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XIX seminário dos estudantes

7 a 11 de Novembro 2011

Caderno de Resumos

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Info: http://seminarioppgf.blogspot.com/

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XIX SEMINÁRIO DOS

ESTUDANTES DO PPGF

7 a 11 de Novembro 2011

Comunicações

Alberto Daniel Alcaráz [becario doctoral conicet]: La gestación de una "elite" proprietaria de explotación yerbatera-maderera en el alto paraná

Amanda Sayonara Fernandes Prazeres [mest_ufrn]: śūnyatā—um olhar oriental sobre a questão do nada

Antonio Charles Almeida [dout_ufpr]: Ortega & Gasset Bianca Tossato Andrade [mest_ppgf_ufrj]: O mundo e a alma: o

problema da categorização Bernardo Boelsums Barreto Sansevero [dout_puc-rio]:

Considerações sobre os conceitos de manualidade e ser simplesmente dado, em ser e tempo

Brena Costa de Almeida [mest_ppgsd_uff]: Poder e verdade a partir de Michael Foucault

Carlos Cardozo Coelho [mest_ppgf_ufrj]: Da ontologia militante ao projeto hermenêutico de Paul Ricoeur: contribuições de Wilhelm Dilthey

Catarina Santos [dout_ppgf_ufrj]: Cosmopolitismo entre Thomas Pogge e John Rawls

Daniel Leite Cabrera Pereira da Rosa [mest_ppgf_ufrj]: Kant e a moral como superação do amor de si

Daniel Nogueira [mest_ppgf_ufrj]: Spinoza e a arte

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Daniel Rubião de Andrade [dout_ppgf_ufrj]: Notas sobre o silogismo indutivo ]

Denise Dardeau [mest_ppgf_ufrj]: A questão da alteridade em Emmanuel Lévinas a partir do rastro heideggeriano

Diogo Gurgel [dout_ppgf_ufrj]: Um estudo do uso de expressões figuradas no texto filosófico: Heidegger e o conceito metafórico

Domingos Ribeiro Mendes Junior [dout_ppgf_ufrj] : Seguridade, violência e sociedade biopolítica

Eraci Gonçalves de Oliveira [mest_ppgf_ufrj]: Movimento total da atualidade do ser

Elias Sergio Dutra [dout_ufscar]: Os paradoxos do sentido interno na crítica da razão pura: alguns apontamentos

Fabio Alves Gomes de Oliveira [dout_ppgf_ufrj]: Vegetarianismo: caminhos para a ética global

Fábio Marchon Coube [mest_ppgf_ufrj]: Língua, direito, justiça: a problemática relação em torno do testemunho e da pena de morte em Jacques Derrida

Felipe Gonçalves Pinto [dout_ppgf_ufrj]: A crítica de Aristóteles à concepção platônica de phantasía

Fernando Padrão [ppgf_ufrj]: Maioridade e devir-menor: Deleuze e Foucault nos limites da crítica kantiana

Filipe Ferreira Pires Völz [mest_ppgf_ufrj]: Possibilidade de uma política em Kierkegaard

Flora Rocha Cardoso [dout_ppgf_ufrj]: A reabilitação da virtude aristotélica na ética contemporânea

Germano Nogueira Prado [dout_ppgf_ufrj]: O cotidiano e a caverna: a vida comum entre Platão e Heidegger

Gustavo Saboia de Andrade Reis [mest_ppgf_ufrj]: Uma reflexão sobre a la búsqueda del presente de Octavio Paz

Hedwig Marina Rodrigues [mest_puc-rio]: Modernidade vista pela objetiva de Benjamin

Henrique Brum [mest_ppgf_ufrj]: A abordagem das capabilities de Martha Nussbaum

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Idia Laura Ferreira [dout_ppgf_ufrj]: Cognitivismo internalista: novos rumos para a metaética

João Eduardo Navachi da Silveira [dout_ppgf_ufrj]: Nietzsche e Wagner: uma aproximação a partir do conceito de cultura

José Eduardo Pimentel Filho [dout_ppgf_ufrj]: Deleuze e Foucault: sobre a morte de deus nos anos sessenta

José Olimpio dos Santos Neto: Justiça além do direito: uma hipótese derridiana

Juliana da Silveira Pinheiro [dout_ufmg]: A influência das condições biológicas nas emoções segundo Descartes

Kelly Ichitani Koide [mestra_usp]: A autonomia da ciência: as relações entre o pluralismo metodológico, as prioridades de pesquisa e os objetivos cognitivos e sociais da ciência

Kibson Rodrigo Santos da Silva [mest_ufrn]: Da existência do útil ao inútil: a constituição do instrumento na ordem da obra de arte

Lara Góes [dout_ppgf_ufrj]: O conceito de pessoa em Charles Taylor: sentimento e experiência reflexiva do agente moral Leonardo Couto [dout_ppgf_ufrj]: Justiça como equidade em John

Rawls e o reconhecimento pelo STF brasileiro da união homoafetiva como união estável

Luciano Gomes Brazil [mest_ppgf_ufrj]: O conceito de vontade de poder

Marcelo de Mello Rangel [dout_ppgf_ufrj]: História e liberdade em Nietzsche

Márcio José Silva Lima [mest_ufpb]: Nietzsche e a crítica ao historicismo: uma análise a partir da relação entre história e vida na segunda consideração intempestiva

Marco Oliveira [mest_ppgf_ufrj]: Caracterizando o realismo moral Marcos Carvalho Lopes [dout_ppgf_ufrj]: Neil Gross, Richard Drorty

e a sociologia da filosofia Maria Laura Magalhães de Carvalho [mest_ppgf_ufrj]: Deleuze

espectador dos modernos

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Mariana Cabral Tomzhinsky Scarpa [mest_ufpr]: Na fronteira da animalidade e do humano

Mariângela Areal Guimarães [dout_ppgf_ufrj]: Os estóicos e Sócrates

Max de Filippis Resende [dout_ppgf_ufrj]: A relação entre arte e conhecimento na concepção trágico-dionisíaca nietzscheana da existência

Murilo Mariano Vilaça [dout_ppgf_ufrj]: Transumanismo Pablo Azevedo [dout_ppgf_ufrj]: Acontecimento, encontro e

materialismo na filosofia do último Althousser Paulo Henrique Cople [mest_ppgf_ufrj]: As intensidades da alma:

sobre um conceito de Bergson Paula Padilha [dout_ppgf_ufrj]: Uma aproximação entre os

pensamentos de Benjamin e Wittgenstein Paulo Roberto Falcão [dout_ppgf_ufrj]: Monismo versus pluralismo

de valores Pedro do Nascimento Ramos: [dout_ppgf_ufrj ]A filosofia na era da

técnica Pedro Fonseca Tenório [mest_ppgf_ufrj]: Ato e potência e a ethica

nicomachea Rafael Estrela Canto [dout_ppgf_ufrj]: A espuma do cavalo de

apeles Rachel Souza Martins [dout_ppgf_ufrj]: A problemática sócio-

ambiental do desenvolvimento sustentável Rafael Paes Henriques [dout_ppgf_ufrj]: Melhorar o estilo significa

melhorar o pensamento Ricardo Pedroza Vieira [mest_ppgf_ufrj]: Vontade de poder como

consciência (gewissen) Rodrigo Pennesi [mest_ppgf_ufrj]: Segurança—população—

governo Rômulo Martins Pereira [mest_ppgf_ufrj]: Uma apresentação da

abordagem kantiana do conceito de liberdade Rosane Alves de Abreu [mest_ppgf_ufrj]: Liberdade como essência

da verdade Samon Noyama [dout_ppgf_ufrj]: Metáfora e criação Saulo Moraes de Assis [mest_ppgf_ufrj]: Algumas questões sobre o

problema da referência

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Thiago Leite Cabrera Pereira da Rosa [dout_ppgf_ufrj]: Identidade e quididade do objeto segundo Husserl e Heidegger

Verônica Cibele Nascimento [mest_ufrn]: Algumas considerações sobre linguagem e humanismo em Heidegger

Vinícius dos Santos [dout_ufscar]: Comentários sobre a dialética em Marx

Wandeílson Silva de Miranda [dout_ppgf_ufrj]: Foucault e Deleuze: pensar o corpo

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Programação

7 a 11 de Novembro 2011

Sala Celso Lemos, 3º andar, IFCS

Largo de São Francisco, 1, Centro, Rio de Janeiro, RJ

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Segunda-Feira, 7/11

9:00 Conferência : Tradução em Filosofia

Prof. Fernando Rodrigues e Prof. Fernando Santoro

12:00 às 13:00 : Almoço

13:00 às 15:30 Mesa : Linguagem, Filosofia Rafael Paes Henriques:melhorar o estilo significa melhorar o pensamento? Paula Padilha: Uma aproximação entre os pensamentos de Benjamin e Wittgenstein Verônica Cibele Nascimento: Algumas considerações sobre linguagem e humanismo em Heidegger Diogo Gurgel: Um estudo do uso de expressões figuradas no texto filosófico : Heidegger e o conceito metafórico

15:30 às 17:30 Mesa : Metáfora, História, Moral Samon Noyama: Metáfora e criação Márcio José Silva Lima: Nietzsche e a crítica ao historicismo: uma análise a partir da relaçâo entre história e vida na segunda consideração intempestiva Gustavo Sabóia de Andrade: Uma reflexão sobre la búsqueda del presente de Octavio Paz Daniel Leite Cabrera Pereira da Rosa : Kant e a moral como superação do amor de si

17:30 às 19:30 Mesa: Nada, Cotidiano, História Política

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Germano Nogueira Prado: O cotidiano e a caverna: a vida comum entre Platão e Heidegger Filipe Ferreira Pires Völz: Possibilidade de uma política em Kierkegaard Marcelo de Mello Rangel: História e liberdade em Nietzsche Amanda Sayonara Fernandes Prazeres: Śũnyatâ - um olhar oriental sobre a questão do nada

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Terça-Feira, 8/11

9:00 Conferência: Direitos Humanos e os desafios da atualidade

Prof. Maria Clara Dias

10:30 às 12:30 Mesa : Filosofia Política

José Olimpio dos Santos Neto: Justiça além do direito:uma hipótese derridiana Antonio Charles S. Almeida: Incursões políticas no pensamento de Ortega y Gasset Leonardo Couto: Justiça como equidade em John Rawls e o reconhecimento pelo STF brasileiro da união homoafetiva como união estável

12:30 às 14:00: Almoço

14:00 às 15:30 Mesa Redonda: Hermenenêutica e Cristicidade Prof. Renato Nunes Bittencourt e Prof. Roberto Kahlmeyer-Mertens

15:30 às 17:30 Mesa: Filosofia Política

Catarina Santos: Cosmopolitismo entre John Rawls e Thomas Pogge Paulo Roberto Falcão de Araujo: Nomismo versus pluralismo de valores Henrique Brum: A abordagem das capabilities de Martha

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Nussbaum Rachel Souza Martins: A problemática sócio-ambiental do desenvolvimento sustentável

17:30 às 19:30 Mesa: Filosofia Política

Rodrigo Pennesi: Segurança, população, governo Pablo Azevedo: Acontecimento, encontro e materialismo na filosofia do útimo Althousser Vinícius dos Santos: Comentários sobre a dialética de Marx Alberto Daniel Alcaráz: La gestación de una "elite" proprietaria de tierras en el territorio nacional de misiones entre 1870-1920 y la explotación yerbatera-maderera en el alto Paraná

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Quarta-Feira, 9/11

9:00 às 10:30 Mesa: Tempo, Virtude, Imaginação

Mariana Cabral Tomzhinsky Scarpa: Na fronteira da animalidade e do humano Daniel Nogueira: Spinoza e a arte Elias Sergio Dutra: Os paradoxos do sentimento interno na crítica da razão pura: alguns apontamentos Mariângela Areal Guimarães: Os Estóicos e Sócrates

10:30 às 12:30 Mesa: Conhecimento

Daniel Rubião de Andrade: Notas sobre o silogismo indutivo Bianca Tossado Andrade: O mundo e a alma: o problema da catgegorização Thiago Leite Cabrera Pereira da Rosa: Identidade e quididade do objeto segundo Huserl e Heidegger Saulo Moraes de Assis: Algumas questões sobre o problema da referência

12:30 às 14:00 Almoço

14:00 Conferência : Metaética: Análise descritiva da ética ? Prof. Wilson Mendonça

15:30 às 17:30 Mesa: Metaética , Metafilosofia

Idia Laura Ferreira: Cognitivismo internalista: novos rumos

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para a metaética Lara Góes : O conceito de pessoa em Charles Taylos: sentimento e experiência reflexiva do agente moral Marco Oliveira: Caracterizando o relaismo moral Marcos Carvalho Lopes: Neil Gross, Richard Rorty e a sociologia da filosofia

17:30 às 20:30 Mesa: Ética

Fabio Alves Gomes de Oliveira: Vegetarianismo; caminhos para a étia global Domingos Ribeiro Mendes Junior : Seguridade, violência e sociedade biopolítica Murilo Mariano Vilaça: Transumanismo Flora Rocha Cardoso: A reabilitação da virtude aristotélica na ética contemporânea Kelly Ichitani Koide: A autonomia da ciência: as relações entre o pluralismo metodológico, as prioridades de pesquisa e os objetivos cognitivos e sociais da ciência

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Quinta-Feira, 10/11

9:30 Conferência _ Faz ainda sentido falar em sublime nas artes? Apontamentos para uma estética do tédio em Graciliano e Dostoiéviski Prof. Susana de Castro

10:30 às 12:30 Mesa: Alteridade,Poder,Liberdade

Denise Dardeau: A questão da alteridade em Emmanuel Lévinas a partir do rastro heideggeriano Luciano Gomes Brazil: O conceito de vontade de poder Brena Costa de Almeida: Poder e verdade a partir de Michael Foucault Rosane Alves de Abreu: Liberdade como essência da verdade

12:30 às 14:00 Almoço

14:00 às 15:30 Mesa-Redonda: Mercado de Trabalho

Prof. Humberto Giancristofaro e Prof.Alexandre Mendonça

15:30 às 17:30 Mesa: Virtude, Tragicidade, Consciência

Felipe Gonçalves Pinto : A crítica de Aristóteles à concepção platônica de phantasía Pedro Fonseca Tenório: Ato e potência e a éthica

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nichomachea Max Filippis Resende: A relação entre arte e conhecimento na concepção trágico-dionisíaca nietzscheana da existência Ricardo Pedrosa Vieira: Vontade de poder como consciência(gevisen)

17:30 às 19:30 Mesa: Corpo, Alma, Movimento

Paulo Henrique Cople: As intensidades da alma: sobre um conceito de Bergson Eraci Gonçalves de Oliveira : Movimento total da atualidade do ser Juliana da Silveira Pinheiro: a influencia das condições biológicas nas emoções segundo Descartes Wandeílson Silva de Miranda: Foucault e Deleuze: pensar o corpo

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Sexta-Feira, 11/11

9:30 Mesa Redonda : Filosofia Profissão Prof. Filipe Ceppas e Prof. Edgar Lyra

10:30 à 12:00 Mesa _ Moralidade_ Liberdade_ Devir

José Eduardo Pimentel Filho: Sobre a Morte de Deus nos anos sessenta Fernando Padrão: Maioridade e devir-menor: Deleuze e Foucault nos limites da crítica Kantiana Rômulo Martins Pereira : Uma apresentação da abordagem kantiana do conceito de liberdade Fabio Marchon Coube: Língua, dirieto, justiça: a problemática relação em torno do testemunho e da pena de morte em Jacques Derrida

12:00 às 14:00 Almoço

14:00 às 15:30 Conferência: ENCERRAMENTO

Prof. Rafael Haddock-Lobo

15:30 às 17:30 Mesa: Técnica, Ontologia Bernardo Boelsums Barreto Sansevero: Considerações sobre os conceitos de

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manualidade e ser simplesmente dado, em Ser e Tempo Kibson Rodrigo Santos da Silva: Da existência do útil ao inútil: a constituição do instrumento na ordem da obra de arte Pedro do Nascimento Ramos: A Filosofia na era da técnica Carlos Cardoso Coelho: Da ontologia militante ao projeto hermenêutico de Paul Ricouer: contribuições de Wilhelm Dilthey

17:30 às 19:30 Mesa: Cultura, Arte, Religião

João Eduardo Navachi da Silveira: Nietzsche e Wagner: uma aproximação a partir do conceito de cultura Marina Rodrigues: Modernidade vista pela objetiva de Benjamin Maria Laura Magalhães de Carvalho: Deleuze espectador dos modernos Rafael Estrela Canto: A espuma do cavalo de Apeles

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RESUMOS

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Alberto Daniel Alcaráz [Becario Doctoral CONICET

Universidad Nacional de Misiones, Argentina (PPAS- UNaM)]:

La gestación de una “elite” propietaria de tierras en el Territorio Nacional de Misiones entre 1870-1920 y la explotación yerbatera -maderera en el Alto Paraná

A fines del siglo XIX y principios del siglo XX tuvo lugar la gestación de una clase propietaria que se consolidó como clase dirigente en el ámbito de la ciudad de Posadas, capital del entonces Territorio Nacional de Misiones. Las explotaciones de obrajes yerbateros y madereros fueron abriéndose indistintamente como sitios de economías de enclave a lo largo del Alto Paraná, tanto en la república Argentina, Brasil y Paraguay. A los fines de abordar este trabajo en profundidad, nos focalizaremos en Domingo Barthe

1, un

inmigrante de origen vasco francés, que por la magnitud de sus empresas y al grado de influencia alcanzado en los tres países, puede considerárselo como representante paradigmático de esa clase latifundista, que en este periodo ejerció una considerable influencia en los ámbitos del poder económico, político y estatal de tres países de la región.

1 Domingo Barthe nacio en 1853 en el pueblo de Ordeah, en los Bajos

Pirineos. En 1865 emigrando a América con 12 años junto a un pariente procedente de Bayona. Luego de la guerra de la triple Alianza en 1870, fue al Paraguay instalándose en Concepción, puerto de salida de la yerba silvestre procedente de Tacurú Pucú sobre el rio Paraguay, dedicándose al comercio de la yerba mate, cueros, tabaco, madera entre Concepción, Villa Encarnación y desde Buenos Aires a Posadas y viceversa. Se casa con Dolores Cueto, hija de una prestigiosa familia de Concepción, formó una familia de 9 hijos, cuatro mujeres y cinco varones a pesar de su condición de extranjero Domingo Barthe tuvo una destacada participación en las instituciones de la ciudad de Posadas, además de propietario de obrajes tanto en Paraguay como Brasil y Argentina.

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Amanda Sayonara Fernandes Prazeres [mest. ufrn]:

śūnyatā—um olhar oriental sobre a questão do nada O trabalho intitulado “Śūnyatā - Um olhar oriental sobre a questão do Nada” tem o intuito de expor a perspectiva oriental da questão do Nada pela voz do filósofo Nishitani Keiji (1900-1990), demonstrando a relação de unidade entre a vacuidade e o ser na medida em que propõe outro olhar com relação ao mundo o qual é baseado na vacuidade absoluta (śūnyatā) como fundamento de tudo que é. De modo geral, o que a presente pesquisa propõe é nos aproximarmos do modo de ver oriental apresentado por esse grande expoente da renomada Escola de Kyoto. Assim, podemos pensar a realidade a partir desse nada oniabarcador, porém, não destrutivo. Palavras-chave: Nada; Realidade; Se;

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Antonio Charles Almeida [dout. ufpr]:

“Incursões Políticas no Pensamento de Ortega y Gasset” Pretende-se, a partir dos conceitos de “minorias” e “massas”, fazer incursões no pensamento político de Ortega y Gasset. Para tanto, a discussão será elaborada a partir do primeiro capítulo da obra A Rebelião das Massas. Tratando-se de uma obra compilada por diversos artigos publicados em jornais e revistas de Madrid é possível, a partir deste capítulo, promover um debate político-filosófico, com vistas ao pensamento orteguiano. Palavras–chave: Política. Homem-Especial. Homem-Massa. Circunstância.

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Bianca Tossato Andrade [Mestranda do PPGF/UFRJ]:

O MUNDO E A ALMA: O PROBLEMA DA CATEGORIZAÇÃO Orientador: Fernando Rodrigues Resumo: As categorias podem ser entendidas como conceitos últimos produzidos pela alma para organizar dados apreendidos de um objeto em questão numa circunstância qualquer (e não necessariamente numa circunstância de atividade cognoscente). Do ponto de vista ontológico, o que há são incontáveis indivíduos. Do ponto de vista lógico, o que há são 9 tipos de entidades que mantêm relações peculiares com um tipo prioritário, chamado substância. A linguagem surge como um reflexo desse mundo descorporificado e conceitual, evidenciando as funções que cada categoria desempenha associando sintaxe e semântica. Este trabalho visa discutir o lugar e a função das categorias baseando-se na teoria proposta por Aristóteles. Palavras-chave: categorias, mundo, alma.

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Bernardo Boelsums Barreto Sansevero [dout. puc-

rio]:

Considerações sobre os conceitos de manualidade e ser simplesmente dado, em ser e tempo Coloco em destaque neste trabalho a separação conceitual feita por Heidegger em Ser e tempo entre “manualidade” (Zuhandenheit) e “ser simplesmente dado” (Vorhandenheit), bem como certa primazia de uma sobre a outra. Para tanto, sirvo-me principalmente de uma análise dos parágrafos 13 e 16 da obra mencionada. Por um lado, o ser simplesmente dado pode ser entendido como uma deficiência do afazer cotidiano, que é fundamentalmente uma lida com o ente intramundano em sua manualidade. Por outro, o ser simplesmente dado é uma traço marcante da manualidade, uma vez que define o ser dos entes intramundos enquanto tais, inclusive em sua manualidade. Palavras-chave: Manualidade, ser simplesmente dado, ente intramundano

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Brena Costa de Almeida [mest. Ppgsd uff]:

Poder e verdade a partir de Michael Foucault O tema da presente pesquisa é poder e verdade a partir da obra de Michel Foucault. Caracteriza-se por propor uma perspectiva que tome o poder não apenas de modo negativo ou repressivo, mas também em sua parcela produtiva, já que ele produz discurso e formas de saber, atravessando todas as camadas mais finas da sociedade, nesse sentido, partindo de uma visão molecular, busca a verdade não como um absoluto, mas como uma produção das práticas sociais, que se compõe pelo poder e também é geradora de efeitos de poder na sociedade. Tem por objetivo principal compreender como se dá o entrelaçamento entre poder e verdade na obra de Michel Foucault, de modo mais preciso em A verdade e as formas jurídicas (2009a), Vigiar e Punir (2009b), Microfísica do poder (2008), Ditos e Escritos – IV (2006a) e Ditos e Escritos – V (2006b).

Palavras-chave: Poder; Verdade; Michel Foucault.

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Carlos Cardozo Coelho [Mestrando em filosofia pelo PPGF-

UFRJ; bolsista da CAPES]:

ONTOLOGIA MILITANTE AO PROJETO HERMENÊUTICO DE PAUL RICOEUR: AS CONTRIBUIÇÕES DE WILHELM DILTHEY

Tendo como sombra constante a hermenêutica de Wilhelm Dilthey, pretendemos nesta apresentação analisar o projeto hermenêutico de Paul Ricoeur que aspira estabelecer um diálogo entre a filosofia e as ciências humanas. Para isso, Ricoeur propõe um “enxerto do problema hermenêutico no método fenomenológico”. Segundo o filósofo francês, há duas vias para realizar este enxerto: uma curta e uma longa. A via curta é a via adotada por Heidegger em Ser e Tempo ao formular uma ontologia da compreensão, a qual interrompe a discussão acerca do método e pauta a compreensão, não mais como um modo de conhecimento, mas como o modo de ser do dasein. Para Ricoeur, este movimento de Heidegger, apesar de extremamente válido, é insuficiente, o que levará o filósofo francês, ao seguir a via longa, a formular uma epistemologia da interpretação para depois chegar a uma ontologia que, mediada pela interpretação das obras histórico-culturais, chama de militante. Palavras-chave: hermenêutica; fenomenologia; epistemologia

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Catarina Santos [dout. PPGF/UFRJ]:

Cosmopolitismo entre Thomas Pogge e John Rawls Esta comunicação visa refletir sobre algumas questões que estão em pauta na ordem política internacional. Os autores selecionados para nos auxiliar na reflexão e deliberação sobre os problemas atuais foram Thomas Pogge e John Rawls. Apoiada nas suas propostas, de reforma institucional global e de uma Sociedade dos Povos embasada na justiça equitativa, procurarei desenvolver neste trabalho as seguintes questões: quais caminhos devemos tomar para eliminar a pobreza mundial; qual das propostas é a mais apropriada para atender às demandas das populações que se encontram abaixo da linha da pobreza; o que há de distinto nas teorias de Rawls e Pogge; o cosmopolitanismo é a alternativa que melhor atende aos interesses das populações pobres do mundo atual; em sendo a alternativa cosmopolita a mais adequada, qual das suas variantes melhor responderia a estas demandas. Palavras-chave: Cosmopolitanismo; Pobreza mundial; John Rawls; Thomas Pogge

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Daniel Leite Cabrera Pereira da Rosa [Mestrando em

Filosofia pelo PPGF (UFRJ)]:

Kant e a moral como superação do amor de si É possível identificar dois sentidos utilizados por Kant para a expressão “amor de si”. O primeiro consiste em adotar uma máxima que não pode ser universalizada. O segundo, em adotar uma máxima que só tem valor para o indivíduo, embora pudesse ser tomada por todos. Tentaremos mostrar que, para Kant, o amor de si no primeiro sentido serve de critério para distinguir as ações imorais das demais e o segundo, para distinguir as ações moralmente neutras das moralmente louváveis. Por esse motivo, agir moralmente seria o mesmo que excluir integralmente da máxima todo o tipo de amor de si e agir somente por respeito à lei. PALAVRAS-CHAVE: Amor de si; Moralidade; Dever

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Daniel Nogueira [mest. Ppgf-ufrj]:

Spinoza e a arte Spinoza não nos deixou nenhum texto a respeito da arte ou da experiência estética, apesar de certamente ter tido contato pessoal com o meio artístico de sua época. Isso significa uma desvalorização da arte ou poderia ela ter um papel positivo na filosofia prática do spinozismo? Sendo a arte fundada na imaginação, uma interpretação apressada condenar a arte ao primeiro gênero de conhecimento, entendido como constituído apenas de erro e falsidade. Queremos mostrar que a imaginação não é necessariamente falsa e que as imagens podem, pelo contrário, auxiliar no caminho ético em direção à beatitude. Com isso, esperamos abrir o espaço para recolocar a questão da arte em Spinoza. Palavras-chave:Arte. Estética. Imaginação.

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Daniel Rubião de Andrade [dout. Ppgf-ufrj]:

Notas sobre o silogismo indutivo

O presente trabalho consiste em uma breve análise sobre o silogismo indutivo apresentado por Aristóteles no capítulo 23 do segundo livro dos Analíticos Primeiros. A análise parte de algumas conhecidas objeções à indução e ao silogismo indutivo, como a impossibilidade de se chegar a conhecimentos universais a partir de dados particulares, apresentado por Hume, e a teoria de Indução Completa, para tentar tornar mais claro o que Aristóteles queria com a indução, bem como a validade e aplicabilidade de um silogismo indutivo.

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Denise Dardeau [mest_ppgf_ufrj]:

A questão da alteridade em Emmanuel Lévinas a partir do rastro heideggeriano

Nosso trabalho tem por intuito abordar o pensamento de Emmanuel Lévinas no que tange o seu esforço por refundamentar a filosofia sobre o solo da ética a partir da influência do pensamento ontológico de Martin Heidegger, num movimento simultâneo de aproximação e distanciamento, herança e deserção. Para tanto, apontaremos a importância da ontologia heideggeriana para o pensamento levinasiano a partir do redimensionamento das noções metafísicas de homem ou de existência sob a noção ontológica do Dasein, bem como apontaremos o problema da filosofia levinasiana que, a partir desse movimento de herança e deserção quanto ao pensamento de Heidegger, não é mais a relação ontológica do homem com o ser, mas, sim, a relação ética do homem com o outro. Palavras-chave: Emmanuel Lévinas; Ontologia; Ética.

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Diogo de França Gurgel [Doutorando do PPGF – UFRJ

Bolsista CNPq]:

Um estudo do uso de expressões figuradas no texto filosófico: Heidegger e o conceito metafórico Neste artigo, dou continuidade ao trabalho de investigação do estatuto gramatical de sentenças filosóficas nas quais ocorre um uso figurado da linguagem. Tomo como objeto de estudo a sentença heideggeriana “o pensamento é um ouvir e um ver”, apresentada no texto O princípio de razão. Minha preocupação, portanto, não é com uma exegese do texto de Heidegger, mas em procurar explicar adequadamente o sentido do enunciado heideggeriano à luz de algumas teorias da metáfora como as desenvolvidas por John Searle, Max Black, George Lakoff e Mark Johnson. Procuro demonstrar que metáforas utilizadas em sentenças filosóficas como a de Heidegger não podem ser devidamente compreendidas a partir de teorias da metáfora que não assumem que um enunciado metafórico apresenta um erro categorial calculado que, ainda que transgrida as fronteiras da gramática vigente, é significativo. Assim, a grande tarefa por detrás da investigação que proponho é identificar os princípios que tornam esses enunciados inteligíveis, posto que eles desafiam as regras de uso estabelecidas pela gramática. Há, no entanto, um fator complicador para a defesa da tese de que a sentença de Heidegger é metafórica: o filósofo se defende textualmente contra essa forma de compreensão de sua sentença, associando a metáfora à tradição metafísica por ele combatida. Sendo este trabalho parte de uma pesquisa maior, limito-me aqui a desabilitar a associação feita por Heidegger entre metáfora e tradição metafísica e procuro voltar o leitor para aquela direção interpretativa do enunciado em questão que me parece correta. Palavras-chave: gramática; metáfora; pensamento

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Domingos Ribeiro Mendes Junior [Doutorando - PPGF –

UFRJ] :

Seguridade, violência e sociedade biopolítica Propomos estudar o tema da seguridade associado ao termo sociedade Biopolítica instituído pelo filósofo Michel Foucault. As questões de seguridade são parte de um problema maior das sociedades liberais que as utilizam como mecanismo estratégicos de submissão, levando aos campos de prática de exclusão. Pensar a seguridade é entender que sua aparição se encontra num lapso de duas formas de poder. Nascido com o poder da disciplina e com o advento do mercantilismo, onde era necessário controlar o movimento de mercadoria e de trabalhadores e se mantendo com a aparição da Biopolitica que põe em jogo a vida das populações e seus controles de intervenção estatística, a seguridade faz parte de todo esse complexo conjunto de estratégias. Para entender a preocupação atual com a violência hoje em dia é necessário ter em conta a preocupação com a biopolítica da vida, que remonta ao século XVIII, os abalos sofridos pela "Polizeiwissenschaft". Realizada no poder disciplinar da Polícia com base no controle de bens e pessoas, implementando uma vasta gama de disciplinas e controles mínimos. Um dos problemas relacionados com a Polícia é a questão da circulação, é fazer circular pessoas e bens estar funcionando. Foi posto em circulação, enquanto o controle do que se passa e quem circula. Estes mecanismos da polícia, e que poderíamos chamar de a administração de seguridade tem uma relação direta com a preocupação com a segurança das populações e com a circulação geral como uma massa de indivíduos. A polícia queria dizer exatamente o que os atuais sistemas de seguridade tornaram-se, modelos de governança. Seguridade é a base da gestão das populações através de vários mecanismos Biopolítico como seguro-desemprego, seguro saúde e caixas de habitação, todos estes motores são definidores do welfare state a partir do fluxo constante de pessoas como parte da população . Palavras chaves: Foucault; Biopolítica; Seguridade.

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Eraci Gonçalves de Oliveira [Bolsista CAPES

mest.ppgf_ufrj]:

Movimento total da atualidade do ser O tema deste trabalho é a arte da dança. A partir da determinação nietzschiana da arte como atividade metafísica do homem, colocamos a questão: como se pode apreender a arte da dança como uma atividade metafísica? O ponto de partida da investigação é um pequeno trecho de O Nascimento da Tragédia, no qual Nietzsche focaliza que, todo o artista é um imitador uma vez considerados os princípios apolíneo e dionisíaco como forças da natureza (NT, cap.2, p.32). Tendo em vista apreender o sentido metafísico da arte da dança propomos que o dançarino não é o sujeito da dança, mas que ele está sujeito à ela. Portanto, se impõe sobre nós a necessidade de interpretar este acontecimento a partir de considerações dinâmicas e transpor a dialética ativo/passivo com a noção de nexo de forças na qual sujeito, objeto, relação, causa, efeito, produto, enfim, tudo se consome num movimento total. A visão dualista ativo/passivo seria então um bloqueio às considerações metafísicas. O encaminhamento preliminar do problema se formula nos termos da teoria aristotélica de ato e potência - Livro IX da Metafísica, e pressupõe que o Estagirita estabelece uma conexão entre fazer e ser. PALAVRAS-CHAVE: Metafísica, Arte, Potência.

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Elias Sergio Dutra [dout. ufscar]:

Os paradoxos do sentido interno na crítica da razão pura: alguns apontamentos

O nosso objetivo é analisar os paradoxos presentes na teoria kantiana do sentido interno, na obra Crítica da Razão Pura. Para isso analisaremos o conceito de sentido interno, a tese do paralelismo (entre sentido interno e sentido externo), a apercepção empírica (sentido interno) e apercepção transcendental (consciência de si). Essa análise faz-se necessária uma vez que as contradições ou paradoxos permanecem na Crítica da Razão Pura, mesmo após as tentativas de Kant ao retomar o conceito, segundo a ótica do transcendental, no intuito de demonstrar a função e importância do sentido interno para a sua teoria do conhecimento.

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Fabio Alves Gomes de Oliveira [dout. ppgf_ufrj]:

Vegetarianismo: Caminhos para a Ética Global Neste artigo, pretendo esclarecer em que medida a adoção do vegetarianismo contribui moral e politicamente para a construção de um ideal de ética global. Para isto, pretendo percorrer o debate priorizando dois pontos principais do discurso. O primeiro momento do trabalho buca assumir os limites da filosofia como fonte de sensibilização dos seres humanos para a inclusão dos seres vivos não humanos em nossa comunidade moral a partir do mero discurso. Tendo admitido esse entrave, no segundo momento, analiso em que medida poderíamos, ainda assim, buscar elementos que colocassem em xeque o especicismo e, portanto, constituissem o caminho para a ampliação da nossa concepção de comunidade moral, de modo a incluir as espécies vivas não-humanas. De uma maneira ou de outra, este trabalho apresenta quais são as implicações éticas que subjazem a rejeição do vegetarianismo. Palavras-chave: Vegetarianismo, comunidade moral, justiça, ética global.

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Fábio Marchon Coube [Mestrando do PPGF- UFRJ]:

Língua, direito, justiça: A problemática relação em torno do testemunho e da pena de morte segundo Jacques Derrida Questões sobre o testemunho e a pena de morte marcam os últimos trabalhos do filósofo Jacques Derrida. No entanto, esse debate político-filosófico é atravessado pela problemática relação com a língua, seja essa no âmbito singular ou geral, assim como as indagações proporcionadas por ela quando se pensa a justiça enquanto direito, pois para o filósofo franco-argelino, deve-se pensar para além das condições estipuladas pelo cálculo das instituições jurídicas. Faz-se necessário um elogio à psicanálise uma vez que essa instituição está além dos axiomas da soberania de um Estado, e assim, tornando-se uma poderosa aliada para se pensar a desconstrução. Palavras-chave: Justiça- testemunho- pena de morte

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Felipe Gonçalves Pinto [dout_ppgf_ufrj]:

A crítica de Aristóteles à concepção platônica de phantasía

Embora a phantasía só venha a ocupar um lugar positivamente relevante no processo de conhecimento com a teoria aristotélica, a noção é tematizada já em alguns diálogos de Platão. Sua formulação talvez mais clara encontra-se no Sofista, formulação essa que, enquanto definição, será retomada e refutada pelo Estagirita em De Anima III, 3. Em geral, os estudiosos do corpus platônico, em suas tentativas de explicar o que Platão entende por phantasía, concentram-se na análise comparativa entre os termos empregados pela filosófo para denominar os diversos níveis e modos da aparência (eikôn – eidolôn – phántasma – phantasía). Tentaremos, na primeira parte deste trabalho, aguçar a compreensão da abordagem platônica da phantasía no Sofista sem tomar como fio condutor uma análise comparativa. O que não significa que um estudo dessa natureza não nos seja de grande pertinência em um momento posterior. A seguir, pretendemos nos debruçar sobre a crítica de Aristóteles à concepção platônica de phantasía. Tentaremos trazer ao primeiro plano a relevância, muitas vezes esquecida pelos comentadores, do argumento aristotélico na composição de De Anima III, 3 e consistência que ganha a abordagem do tratado caso se atente devidamente a essa passagem. Palavras-chave: Aristóteles, Platão, phantasía.

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Fernando Padrão [PPGF-UFRJ/CNPQ]:

Maioridade e devir-menor: Deleuze e Foucault nos limites da crítica kantiana O objetivo do artigo é apresentar e confrontar as leituras de Gilles Deleuze e Michel Foucault sobre o texto kantiano “Resposta à questão: o que é o Iluminismo?”, de 1784. As duas leituras se situam sobre as noções de maioridade e minoridade, possibilitando questionar ou problematizar que tipo de espaço ou que espécie de uso da razão o artigo de Kant propõe como um espaço de liberdade ou de crítica. Desta maneira, articularemos alguns textos centrais aos dois pensadores sobre o tema, por exemplo, o artigo foucaultiano “O que são as luzes?” (de 1984), “Os intelectuais e o poder” (de 1972), e O que é a filosofia? (de 1991), de Gilles Deleuze. Palavras-chaves: Gilles Deleuze; Michel Foucault; Immanuel Kant.

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Filipe Ferreira Pires Völz [Mestrando PPGF-UFRJ]:

A Possibilidade de uma Política em Kierkegaard O presente artigo tem por objetivo empreende a difícil tarefa de entender como é possível a reflexão política de Kierkegaard, pensador “místico”, “iconoclasta” e “misantropo”. Em “Temor e Tremor” o filósofo dinamarquês faz, em momentos bem pontuais, críticas a sua época – o século XIX, nascimento do capitalismo contemporâneo. Começaremos por ela, entendendo sua substância religiosa (a diferença entre um cosmos homogêneo e um heterogêno, para usar os termos de Mircea Eliade), que permeia diretamente sua relevância política. Depois vamos analisar a crítica do marxista-hegeliano Adorno à inatividade política misantropa de Kierkegaard, e voltaremos ao tema do início.

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Flora Rocha Cardoso [dout_ppgf_ufrj]:

A reabilitação da virtude aristotélica na ética contemporânea

Esta comunicação propõe uma investigação preliminar acerca da reabilitação da virtude aristotélica, por parte de alguns autores contemporâneos, enquanto um estudo preliminar para o desenvolvimento do tema proposto em meu anteprojeto de doutorado, a saber, o problema do relativismo ético enfrentado por boa parte dos representantes desta reabilitação. Para tal, apresentaremos brevemente as discussões introduzidas por Elizabeth Anscombe, Alasdair MacIntyre e Bernard Williams. (63 palavras) PALAVAS CHAVE: Ética contemporânea, Reabilitação da virtude aristotélica, Relativismo ético.

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Germano Nogueira Prado [Doutorando do PPGF/ UFRJ

Bolsista da Capes Professor do Colégio Pedro II]:

O cotidiano e a caverna: a vida comum entre Platão e Heidegger O interesse da exposição é ensaiar uma aproximação de Heidegger a Platão, visando mostrar que e em que sentido há entre o pensamento daquele e a obra deste há encaminhamentos homólogos de certas questões fundamentais. Nesse sentido, a exposição se concentrará no modo como ambos pensam a vida comum, a vida cotidiana, procurando mostrar como esta se constitui a partir de um certo desvelamento do ser dos entes, mas, ao mesmo tempo, precisa se constituir como esquecimento desse desvelamento mesmo e daquilo no que ele se funda. A interpretação dada por Heidegger à “Alegoria da Caverna” em um curso de 1933/1934 servirá de fio condutor para nossa análise. Palavras-chave: Vida Comum – Desvelamento – Ser.

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Gustavo Saboia de Andrade Reis [Mestrando IFCS - PPGF

– UFRJ]:

Uma reflexão sobre a la búsqueda del presente de Octavio Paz Neste trabalho pretendemos abordar, as ideias apresentadas no discurso de Octavio Paz, La búsqueda del presente, ao receber o Premio Nobel de Literatura em 1990. No qual discorre sobre a memória do passado, a tomada de consciência de um novo mundo, o sentimento de perda que vem da separação e a necessidade da saída de um tempo para entrada em um outro tempo, para ir ao encontro da modernidade. Palavras-chaves: Tempo; Lugar; Modernidade ;

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Hedwig Marina Rodrigues [Mestranda da PUC-Rio.]:

Modernidade vista pela objetiva de Benjamin

A modernidade se fundaria no discurso universal e totalizante e ao mesmo tempo no declínio deste discurso. A partir do texto Pequena história da fotografia, apresentamos como Benjamin expõe esta dimensão conflituosa da modernidade, na qual ele não se posiciona na extremidade de uma interpretação, antes sua atitude consiste em recuperar o instante presente, e transformá-lo, pela interpretação, em algo de outro, em uma atitude que respeita e viola o real. Em sua filosofia ele se empenha na tarefa de salvar o que é singular e heterogêneo, assim ele se volta para os pequenos relatos, para os microcosmos. Benjamin pensa acontecimentos singulares na história, como o advento da fotografia, e partindo de pequenos fenômenos ele expõe um vasto campo de questões acerca da modernidade, sem que para isso precise enquadrar o fenômeno, mas do contrário, solicita que o fenômeno fale do todo a partir de sua perspectiva. Deste modo, Benjamin se retira da janela confortável de observação do real e procura em frestas a possibilidade de um novo ponto de vista. Nesta busca minimalista ele topa com a fenda da objetiva e através dela faz ver a modernidade. Palavras-chave: Modernidade, fotografia, percepção

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Henrique Brum [mest_ppgf_ufrj]:

A abordagem das Capabilities de Martha Nussbaum Nos últimos trinta anos, o movimento feminista tem olhado para novas direções. O processo de crescente globalização trouxe notícias aterradoras sobre a situação da esmagadora maioria das mulheres nos países em desenvolvimento. Diante desse quadro, o pensamento feminista se viu forçado a encarar toda uma nova gama de problemas. Como avaliar corretamente o status das mulheres em contextos culturais radicalmente distintos entre si? É possível fazê-lo sem cair em algum tipo de eurocentrismo? Se sim, como encontrar um ponto de vista que possa ser rígido o bastante para ter alguma serventia em termos de avaliação sociocultural, e ao mesmo tempo flexível o bastante para lidar com os diferentes contextos culturais sem descambar para o preconceito e a arrogância? Neste cenário, destaca-se Martha Nussbaum. Sua versão da abordagem das Capabilities é uma ótima candidata a atingir o equilíbrio que responde a pergunta acima. O objetivo desta comunicação é expor e analisar criticamente a perspectiva da autora. Argumento que, apesar de ter seus problemas, trata-se de uma boa ferramenta para que ao menos se comece a se lidar seriamente com os problemas que enfrentam as mulheres neste início de século. Palavras-Chave: Nussbaum, Capabilities, Feminismo;

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Idia Laura Ferreira [Dout. PPGF-IFCS/UFRJ]:

Cognitivismo Internalista: Novos Rumos para a Metaética Tendo como ponto de partida a articulação da distinção entre cognitivismo e não-cognitivismo moral e a questão psicológica sobre a natureza dos estados mentais expressos por enunciados morais, o trabalho busca, em primeiro lugar, traçar o curso da discussão sobre o internalismo motivacional e, em segundo lugar, discutir uma noção de intenção que fuja à abordagem tradicional para servir à nova noção de vontade como instância decisional ativa. Para isso, o trabalho mostra que há um hiato entre juízos morais e a ação moralmente motivada. O argumento central defende duas teses: (i) o internalismo motivacional se apóia em noções ad hoc sobre juízos morais e (ii) a deliberação moral envolve instâncias que fogem à descrição comumente aceita pela teoria metaética apartada da teoria da ação, isto é, a descrição que reduz os estados mentais a crenças e desejos. Palavras-chave: metaética; internalismo; cognitivismo; intenção;

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João Eduardo Navachi da Silveira [dout_ppgf_ufrj]:

Nietzsche e Wagner: uma aproximação a partir do conceito de cultura.

O presente trabalho busca realizar uma aproximação entre

os escritos de Nietzsche e Wagner tendo como referência o problema da cultura. Percorreremos as obras juvenis de Nietzsche, como O Nascimento da Tragédia e as duas primeiras considerações extemporâneas e as obras teóricas wagnerianas como A arte e a revolução, A obra de arte do futuro e Beethoven, e procuraremos demonstrar que existem vários pontos de aproximação entre eles a partir do conceito de cultura (Kultur). Para ambos os autores a cultura alemã passa por graves problemas, trata-se de uma cultura doente e que, portanto, precisa ser revista e modificada para que a saúde novamente se estabeleça. É neste clima de crítica à cultura, presente nos escritos do jovem Nietzsche e de Richard Wagner, que sugere remédios para o restabelecimento da saúde desta cultura doente, que o presente trabalho propõe a aproximação entre eles. O desenvolvimento da cultura alemã, os caminhos que o povo alemão percorreu e percorrerá, os erros cometidos pela civilização, as possibilidades para que uma cultura autêntica se estabeleça e que seja contrária a até então incultura moderna, ou falsa cultura, são problemas que perpassam os escritos de ambos e que aqui tentaremos ressaltar.

Palavras-Chave: Nietzsche; Wagner; Cultura

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José Eduardo Pimentel Filho [dout_ppgf_ufrj]:

Deleuze e Foucault: sobre a morte de Deus nos anos sessenta. O início dos anos sessenta precisou recriar muitas vezes a morte de Deus, em seu imaginário intelectual, provavelmente por causa dos acontecimentos históricos que essa própria época testemunhara. Tentaremos aqui retomar duas dessas apresentações/representações da morte de Deus. Uma feita por Deleuze, e outra por Foucault; nas quais as persnagens de Nietzsche e Kant terão papeis centrais, e a partir deles, outras personagens serão também suscitadas, como Zaratustra e Lady Macbeth. Palavras-chave: Tragédia, Deus, Tempo.

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José Olimpio dos Santos Neto:

Justiça além do direito: uma hipótese derridiana O objetivo deste artigo é definir a hipótese de trabalho de Jacques Derrida: Justiça Além do Direito. Iniciaremos abordando o termo Justiça. Em seguida, delimitaremos o problema da Justiça como double bind (necessidade e impossibilidade) e situaremos a discussão da Justiça na obra derridiana Força de Lei. Finalmente, estabeleceremos as correlações da Justiça Além do Direito: messianismo, hospitalidade e alteridade.

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Juliana da Silveira Pinheiro [dout_ufmg]:

A Influência de Condições Biológicas nas Emoções Segundo Descartes Este texto mostra a importância da consideração das condições corporais no desencadeamento das emoções, conforme a doutrina de

Descartes Ele aborda uma parte da teoria cartesiana das paixões, segundo a qual a diferença de constituição dos espíritos animais e a

variação no regime sanguíneo podem despertar certas paixões Seguindo este raciocínio, seria possível e necessário estabelecer uma

dietética das emoções, antes mesmo de uma terapêutica da alma

Palavras-chave: Descartes; Emoções; Corpo

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Kelly Ichitani Koide [mestra usp]:

A autonomia da ciência: as relações entre o pluralismo metodológico, as prioridades de pesquisa e os objetivos cognitivos e sociais da ciência

A ideia de que a atividade científica deve ser autônoma, isto é, de que não deve haver uma interferência de valores sociais na escolha de teorias, e que a atividade científica esteja comprometida com uma maior manifestação dos valores cognitivos nas teorias, é amplamente aceita entre os cientistas. A autonomia seria necessária para a realização dos objetivos cognitivos da ciência, ou seja, para obter entendimento dos fenômenos e encapsular suas possibilidades em teorias imparciais. Tentaremos mostrar, no entanto, que todas as pesquisas científicas são conduzidas após um engajamento em estratégias de investigação, que refletem interesses e valores sociais específicos. Essa perspectiva, desenvolvida por Hugh Lacey, evidencia que certos tipos de estratégias têm primazia sobre estratégias alternativas, de modo que existem certos fenômenos, objetos e problemas científicos que são priorizados enquanto outros são considerados menos relevantes para a investigação. Este tipo de favorecimento da realização de apenas alguns valores sociais é controverso, na medida em que nem todos interesses e perspectivas de valores sociais que possuem significância na experiência humana podem ser favorecidos nas práticas científicas. Veremos que fato de que a realização de certos valores não-cognitivos possui um privilégio sobre outros revela que a ciência não é autônoma.

Palavras-chave: autonomia, valores sociais, Hugh Lacey.

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Kibson Rodrigo Santos da Silva [Bolsista da CAPES,

Mestrando PPGFIL-UFRN]:

Da existência do útil ao inútil: a constituição do instrumento na ordem da obra de arte O objetivo será fazer uma análise prévia sobre a origem do instrumento (apetrecho), sobre sua natureza, sua essência, até a concepção do que seria o instrumento e por fim na obra de arte. Para tanto se faz necessário definir o que faz aparecer e constituir o instrumento a partir do acontecer de sua instrumentalidade. Numa análise mais contemporânea abordar o que é a utilidade do instrumento para o homem e numa sociedade tão conflituosa, pensar na obra de arte, provando sua persistência na inutilidade. Pois, em necessidade, a obra de arte não priva os homens daquilo que deveria procurar ou oferecer, ou seja, libertá-los do princípio da utilidade. Ao que parece tudo é e ainda será instaurado da percepção do aspecto valorativo do uso da arte, da sua valoração social, viciando-nos ao esquecimento de seu ser. Apresentando o seu único valor de uso em uma única qualidade de que usufruem. Para esta análise as obras referenciais são Ser e tempo e A origem da obra de arte do filósofo Martin Heidegger, tendo em vista que toda a compreensão principal vai partir do que ele proferiu destes textos. Palavras-chave: Heidegger – Necessidade - Utilidade.

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Lara Denise Góes da Costa [Doutoranda PPGF-UFRJ

Bolsista CNPq]:

O conceito de pessoa em Charles Taylor: sentimento e experiência reflexiva do agente moral Neste artigo se analisará a correlação entre sentimento e experiência na qual Charles Taylor deriva a capacidade de avaliar-se algo de acordo com a consciência que o ser humano possui de seus sentimentos. Esta capacidade, que é a qualidade que define a pessoa como agente reflexivo é a instância que possibilita significar emoções e a partir daí qualificar as ações como boas ou más. Palavras-chave: pessoa; sentimento moral; conhecimento; reflexividade.

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Leonardo Couto [Dout. PPGF-UFRJ]:

A justiça como equidade de John Rawls e o reconhecimento pelo STF brasileiro da união homoafetiva como união estável

Recentemente no Brasil a união entre pessoas do mesmo sexo, chamada de união homoafetiva, foi reconhecida pelo STF como uma união sobre a qual também se pode incidir o artigo 1723 do Código Civil Brasileiro. Isso significa que, a partir de então, tal união pode ser reconhecida como entidade familiar ou como união estável “configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família”, e que os companheiros nestas uniões adquiriram o direito de serem reconhecidos como os companheiros nas uniões já consideradas estáveis. Dito isso, passemos ao objetivo desta apresentação que é duplo e que está diretamente ligado à dita decisão. Primeiro, pretendemos aqui explicitar o quanto e como essa decisão pode ajudar a compreender com mais clareza alguns dos conceitos fundamentais da justiça como equidade de John Rawls, tal como apresentada, sobretudo, em Political liberalism e Justice as Fairness. Segundo, pretende-se mostrar que esta mesma decisão pode ser usada como um exemplo que reforça a teoria da justiça de Rawls visto que parece evidenciar que num debate público há certos valores políticos implícitos e que, por isso, na argumentação realizada em seu âmbito não cabe qualquer razão, somente a considerada pública.

Palavras-chave: União homoafetiva, STF, justiça como equidade.

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Luciano Gomes Brazil [mest. Ppgf-UFRJ]:

O conceito de vontade de poder A presente comunicação pretende abordar o conceito de vontade de poder. Conceito esse tão caro à obra e ao pensamento de Nietzsche. Serão levadas em conta algumas interpretações mais conhecidas, bem como uma leitura da etimologia da palavra. Em seguida, será feita uma abordagem das passagens de Assim Falou Zaratustra que antecedem e apresentam o conceito de vontade de poder. PALAVRAS-CHAVE: Vontade de poder, Zaratustra, Nietzsche

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Marcelo de Mello Rangel [dout. Ppgf-UFRJ]:

História e liberdade em Nietzsche Evidenciamos a compreensão ontológica que Nietzsche explicita em sua “Segunda consideração intempestiva”, segundo a qual a vida aparece como sendo determinada pela relação sempiterna entre ser e devir. A partir desta compreensão, Nietzsche assinala uma espécie de antropologia segundo a qual caberia ao homem mais propriamente a assunção e a concretização incessante de determinados sentidos sempre já oferecidos pela vida. Por fim, perceberemos que a história, ou melhor, a ciência histórica aparece para Nietzsche como sendo um exercício pragmático à evidenciação de sentidos e afetos já experimentados e concretizados no passado e, por sua vez, fundamentais à relação adequada do homem com a vida no presente. Como acompanharemos, o homem, junto ao passado, se tornaria mais competente à configuração de novas determinações adequadas à concretização da vida, conquistando, assim, a liberdade que é sua, a saber, a faculdade de pensar e agir em consonância com a vida em sua dinâmica mais radical. Palavras-chave: História; ontologia; liberdade.

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Márcio José Silva Lima [mest. UFPB Bolsista Capes/CNPq]:

Nietzsche e a crítica ao historicismo: uma análise a partir da relação entre história e vida na segunda consideração intempestiva O presente trabalho tem por finalidade mostrar a relação existente entre história e vida presente na obra Segunda Consideração Intempestiva: da utilidade e desvantagem da história para a vida, de Friedrich Nietzsche. Segundo Nietzsche, no século XIX, em meio ao historicismo e ao avanço científico, o passado é visto como um modelo que se repete que se copia e que não é ativo. Isto, no entanto, é cultivar uma doença histórica. O passado não deve apenas ser acolhido como uma mera fonte de inspiração, pois, inspirar-se no passado é não criar, apenas copiar. Para criar é preciso ativar a força plástica adormecida dentro de nós e produzir o esquecimento. A partir do esquecimento, aquilo que mais tarde ficou conhecido como vontade de potência é ativada e o homem passa a gerar vida artisticamente. Logo, a história deve ser utilizada com o intuito de gerar vida e não de degenerá-la. PALAVRAS CHAVE: História, vida, esquecimento, força plástica.

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Marco Oliveira [mest_ppgf_ufrj]:

Caracterizando o realismo moral Nos últimos 30 anos o realismo moral tornou-se um dos temas mais debatidos em metaética. A posição ganhou novos defensores, bem como novas abordagens, em especial em comemoração aos 100 anos de Principia Ethica. Entretanto, ainda não há consenso sobre como caracterizar corretamente uma posição realista moral. O presente trabalho tem por objetivo apresentar as recentes investigações sobre a caracterização da posição e clarificar as dificuldades metafísicas que se seguem. PALAVRAS-CHAVES: Realismo moral, Sobreveniência, Não-naturalismo.

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Marcos Carvalho Lopes [Doutorando/UFRJ - Bolsista Capes]:

Neil Gross, Richard Rorty e a sociologia da filosofia

Neil Gross pretende com seu livro Richard Rorty: the making of an American philosopher provar cientificamente que as teorias sociológicas que tentam explicar escolhas intelectuais a partir da busca por status, prestígio e reconhecimento são insuficientes. Para desenvolver uma ciência capaz de previsão seria preciso considerar a fidelidade a elementos identitários que fariam parte do autoconceito de cada individuo. O livro de Gross, no entanto, funciona em seus melhores capítulos como uma biografia intelectual deste controverso filósofo. Nesta comunicação quero mostrar como a perspectiva de Gross é cega desde o principio ao tipo de contingência romântica da identidade que Rorty desenvolveu em sua obra. Do mesmo modo, a escolha de vocabulário e pretensões teóricas do autor o levou a desconsiderar qualquer aspecto de autodeterminação, gerando uma estranha inversão de Sartre: não criaríamos nossa identidade a partir de nossos projetos, mas nos projetaríamos a partir de nosso autoconceito. Palavras-chave: Richard Rorty, Neil Gross, metafilosofia

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Maria Laura Magalhães de Carvalho [mest. Ppgf- ufrj]:

Deleuze espectador dos modernos

Com este artigo pretendo abordar a valorização do cinema de imagem-tempo, na ruptura para a qual aponta Deleuze entre imagem-movimento e imagem-tempo (cinema clássico e cinema moderno) em suas duas obras dedicadas à arte cinematográfica, como uma questão de preferência; algo da ordem do afetivo. Mostrando como essa posição do filósofo pode ser vista como constituinte de certa visão política que se afina com o que se podia ver nos filmes do cinema moderno. Uma política dos afetos.

Palavras-chave: Cinema – afeto - Deleuze

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Mariana Cabral Tomzhinsky Scarpa [mest. ufpr]:

Na fronteira da animalidade e do humano Para delinear a gênese do simbólico em Merleau-Ponty, percorremos brevemente em suas obras iniciais, A estrutura do comportamento (1942) e Fenomenologia da percepção (1945), os elementos que apontam para o surgimento desta ordem e suas implicações na filosofia do autor. Primeiramente, compreendendo a divisão realizada pelo filósofo francês em três grandes estruturas, a física, a vital e a humana, bem como o envolvimento destas ordens com o plano do simbólico. A partir daqui, a presente leitura diverge de alguns comentadores no que tange a abrangência deste novo campo, pois o simbólico para uns, é exclusivo do humano, impedindo uma expressividade da natureza, quando no próprio Merleau-Ponty ele se inicia com a abertura a um possível no plano da adaptação (instrumental) do animal ao seu meio. Assim, discutiremos a função simbólica na fronteira entre a animalidade e a humanidade, apontando para a diferença existente entre o campo simbólico que se abre ao animal e o campo simbólico que torna possível ao humano uma multiplicidade perspectiva. Tal ganho humano será realizado não por uma consciência constituinte do mundo, ele virá como movimento do corpo em direção a um mundo que ele nunca abarca, mas que ele não deixa de vivenciar. Palavras-chave: Simbólico, Animal, Humano.

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Mariângela Areal Guimarães [Bolsista CAPES Dout. PPGF-

UFRJ]:

Os estóicos e Sócrates Os mais recentes trabalhos sobre o estoicismo têm em comum uma atenção especial dirigida à relação intelectual e à afinidade filosófica entre a escola estóica e Sócrates. Esse artigo tem por objetivo analisar os conceitos éticos fundamentais comumente tomados como referência na relação filosófica entre os Estóicos e Sócrates. Por um lado, as afirmações centrais da ética estóica estão essencialmente em concordância com as visões tradicionalmente atribuídas a Sócrates tanto por seus contemporâneos como por Aristóteles e pela tradição filosófica helenística. Por outro lado, os estóicos se autodenominaram herdeiros e defensores das concepções éticas de Sócrates e tomaram essa defesa como parte de sua obrigação filosófica. Palavras-chave: Estóicos; Sócrates; ética.

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Max de Filippis Resende [PPGF-UFRJ – bolsista CAPES.]:

A Relação entre Arte e Conhecimento na Concepção Trágico-Dionísica Nietzscheana da Existência O todo fenomênico do mundo se revela nas passagens nietzscheanas como um contínuo jogo de criação que se realiza através do conhecer humano. Assim, seria tarefa do homem assumir esse poder criador como seu próprio constituinte e como sua tarefa mais alta: a de imprimir formas ao devir. Essa compreensão da totalidade da vida se desenrola em Nietzsche a partir de suas considerações sobre a tragédia grega ou uma compreensão dionisíaca do mundo. Entendemos que o filósofo carrega, até o final de sua obra, uma noção desta resposta grega ao desafio da vida que ele originalmente elabora em seus primeiros textos, desenvolvendo a partir daí importantes concepções de seu trabalho. Nesta compreensão estará presente toda crítica ao racionalismo moderno e da história da metafísica clássica, e, mais importante, a proposta da superação disso que ele caracteriza como uma postura de negação do fenômeno de totalidade da experiência da vida através de uma consideração artística da existência. Essa se projetaria em perspectivação de si mesma no conhecimento humano, que passaria então a ser encarado como criação contínua de realidade. Palavras-chave: tragédia, dionisíaco, vontade de poder.

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Murilo Mariano Vilaça [dout. PPGF/UFRJ]:

Transumanismo Nesse texto, o foco está sobre alguns poucos pontos dos discursos sobre a biotecnociência com fins de aperfeiçoamento humano. O objetivo geral é analisar alguns dos aspectos do movimento denominado transumanismo. Especificamente, pretendo (1) apresentar algumas das definições de transumanismo disponíveis, aduzindo alguns dos seus maiores expoentes na atualidade; (2) ressaltar a sua posição, assim como alguns dos seus trunfos argumentativos; e (3) objetar a crítica dirigida a eles, segundo a qual não possuíriam uma visão crítico-normativa acerca da biotecnociência.

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Pablo Azevedo [dout_ppgf_ufrj]:

Acontecimento, Encontro e Materialismo na filosofia do último Althusser A presente comunicação pretende estabelecer os elementos para se esboçar uma teoria do acontecimento no último Althusser, partindo para isso, da análise de dois textos de fundamental importância em sua obra póstuma. Os textos a que nos referimos, produzidos na década de 80, são Machiavel et nous (1972-1986) e Le courant souterrain du matérialisme de la rencontre (1982). No primeiro texto, Althusser (numa interpretação bastante original de Maquiavel) busca através da análise do secretário florentino uma teoria da prática da transformação política, enquanto no segundo ensaio, o filósofo marxista francês procura empreender a tarefa de construir genealogicamente uma corrente materialista onde o primado ontológico do encontro substitua a teleologia do materialismo dialético. A partir destes pontos, gostaríamos de buscar uma leitura compositiva dos dois textos, no sentido de percebermos se é possível ler na ontologia althusseriana do materialismo do encontro e em sua interpretação de Maquiavel uma teoria do acontecimento. Palavras-Chave: Althusser, Acontecimento, Encontro

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Paulo Henrique Cople [mest. ppgf-ufrj]:

As intensidades da alma: sobre um conceito de Bergson O trabalho tem como objetivo apresentar a caracterização bergsoniana, desenvolvida no primeiro capítulo do Essai sur les données immédiates de la conscience, da noção de intensidade psicológica. Através deste ponto preciso tentaremos esboçar a imagem da consciência oferecida por Bergson no Essai como fluxo de qualidades sensíveis e alguns dos pontos de sua discussão com a psicofisiologia de seu tempo. Palavras-chave: Bergson, consciência, intensidade

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Paula Padilha [dout. Ppgf-ufrj]:

Uma aproximação entre os pensamentos de Benjamin e Wittgenstein

A ideia desse trabalho é apresentar alguns pontos de aproximação entre a obra de dois filósofos contemporâneos que pensaram a linguagem por caminhos diferentes a partir da leitura de Investigações Filosóficas de Wittgenstein, livro de 1953, cotejando-o com a obra de Walter Benjamin, morto em 1940, para quem a filosofia se dá na linguagem. Tentarei aqui restringir tal contato abordando os pontos que me parecem mais centrais. O primeiro deles é a tentativa de unir filosofia e experiência; o segundo é não aderir ao sistema filosófico como única possibilidade de se fazer filosofia; o terceiro é aproveitar os inúmeros significados possíveis das palavras – não acreditar na existência de uma verdade única – uma vez que a verdade estará sempre inserida num contexto ou num “jogo”; o quarto é o fato de ambos estarem preocupados com o que aparece e não com o que está oculto e nesse sentido não se chega à verdade pela via da dedução, mas sim pela sua apresentação na linguagem; por fim não há um método a ser seguido na filosofia, pois cada objeto impõe suas próprias regras. PALAVRAS-CHAVE: Linguagem, forma, experiência.

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Paulo Roberto Falcão [dout. Ppgf/UFRJ]:

Monismo versus pluralismo de valores Este trabalho visa identificar os principais aspectos que estruturam o monismo e o pluralismo de valores. Para tanto, foi necessário percorrer certos problemas metafísicos que ajudam a estabelecer os reais pontos de atrito entre esses dois posicionamentos acerca do que sejam os valores. A investigação metafísica nos levou para o problema da incomensurabilidade dos valores que, acreditamos, é o coração do pluralismo de valores. A partir da análise metafísica, tentou-se perceber como a noção de valores incomensuráveis poderia atingir certas noções da lógica que estão firmemente fincadas no coração e nas mentes de muitos filósofos e mesmo do senso comum. Assim, acreditamos que a incomensurabilidade contraria certas leis da lógica, o que aponta para a plausibilidade de certos aspectos considerados bizarros do pluralismo de valores. Por fim, esperamos ter conseguido estabelecer mais dois aspectos advindos da incomensurabilidade dos valores. Esses aspectos são o desacordo moral permanente e o arrependimento. O primeiro pode ser considerado uma constatação factual corroborada, por exemplo, pela pesquisa histórica. O segundo é uma percepção da psicologia humana que, acreditamos, não deve ser desconsiderada, pois a negligência do arrependimento perigosamente pode escorregar em visões desumanas sobre a realidade. PALAVARAS-CHAVE: monismo de valores, pluralismo de valores, incomensurabilidade dos valores

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Pedro do Nascimento Ramos: [dout. Ppgf/UFRJ]:

A Filosofia na era da técnica O presente trabalho visa discutir o que vem sendo a Filosofia em nossa época, caracterizada em seu interior como a era da técnica. Que tipo de papel vem cumprindo a Filosofia em nossos tempos? Qual é a sua importância para nossa sociedade? Partindo não da Filosofia, mas da essência de toda a nossa época, procuraremos pensar os impasses e dilemas que a técnica apresenta para o pensamento filosófico na atualidade. Palavras-chave: Filosofia; técnica; produção.

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Pedro Fonseca Tenório [Mestrado PPGF/UFRJ]:

Ato e Potência e a Ethica Nicomachea A obra Ethica Nicomachea trata do modo de agir do homem em função da finalidade que lhe é própria, a felicidade. Aristóteles discute as situações em que o homem se encontra e os modos de agir que ele desempenha em cada uma delas e como isto possibilita o homem alcançar a felicidade ou não. No entanto, para termos uma compreensão mais precisa do que significa o homem agir e fazê-lo de determinado modo ou não, e a relação que isto tem com a felicidade, é preciso esclarecermos aquilo que possibilita que isto seja desse jeito. O tratado Metafísica contém um livro que nos esclarece os sentido de ser do ato e da potência, os sentidos de ser que possibilitam qualquer tipo de ação, inclusive a humana. Este trabalho, portanto, procura mostrar de que forma o livro da Metafísica nos mostra os fundamentos ontológicos para o homem agir e alcançar a felicidade. Palavras-chaves: ato; potência; felicidade.

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Rafael Estrela Canto [Bolsista CAPES Dout. PPGF-UFRJ]:

A espuma do cavalo de apeles

O que é fazer história da filosofia senão contá-la, senão narrá-la? Quando lemos, seja no mais vagabundo manual vendido em bancas de revista, que para os pré-socráticos, por ex., seu pensamento estava voltado para a arché, e que este conceito é disputado das mais diferentes maneiras, juntamente com outros conceitos, compondo uma variedade de discursos, estaríamos nós lendo algo distinto de uma narrativa? Palavras-chave: narrativa, autor, origem.

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Rachel Souza Martins [dout. PPGF/UFRJ]:

A problemática sócio-ambiental do desenvolvimento sustentável O presente trabalho versará sobre a problemática ética atual do desenvolvimento sustentável, bem como das crises ecológicas que emergem nos dias atuais. A problemática lançada insere-se no âmbito da ética prática e da filosofia política, visando à discussão dos temas sócio-ambientais como aspectos integrados do contexto político-econômico atual. O trabalho apresenta uma análise dos problemas advindos do contexto sócio-ambiental, tal como as desigualdades sociais atreladas ao modo de produção e consumo contingentes do sistema vigente. O estudo pretende estabelecer uma postura crítica frente ao ideal do crescimento sustentável difundido de forma superficial nas instâncias produtivas e estabelecer medidas capazes de abarcar um propósito realmente sustentável frente aos entraves do mercado econômico global. Palavras-chave: Ética, Saúde Ambiental, Desenvolvimento Sustentável

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Rafael Paes Henriques [bolsista CAPES dout. Ppgf/ufrj]:

Melhorar o estilo significa melhorar o pensamento Este artigo pretende indicar que o estilo não é o resultado de um segundo momento da escrita, como se fosse meramente capricho de autor, que, por luxo, acrescenta penduricalhos ao texto, com a intenção de deixá-lo mais bonito e vistoso. A partir de Nietzsche, afirmamos que o como escrever se revela, na verdade, uma espécie de assentimento com a própria realidade. O que deve se impor em toda escrita não é a vontade de quem escreve, mas o tom, o teor, a textura, a própria estrutura e disposição nos quais, aquilo que é, se realiza. Por isso, não faz o menor sentido falar da forma como se fosse algo separado e que viesse à reboque do conteúdo de um texto. Essas duas dimensões – forma e conteúdo – são constitutivas da escrita, têm a mesma importância, e se realizam, ontologicamente, num mesmo momento e único movimento. Nessa experiência, é necessário, então, que o autor saiba, por um lado, consentir e afirmar as limitações da linguagem e sua impossibilidade de descrever a força realizadora de tudo o que é, ou seja, o que é da ordem do inconceitualizável e, por outro, saiba escutar e cumprir com a perspectiva que sempre já se deu. Palavras-chave: Nietzsche; linguagem; estilo.

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Ricardo Pedroza Vieira [mest. Ppgf/UFRJ]:

Vontade de poder como consciência (Gewissen) O objetivo desta comunicação é esboçar as bases para uma consideração do fenômeno da consciência (Gewissen) na perspectiva de uma elaboração interpretativa da vontade de poder. Para tal, pretende-se esboçar uma relação entre consciência e valor e, a partir disso, assinalar o caráter avaliativo das modalizações da consciência. Em seguida, sinalizar a relação entre consciência e liberdade. Por fim, vai-se apontar uma possível problematização da noção de vontade de poder sobre estas bases. O principal texto utilizado como fonte será a segunda dissertação da Genealogia da Moral de Nietzsche. Palavras-chave: Ética; Nietzsche; Vontade de poder.

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Rodrigo Pennesi Maia [mest. Ppgf/UFRJ]:

Segurança-População-Governo O objetivo desse trabalho é a titulo de introdução analisar com atenção as primeiras aulas do curso de 1978, intitulado Segurança, Território, População. Esse curso apresenta o início da análise mais aprofundada da problemática do biopoder, “o conjunto de mecanismos pelos quais aquilo que, na espécie humana constitui suas características biológicas fundamentais vai poder entrar na política”(STP, 1), suas tecnologias e sua história. O conceito começara a surgir no curso anterior desempenhando um papel central e uma reviravolta teórica no pensamento de Foucault a partir de então. O Objeto do curso, mais especificamente, será então essa nova manifestação do biopoder que se pode chamar de tecnologias de segurança, seus mecanismos de funcionamento sua evolução e a possibilidade da emergência de uma sociedade de segurança. PALAVRAS-CHAVE: Segurança; Foucault; Governo

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Rômulo Martins Pereira [mest. Ppgf/UFRJ]:

Uma apresentação da abordagem kantiana do conceito de liberdade O presente trabalho tem por objetivo apresentar, de maneira geral, a problemática delineada por Kant acerca do conceito de liberdade em suas duas primeiras Críticas (Crítica da Razão Pura e Crítica da Razão Prática). Para tanto, procuraremos entender, num primeiro momento, como surgiu, no campo teórico da razão pura, a questão da liberdade, a questão de uma causa não causada primeira e espontânea, e de como a razão, mediante o vislumbre do idealismo transcendental, passou, a partir daí, a lidar com este conceito. Posteriormente, buscaremos compreender como Kant estabelecerá, na segunda Crítica, a realidade objetiva do conceito de liberdade, de um ponto de vista prático, tomando como referência sua recíproca vinculação com a consciência da lei moral, o factum da razão. Cumpre lembrar que o mote central deste trabalho de modo algum consiste em dar conta da questão apresentada por Kant, mas antes em reunir alguns dos elementos oferecidos pelo filósofo alemão tendo em vista uma primeira e breve aproximação do tema. Palavras-chave: Kant, liberdade, causalidade.

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Rosane Alves de Abreu [mest. ppgf-ufrj]:

Liberdade como essência da verdade Resumo: Este trabalho tenta mostrar em algumas páginas como a relação entre liberdade e essência da verdade está presente na filosofia de Heidegger. Para dissertar sobre estes assuntos torna-se necessário uma breve apresentação de como o termo liberdade é entendido usualmente, para depois relacionar, de fato, a liberdade e a essência da verdade. Verdade também, aqui, não pode ser entendida como o conceito tradicional, é verdade como desvelamento, como a verdade originária. Para tentar responder ao título do trabalho também foi preciso interligar o conceito de liberdade com a pre-sença (ser do homem) e com existência (ex-sistência), assim pretendendo esclarecer que liberdade é essência da verdade e que uma não se desvincula da outra. Palavras-chave: Liberdade; verdade; ex-sistência.

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Samon Noyama [Professor assistente da FAFIUV-PR Dout.

PPGF/UFRJ bolsista do Cnpq]: A polêmica entre Fichte e Schiller e o nascimento do problema da escrita filosófica No ano de 1795, Fichte e Schiller iniciam uma polêmica troca de cartas que pode ser entendida como a gênese da investigação acerca da escrita filosófica. Schiller recusara um artigo apresentado por Fichte, também membro da revista Die Horen, por sua forma dura, rígida e de difícil compreensão. O argumento se baseia na proposta de tentar unir a beleza da escrita poética à busca da expressão da verdade, comumente encontrada nos conceitos da filosofia. Schiller pretendia usar a beleza para desenvolver uma forma mais sensível de apresentar e fazer compreender melhor as idéias da filosofia. Fichte, que já retrucara o estilo epistolar das cartas para a educação estética de Schiller, pôs-se a elencar os argumentos para defender um estilo rígido, preciso e nada poético. A partir de então, a escrita pode ser investigada como um legítimo problema filosófico à luz da poesia, da ciência e da cultura.

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Saulo Moraes de Assis [Bolsista CAPES Mest. Ppgf/UFRJ]:

Algumas questões sobre o Problema da Referência O presente trabalho tem por intuito apresentar algumas questões relacionadas ao Problema da Referência. Nesse sentido, passaremos em revista alguns pontos importantes no debate entre as Teorias Descritivistas e Referencialistas, resgatando principalmente o percurso histórico do debate. Nós interessamos sobremaneira as questões gerais relacionadas às duas posturas do que a uma exegese comparativa minuciosa entre as muitas Teorias Descritivas e Referencialistas. Isso terá o intuito de ao menos sinalizar um caminho possível para a explicação do fenômeno da referência que consiga agregar elementos de ambas as teorias. A sinalização de alguns elementos centrais de uma Teoria da Referência no que toca o fenômeno da nomeação é o objetivo central deste trabalho. PALAVRAS-CHAVE: Referência, Descritivismo, Referencialismo.

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Thiago Leite Cabrera Pereira da Rosa [dout.

PPGF/UFRJ]:

Identidade e quididade do objeto segundo Husserl e Heidegger Em Heidegger a identidade e a quididade dos entes possuem um caráter derivado em relação ao seu ser, consistindo tão somente em um dos modos de compreensão daquilo que vem ao encontro do Dasein na visão pré-predicativa. Sendo, para Heidegger, a compreensão instrumental mais originária, mais basal que a cognitiva, a sua disputa com Husserl concerne aqui ao modelo de descrição da experiência antepredicativa.

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Verônica Cibele Nascimento [mest. UFRN]:

Algumas considerações sobre linguagem e humanismo em Heidegger O presente trabalho é a tentativa de apresentar a compreensão de linguagem na obra Carta Sobre o Humanismo (1946) do pensador alemão Martin Heidegger (1889/1976). Nessa obra, que tem como objetivo esclarecer uma pergunta de Jean Beaufret, qual seja: “Como tornar a dar sentido à palavra Humanismo?”, temos a recondução da interpretação humanística do homem até a raiz da Metafísica. Com isso estamos diante de um abandono do homem dentro do seio da subjetividade para ir ao encontro a outro tipo de pensar, que dignifica tanto o ser quanto o homem. É nesse contexto que a essência da linguagem é apreendida. Palavras-chave: Linguagem. Humanismo. Ereignis.

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Vinícius dos Santos [Doutorado – UFSCar Bolsista FAPESP]:

Comentários sobre a dialética em Marx

O objetivo da comunicação é expor as linhas de força fundamentais do método dialético de Marx, isto é, a forma pela qual essa filosofia permite a apreensão dialética da realidade social em sua totalidade concreta. Para isso, nos valeremos de textos deste filósofo, combinada a contribuições de pensadores como Lukács (de História e consciência de classe), Merleau-Ponty e Sartre. Num segundo momento, trataremos das causas pelas quais, segundo alguns desses filósofos, a incompreensão da dialética enquanto lógica viva da práxis, da relação entre os homens mediados pelas coisas (incompreensão cuja origem remeteria, segundo Merleau-Ponty, não só a alguns de seus principais intérpretes, mas também a certas passagens do próprio Marx) teria, ao separar teoria e práxis, levado o materialismo histórico a um aparente esgotamento. Não obstante, defendemos que mesmo esses desvios teriam sido insuficientes para invalidar a dialética proposta por Marx – se recuperada do dogmatismo e do positivismo – como instrumento privilegiado de apreensão das contradições do real: como defendia Sartre, apesar de tudo, o marxismo segue como a “filosofia insuperável de nosso tempo”. Palavras-chave: Dialética; Marxismo; Método.

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Wandeílson Silva de Miranda [Pesquisador FAPEMA

Dout. Ppgf-UFRJ]:

Foucault e Deleuze: pensar o corpo O debate cada vez mais acirrado sobre o futuro da humanidade tornou urgente a busca de respostas à altura das questões. No centro dos debates e argumentos os mais elaborados estão as filosofias de Foucault e Deleuze, como linhas de articulação entre as diversas correntes que se debruçam sobre o problema contemporâneo. Algumas questões são postas para o desenvolvimento do trabalho, por exemplo: como elaborar uma ética no ocaso do humanismo? Como estabelecer trincheiras que resistam ao ímpeto do poder tecnológico e científico sobre a vida? Como subtrair a existência do controle total do Estado e da biopolítica hoje no cerne das estratégias governamentais? É correto afirmar que Foucault produziu uma analítica do poder, e soube ir adiante na investigação sobre a relação entre política e vida, analisando assim com clareza as dimensões mais imediatas da biopolítica; enquanto Deleuze produziu uma ontologia da diferença que prescreve a necessidade de produzir linhas de fuga e de resistência ao totalitarismo que investe sobre as democracias contemporâneas. Para adentrarmos nesse debate, este artigo pretende investigar a questão do corpo e a constituição das biopolíticas nas filosofias de Foucault e Deleuze. PALAVRAS-CHAVE: Biopolítica; Ética; Corpo.