UNIVERSIDADE FEEVALE
Anna Paula Rodrigues da Rosa
A Gravura e o Processo Criativo: Estudo e Anlise de CARICATURA,
Trabalho Final Da Disciplina De Gravura Avanada.
Disciplina de Gravura Avanada
Profa. Dra. Lurdi Blauth
2015
A Gravura e o Processo Criativo: Estudo e Anlise de CARICATURA,
Trabalho Final Da Disciplina De Gravura Avanada.
Na gravura o processo da construo desta muito importante, desde os
passos iniciais at a impresso, mas fato de que o resultado final no pode
ser determinado pelo artista com certeza j no princpio. S se tem uma exata
noo do resultado do que fora feito sobre a matriz marcada, riscada ou
corroda, dependendo da tcnica quando esta for entintada e a imagem
aparecer sobre o papel atravs da impresso. H uma expectativa que ronda a
gravura que acompanha o artista durante todo o processo.
Processo este que cercado por questes internas do prprio artista, que cria
o seu trabalho no apenas com as mos, mas tambm com muita atividade
psquica, dando sua gravura grande carga potica. Quem v apenas o
produto final da gravura no pode ter dimenso dos pensamentos e reflexes
do artista para com o seu trabalho, e tende a apreciar muito mais a tcnica,
devido sua complexidade.
A matriz (que no latim significa, literalmente, tero) o suporte inicial no qual
o artista trabalha a figura ou processo que quer desencadear, dependendo do
resultado pr-esperado (nunca pr-estabelecido, tendo em vista que o
resultado s pode ser determinado quando a matriz se encontra com o papel
ou qualquer outro suporte em que o artista deseja imprimir/estampar seu
trabalho). A matriz que inicia o processo de trabalho tcnico.
Pensando no meu trabalho, lido com diferentes tipos de matriz. Uma tela
serigrfica que imprime uma mesma imagem dezenas de vezes, madeiras de
cedro-rosa em que palavras e figuras so entalhadas com goivas e gravadas
base de fogo, com um pirgrafo. Ainda posso citar como um tipo de matriz as
dezenas de postais com a imagem de que parto para fazer cada uma das
interferncias em meu trabalho final, do qual comentarei mais para frente.
Ao usar a palavra gravura, no podemos desprezar as nuances que
esta generalizao oculta. Na verdade, existe uma gravura genrica e
muitas particulares. A primeira uma gravura inexistente, ou
pretenderia ser a soma de todas (...) cada gravura particular tem um
autor definido, um artista que pode operar sozinho ou com a
colaborao de um grupo de tcnicos, mas cuja presena impregna a
imagem; ela afetada por um momento histrico, tecnolgico e
cultural, e por uma personalidade definidos. A gravura genrica
potencial, enquanto a particular uma realizao viva, carregada de
particularidades que criam um significado. (BUTI, 1996)
Sendo assim, a gravura genrica corresponde a todo um leque de tcnicas
para gravar uma imagem sobre uma matriz, enquanto as gravuras particulares
envolvem no apenas a tcnica pessoal que cada artista determina que ir
utilizar, como tambm sua construo potica por traz de seu trabalho em
gravura. Alm disso,
a gravura no apenas o resultado de uma srie de tcnicas
convencionais para gravar imagens sobre uma determinada matriz e
suportes, mas um meio expressivo que propicia a criao e a
ressignificao de diferentes materiais e materialidades. (BLAUTH,
2014)
Ou seja, a gravura no pode ser vista apenas como uma tcnica para alcanar
um resultado, mas sim um meio de explorao de conceitos e possibilidades
prprias dela. Entre eles, destaco as possibilidades de impresso, repetio,
reproduo, individualidade, montagem, sobreposio, perda e/ou subtrao de
imagem, multiplicao da imagem e transferncia de matria.
Em meu trabalho utilizo apenas algumas das diversas possibilidades da
gravura, e busco nos conceitos de impresso, repetio, individualidade,
montagem e sobreposio, o modo de construir a base do que apresento,
dando destaque para as semelhanas e diferenas entre minhas gravuras
individuais que, no conjunto da obra, se unem para formar apenas um trabalho.
CARICATURA tem como suporte uma placa de MDF de 1 metro de largura
por 85 centmetros de altura, coberta por um tecido branca e preenchida com
um pouco mais de trs dezenas de postais.
No conjunto dos 35 postais (de tamanho 10cmx15cm) todos tm como fundo a
mesma imagem feita com a tcnica de impresso em serigrafia, porm, cada
um dos postais sofre uma interferncia diferente por meio das mais variadas
tcnicas: pintura, recorte e colagem, costura, xilogravura, escrita, sobreposio
de imagens, etc. A temtica central do trabalho a mulher, e meu objetivo
no s expor o modo como a mulher vista dentro da sociedade que ocupa e
qual sua caricatura pintada pela mdia , mas tambm discutir sobre qual o
seu papel dentro dessa mesma sociedade.
Fao uso da temtica da mulher j h algum tempo, em diversas linguagens
artsticas, e logo no incio da disciplina de Gravura Avanada j havia em mim
o desejo de criar um trabalho em que eu pudesse misturar o conceito da
mulher generalizada e estereotipada junto de suas individualidades como
pessoa, com o uso de dezenas de gravuras em um trabalho nico.
A forma como a imagem da mulher exposta na mdia e os conceitos que os
ideais normativos de esttica e comportamento utilizam para moldarem-na
dentro de parmetros sociais em uma sociedade que trata a mulher com
objetificao e a representa de modo limitado, desconceituando seu valor como
indivduo e ser humano com pensamento livre , me impulsionam em meus
desejos de mudana desse paradigma social. O que observo e o que vivo
serviram como base para minha pesquisa e produo no s deste trabalho,
como tambm de outros.
Falando do trabalho em si, a figura, em serigrafia, nos postais se trata do rosto
da modelo Lesley Hornby, conhecida como Twiggy, que ficou famosa nos anos
60 no mundo das passarelas.
A escolha para o uso de sua imagem neste trabalho tem duas razes. Primeiro,
porque Twiggy, que em ingls significa galho seco, ao ser lanada como
modelo e alcanar sucesso sozinha conseguiu romper um paradigma de
beleza feminina que se sustentava j fazia mais de uma dcada, com as
mulheres ideais pin-ups. Essas mulheres de formas voluptuosas, cintura fina,
seios projetados e rosto angelical eram vistas como smbolo de beleza entre os
anos 40 e 50, mas tudo isso fora deixado de lado quando,
A partir dos anos de 1960 a moda e suas passarelas comearam a
dirigir o processo de formatao e legitimao de padres estticos.
A figura de Twiggy inaugurou uma nova representao do feminino a
partir da esttica da magreza, uma beleza que para uns andrgina
e para outros infantil, baseada no corpo magro, retilneo, seios
pequenos e quadris estreitos. Esse padro foi sendo difundido pela
mdia, pela moda, pelas indstrias farmacuticas e cosmticas,
generalizando-se no imaginrio social como a beleza ideal. (MOTA,
2008)
Ou seja, a beleza esttica da mulher que era vendida pelos meios miditicos e
de produo mudou radicalmente em questo de anos, obrigando as mulheres
a repensar seus prprios corpos e aparncias para que adentrassem no novo
Twiggy (1965)
padro imposto. O que acontece ainda na contemporaneidade... Padres
estticos diferentes, mas a mesma busca de sempre pelo ideal.
Nessa poca deixou-se para trs o padro de esttica que associava
riqueza com gordura. A estigmatizao de gordos e gordas produto
do fosso cada vez mais profundo entre identidade social e identidade
virtual (...) a presso de tornar-se fisicamente perfeita caminha lado a
lado com o ideal de conseguir chegar ao corpo ideal, em forma,
saudvel. Mesmo que custa de atropelar calorias para uma vida
equilibrada. (DEL PRIORE, 2000, pg. 89-90)
O segundo motivo para a escolha de Twiggy como figura central para o
trabalho, alm de ela representar um marco para a mudana brusca da esttica
feminina nos anos 60, o fato de que eu acreditava que a imagem que fosse
escolhida, independente de qual fosse, precisava representar o sexo feminino
de maneira branda, sem chamar a ateno. Ento, escolher uma modelo que
nada mais do que um cabide de passarela, magra e que no deve se
destacar mais que as roupas que usa (MARTINS & NEPPEL & SANTANNA,
2009) parecia ser a deciso mais coerente.
Tendo feito a deciso de qual seria da figura central de meu trabalho, dei incio
a escolha das interferncias que seriam feitas. Partindo do pressuposto que
cada interferncia seria uma mscara sobre a figura central do trabalho,
pensei em conceitos que transpassam a figura da mulher e os esteretipos que
mascaram sua individualidade.
A mulher me representada com a figura de um feto em formao feito com
impresso xilogrfica sobre a figura da mulher. Nesta gravura no desejo fazer
crticas s mulheres-mes, de maneira alguma, o que trago um
questionamento referente obrigatoriedade da maternidade para a mulher,
quando disseminada a ideia de que esse o papel central e nico da mulher
dentro da sociedade: ser genitora. Isso causa uma problemtica para as
detentoras do sexo feminino que no querem ter filhos ou no podem t-los,
pois tira-lhes o valor social que a funo de me as daria.
Contrria s ideias de que a maternidade s comporta o amor
irrestrito e apoiando a perspectiva das teorias do gnero, segundo a
qual a maternidade construda e no instintiva (...) no existem
sanes sociais para o homem quando se nega a ter filhos ou a
cuidar bem deles, para mulher, entretanto, no bem assim que
funciona. (AZEVEDO & ARRAIS, 2006)
A mulher feminista representada atravs de dois esteretipos difundidos
principalmente nas redes sociais. Um deles a figura de Frida Kahlo, cone
feminista, sendo que talvez seja a pintora mais conhecida pintora do mundo,
sendo um desvio de regra para com outras milhares de artistas mulheres que,
infelizmente, caram no esquecimento embora tivessem a militncia em suas
veias artsticas. A outra representao de d atravs de um pequeno riscar de
caneta acima do lbio superior da figura da mulher, formando um pequeno
bigode de Hitler. Com essa pequena interferncia fao aluso ao termo
feminazi, que utilizado de forma corriqueira principalmente nas redes sociais
para ofender e desvalorizar o feminismo. Feminazi foi um termo usado pela
primeira vez nos EUA no comeo da dcada de 1990, pelo locutor de rdio
norte-americano Rush Limbaugh para referir-se s mulheres que defendiam o
direito ao aborto, e seu uso passou a ser difundido como principal insulto s
mulheres feministas.
"Quem se utiliza do termo 'feminazi' quer principalmente desqualificar
o movimento feminista, suas conquistas e sua voz. Quer reproduzir
ideias estereotipadas, tacanhas e falsas que ajudam a definir o
feminismo como um clich em que mulheres raivosas lutam para
tomar o lugar dos homens. Alm de se utilizar do direito de definir um
movimento do qual no faz parte, justamente para empobrecer sua
causa. O que podemos concluir, ao ler o que as pessoas que usam o
termo feminazi dizem, : Aceito que voc seja feminista, desde que
no seja uma feminazi, mas quem vai determinar se voc ou no
uma feminazi sou eu. Ento, alm de desqualificar um movimento
social e suas participantes, a pessoa tambm se sente no direito de
definir os critrios para classificar quem radical e quem no .
Quem utiliza e dissemina o termo feminazi no est qualificando uma
pessoa, na verdade est desqualificando todo o movimento feminista
e banalizando o nazismo." (CARDOSO, 2010)
Para representar tambm as mulheres que disseminam ideias machistas e,
por no entenderem do que se trata o feminismo repudiam suas ideias de
equidade entre os gneros, coloco sobre uma das gravuras uma mscara em
forma de leo, feita com xilogravura e impressa sobre papel.
O leo seria o smbolo das ideias patriarcais, uma vez que o animal anda em
grupos, mas somente com fmeas e seus filhotes, j que h apenas um macho
dominante em cada um desses grupos. As fmeas so subordinadas ao leo,
mas so elas que tm que sustentar o bando fazendo as tarefas de caa e
cuidando dos filhotes. O leo o lder absoluto. Como pedir do ponto de vista
racional por algo mais visivelmente machista do que isso?
A mulher submissa, dominada, culpada e estereotipada que disseminada
atravs da mdia e de conceitos pr-estabelecidos na sociedade teve vrios
vieses de representao.
- Costura de linhas vermelhas sobre a boca, os olhos e os ouvidos (a ideia
que a mulher, devido a sua relao de medo e submisso, no escuta e no
pode escutar o que os outros tm a dizer sobre a sua condio de vtima da
violncia; no v, no quer ver, e no pode ver a sua condio de submisso;
no fala e no pode falar sobre a sua dor);
- Colagem de flores sobre seus olhos (como se tudo realmente fosse flores
para a mulher);
- Colagem de um zper sobre sua boca denota o ideal de mulher calada;
- Seu rosto coberto de tinta rosa, a cor da feminilidade o que se espera de
uma mulher, e as lgrimas que escorrem de seus olhos so cobertas de glitter
(a fim de visualizar o conceito de que mulheres invariavelmente necessitam
parecer atraentes, independentemente do que est realmente acontecendo
com suas vidas);
- Machucados sobre seu rosto feitas com tinta, e colagens de notcias de
jornais que trazem a mulher como protagonista sendo ela a vtima de morte,
estupro, violncia, abandono e depreciao.
- A mulher culpada pela prpria violncia sofrida coberta por escritas que a
denominam como CULPADA, alm disso, seu corpo coberto como o fazem
no Oriente Mdio, pois ele visto como objeto. Objeto de desejo para os
outros, de vergonha para si mesma. Seu corpo propriedade, um bem
material, e isso representado pela impresso da palavra PROPRIEDADE
sobre o rosto da mulher em uma das gravuras.
A dicotomia entre os esteretipos tambm foi trabalhada. Na representao da
mulher para casar, fao uma colagem com tecidos e flores, representando
um vu e grinalda sobre uma das figuras, j em outra gravura fao colagem de
anncios de prostituio denotando as mulheres que no so para casar. Ao
representar um anjo e um demnio (com tcnicas de pintura) sobre a figura da
mulher, represento tambm os esteretipos que divide mulheres em dois
grandes grupos: santas e promscuas.
A beleza esttica, por ser um ideal normativo dentro da atual sociedade
contempornea, tambm foi alvo de representao em minhas gravuras. Ideal
esse, que deturpado no meio miditico principalmente publicitrio e que
influencia no modo como todo um gnero se auto observa e julga.
H, na publicidade, uma multiplicao de imagens femininas que
transformam as mulheres ora em consumidoras, ora em objetos de
consumos. O corpo feminino, como vimos, tratado nessa publicidade
como um produto de consumo. No um corpo para a mulher. um
corpo perfeito, um corpo fabricado, um corpo em busca do imaginrio
social. A publicidade no trata a mulher, no trata o gnero feminino,
mas o modifica, limita e a representa, muitas vezes, de modo
preconceituoso e sexista. (SAMARO, 2007)
Toda essa busca por beleza causa um deterioramento da autoestima e um
desgaste psicolgico. Para representar isso, escrevi a mo relatos de mulheres
que apareciam na revista Boa Forma, em matrias que repudiavam a gordura
e ensinavam como ficar magra e ser feliz. Aproveitando esse tipo de mdia
ainda, fiz recorte e colagem em algumas gravuras com frases retiradas de
exemplares da Boa Forma que insistiam na ideia de magreza no como
resultado de uma vida saudvel, mas como sinnimo nico de felicidade.
Esse trabalho permitiu no s uma extensa pesquisa em cima de um tema que
muito me interessa a mulher , mas tambm no desenvolvimento de pr
atividade em criao e ligao dos conceitos e imagens que eu queria expor e
retratar.
Como referncias para esse trabalho cito:
Camille Pissaro, que em 1880, fez uma srie de imagens imprimindo a
mesma matriz em diferentes cores, considerando cada imagem, um trabalho
finalizado ou seja, j trabalhando com a ideia da individualidade da gravura);
Rosana Paulino, que tem um trabalho que fala sobre identidade, memria,
corpo, preconceito, racismo, assdio, modelos e esteretipos, e seu trabalho
mais conhecido Bastidores (1997), uma srie de retratos de mulheres da
prpria famlia da artista que tem o rosto, na regio da boca, bordado com
violncia, trazendo uma crtica ao silncio de geraes de mulheres,
duplamente subjugadas pelo gnero e etnia. A questo das linhas cobrindo as
figuras de mulheres nos bastidores de Rosana foram uma inspirao para o
meu prprio trabalho.
Neca Sparta, que tambm traz a linha em seu trabalho, costurando sobre
fotografias. Cito as sries Subverses do Tempo e Brotaes como marcos
referencias.
Brbara Kruger (1945), ela sendo provavelmente a maior referncia nesse
trabalho. Seu trabalho combinava imagens e textos, retirando-os dos veculos
miditicos de imprensa e reproduzindo-os nas cores preto, branco e vermelho,
para dar-lhes ressignificaes e abri-los a novas interpretaes. Para Nayara
Matos Barreto (2013), desse modo, Kruger sabotava os objetivos primrios das
representaes visuais alusivas s convenes femininas, destruindo seu
sentido original e retirando o brilho sedutor das imagens miditicas
publicitrias, das revistas de moda e do cinema. Barbara Krueger desafiava os
conceitos e modelos veiculados como sendo o 'ideal' na sociedade pela mdia,
subvertendo-se, principalmente, queles referentes ao sexo feminino.
Annette Messager (1943), que em sua obra Les Tortures Volontaires de
1972, expe 86 impresses de imagens de mulheres que, em prol da beleza,
passam por situaes de torturada voluntariada, se sujeitando at mesmo a
cirurgias estticas. A artista faz um contraponto entre os mtodos de
embelezamento e a dor que as mulheres se submetem por meio deles para
alcanar o padro.
Cito ainda Cindy Sherman, Marie Yates, Hannah Altman, sendo que todas as
artistas tm um trabalho que questiona e at ironiza os esteretipos
femininos.
Concluindo, CARICATURA foi um trabalho que teve um processo de criao
bem lento e que fui desenvolvendo ao longo de todo o semestre. As pesquisas
sobre o tema e as referncias artsticas foram muito importantes para o
progresso da construo de cada uma das gravuras e, considerando todo o
processo criativo por trs daquilo que mostro como sendo o resultado final, fica
aqui marcada minha satisfao no s com a disciplina como tambm com o
meu prprio trabalho.
FOTOS DO PROCESSO
(Incio da parte prtica: 24/03/2015. Finalizao: 27/06/2015)
ANEXO TABELA INTERVENES
INTERVENO MODO A SER FEITO SIMBOLOGIA
Cobertura da boca com linha
Costura
A represso social sobre a mulher, o qual mantm
calada perante sua prpria situao.
Ilustrao Frida Kahlo
Desenho e pintura
Representao da luta feminista; o smbolo mais
comum do feminismo.
Ilustrao Hitler
Grafismo
Feminazi, termo usado para denegrir a luta do
feminismo.
Machucados
Pintura
Violncia/feminicdio
Marca de propriedade
Xilogravura
A mulher vista como propriedade. O Homem
pode fazer o que quiser do corpo feminino. (BUENO,
2014)
Cobertura dos olhos
Colagem de FLORES
O fato de que mulheres se recusam a perceber sua situao e lutar por ela
Cobertura dos olhos
Pedao de tecido negro
Cobertura da realidade pelos meios de comunicao/
vivncia
Cobertura da boca
Colagem de zper
Mulher calada
Cobertura das orelhas
Costura
Surdez voluntria ou imposta
Ilustrao feto
Xilogravura
Maternidade obrigatria/
mulher-me
Lgrimas
Tinta e glitter
Glamourizao da mulher e
de suas necessidades
Ilustrao Leo
Xilogravura
Discurso em prol do
machismo
Notcias
Colagem
Violncia/negao de
direitos bsicos como a educao
Regras
Colagem
Imposies sociais de beleza
e comportamento
Feiura criada pela mdia
Colagem, escrita com tinta
Meios miditicos incitam a
busca pela beleza e pela magreza, incentivando o pensamento de que as
mulheres so feias.
Grafia Culpada
Xilogravura
Cultura do estupro e da
violncia / a culpabilizao da vtima
Rosto perfeito
Recortes de partes de rostos
de modelos
Referncias de beleza
O Belo
Colagem da proporo urea
no rosto
Busca pela perfeio esttica
Cobertura do rosto (menos dos olhos)
Tecido preto
Cobertura, vergonha, pecado
Impresso da imagem Matriz reversa
Impresso de branco sobre fundo preto
Mulher subversiva, vista como algo ruim na viso
machista
Cruz
Colar uma cruz no rosto
Religiosidade/pecado
Anjo
Pintura de aurola Separao entre as mulheres Puritanas e
Demnio
Pintura de chifres As Pecadoras
Noiva
Veladura + renda branca O mito da Mulher para casar
Anncios de Prostituio
Colagem
A venda do corpo da mulher No mulher para casar, serve apenas para o sexo
Corao
Colagem
Mulher pensa com o corao, e no com o
crebro
Dia da Mulher
Colagem de homenagens de jornais e de uma rosa
Comercializao de um dia que deveria ser de luta. D-
me respeito e no flores.
REFERNCIAS
AZEVEDO, Ktia Rosa; ARRAIS, Alessandra da Rocha . O mito da me
exclusiva e seu impacto na depresso ps-parto. Psicologia: Reflexo e Crtica
(UFRGS. Impresso), 2006. Disponvel em: <
http://www.scielo.br/pdf/prc/v19n2/a13v19n2>. Acesso em: 21 de junho de
2015
BARRETO, Nayara Matos. Do Nascimento de Vnus arte Feminista aps
1968: um percurso histrico das representaes visuais do corpo feminino. In:
Encontro Nacional de Histria da Mdia, 2013, Ouro Preto - MG. Mdia
Audiovisual e Visual, 2013.
BLAUTH, Lurdi. Gravura: Monotipias e as possibilidades grficas entre o fazer
e o pensar contemporneo. In: VII Seminrio Leitura de imagens para a
Educao: mltiplas mdias, 2014, Florianpolis, SC. Disponvel em: <
http://nest.ceart.udesc.br/wp-content/uploads/Artigo14.pdf> Acesso em 19 de
junho de 2015.
BUENO, SAMIRA. Para especialistas, mulheres ainda so vistas como
propriedades. Notcia O Globo, online. Disponvel em:
Acesso em: 31 de maro de
2015.
BUTI, M. F. . A gravao como Processo de Pensamento. Tempo Social.
Revista de Sociologia da USP , v. 29, p. 107-112, 1996. Disponvel em <
http://nest.ceart.udesc.br/wp-content/uploads/Artigo14.pdf> Acesso em 15 de
junho de 2015.
CARDOSO, Bia. A quem interessa comparar feministas a nazistas?. Blog
pessoal Groselha News, 2010. Disponvel em:. Acesso em 21 de junho de
2015
DEL PRIORE, Mary. Corpo a corpo com a mulher: pequena histria das
transformaes do corpo feminino no Brasil. So Paulo, SP: SENAC, 2000.
(Ponto Futuro ; 2.) ISBN 8573591706
MARTINS, A.; NEPPEL, B.; SANTANNA, A. Anorexia: o alimento da morte. In:
INTERCOM, 16, 2009, Curitiba. Anais eletrnicos. Disponvel em:
. Acesso em: 20 de junho de 2015
MOTA, M. "De Vnus a Kate Moss; reflexes sobre corpo, beleza e relaes de
gnero." Actas de Diseo 5 (2008).
RAUSCHER, B. B. S. . Cruzamentos grfico-espaciais: imagens estendidas no
espao na exposio impresses Novas de Laurita Salles - Revista :Estdio3 -
ISSN 1647-6158 - Centro de Investigao & Estudos em Belas Artes -
Universidade de Lisboa - vero de 2011. Estudio , v. 3, p. 118-125, 2011.
SAMARO, Liliany Alves. O espetculo da publicidade: a representao do
corpo feminino na mdia. Revista Contempornea (UERJ) , v. V, p. 45-57, 2007.