O quadro em questão, “Campo de trigo com corvos”, foi uma das
últimas obras do artista holandês Vincent Van Gogh. Foi pintado em
julho de 1890, dias antes de sua morte, que ocorreu no dia 29 do
mesmo mês, por complicações do ferimento à bala, que ele mesmo
disparou contra o seu corpo. Esta obra de Vincent retrata o estado
emocional e mental, no qual ele se encontrava, nos seus últimos dias
de vida. É um pressagio de sua morte.
Van Gogh foi um pintor que participou do movimento pós-
impressionismo. Nessa obra há alguns pontos que são características
desse movimento: as cores e tonalidades não são obtidas pela mistura
das tintas na paleta do pintor, pelo contrário, as cores são puras e
dissociadas nos quadros; as figuras não possuem contornos nítidos,
pois ele acreditava que as linhas são abstrações do ser humano.
Van Gogh alternava momentos de lucidez com momentos de
extrema loucura. Sofreu algumas interdições médicas que se iniciaram
logo após o episódio no qual, durante uma briga com o seu amigo e
admirador Paul Gauguim, cortou parte da sua orelha esquerda. Toda
essa instabilidade de sentimentos esta presente em toda a sua obra, e
em especial nesta.
Observando o quadro, acredito que a estrada sinuosa seja uma
analogia a vida do pintor. Vida esta extremamente sofrida, cheia de
altos e baixos, que atravessava momentos de paz, alegria, paixão, que
são representados pelo amarelo dos campos de trigos, e momentos
de extrema amargura, depressão, que o levava até a pensar na morte,
que é representada na pintura pelos corvos pretos.
Ainda em relação à estrada é possível confirma essa analogia
com a vida de Van Gogh levando em consideração as cores utilizadas
para representá-la: uma tonalidade de vermelho e o verde.
A tonalidade de vermelho usada por Van Gogh corresponde a
cor do sangue humano, do seu sangue, logo, da sua vida. Além disso,
o vermelho também tem a função de simbolizar o sofrimento passado
por ele nessa vida, o inferno por ele vivido.
O verde simboliza a esperança sobre três aspectos: no início da
estrada, no canto inferior esquerdo da tela, o verde simboliza a
inocência, o estado de esperança que há em todas os seres no início
da vida, ou seja, que existia nele quando era uma criança, quando não
conhecia o sofrimento, a decepção.
A presença do verde margeando a estrada, no centro da tela,
explica que apesar de todas as decepções, dos momentos de solidão,
do inferno em que ele vive, a esperança nunca o abandonou por
completo.
O último aspecto do verde a ser analisado na pintura é a
presença dele no fim da estrada. Esse verde simboliza a última
esperança de Van Gogh, na qual ele acreditava ser a única maneira
para poder fazer cessar todo o seu sofrimento, toda a sua dor: a
morte.
O fim da estrada sinuosa nos leva a um céu cheio de corvos.
Esse céu esta sendo engolido por um preto que vem descendo, um
remoinho imparável, envolvendo assim o azul, onde os corvos
emergem como manchas ameaçadoras. É a morte chegando.
Essa pintura representa a impossibilidade de salvação dele
próprio e do mundo, metaforizada de uma forma onírica.
Bibliografia:
Livro
Cartas a Théo
De: Van Gogh, Vincent ; Tradução de Pierre Ruprecht
Editora L& PM – 1997
Internet
Sua Pesquisahttp://www.suapesquisa.com/vangogh3The Vincent Van Gogh Gallery http://www.vangoghgallery.com/História por Voltaire Schillinghttp://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/gogh.htmWikipédia, a enciclopédia livrehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vincent_van_GoghVerdes Trigoshttp://www.verdestrigos.org/sitenovo/site/cronica_ver.asp?id=42Portal Médicohttp://www.portalmedico.org.br/include/biblioteca_virtual/belas_artes/cap14.htm
Filmes
“Van Gogh, Vida e Obra de um Gênio”.
Título Original: Vincent and Theo
de Robert Altman, EUA, 1990.
“Sonhos”
Título original: Yume
de Akira Kurosawa, Japão, 1990.
Facha – Faculdades Integradas Hélio Alonso
Aluno: Gustavo Ramos Gonçalves
Matrícula: 20053070
Trabalho de Estética
Professora: Rosangela de A. Ainbinder
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