAS VOLUNTÁRIAS
DE DOM BOSCO
Realizou-se em Maputo, dos dias 4 a
10 de Janeiro um encontro histórico
para a Família Salesiana em Moçam-
bique: o primeiro encontro das Volun-
tárias de Dom Bosco (sigla: VDB) de
Angola e Moçambique.
Para participar e animar tão importan-
te encontro vieram do Conselho Geral
duas VDB: a Conselheira Geral para a
África e a Ecónoma Geral. O encontro
realizou-se no Instituto Superior Dom
Bosco.
De Angola participaram duas VDB já
com a Profissão Religiosa e 3 aspiran-
tes. Foram acompanhadas pelo Padre
Gino, assistente eclesiástico das VDB
em Angola.
De parte de Moçambique, participa-
ram duas aspirantes e foram acompa-
nhadas pelo P. António Tallón, em
nome do P. Leal, actualmente ausente
de Moçambique.
No dia 8 de Janeiro o grupo se trans-
ladou ao Centro de Espiritualidade
‘Emaús’ de Matola onde fizeram uma
manhã de retiro animado pelo P.
Rogelio.
De tarde houve uma Eucaristia impor-
tante, presidida pelo Provincial P.
Américo. Nela, a Conselheira Geral
para África das VDB recebeu a passa-
gem para o segundo ano de aspiran-
tado de duas jovens angolanas e a
entrada no primeiro ano de aspiranta-
do de uma jovem angolana e duas
moçambicanas.
Também esteve presente uma candi-
dato moçambicano a Voluntário Com
Dom Bosco (CDB).
Agradecemos a Deus este encontro
no nosso país e rezamos para que
estas vocações de ‘leigos/as consa-
grados/as’ cresça em ambos países.
º
ESTÁGIO VOCACIONAL
NA MATOLA
Mais um ano, realizou-se na casa do
Aspirantado salesiano de Matola o
estágio vocacional, dos dias 19 de
Janeiro a 2 de Fevereiro.
O estagio está dirigido para aqueles
jovens que fizeram o pedido para
entrar no aspirantado. São dias que
permitem o conhecimento entre os
candidatos e com os salesianos da
comunidade do aspirantado. Realizam
-se encontros formativos pelas
manhãs e diversas actividades duran-
te a tarde (desporto, trabalho...) que
ajudam a introduzir-se no ambiente da
nova casa.
Durante o estágio os aspirantes parti-
cipam nas Primeiras Profissões dos
Salesianos na Namaacha no mesmo
dia de São João Bosco, dia 31 de
Janeiro.
O estágio termina no dia 2 de Feverei-
ro com uma manhã de retiro e fazem
a entrada oficial no aspirantado na
Eucaristia presidida pelo Provincial.
Este ano de 2013 os novos aspirantes
são 10: 7 da província de Tete, 1 da
província da Zambezia (Mocuba) e 1
da província de Cabo Delgado
(Chiúre).
I l u s t r e s
‘graduados’ da
Escola das FMA
de Chiúre.
Junto às crian-
ças a Ir. Apoli-
ne, directora da
Comunidade.
Os ecónomos e
contabilistas da
Visitadoria reuni-
ram-se durante
dois encontros
para analizar o
trabalho realiza-
do e programar
o novo ano de
2013.
A Ir. Petra (FMA)
cumpriu no pas-
sado 6 de Janei-
ro, 80 anos de
idade.
Continua vivo o
seu entusiasmo
e o cuidado pelos
pobres.
PARABÉNS!
º
Falamos com VDB-A. Ela é
Voluntária desde o ano de
2003, já com Votos Perpé-
tuos e é a primeira VDB do
seu país.
Fala-nos da tua experiência
viva de ser VDB no teu país,
um país africano.
É uma experiência não muito
fácil por causa da ‘reserva’. No
nosso contexto africano a nos-
sa vocação não é muito aceite.
As pessoas olham para nós
com muitas interrogações. A
pergunta é: porque é que não
se casam? Porque é que não
se faz irmã religiosa?.
Mas, eu estou bem, sou feliz. A
minha família sabe. A minha
mãe me apoia nesta escolha.
(Fora do microfone ela nos dis-
se que o seu pai não chegou a
saber, porque ele teria ficado
tão contente que diria a toda a
gente, então para evitar isso,
foi bom não lhe informar e não
prejudicar o ‘anonimato’ das
VDB).
Qual pensas que é a novida-
de que uma VDB traz para a
Igreja e a Sociedade do teu
país?
O testemunho de vida. A novi-
dade é estar ali. Não se distin-
guir dos outros, nem pela rou-
pa. Viver com os outros. Mas,
sabendo que eu sou uma
CONSAGRADA.
Cada VDB vive do seu pró-
prio trabalho. Qual é o traba-
lho que tu realizas?
Eu sou professora. Dou aulas
de língua.
E tens algum trabalho pasto-
ral concreto?
Na minha diocese eu sou a
Coordenadora Diocesana da
Pastoral Juvenil.
É um trabalho bem salesia-
no. E o Bispo sabe?
Sim, ele sabe que sou consa-
grada.
Como vês a realidade das
VDB em África e no teu pais?
Têm futuro?
Em crescimento. Está a cres-
cer. Têm futuro. Basta que as
jovens conheçam. É uma voca-
ção que não se conhece muito.
Mas se as jovens conhecem,
as VDB têm futuro.
Como se faz a pastoral voca-
cional das VDB?
Nós, como VDB não podemos
aparecer. Mas, podemos dar
pistas, e apresentar as várias
modalidades de consagração
aos jovens e às jovens, então
aí podem escolher. Ou, as
outras pessoas podem fazer
por nós, como os sdb, as fma e
outras pessoas que conheçam
os Institutos Seculares.
Como vês o mundo dos
jovens no teu país?
É um mundo de sonhos, de
fantasias, mas também de
desafios. Os jovens de hoje
procuram, querem alcançar
metas cada vez mais altas. Há
muitos jovens que já se preo-
cupam muito com a formação,
querem estudar. Mas também
há aqueles que ainda andam
por aí, a passear…
No campo da evangelização
dos jovens, como está o teu
país?
Está a caminhar. Precisa cres-
cer muito. Ainda há muito tra-
balho por se fazer. Os jovens
são inconstantes. Há vezes
que vêm nas actividades da
Igreja, mas há muitos também
que se furtam, que não querem
saber nada da Igreja.
Uma mensagem para os
jovens de Moçambique:
Aproveitando o encontro, em Moçambique, durante a pri-meira semana de Janeiro de 2013, das VDB (Voluntárias de Dom Bosco) de Angola e Moçambique, o BS realizou peque-nas entrevistas a duas delas.
A primeira entrevista foi realizada a uma Conselheira Geral das VDB, vinda de Itália. A segunda entrevista foi realizada a uma VDB africana, já de Votos Perpétuos. Para respeitar a ‘reserva’ própria das VDB (por motivos pastorais, as VDB não se apresentam em publico como tais), indicaremos a primeira com o nome de ‘VDB-A’ e a segunda entrevista com o nome de ‘VDB-E’, e evitaremos
referências concretas das suas pessoas.
Bem, que tenham como cen-
tro das próprias vidas Jesus.
Que busquem, neste Ano da
Fé, que procurem buscar
mais , conhecer cada vez
mais a Jesus Cristo.
O Papa oferece um manual
próprio para os jovens para o
conhecimento de Jesus Cris-
to, que é o Youcat.
Que estudem. Que conheçam
bem, cada vez mais, e que
se tornem cada vez mais,
grandes amigos de Jesus.
º
Falamos com VDB-E. Ela é
natural do sul de Itália.
O que está a fazer nestes
dias em Moçambique?
Tenho vindo como Conselheira
Geral do Instituto das Voluntá-
rias de Dom Bosco a acompa-
nhar à outra Conselheira
encarregada da África. Esta-
mos a fazer um encontro com
as jovens Voluntárias de
Moçambique juntamente com
as jovens Voluntárias de Ango-
la que quiseram encontrar-se
aqui neste lugar, para experi-
mentar um encontro de forma-
ção, de fraternidade, e para
renovar os próprios compro-
missos no Instituto.
Desde quando é você VDB?
Toda a vida vivi, posso dizer,
entre as VDB . Tive uma voca-
ção muito jovem, entre os 15 e
16 anos. Quando tive 18 anos
me aceitaram no grupo. Em
2012 celebrei os 50 anos da
minha Primeira Consagração
no Instituto.
O que pensa da sua vocação
de 50 anos de VDB?
Olha, tem sido uma vida que
eu tenho vivido na plenitude da
consciência de pertencer ao
Senhor. E isto deu-me uma
grande alegria e uma grande
força para enfrentar toda a rea-
lidade da vida, que nem sem-
pre é fácil, que leva consigo
tantas experiencias de sofri-
mento, de provas, seja na
família, no trabalho. Mas, com
a graça do Senhor tenho vivido
na alegria. E estou muito, mui-
to agradecida ao Senhor pela
sua chamada. Agradecida ao
Instituto e a todas as irmãs que
me fizeram crescer de tantas
maneiras.
Qual era o seu trabalho na
sociedade?
Comecei a trabalhar muito
jovem para ajudar à minha
família. Fiz trabalhos diversos.
Depois tive um trabalho mais
estável na Livraria Salesiana
da minha cidade onde trabalhei
34 anos. Já estou reformada
desde faz 10 anos.
Agora estou dedicada a outras
coisas. Também o Instituto me
chamou para dar as minhas
energias e experiências no ser-
viço actual.
E a sua experiência pastoral?
Um trabalho muito bonito que
tenho feito desde jovem tem
sido o trabalho com os não
videntes (cegos). Era um grupo
eclesial de não videntes e os
acompanhei durante muitos
anos. Tem sido catequese, cul-
tura, passeios. Eles depois
cresceram, os tenho encontra-
do noutras situações e agora
tenho com eles contactos pes-
soais com alguns deles.
Tive outras responsabilidades
que me empenharam bastante.
Uma VDB: como sente, como
vive Dom Bosco’?
Vivi a salesianidade porque
estudei nas Fma. Tenho nasci-
do próprio no Instituto das
Irmãs. Olhava estas mulheres
que se dedicavam totalmente
ao Senhor. Eu queria fazer
assim como elas. E a coisa
bonita que aprendi delas foi a
oração. Buscar dialogar com o
Senhor. Encontrar-me com Ele,
busca-lo, falar-lhe.
Depois esta experiencia cres-
ceu com a familiaridade, com
as pessoas da FS, no ambiente
de trabalho, que particularmen-
te era frequentado por sdb,
fma, jovens, leigos… Penso
que Dom Bosco está no cora-
ção e caminha connosco. E
depois, o Beato Filipe Rinaldi,
nosso bom Pai…
Qual é o contributo da VDB
na sociedade?
Olha, especialmente a nossa
vocação pode dar tanto como
testemunho. Num mundo onde
se quer fazer de menos a
Deus. A nossa presença, a
nossa coerência de viver em
Deus, de viver um vida cristã,
fiel, comprometida, cheia de
fé, leva à gente algo de diferen-
te, que temos necessidade de
Deus.
Uma mensagem para os
jovens de Moçambique:
Queridos jovens: deixai-vos
atrair por Jesus, o Cristo. É
um grande amigo que não
vos abandonará nunca. Que
responderá à todas as vos-
sas perguntas. Que vos fará
felizes, mesmo que a vossa
vida nem sempre seja fácil.
F. Rinaldi: Fundador das VDB
º
SISTEMA PREVENTIVO E
DIREITOS HUMANOS (Carola Carazzone)
São muitíssimos os pontos de
contacto, de sinergia e de reci-
procidade vital entre Sistema
Preventivo e promoção e pro-
tecção dos direitos humanos.
HONESTOS CIDADÃOS
O desafio para nós hoje – e é
um desafio que diz respeito a
todas as obras salesianas:
escolas, oratórios, paróquias, e
não certamente apenas as
obras que se ocupam de mar-
ginalização – é educar os
jovens para uma participação
activa, livre e significativa, para
a solidariedade, para a respon-
sabilidade e para o compromis-
so individual e social pela digni-
dade da pessoa humana, pela
justiça, pelo desenvolvimento
humano, pela construção de
um mundo – possível – mais
justo e mais habitável...
AMBIENTE EDUCATIVO
O ambiente educativo é funda-
mental e deve ser coerente
com o respeito, a promoção, a
protecção e a plena realização
dos princípios e dos valores
que se proclamam. Nisto Dom
Bosco foi mestre para qualquer
educador, mesmo fora do nos-
so ambiente salesiano.
Numa época de regulamentos,
de muitos níveis de autoridade,
de punições, de profundas dis-
criminações e exclusão, Dom
Bosco pôs em evidência a
espontaneidade, a familiarida-
de, o carinho, a prevenção, a
participação activa e significati-
va do educando na relação
com o educador e com o
ambiente educativo.
É o clima humano, o espírito, o
ambiente que se respira na
obra salesiana e que constitui
um dos elementos essenciais
do Sistema Preventivo de Dom
Bosco, aquilo que o torna váli-
do em todos os contextos cultu-
rais e religiosos, como demons-
tra uma experiência consolida-
da na Ásia e na África, onde a
maioria dos nossos alunos,
pais e colaboradores não são
cristãos, mas encontram na
escola salesiana uma atmosfe-
ra familiar de respeito, dignida-
de, partilha, solidariedade que
os faz sentir à sua vontade, em
casa.
Realizou-se no Salesianum, junto da Casa Geral dos SDB em Roma, do 17 ao 20 de Janeiro, a 31ª edição dos Dias de Espiritualidade Salesiana. Cada ano, à luz da Estreia do Reitor Mor, reúnem-se representantes de todo o mundo e do mundo salesiano para reflectir, aprofundar e experimentar em vivo a mensagem do Suces-
sor de Dom Bosco. Neste ano, a Estreia do Reitor-Mor, dedicada à pedagogia de Dom Bosco, foi aprofundada pela contribuição de espertos e de jovens, e iluminada pela apresentação de experiências pessoais e de algumas boas práticas de pedagogia salesiana. Nesta 31ª edição participaram representantes de 31 Congregações, Associações e Grupos Laicais fundados por Dom Bosco ou que se inspiram no seu carisma. Os Dias de Espiritualidade Salesiana são coordenados pelos vários responsáveis e anima-
dores membros da Consultoria mundial da Família Salesiana. Pode-se dizer que, cada ano começa com este tradicional encontro de Família, que ao mesmo tempo vai aprofundando a realidade da Família Salesiana e fortalecendo os seus laços de união carismática. Apresentamos extractos de algumas experiências comunicadas.
A MELHOR JUVENTUDE
Perspectiva Pedagógica (Alessandro D’Avenia)
Para falar dos rapazes é
necessário conhecê-los e escu-
tá-los. Não na televisão, mas
em carne e osso. Desde que
dou aulas, sempre notei uma
certa diferença entre os rapa-
zes que encontrava na aula e
os que via nos media.
TESTEMUNHAS
Só em contacto com a busca
da verdade as forças de um
rapaz se libertam, a liberdade é
posta em ação. Não uso efeitos
especiais, só as palavras. E a
palavra que querem ouvir não
é a que dá soluções, essa não
a escutam, mas a palavra que
é pronunciada de olhos a bri-
lhar, a palavra vivida, a palavra
que procura a verdade e a ama
sem esconder o cansaço e o
insucesso. Estes rapazes pre-
cisam de pessoas que mos-
trem não ter medo de viver,
ainda que a vida meta medo e
não há que escondê-lo. Só
assim começam a gerar a vida
e se sentem estimulados a fazê
-lo, na idade em que desco-
brem que o seu corpo é feito
para a gerar. Mas de tal manei-
º
ra anestesiámos a verdade e
tão virtual tornámos a realida-
de, que as verdades mais evi-
dentes como o corpo, o amor,
o sexo, a dor, a morte, a felici-
dade, Deus… se tornam alego-
rias idealizadas, prisioneiras de
interpretações pré-fabricadas
ainda antes de ser vividas, e
isto vale também no âmbito
católico.
BUSCANDO SENTIDO
Escutei confidências desespe-
radas de rapazes que não con-
seguiam encontrar um adulto a
quem pedir ajuda. Parece-me
ter de lidar com uma geração
que foi biologicamente gerada,
mas não culturalmente e, por-
tanto, está privada de uma
ordem simbólica e narrativa
que lhe permita interpretar
experiências e emoções.
Se falta o sentido, perdem-se
os significados. Dor sem signifi-
cado, vida sem significado,
sexo sem significado… Eis o
que eles procuram: uma capa-
cidade de leitura da realidade
que, se vem a faltar, oscila
entre instabilidade das emo-
ções (quanto mais fortes são,
mais vivo me sinto) e depen-
dência do mais forte, do “todos
fazem assim” (conformismo).
Ambas as atitudes abrem um
poço de dor nos seus cora-
ções, uma prisão interior de
tédio e de incerteza.
A medida alta do quotidiano de
que falava o beato Karol foi
posta de parte. O critério de
felicidade está reduzido ao
sucesso e não à capacidade de
sonhar a vida que foi dada, de
aceitar e transformar o destino
que temos numa vida pessoal,
vivendo para a busca da verda-
de, do bem e da beleza no
espaço permitido pelos nossos
limites e capacidades.
º
Janeiro, mês de Dom Bosco, mês em que alguns jovens de Angola e Moçambique, ofere-cem as suas vidas ao Senhor no caminho de São João Bosco, Pai e Mestre da Juventude. No dia 24 de Janeiro, festa de São Francisco de Sales, duas jovens dizem SIM a Jesus no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora.
No dia 31 de Janeiro, festa de Dom Bosco, no Noviciado de Namaacha, 7 jovens oferecem as suas vidas a Cristo como Salesianos de Dom Bosco. Eis os seus testemunhos:
EMÍLIA RAQUEL DE SOUSA
Nasci em Maputo. Fui baptiza-
da um ano depois.
Na minha paróquia, S. Francis-
co de Assis do Infulene, tive os
primeiros contactos com a
espiritualidade de D. Bosco e
Madre Mazzarello através da
acção das Irmãs salesianas,
no oratório e na catequese. Fui
apreciando, conhecendo e
interiorizando melhor essa
espiritualidade. Depois pedi
para fazer a experiência da
vivência dessa espiritualidade
como vocacionada interna.
Depois de alguns anos de
estudo, aprofundamento e
assimilação vital, a pesar das
dificuldades, que também
fazem parte da nossa vida,
com a profissão religiosa quero
oferecer alegremente a minha
a Deus para ser sinal do seu
amor preveniente para os
jovens.
Cara/o jovem, procure sempre
dar a Deus o seu lugar na tua
vida.
ROSALINA ANTÓNIO MBEVE
Sou natural da província de
Tete, distrito de Angónia, loca-
lidade de Ulóngué. Nasci no
dia 19 de Julho de 1986.
Eu quero ser Filha de Maria
Auxiliadora, para testemunhar
Cristo aos jovens. Ser como
dom Bosco e Madre Mazzarel-
lo, que se doaram sem limites
para salvar muitos jovens da
sua pobreza tanto material
como espiritual.
Estou muito feliz por ser mem-
bro desta grande família.
Convido cada jovem a não ter
medo de dar a sua resposta,
quando sentir o chamado do
Senhor.
º
CRISTOVÃO FONSECA L. B.
KIESSE PAUO DE SOUSA
PEDRO PENA
JOSÉ NHAMBONGE
AVELINO DOS SANTOS
LUVUNDO CAPALO MUME
ARSÉNIO MUHANGO
Nascí em Kuanza-Norte, Ango-
la. Tenho 24 anos de idade.
A Profissão Religiosa sale-
siana é uma entrega total e
generosa que eu faço de mim
mesmo a Deus, devido ao
chamamento que Ele próprio
faz, seja para o Sacerdote,
como para o Leigo Consagra-
do, que entre nós Salesianos
chamamos de Coadjutor.
A alegria e a paz que me vem
de Deus é que me levam a
entregar e gastar a minha
vida pelos jovens. São estes
sentimentos que Deus colocou
no meu coração e no meu pen-
samento, a fim de eu dedicar
toda a minha vida no traba-
lho pela salvação da minha
alma e pela salvação dos
jovens.
Assim estou motivado a fazer
os Votos de Obediência,
Pobreza e Castidade, e a
viver como Salesiano Coadju-
tor, para responder à vontade
de Deus a meu respeito, e
assim escolhi seguir os pas-
sos de Jesus e viver como
Ele para anunciar o Reino de
Deus aos jovens (Marcos
16,15)».
º
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