Itaituba - Amazônia - BrasilJaneiro de 2010
seus povos e culturas
A O P RT RN OO JEC TOS N CE OG MA PR LR EA XB O-I TT AN PA A JA ÓT SUL
A O P RT RN OO JEC TOS N CE OG MA PR LR EA XB O-I TT AN PA A JA ÓT SUL
Corredeira do Alto Rio TapajósFoto: GLENN SWITKERShomenagens póstumas ao grande companheiro
VERDADES E MENTIRAS SOBRE o PROJETO de 05 HIDRELÉTRICAS NA BACIA DO RIO TAPAJÓS
ELETRO ORTE X TAPAJÓS VIVOMPROMOÇÃO da cartilha:
ALIANÇA Anti hidrelétricas na bacia do Rio Tapajós – Santarém, Aveiro, Itaituba, Jacareacanga; Povo Mundurucu; movimentos sociais em defesa da Amazônia; Redes de Defesa da Amazônia.
PRODUÇÃO COLETIVA: Frente em Defesa da Amazônia, Movimento Tapajós Vivo e Aliança Missionária Francisclariana do Tapajós.
TEXTO E MONTAGEM: Edilberto Sena, Enoy Sena
ILUSTRAÇAO E DIAGRAMAÇÃO: Magna Arte
FINANCIAMENTO: Frente em Defesa da Amazônia; Aliança Francisclariana; FASE - Programa Amazônia com apoio da Fundação Ford; Líder comunitário vereador Carlos Jaime e Congregação Verbo Divino
ÁGUA E ENERGIA NÃO SÃO MERCADORIAS
Em memória de Glenn Switkers, nosso grande companheiro norte americano e amazônida de coração, falecido há pouco dias, dedicava-se a defender nossos rios da sanha destruidora das barragens.
Membro da “Organização Rios Vivos”, foi grande colaborador em nossa luta em defesa dos rios Xingu e Tapajós, desafiando os projetos de hidroelétricas do governo federal. Nossa eterna gratidão ao companheiro que continua vivo como inspiração em nossa luta.
Glenn vive e nossos rios viverão!
seus povos e culturas
A O R PT RN OJO EC T OS N CE OG MA PR LR EA XB O-I TT AN PA A JA ÓT SUL
A O R PT RN OJO EC T OS N CE OG MA PR LR EA XB O-I TT AN PA A JA ÓT SUL
Itaituba - Amazônia - BrasilJaneiro de 2010
Corredeira do Alto Rio TapajósFoto: GLENN SWITKERShomenagens póstumas ao grande companheiro
VERDADES E MENTIRAS SOBRE o PROJETO de 05 HIDRELÉTRICAS NA BACIA DO RIO TAPAJÓS
ELETRO ORTE X TAPAJÓS VIVOMPROMOÇÃO da cartilha:
ALIANÇA Anti hidrelétricas na bacia do Rio Tapajós – Santarém, Aveiro, Itaituba, Jacareacanga; Povo Mundurucu; movimentos sociais em defesa da Amazônia; Redes de Defesa da Amazônia.
PRODUÇÃO COLETIVA: Frente em Defesa da Amazônia, Movimento Tapajós Vivo e Aliança Missionária Francisclariana do Tapajós.
TEXTO E MONTAGEM: Edilberto Sena, Enoy Sena
ILUSTRAÇAO E DIAGRAMAÇÃO: Magna Arte
FINANCIAMENTO: Frente em Defesa da Amazônia; Aliança Francisclariana; FASE - Programa Amazônia com apoio da Fundação Ford; Líder comunitário vereador Carlos Jaime e Congregação Verbo Divino
ÁGUA E ENERGIA NÃO SÃO MERCADORIAS
Em memória de Glenn Switkers, nosso grande companheiro norte americano e amazônida de coração, falecido há pouco dias, dedicava-se a defender nossos rios da sanha destruidora das barragens.
Membro da “Organização Rios Vivos”, foi grande colaborador em nossa luta em defesa dos rios Xingu e Tapajós, desafiando os projetos de hidroelétricas do governo federal. Nossa eterna gratidão ao companheiro que continua vivo como inspiração em nossa luta.
Glenn vive e nossos rios viverão!
seus povos e culturas
A O R PT RN OJO EC T OS N CE OG MA PR LR EA XB O-I TT AN PA A JA ÓT SUL
A O R PT RN OJO EC T OS N CE OG MA PR LR EA XB O-I TT AN PA A JA ÓT SUL
Itaituba - Amazônia - BrasilJaneiro de 2010
APRESENTAÇÃODefender o rio Tapajós, mantê-lo vivo e fluindo, é para
os povos do Baixo Amazonas uma questão de vida e dignidade. É preciso tomar consciência de que
construir cinco hidrelétricas, como pretende o governo federal, é destruir não só os rios Tapajós e
Jamanxim, mas também destruir a vida da natureza e dos povos da região. Não se pode ficar calado ou
apenas murmurando indignação quando serão inundados 1.950 Km² de florestas e terras indígenas.
Energia limpa pode ser lá nas empresas receptoras, mas nas bacias do Tapajós ficará a sujeira e
poluição. Por isso, a carta dos índios Mundurukus é o sentimento de todos e todas que vivem nesta
região e lutam pela vida.
CARTAS DOS INDÍGENAS Carta dos indígenas mundurukus da missão Cururu:
Exmo. Senhor Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva
Exmo. Senhor Ministro das Minas e Energia, Edson Lobão e demais Autoridades responsáveis pelo setor energético do Brasil.
Nós comunidade indígena, etnia Munduruku, localizada nas margens do Rio Cururu do Alto Tapajós, em reunião na Missão São Francisco, nos dias 5 e 6 de novembro, viemos por meio deste manifestar à vossa excelência nossa preocupação com o projeto federal de construir cinco barragens no nosso Rio Tapajós e Rio Jamanxim.
Para quem vai servir? Será que o governo quer acabar toda a população da bacia do Rio Tapajós? Se apenas a barragem de São Luis for construída vai inundar mais de 730 Km².
E daí? Onde vamos morar? No fundo do rio ou em cima da árvore? Aximãyu'gu oceju tibibe ocedop am. Nem wasuyu, taweyu'gu dak taypa jeje ocedop am. (não somos peixes para morar no fundo do rio, nem pássaros, nem macacos para morar nos galhos das árvores).
Nos deixem em paz. Não façam essas coisas ruins. Essas barragens vão trazer destruição e morte, desrespeito e crime ambiental, por isso não aceitamos a construção das barragens. Se o governo não desistir do seu plano de barragens, já estamos unidos e preparados com mais de 1.000 (mil) guerreiros, incluindo as várias etnias e não índios.
Nós, etnia Munduruku queremos mostrar agora como acontecia com os nossos antepassados e os brancos (pariwat) quando em guerra, cortando a cabeça, como vocês veem na capa deste documento. Por isso não queremos mais ouvir sobre essas barragens na bacia do Rio Tapajós.
Por que motivo o governo não traz coisas que são importantes para a vida dos Munduruku, para suprir as necessidades que temos: como educação de qualidade, ensino médio regular, escola estadual, posto de saúde, etc.
Já moramos mais de 500 anos dentro da floresta amazônica, nunca pensamos destruir, porque nossa mata e nossa terra são nossa mãe. Portanto, não destruam o que guardamos com tanto carinho.
Subscrevemos 09 caciques – capitães em sua denominação e cerca de 60 participantes dos dois dias de encontro, na missão São Francisco do Cururu.
ÍNDICE
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Informações sobre o plano do Governo para o complexo Tapajós
Complexo Tapajós - PAC - IIRSA
Tamanho das hidroelétricas previstas
Impactos irreversíveis das barragens na bacia do Tapajós
Impactos econômicos
Impactos sociais na região do Baixo Amazonas e rodovias
Impactos Ambientais na bacia do Tapajós
Mentiras da EletroMorte
O porquê de tantas hidrelétricas
Belo Monte
Carta dos Povos da Volta Grande do Xingu
Reações da sociedade civil organizada da região do Tapajós
Algumas questões para reflexão
Esta é a capa da carta que dois jovens estudantes da missão Cururu desenharam para a carta ao presidente Lula.
Missão São Francisco do Rio Cururu06 de novembro de 2009.
7
9
11
13
13
17
19
23
25
27
28
29
30
Missão Cururu,03 de novembro de 2009
APRESENTAÇÃODefender o rio Tapajós, mantê-lo vivo e fluindo, é para
os povos do Baixo Amazonas uma questão de vida e dignidade. É preciso tomar consciência de que
construir cinco hidrelétricas, como pretende o governo federal, é destruir não só os rios Tapajós e
Jamanxim, mas também destruir a vida da natureza e dos povos da região. Não se pode ficar calado ou
apenas murmurando indignação quando serão inundados 1.950 Km² de florestas e terras indígenas.
Energia limpa pode ser lá nas empresas receptoras, mas nas bacias do Tapajós ficará a sujeira e
poluição. Por isso, a carta dos índios Mundurukus é o sentimento de todos e todas que vivem nesta
região e lutam pela vida.
CARTAS DOS INDÍGENAS Carta dos indígenas mundurukus da missão Cururu:
Exmo. Senhor Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva
Exmo. Senhor Ministro das Minas e Energia, Edson Lobão e demais Autoridades responsáveis pelo setor energético do Brasil.
Nós comunidade indígena, etnia Munduruku, localizada nas margens do Rio Cururu do Alto Tapajós, em reunião na Missão São Francisco, nos dias 5 e 6 de novembro, viemos por meio deste manifestar à vossa excelência nossa preocupação com o projeto federal de construir cinco barragens no nosso Rio Tapajós e Rio Jamanxim.
Para quem vai servir? Será que o governo quer acabar toda a população da bacia do Rio Tapajós? Se apenas a barragem de São Luis for construída vai inundar mais de 730 Km².
E daí? Onde vamos morar? No fundo do rio ou em cima da árvore? Aximãyu'gu oceju tibibe ocedop am. Nem wasuyu, taweyu'gu dak taypa jeje ocedop am. (não somos peixes para morar no fundo do rio, nem pássaros, nem macacos para morar nos galhos das árvores).
Nos deixem em paz. Não façam essas coisas ruins. Essas barragens vão trazer destruição e morte, desrespeito e crime ambiental, por isso não aceitamos a construção das barragens. Se o governo não desistir do seu plano de barragens, já estamos unidos e preparados com mais de 1.000 (mil) guerreiros, incluindo as várias etnias e não índios.
Nós, etnia Munduruku queremos mostrar agora como acontecia com os nossos antepassados e os brancos (pariwat) quando em guerra, cortando a cabeça, como vocês veem na capa deste documento. Por isso não queremos mais ouvir sobre essas barragens na bacia do Rio Tapajós.
Por que motivo o governo não traz coisas que são importantes para a vida dos Munduruku, para suprir as necessidades que temos: como educação de qualidade, ensino médio regular, escola estadual, posto de saúde, etc.
Já moramos mais de 500 anos dentro da floresta amazônica, nunca pensamos destruir, porque nossa mata e nossa terra são nossa mãe. Portanto, não destruam o que guardamos com tanto carinho.
Subscrevemos 09 caciques – capitães em sua denominação e cerca de 60 participantes dos dois dias de encontro, na missão São Francisco do Cururu.
ÍNDICE
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Informações sobre o plano do Governo para o complexo Tapajós
Complexo Tapajós - PAC - IIRSA
Tamanho das hidroelétricas previstas
Impactos irreversíveis das barragens na bacia do Tapajós
Impactos econômicos
Impactos sociais na região do Baixo Amazonas e rodovias
Impactos Ambientais na bacia do Tapajós
Mentiras da EletroMorte
O porquê de tantas hidrelétricas
Belo Monte
Carta dos Povos da Volta Grande do Xingu
Reações da sociedade civil organizada da região do Tapajós
Algumas questões para reflexão
Esta é a capa da carta que dois jovens estudantes da missão Cururu desenharam para a carta ao presidente Lula.
Missão São Francisco do Rio Cururu06 de novembro de 2009.
7
9
11
13
13
17
19
23
25
27
28
29
30
Missão Cururu,03 de novembro de 2009
Oi, caboco,
estás sabendo que a Eletromorte quer destruir o rio Tapajós para
construir hidreléticas?
Sabes o Sei sim, já vieram
por aqui dizendo que vão fazer uma barragem bem aqui em frente a nossa comunidade. Perguntei deles se vai ter muito prejuízo e me disseram que
será pouco, mínimos os impactos,
afirmaram.
Sabes o quer
dizer mínimos
Querem
construir um muro de 36 metros de altura fechando
o rio. Se fizerem isso, vão fazer um lago de 742 kilômetros quadrados, inundando florestas, o
Parque nacional da Amazônia, as terras dos
O quê?
E como vai ficar o rio para baixo? E os peixes como é
que vão subir na piracema? E nós, como vamos poder andar
de canoa e
pescar?
Aí é que está, caboco, se nós deixarmos eles
fazerem essas barragens vai ser uma desgraça,
atrás de outra para nosso povo. E tem mais, todos os moradores ribeirinhos vão ter que sair de suas terras, a indenização é
Mas caboco, só vocês não terão força para impedir o governo de fazer usinas no
Tapajós... e são cinco usinas que a eletromorte
quer construir. O governo
Mas quando, aqui mesmo é que eles não
destruirão o rio.
Eles que se metam a besta. Tô sabendo que tem gente
pensando como nós.
Sei que lá em Itaituba tem
o Movimento Tapajós vivo, em Santarém tem a Frente em defesa da Amazônia e a Diocese de Santarém. Também sei que os índios munduruku já garantiram que nas terras deles o governo não mete a mão, vai ter enfrentamento. Portanto, a gente não está só, nossos vizinhos é que estão ainda parados. Mas vamos
juntar todos e contra a força da união não há força de canhão que vença.
Vou já de casa em casa convidar todos os vizinhos para uma reunião para a gente estudar bem essa
bandalheira do governo, e vamos esclarecer todas as
comunidades ribeirinhas, e vamos enfrentar quem vier
aqui querendo instalar acampamento.
INFORMAÇÕES SOBRE O PLANO DO GOVERNO PARA O COMPLEXO DO TAPAJÓS
1 O Governo está determinado a construir 05 mega hidrelétricas e futuramente mais duas outras na bacia do rio Tapajós
Ver o tamanho de cada uma delas e a divisão das
quedas. Para se ter uma ideia, o paredão fechando o rio
Tapajós em São Luiz será de 36 metros de altura (+ ou -
um prédio de 15 andares) de um lado ao outro do rio,
gerando um lago de 742 km quadrados inundados
(equivalente a centenas de campos de futebol), com
várias conseqüências sócioambientais.
O total de energia pretendida com as cinco usinas é de
10.682 megawatts. Veja que a usina de Curuá-una, em
Santarém, é de 30 megawatts. A grande pergunta é: para
quem tanta energia se o Pará já possui a segunda maior
hidrelétrica do Brasil e ela já chega a São Luiz do
Tapajós e Pimental? Também neste momento a
Eletronorte está construindo novo linhão de Tucuruí via
Altamira, descendo o rio Xingu, atravessando o
amazonas até Almeirim e de lá seguirá uma linha para
Macapá e outra para Manaus, pela calha norte.
No dia 23/09/2008, o presidente da Eletrobrás afirmou
em Agência Estado: “o consórcio empreendedor
desenvolveu 14 hipóteses de projetos para a bacia do
Tapajós e identificou 16 aproveitamentos hídricos.
Dessa possibilidade, escolhemos a configuração que
continha 03 usinas no rio Tapajós e seis usinas no rio
Jamanxim”. Segundo o diretor presidente
da CNEC Engenharia da
construtora Camargo Correa
(interessada em ganhar a
concorrência para construir o
Complexo Tapajós) e que fez
o estudo de viabilidade do
empreendimento, prevê a
divisão do projeto em duas
usinas: São Luiz do Tapajós,
com 6,133 mil MW de
potência e Jatobá, 2,338 mil
MW. E o presidente da
Eletrobrás conclui dizendo
que nessa configuração, São
Luiz do Tapajós terá um
reservatório de 742 mil e 200
km quadrados e queda de
água de 35,9 metros.
Fo
to d
a R
evis
ta d
a E
letr
on
ort
e
Oi, caboco,
estás sabendo que a Eletromorte quer destruir o rio Tapajós para
construir hidreléticas?
Sabes o Sei sim, já vieram
por aqui dizendo que vão fazer uma barragem bem aqui em frente a nossa comunidade. Perguntei deles se vai ter muito prejuízo e me disseram que
será pouco, mínimos os impactos,
afirmaram.
Sabes o quer
dizer mínimos
Querem
construir um muro de 36 metros de altura fechando
o rio. Se fizerem isso, vão fazer um lago de 742 kilômetros quadrados, inundando florestas, o
Parque nacional da Amazônia, as terras dos
O quê?
E como vai ficar o rio para baixo? E os peixes como é
que vão subir na piracema? E nós, como vamos poder andar
de canoa e
pescar?
Aí é que está, caboco, se nós deixarmos eles
fazerem essas barragens vai ser uma desgraça,
atrás de outra para nosso povo. E tem mais, todos os moradores ribeirinhos vão ter que sair de suas terras, a indenização é
Mas caboco, só vocês não terão força para impedir o governo de fazer usinas no
Tapajós... e são cinco usinas que a eletromorte
quer construir. O governo
Mas quando, aqui mesmo é que eles não
destruirão o rio.
Eles que se metam a besta. Tô sabendo que tem gente
pensando como nós.
Sei que lá em Itaituba tem
o Movimento Tapajós vivo, em Santarém tem a Frente em defesa da Amazônia e a Diocese de Santarém. Também sei que os índios munduruku já garantiram que nas terras deles o governo não mete a mão, vai ter enfrentamento. Portanto, a gente não está só, nossos vizinhos é que estão ainda parados. Mas vamos
juntar todos e contra a força da união não há força de canhão que vença.
Vou já de casa em casa convidar todos os vizinhos para uma reunião para a gente estudar bem essa
bandalheira do governo, e vamos esclarecer todas as
comunidades ribeirinhas, e vamos enfrentar quem vier
aqui querendo instalar acampamento.
INFORMAÇÕES SOBRE O PLANO DO GOVERNO PARA O COMPLEXO DO TAPAJÓS
1 O Governo está determinado a construir 05 mega hidrelétricas e futuramente mais duas outras na bacia do rio Tapajós
Ver o tamanho de cada uma delas e a divisão das
quedas. Para se ter uma ideia, o paredão fechando o rio
Tapajós em São Luiz será de 36 metros de altura (+ ou -
um prédio de 15 andares) de um lado ao outro do rio,
gerando um lago de 742 km quadrados inundados
(equivalente a centenas de campos de futebol), com
várias conseqüências sócioambientais.
O total de energia pretendida com as cinco usinas é de
10.682 megawatts. Veja que a usina de Curuá-una, em
Santarém, é de 30 megawatts. A grande pergunta é: para
quem tanta energia se o Pará já possui a segunda maior
hidrelétrica do Brasil e ela já chega a São Luiz do
Tapajós e Pimental? Também neste momento a
Eletronorte está construindo novo linhão de Tucuruí via
Altamira, descendo o rio Xingu, atravessando o
amazonas até Almeirim e de lá seguirá uma linha para
Macapá e outra para Manaus, pela calha norte.
No dia 23/09/2008, o presidente da Eletrobrás afirmou
em Agência Estado: “o consórcio empreendedor
desenvolveu 14 hipóteses de projetos para a bacia do
Tapajós e identificou 16 aproveitamentos hídricos.
Dessa possibilidade, escolhemos a configuração que
continha 03 usinas no rio Tapajós e seis usinas no rio
Jamanxim”. Segundo o diretor presidente
da CNEC Engenharia da
construtora Camargo Correa
(interessada em ganhar a
concorrência para construir o
Complexo Tapajós) e que fez
o estudo de viabilidade do
empreendimento, prevê a
divisão do projeto em duas
usinas: São Luiz do Tapajós,
com 6,133 mil MW de
potência e Jatobá, 2,338 mil
MW. E o presidente da
Eletrobrás conclui dizendo
que nessa configuração, São
Luiz do Tapajós terá um
reservatório de 742 mil e 200
km quadrados e queda de
água de 35,9 metros.
Fo
to d
a R
evis
ta d
a E
letr
on
ort
e
Oh! Irmã Marisol, nós tá preocupada com
hidrelétricas aqui.
Pain explicou ontem que peixes vão fugir, nós não
vai poder mais ir a Itaituba de canoa, e nossos filho como vão
viver sem peixe?
É verdade, minha filha. Se nós cruzarmos os braços e só
esperar pela FUNAI, tudo vai ser destruído.
Hidrelétricas não é para índio, nem
caboco, é só para empresas grandes
dos pariuat (brancos) de lá de longe.
Mas irmã, nós vai enfrentar. Mulher índia ajudar home
índio a flechar e cortar cabeça de pariuat inimigo. Índia sabe
usar facão. Nós não quer hidrelétrica no Tapajós, no
Jamanxim, no Cururu.
Irmã, a senhora se junta com nós? Vamos ficar
junto dos pariuat bons que defendem o rio Tapajós, lá em
Jacareacanga, Itaituba, Fordlândia, Aveiro e Santarém. Pain disse que estão formando
uma aliança de todos nós amigos do Tapajós. Nós mulher
mundurucu vamos lutar junto.
Olha filha, se deixarmos eles soltos, a
Eletronorte quer afogar terras dos índios mundurucus e dos ribeirinhos. Quer fazer cinco barragens grandes tapando o
rio; bichos vão fugir pra longe, castanheiras ficarão afogadas,
peixes vão pra longe.
2COMPLEXO TAPAJÓS – PAC – IIRSA
Continuação da colônia Amazônia
Hidrelétricas na bacia do Tapajós atendem a um plano governamental (Plano de Aceleração do
Crescimento, o PAC) que está comprometido com outro plano mais amplo, o Iniciativa de Integração
da Infraestrutura da América do Sul, o IIRSA. Algumas informações sobre IIRSA:
O IIRSA foi criado em 2000 pelos presidentes dos
países da América do Sul, entre os quais o brasileiro
Fernando Henrique Cardoso. A ideia mestra veio do
BID, Banco Interamericano de Desenvolvimento,
com predomínio dos Estados Unidos da América do
Norte;
Objetivo – criar corredores de ligação física entre os
oceanos Atlântico e Pacífico em dez corredores na
América do Sul. A ligação inclui: rodovias, ferrovias,
hidrovias, telecomunicações e energia elétrica;
“O pesquisador da FASE, Guilherme Carvalho, no livro: “O protagonismo brasileiro na
implementação da IIRSA”, diz o seguinte: “Tal integração baseada no novo regionalismo é
compreendida, portanto, enquanto uma nova etapa para completar e consolidar as reformas
estruturais em andamento nos diversos países do continente (BID, 2000), buscando ampliar a
participação da iniciativa privada em todas as atividades econômicas, inclusive naquelas em
que o Estado é o principal agente e nas quais é considerado ineficiente na provisão dos
serviços”.
As finalidades do Plano IIRSA são:
O governo Lula se comprometeu a respeitar os acordos dos governos anteriores, o que
garantiu sua primeira e segunda eleição. Por isso, em seu PAC, a perversa decisão de
construir as hidrelétricas de Belo Monte, as cinco na bacia do Tapajós, além das outras no rio
Madeira.
** Reduzir custos de transporte de produtos aos mercados;
** Aumentar a competitividade econômica dos países sul
americanos (no escoamento de seus produtos ao mercado
mundial);
** Dinamizar o comércio intra e extra regional (domínio do Brasil);
** Ampliar a participação da iniciativa privada nas economias
nacionais e proteger juridicamente os seus investimentos;
** Redefinir o papel do Estado (para facilitar a exploração das
riquezas nacionais pelo capital);
** Garantir a infra estrutura (a interligação regional). Ver Guilherme
Carvalho, 2004.
Oh! Irmã Marisol, nós tá preocupada com
hidrelétricas aqui.
Pain explicou ontem que peixes vão fugir, nós não
vai poder mais ir a Itaituba de canoa, e nossos filho como vão
viver sem peixe?
É verdade, minha filha. Se nós cruzarmos os braços e só
esperar pela FUNAI, tudo vai ser destruído.
Hidrelétricas não é para índio, nem
caboco, é só para empresas grandes
dos pariuat (brancos) de lá de longe.
Mas irmã, nós vai enfrentar. Mulher índia ajudar home
índio a flechar e cortar cabeça de pariuat inimigo. Índia sabe
usar facão. Nós não quer hidrelétrica no Tapajós, no
Jamanxim, no Cururu.
Irmã, a senhora se junta com nós? Vamos ficar
junto dos pariuat bons que defendem o rio Tapajós, lá em
Jacareacanga, Itaituba, Fordlândia, Aveiro e Santarém. Pain disse que estão formando
uma aliança de todos nós amigos do Tapajós. Nós mulher
mundurucu vamos lutar junto.
Olha filha, se deixarmos eles soltos, a
Eletronorte quer afogar terras dos índios mundurucus e dos ribeirinhos. Quer fazer cinco barragens grandes tapando o
rio; bichos vão fugir pra longe, castanheiras ficarão afogadas,
peixes vão pra longe.
2COMPLEXO TAPAJÓS – PAC – IIRSA
Continuação da colônia Amazônia
Hidrelétricas na bacia do Tapajós atendem a um plano governamental (Plano de Aceleração do
Crescimento, o PAC) que está comprometido com outro plano mais amplo, o Iniciativa de Integração
da Infraestrutura da América do Sul, o IIRSA. Algumas informações sobre IIRSA:
O IIRSA foi criado em 2000 pelos presidentes dos
países da América do Sul, entre os quais o brasileiro
Fernando Henrique Cardoso. A ideia mestra veio do
BID, Banco Interamericano de Desenvolvimento,
com predomínio dos Estados Unidos da América do
Norte;
Objetivo – criar corredores de ligação física entre os
oceanos Atlântico e Pacífico em dez corredores na
América do Sul. A ligação inclui: rodovias, ferrovias,
hidrovias, telecomunicações e energia elétrica;
“O pesquisador da FASE, Guilherme Carvalho, no livro: “O protagonismo brasileiro na
implementação da IIRSA”, diz o seguinte: “Tal integração baseada no novo regionalismo é
compreendida, portanto, enquanto uma nova etapa para completar e consolidar as reformas
estruturais em andamento nos diversos países do continente (BID, 2000), buscando ampliar a
participação da iniciativa privada em todas as atividades econômicas, inclusive naquelas em
que o Estado é o principal agente e nas quais é considerado ineficiente na provisão dos
serviços”.
As finalidades do Plano IIRSA são:
O governo Lula se comprometeu a respeitar os acordos dos governos anteriores, o que
garantiu sua primeira e segunda eleição. Por isso, em seu PAC, a perversa decisão de
construir as hidrelétricas de Belo Monte, as cinco na bacia do Tapajós, além das outras no rio
Madeira.
** Reduzir custos de transporte de produtos aos mercados;
** Aumentar a competitividade econômica dos países sul
americanos (no escoamento de seus produtos ao mercado
mundial);
** Dinamizar o comércio intra e extra regional (domínio do Brasil);
** Ampliar a participação da iniciativa privada nas economias
nacionais e proteger juridicamente os seus investimentos;
** Redefinir o papel do Estado (para facilitar a exploração das
riquezas nacionais pelo capital);
** Garantir a infra estrutura (a interligação regional). Ver Guilherme
Carvalho, 2004.
Oi! Parente, você com essa camisa do
Movimento Tapajós Vivo, deve ser do nosso lado? Outro dia chegaram
aqui uns cara com camisa da eletromorte, nós cercamos eles,
indagando o que estavam fazendo e eles só disseram que estavam
medindo a fundura do rio e a força da cachoeira do Chacorão. Ficamos
desconfiados.
Vocês têm razão. O governo está enganando o
pessoal dizendo que as cinco
hidrelétricas vão só trazer benefícios para nós. Pura
mentira!
Me explica bem isso, é verdade que vão
mandar todos nós das comunidades irmos
embora daqui não sei pra onde? Que vão fazer cinco grandes
lagos nos rios tapajós e jamanxin e que vão
alagar matas, cemitérios, casas e não sei mais o quê?
É verdade sim, pescador. Se deixarmos eles meter as mãos, vão fazer 1950 kilômetros quadrados de
inundações aqui na região. Não haverá mais piracema de peixes, vai aumentar as pragas de
mosquitos e nós vamos ter de ir embora para as favelas de Itaituba,
Santarém, Trairão. Até Jacareacanga vai ficar metade da cidade no
fundo.
E ninguém vai fazer nada? Nem os prefeitos? Nem as igrejas?
Nem os sindicatos? Vamos aceitar a desgraça assim, só chorando e
xingando?
Nada disso, pescador. Por isso estou aqui. Já tem bastante
gente tomando consciência e querendo se juntar para impedir essa
desgraça.
Os índios mundurucus já
estão prontos para ir à luta e só
esperam por você e seus vizinhos. Já
existe um movimento
chamado Tapajós Vivo que está organizando a resistência dos
povos do Tapajós.
Pode contar comigo nessa parada. Vou
reunir nossa comunidade, chamar
vocês para nos esclarecer melhor e
vamos unir forças pra defender o que é nosso: a vida e o
Tapajós. Queremos o Tapajós Vivo e fora a
Eletromorte!!!
TAMANHO DAS USINAS PREVISTAS
3 O que é grande e o que é pequena pra eles?
Usina de São Luis dizem que vai ser de 6.133 Mw
A ANAEL diz que pequenas usinas são as consideradas de até 30 megawatts, porém:
A Eletronorte anuncia as potências previstas para as duas pequenas usinas sendo 881MW para a usina do Jamanxim e 802 MW para a usina do Cai.
Obs:
Esta é uma pequena usina que causa mínimos impactos ambientais
QUEM ESTÁ DIZENDO A VERDADE???
PARA QUE MAIS HIDROELÉTRICAS SE JÁ EXISTE A DE TUCURUÍ???
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icíp
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Oi! Parente, você com essa camisa do
Movimento Tapajós Vivo, deve ser do nosso lado? Outro dia chegaram
aqui uns cara com camisa da eletromorte, nós cercamos eles,
indagando o que estavam fazendo e eles só disseram que estavam
medindo a fundura do rio e a força da cachoeira do Chacorão. Ficamos
desconfiados.
Vocês têm razão. O governo está enganando o
pessoal dizendo que as cinco
hidrelétricas vão só trazer benefícios para nós. Pura
mentira!
Me explica bem isso, é verdade que vão
mandar todos nós das comunidades irmos
embora daqui não sei pra onde? Que vão fazer cinco grandes
lagos nos rios tapajós e jamanxin e que vão
alagar matas, cemitérios, casas e não sei mais o quê?
É verdade sim, pescador. Se deixarmos eles meter as mãos, vão fazer 1950 kilômetros quadrados de
inundações aqui na região. Não haverá mais piracema de peixes, vai aumentar as pragas de
mosquitos e nós vamos ter de ir embora para as favelas de Itaituba,
Santarém, Trairão. Até Jacareacanga vai ficar metade da cidade no
fundo.
E ninguém vai fazer nada? Nem os prefeitos? Nem as igrejas?
Nem os sindicatos? Vamos aceitar a desgraça assim, só chorando e
xingando?
Nada disso, pescador. Por isso estou aqui. Já tem bastante
gente tomando consciência e querendo se juntar para impedir essa
desgraça.
Os índios mundurucus já
estão prontos para ir à luta e só
esperam por você e seus vizinhos. Já
existe um movimento
chamado Tapajós Vivo que está organizando a resistência dos
povos do Tapajós.
Pode contar comigo nessa parada. Vou
reunir nossa comunidade, chamar
vocês para nos esclarecer melhor e
vamos unir forças pra defender o que é nosso: a vida e o
Tapajós. Queremos o Tapajós Vivo e fora a
Eletromorte!!!
TAMANHO DAS USINAS PREVISTAS
3 O que é grande e o que é pequena pra eles?
Usina de São Luis dizem que vai ser de 6.133 Mw
A ANAEL diz que pequenas usinas são as consideradas de até 30 megawatts, porém:
A Eletronorte anuncia as potências previstas para as duas pequenas usinas sendo 881MW para a usina do Jamanxim e 802 MW para a usina do Cai.
Obs:
Esta é uma pequena usina que causa mínimos impactos ambientais
QUEM ESTÁ DIZENDO A VERDADE???
PARA QUE MAIS HIDROELÉTRICAS SE JÁ EXISTE A DE TUCURUÍ???
Div
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taré
m
Oi! Jaraqui, pra onde você vai com essa cambada de colegas?
Ora! ora! estamos indo rumo às
cachoeiras lá do Jamanxim e do Tapajós, é que chegou nosso tempo de ir para a desova e lá é que é bom,
tem fartura...
Que bom que vocês da piracema, surubins pirapitingas, jatuaranas e outros
colegas têm essa sorte. Pena que vai se acabar essa farra toda...
Como assim, tambaqui? Esses rios são enormes e ricos, nunca vão se acabar, nem
com os garimpos se acabaram. Verdade que as águas ficaram ruins, mas dá pra viver numa boa.
Então, Jaraqui, ainda não te disseram que o
governo brasileiro quer acabar com a vida boa
dos peixes da
Como assim,acabar...???
Então te liga: a Eletromorte quer construir cinco grandes barragens na bacia do
Tapajós. E aí, mano velho, não haverá mais subida e descida de peixe, nem de gente. Só a barragem de São Luiz,
a primeira, terá um paredão de 36 metros de altura.
E o pessoal ribeirinho não vai enfrentar? E o pessoal de Itaituba,
Santarém, Jacareacanga e os índios mundurucus vão ficar parados?
Pois é, Jaraqui, nossa esperança é que há um movimento crescendo chamado Tapajós Vivo, que está se organizando
para barrar essas desgraças.
Além dos peixes de piracema também vão sofrer os
ribeirinhos, os moradores de Itaituba e até de Santarém. Eles sabem que se não houver mais piracema eles não vão mais comer peixes gostosos e vão perder suas
casas e suas terras.
Ainda bem que tem gente corajosa, que vai lutar pra salvar nossos ricos e belos rios. Mas já vou acompanhar os
colegas para subir as cachoeiras e vou contar essa triste notícia para
eles. Tchau, tambaqui!!
4 O economicismo em confronto com o equilíbrio do ecossistema da Amazônia.
HIDRELÉTRICAS NA BACIA DO TAPAJÓSENERGIA LIMPA NAS PONTAS E TRÁGICAS NAS FONTES
IMPACTOS IRREVERSSÍVEIS DAS BARRAGENS NA BACIA DO RIO TAPAJÓS
São Luiz do Tapajós - ribeirinhos conversando
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IMPACTOS ECONÔMICOS
A população do Pará já tem energia abundante de Tucuruí, tanto que até exporta energia para outras regiões. Os municípios aqui que ainda não tem é por falta de vontade política de municípios e Estado em não “puxar” um linhão e conduzir energia para a Calha Norte. 1/3 da energia é consumido pela população do Estado; 1/3 vendido a baixo custo para as grandes empresas Albras, Alunorte, Vale, etc. e o restante exportado para o Sul e Nordeste.
“Nós não queremos essas barragens aqui no rio Tapajós, porque hoje a gente vive, pesca, banha, viaja com esse rio. Se vier a barragem vão destruir tudo o que é nosso... e nós como vamos viver?”
Oi! Jaraqui, pra onde você vai com essa cambada de colegas?
Ora! ora! estamos indo rumo às
cachoeiras lá do Jamanxim e do Tapajós, é que chegou nosso tempo de ir para a desova e lá é que é bom,
tem fartura...
Que bom que vocês da piracema, surubins pirapitingas, jatuaranas e outros
colegas têm essa sorte. Pena que vai se acabar essa farra toda...
Como assim, tambaqui? Esses rios são enormes e ricos, nunca vão se acabar, nem
com os garimpos se acabaram. Verdade que as águas ficaram ruins, mas dá pra viver numa boa.
Então, Jaraqui, ainda não te disseram que o
governo brasileiro quer acabar com a vida boa
dos peixes da
Como assim,acabar...???
Então te liga: a Eletromorte quer construir cinco grandes barragens na bacia do
Tapajós. E aí, mano velho, não haverá mais subida e descida de peixe, nem de gente. Só a barragem de São Luiz,
a primeira, terá um paredão de 36 metros de altura.
E o pessoal ribeirinho não vai enfrentar? E o pessoal de Itaituba,
Santarém, Jacareacanga e os índios mundurucus vão ficar parados?
Pois é, Jaraqui, nossa esperança é que há um movimento crescendo chamado Tapajós Vivo, que está se organizando
para barrar essas desgraças.
Além dos peixes de piracema também vão sofrer os
ribeirinhos, os moradores de Itaituba e até de Santarém. Eles sabem que se não houver mais piracema eles não vão mais comer peixes gostosos e vão perder suas
casas e suas terras.
Ainda bem que tem gente corajosa, que vai lutar pra salvar nossos ricos e belos rios. Mas já vou acompanhar os
colegas para subir as cachoeiras e vou contar essa triste notícia para
eles. Tchau, tambaqui!!
4 O economicismo em confronto com o equilíbrio do ecossistema da Amazônia.
HIDRELÉTRICAS NA BACIA DO TAPAJÓSENERGIA LIMPA NAS PONTAS E TRÁGICAS NAS FONTES
IMPACTOS IRREVERSSÍVEIS DAS BARRAGENS NA BACIA DO RIO TAPAJÓS
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IMPACTOS ECONÔMICOS
A população do Pará já tem energia abundante de Tucuruí, tanto que até exporta energia para outras regiões. Os municípios aqui que ainda não tem é por falta de vontade política de municípios e Estado em não “puxar” um linhão e conduzir energia para a Calha Norte. 1/3 da energia é consumido pela população do Estado; 1/3 vendido a baixo custo para as grandes empresas Albras, Alunorte, Vale, etc. e o restante exportado para o Sul e Nordeste.
“Nós não queremos essas barragens aqui no rio Tapajós, porque hoje a gente vive, pesca, banha, viaja com esse rio. Se vier a barragem vão destruir tudo o que é nosso... e nós como vamos viver?”
Fessora, o que uma hidrelétrica?
Na rua ouvi o pessoal falando
preocupado sobre uma tal
hidroelétrica que disque querem
fazer aqui perto. Que é isso?
Aninha, ainda bem que você perguntou isso.
Hidroelétrica é uma usina para gerar energia elétrica com turbina dentro do rio.
E por que o pessoal está tão preocupado? Não é uma coisa boa?
Seria muito boa coisa, Aninha, mas é que aqui querem construir uma
enorme usina, querem fechar o rio, fazer um paredão mais
alto que uma castanheira para juntar muita água e
lançar na turbina.
E aí, não poderemos mais andar de canoa?
Nem pescar?
E papai vai ter que sair com a
gente daqui? E a escola onde vai
ficar?
Isso mesmo, Aninha, vão alagar tudo, vão
mandar a gente embora e a escola vai
ficar no fundo.
Fessora, a senhora tem que chamar todos os
pais da gente para unir todos e não deixarem
eles fazerem essa desgraça.
Essa não, fessora, vou falar com papai e mamãe pra gente fincar pé e não deixar eles destruírem
nosso rio, nossa vida.
Você tem razão, Aninha, vou chamar todos os pais e vamos nos juntar ao
pessoal do Movimento Tapajós Vivo e os Índios Munduruku e conscientizar o governo a não destruir nossas vidas e o
rio.Fessora, vou escrever
uma carta pra o presidente Lula dizendo que ele não pode fazer essa crueldade com a gente. Moro aqui, mas
daqui não saio.
Isso mesmo, Aninha, todos juntos,
unidos, não deixaremos eles fazerem a usina afogar nossas matas, nossas casas
e nossas vidas.
As cinco hidrelétricas na bacia do Tapajós não serão mais para abastecer as populações do Pará:
Segundo informação do Movimento dos Atingidos por Barragens, o MAB, a energia fornecida pela EletroMorte às grandes empresas como Vale, Albrás, etc., sai 40% mais barata do que para as residências. O jornalista Lúcio Flávio Pinto explica isso: ... Portanto o Pará perde dividendos, o Brasil perde dividendos e as populações não ganham nada, a não ser as prefeituras, que ganham um pequeno *royalty.*Isto é, uma pequena renda destinada ao município pela riqueza retirada
Com a expulsão dos ribeirinhos de suas comunidades, diminuirá a produção familiar, a pesca artesanal (justamente essas que são as atividade principais que mantém a cidade) e as populações urbanas terão impacto econômico. Essa fuga trará um “inchaço” às periferias das cidades e por não haver emprego para todos, viverão em estado de miséria.
O Custo financeiro das Usinas: o que diz a Eletrobrás e o que dizem os críticos.
- São Luiz R$ 15 bilhões ou R$ 25 bilhões ao final ?
- Jatobá R$ 7 bilhões ou R$ 10 bilhões ao final ?
- Chocorão R$ 8 bilhões ou R$ 10 bilhões ao final ?
- Caí R$ 1.7 bilhões ou R$ 3 bilhões ao final ?
- Jamanxin R$ 1.4 bilhões ou R$ 2.5 bilhões ao final
- Dos Patos R$ 1.2 bilhões ou R$ 1.8 bilhões ao final
- Jardim do Ouro R$ 800 milhões ou R$ 1.2 bilhões ao final ?
- TOTAL R$ 35 bilhões ou R$ 53.5 bilhões
QUEM PODERÁ SABER?
USINA Dados Oficiais Dados dos Críticos
Fessora, o que uma hidrelétrica?
Na rua ouvi o pessoal falando
preocupado sobre uma tal
hidroelétrica que disque querem
fazer aqui perto. Que é isso?
Aninha, ainda bem que você perguntou isso.
Hidroelétrica é uma usina para gerar energia elétrica com turbina dentro do rio.
E por que o pessoal está tão preocupado? Não é uma coisa boa?
Seria muito boa coisa, Aninha, mas é que aqui querem construir uma
enorme usina, querem fechar o rio, fazer um paredão mais
alto que uma castanheira para juntar muita água e
lançar na turbina.
E aí, não poderemos mais andar de canoa?
Nem pescar?
E papai vai ter que sair com a
gente daqui? E a escola onde vai
ficar?
Isso mesmo, Aninha, vão alagar tudo, vão
mandar a gente embora e a escola vai
ficar no fundo.
Fessora, a senhora tem que chamar todos os
pais da gente para unir todos e não deixarem
eles fazerem essa desgraça.
Essa não, fessora, vou falar com papai e mamãe pra gente fincar pé e não deixar eles destruírem
nosso rio, nossa vida.
Você tem razão, Aninha, vou chamar todos os pais e vamos nos juntar ao
pessoal do Movimento Tapajós Vivo e os Índios Munduruku e conscientizar o governo a não destruir nossas vidas e o
rio.Fessora, vou escrever
uma carta pra o presidente Lula dizendo que ele não pode fazer essa crueldade com a gente. Moro aqui, mas
daqui não saio.
Isso mesmo, Aninha, todos juntos,
unidos, não deixaremos eles fazerem a usina afogar nossas matas, nossas casas
e nossas vidas.
As cinco hidrelétricas na bacia do Tapajós não serão mais para abastecer as populações do Pará:
Segundo informação do Movimento dos Atingidos por Barragens, o MAB, a energia fornecida pela EletroMorte às grandes empresas como Vale, Albrás, etc., sai 40% mais barata do que para as residências. O jornalista Lúcio Flávio Pinto explica isso: ... Portanto o Pará perde dividendos, o Brasil perde dividendos e as populações não ganham nada, a não ser as prefeituras, que ganham um pequeno *royalty.*Isto é, uma pequena renda destinada ao município pela riqueza retirada
Com a expulsão dos ribeirinhos de suas comunidades, diminuirá a produção familiar, a pesca artesanal (justamente essas que são as atividade principais que mantém a cidade) e as populações urbanas terão impacto econômico. Essa fuga trará um “inchaço” às periferias das cidades e por não haver emprego para todos, viverão em estado de miséria.
O Custo financeiro das Usinas: o que diz a Eletrobrás e o que dizem os críticos.
- São Luiz R$ 15 bilhões ou R$ 25 bilhões ao final ?
- Jatobá R$ 7 bilhões ou R$ 10 bilhões ao final ?
- Chocorão R$ 8 bilhões ou R$ 10 bilhões ao final ?
- Caí R$ 1.7 bilhões ou R$ 3 bilhões ao final ?
- Jamanxin R$ 1.4 bilhões ou R$ 2.5 bilhões ao final
- Dos Patos R$ 1.2 bilhões ou R$ 1.8 bilhões ao final
- Jardim do Ouro R$ 800 milhões ou R$ 1.2 bilhões ao final ?
- TOTAL R$ 35 bilhões ou R$ 53.5 bilhões
QUEM PODERÁ SABER?
USINA Dados Oficiais Dados dos Críticos
Oi! Jovem, por que estão
agitando o povo da região? As
cinco usinas na bacia do
Tapajós serão feitas com
Não vamos destruir nada, até a floresta em redor
de cada usina vamos recuperar e ficarão melhor do
que são hoje.
Tu pensas que a gente é
otário? Pensa que a
gente não sabe que isso
é propaganda enganosa,
para depois destruir os
rios e matas e em
seguida dizer que
houve um erro?
Calma rapaz,
todas essas usinas vão
trazer muito
emprego pra vocês.
Serão 75 mil empregos, dos quais 25 serão diretos empregados nas obras. Vamos gerar energia limpa para o Brasil!
olha, cara, vocês querem enganar a gente, mas aqui não se construirá nenhuma usina. É
melhor saíres daqui logo e avisa teu
pessoal que aqui o povo está unido e
não vai deixar entrar empreiteira.
E quantos vocês
são? E quem
está com vocês?
Isso é nosso segredo. Não metam a
cara, pois aqui não deixaremos.
Populações que serão expulsas de suas terras
300 famílias de São Luiz, Pimental, Periquito e Aldeia Nova dos Munduruku de baixo;
600 famílias da cidade e periferia de Jacareacanga;
Dezenas de aldeias munduruku que vivem às margens do Tapajós e Jamanxim;
Migração intensiva em busca de emprego. A Eletromorte calcula:
75.000 pessoas que buscarão empregos e dizem eles que só
25.000 terão emprego nas obras; e as
50 mil pessoas que ficarão de fora?
Inchaço das cidades especialmente Jacareacanga, Itaituba, Miritituba, Trairão, entre outras. Quem viveu a desordem de Itaituba no tempo forte dos garimpos no alto Tapajós, pode imaginar o que poderá vir pela frente. Santarém também sofrerá muito com a migração de pessoas que chegarão em busca de emprego e de sobrevivência.
IMPACTOS SOCIAIS NA REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS E RODOVIAS:
Se os povos da região cruzarem os braços e a Eletromorte construir as barragens, eis os prejuízos irreversíveis que advirão:
Fo
to: P
e. E
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Oi! Jovem, por que estão
agitando o povo da região? As
cinco usinas na bacia do
Tapajós serão feitas com
Não vamos destruir nada, até a floresta em redor
de cada usina vamos recuperar e ficarão melhor do
que são hoje.
Tu pensas que a gente é
otário? Pensa que a
gente não sabe que isso
é propaganda enganosa,
para depois destruir os
rios e matas e em
seguida dizer que
houve um erro?
Calma rapaz,
todas essas usinas vão
trazer muito
emprego pra vocês.
Serão 75 mil empregos, dos quais 25 serão diretos empregados nas obras. Vamos gerar energia limpa para o Brasil!
olha, cara, vocês querem enganar a gente, mas aqui não se construirá nenhuma usina. É
melhor saíres daqui logo e avisa teu
pessoal que aqui o povo está unido e
não vai deixar entrar empreiteira.
E quantos vocês
são? E quem
está com vocês?
Isso é nosso segredo. Não metam a
cara, pois aqui não deixaremos.
Populações que serão expulsas de suas terras
300 famílias de São Luiz, Pimental, Periquito e Aldeia Nova dos Munduruku de baixo;
600 famílias da cidade e periferia de Jacareacanga;
Dezenas de aldeias munduruku que vivem às margens do Tapajós e Jamanxim;
Migração intensiva em busca de emprego. A Eletromorte calcula:
75.000 pessoas que buscarão empregos e dizem eles que só
25.000 terão emprego nas obras; e as
50 mil pessoas que ficarão de fora?
Inchaço das cidades especialmente Jacareacanga, Itaituba, Miritituba, Trairão, entre outras. Quem viveu a desordem de Itaituba no tempo forte dos garimpos no alto Tapajós, pode imaginar o que poderá vir pela frente. Santarém também sofrerá muito com a migração de pessoas que chegarão em busca de emprego e de sobrevivência.
IMPACTOS SOCIAIS NA REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS E RODOVIAS:
Se os povos da região cruzarem os braços e a Eletromorte construir as barragens, eis os prejuízos irreversíveis que advirão:
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Vocês, com esse negócio de contra barragens, estão cegos. Não veem que as usinas vão gerar empregos e
vai correr dinheiro e
desenvolvimento pra região?
Oh! Seu Adão, o Sr. pensa em sua
mercearia, em ganhar dinheiro.
Não pensa em seus filhos e netos e os filhos dos ribeirinhos. Lembra do tempo dos garimpos?
Como corria muito dinheiro aqui em Itaituba e agora, onde
está esse dinheiro do ouro? Quem ficou rico e quem ficou
pobre?
Rapaz, o que vale é o progresso. Essas usinas vão trazer
progresso.Me diga, seu Adão, a
fábrica de cimento trouxe desenvolvimento para a região? Quanto custa um
saco de cimento feito com o calcário da nossa terra, energia de Tucuruí e isenção de impostos? O Sr. Sabe que aumentou quase 100% o preço.
Pronto, seu Adão, o Sr está
vendo.
Sabe que é mesmo! Não tinha atinado pra isso. Então a Eletromorte está
enganando a gente? Querem fazer usinas para os de fora e nós ficamos
com a sujeira? Isso que não!
Contem comigo! Até hoje pensava que era coisa boa, agora compreendo que
quem gosta de nós somos nós mesmos.
Entendeu, não é, seu Adão? A gente está nessa luta e queremos mais gente lutando pra não deixarmos o governo nos destruir
para servir aos de fora.
isso é verdade. Itaituba hoje está parada, corre pouco dinheiro. Já
temos energia de Tucuruí e o
preço da energia
Além de que vai haver mais um inchaço de migrantes atrás de emprego, os ribeirinhos
vão deixar de pescar.
IMPACTOS AMBIENTAIS NA BACIA DO TAPAJÓS
Se todos nós cruzarmos os braços, só reclamando e ficando parados, veja o que poderá acontecer se o governo construir as usinas do Tapajós:
Grandes áreas que serão alagadas:
Áreas indígenas serão atingidas em 55 km quadrados;
O PARQUE NACIONAL da AMAZÔNIA será atingido 9.935 hectares;
A FLONA Itaituba I atingida em 9.632 hectares;
A FLONA Itaituba II atingida em 40.836 hectares – 9.27 % da Flona.
O PARQUE NACIONAL DO JAMANXIN atingido em 24.202 hectares.
A FLONA Jamanxin será atingida em 15.060 hectares.
Vocês, com esse negócio de contra barragens, estão cegos. Não veem que as usinas vão gerar empregos e
vai correr dinheiro e
desenvolvimento pra região?
Oh! Seu Adão, o Sr. pensa em sua
mercearia, em ganhar dinheiro.
Não pensa em seus filhos e netos e os filhos dos ribeirinhos. Lembra do tempo dos garimpos?
Como corria muito dinheiro aqui em Itaituba e agora, onde
está esse dinheiro do ouro? Quem ficou rico e quem ficou
pobre?
Rapaz, o que vale é o progresso. Essas usinas vão trazer
progresso.Me diga, seu Adão, a
fábrica de cimento trouxe desenvolvimento para a região? Quanto custa um
saco de cimento feito com o calcário da nossa terra, energia de Tucuruí e isenção de impostos? O Sr. Sabe que aumentou quase 100% o preço.
Pronto, seu Adão, o Sr está
vendo.
Sabe que é mesmo! Não tinha atinado pra isso. Então a Eletromorte está
enganando a gente? Querem fazer usinas para os de fora e nós ficamos
com a sujeira? Isso que não!
Contem comigo! Até hoje pensava que era coisa boa, agora compreendo que
quem gosta de nós somos nós mesmos.
Entendeu, não é, seu Adão? A gente está nessa luta e queremos mais gente lutando pra não deixarmos o governo nos destruir
para servir aos de fora.
isso é verdade. Itaituba hoje está parada, corre pouco dinheiro. Já
temos energia de Tucuruí e o
preço da energia
Além de que vai haver mais um inchaço de migrantes atrás de emprego, os ribeirinhos
vão deixar de pescar.
IMPACTOS AMBIENTAIS NA BACIA DO TAPAJÓS
Se todos nós cruzarmos os braços, só reclamando e ficando parados, veja o que poderá acontecer se o governo construir as usinas do Tapajós:
Grandes áreas que serão alagadas:
Áreas indígenas serão atingidas em 55 km quadrados;
O PARQUE NACIONAL da AMAZÔNIA será atingido 9.935 hectares;
A FLONA Itaituba I atingida em 9.632 hectares;
A FLONA Itaituba II atingida em 40.836 hectares – 9.27 % da Flona.
O PARQUE NACIONAL DO JAMANXIN atingido em 24.202 hectares.
A FLONA Jamanxin será atingida em 15.060 hectares.
Não entendo nada dessa coisa de cinco hidrelétricas na bacia do Tapajós. Vi um filme muito legal,
esclarecia tudo, dizia que o governo vai construir as usinas sem destruir o meio ambiente. Por que então
essa gente está contra, esse movimento Tapajós Vivo? Até padre está contra?
Mas seu Totó, me admiro do Sr., anda em estudos de boa nova, faz cursos e ainda
engole aquele filme de mentira da Eletromorte? Então o Sr. acha que cinco lagos
inundando terras dos índios, do Parque Nacional da Amazônia, barrando os rios,
expulsando os ribeirinhos, o Sr. acha que não vai destruir o meio ambiente?
Minha mana, até pensei nisso, achei esquisito que eles dizem que vão construir escadinha
para peixes de piracema, mas aonde já!
Pois é, seu Totó e já imaginou para onde vão mandar os moradores de
Pimental, Periquito, São Luiz, Jacareacanga, Sai Cinza?
Pois é, né! Só que não me meto nessas coisas, que dão muita confusão. Vou cuidar é de
preparar o culto dominical de domingo, preciso ler o evangelho
para a homilia.
Mas sim, e o Sr. vai explicar essas desgraças na sua homilia? Seria bom, seu
Totó, tem muita gente que não está sabendo dessa desgraça anunciada!
Mas, mana como já que vou misturar as coisas de Deus com essa desgraça dos homens? Lá a gente precisa rezar para isso
não acontecer.
Ah! não, seu Totó, como é que Jesus faria se ele morasse aqui?
Como ele enfrentou os exploradores do povo
naquele tempo?
Agora sim, seu Totó, assim vale a pena eu ir lá na igreja também.
Temos que nos unir todos e enfrentar a Eletromorte. Não
podemos deixar eles destruírem nosso rios, nossas matas e nosso
povo.
Sabe que é mesmo! Ele chamou os
doutores da lei de hipócritas, que
exploravam o povo, que vivia como
ovelhas sem pastor. Sabe que vou fazer a mesma coisa lá na
igreja, vou mostrar a enganação da
Eletronorte contra nós.
Morte dos peixes migratórios, chamados de piracema – só para começar a barragem de São Luiz do Tapajós terá um paredão de 36 metros de altura de ponta a ponta do rio, fechando totalmente a dinâmica natural do rio.
A Eletromorte diz que construirá escadinhas para os peixes passarem. Acontece que não há nenhuma experiência positiva no mundo em que peixes subam e desçam escadinhas artificiais nos rios. Quem afirma isso é o especialista em recursos hídricos, Glenn Switkers da ONG Rios Vivos.
O que vai acontecer é que os peixes que tenham ficado para desova nas cachoeiras de cima, ao retornarem com seus filhotes caiam com a correnteza nas turbinas e sejam esmagados;
Produção de Dióxido de Carbono, altamente venenoso. Isto será provocado pelas árvores que serão inundadas pelas barragens, ficando no fundo dos lagos as raízes, folhas e galhos que apodrecerão e provocarão a subida dos gazes.
Escadinha para peixes da EletroMorte
Área alagada na barragem do Curuá-Una construída 30 anos atrás – Santarém/Pará
Quebra do ritmo normal dos fluxos do rio Tapajós e Jamanxim. As praias em frente a Itaituba e ao longo do rio (Aveiro, Itapuama, Boim, Jacareacanga, entre outros) sofrerão secas imensas e na frente de Santarém o rio Tapajós será empurrado pelas águas turvas do Amazonas, até, quem sabe onde? Alter do Chão? Aramanaí? Basta ver neste verão de 2009 como o Amazonas domina o Tapajós. Imagine se deixarmos a Eletromorte construir imensas barragens em São Luis, Jatobá e mais adiante.
Frente da cidade de Santarém - dezembro de 2009
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Não entendo nada dessa coisa de cinco hidrelétricas na bacia do Tapajós. Vi um filme muito legal,
esclarecia tudo, dizia que o governo vai construir as usinas sem destruir o meio ambiente. Por que então
essa gente está contra, esse movimento Tapajós Vivo? Até padre está contra?
Mas seu Totó, me admiro do Sr., anda em estudos de boa nova, faz cursos e ainda
engole aquele filme de mentira da Eletromorte? Então o Sr. acha que cinco lagos
inundando terras dos índios, do Parque Nacional da Amazônia, barrando os rios,
expulsando os ribeirinhos, o Sr. acha que não vai destruir o meio ambiente?
Minha mana, até pensei nisso, achei esquisito que eles dizem que vão construir escadinha
para peixes de piracema, mas aonde já!
Pois é, seu Totó e já imaginou para onde vão mandar os moradores de
Pimental, Periquito, São Luiz, Jacareacanga, Sai Cinza?
Pois é, né! Só que não me meto nessas coisas, que dão muita confusão. Vou cuidar é de
preparar o culto dominical de domingo, preciso ler o evangelho
para a homilia.
Mas sim, e o Sr. vai explicar essas desgraças na sua homilia? Seria bom, seu
Totó, tem muita gente que não está sabendo dessa desgraça anunciada!
Mas, mana como já que vou misturar as coisas de Deus com essa desgraça dos homens? Lá a gente precisa rezar para isso
não acontecer.
Ah! não, seu Totó, como é que Jesus faria se ele morasse aqui?
Como ele enfrentou os exploradores do povo
naquele tempo?
Agora sim, seu Totó, assim vale a pena eu ir lá na igreja também.
Temos que nos unir todos e enfrentar a Eletromorte. Não
podemos deixar eles destruírem nosso rios, nossas matas e nosso
povo.
Sabe que é mesmo! Ele chamou os
doutores da lei de hipócritas, que
exploravam o povo, que vivia como
ovelhas sem pastor. Sabe que vou fazer a mesma coisa lá na
igreja, vou mostrar a enganação da
Eletronorte contra nós.
Morte dos peixes migratórios, chamados de piracema – só para começar a barragem de São Luiz do Tapajós terá um paredão de 36 metros de altura de ponta a ponta do rio, fechando totalmente a dinâmica natural do rio.
A Eletromorte diz que construirá escadinhas para os peixes passarem. Acontece que não há nenhuma experiência positiva no mundo em que peixes subam e desçam escadinhas artificiais nos rios. Quem afirma isso é o especialista em recursos hídricos, Glenn Switkers da ONG Rios Vivos.
O que vai acontecer é que os peixes que tenham ficado para desova nas cachoeiras de cima, ao retornarem com seus filhotes caiam com a correnteza nas turbinas e sejam esmagados;
Produção de Dióxido de Carbono, altamente venenoso. Isto será provocado pelas árvores que serão inundadas pelas barragens, ficando no fundo dos lagos as raízes, folhas e galhos que apodrecerão e provocarão a subida dos gazes.
Escadinha para peixes da EletroMorte
Área alagada na barragem do Curuá-Una construída 30 anos atrás – Santarém/Pará
Quebra do ritmo normal dos fluxos do rio Tapajós e Jamanxim. As praias em frente a Itaituba e ao longo do rio (Aveiro, Itapuama, Boim, Jacareacanga, entre outros) sofrerão secas imensas e na frente de Santarém o rio Tapajós será empurrado pelas águas turvas do Amazonas, até, quem sabe onde? Alter do Chão? Aramanaí? Basta ver neste verão de 2009 como o Amazonas domina o Tapajós. Imagine se deixarmos a Eletromorte construir imensas barragens em São Luis, Jatobá e mais adiante.
Frente da cidade de Santarém - dezembro de 2009
Foto
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Ei! Moço, você faz parte desse pessoal que anda combatendo o projeto do governo de construir as usinas no Tapajós. Vocês não
entendem do assunto e falam tolices!
– Ih! Cara, tu é que não entende de
respeito à natureza, nem aos povos e
ambiente da Amazônia. Só pensas
no teu lucro e te rebaixa aos planos do
Nós da Eletronorte trabalhamos pelo
progresso. Serão cinco belas hidrelétricas neste rico Tapajós. É o bem
do Brasil que construímos, nunca antes neste país se
pensou nisso.
Estás enganado. Neste rio não
construirão nada que venha
prejudicar nossos povos e a
Só um governo democrata como o do Lula da Siva pensa em gerar
energia limpa.
Sabe o que é isso? Defendemos o meio ambiente, por isso
optamos por hidrelétricas em vez de uso de
petróleo.
Vocês mentem, falando em
energia limpa, quando sabemos que irão inundar
2.350 km quadrados de
floresta, interromper o
ritmo normal do rio com
barragens imensas.
Chamas isso de energia limpa?
Enquanto formos vivos e unidos não farão essa desgraça
no rio Tapajós!
É o que veremos!!!
MENTIRAS DA ELETROMORTE Vai ter Impactos mínimos:
“Não vai ter nenhuma população.”
“Vamos manter a floresta melhor do que hoje”. E diz mais: “nós vamos agir na selva, fazendo a intervenção com desmatamento mínimo possível durante a obra. E ao terminar a obra, nós vamos reconstruir a selva. Ou seja, “As florestas ficarão intactas, com a mínima interferência, sem nenhum acampamento, sem cidade, sem nenhuma infraestrutura”.
Como acreditar em tais afirmações feitas lá em Brasília para quem desconhece o que é a Amazônia e seu ecossistema? Se:
A barragem de S. Luiz será de 745 km quadrados.Isso é impacto mínimo?
9.935 hectares de floresta do parque nacional da Amazônia seram inundados?
A barragem de Jatobá será de 646,5 km quadrados. Isso são impactos mínimos?
A barragem de Chocorão será de 616,23 km quadrados. Impactos mínimos?
O total de inundações na bacia será de 3.084,85 km.
Como pode se falar de florestas intactas com mínima interferência... e melhor do que hoje, se:
ao longo da bacia do Tapajós.
COMO SE PODE FALAR EM IMPACTOS MÍNIMOS?
SERÃO ATINGIDAS 105.590 HECTARES DE ÁREAS PROTEGIDAS
Tudo para construir cinco hidrelétricas para servir a quem? “Ao Brasil,” dirá a EletroMorte”
- Qual Brasil? - A custa de quem e de quanta biodiversidade da Amazônia?
5 Disse o Sr. Sinval Zaidan Gama, alto funcionário da Eletrobras no dia 20/05/2009 no Fórum Nacional promovido pelo INAE Instituto Nacional de Altos Estudos:
Ei! Moço, você faz parte desse pessoal que anda combatendo o projeto do governo de construir as usinas no Tapajós. Vocês não
entendem do assunto e falam tolices!
– Ih! Cara, tu é que não entende de
respeito à natureza, nem aos povos e
ambiente da Amazônia. Só pensas
no teu lucro e te rebaixa aos planos do
Nós da Eletronorte trabalhamos pelo
progresso. Serão cinco belas hidrelétricas neste rico Tapajós. É o bem
do Brasil que construímos, nunca antes neste país se
pensou nisso.
Estás enganado. Neste rio não
construirão nada que venha
prejudicar nossos povos e a
Só um governo democrata como o do Lula da Siva pensa em gerar
energia limpa.
Sabe o que é isso? Defendemos o meio ambiente, por isso
optamos por hidrelétricas em vez de uso de
petróleo.
Vocês mentem, falando em
energia limpa, quando sabemos que irão inundar
2.350 km quadrados de
floresta, interromper o
ritmo normal do rio com
barragens imensas.
Chamas isso de energia limpa?
Enquanto formos vivos e unidos não farão essa desgraça
no rio Tapajós!
É o que veremos!!!
MENTIRAS DA ELETROMORTE Vai ter Impactos mínimos:
“Não vai ter nenhuma população.”
“Vamos manter a floresta melhor do que hoje”. E diz mais: “nós vamos agir na selva, fazendo a intervenção com desmatamento mínimo possível durante a obra. E ao terminar a obra, nós vamos reconstruir a selva. Ou seja, “As florestas ficarão intactas, com a mínima interferência, sem nenhum acampamento, sem cidade, sem nenhuma infraestrutura”.
Como acreditar em tais afirmações feitas lá em Brasília para quem desconhece o que é a Amazônia e seu ecossistema? Se:
A barragem de S. Luiz será de 745 km quadrados.Isso é impacto mínimo?
9.935 hectares de floresta do parque nacional da Amazônia seram inundados?
A barragem de Jatobá será de 646,5 km quadrados. Isso são impactos mínimos?
A barragem de Chocorão será de 616,23 km quadrados. Impactos mínimos?
O total de inundações na bacia será de 3.084,85 km.
Como pode se falar de florestas intactas com mínima interferência... e melhor do que hoje, se:
ao longo da bacia do Tapajós.
COMO SE PODE FALAR EM IMPACTOS MÍNIMOS?
SERÃO ATINGIDAS 105.590 HECTARES DE ÁREAS PROTEGIDAS
Tudo para construir cinco hidrelétricas para servir a quem? “Ao Brasil,” dirá a EletroMorte”
- Qual Brasil? - A custa de quem e de quanta biodiversidade da Amazônia?
5 Disse o Sr. Sinval Zaidan Gama, alto funcionário da Eletrobras no dia 20/05/2009 no Fórum Nacional promovido pelo INAE Instituto Nacional de Altos Estudos:
Posso entender a reação do caboclo e do indígena contra as usinas, mas um cientista ser
contra o desenvolvimento?
Olha Sr. Ministro, seu problema é que assumiu esse cargo por política, não
por entender de barragem.
Olha aí, dr. Não sou cientista, mas tenho poder de decisão e trabalho pelo PAC do meu governo.
Como assim? Quer dizer que não sou
Tire o você mesmo a conclusão.
Já pensou eu ter que me ajoelhar aos pés do Ibama
para conseguir licença
ambiental para a continuação da
obra?
Isso é um erro. O senhor e o governo só pensam em crescimento econômico e
nem um pouco preocupados com a melhoria de vida
da população.
Aí é que está a diferença. Alguns
servidores do Ibama são sérios e responsáveis.
Eles usam a inteligência
Lembra até o ex-ministro da ditadura Delfim Neto, que disse “vamos fazer o bolo crescer para depois
dividí-lo”. O bolo cresceu, pois somos a nona potência mundial e o “bolo” é divido entre os poucos, já muito ricos, e
nada sobra pros muitos na probreza.
Quem alardeia que “forças demoníacas estão contrárias à construção das hidrelétricas” e
ignora os estragos às populações locais e ao meio ambiente, é o
quê???
As maiores empresas aqui na região Oeste do Pará a serem beneficiadas hoje pelo complexo tapajós:
6O PORQUÊ DE TANTAS HIDRELÉTRICAS?
Para que e para quem o governo quer construir tantas hidrelétricas?
ALCOA em Juruti,
MINERAÇÃO RIO DO NORTE, MRN em Oriximiná,
VALE DO RIO DOCE, em Marabá,
RIO TINTO, na calha Norte,
SERABI EXPLORAÇÃO DE OURO MECANIZADO no Tapajós em Novo Progresso,
CARGILL em Santarém,
CAIMA (fábrica de cimento) em Itaituba e as grandes fazendas a instalarem frigoríficos na região, entre outras.
Além delas há outras grandes empresas no país que usufruirão das usinas, incluindo-se as empresas de montagem da Zona Franca de Manaus. Estas são a razão da obstinada decisão do governo Lula, que considera os maiores entraves ao crescimento econômico do Brasil:
Os ribeirinhos,
Os quilombolas,
Os indígenas,
As ONGs e
O Ministério Público Federal.
Potencial hidrelétrico do Brasil
Posso entender a reação do caboclo e do indígena contra as usinas, mas um cientista ser
contra o desenvolvimento?
Olha Sr. Ministro, seu problema é que assumiu esse cargo por política, não
por entender de barragem.
Olha aí, dr. Não sou cientista, mas tenho poder de decisão e trabalho pelo PAC do meu governo.
Como assim? Quer dizer que não sou
Tire o você mesmo a conclusão.
Já pensou eu ter que me ajoelhar aos pés do Ibama
para conseguir licença
ambiental para a continuação da
obra?
Isso é um erro. O senhor e o governo só pensam em crescimento econômico e
nem um pouco preocupados com a melhoria de vida
da população.
Aí é que está a diferença. Alguns
servidores do Ibama são sérios e responsáveis.
Eles usam a inteligência
Lembra até o ex-ministro da ditadura Delfim Neto, que disse “vamos fazer o bolo crescer para depois
dividí-lo”. O bolo cresceu, pois somos a nona potência mundial e o “bolo” é divido entre os poucos, já muito ricos, e
nada sobra pros muitos na probreza.
Quem alardeia que “forças demoníacas estão contrárias à construção das hidrelétricas” e
ignora os estragos às populações locais e ao meio ambiente, é o
quê???
As maiores empresas aqui na região Oeste do Pará a serem beneficiadas hoje pelo complexo tapajós:
6O PORQUÊ DE TANTAS HIDRELÉTRICAS?
Para que e para quem o governo quer construir tantas hidrelétricas?
ALCOA em Juruti,
MINERAÇÃO RIO DO NORTE, MRN em Oriximiná,
VALE DO RIO DOCE, em Marabá,
RIO TINTO, na calha Norte,
SERABI EXPLORAÇÃO DE OURO MECANIZADO no Tapajós em Novo Progresso,
CARGILL em Santarém,
CAIMA (fábrica de cimento) em Itaituba e as grandes fazendas a instalarem frigoríficos na região, entre outras.
Além delas há outras grandes empresas no país que usufruirão das usinas, incluindo-se as empresas de montagem da Zona Franca de Manaus. Estas são a razão da obstinada decisão do governo Lula, que considera os maiores entraves ao crescimento econômico do Brasil:
Os ribeirinhos,
Os quilombolas,
Os indígenas,
As ONGs e
O Ministério Público Federal.
Potencial hidrelétrico do Brasil
Ei! Pariwat! Que veio fazer aqui em terras
indígenas? De onde você vem e com ordem de
quem?
Nossa empresa tem contrato com a
Eletronorte e vamos construir uma barragem
aqui e mais quatro outras adiante, nos rios Tapajós e
Jamanxim.
E quem disse que a Eletromorte manda em
terra indígena?
Nós respeitar a Constituição!
Não se preocupe, cacique. Nós vamos
causar mínimos impactos e
compensaremos os índios.
Munduruku não confia em pariwat, menos ainda na Camargo Corrêa e na Eletromorte. Aqui ninguém mete a mão, nem lobinho, nem Lobão!
Olha cacique, nossa empresa tem contrato
com a Eletronorte e em breve chegaremos aqui
com as máquinas. Vocês se entendam
com a Funai.
Que está pensando, Pariwat? A nação Munduruku já está se organizando para a guerra. Com o apoio dos parentes de luta, vocês não entram aqui para destruir rios Tapajós e Jamanxim.
PPrevisão da EletroMorte é fazer de Belo Monte (Xingu) a maior hidrelétrica genuinamente bras i le i ra , pois I ta ipu é binacional. 11.000 Megawatts de potênc ia . Embora os pesquisadores críticos afirme que será o maior desastre hidrelétrico do país, ao lado de Balbina (Amazonas), pois o rio Xingu seca muito no verão. E ficarão paradas as turbinas parte do ano.
7 Um aviso para nós do Tapajós
BELO MONTE
Sem respeitar as leis ambientais, a EletroMorte decidiu realizar audiências públicas de faz de conta em apenas 4 locais, quando mais de 15 locais serão atingidos pelas barragens de Belo Monte. Nas audiências de faz de conta, controlaram a entrada de pessoas interessadas, colocaram pelotões policiais para assustar e controlar a presença de críticos, e os próprios indígenas que foram vigiados pela Funai.
O Ministro das Minas e Energia, decidiu que o leilão para as empreiteiras construtoras deveria ser feito dia 21/12/2009 e portanto, o IBAMA deveria publicar o licenciamento ambiental, sem falta no dia 21/11, um mês antes como exige a lei. Como o IBAMA não o fez, dois altos funcionários do órgão foram exonerados.
Furiosos os indígenas escreveram uma carta ao Presidente da República e seus ministros. Foi assim:
Em carta destinada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a outras autoridades, os índios responsabilizam o governo pelo que poderá "ocorrer aos executores da obra, aos trabalhadores e aos povos indígenas no caso de ter continuidade o projeto da represa de Belo Monte de forma arbitrária".
"O Rio Xingu pode se transformar em um rio de sangue, que o Brasil e o mundo estejam cientes com o que possa ocorrer no futuro se os governantes não respeitarem nossos direitos", afirmaram os índios na carta, divulgada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organização ligada à Igreja Católica.
Os índios insistem que não vão voltar a dialogar com nenhum representante do governo, pelo fato de já terem falado "tempo demais"
Ei! Pariwat! Que veio fazer aqui em terras
indígenas? De onde você vem e com ordem de
quem?
Nossa empresa tem contrato com a
Eletronorte e vamos construir uma barragem
aqui e mais quatro outras adiante, nos rios Tapajós e
Jamanxim.
E quem disse que a Eletromorte manda em
terra indígena?
Nós respeitar a Constituição!
Não se preocupe, cacique. Nós vamos
causar mínimos impactos e
compensaremos os índios.
Munduruku não confia em pariwat, menos ainda na Camargo Corrêa e na Eletromorte. Aqui ninguém mete a mão, nem lobinho, nem Lobão!
Olha cacique, nossa empresa tem contrato
com a Eletronorte e em breve chegaremos aqui
com as máquinas. Vocês se entendam
com a Funai.
Que está pensando, Pariwat? A nação Munduruku já está se organizando para a guerra. Com o apoio dos parentes de luta, vocês não entram aqui para destruir rios Tapajós e Jamanxim.
PPrevisão da EletroMorte é fazer de Belo Monte (Xingu) a maior hidrelétrica genuinamente bras i le i ra , pois I ta ipu é binacional. 11.000 Megawatts de potênc ia . Embora os pesquisadores críticos afirme que será o maior desastre hidrelétrico do país, ao lado de Balbina (Amazonas), pois o rio Xingu seca muito no verão. E ficarão paradas as turbinas parte do ano.
7 Um aviso para nós do Tapajós
BELO MONTE
Sem respeitar as leis ambientais, a EletroMorte decidiu realizar audiências públicas de faz de conta em apenas 4 locais, quando mais de 15 locais serão atingidos pelas barragens de Belo Monte. Nas audiências de faz de conta, controlaram a entrada de pessoas interessadas, colocaram pelotões policiais para assustar e controlar a presença de críticos, e os próprios indígenas que foram vigiados pela Funai.
O Ministro das Minas e Energia, decidiu que o leilão para as empreiteiras construtoras deveria ser feito dia 21/12/2009 e portanto, o IBAMA deveria publicar o licenciamento ambiental, sem falta no dia 21/11, um mês antes como exige a lei. Como o IBAMA não o fez, dois altos funcionários do órgão foram exonerados.
Furiosos os indígenas escreveram uma carta ao Presidente da República e seus ministros. Foi assim:
Em carta destinada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a outras autoridades, os índios responsabilizam o governo pelo que poderá "ocorrer aos executores da obra, aos trabalhadores e aos povos indígenas no caso de ter continuidade o projeto da represa de Belo Monte de forma arbitrária".
"O Rio Xingu pode se transformar em um rio de sangue, que o Brasil e o mundo estejam cientes com o que possa ocorrer no futuro se os governantes não respeitarem nossos direitos", afirmaram os índios na carta, divulgada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organização ligada à Igreja Católica.
Os índios insistem que não vão voltar a dialogar com nenhum representante do governo, pelo fato de já terem falado "tempo demais"
Carta do Movimento Xingu Vivo, em novembro de 2009, às autoridades.Vila da Ressaca, (Senador José Porfírio), 07 de novembro de 2009
Nós, mais de duzentas lideranças entre ribeirinhos, comunidades indígenas (Juruna do Paquiçamba, Arara do Maia da Volta Grande, Xikrin do Bacajá, Juruna do km 17, Xipaya da Aldeia Tukamã e Aldeia Tukaiá, Kayapó da Aldeia Kararâo, índios da cidade de Altamira), agricultores, pescadores, estudantes, representantes dos povos indígenas do Mato Grosso e do Pará,
Preocupados com os graves impactos sociais e ambientais para a região e nossas vidas representados pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, reunidos na Vila da Ressaca, entre os dias 05 e 07 de novembro de 2009, para o II Encontro dos Povos da Volta Grande do Xingu, que teve caráter de audiência pública convocada pelo Ministério Público Estadual, manifestamos nossa posição contrária ao projeto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, bem como nossa indignação com o processo de exclusão a que estão submetidas as populações da Bacia do Xingu, especialmente aquelas da Volta Grande do Xingu.
Denunciamos a falta de esclarecimentos às dúvidas apresentadas pela população durante as visitas realizadas pelas empresas de consultoria Elabore e LEME ...
Repudiamos o parecer da FUNAI sobre o Projeto da UHE de Belo Monte, que considera como mitigáveis impactos que na verdade seriam irreversíveis...
Solicitamos que os resultados das análises feitas pelo Painel de Especialistas sobre o projeto de Belo Monte sejam levadas em consideração pelo órgão ambiental responsável pelo licenciamento e que..
Exigimos a consolidação do projeto de agricultura familiar nessa região, iniciado nos anos 1970, através do ordenamento fundiário e ambiental, da infra-estrutura para os assentamentos, da recomposição do passivo ambiental, da melhoria da qualidade de vida dos moradores das áreas rurais e urbanas, assim como a implementação das Reservas Extrativistas. Acreditamos serem esses os investimentos necessários para um.
Carta dos Povos da Volta Grande do Xingu
Reações da sociedade civil organizada da região do Tapajós
Iniciaram em 2007 as ações de sensibilização das comunidades pela FRENTE EM
DEFESA DA AMAZÔNIA, FDA. Depois de uma tomada de consciência sobre o plano do
governo, foi realizado um estudo e 04 companheiros(a) que fizeram a uma visita a São
Luiz do Tapajós, Pimental, Periquito e Aldeia Munduruku de baixo. O Pe. João Carlos,
do Movimento Br. 163 sustentável integrou a equipe. Pouco as comunidades sabiam e
pediram um encontro mais amplo para estudar as questões.
2008 no mês de março – Lideranças do movimento Br. 163 sustentável realizaram um
seminário na cidade de Itaituba. Dois companheiros da FDA participaram deste
seminário com um documentário informativo. 70 pessoas compareceram ao encontro.
Foi a primeira entrada de sensibilização na cidade de Itaituba, onde muitos ignoravam o
plano da Eletromorte. Boa aceitação da maioria dos presentes com exceção de alguns
presentes.
Outubro de 2008 – Movimento Tapajós Vivo foi criado para ampliar as alianças e
organizar um amplo seminário em dois lugares, um dia em Itaituba e um dia em São Luiz
do Tapajós. Onze membros da FDA e a companheira Antônia Melo, do Movimento
Xingu Vivo colaboraram com o evento, assim como o pesquisador Glenn Switkers de
São Paulo e mais outros conhecedores da questão. Compareceram 400 pessoas na
cidade e mais 200 pessoas em São Luiz do Tapajós.
Maio de 2009 – Coordenação do Parque Nacional da Amazônia, o PNA convidou seus
conselheiros para um estudo sobre os impactos que poderão causar à área do PNA.
Convidaram representantes da Eletromorte e um representante da FDA de Santarém,
como contraponto de informação. Vieram 03 engenheiros de Brasília e Manaus. O
confronto de informações deu aos conselheiros do PNA subsídios a uma tomada de
decisão de denunciar o complexo Tapajós como violador da lei que protege os Parques
nacionais.
2008 – Encontro de caciques no rio Tapajós, Taquara, Tauari.
2009 – Encontro de caciques em Escrivão, médio Tapajós- Pastoral Social da Diocese.
2007 – Seminário sobre hidrelétricas no Tapajós foi promovido pela Pastoral da Diocese
de Santarém junto com a FDA = em Santarém, com 400 participantes em 03 dias.
Em Santarém – 2008 Seminário promovido pela Pastoral Social para comunidades
católicas.
Novembro 2009 – Três encontros importantes: Em Trairão no Dia Nacional da
Juventude – 110 jovens da Prelazia de Itaituba estudaram o plano do Complexo Tapajós;
Na missão Cururu, entre os índios Mundurukus, um encontro de 02 dias de
sensibilização, promovido pela aliança religiosa Francisclareana e membro da FDA.
Indígenas sensibilizados escreveram carta ao Presidente Lula dizendo que não aceitam
hidrelétricas no Tapajós que prejudicam suas terras; mais um dia de estudo em
Jacareacanga, promovido pela mesma aliança religiosa, compareceram 60 pessoas,
maioria indígenas Munduruku. Também reagiram bem às informações.
Carta do Movimento Xingu Vivo, em novembro de 2009, às autoridades.Vila da Ressaca, (Senador José Porfírio), 07 de novembro de 2009
Nós, mais de duzentas lideranças entre ribeirinhos, comunidades indígenas (Juruna do Paquiçamba, Arara do Maia da Volta Grande, Xikrin do Bacajá, Juruna do km 17, Xipaya da Aldeia Tukamã e Aldeia Tukaiá, Kayapó da Aldeia Kararâo, índios da cidade de Altamira), agricultores, pescadores, estudantes, representantes dos povos indígenas do Mato Grosso e do Pará,
Preocupados com os graves impactos sociais e ambientais para a região e nossas vidas representados pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, reunidos na Vila da Ressaca, entre os dias 05 e 07 de novembro de 2009, para o II Encontro dos Povos da Volta Grande do Xingu, que teve caráter de audiência pública convocada pelo Ministério Público Estadual, manifestamos nossa posição contrária ao projeto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, bem como nossa indignação com o processo de exclusão a que estão submetidas as populações da Bacia do Xingu, especialmente aquelas da Volta Grande do Xingu.
Denunciamos a falta de esclarecimentos às dúvidas apresentadas pela população durante as visitas realizadas pelas empresas de consultoria Elabore e LEME ...
Repudiamos o parecer da FUNAI sobre o Projeto da UHE de Belo Monte, que considera como mitigáveis impactos que na verdade seriam irreversíveis...
Solicitamos que os resultados das análises feitas pelo Painel de Especialistas sobre o projeto de Belo Monte sejam levadas em consideração pelo órgão ambiental responsável pelo licenciamento e que..
Exigimos a consolidação do projeto de agricultura familiar nessa região, iniciado nos anos 1970, através do ordenamento fundiário e ambiental, da infra-estrutura para os assentamentos, da recomposição do passivo ambiental, da melhoria da qualidade de vida dos moradores das áreas rurais e urbanas, assim como a implementação das Reservas Extrativistas. Acreditamos serem esses os investimentos necessários para um.
Carta dos Povos da Volta Grande do Xingu
Reações da sociedade civil organizada da região do Tapajós
Iniciaram em 2007 as ações de sensibilização das comunidades pela FRENTE EM
DEFESA DA AMAZÔNIA, FDA. Depois de uma tomada de consciência sobre o plano do
governo, foi realizado um estudo e 04 companheiros(a) que fizeram a uma visita a São
Luiz do Tapajós, Pimental, Periquito e Aldeia Munduruku de baixo. O Pe. João Carlos,
do Movimento Br. 163 sustentável integrou a equipe. Pouco as comunidades sabiam e
pediram um encontro mais amplo para estudar as questões.
2008 no mês de março – Lideranças do movimento Br. 163 sustentável realizaram um
seminário na cidade de Itaituba. Dois companheiros da FDA participaram deste
seminário com um documentário informativo. 70 pessoas compareceram ao encontro.
Foi a primeira entrada de sensibilização na cidade de Itaituba, onde muitos ignoravam o
plano da Eletromorte. Boa aceitação da maioria dos presentes com exceção de alguns
presentes.
Outubro de 2008 – Movimento Tapajós Vivo foi criado para ampliar as alianças e
organizar um amplo seminário em dois lugares, um dia em Itaituba e um dia em São Luiz
do Tapajós. Onze membros da FDA e a companheira Antônia Melo, do Movimento
Xingu Vivo colaboraram com o evento, assim como o pesquisador Glenn Switkers de
São Paulo e mais outros conhecedores da questão. Compareceram 400 pessoas na
cidade e mais 200 pessoas em São Luiz do Tapajós.
Maio de 2009 – Coordenação do Parque Nacional da Amazônia, o PNA convidou seus
conselheiros para um estudo sobre os impactos que poderão causar à área do PNA.
Convidaram representantes da Eletromorte e um representante da FDA de Santarém,
como contraponto de informação. Vieram 03 engenheiros de Brasília e Manaus. O
confronto de informações deu aos conselheiros do PNA subsídios a uma tomada de
decisão de denunciar o complexo Tapajós como violador da lei que protege os Parques
nacionais.
2008 – Encontro de caciques no rio Tapajós, Taquara, Tauari.
2009 – Encontro de caciques em Escrivão, médio Tapajós- Pastoral Social da Diocese.
2007 – Seminário sobre hidrelétricas no Tapajós foi promovido pela Pastoral da Diocese
de Santarém junto com a FDA = em Santarém, com 400 participantes em 03 dias.
Em Santarém – 2008 Seminário promovido pela Pastoral Social para comunidades
católicas.
Novembro 2009 – Três encontros importantes: Em Trairão no Dia Nacional da
Juventude – 110 jovens da Prelazia de Itaituba estudaram o plano do Complexo Tapajós;
Na missão Cururu, entre os índios Mundurukus, um encontro de 02 dias de
sensibilização, promovido pela aliança religiosa Francisclareana e membro da FDA.
Indígenas sensibilizados escreveram carta ao Presidente Lula dizendo que não aceitam
hidrelétricas no Tapajós que prejudicam suas terras; mais um dia de estudo em
Jacareacanga, promovido pela mesma aliança religiosa, compareceram 60 pessoas,
maioria indígenas Munduruku. Também reagiram bem às informações.
8ALGUMAS QUESTÕES PARA REFLEXÃO DOS
LEITORES E DE GRUPOS INTERESSADOS
O que mais impressionou das informações da Cartilha?
As cartas Munduruku e Kaiapó dão um recado bastante forte às autoridades. Vocêconcorda com elas? Por quê?
Por que será que o Governo Federal insiste em construir 5 grandes hidroelétricas noRio Tapajós? e porque não consulta as populações da região?
Depois de entender o conteúdo da Cartilha, qual sua decisão sobre o plano das hidro-elétricas?
-Indiferente?-Indignado(a)?-Decidida(o) a enfrentar junto com a aliança em defesa do tapajós? Por quê?
8ALGUMAS QUESTÕES PARA REFLEXÃO DOS
LEITORES E DE GRUPOS INTERESSADOS
O que mais impressionou das informações da Cartilha?
As cartas Munduruku e Kaiapó dão um recado bastante forte às autoridades. Vocêconcorda com elas? Por quê?
Por que será que o Governo Federal insiste em construir 5 grandes hidroelétricas noRio Tapajós? e porque não consulta as populações da região?
Depois de entender o conteúdo da Cartilha, qual sua decisão sobre o plano das hidro-elétricas?
-Indiferente?-Indignado(a)?-Decidida(o) a enfrentar junto com a aliança em defesa do tapajós? Por quê?
TAPAJÓS
VIVO
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